Escola de Engenharia
Programa de Ps-Graduao em Engenharia Civil
Porto Alegre
2014
BRUNO RAMN BLANC RECALDE
Porto Alegre
2014
BRUNO RAMN BLANC RECALDE
Esta dissertao de mestrado foi julgada adequada para a obteno do ttulo de MESTRE
ENGENHARIA, rea de Concentrao Estruturas, e aprovada em sua forma final pelo
professor orientador e pelo Programa de Ps-Graduao em Engenharia Civil da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul.
Prof. Francisco de Paula Simes Lopes Gastal Prof. Virginia Maria Rosito dAvila Bessa
Ph.D., N.C.S.U./EUA Dra., PPGEC/UFRGS
orientador orientador
BANCA EXAMINADORA
A Deus.
A meus familiares.
Agradeo aos Profs. Francisco Gastal e Virgnia Bessa, orientadores deste trabalho pela
dedicao, ateno, confiana.
Agradeo Dra. Paulete Schwetz pela amizade, dedicao, colaborao, confiana, e por
contagiar o interesse pelas lajes nervuradas.
Agradeo ao Prof. Rubem Lpez pela motivao antes e durante o curso de mestrado e a Diego
Fuster pelo apoio durante o todo o curso.
Waffle slab structures simulated by computational models are generally analyzed by simplified
methods, both for section geometry (converting into solid slabs) and the material mechanical
properties (linear elastic regime). The results obtained by such theoretical studies show large
differences when compared to experimental tests, even at low loading levels. This is mainly
due to non-consideration of the eccentricity between the rib and cover axes and simplification
of the concrete tensile strength mechanical behavior.
The so called realistic numerical models consider the effect of eccentricity between the axes of
hood and ribs of the cross section. One may also introduce physical nonlinearity of reinforced
concrete in these models, obtaining results closer to real.
The objective of this work is to establish a realistic numerical model for the typical section of
a waffle slab, considering the physical nonlinearity of concrete and its collaboration between
cracks, by the smeared crack model proposed by D' AVILA (2003).
The computational finite element program SAP2000 version 16 is used for the non-linear
analysis. The shell element discretization enabled the heterogeneous characteristics of
reinforced concrete to be considered through layers along the thickness. The numerical model
was validated based on the analysis of experimentally tested slabs. Finally, some waffle slabs
were numerically analyzed under a uniformly distributed and incrementally growing load. The
proposed model was able to predict their overall behavior and some local aspects could also be
observed.
1 INTRODUO ....................................................................................... 18
NERVURADAS ..........................................................................................
2.1.1 Mtodo simplificado ......................................................................... 24
(2007)
2.4.6 Estudos experimentais de peas de lajes nervuradas BORGES(2009) 49
ARMADO ...................................................................................................
3.3.1 Definio dos materiais ....................................................................... 62
NERVURADAS .........................................................................................
(2009)...........................................................................................................
4.4.1 Dados para anlise numrica ............................................................ 92
SCHWETZ (2011).......................................................................................
5.1.1 Analise numrica do Caso de Estudo 1 de SCHWETZ (2011) ............ 98
Figura 15: (a) Seo transversal da regio nervurada, (b) regio macia 39
[Fonte: OLIVEIRA et al (2000)] ................................................................................
Figura 18: Figura 18: Geometria bsica das lajes nervuras, em cm ............................... 41
Figura 22: Geometria bsica da laje reduzida [Fonte: SCHWETZ (2005)] ................... 44
Figura 23: Modelo da laje reduzida em elementos finitos [Fonte: SCHWETZ (2011)] 45
Figura 24: Elstica do plano A-A da laje reduzida [Fonte: SCHWETZ (2011)] ............ 46
Figura 29: Geometria bsica das lajes experimentais, em mm [Fonte: BORGES (2009)] 50
Figura 30: Seo transversal do plano A-A, em mm [Fonte: BORGES (2009)] ............ 50
Figura 33: Esquema de posicionamentos dos EERs na laje [Fonte: BORGES (2009)] 52
Figura 34: Figura 34: Geometria bsica do Caso de Estudo 1 [Fonte: SCHWETZ 53
(2011)] ........................................................................................................................
Figura 35: Geometria bsica dos Casos de Estudo 2 e 3 [Fonte: SCHWETZ (2011)] ... 54
Figura 36: Elstica do plano A-A do Caso de Estudo 1 [Fonte: SCHWETZ (2011)] .... 55
Figura 38: Diagrama Momento Fletor AA, Caso de Estudo 1 [Fonte: SCHWETZ 56
(2011)] .......................................................................................................................
Figura 39: Modelo de fissurao distribuda proposto por DAVILA (2003) ............... 59
Figura 40: Deformao mdia do modelo proposto por DAVILA (2003) .................... 60
Figura 51: Foras no plano do elemento Shell Layered [Fonte: CSI (2013)] ................. 69
Figura 52: Momentos no elemento Shell Layered [Fonte: CSI (2013)] ......................... 70
Figura 53: Interface do caso de carga do tipo Esttico no linear [Fonte:CSI (2013)] 71
Figura 54: Interface dos parmetros de no linearidade [Fonte: CSI (2013)] ................ 72
Figura 57: Discretizao adotada para a anlise numrica da viga ET1 ......................... 73
Figura 61: Curvas Carga-Deslocamento vertical utilizando SAP2000, viga ET1 .......... 76
Figura 63: Parte simtrica da viga HH5 [Fonte: LEONHARTD e WALTHER (1965)] 78
Figura 64: Seo da viga HH5 [Fonte: LEONHARTD e WALTHER (1965)] .............. 78
Figura 65: Discretizao adotada para a anlise numrica da viga HH5 ........................ 78
Figura 68: Curvas Carga-Tenso na armadura no ponto C - Figura 63 - viga HH5 ....... 81
Figura 69: Curvas Carga-Tenso na armadura no ponto B - Figura 63 - viga HH5 ....... 81
Figura 72: (a) Geometria bsica das lajes nervuradas em cm, (b) placa rgida para 86
transmisso da carga e (c) detalhe das armaduras ......................................................
Figura 79: Curvas Carga-Deslocamento mximo das lajes S2, S5 e S6 por SAP2000- 91
MFD ...........................................................................................................................
Figura 80: (a) Dimenses da laje REF em mm (b) Detalhamento das armaduras da 91
placa [Fonte: BORGES (2009)] .................................................................................
Figura 90: Detalhe da seo tpica do CE1, em cm [Fonte: SCHWETZ (2011)] ........... 99
Figura 91: Planta de locao dos pontos de instrumentao CE1 [Fonte: SCHWETZ 100
(2011)] ........................................................................................................................
Figura 93: Curvas elsticas do plano de corte A-A referente Figura 91 ...................... 101
Figura 94: Curvas elsticas do plano de corte B-B referente Figura 91 ...................... 102
Figura 95: Detalhe da seo tpica, CE2, em cm [Fonte: SCHWETZ (2011)] ............... 102
Figura 96: Geometria bsica da laje CE2 [Fonte: SCHWETZ (2011)] .......................... 103
Figura 97: Planta de locao dos pontos de instrumentao e rea de carregamento da 103
laje CE2 [Fonte: SCHWETZ (2011)] ........................................................................
Figura 98: Modelo das lajes CE2 e CE3 em elementos finitos ....................................... 104
Figura 99: Curvas elsticas do plano de corte A-A referente Figura 96 ...................... 105
Figura 100: Curvas elsticas do plano de corte B-B referente Figura 96 .................... 105
Figura 101: Detalhe da seo tpica, CE3, em cm [Fonte: SCHWETZ (2011)] ............. 106
Figura 102: Geometria bsica da laje CE3, em cm [Fonte: SCHWETZ (2011)] ........... 106
Figura 103: Planta de locao dos pontos de instrumentao CE3 [Fonte: SCHWETZ 107
(2011)] ........................................................................................................................
Figura 104: Planta de carregamento aplicado para CE3, em kN/cm2 para as cargas 107
distribudas e kN para as concentradas [Fonte: SCHWETZ (2011)] .........................
Figura 105: Curvas elsticas do plano de corte A-A referente Figura 102 .................. 108
Figura 106: Curvas elsticas do plano de corte B-B referente Figura 102 .................. 108
Figura 107: Geometria bsica do Caso de Estudo 1 [Fonte: SCHWETZ (2011)] .......... 110
Figura 108: Curvas elsticas do plano de corte A-A referente Figura 107 .................. 111
Figura 109: Curvas elsticas do plano de corte B-B referente Figura 107 .................. 111
Figura 111: Curva de Carga aplicada-Tenso na armadura tracionada para o ponto E1 112
Figura 113: Curvas elsticas do plano de corte A-A referente Figura 112 .................. 113
Figura 114: Curvas elsticas do plano de corte B-B referente Figura 112 .................. 114
Figura 115: Curva Carga aplicada-deslocamento vertical do ponto P2 da Figura 112 114
Figura 116: Curva de Carga-Tenso na armadura tracionada do P2 da Figura 112 ....... 115
Figura 117: Curva tenso deformao de concreto armado tracionado para D = 6,3 mm 116
Figura 118: Curvas de Carga-Deslocamento vertical dos modelos para a laje S2 ......... 117
Figura 119: Curvas de Carga-Tenso na armadura tracionada para a laje S2 ................ 117
Figura 120: Curva de Carga-Momento fletor no vo central para a laje S2 ................... 118
LISTA DE TABELAS
1 INTRODUO
Lajes nervuradas podem ser definidas como elementos estruturais, bidimensionais, formados
por uma placa sobreposta e unida a um conjunto de vigas, denominadas nervuras, colocadas em
um padro rtmico de arranjo, como ilustrado na Figura 1.
Alguns autores definem a laje nervurada como uma evoluo natural das lajes macias, devido
eliminao da maior parte do concreto abaixo da linha neutra, procurando otimizar o uso das
caractersticas de seus materiais componentes.
Atualmente, cada vez maior o uso de lajes nervuradas de concreto armado em edificaes do
tipo residencial e comercial devido s suas vantagens, que so vrias, como se expe a seguir:
a) Proporcionam maiores vos entre pilares, maior altura til por andar e maior liberdade
na disposio de paredes internas;
c) Permitem o uso de peas pr-fabricadas para as nervuras e placas, assim como o uso de
frmas recuperveis, fazendo com que as montagens dos escoramentos imprimam
maior velocidade na execuo de obra;
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
19
Por este motivo, as lajes nervuradas ainda so objeto de muitas pesquisas cientficas, de carter
experimental e numrico, que visam contribuir para o avano no conhecimento de vrias de
suas caractersticas.
1.1 OBJETIVOS
Este trabalho tem como objetivo principal estabelecer um modelo numrico que possa analisar,
de maneira realstica, o comportamento mecnico flexo de lajes nervuradas com variadas
condies geomtricas e diferentes nveis de carregamentos estticos.
Este modelo deve ser de uso relativamente simples e verstil, deve levar em considerao as
caractersticas dos materiais envolvidos e utilizar uma adequada representao de suas
propriedades mecnicas. O comportamento do concreto fissurado deve ser cuidadosamente
considerado, uma vez que fator preponderante na anlise flexo destas estruturas.
Para que este objetivo seja atingido, as tarefas listadas abaixo devero ser desenvolvidas:
1.2 JUSTIFICATIVA
Lajes nervuradas foram, por longo tempo, analisadas por processos clssicos utilizados para
lajes macias, considerando alteraes geomtricas que objetivavam a obteno de um
comportamento equivalente. Existem, entretanto, significativas diferenas nas rigidezes,
flexo e toro, entre estas duas estruturas, que no podem ser menosprezadas.
Devido a estas diferenas, lajes nervuradas tem sido estudadas sob um enfoque experimental,
analtico e numrico.
Mesmo tendo resultados de modelos experimentais que sirvam para validao, muitos estudos
tericos baseados na anlise de lajes macias e na anlise de grelhas, ainda mostram grandes
diferenas com relao s rigidezes, em funo da metodologia aplicada. Para contornar este
problema, comum usar como artifcio, a alterao das espessuras ou das rigidezes, na
representao destas lajes.
Com relao aos estudos numricos, que utilizam o Mtodo dos Elementos Finitos, a maioria
destes ainda contempla anlises de lajes de concreto armado com a considerao de um material
homogneo e funcionando em regime elstico-linear. Entretanto, a discretizao destes
materiais, que todavia funcionam em conjunto, precisa ser considerada, sob pena de no refletir
seu adequado funcionamento.
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
21
, portanto, de extrema valia que um modelo que contemple estas caractersticas seja
desenvolvido para a anlise de lajes nervuradas em concreto armado.
1.3 DELIMITAES
O modelo numrico proposto neste trabalho est desenvolvido para a anlise de lajes nervuradas
sob os efeitos de cargas estticas. No so aqui considerados os efeitos de carregamentos
dinmicos ou que imprimam impacto.
Nas anlises que seguem, sero avaliadas somente lajes nervuradas com nervuras em disposio
bidirecional. O modelo, todavia, poder ser utilizado ou adaptado para a anlise de lajes com
outras disposies geomtricas de nervuras.
Existem estudos numricos com relao lajes nervuradas com aberturas, segundo IBRAHIM
et al (2011). O modelo proposto tem aplicabilidade nestas situaes, contudo, tais anlises
fogem do escopo deste trabalho.
Outro tema de estudo no abordado por este trabalho so os efeitos de puncionamento existentes
nas regies de ligao entre os pilares e os macios. H, sabidamente, inclusive no Brasil, vrios
estudos experimentais que avaliam os efeitos de diferentes dimenses da regio macia e de
sua unio com as nervuras e pilares.
No seguinte captulo, apresenta-se uma Reviso Bibliogrfica dos trabalhos mais importantes
sobre lajes nervuradas encontrados na literatura, organizados em funo de sua natureza e
metodologia: Experimentais, analticos e numricos.
Considerando que o modelo proposto busca ser do tipo realstico, apresenta-se, no Captulo 3,
os modelos constitutivos utilizados para a representao do concreto armado e sua aplicao
via Elementos Finitos.
_________________________________________________________________________________________________________________
Anlise numrica de flexo em Lajes Nervuradas com a considerao dos efeitos de fissurao no concreto
22
O Captulo 5 mostra uma srie de anlises numricas efetuadas sobre modelos e lajes reais
testados experimentalmente. Ali so desenvolvidos estudos sobre o comportamento destas lajes
quando submetidas s cargas de ensaio e carregamentos uniformemente distribudos e
incrementalmente crescentes.
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
23
2 REVISO BIBLIOGRFICA
As anlises numricas, por outro lado, evoluram muito em relao ao processamento de dados
e outros recursos disponveis em diferentes softwares comerciais, sendo o mtodo de elementos
finitos o mais utilizado atualmente.
Os estudos analticos e as anlises numricas dos sistemas de lajes nervuradas, entretanto, ainda
apresentam diferenas significativas na comparao de mtodos. Portanto importante
entender como foram concebidas as metodologias, para obteno de esforos e deslocamentos,
e suas formulaes.
Pode-se encontrar na literatura a evoluo dos ensaios experimentais, dos estudos analticos e
numricos, que definem caratersticas prprias do comportamento das lajes nervuradas. Neste
captulo expem-se alguns trabalhos importantes sobre o assunto.
Baseado em DIAS (2003), a construo de modelos numricos para uma seo tpica de laje
nervurada pode ser dividida em dois mtodos, em funo de como so consideradas a capa e as
nervuras da seo da laje, em mtodo simplificado e mtodo realstico.
_________________________________________________________________________________________________________________
Anlise numrica de flexo em Lajes Nervuradas com a considerao dos efeitos de fissurao no concreto
24
O mtodo simplificado considera o modelo para representar uma seo tpica de laje nervurada,
de forma que capa e nervura esto integradas em um mesmo elemento. Os elementos finitos
utilizados no mtodo simplificado podem ser elementos de rea ou de barra, e as anlises
desenvolvidas como:
a) Analogia de placa
Esta analogia baseada na teoria clssica da placa orttropa e consiste em associar a laje
nervurada a uma laje macia, de espessura constante, com rigidez flexo equivalente do
sistema nervurado.
(1)
sendo heq a espessura da laje macia equivalente, I o momento de inrcia flexo da seo
transversal T da nervura em relao ao eixo baricntrico horizontal e a1 a distncia entre os
eixos das nervuras, como se indica na Figura 2.
DONIN (2007) apresenta dois modelos por analogia de placa, em funo do clculo da rigidez:
mtodo da equivalncia do momento de inrcia a flexo e mtodo da rigidez mdia da laje. A
descrio completa, com as formulaes da analogia de placa e sua aplicao para lajes
nervuradas, pode ser encontrada de forma extensa em DIAS (2003) e DONIN (2007).
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
25
A modelagem de uma placa nervurada via elementos finitos, atravs desta analogia, geralmente
utiliza elementos de rea, como ilustra a Figura 3.
Alm destes, outros estudos que utilizam a mesma analogia foram desenvolvidos por
OLIVEIRA et al (2000), ARAJO (2005) e REBLO e DUARTE FILHO (2007).
b) Analogia de grelhas
Este processo permite que a laje nervurada seja associada a uma grelha e analisada com
elementos de barra, compreendendo trs graus de liberdade por n (uma translao
perpendicular ao seu plano e duas rotaes em torno dos eixos contidos no mesmo) e trs
esforos de extremo de barra (fora cortante, momento toror e um momento fletor).
_________________________________________________________________________________________________________________
Anlise numrica de flexo em Lajes Nervuradas com a considerao dos efeitos de fissurao no concreto
26
Uma descrio completa com as formulaes pertinentes analogia de grelhas e suas aplicaes
para lajes nervuradas pode ser encontrada em DIAS (2003) e STRAMANDINOLI (2003).
Alguns estudos que apresentam modelos baseados na analogia de grelhas so: OLIVEIRA et al
(2000), STRAMANDINOLI (2003), DIAS e PAIVA (2007), REBLO e DUARTE FILHO
(2007) e, tambm, os realizados com o programa TQS, de KLEIN e SELISTRE (1997) e
SCHWETZ (2011). A Figura 4 mostra uma representao esquemtica de um modelo para
analogia de grelhas.
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
27
ortogonais ao plano das placas, pelas duas consideraes, A maior diferena, de 233%, para
laje quadrada com uma nervura e de 173% para laje retangular com duas nervuras.
KANOK-NUKULCHAI (1981) apud DIAS (2003) apresentaram algumas lajes nervuradas por
meio de uma srie de anlises tridimensionais envolvendo o conceito de macroelemento, ou
seja, a considerao de cada clula de laje nervurada como um elemento finito. Apresentaram
o comportamento da laje nervurada mostrando a contribuio dos componentes individuais na
rigidez total da estrutura.
c) a rigidez flexo da placa foi superposta ao elemento em estado plano de tenso para
uma completa compatibilizao do modelo tridimensional.
DEB e BOOTON (1987) apud DIAS (2003) apresentaram dois modelos em elementos finitos
baseados na Teoria de Placa de MINDLIN (1951), para a anlise de lajes enrijecidas
excentricamente e sujeitas a cargas transversais:
_________________________________________________________________________________________________________________
Anlise numrica de flexo em Lajes Nervuradas com a considerao dos efeitos de fissurao no concreto
28
O primeiro modelo, como esperado, fornece resultados mais precisos. O segundo, conforme os
autores, pode todavia ser prefervel, especialmente em uma anlise no-linear fsica, pelo baixo
tempo de processamento computacional, bem como pela simplicidade na entrada de dados.
DEB et al. (1990) apud DIAS (2003) aplicaram uma formulao orttropa da analogia da placa
com nervuras excntricas baseada na Teoria de MINDLIN (1951), comparando os resultados
com aqueles obtidos por um modelo discreto de placa-viga via elementos finitos. Concluram
que o parmetro de excentricidade h/hf, onde h = altura da nervura e hf = espessura da placa
(Figura 2), tem um efeito significativo nos resultados. Observaram que os deslocamentos
diminuem com o aumento da relao da excentricidade, como esperado.
Concluram tambm que para baixos nveis de carga as tenses no parecem variar muito com
a relao de excentricidade h/hf. Entretanto, para altas cargas, as diferenas so significativas.
PALANI et al. (1992) apud DIAS (2003) propuseram dois elementos finitos isoparamtricos
(elementos com formas arbitrrias que utilizam as mesmas funes de interpolao para
representar a geometria do elemento e os deslocamentos no seu domnio) para a anlise esttica
de placas com nervuras excntricas.
Foram feitos estudos para a anlise de lajes com nervuras excntricas e concntricas com a
placa. O deslocamento ortogonal ao plano da placa apresentou grande diferena entre os
resultados.
NAVARRA (1995) analisou, via elementos finitos, painis de placas enrijecidas por vigas,
considerando o efeito da excentricidade da viga. Utilizou uma formulao geral de elementos
de lmina plana e de elementos de viga tridimensional, como elementos de placas de Mindlin
e de vigas de Timoshenko.
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
29
No estudo, verificou que, em termos de tenses, os resultados mais simplificados gerados pelo
modelo c) no variam mais do que 20% dos obtidos com os outros modelos.
BEDAIR (1997) apud DIAS (2003) apresentou uma metodologia para a soluo de placas
nervuradas submetidas a carregamento transversal que considera a estrutura como placas e
vigas rigidamente conectadas, e apresentou as seguintes anlises:
a) Placa quadrada, simplesmente apoiada, tendo uma nica nervura central, considerando
ou no a excentricidade entre eixos. A diferena entre deslocamentos nas duas anlises
chegou a 265%;
Apresentaram comparaes de modelos, entre eles uma placa simplesmente apoiada conectada
com uma nervura retangular. A estrutura foi analisada considerando as nervuras como
excntricas e concntricas, sendo que a diferena entre os dois modelos foi de 233% nos
resultados de deslocamentos ortogonais ao plano da placa.
SIDDIQI e KUKRETI (1998) apud DIAS (2003) apresentaram uma soluo pelo Mtodo da
Quadratura Diferencial para a anlise de flexo de placas enrijecidas sujeitas a cargas
uniformemente distribudas transversais. Foram consideradas as foras no plano da placa, para
levar em conta a rigidez axial da placa e a interao com as vigas excntricas, alm das rigidezes
toro e ao cisalhamento das vigas.
Foram avaliados dois exemplos, um com uma nervura central excntrica e outro com duas
nervuras centrais perpendiculares excntricas. Os resultados foram comparados com os
disponveis na literatura e concludo que quando as nervuras so poucas e bem espaadas a
estrutura age como painis de placa apoiadas em vigas.
Pelo acima exposto, fica patente que existe uma significativa diferena nos resultados de uma
anlise de laje nervurada, quando esta leva em considerao a excentricidade existente entre os
eixos da placa e da nervura. Neste sentido, os modelos numricos sero divididos naqueles que
consideram esta excentricidade e naqueles que no a consideram.
Nestes modelos, para a capa utilizam-se elementos de rea. Para representar as nervuras, podem
ser utilizados elementos de barra, como o Modelo 01 de DIAS e PAIVA (2007), Figura 6, ou
elementos de casca, como o Modelos 3 de SCHWETZ (2011) mostrado na Figura 7.
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
31
Estes modelos podem ser separados em funo dos elementos utilizados, e divididos em trs
tipos:
1. Elementos slidos
DONIN (2007) apresenta o Modelo MEF-3D, composto de elementos slidos para a capa e
nervura, utilizando o programa ANSYS 5.5.
Os Modelos 02 e 03 de DIAS e PAIVA (2007) utilizam para a capa elementos de rea e para
as nervuras elementos de barra situados no mesmo plano, mas que consideram uma
excentricidade fora do prprio eixo, como mostra a Figura 8. Tambm, o Modelos 2 de
SCHWTEZ (2011), Figura 9, utiliza elementos de barra, onde a excentricidade se d pela
ligao de barra rgida existente entre a capa e a nervura.
_________________________________________________________________________________________________________________
Anlise numrica de flexo em Lajes Nervuradas com a considerao dos efeitos de fissurao no concreto
32
3. Elementos de rea
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
33
Este tipo de modelo considera o concreto armado como um s material onde a curva do
diagrama tenso-deformao pode ser:
a) Elstico-linear.
b) No linear:
Anlises lineares foram apresentadas por STRAMANDINOLI (2003), ARAJO (2005), DIAS
e PAIVA (2007) e DONIN (2007).
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
35
I .I 1 .I , (2)
b) Mtodo momento-curvatura
Mtodo que relaciona a curvatura de uma seo com o momento fletor atuante na mesma,
utilizando a seguinte expresso:
M EI (3)
!
O primeiro trecho, cuja inclinao indica a rigidez da seo, que permanece constante,
representa o estado no qual o concreto ainda no atingiu o momento de fissurao (Mr), ou seja,
a estrutura permanece no Estdio I;
O terceiro trecho caracterizado pelo grande aumento de curvatura para um pequeno acrscimo
de momento. Esta regio delimitada pelo momento de escoamento da armadura tracionada e
pelo momento ltimo (Mu), que indica o estado limite ltimo da estrutura.
Apresentam-se neste item vrios estudos experimentais de lajes nervuradas atravs de modelos
reduzidos realizados em laboratrio e suas correspondentes anlises numricas.
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
37
Os autores realizaram estudos analticos, atravs do mtodo da analogia de placas, por inrcia
flexo equivalente e compararam com os resultados experimentais. Nestes estudos,
verificaram a diferena entre deslocamentos das placas internas e externas e compararam com
os de lajes macias no foram conseguidos resultados satisfatrios.
_________________________________________________________________________________________________________________
Anlise numrica de flexo em Lajes Nervuradas com a considerao dos efeitos de fissurao no concreto
38
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
39
(a) (b)
Figura 15: (a) Seo transversal da regio nervurada, (b) regio macia
[Fonte: OLIVEIRA et al (2000)]
OLIVEIRA et al (2000) realizaram estudos tericos sobre este modelo experimental, por
analogia de placa, considerando uma laje macia de altura equivalente igual a 1,95 cm e por
analogia de grelha, utilizando o programa TQS.
Para as anlises lineares consideraram a reduo de inercia flexo, com o intuito de obter
resultados mais flexveis. Na Figura 16, apresentam-se os resultados destes estudos tericos
comparados com o experimental e com o terico de KLEIN e SELISTRE (1997), no ponto 121
da Figura 14.
_________________________________________________________________________________________________________________
Anlise numrica de flexo em Lajes Nervuradas com a considerao dos efeitos de fissurao no concreto
40
Figura 16: Curvas Carga-Deslocamento, em kN e mm, dos modelos lineares, no ponto 121
Figura 14 [Fonte: OLIVEIRA et al (2000)]
Foi concludo que, em regime linear, tanto o modelo de grelha quanto o de laje macia
equivalente apresentaram resultados similares. J nas anlises no lineares, o modelo de grelha
incorporando de Branson apresentou deslocamentos mais prximos aos experimentais.
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
41
Das oito lajes, seis so nervuradas, S1a S6 e duas macias, S7 e S8. A laje principal de estudo
a S2, as outras so modificaes desta laje, tanto na variao de espaamento entras as
nervuras, como nas dimenses das nervuras. Das lajes macias, S7 tem uma altura equivalente
e S8 altura igual de S2.
_________________________________________________________________________________________________________________
Anlise numrica de flexo em Lajes Nervuradas com a considerao dos efeitos de fissurao no concreto
42
Os autores apresentam um estudo terico, por analogia de placa, que varia as rigidezes para o
concreto no fissurado e fissurado, obtendo um diagrama bi-linear. Foram trs mtodos
realizados:
As comparaes dos modelos analticos com os experimentais, da Figura 19, mostram que o
mtodo Exact o mais rgido, dando resultados bem prximos para a laje S1 e S2; Para as lajes
S3 e S4, no so predominantes as rigidezes toro, tendo os mtodos Effective modulus of
elasticity e Equivalent thickness mostrado resultados prximos ao experimental.
Anlises numricas do tipo linear, desenvolvidas por ARAJO (2005), DIAS e PAIVA (2007)
e DONIN (2007), consideraram diferentes modelos com as seguintes hipteses: material
concreto armado homogneo, elstico-linear e istropo, sem considerar rigidez torcional. Uma
comparao destes pode ser observada na Figura 20.
Para o estudo realizado por anlise numrica no linear, ARAJO (2003) apresenta um modelo
de elementos finitos isoparamtricos quadrticos de oito ns, sendo para cada n cinco graus
de liberdade. O autor utilizou a teoria de placa de Midlin, para considerar os efeitos da
deformao por esforos de corte, e os materiais, concreto e ao, foram discretizados por
camadas. O modelo leva em conta o valor de resistncia trao no comportamento ps-
fissurao do concreto.
_________________________________________________________________________________________________________________
Anlise numrica de flexo em Lajes Nervuradas com a considerao dos efeitos de fissurao no concreto
44
Os resultados das anlises das lajes S1 a S4 foram prximos aos experimentais, como visto na
Figura 21.
Figura 21: Curvas Carga-Deslocamento dos modelos numricos e experimentais das lajes S1
a S4 [Fonte: ARAJO (2003)]
SCHWTEZ (2011) apresenta estudos numricos para este modelo experimental, por analogia
de grelha utilizando o programa TQS e por elementos finitos no programa SAP2000 verso 14,
Figura 23.
Figura 23: Modelo da laje reduzida em elementos finitos [Fonte: SCHWETZ (2011)]
Para modelar a regio macia da laje nervurada SCHWETZ (2011) apresentou quatro
alternativas, utilizando elementos de rea (Shell Layered) e slido (Solid) do programa
SAP2000, com as seguintes denominaes:
1. Shell 1 camada: elemento de rea colocado na altura mdia da nervura com espessura
igual a altura total de laje;
Figura 24: Elstica do plano A-A da laje reduzida [Fonte: SCHWETZ (2011)]
Trata-se de um modelo experimental de laje nervurada quadrada, como na Figura 25, ensaiada
com carregamento uniformemente distribudo, onde foram registradas medies de
deslocamentos verticais no centro da laje.
a) Analogia de placa: A laje macia equivalente utiliza uma inrcia flexo para o concreto
no fissurado (Estdio I) e outra inrcia para o concreto fissurado (Estdio II).
Apresenta-se tambm outros processos simplificados descritos pelos autores (Processo
simplificado seo T e Processo simplificado seo macia equivalente). Estes
resultados encontram-se na Figura 26;
b) Analogia de grelha: Utilizando mtodo que considera modificaes da inrcia polar Jp.
Sendo Jp=4Ic, quatro vezes a inrcia flexo, e Jp=4Ieq, quatro vezes a inrcia
equivalente determinada pela frmula de Branson no estdio II. Os resultados
encontram-se na Figura 27.
_________________________________________________________________________________________________________________
Anlise numrica de flexo em Lajes Nervuradas com a considerao dos efeitos de fissurao no concreto
48
SCHWETZ (2011), tambm realizou anlises numricas no lineares sobre esta laje, utilizando
diferentes valores de resistncia trao na curva tenso-deformao do concreto. Seis
diferentes tenses mximas de trao forma definidas, como mostradas na Tabela 3, e a
comparao dos resultados das anlises encontra-se na Figura 28.
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
49
Curva Trao Mx
Curva 1 0,033.f ct,m
Curva 2 0,33.f ct,m
Curva 3 f ct,m
Curva 4 f ct,m
Curva 5 0,5.f ct,m
Curva 6 0,75.f ct,m
Observa-se que este mtodo simplificado, proposto por SCHWETZ (2011), apresenta
dificuldade em estabelecer parmetros para a relao constitutiva do concreto em trao, que
leve a obteno de uma resposta mais prxima experimental. Dentre as testadas, a Curva 2,
com 0,33 fct,m, apresentou o melhor desempenho.
O estudo apresenta quatro modelos de lajes nervuradas bidirecionais, concretadas in loco e com
capas pr-fabricadas. So lajes quadradas, de 1800 mm de lado e 150 mm de altura, com quatro
nervuras em cada direo. A capa tem 40 mm de espessura e as nervuras tem seo retangular
com 70x150 mm, Entre os quatro modelos, o que varia a seo de armadura flexo das
nervuras. A laje considerada para o estudo a concretada in loco, denominada LMP-REF.
A geometria bsica da laje LMP-REF mostrada na Figura 29, e a seo transversal do plano
A-A na Figura 30.
_________________________________________________________________________________________________________________
Anlise numrica de flexo em Lajes Nervuradas com a considerao dos efeitos de fissurao no concreto
50
Figura 29: Geometria bsica das lajes experimentais, em mm [Fonte: BORGES (2009)]
Para a construo dos modelos levaram em considerao as prescries da norma NBR 6118
(2007). Esta norma estabelece, para projetos de estruturas de lajes nervuradas, que pode ser
dispensado o uso de armadura transversal e a verificao das nervuras ao cisalhamento, desde
que a distncia entre os eixos das nervuras no seja maior que 650 mm e o esforo cortante seja
menor do que mximo definido pela norma.
As propriedades mecnicas dos materiais foram determinadas pelas normas tcnicas brasileiras
do concreto: a resistncia compresso do concreto (NBR 5739), resistncia trao (NBR
7222) e mdulo de elasticidade longitudinal (NBR 8522). Para a resistncia trao do ao foi
utilizada a NBR 6152.
A laje LMP-REF foi simplesmente apoiada em todas as bordas, atravs de quatro vigas
metlicas de reao, simulando apoios contnuos. O sistema de apoio foi fixado laje de reao
servindo de transmisso da carga.
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
51
Para cada incremento de carga foram medidos os deslocamentos verticais, atravs de cinco
deflectmetros, como na Figura 32, e as deformaes no concreto (EM e EN) e no ao (EA),
como indicado na Figura 33.
_________________________________________________________________________________________________________________
Anlise numrica de flexo em Lajes Nervuradas com a considerao dos efeitos de fissurao no concreto
52
Figura 33: Esquema de posicionamentos dos EERs na laje [Fonte: BORGES (2009)]
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
53
_________________________________________________________________________________________________________________
Anlise numrica de flexo em Lajes Nervuradas com a considerao dos efeitos de fissurao no concreto
54
Figura 35: Geometria bsica dos Casos de Estudo 2 e 3 [Fonte: SCHWETZ (2011)]
SCHWETZ (2011) realizou o estudo terico apresentando modelos por analogia de grelha,
utilizando o programa TQS, e por elementos finitos, com o programa SAP2000 verso 14.
Para modelar a regio macia das lajes foi realizado o mesmo procedimento utilizado para a
laje reduzida de SCHWETZ (2005), item 2.4.4 deste captulo.
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
55
Figura 36: Elstica do plano A-A do Caso de Estudo 1 [Fonte: SCHWETZ (2011)]
Alm das curvas elsticas, foram tambm comparados momentos fletores obtidos nas anlises
numricas e experimentais. O clculo de momento fletor experimental realizou-se a partir dos
valores de deformao especfica medidos experimentalmente.
O momento fletor foi determinado atravs do equilbrio interno de foras, referidas ao centroide
da seo tipo T, considerando as situaes de seo no fissurada (Estdio I) e seo fissurada
(Estdio II).
_________________________________________________________________________________________________________________
Anlise numrica de flexo em Lajes Nervuradas com a considerao dos efeitos de fissurao no concreto
56
Figura 37: Deformaes especficas adotadas: (a) Experimental Estdio I s inferido, (b)
Experimental Estdio I s medido e (c) Experimental Estdio II [Fonte: SCHWETZ (2011)]
Figura 38: Diagrama Momento Fletor AA, Caso de Estudo 1 [Fonte: SCHWETZ (2011)]
Estes trabalhos encontram-se descritos com mais detalhes no Captulo 5, onde so avaliados
com o modelo numrico proposto nesta Dissertao.
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
57
Existe, na literatura, uma grande diversidade de modelos para o concreto fissurado e suas
diferentes aplicaes via elementos finitos. Neste trabalho, inicialmente estabelecido o critrio
da escolha do modelo a ser utilizado, no item 3.1, e as caractersticas do mesmo, no item 3.2.
O programa de elementos finitos escolhido para este estudo o SAP2000 na verso 16, pela
sua versatilidade e reconhecido desempenho em anlises estruturais as mais variadas. No item
3.3 apresentam-se algumas caratersticas do software, o elemento a ser utilizado, sua
representao para uma seo de concreto armado e a implementao do modelo constitutivo
acima citado.
Nas estruturas de concreto armado ocorrem fissuras, em funo da baixa resistncia a esforos
de trao do concreto. Este fenmeno provoca uma reduo da rigidez da estrutura, o que
modifica a distribuio interna de tenses, de modo que a mesma comea a apresentar
comportamento no linear.
_________________________________________________________________________________________________________________
Anlise numrica de flexo em Lajes Nervuradas com a considerao dos efeitos de fissurao no concreto
58
Sabe-se, entretanto, que o concreto intacto entre fissuras ainda capaz de absorver esforos. A
considerao desta contribuio leva a um incremento na rigidez da estrutura chamado Tension-
Stiffening.
O modelo de fissurao proposto por DAVILA (2003), do tipo distribudo, foi o escolhido para
ser empregado neste trabalho. Este modelo j foi implementado pela autora no programa
DIANA, conseguindo bom desempenho nas anlises de vigas, razo pela qual foi aqui
selecionado.
Conforme DAVILA (2003), este um modelo de fissurao distribuda para o concreto armado
ps-ruptura trao baseado no Cdigo Modelo CEB-FIP-90 (1992).
a) Para o concreto comprimido, utiliza-se o modelo proposto pelo cdigo modelo CEB-
FIP-90 (1992);
O modelo de amolecimento multilinear com trs trechos como se mostra na Figura 39.
Cada trecho do modelo representa uma etapa do comportamento no concreto armado fissurado:
1 trecho: relativo ao perodo de formao de fissuras, ocorrendo uma reduo gradual da tenso
com o aumento da deformao;
A determinao dos parmetros de cada trecho feita segundo o cdigo modelo CEB-FIP-1990.
N s2
cr
nn = E*
(4)
Es A s +E * A c 1+
Es
_________________________________________________________________________________________________________________
Anlise numrica de flexo em Lajes Nervuradas com a considerao dos efeitos de fissurao no concreto
60
04123 /0466 7
E = f. / 9 (5)
04123 708
08= 704123
;!
:: = < + f. / 9 (6)
>8 ?@04123 708 A7B3
Segundo o Cdigo Modelo CEB-FIP-1990 (Figura 41) a deformao mdia determinada pela
equao 7,
sendo A=0,4
onde:
Es - mdulo de deformao do ao
fy - tenso de escoamento do ao
Conforme a expresso anterior, a deformao ltima na fissura para cada trecho funo da
taxa de armadura na zona tracionada. Em tirantes, a zona tracionada igual seo transversal;
em vigas, segundo o Cdigo Modelo CEB-FIP-90, a altura efetiva da zona tracionada dada
pela equao 9,
atravs da anlise de tirantes de concreto armado com taxas de armaduras iguais s taxas de
armaduras nas zonas tracionadas das vigas.
Os parmetros dos dois primeiros trechos so determinados atravs da anlise dos tirantes. A
;!( )
deformao ltima do primeiro trecho, DE. , e a tenso f.,O correspondem ao final do perodo
_________________________________________________________________________________________________________________
Anlise numrica de flexo em Lajes Nervuradas com a considerao dos efeitos de fissurao no concreto
62
SAP2000 (Software Integrate for Structural Analysis & Design) desenvolvido pela empresa
CSI (Computer and Structure, Inc.) em Berkeley, California, USA um programa de Elementos
finitos que pode ser empregado na anlise de estruturas civis e ser utilizado ao longo deste
trabalho como ferramenta de anlise.
Na sequncia, apresenta-se o procedimento adotado, com o programa SAP2000 - verso 16,
para a construo de uma seo transversal de concreto armado, utilizando o modelo
constitutivo acima definido.
3.3.1 Definio dos materiais
Na interface grfica de definio dos materiais (Define Materials) o programa contm uma
biblioteca de diversos tipos de materiais de construo civil. Cada material, por sua vez,
apresenta uma gama de especificaes tcnicas.
Para definir um material basta escolher um presente na sua biblioteca. Nestes materiais pode-
se modificar os parmetros da curva constitutiva.
Para considerar o concreto como material isotrpico, definem-se os parmetros, segundo dados
experimentais, como: mdulo de Elasticidade, resistncia compresso, peso, massa especfica
e coeficiente de Poisson. No se considera efeitos trmicos, nem propriedades de
amortecimento. A seguir, na Figura 42, mostram-se a interface grfica com os parmetros
citados acima.
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
63
_________________________________________________________________________________________________________________
Anlise numrica de flexo em Lajes Nervuradas com a considerao dos efeitos de fissurao no concreto
64
Para as armaduras, a biblioteca do SAP2000 apresenta os materiais tipo rebar, que so barras
de ao uniaxiais, cujos parmetros a definir so: mdulo de elasticidade, peso, massa especfica,
tenso mnima e efetiva de escoamento, tenso mnima e efetiva da ruptura.
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
65
Para uma anlise no linear de lajes nervuradas de concreto armado, como exposto no item
2.2.2, so apropriados os elementos de casca.
Dos elementos de rea encontrados no programa SAP2000, o apropriado para concreto armado
do tipo Shell Layered, por ser este o nico que permite diferentes camadas de reas
superpostas, fundamental para a representao das armaduras. Tambm, o elemento permite
uma anlise no linear fsica, em funo dos materiais componentes.
Figura 45: Elemento Shell Layered de quatro camadas [Fonte: CSI (2013)]
_________________________________________________________________________________________________________________
Anlise numrica de flexo em Lajes Nervuradas com a considerao dos efeitos de fissurao no concreto
66
a) Layer Name: o nome de cada camada, arbitrrio. No pode se repetir o nome entre
camadas de um mesmo elemento;
b) Distance: representa a distncia da camada em relao ao centro do elemento Shell
Layered. definida pelo usurio, no sentido positivo do eixo local 3 do elemento, como
se indica na Figura 47;
c) Thickness: representa a espessura de cada camada medida na direo do eixo local 3 do
elemento, como se indica na Figura 47;
d) Type: Tipo de elemento segundo seus graus de liberdade. Sendo trs tipos de elementos
shell, membrane, plate. Adiante sero detalhados os tipos de elementos;
e) Number of thickness integration points: Nmero de pontos de integrao, que podem
ser escolhidos de 1x1 a 5x5 pontos para cada layer. A posio dos pontos segue o
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
67
I. Membrane: Membrana, que contm dois graus de liberdade (deslocamentos lineares nas
direes do plano da rea), onde as cargas esto contidas no plano da rea, como na
Figura 48.
_________________________________________________________________________________________________________________
Anlise numrica de flexo em Lajes Nervuradas com a considerao dos efeitos de fissurao no concreto
68
II. Plate: Placa, que contm trs graus de liberdade (deslocamento perpendicular ao plano
da rea e giros nas direes do plano da rea), onde as cargas so perpendiculares ao
plano da rea, como na Figura 49.
III. Shell: Casca, que contm 5 graus de liberdade (deslocamentos nas trs direes e giros
nas direes do plano da rea), onde as cargas podem ser nos trs eixos, como na Figura
50.
A formulao de tenses para os elementos Shell Lareyed baseada nas teorias de placas. Duas
so as teorias que o programa SAP2000 emprega para os elementos Shell Layered: a Teoria
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
69
clssica de Kirchoff, que no considera o efeito do esforo de corte, e a Teoria de Mindlin, que
considera o efeito da deformao cisalhante.
O critrio de utilizao das frmulas correspondentes a cada uma das teorias definido pela
relao L/t, sendo L o comprimento e t a espessura do elemento de rea. Desta forma dividem-
se os elementos Shell Layered em Casca fina e Casca espessa:
T/
P = Q7T/ R SM (10)
T/
P = Q7T/ R SM (11)
T/
P = Q7T/ R SM (12)
Figura 51: Foras no plano do elemento Shell Layered [Fonte: CSI (2013)]
_________________________________________________________________________________________________________________
Anlise numrica de flexo em Lajes Nervuradas com a considerao dos efeitos de fissurao no concreto
70
T/
U = Q7T/ R SM (13)
T/
U = Q7T/ R SM (14)
T/
V = Q7T/ WR SM (15)
T/
V = Q7T/ WR SM (16)
T/
V = Q7T/ WR SM (17)
A interface para esta definio mostrada na Figura 53, tendo como exemplo o carregamento
CARGA_P, do tipo esttico, e anlise no linear (Analysis Type: Nonlinear) sem considerar a
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
71
Figura 53: Interface do caso de carga do tipo Esttico no linear [Fonte: CSI (2013)]
b) Results Saved: utilizado para dividir a carga por etapas, (Multiple States);
Para a validao do adequado desempenho deste modelo foram utilizadas as seguintes vigas,
ensaiadas experimentalmente: Viga ET1 de LEONHARTD e WALTHER (1962) e viga HH5
de LEONHARTD e WALTHER (1965).
Tambm foram utilizadas na validao as anlises numricas das vigas mencionadas acima,
efetuadas por DAVILA (2003), quando da implementao deste modelo no programa DIANA
(DIsplacement method ANAlyser) - software de elementos finitos baseado no mtodo dos
deslocamentos para anlise no linear de estruturas de concreto.
Ressalta-se que nas anlises de DAVILA (2003) foi considerado o modelo constitutivo de
OTTOSEN (1988), para o concreto no fissurado, tanto em trao como em compresso.
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
73
A viga ET1 consiste em uma viga simplesmente apoiada de 340 cm de comprimento e seo
transversal retangular de 30x35 cm, com cargas pontuais simtricas.
Mdulo de elasticidade: Ec= 32,00 GPa; Resistncia compresso: fc=24,23 MPa; Resistncia
a trao: ft=2,10 MPa; Peso especfico w=25,00 kN/m3.
Para o concreto armado fissurado por trao, empregou-se o modelo de fissurao distribuda
(SAP2000-MFD), Figura 58, com os valores dos pontos da curva de amolecimento mostrados
na tabela 4.
7,00E-5 2,10
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
75
_________________________________________________________________________________________________________________
Anlise numrica de flexo em Lajes Nervuradas com a considerao dos efeitos de fissurao no concreto
76
A seguir, a Figura 62 mostra a curva Experimental, a curva DIANA realizado por DAVILA
(2003) e a curva da anlise SAP2000-MFD.
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
77
Os resultados das curvas dos modelos numricos mostrado na Figura 62 indicam o bom
comportamento de ambos, se comparados com o experimental. As diferenas no so
significativas, mas ressalta-se que o modelo DIANA foi bastante prximo ao resultado
Experimental.
A viga HH5 possui 650 cm de comprimento e consiste em uma viga continua de dois vos
iguais, e cargas concentradas e simtricas.
_________________________________________________________________________________________________________________
Anlise numrica de flexo em Lajes Nervuradas com a considerao dos efeitos de fissurao no concreto
78
Figura 63: Parte simtrica da viga HH5 [Fonte: LEONHARTD e WALTHER (1965)]
Os valores para a viga HH5 so: L de 300 cm, dimetros das armaduras longitudinais de 14mm
e das transversais de 6mm.
Na Figura 64 mostrada a seo transversal da viga HH5. A malha de elementos finitos, com
288 elementos de casca, encontra-se na Figura 65.
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
79
Mdulo de elasticidade: Ec= 34,00 GPa; Resistncia compresso: fc=30,8 MPa; Resistncia
a trao: ft=3,45 MPa; Peso especfico w=25,00 kN/m3.
1,01E-4 3,45
_________________________________________________________________________________________________________________
Anlise numrica de flexo em Lajes Nervuradas com a considerao dos efeitos de fissurao no concreto
80
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
81
Os resultados mostrados acima indicam que ambos os modelos apresentam uma boa resposta
na representao do comportamento experimental destas vigas.
_________________________________________________________________________________________________________________
Anlise numrica de flexo em Lajes Nervuradas com a considerao dos efeitos de fissurao no concreto
82
Os elementos de casca utilizados por DIAS e PAIVA (2007) e SCHWETZ (2011), para
representar a capa e tambm as nervuras, mostraram-se adequados para a construo de seces
de lajes nervuradas. Na Figura 70 mostra-se a geometria tpica da seo a ser utilizada.
Podem-se ressaltar como principais propriedades do modelo numrico construdo com estes
elementos de rea: a considerao da excentricidade entre os eixos da capa e da nervura;
formulao para a determinao de esforos pela teoria de placas de MINDLIN (1951) e a
considerao da heterogeneidade dos materiais dentro do elemento, permitindo introduzir o
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
83
A utilizao de uma anlise no-linear fsica permite a considerao de uma curva tenso-
deformao que represente de forma mais realstica a relao constitutiva do concreto, o que
influencia consideravelmente a determinao de esforos e deslocamentos em uma estrutura.
Esta anlise pode se fazer necessria mesmo quando as estruturas esto submetidas a baixos
nveis de carregamento, o que se traduz em resultados mais prximos ao comportamento real,
se comparado com as anlises lineares efetuadas em DIAS e PAIVA (2007) e DONIN (2007).
Nas anlises do tipo no linear, OLIVEIRA et al (2000) e REBLO e DUARTE FILHO (2007)
utilizam mtodos clssicos: Formulao emprica proposta por BRANSON e MOMENTO-
CURVATURA, ambos descritos no item 2.3.2, sendo estes mtodos aplicveis para material
homogneo. Ambos alcanaram desempenhos bastante limitados para as anlises ps-
fissurao.
Outro mtodo simplificado apresentado por SCHWETZ (2011), que considera a anlise no
linear a partir da curva tenso-deformao do concreto. Definindo a trao do concreto por um
coeficiente de reduo do valor mximo de resistncia trao, que mantido constante ao
longo da deformao. A principal dificuldade est em obter o coeficiente apropriado para cada
caso de anlise.
Ressalta-se, ainda, que anlises que consideram um modelo de fissurao mais elaborado e que,
inclusive, levem em conta a colaborao do concreto intacto entre fissuras so de grande
relevncia. Por conta disso, neste trabalho, optou-se pela considerao de anlises no lineares
fsicas com o modelo de fissurao apresentado no item 3.2.
_________________________________________________________________________________________________________________
Anlise numrica de flexo em Lajes Nervuradas com a considerao dos efeitos de fissurao no concreto
84
Dentre as diversas categorias disponveis, optou-se pelo tipo Shell que permite cinco graus de
liberdade em cada n, tendo todos os deslocamentos e giros possveis para o elemento de casca.
Figura 71: Elemento Shell Layered com duas camadas para ao [Fonte: CSI (2013)]
A geometria bsica de uma seo transversal de laje nervurada, como mostra a Figura 70,
representada por elementos Shell Layered dispostos na horizontal para a capa e na vertical para
as nervuras.
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
85
Anlises no lineares fsicas so realizadas pelo programa SAP2000, cujas caractersticas esto
apresentadas no item 3.3.5.
Estas trs lajes so quadradas, simplesmente apoiadas nos quatro bordos e todas com 154 cm
de lado. Possuem uma capa de espessura constante de 2 cm e um igual nmero de oito nervuras
internas, equidistantes, por direo. As lajes diferem entre si apenas com relao s dimenses
das sees das nervuras, que se indicam mais adiante
b) A placa rgida centrada na laje, de dimenses 300x300mm que serve para a transmisso
da carga aplicada no centro da placa rgida sobre a laje;
c) O detalhamento das armaduras (Reiforcement detail) indica nas nervuras uma barra
longitudinal de 8mm de dimetro com recobrimento de 8mm da superfcie inferior e
para a capa uma grelha formada por barras de 0,7mm de dimetro separados cada
_________________________________________________________________________________________________________________
Anlise numrica de flexo em Lajes Nervuradas com a considerao dos efeitos de fissurao no concreto
86
Figura 72: (a) Geometria bsica das lajes nervuradas em cm, (b) placa rgida para transmisso
da carga e (c) detalhe das armaduras
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
87
a) Materiais
Elemento Nmero Nmero de Nome por Espesura Tipo Pontos Material ngulo
de rea de malhas elementos camada mm de Gauss
A seguir, nas Figuras 74 e 75, mostram-se as malhas de elementos finitos para a capa e as
nervuras respectivamente.
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
89
b) Carregamento
A aplicao da carga foi feita por etapas, com incremento de 5 kN por etapa, distribuda pela
placa rgida centrada na laje.
b) Valores do modelo numrico realizado por ARAJO (2003), representado pela curva
ARAUJO;
Em todos as curvas mostradas nas Figuras 76 a 78 observa-se que, para cada laje nervurada, os
resultados apresentados pelo modelo SAP2000-MFD tem o mesmo comportamento observado
pela resposta EXPERIMENTAL e pela anlise de ARAUJO.
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
91
Figura 79: Curvas Carga-Deslocamento mximo das lajes S2, S5 e S6 por SAP2000-MFD
Por ltimo, na Figura 79, apresentam-se os valores de anlises com o modelo SAP2000-MFD
para as trs lajes, entre as quais varia apenas a rea de concreto das nervuras. Verifica-se que o
modelo representa adequadamente o esperado crescimento de rigidez entre as lajes, em funo
de suas diferentes dimenses geomtricas, ainda que com mesmas armaduras.
Figura 80: (a) Dimenses da laje REF em mm (b) Detalhamento das armaduras da placa
[Fonte: BORGES (2009)]
_________________________________________________________________________________________________________________
Anlise numrica de flexo em Lajes Nervuradas com a considerao dos efeitos de fissurao no concreto
92
As armaduras da laje so as seguintes: a capa contm uma malha de armadura positiva para a
flexo, de ao CA 60 de 5 mm, a cada 150 mm, em ambas direes como se indica na Figura
80 (b). As armaduras para as nervuras, ao CA 50 de 10 mm, so posicionadas na parte
inferior das nervuras, sendo uma barra por nervura. No h armaduras para cisalhamento.
a) Materiais
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
93
Para a armadura de 5 mm de dimetro os valores so: Mdulo de elasticidade Es= 261 GPa;
Tenso de escoamento fy,s=548 MPa e Tenso ltima: fu=685 MPa.
Para a armadura de 10 mm de dimetro os valores so: Mdulo de elasticidade Es= 256 GPa;
Tenso de escoamento fy,s=579,2 MPa e Tenso ltima: fu=726,2 MPa.
A seguir, nas Figuras 82 e 83, mostram-se as malhas de elementos finitos para a capa, 324
elementos de casca, e nervuras, com 72 elementos de casca, respectivamente.
_________________________________________________________________________________________________________________
Anlise numrica de flexo em Lajes Nervuradas com a considerao dos efeitos de fissurao no concreto
94
O sistema de ensaio consistiu em uma laje apoiada em todos os bordos, atravs de quatro vigas
metlicas fixadas em uma laje de reao. A carga foi aplicada por um sistema hidrulico e de
forma incremental, com intervalos de 5 kN e dividida em quatro partes iguais aplicadas nos
quatro pontos de interseo das nervuras.
Os ensaios da laje LMP-REF apresentados por BORGES (2009) foram utilizados para a
comparao com os resultados numricos. Estes so: Carga-Deslocamento vertical no ponto
R1, ver Figura 84 e Carga-Tenso na armadura tracionada, medida no ponto EA mostrado na
Figura 85.
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
95
_________________________________________________________________________________________________________________
Anlise numrica de flexo em Lajes Nervuradas com a considerao dos efeitos de fissurao no concreto
96
Os resultados apresentados nos dois estudos mostrados acima, tiveram o intuito de promover
uma validao do comportamento do modelo numrico proposto. Pela anlise destes resultados,
conclui-se este captulo com a certeza de que o modelo adequado para representar o
comportamento flexo de lajes nervuradas, tanto para carregamentos em nveis de servio
como para situaes de carregamentos excessivos.
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
97
Primeiramente, no item 5.1, realizam-se as anlises dos casos de estudo de SCHWETZ (2011),
j apresentados no item 2.5, permitindo a comparao dos resultados numricos com os
experimentais.
Neste trabalho, a anlise numrica de cada caso de estudo foi realizada a partir das malhas de
elementos finitos apresentadas por SCHWETZ (2011), considerando, entretanto, o modelo
numrico estabelecido no captulo 4.
Sendo que os parmetros utilizados para o modelo constitutivo do concreto variam em funo
das caractersticas do material e condies geomtricas da estrutura, apresentam-se a seguir as
propriedades dos materiais consideradas como dados de entrada.
_________________________________________________________________________________________________________________
Anlise numrica de flexo em Lajes Nervuradas com a considerao dos efeitos de fissurao no concreto
98
Para todos os casos de estudo a resistncia caraterstica do concreto de 30 MPa. Para obter a
resistncia trao utiliza-se a formulao estabelecida na NBR 6118, apresentada na equao
(17), obtendo-se, desta forma, o valor da resistncia trao de 2,90 MPa.
O MFD, modelo de amolecimento tri-linear proposto por DAVILA (2003), como se mostra na
Figura 88, utiliza para todos os trs casos de estudo o mesmo valor de resistncia trao, sendo
que os valores das deformaes variam de acordo com as dimenses e taxas de armadura que
apresentam cada nervura.
A laje do Caso de Estudo 1 (CE1) consiste em uma laje retangular para uso comercial. A Figura
89 apresenta sua geometria, o pilar P11 de apoio no seu interior e a rea utilizada para o
carregamento, ilustrada como um retngulo de cor cinza.
O plano de instrumentao, Figura 91, mostra a localizao dos deflectmetros (D1 a D9)
utilizados para a medio dos deslocamentos verticais durante o monitoramento do ensaio.
_________________________________________________________________________________________________________________
Anlise numrica de flexo em Lajes Nervuradas com a considerao dos efeitos de fissurao no concreto
100
Figura 91: Planta de locao dos pontos de instrumentao CE1 [Fonte: SCHWETZ (2011)]
A Figura 92 mostra a malha em elementos finitos da laje CE1, com 5.661 elementos de casca.
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
101
Nestes resultados, ainda que fruto de um carregamento em nveis de servio, fica evidente a
importncia de uma anlise no-linear, dada a distncia que separa os resultados de uma anlise
linear dos obtidos experimentalmente.
Observa-se, tambm, entre os resultados das duas anlises no-lineares, a diferena decorrente
da considerao do modelo de fissurao distribuda, comparada ao modelo simplificado
utilizado por SCHWETZ (2011).
A laje CE2, utilizada como estacionamento para um edifcio comercial, tem dimenses externas
de 39,79 m por 35,48 m. A Figura 95 apresenta as dimenses de seu mdulo tpico e a Figura
96 sua geometria bsica.
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
103
Na planta de instrumentao, Figura 97, observa-se a posio dos pontos de controle (P1 a P13)
onde foram posicionados os deflectmetros.
Figura 97: Planta de locao dos pontos de instrumentao e rea de carregamento da laje
CE2 [Fonte: SCHWETZ (2011)]
_________________________________________________________________________________________________________________
Anlise numrica de flexo em Lajes Nervuradas com a considerao dos efeitos de fissurao no concreto
104
A Figura 98 mostra a malha das lajes CE2 e CE3, com 23.431 elementos de casca.
Analogamente ao item anterior, nos resultados mostrados a seguir a anlise numrica no-
linear, utilizando as condies de monitoramento experimental, denominada SAP2000-MFD.
Esta comparada com uma anlise linear, com a anlise numrica Non-Linear-SCHWETZ e
com a Experimental, conforme dados obtidos em SCHWETZ (2011).
As curvas elsticas que se apresentam nas Figuras 99 e 100 refletem somente os efeitos do
carregamento de ensaio.
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
105
A laje CE3, localizada no mesmo prdio porm no andar superior ao da laje CE2, com as
mesmas dimenses em planta, utilizada como base de quadras de tnis, como apresentado em
SCHWETZ (2011).
No plano de locao dos pontos de instrumentao, Figura 103, ressalta-se os pontos de controle
(P1 a P17) para a medio dos deslocamentos verticais utilizando rgua graduada.
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
107
Figura 103: Planta de locao dos pontos de instrumentao CE3 [Fonte: SCHWETZ (2011)]
O carregamento, que consistiu na disposio dos materiais a serem utilizados pela construtora
para a confeco dos embasamentos das canchas de tnis, foi constitudo de cargas distribudas
e concentradas conforme a Figura 104.
Figura 104: Planta de carregamento aplicado para CE3, em kN/cm2 para as cargas distribudas
e kN para as concentradas [Fonte: SCHWETZ (2011)]
_________________________________________________________________________________________________________________
Anlise numrica de flexo em Lajes Nervuradas com a considerao dos efeitos de fissurao no concreto
108
Para esta laje utilizam-se as mesmas consideraes de anlise e apresentao de resultados das
duas lajes anteriores.
Figura 105: Curvas elsticas do plano de corte A-A referente Figura 102
Figura 106: Curvas elsticas do plano de corte B-B referente Figura 102
As concluses obtidas para as duas lajes anteriores podem ser aqui tambm consideradas.
As Figuras 105 e 106 mostram, entretanto, neste caso, que a curva Experimental apresenta
comportamento muito flexvel se comparada com as demais, contrrio ao mostrado na laje CE2.
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
109
Nesta laje, o carregamento aqui considerado era parte integrante do material de base e de
cobrimento utilizado na prpria obra e ali depositado pela construtora, durante uma das fases
da obra. No foi portanto um carregamento aplicado e controlado pela equipe de ensaio. Este
foi apenas estimado em funo dos volumes e pesos especficos dos materiais presentes.
Considera-se, portanto, a possibilidade de uma estimativa inadequada do carregamento
considerado nestas anlises.
Todavia, observa-se que o modelo proposto produz resultados consistentes com as demais
anlises numricas e que evidenciam a considerao da contribuio do concreto entre fissuras.
Nos itens 5.2.1 e 5.2.2 so analisadas as lajes CE1 e CE2 de SCHWETZ (2011) respetivamente,
escolhidas devido s diferenas geometrias que apresentam entre si.
Por fim, no item 5.2.3, apresentam-se vrias anlises da laje experimental S2 de ABDUL-
WAHAB e KHALIL (2000), tambm considerando o mesmo tipo de carregamento distribudo
e crescente e, ainda, avaliando a influncia de diferentes taxas de armadura para as nervuras.
_________________________________________________________________________________________________________________
Anlise numrica de flexo em Lajes Nervuradas com a considerao dos efeitos de fissurao no concreto
110
A mxima carga suportada pela laje durante esta anlise foi de 10,73 kN/m2. Tendo em
considerao que o peso prprio da laje de 4,10 kN/m2, resulta que a carga mxima suportada
pela mesma seja de 6,63 kN/m2. Este resultado parece certamente adequado, uma vez que o
projeto previa uma carga permanente de 1,5 kN/m2 e uma carga varivel de 1,0 kN/m2.
Nas Figuras 108 e 109 apresentam-se as curvas elsticas do CE1 para as cargas do peso prprio
e a mxima atingida.
Observa-se nitidamente a grande distncia que separa estas elsticas, o que denota o forte
comportamento no-linear da laje quando submetida cargas superiores s de projeto, como
ressaltado na Figura 110.
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
111
Figura 108: Curvas elsticas do plano de corte A-A referente Figura 107
Figura 109: Curvas elsticas do plano de corte B-B referente Figura 107
_________________________________________________________________________________________________________________
Anlise numrica de flexo em Lajes Nervuradas com a considerao dos efeitos de fissurao no concreto
112
Analogamente ao CE1, realizou-se tambm na laje CE2 uma anlise com carregamento
uniformemente distribudo e crescente, at atingir sua capacidade ltima.
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
113
As Figuras 113 e 114 apresentam as curvas elsticas avaliadas nos planos de corte A e B da
Figura 112. Em ambas as figuras mostram-se as elsticas correspondentes ao peso prprio, de
4,80 kN/m2 e carga mxima atingida, de 15,80 kN/m2. A partir desses valores verifica-se que
a capacidade ltima da laje corresponde a uma sobrecarga de 11,00 kN/m2. Nos dados de
projeto, entretanto, encontra-se que esta laje deveria suportar uma carga permanente de 1,0
kN/m2 e uma sobrecarga de 3,0 kN/m2.
Figura 113: Curvas elsticas do plano de corte A-A referente Figura 112
_________________________________________________________________________________________________________________
Anlise numrica de flexo em Lajes Nervuradas com a considerao dos efeitos de fissurao no concreto
114
Figura 114: Curvas elsticas do plano de corte B-B referente Figura 112
Para uma anlise de comportamento local, considera-se o ponto de maior deslocamento vertical,
que encontra-se na interseo dos dois planos de corte das curvas elsticas. Nas Figuras 115 e
116 apresentam-se, respetivamente, as curvas Carga-Deslocamento e Carga-Tenso na
armadura tracionada.
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
115
A laje S2 j foi apresentada no item 2.4.3, Figura 18 e utilizada para a validao deste modelo
numrico. Agora, esta laje ser utilizada para a anlise de seu comportamento frente a cargas
excessivas, assim como para avaliar a influncia de diferentes taxas de armadura nas nervuras.
A armadura da laje original composta por barra de 8mm de dimetro (S2-8). Alternativamente,
sero tambm analisadas as situaes de armadura de 6,3mm e 10mm de dimetro,
respectivamente S2-6 e S2-10.
a) MODELO S2-6
Caratersticas da armadura: Dimetro da seo: 6,3 mm; rea: 0,315 cm2; As/Ac: 0,0295
b) MODELO S2-8
Caratersticas da armadura: Dimetro da seo: 8 mm; rea: 0,500 cm2; As/Ac: 0,0515
_________________________________________________________________________________________________________________
Anlise numrica de flexo em Lajes Nervuradas com a considerao dos efeitos de fissurao no concreto
116
c) MODELO S2-10
Caratersticas da armadura: Dimetro da seo: 10 mm; rea: 0,800 cm2; As/Ac: 0,0616
Todos os trs casos apresentam, portanto, o mesmo valor de tenso de trao para o concreto,
diferenciando entretanto os valores das deformaes. A figura 117 apresenta o diagrama tri-
linear para o Modelo S2-6 como exemplo.
Figura 117: Curva tenso deformao de concreto armado tracionado para D = 6,3 mm
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
117
_________________________________________________________________________________________________________________
Anlise numrica de flexo em Lajes Nervuradas com a considerao dos efeitos de fissurao no concreto
118
Verifica-se, na Figura 118, que com o aumento da taxa de armadura das nervuras, cresce,
correspondentemente, a rigidez da estrutura assim como sua capacidade de carga. O mesmo
pode ser verificado na Figura 120, com relao capacidade de absorver momento da seo.
A Figura 119 mostra que a tenso na armadura tracionada cresce na proporo inversa da taxa
de armadura, estando, entretanto, esta tenso, limitada tenso de escoamento da armadura de
400 MPa, para todos os casos.
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
119
6 CONCLUSES
O modelo numrico proposto est baseado nestas premissas e contempla todas as caractersticas
citadas acima. Utiliza um elemento tipo Shell-Layered, atravs de um programa computacional
amplamente estabelecido como o SAP2000. Isto permite a representao da excentricidade
entre eixos das diferentes sees das peas estruturais, assim como a considerao da
heterogeneidade entre os materiais ao e concreto.
Este modelo numrico proposto foi inicialmente validado pela anlise de casos encontrados na
literatura e apresentou um timo desempenho. Foram modelados e analisados os prottipos
experimentais de BORGES (2009) e ABDUL-WAHAB e KHALIL (2000), resultando em
representaes adequadas de seus comportamentos estruturais. Tambm, outras anlises
numricas destes prottipos, como a de ARAJO (2003), foram utilizadas nesta validao.
_________________________________________________________________________________________________________________
Anlise numrica de flexo em Lajes Nervuradas com a considerao dos efeitos de fissurao no concreto
120
Ainda, casos reais de lajes nervuradas, em verdadeira grandeza, foram analisados, com o intuito
de verificar o desempenho do modelo numrico proposto em representar seus comportamentos
estruturais. Trs lajes nervuradas avaliadas experimentalmente por SCHWETZ (2011), aqui
denominadas de casos de estudo CE1, CE2 e CE3, e submetidas a cargas de ensaio, em nveis
de servio, foram modeladas. Os resultados, apresentados no Captulo 5, demostraram que o
modelo proposto foi capaz de representar adequadamente o comportamento global de
deslocamentos destas lajes. Tambm, ficou evidente a necessidade da considerao de uma
anlise no-linear, muito embora as estruturas tenham sido submetidas cargas de nvel no
elevado, dentro dos limites de servio.
Alm das duas anteriores, a laje S2 de ADBUL-WAHAB e KHALIL (2000) foi utilizada para
testar o desempenho do modelo em representar a influncia de diferentes caractersticas
geomtricas da estrutura em seu comportamento ps-fissurao. Para tanto, tambm esta laje
foi numericamente submetida cargas uniformemente distribudas e incrementalmente
crescentes.
Neste caso, todavia, foram consideradas trs diferentes taxas de armadura nas nervuras. Os
parmetros do modelo de fissurao so determinados de acordo com as armaduras
consideradas e as anlises desenvolvidas. Os resultados demostraram, claramente, a capacidade
do modelo em considerar tais caratersticas e a forte influncia que elas representam no
comportamento ps-fissurao das lajes. possvel visualizar seu comportamento global,
determinar sua capacidade ltima e, ainda, observar detalhes como o desenvolvimento da tenso
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
121
A avaliao de lajes nervuradas onde pretenda-se verificar a influncia da variao nas taxas de
armadura das nervuras mais solicitadas, objetivando verificar o melhor comportamento frente
cargas que levem a um estado limite de deformao e, consequentemente, otimizando o
projeto estrutural.
a) Aberturas em lajes
Avaliao da influncia de aberturas no comportamento de lajes nervuradas. Pode-se
efetuar uma avaliao paramtrica que considere o tipo de abertura, sua posio, forma
e dimenses;
b) Tipos de Nervuras
Avaliao da influncia das caractersticas geomtricas de disposio das nervuras:
unidirecionais, bidirecionais e tridirecionais, circulares concntricas ou radiais.
_________________________________________________________________________________________________________________
Anlise numrica de flexo em Lajes Nervuradas com a considerao dos efeitos de fissurao no concreto
122
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
AHMED IBRAHIM A.; SALIM, H.; EL-DIN, H.S. Moment coefficients for design of waffle
slabs with and without openings. Engineering Structures 33 (2011) 26442652 journal
homepage: www.elsevier.com/locate/engstruct. 2011.
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014
123
MINDLIN, R.D. Influence of rotatory inertia and shear on flexural motions of isotropic,
elastic plates. Journal of Applied Mechanics. Transactions of the American Society of
Mechanical Engineers, Vol. 18, No. 1, 1951.
OTTOSEN, N.S. Material Models for Concrete, Steel and Concrete-Steel interaction. Bulletin
dInfornation n.194, Lausane: CEB, 1988.
TANAKA, M.; BERCIN, A. N. Static bending analysis of stiffened plates using the
boundary element method. Engineering Analysis with Boundary Elements, 1998.
__________________________________________________________________________________________
Bruno Ramn Blanc Recalde ([email protected]) - Dissertao de Mestrado - PPGEC/UFRGS - 2014