3 - o Espírito Nas Demonstrações Sobrenaturais - Stanley M. Horton
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3 - o Espírito Nas Demonstrações Sobrenaturais - Stanley M. Horton
O Dom do Esprito
Devemos, no entanto, evitar a idia de que, em nossa vida crist, nosso objetivo
principal seja o nosso aperfeioamento. A verdade que conseguimos mais crescimento,
enquanto servimos. O santo (dedicado, consagrado) no o que passa todo o seu tempo no
estudo, na orao e nas devoes, por mais importante que isso seja. Os vasos no
tabernculo no podiam ser usados para outros fins, mas no foi a separao do uso comum
que os tornou santos. No eram santos at serem usados no servio de Deus. Logo, o santo
aquele que no somente separado do mal, mas tambm separado para Deus, santificado e
ungido para o uso do Mestre. Isto era simbolizado, no Antigo Testamento, pelo fato de que
o sangue era aplicado primeiro, e depois, o leo sobre o sangue. A purificao, portanto, era
seguida por uma uno simblica que representava a obra do Esprito na preparao para o
servio. De modo que ns tambm somos ungidos, assim como o foram os profetas, os reis,
e os sacerdotes da antigidade (2 Corntios 1.21; 1 Joo 2.20).(2)
Os meios e o poder para o servio provm atravs dos dons espirituais. Mas
necessrio fazer distino entre os dons e o dom do Esprito. O batismo com o Esprito
Santo era necessrio antes de os primeiros discpulos sarem de Jerusalm ou at mesmo
cumprirem a Grande Comisso. Precisavam de poder, e o prprio nome do Esprito Santo
tem ligao com fora.(3) Ele se manifesta como o Dom e o Poder. Ele mesmo as
primcias da grande colheita, e veio para iniciar a tarefa que trar alguns de cada raa,
lngua, povo e nao para estar junto do trono (Apocalipse 5.9). O mesmo batismo foi
experimentado por outros, em pelo menos quatro ocasies, registradas em Atos, conforme j
vimos, bem como por alguns, posteriormente, de conformidade com Tito 3.5.
No dia de Pentecoste o recebimento do dom do Esprito foi marcado pela evidncia
fsica (ou exterior, posto que no era totalmente fsica) do falar em outras lnguas (idiomas
diferentes), conforme o Esprito concedia que falassem. Baseado no fato em que as lnguas
so a evidncia oferecida, e especialmente no motivo em que as lnguas foram a evidncia
convincente na casa de Cornlio ("Porque os ouviam falar lnguas", Atos 10.46), h um
argumento a favor da considerao das lnguas como evidncia fsica (ou exterior) do
batismo com o Esprito Santo.(4)
Conforme muitos reconhecem, difcil comprovar, pelo livro de Atos, que o falar em
outras lnguas no a evidncia do batismo com o Esprito Santo.(5) A maioria dos que
desconsideram as lnguas como a evidncia do batismo apela para as Epstolas, procurando
provas teolgicas para seu ponto de vista.(6) Mas as Epstolas no esto to divorciadas
assim das experincias de Paulo e das pessoas para quem as escrevia. Consider-las
totalmente teolgicas, para contrastar com o livro de Atos, no se encaixa com os fatos.
Mesmo quando as Epstolas oferecem verdades proposicionais, tais como a justificao pela
f, relaciona-se com a experincia anterior de Abrao (Romanos 4). Conforme j vimos, boa
parte do que Paulo diz a respeito do Esprito Santo nas suas
Epstolas forma um paralelo com as experincias no livro de Atos.
O argumento contra as lnguas como evidncia baseia-se na pergunta: "Falam todos
diversas lnguas?" (1 Corntios 12.30). J vimos que esse um argumento muito fraco,
mormente porque o verbo est no presente contnuo: "Todos continuam falando em
lnguas?" que significa: todos tm um ministrio perante a igreja de falar em lnguas?
O valor das lnguas como um sinal, na edificao pessoal, nos ensina a corresponder
ao Esprito Santo, de modo singelo e com a f de uma criana. O prprio fato de que no
sabemos o que dizemos nos ajuda a corresponder ao Esprito, sem imiscuir nossas prprias
idias e vontades, porque falamos conforme o Esprito nos concede que pronunciemos.
Usualmente, no h algum registro em nosso crebro, quanto ao que devemos dizer. Pelo
contrrio, nossas mentes esto cheias de louvor, e simplesmente (mas de modo ativo)
entregamos nossos rgos vocais, nossa boca e lngua, ao Esprito Santo e falamos o que Ele
concede.(7) (Alguns dizem que o Senhor lhes deu poucas palavras, antes de serem
pronunciadas por eles. Quando obedeciam e falavam o que lhes vinha mente, o Esprito
Santo lhes concedia a capacidade e a liberdade de falar em lnguas).
No livro de Atos, tambm, as lnguas se manifestavam quando o dom do Esprito era
recebido. Pode haver, ou no, um intervalo de tempo entre o crer para a salvao e o receber
o Dom. A pessoa deve exercer a sua f e receber o Dom to logo se torne crente. Mas
nenhum intervalo indicado em Atos entre o receber o dom do Esprito e o receber a
evidncia do falar em lnguas. Donald Gee fala da experincia de seu batismo com o
Esprito Santo "pela f" e, posteriormente, depois de duas semanas, da nova plenitude em
sua alma, ao "comear a pronunciar palavras em uma nova lngua".(8) Muitos outros tm
testificado de uma experincia semelhante. Na minha prpria experincia, o Esprito Santo
tornou Jesus to real que no tive conscincia de estar falando em lnguas. (Embora outras
pessoas dissessem que eu falava). Na noite seguinte, simplesmente disse ao Senhor que se
havia liberdade no dom de lnguas, eu queria possu-la. Imediatamente, as lnguas se
derramaram em abundncia. Talvez seja essa uma questo de "o vento sopra onde quer".
Temos a certeza, no entanto, que quando falamos em lnguas recebemos o Dom, a respeito
do qual a Bblia fala. Sendo assim, ela nossa bssola, e devemos julgar pela mesma a
nossa experincia.
Isso no quer dizer que as lnguas devam ser procuradas. Nossa ateno deve fixar-se
no poderoso Batizador, no prprio Senhor Jesus Cristo. A f que faz cumprir a sua promessa
a chave para sermos batizados com o Esprito Santo. Posto que o Batismo para o servio,
a consagrao e dedicao a Deus, sempre so a atitude certa (Romanos 6.13; 12.1). Mas
no podemos programar a maneira de Ele chegar at ns. Toda ocasio mencionada no livro
de Atos era diferente uma da outra. s vezes, Ele veio a despeito do que fazemos, o mesmo
caso de "o vento sopra onde quer" (Joo 3.8). Ele pode vir mansamente, com o mnimo
sussurro. Pode vir como o som de um vento impetuoso. Estejamos dispostos a deix-lo vir
conforme Ele deseja.
Deve ser reconhecido, tambm, que falar em lnguas apenas a evidncia do batismo
com o Esprito Santo. Outras evidncias se seguiro, medida em que o Esprito transborda
para todos os aspectos da vida (Joo 7.37,39; Atos 4.8). Podemos esperar, tambm, que haja
profunda reverncia a Deus (Atos 2.43; Hebreus 12.28); uma dedicao e consagrao mais
intensa ao Senhor e sua Palavra (Atos 2.42); um amor sempre maior e mais ativo a Cristo,
Bblia, e aos perdidos (Marcos 16.20).
De fato, sempre deve ser levado em considerao que o batismo com o Esprito Santo
no uma experincia final. Assim como o prprio Pentecoste era apenas o incio da
colheita, e trouxe os homens para a comunho da adorao, do ensino e do servio, tambm
o batismo com o Esprito Santo apenas a porta de entrada para um relacionamento
crescente com o Esprito e com os outros
crentes. Leva a uma vida de servio em que os dons do Esprito fornecem poder e
sabedoria para a propagao do Evangelho e o crescimento da Igreja. Esse fato
evidenciado pela divulgao rpida do Evangelho em muitas reas do mundo atual. Novas
plenitudes e diretrizes para o servio devem ser esperadas, medida em que surgem novas
necessidades, e medida que Deus, na sua vontade soberana, leva a efeito o seu plano.
A F
A f, como um dom, obviamente diferente da salvfica e da fidelidade que o fruto
do Esprito. Alguns entendem que se trata da f que move montanhas, ou do tipo da que foi
demonstrada pelos heris da f em Hebreus 11.(25) Mas assim como uma palavra de
sabedoria dada Igreja para satisfazer a necessidade de um item especfico de sabedoria,
tambm este dom pode ser a transmisso de f ao Corpo. O Esprito Santo pode usar um
cntico, uma orao, um testemunho, ou a pregao como um canal para comunicar a f ou
erguer o nvel da f na Igreja. Essa comunicao da f fez de Paulo um ministro capaz do
Novo Testamento (novo concerto) (2
Corntios 3.4-6). Capacitou-o a ajudar outros a receber o Esprito mediante a
pregao da f (Glatas 3.2,5). Certamente, tambm, foi manifestada na orao unssona que
produziu um novo derramamento do Esprito em Jerusalm (Atos 4.31). Possivelmente,
tambm tem sido expressada na forma de poder para levar a efeito outros tipos de
ministrio.
Dons de Curas
No grego, as palavras dons e curas esto no plural. Alguns entendem que isso
significa que h uma variedade de formas desse dom.(26) Entre os que pensam assim, h
quem entenda que certas pessoas tm um dom de curar um tipo de doena ou enfermidade,
ao passo que outros curam outro tipo. Filipe, por exemplo, foi especialmente usado para
curar os paralticos e os coxos (Atos 8.7). Outros, ainda, entendem que Deus d a uma
pessoa um dom na forma de um suprimento de curas numa ocasio especfica, ao passo que
outro suprimento dado em outra ocasio, talvez a outra pessoa, mais provavelmente no
ministrio do evangelista.(27) A cura do coxo na porta Formosa considerada um exemplo
disso (Atos 3.6,7).
Ainda outros entendem que toda cura um dom especial(28), isto , o dom para o
enfermo que tem a necessidade. Logo, segundo esse ponto de vista, o Esprito Santo no
torna os homens curadores. Pelo contrrio, Ele providencia um novo ministrio de cura para
cada necessidade, medida que ela surge na Igreja. Por exemplo, a virtude (poder) que fluiu
para dentro do corpo da mulher com o fluxo de sangue trouxe para ela um gracioso dom de
cura (Mateus 9.20-22). Atos 3.6 diz, literalmente: "O que tenho, isso te dou". Isso est no
singular e indica um dom especfico dado a Pedro para este dar ao coxo. No parece
significar que tinha um reservatrio de dons de curas dentro de si mesmo, mas um novo
dom para cada enfermo a quem ministrava.
No h evidncia de que os apstolos conseguiam curar sempre
quando se sentiam dispostos, mediante algum poder residente de cura. Nem
consideravam a cura o seu ministrio principal. Lemos a respeito de milagres
extraordinrios pelas mos de Paulo em feso (Atos 9.11). Isso d a entender que, em
conexo com o estabelecimento das sete igrejas na sia, atravs do ministrio de Paulo em
feso, foram realizados milagres incomuns que no aconteciam em todos os lugares. Sendo
assim, Paulo no possua em si mesmo nenhum dom automtico que o tornasse um curador.
Em feso, Deus usou lenos (suadouros) e aventais (de servio) tirados de Paulo, enquanto
fazia tendas. Os milagres realizavam-se, medida que esses objetos se tornaram
instrumentos para os enfermos expressarem a sua f. No fcil para um doente mostrar a
sua f, e Jesus freqentemente fazia algo para encorajar a expresso ativa da f. Em certa
ocasio, at mesmo a sombra de Pedro foi um desses meios (Atos 5.15,16). Mas as maneiras
empregadas sempre variavam entre si, e nunca lhes era permitido tornar-se em formas ou
cerimnia. Deviam depositar sua f no Senhor, e no nos meios usados para ajud-los.
Isso nada tem a ver diretamente com os dons de curas. A nfase em 1 Corntios 12.9
recai na expresso desse dom, atravs dos vrios membros individuais do Corpo. No
precisamos procurar um evangelista. (A obra dele visa primeiramente os pecadores). Talvez,
nem sempre seja possvel chamar os presbiteros (Tiago 5.14,15). Mas os dons de curas esto
disponveis a todos os membros da Igreja para ministrarem aos enfermos.
Operaes de Maravilhas
Aqui, os dois substantivos em grego esto no plural e, de novo, a idia que muitas
variedades de milagres ou atos de poder esto disponveis. Maravilhas o plural dapalavra
virtude [ou poder] em Atos 1.8, e significa atos de grande poder sobrenatural que vo alm
de qualquer coisa realizada pelo homem. So intervenes divinas que se distinguem das
curas.
Palma afirma que operaes usada quase exclusivamente para a atividade de Deus
(Mateus 14.2; Marcos 6.14; Glatas 3.5; Filipenses 3.21) ou de Satans (2 Tessalonicenses
2.7,9; Efsios 2.2). Sugere, portanto, que esse dom especialmente operativo em conexo
com o conflito entre Deus e Satans. Esses atos de poder, que levam Satans derrota,
podem incluir o castigo da cegueira imposto a Elimas (Atos 13.9-11) e a expulso de
demnios.(29)
Alguns entendem que esse dom envolve a ressuscitao dos mortos ou os milagres na
natureza inanimada, tais como acalmar a tempestade e andar sobre as guas.(30) Mas Donald
Gee informa que faltam milagres sobre a natureza inanimada, tanto em Atos como nas
Epstolas. Paulo sofreu quatro naufrgios. A descrio daquele em Malta demonstra que a
providncia divina conduziu todos terra firme, mas a nado, e no mediante um milagre (2
Corntios 11.25-27; Atos 27.43; 28.5). H, apenas, dois registros de ressurreio de mortos
(Atos 9.40; 20.10). Nos outros casos, foi-lhes indicado o consolo da ressurreio e da volta
de nosso Senhor (1 Tessalonicenses 4.13-18).(31)
Tanto os dons de curas como os de operaes de milagres demonstram-nos, e ao
mundo em nosso derredor, que Jesus realmente o Vitorioso. Na Cruz, o preo foi pago e a
condenao de Satans foi confirmada. Mas os resultados finais de tudo isso s sero vistos
quando formos transformados e recebermos nosso corpo imortal e incorruptvel, e Satans
for lanado no lago do fogo e o ltimo inimigo, a morte, destruda (1 Corntios 15.51-54;
15.26; Apocalipse 20.10-14). Entrementes, h dons espirituais a nossa disposio, para nos
conceder um antegozo disso em curas e milagres, no conforme as exigncias que fazemos,
mas conforme o Esprito Santo deseja (1 Corntios 12.11).
A Profecia
A natureza desse dom j foi estudada em conexo com 1 Corntios 14 e com o
profeta. Tudo quanto precisa ser enfatizado
aqui que o dom estava disposio de qualquer membro da congregao, e no
apenas dos que tinham o ministrio proftico. De fato, por causa da edificao que a Igreja
recebe atravs desse dom, todos so encorajados a busc-lo. A profecia relaciona-se,
tambm, com a iluminao dos mistrios do Evangelho. Alm disso, pode haver uma
variedade de expresses do dom.(32) Mas, na maioria dos casos, parece ser dirigido ao corpo
dos crentes reunidos. O sermo de Pedro, conforme j foi indicado, foi um cumprimento da
promessa de Joel a respeito do dom de profecia. Mas Pedro classificou as lnguas, tambm,
como parte daquele cumprimento e, conforme indica 1 Corntios 14, elas precisam de
interpretao, para edificarem. Tendo em vista, porm, a natureza do sermo de Pedro,
possvel que durante a pregao em outras ocasies em Atos, o dom de profecia tenha
estado em operao. O pregador precisa mesmo preparar-se, mas ainda poder haver
ocasies em que o Esprito Santo lhe dar alguma coisa a mais do que aquilo que tem nas
suas anotaes. Se a experincia dos profetas do Antigo Testamento serve como orientao,
vemos que Deus freqentemente lidava com eles, enquanto estavam a ss com Ele, e depois
os enviava para profetizar, para falar em nome dele. Atravs da profecia, o Esprito Santo
toca nos pontos sensveis, revela o que est oculto, e produz a convico e a adorao, bem
como o encorajamento e o estmulo ao.C3)
Os Discernimentos de Espritos
Mais uma vez, os plurais indicam uma variedade de formas em que este dom pode
manifestar-se. Envolve um "distinguir entre" espritos. Posto que mencionado
imediatamente depois do dom de profecia, sugere-se que est envolvido no julgar
mencionado em 1 Corntios 14.29.(34) O fato que a palavra discernimento significa formar
um juzo e se relaciona com a palavra usada para julgar profecias. Envolve uma percepo
que dada de modo sobrenatural, para diferenciar entre os espritos, bons e maus, genunos
ou falsos, a fim de chegarmos a uma concluso.
Joo diz que no devemos crer em todos espritos, mas prov-los (1 Joo 4.1). s
vezes, um dom do Esprito necessrio para fazer isso. A Bblia, na realidade, fala em trs
espritos: o de Deus, o do homem e o do Diabo (com os maus espritos ou demnios com ele
associados). Na operao deste dom na congregao, parece que o esprito do homem talvez
cause mais problemas. Mesmo com as melhores intenes, possvel que algumas pessoas
tenham a impresso de que seus prprios sentimentos so a voz do Esprito Santo. Ou, por
causa do zelo excessivo ou da ignorncia espiritual de como a pessoa se rende ao Esprito
Santo, seu esprito possa intrometer-se.(35)
Como os demais dons, este no ergue o indivduo a um nvel mais alto de
capacidade. Nem oferece a algum o poder de olhar as pessoas e dizer de que esprito so.
um dom apropriado para uma ocasio especfica. Alguns exemplos podem ser achados,
possivelmente, em Atos 5.3; 8.20-23; 13.10; 16.16-18.
Administrao (Governos)
O plural parece indicar uma variedade de expresses do dom para cumprir as
necessidades de uma posio de liderana ou de administrao (1 Corntios 12.28). Outros
usos dessa palavra fora do Novo Testamento subentendem transmitir conselhos sbios. Um
substantivo estreitamente correlato significa o timoneiro ou piloto do navio (Atos 27.11).
Parece que subentende dirigir os negcios de uma congregao, bem como liderar
espiritualmente.
Provavelmente, esse era o dom do Esprito especialmente para o principal
administrador, chamado o ancio ou presbtero, em comparao com os chefes das
sinagogas, e chamado bispo ou superintendente na lngua grega. Tratava-se de um oficial
eleito que devia ser escolhido, no por politicagem nem pela influncia de poder, mas
mediante a sabedoria do Esprito dada Igreja. Ento, ele era equipado com os dons do
Esprito e dependeria deles, e no apenas da sua capacidade de lder.
O plural tambm pode indicar que o dom estava disposio de outros cargos que
envolviam liderana ou administrao.
Exortao
Embora 1 Corntios 14.3 inclua esse dom dentro do de profecia,
Romanos 12.8 relaciona-o como um dom distintivo. Abrange as idias de conclamar,
desafiar ou fazer um apelo. possvel, tambm, que o verbo tenha a idia de conciliar,
encorajar amizade, levar a efeito a unidade do Esprito.
A exortao especfica de perseverar at o fim e de conservar diante de ns a
esperana da vinda de Cristo outro aspecto importante desse dom. Nossa esperana um
elemento vital em nossa vida crist, e embora o estudo das Escrituras seja importante para
mant-la (Romanos 15.4), o dom do Esprito pode encorajar-nos luz dessa esperana, e
pode faz-la viver.
Contribuir, Repartir
Trata-se de dar uma parte daquilo que possumos, compartilhar com outros,
especialmente conceder aos necessitados (Efsios 4.28). Conforme indica Efsios, no se
trata primeiramente de um dom do Esprito para ajudar os ricos a distribuir as suas riquezas.
Os pobres so conclamados a trabalhar com as mos, a fim de poderem compartilhar com os
necessitados. Era esse o dom ou ministrio do Esprito em que todos participaram
imediatamente aps o Pentecoste (Atos 2.44,45; 4.34,37). Devia ser feito com singeleza,
sinceridade e generosidade. Barnab foi um dos melhores exemplos, ao passo que Ananias e
Safira demonstraram o contrrio.
Exercer Misericrdia
Esse ltimo dom na lista de Paulo (Romanos 12.8) tem a ver com o ministrio da
prtica de atos de misericrdia, da ajuda ao prximo de modo gracioso e compassivo.
Envolve o cuidado pessoal dos necessitados, dos enfermos, dos famintos, dos nus (daqueles
que tm insuficincia de roupas) e dos encarcerados. um dos dons mais importantes,
conforme Jesus declarou (Mateus 25.31-46).
Podemos tambm incluir o ministrio exercido por Dorcas (Atos 9.36-39). Mas,
percorrendo as Escrituras, vemos o cego clamando a Jesus, pedindo um ato de misericrdia
para que ele enxergasse (Marcos 10.47,51). O rico, no Hades, pediu que Lzaro fosse
enviado, numa misso de misericrdia, para levar uma gota de gua e refrigerar a sua lngua
(Lucas 16.24). O samaritano evidenciou atos de misericrdia ao homem que caiu entre
salteadores (Lucas 10.37). Mas a mesma palavra freqentemente usada a respeito da
misericrdia de Deus ao dar salvao, bnos e ministrio (Romanos 11.30; 1 Pedro 2.10;
2 Corntios 4.1). O Senhor, portanto, rico em misericrdia (Efsios 2.4). Esse dom,
portanto, pode ministrar a misericrdia e ajuda de Deus aos necessitados, quer a necessidade
deles seja fsica, financeira, mental ou espiritual.
Esse dom deve ser transmitido com alegria, bom nimo e graa. Cumprir esses atos
de misericrdia por mero senso de dever, ou na esperana de obter uma recompensa, ou
como uma expresso de bondade humana, no bastar. De fato, a eficcia de um ato de
misericrdia freqentemente depende mais da maneira de ser feito do que exatamente o qu
ou quanto feito. necessrio o dom do Esprito para ter um ministrio desse tipo. Mesmo
assim, esse dom, juntamente com o de repartir, acessvel a todos ns e, de fato, til para
todos ns. Bom seria se todo cristo lesse Mateus 25.31-46. No importa o modo de
interpretao dessa passagem: os princpios esto sempre ali. Embora a nossa salvao no
dependa de obras, se ela for real, entrar em ao. O Esprito, que glorifica a Jesus, nos
ajudar a fazer todas essas coisas.
EXTRADO DE : O que a Bblia diz sobre o Esprito Santo - Stanley M. Horton, CPAD, 4 Edio/1995