Este decreto aprova o regulamento para o transporte rodoviário de produtos perigosos no Brasil, estabelecendo regras para veículos, equipamentos, carga, itinerário, pessoal e documentação envolvidos no transporte destes produtos.
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Este decreto aprova o regulamento para o transporte rodoviário de produtos perigosos no Brasil, estabelecendo regras para veículos, equipamentos, carga, itinerário, pessoal e documentação envolvidos no transporte destes produtos.
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DECRETO 96.
044, de 18 de maio de 1988
Aprova o regulamento para o transporte rodovirio de produtos
perigosos, e d outras providncias
CAPTULO I - Das Disposies Preliminares (artigo 1)
Art.1 - O transporte, por via pblica, de produto que seja perigoso ou
represente risco para a sade de pessoas, para a segurana pblica ou para o meio ambiente, fica submetido s regras e procedimentos estabelecidos neste Regulamento, sem prejuzo do disposto, em Legislao e disciplina peculiar a cada produto.
1 - Para os efeitos deste Regulamento produto perigoso e
relacionado em portaria do Ministro dos Transportes.
2 - No transporte de produto explosivo e de substncia radioativa
sero observadas, tambm, as normas especficas do Ministrio do Exrcito e da Comisso Nacional de Energia Nuclear, respectivamente.
CAPTULO II - Das Condies do Transporte (artigos 2 a 23)
SEO I - Dos Veculos e dos Equipamentos (artigos 2 a 5)
Art.2 - Durante as operaes de carga, transporte, descarga,
transbordo, limpeza e descontaminao os veculos e equipamentos utilizados no transporte de produto perigoso devero portar rtulos de risco e painis de segurana especficos, de acordo com as NBR 7500 e NBR-8286.
Pargrafo nico. Aps as operaes de limpeza e completa
descontaminao dos veculos e equipamentos, os rtulos de risco e painis de segurana sero retirados.
Art.3 - Os veculos utilizados no transporte de produto perigoso
devero portar o conjunto de equipamentos para situaes de emergncia indicado por Norma Brasileira ou, na inexistncia desta, o recomendado pelo fabricante do produto.
Art.4 - Os veculos e equipamentos (como tanques e "conteineres")
destinados ao transporte de produto perigoso a granel devero ser fabricados de acordo com as Normas Brasileiras ou, na inexistncia destas, com norma intencionalmente aceita.
1 - O Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade
Industrial - INMETRO, ou entidade por ele credenciada, atestar a adequao dos veculos e equipamentos ao transporte de produto perigoso, nos termos dos seus regulamentos tcnicos. 2 - Sem prejuzo das vistorias peridicas previstas na legislao de trnsito, os veculos e equipamentos de que trata este artigo sero vistoriados, em periodicidade no superior a 3 (trs) anos, pelo INMETRO ou entidade por ele credenciada, de acordo com instrues e cronologia estabelecidos pelo prprio INMETRO, observados os prazos e rotinas recomendadas pelas normas de fabricao ou inspeo, fazendo-se as devidas anotaes no "Certificado de Capacitao para o Transporte de Produtos Perigosos a Granel" de que trata o item I do Art.22.
3 - Os veculos e equipamentos referidos no pargrafo anterior,
quando acidentados ou avariados, devero ser vistoriados e testados pelo INMETRO ou entidade pelo mesmo credenciada, antes de retornarem atividade.
Art.5 - Para o transporte de produto perigoso a granel os veculos
devero estar equipados com tacgrafo, ficando os discos utilizados disposio do expedidor, do contratante, do destinatrio e das autoridades com jurisdio sobre as vias, durante 3 (trs) meses, salvo no caso de acidente, hiptese em que sero conservados por 1 (um) ano.
SEO II - Da Carga e seu Acondicionamento (artigos 6 a 8)
Art.6 - O produto perigoso fracionado dever ser acondicionado de
forma a suportar os riscos de carregamento, transporte, descarregamento e transbordo, sendo o expedidor responsvel pela adequao do acondicionamento segundo especificaes do fabricante.
1 - No caso de produto importado, o importador ser o responsvel
pela observncia ao que preceitua este artigo, cabendo lhe adotar as providncias necessrias junto ao fornecedor estrangeiro.
2 - No transporte de produto perigoso fracionado, tambm as
embalagens externas devero estar rotuladas, etiquetadas e marcadas de acordo com a correspondente classificao e o tipo de risco.
Art.7 - proibido o transporte de produto perigoso juntamente com:
I - animais;
II - alimentos ou medicamentos destinados ao consumo humano ou
animal, ou com embalagens de produtos destinados a estes fins;
III - outro tipo de carga, salvo se houver compatibilidade entre os
diferentes produtos transportados. Pargrafo nico. Entende-se como compatibilidade entre 2 (dois) ou mais produtos a ausncia de risco potencial de ocorrer exploso, desprendimento de chamas ou calor, formao de gases, vapores, compostos ou misturas perigosas, bem assim alterao das caractersticas fsicas ou qumicas originais de qualquer um dos produtos transportados, se postos em contato entre si (por vazamento, ruptura de embalagem, ou outra causa qualquer).
Art.8 - vedado transportar produtos para uso humano ou animal em
tanques de carga destinados ao transporte de produtos perigosos a granel.
SEO III - Do Itinerrio (artigos 9 a 13)
Art.9 - O veculo que transportar produto perigoso dever evitar o uso
de vias em reas densamente povoadas ou de proteo de mananciais, reservatrios de gua ou reservas florestais e ecolgicas, ou que delas sejam prximas.
Art.10 - O expedidor informar anualmente ao Departamento
Nacional de Estradas de Rodagem - DNER os fluxos de transporte de produtos perigosos que embarcar com regularidade, especificando:
I - classe do produto e quantidades transportadas;
II - pontos de origem e destino.
1 - As informaes ficaro disposio dos rgos e entidades do
meio ambiente, da defesa civil e das autoridades com jurisdio sobre as vias.
2 - Com base nas informaes de que trata este artigo, o Ministrio
dos Transportes, com a colaborao do DNER e de rgos e entidades pblicas e privadas, determinar os critrios tcnicos de seleo dos produtos para os quais solicitar informaes adicionais, como freqncia de embarques, formas de acondicionamento e itinerrio, incluindo as principais vias percorridas.
Art.11 - As autoridades com jurisdio sobre as vias podero
determinar restries ao seu uso, ao longo de toda a sua extenso ou parte dela, sinalizando os trechos restritos e assegurando percurso alternativo, assim como estabelecer locais e perodos com restrio para estacionamento, parada, carga e descarga.
Art.12 - Caso a origem ou o destino de produto perigoso exigir o uso
de via restrita, tal fato dever ser comprovado pelo transportador perante a autoridade com jurisdio sobre a mesma, sempre que solicitado. Art.13 - O itinerrio dever ser programado de forma a evitar a presena de veculo transportando produto perigoso em vias de grande fluxo de trnsito, nos horrios de maior intensidade de trfego.
SEO IV - Do Estacionamento (artigo 14)
Art.14 - O veculo transportando produto perigoso s poder
estacionar para descanso ou pernoite em reas previamente determinadas pelas autoridades competentes e, na inexistncia de tais reas, dever evitar o estacionamento em zonas residenciais, logradouros pblicos ou locais de fcil acesso ao pblico, reas densamente povoadas ou de grande concentrao de pessoas ou veculos.
1 - Quando, por motivo de emergncia, parada tcnica, falha
mecnica ou acidente o veculo parar em local no autorizado, dever permanecer sinalizado e sob a vigilncia de seu condutor ou de autoridade local, salvo se a sua ausncia for imprescindvel para a comunicao do fato, pedido de socorro ou atendimento mdico.
2 - Somente em caso de emergncia o veculo poder estacionar ou
parar nos acostamentos das rodovias.
SEO V - Do Pessoal Envolvido na Operao do Transporte (artigos
15 a 21)
Art.15 - O condutor de veculo utilizado no transporte de produto
perigoso, alm das qualificaes e habilitaes previstas na legislao de trnsito, dever receber treinamento especfico, segundo programa a ser aprovado pelo Conselho Nacional de Transito - CONTRAN, por proposta do Ministrio dos Transportes.
Art.16 - O transportador, antes de mobilizar o veculo, dever
inspecion-lo, assegurando-se de suas perfeitas condies para o transporte para o qual destinado e com especial ateno para o tanque, carroaria e demais dispositivo que possam afetar a segurana da carga transportada.
Art.17 - O condutor, durante a viagem, o responsvel pela guarda,
conservao e bom uso dos equipamentos e acessrios do veculo, inclusive os exigidos em funo da natureza especfica dos produtos transportados.
Pargrafo nico. O condutor dever examinar, regularmente e em
local adequado, as condies gerais do veculo, verificando, inclusive, a existncia de vazamento, o grau de aquecimento e as demais condies dos pneus do conjunto transportador. Art.18 - O condutor interromper a viagem e entrar em contato com a transportadora, autoridades ou a entidade cujo telefone esteja listado no Envelope para o Transporte, quando ocorrerem alteraes nas condies de partida, capazes de colocar em risco a segurana de vidas, de bens ou do meio ambiente.
Art.19 - O condutor no participar das operaes de carregamento,
descarregamento e transbordo da carga, salvo se devidamente orientado e autorizado pelo expedidor ou pelo destinatrio, e com a anuncia do transportador.
Art.20 - Todo o pessoal envolvido nas operaes de carregamento,
descarregamento e transbordo de produto perigoso usar traje e equipamento de proteo individual, conforme normas e instrues baixadas pelo Ministrio do Trabalho.
Pargrafo nico. Durante o transporte o condutor do veculo usar o
traje mnimo obrigatrio, ficando desobrigado do uso de equipamentos de proteo individual.
Art.21 - Todo o pessoal envolvido na operao de transbordo de
produto perigoso a granel receber treinamento especfico.
SEO VI - Da Documentao (artigo 22)
Art.22 - Sem prejuzo do disposto na legislao fiscal, de transporte,
de trnsito e relativa ao produto transportado, os veculos que estejam transportando produto perigoso ou os equipamentos relacionados com essa finalidade, s podero circular pelas vias pblicas portando os seguintes documentos:
I - Certificado de Capacitao para o Transporte de Produtos Perigosos
a Granel do veculo e dos equipamentos, expedido pelo INMETRO ou entidade por ele credenciada;
II - Documento Fiscal do produto transportado, contendo as seguintes
informaes:
a) nmero e nome apropriado para embarque;
b) classe e, quando for o caso, subclasse qual o produto pertence;
c) declarao assinada pelo expedidor de que o produto est
adequadamente acondicionado para suportar os riscos normais de carregamento, descarregamento e transporte, conforme a regulamentao em vigor;
III - Ficha de Emergncia e Envelope para o Transporte, emitidos pelo
expedidor, de acordo com as NBR-7503, NBR-7504 e NBR-8285, preenchidos conforme instrues fornecidas pelo fabricante ou importador do produto transportado, contendo:
a) orientao do fabricante do produto quanto ao que deve ser feito e
como fazer em caso de emergncia, acidente ou avaria; e
b) telefone de emergncia da corporao de bombeiros e dos rgos
de policiamento do trnsito, da defesa civil e do meio ambiente ao longo do itinerrio.
1 - admitido o Certificado Internacional de Capacitao dos
Equipamentos para o Transporte de Produtos Perigosos a Granel.
2 - O Certificado de Capacitao para o Transporte de Produtos
Perigosos a Granel perder a validade quando o veculo ou o equipamento:
a) tiver suas caractersticas alteradas;
b) no obtiver aprovao em vistoria ou inspeo;
c) no for submetido vistoria ou inspeo nas pocas estipuladas; e
d) acidentado, no for submetido a nova vistoria aps sua
recuperao.
3 - As vistorias e inspees sero objeto de laudo tcnico e
registradas no Certificado de Capacitao previsto no item I deste artigo.
4 - O Certificado de Capacitao para o Transporte de Produtos
Perigosos a Granel no exime o transportador da responsabilidade por danos causados pelo veculo, equipamento ou produto perigoso, assim como a declarao de que trata a alnea "c", do item II, deste artigo, no isenta o expedidor da responsabilidade pelos danos causados exclusivamente pelo produto perigoso, quando agirem com imprudncia, impercia ou negligncia.
SEO VII - Do Servio de Acompanhamento Tcnico Especializado
(artigo 23)
Art.23 - O transporte rodovirio de produto perigoso que, em funo
das caractersticas do caso, seja considerado como oferecendo risco por demais elevado, ser tratado como caso especial, devendo seu itinerrio e sua execuo serem planejados e programados previamente, com participao do expedidor, do contratante do transporte, do transportador, do destinatrio, do fabricante ou importador do produto, das autoridades com jurisdio sobre as vias a serem utilizadas e do competente rgo do meio ambiente, podendo ser exigido acompanhamento tcnico especializado (Art.50, I). 1 - O acompanhamento tcnico especializado dispor de viaturas prprias, tripuladas por elementos devidamente treinados e equipados para aes de controle de emergncia e ser promovido, preferencialmente, pelo fabricante ou o importador do produto, o qual, em qualquer hiptese, fornecer orientao e consultoria tcnica para o servio.
2 - As viaturas de que trata o pargrafo precedente devero portar,
durante o acompanhamento, os documentos mencionados no item III do Art.22 e os equipamentos para situaes de emergncia a que se refere o Art.3.
CAPTULO III - Dos Procedimentos em Caso de Emergncia, Acidente
ou Avaria (artigos 24 a 28)
Art.24 - Em caso de acidente, avaria ou outro fato que obrigue a
imobilizao de veculo transportando produto perigoso, o condutor adotar as medidas indicadas na Ficha de Emergncia e no Envelope para o Transporte correspondentes a cada produto transportado, dando cincia autoridade de trnsito mais prxima, pelo meio disponvel mais rpido, detalhando a ocorrncia, o local, as classes e quantidades dos materiais transportados.
Art.25 - Em razo da natureza, extenso e caractersticas da
emergncia, a autoridade que atender ao caso determinar ao expedidor ou ao fabricante do produto a presena de tcnicos ou pessoal especializado.
Art.26 - O contrato de transporte dever designar quem suportar as
despesas decorrentes da assistncia de que trata o artigo anterior.
Pargrafo nico. No silncio do contrato o nus ser suportado pelo
transportador.
Art.27 - Em caso de emergncia, acidente ou avaria o fabricante, o
transportador, o expedidor e o destinatrio do produto perigoso daro o apoio e prestaro os esclarecimentos que lhes forem solicitados pelas autoridades pblicas.
Art.28 - As operaes de transbordo em condies de emergncia
devero ser executadas em conformidade com a orientao do expedidor ou fabricante do produto e, se possvel, com a presena de autoridade pblica.
1 - Quando o transbordo for executado em via pblica devero ser
adotadas as medidas de resguardo ao trnsito.
2 - Quem atuar nessas operaes dever utilizar os equipamentos
de manuseio e de proteo individual recomendados pelo expedidor ou fabricante do produto. 3 - No caso de transbordo de produtos a granel o responsvel pela operao dever ter recebido treinamento especfico.
CAPTULO IV - Dos Deveres, Obrigaes e Responsabilidades (artigos
29 a 40)
SEO I - Do Fabricante e do Importador (artigos 29 a 31)
Art.29 - O fabricante de equipamento destinado ao transporte de
produto perigoso responde penal e civilmente por sua qualidade e adequao ao fim a que se destina.
Pargrafo nico. Para os fins do disposto no Art.22, item I, cumpre ao
fabricante fornecer ao INMETRO as informaes relativas ao incio da fabricao e destinao especfica dos equipamentos.
Art.30 - O fabricante de produto perigoso fornecer ao expedidor:
I - informaes relativas aos cuidados a serem tomados no transporte
e manuseio do produto, assim como as necessrias ao preenchimento da Ficha de Emergncia; e
II - especificaes para o acondicionamento do produto e, quando for
o caso, a relao do conjunto de equipamentos a que se refere o Art.3.
Art.31 - No caso de importao, o importador do produto perigoso
assume, em territrio brasileiro, os deveres, obrigaes e responsabilidades do fabricante.
SEO II - Do Contratante, do Expedidor e do Destinatrio (artigos 32
a 37)
Art.32 - O contratante do transporte dever exigir do transportador o
uso de veculo e equipamento em boas condies operacionais e adequados para a carga a ser transportada, cabendo ao expedidor, antes de cada viagem, avaliar as condies de segurana.
Art.33 - Quando o transportador no os possuir, dever o contratante
fornecer os equipamentos necessrios s situaes de emergncia, acidente ou avaria, com as devidas instrues do expedidor para sua utilizao.
Art.34 - O expedidor responsvel pelo acondicionamento do produto
a ser transportado, de acordo com as especificaes do fabricante.
Art.35 - No carregamento de produtos perigosos o expedidor adotar
todas as precaues relativas preservao dos mesmos, especialmente quanto compatibilidade entre si (Art.7). Art.36 - O expedidor exigir do transportador o emprego dos rtulos de risco e painis de segurana correspondentes aos produtos a serem transportados, conforme disposto no Art.2.
Pargrafo nico. O expedidor entregar ao transportador os produtos
perigosos fracionados devidamente rotulados, etiquetados e marcados, bem assim os rtulos de risco e os painis de segurana para uso nos veculo, informando ao condutor as caractersticas dos produtos a serem transportados.
Art.37 - So de responsabilidade:
I - do expedidor, as operaes de carga;
II - do destinatrio, as operaes de descarga.
1 - Ao expedidor e ao destinatrio cumpre orientar e treinar o
pessoal empregado nas atividades referidas neste artigo.
2 - Nas operaes de carga e descarga, cuidados especiais sero
adotados, especialmente quanto amarrao da carga, a fim de evitar danos, avarias ou acidentes.
SEO III - Do Transportador (artigos 38 a 40)
Art.38 - Constituem deveres e obrigaes do transportador:
I - dar adequada manuteno e utilizao aos veculos e
equipamentos;
II - fazer vistoriar as condies de funcionamento e segurana do
veculo e equipamento, de acordo com a natureza da carga a ser transportada, na periodicidade regulamentar;
III - fazer acompanhar, para ressalva das responsabilidades pelo
transporte, as operaes executadas pelo expedidor ou destinatrio de carga, descarga e transbordo, adotando as cautelas necessrias para prevenir riscos sade e integridade fsica de seus prepostos e ao meio ambiente;
IV - transportar produtos a granel de acordo com o especificado no
"Certificado de Capacitao para o Transporte de Produtos Perigosos a Granel" (Art.22, I);
V - requerer o Certificado de Capacitao para o Transporte de
Produtos Perigosos a Granel, quando for o caso, e exigir do expedidor os documentos de que tratam os itens II e III do Art.22; VI - providenciar para que o veculo porte o conjunto de equipamentos necessrios s situaes de emergncia, acidente ou avaria (Art.3), assegurando-se do seu bom funcionamento;
VII - instruir o pessoal envolvido na operao de transporte quanto
correta utilizao dos equipamentos necessrios s situaes de emergncia, acidente ou avaria, conforme as instrues do expedidor;
VIII - zelar pela adequada qualificao profissional do pessoal
envolvido na operao de transporte, proporcionando-lhe treinamento especfico, exames de sade peridicos e condies de trabalho conforme preceitos de higiene, medicina e segurana do trabalho;
IX - fornecer a seus prepostos os trajes e equipamentos de segurana
no trabalho, de acordo com as normas expedidas pelo Ministrio do Trabalho, zelando para que sejam utilizados nas operaes de transporte, carga, descarga e transbordo;
X - providenciar a correta utilizao, nos veculos e equipamentos,
dos rtulos de risco e painis de segurana adequados aos produtos transportados;
XI - realizar as operaes de transbordo observando os procedimentos
e utilizando os equipamentos recomendados pelo expedidor ou fabricante do produto;
XII - assegurar-se de que o servio de acompanhamento tcnico
especializado preenche os requisitos deste Regulamento e das instrues especficas existentes (Art.23);
XIII - dar orientao quanto correta estivagem da carga no veculo,
sempre que, por acordo com o expedidor, seja co-responsvel pelas operaes de carregamento e descarregamento.
Pargrafo nico. Se o transportador receber a carga lacrada ou for
impedido, pelo expedidor ou destinatrio, de acompanhar carga e descarga, ficar desonerado da responsabilidade por acidente ou avaria decorrentes do mau acondicionamento da carga.
Art.39 - Quando o transporte for realizado por transportador comercial
autnomo, os deveres e obrigaes a que se referem os itens VI a XI do artigo anterior constituem responsabilidade de quem o tiver contratado.
Art.40 - O transportador solidariamente responsvel com o
expedidor na hiptese de receber, para transporte, produtos cuja embalagem apresente sinais de violao, deteriorao, mau estado de conservao ou de qualquer forma infrinja o preceituado neste Regulamento e demais normas ou instrues aplicveis. CAPTULO V - Da Fiscalizao (artigos 41 e 42)
Art.41 - A fiscalizao para a observncia deste Regulamento e de
suas instrues complementares incumbe ao Ministrio dos Transportes, sem prejuzo da competncia das autoridades com jurisdio sobre a via por onde transite o veculo transportador.
Pargrafo nico. A fiscalizao compreender:
a) exame dos documentos de porte obrigatrio (Art.22);
b) adequao dos rtulos de risco e painis de segurana (Art.2), bem
assim dos rtulos e etiquetas das embalagens (Art.6, 2), ao produto especificado no Documento Fiscal; e
c) verificao da existncia de vazamento no equipamento de
transporte de carga a granel e, em se tratando de carga fracionada, sua arrumao e estado de conservao das embalagens.
Art.42 - Ao ter conhecimento de veculo trafegando em desacordo
com o que preceitua este Regulamento, a autoridade com jurisdio sobre a via dever ret-lo imediatamente, liberando-o s aps sanada a infrao, podendo, se necessrio, determinar:
I - a remoo do veculo para local seguro, podendo autorizar o seu
deslocamento para local onde possa ser corrigida a irregularidade;
II - o descarregamento e a transferncia dos produtos para outro
veculo ou para local seguro;
III - a eliminao da periculosidade da carga ou a sua destruio, sob
a orientao do fabricante ou do importador do produto e, quando possvel, com a presena do representante da seguradora.
1 - As providncias de que trata este artigo sero adotadas em
funo do grau e natureza do risco, mediante avaliao tcnica e, sempre que possvel, acompanhamento do fabricante ou importador do produto, contratante, expedidor, transportador, representante da Defesa Civil e de rgo do meio ambiente.
2 - Enquanto retido, o veculo permanecer sob a guarda da
autoridade, sem prejuzo da responsabilidade do transportador pelos fatos que deram origem reteno.
CAPTULO VI - Das Infraes e Penalidades (artigos 43 a 47)
Art.43 - A inobservncia das disposies deste Regulamento e
Instrues complementares referentes ao transporte de produto perigoso sujeita o infrator a: I - multa at o valor mximo de 100 (cem) Obrigaes do Tesouro Nacional - OTN.
II - cancelamento do registro de que trata a Lei nmero 7.092, de 19
de abril de 1983.
1 - A aplicao da multa compete autoridade com jurisdio sobre
a via onde a infrao foi cometida.
2 - Ao infrator passvel de multa assegurada defesa, previamente
ao recolhimento desta, perante a autoridade com jurisdio sobre a via, no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da autuao.
3 - Da deciso que aplicar a penalidade de multa, cabe recurso com
efeito suspensivo a ser interposto na instncia superior do rgo autuante, no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data em que o infrator for notificado, observados os procedimentos peculiares a cada rgo.
4 - A aplicao da penalidade de cancelamento no Registro Nacional
dos Transportadores Rodovirios - RTB compete ao Ministro dos Transportes, mediante proposta justificada do DNER ou da autoridade com jurisdio sobre a via.
5 - O infrator ser notificado do envio da proposta de que trata o
pargrafo anterior bem assim dos seus fundamentos, podendo apresentar defesa perante o Ministro dos Transportes no prazo de 30 (trinta) dias.
6 - Da deciso que aplicar a penalidade de cancelamento de registro
no RTB cabe pedido de reconsiderao a ser interposto no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da notificao do infrator.
7 - Para o efeito de averbao no registro do infrator, as autoridades
com jurisdio sobre as vias comunicaro ao DNER as penalidades aplicadas em suas respectivas jurisdies.
Art.44 - As infraes punidas com multa classificam-se, de acordo
com a sua gravidade, em 3 (trs) grupos:
I - Primeiro Grupo: as que sero punidas com multa de valor
equivalente a 100 (cem) OTN;
II - Segundo Grupo: as que sero punidas com multa de valor
equivalente a 50 (cinqenta) OTN; e
III - Terceiro Grupo: as que sero punidas com multa de valor
equivalente a 20 (vinte) OTN.
1 - Na reincidncia especfica, a multa ser aplicada em dobro.
2 - Cometidas, simultaneamente, 2 (duas) ou mais infraes de natureza diversa, aplicar-se-o, cumulativamente, as penalidades correspondentes a cada uma.
Art.45 - Ao transportador sero aplicadas as seguintes multas:
I - Primeiro Grupo, quando:
a) transportar produto cujo deslocamento rodovirio seja proibido
pelo Ministrio dos Transportes;
b) transportar produto perigoso a granel que no conste do
Certificado de Capacitao;
c) transportar produto perigoso a granel em veculo desprovido de
Certificado de Capacitao vlido;
d) transportar, juntamente com produto perigoso, pessoas, animais,
alimentos ou medicamentos destinados ao consumo humano ou animal, ou, ainda, embalagens destinadas a estes bens; e
e) transportar produtos incompatveis entre si, apesar de advertido
pelo expedidor.
II - Segundo Grupo, quando:
a) no der manuteno ao veculo ou ao seu equipamento;
b) estacionar ou parar com inobservncia ao preceituado no Art.14;
c) transportar produtos cujas embalagens se encontrem em ms
condies;
d) no adotar, em caso de acidente ou avaria, as providncias
constantes da Ficha de Emergncia e do Envelope para o Transporte; e
e) transportar produto a granel sem utilizar o tacgrafo ou no
apresentar o disco autoridade competente, quando solicitado.
III - Terceiro Grupo, quando:
a) transportar carga mal estivada;
b) transportar produto perigoso em veculo desprovido de
equipamento para situao de emergncia e proteo individual;
c) transportar produto perigoso desacompanhado de Certificado de
Capacitao para o Transporte de Produtos Perigosos a Granel (Art.22, I); d) transportar produto perigoso desacompanhado de declarao de responsabilidade do expedidor (Art.22, II, "c"), aposta no Documento Fiscal;
e) transportar produto perigoso desacompanhado de Ficha de
Emergncia e Envelope para o Transporte (Art.22, III);
f) transportar produto perigoso sem utilizar, nas embalagens e no
veculo, rtulos de risco e painis de segurana em bom estado e correspondentes ao produto transportado;
g) circular em vias pblicas nas quais no seja permitido o trnsito de
veculos transportando produto perigoso; e
h) no dar imediata cincia da imobilizao do veculo em caso de
emergncia, acidente ou avaria.
Pargrafo nico. Ser cancelado o registro do transportador que, no
perodo de 12 (doze) meses, for punido com 6 (seis) multas do Primeiro Grupo.
Art.46 - Ao expedidor sero aplicadas as seguintes multas:
I - Primeiro Grupo, quando:
a) embarcar no veculo produtos incompatveis entre si;
b) embarcar produto perigoso no constante do Certificado de
Capacitao do veculo ou equipamento ou estando esse Certificado vencido;
c) no lanar no Documento Fiscal as informaes de que trata o item
II do Art.22;
d) expedir produto perigoso mal acondicionado ou com embalagens
em ms condies; e
e) no comparecer ao local do acidente quando expressamente
convocado pela autoridade competente (Art.25).
II - Segundo Grupo, quando:
a) embarcar produto perigoso em veculo que no disponha de
conjunto de equipamentos para situao de emergncia e proteo individual;
b) no fornecer ao transportador a Ficha de Emergncia e o Envelope
para o Transporte; c) embarcar produto perigoso em veculo que no esteja utilizando rtulos de risco e painis de segurana, afixados nos locais adequados;
d) expedir carga fracionada com embalagem externa desprovida dos
rtulos de risco especficos;
e) embarcar produto perigoso em veculo ou equipamento que no
apresente adequadas condies de manuteno; e
f) no prestar os necessrios esclarecimentos tcnicos em situaes
de emergncia ou acidentes, quando solicitado pelas autoridades.
Art.47 - A aplicao das penalidades estabelecidas neste
Regulamento no exclui outras previstas em legislao especfica, nem exonera o infrator das cominaes civis e penais cabveis.
CAPTULO VII - Das Disposies Gerais (artigos 48 a 52)
Art.48 - Para a uniforme e generalizada aplicao deste Regulamento
e dos preceitos nele estabelecidos, o Ministrio dos Transportes estimular a cooperao com rgos e entidades pblicas ou privadas mediante troca de experincias, consultas e execuo de pesquisas, com a finalidade, inclusive, de complementao ou alterao deste Regulamento.
Art.49 - Integram o presente Regulamento, como Anexos, as NBR-
7500, NBR-7503, NBR-7504, NBR-8285 e NBR-8286.
Art.50 - da exclusiva competncia do Ministro dos Transportes:
I - estabelecer quando as circunstncias tcnicas o exijam, medidas
especiais de segurana no transporte rodovirio, inclusive determinar acompanhamento tcnico especializado;
II - proibir o transporte rodovirio de cargas ou produtos considerados
to perigosos que no devam transitar por vias pblicas, determinando, em cada caso, a modalidade de transporte mais adequada;
III - dispensar, no todo ou em parte, a observncia deste Regulamento
quando, dada a quantidade de produtos perigosos a serem transportados, a operao no oferea riscos significativos.
Art.51 - Compete ao transportador a contratao do seguro
decorrente da execuo do contrato de transporte de produto perigoso.
Art.52 - Aplica-se o presente Regulamento ao transporte internacional
de produto perigoso em territrio brasileiro, observadas, no que couber, as disposies constantes de acordos, convnios ou tratados ratificados pelo Brasil.