Verificação Da Segurança Ao Corte de Elementos de Betão Armado
Verificação Da Segurança Ao Corte de Elementos de Betão Armado
Verificação Da Segurança Ao Corte de Elementos de Betão Armado
SETEMBRO DE 2011
MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA CIVIL 2010/2011
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
Tel. +351-22-508 1901
Fax +351-22-508 1446
[email protected]
Editado por
Este documento foi produzido a partir de verso electrnica fornecida pelo respectivo
Autor.
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Ao Av Soares
AGRADECIMENTOS
Gostaria de deixar o meu mais profundo reconhecimento a todos os que me auxiliaram na realizao
desta dissertao, pela sua disponibilidade, dedicao e compreenso, bem como aqueles que sempre
me acompanharam ao longo da minha formao acadmica, no entanto no posso deixar de
particularizar alguns agradecimentos especiais:
Ao meu Orientador, Professor Nelson Vila Pouca, grande responsvel pelo meu interesse nas
Estruturas de Engenharia Civil, a quem quero agradecer o contributo para a realizao desta
dissertao em ambiente empresarial, pelos desafios que me colocou, pelo empenho com que
me acompanhou, pelo apoio que demonstrou e pela ajuda na reviso da dissertao. Queria
tambm agradecer pelos mais diversos ensinamentos partilhados, pelos assuntos debatidos e
pela orientao enquanto Professor e enquanto Pessoa.
Ao meu Co-orientador, Eng. Nunes da Silva, pela oportunidade que me deu ao realizar esta
tese, pelas sugestes sempre oportunas, pelos conselhos nos assuntos a tratar, pela ajuda na
reviso desta dissertao e pelo apoio incondicional nos momentos decisivos.
Ao Eng. Joo Maria Sobreira, um agradecimento especial pela disponibilidade na explicao
dos modelos, pela oportunidade que me deu ao realizar esta tese, pelo conhecimento
partilhado que em muito contribuiu para a realizao desta tese e certamente ir contribuir
para a minha vida profissional, pelas discusses sobre o Projecto e sobre Engenharia, pela
ajuda na reviso da dissertao, pelo empenho no meu acompanhamento e por todo o apoio
que sempre demonstrou.
A toda a equipa do GOP pela ajuda na integrao, pelas condies que me proporcionaram,
pelo companheirismo, pelas sugestes dadas e pelos ensinamentos partilhados.
A todos os meus colegas pela camaradagem ao longo destes anos e pelas sugestes dadas na
realizao desta tese, em especial aos meus amigos Flvio, Antnio, Anita e Z Mrio por
tudo o que passmos ao longo destes anos, pela ajuda na reviso da dissertao, pelas
sugestes e assuntos discutidos e pelo apoio que demonstraram.
famlia She-Si pelo apoio prestado, pelo conhecimento transmitido, pelas oportunidades que
me proporcionaram e pela compreenso durante a realizao desta dissertao.
Patrcia, pela sua dedicao, pela pacincia e compreenso, pelo conhecimento partilhado,
pelo apoio que sempre demonstrou e por estar sempre presente apesar da minha ausncia.
Aos meus pais e irm pelas condies que me proporcionaram, pela pacincia e compreenso,
e pelo apoio prestado.
A toda a minha famlia pela ajuda incondicional, pelas oportunidades que me proporcionaram,
pela amizade, apoio que me deram e por terem sido sempre famlia.
memria do meu Av que muito cedo me despertou para a Engenharia Civil, pela
inspirao e exemplo sempre presentes.
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Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
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Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
RESUMO
O Beto Armado um material com um comportamento particular dada a sua heterogenidade. Este
comportamento em Estado Limite ltimo tem sido investigado ao longo dos anos, processo que
permite que os resultados obtidos por diferentes modelos sejam cada vez mais prximos da realidade.
Um dos tipos de rotura do Beto Armado a dada por Corte uma vez que se trata de uma rotura frgil,
na maioria dos casos. Neste trabalho foram focadas as roturas relativas ao Esforo Transverso e
Punoamento.
Este trabalho foi realizado em ambiente empresarial e os seus objectivos visam servir os interesses do
Gabinete. Foram objectivos deste trabalho o estudo da regulamentao relativamente aos assuntos
referidos assim como a criao de uma ferramenta de clculo que permita a aplicao destes
conhecimentos em ambiente de projecto. Posteriormente foram tambm includos nesta anlise alguns
modelos publicados por Arajo Sobreira.
De forma a atingir estes objectivos optou-se por realizar uma pesquisa bibliogrfica no sentido de
apurar o Estado da Arte actual e a sua evoluo desde as primeiras abordagens cientficas para
fundamentar a anlise e discusso dos cdigos que foram propostos e permitir acrescentar alguns
cdigos fruto da mesma. Foram tambm sumariados alguns conceitos chave para a compreenso e
interpretao da rotura por Esforo Transverso e Punoamento.
Os cdigos abordados neste trabalho foram o REBAP (1983), Eurocdigo 2 (2010), ACI (2008), DIN
(2008), BS (1997), EHE (2008), NBR (2004) e o MC10 (2010) tendo sido tambm integrado neste
trabalho os modelos de Esforo Transverso e Punoamento de Arajo Sobreira. Estes mtodos foram
descritos de forma a facilitar a consulta e aplicao por parte dos leitores, no dispensando porm a
consulta e estudos dos cdigos.
A anlise dos diferentes cdigos foi complementada com a realizao da ferramenta informtica
proposta e a respectiva validao. A ferramenta foi desenvolvida em Excel com recurso ao Visual
Basic e permite fazer a verificao da segurana em seces individuais ao Esforo Transverso e em
pilares ao Punoamento, segundo os cdigos referidos.
Com o recurso ferramenta informtica foram realizadas comparaes entre os diversos cdigos
atravs de casos simples para perceber a influncia dos diversos parmetros considerados em cada um,
para compreender melhor a abordagem destes assuntos nos diferentes pases e para poder aferir o
estado actual dos conhecimentos.
Em paralelo com este processo foram estudados os modelos propostos pelo Gabinete de forma a
poderem ser tambm comparados o que permitiu aferir o seu grau de conservadorismo em relao
tecnologia actual e tambm realizar algumas correces, nomeadamente no modelo de Esforo
Transverso.
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Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
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Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
ABSTRACT
The Reinforced Concrete is a material with a particular behaviour because of its heterogeneity. This
behaviour in Ultimate Limit States has been investigated over the years through a process that allows
the results obtained by different models to be increasingly close to reality. One of the types of ruptures
of reinforced concrete is the failure by Shear because, in most cases, it is a brittle fracture. This thesis
focuses on Shear by Lateral Force and by Punching.
The objectives of this thesis are to study the existing codes on this theme and create a calculation tool
that allows the application of this knowledge in a project environment. This thesis was performed in a
business environment so the development of this work also aims to achieve the interest of the office in
question. Besides the analysis of the existing codes, later on it was also included the analysis of
models published by Arajo Sobreira.
In order to achieve these objectives it was decided to conduct a literature research to determine the
current State of the Art and its evolution, since the first scientific approaches, to support the analysis
and discussion of the codes that were proposed. Besides this research there was also included some
summarized key concepts for better understanding and interpretation of failure by shear.
The codes discussed in this work were REBAP (1983), Eurocode 2 (2010), ACI (2008), DIN (2008),
BS (1997), EHE (2008), NBR (2004) and MC10 (2010). Besides these codes, I introduced the models
of Resistance to Shear written by Arajo Sobreira. These methods were described in order to facilitate
its consult and application, however there is still the need to consult and study de approved codes.
The analysis of the different codes was complemented with the development of a software tool and its
validation. The tool was developed in Excel with VBA and allows you to check the security of
individual sections and shear by punching in columns, according to the codes above.
Through the use of the software tool discussed above, it was possible to make some comparisons
between the different codes by applying them all in some simple example cases. This allowed
understanding the influence of the various parameters considered in each code, the type of approach
considering different countries and the current state of the knowledge on this theme.
In parallel with this process, the Office models were the thesis was developed were studied so that
they can also be compared to the other codes, allowing the assessment of the degree of conservatism in
relation to current technology and also make some corrections, in this particular shear model.
KEYWORDS: Reinforced Concrete, Ultimate Limit States, Shear, punching shear, codes.
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Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
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Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
NDICE GERAL
AGRADECIMENTOS ............................................................................................................. I
RESUMO .............................................................................................................................. III
ABSTRACT ........................................................................................................................... V
1. INTRODUO .................................................................................................................. 1
1.1. ENQUADRAMENTO HISTRICO .................................................................................. 1
1.2. MOTIVAO E OBJECTIVOS DA DISSERTAO ...................................................... 2
1.3. ORGANIZAO EM CAPTULOS ................................................................................. 3
2. CORTE EM ESTRUTURAS DE BETO ARMADO .......................................................... 5
2.1. CONSIDERAES INICIAIS ......................................................................................... 5
2.2. FUNDAMENTOS DE CORTE EM ESTRUTURAS DE BETO ARMADO ..................... 8
2.2.1. ESFORO TRANSVERSO .......................................................................................... 9
2.2.2. TORO ................................................................................................................... 10
2.2.3. PUNOAMENTO ....................................................................................................... 10
2.3. MODELOS TERICOS ESFORO TRANSVERSO ................................................. 13
2.3.1. MODELO DE TRELIA DE MRSCH ....................................................................... 13
2.3.2. KUPFER .................................................................................................................... 14
2.3.3. KANI .......................................................................................................................... 14
2.3.4. COLLINS E VECCHIO ............................................................................................... 14
2.4. MODELOS TERICOS PUNOAMENTO ................................................................ 15
2.4.1. KINNUNEN E NYLANDER......................................................................................... 15
2.4.2. MOE .......................................................................................................................... 16
2.4.3. MUTTONI .................................................................................................................. 17
3. VERIFICAO AO CORTE MODELOS E ASPECTOS REGULAMENTARES ........... 19
3.1. CONSIDERAES GERAIS ........................................................................................ 19
3.2. ESFORO TRANSVERSO .......................................................................................... 20
3.2.1. MODELO DE ARAJO SOBREIRA ........................................................................... 20
3.2.2. MODEL CODE 2010 .................................................................................................. 27
3.2.3. REBAP (1983) ........................................................................................................... 29
3.2.4. EC2 (2010) ................................................................................................................ 30
3.2.5. ACI 318 (2008)........................................................................................................... 32
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NDICE DE FIGURAS
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Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Figura 5. 3 Percentagem de armadura necessria para atingir VRd,max na seco S1. ........................................ 83
Figura 5. 4 Quantificao de VRd,max atravs da quantidade de armadura mnima. ............................................. 84
Figura 5. 5 Comparao dos valores de VRd,c com o aumento da largura da alma (A). ....................................... 85
Figura 5. 6 Comparao dos valores de VRd,c com o aumento da largura da alma (B). ....................................... 85
Figura 5. 7 Tenses mdias nos estribos em vigas com diversas relaes b/b 0 (Leonhardt, 1977). ................... 86
Figura 5. 8 Esquema, em planta, do tirante de beto. ......................................................................................... 86
Figura 5. 9 Incrementos de VRd,c com o aumento da armadura longitudinal. ....................................................... 87
Figura 5. 10 Resistncia global ao esforo transverso. ....................................................................................... 88
2
Figura 5. 11 Variao de VRd com a percentagem de armadura transversal na seco 0.20x0.40 m . ............... 90
Figura 5. 12 Distribuo da resistncia em VRd,c e VRd,s na seco 0.35x0.70 com w=0.125%. ........................ 91
Figura 5. 13 Resistncia do beto ao punoamento no pilar P3. ......................................................................... 94
Figura 5. 14 Percentagens de VRd,c em relao a VRd,max no pilar P3. .................................................................. 95
Figura 5. 15 N de estribos necessrios para atingir VRd,max no pilar P3. ............................................................. 95
Figura 5. 16 Comparao da resistncia VRd,c dos diversos cdigos no caso 1. ................................................. 99
Figura 5. 17 Comparao da resistncia VRd,c dos diversos cdigos no caso 2. ............................................... 100
Figura 5. 18 Comparao das alturas de sapata tendo em conta diferentes presses do terreno. ................... 101
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NDICE DE QUADROS
Quadro 3. 1 Equaes referentes aos nveis de aproximao ............................................................................ 28
Quadro 3. 2 Momentos distribudos ..................................................................................................................... 45
Quadro 5. 1 Relao entre as resistncias globais dos diversos mtodos e a resistncia do EC2. .................... 88
Quadro 5. 2 Resistncia do tirante de beto. ....................................................................................................... 92
Quadro 5. 3 Tabela com o quociente entre VRd de cada regulamento sobre VRd do EC2 variando a espessura da
laje. ........................................................................................................................................................................ 96
Quadro 5. 4 Resultados do Caso 1. ..................................................................................................................... 98
Quadro 5. 5 Resultados do Caso 2. ..................................................................................................................... 99
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Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
SMBOLOS E ABREVIATURAS
A rea [m2]
Acr rea fissurada que encolve os tirantes de ao [m2]
Ag rea da seco de beto [m2]
Ap rea de armadura de pr-esforo [m2]
Asw rea de armadura transversal [m2]
E Mdulo de elasticidade [kPa]
Fa Fora exercida na armadura longitudinal [kN]
Fc Fora de compresso no beto [kN] ou Resistncia do Beto [kN]
Fs Fora no tirante de ao [kN]
Fsw Fora no estribo [kN]
Ix Momento de Inrcia [m4]
l Comprimento do vo da laje [m]
MEd - Valor de clculo do momento flector actuante [kNm]
NEd - Valor de clculo do esforo axial actuante [kN]
Nu Carga axial normal seco transversal [kN]
Sx Momento Esttico [m3]
Vb Esforo resistente de clculo do reforo com barras inclinadas (BS) [kN]
Vc Resistncia nominal ao corte proporcionada pelo beto [kN]
Vccd Valor de clculo da componente de esforo transverso da fora de compresso, no caso de um
banzo inclinado [kN]
Vcd Termo corrector da trelia de Mrsh [kN] ou participao do beto na resistncia [kN]
VcnRd Resistncia de clculo do tirante de beto no reforado [kN]
VEd - Valor de clculo do esforo transverso actuante [kN]
Vn Resistncia nominal ao corte [kN]
VRd Fora resistente de clculo [kN]
VRd,c Valor de clculo do Esforo Transverso/ Punoamento Resistente (beto) [kN]
VRd,int Esforo resistente do integrity reinforcement [kN]
VRd,s Valor de clculo do Esforo Transverso/ Punoamento Resistente (tirante) [kN]
Vs Resistncia nominal ao corte proporcionada pela armadura de reforo [kN]
VSd Valor de clculo do esforo transverso actuante [kN]
Vtd Valor de clculo da componente de esforo transverso da fora na armadura de traco, no caso
de um banzo inclinado [kN]
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Inclinao que a escora faz com o eixo da viga no modelos de Arajo Sobreira []
c Coeficiente parcial relativo ao beto
s Coeficiente parcial relativo ao ao
Ftd Fora de traco adicional na armadura longitudinal devida ao esforo transverso [kN]
esu Extenso ltima do ao traco [adimensional]
ex extenso da pea a metade da altura do elemento [adimensional]
- Inclinao das bielas relativamente ao eixo da viga []
l Quantidade de armadura longitudinal [adimensional]
b - Resistncia de clculo do beto compresso [kPa]
bt - Resistncia de clculo do beto traco simples [kPa]
cp tenso de compresso no beto devida a um esforo normal ou ao pr-esforo [kPa]
sw - Resistncia de clculo do ao traco [kPa]
Tenses de Corte [MPa]
dimetro dos vares
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Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
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1. INTRODUO
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Para facilitar a aplicao deste conhecimento em ambiente de projecto, este trabalho teve ainda como
objectivo o desenvolvimento de uma ferramenta de clculo que permita a avaliao da segurana
relativa ao Corte (Esforo transverso e Punoamento) efectuada com base nas disposies dos diversos
regulamentos estudados. Neste estudo no foram englobados os aspectos relativos s combinaes de
aces, sendo apenas feita uma breve referncia, a estes aspectos uma vez que esta uma rea vasta e
que poderia afastar esta dissertao dos seus objectivos. Tambm no foi englobado, neste estudo, a
comparao dos regulamentos relativamente ao punoamento em sapatas uma vez que a sua discusso
implica uma anlise particular que se enquadraria numa tese que aborde especificamente este assunto.
Assim o presente trabalho centrou-se fundamentalmente no estudo do esforo transverso em vigas e
lajes e no estudo do punoamento em lajes.
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Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Por fim, no captulo seis so resumidas as concluses gerais resultantes do trabalho desenvolvido e so
enumeradas algumas sugestes para desenvolvimentos futuros.
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2. CORTE EM ESTRUTURAS DE BETO ARMADO
1902- Mrsch props um modelo de trelia que simula o comportamento de uma viga de beto armado
(Averbuch, 1996).
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1906- Turner patenteou, nos Estados Unidos da Amrica, aquele que foi o primeiro sistema de apoio
de laje sobre capitis reforando a laje com armadura nas quatro direces como se encontra
esquematizado na Figura 2.2 (Gasparini, 2002).
Figura 2. 2Esquema estrutural do reforo da laje com o Sistema de Turner (Gasparini, 2002).
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Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
1976- Nielsen e Braestrup propuseram um modelo baseado na teoria da plasticidade, assumindo que o
beto um material plstico, o critrio de falha baseado na lei de Coulomb e concluram que a
tenso resistente do beto inferior at ento considerada (Staller, 2001).
1980- J. Arajo Sobreira publica uma teoria para explicar a discrepncia entre os resultados
experimentais e os resultados do modelo de Mrsch baseado na compatibilidade de deformaes dos
elementos concluindo que o equilibrio dado existncia de um tirante vertical de beto (Araujo
Sobreira, 1980).
1982- Shehata realizou ensaios em elementos pr-esforados ao punoamento. Este autor props em
1985 um novo modelo que aborda o punoamento composto por bielas comprimidas e tirantes radiais
(Staller, 2001).
1983- J. Arajo Sobreira publica, em Portugal, a Teoria do Estado Limite de Rotura de Punoamento.
Esta teoria baseia-se num mecanismo de rotura idntico ao de esforo transverso e precedido de pela
formao de vigas de seco varivel em largura apoiando-se nos cones de punoamento. Esta Teoria
permite calcular a resistncia ao punoamento em lajes sujeitas a carregamentos simtricos e
assimtricos atravs do clculo das excentricidades da resultante das cargas aplicadas no pilar (Araujo
Sobreira, 1983).
1987- Bazant e Cao idealizaram um modelo baseado na mecnica da fractura, tendo em conta a
dissipao de energia na laje e no um estado limite plstico (Staller, 2001).
1987- Marti e Schlaich prope um modelo de bielas e tirantes no qual se forma uma malha composta
por estes elementos ligados por articulaes e dispostos de maneira a simular a direco as tenses
(Averbuch, 1996).
1990- Elgabry e Ghali apresentam uma metodologia de projecto para o reforo da armadura de
punoamento com conectores tipo pino (Staller, 2001).
1994- P. Mentrey prope uma expresso analtica para determinar a resistncia ao punoamento
baseada em simulaes numricas. Este modelo tem em conta um tirante vertical de beto que rompe
devido aos campos de tenses de corte que envolvem o pilar (Guandalini, 2005).
1996 Hallgren modifica o modelo de Kinnunen e Nylander introduzindo um critrio baseado na
mecnica da fractura (Guandalini, 2005).
2000- Pilakoutas introduz um novo sistema de reforo denominado Shearband System que consiste
na utilizao de estribos dobrados criando vrios ramos (Figura 2.3) (Trautwein, 2006).
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Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
2003- Martinelli criou um programa computacional, baseado numa teoria elastoviscoplstica, que
atravs de elementos finitos tridimensionais determina os esforos de corte que originam o
Punoamento (Martinelli, 2003).
2005- Muttoni e Guandalini propem um modelo baseado na abertura da fenda crtica e na rotao da
laje introduzindo um coeficiente que tem em conta a rugosidade da fenda (Guandalini, 2005).
2010- Ruiz e Muttoni realizam diversos ensaios com diferentes tipos de reforo permitindo identificar
os mais eficientes e tambm fundamentar e completar o modelo proposto em 2005 (Ruiz et al, 2010).
Vy S x (2.1.)
( y) ( y)
I xb
Pode-se ento concluir que as tenses tangenciais dependem da geometria da pea e do esforo
transverso a que a mesma est sujeita.
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Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Com o aumento dos esforos externos, o valor das tenses principais aumenta at que a tenso
principal de traco atinge o valor da tenso resistente traco do beto originando a fissurao na
direco das tenses principais de compresso. Nesta fase, necessrio atender ao estado de
fendilhao e a estabilidade do elemento depende da colocao de armadura para resistir a estes
esforos.
Para se verificar a segurana necessrio ter em conta o Estado Limite ltimo da pea, logo
necessrio analisar o elemento no estado fendilhado. Quanto aos mecanismos resistentes ao corte, a
sua determinao de quantificao complexa devido ao mecanismo de formao das fendas e
quantificao do atrito que mobilizam assim como a sua contribuio no modelo de resistncia global
(Faria, Vila Pouca, 1997). Para dar resposta a estes fenmenos tm-se desenvolvido ao longo dos anos
diversas teorias baseadas em resultados empricos ou em mtodos analticos.
Figura 2. 5 Esquematizao da rotura por Corte em vigas de Beto Armado (Figueiras, 2008).
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Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
engrenagem dos agregados. Esta ao envolver a armadura longitudinal tambm contribui para o
aumento do efeito de cavilha (Faria, Vila Pouca, 1997).
2.2.2. TORO
A toro pode ser definida como um momento que actua na direco normal ao eixo longitudinal de
uma pea. Em estruturas de Beto Armado possvel identificar dois tipos de toro: a toro de
equilbrio quando esta contribui para o equilbrio esttico da pea e a toro de compatibilidade
quando o momento torsor resulta da compatibilidade de deformaes da estrutura (Faria, Vila Pouca,
1997).
Segundo o modelo adoptado pela regulamentao em vigor a resistncia ao momento torsor num
elemento de Beto pode ser definida por uma seco oca eficaz atravs da sua linha mdia. Desta
forma, possvel determinar as tenses tangenciais equivalentes ao momento torsor actuante nas
paredes desta seco. A resultante destas tenses tangenciais o esforo de corte em cada parede da
mesma.
Em Estado Limite ltimo, possvel observar fendas de traco que se dispe segundo hlices tal
como na Figura 2.6.
Considerando que cada parede est sujeita ao esforo transverso, o funcionamento toro segundo
este modelo assemelha-se ao funcionamento ao esforo transverso em cada face da viga, no entanto
importante referir que segundo Arajo Sobreira (1980) a interpretao deste fenmeno no a mesma
uma vez que considerado que o beto no interior da pea, isto , o beto no interior da seco oca
tambm contribui para a resistncia.
2.2.3. PUNOAMENTO
O punoamento um tipo de rotura por Corte em estruturas de Beto Armado que ocorre em
elementos sujeitos a uma grande concentrao de esforos, o que correntemente pode ocorrer na
envolvente dos pilares onde se apoiam lajes ou em sapatas.
A rotura por punoamento normalmente caracterizada pelo aparecimento de um cone de rotura,
formado a partir da rea carregada e cuja geratriz faz ngulos com o plano da laje que pode diferir em
lajes e sapatas segundo Leonhardt (1977).
Relativamente a pilares interiores de uma laje carregada simetricamente e sem armadura de
punoamento o mecanismo de rotura consiste na formao de fendas radiais de flexo que se estreitam
na direco do pilar como possvel observar na Figura 2.7 e, na direco normal a estas fendas
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Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
sabido que quanto maior a excentricidade do carregamento maior o momento flector na ligao,
logo maior a aco sobre a estrutura nomeadamente nas ligaes entre os pilares e a laje. tambm
necessrio ter em conta a influncia das aces horizontais, pois estas acrescem o momento flector nas
ligaes dos elementos. Em edifcios correntes os momentos resultantes de aces verticais podero
no ser condicionantes, no entanto, numa anlise ssmica estas aces podero ter influncia directa na
resistncia ao punoamento devido excentricidade provocada.
Uma rotura local por punoamento pode dar origem a uma rotura gradual nos pilares circundantes uma
vez que estes ficam sujeitos carga que era suportada pelo pilar no qual se deu a rotura por
punoamento. Este tipo de rotura pode assim provocar o colapso total da estrutura.
Quanto aos mecanismos de resistncia ao punoamento pode-se citar como principais parmetros a
geometria e posio do pilar, a altura til da laje, o efeito de escala, o momento flector actuante, o tipo
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Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
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Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Nesta figura Fcw corresponde fora na escora e Fsw fora no estribo e podem ser determinadas
atravs do equilbrio esttico. Este modelo revelou-se muito conservativo quando comparado com
resultados experimentais, apresentando valores dspares. Na figura 2.9 pode-se observar o acrscimo
de resistncia resultante dos resultados experimentais (Faria, Vila Pouca, 1997).
Figura 2. 9 Confrontao do Modelo de Mrsch com resultados experimentais (Faria, Vila Pouca, 1997).
Atravs das diferenas obtidas foram propostas vrias modificaes Teoria de Mrsch, no entanto
importante reter que a maior parte das teorias propostas tem em conta este esquema de trelia.
13
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
2.3.2. KUPFER
Em 1962 Kupfer introduziu uma modificao ao modelo de trelia de Mrsch atravs do pressuposto
de que a inclinao das escoras no seria necessariamente de 45 e que poderia variar. Esta variao
implica um maior ou menor esforo na escora pelo que Kupfer estabeleceu os seguintes limites:
Este limite foi estabelecido tendo em conta o princpio do trabalho mnimo (Widianto et al., 2009).
2.3.3. KANI
O modelo proposto por Kani em 1964 pressupe a formao de um arco atirantado e com o beto da
parte inferior do arco fissurado formando o efeito de pente.
Este esquema estrutural consiste na formao de um arco atirantado suportado por um tirante
horizontal que, quando se d a fissurao do beto por flexo suportado pela armadura longitudinal
da viga. Na formulao desta teoria Kani determinou o momento crtico que faria romper o beto por
traco formando um pente e relacionou o mesmo com a geometria da pea.
f ck (2.3.)
VRd ,c k v bw z
c
Nesta equao o coeficiente kv determinado a partir da interaco entre os agregados na fenda o que
leva a que a resistncia seja directamente proporcional a abertura da mesma calculada atravs das
14
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Figura 2. 11 Esforos de uma viga e respectivo diagrama de extenses (adaptado de Bentz, 2010).
Neste modelo a resistncia VRd,c determinada tendo em conta o coeficiente kv. A determinao deste
coeficiente depende da taxa de armadura transversal a adoptar para a viga, sendo o mesmo dependente
unicamente da extenso na seco, ex, no caso de ser armado. Se o elemento no for armado kv
dependente de ex e da rugosidade da fenda quantificada a partir do coeficiente kdg na qual entra o
parmetro dg que diz respeito ao dimetro mximo dos agregados do elemento. A extenso da seco
permite tambm, segundo os autores, determinar o ngulo da inclinao das bielas que no influencia
directamente a resistncia VRd,c mas sim a capacidade resistente dos estribos. As equaes
simplificadas propostas neste modelo so de seguida apresentadas:
29 7000 x (2.4.)
0.4 f ck (2.6.)
kv Se w 0.08
1 1500 x f yk
48 (2.7.)
k dg 1.15
16 d g
15
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
relao ao pilar. Tambm considera que a laje tem um comportamento linear elstico, infinitamente
grande e est apoiada da mesma forma em todas as direces.
Segundo Kinnunen S. e Nylander H. (1960), nas circunstncias referidas no pargrafo anterior o
diagrama de momentos nulo em torno do pilar ao longo de um permetro circular de dimetro 0.44L
em que L o vo da laje. Este modelo aplicvel a elementos com e sem armadura transversal e
envolve parmetros como a rotao da laje na rotura, a geometria do cone de punoamento, a tenso
do beto na rotura e a taxa de armadura longitudinal.
O clculo da resistncia ao punoamento feito a partir de uma estimativa inicial da altura da zona
comprida, y, a partir da qual se desenvolve a fissura crtica (ver Figura 2.14). Para determinar esta
resistncia necessrio calcular a altura y a partir de um processo iterativo no qual se procura fazer
convergir o valor da resistncia final calculado a partir da resistncia compresso do beto e a
inclinao do cone de punoamento com o valor calculado a partir da rotao da laje, do raio plstico e
a posio da fissura de punoamento (Leonhardt, Mnnig, 1977).
2.4.2. MOE
O modelo de Moe (1963) tem em conta 2 tipos de rotura para definir a resistncia ao punoamento
sendo o primeiro correspondente rotura unicamente devido ao momento flector transmitido pelo
pilar e o segundo relacionando o momento flector com a capacidade resistente da laje ao corte.
VRd V (2.8.)
a Rd 1
Vshear V flex
16
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Moe afirmou que a resistncia ao punoamento no proporcional resistncia do beto, mas sim
sua raiz quadrada. Esta observao ainda hoje apresentada nos Cdigos Americanos e no Model
Code 2010 (Widianto et al, 2009).
Pode-se ento afirmar que a maior contribuio de Moe neste campo ter conseguido relacionar o
momento flector com a capacidade resistente ao punoamento. Este modelo est na origem do
procedimento regulamentar do ACI-318 de 1963.
2.4.3. MUTTONI
O modelo de Muttoni (2008) assenta na hiptese de que a resistncia ao corte de elementos sem
armadura transversal depende da espessura do elemento e da rugosidade da fenda provocada que se
desenvolve ao longo da escora junto ao apoio. O mecanismo de rotura proposto por este autor assenta
na Critical Shear Crack Theory (CSCT).
O esforo resistente pode ser calculado tendo em conta a rotao da laje no instante da rotura que por
sua vez funo das tenses actuantes e o atrito provocado pelos agregados na fenda. A expresso
geral deste modelo toma a seguinte forma:
f c f w, d g
Vr (2.9.)
b0 d v
A resistncia ao punoamento de acordo com este mtodo dada pela interseco da curva resultante
da equao 2.9 com a curva que relaciona o esforo actuante com a rotao da laje.
A curva da rotao da laje pode ser determinada por integrao analtica (Muttoni, 2008), atravs de
mtodos simplificados como o apresentado no MC10 (Muttoni, 2008), ou ainda atravs de elementos
finitos (Vaz Rodrigues, 2007).
17
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Em elementos com armadura de punoamento esta teoria permite verificar a segurana em trs zonas:
na regio fora da zona reforada, dentro da zona reforada e entre a zona de reforo e o pilar.
Figura 2. 143 modos de rotura com armadura de punoamento (adaptado de Muttoni, Ruiz, 2010)
Segundo esta teoria, a contribuio do beto para a resistncia ao punoamento no constante como
feito na maioria dos regulamentos mas sim dependente da quantidade de armadura transversal sendo
a sua variao observvel na Figura 2.17.
18
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
3
3. VERIFICAO AO CORTE
4. MODELOS E ASPECTOS REGULAMENTARES
A equao base para a elaborao das combinaes fundamentais de aces definida pela equao
3.1.
19
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
O ACI-318 tem uma abordagem diferente no que diz respeito quantificao das aces em estruturas
de Beto Armado. Esta norma no sugere a aplicao de coeficientes parciais relativos aos materiais,
no entanto aplica um coeficiente, , aos modelos de clculo adoptados e varia de modelo para
modelo. No que diz respeito ao Corte este coeficiente de 0.75 para situaes correntes e deve afectar
a parcela dos esforos resistentes. Na quantificao das aces o ACI defina coeficientes de segurana
de 1.2 a 1.4 para cargas permanentes, consoante a combinao em anlise, e cerca de 1.6 para
sobrecargas, sendo que este valor depende do tipo de sobrecarga.
20
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
21
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Ac Ec z t sin 2
Fc Ft (3.2.)
At Et z c sin 2
Em que:
15 2
cot cot z
eq
At (3.4.)
s
em que eq corresponde rea de beto associado ao tirante. A rea fissurada que envolve os tirantes
de ao, Acr, definida atravs de eq cujo dimetro considerado cerca de 15 vezes o dimetro do
prprio varo (ver Figura 3.4).
Segundo Arajo Sobreira (1980) considerando que o mdulo de elasticidade do tirante igual ao do
beto imediatamente antes da fissurao e conjugando as equaes (3.2), (3.3) e (3.4) origina uma
constante, K0.
zti
sin bw s zcn 1 i
3
K0 (3.5.)
sin 2 15eq 2 n
Em que os valores de zt e zc dependem do nmero de tirantes que intersectam a escora. Na Figura 3.3
esquematizado um exemplo em que a biela intersectada por 4 tirantes.
Globalmente o esforo resistente, VR, dado pela equao (3.5) segundo Arajo Sobreira (1980).
22
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
O esforo resistente global resulta da combinao da resistncia dada pela armadura transversal com a
resistncia do tirante de beto, que permite equilibrar a rigidez dos tirantes (de ao e de beto) com a
rigidez da biela. Segundo o autor, o tirante de beto condicionado pelos tirantes de ao na medida em
que estes provocam a fissurao do beto que envolve o varo impedindo que este seja solicitado
traco. Logo, a existncia de uma maior rea de armadura transversal provoca uma diminuio da
seco do tirante de beto. A Figura 3.5 esquematiza esta separao, as fissuras do beto envolvente
dos vares terminam quando o alongamento unitrio do beto o correspondente tenso fctm.
Figura 3. 4 rea fissurada e diagrama de tenses no tirante transversal de beto (adaptado de Arajo Sobreira,
1980)
Outro factor que determina a resistncia ao esforo transverso o tirante formado pela armadura
longitudinal constitudo pela armadura de flexo. Se, por hiptese, no existir mais nenhuma armadura
as traces sobre a fendilhao inclinadas de tero de ser absorvidas pela armadura horizontal e pelo
banzo comprimido como indicado na Figura 3.5. Nos apoios simples a descompresso deste banzo
total, passando a biela a constituir o seu prolongamento, j num apoio contnuo a descompresso ser
apenas parcial.
Esta variao de resistncia condicionada pela resistncia ao esmagamento da biela comprimida que
fica mais solicitada medida que o ngulo diminui.
Em elementos com armadura de esforo transverso o valor de pode ser calculado a partir da
seguinte expresso:
p l b p hb
tan 2 tan 0 (3.7.)
2 Fa bw Fa bw
23
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Logo, a armadura longitudinal permite a formao de uma biela comprimida, com arranque a partir do
apoio da viga. Conforme a inclinao desta biela, isto , conforme a maior ou menor percentagem de
armadura longitudinal, e tambm conforme a forma de seco (em T ou rectangular) e o tipo de carga
(uniforme ou concentrada), pode formar-se um esquema estrutural identificvel com um arco
atirantado ou com uma viga trelia. Na prtica o esquema que deve ser considerado o esquema em
trelia uma vez que a probabilidade de ocorrerem carregamentos concentrados nas estruturas ,
geralmente, grande e no compatvel a formao do arco atirantado.
A partir dos princpios referidos anteriormente, possvel calcular a resistncia ao esforo transverso,
com e sem armadura transversal, atravs das instrues que se seguem.
Em vigas sem armadura transversal a resistncia global ao esforo transverso a dada pelo tirante de
beto e pode ser quantificada atravs da equao (3.8).
O valor de calculado a partir da equao 3.7 e dado pelo produto de I II III IV que so
coeficientes que atendem respectivamente ao ondulado do diagrama de tenses no tirante vertical de
beto (ver Figura 3.4), a influncia de z neste mesmo ondulado, a contribuio da existncia de um
estado biaxial de tenses na resistncia do tirante e, por fim, devido existncia de cargas
concentradas (Arajo Sobreira, 1980).
I 0.84 (3.9.)
2.4 d 0.65
3
II (3.10.)
2.2 1.0
5
III 0.8 (3.11.)
4
IV 1 0.05 a d 1 (3.12.)
Vc bw 2s Acr
z
cot f ctd (3.13.)
2s
24
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Asw
Vw z a cot cot sin (3.14.)
2s
Neste caso, composto pelo produto entre III e IV , uma vez que o diagrama das tenses do
tirante praticamente plano, isto porque no depende de z mas sim do afastamento s entre os tirantes
de ao Arajo Sobreira (1980). No entanto, para que tal relao se verifique, necessrio que sejam
respeitados os afastamentos mximos, isto , deve haver sempre um tirante de ao a intersectar cada
biela. O valor de Acr corresponde rea fissurada ao longo de um comprimento 2s e pode ser
calculado pela expresso 3.15.
f syd
Acr Asw 1 Acr (3.15.)
f ctm
em que o valor de Acr corresponde ao acrscimo da rea fissurada devido ao recobrimento das
armaduras de esforo transverso. De forma simplificada, o valor adoptado de 15% se forem
considerados recobrimentos na ordem dos 4 a 5 dimetros e vares com dimetros nominais de 8 ou
10 mm.
A partir desta anlise tambm possvel calcular a resistncia mxima suportada pelo tirante de beto
e pela escora, isto a soma de Vc e Vw no dever ser superior a Fc,max e o valor de Vc no dever ser
superior a Ft,max.
25
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Exemplo de clculo
Neste exemplo considerou-se uma viga biencastrada com uma carga uniformemente distribuda de 120
kN/m com vo de 6 m e uma seco de 30x60 cm2 com um recobrimento de 3.5 cm. Foi tambm
considerado um beto B30 (fctd=1.2 MPa, fctm=2.5 MPa e fcd=16.7 MPa) e uma classe de ao A400.
O esforo transverso actuante considerado foi de 360 kN e um momento positivo a meio vo de 270
kNm resultante de uma redistribuio dos momentos nos apoios. A armadura de flexo a meio vo
seria de 620 considerando-se assim que se teria uma armadura inferior no apoio de 420 (12.56 cm2).
Com:
z = 0.495 m;
bw = 0.30 m;
I = 0.84,
II = 0.65 (ver equao 3.10.)
Admitindo que os vos adjacentes so iguais III = 1.0
Logo = 0.55.
O valor de pode ser calculado a partir da expresso 3.7 considerando os seguintes valores:
p = 120;
b = bw = 0.30;
l = 6.0;
Fa = 348000 x 12.56x10-4 = 437.3 kN;
Obtm-se = 26
Vcnrd = 0.495 x 0.30 x 0.55 x 1200 x 2.0 = 196 < 360 kN (equao 3.8)
VRd = Vc + Vw
26
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Acr = 0.15
= 1.0 x 0.65
Vcd = 0.495/1.0 x 2.0 x 0.65 x 1200 (0.3 x 1.0 0.113) = 144 kN (equao 3.13)
Ft,max = 1200 x 0.3 x 0.495 x 2.0 = 356 kN > 144 kN (equao 3.16)
Fc,max = 16700 x 0.3 (0.6 x 0.495) x sin(26) = 651 kN > 386 kN (equao 3.17)
Segundo o Model Code 2010 possvel efectuar o clculo atravs de 3 nveis de aproximao que
influenciam o clculo atravs de k c e k v . As diferenas no clculo destes parmetros podem ser
observadas no Quadro 3.1.
27
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
36 20 10'000 x 45 29 7'000 x
1 1 1
30 3
30 3
30 3
kc 0.5 0.5 0.55 0.55 0.55 0.55
ck
f ck
f ck
f
0.4
kv 0.15 0
1 1500 x
Este cdigo prope equaes diferentes para elementos com uma percentagem de armadura transversal
nula, no entanto fixada uma armadura mnima de esforo transverso correspondente a
f ck
0.12 100 .
f yk
O clculo de x implica que haja um momento actuante na pea de pelo menos VEd z e dado por:
M ed
Ved 0.5 N ed Ap f p 0
x z
2E s As E p Ap
(3.19.)
em que Ap corresponde rea de armadura de pr-esforo e fp0 a tenso nos cordes quando se d a
descompresso do beto.
Depois de escolher o nvel de aproximao pretendido possvel calcular as grandezas relacionadas
com a verificao de segurana. O valor de VRd ,c pode ser calculado atravs da seguinte expresso:
f ck
VRd ,c k v z bw (3.20.)
c
k v , um coeficiente que varia de acordo com o nvel de aproximao pretendido (ver quadro 3.1).
No caso de ser necessria armadura de esforo transverso, VRd , s dado por:
Asw
VRd , s z f ywd cot cot sen (3.21.)
sw
28
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
f ck cot cot
VRd ,max k c bw z (3.22)
c 1 cot 2
VEd V
cot cot Rd ,c cot cot
(3.23.)
Ftd
2 2
Em que 1 um valor tabelado e tem como base a resistncia traco do beto. Caso o elemento
M0
esteja sujeito flexo composta deve-se multiplicar ao valor de Vcd um factor 1 em que M 0
M sd
corresponde ao momento de descompresso da pea e M sd ao momento actuante.
29
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Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Asw
Vwd 0.9d f syd 1 cot sen (3.26)
s
VRd 2 bw d (3.27)
Quanto armadura de esforo transverso este documento refere que deve abranger a armadura
longitudinal, pela parte exterior e a sua percentagem mnima, calculada pela equao (3.28), deve ser
superior a 0.16 para S235, 0.10 para S400 e 0.08 para S500.
Asw
w 100 (3.28)
bw s sin
Quanto ao espaamento entre estribos o REBAP estabelece limites de acordo com o esforo actuante
como possvel observar nas equaes (3.29) a (3.31).
1 (3.29)
Vsd 2 bw d s 0.9d s 0.30
6
1 2
2 bw d Vsd 2 bw d s 0.5d s 0.25 (3.30)
6 3
2
Vsd 2 bw d s 0.3d s 0.20
3 (3.31)
30
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
f
VEd 0.5bw d 0.6 1 ck f cd (3.32)
250
Se a condio da equao (3.33) se verificar o elemento apenas ter de ser reforado com a armadura
mnima de esforo transverso.
3/ 2
200 200
VRd ,c 0.12 1 100 l f ck 1 / 3 bw d 0.035 1 f ck
1/ 2
bw d
d
d
(3.34)
em que o l considerado no deve ser superior a 0.02. Em elementos sujeitos a compresso axial
deve-se somar tenso correspondente VRd ,c um factor igual a k1 cp .
Sendo necessrio reforar o elemento com armadura de esforo transverso necessrio ter em conta as
seguintes condies:
Asw
VRd , s z f ywd (cot cot ) sin (3.36)
s
VRd VRd , s Vccd Vtd (3.37)
cot cot
VRd ,max cw bw z 0.6 f cd (3.38)
1 cot 2
sendo correspondente ao ngulo formado pelas escoras e o eixo da viga, a sua co-tangente no deve
ser superior a 2.5 nem inferior a 1. Na expresso (3.37), Vccd corresponde ao valor de clculo da
componente de esforo transverso da fora de compresso, no caso de um banzo comprimido
inclinado, enquanto que Vtd diz respeito ao fora na armadura de traco no caso de um banzo
traccionado inclinado.
A armadura transversal mnima em vigas segundo o EC2 dada por:
31
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Asw 0.08 f ck
bw sin (3.39)
s min f yk
O espaamento longitudinal mximo dos estribos em vigas dado por 0.75d 1 cot enquanto que o
espaamento transversal mximo, isto , a distncia mxima entre ramos do mesmo estribo de 0.75d
e no deve ser superior a 0.60 m.
0.75 Vn Vu (3.40)
Vn Vc Vs (3.41)
A grandeza Vc pode ser calculada pela equao 3.75 admitindo que no se trata de um elemento em
beto leve e que o mesmo se encontra sob os esforos de flexo e corte.
V d
Vc 0.16 f c 17 l u bw d 0.29 f ck bw d (3.42)
Mu
32
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Vu d
em que Mu corresponde ao momento actuante e no deve ser maior que 1. Em elementos sujeitos
Mu
a esforo transverso com compresso a expresso de Vc calcula-se pela seguinte forma:
N
Vc 0.171 u f c bw d
Ag
(3.43.)
Em elementos pr-esforados o valor de d dado pela distncia entre a fibra extrema comprimida e o
centro de gravidade dos cordes de pr-esforo, no havendo necessidade de ser inferior a 0.8h.
O valor de Vc dado pela expresso:
V d
Vc 0.05 f c 4.8 u bw d (3.44.)
Mu
Este valor no deve ser superior a 0.42 f ck bw d nem inferior a 0.17 f ck bw d . No entanto o ACI
permite uma abordagem mais aprofundada deste assunto no seu ponto 11.3.3.
Quando necessrio dimensionar armadura, a contribuio da mesma na resistncia feita atravs de
V s que por sua vez dado por:
Quanto armadura mnima, no ACI 318, apenas necessria quando o esforo actuante superior a
0.375Vrd ,c tomando os valores das equaes (3.46) e (3.47) caso contenha elementos pr-esforados
ou no, respectivamente.
33
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
bw s
Av ,min 0.062 f ck (3.46)
f yw
Ap f p s d
Av ,min (3.47)
8 f yw d bw
VRd ,ci 0.24 f ck
1/ 3
1 1.2 cd bw z (3.48.)
f cd
em que cd corresponde ao quociente entre a fora resultante de compresso de clculo, NEd, sobre a
rea da seco do elemento, Ac.
Neste regulamento o valor de VRd ,max dado pela equao (3.38) e a cot deve respeitar o seguinte
limite:
1.2 1.4
cd
f cd (3.49.)
0.58 cot 3.0
V Rd ,ci
1
V Ed
No que diz respeito s disposies construtivas em vigas a DIN segue os pressupostos do EC2.
34
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
V
v (3.50.)
bw d
Este valor no deve ser superior a 5 MPa ou a 0.8 f ck com fck em MPa.
Uma vez quantificado o esforo actuante, necessrio calcular a tenso resistente do beto dada pela
expresso (3.51).
1/ 3
A 400
1/ 3 1/ 4
f
vc 0.632 ck 100 sl
25 bw d d (3.51.)
N V h
v' c vc 0.6 (3.52.)
Ac M
A armadura de esforo transverso pode ser constituda por vares inclinados e por estribos desde que a
percentagem referente resistncia dos vares inclinados no valor total referente armadura no
exceda os 50%.
O esforo resistente dado pelos vares inclinados dado por:
Asw
Vb (0.95 f ywd )(cos sin cot )(d d ' ) (3.53.)
sw
em que d corresponde distncia entre o varo superior e a face superior do elemento. A armadura
transversal dada por:
Asv bv (v vc )
(3.54.)
sv 0.95 f yv
35
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Em relao ao espaamento entre estribos esta norma define que o espaamento longitudinal mximo
de 0.75d enquanto que o espaamento transversal entre ramos no dever ser superior a 0.15 metros.
A armadura mnima dada pela equao:
0.4bw s w
Asw (3.55)
0.95 f ywd
sendo que:
200
Vcu 0.10 1 100 l f ck 1 / 3 bw d
d (3.58.)
Para o clculo de z deve ser tido em conta que este no dever se superior a 0.9d. O coeficiente
pode ser calculado por:
2 cot 1
se 0.5 cot cot e (3.59.)
2 cot e 1
cot 2
se cot e cot 2 (3.60.)
cot e 2
36
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
sendo e o ngulo de referncia da inclinao das fissuras e pode ser calculado pelo mtodo geral e
um mtodo simplificado. O mtodo simplificado consiste em determinar a extenso no centro da
seco e correlacionar a mesma com o ngulo das fissuras atravs das equaes:
e 29 7 x (3.61.)
Md
Vrd 0.5 N d Ap p 0
x z 1000 (3.62.)
2E s As E p Ap
Segundo este regulamento o valor limite dos esforos resistentes, Vu1 dado por:
cot cot
Vu1 k 0.6 f cd bw d (3.63.)
1 cot 2
Sendo k um coeficiente que depende do esforo axial no elemento e toma o valor de 1 para estruturas
sem esforo axial, para outros casos de carga pode ser consultado na seco 44.2.3.1 deste
regulamento.
Esta norma, tal como a DIN, igual ao EC2 no que diz respeito s disposies construtivas.
Na determinao dos esforos actuantes a NBR permite uma abordagem no caso de elementos com
um momento e tem inrcia varivel tal como o EC2, no entanto esta norma fixa uma frmula para a
quantificao dos mesmos:
Vsd - Vsd,red M sd / z Vsd ,red cot / 2 tan c M sd / z Vsd ,red cot / 2 tan t (3.66.)
Quanto ao esforo transverso a NBR 6118 prope 2 modelos de clculo. O modelo I fixa o ngulo da
escora a 45 e desenvolve-se da seguinte forma:
37
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
f
VRd , 2 0.271 ck f cd bw d (3.67.)
250
Asw
Vsw 0.9d f ywd sin cos (3.68)
s
O valor de final de Vc depende da natureza dos esforos: se o elemento estiver traccionado este valor
0; se estiver sujeito flexo simples 0.6 f ctd bw d ; se se tratar de flexo composta necessrio
M0
multiplicar ao valor da flexo simples 1 em que M 0 corresponde ao momento de
M sd
descompresso.
O Modelo II consiste numa abordagem de escoras com inclinao varivel, podendo variar entre
30 e 45. Este semelhante ao Modelo I diferindo apenas no clculo de VRd , 2 e Vsw .
f
VRd , 2 0.541 ck f cd bw d sin 2 cot cot (3.69)
250
Asw
Vsw 0.9d f ywd cot cot sin (3.70)
s
Segundo a NBR6118 o espaamento longitudinal das armaduras deve respeitar o seguintes limites:
38
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
3.3. Punoamento
3.3.1. MODELO DE ARAJO SOBREIRA
Segundo Arajo Sobreira (1983) o modelo de rotura por punoamento assenta num mecanismo de
rotura que consiste no alargamento da zona de apoio do pilar formando um cone de punoamento
precedido pela formao de vigas de seco varivel em largura apoiadas nos cones de punoamento e
que servem de apoio s lajes existentes.
Segundo este modelo cone de punoamento definido a partir do ngulo da fissura de corte fixado em
30 em lajes correntes. A altura, y, que define a altura da zona comprimida junto ao apoio resulta de
um processo iterativo, no entanto o valor considerado dado pelo produto da altura til da laje, d, por
0.38. Os valores geomtricos que definem o cone de punoamento cuja formao est na base da
teoria de rotura de Arajo Sobreira so apresentadas na Figura 3.8, na qual se evidenciam as grandezas
de b, f e que so as grandezas utilizadas directamente no clculo.
Nesta figura, f uma grandeza que influencia directamente a resistncia do tirante de beto e diz
respeito distncia entre o centro do pilar e o ponto mdio da seco da escora no topo da laje.
O permetro de controlo a partir do qual determinado o esforo actuante situa-se a uma distncia de
0.5d do bordo do pilar equivalente, como indicado na Figura 3.9.
39
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Para situaes sem armadura de punoamento, a verificao da segurana em estado limite ltimo
feita por:
Sendo VSd a fora de clculo actuante na laje; , e e c so dados pelas relaes trigonomtricas a
partir da Figura 3.8; f cd a resistncia de clculo compresso do beto e o produto dos
coeficientes das equaes (3.9) a (3.12) da seco 3.2.1 desta dissertao.
A resistncia ao punoamento com armadura deve cumprir a seguinte verificao:
1 2e cos( )
V ' Rd VRd (3.80.)
f
VSd
V ' Sd V ' Rd (3.81.)
f
(3.82.)
f 2e cos( )
40
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
V ' Rd e V ' Sd representam a fora resistente e actuante finais respectivamente um ngulo dado por
d
(ver Figura 3.7) e e representa, em mdulo, a excentricidade da carga.
2f
Como foi atrs referido, este modelo apoia-se no pressuposto de que as lajes estaro apoiadas em vigas
fictcias que formam prticos com os pilares, logo as excentricidades podem ser calculadas atravs dos
momentos flectores no pilar. Para tal proposto um mtodo baseado na distribuio de cargas
definidas pelas linhas de rotura (ver Figura 3.11), a partir das quais se obtm o momento flector
resultante entre lajes aplicando o mtodo de Cross e fazendo o mesmo tipo de raciocnio na cabea do
pilar em anlise, considerando os momentos das 4 vigas fictcias (ver Figura 3.10). Sobreira define um
Mtodo Rigoroso que traduz estas operaes de forma simplificada atravs de um esquema de malha
que pode ser assimtrica.
Na figura possvel identificar o pilar C que se trata do pilar em anlise e os pilares adjacentes A, A,
B e B.
Tome-se como exemplo um esquema de pilar interior com a geometria definida pela Figura 3.11.
41
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Figura 3. 11 Definio das linhas de rotura num pilar interior (Arajo Sobreira, 1983).
Segundo a disposio sugerida na Figura 3.11 podemos calcular os momentos parciais segundo as 4
direces da forma abaixo apresentada segundo o mtodo rigoroso de Arajo Sobreira (1983).
42
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Figura 3. 12 Esquema de Malha em pilares de Bordo (esq.) e pilares de Canto (dir.) (adaptado de Arajo
Sobreira, 1983).
A partir dos momentos iniciais, possvel determinar os momentos nas duas direces M AA ' e M BB '
subtraindo as parcelas do mesmo alinhamento.
Este mtodo tambm aplicvel a cargas concentradas fazendo as devidas adaptaes. Se tivermos em
conta a distribuio de cargas definida na Figura 3.13, aplicando o mtodo das linhas de rotura pode-se
deduzir a carga linear uniforme originada por uma carga concentrada sobre uma das quatro linhas de
apoio por:
2m n
p an (3.87)
l Bn
K K KB KA
Pn mn A A B B (3.88)
A B K A B K B A
43
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Figura 3. 13 Esquema de Malha em lajes sujeitas a cargas concentradas (Arajo Sobreira, 1983).
2 p an ( K anl ) 2
M AA 'P (3.89)
2 p Bn ( K Bn l ) 2
M BB 'P (3.90)
Tendo em conta as rigidezes relativas entre vos contguos possvel fazer a distribuio dos
momentos que resultam no equilbrio dos momentos segundo AA e BB. Esses valores podem ser
calculados atravs do Quadro 3.2.
44
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
M AA ',dist M BB ',dist
K'' K''
Pilares Interiores M AA ' M BB '
' K K'' ' K '
K''
Pilares de Bordo M AA' M BB '
' K '
O coeficiente ' corresponde ao grau de encastramento da laje, variando entre 0.75 e 1.0 neste caso.
A partir destes momentos as excentricidades podem ser obtidas pelas seguintes equaes:
M AA ',dist
e p , AA '
Kl 2
(3.91)
M BB ',dist
e p , BB '
Kl 2
(3.92)
A excentricidade provocada pelo carregamento da laje no deve ser confundida com a excentricidade
provocada por cargas horizontais nos pilares que originam momentos que devem ser adicionados para
a determinao da excentricidade global.
Segundo este autor a armadura longitudinal tem um papel importante no equilbrio dos momentos e
deve ser quantificada da seguinte forma:
Vsd
l ,sup (3.95)
4.7 f d sd
VSd
l (3.96)
4.7 f d sd
45
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
V Ed
b0 (3.97.)
v perp,d ,max
em que b0 o permetro de controlo e v perp,d ,max o valor mximo da projeco da fora de corte
perpendicular ao permetro de controlo, isto , corresponde tenso mxima de corte instalada no
cone de punoamento originada pelo momento flector na ligao.
Neste tipo de carregamentos o MC10 leva aplicao de um coeficiente ao valor de VRd,s dado por:
1
ke (3.98.)
1 e
b
46
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
f ck
VRd ,c k d b0 (3.99.)
c
1
k 0.6
1.5 0.6 d k dg (3.100.)
48
k dg (3.101.)
16 d g
o parmetro que define a rotao da laje e pode ser definido consoante o nvel de rigor
pretendido. O clculo da rotao da laje para o nvel I feito de acordo com uma anlise linear elstica
sem uma redistribuio de foras e dada por:
rs f yd
1.5 (3.102.)
d Es
1.5
r f yd msd
1.5 s (3.103.)
d Es m Rd
No nvel III de aproximao o coeficiente 1.5 das equaes (3.102) e (3.103) pode ser substitudo por
1.2 se o clculo do momento tiver por base uma anlise elstica.
A fora de clculo da contribuio da armadura transversal dada por:
E s
sd f ywd (3.105.)
6
O limite superior imposto pelo MC10 pode ser calculado atravs da seguinte equao:
47
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Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
f ck f ck
VRd ,max k sys k b0 d b0 d
c c (3.106.)
O coeficiente k sys toma o valor de 2, neste regulamento, no entanto investigaes mais recentes
permitiram definir esta constante consoante o tipo de reforo que utilizado, sendo de 2.5 para
estribos, 2 para vares dobrados, 2.6 para lajes pr-esforadas e 3.0 para conectores tipo perno (Ruiz,
Muttoni, 2010).
Na verificao fora da zona de reforo, a segurana feita como se no existisse armadura de
punoamento e o permetro de controlo mantm-se a 0.5dv do ltimo permetro de reforo conforme
indicado na Figura 3.15.
VRd ,int Asi f yd
d
22int
3
su
sin
(3.107.)
em que int diz respeito aos dimetros a utilizar no Intigrity Reinforcement e esu corresponde
extenso do ao em Estado Limite ltimo.
48
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Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
VRd Rd u (3.108)
v Rd 1.6 d 1 d (3.109)
em que u a superfcie crtica que envolve o pilar definindo um permetro a uma distncia 0.5d do
bordo do pilar. Neste caso VRd expresso em kN/m.
Esta metodologia apenas aplicvel em casos em que a zona em causa no esteja a uma distncia
superior a 5d de um bordo livre.
O valor de clculo da tenso actuante, VSd , em carregamentos sem excentricidade dado por:
VSd
Sd (3.110)
u
ex e y
1 1.5
Vsd
sd
u bx b y
(3.111)
Vsd 2e
sd 1
u d0 (3.112)
No caso de ser necessria armadura de punoamento, esta calculada a partir da contribuio de VRd
dada por:
4
VRd Asw f yd sin (3.113)
3
Este valor no deve ser superior a 1.6 vezes o valor a calcular pela expresso (3.108).
Quanto s disposies construtivas o REBAP especifica que a armadura de punoamento deve ser
disposta desde o permetro carregado at, pelo menos, a um permetro situado a 1.5d do permetro
referido. O espaamento entre vares no deve ser superior a 0.75d.
49
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Quanto ao punoamento, o Eurocdigo refere que o permetro de controlo u1 dista da rea carregada
de 2d no entanto a resistncia ao punoamento dever ser verificada face da zona carregada e, caso
haja armadura de punoamento, em permetros a uma distncia tambm superior a 2d.
Em reas carregadas junto a aberturas (distncia menor que 6d) no deve ser considerada a parte do
permetro de controlo entre as duas tangentes abertura traadas desde o centro da rea carregada.
A tenso provocada pelas aces actuantes, Ed ,pode ser calculada por:
V Ed
Ed (3.114)
ui d
M Ed u1
1 k (3.115)
Vsd W1
e
1 0.6 (3.116)
D 4d
1/ 2
e e x
2 2
1 1.8 y
x by
b (3.117)
Em pilares de bordo com excentricidade para o interior da laje na direco normal ao seu bordo
dada por:
50
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
u1 u
k 1 e (3.118)
u1* W1
Quando a excentricidade est para o exterior da laje segundo a mesma direco temos:
M sd u1
1 k (3.119)
Vsd W1
Em pilares de canto o valor de dado pelo quociente entre o comprimento do permetro caso se
trate de um pilar interior pelo permetro do pilar de canto considerado.
De forma simplificada pode-se considerar este coeficiente 1.5 para pilares de canto, 1.4 para pilares de
bordo e 1.15 para pilares interiores, caso o comprimento dos vos dos tramos adjacentes no
ultrapasse 25%.
A tenso resistente ao punoamento sem armadura, vRd ,c , em lajes dada por:
200
k 1 (3.122)
d
51
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Em sapatas esta equao deve ser multiplicada por 2d/a em que a a distncia desde a face do pilar at
superfcie de controlo.
Quando se trata de sapatas necessrio retirar ao esforo actuante a reaco provocada pelos impulsos
do terreno originando uma fora til actuante, VEd ,red . Isto quando a aco no possui excentricidade,
pois quando a aco excntrica VEd ,red dado por:
VEd ,red M Ed u
v Ed 1 k (3.123)
u d VEd ,red W
Em que k o coeficiente que tem em conta as dimenses do pilar e W similar a W1 mas referente ao
permetro de controlo u.
Em sapatas a resistncia ao punoamento sem armadura transversal dada por:
Asw 1
v Rd ,cs 0.75 VRd ,c 1.5 d f ywd ,ef sen
sr u1 d (3.125)
f
v Rd ,mx 0.3 1 ck f cd (3.127)
250
52
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Quando necessria armadura de punoamento, a rea mnima de um ramo de um estribo dada pela
expresso:
Asw,min
1.5 sin cos 0.08 f ck (3.128)
( sr st ) f yk
Quanto ao punoamento, o ACI 318 fixa o valor de Vc o valor mnimo dado entre as equaes (3.129)
a (3.131).
2 (3.129)
Vc 0.171 f ck b0 d
d (3.130)
Vc 0.083 2 s f ck b0 d
b0
Vc 0.33 f ck b0 d (3.131)
Nestas expresses corresponde ao quociente entre o lado maior do pilar e o lado menor, b0 o
permetro crtico que se situa a uma distncia de 0.5d do pilar e s um coeficiente que tem em conta
53
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
1 (3.132)
v 1
2 b1
1
3 b2
Vu v M u c (3.133)
vu1
Ac j
Vu v M u c' (3.134)
vu 2
Ac j
Os valores de c/j podem ser calculados pela aplicao do ponto R.11.11.7.2 do ACI 318.
No caso de ser necessrio reforar a laje com armadura de punoamento, V s no deve ser inferior a
0.17 f ck b0 d , VRd tem que ser inferior a 0.5 f ck b0 d e V s calculado pela equao
Av (3.135)
Vs f ywd sin
s
Neste caso Av corresponde rea de estribos que necessrio colocar ao longo de um permetro de
controlo.
Relativamente s disposies construtivas a armadura de punoamento deve obedecer s disposies
da Figura 3.18.
54
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
O clculo de VRd ,c para elementos sem armadura de punoamento feito da mesma forma do que na
equao (3.113) (EC2) substituindo o coeficiente 0.12 por 0.14. Em sapatas esta expresso deve ser
multiplicada por um factor k que consiste no quociente entre o comprimento do permetro crtico
calculado a 1.5d pelo permetro crtico calculado a 1.0d, este coeficiente no deve ser inferior a 1.2.
Em elementos com armadura de punoamento VRd no deve ser superior a 1.5 VRd ,c .
55
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
0.29l w (3.138)
v Rd 1 v Rd ,c
3.5d
Na a DIN o espaamento mximo entre a face do pilar e o primeiro permetro reforado no deve ser
inferior a 0.5d assim como a distncia entre permetros.
O clculo do esforo actuante deve ser feito segundo a equao (3.51) substituindo o parmetro bw
pelo permetro crtico rectangular distncia de 0.75d da face do pilar ou mltiplos deste. A tenso
mxima admissvel deve ser calculada considerando o permetro junto face do pilar e no deve
exceder 5MPa ou 0.8 f ck .
O algoritmo de clculo para a verificao da segurana similar ao realizado para o esforo transverso
variando porm a forma de clculo da armadura que toma a seguinte expresso:
56
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
(v vc )ud
A sw sin
0.95 f ywd
(3.139)
No entanto quando a tenso actuante se situa entre 1.6 v Rd ,c e 2 v Rd ,c a frmula aplicar ser:
5(0.7v vc )ud
A sw sin
0.95 f ywd
(3.140)
Caso o valor seja superior a 2 vrd ,c o modelo a adoptar deve ser devidamente justificado.
1.5M t
V Vt 1.25 (3.141)
Vt
57
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
No que diz respeito s aberturas, estas devem reduzir o permetro de controlo quando situadas a uma
distncia inferior a 6d da face do pilar. Este desconto deve ser feito recorrendo mesma metodologia
que foi enunciada no EC2.
No que diz respeito s disposies construtivas a BS 8110 define que em cada zona de corte espaada
de 1.5d deve existir 2 permetros de estribo espaados, no mximo, de 0.75d tal como indica a Figura
3.22.
58
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Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
f ck
sd Rd 2 0.27 1 f cd (3.142)
250
59
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
60
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
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4
5. FERRAMENTA DE CLCULO PARA VERIFICAO AO
CORTE SEGUNDO DIFERENTES REGULAMENTOS
61
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
62
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
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Esta ferramenta composta por uma folha Menu (ver Figura 4.2) inicial que permite actualizar os
dados sobre o projecto e o seu autor assim como escolher o regulamento para a realizao do clculo.
63
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
As worksheets referentes a cada regulamento so compostas por diversos quadros sendo o primeiro
referente aos dados gerais sobre a seco a analisar. O objectivo desta organizao que o utilizador
recorra os quadros pela ordem indicada nos quais poder ser necessrio introduzir dados adicionais
consoante as condies a que a seco est sujeita (ver Figura 4.3) . De uma forma geral estes quadros
seguem a seguinte sequncia:
1. Definio de esforos actuantes
2. Verificao da segurana sem armadura de esforo transverso
3. Dimensionamento de estribos
4. Verificao da segurana
64
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
No final do clculo em cada regulamento possvel validar aquele transferindo os dados principais
para outra Woorksheet referente aos dados do projecto (ver Figura 4.4).
Assim que os clculos estejam finalizados possvel gerar uma folha de impresso com os mesmos tal
como se pode observar na figura 4.5.
65
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
4.2.2.2. Punoamento
A folha relativa ao punoamento tem uma estrutura diferente do esforo transverso. Esta constituda
por uma folha inicial onde possvel introduzir os dados gerais relativamente ao problema em causa e
obter alguns resultados.
Uma vez que a uniformizao de parmetros relativamente aos diferentes regulamentos implica
aumentar a margem de erro possvel, na execuo dos clculos optou-se por criar diferentes quadros,
cada um referente a um regulamento nos quais constam os resultados gerais de cada metodologia, os
avisos referentes aos erros relativos aos dados introduzidos e algumas clulas onde podem ser
introduzidos dados adicionais. Nesta mesma folha possvel encontrar uma tabela resumo que
disponibiliza as informaes relativas a cada regulamento utilizando a mesma soluo de armadura o
que permite uma comparao directa mas superficial dos regulamentos disponveis (ver Figura 4.7).
Nesta tabela as linhas aparecem a cinzento caso haja parmetros essenciais em falta, a azul caso haja
irregularidades nas disposies construtivas ou nos limites de resistncia/verificao da segurana e a
branco se todos os parmetros estiverem correctos e se se verificar a segurana segundo o mtodo em
causa.
66
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Os dados apresentados nos quadros referentes aos regulamentos so calculados atravs de uma
worksheet referente a cada cdigo, nas quais possvel obter a informao detalhada do clculo
efectuado (ver Figura 4.8). Estas worksheets encontram-se organizadas em quadros tal como na
ferramenta de esforo transverso e em formato de impresso com a seguinte ordem geral:
1. Definies geomtricas e permetro crtico
2. Definio de esforos actuantes
3. Verificao da segurana sem armadura de punoamento
4. Dimensionamento de armadura de punoamento
5. Verificao da Segurana
67
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
4.3. FUNCIONAMENTO
Prentende-se nesta seco transmitir algumas instrues simples de funcionamento das ferramentas
com o sentido de facilitar a sua utilizao e tambm informar sobre algumas simplificaes adoptadas.
68
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
REBAP
No quadro Dados as clulas referentes classe de beto e classe de ao devem ser escritas de
acordo com o regulamento em causa uma vez que serve como ponte para a importao de dados na
realizao do clculo. A clula Viga refere-se designao dada viga no Projecto e cuja seco ir
ser calculada, esta clula apenas tem um contributo na organizao da folha de projecto. O parmetro
alfa refere-se inclinao dos estribos em relao ao eixo da viga.
No quadro 2 encontra-se um Command Button que, quando premido, permite obter o VRd numa viga
e se deixar de ser seleccionado efectua o clculo como se de uma laje se tratasse (ver Figura 4.9).
Sempre que so feitas alteraes a montante deste clculo este boto deve ser seleccionado na opo
pretendida.
No quadro 3 o valor designado por eficincia refere-se ao excesso ou defeito de Asw/s calculado
atravs da armadura escolhida relativamente ao resultado terico calculado no quadro 2 (ver Figuras
4.9 e 4.10).
69
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Por fim, no ltimo quadro o rcio corresponde ao quociente entre o VRd,final e VSd isto , se este valor
for inferior a 100% no verificada a segurana e se for superior a 100% possvel ter uma
quantificao percentual do excesso de resistncia relativamente ao valor do esforo actuante inserido.
EC2
Esta folha apresenta uma particularidade em relao anterior no que diz respeito ao input de dados.
Premindo o boto Viga no rectangular ficam disponveis novos parmetros relativos seco em
estudo que podem ser teis em casos como vigas em T pr-esforadas.
No quadro 2 o utilizador tem a opo de calcular uma viga pr-esforada admitindo que no h
fissurao da pea seleccionando o respectivo option Button (Ver figura 4.11).
Caso o utilizador pretenda fazer uma abordagem em estado fissurado apenas ter de considerar o
esforo axial a introduzir no quadro 1 e no considerar a viga como pr-esforada no quadro 2. Mais
uma vez este boto dever ser premido sempre que se fizerem alteraes a montante deste clculo.
No quadro 3 possvel descontar ao esforo actuante as reaces resultantes da variao de inrcia de
uma pea sujeita a um momento flector. Este momento flector deve ser inserido como vector e no
como valor absoluto.
70
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
DIN
A folha de clculo deste regulamento idntica do EC2 excepto na seleco do factor cotan que
deve obedecer a um limite superior calculado pela equao 3.80.
EHE
A diferena entre esta folha e as duas anteriores consiste na obrigatoriedade de, no quadro 3, inserir o
momento actuante na seco em estudo para que se possa aplicar o MCFT (ver Figura 4.14). Este
momento necessrio para o clculo de e cujo clculo resulta de um processo iterativo que deve ser
realizado pelo utilizador atravs da alterao da clula VRd,iterativo. Este processo pode ser ignorado se
o utilizador adoptar, de forma simplificada, por escolher e,manual.
71
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
ACI
Nesta folha de clculo imprescindvel seleccionar, no quadro 2, o tipo de clculo que se pretende que
o programa faa atravs do valor de Vc. Mais uma vez esta opo deve ser sempre seleccionada
quando so feitas alteraes a montante deste clculo.
BS
Na folha das British Standards possvel dimensionar barras dobradas em conjunto com os estribos.
Para tal necessrio escolher, atravs da Scroll Bar do quadro 4, a percentagem da resistncia que
os vares inclinados iro ter na soluo global de armadura.
NBR
Tal como no ACI, na NBR necessrio escolher o estado de tenso da pea aps a escolha do modelo
a adoptar e premir este boto cada vez que se fazem alteraes a montante deste clculo.
Arajo Sobreira
No quadro 2 desta worksheet o clculo de Vcnrd e o clculo do esquema estrutural interno da viga
feito com base nos bacos propostos por Arajo Sobreira (1980). Nesta folha tambm acrescentada,
no quadro 3.2, o dimensionamento da armadura longitudinal necessria verificao da segurana
(ver Figura 4.15).
72
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
4.3.2. PUNOAMENTO
O procedimento de clculo nas folhas referentes a cada regulamento feito da forma apresentada no
organograma da figura 4.16 apresentado de seguida.
73
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
74
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Na folha de Resoluo automtica possvel inserir a maioria dos dados necessrios resoluo dos
problemas de punoamento pelos diversos cdigos, no entanto existem alguns parmetros que podem
ser inseridos nas worksheets referentes a cada regulamento.
No quadro referente geometria os parmetros de nome C1 e C2 referem-se s dimenses do pilar
quando se trata de um pilar rectangular em que C1 o lado normal ao vector do maior momento
flector actuante (ver Figura 4.17). Caso o pilar seja circular o seu dimetro deve ser colocado na clula
que indicada e as clulas C1 e C2 devem permanecer vazias. Os parmetros L x e Ly dizem
respeito s distncias do pilar em causa aos pilares adjacentes ortogonais em relao a este. A sl,x e
Asl,y correspondem armadura longitudinal superior que atravessa o pilar nas duas direces do
plano da laje.
O quadro Sapatas permite realizar o desconto das tenses do solo nos esforos actuantes e o
preenchimento destes parmetros altera o clculo dos regulamentos para as especificaes referentes a
sapatas. O quadro referente ao Capitel permite efectuar as verificaes nos permetros necessrios
segundo o EC2, DIN, EHE e NBR. Para os restantes regulamentos sugere-se que se altere a altura til
da laje no quadro Geometria tendo em conta os respectivos permetros necessrios verificao
(ver Figura 4.19).
75
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
De uma forma geral, em todos os regulamentos quando seleccionado um pilar de bordo ou um pilar
de canto o permetro considerado e do permetro de um pilar interior respectivamente. Esta
simplificao pode ser corrigida inserindo o permetro em u,manual. Ainda sobre este assunto,
importante salientar que os descontos feitos ao permetro de controlo, pelo facto de este ser mais
extenso do que o regulamento o permite, so feitos automaticamente com o consequente aviso.
No quadro referente ao REBAP devem ser inseridos os momentos na laje caso existam, uma vez que
este regulamento tem em conta as excentricidades provocadas pela totalidade do momento na laje.
No EC2 o valor de pode ser ajustado atravs de ,manual. Na DIN, uma vez que apenas
considerado quando existe uma regularidade na malha de pilares definida, tambm se pode aplicar a
mesma metodologia referida em relao ao EC2. O n de ramos do permetro mais prximo da face do
pilar cujo clculo obrigatrio na DIN tambm feito a partir do quadro individual do regulamento.
O quadro referente ao ACI a clula momento corresponde ao momento total na laje. No quadro onde
se encontram os clculos efectuados segundo o mtodo de Arajo Sobreira encontram-se trs imagens
com o objectivo de explicar a notao adoptada neste mtodo.
Na verificao da segurana ao punoamento segundo o Draft do Model Code 2010, o valor de rs
adoptado corresponde a 22% do vo mximo considerado. Se este valor no corresponder ao
pretendido pode ser inserido manualmente em rs,manual.
76
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
De seguida comeou-se por realizar o clculo da seco pelo REBAP inserindo os dados da seco no
quadro indicado na Figura 4.21.
Ao inserir estes dados e o esforo actuante a ferramenta permitiu realizar a primeira verificao da
segurana onde se pode verificar a necessidade de uma armadura de 9.15 cm2/m conforme indica a
Figura 4.22.
77
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
De seguida feita a verificao da segurana final com a armadura dimensionada e ajustado o d (ver
Figura 4.24).
Premindo o boto Validar Clculo so registados na folha de projecto os dados essenciais da seco
analisada depois de ser designada a seco (Figura 4.25).
Neste caso o regulamento que permitiu uma soluo de estribos mais econmica, em termos de
dimensionamento foi o EC2.
A partir da folha de projecto possvel realizar a impresso sendo elaborada uma folha final.
78
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
4.4.2. RIB2011.BA.PUNOAMENTO
Para este exemplo considerou-se um pilar central quadrado com 0.40 m de lado que serve de apoio a
uma laje com uma malha de pilares quadrada com 6 m de vo e uma altura til de 0.26 m. Os esforos
actuantes considerados foram uma fora resultante no cone de punoamento de 800 kN, e momentos
flectores ortogonais de 80 e 85 kNm. Considerou-se tambm uma classe de beto de C25/30 e uma
armadura longitudinal em malha quadrada com 13.4 cm2/m.
Na folha de resoluo simultnea foram introduzidos os dados referentes geometria do elemento
como indicado na Figura 4.27.
Depois de inserir os dados apresentada na folha resumo (ver Figura 4.28) as solues de estribos a
adoptar, que disposta a partir do quadro Armaduras apresentado na figura 4.29.
79
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
De seguida, necessrio percorrer os diversos quadros para verificar se existe algum incumprimento
nos pressupostos dos cdigos que se pretende analisar. Neste caso optou-se por efectuar a resoluo
pelo EC2, encontrando-se a resoluo pelos restantes cdigos no anexo B.2.
A partir deste quadro seria possvel corrigir o permetro de controlo assim como o efeito das
excentricidades traduzido pelo factor .
Em alternativa ao dimensionamento de estribos poder-se-ia ter optado por reforar a ligao atravs de
um capitel. Na figura 4.31 encontra-se resumida a verificao da segurana com capitel a partir do
EC2.
80
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
5
6. ANLISE COMPARATIVA DOS DIFERENTES
REGULAMENTOS E MODELOS ESTUDADOS
81
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Resultados Obtidos
Pela observao do grfico da figura 5.1 constata-se que o limite superior de aplicao mais elevado
na EHE e no REBAP e menos elevado na BS apesar dos valores serem relativamente prximos. de
salientar a diferena entre a EHE e o EC2 que so dois regulamentos com uma metodologia idntica.
1000
Vrd,mx (KN)
800
600
400
200
S1 S2 S3 S4 S5
82
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Quanto armadura transversal mnima a BS e o MC10 impe uma quantidade superior em relao aos
restantes cdigos (cerca de 60% em relao ao EC2) enquanto que o ACI menos exigente neste
aspecto (cerca de 15% em relao ao EC2) como possvel observar na Figura 5.2.
0,12
w,min (%)
0,10
0,08
0,06
0,04
0,02
0,00
REBAP EC2 DIN EHE BS ACI NBR MC10
Quanto percentagem de armadura transversal qual corresponde VRd,max pode-se observar que estas
percentagens no chegam a atingir valores de 1% (ver Figura 5.3).
1,00
w (%)
0,80
0,60
0,40
0,20
0,00
REBAP EC2 DIN EHE BS ACI NBR MC10 I MC10 II
83
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
,max / ,min 14
12
10
8
6
4
2
0
REBAP EC2 DIN EHE BS ACI NBR MC10 I MC10 II
Comentrio
Em relao aos valores de VEd,max do EC2 e da EHE verificou-se que s so condicionantes em
comparao com VRd,max, quando so adoptadas seces de beto com reas reduzidas (prximas dos
0.08 m2).
As expresses de VRd,max sugerem que este valor est relacionado com o esgotamento da resistncia
das escoras compresso. Este valor est relacionado, entre outros parmetros, com z ou d em alguns
casos uma vez que a largura da escora no apoio calculada em funo desta grandeza.
Resultados Obtidos
No grfico da Figura 5.5 possvel observar as diferenas nos resultados entre o EC2, a DIN e os
restantes mtodos sendo na maioria dos casos mais do dobro. No entanto, com o aumento da seco na
BS obtm-se valores inferiores aos do EC2. Em relao ao mtodo de Arajo Sobreira o esquema
atirantado apresenta valores de Vcnrd muito superiores aos restantes e possvel identificar que a
84
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
parcela Vcnrd com armadura de esforo transverso (SOBR3) inferior para almas mais esbeltas
apresentando um incremento significativo com o aumento da espessura da alma.
3,25
Vrd,c / Vrdc,ref
REBAP
2,75 EC2
ACI
2,25 DIN1
BS
1,75 EHE
NBR
1,25 SOBR2
MC10 III
0,75 MC10 I
0,20 0,25 0,30 0,35 0,40 0,45 0,50 bw (m)
Figura 5. 5 Comparao dos valores de VRd,c com o aumento da largura da alma (A).
7
Vrd,c / Vrdc,ref
EC2
6
SOBR1
5
SOBR2
4 SOBR3
3
2
1
0
0,20 0,30 0,40 0,50 bw (m)
Figura 5. 6 Comparao dos valores de VRd,c com o aumento da largura da alma (B).
Comentrio
A diferena nos valores de VRd,c notria entre o EC2 e a maior parte dos cdigos sendo neste cdigo
bastante inferiores. de salientar que no EC2 o valor de VRd,c no utilizado como termo corrector da
trelia de Mrsch servindo apenas para limitar o esforo actuante at ao qual possvel utilizar a
armadura mnima, isto , no clculo de estribos a largura da alma no tem qualquer influncia. Desta
forma no comprovado o aumento da resistncia ao corte devido ao aumento da largura da alma
como indica a Figura 5.7.
85
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Figura 5. 7 Tenses mdias nos estribos em vigas com diversas relaes b/b 0 (Leonhardt (1977)).
Os resultados da figura 5.8 evidenciam a influncia da resistncia do tirante de beto que aumenta com
a seco da pea devido diminuio da rea fissurada, efeito que no explicado nos cdigos.
Em relao s normas europeias h uma grande semelhana na equao que permite calcular VRd,c
variando apenas um coeficiente (CRd,c) que no considerado como um valor fixo apesar de serem
sugeridas recomendaes para a sua escolha. A EHE permite valores de V Rd,c superiores ao EC2
enquanto que na DIN se obtm valores inferiores.
Para peas comprimidas na DIN o aumento da compresso no elemento provoca uma diminuio da
resistncia VRd,c ao contrrio das restantes normas. Por outro lado na DIN o nvel de compresso da
pea no influencia VRd,mx ao contrrio do EC2.
86
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
uma taxa de armadura longitudinal de 0.3% at 8 25 que corresponde a uma taxa de armadura de
2.2%. Para a aplicao do mtodo de Arajo Sobreira corrigido considerou-se um vo de 6 m e uma
armadura transversal de 2r 8//0.20 com um recobrimento de 4 cm.
Neste estudo no so englobados o REBAP, a NBR, os nveis I e II do MC10 e a NBR uma vez que
no tm em conta este parmetro.
Resultados Obtidos
O grfico da figura 5.9 indica que o MC10 III e a BS so os cdigos que permitem maiores ganhos de
resistncia com o aumento da taxa de armadura longitudinal permitindo acrscimos de cerca de 40%.
70
Vrd,c (KN)
EC2
60
ACI
50
DIN
40
BS
30
EHE
20
MC10 III
10
0
l (%)
0,25 0,75 1,25 1,75 2,25
Comentrios
A partir dos resultados obtidos concluiu-se que o aumento da taxa de armadura longitudinal influencia
a resistncia ao esforo transverso segundo os cdigos considerados, no entanto este aumento de
resistncia no se verifica a partir de taxas de armadura superiores a 2% segundo os cdigos
analizados. Na BS e no ACI este limite no existe sendo que no ACI fica condicionado a Vc,max.
O facto de se reforar a armadura longitudinal de traco provoca uma diminuio da inclinao da
escora junto ao apoio o que justifica este aumento de resistncia considerado pelos cdigos, no entanto
este efeito faz diminuir a resistncia da escora ao esmagamento. Este aspecto toma especial relevncia
nos regulamentos que se baseiam no modelo de escoras com inclinao varivel uma vez que o valor
de VRd,c no permite determinar um ngulo de inclinao da escora para calcular V Rd,max. O facto de a
BS no impor nenhum limite superior pode provocar uma rotura por esmagamento da biela.
87
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
com uma altura til de 0.95 m fazendo variar a espessura da alma de forma a obter-se uma maior rea
de tirante. Foi tambm considerada uma situao de laje com 0.30 m de espessura de forma a verificar
a necessidade de armadura de esforo transverso.
Neste caso considerou-se uma classe de beto de C25/30, e uma classe de ao S500. A armadura
considerada foi de 2r 8//0,20. As larguras da alma estudadas foram de 0.20 m at 0.50 m.
Resultados Obtidos
A partir do grfico da figura 5.10 possvel observar que apesar da variao da seco a resistncia
global no EC2 mantm-se, apresentando valores na ordem dos 450 kN enquanto que pelos restantes
mtodos a resistncia aumenta com o aumento da seco.
No caso referente laje (ver ltima coluna do Quadro 5.1) verifica-se que no mtodo de Sobreira e no
MC10 a resistncia superior aos restantes.
1000
Vrd (KN)
800
600
400
200
0
REBAP EC2 ACI A.Sobr. MC10 III
b=0,20 b=0,30 b=0,40 b=0,50
No quadro 5.1 esto contabilizadas as resistncias obtidas segundo os diferentes mtodos, onde se
pode realar o facto de em seces a partir de cerca de 0.40 m de largura da alma o Eurocdigo torna-
se o cdigo mais conservativo em relao aos restantes, com a excepo do ACI. tambm de
salientar que na situao de laje a resistncia dada pelo MC10 e pelo mtodo de Arajo Sobreira
significativamente superior do que o ACI, REBAP e EC2.
Quadro 5. 1 Relao entre as resistncias globais dos diversos mtodos e a resistncia do EC2.
88
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Comentrio
Neste caso possvel identificar que a maioria dos mtodos atribui directamente ao beto uma parcela
da resistncia ao esforo transverso. Pelo facto de o EC2 ignorar esta parcela origina que este cdigo
seja mais conservativo em peas com seces de maior rea, inclusivamente mais conservativo que o
REBAP que o regulamento em vigor em Portugal desde 1983.
O facto de os valores de VRd,c do EC2 serem baixos em relao aos restantes mtodos implica que em
situaes de laje seja, por vezes, necessrio reforar a mesma com armadura de esforo transverso, o
que inviabiliza a formao do arco atirantado nas lajes. De facto, se tivermos em conta os resultados
obtidos pelos restantes mtodos analisados, a resistncia ao esforo transverso atravs da resistncia
do beto aumenta significativamente principalmente no MC10 e no mtodo de Sobreira o que indica
que se poder formar o arco atirantado podendo assim, na maioria dos casos desprezar a armadura de
esforo transverso. Se se observar os resultados obtidos no MC10 para vigas com uma espessura
elevada o valor da resistncia ao esforo transverso aumenta significativamente e esse aumento resulta
do aumento da parcela VRd,c uma vez que a armadura considerada a mesma. No mtodo de Sobreira
s foi possvel obter estes resultados (aproximadamente constante em espessuras elevadas) atravs da
diminuio da quantidade de armadura longitudinal para que as bielas aumentassem a inclinao, na
prtica estes resultados iriam conduzir a valores de resistncia, VRd,c, superiores.
O ACI apresenta resultados mais conservativos do que os restantes mtodos uma vez que no
considera a influncia da inclinao das bielas na resistncia ao esforo transverso. No entanto nas
lajes, esta resistncia superior ao EC2.
Pela anlise dos resultados pode-se verificar que o MC10 e o mtodo de Sobreira apresentam
resultados idnticos apesar de se basearem em princpios diferentes, sendo o MC10 baseado em
mtodos empricos e o mtodo de Sobreira baseado em mtodos analticos.
89
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Resultados Obtidos
No grfico da figura 5.11 possvel observar que para baixas taxas de armadura o MC10I, a BS, a
DIN e o ACI so mais conservadores do que o EC2 enquanto que o MC10 II, o MC10 III, a NBR e a
EHE levam a solues mais econmicas de armadura chegando-se a obter um rcio de 1.3 para a EHE.
Com o aumento da taxa de armadura transversal a tendncia que se verifica que os restantes mtodos
se tornam mais conservadores em relao ao EC2 do que para baixas taxas de armadura. Estes valores
tendem a estabilizar uma vez que com o aumento da taxa de armadura torna-se necessrio diminuir a
inclinao das bielas.
1,4
Vrd,ref / Vrd
1,2
1,0
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
2
Figura 5. 11 Variao de VRd com a percentagem de armadura transversal na seco 0.20x0.40 m .
90
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
100%
40 100 39 100 45 39 61 46 60 100 55
80%
60%
40%
20%
60 0 61 0 55 61 39 54 40 0 45
0%
Vrd,c Vrd,s
Comentrio
De uma forma geral pode-se afirmar que o EC2, a DIN e o MC10 II baseiam-se no modelo das bielas
de inclinao varivel enquanto que o REBAP, o ACI e a BS consideram uma inclinao da biela de
45 tal como Mrsch, acrescentando uma parcela de resistncia para corrigir este modelo. O MC10 III
permite o clculo da inclinao da biela pelo MCFT e o MC10 I consiste numa simplificao do
MC10 III. A NBR permite a escolha do ngulo da biela mas atribui sempre uma parte da resistncia ao
beto condicionada pelo estado de tenso na pea. A EHE engloba a aplicao dos modelos
mencionados neste pargrafo levando a solues mais econmicas de dimensionamento a utilizao do
MCFT para baixas taxas de armadura com cotan=1 e utilizando o mtodo das bielas de inclinao
varivel para vigas com maiores taxas de armadura. A aplicao do MCFT na EHE origina um
processo iterativo no qual se deve fazer convergir a resistncia da soluo final de dimensionamento
com o valor da inclinao da biela calculado.
No mtodo de Arajo Sobreira possvel verificar a diminuio da resistncia do tirante de beto com
o aumento da quantidade de armadura transversal chegando mesmo a ser s o ao a contribuir para a
resistncia ao esforo transverso.
Pode-se ento concluir que os regulamentos baseiam-se em 3 modelos: trelia de Mrsch corrigida, o
mtodo das bielas de inclinao varivel e o MCFT. De uma forma geral o MCFT conduz a resultados
mais econmicos para baixas taxas de armadura, seguindo-se da trelia de Mrsch corrigida enquanto
que para elevadas taxas de armadura o 2 modelo menos conservativo. No entanto para seces com
reas elevadas nomeadamente para espessuras de alma superiores a 0.4 m o modelo de escoras com
inclinao varivel torna-se menos econmico sendo o MCFT e o mtodo de Sobreira os que do
origem a resultados menos conservativos.
91
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Resultados Obtidos
No quadro 5.2 possvel observar que na maioria dos casos estudados necessrio utilizar mais
armadura do que a armadura mnima. Para relaes de L/d de 10 e 12.2 o esquema estrutural
considerado no mtodo de Sobreira o esquema em trelia e nestes casos os resultados obtidos
aproximam-se dos regulamentares. Para relaes de L/d de 5 e 8 forma-se o esquema estrutural
atirantado e neste caso os resultados diferem bastante dos regulamentares admitindo uma viga sujeita a
uma carga uniformemente distribuda.
Quadro 5. 2 Resistncia do tirante de beto.
L/d 5 8 10 12,2
Ved 438,75 202,5 112,5 112,5
REBAP 2r12//0,10 2r8//0,10 As,min As,min
EC2 2r10//0,10 2r8//0,20 2r6//0,20 2r6//0,20
DIN 2r12//0,125 2r8//0,15 2r6//0,25 2r6//0,25
EHE 2r10//0,125 2r8//0,15 2r6//0,25 2r6//0,25
ACI 2r10//0,125 2r8//0,15 As,min As,min
BS 4r10//0,125 2r10//0,175 As,min As,min
NBR 2r12//0,10 2r8//0,20 As,min As,min
MC10 I Vrd,mx 2r8//0,15 As,min As,min
MC10 II 2r12//0,125 2r6//0,15 As,min As,min
MC10 III 2r12//0,125 2r8//0,20 As,min As,min
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Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Comentrios
Segundo Arajo Sobreira, o esquema estrutural interno da pea depende das cargas que lhe so
aplicadas e da relao entre o vo e a altura til da mesma. O esquema em trelia forma-se quando a
relao de L/d aumenta sendo que neste caso a resistncia condicionada pelos tirantes de beto.
Apesar destes resultados indicarem que no seria necessrio utilizar armadura mnima de esforo
transverso deve ser tida em conta uma vez que tem uma contribuio importante para o bom
funcionamento das estruturas em servio diminuindo a fendilhao devido s cargas e devido a
fenmenos como a fluncia e a retraco.
5.3. PUNOAMENTO
5.3.1 ANLISE DOS LIMITES DE RESISTNCIA E DO CONE DE PUNOAMENTO
O objectivo deste caso foi avaliar a aplicabilidade dos cdigos tendo em conta os limites de resistncia
e comparar a resistncia que possvel obter no cone de punoamento resultante da variao da seco
do pilar e da classe de beto.
De forma a estudar a influncia destes parmetros considerou-se uma laje com uma altura til de 0.26
m e diferentes pilares todos circulares com dimetros que variam entre 0.2 e 0.6 metros com intervalos
de 0.1 designados por P1 a P5 respectivamente. As classes de beto consideradas foram C20/25 (1),
C25/30 (2) e C30/37 (3).
Para tornar os resultados mais perceptveis foram calculados os valores de V Rd,c e VRd,max ou VEd,max
procurando estabelecer uma relao percentual entre os mesmos, determinando-se posteriormente o
nmero de ramos necessrios em 10 para atingir a resistncia mxima permitida. Estes resultados
encontram-se no anexo B.2. Neste captulo optou-se por expor apenas os resultados do pilar P3, com
um dimetro de 0.40 m, com uma classe de beto de C25/30 de forma a fazer uma comparao directa
entre os cdigos.
Resultados Obtidos
No REBAP o aumento da seco do pilar permitiu incrementos de V Rd at cerca de 50%. O aumento
da classe de beto de C20/25 para C30/37 permite ganhos de resistncia de cerca de 24% nos diversos
pilares. Neste caso foi possvel observar que o aumento da classe de beto pode permitir ganhos de
resistncia superiores ao aumento da seco do pilar em 10 cm. Quanto aos limites superiores no
REBAP estes originam uma percentagem referente a VRd,c seja cerca de 63% o que corresponde a
solues de armadura de 4 a 9 ramos por permetro para lajes com a altura til considerada.
No EC2 os ganhos de resistncia provocados pelo aumento da seco do pilar so cerca de 25% no
total, j a alterao da classe de beto permite um crescimento da resistncia de 13%. Neste cdigo o
valor de VRd,c corresponde a cerca de 15% do valor de VRd,mx, valores que diminuem com o aumento
da classe de beto para 11%. Quanto ao nmero de ramos por permetro que este limite diz respeito a
solues de armadura que variam entre 32 e 62 ramos.
Na EHE os ganhos de resistncia so idnticos aos do EC2, variando a percentagem de V Rd,c em
relao a VRd,max uma vez que os valores de VRd,c so um pouco superiores aos do EC2.
93
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
As condies deste caso limitam a aplicao da DIN uma vez que o permetro de controlo sempre
superior ao limite imposto o que conduz a valores de resistncia constantes com o aumento da seco
do pilar correspondentes a 67% de VRd,max que se traduzem em 16 ramos por permetro.
Na NBR o aumento da seco do pilar e da classe de resistncia permite ganhos idnticos aos do EC2.
Quanto ao valor de VRd,mx no contexto deste problema no foi calculado uma vez que depende do
esforo actuante.
Quanto ao ACI o aumento da seco do pilar permitiu um aumento de resistncia total de cerca de
54% e o aumento da classe de beto cerca de 18%. O valor de Vn,max corresponde sempre ao dobro de
Vc e traduz-se em quantidades de armadura que variam entre 11 e 24 ramos.
Na BS o aumento da seco do pilar permite ganhos de resistncia de 22%, j o aumento da classe de
beto permite crescimentos na ordem dos 6%. O ganho de resistncia com o aumento da classe de
beto apenas se verifica para classes a partir de C30/37. Os limites superiores neste caso no foram
determinados pela mesma razo dos da NBR.
No mtodo de Arajo Sobreira o aumento da seco do pilar permite ganhos de resistncia de cerca de
45% enquanto que o aumento da classe de beto permite aumentar a resistncia do cone de
punoamento em cerca de 20%. Quanto aos limites superiores este mtodo baseia-se no esgotamento
do cone de punoamento e diminui em relao resistncia do tirante de beto com o aumento da
seco do pilar.
O MC10 permite ganhos de resistncia de cerca de 50% com o aumento total da seco do pilar e de
18% com o aumento da classe de beto. Quanto ao valor de V Rd,max verifica-se que a percentagem do
reforo de armadura dever ser igual participao do beto e traduz-se em valores entre 5 e 12
ramos.
Quanto ao caso em que se confrontam os diversos mtodos observou-se que a resistncia do cone de
punoamento ao esmagamento bastante superior no MC10 em relao ao EC2.
So apresentados nas figuras 5.13 a 5.15 os resultados obtidos no caso do pilar P3. No caso da figura
5.13 os valores obtidos esto em funo dos resultados obtidos no EC2 e dizem respeito contribuio
do beto na resistncia do cone de punoamento.
1,6
Vrd
1,4
1,2 1,3
1,2
1,0 1,1 1,1
1,0
0,8 0,9
0,6 0,7 0,7 0,7
0,4
0,2
0,0
REBAP EC2 EHE DIN NBR ACI BS Sobreira MC10
94
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Relativamente percentagem da resistncia VRd,c em relao a VRd,max o REBAP e a DIN impe que a
contribuio do beto deve ser sempre superior do ao enquanto que o ACI e o MC10 fixam este
valor em metade e o EC2 e a EHE permite que a contribuio do ao seja muito superior tal como
demonstrado na figura 5.14.
100%
Vrd
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
REBAP EC2 EHE DIN ACI Sobreira MC10
Vrd,c Vrd,mx
Na figura 5.15 exposto o nmero de ramos com um dimetro de 10 mm que necessrio ter, em
cada permetro, para esgotar a resistncia do cone de punoamento no caso do pilar P3.
50
N de ramos
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
REBAP EC2 EHE DIN ACI Sobreira MC10
ramos 10
95
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Comentrios
Os ganhos de resistncia verificados com o aumento da seco do pilar devem-se sobretudo ao
aumento do permetro crtico. Nos cdigos em que a distncia de verificao inferior o aumento da
seco permite acrscimos no permetro superiores e o consequente aumento de resistncia. A
definio do permetro crtico tem influncia na distribuio das tenses de corte no cone de
punoamento tornando as mesmas maiores ou menores se a distncia entre o permetro e a face do
pilar for menor ou maior respectivamente. Tendo em conta que o permetro crtico define o cone de
punoamento, segundo os regulamentos a inclinao do cone pode variar entre 26.6 (2d) e 63,4
(0.5d). Tendo em conta este princpio os resultados obtidos no EC2, na EHE e na NBR so
contraditrios uma vez que o limite superior de resistncia maior do que os restantes e a inclinao
do cone admitido inferior, isto , o cone ao ser mais inclinado aproxima o valor da sua tenso
mxima para que ela rompa por esmagamento do beto.
A aplicao de limites superiores gerais no permetro de controlo obriga a fazer a distino entre o
corte por punoamento do corte por esforo transverso, mas em pilares circulares interiores esta
distino pode no existir uma vez que se forma um cone axissimtrico se no houver excentricidade
no carregamento sendo assim um caso de corte por punoamento. Este critrio no permite melhorar o
desempenho da estrutura ao punoamento na DIN atravs do aumento da seco do pilar uma vez que
o permetro condicionado pelo permetro mximo permitido, obrigando a alterar a espessura da laje.
Resultados Obtidos
No que diz respeito aos valores de resistncia o REBAP, a DIN e a BS so mais conservativos do que
o EC2 enquanto que o ACI, Sobreira e EHE apresentam valores de VRd,c mais elevados. A NBR
apresenta resultados menos conservativos para baixas espessuras e mais conservativos para maiores
espessuras em relao ao EC2.
Quadro 5. 3 Tabela com o quociente entre VRd de cada regulamento sobre VRd do EC2 variando a espessura da
laje.
0,2 0,8 1,0 1,1 0,7 1,1 1,2 0,7 1,0 0,8
0,25 0,8 1,0 1,1 0,7 1,1 1,3 0,7 1,0 0,3
0,3 0,8 1,0 1,2 0,8 1,1 1,3 0,7 1,0 0,3
0,4 0,8 1,0 1,3 0,8 1,1 1,4 0,6 1,0 0,4
0,6 0,8 1,0 1,4 0,9 1,1 1,6 0,5 1,1 0,5
0,8 0,8 1,0 1,4 0,9 1,0 1,6 0,4 1,1 0,5
96
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Comentrios
A aplicao deste exemplo permite concluir que o efeito de escala menos expressivo no EC2, na
NBR e na BS.
O aumento da expessura da laje de 0.20 para 0.30 m permite um aumento de VRd de cerca de 40%
sendo assim o tipo de reforo que permite maiores acrscimos de resistncia.
Resultados Obtidos
Para o caso 1 no foi possvel aplicar o REBAP, a DIN e o MC10 uma vez que o valor de VRd,max no
o permitiu, tambm no foi possvel aplicar a NBR para o Pilar P1. Quanto s solues de
dimensionamento o modelo que permitiu solues mais econmicas foi o MC10.
97
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
98
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
1,2
VRd,c / VEd
1,0
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
REBAP EC2 EHE DIN NBR ACI BS Sobreira MC10
1 2 3 4
No caso 2 no foi possvel aplicar o REBAP, o MC10 e a DIN, para o pilar P1 tambm no aplicvel
o EC2, EHE e NBR sendo que esta ltima tambm no aplicvel em P2.
99
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
1,2
VRd,c / VEd
1,0
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
REBAP EC2 EHE DIN NBR ACI BS Sobreira MC10
1 2 3 4
Comentrios
A utilizao do REBAP, do MC10 e da DIN nestes casos permitiu concluir que estes regulamentos
impem limitaes que reduzem a sua aplicabilidade relativamente aos restantes cdigos.
A aplicao da NBR um pouco mais restritiva do que o EC2 enquanto a BS tem um limite superior
quase inatingvel.
A aplicao do EC2 e da EHE permite solues de armadura com um menor n de ramos enquanto que
a BS impe a utilizao de um n de ramos por permetro bastante mais elevado do que os restantes
mtodos.
100
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Nos casos estudados o dimensionamento de armadura pelo ACI foi condicionado por V s, min o que,
tendo em conta que os casos se tratam de lajes com carregamentos elevados, impe a utilizao de
Vs,min na maioria dos casos.
Neste exemplo havia casos em que se obteriam melhores solues de dimensionamento atravs de
capitis, no entanto optou-se por dimensionar armadura para facilitar a comparao entre cdigos.
Resultados Obtidos
Os valores obtidos so muito similares com a excepo do REBAP que conduz a solues de sapata
com maior altura.
0,7
d (m)
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0,0
REBAP EC2 EHE DIN NBR ACI
Figura 5. 18 Comparao das alturas de sapata tendo em conta diferentes presses do terreno.
Comentrios
O aumento da presso do terreno nas sapatas fazem aumentar a resistncia ao punoamento e,
consequentemente, diminuir a sua altura pois provocam uma descompresso no elemento.
101
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
102
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
6
7. CONCLUSES
103
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Inclinao das
Recobrimento
Comprimento
Dimetro dos
longitudinal
Extenses
Armadura
Momento
Actuante
estribos
da viga
bielas
Cdigo
REBAP
EC2
DIN
EHE
ACI
BS
NBR
Sobreira
MC10
A partir das comparaes efectuadas no Capitulo 5 foi possvel retirar as seguintes concluses gerais
especficas de cada mtodo:
REBAP
Utiliza o modelo de trelia de Mrsch corrigido com o termo corrector baseado na
resistncia traco do beto
Nos casos estudados o valor de VRd,max corresponde aplicao de uma taxa de armadura
transversal de cerca de 11 vezes a taxa mnima (0.86%)
O aumento da classe de beto permite aumentos significativos da resistncia
Para taxas de armadura transversal inferiores a 0.125% este regulamento conduz a
solues mais econmicas de armadura do que o EC2, no entanto tende a ser mais
conservativo para taxas de armadura mais elevadas
O aumento da quantidade de armadura transversal faz diminuir a percentagem do termo
corrector da trelia de Mrsch na resistncia global at cerca de 28%
104
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
EC2
Baseia-se no modelo de escoras com inclinao varivel sendo VRd,c uma referncia para
a aplicao da armadura mnima
O maior valor de VRd,max que foi obtido corresponde a 13 vezes a taxa de armadura
mnima (0.92%) no entanto este valor corresponde aos valores obtidos pela trelia de
Mrsch que so inferiores aos obtidos experimentalmente
O aumento da classe de beto de C20/25 para C30/37 permite incrementos de resistncia
de 13% em VRd.c
A aplicao deste cdigo em vigas com uma taxa de armadura transversal inferior a
0.125% revela-se mais conservativa do que a maioria dos mtodos estudados, para taxas
de armadura elevadas e seces finas mais econmico em relao aos restantes
A aplicao deste cdigo requer o ajuste do valor da inclinao da escora de forma a
obter solues mais econmicas de dimensionamento
O aumento da taxa de armadura longitudinal permite aumentar V Rd,c mas no tem
influncia no dimensionamento caso este valor seja inferior ao esforo actuante
Os valores de VEd,max apenas so condicionantes em situaes de vigas com seces
reduzidas
muito restritivo no que diz respeito ao esforo transverso em lajes
EHE
Prope um modelo de clculo que tenta conciliar o modelo de bielas com inclinao
varivel com o MCFT atravs da determinao da inclinao das bielas
O valor de VRd,max e a quantidade de armadura que lhe corresponde aumenta com o
incremento da rea da seco em estudo, que no caso estudado corresponde a valores de
13 a 14 vezes a armadura mnima
A aplicao deste regulamento permite obter solues mais econmicas de armadura
transversal para baixas taxas de armadura de esforo transverso e para taxas prximas de
0.5% em relao ao EC2, no entanto para taxas de armadura de esforo transverso
intermdias um mtodo mais conservativo
Para obter solues mais econmicas deve-se escolher valores de cot prximos de 1
para baixas taxas de armadura e 2 para taxas de armadura superiores a 0.125%
Tal como no EC2 os valores de VEd,max so condicionantes em seces de rea reduzida
O aumento da taxa de armadura longitudinal permite um melhoramento significativo da
resistncia da pea quando aplicado o MCFT, isto para valores de cot prximos de 1
105
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
DIN
Baseia-se no modelo de bielas com inclinao varivel
um regulamento idntico ao EC2 com a excepo de o limite da cot ser inferior, na
generalidade dos casos, em relao ao EC2 originando solues menos econmicas
NBR
Permite utilizar um modelo de escoras com inclinao varivel com a correco de Vc ou o
modelo de trelia de Mrsh corrigido da mesma forma que no REBAP
O valor de VRd,max corresponde a um a taxa de armadura transversal de 0.69% o que equivale
a cerca de 8 vezes a armadura mnima
A aplicao desta norma em elementos com baixas taxas de armadura transversal menos
conservativo do que o EC2, no entanto tende a diminuir com o aumento da taxa de armadura
A percentagem de Vc na resistncia global inferior do REBAP, pois o valor de V wd
influenciado por cot
ACI
Utiliza o modelo de Mrsch corrigido atravs de Vc
Este cdigo no impe um limite superior de resistncia global limitando por sua vez Vc e
Vs; o valor de Vc,max atingido em peas com elevadas taxas de armadura longitudinal e em
seces com alturas elevadas conjugando um nvel de esforo transverso elevado e um
momento flector reduzido
O valor de Vs,max corresponde a 12 vezes a armadura mnima (0.66%)
O aumento da classe de beto de C20/25 para C30/37 permite acrscimos de Vc na ordem do
18%
Quanto s solues de armadura o ACI um cdigo mais conservativo do que o EC2
A armadura longitudinal apenas tem influncia em elementos sujeitos flexo
BS
Baseia-se em mtodos empricos
Quanto aos limites superiores de resistncia o valor de VEd,max corresponde a taxas de
armadura crescentes com aumentos que variam entre 7 e 8 vezes a armadura mnima (0.83%
e 0.89%)
As solues de armadura calculadas neste regulamento so mais conservativas do que nos
restantes cdigos analisados
106
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
MC10
Este cdigo permite 4 nveis de aproximao em que o IV diz respeito aplicao de uma
anlise no linear preconizada pelo programa RESPONSE-2000, o nvel III consiste na
aplicao simplificada o MCFT, o nvel II ao modelo das bielas de inclinao varivel e o
nvel I trata-se de uma simplificao do nvel III
Apesar das equaes propostas sugerirem a possibilidade de no utilizar armadura
transversal, neste cdigo imposta uma armadura mnima que superior do EC2
MC10 I
O valor de VRd,max deste mtodo corresponde a uma percentagem de armadura transversal
de 0.56%
Quanto s solues de armadura este mtodo mais conservativo do que o EC2 no
entanto tem uma aplicao mais expedita
MC10 II
Este nvel de aproximao permite obter resultados mais econmicos de
dimensionamento do que o EC2 uma vez que permite maiores inclinaes das bielas, no
entanto com o aumento da seco e de armadura longitudinal este valor tende a aumentar
convergindo com os valores do EC2
MC10 III
Este nvel de aproximao permite obter solues de dimensionamento mais econmicas
do que o EC2 para baixas taxas de armadura e para seces com espessuras elevadas, no
entanto tende a ser mais conservativo com o aumento da taxa de armadura
A aplicao deste mtodo condicionada por diversas restries que dificultam a sua
aplicao
Arajo Sobreira
Este mtodo baseia-se na trelia de Mrsch corrigida a partir da resistncia do tirante vertical
de beto
A resistncia do beto condicionada pelo grau de fissurao do mesmo atravs da armadura
transversal e do recobrimento
A inclinao das bielas condicionada pela taxa de armadura longitudinal
Este mtodo origina solues mais econmicas de dimensionamento do que os restantes
analisados
No quadro 6.2 encontram-se resumidas os regulamentos que permitem solues menos conservativas
em cada caso.
107
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Cdigos
6.1.2. PUNOAMENTO
No que diz respeito ao punoamento a teoria de Arajo Sobreira apresenta resultados prximos do
REBAP com a vantagem de permitir calcular pilares com carregamentos excntricos nomeadamente
pilares de bordo e de canto. A teoria do Estado Limite ltimo de Punoamento consiste numa
adaptao do Corte em vigas para as lajes sendo revistas as condies da formao do cone de
punoamento em vez das bielas. No entanto os resultados apresentados sugerem que esta teoria tem
ficado mais conservativa quando comparada com os cdigos actuais.
No quadro 6.3 esto descritos alguns parmetros considerados pelos mtodos analisados, para alm
dos que todos tm em comum.
Quadro 6. 3 Parmetros que influenciam a resistncia ao Punoamento.
longitudinal
excntricos
superior no
de controlo
Permetro
da tenso
Armadura
Limitao
armadura
permetro
Momento
Efeito de
Actuante
Pilares
escala
Limite
na
Cdigo
REBAP 0.5d
EC2 2.0d
DIN 1.5d
EHE 2.0d
ACI 0.5d
BS 1.5d
NBR 2.0d
Sobreira 0.5d
MC10 0.5d
A partir das comparaes efectuadas no captulo 5 foi possvel retirar as seguintes concluses gerais:
108
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
REBAP
A resistncia do cone de punoamento sem armadura de esforo transverso aumenta
linearmente com o aumento da seco do pilar com incrementos de cerca de 18% para
diferenas de seco de 10 cm
O aumento da classe de beto permite ganhos de resistncia superiores ao aumento da
seco em 10 cm
A resistncia mxima do cone de punoamento implica uma percentagem da resistncia
do beto de 63%
A aplicao deste regulamento ao dimensionamento de sapatas conduz a alturas maiores
do que os restantes regulamentos estudados
O aumento da espessura da laje permite incrementos de resistncia de cerca de 25% por
cada 5cm, para espessuras elevadas de laje este valor tende a diminuir
A aplicao prtica deste regulamento conduz a valores de esforo actuante muito
elevados em carregamentos excntricos que na maioria dos casos condicionado por
vRd,max
EC2
O aumento da seco do pilar permite atingir ganhos de resistncia na ordem dos 7% por
cada aumento de 10 cm o que leva a que o aumento da classe de beto permita
incrementos de resistncia superiores (cerca de 13%)
Este cdigo permite que a resistncia da armadura ultrapasse a resistncia do beto
chegando a valores de 85% da resistncia global, valor que diminui com o aumento da
classe de beto.
Os valores de altura de sapatas calculadas so idnticos maioria dos cdigos
comparados
O aumento da espessura da laje permite incrementos de resistncia de cerca de 22% valor
que diminui para espessuras elevadas
A aplicao prtica deste cdigo conduz a solues mais econmicas de armadura
O modelo deste cdigo permite avaliar todo o tipo de excentricidades e a respectiva
quantificao de esforo actuante
EHE
Este regulamento idntico ao EC2 sendo a excepo a considerao das excentricidades
que apenas so aplicveis em prticos com uma certa regularidade da malha de pilares
Neste cdigo o valor de Vmin que 30% maior do que o do EC2
109
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
DIN
O clculo da resistncia ao punoamento , na maioria dos casos, condicionado pelo
permetro crtico mximo a considerar o que dificulta o melhoramento do desempenho
atravs do aumento da seco do pilar
O valor de VRd,max permite uma percentagem de resistncia do reforo com armadura de
33%
O dimensionamento de alturas de sapatas conduz a resultados idnticos aos restantes
regulamentos
O aumento da espessura da laje conduz a valores de resistncia inferiores aos do EC2 na
ordem do 30%
A aplicao prtica deste regulamento conduz a valores maioritariamente condicionados
por VRd,max sendo apenas aplicvel em problemas com um esforo actuante reduzido
quando comparado com os restantes cdigos
NBR
O aumento da seco do pilar em intervalos de 10 cm permite ganhos de resistncia iguais
aos do EC2 sendo as diferenas entre estes superiores na NBR e VEd,max ser um pouco mais
restritivo e tambm as solues de armadura implicarem um maior n de ramos
O facto de o efeito de escala ser contabilizado de forma diferente leva a que a NBR conduza
a valores mais elevados de resistncia do que o EC2 para pequenas espessuras de laje e a
valores mais conservativos para espessuras superiores a 1 m.
A avaliao das excentricidades permite obter valores de esforo actuante mais reduzidos em
pilares de bordo e de canto com o bordo livre a uma distncia inferior a 6d.
ACI
A resistncia do cone de punoamento sem armadura transversal aumenta quase linearmente
com o aumento da seco do pilar com ganhos de cerca de 18% para diferenas de seco de
10 cm
O aumento da classe de resistncia do beto permite ganhos de resistncia superiores ao
aumento da seco em 10 cm
A resistncia mxima imposta neste cdigo conduz a uma igual repartio entre a resistncia
do beto e da armadura
A aplicao deste regulamento ao dimensionamento de sapatas conduz a alturas idnticas
generalidade dos regulamentos estudados
O aumento da espessura da laje permite obter valores de resistncia bastante superiores ao
EC2
A aplicao de armadura de punoamento por vezes condicionada por Vs,min o que torna
este regulamento mais conservativo nestes casos
110
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
No que diz respeito s excentricidades o ACI conduz a valores mais conservativos do que o
EC2 sendo VRd,max mais restritivo.
BS
Este mtodo permite um maior amplitude de aplicao em termos de resistncia sendo o
valor de VEd,max praticamente inatingvel
A utilizao de armadura de punoamento conduz a quantidades expressivamente superiores
quando comparada com os restantes cdigos
O aumento da espessura da laje permite ganhos de resistncia bastante inferiores ao EC2
MC10
O aumento da seco do pilar em incrementos de 10 cm permite ganhos de resistncia de
cerca de 18%, percentagem que diminui medida que aumenta a seco
O aumento da classe de beto permite ganhos de resistncia na mesma ordem de grandeza
que o aumento da seco do Pilar
O valor de VRd,max implica uma repartio entre VRd,c e VRd,s de 50%
O aumento da espessura permite aumentos de resistncia superiores ao EC2
A quantificao das excentricidades no MC10 pouco clara, submetendo para as tenses de
corte no cone de punoamento
Arajo Sobreira
Segundo este mtodo o aumento da seco do pilar em 10 cm permite ganhos de resistncia
na ordem dos 30% e o aumento da classe de beto de C20/25 para C30/37 na ordem dos 20%
O aumento da espessura de laje permite incrementos de resistncia superiores s do EC2
sendo este mtodo menos conservativo do que o EC2 para elevadas espessuras de laje.
A formulao deste mtodo facilita o clculo de distribuies assimtricas de pilares
A formulao deste modelo permite um clculo directo das excentricidades e da armadura
longitudinal
No quadro 6.4 encontram-se resumidas os regulamentos que permitem solues menos conservativas
em cada caso.
111
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Cdigos
A aplicao da ferramenta desenvolvida na elaborao de bacos poder ser til na comparao dos
regulamentos e tambm na aplicao ao projecto nomeadamente no pr-dimensionamento.
112
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
6.2.3. INVESTIGAO
A comparao da teoria do esforo transverso corrigida de Arajo Sobreira com os resultados
experimentais seria interessante, principalmente para analisar a influncia da armadura longitudinal na
inclinao das bielas.
Poderiam ser realizados ensaios que permitam determinar a rea de beto fissurado resultante da
mobilizao dos estribos de forma a poder contabilizar de forma rigorosa a seco de beto existente
em elementos com armadura de esforo transverso.
Quanto teoria do estado limite ltimo de punoamento poderia ser revista incorporando os novos
princpios adicionados no esforo transverso, nomeadamente a influncia da armadura longitudinal na
inclinao do cone de punoamento e a influncia desta inclinao na resistncia global.
113
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
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Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
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ENDEREOS MULTIMDIA
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Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
118
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
ANEXOS
B.1.6. CASO 6
B.1.7. CASO 7
B.1.8. CASO 8
B.1.9. Caso 9
119
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
REBAP
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
EC2
DIN
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
EHE
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
ACI
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
BS
NBR
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
SOBREIRA
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
MC10
Folha de projecto
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Folha de impresso
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
b/h
REBAP
Seco S1 S2 S3 S4 S5
Vcd(%) 16 16 16 16 16
Vwd(%) 84 84 84 84 84
/,min 10,70 10,70 10,70 10,70 10,70
EC2
Seco S1 S2 S3 S4 S5
BS
Seco S1 S2 S3 S4 S5
Ved,mx 358 447 537 626 716
Asw/s 16,50 21,00 25,50 30,00 35,50
As,min 2,11 2,63 3,16 3,68 4,21
0,83 0,84 0,85 0,86 0,89
,min 0,11 0,11 0,11 0,11 0,11
/,min 7,84 7,98 8,08 8,14 8,43
EHE
Seco S1 S2 S3 S4 S5
VRd,mx 360 450 540 630 720
VEd,mx 331 414 497 580 662
Asw/s 17,53 22,18 27,36 32,11 36,89
VRd,c 53 61 69 77 87
As,min 1,35 1,69 2,02 2,36 2,70
0,88 0,89 0,91 0,92 0,92
,min 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07
VRd (%) 0,08 0,08 0,08 0,08 0,08
VEd (%) 0,92 0,92 0,92 0,92 0,92
/,min 12,99 13,15 13,52 13,60 13,67
NBR
Seco S1 S2 S3 S4 S5
VRd,mx 298 373 447 522 596
Vc 56 70 84 97 111
Asw/s 13,76 17,21 20,65 24,09 27,53
As,min 1,77 2,21 2,65 3,09 3,54
0,69 0,69 0,69 0,69 0,69
,min 0,09 0,09 0,09 0,09 0,09
/,min 7,78 7,78 7,78 7,78 7,78
MC10 I
Seco S1 S2 S3 S4 S5
VRd,mx 309 386 464 541 618
Asw/s 11,26 14,07 16,89 19,70 22,52
VRd,c 36 45 54 63 72
As,min 2,15 2,68 3,22 3,76 4,29
0,56 0,56 0,56 0,56 0,56
,min 0,11 0,11 0,11 0,11 0,11
/,min 5,24 5,24 5,24 5,24 5,24
MC10 II
Seco S1 S2 S3 S4 S5
VRd,mx 340 425 510 595 680
Asw/s 19,31 24,13 28,96 33,79 38,62
As,min 2,15 2,68 3,22 3,76 4,29
0,97 0,97 0,97 0,97 0,97
,min 0,11 0,11 0,11 0,11 0,11
/,min 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
ACI
Seco S1 S2 S3 S4 S5
Vs,mx 295 369 443 517 590
Asw/s 13,12 16,40 19,68 22,96 26,24
As,min 1,11 1,39 1,66 1,94 2,22
0,66 0,66 0,66 0,66 0,66
,min 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06
/,min 11,83 11,83 11,83 11,83 11,83
Sobreira
Seco S1 S2 S3 S4 S5
VRd,mx 458,2 572,8 687,3 801,9 916,4
h=0,60
momento minimo
0,95 MC10 I
0,85
0,75
bw (m)
0,20 0,30 0,40 0,50
seco 0,30x0,60
C20/25
BS 47,9 - 280
3,0
cotan
2,5
2,0
1,5
1,0
0,5
0,0
1,4
Vrd,ref / Vrd
1,2
1,0
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
100%
39 100 39 100 41 31 60 40 60 100 52
80%
60%
40%
20%
61 0 61 0 59 69 40 60 40 0 48
0%
Vrd,c Vrd,s
100%
57 100 56 100 58 48 82 75 75 100 73
80%
60%
40%
20%
43 0 44 0 42 52 18 25 25 0 27
0%
Vrd,c Vrd,s
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
100%
72 100 70 100 100 100 86 86
80%
60%
40%
20%
28 0 30 0 0 0 0 0 14 0 14
0%
Vrd,c Vrd,s
Al 620 - ro,l 1%
Cot max
BS 82,0 - 450
3,0
cotan
2,5
2,0
1,5
1,0
0,5
0,0
2,0
1,5
1,0
0,5
0,0
100%
39 100 38 100 39 32 61 47 60 100 52
80%
60%
40%
20%
61 0 62 0 61 68 39 53 40 0 48
0%
Vrd,c Vrd,s
100%
57 100 55 100 57 50 82 73 75 100 72
80%
60%
40%
20%
43 0 45 0 43 50 18 27 25 0 28
0%
Vrd,c Vrd,s
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
100%
72 100 71 100 72 100 0 86 85
80%
60%
40%
20%
28 0 29 0 28 0 0 100 14 0 15
0%
Vrd,c Vrd,s
Al 525 - ro,l 1%
Cot max
BS 130,6 - 910
3,0
cotan
2,5
2,0
1,5
1,0
0,5
0,0
2,0
Vrd,ref / Vrd
1,8
1,6
1,4
1,2
1,0
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
100%
40 100 39 100 45 39 61 46 60 100 55
80%
60%
40%
20%
60 0 61 0 55 61 39 54 40 0 45
0%
Vrd,c Vrd,s
100%
57 100 56 100 62 100 82 73 75 100 73
80%
60%
40%
20%
43 0 44 0 38 0 18 27 25 0 27
0%
Vrd,c Vrd,s
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
100%
72 100 72 100 77 100 86 86
80%
60%
40%
20%
28 0 28 0 23 0 0 0 14 0 14
0%
0
Vrd,c Vrd,s
B30 C25/30
b/h 0,5 0,25x0,50
Al 1,50 %
B.1.6. CASO 6
al=12,57cm2
N MP M M0
0 0 422 0
100 25 397 13
200 50 372 27
300 75 347 40
800
700
600 REBAP
EC2
500
Vrd,c (KN)
ACI
400
DIN
300
BS
200 NBR
100 EHE
0 No Fiss.
0 200 400 600 800 1000
Esforo Axial (KN)
B.1.7. CASO 7
0 53 128 53 76 68 138
160
EC2
140
ACI
120
DIN
100
Vrd,c (KN)
EHE
80
MC10 I
60
MC10 III
40
EC2
20
ACI
0 DIN
0 200 400 600 800 1000
EHE
Esforo Axial (KN)
B.1.8. CASO 8
Percentagem de Vrd
As,min Vrd,c Vrd,c 2 Vrd,s Vrd rcio Vrd,c Vrd,s
MC10 III 3,6 80,0 80,0 107,1 187,1 3,6 42,8 57,2
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Coef=ro,min/(Vrd/Vrd,s)
3,00
Vrd/ Vrd,ref
2,50
2,00
1,50
1,00
0,50
0,00
100%
0,29 1,00 0,26 1,00 0,45 1,00 0,49 0,32 0,59 1,00 0,57
80%
60%
40%
20%
0,71 0,00 0,99 1,94 0,55 0,00 0,51 0,68 0,41 0,00 0,43
0%
B.1.9. CASO 9
B30 C25/30
b=0,20
Vrd,c Vrd,c,calc Vrd,s Vrd Notas
b=0,30
Vrd,c Vrd,c,calc Vrd,s Vrd Notas
b=0,40
Vrd,c Vrd,c,calc Vrd,s Vrd Notas
REBAP 285,0 285,0 186,9 471,9
EC2 166,3 0,0 467,1 467,1
ACI 242,3 242,3 179,1 421,4
A.Sobr. 393,6 442,7 306,1 748,9
MC10 III 365,7 365,7 321,7 687,4
b=0,50
Vrd,c Vrd,c,calc Vrd,s Vrd Notas
REBAP 356,3 356,3 186,9 543,1
EC2 205,1 0,0 467,1 467,1
ACI 302,8 302,8 179,1 481,9
valores altos - arco necessario reduzir inc da
A.Sobr. 492,0 449,0 306,0 755,0
biela
MC10 III 618,3 618,3 324,7 943,0
b=1,0; h=0,3
Vrd,c Vrd,c,calc Vrd,s Vrd Notas
REBAP 156,8 156,8 0,0 156,8
EC2 144,4 144,4 0,0 144,4
ACI 165,8 165,8 0,0 165,8
A.Sobr. 226,0 226,0 0,0 226,0
MC10 III 229,0 229,0 0,0 229,0
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Sem
P1 200 C20/25 1 excentricidade
P2 300 C25/30 2
P3 400 C30/37 3
P4 500
P5 600 d 0,26
REBAP
P1 P2 P3 P4 P5
Seco
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
Vrd,c 327 378 428 398 460 521 470 542 614 541 624 707 612 706 800
Vrd,mx 524 604 685 637 736 834 751 867 982 865 998 1131 979 1130 1280
Vrd/Vrd,mx 0,63 0,63 0,63 0,63 0,63 0,63 0,63 0,63 0,63 0,63 0,63 0,63 0,63 0,63 0,63
Permetro 1,45 1,45 1,45 1,76 1,76 1,76 2,07 2,07 2,07 2,39 2,39 2,39 2,70 2,70 2,70
dif 196 227 257 239 276 313 282 325 368 324 374 424 367 424 480
ramos 10 4 5 5 5 6 6 6 6 7 6 7 8 7 8 9
1400
Vrd
1200
1000
800
600
400
200
0
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
P1 P2 P3 P4 P5
Vrd,c Vrd,mx
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
100%
Vrd
80%
60%
40%
20%
0%
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
P1 P2 P3 P4 P5
Vrd,c Vrd,mx
10
N de ramos
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
P1 P2 P3 P4 P5
ramos 10
EC2
P1 P2 P3 P4 P5
Seco
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
Vrd,c 504 543 577 544 586 623 585 630 670 626 674 716 666 718 763
Vrd,mx (KPa) 3680 4500 5280 3680 4500 5280 3680 4500 5280 3680 4500 5280 3680 4500 5280
Ved,mx 3727 4558 5348 4028 4925 5779 4328 5293 6210 4629 5661 6642 4930 6028 7073
Vrd,c/Ved,mx 0,14 0,12 0,11 0,14 0,12 0,11 0,14 0,12 0,11 0,14 0,12 0,11 0,14 0,12 0,11
Permetro 3,90 3,90 3,90 4,21 4,21 4,21 4,52 4,52 4,52 4,84 4,84 4,84 5,15 5,15 5,15
dif 3223 4015 4771 3483 4339 5156 3743 4663 5541 4003 4987 5925 4263 5310 6310
ramos 10 32 40 47 35 43 51 37 46 55 40 49 59 42 53 62
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Vrd 9000
8000
7000
6000
5000
4000
3000
2000
1000
0
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
P1 P2 P3 P4 P5
Vrd,c Ved,mx
100%
Vrd
80%
60%
40%
20%
0%
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
P1 P2 P3 P4 P5
Vrd,c Ved,mx
70
N de ramos
60
50
40
30
20
10
0
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
P1 P2 P3 P4 P5
ramos 10
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
EHE
P1 P2 P3 P4 P5
Seco
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
Vrd,c 582 651 713 629 704 771 676 756 828 723 809 886 770 861 943
Vrd,mx 3680 4500 5280 3680 4500 5280 3680 4500 5280 3680 4500 5280 3680 4500 5280
Ved,mx 3727 4558 5348 4028 4925 5779 4328 5293 6210 4629 5661 6642 4930 6028 7073
Vrd,c/Ved,mx 0,16 0,14 0,13 0,16 0,14 0,13 0,16 0,14 0,13 0,16 0,14 0,13 0,16 0,14 0,13
Permetro 3,90 3,90 3,90 4,21 4,21 4,21 4,52 4,52 4,52 4,84 4,84 4,84 5,15 5,15 5,15
dif 3145 3907 4635 3398 4222 5008 3652 4537 5382 3906 4852 5756 4159 5167 6130
ramos 10 32 39 46 34 42 50 37 45 54 39 48 57 42 52 61
9000
Vrd
8000
7000
6000
5000
4000
3000
2000
1000
0
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
P1 P2 P3 P4 P5
Vrd,c Ved,mx
100%
Vrd
80%
60%
40%
20%
0%
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
P1 P2 P3 P4 P5
Vrd,c Ved,mx
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
N de ramos 70
60
50
40
30
20
10
0
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
P1 P2 P3 P4 P5
ramos 10
DIN
P1 P2 P3 P4 P5
Seco
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
Vrd,c 431 431 431 431 431 431 431 431 431 431 431 431 431 431 431
Vrd,mx 647 647 647 647 647 647 647 647 647 647 647 647 647 647 647
Vrd/Vrd,mx 0,67 0,67 0,67 0,67 0,67 0,67 0,67 0,67 0,67 0,67 0,67 0,67 0,67 0,67 0,67
Permetro 2,86 2,86 2,86 2,86 2,86 2,86 2,86 2,86 2,86 2,86 2,86 2,86 2,86 2,86 2,86
dif 216 216 216 216 216 216 216 216 216 216 216 216 216 216 216
ramos 10 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16
700
Vrd
600
500
400
300
200
100
0
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
P1 P2 P3 P4 P5
Vrd,c Vrd,mx
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
100%
Vrd
80%
60%
40%
20%
0%
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
P1 P2 P3 P4 P5
Vrd,c Vrd,mx
18
N de ramos
16
14
12
10
8
6
4
2
0
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
P1 P2 P3 P4 P5
ramos 10
NBR
P1 P2 P3 P4 P5
Seco
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
Vrd,c 546 588 625 590 635 675 634 683 726 678 730 776 722 778 826
Permetro 3,90 3,90 3,90 4,21 4,21 4,21 4,52 4,52 4,52 4,84 4,84 4,84 5,15 5,15 5,15
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Vrd 900
800
700
600
500
400
300
200
100
0
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
P1 P2 P3 P4 P5
Vrd,c Permetro
ACI
P1 P2 P3 P4 P5
Seco
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
Vrd,c 530 592 649 645 721 790 760 849 930 875 978 1071 990 1107 1212
Vrd,mx 1070 1196 1310 1302 1456 1595 1535 1716 1880 1767 1976 2165 2000 2236 2449
Vrd/Vrd,mx 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50
Permetro 1,84 1,84 1,84 2,24 2,24 2,24 2,64 2,64 2,64 3,04 3,04 3,04 3,44 3,44 3,44
dif 540 604 662 658 735 805 775 867 949 893 998 1093 1010 1129 1237
ramos 10 11 12 13 13 14 16 15 17 19 18 20 21 20 22 24
3000
Vrd
2500
2000
1500
1000
500
0
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
P1 P2 P3 P4 P5
Vrd,c Vrd,mx
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
100%
Vrd
80%
60%
40%
20%
0%
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
P1 P2 P3 P4 P5
Vrd,c Vrd,mx
30
N de ramos
25
20
15
10
0
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
P1 P2 P3 P4 P5
Permetro
BS
P1 P2 P3 P4 P5
Seco
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
Vrd 376 376 400 404 404 429 431 431 458 457 457 485 482 482 512
Permetro 4,02 4,02 4,02 4,47 4,47 4,47 4,92 4,92 4,92 5,37 5,37 5,37 5,82 5,82 5,82
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Vrd 600
500
400
300
200
100
0
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
P1 P2 P3 P4 P5
Vrd
Sobreira
P1 P2 P3 P4 P5
Seco
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
Vcnrd 490 545 610 550 611 685 610 678 759 670 744 834 730 811 908
Vrd,mx 696 874 1047 885 1112 1331 1026 1288 1543 1205 1513 1812 1385 1739 2082
Vrd/Vrd,mx 0,70 0,62 0,58 0,62 0,55 0,51 0,59 0,53 0,49 0,56 0,49 0,46 0,53 0,47 0,44
dif 206 329 437 335 500 647 416 611 784 535 769 978 655 928 1174
ramos 10 5 8 10 8 12 15 10 14 18 13 18 23 15 22 27
1000
Vrd
900
800
700
600
500
400
300
200
100
0
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
P1 P2 P3 P4 P5
Vcnrd
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
100%
Vrd
80%
60%
40%
20%
0%
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
P1 P2 P3 P4 P5
Vcnrd Vrd,mx
30
N de ramos
25
20
15
10
0
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
P1 P2 P3 P4 P5
Permetro
MC10
P1 P2 P3 P4 P5
Seco
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
Vrd 256 286 313 311 348 381 367 410 449 422 472 517 478 534 585
Vrd,mx 511 572 626 623 696 762 734 820 899 845 945 1035 956 1069 1171
Vrd/Vrd,mx 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50
Permetro 1,45 1,45 1,45 1,76 1,76 1,76 2,07 2,07 2,07 2,39 2,39 2,39 2,70 2,70 2,70
dif 256 286 313 311 348 381 367 410 449 422 472 517 478 534 585
ramos 10 5 6 6 6 7 8 7 8 9 8 9 10 10 11 12
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Vrd 1400
1200
1000
800
600
400
200
0
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
P1 P2 P3 P4 P5
Vrd Vrd,mx
100%
Vrd
80%
60%
40%
20%
0%
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
P1 P2 P3 P4 P5
Vrd Vrd,mx
14
N de ramos
12
10
0
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
P1 P2 P3 P4 P5
ramos 10
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Asl 16,1
L' comprimento mximo
para no descontar
perimetro
REBAP
EC2
EHE
DIN
NBR
ACI
BS
Sobreira
MC10
Caso 1 C25/30
S500
p= 21 KN/m2
Caso 2
C25/30
S500
p= 26 KN/m2
Pilar 1: 300
Pilar 2: 400 1 As- 78,80 cm2/m N1 1664
Pilar 3: 500 1914
Pilar 4: 600
laje 40 cm
d 36 cm
malha 8 m
utilizando 10
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Tabela Caso 1
Tabela Caso 2
C25/30
Considerando Sapata centrada S500
pilar
tenso do
terreno 300 KPA
u Vrd Vsd d L
tenso do
terreno 200 KPA
u Vrd Vsd d L
tenso do
terreno 400 KPA
u Vrd Vsd d L
Pilar de canto
aumentar sucessivamente a consola
REBAP
0 - - - - - - - - - - - -
0,5 - - - - - - - - - - - -
1 - - - - - - - - - - - -
1,2 - - - - - - - - - - - -
1,4 2,64 2163 638 - 0,50 N.A. 20 6 0,29 1,55 3,16 120
1,6 2,64 2264 638 - 0,50 N.A. 20 6 0,28 3,52 0,78 120
1,8 2,64 2388 638 - 0,55 N.A. 27 7 0,27 3,69 0,77 189
2 2,64 2505 638 - 0,55 N.A. 27 7 0,25 3,87 0,76 189
2,2 2,64 2640 638 - 0,60 N.A. 31 7 0,24 4,06 0,74 217
2,4 2,64 2790 638 - 0,60 N.A. 31 7 0,23 4,32 0,73 217
2,6 2,64 2949 638 - 0,65 N.A. 33 8 0,22 4,60 0,72 264
2,8 2,64 3119 638 - 0,65 N.A. 33 8 0,20 4,89 0,71 264
3 2,64 3386 638 - 0,70 N.A. 40 8 0,19 5,07 0,69 320
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
EC2
EHE
DIN
0 1,01 KO KO - - - - - - - - -
0,5 2,01 KO KO - - - - - - - - -
1 2,86 KO KO - - - - - - - - -
1,2 2,86 KO KO - - - - - - - - -
1,4 2,86 KO KO - - - - - - - - -
1,6 2,86 644 570 18,76 - - 4 1 0,88 1,00 0,70 4
1,8 2,86 647 570 31,83 - - 4 1 0,88 1,00 0,69 4
2 2,86 648 570 31,83 - - 4 1 0,88 1,00 0,68 4
2,2 2,86 650 570 31,93 - - 4 1 0,88 1,00 0,67 4
2,4 2,86 645 570 31,73 - - 4 1 0,88 1,00 0,65 4
2,6 2,86 642 570 31,54 - - 4 1 0,89 1,00 0,64 4
2,8 2,86 638 570 31,34 - - 3 1 0,89 1,00 0,63 3
3 2,86 667 570 32,81 - - 5 1 0,85 1,00 0,61 5
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
NBR
ACI
0 1,06 KO KO - - - - - - - - -
0,5 1,06 KO KO - - - - - - - - -
1 1,06 KO KO - - - - - - - - -
1,2 1,06 KO KO - - - - - - - - -
1,4 1,06 KO KO - - - - - - - - -
1,6 1,06 KO KO - - - - - - - - -
1,8 1,06 KO KO - - - - - - - - -
2 1,06 KO KO - - - - - - - - -
2,2 1,06 KO KO - - - - - - - - -
2,4 1,06 KO KO - - - - - - - - -
2,6 2,64 1121 849 - - - 10 4 0,76 1,75 0,96 40
2,8 2,64 1192 849 - - - 10 4 0,71 1,87 0,94 40
3 2,64 1287 849 - - - 12 4 0,66 1,93 0,92 48
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
BS
0 1,18 KO KO - - - - - - - - -
0,5 1,18 KO KO - - - - - - - - -
1 1,18 KO KO - - - - - - - - -
1,2 1,18 KO KO - - - - - - - - -
1,4 1,18 KO KO - - - - - - - - -
1,6 4,72 664 506 - - - 6 4 0,76 1,03 0,62 24
1,8 4,72 685 514 - - - 7 4 0,75 1,06 0,62 28
2 4,72 705 521 - - - 7 4 0,74 1,09 0,62 28
2,2 4,72 726 529 - - - 7 4 0,73 1,12 0,62 28
2,4 4,72 743 538 - - - 8 4 0,72 1,15 0,62 32
2,6 4,72 761 547 - - - 9 4 0,72 1,19 0,62 36
2,8 4,72 780 557 - - - 9 4 0,71 1,22 0,62 36
3 4,72 824 573 - - - 10 4 0,70 1,23 0,62 40
Verificao da segurana ao Corte de Elementos de Beto Armado
Estudo e comparao da aplicao de diferentes regulamentos
Sobreira