NT 02 - 2014 Conceitos Basicos de Seguranca Contra Incendio PDF
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SUMRIO
1 Objetivo
2 Aplicao
3 Referncias normativas e bibliogrficas
4 Definies
5 Conceitos Gerais de Segurana Contra
incndio
6 Instalaes Preventivas de Segurana
Contra Incndio e Pnico
2. APLICAO 4. DEFINIES
4.1 Objetivos da preveno de incndio Devem coexistir quatro componentes para que
ocorra o fenmeno do fogo:
Os objetivos da preveno so:
1) Combustvel;
a) Proteger a vida dos ocupantes das 2) Comburente (oxignio);
edificaes e reas de risco, em caso de 3) Calor;
incndio; 4) Reao em cadeia.
b) Dificultar a propagao do incndio,
reduzindo danos ao meio ambiente e ao
patrimnio;
c) Proporcionar meios de controle e extino
do incndio;
d) Dar condies de acesso para as
operaes do Corpo de Bombeiros; e
e) Proporcionar a continuidade dos servios
nas edificaes e reas de risco.
com 78,03%, e outros gases (CO2, Ar, H2, He, Ne, unidade de tempo, que est associado
Kr), com 0,98%. quantidade de calor gerado e, portanto, elevao
O calor, por sua vez, pode ter como fonte a energia da temperatura do ambiente. Um material slido
eltrica, o cigarro aceso, os queimadores a gs, a com igual massa e com rea especfica diferente,
frico ou mesmo a concentrao da luz solar como exemplo de 1 m e 10 m, queima em tempos
atravs de uma lente. inversamente proporcionais; contudo, libera a
O fogo se manifesta diferentemente em funo da mesma quantidade de calor. No entanto, a
composio qumica do material. De outra maneira, temperatura atingida no segundo caso ser bem
um mesmo material pode queimar de modo maior.
diferente em funo da sua superfcie especfica, Por outro lado, no se pode afirmar que isso
das condies de exposio ao calor, da sempre verdade. No caso da madeira, observa-se
oxigenao e da umidade contida. que, quando apresentada em forma de serragem,
A maioria dos slidos combustveis possui um ou seja, com reas especficas grandes, no se
mecanismo sequencial para sua ignio. O slido queima com grande rapidez.
precisa ser aquecido, quando ento desenvolve Comparativamente, a madeira em forma de p
vapores combustveis que se misturam com o pode formar uma mistura explosiva com o ar,
oxignio, formando a mistura inflamvel (explosiva), comportando-se, desta maneira, como um gs que
qual igniza-se na presena de uma pequena possui velocidade de queima muito grande.
chama (ou mesmo fagulha ou centelha) ou em No mecanismo de queima dos materiais slidos
contato com uma superfcie aquecida acima de temos a oxigenao como outro fator de grande
500C, dando origem chama na superfcie do importncia.
slido, que fornece mais calor, aquecendo mais Quando a concentrao em volume de oxignio no
materiais e assim sucessivamente. ambiente cai para valores abaixo de 14%, a maioria
Alguns slidos pirofricos (sdio, fsforo, magnsio dos materiais combustveis existentes no local no
etc.) no se comportam conforme o mecanismo mantm a chama na sua superfcie.
acima descrito. A durao do fogo limitada pela quantidade de ar
Os lquidos inflamveis e combustveis possuem e do material combustvel no local. O volume de ar
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mecanismos semelhantes, ou seja, o lquido, ao ser existente numa sala de 30 m ir queimar 7,5 kg de
aquecido, vaporiza-se e o vapor se mistura com o madeira, portanto, o ar necessrio para a
oxignio, formando a mistura inflamvel alimentao do fogo depender das aberturas
(explosiva) que ignizam-se na presena de uma existentes na sala.
pequena chama (ou mesmo fagulha ou centelha), Vrios pesquisadores (Kawagoe, Sekine, Lie)
ou em contato com superfcies aquecidas acima de estudaram o fenmeno, e a equao apresentada
500C, dando origem chama na superfcie do por Lie :
lquido, que aumenta a vaporizao e a chama. A
quantidade de chama fica limitada capacidade de V' = a H B Vm
vaporizao do lquido.
Os lquidos so classificados pelo seu ponto de Em que:
fulgor, ou seja, pela menor temperatura na qual V' = vazo do ar introduzido;
liberam uma quantidade de vapor que, ao contato a = coeficiente de descarga;
com uma chama, produzem um lampejo (uma H'= altura da seo do vo de ventilao abaixo do
queima instantnea). plano neutro;
Entretanto, existe outra classe de lquidos, B = largura do vo;
denominados instveis ou reativos, cuja Vm = velocidade mdia do ar;
caracterstica de se polimerizar, decompor,
condensar violentamente ou ainda de se tornar
auto-reativo sob condies de choque, presso ou Considerando L o volume de ar necessrio para a
temperatura, podendo desenvolver grande queima completa de kg de madeira, a taxa mxima
quantidade de calor. de combusto ser dada por V/L, isto :
A mistura inflamvel vapor-ar (gs-ar) possui uma
faixa ideal de concentrao para se tornar V a HB V m
R= x
inflamvel ou explosiva, e os limites dessa faixa so L L
denominados limite inferior de inflamabilidade e
limite superior de inflamabilidade, expressos em
porcentagem ou volume. Estando a mistura fora Da taxa de combusto ou queima, segundo os
desses limites, no ocorrer a ignio. pesquisadores, pode-se definir a seguinte
Os materiais slidos no queimam atravs de expresso representando a quantidade de peso de
mecanismos to precisos e caractersticos como os madeira equivalente, consumida na unidade de
dos lquidos e gases. tempo:
Nos materiais slidos, a rea especfica um fator
importante para determinar sua razo de queima, R = C Av H
ou seja, a quantidade do material queimado na
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Em que:
R = taxa de queima (kg/min);
5/2
C = Constante = 5,5 Kg/mim m ;
Av = HB = rea da seo de ventilao (m);
H = altura da seo (m);
5/2
Av = = grau de ventilao (Kawagoe) (m );
Com a evoluo do incndio e a oxigenao do este existir, principalmente atravs das janelas
ambiente, atravs de portas e janelas, o incndio superiores.
ganhar mpeto; os materiais passaro a ser A fumaa, que j na fase anterior inflamao
aquecidos por conveco e radiao, acarretando generalizada pode ter-se espalhado no interior da
um momento denominado de inflamao edificao, se intensifica e se movimenta
generalizada flashover, que se caracteriza pelo perigosamente no sentido ascendente,
envolvimento total do ambiente pelo fogo e pela estabelecendo, em instantes, condies crticas
emisso de gases inflamveis atravs de portas e para a sobrevivncia na edificao.
janelas, que se queimam no exterior do edifcio. Caso a proximidade entre as fachadas da
Neste momento torna-se impossvel a edificao incendiada e as adjacentes possibilitem
sobrevivncia no interior do ambiente. a incidncia de intensidade crtica de radiao, o
O tempo gasto para o incndio alcanar o ponto de incndio poder se propagar (por radiao) para
inflamao generalizada relativamente curto e outras habitaes, configurando uma conflagrao.
depende, essencialmente, dos revestimentos e A proximidade ainda maior entre habitaes pode
acabamentos utilizados no ambiente de origem, estabelecer uma situao ainda mais crtica para a
embora as circunstncias em que o fogo comece a ocorrncia da conflagrao na medida em que o
se desenvolver exeram grande influncia. incndio se alastrar muito rapidamente por contato
direto das chamas entre as fachadas.
No caso de habitaes agrupadas em bloco, a
propagao do incndio entre unidades poder se
dar por conduo de calor via paredes e forros, por
destruio destas barreiras, ou ainda atravs da
conveco de gases quentes que venham a
penetrar por aberturas existentes.
Com o consumo do combustvel existente no local
ou decorrente da falta de oxignio, o fogo pode
diminuir de intensidade, entrando na fase de
resfriamento e consequente extino.
uma fora de flutuao com movimento ascensional combustveis que no queimam no ambiente por
bem maior que o movimento horizontal. falta de oxignio. Estes gases superaquecidos que
Os gases quentes vo-se acumulando junto ao saem pelas aberturas com temperaturas muito
forro e se espalhando por toda a camada superior superiores s de sua auto-ignio, encontram o
do ambiente, penetrando nas aberturas existentes oxignio do ar externo ao ambiente e se ignizam
no local. formando grandes labaredas.
Os gases quentes, assim como a fumaa, gerados As chamas assim formadas so as responsveis
por uma fonte de calor (material em combusto), pela rpida propagao vertical nos atuais edifcios
fluem no sentido ascendente com formato de cone que no possuem sistemas de evit-las.
invertido. Esta figura denominada "plume".
5.1.7 A fumaa
1) Calor;
2) Chamas;
3) Fumaa;
4) Insuficincia de oxignio.
taxa de elevao da temperatura, gerar igual Existem vrios meios para controlar o movimento
propagao. da fumaa, e todos eles tm por objetivo encontrar
Se conseguirmos determinar os valores de um meio ou um sistema levando-se em conta as
densidade tica da fumaa e da toxicidade na sada caractersticas de cada edifcio.
de um ambiente sinistrado, poderemos estudar o
movimento do fluxo de ar quente e, dessa forma,
ser possvel determinar o tempo e a rea do
edifcio que se tornar perigosa devido
propagao da fumaa.
Dessa maneira, se conseguirmos determinar o
valor de Q e se utilizarmos as caractersticas do
"plume" (V, g, Q, y, Cp, T), prognosticando a
formao da camada de fumaa dentro do
ambiente, ser possvel calcular o tempo em que
este ambiente se tornar perigoso. De outro modo,
se o volume V de fumaa se propagar em pouco
tempo por toda a extenso do forro e se fizermos Figura 11 Extrao de fumaa de trios
com que Q seja uma funo de tempo, o clculo do
valor de Z pode ser obtido em funo do tempo, e Como condies que tem grande efeito sobre o
esta equao diferencial pode ser resolvida. Isto movimento da fumaa no edifcio, podem-se citar:
permitir determinar o tempo necessrio para
evacuar o ambiente, antes que a fumaa atinja a 1) Momento (poca do ano) da ocorrncia do
altura de um homem. incndio;
A movimentao da fumaa atravs de corredores 2) Condies meteorolgicas (direo e
e escadas depender principalmente das aberturas velocidade e coeficiente de presso do
existentes e da velocidade do ar nestes locais. vento e temperatura do ar);
Entretanto, se o mecanismo de locomoo for 3) Localizao do incio do fogo;
considerado em relao s caractersticas do 4) Resistncia ao fluxo do ar das portas,
"plume", pode-se estabelecer uma correlao com janelas, dutos e chamins;
o fluxo de gua. Em casos em que exista um 5) Distribuio da temperatura no edifcio
exaustor de seo quadrada menor que a largura (ambiente em que est ocorrendo o fogo,
do corredor; e se a fumaa vier fluindo em sua compartimentos em geral, caixa da escada,
direo, parte desta fumaa ser exaurida e grande dutos e chamins).
parte passar direta e continuar fluindo para o
outro lado. No entanto, se o fluxo de fumaa Devem-se estabelecer os padres para cada uma
exaurir-se atravs de uma abertura que possua destas condies.
largura igual do corredor, a fumaa ser retirada Entende-se como momento de ocorrncia do
totalmente. incndio a poca do ano (vero/inverno) em que
Foi verificado que quanto mais a fumaa se isto possa ocorrer, pois, para o clculo, deve-se
alastrar, menor ser a espessura de sua camada, e levar em conta a diferena de temperatura existente
que a velocidade de propagao de fumaa na entre o ambiente interno e o externo ao edifcio.
direo horizontal, no caso dos corredores, est em Esta diferena ser grande, caso sejam utilizados
torno de 1 m/s e, na direo vertical, no caso das aquecedores ou ar condicionado no edifcio.
escadas, est entre 2 m/s e 3 m/s. Para as estaes quentes e frias, as condies
meteorolgicas devem ser determinadas pelos
5.1.8 Processo de controle de fumaa dados estatsticos meteorolgicos da regio na qual
est situado o edifcio. Pode-se determinar a
O processo de controle de fumaa necessrio em temperatura do ar e a velocidade, coeficiente de
cada edifcio para garantir a segurana de seus presso e a direo do vento.
ocupantes contra o fogo e fumaa baseado nos O andar do prdio em que se iniciou o incndio
princpios de engenharia. O processo deve ter a deve ser analisado, considerando-se o efeito da
flexibilidade e a liberdade de seleo de mtodo e ventilao natural (movimento ascendente ou
da estrutura do sistema de segurana para descendente da fumaa) atravs das aberturas ou
promover os requisitos num nvel de segurana que dutos durante o perodo de utilizao, ou seja, o
se deseja. prdio aquecido no inverno e resfriado no vero.
Em outras palavras, o objetivo do projeto de Considerando-se esses dados, os estudos devem
segurana de preveno ao fogo (fumaa) obter ser levados a efeito nos andares inferiores no
um sistema que satisfaa as convenincias das inverno (trreo, sobreloja e segundo andar) ou nos
atividades dirias, devendo ser econmico, andares superiores e inferiores no vero (os dois
garantindo a segurana necessria sem estar ltimos andares do prdio e trreo).
limitado por mtodo ou estruturas especiais Em muitos casos, existem andares que possuem
prefixados. caractersticas perigosas, pois propiciam a
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propagao de fumaa caso ocorra incndio neste edifcio incendiado atinjam a fachada do
local. Em adio, para tais casos, necessrio um edifcio adjacente;
trabalho mais aprofundado para estudar as vrias 3) Conduo, que ocorre quando as chamas
situaes de mudana das condies do andar, da edificao ou parte da edificao
como exemplo em um edifcio com detalhes contgua a uma outra atingem a esta,
especiais de construo. transmitindo calor e incendiando a mesma;
Com relao ao compartimento de origem do fogo,
devem-se levar em considerao os seguintes
requisitos para o andar em questo:
6.2.8 Corredores
1) Indicar a localizao dos equipamentos de Alm disso, os preparativos necessrios para o seu
combate; manuseio no consomem um tempo significativo e,
2) Orientar as aes de combate; conseqentemente, no inviabilizam sua eficcia
3) Indicar as rotas de fuga e os caminhos a em funo do crescimento do incndio.
serem seguidos. Os extintores portteis e sobre rodas podem ser
divididos em cinco tipos, de acordo com o agente
A sinalizao de emergncia deve ser dividida de extintor que utilizam:
acordo com suas funes em seis categorias:
1) gua;
1) Sinalizao de alerta, cuja funo alertar 2) Espuma mecnica;
para reas e materiais com potencial de 3) P qumico seco;
risco; 4) Dixido de carbono;
2) Sinalizao de comando, cuja funo 5) Halon.
requerer aes que porporcionem
condies adequadas para a utilizao das Esses agentes extintores se destinam a extino de
rotas de fuga; incndios de diferentes naturezas.
3) Sinalizao de proibio, cuja funo A quantidade e o tipo de extintores portteis e sobre
proibir aes capazes de conduzir ao incio rodas devem ser dimensionados para cada
do incndio; ocupao em funo:
4) Sinalizao de condies de orientao e
salvamento, cuja funo indicar as rotas 1) Da rea a ser protegida;
de sada e aes necessrias para o seu 2) Das distncias a serem percorridas para
acesso; alcanar o extintor;
5) Sinalizao dos equipamentos de combate, 3) Os riscos a proteger (decorrente de varivel
cuja funo indicar a localizao e os natureza da atividade desenvolvida ou
tipos dos equipamentos de combate. equipamento a proteger).
6.6.2.2 Dimensionamento
2) Segundo a composio: