O Guia Definitivo para Escritores de Historias
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O Guia Definitivo para Escritores de Historias
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O GUIA DEFINITIVO PARA O ESCRITOR DE HISTRIAS
pag. 2
AVISO LEGAL
Esta primeira verso foi escrita em maro de 2017, fruto da
minha experincia enquanto escritor, professor e estudante de
escrita. O Guia Definitivo Para o Escritor de Histrias est sendo
distribudo de forma gratuita, mas peo que no altere ou extraia
partes deste material para que seja distribudo de outras formas.
O download pode ser feito na minha pgina oficinal.
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APRESENTAO
A literatura sempre foi o foco de ateno da minha vida. Aos 3 anos de
idade, perdi o meu pai em um acidente de automvel. Nunca o conheci,
apesar de ter vivido com ele na mesma casa durante os meus 3 primeiros
anos. Minha memria comeou a surgir a partir deste momento, quando
ele j no estava por perto. Enquanto crescia na Ribeiro Preto da dcada
de 90, sem internet (conseguem imagina o mundo sem internet?) os livros
do meu pai comearam a ocupar a minha vida, assim como as redes sociais
ocupam a vida de hoje. Os filmes de sua locadora tambm ocuparam uma
parte da minha semana, assim como o Netflix tambm o faz. Leitor voraz,
a herana do meu pai foi quem eu sou hoje, pois vieram dos livros que eu
li dele.
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Por mais fora de uso que esteja a palavra professor hoje, eu gosto da palavra.
Ela representa o que aprendi na minha formao de psicanlise que a
palavra Continente. Professor aquele que contm o outro e o transforma
Espero que este livro possa te ajudar a enfrentar a selva escura que voc se
encontra nas suas histrias e fazer com que voc saia de onde esteja e chegue
at onde queira ir, finalizando a sua jornada com uma nova criao consigo.
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grande abrao
Lucas Arantes
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CAPTULO 1: COMO NO
ESCREVER HISTRIAS
INGNUAS?
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este ebook at aqui, eu peo que leia at o final, pois eu tenho certeza que
uma claridade vai entrar para iluminar o seu caminho na criao de suas
histrias. E se dobrar a sua produtividade, no se espante. para isto que
este ebook foi feito.
No mnimo eu tenho certeza que este Guia vai ter ajudar a construir uma
histria original que no seja ingnua. Se voc deseja abandonar aquela
sensao de que todas as ideias que voc tm so maiores do que aquilo
que voc consegue realizar, faa um favor para si mesmo e termine este
Guia, pois voc ter as condies certas para executar as suas grandes
histrias. Elas podem, sim, sair da sua cabea e se conectar com centenas
e milhares de outras pessoas. Ento, aposte nas grandes histrias e aja
diariamente para construir isso. O segredo no escrever uma pgina por
dia, mas um novo motivo e sentido para escrever a prxima pgina. Colocar
em prtica o seu desejo em transformar uma ideia do zero em algo concreto
a melhor surpresa que voc pode receber nesta vida. Ter o seu esforo e
dedicao reconhecidos na criao de suas histrias, por um pequeno ou
grande grupo de pessoas, uma das coisas mais gratificantes que voc
pode sentir. Ao menos, por alguns instantes, voc se depara com aquela
ideia de propsito desta vida.
Quem cria novas histrias, reconhece novos sentidos. Isso dinheiro nenhum
paga. Ento, se prepare para conquistar o seu sonho e ser reconhecido
pelas histrias que voc quer contar, no pelas quais outras pessoas contam
sobre quem voc pode escolher contar a partir de um nico ponto de vista.
Se o seu sonho pode ser sonhado por outras pessoas de novas formas,
ento venha comigo at o final deste livro e agradea a sua prxima pgina
em branco.
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Uma das primeiras coisas que voc pode fazer fugir de assuntos
irrelevante. Ento voc precisa criar uma situao que eu chamo de Realismo
Surpreendente. Isto : voc cria uma situao em que existe uma realidade,
uma verdade, um universo prprio, com as suas leis de funcionamento, com
as suas regras fsicas e biolgicas, enfim, voc cria uma realidade que real
em sua prpria realidade. Isto pode ser na prpria realidade tambm, mas
de uma forma ou outro este Realismo precisa ser pelo menos uma mmica
da viso ltima da realidade que conhecemos hoje. E tambm precisa ser
Surpreendente, justamente porque esta realidade no pode ser a prpria
realidade que conhecimento. Ela precisa ser uma outra. Por isso o autor no
deve ser o narrador da sua prpria histria. Enfim, este Realismo precisa
ser Surpreendente, seja aproximando muito ou pouco da realidade final
que reconhecemos hoje.
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CAPTULO 3: PARA
COMEAR A JORNADA
1) Voc precisa apagar as suas pegadas anteriores para contar uma nova
histria: Por mais que no aparente, muitas vezes o pior inimigo de um escritor
ele mesmo. No ele no sentido prprio da palavra, mas o que ele fez e como
isso o influencia hoje. Isso porque o escritor no pode se ver perseguido por
sua prpria obra. Ele precisa se livrar dela para construir a sua histria seguinte.
Ou como diria o psicanalista Wilfred Bion sobre a posio ideal de um analista:
preciso estar sem desejo e sem memria. Ou mesmo em uma ateno
flutuante, como disse Sigmund Freud, para poder criar a partir dos modelos j
apreendidos. S neste devido grau de radicalidade voc poder construir algo
realmente novo. S neste grau de entrega para uma nova histria ser possvel
fazer surgir algo raramente significativo.
2) preciso se ater no que a obra quer de voc e no no que voc quer da obra:
Escrever para a histria e no com a histria vai fazer voc olhar para a sua
histria daqui a alguns anos e ela continuar a fazer o mesmo sentido, pois ela
funcionar dentro dela mesma. A histria precisa possuir uma verdade interna
que no possvel falar sobre ela. preciso passar por ela para entender o que
ela representa, pois ela composta de uma rede de emoes. Este o grande
segredo de um bom texto. Voc, como escritor, tambm precisa se surpreende
com a histria, para poder surpreender o ouvinte. Voc, como escritor, precisa
sentir e ser transformado pela obra. A histria o resultado da sua mudana ao
longo da escrita. E se uma histria conseguir modificar voc, imagine o que ela
no pode fazer pelas outras pessoas
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4) Verdade: Mentira tem perna curta, a sua histria precisa ser sincera.
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Muita das vezes nos empolgamos com uma novidade. O mundo est
preparado para causar isto em voc. Atrados pela novidade, confundimos
consumo com produo contnua. Da, competir com este mercado uma
tarefa ingrata, impossvel e inapropriada para um escritor. Ele precisa criar
um ponto de gravidade, que a prtica contnua de suas histrias, e fazer
com que o mundo se interesse por isso. Se voc praticar, voc ficar cada
vez mais preparado para criar novas histrias e criar a si mesmo a partir
disso. Estar preparado tudo. preciso praticar para que a habilidade de
contar e criar novos textos surjam facilmente para um escritor. Como todas
as habilidades, isto pode demandar um tempo. Escrever como a cura de
um queijo nas fazendas de Minas Gerais. preciso deixar ele estocado por
um tempo, em algum canto, em cima de uma prateleira, para que o queijo
termine de curar. Tambm preciso dar um tempo para que a histria
se desenvolve. E ela geralmente surge na medida em que voc executa
algumas determinadas prticas. Um novo golpe em um ringue de boxe,
por exemplo, s surgir a partir do momento em que voc tiver praticado
outros movimentos. A criatividade surge de modelos j existentes, por
osmose. Este um processo de escrita criativa. Praticar com modelos, far
com que voc os quebre, naturalmente, para encontrar a sua prpria sada
na construo de uma histria. Mas para ser ainda mais original, preciso
inventar novos modelos para quebrar, ento, a sua histria em cima disto,
realizando, com a sua obra, uma inovao de conceito, estrutura, enredo
e personagens. Tudo pode acontecer novamente, mas sempre a partir
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de uma nova forma. isso que surpreende. Por isso o mtodo que eu criei
se chama Escrita Inventiva. Pois, alm de estudar e praticar os principais
modelos de escrita, inventa uma camada realmente nova que potencializa
a histria com grande inovao.
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CAPTULO 5: A CRIAO
DO CONFLITO
Se voc tiver um bom conflito, voc ter uma boa histria. Quanto maior o
conflito inicial, mais longe a sua histria ser lanada. O conflito atravessa
a histria como um cometa. Ele , na verdade, o ponto de gravidade da
sua histria, onde todas as outras coisas giram. O que voc precisa fazer
atravessar uma histria de carona neste grande conflito. Se este cometa
conflito que atravessa uma histria suporta o seu peso, como autor, sem
provocar distores na trajetria, provavelmente este ser um excelente
conflito que te levar at o final. :)
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CAPTULO 6:
MENTES PARAQUEDAS
No possvel conhecer a Frana sem pisar nela. Voc pode at ver fotos,
imagens ou navegar pelo Google Earth. Mas conhecer um lugar s possvel
pensando dentro dele e no nele ou sobre ele. Por isso fundamental que
voc tome a deciso de terminar uma histria no mesmo momento em que
voc escrever as primeiras linhas. Escolha bem antes de comear, ento
comece. E quando comear, termine. Busque as motivaes certas para
isso. De qualquer forma, voc precisa comear para pode pensar dentro
da histria e encontrar as solues dos novos problemas somente a partir
disto. Antes, voc planeja a jornada. Mas na hora da criao, jogo jogo,
treino treino.
Quando voc estiver dentro do jogo, ainda ser necessrio aprender pelo
caminho. Tudo pode virar objeto e objetivo da sua histria. Voc no precisa
fugir do mundo e da vida em que voc vive agora quando for escrever.
Voc precisa justamente amarrar e se agarrar em coisas no momento certo
e na hora, justamente quando elas estiverem acontecendo. Por isso, eu
aconselho que voc use e abuse deste Guia, pois ele foi construdo com toda
a sinceridade para te ajudar nos caminhos trilhados dentro da construo de
uma histria. Aqui, existem infinitos pontos concretos para voc usar. Ligue
estes pontos da maneira mais original possvel e construa agora mesmo a
histria que somente voc seria capaz de inventar.
Foi Homero quem escreveu a Odissia, por mais que contadores de histrias
narravam a histria contida no livro por onde passavam na poca. Por mais
que outro escritor tenha comeado antes ou sem saber que Homero estava
escrevendo a Odissia, foi Homero quem concretizou e inventou este sonho
de uma comunidade inteira. Assim como Santos Drummond inventou o
avio e no os irmos americanos que criaram um estilingue sem trem de
pouso. Para fazer uma histria preciso sonh-la primeiro. Ento, sonhe o
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que deseje contar e s narre o que tiver a impresso que esteja sonhando.
Se isto fizer sentido, voc abriu a sua mente. Isso no colocar a sua
cabea debaixo de uma britadeira ou se abrir para todas as possibilidades
do mundo. Mentes funcionam abertas. E como diz o ditado: precisam agir
como paraquedas. nesta abertura, quando se abrem, que voc encontra
o que deseja contar. E a partir da, voc comea a afunilar a sua histria e
a caminhar para o seu destino final.
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CAPTULO 7:
LEITORES ANJO
Esta pessoa, provavelmente, deve falar a opinio dela sobre a sua histria.
Se ela fizer isto, voc corre o risco de ouvir muitos palpites sobre o que
escreveu. O que voc precisa fazer ouvir tudo o elas tm para dizer e voltar
para o captulo Mentes Paraquedas para te orientar e te ajudar a centrar
novamente no seu motivo. preciso ouvir e no copiar. Outros pontos de
vista sobre a sua histria podem te ajudar a encontrar o real motivo de voc
ter decidido compartilhar aquilo que o levou a escrever.
Leitor Anjo aquele primeiro leitor da sua histria. Oua o que ele tem para
dizer. Analise o que voc esteja buscando provocar com a sua histria e veja
a reao deste primeiro leitor. Ento, volte a ler a sua histria e mude algo
se achar necessrio. A histria ir falar por si no final. Acredite nela.
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CAPTULO 8:
UMA NOVA LNGUA
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o poder das palavras certas para traduzir mundos. Stanley Kubrick sabia
disso quando escreveu Inteligncia Artificial e colocou cerca de 7 palavras
ordenadas, que precisavam ser ditas em uma determinada ordem para
ativar e dar vida ao rob adquirido pelo casal responsvel por toda o drama
da histria.
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8) Direo Inesperada: Voc descreve algo que parece ser alguma coisa
e termina com uma surpresa. A partir deste momento, em que voc
conquistar a ateno do leitor, voc pode contar a sua histria.
10) Ouvinte: Algum est ali justamente para ouvir o que est sendo
contado. Ns nos identificamos com este ouvinte. Ele pode interferir na
cena, quebrando objees, ou simplesmente reagir a uma situao ou
somente ouvir e se transformar com o decorrer da cena ou da histria.
11) Discurso Direto: Iniciar a cena com a notcia de um jornal, com trechos
de reportagens de diferentes canais, com uma anlise de algo por um
apresentador, com um e-mail, uma mensagem na televiso, uma notcia,
enfim, com algo que esclarece o Reconhecimento da situao que iremos
ver personagens inseridos.
P.S: Volte aqui sempre que sentir aquele branco, mas que mesmo assim
esteja com vontade de escrever e elaborar uma situao ou um pensamento
novo no formato da sua histria.
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CAPTULO 10:
AO DRAMTICA
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O ideal voc revelar uma situao que seja um complexo de coisas. Por
isso, planeje a sua histria. Faa esquemas das situaes. A arte da escrita
tambm reside na arte de saber empilhar pratos e rodar eles com uma vareta
em cima de um monociclo. Desejarei sempre sorte na sua empreitada.
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Cada histria carrega um local, que carrega os habitantes deste local, que
carrega uma lngua, que age e reage dentro de um tempo e que forma toda
a estrutura da histria. Portanto, cada histria possu os seus objetivos.
Sabendo disso, o mais importante voc deixar claro o qu estes objetivos
representam dentro da sua histria. No possvel existir somente uma
meta dentro da narrativa. preciso de um motivo para atingir determinando
resultado ou ao menos fazer o personagem sair de onde est para chegar
nos seus objetivos.
Cada povo possu o seu modo de ver o mundo. Cada universo age e reage
de um jeito. Apresentar estes detalhes das aes fazem parte dos objetivos
de uma histria. do detalhe que o todo se revela e somente a partir de
uma semente que possvel criar um novo universo plausvel para o acesso
de outras pessoas que queiram se envolver e, tambm, se identificar com
os objetivos de mundo da sua histria.
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CAPTULO 14:
CENRIOS DE TRANSIO
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CAPTULO 15:
DO PRANTO AO RISO
A situao trgica pode ser resumida pela palavra luto. Na situao lutuosa,
o sujeito se recolhe, trazendo, para dentro de si, objetos e objetivos que
conseguiu recolher do que foi perdido. A histria introjetada dentro do
sujeito para ser incorporada a ele. Aps introjetar, ele projeta a histria
junto com o seu carter. Histrias possuem impactos poderosos e por isso
preciso saber muito bem o propsito final do que deseja passar. O que est
escrita independe de seu autor, por isso a importncia de ser o mais coerente
possvel consigo mesmo, com as suas paixes, com a sua viso de mundo,
com o domnio das ferramentas de escrita e sobre a experincia literria em
si. Se pudesse acrescentar algo seria para voc manter o divertimento da
linguagem durante este percurso
O segundo tipo de arte seria a buscada pelo riso. Infelizmente, o texto sobre
a comdia que Aristteles escreveu no chegou at ns ou este teria sido
o primeiro Guia para estruturar uma boa comdia. A princpio, a comdia
possu a funo de alvio de tenses. Em um outro plano, este alvio pode
significar um ataque velado ao que tenciona o narrador/personagem da
histria. Ou seja: Temos a Comdia de Erros: para rirmos da nossa falta de
perfeio; das repeties dos erros cometidos diariamente por distraes;
do nosso papel de vtima dentro do injusto mundo e da nossa ignorncia
diante das atrocidades que acontecem na esquina ao lado. Existe tambm a
Comdia Cnica: feita para atacar o opressor; para criar um inimigo comum
e atirar pedra junto com o pblico. feita para zombar; tirar sarro mesmo,
enfim, aliviar a tenso, fazer rir e causar polmica.
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Quanto mais voc trouxer para a luz os opostos dentro da sua histria, mais
claras sero as metforas de mundo criadas pelo universo ficcional.
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Primeiro, voc deve se ater aos ritmos que a sua escrita provoca. Saber que
voc pode exercer o controle na musicalidade da sua narrativa, alterando o
ritmo entre tempos fortes e tempos fracos, por vezes bruscamente, outras,
de maneira mais harmnica, voc estar no caminho certo para a construo
do seu estilo. Este sem dvida um dos momentos mais importantes do
processo literrio. Encontrar a sua voz dentro da histria encontrar a linha
certa para falar sobre algo que est aqui e l ao mesmo tempo. Ser muito
mais fcil a sua escrita a partir deste ponto. interessante pensar a escrita
como msica e as palavras como notas musicais. Temos um nmero limitado
de sentidos e construmos coisas que esto alm daquilo que estamos
dizendo. Voc no precisa passar por todas as velocidades para produzir
um ritmo. Pequenas variaes podem produzir grandes efeitos. Caminhar
para encontrar a prpria voz s possvel escrevendo. Como qualquer outra
arte, exige treino. No queira alcanar a perfeio de algo para comear a
praticar. A partir do momento em que voc treina a prtica de construo de
histrias, voc tem maiores chances para desenvolver a maior habilidade
de todas que a habilidade de expresso. Treinar o ritmo de uma histria
dialogar com o tempo. Pontue os momentos precisos. Coloque pausa na
sua msica. Para existir msica preciso ter pausa tambm. Alimente os
momentos de tenso. Produza a sua paz nos momentos de calmaria. Esconda
bem um enigma antes de comear a apresentar as primeiras pistas. Amarre
muito bem as partes. Faa cortes bruscos se for necessrio. Mas costure o
Ritmo e a Harmonia da sua histria.
Existe um terceiro elemento que a Voz pessoal de cada autor. Cada pessoa
possu a sua prpria voz e precisa trein-la para dominar. A linguagem
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CAPTULO 18:
PONTO DE VISTA ORIGINAl
Os personagens precisam criar para a platia uma janela para o que se passa.
Quem criar a melhor janela, seja no mundo da histria como no mundo
dos negcios (Bill Gates/ Steve Jobs), ilumina para um maior nmero de
plateias a sua mensagem. Alm de definir o pblico, para quem voc quer
dizer, voc precisa definir qual o ponto de vista de partida que a histria
ser contada. Henry James escreveu Pelos Olhos de Maysa, para contar
uma histria com o ponto de vista de uma garotinha. William Faulkner
criou a mente de uma pessoa com problemas e transcreveu como seria
o raciocnio desta singularidade. Guimares Rosa escreveu que devemos
enxergar o mundo pelos olhos de um pssaro. Ento, faamos isso. Mude o
seu ponto de vista, no s a maneira como voc anda na rua. Enxergue com
os olhos de outra pessoa ou objetos. O Ponto de Vista uma singularidade,
o Buraco Negro no universo literrio. Encontre ou invente um ponto de
vista inusitado para contar a sua histria.
Para que este ponto de vista acontea de uma forma plena, ele deve edificar
a prpria estrutura do enredo da sua histria.
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CAPTULO 19:
UM POUCO SOBRE ESTRUTURA
Gostaria que voc pensasse um pouco comigo sobre as seis estruturas que
podem te ajudar na construo de uma histria. Voc pode fazer o rearranjo
que quiser, usar em toda a estrutura da sua criao, mesclar ou alterar
uma destas estruturas durante a construo de cenas. O importante voc
entender e dominar estas ferramentas para construir o jogo que desejar:
Estrutura simples:
1) Linear: A histria acontece de uma maneira linear.
2) Binria: A estrutura da histria contada sobre dois pontos de vista,
duas verdades.
3) Circular: A forma da histria volta ao mesmo ponto diversas vezes.
Estrutura complexa:
1) Insero: A narrador interfere o tempo toda na histria por meio dele ou
do personagem.
2) Fragmentada: A narrativa contada em pequenos pedaos, mas pelos
fragmentos possvel construir a histria.
3) Estrutura Polifnica: A forma dos textos ficam arquitetadas de tal
forma, que mais lembram uma escultura de vidro tridimensional feita com
pedacinhos de mosaico com um sol brilhante no meio.
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O tema deve ser a chave de comando para a sua histria. Nada deve
se desviar dele. Todos os elementos devem gravitar, sendo atradas ou
repelidos, pelo tema. Alm disso, o tema escolhido te ajudar a no fugir
do propsito da sua histria.
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CAPTULO 24: OS 4
TIPOS PSICOLGICOS DE
PERSONAGENS
1 - Personagem de Pensamento
2 - Personagem de Sentimento
3 - Personagem de Sensao
4 - Personagem de Intuio
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CAPTULO 25:
OS 3 NARRADORES
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Espero que voc use este Guia para ligar os pontos da sua histria. Talvez
voc j faa tudo isso, talvez voc faa isso de maneira inconsciente, ou talvez
esteja descobrindo tudo isso agora, mas muito importante trazer para a
luz o mximo de informao possvel para que voc lembre a sofisticao
que o domnio da linguagem que todos ns j conhecemos.
Saber que a experincia temporal pode ser minada por dentro te dar a
possibilidade na criao de cenas emocionantes.
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A partir do momento que voc tiver um tema, um motivo ou algo que o leve a
escrever, tudo dever circular e gravitar dentro deste propsito inabalvel.
Quando for descrever ou mostrar um cenrio, pense que ele pode ser tanto
ponto de encontro como tambm ponto de fuga dentro da histria. O cenrio
pode causar mais tenso, como pode tambm aliviar a situao. Lembre
que o personagem est inserido em algum lugar e este espao carrega
inmeros significados em paralelo da histria que voc deve ressaltar.
Nesta transformao que queremos usar como exemplo, voc pode fazer
com que o cenrio dialogue com a cena, narrando um momento de paz que
transformado em um inferno (ou vice versa). Se for um assassino que
sequestra ou seduz algum em um parque pblico, podemos dizer que o
ponto de vista do cenrio da personagem sequestrada, pois a sua vida
estava em paz (jardim), mas foi transformada em um inferno (quarto em
chamas). Portanto, o cenrio nos ajuda tambm a pensar sobre o ponto de
vista da histria.
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P.S: Uma outra funo do cenrio antecipar algo que est por vir. Ao
antecipar algo, ele cria tenses e prende o ouvinte para o que ir acontecer
em seguida.
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CAPTULO 29:
AS BONECAS RUSSAS
Como uma boneca russa, h outras antes dela e outras na sua frente, mas
todas so diferentes e inditas entre si. Voc deve focar no momento da sua
histria, em uma boneca russa da sua histria, mas no deve esquecer
que esta boneca veio de algo e h outras ainda que a sucedem. Crie o seu
universo com esta linha de tempo, focalizando em apenas um momento
(sem esquecer que existiram os anteriores e existiro os seguintes), e voc
ver cada detalhe deste seu planeta seu criar uma vida quase que real.
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CAPTULO 31:
PALAVRAS IMAGENS
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CAPTULO 32 : A PROVOCAO
DO MISTRIO PELAS LACUNAS
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CAPTULO 34:
SIMPATIA x EMPATIVAS
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CAPTULO 35:
A JORNADA DO HERI
Acredito que uma das tcnicas mais importantes para a construo de uma
histria conhecida como A Jornada Do Heri. Falo isso, pois esta ferramenta
no foi fruto da inveno de algum, mas fruto de uma observao. Ningum
criou os doze passos do heri. Eles foram observados em diferentes grupos
culturais de diferentes pocas. H um livro fundamental sobre isso (alm
dos clssicos) intitulado A Jornada do Escritor, de Christopher Vogler.
Basicamente, o livro conta sobre os 12 passos do heri, sobre aquele que se
transforma ao longo da aventura e passa por diferentes cenrios e situaes,
enfrentando conflitos, desenvolvendo habilidades, falhando e conquistando
o objetivo no apenas dele, mas de um grupo inteiro. Gostaria de deixar um
resumo aqui sobre A Jornada do Heri para voc se orientar no percurso
da sua escrita.
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9 Ganham a RECOMPENSA;
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1 - Descrio de Movimento
2 - Descrio de Inteno
3 - Nomes de Personagem
4 - Dilogo Ping-Pong
5 - Dilogo Fragmentado
6 - Dilogo Circular
7 - Discurso Potico
8 - Nuances de Polaridade
9 - Situao ou Contexto (velado ou explcito)
10 - Limpeza de Chamin (Monlogo Vmito)
11 - Frase que Descreve uma Ao
12 - Frase que Demonstra uma Ao
13 - Frase de informao de endereo
14 - Discurso no presente com o tempo acelerado
15 - Discurso no presente com o tempo acelerado
16 - Mudana Catastrfica
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CAPTULO 37:
PIRMIDE INVERTIDA
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pag. 54
CAPTULO 38:
SONHE GRANDE
Se for para viver, que seja em sonho. E se para sonhar, que sonhe
grande. Os pequenos sonhos provm do seu inconsciente individual. Os
grandes sonhos so de um inconsciente coletivo. Sonhe aquilo que o seu
grupo sonharia.
Crie, antes, uma histria para atingir a sua grande meta. As narrativas so
uma ferramenta poderosa para a autoestima. O mesmo trabalho investido
que voc ter para sonhar e fazer coisas pequenas ser para voc sonhar e
fazer coisas grandes.
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CAPTULO 40:
CONSIDERAES FINAIS
Viver de novas maneiras pode estar relacionado com a forma com que
habitamos a linguagem e construmos o nosso mundo.
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