Ordep - Na Trilha Das Crianças
Ordep - Na Trilha Das Crianças
Ordep - Na Trilha Das Crianças
~r.
Dissertaio de Mestrado
Programa de Ps-Graduaio em
Antropologia Social do
Instituto de Cincias Humanas da
Universidade de Braslia
~
I :.'.USEU 1"1fi,'CIONAL
I
" ;
:;:>, DE ANTROPOLOGIA
I
818UO,ECA zyxwvutsrqponmlkjih
. : '~ Q r~EG~: .J
+-
I zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
l
+
!:, zyxwvutsrqpon
tNDICE zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGF
,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
I
v
I! Candombl
grado o volume
possui
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
extraordinria
da bibliografia
complexidade;
a respeito,este
e de que, mal -
mundo permane-
ce ainda, na sua ~~ior parte, desconhecido e por estudar. A
t prop6sito dos er~s. muita coisa mais deve ser considerada. Es
i
t ta~os certo, em verdade, de haver abordado apenas um aspeto e
!
I
! uma parcela mnima de um domnio muito vasto e complexo. Ad-
I
virtamos ainda, de sada, que os. pontos obicuros e equvocos
\ no quadro aqui traado devem imputar~se a n6s, e jamais ~ !in
!
i coer~ncia!, ou Ifalta de 16pica', ou ~ 'impreciso de p8ns~
IzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
mento' tantas vezes atribudas, com absoluta injustia, ao PQ
vo do Candombl.
* * *
viiizyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
o TANURIJUNARA
I
..zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
2 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJI
.ma - zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
:ia
~-- :
.; -
ia zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
;e- ! = - zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
em =
'Po
- -
-
4zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHG
ozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
acesso ~ hoje, pois, bem ficil ao Terreiro de Mie
Beb; por outro lado, a urbanizao, valorizando os terrenos,
fez acantonarern-se em 'cabeas de porco', nos flancos de va-
les, ou em casebres dispersos nas ruas modernizadas, que fo-
ram outrora seu reduto, os merios aquinhoados moradoresda~rea
onde se encontra a dita Casa.
Pode-se ver pelo mapa da Figura I que esta fica a
uma distncia no muito grande da praia de Santana, de um la-
do, e, do outro, do Dique de Toror; pertence, ainda, ~ mesma
zona (a da "Federao", em termos amplos), onde se localiza o
stio dominado pela igreja e largo de Sio Lazaro todos es-
tes lugares sagrados para o "Povo da Seita".
As condi6es locais eram bem diversas quando Isaac
Bispo da Hora, esposo da Mametu do Tanurijunara, arrendou, em
1947. "um pedao da Fazenda Mad re de Deus". A rea. ento, qu~
se podia considerar-se rural: nenhum trecho estava pavimenta-
do. faltavam gua encanada e luz eltrica, a rua mal chegara
a traar-se, e a comunicao com o centro da cidade fazia-se
unicamente por meio da velha linha de bondes (hoje extinta) do
Rio Vermelho, devendo uma distincia razoavel ser vencida a p~
por uma trilha orlada de vegetao ablli~dante,desde a parada
mais prxima sua moradia, um tanto isolada. Em breve, toda-
via, cresceu a populao do bairro do Engenho Velho, e a da
que veio a ser a "Rua Pop" , ou 'Apolinario Santana,embora no
tenha sido pequeno o tempo decorrido at que esta parte de Sal
vacor se comeasse a urbanizar.
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
8
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
'~
nvel deus Tempo. Ogum e Omo lu , por sua vez, tm a apenas pr.9.
visoriamente instalados seus "preparos": ambos preferem o iso
lamento. Denomina-se peji os altares onde se depem os smbo-
los sagrados dos voduns smbolos nos qua s se cor.s i der-ampr~
9
1. OszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Baora portadores de ax~. inhumados em pontos centraiszyxwvutsrq
dos Terreiros em ritos de fundao. so, por vezes. expre~
samente comparados a um umbigo. Ao falar do pr6prio culto,
pessoas "antigas" do Candombl costumam dizer: "o nosso u~
bi~o est na frica". Referem-se, assim, orir,em ultima
do seu "fundamento" (ver adiante, capo 111). Sugere-se a1:2,
da, da dita forma, a idia de um liame de natureza mstica
entre os templos brasileirQs do culto dos orixs e a sagr~
da Ilu Aiy. a terra dos ancestrais - um liame comp~rvel
a um cordo umbilical~ Talvez a mesma imarem se aplique no
caso do poste central dos ab a s.,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPO
N0 famoso Terreiro de Ox~
i cosa
..:. p-rande am. co de Ta t a Uevi,
3. O Pai de Santo Luiz d a Murzyxwvutsrqponmlkjihgfedcba
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONM
~. (-
..zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
FIGURA I zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQ
:
I zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
l ~~
'i j "
._----.--- ..
.~-_.~-~"
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
. ---
.
/:2-
// zyxwvutsrqponmlkjihgf
10
"f 9
r-- i
't I
I zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
ta e
-------t-'~
!-"
'!'
,
li
2
/
~:: S I TUA o DO T 1\ ~J U R T J U N A R A
GUAS DE ANGOLA
21
e cinco dozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
sexo feminino. Os rapazes confirmaram-se ambos co-
mo ogans (um deles, casado, aRara reside no Rio de Janeiro).
Das moas, duas se tornaram ekedes, i~ualmente confirmadas~ e
uma per~anece candidata ao meSmo posto, tendo sido apenas su~
pensa: as duas restantes foram ~aspadas~ uma para Oxal~ e a
outra para Bessm. Hoje so ambas ebam;s9 ou cotas, tendo cum
prido a "obripao dos sete anos". A filha de Bessm ten o
posto no 'oficializado po~ causa de sua juventude de Me
Pequena da Casa que um dia, segundo se preve, dirigir.
Outra norma da seita impe~e um Pai ou M5e de Santo
de iniciar as pessoas a que~ ferou. O resultado prtico desta
"lei" 00 Candombl um fortalecimento dos vnculos entre Ter
reiros distintos interlipacos por fora da origem comum: na
matriz e em Casas co-irms do Tanurijunara foram "feitos"
(confirmados ou raspados) os "filhos da carne" de Me Beb.
Embora eles cu~pram suas obrip'aes no Il Ax da r1ametu Con-
deren, tm nos outros, em que se iniciaram, um lugar reconh~
cidozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
p,v~rios cowpromissos. As relaes entre essas comunida-
des no so livres de conflitos, mas os vnculos assim refor-
ados asseguram a prevalncia da solidariedade e da harmonia.
Uma ekede suspensa uma ekede confirmada, um ogan
9
26
BIBLIOTECA
27
corda: "se uma ia falava em casar com um mau partido -na op,!.
nio dele - Ciriaco ficava brabo, apaixonado. Bancava a palm~
tria do mundo, mas era tudo fogo de palha. por que tinha o
cOTaao bem mole."
Altamente respeitado por sua comadre Menininha do
Gantois, e pela veneravel Rulni, Me do Bogum, h pouco fal~
cida, este Pai de Santo era reputado um profundo conhecedor
nao apenas de seu prprio rito mas ainda do ketu e do gege.D!
le tamb~m se conta que Omolu o levou: o grande deus teria me!
mo aparecido "em carne e osso" para advertir o Tata de que
"no fosse to ousado": contra a vontade expressa do "dono da
x transferir-se em defini tivo para
cabea", queria o baba 1 orizyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
o Rio de Janeiro, nos seus ltimos anos de vida. Essa estria
31
ca ... "
De outra feita, uma visitante, ao lhe serem mostra-
dos os assentos dos orixs, perguntou. com certa ironia: 'Quer
dizer que o santo est mesmo a?" E o Tata Uevi, presumindc
com acerto que a interlocutora eracat61ica, deu-lhe esta res
posta fulminante: "Bom, pelo menos eu creio ... Assim come
creio que Jesus est na hs t ia" consagrada."
Em verdade, igual que todos no Candombl, ele pro-
fessa o catolicismo. Contou-nos ter prometido a S. Francisco,
de quem devoto. nuncapermi til' que em sua Casa se fizesse "UI:
trabalho para o mal".
Tem grande curiosidade por assuntos e:
cientficos,zyxwvu
bora haja cursado apenas o prim5rio. Fala com entusiasmo d~
chegada do homem lua, e dos satlites artificiais. Muitas,"
zes nn~ interpelou sobre a vida dos indios, ao saber de noss~
estadia no Parque Nacional do Xingu.
No Il Ax, Seo Lol se dedica basicamente s
oes de "olhador", ou adivinho. Atua tambm i
como um .conse Lhezy
1'0,e participa de inmeros "trabalhos". Em ateno
de de santo", a sua sabedoria e aos privilgios que lhe for"
concedidos por Ciriaco, todos a o chamam de "Pai"; mas
sempre adverte com humor: HA Me de Santo Beb. eu no pus
50 de comprador de temperos da Casa." Muito apegado a espos::..
confessa "no ser o mesmo" quando ela viaja.
Me Beb. a l1ametu Conderen, uma mulher negra
muito bela apesar da idade, tranqUila, majestosa e sempre a
velo Impressiona v e a todos por sua calma e doura. Chei
e catizyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
33 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFE
36 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONM
.,
I
)
'
38
~e ste modo dos "b ranco s", e im~3s aos circunstantes aceitar-nos
I z
:::-:-,:'
a sua pessoa; retirou a possibilidade de que a injria
~:s atingisse, e honrou-nos de forma extraordingria. comoven- I fzy
t e . nas ao mesmo tempo assinalou que era bem infeliz nossa~
~72rncia, e crecia de ser desmentida com nfase hiperb1i -' J t
C 3. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFE
f
f
t
Pouca coisa se conhece. ainda, sobre a naao Angola ~
~..
(0 U Conge-Angola) do Candombl.
~ fato consabido que o pioneiro Nina Rocrigues(193~
1973) teve dificuldade em constatar a forte presena dos ban-
tus e de suas organizaes religiosas em Salvador, muito embo
I
~
~i
t;
Te. o s~bio informante do Dr. Nina, o Prof. Martiniano do Bon-
fim, estivesse bem ciente da pujana do culto "de nao" Con- ~
ge na dita metrpole - culto liderado, quela poca, por Gre-
grio Maquende, segundo notcia que deu o grande babalawo e
estudioso a Carneiro (1937, p. 31).
Esforando-se por suprir a lacuna numa "reviso et-
nogrfica", Carneiro (1936, 1937 e 1940) foi, porm, um dos
~aiores responsveis pela confuso logo estabelecida entre os
ritos bantus "de nao" e'8.e Caboclo" na Bahia - erro em que
incidiu tambm Ramos (1940, '1943, 1946). de forma 5 istemtca,
Querino (1938) mal pde dar-se conta do problema.
Em sua obra de 1937, Edsori Carneiro, embora do mes-
~o modo qualifique (p. 35) c Terreiro de Paim no Alto do Aba-
caxi (e fale pginas adiante no do famoso babalorix "ango-
ls" Joo da Pedra Preta), declara pgina 28 que "talvez s
haja na Bahia um Candombl afro-bantu no caboclo - o Candom-
bl do Pae de Santo Manuel Bernardino da Paixo. no Bate-Fo-
lha." Ora, Bernardino iniciou-se na Casa afamada de Maria Ne-
41
DezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
comeo, no conjunto d, "pessoal ligado ao Terrei
1 '0 " importa distinp:uir entre oszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH
iniciados e os no iniciados.
A clientela da Casa, embora muito variada e em parte "flutua~
te", merece ser considerada. pois a se recrutam os candida -
tos "feitura"~ por outro lado, dentre os que demandam o so-
corro dos Lnqu i.ces , al.guns acab am por rrt egr ar+s e de distin -
tas maneiras ainda comunidade de culto: uma lavagem de con~
tas ou um bori (cf. Bastide, 1973) estabelecem um vnculo 1'e-
43
44
Ogunt.
A mesma classificao "por idade" se aplica ainda
no caso de uma deusa representada sempre como velhssima, a
"av do mundo", e relacionada tambm com o mistrio da Cria-
ao, a dona dos pntanos e lapas: nametu lumb (o primeiro de~
variante
ses nomes significa ItHelf, o segundo constitui uma
49 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC
ou Taria Zaza) - aquela que, enganada por Oxum. sua rival, pe~
deu uma:orelha. Outra das mulheres do "dono do fogo e dos as-
tros" (que na forma de "velho" Kibuco , e na de "moo" Luan-
90 Cafirungo sincretizado com So Jernimo e sio.Joo Batis-
i
li
.~
50
szyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONML
i (variante de Nk i ss , deus. em quzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPON
.m bund o) , Hunue ("chefe")
Congo.
~ grande a "famlia" do divino caador mais conheci
do pelo nome ioruba Oxoss; (ou od, so Jorge); ao descrev-
-Ia, citam-se no Tanurijunar "em lngua da nao" os teni-
mo s Ta u a mi n , Ma talum b , . Ca mb a r a n 9 u a n j e. Mu t a c a 10m b o e Go n 9 o m
bira,este ltimo "um menino que gosta dos rios, um Oxossi de
-
afTuadoce, filho de Oxum".
Catend (Ossanha, So Benedito) "o dono das fo-
lhas", sem o qual "nada se faz no Candombl".
Considera-se ~s vezes Tempo de ~banganga, o senhor
da gameleira (Iroko, so Lourcno), que domina os caminhos e
"s pode ficar ao ar livre", um tipo muito especial de Omolu.
Como Nsumbo, tem a epiclese de Caviungo.
No Terreiro por ns estudado, conhece-se os Ibej1
apenas por seu nome ioruba. Adiante trataremos melhor destes
Mabaos, sincretizados com so Cosme e so Damio. Em nosso
campo ~e estudo no obtivemos notcia do nome Vunji, dado a
tais divindades, segundo Binon Cossard (1970:25), na Roa da
Gomia.
Tateto Muilo e Nk Diamambo correspondem ao Sole~
Lua, conforme nos di sseram no Tanuri j unara. so apenas Lnvo-
cados em certas preces.
Na mesma Casa, chama-se de Cacurucai (eguns) aos an
tepassados, e Vumbe aos Hespritos dos mortos toa". Apenas
os primeiros recebem culto, parte e em circunstncias espe-
ciais, envoltas em segredo.
O nome genrico de Exu aplica-se a a numerosas en-
tidades, tanto masculinas como femininas; Bombonjira, Mavila
e !"1ariaPad t lhe , por exemp lo , "so fmeas", e "machos" t e tr-o-
51zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
ca ,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
[javar.1bo, l.e nqu e t , Aluvai. Arranca Toco etc ,
O estatuto de Exu
ambguo; fala-se nele muitas ve
zeS, no Terreiro de que tratamos, como "o capeta"; mas ao mes
mo tempo se protesta contra o hbito de equipar-Io ao dem -
nio. "Esse povo precisa ter mais respeito com Exu. por que
pot qualquer coisa", OUV1-
ele tambm santo, e no se trocazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH
mos comentar uma das pessoas mais velhas da grande nao. Ca-
da Inquice possui um "escravo" desta casta; no pode mesmo d i s
pens-Ia. Tem a referida entidade (ou grupo de entidades) uma
importncia extraordinria para o Povo da Seita, que celebra
em sua homenagem os "ri tos pr i or trios", (como diz Elbein dos
.
S2
L
S3
I
I
~
II
SEGUNDA
PARTE zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
I
I,
55 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFE
AS CABEAS DEVOTAS
57
.O adjuntzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONML
f ';: a ao lado da pe ssca "desde o bero" ,
mas ocupa uma posio secundri em sua custdia; via de re -
gra, nao faz grandes exigncias'ao protegido, nem objeto de
atenes muito especiais. Certos indivduos ttim mais de um ad
junt, maS so algo raros os que podem encarnar at trs ori-
~
xas.
Ji os vnculos que ligam uma pessoa ao respectivo
"dono da cabea" estimam-se muito mais srios e profundos:
este que pode obrig-Ia a i~iciar-se (ou, conforme tambm se
diz, de um modo muito expressivo, "fazer a cabea") e tem' o
direito de exigir-lhe uma plena devoo.3
Na comunidade por ns estudada cultuam-se os Cabo~
elos, e h vodunsi que os encarnam. Isto sucede, porm,zyxwvutsrqpo
no m
ximo uma vez por ano: o culto que se presta a estes deuses
"nacionais" bem menos consider-lve1 que o rendido aos "afri-
canos". "Obrigao de fato se tem com os orixs" disseram
-nos muitas vezes os grandes do Tanurijunara.
De qualquer forma, mesmo as pessoas que alm do "do
no da cabe a" no "recebem" nem adjunt nem Caboclo nozyxwvutsrqpo
so
possuiJas apena8 por um ser divino: todo santo faz-se com fre
qUncia acompanhar por um eri ou criana que o sucede no cor
po do vodunsi por um perodo mais ou menos longo de tempo, COn
forme o exija a l'iturgia. O'er comporta-se de modo infantil,
e sua figura contrasta muito com a do santo hiertico e sole-
ne. Al guns ve stud .o aos (cf.;p.e./'Verger, 1954 e 1955b) falam
das manifestaes dos eres em termos de transe; mas os adep-
tos das "seitas" afro-baianas muitas vezes desc.revem este su
cesso como p08sess~o: para eles os er~s sio ~ntidades que Se
eric arnam , de certa forma distintas 'dos seus "antecessores" no
arrebato.
59 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHG
Na l timazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPON
f : ~~ do ciclo LnzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQ
.ct .co , depois de rela-
ere-zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFED
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
quase sp~pre em portugus.
lativo dozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
3
,
de muito alta hierarquia, as vezes, e sempre em face de seus
principais iniciadores,ao encontr-Ias pela primeira vez numa
dada'ocasiio, t~m de prostiar-s~ de forma a tocar o solo com
o corpo, em decbito ventral;
12-
pis (s quando isto ocorre falamos de rolezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXW
reversaZ): nem os
ogans, v:g., sao, no comum, agressivos com as feitas, nem es-
taS (corno feitas) os tratam nunca jocosamente. O processo de
'viragens' - mais tarde lhe vamos perquirir o sentido - deli
neia-se na passagem, em termos amplos, da "distncia" para um
"contato informal". Assim se conotam~ de fato, cmbios (de p~
peis) notveis: mas o referencial dos mesmoszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVU
j a ordem pr~zyxwvuts
que se v invertida: n~s desempenhos discutidos,
fana zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
J
os
"pais" de modo bastante pueril atanazam os "filhos", e sao
castigados porzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
estes ... etc.
m aZJciosos,
v
ineptos para procriar (figuram-se
-
meninos) mas
dadores de fertilidade; combinam a clarividncia (podem pre-
72
73
NOTASzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH
l\.U CAP!TULO I (PARTE 11)
7. CL a prop sit o Nina Rodr i gue s , 1900, p. 60: "Lo rsque con-
trairement i ce qui vient d'~tre d~crit. 13 manifestation
du saint est par trop forte, on employe un procedi qu'ils
appe11ent tuer le saint~ au moyen duquel l'intensit ~
l'excitation diminue." Tambm Brazil (1908:900) informa a
respe i to: "quarid Ia manifestation de l' Ori s a eti t rop
forte, on doit 'tuer le saint'. c'est--dirc, suspendre
l'exitation.n
75
e naao que estudam~s nno se segue nisso uma regra tio es-
trita; todavia, observa-se a recorr~ncia ai,zyxwvutsrqponmlkjihgfed
da particula
ji ou je na composi~o das dijinas de feitos de Omolu (Ma-
nhongueji, Jijau~ Kejetu etc.). v.g.; tais nomes, segundo
temos dito, em feral se derivam de epicleses da divindade
(ou das divindades. no caso dos .orans e ekedes. quando se
ceve fazer refer~ncia no apenas ao "dono da cabea" da pe~
soa mas ainda ao o r .x para o qual ela se confirmou) em cau
s a.
::.::..CLa respeito Costa Lima. opus c i t , , p. 151: "A autorida-
de da me sobre os filhos se revela por v~rias formas ex-
~'.ressi
v a s , todas influenciadas pelo principio de s en i.o r i da
ee. Por exemplo, os filhos devem levantar-se sempre quando
a me entra no recinto em que por acaso estejam; pede~ se~
pre, a bno, cada manh. me, quando em residncia pe!
manente ou tempor~ria. ou quando chegam ao Terreiro; na o-
casio das festas maiores, devem prostrar-se diante de sua
m~e-de-santo, no barraco, e fazem isto, uma a uma, obede-
cendo ~ ordem cronc16gica de iniciao. Esse gesto de sub-
ni~:o e respeito obedece a uma norma especial de comporta
nen t o : os filhos que tm" santo homem". isto , cuj a orix
masculino, reverenciam a me com uma saudao chamada do
bal, quando se deitam de bruos, ao comprido. os braos
-
colados aos flancos. Os .que tm "santo mulher" usam a sau-
ic; isto , prostram-se diante da mee,
dao chemadazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
tados, viram sobre o brao direito, e depois sobre o brao
e s qu e rdo
"ic atum, ic 05si" - para depois pedirem
"bno l1
sua me."
77
I
I,
CAPiTULO 11 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONM
Os ERtS E O S M ABAO S
79 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH
81
!
~
I
i
i
82
que s t o ,
93zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFED
c) to s mulheres adultas;
~/
9SzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
I
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
98
:l .,.
tura parece inclusive firurada com freqU~ncia no eomlnlO
re1ipioso. O 'abuso' n~o raro precede, ~in~a que d~
~ troca entre os seres ctBnicos ou divinos e os honens; o
primeiro ato do seu defrontar-se fica assinala~o, de um mo
de muito comum, por "Lo cro s ' que se encenam no plano litr
103
., .,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZY
A
dozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
potlach se consi2eram eficazes inclusive para suscitar
a penerosidade ~ivina e n d~ natureza (vo fdem, ibiJem, p.
60). O potlach cifra um aparente esperdicio; neste ponto,
vale r ec ord ar+s e que o
~...
e spe rrt c i.o
i
...
e urna constante
.
nos r i -
tos em que se celebram os tlab2.as e os ers, li[ados 1112,-
.~ Sobre o sentido
...
t
e "a i scr o lo o i a" e "a scro Lg i co"zyxwvutsrqponmlkjihgf
-
aqui
v.zyxwvutsrqpo
Parte 111, ca~.Y
104
RONDA
107
I
I zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
108
ctabaqucs cte.
~~ ~~ ~ 1 PJern~rnDuco,
( +) an t o quanto nos X an~os (e n a szyxwvutsrqp
fc s-
tDS de Beje, n distribuic~o de ?uloseiD~s a meninnda ~ de uso
na Bahia ncs "cc:.rurus de Ccsre" e nas obriraes dos O!'; xs
r1a b.a
o 1 ve semnre uma certa b a l' nur
o s runv - c..i a , 1110
- reprimida
-~S
I"(l_ t~ler~1n
l., .' ne,. e~ ,n+~ 'ln~n
....e ~s~" lJT!l
...
(,C,....
<;:. __ C em o s~\.. n~d'
,"" L. nsrcel~e~r
,)\,;; .... Y10
'.J 1'1"-
e g 1t 1mo
riJT!3nia da "c('lrda dos Ibeji" descrita por C'.rneir::::
). TrlI'1-
b~ os crs era certas o ca s i e s CCstuE13m "a ssa Lta r" seus lTlCl1J)-
~ 1 ::5zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFE
sempro se afigur3 passIvo ...
EmzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
canzus de Braslia assistimos a "festas de Cos-
me" mui to concorridas, a ss i n descrevemos emzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUT
Ui11 outro estu
quezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFED
do (Trindade Serra, s.d.b).
"A cerinnia se realiza num clir.a de balbrdia in-
descritvel; depois que os mdiuns incorporan os espritos i~
fantis, colocam chapus de cone colorido na cabea, munem-se
de chupetas, apitos, lnpuas-de-sogra, pem-se a ~ritar, cho-
rar, lalar, puxam-se os cabelos uns dos outros, mostram a ln
gua. fazem c~retas. cantam e danam em cirandas, dizep poerni-
nhas de Escolq e brincam com os bales coloridos, as bonecas
e os carrinhos etc. que os cambonos (aclitos) distribuem en-
tre eles; os cambonos lhes fazem presente, ainda, de balas,
doces, confeitos e outras guloseimasi e a custo os reunem pa-
ra partir um bolo de anivers5rio que os garotos do 'astral'.
depois de sopradas as velas e cantados os indefectvis Ipar~
bens', consomem junto com os fiis, lambuzando-se a si e aos
mais pressurosos ou incautos."
I
de entidades: os cha~3dos exus-pagos, os quais se comportam
sempre como garotos. J vimos, em canzus candangos, alguns
nGdiuns possessos desses espritos; e podemos assegurar que
sua conduta muito semelhante, quase id~ntica. ~ dos er6s um
~ bandistas.
I
117
no s por Ob aLua i e , seu "p a i " , m3S ainda por Xnng e Ossanha,
de modo no muito raro; na verdade isto ocorre, porm, no di-
to meio, com poucas pessoas, e de forma um tanto excepcional).
Das diferenas assinaladas por Herskovits e Bastide entre o
culto gaachc e o nordestino, as mais marcantes e significati-
vas residem pois no fato de se admitir nozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWV
Batuque (segundo o-
corre tambm na Umb anda) que os Ibej i figurem como o '.'santo
principal" de uma pessoa; e no de se proceder a suas invoca -
es no Xir~. Seja como for, a circunstncia Je eles ai serem
celebrados com ritos que incluem a distribuio de guloseimas
crianada, e o comportamento singular daqueles a quem pos-
suem, tm paralelo em certos traos de seu culto na rea dos
Xangos e Candombl~s.
"'"
Indubitavelmente. muitas razoes assistem a Bastide
(1971) para destacar a do Maranho como uma rea distinta e
bem definida, em termos do distribuir-se das seitas de origem
..
africana no Brasil. Justifica~o o predomrnio not5vel que a1
tiveram o modelo de culto e as tradies religiosas daomeanas,
120
121
!
~,
,,' muito i
sempre um interregno,
if t tempo
taPl zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
bn s
gn c a Lva
um perodo
s : o do Car
m i n a
nav a I
CAPTTULO IV
LABIRINTO
126
co s e r e -.,
r i gr o sos ;; 1 -,
,-,LI gene a r i.cao e no uaomo cem c
,,-
Thoric s fI !.,UIlC[!U c ccr robc r am: "Ce n' c s t ~X1S pLlr h assard que
Le s Fon l Dahome y orrt une v i e poli tique due Ll e ( .. ) et une
rytholu[ie :~e Ia g~mel16it6, cellc ci aynnt )our tache de r6-
soudre Ia dialcctique das contraires (foncticn ~'5auilibra
t on ) ;" (Cf. Thomas & Luneau, 1975).
culto
dos
in its implicaticns for a more comp rchon s .ve unr.e rst and .n r of
African relirion.
129
er'e a szyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
h i we re e pertinente para alguns sbios do Candombl;
isso em princpio no nos impede de admitir que "the word el"G
1s Yoruban and is part of the complex of 'little creatures'
known as ijir.l8r~ ere Ggbere etc.", como quer
9 Herskovits;
alis, ainda caberia perquirir-se a possibilidade de um vncu
10 etimo15gico entre estes e o termo ashiwere.
Tampouco o fato de que os ioruba falam em omantun e
os afro-baianos em er deve confundir-nos; nio hesitamos em
reconhecer que e a mesma a divindade por aqueles chamada de
- 5 ~
Oya e por estes de Yansa. Bastide, p.ex . nunca o pos em du- '
vida, conquanto permaneam um tanto obscuros os motivos da di 11
port~SzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONM
i l'ge. et un ~IGment violent, vigourcux, charg~ par
exemple de I'excution des ordres du chef de groupe divin, et
qui est souvent dtrit comme le,plus jeun8 fiIs de ce chef ...
Dans le cas o~ le groupe divin pouvait ~tre Ia transposition
d'un groupe de personnalits historiques, dynastie par exem -
pIe, on pourrait peut-~tre dc~ler une hierarchie d'ge. zyxwvutsrqponmlkjih
(28
I
nior e outra senior de cada orix - pelo menos com grande fTe
qUncia -, nem por isso opem como grupos os deuses "mais ve-
lhos" aos "mais moos". Talvez deva ainda ponderar-se que uma
ia possuda ou por Oxaluf ou por Oxaguian, v.g., nunca p~
Ias dois - e no vemos como, neste caso. o er, ou os ers,
mediariam entre o 'ancio' e o 'jovem'. Finalmente, lembremos
que no panteon do Candombl existem tambm orixs infantis
(como Logunede e Ogun-j). e no s, portanto, "velhos" e a_ tl
:'~tatde veille, une ~~~?e sur le meme chemin que celui quezyxwvutsrqponmlkjihg
:es novices ont suivizyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Ia fin de leur initiation, vers le re
:Jur Ia vie norma Le Isto bem exato, e tem mais Lmpor t n
;!'
tor dezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Le Candomb1- de Brhia: "Au cours des c::rmoni0s, lor5-
que le dieu aqui tt avec Ia transe Le corps duzyxwvutsrqponm yev.o , celui-
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcba
\
137 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHG
que Cosme vouiait dire, c'6tait que l'~r~ ~tait fix6 aussi,
138
ExageroszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
parte, temos aqui uma importante notcia
~:erca de elementos fundamentais na liturgia dos er~s: seus
:2sempenhos ldicos, suas burlas e o rito da ximba - coisas
:2 que nos ocuparemos com vagar em outra parte desta disserta
;10. Por enquanto, continuemos seguindo a trilha de Bastide,
: estudioso que mais se preocupou com o problema em causa, e
:rocurou com ardor uma rota segur2 no labirinto dos vagos e
~ragment5rios testemunhos - por ele mais de uma vez esmiua-
:JS - a respeito do 'drama' das crianas divinas. Vale a pena
:itar ainda uma passagem onde o antroplogo reflete sobre os
:itos textos e informes, aqui j5 expostos (cf. Bastide, 1973:
::21-322) :zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Ia jeun~ fi;
arriv6e sous l'arbre parla en langue africainezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZ
le qui se 18issa choir volontairement. A Ia stup6faction g~nf
rale elIe se releva saine et sauve et se dirigea s6ance t~na=
te vers Ie batucag6 ou elle se livra une danse frene."
mer~, er~, egber~, e que tem como fonte a exist~ncia dos ;"
meus; nao sabemos, porm, se fenmenos psquicos especiai:
respondem a esta mi toiogia dos' anezinhos' ."
A procecncia e o impacto do achado colocam de
neiTa bem clara duas alternativas: ou os ers "so uma i:.
145zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJI
147 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
..
sa nao implicam em confund-lo com o de "folie enfantine" de
que fala Bastide, apoiando-se no testemunho do babalorix Cos
~e. Trata-se, na verdade,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
de um estado do santo.
148
ao do er zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
q u a por excelncia - como ambgua a de Eras
amb-izyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
.. zyxwvutsr
na poesiadialtica de Plato. Alis, to fcil entender o
sistema do Candombl pondo de parte o er, ou i2norando sua
natureza ambgua, como interpretar o sistemn platnico proce-
dendo da mesma forma com Eras.
ENFANTS TERRIBLES
..zy
153
159
cf. opus cit., p. 179); ?or outro lado, "Le r~le d'Ex~ ~ estzyxwvu
d'ouvrir le cheminzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
l'orix, de le mettre en relation avec
son fidele. et aussi de lui apporter ses prieres, ses dsirs;
e'est son messager fidele" (cf. ibidem p. 202). Pode-se ir
mais longe: se Exu o mensageiro dos orixas,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcb
o int~
o erzyxwvutsrqponmlkjihgfedc
conforme veremos adiante nesta dissertao.
prcte dos santoszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLK
J
Ha
mais, porm. Num valioso e interessantssimo eS-
tudo, Elbein dos Santos (opus cit.) mostta saciedade que os
Nag, com freqUncia, em certos contextos, pelo menos, repre-
sentam Exu como uma criana. Numa rescenso que fizemos da
mencionada obra (Trindade-Serra, 1978), criticamos a sua autQ
ra o fato de ter omitido, no captulo sobre este deus (cap.
VII), expor o carter de trickster do mesmo - um dado, alias,
notor1o e indiscutvel e que muito bem se combina com a ambi-
gUidade e o papel de mediador do dito orix. Ora, o carter
de trickster de certo modo vivido pelo er em muitos de I
o ESPELHO FECHADO
164
170
quecvel dezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Tata Uevi, a qual nos lepQya o verso de Pessoazyxwvu50
172
iniciao vai I reali 7.:}- lc " ".mpe rsonri-To ' _. l'or outras pala-
vras, dar-lhe nascimento em nosso mundo.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQP
Embora poucos o 'atualizem'. o santo acha-se, assi~
'latente' nos homens em geral e, pois, ta~m o er, seu 'do-
ble' infantil. Em todos ns dorme a Criana; e a msica sagr~
da, pelo menos em alguns, pode um dia despert-Ia.
A todo orix, a todo pnjo da Guarda corresponde um
Exu - seu "princpio dinmico!!, como diz Elbein dos Santos
(opus cit., capo VII), o !!escravo" atravs de quem ele atua.
Vemos claramente que Bastide tem toda razo em falar numa tr1
j,
plice estratificao mtica orix-exu-er. Como ele o exprime
uma passagem inspirada (1958:225);
"L'Orix peut n'tre pas fix. pas contrl parle
groupe, seulement 1atent dans Ia tte (.)zyxwvutsrqponmlkjihgfed
1 1 n'en est pas
moins vrai qu'il est pr6sent au dedans de lui. D~s 10rs, cet-
te structure psychique: Orix-Exu-Er, est thoriquement aus-
si une structure constante, un lment permanent de Ia dfini
tion de Ia personne."
Noutra obra ele volta ao ponto, embora de forma al-
go confusa (cf. Bastide, 1973: 186):
"Um dos meus informantes, A.F. de As sump o , chega-
va mesmo a dizer que no s ada pessoa tem um orix e um e~
comotamb6m a cada or x corresponde um exu ; o exu adquirindo
o santo e o ere
" '
-
ao Mesmo. Tendo em ns. de um modo virtual.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH
estamos assinalados por uma caracterstica que tambm o do
prprio mundo, para os Nap6 como para os Fon; Bastide estava
certssimo ao erir:ir o "principe de dualit", e ainda o sim-
trico "principe de coupure". seu corolrio e complemento. em
base da ideologia do Candombl, em postulados fundamentais dazyxw
ratio que estrutura e edifica este mundo. "Dualit"/"Coupure 11
,
I
I
t
inquieta linha de horizonte entre homem e deus - linha
se esboa o perfil da Criana ambrua. misteriosa e antiqUs-
sima. ____ - x;-------
onde
i
j
11
zyx
i
,I
175
CAP!TULO I
PREHBULO
180
183
. .
limbo. ao lado de fora do real, que tambm a fonte deste,
de todo c devir; por isso conserva qualquer coisa de "demoRia
co". Onde Goethe demon-aco.l diramos BEora Natureza. Mui-
dizzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
to nos lembramos deste grande pensador assistinco aos ritos e
convivendo com o povo do Candombl; e de um mode especial ao
defrontar-nos com os eres.
Mas prossigamos; vale a pena agora recordar uma co-
locao de Lvi-Strauss j5 mencionada aqui (p. \53 ) sobre a
natureza 'defectiva' dos elementos mediadores; com base no
postulado Ivi-straussiano cabe dizer-se que justo o "moins
~tre" do er a razo de se lhe conferir "une pIace entiere
dans Le syzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
s t me " - um posto, alis, sob muitos aspetos axial.
e p
e vo s ii cop a t o Lo g i"a ,
s 4 H
er si OVltS
kov i e Ba
as tt i.d
s
i oe , entre-
outroS, tiveram o grande mrito de remover tal escolho, e de
propor uma interpreta~o socio16gica dos mencionados sucessos;
sua proposta, no entanto, no chegou a efetivar-se - em part~
por que n~o foi colocada de maneira explcita e objetiva a
questo do siBnificadc dos fatos em causa. Sobre isso voltare
mos adiante.
186
Na medzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUT
i da em que t rata ram elos eres como
um fatozyxwvuts
!
VereerzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
e Herskovits, entre outros, nos ofereceram
algunS relances do mundo dos er~s; Bastide escreveu sobre
eles sem nunca os ter visto, a partir de informes colhidos de
aitiva, ou com base em leituras a esmo. Teorizando sobre da-zyx
dos to escassos, -
era mesmo de se espe~ar que nao alcanasse
resultados muito satisfatrios; mas, curiosamente, foi ele o
que melhor percebeu a importncia e o relevo do "problema" a-
qui discutido. Na sua abordage~, chegou confessadamente a um
impasse - cuj a soluo, se gunclo advertiu tambm com perfeita
franqueza, s poderia advir de novas pesquisas.
x
Conduzimos nossas investigaes num Terreiro "ban-
tu" num domnio onde, a crer em muitos e trig raf o s ,reina ap~
nas a "confuso" gerada pelo esquecimento das matrizes aut~n-
ticas do sistema do Candombl, conservadas estas apenas na m~
m6ria dos seguidores do tito nag6, ou ainda na de alguns de-
les, herd.eiros de uma tradio mais "pura". Ao esquecimento,
188
suazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
illocutionary force (cf. Habermas, 1970; Hymes. 1974;Sear
le, 1976). A palavrazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFED
t gestualiza-se
1
profundamente; ganha~ r~
levo as pausas que emolduram as vozes, iluminando-as ou proj!
tando sua rpida sombra no discurso, que este chiaro8curo tO!
na, com freqUncia. musical; alis, a msica pode alinhar-se
entre os drmena e os legmena~ que enlaa e confunde: os tam
bares falam e movem, as melodias significam e desenham um cam
po de realiza5es. Da mesma forma, as imagens sagradas atin-
rem a plenitude da sua presena, tornam-se agentes no decurso
t ir g ca ; nao raro. s ento que as coisas "apar~-
da obra lizyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQ
cem como sendo mais do que parecem". isto . como smbolos (v.
Sousa. 1973): assim se recimensionam o pouco de "simples" -
gua vertida nas liba5es, o humilde fio de rfia atado ao pul
so numa cerim5nia, a encruzilhada dos passos corriqueiros er
que um sacrifcio faz desembocarem os caminhos do universo
para no falarmos das figuras de todo criadas pela aao imag!
nadara: isso ocorre, p.ex . quando, numa sala nua. a dana
das ias erige uma coluna que liga a terra ao cu, ou os pas-
sos crepitantes de Ians encarnada edificam e visibilizam
muro intransponvel aos mortos.
o texto dramtico deste modo constitudo tem uma u-
nidade que nos permite falar dele como de um signo de outra
ordem. Por convenincia da anilise. ao nos referirmos a tal
smbolo devemos ter presente a distino peirceana (cf. Peir-
ce. 1932) entre type e token ("signo-tipo" e llsigno evento");
podemos ilustr-Ia recordando que por exemplo, ass .m
i mesm.Oj
fazemos uma clara diferena entre a Nona Sinfonia de Beetho.1
ven e qtialquer de suas execu6es (e com isso, & claro, nia !,
confundimos com sua parti t.ur a) . O mesmo se aplica ao ritual;!
mais adiante veremos a importincia de no o esquecer.
1 9 1 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
l
I
192
e pc,
!
I
j
J
195
-
Ainda outra coisa e preciso que levemos em con:
De acordo com o filsofo Gadamer (1972), o estudo de obje:
simb6licos se opera em dois nveis de anlise: no primeirc.
exeg5tico~ procura-se explicar o fen8meno pelo desvelament:
sua estrutura; j no segundo passo. o hermenutico~ ensaia-
a interpreta~o~ considerando os domnios da realidade a
o smbolo 'se refere'. ou que pelo ato de traz-Io preSE.
"'1 z
197zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
199
202 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONM
NOTAS AO CAPITULOzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZY
I (PARTE 111)
j
--~-
CAP!TULO zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSR
1 1 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH
MSCARAS
208
j
~::u:~:~:t~::an:::i~s~~c~~:~v:o~:o:a~:~a~~:e:~:ntad
no ~ de modo nenhum gramatical, os leisos se voem 'reclassi.
ficados' pelas crianas, que os chamam e tratam do mesmo modo
que [iOS "fei tos". Por outro lado. o grupo dos douteragonistas
no DraDa das Crianas evidentemente inclui. a15m de titularest
213
this reversal of time and thus a return to the prev i ous state.'
a ritual invol ving role reve.rsal pr esen t s i tself -as the mOde11
for symbolic ac t on ;"
' i
'-~
portamentos comparveis.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Jva'r.edade s ~e ccru-o r t araen t.o envol
vidas so bem limitadas, ainda que curiosamt;;nte contradit-
rias. As pessoas vestem-se com uniformes ou com roupas foza -
das; comem comida especial ou jejuam; comportam-se de modo
comedido e solene ou condescendem em abusos." Nota, a seguir,
que os mesmos tipos de conduta se assinalam nos ritos de pas-
sagem.
Amplia-se mais ainda o campo investigado quando se
repara que estes ritos tm em comum com inmeros outros -- de
sacrifcio, por exemplo - o simbolismo do nascimento suceden
do morte (Leach alude aqui a teses clssicas de Van Gennep,
opuszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
cit . e Hubert e Mauss, 1909). Colocando-se numa perspe~
tiva "durkheimiana ortodoxa" (cf. Durkheim, 1961) o ensasta
assinala que um festival representa uma mudana temporria da
ordem normal-profana da exist~ncia para a anormal-sagrada, e
logo um retorno no sentido inverso. Isso posto, aplica-sezyxwvutsrqponm
aozyxwvu
caso dos ritos festivos, em termos genricos. uma diviso es-
quemtica em etapas (mais ou menos coincidentes com as defini
das de modo costumeiro no estudo dos chamados "de passagem";
Leach apenas acre scenta mai suma, a 1tima, e por motivos pr
ticos, para facilitar o desenvolvimento de sua exposio.rei;
'I!
tegrando todas as sees temporais a que faz referncia). Di;
criminam-se assim as fases seguintes:
A separaao ou sacralizao
B - margem
C - dessacralizao ou agregaao
D - "fase" da vida secular normal. -,
~
l
Para ser coerente com o ponto de vista durkheimi~~1
deve-se admitir que as fase szyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
A e C' se opem assim como as 13 zyxwvut
D. Ora, D """vida secular normal"; logo, o comportament.o 10
camente adequado na etapa B "seria representar a vida
. J
225 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLK
:1
o 'seQundo episdio' do Drama dos Ers encena-se no . i
sa~zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
O
d e papis fi e "mascarada"
,
-
226 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONM
Cancombl, s no o consumamzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
de fato por rUEa da vti~a, subs
tituida op6rtunamente; um ludbrio acaba por teatraliz8r, mas
nao diminui em seu p~thos, a tragdia negra.
6 not6riazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONM
SezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
UT? 'astficia do poder' no fato de que
a estrutura negada assim mesmo acaba por reafirmar-se, e ...
re-
roduzir-se dialeticarnente. por outro lado, como Fortes ob
servou (1962:78; cf. Turner, opus cito supra, p. 119), d5-se
em semelhantes casos tambm, e sobretudo, o reconhecimento de
"um lao essencial e genrico - Turner quem assim o exprime
- sem o que nao poderia haver sociedade".
Vimos ainda que, em perfeito acordo com a tese de
I . ~ ,.
Rigby, uma'reciclaren1' auspiciosa do curso dos eventos na re-
ferida altura se opera atravs de um 'subverter-se'. em ter
mos simb5licos,
50S em questo;
da ordem a cujo imp6rio
e este 'subverter-se'
se conformam
consumido
os SUCcs
inclusive
-
por meio da 'rebeldia' - para volvermos a Gluckman. Com efei-
to, no Drama dos Ers notveiszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONML
cadas, e tanto podem
role reversals se vem signifi
interpretar-se nos sentidos indicados a- -
cima quanto em correlao com o definir-se da ordem 'anormal_
-saprada', em termos de Durkheim e Leach.
~. O carter equvoco das falas dos eres acaba assim por rein
terpretnr-se
.. ..zyxwvutsrqponm
e valorizar-se corno arnbigUidade , Lox i.ac a ',prQ
va de sua natureza oracular.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
I
CAP!TULO IV zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
,
r,
,~
.;
233zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC
235
matri z comum).
Mais adiante. deveremos examinar v e i e t voe C:~G o di
to cdigo compreende; nessa altura, temos de exprimir-nos eTI
conformidade com a defini~o mais estrita do termo t5cnicc
"rel!istro" formulada pai Denison (opus cit p . 158): "a re-
gister is any of those diatypic varieties which the member!:
af a given speech community are accustomed to think of as be-
236 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONML
,
I te); n~o ~ inteligvel
na mesma speeah community,
para quem s6 sabe o portugus,
o c6digo (a "lngua Angola")
usa~:
I zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
li que tratamos; por outro lado. as caracterfsticas bisicas des-
te l timo so o efeito combinado dos fatores "pr cvenanc e r
,
das funes mais importantes das crianas transmitir os "rec:
.'zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
dos" dos deuses que normalmente as precedem no transe. Ilstc~
costumam exprimir-se em voz baixa, num tom grave, atravs d~
sentenas mareadas por profundas pausas; mantm, enquanto is-
so, uma postura hierEtiea. urna atitude comedida e solene, co~
vertendo em m5searas inescrut5veis as faces das iaSs posses -
sas. s6 de raro em raro acomp~nham com gestos sbrios e com -
passados seu discurso; nunca interrompem os interlocutores.
em grande medidazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
impertinentes ( bvio que o mesmo nunca su~
cede no caso dos santos); e enquanto a voz de seus predecess~
res no arrebato exprime calma, equilbrio e fora,a das crian
as divinas, de um modo geral. tem o acento da lamria ou do
desafio irrizyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPO
t ado , corno a de "meninos malcriados" ou "dengozyxwvutsrqpon
50S"
250 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONML
__o'
.;l'
sua arne a a mais costumeira aos provocadores L:je E12ti-
:~ nU seu ku (quando pronunciam esta f6r~ulG costumam ainda
.,rlpular
......
o n a t i b i.u de
..
UJ'1 modo bastante expressivo) zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONML
tuc-us "sujo",
I
i
I:
Izyx
CAP!TULOzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
VI
gundo lhe falou, andava "com pouca sorte". A I'1ede Santo es-
tudou a queixa, consultou os cauris e apontou em seguida o r~
mdio para a situao: a ekerle deveria oferecer imediatamente
um caruru aos Ibeji. Ato continuo, a interessada providencio~
os ingredientes necess;rios e tratou de preparar, ela mesma,
a comida ritual dos mabaos, com o auxrlio das iaBs presentes
no Terreiro. Tudo pronto, e cumprido o preceito do sacrifrci:
prvio a Exu, consagrou-se a oferenda no pe]i. onde os "santi
nhos" receberam logo sua parte. Toda vestida de branco, a eh I
a salzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPO
va consti tl); L~:" "elomento por t ad.v- de ax!", conforme~i
monstra E'l be n dos Santos (opus cit . "cap , 111. pp.zyxwvutsrqponm
3 '1 )-4 2 ):::
Todavia.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
de sua condio ambgua que os
derivam um estranho poder. Ressumam. segundo dissemos, a
fa ori?in~ria; esto c~mo que fimidos ainda das fentes do li
l ., zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJ
UG. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
ra cont inuam unidos (cf. Sou s a , 1975), o informe limbo nos ci!
cunda. Fora disso, e aparte o fato de que a barreira entre ~
caotico e o domnio por ele cingido se representa, muitas ve-
zes, corno ameaada de sbito e catastrfico derribamento, re-
conhece-se se~pre a presena ea confuso nos interstcios da
ordem, onde no consegue afirmar-se o imprio distintivo do
sistema imposto - uma presena denunciadora das vinculaes
profundas entre ambos os 'campos' ou 'estados', da necessida-
de que faz passar de um a outro inelutavelmente. Outra coisa
tambm no oito contexto se pressupe: o cosmozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZY
assenta sobre o
caos.
Os antigos romanos, p.ex., imaginavam o todo como
composto de duas metades simtricas, por eles denominadas mu?!zyxwvutsrq
dus e imundus. M~ndu8~ a mais do significado com que passou
ao romance, tinha tambm o de "limpo", "ordenado", "puro" (em
nossa lnfua, os sentidos de "imundo" e "imundcie" o atestam
ainda hoje). Mas deve lembrar-se que o imun~u8 se achavam de-
positadas as poderosas sementes da vida, de tudo quanto exis-
te.4 De acordo com esta perspectiva, emergimos ns mesmos, i~
c1usivc, da "sujeira" primordial; pode talvez correlacionar-
-se com isto a to clebre quanto crua sentena de Santo Ago~
tinha: "nascemos e somos gerados entre fezes e urina".
Tais idias parecem flotescer por toda parte.
Chamemos ainda a ateno para outro ponto, de manei
ra muito comum, tambm, assinalado em semelhantes contextos;
trata-se de um 'axioma' passvel, qui. de exprimir-se pela
seguinte frmula: o cacs est para o cosmos assim como a natu
reza para a cultura. Com efeito, procedemos daquela, passando
a esta, e regressamos desta para aquela no circuito de nossa
existncia - e corno Santo Agostinho assinala, nos dois extre-
moS noS toca a 'imundcie' (justifica-se aqui o duplo sentido
ela palavra "e seatolo gia") .
272 i
te antropologia psicanaltica.
2. Alguns dos mais velhos do Tanurijunara cmp regavam o te.
lamburungunzo como um aumentativo de gunzo; assim desir
vam, portanto, a fora mstica elevada ~ sua potncia ~;
ma. Mas um dos grandes do Candombl disse-nos que o lam~
rungunzo o gunzo dos inquices.
A COMbDIA DIVINA
280 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONML
Er s!
Na fase dezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
~n semelhante festejo que antecede ao xi
~
re assim como na que lhe sucede, os santos das ias so cha-zyxwvuts
t ..
mados e "virados no er". Estes comparecem ainda, e da mesmn
forma, em obrigaes menores, que implicam no votar-se de ofe
rendas nos sacr~rios dos orix~s,
quando o toque do adjE mane-
jado pela Mametu induz ao transe pelo menos as muzenzas mais
novas. Isto pode acontecer num 'simples' bori, v.g.
appriszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
pe:>.c1.,.:ce tco priode :..::.
e zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONM
t vcu u, bl e ':3fInc.J.
() II
ne subsiste que des gestes du rituel, comm~ les salutationsl
et des reactions des sensations diverses:
- sensations auditives: rythmes des tambours,chants,
tintements de Ia cloche adza; cris de salutation aux oriSa;
- sensations olfatives et gustatives: odeur et gout
de l' a bo ;
mostramzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
ta c itu r n o s ou "dengl.-)sos".OzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPO
ervs no , o controle que se
nhum objetivavazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
U~ castigo. Promoveram-na alguns velhos ogans
que l-se achavam, simplesmente colocando-se num ponto estra-
tgico da Casa com os tambores sagrados, e desferindo de su~-
presa o irresistivel adarrum. Em pouco tempo, todas as "fei
tas" tinham "cado no santo" - e algumas delas dispararam pa.
ra a manhonga, tomadas de um arrebato selvagem que nunca ti ~
nhamos presenciado. Ns as vimos retomar, algum teQPo depoi~
cobertas ele folhas, desgrenhadas e com uma expresso inumana
nas faces, seguidas de ekedes j sem flego. Outros que conos
co assistiram a cena mostravam-se comovidos e um tanto assus~
tados - embora para alguns deles no fosse novidade o que
viam. Esse espanto e emoo ainda experimentvamos horas de-
pois.
Ogans amigos nos explicaram mais tarde que os san-
tos tinham "tomado grau" para que seu poder aumentasse.
As ias, quando tudo acabou, no se mostravam nem
mesmo fatigadas. Comentavam. todavia. que tinham levado uma
ximba.
A Me de Santo, por sua vez, quando lhe falamos da
impresso que a cerimnia nos causara, fez-nos uma observao
muito notvel: "J; isso. de fato.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJI
D vontade de ohoral'." Acres
centou ainda que o grau "de verdade" era dado na feitura, mas
"s no Angola". E concluiu: "O Angola, meu filho, muito s-
rio; terrvel mesmo."
o zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
"brincar" dos e:<~s cifra, pois, tipos :1lgozyxwvutsrqp
disti~
tos de desempenhos por eles cumpridos: alude-se desta maneirs
aos jorros n f an t s e folguedos
vrios a que se d ed i car (qua~
"Na soczyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVU
edade ocidental persistem traos de . ri~:sizyxw
~
Os ercs anseiam pela manhonga, nunca escondem 5 e 1.:
perene desejo de correr para o mato. Um desse~ meninos-santos
cheBou a dizer-nos que seu lugar era l~. De sua declara~0 se
infere que se considerava at6 certo ponto um estrangeiro nn
"espao urbano" do eqb o (o 0.110.1, de certa forma, no microcos-
mo do candombl represent3. o domnio da Cultura). Um estran -
geiro - ou um invasor ...
298
AS LUZES DA LOUCURA
305 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHG
Mas volteJ11':s
aos e::-3s.Tambm o medo pode enfuri-
-Ias. seu ptiico s vezes os torna terrv2~s. Emprega-se ai~-
i n.oni a do "bat .z ado",
da este recurso para os exasperar. Na cerzyxwvutsrqponmlkjihg
segundo nossa interpretao, inclusive o terror que os in -
candeia e alucina, desperta neles uma violncia tremenda. ~-
lis, muitos psiclogos tm falado sobre a ambigUidade deste
sentimento. (Quanto a isso. cabe acrescentarmos um dado impo!
tante: as crianas divinas demonstram, inclusive, uma autnt:
ca ternura e um verdadeiro apego amoroso para com os pedi, ou
pelo menos para com os iniciadores. em diversas instnciaszyxwvutsrqponml
mas esta claro que, no fundo, e de certa forma, zyxwvutsrqponmlkjihgfedcba
tamb~zyxwvutsrqponmlkjihg
:8
deiam. Isto mais do que nunca notvel no caso da Me de ~a~
to). Viver assim dita emoao no contexto dramtico dos ritos
equivale, a nosso juIzo. a submeter-se a um processo de ca~a~
se: purgam-se nas referidas circunstncias medos muito reais.
A frustrao e o pnico se combinam com a ira p~Ta
perturbar os sagrados meninos no rito da "Quitanda". O i;:;pa:::-
to brutal do adarrum sobrevm, como num tratamento de choq~~-
cujo efeito nos pareceu extraordinrio.
A fria. a tenso acumulada, segundo se acredita,
transforma-se em poder. Os atos a que nos referimos se cu~-
prem com o objetivo de aumentar a fora da criana e do santc,
de "dar-lhes grau".
Assim, de acordo com o ponto de vista dos mestres
do Candombl, nesses transportes selvagens opera-se como que
um salto - "un ciego y oscuro salto", para o expressarmos nos
termos poticos de S. Juan de Ia Cruz - e se atinge ou apro -
funda uma 'capacidade' superior.
V-se como uma manifestao da dita capacidade o lu
minoso descortnio atribudo aos santos e ers.
310
.. -
"Enfin. il faut noter, dans eertains caso des phnozyxwvuts
menes relevant de Ia parapsych01ogie: projection dans 1'espa-zyxwv
J
lis, oszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
sintomcs do arrebato~ interpre~an-se como provocadas
nO paciente pelo agente divino, e por sua energia supcrioL No
caso do no-iniciado que entra em transe~ porm, dita energia
se manifesta em estado bruto, e de certo modo, ou em certa
medida, ineficaz, por que no tem ainda como dirigir-se, no
se acha eon-formada a um padro operacional que lhe d~ senti-
do (significado e direo). Fala-se mesmo, neste caso, em "san
tO bruto" - quer dizer, 'amorfo'. O santo, de fato, 'nascera'
ou se con-formar, atravs da feitur. Sua energia ser, no
dito processo, canalizada, controlada, tornada capaz de mobi-
lizar-se significativamente: entre outras coisas, "abre-se azyxwvutsrqp
f. Ia"
D. do orix encarnado durante o initium. Da por diante, ozyxwvutsrqponmlkjihg
arrebato no s produzir meros sintomas, mas expresses signi
fioativas do poder divino. Este, por suposto, transcende a ca
pacidade humana, inclusive quando assim (por meio de um mor-
tal) se manifesta, pois tem um alcance muito maior. Pode-se
ainda. todavia, increment-Io. Como se procede para obter tal
resultado?
O santo fortalecido, antes de mais nada, por sa-
criffcios que lhe revigoram o ax. Mas existe, alm do referi
do, um outro meio de acrescentar-lhe o poder: "dando grau". A
expresso "dar grau" de um modo m~is especfico se emprega c~
mo alusiva a uma parte do ciclo inicitico, a inquita (grau e
inquita constituem verdadeiros sin~nimos, em alguns contex
tos). Todavia, o fato ~ que a mesma se usa ainda em diversas
circunst~ncias. a prop6sito de ritos distintos embora, num
ponto importantssimo, profunda~ente similares ao que consti-
tui o mencionado epis6dio da feitura. Assim, tanto no caso da
cerimnia do adarrum realizado de surpresa (cerimnia descri-
ta aqui no captulo anterior) quanto no da "Quitanda", disse-
ram-nos depois que os santos haviam "tomado grau". Com isto
312
.
arraigado consenso, reafirmam o caos onde com trabalho e pena
impuseMos a ordem. O medo aos loucos o medo de enlouquecer.
Sem dvida a. idia, afirmativa dos "poderes dos fra
cos" , de que os desvairados, os tontos, os bobos ate. podam,
nos seus delirios. por a manifesto uma sabedoria superior se
correlaciona com o postulado durkheimiano das rela6es sim~ -
tricas entre a ordem normal-profana e a anormal-sagrada: os
msticos do cristianismo sempre nos advertiram de que perante
a divindade o razoar humano ~ tolice, e a loucura de Deus ~
para n6s a mais elevada raz~o. Mas tal id~ia tem ainda um fun
damento objetivo, cifra a constat~o de um fato concret~
quem nao absorveu de todo o esquema, ou no se acha fascinado
por ele, fixado ao mesmo por um h~bito digno, justo, racional
e salutar, mas em todo caso obsessivo, quem n~o se encontra
mergulhado por inteiro nos interesses determinantes do proces
50 seletivo e padronizador da constru~o social da realidade,
2. Hux1ey refere-se -
desta forma a teoria bergsoniana segundo
a qual a funo do crcbro e do sistema nervoso , princi-
palmente, eliminativa e no produtiva. Cf. Huxley, 1974:
10 sq.
3. i , 1971.
Cf. Suz ukzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQP
yo A <'- 3::>.
4. Plato, Phacdrus, Z
CAPITULOzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPO
111
O BARCO ~BRIO
321
no idioma dazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
seniority - vig~nte entre os membros de cada gr~
po de pessoas levadas ao runk6 numa mesma ocasio.
O quadro s vezes se revela muito complexo. Assim,
os feitos de um Il Ax podem ter tido distintos iniciadores;
inclusive d-se o caso de que urnapessoa "raspada" depois de
outra o tenha sido pelo Pai ou Me de Santo de quem "fez" -
quela; por outro lado, ainda os filhos do mesmo Tata ou Mame-
tu sempre mais ou menos se distanciam conforme os "barcos" a
que pertencerem.
Verifica-se uma profunda solidariedade entre os "ir
mos de barco", que chegam a identificar-se e tratar-se como
um bloco homogneo em muitos aspetos, apesar de constituirem
um grupo hierarquizado. "Ns estamos ligadas como se fosse
por um umbigo", disse-nos uma ia: "O ax da Mametu passa pa-
ra a Dofona, depois da Dofona para mim, que sou a Dofon;-t;-
nha, e de mim para as outras. O que uma sente, todas sentem."
Conforme ainda nos explicou, um castigo. ou um dano, infligi-
do a qualquer das companheiras poderia atingi-Ia; mas de igual
modo esta comungava o aumento de gunzo e outros xitos msti-
cos logrados pelas irms.
Os nomes por que se designam os componentes de um
tal grupo, e que definem sua hierarquizao, vm a ser os se-
L Dofona (o); 2. DofzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQ
on t t t nhe (o); 3~ Fomo; 4. Fom.9.,
guintes:zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
e
1
te anos - pois quase s eripr e tm lugar no seu decurso . .i\ludi-
mos aos "trabalhos" de "assentamento do ExuH e de "assentamen
te do njunt6".
r) .
mas d:1s aves Lmo lad as ; 3c:ercam-nas, por fim, CC'I'l os sa or a.lc s
adornos.
m!,,-"~~os
__ (,~doshu '., c~l cnt)~(,'
..
~ ('nC, l.,r.I~~. Isto se processo. no. ceri~: -
~ ,'"U - _. ~
-
tu, c se combina a oferendas especiais. Suspendem-se ento ai
runs Ln t erd i tos que pesam sobre a muzenza, como os de lavar IJ.
3. Referimo-nos ~ inquita.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH
A TRAG~DIA NEG~\
337
ler Ies oriSa et les gens pouvaient alors sortir de leurs ca-
~ttes. Les oriSa dansaient, puis taient ramrnens l'tat
d'ere. Ayant retrouv leur calmo, ils reprenaient alors leur
vi e l' intrieur du rnk. 11
~r _~
ja, o retorno ~ aldeia depois da inquita - assim rnesm:zyxwvutsrqponm
si on ad a -, episdio que "rappelle tranrrement l' arr i ve _-_25
de, por um. perodo cuja durao varia entre um e trs dias.
As crianas divinas erram como selvarens pelo mato, alimenta~
do-se do que encontrarem a (ou 'saquearem' nas redondezas);
comportam-se (:e maneira estranha e arrebatada: sobem nas rvo
res, rolam sobre moitas de urtigas, gritam e deliram, cobrem-
-se de folhas e se desgrenham; enquanto isso tambm procuram
as pedras e outros sacra que identificam e, de certa maneira~zyxwvu
sc seus respectivos orixs. No raro, capturam cobras que
trazem consigo na volta ao Terreiro. Quando para a retornam,
atendendo aos apelos dos tambores e ao chamado das ekedes (ou
~a ekede: quase 56 se aventura no drama, e ~ a Gni
sempre umazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
ca pessoa imune i viol~ncia dos ers). mostram-se num estado
de fria desumana e terrvel. Todas as pessoas que se encon-
tram no Il Ax devem trancar-se muito bem e permanecer quie-
tas, silenciosas nos aposentos da Casa; apenas os alabs fi-
cam a postos no barraco. Refupiam-se ~a dita forma tanto os
profanos como os iniciados em geral - os padi e madi correm
mesmo um [rande risco. Mais do que todos, por~rn, a Mametu (ou
o Tata) deve esconder-se, guardar-se com extremo cuidado - e..
ela a vitima desejada com ardor pelos eres.
despedaam. 3 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Soa logo o adazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJ
r-rum , que faz sobrevirem os san t c s
.~-
de os santos se cobrem de folhas ou rolam sobre urtigaszyxwvutsrqponmlkji
fram o processo mais usual de ximba; o mesmo sucede
tem lugar o adarrum de surpresa, num Leri. Na cerim6nia __
Quitanda, de igual modo, vemos os ers entregues a um arreca-
to de grande violncia, que. induz a fugir c esconder-se os ci=:.
cunstantes - e tambm neste caso s umadarrum pode control~~,
ou melhor deter as cricn~s, substituindo-as pelos santos.?c~
fim, como no brinquedo' do batizado, ocorre um s acr f c i o e n
!
..zyxw
A maneira como se opera o sacrifcio do "grau" e
muito significativa. Seu car~ter simbolicamente aut~nticozyxwvutsrqponmlkjihgfe
se
manifesta com clareza quando nos lembramos de um fato bem co-
nhecido: acredita-se no Candombl~ que certas opera6es m5gi-
cas realizadas com as roupas de uma pessoa, destrudas duran-
te o rito, podem lev5-la ~ morte: em verdade, destruir as ves
tes ~ j, de certo modo, matar. No h exagero em dizer-se
que os er~s sacrificam, em efgie, a pr6pria M~e de Sant~ Fa-
zem-no, alis, de um modo que chama a ateno: dilacerando.U-
tilizam para isso a princpio os natibiu, que sao vergas, ra-
mos de rvores e se chamam tambm ator;; ora, de acordo com
Elbein dos Santos, esses atori, assim como as folhas e as pl~
mas (lembremos, a p rop s t o , que em sua jornada no mato
os
er~s se cobrem de folhas, e retornam deste modo enfeitados ao
Terreiro) representam a prole divina em diversos contextos sir
b61icos no Candombl; por outra parte, em v5rios ritos e mi-
tos no mesmo universo, ainda segundo a referida autora, o pr~
cesso de criao ~ figurado de maneira constante como um fraR
mentar-se de uma matria-massa originria. que assim se 'dila
cera~. Alis, a rec6rr~ncia desta idia em distintossi~temas
mf t .co s .e re l i gio so s de fato notvel; temos a um verdadei-
rozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
leit-motiv de inmeras teo ecosmogonas por todo o mundo.
Paran~o nos distanciarmos muito de nosso campo de estudo, re
cordemos apenas um mito nag, desde Ells (1894) bastante co-
nhecido: conta a est6ria que Iemanj, violada por seu filho
Orungan, deu ~ luz, em conseqU~ncia. a todos os grandes deu-
ses, rompendo-se o seu ventre no parto.
345 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
TRANSE E FOLIA
350 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJI
351
~
riando suas premissas - emprestou maior relevo, julgamos nos,
a nspetos idiossincr5sicos e a motiva6es individuais dos su-
jeitos abordados (submetidos a testes projetivos coma c
Roscharch);l o m~todo de trabalho parece critic5vel na medida
em que o inqu~rito s6cio-antropo16gico se afigura deficiente.
Talvez por isso o estudioso tenha chegado, ao cabo. a to po~
cas ilaes.
muito mais razao quando - como o caso dos filhos dos "ori-
x", que o mais das vezes pertencem s classes baixas da so-
ciedade, Lav ade i.ra s , cozinheiras .
, empregadas domsticas - se
trata de despir a roupa da servido cotidiana para vestir a
roupagem brilhante dos deuses" ...
rla ocorre tamb~m outra coisa: o mimo executado pela ia6 pes -
5e5sa 6 basicamente o de uma verdadeira 'diacosmcse', de atos
e formas que significam e definem um universo. Os deuses fig~
ram imagens que se impem a ns do prprio mundo; representam
assim, antes de mais nada, 'caracteres'zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUT
culturais. Afeioar-
-se ao orix afeioar-se prpria cultura, consentir em seu
irrmrio no mais intimo de nossa alma, abdicando inclusive de
'ieiossincrBsia5' que se redefinem como 'produzidas' de algum
jeito pelo modelo.
dezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
L',(1 eus em vez de um nico eu rcspcn svezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVU
I.". "Ha s isto riao
significa, evidentemente, que se possa absolver de 'anormali-
dade' todos os casos de 'dissociao'.
De qualquer modo ozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGF
paralelo entre o fenmeno reli-
gioso discuti~o e certos distGrbios mentais no deve ablite -
rar-se; acus-Ia no equivale a reincidir nas teses simplifi-
cadaras que reduzem o xtase, o transe em qualquer de suas
fermas, a manifestaes "doentias"; abre-nos, pelo contrrio,
uma outra perspectiva bem distinta. segundo veremos adiante
com auxilio de L~vi-Strauss e Bastide.
Conv~m agora que nos reportemos s 'teorias psicop~
tolgicas' de xtase, teorias cuja superao, insistimos, re-
presentou um progresso notvel. No caso especifico do Candom-
bl e de outros cultos afro-brasileiros foi por a que se co-
meou. O pioneiro Nina Rodrigues (1900) explicava o transe
das ias como puro sonambulismo com desdobramento de persona-
lidade, delirio histero-hipntico, mono-idico. provocado pe-
la dana, pela fadiga de ateno e pela sugesto; em apoio de~
sa tese invocava 6s estudos psiquitricos de Janet e Pitres.
Artur Ramos seguiu pela mesma trilha: recorreu a Kretchsmer,
Janet, Charcot, Freud etc. em sua anlise do fenmeno, e con-
cluiu que o mesmo se relacionava com "estadoS mrbidos psico-
lgicos, agudos, sub-agudos e crnicos comuns histeria, es-
tados sonamb~licos. hipnticos, oniricos. esquizofrnico~ sin
dromes de influncia, quase sempre com modificao da cons' -
cincia e da personalidade" (Ramos, 1940:272) ;j antes Quer!
no (1938:71) a propsito disso falara em "auto-sugesto". Nos
seus estudos sobre o Xang pernambucano, Gonalves Fernandes
emitiu opinio semelhante de Ramos (cf, Fernandes, 1937).
Mais recentemente, Verger considerou em parte aceitivel o pon
356 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH
CAADORES DE ALMAS
367 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
alegres jovens. Logo, todavia, que Ians tocou uma delas com
seu ramalhete, a moa caiu ao solo, rgida e inerte. Dois
ogans a removeram incontinenti para o Quarto dos Santos, seg~
rando-a um pela base do crneo e outro pelos ps. Um dos '~is
velhos" gritou logo: "plantou, deixa nascer!" Mas a Mametu,
sem dar-lhe ouvidos, correu a tirar do transe a pequena arre-
batada, cuja irm, enquanto isso, chorava de puro pnico.
o autor da exclamao mencionada ("plantou, deixa
nascer:") quisera sugerir com isso que se recolhesse de ime -
diato ao runk a jovem inconsciente. Outrora, segundo nos cog
taram, nno era muito raro que se procedesse assim; soubemos
de casos de pessoas que despertaram j "feitas" do fulminante
arrebato inicial, descobrindo com surpresa e perplexidade os
sinais do ocorrido num longo perodo no registrado em suas
memrias: a ausncia dos cabelos, a indumentria trocada, os
adereos e insgnias 10s deuses em seu corpo, o ambiente des-
conhecido etc., a denunciar o fato consumado de seu ingresso
na seita.2 A Mametu Conderen, segundo nos revelou, opunha-se
com firmeza a realizar uma "feitura" nessas condies, por
mais que o consentimento da famlia do iniciado - com o acor-
do logo buscado da qual era costume assim agir - lhe fosse ga
rantido. "O choque da pessoa muito grande", argumentava; e
ponderava, alm disto, fato de que, entrando desse jeito 'ha
lei do santo", o indivduo no pode ter uma idia clara das
responsabilidades decorrentes; cabe mesmo recear-se que se ve
370zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZY
371
373
374zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB
NOTAS AO CAP!TVLOzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLK
1 1 (PARTEzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXW
V)
apenas a purifica-
1. O objetivo deste procedimento ritualzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQP
o dos pacientes. Como se diz no Candombl, "serve para
limpar o corpo".
2. Binon Cossard (1970) narra casos semelhantes.
imposio do destino, , nestes casos,
3. O que se herda. porzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
um "compromisso" com as divindades, cujo arbtrio escolhe,
entre os decendentes de uma pessoa iniciada, o novo porta-
dor do "carrego". De qualquer modo, pode dar-se o caso de
que os filhos de uma Ialorix. por exemplo. "nada tenham a
ver com o Candombl".
4. Cf. Atos 11, 29.
CAPfTULO 111 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONM
AS VIAS DA CATARSEzyxwvutsrqponmlkjih
} .
382
j
ter pa~~do algumazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
vez pela condio de quem procura seus serzyxwvutsrqpon
'-'" '-'
-
j
391
f
de religies entusisticas diversas.
2. A expresso foi cunhada por Pouillon. opus cito
3. Na terrninolopia de Palrar (1962, 1963); ver ainda Ibiez--
-Novion e Trindade-Serra (1978).
4. O termo "terapia" vem do grep:ozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJI
therape{a, que designa tan-
to uma atividace mdica quanto o culto de divindades.
S. Ver, a propsito, Ibnez-Novion e Trindade-Serra, opus Ci~~1
Os autcres referidos distinguem entre "itrico" e "mdico",
reservando o primeiro termo para desir,nar os saberes e pr~
xes de apentes profissionais da sa~de.
6. Usamos aqui o termo "etnomdico" no sentido de KleInmann ,zyxwvutsrqpo I
1974.
)(
d I
..,..j
lc1,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA I
io
)s
BIBLIOGRAFIA
394
!
i Renaissanae, revue de l'Ecole Libre des Hautes gtu
des de New York, vols. 11 e 111, pp. 13-29.
1945b- Imagens do Nordeste M{stico em Branco e Preto. Rio
!
!
r,'
de Janeiro, Empresa Grfica O Cruzeiro S.A.
i
1958 -zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Le CandombZ5 de Bahia (Rite Naga). Par~s, Mouton et
ce.
1959 - Sociologia do Folclore BrasiZeiro~ so Paulo, Anhe~
bi.
1968 - "Religies africanas e estruturas de Civi1izaozyxwv ll
:881-904.
BUBER, M.
1961 - Between Man and Man. London, Fontana Library.zyxwvutsrqponmlk
CfJ"1ARJ\ CASCUDO, L. da
1965 - Made in Africa. Ria de Janeiro, Civilizao Brasi -
leira.
396
CAMARGO, C.P.
1961 -zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Kardecismo e Umbanda. so Paulo, Pioneira.
CANNECATIM, FR.B.M. de
1859 - Obaerva5es Gramaticaes sobre a L{ngua Bunda ou An-
golense. Lisboa, Imprensa Nacional.
Cf,PELLO, H. e IVENS, R.
1881 - De Benguclla s terras de Iacca. Londres.
CARDOSOzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
DE OLIVEIRA, R.
1976 - Identidade~ Etnia e Estrutura Social. so Paulo, Li
vraria rioneira Editora.
CAr~\JF.
I RO, E.
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
1936 - ReLigies Negras': Notas de Etnografia Religiosa. Rio
de Janeiro, Civilizao Brasileira.
1937 - Negros Bantua. Rio de Janeiro~ Civilizao Brasilei
ra.
1938 - "Xan g'", Novos t.u do e Afro-Brasi leir'oB, Trabalhos
EszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
apresentados ao I9 Congresso Afro-Brasi1eiro do Re-
cife. Rio de Janeirc, Civilizao Brasileira.
1939 - "M'es de Santo", PrC'vwia dezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPON
so Pe dr o, 11: SI-53.
1940a- "Uma Reviso na Ethno['rafia Relif'iosa Afro-Brasi1ei
r a'", O Negronn Rrasi'L Trabalhos apresentados a
119 Conrressa Afro-Brasileiro (BA). Rio de Janeiro,
Civilizao Brasileira.
1940b- "The Structure o f African Cults .n Bahia". ourm al-
of American Folklore" 53:271-278.
1961a- CandombZ~~ da Bahia. Rio de Janeiro. Ed.Conquista.
1961b- Samba de Umb-i qada , k .o 'de Janeiro. MEC.
1964 - Ladinos e CriouZos. R{o de Janeiro, Civilizao Bra
silera,
CHERRY, C.
1971 - A Comunicao Humana. so Paulo, Cu1trix.
CH01'-1SKY.
N.
1971 - Linguagem e Pensamento. Petr6polis. Vozes.
CLOUZOT, H,G.
1951 - Le ChevaZ des Dieux. Paris, Plon.
CORRE IA LOPES. E.
1939 - "O Kpoli de Me Andresa". O Mundo Portugus,99:143.
~y
i1z
397
CORREIA LOPES, E.
1940 - "O pessoalzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
ppe". Revista do Brasil., n9 20. Rio de
Janeiro. (Trceira fase).
COSTA EDUARDO, O.da
1946 - "Three-way Relirious Acculturation in a North
Brazilian City". Afroameriaa. Journal de l'Institut
Intt:;>.rnational d'ttude8 Afro-Amriaaines. Mxico, Fon
do de Cultura Econmica. -
1948 - "The Ne pro in No r t hern Br azi L'",zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQ
ton oqraphe of the
American ~thnologiaaZ. Soaiety., XV. New York.
COSTA, F.
1974 - A Pratica do Candombl no Brasil. Rio de Janeiro~
Ed. Pe res ,
COSTA LIMA,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
V. da
1966 - "Os obs de Xan?". Afro-sia., CEAO. n9 2-3.
1976 - "O Conceito de 'Nao'.nos Candombls da Bahia".
Afro-sia., CEAQ, (12):65-90.
1977 A Pamilia-de-Santo nos Candombls Jeje-Naga da Ba
a=G'rup a i e , Disserta-=-
h i a: um Estudo de Relaes En t rzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXW
o de Mestrado aprovada em 1972. Salvador, UFBa;
mimeo.
COX, H.
1974 - A Pesta dos Poliea: 11m Ensaio Teolgiao sobre Fes-
tividade e Fantasia. Petrpolis. Vozes.
DA MATTA, R.
1973 - Ensaios de Antropologia Estrutural. Petr5polis. Vo-
zes.
DENISON, N.
1971 - "Some Observations on Languape Variety and Pluri
1Lngua Iism". Soaia 1- An t.hropo logy an d Language ( Ed.
E.Ardener). London, Tavistock Publications.
DENNET. R.E.
1917 - "How the yoruba count". Journal of the Afriaan
Society., XVI(LXIII).
DEVE REUX, G.
1973 - Ensayos de Etnopsiquiatria General. Barcelona, Bar-
ral Editores.
DIETERLEN
1951 - Essai su!' la Religion Bambara. Paris. Presses Uni -
versitaires de France.
398zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFE
DaDDS, E.R.
1951 -zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
The Greeks and the IrrationaZ. Berke1ey,zyxwvutsrqponmlkjihgf
B,0.V
DOS SANTOS, D.M.
1961 - Contos Negros da Bahia. Rio de Janeiro, Ed.G.R.D.
1962 - Ax5 Opa Afonja. Rio de Janeiro, Instituto Brasilei-
ro de Estudos Afro-Asitic05.
1963 - Contos Naga. Rio de Janeiro, Ed. G.R.D.
1976 - Contos Crioulos da Bahia. Petr6polis. Vozes.
DOUGLAS, ~1.
1976 - Pureza e Perigo. So Paulo, Perspectiva.
DURKHEIM. E.
1961 - The Elementary Forma of Religious Life. New York,
Collier Books.
EISENBERG. L.
1977 - "Disease and l1nes5. Distinctions between professio
na1 anelpopu Lar ideas of sickness". Culzyxwvutsrqponmlkji
ux-e , MedieI
t zyxwvutsrqponmlkjihgfedc
ne and Psyehiatry, 1(1) :9-23.
ELBEIN DOS SAl'nOS. J.
1976 - Os Naga e a Morte. Petr6polis, Vozes.
ELI1-\DE,M.
1961 - The Sacred an the Profane: The Nature of ReZigion.
New York, Harper and Row.
1964 - Shamanism: Archaic TechniquGs of Ecstasy. New York,
Pantheon Books.
ELLIS, A.B.
1890 - The E~e-Speaking Pcoples of the Slave Coast of WeBt
Africa. Londres.
1894 - The Yoruba-Speaking Peoples of the Slave COBt of
Wcst Afric. Londres.
ERVIN-TRIPP, S.M.
1972 - "An Analysis of the Interaction of Language, Topic
and Listener". Readings in the Sooio"logy of Language
CEdo J.A.Fishmann), pp. 192-208. Paris, Mouton.
EVANS PRITCH1\RD, E.E.
1971 - "Quelques expressions collectives de llobscenit en
Afrique". La Femme dane Le e Socits Primitive.s. Pa
ris, Presses Universitaires de France.
1973 - A No5o de Bruxaria oomo Explioa5o de Infort~ni08.
Braslia, Ed. Universidade de Braslia.
399zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH
F,\BREGA, H.
, 1972 - "Med .ca I AnzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWV Review oi Anthropo
t hr opo Lorty'",zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLK
enn-i al:zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZY
B-izyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONM
Zogy~ 1971. B. Siege1 Ced.), pp. 167-229. Stanford~
Stanford University Press.
FABLEGA, H. & MANNING. P.
1973 - "An Inteprated Theory of Disease: Ladino-Mestizo
views of disease in the Chiapas High1ancls". P8yaho-
80matia Mediaine, 35:223-239.
FARROW, Stephcn S.
1962 - Faith, Fanaies and Petiah~ or Yoruba Paganismo Lon-
dres. '
FERGUSON, Ch.A.
1964'- "Diplossia". Language in CuLture and Society: a
e ade in l.i.n qu-i e t-i ce an d an tih rop o togy (Ed. ,D. Hyme s),,
pp. 429-437. New Yo rk , Ha rpe r and Row Publishers. '
FERGUSON, C.A. & GUMPERZ, J.J.
1960 - ~ingui8tic Diversity in South Asia: Studics in Regio
na l, Social and Puno+i onal: Y ar-i a t-i on ' In t erna't Iona I"
~~IJlii.l..-O.UmericanLinf-uistics, 26 (3) Par t 111'.
B1oomington, Indiana University Research Center in
Anthropo1ogy, Fo1klore and Linpuistics, Pub1ication
13.
FERNANDES. G.
1937 - O Xang do Nordeste. Investigaes sobre os Cultos
Negro-Feitiaistas do Reaife. Rio de Janeiro, Civili
zao Brasileira.
1938 - O Fo l.c l-o re Ugiaodo -No rde e t:e , Rio de Janeiro, Civ.!
lizao Brasileira.
1941 - O Sincretismo ReLigioso no BrdBil. Curitiba, Edito-
ra Guara.
FISHMAN, J.A.
1971 - Soaiolinguistique. Bruxelles. Labor.
FORDE, D.
1951 - The Yoruba-Speaking People of South-Western Nigeria.
London, International African Institute.
1962 - "Death and Sucession: An Analysis af YakU Mortuary
Ritual". The Ritual of Social Relations (Ed. M.
G1uckman). Manchester, Mnnchester University Press.
FOUCART, P.
1911 - Les MY8teres d'ELeusis. Paris, Librairie des Archi-
ves Nationales et de Ia Soci~t~ de l'~cole des Char
leso
400
FOUCAUL T.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
f'.t.
As PaZo.v~o.8 e as Coisa8. Lisboa, Portuglia Editora.zyxwvutsr
1967 -zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
FRI\ZER, J.G.
1940 - The Golden Bough. New York. Macmil1an.
FRIKEL, P.
1940-41 - "Die Seelen1ehre der Gege une. Nago". Santo Anton-!,o3
r7). 192-212.
FROBENIUS. L~
1934 - Lo. Cultu~a como ~er vivientci MadTid~ Espasa Calpe.
1949 - Mythologie de l'Atlantide. Paris. Payot.
GADf\.ME
R, H. G.
1972 - Wahrheit und Methodc. TUbinfen~"Paul Siebieck (Mohr)
GANSCHNIETZ,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
F.
1933 - "Katabasis". paulys Rea.lencyclopld"ie der Ctassizyxwvutsrqponmlk
i t e r t umeio-i e e en e ch a f t: 10: 23 59 -2.'~,~
e ch en A zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONM
j 9.
GEERTZ. C.
1966 - "Re1igion as a cultural system". Anthropological
Approaches to the Study of RcZi~ion. London, Tavis-
tock Publications. (E:d.. V\.$"","b) . '
GENNEP. Van
1977 - 08 Ritos de Passagem. Petr6polis. Vozes.
GLUCKMAN, Max
1963 - Order and Rebellion in Af~ica.n TribaZ Society. Lon-
don, Cohen and West.
1962 - "Le5 Ri t e s de Passape". The Ritual- of So c-i a l.Re l:a -
tions (Ed. M.G1uckman). Manchester, Manchester Uni-
versity Pressa
1965 - Politics, LalJ and Ritual in Tribal Society. Chicago,
Aldine Publishing Company.
1974 - Rituais de Rcbeli~o no Sudeste da Africa. Cadernos
Je Antrol'o1opia, 4, Editora Universidade ele Bras -
lia.
GOFFMAN, E.
1975 - Estigma: Notas sobre a Manipula50 da Identidade De
teriora.da. Rio de Janeiro, ZahaT.
GOODENOUGH,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
W.H.
1969 - "Rethinking Status ano Role: Taward a General Model
of the Cultural Organization af Social Relation
ships". Cognitive Anthropology (Ed. J. Tyler). New
York, lIoIt, Rineheart and Winston.
~Ol
GOFH1AN, E.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
A Representao do Eu na Vida Cotidiana.
1975 -zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
GOSSE\', G.H.
1972 - "Tenrpral and Spatial EqnivalentszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSR
in Chmul Ritual
Symbolism". Reader in Comparative Religion: An An-
thropological Approaeh (Eds. W.A.Lessa and E.Z.Vogt)
New Yor. Harper and Row.
GOULAr.T, M.
1975 - A E~eravid~o Afrie~na no Brasil: Das Origens ~ Ex-
tin2i do Trfego. So Paulo,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQ
Ed , Alfa-Omega.
GREGOf.Y, M. .
1967 - "Aspects o f Varieties Differentiation".zyxwvutsrqponmlkjihgfe
J curnzyxwvutsrqponmlkj
al. of
Linguisties, 3:177-197. .
GP.IAULE
19~8 - Dieu d'Eau$ Entretiens auee Ogtenmeli. Paris.
GUIART, J.
1973 - Chaves 'da Etnologia. Rio d~ Janeiro, Zahar.
GU Hi\RJlES,R.
19';0 - "Contribuies Bantus para o Sincretismo Fetichist'.
O Negra no Bra8i~ ..Trabalhos apresentados ao 11 9
Congresso Afro-Brasileiro (Bahia). Rio de Janeiro,
Civilizao Brasileira.
GUnL\RJ\ES MAGALHAES, E.
1973 - Orixs da Bahia. Salvador, Publicaes da Prefeitu-
ra Municipal de Salvador.
GmlPERZ, J. J. .
196~ "The Ethnop:raphy af Communication". American Anthro
pologist, 1964, 6. Part 2.
1972 - "Types af linruistic communities". Readings in the
Soeiology of Lang~age (Ed. J.A.Fishman). Paris,
Mou t on
BABE :RJL\S. J.
1970 - "Towards a Theoryof Communicative Competence".
Inquiry, 13(4):360-375. .
1974 - "On Social Identity". TeZos, 19:91-103.
HALL, R.A.Jr.
1966 - Pidgin and CreoZe Languages. New York, Cornell Uni-
versity Press.
HALLIDAY, H.A. K.; McINTOSH, A. & STREVENS, P.
1972 - "The Users anelUses of Language". Readings in the
Sociology of Language (Ed. J.A.Fishman), pp. 139-
-169. Paris, Mouton.
402zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
SSON, J.
H/\.RRIzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
prolegomena tothe London;
Study of Greek Religion.
1903 -zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Carnbridge Universit~ Press.
iF .."1
HEUSCH, L.de
1965 - "Po ssesszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUT
i on et Chaman i sme : Essai d'Analyse Structu-
rale".zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Les Religions Traditionnelles Africaine8~
(Rencontres Internationales de Bonank). Paris, ~d.
de Seuil.
HOLANDA PERREIRA, A.B.de
1975 - Novo Dicionrio da L{ngua Portuguesa. Rio de Janei-
ro, NQva Fronteira.
HUIZINGA. J.
so
1971 - Homo ludens:zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
o jogo como elemento da cultura.
Paulo, Perspectiva.
HUXLEY, A.
1974 - A8 Portas da Percepo. Rio de Janeiro, Civilizao
Brasileira.
HUSSERL. E.
1975 - "Investigaes Lpicas". Hus8erl-Merlec.u Ponty: Te::c
tos Escolhidos. So Paulo, Editora Abril.
HYMES, D.
1971 - "Socio1inguistics and the Ethnograrhy af Speaking"
Social AnthroPQZogy and Language CEdo E. Ardener),
pp. 47. London, Tavistock Puhlications.
1972 - "The Ethnography of Speakino". Readings in the Soci
ology of Languagc (Ed. J.A.Fishman), pp. SS-133. Pa
ris, Mounton.
1974 - Poundations in Sociolinguistic8: An Ethnographic
Approach. Phi1ade1phia. University af Pennsy1vania
Press.
IB1\NEZ-NOVION & TRINDADE-SER~\
1978 ~ O Mundo Composto. Braslia, Ministrio da Sade ,
rnimeo.
JAKODSON, R.
1972 - Ponema e ponologia. Rio de Janeiro, Livraria Aeas-
miea.
JENSEN, A.E.
y Culto entre Pueblo8 Primitivos. M5xiec, Fon-
1966 - MitozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
do de Cultura Econmica.
KER~NYI, K.
1952 - La Mythologie des Grecs: Histoires des Deux et
l'Humanit~. Paris, Payot.
404zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB
KERN. o.
Die Religion der Griechen, v. 11. Derlin. Weidmann-
1963 -zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
sehe Verlagsbuchhandlunp.
KLEINMAN. A.
197-~ - " tive Structures zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVU
Co cn f Tradi tional
o ca Systems". Me d l I
Ethnomedicine, 3:27-49.
KLUCKHON, C.
1972 - "Myths anel RituaIs: a General Theory". Re azyxwvutsrqponmlkjihgfed
de r in
Comparativo Religion: An AnthropoZogical Approach
(Eds. W.A.Lessa e Evon Z. Vogt). New York, Harper
anel Row.
Ll\CAN, J.
1948 - "L'Afressivit en PsychanaIyse". Revue Franaiae dezyxwvutsrqp
Peu o han a lyse:; (3), (j u1ho- setembro)
LANDES. n.
1967 - A Cidade das Mulheres. Rio de Janeiro, Civi1izaio
Erasi1eira.
LAW. R. C. C.
1973 - "Th e Heri t a p e of Oduduwa: Traclit Lona I His t o ry anel
Poli t .cal opa o I'r arnon o the
andn o usm a l: of
Yo ruba'",
HAIA, A.
1964 -zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Dicionrio Complementar Portugus-Kimbundu-Kikongo.
Cucapies, Tipoprsfia das Misses.
HARANHAO, T.r.
1978 - Speech acts in the social and oognitive cnntexts in
the Bpeech oommunity of Portuguese immigrants in
East Cambridge. Cambrid~e~ mimeo.
HARCELIN, ~1.
1949 - Mythologie Vodou, rite arada. Port au Prince.
MARS, L.
1946 - La Criae de Possessicn dans Ie Vaudou, Essai de
Psychiatrie Compare. Port au Prince.
McCLELLAND
1966 - "The Significance of Number in the Odu of Ifa".Afri
ca, XXXVI (4) , Lonc1on.
l-1AUPO
I L. 13.
a l'Ancienne C6te des EscIaves.
1943 - La GomanciezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA Paris,
Institut d'Sthno1ogie.
Mi'\USS, M.
197~ - Sociologia e Antropologia. so Paulo, Editora da
Universidade ele so Faulo.
MERCIER. P.
1975 "Los Pon deI Dahomcy: L.osconceptos acerca deI Uni-
verso y de Ia Sociedad". Mundos Africnos: Estudios
sobre Ias Idcas Cosmol6gioas y Ios Valores Socia-
Ies de algunos PuebIos de frica (Vrios Autores ).
M~xicc. Fondo de Cultura Econ6mica.
ME DE I ROS. J.
1951 - HA Purificao pelo San gue'", O Cruzeiro, (15-18).
Rio de Janeiro.
MELATTI, J.C.
1970 - "O Mito e o Xam". Mito e Linguagem SacieI (Vrios
Autores). Rio de Janeiro, Tempo Drasi1eiro.
MERLEAU FONTY. M.
1975 - "O Filsofo e sua Sombra". Husserl-Merleau Ponty:
Textos Esoolhidos. so Paulo, Editora Abril.
METRAUX. A.
1954 - "Divinit~s et culte vodou dans Ia vall de Marbial"
Zaire,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
7:675-707.
407
PESSOA DE CASTRO, Y.
1967 - "A Sobrevivncia das Lnguas Africanas no Brasil".zyxwvuts
Afro-sia~ CEAO, n9s 4-5.
PIERSON, D.
1939 - "The Negro in Bahia, Brazil". American Sociological
Review~ 4:524-33.
1942 - O Candombl da Bahia. Curitiba, Guara.
1971 - Brancos e Pretoa na Bahia. so Paulo. Cia. Editora
Nacional.
POLGAR, S.
1963 "Health Action in a Cross-Cultural Perspective".
i ca l: Sociol.ogy (Freeman et alii,eds.),
Han db ook ofzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
te dzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSR
Prentice Hall, pp. 397-419.
1962 - "Health and Human Behaviour: Areas of Interest Com-
man to the Social and Medical Sciences". Current An
t.hx-op o logy ~zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGF
(3).
POUILLON, J.
1975 -"Ftiches sana Ftichisme. Paris, Franois Masp~ro.
PRICE MARS. J.
1945 - "Culte des Marassas". Afroamerica" 1(1-2):41-49.
QUERINO, H.
1938 - Costumes Africanos no Brasil. Rio de Janeiro, Civi-
lizao Brasileira.
QUINTAO, J.L.
1934 - Gramtica de Kimbundo. Lisboa, Descobrimentos.
RNlOS, A.
1935 - O Folclore Negro no Brasil." Rio de Janeiro. Civili-
zao Brasileira.
1940 - O Negro Brasileiro, Ethnografia Religiosa. so Pau-
lo, Cia. Editora Nacional.
1943 - Introduo Antropologia Brasileira. Rio de Janei-
ro, CEB.
1946 - As Culturas Negras no Novo Mundo. so Paulo, Cia.
Editora Nacional.
1947 - Pref~cio ao livro de Nunes Pereira A Casa das Mina&
Rio de Janeiro, Publicaes da Sociedade Brasileira
de Antropologia e Etnologia.
1967 - O Negro na Civilizao Brasileira. Rio de Janeiro ,
CEB.
409
RAYHUNDO. J.
1973 - OzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Negro Brasileiro. Rio de Janeiro, Record.
REINICKE, J.
1964 - "Tr de Jorgons and Creole Dialccts as Margzyxwvutsrqponmlkjihgf
.na I Lan-
guage". Language in Culture and Society: A Reader -
ing Linguistics and AnthropoZogy CEdo D. Hymes). p.
593. New York. Harper and Row Publishers.
RIBAS, O.
1958 - Ilundo. Luanda, Museu de Angola.
EIBEIRO, R.
1952 - "Culto~ afro-brasileiros'do Recife: um estudo de a-
justamento social". Boletim do Instituto Joaquim Na
buco~ Recife, Nmero Especial.
1952 - "O Teste de Roscharch no estudo da aculturao e da
possesso fetichista dos negros do Brasil". BoLetim
do Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais~
1:45-50.
1957 - "Significado scio-cultural das cerimnias de lbe -
ji". Revista de Antropologia~zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPO
5(2).
SUZUKI, D.T.
Introduo ao Zen-Budismo. Rio de Janeiro, Civiliza
1971 -zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
o Brasileira.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
-:-..V ..:,.RES,
O. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
1951 - Bahia - Imagens da Terra c do Povo. Salvador, J.
Olympio Editora.
T~C~~S, L.V. & LUNEAU, R.
1975 - La Terre Africaine et ses Religions. Paris, Librai-
rie Larousse.
"TCSKI~, E.
1971 - "Some Coastal Pidgins of West-Africa". Social An-
thropology and Language (Ed. E.Arcener). London,
Tavistock Publications~ p. 129.
T?..':"GER, G.L.
196"~ "Paralanguage: A First Approximation". Language in
Culture and Society: A Reader in Linguistics and
Anthropology (Ed. D. Hymes). p. 274-279. New York
Harper and Row Pub1ishers.
T;I~DADE-SERRi\. O.J.
1976 - "Um Caso de Psicoterapia num Candombl Baiano". Pes
quisa Antropolgica, Braslia, (11).
1977 - "Consideraes sobre o Mito e as Hticas". Cultura,
Braslia, MEC, (26).
1978 - fiAMorte Africana no Brasil". Anurio Iintropolgi-
co/77 (no prelo).
s.d.a- A Umbanda em Brasilia: esboo de uma breve noticia
etnogrfiaa.
s.d.b- "Samba de Roda e Ritual",
TURCHI, N.
1930 - Fontes Historiae Mysteriorum aevi Hellenistici. ~~Q.
TURJ\ER, V.
1962 - "Three Symbols of Passage in Ndembu Circuncission
Ritual: An Interpretation". The Ritual of Social
Relations (Ed. M. Gluckman). Manchester, Manchester
University Press.
1967 - The Forest of Symbols: Aspects of Ndembu Ritua~ New
York, Cornell University Press.
1968 - The Drums of Affliction. Oxford, Clarendon Press.
1974 - O Processo Ritual: Estrutura e Anti-Estrutura. Pe-
trpolis, Vozes.
412
TUP.NER. V.
Dramas~ Fields and Metaphor-Symbolic Action
1975 -zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA inHuman
Society. Ithaca. Corne11 University Press.
VALENTE, W.
1955 - Sincretismo ReZigioso Afro-Brasileiro. S~o Paulo,
Editora Nacional.
1964 - Sobreviv5ncias Daomeanas nos Grupos de Culto Afro-
-Nordestinos. Recife, Instituto Joaquim Nabuco de
Pesquisas Sociais.
VERGER. P.
1953 - "Le Cu1te des Vodoun du Dahomey aurait-il t appor
t ~ S. Luis do Maranh~o par Ia N~Te du Roi Ghzo?IT
Lcs Afro-Am~ricains. Dakar, Ifan.
1954 - "R1e jou par l'tat d'hbtudezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYX
ali: C.Cl!TS
de l'ini-
tiation des novices aux cultes des Orisha et Vodun".
Bulletin de L'Institut Franais de L'Afrique Noir~
XVI(3-4) :322-40.
1955a- Dieux d'Afrique. Paris, f. Hartmann.
1955b- "Prmiere crmonie d'initiation au cu1te des ori -
sha nago Bahia, au Brsi1". Revista do Museu Pau-
S~O Paulo, IX.
lista~ Nova SiriczyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONML
3
J {.,\.~~<.h~~cl~'i" .
413zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQP
~')O KTHAN, K.
1978 - "Geomancia e Cosmologia".zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTS
Anu1'io Ant1'opolgico/??
(no prelo).
:::I'::::;L::R,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
.J.
1972 - O PczyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
de n Afl'icano - Elementos de uma Sociologia Poli
tica da Jfrica Neg1'a e de sua Dispo1'a nas Amirica&
So Paulo, Difuso Europia do Livro.
1977 - Os Vivos e a Morte - uma "Socioloqia da Morte" no
Ocidente e na Diaspora Af1'icana n~ Brasil3 e seus
Mecanismos Culturais. Rio de Janeiro, Zahar.