PCDT Infantil 2017
PCDT Infantil 2017
PCDT Infantil 2017
PROTOCOLO CLNICO
E DIRETRIZES
TERAPUTICAS PARA
MANEJO DA
INFECO PELO
HIV EM CRIANAS
E ADOLESCENTES
Braslia - DF
2017
MINISTRIO DA SADE
Secretaria de Vigilncia em Sade
Departamento de Vigilncia, Preveno e Controle das Infeces
Sexualmente Transmissveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais
PROTOCOLO CLNICO
E DIRETRIZES
TERAPUTICAS PARA
MANEJO DA
INFECO PELO
HIV EM CRIANAS
E ADOLESCENTES
Braslia - DF
2017
2017 Ministrio da Sade.
Esta obra disponibilizada nos termos da Licena Creative Commons Atribuio No Comercial Compartilhamento
pela mesma licena 4.0 Internacional. permitida a reproduo parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte.
A coleo institucional do Ministrio da Sade pode ser acessada, na ntegra, na Biblioteca Virtual em Sade do
BY SA
Ministrio da Sade: <www.saude.gov.br/bvs>.
Tiragem: 1 edio 2017 5.000 exemplares
Ficha Catalogrca
Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Vigilncia em Sade. Departamento de Vigilncia, Preveno e Controle
das Infeces Sexualmente Transmissveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais.
Protocolo Clnico e Diretrizes Teraputicas para Manejo da Infeco pelo HIV em Crianas e Adolescentes /
Ministrio da Sade, Secretaria de Vigilncia em Sade, Departamento de Vigilncia, Preveno e Controle das
Infeces Sexualmente Transmissveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais. Braslia : Ministrio da Sade, 2017.
214 p. : il.
ISBN
CDU 616.97-053.6
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Critrios de definio de caso de aids em menores de 13 anos 40
3TC lamivudina
ABC abacavir
ADA enzima adenosina deaminase
Aids sndrome da imunodeficincia adquirida
AINEs anti-inflamatrios no esteroidais
ALT alanina transaminase
Anvisa Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria Ministrio da Sade
ARV antirretroviral
AST aspartato transaminase
ATV/r atazanavir com reforo de ritonavir
AZT zidovudina
BCG bacilo Calmette-Gurin
CCR5 correceptor de quimiocina R5
CDC Centers for Disease Control and Prevention Estados Unidos
CID Classificao Internacional de Doenas
CK creatinino-quinase
CMV citomegalovrus
COBI cobicistato
Crie Centro de Referncia para Imunobiolgicos Especiais
CT colesterol total
CV carga viral
CYP citocromo
d4T estavudina
DC doena de Chagas
ddI didanosina
DIAHV Departamento de Vigilncia, Preveno e Controle das Infeces
Sexualmente Transmissveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais
DFC dose fixa combinada
DM diabetes mellitus
DRESS exantema medicamentoso com eosinofilia e sintomas sistmicos
DRV/r darunavir com reforo de ritonavir
dT vacina dupla adulto
DTG dolutegravir
DTP vacina difteria, ttano e coqueluche de clulas inteiras
EBV vrus Epstein-Barr
ECA Estatuto da Criana e do Adolescente
EEG eletroencefalograma
EFV efavirenz
ELISA enzyme-linked immunosorbent assay
EM eritema multiforme
ENF enfuvirtida
ETR etravirina
FA fosfatase alcalina
FPV/r fosamprenavir com reforo de ritonavir
FTC entricitabina
G6PD glicose 6 fosfato desidrogenase
GGT gama glutamil transpeptidase
GP glicoprotena
HAV vrus da hepatite A
HAART highly active antiretroviral therapy
Hb hemoglobina
HBV vrus da hepatite B
IGHAHB imunoglobulina humana anti-hepatite B
Hib Haemophilus influenzae b
HCV vrus da hepatite C
HDL lipoprotena de alta densidade
HDV vrus da hepatite D
HIV vrus da imunodeficincia humana
HLA antgeno leucocitrio humano
HPV papilomavrus humano
Ht hematcrito
HTLV vrus T linfotrpico humano
IDV indinavir
ILTB infeco latente da tuberculose
IRIS sndrome inflamatria da reconstituio imune
IM intramuscular
IMC ndice de massa corprea
INI inibidor de integrase
IO infeco oportunista
IV intravenoso
IVIG imunoglobulina hiperimune intravenosa
IP inibidor de protease
IP/r inibidor de protease com reforo de ritonavir
ITRN inibidor da transcriptase reversa anlogo de nucleosdeo
ITRNN inibidor da transcriptase reversa no anlogo de nucleosdeo
IV intravenoso
IVIG imunoglobulina hiperimune intravenosa
LDL lipoprotena de baixa densidade
LPV/r lopinavir com reforo de ritonavir
LT-CD4+ linfcito T CD4+
MAC Mycobacterium avium
MDR multidroga resistente
MS Ministrio da Sade
MVC maraviroque
NET necrlise epidrmica txica
NFV nelfinavir
NVP nevirapina
OMS Organizao Mundial da Sade
PCDT protocolo clnico e diretrizes teraputicas
PCR reao em cadeia da polimerase (polymerase chain reaction)
PEP profilaxia ps-exposio (Post-Exposure Prophylaxis)
PrEP profilaxia pr-exposio (Pre-Exposure Prophylaxis)
PNCT Programa Nacional de Controle da Tuberculose Ministrio da
Sade
PNI Programa Nacional de Imunizaes Ministrio da Sade
PT prova tuberculnica
PVHIV pessoa vivendo com HIV
QBC quantitative buffy coat
QP quimioprofilaxia primria
RAL raltegravir
Renageno Rede Nacional de Genotipagem
RIP rifampicina + isoniazida + pirazinamida
RN recm-nascido
RPV rilpivirina
RHS reao de hipersensibilidade
Rx radiografia
SAE Servio de Assistncia Especializada
SEJ sndrome de Stevens-Johnson
Sinan Sistema de Informao de Agravos de Notificao
Siclom Sistema de Controle Logstico de Medicamentos
SIM Sistema de Informaes sobre Mortalidade Sistema de
Informaes sobre Mortalidade
Siscel Sistema de Informao de Exames Laboratoriais
SIR sndrome inflamatria da reconstituio imune
SL sndrome lipodistrfica
SMX sulfametoxazol
SNC sistema nervoso central
SQV/r saquinavir com reforo de ritonavir
SUS Sistema nico de Sade
SVS Secretaria de Vigilncia em Sade
T20 enfuvirtida
TAM mutaes para os anlogos de timidina
TARV terapia antirretroviral
TB tuberculose
TC tomografia computadorizada
TDF tenofovir
TDO terapia diretamente observada
TG triglicerdeos
TMP trimetoprima
TORCH toxoplasmose, rubola, citomegalovrus, herpes simples
TPV/r tipranavir com reforo de ritonavir
TR teste rpido
TRM teste rpido molecular
TS teste de sensibilidade
UBS Unidade Bsica de Sade
UF Unidade Federativa
UGT uridinaglucorononil-difosfato-transferase
VCM volume corpuscular mdio
VDRL Venereal Disease Research Laboratory
VHS velocidade de hemossedimentao
VIP vacina inativada contra poliomielite
VO via oral
VZIG imunoglobulina especfica antivaricela zoster
WB western blot
9
11
11
12
para
13
17
19
19
20
21
21
22
SUMRIO
1 INTRODUO 21
2 IMPORTNCIA DA VIGILNCIA
EPIDEMIOLGICA DA INFECO
PELO HIV NAS CRIANAS E
ADOLESCENTES NO BRASIL 25
16
SUMRIO
11 COINFECES 127
11.1 Coinfeco com tuberculose em crianas e
adolescentes vivendo com HIV 127
11.1.1 Transmisso e patogenia 127
11.1.2 Manifestaes clnicas da TB pulmonar 128
11.1.3 Diagnstico 128
11.1.4 Manifestaes clnicas e diagnstico
da TB extrapulmonar 132
11.1.5 TARV em crianas e adolescentes
infectados pelo HIV e coinfectados com TB 133
11.1.6 Tratamento para TB em crianas e
adolescentes infectados pelo HIV 136
11.2 Coinfeco com hepatites virais
em crianas e adolescentes
vivendo com HIV 142
11.2.1 Pesquisa laboratorial das hepatites
virais (HV) em crianas e adolescentes
vivendo com HIV 142
11.2.2 Coinfeco pelo HBV em crianas
e adolescentes vivendo com HIV 143
17
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13 IMUNIZAES EM CRIANAS E
ADOLESCENTES COM HIV/AIDS 167
REFERNCIAS 183
ANEXOS 205
18
SUMRIO
19
INTRODUO
1
As recomendaes do Ministrio da Sade contidas neste Protocolo Clnico e
Diretrizes Teraputicas para o Manejo da Infeco pelo HIV em Crianas e Adolescentes
inovam a terapia antirretroviral (TARV), desincorporando medicamentos mais txicos e
incorporando os inibidores da integrase para incio de tratamento em crianas maiores
de dois anos. Tambm introduz outras alteraes nos esquemas visando tornar a TARV
mais tolervel, o que um grande ganho para a populao peditrica, que conta com
apresentaes de medicamentos mais limitadas.
21
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Sexualmente Transmissveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais MANEJO DA INFECO PELO HIV EM CRIANAS E ADOLESCENTES
Hepatites Virais, PEP, PrEP e IST esto alinhados e os respectivos contedos so refe-
renciados entre os documentos. Os citados PCDT esto disponveis em aplicativos com
download gratuito nas plataformas Android e iOS, para smartphones e tablets, e tam-
bm podem ser acessados na pgina: <http://www.aids.gov.br/pcdt>.
22
IMPORTNCIA DA VIGILNCIA
2
EPIDEMIOLGICA DA INFECO
PELO HIV NAS CRIANAS E
ADOLESCENTES NO BRASIL
Atualmente, a infeco pelo HIV e a aids, em todas faixas etrias, inclusive criana
exposta, so de notificao compulsria, sendo que a notificao de infeco pelo HIV
passou a fazer parte dessa lista em 2014.
25
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26
PREVENO
3
COMBINADA DO HIV
Essa combinao de aes deve ser centrada nos indivduos, em seus grupos
sociais e na sociedade em que esto inseridos. A premissa bsica estabelecida a de
que estratgias de preveno abrangentes devem observar, de forma concomitante,
esses diferentes focos, levando sempre em considerao as especificidades dos sujei-
tos e dos seus contextos.
29
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30
PREVENO COMBINADA DO HIV
Fonte: DIAHV/SVS/MS.
31
DIAGNSTICO DA INFECO
4
PELO HIV EM CRIANAS
33
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O terceiro padro ocorre em uma porcentagem pequena (<5%) das crianas, sendo
denominado de progresso lenta. So crianas que apresentam progresso mnima
ou nula da infeco, com contagens normais de LT-CD4+.
34
DIAGNSTICO DA INFECO PELO HIV EM CRIANAS
35
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Sexualmente Transmissveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais MANEJO DA INFECO PELO HIV EM CRIANAS E ADOLESCENTES
A criana ser considerada infectada pelo HIV caso haja dois resultados consecu-
tivos de CV-HIV acima de 5.000 cpias/mL. A criana ser considerada no infectada
pelo HIV caso os dois resultados consecutivos de CV sejam indetectveis. Quando
houver dois resultados consecutivos de CV de at 5.000 cpias/mL, avaliar o contexto
clnico, podendo ser solicitado o teste DNA pro-viral e contagem de linfcitos TCD4+
(Figura 2).
Figura 2 Algoritmo para utilizao de testes para quantificao de RNA viral CV-HIV em
crianas entre um e 18 meses, aps uso de profilaxia com ARV para a criana
Realizar CV
2 semanas
aps o trmino
da profilaxia
Repetir CV em
nova amostra
CV > 5.000 CV > 5.000 NO
NO 6 semanas NO
cpias/mL* cpias/mL*
aps o trmino
da profilaxia
SIM SIM
Repetir CV em
nova amostra
CV > 5.000 CV > 5.000
NO 6 semanas NO
cpias/mL* cpias/mL*
aps o trmino
da profilaxia
SIM
Criana
infectada SIM
*Valores at 5.000 cpias/mL sugerem resultados falso-reagentes e devem ser cuidadosamente analisados dentro
do contexto clnico, demandando solicitao do teste DNA pro-viral.
Observaes:
1 Este algoritmo foi elaborado para o uso de testes de quantificao do RNA viral plasmtico CV-HIV.
2 Para garantir a qualidade dos procedimentos e considerando a possibilidade de contaminao e/ou troca de
amostra, bem como a necessidade de confirmao do resultado obtido, recomenda-se a coleta de nova amostra e a
priorizao da repetio do teste no menor espao de tempo possvel.
3 Recomenda-se realizar a sorologia anti-HIV nas crianas com mais de 18 meses para documentar o resultado da
sorologia.
Fonte: DIAHV/SVS/MS.
36
DIAGNSTICO DA INFECO PELO HIV EM CRIANAS
A criana ser considerada infectada pelo HIV caso haja dois resultados consecu-
tivos de CV acima de 5.000 cpias/mL. A criana ser considerada no infectada pelo
HIV caso os dois resultados consecutivos de CV sejam indetectveis. Avaliar no con-
texto clnico uma possvel infeco quando houver dois resultados de CV detectveis
at 5.000 cpias/mL*. Alm disso, o teste DNA pro-viral poder ser solicitadoe conta-
gem de linfcitos TCD4+.
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Exames com resultado de CV-HIV abaixo de 5.000 cpias/mL devem ser cuidado-
samente analisados, por causa da possibilidade de um resultado falso-reagente (Figura 2).
Especificidades da sororreverso
As crianas expostas que apresentarem duas CV detectvis at 5.000 cpias/mL,
e que ainda no tenham realizado o teste pr-vrial, e apresentem sorologia anti-HIV
reagente (que no sororreverteram aos 18 meses) devem realizar exame qualitativo
para deteco material gentico do vrus (DNA pr-viral) imediatamente. Caso o DNA
pr-viral for reagente, considerar a criana como infectada (Figura 3).
A sorologia tambm poder ser solicitada por suspeita clnica ou aos 18 meses no
seguimento da criana no infectada.
38
DIAGNSTICO DA INFECO PELO HIV EM CRIANAS
Figura 3 Algoritmo para realizao de testes para definio do diagnstico em crianas com
duas CV detectveis <5.000 cpias/mL
NO NO
Criana no
infectada
Fonte: DIAHV/SVS/MS.
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A notificao da criana e do adolescente com HIV deve ser feita aps o diagnstico
da infeco. A notificao da criana e do adolescente com aids deve conter tambm os
critrios descritos no Quadro 1.
Evidncia laboratorial de infeco pelo HIV em crianas para fim de vigilncia epidemiolgica mais
evidncia de imunodeficincia:
Presena de pelo menos duas doenas indicativas de aids de carter leve (Anexo E);
e/ou
Presena de pelo menos uma doena indicativa de aids de carter moderado ou
grave e/ou contagem de LT-CD4+ menor que a esperada para a idade (Anexo E).
Fonte: DIAHV/SVS/MS.
Fonte: DIAHV/SVS/MS.
40
MANEJO DE CRIANAS
5
EXPOSTAS AO HIV
43
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MANEJO DE CRIANAS EXPOSTAS AO HIV
45
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Sexualmente Transmissveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais MANEJO DA INFECO PELO HIV EM CRIANAS E ADOLESCENTES
DURAO
INDICAO DA
USO DE ARV - POSOLOGIA DE ARV PARA
CENRIOS DE ARV - PROFILAXIA
GESTANTE NO PR-NATAL RN
RN COM ARV
PARA RN
RN com 35 semanas
ou mais de idade
gestacional: 4mg/kg/
dose de 12/12h
46
MANEJO DE CRIANAS EXPOSTAS AO HIV
IDADE GESTACIONAL
DOSE DURAO
AO NASCIMENTO
35 semanas ou mais 3mg/kg IV de 12/12h 4 semanas
1,5mg/kg IV de 12/12h nos primeiros 14
Entre 30 e 35 semanas dias de vida e 2,3 mg/kg/dose de 12/12h 4 semanas
a partir do 15 dia
Menos de 30 semanas 1,5mg/kg IV de 12/12h 4 semanas
Fonte: DIAHV/SVS/MS.
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Aps um ano de idade, a indicao desse medicamento ser orientada pela conta-
gem de LT-CD4+, conforme descrito no Quadro 6.
IDADE RECOMENDAO
Nascimento at 4 semanas No indicar profilaxia
4 semanas a 4 meses Indicar profilaxia at definio do diagnstico
4 meses a 12 meses:
Criana no infectada No indicar ou suspender profilaxia
Fonte: DIAHV/SVS/MS.
Observao: para clculo de dose por m2: SMX-TMP, 750mg de SMX/m/dia, ou dividir em duas tomadas, 3x/semana
em dias alternados, ou s 2as, 4as e 6as feiras
Fonte: DIAHV/SVS/MS.
48
MANEJO DE CRIANAS EXPOSTAS AO HIV
As crianas nascidas de mes infectadas pelo HIV tambm podem ter maior risco
de exposio a outros agentes infecciosos. Entre estes, destacam-se o Treponema
pallidum, os vrus das hepatites B e C, o HTLV-1/2, o vrus do herpes simples, o citome-
galovrus, Toxoplasma gondii e Mycobacterium tuberculosis7.
5.5.1 Anamnese
A anamnese deve ser completa. Explorar a presena de sinais e sintomas sugestivos
de toxicidade mitocondrial, que pode se apresentar como manifestaes neurolgicas,
incluindo encefalopatia, convulses e retardo do desenvolvimento, sintomas cardacos
devidos a miocardiopatia e disfuno de ventrculo esquerdo, sintomas gastrointes-
tinais atribuveis a hepatite (esteatose heptica), miopatia, retinopatia, pancreatite e
acidose lctica9.
49
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IDADE
AO NASCER OU
EXAMES NA PRIMEIRA 1-2 6-12 12-18
4 MESES
CONSULTA MESES MESES MESES
AMBULATORIAL
Hemograma X X X X X
AST, ALT, GGT, FA, bilirrubinas X X NA NA X
Glicemia X X X NA X
Sorologia HIV(a) NA NA NA NA X(b)
CV-HIV(c) NA X X NA NA
TORCH (d)
X NA NA NA NA
Sfilis (VDRL, RPR) X NA NA NA NA
Anti-HBs(e) NA NA NA X NA
Sorologia anti-HCV NA NA NA NA X
Sorologia para HTLV 1/2 (f)
NA NA NA NA X
Sorologia para doena de Chagas (g)
NA NA NA NA X
NA: No aplicvel
Fonte: DIAHV/SVS/MS.
Notas:
(a) Sempre que houver dvidas em relao ao estado de infeco da me (p. ex., crianas abandonadas ou mes sem
documentao confivel em relao a seu estado de infeco).
(b) Caso o resultado da sorologia seja positivo ou indeterminado, recomenda-se repetir exame (ver Captulo 4).
(c) Em caso de CV-HIV detectvel, repetir imediatamente o exame (ver Captulo 4).
(d) Sorologias para toxoplasmose, rubola, citomegalovrus e herpes simples.
(e) Coletar anti-HBs para verificar soroconverso 30-60 dias aps o trmino de esquema de vacinao com 3 doses.
Crianas expostas ao HIV devem realizar esquema vacinal para hepatite B.
(f) Para as crianas cujas mes tm exame reagente para o HTLV. Caso reagente, encaminhar para servio especializado.
(g) Indicado para locais em que a doena de Chagas endmica, ou caso a me seja portadora.
50
MANEJO DE CRIANAS EXPOSTAS AO HIV
Aspectos como os efeitos dos ARV sobre o feto, incluindo o potencial de tera-
togenicidade e carcinogse, alm da farmacocintica e da toxicidade fetal, devem
ser considerados.
Risco de prematuridade:
51
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Toxicidade mitocondrial:
Convulses febris:
Alteraes cardacas:
Nos estudos que relataram disfuno mitocondrial, algumas das crianas tambm
apresentaram miocardiopatia. Adicionalmente, em avaliao da coorte do Grupo de
Estudo P2C2HIV13 que avalia alteraes cardacas e pulmonares em crianas expos-
tas ou infectadas pelo HIV verificou-se que crianas nascidas de mes infectadas,
independentemente de terem sido ou no infectadas, apresentam anormalidades car-
diovasculares persistentes, com pior funo ventricular esquerda e cardaca em relao
s crianas do grupo controle.
52
REVELAO DO
6
DIAGNSTICO DE INFECO
PELO HIV EM CRIANAS
55
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Por vezes, os cuidadores solicitam que o diagnstico seja revelado criana pelo
profissional de sade. Dessa forma, h necessidade de abordar os pontos sugeridos no
Quadro 9, a seguir, que incluem o conhecimento das preocupaes da criana, do ado-
lescente e do cuidador, bem como informaes claras sobre os riscos da no revelao
e suas consequncias.
56
REVELAO DO DIAGNSTICO DE INFECO PELO HIV EM CRIANAS
Quadro 9 Sumrio dos principais pontos a serem avaliados no processo de revelao diagnstica
57
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RECOMENDAO
CONTEDO DO TEMA
IDADE DA REVELAO PAPEL DO
A SER ABORDADO NA MTODOS
DA PVHIV DO DIAGNSTICO CUIDADOR
REVELAO
DE HIV
No recomendado Conhecer a criana: Dilogos, brincadeiras, Suporte e
perguntar sobre seu desenhos, vdeos preparo para
cotidiano, amigos, jogos revelao no
Menores favoritos etc. futuro
de 6 anos Abordar conceitos gerais Suporte para
de higiene e infeco administrao
(p. ex., lavar as mos, e tomada de
escovar os dentes). medicamentos
Introduzir o tema Ressaltar o conceito de Dilogos, brincadeiras, Suporte e apoio,
promoo sade desenhos, vdeos identificao
Evitar nomear o de barreiras
HIV Explicar criana que: Pedagogia e construo
problematizadora de estratgias
1) ela tem um germe
ou vrus que est Acompanhamento em conjunto,
adormecido ou ps-revelao desconstruo
controlado; 2) tomar os de tabus
6-8 anos medicamentos mantm Grupos de apoio
Suporte para
o germe sob controle administrao
ou adormecido para e tomada de
que a criana no fique medicamentos
doente; 3) ela deve
coletar sangue para
verificar que o germe ou
vrus est controlado ou
adormecido
Aprofundar o Explicar que o vrus ou Dilogos, brincadeiras, Suporte e apoio,
tema germe adormecido ou desenhos, vdeos identificao
controlado chama- se de barreiras
Nomear o HIV: o HIV Pedagogia e construo
germe ou vrus problematizadora de estratgias
dormente chama- Orientar a criana em conjunto,
se HIV; quanto revelao a Acompanhamento
ps-revelao desconstruo
outros de tabus
Explicar a transmisso Grupos de apoio
Suporte para
do HIV administrao
8-10 anos Reforar a importncia e tomada de
do uso da medicao medicamentos
para a manuteno da
sade
Incluir a criana nas
discusses sobre sua
sade e resultados de
exames
Discutir o conceito
de doena crnica,
processo sade/doena
Continua
58
REVELAO DO DIAGNSTICO DE INFECO PELO HIV EM CRIANAS
Continuao
RECOMENDAO
CONTEDO DO TEMA
IDADE DA REVELAO PAPEL DO
A SER ABORDADO NA MTODOS
DA PVHIV DO DIAGNSTICO CUIDADOR
REVELAO
DE HIV
Acompanhamento Nomear o HIV Dilogos, vdeos Suporte e apoio,
ps-revelao identificao
Reforar o conceito Pedagogia de barreiras e
Nomeao do de promoo sade, problematizadora construo de
hospedeiro, incentivar o adolescente estratgias em
mecanismos a manter discusses, Acompanhamento
ps-revelao conjunto para
de infeco, questionamentos quebra de tabus
introduo sobre Grupos de apoio
sade e educao Encorajar a autonomia Suporte para
sexual, uso de gradual, a tomada administrao
10-14 independente de
anos preservativos e e tomada de
prticas de sexo medicamentos e o medicamentos
seguro autocuidado
Reforar a adeso
Incluir o adolescente nas
discusses sobre sua
sade
Discutir sexualidade e
prticas de sexo seguro
Acompanhamento Nomear o HIV Dilogos, vdeos,
ps-revelao internet, aplicativos
Reforar os conceitos de
Nomeao do sade/doena, doena Pedagogia
hospedeiro, crnica, hospedeiro/ problematizadora
mecanismos parasita
de infeco, Acompanhamento
introduo sobre Aprofundar os temas ps-revelao
Acima de
sade e educao Identificar prticas Grupos de apoio
14 anos
sexual, uso de sexuais
preservativos e
prticas de sexo
seguro
Preparao para
suporte nos
relacionamentos
Fonte: DIAHV/SVS/MS.
59
MINISTRIO DA SADE
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REVELAO DO DIAGNSTICO DE INFECO PELO HIV EM CRIANAS
Compreender os sentidos da revelao, que incluem por que e o que contar e para
quem revelar a infeco pelo HIV, assim como as dimenses entre o direito ao sigilo e
a responsabilidade diante da exposio a terceiros, devem ser aspectos amplamente
abordados junto a esses adolescentes23, 24, 25, 26, 27.
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7
ADESO AO TRATAMENTO
ANTIRRETROVIRAL
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Para tanto, eles precisam aprender como administrar a medicao, entender o fun-
cionamento da terapia e assumir a responsabilidade nesse cuidado. No incio da TARV,
deve-se considerar, principalmente, a preparao e orientao dos cuidadores.
Regime teraputico:
Adolescncia:
Para apoiar a adeso dos adolescentes aos ARV, os profissionais devem manter
uma atitude de no julgamento, estabelecer relao de confiana com os usurios/
cuidadores e identificar e pactuar objetivos mutuamente aceitveis para o cuidado39, 40.
Equipe multiprofissional:
64
ADESO AO TRATAMENTO ANTIRRETROVIRAL
A equipe envolvida no cuidado deve ter sempre em mente que a adeso um desa-
fio que sofre oscilaes e requer ateno contnua. No pode ser entendida como uma
caracterstica das pessoas, e sim como um processo em que a pessoa no aderente,
mas est aderente. O acompanhamento da adeso cabe a todos os envolvidos, tendo
como principal ferramenta a abordagem de cada caso por meio do dilogo franco entre
crianas, adolescentes, cuidadores e equipe. Valorizar suas histrias de vida e vivn-
cias, alm de inclu-las no prprio cuidado, so fatores essenciais para a efetividade do
tratamento41, 42, 43.
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MTODO INTERVENO
Entrevistar a criana e o cuidador Identificar os membros da famlia que podem
ajudar
Reavaliar os ltimos dias:
Estabelecer a rotina dos medicamentos
Quem oferece os medicamentos
Mostrar as medicaes e explicar seus nomes
Horrios fornecidos
Contato com o usurio caso no se retirem as
Nomear as medicaes medicaes no perodo previsto
Onde so guardadas Simplificar esquemas e horrios, usar alarmes e
Checar a retirada da medicao na farmcia lembretes para os horrios de tomada
Observar a tomada da medicao Avaliar as dificuldades, aceitao, revelao
diagnstica
Avaliao psicolgica
Fonte: DIAHV/SVS/MS.
66
ADESO AO TRATAMENTO ANTIRRETROVIRAL
ESTRATGIAS DE ADESO
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TERAPIA ANTIRRETROVIRAL
EM CRIANAS E ADOLESCENTES
VIVENDO COM HIV
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Antes de iniciar ou trocar a TARV, a equipe de sade deve estar atenta a fatores
importantes que influenciam a adeso e tolerabilidade aos medicamentos.
70
TERAPIA ANTIRRETROVIRAL EM CRIANAS E ADOLESCENTES VIVENDO COM HIV
A evoluo da infeco pelo HIV mais rpida em crianas do que em adultos; alm
disso, os parmetros (exames de LT-CD4+ e CV) parecem menos sensveis para pre-
dizer o risco de progresso e o benefcio evidente do incio imediato da TARV, tanto
em relao a desfechos clnicos quanto para a reduo do processo inflamatrio e dos
reservatrios virais71.
GENOTIPAGEM PR-TRATAMENTO
A maioria das crianas com aquisio vertical da infeco pelo HIV tem
histrico de exposio aos ARV na vida intrauterina, perinatal e/ou ps-
natal com altas taxas de resistncia transmitida, principalmente para
AZT e NVP. A genotipagem pr-tratamento est recomendada a todas
as crianas e adolescentes para definio de um esquema eficaz.
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Para crianas menores de seis anos de idade, devem-se considerar os valores per-
centuais de linfcitos T-CD4+, conforme a Tabela 1 a seguir, pois so parmetros mais
confiveis que as variaes na contagem absoluta72.
Vale enfatizar que o incio da TARV no deve ser postergado, espera pelo resul-
tado de exames, em nenhuma hiptese.
CV-HIV:
A dinmica viral na histria natural da infeco vertical pelo HIV diferente da obser-
vada no adulto. A criana apresenta CV elevada (acima de 100.000 cpias/mL) no incio
da vida e seu sistema imune relativamente imaturo. O pico da CV ocorre por volta dos
dois meses de idade e frequentemente atinge valores superiores a 1.000.000 cpias/
mL, com taxas de declnio mais lentas do que as apresentadas em adultos, sendo difcil
definir limites precisos para a progresso da doena, principalmente no primeiro ano de
vida. A CV declina lentamente a uma taxa mdia de 0,6 log/ano nos primeiros dois anos
de vida e de 0,3 log/ano at os quatro ou cinco anos de idade.
72
TERAPIA ANTIRRETROVIRAL EM CRIANAS E ADOLESCENTES VIVENDO COM HIV
> Se no houver queda maior que 1 log da CV-HIV basal, solicitar nova
CV em quatro semanas;
O esquema antirretroviral inicial deve ser estruturado com trs ARV, sendo dois
ITRN, mais um terceiro ARV, que pode ser de classe teraputica diferente, dependendo
da faixa etria do usurio, como discutido neste captulo79.
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INCIO DE TRATAMENTO
FAIXA ETRIA PREFERENCIAL ALTERNATIVO
ITRN 3o ARV ITRN 3o ARV
14 dias a 3 meses AZT + 3TC LPV/r AZT + 3TC NVP
3 meses a 2 anos ABC + 3TC
(a)
LPV/r AZT + 3TC NVP
2 anos a 3 anos ABC + 3TC
(a)
RAL AZT + 3TC NVP
AZT + 3TC
3 anos a 12 anos ABC(a) + 3TC RAL EFV
TDF(b) + 3TC
ABC(a) + 3TC
Acima de 12 anos(c) TDF(b) + 3TC DTG EFV
AZT + 3TC
Fonte: DIAHV/SVS/MS.
Notas:
(a) Indicar ABC aps resultado de exame de HLA*B5701. A indisponibilidade do resultado do exame no deve postergar
o incio da TARV, podendo-se iniciar o tratamento com esquema alternativo.
(b) A partir de 35kg.
(c) Para mais informaes, consultar o PCDT HIV Adultos (<http://www.aids.gov.br/pcdt>).
A associao ABC + 3TC tem se mostrado to ou at mais potente do que AZT + 3TC.
Terceiro ARV
A escolha do terceiro ARV para a composio do esquema ARV inicial est descrita
no Quadro 12.
74
TERAPIA ANTIRRETROVIRAL EM CRIANAS E ADOLESCENTES VIVENDO COM HIV
Dependendo da faixa etria, o esquema inicial pode ser, por exemplo, para ITRN +
IP ou ITRN + INI.
Esquema alternativo
As caractersticas da classe dos ITRNN so: baixa barreira gentica, em que uma
nica mutao pode conferir resistncia; resistncia cruzada entre NVP e EFV, podendo
comprometer a etravirina; risco raro de reaes adversas graves: Sndrome de Stevens-
Johnson e hepatotoxicidade (maior com a NVP); potencial interao com medicamentos
de metabolismo heptico82, 83.
A NVP prescrita para crianas menores de trs anos de idade, pois o EFV no tem
indicao nessa faixa etria. Nos primeiros 14 dias, usa-se a posologia de 200mg/m2
em dose nica diria, para reduzir o risco de toxicidade, e, a seguir, 200mg/m2 de 12 em
12 horas (dose mx. 200mg 12/12h).
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A pesquisa de histria clnica em cada visita, aps o incio do esquema ARV, deve
avaliar mudanas em relao ao quadro basal, ocorrncia de efeitos adversos, adeso
(dificuldades para administrar o esquema ARV) e identificao de empecilhos para con-
tinuar o acompanhamento planejado (p. ex., retorno para consultas, coleta de exames).
Ao mesmo tempo, o aumento de apetite, o ganho pndero-estatural e a melhora de
disposio/atividade podem sugerir boa resposta teraputica logo nas primeiras visi-
tas, e quando identificados, devem ser valorizados como reforo positivo associado
efetividade e adeso ao tratamento.
76
TERAPIA ANTIRRETROVIRAL EM CRIANAS E ADOLESCENTES VIVENDO COM HIV
A SIR pode ser de dois tipos. A primeira chamada de SIR desmascarada, por se
caracterizar por infeco oportunista oculta e subclnica, com patgeno geralmente
detectvel. A segunda denominada SIR paradoxal e se caracteriza por recrudescn-
cia ou relapso de infeco tratada com sucesso anteriormente e marcada ativao
imune induzida por antgeno, com nenhum ou poucos patgenos detectveis. Pode
apresentar-se com adenomegalias, febre, perda de peso e piora de sintomas respira-
trios e radiolgicos.
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Pessoas com CV indetectvel nos ltimos seis meses, com boa adeso
e sem manifestao clnica de falha imunolgica podem realizar a troca de
esquema ARV com segurana72, 73, 79, 80.
um medicamento da classe dos INI, que apresenta melhor eficcia, alta barreira
gentica, melhor posologia, menor toxicidade e menos interaes medicamentosas,
fatores essenciais no manejo da populao peditrica.
78
9
FALHA TERAPUTICA EM
CRIANAS E ADOLESCENTES
VIVENDO COM HIV
Assim, a falha deve ser confirmada por dois testes de CV, com intervalo mnimo de
quatro semanas de coleta entre eles65, 88, 89.
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FALHA TERAPUTICA EM CRIANAS E ADOLESCENTES VIVENDO COM HIV
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FALHA TERAPUTICA EM CRIANAS E ADOLESCENTES VIVENDO COM HIV
O T20 (ENF) pode ser utilizada nessa faixa etria, mas, devido sua via de adminis-
trao (subcutnea), baixa barreira gentica e alto custo, constitui um medicamento de
uso reservado para pessoas sem outras opes que permitam estruturar esquemas
de resgate65, 89, 90 (Quadro 15).
Quadro 15 ARV disponveis para troca de esquema aps falha teraputica, de acordo com a
faixa etria e ordem de preferncia do IP
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O esquema inicial com 2 ITRN + 1 IP permite abordar a primeira falha com a troca por
2 ITRN + 1 INI ou 1 ITRNN, dependendo da faixa etria e genotipagem.
Se o esquema inicial for composto por 2 ITRN + 1 INI, a troca pode ser para 2 ITRN +
1 IP ou 1 ITRNN, de acordo com a faixa etria.
Nas crianas expostas NVP no perodo neonatal, que receberam esquema inicial
com 2 ITRN + 1 IP/r, deve-se realizar a troca para 2 ITRN + 1 INI. Se no for possvel uti-
lizar INI, pode-se utilizar ITRNN, especialmente quando a genotipagem pr-tratamento
mostrou sensibilidade a essa classe. Entretanto, esse grupo pode apresentar muta-
es de resistncia arquivadas para ITRNN.
Faixa
etria ITRNN IP INI
Inibidor Inibidor
de fuso de CCR5
14 dias
at 2 anos NVP LPV/r NA NA NA
2 a 6 anos NVP
LPV/r, FVP/R,
EFV, para maiores RAL NA NA
TPV/r
de 3 anos
NA: no se aplica
Fonte: DIAHV/SVS/MS.
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FALHA TERAPUTICA EM CRIANAS E ADOLESCENTES VIVENDO COM HIV
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O teste de genotipagem deve ser realizado em vigncia da TARV, uma vez que os
vrus selvagens substituem rapidamente os vrus mutantes no plasma, na ausncia da
presso seletiva117, 118.
Pela possibilidade de resistncia cruzada entre alguns ARV de uma mesma classe,
a utilizao de um novo medicamento de uma classe j utilizada no garante de que o
mesmo seja plenamente ativo; em especial, isso vale para os ITRNN.
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FALHA TERAPUTICA EM CRIANAS E ADOLESCENTES VIVENDO COM HIV
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Tipranavir (TPV/r): considerado um IP de uso restrito para resgate, em pacientes em falha virolgica, a
partir de dois anos de idade, segundo os critrios a seguir:
Teste de genotipagem recente com o perfil:
TPV/r: atividade plena (S) e LPV/r e FPV/r com resistncia intermediria (I) ou completa (R).
Darunavir (DRV/r): considerado um IP de uso restrito para resgate, em pacientes em falha virolgica, a
partir de 6 anos de idade, segundo os critrios a seguir:
Teste de genotipagem recente com o perfil:
DRV/r: atividade plena (S) e LPV/r e FPV/r com resistncia intermediria (I) ou completa (R).
DRV/r: resistncia intermediria (I) e ausncia de outro IP/r com atividade plena (S).
Se o TPV/r e o DRV/r apresentarem o mesmo perfil de resistncia, com atividade plena (S) ou com
resistncia intermediria (I), a escolha entre ambos na estruturao do esquema de resgate depender do
nmero de mutaes para cada um deles, da faixa etria da criana e da capacidade de deglutir comprimidos.
Etravirina (ETR): recomendada para situaes em que, mesmo com a utilizao de DRV/r e RAL, a chance
de obteno de supresso viral seja considerada baixa. Alm disso, s poder ser indicada caso se demonstre
sensibilidade plena (S) ETR e resistncia documentada ou falha prvia aos outros ITRNN (EFV e NVP).
Ressalta-se que a genotipagem pode subestimar a resistncia ETR e que esse ARV apresenta
interaes medicamentosas frequentes, sendo incompatvel com TPV e ATV. No Brasil, esse
medicamento s est aprovado para maiores de 18 anos128, 129.
Enfuvirtida (T20/ENF): permanece como ARV reservado para pacientes sem outras opes que
permitam estruturar esquemas potentes de resgate. Observaes sobre o uso da T20/ENF:
Recomenda-se a realizao de genotipagem de novos alvos para pacientes em uso de ENF que
estejam em falha virolgica. Caso a genotipagem mostre resistncia ENF, esse medicamento
deve ser retirado do esquema, uma vez que no apresenta atividade residual.
Recomenda-se a substituio da T20/ENF em esquemas de resgate em razo de sua toxicidade,
dificuldades na aplicao e eventos adversos relacionados.
Maraviroque (MVC): recomendado para situaes em que, mesmo com a utilizao de DRV/r e RAL,
a chance de obteno de supresso viral seja considerada baixa. Alm disso, s poder ser indicado
se houver teste de tropismo viral evidenciando presena exclusiva de vrus R5, realizado no mximo
6 meses antes do incio do novo esquema130.
Fonte: DIAHV/SVS/MS.
94
FALHA TERAPUTICA EM CRIANAS E ADOLESCENTES VIVENDO COM HIV
Pacientes em uso de ENF h mais de 4 meses, com sucesso virolgico (CV-HIV indetectvel).
Pacientes virgens de RAL ou aqueles com uso prvio desse medicamento, com teste de resistncia
na integrase demonstrando sensibilidade.
ltima CV-HIV realizada no mximo h 60 dias.
Fonte: DIAHV/SVS/MS.
Esses pacientes necessitam ser seguidos com mais ateno e, assim que houver a
possibilidade da melhora da adeso, deve-se solicitar CV e seguir o manejo orientado
na Figura 4, acima.
95
10
MANEJO CLNICO E FARMACOLGICO
DE EVENTOS ADVERSOS
ASSOCIADOS TARV EM
CRIANAS E ADOLESCENTES
10.1 Princpios
A morbimortalidade relacionada infeco pelo HIV foi significativamente reduzida
com o uso da TARV. Porm, a necessidade de uso continuado dos ARV est associada
ao surgimento de complicaes, incluindo alteraes hepticas, renais, cardiovasculares
e sseas, alm do metabolismo da glicose e dos lipdios. Esse quadro requer monito-
ramento a cada trs a seis meses e aps as trocas de esquema ARV. Cada classe de
medicamentos tem efeitos colaterais particulares, embora algumas alteraes possam
ser causadas por mais de um ARV e por interaes medicamentosas com outros fr-
macos de uso clnico geral132, 133, 134, 135.
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A toxicidade dos ARV um grande obstculo para o uso de TARV. Um dos principais
propsitos dos ARV atuais a reduo dos efeitos colaterais, que podem ser agudos
(nos primeiros dias ou semanas aps o incio da terapia) ou tardios. A adeso muitas
vezes prejudicada pelos efeitos colaterais dos medicamentos, que causam alteraes
na rotina diria.
Efeitos colaterais tais como vmitos e diarreia podem ser transitrios e tendem a
se resolver com o tempo; entretanto, podem ser necessrios monitorao, tratamento
sintomtico e suporte. As orientaes corretas s PVHIV sobre os sintomas na adapta-
o aos ARV so muito importantes para a adeso ao tratamento136.
Fatores de risco associados incluem doena avanada pelo HIV, uso de d4T, ITRNN, IP
e ARV triplos/combinados. A relao causal entre uso de ARV e lipodistrofia complexa,
pois envolve a exposio mltipla a diversos ARV e mudanas fisiolgicas na compo-
sio corprea durante a infncia e adolescncia. Efeitos colaterais tardios devem ser
monitorados e pesquisados (p. ex., hipertenso portal no cirrtica causada pelo ddI).
98
MANEJO CLNICO E FARMACOLGICO DE EVENTOS ADVERSOS ASSOCIADOS TARV EM CRIANAS E ADOLESCENTES
10.2 Antirretrovirais
Nevirapina (NVP)
Est associada a exantema cutneo, hepatite e SSJ, o que ocorre geralmente den-
tro dos primeiros meses de exposio. O exantema e a hepatite so menos comuns
quando esse medicamento iniciado com a metade da dose nas duas primeiras sema-
nas de uso, adotando-se a dose plena aps esse perodo. A NVP no pode ser usada
em crianas com disfuno heptica ou com a administrao concomitante de outros
medicamentos hepatotxicos.
O exantema menos observado com o uso de EFV do que com o uso de NVP; entre-
tanto, no h dados suficientes que corroborem a troca da NVP pelo EFV nos casos de
reaes dermatolgicas de hipersensibilidade, pois a reincidncia de exantema foi rela-
tada em mais de 12% em adultos aps tal substituio.
Etravirina (ETR)
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Sexualmente Transmissveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais MANEJO DA INFECO PELO HIV EM CRIANAS E ADOLESCENTES
O TDF est associado com alterao ssea e renal, impedindo o uso preferencial de
um ITRN em crianas abaixo de seis anos ou com menos de 35kg. Estudos de toxici-
dade ssea associada ao TDF em crianas j experimentadas encontraram resultados
conflitantes112, 141, 142, 143, 144. Foi observada perda mineral ssea significativa em crianas
menores e pr-pberes e naquelas com grande exposio a altas doses ou uso con-
comitante de IP109. Na maioria das crianas com TARV contendo TDF, o z-Score da
densidade mineral ssea aps uma queda tende a se estabilizar.
100
MANEJO CLNICO E FARMACOLGICO DE EVENTOS ADVERSOS ASSOCIADOS TARV EM CRIANAS E ADOLESCENTES
O uso de ITRN, em particular d4T, ddI e em menor grau AZT, est associado com
lipoatrofia, neuropatia perifrica, acidose lctica e toxicidade mitocondrial.
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Sexualmente Transmissveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais MANEJO DA INFECO PELO HIV EM CRIANAS E ADOLESCENTES
O DTG no est recomendado para menores de 12 anos; seu uso pode estar asso-
ciado a alteraes de enzimas hepticas, principalmente nas coinfeces HIV-HBV,
HIV-HCV e reaes de hipersensibilidade grave. Pode ocorrer aumento da creatinina
srica em torno de 10%, porm sem alterao na taxa de filtrao glomerular. No
houve descontinuao do DTG devido a toxicidade renal ou tubulopatia150, 151.
10.3 Dislipidemia
As crianas devem realizar exames laboratoriais (perfil metablico, funo renal e
funo heptica) pr-tratamento e assim que um novo medicamento introduzido152,
153, 154
; se esses exames estiverem sem alteraes, realizar monitoramento a cada seis
meses (ver Quadro 21).
102
MANEJO CLNICO E FARMACOLGICO DE EVENTOS ADVERSOS ASSOCIADOS TARV EM CRIANAS E ADOLESCENTES
Aps dois anos de idade, os pacientes com dislipidemia devem receber orientao
alimentar, o que pode determinar a diminuio dos nveis de colesterol srico.
10.3.3 Hipolipemiantes
O uso de hipolipemiantes preconizado para casos com LDL-C acima de 190mg/dL
ou nveis superiores a 160mg/dL e presena de fatores de risco, sabendo-se que o HIV
um fator de risco relacionado com doena coronariana.
Nas crianas em uso de ARV, preconiza-se o uso de duas estatinas pela facilidade e
eficincia: pravastatina (preferencial) e atorvastatina (alternativa).
103
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Sexualmente Transmissveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais MANEJO DA INFECO PELO HIV EM CRIANAS E ADOLESCENTES
Quadro 22 Medicaes hipolipemiantes para crianas e adolescentes com infeco pelo HIV155
104
MANEJO CLNICO E FARMACOLGICO DE EVENTOS ADVERSOS ASSOCIADOS TARV EM CRIANAS E ADOLESCENTES
Os fatores de risco so variados, tais como a TARV, fatores virais, fatores imunol-
gicos, gentica, sedentarismo e dieta. A resistncia insulina um efeito adverso da
TARV descrito na populao adulta, principalmente com uso de IP. O aparecimento da
resistncia insulina pode levar ao DM154. Os fatores associados so as alteraes fisio-
lgicas da resistncia insulina e alteraes corporais que aparecem com a maturao
sexual, alm de fatores virais.
105
MINISTRIO DA SADE
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Sexualmente Transmissveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais MANEJO DA INFECO PELO HIV EM CRIANAS E ADOLESCENTES
HIV. Nas crianas com HIV, os principais fatores associados diminuio da densidade
ssea so: atraso no crescimento e na maturao sexual, etnia, durao e gravidade da
doena, baixo ndice de massa corprea, histria de perda de peso, esteroides, presena
de lipodistrofia e uso de TDF.
106
MANEJO CLNICO E FARMACOLGICO DE EVENTOS ADVERSOS ASSOCIADOS TARV EM CRIANAS E ADOLESCENTES
Cerca de 4% das crianas tratadas com TDF apresentam hipofosfatemia e 25% pro-
teinria. O monitoramento de pacientes em uso de TDF deve ser realizado com exames de
funo renal a cada seis meses. O manejo dessa intercorrncia a descontinuao do TDF.
> Homem: ClCr = [(140 - idade) x peso (kg)) / (creatinina srica x 72)]
> Mulher: ClCr = [(140 - idade) x peso (kg)) / (creatinina srica x 72)] x 0,85
107
108
Quadro 23 Efeitos da TARV associados ao sistema nervoso central e respectivo manejo adaptado de Guidelines for the Use of Antiretroviral Agents in
Pediatric HIV Infection3
MINISTRIO DA SADE
LPV/r em Aparecimento: 1-6 dias aps Desconhecida em Prematuridade Evitar o uso de LPV/r Descontinuar LPV/r;
soluo introduo da terapia neonatos recebendo em RN com menos de deve resolver em 1-5
LPV/r em soluo Baixo peso ao nascimento 14 dias dias
Etanol e Neonatos/pr-termo
propilenoglicol Idade < 14 dias (prematuro
como Depresso global do SNC (EEG e a termo)
Depresso global
Sexualmente Transmissveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais
Departamento de Vigilncia, Preveno e Controle das Infeces
EFV 1-2 dias aps incio da terapia Varivel dependendo Insnia Administrao com Dosagem srica
da idade, sintoma e do estmago vazio, da medicao; se
Podem se manter ou diminuir em mtodo de avaliao Presena de preferencialmente no maior que 4mcg/
at 2-4 semanas. Podem persistir polimorfismos da horrio de dormir, noite mL, considerar
em uma significante proporo Crianas: CYP450, que diminuem o substituio
de pacientes: em um estudo, 37% metabolismo Usar com cautela
com sintomas persistentes em 24% para quaisquer na presena de
at 12 meses; em outro estudo, sintomas; em um Histria prvia de doena doenas psiquitricas,
Sintomas
metade das descontinuaes estudo, 18% de psiquitrica ou uso de incluindo depresso
neuropsiquitricos
ocorreram aps 12 meses de uso descontinuao medicaes psicoativas e ideao suicida ou
e outras
manifestaes do 9% de aparecimento uso concomitante com
Sonhos anormais, psicose, medicaes psicoativas
SNC de convulses em um
ideao suicida (tentativa de/ou
suicdio) estudo em crianas
PROTOCOLO CLNICO E DIRETRIZES TERAPUTICAS PARA
109
110
Quadro 24 Efeitos metablicos da TARV e respectivo manejo adaptado de Guidelines for the Use of Antiretroviral Agents in Pediatric HIV Infection3
MONITORAMENTO/PREVENO MANEJO
COLATERAL ASSOCIADO CLNICA ESTIMADA RISCO
Secretaria de Vigilncia em Sade
IP: todos, Aparecimento: A frequncia Doenas Preveno: dieta pobre em lipdios, exerccios, Pesquisa de fatores de doena cardiovascular
especialmente a partir de 2 relatada pelo HIV preveno/interrupo de tabagismo deve ser realizada. Todos os pacientes com HIV
com reforo semanas aps o varia com o em estgio Monitoramento laboratorial: so considerados como tendo risco moderado
de ritonavir. incio da terapia regime ARV avanado para doena cardiovascular.
Menor especfico e Adolescentes:
IP: elevam Dieta rica Aconselhamento higieno-diettico; considerar
incidncia: LDL-C, TC e TG parmetros em gordura Jejum prvio de 12 horas para coleta de TG, acompanhamento com nutricionista
DRV/r e ATZ/r laboratoriais e alto teor de HDL-C, LDL-C, VLDL, colesterol a cada
ITRNN: elevam Descontinuar o d4T, considerar regimes sem IP
Sexualmente Transmissveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais
Departamento de Vigilncia, Preveno e Controle das Infeces
CK, monitorar a cada 3-4 meses no primeiro Os riscos de anormalidades lipdicas ao longo
ano e a cada 6 meses a partir de ento (ou a do tempo em crianas recebendo TARV ainda
qualquer momento, caso haja indicao) no esto claros; entretanto, a dislipidemia
Repetir a funo heptica aps 4 semanas persistente em crianas pode levar a doena
de aumento da dose dos hipolipemiantes cardiovascular prematuramente
Fonte: U.S. Department of Health and Human Services, 2017.
Quadro 25 Efeitos da TARV associados ao sistema gastrointestinal e respectivo manejo adaptado de Guidelines for the Use of Antiretroviral Agents in
Pediatric HIV Infection3
111
112
Quadro 26 Efeitos da TARV associados ao sistema hematolgico e respectivo manejo adaptado de Guidelines for the Use of Antiretroviral Agents in Pediatric
HIV Infection3
MINISTRIO DA SADE
Deficincia de ferro
Doena pelo HIV
avanada ou sem
controle
Desnutrio
Continua
Concluso
113
114
Quadro 27 Efeitos da TARV associados ao fgado e respectivo manejo adaptado de Guidelines for the Use of Antiretroviral Agents in Pediatric HIV Infection3
hipersensibilidade, com
exantema, acidose ltica e Considerar causas virais: HAV,
esteatose heptica HBV, HCV, EBV e CMV
Continua
Concluso
115
116
Quadro 28 Efeitos da TARV associados resistncia insulina, hiperglicemia assintomtica, diabetes mellitus e respectivo manejo adaptado de Guidelines for
the Use of Antiretroviral Agents in Pediatric HIV Infection3
MINISTRIO DA SADE
Resistncia insulina, Vrios ITRN Aparecimento: de Em crianas em uso de Fatores de risco para Preveno: mudana
Mudanas de hbitos
hiperglicemia semanas a meses ARV, encontram-se os DM-2: no estilo de vida
Vrios IP higieno-dietticos
assintomtica, aps o incio da TARV seguintes achados:
diabetes mellitus Lipodistrofia Monitoramento clnico:
Mudana de ITRN de
Apresentao: Glicemia de jejum coleta de glicemia pr-
Sndrome metablica d4T, ddI ou AZT para
hiperglicemia de alterada: 0%-7% tratamento, aps 3 e 6
Sexualmente Transmissveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais
TDF ou ABC
Departamento de Vigilncia, Preveno e Controle das Infeces
117
118
Quadro 30 Efeitos da TARV associados lipodistrofia e respectivo manejo adaptado de Guidelines for the Use of Antiretroviral Agents in Pediatric HIV Infection3
MANEJO
COLATERAL ASSOCIADO CLNICA ESTIMADA RISCO PREVENO
Secretaria de Vigilncia em Sade
Lipodistrofia Ver abaixo Aparecimento: aumento Varia de acordo Predisposio Ver abaixo Embora mais associada com certos ARV, a
(m distribuio para de gordura em tronco e com o mtodo de gentica mudana da terapia deve ser considerada,
da gordura associaes membros nos primeiros aferio e com o Puberdade quando presente
corprea) especficas meses de tratamento; grupo controle Prtica de exerccios, alimentao equilibrada
atrofia gordurosa Inflamao
perifrica aparece aps associada ao HIV
12-24 meses de incio da Idade avanada
Sexualmente Transmissveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais
Departamento de Vigilncia, Preveno e Controle das Infeces
tubular de creatinina, aumentando a de outras causas aumento continuar no decorrer paciente a natureza
creatinina srica sem uma mudana do tempo benigna da
verdadeira na taxa de filtrao glomerular alterao
Fonte: U.S. Department of Health and Human Services, 2017.
119
120
Quadro 32 Efeitos da TARV associados a osteopenia, osteoporose e respectivo manejo adaptado de Guidelines for the Use of Antiretroviral Agents in
Pediatric HIV Infection3
MINISTRIO DA SADE
EFEITO MONITORAMENTO/
ARV ASSOCIADO MANIFESTAO CLNICA FREQUNCIA ESTIMADA FATORES DE RISCO MANEJO
COLATERAL PREVENO
Secretaria de Vigilncia em Sade
Osteopenia e Qualquer Aparecimento: a qualquer 24%-32% de adolescentes Durao longa da Preveno: Garantir a ingesto
osteoporose regime ARV, momento, comumente aps brasileiros e tailandeses infeco pelo HIV de clcio e vitamina D
especificamente meses do incio dos ARV apresentaram um score Uso de vitamina D e adequada
TDF menor ou igual a 2,0 (92% a Maior gravidade de clcio
Apresentao: 100% tratados com ARV) doena pelo HIV Estimular a realizao de
Estmulo para realizao
Sexualmente Transmissveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais
uso de peso
Fonte: U.S. Department of Health and Human Services, 2017.
MANEJO DA INFECO PELO HIV EM CRIANAS E ADOLESCENTES
Quadro 33 Efeitos da TARV associados a neuropatia perifrica e respectivo manejo adaptado de Guidelines for the Use of Antiretroviral Agents in Pediatric
HIV Infection3
121
122
Quadro 34 Efeitos da TARV associados a exantema, reao de hipersensibilidade e respectivo manejo adaptado de Guidelines for the Use of Antiretroviral
Agents in Pediatric HIV Infection3
MINISTRIO DA SADE
Exantema Qualquer ARV Aparecimento: primeiros dias a Comum (>10% Alergia sulfa Quando comear a NVP, Exantema maculopapular moderado sem
pode causar semanas do incio da terapia adultos ou um fator de iniciar com meia dose envolvimento sistmico ou de mucosa
exantema crianas): NVP, risco para IP diariamente por 14 dias,
Apresentao: a maioria dos EFV, ETR, FPV, com molculas dose plena aps esse A maioria se resolve sem
exantemas so leves a moderados, FTC sulfonamdicas perodo. Esse esquema interveno; manter os ARV e realizar
com erupes maculopapulares monitoramento clnico
Sexualmente Transmissveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais
ENF Aparecimento: primeiros dias a Adultos e Desconhecidos Investigao rotineira dos Manter a terapia o quanto possvel
semanas do incio da terapia crianas pacientes para pesquisa mediante a tolerabilidade do paciente
MANEJO DA INFECO PELO HIV EM CRIANAS E ADOLESCENTES
continuao do medicamento. Na
reintroduo, mimetizam a reao
anafiltica
Continua
123
124
Concluso
demonstrou
Departamento de Vigilncia, Preveno e Controle das Infeces
DTG Exantema com disfuno heptica Raro Desconhecido Coleta de funo heptica Descontinuao dos ARV
em pacientes com
MANEJO DA INFECO PELO HIV EM CRIANAS E ADOLESCENTES
127
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Sexualmente Transmissveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais MANEJO DA INFECO PELO HIV EM CRIANAS E ADOLESCENTES
As queixas mais comuns so tosse seca, febre baixa, irritabilidade, falta de apetite,
perda ou reduo do ganho pndero-estatural e, ocasionalmente, sudorese vespertina.
Por outro lado, as crianas menores podem ter sintomas mais importantes, como tosse
intensa, febre elevada, sibilncia, anorexia e emagrecimento170, 171, 172.
Nas crianas com dez anos ou mais se encontram manifestaes clnicas seme-
lhantes s dos adultos, com uma frequncia maior de sintomas respiratrios.
11.1.3 Diagnstico
Para o diagnstico, recomenda-se seguir um roteiro organizado de investigao
de casos com suspeita de TB.
128
COINFECES
129
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Sexualmente Transmissveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais MANEJO DA INFECO PELO HIV EM CRIANAS E ADOLESCENTES
Prova tuberculnica
A PT pode ser indicativa de infeco por M. tuberculosis, mesmo nas crianas vaci-
nadas com BCG, embora deva ser levado em considerao um ponto de corte maior.
Nas crianas, considera-se indurao 5mm como prova indicativa de infeco por
M. tuberculosis.
130
COINFECES
Na coinfeco pelo HIV, descrita uma alta taxa de resultados falso-no reagentes
para a prova tuberculnica178.
Radiografia de trax
Diagnstico bacteriolgico
A cultura feita tradicionalmente em meio slido, por seis a oito semanas de incu-
bao, ou em meio lquido por cinco a dez dias de incubao.
131
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132
COINFECES
MANIFESTAES
FORMA EXAMES DE IMAGEM DIAGNSTICO
CLNICAS
LCR: pleocitose
moderada (at
Vmitos, irritabilidade, RX de trax alterado 500cls/mm,
febre, inapetncia, em 50%-70% com predomnio de
abaulamento de padro miliar ou outro. mononucleares,
fontanela, convulses, protenas aumentadas,
Meningoencefalite TC de crnio com
rigidez nucal, alterao glicose diminuda, ADA
de nervos cranianos, dilatao ventricular, > 9U/L.
sinais de localizao, realce na base, reas de
coma infarto, tuberculomas Sempre solicitar
baciloscopia, cultura e
teste de sensibilidade
US pode evidenciar
Solicitar bipsia,
Adenomegalias, glngios com imagem
Ganglionar baciloscopia, cultura e
fistulizao e escrfula sugestiva de contedo
teste de sensibilidade
caseoso
Lquido pleural amarelo
Tosse, dor torcica, citrino, predomnio
Pleural dificuldade respiratria, Derrame pleural linfocitrio, protenas
posio antlgica aumentadas, ADA >
40U/L. Bipsia de pleura
A TARV deve ser mantida para todas as crianas e adolescentes coinfectadas, mas,
a depender do esquema de ARV em uso, sero necessrios ajustes de doses quando
iniciada a rifampicina, prioritria na composio do esquema tuberculosttico.
133
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MOMENTO DO INCIO DE
ESTGIO CNICO DA
TARV SEGUINDO O INCIO ESQUEMA DE TARV RECOMENDADO
CRIANA COM TB
DO TRATAMENTO DE TB
Em crianas menores de 2 anos:
Regime preferencial:
2 ITRN + LPV/r
ou
Regimes alternativos:
3 ITRN (AZT + 3TC + ABC)(a)
Qualquer contagem de ou
Iniciar TARV entre 2 e 8
LT-CD4+ e qualquer estgio 2 ITRN +NVP(b) (200mg/m2)
semanas aps incio do
clnico de HIV em lactentes
tratamento de TB
e crianas
Em crianas maiores de 24 meses:
Regime preferencial:
2 ITRN + RAL
2 ITRN + EFV(c) (exceto em criana
previamente exposta a NVP)
ou
Esquema com 3 ITRN (AZT + 3TC + ABC)(a)
Fonte: DIAHV/SVS/MS.
Notas:
(a) Esquema menos potente; se indicado em virtude do tratamento de coinfeco TB-HIV, assim que o tratamento de
TB for concludo, trocar para o esquema de escolha segundo indicao vigente.
(b) Manter caso esteja em uso; realizar monitoramento de funo heptica.
(c) No h estudos que definam com preciso a dose de EFV para crianas menores de trs anos.
134
COINFECES
POCA DO CONSIDERAES
DIAGNSTICO DE ACERCA DA
TB EM RELAO CAUSA BSICA DE TB TARV QUANDO O TARV
AO ESQUEMA DE TRATAMENTO DA TB
TARV EM USO INCLUIR A RIFAMPICINA
TB decorrente de infeco Continuar com a TARV e Continuar com o mesmo
primria avaliar a necessidade de esquema de primeira
modificaes, seguindo linha; se a criana estiver
a evoluo clnica e recebendo NVP e tiver
resposta ao tratamento mais de 2 anos, trocar 3o
de TB ARV para RAL
Crianas que Se a criana for menor de
estejam recebendo 2 anos e estiver em uso
primeiro esquema de NVP, trocar para LPV/r
de TARV composto TB como manifestao Avaliar a necessidade de Nessas circunstncias,
por 2 ITRN + de SIR (considerar nos modificao do regime, a modificao para um
ITRNN quando do primeiros 6 meses de TARV) iniciar o tratamento esquema com RAL ou
diagnstico de TB de TB a resposta ao
TB como sinal de falha IP deve ser considerada,
teraputica e progresso tratamento de TB e a avaliar a possibilidade
da doena ao primeiro evoluo clnica podem segundo as informaes
esquema de TARV ser usados para decidir da situao descrita
(considerar somente se o esquema de TARV abaixo neste quadro
depois de 24 semanas do deve ser mantido ou
incio do tratamento) modificado
135
MINISTRIO DA SADE
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Sexualmente Transmissveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais MANEJO DA INFECO PELO HIV EM CRIANAS E ADOLESCENTES
O regime de TARV com dose ajustada de LPV/r (proporo de 1:1) alcana nveis
adequados de concentrao mnima na maioria das crianas recebendo esquema
tuberculosttico com rifampicina. Estudos demonstraram, ainda, que crianas em tra-
tamento para TB, com peso variando entre 3kg a 19,9kg, quando recebem LPV/r de oito
em oito horas, apresentam concentraes de LPV/r>1mg/mL175, 183, 184, 185.
A tolerncia aos esquemas muito boa na infncia. Pode haver efeitos adversos leves,
como diarreia e vmitos, passveis de serem contornados com a suspenso do esquema
teraputico por at trs dias. Na reintroduo, os efeitos, geralmente, no tornam a aparecer.
136
COINFECES
PESO DO PACIENTE
21kg 26kg 31kg 36kg 40kg
FASES DO At 20kg 45kg
MEDICAMENTOS a 25kg a 30kg a 35kg a 40kg a 45kg
TRATAMENTO
mg/ mg/ mg/ mg/ mg/ mg/
mg/kg/dia
dia dia dia dia dia dia
Rifampicina 15 (10-20) 300 450 500 600 600 600
2 meses RHZ Isoniazida 10 (7-15) 200 300 300 300 300 300
Pirazinamida 35 (30-40) 750 1.000 1.000 1.500 1.500 2.000
Rifampicina 15 (10-20) 300 450 500 600 600 600
4 meses RH
Isoniazida 10 (7-15) 200 300 300 300 300 300
Fonte: WHO, 2014.
PESO DO PACIENTE
FASES DO 21kg a 26kg 31kg a 36kg 40kg
MEDICAMENTOS At 20kg 45kg
TRATAMENTO 25kg a 30kg 35kg a 40kg a 45kg
mg/kg/dia mg/dia mg/dia mg/dia mg/dia mg/dia mg/dia
Rifampicina 15 (10-20) 300 450 500 600 600 600
2 meses RHZ Isoniazida 10 (7-15) 200 300 300 300 300 300
Pirazinamida 35 (30-40) 750 1.000 1.000 1.500 1.500 2.000
Rifampicina 15 (10-20) 300 450 500 600 600 600
10 meses RH
Isoniazida 10 (7-15) 200 300 300 300 300 300
Observaes:
1. Nos casos de concomitncia entre TB meningoenceflica ou osteoarticular e qualquer outra localizao, usar
esquema para TB meningoenceflica (10 meses da 2 fase);
2. Na meningite ou meningoencefalite tuberculosa, deve-se associar corticosteroide ao esquema antiTB:
prednisona oral (1-2mg/kg/dia) por 4 semanas ou dexametasona intravenosa nos casos graves (0,3 a 0,4mg/
kg/dia), por 4 a 8 semanas, com reduo gradual da dose nas 4 semanas subsequentes.
3. A fisioterapia na TB meningoenceflica dever ser iniciada o mais cedo possvel.
Fonte: WHO, 2014.
137
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138
COINFECES
Quadro 40 Esquema bsico com rifabutina para tratamento da TB para pessoas acima de
dez anos de idade158
A profilaxia por nove meses protege mais do que por seis meses em pessoas que
vivem com HIV, e a quantidade de doses tomadas mais importante do que o tempo
de tratamento. Assim, recomenda-se tomar 180 doses por seis a nove meses ou 270
doses por nove a 12 meses, com isoniazida (H) 10mg/kg/dia, VO, 1x/dia (dose mxima:
300mg/dia)182, 189, 190.
139
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PT 5mm;
Se a indurao for < 5mm, repetir o teste aps seis meses do incio
do tratamento (ou quando for evidenciada reconstituio imune, em
pacientes cujo tratamento se inicie na categoria imunolgica 3 ou
grave), e passar a realiz-lo anualmente. Aps viragem tuberculnica,
no necessria a repetio anual da prova.
140
COINFECES
Consulta
Assintomtico Sintomtico
** PT 5mm (em crianas no vacinadas com BCG, crianas vacinadas h mais de 2 anos ou portadora de qualquer
condio imunossupressora, crianas indgenas, independentemente da vacinao por BCG); ou 10mm em
crianas vacinadas com BCG h menos de 2 anos.
Se a PT for 5 mm, a QP deve ser mantida por mais trs meses; caso
contrrio, interrompe-se o uso da isoniazida e pode ser considerada a
vacinao com BCG (Figura 6).
141
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RN
coabitante de caso
ndice bacilfero
Iniciar QP primria e
no vacinar com BCG
3 meses,
depois fazer PT
Manter o tratamento Suspender o
por mais 3 meses e PT 5mm PT < 5mm tratamento e vacinar
no vacinar com a BCG para BCG
Fonte: DIAHV/SVS/MS.
Crianas diagnosticadas com coinfeco pelo HBV devem realizar exames, quando
disponveis, de pesquisa para o HDV com IgM, IgG e CV, quando a criana proceder de
rea endmica para hepatite delta.
142
COINFECES
Para mais informaes sobre crianas expostas aos vrus das hepatites B, Delta e C
ao nascimento, consultar o Protocolo Clnico e Diretrizes Teraputicas para a Preveno
da Transmisso Vertical de HIV, Sfilis e Hepatites Virais, disponvel em <http://www.
aids.gov.br/pcdt>.
A coinfeco pelo HIV tem um impacto importante no curso da infeco pelo HBV.
H uma progresso mais rpida para cirrose e carcinoma hepatocelular, maior morta-
lidade relacionada a doena heptica e pior resposta ao tratamento em comparao
com pessoas portadoras de HBV no infectadas pelo HIV.
Indivduos infectados pelo HIV que desenvolvem hepatite aguda pelo HBV tm
cinco a seis vezes mais chance de se tornarem portadores crnicos do HBV quando
comparados a indivduos soronegativos para o HIV.
143
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Crianas nascidas de mes infectadas pelo HBV e positivas tanto para o HBsAg
quanto para o HBeAg tm maior risco para aquisio da infeco (entre 70%-100%)
quando comparadas quelas nascidas de mes positivas para o HBsAg e que clarearam
o HBeAg (entre 5%-30% de risco de transmisso vertical)200.
144
COINFECES
145
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146
COINFECES
Sfilis congnita
Sfilis adquirida
Diagnstico laboratorial
Rastreamento de casos
Crianas e adolescentes vivendo com HIV devem ser testados para sfilis na pri-
meira consulta, na abordagem da criana exposta ao HIV ou no diagnstico do HIV. Uma
triagem mais frequente pode ser apropriada, com base nos comportamentos de risco
individuais e na epidemiologia local.
Neurossfilis
147
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Tratamento
148
COINFECES
Seguimento clnico
O monitoramento laboratorial realizado por meio de testes imunolgicos no
treponmicos.
149
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A parceria sexual da pessoa diagnosticada com sfilis deve ser avaliada clinica-
mente, testada e tratada presuntivamente com regimes descritos nas recomendaes
atuais, pelo alto risco de infeco por sfilis.
150
INFECES OPORTUNISTAS
12
EM CRIANAS E ADOLESCENTES
VIVENDO COM HIV
A forma mais comum de aquisio de IO em crianas se d por meio das mes infec-
tadas. Mulheres vivendo com HIV tm maior probabilidade de adquirir e transmitir uma
IO (p. ex., tuberculose) para outros membros familiares, como crianas vivendo e convi-
vendo com HIV. Alm disso, os anticorpos que passam pela placenta e que protegem as
crianas contra algumas infeces srias podem ser menos efetivos ou estar presentes
em menor quantidade do que nas crianas de mulheres no infectadas.
153
MINISTRIO DA SADE
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Sexualmente Transmissveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais MANEJO DA INFECO PELO HIV EM CRIANAS E ADOLESCENTES
Profilaxia primria
Primeira escolha:
Alternativas:
Atovaquona:
154
INFECES OPORTUNISTAS EM CRIANAS E ADOLESCENTES VIVENDO COM HIV
Crianas acima de 12 anos de idade: 1.500mg, via oral, uma vez por dia.
Profilaxia secundria
Primeira escolha:
SMX-TMP 750mg SMX/m2 ao dia, duas doses, trs vezes por semana, em dias
consecutivos, ou dose total uma vez por dia, em dias consecutivos, ou duas doses, trs
vezes por semana, em dias alternados, ou duas doses, todos os dias da semana.
Alternativas
Atovaquona:
Mycobacterium tuberculosis
Crianas com idade inferior a cinco anos e aquelas com HIV tm maior susceptibili-
dade a desenvolver TB, com pico nos 12 meses aps a infeco. Ocorre doena progressiva,
inclusive meningite e sepse micobacteriana, mais comuns em crianas pequenas e com
comprometimento imunolgico mais grave213. Para detalhes, consultar Captulo 11.
155
MINISTRIO DA SADE
Secretaria de Vigilncia em Sade
Departamento de Vigilncia, Preveno e Controle das Infeces PROTOCOLO CLNICO E DIRETRIZES TERAPUTICAS PARA
Sexualmente Transmissveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais MANEJO DA INFECO PELO HIV EM CRIANAS E ADOLESCENTES
Varicella zoster
A profilaxia primria est indicada nas seguintes situaes:
Primeira escolha:
VZIG: 125 unidades (1 frasco)/10kg (mximo de 625 unidades cinco frascos), IM,
em at dez dias do contgio; melhor nas primeiras 48 horas, se possvel.
Alternativas:
Toxoplasma gondii
O principal modo de transmisso da infeco por T. gondii em crianas a via congnita,
ocorrendo quase exclusivamente em RN de mes que adquiriram a infeco durante a ges-
tao. Crianas mais velhas, adolescentes e adultos jovens tipicamente adquirem a infeco
por via oral, pela alimentao ou ingesto acidental dos oocistos em solo ou gua contami-
nados. O risco estimado de transmisso materno-fetal em mulheres no infectadas pelo HIV
durante a gestao de 29%, variando em relao ao perodo gestacional em que a infeco
ocorre. A taxa geral de transmisso materno-infantil do T. gondii em mulheres infectadas
pelo HIV no conhecida; entretanto, alguns poucos casos de transmisso materno-infantil
em mulheres vivendo com HIV e gestantes so relatados214, 215.
A sorologia deve ser realizada em todas mulheres com HIV durante o pr-natal, pois
a imunossupresso, mesmo em casos de infeco crnica, pode levar reativao e
transmisso para o feto214.
Profilaxia primria:
A profilaxia primria est indicada quando o paciente tiver sorologia positiva (IgG)
para toxoplasmose e grave imunodepresso, ou quando o exame de LT-CD4+ estiver
156
INFECES OPORTUNISTAS EM CRIANAS E ADOLESCENTES VIVENDO COM HIV
abaixo de 15% em crianas com menos de seis anos de idade, ou quando a contagem de
LT-CD4+ for menor que 100 cls/mm3 em crianas com mais de seis anos.
Primeira escolha:
Alternativas:
Sulfadiazina 75mg/kg/dia, via oral, duas vezes por dia + pirimetamina 1mg/
kg/dia, uma vez por dia + cido folnico 5-10mg/dia, trs vezes/semana.
Profilaxia secundria
Primeira escolha:
Alternativas:
Atovaquona:
Os critrios de suspenso sero avaliados caso a caso de acordo com as condies cl-
nicas, supresso viral e contagem de LT-CD4+ (deve estar 15% por no mnimo seis meses).
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Micobacteriose atpica
O complexo Mycobacterium avium (MAC) refere-se s mltiplas espcies relatadas
como micobactrias no tuberculosas (p. ex., Mycobacterium avium, Mycobacterium
intracellulare e Mycobacterium paratuberculosis).
A MAC foi a segunda maior causa de infeco oportunista em crianas HIV infec-
tadas, antes da era da TARV. Presume-se que a MAC seja adquirida em exposies
rotineiras, pelas vias inalatria e inoculatria ou pela ingesto. A colonizao do trato
respiratrio e gastrointestinal pode levar disseminao da doena. A MAC pode se
apresentar como linfadenite214, 215.
Profilaxia primria
Primeira escolha:
Alternativa:
Profilaxia secundria
Primeira escolha:
Alternativa:
Criptococose
A maioria dos casos de criptococose em pacientes infectados pelo HIV causada
pelo Cryptococcus neoformans; o Cryptococcus gattii (Cryptococcus neoformans,
158
INFECES OPORTUNISTAS EM CRIANAS E ADOLESCENTES VIVENDO COM HIV
Primeira escolha:
Alternativas:
Os critrios de suspenso sero avaliados caso a caso de acordo com as condies cl-
nicas, supresso viral e contagem de LT-CD4+ (deve estar 15% por no mnimo seis meses).
Histoplasmose
A profilaxia somente secundria e a indicao histrico de doena prvia.
Primeira escolha:
Alternativa:
Os critrios de suspenso sero avaliados caso a caso de acordo com as condies cl-
nicas, supresso viral e contagem de LT-CD4+ (deve estar 15% por no mnimo seis meses).
Citomegalovirose
A profilaxia somente secundria, sendo indicada para doena prvia.
Primeira escolha:
Ganciclovir 6mg/kg/dia, IV, cinco vezes por semana, ou 10mg/kg/dia, IV, trs vezes
por semana.
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Alternativa:
No h214, 215.
Leishmaniose visceral
A leishmaniose considerada oportunista em casos de imunossupresso grave,
devendo ser abordada prontamente, pela gravidade observada em muitos pacien-
tes216, 217, 218. de fcil manejo e necessita de monitoramento clnico e laboratorial.
Primeira escolha:
Alternativa:
Profilaxia primria
Primeira escolha:
IVIG 400mg/kg/ms.
160
INFECES OPORTUNISTAS EM CRIANAS E ADOLESCENTES VIVENDO COM HIV
Alternativas:
Profilaxia secundria
Primeira escolha:
IVIG 400mg/kg/ms.
Alternativa:
Candidase
As infeces fngicas mais comuns so causadas pela Candida sp. As doenas
localizadas decorrentes de Candida sp caracterizam-se por invaso tecidual limitada
a pele e mucosas, como doena oral e esofagiana, vulvovaginte e dermatite. Uma
vez que o agente ultrapasse a superfcie e haja disseminao hematognica, pode
ocorrer candidemia, meningite, endocardite, doena renal, endoftalmite e doenas
hepatoesplnicas.
Profilaxia secundria
Primeira escolha:
Alternativa:
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Herpes vrus
O aciclovir a medicao de escolha para o tratamento de herpes local ou dis-
seminado em crianas, independentemente da classificao da infeco pelo HIV. No
perodo neonatal, o tratamento deve ser realizado com altas doses de aciclovir (20 mg/
kg/dia) por 21 dias, em caso de acometimento do SNC e doena disseminada, e por 14
dias para acometimento cutneo, de olhos ou de boca.
Profilaxia secundria
Primeira escolha:
Aciclovir 400mg, VO, trs vezes por dia, por cinco dias/semana;
ou
Valaciclovir 1g, VO, duas vezes por dia, por cinco dias/semana.
Alternativa:
No h224, 225.
Doena de Chagas
Cabe ressaltar algumas consideraes sobre a DC, vez que o Brasil um pas end-
mico para esse agravo; alm disso, a maior prevalncia da infeco pelo HIV em crianas
tem ocorrido em regies de alta endemicidade da DC.
A coinfeco pelo HIV e Trypanosoma cruzi foi descrita pela primeira vez na
dcada de 90. Desde ento, vrios casos tm sido relatados; os efeitos dessa coin-
feco ainda no esto esclarecidos e pouco se sabe sobre o impacto de uma infeco
sobre a outra. Recomenda-se realizar triagem sorolgica da me infectada pelo HIV
e do RN exposto. Porm, mais estudos so necessrios para melhor caracterizar a
associao encontrada.
162
INFECES OPORTUNISTAS EM CRIANAS E ADOLESCENTES VIVENDO COM HIV
Grande parte dos pacientes infectados por HIV com reativao da DC evoluiu para
bito antes mesmo do diagnstico etiolgico ou durante o tratamento especfico para
a doena. A elevada letalidade registrada (at 100%), particularmente na presena de
meningoencefalite, ocorreu nos casos no diagnosticados ou diagnosticados e trata-
dos tardiamente. A mortalidade de 80% quando o tratamento retardado por pelo
menos 30 dias do incio do quadro, mas reduz-se para 20% quando o tratamento ins-
titudo dentro de 30 dias.
Definio diagnstica
Recomenda-se que toda pessoa infectada pelo HIV com histria epidemiolgica
compatvel com infeco por T. cruzi deva ser avaliada por testes sorolgicos padro-
nizados (hemaglutinao indireta, imunofluorescncia indireta e ELISA). A avaliao
sorolgica o padro-ouro para diagnstico da DC na fase crnica, apesar de no con-
firmar o diagnstico da reativao.
Na maioria dos casos, a reativao foi descrita no SNC, seguido pelo corao, e
caracterizada clinicamente por sinais de doena aguda, sendo a febre a principal mani-
festao. O quadro clnico focal de cada rgo acometido inespecfico; para o SNC,
varia desde cefaleia a sinais de hipertenso intracraniana, convulses, localizao
motora e coma, gerando confuso diagnstica, principalmente com meningoencefalite
por toxoplasmose e tumores do sistema nervoso central (em especial linfomas). Entre
as principais caractersticas diferenciais da meningoencefalite por T. cruzi em relao
quela por Toxoplasma gondii incluem-se: sede das leses mais frequente na substn-
cia branca do que na cinzenta, sem descrio nos ncleos da base; hemorragia difusa nas
reas necrticas; grande presena de parasitas nos tecidos; leses mielnicas frequen-
tes e de maior intensidade; leptomeninges com acometimento difuso e de intensidade
varivel; menor frequncia e intensidade de vasculite necrosante e trombose.
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IMUNIZAES EM CRIANAS E
13
ADOLESCENTES COM HIV/AIDS
Observaes importantes:
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Quadro 43 Calendrio de vacinao indicado para as crianas e adolescentes vivendo com HIV (adaptado do calendrio de vacinao do PNI)226
Adolescente 3 Uma
gestante(h) doses(e) dose(g)
(a)
Hepatite B - dose dobrada; (b) HiB - 2 doses at menores de 19 anos caso nunca vacinados anteriormente; (c) Meningoccica C, Trplice viral e Varicela - 2 doses caso no vacinados anteriormente;
(d)
PNM 23 - aplicar uma segunda dose 5 anos aps a primeira; (e) A depender da situao vacinal; (f) Caso no vacinado anteriormente; (g) A cada gestao a partir da 20 semana de gestao;
(h)
Alm das vacinas mencionadas acima.
Fonte: BRASIL, 2017b.
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A criana que chega ao servio ainda no vacinada poder receber BCG aps
os 18 meses de idade, se assintomtica e sem sinais de imunodepresso e
com prescrio mdica.
No se indica a revacinao.
Reforos:
Ps-vacinao:
170
IMUNIZAES EM CRIANAS E ADOLESCENTES COM HIV/AIDS
Utilizar de acordo com o esquema bsico de rotina do PNI. Doses aos dois,
quatro e seis meses.
Reforos:
Aplicar uma dose de reforo aos 15 meses com vacina penta e um segundo
reforo com DTP (vacina difteria, ttano e coqueluche de clulas inteiras) aos
quatro anos de idade.
Reforos:
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Deve-se utilizar a vacina inativada (VIP) aos dois meses de idade da criana,
em trs doses, com intervalo de dois meses.
Reforos:
Administrar duas doses, aos dois e quatro meses de idade. A primeira dose
pode ser administrada a partir de um ms e 15 dias at trs meses e 15 dias.
A segunda dose pode ser administrada a partir de trs meses e 15 dias at
sete meses e 29 dias. Manter intervalo mnimo de 30 dias entre as doses.
Reforos:
172
IMUNIZAES EM CRIANAS E ADOLESCENTES COM HIV/AIDS
Reforos:
Aplicar a partir dos seis meses de idade. Crianas com menos de nove anos
de idade, ao receberem a vacina pela primeira vez, requerem duas doses com
intervalo de quatro a seis semanas.
Reforos:
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Em maiores de cinco anos com LT-CD4+ > 200 cls/mm3 por pelo menos
seis meses, a vacina deve ser administrada em trs doses, respeitando o
intervalo mnimo de quatro semanas entre as doses.
Deve ser aplicada aos 12 e aos 15 meses de idade, juntamente com a tetraviral.
174
IMUNIZAES EM CRIANAS E ADOLESCENTES COM HIV/AIDS
Reforos:
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IMUNIZAES EM CRIANAS E ADOLESCENTES COM HIV/AIDS
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PROFILAXIAS PS-EXPOSIO
14
(PEP) E PR-EXPOSIO (PrEP)
DE RISCO INFECO PELO HIV
14.1 PEP
A Profilaxia Ps-Exposio ao HIV (PEP) consiste no uso profiltico de ARV para
evitar o risco de infeco pelo HIV. Deve ser iniciada em at 72 horas aps a exposio
de risco, sendo indicada por 28 dias228.
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14.2 PrEP
A profilaxia pr-exposio ao HIV (PrEP) consiste no uso profiltico de ARV em
indivduos sob alto risco de infectar-se pelo HIV.
Entre os indivduos sob maior risco de infeco, prioritrios para uso dessa nova
estratgia de preveno, encontram-se homens que fazem sexo com homens (HSH),
pessoas transexuais, profissionais do sexo e parcerias sorodiferentes.
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SIM233>3.0.CO;2-K.
203
ANEXOS
DOSE RECOMENDADA,
APRESENTAO E
MEDICAMENTO EFEITOS ADVERSOS E COMENTRIOS
CONSERVAO
CONTRAINDICAES
INIBIDORES DA TRANSCRIPTASE REVERSA ANLOGOS DE NUCLEOSDEO/NUCLEOTDEO (ITRN)
3 meses: 8mg/kg 12/12h
(dose mx. 600mg/dia)
Soluo oral 20mg/mL:
12 anos: 300mg 12/12h
refrigerar aps aberto Pode ser administrado
Abacavir (ABC) Reaes de
Comprimido de 300mg: com alimentos
hipersensibilidade
manter entre 15C-25C
Gentipo HLA-B*5701
positivo contraindica o ABC
<30 dias: 2mg/kg 12/12h
>30 dias: 4mg/kg 12/12h
Soluo oral 10mg/mL:
(dose mx. 300 mg/dia)
manter entre 15C-30C Pode ser administrado
Lamivudina (3TC) 12 anos: 150g 12/12h
Comprimido de 150mg: com alimentos
Nusea, diarreia, cefaleia, manter entre 15C-30C
fadiga, exacerbao de
hepatite B se interrompido
2 a 12 anos: 8mg/kg/dose
ao dia
>12 anos e/ou 35kg:
300mg/dia 1x/dia Pode ser administrado
Vmitos, nusea, cefaleia, Comprimido de 300mg: com alimentos. Ajustar
Tenofovir (TDF)
disfuno tubular renal, manter entre 15C-30C dose em caso de
desmineralizao ssea, insuficincia renal
exacerbao de hepatite B
se interrompido
Monitorar funo renal
Continua
205
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Sexualmente Transmissveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais MANEJO DA INFECO PELO HIV EM CRIANAS E ADOLESCENTES
Continuao
DOSE RECOMENDADA,
APRESENTAO E
MEDICAMENTO EFEITOS ADVERSOS E COMENTRIOS
CONSERVAO
CONTRAINDICAES
INIBIDORES DA TRANSCRIPTASE REVERSA ANLOGOS DE NUCLEOSDEO/NUCLEOTDEO (ITRN)
RN com menos de
30 semanas de idade
gestacional: 1,5mg/kg IV
12/12h Soluo oral 10mg/mL:
RN entre 30 e 35 semanas manter entre 15C-30C
de idade gestacional: 1,5mg/ Frasco-ampola 10mg/mL
kg IV 12/12h nos primeiros
14 dias de vida e 2,3mg/ Aps reconstituio:
kg/dose 12/12h a partir do 2C-8C, usar at 24
Zidovudina (AZT) 15 dia horas aps preparao
RN com 35 semanas de Se mantido entre
idade gestacional ou mais: 15C-30C, usar at 8h
3mg/kg IV 12/12h aps preparao
ou Comprimido de 100 mg:
manter entre 15C-30
4kg-9kg: 12 mg/kg 12/12h
9kg-30kg: 9mg/kg 12/12h
30kg: 300mg 12/12h
INIBIDORES DA TRANSCRIPTASE REVERSA NO ANLOGOS DE NUCLEOSDEOS (ITRNN)
14 dias a 8 anos: 200mg/m
1x/dia por 14 dias, depois:
200mg/m 12/2h
8 anos: 120-150mg/m
(dose mxima 200mg Soluo oral 10mg/mL:
12/12h) manter entre 15C-30C Pode ser administrado
Nevirapina (NVP)
Adolescentes: 200mg 1x/ Comprimido de 200mg: com alimentos
dia por 14 dias, depois: manter entre 15C-30C
200mg 12/2h
Exantema, hepatite e
sndrome de Steven-Johnson
Monitorar funo heptica
3 anos
10kg-15 kg: 200mg/dia
Soluo oral 30mg/mL:
15kg-20 kg: 250mg/dia manter entre 15C-30C
Pode ser administrado
Efavirenz (EFV) 20kg-25 kg: 300mg/dia Comprimido ou cpsula com alimentos
25kg-32,5kg: 350mg/dia 200mg e 600mg: manter
entre 15C-30C
32,5kg-40kg: 400 mg/dia
40kg: 600mg/dia
206
ANEXOS
Continuao
DOSE RECOMENDADA,
APRESENTAO E
MEDICAMENTO EFEITOS ADVERSOS E COMENTRIOS
CONSERVAO
CONTRAINDICAES
INIBIDORES DE PROTEASE (IP)
6 a 18 anos e 15kg
15kg-20kg: 150mg 1 x dia
Administrar com
20kg-40kg: 200mg 1 x dia
Cpsulas 200mg e alimentos
Atazanavir/r 40 kg: 300mg 1 x dia 300mg: manter entre Contraindicado o uso de
(ATZ/r)
Sempre associado ao RTV 15C-30C inibidores de bomba de
100mg 1 x dia prtons
Nusea, cefaleia, ictercia,
elevao de bilirrubina total
20kg-30kg: 375mg 2x/dia
30kg-40kg: 450mg 2x/dia
Comprimidos de 75mg, Administrar com
Darunavir/r 40kg: 600mg 2x/dia
150mg e 300mg: manter alimentos ou aps as
(DRV/r) Exantema, nusea, cefaleia entre 15C-30C refeies
Checar hipersensibilidade
s sulfonamidas
14 dias a 12 meses:
300mg/m + RTV 75mg/m
12/12h;
1 ano: 230mg/m + RTV
57,5mg/m 12/12h Soluo oral Administrar com
Lopinavir/r
80mg/20mg/mL: alimento ou aps as
(LPV/r) >35kg: 400mg 12/12h +
manter entre 2C-8C refeies
RTV 100mg 12/12h
Diarreia, nusea, vmitos
cefaleia
Checar funo heptica
Administrar
Soluo oral 100mg/mL preferencialmente com
2 a 18 anos: 14mg/kg + RTV alimento ou aps as
Tipranavir (TPV/r) 6mg/kg 12/12h (dose mx: Cpsula gelatinosa refeies
500mg/200mg) 250 mg: manter entre
15C-30C No usar com suplementos
contendo vitamina E
INIBIDORES DE INTEGRASE
2 a < 12 anos:
14kg-20kg: 100mg 12/12h;
20kg-28kg: 150mg 12/12h
28kg-40kg: 200mg 12/12h
Comprimido 100mg e
40kg 300mg 12/12h Administrar com ou sem
Raltegravir (RAL) 400mg: manter entre
alimentos
12 anos: 400mg 12/12h 15C a 30C
Nuseas, tonturas, insnia,
exantema, Sndrome de
Steven-Johnson, pancreatite,
elevao de AST, ALT
Continua
207
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Secretaria de Vigilncia em Sade
Departamento de Vigilncia, Preveno e Controle das Infeces PROTOCOLO CLNICO E DIRETRIZES TERAPUTICAS PARA
Sexualmente Transmissveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais MANEJO DA INFECO PELO HIV EM CRIANAS E ADOLESCENTES
Concluso
DOSE RECOMENDADA,
APRESENTAO E
MEDICAMENTO EFEITOS ADVERSOS E COMENTRIOS
CONSERVAO
CONTRAINDICAES
>12 anos e/ou 40kg: Comprimido de 50mg: Administrar com ou sem
Dolutegravir (DTG)
50mg/1x/dia manter entre 15C-30C alimento
ANTAGONISTA DO CCR5
Quando usado com
inibidores da CYP3A como
IP (exceto TPV):
10kg-20kg: 50mg 12/12h
20kg-30kg: 75mg 12/12h
30kg-40kg: 100mg
>40kg: 150mg
Quando usado com ITRN:
10kg-30kg: no
recomendado
30kg-40kg: 300-mg
Maraviroque 12/12h Comprimido de 150mg Administrar com ou sem
(MVC) alimento
>40kg: 300mg 12/12h
Quando usado com
indutores da CYP3A,
inclusive EFV e ETR
(sem inibidor potente do
CYP3A):
No recomendado
Dor abdominal, tosse,
vertigem, sintomas
msculo-esquelticos,
febre exantema, IVAS,
hepatotoxicidade e
hipotenso ortosttica
INIBIDORES DE FUSO
Dose recomendada,
Apresentao e
Medicamento efeitos adversos e Comentrios
conservao
contraindicaes
6 a 16 anos: 2mg/kg Frasco-ampola
12/12h (SC) 108mg/1,1mL (90mg/
>16 anos: 90mg/kg 12/12h mL): aps reconstituda Administrar com ou sem
Enfuvirtida (T-20)
Reaes locais so conservar entre 2C-8C alimento
comuns. Pneumonia, e utilizar at 24 horas da
bacteremia preparao
208
ANEXOS
SEXO FEMININO
M1 Mama infantil.
M2 (8-13 anos) Fase de broto mamrio, com elevao da mama e arola como pequeno
montculo.
M3 (10-14 anos) Maior aumento da mama, sem separao dos contornos.
M4 (11-15 anos) Projeo da arola e das papilas para formar montculo secundrio
por cima da mama.
M5 (13-18 anos) Fase adulta, com salincia somente nas papilas.
P1 Fase de pr-adolescncia (no h pelugem).
P2 (9-14 anos) Presena de pelos longos, macios e ligeiramente pigmentados ao longo dos
grandes lbios.
P3 (10-14,5 anos) Pelos mais escuros e speros sobre o pbis.
P4 (11-15 anos) Pelugem do tipo adulto, mas a rea coberta consideravelmente menor que a do
adulto.
P5 (12-16,5 anos) Pelugem do tipo adulto, cobrindo todo o pbis e a virilha.
SEXO MASCULINO
P1 Fase de pr-adolescncia (no h pelugem).
P2 (11-15,5 anos) Presena de pelos longos, macios e ligeiramente pigmentados na base do
pnis.
P3 (11,5-16 anos) Pelos mais escuros e speros sobre o pbis.
P4 (12-16, 5 anos) Pelugem do tipo adulto, mas a rea coberta consideravelmente menor que a
do adulto.
P5 (15-17 anos) Pelugem do tipo adulto, estendendo-se at a face interna das coxas.
G1 (9,5-13,5 anos) Pr-adolescncia (infantil).
G2 (10-13,5 anos) Crescimento da bolsa escrotal e dos testculos, sem aumento do pnis.
G3 (10,5-15 anos) Ocorre tambm aumento do pnis, inicialmente em toda a sua extenso.
G4 (11,5-16 anos) Aumento do dimetro do pnis e da glande, crescimento dos testculos e do
escroto, cuja pele escurece.
G5 (12,5-17 anos) Tipo adulto.
209
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Sexualmente Transmissveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais MANEJO DA INFECO PELO HIV EM CRIANAS E ADOLESCENTES
1 1
2 2
3 3
4 4
5 5
Anexo D Classificao proposta pelo CDC para a infeco pelo HIV em crianas (1994)232
210
ANEXOS
Anexo E Classificao clnica na infeco pelo HIV em crianas com menos de 13 anos de
idade critrio do CDC adaptado233
CATEGORIA
MANIFESTAO CLNICA
CLNICA
Assintomticas crianas sem sinais ou sintomas resultantes da infeco pelo HIV ou
N
com apenas uma das condies listadas na categoria A.
Sinais e sintomas leves crianas com duas ou mais das condies listadas abaixo, mas
nenhuma das condies listadas nas categorias B ou C:
Infeces de vias areas superiores persistentes ou recorrentes;
Linfadenopatia (gnglios >0,5cm de dimetro em mais de uma cadeia);
A
Hepatomegalia;
Esplenomegalia;
Aumento crnico de glndulas partidas;
Dermatite persistente.
Sinais e sintomas moderados crianas com sinais ou sintomas diferentes daqueles
listados nas categorias A ou C:
Anemia (Hb<8g/dL), neutropenia (<1.000 cls/mm3), plaquetopenia (<100.000/
mm3) por mais de 30 dias;
Febre persistente por mais de um ms;
Diarreia crnica ou recorrente;
Meningite bacteriana, pneumonia, sepse (nico episdio);
Candidase oral persistente por mais de dois meses;
Miocardiopatia, nefropatia, hepatite;
B
Infeco por citomegalovrus (comeo at o primeiro ms de vida);
Herpes zoster (mais de um episdio ou de um dermtomo acometido);
Herpes simples: estomatite recorrente (mais de dois episdios em um ano),
bronquite, pneumonia ou esofagite;
Pneumonia linfoide intersticial (LP);
Toxoplasmose (comeo at o primeiro ms de vida);
Nocardiose;
Varicela disseminada ou crnica;
Tuberculose pulmonar.
Continua
211
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Sexualmente Transmissveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais MANEJO DA INFECO PELO HIV EM CRIANAS E ADOLESCENTES
Concluso
212
ANEXOS
2 meses:
checar CV-HIV CV > 5.000
e manter NO
cpias/mL
SMX-TMP
3-4 meses:
checar CV-HIV,
manter ou
suspender
SMX-TMP
CV > 5.000
cpias/mL NO
5 a 18 meses: SIM
consultas
mensais de
rotina NO DETECTADO
Criana
infectada:
notificar Sinan
18 ms: coletar
sorologia anti HIV
DETECTADO
Coletar
Resultado DNA proviral Resultado
da sorologia REAGENTE DNA proviral
imediatamente
NO REAGENTE
Encerrar caso
como criana
exposta
no Sinan
Fonte: DIAHV/SVS/MS.
213
ESPECIFICAES TCNICAS DA PUBLICAO
Capa:
Formato: A4 - 4 pg
Cor: 4/4
Papel: Supremo Couch Fosco 320 g
Encadernao: Lombada quadrada
Acabamento: BOPP
Miolo:
Formato: A4 - 216 pg
Cor: 4/4
Papel: Off set 90 g/m
Grfica:
Tiragem: 5.000
Biblioteca Virtual em Sade do Ministrio da Sade
www.saude.gov.br/bvs