Autopoiese Sistema e Identidade
Autopoiese Sistema e Identidade
Autopoiese Sistema e Identidade
por
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3
3
4
Agradecimentos
A Diogar José Curvello e Iolanda Azevedo Curvello, meus pais, que nunca
mediram esforços para que seus filhos tivessem acesso aos livros e ao
conhecimento.
Aos amigos professores Alfredo Costa, José Salomão David Amorim, Milton
Cabral Viana, Maria Cecília Martinez, Sônia Guedes, Ivany Neiva, Duda
Bentes, Gustavo Lisboa, Newton Scheufler, Aylè-Salassiê Quintão, Elizabeth
Brandão, Ana Lúcia Novelli, Jorge Duarte, Cleusa Scrofernecker, Margarida
Kunsch, que, cada um a seu modo, reforçaram no autor a paixão pela
convivência acadêmica.
4
5
RESUMO
5
6
ABSTRACT
6
7
RESUMEN
7
8
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................... 9
8
9
1. INTRODUÇÃO
A primeira concepção desta tese partiu da constatação, ainda em
1995, de que a flexibilização das relações de trabalho chegava de forma
avassaladora para mudar para sempre o ambiente de trabalho no Brasil.
Naquele ano, várias empresas, no embalo das reengenharias, demitiram
milhares de funcionários. O fenômeno, não restrito ao Brasil (vide a série de
reportagens publicadas no New York Times em março de 1996, sob o título
“The Downsizing of America” – anexo 1), mostrava a todos que os pilares
das relações humanas no trabalho estavam ruindo, e com eles as formas de
interação social e comunicativa. De tal forma que, ao concebermos o projeto
de pesquisa que orientou esta tese, vaticinávamos que “nada seria como
antes” no ambiente das organizações.
9
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10
11
A busca por métodos que nos permitissem ler essa nova realidade
nos aproximou do construtivismo radical, expressão cunhada inicialmente
por Ernst von Glasersfeld a partir dos estudos de Heinz von Foerster, pela
oposição desse método ao objetivismo clássico de outros métodos
científicos, que acreditam e pregam que o observador não pode participar da
descrição das observações. Heinz von Foerster, citado por Watzlawick e
Krieg 1, nos afirma que “a objetividade é a ilusão de que as observações
podem ser feitas sem um observador”.
1
Watzlawik, Paul e Krieg, Peter (editores). El Ojo del Observador. Barcelona: Gedisa, 1994, p.19.
2
Idem, p. 32.
11
12
3
Watzlawick, Paul. La Coleta Del Baron de Münchhausen. Barcelona: Herder, 1992, p. 60.
4
Idem, p. 123.
12
13
5
Sennet, Richard. A Corrosão do Caráter. São Paulo: Record, 2000, p. 164.
6
Luhmann, Niklas. Sociedad y Sistema: la ambición de la teoria. Barcelona: Paidós/I.C.E-U.A.B,
1990.
13
14
7
Mariotti, Humberto – Complexidade e Pensamento sistêmico. Texto introdutório. 2000, consultado
na Internet em 08/01/2001, no seguinte endereço:
http://www.vision-
mercosur.org.br/Brasil/Treinamentos/2treinamento/textos/Complexidade_e_Pensamento_Sist%C3%AAmico.htm
8
Levy, Pierre. As Tecnologias da Inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. São
Paulo: Editora 34, 1993.
14
15
9
In: Robbins, Stephen P. Managing Today. Edition 2.0. New Jersey: Prentice-Hall, 2000, p. 2.
15
16
16
17
17
18
10
In: Rivera, José Rodrigues de – El concepto de organización. Alcalá, 1999. Consultado na Internet
em 04/12/2000, no endereço:
http://www2.alcala.es/estudios_de_organizacion/temas_organizacion/teor_organiz/concepto_organiza
cion.htm
18
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19
20
11
In: Rivera, José Rodrigues de – El concepto de organización. Alcalá, 1999, p. 20. Consultado na
internet em 04/12/2000, no endereço:
http://www2.alcala.es/estudios_de_organizacion/temas_organizacion/teor_organiz/concepto_organiza
cion.htm
20
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14
Uma das definições clássicas é a elaborada por Parsons (1960,
citado por Etizioni,1980:9), como sendo "unidades sociais (ou agrupamentos
humanos) intencionalmente construídas e reconstruídas, a fim de atingir
objetivos específicos". Outros autores definem como um agrupamento de
pessoas, trabalhando em estrutura e local definidos, operando uma
determinada tecnologia, na busca de alcançar resultados e atingir objetivos
comuns. Para atingir esses objetivos, as organizações acabam se
caracterizando, entre outros aspectos, pela divisão do trabalho e do poder.
E mais: estabelecem normas e necessitam impô-las, possuem regras e
regulamentos e dão ordens que precisam ser cumpridas.
12
Barnard, Chester. The functions of the executive. Cambridge: Harvard University Press, 1938.
13
Schein, Edgar. Organizational culture and Leadership. San Francisco: Jossey Bass, 1986.
14
Parsons, Talcott. Structure and process in Modern Societies. Glencoe: The Free Press, 1960, p.17 –
In: Etizioni, Amitai. Organizações Modernas. São Paulo: Pioneira, 1980.
21
22
15
Max Weber, citado por Etizioni , sugere que uma estrutura moderna
de organização só será eficiente se possuir autoridade burocrática e
racional. Para isso, precisa, entre outras coisas, de regras que padronizem
atitudes e ações, da divisão do trabalho por competências e da hierarquia.
15
Etizioni, Amitai. Organizações Modernas. São Paulo: Pioneira, 1980, pp. 85-92.
22
23
16
Chanlat e Bedard, In: Chanlat, Jean-François (coord) – O indivíduo na organização: dimensões
esquecidas. São Paulo: Atlas, 1992, pp. 137-143.
17
Katz. D. e Kahn, R.L. The Social psychology of organizations. New York: London, 1978.
18
Porter, L.W., Lawler, EE, Hackman, J.R. Behavior in organization. New York: McGlaw Hill, 1975.
19
Abrahamson, Bengt. The logic of organizations. London: Sage. p.54
23
24
24
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25
26
26
27
20
Miller & Form, citados por RIVERA, José Rodríguez de – El concepto de organización - Alcalá,
1999. Consultado na internet em 04/12/2000, no endereço:
27
28
http://www2.alcala.es/estudios_de_organizacion/temas_organizacion/teor_organiz/concepto_organiza
cion.htm
21
Luhman, Niklas. Lob der Routine. In Vetrwaltungsarchiv, 55; pp.1-33, citado por Rivera, José
Rodrigues. Op. Cit.
28
29
22
Rivera, José Rodrigues. Op. Cit. p. 10.
23
FREITAS, Sidinéia Gomes - Comunicação social como instrumento do poder. As coordenadorias
de comunicação social da nova república. Tese de Doutoramento. São Paulo, ECA/USP, 1987.
29
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30
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32
Luhmann vai centrar suas análises nos sistemas sociais. Para ele, a
sociedade é um sistema auto-referente e autopoiético que se compõe de
comunicações 24.
24
LUHMANN, Niklas – Sociedad y sistema: la ambición de la teoria. Barcelona: Paidós, 1990, p. 25
32
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34
Essa Escola centra, então, seu foco nas relações informais e nos benefícios
indiretos, mas acaba recebendo o rótulo de manipuladora, uma vez que
tentava evitar o conflito via integração mediada pela barganha entre os
muitos benefícios que oferecia e a exigência de vínculo e fidelidade.
34
35
35
36
25
MOGGI, Jair - Processos de Mudança, in BOOG, Gustavo G. (coord.) - Manual de Treinamento e
Desenvolvimento - ABTD, pp 37-63, São Paulo: Makron Books, 1994.
26
OLIVEIRA, Marco A. - Cultura Organizacional - São Paulo: Nobel, 1988, pp. 18-23.
27
ROBBINS, Stephen P. – Managing Today – edition 2.0 – New Jersey: Prentice-Hall, 2000, pp.10-
11.
36
37
28
IANNI, Octavio - Teorias da Globalização. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1996.
37
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30
Essa organização em rede caracterizaria, segundo Castells , um
novo tipo de desenvolvimento no interior do capitalismo - a que denomina de
“informacionalismo” -, ao alterar mas não substituir o modo predominante de
produção. O novo contexto de redes de empresas, de incremento das
ferramentas tecnológicas, de concorrência global e de redefinição do papel
regulador do Estado impõe uma nova ética, um novo espírito, mas não uma
cultura nova, no sentido de sistema de valores, porque toda e qualquer visão
unificadora é rejeitada pela nova ordem. Até mesmo a expressão “nova
ordem” é rejeitada. Contudo, como bem observou Castells31 , há mesmo “um
código cultural comum nos diversos mecanismos da empresa em rede”.
29
DAVIDOW, W.H. & MALONE, M.S. - A Corporação Virtual - São Paulo: Pioneira, 1993.
30
CASTELLS, Manuel – A Sociedade em Rede – São Paulo: Paz e Terra, 1999, p.213.
31
Idem. p.216-217.
32
Idem. p. 217.
39
40
33
SENNET, Richard. A corrosão do caráter. São Paulo: Record, 2000.
34
Idem, p. 138.
35
Apud SENNET, Richard. Op. Cit. p. 138.
40
41
uma pessoa que jamais seria capaz de se levar a sério, porque sempre sabe
que os termos em que se descreve estão sujeitos a mudança, sempre sabe
da contingência e da fragilidade de seus vocabulários finais e, portanto, do
seu “eu” . Ou seja: o caráter irônico seria auto-destrutivo, uma vez que
provoca uma sensação de que não somos reais, de que nossas
necessidades são meras ficções. O que nos ajuda a concluir que as falsas
novas bases de relacionamento podem provocar uma perda do sentido do
trabalho e da vida.
41
42
36
DE MASI , Domenico – Desenvolvimento sem Trabalho. São Paulo: Esfera, 1999, pp. 7-12.
37
Idem, p.12.
42
43
38
Liedke, apud CATTANI, Antonio David (org.) – Trabalho e Tecnologia: dicionário crítico –
Petrópolis: Vozes, 2000. 3ª. Edição, p. 272
43
44
39
ANTUNES, Ricardo – Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho
– São Paulo: Boitempo, 2000. e ANTUNES, Ricardo - Adeus ao Trabalho? Ensaio sobre as
metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. São Paulo: Cortez, 1995.
44
45
40
SENNET, Richard. Op. Cit.
41
BRIDGES, William - Mudanças nas Relações de Trabalho - JtobShift - São Paulo: Makron Books,
1995.
45
46
42
HANDY, Charles - A Era do Paradoxo, São Paulo: Makron Books, 1995a., pp.18-22
43
CONRAD, Charles e POOLE, Marshal Scott - Introduction: Communication and the Disposable
Worker, in Communication Research, Vol. 24, Nº. 6, December 1997, pp. 581-592.
46
47
44
ETIZIONI, Amitai - Organizações Modernas. São Paulo: Pioneira, 6.ed., 1980, p.70.
47
48
48
49
45
HANDY, Charles. Op. Cit. 1995ª, p.217.
46
ETIZIONI, mitai. Op. Cit. p. 70 e FLEURY, M.T.L. e FISCHER, Rosa M. - Cultura e Poder nas
Organizações. São Paulo: Atlas, 1989, p. 24.
49
50
47
resultado sinérgico ”, e que chegou a se confundir com as práticas de
comunicação empresarial, mas que cada vez mais se aproxima da gestão de
Recursos Humanos.
47
Ribeiro, Walter Eustáquio. O endomarketing em instituições financeiras. Dissertação de mestrado.
Brasília. UnB. 1993.
48
Morgan, Gareth – Imagens da Organização. São Paulo: Atlas, 1996, pp. 239-278.
50
51
49
FLEURY, M.T.L. e FISCHER, Rosa M. - Cultura e Poder nas Organizações. São Paulo: Atlas,
1989, p.22.
50
SCHEIN, Edgar - Organizational culture and leadership. San Francisco: Jossey Bass, 1986.
51
PAGÈS, Max et alii - O Poder das Organizações - São Paulo: Atlas, 1987.
51
52
52
FREITAS, Maria Ester de – Cultura Organizacional: o doce controle no club dos raros. In: Motta,
F.C.P. & Caldas, M. - Cultura brasileira e cultura organizacional – São Paulo: Atlas, 1997
52
53
53
FREITAS, Maria Ester de – Cultura Organizacional: formação, tipologias e impactos. São Paulo:
Makron/McGaw-Hill, 1991, p. 115..
54
Idem. P. 115.
55
THÉVENET, Maurice - Cultura de Empresa - Auditoria e Mudança, Lisboa: Monitor, 1989, p.153.
53
54
57
Já Pettigrew afirma categoricamente que é possível, sim, gerenciar
a cultura e, em conseqüência, mudá-la, mas atribui uma grande dificuldade à
tarefa. Para ele, é mais fácil ajustar as manifestações da cultura do que
mudar o núcleo de crenças e pressupostos básicos da organização.
56
Idem. p. 154.
57
PETTIGREW, Andrew M. - A cultura das organizações é administrável? in Fleury, Maria T.L..
Cultura e Poder nas Organizações. S.Paulo: Atlas, 1989, pp 145-146.
58
AKTOUF, Omar - Une étude empirique et théorique des usages de la parole dans des organisations:
du “véhicule d’information” à la convivialité institutionnalisée”, Actes du XIVe Colloque Jean-Yves
Rivard: Línformation: pour un équilibre entre l’intuition et l’analyse, Ottawa: Les Presses de lÁHC,
1994, p. 71-85.
54
55
Aktouf nos diz, ainda, que acreditar na força exclusiva dos gerentes
para mudar comportamentos é crer que a cultura possa ser alguma coisa
diferente da realidade vivida, espontânea, subjetiva dos indivíduos; que ela
possa ser alguma coisa diferente da relação dos indivíduos com suas
condições de existência, para ser alguma coisa que possa ser decretada e
mudada à vontade 59.
Joanne Martin60 , que defende a idéia de que não existiria uma cultura
organizacional, mas sim múltiplas culturas, trata a questão da mudança
cultural de forma mais analítica. Em seu livro sobre as três perspectivas de
análise das culturas nas organizações, ela demonstra que cada uma das
perspectivas vê a mudança de uma forma muito particular. Para os adeptos
da perspectiva da Integração (em que a organização é vista como consenso,
harmonia e transparência de discursos e ações, e na qual a ambigüidade é
excluída), a mudança estaria centrada nos líderes, que teriam a
responsabilidade de responder às pressões do ambiente, mudando o
sistema normativo e controlando o processo. Para a perspectiva da
Diferenciação (marcada pela ênfase nas subculturas, que abrigariam alguma
espécie de consenso interno, e pelo reconhecimento da existência do
conflito e da ambigüidade nas relações entre subculturas), a mudança é
resultado da ação coletiva provocada por influências organizacionais e do
meio ambiente. Já para os pesquisadores que trabalham com o ponto de
vista da Fragmentação (que centram o foco na ambigüidade, na
multiplicidade de visões, na ausência de consenso, nas relações complexas
em que conflito ou harmonia não aparecem com clareza, e que vêem a
59
Idem.
60
MARTIN, Joanne - Cultures in Organizations - Three Perspectives. New York: Oxford, 1992, pp.
168-188.
55
56
61
TAVARES, Maria das Graças de P. (1991) - Cultura Organizacional - Uma abordagem
antropológica da mudança - Rio de Janeiro: Qualitymark, 1991, pp.43-44.
56
57
62
Tavares, Idem, pp. 43-44
63
GENNEP, Arnold Van - Os Ritos de Passagem, Petrópolis: Vozes, 1977.
64
FREITAS, Maria Ester de – Cultura Organizacional: formação, tipologias e impactos. São Paulo:
Makron/McGaw-Hill, 1991, p.116.
65
Apud FREITAS, Maria Ester de. Op. Cit. 1991.
57
58
66
Apud FREITAS, Maria Éster de. Op. Cit. 1991, p.116.
67
Lotman, Iuri et alli (1979) – “Tesi per un analisi semiotica della cultura”, in La Semiótica nei
Paesi Slavi. Milano: Feltrinelli. A cura di Carlo Prevignano. Pp 944-1.020.
58
59
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60
3. A COMUNICAÇÃO E AS ORGANIZAÇÕES
68
MATTELART, Armand e Michèle – História das Teorias da Comunicação. São Paulo: Loyola,
1999, pp. 13 e 14.
60
61
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62
63
63
64
69
WOLF, Mauro - Teorias da Comunicação – Lisboa: Presença, 1994.
64
65
65
66
70
LARKIN, T.J. & LARKIN, Sandar – Communicating Change – Winning employee suport for new
business goals. New York: McGraw-Hill, 1994.
66
67
67
68
71
BELTRÁN, Luiz Ramiro – Adeus a Aristóteles: Comunicação Horizontal, in Comunicação e
Sociedade, 1981.
68
69
69
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70
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72
73
meios sobre os receptores ainda está presente, só que de forma mais sutil,
sedutora, imperceptível, negociada.
A partir dos anos 70, outra construção teórica começa a ganhar corpo
com as pesquisas dos efeitos de longo prazo, voltadas para o fenômeno da
onipresença dos meios de comunicação na sociedade. A proposta do
Agenda-Setting, por exemplo, começa a por em discussão a tese de que se
os meios de comunicação não podem dizer às pessoas como pensar,
apontam sobre o que pensar, fornecendo as categorias em que as
informações serão classificadas pelo destinatário. Constata-se, desde essas
abordagens, que boa parte da realidade só é vivida e experimentada através
dos meios.
73
74
72
que supõe a sinceridade , por um lado, e a ação estratégica, que pode ser
encoberta (via engano inconsciente - comunicação sistematicamente
distorcida – ou engano consciente – mediante manipulação) ou abertamente
estratégica, por outro.
Distorção Manipulação
72
MATTELART, Op. Cit. 143
73
ESTEVES, João Pisarra. Apresentação ao livro de LUHMANN, Niklas - A improbabilidade da
Comunicação – Lisboa: Vega-Passagens, 1992, pp.5-36.
74
75
74
LUHMANN, Niklas - A improbabilidade da Comunicação – Lisboa: Vega-Passagens, 1992, p.42.
75
Idem, p. 42.
75
76
76
LUHMANN, Niklas - A improbabilidade da Comunicação – Lisboa: Vega-Passagens, 1992, p 43..
77
Idem, p. 45.
78
SFEZ, Lucian - Crítica da Comunicação, São Paulo: Loyola, 1994.
76
77
77
78
79
KUNSCH, Margarida M.K.- Relações Públicas e Modernidade - novos paradigmas na comunicação
organizacional. São Paulo: Summus, 1997.
80
SCROFERNEKER, Cleusa M. A.- Perspectivas Teóricas da Comunicação Organizacional, texto
apresentado no GT Comunicação Organizacional da INTERCOM, em setembro de 2000.
78
79
81
http://www.intercom.org.br/gtco
79
80
82
Jablin constata tal influência ao classificar essa primeira fase dos
estudos de comunicação organizacional (anos 40, do século XX) como “a
era da informação”. Sob a máxima de que uma das formas de obter essa
integração entre organização e empregado era mantê-lo informado, pois
“um empregado informado é um empregado motivado e produtivo”,
começam a proliferar os veículos de comunicação dirigida do topo (fontes da
informação) para a base (receptores), destinados a propagar o máximo de
informações aos funcionários. É a legitimação da chamada comunicação
descendente. A partir dela, proliferam também os estudos de recepção das
mídias internas, com a intenção de captar a eficácia da comunicação e
identificar problemas com a intenção de corrigi-los, e, assim, garantir ainda
maior eficácia. Muitos desses estudos acabaram por questionar a relação
direta entre quantidade de informação e motivação.
82
apud LITE, Marisa Del Pozo – Cultura Empresarial y comunicación interna: su influencia en la
gestión estratégica – Madrid: Fragua, 1997. p. 27.
80
81
83
Guetzkow apud ALMEIDA, Meneleu A. de – Comunicação Organizacional: teoria e pesquisa –
Brasília: texto inédito, 1999.
81
82
que lançam mão os responsáveis por uma organização para que ela
exista e cumpra o seu papel” 84.
84
ALMEIDA, Meneleu A. de- Diagnóstico Preliminar do Sistema de Comunicação de uma Grande
Empresa Brasileira de Crédito, dissertação de mestrado Brasília: UNB, 1981, p.82.
82
83
85
LITE, Marisa Del Pozo – Cultura Empresarial y comunicación interna: su influencia en la gestión
estratégica – Madrid: Fragua, 1997, p. 64.
86
Idem, p. 68.
83
84
87
DANIELS, Tom D; SPIKER, Barry; PAPA, Michael. Perspectives on organizational
communication. Dubuque: Brown & Benchmark, 1997.
88
SCROFERNEKER, Cleusa M. A.- Perspectivas Teóricas da Comunicação Organizacional, texto
apresentado no GT Comunicação Organizacional da INTERCOM, em setembro de 2000.
84
85
85
86
89
VARONA, Federico. A comunicação na era dos chips. Entrevista concedida ao autor em abril de
1998, publicada no endereço: www.acaocomunicativa.pro.br/entrevista.htm
90
LUHMANN, Niklas - A improbabilidade da Comunicação – Lisboa: Vega-Passagens, 1992.
91
AKTOUF, Omar - A administração entre a tradição e a renovação. São Paulo. Atlas, 1996.
86
87
92
AKTOUF, Omar - A administração entre a tradição e a renovação. São Paulo. Atlas, 1996. pp 122-
127.
87
88
93
Idem. p. 124.
94
Idem, p. 136
88
89
95
Desde a Colômbia, Restreppo também se esforça por fazer um
balanço teórico e atribuir um papel mais amplo à comunicação nas
organizações. Na sua concepção, a comunicação permeia a vida
organizacional, viabilizando, com isso, a construção da cultura e da
identidade. O processo comunicativo permitiria uma visão construtivista da
realidade organizacional, a partir das múltiplas interações mediadas pelas
ações histórica, social e política. Assim, a comunicação moldaria a
organização. Restreppo classifica a comunicação organizacional em quatro
dimensões: a primeira seria a da informação (que daria forma ao sistema),
baseada nas operações próprias de cada organização e no sistema
normativo, entre outros elementos constitutivos. A segunda seria a da
divulgação, na acepção de tornar público. A terceira dimensão é a cultural,
no sentido de processos socializadores e legitimadores, como ritos e rituais,
por exemplo. A última dimensão, para Restreppo, é a da participação, onde
se reforçam os vínculos, os compromissos, mediante o reconhecimento do
outro, num processo marcado pela empatia.
95
RESTREPPO, Mariluz – Comunicación para la dinámica organizacional. In Signo y Pensamiento,
nº. 26, ano XIV. Santa Fe de Bogotá, Pontifícia Universidad Javeriana, 1995, pp.91-96.
89
90
96
VARONA, Federico - Se comunica la organización computadorizada? Impacto de la comunicación
computadorizada en las organizaciones. Texto apresentado no III Simpósio Latinoamericano de
Comunicación Organizacional, Cali, maio de 1996, p.5.
97
ZARIFIAN, Philippe - Travail et communication – Paris: Press Universitaire de France, 1996.
90
91
98
A outra corrente, liderada por Rheingold , diz que a comunicação por meio
eletrônico contribui para quebrar as barreiras físicas tradicionalmente
impostas pela administração e, assim, pode criar novas relações e
comunidades.
98
Apud, VARONA, Federico. Op. Cit. 1996. p.
99
Idem, p. 11.
100
Idem, p. 13.
91
92
92
93
93
94
101
ALMEIDA, Meneleu A. de- Diagnóstico Preliminar do Sistema de Comunicação de uma Grande
Empresa Brasileira de Crédito, dissertação de mestrado Brasília: UNB, 1981
94
95
102
TORQUATO DO REGO, F. Gaudêncio - Comunicação empresarial, Comunicação institucional.
São Paulo: Summus, 1986.
103
KUNSCH, Margarida M.K (org) - Obtendo resultados com Relações Públicas. São Paulo:
Pioneira, 1997.
KUNSCH, Margarida M.K.- Relações Públicas e Modernidade - novos paradigmas na comunicação
organizacional. São Paulo: Summus, 1997.
KUNSCH, Margarida Maria K.- Planejamento de Relações Públicas na Comunicação Integrada. São
Paulo: Summus, 1986.
95
96
104
KUNSCH, Margarida M.K.- Relações Públicas e Modernidade - novos paradigmas na
comunicação organizacional. São Paulo: Summus, 1997, p.115.
96
97
97
98
105
GRUNNIG, James - Os quatro modelos de Relações Públicas, in Excellence in Public Relations
and Communication Management, mimeo, 1992, pp. 285-325, traduzido por Maria Aparecida Ferrari
98
99
106
ASSUNÇÃO, J. M. – Ruídos na Produção do Silêncio. Dissertação de Mestrado – FAC/UNB.
Brasília DF. 1997, p. 138.
107
IASBECK, Luiz Carlos Assis. A administração da identidade. Tese de Doutorado. São Paulo:
PUC, 1997.
99
100
108
de Etkin e Schvarstein . Esses são autores ainda pouco referenciados
nos estudos brasileiros. Nossa intenção, ao trazê-los para o primeiro nível de
nossa análise, é contribuir para os estudos de comunicação organizacional,
de modo a relativizar a influência dos estudos norte-americanos, bem como
buscar referências que nos ajudem a entender o mutável ambiente das
relações de trabalho, indo além das descrições, das estatísticas e da visão
instrumental da comunicação.
108
ETKIN, J, SCHVARSTEIN, L - Identidad de las Organizaciones - Invariancia y cambio. Paidós,
Buenos Aires, 1995.
100
101
109
BUENO, Wilson da Costa - Novos Contornos da Comunicação Empresarial Brasileira, in
Comunicação e Sociedade, 16, São Bernardo do Campo, ims, 1989, pp.71 a 99.
110
Idem, p. 75.
101
102
111
TORQUATO DO REGO, F. Gaudêncio - Comunicação empresarial, Comunicação institucional.
São Paulo: Summus, 1986, p. 51.
112
Ver THAYER, Lee - Comunicação: Fundamentos e Sistemas. São Paulo: Atlas, 1979.
113
Ver GOLDHABER. Gerald M. – Comunicación Organizacional – México: Ed Diana: 1994.
102
103
103
104
114
TAYLOR, James R. - Une théorie tridimensionelle de la communication organisationelle, in
Communication Information, Vol. 11, n.1, 1990, pp. 17-60.
104
105
4. A OPÇÃO METODOLÓGICA
105
106
longo da revisão teórica, não existe, ainda, quer nas macroteorias, quer
naquelas que buscam explicar fenômenos mais restritos, um conceito que
possa representar todo o campo da comunicação organizacional. Também
foi possível perceber, na revisão crítica que realizamos, que os próprios
autores, como Redding, acabaram assumindo que fracassaram por não ter
conseguido construir uma teoria científica aceitável. Essa incapacidade
talvez ficasse mais bem-definida como improbabilidade, tal a diversidade de
abordagens e referenciais teóricos, tanto no campo da comunicação como
no campo das organizações. Esse seria o campo das prototeorias, no dizer
de Redding, que não passariam de teorias incipientes e incapazes de formar
um paradigma, na acepção Kuhniana, social e cientificamente aceito.
115
Segundo Redding , eliminada a priori a possibilidade da grande
teoria, especialmente para um campo como o da comunicação
organizacional, que por definição está sujeito a situações e relações de
extrema complexidade, “os pesquisadores devem estar abertos a uma
‘visão pluralista’ das estruturas teóricas: ou seja, para certos propósitos, um
tipo menos tradicional pode ser mais produtiva; para outros, uma teoria
talvez mais convencional ou determinística pode ser útil”.
115
Apud. ALMEIDA, Meneleu A. de – Comunicação Organizacional: teoria e pesquisa – Brasília:
texto inédito, 1999, p. 50.
106
107
107
108
116
BRUYNE, Paul de, HERMAN, Jacques, SCHOUTHEETE, Marc de. Dinâmica da pesquisa em
Ciências Sociais: os polos da prática metodológica. Rio de Janeiro: Francisco Alves, s/d.
117
Idem. p. 228.
108
109
Vale reforçar, aqui, que nos alinhamos com aqueles que entendem
que o uso de metodologias quantitativas e qualitativas não se excluem. Ao
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110
110
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112
112
113
118
VON GLASERSFELD, Ernst – The Construction of Knowledge, Contributions to Conceptual
Semantics. Seaside, California: Intersystems Publications, 1987.
119
VON GLASERSFELD, Ernst – Constructivism in Education, In: HUSEN, T and
POSTLETHWAYTE, N (Eds.), International Encyclopaedia of Education (Suplementary Vol.) Oxford:
Pergamon, 1989, pp. 162-163
113
114
120
VON GLASERSFELD, Ernst – Constructivism in Education, In: HUSEN, T and
POSTLETHWAYTE, N (Eds.), International Encyclopaedia of Education (Suplementary Vol.) Oxford:
Pergamon, 1989, pp. 162-163.
114
115
115
116
121
Recuperando uma declaração de von Foerster , “a ciência dos
sistemas observados não pode se divorciar da ciência de observar
sistemas”, afinal somos nós, observadores, que, em suma, observamos. Ou
seja, o observador, na perspectiva do construtivismo radical, é sujeito e
objeto de sua própria observação. Assim, pudemos compreender um pouco
o próprio processo por que passamos ao conduzir nossas observações.
Processo que nos fez fazer uma caminhada inversa àquela que inicialmente
nos havíamos proposto, por ainda na época acreditarmos na racionalidade
objetiva. A caminhada da opção pelo método e pela definição de universo e
amostra foi ela mesma construída, rompendo um pouco com toda uma
prática de eleger o universo, primeiro, e partir para a amostra, depois.
121
VON FOERSTER. Heinz ed. – Cybernetics of Cybernetics. Urbana. Illinois, 1974.
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117
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119
119
120
122
ETKIN, Jorge e SCHVARSTEIN, Leonardo. Identidad de las organizaciones – invariância y
cambio. 4ª. Reimpressão. Buenos Aires: Paidós, 1997, pp.156-169.
123
VARELA, Francisco, MATURANA, Humberto. Autopoiesis and cognition: the organization of the
living. Boston: Reidel, 1980, In: MARIOTTI, Humberto. Aupoiese, Cultura e Sociedade. In:
ProLides. Consultado na Internet em 21.04.2001, no seguinte endereço: http://www.vision-
mercosur.org.br/fatima2/Brasil/textos/humberto_mariotti_Autopoiese_Cultura_e_Sociedade.htm
124
MARIOTTI, Humberto. Op.cit..
125
IASBECK, Luiz Carlos Assis. A Administração da Identidade. Tese de Doutoramento. São Paulo:
PUC, 1997.
120
121
121
122
126
MARIOTTI, Humberto. Op.cit.. p.2.
122
123
127 HOFKIRCHNER, Wolfgang, 1999a. Cognitive Sciences in the Perspective of a Unified Theory
of Information, consultado na Internet em 16.04.2001, no endereço:
123
124
Nosso objetivo, a partir deste ponto, foi tentar perceber em que bases
está sendo construído o novo sentido. Como veremos, ilustrado por
declarações extraídas dos relatos de vida dos funcionários, as referências
feitas por todos os entrevistados128 a momentos em que se decidiram por
uma carreira, por um emprego, traziam implícitas ou explícitas as noções de
identificação, de vínculo, de sentido, como uma espécie de acordo tácito, de
pacto imaginário, com a organização, que a nova realidade do trabalho
contribuía para destruir.
http://igw.tuwien.ac.at/igw/menschen/hofkirchner/papers/InfoConcept/CognSciences_UnifiedTheory/
9944.htm
124
125
“Meu pai foi funcionário. Tenho dois irmãos lá dentro. E a pressão era
grande, para que também seguisse o caminho. Digo que foi meio
natural, embora quisesse, mesmo, estudar arquitetura e ser mais
independente. Fiz aquele concurso que deu a maior confusão, foi
cancelado, etc. (...) Fiquei pouco tempo em agência, logo arrumei
uma vaga na Direção Geral. Foi o que me fez ficar no Banco, porque
o serviço é mais interessante, menos mecânico. (...)
Fiz muitos cursos internos, mas agora vou ter de fazer uma
faculdade, me capacitar, porque é o que pode me garantir...”
P.R.O. – funcionário do Banco do Brasil há sete anos.
128
Por razões de preservação de sigilo, as referências aos entrevistados serão feitas apenas por iniciais
que não traduzem o nome original,
125
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129
ver a respeito: Segnini, Liliana – A Liturgia do Poder. São Paulo. Ed.PUC, 1988, Curvello, João
José A. – Comunicação Interna e Cultura Organizacional: um enfoque qualitativo da questão no
Banco do Brasil. Dissertação de Mestrado. S.B.Campo: UMESP, 1993 e Eboli, Marisa P. – Estudo
das Relações de Trabalho numa instituição financeira governamental. Dissertação de mestrado. São
Paulo: FEA/USP, 1990.
126
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“Na minha carreira, até que evoluí. Comecei atendendo clientes numa
agência, vim para a Direção Geral, como estagiário, e logo fui
nomeado como assistente. Hoje já sou analista pleno. Só não estou
vendo muitas chances de subir a partir daqui... Agora, o que vale já
não é mais a competência, mas com quem ando, quem são meus
amigos... Meu pai, que também fez a mesma carreira, se aposentou
como gerente de divisão (...), na época dele era mais difícil, mas você
chegava lá..”.
P.R.O – funcionário do Banco do Brasil há sete anos.
127
128
“Sinto que perdi tempo na vida. Poderia ter sido o que sonhei, poderia
ter estudado mais. Agora não sei mesmo para onde ir. Se vale a pena
continuar na empresa e esperar o que vem por aí. Se vão vender, se
não vão. Não sei mesmo...”
D.P.S. - Banespa
“Só senti que o trabalho aumentou e muito. Não tenho nem almoçado
nos últimos dias. Só um lanchinho e muito café. Sei que faz mal, mas
não dá para parar. Há muita cobrança, Todo dia, muita cobrança.
Temos de correr. temos de ganhar. Temos de vender. Até me tornei
boa nisso, mas já estou ficando cansada.”
S.G.M. – Banco do Brasil
128
129
“Faz tempo que estão falando de um outro PDV. Acho que dessa vez
eu vou embora. Porque instável aqui, instável lá fora. E há sempre a
chance de se dar bem. Sei de gente que saiu e deu certo. Mas
também sei dos que se deram mal. Aliás, é a maioria. Outro dia soube
que uma ex-colega tinha feito concurso para o BRB (Banco de
Brasília). Vai começar do zero. Tudo de novo. Confesso que tenho
medo disso.”
C.S.B – Caixa Econômica Federal
130
Segundo MATURANA, Humberto e VARELA, Francisco. Op. Cit. , o acoplamento estrutural
ocorre por que o organismo e o meio em que vive se modificam de forma congruente. Há uma relação
129
130
circular, em que o meio provoca mudanças nas estruturas dos sistemas, que agem sobre o meio,
alterando-o.
131
MARIOTTI, Humberto. Op. Cit. p.3.
130
131
132
MARIOTTI, Humberto. Op. Cit. p. 3.
131
132
“Aqui só tem fariseu. Mesmo. É bom até falarmos baixo... Mas já foi
melhor. Nós nos ajudávamos mais.”
P.T.C.S – Caixa Econômica Federal
“Não sei.”
P.T.C.S. – Caixa Econômica Federal
“É tanta coisa acontecendo, que não quero nem pensar. Espero estar
vivo, pelo menos.”
D.P.S - Banespa
“No Banco. Mas não vou deixar de concorrer noutro concurso, se for
interessante. Também penso em começar um negócio próprio. Só
preciso arranjar tempo...”
P.R.O. – Banco do Brasil
132
133
“Se tiver um PDV, pode ser que saia, se valer a pena. Quero abrir um
negócio, mas sei que vou ter de aprender muito. Hoje só sei fazer
isso, ser bancária e trabalhar no caixa.”
C.S.B – Caixa Econômica Federal
133
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133
MARIOTTI, Humberto. Op. Cit. p. 5.
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Desde sua fundação em 1861, pelo imperador Dom Pedro II, a Caixa
traz a marca de um banco voltado para empréstimos e para poupança
popular. Em 1934, passa a atuar também por meio de sua carteira
hipotecária. Em 1961, incorpora outro serviço que ajudou a forjar sua
identidade, a administração das Loterias. Administra também outros
programas de forte apelo social, como o PIS - Programa de Integração
Social, Crédito Educativo, o FAZ - Fundo de Apoio ao Desenvolvimento
136
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configura como uma das razões dos embates internos: resolver a equação
entre ser pública ou ser comercial.
O Banco do Brasil, por sua vez, já foi objeto de estudo por nós
desenvolvido no programa de Mestrado134. Nele pesquisamos as inter-
relações entre a comunicação interna e seus discursos integradores com a
cultura organizacional da empresa. O momento em que realizamos aquela
pesquisa (1990 a 1993) foi caracterizado como um momento de mudanças.
Sete anos depois, é possível afirmar que a empresa ainda está em
mudança.
134
CURVELLO, João José A. – Comunicação Interna e Cultura Organizacional: um enfoque
qualitativo da questão no Banco do Brasil. Dissertação de Mestrado. S.B.Campo: UMESP, 1993
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ROCHA, Everardo – Clientes e Brasileiros – Notas para um estudo da cultura do Banco do Brasil:
Brasília: Banco do Brasil, 1995.
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ROCHA, Everardo. Op.Cit.
137
IASBECK, Luiz Carlos Assis – A Administração da identidade. Tese de doutorado. São Paulo:
PUC, 1997.
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Outra mudança, mas que não se operou em ritmo tão lento e digerível
quanto à da identidade da organização, diz respeito a um dos valores mais
caros à organização e a seus funcionários: a destruição da estabilidade nas
relações de trabalho. Estabilidade que se traduzia no horizonte de carreira,
na segurança da promessa de um emprego para toda a vida, e apontada
como um dos elementos motivadores do vínculo entre funcionários e
organização.
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MARIOTTI, Humberto. Op. Cit. P. 3.
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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processo circular, dialógico, que se dá, quase sempre, à margem das redes
oficiais de comunicação. Por isso, não é possível afirmar que essas
mudanças só geram reações negativas, uma vez que foi possível perceber,
nesse processo de cognitivo de percepção, interpretação e seleção, que
alguns mecanismos e comportamentos podem emergir, como a adaptação
evolutiva, o distanciamento irônico, a libertação criativa e até mesmo a
anulação ou a eliminação, dependendo da estrutura do sistema em
determinado momento.
Por fim, vale registrar que não objetivamos negar nem substituir as
teorias e os métodos tradicionais. Eles têm, ainda, sua utilidade e sua
validade. Mas acreditamos que, ao trazer novos enfoques e novos olhares
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7. BIBLIOGRAFIA
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