O Homem Como Pessoa PDF
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RESUMO
Este artigo tem por objetivo apresentar o tema da pessoa humana, que diz respeito ao carter de substancialidade
da existncia humana entendida em uma perspectiva integral. Para tanto, sero tomados como base textos da obra
El hombre espiritu encaranado. Sobre o tema da pessoa humana, ele evidencia que para entender a pessoa
humana preciso considerar suas dimenses psicolgica e ontolgica, que fazem parte do modo prprio da
existncia de cada indivduo. Neste sentido, preciso evitar vises equivocadas da pessoa humana como a teoria
atualista e o dualismo cartesiano.
1 Introduo
1
Concluiu o Ensino Mdio em 2013, na Unidade Integrada SESI SENAI, na cidade de Niquelndia.
Atualmente Seminarista e discente do curso de Licenciatura em Filosofia do Seminrio Maior So
Jos em Uruau/GO. E-mail: [email protected]
Seminrio Maior So Jos
Instituto Diocesano de Filosofia
2. A Teoria Atualista
2.1 Representantes e princpios gerais
2.1 O ser
No que diz respeito a ideia de ser, a filosofia atualista rompe com a tradio
escolstica, pois considera o ser ao modo da coisa. O ser para a filosofia antiga era o mundo,
o objeto, as coisas exteriores; para a filosofia moderna o ser o eu, as ideias. Para os filsofos
atualistas o ser a vida de cada homem em sua forma concreta e singular.
2.2 A onto-determinao
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LUCAS, Ramom. El hombre espiritu encarnado. Segunda Ed. Salamanca: Ediciones: Sigueme.
1999, p.223.
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Idem.
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LUCAS, Ramom. El hombre espiritu encarnado. Segunda Ed. Salamanca: Ediciones: Sigueme.
1999, p.223.
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intrnseco do homem, o fundamento ontolgico que rege o atuar desprezado de uma forma
brutal. Neste sentido5,
Parece que estes autores no entenderam bem o que seja o ser clssico, seja a
definio rationalis naturae individua substantia, no so estticos, mas
trazem em si um dinamismo profundo e respondem suficientemente s
exigncias que estes autores procuram.
3. A Pessoa Humana
5
DAMASCENA, Francisco Agamenilton. Rumo ao Pluralismo Personalista com base no
personalismo de Karol Woit. Pontifcia Universidade Lateranense. Roma, 2016.p.263.
6
LUCAS, Ramom. El hombre espiritu encarnado. Segunda Ed. Salamanca: Ediciones: Sigueme.
1999, p.233.
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pensamento medieval, o termo pessoa adquiriu uma nova abordagem com Bocio e So Toms
de Aquino7.
A definio metafsica fundamentalmente a formulada por Bocio: naturae
rationalis individua substantia, substncia individual de natureza racional8, e recolhida por
santo Toms: subsistens in rationali natura, subsistente individual de natureza racional 9. Eis
aqui os elementos desta definio.
3.1.1 Substncia
A noo de substncia origina-se do pensamento aristotlico e diz respeito ao
sujeito imediato de existncia. Tratar de substncia significar entender um ente que em si
mesmo, que pertence a si mesmo e no a outro; um ente que supera todo acidente; o acidente
existe na substncia, determinao dela. A substncia o que em si; o acidente o que em
outro, ou seja, na substncia. O acidente necessita de um substrato para existir.
A pessoa existe em si e por isso substncia completa. Substncia completa um
todo substancial. Neste sentido, corpo e alma no so dimenses separadas, mas partes
integrantes de um todo substancial.
7
DAMASCENA, Francisco Agamenilton. Rumo ao Pluralismo Personalista com base no
personalismo de Karol Woit. Pontifcia Universidade Lateranense. Roma, 2016.p.263.
8
Idem.
9
LUCAS, Ramom. El hombre espiritu encarnado. Segunda Ed. Salamanca: Ediciones: Sigueme.
1999, p.234.
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LUCAS, Ramom. El hombre espiritu encarnado. Segunda Ed. Salamanca: Ediciones: Sigueme.
1999, p.235.
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LUCAS, Ramom. El hombre espiritu encarnado. Segunda Ed. Salamanca: Ediciones: Sigueme.
1999, p.235.
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Portanto, o agir humano, com suas possibilidades, atuam nos entes acidentais que
pressupem e aperfeioam o ente substancial no qual tm o ser. Dessa forma, podemos entender
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LUCAS, Ramom. El hombre espiritu encarnado. Segunda Ed. Salamanca: Ediciones: Sigueme.
1999, p.236.
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LUCAS, Ramom. El hombre espiritu encarnado. Segunda Ed. Salamanca: Ediciones: Sigueme.
1999, p.236.
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Idem.
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o agere sequitur esse, que explicita que todas as aes humanas so orientadas pelo ser que
lhe prprio.
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LUCAS, Ramom. El hombre espiritu encarnado. Segunda Ed. Salamanca: Ediciones: Sigueme.
1999, p.238.
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LUCAS, Ramom. El hombre espiritu encarnado. Segunda Ed. Salamanca: Ediciones: Sigueme.
1999, p.240.
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sua autntica dignidade, porque foi criada de tal modo que pode dirigir-se por si mesmo ao
Absoluto.
das aes humanas. Entender o valor absoluto da pessoa humana faz com que a moral seja
purificada dos reducionismos presentes na sociedade contempornea.
Comparando este tema com a Teodicia percebemos que o conhecimento de Deus
um fator indispensvel para o estudo da antropologia, que em certo sentido permite entender
o grade projeto pensador por Deus para a existncia humana. Se entendermos a pessoa humana
destituda da referncia ao Ipsum Esse Subsistens comprometemos tanto o aspecto da liberdade
humana quanto o do carter de reponsabilidade que o homem detm em sua existncia.
Por fim, a metafsica um princpio basilar do terreno da antropologia,
principalmente no que diz respeito as dimenses humanas. Com o amparo da metafsico,
evitamos os exageros das antropologias contemporneas que compreendem a pessoa humana
em uma dualismo e dinamismo infinito.
4 Consideraes finais
As ideias aqui apresentadas nos mostram que o tema da pessoa humana
extremamente relevante para a antropologia. A pessoa humana tem seu fundamento na
substancialidade, e na capacidade de se construir e de se autodeterminar. Dessa forma,
necessrio reconhecer o seu verdadeiro valor e no cair em excessos como reduzir a pessoa
humana ao seu aspecto espiritual ou material.
Neste ponto, tambm destacamos a referncia de Ramon Lucas Lucco a pessoa
humana como dotada de uma constituio ontolgica e psicolgica. A constituio ontolgica
aborda o homem como um ente substancial que forma uma unidade com partes harmonizadas
entre si, e que no vivem de forma separadas e autnoma. A constituio psicolgica, por sua
vez, compreende a existncia humana como dotada de uma dinamismo prprio, no qual por
meio de suas decises e de seus posicionamentos o homem se autodetermina.
Por fim, a respeito do valor absoluto da pessoa humana reside em sua abertura
intrnseca ao infinito, seu carter de transcendncia que faz com esteja em um processo de
superao e autodeterminao. Neste sentido, evidenciamos o respeito e os direitos inalienveis
a pessoa humana pela prpria dignidade que carrega em si mesma.
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5 REFERNCIAS
JOLIVET, Rgis. Curso de Filosofia. 5 edio. Rio de Janeiro: Livraria agir editora, 1961.