PREFEITURA MUNICIPAL DE VITRIA

ESTADO DO ESPRITO SANTO

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAO
CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAO

RESOLUO N 06/99
Fixa normas para educao infantil no Sistema
Municipal de Ensino do Municpio de Vitria

O CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAO DE VITRIA (ES) no uso de

suas atribuies legais,

RESOLVE:
CAPTULO I
DA EDUCAO INFANTIL

Art. 1 - A educao infantil, primeira etapa da educao bsica, constitui

direito da criana de zero a seis anos, a que o Estado e a famlia tm o dever de
atender.

Art. 2 - A autorizao de funcionamento e a inspeo das instituies

pblicas e privadas de educao infantil que atuam na educao de crianas de
zero a seis anos, so reguladas por esta Resoluo.

Pargrafo nico Entende-se por instituies privadas de educao

infantil as enquadradas nas categorias de particulares, comunitrias, confessionais
ou filantrpicas, nos termos do Art. 20 da Lei n 9.394/96.

Art. 3 - A educao infantil oferecida em:

I creches ou entidades equivalentes para crianas at 3 anos de idade;
II pr escola, para crianas de 4 a 6 anos de idade.

1 - Para fins desta resoluo, entidades equivalentes a creches

s quais se refere o inciso I deste artigo, so todas as responsveis pela
educao e cuidado de crianas de 0 a 3 anos de idade, independentemente de
denominao e regimento de funcionamento.

2 - As instituies de educao infantil que mantm,

simultaneamente, o atendimento a crianas de 0 a 3 anos em creches e de 04 a
06 anos em pr-escolas, constituem-se Centros de Educao Infantil, com
denominao prpria.
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3 - As crianas com necessidades especiais sero
preferencialmente atendidas na rede regular de creches e pr-escolas, respeitado
o direito a atendimento adequado em suas diferentes necessidades.

CAPTULO II
DA FINALIDADE E DOS OBJETIVOS

Art. 4 - A Educao Infantil tem como finalidade o desenvolvimento integral

da criana em seus aspectos fsico, psicolgico, intelectual e social,
complementando a ao da famlia e da comunidade.

Art. 5 - A Educao Infantil tem como objetivos proporcionar condies

adequadas para promover o bem estar da criana, seu desenvolvimento fsico,
motor, emocional, intelectual, moral e social, a ampliao de suas experincias e
estimular o interesse da criana pelo processo do conhecimento do ser humano,
da natureza e da sociedade.

Pargrafo nico Dadas a particularidade do desenvolvimento da

criana de 0 a 06 anos, a educao infantil cumpre duas funes indispensveis e
indissociveis: educar e cuidar.

CAPTULO III
DA PROPOSTA PEDAGGICA DE INSTITUIES
DE EDUCAO INFANTIL

Art. 6 - A proposta pedaggica deve estar fundamentada numa concepo

de criana como cidad, como pessoa em processo de desenvolvimento, como
sujeito ativo da construo do seu conhecimento, como sujeito social e histrico
que interfere sobre o meio em que se desenvolve e sofre a interferncia dele.

Pargrafo nico Na elaborao e execuo da proposta

pedaggica ser assegurado instituio de educao infantil, na forma da lei, o
respeito aos princpios do pluralismo de idias e de concepes pedaggicas.

Art. 7 - Compete instituio de educao infantil elaborar e executar sua

proposta pedaggica considerando:
I fins e objetivos da proposta;
II concepo de criana, de desenvolvimento infantil e de
aprendizagem;
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III caractersticas da populao a ser atendida e da comunidade na
qual se insere;
IV contedos programticos do ensino;
V regime de funcionamento;
VI espao fsico, instalaes, equipamentos e seu uso;

VII relao de recursos humanos, especificando cargos e funes,

habilitao e nveis de escolaridade;
VIII parmetros de organizao de grupos e relao
professor/criana;
IX organizao do cotidiano de trabalho junto s crianas;
X proposta de articulao da instituio com a famlia e a
comunidade;
XI processo de avaliao do desenvolvimento integral da criana;
XII processo de planejamento geral e avaliao institucional;
XIII processo de articulao da educao infantil com o ensino
fundamental;
XIV calendrio escolar.

1 - O regime de funcionamento da instituio de educao infantil

atender s necessidades da comunidade, podendo ser ininterrupto no ano civil,
respeitando os direitos trabalhistas ou estatutrios.

2 - O currculo de educao infantil dever assegurar a formao

bsica comum, respeitando as diretrizes curriculares nacionais.

Art. 8 - A avaliao na educao infantil ser realizada mediante

acompanhamento e registro do desenvolvimento da criana, tomando como
referncia os objetivos estabelecidos para essa etapa da educao, sem objetivo
de promoo mesmo para acesso ao ensino fundamental.

Art. 9 - Os parmetros para organizao de grupos de alunos decorrero,

inclusive das especificidades da proposta pedaggica, recomendada a seguinte
relao professor/criana:
- crianas de 0 a 1 ano at 9 crianas por professor;
- crianas de 1 a 2 anos at 12 crianas por professor;
- crianas de 2 a 3 anos at 15 crianas por professor;
- crianas de 3 a 6 anos at 25 crianas por professor.

Pargrafo nico As turmas de 0 a 2 anos contaro, ainda, com

funcionrio auxiliar.
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CAPTULO IV
DOS RECURSOS HUMANOS

Art. 10 A direo da instituio de educao infantil ser exercida por

profissional formado em curso de graduao em pedagogia ou em nvel de ps-
graduao em Educao.

Art. 11 O docente para atuar na educao infantil, ser formado em curso

de nvel superior (licenciatura de graduao plena), admitida como formao
mnima a oferecida em nvel mdio (modalidade normal).

Pargrafo nico Os rgos e entidades responsveis do sistema

municipal de ensino promovero o aperfeioamento dos professores legalmente
habilitados para o magistrio, em exerccio nas instituies de educao infantil,
de modo a viabilizar formao que atenda aos objetivos da educao infantil e s
caractersticas da criana de zero a seis anos de idade.

Art. 12 As mantenedoras das instituies de educao infantil podero

organizar equipes multiprofissionais para atendimento especfico s turmas sob
sua responsabilidade, com pedagogo, psiclogo, pediatra, nutricionista,
economista domstico, assistente social e outros.

CAPTULO V
DO ESPAO, DAS INSTALAES E DOS EQUIPAMENTOS

Art. 13 Os espaos sero projetados de acordo com a proposta

pedaggica da instituio de educao infantil, a fim de favorecer o
desenvolvimento das crianas, respeitadas as suas necessidades e capacidades.

Pargrafo nico Em se tratando de turmas de educao infantil, em

escolas de ensino fundamental e/ou mdio, alguns destes espaos devero ser de
uso exclusivo dessas crianas, podendo outros espaos serem compartilhados
com os demais nveis de ensino, respeitada a proposta pedaggica da escola.

Art. 14 Todo imvel destinado educao infantil pblica ou privada

depender de aprovao pelo rgo oficial competente.

1 - O prdio dever adequar-se ao fim a que se destina e atender, no

que couber, s normas e especificaes tcnicas da legislao pertinente.
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2 - O imvel dever apresentar condies adequadas de localizao,
acesso, segurana, salubridade, saneamento e higiene, em total conformidade
com a legislao que rege a matria.

Art. 15 os espaos internos devero atender s diferentes funes da

instituio de educao infantil e conter, no mnimo, uma estrutura bsica que
contemple:
I espao para recepo;
II sala para professores e para os servios administrativo-pedaggicos e
de apoio;
III salas para atividades das crianas, com boa ventilao e iluminao, e
viso para o ambiente externo, com mobilirio e equipamentos adequados;
IV refeitrio, instalaes e equipamentos para o preparo de alimentos que
atendam s exigncias de nutrio, sade, higiene e segurana, nos casos de
oferecimento de alimentao;
V instalaes sanitrias completas, suficientes e prprias para uso das
crianas e para uso dos adultos;
VI berrio, se for o caso, provido de beros individuais, rea livre para
movimentao das crianas, locais para amamentao e para higienizao, com
balco e pia, e espao para o banho de sol das crianas;

Pargrafo nico Recomenda-se que a rea coberta mnima para

as salas de atividades das crianas de 3 a 6 anos seja 1,50m por criana
atendida.

Art. 16 As reas ao ar livre devero possibilitar as atividades de

expresso fsica, artstica e de lazer, contemplando tambm reas verdes.

CAPTULO VI
DA CRIAAO E DA AUTORIZAO DE FUNCIONAMENTO

Art. 17 Entende-se por criao o ato prprio pelo qual o mantenedor

formaliza a inteno de criar e manter uma instituio de educao infantil e se
compromete a sujeitar seu funcionamento s normas do respectivo sistema de
ensino.

1 - O ato de criao se efetiva para as instituies de educao

infantil, mantida pelo poder pblico, por decreto governamental ou equivalente, e,
para as mantidas pela iniciativa privada, por manifestao expressa do
mantenedor em ato jurdico ou declarao prpria.
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2 - O ato de criao a que se refere este artigo no autoriza o
funcionamento, que depende do rgo prprio do sistema de ensino.

Art. 18 Entende-se por autorizao de funcionamento da instituio de

educao infantil, quando atendida as disposies legais pertinentes, mediante
resoluo do Conselho Municipal de Educao.

Art. 19 O processo para autorizao de funcionamento de escola da

iniciativa privada ser encaminhado Secretaria Municipal de Educao, pelo
menos 120 dias antes do prazo previsto para incio das atividades, e dever
conter:

I requerimento dirigido ao titular do rgo ao qual compete a

autorizao, subscrito pelo representante legal da entidade mantenedora:
II registro do mantenedor junto aos rgos competentes: Cartrio
de Ttulos e Documentos, Junta Comercial e Cadastro Geral dos Contribuintes do
Ministrio da Fazenda;
III documentao que possibilite verificar a capacidade de
autofinanciamento e prova de idoneidade econmico-financeira da entidade
mantenedora e de seus scios, consistindo de certido negativa de cartrio de
distribuio pertinente, com validade na data da apresentao do processo;
IV identificao da instituio de educao infantil e endereo;
V comprovao da propriedade do imvel, da sua locao ou
cesso, por prazo no inferior a dois (02) anos;
VI planta baixa ou croqui dos espaos e das instalaes;
VII relao do mobilirio, equipamentos, material didtico-
pedaggico e acervo bibliogrfico;
VIII relao dos recursos humanos e comprovao de sua
habilitao e escolaridade;
IX previso de matrcula com demonstrativo para a organizao de
grupos;
X proposta pedaggica;
XI plano da capacitao permanente dos recursos humanos;
XII regime que expresse a organizao pedaggico-administrativa
e disciplinar da instituio de educao infantil;
XIII laudo da inspeo sanitria;
XIV alvar expedido pelo rgo prprio da Prefeitura Municipal.

Art. 20 O processo devidamente instrudo ser apreciado pelo rgo/setor

prprio da Secretaria Municipal de Educao que, aps verificao in loco das
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condies de funcionamento, emitir relatrio detalhado, encaminhando-se o
processo apreciao do Conselho Municipal de Educao.

Art. 21 A desativao das instituies de educao infantil. Autorizadas a

funcionar, poder ocorrer por deciso do mantenedor, em carter temporrio ou
definitivo, mediante solicitao ao Conselho Municipal de Educao, com
justificativas ou razes.

Art. 22 A autorizao de funcionamento das Escolas oficiais atender os

seguintes critrios:

I Apresentao do plano de expanso da educao infantil

destacando-se as escolas a serem construdas, ampliadas, reformadas ou
absorvidas no ano, com os respectivos nomes;
II Justificativa da necessidade social das escolas, com informaes
sobre capacidade de matrcula e origem dos alunos (o que pode constar no
plano);
III Planta baixa da escola e linhas gerais da proposta pedaggica
se diversa da seguida ordinariamente pela rede municipal;

1 - O Conselho ser comunicado at o final do ano respectivo

sobre o caso de escolas autorizadas a funcionar e que, por motivo a ser
explicitado, no iniciaram as atividades previstas.

2 - A SEME comunicar ao CME igualmente a desativao de

escolas municipais autorizadas a funcionar, explicitando as razes determinantes
da desativao.

Art. 23 - A mudana de nome, de endereo ou de mantenedor de escola

de educao infantil depende de autorizao do CME e o pedido deve ser
processado, com pelo menos, sessenta dias de antecendncia.

1 - No caso de mudana de endereo ser necessrio comprovar:

a) novas instalaes e espaos fsicos;
b) alteraes do quadro docente e tcnico-pedaggico;
c) destino dos alunos matriculados na escola;
d) alterao no projeto pedaggico.

2 - No caso de mudana de mantenedor, ser necessrio

comprovar:
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a) condies econmico-financeiras do novo mantenedor;
b) alteraes pretendidas para o funcionamento da escola;
c) declarao de conservao do corpo docente ou razes de
alteraes no quadro de pessoal, se for o caso.

Art. 24 inspeo, que compreende o acompanhamento do processo de

autorizao e avaliao sistemtica do funcionamento das instituies de
educao infantil da SEME, cabe velar pela observncia das Leis de Ensino e das
decises do Conselho Municipal de Educao, atendido o disposto nesta
Resoluo.

Art. 25 Compete SEME definir e implementar procedimento de

superviso, avaliao e controle das instituies de educao infantil, na
perspectiva de aprimoramento da qualidade do processo educacional.

Art. 26 inspeo compete acompanhar e avaliar:

I - o cumprimento da legislao educacional;

II a execuo da proposta pedaggica;
III condies de matrcula e permanncia das crianas na creche,
pr-escola ou centro de educao infantil;
IV o processo de melhoria da qualidade dos servios prestados,
considerando o previsto na proposta pedaggica da instituio de educao
infantil e o disposto na regulamentao vigente;
V a qualidade dos espao fsicos, instalaes e equipamentos e a
adequao s suas finalidades;
VI a regularidade dos registros de documentao e arquivo;
VII a oferta e execuo de programas suplementares de material
didtico-escolar, transporte, alimentao e assistncia sade nas instituies de
educao infantil, mantidas pelo poder pblico;
VIII a articulao da instituio de educao infantil com a famlia e
a comunidade.

Art. 27 inspeo cabe tambm propor s autoridades competentes o

cessar efeitos dos atos de autorizao da instituio, quando comprovadas
irregularidades que comprometam o seu funcionamento ou quando verificado o
no cumprimento da proposta pedaggica.

Pargrafo nico As irregularidades sero apuradas e as penalidades

aplicadas de acordo com legislao especfica do sistema de ensino, assegurado
o direito ampla defesa.
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CAPTULO VIII
DAS DISPOSIES FINAIS E TRANSITRIAS

Art. 28 As instituies de educao infantil da rede pblica e privada, em

funcionamento na data da publicao desta Resoluo, ficam integradas ao
Sistema Municipal de Ensino, aps 23 de dezembro de 1999, de acordo com o art.
89 da Lei n 9394/96.

1 - A integrao ser acompanhada e verificada pela inspeo,

exercida pelo rgo prprio do Sistema de Ensino, que encaminhar ao Conselho
Municipal de Educao, parecer conclusivo, baseado em relatrio que comunique
o estgio de adaptao s disposies desta Resoluo.

2 - vista do relatrio a que se refere o 1 deste artigo, o

Conselho Municipal de Educao poder conceder prorrogao do prazo para a
instituio, sob exame, adequar-se s normas desta Resoluo.

Art. 29 Na ausncia de profissional com a formao exigida no art. 10,

admitir-se-, mediante autorizao do rgo prprio do sistema de ensino,
profissional de nvel superior de reas afins ou professor formado em nvel mdio,
desde que comprovem experincia em educao infantil de, no mnimo 02 (dois)
anos.
Art. 30 At o fim da Dcada da Educao 2007 somente sero
admitidos professores habilitados em nvel superior ou formados por treinamento
em servio para atuarem nas instituies de educao infantil, pblicas e privadas.

Pargrafo nico Os mantenedores de instituies de educao

infantil que apresentem em seus quadros de recursos humanos, professores
leigos que no possuam a formao mnima exigida em lei, devero,
independentemente do nvel de escolaridade em que esses professores se
encontrem, tomar providncias no sentido de viabilizar a complementao da
escolaridade, em carter emergencial, com vistas obteno da habilitao em
nvel mdio.

Art. 31 Esta Resoluo/Deliberao entrar em vigor na data de sua

publicao/homologao, revogadas as disposies em contrrio.

Aprovada na Sesso Plenria de 20/10/99.

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Anna Bernardes da Silveira Rocha (Presidente), Ana Caroline Teixeira Dias,
Ana Rita Costa Gomes, tila Godinho Torres, Celeste Yeda Schwan Valenti,
Clia Maria Vilela Tavares, Indiomara Machado SantAnna, Joo Carlos dos
Santos, Jos Luiz dos Anjos, Luiz Carlos Gonalves, Maria Regina Lopes
Gomes, Maria Tereza Gagno Intra, Renildo Batista da Silva e Silvana Teixeira
Ribeiro.

Vitria, 20 de outrubro de 1999

Anna Bernardes da Silveira Rocha

Presidente do Conselho Municipal de Educao

Data da Publicao:
18/02/2000
Jornal: A Gazeta