Vermelho Ventura

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AVALIAO DAS CARACTERSTICAS FSICAS E PETROGRFICAS DOS

GRANITOS VERMELHO BRASLIA E VERMELHO VENTURA E SUA


UTILIZAO COMO MATERIAL DE REVESTIMENTO EXTERNO.
Suely Machado Barbosa da Silva
Bethania M. S. Pontes
Felisbela Maria da Costa Oliveira
Evenildo Bezerra de Melo
doi:10.18190/1980-8208/estudosgeologicos.v25n1p37-51
PPGEMinas/UFPE [email protected]; [email protected];
[email protected]; [email protected]

RESUMO

As rochas ornamentais quando usadas como revestimento externo em


edificaes sofrem processos de deteriorao mais intensos que aquelas colocadas em
ambientes internos secos. Por meio de ensaios de caracterizao tecnolgica, este
trabalho visa orientar a aplicao e a previso do comportamento de dois tipos de
granito vermelho, Ventura e Braslia. Estes litotipos apresentam ndices fsicos e
resistncia flexo compatveis com aqueles indicados pela NBR 15844. A anlise
mineralgica aponta para rochas com elevado teor de feldspato potssico de colorao
rsea (55% para Braslia e 50% para Ventura) responsvel pela cor averrmelhada destas
rochas, acentuada pela alterao natural dos minerais mficos associados. Entretanto o
Vermelho Braslia apresenta menor contedo em mficos (12%) do que o Ventura
(20%) o que se traduz pela menor resistncia ao intemprica deste ltimo. Processos
de alterao mais intensos geram reduo da sua resistncia mecnica e, portanto,
menor durabilidade. O grau de microfissuramento e a constituio mineralgica foram
os fatores petrogrficos mais importantes na determinao da resistncia
alterabilidade. A colorao original do Vermelho Ventura no sofre grande mudana
uma vez que os produtos decorrentes dos processos de oxidao e hidroxidao natural
dos minerais mficos apresentam colorao vermelha, amarronzada e amarelada, no
quebrando a reprodutibilidade do aspecto esttico desta rocha. Por fim a baixa
alterabilidade dos feldspatos potssicos em relao aos demais minerais aumenta a
valorizao ornamental deste tipo ptreo, sobretudo pelos profissionais da Arquitetura .
Palavras-chave: Vermelho Ventura; Vermelho Braslia; granitos; ndices fsicos.

ABSTRACT

The dimension rocks when used as an external coating for buildings suffer more
intense processes of deterioration than those placed indoors. By tests of technological
characterization, this work aims to guide the implementation and performance
prediction for two types of red granite, Ventura and Brasilia. These rock types have
physical indices and flexural strength that are consistent with those indicated by NBR
15844. Mineralogical analysis indicates rocks with high content of pinkish colored
potassium feldspar (55% for Brasilia and 50% for Ventura) which is responsible for the
red color of these rocks, enhanced by the natural alterations of associated mafic
minerals. However the Red Brasilia has less content in mafic (12%) than the Ventura
(20%) which translates less resistance to weathering action of the latter. More intensive
alteration processes result in a reduction of its mechanical strength and therefore in a
shorter life. The extent of micro-cracking and the mineralogical constitution were the
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VERMELHO BRASLIA E VERMELHO VENTURA E SUA UTILIZAO COMO MATERIAL DE
REVESTIMENTO EXTERNO.

most important factors in determining the petrographic resistance to changeability. The


original coloring of the Red Ventura suffers no major change due to the colors of the
products resulting from oxidation and hydroxidation processes of mafic minerals are
red, brownish and yellowish, not changing so the aesthetic aspect of this rock. Finally,
the low changeability of feldspars compared to other minerals increases the ornamental
value of this rock type, especially by professionals of Architecture.
Keywords: Red Ventura; Red Brasilia; granites; physical indices

INTRODUO caractersticas tecnolgicas da rocha, a


tipologia do jazimento, bem como os
Os granitos vermelhos so muito possveis defeitos das etapas de
usados como revestimento externo em extrao e de beneficiamento (Frasc &
edificaes. Sua composio Quitete, 2000).
mineralgica, rica em feldspatos As rochas ornamentais devem
potssicos, faz com que este tipo de apresentar propriedades que facilitem
rocha seja menos susceptvel ao das seu aproveitamento e sua utilizao.
intempries e dos poluentes urbanos. Quando usadas em ambientes externos,
O presente trabalho estuda as experimentam com maior intensidade,
caractersticas fsicas e petrogrficas os processos de deteriorao que
dos granitos Vermelho Ventura e aquelas colocadas em ambientes
Vermelho Braslia, bastante utilizados internos. A reduo da sua resistncia
como revestimento externo de fsica e mecnica so alguns processos
edificaes. A caracterizao de alteraes mais intensos, gerados por
tecnolgica destes materiais condies adversas, frente ao dos
possibilitar a preveno de problemas agentes intempricos e poluentes
arquitetnicos como manchas, atmosfricos do meio ambiente.
destacamento, fissuras, decorrentes da O uso de um material ptreo para
deteriorao destas rochas e tambm o fins ornamentais est relacionado com
uso mais otimizados destes litotipos fatores intrnsecos da rocha, tais como
para aplicao em pisos paredes, reas intensidade e tipo de alterao, presena
externas, internas, secas e midas. de tenses confinadas, heterogeneidade
As rochas foram usadas na textural e suas propriedades fsicas e
antiguidade como elementos estruturais qumicas. Tambm so importantes os
de construo, de ornamentao, de fatores externos, relacionados com os
cunho religioso e tambm de vedao. processos de extrao e beneficiamento,
Com o surgimento do concreto e tais como os defeitos resultantes dos
domnio da tecnologia do ao, a funo processos de serragem, polimento e
da rocha em revestimentos de brilho que podem ocasionar ou
edificaes tornou-se principalmente amplificar microfissuras pr-existentes
decorativa e funcional. A rocha tem (Aires-Barros, 2001).
sido usada no revestimento de paredes, A determinao dos ndices
pisos, degraus de escadarias, internos e fsicos (densidade, porosidade e
externos, e como elemento funcional em absoro dgua) assim como o
balces de cozinhas, banheiros, lavabos conhecimento de propriedades
e tampos de mesas, dentre outros. mecnicas das rochas de grande
O aspecto esttico o principal importncia para a preveno das
condicionante para o uso das rochas de patologias associadas a estes materiais
revestimento. Conjugado a este fator, de revestimentos externos de
devem ser consideradas as edificaes. Para diagnstico das
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patologias, necessrio, muitas vezes, aspecto esttico da edificao. As


submeter o material de revestimento aos rochas sero observadas in loco
agentes causadores das mesmas. A macroscopicamente: manchas, fissuras,
determinao dos ndices fsicos perdas de cor e brilho, eflorescncia ou
permitir a seleo de materiais que outros aspectos que interfiram nas
sejam mais resistentes determinada caractersticas visuais do revestimento.
patologia. A densidade traduz a
quantidade de matria por unidade de Rochas ornamentais e granitos
volume, portanto, quanto mais denso o
material menos poros ele possui e, por Pela definio estabelecida pela
conseguinte, menos gua ele absorve. Associao Brasileira de Normas
Tambm materiais mais densos Tcnicas (ABNT) rocha ornamental o
apresentam resistncia compresso material rochoso natural, submetido a
mais elevada e, consequentemente, diferentes graus ou tipos de
maior resistncia flexo. As rochas beneficiamento (bruta, aparelhada,
porosas apresentam maior superfcie de apicoada, esculpida ou polida) utilizado
ataque para os agentes intempricos, para exercer uma funo esttica.
(por exemplo, a chuva), sendo mais Comercialmente, as rochas ornamentais
vulnerveis alterao. so definidas essencialmente em duas
Neste trabalho feito um estudo principais categorias, que so os
petrogrfico associado determinao granitos e os mrmores,
de parmetros fsicos e mecnicos de distinguidos com base na sua
granitos vermelhos, que permitam a composio mineralgica. Os granitos
avaliao da qualidade da rocha para o abrangeriam as rochas silicatadas, ao
uso no revestimento de edificaes. passo que os mrmores incluiriam as
Sero observados fatores intrnsecos e rochas carbonticas. (Menezes e
extrnsecos ao material rochoso que Larizzatti, 2005).
intervm no comprometimento do

Figura 1 - Granito Vermelho Braslia


Fonte: Chiodi Filho, 2009

Para o setor de rochas granitos, gerados por fuso parcial de


ornamentais e de revestimento, o termo materiais crustais preexistentes. A
granito designa um amplo conjunto de composio mineralgica desses
rochas silicticas, abrangendo granitos definida por associaes
monzonitos, granodioritos, muito variveis (Figura 1). Seus
charnockitos, sienitos, dioritos, minerais dominantes so: quartzo,
diabsios/basaltos e os prprios feldspatos, micas (biotita e muscovita),

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REVESTIMENTO EXTERNO.

e anfiblios (sobretudo hornblenda); sua dos afloramentos necessita de maior


composio, textura e estrutura capital inicial, equipamentos e
representam, assim, parmetros de tecnologia, sendo assim, encontram-se
muito interesse para a caracterizao de sob a forma de grandes pedreiras de
granitos e sua distino dos mrmores. escala empresarial. (Santiago et al.,
Entretanto granitos, do ponto de vista 2012).
geolgico, so rochas magmticas
intrusivas, de textura fanertica, Os Granitos Vermelhos
equigranular podendo ser
inequigranulares e at porfirticos, cujos De acordo com a colorao, os
minerais essenciais so feldspato "granitos" so classificados em
potssico, plagioclsio (normalmente vermelho, marrom, amarelo, azul,
oligoclsio) e quartzo alm de verde, preto e cinza. A sua colorao
muscovita e biotita e minerais devido principalmente cor dos
acessrios como apatita, magnetita, minerais constituintes e da alterao
zirco, rutilo, etc. intemprica. Geralmente, so preferidas
As rochas ornamentais as rochas de granulao grossa com
comercialmente mais importantes so os textura equigranular sem orientao,
"granitos" e a maioria destas foi isto , tpica textura grantica.
produzida nos estados de So Paulo, Entretanto, em certos casos, so
Rio de Janeiro e Bahia. Certos preferidas as rochas com fenocristais ou
"granitos" ornamentais do Brasil so porfiroblastos orientados. Os "granitos"
famosos at no exterior. Alm de ter vermelhos tm esta colorao devido ao
beleza visual, so as rochas mais feldspato alcalino (Santiago et al.,
resistentes, no perdendo o brilho de 2012).
polimento durante longos anos. Desta Rochas representativas deste
forma, desde os tempos antigos os tipo so o Granito Vermelho Ventura e
"granitos" so tratados como material de Granito Vermelho Braslia.
luxo na construo. Sobretudo, os O Granito Vermelho Ventura
"granitos" coloridos so muito uma das variaes faciolgicas do
procurados no mercado. Como por batlito grantico de Venturosa,
exemplo, as tumbas dos faras das pertencente sute potssica-
pirmides do Egito foram construdas calcialcalina metaluminosa de idade
com "granitos" e o corpo principal das neoproterozica. O Granito Vermelho
pirmides, com calcrios. Ventura tpico lavrado na Mina Peri-
Os "granitos" explotveis ocorrem Peri. Trata-se de uma rocha grantica, de
tanto em mataces quanto em granulao grossa, de composio
afloramentos. Os mataces de rochas alcalina, de textura porfirtica, com
granticas com tamanho acima de 2m, fenocristais de K-feldspato (microclna)
muitas vezes, no so blocos rolados, e menos frequentes e menores de
mas sim, in situ. Portanto, aps a plagioclsio. Estes constituem mais de
retirada dos mataces, aparece o 60% da rocha, enquanto a matriz,
afloramento composto da mesma rocha. formada por quartzo, biotita e
A explotao de mataces tem menor plagioclsio ocupa um mximo de 40%
custo, necessitando menor capital inicial da rocha. Destaca-se, como feio
para a produo. Portanto, a maioria dos estrutural a lineao (ou foliao)
"granitos" ornamentais brasileiros est irregular marcada pela orientao dos
sendo explotada a partir do corte de fenocristais de feldspato (foliao de
mataces. Por outro lado, a explotao fluxo, paralela ao plano de corte da
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rocha - levantante ou alongante, da apresentam dimenses que vo desde


terminologia mineira). Em chapa polida, 0,5 x 0,5 x 1,5 cm a 1,5 x 2,0 x 5,0 cm).
o Vermelho Ventura mostra os K- Apresentam contornos irregulares
feldspatos bastante destacados do (devido corroso durante cristalizao,
conjunto, devido s dimenses dos seus magmtica) e mais raramente retilneos
cristais com 2cm a 2,5cm de (situao mais frequente nos cristais
comprimento e 0,8cm de largura. Os prismticos), o que apesar da
megacristais apresentam pequenas granulao grossa da rocha, se reflete
fissuras visveis a olho nu, limitadas aos em bom imbricamento mineral e
gros e que no prejudicam o aspecto consequentemente na coeso da rocha.
esttico-decorativo do conjunto. No Ainda de acordo com Neves
geral, a rocha de cor rsea- (2010), este material apresenta uma
avermelhada, mas so comuns pequenas estrutura de discreta orientao de
incluses pretas de minerais mficos fluxo, evidenciada basicamente por leve
(biotitas principalmente) passveis de orientao preferencial dos cristais
serem eliminadas pela lavra seletiva, alongados de microclnio.
para garantir a reprodutibilidade do Microscopicamente exibe textura
material a ser produzido. Em seo fanertica mdia a grossa,
delgada a rocha apresenta textura inequigranular, hipidiomrfica. A
porfirtica levemente orientada pela granulao mdia oscila entre 0,5 a 1,5
estrutura de fluxo com matriz cm sendo que o microclnio representa
hipidiomrfica de granulao mdia, os cristais com as maiores dimenses.
com variaes locais de grossa a fina e, Os contatos minerais variam de
composio biotita granito porfirtico. interlobados (cncavo/convexos) a
Mineralogicamente constituda de parcialmente retilneo, refletindo, no
microclna, plagioclsio, quartzo, geral, em bom entrelaamento mineral.
biotita, opacos, apatita, zirco e clorita. Registra-se que os contatos entre os
No que concerne microclna mostra-se agregados de quartzo e os cristais de
microfissurada, pouco deformada e os feldspato so irregulares, e que
filmes pertticos, comumente retorcidos internamente aos referidos agregados os
(CPRM, 2008), o que sugere cristais de quartzo exibem entre si
deformao sin-cristalizao, associada contatos preferencialmente retilneos a
com a orientao de fluxo. levemente lobulados. J os cristais de
De acordo com Neves (2010), o microclina e de plagioclsio, estes,
Granito Vermelho Braslia de natureza dominantemente cedo-cristalizados
magmtica extrado no municpio de exibem formas prprias preservadas,
Jaupac, Estado de Gois. Sua colorao automrficas, com contornos externos
avermelhada com estrutura convexos. Exibem tambm contornos
discretamente orientada, inequigranular, cncavo/convexos a irregulares, devido
de granulao grossa. A granulao a frequentes feies de corroso
oscila desde 0,3 mm at cerca de 5,0 cm magmtica, o que contribui para o
ou mais, com predominncia entre 0,5 e melhor imbricamento global da rocha.
3,0 cm, caracterizada por bom H um baixo grau de microfissuras,
entrelaamento mineral. Os cristais predominantemente intergranular,
maiores so de microclina, os quais preferencialmente nos cristais de
exibem formas variadas, podendo ser quartzo. As microfissuras mostram-se
irregulares, alongados ou ovalados (com tanto fechadas quanto abertas, nestes
dimenses que podem atingir at 2,5 x casos, preenchidas por minerais opacos,
5,0 cm) a prismticos (nestes casos sericita e algum epidoto. Fraca a
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moderada alterao mineral est propriedades que interfiram no seu


presente, caracterizada por sericitizao desempenho como revestimento
dos feldspatos potssicos, carbonatao externo. Assim, o conhecimento de
dos plagioclsios e argilizao, caractersticas como densidade,
manifestando-se sob forma de manchas porosidade e absoro de gua e
pulverulentas, de colorao acastanhada tambm resistncia flexo dos
devido ao efeito da pigmentao por materiais sero primordiais na previso
xidos de ferro. Os cristais de da durabilidade quando da aplicao em
plagioclsio so os mais afetados, revestimento externo. Tais ensaios sero
principalmente em seus ncleos, descritos na sequencia.
enquanto nos cristais de microclina,
maiores e menos alterveis, a Materiais
argilizao distribui-se esparsadamente
na sua superfcie. Os cristais maiores de
As amostras dos litotipos
biotita encontram-se praticamente
estudados foram de dois tipos: (1) in
inalterados, por vezes com discreta
natura e (2) material usado. Os
cloritizao em bordas com texturas
materiais in natura (1) dos dois
simplictticas, alm de conterem
Vermelhos (Braslia, denominado VB, e
algumas micro-incluses lineares de
Ventura, denominado VV) foram
agregados de opacos disseminados
obtidos em marmorarias da cidade do
dispostos ao longo dos planos de
Recife. O material usado (2) foi obtido
clivagem.
do descarte de placas ptreas do litotipo
Vermelho Ventura, proveniente da
METODOLOGIA
manuteno do revestimento externo do
Edifcio Burle Marx, tambm em Recife
necessria a realizao de
(Fig. 2). Infelizmente no foi possvel a
ensaios para determinao das
obteno de peas usadas do Vermelho
propriedades dos materiais pesquisados.
Braslia.
Estes ensaios devem estimar as

Figura 2 - Edifcio Burle Marx, Av. Agamenon Magalhes, 2615, Recife, PE.
Foram confeccionados corpos-de- Foram ainda preparadas lminas do
prova dos materiais in natura para a material in natura (Vermelhos Ventura
determinao dos ndices fsicos e da e Braslia) para descrio petrogrfica.
resistncia flexo em quatro pontos. Estes procedimentos seguiram os
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ensaios de caracterizao tecnolgica heterogeneidade textural e


para rochas ornamentais normatizados granulomtrica.
pela ABNT, atravs da NBR 15845, Estas anlises foram realizadas
descritos abaixo, na tabela 1. atravs de dois tipos de equipamentos
Avaliaes qualitativas e pticos: a) microscpio binocular e b)
quantitativas das caractersticas lupa digital monocular com aumento de
petrogrficas foram relacionadas com a 200x. Todas as amostras do Vermelho
composio mineralgica, textura, grau Ventura (in natura), do Vermelho
ou intensidade de microfissuras Braslia (in natura) e do Vermelho
intergranular e intragranular, porosidade Ventura coletada no edifcio Burle
e natureza dos contatos intergranulares Marx -, foram analisadas em
(planos, cncavo-convexos, microscpio binocular em lminas
serrilhados). Todas estas caractersticas delgadas.
permitem avaliar preliminarmente a
susceptibilidade das rochas a se alterar Caracterizao fsica e mecnica
quando as mesmas so usadas em
diferentes situaes que geram Os ensaios tecnolgicos
processos de deteriorao (ArtuR et al.., realizados neste trabalho determinaram
2001 apud Becerra Becerra, 2007). os ndices fsicos (densidade aparente,
porosidade aparente e absoro d'gua)
Anlises Petrogrficas e a resistncia trao (flexo em 4
pontos).
Segundo Frasc (2003), a anlise Os ensaios de ndices fsicos (Fig.
petrogrfica uma ferramenta que 3) permitem avaliar, indiretamente, o
esclarece frequentemente as diferentes estado de alterao e de coeso em
propriedades fsicas e/ou mecnicas que rochas de revestimento, assim como, a
a vista desarmada parecem semelhantes. possibilidade de infiltrao de lquidos
Os principais determinantes da na rocha. As dimenses das 10 amostras
alterabilidade da rocha so grau de de ambos os materiais ensaiados foram
microfraturamento, presena de de 5 x 5 x 2 cm, obedecendo
minerais instveis e/ou alterados, determinao da norma da ABNT NBR
15845:2010.

Tabela 1 Ensaios realizados nos granitos Vermelhos


ENSAIOS
Caracterizao Tecnolgica Anlise petrogrfica - Anexo A
ABNT NBR 15845:2010 Absoro dgua - Anexo B
Densidade aparente - Anexo B
Porosidade aparente Anexo B
Flexo em 4 pontos - Anexo G

Os ensaios de resistncia trao cargas em revestimentos externos de


avaliam a capacidade das placas ptreas edificaes. Este parmetro foi
a se curvarem ou flexionarem quando determinado pelo ensaio de resistncia
submetidas aos esforos de ventos ou flexo em 4 pontos (Fig. 4) em 10
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amostras de cada litotipo nas dimenses de 2 x 3 x 20 cm.

Figura 3 - Estufa Navetherm (a esquerda) e Balana Marconi

Figura 4 Prensa Hidrulica SOLOTEST


ANLISE DE EFLORESCNCIA Foi documentada, atravs de
imagens digitais, a ocorrncia de
Segundo Santos e Silva Filho eflorescncias (Figura 5) na fachada do
(2008 apud SILVA 2011), pode-se Edifcio Burle Marx. Este material foi
definir Eflorescncia como depsitos coletado e foram realizadas anlises de
cristalinos de cor branca que surgem na fluorescncia de raios X. O mtodo
superfcie do revestimento, como piso utilizado para a determinao dos
(cermicos ou no), paredes e tetos, xidos presentes nas eflorescncias foi
resultantes da migrao e posterior o da fluorescncia de raio-X realizado
evaporao de solues aquosas pelo Laboratrio NEG-LABISE/UFPE.
salinizadas.

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Fonte: a autora, 2014
Suely Machado Barbosa da Silva et al.

Figura 5 - Eflorescncia - Edifcio Burle Marx

RESULTADOS E DISCUSSES granito Vermelho Ventura (20%), o que


explica maior potencial de oxidao que
Os ensaios referentes aos ndices o granito Vermelho Braslia (12%). A
fsicos, resistncia a flexo em 4 composio ferrfera, aparentemente um
pontos tiveram seus resultados pouco subordinada, materializa-se nos
comparados com valores determinados cristais pelas tonalidades de cor marrom
pelas normais nacionais ABNT NBR clara a escura avermelhada. As biotitas
Fonte: a autora,
15844:2010 2014
e internacionais ASTM. magnesianas ou ferrferas, s vezes,
Na descrio da ficha expressam tnue foliao, sem indcio
petrogrfica, macroscopicamente as de deformao frgil a rptil (Tabela 2)
duas rochas assemelham-se em suas (Silva, 2014).
cores claras, predominantemente O granito Vermelho Ventura,
avermelhadas a rseas, a textura mesmo apresentando um menor volume
apresenta-se isotrpica de aparncia de quartzo, possui uma maior variedade
heterogranular varivel, desde textural, com graus mais finos,
submilimtrica a supracentimtrica, existindo maior chance de continuidade
formando agregados com at 3,0 cm do microfissuramento dos pequenos
para o Vermelho Ventura e at 5,0 cm cristais. A presena do quartzo nestes
para o Vermelho Braslia. Os minerais materiais se repercute na possibilidade
flsicos so essencialmente feldspatos de microfissuramento e,
potssicos rseos, com raros indivduos consequentemente, em absoro de
de cor creme e quartzo na cor umidade pela rocha. H indcios de
acinzentada, sendo bastante notvel o saussurita (epidoto mais carbonato) e
seu maior contedo no tipo Vermelho carbonatao em alguns plagioclsios,
Braslia (18%) que no Vermelho dado que deve repercutir no brilho mais
Ventura (12%). Na anlise de lminas homogneo e cintilncia localizada
delgadas foi observada maior presena aps o polimento da chapa.
de minerais ferro-magnesianos no

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Tabela 2 Anlise Petrogrfica dos Granitos Vermelho Braslia e Vermelho Ventura


Analise Modal:
Granito Vermelho Braslia (VB)
K-feldspato Plagioclsio Quartzo Ferro Magnesianos
55 % 15% 18% Biotita 11% e Hornblenda 1%

Granito Vermelho Ventura (VV)


K-feldspato Plagioclsio Quartzo Ferro Magnesianos
50 % 18% 12% Biotita 17% e Hornblenda 3%

A anlise do material obtido do marcao em quadrantes numerados


descarte do Edifcio Burle Max para tornar mais fcil a anlise visual
(material usado como revestimento dos pontos escolhidos, conforme Figura
externo) foi realizada utilizando-se uma 6.
lupa digital monocular. Para isto, fez-se

Figura 6 Granito VV aplicado no Ed. Burle Marx

A composio modal do material manchas avermelhadas e de contato


descartado do Edifcio Burle Marx, difuso na biotita, mineral escuro, no
consiste em 50% de K-feldspato, de qual ela est ocorrendo (Fig. 7).
cristais com tamanho de 2 5 cm; 20% Ainda no mesmo quadrante 5 da
de minerais escuros cujos cristais mesma amostra do granito Vermelho
variam de 2 mm 5 mm; e 12 % de Ventura, pode-se observar que o
quartzo com gros entre 5 mm e 10 mm; mineral escuro (biotita) est prximo ao
alm 18% de discretos cristais de K-feldspato que um mineral pouco
plagioclsios de tamanho milimtrico. altervel. Todavia, h manchas
Atravs da lupa, com capacidade amareladas que esto, sobretudo,
de aumento de 200 vezes, observou-se associadas aos minerais mficos de
nesta amostra, quadrante 5, que existem gros menores, inclusos em quartzo
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microfissurado. As microfissuras do Na imagem do quadrante 11, da


quartzo possibilitam a absoro de gua mesma figura, h maior presena
que, em contato com os minerais relativa de minerais escuros, presena
mficos, promove sua oxidao de K-feldspato e quase ausncia de
produzindo cores avermelhadas, tpicas quartzo, no havendo a ocorrncia de
deste processo, nos cristais de quartzo manchas avermelhadas ou amareladas,
vizinhos. o que se traduz em pouca alterabilidade,
Na figura 8 do quadrante 1, h sugestivamente pela falta de
mineral preto, associado com quartzo, microfissuras.
mas diferentemente distribudo. Nos quadrantes 9 e 20, h discreta
Observa-se tambm que h manchas alterao no mineral claro,
amarelas nas microfissuras, em maior microfissurado, para a cor amarelada,
proximidade dos minerais escuros, o demonstrando que neste material
que permite relacionar essas manchas ocorreu uma hidroxidao, resultante da
com hidroxidao de mineral associao do microfissuramento com a
ferromagnesiano. ao das guas de chuva.

Manchas
avermelhadas

Figura 7 VV quadrante 5.

1 9 Figura 8- Imagens
do granito VV
aplicado no Ed.
Burle Marx,
aumentadas pela
lupa digital
11 20

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REVESTIMENTO EXTERNO.

Os valores dos ndices fsicos e/ou menor espessura que uma placa de
dos granitos Vermelhos apresentam-se rocha pode ter para suportar as
acima dos condies estruturais e atmosfricas
valores estabelecidos pelas normas locais. Ele tem relevncia particular no
ASTM e ABNT 15844:2010, conforme caso de revestimentos exteriores. O tipo
tabela 3: de granulao da rocha vai influenciar
As rochas granticas com menor diretamente na resistncia flexo, pois
densidade apresentam maior absoro quanto maior ela for menor ser a
dgua. As propriedades apresentadas resistncia.
nos ndices fsicos esto diretamente Os ensaios de flexo em 4 pontos
relacionadas entre si. Tal tendncia foram realizados nas condies seca e
pode ser explicada pelo fato de saturada com cargas aplicadas na
densidades menores estarem direo paralela ao plano de fraqueza da
relacionadas a um volume maior de rocha. Assim, os corpos de prova foram
vazios (poros, microfissuras etc.) no divididos em dois grupos para cada
material, o que, por sua vez, permite litotipo estudado e submetidos ao ensaio
maior infiltrao de gua. de trao, cujos resultados se
A resistncia flexo em 4 pontos apresentam na tabela 4.
vai determinar qual o maior tamanho

Tabela 3 - Mdia dos valores dos ndices Fsicos dos granitos VB e VV.

LITOTIPO Densidade Aparente Porosidade (%) Absoro (%)


(Nome Comercial) (Kg/m3)
VB - Vermelho Braslia 2628,74 0,45 0,17
VV - Vermelho Ventura 2628,90 0,56 0,21

Tabela 4 - Resultado dos ensaios de Resistncia Flexo em 4 pontos dos granitos VB e


VV (seco e saturado), expressos em MPa

Vermelho Braslia (VB) Vermelho Ventura (VV)


Amostras Grupo I Grupo II Grupo I Grupo II
(Seca) (Saturada) (Seca) (Saturada)
1 10,00 12,23 14,45 13,34
2 12,23 12,23 15,56 17,79
3 14,45 12,23 18,90 10,00
4 12,23 13,34 18,90 11,12
5 11,12 12,23 13,34 11,12

A correlao dos resultados grupos dos litotipos analisados. No


obtidos nestes ensaios, com o parmetro entanto, nos ensaios do granito
estabelecido pela ABNT NBR Vermelho Ventura houve uma maior
15844:2010 ( 8 MPa), expressos na variao em seus resultados, o que
tabela 05, foram satisfatrios em todos sugere haver um gro mineral de maior

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granulometria no local de ruptura o que recristalizao na superfcie das rochas


ocasiona maior resistncia do corpo-de- por evaporao e tambm escorrimento
prova. pelas juntas entre as placas ptreas.
As placas de revestimentos so Ainda de acordo com Santos e Silva
aplicadas, nesta edificao, a partir do Filho (2008, apud SILVA, 2011), os
uso de argamassas. Segundo a tabela 5, depsitos acontecem quando os sais
o percentual de CaO bastante elevado solveis nos componentes das alvena-
para uma rocha grantica cujo valor de rias, nas argamassas de emboo, de
CaO da ordem de 0,75%; portanto o fixao, de rejuntamento ou nas placas
alto valor deste xido presente na cermicas so transportados pela gua
eflorescncia revela que, certamente, utilizada na construo, na limpeza ou
sua origem est na argamassa de vinda de infiltraes, atravs dos poros
assentamento da placa ptrea. dos componentes de revestimento.
O processo de formao est Esses sais em contato com o ar se
relacionado dissoluo dos carbonatos solidificam, causando depsitos.
presentes nas argamassas pela gua e

Tabela 5 - Resultados de anlise semi-quantitativa das eflorescncias


Elementos Resultados(%)
CaO 91,8
SiO2 3,7
Al2O3 1,8
SrO 1,4
Fe2O3 0,6
SO3 0,2
K2O 0,2
TiO2 0,2
Cr2O3 0,1
P2O5 tr
ZnO tr
Total 99,96

Os materiais Vermelho Braslia e


CONCLUSES Vermelho Ventura apresentam ndices
fsicos compatveis com os sugeridos
As rochas ornamentais devem pela ABNT NBR 15844:2010. Suas
apresentar propriedades que agreguem caractersticas se assemelham pelo
valor principalmente atravs de suas tamanho dos cristais de K-feldspato
caractersticas estticas. Alm da rseo com textura heterogranular;
beleza, outras propriedades devem ser entretanto no granito Vermelho Ventura
consideradas para que o trinmio h maior variedade textural, com gros
beleza-durabilidade-custo seja vlido. mais finos, existindo maior chance de
Caractersticas tais como petrografia, continuidade do microfissuramento dos
ndices fsicos, resistncia mecnica, pequenos cristais de quartzo, assim
so extremamente importantes na apresentando maior absoro de
adequao do material ptreo ao seu umidade que o Vermelho Braslia.
uso. As caractersticas mecnicas de
ambos os materiais, no que se refere
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AVALIAO DAS CARACTERSTICAS FSICAS E PETROGRFICAS DOS GRANITOS
VERMELHO BRASLIA E VERMELHO VENTURA E SUA UTILIZAO COMO MATERIAL DE
REVESTIMENTO EXTERNO.
mdia geral dos grupos de ensaios (seca do Nordeste. Olinda, Pernambuco.
e saturada), se apresentaram 1998. p. 01-21.
satisfatrias quanto normatizao da Becerra Becerra, J. E.; Costa A. G.
ABNT NBR 15844:2010. O tipo de 2007. Ensaios de Alterabilidade
granulao da rocha influencia Acelerada para Avaliao da
diretamente na resistncia a flexo Durabilidade de Seis Granitos
sendo o granito Vermelho Ventura mais Ornamentais Brasileiros. Genomos
resistente flexo em ambiente seco, 15(2): 33 42
por conter gros mais finos. Filho, Cid C.; Rodrigues, Eleno de P.
O Granito Vermelho Ventura 2009 Guia de Aplicao de Rochas
demonstra maior susceptibilidade em Revestimentos, Projeto Bula
alterao. Este fato se deve sua ABIROCHAS. So Paulo
composio mineralgica que apresenta CPRM em parceria com a UFPE
maior quantidade de minerais escuros Programa Geologia do Brasil.
tambm e maior variedade textural, com Geologia da Folha Venturosa.
gros mais finos, que repercutem na Pernambuco, 2008. 71 p.
alterabilidade das demais espcies Frasc, M. H. B. O. 2003. Estudos
minerais por absoro de umidade. Experimentais de alterao
Os diversos ensaios realizados acelerada em Rochas Granticas
demonstram claramente que os granitos para Revestimento. Tese
vermelhos so tecnologicamente (Doutorado em Recursos Minerais
considerados rochas de boa qualidade, e e Hidrogeologia), Universidade de
que podem ser utilizados como material So Paulo,.
de revestimento para uso interno ou Frasc, M. H. B. O. & Quitete, E. B.;
externo na indstria de construo civil. Rochas Ornamentais do Estado de
REFERNCIAS So Paulo Caractersticas
ABNT NBR 15845. Rochas para Tecnolgicas. Rochas de
revestimento Mtodos de Ensaio. Qualidade, n 154, p. 154-171; So
ANEXO A (normativo) Anlise Paulo. 2000.
Petrogrfica. 2010. Silva, Isabelly T. dos S.; Identificao
ABNT NBR 15845. Rochas para dos Fatores que Provocam
revestimento Mtodos de Ensaio. Eflorescncia nas Construes em
ANEXO B (normativo) Densidade Angicos/RN, (Monografia) -
aparente, porosidade aparente e UFERSA. 2011
absoro de gua. 2010. Menezes, Ricardo G., larizzatti, Joo
ABNT NBR 15845. Rochas para H.; Rochas Ornamentais e de
revestimento Mtodos de Ensaio. Revestimento: Conceitos, Tipos e
ANEXO G (normativo) Flexo por Caracterizao Tecnolgica, UFRJ
carregamento de quatro pontos. em associao com o CETEM e
2010. CETEMAG (ES), Rio de Janeiro,
AIRES BARROS. As rochas dos 2005.
monumentos portugueses. Neves, Mrcia C. Estudo experimental
Tipologias e patologias. Lisboa: do polimento de diferentes
Min. Cultura, Inst. Port. Patrim. granitos e as relaes com a
Arquitetnico, 2001, 535p. mineralogia. Dissertao, Escola de
AIRES BARROS, L. Caracterizao e Engenharia de So Carlos, USP,
Patologias das Rochas SP, 2010.
Ornamentais. Anais I Simpsio Oliveira, Felisbela M. C.; Klix, T. M.
Brasileiro de Rochas Ornamentais F.; Barros M. L. S. C.; Melo, E. B.
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Morais, P. O. B. Rochas Mecnicas e Colorimtricas dos


Ornamentais Silicticas do Estado granitos Vermelho Braslia e
de Pernambuco Revista HOLOS, Vermelho Ventura. Dissertao
ano 29, vol. 4 - 2013. (Mestre em Engenharia Mineral),
Peruzzo, Francisco M., Canto, Eduardo UFPE - Recife, 2014.
L. do; Qumica na abordagem do Santiago, A. S. et al; Diagnstico
cotidiano. Volume 1, Editora Ambiental das Marmorarias do
Moderna, 1999. Estado da Paraba. 2 Congresso
Silva, Suely M. B.; Estudo das Qumico do Brasil. RN. 2012
Caractersticas Petrogrficas,

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