ANO XLIII - No. 484 - OUTUBRO DE 2002

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P rojeto

PERGUNTE
E
RESPONDEREMOS
ON-LINE

Apostolado Veritatis Spiendor


com autorizagáo de
Dom Estéváo Tavares Bettencourt, osb
(in memoriam)
APRESENTAQÁO
DA EDIQÁO ON-LINE
Diz Sao Pedro que devenios estar
preparados para dar a razáo da nossa
esperanga a todo aquele que no-la pedir
(1 Pedro 3,15).

Esta necessidade de darmos corita


da nossa esperanga e da nossa fé hoje é
mais premente do que outrora, visto que
somos bombardeados por numerosas
correntes filosóficas e religiosas contrarias á
fé católica. Somos assim incitados a procurar
consolidar nossa crenga católica mediante
um aprofundamento do nosso estudo.

Eis o que neste site Pergunte e


Responderemos propóe aos seus leitores:
aborda questóes da atualidade
'7 controvertidas, elucidando-as do ponto de
vista crístáo a fim de que as dúvidas se
: dissipem e a vivencia católica se fortalega no
Brasil e no mundo. Queira Deus abengoar
'" ' este trabalho assim como a equipe de
Veritatis Splendor que se encarrega do
respectivo site.

Rio de Janeiro, 30 de julho de 2003.

Pe. Esteváo Bettencourt, OSB

NOTA DO APOSTOLADO VERITATIS SPLENDOR

Celebramos convenio com d. Esteváo Bettencourt e


passamos a disponibilizar nesta área, o excelente e sempre atual
conteúdo da revista teológico - filosófica "Pergunte e
Responderemos", que conta com mais de 40 anos de publicagáo.
A d. Estéváo Bettencourt agradecemos a confiaga depositada
em nosso trabalho, bem como pela generosidade e zelo pastoral
assim demonstrados.
Ano xliii Outubro 2002 484
"Reavivar o dom..." (2Tm 2, 1)

"Deus: Precisamos dele?" (Galileu)

As Obras Caritativas do Papa em 2001

Aprovado o Neocatecumenato

O Pai-Nosso a partir do aramaico

"Fui protestante e perseguidor da Igreja" (J.C.C.)

QueéaADHONEP?

A profecía de Sao Nilo

No Senado Federal, urna votacáo

Os Floráis de Bach

Bioética, Clonagem e Eutanasia

Vocacáo
PERGUNTE E RESPONDEREMOS OUTUBRO2002
Publicagáo Mensal N°484

Diretor Responsável SUMARIO


Estéváo Betlencourt OSB "Reaviva o dom..." (2Tm 2,1) 385
Autor e Redator de toda a materia Religiáo hoje:
publicada neste periódico "Deus: Precisamos dele?" (Galileu).... 386
Solicitude pastoral:
Diretor-Administrador:
As Obras Caritativas
D. Hildebrando P. Martins OSB do Papa em 2001 389

Admin¡stra9áo e Distribuicáo: Um novo Movimento Eclesial:


Aprovado o Neocatecumenato 396
Edicóes "Lumen Christi"
Traducáo ou livre composicáo?
Rúa Dom Gerardo. 40 - 5° andar - sala 501
O Pai-Nosso a partir do aramaico 401
Tel.: (0XX21) 2291-7122
Testemunho:
Fax (0XX21) 2263-5679
"Fui protestante e perseguidor
da Igreja" (J.C.C.) 404
Endereco para Correspondencia:
Ed. "Lumen Christi" Organizacáo protestante:
Que é a ADHONEP? 410
Caixa Postal 2666
CEP 20001-970 - Rio de Janeiro - RJ Ainda profecías sinistras:
A Profecía de Sao Nilo 414
Visite o MOSTEIRO DE SAO BENTO Perigo dissimulado:
e "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" No Senado Federal, urna votacáo 417
na INTERNET: http://www.osb.org.br Que sao?
e-mail: [email protected] Os Floráis de Bach 424
Médicos, Juristas e Sacerdotes falaram:
iMPnes*Ao Bioética, Clonagem e Eutanasia 428
Como reconhecer?
Vocacáo 432

GRÁFICA MARQUES SARAIVA


COM APROVACÁO ECLESIÁSTICA
NO PRÓXIMO NÚMERO:
"Jesús, esse grande desconhecido" por Juan Arias. - "O Santo Sudario, urna farsa me
dieval?", por J. Blessmann. - "Abraáo nunca existiu" (Romanini). - Teología da Prosperi-
dade. - A Santa Sé em déficit. - Ainda Dom Herminio. - Meditacáo Crista. - Fala o Dr.
Jéróme Lejeune. - Que faráo com os embrides? Seráo jogados no lixo? - Os transplan
tes: modalidades. -A Biblia de Jerusalém revista e ampliada.

PARA RENOVACÁO OU NOVA ASSINATURA (ANO 2002,


DEFEVEREIROADEZEMBRO): R$ 35,00.
NÚMERO AVULSO R$ 3,50.
O pagamento poderá ser á sua escolha:

1. Enviar, em Carta, cheque nominal ao MOSTEIRO DE SAO BENTO/RJ.


2. Depósito em qualquer agencia do BANCO DO BRASIL, agencia 0435-9 na C/C 31.304-1
do Mosteiro de S. Bento/RJ ou BANCO BRADESCO, agencia 2579-8 na C/C 4453-9
das Edicóes Lumen Christi, enviando em seguida por carta ou fax comprovante do
depósito, para nosso controle.
3. Em qualquer agencia dos Correios, VALE POSTAL, enderecado ás EDICÓES "LUMEN
CHRISTI" Caixa Postal 2666 / 20001-970 Rio de Janeiro-RJ
Obs.: Correspondencia para: Edicoes "Lumen Christi"
Caixa Postal 2666
20001-970 Rio de Janeiro - RJ
"REAVIVAR O DOM ..."
(2Tm1,6)

Em 2Tm Sao Paulo escreve ao jovem discípulo Timoteo, que talvez se


sentisse acabrunhado pelas intemperies do pastoreio da comunidade de Éfeso.
E exorta-o a anazoopyrein o dom de Deus" (cf. 2Tm 1, 6). - O verbo grego
assim utilizado é muito expressivo: supóe um braseiro cujas brasas váo sendo,
aos poucos, recobertas de cinzas de modo a já nao emitir luz. Que faz entáo a
pessoa interessada? - Sopra sobre as brasas de maneira que as cinzas se dis-
sipam e surge urna chama alta e bela a irradiar luz e calor; por assim dizer, as
brasas voltam a viver, de amortecidas que estavam. É bem isto o que o verbo
sugere: ana diz "para cima" e "de novo"; zoé designa a vida e pyr, o fogo1.
Ora cada cristio (e nao somente Timoteo) pode ser tido como um bra
seiro. Com o tempo, as brasas, a principio lúcidas e irradiantes, váo-se cobrin-
do de cinzas ou váo esmorecendo e se cansando vistas as inclemencias da
vocacáo crista de ser luz do mundo, (cf. Fl 2,15; Mt 5,14). É necessário, pois,
periódicamente soprar sobre as cinzas para que se dissipem e permitem o
surto da bela chama latente no coracáo dos fiéis. Faz-se mister sacudir a ratina
e a acédia que tendem a apagar a brasa ou os dons do Espirito Santo presen
tes em cada coracáo reto (cf. Le 12,49; 1Ts 5,19).1
Com outras palavras: 9 Apostólo incita o leitor a viver em profundidade,
evitando a superficialidade. É oportuno voltar regularmente as perguntas: De
onde venho? Para onde vou? Qual o sentido da vida? Mais ainda: é importante
manter, por toda a vida, a tempera forte e corajosa dos anos de juventude, por
mais que a ingrata experiencia do cotidiano tenda a sufocar tais disposicoes.
Estas podem, sim, amadurecer, tomar-se mais adultas com o passar dos anos,
mas jamáis esmorecen
Vém muito a propósito as palavras do General Mac Arthur:
"Jovem é aquele que se admira, que se maravilha e pergunta como
crianca inasciável: E depois?... Que desafia os acontecimentos e encon-
tra alegría no jogo da vida.
És táo jovem quanto a tua fé. Táo velho quanto a tua descrenca.
Táo jovem quanto a tua confianca em ti mesmo, táo velho quanto o teu
desánimo. Serás jovem enquanto te conservares receptivo ao que é belo,
bom e grande.
Receptivo as mensagens da natureza, do homem e do infinito.
E, se um día teu coracáo for atacado pelo pessimismo e corroído
pelo cinismo, que Deus entáo se compadega de tua alma de velho!".
Eis, em linguagem profana, o que Sao Paulo quer dizer com a imagem
do braseiro a ser reavivado periódicamente.
E.B.

1 Semelhante imagem ocorre nos escritos de Séneca, filósofo estoico, contemporáneo


de Sao Paulo:
X)s nossos ánimos trazem as sementes de valores honrosos, sementes que sao ativadas
pela admoestagáo, á semelhanca do que se dá quando urna centelha, provocada por
leve sopro, expande suas chamas" (Epístola XCIV).

385
PERGUNTE E RESPONDEREMOS"
it

Ano XLIII - Ns 484 - Outubro de 2002

Religíáo hoje:

"DEUS: PRECISAMOS DELE?"


(GALILEU)

Em síntese: Á pergunta ácima responde a repórter Fernanda


Colavitti apontando primeiramente a carencia de pessoas que aspiram
porpossuir bens materiais ou que se véem a bragos com probiemas de
finangas, saúde, casamento... Váo procurar especialmente as comunida
des protestantes neopentecostais, que prometem a solugáo de qualquer
problema; o cansago na luta, o desánimo e a credulidade levam muitas
pessoas a procurar ñas recentes correntes religiosas a solugáo das suas
dificuldades. Além disto, nota a repórter que todo ser humano, mesmo o
ateu, precisa de acreditar em algo que o transcenda e seja a resposta
aos seus anseios naturais; esse algo pode nao ser Deus, mas será o
amor, a ciencia, o dinheiro... Assim o artigo mostra que todo ser humano
tem fé em algo que o transcende.

A revista GALILEU, edicáo de julho 2002, pp. 20-27 propóe impor


tante pergunta: "Deus: precisamos dele? De onde vem a fé? Por que na
era da tecnología e da ciencia a religiosidade nao para de crescer?". - A
repórter Fernanda Colavitti, ao lado de afirmacóes discutíveis, formula
duas grandes verdades, que seráo, a seguir, explanadas.

1.0 problema

Assim comeca o artigo em pauta:

"O que explica a religiosidade humana? Em plena era da clonagem,


dos transplantes de órgáos e da internet, milhóes de pessoas buscam
apoio em 'urna forga superior' que comande todo o Universo, inclusive
suas próprias existencias. No Brasil, mais de 90% da populagáo eré em

386
"DEUS: PRECISAMOS DELE?"

Deus, segundo dados preliminares do Censo 2000, divulgados pelo IBGE,


em malo. Nos Estados Unidos, essa porcentagem já ultrapassa os 96%.
Nos últimos dez anos, foram criadas cerca de 100 mil novas religides no
mundo.

Os números nao deixam dúvidas de que o poder da fé é global e


que, ao contrario do que se acreditava no inicio do secuto 20, nem mes-
mo a secularizagáo da educagáo, aliada ao avango da ciencia e da
tecnología, foram suficientes para diminuir a presenga de Deus na vida
humana. Por que essa necessidade de ter fé?" (p. 20).

Do corpo do artigo destacaremos dois pontos importantes apre-


sentados como resposta as questoes levantadas pela articulista.

2. Por que tantas conversóes?

Lé-se á p. 23:

«Aínda que a conversáo as doutrinas evangélicas, sobretudo aos


cultos neopentecostais, seja maior ñas carnadas mais pobres da popula-
gao, esse discurso 'mágico' também atrai a classe media. 'Igrejas como a
Comunidade Evangélica Sara Nossa Térra e Renascerem Cristo trocam
os rituais de exorcismo e as correntes de emprego pelas injegóes de
auto-estima. Por isso também funcionam entre os mais ricos', explica
Ricardo Mariano. Existem cultos evangélicos até para os mais surpreen-
dentes grupos, como o dejovens surfistas e metaleiros.

Os fins podem ser diferentes (livrar-se da miseria, ou parar com as


drogas), mas o motivo pelo qual as pessoas depositam fé nessas doutri
nas é a promessa de solugóes concretas e ¡mediatas. O sucesso na re-
solugáo dos problemas tornase estímulo para a prática da religiáo e for
talece a fé.

Isso também ajuda a entender a onda de conversóes aparente


mente improváveis, como a do time de artistas composto pela apresenta-
dora Monique Evans, as cantoras Gretchen e Baby do Brasil (ex-Baby
Consuelo) entre outros. 'A maioria desses artistas está decadente. É urna
tentativa desesperada de salvar suas carreiras. Pode reparar que os fa
mosos bem-sucedidos nao estáo procurando igrejas, pelo menos publi
camente', concluí Antonio Flávio Pierucci, professor de sociología da re
ligiáo da USP. Para ele, a conversáo surge em situagoes-limite. 'Ninguém
está muito preocupado com a salvagáo da alma. As pessoas querem pri-
meiro salvar a pele', diz ele».

Segundo tais dizeres; grande parte das conversóes ao protestan


tismo neopentecostal se deve á procura de bens materiais (saúde corpo
ral, dinheiro, prosperidade...), procura a qual parecem atender as pro-

387
"PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 484/2002

messas de pregadores neopentecostais. A religiáo se torna um "Pronto


Socorro" e Deus é posto a servico do homem carente.

A Igreja Católica nao pode concorrer com tal tipo de pregacáo atra-
ente; ela sabe que só Deus pode fazer milagres e os faz quando quer e
como quer. Deus nao tem obrigacao de atender ao homem como este
quer ser atendido. Verdade é que nenhuma oracáo é perdida (cf. Le 11,
9s), mas nenhuma tem poderes mágicos sobre Deus; Ele responde ao
orante nem sempre como este solicita, mas de maneira mais generosa e
sabia do que a expectativa da criatura.

Após dissertar sobre temas discutíveis, a repórter concluí seu tra-


balho nos seguintes termos:

3. "Todo homem tem fé"

Eis o parágrafo final do artigo (p. 27):

"Aínda que a ciencia nao consiga encontrar explicagdes absolutas


para todos os misterios da fé, há evidencias de que ela se manifesta na
vida de todo ser humano, mesmo que nao esteja relacionada á religiosi-
dade. "O mais completo ateu vai ter fé em algo que o transcenda, pode
ser o amor, a música, urna obra de arte ou o trabalho. Se nao quiser
chamar de Deus eu aceito, mas ninguémpode viversem fé", diz Femando
Altemeyer".

Tais palavras exprimem a verdade: o homem é pequeño demais


para satisfazer as suas aspiracoes naturais á vida, á felicidade, ao amor...
Por isto o homem foi feito para ultrapassar constantemente a si mesmo.
Somente fora de si ou em algo que o transcende, espera ele obter sua
plena resposta. Esse algo nem sempre é o auténtico algo (Deus, o verda-
deiro Bem Infinito), mas é um valor aparente no qual a criatura confia em
vista da sua auto-realizacáo. Até mesmo o ateu marxista tem fé: ele eré
que o proletariado, sacrificando-se como Messias, será o penhor de urna
nova sociedade na qual o marxista confia, esperando nela a sua consu-
macáo; o marxismo é "urna religiáo as avessas".

Eis o que a irreverente pergunta "Deus: precisamos dele?" sugere


de positivo á autora do respectivo artigo. Há males que vém para bem...

388
Solicitude pastoral:

AS OBRAS CARITATIVAS DO PAPA EM 2001

Em síntese: Anualmente a Santa Sé presta contas da aplicagáo


do dinheiro recebido dos fiéis para as obras caritativas do Papa. Estáo
encarregados de distribuir a ajuda aos necessitados tres órgáos pontificios:
o Conselho Cor Unum, destinado a socorrer as vítimas de flagelos e
atender á promogáo humana; a Fundagáo Joáo Paulo II para o Sahel
(África semidesértica) e a Fundagáo Populorum Progressio, voltada para
a América Latina e suas populagóes mais carentes.

Quatro quadros representam as atividades assim exercidas em


2001.
* * *

Anualmente a 29 de junho, Dia do Papa, se faz a coleta do Óbolo


de Sao Pedro no mundo inteiro, destinada as obras caritativas do Santo
Padre. O dinheiro entáo arrecadado, juntamente com o de doacdes vari
as, é distribuido mediante tres órgáos pontificios: o Conselho Cor Unum,
a Fundagáo Joáo Paulo II para o Sahel e a Fundacáo Populorum
Progressio, destinadas respectivamente 1) ao socorro a flagelados e á
Promogáo Humana, 2) as populagóes do Sahel (regiáo semi-árida ao Sul
do Saara, que abrange urna faixa continental, a qual vai desde Dakar no
Senegal até o Mar Vermelho, passando ao Sul do lago Tchade) e 3) a
Fundagáo Populorum Progressio, interessada ñas populagóes pobres
da América Latina. Além de mandar sua contribuigáo financeira, o Santo
Padre tem enviado emissários as regióes flageladas, portadores de urna
palavra de reconforto e solicitude pastoral.

Proporemos, a seguir, quatro quadros, que exprimem o zelo pater


nal de Joáo Paulo II pelos povos que, de algum modo, carecem de ajuda.

1. Pontificio Conselho COR UNUM

Foi fundado em 1972 por Paulo VI, que Ihe assinalou a finalidade
nos termos seguintes:

"A criagáo do Conselho evidencia nosso interesse em manter viva


e ativa no seio do Povo de Deus a lei da caridade na qual se resume a
mensagem do Senhor" (21/01/1973).

Joáo Paulo II, por sua vez, notava:

389
"PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 484/2002

"O Conseibo exprime a solicitude da Igreja Católica para com os


carentes a fim de que seja fomentada a fraternidade entre os homens e
se manifesté o amor de Cristo" (Constituigáo Pastor Bonus 145).

O Conselho Cor Unum é alimentado nao somente pelo Óbolo de


Sao Pedro, mas também por numerosas doacóes da parte dos fiéis e
instituicóes religiosas, que Ihe permitem dedicar-se as necessidades pro
venientes de catástrofes ou de carencia da promocáo que habilita o indi
viduo a viver uma vida mais digna. - Eis dois quadros demonstrativos
das atividades do Conselho:

Quadro 1: COR UNUM - URGENCIAS

MES País Calamidade Q.UANT1ADOADA

Janeiro lugoslávia Refugiados US$100.000


Janeiro Salvador Terremoto 100.000

Janeiro india Terremoto 100.000

Fevereiro Salvador Terremoto 50.000

Marco Rep. dem. do Congo Guerra 20.000


Margo Etiopia Guerra 20.000

Margo Uganda Refugiados 9.000

Margo Ruanda Seca 15.000


Margo Quénia Terrorismo 10.000

Margo Papuásia Nova Guiñé Violencia interna 30.000


Maio Ucrania Enchentes 20.000

Maíq Rep. Centroafricana Refugiados 20.000

Maio Malawi Enchentes 20.000

Maio Tchade Seca e fome 20.000

Maio Hungría Enchentes 20.000


Maio Bangladesh Enchentes 50.000

Julho Rep. dem. do Congo Refugiados 2.500


Julho india Terremoto 13.000

Julho Perú Terremoto 100.000

Julho Polonia Enchentes 100.000

Agosto Zimbabwe Enchentes 10.000

Agosto Zámbia Seca 10.000


Agosto Turquía Refugiados 20.000

390
AS OBRAS CARITATIVAS DO PAPA EM 2001

Agosto Perú' Enchentes 20.000


Agosto Mozambique Enchentes 20.000
Agosto Quénia AIDS 20.000
Outubro U.S.A. Terrorismo 3.200
Outubro Paquistio Refugiados 200.000
Novembro Uganda Seca 4.000
Novembro Sri Lanka Seca 10.000
Novembro Rep. Congo Refugiados 7.500
Novembro Georgia Refugiados 20.000
Novembro Bangladesh Terrorismo 25.000
Novembro Algéria Enchentes 1.500
Total doado para as situaqóes de urgencia US$1.209.700

Segue-se o Quadro 2: COR UNUM - PROMOQÁO HUMANA

CONTRIBUICÁO
MES País Setor
DOADA EM US$
Marco Brasil Meninos de rúa 6.000
Marco Chile Saúde 15.000

Margo Vietnam Transporte 2.500

Margo Tanzania Transporte 500

Margo India Agricultura 9.000


Margo Salvador Crianga 10.000

Margo Rep. Dom. do Congo Saúde 10.000


Margo Burundi Saúde 25.000

Abril Albania Educagáo 80.000

Maio Zámbia Saúde 800

Maio Vietnam Formagáo 1.400

Maio Ucrania Alojamentos 20.000

Maio Tanzania Agricultura e saúde 5.000

Agricultura e
Maio Perú 20.000
alimentagáo

Agricultura e
Maio Quénia 16.000
alimentagáo

391
"PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 484/2002

Maio Casaquistáo Centros comunitarios 20.000

Maio 1 raque Jovens 20.000

Maio india Alojamentos e saúde 20.000

Maio india Alojamentos 10.000

Maio Croacia Alojamentos 20.000

Maio Bosnia Jovens 10.000

Maio Albania Educacáo 15.000

Maio Filipinas Mulheres 10.000

Junho Ucrania Chancas 2.500

Junho Filipinas Educacáo 20.000

Agosto Ucrania Alimentacáo 10.000

Agosto Roménia Criancas 15.000

Agosto Roménia Saúde 10.000

Agosto Perú Saúde 20.000

Agosto México Formacáo 18.000

Agosto Lituánia Socio-pastoral 2.000

Agosto Filipinas Formacáo 6.500

Agosto 1 raque Formacáo 15.000

Agosto india Saúde 6.000

Agosto Etiopia Criancas 15.000

Agosto Egito Alimentacáo 20.000

Agosto Chile Autóctones 5.000

Agosto Vietnam Minorías étnicas 15.000

Agosto Vietnam Educacáo 4.000

Agosto Vietnam Educacáo 2.000

Setembro Bolívia Mulheres 10.000

Setembro Quénia Saúde 5.000

Novembro Quénia Saúde 20.000

Novembro Rússia Jovens 10.000

Novembro Rússia Socio-pastoral 10.000

Novembro Vietnam Transportes 2.000

Agricultura e
Novembro Uruguai 10.000
alimentacáo

Novembro Uganda Alojamentos 7.000

392
AS OBRAS CARITATIVAS DO PAPA EM 2001 9

Novembro Ucrania Criancas 20.000

Novembro Tanzania Saúde 20.000

Novembro Perú Saúde 10.500

Novembro Perú Mulheres 20.000

Novembro Nigeria Idosos 4.000

Novembro Nigeria Deficientes 15.000

Novembro Nigeria Saúde 5.500

Novembro india Educacao 1.000

Novembro Haiti Sócio-pastoral 5.000

Novembro Guatemala Producáo 8.000

Novembro Etiopia Sócio-pastoral 10.000

Novembro Colombia Criancas 10.000

Novembro Chile Detentos 8.000

Novembro Camaróes Agricultura 10.000

Novembro Brasil Sócio-pastoral 15.000

Novembro Brasil Formacáo 8.000

Novembro Albania Centros comunitarios 25.000

Novembro Rep. Centroafricana Jovens 15.000

Total doado para a Promocáo Humana 841.200

2. Fundacáo Joao Paulo II para o Sahel

Foi criada pelo Papa Joao Paulo II em 1984, para atender as regi-
óes que sofrem de seca e desertificacáo na África subsaariana; trata-se
de nove países, que precisam nao só de ajuda material, mas também de
pessoal especializado para combater os flagelos mencionados.

O Conselho Administrativo da Fundacáo reuniu-se de 4 a 11 de


fevereiro 2002 em N'Djamena (Tchade) para examinar os projetos apre-
sentados; desses, 230 foram aprovados, equivalendo a um financiamen-
to de 2.333.308,00 US$, como se pode perceber no quadro 3 deste artigo.

O financiamento dos projetos tornou-se possível grasas á impor


tante contribuicáo dos fiéis italianos motivados por um apelo da Seccao
da Conferencia dos Bispos da Italia encarregada das intervencóes cari
tativas em favor do Terceiro Mundo. A tal quantia juntaram-se 90% dos
juros produzidos pelo capital da Fundacáo, que, em grande parte, se
deve a doacóes dos católicos da Alemanha feitas por ocasiáo da visita
do Papa áquele país em fins de 1980.

393
10 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 484/2002

Eis o quadro dos projetos aprovados:

QUADRO 3 - A FUNDACÁO JOÁO PAULO II PARA O SAHEL


Total Montante
PAÍS A0 A1 A2 B0 B1 CO D E F projetos OOAOO EM
financiados uss

BURKINA FASO 10 14 9 23 10 10 11 3 0 90 968.469

CABO VERDE 1 0 0 0 0 1 0 0 0 2 12.864

TCHADE 4 7 5 9 11 2 1 3 1 43 224.341

GAMBIA 1 0 1 1 3 0 0 0 0 6 60.582

GUIÑE BISSAU 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 77.879

MALÍ 4 7 1 6 3 1 1 0 0 23 138.125

MAURITANIA 1 5 0 3 1 1 0 1 0 12 130.354

NIGERIA 3 1 1 . 1 1 3 3 0 0 15 119.639

SENEGAL 3 8 4 9 6 6 1 1 0 38 224.341

INTERNACIONAL 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 17.711

TOTAL 27 42 21 52 38 25 17 8 1 231 2.333.308

Legenda: AO) Meio ambiente, A1) Agricultura, A2) Criacáo de gado, B0) Animacáo,
B1) Promocáo, C0) Projetos hidráulicos, D) Saúde, E) Ensino técnico, F) Outros.

3. Fundacáo «POPULORUM PROGRESSIO»

Criada pelo Papa Joáo Paulo II por ocasiáo do 5B centenario do inicio


da Evangelizado da América Latina (1492-1992). Tem por finalidade assis-
tir e proporcionar formacáo integral as comunidades agrícolas autóctones,
mesticas-afro-americanas pobres da América Latina e do Caribe.

O Conselho Administrativo da Fundacáo reuniu-se em Cobán


(Guatemala) no mes de juiho 2001 para examinar os pedidos de ajuda.
Dos 294 projetos apresentados (cujo montante total seria de 2.912.113,00
US$), foram aprovados 216, equivalentes a um financlamento de
1.773.700,00 US$. A falta de recursos nao permitiu atender a tudo. Ver
quadro 4 em anexo.

Merece referencia ainda a valiosa contribuicáo dos fiéis italianos


também para a manutencao desta Fundacáo.

QUADRO 4- A FUNDACÁO «POPULORUM PROGRESSIO»

número de projetos CONTRIBUICÁO


País
Aprovados CONCEDIDA EM US$

ARGENTINA 16.100
BOLÍVIA 19 143.800

BRASIL 18 132.000

CHILE 12 95.000

394
AS OBRAS CARITATIVAS DO PAPA EM 2001 11

COLOMBIA 24 216.000

COSTA RICA 14 115,300

CUBA 2 17.600

EQUADOR 25 207.300

SALVADOR 10 89.500

GUATEMALA 15 114.000

HAITÍ 3 30.000

MÉXICO 12 97.400

NICARAGUA 13 99.000

PANAMÁ 9 79.000

PARAGUAI 2 19.400

PERÚ 26 217.200

REP. DOMINICANA 6 50.000

URUGUAI 1 10.000

VENEZUELA 3 26.000

TOTAL 216 1.773.700

4. Refletindo...

Ao ler os quatro quadros apresentados pela Santa Sé, o leitor po-


derá ser impressionado por tres pontos:

1) As doacoes vém sendo feitas sem discriminacáo política ou reli


giosa. Países comunistas como Cuba, o Vietnam foram beneficiados pela
Igreja, como também países muculmanos (india, I raque, Egito). O Papa
sabe que cada ser humano custou o sangue de Cristo e deve ser amado
por amor a Cristo.

2) Em particular, o Brasil foi quatro vezes contemplado:

- tres vezes no quadro 2, em favor de meninos de rúa, formacáo e


interesses sócio-pastorais num montante de US$ 29.000,00;

- urna vez no quadro 4, com dezoito projetos promocionais. O con


junto de doacoes perfaz um total de US$ 132.000,00.

Temos, pois, motivos para agradecer á Santa Sé.


3) Diz o Senhor: "Vejam os homens as vossas boas obras e glorifi-
quem vosso Pai, que está nos céus" (Mt 5,16). - O mundo que toma
conhecimento das obras caritativas de Joáo Paulo II, apoiado na genero-
sidade dos fiéis católicos, dé gloria ao Pai, que desta maneira se mani-
festa aos homens.

395
Um novo Movimento Eclesial:

APROVADO O NEOCATECUMENATO

Em síntese: Aos29 dejunho2002 foi assinado pelo Cardeai James


Francis Stafford, Presidente do Pontificio Conselho para os Leigos, o
decreto que, com o beneplácito do Papa Joño Paulo II, aprova o Movi
mento Eclesial dito "Neocatecumenato". O texto do decreto vai reproduzi-
do nestas páginas.
* * *

O Neocatecumenato é urna instituicáo que proporciona aos fiéis cató


licos já batizados a ocasiáo de se aprofundarem na fé, percorrendo
sucessíveis etapas de reflexáo e de práticas cristas. O nome lembra o
catecumenato que a Igreja antiga aplicava aos pagaos desejosos de rece-
ber os sacramentos da iniciacáo crista; a caminhada tinha em vista tornar
conscientes e coerentes os futuros cristáos. O Neocatecumenato propóe
dez anos de percurso em seis etapas, que visam a ministrar sólida formacáo
espiritual aos seus seguidores; nao termina com o Batismo, pois este já foi
ministrado (na infancia?) aos neocatecúmenos, mas encerra-se com a sole-
ne renovacáo das promessas do Batismo. O tripe de tal formacáo consta da
Palavra de Deus, na Liturgia (especialmente da Eucaristía) e da Comunida-
de-comunháo (Igreja), a Cruz de Cristo gloriosa também é muito estimada
pelos catecúmenos. Tal instituicáo nada tem que ver com as comunidades
eclesiais de base; deve caracterizar-se por plena fidelidade ao magisterio da
Igreja e as instituicdes da hierarquia local (Bispo, Pároco). Os Papas Paulo
VI e Joáo Paulo II tém dado sua aprovacáo a tal Caminho, que comecou nos
arredores de Madrid em 1964 por obra do jovem Kiko Arguello, convertido
do ateísmo á fé crista; Kiko sentía a necessidade real de oferecer ao mundo
descristianizado e aos fiéis católicos afastados a ocasiáo de urna tomada de
consciéncia mais profunda do que seja a vocacáo crista.

O DECRETO

O Caminho Neocatecumenal teve inicio em 1964, no meio dos in


digentes de Palomeras Altas, em Madrid (Espanha), por iniciativa do Sr.
Francisco ("Kiko") Arguello e da Sra. Carmen Hernández que, a pedido
dos próprios pobres com quem viviam, comecaram a anunciar-lhes o
Evangelho de Jesús Cristo. Com o passar dos tempos, este querigma
redundou numa síntese catequética, fundamentada sobre o trinomio: "Pa
lavra de Deus - Liturgia - Comunidade", que procura conduzir as pesso-
as para urna comunháo fraternal e para urna fé amadurecida.

Esta nova experiencia catequética, nascida no sulco da renovacáo


suscitada pelo Concilio Vaticano II, encontrou o vivo interesse do entáo

396
APROVADO O NEOCATECUMENATO 13

Arcebispo de Madrid, Sua Ex.cia D. Casimiro Morcillo, que encorajou os


iniciadores do Caminho a difundi-la ñas paróquias que o pedissem. As-
sim, esta experiencia de evangelizado difundiu-se gradualmente na
Arquidiocese de Madrid e noutras dioceses espanholas.

Em 1968, os iniciadores do Caminho Neocatecumenal vieram a


Roma e estabeleceram-se no Borghetto latino. Com a autorizacáo de
Sua Eminencia o Senhor Cardeal Angelo Dell'Acque, entáo Vigário-Ge-
ral de Sua Santidade para a Cidade de Roma e o Municipio, deu-se inicio
á primeira catequese na Paróquia de Nossa Senhora do Santíssimo Sa
cramento e dos Santos Mártires do Canadá. A partir daquela data, o Ca
minho Neocatecumenal espalhou-se ñas dioceses do mundo inteiro e
até mesmo em países de missáo.

O Caminho Neocatecumenal coloca-se ao servico dos bispos e


párocos, como itinerario de nova descoberta do Batismo e de educacáo
permanente na fé, proposto aos fiéis que desejam reavivar na sua pró-
pria vida a riqueza da iniciacáo crista, percorrendo este caminho de con-
versáo e de catequese. Como o Santo Padre escreveu, neste processo
urna ajuda importante pode ser oferecida também por "urna catequese
pós-batismal, em forma de catecumenato, através de urna ulterior pro
posta de certos conteúdos do "Ritual da iniciacáo crista dos adultos",
destinados a permitir urna maior compreensáo e vivencia das imensas e
extraordinarias riquezas e da responsabilidade do Batismo recebido"
(Christifideles laici, 61).

O Caminho - cujo itinerario é vivido ñas paróquias, em pequeñas


comunidades constituidas por pessoas de varias faixas etárias e condi-
cóes sociais - tem a finalidade última de levar gradualmente os fiéis á
intimidade com Jesús Cristo e de os tornar sujeitos ativos na Igreja e
testemunhas credíveis da Boa Nova do Salvador em toda parte. Além
disso, o Caminho Neocatecumenal constitui um instrumento para a inici
acáo crista dos adultos que se preparam para receber o Batismo.

O Caminho realiza-se em conformidade com as linhas contidas no


Diretório catequético intitulado Caminho Neocatecumenal. Orientagóes aos
grupos de catequistas (cf. Estatutos, art. 2 § 2), sujelto á aprovacáo conjunta
da Congregacáo para a Doutrina da Fé, da Congregado para o Clero e da
Congregado para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.

Muitas vezes e de varias formas o Santo Padre dirigiu-se ao Cami


nho Neocatecumenal para realcar a abundancia dos frutos de radicalis
mo evangélico e de extraordinario impulso missionário que ele incute na
vida dos fiéis leigos, ñas familias e ñas comunidades paroquiais, e a
riqueza das vocacóes suscitadas para a vida sacerdotal e religiosa, revé-
lando-se como um "itinerario de formacáo católica, válida para a socieda-
de e para o tempo hodierno" (AAS 82 [1990] pp. 1513-1515).

397
14 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 484/2002

Pro Laicis

Na Audiencia de 24 de Janeiro de 1997, concedida aos iniciadores


e aos responsáveis das Comunidades neocatecumenais espalhadas pelo
mundo afora, por ocasiáo da comemoracáo dos trinta anos de vida do
Caminho, o Santo Padre solicitou de maneira expressa a redacáo dos
Estatutos, "um passo muito importante que abre o caminho para o seu
formal reconhecimento jurídico por parte da Igreja, dando-vos uma ulteri
or garantía da autenticidade ao vosso carisma" (Ed. quot. de L'Osservatóre
Romano de 25 de Janeiro de 1997, pág. 4). A partir desse momento os
iniciadores, acompanhados pelo Pontificio Conselho para os Leigos,
comecaram o processo de elaboracáo de uma norma estatutaria apta para
regular a praxis e a insercáo do Caminho Neocatecumenal no tecido eclesial.
No dia 5 de Abril de 2001, com uma carta autografada, enderezada
a Sua Eminencia o Senhor Cardeal James Francis Stafford, Presidente
do Pontificio Conselho para os Leigos, recordando a supra-mencionada
exigencia, o Sumo Pontífice confirmava a competencia deste Conselho
na aprovacáo dos Estatutos do Caminho Neocatecumenal e confiava á
sua solicitude o acompanhamento futuro do mesmo (cf. ed. quot. De
L'Osservatóre Romano de 17-18 de Abril de 2001, pág. 4).

Portanto:

Tendo em consideracáo os numerosos frutos espirituais oferecidos


á nova evangelizacáo pela praxis do Caminho Neocatecumenal - acolhi-
do e valorizado nos seus mais de trinta anos de vida em multas Igrejas
locáis - indicados ao Pontificio Conselho para os Leigos por numerosas
cartas de recomendacáo, escritas por cardeais, patriarcas e bispos; de-
pois de um atento exame do texto dos Estatutos, fruto de um difícil pro
cesso de colaboracáo entre os iniciadores do Caminho Neocatecumenal
e o Pontificio Conselho para os Leigos, que se valeu da contribuicáo
oferecida no ámbito das competencias que Ihes sao próprias, pelas vari
as Congregacóes da Curia Romana; considerando a instancia apresen-
tada a este Pontificio Conselho, no dia 5 de Abril de 2002 pelo Sr. Fran
cisco ("Kiko") Arguello, pela Sra. Carmen Henández e pelo Pe. Mario
Pezzi, membros do grupo internacional responsável pelo Caminho
Neocatecumenal, para solicitar a aprovacáo dos Estatutos do Caminho
Neocatecumenal; e analisando os artigos 131 e 133 §§ 1 e 2 da Consti-
tuicáo Apostólica Pastorbonus, sobre a Curia Romana, o Pontificio Con
selho para os Leigos

Decreta

a aprovacáo «ad experimentum», por um período de cinco anos, dos


Estatutos do Caminho Neocatecumenal, devidamente autenticados pelo
Pontificio Conselho e depositados em copia nos seus arquivos. E isto na
confianca de que tais normas estatutarias constituam linhas-mestras fir-

398
APROVADO O NEOCATECUMENATO 15

mes e seguras para a vida do Caminho Neocatecumenal e sejam um


importante sustentáculo para os Pastores, no seu acompanhamento pa
ternal e vigilante das comunidades neocatecumenais.

Vaticano, 29 de junho de 2002, solenidade dos Santos Apostólos


Pedro e Paulo, Padroeiros da Alma Cidade de Roma.

James FRANCIS Card. STAFFORD


Presidente

D. Stanislaw RYLKO
Secretario

APÉNDICE: "A ARMADA DO PAPA"


Por Gordon Urquhart'

O autor do livro nasceu na cidade de Manchester (Inglaterra) em


1949, estudou Literatura na Universidade de Warwick. Foi integrante do
Movimento dos Focolares na Inglaterra durante nove anos. Escreveu o
livro em foco para denunciar pretensos abusos dos novos Movimentos
Religiosos Católicos, dos quais os principáis sao, segundo o autor, os
Focolares, de Chiara Lubich, o Neocatecumenato de Kiko Arguello e
Comunhao e Libertacáo de Don Giussani.

Gordon acusa tais Movimentos (que ele muito impropriamente cha


ma "seitas") de lavagem cerebral e destruicáo da personalidade, cerimó-
nias secretas de iniciacáo, intimidacáo moral, cessáo de bens... Tais
Movimentos seriam táo fechados que constituiriam "Igrejas paralelas" com
atividades missionárias que ultrapssariam todos os limites do Catolicis
mo tradicional. Após narrar varios casos que Ihe parecem depor contra os
Movimentos, termina o seu livro dizendo que gostaria de os ver dissolvidos.

Para ilustrar o pensamento do autor, eis dois dos casos que ele
critica:

«Durante um encontró das Novas Familias, celebrado em Roma


em 1994, ouvi de um casal um relato sobre as estressantes experiencias
de gravidez nao consumada e de operacoes de cesariana que punham
em perigo a vida da mulher a cada parto. Eles descreviam todo o sofri-
mento e o medo cada vez que descobriam urna nova gravidez e apesar
de tudo eles nao aceitavam os conselhos médicos e recusavam a esterí-
lizagáo. O marido, que era médico, descrevia a última cesariana, a que
assistira, para o quarto filho. O cirurgiáo sugerirá urna esterilizagáo exa-
tamente ali, naquele exato momento. O marido estava disposto a aceitar.
Mas, quando a operagao ia comegar, ele mudou de idéia e retirou sua
permissáo. Apesar de estar muito feliz com os filhos, o casal vivía o pavor
permanente de urna nova gravidez. O estressa era visível. Pode-se en-

1 Ed. Record, Rio de Janeiro 2002, 160 x 230 mm, 529 pp.

399
16 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 484/2002

táo muito bem perguntar que especie de amor o movimento pratica que
¡he permite impor a seus membros casados uma exigencia destas. Tai-
vez se o movimento nao fosse táo dominado pelos celibatários, ele pu-
desse dar maiores provas de compaixáo» (pp. 263s).

Tal é o outro caso:

«Um dos exemplos mais extraordinarios de até onde pode chegar


esta doutrina ocorreu na paróquia dos Sagrados Coragóes, em
Cheltenham. Antes de entrar para uma comunidade NC, um casal, queja
tinha dois filhos, decidirá que o marido seria submetido a uma vasectomia,
uma vez que, por razóes de saúde, sua muiher fora aconselhada a evitar
outra gravidez. O homem recebeu uma pressáo muito forte para reverter
a vasectomia. A comunidade chegou até a preparar o filho de oito anos
para que ele perguntasse a seu pai, durante uma eucaristía da comuni
dade, porque ele estava desobedecendo a Deus neste ponto. O homem
acabou capitulando e a comunidade coletou as 800 libras necessárias
para a operagáo de reversáo da vasectomia. A operacao foi bem-sucedi-
da e sua muiher teve um terceiro filho por cesariana. Outros membros da
paróquia ficaram desconsertados com a interferencia naquilo que havia
sido obviamente uma escolha bem ponderada que, em última análise,
era da responsabilidade exclusiva do casal» (p. 273).

Que dizer?

- Para avaliar com precisáo, elevemos distinguir: 1) o Estatuto de


cada Movimento e 2) a execucáo prática do mesmo.

1) No tocante aos Estatutos, verifica-se que pretendem corresponder


á doutrina de Cristo e da Igreja, despertando os fiéis para uma vivencia
mais intensa do Evangelho segundo o carisma do(a) fundador(a), res-
pondem as necessidades atuais da Igreja, congregando os leigos para
dar um testemunho mais aceso da Boa-Nova. Daí a aprovacáo do Esta
tuto do Neocatecumenato, que nao ocorreu senáo após prolongado exa-
me da instituicáo em foco. Ó próprio decreto de aprovacáo menciona as
etapas que precederam a aprovacáo, a qual aínda é ad experimentum
ou para tentar uma experiencia de cinco anos de duracao.

2) A execucáo prática está sempre sujeita a fainas, como tudo o


que é humano. Há nos novos Movimentos exageras, intervenedes ino
portunas, desvíos da parte até mesmo de algum dirigente... Estes males
nao nos devem levar a condenar globalmente os Movimentos; a experi
encia os denuncia e contribuí para afastá-los.

Aínda é de notar que á p. 275 o autor incide no erro de dizer que a


Igreja anula casamentes. Na verdade, ela nao pode anular um casamen
to validamente contraído e carnalmente consumado. Pode, sim, declarar
nulo o matrimonio que nunca foi válido por causa de algum impedimento
dirimente.

400
Tradu9áo ou livre composicáo?

O "PAI-NOSSO" A PARTIR DO ARAMAICO

Em síntese: Refere-se que no monte das Oliveiras (Jerusalém)


existe urna pedra branca na qual está gravado o "Pai-Nosso" em tradu-
gáo portuguesa feita diretamente do aramaico. Ora tal texto usa expres-
soes de estilo panteísta e esotérico, que nao correspondem á mensagem
dos Evangelhos. Ademáis toda a tradigáo paleográfica ignora essa ver-
sao, que, por tais motivos, nao pode ser tida como fiel aos dizeres de
Jesús.
* * #

Está sendo propagada pela ¡nternet urna versao do "Pai-Nosso"


pretensamente feita a partir do aramaico e bem diversa da forma clássi-
ca de tal oracáo. Tratar-se-ia de genuína descoberta destinada a remo
ver a habitual formulacáo da oracáo dominical? - É o que vamos exami
nar, apresentando o texto e tecendo comentarios ao mesmo.

1. O Texto novo

Eis a nova formulacáo da Oracáo do Senhor:

"Pai-Máe, respiragáo da Vida,


Fonte do som, Agáo sem palavras, Criador do Cosmos!
Faga sua Luz brílhar dentro de nos, entre nos e fora de nos
Para que possamos torná-la útil.
Ajude-nos a seguir nosso caminho
Respirando apenas o sentimento que emana do Senhor.
Nosso EU, no mesmo passo, possa estar com o Seu
Para que caminhemos como Reís e Rainhas
Com todas as outras criaturas.
Que o Seu e o nosso desejo sejam um só,
Em toda a Luz, assim como em todas as formas,
Em toda existencia individual,
Assim como em todas as comunidades.
Faga-nos sentir a alma da Térra dentro de nos,
Pois, assim, sentiremos a Sabedoria que existe em tudo.
Nao permita que a superficialidade
E a aparéncia das coisas do mundo nos iluda.

401
18 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 484/2002

E nos liberte de tudo aquilo que impede nosso crescimento.


Nao nos deixe ser tomados pelo esquecimento
De que o Senhor é o Poder e a Gloria do mundo,
A Cangáo que se renos/a de tempos em tempos
E que a tudo embeleza.
Possa o Seu amor ser o solo onde crescem nossa agoes.
Que assim sejaü!
Jesús Cristo

2. Que dizer?

Seráo apresentados comentarios de ordem literaria e de ordem


paleográfica.

2.1. Observares literarias

Desde a primeira leitura verifica-se que o texto é de índole metafó


rica, poética, fugindo á precisao de linguagem. - Ademáis algumas ex-
pressóes sao de estilo esotérico-panteísta.

a) Logo no inicio Deus é interpelado como Pai-Máe. A verdade é


que no Antigo Testamento Deus é comparado á máe que nao abandona
seus filhos; cf. Is 49,15. Todavía no Novo Testamento Jesús se apresen-
ta sempre como Filho do Pai celeste e incute aos seus discípulos a pater-
nidade divina: "Subo a meu Pai e vosso Pai" (Jo 20,17). Por conseguinte
nao é provável que o Senhor tenha ensinado a rezar a Deus Pai-Mae.
Jesús como homem, nunca atribuiu a Deus o título de Máe.

b) "Respiracáo da vida". - Respiracáo é o ato de respirar: Deus


nao pode ser tido como tal, visto que é incorpóreo. Só se poderá enten
der tal locucáo no sentido de "Criador de tudo o que respira".

c) "Fonte do som". - A expressáo há de ser rejeitada pelo motivo


anterior - Deus nao é corpóreo para emitir som. Com benevolencia, en-
tender-se-á a expressáo no sentido de "Criador de tudo o que ressoa".

d) "Respirando o sentimento que emana do Senhor". - Deus nao


tem sentimentos propriamente ditos porque é incorpóreo; possui, sim,
intelecto e vontade ou pensar e querer. Ele nao emite ondas concéntricas
ou emanacSes que o -hornern possa respirar. - A linguagem continua
imprória e obscura.

e) "Faga-nos sentir a alma da Térra dentro de nos". Que significa


"alma da Térra"? - A expressáo lembra locucóes de filósofos gregos que
tinham o Logos como alma da Térra num contexto panteísta. A nota de
panteísmo é ratificada pelo que se segué: "alma da Térra dentro de nos".

402
O "PAI-NOSSO" A PARTIR DO ARAMAICO 19

Haveria dentro do ser humano urna centelha divina, como ensina o


panteísmo? A hipótese é ¡ncompatível com a fé crista.

f) "Sentiremos a Sabedoria que existe em nos". - O linguajar


panteísta se acentúa: a Sabedoria-Divindade existe em nos como cente
lha? - Ademáis o sentir nao é essencial á piedade crista; pode haver alto
grau de virtude em alguém que passe pela noite escura dos sentidos de
que fala Sao Joáo da Cruz. - A fé despojada de qualquer apoio sensível
é urna fé adulta, que sabe avancar sustentada únicamente pela graca
divina.

Em suma, carece de autoridade a dita versáo do Pai-Nosso, consi


derada do ponto de vista lingüístico...

2.2. Observacóes paleográficas e históricas

Para dirimir qualquer dúvida, restam aínda os criterios da tradicáo.

Os mais antigos manuscritos do Novo Testamento nao insinuam


em absoluto outra versáo do Pai-Nosso que nao o clássica. Nenhuma
tradugáo grega se assemelha ao texto que dizem ser o original aramaico.
Isto é muito significativo.

Mais: o texto do Pai-Nosso, tal como se acha em Mt 6, 9-13, já se


encontra na Liturgia dos cristáos do fim do século I, como atesta a Didaqué
8,2s:

"Nao rezeis como os hipócritas, mas como o Senhor mandou no


seu Evangelho:

'Nosso Pal no céu, que teu nome seja santificado, que teu reino
venha, que tua vontade seja feita na térra assim como no céu. Dá-nos
hoje o pao necessário (cotidiano), perdoa a nossa ofensa assim como
nos perdoamos aos que nos tém ofendido e nao nos deixes cair em ten-
tagáo, mas livra-nos do mal, pois teu é o poder e a gloria pelos séculos'.

Assim rezai tres vezes por dia".

O Pai-Nosso, como assim transcrito, foi comentado por varios es


critores da Igreja antiga sem que se tenha alguma vez manifestado a
alternativa do pretenso texto aramaico diferente.

403
Testemunho:

"FUI PROTESTANTE E
PERSEGUIDOR DA IGREJA"
(J.C.C.)

Em síntese: Vai, a seguir, reproduzido o relato da conversáo do


jovem Julio César Leal Cavalcante, que de protestante se tomou católi
co, impressionado pelo testemunho de vida dos irmaos católicos - o que
bem demonstra o valor de urna vida santa e coerente. Deus inseriu cada
cristáo na comunháo dos Santos ou numa rede de vasos comunicantes,
de modo que cada qual é, de ceño modo, responsável pela salvagáo do
seu próximo. O testemunho de Julio César é acompanhado de urna refle-
xáo de Jaime Francisco de Moura sobre o fenómeno das conversoes.

Ouve-se freqüentemente falar de mudarlas de religiáo; nao pou-


cos passam para o protestantismo. Há também conversoes de protes
tantes para o Catolicismo. Precisamente as páginas subseqüentes refe-
rem o testemunho de um católico proveniente do protestantismo, teste
munho este acompanhado de urna reflexáo sobre o fenómeno das con
versoes.

I. "FUI PROTESTANTE E PERSEGUIDOR DA IGREJA"

Fui um grande perseguidor da Igreja Católica, da Virgem Maria,


dos sacerdotes e dos dogmas católicos. Ñas minhas pregacóes, hostilizei
e cheguei até a caluniar em nome de Jesús a minha Igreja Mae. Pego
aos meus irmáos que me perdoem e rezem por mim.

Eu tenho 26 anos de idade, sou casado, tenho dois filhos: sou fun
cionario público, trabalho no hospital da Policía Militar de Alagoas. Fui
membro da Igreja do Evangelho Quadrangular. Hoje sou católico, estou
muito feliz e é tanta minha felicidade que palavras nao tenho para expri-
mi-la.

Como tudo comecou:

Quando eu era protestante, tinha uní verdadeiro odio á Virgem Maria


e aos católicos, nao podía ver um padre ou urna freirá, via neles falsos
profetas, e achava que a Virgem Maria conduzia os católicos para o infer
no. Também foi isso que me ensinaram desde pequeño. Um día, em um
ponto de ónibus, na praca Deodoro, aqui em Maceió, encontrei um ra-

404
"FUI PROTESTANTE E PERSEGUIDOR DA IGREJA"

paz, com urna medalha pregada por um broche no bolso da camisa; fui a
ele cheio de ironia, no intuito de combater o que pensava eu ser urna
idolatría; quería conduzi-lo á minha igreja. Perguntei-lhe o que era aquilo,
e ele com muita simplicidade respondeu-me que era a medalha milagro
sa e nela tinha o retrato de Nossa Senhora. Perguntei-lhe se achava
aquilo certo. Seus olhos brilharam e respondeu-me: 'Para mim é, pois
por ela é que cheguei a Jesús; eu podía ser um delinqüente ou nem mais
existir, mas tive a graca de ser recolhido em urna casa onde a primeira
coisa que aprendí foi amar a Imaculada Máe de Deus e por meio déla
amar Jesús'.

Este rapaz comecou a falar-me da sua vida: tinha sido um menino


de rüa; hoje é aluno interno do Lar Santo Antonio de Pádua, em
Quebrángulo, cidade do interior alagoano. Por fim, diante daquele teste-
mu nho de vida fiquei com urna confusáo enorme na cabeca; até aquele
dia eu achava que a Virgem Maria nao levava ninguém a Cristo. Comecei
a observar os católicos praticantes e cada vez mais sentia-me confuso.
Em minha conversa com Antonio Marcos, o rapaz do Lar Santo Antonio,
ele me convidou a ir passar um final de semana no orfanato. Fiquei de
ferias do trabalho, combinei com minha esposa, e fui passar dois dias em
Quebrángulo, a fim de arejar a cabeca e ver se encontrava resposta as
minhas dúvidas. Lá procurei o meu amigo, mas todos também eram meus
amigos e nao me deixaram ir para o hotel, e, em lugar de dois dias, pas-
sei quinze dias.

Passei a convivercom aquelas chancas e jovens, e com eles apren


día a viver o mandamento de Jesús, o 'amai-vos uns aos outros', a amar
a Virgem Maria. A presenca de Maria e de Jesús entre eles é muito forte.
Ali ninguém fala mal de ninguém, rezam muito. Com eles aprendí a crer e
amar Jesús na Hostia. Trabalham, estudam, brincam, e a paz e alegría
que existe naquela comunidade é diferente e contagiante. Encontrei res-
postas para minhas dúvidas nao com palavras, mas com o exemplo de
vida de criancas e jovens. Ali tornei-me católico aos pés da Virgem. Fui
orientado a procurar aqui em Maceió um frade capuchinho, chamado
Frei Fulgencio, e té-lo como meu orientador espiritual. Sai de um pedaco
do céu e fui enviado a um santo. Fiquei encantado com a humildade
daquele servo de Deus. Comecei a fazer parte da Renovacáo Carismática;
o grupo de oracáo de que fago parte é dirigido por Frei Fulgencio, e os
irmáos vivem como os cristáos primitivos.

Quando os irmáos protestantes souberam que eu me tinha tornado


católico e minha esposa também, comecaram a nos perseguir; foi ai en-
táo que eu vi o erro em que vivi mergulhado durante tanto tempo. Hoje,
gracas a Deus, eu e minha familia estamos vivendo urna experiencia
nunca vivida com tanta felicidade.

405
22 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 484/2002

Hoje eu posso dizer que meu Jesús, o meu Salvador, nao é urna
ideología, pois urna ideología nao tem máe (esta frase eu aprendí com
meus amiguinhos do orfanato). Mas um ser divino que é Deus e Homem
e tem urna Máe, e por isso somos irmáos e precisamos andar muito uni
dos. Aínda preciso de aprender muita coisa da relígiáo católica. Estou
aprendendo sobre os sacramentos, e estou me preparando para receber
a primeira Eucaristía e o sacramento da Confirmacáo.

Neste final de semana, fui a Quebrángulo, e lá aprendí a rezar o


terco, contemplando os misterios da nossa Redencáo; junto aos meus
amiguinhos fui esclarecido que o terco é urna oracáo bíblica que nos leva
ao seio da Santíssima Trindade, e por isso é urna oracáo que muito agra
da a Maria. Deles ganhei um tergo e já o estou rezando, gracas a Deus e
a Maria.

Para terminar, se esse meu testemunho for publicado, eu peco a


todos que o lerem, que nunca deixem esta Igreja Católica por nenhuma
outra, pois só ela é una em Cristo, e é a única, em que Cristo se faz
presente pela Eucaristía, e a única que, como Deus, honra a Virgem María
e a tem como Máe.

(a) Julio César Leal Cavalcante - Maceió - AL»

Nota: este depoimento leva a pensar no valor de urna vida coeren-


te e santa; por vezes fala mais do que as palavras. ñecorda também que
os cristáos se acham inseridos numa rede de interdependencias ou num
conjunto de vasos comunicantes, também chamado "Comunhao dos
Santos"; a graca de Deus multas vezes atinge a uns mediante outros, a
tal ponto que Joáo Paulo II pode dizer (retomando palavras de Elizabeth
Leseur): "Urna alma que se eleva, eleva o mundo inteiro" (Exortacáo "Re-
conciliacáo e Penitencia" 16). Nao é fácil a alguém estar sempre consci
ente do valor de seus atos, pois a tendencia de cada um é julgar que leva
urna vida meramente pessoal, que carrega a sos as conseqüéncias de
seus atos; seria falso assim pensar. Queira-o ou nao, todo cristáo é, de
algum modo, responsável pela salvacáo de seus irmáos.

Vale a pena aínda citar o Papa Paulo VI, que diz que o mundo mais
eré ñas testemunhas do que nos mestres, e eré nos mestres na medida
em que sao testemunhas.

Váo, a seguir, transcritas as pp. 21-23 do livro "Diferencas entre a


Igreja Católica e as Igrejas Evangélicas" da autoría de José Francisco de
Moura (ver PR 462/2000, pp. 522ss):

II. O FENÓMENO DAS CONVERSÓES


Assim como há católicos que se tornam evangélicos, assim tam
bém há evangélicos que se tornam católicos. Um fato que chama a aten-

406
"FUI PROTESTANTE E PERSEGUIDOR DA IGREJA" 23

cao nos católicos convertidos a urna denominacáo de linha protestante,


é que eles, ufanando-se de afinal terem encontrado Jesús Cristo e de o
aceitarem como seu único e suficiente Salvador, passam a agredir os
católicos e a Igreja Católica, falando mal de seus ministros e de seus
antigos irmáos.

Um exemplo típico dessa mudanca e dessa conversáo duvidosa é


o ex-padre Aníbal Pereira dos Reis, falecido recentemente; escreveu um
livro, entre outros, contando sua triste vida de católico e padre, até tornar
se membro de urna ¡greja evangélica, livro em cujo título transparece o
seu estado de espirito e sua alma: "Este padre escapou das garras do Papa".
Sente-se nestas palavras o rancor daquele pobre coracao. Que pena!

Temos noticia de que um número nao pequeño de católicos, a mai-


oria católicos apenas de batismo e alguns poucos de participacáo mais
ativa na comunidade, passou para urna das sertas fundadas recentemente.
Dessas pessoas se ouvem críticas injustas contra a Igreja Católica, que
deixaram, da qual pouco ou nada conheceram, tornando-se arredias ao
diálogo, criando cisóes até dentro da própria familia. Quem verdadeira-
mente descobre Jesús, passa a amá-lo na pessoa de seus semelhantes,
sejam eles quem forem.

Por outro lado, o que também chama a atencáo é a atitude de evan


gélicos que se tornam católicos: nao guardam ressentimento e nao te-
cem críticas desairosas contra a sua antiga igreja, ministros e irmáos,
embora sofram, calados, perseguicáo da parte de alguns deles.

Pelo título do livro escrito por um ex-pastor luterano, Eurípedes


Cardoso de Menezes, que se tornou católico, pode-se conhecer também
o seu estado de espirito e sua alma, o seu coracáo. O assunto do livro
sao os pontos polémicos entre protestantismo e catolicismo, que antes
combatía e depois passou a defender. O título do livro é "Aos irmáos
separados", escrito num estilo sereno e respeitoso, bem diferente do áci
ma lembrado.

O ex-pastor evangélico Francisco Almeida Araújo tornou-se católi


co, quando descobriu "a maravilhosa verdade sobre a Eucaristia", lendo
o evangelho de Sao Joáo {Jo 6, 25-71). Urna vez católico, comecou a
sofrer perseguicoes de "seus irmáos protestantes", como ele mesmo diz.
Teve que mudar de residencia diversas vezes para que "seus irmáos" nao o
encontrassem e para que deixassem de persegui-lo e ameacá-lo. Hoje, o
ex-pastor evangélico Francisco Almeida Araújo é diácono na Igreja Católica.
A revista norte-americana Sursum Corda, Special edition, 1996,
refere a noticia de que, nos últimos anos, cinqüenta pastores protestan
tes se converteram ao catolicismo, sendo que outros mais estáo a cami-

407
24 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 484/2002

nho da Igreja Católica. Cita varios casos de tal ocorréncia, expondo os


motivos que levaram tais cristáos á conversáo. As tres razóes mais fre-
qüentemente apontadas sao as seguintes:

1) o subjetivismo que reina ñas denominacóes protestantes em con-


seqüéncia do principio do Livre Exame da Biblia; cada cristáo é tido como
apto a interpretar a Palavra de Deus segundo Ihe pareca;

2) o retorno á literatura patrística, ou dos oito primeiros séculos da


Igreja, evidenciando o modo de entender a fé professada pelos antigos
cristáos;

3) a definicáo do canon da Biblia, que nao é deduzida da própria


Biblia, mas sim da Tradicáo oral, que é anterior á Biblia e a identifica ou
abona, indicando o respectivo catálogo.

Embora penalizados pelas igrejas que deixaram, nenhum deles (pro


testantes convertidos) passou a criticá-la ou desmerecé-la de alguma
maneira. Pelo contrario, um deles, Bill Bales, chegou a dizer: "Na igreja
que deixei havia muitas amizades profundas, um monte de gente boa".
Com isto nao queremos contar vantagem. Apenas relatamos fatos
e nos perguntamos: Por que essas mudancas de caminho? Essas con-
versóes sao verdadeiras tanto para um lado quanto para o outro? Quais
os motivos?

Percebe-se que as razoes de católicos que se convertem a urna


igreja ou seita protestante, sao razóes desarrazoadas; em geral, sao
motivos sentimentais ou pessoais. Ao passo que as conversóes de pro
testantes para a Igreja Católica sao por motivos doutrinários e de fé. A
conversáo de uns é pelo coracáo muitas vezes ferido e magoado, en-
quanto a conversáo de outros é pela razáo, á procura da verdade que,
urna vez encontrada, gera a paz.

Percebe-se também a diferenca pelo novo espirito de que sao pos-


suidos: o católico que muda de religiáo, se transiere nao para urna das
igrejas protestantes tradicionais e serias, mas em geral para urna das
seitas que, abertamente, combatem a Igreja Católica, e ele mesmo pas-
sa a criticá-la. Católicos amigos entristecidos com a decisáo váo procúra
lo para saber dos motivos e do possível retorno. Em geral, o novo protes
tante nao quer saber de conversa. Os católicos entáo o deixam em paz e
rezam por ele.

Bem outra é a atitude do protestante convertido para a Igreja Cató


lica. Nao critica a sua antiga igreja. Antes, agradece por tudo quanto déla
recebeu, mas a razáo e a verdade obrigaram-no a dar o passo. Também
ele é visitado por irmáos da antiga igreja e, como nao conseguem demové-
lo de sua decisáo, partem entáo para agressóes verbais e perseguicoes.

408
"FUI PROTESTANTE E PERSEGUIDOR DA IGREJA" 25

O mesmo autor registra em folha á parte:

QUANDO OS MILAGRES SAO FALSOS


E A CONVERSÁO TAMBÉM É FALSA
Repare bem: os milagres de Cristo sao feitos por forca própria, á
luz do dia. Soa feitos para o bem do homem, sempre com um fim espiri
tual.

Os milagres de Cristo sao feitos por amor ao pobre, ao doente, ao


aleijado, etc.

Os milagres falsos, que nao sao milagres, mas frutos do engaño e


da mentira, sempre sao feitos para ressaltar as virtudes do falso profeta.

Sempre sao badalados. Sao feitos para angariar dinheiro. Sao fei
tos para impressionar, para destaque, para atrair adeptos. Ao olho atento
de qualquer um que tenha senso de Deus, rápido, percebe-se algo que
nao vai bem. Algo que nao combina com a doutrina e os modos de agir
de Cristo e dos Apostólos.

A conversao repentina é um verdadeiro milagre.

Reparemos bem a diferenca de duas conversóes:

Quando urna pessoa pecadora, que viveu no erro e na mentira se


converte para Cristo, quando a conversao é sincera, o convertido é hu
milde... se reconhece pecador, reconhece a sua miseria... mas nao con
dena nenhuma pessoa ou religiáo, tudo atribuí a Deus, e tem um coracáo
agradecido por ter encontrado a verdade, ai houve a verdadeira conver
sao em Cristo.

Quando urna pessoa comeca a falar mal de todos, a caluniar, a


desprezar os outros... só ela ou sua Igreja aparece, só ela está certa. Só
agora encontrou a verdade, só ela se salva... ai estáo evidentes sinais de
orgulho, de desprezo, de falta de caridade para com os outros. (Lucas 11,
39-42) (Mateus 23, 23-28).

Quem se converte de verdade, é manso, humilde, agradecido, sa


bio, inteligente, imitador da perfeigáo, é contra o odio e a maldade. Nao
despreza ninguém e a nenhuma igreja ou religiáo. Quem encontra Cristo
é bom, agradecido, humilde, e, mesmo com a conversao, se reconhece
pecador.

Jesús nos alerta! Ficai atentos (Marcos 13, 22-23).

Diz o Senhor: "se nao receberdes o reino dos céus como criancas,
nao entrareis nele".

Lertambém 1 Pedro 1, 15-16.

409
Organizacáo protestante:

QUE É A ADHONEP?

Em súrtese: A ADHONEP é mais urna organizagáo protestante de


índole missionáría. No Brasil integra o conjunto de instituigóes que visam a
tornar este país protestante conforme o plano pré-tragado sob o nome de
AMANHECER (já comentado em PR 333/1990, pp, 78-87). Prende-se ao
protestantismo dito "carísmático" ou "pentecostal". Chama-nos a atengáo o
lato de que a proposta de ADHONEP, como tantas outras do protestantismo
contemporáneo, segué a tendencia a diluir cada vez mais o conteúdo do
Cristianismo. Tratase de "aceitar Jesús Cristo como Salvador" em termos
assaz subjetivos, independentemente de qualquerdenominagáo confessional.
* * *

Mais urna organizacáo protestante vem-se espalhando no Brasil


em termos acentuadamente proselitistas: a Associacáo de Homens de
Negocios do Evangelho Pleno (ADHONEP), filiada á Full Gospel
Business Men's Fellowship International. Examinaremos como teve
origem e que finalidades colima.1

1. ADHONEP: Origem

Em 1952 o armenio Demos Shakarian diz ter tido urna visáo: terá
percebido urna multidáo de pessoas de todos os continentes conduzidas
a Jesús Cristo em atitude de amor. Compreendeu Demos que deveria
esforcar-se por conquistar muitos homens para Jesús. No restaurante
Chiflón (nao se diz de que cidade) fundou em 1952 a Associacáo de Ho
mens de Negocios do Evangelho Pleno; doravante financiaría com os seus
próprios recursos as reunióes em auditorios e saloes dos Estados Unidos.
Após um ano de resultados desanimadores, Demos estava pres
tes a desistir do seu empreendimento, quando, numa sexta-feira á noite,
enquanto rezava, o Espirito Santo Ihe terá propiciado outra visáo: terá
contemplado claramente todos os continentes da Térra. Relata Demos:

"Pude ver pessoas de diferentes ragas e de todo o mundo, todas


bem próximas urnas das outras, mas sem nenhum contato entre si. Como
um zoom de urna camera, percebia cada detalhe a distancia. A face de-
las era miserável, fechada em si mesma...".

Ao contemplar bilhóes de pessoas de todas as nacóes, Demos cla-


mou: "Senhor, ajuda-as!". Súbitamente entáo Deus as mostrou transfor-

1 Escrevemos na base de um prospecto e de noticias fornecidas pela própria


ADHONEP.

410
QUEÉAADHONEP? 27

madas, de faces radiantes, máos levantadas para o céu, em adoracáo.


Foi quando a esposa de Dennos exclamou: "Meu filho, tudo o que vocé vir
diante de seus olhos, acontecerá muito em breve!"
Na manhá seguinte, um homem prontamente doou US$ 1.000,00;
outro, depois de dirigir seu carro a noite inteira, ofereceu-se para publicar
urna revista para a nova Associacáo. Daí por diante esta tomou grande
impulso.

Alias, diz-se que já em 1944 o pastor Charles Price disse a Demos


Shakarian, referindo-se a curas e reavivamento de homens leigos movi
dos pelo Espirito Santo: "Quando vocé vir isto, saberá que o tempo do
arrebatamento da Igreja está muito próximo".
Também o pastor Mordechai Han disse a Demos: "A Associacáo
de Homens de Negocios do Evangelho Pleno é um instrumento que Deus
vai usar para acordar os homens leigos, o gigante adormecido da evan-
gelizacáo".

Atualmente a ADHONEP está espalhada por 110 países, com o


propósito de reunir homens de negocios, executivos, profissionais libe
ráis, empresarios, autoridades civis e militares, levando-os a abracar o
protestantismo. As reunióes se realizam em hoteis, clubes ou nos melho-
res restaurantes, tanto para almocarem como para jantarem ou tomarem
o café da manhá.

2. Como chegou ao Brasil?

Em 1973 um grupo de brasileiros e o fundador Demos Shakarian


encontraram-se a bordo de um aviáo nos Estados Unidos. Os brasileiros
cantavam corinhos e louvavam a Deus ao som do piano, tendo em seus
grupos os pastores Túlio de Barros Ferreira, Alcebíades Pereira Vascon
celos, Lawrence Olson e o empresario Custodio Rangel Pires.
A presenca de Demos atraiu-os para a ADHONEP; foram convida
dos para um banquete em Los Angeles, com 500 talheres, patrocinado
pela Full Gospel Business Men's Fellowship International; ouviram
entáo os testemunhos de homens de negocios que falavam de Jesús a
seus colegas descrentes e rezavam fervorosamente uns pelos outros,
num ambiente de fé contagiosa, incentivado pela presenca de Deus.
O empresario Custodio Rangel Pires foi entáo solicitado pelo fun
dador para dar origem á ADHONEP no Brasil - convite que foi aceito
pelo brasileiro.

A fundacáo, porém, só teve lugar em 1975, quando o cidadáo Mark


Burbridge, vindo dos Estados Unidos, se reuniu em S. Cristóváo (Rio de
Janeiro) com o pastor Túlio de Barros Ferreira, o empresario Rangel Pires, o

411
28 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 484/2002

Sr. Antonio Regis e outros. Foi entáo criado o primeiro núcleo de ADHONEP
no Rio de Janeiro. Todavía durante sete anos tal obra pouco prosperou.
Finalmente em 1982 uma Comissáo de norte-americanos chefiada por
Norman Noorwood veio ao Brasil e deu o impulso definitivo á organizacáo.
Hoje a ADHONEP conta 214 núcleos (Capítulos) instalados em 23
Estados da Federacáo, que realizam reunióes mensais com a participa-
cáo de mais de 60% de nao crentes; durante os jantares oferecidos pela
entidade, muito destes se convertem ao protestantismo ou ao "Evange-
Iho Pleno", entendido como libertacáo, salvacáo, batismo no Espirito Santo
e cura divina.

3. Apoio Feminino

A ADHONEP tem também seu Departamento de Apoio Feminino.


Dados estatísticos vém demonstrando o crescimento de 30 a 40% de
homens de negocios nos jantares, almocos e cafés daqueles Capítulos
em que funciona regularmente o "Cha de Apoio Feminino", cujo principal
objetivo é a evangelizado, a comunháo e a divulgacáo de ADHONEP.
Além desta meta, outras seis estáo na mira do Apoio Feminino:
1) Unir as esposas de associados, no propósito de realizar um tra-
balho eficaz junto ás esposas de homens de negocios.

2) Proporcionar comunháo, confraternizacáo e crescimento espiri


tual ás esposas de homens de negocios da comunidade.
3) Reunir pelo menos 50% de mulheres nao cristas nesses chas,
dando-lhes oportunidade de ouvir a Palavra de Deus.

4) Oferecer ás esposas de Oficiáis oportunidades de exercer os


dons espirituais, num trabalho de evangelizado direcionado.
5) Promover eventos sociais que visem a resultados espirituais.
6) Propiciar condicóes de que as senhoras compartilhem mutua
mente suas experiencias religiosas.

A ADHONEP publica a revista VOICE (A VOZ) em doze diferentes


edicoes, lidas por mais de 1.000.000 de pessoas no mundo. Seu conteú-
do consta do testemunho de homens de negocios compartilhando
vivencias relativas á sua conversáo para o protestantismo.
4. Que dizer?

A ADHONEP é mais uma organizacáo protestante de índole


missionária. No Brasil integra o conjunto de instituicóes que visam a tor
nar este país protestante, conforme o plano pré-tragado com o nome de
AMANHECER (já comentado em PR 333/1990, pp. 78-87). Prende-se ao
protestantismo dito "carismático" ou "pentecostal".

412
QUE É A ADHONEP? 29

Chama a atencáo o fato de que a proposta de ADHONEP, como


tantas outras do protestantismo, segué a tendencia a diluir cada vez mais
o conteúdo do Cristianismo. Trata-se de "aceitar Jesús Cristo como Sal
vador" em termos assaz subjetivos, independentemente de qualquer de-
nominacáo protestante já existente. O conceito de "Igreja Corpo de Cris
to", confiada ao pastoreio de Pedro e de seus sucessores (cf. Mt 16,16-
19; Le 22,31 s; Jo 21,15-17; Mt 28,18-20), está ausente por completo. O
Cristianismo torna-se assim cada vez mais individualista; é vivido segun
do "visoes" e "revelacóes" subjetivas atribuidas ao Espirito Santo.

A ADHONEP promove Seminarios Avancados de Treinamento de


Lideranca (SATL), cujos resultados sao assim enunciados: "Centenas de
pessoas tém sido batizadas no Espirito Santo, outras centenas sao cura
das, tanto física quanto emocionalmente, lares sao restaurados e o amor
entre os cónjuges ou entre pais e filhos é renovado".

Nao se podem negar os frutos positivos que decorrem de tais en-


contros; vém a ser um reavivamento ou um despertar de consciéncias.
Todavía seria oportuno evitar atribuir precipitadamente ao Espirito Santo
e ao Batismo no Espirito os efeitos que podem ser explicados pelo im
pacto de urna doutrinagáo bem estruturada para calar fundo nos ouvin-
tes. Em nossos dias os sentimentos religiosos sao freqüentemente asso-
ciados á emocáo e desligados do senso crítico que a razáo e o bom
senso costumam aplicar ás efusoes exuberantes da religiosidade.

Está muito em voga nos dias atuais a chamada "Teología da Pros-


peridade", que promete aos fiéis bens materiais, especialmente riqueza,
a quem cumpre a Lei de Deus, como promete danos materiais (pobreza,
vida breve...) a quem Ihe seja infiel. Apoia-se em textos do Antigo Testa
mento, como Dt 28, 1-68; SI 34, 10s; 37, 25... Este conceito de retríbui-
cáo divina era devido ao fato de que os judeus mais antigos nao tinham
nocáo de urna vida postuma consciente; imagínavam que, após a morte,
o núcleo da personaiidade {refaím) ficava adormecido e inconsciente no
cheol (subterráneo). Tal nocáo escatológica foi superada no Novo Testa
mento, que professa a vida postuma consciente, na qual cada um(a) re
cebe o que mereceu na térra, ou seja, a visáo de Deus face-a-face para
os justos. Entrementes toca aos fiéis seguir Cristo, carregando a Cruz
com Ele, para poder reinar com Ele; nao há outra via que leve ao Pai. Por
conseguinte a fidelidade ao Senhor nao é garantía de bem-estar. Assim,
Santa Teresa de Ávila, certa vez tendo quebrado o pé quando viajava em
prol do Carmelo, perguntou a Jesús: "É assim que tratas os teus ami
gos?". Tendo Jesús respondido afirmativamente, concluiu a Santa: "É
por isto que tens táo poucos amigos!". Cf. Mt 16,24: "Se alguém quer vir
após mim... tome a sua cruz e siga-me".

413
Aínda profecías sinistras:

A PROFECÍA DE SAO NILO

Em síntese: Está sendo divulgada urna profecía atribuida a S. Nilo


de Ancira (t 430); terá predito a vinda do Anticristo para o sáculo XX,
com grandes danos para a Igreja Católica. Na verdade o sáculo XX }á
passou sem o aparecimento do Anticristo: ao lado de acontecimentos
moralmente graves entre os católicos, muitas realizagóes de valor ocor-
reram na mesma fase da historia. Ademáis é obscura na Biblia a nogáo
de um Anticristo escatológico ou pré-núncio do fim dos tempos.

Via internet foi enviado á Redacáo de PR o texto de urna profecia


sinistra atribuida a Sao Nilo de Ancira e causadora de inquietacáo em
leitores contemporáneos. Eis por que vai, a seguir, publicado o mencio
nado texto acompanhado de comentario.

Sao Nilo foi monge de um mosteiro situado em Ancira (hoje Ankara


na Turquía). Atribuem-se-lhe diversos escritos, aiguns auténticos, outros
duvídosos ou mesmo espurios. Faleceu em 430.

I. O TEXTO

A Vinda do Anticristo

"Depois do ano 1900, por meados do século XX, as pessoas desse


tempo tornar-se-ao irreconhecíveis...

Quando se aproximar o tempo da vinda do Anticristo, a inteligencia


dos homens será obscurecida pelas paixóes carnais: a degradacao e o
desregramento acentuar-se-áo. O mundo, entáo, tornar-se-á
irreconhecível. As pessoas mudaráo de aparéncia, e será impossível dis
tinguir os homens das mulheres, por causa do atreví mentó na maneira
de se vestir e na moda de seus cábelos.

Essas pessoas seráo desumanas e como auténticos animáis sel-


vagens, por causa das tentacoes do Anticristo.

Nao se respeitaráo mais os país e os mais idosos. O amor desapa


recerá. E os pastores cristáos, bispos e sacerdotes, seráo homens frivo
los, completamente incapazes de distinguir o caminho á díreita ou á es-
querda.

414
A PROFECÍA DE SAO NILO

Nesse tempo as leis moráis e as tradicoes dos cristáos e da Igreja


mudaráo.

As pessoas nao praticaráo mais a modestia e reinará a dissipacáo!


A mentira e a cobica atingiráo grandes proporcdes, e infelizes daqueles
que acumularáo riquezas!

A luxúria, o adulterio, a homossexualidade, as acóes secretas e a


morte seráo a regra da sociedade.

Nesse tempo futuro, devido ao poder de táo grandes crimes e de


uma tal devassidáo, as pessoas seráo privadas da graca do Espirito Santo,
recebida no seu batismo, e nem sequer sentiráo remorsos.

As Igrejas seráo privadas de pastores piedosos e tementes a


Deus, e infelizes dos cristáos que restarem sobre a térra, nesse momen
to! Eles perderáo completamente a sua Fé, porque nao haverá quem
Ihes mostré a luz da verdade. Eles se afastaráo do mundo, refugiando-se
em lugares santos, na intencáo de aliviar os seus sofrimentos espirituais,
mas, em toda a parte, só encontraráo obstáculos e contrariedades.

Tudo isto resultará do fato de que o Anticristo deseja ser o senhor


de todas as coisas, e se tornar o mestre de todo o Universo. Ele realizará
milagres e sinais inexplicáveis.

Dará também a um homem sem valor uma sabedoria depravada, a


fim de descobrir um modo pelo qual um homem possa ter uma conversa
com outro, de um canto ao outro da térra.

Nesse tempo, os homens também voaráo pelos ares como os pás-


saros, e desceráo ao seio do océano como os peixes.

E quando isso acontecer, infelizmente, essas pessoas veráo as suas


vidas rodeadas de conforto, sem saber, pobres almas, que tudo isso é
uma fraude de Satanás.

E ele, o ímpio, inflará a ciencia da vaidade, a tal ponto que ela se


afastará do caminho certo e conduzirá as pessoas á perda da Fé na exis
tencia de Deus, de um Deus em Tres Pessoas...

Entáo, Deus, infinitamente Bom, verá a decadencia da raca huma


na, e abreviará os días, por amor do pequeño número daqueles que de-
veráo ser salvos, porque o Inimigo desejaria arrastar mesmo os eleitos á
tentacáo, se isso fosse possível.

Entáo a espada do castigo aparecerá de repente e derrubará o


corruptor e seus servidores" (Bibl. Sanctorum, v. IX, p. 1008).

415
32 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 484/2002

II. COMENTANDO...

Quatro reflexdes vém ao caso:

1) Trata-se de urna revelacáo particular, que cada fiel católico está


livre para aceitar ou nao.

2) Passou-se o século XX sem o aparecimento do Anticristo e sem


que o mundo acabasse. Houve, sem dúvida, acontecimentos deplorá-
veis entre os filhos da Santa Máe Igreja, mas houve igualmente feitos
grandiosos e movimentos de renovacáo espiritual dignos de nota. Entre
outros eventos, notem-se os que dizem respeito á figura do Papa Joáo
Paulo II, que foi tido como "o homem do século XX" ou, ao menos, "o
homem do fim do século XX". Em conseqüéncia, nao menos do que o
presumido "século do Anticristo", o século XX foi, e até mesmo com mais
razáo, "o século do Papa".

3) Os manuais de Patrología, ao referirem os escritos de Sao Nilo,


nao mencionam a Profecía atrás registrada. Pode-se perguntar: será de
S. Nilo (t 430) essa Profecía como é de Sao Malaquías (t 1148) a Profe
cía forjada no século XVI e a Malaquias atribuida?

4) Carece de sólido fundamento bíblico a crenca de que no fim dos


tempos deverá aparecer "o Anticristo", como foi dito no artigo de PR 475/
2001, pp. 545ss.

(Continuagáo da p. 432)

Superior(a), de construir urna comunidade para os Irmaos ou as Irmas,


aceitando cada um(a) como ele(a) é,... capacidade de observar o silen
cio e enriquecé-lo com a oracao, capacidade de por em prática o carisma
do Instituto escolhido: vida ativa (escolas, missoes, hospitais ...) ou vida
contemplativa (estabilidade na clausura, onde se perfazem oracao e
trabalho).

Isto tudo tem que ser bem ponderado. Compare suas aptidóes com
o que Ihe é oferecido na realidade concreta. E peca ao Espirito Santo
que a ilumine. Ele é o Mestre interior, que fala no silencio do coracáo.

Enquanto vocé aguarda o sinal nítido do Senhor, leve urna vida de


piedade e sobriedade. Vocé mesma verifica que nao senté atrativo por
certas modas convencionaís da sociedade de consumo. Seu tempo e
seu dinheiro sao preciosos demais para serem gastos em modalidades
da vida social contemporánea. Ai vocé já tem um certo sinal de Deus,
que parece chamá-la para urna dedicacáo mais plena, que Sao Paulo cha
maría "a vida una ou indivisa" (1Cor 7,25-35). Leve em conta esse sinal.

(Continua na p. 431)

416
Perigo dissimulado:

NO SENADO FEDERAL, UMA VOTAQÁO..

Em síntese: Aos 5 dejunho pp. o Senado Federal aprovou o Pro


jeto de Decreto Legislativo 1/2002, que pretende defender os direitos da
mulher, favorecendo indiretamente o lesbianismo, a prostituigáo e sola
pando a dignidade da maternidade. Setenta e um Bispos se manifesta-
ram contrarios ao Projeto, mas as manobras políticas foram mais elo-
qüente. Se o protocolo assim ratificado for entregue á ONU, o Brasil inte
grará o rol dos países sujeitos a um Comité de Peritos, que poderáo visi
tar nossa nagáo a fim de averiguarse o aborto está sendo "devidamente"
realizado, se o lesbianismo é livremente praticado e se a prostituigáo
está oficialmente legalizada, pois tais seriam os direitos da mulher.
* * *

Urna grave celeuma ocorreu no Senado Federal aos 5/6/02, quan-


do se tratava de votar um Projeto de Decreto que, sob capa inocua, favo-
recia indiretamente o aborto, o lesbianismo e a prostituigáo... Após calo
rosos embates, o Projeto foi aprovado - o que poderá acarretar graves
males para a sociedade brasileira.
O Comité Pro-Vida de Anápolis (GO) enviou a PR minucioso relato
das ocorréncias, do qual transcrevemos os seguintes trechos:
NO SENADO FEDERAL, OS ANTECEDENTES
No dia 25 de abril de 2002, um projeto perigosíssimo estava para
ser votado e aprovado no Senado Federal. Os Senadores provavelmente
o aprovariam por unanimidade, em votacáo simbólica. Afinal, a proposta
parecía inofensiva. Era o Projeto de Decreto Legislativo 1/2002, que rati-
ficava o Protocolo Facultativo á CEDAW (Convengao sobre a Eliminacáo
de Todas as Formas de Discriminacáo contra a Mulher). Quem poderia
opor-se a eliminar as discriminagóes injustas contra a mulher? O Brasil
assinara a Convengao em 1981, e o Congresso Nacional a ratificara em
1984. Já estava em vigor, como direito interno. Que pretendía entáo o tal
"Protocolo Facultativo"? Dar a um Comité de peritos, criado para exami
nar os progressos da Convengao, poderes de receber denuncias de indi
viduos ou grupos contra o governo brasileíro, sempre que houvesse vio-
lagáo de algum direíto estabelecido na Convengao. Para remediar tais
casos, o Comité poderia realizar investigagóes (inclusive no territorio na
cional), fazer recome ndagóes e exigir respostas ao cumprimento destas.
Ocorre que os Senadores nao sabiam dos obscuros antecedentes
de tal Comité, embora, em tese, ele devesse ser composto de peritos "de

417
"PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 484/2002

grande prestigio moral", segundo o art. 17 da Convencáo. Nao sabiam,


por exemplo, que o Comité havia censurado o Chile por nao admitir for
ma alguma de aborto. Embora a Convencáo nao fale sobre o aborto,
para o Comité o aborto é um direito da mulher:
228. Preocupa o Comité o reconhecimento e a protegáo inadequa-
dos aos direitos reprodutivos das mulheres no Chile. O Comité está es
pecialmente preocupado com as leis que proíbem e punem qualquer for
ma de aborto. (...). O Comité considera que estas estipulagóes violam os
direitos humanos de todas as mulheres. (Fonte: 213 Sessáo da CEDAW,
de 20 de agosto de 1999).

Os Senadores também nao sabiam que o Comité havia criticado a


Bielo-Rússia, por ter instituido o "Dia das Máes", urna vez que, na linha
do feminismo mais radical, a maternidade nao é urna gloria a ser exaltada:
367. Preocupa o Comité a continua prevaléncia dos estereotipos
do papel de cada sexo e a reintrodugáo de símbolos como o "Dia das
Máes" e o "Premio das Máes", que é visto como um encorajamento aos
papéis tradicionais das mulheres. Preocupa também se a introdugáo da
educagáo dos direitos humanos e de género, em oposigáo a tal
estereotipagáo, está sendo efetivamente implementada. (Fonte:
Concluding Observations of the Committee on the Elimination of
Discrimination Against Women: Belarus. 31/01/2000).
Os Senadores tampouco sabiam que o Comité havia recomenda
do ao Quirquistao que legalizasse o lesbianismo, embora a Convencáo
nao fale sobre o assunto:

727. Preocupa o Comité que o lesbianismo seja classificado como


urna ofensa sexual no Código Penal.

128. O Comité recomenda que o lesbianismo seja re-conceituado


como urna orientagáo sexual e que as penalidades para esta prática se-
jam abolidas (Fonte: 20s Sessáo da CEDAW, de 4 de Maio de 1999).
Os Senadores também ¡gnoravam que, apesar de a Convencáo
proibir a "exploracáo da prostituicáo da mulher {art. 6o), o Comité havia
recomendado á China que legalizasse a prostituicáo:
288. Preocupa o Comité que a prostituigáo, que é com freqüéncia
resultado da pobreza e privagáo económica, seja ilegal na China.
289. O Comité recomenda a descriminagáo da prostituigáo. Dada a
pandemia do HIV/AIDS, o Comité também recomenda que seja dada a
devida alengáo aos servigos de saúde para mulheres na prostituigáo.
Insiste-se também que o governo tome medidas para a reabilitagáo e
reintegragáo das prostitutas na sociedade. (Fonte: 20a Sessáo da CEDAW
de 4 de Maio de 1999).

418
NO SENADO FEDERAL, UMA VOTAQÁO- 35

Ao ratificar o Protocolo Facultativo, o Brasil aumentaría os po


deres de um Comité que se tem mostrado totalmente arbitrario ao
examinar o progresso da Convenció (CEDAW) nos diversos países.
Nada disso os Senadores sabiam. Em cima da hora, no dia 25 de
abril de 2002, o Secretario Geral da CNBB, Dom Raymundo Damasceno,
advertido de que a materia estava em pauta, foi pessoalmente ao Sena
do Federal e entregou uma Carta que havia sido assinada por 71 Bispos
durante a 40a Assembléia Geral da CNBB, solicitando aos Senadores a
rejeicáo do Protocolo Facultativo. A Carta foi acompanhada do oficio SG.
n° 313/02, que dizia:

Exmo" Sr. Presidente do Senado,


Tenho o prazer de encaminhar aV. Exa o documento que trata da
Rejeigáo do Protocolo Facultativo a CEDAW (PDL n° 1/2002). Pego, em
nome dos Bispos da Igreja Católica, representantes dos URegionais da
CNBB, que seja prorrogada a votagáo do item 16 do Projeto PDL n° 1/
2002 ña Sessao do Plenário de hoje. Agradecido pela atengáo dispensa
da a este pedido, saúdo-o cordialmente.
Dom Raymundo Damasceno Assis, Secretario Geral da CNBB.
(Fonte: Diario do Senado Federal, 26/04/2002, p. 06180).
Gracas a Deus, varios Senadores assinaram um requerimento de
adiamento, e a discussáo da materia ficou marcada para 5 de junho.
Como dito, 71 Bispos do Brasil, reunidos em Itaici (SP) no mes de
abril pp., escreveram uma carta ao Sr. Presidente do Senado manifes
tando os aspectos reprováveis do Projeto, como se pode ver a seguir.

CONFERENCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL


40a Assembléia Geral
Itaici - Indaiatuba - SP, 10 a 19 de abril de 2002
Assunto: rejeicáo do Protocolo Facultativo á CEDAW (PDS 1/2002)
Exmo Sr. Ramez Tebet
DD. Presidente do Senado Federal
Varias vezes, como Bispos e como cidadáos, vimos a soberanía
brasileira ameagada, seja por uma onda de privatizagoes indiscriminadas,
seja pelo projeto de internacionalizar a Amazonia.
Assistimos agora a algo táo mais ameagador quanto mais silencio
so e aparentemente inofensivo. Tratase da tentativa de ratificagáo do
Protocolo Facultativo á Convengáo sobre a Eliminagáo de Todas as
Formas de Discriminagáo da Muiher (Convention on the Elimination ofAII
419
36 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 484/2002

Forms of Discrimination against Women - CEDAW), no Brasil conhecida


como Convengao da Muiher)

Desde 1981 o Brasil é signatario desta Convengao, cujo texto nada


fala sobre o aborto nem sobre as "unióes" homossexuais e condena ex
plícitamente a exploragáo da prostituigáo feminina. Segundo o artigo 17,
compete a um "Comité" de peritos "examinar os progressos alcangados
na aplicagao desta Convengao". Ocorre, porém, que tal Comité, emnome
da nao discriminagáo da muiher, tem praticado consideráveis abusos
como os que seguem: '

a) Embora o aborto nao aparega no texto da Convengao, o Comité


o defende abertamente: recomendou ao Burundi que legalizasse o abor
to; recomendou ao Chile a legalizagáo do aborto terapéutico; criticou a
Irlanda pela influencia da Igreja Católica ñas políticas públicas; criticou a
Italia porpermitir, na realizagáo de abortos, a objecáo de consciéncia aos
médicos por motivos religiosos; recomendou á Libia que interpretasse o
Alcoráo de modo a permitir o aborto...

b) Para o referido Comité a maternidade nao é urna gloria, mas


urna vergonha para a muiher. Assim, criticou a Bielo-Rússia por instituir o
"Dia das Máes", já que sermáe, para o Comité, é um estereotipo negativo
para as mulheres!

c) Em nome da eliminagáo da discriminagáo contra a muiher, o Co


mité recomendou ao Quirquistáo a legalizagáo do lesbianismo, coisa que
nao aparece no texto da Convengao.

d) Mais aínda: o Comité ousou recomendar o que a Convengao


proibiu. Recomendou á China a legalizagáo da prostituigáo, quando a
Convengao é expressamente contraria a ela (art. 6o)!
Para aumentar os poderes do Comité, a Assembléia Geral das Na-
góes Unidas adotou em 6 de outubro de 1999 um "Protocolo Facultati
vo" a essa Convengao. O governo brasileiro assinou tal Protocolo no dia
13 de margo de 2001, na sede das Nagóes Unidas, em Nova York. Falta
aínda ser ratificado pelo Congresso Nacional. A ratificagáo do Protocolo
dará ao Comité um enorme poder sobre os Estados Partes. Ele poderá
receber denuncias, realizar inquisigóes (inclusive no territorio dos países
acusados), fazerrecomendagoes e exigir respostas ao cumprimento des-
tas. O Brasil se verá obrigado a cumprirnáo apenas o texto estabelecido
na Convengao (CEDAW), mas o que decidir o plenipotenciario Comité
em nome da Convengao. Ao ratificar o Protocolo, o Congresso Nacional
permitirá urna enorme ingerencia externa sobre assuntos internos.
Observamos apreensivos que a Cámara de Deputados, em regime
de urgencia, aprovou o texto do Protocolo (PDC-1357/2001), queja foi
420
NO SENADO FEDERAL, UMA VOTACÁO... 37

enviado ao Senado Federal sob o número PDS 1/2002. Tememos que os


ilustres Senadores, inadvertidamente, ratifíquem tal proposigáo, que é
um auténtico "cávalo de Trola" para o nosso país.
Se há verdadeiras discriminagdes injustas contra a mulher em nos-
sa nagáo, cabe aos nossos legítimos representantes eliminá-las. Nao pre
cisamos de um órgao externo que nos fiscalize, pressione ou ameace.
Apelamos para essa Casa de Leis pedindo, em nome do que resta
de nossa soberanía nacional, em nome da defesa da vida e da familia
brasileira, que digam NAO ao PDS 1/2002. Deus saberá recompensar os
Senadores pelo atendimento a este pedido.
Atenciosamente,

A seguir, a lista dos Bispos que "falharam" por terem assinado a


Carta (quatro assinaturas estáo ilegíveis):
Dom Alberto Taveira Correa, Arcebispo de Palmas - TO, Dom Antonio Lino da Silva
Dinis Bispo de Itumbiara - GO, Dom Freí Agostinho Stefan Januszewicz, OFMConv,
Bispo de Luziánia - GO, Dom Eugéne Lamberí Adrián Rixen, Bispo de Gotas - GO,
Dom Freí Joáo José Burke, OFM, Bispo de Miracema do Tocantins - TO, Dom Geral-
do Vieira Gusmáo, Bispo de Porto Nacional - TO, Dom Guilherme Antonio Werlang,
MSF Bispo de Ipamrei - GO, Dom Heriberto Mermes, OSB, Bispo Prelado de
Crisialándia - TO, Dom José Carlos de Oliveira, CSSR, Bispo de Rubiataba -
Mozarlándia - GO, Dom Manoel Pestaña Filho, Bispo de Anápolis - GO, Dom Miguel
Angelo Freitas Ribeiro, Bispo de Tocantinópolis - TO, Dom Pedro Casaldáliga Pía,
CMF Bispo Prelado de Sao Félix do Araguaia - MT, Dom Washington Cruz, CP,
Arcebispo de Goiánia - GO, (ilegfvel), ■ Regional CO, Dom Rafael Llano Cifuentes,
Bispo Auxiliar de Sao Sebastiáo do Rio de Janeiro - RJ, Dom Freí Hugo Mana Van
Steekelenburg, OFM, Bispo de Almenara - MG, Dom Waldemar Chaves de Araujo,
Bispo de Sao Joáo del Rei - MG, Dom Apparecido José Días, SVD, Bispo de Roraima
- RR Dom Gutemberg Freiré Régis, CSSR, Bispo Prelado de Coari - AM, Dom Luiz
Soares Vieira Arcebispo de Manaus - AM, Dom Mario Pasqualotto, PIME, Bispo
Auxiliar de Manaus -AM, Dom Walter Ivan de Azevedo, SDB, Bispo de Sao Gabriel
da Cachoeira - AM, Dom Freí José Afonso Ribeiro TOR, Bispo Prelado de Borba -
AM (¡legível) - Regional NI, Dom Carlos Verzeletti, Bispo Auxiliar de Belem do Para
- PA Dom Flávio Giovenale, SDB, Bispo deAbaetetuba - PA, Dom Freí Capistrano
Francisco Heim, OFM, Bispo Prelado de Itaituba-PA, Dom Freí Jesús Mana Cizaurre
Berdonces, OAR, Bispo Prelado de Cametá - PA, Dom Frei José Luis Azcona
Hermoso OAR, Bispo Prelado de Marajó - PA, Dom Frei Lino Vombommel, OFM,
Bispo de Santarém - PA, Dom Frei Martinho Lammers, OFM, Bispo Prelado de Obidos
- PA Dom Joáo Risatti, PIME, Bispo de Macapá - AP, Dom José Foralosso, SDB,
Bispo de Marabá - PA, Dom Luis Ferrando. Bispo de Braganca do Para - PA, Dom
Pedro José Conti, Bispo de Santíssima Conceicáo do Araguaia - PA, Dom Vicente
Joaquim Zico, CM, Arcebispo de Belém do Para - PA, (ilegfvel), - Regional A/2. Dom
Adélio José Tomasin, PSDP, Bispo de Quixadá - CE, Dom Jaime Vieira Rocha, Bis-
po de Caico - RN, Dom Ceslau Stanula, CSSR, Bispo de Itabuna - BA, Dom Ricardo
Josef Weberberger, OSB, Bispo de Barreiras - BA, Dom Augusto Alves da Rocha,
Bispo de Oeiras Floriano - Pl, Dom Celso José Pinto da Silva, Arcebispo de Teresma
-Pl Dom Eduardo Zielski, Bispo de Campo Maior-PI, Dom Frei Abel Alonso Nunez,
Oda"sM Bispo Emérito de Campo Maior-PI. Dom Frei Cándido Lorenzo González,

421
38 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 484/2002

OdasM, bispo de Sao Raimundo Nonato - Pl, Dom Frei Ramón López Carrozas,
OdasM, Bispo de Bom Jesús de Gurgéia - Pl, (ilegfvel), - Regional NE4, Pe. Fran
cisco Bezerra Neto, Administrador Diocesano de Picos - Pl, Dom Freí Luis D'Andrea,
OFMConv, Bispo de Caxias do Maranháo - MA, Dom Frei Jesús Moraza ruiz dé
Azúa, OAR, Bispo Prelado de Lábrea - AM, Dom Antonino Migliore, Bispo Prelado
de Coxim ~ MS, Dom Bruno Pedron, SDB, Bispo de Jardim - MS, Dom Izidoro Kosinski,
CM, Bispo de Tres Lagoas - MS, Dom Milton Antonio dos Santos, SDB, Bispo de
Corumbá - MS, Dom Redovino Rizzardo, CS, Bispo Coadjutor de Dourados - MS
Dom Vilorto Pavanello, SDB, Arcebispo de Campo Grande - MS, Dom Bonifacio
Piccmmi, SDB, Arcebispo de Cuiabá - MT, Dom Canísio Klaus, Bispo de Diamantino
- MT, Dom Franco Dalla Valle, SDB, Bispo de Juina - MT, Dom Frei José Vieira de
Lima, TOR, Bispo de Sao Luis de Cáceres - MT, Dom Frei Sebastiáo Assis de
Figueiredo, OFM, Bispo de Guiratinga - MT, Dom Gentil Delazari, Bispo de Sinop -
MT, Dom Juventino Kestering, Bispo de Rondonópolis - MT, Dom Protogenes José
Luft, SdC, Bispo de Barra do Gargas - MT, Dom Vital Chitolina, SCJ, Bispo Prelado
de Paranatinga - MT, Dom Diógenes Silva Matthes, Bispo de Franca - SP, Dom Frei
Claudio Cardeal Hummes, OFM, Arcebispo de Sao Paulo - SP, Dom Paulo Antonino
Mascarenhas Roxo, Opraem, Bispo deMagidas Cruzes-SP, Dom Salvador Paruzzo,
Bispo de Ourínhos - SP, Dom Pedro Antonio Marchetti Fedalto, Arcebispo de Curitibá
- PR...

O DIA DECISIVO

No dia 05 de junho de 2002... a materia, codificada sob o número


PDL1/2002 (Projeto de Decreto Legislativo n° 1, do ano de 2002) consti
tuía o item 5 da pauta da ordem do dia da sessáo do plenário, marcada
para comecar ás 10 horas.

Como de costume, alguém - no caso, a senadora Emilia Fernandes


(PT/RS) - relatora do Projeto e ardente defensora do Protocolo, fez um
requerimento de "inversáo de pauta". Assim súbitamente, o item 5 pas-
sou para o primeiro lugar (convém notar a pressa que certos grupos tém
na aprovacáo de certos projetos).

A tribuna de honra do Senado estava cheia de feministas, conheci-


das de outras ocasióes, freqüentadoras assíduas do Congresso Nacio
nal, sempre que se está votando algo que trate do direito ao aborto, ao
homossexualismo e coisas semelhantes. Eram membros do CFEMEA
(Centro Feminista de Estudos e Assessoria), um eficiente "lobby" abortista
instalado em Brasilia e que monitora todas as proposicoes que tramitam
pelo Poder Legislativo...

Embora os Senadores se impressionassem com a lista de Bispos


signatarios, que fot" lida em parte pelo Senador Mauro Miranda, nao foi
bem sucedida a tentativa de adiar mais urna vez a votacao...
Dois senadores, Carlos Patrocinio (PTB/GO) e Nabor Júnior (PMDB/
AC) encaminharam á mesa um requerimento solicitando o adiamento da
votacao da materia (PDL 1/2002). Em um primeiro momento, o presiden
te Ramez Tebet anunciou que o requerimento havia sido aprovado por
422
NO SENADO FEDERAL, UMA VOTACÁO... 39

maioria. No entanto, houve protestos no plenário e o presidente solicitou


aos Senadores que fizessem urna votacáo eletronica, através do painel.
Nesse interim, um grande tumulto houve entre os parlamentares. O Se
nador Roberto Freiré (PPS/PE) tentou convencer seus colegas de que a
CNBB já havia discutido a questáo, e que a tentativa de adiamento se
devia apenas a um pequeño grupo...

Gracas ao engenho e á habilidade de Roberto Freiré, gracas á


eloquéncia de Emilia Fernandes e aos ataques violentos de Heloisa He
lena ocorreu algo de estranho. Senadores já comprometidos a votar em
noss'o favor, como Bernardo Cabral (PFL/AM) e Romeu Turna (PFL/SP),
há hora "H" votaram contra o requerimento de adiamento.
Resultado: 15 votos a favor do adiamento; 40 votos contra o adia
mento da materia; total: 55 Senadores presentes (nao houve abstencáo).
Urna vez rejeitado o requerimento, foi a hora de votar o Protocolo
Facultativo.
"As Sras. e Srs. Senadores que o aprovam queiram permanecer
sentados." - disse o presidente Ramez Tebet.
Apenas uns poucos Senadores se levantaram: Mauro Miranda
(PMDB/GO) Iris Rezende (PMDB/GO), Magüito Vilela (PMDB/GO). Carlos
Patrocinio (PTB/GO), Pedro Simón (PMDB/RS), Alvaro Dias (PDT/PR),
Joñas Pinheiro (PFL/MT) e Osmar Dias (PDT/PR).
Assim, o projeto fo¡ aprovado por maioria. Isso aconteceu no dia 5
de junho de 2002, por volta de 12h 45min.
O Protocolo Facultativo foi ratificado. E depois que ele for entregue
á ONU, o Brasil integrará o rol dos súditos do Comité de "peritos" que
tanto te'm perturbado a comunidade internacional. É de se esperar que,
após tal ratificacáo, chovam denuncias de que o Brasil nao tem levado a
serio o combate a "todas as formas" de discriminacáo contra a mulher.
Preparemo-nos para ver os integrantes do famoso Comité desembarca-
rem em territorio braslleiro, a fim de verem se os abortos estáo sendo
bem feitos, se os "casáis" de lésbicas gozam de direitos clvis e se as
prostitutas adquiriram direitos trabalhistas.
Até aqui o texto do Comité Pró-Vida de Anápolis. Faz pensar...

Que fazer?
- A todos os fiéis compete rezar para que o mal seja afastado, e
acompanhar o andamento do processo a fim de se manifestarem onde e
quando for oportuno. Especialmente á mulher brasileira toca o dever de
reivindicar seus verdadeiros direitos, entre os quais está o de nao ter que
alugar seu corpo para nao morrer de fome, mas, ao contrario, proclame o
direito de ser ajudada para que viva com dignidade!
423
Que sao?

OS FLORÁIS DE BACH

Em síntese: Os Floráis de Bach representan) urna corrente da me


dicina que explora o valor terapéutico da esséncia das flores; como tal, é
moralmente lícita, devendo ser avallada segundo criterios médicos. Ocorre,
porém, que os Floráis estáo sendo atualmente apregoados dentro de urna
visáo hoifstica oupanteísta correspondente ás concepgoes de Nova Era.
Dai a necessidade de que o cristáo distinga a terapia e a cosmovisáo dos
Floráis de Bach e nao se deixe envolver por esta última.
* * •

Os Floráis de Bach sao urna corrente terapéutica baseada na se-


guinte concepcáo: a medicina convencional, inspirada ñas descobertas
do sabio francés Louis Pasteur, tenciona extirpar o germen da doenca
mediante medicamentos para "combater a ¡nfeccáo" ou "batalhar contra o
cáncer". O homem seria um mecanismo cibernético passível de ser acio-
nado por remedios. Esta teoría tem dado resultados, mas ainda há doen-
cas incuráveis, como o cáncer, a artrite, as molestias cardiovasculares...
Á concepcáo tradicional de medicina opoe-se outra, inspirada pelo
Dr. Claude Bernard: este enfatizou a importancia do ambiente interior da
pessoa e seu grau de receptividade á doenca; introduziu o conceito de
resistencia á doenca ou de sistema imunológico.

É nesse contexto de estimulacáo geral á saúde que se entende a


contribuicáo das esséncias floráis. Nao sao um substitutivo da medicina
moderna, mas tém a finalidade de preparar a térra onde cresce a boa
saúde, enriquecer o solo profundo da vida humana para que a vitalidade
possa criar raízes e florescer.

As origens da corrente dos Floráis estao na década de 1930, quan-


do o Dr. Edward Bach observou o papel das emocóes e atitudes na doen
ca - o que o levou a conceber o sistema dos Floráis ditos "de Bach".
Sobreveio a segunda guerra mundial, que provocou terríveis traumas
sociais; a medicina entáo tomou mais consciéncia de que toda doenca é
psicossomática; murtas délas tém causas emocionáis e nao físicas, em-
bora possam ter efeitos físicos. Esta verificacáo deu grande impulso ás
tentativas de sanar as emocoes da populacao mediante o recurso aos
Floráis ou á esséncia das flores.

424
OS FLORÁIS DE BACH

Um Livro Significativo

Entendidos como atrás foi exposto, os Floráis de Bach sao um pro-


cedimento médico que nao sofre restricóes por parte da Moral católica.
Ocorre porém, que está sendo associado a urna filosofía panteísta por
certas escolas, como se depreende do livro Repertorio das Esséncias
Floráis da autoría de Patricia Kaminski e Richard Katz (Ed. Triom, Sao
Paulo 2S edicao 2001). A antropología proposta por estes dois autores
nao é'aceitável ao cristáo, pois professam o holismo que vé a realidade
como um todo (holon) sem levar na devida conta as diferencas entre
Deus, o mundo irracional e o homem.
Sob o título de "Visáo Holística" sao propostos os seguintes con-
ceitos:

a) Corpo Humano
«Embora haja muitos sistemas de anatomía sutil, neste Repertorio
referimo-nos a urna fundamental divisáo quádrupla do ser humano, que
tem origem em varias tradigóes da sabedoria e da cura metafísicas, e
que é resumida sucintamente nos escritos do moderno dentista espiritu
al, Dr. Rudolf Steiner.
Essa classificagáo quádrupla refere-se a: 1) o corpo físico - a es-
trutura bioquímica e mecánica do corpo; 2) o corpo elétrico - o envoltorio
vital que circunda ¡mediatamente o corpo físico e que esta intimamente
conectado com as torgas vitáis da Natureza; 3) o corpo astral - a sede da
alma e o repositorio dos desejos, emogóes e sentimentos humanos, es
pecialmente correlacionado com o mundo dos astros e outras influencias
cósmicas- e4)o Selfou Eu Espiritual-a esséncia ou identidade espiritu
al verdadeira de cada ser humano. Esses quatro corpos tambem podem
ser vistos como se estivessem contidos em duas polaridades fundamen
táis do ser humano: o polo da vida (o físico-etérico) e o polo da conscien-
da (o anímico-espiritual). Já analisamos os corpos físico e etenco; pas-
samos agora ao polo da consciéncia do ser humano.» (p. 14).
Rudolf Steiner é o fundador da Antroposofia, que é evidentemente
panteísta.

b) A respeito do Eu lé-se á p. 15:


«O aspecto supremo do ser humano no sistema quádruplo é o ego
espiritual ou Self, também conhecido como a presenga do Eu ou a cente-
Iha de divindade que habita no individuo, que leva o ser humano a liber-
dade de dar forma ao seu destino e desenvolver as forgas moráis da
consciéncia assim como a consciéncia de si. Esse Eu, ou presenga auto-
reflexiva, distingue os seres humanos dos tres outros reinos da Natureza
- os animáis, as plantas e os minerais.
425
"PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 484/2002

O Eu Espiritual é aquele aspecto divino do nosso ser que age


através da matriz do corpo e da alma, buscando a encarnagáo na materia
a fim de evoluir. Ele representa uma identidade individual que nao pode
ser plenamente definida por fatores demográficos ou hereditarios, mas
que se manifesta em nosso caráter e destino pessoal. Assim como é
única a estrutura cristalina de cada floco de nevé que cai do céu sobre a
Térra, também a diamantina divindade que pertence a cada alma huma
na é uma expressáo sublime de espiritualidade individual».
c) Sobre a alma humana está dito ás pp. 17s:
«A alma está assim fortemente conectada ao corpo astral, morada
das nossas emogóes, do nosso gostar e nao gostar, das nossas experi
encias. Contudo, seria uma simplificagáo exagerada dizerque a alma é o
corpo astral, pois ela também busca um relacionamento com o mundo
físico, com a Natureza e com a sociedade humana.
Como pode a alma nascer do mundo espiritual e, ainda assim, ex-
pressar-se através do corpo físico? Qual o misterio contido nesse para-
doxo? Onde exatamente podemos achar a alma ? O poeta alemáo Novalis
disse, 'A sede da alma é ali onde o mundo interior e o mundo exterior se
encontram. Onde eles se sobrepoem; a alma está em cada um dos pontos
da sobreposigáo'. A palavra grega psyche significa tanto 'alma' como 'borbo-
leta'. Essa imagem sugere que a alma é capaz de transmutagáo, metamorío-
se, desde a lagarta presa a térra, paseando pela crisálida encasuiada, até
chegarfinalmente ás asas celestiais libertas. A alma é assim um interme
diario entre o interior e o exterior; entre o corpo (encarnagáo na materia)
e o espirito (expansáo ilimitada do Eu), entre a vida e a consciéncia.
Essa natureza dinámica e fluida da alma é essencial. Se confundi
mos alma e espirito, como fizeram muitos teólogos do passado, entáo a
alma tornase uma abstragáo desincorporada, separada da pulsagáo da
vida. Se reduzimos a alma a um mecanismo físico, como faz a ciencia
materialista moderna, entáo negamos seus atributos transcendentes e
misteriosos e promovemos a macabra visáo de um mundo sem cor habi
tado apenas por criaturas mecánicas».
Eáp. 19:

«Infelizmente, Jung estava certo apenas pela metade em sua ava-


liagáo da alquimia. Seus insights levaram a uma nova sabedoria sobre a
vida da alma humana, mas sem uma conexáo direta com a alma da Natu
reza».

Nos dois últimos textos ácima note-se a palavra Natureza com N


maiúsculo; além do qué á p. 19 se lé "alma da Natureza" como se a
natureza toda ou o cosmos fosse um grande vívente.

426
OS FLORÁIS DE BACH 43

A antropología católica distingue no ser humano dois componen


tes apenas: o corpo material e a alma espiritual. Esta é responsável por
todas as funcóes vegetativas, sensitivas e intelectivas do ser humano, na
qualidade de principio vital. As emocóes e afetos tém sede na sensibili-
dadé do corpo humano, sensibilidade animada pela mesma alma que é
sede das faculdades espirituais ou do intelecto e da vontade.

Observacio final

Embora professem o holismo panteísta, os autores da obra Reper


torio ... reconhecem que a aplicacao dos Floráis de Bach é independen-
te dessa concepcáo filosófica e pode ocorrer dentro de urna visáo dife
rente do ser humano. Alias, é o que se dá também com a loga, a psicaná-
lise e outros procedimentos terapéuticos: tém origem em berco nao cris-
táo, associados á filosofía do fundador; como tais, sao propostos ao pú
blico, que os tem como inconvenientes a um cristáo. Com o tempo, po-
rém, evidencia-se que se pode distinguir o procedimento médico, basea-
do em principios científicos, da cosmovisáo professada pelo autor origi
nario do procedimento.

Tais sao as palavras de Patricia Kaminski e Richard Katz na Apre-


sentacáo do livro (p. XII):
«O Repertorio das Esséncias Floráis foi elaborado com a intengaó
de ser fácilmente acessado por aqueles que desejam trabalhar com ele
de variadas maneiras. Embora, ao longo do Repertorio, sejam feitas refe
rencias a varios conceitos filosóficos e metafísicos, nao é urna precondigáo
que o leitor acredite num determinado ensinamento cultural ou espiritual
para obter beneficio das esséncias floráis. O mais importante é que cada
pessoa considere os méritos desta modalidade terapéutica e aplique as
crengas ou conceitos que vivem dentro de seu coragáo e sua mente.
Independentemente da visáo filosófica de urna pessoa, o Repertorio pode
sempre ser usado de um modo muito básico e direto, se ele simplesmen-
te tornarse sensfvelá vida dos sentimentos da alma humana e aprender
as qualidades das flores que refletem as condigóes da alma. Esperamos
sinceramente que o Repertorio venha a ser urna ferramenta para a ver-
dadeira cura da alma e para buscas e descobertas adicionáis por parte
do leitor».

Portanto ao cristáo nao é ilícito aplicar os Floráis de Bach, contanto


que guarde a sua filosofía religiosa, acautelando-se contra ¡nsinuacoes
contrarias.

427
Médicos, Juristas e Sacerdotes falaram:

BIOÉTICA, CLONAGEM E EUTANASIA

Em síntese: Nos días 5 a 7dejulhopp. reuniram-se cerca de ses-


senta pessoas - médicos, juristas e sacerdotes - no Sumaré (Rio de
Janeiro) para debater os tres temas ácima. Renovaram o propósito de
salvara vida humana contra as ameagas que Ihe provém do indevido uso
da tecnoiogia moderna. A clonagem de células embrionarias, a eutana
sia e a distanásia foram consideradas ofensivas á dignidade humana,
pois a Bioética manda nao prejudicar a vida (non nocere), conforme o
famoso juramento de Hipócrates.
* * *

De 5 a 7 de julho pp. realizou-se no Rio de Janeiro o I Congresso


Integrado de Bioética, que contou com a participacáo de médicos, juris
tas e sacerdotes num total de sessenta pessoas aproximadamente, con
vidadas pela Associacáo de Médicos Católicos do Rio de Janeiro, pro
motora do certame. O Sr. Arcebispo D. Eusébio Scheid esteve presente
as diversas sessóes e muito incentivou os trabalhos. Foram tres os te
mas debatidos, cada qual focalizado por um médico, um jurista e um
sacerdote: Bioética, Clonagem e Eutanasia.

1. Bioética

Após lembrar o juramento de Hipócrates, e percorrer em breves


termos a historia da Ética Médica, o Dr. Alfredo Canalini propós tres nor
mas como sendo a respectiva expressáo do pensamento moderno: 1)
beneficiar a vida (non nocere) contra indevidas ameacas da tecnoiogia
moderna; 2) respeitar a vontade do paciente (observou, porém, que a
recusa das Testemunhas de Jeová frente a transfusáo de sangue nao se
impóe ao médico como nao se impóe a vontade do suicida que procura a
morte, pois o médico existe para salvar a vida); 3) justica ou imparcialida-
de frente a ricos e pobres, devendo todos ser atendidos com igual zelo.
Foi enfatizado o valor da lei natural que proíbe matar tanto pelo aborto
cómo pela eutanasia; a rejeicao destes procedimentos nao é ditada so-
mente pela fé dos católicos, mas também pela lei que todo ser humano
traz impregnada em seu íntimo.

O jurista Dr. Gustavo Miguez de Mello defendeu posicáo seme-


Ihante, rejeitando a clonagem embrionaria mediante urna comparacáo:
no caso de faltarem telas aos pintores, nenhum ousaria utilizar as telas
de van Gogh ou Picasso; assim no caso de nao haver como tratar urna
428
BIOÉTICA, CLONAGEM E EUTANASIA 45

doenca ¡ncurável, nao se pode pensar em utilizar a vida de um embriáo


produzido artificialmente para ser jogado fora depois de explorado, a fim
de salvar a saúde de um adulto. Alias esta comparacáo supoe que o
embriáo seja verdadeiro ser humano e pessoa desde a fecundacao do
óvulo, como demonstrou nítidamente o Dr. Jéróme Lejeune.
O Pe Anibal Gil Lopes enfatizou o fato de que a Ética dos cristáos,
além de fundamentada na lei natural, está também baseada na Revela-
cáo Divina, que faz do amor a síntese de todos os preceitos. Este amor
tem a sua fonte na vida do próprio Deus, na qual o Espirito Santo e o
ósculo entre o Pai (Osculante) e o Filho (Osculado). A fé ensina ao cns-
táo a sacralidade da vida e da própria morte.
2. Clonagem

Das palestras dos Drs. Luiz Roberto Castello Branco (médico) e


Paulo Leáo (jurista) como das explanares propostas pelos PP. Antonio
Augusto Dias e Alexandre Paccioli resultaram as seguintes conclusoes:
O estudo da clonagem requer a compreensáo do ser humano, que
é pessoa desde o primeiro instante de sua existencia e transcende os
corpos meramente materiais.
Sobre a clonagem propriamente dita, distinga-se

1) Clonagem reprodutiva. Nao interessa nem mesmo aos pesqui-


sadores, pois dá origem a um ser humano sem pai nem rnáe, destral os
lacos do parentesco e sujeita o individuo clonado aos maléficos de edu-
cacáo anómala, ameacando-o de sujeicáo a quem o clonou - o que pode
redundar numa nova forma de escravidáo. Além do que, e de notar que a
ovelha Dolly está precocemente envelhecida...
2) Clonagem terapéutica. Faz-se necessário subdistinguir
a) o uso de células somáticas retiradas de adulto para ser implan
tadas em adulto só pode ser incentivado, pois atende ao paciente sem
sacrificar a vida de outrem;
b) o uso de células embrionarias retiradas, como células-tronco, de
um embriáo produzido artificialmente é duplamente reprovavel, po.s a
extrajo do material genital a ser fecundado ¡n vitro é .moral; além do
qué é ilícita a producáo de um ser humano destinado a destru.cao após
ter sido explorado.
O desprezo da pessoa humana contida no seio materno é tal no
mundo de hoje que sao vendidas criancas abortadas para fabncas de
sabonetes e cosméticos, como atestam os jornalistas Susan Kent.sh e
Mtehael Lichtfield em seu livro "Bebés para queimar" (ed. Paulmas). A f.m
429
"PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 484/2002

de abrir caminho para a manipulado do embriáo, há quem proponha


distinguir entre ser humano e pessoa (dignidade esta tardía) ou entre
embnao e pré-embriao (até o 14* día após a fecundacáo), distincóes que
nao resistem ao crivo da razao e da ciencia.

Foi fortemente enfatizado o amor ao próximo resultante do amor


de Deus derramado no coracáo dos fiéis. O individuo que ama, nao faz a
outrem o que nao quer seja feito a si mesmo.

3. Eutanasia, Distanásia, Ortotanásia


Eutanasia é a morte suave induzida por um procedimento letal infli
gido ao paciente ou por subtracáo dos meios ordinarios de subsistencia
(alimentacao, soro, transfusáo de sangue...). Pode ser voluntaria ou soli
citada pelo enfermo sofredor, ou involuntaria, quando imposta ao pacien
te pela familia (por compaixao ou por motivo de despesas, cansaco re-
particao imediata dos bens...). Assemelha-se-lhe o suicidio assistido
quando o médico coloca ñas máos do paciente os dispositivos que poráo
fim a sua vida. Tal tipo de morticinio foi legalizado na Holanda e na Bélgi
ca; na Australia foi vigente, mas posteriormente revogado. - Do ponto de
vista da Etica racional e da Moral crista, tais procedimentos sao ilícitos
pois a vida é um dom de Deus entregue ao homem para que o enriqueca
por urna conduta honrada e o devolva quando chamado pelo Criador.
Caso especial é o do paciente ao qual se aplica toda a aparelha-
gem da medicina moderna sem obter resultados proporcionáis a quanto
vem aplicado. Desde que os médicos julguem haver essa desproporcáo
ou arbitrem nao haver retorno adequado, nlnguém está obrigado a conti
nuar ligando a parafernália de um C.T.I., por exemplo, impondo ao paci
ente a distanásia ou a morte dolorosamente prolongada. É lícito entáo
suspender a aparelhagem, ocasionando a ortotanásia ou a morte reta
adequada, equilibrada entre o golpe mortífero da eutanasia e a distensao
inútilmente sofrida num Centro de Terapia Intensiva.
Tais foram as conclusoes a que levaram as palestras os Drs Rodolfo
Acatauassu (médico), Prof. Joáo Mestieri (jurista) e do Pe. Jesús Hortal SJ.
Nos debates realizados em círculos foram ainda levantados os se-
guintes pontos:

Para contrabalancar a recusa da eutanasia, há os recursos da Me


dicina Paliativa, que vai sendo mais e mais cultivada. Muitas vezes quando
o paciente pede a morte, o que, em última análise, ele pede, é um pouco
mais de atencao, carinho e amor humano; a aparelhagem moderna ¡sola
o enfermo, pnvando-o do contato com parentes e amigos.

pa<stnr!iPHrace-?ar
Pastoral
mais.estritaaoscolaborado
! da Saude associada da Igreja e da Medicina. A
cuidados do módico deve ajudar o
430
BIOÉTICA, CLONAGEM E EUTANASIA 47

paciente a transfigurar seu sofrimento e a perspectiva de seu encontró


com a Beleza Infinita de Deus.

É necessário que os estudantes de Medicina sejam preparados


para apoiar o enfermo terminal, incutindo-lhe coragem e as disposicóes
oportunas para atravessar o limiar do Além. Alias, a temática da morte e
da assisténcia ao paciente deveria ser mais estudada e aprofundada.
Haja coragem para se propor a verdade sobre táo momentoso assunto
como também sobre quanto foi abordado no Congresso.

O Sr. Arcebispo D. Eusébio Scheid proferiu a última palestra, refe


rente esta ao tema "Bioética e Magisterio da Igreja". Percorreu os docu
mentos oficiáis daquela que é dita "perita em humanidade", pondo em
relevo nao somente a reprovacáo de certas práticas modernas, mas tam
bém o incentivo que a Igreja tem dado ao progresso da ciencia e da
cultura; observou que existem também aqueles que desejam morrer nao
por covardia ou desespero, mas, ao contrario, pela esperanca e o anseio
de passar para a bem-aventuranca final, como se dava com Santa Tere
sa, que exclamava: "Morro, porque nao morro". Para os Santos, a morte
é consumacáo e plenitude muito desejadas á medida que amadurecem
na fé e no amor.

Em suma, a Diretoria da Associacáo dos Médicos Católicos da


arquidiocese do Rio de Janeiro está de parabéns, pois o Congresso lo-
grou pleno éxito e foi muito proficuo, a tal ponto que alguns dos partici
pantes, na última sessáo, pediram... a clonagem do Congresso!

(Continuagáo da p. 416)

A esta altura é bom lembrar: vocé já tem, desde o seu Batismo,


urna vocacáo da qual nao pode duvidar: a vocacáo para a santidade ou
para a perfeicáo espiritual. Nao existe vocapáo para a mediocridade; so
mos chamados á grandeza de alma e até ao heroísmo (a primeira coisa
que a Igreja faz num processo de canonizacáo, é averiguar se o(a)
candidato(a) viveu as virtudes em grau heroico). O heroísmo é urna das
primeiras metas do cristáo; este há de procurar sempre ser generoso e
magnánimo. E, já que vocé tem prazer em ler as coisas de Deus, dedi-
que-se á leitura sagrada com amor: Evangelhos, Novo e Antigo Testa
mentos, Iivros de espiritualidade sejam seu alimento cotidiano. Saboreie
a Palavra de Deus; ela é eficaz.

O resto Ihe será dito pelo Mestre interior, que muitas vezes fala
também pela voz de um(a) diretor(a) espiritual.

ñezemos juntos...

Estévio Bettencourt O.S.B.

431
Como reconhecer?

VOCAQÁO

Via internet recebemos a seguinte mensagem:

"Minha dúvida é a respeito da vocagáo. Como se percebe a voca-


gao?

Desde que me reaproximei da Igreja, tenho me interessado cada


vez mais pelos assuntos espirituais (orar, iráMissa, lera Biblia, Ier sobre
Deus, Jesús, o Espirito Santo, a Igreja...) mais do que por qualquer outra
coisa; estou tendo dificuldades para me dedicar ao meu curso universita
rio, (estou no quarto ano do curso de Direito) e para mantermeus hábitos
sociais e de consumo (que requerem tempo e dinheiro, os quais tenho
considerado valiosos demais para serem gastos com egoísmo).

Gostaria de urna orientagáo. Como disse, estou deslumbrada por


estar conhecendo melhor a Deus, mas, ao mesmo tempo, aflita por nao
estar conseguindo manter minha vida nos moldes em que ela se encon-
tra... Estou achando cada vez mais difícil viver como Deus quer, dentro
de nossa sociedade, que é táo competitiva e consumista... Gostaria de
saber como reconhecer o chamado de Deus para mim".

Cara irmá em Cristo,

Cada um(a) de nos foi, desde toda a eternidade, concebido por


Deus Pai para ser, de algum modo, o reflexo de sua perfeicáo e santida-
de. A fim de chegar a tanto, recebemos de Deus um chamado pessoal
que caracteriza nossa vida na térra e que denominamos "vocacáo".

Vocé pergunta: E como se reconhece essa vocacáo?

Respondemos: Deus fala ou chama através das aptidóes ou dos


talentos que Ele mesmo colocou em cada qual de nos para que os apli
quemos sabiamente. Assim

- para a vida matrimonial, requer-se a capacidade de partilhar sua


sorte com outrem numa doacao muito íntima ao(á) consorte. Isto implica
certa abnegacáo ou renuncia, que é fonte de alegría, felicidade e auto-
realizacáo;

- para a vida religiosa consagrada, requerem-se outras aptidóes,


ou seja, a capacidade de celibato, de obedecer a urna Regra e a um(a)

(Continua nap. 416)

432
LIVROS A VENDA NA LUMEN CHRISTI:
- RIQUEZAS DA MENSAGEM CRISTA (2a e<±), por Dom Cirilo Folch Gomes O.S.B. (fa-
lecido a 2/12/83). Teólogo conceituado, autor de um tratado completo de Teología
Dogmática, comentando o Credo do Povo de Deus, promulgado pelo Papa Paulo VI. Um
alentado volume de 700 págs., best seller de nossas Edicóes RS 30,00.
- O MISTERIO DO DEUS VIVO, P. Patfoort O. P. O Autor foi examinador de D. Cirilo para
a conquista da láurea de Doutor em Teología no Instituto Pontificio Santo Tomás de
Aquino em Roma. Para Professores e Alunos de Teología, é um Tratado de "Deus Uno e
Trino", de orientacáo tomista e de índole didática. 230 págs RS 18,40.

- LITURGIA PARA O POVO DE DEUS (4a ed., 1984), pelo Salesíano Don Cario Fiore,
traducáo de D. Hildebrando P. Martins OSB. Edicáo ampliada e atualizada, apresenta
em linguagem simples toda a doutrina da Constituicáo Litúrgica do Vat. II. É um breve
manual para uso de Seminario, Noviciados, Colegios, Grupos de reflexáo, Retiros, etc.,
216 págs R$ 7,90.
- OS CISTERCIENSES - Documentos Primitivos, foi publicado originalmente na Franca
(Citeaux Commentarii Cistercienses), tendo urna ¡ntroducao e bibliografía do irmáo
Francois de Place, da Abadía de Notre Dame de Sept-Fons. Sua edícáo no Brasil foi
urna iniciativa do Mosteiro Trapista de Nossa Senhora da Assungáo de Hardenhausen -
Itatinga, em Sao Paulo, tendo o apoio dos beneditinos do Rio de Janeiro. A traducáo é do
jomalista Irineu Guimaráes, por muitos anos correspondente no Brasil do jornal francés "Le
Monde". Padre Luís Alberto Rúas Santos, O. Cist., foi o responsável pela revisáo da obra.
O livro sai pela Musa Editora, de Sao Paulo, em coedicáo com a "Lumen Christi", do
Rio de Janeiro (254 páginas) RS 25,00.
- A PROCURA DE DEUS, segundo a Regra de Sao Bento. Esther de Waal
Traduzido do original inglés pelas monjas do Mosteiro do Encontró, Curítiba/PR.
CIMBRA - 1994. 115 págs RS 18,00.
Apresentado pelo Dr. Roberto Runcie, arcebispo anglicano de Cantuária, pelo Cardeal
Basil Hume, OSB, arcebispo de Westmínster e de D. Paulo Rocha, OSB, abade de Sao
Bento da Bahia.
- PERSPECTIVAS DA REGRA DE SAO BENTO, Irma Aquinata Bockmann OSB.
Comentario sobre o Prólogo e os capítulos 53, 58, 72,73 da Regra Beneditina - Traducáo
do alemáo por D. Mateus Rocha OSB. A autora é professora no Pontificio Ateneu de Santo
Anselmo em Roma (Monte Aventino). Tem divulgado suas pesquisas nao só na Alemanha,
Italia, Franca, Portugal, Espanha, como também nos Estados Unidos, Brasil, Tanzania,
Coréia e Filipinas, por ocasiáo de Cursos e Retiros. 364 págs RS 12,90.
- A ALEGRÍA QUE VEM DA TRAPA, novo lancamento Lumen Christi. - Dom Bernardo
Bonowitz, OCSO, prior do Mosteiro Trapista de Campo do Tenente, Paraná, compilou
em livro, 31 das homilías que proferiu em seu mosteiro nos anos em que ele vive no Brasil.
No lívro vamos encontrar mensagens poéticas, profundas, e sobretudo alegres, acom-
panhando datas importantes da liturgia, que váo inspirar nossa caminhada e nos propor
cionar a paz do Senhor!
O livro, com 146 páginas, é finamente apresentado e teve a ilustracáo da capa e o
prefacio preparados por Claudio Pastro, um dos maiores artistas sacros da atuali-
dade RS 16,00.
Pedidos pelo Reembolso Postal
RENOVÉ QUANTO ANTES SUA ASSINATURA DE PR.
RENOVACÁO OU NOVA ASSINATURA (ANO DE 2002 - DE FEVEREIRO A DEZEMBRO):.. R$ 35,00.
NÚMERO AVULSO R$ 3,50.
PERGUNTE E RESPONDEREMOS ANO: 2000 e 2001:
Encadernado em percalina, 590 págs., com índice.
(Número limitado de exemplares) R$ 70,00 cada.
Novidades

Este livro é todo vazado ñas Sagradas


Escrituras, manancial fecundo de uniáo com
Deus.
O Autor destas páginas, monge do
Mosteiro de S. Bento do Rio de Janeiro, tem-
se dedicado á pregagáo de Retiros Espirituais,
com grave proveito para os fiéis. Daí pedirem-
lhe que redigisse algumas reflexóes sobre
temas de espiritualidade a fim de alimentar
a vida de oragáo dos leitores. E soube fazé-lo
com maestria como ocorre no presente livro.

Edigáo/lmpressáo: Mosteiro de Santa Cruz


Formato: 21 x 14 cm

145 págs.
R$ 18,00 Pedidos pelo Reembolso Postal

O Instituto de Filosofía e Teología do


R4VÍ1U dO
lm(ilutad» fft>K*« o ToofoflS»
do Matufio di %ta nenia Mosteiro de Sao Bento do Rio de Janeiro
tem a alegría de comunicar o langamento
do primeiro número de sua revista
semestral de Filosofía e Teología
\ .; , Filosofía «Ja Rcligiüp ' '
' Oracáo Cristu intitulada "Coletánea".
Teología Trinitaria O objetivo da Revista, cujo conteúdo
vem distribuido em 144 páginas, visa
Liturgia di> Hor:tv
contribuir como instrumento de pesquisa
F.cuincn¡aino '
nestes campos do saber, ao mesmo
tempo em que almeja promover e
favorecer o intercambio académico.
Assinatura anual para 2002: R$ 30,00
(dois exemplares).
Formato: 23 x 16 cm

...^ J Informagóes: Edigóes Lumen Christi

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