Auditoria Posto Combustível

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UNIVERSIDADE TECNOLGICA FEDERAL DO PARAN

DEPARTAMENTO DE CINCIAS E ENGENHARIAS


CURSO DE CINCIAS CONTBEIS

DANIELA MARTINS DE JESUS

AUDITORIA NOS CONTROLES INTERNOS DE UM POSTO DE


COMBUSTVEL DE PATO BRANCO - PR

TRABALHO DE CONCLUSO DE CURSO

PATO BRANCO
2014
DANIELA MARTINS DE JESUS

AUDITORIA NOS CONTROLES INTERNOS DE UM POSTO DE


COMBUSTVEL DE PATO BRANCO - PR

Trabalho de Concluso de Curso


apresentado como requisito parcial
obteno do Ttulo de Bacharel em
Cincias Contbeis, do Departamento de
Cincias Contbeis da Universidade
Tecnolgica Federal do Paran.

Orientadora: Profa. Msc. Sandra Mara


Iesbik Valmorbida

PATO BRANCO
2014
AGRADECIMENTOS

Agradeo primeiramente a Deus, por me dar fora e coragem diante das


dificuldades e principalmente pela vida.
Aos meus pais, que sempre me apoiaram, ouviram com pacincia e
incentivaram a no desistir.
Ao meu marido, que sempre teve pacincia, ficou do meu lado em todos os
momentos difceis e me deu fora para continuar a faculdade quando pensei que
no valia a pena continuar.
minha filha e ao filho que est por vir, pois so os verdadeiros motivos da
minha persistncia.
Aos professores, por no terem medido esforos para nos transmitir seus
conhecimentos.
Professora Sandra, pelo incentivo, orientaes e conhecimento
repassados para a concluso deste trabalho.
Aos colegas e amigos, especialmente Marcia, Silvana e Suzieli, que
estiveram sempre ao meu lado e so muito importantes nesta caminhada.
Enfim, agradeo a todos que de alguma forma me apoiaram. Obrigada!
JESUS, Daniela Martins. Auditoria nos controles internos de um Posto de
Combustvel de Pato Branco - PR. 2014. 50f. Trabalho de Concluso de Curso
Universidade Tecnolgica Federal do Paran. 2014.

RESUMO

A auditoria interna tem a funo de analisar e avaliar os controles internos existentes


na empresa, bem como sua utilizao. O relatrio de auditoria o produto final,
representa os resultados encontrados pelo auditor, nele que o auditor interno
expe de forma clara os problemas encontrados, suas origens e consequncias,
sugestes de melhorias e demais pontos que considere importante para que a
empresa consiga um melhor controle e desempenho de suas atividades. O presente
trabalho tem como principal objetivo realizar auditoria interna nos controles internos
do Posto de Combustvel ABC Ltda, para que fossem detectados possveis
problemas ou erros e assim sugerir melhorias na gesto. Para que isso fosse
possvel realizou-se uma auditoria no setor financeiro e nos estoques da empresa.
Primeiramente, foi realizada uma pesquisa para elaborao de uma fundamentao
terica, utilizando como referencial a Base Spell, Sciello e Google Acadmico,
juntamente com livros que abordam o assunto, onde foram identificados conceitos e
procedimentos da auditoria para que a mesma servisse como base para realizao
do estudo de caso, visando alcanar os objetivos estipulados e uma melhor
compreenso a respeito da importncia da auditoria interna e dos controles internos
para as empresas. Com a realizao da auditoria foi detectado: diferenas na conta
caixa; lanamentos incorretos dos cheques pr-datados; a no utilizao da conta
cheques devolvidos; diferenas no saldo de contas a receber e estoques e que as
contas a pagar estavam sendo lanadas em uma nica conta denominada
fornecedores. Assim, sugeriram-se as correes necessrias nas contas que
estavam com saldo incorreto; a utilizao da conta cheques devolvidos; a utilizao
de um sistema que s permita que a baixa de estoques com a leitura de cdigo de
barras; e, que nas contas a pagar fosse criada uma conta para cada fornecedor,
para seu correto lanamento.

Palavras-chave: Auditoria Interna, Controle Interno; Papis de Trabalho; Relatrio


de Auditoria.
JESUS, Daniela Martins. Audit of internal controls of a Fuel Station in the city of
Pato Branco PR. 2014. 50f. Work Course Conclusion - Universidade Tecnolgica
Federal do Paran. 2014.

ABSTRACT

The internal audit has the function of reviewing and evaluating the internal controls in
the company, as well as its use. The audit report is the final product, it represents the
results found by the auditor, is where the internal auditor sets out clearly the
problems detected, their origins and consequences, suggestions for improvements
and other matters which it considers important for the company to get a better control
and performance of its activities. The present work aims to execute an internal audit
on internal control of a Fuel Station ABC Ltda, searching possible internal problems
or errors and so suggest improvements in the management. To make this possible,
an audit in the financial sector and company stocks was performed. In the first
moment, it will be presented a theoretical referential, the references were found in
Spell Base, Sciello, Google Scholar, books of the specific subject were used to
support the research, which were identified concepts and auditing procedures, using
it as a base for the realization of the case study in order to achieve the stipulated
goals and a better understanding of the importance of internal audit and internal
controls for companies. With the realization of the audit was detected: differences in
cash account; incorrect entries of post-dated checks; non-use of returned checks
account; differences in the balance of receivable accounts and stocks and the
payable accounts were being launched in a single account named suppliers. Thus,
were suggested the necessary corrections in the accounts that were with incorrect
balance; the use of bounced checks account; using a system that only allows low
stocks with reading bar code; and, in payable accounts was created an account for
each provider to correct its release.

Keywords: Internal Audit, Internal Control; Audit Working Papers; Auditing Report
LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Principais Diferenas Entre o Auditor Interno e o Auditor Externo............17


Quadro 2. Aspectos Fundamentais dos Papis de Trabalho.....................................23
Quadro 3. Princpios Fundamentais dos Controles Internos......................................26
Quadro 4. Programa de Auditoria..............................................................................30
Quadro 5. Auditoria na Conta Caixa..........................................................................37
Quadro 6. Auditoria nas Contas Bancrias................................................................38
Quadro 7. Carto de Crdito......................................................................................40
Quadro 8. Diferena no Saldo da Conta Clientes......................................................40
Quadro 9. Estoque de Combustveis.........................................................................42
Quadro 10. Auditoria no Estoque de Lubrificantes.....................................................42
LISTA DE ABREVIATURAS

CVM Comisso de Valores Mobilirios


NBC Normas Brasileiras de Contabilidade
CFC Conselho Federal de Contabilidade
SPC Sistema de Proteo de Crdito
SUMRIO

1 INTRODUO .....................................................................................................11
1.1 TEMA E PROBLEMA ........................................................................................12
1.2 OBJETIVOS ......................................................................................................12
1.2.1 Objetivo Geral .................................................................................................12
1.2.2 Objetivos Especficos......................................................................................13
1.3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................13
2 REFERENCIAL TERICO.....................................................................................14
2.1 AUDITORIA..........................................................................................................14
2.2 AUDITORIA INTERNA ......................................................................................15
2.3 OBJETO E FINS DA AUDITORIA .....................................................................17
2.4 PLANEJAMENTO DA AUDITORIA ...................................................................18
2.5 PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA ................................................................19
2.6 PAPIS DE TRABALHO ...................................................................................22
2.6.1 Aspectos fundamentais dos papis de trabalho..23
2.6.2 Diviso dos papis de trabalho.........................................................................23
2.6.3 Reviso dos papis de trabalho........................................................................24
2.7 CONTROLE INTERNO .....................................................................................24
2.8 RELATRIO DA AUDITORIA ...........................................................................28
2.9 ESTUDOS SIMILARES.....................................................................................28
3 METODOLOGIA...................................................................................................30
3.1 ENQUADRAMENTO METODOLGICO..30
3.2 PROCEDIMENTOS PARA COLETA E ANLISE DE DADOS...........................31
3.2.1 Planejamento da auditoria interna....................................................................31
3.2.1.1 Programa de trabalho....................................................................................31
4 RESULTADOS DA PESQUISA ...........................................................................33
4.1 HISTRICO DA EMPRESA..............................................................................33
4.2 ANLISE DOS CONTROLES INTERNOS .......................................................33
4.3.1 Caixa ...............................................................................................................33
4.3.2 Bancos ............................................................................................................34
4.3.3 Cheques Pr-Datados ....................................................................................34
4.3.4 Contas a Receber ...........................................................................................34
4.3.5 Carto de Crdito............................................................................................35
4.3.6 Carta frete .......................................................................................................35
4.3.7 Estoques .........................................................................................................35
4.3.8 Contas a pagar ...............................................................................................35
4.3.9 Lanamentos Fiscais ......................................................................................36
4.4 EXECUO DA AUDITORIA ...........................................................................36
4.4.1 Caixa ...............................................................................................................36
4.4.2 Bancos ...37
4.4.3 Cheques Pr-Datados ....................................................................................38
4.4.4 Cheques Devolvidos .......................................................................................38
4.4.5 Carto de Crdito ...........................................................................................39
4.4.6 Contas a Receber ...........................................................................................39
4.4.7 Estoques .....................................................................................................40
4.4.8 Contas a Pagar ...............................................................................................42
4.5 RELATRIO DE AUDITORIA ...........................................................................42
5 CONSIDERAES FINAIS .................................................................................46
REFERNCIAS .......................................................................................................49
1 INTRODUO

Atualmente, devido globalizao e quantidade de empresas disponveis


e dispostas a agradar e fidelizar seu cliente surge a necessidade de tornar-se melhor
a cada dia e a busca pela eficincia deve abranger o todo da empresa, onde a base
para tudo uma gesto de qualidade. Conforme Paula (1998) o contexto
competitivo mundial tem impulsionado as entidades a se enquadrarem em um
universo de evoluo tecnolgica, onde o tempo e a qualidade no atendimento s
demandas e na obteno de informaes so fundamentais.
As empresas buscam cada vez mais o desenvolvimento para tornar-se uma
organizao slida, com viso de futuro, alcanando suas metas. Para que isso seja
possvel, uma opo que pode auxiliar a empresa a utilizao da auditoria interna
para verificar a existncia de erros e fraudes. Segundo Pereira e Nascimento (2005,
p.3) a Auditoria Interna : a especializao contbil voltada garantia de qualidade,
transparncia e segurana dos controles internos implantados com o fim de
salvaguardar o patrimnio dos acionistas.
A auditoria interna de grande ajuda aos scios e administradores das
empresas, pois propicia maior credibilidade e confiabilidade nas informaes
geradas mostrando opo para uma melhor gesto. Attie (1992, p. 26), define a
auditoria interna como sendo: uma atividade necessria organizao e
desenvolve-se a fim de seguir a gerncia ativa, concedendo-lhe alternativas, como
ferramenta de trabalho, de controle, assessoria e administrao.
Para auxiliar o processo de tomada de decises e para obter informaes
corretas, faz-se necessrio um controle interno eficaz, e a a auditoria a chave
para verificar se os controles existentes na empresa esto sendo aplicados de forma
correta, se so eficientes e se os resultados obtidos expressam a realidade.
Atravs da auditoria torna-se possvel a visualizao dos reais resultados da
empresa, dando ao proprietrio maior segurana, conforme Franco e Marra (2000, p.
26), a auditoria: compreende o exame de documentos, livros e registros, inspees
e obteno de informaes e confirmaes, internas e externas, relacionadas com o
controle do patrimnio.
Atravs destes procedimentos a auditoria mostra a confiabilidade e preciso
dos controles internos, possibilitando assim, que os scios tenham uma melhor viso
11
do que est acontecendo em sua empresa, se seus controles so eficientes ou no,
se precisam de ajustes, se faz necessrio um melhor treinamento de sua equipe,
enfim, so obtidas informaes para que sejam tomadas as medidas necessrias
para conseguir alcanar suas metas.
As empresas que se utilizam do controle interno em conjunto com a auditoria
interna conseguem obter resultados com maior veracidade e assim, maior facilidade
de deciso perante as questes a serem decididas diariamente. A utilizao de
controles internos de qualidade alm de gerar informaes mais precisas, auxilia na
otimizao de resultados e gera padres de operacionalizao. Para Attie (2010, p.
155) o controle interno tem quatro objetivos bsicos: a salvaguarda dos interesses
da empresa; a preciso e a confiabilidade dos informes e relatrios contbeis,
financeiros e operacionais; o estmulo eficincia operacional; e a aderncia s
polticas existentes.

1.1 TEMA E PROBLEMA

Este trabalho aborda a auditoria interna, seus principais conceitos,


procedimentos e aplicao, para que se obtenha maior veracidade nas
demonstraes contbeis. Diante disso, surge a seguinte questo:
Como a auditoria interna pode contribuir para melhorar a gesto de um posto
de combustvel?

1.2 OBJETIVOS

Visando responder o problema exposto, so determinados os objetivos desta


pesquisa:

1.2.1 Objetivo Geral

Realizar auditoria nos controles internos de um posto de combustvel,


buscando identificar possveis problemas ou erros e assim sugerir melhorias na
gesto.

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1.2.2 Objetivos Especficos

Para alcanar o objetivo geral, elencaram-se como objetivos especficos:


1. Analisar o controle interno para posterior auditoria;
2. Testar os controles internos para identificar a situao dos controles fsico e
contbeis da empresa;
3. Sugerir melhorias nos controles internos do posto de combustvel em estudo;
4. Comparar os resultados deste com trabalhos anteriores.

1.3 JUSTIFICATIVA

Pode-se apresentar como justificativa para a realizao deste trabalho:


a) Contribuir com os scios e administradores, informando a situao da
empresa para que tenham informaes confiveis e consigam ento
tomar decises precisas.
b) Contribuir com os acadmicos, mostrando a importncia da Auditoria
Interna na busca por informaes seguras e tambm como auxlio na
melhoria dos controles internos, que do confiabilidade as
demonstraes contbeis.

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho est estruturado da seguinte forma:


Captulo 1 - Introduo ao assunto: apresenta o tema e problema, objetivos,
justificativa e metodologia da pesquisa. Captulo 2 - Referencial Terico: apresenta
os conceitos, instrumentos, procedimentos que devem ser observados para a
execuo da auditoria interna. Captulo 3 - Metodologia da pesquisa: demonstra o
enquadramento metodolgico do trabalho e os procedimentos utilizados para coleta
e anlise dos dados. Captulo 4 - Estudo de caso apresenta a empresa onde foi
desenvolvido o estudo e demonstra a execuo da auditoria interna na mesma.
Captulo 5 Consideraes finais e referncias.

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2 REFERENCIAL TERICO

Esta seo abordar os conceitos de (i) auditoria; (ii) auditoria interna; (iii)
objeto e fins da auditoria; (iv) planejamento da auditoria; (v) procedimentos de
auditoria; (vi) papis de trabalho; (vii) controle interno; (viii) relatrio de auditoria e
(ix) estudos similares.

2.1 AUDITORIA

Em busca de maior conhecimento sobre a auditoria, seus conceitos e


procedimentos apresenta-se uma reviso bibliogrfica sobre a mesma.
A contabilidade a cincia que cuida da sade das empresas, segundo Attie
(2010, p. 4) a contabilidade o instrumento de medio e avaliao do patrimnio e
dos resultados auferidos pela gesto da Administrao da entidade.
Para Hoss et al. (2008), a contabilidade tem como objetivo a gerao de
informaes teis e relevantes para tomada de deciso. Como finalidade o
planejamento e o controle.
Dentre os ramos de atuao da contabilidade a auditoria uma das reas
em que o profissional contbil pode se especializar e atuar. Oliveira e Carvalho
(2008) definem a auditoria como sendo o estudo e avaliao sistemticos das
transaes realizadas e das demonstraes contbeis consequentes.
J para Franco e Marra (2000, p. 26) a auditoria :
A tcnica contbil que atravs de procedimentos especficos que lhe so
peculiares, aplicados no exame de registros e documentos, inspees, e na
obteno de informaes e confirmaes, relacionadas com o controle do
patrimnio de uma entidade objetiva obter elementos de convico que
permitam julgar se os registros contbeis foram efetuados de acordo com
princpios fundamentais e normas de Contabilidade e se as demonstraes
contbeis deles decorrentes refletem adequadamente a situao
econmico-financeira do patrimnio, os resultados do perodo administrativo
examinado e as demais situaes nela demonstradas. (FRANCO; MARRA,
2000, p.26)

Para Almeida (2010) a auditoria uma medida de segurana contra a


possibilidade de manipulao de informaes.

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Assim podemos verificar que se utilizando da auditoria as informaes
geradas tero maior credibilidade e diminuiro as chances de haverem fraudes nas
demonstraes.
Com a fiscalizao que exercida pela auditoria se obtm maior veracidade,
alguns dos motivos para que isso ocorra so: (i) o profissional que executa os
registros contbeis o faz com maior ateno e rigor por saber que seu trabalho ser
examinado e seus erros apontados; (ii) empregados e administradores temem erros
e fraudes, na certeza de que estes podero ser apontados aos superiores; (iii) os
titulares do patrimnio, por sua vez, prestam contas, atravs da auditoria, a seus
credores e ao fisco (FRANCO; MARRA, 2000).

2.2 AUDITORIA INTERNA

A auditoria interna uma forma de controlar, avaliar e examinar os controles


internos da empresa, em que o auditor funcionrio, mas outras pessoas que so
responsveis por efetuar os lanamentos.
Para Almeida (2010, p. 5) o auditor interno um empregado da empresa, e
dentro de uma organizao ele no deve estar subordinado queles cujo trabalho
examina.
Apesar de seu vnculo empresa, o auditor interno deve exercer sua funo
com absoluta independncia profissional. Ele deve exercer sua funo com total
obedincia s normas de auditoria e sua subordinao administrao deve ser
apenas sob o aspecto funcional. (FRANCO; MARRA, 2000)
A Figura 1 demonstra como ficaria a estrutura organizacional da empresa,
considerando a existncia do departamento de auditoria interna e atuando,
hierarquicamente, em funo de assistncia, sem subordinao:

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Figura 1: Estrutura Organizacional

Fonte: Almeida (2010, p. 5)

De nada adianta a empresa ter um excelente sistema de controle interno, se


no tiver algum que verifique periodicamente se os funcionrios esto cumprindo o
que foi determinado no sistema, ou se o sistema no est necessitando de
mudanas. Os objetivos da auditoria interna so: (i) verificar se as normas internas
esto sendo seguidas; (ii) avaliar a necessidade de novas normas internas.
(ALMEIDA, 2010).
J Attie (1992, p. 29) destaca que:
A auditoria interna, atravs de suas atividades de trabalho, serve
administrao como meio de identificao de que todos os procedimentos
internos e polticas definidos pela companhia, assim como os sistemas
contbeis e de controle interno, esto sendo efetivamente seguidos e que
as transaes realizadas esto refletidas contabilmente em concordncia
com os critrios previamente definidos. (ATTIE, 1992, p. 29)

A auditoria interna desenvolvida com o intuito de auxiliar a administrao


no desenvolvimento de suas funes fornecendo a anlise obtida, avaliaes dos
controles, orientaes, assessoria e informaes abrangendo o que examinado.
No Quadro 1, esto descritas as principais diferenas entre o auditor interno
e o auditor externo.

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Quadro 1: Principais diferenas entre o auditor interno e o auditor externo
Auditor interno Auditor externo
empregado da empresa auditada
No tem vnculo empregatcio com a empresa
auditada
Menor grau de independncia Maior grau de independncia
Executa auditoria contbil e operacional Executa apenas auditoria contbil
Os principais objetivos so: O principal objetivo emitir um parecer ou
* verificar se as normas internas esto opinio sobre as demonstraes contbeis, no
sendo seguidas; sentido de verificar se estas refletem
* verificar a necessidade de aprimorar as
adequadamente a posio patrimonial e
normas internas vigentes;
* verificar a necessidade de novas normas financeira, o resultado das operaes, as
internas; mutaes do patrimnio lquido e os fluxos de
* efetuar auditoria das diversas reas das caixa da empresa examinada. Tambm, se estas
demonstraes contbeis e em reas demonstraes foram elaboradas de acordo com
operacionais. os princpios contbeis e se esses princpios
foram aplicados com uniformidade em relao ao
exerccio social anterior.

Maior volume de testes (tem maior tempo na Menor volume de testes, j que est interessado
empresa para executar os servios de em erros que individualmente ou
auditoria). cumulativamente possam alterar de maneira
substancial as informaes das demonstraes
contbeis.

Fonte: Almeida (2010, p. 6).

Conforme Almeida (2010, p. 6) a profisso do auditor interno surgiu como


uma ramificao da profisso do auditor externo. Podemos verificar que no so
muitas as diferenas entre os dois profissionais, porm, os dois precisam ter tica e
independncia profissional, como qualquer profisso.

2.3 OBJETO E FINS DA AUDITORIA

O objeto da auditoria tudo que comprove que os registros so verdicos e


os atos da administrao legtimos, bem como, registros contbeis, papis,
documentos, fichas, arquivos e anotaes. Tambm pode ter por objeto fatos no
documentados, relatados pelo pessoal que exerce as atividades vinculadas com o
patrimnio administrado, desde que as evidncias demonstrem que so seguras.
(FRANCO; MARRA, 2000).

17
Atravs do uso destas provas, a auditoria conseguir obter resultados
seguros, dando seu parecer visando avaliar os controles internos e sugerir
alteraes necessrias para alcanar melhorias, consequentemente, tornando as
demonstraes mais confiveis.

2.4 PLANEJAMENTO DA AUDITORIA

Para a realizao da auditoria se faz necessrio a elaborao de um


planejamento que determine os passos a serem executados. Para Attie (2010) o
planejamento da auditoria a base em que o trabalho deve fundamentar-se e serve
como um mapa estratgico para que os objetivos sejam alcanados. Estabelece o
que deve ser feito, com qual profundidade, identificando possveis dificuldades que
possam ser encontradas durante a execuo do trabalho.
Segundo Almeida (2010, p. 126) planejar significa estabelecer metas para
que o servio de auditoria seja de excelente qualidade e ao menor custo possvel.
Conforme Franco e Marra (2000, p. 291):
O Planejamento adequado pressupe a formulao do programa de
auditoria. O programa de auditoria consiste no plano de trabalho para
exame de rea especfica. Ele prev os procedimentos que devero ser
aplicados para que se possa alcanar o resultado desejado. Deve,
entretanto, ser bastante amplo e flexvel, para permitir alteraes durante o
andamento das verificaes, segundo aconselham as circunstncias, isto ,
a maior ou menor eficincia dos controles internos do cliente. (FRANCO;
MARRA, 2000, p. 291)

A NBC T 11.4 determina como sendo os principais objetivos do


planejamento da auditoria:
a) obter conhecimento das atividades da entidade, para identificar eventos e
transaes relevantes que afetem as Demonstraes Contbeis;
b) propiciar o cumprimento dos servios contratados com a entidade dentro
dos prazos e compromissos, previamente estabelecidos;
c) assegurar que as reas importantes da entidade e os valores relevantes
contidos em suas demonstraes contbeis recebam a ateno requerida;
d) identificar os problemas potenciais da entidade;
e) identificar a legislao aplicvel entidade;
f) estabelecer a natureza, a oportunidade e a extenso dos exames a serem
efetuados, em consonncia com os termos constantes na sua proposta de
servios para a realizao do trabalho;
g) definir a forma de diviso das tarefas entre os membros da equipe de
trabalho, quando houver;
h) facilitar a superviso dos servios executados, especialmente quando
forem realizados por uma equipe de profissionais;
i) propiciar a coordenao do trabalho a ser efetuado por outros auditores
independentes e especialistas;
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j) buscar a coordenao do trabalho a ser efetuado por auditores internos;
k) identificar os prazos para entrega de relatrios, pareceres e outros
informes decorrentes do trabalho contratado com a entidade. (NBC T 11.4)

2.5 PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA

Segundo Almeida (2010, p. 34) os procedimentos de auditoria representam


um conjunto de tcnicas que o auditor utiliza para colher as evidncias sobre as
informaes das demonstraes financeiras. So eles: confirmao externa, exame
fsico, exame dos documentos originais, conferncia de clculos, exame da
escriturao, investigao minuciosa, inqurito, exame dos registros auxiliares,
correlao das informaes obtidas e observao.
A confirmao externa, conforme Franco e Marra (2000) gera maior
confiana do que a verificao realizada na empresa e utilizada sempre que possa
ser aplicvel. Isto porque, alm dos dados obtidos na empresa, atravs das notas
fiscais e dos relatrios o auditor ter posse de uma confirmao formal acerca dos
valores expostos e da documentao apresentada.
Por se tratar de um procedimento que se utiliza de dados informados por
pessoas que no esto diretamente ligadas empresa, o mesmo gera maior
credibilidade s informaes. Para Attie (2010, p. 173) a confirmao implica a
obteno de declarao formal e imparcial de pessoas independentes empresa e
que estejam habilitadas a confirmar.
So exemplos citados por Almeida (2010, p. 35), de transaes em que
utilizado este procedimento: dinheiro em conta corrente bancria; contas a receber
de clientes; estoques em poder de terceiros; ttulos em poder de terceiros; contas a
pagar a fornecedores; emprstimos a pagar.
J o exame fsico um procedimento utilizado de forma complementar, pois
utilizado para verificar se os valores registrados refletem a realidade. Conforme Attie
(2010) o exame fsico feito para que o auditor tenha certeza da existncia do item
examinado, a verificao in loco. Deve conter como caractersticas: (i)
identificao, ou seja, deve ser visualizado; (ii) existncia fsica, que a constatao
visual da existncia do item; (iii) autenticidade, obter a certeza de que o item em
questo fidedigno; (iv) quantidade, que nada mais do que apurar fisicamente a

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quantidade existente; (v) qualidade, que refere-se ao fato de verificar se o item est
em condies de uso.
Franco e Marra (2000) complementam afirmando que cabe ao auditor
inspecionar os bens em poder da empresa para que possa assegurar-se de sua
existncia, sendo necessrio que o auditor possua conhecimentos bsicos da
natureza do bem em questo. Porm, este procedimento no garante que o bem
esteja realmente em propriedade da empresa, para tirar dvidas deve ser
confrontado a identificao do bem com os documentos da contabilidade.
Outro procedimento utilizado pelos auditores o exame dos documentos
originais que realizado para comprovao das aquisies de matrias-primas;
vendas; aquisio ou venda de imobilizado, etc. Attie (2010, p. 175) define o exame
de documentos originais como sendo o procedimento de auditoria voltado para o
exame de documentos que comprovem transaes comerciais ou de controle.
Sempre que for realizada a anlise dos lanamentos contbeis o auditor no
deve verificar apenas o lanamento contbil, mas tambm o documento que deu
origem a tal lanamento, para que obtenha a certeza de que o documento legtimo
e autntico e que realmente se refere ao lanamento escriturado. (FRANCO;
MARRA, 2000, p. 302). Essa verificao auxiliar o auditor na formulao de sua
opinio a respeito dos lanamentos realizados
Devido a sua importncia, Attie (2010) diz que o auditor deve sempre
lembrar, quando na realizao deste procedimento, quatro pontos: (i) autenticidade;
(ii) normalidade; (iii) aprovao; e (iv) registro. Assim, verifica-se se a documentao
merece f, se a transao normal atividade da empresa, se houve aprovao
dos scios ou responsveis pelas aquisies e se a transao est devidamente
registrada.
O procedimento de conferncia de clculos o mais simples e ao mesmo
tempo o mais completo. elaborado para que seja verificado se as operaes esto
corretas. (ATTIE, 2010). Como so utilizados muitos clculos no momento da
realizao dos lanamentos, faz-se necessrio a conferncia do auditor para
certificar-se que no houve erros. So alguns exemplos deste procedimento o
clculo de equivalncia patrimonial, depreciao, juros a pagar ou a receber, entre
outros.

20
Comprovando-se com Almeida (2010) que diz que o auditor deve conferir os
clculos pelo fato de que para a elaborao das demonstraes financeiras so
necessrios muitos clculos e qualquer erro ocasionar a gerao de informaes
errneas.
Franco e Marra (2000) complementam explicando que preciso lembrar
que o erro, ou a m-f, pode estar sempre presente. O auditor no deve confiar em
somas e clculos que lhe apresentem.
O exame da escriturao utilizado para constatar a veracidade das
informaes. Para Attie (2010) este o procedimento de auditoria usado para o
levantamento de anlises, composies de saldo, conciliaes etc..
J a investigao minuciosa o procedimento em que feita uma anlise
profunda dos documentos e contas auditadas com o objetivo de ter a certeza de que
a matria auditada verdica. A investigao deve ser executada durante toda a
auditoria, utilizando sempre o julgamento profissional do auditor. (ATTIE, 2010).
Para realizao deste procedimento faz-se necessrio que o auditor utilize
todos os recursos disponveis para que possa analisar profundamente o que est
sendo auditado. So exemplos: exame minucioso de pagamentos realizados; exame
minucioso da proviso para crdito de liquidao duvidosa.
Outro procedimento realizado o inqurito, realizado atravs da elaborao
de perguntas e obteno de respostas e pode ser feito atravs de declaraes
formais, conversas normais ou sem compromisso. O inqurito bastante til para
obteno de conhecimento a respeito dos controles internos e tarefas realizadas, por
exemplo.
Para a utilizao destas informaes deve ser feito uma anlise aprofundada
das respostas obtidas, pois apenas as que so verdadeiras, baseadas em fatos
reais e relevantes interessam ao auditor. (ATTIE, 2010).
O exame dos registros auxiliares , para Attie (2010) a base para certificar-
se da autenticidade dos registros principais examinados e, por isso, o auditor precisa
ficar atento possibilidade de ocorrerem alteraes. So exemplos deste
procedimento: exame do registro auxiliar de contas a receber ou contas a pagar;
registro auxiliar de vendas, etc.
Correlao das informaes obtidas segundo Attie (2010) referente ao
mtodo de partidas dobradas. Na execuo de seu trabalho o auditor far servios

21
que tero relao com outras contas do balano ou do resultado, isto a correlao
das informaes. Como exemplo pode ser citado o recebimento de duplicatas a
receber, que afetam as disponibilidades e contas a receber; e, pagamento a
fornecedores, que afetam contas a pagar e o disponvel.
E, o procedimento de observao, conforme Attie (2010) uma tcnica
indispensvel auditoria. O conhecimento e experincia do auditor podem revelar
erros e problemas da matria auditada atravs da observao. Esta tcnica exige do
auditor senso crtico e postura crtica. Alguns exemplos deste procedimento so:
observao de despesas consideradas como disponvel; observao de passivos
no registrados; observao quanto correta classificao contbil.

2.6 PAPIS DE TRABALHO

A principal funo dos papis de trabalho servir como base e sustentao


da opinio do auditor. Conforme Franco e Marra (2000) eles expressam o trabalho
realizado pelo auditor, como foi realizado, bem como as concluses tomadas pelo
auditor.
J Attie (2010) afirma que os papis de trabalho auxiliam no
desenvolvimento da auditoria, pois os documentos que os auditores utilizam so de
propriedade da empresa e devido ao volume de transaes e documentos se
tornaria um trabalho oneroso. Alm disso, so utilizados para registrar tudo que
ocorrer e for descoberto na realizao do trabalho bem como para constituir prova
de trabalho executado.
Os principais objetivos dos papeis de trabalho de auditoria so:
(i) atender s normas de auditoria geralmente aceitas; (ii) acumular as
provas necessrias para suportar o parecer do auditor; (iii) auxiliar o auditor
durante a execuo de seu trabalho; (iv) facilitar a reviso por parte do
auditor responsvel, para que ele se assegure de que o servio foi efetuado
de forma correta; (v) servir como base para avaliao dos auditores; (vi)
ajudar no trabalho da prxima auditoria; (vii) representar na Justia as
evidncias do trabalho executado. (ALMEIDA, 2010).

Segundo Almeida (2010) podem ser utilizados trs tipos de papis de


trabalho: programa de auditoria; papis elaborados pelo auditor e, outros papis de
trabalho que podem ser, por exemplo, cartas de confirmao de terceiros; cpias de
documentos importantes como contratos, etc.

22
2.6.1 Aspectos fundamentais dos papis de trabalho

Os papis de trabalho demonstram o exame executado e so como um


espelho da pessoa do auditor, que foi quem os elaborou. O auditor deve faz-lo de
modo que fique claro a todos. Segundo Attie (2010), entre os aspectos fundamentais
dos papis de trabalho, destacam-se os seguintes: (i) completabilidade; (ii)
objetividade; (iii) conciso; (iv) lgica; e, (v) limpeza, conforme mostra o Quadro 2:

Quadro 2: Aspectos fundamentais dos papis de trabalho


Aspectos dos papis de trabalho Significado

Completabilidade Devem ser completos por si s, devem relatar o


comeo, meio e fim do trabalho praticado.
Devem ser objetivos e demonstrar os caminhos
Objetividade trilhados pelo auditor para a conduo de seus
intentos.
Precisam ser concisos, de forma que todos
Conciso entendam, sem ser necessria a presena de
quem os preparou. A conciso determina a
clareza e a autossuficincia.
Devem ser elaborados seguindo o raciocnio
Lgica lgico, apresentando a sequncia natural dos
fatos e o objetivo a ser atingido.

Limpeza necessrio esmero na sua preparao,


eliminando-se todas e quaisquer imperfeies
Fonte: Attie (2010, p.196-198).

Os papis de trabalho demonstram a maneira de ser e pensar do auditor,


alm de registar todo o trabalho executado.

2.6.2 Diviso dos papis de trabalho

Os papis de trabalho podem conter dados que podem ser utilizados em


mais de um trabalho ou tambm podem ser especficos para determinado dado e ter
sua validade apenas para aquele caso. Conforme Attie (2010) devido a estes fatos
os papis de trabalho podem ser divididos em: pasta de papis permanentes e pasta
de papeis em curso.

23
Attie (2010, p.198) define como pasta permanente, os que contm
informaes utilizveis em bases permanentes; e, como pasta de papis em curso,
os que contm informaes utilizveis somente para o trabalho em curso.

2.6.3 Reviso dos papis de trabalho

A reviso dos papis de trabalho realizada para que no surjam dvidas


de que o trabalho foi executado de acordo com as normas de auditoria. Segundo
Almeida (2010), a reviso dos papis de trabalho efetuada em trs fases, sendo a
primeira pelo snior, a segunda pelo gerente e a terceira pelo scio no deixando
dvidas a respeito da realizao do trabalho.
A reviso dos papis de trabalho uma garantia a mais para o auditor,
conforme complementa Attie (2010), pois aps revisar o trabalho o supervisor
estar assumindo a responsabilidade de que este foi cumprido a contento e os
objetivos propostos foram atingidos.

2.7 CONTROLE INTERNO

O controle interno funciona como um manual da empresa, onde so


detalhados os procedimentos adotados e serve como base para verificao de erros
e para a tomada de decises. Segundo Almeida (2010, p. 42) o controle interno de
uma empresa representa: o conjunto de procedimentos, mtodos ou rotinas com
objetivos de proteger os ativos, produzir dados contbeis e ajudar a administrao
na conduo ordenada dos negcios da empresa.
Em concordncia com a definio anterior, Franco e Marra (2000) afirmam
que o controle interno compreende todos os meios planejados numa empresa para
dirigir, restringir, governar e conferir suas vrias atividades com o propsito de fazer
cumprir os seus objetivos. Assim, torna-se clara a importncia dos mesmos, pois
servem como a base para o bom desempenho empresarial e por isso merecem
ateno, sendo que os objetivos, procedimentos e avaliao dos controles devem
estar interligados para a obteno de um melhor resultado.

24
praticamente impossvel a continuidade de uma empresa sem um sistema
de controles internos adequado, Attie (2010) afirma que com o crescimento da
empresa: torna-se invivel que seu dono, sozinho, controle todas as operaes e
transaes, e assim, acaba ocorrendo a segmentao em setores, onde quase
sempre, existe um responsvel que responder por seu setor e a fica ainda mais
evidente a necessidade e importncia dos controles internos.
Com a segmentao a empresa fica mais vulnervel ocorrncia de erros
involuntrios, desperdcios e at mesmo a fraudes, pois como explica Oliveira et al.
(2013) informaes contbeis distorcidas podem levar a concluses errneas e
prejudiciais para a tomada de decises pelos gestores da empresa e pelos seus
diversos usurios externos.
A importncia do sistema contbil e dos controles internos, segundo Oliveira
et al. (2013, p. 72) pode ser resumida da seguinte forma:
a) tamanho e complexidade da organizao: quanto maior a entidade, em
geral, mais complexa a organizao estrutural. Para controlar as
operaes eficientemente, a administrao necessita de relatrios e
anlises concisos, que reflitam a situao em cada momento das atividades
da organizao;
b) responsabilidades: a responsabilidade pela salvaguarda dos ativos da
companhia e pela preveno ou descoberta de erros ou fraudes da
administrao. A manuteno de um sistema de controle interno adequado
indispensvel para a execuo correta desta responsabilidade;
c) carter preventivo: um sistema de controle interno que funciona
adequadamente constitui a melhor proteo, para a companhia, contra as
fraquezas humanas. As rotinas de verificao e reviso so caractersticas
de um bom controle interno, que reduzem a possibilidade de que erros ou
tentativas fraudulentas permaneam encobertos por muito tempo e
permitem administrao ter maior confiana nas informaes e demais
dados gerados pelo sistema.
(OLIVEIRA, et al. 2013, p. 72)

Os controles internos, segundo Attie (2010) tm basicamente quatro


objetivos: (i) a salvaguarda dos interesses da empresa; (ii) a preciso e a
confiabilidade dos informes e relatrios contbeis, financeiros e operacionais; (iii) o
estmulo eficincia operacional; (iv) a aderncia s polticas existentes.

2.7.1 Princpios fundamentais dos controles contbeis

Para Almeida (2010) cabe administrao estabelecer um sistema de


controle interno, verificar se os funcionrios esto o seguindo e efetuar as

25
modificaes necessrias. E por isso, faz-se importante a observncia dos seguintes
princpios:

Quadro 3: Princpios fundamentais dos controles internos


Princpio O que diz Exemplos
* aprovao de aquisio
de bens e servios;
As atribuies dos funcionrios ou setores * execuo do processo
Responsabilidade internos da empresa devem ser claramente de aquisio;
definidas e limitadas, de preferncia por * preenchimento de
escrito, mediante o estabelecimento de cheques para
manuais internos de organizao. pagamentos.
* requisio de aquisio
de material ou servio;
A empresa deve definir no manual de * formulrio de cotao de
Rotinas internas
organizao todas as suas rotinas internas. preos;
* fichas de lanamento
contbil.
* local fechado para o
A empresa deve limitar o acesso dos caixa;
Acesso aos ativos
funcionrios a seus ativos e estabelecer * guarda de ttulos em
controles fsicos sobre esses. cofre.
Caso o funcionrio tivesse
acesso aos ativos e
registros contbeis, ele
Consiste em estabelecer que uma mesma
poderia desviar
pessoa no pode ter acesso aos ativos e aos
fisicamente o ativo e
Segregao de funes registros contbeis, devido ao fato de essas
baix-lo contabilmente
funes serem incompatveis dentro do
para despesa, o que
sistema de controle interno.
levaria a ocultar
permanentemente esta
transao.

* contagem de caixa e
A empresa deve estabelecer procedimentos
comparao com o saldo
de forma que seus ativos, sob a
Confronto dos ativos do razo geral;
responsabilidade de alguns funcionrios,
com os registros * contagem fsica de
sejam periodicamente confrontados com os
ttulos e comparao com
registros da contabilidade.
o saldo no razo geral;
* conciliaes bancrias.

* conferncia
independente do registro
O sistema interno deve ser concebido de
das transaes contbeis;
forma que sejam registradas apenas as
Amarraes do sistema *conferncia independente
transaes autorizadas, por seus valores
dos clculos;
corretos e dentro do perodo de competncia.
* conferncia da
classificao contbil de
todos os registros finais.

26
* verificar se as normas
internas esto sendo
importante que algum verifique seguidas;
Auditoria interna periodicamente se est sendo cumprido o * avaliar a necessidade de
que foi determinado no sistema ou se o novas normas internas ou
sistema deveria ser adaptado novas modificao das j
circunstncias. existentes.
* Estabelecer transaes
Custo do controle x de valores relevantes
benefcio: O custo do controle interno no deve exceder conforme a sofisticao
aos benefcios que dele se espera obter. que se espera obter.
O sistema de controle interno deve estar * instruo dos
Limitaes do controle
adequado empresa e s pessoas que o funcionrios;
interno
utilizam. * funcionrios negligentes.
Fonte: Almeida (2010, p. 43-50).

de grande importncia que estes princpios sejam seguidos para o


desenvolvimento de um sistema de controle interno adequado que auxilie a empresa
a alcanar seus objetivos.
A implantao de um sistema de controle um procedimento complexo e
conforme Oliveira et al. (2013, p. 74-77) requer a observncia de algumas diretrizes
bsicas:
Primeira: cada empresa dever desenvolver seu prprio sistema de
controle.
Segunda: por melhor que seja, nenhum sistema de controles poder
compensar ou neutralizar as incompetncias dos executivos da empresa.
Terceira: complexidade dos sistemas de controles internos no representa
garantia de eficcia e eficincia.
Quarta: devem ser fixados prazos realistas e exequveis no processo de
implantao do sistema de controles.
Quinta: decisiva a participao das pessoas na implantao ou
aprimoramento dos controles internos e na futura manuteno e
operacionalizao sistmica.
Sexta: sistemas complexos e impraticveis so inteis.
Stima: no processo de implantao ou reformulao, devem ser
consideradas tambm as perspectivas futuras da empresa.
(OLIVEIRA et al. 2013)

Podendo contar com um bom sistema de controle a empresa conseguir


obter mais facilmente a formulao de estratgias para melhor e expanso de toda a
estrutura organizacional. Alm disso, torna-se possvel prevenir fraudes e minimizar
os riscos de erros.
A fraude, segundo Attie (2010) pode ocorrer de trs maneiras: (i) no
encobertas; (ii) encobertas temporariamente e (iii) encobertas permanentemente.

27
As no encobertas podem ser entendidas como as em que o autor nem se
preocupa em esconder a fraude, que so realizadas quando o sistema de controle
muito fraco. As encobertas temporariamente so as em que o autor faz sem afetar
os registros contbeis, possibilitando que seja no momento da conferncia das
contas verifique-se a ocorrncia da fraude. J as encobertas permanentemente so
as em que o autor se preocupa com o fato de alterar os lanamentos, dificultando
que seja percebida a irregularidade, esta ocorrem normalmente quando a mesma
pessoa quem efetua os lanamentos contbeis e cuida dos ativos da empresa.

2.8 RELATRIO DA AUDITORIA

O relatrio a finalizao do trabalho de auditoria, levando at a empresa os


resultados encontrados, bem como sugestes de melhorias. Franco e Marra (2000,
p. 518) define como sendo o coroamento do trabalho.
O relatrio deve ser elaborado de forma clara, objetiva e imparcial para que
seja atingido seu objetivo como fonte de informao sobre o estado patrimonial e os
resultados da empresa. Nele deve conter as seguintes informaes: (i) o trabalho
que realizou; (ii) o alcance abrangido pelo trabalho; (iii) a forma como o realizou; (iv)
os fatos relevantes observados, que ele julga devam ser divulgados; (v) as
concluses a que chegou, as quais culminaro com sua opinio ou parecer, sobre
as demonstraes contbeis, ou outras peas examinadas.
A opinio do auditor deve ser baseada em fatos concretos, comprovados
atravs dos papis de trabalho, alm de manter a imparcialidade e independncia
(FRANCO; MARRA, 2000).

2.9 ESTUDOS SIMILARES

Foi utilizado como base para a elaborao deste, dois estudos semelhantes,
o de Dengo (2011), intitulado Auditoria nos Controles Internos de um Posto de
Combustvel e o de Hostapiuk (2013), Anlise dos Controles Internos e Auditoria
em um Auto Posto de Combustvel. Ambos os trabalhos foram aplicados na
microrregio de Pato Branco PR.

28
Dengo (2011) tinha como problema de pesquisa verificar qual a contribuio
da auditoria interna para o processo de controle e melhorias em posto de
combustvel. Aps a realizao de seu trabalho pode concluir que a auditoria interna
responsvel pela avaliao da eficincia e eficcia dos controles internos da
empresa e fornece as informaes necessrias para que a entidade consiga
acompanhar seus processos organizacionais.
J Hostapiuk (2013) pontuou como problema a seguinte questo: possvel
propor melhorias e novos controles internos, eficientes, com veracidade de
informaes em um Auto Posto de Combustvel?. Com a finalizao de seu
trabalho, Hostapiuk conclui que a auditoria interna e os controles internos podem
minimizar erros e fraudes, apresentando as reais informaes da empresa e assim
prolongar sua existncia no mercado.

29
3 METODOLOGIA

3.1 ENQUADRAMENTO METODOLGICO

O estudo caracteriza-se como estudo de caso, que segundo Gil (2010) um


estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir o
seu conhecimento amplo e detalhado. O trabalho encarregar-se- da analise de
um caso especifico, ou seja, de um posto de combustvel na cidade de Pato
Branco-PR, no perodo de 01 de junho de 2014 a 30 de junho de 2014.
A coleta de dados se utilizou de dados primrios e secundrios. Segundo
Marconi e Lakatos (2010) os dados primrios so documentos originais, dados
histricos, bibliogrficos, informaes. So os dados coletados para atender a
determinada pesquisa. J os dados secundrios so os que j so conhecidos,
tendo como exemplo as obras literrias, ou seja, documentos publicados.
Os dados primrios foram utilizados na coleta de informaes in loco, seja
dos saldos fsicos ou dos saldos constantes nos sistemas de informaes
utilizados pela empresa, e com o auxlio dos proprietrios e funcionrios
responsveis por cada setor. E os dados secundrios, a medida que sero
confrontados os dados coletados in loco, com os relatrios contbeis elaborados
pelo escritrio de contabilidade.
A abordagem do problema ser de forma qualitativa. Para Richardson (2009,
p. 90) a pesquisa qualitativa a tentativa de uma compreenso detalhada dos
significados e caractersticas situacionais apresentadas pelos entrevistados. Este
mtodo no utiliza um instrumental estatstico como base para analisar o
problema. Entende-se qualitativa, pois, analisar aspectos relacionados aos
controles internos da empresa.
Para a realizao do estudo foi feito reviso bibliogrfica, que se deu atravs
de busca de artigos nos sites Base Spell, Scielo e Google acadmico; bem como a
utilizao de livros que abordam o assunto. Na busca de artigos foi utilizado como
palavra chave: auditoria interna. Dos artigos encontrados fez-se uma seleo pelo
ttulo, resultando em 16 (dezesseis) artigos e posteriormente pela leitura da
introduo chegando-se a um total de seis artigos, os quais sero utilizados no
desenvolvimento do referencial terico deste trabalho.
30
3.2 PROCEDIMENTOS PARA COLETA E ANLISE DE DADOS

3.2.1 Planejamento da auditoria interna

O trabalho de auditoria foi realizado no Posto de Combustvel ABC Ltda no


perodo de 01 de junho de 2014 a 30 de junho de 2014. O mesmo foi realizado pela
acadmica, com o auxilio dos scios e da contadora da empresa.

3.2.1.1Programa de Trabalho

Tem como principal objetivo verificar o saldo fsico, os lanamentos e


controles existentes na empresa. O trabalho ser elaborado atravs do programa de
trabalho apresentado no Quadro 4.

Quadro 4. Programa de trabalho


Conta Procedimentos a realizar
* Verificar se o saldo encontrado no livro caixa da empresa
corresponde com o valor de dinheiro em espcie e de cheques,
atravs da contagem fsica;
* Constatar se no saldo do caixa inclui vales ou cheques, substituindo
o valor do dinheiro em espcie;
Caixa * Conferir se os lanamentos da conta caixa esto sendo realizados
de acordo com os princpios contbeis;
* Identificar se toda a movimentao do caixa possui documentos
hbeis e se esto corretamente lanados;
* Averiguar se todos os pagamentos possuem documentos
comprobatrios e se foram assinados pelo scio responsvel.
* Conferir se a movimentao bancria registrada no controle
financeiro e no contbil est de acordo com os extratos;
* Verificar como esto sendo contabilizados os depsitos
Bancos
bloqueados;
* Identificar a existncia de depsitos no identificados e como feita
a busca de sua origem.
* Averiguar se a empresa possui controle de cheques pr-datas e se
o valor encontrado nos relatrios condiz com o fsico;
* Verificar se os cheques pr-datados so lanados da forma correta
Cheques Pr-Datados e com descrio dos dados do mesmo, bem como: nmero, data de
emisso e valor;
* Verificar como feito o sistema de anlise de crdito para este tipo
de pagamento.
* Contatar se feita a reapresentao dos cheques devolvidos no
banco;
* Verificar se os cheques devolvidos esto lanados corretamente na
Devoluo de Cheques
contabilidade;
* Identificar o procedimento quando ocorre a devoluo de cheques,
se esto sendo includos nos rgo de cobrana como o SPC e
31
Serasa.

* Analisar se o valor das vendas com carto de crditos constantes


no extrato disponibilizado pela operadora coincide com o valor dos
tickets emitidos;
Carto de Crdito
* Verificar como ocorre a baixa dos valores creditados e se so
separados fisicamente os tickets recebidos dos que ainda esto a
receber.
* Identificar a existncia de documentos comprobatrios do direito de
recebimento por parte da empresa, comparando com os relatrios
contbeis e financeiros;
Contas a Receber * Constatar se possvel fazer alteraes nas notas fiscais aps sua
emisso e como ocorre o acesso ao sistema, se cada usurio possui
uma senha que possibilite identificar os procedimentos realizados por
cada pessoa.
* Confrontar as quantidades obtidas atravs do sistema de
informao da empresa com a quantidade fsica;
* Identificar se feito inventrio dos itens movimentados diariamente
Estoques
pela empresa;
* Verificar se a empresa se utiliza da segregao de funes neste
setor.

* Verificar se o saldo de contas a pagar constante no relatrio


financeiro confere com o saldo do relatrio contbil;
Contas a Pagar * Conferir se todas as duplicatas possuem nota fiscal;
* Identificar se existem ttulos vencidos, caso existam verificar o
motivo para tal atraso.
Fonte: Elaborado pela Autora (2014).

Assim, ser obtido maior conhecimento dos controles internos existentes na


empresa para que seja possvel dar continuidade ao trabalho de auditoria.
Para realizao do trabalho foi utilizado um controle de tarefas realizadas e a
realizar. Sua finalizao ocorreu no dia 30 de junho de 2014, com a elaborao de
um relatrio final de auditoria.
No relatrio final da auditoria foi apresentado o processo desenvolvido, os
resultados obtidos atravs da execuo do trabalho e as sugestes e concluso.
Para ser possvel a realizao da auditoria, primeiramente foi feito um
acompanhamento para observar como so realizadas as operaes no
departamento financeiro e nos estoques, sendo que neste trabalho foram analisados
apenas os estoques de combustveis e lubrificantes, a loja convenincia no foi
abordada. Este acompanhamento possibilitar o entendimento de como ocorre o
processo dirio de lanamento, conciliao e conferncia dos controles internos da
empresa.

32
4 RESULTADOS DA PESQUISA

Neste captulo sero apresentados o histrico da empresa, o planejamento


do trabalho; a execuo das auditorias internas, bem como o relatrio da auditoria.

4.1 HISTRICO DA EMPRESA

pedido dos scios, a empresa no ser identificada e ser apontada neste


trabalho como Posto de Combustvel ABC Ltda. A empresa est localizada na
cidade de Pato Branco PR, tendo sido fundada no ano de 1983. Possui dois
scios, doze funcionrios, tem como principal atividade a venda de combustveis e
lubrificantes e como atividades secundrias a loja de convenincia e o lava car.
A gesto administrativa do posto de responsabilidade de um dos scios,
sendo que o mesmo conta com o auxlio de um funcionrio, que gerente da
empresa. J a gesto financeira exercida pelo outro scio; os estoques, bem como
as compras so de responsabilidade de uma funcionria, quatro funcionrios
trabalham no caixa e os demais so atendentes.
Os clientes do posto so tanto pessoas jurdicas como pessoas fsicas,
principalmente de Pato Branco. Quanto aos fornecedores, por ser um posto de
bandeira, a empresa tem um fornecedor principal, que a Ipiranga, e os demais
produtos so adquiridos de fornecedores de Pato Branco e regio.

4.2 ANLISE DOS CONTROLES INTERNOS

Objetivando um melhor resultado da auditoria foi realizada a anlise dos


controles internos:

4.2.1 Caixa

A empresa trabalha com dois caixas, o caixa bomba e o caixa financeiro.

33
O caixa bomba informatizado e seu fechamento ocorre a cada troca de
turno, a conferncia realizada pelo prprio funcionrio que era responsvel pelo
caixa naquele momento. Para maior controle dos scios, o funcionrio no consegue
fazer alteraes no sistema, isso s pode ser feito pelos scios, com a utilizao de
uma senha.
O caixa financeiro no informatizado, utilizado um livro caixa e o mesmo
de responsabilidade de um dos scios, que efetua o registro dos valores do caixa
bomba, dos pagamentos e recebimentos ocorridos. O fechamento do caixa
financeiro feito somente no dia seguinte movimentao.

4.2.2 Bancos

A conferncia bancria de responsabilidade do scio e feita no dia


seguinte movimentao. O lanamento destes valores feito atravs do extrato
bancrio. Como a empresa deposita praticamente todo o valor recebido no banco os
recebimentos e pagamentos so registrados direto na conta banco.

4.2.3 Cheques Pr-Datados

Os cheques pr-datados so lanados, no momento da venda, como venda


a prazo. No momento de fechamento do caixa no turno em que ocorreu o
recebimento com o cheque, o funcionrio responsvel separa os cheques pr-
datados dos demais e entrega ao scio responsvel pelo financeiro que o guarda no
cofre, conforme a data de compensao.

4.2.4 Contas a Receber

As contas a receber so controladas atravs do sistema de informao, seu


registro ocorre no momento da venda, com a emisso da nota fiscal. Nas vendas a
prazo, so emitidas as notas fiscais, o cliente assina e entrega a nota novamente
para o funcionrio do caixa. O funcionrio entrega a nota para o scio responsvel
pela cobrana que a arquiva em uma pasta que separada em ordem alfabtica e o
mesmo s a entrega para o cliente quando efetuado o pagamento.

34
4.2.5 Carto de Crdito

As vendas com carto de crdito so lanadas no sistema apenas como


venda a prazo, no especificada a forma de pagamento. A baixa se d pela
conferncia do extrato que a operadora do carto de crdito manda para a empresa,
confrontando-as com os tickets. Os tickets so separados por data e por operadora
para facilitar a conferncia dos recebimentos.

4.2.6 Carta frete

efetuado troca de carta frete apenas para uma empresa. Como no ocorre
diariamente, quando tem carta frete, a mesma separada ao final do turno e a cada
quinze dias enviado um relatrio para a empresa contendo os valores devidos e a
carta frete, pois o pagamento efetuado diretamente para o funcionrio que leva
este relatrio at a empresa devedora.

4.2.7 Estoques

O controle de estoques sistematizado, o mesmo alimenta-se com o


lanamento das notas fiscais. Este controle realizado por uma funcionria, que
confere o valor de estoques de combustveis diariamente e de estoque de
lubrificantes mensalmente.
A mesma funcionria responsvel pela compra dos produtos e pelo seu
lanamento no sistema, mantendo-o sempre atualizado.

4.2.8 Contas a pagar

O controle das contas a pagar feito pelo scio administrador, que confere
as notas lanadas pela funcionria responsvel pelas compras e posteriormente as
arquiva em uma pasta por ordem de vencimento. O lanamento de todas as
compras a prazo efetuado na conta fornecedores, sem separ-las por nome de

35
fornecedor, ento quando ocorre o pagamento a baixa tambm feita nesta conta
fornecedores.

4.2.9 Lanamentos Fiscais

A contabilidade da empresa externa, ento ao final de cada ms a


empresa gera o arquivo xml e encaminha para a contabilidade, bem como toda a
documentao contbil e fiscal.
Na contabilidade feita a conferncia de toda a documentao do ms e a
gerao dos impostos devidos.

4.3 EXECUO DA AUDITORIA

4.3.1 Caixa

A auditoria realizada no caixa financeiro foi realizada com data base em


30/06/2014. O saldo obtido no controle manual da empresa foi de R$ 89.924,21
(oitenta e nove mil novecentos e vinte e quatro reais e vinte e um centavos),
enquanto na contagem fsica foi encontrado o valor de R$ 90.401,75 (noventa mil
quatrocentos e um reais e setenta e cinco centavos), como mostra o Quadro 5:

Quadro 5. Auditoria na Conta Caixa


Conta Caixa R$
Espcie 31.720,00
Moedas 573,15
Cheques 14.979,34
Vales 133,00
Depsitos 42.996,26
Saldo Fsico Total 90.401,75
Saldo Financeiro 89.924,21
Diferena 477,54
Fonte: Dados da pesquisa (2014).

Em relao diferena encontrada no saldo do controle financeiro,


constatou-se que referente as notas fiscais n 19827, 18820 e 18838 recebidas,

36
mas no foi efetuado a baixa nos controles . O saldo de caixa da contabilidade era
de R$ 982.892,87 (novecentos e oitenta e dois mil oitocentos e noventa e dois reais
e oitenta e sete centavos) o que no condiz com o saldo real, tendo em vista que,
por opo da contabilidade os lanamentos de venda de mercadorias so efetuados
sempre vista e seu saldo est totalmente diferente do real. Assim percebe-se que
a contabilidade desta empresa no condiz com a realidade.
Comparando com outros trabalhos realizados em postos de combustveis por
Dengo (2011) e Hostapiuk (2013), observa-se que tambm foram encontradas
diferenas no montante do caixa, ficando evidente que os problemas com
lanamentos de caixa esto presentes em outras empresas do mesmo ramo.
Foi constatado que existem valores considerados como dinheiro no caixa,
quando os mesmos tratam-se de vales, cheques e depsitos. Estes lanamentos
deveriam ser feitos em contas separadas, at porque sua disponibilidade no
imediata, e isto pode levar a concluses errneas no que tange as disponibilidades.

4.3.2 Bancos

A empresa trabalha com quatro bancos, HSBC, Banco do Brasil; Ita e


Sicredi, sendo que o banco mais utilizado o Sicredi.
Foi efetuado anlise dos extratos bancrios confrontando-os com os
lanamentos contbeis e os registros no sistema da empresa, conforme consta no
Quadro 6.

Quadro 6. Auditoria nas Contas Bancrias


Contas Extratos Bancrios Contabilidade Sistema
Banco do Brasil -933,08 -933,08 -933,08
Sicredi 22.186,48 22.186,48 22.186,48
HSBC -205,21 -205,21 -205,21
Ita 3.234,99 3.234,99 3.234,99
Fonte: Dados da pesquisa (2014).

Aps confrontao de extratos bancrios, sistema de informao e


contabilidade, foi constatado que no h nenhuma divergncia, o que asseguram a
eficcia dos controles internos desta conta.

37
Nos outros dois trabalhos existentes tambm no foram encontradas
divergncias e fica evidente que as empresas possuem um maior controle desta
conta, onde realizada a maioria de suas transaes.

4.3.3 Cheques Pr-Datados

Normalmente no so aceitos cheques pr-datados como forma de


pagamento, apenas de clientes antigos e pelo relato do proprietrio raramente isto
acontece. A empresa no conta com sistema de anlise de crdito, somente o
gerente e o proprietrio do posto autorizam o recebimento em cheque. Quando so
aceitos, os mesmos no so lanados em conta especfica, o funcionrio do caixa
apenas lana como venda a prazo. Os scios guardam estes cheques no cofre por
data e como so poucos, quando est na data de compens-los fazem o depsito e
efetuam a baixa da conta clientes sem informar os dados do cheque.
Atravs da contagem fsica em comparao com o saldo existente na conta
clientes foi constatado que no havia divergncias de valores. Foi observado
tambm, que na contabilidade, bem como no sistema da empresa, no h um
controle desta movimentao. O correto seria o lanamento em conta especfica.
Analisando os trabalhos semelhantes percebe-se que em nenhuma das
empresas analisadas feito o lanamento da forma correta, tanto no trabalho
realizado por Dengo (2011) quanto o de Hostapiuk (2013) estes lanamentos so
efetuados vista, como dinheiro em caixa, gerando informaes distorcidas.

4.3.4 Cheques Devolvidos

A empresa no possui sistema informatizado de controle dos cheques


devolvidos. Quando ocorre a devoluo de cheques, os mesmos so
reapresentados e se necessrio so enviados para empresas de cobrana de
crdito. No momento da realizao do trabalho no foram encontrados cheques
nesta situao.
Na realizao da auditoria efetuada por Hostapiuk (2013) foram encontrados
cheques devolvidos que no haviam sido lanados, ou seja, ainda constavam como

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dinheiro em caixa, sendo que havia casos em que era necessrio o lanamento para
perdas, pelo tempo de inadimplncia.

4.3.5 Carto de Crdito

A empresa conveniada com as seguintes operadoras de carto de crdito:


Cielo, Visa Electron, Rede e Carto Ipiranga, conforme o quadro 7.

Quadro 7. Carto de Crdito


Operadora Valor fsico Contabilidade
Cielo 31.625,43 31.625,43
Visa Electron 27.634,75 27.634,75
Rede 19.759,98 19.759,98
Carto Ipiranga 16.592,20 16.592,20
Fonte: Dados da pesquisa (2014).
Na anlise de saldos, no foram encontradas diferenas entre o controle da
empresa e os relatrios disponibilizados pelas operadoras de carto de crdito.
Percebeu-se que a empresa separa a cada quinze dias os tickets recebidos dos a
receber, facilitando assim o controle dos scios.
Nos trabalhos semelhantes tambm no foram encontradas diferenas nesta
conta.

4.3.6 Contas a Receber

Foram encontrados 95 clientes no sistema de informao da empresa com


saldo a pagar, destes foram observadas diferenas em apenas trs, que sero
identificados aqui pelo cdigo cadastrado no sistema do posto.
O Quadro 8 demonstra as diferenas da conta clientes.

Quadro 8. Diferena no Saldo da Conta Clientes


Cdigo do Cliente Saldo Fsico Valor no Sistema Diferena
138 111,20 231,20 -120,00
140 0,00 319,44 -319,44
1188 1.975,33 2.013,43 -38,10
Fonte: Dados da pesquisa (2014).

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O cliente 138 apresentava um saldo devedor de R$ 231,20 no relatrio de
contas a receber, porm na confrontao com as notas fiscais percebeu-se a falta
da nota fiscal 18927, no valor de R$ 120,00.
O cliente 140 apresentava no sistema um saldo devedor de R$ 319,44 e na
contagem fsica foi observada que o cliente no possua dbitos de nenhuma nota
fiscal e que este saldo era referente nota fiscal 18820.
O cliente 1188 constava com um saldo devedor de R$ 2.013,43, enquanto
na verificao atravs das notas fiscais foi observada a falta de R$ 38,10 referente
nota fiscal 18838.
O scio responsvel pelo financeiro contou que estas diferenas
aconteceram porque tais notas fiscais foram recebidas e ainda no haviam sido
baixadas no sistema.
Nos trabalhos de Dengo (2011) e Hostapiuk (2013) tambm foram
encontradas irregularidades nesta conta por motivos semelhantes a estes e at
mesmo pelo extravio da nota fiscal ou por descuido no momento de guardar tais
notas, colocando-as junto com notas de outros clientes.

4.3.7 Estoques

Para a conferncia de estoques, foram utilizados os estoques de


combustveis e os estoques de lubrificantes por estarem relacionados atividade
principal da empresa.
O estoque de combustvel medido diariamente, pela parte da manh, antes
de serem ligadas as bombas. Para que seja possvel medir a quantidade de
combustvel dos tanques utilizada uma rgua que vai de 0 a 254 centmetros e
uma tabela comparativa que cedida pelo fornecedor e que contm quanto o
volume obtido atravs da medio representa em litros.
O Quadro 9 demonstra a quantidade de combustvel encontrada na empresa
no momento da auditoria:

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Quadro 9. Estoque de Combustveis
Combustvel Saldo Fsico (L) Contabilidade (L) Diferena (L)
Gasolina Aditivada 8.625 8.758,70 -133,70
Gasolina Comum 8.357 8478,55 -121,55
Etanol 8.775 8877,21 -102,21
Diesel 11.683 11720,10 -37,10
Fonte: Dados da pesquisa (2014).

Segundo os proprietrios do posto, esta diferena ocorre devido dilatao


volumtrica conforme a temperatura e tambm uma pequena perda referente
evaporao dos combustveis.
Nos estoques de lubrificantes pode-se observar uma diferena entre o
estoque obtido do sistema e o estoque fsico, conforme demonstrado no Quadro 10:

Quadro 10. Auditoria no Estoque de Lubrificantes


Item Estoque fsico Registro de Inventrio Diferena
Ipiranga Brutus Protec CF 15W40 4 6 -2
Ipi Brutus Protec T5 15W40 5 3 2
Elaion F50E 5W30 1L 27 30 -3
Ipiranga 2T 200ml 34 31 3
Ipiranga 2T 500ml 36 38 -2
F1 Master Protect 20W50 SL LT 27 23 4
F1 Master Plus 20W50 LT 21 24 -3
Fonte: Dados da pesquisa (2014).

As diferenas mostradas no quadro 10, conforme relato do proprietrio,


ocorrem devido m comunicao entre o funcionrio atendente e o funcionrio do
caixa, que por muitas vezes vende o lubrificante ao cliente e apenas pede que o
prprio cliente diga ao funcionrio do caixa qual o produto que adquiriu, sem mostra-
lo para o mesmo, e tambm por erros de digitao do cdigo dos produtos no
momento da emisso das notas fiscais.
Nos trabalhos semelhantes tambm foram identificadas diferenas nos
estoques e o motivo o mesmo, os funcionrio querem agilizar o atendimento e
acabam efetuando a baixa no produto errado.

41
4.3.8 Contas a Pagar

Na auditoria realizada nas contas a pagar no foram encontradas diferenas


entre as duplicatas que estavam na empresa a pagar e o relatrio contbil de
fornecedores.
No havia nenhum boleto vencido e todos os que estavam a vencer tinham
anexo sua respectiva nota fiscal. Foi constatado ainda que todos os pagamentos so
efetuados via internet, no banco e que apenas o proprietrio tem as senhas para
efetuar os pagamentos e transaes bancrias.
O scio contou que no utiliza o sistema para ver as contas a vencer e por
isso que todas as compras so lanadas em uma nica conta de fornecedores a
pagar, disse ainda que diariamente consulta a pasta de contas a pagar e efetua
todos os pagamentos antes do vencimento, buscando descontos.
Na auditoria feita por Hostapiuk (2013) foi notado que a empresa utiliza uma
conta para cada fornecedor, facilitando assim o controle, porm, foram encontradas
divergncias nos saldos que ocorreram pelo pagamento de duplicatas que no
foram baixadas na conta do devido fornecedor e por pagamento em duplicidade. J
na auditoria feita por Dengo (2011) no foram encontradas divergncias.

4.4 RELATRIO DE AUDITORIA

Com base no trabalho de auditoria desenvolvido, apresenta-se o relatrio de


auditoria:

Pato Branco, 01 de julho de 2014.

PARA POSTO DE COMBUSTVEL ABC LTDA

A/C DIREO

RELATRIO DA AUDITORIA REALIZADA NA EMPRESA POSTO DE


COMBUSTVEL ABC LTDA - PATO BRANCO/PR

42
CAIXA
O valor fsico apurado foi de R$ 90.401,75, enquanto no controle financeiro o
saldo era de R$ 89.924,21, o que gerou uma diferena de R$ 477,54. Na busca por
entender o que gerou esta diferena foi constatado que no estavam registrados o
recebimento referente s notas fiscais 18927, 18820 e 18838.
No caixa estava somado valores de depsitos, vales e cheques, o que leva
uma anlise incorreta. Orienta-se que estes valores sejam registrados em contas
especficas, facilitando o controle dos direitos da empresa e um valor preciso de seu
disponvel. Orienta-se tambm, o uso do sistema de informao para os registros da
conta caixa, para que seja possvel obter relatrios mais precisos e facilitar o
controle.

BANCOS

No foram encontradas divergncias na conta banco.

CHEQUES PR-DATADOS

Foi constatado que no existe a utilizao desta conta, pois os mesmos


estavam sendo lanados em contas a receber.
Orienta-se que os valores referentes a cheques pr-datados e esto
lanados em Contas a Receber sejam lanados na conta cheques pr-datados e
que a partir de hoje seja utilizada esta conta para vendas efetuadas com este tipo de
pagamento, constando no histrico todos os dados do cheque e do cliente.

CHEQUES DEVOLVIDOS

Aps a auditoria, no foram encontrados cheques nesta situao no


momento da auditoria, porm foi notado que na ocorrncia da devoluo de cheques
os mesmos no so lanados na devida conta.
Orienta-se que sempre que ocorrer a devoluo de cheques seja realizado o
lanamento em conta especfica para que possibilite o acompanhamento da situao
e quando for o caso, possa ser lanado este valor para perdas.

43
CONTAS A RECEBER

Atravs da auditoria realizada, verifica-se que as contas a receber, em sua


maioria, esto lanadas corretamente. Dos noventa e cinco clientes que possuem
conta em aberto com a empresa apenas trs apresentaram divergncia em seus
valores, por no ter sido efetuada a baixa no recebimento. A existncia de
diferenas pode acarretar problemas como, por exemplo, a cobrana de valores
indevidos.
Orienta-se que sejam efetuados os lanamentos de baixa dos recebimentos
para que os saldos fiquem corretos e que sejam lanadas as operaes de
recebimento no momento em que elas ocorrerem para evitar problemas futuros.

CARTO DE CRDITO

No foram encontradas divergncias nos controles de carto de crdito na


realizao da auditoria.

ESTOQUES

Atravs da realizao da auditoria foram detectadas algumas diferenas


entre o estoque fsico de lubrificantes e o registro de inventrio, tais diferenas
ocorreram devido digitao de cdigos incorretos, que consequentemente fizeram
com que o cliente comprasse um produto e na nota fiscal constasse outro produto.
Estas baixas incorretas podem fazer com que sejam efetuadas compras de produtos
que no teriam necessidade naquele momento, enquanto os que realmente
precisariam ser comprados podem ficar em falta.
J no estoque de combustveis foram encontradas pequenas diferenas que
ocorrem por se tratar de um produto voltil, acarretando uma perda normal por
evaporao ou pela dilatao volumtrica, que ocorre com a variao de
temperatura.
Orienta-se que seja instalado um sistema que s permita a baixa de
estoques pelo cdigo de barras, resultando assim, num melhor controle, pois no

44
teria mais o problema de baixa do produto incorreto. Quanto s diferenas apuradas,
recomenda-se que o proprietrio faa um lanamento de transferncia entre os
lubrificantes, arrumando os que esto com divergncia de quantidade. Recomenda-
se tambm que seja feita a conferncia semanalmente e que seja implantado um
sistema de segregao de funes objetivando diminuindo os erros e probabilidade
de fraudes.

CONTAS A PAGAR

No foram identificadas divergncias entre o saldo contbil de contas a


pagar e o saldo fsico, o nico problema identificado foi no registro financeiro da
conta fornecedores, pois est sendo lanado o valor de todos os fornecedores em
uma nica conta, o que impede que seja obtido o saldo devedor de cada fornecedor.
Orienta-se que seja criada uma conta para cada fornecedor, facilitando
assim o controle do valor devido para cada um. Recomenda-se transferir o valor
existente na conta fornecedores para a conta correspondente e que a partir de
agora seja efetuado o lanamento corretamente.

Atenciosamente,
Daniela Martins de Jesus.
Auditora Interna

45
5 CONSIDERAES FINAIS

O estudo realizado teve como problema de pesquisa questionamento a


respeito de: como a auditoria interna pode contribuir para melhorar a gesto de um
posto de combustvel?. Assim, estabeleceu como objetivo realizar auditoria nos
controles internos de um posto de combustvel, buscando identificar possveis
problemas ou erros a fim de sugerir melhorias na gesto.
Na realizao da coleta de dados foram utilizados dados primrios e
secundrios e a abordagem do problema foi de forma qualitativa, pois foram
analisados aspectos relacionados aos controles da empresa. Para a realizao do
estudo foi realizado reviso bibliogrfica, atravs de busca de artigos nos sites Base
Spell, Scielo e Google acadmico, bem como a utilizao de livros que abordam o
assunto.
O trabalho de auditoria foi realizado num posto de combustveis de Pato
Branco-PR, que pediu para no ser identificada, assim nesse trabalho ser
apresentado com o nome de Posto de Combustvel ABC Ltda no perodo de 01 de
junho de 2014 a 30 de junho de 2014, pela acadmica, com o auxlio dos scios e
da contadora da empresa. Para que isso fosse possvel, foi elaborado um programa
de trabalho, com o objetivo de verificar o saldo fsico, os lanamentos e controles
existentes na empresa. E, na realizao do trabalho, foi utilizado um controle de
tarefas realizadas e a realizar.
Para atender ao primeiro objetivo especfico, que era analisar o controle
interno para posterior auditoria, foram analisados aspectos do controle onde foram
identificados os procedimentos dirios da empresa, como ocorrem os lanamentos,
conferncia e superviso dos scios nas seguintes contas: caixa; bancos; cheques
pr-datados; cheques devolvidos; contas a receber; carto de crdito; carta frete;
estoques de combustveis e de lubrificantes; e, contas a pagar.
O segundo objetivo foi testar os controles internos para identificar a situao
dos controles fsico e contbeis da empresa. Para atend-lo auditaram-se as nove
contas acima descritas e foi constatado que as contas: caixa; cheques pr-datados;
cheques devolvidos; contas a receber; estoques e contas a pagar apresentavam
divergncias ou erros de lanamento.

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A empresa possui dois caixas, o caixa bomba e o caixa financeiro. Para o
caixa bomba utilizado um sistema informatizado, j para o caixa financeiro
utilizado um controle manual, fazendo com que se torne muito mais trabalhoso e que
no seja possvel a emisso de relatrios precisos desta conta, ainda tem o fato de
estar lanado no caixa valores que no representam dinheiro em espcie, como por
exemplo, vales e cheques. A conta de cheques pr-datados, bem como a de
cheques devolvidos no vem sendo utilizadas. Nas contas a receber foi notado que
existiam clientes em aberto que j haviam efetuado o pagamento.
J nos estoques havia divergncias tanto no saldo de estoques de
combustveis como no estoque de lubrificantes, sendo que no de combustveis
ocorre uma perda natural, gerando diferenas entre o saldo contbil e o fsico, e no
de lubrificantes as diferenas ocorrem por erros de lanamento. Quanto s contas a
pagar o nico problema encontrado foi que a empresa utiliza uma nica conta
denominada fornecedores, tornando difcil a visualizao do valor devido a cada um
individualmente.
O terceiro objetivo especfico foi sugerir melhorias nos controles internos do
posto de combustvel em estudo. Aps os problemas encontrados, foi sugerido que
a empresa passasse a utilizar o sistema de informao tambm para o caixa
financeiro; que os valores de cheques pr-datados, que se encontravam nas contas
a receber, fossem transferidos para a conta cheques pr-datados e que esta conta
passasse a ser utilizada sempre que ocorresse a entrada de cheques nesta situao
e que fosse utilizada a conta de cheque devolvido, sempre que necessrio. Quanto
s contas a receber foi orientado que os lanamentos de baixa passassem a ser
feitos no momento do recebimento, para evitar distores ou at mesmo cobranas
indevidas.
Nos estoques de lubrificantes foi orientado que a baixa dos produtos
vendidos fosse possvel apenas coma utilizao do cdigo de barras no momento da
venda e que, para melhor controle das contas a pagar, fosse criada uma conta para
cada fornecedor, facilitando assim a conferncia dos valores devidos
individualmente.
O ltimo objetivo especfico foi comparar os resultados deste com trabalhos
anteriores, onde fica claro que o problema tambm ocorre em outras empresas do

47
mesmo ramo e que a maioria deles ocorre pelos mesmos motivos, falta de ateno,
baixas indevidas e lanamentos em contas incorretas.
Diante disso, conclui-se que o trabalho alcanou os objetivos, demonstrando
a importncia da auditoria interna para a avaliao dos controles existentes na
empresa e que a utilizao conjunta das ferramentas de controle interno e da
auditoria interna dar maior segurana aos seus usurios e consequentemente faro
com que sejam tomadas decises corretas, diminuiro erros e fraudes e
conquistaro maior veracidade de informaes.

48
REFERNCIAS

ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: um curso moderno e completo. 7. ed.


So Paulo: Atlas, 2010.
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ATTIE, William. Auditoria: Conceitos e Aplicaes. 5. ed. So Paulo: Atlas, 2010.
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49
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PAULA, Maria Goreth Miranda Almeida. Auditoria Interna: Embasamento
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