Ensino de Arte No Brasil Uma Analise Dos Conteudos Do Ensino Fundamental
Ensino de Arte No Brasil Uma Analise Dos Conteudos Do Ensino Fundamental
Ensino de Arte No Brasil Uma Analise Dos Conteudos Do Ensino Fundamental
Fundamental
Francinely P. Dinelly*
Resumo
O objetivo desse artigo analisar a partir de uma olhar crtico os contedos do Ensino de Arte
do 6 ao 9 ano do Ensino Fundamental a aplicao e as dificuldades de assimilao, com base nos
Parmetros Curriculares Nacionais PCN, as conquistas no decorrer da histria, na tentativa de
contribuir para as possveis mudanas no processo ensino-aprendizagem. Discute a atitude e postura
do professor, partindo do pressuposto de que todo docente pode ministrar a disciplina sem a
necessria formao. Analisa a metodologia na relao teoria/prtica dos contedos bem como as
propostas de avaliao dos contedos com base nos Parmetros Curriculares Nacionais, a tica dos
envolvidos no contexto escolar, discute as possibilidades de negligncias, propondo alternativas para
a melhoria da qualidade do ensino e um bom desenvolvimento e resposta ao contedo proposto, na
perspectiva de repensar a qualidade do ensino partindo do princpio que a valorizao dos contedos
tem incio no compromisso do profissional com a educao e suas conseqncias no
desenvolvimento scio-histrico-cultural.
Introduo
assunto aponta para uma discusso que precisa ser encarada com seriedade e
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alternativas eficazes que permitam o resgate dos contedos e objetivos especficos
ao ensino de arte.
Ana Mae Barbosa (1978, p. 13) defende que os novos mtodos de ensino de
contedos. Segundo Barbosa (2008, p. 50) Sua tarefa oferecer a comida que
metodologia que atenda as expectativas tanto do que ensina como do que aprende,
inverter.
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1. Conceituar arte e ensino de arte
de cada civilizao.
Curriculares Nacionais a Arte tem uma funo to importante quanto a dos outros
1997, p. 20).
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No se nasce sabendo, a aprendizagem um processo natural, o homem
enfatizado, nesse contexto histrico havia a necessidade de se formar uma elite que
ento a Academia de Belas Artes, criada em 1816, com inicio de funcionamento dez
anos mais tarde, constava na relao das primeiras instituies de Ensino Superior.
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ensino de arte, considerado objeto de adorno do Reinado e Imprio e como tal
protegida.
Partindo desse conhecimento, Barbosa (1978, p. 16) diz que tal preconceito
elementos j assimilados pela nossa cultura, mas que a atuao da Academia fez vir
a tona.
racional e a arte, pura sensibilidade. Na verdade, nunca foi possvel existir cincia
sem imaginao, nem arte sem conhecimento. Tanto uma como a outra so aes
preocupao com a arte-educao, Barbosa (1985, p. 23) diz que durante os dez
graus e nos sete desses dez anos, a educao artstica foi um caos, uma inutilidade,
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pensava um ensino de arte sem a alienao proposta. Tais autores defendiam que o
desenvolvidas pelos alunos, que buscam meios para transformar idias, sentimentos
enfatiza:
enfatizam:
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desenvolver a criatividade, a sensibilidade, o autocontrole, etc. (BRASIL, 1997, p.
20,21).
Barbosa (1989, p.22) diz que a chamada polivalncia , na verdade, uma verso
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O movimento Arte-Educao permitiu a ampliao das discusses sobre a
2000, p. 47) :
inclu-la na estrutura curricular como rea, com contedos prprios ligados cultura
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E continuou se estudando e atuando para que a se tornasse um
A LDB de 1996 (Artigo 26, Pargrafo 1), impe que Os currculos do ensino
fundamental e mdio devem ter uma base nacional comum, a ser complementada,
economia e da clientela.
Assim o PCN surge reforando a LDB (1996), apoiado em normas legais, com
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Os Parmetros Curriculares (BRASIL 1997, p. 14) afirmam que a LDB para
Educao, que visa assegurar que em trs anos, todas as escolas tenham formulado
288).
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durante quase 150 anos que sucederam sua implantao. Tal colocao apesar
bsico em todo Brasil. Segundo o PCN (BRASIL, 1997, p. 13), sua funo orientar
1997, p. 13):
aprendizagem. A rea de Arte est relacionada com as demais reas e tem suas
especificidades. (BRASIL 1977, p.19). Tal proposta considerada uma vitoria diante
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trazer a tona os questionamentos quanto ao tempo e espao para aplicao da
disciplina.
esttica e artstica nas diversas modalidades da rea de Arte (Artes Visuais, Dana,
Msica, Teatro), tanto para produzir trabalhos pessoais e grupais quanto para que
seja no contato com obras de arte com outras manifestaes presentes nas culturas
para o processo pessoal de criao dos alunos como tambm para sua experincia
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(BRASIL, 1997, p.49). Essa articulao dos contedos dentro do processo de ensino
e aprendizagem vem efetivar os eixos que norteiam esse processo com o trip
currculos, desde que articulados com contedos da rea, de outras reas e dos
fundamentos, ao aluno bem como a instituio de ensino deve se fazer entender que
disseminao do conhecimento.
1
Multiplicidade de manifestaes artsticas oriundas das diversidades culturais.
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Os trs eixos norteadores produzir, apreciar e contextualizar, so definidos
(...) acredita-se que para a seleo e a organizao dos contedos gerais de Artes
Visuais, Msica, Teatro e Dana por ciclo preciso considerar os seguintes critrios:
contedos que favoream a compreenso da arte como cultura, do artista como ser
social e dos alunos como produtores e apreciadores;
contedos que valorizem as manifestaes artsticas de povos e culturas de
diferentes pocas e locais, incluindo a contemporaneidade e a arte brasileira;
contedos que possibilitem que os trs eixos da aprendizagem possam ser
realizados com grau crescente de elaborao e aprofundamento.
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a arte como expresso e comunicao dos indivduos;
elementos bsicos das linguagens artsticas, modos de articulao formal,
tcnicas, materiais e procedimentos na criao em arte;
produtores de arte: vidas, pocas e produtos em conexes;
diversidade das formas de arte e concepes estticas da cultura regional,
nacional e internacional: produes e suas histrias;
a arte na sociedade, considerando os artistas, os pensadores da arte, outros
profissionais, as produes e suas formas de documentao, preservao e
divulgao em diferentes culturas e momentos histricos.
qualidades contidas nas formas e nos ambientes. (BRASIL, 1997, p.64). Nos
visuais como: fotografia, moda, artes grficas, cinema, televiso, vdeo, computao,
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aprendizado e que esse universo cultural pode ser trazido para dentro da sala de
selecionados alguns dos contedos especficos por rea, para que possa ser
contextualizao.
Quanto produo:
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Conhecimento e utilizao dos materiais, suportes, instrumentos,
Quanto apreciao:
procedimentos artsticos.
culturas.
contexto.
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Conhecimento e investigao sobre a arte do entorno prximo e distante a
msica estimula os movimentos, a dana, por outro, pode tambm restringi-los, pois
msica. (BRASIL, 1997, p. 73). A dana no mbito escolar no est restrita somente
estereotipados. (...) sempre se aprende, formal e/ou informalmente, como, por que e
70). E ainda:
Propomos que o professor que trabalhe com a Dana em localidades diferentes das
pesquisadas sempre oua atentamente o que seus alunos tm a dizer sobre seus
corpos, sobre o que danam e/ou gostariam de danar; que observe atentamente as
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ns e ns somos o nosso corpo. Portanto, o corpo a nossa dana e a dana o
nosso corpo. (idem, p.72). O aluno o inovador, se atentar para a importncia das
Quanto a danar:
aula.
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Reconhecimento das transformaes ocorridas no corpo quanto forma,
sociedade.
processos.
objetos cnicos).
estticos:
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Anlise, registro e documentao dos prprios trabalhos de dana e dos
e gostos musicais. Na escola como proporcionar aos alunos uma educao musical
individual? Segundo os PCN s (BRASIL, 1997, p 79) essa relao pode ser realizada
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Quanto Expresso e comunicao em Msica: improvisao, composio e
interpretao:
msica.
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Percepo, identificao, comparao, anlise de msicas e experincias
aleatrio.
humanidade.
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3.1.4. Contedos de Teatro
fsico e da cultura.
linguagem teatral.
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Reconhecimento e identificao da interdependncia dos diversos
cengrafos.
diferentes culturas.
teatro pico.
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se em momentos de lazer, produo de cartazes para as datas comemorativas,
murais para festas escolares. sem falar nas inmeras vises preconcebidas que
tenso das horas dedicadas com afinco nas disciplinas julgadas indispensveis. Ana
Mae (208, p. 80) afirma que a arte tem contedos especficos a oferecer (...) o
pensamento histrico critico, seguindo-se a essa prtica a anlise das obras e dos
Nas aulas das escolas pblicas, pode-se perceber uma defasagem nos
contedos aplicados. Com base nos PCN s (BRASIL, 1997, p. 26) verifica-se que:
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Os contedos mesmo abrangentes esto distantes do real entendimento e
maneiras maneira criativas para trabalhar, atitudes isoladas que segundo os PCN s
eventos, congressos regionais, onde cada vez mais professores se renem, mas aos
avaliao que deve ser orientada, fazendo com que o aluno possa expressar suas
observar se o aluno articula uma resposta pessoal com base nos contedos
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Segundo os PCN s (idem, p. 56), A avaliao em arte constitui uma situao
contedos, assim como o professor pode avaliar como ensinou e o que seus alunos
aprenderam.
Para uma avaliao eficiente necessrio que ela seja realizada com base
conceber e fruir arte. Sem a experincia do prazer da Arte por parte de professores e
ser conhecedor dos contedos que transmite, pois segundo Barbosa (2008, p. 15) A
professor precisa ser avaliado sobre as avaliaes que realiza, pois a prtica
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Concluso
Aps anlise dos estudos e opinies, entende-se que preciso uma reflexo
postura tica , no se deixar ser conduzido e sim contribuir com eficcia para a
mero instrumento de atrativos visuais para ornamentao de festas, mas como visto,
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comportamento de cidado como fruidor de cultura e conhecedor de sua prpria
nao.
como agente transformador da sociedade e como tal sempre ser um aprendiz. Ana
Mae diz que a arte no pode se tornar algo sem vida, mecnico, como tem ocorrido
com o que ensinamos em todos os nveis de educao (2008, p. 82). E ainda que a
acontece.
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(...) essa atitude iniciada pela grade escolar, que como o prprio nome indica,
outros e sim seja uma realidade evidente nas salas de aulas. Tal eficcia se dar
profissional.
pelos menos uma sala que abranja todas as modalidades do Ensino de Arte: artes
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Referncias
Limonad,1985.
Cortez, 2008.
Papirus, 2001.
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PEREIRA, Ktia Helena. Como usar artes visuais na sala de aula. So Paulo:
Contexto, 2008.
1982.
SAVIANE, Dermeval. Da nova LDB ao FUNDEB: por uma outra poltica educacional.
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