Manual Didático de Ferrovias 2012
Manual Didático de Ferrovias 2012
Manual Didático de Ferrovias 2012
SETOR DE TECNOLOGIA
DEP. DE TRANSPORTES
MANUAL DIDTICO DE
FERROVIAS
- 2012 -
FERROVIAS
I. APRESENTAO ............................................................. 01
II. BILIOGRAFIA .................................................................. 01
1. INTRODUO .................................................................. 02
1.1. DEFINIES ..................................................................... 02
1.2. CONCEITUAO COMPARATIVA ENTRE OS
PRINCIPAIS MODAIS TERRESTRES .......................... 02
2. A FERROVIA E SUA INSERSO NO SISTEMA DE
TRANSPORTES DO BRASIL ......................................... 04
2.1. HISTRIA DA FERROVIA ............................................. 04
2.2. A FERROVIA NO BRASIL .............................................. 08
2.3. A ESTRADA DE FERRO NO PARAN ........................ 10
2.3.1. Os Caminhos Primitivos .................................................... 10
2.3.2. A Estrada de Ferro ............................................................. 12
2.4. OUTRAS FERROVIAS REGIONAIS ............................. 14
2.5. A EVOLUO DAS CONSTRUES
FERROVIRIAS NO BRASIL ........................................ 15
2.5.1. Crescimento das Estradas de Ferro no Brasil ................. 15
2.5.2 Panorama Ferrovirio nas Amricas ............................... 17
2.5.3. Sistema Ferrovirio Nacional ............................................ 17
2.6. SETORES DE ATUAO DA FERROVIA .................. 24
2.6.1. Transporte de Passageiros ................................................. 24
2.6.2. Transporte de Cargas ........................................................ 26
2.6.2.1. Distribuio do Transporte por Via Frrea no Brasil
(2008) ................................................................................... 27
2.6.2.2. Matriz de Transporte de Cargas no Brasil ..................... 28
2.6.3. Anlise Comparativa de Consumo de leo Diesel .......... 28
2.6.3.1. Equipamento ...................................................................... 28
2.6.3.2 Consumo .............................................................................. 29
2.6.4. Consumo de leo Diesel no Transporte de Cargas no
Brasil ................................................................................... 29
2.6.5. Anlise do Consumo de Energia em Transportes no
Brasil .................................................................................... 30
3. A VIA FRREA ................................................................. 31
3.1. INTRODUO 31
3.2. INFRA-ESTRUTURA FERROVIRIA ......................... 31
3.3. SUPERESTRUTURA FERROVIRIA .......................... 33
3.3.1. Plataforma Ferroviria ...................................................... 33
3.3.1.1. Bitolas .................................................................................. 34
3.3.1.2. Gabarito da Via Frrea ..................................................... 37
3.3.1.3. Caractersticas Geomtricas da Plataforma .................... 38
3.3.1.4. Influncia das Obras de Terraplenagem na Largura da
Plataforma .......................................................................... 40
3.3.2. Via Permanente .................................................................. 41
3.3.2.1. Sub-lastro ............................................................................ 41
3.3.2.2. Lastro .................................................................................. 43
3.3.2.3. Dormentes ........................................................................... 53
3.3.2.4. Trilhos ................................................................................. 80
3.3.2.5. Aparelhos de Via ................................................................ 126
3.4. ASSENTAMENTO DA LINHA ....................................................... 131
3.4.1. Caractersticas do Assentamento de Linha ..................... 131
3.4.2. Processos de Assentamento de Linha .............................. 135
3.5. ESFOROS ATUANTES NA VIA .................................. 138
3.5.1. Classificao dos Esforos Atuantes ................................ 138
3.5.1.1. Esforos Verticais ............................................................... 138
3.5.1.2. Esforos Longitudinais ...................................................... 139
3.5.1.3. Esforos Transversais ........................................................ 140
3.5.2. Fora Centrfuga ................................................................ 140
3.5.3. Momentos Fletores ............................................................. 141
3.5.3.1. Clculo dos Momentos Fletores nos Trilhos ................... 141
3.5.4. Escolha do Perfil de Trilho ................................................ 144
3.5.5. Exemplo de aplicao ......................................................... 144
3.5.6. Tenso no Contato Roda Trilho ....................................... 145
3.6. MTODOS MODERNOS DE CONSTRUO ............. 146
3.6.1. Introduo ........................................................................... 146
3.6.2. Superestrutura Vinculada Infra-Estrutura ................. 146
3.6.3. Influncia dos Tipos de Veculos em Circulao ............ 146
3.6.4. Elementos Constituintes da Superestrutura Moderna ... 146
3.6.5. Condies Geomtricas ..................................................... 147
3.6.6. Processos Modernos de Construo ................................. 148
4. CONSERVAO DA VIA ............................................... 149
4.1. INTRODUO .................................................................. 149
4.2. MANUTENO DA VIA ................................................. 149
4.3. MTODOS DE CONSERVA DA VIA ............................ 150
4.4. ORGANIZAO DA CONSERVA CCLICA
PROGRAMADA ................................................................ 151
4.5. VALOR RELATIVO OU PESOS DOS GRUPOS ......... 151
4.6. PROGRAMAO DA CCP ............................................. 153
5. GEOMETRIA DA VIA: CORREO DE
GEOMETRIA E SUPERELEVAO ............................ 154
5.1. INTRODUO .................................................................. 154
5.2. ESTUDO DOS PUXAMENTOS ....................................... 155
5.3. MTODO DAS FLEXAS PARA CORREO DAS
CURVAS ............................................................................. 156
5.4. GRFICO DE FLEXAS LEVANTADAS ....................... 157
5.5. MTODO GRFICO COM CALCULADORES
MECNICOS ..................................................................... 158
5.6. QUANTO AO NIVELAMENTO ..................................... 159
5.7. ESTUDO DA SUPERELEVAO .................................. 160
5.7.1. Superelevao Terica ....................................................... 160
5.7.2. Superelevao Prtica ........................................................ 161
5.7.3. Limites da Superelevao .................................................. 163
5.7.4. Superelevao nas Curvas de Concordncia .................. 163
5.7.5. Execuo da Superelevao .............................................. 163
5.7.6. Velocidade Limite ............................................................... 164
6. ESTAES, PTIOS E TERMINAIS ............................ 164
6.1. INTRODUO .................................................................. 164
6.2. CONCEITUAO E CLASSIFICAO ...................... 165
6.2.1. Conceituao ....................................................................... 165
6.2.2. Classificao ....................................................................... 166
6.3. ESTAES ........................................................................ 166
6.3.1. Classificao ....................................................................... 166
6.4. PTIOS ............................................................................... 167
6.4.1. Definio .............................................................................. 167
6.4.2. Tipos Bsicos de Ptios ...................................................... 167
6.4.3. Partes Componentes de um Ptio ..................................... 168
6.4.4. Lay-Out dos Ptios ............................................................. 169
6.4.5. Ptio de Classificao por Gravidade .............................. 171
6.5. TERMINAIS ....................................................................... 172
6.5.1. Descrio e Organizao ................................................... 172
6.5.2. Tipos de Terminais ............................................................. 172
6.6. LOCALIZAO DOS PTIOS E TERMINAIS ........... 174
6.7. PROJETOS DE PTIOS E TERMINAIS ...................... 174
6.7.1. Fatores Condicionantes ..................................................... 174
6.7.2. Dimensionamento ............................................................... 176
7. MATERIAL RODANTE ................................................... 177
7.1. INTRODUO .................................................................. 177
7.1.1. Definio .............................................................................. 177
7.1.2. Classificao do Material Rodante em Funo de sua
Finalidade Principal ........................................................... 177
7.2. CARACTERSTICAS PRINCIPAIS DO MATERIAL
RODANTE .......................................................................... 178
7.3. PARTES FUNDAMENTAIS DO MATERIAL
RODANTE .......................................................................... 178
7.3.1. Rodas ................................................................................... 178
7.3.2. Eixos .................................................................................... 180
7.3.3. Mancais ............................................................................... 182
7.3.4. Suspenso ............................................................................ 183
7.3.5. Estrado ................................................................................ 183
7.3.6. Truques ............................................................................... 183
7.3.7. Engates Aparelhos de Trao e Choque ....................... 184
7.3.8. Caixa ................................................................................... 185
7.4. LOCOMOTIVAS ............................................................... 185
7.4.1. Definio .............................................................................. 185
7.4.2. Classificao das Locomotivas ......................................... 185
7.4.3. Locomotivas Diesel ............................................................ 186
III. ANEXOS ............................................................................. 189
III.1. APARELHOS DE MUDANA ........................................ 189
III.2. TIPOS DE VAGES ......................................................... 190
III.3. TERMINOLOGIA BSICA ............................................. 192
FERROVIAS
MANUAL DIDTICO
I. APRESENTAO
II. BIBLIOGRAFIA
1
1. INTRODUO
1.1. DEFINIES
Assim sendo, a Via Frrea ou Ferrovia apenas uma das partes que
compe o patrimnio de uma empresa prestadora de servios de
transporte ferrovirio de cargas e passageiros.
- Via Frrea;
- Material Rodante.
3
2. A FERROVIA E SUA INSERO NO MODERNO SISTEMA DE
TRANSPORTES DO BRASIL
4
Fig. 1 Primeira locomotiva a vapor (Fonte: WWW.pt.wikipedia.org/wiki/trem)
13
2.4. OUTRAS FERROVIAS REGIONAIS
14
(hoje, Ponte Eurico Gaspar Dutra), com 2.000 metros de extenso,
sobre o Rio Paraguai, em 1947.
16
2.5.2. Panorama Ferrovirio nas Amricas
18
- Sistema Regional Nordeste, com sede em Recife;
- Sistema Regional Centro, Com sede no Rio de Janeiro;
- Sistema Regional Centro-Sul, com sede em So Paulo;
- Sistema Regional Sul, com sede em Porto Alegre.
21
Fig. 2 Sistema Ferrovirio Nacional (Fonte: ANTT-2009)
Observaes:
23
- Sua participao na matriz do transporte de cargas do pas, tem sido,
historicamente, na mdia de 20%, contra 60%, das rodovias, 15%, das
hidrovias e 5% de outros modais.
24
Nos pases mais desenvolvidos, o transporte de passageiros por
ferrovias aumenta a cada dia, chegando a concorrer com o avio, em
linhas de longas distncias, pois, considerando-se o tempo de
aeroportos, mais o tempo de voo, em muitos casos, a opo ferroviria
chega a ser a mais vantajosa, porquanto as estaes e terminais
ferrovirios costumam ser mais centrais que os aeroportos.
a) Passageiros de Interior
* - Em milhes de passageiros/ano;
**- At outubro de 2009 dados em consolidao;
***- At setembro de 2009 dados em consolidao.
25
(**) Em Curitiba, o sistema rodovirio de transporte coletivo
movimenta, atualmente, 2.400.000 passageiros/dia (Wikipedia).
Obs.: A Companhia Vale do Rio Doce, hoje VALE S.A. (EFVM e EFC),
responde por mais da metade do transporte ferrovirio de cargas
(minrios com alto peso especfico).
2.6.3.1. Equipamento
28
2.6.3.2. Consumo
Observaes:
- Em mdia, 95% do leo diesel utilizado em transportes, no Brasil,
at 1997, era consumido no transporte rodovirio (caminho e
nibus) e este panorama agravou-se, considerando-se os dados de
2008, quando chegou a quase 97%;
* nmeros de 2008
** ver glossrio de terminologia bsica nos anexos deste manual.
30
3. A VIA FRREA
3.1. INTRODUO
a) Obras de Terraplenagem
b.1) Superficiais:
b.1.1) Sarjetas;
b.1.2) Valetas: de proteo de crista ou de contorno; laterais
ou de captao (montante) e de derivao (jusante);
b.1.3) Descidas dgua ou rpidos;
b.1.4) Bacias de dissipao;
b.1.5) Bueiros: abertos; fechados (tubulares ou celulares); de
greide;
b.1.6) Pontilhes;
b.2) Profundas
b.2.1) Drenos longitudinais de corte;
b.2.2) Espinhas de peixe;
b.2.3) Colcho drenante; etc.
31
b.3) Sub-horizontais: drenos sub-horizontais de taludes;
Observaes:
32
3.3. SUPERESTRUTURA FERROVIRIA
33
definidas pelas Normas e em funo de algumas caractersticas tcnicas
do projeto, a saber:
3.3.1.1. Bitolas
16 mm Dormente
PAS BITOLA
Itlia 1,445 m
Frana 1,440 m
Espanha 1,674 m
Portugal 1,665 m
Argentina 1,676 m
Chile 1,676 m
Rssia 1,523 m
34
No Brasil, pelo Plano Nacional de Viao, a bitola padro, a de 1,60
m (bitola larga), porm a que predomina a bitola estreita (1,0 m).
Existem, entretanto, outras bitolas, diferentes destas duas, sendo ainda
utilizadas:
Observaes:
(*) Estrada de Ferro do Amap S/A EFA;
(**) _ Estrada de Ferro S. J. Del Rey a Tiradentes;
(***) Atualizado at 2008, incluindo a FERRONORTE e o Metr de
Braslia.
a.1) Vantagens
- curvas de menor raio;
- menor largura de plataforma, terraplenos e obras de arte;
- economia de lastro, dormentes e trilhos;
- menor resistncia a trao;
- economia nas obras de arte;
- material rodante mais barato.
a.2) Desvantagens
- menor capacidade de trfego;
- menor velocidade.
35
Estas vantagens e desvantagens tm, entretanto, carter relativo.
quanto capacidade de trfego. Assim, por exemplo, vemos hoje
estradas de ferro de bitola estreita executando trabalho superior ao de
muitas ferrovias de bitola larga. So os casos da Estrada de Ferro
Vitria a Minas S/A EFVM e do trecho ferrovirio Uvaranas Eng
Bley, no Corredor de Exportao do Paran.
Existe uma carga mxima por roda, definida em funo do seu dimetro,
a qual o trilho capaz de suportar, para que a tenso no contato roda-
trilho no ultrapasse o valor compatvel com a resistncia do trilho.
Vejamos ento, por esse aspecto, a comparao entre dois vages para
minrio, de bitolas 1,60 m e 1,0 m:
- Bitola de 1,60 m:
LOTAO 95 t
TARA 24 t
TOTAL 119 t
- Bitola de 1,0 m:
LOTAO 74 t
TARA 16 t
TOTAL 90 t
36
Verifica-se por este confronto que paradoxalmente, h melhor
aproveitamento, na bitola de 1,0 m.
LIMITES DE BITOLAS
MXIMA MNIMA
BITOLA MTRICA (1.000 mm) 1.020 mm 995 mm
BITOLA LARGA (1.600 mm) 1.620 1.595
37
Fig. 5 Gabarito para pontes em tangente, em linha singela bitola 1,0 m
(Fonte: Norma Brasileira de Estradas de Ferro)
b/2 v
C E V
d B
h 1: m
A
1: n H D F
f w
b - comprimento do dormente
d - altura do dormente
h - espessura mnima do lastro
w - largura da banqueta
f = [ m (h + d) + 0,5 b + v ] / [ 1 (m/n) ]
L/2=f+w
L=2(f+w)
39
O comprimento mnimo de w, segundo preconiza a AREA
(American Railway Engineering Association), de 46 cm e depende
tambm das demais instalaes necessrias operao de ferrovia.
40
LARGURA DE PLATAFORMA PARA LINHAS SIMPLES
BITOLA DE 1,60 E 1,435 (m) BITOLA DE 1,00 (m)
LINHA SIMPLES ATERRO CORTE ATERRO CORTE
TRONCO 6,1 5,8 7,2 6,9 4,9 4,6 6,0 5,7
SUBSIDIRIA 5,6 5,4 6,7 6,5 4,6 4,4 5,7 5,5
3.3.2.1. Sub-lastro
41
padro tcnico da via permanente e diminuir o seu custo de
manuteno.
3.3.2.1.2. Compactao
3.3.2.2.2. Especificaes
45
Fig. 8 Curva granulomtrica, do Ensaio de Peneiramento (Fonte: Brina)
47
A curva de variao das presses mximas no lastro (abaixo do centro
dos dormentes), em funo da altura do lastro, dada por:
ph presso na profundidade h;
po presso na face inferior do dormente;
h altura do lastro, em polegadas.
h em cm;
po e ph em kgf/cm2.
po = P / (b x c) , onde:
48
Em virtude da distribuio de carga para os dormentes vizinhos, por
causa da rigidez dos trilhos e da deformao elstica da linha, o peso
P, dever ser considerado, como segue:
P = Pc = (Pr / n) x Cd , onde:
ph p , onde:
k% = (p /po) x 100
49
Fig10 - Diagrama de Talbot (Fonte: Brina)
p = pr / n, onde:
50
CBR = (p / 70) x 100 , logo:
Adota-se, ento:
p = p / N , onde 5 N 6
Soluo:
h = 25 cm
51
- Graficamente:
h = 250 mm
Observaes:
3.3.2.3.1. Introduo
Assim sendo, madeiras menos nobres que podem ser obtidas a preos
menores, tm sido empregadas na fabricao de dormentes, exigindo
para tanto, tratamento com produtos qumicos conservantes e
procedimentos de manuteno mais onerosos.
57
a) Material Nutritivo No podendo, como as plantas superiores,
retirar da atmosfera, o carbono necessrio ao seu metabolismo, os
fungos necessitam aurir do material que os hospeda, os elementos
carbonados indispensveis sua sobrevivncia. Na madeira,
encontram com relativa abundncia, materiais amilceos e
sacardeos e na sua falta, os fungos segregam enzimas e fermentos
que desintegram a lignina e celulose que so transformadas em
produtos assimilveis. nessa operao de desmontagem que
consiste o ataque do fungo madeira.
58
preservativos qumicos, mas tem maior durabilidade do que o alburno
que o envolve, pois as resinas e o tanino repelem os fungos.
A A
alburno
cerne
Fig. 13 Sees tpicas de dormentes em funo de sua posio na tora (Fonte: BRINA)
60
O tratamento qumico da madeira consiste em tornar txico aos fungos e
insetos, atravs de sua impregnao com antisspticos, os alimentos
procurados pelos mesmos.
a.1) Creosoto
Por sua vez, a destilao do alcatro fornece: leos leves; leos mdios
e leos pesados.
Observaes:
- A AWPA recomenda que a reteno do creosoto, seja de 128 kgf, de
creosoto, por m3, de madeira tratada.
61
- A absoro funo da relao entre as quantidades de alburno e
cerne, presentes na amostra.
- Por economia, costume adicionar-se petrleo bruto ao creosoto,
como solvente.
- O tratamento com produtos oleosos , especialmente, recomendado
para dormentes que estaro em permanente contato com o solo
(umidade).
a.2) Pentaclorofenol
b) Preservativos Hidrossolveis
- Boliden K-33;
- Sais Boliden (Arseniato de zinco cromatado - CZA);
- Tanalith ( base de fluoretos, cromo, arsnico e dinitrofenol);
- Sal de Wolman UAR;
- Wolmanit CB ( base de cobre, cromo e boro);
- CCA ( base de cobre, cromo, arsnico).
Para os dormentes que esto em contato, quase que direto com o solo e
expostos s intempries, o melhor tipo de tratamento oleoso
(creosoto).
Entretanto, deve-se tambm, atentar para o fator Resistncia Mecnica
da madeira. Se o dormente for de tima resistncia mecnica e sob este
aspecto protegido por uma boa fixao do trilho e dotado de placa de
apoio bem dimensionada, poder vir a ter que ser substitudo por
apodrecimento. Neste caso deve-se utilizar um preservativo mais
eficiente (mais caro). Mas, se a retirada do dormente vai dar-se por
desgaste mecnico, o ideal ser adotar um tipo de tratamento mais
econmico, mesmo que menos eficiente. Assim, via de regra, se deve
adotar um preservativo que proporcione uma vida til ao dormente, igual
ao perodo de vida til permitido pela sua resistncia mecnica.
- Pintura ou asperso;
- Imerso a quente ou a frio;
- Difuso;
63
b) Processos com presso e vcuo:
a) Trabalhos preliminares:
- corte da madeira;
- secagem;
- furao e entalhao;
- incisamento.
Observaes:
66
b.2.1) Processo Rueping
3.3.2.3.2.2. Dormentes de Ao
68
O dormente metlico , relativamente, leve (70 kgf) e de fcil manuseio
e assentamento. Essa leveza, entretanto, indesejvel para linhas de
trfego pesado.
72
Com este tipo de dormente, a linha passa a apresentar duas qualidades
primordiais, aparentemente, contraditrias: resistncia e elasticidade.
c) Dormente Poli-bloco
Esse dormente, segundo afirma seu inventor, foi projetado para possuir
as mesmas caractersticas de deformabilidade e resistncia da madeira,
73
com a durabilidade do concreto, no devendo, portanto, alterar o carter
elstico da via permanente e nem devendo ser assemelhado a um
dormente de concreto protendido.
O dormente FB pode ser empregado com os sistemas de fixao
elstica, por meio de parafuso fixado ao concreto e uma castanha que
se aperta contra o patim do trilho, atravs de uma porca. (Fig. 26).
a.1) Vantagens
a.2) Desvantagens
- necessita de tratamento;
- inflamvel;
- necessita de grandes reas e de mobilizao de razovel capital,
para secagem e tratamento;
- necessita de um poltica de reflorestamento consistente e constante;
- Perda gradativa de resistncia ao deslocamento das fixaes rgidas;
- maior interferncia com manuteno de via;
- vida til decrescente;
- crescente escassez da matria prima.
b) Dormentes de Ao
b.1) Vantagens
b.2) Desvantagens
c) Dormente de Concreto
c.1.1) Vantagens
c.1.2) Desvantagens
c.2.1) Vantagens
c.1.2) Desvantagens
a) Momento Fletor
M = (qo / 8) x (L bt y)
b) Mdulo Resistente
W = (b x t2) / 6
c) Tenso Flexo
= M/W
f) Exemplo Numrico
- Soluo:
= 35.846,06 kgf.cm
3.3.2.4. Trilhos
3.3.2.4.1. Introduo
80
Fig. 29 Evoluo do Perfil dos Trilhos Perfis de Ao Chato, para apoio contnuo.
(Fonte: Furtado Neto)
Fig. 30 Evoluo do Perfil dos Trilhos Perfis com capacidade de carga para apoios isolados
(Fonte: Furtado Neto)
81
As dificuldades encontradas para fixao desse perfil fizeram com que
fosse o mesmo abandonado, em favor do perfil idealizado,
anteriormente, pelo engenheiro ingls Vignole (1836) que basicamente,
compunha-se de trs partes: boleto, alma e patim.
82
Os principais componentes do ao e as influncias em suas principais
caractersticas so:
84
Sua produo foi suspensa por ausncia de demanda. Atualmente, todo
o trilho consumido no pas (cerca de 80.000 toneladas/ano),
importado, principalmente, da China e da Polnia.
a) Dimenses e Peso:
Tolerncias:
- Comprimento: 3 mm;
- Dimenses da seo transversal: 0,5 mm;
- Peso: at 2%, na pesagem dos lotes de 50 p, desde que na
totalidade da encomenda, seja 1%.
b) Prova de Choque:
85
PESO DO TRILHO (kgf/m) ALTURA DE QUEDA DO MARTELO (m)
24,8 a 29,8 4,88
29,8 a 39,7 5,18
39,8 a 44,6 5,49
44,7 a 49,6 5,79
49,7 a 59,5 6,10
Sero, ento, ento retirados C.P. dos trilhos B. se houver alguma falha,
todos os trilhos B, da corrida, tambm sero rejeitados.
c) Ensaio de Trao
86
d) Ensaio de Dureza Brinnel
DB = P / S = 3 000 / S, onde:
S = ( . D) / (D2 d2)1/2
Observaes:
1) Da Dureza Brinnel pode-se obter um valor aproximado para a
resistncia ruptura, por trao, com a expresso:
R = 0,35 DB (kgf/mm2);
e) Ensaio de Resilincia
87
efetuado em C.Ps. de 55 x 10 x 10 mm, nos quais se faz um entalhe
com ferro redondo de 2 mm. Os C.Ps. so submetidos a sucessivos
choques, at a fratura. No se obtm resultados conclusivos sendo este,
portanto, um ensaio de avaliao qualitativa.
f) Ensaio Microgrfico
g) Ensaio Macrogrfico
h) Composio Qumica
88
i) Ensaio de Entalhe e Fratura
a) Estampadas na Alma
Exemplo: 380195 C 15
b) Cor
Exemplo:
- Cor azul, em ambas as pontas: corresponde a um trilho n 1, com o
comprimento padro encomendado, cujo teor de carbono encontra-se
nos 5 pontos superiores da percentagem da faixa especificada. Deve
ser utilizado, preferencialmente, em curvas.
90
3.3.2.4.1. Defeitos nos Trilhos
a) Defeitos de Fabricao
a.2) Segregaes
91
Fig. 36 Aparncia da segregao (Fonte: Brina)
a.3) Incluses
92
resultaram na inveno de diversos aparelhos capazes de detectar sua
presena no interior dos trilhos. Entre estes aparelhos podemos citar:
93
Em regies litorneas, a maresia costuma atacar os trilhos, assim
como, em tneis que so, normalmente, midos, comum a ocorrncia
de oxidao.
Duas tcnicas so utilizadas para ampliar a vida til dos trilhos, quanto
ao fator desgaste:
- Tratamento trmico dos trilhos;
- Utilizao de trilhos fabricados com aos especiais (aos-liga).
94
resfriamento determinam esta estrutura cristalina e as caractersticas
mecnicas finais dos aos.
b) Trilhos de Aos-Liga
96
3.3.2.4.3.1. Relaes entre as Dimenses da Seo Transversal do
Trilho
Largura e altura do boleto devem guardar, entre si, uma relao tal que
o desgaste lateral no determine a substituio do trilho, antes que o
mesmo tenha atingido o limite estipulado, para o desgaste vertical.
Por este aspecto, a relao C/e fica, aproximadamente, entre 1,6 e 1,8.
97
A quantidade de metal (massa), do perfil deve ser tal que o desgaste do
boleto seja atingido, concomitantemente, com o desgaste das outras
partes (alma e patim). Alm disso, para maior facilidade de laminao e
para se evitar defeitos devidos ao desigual resfriamento das suas
diversas partes, procura-se obter uma distribuio de massa metlica,
to uniforme quanto possvel, entre as mesmas.
h / L 1,0 e 1,1
Observao:
- Todos os perfis do ASCE tm h / L = 1,0;
98
Estes esforos causam momentos, na seo:
I = I0 + z2. S
I = h2 . S
onde:
- S rea da seo transversal do perfil;
- h altura do perfil.
W = 0,25 a 0,27 h . S
onde:
- W mdulo resistente.
C=W/P
onde:
- W mdulo resistente;
- P peso do trilho, em kgf/m.
99
3.3.2.4.4. Durabilidade dos Trilhos e Limite de Uso
c) Perda de Peso:
- Perfis at 45kgf/m: at 10%;
- Perfis maiores que 45 kgf/m: no mximo 15 a 20 %.
Observaes:
5) Os aros das rodas devem ter dureza um pouco inferior dos trilhos
porquanto, menos onerosa a retificao dos aros, do que a
substituio dos trilhos.
Fig. 40 Quadro resumo das caractersticas dos trilhos da CSN (Fonte: Brina)
101
3.3.2.4.6. Dilatao dos Trilhos
j = l( tm tc ) + 0,002
onde:
j folga da junta de dilatao;
- coeficiente de dilatao dos trilhos ( = 0,00000115);
tm temperatura mxima a que estar sujeito o trilho;
tc temperatura de assentamento;
l comprimento do trilho.
b) Clculo do dimetro do orifcio
d = b + jmx
onde:
d dimetro do orifcio;
b dimetro do parafuso;
jmx folga calculada para a mxima variao prevista de temperatura.
102
e - a distncia que se procura (centro do primeiro furo extremidade do
trilho) e
x - a distncia entre o centro do furo do trilho ao centro do parafuso,
tem-se:
e=(a/2)x
x = ( d / 2 ) ( b / 2 ) = ( d b )
e = ( a / 2 ) ( d b )
e=(a+b+d)
a) Talas de Juno
103
Fig. 42 Talas de Juno (Fonte: Brina)
b) Parafusos
c) Arruelas
104
A mais utilizada, a do tipo GROWER que um tipo de arruela de
presso, feita para absorver as vibraes e manter o aperto desejado,
mesmo aps um ligeiro afrouxamento da porca.
105
Aplaca de apoio projetada com uma inclinao de 1:20, em relao
vertical, para o lado interno dos trilhos, dispensando-se assim que isto
seja efetuado no entalhe dos dormentes, simplificando o procedimento
de entalhao. Isto faz com que o trilho que nela apoiado, adquira a
mesma inclinao. A inclinao dos trilhos tem a propriedade de reduzir
os desgastes dos boletos dos trilhos, bem como, dos aros e dos frisos
das rodas.
a) Fixaes Rgidas
Esta fixao fica mais solidria com a madeira, sacrifica menos as fibras
da madeira e oferece maior resistncia ao arrancamento (7 000 kgf).
106
A cabea do tirefond tem uma base alargada, em forma de aba de
chapu que na face inferior tem a mesma inclinao do patim do trilho,
de modo a adaptar-se ao mesmo. A forma de sua cabea fecha,
hermeticamente, o furo impedindo a penetrao de gua, evitando,
desta forma o apodrecimento.
b) Fixaes Elsticas
107
Para este tipo de fixao a presso nos trilhos de, no mnimo, 1 000
kgf, por unidade. Os principais tipos, so:
108
b.3) Grampo Elstico Duplo
109
b.6) Fixao RN
110
O retensor preso por presso ao patim do trilho e fica encostado
face lateral do dormente, transmitindo-lhe assim os esforos
longitudinais que so, atravs deste, transmitidos ao lastro.
111
3.3.2.4.14. Arrastamento dos Trilhos
Causas do arrastamento:
Uma via robusta e bem construda resiste bem aos esforos originados
pela dilatao, no havendo necessidade de dispositivos especiais de
dilatao. So, entretanto, necessrias precaues especiais em sua
conservao.
a) Condies de Traado
b) Condies de Plataforma
115
d) Condies Relativas Temperatura
116
FTN = TN 5
TN = tmed + 5
Onde:
Observaes:
AREA
PROPOSITOR Schramm EFVM (atual) p/ t = 48C
t = tmax- tmin
EXPRESSO de [(tmax+ tmin)/2] - 4
PROPOSTA [(tmax+ tmin)/2] + 5 3 a [(tmax+ tmin)/2] + 6 (TLS) tmed+ [0,5 t (300/9)] 3
Exemplo:
117
Soluo:
L = . L . t
N = E . S . . t
Onde:
N = E.S. . t
N y
Ro Ro
x x
Ld Ld
L
Ld = (S.E. . t R) / r
Onde:
- R resistncia oferecida pelas talas de juno, aplicadas;
- r resistncia, por metro de linha, do conjunto trilho/dormente/lastro;
- Ld - comprimento da extremidade que se dilata e se contrai (zona de
respirao);
119
Condio de Trilho Longo:
L > 2 Ld
Onde:
- (L 2 Ld) trecho fixo, sem dilatao.
Observao:
Exemplos:
3) Na Itlia (Corini):
- r = 307 kgf/m (por metro de trilho);
4) No Brasil (Sofrerail):
- r = 300 a 700 kgf/dormente (para a via e conforme o estado do lastro)
ou
- r = 150 a 350 kgf/dormente (por trilho).
120
Trao e Compresso:
- Compresso:
- Trao:
Onde:
- tmax temperatura mxima do trilho;
- tmin temperatura mnima do trilho;
- tc temperatura mnima de colocao;
- tc temperatura mxima de colocao;
- R resistncia das talas de juno;
- r resistncia por unidade de comprimento de linha trilho/
dormente e dormente/lastro;
- Ld zona de respirao;
- S rea da seo do trilho (cm2);
- E mdulo de elasticidade do ao (E = 21 x 105 kgf/cm2);
- - coeficiente de dilatao trmica do ao ( = 1,15 x 10-5 C-1).
Exemplo Numrico:
- TR 57 (S = 72,58 cm2);
- r = 400 kgf/m, de trilho;
- E = 2,1 x 106 kgf/cm2;
- = 115 x 10-7 C-1;
- tmax = 52 C;
- tmin = 3 C;
- TN = 32,5 C;
- R = 0 (talas frouxas);
- tc = 27,5 C (temperatura mnima de colocao);
- tc = 37,5 C (temperatura mxima de colocao).
121
Soluo:
a) Compresso:
b) Trao:
Nada impede que se construa uma linha com trilhos soldados, em toda a
sua extenso, desde que sejam tomados os cuidados necessrios para
que seja impedida a flambagem da linha.
122
e transporte de trilhos cresce com o comprimento das barras. Pode-se
estabelecer um comprimento mximo tal que este custo seja
compensado pela economia feita na conservao das juntas de
dilatao.
a) Soldagem em Estaleiro
124
um processo no qual a soldagem se processa na fase solidus do
material, no havendo fuso das bordas em soldagem. Por isso
tambm chamado de Soldagem Unifsica.
b) Soldagem in-situ
125
Todo o processo pode ser executado in-situ em apenas 26 minutos,
com um consumo de mo de obra de, aproximadamente, 4 Hh/solda,
em servio bem organizado.
126
Fig. 62 Desenho Esquemtico do Aparelho de Mudana de Via. (Fonte: Brina)
Observao:
- Grade a unio do conjunto metlico com o conjunto dos dormentes.
b) Carreto
128
Fig. 64 - Carreto . (Fonte: Brina)
129
3.3.2.5.1.4. Cruzamentos
130
3.4. ASSENTAMENTO DA LINHA
a) Bitola
b) Tolerncia na bitola
c) Jogo da Via
j=bd
Onde:
- j jogo da via;
- b bitola;
131
Fig. 68 Jogo da Via (Fonte: Brina)
e) Juntas
133
f) Preparo dos Dormentes e Distribuio do Material
134
trilho. So tambm marcadas em tocos de trilhos distribudos ao longo
da plataforma, as posies finais das cabeas dos trilhos.
a) Processo Clssico
b) Processo Moderno
136
Fig. 71 Sistemas de transporte e lanamento de grades. ( Fonte: Togno)
137
Em alguns pases, j foi utilizada com xito a montagem prvia da
grade, em estaleiros, com transporte posterior, sobre composies
adequadas, at o local de utilizao, onde ento as grades so lanadas
por intermdio de guindastes especiais ou sistemas de trelias
lanadoras, embarcadas em composies de servio.
138
que sobre-carrega, ora um eixo traseiro, ora um eixo dianteiro da
composio;
d) Movimento de trepidao um movimento semelhante ao anterior,
tambm causado por irregularidades da via e no qual as molas do
truque dianteiro e do truque traseiro de um vago so comprimidas
ao mesmo tempo, ocasionando trepidao que sobrecarrega todos
os eixos;
e) Movimento de balano ou roulis um movimento causado pelas
irregularidades da via e que se desenvolve no sentido perpendicular
via, sobrecarregando, alternadamente, as rodas de um dos lados do
veculo;
f) Repartio desigual do peso nas curvas como a superelevao do
trilho externo, em uma curva, calculada para uma determinada
velocidade, ao passarem os trens com velocidade diferente daquela,
a resultante das foras deixa de passar pelo centro da via,
aproximando-se mais de um dos trilhos, o qual recebe ento uma
sobrecarga;
g) Defeitos da linha qualquer defeito na linha gera uma sobrecarga na
distribuio das cargas verticais;
h) Defeitos no material rodante material rodante defeituoso ocasiona
choques na via que aumentam a carga dinmica. Por exemplo:
calos nas rodas (geram martelamento nos trilhos).
139
3.5.1.3. Esforos Transversais
Fc = m . = m . ( v2 / )
Onde:
- m massa;
- v velocidade;
- - raio de curvatura.
No caso de trajetria circular de raio R, teremos:
Fc = m . (v2 / R)
140
Os efeitos da fora centrfuga so minimizados elevando-se o trilho
externo das curvas, criando-se com isso uma superelevao que gera
uma componente de equilbrio quela fora.
- Hiptese de Winkler:
- Esquema de Carregamento:
P P P
a a a a a a
Onde:
- P carga esttica, por roda;
- Cd coeficiente dinmico ( adotar 1,4);
- a distncia entre os eixos dos dormentes.
b) Mtodo de Zimmermann
a a a
a a a a
142
Mmax = [ / (2 + 3)] . P . Cd .a
Onde:
= ( 6 . E . I ) / ( D . a3 ) ;
D = 0,9 . C . b . c ;
- - coeficiente de superestrutura;
- C coeficiente de lastro (kgf/cm3);
- P carga por roda (kgf);
- b largura do dormente (cm);
- c comprimento efetivo de suporte (faixa de socaria).
143
3.5.4. Escolha do Perfil de Trilho
= Mmax / W
Onde:
- - tenso de trabalho;
- W mdulo resistente do trilho (tabelado);
- - tenso admissvel flexo ( = 1 500 kgf/cm2).
Dados:
- Peso por eixo: 20 t;
- Coeficiente de impacto: 1,3;
- Faixa de socaria : 70 cm;
- Taxa de dormentao: 1 750 p/km;
- Dimenses do dormente : 2,0 m x 0,20 m x 0,16 m;
- Coeficiente de lastro: C = 9 kgf/cm3;
- Mdulo de elasticidade: E = 2 100 000 kgf/cm2;
- Tenso admissvel flexo: = 1 500 kgf/cm2.
Soluo:
144
Mmax = [(7 + 8 x 9,66) / 8 x (5 + 2 x 9,66)] .P . Cd .a
Mmax = 0,312 . P . Cd .a
Onde:
- - esforo cortante (em psi pounds / square inch ou lb/pol2);
- P carga dinmica (lb);
- Ro raio nominal da roda (pol);
- R1 = (Rr x Rh) / (Rh Rr);
- Rr raio de curvatura do boleto;
- Rh raio da roda na concavidade do friso;
- - esforo cortante admissvel;
- = 50 000 psi (3 515 kgf/cm2) para roda nova;
- = 67 500 psi (4 745 kgf/cm2) para roda usada.
145
3.6. MTODOS MODERNOS DE CONSTRUO
3.6.1. Introduo
Desta forma, para suportar grandes cargas por eixo e altas velocidades,
chega-se, por exemplo, ao ponto de aplicarem-se conceitos inovadores
de projeto que determinam a construo da superestrutura apoiada
sobre uma laje de concreto contnua, na forma de um radier.
146
A utilizao de trilhos longos soldados (TLS), ao invs de trilhos curtos,
com juntas de talas (que um dos pontos fracos da via convencional),
exigncia indispensvel e por isso amplamente adotada,
particularmente, em ferrovias de alta velocidade.
Observao:
- As ferrovias para trens de alta velocidade tero sempre elevado custo
de implantao, porm acusam menores despesas durante a sua
manuteno.
147
3.6.6. Processos Modernos de Construo
148
4. CONSERVAO DA VIA
4.1. INTRODUO
Observaes:
- O parmetro 02 ser reservado para os desvios;
- Os AMVs (aparelhos de mudana de via) sero considerados como
equivalentes a:
- 0,10 km de linha corrente, quando em desvios;
- 0,25 km de linha corrente, quando em linha principal.
- Quando tratar-se de linha mista, todos os coeficientes sero
majorados em 15%.
152
O mtodo CCP estipula que a totalidade da Turma da Seo ou
Residncia, seja dividida em tantos trechos, quantos forem os anos de
durao do Ciclo de RT.
Observaes:
- Ciclo o nmero de anos compreendidos entre duas revises
totais (RT), consecutivas, no mesmo trecho e que determinado em
funo dos Grupos de Linha;
Exemplo:
Estabelecer a diviso para um trecho de 240 km, em uma linha de 1
classe, com trfego de 20 000 t/dia, com dormentes de madeira.
5.1. INTRODUO
155
das flechas no levantamento inicial ser igual soma das flechas aps o
puxamento. Logo:
f = f
C d
C
B D
d/2
A E
Fig. 78 Esquema ilustrativo do Princpio dos Trs Pontos. (Fonte: Schechtel)
156
Fig. 79 Esquema de estaqueamento de uma curva. (Fonte: Brina)
Estacas
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
f
Digrama
Prtico
f = C2 / 8R
f
Diagrama
Prtico
f = C2 / 8R
e
T = TE EC CE T = ET
Observaes:
- as retas inclinadas correspondem curva de transio (geralmente
uma espiral);
- os pontos TE, EC, CE e ET, so os chamados pontos de transio
(tangente / espiral; espiral / curva circular; curva circular / espiral;
espiral / tangente).
- os diagramas prticos so um pouco diferentes, tendo em vista que
em T e T, assim como, em EC e CE, as flechas so menores.
158
A operao destes aparelhos , relativamente, simples. Existe um
mostrador com referncias mveis, onde se marcam as flechas. Os
valores das flechas so marcados na escala do prprio aparelho,
movendo-se as referncias mveis. Assim, fica materializado no
mostrador, o diagrama de flechas, deformado (ordenadas).
159
5.7. ESTUDO DA SUPERELEVAO
- P peso do veculo;
- Fc fora centrfuga [Fc = m . (v2 / r)];
- B distncia de centro a centro de trilhos (B = b + c);
- b bitola (mm);
- c largura do boleto;
- v velocidade, em m/s;
- V velocidade, em km/h;
- r raio da curva, em m;
- R resultante de P e Fc (normal ao plano dos trilhos);
- G centro de gravidade do veculo.
160
Projetando-se as foras que atuam em G, sobre o eixo xx:
P sen = Fc cos
P sen = Fc
m. g . (h / B) = m . (v2 / r)
h = (B . v2) / (g . r) = St
St = (B . V2) / 127 . r
St = (8,34 . V2) / r
Onde:
- B = 1060 mm
- V em km/h;
- r em m;
- St Superelevao Terica.
Sp = 2 / 3 St = 2 / 3 [(8,34 . V2) / r]
Sp = (5,56 . V2) / r
Onde:
- V velocidade do trem mais rpido, no trecho;
- Sp Superelevao Prtica.
161
Observao:
b) Critrios Racionais
s = (B / g) .
Onde:
- acelerao descompensada
Logo:
Sp = St - s = St [(B / g) . ]
Observaes:
162
5.7.3. Limites de Superelevao
Observaes:
- Quando o traado no permitir introduo da curva de concordncia
na extenso necessria, a transio da superelevao deve
estender-se ao trecho em tangente;
- Neste caso a velocidade dever ser V< 60 km/h.
Observaes:
Para a RFFSA
6.1. INTRODUO
6.2.1. Conceituao
a) Estao
b) Ptio
c) Terminal
6.2.2. Classificao
6.3. ESTAES
6.3.1. Classificao
a) Abrigos
Pequena construo de madeira ou alvenaria, utilizada para paradas
facultativas dos trens de zona rural.
b) Parada
Consiste de uma pequena construo e de um desvio, para atender
pequeno movimento de passageiros e mercadorias e cruzamentos de
trens, em lugares de parada facultativa, em zona rural.
166
c) Estao do Tipo Padro
Possuem, alm de plataforma, um edifcio dotado de sala de espera
com sanitrios para os usurios, locais para bagagem e mercadorias,
e sala para o agente da estao. Dispem de vrios desvios para o
movimento dos trens.
Observao:
O projeto de estaes de passageiros, embora ligado operao
ferroviria, muito mais um problema da rea da arquitetura do que
de engenharia civil.
6.4. PTIOS
6.4.1. Definio
a) Ptios de Cruzamentos
So ptios destinados apenas para o cruzamento ou ultrapassagem
de trens.
167
Fig. 85 Ptio de Cruzamento. (Fonte: Brina)
b) Ptios de Triagem
So caracterizados por permitirem operaes de fracionamento ou
formao de composies sendo, normalmente, situados em plos
industriais ou urbanos de grande porte, em entroncamentos de duas
linhas e nos pontos de quebra de trao (mudana do perfil da linha,
final de serra e incio de planalto).
c) Ptios Terminais
So caracterizados por possurem:
- Maior movimento de carga e descarga de mercadorias (Terminais
de Carga);
- Maior movimento de passageiros (Terminais de Passageiros).
a) Linhas
As linhas ou vias que compem os ptios e formam os feixes de
linhas, tm caractersticas especficas e podem ser descritas como
segue:
b) Haste de Manobra
um segmento de linha, situado no extremo do ptio que serve para
a movimentao da composio ou parte dela, sem interferir em
outras correntes de trfego, garantindo uma elevada flexibilidade
operacional, isto , possibilitando executar vrias manobras,
simultaneamente.
d) Tringulo de Reverso
Aparelho de via usado para efetuar a mudana de sentido, no
deslocamento de um veculo.
e) Giradores
Equipamentos utilizados para girar veculos, instalados em ptios,
onde no possvel a construo de tringulos de reverso por falta
de espao, ou outros motivos.
f) Edifcios Administrativos
So as estaes.
g) Armazns e Barraces
Utilizados para armazenagem de cargas antes, durante e depois das
operaes de transporte.
h) Torre de Comando
Central de controle da via.
i) Iluminao
Instalaes eltricas completas, com cabos, postes, refletores,
transformadores, quadros de comando, rels e chaves que permitem
a operao noturna dos ptios de manobra.
169
a) Feixes de Linhas Mltiplos
Ptios de maior importncia, devem possuir diversos feixes de
desvios que sero dispostos de acordo com as necessidades de
cada terminal e para os quais ser dirigida a composio ou suas
fraes, conforme a necessidade especfica do servio:
170
b) Feixe de Linha nico
Ptios de pequena intensidade de movimentao so compostos
apenas por um nico feixe, com grande nmero de linhas, divididas,
em:
- Linha de recepo;
- Linha de triagem;
- Linhas de formao e partida;
- Linhas de estacionamento.
6.5. TERMINAIS
a) Terminais Porturios
- Sistemas onde se conjugam diferentes modais de transporte.
172
b) Terminais Intermodais
- Terminal de Combustvel;
- Terminal de Calcrio;
- Terminal de Minrio;
- Terminal de Contineres;
- Outros.
c) Pra Ferroviria
um sistema muito utilizado em terminais de calcrio, carvo e outros
minrios (granis).
7
P
A
9 5
E
3
1
12 2 11
4
6
8
10
Embora existam algumas regras gerais para projetos, cada terminal (ou
ptio) representa um problema especial que deve ser resolvido tendo
em vista as condies e situaes locais e especficas.
174
Fig. 89 Ptio de Toronto (Canad). (Fonte: Togno)
175
Diversos fatores tcnicos condicionam o posicionamento de ptios e
terminais. Entre eles, podemos citar:
6.7.2. Dimensionamento
176
7. MATERIAL RODANTE
7.1. INTRODUO
7.1.1. Definio
b) Material de Transporte
b.1) Auto-propulsado:
b.1.1) Auto-motriz;
b.1.2) Carro motor;
b.1.3) Metropolitano;
b.1.4) Auto de linha;
b.1.5) Carro de controle;
b.2) Rebocado:
b.2.1) Carro:
b.2.1.1) de 1 Classe;
b.2.1.2) de 2 Classe;
b.2.1.3) Suburbano;
b.2.1.4) metropolitano;
b.2.1.5) Pullmann;
b.2.1.6) Dormitrio;
b.2.1.7) Bar;
b.2.1.8) Buffet;
b.2.1.9) Restaurante;
b.2.1.10) Administrativo;
b.2.1.11) de Inspeo;
b.2.1.12) Correio;
b.2.1.13) Chefe;
b.2.1.14) Caboose;
b.2.1.15) Controle;
b.2.1.16) Pagador;
177
b.2.2) Vago (ver Anexos):
b.2.2.1) Fechado:
b.2.2.1.1) Carga geral;
b.2.2.1.2) Graneleiro;
b.2.2.1.3) Isotrmico;
b.2.2.1.4) Frigorfico;
b.2.2.1.5) Tanque:
b.2.2.1.5.1) Lquidos;
b.2.2.1.5.2) Pulverulentos;
b.2.2.1.5.3) Gases;
b.2.2.1.5.4) Pastosos;
b.2.2.2) Aberto:
b.2.2.2.1) Plataforma:
b.2.2.2.1.1) Comum;
b.2.2.2.1.2) Cofre de carga;
b.2.2.2.1.3) Automveis;
b.2.2.2.1.4) Piggy-back;
b.2.2.2.2) Gndola:
b.2.2.2.2.1) Caixa fixa;
b.2.2.2.2.2) Caixa basculante.
7.3.1. Rodas
178
a) Dimetro:
- Europa 0,90 D 1,0 m;
- Brasil e EUA - 0,74 D 0,91 m.
b) Partes Principais:
- Aro;
- Centro ou cubo.
d) Aro:
- a parte da roda que constitui a superfcie de rodagem, sobre o
trilho.
Observaes:
- Verificou-se, entretanto que com aros cilndricos, o movimento
sinuoso, especialmente dos truques das locomotivas, menor;
- Com aros cilndricos tambm, menor o movimento de lacet;
179
- Em geral, as duas rodas de um eixo so substitudas, aps trs
sucessivos torneamentos (trs vidas);
- A conicidade reduz o efeito de formao de sulcos na superfcie de
rodagem (pelo boleto).
7.3.2. Eixos
Observaes:
1. Peso bruto mximo carga do vago sobre os trilhos;
2. Carga til peso bruto mximo, menos o peso do vago;
3. Lotao nominal um valor um pouco menor que a carga til (
marcada no vago).
b) Rodeiro:
181
Fig. 92 Rodeiro (Fonte: Brina)
7.3.3. Mancais
7.3.4. Suspenso
7.3.6. Truques
183
necessria a existncia de uma folga nos engates, para haver
transmisso gradual do esforo da locomotiva, aplicado na partida do
trem. Esta folga , em geral, de .
7.3.8. Caixa
Observaes:
- Atualmente, no Brasil, todos os carros so de construo metlica,
em geral de ao.
- Esto sendo testadas, tambm, a construo e utilizao de vages
de alumnio.
7.4. LOCOMOTIVAS
7.4.1. Definio
186
d) Gerador de Auto-Excitao:
- Controlando-se a corrente de excitao do gerador, regula-se a sada
para a carga imposta aos motores.
e) Sistemas de Partida:
- Como necessrio um torque inicial, j que o motor diesel tem torque
nulo na partida, pode-se recorrer a um motor a gasolina acoplado ao
eixo ou usar bateria eltrica, fazendo o gerador funcionar como um
motor, para aplicar a compresso inicial do motor diesel.
- Diferentemente da locomotiva eltrica que possui disponibilidade
praticamente, ilimitada de potncia, a potncia de uma DE, limitada
pela capacidade do motor diesel.
187
III. ANEXOS
188
III.2. TIPOS DE VAGES (Fonte: Furtado Neto)
189
190
III.3. TERMINOLOGIA BSICA
191
. Velocidade Mdia de Percurso Mede a relao entre o
trem.km e o somatrio dos tempos de marcha;
193
. Faixa de Domnio - Faixa de terreno de pequena largura em
relao ao comprimento, em que se localizam as vias frreas e
demais instalaes da ferrovia, inclusive os acrscimos
necessrios sua expanso.
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