gua para consumo na

propriedade rural
APRESENTAO
Alternativas que implicam uma gesto perficial, e apenas de clorao, quando da
correta dos recursos naturais, principalmente captao subterrnea. Essa forma de trata-
da gua, devem ser adotadas de maneira que mento da gua denominada tratamento
no causem impactos ao meio ambiente. simplificado.
A gua potvel aquela que apresenta Tais tcnicas sero abordadas a seguir,
adequadas condies de uso e parmetros, incluindo medidas de tratamento de gua,
de acordo com os estabelecidos pela Porta- aproveitamento da gua de chuva e clo-
ria 2.914 de dezembro de 2011. Segundo rao, com objetivo instrutivo, para que o
esta norma, a gua para consumo huma- saneamento ambiental seja visto como uma
no, fornecida coletivamente, dever pas- necessidade conjunta de todos que vivem
sar, no mnimo, por processo de filtrao e no meio rural, visando melhorias de cunho
clorao, quando se tratar de captao su- socioambiental.

gua para consumo na propriedade rural 3

FICHA TCNICA GUA PARA CONSUMO NA
Autor: PROPRIEDADE RURAL
Engenheira Ambiental
Jane Terezinha da Costa Pereira Leal
Departamento Tcnico da EmaterMG Utilizao de guas gua de boa qualidade, abundante e con-
tnua, prxima do local de uso e de cota
de nascentes para
topogrfica elevada, possibilitando sua dis-
Colaboradores: consumo humano tribuio por gravidade, sem gasto de ener-
Engenheiros Agrnomos
Maurcio Roberto Fernandes gia. Uma nascente, cabeceira, olho-dgua
Ricardo Tadeu Galvo Pereira Entende-se por nascente o afloramen- ou surgncia, o local onde se inicia um
to do lenol fretico, que vai dar origem curso de gua, grande ou pequeno.
Reviso a uma fonte de gua de acmulo (repre- Usualmente as nascentes de cursos
Lizete Dias sa) ou cursos dgua (ribeires e rios). Em dgua so entendidas, de forma restrita,
Ruth Navarro virtude de seu valor inestimvel dentro de como surgncias pontuais de aquferos (mi-
uma propriedade, deve ser tratada com cui- nas). Esta modalidade de nascentes ocor-
Projeto Grfico
dado especial. re geralmente em vertentes cncavas, em
Cezar Hemetrio
A nascente ideal aquela que fornece fundos de vales e na interface solo/rocha.
Diagramao
Igor Bottaro

Foto capa
Arquivo da EmaterMG

Tiragem: 6.750 exemplares

Belo Horizonte dezembro de 2012

www.emater.mg.gov.br

LEAL, Jane Terezinha da Costa Pereira. gua para

consumo na propriedade rural. Belo Horizonte:
EMATER-MG, 2012. 18 p.

1. gua. 2. Saneamento. I. EMATER-MG. II. Ttulo.

CDU 628.1
Figura 01 Esquema geral de nascentes

4 gua para consumo na propriedade rural gua para consumo na propriedade rural 5
As nascentes devem ser entendidas como solo, por meio de estruturas fsicas e barrei- Podem ser classificadas em: Pode ser classificado, segundo a dire-
surgncias de aquferos, mantidos pela res- ras vegetais de conteno, minimizao de o e o sentido do fluxo, em:
pectiva recarga com guas pluviais. Portan- contaminao qumica e biolgica e aes Doenas de origem hdrica
to trata-se de um sistema natural. mitigadoras de perdas de gua por evapo- So aquelas causadas pela presena de pr-filtro de fluxo horizontal;
substncias qumicas na gua, como, por pr-filtro de fluxo vertical descendente;
exemplo: agroqumicos, resduos indus- pr-filtro de fluxo vertical ascendente.
triais, hospitalares e esgotos.
Pr-filtro para uso unifamiliar
Doenas de veiculao hdrica
So aquelas em que a gua atua como Esse compartimento utilizado na re-
veculo, transportando o agente infeccioso moo das partculas em suspenso (folhas
at a fonte de consumo. Dentre as doenas e pedaos de galhos de rvores). O pr-
mais frequentes esto as diarreias e infec- -filtro pode ser construdo em PVC, fibra de
es intestinais. vidro, concreto ou alvenaria, e deve con-
Figura 02 Abastecimento das reas de recarga
ter, no seu interior, uma camada de brita
Para tornar as guas de nascentes vi- ou cascalho rolado. Lembrar de limp-lo
As reas naturais de recarga so aque- rao e consumo pelas plantas.
veis para consumo humano, necessrio periodicamente, j que uma pr-limpeza,
las cujo relevo facilita o processo de infil- Ento deve-se estar ciente de que a
que elas passem por um tratamento que e isso garantir a qualidade da gua a ser
trao da gua de chuva; apresentam solos adequada conservao de uma nascente
consumida. A figura 03 mostra como deve
permeveis; rochas porosas ou fraturadas. envolve diferentes reas do conhecimento, abranja a filtrao e a posterior desinfeco
ser sua estrutura.
Os brejos so reas constitudas por tais como: hidrologia, conservao do solo, com cloro.
um grande nmero de nascentes difusas, reflorestamento, etc.
com distribuio irregular das surgncias, A preservao e a recuperao das Filtragem da gua
apresentando um ambiente de solos en- nascentes dos nossos cursos dgua no so
charcados (hidromrficos). Estas reas so apenas atitudes que satisfazem legislao Pr-filtro
consideradas reas de preservao perma- ou propiciam a continuidade do aproveita-
nentes. mento das guas para as mais variadas ati- Em alguns sistemas, utiliza-se, como
guas de nascentes podem ser facil- vidades humanas, mas so, acima de tudo, pr-tratamento para a filtrao lenta, do
mente contaminadas, devido falta de pro- aes concretas em favor da vida, desta e pr-filtro, que elimina algumas impure-
teo adequada no local do afloramento ou das futuras geraes em nosso planeta. zas, especialmente slidas e remove parte
em suas proximidades. Assim estas reas da carga bacteriolgica da gua bruta, na
devem ser devidamente cercadas, impedin- Doenas veiculadas pela gua qual alguns dos organismos so removidos
do a entrada de animais domsticos. conjuntamente com os slidos. So locali-
As nascentes, os cursos dgua e as As doenas esto muito relacionadas zados normalmente junto das captaes.
represas, embora distintos entre si por v- aos hbitos de higiene, uma vez que as O pr-filtro pode ser usado tambm como
rias particularidades, quanto s estratgias bactrias fecais vivem tanto no intestino de um pr-tratamento de gua proveniente de
de preservao, apresentam como pontos animais de sangue quente quanto no orga- nascentes ou fontes superficiais, como: rios, Figura 03 A) vista externa do pr-filtro B)
bsicos comuns o controle da eroso do nismo humano. crregos e barramentos. Vista interna e dimenses

6 gua para consumo na propriedade rural gua para consumo na propriedade rural 7
Filtro bacteriolgica comprometida, destinar ex- a) a camada mais fina para reter os acontecer em poos rasos ou cisternas, que
O processo de separao de slido e clusivamente ao filtro domiciliar a funo elementos mais finos em suspenso conti- acumulam gua dos lenis subterrneos
lquido denominado de filtrao. Tal pro- de condicionar a gua incorreto, havendo dos na gua; mais rasos. Estas so instalaes simples
cesso deve ser utilizado para remover as a necessidade de filtros maiores de areia. b) a granulometria deve ser crescente, que garantem uma fonte de abastecimento
impurezas da gua, que podem ser retidas Os filtros de construo caseira geral- de forma a reter os gros de granulometria de gua para as famlias rurais e melhor
por um meio poroso. Em locais onde a gua mente so constitudos de recipientes (em anterior. qualidade de vida.
obtida chega com algumas partculas ma- alvenaria, PVC ou fibra de vidro) dotados O sistema completo de filtragem pode A gua que provm de poos rasos
croscpicas em suspenso, como no meio de elementos ptreos inertes, de diferentes ser visualizado no esquema abaixo: ou cisternas, por ter sua origem nos len-
rural, devemos aplicar a filtrao para asse- granulometrias, colocados em camadas su-
gurar que sero removidas cessivas, desde o mais fino at o mais gros-
Esse meio poroso geralmente cons- so.
titudo de areia, que ir reter da gua as No dimensionamento do volume do
sujeiras e parte dos microrganismos presen- filtro e na escolha dos materiais, deve-se
tes. A filtrao atua na melhora de alguns considerar a vazo de gua escoada.
parmetros de qualidade, como cor, turbi- A Figura 04 mostra o esquema de um
dez, slidos suspensos e coliformes. filtro de construo caseira, feito com ma-
Em locais onde ocorre a distribuio de teriais disponveis no mercado e apresen-
gua bruta, de qualidade fsico-qumica e tando as seguintes camadas:

Figura 05 Esquema geral de filtragem de gua de uma nascente

A adoo destas prticas de tratamen- is subterrneos rasos, est mais sujeita

to e preservao da qualidade da gua evi- contaminao por gua de chuva, in-
tar doenas transmitidas pela gua, geran- filtrao de esgotos no solo, por agro-
do melhores condies de vida e sade para txicos, resduos slidos depositados de
a famlia, alm de preservar o ambiente. forma incorreta no ambiente, dejetos
de animais, dentre outros. Para garantir
a qualidade dessa gua na propriedade,
Poos rasos ou devem-se tomar alguns cuidados, desde a
cisternas construo at a correta utilizao destas
estruturas.
Cuidados para se ter gua de
boa qualidade Localizao das instalaes

A obteno de gua em regies rurais, A qualidade da gua de poos rasos ou

Figura 04 Vista interna do filtro lento onde no h abastecimento pblico, pode cisternas est diretamente relacionada com

8 gua para consumo na propriedade rural gua para consumo na propriedade rural 9
o tipo de solo e a localizao correta deles de pessoas, tanto na escavao, quanto na terior do poo; alguns podem ser txicos ou nual, evitando a necessidade de se utilizar
na propriedade. limpeza. at mesmo explosivos. de baldes ou de qualquer outro equipa-
A distncia de poos rasos e cisternas As atividades de construo apresen- Revestir as paredes na proporo em mento que possa contaminar a gua.
deve ser de, no mnimo, 30 metros de es- tam alguns riscos, devendo ser feitas por que o poo se aprofunda, para evitar qual-
tbulos, currais, pocilgas, galinheiros, sumi- profissional experiente e seguindo todas as quer desmoronamento durante sua cons- Procedimentos para limpeza e
douros e valas de infiltrao ou qualquer normas de segurana. truo. Um mtodo recomendado o uso desinfeco do poo
outra fonte de contaminao. Quando de manilhas de concreto armado, que vo
possvel, devem-se construir os poos rasos Precaues na construo descendo, medida que a terra vai sendo A limpeza dos poos deve ser feita
acima das instalaes j existentes, evitan- cavada. Tijolos tambm podero ser usados pelo menos uma vez ao ano. As seguintes
do tambm os caminhos preferenciais das As cisternas so, normalmente, estru- para revestir a parede da escavao, fican- medidas para a limpeza e desinfeco de-
guas de enxurrada e locais com risco de turas cilndricas e preferencialmente devem do a critrio do proprietrio. vem ser seguidas:
inundaes. ser feitas de alvenaria. No fundo da cisterna, recomenda-se
Trabalhar em duplas, estando sempre Se possvel esvaziar toda gua do poo
O local escolhido para construo deve colocar uma camada de 30 cm e 40 cm de
uma pessoa na superfcie e outra dentro do raso ou cisterna.
possuir um solo que no seja muito resis- cascalho grosso ou brita nmero 4, seguida
tente, de forma que o poo raso ou cisterna poo raso ou cisterna. de uma camada de 15 cm a 20 cm de areia Escovar as paredes internas e remover
possa ser aberto manualmente. A boca da Os trabalhadores devem sempre estar lavada. Estas duas camadas formaro um todo resduo desprendido. Utilizar uma
cisterna dever permitir facilmente o acesso atentos quanto presena de gases no in- filtro natural, evitando que materiais con- escova nova ou vassoura.
taminem a gua que emana do poo raso Deixar encher at estabilizar o nvel da
ou cisterna. gua.
Aps sua construo, o poo raso ou
Adicionar uma soluo base de cloro
cisterna deve ser bem fechado. Recomen-
para desinfeco de gua; pode ser
da-se a construo de uma paredinha de utilizada gua sanitria (hipoclorito de
tijolos, de 40 60 cm acima do nvel do sdio), na proporo de 400 ml para
solo. Fazer reboco na parte interna e exter- cada 1.000 litros.
na dessa parede, bem como na superfcie
Deixar em repouso no mnimo durante
do terreno ao redor do poo raso ou cister-
4(quatro) horas.
na, numa largura de 1 metro. Para que no
haja infiltrao de gua suja, a superfcie do Retirar toda gua e deixar encher
terreno ao redor do poo raso ou cisterna novamente. A partir da a gua j est
deve ter sua inclinao voltada para fora da pronta para o consumo.
abertura do poo raso ou cisterna, evitando
a contaminao de sua gua. Quando a gua da cisterna for utiliza-
O poo deve ser tampado, e a gua da para consumo da famlia, deve-se proce-
retirada por meio de bomba eltrica ou ma- der clorao.

Figura 6 Esquema geral de construo de cisterna

10 gua para consumo na propriedade rural gua para consumo na propriedade rural 11
Aproveitamento da Caso o uso da gua exija tratamento,
ele ser feito nas seguintes etapas: pr-fil-
gua de chuva
tro, filtro lento e armazenagem para con-
sumo.
O uso da gua da chuva uma prti- chuva, alm de apresentar uma qualidade Geralmente o sistema para aprovei-
ca cada vez mais empregada pela popula- satisfatria, quando armazenada de ma- tamento de gua de chuva requer pouca
o, urbana ou rural. uma forma barata e neira correta, permite ao produtor ter gua manuteno, quando bem dimensionado e
ambientalmente correta de aproveitar um em quantidade e qualidade, suficiente para instalado. Embora no seja considerada po-
recurso cada vez mais escasso. A gua de diversos usos durante alguns meses do ano. tvel, a qualidade da gua boa e pode ser
usada em diversas finalidades.
Vantagens: Figura 08 Esquema da calha com tela para
Sistema de captao, pr-limpeza de impurezas
Possibilita economia no consumo de gua potvel na propriedade. tratamento e armazenamento
Disponibiliza gua para lavagem de instalaes, descarga de vasos sanitrios, No caso da utilizao da gua para
irrigao, limpeza geral, uso no processamento do caf e em pulverizaes. Como primeiro cuidado, verifica-se a consumo humano, ela dever ser obriga-
Permite seu uso racional e contribui para aes de proteo ambiental. localizao do telhado, que ser usado para toriamente encaminhada para a filtrao;
captar a gua da chuva. Sempre que poss- esta etapa indispensvel para garantir a
A captao da gua da chuva come- para o sistema de tratamento e armazena- vel, utilizar telhados que no estejam perto qualidade da gua.
a pelo telhado, segue para as calhas e da gem, conforme uso pretendido. de rvores, pois as folhas podem entupir as
calhas e a tela protetora e, se encaminha- Filtrao
das para cisterna, interferem na qualidade
da gua. O processo de separao dos slidos
As calhas devem ser dimensionadas em suspenso na gua denominado de
para suportar o volume captado no te- filtrao, que deve ser utilizado para remo-
lhado. Outro acessrio necessrio uma ver as impurezas da gua, que podem ser
tela para promover uma pr-limpeza de retidas por um meio poroso.
impurezas maiores, como folhas e paus.
O ideal que esta tela seja instalada na
sada da calha coletora e na entrada do
reservatrio. Esquema da calha com a tela
- Figura 08.
Como no perodo seco do ano ocorre
acmulo de impurezas no telhado, as pri-
meiras guas de chuva devem ser descar-
tadas, pois elas lavam o telhado. Deve-se
prever, ento, uma forma de desconectar a
Figura 7 Esquema de coleta de gua de chuva Figura 09 Esquema completo de coleta de
calha, para que o descarte da gua ocorra.
gua de chuva com filtro e reservatrio

12 gua para consumo na propriedade rural gua para consumo na propriedade rural 13
 O filtro lento possui a velocidade de fil- areia, modelo circular, com capacidade de parte superior, por meio de um tubo adap- 120 litros por pessoa/dia. A precipitao
tragem baixa. Sua estrutura, alm de retirar filtragem de 4.000 a 11.000 litros por dia, tado com vrias perfuraes, conforme de- dada em mm. Isto significa que para cada
da gua slidos solveis e no perceptveis podem-se adotar as seguintes dimenses: talhe na Figura 10. Este tubo tem por fina- mm choveu o equivalente a 1(um) litro de
a olho nu, consegue tambm reter alguns dimetro interno de 0,90 m e altura mnima lidade evitar agitao na coluna dgua, gua por metro quadrado. O valor da pre-
microrganismos causadores de doenas. de 2,00 m. As camadas do meio filtrante garantindo, dessa forma, eficincia na fil- cipitao mdia da regio pode ser obtido
trao. nos institutos de meteorologia. O tamanho
Quando utiliza-se das guas apenas do telhado importante, porque quanto
para pulverizaes ou limpezas, somente a maior sua rea, maior ser a gua coletada.
manuteno da malha de filtragem da ca-
lha limpa j garante um bom resultado. Clorao da gua armazenada

Manuteno do filtro Aps passar pelo filtro lento, neces-

sria a clorao da gua, com intuito de
A manuteno do filtro lento deve eliminar microrganismos que podem com-
ocorrer a cada 25 dias. Para a limpeza, es- prometer a sade das pessoas e dos animais
vaziar o filtro e fazer a raspagem da cama- que utilizam a gua. O agente qumico mais
da superficial de areia de 2,5 cm a cada vez utilizado na clorao o cloro (hipoclorito
at o limite de 50 cm. Recompor posterior- de sdio ou hipoclorito de clcio, etc.), na
mente a areia retirada. forma de p ou lquido. A quantidade varia
de acordo com o volume de gua arma-
Armazenamento zenada, bem como da qualidade da gua
captada.
To importante quanto o tratamento
simplificado da gua o local de seu ar-
mazenamento. Podem ser usadas caixas de Tratamento de gua
fibra de vidro, ferrocimento, cisternas de Clorao
alvenaria com paredes impermeabilizadas,
contineres, bombonas, entre outros. O Toda gua, aps passar por filtrao
Figura 10 Esquema do interior do filtro lento importante que a caixa permita um fe- lenta, dever ser clorada. Isso condicionar
chamento para que corpos estranhos no as caractersticas da gua bruta, permitindo
As camadas por onde passa a gua so, de baixo para cima, de 10 cm de brita entrem em contato com a gua. Deve-se seu consumo, de modo a no causar danos
so denominadas de meio filtrante e so n 4 ou cascalho rolado, 30 cm de brita zero fazer limpeza peridica a cada seis meses. sade.
compostas de areia, brita e cascalho. O e de 60 a 100 cm de areia lavada. A parte O dimensionamento do reservatrio O cloro uma substncia bactericida,
meio filtrante tem granulometria crescente, superior deve ter uma rea livre de 1,0 a deve considerar o tamanho do telhado de utilizada para eliminar bactrias patogni-
ou seja, da menor (areia) estrutura para a 1,5 m de altura, onde se formar a coluna captao, o consumo esperado e a precipi- cas da gua. Sua maior vantagem o bai-
maior (brita n4). de gua. tao mdia da regio. Para consumo fami- xo custo e a segurana conferida gua,
Para a construo de filtro lento de A entrada de gua no filtro se d na liar, considerado um consumo mdio de quando utilizado em dosagens corretas.

14 gua para consumo na propriedade rural gua para consumo na propriedade rural 15
 O cloro utilizado na desinfeco de Abaixo tabela com as dosagens de clo-
gua pode ter diferentes concentraes e ro para diferentes volumes de gua e con- Volume a ser tratado em litros
nomenclaturas (hipoclorito de sdio, hipo- centraes comerciais de cloro. Qualquer
clorito de clcio e dicloroisocianurato de s- dvida, procure orientao de tcnico es-
dio). O importante conhecer a exata con- pecializado. Concentrao
200 250 500 1000 5000
centrao de cloro ativo de cada produto, Quantidades de hipoclorito a serem do hipoclorito
para a correta dosagem, bem como a data adicionadas em diferentes volumes de
de validade do produto utilizado. O cloro gua, para se obter gua tratada a 5mg/l g de hipoclorito de clcio a ser adicionado
deve ser adicionado gua, no mnimo, 30 de cloro ativo.
minutos antes do consumo.
40 2,5 3,1 6,3 12,5 62,5

Volume a ser tratado em litros

65 1,5 1,9 3,8 7,7 38,5

Concentrao
10 100 250 500 1000
do hipoclorito
70 1,4 1,8 3,6 7,1 35,7
ml de hipoclorito de sdio a ser adicionado

85 1,2 1,5 2,9 5,9 29,4

2 2,5 25 63 125 250

2,5 2 20 50 100 200 Outra opo para clorao usar clo- talado diretamente na tubulao antes do
radores nos quais so utilizadas pastilhas de reservatrio, e tanto o clorador quanto as
tamanho e concentraes definidas para di- pastilhas podem ser adquiridos no comrcio
6 0,8 8,3 20,8 41,7 83,3
ferentes volumes de gua. O clorador ins- especializado.

10 0,5 5 12,5 25,0 50 Notas:

Este um material de carter educativo e referencial.

12 0,4 4,2 10,4 20,8 41,7
Salientamos que toda obra de infraestrutura deve ser acompanhada por um tcnico
responsvel.
20 0,3 2,5 6,3 12,5 25,0

16 gua para consumo na propriedade rural gua para consumo na propriedade rural 17
BIBLIOGRAFIA

BAYER. Pesquisa de opinio

pblica: referncia entre dois agentes
descontaminantes usados para gua de
consumo.

MACEDO. Formao de trihalometanos

em solues sanificantes utilizadas no
processo de desinfeco de indstrias de
alimentao, Sanare Revista Tcnica da
Sanepar.

ZARPELON, Agenor; Os trihalometanos

na gua de consumo humano; Sanare
Revista Tcnica da Sanepar.

SEMINRIO PLANEJAMENTO,
CONSTRUO E OPERAO DE
CISTERNAS PARA ARMAZENAMENTO
DA GUA DA CHUVA. 21 de maro de
2005. Local: Embrapa Sunos e Aves,
2005.

Manual de Saneamento Funasa . 2007

Srie Cincias Agrrias

Tema Meio Ambiente
rea Saneamento

18 gua para consumo na propriedade rural

 Ministrio do
Cincia e Tecnologia