Alan Muniz TCC A Informação Nas Histórias em Quadrinhos
Alan Muniz TCC A Informação Nas Histórias em Quadrinhos
Alan Muniz TCC A Informação Nas Histórias em Quadrinhos
RIO DE JANEIRO
2013
ALAN BARBOSA MUNIZ
RIO DE JANEIRO
2013
M963 Muniz, Alan Barbosa.
Watchmen e suas referncias: a informao nas
histrias em quadrinhos. 2013.
52 f. ; 30 cm.
Bibliografia: f. 49-52.
CDU 741.5:001.9
ALAN BARBOSA MUNIZ
Aprovado em de 2013.
BANCA EXAMINADORA
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1 INTRODUO ............................................................................................................. 9
2 HISTRIA EM QUADRINHOS: A LITERATURA ................................................ 11
2.1 Crise de 1929 ............................................................................................................ 15
2.2 Era de Ouro ............................................................................................................... 16
2.3 MAD e o Underground ........................................................................................... 19
2.4 A Vanguarda Feminina ........................................................................................... 20
2.5 Era de Prata ............................................................................................................... 21
2.6 Anos 70 e a Era de Bronze .................................................................................... 22
2.7 Anos 80 e as Graphic Novels ............................................................................... 23
3 WATCHMEN ............................................................................................................... 25
3.1 Os Autores................................................................................................................. 26
3.1.1 Alan Moore................................................................................................................. 26
3.1.2 Dave Gibbons ........................................................................................................... 29
3.2 A Histria .................................................................................................................. 30
4 ALM DOS VIGILANTES: A INFORMAO EM WATCHMEN ..................... 35
4.1 A transmutao da informao .......................................................................... 37
4.2 Quadrinhos como fonte de informao ........................................................... 39
4.3 Teste de Rorschach: o que voc v? ................................................................ 40
5 MEIA NOITE: CONSIDERAES PARCIAIS .................................................... 47
REFERNCIAS ........................................................................................................ 49
9
1 INTRODUO
Dirty Comics, tambm conhecidas como bblias ou gibis sujos. Eram revistas
clandestinas pornogrficas feitas por autores annimos, com desenhos exagerados
e sexo explcito. Com 8 pginas a 40 centavos, de acordo com Moya (1996),
influenciaram a revista MAD na dcada de 1950, e os underground comics nos anos
1960.
Bibe-Luyten (1993) defende que os anos 30 foram para os quadrinhos o
mesmo que Hollywood para o cinema, a poca da aventura e da inveno, o misto
de realidade e fantasia. E no final dessa dcada encontramos um dos maiores
acontecimentos na histria das histrias em quadrinhos: chega Terra o Super-
Homem.
Em 1938, Cleveland, Ohio, Siegel imaginou o personagem e sugeriu
ao seu amigo e colega de estudos, Shuster, que fizesse os desenhos de
Superman. Produziram diversas tiras e enviaram aos Syndicates
distribuidoras de material de imprensa para editores de jornais -, que, por
unanimidade, recusaram a tira como fantstica demais. (MOYA, 1996, p.
129).
Jerry Siegel e Joe Shuster inicialmente tiveram seus trabalhos recusados nos
syndicates, mas agradaram os editores que at encomendaram outras histrias.
Como os comics eram publicados nos jornais e em suplementos no domingo, J. S.
Liebowitz remontou as tiras para o formato comic book, e em junho de 1938,
publicou a Action Comics.
Super-homem de extrema importncia para a arte quadrinstica porque foi o
responsvel pela nova tendncia dos heris super, dando origem s centenas de
super-heris que conhecemos hoje, como Batman, Homem-Aranha, Homem de
Ferro, Mulher Maravilha, etc. Sua revista de estreia Action Comics, dobrou de
circulao e impulsionou os quadrinhos americanos a serem editados em revistas,
comeando a era dos comic books. Essa importncia do Super-Homem to
significativa que alguns especialistas indicam seu surgimento como o marco da Era
de Ouro dos quadrinhos (COSTA, 2004; JARCEM, 2007; MOYA, 1996; TOLEDO,
2011).
O mundo era palco da Segunda Guerra, e do incio do Super-Homem at o
fim da guerra, nasceram outros grandes personagens. Bob Kane desencadeou outra
srie de super-heris com dupla identidade, e na Dectetive Comics, deu a luz ao
Cavaleiro das Trevas, Batman. Bill Everett, responsvel pelo Prncipe Submarino,
Namor, e Carl Burgos, criador do Tocha Humana, criaram uma luta que foi um dos
momentos antolgicos dos quadrinhos (MOYA, 1996, p. 136). O Capito Marvel,
18
E em 1958, Stan Lee e Jack Kirby lanaram uma revista que mudaria o rumo
das histrias em quadrinhos, a Strange Worlds, da Marvel Comics (COVILLE, 1999).
Stan Lee o grande nome da poca, e junto com muitos outros artistas e a criao
de vrios super-heris, d incio a Era de Prata dos quadrinhos, tambm conhecida
como Era Marvel. Com Steve Ditko, Stan Lee criou o Homem-Aranha e Doctor
Strange. E com Jack Kirby, os famosos Fantastic Four, grupo composto por quatro
super-heris: O Homem Elstico, A Mulher Invisvel, a Tocha Humana e O Coisa.
(BIBE-LUYTEN, 1993, p. 56).
Nesse perodo Stan Lee tambm criou o incrvel Hulk, o Surfista Prateado
juntamente com John Buscema, e o primeiro super-heri negro, Pantera Negra.
Coville (1999) focaliza que Stan Lee e Jack Kirby criaram mais de 90% dos super-
heris do universo Marvel, e a maioria deles ainda existe. Alm disso, inovaram no
estilo dos super-heris, como no caso do amigo da vizinhana, Homem-Aranha.
Costa (2004) nos lembra, Peter Parker tm problemas na faculdade, com aluguel, no
emprego, com a namorada, alm dos viles, esses problemas comuns ao ser
humano fizeram com que os jovens se identificassem com o cabea de teia. Outro
grande personagem que surgiu na poca e era bastante diferente foi o Dr. Estranho,
como aponta Coville (1999). Com poderes mgicos, ele no realizava seus feitios
com varinha de condo, conseguia entrar em contato com outras dimenses, e
22
embora seus feitios lembrassem prticas existentes no ocultismo, Stan Lee afirma
que inventou tudo sem nunca consultar um livro de Magia. Podemos destacar ainda
nas inovaes de Stan Lee e Jack Kirby a criao de equipes e viles com
superpoderes:
[...] Eles tambm criaram equipes de super-heris como Os Vingadores e o
grupo de maior sucesso no momento, os X-Men. Outra inovao da dupla
foi dar superpoderes aos viles. Antes deles, os heris geralmente lutavam
contra aliengenas, cientistas loucos, robs, ladres, gngsteres e pessoas
do futuro. Era muito raro que um vilo tivesse poderes como os dos heris.
Os X-Men eram um grupo diferente. No eram deuses de outros mundos ou
cientistas afetados por um experimento que no deu certo. Eram pessoas
comuns, mas que nasceram com uma ou mais habilidades extras. Porm,
nem tudo era fcil para eles, j que esses mutantes eram temidos e odiados
pela sociedade, criando paralelos com os conflitos raciais que ocorriam no
pas. (COVILLE, 1999).
estilo desses quadrinhos que quis publicar algumas histrias da Mtal Hurlant. E em
abril de 77, edita Heavy Metal nos Estados Unidos. (BIBE-LUYTEN, 1993, p. 58).
Ainda nos anos 1970, a Era de Bronze no possuiu um consenso sobre sua
criao e trmino como as Eras de Ouro e Prata, mas a principal caracterstica foi a
mudana na temtica das histrias. Porm, Frade (2013), aponta dois grandes
acontecimentos que seriam o marco inicial dessa Era: o primeiro foi a estreia de
Conan nas histrias em quadrinhos, e o segundo foi a morte Gwen Stacy, a
namorada do Homem-Aranha. O que marcou o fim dos tempos inocentes da Era de
Prata, e iniciou a poca mais sombria dos quadrinhos.
A produo dos anos 1980 foi consagrada pelas minissries e graphic novels,
dando incio a uma nova fase e nova forma de fazer histria em quadrinhos. Bibe-
Luyten (1993) define bem esse novo modelo de HQ: as minissries ainda possuem o
formato original de gibi, mas as histrias so mais elaboradas, a capa e o papel so
de melhor qualidade, e existe toda uma reformulao da narrativa com a introduo
de novos personagens. Geralmente a histria dividida em captulos, contendo de 6
a 12 nmeros com histrias completas. H grande influncia do estilo de Will Eisner
no jogo de luz, a linguagem cinematogrfica aparece extremamente, e h inspirao
at nos quadrinhos japoneses no que diz respeito ao contedo e estilo (BIBE-
LUYTEN, 1993, p. 58).
As graphic novels eram direcionadas principalmente para o pblico adulto, e
um dos grandes destaques desse formato foi a histria Batman O Cavaleiro das
Trevas, de Frank Miller. Nela nos deparamos com um Batman mais sombrio,
amargurado e violento, onde o personagem no tem nenhuma relao com a
cronologia de suas revistas mensais (COSTA, 2004; JARCEM, 2007).
Segundo Costa (2004), os anos 1980 foram considerados um dos mais
criativos da histria dos quadrinhos graas ao nvel elevado de experimentao
grfica e esttica. As histrias em quadrinhos passaram a apresentar temas como
violncia, insanidade, sensualidade e dvidas existenciais (JARCEM, 2007).
Entre as principais obras desse perodo podemos destacar Elektra Assassina,
de Frank Miller; Orqudea Negra e Sandman, de Neil Gaiman; V de Vingana e A
24
Piada Mortal, de Alan Moore; Watchmen, de Alan Moore e Dave Gibbons; e Asilo
Arkham, de Grant Morrison. E cada histria dessas teve uma importante contribuio
para a histria das HQs, Sandman, por exemplo, inovou com o seu enredo e
inmeras referncias histricas, teatrais, literrias, musicais, etc. (COSTA, 2004).
Alm disso, Sandman foi a responsvel pela criao do selo Vertigo, da DC comics,
especializado em quadrinhos adultos. Ganhou vrios prmios, e algumas dessas
premiaes eram dadas apenas a obras literrias (COSTA, 2004).
A dcada seguinte apresentou outra obra de Frank Miller como destaque, Sin
City. A DC comics em uma jogada de marketing matou o Super-Homem, renovando
o interesse pelo heri, e fez a notcia aparecer nas mdias de todo o mundo (COSTA,
2004).
Grandes desenhistas saram das duas maiores editoras de quadrinhos
Marvel comics e DC comics e criaram uma nova editora, a Image comics. Entre os
destaques da Image comics podemos citar Savage Dragon, de Erik Larsen;
WildC.A.T.S. e Gen 13, de Jim Lee; The Darkness, de Marc Silvestri; e Spawn, de
Todd McFarlane.
Ao final da dcada de 1990, as histrias em quadrinhos apresentam duas
grandes mudanas: a colorizao computadorizada, e a influncia dos quadrinhos
japoneses mangs (JARCEM, 2007).
No incio do sculo XXI, observamos um resgate ao estilo de arte dos
pioneiros da Era de Prata e da dcada de 1980. E graas aos avanos tecnolgicos
do cinema uma era de adaptaes das histrias em quadrinhos foi iniciada,
expandindo e propagando ainda mais a nona arte (JARCEM, 2007).
25
3 WATCHMEN
3.1 Os Autores
Com a histria For the Man Who Has Everything do Super-Homem, Alan
Moore e Dave Gibbons abriram as portas americanas para os talentos britnicos
(KHOURY, 2008). O sucesso e os esforos dos dois permitiu a iniciativa de publicar
uma das obras mais importantes da histria dos quadrinhos, Watchmen (LIMA,
2009; TOLEDO, 2011; WESCHNEFELDER, 2011).
Jacques (2012) informa que Moore teve a ideia de criar uma histria fechada,
adulta, uma narrativa influenciada por questes histricas, filosficas e morais, onde
os heris existissem de verdade afetando diretamente a sociedade. Alan Moore diz
que a fico-cientfica como gnero literrio reflete o presente, no que corresponde
aos contextos e problemas do planeta, e assim ele escreveu Watchmen,
reproduzindo o sombrio cenrio poltico da Guerra Fria nos anos 80, quando o
mundo realmente parecia ter a possibilidade de um holocausto nuclear (THE
MINDSCAPE..., 2006). Unido s representaes naturalistas de Gibbons (SANTOS,
1995), que "nos passa toda a emoo necessria aos personagens em suas
expresses faciais e gestuais" (COSTA, 2004), eles criaram uma obra-prima dos
quadrinhos (KRAKHECKE, 2007; WESCHNEFELDER, 2011).
Alan Moore iniciou sua vida na rea mais antiga e pobre de Northampton,
uma cidade de classe operria da Inglaterra no dia 18 de novembro de 1953, onde
vive at hoje. Para escapar do ambiente monocromtico e cinzento em que vivia, ele
gostava de ler contos de mitologia e histrias em quadrinhos, o que segundo ele foi
uma chave muito importante para uma porta muito importante que abriu suas
27
No incio dos anos 1980, Moore concluiu que no podia desenhar bem o
suficiente ou rpido o bastante para seguir carreira, ento teve a brilhante ideia de
escrever para outras pessoas desenharem, e essa foi sua iniciao como um dos
grandes nomes dos quadrinhos. Nessa poca ele comeou a colaborar para a
importante revista inglesa 2000AD que tinha o Judge Dredd como principal
personagem. Seus primeiros trabalhos nessa revista foram A holliday in Hell (junho
de 1980), The killer in the cab (n. 170), e sua primeira colaborao com Dave
Gibbons, The dating game (n. 176). O destaque de sua participao em 2000AD foi
The Ballad of Halo Jones (1984-1985), juntamente com o artista Ian Gibson.
Mesmo escrevendo histrias de trs ou quatro pginas, Moore chamou a
ateno de outras publicaes e assinou obras como Eagle, Doctor Who e Captain
28
Britain. Mas sua genialidade ganhou destaque quando ele passou a colaborar para a
revista Warrior, tendo maior liberdade criativa, ele publicou dois dos seus mais
conhecidos trabalhos j na primeira edio da revista, Marvelman (ou Miracleman) e
V de Vingana (VERGUEIRO, 2006).
Ganhando prmios por suas histrias, ele chamou a ateno dos norte-
americanos que segundo o prprio Alan Moore, tendem a pensar que todo prmio
um Oscar e no se do conta que os prmios da indstria dos quadrinhos so
votados por trinta pessoas que levam uma formidvel vida social (THE
MINDSCAPE..., 2006). Segundo Vergueiro (2006), logo ele foi chamado pela DC
Comics para trabalhar em O monstro do pntano, onde ficou responsvel por trs
anos. Nesse perodo a revista ganhou um grau de popularidade e aceitao que
nunca havia conseguido, resultando em vrios prmios e no grande aumento de
vendas, que passou de 17 para 100 mil exemplares por ms. Em O monstro do
pntano, Moore tambm criou um de seus grandes personagens, o arrogante,
misterioso e mstico John Constantine.
Da liberdade para escrever o que quisesse na DC Comics que surgiu em
1986 Watchmen. Para Alan Moore a obra foi a responsvel pela tempestade
publicitria que tornou os quadrinhos ou as graphic novels populares. E foi a obra
que o colocou definitivamente na lista dos grandes autores de histrias em
quadrinhos (THE MINDSCAPE..., 2006).
O bruxo de Northampton, como tambm conhecido Alan Moore, aps se
declarar mago e iniciado em Magia, teve quase todos seus trabalhos desde ento
transformados em clssicos pela crtica e pblico. Entre suas obras de destaque
esto A Piada Mortal, uma graphic novel considerada uma das melhores estrias do
Cavaleiro das Trevas, Batman. Do Inferno que retrata uma investigao sobre Jack,
o Estripador. Essa obra comeou a ser produzida em 1988 e levou uma dcada para
ser finalizada. (VERGUEIRO, 2006) A Liga Extraordinria (The League of
Extraordinary Men), sobre um grupo formado por heris da literatura como Allan
Quatermain (As minas do rei Salomo, de Henry Rider Haggard), Mina Harker
(Drcula, de Bram Stoker), Capito Nemo (20.000 lguas submarinas, de Julio
Verne), Henry Jekyll e Edward Hyde, o mdico e o monstro (O estranho caso de Dr.
Jekyll e Mr. Hyde, de Robert Louis Stevenson), Hawley Griffin (O homem invisvel, de
H.G. Wells). Lost girls, uma graphic novel ertica onde Moore utilizou mais uma vez
o recurso de resgatar personagens conhecidos da literatura como Alice de Alice no
29
3.2 A Histria
suporte fsico, sendo ele em papel ou meio eletrnico, mas certamente um suporte
tangvel e passvel de manipulao em seu contedo.
J os fluxos extremos seriam objetivo da Cincia da Informao, localizados
nas extremidades do fluxo interno, de seleo, armazenamento e recuperao da
informao (BARRETO, 2001, 2002a). Em um dos extremos temos a criao da
informao, e no outro a assimilao da informao pelo receptor, algo que vai alm
do uso da informao (BARRETO, 2002a). Assim, podemos observar a diferena
nos estudos da informao nos campos da Biblioteconomia e da Cincia da
Informao. A Cincia da Informao, dessa forma passou a ser uma instituio de
reflexo da informao, estudando a ao mediadora entre a informao e o
conhecimento acontecido no indivduo (BARRETO, 2002a).
A transferncia de informao acontece nos fluxos extremos e segundo
Barreto (2005), objetiva no processo efetivar o fenmeno de transformao entre a
estrutura de suporte, a linguagem de inscrio, e o conhecimento a ser elaborado
pelo receptor na sua realidade. H nessa extremidade a promessa de transformao
pela informao (BARRETO, 2005). E no outro extremo, a transferncia realiza a
passagem de uma experincia, um fato ou ideia delineada em uma linguagem de
pensamento, e essa linguagem de criao mental no tm relao com a linguagem
que a informao editada no seu suporte fsico (BARRETO, 2005).
seguintes aspectos:
Linguagem: discusso terica e conceitual dos elementos que compem a
linguagem especfica dos quadrinhos;
Contedo: identificao e discusso dos possveis significados presentes
na histria, adotando como ferramenta, anlise semitica, do discurso ou
do contedo;
Histria: relaciona a produo quadrinstica a um determinado perodo
histrico, englobando anlise da conjuntura, levantamento de publicaes,
documentao e recuperao da memria;
Sociedade/cultura: estudos de temas sociais abordados nos quadrinhos, a
forma como grupos sociais so retratados, e a relao dos quadrinhos
com a poltica ou ideologias;
Tcnica/esttica: anlise dos procedimentos artsticos e estilsticos dos
quadrinhos;
Aplicaes prticas: utilizao das histrias em quadrinhos na educao,
marketing, evangelizao, ou conscientizao poltica e social;
Recepo: pesquisas voltadas para determinao do perfil do pblico-
leitor ou sua reao a produes especficas;
Economia: estudos de mercado que apontam tendncias.
uma passagem bblica, Gnesis 18:25 No faria justia o Juiz de toda a terra?
(MOORE; GIBBONS, 2011, p. 102), e se relaciona com o ttulo O juiz de toda a
terra.
Relojoeiro o ttulo do captulo 4 de Watchmen, e um dos que podemos
encontrar um maior nmero de referncias. A primeira est presente na pgina 111,
trata-se de uma manchete sobre o lanamento da bomba atmica em Hiroshima
(MOORE; GIBBONS, 2011, p. 111). Na pgina seguinte existe um dilogo entre Jon
Osterman e Wally Weaver onde esses conversam sobre Albert Einstein ter estudado
na Universidade de Princeton (MOORE; GIBBONS, 2011, p. 112).
Na primeira apario da reconstituio do Dr. Manhattan no captulo 4,
podemos ler uma conversa entre dois cientistas que falam no lder cubano Fidel
Castro, e no astro Elvis Presley (MOORE; GIBBONS, 2011, p. 117). J na pgina
119, Dr. Manhattan aparece em Marte observando a Galxia de Andrmeda, e
tambm visualiza a supernova que Ernst Hartwig descobriu em 1885 (MOORE;
GIBBONS, 2011, p. 119).
Ainda no captulo 4 Relojoeiro, podemos ver o encontro de Dr. Manhattan
com o presidente Kennedy que depois lembrado pelo seu atentado: dois anos
depois, em Dallas, sua cabea pende para frente e para trs. Dois tiros... (MORRE;
GIBBONS, 2011, p. 122). Adrian Veidt tambm aparece falando em alterao
gentica (MOORE; GIBBONS, 2011, p. 129), e a citao do final uma frase de
Albert Einstein falando sobre se tornar relojoeiro (MOORE; GIBBONS, 2011, p. 136).
No captulo 5 Terrvel Simetria, Alan Moore e Dave Gibbons fazem mais uma
vez referncia s histrias em quadrinhos, em um determinado quadro aparece o p
de uma criana assassinada, e ela est calando um sapato com a imagem do co
da raa beagle Snoopy, personagem dos Peanuts de Charles Schulz (JARCEM,
2007). Na pgina 163, os autores lembram de uma conhecida publicao da cultura
popular americana, a revisa Hustler de Larry Flynt, mostrando uma mulher pedindo
pela revista numa banca de jornal (MOORE; GIBBONS, 2011, p. 163). A citao do
final em Terrvel Simetria que se relaciona com o ttulo de William Blake, e
pertence a um de seus poemas mais famosos Tyger (DEL DEBBIO, 2011; MOORE;
GIBBONS, 2011, p. 170).
Em O abismo tambm contempla sexto captulo, nas primeiras pginas o
personagem Rorschach est fazendo um teste de manchas de Rorschach (MOORE;
GIBBONS, 2011, p. 177). Esse teste foi criado por Hermann Rorschach em 1921, e
43
REFERNCIAS
BORGO, rico. The Originals - sangue nas ruas nas bancas. 2005. Disponvel
em: <http://omelete.uol.com.br/quadrinhos/ithe-originals-sangue-nas-ruasi-nas-
bancas/>. Acesso em: 7 ago. 2013.
50
CAGNIN, Antnio Lus. Yellow Kid, o moleque que no era amarelo. Comunicao
& Educao, n. 7, 1996. Disponvel em:
<http://www.revistas.usp.br/comueduc/article/view/36261>. Acesso em: 7 ago. 2013.
GIBBONS, Dave. The Originals: sangue nas ruas. So Paulo: Conrad Editora do
Brasil, 2005.
MOORE, Alan; GIBBONS, Dave. Watchmen. So Paulo: Panini Books, 2011. Edio
definitiva.
PATATI, Carlos; BRAGA, Flvio. Almanaque dos quadrinhos: 100 anos de uma
mdia popular. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006.