PROCESSO DE PELOTIZAÇÃO 2003 - Luciano Martins Da Silva PDF
PROCESSO DE PELOTIZAÇÃO 2003 - Luciano Martins Da Silva PDF
PROCESSO DE PELOTIZAÇÃO 2003 - Luciano Martins Da Silva PDF
SERRA
2008
LUCIANO DA SILVA
SERRA
2008
Resumo
Este trabalho apresenta-se a influencia da umidade no processo de pelotizaao, dando
destaque para o processo de filtragem e a formao da polpa retida, que tem grande
influencia no Pelotamento e conseqentemente no processo de queima. Realizamos testes
de umidade no processo de filtragem das usinas 1 e 2 da Vale , para avaliar a umidade da
polpa retida em funo da espessura da camada e tempo de secagem controlados atravs da
rotao do filtro e obtivemos resultados de umidade muito prximo,sem grandes alteraes
na quantidade de gua na polpa retida.
ndice
1.0 Introduo ............................................................................................................................... 5
1.1 Histricos da pelotizao ............................................................................................5
2.0 INTRODUO A SIDERURGIA .................................................................................................. 6
2.1 Panorama de produo siderrgica. ............................................................................7
2.2 Sustentabilidades na siderurgia ..................................................................................8
2.3 Produtos siderrgicos ............................................................................................... 10
2.4 Classificaes dos produtos siderrgicos ................................................................... 12
2.5 siderrgicas brasileiras e seus produtos .................................................................... 15
3-rea de reduo ....................................................................................................................... 16
3.1 - Coqueria ................................................................................................................17
3.2-Sinterizao ............................................................................................................. 19
3.2-alto-forno ................................................................................................................21
3.3 Processos de reduo direta ..................................................................................... 27
4-Processo de pelotizaao........................................................................................................... 28
4.1 Preparao da matria-prima ................................................................................... 30
4.1.1 Empilhamento/Recuperao ..................................................................................... 30
4.2-Moagem ..................................................................................................................31
4.2.1-Variveis operacionais ............................................................................................... 34
4.3 Espessamento/homogeneizao e adio de carvo .................................................. 42
4.3.1 Espessamento ............................................................................................................ 42
4.3.2 homogeneizao ........................................................................................................ 47
4.3.3 Adio de carvo ........................................................................................................ 48
4.4 Filtragem..................................................................................................................48
4.4.1 Formao da polpa retida .......................................................................................... 50
4.4.2 Equipamentos e componentes da rea de filtragem ................................................. 51
4.4.3 Tipo de aglomerantes................................................................................................. 56
4.5 Pelotamento ............................................................................................................ 57
4.5.1) Equipamentos usados para a formao das pelotas cruas ................................. 61
4.5.2) Variveis do processo.......................................................................................... 62
4.6- Queima ...................................................................................................................67
4.6.1 Tratamento trmico das pelotas ................................................................................ 67
1.0 Introduo
O ao a liga metlica mais utilizada pelo homem, pois sua grande versatilidade e seu
baixo custo possibilitam a sua utilizao em uma ampla gama de aplicaes, desde minsculas
peas como engrenagens de relgios, mola de expanso das veias cardacas ate grandes
estruturas como pontes, edifcios e navios. A produo de ao e uma atividade de grande
potencial d gerao de crescimento econmico e social de uma regio e de uns pais, seja pela
necessidade de mo-de-obra qualificada,pela elevada utilizao de matrias-primas e insumos
(minrios, refratrios, gases industriais, sucatas), pela gerao de varias indstria de
fornecimento de equipamentos ou componentes (maquinas, caldeiras, sensores, motores) e
servios (manuteno mecnica, eltrica, instrumentao e refratrios), alem de indstrias
para utilizao local dos produtos e co-produtos siderrgicos (metalrgicas para produo de
tubos ou estruturas metlicas ou estampadas pr-montados, relaminaes, fabricas de
cimento, recuperao de escoria e lamas, termoeltricas). (Rizzo, 2005)
Janeiro/fevereiro-2008
Estado
Ao bruto (%) Laminados e semi-acabados (%)
para venda
Minas gerais 2055,0 36,18 1881,8 35,60
So Paulo 1179,5 20,76 944,0 17,86
Esprito santo 1072,9 18,89 1093,3 20,68
Rio de janeiro 1025,0 18,04 852,7 16,13
Outros 348,2 6,13 514,7 9,74
Total 5680,6 100,00 5286,5 100,00
Fonte: IBS-instituto brasileiro de siderurgia
rgidas da legislao, suprir o mercado interno com competncia, manter forte posio
exportadora, alem de desenvolver as comunidades locais e contribuir para o fortalecimento da
economia local. A siderurgia brasileira concluiu em2006 um ciclo de investimento, iniciado em
1994, de U$$18,9 bilhes ate 2012, considerando apenas as usinas do parque existente. A
capacidade de produo sara de 37 milhes de toneladas de ao para 52,2 milhes de
toneladas. Considerando como novos projetos, sero 66 milhes de toneladas de ao.
Estes investimentos esto ligados de forma indissocivel aos fundamentos de
responsabilidade social e corporativa, conforme explicitado no relatrio de sustentabilidade do
setor. No ano passado, as empresas do setor destinaram R$223,9 milhes para projetos de
ao social, sendo voltados basicamente para a rea de meio ambiente (52%) e cultura (22%).
So principalmente projetos desenvolvidos e geridos pelas prprias empresas, em parceria
com outras instituies. A importncia do setor siderrgico brasileiro se reflete na gerao de
postos de trabalho, com empregos de qualidade. No ano de 2006, o setor comportava 111557
colaboradores. A taxa de rotatividade entre os colaboradores da siderrgica brasileira e baixa
(6,1 % em 2006). Em relao permanncia nas empresas, 45% do efetivo prprio do setor
tem mais de 11 anos de trabalho. A maior parte deles, 25% tem entre 11 e 20 anos de
empresa. Por qu? As razoes so variadas.
Alem de um pacote interessante de renumerao e benefcios, os colaboradores
sentem-se atrados pelos investimentos em educao, treinamento e desenvolvimento que a
siderurgia proporciona. Em 2006, as empresas siderrgicas destinaram R$63,4 milhes para
programas de treinamento e desenvolvimento profissional de seu pessoal.
Valor Ao Social
R$223,9 milhes Para projetos de ao social
Critrio Classes
Aos com
Aos Aos
Aos para construo caractersticas
ferramentas inoxidveis
particulares
Rpido Martenstico Eltrico
Construo mecnica Trabalho a
Ferritico Magntico
quente
Trabalho a
Estrutural Austentico Criognico
Caracterstica frio
predominante Endurecivel
Resistente Resistente ao
Estampagem por
ao choque desgaste
precipitao
Tempervel Ultra-
Caldeira e vaso de presso
a gua resistente
Tubulao
Revestido
Construo especial
Composio Carbono ou Carbono ou
Carbono Ligado Ligado
qumica ligado ligado
Propriedades Ao comum, ao Ao de
exigidas na de qualidade qualidade e Especial
utilizao especial ao especial
Fonte: (Rizzo, 2005)
Fonte: www.infomet.com.br
-chapa: produto plano de espessura mnima de 0,38mm e largura mnima de 500 mm.
Chapa fina: chapa com espessura mnima entre 0,38mm e 5,0mm e com
largura igual ou superior a 500 mm.
Chapa fina a frio: chapa com espessura entre 0,38mm e 3,0mm e com largura
superior a 500 mm, fornecido em forma de placa, cuja espessura final e obtida
por laminao a frio.
-Fita de ao para embalagem: produto plano laminado com espessura igual ou inferior
a 1,27mm e com largura igual ou inferior a 32 mm fornecido na forma de rolo,
utilizando como elemento de fixao ou compactao no acondicionamento e/ou
embalagem.
-Folha: produto plano laminado a frio como espessura igual ou inferior a 0,38mm e
como largura mnima de 500 mm e fornecido em bobinas ou em um comprimento
definido.
-Tira: produto plano relaminado a frio ou produto plano laminado com largura igualou
inferior a 500 mm, fornecido com um comprimento definido.
-Rolo: produto plano relaminado a frio ou produto plano laminado com largura igual
ou inferior a 500 mm, enrolado na forma cilndrica de tal modo que a largura final do
rolo seja igual largura do produto plano (rolo simples) ou ento, de modo que a
largura final do rolo seja superior a largura do produto plano. (Rizzo, 2005)
Fonte: www.ibs.com.br
Fonte: www.ibs.com.br
Fonte: www.ibs.com.br
3-rea de reduo
Deteremos-nos na anlise dos principais parmetros do processo necessrios para a
obteno do ferro primrio (ferro-gusa ou ferro esponja) numa usina siderrgica. Em primeiro
lugar devemos considerar que o processo de obteno de ferro gusa nos alto-fornos pode ser
realizado empregando-se alternativamente o carvo vegetal ou o carvo mineral (convertido
em coque), com a dupla funo de combustveis e redutores. Alem disso o processo de
reduo direta (DRI) tambm pode ser empregado, fazendo o uso do gs natural ou carvo
para obteno do ferro esponja.
Discutiremos em primeiro lugar as rotas tecnolgicas para obteno de ferro-gusa em
altos-fornos. Uma considerao importante a respeito dessa rota estar relacionada com o tipo
de combustvel/redutor utilizado,ou seja,carvo vegetal ou coque. No caso de uso de fornos a
carvo vegetal como matria-prima, os altos-fornos podem ser de dois tipos bsicos: a)mini
altos-fornos a carvo vegetal ,utilizados pelas usinas no- integradas,;b)altos-fornos a carvo
vegetal utilizados em usinas integradas,mas sem a coqueria. Normalmente, os alto-fornos
operando com coque como principal combustvel/redutor apresenta uma capacidade de
produo maior.
Para fins de estudo consideraremos que a fase do processo de produo denominada
de reduo e compreendida pelos seguintes setores bsicos:
-ptios de matrias-prima ou minrios;
-coqueria, no caso de uso do carvo mineral;
-Processos de aglomerao de finos de minrio e/ou carvo (sinterizao ou
pelotizaao);
-fornos de obteno de ferro primrio (alto-forno, reduo direta e fuso redutora)
Na figura 7 segue o fluxo de produo de uma usina siderrgica integrada.
Figura7: Fluxo de produo de uma usina siderrgica integrada
Fonte: www.usiminas.com.br
3.1 - Coqueria
O carvo mineral costuma ser submetido a uma etapa de beneficiamento previa ao
alto-forno, a coqueificaao, cujo fluxograma tpico e apresentado na figura 8.
volteis, que so recolhidas, pois, so de grande valor por formarem um gs combustvel com
alto poder calorfico.
O aquecimento do carvo mineral enfornado e indireto, pois, o calor e gerado nos dutos
de aquecimento distribudos no interior da cmara. Assim o carvo carregado dentro da
cmara entra em contato com as duas paredes aquecidas e o calor e transmitido, por
conduo, para o centro da carga. O material solido remanescente na retorta e o coque, que
estar pronto para ser desenfornado.
Para a realizao de Desenfornamento, as duas portas da retorta so abertas. Por uma
delas e introduzido o mbolo empurrador, que empurra o coque para fora da cmara pela
outra porta. O coque incandescente cai dentro de um vago de transporte.
O coque deve ser apagado imediatamente, para impedir sua queima, o que pode ser feito
a mido ou a seco. No apagamento a mido, o vago carregado e posicionado sob a torre de
apagamento, onde o coque e apagado com fortes jatos de gua. Neste processo, ocorre um
consumo de gua em torno de 400 litros por tonelada de coque resfriado. No processo de
apagamento a seco, o coque incandescente e introduzido em uma cmara de extino e
submetido a uma corrente ascendente de nitrognio, numa temperatura abaixo de 180C.
A permeabilidade da carga e de fundamental importncia no alto-forno. Por este motivo,
deve ser realizado um rigoroso controle da granulometria e da resistncia mecnica do coque.
Assim para atender as caractersticas do alto-forno, depois de frio, o coque deve ser britado e
peneirado. Esta etapa e denominada de preparao do coque.
Durante a carbonizao da mistura dos carves nos fornos das baterias, alem do coque
produzido, h formao de uma mistura gasosa identificada com o gs de coqueria ou
simplesmente pela sigla de (COG-coke oven gs) e outra mistura liquida conhecida por
condensados mistos, sendo composto, principalmente de gua amoniacal (98,7%), alcatro
(1%) e borra (0,30%). Aproximadamente 25% da mistura de carves se transformam em
matrias volteis, que, depois de tratadas podem ser usadas na prpria usina e na produo
de energia eltrica numa central termoeltrica. O alcatro pode ser soprado nos altos-fornos,
na altura das ventaneiras, economizando coque e, tambm, pode ser vendido para indstrias
do ramo de carboderivados
3.2-Sinterizao
A sinterizao consiste em misturar e homogeneizar finos de minrios de ferro (snter
feed), finos de carvo ou coque, finos de fundentes (cal, etc.) e controlar a umidade inicial de
mistura, seguida da combusto do carvo, de modo que a temperatura seja elevada ate a faixa
de 1250C a 1350C, condio suficiente para que a umidade evapore e as partculas da carga
se unam por caldeamento, devido ocorrncia de uma fuso parcial do tipo redutor-oxidante,
Fonte: GAEPP-Vale
3.2-alto-forno
O alto forno e um reator metalrgico empregado na produo de ferro gusa, atravs
da fuso redutora de minrios de ferro em presena de carvo vegetal ou coque e fundentes,
os quais so carregados pelo topo e, na descida so transformados pela ao dos gases
ascendentes, provenientes da combusto do carvo com oxignio soprado pelas ventaneiras,
obtendo-se escoria e o ferro-gusa, depositados no cadinho e as poeiras e os gases no topo. No
interior do alto-forno, esto reagindo slidos, lquido e gases. A temperatura varia de 150C no
topo ate 2100C nas regies inferiores. De maneira geral e constitudo de (figura 10):
-Equipamentos de descarga e pesagem de matrias-primas;
Uma vez completado o ciclo de carga com o material descarregado de forma uniforme
na periferia do cone grande, estando fechado o cone menor, e baixado o cone grande
deixando escorregar a carga para o interior do alto-forno. A freqncia de carregamento e
estabelecida de forma que a altura da carga seja mantida aproximadamente constante, o que
pode ser verificado atravs de sondas.
Nos processos do tipo reduo direta para produo de ferro esponja, podem ser
utilizados o gs natural ou o coque como combustvel e redutor. No caso da utilizao do gs
natural, os fornos podem ser do tipo chamin (cuba ou Shaft), leito fluidizado e retortas
(fornalhas). Nos processos mais difundidos (Midrex, Hyl, Arex), so empregados fornos do tipo
chamin vertical com bojos intermedirios para injeo dos gases redutores e dos carburantes.
O oxido de ferro e normalmente alimentado pelo topo do forno de reduo de onde ele flui
em sentido descendente por gravidade (figura 13) e descarregado pelo fundo como ferro
metlico (com resduos de oxignio e ganga) no estado solido sob forma de ferro espoja (DRI-
direct reduced iron ou HBI).
XIDO DE FERRO
GS DE
EXAUSTO
GS NATURAL
COMPRESSOR DE LAVADOR DE GS
GS DE PROCESSO DE TOPO
FORNO DE
CUBA
REDUO
GS REDUTOR ZONA DE
SOPRADOR DE AR LAVADOR DE GS DE
DE PROCESSO RESFRIAMENTO
RESFRIAMENTO
ZONA DE
COMPRESSOR DE GS
DE RESFRIAMENTO
CHAMIN
EJETORA
AR DE
ALIMENTAO
GS
AR DE COMBUSTO COMBUSTVEL
RECUPERAO REFORMADOR
DE CALOR
DRI
Fonte: (Pena, 2008)
4-Processo de pelotizaao
Independente da rota tecnolgica adotada, o minrio de ferro costuma ser beneficiado
antes de ser utilizados nos auto-fornos e nos fornos de reduo direta. O beneficiamento visa
justamente otimizar o desempenho operacional destes equipamentos,sendo realizado pelos
processos alternativos qumica ao processo posterior de reduo. A pelotizaao e um processo
que costuma ser realizado por empresas mineradoras, ao passo que a sinterizao e efetuado
nas instalaes da prpria usina siderrgica. Os fluxogramas so representaes grficas de
pelotizaao e sinterizao, que realizam a aglomerao de finos de minrio de ferro,
aproveitando para adequar a composio que indicam de forma clara o caminho percorrido
pelas matrias-primas, suas transformaes e os produtos e subprodutos gerados. A figura 13
representa de forma esquemtica o processo de pelotizaao.
RECUPERADORA
DE FINOS
VIRADOR DE VAGES
PILHA DE MINRIOS
TANQUE
HOMOGENEIZADOR
ESPESSADOR
MOINHO DE BOLAS
HIDROCICLONES
FILTROS
A VCUO
REIRCULAO
SILO DE
DE GUA
POLPA AGLOMERANTE
RETIDA
PRENSA
SILOS DO DE
PELOTAMENTO ROLOS
DISCOS DE MISTURADORES
PELOTAMENTO
FORNO DE GRELHA MVEL
PELOTAS
CRUAS
EMPILHADEIRA
DE PELOTAS
PELOTAS
QUEIMADAS
Fonte: (silva)
4.1.1 Empilhamento/Recuperao
O empilhamento e feito por uma empilhadeira mvel (figura 16), com capacidade de
6.000 t/h, que deposita os diferentes tipos de minrio em camadas sucessivas nas propores
definidas pelo produto final desejado (figura 17) (serafim, 2007).
Objetivo do empilhamento e homogeneizao:
Minimizar flutuao das propriedades das diversas matrias-primas;
Parmetro chave: Sio2, ndice de moabilidade; gnese dos minrios;
Oportunidades de adio de fundentes combustveis slidos;
Pilha tpica: 45.000 a 50.000t de minrio.
4.2-Moagem
O processo de formao de pelotas em usinas de pelotizaao, tanto no Pelotamento
tanto na queima, exige que as partculas de minrio possuam granulometria fina. Apesar da
maioria do minrio alimentado as usinas possuir pequenas dimenses de partculas, grande
parte das mesmas possuem dimenses superiores a 0,044mm (325 mesh).de acordo com
estudos desenvolvidos e comprovaes praticas,para uma boa formao de pelotas e
necessrio que pelo menos 90% do material a ser pelotizado possua dimenses individuais de
partculas igual ou inferior a 0,044mm (325 mesh). Apesar de a faixa granulomtrica ser
padro de controle, a varivel superfcie especfica o fator determinante do sucesso na
formao de uma boa pelota, pois de forma indireta e a superfcie especifica que determina a
quantidade de micro-finos ideal para o alcance dos objetivos. No basta que o material a ser
pelotizado possua granulometria menor que 0,044mm,sendo de suma importncia a existncia
de micro-finos.e no processo de moagem do minrio que se obtm o alcance dos dois
parmetros fsicos ideais (granulometria e superfcie especifica).
De acordo com as caractersticas de cada tipo de pelota a ser produzida so fixados
valores de superfcie especfica, que de acordo com os padres atuais variam de 1.830 a 2.100
cm/g. A moagem geralmente conduzida em moinhos de bolas (figura18), tendo como
corpos moedores esferas ou cylpebs (cones truncados) de ao ou ferro fundido.
Fonte: (Vale)
A moagem a seco, por sua vez, exige a prvia secagem dos finos de minrio, porm,
dispensam as operaes de espessamento, homogeneizao e filtragem, presentes na
moagem a mido. A moagem pode ser conduzida em circuito aberto, com uma nica
passagem do material pelo moinho, ou em circuito fechado, no qual hidrociclones (a mido)
ou cmaras de poeira (a seco) fazem a classificao do material da descarga do moinho. De
acordo com o princpio da operao em circuito aberto a mido, todo o material passa apenas
uma vez pelo moinho, indo posteriormente para a rea seguinte do processo (tanques
homogeneizadores).
Como na operao em circuito aberto no existe carga de recirculao, a demanda de
volume de polpa para a bomba na descarga do moinho de aproximadamente 25 %, se
comparada com a operao em circuito fechado. Como a bomba projetada para trabalhar
normalmente em circuito fechado, sua capacidade de recalque muito superior ao necessrio
para a operao em circuito aberto, vindo a causar abaixamento de nvel do tanque de
descarga do moinho. Para contornar esta situao, a fim de evitar desgastes acentuados e
precoces nos componentes da bomba e tubulaes, usa-se o artifcio de recircular parte da
polpa j moda para complementao do nvel do tanque. Esta complementao poder ser
feita de duas maneiras, como segue:
4.2.1-Variveis operacionais
a)Umidade: Percentual de gua (em peso) contido em um determinado material ou
mistura de materiais. Unidade = %. A medio feita em laboratrio.
b)Densidade: Densidade de um determinado material ou mistura de materiais vem a
ser a relao existente entre sua massa e o volume ocupado pelo mesmo (figura 19). Poder
ser medida por densmetro, de forma automtica, com emisso de sinal um line para a sala de
controle, ou manualmente, pelo operador da rea, com a utilizao de um dinammetro
(balana de densidade com funcionamento mecnico), ou balana eletrnica estacionria.
Unidade = g/cm ou kg/l.
Figura 19: Densidade de um corpo
Fonte: (Vale)
Fonte: (Vale)
Legenda:
A - Bocal de entrada de alimentao tangencial
B - Seo cilndrica na entrada
C - Seo cnica inferior
D - Apex
E - Vortex
F - Coletor de descarga
G - Descarga do Overflow
de medio direta da vazo do underflow. A LURGI usou este mtodo, medindo o tempo de
enchimento de um recipiente de volume conhecido e a densidade da polpa do underflow.
Frmula:
V. N. 3,6. d. %S
CR = --------------------------------. 100
T. A
Onde:
CR = Carga de recirculao - %
N- Nmero de hidrociclones
3,6 - Constante
d- Densidade da polpa no underflow - Kg/l
%S - Percentagem de slidos - %
T- Tempo de enchimento - segundos
V - Volume do recipiente - litros
A - Alimentao horria do moinho, base seca - t/h
Frmula para clculo de percentual de slidos na polpa de minrio (em peso):
100. Dm(Dp-1)
%S = ----------------------
(Dm-1)Dp
Onde:
%S Percentual de slidos
DM Densidade do minrio - aproximadamente 5 g/cm3 (dado conseguido no laboratrio
central DIPE)
Dp Densidade da polpa - Kg/l
1 - Constante
100 - Constante
Fonte: (Vale)
Legenda:
1 - Alimentao de minrio (produo).
2 - Alimentao de gua para correo de densidade.
3 - Carga de recirculao.
4 - Alimentao de corpos moedores.
5 - Descarga da polpa moda
6 - Tanque de descarga do moinho
7 - gua de processo para diluio da polpa
8 - Bombeamento de polpa para a bateria de hidrociclones
9 - Bateria de hidrociclones
10 - Sada do overflow para o espessador
O moinho recebe pelo chute de alimentao: minrio, gua para correo de densidade,
carga de recirculao e corpos moedores. Por transbordo, a polpa com densidade aproximada
de 3,0 kg/l descarregada do moinho num tanque localizado sob a descarga do mesmo. No
tanque, esta polpa diluda em gua de processo, onde atinge a densidade de
aproximadamente 1,60 kg/l, por intermdio de uma vlvula bia responsvel pela manuteno
do nvel do tanque. A diluio da polpa tem como objetivo, facilitar o processo de separao
das partculas por tamanho, via ciclonagem. Aps a diluio, uma bomba de polpa encarrega-
se de bombear a mistura para alimentar a bateria de hidrociclones, a uma presso aproximada
de 1,5 kg/cm. Como citado anteriormente, cabe bateria de hidrociclones fazer a
classificao, direcionando o material bem modo para o espessador e o mal modo de volta ao
moinho (carga de recirculao). Com o sistema bem dimensionado e em equilbrio, o volume
de material enviado ao espessador ser sempre equivalente taxa de produo alimentada ao
moinho e a carga de recirculao equivalente a aproximadamente 300% da taxa de produo.
- Menor consumo de corpos moedores, pois o minrio diminui o atrito corpo moedor /
corpo moedor.
- Menor desgaste de revestimento, pois o minrio funciona como lubrificante.
Fonte: (Vale)
Legenda:
1 - Alimentao de minrio (produo).
2 - Alimentao de gua para correo de densidade.
3 - Alimentao de corpos moedores.
4 - Descarga da polpa moda.
5 - Tanque de descarga do moinho.
6 - Retorno de polpa para complementao de nvel do tanque de descarga.
7 - Bombeamento de polpa para a bateria de hidrociclones.
8 - gua de processo para diluio da polpa.
9 - Distribuidor de polpa da bateria de hidrociclones.
10 - Descarga de polpa para espessador
Fonte: (Vale)
Fonte: (Vale)
objetivo deste anel perfurado promover a alimentao de maneira uniforme. O minrio, por
possuir peso especfico superior ao da gua, precipita-se, enquanto que a gua direciona-se
para a periferia do espessador, transbordando para o tanque de processo, via calha de
overflow.
A polpa alimentada no centro, mas as partculas menores so levadas para as
extremidades (periferia) do cilindro. Uma pequena parte dos micro-finos sai pelo overflow,
arrastada pelo fluxo d'gua no sentido do centro para a periferia, alimentando o grande anel
coletor do overflow, deixando a gua de processo parcialmente contaminada por partculas
slidas. As partculas com maiores dimenses precipitam-se rapidamente, na vertical, prximo
ao centro do espessador. Os casos acima retratam os extremos. Normalmente existe uma
distribuio granulomtrica entre estes dois extremos, proporcionando uma estabilidade
operacional para o espessador, conforme figura 26:
Figura 26: Distribuio granulomtrica em um espessador
Fonte: (Vale)
4.3.2 homogeneizao
Aps o espessamento, a polpa de minrio bombeada para os tanques homogeneizadores
(figura 27)
.
Figura 27: Tanques homogeneizadores
Fonte: (Vale)
Cada tanque homogeneizador possui agitador rotativo no seu interior, que mantm os
slidos em suspenso e garante a homogeneizao da polpa, minimizando as variaes das
caractersticas fsicas e qumicas do material. Os tanques homogeneizadores proporcionam a
manuteno de um estoque intermedirio de minrios, precavendo-se contra eventuais
paralisaes em reas anteriores. Os tanques homogeneizadores proporcionam a
manuteno de um estoque intermedirio de minrios, precavendo-se contra eventuais
paralisaes em reas anteriores. A adio de combustveis slidos, sempre que ocorrer,
poder ser feita com sucesso via adio de polpa de carvo modo polpa de minrio, no
tanque homogeneizador.
Do tanque homogeneizador a polpa bombeada para a seo de filtragem, atravs de
uma bomba de velocidade varivel, que varia de rotao em funo da quantidade de polpa
necessria aos filtros rotativos. Um sistema de medio de densidade, por intermdio de um
densmetro, comanda uma eletrovlvula que fornece a gua de diluio necessria para que a
polpa de minrio chegue rea de filtragem com a densidade ideal.
4.4 Filtragem
Nas plantas que utilizam circuito de moagem a mido, a exemplo do complexo de
Tubaro, necessrio um estgio de filtragem, para preparao do material a ser alimentado
ao Pelotamento. A polpa de minrio deve ter seu teor de gua reduzido de aproximadamente
30 % para algo em torno de 8 a 9 %, que a faixa de umidade considerada adequada para a
etapa posterior (formao das pelotas cruas). A filtragem normalmente realizada em filtros
rotativos a vcuo (figura 28), de disco ou tambor. Os filtros de disco so os mais usados, por
propiciarem a obteno de mxima capacidade no menor espao fsico. Cada filtro comporta
at 12 discos, com dimetro de 2 a 3 metros e uma rea de suco de no mximo 100 m. No
caso de polpa de minrio de ferro, os filtros de discos a vcuo tm capacidades variando de 0,4
a 1,5 t / h / m de rea filtrante. A composio mineralgica de alguns tipos de minrio
impede a filtragem eficiente das polpas, exigindo uma secagem adicional em secadores de
tambor. Este procedimento tem conseqncias bastante prejudiciais para a qualidade das
pelotas, pois a descarga do secador consiste basicamente de micropelotas de dimetros entre
0,5 a 3 mm, a partir das quais praticamente impossvel produzir pelotas cruas de boa
qualidade. Este problema pode ser minimizado atravs do aquecimento da polpa retida nos
setores dos discos a uma temperatura mais elevada, utilizando-se vapor d'gua em
substituio ao ar.
Figura 28: Filtros rotativos a vcuo
Fonte: (Vale)
base nesta premissa, alm dos resultados dos testes de umidade, que norteiam a performance
da filtragem, a opinio do operador do Pelotamento deve ser sempre levada em considerao,
pois dele a tarefa de fabricar pelotas com qualidades satisfatrias para atendimento rea
de queima. Alm da utilizao da polpa retida na rea de Pelotamento, a CVRD tambm
comercializa o minrio pellet feed modo (PFM). Para esta finalidade, o minrio (sem aditivos)
modo e filtrado, sendo desviado a seguir para a rea externa da planta, de onde
encaminhado para o cliente (exportao).
O bom desempenho da filtragem depende grandemente das caractersticas da polpa de
alimentao, proveniente dos tanques homogeneizadores. Esta precisa estar com a superfcie
especfica dentro da faixa ideal, com o mnimo de oscilaes ao longo do tempo. Alm desta
varivel, a granulometria do material tambm tem influncia no resultado da filtragem. A
densidade da polpa fornecida filtragem dever ser ajustada, buscando o equilbrio entre a
umidade do produto e a produtividade da filtragem. Para que a filtragem receba uma polpa
dentro dos padres de qualidade, necessrio que sua produo seja programada em funo
da disponibilidade de polpa estocada nos tanques homogeneizadores e produo da moagem.
A bacia de cada filtro deve ser mantida totalmente cheia, tendo um pequeno
transbordo constante, para a garantia de que no haver abaixamento de nvel, que seria
altamente malfico, tanto qualidade (alta umidade), quanto produo. Cada bacia possui
tambm um sistema de drenagem, por intermdio de vlvulas pneumticas, que deve ser
acionado para esvaziamento da bacia em casos de manutenes no filtro, ou
intermitentemente, quando o filtro estiver operando sem o funcionamento do agitador. Tanto
a polpa resultante do overflow do tanque distribuidor, das bacias dos filtros, quanto das
drenagens parciais rotineiras e totais, em caso de paradas dos filtros, direcionada para os
tanques homogeneizadores, por gravidade.
Fonte:
Arvore do filtro:
Um grande eixo, onde os setores so fixados, formando os discos. Este eixo contm canais
com tubos, cuja funo permitir ao fluxo de gua que passa pelos poros dos sacos chegarem
aos cabeotes.
Cabeote:
Cada filtro possui dois cabeotes (Figura 30). Tm a funo de sustentar a rvore do filtro,
alm de controlar o fluxo de vcuo e sopro, em funo da posio da rvore ao longo de seu
movimento de rotao. Possuem tambm a funo de fazer a selagem entre as diversas
zonas, evitando perda de presso de vcuo e de ar de sopro. So os cabeotes que
determinam as posies
Figura 20:Cabeote de filtro de vcuo de formao, vcuo de secagem e sopro da polpa retida.
5
5
5 6
2
1
1 7
3
9
1
4
1
Fonte:
Legenda:
1 - Vcuo de formao e secagem
2 - Sopro
3 - Limpeza
4 - Zona de formao
5 - Zona de secagem
6 - Zona de sopro
7 - Zona de limpeza
8 - Posio do vacumetro
9 - Lubrificao
10 - Lubrificao
11 - Mola de fixao do cabeote
12 - Parafuso de fixao
seja: qualquer filtro poder operar utilizando qualquer bomba de vcuo. Este anel permite
interligao de at todos os filtros e todas as bombas de vcuo ao mesmo tempo.
A deciso de interligaes de bombas de vcuo e filtros tomada em funo de
algumas variveis, como:
a - Disponibilidades e condies operacionais das bombas de vcuo.
b - Disponibilidades e condies operacionais dos filtros.
c - Presso de vcuo.
d - Umidade da polpa retida.
Legenda:
1 - Filtro de discos 2 - Bomba de vcuo
3 - Caixa de separao primria 4 - Caixa de separao secundria
5 - Tanque de filtrado 6 - Soprador
7 Motor 8 - Balo de ar (reservatrio)
9 - Correia transportadora 10-Tanque de gua de selagem
Esta deciso geralmente tomada pela gerncia, por ser uma operao especial,
podendo provocar oscilaes na qualidade do produto final ou interferncias na taxa de
produo, em casos de desequilbrios operacionais.
Tanque de filtrado:
Sua funo fornecer a gua necessria para a formao das colunas baromtricas no
incio da operao do filtro, selando o sistema para a formao do vcuo e numa etapa
posterior, coletar a gua vinda dos filtros para ser enviada, por bombas, de volta ao
espessador.
A concepo de funcionamento do equipamento de tal forma que ao ser dada a
partida na bomba de vcuo, a presso negativa gerada no interior dos tubos de descarga dos
bales separadores de filtrado succiona gua do tanque de filtrado, enchendo a tubulao
compreendida entre o tanque e os bales separadores de filtrado, at determinada altura que
venha a dar equilbrio em termos de presso negativa de trabalho, em funo da resistncia
encontrada pela bomba na suco da gua contida na polpa existente no interior do filtro.
O tanque de filtrado possui agitador, para evitar a sedimentao das partculas de minrio
contidas na gua do filtrado, que causaria obstrues nas extremidades inferiores das colunas
baromtricas, comprometendo o funcionamento normal do sistema. O dimetro do balo
separador de filtrado bem superior ao da tubulao de descarga, com o objetivo de gerar
uma reduo de velocidade na mistura ar/gua, fazendo a precipitao da gua para o tanque
de filtrado (por ser mais pesada) e a suco de ar para a bomba de vcuo, via tubulao de
sada pela extremidade superior do balo.
Soprador:
O desprendimento da polpa retida feito pelo sistema de sopro. Sopro o fluxo de
ar que passa por intermdio dos cabeotes para os setores, saindo pelos poros dos sacos. O
tempo de sopro, bem como a presso, pode ser regulado para mais ou para menos, em funo
da dificuldade de desprendimento da polpa retida. Para que a presso da rede de sopro se
mantenha estvel, existe um reservatrio de ar (balo), que absorve as oscilaes da presso
causadas pelos sopros intermitentes.
4.4.3.2 Bentonita
Rocha argilosa, resultado da desagregao da massa magmtica vtrica ocorrida em
camadas tercirias no perodo cretceo. Tem como principal mineral a montmorilonita, alm
de pequenas quantidades de quartzo, mica, feldspato e caulim Frmula estrutural:
(Al1Mg)2(OH)2(Si1Al)4O1oxnH2O
Propriedades da Bentonita: Estrutura lamelar, com grande capacidade de reteno de
molculas de gua entre as camadas, aumentando consideravelmente a propriedade de
inchamento. Esta propriedade de inchamento e o auto-comportamento tixotrpico (reduo
da viscosidade durante processo de mistura) so as caractersticas mais importantes de sua
capacidade de aglomerao.
A Bentonita consiste de cerca de 60 a 70% de SiO2, 15 a 20% de Al2O2 e 2% de Na2O.
Este fato acarreta o demrito de incorporar ganga cida s pelotas. Por isso, deve-se manter a
menor taxa possvel de adio. Cabe lembrar, que a nica funo da Bentonita no processo de
pelotizaao aglomerar as partculas de minrio de ferro durante a formao das pelotas
cruas nos discos de Pelotamento, dotando-as de caractersticas fsicas satisfatrias s etapas
seguintes do processo.
Caractersticas da Bentonita:
4.5 Pelotamento
A formao das pelotas cruas, tambm conhecida como Pelotamento, uma das
etapas mais importantes do processo de pelotizaao, sendo influenciada por diversos fatores,
com reflexos diretos sobre a qualidade do produto final. Dentre os quesitos decisivos para a
formao das pelotas cruas e garantia de suas propriedades, destacam-se: teor de umidade da
mistura, distribuio granulomtrica e estrutura cristalina das partculas, superfcie especfica,
estrutura de poros dos gros, caractersticas qumicas da mistura, natureza e quantidade de
aglomerante utilizado, tipo de equipamento e condies operacionais adotadas. Como
caractersticas necessrias s pelotas cruas, destacam-se: teor de umidade, forma, tamanho
mdio, distribuio granulomtrica, resistncia a compresso, resistncia a quedas e
composio qumica.
Embora o mecanismo de formao das pelotas cruas no esteja ainda completamente
elucidado, h uma concordncia e aceitao global em relao aos fenmenos bsicos
envolvidos, conforme descritos a seguir. O fenmeno de formao de pelotas cruas envolve
uma fase slida (mistura de finos de minrios, aditivos e aglomerantes) e uma fase lquida, a
gua. As foras que se estabelecem nas interfaces slido / lquido tm um efeito coesivo sobre
o sistema partculas slidas-lquido-ar. Estas foras interfaciais consistem da tenso superficial
do lquido e das foras capilares atuantes sobre as superfcies cncavas das pontes lquidas
formadas entre as partculas de minrio (Figura 31,32).
A importncia dos efeitos de capilaridade no mecanismo de formao das pelotas
cruas foi amplamente estudada por ILMONI e TIGERSCHIOLD. Conforme esquematizado na
figura 32, a gua preenche os vazios intersticiais, formando um sistema capilar com mltiplas
ramificaes. Nas situaes em que as extremidades dos capilares atingem a superfcie externa
da pelota (constituindo poros externos), a suco capilar desenvolvida na interface ar/gua
provoca uma reao de igual intensidade sobre os gros, mantendo as partculas unidas.
Nestas condies, as pelotas cruas adquirem resistncia a tenses mecnicas.
A gua o principal agente na formao das pelotas cruas e sua participao neste
mecanismo pode ser ilustrada na seqncia de etapas apresentada na figura 33:
nome sugere manter limpa a borda do disco (placa de polietileno), por intermdio de sua placa
de vulcolan. A operao do disco sem os raspadores auxiliares possvel, porm, necessrio
que seja encontrado o ponto timo de regulagem dos raspadores de fundo e lateral.
Embora o processo de formao de pelotas parea simples, existe uma grande quantidade
de fatores de influncia, conforme abaixo:
Propriedades fsicas e qumicas do minrio de ferro;
Propriedades fsicas, qumicas e quantidades de aditivos;
Umidade do material alimentado no disco;
Taxa de alimentao de material no disco;
Quantidade de gua adicionada no disco;
Inclinao do disco;
Velocidade de rotao do disco;
Posio dos raspadores e defletores;
Posio dos bicos sprays de gua;
Ponto de alimentao de polpa ao disco;
Altura da borda do disco; e
Uniformidade da camada de fundo.
tamanho mdio maior. J a adio de gua nas extremidades do disco provoca uma acelerao
no crescimento das pelotas que se encontram na regio de descarga do mesmo, expulsando-as
do disco.
importante lembrar que o uso de gua (sprays) facilita o controle da granulometria
at que o material melhore, evitando maiores variaes, mas s deve ser feito em ltimo caso,
visto que, qualquer quantidade de gua adicionada, por menor que seja, provoca grandes
efeitos no processo.
Influencia da granulometria da polpa ciclonada no Pelotamento
Apesar do parmetro principal para determinao do grau de triturao do minrio a
ser pelotizado ser a superfcie especfica, a granulometria possui influncia marcante.
Comprovadamente, obtm-se uma pelota de boa qualidade quando a polpa encontra-se com
pelo menos 90% do material com granulometria menor que 325# (mesh). Problemas na etapa
de ciclonamento da polpa no processo de moagem e operao em circuito aberto de moagem
(principalmente) so os principais fatores para o comprometimento da granulometria do
material.
Mesmo com resultados de superfcie especfica satisfatrios, a granulometria fora dos
padres desejados causar: variaes na granulometria das pelotas; maior aspereza,
comprometendo a resistncia a abraso; maior porosidade nas pelotas; perda de resistncia
compresso das pelotas cruas / queimadas e reduo da resistncia a queda das pelotas cruas.
Influencia do aglomerante no Pelotamento
O aglomerante, devida sua caracterstica aglutinante, atua na unio das partculas de
minrio, proporcionando maior resistncia mecnica as pelotas. Deve-se ter o mximo de
cuidado com a variao na dosagem de aglomerantes. O excesso ir secar o material, onde as
pelotas tendero a ficar com tamanho reduzido. Neste caso, deve-se imediatamente aumentar
a rotao dos discos e adequ-las granulometria desejada. A reduo na dosagem de
aglomerantes deixar o material mido e sem resistncia mecnica, o que acarretar a
gerao de finos durante o processo de queima.
Nos casos mais graves, onde as pelotas produzidas podero comprometer a
permeabilidade no forno, a produo do referido disco dever ser retornada, at que a
granulometria das pelotas produzidas atinjam condies ideais de queima. Em qualquer
situao de variao por influncia da dosagem de aglomerantes, o tcnico da sala de controle
dever ser avisado imediatamente, pois desta maneira podero ser evitados danos maiores.
Ex: cachos.
Influencia do carvo no Pelotamento
TM = 18,0 x % retido em 18 mm
+
17,0 x % retido em 16 mm
+
14,25 x % retido em 12,5 mm
+
11,25 x % retido em 10 mm
+
9,0 x % retido em 8 mm
+
6,5 x % retido em 5 mm
+
2,5 x % < 5 mm
4.5.4.3 Granulometria
Deve-se produzir, objetivando atender seguinte distribuio granulomtrica das
pelotas queimadas, salvo solicitao em contrrio, feita pelo cliente.
Retido em 18,0 mm = mximo de 1,0 %
Retido em 16,0 mm = mximo de 7,0 %
Retido em 12,5 mm = mnimo de 50,0 %
Retido em 10,0 mm = mnimo de 30,0 %
Retido em 9,0 mm = mximo de 5,0 %
Retido em 8,0 mm = mximo de 2,0 %
Retido em 5,0 mm = mximo de 2,0 %
< 5,0 mm = mximo de 1,0 %
Ensaio de abraso
O ensaio de abraso realizado com a finalidade de avaliar a resistncia ao desgaste
das pelotas queimadas, quando submetidas s aes simultneas de rolamento e choque,
decorrentes das operaes de manuseio e transpor. O valor mdio de 4,5% para a frao
abaixo de 0,5 mm considerado satisfatrio, salvo solicitao em contrrio.
4.6- Queima
A rea de queima e praticamente a etapa final do processo de pelotizaao, em se
tratando de definio de qualidade de pelota queimada. As caractersticas adquiridas pelas
pelotas no processo de queima so irreversveis, ou seja: no e possvel requeimar uma pelota,
no intuito de melhorar suas propriedades fsicas, qumicas e metalrgicas. Tambm e
relevante o fato de que os processos, envolvendo tratamento trmico com temperaturas
elevadas, exigem ateno especial, para que no sejam expostos a riscos a qualidade do
produto, integridade dos equipamentos, bem como a segurana pessoal das pessoas que
operam o sistema.
acelerada elevao da temperatura. A resistncia mecnica das pelotas deve ser suficiente
para suportar este impacto sem a ocorrncia de choque trmico, que leva a fissuras, trincas e a
prpria desintegrao das pelotas, gerando grande quantidade de finos, com conseqente
perturbao da produo, perda de rendimento e maior desgaste do equipamento de queima.
Figura 38: Zonas de um forno (Grelha reta)
Secagem ascendente: Nesta zona, as pelotas recebem um fluxo ascendente de gases, com
temperatura em torno de 400C. aps atravessar a camada de pelotas crua, a temperatura dos
gases e reduzida para a faixa de 108 a 120 C, em conseqncia da absoro de calor camada
de pelotas.
Secagem descendente: A temperatura dos gases insuflados nessa fase e em torno de 400 a
410C. testes realizados com pelotas cruas, nesta fase do processo, mostram que elas podem
ser submetidas a uma temperatura em torno de 600C, sem apresentar problemas de choque
trmico.
Pr-queima: Esta zona e destinada a fazer a transio trmica das pelotas que esto saindo do
processo de secagem, com temperatura prxima de 380C, para a zona de queima, que atinge
a temperatura em torno de 1330C. nesta fase as pelotas so submetidas a um aumento
gradativo de temperatura.
das reaes envolvendo componentes de ganga acida e bsica. As ligaes que se estabelecem
entre os gros so diretamente influenciada pela temperatura, permanecia da carga nesta
temperatura e natureza da atmosfera do forno.
Pos-queima: esta etapa existe apenas nos sistemas que utiliza fornos de gralha reta e tem por
objetivo favorecer a homogeneizao trmica do leito de pelotas. E uma etapa de curta
durao na qual, o calor e transferido ao longo do leito, melhorando as condies de queima
das pelotas das camadas inferiores.
4.7 Peneiramento
Concluda a etapa de tratamento trmico, as pelotas queimadas so levadas por
correias transportadoras a uma estao de peneiramento (Figura 40).
pelotas cruas, com reduo da resistncia compresso, nmero de quedas, etc.; alm de
elevar o consumo especfico de combustvel e energia eltrica no processo de queima. Em
compensao, pode permitir a elevao da produo.
A reduo da taxa de produo por disco provoca certamente uma reduo da
produo, mas em compensao, melhora a qualidade da pelota e reduz o consumo especfico
de combustvel e energia eltrica no processo de queima. No caso de umidade baixa e preciso
trabalhar com muita ateno com este tipo de material, visto que a variao da granulometria
uma constante. A falta de resistncia das pelotas e as variaes provocam um retorno muito
alto de finos. necessrio que seja evitado que estes finos entrem no forno, pois isso
acarretaria a vedao do mesmo (reduo da permeabilidade), com conseqente produo de
cachos.
A elevao da densidade da polpa de alimentao da filtragem provoca aumento da
espessura da camada de polpa retida, dificultando o fluxo de gua e ar atravs da torta. Este
aumento da espessura da torta tambm poder provocar o aparecimento de trincas que,
provocar elevao da umidade.
Teste realizado nas usinas 1 e 2 da Vale,pelos operadores da rea Felipe de Paula costa e pelo
treinee operacional Luciano da silva com o objetivo de avaliar a variao da Umidade na polpa
retida em funo da espessura da camada e tempo de secagem controlados pela rotao
(RPM) do filtro. Foram colhidas 11 amostras com intervalos de 5 min. entre si e medido a
espessura da camada em trs pontos do setor (base, meio e extremidade) utilizando um
paqumetro. As 11 amostras correspondem a 11 velocidades do filtro variando de 1,0 RPM a
0,5 RPM com intervalos de 0,05 RPM. A referida amostragem foi feita seguindo o padro Vale
no Filtro BV22, densidade da polpa em 2,45 kg/l, presso de vcuo da rede em - 0,75 kgf/cm e
produzindo RM20. Segue os resultados abaixo nas tabelas 9, 10,11 e 12.
Tabela 9: Aumento da espessura da camada em funo da rotao
AMOSTRAGEM NO SETOR
AMOSTRAS ROTAO (RPM) Extremidade Meio Base MDIA
1 1,00 16 18 15 16 14 15 15,667
2 0,95 17 19 17 18 15 17 17,167
3 0,90 18 18 18 17 16 16 17,167
4 0,85 19 20 18 19 17 16 18,167
5 0,80 20 20 18 20 17 18 18,833
6 0,75 20 22 18 21 17 18 19,333
7 0,70 20 23 20 21 18 18 20,000
8 0,65 21 22 21 23 18 19 20,667
9 0,60 22 23 22 24 19 20 21,667
10 0,55 25 25 23 24 20 19 22,667
11 0,50 24 25 24 24 21 22 23,333
Fonte:
AMOSTRAS ROTAO (RPM) MDIA DA ESPESSURA DA CAMADA (mm) H2O (%) DESVIO
1 1,00 15,667 9,6 0,12
2 0,95 17,167 9,8 0,13
3 0,90 17,167 9,6 0,12
4 0,85 18,167 9,4 0,12
5 0,80 18,833 9,6 0,11
6 0,75 19,333 9,6 0,12
7 0,70 20,000 9,5 0,13
8 0,65 20,667 9,6 0,13
9 0,60 21,667 9,5 0,15
10 0,55 22,667 9,8 0,07
11 0,50 23,333 9,7
Fonte:
ROTAO X ESPESSURA
24 1,2
22 1,0
20 0,8
Esp. mm
RPM
18 0,6
16 0,4
14 0,2
12 0,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Fonte:
ESPESSURA X UMIDADE
11,0
23
10,5
21
10,0
19
9,5
Esp. mm
Umid. %
17
9,0
15 8,5
13 8,0
11 7,5
9 7,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Figura 3
Vale lembrar que temos uma infinidade de condies a serem analisadas, como por
exemplo, o aumento e reduo da densidade, presso de vcuo, minrio utilizado, condies
operacionais do equipamento etc.
Bibliografia
Abimaq. (25 de junho de 2008). Acesso em 25 de junho de 2008, disponvel em
www.b2babimaq.com.br: www.b2babimaq.com.br
Pena, R. G. (20 de maio de 2008). Analise de qualidade em minerio de ferro. vitoria, espirito
santo, brasil.