Direitos Autorais
Direitos Autorais
Direitos Autorais
As informaes a seguir foram elaboradas para ajudar a esclarecer as dvidas mais frequentes sobre
ilustrao, contratos e direitos autorais. Para maiores informaes jurdicas aconselhamos consultar
um advogado.
PROPRIEDADE INTELECTUAL
A propriedade intelectual diz respeito a criaes literrias, artsticas ou cientficas. H vrios tipos de
propriedade intelectual, cada uma com uma srie de direitos que as protegem (isto , que garantem,
por meio do poder pblico, o direito de seu dono ser o nico a dispor delas). Por exemplo:
Direitos autorais: protege o autor, isto , garante a ele a propriedade e o direito de fazer uso
econmico de sua criao. So destes direitos que trataremos a seguir.
Direito patrimonial Refere-se explorao comercial da obra, tanto pelo autor como por algum
(ou empresa) a quem ele tenha autorizado, por meio de contrato. No Brasil, perdura por setenta anos,
contados a partir de 1o de janeiro do ano seguinte ao falecimento de seu titular; decorrido este prazo,
a obra cai em Domnio Pblico passa a ser de livre uso comercial, porque no est mais sujeita a
direitos patrimoniais exclusivos de alguma pessoa fsica ou jurdica.
Direito moral Refere-se ao direito de reivindicar a autoria da obra, assim como a genuinidade e
integridade desta. No pode ser objeto de renncia, ou seja, impossvel transferi-lo para outra
pessoa ou empresa, independentemente da extino ou no do direito patrimonial. Trata-se de um
direito personalssimo, ou seja, um direito intransfervel e inalienvel, s podendo ser exercido pelo
autor.
No Brasil, a lei que regula os Direitos Autorais a Lei no 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. Para
saber mais, acesse: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9610.htm.
Trata-se de um acordo pelo qual o autor transfere, em carter definitivo e irrevogvel, o direito
patrimonial sobre sua obra. Em outras palavras, por meio de contrato, o autor permitir que uma
outra pessoa ou empresa tenha o direito de explorar a obra comercialmente.
Aps a assinatura do contrato que pode implicar ou no uma remunerao o autor permanecer
apenas como detentor do direito moral (que intransfervel), porm, ter declinado definitivamente
da receita advinda de qualquer uso que a contratante venha a fazer de sua obra.
Este modelo de cesso permite inclusive que a contratante venda a obra para terceiros, sem que o
autor tenha direito a qualquer forma de compensao financeira.
Neste tipo de contrato, o autor concorda em transferir para uma pessoa ou empresa os seus direitos
patrimoniais, por um determinado tempo e em territrio definido, e especificar os usos que sero
feitos de sua obra.
No segmento editorial, por exemplo, existem contratos por meio dos quais o autor transfere
temporariamente os direitos patrimoniais de ilustraes a uma editora, a qual as utilizar apenas
naquele livro impresso e nas diversas peas de divulgao e promoo: anncios, banners, flyers e
outros.
O QUE LICENCIAMENTO?
Como o prprio nome sugere, trata-se de uma licena ou permisso de uso concedida pelo autor, por
meio da qual as empresas podem contratar uma obra visual, personagem ou marca por um
determinado perodo para serem usados em produtos como camisetas, embalagens, cartazes, revistas,
livros, sites, etc.
CONTRATOS
O QUE UM CONTRATO?
um documento em que duas ou mais pessoas ou empresas, dentro de um acordo, definem seus
respectivos direitos e deveres.
O acordo a respeito das clusulas e a assinatura do contrato so as primeiras providncias que devem
ser tomadas antes de se iniciar um trabalho.
O QUE SIGNIFICA COMERCIALIZAR UMA ILUSTRAO?
De uma imagem, apenas seus direitos patrimoniais podem ser transferidos, alm disso, o nome do
autor dever sempre ser creditado junto obra.
Todo ilustrador deve refletir, antes de descartar a hiptese de receber uma porcentagem de direitos
autorais ou autorizar que a contratante disponha de sua obra livremente, como revenda a terceiros,
publicao em suportes variados, mdias eletrnicas, indefinidas ou a inventar.
Um bom contrato aquele redigido com bom senso, que equilibra os interesses de todas as partes
envolvidas.
1) DEFINIO DO CONTRATO
O acordo deve descrever, com clareza e preciso, os bens ou servios envolvidos, bem como as
restries, especificaes e condies de uso:
Seja qual for o tipo de obra literria, recomenda-se incluir uma clusula que especifique o
ttulo da obra na qual as ilustraes sero publicadas e para a qual elas foram ilustraes
foram exclusivamente elaboradas.
2) CRDITO
O crdito um direito moral do autor. Recomenda-se que o contrato sempre reitere esta
obrigatoriedade do nome do ilustrador ao lado de sua obra.
3) INTEGRIDADE DA OBRA
Para evitar que a(s) artes(s) em negociao sofram quaisquer modificaes que possam comprometer
sua integridade, qualidade, objetivo ou inteno contratados inicialmente, recomendvel que haja
uma clusula no contrato garantindo que nenhuma interveno na obra seja feita sem o prvio
conhecimento e aprovao do autor.
4) VALORES
O contrato pode especificar somente a data de entrega das artes-finais ou discriminar as vrias
etapas do processo trabalho e os prazos de cada uma delas (tais como, produo dos esboos,
aprovao e finalizao, entrega das artes-finais). Tambm deve constar no contrato se as ilustraes
sero entregues digitalizadas ou se o profissional entregar os originais para digitalizao e posterior
devoluo.
6) REUTILIZAES
Conforme abordado no tpico 1, todo contrato deve contemplar o uso que ser feito das artes e o
perodo de utilizao. Pode acontecer, porm, de a cessionria querer utilizar a mesma arte em outro
produto. Exemplo: uma editora que adquiriu uma imagem para ilustrar um livro de literatura agora
deseja us-la tambm para ilustrar um livro didtico. Justamente para evitar esse tipo de ocorrncia,
desejvel que o contrato aborde os termos para eventuais reutilizaes e estipule, alm de um valor
para isso (normalmente uma porcentagem do valor original), a obrigatoriedade da autorizao do
ilustrador e a assinatura de um novo contrato.
7) COMPRAS ESPECIAIS
Em editais de compra governamental, quando uma obra comprada pelo governo em grande
quantidade, recomendvel que o ilustrador, quando tenha uma poro significativa de colaborao
na obra selecionada (como no caso de livros infantis totalmente ilustrados), receba uma porcentagem
sobre esse tipo de venda.
importante que todo contrato tenha um acordo de procedimento referente a situaes que
normalmente no so previstas (para no dizer indesejadas) de ambos os lados. Sendo assim,
recomenda-se estipular valores para casos tais como:
No segmento editorial, o prazo de cesso de direitos referente ao texto costuma ser de cinco anos (s
vezes, com renovao automtica, caso nenhuma das partes se manifeste).
aceitvel tambm que o contrato de ilustraes tenha seu prazo de validade estipulado de acordo
com essa prtica.
Aps o trmino do prazo de validade, havendo interesse de ambas as partes, um novo contrato pode
ser firmado e, se necessrio, ele deve prever novas utilizaes no mencionadas no contrato anterior.
10) FORO
O foro nada mais do que o municpio, cidade ou estado onde, havendo desacordo ou no
cumprimento de algo especificado em contrato, uma eventual medida judicial dever ser
encaminhada. Se o autor mora em uma cidade e a empresa fica em outra, o contrato deve prever em
qual foro, ou seja, em qual estabelecimento judicial e de qual cidade a medida judicial dever ser
julgada.
Um dos fatores que compe o valor do trabalho so os itens relacionados infra-setrutura, tais como
o espao em que se trabalha, material, energia eltrica, ligaes telefnicas, internet, sadas para
reunies com o cliente, contador, emisso de notas fiscais, etc.
Porm, o fator mais importante envolvido nesta questo do custo est relacionado ao talento e a
experincia do artista, a sua capacidade de resolver o trabalho, seu compromisso com o prazo, com a
soluo do problema que o cliente apresenta e sua tica profissional. Estes, sem dvida, pesam bem
mais na hora de formular o oramento.
Conforme abordado anteriormente na seo que trata de contratos, o valor de uma ilustrao no est
necessariamente relacionado apenas ao trabalho de cri-la e execut-la, mas, principalmente, ao seu
uso. Sendo assim, na definio do valor correspondente a uma ilustrao feita para um jornal de
circulao interna de uma empresa de pequeno porte, por exemplo, o profissional dever levar em
considerao a complexidade da criao e da execuo, acrescido de um valor de licenciamento para
uso em mbito restrito. Se essa mesma ilustrao, porm, for destinada a uma campanha publicitria
ampla, com veiculao em diversas mdias e grande exposio, a parte do valor correspondente ao
licenciamento dever ser proporcionalmente maior, uma vez que a amplitude de utilizao e a escala
de investimento implicam maiores exigncias de retorno.
Ilustraes de alta qualidade nem sempre so complicadas de fazer. Muitas vezes, o que se espera de
uma ilustrao justamente que ela seja simples, clara e direta, de modo que o tempo de execuo
relacionado complexidade nem sempre o melhor parmetro para se atribuir valor, dada a
importncia da ideia, da mensagem, da experincia e da habilidade de quem a criou. Sendo assim, o
valor de uma imagem, neste sentido, est mais relacionado ao teor comunicacional e esttico que a
ilustrao agrega, assim como sua importncia para que
o produto atinja os objetivos desejados.
Alm desta situao, existem outras duas distines a serem feitas: a complexidade e o prazo.
A complexidade, evidentemente, est relacionada ao tempo de trabalho gasto na ilustrao. H
pedidos simples, que podem ser resolvidos em poucas horas ou podem exigir pesquisas e dias na
execuo. Neste caso, o fator tempo deve ser computado levando-se em conta a necessidade de
recusar outros trabalhos em funo daquele, sem esquecer a expectativa de lucro frente aos gastos
mensais do estdio.
J o prazo diz respeito ao encaixe daquele trabalho dentro de um cronograma de execuo de outros
trabalhos do estdio. Se o prazo solicitado exigir que os trabalhos em andamento sejam postos
momentaneamente de lado, ou que se trabalhe em finais de semana, ou que seja preciso virar a noite
a fim de cumprir uma solicitao feita de um dia para o outro, preciso acrescentar uma taxa de
urgncia. Dessa forma, o esforo no previsto nem computado na previso de gastos mensais ,
ser compensado. Sem mencionar, evidentemente, as horas de descanso ou dedicadas vida pessoal
que ficaro comprometidas.
Assim, a formulao do valor passa tambm pela necessidade de detectar qual dos fatores relatados
dever balizar o oramento, ou, se for o caso, se todos devero ser computados a fim de que o
trabalho possa ser feito dentro do tempo e qualidade esperados.
VALORES REFERENCIAIS
A SIB possui uma tabela referencial de valores do mercado editorial, formulada a partir de uma
pesquisa feita junto a diversos profissionais que atuam nessa rea. Como o prprio nome diz, trata-se
de uma referncia que poder ser til na elaborao de valores:
Cdigo de tica
Cdigo de tica da SIB
O Cdigo de tica Profissional do Ilustrador tem por objetivo apontar princpios e formas de conduta
que devem nortear a atividade profissional do ilustrador, regulando suas relaes com clientes, com
outros profissionais, com seus funcionrios e a sociedade.
Interessar-se pelo bem pblico e contribuir com seus conhecimentos e capacidades para
melhor servir a sociedade;
Manter-se em dia com a legislao vigente e procurar difundi-la, a fim de que seja prestigiado
e definido o legtimo exerccio da profisso;
Contribuir para uma utilizao racional dos recursos materiais e humanos, visando o
estabelecimento de melhores condies sociais e ambientais.
Cdigo de Prtica Comercial
(Obedece a Lei de Direito Autoral no 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.)
Art. 1 As negociaes entre o ilustrador e o contratante devero ser conduzidas somente atravs
de um profissional autorizado, que assine e responda pela negociao do trabalho.
Art. 2 Pedidos e acordos entre o ilustrador e o contratante devem ser feitos por escrito, e devem
incluir os direitos de utilizao especficos a serem transferidos, incluindo os valores combinados
pelas partes, o prazo de entrega e um sumrio descritivo do trabalho.
Art. 3 Todas as mudanas e/ou adies que no sejam de responsabilidade ou por falta de aptido
do ilustrador, ou ainda que no tenham sido especificadas no briefing, devero ser cobradas do
contratante como uma taxa adicional.
Art. 4 No dever haver nenhum custo adicional ao contratante por revises e/ou refaes
necessrias devido a erros da parte do ilustrador.
Art. 5 No caso de um trabalho ser adiado ou cancelado pelo contratante, dever ser negociada
uma taxa de cancelamento baseada no tempo e no esforo dispendidos pelo ilustrador, bem como nas
despesas referentes ao que j foi executado do trabalho.
Art. 6 Uma vez finalizado e entregue, o trabalho dever ser pago integralmente pelo contratante
no prazo combinado. Quando houver uma arte original, esta dever ser devolvida ao ilustrador, nas
mesmas condies em que foi entregue. O pagamento ao ilustrador no dever estar vinculado a
aprovao ou pagamentos de terceiros.
Art. 7 Qualquer alterao em imagens fornecidas pelo ilustrador s dever ser feita mediante
consulta ao autor da imagem. Se forem necessrias alteraes ou refaes, o ilustrador deve ter a
prioridade e a oportunidade de realizar as modificaes, mediante aumento na remunerao. As
alteraes sem consulta podem levar quebra contratual por parte do contratante.
Art. 8 O ilustrador dever notificar o contratante sobre qualquer atraso previsto na entrega. Se o
ilustrador falhar em manter o combinado em contrato, por tempo injustificvel ou fora da
conformidade do que foi estabelecido em contrato, isso ser considerado uma quebra contratual da
parte do ilustrador.
Art. 9 - No caso de o prazo combinado ser estendido pelo contratante, as datas de entrega da arte e
quitao de valores no devero ser adiadas. Se o prazo for reduzido, dever ser acrescida uma taxa
de urgncia ao valor inicialmente combinado; caso contrrio isto ser considerado quebra contratual
por parte do contratante.
Art. 10 Sempre que possvel, o contratante ceder ao ilustrador amostras da obra reproduzida.
direito do ilustrador usar estas imagens para divulgao de seu prprio trabalho.
Art. 11 O ilustrador no ser responsabilizado por quaisquer processos ou demandas que possam
surgir pela utilizao de referncias fornecidas pelo cliente para a realizao do trabalho.
Art. 12 Os direitos autorais e de propriedade intelectual sobre a utilizao da arte original, seja
qual for a mdia, so originalmente do ilustrador, a menos que sejam cedidos contratualmente.
Nenhum trabalho dever ser duplicado, arquivado ou escaneado sem a prvia autorizao do
ilustrador.
Art. 13 Na cesso de direitos de utilizao da arte original, somente o que for especificado por
escrito ser cedido, e por tempo predeterminado. Todos os direitos no especificados
contratualmente permanecero de posse do ilustrador. Qualquer nova forma de utilizao implicar
uma nova remunerao ao ilustrador.
Art. 14 Se um trabalho em prospeco, tanto para apresentao de layouts como para fotografias,
for negociado com um ilustrador com a inteno ou possibilidade de outro ilustrador realizar a arte
final, isto dever ser combinado por escrito no incio da negociao.
Art. 16 Os direitos autorais para mdias eletrnicas devem ser tratados parte dos direitos para
mdias tradicionais. Em caso de transferncia integral de copyright, os direitos de reproduo em
mdias ainda no inventadas estaro sujeitos a negociaes adicionais.
Art. 17 Toda ilustrao publicada deve estar acompanhada do crdito ao ilustrador, com seu nome,
pseudnimo artstico ou assinatura, exceto quando o contrrio for combinado por escrito, como
especificado na Lei de Direito Autoral.
Art. 18 Se um ilustrador for contratado especificamente para realizar uma arte, can qual utilizar
horas no razoveis de trabalho, deve ser includa uma remunerao adicional justa no contrato a
ttulo de taxa de urgncia.
Art. 19 Toda empresa que receba portiflios, amostras etc., ser responsvel pelo retorno das
peas do ilustrador nas mesmas condies em que foram entregues.
Art. 20 direito legtimo do ilustrador definir o valor que considera justo pela sua obra,
proporcional ao seu domnio tcnico, sua experincia, esforo, tempo despendido, material
utilizado, incluindo hardwares, softwares para a elaborao do trabalho. As tabelas de preo
preestabelecidas no consideram as diferenas de estilo e as particularidades de cada profissional,
alm disso, elas no permitem que haja uma proporcionalidade entre o valor e a qualidade individual
da obra.
(O Cdigo de Prtica Comercial fundamentado no Code of Fair Practice da Graphic Artists Guild,
GAG, e foi adaptado para o mercado brasileiro pela Sociedade dos Ilustradores do Brasil, SIB. O
Cdigo de Prtica Comercial da SIB pode ser publicado e distribudo livremente, desde que
reproduzido na ntegra. O texto no pode ser alterado e deve ser creditado GAG e SIB.)
Oramento Padro
[logo ou identificao do estdio ou profissional] [cidade], [data]
Descrio: [descrio detalhada dos servios, quantidade, tamanho, tcnica, estilo, mdia de entrega,
resoluo, sada em cromo...] Ex.: Composio das seguintes frutas: Limo, Laranja e Banana, de
acordo com layout enviado pelo cliente, em fundo neutro, em aquarela, realista, 50 X 50cm, 300 dpi
e entrega de uma cpia em CD.
Utilizao: [determinao de utilizao] Ex.: folder e outdoor.
Perodo: [determinao do perodo de utilizao] Ex.: 01 ano / Brasil.
Prazo de entrega: [determinao do prazo do estdio ou profissional] Ex.: 05 dias, a partir da
aprovao do layout (ou do desenho a trao).
Valor:
Valor unitrio de layout (opcional)________R$ [normalmente 20% do valor da arte-final, quando
esta for finalizada pelo prprio ilustrador]
Valor unitrio por imagem finalizada________R$ (no caso de mais de uma imagem)
Valor Total____________________________________R$
(OBS.: enviar oramento parte para realizao apenas de layout, sem arte-final.)
Forma de Pagto: [descrio da forma de pagamento] Ex.: 50% na aprovao do oramento e 50%
na entrega do trabalho.