Calculo 1
Calculo 1
Calculo 1
1 Limites 5
1.1 Nocao intuitiva de limite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.2 Propriedades dos limites . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.2.1 Limites laterais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.3 Continuidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
1.4 Limites envolvendo infinito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
1.4.1 Limites infinitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
1.4.2 Limites no infinito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
1.4.3 O n
umero e . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
1.5 Assntotas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
2 Derivac
ao 55
2.1 Nocao intuitiva de derivada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
2.1.1 Coeficiente Angular da Reta Tangente ao Grafico de uma Funcao . 55
2.1.2 Taxa de Variacao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
2.1.3 A Derivada de uma Funcao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
2.2 Regras basicas de derivacao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
2.2.1 Regra da cadeia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
2.3 Derivacao Implcita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
2.3.1 Taxas Relacionadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
2.4 Exponenciais e trigonometricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
3
SUMARIO
SUMARIO
3 Aplicac
oes 119
3.1 Fun. crescente e decrescente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119
3.2 Extremos relativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124
3.3 Concavidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133
3.4 Esboco de graficos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 138
3.5 Problemas de Otimizacao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 141
4 V
arias vari
aveis 147
4.1 Definicao e exemplos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 147
4.2 Derivadas parciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151
4.2.1 Derivadas parciais de ordem superior . . . . . . . . . . . . . . . . . 153
4.3 Regras da Cadeia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157
4.3.1 Diferenciacao implcita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 161
4.4 Extremos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 163
4.4.1 O teste da Derivada Segunda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 165
4.5 Multiplicadores de Lagrange . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 168
Revis
ao 181
Limite de fun
coes de uma vari
avel
real
1.1 Noc
ao intuitiva de limite
De maneira geral, o processo de determinar o limite consiste em investigar o compor-
tamento do valor da imagem f (x) de uma funcao f a` medida que sua variavel independente
x se aproxima de um n umero, que pode ou nao pertencer ao domnio de f .
Vamos supor que um estudo de mercado sobre uma empresa estima que o investimento
de x milhoes de reais geram um benefcio dado pela funcao abaixo
x2 + x 2
f (x) = .
x1
5
1.1. NOC INTUITIVA DE LIMITE
AO CAPITULO 1. LIMITES
Podemos obter valores para f (x) tao proximos de 3 quanto quisermos, bastando
para isso tomar valores de x suficientemente proximos de 1.
Esse comportamento pode ser descrito, intuitivamente, dizendo que o limite de f (x)
quando x tende a 1 e igual a 3 e abreviado por
x2 + x 2
lim f (x) = 3 ou lim =3
x1 x1 x1
x2 + x 2
Na Figura 1.1 podemos observar que o grafico de f (x) = e uma reta com
x1
um buraco no ponto (1, 3), e os pontos (x, y) = (x, f (x)) no grafico se aproximam desse
buraco `a medida que x se aproxima de 1 de ambos os lados.
x2 + x 2
Figura 1.1: Grafico de f (x) = [Video]
x1
Definic
ao 1.1 Seja f uma funcao definida em um intervalo aberto em torno de um ponto
c, exceto possivelmente em c. Se o valor de f (x) fica arbitrariamente proximo de um
valor L para todos os valores suficientemente proximos de c, dizemos que f tem limite
L e escrevemos
xc
lim f (x) = L ou f (x) L
xc
Ao definirmos limite, admitimos que f (x) e definida para todos os valores de x nas
proximidades de c, mas nao necessariamente em x = c. A funcao nao precisa nem existir
em x = c, e, mesmo que exista, seu valor f (c) neste ponto pode ser diferente do limite
quando x tende a c. Na Figura 1.2 o limite de f (x) quando x c, e igual a L, embora
as funcoes se comportem de forma bastante diferente em x = c.
A Figura 1.3 mostra os graficos de duas funcoes que nao tem limite quando x tende a
c. O limite nao existe na figura (a) porque os limites laterais sao diferentes, isto e, f (x)
se aproxima de 5 quando x tende a c pela direita e se aproxima de 3 (um valor diferente)
quando x tende a c pela esquerda. A funcao da figura (b) nao tem limite (finito) quando
x tende a c porque os valores de f (x) aumentam indefinidamente `a medida que x se
aproxima de c. Dizemos que funcoes como a da figura (b) tem um limite infinito quando
x tende a c. Limites laterais e limites infinitos serao estudados mais adiante.
Vamos apresentar a seguir uma definicao precisa de limite, conceito que foi introduzido
informalmente na Definicao 1.1.
Definic
ao 1.2 Seja f uma funcao com valores reais definida num intervalo aberto em
torno de un valor c, exceto possivelmente em c e seja L um n umero real. Dizemos que o
limite de f quando x tende a c e L se para todo numero > 0 existe um n umero
> 0 tal que |f (x) L| < para todo x verificando |x c| < .
O Teorema 1.1 a seguir, se refere aos limites de duas funcoes lineares elementares.
i) lim k = k.
xc
ii) lim x = c.
xc
O Teorema 1.2 mostra como calcular limites de funcoes que sao combinacoes aritmeticas
de funcoes cujos limites ja conhecemos.
Teorema 1.2 Se L, M , c e k sao n umeros reais, f e g funcoes reais com valores reais e
lim f (x) = L e lim g(x) = M , entao:
xc xc
1. lim 7.
x5
Solu
cao: Aplicando o Teorema 1.1, lim 7 = 7
x5
2. lim (x 5).
x3
Solu
cao: Aplicando o Teorema 1.1 e as propriedades i) e ii) do Teorema 1.2,
3. lim (x3 + 2x + 5)
x2
Solu
cao: Aplicando o Teorema 1.1 e as propriedades i), ii) e iii) do Teorema 1.2,
Solu
cao: Aplicando o Teorema 1.1 e as propriedades i), ii) e iii) do Teorema 1.2,
p(x)
ii) Seja r(x) = uma funcao racional e q(c) 6= 0, entao lim r(x) = r(c).
q(x) xc
Observac
ao: Os limites 2, 3 e 4 do Exemplo 1.1 podem ser calculados diretamente
aplicando o Teorema 1.3.
Solu ao: Como p(x) = x5 3x4 + 2x2 + 7 e uma funcao polinomial, pelo Teorema
c
1.3 lim p(x) = p(0) e, portanto,
x0
x2
2. lim .
x0 x+8
x2 02 2 1
lim = = =
x0 x+8 0+8 8 4
2x + 1
3. lim .
x1 x2 + 3x
Solu
cao: Aplicando o Teorema 1.3 com p(x) = 2x + 1 e q(x) = x2 + 3x,
2x + 1 2(1) + 1 1
lim = =
x1 x2 + 3x (1)2 + 3(1) 2
4
4. lim x2 4x + 4.
x2
Solu
cao: Pelo Teorema 1.3, lim (x2 4x + 4) = (2)2 4 (2) + 4 = 16. Usando
x2
agora a propriedade iv) do Teorema 1.2,
4
q
4
lim x2 4x + 4 = 4 lim (x2 4x + 4) = 16 = 2.
x2 x2
3
5. lim 5x 3.
x1
Solu
cao: Analogamente ao exemplo anterior,
3
q p
3
3
lim 5x 3 = 3 lim (5x 3) = 5 (1) 3 = 8 = 2.
x1 x1
r
5x
6. lim .
x5 x+4
x2 4
Vamos estudar agora o limite da funcao f (x) = quando x 2. Um primeiro
x2
estudo mostra que tanto o numerador quanto o denominador tende para zero quando x
2, portanto nao podemos aplicar o Teorema 1.3. Habitualmente, nestes casos precisamos
de uma simplificacao. Observamos que para todos os valores de x tais que x 6= 2 temos
x2 4 (x 2)(x + 2) (x2)(x
+ 2)
= = = x + 2.
x2 x2 2
x
Portanto, a funcao f (x) e igual a` funcao h(x) = x + 2 para todos os valores x proximos
de 2 mas diferentes de 2. Como para o calculo dos limites nao precisamos do valor no
mesmo ponto (ver Definicao 1.1), entao temos
x2 4
lim = lim (x + 2) = 4,
x2 x 2 x2
onde podemos usar o Teorema 1.3 para o calculo do segundo limite. Podemos sintetizar
a observacao anterior no seguinte teorema:
Teorema 1.4 Se lim h(x) = L e f (x) e uma funcao tal que f (x) = h(x) para todos os
xc
valores de x pertencentes a algum intervalo ao redor de c, excluindo o valor x = c, entao
Exemplo 1.3 Vamos calcular os seguintes limites usando o Teorema 1.4. Para cada um
deles vamos precisar de um estudo previo, bem fazendo uma fatoracao bem usando alguma
outra tecnica.
x2 + x 2
1. lim
x1 x1
x2 + x 2
Solu
cao: Temos que a funcao f (x) = nao esta definida em x = 1 pois
x1
tanto o numerador quanto o denominador sao iguais a zero quando x = 1. Fatorando
o numerador temos x2 + x 2 = (x 1)(x + 2). Portanto, para todos os valores x
reais tais que x 6= 1,
x2 + x 2 (x 1)(x + 2) (x1)(x
+ 2)
f (x) = = = = x + 2.
x1 x1 1
x
Logo,
x2 + x 2
lim = lim (x + 2) = 1 + 2 = 3.
x1 x1 x1
x2 x 6
2. lim
x3 x2 4x + 3
x2 x 6
Solu
cao: A funcao f (x) = nao esta definida para o valor x = 3, pois
x2 4x + 3
o numerador e o denominador sao iguais a zero cuando x tem valor de 3. Fatorando
o numerador obtemos x2 x 6 = (x 3)(x + 2); fatorando o denominador obtemos
x2 4x + 3 = (x 3)(x 1). Logo, para todos os valores x reais tais que x 6= 3
obtemos
x2 x 6 (x 3)(x + 2) (x3)(x
+ 2) x+2
f (x) = 2
= = = .
x 4x + 3 (x 3)(x 1) (x3)(x 1)
x1
Entao,
x2 x 6 x+2 3+2 5
lim 2
= lim = = .
x3 x 4x + 3 x3 x 1 31 2
4 x2
3. lim
x2 2x + 4
4 x2
Solu
cao: Temos que a funcao f (x) = nao esta definida para x = 2 pois
2x + 4
tanto o numerador quanto o denominador sao zero quando x = 2. Fatorando o
numerador temos 4 x2 = (2 x)(2 + x). Portanto, para todos os valores x reais
tais que x 6= 2,
4 x2 (2 x)(2 + x) (2 x)
(2+x)
2x
f (x) = = = = .
2x + 4 2(x + 2) 2
(x+ 2)
2
Logo,
4 x2 2x 2 (2)
lim = lim = = 2.
x2 2x + 4 x2 2 2
x3 + 2x2
4. lim
x2 3x + 6
x3 + 2x2
Solu
cao: A funcao f (x) = nao esta definida para o valor x = 2, pois
3x + 6
o numerador e o denominador sao iguais a zero cuando x = 2. Fatorando o
numerador obtemos x3 + 2x2 = x2 (x + 2). Entao, para todos os valores x reais tais
que x 6= 2 obtemos
x3 + 2x2 x2 (x + 2) x2(x+2)
1
f (x) = = = = x2 .
3x + 6 3(x + 2) 3(x+ 2)
3
Assim,
x3 + 2x2 1 1 4
lim = lim x2 = (2)2 = .
x2 3x + 6 x2 3 3 3
x2 + x
5. lim
x1 x2 + 3x + 2
x2 + x
Solu
cao: Entao a funcao f (x) = nao esta definida para o valor x = 1
x2 + 3x + 2
pois tanto o numerador quanto o denominador sao zero quando x tem valor de 1.
Fatorando o numerador temos que x2 + x = x(x + 1) e fatorando o denominador
obtemos x2 + 3x + 2 = (x + 2)(x + 1). Portanto, para todos os valores x reais tais
que x 6= 1,
x2 + x x(x + 1) x
(x+1)
x
f (x) = 2
= = = .
x + 3x + 2 (x + 2)(x + 1) (x + 2)
(x+ 1)
x+2
Portanto,
x2 + x x 1
lim = lim = = 1.
x1 x2 + 3x + 2 x1 x + 2 1 + 2
(x + 1)2 1
6. lim
x0 x
(x + 1)2 1
Solu c
ao: A funcao f (x) = nao esta definida para o valor x = 0,
x
pois o numerador e o denominador se aproximam ao zero cuando x tende para 0.
Calculando o produto notavel no numerador e fatorando depois obtemos (x+1)2 1 =
(x2 + 1 + 2x) 1 = x2 + 2x = x(x + 2). Logo, para todos os valores x reais tais que
x 6= 0 obtemos
Entao,
(x + 1)2 1
lim = lim (x + 2) = 2.
x0 x x0
1x
7. lim
x1 1 x
1x
Solu
cao: Temos que a funcao f (x) = nao esta definida para o valor x = 1
1 x
pois tanto o numerador quanto o denominador tem valor de zero quando x = 1.
Quando aparece uma raiz no denominador ou no numerador, multiplicamos para
obter uma identidade notavel da forma (a + b)(a b) = a2 b2 . Mas, para nao
mudar a funcao, precisamos multiplicar tanto o numerador quanto o denominador
por o mesmo fator1 .
1
Multiplicar e dividir pelo mesmo fator e como multiplicar por 1.
Assim,
1x 1x 1+ x (1 x)(1 + x)
f (x) = = = .
1 x 1 x 1+ x 1x
Logo,
1x
lim = lim 1 + x = 1 + 1 = 2.
x1 1 x x1
x2
8. lim
x4 x 4
x2
Solu
cao: A funcao f (x) = nao esta definida para o valor x = 4, pois o nu-
x4
merador e o denominador
sao zero cuando x = 4. Analogamente, vamos multiplicar
x+2
a funcao por , obtendo
x+2
x2 x2 x+2 ( x 2)( x + 2) x4
f (x) = = = = .
x4 x4 x+2 (x 4)( x + 2) (x 4)( x + 2)
Portanto,
x2 1 1 1
lim = lim = = .
x4 x4 x4 x+2 4+2 4
x+63
9. lim
x3 x3
x+63
Solu
cao: Temos que a funcao f (x) = nao esta definida para o valor
x3
x = 3 pois tanto o numerador quanto o denominador sao iguais a zero quando x = 3.
Multiplicando numerador e denominador por x + 6 + 3 obtemos
x+63
f (x) =
x3
x+63 x+6+3
=
x3 x+6+3
2
( x + 6) 9
=
(x 3)( x + 6 + 3)
x3
= .
(x 3)( x + 6 + 3)
Logo,
x+63 1 1 1
lim = lim = = .
x3 x3 x3 x+6+3 3+6+3 6
A figura mostra, tambem, que o valor de f (x) tende a 2 quando x tende a 3 para valores
maiores que 3, isto e, f (x) tende a 2 quando x tende a 3 pela direita. Simbolicamente
temos lim+ f (x) = 2
x3
Definic ao 1.3 Seja f (x) uma funcao real com valores reais. Chamamos de limite late-
ral `
a esquerda quando x tende ao valor c ao limite da funcao quando x se aproxima
de c somente por valores menores ao valor c. Se L e o valor do limite lateral `a esquerda
da funcao f (x), entao denotamos por lim f (x) = L.
xc
Teorema 1.5 O lim f (x) existe e e igual a L se e somente se os limites laterais sao
xc
iguais, ou seja
lim f (x) = lim+ f (x) = L.
xc xc
No Exemplo 1.4, como lim f (x) 6= lim+ f (x), conclumos que lim f (x) nao existe.
x3 x3 x3
Observac
ao: Limites laterais tem todas as propriedades enumeradas na Secao 1.2.
4x + 7 se x < 1
Exemplo 1.5 Seja f (x) = . Determinar, caso existir, lim f (x).
x2 + 2 se x 1 x1
Soluc
ao: Como a funcao tem distintas formulas `a esquerda e `a direita do valor
x = 1, vamos calcular os limites laterais. Se eles tiveram o mesmo valor, entao existira
o limite. Caso contrario, o limite nao existira. Para calcular os limites laterais vamos
usar os teoremas 1.1, 1.2 e 1.3 da Secao 1.2. Assim, para obter o limite `a esquerda de
1 da funcao f (x) usamos a expressao de f (x) para x < 1, obtendo
Como lim f (x) = lim + f (x) = 3, pelo Teorema 1.5 existe o limite de f (x) quando
x1 x1
x 1 e lim f (x) = 3.
x1
A Figura 1.5 mostra a funcao f (x) e os limites laterais quando x tende a 1 pela
esquerda e pela direita.
2
x + 1 se x < 2
Exemplo 1.6 Seja g(x) = 2 se x = 2 . Determinar, caso existir, lim f (x).
x2
9 x2 se x > 2
Soluc
ao: Como a funcao tem distintas formulas `a esquerda e `a direita do valor x = 2,
vamos calcular os limites laterais. Primeiro vamos calcular o limite `a esquerda usando a
formula para os valores de x menores que 2.
lim g(x) = lim (x2 + 1) = 22 + 1 = 5.
x2 x2
Como lim g(x) = lim+ g(x) = 5, pelo Teorema 1.5 existe o limite de g(x) quando
x2 x2
x 2 e lim g(x) = 5.
x2
A Figura 1.6 mostra a funcao g(x) e os limites laterais quando x tende a 2 pela
esquerda e pela direita.
x + 1 se x 3
Exemplo 1.7 Seja h(x) = . Determine, caso existam, os seguintes
3x 7 se x > 3
limites:
Solu
cao:
Agora vamos calcular o limite `a direita usando a formula para os valores x > 3.
Como lim h(x) 6= lim+ h(x), nao existe o limite lim h(x).
x3 x3 x3
C(x) = x 5.
A Figura 1.8 mostra o grafico da funcao lucro, onde somente precisamos mostrar
os valores de L(x) para valores positivos de x porque nao tem sentido considerar dias
negativos.
Vemos que para o valor x = 7 a funcao lucro atinge seu valor maximo, com um valor
de L(7) = 4. Logo o lucro maximo maximo e de $4.000 e e atingido com uma divulgacao
de 7 semanas.
R(x) 15x x2 50
A relacao entre receita e custo e definida por Q(x) = = e pode
C(x) x5
ser interpretada como o aumento da receita dependendo do custo. Se avaliamos a funcao
Q(x) no valor maximo para o lucro, obtemos que
15 7 72 50 6
Q(7) = = = 3.
75 2
Portanto,
lim R(x) = lim (10 x) = 10 5 = 5,
x5 x5
e `a medida que nos aproximamos da quinta semana, a receita e cinco vezes maior do que
o custo, ou seja, que R(5) = 5C(5) e
L(5) = R(5) C(5) = 5C(5) C(5) = 4C(5).
Mas como o valor do custo para x = 5 e zero, entao o lucro tambem tem valor 0.
1.3 Continuidade
Na linguagem comum, um processo contnuo e aquele que ocorre sem interrupcoes
ou mudancas repentinas, isto e, pequenas variacoes na variavel correspondem pequenas
variacoes nas imagens. Intuitivamente, dizemos que uma funcao e contnua se podemos
desenhar o seu grafico sem interrupcoes, buracos ou pulos. Formalmente, a definicao de
continuidade e expressa utilizando a nocao de limite da seguinte maneira:
Definic
ao 1.4 Seja c um valor de R. Uma funcao real f e contnua em c se,
i) f (c) e definida,
ii) lim f (x) existe,
xc
Observac
ao: Uma funcao f sempre e contnua no seu domnio D(f ).
Na Figura 1.1 (pag 6), na Figura 1.2 (b) e (c) (pag. 7) e na Figura 1.3 (pag. 8) temos
exemplos de funcoes nao contnuas.
1. f (x) = x3 2x + 1
Solu ao: Temos que a funcao esta definida para o valor x = 2 e que f (2) = 3.
c
Aplicando o Teorema 1.3,
lim f (x) = lim (x3 2x + 1) = (2)3 2 (2) + 1 = 3.
x2 x2
x2 + 1 (2)2 + 1
lim g(x) = lim = = 5,
x2 x2 x + 1 2 + 1
onde aplicamos o Teorema 1.3.
Como lim g(x) = g(2), entao g(x) e contnua no valor x = 2.
x2
Solucao: Temos que a funcao esta definida para o valor x = 2 e que h(2) = 5.
Para calcular o limite de h quando x 2 precisamos calcular os limites laterais
porque a funcao tem distintas formulas `a esquerda e `a direita de x = 2. Assim, o
limite `a esquerda de h e
e o limite `a direita de h e
Vimos na Secao 1.2 que, se p(x) e q(x) sao funcoes polinomiais, entao lim p(x) = p(c)
xc
e lim r(x) = r(c) se q(c) 6= 0. De acordo com esses resultados e pela definicao de conti-
xc
nuidade, temos:
Exemplo 1.10
x2
3. A funcao h(x) = e contnua em R porque o denominador nunca se anula.
x2 + 1
Exemplo 1.11 Verificar a continuidade das seguintes funcoes nos valores dados.
x2 4
x2
se x 6= 2
1. f (x) = , em x = 2.
1 se x = 2
Solu cao: Temos que f (2) = 1 e, portanto, f esta definida para x = 2. Agora
vamos calcular o limite da funcao quando x tende ao valor 2. Como o numerador e
o denominador tem valor zero quando x = 2, vamos fatorar a funcao. Assim, para
x 6= 2,
x2 4 (x 2)(x + 2) (x2)(x
+ 2)
= = = x + 2.
x2 x2 x
2
Portanto,
lim f (x) = lim (x + 2) = 2 + 2 = 4.
x2 x2
e
lim g(x) = lim+ (3x + 3) = 3 4 + 3 = 15.
x4+ x4
Portanto, como lim g(x) = lim+ g(x) = 15, entao lim g(x) = 15. Alias, como g(4) =
x4 x4 x4
lim g(x), a funcao e contnua em x = 4.
x4
x + 4 se x 0
3. h(x) = , em x = 0.
x 2 se x < 0
Soluc
ao: Tem-se que a funcao h esta definida para o valor x = 0 e que h(0) = 2.
Vamos calcular o limite da funcao quando x 0 calculando os limites laterais.
Pelas propriedades dos limites do Teorema 1.2, obtemos
q
lim h(x) = lim x + 4 = lim (x + 4) = 4 = 2.
x0 x0 x0
Como os limites laterais tem valores distintos, entao lim h(x) nao existe e, portanto,
x0
a funcao nao e contnua em x = 0.
x3 1
x1
se x 6= 1
Exemplo 1.12 Seja f (x) = . Determine o valor de para que f seja
se x = 1
contnua em todos os n
umeros reais.
Soluc
ao: Pela Definicao 1.4, precisamos que f (1) = lim f (x). Entao vamos calcular
x1
o limite e dar esse valor para . Como o numerador e o denominador tem valor zero
quando x vai para 1, vamos fazer uma fatoracao. Assim, para todo valor x 6= 1, obtemos
x3 1 (x 1)(x2 + x + 1) 2
(x1)(x + x + 1)
= = = x2 + x + 1.
x1 x1 x
1
Logo,
lim f (x) = lim (x2 + x + 1) = 12 + 1 + 1 = 3.
x1 x1
x2 + 1
se x 16
C(x) = 100
252 + x+
x
se x > 16
Vamos verificar que a funcao custo dada e contnua. Como a funcao esta definida por
duas formulas, teremos que estudar a continuidade de cada uma delas e o ponto de uniao
de ambas.
Para os valores x < 16, a funcao x2 + 1 e contnua porque e uma funcao polinomial.
Portanto, a funcao C(x) e contnua para tudo x < 16.
100
O domnio da funcao 252 + e o conjunto dos n
umeros reais estritamente
x+ x
positivos, isto e D = {x no R : x > 0}. Como a funcao custo esta definida desta
maneira para todo valor x > 16, entao C(x) e contnua para todo x > 16.
Vamos estudar agora a continuidade no valor x = 16. Temos que C(16) = 162 + 1 =
257. Agora precisamos calcular o limite de C(x) quando x 16 usando os limites
laterais. Assim o limite `a esquerda e
e o limite `a direita e
100 100
lim+ C(x) = lim 252 + = 252 + = 257.
x16 x16 x+ x 16 + 16
Portanto lim C(x) = 257 = C(16) e a funcao C(x) e contnua para todo x em R.
x16
1
Exemplo 1.14 Seja f (x) = . Essa funcao nao e definida para x = 1, mas pode-
(x 1)2
mos analisar o comportamento dos valores de f (x) quando x esta `a esquerda ou `a direita
desse n
umero. Para x proximo de 1, o denominador e muito pequeno, o que significa que
o quociente e muito grande. A tabela abaixo mostra o aumento de f (x) `a medida que
x 1.
1
O limite de f (x) = quando x tende a 1 pela esquerda e mais infinito e
(x 1)2
indicaremos por
lim f (x) = +.
x1
1
O limite de f (x) = quando x tende a 1 pela direita e mais infinito e indi-
(x 1)2
caremos por
lim+ f (x) = +.
x1
x
Exemplo 1.15 Vamos considerar a funcao g(x) = . A tabela a seguir mostra os
(x + 3)2
valores de g(x) para alguns valores de x na vizinhanca de 3.
Vemos que os valores de g(x) sao negativos e muito grandes em valor absoluto para
valores de x proximos de 3, isto e, os valores de g(x) decrescem ilimitadamente `a medida
que x se aproxima de 3 pela esquerda ou pela direita.
Escrevemos, nesse caso, que lim g(x) = e lim + g(x) = . Como os limites
x3 x3
laterais sao iguais podemos afirmar que lim g(x) = .
x3
Definic
ao 1.5 Dizemos que a funcao real f com valores reais tem limite + ()
quando x tende ao valor c se para todo valor > 0 existe um valor M > 0 (M < 0) tal
que f (x) > M (f (x) < M ) para todo valor x verificando |x c| < .
2
Exemplo 1.16 Seja agora a funcao h(x) = . Olhando a Figura 1.12 (c), vemos
x1
que `a medida que x se aproxima de 1 pela esquerda, os valores de h(x) decrescem ilimita-
damente, isto e, lim h(x) = .
x1
Vemos, tambem, que quando x se aproxima de 1 pela direita, os valores de h(x) crescem
ilimitadamente, ou seja, lim+ h(x) = +.
x1
f (x)
lim+ = ,
xc g(x)
com o sinal dependendo dos sinais de L e de g(x) `a direita de c.
Figura 1.12: Graficas das funcoes do Exemplo 1.14, Exemplo 1.15 e Exemplo 1.16 [Video]
Observac ao: O Teorema 1.8 anterior pode ser enunciado para o limite `a esquerda
de c com as mesmas conclusoes. A existencia do limite em c depende da igualdade dos
limites laterais.
9x
1. lim+ .
x5 x5
Solu
cao: Sendo f (x) = 9 x e g(x) = x 5, entao temos que lim+ f (x) = 4 e
x5
lim+ g(x) = 0. Pelo Teorema 1.8, o limite vai ser + ou .
x5
Vamos determinar o sinal do limite. Para isso precisamos fazer um estudo do sinal
do numerador f (x) e do denominador g(x) para os valores `a direita de x = 5.
Assim, para qualquer valor x < 9, f (x) e sempre positivo. Para todo valor x > 5,
o valor de g(x) e positivo. Como estamos calculando o limite `a direita para x = 5,
entao g(x) e sempre positivo. Portanto, como ambos f (x) e g(x) sao positivos ` a
direita de 5, concluimos que
9x
lim+ = +.
x5 x5
3x
2. lim .
x2 x2
Solu
cao: Sendo f (x) = 3x e g(x) = x 2, entao temos que lim f (x) = 6 e
x2
lim g(x) = 0. Pelo Teorema 1.8, o limite vai ser + ou .
x2
Vamos determinar o sinal do limite. Precisamos estudar os valores `a esquerda de
x = 2. Assim, para qualquer valor positivo de x, temos que f (x) < 0. Para todo
valor x < 2, o valor de g(x) e negativo. Como estamos calculando o limite para
valores `a esquerda de 2, entao g(x) < 0. Portanto, como f (x) e g(x) sao negativos,
concluimos que
3x
lim = +.
x2 x 2
x2 + 1
3. lim .
x0 x2 + x
Solu
cao: Sendo f (x) = x2 + 1 e g(x) = x2 + x, entao temos que lim f (x) = 1 e
x0
lim g(x) = 0. Pelo Teorema 1.8, o limite vai ser + ou .
x0
Vamos determinar o sinal do limite. Precisamos estudar os valores `a esquerda de
x = 0. Temos que o valor de f (x) = 0 e sempre positivo para qualquer x em R.
Fatorando g(x) temos que g(x) = x(x + 1) e, como e um produto de dois elementos,
sera positivo se ambos tivessem o mesmo sinal e negativo se tivessem sinais opostos.
Como estamos estudando o sinal a esquerda de 0, entao x < 0. Por outro lado,
(x + 1) e positivo quando x > 1. Entao temos que g(x) < 0 quanto x tende a 0
pela esquerda. Assim,
x2 + 1
lim 2 = .
x0 x + x
1x
4. lim + .
x2 x+2
Solu
cao: Sendo f (x) = 1 x e g(x) = x + 2, entao temos que lim + f (x) = 3 e
x2
lim + g(x) = 0. Pelo Teorema 1.8, o limite vai ser + ou .
x2
5
5. lim .
x0 x3 x2
Solu
cao: Sendo f (x) = 5 e g(x) = x3 x2 , entao temos que lim f (x) = 5 e
x0
lim g(x) = 0. Fatorando g(x) obtemos que g(x) = x2 (x 1) e a funcao e negativa
x0
para todo valor x < 1 (x2 e sempre positivo). Como f (x) no zero e positiva e g(x)
5
e negativa para todo valor numa vizinhanca de zero, entao 3 < 0 para todo
x x2
valor x perto de zero `a esquerda e `a direita. Pelo Teorema 1.8, conclumos que os
limites laterais sao e, portanto,
5
lim = .
x0 x3 x2
x2
6. lim .
x1 x + 1
Solu
cao: Sendo f (x) = x2 e g(x) = x+1, entao lim f (x) = 3 e lim g(x) = 0.
x1 x1
Vamos estudar o sinal de g(x) numa vizinhanca de 1.
Temos que se x < 1, entao g(x) e negativo e se x > 1, entao g(x) e positivos.
Logo, aplicando o Teorema 1.8,
x2 x2
lim = +, lim + = .
x1 x+1 x1 x+1
x2
Como os limites laterais sao distintos, entao concluimos que nao lim nao
x1 x+1
existe.
9x 3x
(a) Gr
afico da func
ao (b) Grafico da funcao
x5 x2
x2 + 1 1x
(c) Gr
afico da func
ao (d) Grafico da funcao
x2 + x x+2
5 x2
(e) Gr
afico da func
ao (f) Grafico da funcao
x3 x2 x+1
Teorema 1.9 Se n e um n
umero inteiro positivo e c e um n
umero real entao
c
lim n = 0.
x x
O teorema anterior mostra que se temos um termo que tende para infinito no nu-
merador e un termo constante no numerador, entao o limite do quociente tende para
zero.
ao: O Teorema 1.9 pode ser usado para outras funcoes alem de xn que
Observac
aumentam indefinidamente quando x . O Exemplo 1.18 mostra algumas delas.
Para o calculo de limites no infinito de funcoes polinomiais e de funcoes racionais
temos os seguintes teoremas:
Note que o teorema nos diz que o limite no infinito de um polinomio depende somente
do termo de grau maior. Quando os valores de x aumentan muito, o valor de um polinomio
se aproxima ao valor do seu termo dominante porque o valor dos outros termos e muito
menor em comparacao.
Observacao: Da mesma maneira que acontece com o Teorema 1.9, o Teorema 1.10
pode ser usado para funcoes nao polinomiais com termos dominantes que aumentam ou
diminuem ilimitadamente quando a variavel vai para . Alguns exemplos aparecem no
Exemplo 1.18.
p(x) an x n an nm
lim = lim = lim x .
x q(x) x bm xm x bm
5
1. lim
x+ x4
Solu
cao: Chamando de c = 5, pelo Teorema 1.9 tem-se que o limite e zero.
5
lim = 0.
x+ x4
2
2. lim
x 3x5
2
Solu
cao: Chamando de c = , pelo Teorema 1.9 tem-se que o limite e zero.
3
2
lim = 0.
x 3x5
7
3. lim
x+ 2 x
Soluc
ao: Apesar de que x nao ser um polinomio, temos que cresce ilimitadamente
quando x +. Portanto, temos um quociente onde o numerador e constante e
o denominador tende para infinito. Logo,
7
lim =0
x+ 2 x
Solu
cao: Aplicando o Teorema 1.10,
x x
Como x7 , entao 2x7 +. Assim,
5. lim (2x5 + x2 4)
x
Solu
cao: Pelo Teorema 1.10,
x
Como x4 + porque x4 sempre e positivo, entao
lim (2x4 + x2 4) = +
x
Solu
cao: Usando o Teorema 1.10,
x+
Como x3 +, entao
2
1
Lembrar que x = x2
Assim,
lim ( x 5x2 + 8) = lim 5x2 =
x+ x+
Solu ao: Neste caso, a funcao f (x) = x3 3 cos(x) + 15 nao e um polinomio pois
c
o termo 3 cos(x) e uma funcao trigonometrica limitada ja que seus valores sempre
ficam entre 1 e 1, mas o valor do limite de f (x) quando x e o mesmo que
o valor do limite de x3 . Entao, temos que
Solu ao: Vamos usar o Teorema 1.11. Sendo p(x) = 2x 5 e q(x) = 7x + 8, onde
c
os termos de grau maior sao 2x e 7x respetivamente.
Logo,
p(x) 2x 2
x 2 2
lim = lim = lim = lim =
x+ q(x) x+ 7x x+ 7
x x+ 7 7
2x3 3x + 5
10. lim
x 4x5 2
Solu
cao: Sendo p(x) = 2x3 3x + 5 e de q(x) = 4x5 2, pelo Teorema 1.11, temos
2x3 3x + 5 2
lim = lim =0
x 4x5 2 x 4x2
x4 3x + 5
11. lim
x+ 2 + 4x x2
Solu
cao: Sejam p(x) = x4 3x + 5 e q(x) = 2 + 4x x2 . Usando o Teorema 1.11,
2
x4 3x + 5 x4 x4
lim = lim = lim = lim (x2 ).
x+ 2 + 4x x2 x+ x2 x+ (1)x2 x+
x4 3x + 5
lim = lim (x2 ) = .
x+ 2 + 4x x2 x+
3 2x + x2 4x3
12. lim
x x3 + 5x2 + 4
Solu
cao: Usando o Teorema 1.11, temos
x3 + 3x2 5
13. lim
x 8 5x x2
Solu
cao: Sejam p(x) = x3 + 3x2 5 e de q(x) = 8 5x x2 . Pelo Teorema 1.11,
temos
1
x3 + 3x2 5 x3 x3
lim = lim = lim = lim (x) = +.
x 8 5x x2 x x2 x (1)x2 x
Na Economia, o custo m edio e o custo por unidade para produzir uma certa quanti-
dade, isto e, o custo total dividido pelo numero de unidades produzidas. Se o custo para
producir uma quantidade x e dado pela funcao C(x), entao a funcao custo medio C e
dada por
C(x)
C(x) = .
x
Exemplo 1.19 Vamos voltar ao Exemplo 1.13 e calcular os limites no infinito para as
funcoes custo C(x) e custo medio C(x). Lembre-se que a funcao de custo e
x2 + 1
se x 16
C(x) = 100
252 + x+
x
se x > 16
Neste caso, nao podemos usar o Teorema 1.11 porque nao temos um quociente de
polinomios, mas podemos deduzir o limite usando argumentos similares. Na expressao
100
o numerador e constante e o denominador cresce indefinidamente quando x
x+ x
+. Logo,
100
lim = 0.
x+ x + x
Usando as propiedades dos limites do Teorema 1.2 da Secao 1.2, temos
100 100
lim C(x) = lim 252 + = lim 252 + lim = 252 + 0.
x+ x+ x+ x x+ x+ x + x
Acontece o mesmo problema com o calculo do limite ja que nao temos uma relacao de
100
dois polinomios, mas podemos fazer um razocnio analogo. Temos que a funcao
x(x + x)
e um quociente onde o numerador e constante e o denominador cresce ilimitadamente
quando x aumenta. Logo,
100
lim = 0.
x x(x + x)
Usando agora o Teorema 1.9 e o Teorema 1.2, obtemos
252 100 252 100
lim C(x) = lim + = lim + lim = 0 + 0 = 0.
x+ x+ x x(x + x) x+ x x+ x(x + x)
Entao temos que o custo medio por livro tende para zero quando aumentamos o n
umero
de livros impressos.
1.4.3 O n
umero e
3
Leonhard Paul Euler (17071783) foi um grande matematico e fsico suco de lngua alema que passou
a maior parte de sua vida na R ussia e na Alemanha. Fez importantes descobertas em campos variados
em calculo, mecanica, considerado um dos mais proeminentes matematicos
optica, astronomia e grafos. E
do seculo XVIII.
4
John Napier (1550 1617) foi um matematico, fsico, astronomo, astrologo e teologo escoces. Na
decodificac
ao dos logaritmos naturais, Napier usou uma constante que, embora nao a tenha descrito, foi
a primeira referencia ao notavel e, descrito quase 100 anos depois por Leonhard Euler.
Logo, x
1
lim 1+ = e.
x x
Vamos ver um exemplo economico de composic ao contnua de interesse onde o
n
umero e tem um papel importante. Suponha que uma quantidade de dinheiro e investido
e os juros sao compostos apenas uma vez. Se P0 e o investimento inicial e r e a taxa de
juros (expresso como um decimal), o saldo P1 apos adicionar os juros sera de
P1 = P0 + P0 r = P0 (1 + r),
Suponhamos agora que calculamos de novo os juros para nosso novo valor P1 . Agora,
com uma taxa de juros de r e chamando de P2 ao saldo final apos adicionar os juros,
temos que
r r r 2
P2 = P1 + P 1 = P1 1 + = P0 1 + .
k k k
No final do primeiro ano, o balanco final depois de k periodos e de
r k
P0 = P0 1 + .
k
2x
Exemplo 1.20 Considerando a funcao f (x) = , cujo grafico esta esbocado na Fi-
x1
gura 1.15, verificamos, por exemplo, que lim+ f (x) = +. Entao a reta x = 1 e uma
x1
assntota vertical do grafico da funcao f .
Quando f (x) tende para um valor finito b quando x aumenta ou diminui ilimitada-
mente, dizemos que a reta y = b e uma assntota horizontal do grafico de f .
No Exemplo 1.20 anterior, lim f (x) = 2. Entao a reta y = 2 e uma assntota hori-
x
zontal do grafico de f .
Definic
ao 1.6 Seja f uma funcao real com valores em R. A reta x = a e chamada de
afico de f se algum dos limites lim f (x) = se verifica.
assntota vertical do gr
xa
Definic
ao 1.7 Seja f uma funcao real com valores no R. A reta y = b e chamada de
assntota horizontal da fun cao f se algum dos limites lim f (x) = b se verifica.
x
Observac ao: Para localizar as possveis assntotas verticais do grafico de uma funcao
p(x)
racional f tal que f (x) = , onde p e q sao polinomios, devemos procurar valores tais
q(x)
que q(a) = 0 e p(a) 6= 0. Para achar as assntotas horizontais devemos calcular os limites
de f quando x . Se algum desses limites existe (e finito), entao o valor do limite
determina a assntota horizontal.
x2
1. f (x) = 2
x 4
Solu c
ao: Para calcular as possveis assntotas verticaies vamos determinar os va-
lores onde o denominador nao esta definido. Como x2 4 = (x + 2)(x 2), entao
sera zero se x = 2 ou x = 2. De fato, temos que o domnio da funcao f e
D(f ) = R {2, 2}.
Vamos estudar os limites laterais nesses valores.
x2 x2 x2
lim = lim = lim = lim 1 = 1.
x x2 4 x x2 x x2 x
x2
Logo temos que lim = 1 e, portanto, y = 1 e assntota horizontal do grafico
x x2 4
de f
Na Figura 1.16 podemos ver o grafico de f e suas assntotas.
x2
Figura 1.16: Grafico da funcao f (x) =
x2 4
2x
2. g(x) =
x2 + 4
Solu ao: Temos que o denominador nunca tem valor zero porque x2 + 4 e sempre
c
positivo. Portanto o dominio da funcao e D(g) = R e nao existem assntotas
verticais.
Vamos estudar agora a existencia de assntotas horizontais estudando o limite da
funcao g quando x . Apesar de nao ter um polino
nio no denominador, temos
que o limite no infinito de x2 + 4 e como o limite de x2 . Mas agora temos que
ter cuidado com o sinal do limite.
Como o valor de x2 sempre e positivo, entao o limite
quando x de x2 + 4
2
sempre sera +. Se fizessemos a simplificacao x = x estaremos cometendo um
erro no calculo do limite pois lim x = . Vamos introducir a funcao valor
x
absoluto, que denotamos por f (x) = |x| para determinar as assintotas horizontais
da funcao h. A funcao valor absoluto e definida por
x se x 0
|x| =
x se x < 0
Logo,
lim x2 + 4 = lim x2 = lim |x| = lim x = +,
x+ x+ x+ x+
e
lim x2 + 4 = lim x2 = lim |x| = lim (x) = +,
x x x x
Logo,
2x 2x 2
x
lim = lim = lim = 2,
x+ |x| x+ x x+ x
e
2x 2x 2
x
lim g(x) = lim = lim = lim = 2.
x x |x| x x x+ (1)x
Logo y = 2 e y = 2 sao assntotas horizontais do grafico de g.
Na Figura 1.17 podemos ver o grafico de g e suas assntotas.
2x
Figura 1.17: Grafico da funcao g(x) =
x2 + 4
x2 + 4
3. h(x) =
x
Soluc
ao: Temos que a funcao h nao esta definida para o valor x = 0 e, portanto,
seu domnio e D(h) = R+ .
x2 + 4 x2 x2
lim = lim = lim lim x = .
x x x x x x
x
x2 + 4
Figura 1.18: Grafico da funcao h(x) =
x
Relac
ao de exerccios - 1: Limite de funco
es de uma vari
avel real
1. Determine os limites
(a) lim 5 3x x2 x2 49
x1 (m) lim
x7 x + 7
(b) lim 5x2 7x 3 r
x3 x4
(n) lim 3
x2 + 2 + 1 x3 6x2 + 2
(c) lim 2
x2 x + 2x x2 + 4x + 3
(o) lim
4t2 25 x3 x+3
(d) lim5
t 2 2t 3 (3 + y)2 9
(p) lim
2 x2 y0 y
(e) lim
x2 4x x+2 2
(q) lim
x2 + 1 x0 x
(f) lim1
x 2 1 + 2x + 8 3y
(r) lim
y3 3 3y
y 3 5y
(g) lim z3
y2 y + 3 (s) lim
r
3
z3 z+1+5
3 27x + 4x 4
(h) lim 3z 3 2z 2 4z + 1
x1 x10 + 4x2 + 3x (t) lim
z1 z1
4 u2 2
(i) lim y + 2y + 1
u1 u + 3 (u) lim
y0 y+5
t2 + 4t + 3 3
(j) lim x x
t1 t2 1 (v) lim
r x0 x
8t + 1 u2
(k) lim (w) lim 2
t1 t+3 u2 3u u3
9x2 64 9 x2
(l) lim8 (x) lim
x 3 3x 8 x3 x + 3
(a) lim+ x3 2x + 5 r2 9
x2 (c) lim +
r3 3 r
r2 + 2r 3
(b) lim+ x (d) lim+
x0 r1 r1
y2 + 1 1
(d) lim (l) lim 3
y2 y+2 y0 y
y2 + 1 1
(e) lim+ (m) lim 2
y2 y + 2 y0 y
1 1
(f) lim+ (n) lim
y2 2 y y1 2y + 2
1y 3y
(g) lim+ (o) lim
y5 (y 5)2 y8 (y + 8)2
3+y 5
(h) lim (p) lim
y1 (y 1)2 y4 y 4
7. Calcular os limites
(d) lim s5 + s3 + 9 1 + r2
s (l) lim
r 1 2r
4
(e) lim 5 + t 7t2
t t5
(m) lim
3 t t3 + 2t 1
(f) lim
u 10u2 4y + 1
7 (n) lim
(g) lim y 4 y
x 2x2
x+2 2s + 3
(h) lim (o) lim
s 6s + 7
x x + 4
2x4 + x2 + 4 2 + 3w w3
(i) lim (p) lim
x x2 2x + 7 w 5
8. Depois de varios estudos sobre a populacao de uma pais, se estima que a populacao
2
em t anos desde agora ser
a de p = 0.2t + 1500 milhares de pessoas e que o PIB
do pais sera de de E = 9t2 + 0.5t + 179 bilhoes de reais. Se a renda per capita e
determinada como o quociente entre o PIB e populacao, determinar a tendencia da
renda per capita quando t +.
Dica: Cuidado com as unidades.
Derivada de funco
es
de uma vari
avel real
Vamos iniciar esse captulo considerando dois problemas aplicados: o primeiro consiste em
determinar o coeficiente angular (inclinacao) da reta tangente em um ponto do grafico de
uma funcao e o segundo em estudar a variacao de uma grafica da relacao entro a percen-
tagem de desemprego e a porcentagem correspondente da inflacao. Essas duas aplicacoes,
aparentemente tao diversas, vao conduzir ao mesmo conceito: o de derivada. Mais adi-
ante, definiremos a derivada como o limite de uma funcao. Isso vai permitir aplicar o
conceito de derivada a qualquer quantidade ou grandeza que possa ser representada por
uma funcao.
2.1 Noc
ao intuitiva de derivada:
interpretac
ao geometrica e taxa de varia
cao
55
2.1. NOC INTUITIVA DE DERIVADA
AO CAPITULO 2. DERIVAC
AO
desejada.
Vamos supor que P = (x0 , f (x0 )) e um ponto no grafico de f e que a abscissa de Q
esteja a uma distancia de x1 de x0 . Desse modo, a abscissa de Q e x0 + x. Como Q
pertence ao grafico de f , a ordenada de Q e f (x0 +x). Assim, Q = (x0 +x, f (x0 +x)).
Na Figura 2.1 temos o grafico de f e os pontos P e Q.
Chamando por y a distancia entre f (x0 ) e f (x0 +x), isto e y = f (x0 +x)f (x0 ),
o coeficiente angular ms da reta secante, que chamaremos de s e (ver Sesao 3 da Revisao)
f (x0 + x) f (x0 )
mt = lim .
x0 x
f (x0 + x) f (x0 )
m = lim ,
x0 x
existe (e finito), dizemos que a reta no plano xy contendo o ponto (x0 , y0 ) e tendo coefi-
ciente angular m e a reta tangente ao grafico de f no ponto (x0 , y0 ).
Observac
ao: Se f e contnua em x0 e
f (x0 + x) f (x0 )
lim = ,
x0 x
dizemos que a reta vertical x = x0 e a reta tangente ao grafico de f em (x0 , y0 ).
1
A notac
ao x e usada para escrever uma variacao pequena de un valor. Neste caso, como a variac
ao
e feita no eixo x, denotamos por x.
Figura 2.1: Reta secante ao grafico da funcao f que pasa pelos pontos P e Q [Video]
Soluc
ao: Para obter a reta tangente precisamos calcular aos coeficientes mt e b da
formula
y = mx + b,
onde m e o coeficiente angular e b a ordenada na origem (ver Sesao 3 da Revisao). Logo,
pela Definicao 2.1,
f (1 + x) f (1)
m = lim
x0 x
(1 + x)2 + 4(1 + x) (12 + 4 1)
= lim
x0 x
2
(x) + 6x
= lim
x0 x
(x)2 + 6
x
= lim
x0 x
= lim (x + 6) = 6.
x0
Logo temos que y = 6x + b. Como a reta tangente passa pelo ponto (1, 5), temos que
5 = 6 1 + b b = 1,
Figura 2.2: Reta tangente ao grafico da funcao f que pasa pelo ponto (1, 5)
Quando o valor aumenta, a reta tem inclinacao positiva e quando diminui, a inclinacao
e negativa e suas inclinacoes sao maiores quanto mais aumenta ou diminui o valor.
Assim, podemos definir a taxa de variacao de uma funcao num ponto como o coeficiente
angular da reta tangente nesse ponto.
Definic
ao 2.2 Seja y = f (x). A taxa de varia
cao (instant
anea) de y em rela
c
ao
a x quando x tem o valor x0 e dada por
f (x0 + x) f (x0 )
lim .
x0 x
Exemplo 2.2 Suponha que o custo semanal, em reais, para a fabricacao de x geladeiras
seja dado pela funcao C(x) = 8.000 + 400x0.2x2 com 0 x 400. Determine a taxa de
variacao da funcao custo em relacao `a x quando x = 250.
C(250 + x) C(250)
C 0 (250) = lim
x0 x
8.000 + 400(250 + x) 0, 2(250 + x)2 95.500
= lim
x0 x
8.000 + 100.000 + 400x 12.500 100x 0, 2(x)2 95.500
= lim
x0 x
300x 0, 2(x)2
= lim
x0 x
300
x 0, 2(x)2
= lim
x0 x
= lim (300 0, 2x) = 300.
x0
Definic
ao 2.3 Dada uma funcao f (x), a funcao definida por
f (x + x) f (x)
f 0 (x) = lim
x0 x
e chamada de (funcao) derivada de f (x).
Observaco
es:
i) O limite indicado na Definicao 2.3 pode existir para alguns valores de x e deixar de
existir para outros. Se o limite existe (e finito) para x = a, dizemos que a funcao e
deriv avel (diferenci
avel) em a.
ii) A notacao f 0 usada na definicao anterior tem a vantagem de enfatizar que a derivada
de f e uma funcao de x que esta associada de certa maneira com a funcao f dada.
Se a funcao e apresentada na forma y = f (x), com a variavel dependente explcita,
entao o smbolo y 0 e usado em lugar de f 0 (x). A derivada de y = f (x) e tambem
df dy
indicada por ou e algumas vezes por Dx y ou Dx f .
dx dx
Como ja mostramos nas secoes anteriores, a derivada tem uma interpretacao geometrica
e outra como taxa de variacao. Assim:
2.2 Regras b
asicas de deriva
c
ao
A operacao de encontrar a derivada de uma funcao e chamada derivac ao ou diferen-
ciac
ao e pode ser efetuada aplicando-se a definicao de derivada. No entanto, como esse
processo e usualmente demorado, precisamos de algumas regras (teoremas que sao pro-
vados a partir da definicao de derivada) que possibilitem encontrar a derivada de certas
funcoes mais facilmente.
u 0 u0 v uv 0
7. Regra do quociente: Se f (x) = e v 6= 0 entao f (x) = .
v v2
f (x + x) f (x)
f 0 (x) = lim
x0 x
cc
= lim
x0 x
0
= lim = 0.
x0 x
Se a funcao f (x) e uma reta como acontece quando f (x) = x, entao a reta tangente
em cada ponto do grafico da funcao tambem coincide com a propria funcao e o valor do
coeficiente angular sera o mesmo que o valor do coeficiente angular da reta f (x) = x,
sendo neste caso de 1. Se a funcao fosse qualquer outra reta da forma y = mx + b, onde
m e o coeficiente angular e b e a ordenada na origem (ver Secao 3 da Revisao), entao
a inclinacao da reta tangente em cada ponto sera a inclinacao da mesma reta, obtendo
dy
= m para todo valor x real. A Figura 2.5 mostra um exemplo para f (x) = 3x 1.
dx
Tambem podemos usar a definicao de funcao derivada para mostrar o anterior. Seja
f (x) = mx + b uma reta. Entao,
f (x + x) f (x)
f 0 (x) = lim
x0 x
m(x + x) + b (mx + b)
= lim
x0 x
mx
+ mx + b b
mx
= lim
x0 x
m x
= lim
x0 x
= lim m = m.
x0
Para a regra da potencia, somente vamos mostrar alguns graficos e vdeos de exemplos
concretos.
Exemplo 2.4 Seja f (x) = x2 + 4x. Pela Proposicao 2.1, usando a regra da soma
Portanto, a reta tangente em cada ponto do grafico de f tem por coeficiente angular
m = 2x + 4, que depende do valor x. Para calcular a formula da reta tangente no ponto
(1, f (1)) = (1, 5), so precisamos determinar o valor da ordenada na origem na formula
geral de uma reta y = mx + b. Como a reta pasa tambem pelo ponto (1, 5), temos que o
valor de y para x = 1 e de y = 5. Substituindo os valores de x, y e m = 2 1 + 4 = 6 na
formula, podemos calcular o valor de b.
5 = 6 1 + b b = 1
Na Figura 2.6 podemos ver varias retas tangentes ao grafico da funcao que passam pelos
pontos (6, f (6)) = (6, 12) (azul), (4, f (4)) = (4, 0) (vermelha) e (1, f (1)) =
(1, 5) (verde). Se calculamos os coeficientes angulares dessas retas obtemos que
No vdeo podemos apreciar como os valores dos coeficientes angulares dessas retas
estao de fato na funcao f 0 (x) = 2x + 4.
Exemplo 2.5 Seja f (x) = x3 4. Pela Proposicao 2.1, usando a regra da soma
Entao as retas tangentes em cada ponto do grafico da funcao f tem uma inclinacao m
que depende do valor do x com a formula m = 3x2 = f 0 (x). Para determinar a equacao da
reta tangente ao grafico de f que passa pelo ponto (1, 3), precisamos calcular o coeficiente
angular m e a ordenada na origem b na formula y = mx + b. Como m = f 0 (1) = 3 12 = 3
e temos que y = 3 se x = 1 porque (1, 3) e tambem um ponto na reta tangente, podemos
calcular b.
3 = 3 1 + b b = 6
Logo a formula da reta tangente ao grafico de f no ponto (1, 3) e y = 3x 6.
Na Figura 2.7 mostra varias retas tangentes ao grafico da funcao que passam pelos
pontos (3, f (3)) = (3, 31) (vermelha), (1, f (1)) = (1, 3) (azul) e (2, f (2)) = (2, 4)
(verde). Se calculamos os coeficientes angulares dessas retas obtemos que
No vdeo podemos apreciar como os valores dos coeficientes angulares dessas retas
estao de fato na funcao f 0 (x) = 3x2 .
Exemplo 2.6 Seja f (x) = x + x2 . Usando primeiro a regra da soma para calcular a
derivada da funcao f e depois as regras da identidade e da potencia obtemos,
O coeficiente angular de cada reta tangente do grafico da funcao f no ponto (x, f (x)) e
m = 1 2x3 . Observando a Figura 2.8 podemos ver varias retas
tangentes
ao grafico de
65
f que passam pelos pontos (1, f (1)) = (1, 0), (4, f (4)) = 4, e (1, f (1)) = (1, 2).
16
Se calculamos os coeficientes angulares dessas retas obtemos que
Exemplo 2.7 Seja f (x) = 2 x. Usando a regra do produto por uma constante primeiro
temos que
f 0 (x) = (2 x)0 = 2( x)0
1
Usando o fato de que x = x 2 , podemos aplicar a regra da potencia. Assim, a derivada
da funcao e
1 1 1
f 0 (x) = (2 x)0 = 2( x)0 = 2(x 2 )0 = 2x 2 1
2
1 1 1
= x 2 = 1 = .
x2 x
Logo, para qualquer valor x no domnio da funcao, o coeficiente angular da reta tan-
1
gente que passa pelo ponto (x, f (x)) e m = . Na Figura 2.9 podemos observar alguns
x
exemplos.
Figura 2.9: Retas tangentes ao grafico de f (x) = 2 x em distintos pontos. [Video]
Logo, para os pontos (1, f (1)) = (1, 2), (4, f (4)) = (4, 4) e (9, f (9)) = (9, 6), os
coeficientes angulares das retas tangentes nesses pontos sao,
1
f 0 (1) = = 1 = m1 , coeficiente angular da reta tangente y = x + 1
1
1 1 1
f 0 (4) = = = m2 , coeficiente angular da reta tangente y = x + 2
4 2 2
1 1
f 0 (9) = = = m3 , coeficiente angular da reta tangente y = |f rac13x + 3
9 3
Vamos ver mais alguns exemplos da aplicacao das regras da Proposicao 2.1.
Exemplo 2.8
i) f (x) = x3 + 4x + 7.
Solu
cao: Pela regra da soma,
df d 3 d 3 d d
= (x + 4x + 7) = (x ) + (4x) + 7.
dx dx dx dx dx
Usando agora as regras da potencia, da constante, da identidade e do produto por
uma constate, obtemos
df
= 3x31 + 4 1 + 0 = 3x2 + 4.
dx
Soluc
ao: Usando de novo a regra da soma primeiro e depois as regras da potencia,
da constante, da identidade e do produto por uma constate, obtemos
iii) y = 3x 4 x.
1
Solu ao: Primeiro lembramos que x = x 2 . Assim, pelas regras da soma, da
c
potencia, da constante, da identidade e do produto por uma constate, obtemos
dy d 1
= (3x 4x 2 )
dx dx
d d 1
= (3x) (4x 2 )
dx dx
dx d 1
= 3 4 (x 2 )
dx dx
4 1 1
= 3 1 x2
2
1 2
= 3 2x 2 = 3 .
x
Soluc
ao: Aplicando a regra do produto onde identificamos como u = (2x + 1) e
v = (3x2 + 5x),
v) y = (4x2 2)(7x3 + x)
Solu c
ao: Aplicando primeiro a regra do produto e depois as regras da soma, da
potencia, da constante, da identidade e do produto por uma constate, obtemos
2
vi) f (x) =
x
2
Solu ao: Como = 2x1 , vamos aplicar a regra da potencia e do produto por uma
c
x
constante. Logo,
2
f 0 (x) = (2x1 )0 = 2(1x11 ) = 2x2 = .
x2
u
Chamando de u = 2 e v = x, entao f (x) = e podemos aplicar a regra do quociente
v
para determinar a derivada. Assim,
(2)0 x 2(x)0 0x 2 1 2
f 0 (x) = 2
= 2
= 2,
x x x
obtendo o mesmo resultado.
7
vii) f (x) = .
5x3
1
Solu ao: Como 3 = x3 , pela regra da potencia e do produto por uma constante
c
x
obtemos
df d 7 df 7 3 7 31 21 4 21
= = x = (3x ) = x = .
dx dx 5x3 dx 5 5 5 5x4
u
Se chamamos de u = 7 e v = 5x3 , temos que f (x) = e podemos aplicar a regra do
v
F. Rivero e T. Salvador 71 Matematica para Economia I
2.2. REGRAS BASICAS DE DERIVAC
AO CAPITULO 2. DERIVAC
AO
quociente. Assim,
52 x6
21
=
5x4
3
viii) y =
3
x2
3 3 2
Solu ao: Usando que
c 3
= 2 = 3x 3 e pelas regras da potencia e do produto
x2 x3
por uma constante, tem-se
0 23 0 23 0 2 2 1 2 3 5 2 2
f (x) = (3x ) = 3(x ) = 3 x 3 = x 3 = 5 = 3
3 3 x3 x5
x3
x) y =
x2 3
Solu
cao: Chamando de u = x3 e de v = x2 3, podemos aplicar a regra do quociente.
Soluc
ao: Para calcular o custo marginal no valor x = 50, temos que calcular a
derivada da funcao C e avaliar nesse valor. Assim,
Na Figura 2.10 podemos observar o grafico da funcao custo C(x) e a reta tangente no
ponto (50, C(50)), que mostra a tendencia crescente da funcao nesse ponto.
Figura 2.10: Grafico do custo C(x) e do custo marginal para o valor x = 50.
Solu
c claro que a funcao lucro e a recita menos o custo.
ao: E
Logo, chamando de L(x) `a funcao lucro temos que L(x) = R(x) C(x).
Para achar o lucro marginal para uma producao de 10 unidades, precisamos calcular
dL
o valor de . Assim,
dx
d d d d
L(x) = (R(x) C(x)) = R(x) C(x)
dx dx dx dx
F. Rivero e T. Salvador 74 Matematica para Economia I
CAPITULO 2. DERIVAC
AO
2.2. REGRAS BASICAS DE DERIVAC
AO
Portanto,
d d d
L(x) = (900 225x) (x3 + 15x2 )
dx dx dx
31
= 0 225 1 (3x + 15(2x21 ))
= 225 + 3x2 30x.
d
Entao, o lucro marginal para 10 unidades e L(10) = 225 + 3 102 30 10 = 225
dx
unidades monetarias por produto.
Resposta: O lucro diminui a uma taxa de 225 u.m. por produto fabricado para a
fabricacao de 10 produtos.
Exemplo 2.11 Estima-se que o produto interno bruto (PIB) de um pas daqui a x anos
seja (em bilhoes de dolares) de f (x) = x2 + 2x + 50 para 0 x 7. Determine a taxa
na qual o PIB estara variando daqui a 4 anos.
Queremos determinar agora a taxa de variacao da funcao lucro. Podemos fazer isso
desenvolvendo (t2 + 5t)3 e derivando o polinomio resultante. Assim,
dL d d 6
(t2 + 5t)3 = t + 15t5 + 75t4 + 125t3 = 6t5 + 75t4 + 300t3 + 375t2 .
=
dt dt dt
F. Rivero e T. Salvador 75 Matematica para Economia I
2.2. REGRAS BASICAS DE DERIVAC
AO CAPITULO 2. DERIVAC
AO
dL dL du
= = 3u2 (2t + 5).
dt du dt
Observaco
es:
dy du
i) Uma forma de lembra-la e pensar que e sao quocientes e que podemos sim-
du dx
plificar du, iste e
dy dy du
= .
dx dx
du
ii) As vezes, quando temos que calcular derivadas de composicao de funcoes, uma forma
simples de lembrar a regra da cadeia e identificar a funcao f como a a funcao de fora
e identificar a funcao g como a funcao de dentro. Assim, a formula
dy
= f 0 (g(x))g 0 (x),
dx
fala que a derivada da funcao y = f (g(x)) em relacao a variavel x e a derivada da
funcao de fora avaliada na funcao de dentro por a derivada da funcao de dentro.
Solu c
ao: Observamos que a funcao f na variavel x e uma composicao da funcao
f (u) = u9 e da funcao u(x) = x2 + 3x 2. Chamando de y = f (u(x)), pela regra
da cadeia temos que
dy dy du
= = 9u8 (2x + 3) = 9(x2 + 3x 2)8 (2x + 3).
dx du dx
Solu ao: Neste caso temos que a funcao de fora e f (u) = u5 e a funcao de dentro
c
e g(x) = 3x3 + 5x2 4. Como f 0 (u) = 5u4 , pela regra da cadeia temos
d
f (g(x)) = f 0 (g(x))g 0 (x) = 5(3x3 + 5x2 4)4 (9x2 + 10x).
dx
3. y = 6x 1.
Solu
cao: Identificando f (u) = u = u1/2 e u(x) = 6x 1, pela regra da cadeia
dy dy du 1 1 1 3
= = u 2 6 = 3(6x 1) 2 = .
dx du dx 2 6x 1
Solu
cao: Primeiro aplicamos a regra do produto,
0
y 0 = (4x2 )0 (2x 1)4 + 4x2 (2x 1)4 .
0
Temos que (4x2 )0 = 8x e uma derivacao direita, mas para determinar ((2x 1)4 )
precisamos da regra da cadeia. Chamando de f (u) = u4 e g(x) = 2x 1, e como
f 0 (u) = 4u3 , entao
d
f (g(x)) = f 0 (g(x))g 0 (x) = 4(2x 1)3 2 = 8(2x 1)3 .
dx
Logo,
y 0 = 8x(2x 1)4 + 4x2 8(2x 1)3 = 8x(2x 1)3 (6x 1).
10
x2
5. f (x) =
x+1
Solucao: Neste exemplo precisamos aplicar primeiro a regra da cadeia e depois a
x2
regra do quociente. Chamando de f (u) = u10 e de u(x) = , temos
x+1
dy dy du 9 d x2
= = 10u .
dx du dx dx x + 1
Aplicando agora a regra do quociente para a funcao u,
d x2 (x + 1) (x 2) 3
= 2
= .
dx x + 1 (x + 1) (x + 1)2
Assim, substituindo o anterior e o valor de u podemos calcular a derivada de y.
9
30(x 2)9
dy x2 3
= 10 = .
dx x+1 (x + 1)2 (x + 1)11
Solu c
ao: Precisamos calcular a taxa de variacao da funcao D em relacao `a variavel
dD
t, isto e . Vamos aplicar a regra da cadeia. Como
dt
dD d 8000 8000
= = 2
dp dp p p
e
dp d 3 3 1 1
= (0.06t 2 + 22.5) = 0.06 t 2 = 0.09t 2 ,
dt dt 2
entao 1
dD dD dp 8000 1 720t 2
= = 2 0.09t 2 = 2 . (2.1)
dt dp dt p p
2.3 Derivac
ao Implcita
Todas as funcoes com as quais trabalhamos ate o momento foram dadas por equacoes da
forma y = f (x), nas quais a variavel dependente y e definida explicitamente por uma
o caso, por exemplo, de y = x3 4x + 1.
expressao envolvendo a variavel independente x. E
A equacao 4x1 = x3 y define a mesma funcao y = f (x), mas dizemos, nesse caso,
que y = f (x) esta definida implicitamente pela equacao.
Nesse exemplo, a funcao pode ser expressa facilmente nas formas explcita e implcita.
Outras funcoes, no entanto, sao definidas implicitamente por uma equacao que envolve
tanto a variavel independente como a variavel dependente e na qual e difcil ou mesmo
o caso, por exemplo, da equacao
impossvel explicitar a variavel dependente. E
x2 y + 2y 3 = 3x + 2y. (2.2)
Vamos supor que conhecemos uma equacao que define y implicitamente como uma
dy
funcao de x e temos necessidade de calcular a derivada .
dx
Se a equacao dada nao pode ser resolvida explicitamente para y, mas sabemos que
existe uma funcao f tal que y = f (x), podemos obter sua derivada atraves de uma tecnica
simples, que utiliza a regra da cadeia, e que pode ser usada sem a necessidade de explicitar
y. Essa tecnica e conhecida como derivac ao implcita.
Dada uma equacao na qual se estabelece y implicitamente como uma funcao de x,
dy
podemos calcular derivando a equacao termo a termo e utilizando a regra da cadeia
dx
quando derivarmos os termos contendo y; a seguir, resolvemos a equacao resultante para
dy
.
dx
Vamos aplicar essa ideia na equacao (2.2) anterior. Suponhamos que a variavel y e
uma funcao da variavel x, isto e, y e a variavel dependente e x a variavel dependente.
Logo, derivando termo a temo a equacao obtemos
d 2 d d d
(x y) + (2y 3 ) = (3x) + (2y).
dx dx dx dx
variavel x. Logo,
dh dh dy dy
= = 6y 2 .
dx dy dx dx
Finalmente, a derivada de 2y e
d dy
(2y) = 2 .
dx dx
dy
Resolvendo a equacao anterior para ,
dx
dy 3 2xy
= 2 .
dx x + 6y 2 2
Exemplo 2.14 Determine a reta tangente ao grafico da funcao y = f (x) definida impli-
citamente na equacao
x2 y 3 6 = 5y 3 + x (2.3)
quando x = 2.
Soluc
ao: Precisamos obter a equacao da reta tangente rt = mx + b. Como o coefici-
ente angular da reta tangente ao grafico para o valor x = 2 e o valor da derivada nesse
ponto, vamos calcular o valor de f 0 (x). Neste caso e mais conveniente usar a derivacao
dy
implcita para determinar a derivada porque f 0 (x) = . Assim, derivando termo a termo
dx
a formula (2.3),
d d
x2 y 3 6 = 5y 3 + x
dx dx
dy dy
2xy 3 + 3x2 y 2 = 15y 2 +1
dx dx
dy
Resolvendo para , obtemos
dx
dy 1 2xy 3
= 2 2 .
dx 3y (x 5)
Para determinar o valor de f 0 (2) precisamos de novo de (2.3) para calcular o valor
de y para x = 2. Logo 22 y 3 6 = 5y 3 + 2. Isolando y obtemos que y 3 = 8 e, portanto
dy
y = 2. Portanto f (2) = 2. Usando os valores para , obtemos que
dx
1 2(2(2)3 )
0 dy 33 11
f (2) = = 2 2
= = .
dx x = 2
3(2) (2 5) 12 4
y = 2
Para achar o valor da ordenada na origem b, usamos que o ponto (2, 2) do grafico
11 7
y = f (x) e tambem um ponto da reta tangente. Logo, 2 = 2 + b e b = e a
4 2
equacao da reta tangente e
11 7
rt = x+ ou 4rt = 11x + 14.
4 2
Exemplo 2.15
dx dy
2x 2y = 0.
dt dt
dx dy dy
Da x y = 0. Para x = 4, y = 5 e = 0.08 temos
dt dt dt
dx
4 0.4 = 0.
dt
dx
Logo = 0.1.
dt
2. Suponha que x mil unidades de uma mercadoria sao vendidas semanalmente quando
o preco e de p reais por unidade e que x e p satisfacam a equacao de demanda
p + 2x + xp = 38. Determine a taxa com a qual as vendas estao variando no tempo,
quando x = 4, p = 6 e o preco esta diminuindo a uma taxa de 40 centavos por
semana.
Solu
cao: Derivando implicitamente a equacao de demanda em relacao a t temos:
dp dx dx dp
+2 +p +x =0
dt dt dt dt
dx dp
Queremos determinar quando x = 4, p = 6 e = 0.40R$/sem.
dt dt
Logo
dx dx
0, 40 + 2 + 6 1.60 = 0.
dt dt
dx dx
Da 8 = 2. Entao = 0.25 (mil unidades por semana).
dt dt
Resposta: Quando o preco diminui a uma taxa de 40 centavos por semana, as vendas
aumentam a uma taxa de 250 unidades por semana.
Solu
cao: Precisamos determinar a taxa de variacao da demanda em relacao ao
dx
tempo, isto e . Derivando termo a termo obtemos
dt
dx dp dx dp
2x + 3 x + p + 2p = 0. (2.4)
dt dt dt dt
Como p(2) = 10, podemos substituir o valor para obter o valor da demanda. Assim,
Ja que consideramos que o valor da demanda nao pode ser negativa, temos que
quando t = 2, p = 28 e x = 1.
dx
Colocando agora os valores anteriores na equacao (2.4) e resolvendo para , entao
dt
dx dp dx dp
2x + 3 x + p + 2p = 0
dt dt dt dt
dx dx
2 + 3 28 + 10 + 560 = 0
dt dt
dx 644 161
= = 20.13.
dt 32 8
Casos particulares:
Na Figura 2.11 temos algumas retas tangentes da funcao f (x) = ex nos pontos
(0, 1), (2, e2 ) e (3, e3 ). No vdeo podemos ver como a derivada da funcao e a mesma
funcao.
Exemplo 2.16
2
1. f (x) = 3x .
Solu
cao: Chamando de u = x2 e como u0 = 2x, aplicando a proposicao anterior
com a = 3, temos
2
f 0 (x) = u0 au ln(a) = 2x3x ln(3).
2 15x
2. g(x) = 52x .
Solu
cao: Neste caso temos que a base e a = 5 e a funcao u = 2x2 15x. Logo,
2 15x
g 0 (x) = u0 5u = (4x 15)52x ln(5).
1
3. h(x) = 7 x .
1
Solu
cao: Chamando de u = = x1 e como u0 = x2 , pela Proposicao 2.2,
x
1
0 u 2 x1 7 x ln(7)
h(x) = u 7 ln(7) = (x )7 ln(7) = .
x2
x
4. k(x) = e .
1
Solu
cao: Usando o primeiro caso particular e chamando de u = x = x 2 , temos
que
1 1 1 e x
k 0 (x) = u0 eu = x 2 ex 2 = .
2 2 x
5. l(x) = e6x + 1
Solu c
ao: Primeiro temos que usar a regra da cadeia para l(x) = f (g(x)), onde
f (u) = u e g(x) = e6x + 1. Logo,
1 1
l0 (x) = f 0 (g(x))g 0 (x) = (e6x + 1) 2 (e6x + 1)0 .
2
Casos particulares:
u0
i) Se f (x) = ln(u) entao f 0 (x) = .
u
1
ii) Se f (x) = ln(x) entao f 0 (x) = .
x
Na Figura 2.12 podemos observar algumas retas tangentes da funcao f (x) = ln(x)
nos pontos (1, 0), (e, 1) e (e2 , 2). No vdeo podemos ver como a derivada da funcao e
1
f 0 (x) = .
x
Exemplo 2.17
Solu
cao: Chamando de u = 3x2 2x + 1 e como u0 = 6x 2, pela Proposicao 2.3
temos
u0 6x 2
f 0 (x) = = 2
.
u ln(2) (3x 2x + 1) ln(2)
2. f (x) = log(4x5 7).
Solu
cao: Como a base do logaritmo e 10, entao
(4x5 7)0 20x
f 0 (x) = 5
= 5
.
(4x 7) ln(10) (4x 7) ln(10)
Figura 2.12: Retas tangentes no grafico da funcao f (x) = ln(x) em distintos pontos.
[Video]
Solu
cao: Aplicando a regra da derivada de um produto por uma constante e a
Proposicao 2.3 onde a base e o n
umero e, obtemos
(2x 1)0 6
g10 (x) = 3(ln(2x 1))0 = 3 = .
2x 1 2x 1
Solu
cao: Chamando de u = (2x 1)3 ,
Observa
cao: Por que a derivada de g1 e a derivada de g2 sao iguais?
Solu ao: Primeiro precisamos aplicar a regra da cadeia onde f (u) = u3 e u(x) =
c
ln(2x 1). Assim,
df df du
=
dx du dx
df
Observamos que = 3u2 e, pela Proposicao 2.3,
du
du u0 2
= = .
dx u 2x 1
Portanto,
df 2 6(2x 1)2
= 3u2 = = 6(2x 1).
dx 2x 1 2x
1
x+1
6. f (x) = ln .
x
x+1
Soluc
ao: Usando a Proposicao 2.3 e chamando de u = , precisamos calcular
x
a derivada de u em relacao a variavel x. Pela regra do cociente,
0 (x + 1)0 x (x + 1)x0 x (x + 1) 1
u = = =
x2 x2 x2
Entao,
1
u 0 2 x x 1
f 0 (x) = = x = =
= .
u x+1 2
x (x + 1) x2 (x + 1) x(x + 1)
x
Se f (x) = sen(x), entao f 0 (x) = cos(x) e se g(x) = cos(x), entao g 0 (x) = sen(x).
Na Figura 2.13 podemos observar algumas retas tangentes das funcoes f (x) = sen(x)
5
e g(x) = cos(x) nos valores 0, e . No vdeo podemos ver as derivadas destas funcoes
2 4
trigonometricas.
Figura 2.13: Retas tangentes nos graficos das funcoes seno e cosseno
Na Figura 2.14 podemos observar algumas retas tangentes da funcao f (x) = tan(x)
nos pontos (1, 0), (e, 1) e (e2 , 2). No vdeo podemos ver como a derivada da funcao e
f 0 (x) = 1 + tan2 (x).
Exemplo 2.18
Solu
cao: Chamando de u = x2 1, temos que f 0 (x) = 2x sen(x2 1).
2. f (x) = sen(cos(x)).
Solu
cao: Vamos aplicar a regra da cadeia onde f (u) = sen(u) e g(x) = cos(x).
Assim
f 0 (x) = f 0 (g(x))g 0 (x) = cos(cos(x)) sen(x).
3. f (x) = tan(e2x+5 ).
Solu
cao: Chamando de u = e2x+5 e observando que u0 = 2e2x+5 ,
f 0 (x) = u0 (1 + tan(u)) = 2e2x+5 1 + tan2 (e2x+5 ) .
Figura 2.14: Retas tangentes para o grafico da funcao f (x) = tan(x) no intervalo ,
2 2
em distintos pontos. [Video]
4. f (x) = e2 tan(x)+5 .
Solu
cao: Se u = 2 tan(x) + 5, entao u0 = 2(1 + tan2 (x)). Pela Proposicao 2.2,
s
tan(x2 x)
5. f (x) = .
ln(1 x3 )
tan(x2 x)
Solu
cao: Pela regra da cadeia e chamando de u = , temos que
ln(1 x3 )
df df du
= ,
dx du dx
onde f (u) = u.
df 1 du
Pela regra da potencia da Proposicao 2.1 = . Vamos calcular agora
du 2 u dx
usando a regra do quociente.
0 0
du (tan(x2 x)) ln(1 x3 ) tan(x2 x) (ln(1 x3 ))
= .
dx (ln(1 x3 ))2
0
Pela Proposicao 2.5, (tan(x2 x)) = (2x 1) (1 + tan2 (x2 x)) e pela Proposicao
0 3x2
2.3, ln(1 x3 ) = . Logo,
1 x3
3x2
du (2x 1) (1 + tan2 (x2 x)) ln(1 x3 ) + tan (x2 x)
= 1 x3 .
dx (ln(1 x3 ))2
Finalmente,
2
2 2 3
(2x 1) (1 + tan (x x)) ln(1 x ) + tan(x x) 3x 2
df 1 1 x3
=
dx 2 u (ln(1 x3 ))2
2
2 2 3 2 3x
1 (2x 1) (1 + tan (x x)) ln(1 x ) + tan(x x) 1 x3
= q
tan(x2 x) (ln(1 x 3 ))2
2 ln(1x3 )
(2x 1) (1 + tan2 (x2 x)) 3x2 tan (x2 x)
1
= +
(1 x3 ) (ln(1 x3 ))2
q
2 tan(x
2 x) ln(1 x3 )
ln(1x3 )
p
(2x 1) (1 + tan2 (x2 x)) 3x2 tan (x2 x)
= p + q
2 tan(x2 x) ln(1 x3 ) (1 x3 ) (ln(1 x3 ))3
s
(2x 1) (1 + tan2 (x2 x)) 3x2 tan(x2 x)
= p + .
2 tan(x2 x) ln(1 x3 ) 1 x3 (ln(1 x3 ))3
f (g(x)) = ln(ex ) = x,
Definic
ao 2.4 Sejam A e B conjuntos de R e f e g duas funcoes reais contnuas tais
que f : A B e g : B A. Dizemos que g e fun
cao inversa de f se
Portanto,
d d
1= Id(x) = f (g(x)) = f 0 (g(x))g 0 (x).
dx dx
Resolvendo para g 0 (x) obtemos uma formula para a derivada da funcao inversa em
termos da derivada da funcao f .
1
g 0 (x) = .
f 0 (g(x))
2
A fun
cao identidade Id : R R e uma funcao que leva cada valor x de R em si mesmo, Id(x) = x.
Exemplo 2.19 Vamos calcular a derivada da funcao g(x) = ln(x) usando o Teorema
2.2. Como g(x) e a inversa da funcao exponencial f (x) = ex , obtemos
d d 1 1
ln(x) = g(x) = 0 = ln(x) .
dx dx f (g(x)) e
d 1 1
ln(x) = ln(x) = .
dx e x
Vamos definir e calcular as derivadas das funcoes inversas das funcoes trigonometricas.
Usualmente, sao chamadas de funcao de arco, pois retornam o arco correspondente a certa
funcao trigonometrica.
h i
1. Funcao arco seno: Funcao inversa da funcao seno definida no intervalo ,
2 2
com imagem no intervalo [1, 1], e a funcaoh arcsen(x) = sen1 (x), com domnio
i
D(arcsen) = [1, 1] e imagem Im(arcsen) = , .
2 2
Na Figura 2.15 podemos observar o grafica da funcao.
A derivada da funcao arcsen pode ser determinada usando o Teorema 2.2. Cha-
mando de f (x) = sen(x) e g(x) = arcsen(x),
d 1 1
arcsen(x) = 0 = .
dx f (g(x)) cos(arcsen(x))
p
sen2 (x0 ) + cos2 (x0 ) = 1 cos(x0 ) = 1 sen2 (x0 ).
Logo,
d 1
arcsen(x) = .
dx 1 x2
1
Na Figura 2.16 podemos observar distintas retas tangentes nos pontos , ,
2 6
! !
2 3
, e , do grafico da funcao f (x) = arcsen(x). O vdeo associado a`
2 4 2 3
figura mostra a derivada da funcao.
2. Funcao arco cosseno: A funcao inversa da funcao cosseno definida no intervalo [0, ]
com imagem no intervalo [1, 1], e a funcao arccos(x) = cos1 (x), com domnio
D(arccos) = [1, 1] e imagem Im(arccos) = [0, ].
Na Figura 2.17 podemos observar o grafica da funcao.
Vamos calcular a derivada da funcao arccos usando o Teorema 2.2. Chamando de
f (x) = cos(x) e g(x) = arccos(x),
d 1 1
arccos(x) = 0 = .
dx f (g(x)) sen (arccos(x))
p
sen2 (x0 ) + cos2 (x0 ) = 1 sen(x0 ) = 1 cos2 (x0 ).
Logo,
d 1
arccos(x) = .
dx 1 x2
1 2
Na Figura 2.18 podemos observar distintas retas tangentes nos pontos , ,
2 3
! !
2 3
, e , do grafico da funcao f (x) = arccos(x). O vdeo associado a`
2 4 2 6
figura mostra a derivada da funcao.
3. Funcao arco tangente: A funcao inversa da funcao tangente definida para todo valor
x real e a fun
cao arctan(x) = tan1 (x), com domnio D(arctan) = R e imagem
Im(arctan) = , .
2 2
Na Figura 2.19 (a) podemos observar o grafica da funcao.
Pelo Teorema 2.2 e chamando de f (x) = tan(x) e g(x) = arctan(x), temos que a
derivada da funcao arco tangente e
d 1 1
arctan(x) = 0 = 2
.
dx f (g(x)) 1 + tan (arctan(x))
Como tan2 (arctan(x)) = tan(arctan(x))2 = x2 , entao
d 1
arctan(x) = .
dx 1 + x2
Na Figura 2.19 (b) podemos observar distintas retas tangentes nos pontos 1, ,
! 4
3
(0, 0) e , do grafico da funcao f (x) = arctan(x). O vdeo associado `a figura
3 6
mostra a derivada da funcao.
(a) Gr
afico da funcao f (x) = arctan(x)
Exemplo 2.20
i) y 0 = 6x2 + 10x 1.
ii) y 00 = 12x + 10.
iii) y 000 = 12.
iv) y (4 = 0.
5
2. Se f (x) = 7x2 , entao
x2
df 10
i) = 14x + 3 .
dx x
2
df 30
ii) 2
= 14 4 .
dx x
F. Rivero e T. Salvador 100 Matematica para Economia I
CAPITULO 2. DERIVAC
AO
2.7. REGRA DE LHOPITAL
d3 f 120
iii) 3
= 5.
dx x
3. Seja g(x) = sen(x2 ). Logo
i) g 0 (x) = 2x cos(x2 ).
ii) g 00 (x) = 2 cos(x2 ) 4x2 sen(x2 ) = 2(cos(x2 ) 2x2 sen(x2 )).
iii) g 000 (x) = 2(2x sen(x2 )4x sen(x2 )4x3 cos(x2 )) = 4x(3 sen(x2 )+2x2 cos(x2 )).
2.7 Regra de LH
opital
Nesta secao vamos aplicar a derivacao para o calculo de limites indeterminados. De modo
f (x)
geral, se temos um limite da forma lim em que f (x) 0 e g(x) 0 quando x a,
xc g(x)
0
entao o limite pode ou nao existir, e e chamado forma indeterminada do tipo .
0
Calculamos alguns limites desse tipo no Captulo 1 utilizando recursos algebricos. Por
exemplo
x2 + 5x + 6 (x + 2)(x + 3) x+3
lim 2
= lim = lim = 1.
x2 x + 3x + 2 x2 (x + 2)(x + 1) x2 x + 1
Esses recursos, no entanto, nao funcionam, por exemplo, para determinar o valor do
ln(x2 8)
lim .
x3 3x
f (x)
Se temos um limite da forma lim onde f (x) (ou ) e g(x) (ou
xc g(x)
) quando x c, entao o limite pode ou nao existir, e e chamado forma indeterminada
do tipo .
e4x
Os teoremas introduzidos no Captulo 1 tambem nao permitem calcular o lim
x 2x + 5
que esta associado a uma forma indeterminada do tipo .
O teorema a seguir estabelece um metodo simples que usa a derivada para calcular li-
0
mites associados a formas indeterminadas do tipo ou chamado regra de LH opital.
0
f 0 (x)
i) Suponha que lim f (x) = lim g(x) = 0. Logo, se existe o limite lim , entao
xa xa xa g 0 (x)
f (x) f 0 (x)
lim = lim 0 .
xa g(x) xa g (x)
f 0 (x)
ii) Suponha que lim f (x) = e lim g(x) = . Logo, se existe o limite lim 0 ,
xa xa xa g (x)
entao
f (x) f 0 (x)
lim = lim 0 .
xa g(x) xa g (x)
Observaco
es:
Exemplo 2.21 Vamos calcular os limites mostrados ao inicio da secao e alguns mais
usando a Regra do LHopital.
x2 + 5x + 6
1. lim 2 .
x2 x + 3x + 2
x2 + 5x + 6 2x + 5 4 + 5
lim = lim = = 1.
x2 x2 + 3x + 2 x2 2x + 3 4 + 3
x2 + 5x + 6 (x + 2)(x + 3) (x+2)(x
+ 3) x+3
2
= = = .
x + 3x + 2 (x + 2)(x + 1) (x+ 2)(x + 1)
x+1
x2 + 5x + 6 x+3 2 + 3
lim 2
= lim = = 1,
x2 x + 3x + 2 x2 x + 1 2 + 1
chegando ate o mesmo resultado.
Observa cao: No caso de quociente de polinomios nao precisamos da Regra de
LHopital, mas as vezes as regras de LHopital sao nosso u
nico recurso para o calculo
de um limite.
sen(x)
2. lim .
x0 x
Soluc
ao: Quando tentamos calcular o limite, observamos que temos uma forma
0
indetermindada do tipo pois sen(0) = 0. Usando o Teorema 2.3,
0
sen(x) sen0 (x)
lim = lim = lim cos(x) = cos(0) = 1.
x0 x x0 x0 x0
sen(x)
Na Figura 2.20 podemos observar o grafico da funcao e da funcao cos(x), a
x
u
ltima numa vizinhanca de x = 0. Podemos observar como o limite das duas funcoes
quando x 0 e o mesmo, embora o valor nao esteja definido para a primeira funcao.
ln(x2 8)
3. lim .
x3 3x
Solu ao: Chamando de f (x) = ln(x2 8) e g(x) = 3 x e avaliando as funcoes
c
para x = 3, obtemos que f (3) = ln(1) = 0 e g(3) = 0. Vamos calcular o quociente
2x
das derivadas. Como f 0 (x) = 2 e g 0 (x) = 1, entao
x 8
f 0 (x) 2x
0
= 2 .
g (x) x 8
ln(x2 8)
2x 23
lim = lim 2 = 2 = 6.
x3 3x x3 x 8 3 8
sen(x)
Figura 2.20: Grafico da funcao e da funcao cos(x).
x
e4x
4. lim .
x 2x + 5
Solu ao: Como f (x) = e4x e g(x) = 2x + 5 sao funcoes contnuas em todo R e
c
nao limitadas, temos que o limite e uma forma indeterminada do timpo . Entao,
pela Regra do LHopital
d 4x
e4x e 4e4x
lim = lim dx
d
= lim = lim 2e4x = +.
x+ 2x + 5 x+ 2x +5 x+ 2 x+
dx
3x +
5. lim .
x ex2
Solu
cao: Neste caso, chegamos a uma forma indeterminada da forma . Logo,
2
chamando f (x) = 3x + e g(x) = ex , pela Regra de LHopital,
3x + (3x + )0 3
lim x2 = lim 0 = lim 2 = 0.
x e x 2
(ex ) x 2xex
e3x
Exemplo 2.22 Vamos calcular lim .
x x3
Como temos uma forma indeterminada do tipo , vamos aplicar a Regra do LHopital.
Assim,
e3x 3e3x e3x
lim 3 = lim = lim ,
x x x 3x2 x x2
o que e, de novo uma forma indeterminada . Portanto, podemos aplicar novamente a
Regra do LHopital, obtendo
e3x 3e3x
lim 2 = lim .
x x x 2x
Aplicando por terceira vez LHopital,
3e3x 9e3x
lim = lim = .
x 2x x 2
e3x
Portanto, temos que lim = .
x x3
ln(x + ex )
Exemplo 2.23 Calcular o limite lim .
x x
Solu
cao: Para calcular o limite vamos aplicar a Regra de LHopital varias vezes.
ln(x + ex ) (ln(x + ex ))0
lim = lim Forma indeterminada
x x x x0
1+ex
x+ex
= lim
x 1
1 + ex
= lim Forma indeterminada
x x + ex
(1 + ex )0
= lim
x (x + ex )0
ex
= lim Forma indeterminada
x 1 + ex
(ex )0
= lim
x (1 + ex )0
ex
= lim x = lim 1 = 1.
x e x
proximos para o valor da funcao ln(ex ) = x. Por isso e que o limite no infinito tem valor
de 1.
que continua indeterminado. Para determinar o limite, devemos fazer uma mudanca de
1 1
variavel z = . Da, x = . Entao
x z
e1/x ez
lim+ = lim
x0 x z+ 1/z
z
= lim z Forma indeterminada
z+ e
z0
= lim
z+ (ez )0
1
= lim z = 0.
z+ e
um pouco de algebra.
Forma indeterminada 0
Vamos calcular lim+ x ln(x). Temos que, depois de um primeiro calculo, o limite e
x0
0 (), o que e uma forma indeterminada. Observamos que
1
x = (x1 )1 = .
x1
F. Rivero e T. Salvador 107 Matematica para Economia I
2.7. REGRA DE LHOPITAL CAPITULO 2. DERIVAC
AO
Logo,
ln(x)
lim+ x ln(x) = lim+,
x0 x0 1/x
chegando agora a uma forma indeterminada do tipo . Entao podemos aplicar a Regra
de LHopital
ln(x)
lim+ x ln(x) = lim+ Forma indeterminada
x0 x0 1/x
0
(ln(x))
= lim+
x0 (1/x)0
1/x
= lim+ = lim+ (x) = 0.
x0 1/x2 x0
entao podemos calcular o limite lim f (x) g(x) aplicando a Regra de LHopital usando a
xc
igualdade
f (x)
lim f (x) g(x) = lim .
xc xc 1/g(x)
Solu c
ao: Temos que o limite e uma forma indeterminada do tipo 0. Logo, usando
3x 1 1
que e = (3x) = x3
e e
x2
lim x2 e3x = lim x3 .
x+ x+ e
Entao,
x2
lim x2 e3x = lim Forma indeterminada
x+ x+ ex3
(x2 )0
= lim
x+ (ex3 )0
2x
= lim x3 Forma indeterminada
x+ e
(2x)0
= lim
x+ (ex3 )0
2
= lim x3 = 0.
x+ e
Portanto,
lim xx = lim+ ex ln(x) .
x0+ x0
Para calcular o limite, precisamos calcular lim+ x ln(x), mas ja sabemos que x ln(x)
x0
vai para 0 quando x 0+ . Logo,
Observac ao: Para poder aplicar o logaritmo neperiano, precisamos que o argumento
da funcao seja positivo, por isso estamos calculando o limite lateral x 0+ .
De forma geral, sejam as funcoes reais f e g e c um valor real ou . Se lim f (x)g(x)
xc
e uma indeterminacao do tipo exponencial e f (x) > 0 para todo valor x perto do valor c,
entao
g(x)
f (x)g(x) = eln(f (x) ) = eg(x) ln(f (x)) .
Logo,
lim f (x)g(x) = lim eg(x) ln(f (x)) = eL ,
xc xc
x
1
Exemplo 2.25 Calcular lim 1 + .
x+ x
1
Solu
cao: O limite e uma forma indeterminada do tipo 1 . Chamando de f (x) = 1 +
x
e de g(x) = x, temos que f (x) > 0 para todo x > 0. Logo,
x
1 1 x 1
1+ = eln((1+ x ) ) = ex ln(1+ x ) .
x
1
Precisamos calcular agora lim x ln 1 + , que e de novo uma indeterminacao da
x+ x
forma 0 . Entao,
ln 1 + x1
1 0
lim x ln 1 + = lim Forma indeterminada
x+ x x+ 1/x 0
1
0
ln 1 + x
= lim
x+ (1/x)0
1/x2
(1+1/x)
= lim
x+ 1/x2
1/x
2
(1+1/x)
= lim 2
1/x
x+
1
= lim 1 = 1.
x+ 1 +
x
Portanto, x
1
lim 1+ = e1 = e.
x+ x
Observaco
es:
ex ex
lim = lim = lim 1 = 1,
x+ 1 + ex x+ ex x+
mas
ex 0
lim = = 0.
x+ 1 + ex 1+0
ii) Nao sao formas indeterminadas:
0
= 0.
= .
= .
+ + = +.
Relac
ao de exerccios - 2: Derivada de func
oes de uma vari
avel real
(a) f (x) = x3 3x + 5 em x = 2. 1
(b) f (x) = x x+ em x = 1.
x2
8. Um fabricante observa que quando produz e vende x caixas de chocolate por semana,
o lucro (em reais) e dado por L(x) = 0.02x2 + 15x 1000. Qual e o lucro marginal
para um nvel de producao de 100 caixas por semana?
12. Os registros mostram que x anos depois de 1994, o imposto predial medio que incidia
sobre um apartamento de tres quartos em certo municpio era T (x) = 20x2 + 40x +
600 reais. Qual a taxa de aumento do imposto no incio do ano 2000?
13. O custo de fabricacao (em reais) de x de unidades de um produto e dado pela funcao
3x2
C(x) = + 50x + 62. Determine o custo marginal para um nvel de producao de
4
6 unidades.
3 2
x1 4x
(q) y = (r) y =
x+1 x+1
3
15. Determine o coeficiente angular da reta tangente ao grafico de f (x) = 3x2 + 5 em
x = 1.
16. Escreva a equacao da reta tangente ao grafico de f (x) = (2x3)5 quando x = 2.
17. Determine o coeficiente angular da reta tangente ao grafico de f (x) = x2 + 4x no
ponto (1, 5).
dy
18. Sabendo que x e y estao relacionados pela equacao x2 + y 2 = 25, determine e
dx
dx
utilizando derivacao implcita.
dy
19. Determine o coeficiente angular da reta tangente ao grafico da funcao y = f (x)
definida implicitamente pela equacao dada para o valor indicado.
27. Suponha que y seja o n umero de trabalhadores na forca de trabalho necessaria para
produzir x unidades de determinado produto e que 4y 2 = x. Se a producao este ano
e de 250.000 unidades e a producao esta aumentando `a taxa de 18.000 unidades por
ano, qual e a taxa a que a forca de trabalho devera crescer?
28. A equacao de demanda de certo produto e px + 25p = 4000 onde p reais e o preco de
uma caixa do produto e x milhares de caixas e a quantidade procurada por semana.
Se o preco e R$80.00 por caixa e esta aumentando `a taxa de R$0.20 por semana,
encontre a taxa de variacao da demanda.
3 1 1 1
Lembre-se sec(x) = , csc(x) = e cot(x) =
cos(x) sen (x) cos(x)
2x2 + 3x 2 4x3 5x + 1
(a) lim (h) lim
x2 3x2 x 14 x1 ln x
ex + 1
x4 16 (i) lim
(b) lim x x4 + x3
x2 x 2
e4x
1 x + ln x (j) lim 2
(c) lim x x
x1 x3 3x + 2 ln(x + ex )
(k) lim
ln(e2x + 1) ln 2 x x
(d) lim+ ln x
x0 x2 (l) lim
x x + 2
ln(2x 3)
(e) lim x2 + 1 1
x2 ln(3x 5) (m) lim
x0 x
2
x ln x
(f) lim (n) lim
x ln x x1 x x
ln x x ex + 1
(g) lim 2 (o) lim+
x x x0 x3
2 x2
x3 3x + 2
6
(p) lim (r) lim 1
x1 x2 2x + 1 x+ x
(s) lim (3 sen (5x))x
x0
1/x2
(q) lim (6x2 1) (t) lim (cos(x2 1))1/(x+1)
x x1
Aplica
cao de derivadas
Vimos no Captulo 2, que a derivada de uma funcao pode ser interpretada como o coefici-
ente angular da reta tangente ao seu grafico. Neste captulo, vamos explorar este fato e de-
senvolver tecnicas para o uso da derivada como auxlio `a construcao de graficos. Tambem
estao includas neste captulo, aplicacoes da derivada a problemas de otimizacao.
3.1 Func
oes crescentes e fun
coes decrescentes
Os conceitos de funcao crescente e de funcao decrescente podem ser introduzidos atraves
dos graficos de f (x) = 2x + 3 e g(x) = 2x3 na Figura 3.1.
Na Figura 3.1 (a) observamos que os valores de f (x) crescem a` medida que os valores
de x aumentam. Dizemos, entao, que f e crescente em R. Na Figura 3.1 (b), os valores
119
3.1. FUN. CRESCENTE E DECRESCENTE CAPITULO 3. APLICAC
OES
de g(x) decrescem `a medida que os valores de x aumentam. Neste caso, dizemos que g e
decrescente em R.
Em geral, estabelecemos a seguinte definicao:
Definic
ao 3.1 Dizemos que una funcao real f e cerscente em um intervalo I se se ` a
medida que os valores de x I aumentam, os valores de f (x) tambem aumentam, isto e,
Nas Figuras 3.2 e 3.3 podemos observar outros exemplos onde as funcoes sao crescentes
em alguns intervalos e decrescentes em outros.
A Figura 3.2 (a) mostra como a funcao f (x) = x2 2x e decrescente no intervalo
(, 1) e crescente no intervalo (1, +). A funcao g(x) = 4 x2 e crescente no intervalo
(, 0) e decrescente no intervalo (0, +), como observamos na Figura 3.2 (b).
ao f (x) = x2 2x decrescente em (, 1)
(a) Func (b) Funcao g(x) = 4 x2 crescente em (, 0) e
e crescente em (1, +) decrescente em (0, +)
Na Figura 3.3 (a) mostra como a funcao h(x) = cos(x) e decrescente nos intervalos
da forma (2k, (2k + 1)) e crescente nos intervalos da forma ((2k 1), 2k) para todo
valor para k Z. A funcao l(x) = ln(x) e crescente em todo seu domnio D(l) = R+ .
O crescimento ou decrescimento de uma funcao tem relacao com o valor da derivada.
Quando o valor da derivada num ponto e positiva, entao o coeficiente angular da reta
(a) Func
ao h(x) = cos(x) decrescente em (b) l(x) = ln(x) e crescente em R+
(2k, (2k + 1)) e crescente em ((2k 1), 2k)
para k Z
tangente e positivo e temos una reta crescente, o que mostra que a tendencia da funcao
e de aumentar. da mesma forma, se a derivada e negativa, entao a reta tangente e
decrescente e a tendencia da funcao e diminuir. Na Figura 3.4 podemos observar como
nos intervalos onde os coeficientes angulares das retas tangentes sao positivos, a funcao
e crescente, e que nos intervalos onde os coeficientes angulares das retas tangentes sao
negativos, a funcao e decrescente.
1. f (x) = x3 6x2 + 9x + 1.
Solu ao: A derivada da funcao f e a funcao f 0 (x) = 3x2 12x + 9, que e uma
c
parabola positiva com razes nos valores 1 e 3. Portanto a derivada e positiva se x
e menor que 1 ou maior que 3 e e negativa se 1 < x < 3. Entao, pelo Teorema 3.1,
obtemos que a funcao f e crescente nos intervalos (, 1) e (3, +) e decrescente
no intervalo (1, 3), como mostra a Figura 3.5 (a).
3
2. f (x) = x2 .
2
Solu
cao: Como a derivada da funcao f e f 0 (x) = , tem-se que f 0 (x) < 0
33x
se x < 0 e f 0 (x) > 0 se x > 0. Portanto a funcao f e decrescente no intervalo
(, 0) e crescente no intervalo (0, +). Na Figura 3.5 (b) podemos ver o grafico
da funcao f y da sua derivada.
3
(b) Intervalos de crescimento e decrescimento para f (x) = x2
3. f (x) = arctan(x).
1
Solu
cao: Como a derivada de f e f 0 (x) = e e sempre positiva, a funcao f
1 + x2
e crescente para todo valor real, isto e, f (x) = arctan(x) e crescente em todo R.
4. g(x) = ex .
Definic
ao 3.2 Seja f uma funcao com valores reales e c um valor do domnio da funcao.
Os pontos (0, 5) e (2, 1) sao exemplos de extremos relativos no sentido de que cada
um deles representa um extremo apenas na vizinhanca do ponto. Devemos considerar,
portanto, que uma funcao pode admitir varios extremos relativos, isto e, varios mnimos
e maximos relativos.
Por que precisamos dos pontos onde a derivada nao esta definida? Porque pode acon-
tecer que nesse ponto a funcao seja um bico (para acima ou para baixo). E claro que se o
ponto (c, f (c)) e um bico, entao temos un extremo relativo, mas a funcao nesse ponto nao
e derivavel porque existem infinitas retas tangentes ao grafico nele. A Figura 3.8 mostra
este fato.
(a) M
aximo relativo de uma func
ao em um ponto (b) Mnimo relativo de uma funcao em um ponto
onde n
ao e deriv
avel onde nao e derivavel
No vdeo da Figura 3.7 podemos observar como a reta tangente nos extremos relativos
e uma reta horizontal e, portanto, o valor da derivada e zero.
Para encontrar todos os extremos relativos de uma funcao f , comecamos achando
todos os pontos crticos (que sao os candidatos a extremos relativos). Cada ponto
crtico precisa ser testado para verificar se e realmente um extremo relativo. Esse teste
pode ser feito usando a derivada primeira de f .
a) Se f 0 (x) > 0 `a esquerda de c e f 0 (x) < 0 `a direita de c entao (c, f (c)) e um ponto de
maximo relativo.
b) Se f 0 (x) < 0 `a esquerda de c e f 0 (x) > 0 `a direita de c entao (c, f (c)) e um ponto de
mnimo relativo
1. f (x) = x4 2x2 + 2
Solu c
ao: Primeiro vamos procurar os pontos crticos da funcao f usando sua
derivada, isto e, estamos procurando os valores reais onde f 0 (x) = 0 ou onde a
funcao f 0 nao esteja definida. Como f 0 (x) = 4x3 4x = 4x(x + 1)(x 1), entao
f 0 (x) = 0 se x {0, 1, 1}. Como a derivada es um polinomio, esta definida para
todo valor, portanto, nao existem mais valores crticos. Assim, os pontos crticos
do grafico de f sao (0, f (0)) = (0, 2), (1, f (1)) = (1, 1) e (1, f (1)) = (1, 1).
Como o valor da funcao derivada e negativo no intervalo (, 1) (0, 1) e po-
sitivo no intervalo (1, 0) (1, +), pelo Teste da derivada primeira para extremos
relativos obtemos que os pontos (1, 1) e (1, 1) sao mnimos locais e o ponto (0, 2)
e um maximo local.
Na Figura 3.11 podemos observar os maximos e o mnimo relativos da funcao f .
2. g(x) = ex (x2 3)
Solucao: Para calcular os potos crticos, precisamos calcular a derivada da funcao
g e calcular os valores onde a derivada e nula. Assim,
g 0 (x) = ex (x + 3)(x 1) = 0 x = 3, x = 1.
Logo, os pontos crticos sao (3, 6e3 ) e (1, 2e). Como o valor da funcao deri-
vada e positivo nos intervalos (, 3) e (1, +) e negativo em (3, 1), pelo Teste
da derivada primeira para extremos relativos obtemos que o ponto (3, 6e3 ) e um
maximo local e (1, 2e) e um mnimos local.
Na Figura 3.12 podemos observar o maximo e o mnimo relativos da funcao g.
Figura 3.12: Maximo e mnimo locais para a funcao g(x) = ex (x2 3).
2x
3. h(x) =
x1
Solu
cao: derivando a funcao h obtemos
2(x 1) 2x 1
h0 (x) = = .
(x 1) (x 1)2
E claro que a funcao h(x) e distinta de zero para todo valor x no dominio de h0 ,
isto e, para todo x 6= 1. Logo, pela Definicao 3.3 o u
nico valor crtico e x = 1, mas
temos que 1 nao esta no domnio da funcao h e, portanto, nao pode ser um ponto
crtico.
Na Figura 3.13 podemos observar o grafico da funcao h.
2x
Figura 3.13: Grafico da funcao h(x) = .
x1
x2 + 4
4. k(x) =
x
Solu
cao: Vamos usar a derivada da funcao k para determinar os pontos crticos.
Assim,
2x2 x(x2 + 4) x2 4
k 0 (x) = = = 0 x = 2.
x2 x2
Como o valor x = 0 nao esta no domnio da funcao k nao e um valor crtico.
Logo temos dois pontos crticos P1 = (2, 4) e P2 = (2, 4). Para determi-
nar se sao maximos o mnimos, pelo Teste da Derivada Primeira para Extremos
Relativos, precisamos estudar o sinal de k 0 . Como o denominador da derivada e
sempre positivo, o sinal e dado perlo numerador. Logo, k 0 (x) > 0 no conjunto
(, 2)(2, +) e negativo no conjunto (2, 2). Entao, (2, 4) e ponto de mnimo
relativo e (2, 4) e ponto de maximo relativo.
Na Figura 3.14 temos o grafico de k.
A derivada segunda tambem pode ser usada para classificar os pontos crticos de uma
funcao como maximos ou mnimos relativos. Para isso, basta aplicar o resultado conhecido
como Teste da derivada segunda para extremos relativos.
x2 + 4
Figura 3.14: Mnimo e maximo relativos do grafico da funcao k(x) = .
x
Teorema 3.3 (Teste da derivada segunda para extremos relativos) Seja a func ao
f : R R uma funcao duas vezes derivavel e suponhamos que existe um valor c R tal
que f 0 (c) = 0. Entao,
Exemplo 3.3 Seja a funcao f (x) = 2x3 + 3x2 12x 7. Queremos aplicar o Teste da
derivada segunda para extremos relativos para calcular os pontos de maximo e de mnimo
locais.
Como a derivada primeira f 0 (x) = 6x2 + 6x 12 = 6(x + 2)(x 1) se anula em x = 2
e em x = 1, os pontos correspondentes (2, 13) e (1, 14) sao os pontos crticos de f .
Para testar esses pontos, basta determinar a derivada segunda f 00 (x) = 12x + 6 e calcular
seu valor em x = 2 e em x = 1.
Como f 00 (2) = 18, temos que a derivada primeira pasa decrescendo por (2, 13) e,
entao, e positiva `a esquerda e negativa `a direita do punto. Logo, (2, 13) e um ponto de
maximo relativo.
Como f 00 (1) = 18, a derivada primeira pasa crescendo pelo ponto (1, 14) e e, por-
tanto, negativa `a esquerda e positiva `a direta. Logo, o ponto (1, 14) e um ponto de
mnimo relativo.
Observacao: Embora tenha sido facil usar o Teste da derivada segunda para classi-
ficar os pontos crticos no exemplo anterior, ele apresenta algumas limitacoes. O teste se
aplica aos pontos crticos nos quais a derivada primeira e nula, mas nao aos pontos em
que a derivada primeira nao existe. Alem disso, se tanto f 0 (c) como f 00 (c) sao nulas, o
teste da derivada segunda nao permite chegar a nenhuma conclusao.
3.3 Concavidade do gr
afico de uma fun
cao
Vamos apresentar, agora, um metodo para determinar se a concavidade do grafico de
uma funcao e para cima (positiva) ou para baixo (negativa). Para termos uma ideia
do que isso significa, vamos analisar os graficos esbocados na Figura 3.16 abaixo.
Na figura 3.16 (a), observamos que a inclinacao da reta tangente ao grafico da funcao
f no intervalo definido aumenta quando x aumenta e que o grafico possui concavidade
para cima.
Na figura 3.16 (b), a inclinacao da reta tangente ao grafico da funcao f no intervalo
definido diminui quando x aumenta e o grafico possui concavidade para baixo.
Essas consideracoes geometricas conduzem a` seguinte definicao:
Definic
ao 3.4 Seja f (x) uma funcao derivavel em um intervalo aberto I.
O que acontece com os valores x = c tais que f 00 (c) = 0. esses valores correspondem
com pontos do grafico tais que a concavidade muda, isto e, o grafico da funcao pasa de
positiva a negativa ou de negativa a positiva. Estos pontos sao chamados de pontos de
inflexao e podem ser definidos como:
a) f e contnua em x = c,
crticos em caso de maximos e mnimos. Uma vez tenhamos esse valores, temos que
comprovar se realmente correspondem com pontos de inflexao.
Exemplo 3.4 Vamos determinar a concavidade das seguintes funcoes assim como seus
pontos de inflexao.
1. f (x) = x3 6x2 + 9x + 1.
Soluc
ao: Precisamos determinar quando a derivada da funcao f e crescente e
quando e decrescente ou, aplicando o Teste da derivada segunda para concavidade,
determinar os intervalos onde a derivada segunda e positiva e os intervalos onde e
negativa. Assim, calculando a primeira derivada de f obtemos que f 0 (x) = 3x2
12x + 9. Logo, f 00 (x) = 6x 12 = 6(x 2).
Podemos concluir que a funcao f tem uma concavidade positiva (ou para cima) no
intervalo (2, +) e negativa (ou para baixo) no intervalo (, 2).
Alem disso, como a concavidade do grafico muda no ponto (2, f (2)) = (2, 3) (para
x = 2 tem-se que f 00 (2) = 0), entao P = (2, 3) e um ponto de inflexao.
Na Figura 3.17 temos o grafico da funcao f com os intervalos de concavidade e o
ponto de inflexao.
ao f (x) = x3 6x2 + 9x + 1.
Figura 3.17: Concavidade e ponto de inflexao para a funcn
Soluc
ao: Vamos calcular a segunda derivada para poder aplicar o Teste da derivada
segunda para concavidade (Teorema 3.4). Portanto,
Entao g tem uma concavidade positiva (ou para cima) no intervalo (ln(6), +) e
negativa (ou para baixo) no intervalo (, ln(6)).
Como no ponto do grafico P = (ln(6), g(ln(6))) = (ln(6), 16 3(ln(6))2 ) existe
uma mudanca de concavidade, entao P e um ponto de inflexao. So observar que
g 00 (ln(6)) = 0.
Podemos observar na Figura 3.18 o grafico de g.
Figura 3.18: Concavidade e ponto de inflexao para a funcao g(x) = ex 3x2 + 10.
2x
3. h(x) = .
x1
1 2
Solu
cao: Como h0 (x) = 2
e h00 (x) = , tem-se
(x 1) (x 1)3
Entao, h00 > 0 no intervalo (1, +) e h00 < 0 no intervalo (, 1). Aplicando
o Teste da derivada segunda para concavidade podemos concluir que a funcao h e
concava positiva no intervalo (1, +) e concava negativa no intervalo (, 1).
Como a derivada segunda nao esta definida no valor x = 1, o ponto P = (1, h(1))
poderia ser um ponto de inflexao, mas temos que x = 1 nao esta no domnio da
funcao h e, portanto, h(1) nao esta definido. Logo, h nao tem pontos de inflexao.
Podemos observar na Figura 3.19 o grafico de h.
2x
Figura 3.19: Concavidade para a funcao h(x) = .
x1
3
4. l(x) = x2 .
2 2
Solu ao: Como l0 (x) =
c e l00 (x) =
3
, temos que l00 e sempre negativa e a
3 x
3
9 x 4
funcao l(x) e concava para baixo para todo valor x R. Como nao temos mudanca
de concavidade, nao existem pontos de inflexao.
Podemos observar na Figura 3.20 o grafico de g.
3
Figura 3.20: Concavidade para a funcao l(x) = x2 .
3.4 Esboco de gr
aficos
Para esbocar o grafico de uma funcao, precisamos verificar sua continuidade, os in-
tervalos nos quais e crescente ou decrescente, a concavidade e a existencia de assntotas,
extremos relativos e pontos de inflexao. Como o estudo dessas caractersticas foi realizado
em varias secoes anteriores, vamos estabelecer um roteiro para o tracado do gr afico
de uma func ao real f .
ex
Vamos acompanhar o roteiro com um exemplo. Seja a funcao f (x) = .
x1
D(f ) = {x R : x 1 6= 0} = R {1}.
(x 1)4
ex (x2 4x + 5)
=
(x 1)3
Logo,
Neste caso o u nico candidato para ponto de inflexao sera o ponto (1, f (1)) porque
f 00 nao esta definida para x = 1 pois f 00 nao e zero para nenhum valor real, mas
x = 1 tambem nao esta no dominio na funcao. Entao o ponto (1, f (1)) nao existe e
a funcao nao tem pontos de inflexao.
Na Figura 3.21 (c) podemos observar a concavidade da funcao.
ex
Figura 3.21: Esboco do grafico da funcao f (x) = .
x1
Exemplo 3.5
Ja que cada unidade x e vendida por um preco de 200 3x, a funcao receita e
Assim,
L(x) = R(x) C(x) = (200 3x)x (75 + 80x x2 ) = 2x2 + 280x 75.
Usando o Teste da derivada segunda para extremos relativos obtemos que L00 (x) =
4 e, portanto, L00 (70) < 0. Entao o ponto (70, L(70)) = (70, 14.625) e um maximo
do grafico de L.
Resposta: Para obter um lucro maximo de R$14.625 tem que ser fabricadas 70
unidades do produto.
Solu
cao: De novo, o lucro sera a diferenca entre a receita e o custo de producao.
Como o numero de gravadores produzidos e de 120 p, entao o custo sera
Para determinar o lucro maximo vamos calcular os pontos crticos da funcao usando
a derivada primeira. Assim,
Como L0 > 0 se p < 70 e L0 < 0 se p > 70, o ponto do grafico (70, L(70)) =
(70, 2.500) e um maximo relativo.
Resposta: O preco de venda para obter um lucro maximo de R$2.500 e de R$70,00
por gravador.
Solu
cao: Vamos usar o Teste da derivada primeira para pontos crticos. Logo,
Como C 00 (x) = 6, C 00 (40) > 0 e o ponto (40, C(40)) = (40, 200) e um ponto de
mnimo no grafico da funcao C(x).
Resposta: O n umero de unidades onde e atingido o custo mnimo de R$200 por
unidade e de 40 unidades produzidas.
Relac
ao de exerccios - 3: Aplicac
oes da derivada
6. A funcao custo de uma firma que produz e vende x unidades de um produto e dada
por C(x) = x3 6x2 + 13x + 15 e a funcao receita e R(x) = 28x. Ache o valor de x
que maximiza o lucro.
8. Ache a quantidade x que maximiza o lucro, sabendo que a receita e o custo sao,
respectivamente, R(x) = 5x 0,003x2 e C(x) = 1,1x + 300 com 0 < x 1.000.
11. A funcao de demanda para um produto e dada por p(x) = 4 0,0002x onde p e o
preco unitario em reais e x e a quantidade demandada. O custo total da producao
de x unidades e dado pela funcao C(x) = 600+3x. Determine o n
umero de unidades
que maximiza o lucro e o preco unitario correspondente.
12. A funcao de demanda de certo produto e dada por q(p) = 6p + 780 onde q e a
quantidade demandada e p o preco unitario. Escreva a receita como funcao de p e
determine o preco que resulta na receita maxima.
13. As funcoes custo e receita de uma fabrica que produz e vende x unidades de um
produto sao, respectivamente, C(x) = x2 + 80x + 75 e R(x) = 3x2 + 200x com
0 x 40. Determine o valor de x que maximiza o lucro e o lucro maximo
correspondente.
14. Uma fabrica produz estantes a um custo de R$80,00 a unidade. Estima-se que se as
estantes forem vendidas por x reais a unidade, aproximadamente 100 x unidades
serao vendidas por mes. Escreva o lucro mensal como uma funcao do preco de venda
x e ache o preco otimo de venda.
16. Suponha que o lucro de um fabricante de radios seja dado por L(x) = 400(15
x)(x 2) onde x e o preco unitario pelo qual os radios sao vendidos. Encontre o
preco de venda que maximiza o lucro.
Fun
coes de v
arias vari
aveis
4.1 Definic
ao e exemplos
Em muitas situacoes, o valor de um bem pode depender de dois ou mais fatores.
Por exemplo, o lucro da venda de um produto pode depender do custo de producao e
do preco que tem o produto no mercado. Relacoes deste tipo podem frequentemente ser
representadas por funcoes matematicas que tem mais de uma variavel.
Definic
ao 4.1 Uma fun c
ao f de duas vari aveis x e y com valores em R f : RR
R e uma regra que associa a cada par ordenado (x, y) de n
umeros reais em algum conjunto
um e somente um n umero real z denotado por z = f (x, y).
3x2 + 5y
Exemplo 4.1 Seja a funcao f (x, y) = . Para calcular o valor de f (1, 2) basta
xy
substituir os valores x = 1 e y = 2 na regra. Assim,
3 12 + 5 (2) 7
f (1, 2) = = .
1 (5) 6
147
4.1. DEFINIC E EXEMPLOS
AO CAPITULO 4. VARIAS
VARIAVEIS
Nos captulos anteriores vimos como as funcoes de uma variavel podem ser represen-
tadas graficamente como curvas desenhadas nos eixos cartesianos, isto e, num sistema
de duas coordenadas ou bidimensional. As funcoes de duas variaveis com valores reais
podem ser representadas como superfcies em um sistema de tres coordenadas ou tri-
dimensional. Para construir um sistema de coordenadas tridimensional, adicionamos un
terceiro eixo (eixo z) que e perpendicular aos eixos x e y ja conhecidos. O sentido positivo
deste novo eixo e para cima e o negativo e para baixo. Cada ponto do espaco tem tres
coordenadas e sao representadas como na Figura 4.1.
Para plotar uma funcao f (x, y), os pares (x, y) sao tomados no plano dos eixos x e
y e o valor z = f (x, y) associa a variavel dependente com as independentes. Na Figura
4.2 temos a representacao de uma funcao em um sistema de tres coordenadas com seu
domnio e sua imagem. Infelizmente, nao ha modo analogo de visualizar funcoes de mais
de duas variaveis.
Exemplo 4.3 Uma loja de artigos esportivos em Niteroi vende dois tipos de raquetes de
tenis o modelo A e o modelo B. A demanda do consumidor para cada tipo depende de
seu preco e do preco do concorrente. As vendan indicam que se o modelo A vende por
x reais cada raquete e o modelo B por y reais cada, a demanda pela raquete A sera de
D1 = 300 20x + 30y raquetes por ano, e pelas raquetes B sera de D2 = 200 + 40x 10y
por ano. Expresse a receita anual total da loja proveniente da venda dessas raquetes em
funcao dos precos x e y e calcule o valor dessa receita quando o modelo A tem um preco
de 100 reais e o modelo B tem um valor de 75 reais.
Solu
cao: Faca R denotar a receita mensal total. Entao,
umero de raquetes A vendidas preco por raquete A
R = n
umero de raquetes B vendidas preco por raquete B.
+ n
Assim,
R(x, y) = (300 20x + 30y)x + (200 + 40x 10y)y
= 300x + 200y + 70xy 20x2 10y 2 .
Exemplo 4.4 Suponha que, em uma determinada fabrica, a producao seja dada pela
funcao de producao de Cobb-Douglas Q(K, L) = 60K 1/3 L2/3 unidades, onde K e o capital
investido medido em unidades de R$1000 e L a mao-de-obra medida em TH (trabalhadores-
hora).
Solu
cao:
= 2Q(L, K),
o que mostra que o valor de Q(2L, 2K) = 2Q(L, K).
1
A Func ao de Cobb-Douglas e usada extensamente na economia para representar o relacionamento de
uma determinada sada e ` as diversas entradas. Foi proposto inicialmente por Knut Wicksell, matematico-
estatstico ingles e testado ao encontro da evidencia estatstica de construcao naval por Paul Douglas
e por Charles Cobb, construtores navais, finalmente em 1928 foi publicado um livro didatico sobre o
desenvolvimento matem atico da produc
ao de forma geral, apos a construcao em um Pool de estaleiros
navais dos navios Titanic e Louzi ania, estaleiros esses reunidos na Inglaterra.
Vimos anteriormente que o limite de uma funcao de uma variavel f (x) quando x c
existe se, e somente se, os limites laterais lim+ f (x) e lim f (x) existem e sao iguais.
xc xc
Tratando de limites de uma funcao f de duas variaveis quando o ponto (x, y) tende para
o ponto (a, b), devemos supor que o ponto (x, y) se aproxima do ponto (a, b) nao apenas
pela direita ou pela esquerda, mas tambem por qualquer outra direcao; inclusive podemos
supor que (x, y) se aproxima de (a, b) ao longo de uma curva, como mostra a Figura 4.3.
Logo, a definicao de limite e continuidade para funcoes de mais de uma variavel e mais
complicada pois temos uma infinidade de formas de nos aproximar de um ponto.
f (x, 5) = (2x3 5) = 6x2 5.
x x
F. Rivero e T. Salvador 151 Matematica para Economia I
4.2. DERIVADAS PARCIAIS CAPITULO 4. VARIAS
VARIAVEIS
Observe que usamos a notacao para derivada parcial para funcoes de duas variaveis
x
d
diferente de para funcoes de uma variavel.
dx
A variavel y pode ter qualquer valor dentro do domnio da funcao f (neste caso o
domnio de f sao todos os pares de valores reais (x, y)). Assim, podemos pegar um valor
constante qualquer e podemos derivar de novo a funcao f tal que a variavel y tem um
valor fixo que chamamos de b, isto e, y = b. Entao,
f (x, b) = (2x3 b) = 6x2 b.
x x
Colocar a letra b no lugar de y e somente uma notacao e tanto faz se colocamos uma
ou outra ja que a ideia e que a variavel y e considerada como uma constante no processo
de derivacao. Assim, a derivada parcial de f em relac ao a x e a funcao obtida pela
derivacao de f em relacao a x, tratando y como uma constante, e e denotada por
f z
, , fx (x, y) ou D1 f.
x x
Do mesmo modo, a derivada parcial de f em relac ao a y e a funcao obtida pela
derivacao de f em relacao a y, tratando x como uma constante, e e denotada por
f z
, , fy (x, y) ou D2 f.
y y
Nenhuma regra e necessaria para o calculo das derivadas parciais. As tecnicas, regras
e formulas desenvolvidas no Captulo 2 para diferenciar funcoes de uma variavel podem
ser generalizadas para funcoes de duas ou mais variaveis, considerando-se que umas das
variaveis deve ser mantida constante e a outra diferenciada em relacao `a variavel rema-
nescente.
2y
Exemplo 4.5 Seja a funcao f (x, y) = x2 + 2xy 2 + . Vamos calcular as duas deriva-
3x
das parciais de f . Para calcular fx , pensemos em f como uma funcao da variavel x e
derivamos termo a termo, tratando y como uma constante. Assim,
2 2y
fx (x, y) = 2x + 2y 2 yx2 = 2x + 2y 2 2 .
3 3x
Para calcular fy , pensemos em f como uma funcao da variavel y e derivamos termo a
termo, tratando x como uma constante. Assim,
2 2
fy (x, y) = 0 + 4xy + x1 = 4xy + .
3 3x
F. Rivero e T. Salvador 152 Matematica para Economia I
CAPITULO 4. VARIAS
VARIAVEIS 4.2. DERIVADAS PARCIAIS
Exemplo 4.6 Vamos determinar agora as derivadas parciais da funcao z = (x2 +xyy)5 .
Mantendo y fixo e usando a regra da cadeia para derivar z em relacao a x, obtemos
z
= 5(x2 + xy y)4 (2x + y).
x
Mantendo x fixo e usando a regra da cadeia para derivar z em relacao a y, obtemos
z
= 5(x2 + xy y)4 (x 1).
y
Exemplo 4.7 Seja f (x, y) = xe2xy . Queremos determinar suas derivadas parciais. Da
regra do produto, obtemos
fx (x, y) = e2xy + x(2ye2xy ) = (1 2xy)e2xy ,
e da regra do produto por constante,
fy (x, y) = x(2xe2xy ) = 2x2 e2xy .
Interpretacao geom etrica das derivadas parciais: Como vimos na Secao 4.1,
o grafico de uma funcao f : R R R e a superfcie em um sistema de coordenadas
tridimensional formada pelos pontos (x, y, z) onde z = f (x, y). Para cada n umero fixo
y0 , os pontos (x, y0 , z) formam um plano vertical. Se z = f (x, y) e y e mantido fixo em
y = y0 , os pontos correspondentes (x, y0 , f (x, y0 )) formam uma curva no espaco que e a
intersecao da superfcie z = f (x, y) com o plano y = y0 . Da mesma maneira que para
z
funcoes de uma variavel, em cada ponto desta curva , a derivada parcial e a inclinacao
x
da reta tangente `a curva no ponto em questao na direcao x. A situacao esta ilustrada na
Figura 4.4.
Analogamente, se x e mantido fixo em x = x0 , os pontos correspondentes (x0 , y, f (x0 , y))
formam uma curva que e a intersecao da superfcie z = f (x, y) com o plano x = x0 . A
z
cada ponto dessa curva, a derivada parcial e a inclinacao da tangente na direcao y. A
x
situacao esta ilustrada na Figura 4.5.
z
Figura 4.4: Interpretacao geometrica para
x
z
Figura 4.5: Interpretacao geometrica para
y
Exemplo 4.8 Seja a funcao f (x, y) = xy 3 +5xy 2 +2x+1. Determinar todas as derivadas
parciais de segunda ordem.
Solu
cao: Como fx (x, y) = y 3 + 5y 2 + 2, segue-se que
fxx (x, y) = 0, fxy (x, y) = 6xy + 10x.
Exemplo 4.9 Se g(u, v) = 2e2u cos v, encontre gu , gv , guu , gvv , guv , gvu .
Soluc
ao: Nesse caso,
gu (u, v) = (2e2u cos v) = 4e2u cos v
u
gv (u, v) = (2e2u cos v) = 2e2u sen v.
v
Dai,
guu (u, v) = (gu (u, v)) = (4e2u cos v) = 8e2u cos v
u u
guv (u, v) = (gu (u, v)) = (4e2u cos v) = 4e2u sen v
v v
gvu (u, v) = (gv (u, v)) = (2e2u sen v) = 4e2u sen v
u u
gvv (u, v) = (gv (u, v)) = (2e2u sen v) = 2e2u cos u.
v v
F. Rivero e T. Salvador 155 Matematica para Economia I
4.2. DERIVADAS PARCIAIS CAPITULO 4. VARIAS
VARIAVEIS
As duas derivadas parciais fxy e fyx tambem sao denominadas derivadas parciais
cruzadas ou mistas de segunda ordem de f . Note que nos exemplos anteriores essas
duas derivadas sao iguais. Isto nao e por acaso. O seguinte teorema, chamado Teorema
de Clairaut2 ou Teorema de Schwarz3 mostra esse fato para duas variaveis.
Solu
cao: Primeiro precisamos calcular as derivadas parciais de primeira ordem.
fx (x, y) = yexy + cos(x + y), fy (x, y) = xexy + cos(x + y).
Logo,
fxx (x, y) = y 2 exy sen (x + y)
fyy (x, y) = x2 exy sen (x + y)
fxy (x, y) = exy (1 + xy) sen (x + y) = fyx (x, y).
Observaco
es:
z = x2 3xy + 1.
Mas o preco dos produtos tambem dependem da demanda e do mercado, e sao dados
pelas funcoes
x(t) = 2t + 1, y(t) = t2 1,
onde t representa o tempo. Logo, a variavel dependente z somente depende da variavel
t e temos uma funcao de uma variavel com valores em R. Do mesmo modo que temos a
derivacao implcita para funcoes de uma variavel, podemos enunciar a Regra da Cadeia
para derivadas parciais.
Teorema 4.2 (Primeira Regra da Cadeia) Suponha que z seja uma funcao de x e y,
as quais, por sua vez, sejam funcoes de outra variavel t. Entao, z pode ser interpretada
como uma funcao de t, e
dz z dx z dy
= +
dt x dt y dt
dz
Observe que a expressao para e a soma de dois termos, cada um dos quais podendo
dt
ser interpretado atraves da regra da cadeia como uma funcao de uma variavel. Em
particular
z dx
= taxa de variacao de z em relacao a t para y fixo.
x dt
z dy
= taxa de variacao de z em relacao a t para x fixo.
y dt
A Primeira Regra da Cadeia para derivadas parciais diz que a taxa de variacao total de
z em relacao a t e a soma destas duas taxas parciaisde variacao.
No exemplo anterior, usando a Primeira Regra da Cadeia obtemos,
dz z dx z dy
= + = (2x 3y)2 + (3x)2t,
dt x dt y dt
Exemplo 4.12 Uma farmacia vende dois tipos de vitaminas, uma marca A e uma marca
B. As vendas indicam que se a marca A for vendida por x reais por vidro e a marca B
por y reais por vidro, a demanda para a marca A sera de Q(x, y) = 300 20x2 + 30y
vidros por mes. Estima-se que, daqui a t meses, o preco damarca A sera de x = 2 + 0.05t
u.m. por vidro e o preco da marca B sera de y = 2 + 0.01 t por vidro. Calcular que taxa
de demanda da marca A em relacao ao tempo daqui a 4 meses.
dQ
Soluc
ao: A meta e calcular quando t = 4. Usando a Primeira Regra da Cadeia,
dt
tem-se:
dQ Q dx Q dy 1
= + = 40x(0.05) + 30(0.005t 2 ).
dt x dt y dt
Quando t = 4, x(4) = 2 + 0.05 4 = 2.2, e assim,
dQ 1
= 40 2.2 0.05 + 30 0.005 4 2 = 4.325.
dt
Logo, daqui a 4 meses a demanda mensal pela marca A estara diminuindo a uma taxa de
3.65 vidros por mes.
Como acontece com a derivacao implcita para funcoes de uma variavel, nao precisamos
conhecer a formula da funcao f (x, y) para calcular o valor da derivada parcial em um
ponto. Somente precisamos conhecer o valor da funcao e de suas derivadas parciais nesse
ponto.
Exemplo 4.15 Sejam u(x) = 2x 1, v(x) = cos e H(x) = f (u(x), v(x)). Determi-
0
x
nar o valor de H (x) quando x = 2 sabendo que fu (3, 0) = 4 e fv (3, 0) = 2.
Solu
cao: Vamos aplicar a Primeira Regra da Cadeia para calcular a derivada de
H(x),
H 0 (x) = fu (u(x), v(x))u0 (x) + fv (u(x), v(x))v 0 (x)
2fv (u(x), v(x)) sen x
= 2fu (u(x), v(x)) + .
x2
F. Rivero e T. Salvador 160 Matematica para Economia I
CAPITULO 4. VARIAS
VARIAVEIS 4.3. REGRAS DA CADEIA
Exemplo 4.16 Seja f uma funcao de duas variaveis tal que fu (3, 1) = 2 e fv (3, 1) = 5.
V V
Defina a funcao V = f (2x + 3y, ex ), encontre e quando x = 0 e y = 1.
x y
Solu ao: Sejam u = 2x + 3y e v = ex , ou seja V = f (u, v). Pela Segunda Regra da
c
Cadeia,
V V u V v V V x
= + = 2+ e = 2fu (u, v) + ex fv (u, v).
x u x v x u v
Quando x = 0 e y = 1, temos u = 3 e v = 1. Logo
V
= 2fu (3, 1) + e0 fv (3, 1) = 2 2 + 1 (5) = 1.
x
Analogamente,
V V u V v V V
= + = 3+ 0 = 3fu (u, v).
y u y v y u v
Assim, quando x = 0 e y = 1, temos u = 3 e v = 1 e
V
= 3fu (3, 1) = 3 2 = 6.
y
4.3.1 Diferencia
cao implcita
O procedimento da diferenciacao implcita pode ser formulado com maior rigor e
pode ser generalizado pelo uso de derivadas parciais. Por exemplo, dada uma equacao na
qual figurem as variaveis x e y, podemos transpor os termos para a esquerda do sinal de
igualdade e a equacao toma a forma f (x, y) = 0, onde f e uma funcao de duas variaveis.
Esta equacao define y como uma funcao de x se
dy
Exemplo 4.17 Seja a equacao x3 y 2 +3xy 2 +5x4 = 2y +7. Encontre o valor de dx
quando
x = 1 e y = 1.
Solu
cao: Primeiro definimos a funcao
Entao, f (1, 1) = 0. Pela Primeira Regra da Cadeia e derivando termo a termo, temos
que se y e uma variavel que depende de x,
df dx dy dy
0= = fx (x, y) + fy (x, y) = (3x2 y 2 + 3y 2 + 20x3 ) 1 + (2x3 y + 6xy 2) .
dx dx dx dx
dy
Logo, resolvendo a equacao anterior em , obtemos
dx
dy fx (x, y) 3x2 y 2 + 3y 2 + 20x3
= = .
dx fy (x, y) 2x3 y + 6xy 2
Portanto, quando x = 1 e y = 1
dy 3 + 3 + 20 13
= = .
dx 2+62 3
Assim, de uma forma geral, se f (x, y) = 0 para certos valores (x, y) e existem as
dy
derivadas parciais da funcao f , podemos calcular dx nesses pontos usando a formula
dy fx (x, y)
= ,
dx fy (x, y)
para todos os pontos (x, y) tais que f (x, y) = 0.
Entao,
dy 2xy sen ((x y))
= 2 .
dx x sen ((x y)) 21
Substituindo os valores x = 2 e y = 1,
dy 2 2 sen () 40 8
= 2 1 = 1 = .
dx 2 sen () 2 40 2
7
8
Resposta: O bem B esta diminuindo a uma taxa de unidades.
7
Nesta secao vamos usar as derivadas parciais para encontrar os maximos e os mnimos
para funcoes de duas variaveis com valores reias.
Geometricamente, um m aximo relativo ou m aximo local de uma funcao de duas
variaveis f : R R R e uma cume local da superfcie z = f (x, y), isto e, um valor mais
alto do que todos seus pontos vizinhos sobre a superfcie. Analogamente, um mnimo
relativo ou mnimo local de f (x, y) e o fundo de um vale, um ponto que esta mais
baixo do que qualquer ponto vizinho da superfcie. Por exemplo, na Figura 4.6 temos que
o ponto P = (a, b) apresenta um maximo relativo no ponto (a, b, f (a, b)) da superfcie e o
ponto Q = (c, d) apresenta um mnimo relativo no ponto (c, d, f (c, d)) da superfcie.
Como ocorre para funcoes de uma variavel, os pontos crticos representam um papel
importante no estudo dos maximos e mnimos relativos. Portanto vamos definir o que e
um ponto crtico para funcoes de duas variaveis.
Definicao 4.3 Um ponto (a, b) no domnio de f (x, y) para o qual fx (a, b) = 0 e fy (a, b) =
0 e dito ser um ponto crtico de f .
Se as derivadas parciais de primeira ordem de f estao definidas em todos os pontos
de alguma regiao do plano xy, entao os extremos relativos de f na regiao podem ocorrer
somente em pontos crticos.
Para ver a conexao entre pontos crticos e extremos relativos, vamos dar uma olhada na
Figura 4.7. Suponha que f (x, y) tem um maximo relativo no ponto (a, b). Desse modo,
a curva formada pela intersecao da superfcie z = f (x, y) com o plano vertical y = b
tem um maximo relativo e, portanto, uma tangente horizontal na reta x = a. Como a
derivada parcial fx (a, b) e a inclinacao desta reta tangente (lembrar Figura 4.4, pag. 154),
segue que fx (a, b) = 0. Da mesma forma, a curva formada pela intersecao da superfcie
z = f (x, y) e o plano x = a tem um maximo relativo em y = b, e assim fy (a, b) = 0.
Embora todos os extremos relativos de uma funcao devam ocorrer em ponto crticos,
nem todos os pontos crticos sao necessariamente extremos relativos. Considere, por
exemplo a funcao f (x, y) = y 2 x2 , cujo grafico se assemelha a uma sela (ver Figura
4.8). Neste caso, fx (0, 0) = 0 porque a superfcie tem um maximo relativo (e assim uma
tangente horizontal) na direcao x, e fy (0, 0) = 0 porque a superfcie tem um mnimo (e
assim uma tangente horizontal) na direcao y. Desta forma, o ponto (0, 0) e um ponto
crtico da funcao f , mas nao e um extremo relativo porque nao nem um maximo nem um
mnimo. Esses pontos sao chamados de ponto de sela.
Teorema 4.4 (Teste da Derivada Segunda) Suponha que (a, b) seja um ponto crtico
da funcao f : R R R. Seja
Logo
2. Se D(a, b) > 0,
2.1) se fxx (a, b) < 0, entao f tem um maximo relativo em (a, b).
2.2) se fxx (a, b) > 0, entao f tem um mnimo relativo em (a, b).
1. f (x, y) = x2 + y 2 .
Soluc
ao: (ver Figura 4.9) Primeiro vamos achar os pontos crticos para f (x, y).
Portanto vamos calcular as derivadas parciais de primeira ordem. Como fx = 2x e
fy = 2y, o u
nico ponto crtico de f e (0, 0). Para testar este ponto usamos o teste
da derivada segunda.
Isto e, D = 4 > 0 para todo ponto (x, y) e, em particular, para (0, 0). Logo, f tem
um extremo relativo em (0, 0). Mais ainda, como fxx (0, 0) = 2 > 0, segue-se que o
extremo relativo em (0, 0) e um mnimo relativo.
2. f (x, y) = y 2 x2 .
Solu ao: (ver Figura 4.8, pag. 165) Como fx = 2x e fy = 2y, o u
c nico ponto
crtico de f e (0, 0). Para testar ese ponto, usamos o teste da derivada segunda.
Ou seja, D(0, 0) = 4 < 0 para todo ponto (x, y) e, em particular, para (0, 0). Logo,
f tem um ponto de sela em (0, 0).
3. f (x, y) = x3 y 3 + 6xy.
Solucao: Primeiro vamos achar os pontos crticos para f (x, y). Portanto vamos
calcular as derivadas parciais de primeira ordem. Como fx = 3x2 + 6y e fy =
3y 2 + 6x, encontramos os pontos crticos de f atraves da solucoes simultaneas das
duas equacoes (
3x2 + 6y = 0
3y 2 + 6x = 0.
x2
Da primeira equacao obtemos y = , e substituindo na segunda obtemos
2
3x4
+ 6x = 0 ou x(x3 8) = 0.
4
As solucoes da equacao sao x = 0 e x = 2. Substituindo os valores na equacao
x2
y = , obtemos as correspondentes coordenadas y para as coordenadas x achadas.
2
Assim, temos que para x = 0 o valor de y e 0, e para x = 2 o valor de y e 2.
Segue-se que os pontos crticos de f sao (0, 0) e (2, 2).
As derivadas parciais de segunda ordem de f (x, y) sao:
fxx = 6x, fyy = 6y, fxy = 6.
Dessa forma,
D(x, y) = fxx (x, y)fyy (x, y) [fxy (x, y)]2 = 36xy 36 = 36(xy + 1).
No proximo exemplo vamos ver como aplicar a teoria dos extremos relativos para
resolver problemas de otimizacao em Economia.
Exemplo 4.20 A u nica mercearia em uma pequena comunidade rural vende duas marcas
de suco de laranja congelado, uma marca local, que ela obtem ao custo unitario de 30
centavos, e uma marca nacional famosa, que ela obtem ao custo unitario de 40 centavos.
O comerciante estima que, se a marca local for vendida a x centavos a lata, e a nacional a
y centavos, aproximadamente 70 5x + 4y latas de marca local e 80 + 6x 7y da nacional
serao vendidas a cada dia. Que preco o comerciante deve utilizar para cada marca para
maximizar o lucro das vendas de suco de laranja? (Suponha que o maximo absoluto e o
maximo relativo da funcao lucro sao os mesmos).
Solu
cao: Como
Lucro Total = Lucro da venda da marca local + Lucro da venda da marca nacional
Seque-se que o lucro diario total da venda de suco de laranja e dado pela funcao
f (x, y) = (70 5x + 4y)(x 30) + (80 + 6x 7y)(y 40)
= 5x2 + 10xy 20x 7y 2 + 240y 5300
Calculando as derivadas parciais da funcao f
fx = 10x + 10y 20, fy = 10x 14y + 240.
Fazendo-as iguais a zero, obtemos
10x + 10y 20 = 0, 10x 14y + 240 = 0,
ou
x + y = 2, 5x 7y = 120.
Logo, resolvendo as equacoes simultaneamente chegamos para x = 53 e y = 55. Segue-se
que o u
nico ponto crtico de f e (53, 55).
Agora usamos o Teste da Derivada Segunda para calcular o valor de D(x, y). Assim,
fxx = 10, fyy = 14, fxy = 10
e
D(x, y) = fxx (x, y)fyy (x, y) [fxy (x, y)]2 = 10(14) 102 = 40, para tudo (x, y)
Como D(53, 55) = 40 > 0 e fx (53, 55) = 10 < 0, entao f tem um maximo (relativo) em
x = 53 e y = 55.
Resposta: A mercearia pode maximizar seu lucro vendendo a marca local de suco por
53 centavos a lata e marca nacional por 55 centavos a lata.
O M
etodo dos Multiplicadores de Lagrange
Suponha que f (x, y) e g(x, y) sejam funcoes cujas derivadas parciais de primeira ordem
existam. Para encontrar um maximo e mnimo relativos de f (x, y), sujeitos a` restricao
de que g(x, y) = k para alguma constante k, introduza uma nova variavel e resolva as
seguintes tres equacoes simultaneamente:
fx (x, y) = gx (x, y)
fy (x, y) = gy (x, y)
g(x, y) = k
Se o extremo relativo procurado existir, ele sera encontrado entre as solucoes resultantes
(x, y) destas equacoes.
Observacao: Apesar de ser uma nova variavel, seu valor nao e importante para
obter os pontos crticos, portanto nem sempre precisaremos achar seu valor.
Exemplo 4.21 Encontre os valores maximos e mnimos da funcao f (x, y) = xy, subme-
tida `a restricao x2 + y 2 = 8.
Solu ao: Seja g(x, y) = x2 + y 2 . Para obter as tres equacoes de Lagrange precisamos
c
calcular as derivadas parciais das funcoes f e g:
fx = y, fy = x, gx = 2x, gy = 2y.
Assim,
fx (x, y) = gx (x, y)
y = 2x
fy (x, y) = gy (x, y) x = 2y
g(x, y) = k x2 + y 2 = 8
Nem x nem y podem ser nulos se essas tres equacoes sao validas e entao podemos escrever
as duas primeiras equacoes como
y x
2 = , 2 = ,
x y
y x
o que implica que = ou x2 = y 2 . Agora, substituindo x2 = y 2 na terceira equacao de
x y
Lagrange obtemos 2x2 = 8, o que implica x = 2.
Se x = 2, segue-se da equacao x2 = y 2 que y = 2 ou y = 2. Analogamente, se
x = 2, entao y = 2 ou y = 2. Portanto temos quatro pontos nos quais os extremos
condicionados podem ocorrer: (2, 2), (2, 2), (2, 2) e (2, 2). Como
f (2, 2) = f (2, 2) = 4, f (2, 2) = f (2, 2) = 4,
tem-se que quando x2 + y 2 = 8 o valor maximo para f (x, y) e 4, que ocorre nos pontos
(2, 2) e (2, 2) e o valor mnimo de f (x, y) e 4, que ocorre nos pontos (2, 2) e (2, 2).
Assim,
fx (x, y) = gx (x, y)
6x 2y = 2x
3x y = x
fy (x, y) = gy (x, y) 10y 2x = 4y 5y x = 2y
g(x, y) = k x2 + 2y 2 = 6
x2 + 2y 2 = 6
y = x(3 ), (4.1)
x = y(5 2). (4.2)
x = x(3 )(5 2)
e, portanto
(22 11 + 14)x = 0.
y = y(5 2)(3 )
e, portanto
(22 11 + 14)y = 0.
Como nem x nem y podem ser nulos pela restricao x2 + 2y 2 = 6, entao o coeficiente
22 11 + 14 nas equacoes anteriores precisa ser zero, logo
2 7
2 11 + 14 = 0, ou ( 2) = 0.
2
7
Assim, = ou = 2.
2
7
Fazendo = e substituindo na equacao y = x(3 ), encontramos que
2
x 7
y= se = .
2 2
F. Rivero e T. Salvador 170 Matematica para Economia I
CAPITULO 4. VARIAS
VARIAVEIS 4.5. MULTIPLICADORES DE LAGRANGE
x x2
Substituindo y = na equacao x2 + 2y 2 = 6, obtemos x2 + = 6, ou seja, x = 2.
2 2
Quando x = 2, y = 1 e quando x = 2, y = 1.
Analogamente, fazendo = 2 e substituindo na equacao y = x(3 ), encontramos
que
y=x se = 2.
y = x naequacao x2 + 2y 2 =6, obtemos
Substituindo x 2
+ 2x 2
= 6, ou seja, x = 2.
Quando x = 2, y = 2 e quando x = 2, y = 2.
Portanto, os pontos crticos procurados sao (2, 1), (2, 1), 2, 2 e 2, 2 .
Vamos calcular o valor de f (x, y) nesses pontos
f (2, 1) = f (2, 1) = 21, f ( 2, 2) = f ( 2, 2) = 12.
Logo, o valor maximo de f (x, y) sujeita `a restricao x2 + 2y 2 = 6 e 21, que ocorre nos
pontos (2, 1) e (2, 1), e
o valor
mnimo
de f (x, y) sujeita `a restricao x2 + 2y 2 = 6 e
12, que ocorre nos pontos 2, 2 e 2, 2 .
da qual segue-se que x = 36 e y = 24. Logo temos dois pontos crticos: (0, 60) e (36, 24).
Como f (0, 60) = 0 e f (36, 24) = 103680, temos que a funcao f (x, y) sujeita `a restricao
g(x, y) tem um maximo no ponto (36, 24) com valor de 103.680.
Exemplo 4.24 Um produtor de ketchup organico quer maximizar o lucro das vendas de
suas duas variedades de ketchup: o pote normal de 220ml e o grande de 330ml. O preco
de cada um e de R$16, 00 para o primeiro e de R$26, 00 para o segundo. A tabela abaixo
mostra as vendas do produtor nos ultimos 11 meses.
220ml 35 46 23 56 42 57 23 29 31 6 25
330ml 15 7 5 9 18 11 8 10 12 4 9
O produtor decidiu nao producir mais de 40 potes de 220ml e 12 de 330ml por mes.
Quantos potes de cada tipo precisa vender para maximizar o lucro das vendas?
Solu c
ao: Para poder trabalhar com os multiplicadores de Lagrange precisamos da
funcao a otimizar e da restricao. Neste caso, chamando de x ao n umero de potes de
220ml e y ao n umero de potes de 330ml, a funcao lucro seria L(x, y) = 16x + 26y. Para
obter uma funcao de restricao, vamos usar parte da tabela acima. Como o produtor nao
quer fabricar mais de 40 e 12 potes por mes respetivamente, entao os dados que usaremos
sao os seguintes:
220ml 23 23 29 31 25
330ml 5 8 10 12 9
onde tambem tiramos o ponto (6, 4) pois nao reflecte uma producao real por mes. Da,
podemos calcular uma funcao que aproxime esses valores como uma conica que pase por
esses cinco pontos4 , obtendo a equacao 5x2 16xy + 12y 2 120x + 212y = 595. Na
Figura 4.10 podemos observar os pontos da tabela, a conica e as restricoes.
Portanto a funcao restricao para o problema e g(x, y) = 5x2 16xy+12y 2 120x+212y.
Vamos a determinar as derivadas parciais das funcoes L e g.
4
Existem v
arios metodos para aproximar pontos usando funcoes contnuas mas esses metodos ficam
fora do conte
udo destas notas.
Figura 4.10: Restricao para os cinco pontos da segunda tabela do problema. Nesta caso
temos uma conica degenerada formada por dois retas secantes.
Logo,
Lx (x, y) = gx (x, y)
16 = (10x 16y 120)
Ly (x, y) = gy (x, y) 26 = (24y 16x + 212)
g(x, y) = k 5x2 16xy + 12y 2 120x + 212y = 595
Portanto o ponto (32, 12) e um ponto de maximo e o valor maximo de L(x, y) sujeita `
a
restricao g(x.y) = 595 e de 848.
Resposta: Para maximizar o lucro das vendas de ketchup em funcao da restricao obtida
pelos dados de venda, o produtor precisa fabricar 32 potes de 220ml e 12 de 330ml.
Exemplo 4.25 Um consumidor tem $600 para gastar em dois produtos, o primeiro dos
quais custa $20 por unidade e o segundo, $30 por unidade. Suponha que a utilidade
do consumidor proveniente de x unidades do primeiro produto e y unidades do segundo
produto seja dada pela funcao de utilidade de Cobb-Douglas U (x, y) = 10x0.6 y 0.4 . Quantas
unidades de cada produto deve o consumidor comprar para maximizar sua utilidade?
Solu c
ao: O custo total de comprar x unidades do primeiro produto a $20 cada e y de
segundo a $30 cada e g(x, y) = 20x + 30y. Como o consumidor tem somente $600 para
gastar, a meta e maximizar a funcao U (x, y) = 10x0.6 y 0.4 sujeita `a restricao g(x, y) = 600.
As tres equacoes de Lagrange sao
0.4 0.4
fx (x, y) = gx (x, y)
6x y = 20
fy (x, y) = gy (x, y) 4x0.6 y 0.6 = 30
g(x, y) = k
20x + 30y = 600
Podemos aplicar o Metodo dos Multiplicadores de Lagrange de uma forma mais geral
para as funcoes de Cobb-Douglas. Seja uma Funcao de Cobb-Douglas geral com a forma
Q(K, L) = AK L1 onde 0 < < 1 e submetida a` restricao g(K, L) = M . O sistema
de Lagrange neste caso e
1 1
Q K (K, L) = gK (K, L) AK L
= gK (K, L)
QL (K, L) = gL (K, L) A(1 )K L = gL (K, L)
g(K, L) = M g(K, L) = M
AK 1 L1 gK (K, L)
=
A(1 )K L gL (K, L)
A gK (K, L)
K 1
L1+
=
A(1 ) gL (K, L)
L gK (K, L)
= .
1K gL (K, L)
L = 1 gK K
gL (4.3)
g(K, L) = M
No exemplo 4.25, podemos aplicar o sistema (4.3) mudando o nome das variaveis
(x = K e y = L) e onde = 0.6, g(K, L) = 20K + 30L e M = 600. Logo,
L = 1 gK K
L = 0.4 20 K = 4 K
gL 0.6 30 9
g(K, L) = M 20K + 30L = 600,
Relac
ao de exerccios - 4: Func
oes de v
arias vari
aveis
(a) a + b > 1.
(b) a + b < 1.
(c) a + b = 1.
dz
6. Use a Primeira Regra da Cadeira para encontrar e verifique sua resposta es-
dt
crevendo explicitamente z em funcao de t e derivando diretamente em relacao a
t.
7. Use a Segunda Regra da Cadeia para determinar as derivadas parciais das seguintes
funcoes
8. Nas seguintes funcoes, considere que a variavel y seja dada implicitamente como
uma funcao diferenciavel g de x pela equacao f (x, y) = 0. Use a derivacao implcita
dy
para calcular nos pontos indicados.
dx
(a) 6x2 12xy + 4y 2 = 2; (1, 1).
(b) (x2 y 2 )2 = x2 y 2 + 55; (3, 1).
(c) sen (x y) + cos(x + y) = 0; , .
4 4
9. Dadas as seguintes funcoes, encontre os pontos crticos e classifique cada um como
um maximo relativo, um mnimo relativo ou um ponto de sela.
1 1 1 2
b
(e) h(u, t) = + + (k) h(a, b) = a ln + 3a ab2
u t u+t a
8 8
(f) g(a, b) = ab + + (l) f (x, y) = x sen y
a b
10. Um fabricante produz dois tipos de liga nas quantidades de x e y toneladas, respec-
tivamente. Se o custo total e expressado pela funcao C(x, y) = x2 + 100x + y 2 xy
e a renda total e dada pela funcao R(x, y) = 100x x2 + 2000y + xy, encontre o
nivel de producao que maximiza o lucro.
11. Uma loja de camisetas vende duas marcas concorrentes, uma assinada por Anderson
Varejao e outra assinada por Pau Gasol. O proprietario da loja pode obter ambas
as grifes ao custo de $2 por camiseta, e estima que se as camisetas de Varejao
forem vendidas por x dolares cada e as camisetas de Gasol por y dolares cada, os
consumidores comprarao aproximadamente 40 50x + 40y camisetas de Varejao e
20 + 60x 70y camisetas de Gasol por dia. Por quanto o proprietario deveria vender
cada camiseta de modo a gerar o maximo lucro possvel?
12. Um fabricante com direitos exclusivos de uma nova maquina industrial planeja ven-
der um n
umero limitado delas e estima que, se x maquinas forem suplidas para o
x
mercado domestico e y para o exterior, as maquinas serao vendidas por 150 mil
6
y
u.m. cada internamente e por 100 mill u.m. cada para exportacao.
20
(a) Quantas maquinas deve o produtor suprir para o mercado domestico de forma
a gerar o maior lucro internamente?
(b) Quantas maquinas deve o produtor suprir para o mercado externo de forma a
gerar o maior lucro possvel de exportacao?
(c) Quantas maquinas deve o produtor suprir para cada mercado de forma a gerar
um lucro total maximo?
(d) A relacao entre as respostas dos itens anteriores e acidental? Explique.
13. Usar o metodo dos multiplicadores de Lagrange para encontrar os extremos indica-
dos para cada uma das seguintes funcoes. Pode supor que o extremo existe em cada
caso.
14. Encontre todos os pontos crticos de cada uma das funcoes seguintes sujetas a`s
restricoes indicadas.
15. Encontre dois n umeros nao-negativos a e b tais que a + b = 100 e seu produto sea
o maior possvel.
(b) Qual e o maior volume de um cilindro que pode ser enviado pela quarta classe?
(Um cilindro de raio r e cumprimento h tem volume hr2 .)
17. Um fabricante planeja vender um novo produto ao preco unitario de $150, e estima
que, se x mil u.m. forem gastas em desenvolvimento e y mil u.m. em propa-
320y 160x
ganda, aproximadamente + unidades do produto serao vendidas. O
y+2 x+4
custo unitario de fabricar o produto e de $50. Se o fabricante tem um total de
$8.000 para gastar em desenvolvimento e propaganda, como debe esta quantia ser
dividida para gerar un lucro maximo? [Dica: Lucro = (n umero de unidades)(preco
unitario-custo unitario)-quantia total gasta em desenvolvimento e propaganda].
1
Algebra b
asica
1.2 Fatora
cao de express
oes alg
ebricas
Fatorar uma expressao algebrica significa escreve-la na forma de um produto de dois
ou mais termos (fatores). A fatoracao e usada para simplificar expressoes e para resolver
equacoes e se baseia na lei da distributividade da multiplicacao. Alguns dos metodos de
fatoracao de expressoes algebricas sao:
Fator comum.
Exemplo R.1 Vamos fatorar 4x4 + 8x3 . Como os dois termos dessa expressao
sao divisveis por 4x4 , podemos usar a lei da distributividade para colocar 4x3 em
evidencia e escrever
4x4 + 8x3 = 4x3 (x + 2).
Exemplo R.2 Seja agora 10(x 5)4 (x + 1)4 + 8(x + 1)5 (x 5)3 . Os dois termos
sao divisveis por 2(x 5)3 (x + 1)4 . Colocando esse fator em evidencia temos
10(x 5)4 (x + 1)4 + 8(x + 1)5 (x 5)3 = 2(x 5)3 (x + 1)4 [5(x 5) + 4(x + 1)].
181
1. ALGEBRA
BASICA
REVISAO
10(x 5)4 (x + 1)4 + 8(x + 1)5 (x 5)3 = 2(x 5)3 (x + 1)4 (9x 21)
Agrupamento.
a2 b2 = (a + b)(a b).
1.3 Simplifica
c
ao de express
oes alg
ebricas por fatorac
ao e can-
celamento
Podemos combinar a fatoracao e o cancelamento para simplificar fracoes algebricas
obtendo uma fracao mais simples que seja equivalente a` fracao dada.
6a2 bx 3a 2abx 3a
2abx
3a
Exemplo R.7 3
= 2
= 2
= 2.
2ab x b 2abx b 2abx
b
a2 b 2 a2 b 2 (a + b)(a b) (a+b)(a
b) ab
Exemplo R.8 2 2
= 2
= = = .
a + 2ab + b (a + b) (a + b)(a + b) (a+ b)(a + b)
a+b
10xy 5x 2y 2y
5x 2y
Exemplo R.9 = = = .
2
10x + 5xy 5x(2x + y) 5x(2x
+ y) 2x + y
1.4 Resolu
c
ao e factora
c oes do 2o grau pela f
ao de equac ormula
de B
askara
possvel encontrar as solucoes de uma equacao do 2o grau da forma ax2 + bx + c = 0,
E
com a 6= 0 usando uma expressao conhecida como formula de Baskara:
b b2 4ac
x= .
2a
Toda equacao do segundo grau e fatorada por suas razes, se existissem. Se chamamos
por x1 e x2 as solucoes da equacao ax2 + bx + c = 0, entao temos que
Se a equacao tem somente uma solucao x1 , ela e chamada de solucao dupla e sua factoracao
e:
ax2 + bx + c = a(x x1 )(x x1 ) = a(x x1 )2 .
Se a equacao nao tem solucoes reais, entao nao ha fatoracao real possvel.
1.5 Resolu
c
ao de equa
coes por fatorac
ao
A fatoracao pode ser usada para resolver certas equacoes. A tecnica se baseia no fato
de que se o produto de dois ou mais termos e nulo, pelo menos um dos termos deve ser
nulo, isto e, se ab = 0 devemos ter a = 0 ou b = 0.
Exerccios
1. Calcule os produtos notaveis:
2. Fatore os polinomios:
(c) y 2 4y + 3 = 0 (g) y 2 2y + 3 = 0
4 5
(d) y 2 8y + 16 = 0 (h) 1 + 2 = 0
x x
2 Func
oes
Frequentemente, nas mais diversas relacoes envolvendo duas variaveis, o valor de uma
delas depende do valor da outra. Assim, por exemplo, o valor de uma conta de energia
eletrica depende da quantidade consumida; a poluicao do ar em uma cidade depende do
n
umero de veculos nas ruas; o preco de uma garrafa de vinho depende do ano em que o
vinho foi fabricado.
Grande parte das relacoes apresenta a propriedade de que a cada valor de uma variavel
corresponde um u
nico valor da outra. Relacoes como essas muitas vezes podem ser repre-
sentadas matematicamente atraves de func oes.
Em termos gerais, uma funcao consiste em dois conjuntos e uma regra que associa
os elementos de um conjunto aos elementos do outro. Vamos supor, por exemplo, que um
fabricante esteja interessado em determinar o efeito do preco sobre o n
umero de unidades
vendidas de certo produto. Para estudar essa relacao, e preciso conhecer o conjunto de
precos admissveis, o conjunto de vendas possveis e uma regra para associar cada preco
a um determinado n umero de unidades vendidas.
A definicao de funcao que vamos adotar e a seguinte:
Definic
ao R.4 Uma fun c
ao e uma relacao que associa a cada elemento de um conjunto
A um unico elemento de um conjunto B. O conjunto A e chamado de domnio da funcao
e o conjunto B de contradomnio.
Exerccios
1. Especifique o maior domnio de cada funcao:
(a) f (x) = x2 + 2 (c) f (x) = x2
1
(b) f (x) = (d) f (x) = 3 x 2
x
(a) f (x) = x2 + 4
i. f (1) ii. f (0) iii. f ( 21 ) iv. f ( 2)
1
(b) f (x) =
x
i. f (7) ii. f (1) iii. f ( 12 ) iv. f ( 34 ) v. f ( 2)
x
(c) f (x) =
x2 1
i. f (0) ii. f (2) iii. f (2) iv. f (5)
(d) f (x) = x 2
3. As seguintes funcoes sao definidas por mais de uma sentenca. Determine o maior
domnio e os valores especificados de cada uma delas:
1
se x < 1
x1
(a) f (x) =
4x2 + 1 se x 1
4. O custo total5 em reais para fabricar x unidades de um produto e dado pela funcao
C(x) = x3 30x2 + 500x + 200. Determine o custo de fabricacao de 20 unidades do
produto.
x2 + x 2
7. Seja f (x) = . Determinen, se existerem:
x1
(a) f (2) (c) f (0)
(b) f (1) (d) f (1)
5
Uma funcao custo (total) descreve o custo de producao de determinado bem e varia, de modo geral,
em funcao da quantidade produzida desse bem. No custo de producao existem duas parcelas: uma parte
fixa, chamada custo fixo, que n ao depende da quantidade produzida e corresponde aos gastos fixos de
producao tais como aluguel e manutenc ao do predio; e uma parte variavel, chamado custo vari avel,
que depende da quantidade produzida e envolve, por exemplo, compra de materia prima e pagamento de
m ao-de-obra. A func
ao custo e a soma dos custos fixo e variavel.
6
Uma fun c
ao de demanda expressa a relacao entre o preco unitario e a quantidade demandada de
um produto.
7
A fun
cao receita (total) e obtida multiplicando o numero de unidades vendidas pelo preco unitario
8
A fun
cao lucro (total) e expressa pela diferenca entre as funcoes receita e custo.
Exemplo R.15 Ache o coeficiente angular da reta que passa pelos pontos (2, 5) e (3, 1).
1 5 6
Neste caso temos, m = = .
3 (2) 5
Exemplo R.16 Determine o coeficiente angular da reta que passa pelos pontos (7, 1) e
(3, 1).
1 1 0
Neste caso temos, m = = = 0.
37 4
Observaco
es:
Seja (x1 , y1 ) um ponto dado de uma reta de coeficiente angular m. Entao, para
qualquer outro ponto (x, y) da reta temos que
y y1
= m.
x x1
Da, multiplicando ambos os membros por (xx1 ) obtemos a equacao da reta na forma
chamada ponto-coeficiente angular:
y y1 = m(x x1 ). (R.4)
Se o ponto conhecido e aquele em que a reta corta o eixo y, e e denotado por (0, b),
entao a equacao (R.4) torna-se
y = mx + b. (R.5)
Neste caso, b chama-se intersec
ao y da reta ou coeficiente linear e a equacao (R.5)
chama-se equacao reduzida da reta.
8+2
m1 = = 10.
54
y + 3 = 4(x 2) y = 4x + 5.
1. y = 3x 6.
Caso direto, m = 3.
y
2. = x + 1.
4
Primeiro escrevemos a equacao na forma reduzida,
y
= x + 1 y = 4x + 4.
4
Assim, m = 4.
3. 5y 2x = 4.
Primeiro escrevemos a equacao na forma reduzida,
2 4
5y 2x = 4 5y = 2x + 4 y = x +
5 5
Assim, m = 25 .
4. 4x = 2y + 6.
Primeiro escrevemos a equacao na forma reduzida,
4x = 2y + 6 2y = 4x + 6 y = 2x + 3
Assim, m = 2.
Observaco
es:
1. Como uma reta horizontal tem coeficiente angular zero, a reta horizontal que passa
pelo ponto (x1 , y1 ) tem a equacao y = y1 .
2. O coeficiente angular de uma reta vertical nao e definido, por isso as formulas (R.4) e
(R.5) nao sao apropriadas para se obter sua equacao. No entanto, como as primeiras
coordenadas de todos os pontos de uma reta vertical sao iguais, uma reta vertical
que passa pelo ponto (x1 , y1 ) tem equacao x = x1 .
Teorema R.5 Duas retas nao-verticais sao paralelas se e somente se seus coeficientes
angulares sao iguais, isto e, chamando as retas por r e s,
r // s mr = ms
Exemplo R.19 Seja r a reta que passa pelos pontos (2, 9) e (1, 3) e seja s a reta que
passa pelos pontos (4, 10) e (3, 4). Mostre que r e s sao paralelas.
Apos o calculo dos coeficientes angulares temos que mr = 2 e ms = 2 . Logo
mr = ms e as retas r e s sao paralelas.
Na Figura R.3 observamos o grafico das retas e os valores de seus coeficientes angulares.
Exemplo R.20 Seja r a reta que passa pelos pontos (2, 9) e (1, 3) e seja s a reta que
passa pelos pontos (4, 5) e (2, 2). Mostre que r e s sao perpendiculares.
1
Apos o calculo dos coeficientes angulares temos que mr = 2 e ms = . Logo
2
1
mr = e as retas r e s sao perpendiculares.
ms
Na Figura R.4 observamos o grafico das retas e os valores de seus coeficientes angulares.
Observac ao: O coeficiente angular de uma reta e uma constante sempre que ele esta
definido. O n umero y2 y1 e a variacao na coordenada y e x2 x1 e a variacao na
coordenada x. Dessa forma, o coeficiente angular de uma reta fornece a razao entre a
variacao de y e a variacao de x, ou ainda, a taxa de variacao de y em relacao a` x.
4 Func
ao Exponencial e Fun
cao Logartmica
4.1 Fun
cao Exponencial
1
Exemplo R.21 Seja f (x) = 2x . Temos que f (3) = 23 = 8, f (1) = 21 = e
2
3 3
f = 2 2 = 23 = 8.
2
x
1 1
Exemplo R.22 Seja f (x) = . Assim, alguns valores da funcao sao f (4) = ,
2 16
1 1
f (3) = 8, f (0) = 1 ou f = .
2 2
Observaco
es:
De modo geral, o grafico de y = bx e representado por uma curva que esta toda acima
do eixo x, corta o eixo y no ponto (0, 1) e tem concavidade voltada para cima em R. Alem
disso, y = bx e crescente em R para b > 1 e e decrescente em R para 0 < b < 1, como
mostra a Figura R.5.
9
O conjunto R+ e o subconjunto dos n
umero reais estritamente positivos, isto e, todos os x de R tais
que x > 0
(a) Grafico de y = bx para b > 1. O grafico e (b) Grafico de y = bx para 0 < b < 1. O
crescente e com concavidade para cima grafico e decrescente e com concavidade para
cima
Figura R.5: Graficos para a funcao exponencial com distintos valores da base
Sejam a, b R+ e x e y n
umeros reais. Entao, as funcoes exponenciais sao contnuas
em R e obedecem a`s seguintes propriedades:
1. bx = by x = y.
2. bx by = bx+y .
bx
3. = bxy .
by
4. (bx )y = bxy .
5. (ab)x = ax bx .
a x ax
6. = x.
b b
logb a = x bx = a.
1 1 1
Exemplo R.25 log5 = 3 pois 53 = 3 = .
125 5 125
1. logb a = logb c a = c.
2. logb b = 1.
3. logb 1 = 0.
4. logb (ac) = logb a + logb c.
5. logb ac = c logb a.
a
6. logb = logb a logb c.
c
Observaco
es:
1. blogb x = x.
2. logb bx = x.
(a) Gr
afico de y = logb (x) para b > 1 (b) Grafico de y = logb (x) para 0 < b < 1
5 Func
oes trigonom
etricas
As funcoes trigonometricas sao funcoes angulares, importantes no estudo dos triangulos
e na modelagem de fen omenos peri odicos. Podem ser definidas como razoes entre
dois lados de um triangulo retangulo em funcao de um angulo, ou, de forma mais geral,
como razoes de coordenadas de pontos no crculo unitario, onde a unidade de medida
internacional de angulos e o radiano.
O radiano e um numero real associado ao angulo que um arco faz sobre uma circun-
ferencia. Quando o comprimento de um arco de circunferencia e igual `a medida do raio,
entao o angulo que forma tem uma medida de 1 radiano (1rad).
Na Figura R.7 podemos observar um angulo de 1rad porque do ponto B ao ponto C
e igual `a medida do raio OB.
Uma circunferencia tem um angulo de 2 radianos. Como uma volta completa equivale
a 360o , entao 2rad = 360o . Assim, as medidas dos angulos mais caractersticos sao:
Func
oes Trigonom
etricas e Gr
aficos
Figura R.8: Triangulo retangulo para o calculo das funcoes seno e cosseno.
Logo, para qualquer angulo com medida de x radianos, podemos construir un triangulo
retangulo e determinar seu seno e seu cosseno. Assim podemos definir as funcoes sen(x)
e cos(x) para cada valor x real.
cateto oposto a
tan() = = .
cateto adjacente c
Mas, pela definicao do seno e do cosseno, obtemos que
Portanto, para cada valor x real, podemos definir a funcao tangente como
sen(x)
tan(x) =
cos(x)
Igualdades Trigonom
etricas B
asicas
Seno do
angulo soma: sen(x y) = sen(x) cos(y) sen(y) cos(x).
Cosseno do
angulo soma: cos(x y) = cos(x) cos(y) sen(x) sen(y).
Por consequencia,
Observaco
es:
A seguir temos uma tabelas com os valores do seno, do coseno e da tangente para os
angulos mais usuais.
Exerccios
1. Dado os triangulos retangulos (a) e (b), calcule todas as razoes trigonometricas do
angulo x
(a) (b)
Dica: Use o Teorema de Pitagoras para determinar o lado nao dado do triangulo
3
2. Determine as demais razoes trigonometricas sabendo que sen(x) =
5
3. Determine a imagem e o perodo das funcoes:
(a) y = 3senx (c) y = 12 tan(x) 3x
(e) f (x) = cos
2
(b) y = 4 cos(x) (d) f (x) = sen(3x) (f) f (x) = 7 + 2 tan(3x)
4
4. Sabendo que cos(x) = , calcule:
5
(a) sen(x) (c) sen(2x) (e) tan(2x)
(b) tan(x) (d) cos(2x) (f) sen(3x)