José Da Silva Passos

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Jos da Silva Passos

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Jos da Silva Passos (Guifes, Bouas, Matosinhos, 18 de


Novembro de 1802 Porto, 12 de Novembro de 1863), tambm
conhecido por Passos Jos, foi um proeminente poltico portugus
da esquerda liberal da fase inicial da monarquia constitucional.

Inseparvel aliado na vida poltica do seu irmo Passos Manuel,


com quem partilhava a designao de os Passos, formou-se em
Leis e Cnones pela Faculdade de Direito da Universidade de
Coimbra. Foi o primeiro presidente da Cmara Municipal do Porto
eleito, em 1833, cargo que voltou a ocupar em 1846. Foi deputado
setembrista, sendo, nessa condio, o principal autor do Cdigo
Administrativo de 31 de Dezembro de 1836, e Subsecretrio de
Estado da Fazenda. Encabeou no Norte a oposio a Costa Cabral
e poltica cartista. Instalada no Porto a Junta Provisria do
Governo Supremo do Reino de 1846, foi nomeado seu vice-
presidente e titular das pastas da Fazenda e dos Estrangeiros. Finda
a Patuleia, abandonou a vida poltica, regressando brevemente aps
a Regenerao, que apoia. Faleceu no Porto, paraltico e demente.
Com seu irmo Passos Manuel fundou O Amigo do Povo (1823) e
redigiu diversos manifestos polticos. Foi scio honorrio da
Academia de Belas-Artes de Lisboa.

ndice
Jos da Silva Passos (c. 1836).
1 Biografia
2 Obras publicadas
3 Referncias
4 Ligaes externas

Biografia
Jos da Silva Passos, tambm conhecido por Passos Jos, nasceu em 18 de Novembro de 1802, em So
Martinho de Guifes, no julgado de Bouas, hoje concelho de Matosinhos, filho de Manuel da Silva Passos,
lavrador, e de sua mulher, Antnia Maria da Silva Passos. No dizer de Oliveira Martins, os seus pais, pequenos
proprietrios rurais do Minho, em 1828, tinham na Companhia dos Vinhos e em casas de comrcio do Porto o
melhor de sessenta mil cruzados de riqueza mvel. Por isso, realizados estudos preparatrios na sua terra natal
e no Porto, Jos da Silva Passos e o seu irmo mais velho Manuel da Silva Passos, foram mandados a Coimbra,
onde s iam os abastados, matriculando-se em Cnones e Leis na Faculdade de Direito da Universidade no ano
de 1817.

Estavam os dois irmos a estudar em Coimbra quando rebentou no Porto a Revoluo Liberal de 1820, que
ambos acolheram com entusiasmo. Nesta cidade fundaram em 1823 um jornal intitulado O Amigo do Povo, que
apenas publicou quatro nmeros, por causa da reaco desse mesmo ano de 1823, que aps a Vilafrancada
restabeleceu a censura e calou a nascente imprensa liberal. No seu jornal assumiam-se como defensores do
legado democrtico e igualitrio da Revoluo Francesa, demonstrando j a sua adeso ao liberalismo mais
esquerdista.
Por esta altura aderiu Maonaria, adoptando o nome simblico de Lamarque Guifoense, onde depois viria a
ocupar vrios cargos de responsabilidade. Em 1822 fazia parte da Sociedade Patritica Portuense.

Desde esta altura, os irmos Jos da Silva Passos e Manuel da Silva Passos cultivaram uma intensa amizade e
uma inabalvel cumplicidade poltica que levou a que fossem designados simplesmente os Passos: Passos Jos
para um; Passos Manuel para o outro. Esta relao faria dos irmos Passos duas das mais influentes figuras da
esquerda liberal portuguesa durante a primeira metade do sculo XIX.

Jos da Silva Passos concluiu em 1822 o seu bacharelato em Leis e Cnones, tendo optado, tal como o seu
irmo que fora estudante brilhante e premiado, por prosseguir estudos em Coimbra com vista a um eventual
doutoramento. Contudo, tendo triunfado a reaco absolutista com a Vilafrancada, os irmos Passos so
expulsos pela Junta Exprobatria da Universidade de Coimbra e refugiam-se no Porto, onde decidem abrir uma
banca de advogados, trabalhando como advogados numerrios da Corte e da Casa do Porto. Por esta poca
ter conhecido o general Joo Oliveira e Daun, o futuro duque de Saldanha, e o coronel Rodrigo Pinto Pizarro,
dois dos mais importantes actores dos acontecimentos militares e polticos do perodo do ps-guerra civil.

Contudo, as suas ideias liberais, e as crescentes tenses existentes na sociedade portuguesa entre liberais e
absolutistas, levam a que tenham de desistir da advocacia por falta de clientes. medida que as tenses vo
crescendo, comeam a sentir-se perseguidos pelo partido absolutista. Quando participam activamente no
movimento revolucionrio que deu origem Belfastada viram-se obrigados a emigrar a Espanha, formando
com outros elementos da esquerda liberal o grupo que ento se denominou oposio constitucional, ou a
esquerda dos emigrados.

De Espanha passaram a Inglaterra, onde esteve na depsito de Plymouth e dali para a Blgica, onde chegou a
30 de Janeiro de 1829. Acabou por se instalar em Eaubonne, nos arredores de Paris, na Frana, onde, com o
irmo, foi espectador atento da Revoluo de Julho de 1830. No exlio a vida dos dois irmos, sempre unidos,
completamente se confunde. Seguiram a mesma orientao poltica e em Frana colaboraram ambos em
diversas publicaes, combatendo no s os actos do governo de D. Miguel I de Portugal, como o que
consideravam excessos e doutrinas erradas da faco mais direita dos emigrados. Comeava assim a sua
militncia na oposio constitucional ao cartismo e a D. Pedro IV.

Anticartista, durante o exlio defendeu, em opsculo escritos em co-autoria com seu irmo, que depois da
vitria liberal deveria ser convocado um Congresso Constituinte destinado a reformar a Carta Constitucional de
1826, ilegtima por ser uma outorga do soberano e no uma legtima emanao da soberania do povo.

Demonstrando o pareo que unia os irmo Passos a Joo Oliveira e Daun, o futuro marechal Saldanha, saram
em sua defesa quando este foi acusado pela imprensa inglesa de traio no descalabro militar e organizativo
que anos antes tinha levado derrota da Belfastada.

Voltando a Portugal, j depois do desembarque do Mindelo, e conseguindo entrar na cidade do Porto, que
estava ento sofrendo um apertado cerco, alistou-se como oficial do Batalho Nacional Provisrio de Santo
Ovdio, recebendo o posto de capito. Foi ento que se acentuou a sua veia revolucionria, mostrando toda a
bravura e intrepidez nos combates do Cerco do Porto.

Levantado o cerco ao Porto, ganha a guerra e assinada a Conveno de vora-Monte, estabeleceu-se o regime
constitucional, sendo no processo eleita a primeira Cmara Municipal do Porto. Naquela eleio Jos da Silva
Passos foi escolhido para presidente.

Nessa qualidade de primeiro presidente eleito da Cmara do Porto, Jos da Silva Passos resistiu energicamente
lei de indemnizaes de 15 de Agosto de 1833, pela qual se pretendia que os miguelistas derrotados pagassem
com o seus bens arrestados os danos causados durante o miguelismo e as guerras liberais. Foi secundado pelo
irmo, que nas Cortes se oporia ferreamente sua aplicao. Um e outro defendiam assim, generosamente, a
causa dos vencidos e levantavam bem alto a bandeira da liberdade poltica. Esta recusa de punir os derrotados
com o confisco dos seus bens levaria, mais tarde, coalizo de interesses da esquerda setembrista com os
miguelistas contra o cabralismo durante a Revoluo da Maria da Fonte e a Patuleia.
Nas eleies gerais de Julho de 1834, para as Cortes que iam inaugurar, luz dos novos princpios, a
representao nacional, Jos de Passos no podia deixar de ser dos primeiros entre os escolhidos, sendo eleito
deputado pela Provncia do Douro. Prestou juramento a 23 de Agosto de 1834 e tomou na Cmara dos
Deputados ao lado de seu irmo, falando ambos pela mesma voz contra a regncia de D. Pedro IV e
protestando, com a mesma palavra generosa, contra as indemnizaes que humilhavam a causa vencida.
Profundamente conhecedor dos negcios de administrao, neste mandato deu um valioso contributo para a
redaco do Cdigo Administrativo de 31 de Dezembro de 1834, de que foi o principal autor.

Nas eleies gerais realizadas em Julho de 1836 foi reeleito para a legislatura seguinte, mas no chegou a tomar
posse, por entretanto ter aderido vitoriosa Revoluo de Setembro, que levou anulao das eleies e
suspenso da Carta Constitucional de 1826.

Foi eleito pelo crculo do Porto nas eleies gerais para o Congresso Constituinte, realizadas a 20 de Novembro
de 1836, sendo nas cortes constituintes nomeado membro da comisso da lei eleitoral. Prestou juramento a 25
de Janeiro de 1837 e cooperou eficazmente para a aprovao da Constituio de 20 de Maro de 1838 e da Lei
das Eleies Directas de 9 de Abril daquele ano.

Decididamente empenhado em contribuir para o engrandecimento da causa pblica, e com grande


desprendimento pessoal, exerceu os cargos de Sub-Secretrio de Estado dos Negcios da Fazenda e de Sub-
Inspector do Tesouro, quando seu irmo era Ministro, sem que por esse ou outro cargo aceitasse retribuio,
como jamais a aceitou em troca dos servios que prestou causa pblica.

Depois de seu irmo ter sado do poder, foi Jos da Silva Passos muitas vezes convidado para fazer parte de
novos ministrios que se organizaram, o que ele recusou sempre, apesar das instncias da prpria rainha D.
Maria II de Portugal.

Sublevadas em 1837 as provncias do norte pelo marechal Saldanha e pelo marechal duque da Terceira, na
chamada Revolta dos Marechais, o governo nomeou Bernardo de S Nogueira de Figueiredo lugar-tenente da
rainha no Norte, com a difcil misso de ir ali restabelecera ordem. Jos Passos foi encarregado da parte
financeira da misso, como secretrio para os assuntos financeiros, com que o servio pblico muito lucrou.

Foi novamente eleito deputado pelo crculo do Porto nas eleies gerais realizadas a 12 de Agosto de 1838,
prestando juramento a 8 de Janeiro de 1839. Contudo, depois da queda da Constituio Portuguesa de 1838 e
da restaurao da Carta Constitucional de 1826, ocorrida em 27 de Janeiro de 1842, Jos Passos, que era
verdadeiramente odiado pelos cartistas por causa da sua infatigvel actividade e dos servios que prestara
revoluo de Setembro, foi em Junho daquele ano, aquando das eleies gerais daquele ano, espancado e
arrastado pelas ruas do Porto.

Tendo ficado fora das Cortes, quando em 1844, na sequncia da Revolta de Torres Novas, foram suspensas as
garantias constitucionais, Jos Passos foi preso duas vezes sem haver motivos para isso, pois, apesar da revolta
ser claramente de inspirao setembrista, no s no entrara na conspirao, mas at reprovara publicamente as
revoltas, considerando-as ilegtimas enquanto fosse possvel recorrer aos meios constitucionais.

Quando rebentou o pronunciamento de 6 de Maio de 1846, no mbito do movimento da Maria da Fonte, que
levou ao fim do cabralismo, Jos da Silva Passos reaparece na cena poltica nacional e ocupa, durante o
ministrio presidido pelo 1. duque de Palmela, o lugar presidente da Cmara Municipal do Porto. Exercia esse
cargo, quando se deu em Lisboa o golpe de Estado, conhecido pela Emboscada, ocorrido a 6 de Outubro, para a
restaurao da Carta Constitucional.

Quando o pas se apercebe do regresso, embora encapotado, dos odiados Cabrais, gera-se uma cadeia de
sublevaes, entre as quais avulta a do Porto. Naquela cidade, a notcia do golpe chegou por uma comunicao
do administrador de Vila Franca de Xira, que imediatamente causou inquietao na cidade, mas s no dia 9
daquele ms de Outubro, se teve a absoluta certeza do que se passara. Perante os factos conhecidos, Jos da
Silva Passos, com uma energia assombrosa, dirigiu-se ao segundo comandante da Guarda Municipal, chamou-o
aos interesses da causa liberal, fez com que a guarda se pronunciasse, mandou tocar os sinos a rebate, disse a
todos quantos encontrava que deviam resistir ao golpe de Estado.
Neste contexto, foi tomada a deciso de no consentir que o duque da Terceira exercesse as funes de lugar-
tenente da rainha nas provncias do Norte, para que fora nomeado. Depois de ter obtido a adeso do Regimento
de Artilharia n. 3 e do Regimento de Infantaria n. 6, dirigiu-se ao palcio do governo civil, onde estava o
duque da Terceira, e pediu-lhe urbanamente que se considerasse preso.

O duque, sabendo que toda a guarnio do Porto estava pronunciada no sentido revolucionrio, e que no tinha
por conseguinte meios de resistncia, aceitou a sua situao, que no deixava de ser perigosa, porque o povo
exaltado ameaava tirar vingana no duque pelo procedimento do governo de Lisboa. Jos da Silva Passos
colocou-se, ento, ao lado do duque, declarando que respondia com a sua vida pela vida dele.

O povo exigia que o duque fosse preso para o Castelo da Foz, Jos da Silva Passos desejava que ele
reembarcasse para Lisboa, mas no aparecia barco nem escaler que o pudesse recolher. No podendo seguir
outro caminho seno aquele que o povo exigia, nesse mesmo dia 9 de Outubro, f-lo conduzir, sob priso, ao
Castelo de So Joo da Foz. Esta aco teve um papel decisivo na organizao da resistncia e no extremar de
posies que conduziria, quase de imediato, guerra civil da Patuleia.

No dia seguinte, o governador civil interino, Antnio Xavier de Barros Corte-Real, props Cmara Municipal
do Porto a nomeao de uma Junta Provisria do Governo Supremo do Reino, espcie de governo pr-
constitucionalista paralelo ao novel poder acantonado em Lisboa, constitudo no modelo das mltiplas juntas de
governo que apareciam regularmente durante os momentos revolucionrios em Portugal.

A Junta que ficou assim organizada tinha como presidente Francisco Xavier da Silva Pereira (o 1. conde das
Antas) e como vice-presidente Jos da Silva Passos. Eram vogais: Antnio Dias de Oliveira; Sebastio de
Almeida e Brito; Justino Ferreira Pinto Basto; Antnio Benedito de Castro (o 4. conde de Resende); Jos da
Fonseca e Gouveia (o 1. baro de Lordelo); Antnio Lus de Seabra; e Francisco de Paula Lobo de vila.

Organizado o governo da Junta, Jos da Silva Passos encarregou-se formalmente das pastas da Fazenda e dos
Negcios Estrangeiros, mas era ele verdadeiramente a alma da Junta, e a ele se devem quase todos os prodgios
que aquela operou. Os portuenses faziam todos os sacrifcios que se lhes pediam, quando Jos da Silva Passos
lhes chamava patriotas, e lhes falava no bem da nao, conseguindo levantar alguns emprstimos forados e
gerindo as finanas dos sublevados com inexcedvel probidade e economia.

Verdadeiro presidente da Junta, porque o conde das Antas dirigia as operaes militares, Jos da Silva Passos
no hesitou diante das mais graves responsabilidades. Quando foi preciso levantar alguns emprstimos forados
era sempre Jos da Silva Passos quem ia aos bancos, s companhias, s ou acompanhado por Justino Pinto
Basto, exigir o que era indispensvel. Foram poucos os recursos levantados por esse meio, mas ainda assim a
Junta levantou e teve em armas um exrcito numeroso e equipou uma pequena esquadra, quase sem ter recursos
tributrios.

Num verdadeiro levantamento nacional, organizaram-se de seguida outras Juntas filiais, irmanadas no esprito
da Patuleia, em Guimares, Barcelos, Viana do Castelo, Vila Real, Viseu, Castelo Branco, Guarda, vora,
Portalegre, Beja, Faro, Leiria, Santarm, Cascais, Palmela, Aveiro, Coimbra e Oliveira de Azemis. Tambm
nas ilhas adjacentes surgiram Juntas, chegando o movimento ao Funchal, na Madeira e s ilhas de So Miguel e
Terceira, nos Aores.

A Junta foi infeliz nos seus empreendimentos militares e a Patuleia foi-se arrastando e transformando numa
guerra de atrio, na qual as foras governamentais iam progressivamente consolidando a sua dominncia.
Ainda assim, como ministro dos Negcios Estrangeiros, Jos da Silva Passos prestou tambm muitos servios,
protestando energicamente contra o procedimento do comandante do cruzeiro ingls, que aprisionou em 31 de
Maio a esquadra, que sara do Porto e votou pela rejeio dos quatro artigos do Protocolo, na sesso de 5 de
Junho do mesmo ano. Este golpe foi mortal e decisivo. Desde o momento que a Espanha e a Inglaterra se
tinham resolvido a intervir, em cumprimento do tratado da Qudrupla Aliana a causa estava imediatamente
perdida. Apesar disso, Jos Passos infundia confiana em toda a gente.
Quase vista do exrcito espanhol, comandado pelo general Manuel Gutirrez de la Concha y Yrigoyen, ainda
as foras da Junta repeliram as avanadas do marechal Saldanha. Tudo isso foi intil, pois a Junta estava
condenada a entrar em negociaes. A Conveno de Gramido, assinado a 29 de Junho de 1847, ps termo a
essa revoluo, que durante 9 meses dominou em todo o norte de Portugal e colocou em crise, apesar de
sucessivos desastres militares, o poder do governo do Reino.

Apesar de Jos da Silva Passos ter sido a alma da revoluo, que deveu o seu xito relativo sua energia e sua
actividade, terminada a luta, voluntariamente, como seu irmo, retirou-se entregando-se tranquilamente aos
seus trabalhos e aos seus negcios, rodeado sempre da estima dos seus concidados e da maior popularidade.
Limitou a sua participao na vida poltica publicao de artigos no peridico portuense Eco Popular, de que
chegou a ser proprietrio.

O retorno vida poltica activa ocorreu em Abril de 1851, quando o duque de Saldanha fez o seu
pronunciamento a favor da regenerao nacional e, desanimado por no encontrar no exrcito a adeso que
esperava, se refugiou na Galiza. Perante essas circunstncias, Jos da Silva Passos ps-se em movimento,
escreveu-lhe para que viesse ao Porto, disps os espritos para se lhe preparar uma recepo condigna e para o
acompanharem no movimento que empreendia. O movimento reacendeu-se com o levantamento do Porto,
operado na noite de 25 para 26 de Abril, podendo-se assim dizer que Jos da Silva Passos foi um dos que mais
contriburam para o xito da Regenerao.

Tendo sado vitoriosa a Regenerao, nas eleies gerias de Novembro de 1851 volta a concorrer para
deputado, sendo eleito nos crculos de Tomar, Santarm e Lisboa, prestando juramento a 17 de Janeiro de 1852.
Apesar do seu apoio decisivo ao movimento que levou os regeneradores ao poder, no parlamento distanciou-se
do governo, negando o seu apoio ratificao parlamentar do decreto de converso da dvida apresentado em
27 de Julho de 1852.

A sua oposio era de carcter ideolgico, j que nunca poderia apoiar um governo que proclamava a troca das
bandeiras polticas pelos melhoramentos econmicos. De facto, construir estradas ou caminhos-de-ferro no
eram alternativas aos ideais democrticos defendidos por Jos da Silva Passos. Ainda assim, manteve-se no
Parlamento, participando em mltiplas comisses. Foi reeleito para a legislatura de 1857 - 1858 por Oliveira de
Azemis e pelo Porto, prestando juramento em representao do crculo do Porto a 24 de Janeiro de 1857,
mantendo durante toda a legislatura a sua postura crtica em relao ao governo.

Jos da Silva Passos foi presidente da direco da Associao Industrial Portuense entre 1856 e 1858.

Seria eleito deputado pela ltima vez nas eleies gerais realizadas a 2 de Maio de 1858 para a legislatura de
1858-1859, pelo crculo do Porto, tendo prestado juramento a 21 de Junho de 1858. Por essa altura j a doena
o tinha visivelmente diminudo.

At que a doena o incapacitou, Jos da Silva Passos permaneceu fiel s suas origens ideolgicas, defendendo o
radicalismo liberal, mesmo quando as circunstncias polticas e sociais lhe foram verdadeiramente adversas.
Definia-se como um democrata incorrigvel e, como tal, adepto intransigente da soberania popular. Ao
contrrio de Passos Manuel, Passos Jos no possua dotes oratrios nem vocao especulativa, tendo-se antes
revelado um homem corajoso nas suas opes e opinies, despido de ambies materiais e sem interesse por
honrarias e galanterias, em parte por ser Maon. Teve por nico ttulo honorfico ser membro honorrio da
Sociedade das Belas-Artes de Lisboa.

Com a sade profundamente abalada, desmemoriado e tolhido pelo efeito de uma paralisia que se agravava de
ano para ano, apagando-lhe a razo, retirou-se do parlamento em 1859. Faleceu obscuramente, na sua casa da
Viela da Neta, na cidade do Porto, a 12 de Novembro de 1863.

Foi casado com Ana Margarida Soares da Silva Passos, no tendo o casal qualquer filho.

Obras publicadas
Jos da Silva Passes redigiu o Ecco Popular, de que foi proprietrio, em 1817. Para alm de mltiplos artigos e
discursos parlamentares e cvicos, publicou a seguinte obra:

Carta dirigida aos honrados cidados da 3. companhia do batalho nacional provisorio do bairro de
Santo Ovidio, Porto, datada de 23 de Setembro de 1833, e assinada como Jos da Silva Passos, capito
da 1. companhia do mesmo batalho.

Referncias
Apontamentos para a biographia do cidado Jos da Silva Passos, por Alg. Sidney; (eBook)
Breve noticia biographica, por Francisco Jos de Oliveira Luz in Revista Contemporanea, de 1855;
Biografias e notas biogrficas publicadas nos jornais da poca, entre eles o Comrcio do Porto, O Jornal
do Comrcio e a Gazeta de Portugal, de 17 de Novembro de 1863.

Ligaes externas
Jos da Silva Passos no Portugal - Dicionrio Histrico
Retrato de Jos da Silva Passos
Retrato de Jos da Silva Passos
Monumento a Passos Jos em Guifes, sua terra natal
Os irmos Passos na pgina da Junta de Freguesia de Guifes
Passos Jos nas Figuras de Matosinhos

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