Psicologo
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PSICLOGO
NDICE
Nvel Superior
LNGUA PORTUGUESA:
Ortografia oficial. .......................................................................................................................... 43
Acentuao grfica. ..................................................................................................................... 41
Flexo nominal e verbal. .............................................................................................................. 59
Pronomes: emprego, formas de tratamento e colocao. Advrbios. ........................................... 63
Conjunes coordenativas e subordinativas. ................................................................................ 75
Emprego de tempos e modos verbais. ......................................................................................... 67
Vozes do verbo. ........................................................................................................................... 67
Concordncia nominal e verbal. Regncia nominal e verbal. ....................................................... 81
Sintaxe. ........................................................................................................................................ 77
Ocorrncia de crase. .................................................................................................................... 49
Pontuao.................................................................................................................................... 48
Inteleco de texto. ........................................................................................................................ 1
CONHECIMENTOS ESPECFICOS
Legislao do SUS ............................................................................................................................................. 1
Lei n 8.080, de 19 de setembro de 1990 .......................................................................................................... 4
Resoluo CFP N 010/05 - O Cdigo de tica Profissional do Psiclogo - Em vigor desde o dia 27 de
agosto de 2005. ................................................................................................................................................13
Resoluo CFP N. 007/2003 Manual de Elaborao de Documentos Decorrentes de Avaliaes Psi-
colgicas ..........................................................................................................................................................15
Resoluo CFP N 010/2010 - Institui a regulamentao da Escuta Psicolgica de Crianas e Adoles-
centes envolvidos em situao de violncia, na Rede de Proteo. ..............................................................18
Resoluo CFP N 008/2010 - Dispe sobre a atuao do psiclogo como perito e assistente tcnico
no Poder Judicirio. .........................................................................................................................................19
BRASIL, LEI N 12.594, DE 18 DE JANEIRO DE 2012. (Sistema Nacional de Atendimento Socioedu-
cativo - SINASE) ..............................................................................................................................................20
LEI N 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990.Dispe sobre o Estatuto da Criana e do Adolescente e d
outras providncias...........................................................................................................................................30
A constituio do objeto libidinal patologia das relaes objetais. ..................................................................94
Preveno e efeitos da privao materna. ......................................................................................................95
O papel do pai. ..............................................................................................................................................107
As inter-relaes familiares: casamento, conflito conjugal, separao, guarda dos filhos. ..........................117
A criana e a separao dos pais. ................................................................................................................128
A criana e o adolescente vitimizados. .........................................................................................................129
Natureza e origens da tendncia anti-social. ................................................................................................139
Os direitos fundamentais da criana e do adolescente. ................................................................................148
As medidas especficas de proteo criana e ao adolescente. ...............................................................149
Noes de Direito da Famlia. .......................................................................................................................152
A colocao em famlia substituta - Guarda, Tutela, Adoo. ......................................................................200
Adolescncia, Drogadio e Famlia. ............................................................................................................202
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A apurao de ato infracional atribudo ao adolescente. ..............................................................................206
As medidas scio-educativas. .......................................................................................................................212
O trabalho do psiclogo e as atribuies da equipe interprofissional na Vara da Infncia e da Juventu-
de, nas Varas da Famlia e das Sucesses e nas Varas Especiais da Infncia e da Juventude. ................214
Psicodiagnstico - tcnicas utilizadas. ..........................................................................................................221
A entrevista psicolgica. ................................................................................................................................240
Relatrios e laudos periciais psicolgicos. ....................................................................................................245
tica profissional. ...........................................................................................................................................249
2 Psiclogo
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APOSTILAS OPO
LNGUA PORTUGUESA
autor, suposies vagas e inespecficas. Quem l com cuidado certamente
incorre menos no risco de tornar-se um analfabeto funcional e ler com
ateno um exerccio que deve ser praticado exausto, assim como
uma tcnica, que far de ns leitores proficientes e sagazes. Agora que
voc j conhece nossas dicas, desejamos a voc uma boa leitura e bons
estudos! Luana Castro Alves Perez
01. Ler todo o texto, procurando ter uma viso geral do assunto;
02. Se encontrar palavras desconhecidas, no interrompa a leitura, v
at o fim, ininterruptamente;
03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo menos
Ortografia oficial. 43 umas trs vezes ou mais;
Acentuao grfica. 41 04. Ler com perspiccia, sutileza, malcia nas entrelinhas;
Flexo nominal e verbal. 59 05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
06. No permitir que prevaleam suas ideias sobre as do autor;
Pronomes: emprego, formas de tratamento e colo- 07. Partir o texto em pedaos (pargrafos, partes) para melhor compre-
cao. Advrbios. 63 enso;
Conjunes coordenativas e subordinativas.75 08. Centralizar cada questo ao pedao (pargrafo, parte) do texto cor-
Emprego de tempos e modos verbais. 67 respondente;
09. Verificar, com ateno e cuidado, o enunciado de cada questo;
Vozes do verbo. 67 10. Cuidado com os vocbulos: destoa (=diferente de ...), no, correta,
Concordncia nominal e verbal. Regncia nominal incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que
e verbal. 81 aparecem nas perguntas e que, s vezes, dificultam a entender o que se
Sintaxe. 77 perguntou e o que se pediu;
Ocorrncia de crase. 49 11. Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais
exata ou a mais completa;
Pontuao. 48 12. Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento de
Inteleco de texto. 1 lgica objetiva;
13. Cuidado com as questes voltadas para dados superficiais;
14. No se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta,
DICAS PARA UMA BOA INTERPRETAO DE TEXTO mas a opo que melhor se enquadre no sentido do texto;
15. s vezes a etimologia ou a semelhana das palavras denuncia a
Uma boa interpretao de texto importante para o desenvolvimento
resposta;
pessoal e profissional, por isso elaboramos algumas dicas preciosas para
16. Procure estabelecer quais foram as opinies expostas pelo autor,
auxiliar voc nos seus estudos.
definindo o tema e a mensagem;
Voc tem dificuldades para interpretar um texto? Se a sua resposta for 17. O autor defende ideias e voc deve perceb-las;
sim, no se desespere, voc no o nico a sofrer com esse problema que 18. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito so importants-
afeta muitos leitores. simos na interpretao do texto.
Ex.: Ele morreu de fome.
No saber interpretar corretamente um texto pode gerar inmeros pro- de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realizao
blemas, afetando no s o desenvolvimento profissional, mas tambm o do fato (= morte de "ele").
desenvolvimento pessoal. O mundo moderno cobra de ns inmeras com- Ex.: Ele morreu faminto.
petncias, uma delas a proficincia na lngua, e isso no se refere apenas faminto: predicativo do sujeito, o estado em que "ele" se encontrava
a uma boa comunicao verbal, mas tambm capacidade de entender quando morreu.;
aquilo que est sendo lido. O analfabetismo funcional est relacionado com 19. As oraes coordenadas no tm orao principal, apenas as idei-
a dificuldade de decifrar as entrelinhas do cdigo, pois a leitura mecnica as esto coordenadas entre si;
bem diferente da leitura interpretativa, aquela que fazemos ao estabelecer 20. Os adjetivos ligados a um substantivo vo dar a ele maior clareza
analogias e criar inferncias. Para que voc no sofra mais com a anlise de expresso, aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado. Eraldo
de textos, elaboramos algumas dicas para voc seguir e tirar suas dvidas. Cunegundes
Uma interpretao de texto competente depende de inmeros fatores,
mas nem por isso deixaremos de contemplar alguns que se fazem essenci- ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
ais para esse exerccio. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos das TEXTO NARRATIVO
mincias presentes em um texto, achamos que apenas uma leitura j se faz As personagens: So as pessoas, ou seres, viventes ou no, for-
suficiente, o que no verdade. Interpretar demanda pacincia e, por isso, as naturais ou fatores ambientais, que desempenham papel no desenrolar
sempre releia, pois uma segunda leitura pode apresentar aspectos surpre- dos fatos.
endentes que no foram observados anteriormente. Para auxiliar na busca
de sentidos do texto, voc pode tambm retirar dele os tpicos frasais Toda narrativa tem um protagonista que a figura central, o heri ou
presentes em cada pargrafo, isso certamente auxiliar na apreenso do herona, personagem principal da histria.
contedo exposto. Lembre-se de que os pargrafos no esto organizados,
pelo menos em um bom texto, de maneira aleatria, se esto no lugar que O personagem, pessoa ou objeto, que se ope aos designos do prota-
esto, porque ali se fazem necessrios, estabelecendo uma relao gonista, chama-se antagonista, e com ele que a personagem principal
hierrquica do pensamento defendido, retomando ideias supracitadas ou contracena em primeiro plano.
apresentando novos conceitos.
As personagens secundrias, que so chamadas tambm de compar-
Para finalizar, concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas
sas, so os figurantes de influencia menor, indireta, no decisiva na narra-
pelo autor: os textos argumentativos no costumam conceder espao para
o.
divagaes ou hipteses, supostamente contidas nas entrelinhas. Devemos
nos ater s ideias do autor, isso no quer dizer que voc precise ficar preso
O narrador que est a contar a histria tambm uma personagem,
na superfcie do texto, mas fundamental que no criemos, revelia do
Lngua Portuguesa 1
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pode ser o protagonista ou uma das outras personagens de menor impor-
tncia, ou ainda uma pessoa estranha histria. Formas de apresentao da fala das personagens
Como j sabemos, nas histrias, as personagens agem e falam. H
Podemos ainda, dizer que existem dois tipos fundamentais de perso- trs maneiras de comunicar as falas das personagens.
nagem: as planas: que so definidas por um trao caracterstico, elas no
alteram seu comportamento durante o desenrolar dos acontecimentos e Discurso Direto: a representao da fala das personagens atra-
tendem caricatura; as redondas: so mais complexas tendo uma dimen- vs do dilogo.
so psicolgica, muitas vezes, o leitor fica surpreso com as suas reaes Exemplo:
perante os acontecimentos. Z Lins continuou: carnaval festa do povo. O povo dono da
verdade. Vem a polcia e comea a falar em ordem pblica. No carna-
Sequncia dos fatos (enredo): Enredo a sequncia dos fatos, a val a cidade do povo e de ningum mais.
trama dos acontecimentos e das aes dos personagens. No enredo po-
demos distinguir, com maior ou menor nitidez, trs ou quatro estgios No discurso direto frequente o uso dos verbo de locuo ou descendi:
progressivos: a exposio (nem sempre ocorre), a complicao, o clmax, o dizer, falar, acrescentar, responder, perguntar, mandar, replicar e etc.; e de
desenlace ou desfecho. travesses. Porm, quando as falas das personagens so curtas ou rpidas
os verbos de locuo podem ser omitidos.
Na exposio o narrador situa a histria quanto poca, o ambiente,
as personagens e certas circunstncias. Nem sempre esse estgio ocorre, Discurso Indireto: Consiste em o narrador transmitir, com suas
na maioria das vezes, principalmente nos textos literrios mais recentes, a prprias palavras, o pensamento ou a fala das personagens.
histria comea a ser narrada no meio dos acontecimentos (in mdia), ou Exemplo:
seja, no estgio da complicao quando ocorre e conflito, choque de inte- Z Lins levantou um brinde: lembrou os dias triste e passa-
resses entre as personagens. dos, os meus primeiros passos em liberdade, a fraternidade
que nos reunia naquele momento, a minha literatura e os me-
O clmax o pice da histria, quando ocorre o estgio de maior ten- nos sombrios por vir.
so do conflito entre as personagens centrais, desencadeando o desfecho,
ou seja, a concluso da histria com a resoluo dos conflitos. Discurso Indireto Livre: Ocorre quando a fala da personagem se
Os fatos: So os acontecimentos de que as personagens partici- mistura fala do narrador, ou seja, ao fluxo normal da narrao.
pam. Da natureza dos acontecimentos apresentados decorre o g- Exemplo:
nero do texto. Por exemplo o relato de um acontecimento cotidiano Os trabalhadores passavam para os partidos, conversando
constitui uma crnica, o relato de um drama social um romance alto. Quando me viram, sem chapu, de pijama, por aqueles
social, e assim por diante. Em toda narrativa h um fato central, lugares, deram-me bons-dias desconfiados. Talvez pensassem
que estabelece o carter do texto, e h os fatos secundrios, rela- que estivesse doido. Como poderia andar um homem quela
cionados ao principal. hora , sem fazer nada de cabea no tempo, um branco de ps
Espao: Os acontecimentos narrados acontecem em diversos lu- no cho como eles? S sendo doido mesmo.
gares, ou mesmo em um s lugar. O texto narrativo precisa conter (Jos Lins do Rego)
informaes sobre o espao, onde os fatos acontecem. Muitas ve-
zes, principalmente nos textos literrios, essas informaes so TEXTO DESCRITIVO
extensas, fazendo aparecer textos descritivos no interior dos textos Descrever fazer uma representao verbal dos aspectos mais carac-
narrativo. tersticos de um objeto, de uma pessoa, paisagem, ser e etc.
Tempo: Os fatos que compem a narrativa desenvolvem-se num
determinado tempo, que consiste na identificao do momento, As perspectivas que o observador tem do objeto so muito importantes,
dia, ms, ano ou poca em que ocorre o fato. A temporalidade sa- tanto na descrio literria quanto na descrio tcnica. esta atitude que
lienta as relaes passado/presente/futuro do texto, essas relaes vai determinar a ordem na enumerao dos traos caractersticos para que
podem ser linear, isto , seguindo a ordem cronolgica dos fatos, o leitor possa combinar suas impresses isoladas formando uma imagem
ou sofre inverses, quando o narrador nos diz que antes de um fa- unificada.
to que aconteceu depois.
Uma boa descrio vai apresentando o objeto progressivamente, vari-
O tempo pode ser cronolgico ou psicolgico. O cronolgico o tempo ando as partes focalizadas e associando-as ou interligando-as pouco a
material em que se desenrola ao, isto , aquele que medido pela pouco.
natureza ou pelo relgio. O psicolgico no mensurvel pelos padres
fixos, porque aquele que ocorre no interior da personagem, depende da Podemos encontrar distines entre uma descrio literria e outra tc-
sua percepo da realidade, da durao de um dado acontecimento no seu nica. Passaremos a falar um pouco sobre cada uma delas:
esprito. Descrio Literria: A finalidade maior da descrio literria
transmitir a impresso que a coisa vista desperta em nossa mente
Narrador: observador e personagem: O narrador, como j dis- atravs do sentidos. Da decorrem dois tipos de descrio: a subje-
semos, a personagem que est a contar a histria. A posio em tiva, que reflete o estado de esprito do observador, suas prefern-
que se coloca o narrador para contar a histria constitui o foco, o cias, assim ele descreve o que quer e o que pensa ver e no o
aspecto ou o ponto de vista da narrativa, e ele pode ser caracteri- que v realmente; j a objetiva traduz a realidade do mundo objeti-
zado por : vo, fenomnico, ela exata e dimensional.
- viso por detrs : o narrador conhece tudo o que diz respeito s Descrio de Personagem: utilizada para caracterizao das
personagens e histria, tendo uma viso panormica dos acon- personagens, pela acumulao de traos fsicos e psicolgicos,
tecimentos e a narrao feita em 3a pessoa. pela enumerao de seus hbitos, gestos, aptides e temperamen-
- viso com: o narrador personagem e ocupa o centro da narra- to, com a finalidade de situar personagens no contexto cultural, so-
tiva que feito em 1a pessoa. cial e econmico .
- viso de fora: o narrador descreve e narra apenas o que v, Descrio de Paisagem: Neste tipo de descrio, geralmente o
aquilo que observvel exteriormente no comportamento da per- observador abrange de uma s vez a globalidade do panorama,
sonagem, sem ter acesso a sua interioridade, neste caso o narra- para depois aos poucos, em ordem de proximidade, abranger as
dor um observador e a narrativa feita em 3a pessoa. partes mais tpicas desse todo.
Foco narrativo: Todo texto narrativo necessariamente tem de Descrio do Ambiente: Ela d os detalhes dos interiores, dos
apresentar um foco narrativo, isto , o ponto de vista atravs do ambientes em que ocorrem as aes, tentando dar ao leitor uma
qual a histria est sendo contada. Como j vimos, a narrao visualizao das suas particularidades, de seus traos distintivos e
feita em 1a pessoa ou 3a pessoa. tpicos.
Lngua Portuguesa 2
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Descrio da Cena: Trata-se de uma descrio movimentada, A linguagem normalmente impessoal e objetiva.
que se desenvolve progressivamente no tempo. a descrio de
O roteiro da persuaso para o texto argumentativo:
um incndio, de uma briga, de um naufrgio.
Descrio Tcnica: Ela apresenta muitas das caractersticas ge- Na introduo, no desenvolvimento e na concluso do texto argumen-
rais da literatura, com a distino de que nela se utiliza um vocabu- tativo espera-se que o redator o leitor de seu ponto de vista. Alguns recur-
lrio mais preciso, salientando-se com exatido os pormenores. sos podem contribuir para que a defesa da tese seja concluda com suces-
predominantemente denotativa tendo como objetivo esclarecer so. Abaixo veremos algumas formas de introduzir um pargrafo argumenta-
convencendo. Pode aplicar-se a objetos, a aparelhos ou mecanis- tivo:
mos, a fenmenos, a fatos, a lugares, a eventos e etc.
Declarao inicial: uma forma de apresentar com assertivi-
TEXTO DISSERTATIVO dade e segurana a tese.
Dissertar significa discutir, expor, interpretar ideias. A dissertao cons- A aprovao das Cotas para negros vem reparar uma divida moral e
ta de uma srie de juzos a respeito de um determinado assunto ou ques- um dano social. Oferecer oportunidade igual de ingresso no Ensino Superi-
to, e pressupe um exame critico do assunto sobre o qual se vai escrever or ao negro por meio de polticas afirmativas uma forma de admitir a
com clareza, coerncia e objetividade. diferena social marcante na sociedade e de igualar o acesso ao mercado
de trabalho.
A dissertao pode ser argumentativa - na qual o autor tenta persuadir
o leitor a respeito dos seus pontos de vista ou simplesmente, ter como Interrogao: Cria-se com a interrogao uma relao prxima
finalidade dar a conhecer ou explicar certo modo de ver qualquer questo. com o leitor que, curioso, busca no texto resposta as perguntas feitas na
introduo.
A linguagem usada a referencial, centrada na mensagem, enfatizan-
do o contexto. Por que nos orgulhamos da nossa falta de conscincia coletiva? Por
que ainda insistimos em agir como espertos individualistas?
Quanto forma, ela pode ser tripartida em : Citao ou aluso: Esse recurso garante defesa da tese car-
Introduo: Em poucas linhas coloca ao leitor os dados funda- ter de autoridade e confere credibilidade ao discurso argumentativo, pois
mentais do assunto que est tratando. a enunciao direta e ob- se apoia nas palavras e pensamentos de outrem que goza de prestigio.
jetiva da definio do ponto de vista do autor.
Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto, onde as ideias colo- As pessoas chegam ao ponto de uma criana morrer e os pais no
cadas na introduo sero definidas com os dados mais relevan- chorarem mais, trazerem a criana, jogarem num bolo de mortos, virarem
tes. Todo desenvolvimento deve estruturar-se em blocos de ideias as costas e irem embora. O comentrio do fotgrafo Sebastio Salgado
articuladas entre si, de forma que a sucesso deles resulte num sobre o que presenciou na Ruanda um chamado conscincia pbli-
conjunto coerente e unitrio que se encaixa na introduo e de- ca.
sencadeia a concluso.
Exemplificao: O processo narrativo ou descritivo da exempli-
Concluso: o fenmeno do texto, marcado pela sntese da ideia
ficao pode conferir argumentao leveza a cumplicidade. Porm,
central. Na concluso o autor refora sua opinio, retomando a in-
deve-se tomar cuidado para que esse recurso seja breve e no interfira
troduo e os fatos resumidos do desenvolvimento do texto. Para
no processo persuasivo.
haver maior entendimento dos procedimentos que podem ocorrer
em um dissertao, cabe fazermos a distino entre fatos, hiptese Noite de quarta-feira nos Jardins, bairro paulistano de classe mdia.
e opinio. Restaurante da moda, frequentado por jovens bem-nascidos, sofre o se-
- Fato: o acontecimento ou coisa cuja veracidade e reconhecida; gundo arrasto do ms. Clientes e funcionrios so assaltados e amea-
a obra ou ao que realmente se praticou. ados de morte. O cotidiano violento de So Paulo se faz presente.
- Hiptese: a suposio feita acerca de uma coisa possvel ou
no, e de que se tiram diversas concluses; uma afirmao so- Roteiro: A antecipao do que se pretende dizer pode funcionar
bre o desconhecido, feita com base no que j conhecido. como encaminhamento de leitura da tese.
- Opinio: Opinar julgar ou inserir expresses de aprovao ou Busca-se com essa exposio analisar o descaso da sociedade em
desaprovao pessoal diante de acontecimentos, pessoas e obje- relao s coletas seletivas de lixo e a incompetncia das prefeituras.
tos descritos, um parecer particular, um sentimento que se tem a
respeito de algo. Enumerao: Contribui para que o redator analise os dados e
exponha seus pontos de vista com mais exatido.
O TEXTO ARGUMENTATIVO Pesquisa realizada pela Secretaria de Estado da Sade de So Pau-
Um texto argumentativo tem como objetivo convencer algum das lo aponta que as maiores vtimas do abuso sexual so as crianas meno-
nossas ideias. Deve ser claro e ter riqueza lexical, podendo tratar qualquer res de 12 anos. Elas representam 43% dos 1.926 casos de violncia se-
tema ou assunto. xual atendidos pelo Programa Bem-Me-Quer, do Hospital Prola Bying-
ton.
constitudo por um primeiro pargrafo curto, que deixe a ideia no ar,
depois o desenvolvimento deve referir a opinio da pessoa que o escreve, Causa e consequncia: Garantem a coeso e a concatenao
com argumentos convincentes e verdadeiros, e com exemplos claros. Deve das ideias ao longo do pargrafo, alm de conferir carter lgico ao pro-
tambm conter contra-argumentos, de forma a no permitir a meio da cesso argumentativo.
leitura que o leitor os faa. Por fim, deve ser concludo com um pargrafo No final de maro, o Estado divulgou ndices vergonhosos do Idesp
que responda ao primeiro pargrafo, ou simplesmente com a ideia chave da indicador desenvolvido pela Secretaria Estadual de Educao para ava-
opinio. liar a qualidade do ensino (). O pssimo resultado apenas conse-
Geralmente apresenta uma estrutura organizada em trs partes: quncia de como est baixa a qualidade do ensino pblico. As causas
a introduo, na qual apresentada a ideia principal ou tese; so vrias, mas certamente entre elas est a falta de respeito do Estado
o desenvolvimento, que fundamenta ou desenvolve a ideia principal; e que, prximo do fim do 1 bimestre, ainda no enviou apostilas para al-
a concluso. Os argumentos utilizados para fundamentar a tese podem ser gumas escolas estaduais de Rio Preto.
de diferentes tipos: exemplos, comparao, dados histricos, dados estats-
tico, pesquisas, causas socioeconmicas ou culturais, depoimentos - enfim
Sntese: Refora a tese defendida, uma vez que fecha o texto
com a retomada de tudo o que foi exposto ao longo da argumentao.
tudo o que possa demonstrar o ponto de vista defendido pelo autor tem
Recurso seguro e convincente para arrematar o processo discursivo.
consistncia. A concluso pode apresentar uma possvel soluo/proposta
ou uma sntese. Deve utilizar ttulo que chame a ateno do leitor e utilizar
variedade padro de lngua.
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Quanto a Lei Geral da Copa, aprovou-se um texto que no o ideal, 3 pargrafo: A concluso desenvolvida com uma proposta de
mas sustenta os requisitos da Fifa para o evento. interveno relacionada tese.
O aspecto mais polmico era a venda de bebidas alcolicas nos es- O desenvolvimento de projetos cientficos que visem a amenizar os
tdios. A lei eliminou o veto federal, mas no exclui que os organizadores transtornos causados Terra plenamente possvel e real. A era tecnol-
precisem negociar a permisso em alguns Estados, como So Paulo. gica precisa atuar a servio do bem-estar, da qualidade de vida, muito mais
do que em favor de um conforto momentneo. Nessas circunstncias no
Proposta: Revela autonomia critica do produtor do texto e ga- existe contraste algum, pelo contrrio, h uma relao direta que poder se
rante mais credibilidade ao processo argumentativo. transformar na salvao do mundo.
Recolher de forma digna e justa os usurios de crack que buscam Portanto, as universidades e instituies de pesquisas em geral preci-
ajuda, oferecer tratamento humano dever do Estado. No faz sentido sam agir rapidamente na elaborao de pacotes cientficos com vistas a
isolar para fora dos olhos da sociedade uma chaga que pertence a to- combater os resultados caticos da falta de conscientizao humana. Nada
dos. Mundograduado.org melhor do que a cincia para direcionar formas prticas de amenizarmos a
Modelo de Dissertao-Argumentativa ferida que tomou conta do nosso Planeta Azul. Prof Francinete
Uma das maiores preocupaes do sculo XXI a preservao ambi- A dissertao pode ser feita de maneira expositiva ou argumentativa.
ental, fator que envolve o futuro do planeta e, consequentemente, a sobre- Expositiva
vivncia humana. Contraditoriamente, esses problemas da natureza, quan-
A dissertao expositiva quando h a abordagem de uma verdade indis-
do analisados, so equivocadamente colocados em oposio tecnologia.
cutvel. O texto oferece um conhecimento ou informao sobre o assunto
O paradoxo acontece porque, de certa forma, o avano tem um preo a atravs da exposio de ideias, no tomando uma posio sobre elas.
se pagar. As indstrias, por exemplo, que so costumeiramente ligadas ao
Argumentativa
progresso, emitem quantidades exorbitantes de CO2 (carbono), respons-
veis pelo prejuzo causado Camada de Oznio e, por conseguinte, pro- A dissertao argumentativa aquela que aborda o assunto com uma viso
blemas ambientais que afetam a populao. crtica, onde o autor defende o seu ponto de vista, buscando sempre con-
vencer o leitor atravs de evidncias, juzos, provas e opinies relevantes.
Mas, se a tecnologia significa conhecimento, nesse caso, no vemos
contrastes com o meio-ambiente. Estamos numa poca em que preservar
os ecossistemas do planeta mais do que avano, uma questo de
continuidade das espcies animais e vegetais, incluindo-se principalmente Como interpretar textos
ns, humanos. As pesquisas acontecem a todo o momento e, dessa forma,
podemos consider-las parceiras na busca por solues a essa problemti- muito comum, entre os candidatos a um cargo pblico a preocupao
ca. com a interpretao de textos. Isso acontece porque lhes faltam informa-
es especficas a respeito desta tarefa constante em provas relacionadas
O desenvolvimento de projetos cientficos que visem a amenizar os a concursos pblicos.
transtornos causados Terra plenamente possvel e real. A era tecnol-
gica precisa atuar a servio do bem-estar, da qualidade de vida, muito mais Por isso, vo aqui alguns detalhes que podero ajudar no momento de
do que em favor de um conforto momentneo. Nessas circunstncias no responder as questes relacionadas a textos.
existe contraste algum, pelo contrrio, h uma relao direta que poder se
transformar na salvao do mundo. TEXTO um conjunto de ideias organizadas e relacionadas entre si,
formando um todo significativo capaz de produzir INTERAO COMUNI-
Portanto, as universidades e instituies de pesquisas em geral preci-
CATIVA (capacidade de CODIFICAR E DECODIFICAR).
sam agir rapidamente na elaborao de pacotes cientficos com vistas a
combater os resultados caticos da falta de conscientizao humana. Nada
CONTEXTO um texto constitudo por diversas frases. Em cada uma
melhor do que a cincia para direcionar formas prticas de amenizarmos a
delas, h uma certa informao que a faz ligar-se com a anterior e/ou com
ferida que tomou conta do nosso Planeta Azul.
a posterior, criando condies para a estruturao do contedo a ser
Nesse modelo, didaticamente, podemos perceber a estrutura textual transmitido. A essa interligao d-se o nome de CONTEXTO. Nota-se que
dissertativa assim organizada: o relacionamento entre as frases to grande, que, se uma frase for retira-
da de seu contexto original e analisada separadamente, poder ter um
1 pargrafo: Introduo com apresentao da tese a ser defendi- significado diferente daquele inicial.
da;
Uma das maiores preocupaes do sculo XXI a preservao ambi- INTERTEXTO - comumente, os textos apresentam referncias diretas ou
ental, fator que envolve o futuro do planeta e, consequentemente, a sobre- indiretas a outros autores atravs de citaes. Esse tipo de recurso deno-
vivncia humana. Contraditoriamente, esses problemas da natureza, quan- mina-se INTERTEXTO.
do analisados, so equivocadamente colocados em oposio tecnologia.
INTERPRETAO DE TEXTO - o primeiro objetivo de uma interpretao
2 pargrafo: H o desenvolvimento da tese com fundamentos ar- de um texto a identificao de sua ideia principal. A partir da, localizam-
gumentativos; se as ideias secundrias, ou fundamentaes, as argumentaes, ou
O paradoxo acontece porque, de certa forma, o avano tem um preo explicaes, que levem ao esclarecimento das questes apresentadas na
a se pagar. As indstrias, por exemplo, que so costumeiramente ligadas prova.
ao progresso, emitem quantidades exorbitantes de CO2 (carbono), respon-
sveis pelo prejuzo causado Camada de Oznio e, por conseguinte, Normalmente, numa prova, o candidato convidado a:
problemas ambientais que afetam a populao.
1. IDENTIFICAR reconhecer os elementos fundamentais de uma argu-
Mas, se a tecnologia significa conhecimento, nesse caso, no vemos mentao, de um processo, de uma poca (neste caso, procuram-se os
contrastes com o meio-ambiente. Estamos numa poca em que preservar verbos e os advrbios, os quais definem o tempo).
os ecossistemas do planeta mais do que avano, uma questo de 2. COMPARAR descobrir as relaes de semelhana ou de diferenas
continuidade das espcies animais e vegetais, incluindo-se principalmente entre as situaes do texto.
ns, humanos. As pesquisas acontecem a todo o momento e, dessa forma, 3. COMENTAR - relacionar o contedo apresentado com uma realidade,
podemos consider-las parceiras na busca por solues a essa problemti- opinando a respeito.
ca. 4. RESUMIR concentrar as ideias centrais e/ou secundrias em um s
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pargrafo.
5. PARAFRASEAR reescrever o texto com outras palavras. COESO - o emprego de mecanismo de sintaxe que relacionam pala-
vras, oraes, frases e/ou pargrafos entre si. Em outras palavras, a coe-
EXEMPLO so d-se quando, atravs de um pronome relativo, uma conjuno (NE-
XOS), ou um pronome oblquo tono, h uma relao correta entre o que
TTULO DO TEXTO se vai dizer e o que j foi dito.
"O HOMEM UNIDO OBSERVAO So muitos os erros de coeso no dia-a-dia e, entre eles,
est o mau uso do pronome relativo e do pronome oblquo tono. Este
PARFRASES depende da regncia do verbo; aquele do seu antecedente. No se pode
A INTEGRAO DO MUNDO esquecer tambm de que os pronomes relativos tm, cada um, valor se-
A INTEGRAO DA HUMANIDADE mntico, por isso a necessidade de adequao ao antecedente.
A UNIO DO HOMEM Os pronomes relativos so muito importantes na interpretao de texto,
HOMEM + HOMEM = MUNDO pois seu uso incorreto traz erros de coeso. Assim sedo, deve-se levar em
A MACACADA SE UNIU (STIRA) considerao que existe um pronome relativo adequado a cada circunstn-
cia, a saber:
CONDIES BSICAS PARA INTERPRETAR
QUE (NEUTRO) - RELACIONA-SE COM QUALQUER ANTECEDENTE.
Fazem-se necessrios: MAS DEPENDE DAS CONDIES DA FRASE.
QUAL (NEUTRO) IDEM AO ANTERIOR.
a) Conhecimento Histrico literrio (escolas e gneros literrios, estrutura QUEM (PESSOA)
do texto), leitura e prtica; CUJO (POSSE) - ANTES DELE, APARECE O POSSUIDOR E DEPOIS, O
OBJETO POSSUDO.
b) Conhecimento gramatical, estilstico (qualidades do texto) e semntico; COMO (MODO)
OBSERVAO na semntica (significado das palavras) incluem-se: ONDE (LUGAR)
homnimos e parnimos, denotao e conotao, sinonmia e antonimia, QUANDO (TEMPO)
polissemia, figuras de linguagem, entre outros. QUANTO (MONTANTE)
muito comum, mais do que se imagina, a ocorrncia de erros de interpre- D - Deduzir: deduz- se somente atravs do que o texto informa.
tao. Os mais frequentes so:
E - Erros de Interpretao:
a) Extrapolao (viagem) Extrapolao ( viagem ): proibido viajar. No se pode permitir que o
Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado ideias que no esto no pensamento voe.
texto, quer por conhecimento prvio do tema quer pela imaginao. Reduo: sntese serve apenas para facilitar o entendimento do contexto
e para fixar a ideia principal. Na hora de responder l-se o texto novamente.
b) Reduo Contradio: proibido contradizer o autor. S se contradiz se solicitado.
o oposto da extrapolao. D-se ateno apenas a um aspecto, esque-
cendo que um texto um conjunto de ideias, o que pode ser insuficiente F Figuras de linguagem: conhec-las bem ajudam a compreender o
para o total do entendimento do tema desenvolvido. texto e, at, as questes.
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identificao da ideia principal. Intertexto: so as citaes que comple- A ideia principal e as secundrias
mentam, ou reforam, o enfoque do autor .
Para treinarmos a redao de pequenos pargrafos narrativos, vamos
J Jamais responda de cabea. Volte sempre ao texto. nos colocar no papel de narradores, isto , vamos contar fatos com base na
organizao das ideias.
L Localizar-se no contexto permite que o candidato DESCUBRA a Leia o trecho abaixo:
resposta.
Meu primo j havia chegado metade da perigosa ponte de ferro
M Mensagem: s vezes, a mensagem no explcita, mas o contexto quando, de repente, um trem saiu da curva, a cem metros da ponte. Com
informa qual a inteno do autor. isso, ele no teve tempo de correr para a frente ou para trs, mas, demons-
trando grande presena de esprito, agachou-se, segurou, com as mos,
N Nexos: so importantssimos na coeso. Estude os pronomes relativos um dos dormentes e deixou o corpo pendurado.
e as conjunes.
Como voc deve ter observado, nesse pargrafo, o narrador conta-nos
um fato acontecido com seu primo. , pois, um pargrafo narrativo. Anali-
O Observao: se voc no bom observador, comece a praticar HOJE,
semos, agora, o pargrafo quanto estrutura.
pois essa capacidade est intimamente ligada ateno. OBSERVAO
= ATENO = BOA INTERPRETAO. As ideias foram organizadas da seguinte maneira:
P Parafrasear: dizer o mesmo que est no texto com outras palavras. Ideia principal:
o mais conhecido pega rato das provas. Meu primo j havia chegado metade da perigosa ponte de ferro
quando, de repente, um trem saiu da curva, a cem metros da ponte.
Q Questes de alternativas ( de a a e ): devem ser todas lidas.
Nunca se convena de que a resposta a letra a . Duvide e leia at a letra Ideias secundrias:
e, pois a resposta correta pode estar aqui. Com isso, ele no teve tempo de correr para a frente ou para trs, mas,
demonstrando grande presena de esprito, agachou-se, segurou, com as
R Roteiro de Interpretao mos, um dos dormentes e deixou o corpo pendurado.
Na hora de interpretar um texto, alguns cuidados so necessrios: A ideia principal, como voc pode observar, refere-se a uma ao peri-
gosa, agravada pelo aparecimento de um trem. As ideias secundrias
a) ler atentamente todo o texto, procurando focalizar sua ideia central; complementam a ideia principal, mostrando como o primo do narrador
b) interpretar as palavras desconhecidas atravs do contexto; conseguiu sair-se da perigosa situao em que se encontrava.
c) reconhecer os argumentos que do sustentao a ideia central;
Os pargrafos devem conter apenas uma ideia principal acompanhado
d) identificar as objees ideia central;
de ideias secundrias. Entretanto, muito comum encontrarmos, em par-
e) sublinhar os exemplos que foram empregados como ilustrao da ideia
grafos pequenos, apenas a ideia principal. Veja o exemplo:
central;
f) antes de responder as questes, ler mais de uma vez todo o texto, fazen- O dia amanhecera lindo na Fazenda Santo Incio.
do o mesmo com as questes e as alternativas;
g) a cada questo, voltar ao texto, no responder de cabea; Os dois filhos do sr. Soares, administrador da fazenda, resolveram
h) se preferir, faa anotaes margem ou esquematize o texto; aproveitar o bom tempo. Pegaram um animal, montaram e seguiram con-
i) se o enunciado pedir a ideia principal, ou tema, estar situada na introdu- tentes pelos campos, levando um farto lanche, preparado pela me.
o, na concluso, ou no ttulo; Nesse trecho, h dois pargrafos.
j) se o enunciado pedir a argumentao, esta estar localizada, normalmen-
te, no corpo do texto. No primeiro, s h uma ideia desenvolvida, que corresponde ideia
principal do pargrafo: O dia amanhecera lindo na Fazenda Santo Incio.
S Semntica: a parte da gramtica que estuda o significado das pala- No segundo, j podemos perceber a relao ideia principal + ideias
vras. bom estudar: homnimos e parnimos, denotao e conotao, secundrias. Observe:
polissemia, sinnimos e antnimos. No esquea que a mudana de um i
para e pode mudar o significado da palavra e do contexto. Ideia principal:
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Essas observaes so muito teis para quem est iniciando os traba- o sexo, a idade, a classe social dos falantes e o grau de formalidade do
lhos de redao. Com o tempo, a prtica dir quando e como usar pargra- contexto. Essas diferenas constituem as variaes lingusticas.
fos pequenos, grandes ou muito grandes.
Observe abaixo as especificidades de algumas variaes:
At aqui, vimos que o pargrafo apresenta em sua estrutura, uma ideia
principal e outras secundrias. Isso no significa, no entanto, que sempre a 1. Profissional: no exerccio de algumas atividades profissionais, o
ideia principal aparea no incio do pargrafo. H casos em que a ideia domnio de certas formas de lnguas tcnicas essencial. As variaes
secundria inicia o pargrafo, sendo seguida pela ideia principal. Veja o profissionais so abundantes em termos especficos e tm seu uso restrito
exemplo: ao intercmbio tcnico.
As estacas da cabana tremiam fortemente, e duas ou trs vezes, o solo 2. Situacional: as diferentes situaes comunicativas exigem de um
estremeceu violentamente sob meus ps. Logo percebi que se tratava de mesmo indivduo diferentes modalidades da lngua. Empregam-se, em
um terremoto. situaes formais, modalidades diferentes das usadas em situaes infor-
mais, com o objetivo de adequar o nvel vocabular e sinttico ao ambiente
Observe que a ideia mais importante est contida na frase: Logo per- lingustico em que se est.
cebi que se tratava de um terremoto, que aparece no final do pargrafo.
As outras frases (ou ideias) apenas explicam ou comprovam a afirmao: 3. Geogrfica: h variaes entre as formas que a lngua portuguesa
as estacas tremiam fortemente, e duas ou trs vezes, o solo estremeceu assume nas diferentes regies em que falada. Basta prestar ateno na
violentamente sob meus ps e estas esto localizadas no incio do par- expresso de um gacho em contraste com a de um amazonense. Essas
grafo. variaes regionais constituem os falares e os dialetos. No h motivo
lingustico algum para que se considere qualquer uma dessas formas
Ento, a respeito da estrutura do pargrafo, conclumos que as ideias superior ou inferior s outras.
podem organizar-se da seguinte maneira:
4. Social: o portugus empregado pelas pessoas que tm acesso
Ideia principal + ideias secundrias escola e aos meios de instruo difere do portugus empregado pelas
pessoas privadas de escolaridade.
ou
Algumas classes sociais, assim, dominam uma forma de lngua que
Ideias secundrias + ideia principal goza prestgio, enquanto outras so vtimas de preconceito por emprega-
importante frisar, tambm, que a ideia principal e as ideias se- rem estilos menos prestigiados. Cria-se, dessa maneira, uma modalidade
cundrias no so ideias diferentes e, por isso, no podem ser separadas de lngua a norma culta -, que deve ser adquirida durante a vida escolar e
em pargrafos diferentes. Ao selecionarmos as ideias secundrias deve- cujo domnio solicitado como modo de ascenso profissional e social.
mos verificar as que realmente interessam ao desenvolvimento da ideia Tambm so socialmente condicionadas certas formas de lngua que
principal e mant-las juntas no mesmo pargrafo. Com isso, estaremos alguns grupos desenvolvem a fim de evitar a compreenso por aqueles que
evitando e repetio de palavras e assegurando a sua clareza. importan- no fazem parte do grupo. O emprego dessas formas de lngua proporciona
te, ao termos vrias ideias secundrias, que sejam identificadas aquelas o reconhecimento fcil dos integrantes de uma comunidade restrita. Assim
que realmente se relacionam ideia principal. Esse cuidado de grande se formam, por exemplo, as grias, as lnguas tcnicas. Pode-se citar ainda
valia ao se redigir pargrafos sobre qualquer assunto. a variante de acordo com a faixa etria e o sexo.
FALA E ESCRITA A lngua padro est ligada variedade escrita, culta da lngua portu-
guesa. Ela considerada formal, "correta", e deve ser usada em ocasies
Registros, variantes ou nveis de lngua(gem) mais formais, tanto na escrita , quanto na fala.
A lngua no-padro est ligada variedade falada, coloquial da nossa
A comunicao no regida por normas fixas e imutveis. Ela pode
transformar-se, atravs do tempo, e, se compararmos textos antigos com lngua. Ela considerada informal, mais flexvel e permite alguns usos que
atuais, perceberemos grandes mudanas no estilo e nas expresses. Por devem ser evitados quando escrevemos : grias, abreviaes, falta dos
que as pessoas se comunicam de formas diferentes? Temos que conside- plurais nas palavras, etc.Porm, s vezes, encontramos essa variedade
rar mltiplos fatores: poca, regio geogrfica, ambiente e status cultural no-padro tambm na variedade escrita : em textos como poesias,
dos falantes. propagandas , jornal,etc. christina luisa
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Recursos: signos acsticos e extralingusticos, gestos, entorno fsico e AS PALAVRAS-CHAVE
psquico
Lngua escrita: Ningum chega escrita sem antes ter passado pela leitura. Mas leitu-
Palavra grfica ra aqui no significa somente a capacidade de juntar letras, palavras,
possvel esquecer o interlocutor frases. Ler muito mais que isso. compreender a forma como est tecido
mais sinttica e objetiva o texto. Ultrapassar sua superfcie e aferir da leitura seu sentido maior, que
A redundncia apenas um recurso estilstico muitas vezes passa despercebido a uma grande maioria de leitores. S
Ganha em permanncia uma relao mais estreita do leitor com o texto lhe dar esse sentido. Ler
Mais correo na elaborao das frases bem exige tanta habilidade quanto escrever bem. Leitura e escrita comple-
Evita a improvisao mentam-se. Lendo textos bem estruturados, podemos apreender os proce-
Pobreza de recursos no-lingusticos; uso de letras, sinais de pontua- dimentos lingusticos necessrios a uma boa redao.
o Numa primeira leitura, temos sempre uma noo muito vaga do que o
mais precisa e elaborada autor quis dizer. Uma leitura bem feita aquela capaz de depreender de um
Ausncia de cacoetes lingusticos e vulgarismos texto ou de um livro a informao essencial. Tudo deve ajustar-se a elas de
forma precisa. A tarefa do leitor detect-las, a fim de realizar uma leitura
LINGUAGEM VERBAL E NO VERBAL capaz de dar conta da totalidade do texto.
Linguagem Verbal - Existem vrias formas de comunicao. Quando o Por adquirir tal importncia na arquitetura textual, as palavras-chave
homem se utiliza da palavra, ou seja, da linguagem oral ou escrita,dizemos normalmente aparecem ao longo de todo o texto das mais variadas formas:
que ele est utilizando uma linguagem verbal, pois o cdigo usado a repetidas, modificadas, retomadas por sinnimos. Elas pavimentam o
palavra. Tal cdigo est presente, quando falamos com algum, quando caminho da leitura, levando-nos a compreender melhor o texto. Alm disso,
lemos, quando escrevemos. A linguagem verbal a forma de comunicao fornecer a pista para uma leitura reconstrutiva porque nos levam essncia
mais presente em nosso cotidiano. Mediante a palavra falada ou escrita, da informao. Aps encontrar as palavras-chave de um texto, devemos
expomos aos outros as nossas ideias e pensamentos, comunicando-nos tentar reescrev-lo, tomando-as como base. Elas constituem seu esqueleto.
por meio desse cdigo verbal imprescindvel em nossas vidas. Ela est
presente em textos em propagandas; AS IDEIAS-CHAVE
em reportagens (jornais, revistas, etc.); Muitas vezes temos dificuldades para chegar sntese de um texto s
pelas palavras-chave. Quando isso acontece, a melhor soluo buscar
em obras literrias e cientficas; suas ideias-chave. Para tanto necessrio sintetizar a ideia de cada par-
na comunicao entre as pessoas; grafo.
Observe a figura abaixo, este sinal demonstra que proibido fumar em Neste pargrafo, o tpico frasal o primeiro perodo (Em .... vivos). Se-
um determinado local. A linguagem utilizada a no-verbal pois no utiliza gue-se o desenvolvimento especificando o que dito na introduo. Se o
do cdigo "lngua portuguesa" para transmitir que proibido fumar. Na tpico frasal uma generalizao, e o desenvolvimento constitui-se de
figura abaixo, percebemos que o semforo, nos transmite a ideia de aten- especificaes, o pargrafo , ento, a expresso de um raciocnio deduti-
o, de acordo com a cor apresentada no semforo, podemos saber se vo. Vai do geral para o particular: Todos devem colaborar no combate s
permitido seguir em frente (verde), se para ter ateno (amarelo) ou se drogas. Voc no pode se omitir.
proibido seguir em frente (vermelho) naquele instante. Se no h tpico frasal no incio do pargrafo e a sntese est na con-
cluso, ento o mtodo indutivo, ou seja, vai do particular para o geral,
dos exemplos para a regra: Joo pesquisou, o grupo discutiu, Lea redigiu.
Todos colaborando, o trabalho bem feito.
PARAGRAFAO
A PARAGRAFAO
NO/DO TEXTO DISSERTATIVO
(Partes deste captulo foram adaptados/tirados de PACHECO, Agnelo
C. A dissertao. So Paulo: Atual, 1993 e de SOBRAL, Joo Jonas Veiga.
Como voc percebeu, todas as imagens podem ser facilmente decodi- Redao: Escrevendo com prtica. So Paulo: Iglu, 1997)
ficadas. Voc notou que em nenhuma delas existe a presena da palavra?
O que est presente outro tipo de cdigo. Apesar de haver ausncia da O texto dissertativo o tipo de texto que expe uma tese (ideias gerais
palavra, ns temos uma linguagem, pois podemos decifrar mensagens a sobre um assunto/tema) seguida de um ponto de vista, apoiada em argu-
partir das imagens. O tipo de linguagem, cujo cdigo no a palavra, mentos, dados e fatos que a comprovem.
denomina-se linguagem no-verbal, isto , usam-se outros cdigos (o A leitura auxilia o desenvolvimento da escrita, pois, lendo, o indivduo
desenho, a dana, os sons, os gestos, a expresso fisionmica, as cores) tem contato com modelos de textos bem redigidos que, ao longo do tempo,
Fonte: www.graudez.com.br faro parte de sua bagagem lingustica; e tambm porque entrar em
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contato com vrios pontos de vista de intelectuais diversos, ampliando, como: atualmente, hoje em dia, desde pocas remotas, o mundo hoje, a
dessa forma, sua prpria viso em relao aos assuntos. Como a produo cada dia que passa, no mundo em vivemos, na atualidade.
escrita se baseia praticamente na exposio de ideias por meio de pala-
vras, certamente aquele que l desenvolver sua habilidade devido ao Listamos aqui algumas formas de comear um texto. Elas vo das mais
enriquecimento lingustico adquirido atravs da leitura de bons autores. simples s mais complexas.
TESE/TPICO FRASAL: A leitura auxilia o desenvolvimento da escri- um grande erro a liberao da maconha. Provocar de imediato vio-
ta. lenta elevao do consumo. O Estado perder o controle que ainda exerce
sobre as drogas psicotrpicas e nossas instituies de recuperao de
Em seguida o autor defende seu ponto de vista com os seguintes ar- viciados no tero estrutura suficiente para atender demanda. Alberto
gumentos: Corazza, Isto , 20 dez. 1995.
ARGUMENTOS: A declarao a forma mais comum de comear um texto. Procure fa-
zer uma declarao forte, capaz de surpreender o leitor.
(1)...lendo o indivduo tem contato com modelos de textos bem redigi-
dos que ao longo do tempo faro parte de sua bagagem lingustica e, Definio
tambm, (2) porque entrar em contato com vrios pontos de vista de
intelectuais diversos, (3) ampliando, dessa forma, a sua prpria viso em O mito, entre os povos primitivos, uma forma de se situar no mundo,
relao aos assuntos. E por fim, comprovada a sua tese, veja que a ideia isto , de encontrar o seu lugar entre os demais seres da natureza. um
desta recuperada: modo ingnuo, fantasioso, anterior a toda reflexo e no-crtico de estabe-
lecer algumas verdades que no s explicam parte dos fenmenos naturais
CONCLUSO: Como a produo escrita se baseia praticamente na ou mesmo a construo cultural, mas que do tambm, as formas de ao
exposio de ideias por meio de palavras, certamente aquele que l desen- humana.
volver sua habilidade devido ao enriquecimento lingustico adquirido
atravs da leitura de bons autores. ARANHA, Maria Lcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena Pires. Te-
mas de Filosofia.So Paulo, Moderna, 1992. p.62.
Observe como o texto dissertativo tem por objetivo expressar um de-
terminado ponto de vista em relao a um assunto qualquer e convencer o A definio uma forma simples e muito usada em pargrafo-chave,
leitor de que este ponto de vista est correto. Poderamos afirmar que o sobretudo em textos dissertativos. Pode ocupar s a primeira frase ou todo
texto dissertativo um exerccio de cidadania, pois nele o indivduo exerce o primeiro pargrafo.
seu papel de cidado, questionando valores, reivindicando algo, expondo Diviso
pontos de vista, etc.
Predominam ainda no Brasil convices errneas sobre o problema da
Pode-se dizer que: excluso social: a de que ela deve ser enfrentada apenas pelo poder pbli-
A paragrafao com tpico frasal seguido pelo desenvolvimento uma co e a de que sua superao envolve muitos recursos e esforos extraordi-
forma de organizar o raciocnio e a exposio das ideias de maneira clara e nrios. Experincias relatadas nesta Folha mostram que combate margi-
facilmente compreensvel. Quando se tem um plano em que os tpicos nalidade social em Nova York vem contando co intensivos esforos do
principais foram selecionados e poder pblico e ampla participao da iniciativa privada. Folha de S. Paulo,
17 dez.1996.
dispostos de modo a haver transio harmoniosa de um para outro,
fcil redigir. Ao dizer que h duas convices errneas, fica logo clara a direo
que o pargrafo vai tomar. O autor ter de explicit-las na frase seguinte.
O TPICO FRASAL DO PARGRAFO: geralmente vem no comeo
do pargrafo, seguida de outros perodos que explicam ou detalham a ideia Oposio
central e podem ou no concluir a ideia deste pargrafo. De um lado, professores mal pagos, desestimulados, esquecidos pelo
O DESENVOLVIMENTO DO PARGRAFO: a explanao da ideia governo. De outro, gastos excessivos com computadores, antenas parab-
exposta no tpico frasal. Devemos desenvolver nossas ideias de maneira licas, aparelhos de videocassete. este o paradoxo que vive a educao
clara e convincente, utilizando argumentos e/ou ideias sempre tendo em no Brasil.
vista a forma como iniciamos o pargrafo. As duas primeiras frases criam uma oposio (de um lado/ de outro)
A CONCLUSO DO PARGRAFO encerra o desenvolvimento, com- que estabelecer o rumo da argumentao.
pleta a discusso do assunto (opcional) Tambm se pode criar uma oposio dentro da frase, como neste
FORMAS DISCURSIVAS DO PARGRAFO exemplo:
A) DESCRITIVO: a matria da descrio o objeto. No h persona- Vrios motivos me levaram a este livro. Dois se destacaram pelo grau
gens em movimento (atemporal). O autor/produtor deve apresentar o de envolvimento: raiva e esperana. Explico-me: raiva por ver o quanto
objeto, pessoa, paisagem etc, de tal forma que o leitor consiga distinguir o cultura ainda vista como artigo suprfluo em nossa terra, esperana por
ser descrito. observar quantos movimentos culturais tm acontecido em nossa histria, e
quase sempre como forma de resistncia e/ou transformao (...) FEIJ,
B) NARRATIVO: a matria da narrao o fato. Uma maneira eficiente Martin Csar. O que poltica cultural. So Paulo, Brasiliense, 1985.p.7.
de organiz-lo respondendo seis perguntas: O qu? Quem? Quando?
Onde? Como? Por qu? O autor estabelece a oposio e logo depois explica os termos que a
compem.
C) DISSERTATIVO: a matria da dissertao a anlise (discusso).
Aluso histrica
ELABORAO/ PLANEJAMENTO DE PARGRAFOS
Aps a queda do Muro de Berlim, acabaram-se os antagonismos leste-
Ter um assunto oeste e o mundo parece ter aberto de vez as portas para a globalizao. As
fronteiras foram derrubadas e a economia entrou em rota acelerada de
Delimit-lo, traando um objetivo: o que pretende transmitir? competio.
Elaborar o tpico frasal; desenvolv-lo e conclu-lo O conhecimento dos principais fatos histricos ajuda a iniciar um texto.
PARGRAFO-CHAVE: FORMAS PARA COMEAR UM TEXTO O leitor situado no tempo e pode ter uma melhor dimenso do problema.
Ao escrever seu primeiro pargrafo, voc pode faz-lo de forma criati- Pergunta
va. Ele deve atrair a ateno do leitor. Por isso, evite os lugares-comuns
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Ser que com novos impostos que a sade melhorar no Brasil? Os Exemplos:
contribuintes j esto cansados de tirar do bolso para tapar um buraco que
parece no ter fim. A cada ano, somos lesados por novos impostos para a) O presidente George W.Bush ficou indignado com o ataque no
alimentar um sistema que s parece piorar. A pergunta no respondida de World Trade Center. Ele afirmou que castigar os culpados. (retomada de
imediato. Ela serve para despertar a ateno do leitor para o tema e ser uma palavra gramatical referente Ele + Presidente George W.Bush)
respondida ao longo da argumentao. b) De voc s quero isto: a sua amizade (antecipao de uma palavra
Citao gramatical isto = a sua amizade
As pessoas chegam ao ponto de uma criana morrer e os pais no c) O homem acordou feliz naquele dia. O felizardo ganhou um bom di-
chorarem mais, trazem a criana, jogarem num bolo de mortos, virarem as nheiro na loteria. ( retomada por palavra lexical o felizardo = o homem)
costas e irem embora. O comentrio, do fotgrafo Sebastio Salgado, 2. Coeso sequencial feita por conectores ou operadores discursi-
falando sobre o que viu em Ruanda, um acicate no estado de letargia vos, isto , palavras ou expresses responsveis pela criao de relaes
tica que domina algumas naes do Primeiro Mundo. DI FRANCO, Carlos semnticas ( causa, condio, finalidade, etc.). So exemplos de conecto-
Alberto. Jornalismo, tica e qualidade. Rio de Janeiro, Vozes, 1995. p. 73. res: mas, dessa forma, portanto, ento, etc..
A citao inicial facilita a continuidade do texto, pois ela retomada pe- Exemplo:
la palavra comentrio da segunda frase.
a. Ele rico, mas no paga suas dvidas.
Comparao
Observe que o vocbulo mas no faz referncia a outro vocbulo;
O tema de reforma agrria est a bastante tempo nas discusses sobre apenas conecta (liga) uma ideia a outra, transmitindo a ideia de compensa-
os problemas mais graves que afetam o Brasil. Numa comparao entre o o.
movimento pela abolio da escravido no Brasil, no final do sculo passa-
do e, atualmente, o movimento pela reforma agrria, podemos perceber 3. Coeso recorrencial realizada pela repetio de vocbulos ou
algumas semelhanas. Como na poca da abolio da escravido existiam de estruturas frasais.
elementos favorveis e contrrios a ela, tambm hoje h os que so a favor semelhantes.
e os que so contra a implantao da reforma agrria no Brasil. OLIVEIRA,
Prsio Santos de. Introduo sociologia. So Paulo, tica, 1991. p.101. Exemplos;
Para introduzir o tema da reforma agrria, o autor comparou a socieda- a. Os carros corriam, corriam, corriam.
de de hoje com a do final do sculo XIX, mostrando a semelhana de
b. O aluno finge que l, finge que ouve, finge que estuda.
comportamento entre elas.
Coerncia textual a relao que se estabelece entre as diversas
Afirmao
partes do texto, criando uma unidade de sentido. Est ligada ao en-
A profissionalizao de uma equipe comea com a procura e aquisio tendimento, possibilidade de interpretao daquilo que se ouve ou
das pessoas que tenham experincia e as aptides adequadas para o l.
desempenho da tarefa, especialmente quando esta imediata. (Desenvol-
OBS: pode haver texto com a presena de elementos coesivos, e no
vimento ) As pessoas j viro integrar a equipe sem precisar de treinamen-
apresentar coerncia.
to profissionalizante, podendo entrar em ao logo aps seu ingresso.
Exemplo:
Alternativamente, ou quando se dispe de tempo, pode-se recrutar
pessoas inexperientes, mas que demonstrem o potencial para desenvolver O presidente George W.Bush est descontente com o grupo Talib.
as aptides e o interesse em fazer parte da equipe ou dedicar-se a sua Estes eram estudantes da escola fundamentalista. Eles, hoje, governam o
misso. Sempre que possvel, uma equipe deve procurar combinar pessoas afeganisto. Os afegos apiam o lder Osama Bin Laden. Este foi aliado
experientes e aprendizes em sua composio, de modo que os segundos dos Estados Unidos quando da invaso da Unio Sovitica ao Afeganisto.
aprendam com os primeiros. (concluso) A falta de um banco de reservas,
muitas vezes, pode ser um obstculo prpria evoluo da equipe. (Ma- Comentrio:
ximiniano, 1986:50 ) Ningum pode dizer que falta coeso a este pargrafo. Mas de que se
ARTICULAO ENTRE PARGRAFOS trata mesmo? Do descontentamento do presidente dos Estados Unidos? Do
grupo Talib? Do povo Afego?
COESO E COERNCIA
Do Osama Bin Laden? Embora o pargrafo tenha coeso, no apre-
Articulao entre os pargrafos senta coerncia, entendimento.
A articulao dos/entre pargrafos depende da coeso e coerncia. Pode ainda um texto apresentar coerncia, e no apresentar elementos
Sem um deles, ainda assim, possvel haver entendimento textual, entre- coesivos. Veja o texto seguinte:
tanto, h necessidade de ter domnio da lngua e do contexto para escrever
um texto de tal forma. Dependendo da tipologia textual, a articulao textual Como se conjuga um empresrio
se d de forma diferente. Na narrao, por exemplo, no h necessidade Mino
de ter um pargrafo com mais de um perodo. Um pargrafo narrativo pode
ser apenas Oi. J a dissertao necessita ter ao menos um pargrafo com Acordou. Levantou-se. Aprontou-se. Lavou-se. Barbeou-se. Enxugou-
introduo e desenvolvimento (concluso; opcional). Assim tambm varia a se. Perfumou-se. Lanchou. Escovou. Abraou. Saiu. Entrou. Cumprimen-
necessidade de nmeros de pargrafos para cada texto. Para se obter um tou. Orientou. Controlou. Advertiu. Chegou. Desceu. Subiu. Entrou. Cum-
bom texto, so necessrios tambm: conciso, clareza, correo, adequa- primentou. Assentou-se. Preparou-se. Examinou. Leu. Convocou. Leu.
o de linguagem, expressividade. Comentou. Interrompeu. Leu. Despachou. Vendeu. Vendeu. Ganhou.
Ganhou. Ganhou. Lucrou. Lucrou. Lucrou. Lesou. Explorou. Escondeu.
Coerncia e Coeso Burlou. Safou-se. Comprou. Vendeu. Assinou. Sacou. Depositou. Deposi-
Para no ser ludibriado pela articulao do contexto, necessrio que tou. Associou-se. Vendeu-se. Entregou. Sacou. Depositou. Despachou.
se esteja atento coeso e coerncia textuais. Repreendeu. Suspendeu. Demitiu. Negou. Explorou. Desconfiou. Vigiou.
Ordenou. Telefonou. Despachou. Esperou. Chegou. Vendeu. Lucrou.
Coeso textual o que permite a ligao entre as diversas partes de Lesou. Demitiu. Convocou. Elogiou. Bolinou. Estimulou. Beijou. Convidou.
um texto. Pode-se dividir em trs segmentos: Saiu. Chegou. Despiu-se. Abraou. Deitou-se. Mexeu. Gemeu. Fungou.
Babou. Antecipou. Frustrou. Virou-se. Relaxou-se. Envergonhou-se. Pre-
1. Coeso referencial a que se refere a outro(s) elemento(s) do
senteou. Saiu. Despiu-se. Dirigiu-se. Chegou. Beijou. Negou. Lamentou.
mundo textual.
Justificou-se. Dormiu. Roncou. Sonhou. Sobressaltou-se. Acordou. Preocu-
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pou-se. Temeu. Suou. Ansiou. Tentou. Despertou. Insistiu. Irritou-se. Te-
meu. Levantou. Apanhou. Rasgou. Engoliu. Bebeu. Dormiu. Dormiu. Dor- Esta relao semntica presente nos textos ocorre devido s interpre-
miu. Dormiu. Acordou. Levantou-se. Aprontou-se... Comentrio: taes feitas da realidade pelo interlocutor, que utiliza a chamada semnti-
ca referencial (p.31) para causar esta busca mental no receptor atravs de
O texto nos mostra o dia-a-dia de um empresrio qualquer. A estrutura palavras semanticamente semelhantes que fora enunciada, porm, existe
textual somente verbos no apresenta elementos coesivos; o que se ainda o que a autora denominou de inexistncia de sinnimo perfeito
encontra so relaes de sentido, isto , o texto retrata a viso do seu (p.30) que so sinnimos porm quando posto em substituio um ao outro
autor, no caso, a de que todo empresrio calculista e desonesto. no geram uma coerncia adequada ao entendimento.
H palavras e expresses que garantem transies bem feitas e que
estabelecem relaes lgicas entre as diferentes ideias apresentadas no Nesta relao de substituio por sinnimos, devemos ter cautela
texto. Fonte: UNINOVE quando formos usar os hipernimos (p.32), ou at mesmo a hiponmia
(p.32) onde substitui-se a parte pelo todo, pois neste emaranhado de subs-
tituies pode-se causar desajustes e o resultado final no fazer com que a
ESTRUTURAO E ARTICULAO DO TEXTO imagem mental do leitor seja ativada de forma corretamente, e outra assimi-
lao, errnea, pode ser utilizada.
Resenha Critica de Articulao do Texto
Amanda Alves Martins Seguindo ainda neste linear das substituies, existem ainda as nomi-
Resenha Crtica do livro A Articulao do Texto, da autora Elisa Guima- naes e a elipse, onde na primeira, o sentido inicialmente expresso por
res um verbo substitudo por um nome, ou seja, um substantivo; e, enquanto
na segunda, ou seja, na elipse, o substituto nulo e marcado pela flexo
No livro de Elisa Guimares, A Articulao do Texto, a autora procura verbal; como podemos perceber no seguinte exemplo retirado do livro de
esclarecer as dvidas referentes formao e compreenso de um texto Elisa Guimares:
e do seu contexto. Louve-se nos mineiros, em primeiro lugar, a sua presena suave. Mil
deles no causam o incmodo de dez cearenses.
Formado por unidades coordenadas, ou seja, interligadas entre si, o
texto constitui, portanto, uma unidade comunicativa para os membros de __No grita, ___ no empurram< ___ no seguram o brao da gente,
uma comunidade; nele, existe um conjunto de fatores indispensveis para a ___ no impem suas opinies. Para os importunos inventaram eles uma
sua construo, como as intenes do falante (emissor), o jogo de ima- palavra maravilhosamente definidora e que traduz bem a sua antipatia para
gens conceituais, mentais que o emissor e destinatrio executam.(Manuel essa casta de gente (...) (Rachel de Queiroz. Mineiros. In: Cem crnicas
P. Ribeiro, 2004, p.397). Somado isso, um texto no pode existir de forma escolhidas. Rio de Janeiros, Jos Olympio, 1958, p.82).
nica e sozinha, pois depende dos outros tanto sintaticamente quanto
semanticamente para que haja um entendimento e uma compreenso Porm preciso especificar que para que haja a elipse o termo elptico
deste. Dentro de um texto, as partes que o formam se integram e se expli- deve estar perfeitamente claro no contexto. Este conceito e os demais j
cam de forma recproca. ditos anteriormente so primordiais para a compreenso e produo textu-
al, uma vez que contribuem para a economia de linguagem, fator de grande
Completando o processo de formao de um texto, a autora nos escla- valor para tais feitos.
rece que a economia de linguagem facilita a compreenso dele, sendo
indispensvel uma ligao entre as partes, mesmo havendo um corte de Ao abordar os conceitos de coeso e coerncia, a autora procura pri-
trechos considerados no essenciais. meiramente retomar a noo de que a construo do texto feita atravs
de referentes lingusticos (p.38) que geram um conjunto de frases que iro
Quando o tema a situao comunicativa (p.7), a autora nos esclare- constituir uma microestrutura do texto (p.38) que se articula com a estrutu-
ce a relao texto X contexto, onde um essencial para esclarecermos o ra semntica geral. Porm, a dificuldade de se separar a coeso da coe-
outro, utilizando-se de palavras que recebem diferentes significados con- rncia est no fato daquela est inserida nesta, formando uma linha de
forme so inseridas em um determinado contexto; nos levando ao entendi- raciocnio de fcil compreenso, no entanto, quando ocorre uma incoern-
mento de que no podemos considerar isoladamente os seus conceitos e cia textual, decorrente da incompatibilidade e no exatido do que foi
sim analis-los de acordo com o contexto semntico ao qual est inserida. escrito, o leitor tambm capaz de entender devido a sua fcil compreen-
so apesar da m articulao do texto.
Segundo Elisa Guimares, o sentido da palavra texto estende-se a
uma enorme vastido, podendo designar um enunciado qualquer, oral ou A coerncia de um texto no dada apenas pela boa interligao entre
escrito, longo ou breve, antigo ou moderno (p.14) e ao contrrio do que as suas frases, mas tambm porque entre estas existe a influncia da
muitos podem pensar, um texto pode ser caracterizado como um fragmen- coerncia textual, o que nos ajuda a concluir que a coeso, na verdade,
to, uma frase, um verbo ect e no apenas na reunio destes com mais efeito da coerncia. Como observamos em Nova Gramtica Aplicada da
algumas outras formas de enunciao; procurando sempre uma objetivida- Lngua Portuguesa de Manoel P. Ribeiro (2004, 14ed):
de para que a sua compreenso seja feita de forma fcil e clara.
A coeso e a coerncia trazem a caracterstica de promover a inter-
Esta economia textual facilita no caminho de transmisso entre o enun- relao semntica entre os elementos do discurso, respondendo pelo que
ciador e o receptor do texto que procura condensar as informaes recebi- chamamos de conectividade textual. A coerncia diz respeito ao nexo
das a fim de se deter ao ncleo informativo (p.17), este sim, primordial a entre os conceitos; e a coeso, expresso desse nexo no plano lingusti-
qualquer informao. co (VAL, Maria das Graas Costa. Redao e textualidade, 1991, p.7)
A autora tambm apresenta diversas formas de classificao do discur- No captulo que diz respeito s noes de estrutura, Elisa Guimares,
so e do texto, porm, detenhamo-nos na diviso de texto informativo e de busca ressaltar o nvel sinttico representado pelas coordenaes e subor-
um texto literrio ou ficcional. dinaes que fixam relaes de equivalncia ou hierarquia respectiva-
mente.
Analisando um texto, possvel percebermos que a repetio de um Um fato importante dentro do livro A Articulao do Texto, o valor atribu-
nome/lexema, nos induz lembrar de fatos j abordados, estimula a nossa do s estruturas integrantes do texto, como o ttulo, o pargrafo, as inter e
biblioteca mental e a informa da importncia de tal nome, que dentro de um intrapartes, o incio e o fim e tambm, as superestruturas.
contexto qualquer, ou seja que no fosse de um texto informacional, seria
apenas caracterizado como uma redundncia desnecessria. Essa repeti- O ttulo funciona como estratgica de articulao do texto podendo de-
o normalmente dada atravs de sinnimos ou sinnimos perfeitos sempenhar papis que resumam os seus pontos primordiais, como tam-
(p.30) que permitem a permutao destes nomes durante o texto sem que o bm, podem ser desvendados no decorrer da leitura do texto.
sentido original e desejado seja modificado.
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Os pargrafos esquematizam o raciocnio do escritos, como enuncia cas e do campo associativo, como, por exemplo, esvoaar, revoar,
Othon Moacir Garcia: voar;
O pargrafo facilita ao escritor a tarefa de isolar e depois ajustar con- hipnimos (relaes de um termo especfico com um termo de
venientemente as ideias principais da sua composio, permitindo ao leitor sentido geral, ex.: gato, felino) e hipernimos (relaes de um
acompanhar-lhes o desenvolvimento nos seus diferentes estgios. termo de sentido mais amplo com outros de sentido mais especfi-
co, ex.: felino, gato);
bom relembrar, que dentro do pargrafo encontraremos o chamado nominalizaes (quando um fato, uma ocorrncia, aparece em
tpico frasal, que resumir a principal ideia do pargrafo no qual esta forma de verbo e, mais adiante, reaparece como substantivo, ex.:
inserido; e tambm encontraremos, segundo a autora, dez diferentes tipos consertar, o conserto; viajar, a viagem). preciso distinguir-se en-
de pargrafo, cada qual com um ponto de vista especfico. tre nominalizao estrita e. generalizaes (ex.: o co < o animal)
e especificaes (ex.: planta > rvore > palmeira);
No que diz respeito ao tpico Inicio e fim, Elisa Guimares preferiu
substitutos universais (ex.: Joo trabalha muito. Tambm o fao.
abord-los de forma mtua j que um consequncia ou decorrncia do
O verbo fazer em substituio ao verbo trabalhar);
outro; ficando a organizao da narrativa com uma forma de estrutura
clssica e seguindo uma linha sequencial j esperada pelo leitor, onde o enunciados que estabelecem a recapitulao da ideia global.
incio alimenta a esperana de como vir a ser o texto, enquanto que o fim Ex.: O curral deserto, o chiqueiro das cabras arruinado e tambm
exercer uma funo de dar um destaque maior ao fechamento do texto, o deserto, a casa do vaqueiro fechada, tudo anunciava abandono
que tambm, alimenta a imaginao tanto do leito, quanto do prprio autor. (Vidas Secas, p.11). Esse enunciado chamado de anfora con-
ceptual. Todo um enunciado anterior e a ideia global que ele refere
No geral, o que diz respeito ao livro A Articulao do Texto de Elisa so retomados por outro enunciado que os resume e/ou interpreta.
Guimares, ele nos trs um grande nmero de informaes e novos concei- Com esse recurso, evitam-se as repeties e faz-se o discurso
tos em relao produo e compreenso textual, no entanto, essa grande avanar, mantendo-se sua unidade.
leva de informaes muitas vezes se tornam confusas e acabam por des- 2. A coeso apoiada na gramtica d-se no uso de:
prenderem-se uma das outras, quebrando a linearidade de todo o texto e certos pronomes (pessoais, adjetivos ou substantivos). Destacam-
dificultando o entendimento terico. se aqui os pronomes pessoais de terceira pessoa, empregados
como substitutos de elementos anteriormente presentes no texto,
A REFERENCIAO / OS REFERENTES / COERNCIA E COESO diferentemente dos pronomes de 1 e 2 pessoa que se referem
pessoa que fala e com quem esta fala.
A fala e tambm o texto escrito constituem-se no apenas numa se- certos advrbios e expresses adverbiais;
quncia de palavras ou de frases. A sucesso de coisas ditas ou escritas artigos;
forma uma cadeia que vai muito alm da simples sequencialidade: h um conjunes;
entrelaamento significativo que aproxima as partes formadoras do texto numerais;
falado ou escrito. Os mecanismos lingusticos que estabelecem a conectivi-
dade e a retomada e garantem a coeso so os referentes textuais. Cada elipses. A elipse se justifica quando, ao remeter a um enunciado
uma das coisas ditas estabelece relaes de sentido e significado tanto anterior, a palavra elidida facilmente identificvel (Ex.: O jovem
com os elementos que a antecedem como com os que a sucedem, constru- recolheu-se cedo. ... Sabia que ia necessitar de todas as suas for-
indo uma cadeia textual significativa. Essa coeso, que d unidade ao as. O termo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a
texto, vai sendo construda e se evidencia pelo emprego de diferentes relao entre as duas oraes.). a prpria ausncia do termo que
procedimentos, tanto no campo do lxico, como no da gramtica. (No marca a inter-relao. A identificao pode dar-se com o prprio
esqueamos que, num texto, no existem ou no deveriam existir elemen- enunciado, como no exemplo anterior, ou com elementos extraver-
tos dispensveis. Os elementos constitutivos vo construindo o texto, e so bais, exteriores ao enunciado. Vejam-se os avisos em lugares p-
as articulaes entre vocbulos, entre as partes de uma orao, entre as blicos (ex.: Perigo!) e as frases exclamativas, que remetem a uma
oraes e entre os pargrafos que determinam a referenciao, os contatos situao no-verbal. Nesse caso, a articulao se d entre texto e
e conexes e estabelecem sentido ao todo.) contexto (extratextual);
as concordncias;
Ateno especial concentram os procedimentos que garantem ao texto a correlao entre os tempos verbais.
coeso e coerncia. So esses procedimentos que desenvolvem a din-
mica articuladora e garantem a progresso textual. Os diticos exercem, por excelncia, essa funo de progresso textu-
al, dada sua caracterstica: so elementos que no significam, apenas
A coeso a manifestao lingustica da coerncia e se realiza nas indicam, remetem aos componentes da situao comunicativa. J os com-
relaes entre elementos sucessivos (artigos, pronomes adjetivos, adjetivos ponentes concentram em si a significao. Referem os participantes do ato
em relao aos substantivos; formas verbais em relao aos sujeitos; de comunicao, o momento e o lugar da enunciao.
tempos verbais nas relaes espao-temporais constitutivas do texto etc.),
na organizao de perodos, de pargrafos, das partes do todo, como Elisa Guimares ensina a respeito dos diticos:
formadoras de uma cadeia de sentido capaz de apresentar e desenvolver Os pronomes pessoais e as desinncias verbais indicam os participan-
um tema ou as unidades de um texto. Construda com os mecanismos tes do ato do discurso. Os pronomes demonstrativos, certas locues
gramaticais e lexicais, confere unidade formal ao texto. prepositivas e adverbiais, bem como os advrbios de tempo, referenciam o
1. Considere-se, inicialmente, a coeso apoiada no lxico. Ela pode momento da enunciao, podendo indicar simultaneidade, anterioridade ou
dar-se pela reiterao, pela substituio e pela associao. posterioridade. Assim: este, agora, hoje, neste momento (presente); ulti-
garantida com o emprego de: mamente, recentemente, ontem, h alguns dias, antes de (pretrito); de
enlaces semnticos de frases por meio da repetio. A mensa- agora em diante, no prximo ano, depois de (futuro).
gem-tema do texto apoiada na conexo de elementos lxicos su-
cessivos pode dar-se por simples iterao (repetio). Cabe, nesse Maria da Graa Costa Val lembra que esses recursos expressam rela-
caso, fazer-se a diferenciao entre a simples redundncia resul- es no s entre os elementos no interior de uma frase, mas tambm
tado da pobreza de vocabulrio e o emprego de repeties como entre frases e sequncias de frases dentro de um texto.
recurso estilstico, com inteno articulatria. Ex.: As contas do
patro eram diferentes, arranjadas a tinta e contra o vaqueiro, mas No s a coeso explcita possibilita a compreenso de um texto. Mui-
Fabiano sabia que elas estavam erradas e o patro queria engan- tas vezes a comunicao se faz por meio de uma coeso implcita, apoia-
lo.Enganava. Vidas secas, p. 143); da no conhecimento mtuo anterior que os participantes do processo
substituio lxica, que se d tanto pelo emprego de sinnimos comunicativo tm da lngua.
como de palavras quase sinnimas. Considerem-se aqui alm
das palavras sinnimas, aquelas resultantes de famlias ideolgi- A ligao lgica das ideias
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Uma das caractersticas do texto a organizao sequencial dos ele- _________________ ____________________
mentos lingusticos que o compem, isto , as relaes de sentido que se causa consequncia
estabelecem entre as frases e os pargrafos que compem um texto,
fazendo com que a interpretao de um elemento lingustico qualquer seja
dependente da de outro(s). Os principais fatores que determinam esse Como estudei passei no vestibular
encadeamento lgico so: a articulao, a referncia, a substituio voca- Por ter estudado muito passei no vestibular
bular e a elipse. ___________________ ___________________
causa consequncia
ARTICULAO
Os articuladores (tambm chamados nexos ou conectores) so conjun- finalidade: uma das proposies do perodo explicita o(s) meio(s) para
es, advrbios e preposies responsveis pela ligao entre si dos fatos se atingir determinado fim expresso na outra. Os articuladores principais
denotados num texto, Eles exprimem os diferentes tipos de interdependn- so: para, afim de, para que.
cia de sentido das frases no processo de sequencializao textual. As
ideias ou proposies podem se relacionar indicando causa, consequncia, Utilizo o automvel a fim de facilitar minha vida.
finalidade, etc.
conformidade: essa relao expressa-se por meio de duas proposi-
Ingressei na Faculdade a fim de ascender socialmente. es, em que se mostra a conformidade de contedo de uma delas em
Ingressei na Faculdade porque pretendo ser bilogo. relao a algo afirmado na outra.
Ingressei na Faculdade depois de ter-me casado.
O aluno realizou a prova conforme o professor solicitara.
possvel observar que os articuladores relacionam os argumentos di- segundo
ferentemente. Podemos, inclusive, agrup-los, conforme a relao que consoante
estabelecem. como
de acordo com a solicitao...
Relaes de:
adio: os conectores articula sequencialmente frases cujos contedos temporalidade: a relao por meio da qual se localizam no tempo
se adicionam a favor de uma mesma concluso: e, tambm, no aes, eventos ou estados de coisas do mundo real, expressas por meio de
s...como tambm, tanto...como, alm de, alm disso, ainda, nem. duas proposies.
Quando
Na maioria dos casos, as frases somadas no so permutveis, isto , Mal
a ordem em que ocorrem os fatos descritos deve ser respeitada. Logo que terminei o colgio, matriculei-me aqui.
Assim que
Ele entrou, dirigiu-se escrivaninha e sentou-se. Depois que
alternncia: os contedos alternativos das frases so articulados por No momento em que
conectores como ou, ora...ora, seja...seja. O articulador ou pode expres- Nem bem
sar incluso ou excluso.
a) concomitncia de fatos: Enquanto todos se divertiam, ele estu-
Ele no sabe se conclui o curso ou abandona a Faculdade. dava com afinco.
Existe aqui uma simultaneidade entre os fatos descritos em cada
oposio: os conectores articulam sequencialmente frases cujos con- uma das proposies.
tedos se opem. So articuladores de oposio: mas, porm, todavia, b) um tempo progressivo:
entretanto, no entanto, no obstante, embora, apesar de (que), ainda proporo que os alunos terminavam a prova, iam se retirando.
que, se bem que, mesmo que, etc. bar enchia de frequentadores medida que a noite caa.
O candidato foi aprovado, mas no fez a matrcula. Concluso: um enunciado introduzido por articuladores como portan-
condicionalidade: essa relao expressa pela combinao de duas to, logo, pois, ento, por conseguinte, estabelece uma concluso em
proposies: uma introduzida pelo articulador se ou caso e outra por ento relao a algo dito no enunciado anterior:
(consequente), que pode vir implcito. Estabelece-se uma relao entre o
antecedente e o consequente, isto , sendo o antecedente verdadeiro ou Assistiu a todas as aulas e realizou com xito todos os exerccios. Por-
possvel, o consequente tambm o ser. tanto tem condies de se sair bem na prova.
Na relao de condicionalidade, estabelece-se, muitas vezes, uma importante salientar que os articuladores conclusivos no se limitam
condio hipottica, isto ,, cria-se na proposio introduzida pelo articula- a articular frases. Eles podem articular pargrafos, captulos.
dor se/caso uma hiptese que condicionar o que ser dito na proposio
seguinte. Em geral, a proposio situa-se num tempo futuro. Comparao: estabelecida por articuladores : tanto (to)...como,
tanto (tal)...como, to ...quanto, mais ....(do) que, menos ....(do) que,
Caso tenha frias, (ento) viajarei para Buenos Aires. assim como.
Ele to competente quanto Alberto.
causalidade: expressa pela combinao de duas proposies, uma
das quais encerra a causa que acarreta a consequncia expressa na outra. Explicao ou justificativa: os articuladores do tipo pois, que, por-
Tal relao pode ser veiculada de diferentes formas: que introduzem uma justificativa ou explicao a algo j anteriormente
referido.
Passei no vestibular porque estudei muito
visto que No se preocupe que eu voltarei
j que pois
uma vez que porque
_________________ _____________________
consequncia causa As pausas
Os articuladores so, muitas vezes, substitudos por pausas (marca-
das por dois pontos, vrgula, ponto final na escrita). Que podem assinalar
Estudei tanto que passei no vestibular. tipos de relaes diferentes.
Estudei muito por isso passei no vestibular
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Compramos tudo pela manh: tarde pretendemos viajar. (causalida- Convm afirmar que acredito que o trabalho com a leitura, compreen-
de) so e a produo escrita em Lngua Materna deve ter como meta primordial
No fique triste. As coisas se resolvero. (justificativa) o desenvolvimento no aluno de habilidades que faam com que ele tenha
Ela estava bastante tranquila eu tinha os nervos flor da pele. ( oposi- capacidade de usar um nmero sempre maior de recursos da lngua para
o) produzir efeitos de sentido de forma adequada a cada situao especfica
No estive presente cerimnia. No posso descrev-la. (concluso) de interao humana.
http://www.seaac.com.br/
Luiz Antnio Marcuschi (UFPE) defende o trabalho com textos na esco-
A anlise de expresses referenciais fundamental na interpretao do la a partir da abordagem do Gnero Textual Marcuschi no demonstra
discurso. A identificao de expresses correferentes importante em favorabilidade ao trabalho com a Tipologia Textual, uma vez que, para ele,
diversas aplicaes de Processamento da Linguagem Natural. Expresses o trabalho fica limitado, trazendo para o ensino alguns problemas, uma vez
referenciais podem ser usadas para introduzir entidades em um discurso ou que no possvel, por exemplo, ensinar narrativa em geral, porque, embo-
podem fazer referncia a entidades j mencionadas,podendo fazer uso de ra possamos classificar vrios textos como sendo narrativos, eles se con-
reduo lexical. cretizam em formas diferentes gneros que possuem diferenas espec-
ficas.
Interpretar e produzir textos de qualidade so tarefas muito importantes
na formao do aluno. Para realiz-las de modo satisfatrio, essencial Por outro lado, autores como Luiz Carlos Travaglia (UFUberlndia/MG)
saber identificar e utilizar os operadores sequenciais e argumentativos do defendem o trabalho com a Tipologia Textual. Para o autor, sendo os
discurso. A linguagem um ato intencional, o indivduo faz escolhas quan- textos de diferentes tipos, eles se instauram devido existncia de diferen-
do se pronuncia oralmente ou quando escreve. Para dar suporte a essas tes modos de interao ou interlocuo. O trabalho com o texto e com os
escolhas, de modo a fazer com que suas opinies sejam aceitas ou respei- diferentes tipos de texto fundamental para o desenvolvimento da compe-
tadas, fundamental lanar mo dos operadores que estabelecem ligaes tncia comunicativa. De acordo com as ideias do autor, cada tipo de texto
(espcies de costuras) entre os diferentes elementos do discurso. apropriado para um tipo de interao especfica. Deixar o aluno restrito a
apenas alguns tipos de texto fazer com que ele s tenha recursos para
atuar comunicativamente em alguns casos, tornando-se incapaz, ou pouco
Autor e Narrador: Diferenas capaz, em outros. Certamente, o professor teria que fazer uma espcie de
Equipe Aprovao Vest levantamento de quais tipos seriam mais necessrios para os alunos, para,
a partir da, iniciar o trabalho com esses tipos mais necessrios.
Qual , afinal, a diferena entre Autor e Narrador? Existe uma diferena
enorme entre ambos. Marcuschi afirma que os livros didticos trazem, de maneira equivoca-
da, o termo tipo de texto. Na verdade, para ele, no se trata de tipo de
Autor
texto, mas de gnero de texto. O autor diz que no correto afirmar que a
um homem do mundo: tem carteira de identidade, vai ao supermer- carta pessoal, por exemplo, um tipo de texto como fazem os livros. Ele
cado, masca chiclete, eventualmente teve sarampo na infncia e, mais atesta que a carta pessoal um Gnero Textual.
eventualmente ainda, pode at tocar trombone, piano, flauta transversal.
Paga imposto. O autor diz que em todos os gneros os tipos se realizam, ocorrendo,
muitas das vezes, o mesmo gnero sendo realizado em dois ou mais tipos.
Narrador Ele apresenta uma carta pessoal3 como exemplo, e comenta que ela pode
um ser intradiegtico, ou seja, um ser que pertence histria que apresentar as tipologias descrio, injuno, exposio, narrao e argu-
est sendo narrada. Est claro que um preposto do autor, mas isso no mentao. Ele chama essa miscelnea de tipos presentes em um gnero
significa que defenda nem compartilhe suas ideias. Se assim fosse, Ma- de heterogeneidade tipolgica.
chado de Assis seria um crpula como Bentinho ou um bgamo, porque,
casado com Carolina Xavier de Novais, casou-se tambm com Capitu, foi Travaglia (2002) fala em conjugao tipolgica. Para ele, dificilmente
amante de Virglia e de um sem-nmero de mulheres que permeiam seus so encontrados tipos puros. Realmente raro um tipo puro. Num texto
contos e romances. como a bula de remdio, por exemplo, que para Fvero & Koch (1987)
um texto injuntivo, tem-se a presena de vrias tipologias, como a descri-
O narrador passa a existir a partir do instante que se abre o livro e ele, o, a injuno e a predio. Travaglia afirma que um texto se define como
em primeira ou terceira pessoa, nos conta a histria que o livro guarda. de um tipo por uma questo de dominncia, em funo do tipo de interlocu-
Confundir narrador e autor fazer a loucura de imaginar que, morto o autor, o que se pretende estabelecer e que se estabelece, e no em funo do
todos os seus narradores morreriam junto com ele e que, portanto, no espao ocupado por um tipo na constituio desse texto.
disporamos mais de nenhuma narrativa dele.
Quando acontece o fenmeno de um texto ter aspecto de um gnero
GNEROS TEXTUAIS mas ter sido construdo em outro, Marcuschi d o nome de intertextuali-
dade intergneros. Ele explica dizendo que isso acontece porque ocorreu
Gneros textuais so tipos especficos de textos de qualquer natureza, no texto a configurao de uma estrutura intergneros de natureza altamen-
literrios ou no. Modalidades discursivas constituem as estruturas e as te hbrida, sendo que um gnero assume a funo de outro.
funes sociais (narrativas, dissertativas, argumentativas, procedimentais e
exortativas), utilizadas como formas de organizar a linguagem. Dessa Travaglia no fala de intertextualidade intergneros, mas fala de um
forma, podem ser considerados exemplos de gneros textuais: anncios, intercmbio de tipos. Explicando, ele afirma que um tipo pode ser usado
convites, atas, avisos, programas de auditrios, bulas, cartas, comdias, no lugar de outro tipo, criando determinados efeitos de sentido impossveis,
contos de fadas, convnios, crnicas, editoriais, ementas, ensaios, entrevis- na opinio do autor, com outro dado tipo. Para exemplificar, ele fala de
tas, circulares, contratos, decretos, discursos polticos descries e comentrios dissertativos feitos por meio da narrao.
A diferena entre Gnero Textual e Tipologia Textual , no meu en- Resumindo esse ponto, Marcuschi traz a seguinte configurao terica:
tender, importante para direcionar o trabalho do professor de lngua na intertextualidade intergneros = um gnero com a funo de outro
leitura, compreenso e produo de textos1. O que pretendemos neste
pequeno ensaio apresentar algumas consideraes sobre Gnero Tex-
heterogeneidade tipolgica = um gnero com a presena de vrios
tipos
tual e Tipologia Textual, usando, para isso, as consideraes feitas por
Travaglia mostra o seguinte:
Marcuschi (2002) e Travaglia (2002), que faz apontamentos questionveis
para o termo Tipologia Textual. No final, apresento minhas consideraes conjugao tipolgica = um texto apresenta vrios tipos
a respeito de minha escolha pelo gnero ou pela tipologia. intercmbio de tipos = um tipo usado no lugar de outro
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Aspecto interessante a se observar que Marcuschi afirma que os g- de dar conhecimento de algo a algum). Certamente a carta e o e-mail
neros no so entidades naturais, mas artefatos culturais construdos entrariam nessa lista, levando em considerao que o aviso pode ser dado
historicamente pelo ser humano. Um gnero, para ele, pode no ter uma sob a forma de uma carta, e-mail ou ofcio. Ele continua exemplificando
determinada propriedade e ainda continuar sendo aquele gnero. Para apresentando a petio, o memorial, o requerimento, o abaixo assinado
exemplificar, o autor fala, mais uma vez, da carta pessoal. Mesmo que o (com a funo social de pedir, solicitar). Continuo colocando a carta, o e-
autor da carta no tenha assinado o nome no final, ela continuar sendo mail e o ofcio aqui. Nota promissria, termo de compromisso e voto so
carta, graas as suas propriedades necessrias e suficientes .Ele diz, ainda, exemplos com a funo de prometer. Para mim o voto no teria essa fun-
que uma publicidade pode ter o formato de um poema ou de uma lista de o de prometer. Mas a funo de confirmar a promessa de dar o voto a
produtos em oferta. O que importa que esteja fazendo divulgao de algum. Quando algum vota, no promete nada, confirma a promessa de
produtos, estimulando a compra por parte de clientes ou usurios daquele votar que pode ter sido feita a um candidato.
produto.
Ele apresenta outros exemplos, mas por questo de espao no colo-
Para Marcuschi, Tipologia Textual um termo que deve ser usado pa- carei todos. bom notar que os exemplos dados por ele, mesmo os que
ra designar uma espcie de sequncia teoricamente definida pela natureza no foram mostrados aqui, apresentam funo social formal, rgida. Ele no
lingustica de sua composio. Em geral, os tipos textuais abrangem as apresenta exemplos de gneros que tenham uma funo social menos
categorias narrao, argumentao, exposio, descrio e injuno (Swa- rgida, como o bilhete.
les, 1990; Adam, 1990; Bronckart, 1999). Segundo ele, o termo Tipologia
Textual usado para designar uma espcie de sequncia teoricamente Uma discusso vista em Travaglia e no encontrada em Marcusch a
definida pela natureza lingustica de sua composio (aspectos lexicais, de Espcie. Para ele, Espcie se define e se caracteriza por aspectos
sintticos, tempos verbais, relaes lgicas) (p. 22). formais de estrutura e de superfcie lingustica e/ou aspectos de contedo.
Ele exemplifica Espcie dizendo que existem duas pertencentes ao tipo
Gnero Textual definido pelo autor como uma noo vaga para os narrativo: a histria e a no-histria. Ainda do tipo narrativo, ele apresenta
textos materializados encontrados no dia-a-dia e que apresentam caracte- as Espcies narrativa em prosa e narrativa em verso. No tipo descritivo ele
rsticas scio-comunicativas definidas pelos contedos, propriedades mostra as Espcies distintas objetiva x subjetiva, esttica x dinmica e
funcionais, estilo e composio caracterstica. comentadora x narradora. Mudando para gnero, ele apresenta a corres-
pondncia com as Espcies carta, telegrama, bilhete, ofcio, etc. No gnero
Travaglia define Tipologia Textual como aquilo que pode instaurar um romance, ele mostra as Espcies romance histrico, regionalista, fantsti-
modo de interao, uma maneira de interlocuo, segundo perspectivas co, de fico cientfica, policial, ertico, etc. No sei at que ponto a Esp-
que podem variar. Essas perspectivas podem, segundo o autor, estar cie daria conta de todos os Gneros Textuais existentes. Ser que
ligadas ao produtor do texto em relao ao objeto do dizer quanto ao fa- possvel especificar todas elas? Talvez seja difcil at mesmo porque no
zer/acontecer, ou conhecer/saber, e quanto insero destes no tempo fcil dizer quantos e quais so os gneros textuais existentes.
e/ou no espao. Pode ser possvel a perspectiva do produtor do texto dada
pela imagem que o mesmo faz do receptor como algum que concorda ou Se em Travaglia nota-se uma discusso terica no percebida em Mar-
no com o que ele diz. Surge, assim, o discurso da transformao, quando cuschi, o oposto tambm acontece. Este autor discute o conceito de Dom-
o produtor v o receptor como algum que no concorda com ele. Se o nio Discursivo. Ele diz que os domnios discursivos so as grandes esfe-
produtor vir o receptor como algum que concorda com ele, surge o discur- ras da atividade humana em que os textos circulam (p. 24). Segundo infor-
so da cumplicidade. Tem-se ainda, na opinio de Travaglia, uma perspecti- ma, esses domnios no seriam nem textos nem discursos, mas dariam
va em que o produtor do texto faz uma antecipao no dizer. Da mesma origem a discursos muito especficos. Constituiriam prticas discursivas
forma, possvel encontrar a perspectiva dada pela atitude comunicativa de dentro das quais seria possvel a identificao de um conjunto de gneros
comprometimento ou no. Resumindo, cada uma das perspectivas apre- que s vezes lhes so prprios como prticas ou rotinas comunicativas
sentadas pelo autor gerar um tipo de texto. Assim, a primeira perspectiva institucionalizadas. Como exemplo, ele fala do discurso jornalstico, discur-
faz surgir os tipos descrio, dissertao, injuno e narrao. A segun- so jurdico e discurso religioso. Cada uma dessas atividades, jornalstica,
da perspectiva faz com que surja o tipo argumentativo stricto sensu6 e jurdica e religiosa, no abrange gneros em particular, mas origina vrios
no argumentativo stricto sensu. A perspectiva da antecipao faz surgir deles.
o tipo preditivo. A do comprometimento d origem a textos do mundo
comentado (comprometimento) e do mundo narrado (no comprometi- Travaglia at fala do discurso jurdico e religioso, mas no como Mar-
mento) (Weirinch, 1968). Os textos do mundo narrado seriam enquadrados, cuschi. Ele cita esses discursos quando discute o que para ele tipologia
de maneira geral, no tipo narrao. J os do mundo comentado ficariam no de discurso. Assim, ele fala dos discursos citados mostrando que as tipolo-
tipo dissertao. gias de discurso usaro critrios ligados s condies de produo dos
discursos e s diversas formaes discursivas em que podem estar inseri-
Travaglia diz que o Gnero Textual se caracteriza por exercer uma dos (Koch & Fvero, 1987, p. 3). Citando Koch & Fvero, o autor fala que
funo social especfica. Para ele, estas funes sociais so pressentidas e uma tipologia de discurso usaria critrios ligados referncia (institucional
vivenciadas pelos usurios. Isso equivale dizer que, intuitivamente, sabe- (discurso poltico, religioso, jurdico), ideolgica (discurso petista, de direita,
mos que gnero usar em momentos especficos de interao, de acordo de esquerda, cristo, etc), a domnios de saber (discurso mdico, lingusti-
com a funo social dele. Quando vamos escrever um e-mail, sabemos que co, filosfico, etc), inter-relao entre elementos da exterioridade (discur-
ele pode apresentar caractersticas que faro com que ele funcione de so autoritrio, polmico, ldico)). Marcuschi no faz aluso a uma tipologia
maneira diferente. Assim, escrever um e-mail para um amigo no o do discurso.
mesmo que escrever um e-mail para uma universidade, pedindo informa-
es sobre um concurso pblico, por exemplo. Semelhante opinio entre os dois autores citados notada quando fa-
lam que texto e discurso no devem ser encarados como iguais. Marcus-
Observamos que Travaglia d ao gnero uma funo social. Parece chi considera o texto como uma entidade concreta realizada materialmente
que ele diferencia Tipologia Textual de Gnero Textual a partir dessa e corporificada em algum Gnero Textual [grifo meu] (p. 24). Discurso
qualidade que o gnero possui. Mas todo texto, independente de seu para ele aquilo que um texto produz ao se manifestar em alguma instn-
gnero ou tipo, no exerce uma funo social qualquer? cia discursiva. O discurso se realiza nos textos (p. 24). Travaglia considera
o discurso como a prpria atividade comunicativa, a prpria atividade
Marcuschi apresenta alguns exemplos de gneros, mas no ressalta produtora de sentidos para a interao comunicativa, regulada por uma
sua funo social. Os exemplos que ele traz so telefonema, sermo, exterioridade scio-histrica-ideolgica (p. 03). Texto o resultado dessa
romance, bilhete, aula expositiva, reunio de condomnio, etc. atividade comunicativa. O texto, para ele, visto como
uma unidade lingustica concreta que tomada pelos usurios da ln-
J Travaglia, no s traz alguns exemplos de gneros como mostra o
gua em uma situao de interao comunicativa especfica, como uma
que, na sua opinio, seria a funo social bsica comum a cada um: aviso,
unidade de sentido e como preenchendo uma funo comunicativa reco-
comunicado, edital, informao, informe, citao (todos com a funo social
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nhecvel e reconhecida, independentemente de sua extenso (p. 03). dissertar, ou mais adequadas faixa etria, razo pela qual esta ltima
tenha sido reservada s sries terminais - tanto no ensino fundamental
quanto no ensino mdio.
Travaglia afirma que distingue texto de discurso levando em conta que
sua preocupao com a tipologia de textos, e no de discursos. Marcus-
O ensino-aprendizagem de leitura, compreenso e produo de texto
chi afirma que a definio que traz de texto e discurso muito mais opera-
pela perspectiva dos gneros reposiciona o verdadeiro papel do professor
cional do que formal.
de Lngua Materna hoje, no mais visto aqui como um especialista em
Travaglia faz uma tipologizao dos termos Gnero Textual, Tipolo-
textos literrios ou cientficos, distantes da realidade e da prtica textual do
gia Textual e Espcie. Ele chama esses elementos de Tipelementos.
aluno, mas como um especialista nas diferentes modalidades textuais, orais
Justifica a escolha pelo termo por considerar que os elementos tipolgicos
e escritas, de uso social. Assim, o espao da sala de aula transformado
(Gnero Textual, Tipologia Textual e Espcie) so bsicos na construo
numa verdadeira oficina de textos de ao social, o que viabilizado e
das tipologias e talvez dos textos, numa espcie de analogia com os ele-
concretizado pela adoo de algumas estratgias, como enviar uma carta
mentos qumicos que compem as substncias encontradas na natureza.
para um aluno de outra classe, fazer um carto e ofertar a algum, enviar
uma carta de solicitao a um secretrio da prefeitura, realizar uma entre-
Para concluir, acredito que vale a pena considerar que as discusses
vista, etc. Essas atividades, alm de diversificar e concretizar os leitores
feitas por Marcuschi, em defesa da abordagem textual a partir dos Gneros
das produes (que agora deixam de ser apenas leitores visuais), permi-
Textuais, esto diretamente ligadas ao ensino. Ele afirma que o trabalho
tem tambm a participao direta de todos os alunos e eventualmente de
com o gnero uma grande oportunidade de se lidar com a lngua em seus
pessoas que fazem parte de suas relaes familiares e sociais. A avaliao
mais diversos usos autnticos no dia-a-dia. Cita o PCN, dizendo que ele
dessas produes abandona os critrios quase que exclusivamente liter-
apresenta a ideia bsica de que um maior conhecimento do funcionamento
rios ou gramaticais e desloca seu foco para outro ponto: o bom texto no
dos Gneros Textuais importante para a produo e para a compreen-
aquele que apresenta, ou s apresenta, caractersticas literrias, mas
so de textos. Travaglia no faz abordagens especficas ligadas questo
aquele que adequado situao comunicacional para a qual foi produzi-
do ensino no seu tratamento Tipologia Textual.
do, ou seja, se a escolha do gnero, se a estrutura, o contedo, o estilo e o
nvel de lngua esto adequados ao interlocutor e podem cumprir a finalida-
O que Travaglia mostra uma extrema preferncia pelo uso da Tipo-
de do texto.
logia Textual, independente de estar ligada ao ensino. Sua abordagem
parece ser mais taxionmica. Ele chega a afirmar que so os tipos que
Acredito que abordando os gneros a escola estaria dando ao aluno a
entram na composio da grande maioria dos textos. Para ele, a questo
oportunidade de se apropriar devidamente de diferentes Gneros Textuais
dos elementos tipolgicos e suas implicaes com o ensino/aprendizagem
socialmente utilizados, sabendo movimentar-se no dia-a-dia da interao
merece maiores discusses.
humana, percebendo que o exerccio da linguagem ser o lugar da sua
constituio como sujeito. A atividade com a lngua, assim, favoreceria o
Marcuschi diz que no acredita na existncia de Gneros Textuais
exerccio da interao humana, da participao social dentro de uma socie-
ideais para o ensino de lngua. Ele afirma que possvel a identificao de
dade letrada.
gneros com dificuldades progressivas, do nvel menos formal ao mais
1 - Penso que quando o professor no opta pelo trabalho com o gne-
formal, do mais privado ao mais pblico e assim por diante. Os gneros
ro ou com o tipo ele acaba no tendo uma maneira muito clara pa-
devem passar por um processo de progresso, conforme sugerem
ra selecionar os textos com os quais trabalhar.
Schneuwly & Dolz (2004).
2 - Outra discusso poderia ser feita se se optasse por tratar um pou-
co a diferena entre Gnero Textual e Gnero Discursivo.
Travaglia, como afirmei, no faz consideraes sobre o trabalho com a
3 - Travaglia (2002) diz que uma carta pode ser exclusivamente des-
Tipologia Textual e o ensino. Acredito que um trabalho com a tipologia
critiva, ou dissertativa, ou injuntiva, ou narrativa, ou argumentativa.
teria que, no mnimo, levar em conta a questo de com quais tipos de texto
Acho meio difcil algum conseguir escrever um texto, caracteriza-
deve-se trabalhar na escola, a quais ser dada maior ateno e com quais
do como carta, apenas com descries, ou apenas com injunes.
ser feito um trabalho mais detido. Acho que a escolha pelo tipo, caso seja
Por outro lado, meio que contrariando o que acabara de afirmar,
considerada a ideia de Travaglia, deve levar em conta uma srie de fatores,
ele diz desconhecer um gnero necessariamente descritivo.
porm dois so mais pertinentes:
4 - Termo usado pelas autoras citadas para os textos que fazem pre-
a) O trabalho com os tipos deveria preparar o aluno para a composi-
viso, como o boletim meteorolgico e o horscopo.
o de quaisquer outros textos (no sei ao certo se isso possvel.
5 - Necessrias para a carta, e suficientes para que o texto seja uma
Pode ser que o trabalho apenas com o tipo narrativo no d ao alu-
carta.
no o preparo ideal para lidar com o tipo dissertativo, e vice-versa.
6 - Segundo Travaglia (1991), texto argumentativo stricto sensu o
Um aluno que pra de estudar na 5 srie e no volta mais escola
que faz argumentao explcita.
teria convivido muito mais com o tipo narrativo, sendo esse o mais
7 - Pelo menos nos textos aos quais tive acesso.
trabalhado nessa srie. Ser que ele estaria preparado para produ-
Slvio Ribeiro da Silva.
zir, quando necessrio, outros tipos textuais? Ao lidar somente com
o tipo narrativo, por exemplo, o aluno, de certa forma, no deixa de Texto Literrio: expressa a opinio pessoal do autor que tambm
trabalhar com os outros tipos?); transmitida atravs de figuras, impregnado de subjetivismo. Ex: um ro-
b) A utilizao prtica que o aluno far de cada tipo em sua vida. mance, um conto, uma poesia...
Acho que vale a pena dizer que sou favorvel ao trabalho com o Gne- Texto no-literrio: preocupa-se em transmitir uma mensagem da
ro Textual na escola, embora saiba que todo gnero realiza necessaria- forma mais clara e objetiva possvel. Ex: uma notcia de jornal, uma bula
mente uma ou mais sequncias tipolgicas e que todos os tipos inserem-se de medicamento.
em algum gnero textual. Diferenas entre Lngua Padro, Linguagem Formal e
Linguagem informal.
At recentemente, o ensino de produo de textos (ou de redao) era
feito como um procedimento nico e global, como se todos os tipos de texto Lngua Padro: A gramtica um conjunto de regras que estabelecem
fossem iguais e no apresentassem determinadas dificuldades e, por isso, um determinado uso da lngua, denominado norma culta ou lngua padro.
no exigissem aprendizagens especficas. A frmula de ensino de redao, Acontece que as normas estabelecidas pela gramtica normativa nem
ainda hoje muito praticada nas escolas brasileiras que consiste funda- sempre so obedecidas pelo falante.
mentalmente na trilogia narrao, descrio e dissertao tem por base
Os conceitos linguagem formal e linguagem informal esto, sobretu-
uma concepo voltada essencialmente para duas finalidades: a formao
do associados ao contexto social em que a fala produzida.
de escritores literrios (caso o aluno se aprimore nas duas primeiras moda-
lidades textuais) ou a formao de cientistas (caso da terceira modalidade) Informal: Num contexto em que o falante est rodeado pela famlia ou
(Antunes, 2004). Alm disso, essa concepo guarda em si uma viso pelos amigos, normalmente emprega uma linguagem informal, podendo
equivocada de que narrar e descrever seriam aes mais fceis do que usar expresses normalmente no usadas em discursos pblicos (pala-
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vres ou palavras com um sentido figurado que apenas os elementos do tambm ao grau de instruo de uma determinada pessoa. Como exem-
grupo conhecem). Um exemplo de uma palavra que tipicamente s usada plo, citamos as grias, os jarges e o linguajar caipira.
na linguagem informal, em portugus europeu, o adjetivo chato.
As grias pertencem ao vocabulrio especfico de certos grupos, como
Formal: A linguagem formal, pelo contrrio, aquela que os falantes os surfistas, cantores de rap, tatuadores, entre outros.
usam quando no existe essa familiaridade, quando se dirigem aos superio-
res hierrquicos ou quando tm de falar para um pblico mais alargado ou Os jarges esto relacionados ao profissionalismo, caracterizando um
desconhecido. a linguagem que normalmente podemos observar nos linguajar tcnico. Representando a classe, podemos citar os mdicos,
discursos pblicos, nas reunies de trabalho, nas salas de aula, etc. advogados, profissionais da rea de informtica, dentre outros.
Portanto, podemos usar a lngua padro, ou seja, conversar, ou escre-
ver de acordo com as regras gramaticais, mas o vocabulrio (linguagem) Vejamos um poema e o trecho de uma msica para entendermos melhor
que escolhemos pode ser mais formal ou mais informal de acordo com a sobre o assunto:
nossa necessidade. Ptof Eliane
Vcio na fala
Variaes Lingusticas Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mi
A linguagem a caracterstica que nos difere dos demais seres, permi- Para pior pi
tindo-nos a oportunidade de expressar sentimentos, revelar conhecimen- Para telha dizem teia
tos, expor nossa opinio frente aos assuntos relacionados ao nosso Para telhado dizem teiado
cotidiano, e, sobretudo, promovendo nossa insero ao convvio social. E vo fazendo telhados.
Oswald de Andrade
E dentre os fatores que a ela se relacionam destacam-se os nveis da
fala, que so basicamente dois: O nvel de formalidade e o de infor-
malidade. CHOPIS CENTIS
Eu di um beijo nela
O padro formal est diretamente ligado linguagem escrita, res- E chamei pra passear.
tringindo-se s normas gramaticais de um modo geral. Razo pela A gente fomos no shopping
qual nunca escrevemos da mesma maneira que falamos. Este fator Pra mode a gente lanchar.
foi determinante para a que a mesma pudesse exercer total sobera- Comi uns bicho estranho, com um tal de gergelim.
nia sobre as demais. At que tava gostoso, mas eu prefiro
aipim.
Quanto ao nvel informal, este por sua vez representa o estilo consi- Quanta gente,
derado de menor prestgio, e isto tem gerado controvrsias entre Quanta alegria,
os estudos da lngua, uma vez que para a sociedade, aquela pessoa A minha felicidade um credirio nas
que fala ou escreve de maneira errnea considerada inculta, Casas Bahia.
tornando-se desta forma um estigma. Esse tal Chopis Centis muito legalzinho.
Pra levar a namorada e dar uns
Compondo o quadro do padro informal da linguagem, esto as chama- rolezinho,
das variedades lingusticas, as quais representam as variaes de Quando eu estou no trabalho,
acordo com as condies sociais, culturais, regionais e histricas No vejo a hora de descer dos andaime.
em que utilizada. Dentre elas destacam-se: Pra pegar um cinema, ver Schwarzneger
E tambm o Van Damme.
Variaes histricas: (Dinho e Jlio Rasec, encarte CD Mamonas Assassinas, 1995.)
Por Vnia Duarte
Dado o dinamismo que a lngua apresenta, a mesma sofre transforma- TIPOLOGIA TEXTUAL
es ao longo do tempo. Um exemplo bastante representativo a ques-
to da ortografia, se levarmos em considerao a palavra farmcia, uma Tipologia Textual
vez que a mesma era grafada com ph, contrapondo-se linguagem Tino Lopez
dos internautas, a qual fundamenta-se pela supresso do vocbulos.
1. Narrao
Analisemos, pois, o fragmento exposto: Modalidade em que se conta um fato, fictcio ou no, que ocorreu num
determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Refere-se a
Antigamente objetos do mundo real. H uma relao de anterioridade e posterioridade. O
Antigamente, as moas chamavam-se mademoiselles e eram todas tempo verbal predominante o passado. Estamos cercados de narraes
mimosas e muito prendadas. No faziam anos: completavam prima- desde as que nos contam histrias infantis at s piadas do cotidiano. o
veras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapages, fazi- tipo predominante nos gneros: conto, fbula, crnica, romance, novela,
am-lhes p-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses depoimento, piada, relato, etc.
debaixo do balaio." Carlos Drummond de Andrade
2. Descrio
Comparando-o modernidade, percebemos um vocabulrio antiquado. Um texto em que se faz um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa,
um animal ou um objeto. A classe de palavras mais utilizada nessa produ-
Variaes regionais: o o adjetivo, pela sua funo caracterizadora. Numa abordagem mais
abstrata, pode-se at descrever sensaes ou sentimentos. No h relao
So os chamados dialetos, que so as marcas determinantes referentes de anterioridade e posterioridade. Significa "criar" com palavras a imagem
a diferentes regies. Como exemplo, citamos a palavra mandioca que, do objeto descrito. fazer uma descrio minuciosa do objeto ou da perso-
em certos lugares, recebe outras nomenclaturas, tais como:macaxeira e nagem a que o texto se Pega. um tipo textual que se agrega facilmente
aipim. Figurando tambm esta modalidade esto os sotaques, ligados aos outros tipos em diversos gneros textuais. Tem predominncia em
s caractersticas orais da linguagem. gneros como: cardpio, folheto turstico, anncio classificado, etc.
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sobre ele. Dependendo do objetivo do autor, pode ter carter expositivo ou
argumentativo. Tutorial: um gnero injuntivo que consiste num guia que tem por finalida-
de explicar ao leitor, passo a passo e de maneira simplificada, como fazer
3.1 Dissertao-Exposio algo.
Apresenta um saber j construdo e legitimado, ou um saber terico. Apre-
senta informaes sobre assuntos, expe, reflete, explica e avalia ideias de Editorial: um gnero textual dissertativo-argumentativo que expressa o
modo objetivo. O texto expositivo apenas expe ideias sobre um determi- posicionamento da empresa sobre determinado assunto, sem a obrigao
nado assunto. A inteno informar, esclarecer. Ex: aula, resumo, textos da presena da objetividade.
cientficos, enciclopdia, textos expositivos de revistas e jornais, etc.
Notcia: podemos perfeitamente identificar caractersticas narrativas, o fato
3.1 Dissertao-Argumentao ocorrido que se deu em um determinado momento e em um determinado
Um texto dissertativo-argumentativo faz a defesa de ideias ou um ponto de lugar, envolvendo determinadas personagens. Caractersticas do lugar,
vista do autor. O texto, alm de explicar, tambm persuade o interlocutor, bem como dos personagens envolvidos so, muitas vezes, minuciosamen-
objetivando convenc-lo de algo. Caracteriza-se pela progresso lgica de te descritos.
ideias. Geralmente utiliza linguagem denotativa. tipo predominante em:
sermo, ensaio, monografia, dissertao, tese, ensaio, manifesto, crtica, Reportagem: um gnero textual jornalstico de carter dissertativo-
editorial de jornais e revistas. expositivo. A reportagem tem, por objetivo, informar e levar os fatos ao
4. Injuno/Instrucional leitor de uma maneira clara, com linguagem direta.
Indica como realizar uma ao. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os
verbos so, na sua maioria, empregados no modo imperativo, porm nota- Entrevista: um gnero textual fundamentalmente dialogal, representado
se tambm o uso do infinitivo e o uso do futuro do presente do modo indica- pela conversao de duas ou mais pessoas, o entrevistador e o(s) entrevis-
tivo. Ex: ordens; pedidos; splica; desejo; manuais e instrues para mon- tado(s), para obter informaes sobre ou do entrevistado, ou de algum
tagem ou uso de aparelhos e instrumentos; textos com regras de compor- outro assunto. Geralmente envolve tambm aspectos dissertativo-
tamento; textos de orientao (ex: recomendaes de trnsito); receitas, expositivos, especialmente quando se trata de entrevista a imprensa ou
cartes com votos e desejos (de natal, aniversrio, etc.). entrevista jornalstica. Mas pode tambm envolver aspectos narrativos,
como na entrevista de emprego, ou aspectos descritivos, como na entrevis-
OBS: Os tipos listados acima so um consenso entre os gramticos. Muitos ta mdica.
consideram tambm que o tipo Predio possui caractersticas suficientes
para ser definido como tipo textual, e alguns outros possuem o mesmo Histria em quadrinhos: um gnero narrativo que consiste em enredos
entendimento para o tipo Dialogal. contados em pequenos quadros atravs de dilogos diretos entre seus
personagens, gerando uma espcie de conversao.
5. Predio
Caracterizado por predizer algo ou levar o interlocutor a crer em alguma Charge: um gnero textual narrativo onde se faz uma espcie de ilustra-
coisa, a qual ainda est por ocorrer. o tipo predominante nos gneros: o cmica, atravs de caricaturas, com o objetivo de realizar uma stira,
previses astrolgicas, previses meteorolgicas, previses escatolgi- crtica ou comentrio sobre algum acontecimento atual, em sua grande
cas/apocalpticas. maioria.
6. Dialogal / Conversacional Poema: trabalho elaborado e estruturado em versos. Alm dos versos,
Caracteriza-se pelo dilogo entre os interlocutores. o tipo predominante pode ser estruturado em estrofes. Rimas e mtrica tambm podem fazer
nos gneros: entrevista, conversa telefnica, chat, etc. parte de sua composio. Pode ou no ser potico. Dependendo de sua
estrutura, pode receber classificaes especficas, como haicai, soneto,
Gneros textuais epopeia, poema figurado, dramtico, etc. Em geral, a presena de aspec-
tos narrativos e descritivos so mais frequentes neste gnero.
Os Gneros textuais so as estruturas com que se compem os textos,
sejam eles orais ou escritos. Essas estruturas so socialmente reconheci- Poesia: o contedo capaz de transmitir emoes por meio de uma lin-
das, pois se mantm sempre muito parecidas, com caractersticas comuns, guagem , ou seja, tudo o que toca e comove pode ser considerado como
procuram atingir intenes comunicativas semelhantes e ocorrem em potico (at mesmo uma pea ou um filme podem ser assim considerados).
situaes especficas. Pode-se dizer que se tratam das variadas formas de Um subgnero a prosa potica, marcada pela tipologia dialogal.
linguagem que circulam em nossa sociedade, sejam eles formais ou infor-
mais. Cada gnero textual tem seu estilo prprio, podendo ento, ser Gneros literrios:
identificado e diferenciado dos demais atravs de suas caractersticas.
Exemplos: Gnero Narrativo:
Na Antiguidade Clssica, os padres literrios reconhecidos eram apenas o
Carta: quando se trata de "carta aberta" ou "carta ao leitor", tende a ser do pico, o lrico e o dramtico. Com o passar dos anos, o gnero pico pas-
tipo dissertativo-argumentativo com uma linguagem formal, em que se sou a ser considerado apenas uma variante do gnero literrio narrativo,
escreve sociedade ou a leitores. Quando se trata de "carta pessoal", a devido ao surgimento de concepes de prosa com caractersticas diferen-
presena de aspectos narrativos ou descritivos e uma linguagem pessoal tes: o romance, a novela, o conto, a crnica, a fbula. Porm, praticamente
mais comum. todas as obras narrativas possuem elementos estruturais e estilsticos em
comum e devem responder a questionamentos, como: quem? o que?
Propaganda: um gnero textual dissertativo-expositivo onde h a o intuito quando? onde? por qu? Vejamos a seguir:
de propagar informaes sobre algo, buscando sempre atingir e influenciar
o leitor apresentando, na maioria das vezes, mensagens que despertam as pico (ou Epopeia): os textos picos so geralmente longos e narram
emoes e a sensibilidade do mesmo. histrias de um povo ou de uma nao, envolvem aventuras, guerras,
viagens, gestos heroicos, etc. Normalmente apresentam um tom de exalta-
Bula de remdio: um gnero textual descritivo, dissertativo- o, isto , de valorizao de seus heris e seus feitos. Dois exemplos
expositivo e injuntivo que tem por obrigao fornecer as informaes ne- so Os Lusadas, de Lus de Cames, e Odisseia, de Homero.
cessrias para o correto uso do medicamento.
Romance: um texto completo, com tempo, espao e personagens bem
Receita: um gnero textual descritivo e injuntivo que tem por objetivo definidos e de carter mais verossmil. Tambm conta as faanhas de um
informar a frmula para preparar tal comida, descrevendo os ingredientes e heri, mas principalmente uma histria de amor vivida por ele e uma mu-
o preparo destes, alm disso, com verbos no imperativo, dado o sentido de lher, muitas vezes, proibida para ele. Apesar dos obstculos que o sepa-
ordem, para que o leitor siga corretamente as instrues. ram, o casal vive sua paixo proibida, fsica, adltera, pecaminosa e, por
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isso, costuma ser punido no final. o tipo de narrativa mais comum na certo tipo de texto no qual um eu lrico (a voz que fala no poema e que
Idade Mdia. Ex: Tristo e Isolda. nem sempre corresponde do autor) exprime suas emoes, ideias e
impresses em face do mundo exterior. Normalmente os pronomes e os
Novela: um texto caracterizado por ser intermedirio entre a longevidade verbos esto em 1 pessoa e h o predomnio da funo emotiva da lingua-
do romance e a brevidade do conto. Como exemplos de novelas, podem gem.
ser citadas as obras O Alienista, de Machado de Assis, e A Metamorfose,
de Kafka. Elegia: um texto de exaltao morte de algum, sendo que a morte
elevada como o ponto mximo do texto. O emissor expressa tristeza,
Conto: um texto narrativo breve, e de fico, geralmente em prosa, que saudade, cime, decepo, desejo de morte. um poema melanclico. Um
conta situaes rotineiras, anedotas e at folclores. Inicialmente, fazia parte bom exemplo a pea Roan e yufa, de william shakespeare.
da literatura oral. Boccacio foi o primeiro a reproduzi-lo de forma escrita
com a publicao de Decamero. Diversos tipos do gnero textual conto Epitalmia: um texto relativo s noites nupciais lricas, ou seja, noites
surgiram na tipologia textual narrativa: conto de fadas, que envolve perso- romnticas com poemas e cantigas. Um bom exemplo de epitalmia a
nagens do mundo da fantasia; contos de aventura, que envolvem persona- pea Romeu e Julieta nas noites nupciais.
gens em um contexto mais prximo da realidade; contos folclricos (conto
popular); contos de terror ou assombrao, que se desenrolam em um Ode (ou hino): o poema lrico em que o emissor faz uma homenagem
contexto sombrio e objetivam causar medo no expectador; contos de mist- ptria (e aos seus smbolos), s divindades, mulher amada, ou a algum
rio, que envolvem o suspense e a soluo de um mistrio. ou algo importante para ele. O hino uma ode com acompanhamento
musical;
Fbula: um texto de carter fantstico que busca ser inverossmil. As
personagens principais so no humanos e a finalidade transmitir alguma Idlio (ou cloga): o poema lrico em que o emissor expressa uma home-
lio de moral. nagem natureza, s belezas e s riquezas que ela d ao homem. o
poema buclico, ou seja, que expressa o desejo de desfrutar de tais bele-
Crnica: uma narrativa informal, breve, ligada vida cotidiana, com zas e riquezas ao lado da amada (pastora), que enriquece ainda mais a
linguagem coloquial. Pode ter um tom humorstico ou um toque de crtica paisagem, espao ideal para a paixo. A cloga um idlio com dilogos
indireta, especialmente, quando aparece em seo ou artigo de jornal, (muito rara);
revistas e programas da TV.
Stira: o poema lrico em que o emissor faz uma crtica a algum ou a
Crnica narrativo-descritiva: Apresenta alternncia entre os momentos algo, em tom srio ou irnico.
narrativos e manifestos descritivos.
Acalanto: ou cano de ninar;
Ensaio: um texto literrio breve, situado entre o potico e o didtico,
expondo ideias, crticas e reflexes morais e filosficas a respeito de certo Acrstico: (akros = extremidade; stikos = linha), composio lrica na qual
tema. menos formal e mais flexvel que o tratado. Consiste tambm na as letras iniciais de cada verso formam uma palavra ou frase;
defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humansti-
co, filosfico, poltico, social, cultural, moral, comportamental, etc.), sem que Balada: uma das mais primitivas manifestaes poticas, so cantigas de
se paute em formalidades como documentos ou provas empricas ou dedu- amigo (elegias) com ritmo caracterstico e refro vocal que se destinam
tivas de carter cientfico. Exemplo: Ensaio sobre a cegueira, de Jos dana;
Saramago e Ensaio sobre a tolerncia, de John Locke.
Cano (ou Cantiga, Trova): poema oral com acompanhamento musical;
Gnero Dramtico:
Trata-se do texto escrito para ser encenado no teatro. Nesse tipo de texto, Gazal (ou Gazel): poesia amorosa dos persas e rabes; odes do oriente
no h um narrador contando a histria. Ela acontece no palco, ou seja, mdio;
representada por atores, que assumem os papis das personagens nas
cenas. Haicai: expresso japonesa que significa versos cmicos (=stira). E o
poema japons formado de trs versos que somam 17 slabas assim distri-
Tragdia: a representao de um fato trgico, suscetvel de provocar budas: 1 verso= 5 slabas; 2 verso = 7 slabas; 3 verso 5 slabas;
compaixo e terror. Aristteles afirmava que a tragdia era "uma represen-
tao duma ao grave, de alguma extenso e completa, em linguagem Soneto: um texto em poesia com 14 versos, dividido em dois quartetos e
figurada, com atores agindo, no narrando, inspirando d e terror". dois tercetos, com rima geralmente em a-ba-b a-b-b-a c-d-c d-c-d.
Ex: Romeu e Julieta, de Shakespeare.
Vilancete: so as cantigas de autoria dos poetas viles (cantigas de escr-
Farsa: uma pequena pea teatral, de carter ridculo e caricatural, que nio e de maldizer); satricas, portanto.
critica a sociedade e seus costumes; baseia-se no lema latino ridendo
castigat mores (rindo, castigam-se os costumes). A farsa consiste no exa-
gero do cmico, graas ao emprego de processos grosseiros, como o
COESO E COERNCIA
absurdo, as incongruncias, os equvocos, os enganos, a caricatura, o
humor primrio, as situaes ridculas.
Diogo Maria De Matos Polnio
Comdia: a representao de um fato inspirado na vida e no sentimento
comum, de riso fcil. Sua origem grega est ligada s festas populares. Introduo
Este trabalho foi realizado no mbito do Seminrio Pedaggico sobre
Tragicomdia: modalidade em que se misturam elementos trgicos e Pragmtica Lingustica e Os Novos Programas de Lngua Portuguesa, sob
cmicos. Originalmente, significava a mistura do real com o imaginrio. orientao da Professora-Doutora Ana Cristina Macrio Lopes, que decor-
reu na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
Poesia de cordel: texto tipicamente brasileiro em que se retrata, com forte
apelo lingustico e cultural nordestinos, fatos diversos da sociedade e da Procurou-se, no referido seminrio, refletir, de uma forma geral, sobre a
realidade vivida por este povo. incidncia das teorias da Pragmtica Lingustica nos programas oficiais de
Lngua Portuguesa, tendo em vista um esclarecimento terico sobre deter-
minados conceitos necessrios a um ensino qualitativamente mais vlido e,
Gnero Lrico: simultaneamente, uma vertente prtica pedaggica que tem necessaria-
mente presente a aplicao destes conhecimentos na situao real da sala
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de aula. de coerncia textual, h que esclarecer a problemtica criada pela dicoto-
mia coerncia/coeso que se encontra diretamente relacionada com a
Nesse sentido, este trabalho pretende apresentar sugestes de aplica- dicotomia coerncia macro-estrutural/coerncia micro-estrutural.
o na prtica docente quotidiana das teorias da pragmtica lingustica no
campo da coerncia textual, tendo em conta as concluses avanadas no Mira Mateus considera pertinente a existncia de uma diferenciao
referido seminrio. entre coerncia textual e coeso textual.
Ser, no entanto, necessrio reter que esta pequena reflexo aqui Assim, segundo esta autora, coeso textual diz respeito aos processos
apresentada encerra em si uma minscula partcula de conhecimento no lingusticos que permitem revelar a inter-dependncia semntica existente
vastssimo universo que , hoje em dia, a teoria da pragmtica lingustica e entre sequncias textuais:
que, se pelo menos vier a instigar um ponto de partida para novas reflexes Ex.: Entrei na livraria mas no comprei nenhum livro.
no sentido de auxiliar o docente no ensino da lngua materna, j ter cum-
prido honestamente o seu papel. Para a mesma autora, coerncia textual diz respeito aos processos
mentais de apropriao do real que permitem inter-relacionar sequncias
Coeso e Coerncia Textual textuais:
Qualquer falante sabe que a comunicao verbal no se faz geralmen- Ex.: Se esse animal respira por pulmes, no peixe.
te atravs de palavras isoladas, desligadas umas das outras e do contexto
em que so produzidas. Ou seja, uma qualquer sequncia de palavras no Pensamos, no entanto, que esta distino se faz apenas por razes de
constitui forosamente uma frase. sistematizao e de estruturao de trabalho, j que Mira Mateus no
hesita em agrupar coeso e coerncia como caractersticas de uma s
Para que uma sequncia de morfemas seja admitida como frase, torna- propriedade indispensvel para que qualquer manifestao lingustica se
se necessrio que respeite uma certa ordem combinatria, ou seja, transforme num texto: a conetividade.
preciso que essa sequncia seja construda tendo em conta o sistema da
lngua. Para Charolles no pertinente, do ponto de vista tcnico, estabelecer
uma distino entre coeso e coerncia textuais, uma vez que se torna
Tal como um qualquer conjunto de palavras no forma uma frase, tam- difcil separar as regras que orientam a formao textual das regras que
bm um qualquer conjunto de frases no forma, forosamente, um texto. orientam a formao do discurso.
Precisando um pouco mais, um texto, ou discurso, um objeto materia- Alm disso, para este autor, as regras que orientam a micro-coerncia
lizado numa dada lngua natural, produzido numa situao concreta e so as mesmas que orientam a macro-coerncia textual. Efetivamente,
pressupondo os participantes locutor e alocutrio, fabricado pelo locutor quando se elabora um resumo de um texto obedece-se s mesmas regras
atravs de uma seleo feita sobre tudo o que dizvel por esse locutor, de coerncia que foram usadas para a construo do texto original.
numa determinada situao, a um determinado alocutrio.
Assim, para Charolles, micro-estrutura textual diz respeito s relaes
Assim, materialidade lingustica, isto , a lngua natural em uso, os c- de coerncia que se estabelecem entre as frases de uma sequncia textual,
digos simblicos, os processos cognitivos e as pressuposies do locutor enquanto que macro-estrutura textual diz respeito s relaes de coerncia
sobre o saber que ele e o alocutrio partilham acerca do mundo so ingre- existentes entre as vrias sequncias textuais. Por exemplo:
dientes indispensveis ao objeto texto. Sequncia 1: O Antnio partiu para Lisboa. Ele deixou o escritrio
mais cedo para apanhar o comboio das quatro horas.
Podemos assim dizer que existe um sistema de regras interiorizadas Sequncia 2: Em Lisboa, o Antnio ir encontrar-se com ami-
por todos os membros de uma comunidade lingustica. Este sistema de gos.Vai trabalhar com eles num projeto de uma nova companhia
regras de base constitui a competncia textual dos sujeitos, competncia de teatro.
essa que uma gramtica do texto se prope modelizar.
Como micro-estruturas temos a sequncia 1 ou a sequncia 2, enquan-
Uma tal gramtica fornece, dentro de um quadro formal, determinadas to que o conjunto das duas sequncias forma uma macro-estrutura.
regras para a boa formao textual. Destas regras podemos fazer derivar
certos julgamentos de coerncia textual. Vamos agora abordar os princpios de coerncia textual3:
1. Princpio da Recorrncia4: para que um texto seja coerente, torna-se
Quanto ao julgamento, efetuado pelos professores, sobre a coerncia necessrio que comporte, no seu desenvolvimento linear, elementos de
nos textos dos seus alunos, os trabalhos de investigao concluem que as recorrncia restrita.
intervenes do professor a nvel de incorrees detectadas na estrutura da
frase so precisamente localizadas e assinaladas com marcas convencio- Para assegurar essa recorrncia a lngua dispe de vrios recursos:
nais; so designadas com recurso a expresses tcnicas (construo, - pronominalizaes,
conjugao) e fornecem pretexto para pr em prtica exerccios de corre- - expresses definidas,
o, tendo em conta uma eliminao duradoura das incorrees observa- - substituies lexicais,
das. - retomas de inferncias.
Pelo contrrio, as intervenes dos professores no quadro das incorre- Todos estes recursos permitem juntar uma frase ou uma sequncia a
es a nvel da estrutura do texto, permite-nos concluir que essas incorre- uma outra que se encontre prxima em termos de estrutura de texto, reto-
es no so designadas atravs de vocabulrio tcnico, traduzindo, na mando num elemento de uma sequncia um elemento presente numa
maior parte das vezes, uma impresso global da leitura (incompreensvel; sequncia anterior:
no quer dizer nada).
a)-Pronominalizaes: a utilizao de um pronome torna possvel a re-
Para alm disso, verificam-se prticas de correo algo brutais (refazer; petio, distncia, de um sintagma ou at de uma frase inteira.
reformular) sendo, poucas vezes, acompanhadas de exerccios de recupe-
rao. O caso mais frequente o da anfora, em que o referente antecipa o
pronome.
Esta situao pedagogicamente penosa, uma vez que se o professor Ex.: Uma senhora foi assassinada ontem. Ela foi encontrada estrangu-
desconhece um determinado quadro normativo, encontra-se reduzido a lada no seu quarto.
fazer respeitar uma ordem sobre a qual no tem nenhum controle.
No caso mais raro da catfora, o pronome antecipa o seu referente.
Antes de passarmos apresentao e ao estudo dos quatro princpios Ex.: Deixe-me confessar-lhe isto: este crime impressionou-me. Ou ain-
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da: No me importo de o confessar: este crime impressionou-me. que Picasso e o autor da referida pea sejam a mesma pessoa, uma vez
que sabemos que no foi Picasso mas Stravinski que comps a referida
Teremos, no entanto, que ter cuidado com a utilizao da catfora, pa- pea.
ra nos precavermos de enunciados como este:
Ele sabe muito bem que o Joo no vai estar de acordo com o Antnio. Neste caso, mais do que o conhecimento normativo terico, ou lexico-
enciclopdico, so importantes o conhecimento e as convices dos parti-
Num enunciado como este, no h qualquer possibilidade de identificar cipantes no ato de comunicao, sendo assim impossvel traar uma fron-
ele com Antnio. Assim, existe apenas uma possibilidade de interpretao: teira entre a semntica e a pragmtica.
ele dir respeito a um sujeito que no ser nem o Joo nem o Antnio, mas
que far parte do conhecimento simultneo do emissor e do receptor. H tambm que ter em conta que a substituio lexical se pode efetuar
por
Para que tal acontea, torna-se necessrio reformular esse enunciado: - Sinonmia-seleo de expresses lingusticas que tenham a maior
O Antnio sabe muito bem que o Joo no vai estar de acordo com ele. parte dos traos semnticos idntica: A criana caiu. O mido nun-
ca mais aprende a cair!
As situaes de ambiguidade referencial so frequentes nos textos dos - Antonmia-seleo de expresses lingusticas que tenham a maior
alunos. parte dos traos semnticos oposta: Disseste a verdade? Isso
Ex.: O Pedro e o meu irmo banhavam-se num rio. cheira-me a mentira!
Um homem estava tambm a banhar-se. - Hiperonmia-a primeira expresso mantm com a segunda uma re-
Como ele sabia nadar, ensinou-o. lao classe-elemento: Gosto imenso de marisco. Ento lagosta,
adoro!
Neste enunciado, mesmo sem haver uma ruptura na continuidade se- - Hiponmia- a primeira expresso mantm com a segunda uma re-
quencial, existem disfunes que introduzem zonas de incerteza no texto: lao elemento-classe: O gato arranhou-te? O que esperavas de
ele sabia nadar(quem?), um felino?
ele ensinou-o (quem?; a quem?)
d)-Retomas de Inferncias: neste caso, a relao feita com base em
b)-Expresses Definidas: tal como as pronominalizaes, as expres- contedos semnticos no manifestados, ao contrrio do que se passava
ses definidas permitem relembrar nominalmente ou virtualmente um com os processos de recorrncia anteriormente tratados.
elemento de uma frase numa outra frase ou at numa outra sequncia
textual. Vejamos:
Ex.: O meu tio tem dois gatos. Todos os dias caminhamos no jardim. P - A Maria comeu a bolacha?
Os gatos vo sempre conosco. R1 - No, ela deixou-a cair no cho.
R2 - No, ela comeu um morango.
Os alunos parecem dominar bem esta regra. No entanto, os problemas R3 - No, ela despenteou-se.
aparecem quando o nome que se repete imediatamente vizinho daquele
que o precede. As sequncias P+R1 e P+R2 parecem, desde logo, mais coerentes do
Ex.: A Margarida comprou um vestido. O vestido colorido e muito ele- que a sequncia P+R3.
gante.
No entanto, todas as sequncias so asseguradas pela repetio do
Neste caso, o problema resolve-se com a aplicao de deticos contex- pronome na 3 pessoa.
tuais.
Ex.: A Margarida comprou um vestido. Ele colorido e muito elegante. Podemos afirmar, neste caso, que a repetio do pronome no sufi-
ciente para garantir coerncia a uma sequncia textual.
Pode tambm resolver-se a situao virtualmente utilizando a elipse.
Ex.: A Margarida comprou um vestido. colorido e muito elegante. Ou Assim, a diferena de avaliao que fazemos ao analisar as vrias hi-
ainda: pteses de respostas que vimos anteriormente sustenta-se no fato de R1 e
A Margarida comprou um vestido que colorido e muito elegante. R2 retomarem inferncias presentes em P:
- aconteceu alguma coisa bolacha da Maria,
c)-Substituies Lexicais: o uso de expresses definidas e de deticos - a Maria comeu qualquer coisa.
contextuais muitas vezes acompanhado de substituies lexicais. Este
processo evita as repeties de lexemas, permitindo uma retoma do ele- J R3 no retoma nenhuma inferncia potencialmente dedutvel de P.
mento lingustico.
Ex.: Deu-se um crime, em Lisboa, ontem noite: estrangularam uma Conclui-se, ento, que a retoma de inferncias ou de pressuposies
senhora. Este assassinato odioso. garante uma fortificao da coerncia textual.
Tambm neste caso, surgem algumas regras que se torna necessrio Quando analisamos certos exerccios de prolongamento de texto (con-
respeitar. Por exemplo, o termo mais genrico no pode preceder o seu tinuar a estruturao de um texto a partir de um incio dado) os alunos so
representante mais especfico. levados a veicular certas informaes pressupostas pelos professores.
Ex.: O piloto alemo venceu ontem o grande prmio da Alemanha.
Schumacher festejou euforicamente junto da sua equipe. Por exemplo, quando se apresenta um incio de um texto do tipo: Trs
crianas passeiam num bosque. Elas brincam aos detetives. Que vo eles
Se se inverterem os substantivos, a relao entre os elementos lingus- fazer?
ticos torna-se mais clara, favorecendo a coerncia textual. Assim, Schuma-
cher, como termo mais especfico, deveria preceder o piloto alemo. A interrogao final permite-nos pressupor que as crianas vo real-
mente fazer qualquer coisa.
No entanto, a substituio de um lexema acompanhado por um deter-
minante, pode no ser suficiente para estabelecer uma coerncia restrita. Um aluno que ignore isso e que narre que os pssaros cantavam en-
Atentemos no seguinte exemplo: quanto as folhas eram levadas pelo vento, ser punido por ter apresentado
uma narrao incoerente, tendo em conta a questo apresentada.
Picasso morreu h alguns anos. O autor da "Sagrao da Primavera"
doou toda a sua coleo particular ao Museu de Barcelona. No entanto, um professor ter que ter em conta que essas inferncias
ou essas pressuposies se relacionam mais com o conhecimento do
A presena do determinante definido no suficiente para considerar mundo do que com os elementos lingusticos propriamente ditos.
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uma vez que, como se pode ver, basta remeter o verbo colecionar para o
Assim, as dificuldades que os alunos apresentam neste tipo de exerc- pretrito para suprimir as contradies.
cios, esto muitas vezes relacionadas com um conhecimento de um mundo
ao qual eles no tiveram acesso. Por exemplo, ser difcil a um aluno As contradies pressuposicionais so em tudo comparveis s infe-
recriar o quotidiano de um multi-milionrio,senhor de um grande imprio renciais, com a exceo de que no caso das pressuposicionais um conte-
industrial, que vive numa luxuosa vila. do pressuposto que se encontra contradito.
Ex.: O Jlio ignora que a sua mulher o engana. A sua esposa -lhe per-
2.Princpio da Progresso: para que um texto seja coerente, torna-se feitamente fiel.
necessrio que o seu desenvolvimento se faa acompanhar de uma infor-
mao semntica constantemente renovada. Na segunda frase, afirma-se a inegvel fidelidade da mulher de Jlio,
enquanto a primeira pressupe o inverso.
Este segundo princpio completa o primeiro, uma vez que estipula que
um texto, para ser coerente, no se deve contentar com uma repetio frequente, nestes casos, que o emissor recupere a contradio pre-
constante da prpria matria. sente com a ajuda de conectores do tipo mas, entretanto, contudo, no
entanto, todavia, que assinalam que o emissor se apercebe dessa contradi-
Alguns textos dos alunos contrariam esta regra. Por exemplo: O ferreiro o, assume-a, anula-a e toma partido dela.
estava vestido com umas calas pretas, um chapu claro e uma vestimenta Ex.: O Joo detesta viajar. No entanto, est entusiasmado com a parti-
preta. Tinha ao p de si uma bigorna e batia com fora na bigorna. Todos da para Itlia, uma vez que sempre sonhou visitar Florena.
os gestos que fazia consistiam em bater com o martelo na bigorna. A
bigorna onde batia com o martelo era achatada em cima e pontiaguda em 4.Princpio da Relao: para que um texto seja coerente, torna-se ne-
baixo e batia com o martelo na bigorna. cessrio que denote, no seu mundo de representao, fatos que se apre-
sentem diretamente relacionados.
Se tivermos em conta apenas o princpio da recorrncia, este texto no
ser incoerente, ser at coerente demais. Ou seja, este princpio enuncia que para uma sequncia ser admitida
como coerente, ter de apresentar aes, estados ou eventos que sejam
No entanto, segundo o princpio da progresso, a produo de um tex- congruentes com o tipo de mundo representado nesse texto.
to coerente pressupe que se realize um equilbrio cuidado entre continui-
dade temtica e progresso semntica. Assim, se tivermos em conta as trs frases seguintes
1 - A Silvia foi estudar.
Torna-se assim necessrio dominar, simultaneamente, estes dois prin- 2 - A Silvia vai fazer um exame.
cpios (recorrncia e progresso) uma vez que a abordagem da informao 3 - O circuito de Adelaide agradou aos pilotos de Frmula 1.
no se pode processar de qualquer maneira.
A sequncia formada por 1+2 surge-nos, desde logo, como sendo mais
Assim, um texto ser coerente se a ordem linear das sequncias congruente do que as sequncias 1+3 ou 2+3.
acompanhar a ordenao temporal dos fatos descritos.
Ex.: Cheguei, vi e venci.(e no Vi, venci e cheguei). Nos discursos naturais, as relaes de relevncia factual so, na maior
parte dos casos, manifestadas por conectores que as explicitam semanti-
O texto ser coerente desde que reconheamos, na ordenao das su- camente.
as sequncias, uma ordenao de causa-consequncia entre os estados de Ex.: A Silvia foi estudar porque vai fazer um exame. Ou tambm: A Sil-
coisas descritos. via vai fazer um exame portanto foi estudar.
Ex.: Houve seca porque no choveu. (e no Houve seca porque cho- A impossibilidade de ligar duas frases por meio de conectores constitui
veu). um bom teste para descobrir uma incongruncia.
Ex.: A Silvia foi estudar logo o circuito de Adelaide agradou aos pilotos
Teremos ainda que ter em conta que a ordem de percepo dos esta- de Frmula 1.
dos de coisas descritos pode condicionar a ordem linear das sequncias
textuais. O conhecimento destes princpios de coerncia, por parte dos profes-
Ex.: A praa era enorme. No meio, havia uma coluna; volta, rvores e sores, permite uma nova apreciao dos textos produzidos pelos alunos,
canteiros com flores. garantindo uma melhor correo dos seus trabalhos, evitando encontrar
incoerncias em textos perfeitamente coerentes, bem como permite a
Neste caso, notamos que a percepo se dirige do geral para o particu- dinamizao de estratgias de correo.
lar.
3.Princpio da No- Contradio: para que um texto seja coerente, tor- Teremos que ter em conta que para um leitor que nada saiba de cen-
na-se necessrio que o seu desenvolvimento no introduza nenhum ele- trais termo-nucleares nada lhe parecer mais incoerente do que um tratado
mento semntico que contradiga um contedo apresentado ou pressuposto tcnico sobre centrais termo-nucleares.
por uma ocorrncia anterior ou dedutvel por inferncia.
No entanto, os leitores quase nunca consideram os textos incoerentes.
Ou seja, este princpio estipula simplesmente que inadmissvel que Pelo contrrio, os receptores do ao emissor o crdito da coerncia, admi-
uma mesma proposio seja conjuntamente verdadeira e no verdadeira. tindo que o emissor ter razes para apresentar os textos daquela maneira.
Vamos, seguidamente, preocupar-nos, sobretudo, com o caso das con- Assim, o leitor vai esforar-se na procura de um fio condutor de pen-
tradies inferenciais e pressuposicionais. samento que conduza a uma estrutura coerente.
Existe contradio inferencial quando a partir de uma proposio po- Tudo isto para dizer que deve existir nos nossos sistemas de pensa-
demos deduzir uma outra que contradiz um contedo semntico apresenta- mento e de linguagem uma espcie de princpio de coerncia verbal (com-
do ou dedutvel. parvel com o princpio de cooperao de Grice8 estipulando que, seja qual
Ex.: A minha tia viva. O seu marido coleciona relgios de bolso. for o discurso, ele deve apresentar forosamente uma coerncia prpria,
uma vez que concebido por um esprito que no incoerente por si
As inferncias que autorizam viva no s no so retomadas na se- mesmo.
gunda frase, como so perfeitamente contraditas por essa mesma frase.
justamente tendo isto em conta que devemos ler, avaliar e corrigir os
O efeito da incoerncia resulta de incompatibilidades semnticas pro- textos dos nossos alunos.
fundas s quais temos de acrescentar algumas consideraes temporais,
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APOSTILAS OPO
1. Coerncia: Izidoro Andrade (7) conhecido na regio (8) como um dos maiores
Produzimos textos porque pretendemos informar, divertir, explicar, con- compradores de cabeas de gado do Sul (8) do pas. Mrcio Ribeiro (5) era
vencer, discordar, ordenar, ou seja, o texto uma unidade de significado um dos scios do Frigorfico Navira, empresa proprietria do bimotor (1).
produzida sempre com uma determinada inteno. Assim como a frase no Isidoro Andrade (7) havia alugado o avio (1) Rockwell Aero Commander
uma simples sucesso de palavras, o texto tambm no uma simples 691, prefixo PTI-EE, para (7) vir a So Paulo assistir ao velrio do filho (7)
sucesso de frases, mas um todo organizado capaz de estabelecer contato Srgio Ricardo de Andrade (8), de 32 anos, que (8) morreu ao reagir a um
com nossos interlocutores, influindo sobre eles. Quando isso ocorre, temos assalto e ser baleado na noite de sexta-feira.
um texto em que h coerncia.
O avio (1) deixou Maring s 7 horas de sbado e pousou no aeropor-
A coerncia resultante da no-contradio entre os diversos segmen- to de Congonhas s 8h27. Na volta, o bimotor (1) decolou para Maring s
tos textuais que devem estar encadeados logicamente. Cada segmento 21h20 e, minutos depois, caiu na altura do nmero 375 da Rua Andaquara,
textual pressuposto do segmento seguinte, que por sua vez ser pressu- uma espcie de vila fechada, prxima avenida Nossa Senhora do Sabar,
posto para o que lhe estender, formando assim uma cadeia em que todos uma das avenidas mais movimentadas da Zona Sul de So Paulo. Ainda
eles estejam concatenados harmonicamente. Quando h quebra nessa no se conhece as causas do acidente (2). O avio (1) no tinha caixa
concatenao, ou quando um segmento atual est em contradio com um preta e a torre de controle tambm no tem informaes. O laudo tcnico
anterior, perde-se a coerncia textual. demora no mnimo 60 dias para ser concludo.
A coerncia tambm resultante da adequao do que se diz ao con- Segundo testemunhas, o bimotor (1) j estava em chamas antes de
texto extra verbal, ou seja, quilo o que o texto faz referncia, que precisa cair em cima de quatro casas (9). Trs pessoas (10) que estavam nas
ser conhecido pelo receptor. casas (9) atingidas pelo avio (1) ficaram feridas. Elas (10) no sofreram
ferimentos graves. (10) Apenas escoriaes e queimaduras. Eldia Fiorezzi,
Ao ler uma frase como "No vero passado, quando estivemos na capi- de 62 anos, Natan Fiorezzi, de 6, e Josana Fiorezzi foram socorridos no
tal do Cear Fortaleza, no pudemos aproveitar a praia, pois o frio era tanto Pronto Socorro de Santa Ceclia.
que chegou a nevar", percebemos que ela incoerente em decorrncia da
incompatibilidade entre um conhecimento prvio que temos da realizada Vejamos, por exemplo, o elemento (1), referente ao avio envolvido no
com o que se relata. Sabemos que, considerando uma realidade "normal", acidente. Ele foi retomado nove vezes durante o texto. Isso necessrio
em Fortaleza no neva (ainda mais no vero!). clareza e compreenso do texto. A memria do leitor deve ser reavivada
a cada instante. Se, por exemplo, o avio fosse citado uma vez no primeiro
Claro que, inserido numa narrativa ficcional fantstica, o exemplo acima pargrafo e fosse retomado somente uma vez, no ltimo, talvez a clareza
poderia fazer sentido, dando coerncia ao texto - nesse caso, o contexto da matria fosse comprometida.
seria a "anormalidade" e prevaleceria a coerncia interna da narrativa.
E como retomar os elementos do texto? Podemos enumerar alguns
No caso de apresentar uma inadequao entre o que informa e a reali- mecanismos:
dade "normal" pr-conhecida, para guardar a coerncia o texto deve apre-
sentar elementos lingusticos instruindo o receptor acerca dessa anormali- a) REPETIO: o elemento (1) foi repetido diversas vezes durante o
dade. texto. Pode perceber que a palavra avio foi bastante usada, principalmente
por ele ter sido o veculo envolvido no acidente, que a notcia propriamen-
Uma afirmao como "Foi um verdadeiro milagre! O menino caiu do te dita. A repetio um dos principais elementos de coeso do texto
dcimo andar e no sofreu nenhum arranho." coerente, na medida que a jornalstico fatual, que, por sua natureza, deve dispensar a releitura por
frase inicial ("Foi um verdadeiro milagre") instrui o leitor para a anormalida- parte do receptor (o leitor, no caso). A repetio pode ser considerada a
de do fato narrado. mais explcita ferramenta de coeso. Na dissertao cobrada pelos vestibu-
lares, obviamente deve ser usada com parcimnia, uma vez que um nme-
2. Coeso: ro elevado de repeties pode levar o leitor exausto.
A redao deve primar, como se sabe, pela clareza, objetividade, coe-
rncia e coeso. E a coeso, como o prprio nome diz (coeso significa b) REPETIO PARCIAL: na retomada de nomes de pessoas, a repe-
ligado), a propriedade que os elementos textuais tm de estar interliga- tio parcial o mais comum mecanismo coesivo do texto jornalstico.
dos. De um fazer referncia ao outro. Do sentido de um depender da rela- Costuma-se, uma vez citado o nome completo de um entrevistado - ou da
o com o outro. Preste ateno a este texto, observando como as palavras vtima de um acidente, como se observa com o elemento (7), na ltima
se comunicam, como dependem uma das outras. linha do segundo pargrafo e na primeira linha do terceiro -, repetir somente
o(s) seu(s) sobrenome(s). Quando os nomes em questo so de celebrida-
SO PAULO: OITO PESSOAS MORREM EM QUEDA DE AVIO des (polticos, artistas, escritores, etc.), de praxe, durante o texto, utilizar
Das Agncias a nominalizao por meio da qual so conhecidas pelo pblico. Exemplos:
Nedson (para o prefeito de Londrina, Nedson Micheletti); Farage (para o
Cinco passageiros de uma mesma famlia, de Maring, dois tripulantes candidato prefeitura de Londrina em 2000 Farage Khouri); etc. Nomes
e uma mulher que viu o avio cair morreram femininos costumam ser retomados pelo primeiro nome, a no ser nos
casos em que o sobrenomes sejam, no contexto da matria, mais relevan-
Oito pessoas morreram (cinco passageiros de uma mesma famlia e tes e as identifiquem com mais propriedade.
dois tripulantes, alm de uma mulher que teve ataque cardaco) na queda
de um avio (1) bimotor Aero Commander, da empresa J. Caetano, da c) ELIPSE: a omisso de um termo que pode ser facilmente deduzido
cidade de Maring (PR). O avio (1) prefixo PTI-EE caiu sobre quatro pelo contexto da matria. Veja-se o seguinte exemplo: Estavam no avio
sobrados da Rua Andaquara, no bairro de Jardim Marajoara, Zona Sul de (1) o empresrio Silvio Name Jnior (4), de 33 anos, que foi candidato a
So Paulo, por volta das 21h40 de sbado. O impacto (2) ainda atingiu prefeito de Maring nas ltimas eleies; o piloto (1) Jos Traspadini (4), de
mais trs residncias. 64 anos; o co-piloto (1) Geraldo Antnio da Silva Jnior, de 38. Perceba
que no foi necessrio repetir-se a palavra avio logo aps as palavras
Estavam no avio (1) o empresrio Silvio Name Jnior (4), de 33 anos, piloto e co-piloto. Numa matria que trata de um acidente de avio, obvia-
que foi candidato a prefeito de Maring nas ltimas eleies (leia reporta- mente o piloto ser de avies; o leitor no poderia pensar que se tratasse
gem nesta pgina); o piloto (1) Jos Traspadini (4), de 64 anos; o co-piloto de um piloto de automveis, por exemplo. No ltimo pargrafo ocorre outro
(1) Geraldo Antnio da Silva Jnior, de 38; o sogro de Name Jnior (4), exemplo de elipse: Trs pessoas (10) que estavam nas casas (9) atingidas
Mrcio Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4) filhos Mrcio Rocha Ribeiro pelo avio (1) ficaram feridas. Elas (10) no sofreram ferimentos graves.
Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela (6), (10) Apenas escoriaes e queimaduras. Note que o (10) em negrito, antes
Joo Izidoro de Andrade (7), de 53 anos. de Apenas, uma omisso de um elemento j citado: Trs pessoas. Na
verdade, foi omitido, ainda, o verbo: (As trs pessoas sofreram) Apenas
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escoriaes e queimaduras. as de gado do Sul (8) do pas. Mrcio Ribeiro (5) era um dos scios do
Frigorfico Navira, empresa proprietria do bimotor (1). A palavra regio
d) SUBSTITUIES: uma das mais ricas maneiras de se retomar um serve como elemento classificador de Sul (A palavra Sul indica uma regio
elemento j citado ou de se referir a outro que ainda vai ser mencionado a do pas), que s citada na linha seguinte.
substituio, que o mecanismo pelo qual se usa uma palavra (ou grupo
de palavras) no lugar de outra palavra (ou grupo de palavras). Confira os Conexo:
principais elementos de substituio: Alm da constante referncia entre palavras do texto, observa-se na
coeso a propriedade de unir termos e oraes por meio de conectivos, que
Pronomes: a funo gramatical do pronome justamente substituir ou so representados, na Gramtica, por inmeras palavras e expresses. A
acompanhar um nome. Ele pode, ainda, retomar toda uma frase ou toda a escolha errada desses conectivos pode ocasionar a deturpao do sentido
ideia contida em um pargrafo ou no texto todo. Na matria-exemplo, so do texto. Abaixo, uma lista dos principais elementos conectivos, agrupados
ntidos alguns casos de substituio pronominal: o sogro de Name Jnior pelo sentido. Baseamo-nos no autor Othon Moacyr Garcia (Comunicao
(4), Mrcio Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4) filhos Mrcio Rocha em Prosa Moderna).
Ribeiro Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela
(6), Joo Izidoro de Andrade (7), de 53 anos. O pronome possessivo seus Prioridade, relevncia: em primeiro lugar, antes de mais nada, antes
retoma Name Jnior (os filhos de Name Jnior...); o pronome pessoal ela, de tudo, em princpio, primeiramente, acima de tudo, precipuamente, princi-
contrado com a preposio de na forma dela, retoma Gabriela Gimenes palmente, primordialmente, sobretudo, a priori (itlico), a posteriori (itlico).
Ribeiro (e o marido de Gabriela...). No ltimo pargrafo, o pronome pessoal
elas retoma as trs pessoas que estavam nas casas atingidas pelo avio: Tempo (frequncia, durao, ordem, sucesso, anterioridade, posterio-
Elas (10) no sofreram ferimentos graves. ridade): ento, enfim, logo, logo depois, imediatamente, logo aps, a princ-
pio, no momento em que, pouco antes, pouco depois, anteriormente, poste-
Eptetos: so palavras ou grupos de palavras que, ao mesmo tempo riormente, em seguida, afinal, por fim, finalmente agora atualmente, hoje,
que se referem a um elemento do texto, qualificam-no. Essa qualificao frequentemente, constantemente s vezes, eventualmente, por vezes,
pode ser conhecida ou no pelo leitor. Caso no seja, deve ser introduzida ocasionalmente, sempre, raramente, no raro, ao mesmo tempo, simulta-
de modo que fique fcil a sua relao com o elemento qualificado. neamente, nesse nterim, nesse meio tempo, nesse hiato, enquanto, quan-
do, antes que, depois que, logo que, sempre que, assim que, desde que,
Exemplos: todas as vezes que, cada vez que, apenas, j, mal, nem bem.
a) (...) foram elogiadas pelo por Fernando Henrique Cardoso. O pre-
sidente, que voltou h dois dias de Cuba, entregou-lhes um certifi- Semelhana, comparao, conformidade: igualmente, da mesma
cado... (o epteto presidente retoma Fernando Henrique Cardoso; forma, assim tambm, do mesmo modo, similarmente, semelhantemente,
poder-se-ia usar, como exemplo, socilogo); analogamente, por analogia, de maneira idntica, de conformidade com, de
b) Edson Arantes de Nascimento gostou do desempenho do Brasil. acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de vista, tal qual,
Para o ex-Ministro dos Esportes, a seleo... (o epteto ex-Ministro tanto quanto, como, assim como, como se, bem como.
dos Esportes retoma Edson Arantes do Nascimento; poder-se-iam,
por exemplo, usar as formas jogador do sculo, nmero um do Condio, hiptese: se, caso, eventualmente.
mundo, etc.
Adio, continuao: alm disso, demais, ademais, outrossim, ainda
Sinnimos ou quase sinnimos: palavras com o mesmo sentido (ou mais, ainda cima, por outro lado, tambm, e, nem, no s ... mas tambm,
muito parecido) dos elementos a serem retomados. Exemplo: O prdio foi no s... como tambm, no apenas ... como tambm, no s ... bem
demolido s 15h. Muitos curiosos se aglomeraram ao redor do edifcio, para como, com, ou (quando no for excludente).
conferir o espetculo (edifcio retoma prdio. Ambos so sinnimos).
Dvida: talvez provavelmente, possivelmente, qui, quem sabe,
Nomes deverbais: so derivados de verbos e retomam a ao expres- provvel, no certo, se que.
sa por eles. Servem, ainda, como um resumo dos argumentos j utilizados.
Exemplos: Uma fila de centenas de veculos paralisou o trnsito da Avenida Certeza, nfase: decerto, por certo, certamente, indubitavelmente, in-
Higienpolis, como sinal de protesto contra o aumentos dos impostos. A questionavelmente, sem dvida, inegavelmente, com toda a certeza.
paralisao foi a maneira encontrada... (paralisao, que deriva de parali-
sar, retoma a ao de centenas de veculos de paralisar o trnsito da Surpresa, imprevisto: inesperadamente, inopinadamente, de sbito,
Avenida Higienpolis). O impacto (2) ainda atingiu mais trs residncias (o subitamente, de repente, imprevistamente, surpreendentemente.
nome impacto retoma e resume o acidente de avio noticiado na matria-
exemplo) Ilustrao, esclarecimento: por exemplo, s para ilustrar, s para
exemplificar, isto , quer dizer, em outras palavras, ou por outra, a saber,
Elementos classificadores e categorizadores: referem-se a um ele- ou seja, alis.
mento (palavra ou grupo de palavras) j mencionado ou no por meio de
uma classe ou categoria a que esse elemento pertena: Uma fila de cente- Propsito, inteno, finalidade: com o fim de, a fim de, com o prop-
nas de veculos paralisou o trnsito da Avenida Higienpolis. O protesto foi sito de, com a finalidade de, com o intuito de, para que, a fim de que, para.
a maneira encontrada... (protesto retoma toda a ideia anterior - da paralisa-
o -, categorizando-a como um protesto); Quatro ces foram encontrados Lugar, proximidade, distncia: perto de, prximo a ou de, junto a ou de,
ao lado do corpo. Ao se aproximarem, os peritos enfrentaram a reao dos dentro, fora, mais adiante, aqui, alm, acol, l, ali, este, esta, isto, esse, essa,
animais (animais retoma ces, indicando uma das possveis classificaes isso, aquele, aquela, aquilo, ante, a.
que se podem atribuir a eles).
Resumo, recapitulao, concluso: em suma, em sntese, em conclu-
Advrbios: palavras que exprimem circunstncias, principalmente as so, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, desse
de lugar: Em So Paulo, no houve problemas. L, os operrios no aderi- modo, logo, pois (entre vrgulas), dessarte, destarte, assim sendo.
ram... (o advrbio de lugar l retoma So Paulo). Exemplos de advrbios
que comumente funcionam como elementos referenciais, isto , como Causa e consequncia. Explicao: por consequncia, por conseguin-
elementos que se referem a outros do texto: a, aqui, ali, onde, l, etc. te, como resultado, por isso, por causa de, em virtude de, assim, de fato, com
efeito, to (tanto, tamanho) ... que, porque, porquanto, pois, j que, uma vez
Observao: mais frequente a referncia a elementos j citados no que, visto que, como (= porque), portanto, logo, que (= porque), de tal sorte
texto. Porm, muito comum a utilizao de palavras e expresses que se que, de tal forma que, haja vista.
refiram a elementos que ainda sero utilizados. Exemplo: Izidoro Andrade
(7) conhecido na regio (8) como um dos maiores compradores de cabe- Contraste, oposio, restrio, ressalva: pelo contrrio, em contraste
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com, salvo, exceto, menos, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto, Nos pargrafos narrativos, h o predomnio dos verbos de ao que se
embora, apesar de, ainda que, mesmo que, posto que, posto, conquanto, se referem as personagens, alm de indicaes de circunstncias relativas ao
bem que, por mais que, por menos que, s que, ao passo que. fato: onde ele ocorreu, quando ocorreu, por que ocorreu, etc.
Ideias alternativas: Ou, ou... ou, quer... quer, ora... ora. O que falamos acima se aplica ao pargrafo narrativo propriamente di-
to, ou seja, aquele que relata um fato.
Nveis De Significado Dos Textos: Nas narraes existem tambm pargrafos que servem para reproduzir
Significado Implcito E Explcito as falas dos personagens. No caso do discurso direto (em geral antecedido
Informaes explcitas e implcitas por dois-pontos e introduzido por travesso), cada fala de um personagem
deve corresponder a um pargrafo para que essa fala no se confunda com
Faz parte da coerncia, trata-se da inferncia, que ocorre porque tudo a do narrador ou com a de outro personagem.
que voc produz como mensagem maior do que est escrito, a soma
do implcito mais o explcito e que existem em todos os textos. Pargrafo Descritivo:
Em um texto existem dois tipos de informaes implcitas, o pressu- A ideia central do pargrafo descritivo um quadro, ou seja, um frag-
posto e o subentendido. mento daquilo que est sendo descrito (uma pessoa, uma paisagem, um
ambiente, etc.), visto sob determinada perspectiva, num determinado
O pressuposto a informao que pode ser compreendida por uma momento. Alterado esse quadro, teremos novo pargrafo.
palavra ou frase dentro do prprio texto, faz o receptor aceitar vrias ideias
do emissor. O pargrafo descritivo vai apresentar as mesmas caractersticas da
descrio: predomnio de verbos de ligao, emprego de adjetivos que
O subentendido gera confuso, pois se trata de uma insinuao, no caracterizam o que est sendo descrito, ocorrncia de oraes justapostas
sendo possvel afirmar com convico. ou coordenadas.
A diferena entre ambos que o pressuposto responsvel pelo emissor e A estruturao do pargrafo:
a informao j est no enunciado, j no subentendido o receptor tira suas
prprias concluses. Prof Gracielle O pargrafo-padro uma unidade de composio constituda por um
ou mais de um perodo, em que se desenvolve determinada ideia central,
ou nuclear, a que se agregam outras, secundrias, intimamente relaciona-
Pargrafo: das pelo sentido e logicamente decorrentes dela.
Os textos so estruturados geralmente em unidades menores, os pa- O pargrafo indicado por um afastamento da margem esquerda da
rgrafos, identificados por um ligeiro afastamento de sua primeira linha em folha. Ele facilita ao escritor a tarefa de isolar e depois ajustar conveniente-
relao margem esquerda da folha. Possuem extenso variada: h par- mente as ideias principais de sua composio, permitindo ao leitor acom-
grafos longos e pargrafos curtos. O que vai determinar sua extenso a panhar-lhes o desenvolvimento nos seus diferentes estgios.
unidade temtica, j que cada ideia exposta no texto deve corresponder a O tamanho do pargrafo:
um pargrafo.
Os pargrafos so moldveis conforme o tipo de redao, o leitor e o
muito comum nos textos de natureza dissertativa, que trabalham com veculo de comunicao onde o texto vai ser divulgado. Em princpio, o
ideias e exigem maior rigor e objetividade na composio, que o pargrafo- pargrafo mais longo que o perodo e menor que uma pgina impressa no
padro apresente a seguinte estrutura: livro, e a regra geral para determinar o tamanho o bom senso.
a) introduo - tambm denominada tpico frasal, constituda de Pargrafos curtos: prprios para textos pequenos, fabricados para lei-
uma ou duas frases curtas, que expressam, de maneira sinttica, a ideia tores de pouca formao cultural. A notcia possui pargrafos curtos em
principal do pargrafo, definindo seu objetivo; colunas estreitas, j artigos e editoriais costumam ter pargrafos mais
b) desenvolvimento - corresponde a uma ampliao do tpico frasal, longos. Revistas populares, livros didticos destinados a alunos iniciantes,
com apresentao de ideias secundrias que o fundamentam ou esclare- geralmente, apresentam pargrafos curtos.
cem; Quando o pargrafo muito longo, o escritor deve dividi-lo em pargra-
c) concluso - nem sempre presente, especialmente nos pargrafos fos menores, seguindo critrio claro e definido. O pargrafo curto tambm
mais curtos e simples, a concluso retoma a ideia central, levando em empregado para movimentar o texto, no meio de longos pargrafos, ou
considerao os diversos aspectos selecionados no desenvolvimento. para enfatizar uma ideia.
Nas dissertaes, os pargrafos so estruturados a partir de uma ideia Pargrafos mdios: comuns em revistas e livros didticos destinados
que normalmente apresentada em sua introduo, desenvolvida e refor- a um leitor de nvel mdio (2 grau). Cada pargrafo mdio construdo com
ada por uma concluso. trs perodos que ocupam de 50 a 150 palavras. Em cada pgina de livro
cabem cerca de trs pargrafos mdios.
Os Pargrafos na Dissertao Escolar:
Pargrafos longos: em geral, as obras cientficas e acadmicas pos-
As dissertaes escolares, normalmente, costumam ser estruturadas suem longos pargrafos, por trs razes: os textos so grandes e conso-
em quatro ou cinco pargrafos (um pargrafo para a introduo, dois ou mem muitas pginas; as explicaes so complexas e exigem vrias ideias
trs para o desenvolvimento e um para a concluso). e especificaes, ocupando mais espao; os leitores possuem capacidade
claro que essa diviso no absoluta. Dependendo do tema propos- e flego para acompanh-los.
to e da abordagem que se d a ele, ela poder sofrer variaes. Mas A ordenao no desenvolvimento do pargrafo pode acontecer:
fundamental que voc perceba o seguinte: a diviso de um texto em par-
grafos (cada um correspondendo a uma determinada ideia que nele se a) por indicaes de espao: "... no muito longe do lito-
desenvolve) tem a funo de facilitar, para quem escreve, a estruturao ral...".Utilizam-se advrbios e locues adverbiais de lugar e certas locu-
coerente do texto e de possibilitar, a quem l, uma melhor compreenso do es prepositivas, e adjuntos adverbiais de lugar;
texto em sua totalidade. b) por tempo e espao: advrbios e locues adverbiais de tempo,
Pargrafo Narrativo: certas preposies e locues prepositivas, conjunes e locues conjun-
tivas e adjuntos adverbiais de tempo;
Nas narraes, a ideia central do pargrafo um incidente, isto , um
episdio curto. c) por enumerao: citao de caractersticas que vem normalmente
depois de dois pontos;
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d) por contrastes: estabelece comparaes, apresenta paralelos e qualquer professor que ouse interpelar o institudo, questionar os burocra-
evidencia diferenas; Conjunes adversativas, proporcionais e comparati- tas, ou pior ainda! manifestar ideias diferentes das de quem manda na
vas podem ser utilizadas nesta ordenao; escola, pondo em causa feudos e mandarinatos.
e) por causa-consequncia: conjunes e locues conjuntivas con- O vocbulo Grassa poderia ser substitudo, sem perda de sentido, por
clusivas, explicativas, causais e consecutivas;
(A) Propaga-se.
f) por explicitao: esclarece o assunto com conceitos esclarecedo-
res, elucidativos e justificativos dentro da ideia que construda. Pciconcur- (B) Dilui-se.
sos (C) Encontra-se.
Equivalncia e transformao de estruturas. (D) Esconde-se.
Refere-se ao estudo das relaes das palavras nas oraes e nos pe- (E) Extingue-se.
rodos. A palavra equivalncia corresponde a valor, natureza, ou funo;
relao de paridade. J o termo transformao pode ser entendido como http://www.professorvitorbarbosa.com/
uma funo que, aplicada sobre um termo (abstrato ou concreto), resulta
um novo termo, modificado (em sentido amplo) relativamente ao estado Discurso Direto.
original. Nessa compreenso ampla, o novo estado pode eventualmente
Discurso Indireto.
coincidir com o estado original. Normalmente, em concursos pblicos, as
relaes de transformao e equivalncia aparecem nas questes dotadas Discurso Indireto Livre
dos seguintes comandos: Celso Cunha
ORAO PRINCIPAL ORAO SUBORDINADA ADVERBIAL TEM- Mas o narrador e locutor podem confundir-se em casos como o das
PORAL narrativas memorialistas feitas na primeira pessoa. Assim, na fala de Rio-
baldo, o personagem-narrador do romance de Grande Serto: Veredas, de
Os professores de cursinhos ficam muito felizes / nos dias das provas.
Guimares Rosa.
SUJ VERBO PREDICATIVO ADJUNTO ADVERBIAL DE TEMPO Assaz o senhor sabe: a gente quer passar um rio a nado, e passa;
mas vai dar na outra banda num ponto muito mais embaixo, bem diverso
Apesar de classificados de formas diferentes, os termos indicados con- do que em primeiro se pensou. Viver nem no muito perigoso?
tinuam exercendo o papel de elementos adverbiais temporais.
Exemplo da prova! Ou, tambm, nestes versos de Augusto Meyer, em que o autor, lirica-
mente identificado com a natureza de sua terra, ouve na voz do Minuano o
FUNDAO UNIVERSA SESI SECRETRIO ESCOLAR (CDIGO convite que, na verdade, quem lhe faz a sua prpria alma:
203) Pgina 3 Ouo o meu grito gritar na voz do vento:
Grassa nessas escolas uma praga de pedagogos de gabinete, que - Mano Poeta, se enganche na minha garupa!
usam o legalismo no lugar da lei e que reinterpretam a lei de modo obtuso,
no intuito de que tudo fique igual ao que era antes. E, para que continue a Caractersticas do discurso direto
parecer necessrio o desempenho do cargo que ocupam, para que pare- 1. No plano formal, um enunciado em discurso direto marcado, ge-
am teis as suas circulares e relatrios, perseguem e caluniam todo e ralmente, pela presena de verbos do tipo dizer, afirmar, ponderar,
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sugerir, perguntar, indagar ou expresses sinnimas, que podem
introduzi-lo, arremat-lo ou nele se inserir: Transposio do discurso direto para o indireto
E Alexandre abriu a torneira: Do confronto destas duas frases:
- Meu pai, homem de boa famlia, possua fortuna grossa, como no - Guardo tudo o que meu neto escreve - dizia ela. (A.F. Schmidt)
ignoram. (Graciliano Ramos) Ela dizia que guardava tudo o que o seu neto escrevia.
Felizmente, ningum tinha morrido - diziam em redor. (Ceclia
Meirelles) Verifica-se que, ao passar-se de um tipo de relato para outro, certos
Os que no tm filhos so rfos s avessas, escreveu Machado elementos do enunciado se modificam, por acomodao ao novo molde
de Assis, creio que no Memorial de Aires. (A.F. Schmidt) sinttico.
Quando falta um desses verbos dicendi, cabe ao contexto e a re- a) Discurso direto enunciado 1 ou 2 pessoa.
cursos grficos - tais como os dois pontos, as aspas, o travesso e Exemplo: -Devia bastar, disse ela; eu no me atrevo a pedir
a mudana de linha - a funo de indicar a fala do personagem. mais.(M. de Assis)
o que observamos neste passo: Discurso indireto: enunciado em 3 pessoa:
Ao aviso da criada, a famlia tinha chegado janela. No avista- Ela disse que deveria bastar, que ela no se atrevia a pedir mais
ram o menino: b) Discurso direto: verbo enunciado no presente:
- Joozinho! - O major um filsofo, disse ele com malcia. (Lima Barreto)
Nada. Ser que ele voou mesmo? Discurso indireto: verbo enunciado no imperfeito:
2. No plano expressivo, a fora da narrao em discurso direto pro- Disse ele com malcia que o major era um filsofo.
vm essencialmente de sua capacidade de atualizar o episdio, fa- c) Discurso direto: verbo enunciado no pretrito perfeito:
zendo emergir da situao o personagem, tornando-o vivo para o - Caubi voltou, disse o guerreiro Tabajara.(Jos de Alencar)
ouvinte, maneira de uma cena teatral, em que o narrador desem- Discurso indireto: verbo enunciado no pretrito mais-que-perfeito:
penha a mera funo de indicador das falas. O guerreiro Tabajara disse que Caubi tinha voltado.
d) Discurso direto: verbo enunciado no futuro do presente:
Da ser esta forma de relatar preferencialmente adotada nos atos di- - Viro buscar V muito cedo? - perguntei.(A.F. Schmidt)
rios de comunicao e nos estilos literrios narrativos em que os autores Discurso indireto: verbo enunciado no futuro do pretrito:
pretendem representar diante dos que os lem a comdia humana, com a Perguntei se viriam buscar V. muito cedo
maior naturalidade possvel. (E. Zola) e) Discurso direto: verbo no modo imperativo:
- Segue a dana! , gritaram em volta. (A. Azevedo)
Discurso indireto Discurso indireto: verbo no modo subjuntivo:
1. Tomemos como exemplo esta frase de Machado de Assis: Gritaram em volta que seguisse a dana.
Elisirio confessou que estava com sono. f) Discurso direto: enunciado justaposto:
Ao contrrio do que observamos nos enunciados em discurso dire- O dia vai ficar triste, disse Caubi.
to, o narrador incorpora aqui, ao seu prprio falar, uma informao Discurso indireto: enunciado subordinado, geralmente introduzido
do personagem (Elisirio), contentando-se em transmitir ao leitor o pela integrante que:
seu contedo, sem nenhum respeito forma lingustica que teria Disse Caubi que o dia ia ficar triste.
sido realmente empregada. g) Discurso direto:: enunciado em forma interrogativa direta:
Este processo de reproduzir enunciados chama-se discurso indire- Pergunto - verdade que a Aldinha do Juca est uma moa en-
to. cantadora? (Guimares Rosa)
2. Tambm, neste caso, narrador e personagem podem confundir-se Discurso indireto: enunciado em forma interrogativa indireta:
num s: Pergunto se verdade que a Aldinha do Juca est uma moa en-
Engrosso a voz e afirmo que sou estudante. (Graciliano Ramos) cantadora.
h) Discurso direto: pronome demonstrativo de 1 pessoa (este, esta,
Caractersticas do discurso indireto isto) ou de 2 pessoa (esse, essa, isso).
1. No plano formal verifica-se que, introduzidas tambm por um verbo Isto vai depressa, disse Lopo Alves.(Machado de Assis)
declarativo (dizer, afirmar, ponderar, confessar, responder, etc), as Discurso indireto: pronome demonstrativo de 3 pessoa (aquele,
falas dos personagens se contm, no entanto, numa orao subor- aquela, aquilo).
dinada substantiva, de regra desenvolvida: Lopo Alves disse que aquilo ia depressa.
O padre Lopes confessou que no imaginara a existncia de tan- i) Discurso direto: advrbio de lugar aqui:
tos doudos no mundo e menos ainda o inexplicvel de alguns ca- E depois de torcer nas mos a bolsa, meteu-a de novo na gaveta,
sos. concluindo:
Nestas oraes, como vimos, pode ocorrer a elipse da conjuno - Aqui, no est o que procuro.(Afonso Arinos)
integrante: Discurso indireto: advrbio de lugar ali:
Fora preso pela manh, logo ao erguer-se da cama, e, pelo clcu- E depois de torcer nas mos a bolsa, meteu-a de novo na gaveta,
lo aproximado do tempo, pois estava sem relgio e mesmo se o ti- concluindo que ali no estava o que procurava.
vesse no poderia consult-la fraca luz da masmorra, imaginava
podiam ser onze horas.(Lima Barreto) Discurso indireto livre
A conjuno integrante falta, naturalmente, quando, numa constru- Na moderna literatura narrativa, tem sido amplamente utilizado um ter-
o em discurso indireto, a subordinada substantiva assume a for- ceiro processo de reproduo de enunciados, resultante da conciliao dos
ma reduzida.: dois anteriormente descritos. o chamado discurso indireto livre, forma de
Um dos vizinhos disse-lhe serem as autoridades do Cachoei- expresso que, ao invs de apresentar o personagem em sua voz prpria
ro.(Graa Aranha) (discurso direto), ou de informar objetivamente o leitor sobre o que ele teria
2. No plano expressivo assinala-se, em primeiro lugar, que o empre- dito (discurso indireto), aproxima narrador e personagem, dando-nos a
go do discurso indireto pressupe um tipo de relato de carter pre- impresso de que passam a falar em unssono.
dominantemente informativo e intelectivo, sem a feio teatral e
atualizadora do discurso direto. O narrador passa a subordinar a si Comparem-se estes exemplos:
o personagem, com retirar-lhe a forma prpria da expresso. Mas Que vontade de voar lhe veio agora! Correu outra vez com a respira-
no se conclua da que o discurso indireto seja uma construo es- o presa. J nem podia mais. Estava desanimado. Que pena! Houve um
tilstica pobre. , na verdade, do emprego sabiamente dosado de momento em que esteve quase... quase!
um e de outro tipo de discurso que os bons escritores extraem da Retirou as asas e estraalhou-a. S tinham beleza. Entretanto, qual-
narrativa os mais variados efeitos artsticos, em consonncia com quer urubu... que raiva... (Ana Maria Machado)
intenes expressivas que s a anlise em profundidade de uma D. Aurora sacudiu a cabea e afastou o juzo temerrio. Para que es-
dada obra pode revelar. tar catando defeitos no prximo? Eram todos irmos. Irmos. (Graciliano
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Ramos) cientista, o burocrata, o legislador, o educador, o jornalista, o bigrafo,
O matuto sentiu uma frialdade morturia percorrendo-o ao longo da todos pretendem comunicar por escrito, a um pblico real, um contedo que
espinha. quase sempre demanda pesquisa, leitura e observao minuciosa de fatos
Era uma urutu, a terrvel urutu do serto, para a qual a mezinha doms- empricos. A capacidade de observar os dados e apresent-los de maneira
tica nem a dos campos possuam salvao. prpria e individual determina o grau de criatividade do escritor.
Perdido... completamente perdido...
( H. de C. Ramos) Para que haja eficcia na transmisso da mensagem, preciso ter em
mente o perfil do leitor a quem o texto se dirige, quanto a faixa etria, nvel
Caractersticas do discurso indireto livre cultural e escolar e interesse especfico pelo assunto. Assim, um mesmo
Do exame dos enunciados em itlico comprova-se que o discurso indi- tema dever ser apresentado diferentemente ao pblico infantil, juvenil ou
reto livre conserva toda a afetividade e a expressividade prprios do discur- adulto; com formao universitria ou de nvel tcnico; leigo ou especializa-
so direto, ao mesmo tempo que mantm as transposies de pronomes, do. As diferenas ho de determinar o vocabulrio empregado, a extenso
verbos e advrbios tpicos do discurso indireto. , por conseguinte, um do texto, o nvel de complexidade das informaes, o enfoque e a conduo
processo de reproduo de enunciados que combina as caractersticas dos do tema principal a assuntos correlatos.
dois anteriormente descritos. Organizao das ideias. O texto artstico em geral construdo a partir
1. No plano formal, verifica-se que o emprego do discurso indireto li- de regras e tcnicas particulares, definidas de acordo com o gosto e a
vre pressupe duas condies: a absoluta liberdade sinttica do habilidade do autor. J o texto objetivo, que pretende antes de mais nada
escritor (fator gramatical) e a sua completa adeso vida do per- transmitir informao, deve faz-lo o mais claramente possvel, evitando
sonagem (fator esttico) (Nicola Vita In: Cultura Neolatina). palavras e construes de sentido ambguo.
Observe-se que essa absoluta liberdade sinttica do escritor pode
levar o leitor desatento a confundir as palavras ou manifestaes Para escrever bem, preciso ter ideias e saber concaten-las. Entre-
dos locutores com a simples narrao. Da que, para a apreenso vistas com especialistas ou a leitura de textos a respeito do tema abordado
da fala do personagem nos trechos em discurso indireto livre, ga- so bons recursos para obter informaes e formar juzos a respeito do
nhe em importncia o papel do contexto, pois que a passagem do assunto sobre o qual se pretende escrever. A observao dos fatos, a
que seja relato por parte do narrador a enunciado real do locutor , experincia e a reflexo sobre seu contedo podem produzir conhecimento
muitas vezes, extremamente sutil, tal como nos mostra o seguinte suficiente para a formao de ideias e valores a respeito do mundo circun-
passo de Machado de Assis: dante.
Quincas Borba calou-se de exausto, e sentou-se ofegante. Rubio importante evitar, no entanto, que a massa de informaes se dis-
acudiu, levando-lhe gua e pedindo que se deitasse para descan- perse, o que esvaziaria de contedo a redao. Para solucionar esse
sar; mas o enfermo aps alguns minutos, respondeu que no era problema, pode-se fazer um roteiro de itens com o que se pretende escre-
nada. Perdera o costume de fazer discursos o que era. ver sobre o tema, tomando nota livremente das ideias que ele suscita. O
2. No plano expressivo, devem ser realados alguns valores desta passo seguinte consiste em organizar essas ideias e encade-las segundo
construo hbrida: a relao que se estabelece entre elas.
a) Evitando, por um lado, o acmulo de qus, ocorrente no discurso
indireto, e, por outro lado, os cortes das oposies dialogadas pe- Vocabulrio e estilo. Embora quase todas as palavras tenham sinni-
culiares ao discurso direto, o discurso indireto livre permite uma mos, dois termos quase nunca tm exatamente o mesmo significado. H
narrativa mais fluente, de ritmo e tom mais artisticamente elabora- sutilezas que recomendam o emprego de uma ou outra palavra, de acordo
dos; com o que se pretende comunicar. Quanto maior o vocabulrio que o
b) O elo psquico que se estabelece entre o narrador e personagem indivduo domina para redigir um texto, mais fcil ser a tarefa de comuni-
neste molde frsico torna-o o preferido dos escritores memorialis- car a vasta gama de sentimentos e percepes que determinado tema ou
tas, em suas pginas de monlogo interior; objeto lhe sugere.
c) Finalmente, cumpre ressaltar que o discurso indireto livre nem
Como regras gerais, consagradas pelo uso, deve-se evitar arcasmos e
sempre aparece isolado em meio da narrao. Sua riqueza ex-
neologismos e dar preferncia ao vocabulrio corrente, alm de evitar
pressiva aumenta quando ele se relaciona, dentro do mesmo par-
cacofonias (juno de vocbulos que produz sentido estranho ideia
grafo, com os discursos direto e indireto puro, pois o emprego
original, como em "boca dela") e rimas involuntrias (como na frase, "a
conjunto faz que para o enunciado confluam, numa soma total, as
audio e a compreenso so fatores indissociveis na educao infantil").
caractersticas de trs estilos diferentes entre si.
O uso repetitivo de palavras e expresses empobrece a escrita e, para
(Celso Cunha in Gramtica da Lngua Portuguesa, 2 edio, MEC-
evit-lo, devem ser escolhidos termos equivalentes.
FENAME.)
A obedincia ao padro culto da lngua, regido por normas gramaticais,
lingusticas e de grafia, garante a eficcia da comunicao. Uma frase
Redao gramaticalmente incorreta, sintaticamente mal estruturada e grafada com
A linguagem escrita tem identidade prpria e no pretende ser mera erros , antes de tudo, uma mensagem ininteligvel, que no atinge o
reproduo da linguagem oral. Ao redigir, o indivduo conta unicamente objetivo de transmitir as opinies e ideias de seu autor.
com o significado e a sonoridade das palavras para transmitir contedos Tipos de redao. Todas as formas de expresso escrita podem ser
complexos, estimular a imaginao do leitor, promover associao de ideias classificadas em formas literrias -- como as descries e narraes, e
e ativar registros lgicos, sensoriais e emocionais da memria. nelas o poema, a fbula, o conto e o romance, entre outros -- e no-
Redao o ato de exprimir ideias, por escrito, de forma clara e orga- literrias, como as dissertaes e redaes tcnicas.
nizada. O ponto de partida para redigir bem o conhecimento da gramtica Descrio. Descrever representar um objeto (cena, animal, pessoa,
do idioma e do tema sobre o qual se escreve. Um bom roteiro de redao lugar, coisa etc.) por meio de palavras. Para ser eficaz, a apresentao das
deve contemplar os seguintes passos: escolha da forma que se pretende caractersticas do objeto descrito deve explorar os cinco sentidos humanos
dar composio, organizao das ideias sobre o tema, escolha do voca- -- viso, audio, tato, olfato e paladar --, j que por intermdio deles que
bulrio adequado e concatenao das ideias segundo as regras lingusticas o ser humano toma contato com o ambiente.
e gramaticais.
A descrio resulta, portanto, da capacidade que o indivduo tem de
Para adquirir um estilo prprio e eficaz conveniente ler e estudar os perceber o mundo que o cerca. Quanto maior for sua sensibilidade, mais
grandes mestres do idioma, clssicos e contemporneos; redigir frequen- rica ser a descrio. Por meio da percepo sensorial, o autor registra
temente, para familiarizar-se com o processo e adquirir facilidade de ex- suas impresses sobre os objetos, quanto ao aroma, cor, sabor, textura ou
presso; e ser escrupuloso na correo da composio, retificando o que sonoridade, e as transmite para o leitor.
no saiu bem na primeira tentativa. importante tambm realizar um
exame atento da realidade a ser retratada e dos eventos a que o texto se Narrao. O relato de um fato, real ou imaginrio, denominado narra-
refere, sejam eles concretos, emocionais ou filosficos. O romancista, o o. Pode seguir o tempo cronolgico, de acordo com a ordem de sucesso
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dos acontecimentos, ou o tempo psicolgico, em que se privilegiam alguns pgina e de caracteres ou espaos por linha, entrelinha e numerao
eventos para atrair a ateno do leitor. A escolha do narrador, ou ponto de das pginas, entre outras caractersticas. Encyclopaedia Britannica do
vista, pode recair sobre o protagonista da histria, um observador neutro, Brasil Publicaes Ltda.
algum que participou do acontecimento de forma secundria ou ainda um
espectador onisciente, que supostamente esteve presente em todos os A diferena entre fatos e opinies
lugares, conhece todos os personagens, suas ideias e sentimentos. por Jos Antnio Rosa
A apresentao dos personagens pode ser feita pelo narrador, quando Qual a diferena entre um fato e uma opinio? O fato aquilo que
chamada de direta, ou pelas prprias aes e comportamentos deste, aconteceu, enquanto que a opinio o que algum pensa que ocorreu,
quando dita indireta. As falas tambm podem ser apresentadas de trs uma interpretao dos fatos. Digamos: houve um roubo na portaria da
formas: (1) discurso direto, em que o narrador transcreve de forma exata a empresa e algum vai investig-lo. Se essa pessoa for absolutamente
fala do personagem; (2) discurso indireto, no qual o narrador conta o que o honesta, faz um relatrio claro relatando os fatos com absoluta fidelidade e
personagem disse, lanando mo dos verbos chamados dicendi ou de aps esse relato objetivo, apresenta sua opinio sobre os acontecimentos.
elocuo, que indicam quem est com a palavra, como por exemplo "dis- usualmente desejvel que ela d sua opinio porque, se foi escalada
se", "perguntou", "afirmou" etc.; e (3) discurso indireto livre, em que se para investigar o crime porque tem qualificao para isso; alm disso, o
misturam os dois tipos anteriores. prprio fato de ela ter investigado j lhe d autoridade para opinar.
O conjunto dos acontecimentos em que os personagens se envolvem
chama-se enredo. Pode ser linear, segundo a sucesso cronolgica dos importante considerar:
fatos, ou no-linear, quando h cortes na sequncia dos acontecimentos.
comumente dividido em exposio, complicao, clmax e desfecho. Vivemos num mundo em que tomamos decises a partir de informaes;
Estas nos chegam por meio de relatos de fatos e expresses de opinies;
Dissertao. A exposio de ideias a respeito de um tema, com base Fatos usualmente podem ser submetidos prova: por nmeros, documen-
em raciocnios e argumentaes, chamada dissertao. Nela, o objetivo tos, registros;
do autor discutir um tema e defender sua posio a respeito dele. Por Opinies, por outro lado, refletem juzos, valores, interpretaes;
essa razo, a coerncia entre as ideias e a clareza na forma de expresso Muitas pessoas confundem fatos e opinies, e quando isso ocorre temos
so elementos fundamentais. de ter cuidado com as informaes que vm delas;
Igualmente temos de estar atentos s nossas prprias opinies, pois elas
A organizao lgica da dissertao determina sua diviso em introdu-
podem ser tomadas como fatos por outros;
o, parte em que se apresenta o tema a ser discutido; desenvolvimento,
Nossas decises devem ser baseadas em fatos, mas podem levar em
em que se expem os argumentos e ideias sobre o assunto, fundamentan-
conta as opinies de gente qualificada sobre tais fatos.
do-se com fatos, exemplos, testemunhos e provas o que se quer demons-
trar; e concluso, na qual se faz o desfecho da redao, com a finalidade
Ronald H. Coase, Prmio Nobel de economia, observa que se torturarmos
de reforar a ideia inicial.
os fatos adequadamente, eles acabam confessando. O jeito ento ouvir
Texto jornalstico e publicitrio. O texto jornalstico apresenta a peculia- com ouvidos crticos e pesquisar o suficiente, antes de tomar uma deciso.
ridade de poder transitar por todos os tipos de linguagem, da mais formal,
empregada, por exemplo, nos peridicos especializados sobre cincia e Ironia
poltica, at aquela extremamente coloquial, utilizada em publicaes A ironia um instrumento de literatura ou de retrica que consiste em
voltadas para o pblico juvenil. Apesar dessa aparente liberdade de estilo, o dizer o contrrio daquilo que se pensa, deixando entender uma distncia
redator deve obedecer ao propsito especfico da publicao para a qual intencional entre aquilo que dizemos e aquilo que realmente pensamos. Na
escreve e seguir regras que costumam ser bastante rgidas e definidas, Literatura, a ironia a arte de zombar de algum ou de alguma coisa, com
tanto quanto extenso do texto como em relao escolha do assunto, vista a obter uma reao do leitor, ouvinte ou interlocutor.
ao tratamento que lhe dado e ao vocabulrio empregado.
Ela pode ser utilizada, entre outras formas, com o objetivo de denunci-
O texto publicitrio produzido em condies anlogas a essas e ainda ar, de criticar ou de censurar algo. Para tal, o locutor descreve a realidade
mais estritas, pois sua inteno, mais do que informar, convencer o com termos aparentemente valorizantes, mas com a finalidade de desvalo-
pblico a consumir determinado produto ou apoiar determinada ideia. Para rizar. A ironia convida o leitor ou o ouvinte, a ser ativo durante a leitura,
isso, a resposta desse mesmo pblico periodicamente analisada, com o para refletir sobre o tema e escolher uma determinada posio. O termo
intuito de avaliar a eficcia do texto. Ironia Socrtica, levantado por Aristteles, refere-se ao mtodo socrtico.
Redao tcnica. H diversos tipos de redao no-literria, como os Neste caso, no se trata de ironia no sentido moderno da palavra.
textos de manuais, relatrios administrativos, de experincias, artigos Tipos de ironia
cientficos, teses, monografias, cartas comerciais e muitos outros exemplos
de redao tcnica e cientfica. A maior parte das teorias de retrica distingue trs tipos de ironia: oral,
dramtica e de situao.
Embora se deva reger pelos mesmos princpios de objetividade, coe-
rncia e clareza que pautam qualquer outro tipo de composio, a redao A ironia oral a disparidade entre a expresso e a in-
tcnica apresenta estrutura e estilo prprios, com forte predominncia da teno: quando um locutor diz uma coisa mas pretende expres-
linguagem denotativa. Essa distino basicamente produzida pelo objeti- sar outra, ou ento quando um significado literal contrrio para
vo que a redao tcnica persegue: o de esclarecer e no o de impressio- atingir o efeito desejado.
nar.
A ironia dramtica (ou stira) a disparidade entre a
As dissertaes cientficas, elaboradas segundo mtodos rigorosos e expresso e a compreenso/cognio: quando uma palavra ou
fundamentadas geralmente em extensa bibliografia, obedecem a padres uma ao pe uma questo em jogo e a plateia entende o signi-
de estruturao do texto criados e divulgados pela Associao Brasileira de ficado da situao, mas a personagem no.
Normas Tcnicas (ABNT). A apresentao dos trabalhos cientficos deve
incluir, nessa ordem: capa; folha de rosto; agradecimentos, se houver; A ironia de situao a disparidade existente entre a
sumrio; sinopse ou resumo; listas (de ilustraes, tabelas, grficos etc.); o inteno e o resultado: quando o resultado de uma ao con-
texto do trabalho propriamente dito, dividido em introduo, mtodo, resul- trrio ao desejo ou efeito esperado. Da mesma maneira, a ironia
tados, discusso e concluso; apndices e anexos; bibliografia; e ndice. infinita (cosmic irony) a disparidade entre o desejo humano e
as duras realidades do mundo externo. Certas doutrinas afirmam
A preparao dos originais tambm obedece a algumas normas defini- que a ironia de situao e a ironia infinita, no so ironias de to-
das pela ABNT e pelo Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentao do
(IBBD) para garantia de uniformidade. Essas normas dizem respeito s
dimenses do papel, ao tamanho das margens, ao nmero de linhas por Exemplos:
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A excelente dona Incia era mestra na arte de judiar de crian-
as. (Monteiro Lobato) Eliminando a ambiguidade: O menino avistou um mendigo que estava
sentado na varanda.
"-Meu marido um santo. S me traiu trs vezes!" O menino que estava sentado na varanda avistou o mendigo. Por Marina
tambm um estilo de linguagem caracterizado por subverter o smbo- Cabral
lo que, a princpio, representa. A ironia utiliza-se como uma forma de lin-
guagem pr-estabelecida para, a partir e de dentro dela, contest-la. Parfrase
O humor um estado de nimo cuja intensidade representa o grau Uma parfrase uma reafirmao das ideias de um texto ou uma passa-
de disposio e de bem-estar psicolgico e emocionante um indivduo. gem usando outras palavras. O ato de parfrase tambm chamado de
parafrasear.
A palavra humor surgiu na medicina humoral dos antigos Gregos. Na-
queles tempos, o termo humor representava qualquer um dos quatro fluidos Uma parfrase tipicamente explica ou clarifica o texto que est sendo
corporais (ou humores) que se considerava serem responsveis por regular citado. Por exemplo, "O sinal estava vermelho" pode ser parafraseada
a sade fsica e emocional humana. como "O carro no estava autorizado a prosseguir". Quando acompanha a
declarao original, uma parfrase normalmente introduzido com uma
O humor uma das chaves para a compreenso dicendi verbum - uma expresso declaratria para sinalizar a transio para
de culturas, religies e costumes das sociedades num sentido amplo, sendo a parfrase. Por exemplo, em "O sinal estava vermelho, isto , o trem no
elemento vital da condio humana. O homem o nico animal que ri, e estava autorizado a proceder". Que sinal a parfrase que se segue.
atravs dos tempos a maneira humana de sorrir modifica-se acompanhan-
do os costumes e correntes de pensamento. Uma parfrase no precisa acompanhar uma citao direta, mas quando
assim, a parfrase normalmente serve para colocar a declarao da fonte
Em cada poca da histria humana a forma de pensar cria e derru- em perspectiva ou para esclarecer o contexto em que apareceu. Uma
ba paradigmas, e o humor acompanha essa tendncia sociocultural. Ex- parfrase tipicamente mais detalhada do que um resumo. Deve-se adici-
presses culturais do humor podem representar retratos fiis de uma po- onar a fonte no final da frase, por exemplo: A calada da rua estava suja
ca, como o caso, por exemplo, das comdias gregas de Plauto e das ontem (Wikipedia).
comdias de costumes do brasileiro Martins Pena.
A parfrase pode tentar preservar o significado essencial do material a ser
Ambiguidade parafraseado. Assim, a reinterpretao (intencional ou no) de uma fonte
A duplicidade de sentido, seja de uma palavra ou de uma expresso, d-se para inferir um significado que no explicitamente evidente na prpria
o nome de ambiguidade. Ocorre geralmente, nos seguintes casos: fonte qualificada como "pesquisa indita", e no como parfrase.
O termo aplicado ao gnero das parfrases bblicas, que eram as verses
M colocao do Adjunto Adverbial de maior circulao da Bblia disponveis na Europa medieval. O objetivo
no era o de tornar uma interpretao exata do significado ou o texto com-
Exemplos: Crianas que recebem leite materno frequentemente so mais pleto, mas para material presente na Bblia em uma verso que era teologi-
sadias. camente ortodoxo e no est sujeita a interpretao hertica, ou, na maioria
dos casos, para tomar a Bblia e presente a um material de grande pblico
As crianas so mais sadias porque recebem leite frequentemente ou so que foi interessante, divertida e espiritualmente significativa, ou, simples-
frequentemente mais sadias porque recebem leite? mente para encurtar o texto.
Eliminando a ambiguidade: Crianas que recebem frequentemente leite A frase "em suas prprias palavras" frequentemente utilizado neste con-
materno so mais sadias. texto para sugerir que o autor reescreveu o texto em seu prprio estilo de
Crianas que recebem leite materno so frequentemente mais sadias. escrita - como teria escrito se eles tivessem criado a ideia.
O que se denomina paralelismo sinttico um encadeamento de
Uso Incorreto do Pronome Relativo funes sintticas idnticas ou encadeamento de oraes de valores sint-
ticos iguais. Oraes que se apresentam com a mesma estrutura sinttica
Gabriela pegou o estojo vazio da aliana de diamantes que estava sobre a externa, ao ligarem-se umas s outras em processo no qual no se permite
cama. estabelecer maior relevncia de uma sobre a outra, criam um processo de
ligao por coordenao. Diz-se que esto formando um paralelismo sint-
O que estava sobre a cama: o estojo vazio ou a aliana de diamantes? tico.
Eliminando a ambiguidade: Gabriela pegou o estojo vazio da aliana de Texto literrio e no literrio - marcas lingusticas
diamantes a qual estava sobre a cama.
Gabriela pegou o estojo vazio da aliana de diamantes o qual estava sobre
Antes de partirmos, de modo enftico, para as caractersticas que delineiam
a cama.
ambas as modalidades, faremos uma breve considerao no tocante aos
aspectos primordiais que perfazem o texto, vistos de maneira abrangente.
Observao: Neste exemplo, pelo fato de os substantivos estojo e aliana
pertencerem a gneros diferentes, resolveu-se o problema substituindo os
Toda e qualquer produo escrita fruto de um conjunto de fatores, os
substantivos por o qual/a qual. Se pertencessem ao mesmo gnero, haveria
quais se encontram interligados e se tornam indissociveis, de modo a
necessidade de uma reestruturao diferente.
permitir que o discurso se materialize de forma plausvel. Portanto, infere-se
que tais fatores se ligam aos conhecimentos de quem o produz, sejam
M Colocao de Pronomes, Termos, Oraes ou Frases
esses de ordem lingustica ou aqueles adquiridos ao longo da trajetria
cotidiana.
Aquela velha senhora encontrou o garotinho em seu quarto.
Aliada a essa prerrogativa existe aquela que inegavelmente norteia a
concepo de linguagem, ou seja, a de possuir um carter dinmico e
O garotinho estava no quarto dele ou da senhora?
estritamente social. Isso nos leva a crer que sempre estamos dialogando
como o outro, e que, sobretudo, compartilhamos nossas ideias e opinies
Eliminando a ambiguidade: Aquela velha senhora encontrou o garotinho no
com os diferentes interlocutores envolvidos no discurso.
quarto dela.
Aquela velha senhora encontrou o garotinho no quarto dele.
Essa noo, uma vez proferida, tende a subsidiar os nossos propsitos no
que se refere ao assunto em questo. E, para tal, analisemos:
Ex.: Sentado na varanda, o menino avistou um mendigo.
Os poemas
Quem estava sentado na varanda: o menino ou o mendigo?
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APOSTILAS OPO
A lngua faz parte de nossa vida diria. Por isso, importante conhecer,
atravs da reflexo lingustica, seu funcionamento nas diversas situaes
do cotidiano.
A ausncia dessa reflexo na dinmica da produo escrita compromete
sobretudo a superfcie textual. Exemplos:
REESCRITA:
(Quando aquecida, a almofadinha HAPPY BABY no dever ser usada
diretamente sobre a pele do beb, fraldas descartveis e calas plsticas).
Os poemas so pssaros que chegam
no se sabe de onde e pousam TEXTO 2 - Redundncia no texto informal:
no livro que ls.
Quando fechas o livro, eles alam voo Me desespera saber que algo pode ocorrer comigo quando eu entro num
como de um alapo. prdio e se isso acontecer, tenho a convico de que algo grave ocorrer
Eles no tm pouso comigo.
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mos REESCRITA:
e partem. (Quando entro num prdio, desespera-me pensar que algo grave poder
E olhas, ento, essas tuas mos vazias, ocorrer comigo).
no maravilhoso espanto de saberes
que o alimento deles j estava em ti... TEXTO 3 Problemas gramaticais e ineficincia da mensagem:
QUINTANA, Mrio. Esconderijos do tempo. Porto Alegre: L&PM, 1980. Necessitei ausentar-se do servio, por que encontrava-me com dificulda-
des de enxergar, porque minha profisso requer uma boa viso.
O exemplo em voga trata-se de uma criao potica pertencente a um
renomado autor da era modernista. Atendo-nos s suas peculiaridades no OBS.: No basta, neste caso, propor apenas a correo gramatical, numa
tange linguagem, notamos a presena de uma linguagem metafrica que situao escolar envolvendo a escrita. preciso, na reescritura do texto,
simboliza a capacidade imaginativa do artista comparando-a com a liberda- eliminar o suprfluo, buscando a clareza e a eficcia da mensagem.
de conferida aos pssaros, uma vez que so livres e voam rumo ao hori-
zonte. REESCRITA:
(Ausentei-me do servio para consultar um oculista.)
Por meio dos seguintes excertos poticos, assim representados, voltamos
ideia anteriormente mencionada de que a competncia lingustica vai TEXTO 4 Redao escolar: "lugar-comum"
paulatinamente sendo adornada, de acordo com a troca de experincias
entre o emissor e o mundo que o rodeia: O que fiz ontem de mais importante, sem dvida, foi assistir um jogo de
futebol pelo rdio. O confronto entre Corinthians e Palmeiras um clssico
Eles no tm pouso imperdvel.
nem porto Durante a partida, sofri, sofri muito como todo corinthiano que se preza.
alimentam-se um instante em cada par de mos Mas, Graas a Deus, o empate teve gosto de vitria.
e partem.
E olhas, ento, essas tuas mos vazias, OBS: Nessa produo, a no ser pela regncia incorreta do verbo assis-
no maravilhoso espanto de saberes [...] tir (empregado equivocadamente em lugar do verbo ouvir), no h restri-
es quanto ao uso da lngua padro, sequer pelo emprego do termo
Desta feita, a intencionalidade discursiva, caracterstica textual marcante, imperdvel, j consagrado nas modalidades oral e escrita, menos formais.
pauta-se por despertar no interlocutor sentimentos e emoes, com vistas a Note-se, ainda, a utilizao adequada do relator adversativo (mas) e a
oferecer uma multiplicidade de interpretaes, uma vez conferida pelo coeso por sequenciao temporal (durante a partida/ ontem).
carter subjetivo. Eis assim a caracterstica que nutre um texto literrio. O que pode, ento, poluir esse osis? Nada menos que a predomi-
nncia do LUGAR-COMUM, em prejuzo da originalidade de expresso:
Pensemos agora em um outro tipo de texto, no qual no identificamos
nenhum envolvimento por parte do emissor, pois suas marcas lingusticas ... um (jogo) imperdvel,0
primam-se pela objetividade. A concluso a que podemos chegar que, ... como todo (corinthiano) que se preza
nesse caso, a finalidade apenas informar algo, tal qual se encontra no ... o empate teve gosto de vitria
discurso apresentado, isento de marcas pessoais, opinies, juzos de valor
e, sobretudo, de traos ligados subjetividade. Todo A INTENO COMUNICATIVA
Todo aquele que se comunica -falando, pintando, escrevendo, dan-
Uma notcia, reportagem, artigo cientfico? Seriam esses os casos ando etc. - tem uma inteno comunicativa. Ele, locutor, no est apenas
representativos? A reposta para tal indagao reafirm-la, uma vez que querendo transmitir uma mensagem, passar uma informao, mas interagir
tais modalidades tem uma finalidade em comum: a informao. Essa, por com outra pessoa que se vai tornar o locutrio. Ou seja, o locutor tem um
sua vez, precisa retratar uma certa credibilidade conferida por meio do objetivo em mente ao construir o seu texto e, normalmente, esse objetivo se
discurso. Da o carter objetivo, razo pela qual o autor, em momento relaciona com alguma ao. Toda palavra faz parte de um movimento maior
algum, no deixa que suas opinies se fruam em meio ao ato discursivo a em torno de uma ao social.
que se prope. Tal particularidade revela a natureza lingustica do chamado
texto no literrio. Vnia Maria do Nascimento Duarte Por exemplo, uma bula de remdios. Ela pode ser lida a qualquer mo-
mento e pelos mais variados motivos. Ainda que a maioria considerasse
REESCRITURA DE TEXTOS absurdo, eu poderia ler uma bula de remdios antes de dormir, para relaxar
Dorival Coutinho da Silva um pouco. Mas, a inteno comunicativa de uma bula de remdios outra.
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Ela existe na sociedade para que o leitor conhea adequadamente o rem- (quando pertencem mesma classe gramatical), sinttica (quando h
dio e saiba como us-lo. O conhecimento e a aplicao das informaes da semelhana entre frases ou oraes) e semntica (quando h correspon-
bula de remdios pode significar o restabelecimento da sade. dncia de sentido entre os termos).
Assim, uma pessoa pode at ler uma bula de remdio para se distrair Casos recorrentes se manifestam no momento da escrita indicando que
porque no tem o que outra coisa que fazer, contudo passar o tempo no houve a quebra destes recursos, tornando-se imperceptveis aos olhos de
a inteno comunicativa da bula de remdios. um uso para a bula, mas quem a produz, interferindo de forma negativa na textualidade como um
no atende inteno comunicativa desse gnero discursivo. Quem escre- todo. Como podemos conferir por meio dos seguintes casos:
ve esse texto no o faz para que os outros passem um momento agradvel
de diverso. Durante as quartas-de-final, o time do Brasil vai enfrentar a Holanda.
justamente o caso contrrio do que ocorre com o filme de aventuras
que algum se assiste no cinema, domingo tarde, com os seus amigos. Constatamos a falta de paralelismo semntico, ao analisarmos que o time
Voltados para essa necessidade, existem muitos filmes de aventuras cuja brasileiro no enfrentar o pas, e sim a seleo que o representa. Reestru-
inteno comunicativa apenas fazer os locutrios se distrarem e passar turando a orao, obteramos:
um bom momento. Mas no existem apenas filmes de aventuras em circu-
lao na sociedade. Outros filmes ultrapassam esse objetivo e procuram, Durante as quartas-de-final, o time do Brasil vai enfrentar a seleo da
tambm, discutir valores ou criticar aspectos da identidade humana, por Holanda.
exemplo.
Se eles comparecessem reunio, ficaremos muito agradecidos.
O primeiro e, sem dvidas, um dos maiores desafios de quem produz
um texto fazer o locutrio cooperar com a inteno comunicativa do texto Eis que estamos diante de um corriqueiro procedimento lingustico, embora
produzido. Em outras palavras, fazer com que o locutrio esteja disposto a considerado incorreto, sobretudo, pela incoerncia conferida pelos tempos
interpretar o texto de acordo com a inteno comunicativa do locutor. verbais (comparecessem/ficaremos). O contrrio acontece se disssse-
Ou seja, de m vontade, sem querer participar, sem se envolver, o lo- mos:
cutrio no vai fazer o seu papel no processo de interao comunicativa. O
locutrio poder ento no compreender o texto ou fazer uma interpretao Se eles comparecessem reunio, ficaramos muito agradecidos.
que foge aos objetivos desse texto. Ele vai ler, mas no vai interpretar Ambos relacionados mesma ideia, denotando uma incerteza quanto
adequadamente, nem agir de acordo. ao.
Mas por que o locutrio no atenderia inteno comunicativa do texto Ampliando a noo sobre a correta utilizao destes recursos, analisemos
que l? Isso pode acontecer porque aquele que assume o papel de locut- alguns casos em que eles se aplicam:
rio no sabe (ou no deseja) realizar o trabalho de envolvimento com o
texto necessrio para interpret-lo. Assim, muito importante ao interpre- no s... mas (como) tambm:
tarmos um texto, identificarmos a inteno comunicativa.
A violncia no s aumentou nos grandes centros urbanos, mas
Algumas perguntas podem nos ajudar: tambm no interior.
Para que serve esse texto na sociedade?
O que esse texto revela sobre o locutor? Percebemos que tal construo confere-nos a ideia de adio em comparar
O que se espera que eu faa depois de ler esse texto? ambas as situaes em que a violncia se manifesta.
Compreendendo a inteno comunicativa do texto, podemos tambm
Quanto mais... (tanto) mais:
escolher at que ponto desejamos participar no processo comunicativo. Isto
, podemos envolvermo-nos mais ou menos, de acordo com nossas neces-
Atualmente, quanto mais se aperfeioa o profissionalismo, mais chan-
sidades, possibilidades, desejos etc.
ces tem de se progredir.
A escola, como instituio, no entanto, tem sido muito eficiente em 'ma-
tar' as intenes comunicativas dos textos. Em todas os componentes Ao nos atermos noo de progresso, podemos identificar a construo
curriculares. Seja por reduzir os textos a intenes distorcidas daquelas paralelstica.
para as que foram produzidos; seja por simplesmente ignorar o processo
social que deu origem a tais textos. Jos Lus Landeira Seja... Seja; Quer... Quer; Ora... Ora:
Paralelismo Sinttico e Paralelismo Semntico - recursos A cordialidade uma virtude aplicvel em quaisquer circunstncias,
que compem o estilo textual seja no ambiente familiar, seja no trabalho.
Notadamente, a construo textual concebida como um procedimento Confere-se a aplicabilidade do recurso mediante a ideia de alternncia.
dotado de grande complexidade, haja vista que o fato de as ideias emergi-
rem com uma certa facilidade no significa transp-las para o papel sem a Tanto... Quanto:
devida ordenao. Tal complexidade nos remete noo das competncias
inerentes ao emissor diante da elaborao do discurso, dada a necessidade As exigncias burocrticas so as mesmas, tanto para os veteranos,
de este se perfazer pela clareza e preciso. quanto para os calouros.
Infere-se, portanto, que as competncias esto relacionadas aos conheci- Mediante a ideia de adio, acrescida quela de equivalncia, constata-se
mentos que o usurio tem dos fatos lingusticos, aplicando-os de acordo a estrutura paralelstica.
com o objetivo pretendido pela enunciao. De modo mais claro, ressalta-
mos a importncia da estrutura discursiva se pautar pela pontuao, con- No... E no/nem:
cordncia, coerncia, coeso e demais requisitos necessrios objetivida-
de retratada pela mensagem. No poderemos contar com o auxlio de ningum, nem dos alunos,
nem dos funcionrios da secretaria.
Atendo-nos de forma especfica aos inmeros aspectos que norteiam os j
citados fatos lingusticos, ressaltamos determinados recursos cuja funo Recurso este empregado quando se quer atribuir uma sequncia negativa.
se atribui por conferirem estilo construo textual o paralelismo sinttico
e semntico. Caracterizam-se pelas relaes de semelhana existente Por um lado... Por outro:
entre palavras e expresses que se efetivam tanto de ordem morfolgica
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Se por um lado, a desistncia da viagem implicou economia, por - a coisa pelo lugar: Vou Prefeitura (ao edifcio da Prefeitura).
outro, desagradou aos filhos que estavam no perodo de frias. - o instrumento pela pessoa que o utiliza: Ele um bom garfo (guloso,
gluto).
O paralelismo efetivou-se em virtude da referncia a aspectos negativos e Sindoque:
positivos relacionados a um determinado fato.
Ocorre sindoque quando h substituio de um termo por outro, havendo
Tempos verbais: ampliao ou reduo do sentido usual da palavra numa relao quantitati-
va. Encontramos sindoque nos seguintes casos:
Se a maioria colaborasse, haveria mais organizao. - o todo pela parte e vice-versa: A cidade inteira (o povo) viu assombrada,
de queixo cado, o pistoleiro sumir de ladro, fugindo nos cascos (parte das
Como dito anteriormente, houve a concordncia de sentido proferida pelos patas) de seu cavalo. (J. Cndido de Carvalho)
verbos e seus respectivos tempos. - o singular pelo plural e vice-versa: O paulista (todos os paulistas) tmido;
: Vnia Maria do Nascimento Duarte o carioca (todos os cariocas), atrevido.
- o indivduo pela espcie (nome prprio pelo nome comum): Para os
Reescritura de frases e pargrafos do texto artistas ele foi um mecenas (protetor).
Reescritura de frases e pargrafos do texto. Catacrese:
Substituio de palavras ou de trechos de texto. A catacrese um tipo de especial de metfora, uma espcie de metfora
Retextualizao de diferentes gneros e nveis de formalidade. desgastada, em que j no se sente nenhum vestgio de inovao, de
Este item ser abordado como um tema s, pois a separao deles est criao individual e pitoresca. a metfora tornada hbito lingustico, j
meio complicada, pois a substituio de palavras ou de trechos tem tudo a fora do mbito estilstico. (Othon M. Garcia).
ver com a retextualizao So exemplos de catacrese: folhas de livro / pele de tomate / dente de alho
Reescriturao de textos / montar em burro / cu da boca / cabea de prego / mo de direo /
ventre da terra / asa da xcara / sacar dinheiro no banco.
Figuras de estilo, figuras ou Desvios de linguagem so nomes dados a
alguns processos que priorizam a palavra ou o todo para tornar o texto mais Sinestesia:
rico e expressivo ou buscar um novo significado, possibilitando uma reescri- A sinestesia consiste na fuso de sensaes diferentes numa mesma
tura correta de textos. expresso. Essas sensaes podem ser fsicas (gustao, audio, viso,
Podem ser: olfato e tato) ou psicolgicas (subjetivas).
Figuras de palavras Exemplo: A minha primeira recordao um muro velho, no quintal de
uma casa indefinvel. Tinha vrias feridas no reboco e veludo de musgo.
As figuras de palavra consistem no emprego de um termo com sentido
Milagrosa aquela mancha verde [sensao visual] e mida, macia [sensa-
diferente daquele convencionalmente empregado, a fim de se conseguir um
es tteis], quase irreal. (Augusto Meyer)
efeito mais expressivo na comunicao.
Antonomsia:
So figuras de palavras:
Ocorre antonomsia quando designamos uma pessoa por uma qualidade,
Comparao:
caracterstica ou fato que a distingue.
Ocorre comparao quando se estabelece aproximao entre dois elemen-
Na linguagem coloquial, antonomsia o mesmo que apelido, alcunha ou
tos que se identificam, ligados por conectivos comparativos explcitos
cognome, cuja origem um aposto (descritivo, especificativo etc.) do nome
feito, assim como, tal, como, tal qual, tal como, qual, que nem e alguns
prprio.
verbos parecer, assemelhar-se e outros.
Exemplos: E ao rabi simples (Cristo), que a igualdade prega, / Rasga e
Exemplos: Amou daquela vez como se fosse mquina. / Beijou sua mulher
enlameia a tnica inconstil; (Raimundo Correia). / Pel (= Edson Arantes
como se fosse lgico. (Chico Buarque);
do Nascimento) / O Cisne de Mntua (= Virglio) / O poeta dos escravos (=
As solteironas, os longos vestidos negros fechados no pescoo, negros Castro Alves) / O Dante Negro (= Cruz e Souza) / O Corso (= Napoleo)
xales nos ombros, pareciam aves noturnas paradas (Jorge Amado).
Alegoria:
Metfora:
A alegoria uma acumulao de metforas referindo-se ao mesmo objeto;
Ocorre metfora quando um termo substitui outro atravs de uma relao uma figura potica que consiste em expressar uma situao global por
de semelhana resultante da subjetividade de quem a cria. A metfora meio de outra que a evoque e intensifique o seu significado. Na alegoria,
tambm pode ser entendida como uma comparao abreviada, em que o todas as palavras esto transladadas para um plano que no lhes comum
conectivo no est expresso, mas subentendido. e oferecem dois sentidos completos e perfeitos um referencial e outro
Exemplo: Supondo o esprito humano uma vasta concha, o meu fim, Sr. metafrico.
Soares, ver se posso extrair prolas, que a razo. (Machado de Assis). Exemplo: A vida uma pera, uma grande pera. O tenor e o bartono
Metonmia: lutam pelo soprano, em presena do baixo e dos comprimrios, quando no
Ocorre metonmia quando h substituio de uma palavra por outra, ha- so o soprano e o contralto que lutam pelo tenor, em presena do mesmo
vendo entre ambas algum grau de semelhana, relao, proximidade de baixo e dos mesmos comprimrios. H coros numerosos, muitos bailados,
sentido ou implicao mtua. Tal substituio fundamenta-se numa relao e a orquestra excelente (Machado de Assis).
objetiva, real, realizando-se de inmeros modos: Figuras de sintaxe ou de construo:
- o continente pelo contedo e vice-versa: Antes de sair, tomamos um As figuras de sintaxe ou de construo dizem respeito a desvios em relao
clice (o contedo de um clice) de licor. concordncia entre os termos da orao, sua ordem, possveis repeties
- a causa pelo efeito e vice-versa: E assim o operrio ia / Com suor e com ou omisses.
cimento (com trabalho) / Erguendo uma casa aqui / Adiante um apartamen- Elas podem ser construdas por:
to. (Vinicius de Moraes). a) omisso: assndeto, elipse e zeugma;
- o lugar de origem ou de produo pelo produto: Comprei uma garrafa do b) repetio: anfora, pleonasmo e polissndeto;
legtimo porto (o vinho da cidade do Porto).
c) inverso: anstrofe, hiprbato, snquise e hiplage;
- o autor pela obra: Ela parecia ler Jorge Amado (a obra de Jorge Amado).
d) ruptura: anacoluto;
- o abstrato pelo concreto e vice-versa: No devemos contar com o seu
e) concordncia ideolgica: silepse.
corao (sentimento, sensibilidade).
Portanto, so figuras de construo ou sintaxe:
- o smbolo pela coisa simbolizada: A coroa (o poder) foi disputada pelos
revolucionrios. Assndeto:
- a matria pelo produto e vice-versa: Lento, o bronze (o sino) soa.
- o inventor pelo invento: Edson (a energia eltrica) ilumina o mundo.
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Ocorre assndeto quando oraes ou palavras deveriam vir ligadas por Exemplo: A grita se alevanta ao Cu, da gente. (A grita da gente se
conjunes coordenativas, aparecem justapostas ou separadas por vrgu- alevanta ao Cu ) (Cames).
las. Hiplage:
Exigem do leitor ateno maior no exame de cada fato, por exigncia das Ocorre hiplage quando h inverso da posio do adjetivo: uma qualidade
pausas rtmicas (vrgulas). que pertence a um objeto atribuda a outro, na mesma frase.
Exemplo: No nos movemos, as mos que se estenderam pouco a Exemplo: as lojas loquazes dos barbeiros. (as lojas dos barbeiros
pouco, todas quatro, pegando-se, apertando-se, fundindo-se. (Machado de loquazes.) (Ea de Queiros).
Assis). Anacoluto:
Elipse: Ocorre anacoluto quando h interrupo do plano sinttico com que se
Ocorre elipse quando omitimos um termo ou orao que facilmente pode- inicia a frase, alterando-lhe a sequncia lgica. A construo do perodo
mos identificar ou subentender no contexto. Pode ocorrer na supresso de deixa um ou mais termos que no apresentam funo sinttica definida
pronomes, conjunes, preposies ou verbos. um poderoso recurso de desprendidos dos demais, geralmente depois de uma pausa sensvel.
conciso e dinamismo. Exemplo: Essas empregadas de hoje, no se pode confiar nelas. (Alcnta-
Exemplo: Veio sem pinturas, em vestido leve, sandlias coloridas. (elipse ra Machado).
do pronome ela (Ela veio) e da preposio de (de sandlias). Silepse:
Zeugma: Ocorre silepse quando a concordncia no feita com as palavras, mas
Ocorre zeugma quando um termo j expresso na frase suprimido, ficando com a ideia a elas associada.
subentendida sua repetio. a) Silepse de gnero:
Exemplo: Foi saqueada a vida, e assassinados os partidrios dos Felipes. Ocorre quando h discordncia entre os gneros gramaticais (feminino ou
(Zeugma do verbo: e foram assassinados) (Camilo Castelo Branco). masculino).
Anfora: Exemplo: Quando a gente novo, gosta de fazer bonito. (Guimares
Ocorre anfora quando h repetio intencional de palavras no incio de um Rosa).
perodo, frase ou verso. b) Silepse de nmero:
Exemplo: Depois o areal extenso / Depois o oceano de p / Depois no Ocorre quando h discordncia envolvendo o nmero gramatical (singular
horizonte imenso / Desertos desertos s (Castro Alves). ou plural).
Pleonasmo: Exemplo: Corria gente de todos lados, e gritavam. (Mrio Barreto).
Ocorre pleonasmo quando h repetio da mesma ideia, isto , redundn- c) Silepse de pessoa:
cia de significado.
Ocorre quando h discordncia entre o sujeito expresso e a pessoa verbal:
a) Pleonasmo literrio: o sujeito que fala ou escreve se inclui no sujeito enunciado.
o uso de palavras redundantes para reforar uma ideia, tanto do ponto de Exemplo: Na noite seguinte estvamos reunidas algumas pessoas. (Ma-
vista semntico quanto do ponto de vista sinttico. Usado como um recurso chado de Assis).
estilstico, enriquece a expresso, dando nfase mensagem.
Figuras de pensamento:
Exemplo: Iam vinte anos desde aquele dia / Quando com os olhos eu quis
ver de perto / Quando em viso com os da saudade via. (Alberto de Olivei- As figuras de pensamento so recursos de linguagem que se referem ao
ra). significado das palavras, ao seu aspecto semntico.
Morrers morte vil na mo de um forte. (Gonalves Dias) So figuras de pensamento:
mar salgado, quando do teu sal / So lgrimas de Portugal (Fernando Anttese:
Pessoa). Ocorre anttese quando h aproximao de palavras ou expresses de
b) Pleonasmo vicioso: sentidos opostos.
o desdobramento de ideias que j estavam implcitas em palavras anteri- Exemplo: Amigos ou inimigos esto, amide, em posies trocadas. Uns
ormente expressas. Pleonasmos viciosos devem ser evitados, pois no tm nos querem mal, e fazem-nos bem. Outros nos almejam o bem, e nos
valor de reforo de uma ideia, sendo apenas fruto do descobrimento do trazem o mal. (Rui Barbosa).
sentido real das palavras. Apstrofe:
Exemplos: subir para cima / entrar para dentro / repetir de novo / ouvir com Ocorre apstrofe quando h invocao de uma pessoa ou algo, real ou
os ouvidos / hemorragia de sangue / monoplio exclusivo / breve alocuo / imaginrio, que pode estar presente ou ausente. Corresponde ao vocativo
principal protagonista. na anlise sinttica e utilizada para dar nfase expresso.
Polissndeto: Exemplo: Deus! Deus! onde ests, que no respondes? (Castro Alves).
Ocorre polissndeto quando h repetio enftica de uma conjuno coor- Paradoxo:
denativa mais vezes do que exige a norma gramatical (geralmente a con- Ocorre paradoxo no apenas na aproximao de palavras de sentido
juno e). um recurso que sugere movimentos ininterruptos ou vertigino- oposto, mas tambm na de ideias que se contradizem referindo-se ao
sos. mesmo termo. uma verdade enunciada com aparncia de mentira. Ox-
Exemplo: Vo chegando as burguesinhas pobres, / e as criadas das bur- moro (ou oximoron) outra designao para paradoxo.
guesinhas ricas / e as mulheres do povo, e as lavadeiras da redondeza. Exemplo: Amor fogo que arde sem se ver; / ferida que di e no se
(Manuel Bandeira). sente; / um contentamento descontente; / dor que desatina sem doer;
Anstrofe: (Cames)
Ocorre anstrofe quando h uma simples inverso de palavras vizinhas Eufemismo:
(determinante/determinado). Ocorre eufemismo quando uma palavra ou expresso empregada para
Exemplo: To leve estou (estou to leve) que nem sombra tenho. (Mrio atenuar uma verdade tida como penosa, desagradvel ou chocante.
Quintana). Exemplo: E pela paz derradeira (morte) que enfim vai nos redimir Deus lhe
Hiprbato: pague. (Chico Buarque).
Ocorre hiprbato quando h uma inverso completa de membros da frase. Gradao:
Exemplo: Passeiam tarde, as belas na Avenida. (As belas passeiam na Ocorre gradao quando h uma sequncia de palavras que intensificam
Avenida tarde.) (Carlos Drummond de Andrade). uma mesma ideia.
Snquise: Exemplo: Aqui alm mais longe por onde eu movo o passo. (Castro
Ocorre snquise quando h uma inverso violenta de distantes partes da Alves).
frase. um hiprbato exagerado. Hiprbole:
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Ocorre hiprbole quando h exagero de uma ideia, a fim de proporcionar Eles tm servio de delivery. (anglicismo; o mais adequado seria
uma imagem emocionante e de impacto. Eles tm servio de entrega).
Exemplo: Rios te correro dos olhos, se chorares! (Olavo Bilac). Premi apresenta prioridades da Presidncia lusa da UE (galicismo, o
Ironia: mais adequado seria Primeiro-ministro)
Ocorre ironia quando, pelo contexto, pela entonao, pela contradio de Nesta receita gastronmica usaremos Blueberries e Grapefruits.
termos, sugere-se o contrrio do que as palavras ou oraes parecem (anglicismo, o mais adequado seria Mirtilo e Toranja)
exprimir. A inteno depreciativa ou sarcstica.
Convocamos para a Reunio do Conselho de DAs (plural da sigla
Exemplo: Moa linda, bem tratada, / trs sculos de famlia, / burra como
de Diretrio Acadmico). (anglicismo, e mesmo nesta lngua no se
uma porta: / um amor. (Mrio de Andrade).
usa apstrofo s para pluralizar; o mais adequado seria DD.AA. ou DAs.)
Prosopopia:
H quem considere barbarismo tambm divergncias de pronncia, grafia,
Ocorre prosopopia (ou animizao ou personificao) quando se atribui morfologia, etc., tais como adevogado ou eu sabo, pois seriam atitudes
movimento, ao, fala, sentimento, enfim, caracteres prprios de seres tpicas de estrangeiros, por eles dificilmente atingirem alta fluncia no
animados a seres inanimados ou imaginrios. dialeto padro da lngua.
Tambm a atribuio de caractersticas humanas a seres animados consti- Em nvel pragmtico, o barbarismo normalmente indesejvel porque os
tui prosopopia o que comum nas fbulas e nos aplogos, como este receptores da mensagem frequentemente conhecem o termo em questo
exemplo de Mrio de Quintana: O peixinho () silencioso e levemente na lngua nativa de sua comunidade lingustica, mas nem sempre conhe-
melanclico cem o termo correspondente na lngua ou dialeto estrangeiro comunidade
Exemplos: os rios vo carregando as queixas do caminho. (Raul Bopp) com a qual ele est familiarizado. Em nvel poltico, um barbarismo tambm
Um frio inteligente () percorria o jardim (Clarice Lispector) pode ser interpretado como uma ofensa cultural por alguns receptores que
Perfrase: se encontram ideologicamente inclinados a repudiar certos tipos de influn-
cia sobre suas culturas. Pode-se assim concluir que o conceito de barba-
Ocorre perfrase quando se cria um torneio de palavras para expressar
rismo relativo ao receptor da mensagem.
algum objeto, acidente geogrfico ou situao que no se quer nomear.
Em alguns contextos, at mesmo uma palavra da prpria lngua do receptor
Exemplo: Cidade maravilhosa / Cheia de encantos mil / Cidade maravilho-
poderia ser considerada como um barbarismo. Tal o caso de um cultismo
sa / Corao do meu Brasil. (Andr Filho).
(ex: abdmen) quando presente em uma mensagem a um receptor que
At este ponto retirei informaes do site PCI cursos no o entende (por exemplo, um indivduo no escolarizado, que poderia
Vcios de Linguagem compreender melhor os sinnimos barriga, pana ou bucho).
Ambiguidade Cacofonia
Ambiguidade a possibilidade de uma mensagem ter dois sentidos. Ela A cacofonia um som desagradvel ou obsceno formado pela unio das
geralmente provocada pela m organizao das palavras na frase. A slabas de palavras contguas. Por isso temos que cuidar quando falamos
ambiguidade um caso especial de polissemia, a possibilidade de uma sobre algo para no ofendermos a pessoa que ouve. So exemplos desse
palavra apresentar vrios sentidos em um contexto. fato:
Ex: Ele beijou a boca dela.
Onde est a vaca da sua av? (Que vaca? A av ou a vaca criada Bata com um mamo para mim, por favor.
pela av?)
Deixe ir-me j, pois estou atrasado.
Onde est a cachorra da sua me? (Que cachorra? A me ou a
cadela criada pela me?) No tem nada de errado a cerca dela
Este lder dirigiu bem sua nao(Sua? Nao da 2 ou 3 pessoa (o Vou-me j que est pingando. Vai chover!
lder)?). Instrumento para socar alho.
Obs 1: O pronome possessivo seu(ua)(s) gera muita confuso por ser Daqui vai, se for dai.
geralmente associado ao receptor da mensagem. No so cacofonia:
Obs 2: A preposio como tambm gera confuso com o verbo comer
Eu amo ela demais !!!
na 1 pessoa do singular.
A ambiguidade normalmente indesejvel na comunicao unidirecional, Eu vi ela.
em particular na escrita, pois nem sempre possvel contactar o emissor da voc veja
mensagem para question-lo sobre sua inteno comunicativa original e Como cacofonias so muitas vezes cmicas, elas so algumas vezes
assim obter a interpretao correta da mensagem. usadas de propsito em certas piadas, trocadilhos e pegadinhas.
Barbarismo Plebesmo
Barbarismo, peregrinismo, idiotismo ou estrangeirismo (para os latinos O plebesmo normalmente utiliza palavras de baixo calo, grias e termos
qualquer estrangeiro era brbaro) o uso de palavra, expresso ou cons- considerados informais.
truo estrangeira no lugar de equivalente verncula. Exemplos:
De acordo com a lngua de origem, os estrangeirismos recebem diferentes
Ele era um tremendo man!
nomes:
T ferrado!
galicismo ou francesismo, quando provenientes do francs (de
Glia, antigo nome da Frana); T ligado nas quebradas, meu chapa?
anglicismo, quando do ingls; Esse bagulho radicaaaal!!! T ligado mano?
castelhanismo, quando vindos do espanhol; V pilmais tarde !!! Se ligou maluko ?
Ex: Por questes de etiqueta, convm evitar o uso de plebesmos em contextos
sociais que requeiram maior formalismo no tratamento comunicativo.
Mais penso, mais fico inteligente (galicismo; o mais adequado seria
quanto mais penso, (tanto) mais fico inteligente); Prolixidade
a exposio fastidiosa e intil de palavras ou argumentos e sua supera-
Comeu um roast-beef (anglicismo; o mais adequado seria comeu
bundncia. o excesso de palavras para exprimir poucas ideias. Ao texto
um rosbife);
prolixo falta objetividade, o qual quase sempre compromete a clareza e
Havia links para sua pgina (anglicismo; o mais adequado seria cansa o leitor.
Havia ligaes(ou vnculos) para sua pgina. A preveno prolixidade requer que se tenha ateno conciso e preci-
so da mensagem. Conciso a qualidade de dizer o mximo possvel com
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o mnimo de palavras. Preciso a qualidade de utilizar a palavra certa O papa Paulo VI pediu a paz.
para dizer exatamente o que se quer. Uma coliso pode ser remediada com a reestruturao sinttica da frase
Pleonasmo vicioso que a contm ou com a substituio de alguns termos ou expresses por
O pleonasmo uma figura de linguagem. Quando consiste numa redun- outras similares ou sinnimas.
dncia intil e desnecessria de significado em uma sentena, considera- Central de favoritos
do um vcio de linguagem. A esse tipo de pleonasmo chama- Esta matria eu retirei da Wikipdia
mos pleonasmo vicioso.
Ex: NORMA CULTA E POPULAR
Ele vai ser o protagonista principal da pea. (Um protagonista , A linguagem humana pode ser compreendida em dois termos especficos
necessariamente, a personagem principal) mais conhecidos como NORMA CULTA E NORMA POPULAR. Como o
Meninos, entrem j para dentro! (O verbo entrar j exprime ideia prprio nome j define, no primeiro caso, bem entendida como NORMA
de ir para dentro) CULTA, entende-se o modo correto, bonito, certo de uma pessoa se ex-
pressar, usando os termos mais sofisticados e quase chegando perfeio,
Estou subindo para cima. (O verbo subir j exprime ideia de ir omitindo, consequentemente o uso de grias e termos chulos da lngua
para cima) me, ptria, ou no caso do Brasil, lngua portuguesa. Por outro lado, tam-
No deixe de comparecer pessoalmente. ( impossvel compare- bm como o prprio termo j expressa, a NORMA POPULAR (a linguagem
cer a algum lugar de outra forma que no pessoalmente) do povo) no se esmera e muito menos se preocupa em falar, exibir como a
Meio-ambiente o meio em que vivemos = o ambiente em que anterior, isto , a considerada CULTA, e sim fala conforme o sentimento do
vivemos. povo, o uso comum, de maneira simples, inclusive apresentando diversos
tipos de erros de concordncia gramatical, o que, sem dvida, passa total-
No pleonasmo: mente despercebido pela pessoa que a ouve, sendo consequentemente da
As palavras so de baixo calo. Palavras podem ser de baixo ou de mesma estirpe e condio social, diga-se de passagem. Tudo isto sem falar
alto calo. nas apelaes, grias e termos chulos proferidos pela a grande maioria das
O pleonasmo nem sempre um vcio de linguagem, mesmo para os exem- pessoas.
plos supra citados, a depender do contexto. Em certos contextos, ele um Em ambos os casos, como so ambientes distintos, tanto a NORMA CUL-
recurso que pode ser til para se fornecer nfase a determinado aspecto da TA quanto a NORMA POPULAR so entendidas, respectivamente, cada
mensagem. uma dentro dos seus parmetros, do seu contexto. As palavras CERTO e
Especialmente em contextos literrios, musicais e retricos, um pleonasmo ERRADO, sendo assim, ficam em segundo plano. Pois se for colocar na
bem colocado pode causar uma reao notvel nos receptores (como a berlinda ou na balana, numa anlise mais abrangente, estes dois tipos de
gerao de uma frase de efeito ou mesmo o humor proposital). A maestria linguagem, constatar-se- um grande paradoxo: como um povo pode se
no uso do pleonasmo para que ele atinja o efeito desejado no receptor expressar de duas maneiras distintas, falando o mesmo idiomas? Pergunta-
depende fortemente do desenvolvimento da capacidade de interpretao r o turista incauto que tanto se esforou para aprender os termos bsicos
textual do emissor. Na dvida, melhor que seja evitado para no se da lngua portuguesa e chegando aqui, dependendo do lugar que for,
incorrer acidentalmente em um uso vicioso. ficarar, desculpe a comparao popular, mais perdido do que cachorro em
dia de mudana!... E a celeuma pode perdurar ao longo da convivncia
Solecismo
diria, indagando com perguntas do tipo: quem est certo ou errado? Ora,
Solecismo uma inadequao na estrutura sinttica da frase com relao turista das Arbias, voc no sabia: Ambas categorias esto certas ou
gramtica normativa do idioma. H trs tipos de solecismo: erradas, conforme o lugar ou a hora em que estiverem se confabulando.
De concordncia: Talvez voc desconhea totalmente que papo de botequim, de bar uma
Fazem trs anos que no vou ao mdico. (Faz trs anos que no coisa e dilogo, conversa numa Academia Brasileira de Letras outro bem
vou ao mdico.) diferente. S que,no se esquea: a mesma e nica Lngua Portuguesa
que esto falando. O imprescidvel mesmo que cada um entenda bem o
Aluga-se salas nesse edifcio. (Alugam-se salas nesse edifcio.) que o ouro est querendo dizer. Se fingir que entende ser problema exclu-
De regncia: sivo de quem agir assim. Neste momento sempre bom ser sincero. Qual-
Ontem eu assisti um filme de poca. (Ontem eu assisti a um filme de quer dvida, no tenha vergonha de dizer: "desculpe-me, no entendi o que
poca.) voc est querendo dizer!". Ou se preferir pode at dizer mesmo : "Excuse-
De colocao: me ou I'm sorry. I don't understand" ou algo parecido. Pois sempre se
encontra aqui no Brasil alguma pessoa que aprecia o ingls, agora se fala
Me empresta um lpis, por favor. (Empresta-me um lpis, por favor.) fluentemente, a so outros quinhentos...Olha a NORMA POPULAR finali-
Me parece que ela ficou contente. (Parece-me que ela ficou conten- zando...
te.) Joo Bosco de Andrade Arajo
Eu no respondi-lhe nada do que perguntou. (Eu no lhe respondi
nada do que perguntou.)
Eco QUESTES DE CONCURSOS ANTERIORES:
O Eco vem a ser a prpria rima que ocorre quando h na frase termina- exerccios de Interpretao de texto
es iguais ou semelhantes, provocando dissonncia.
Falar em desenvolvimento pensar em alimento, sade e educa- Leia o texto para responder s prximas 3 questes.
o.
Sobre os perigos da leitura
O aluno repetente mente alegremente. Nos tempos em que eu era professor da Unicamp, fui designado presidente
O presidente tinha dor de dente constantemente. da comisso encarregada da seleo dos candidatos ao doutoramento, o
Coliso que um sofrimento. Dizer esse entra, esse no entra uma responsabili-
O uso de uma mesma vogal ou consoante em vrias palavras denomina- dade dolorida da qual no se sai sem sentimentos de culpa. Como, em 20
do aliterao. Aliteraes so preciosos recursos estilsticos quando usados minutos de conversa, decidir sobre a vida de uma pessoa amedrontada?
com a inteno de se atingir efeito literrio ou para atrair a ateno do Mas no havia alternativas. Essa era a regra. Os candidatos amontoavam-
receptor. Entretanto, quando seus usos no so intencionais ou quando se no corredor recordando o que haviam lido da imensa lista de livros cuja
causam um efeito estilstico ruim ao receptor da mensagem, a aliterao leitura era exigida. A tive uma ideia que julguei brilhante. Combinei com os
torna-se um vcio de linguagem e recebe nesse contexto o nome meus colegas que faramos a todos os candidatos uma nica pergunta, a
de coliso. Exemplos: mesma pergunta. Assim, quando o candidato entrava trmulo e se esfor-
Eram comunidades camponesas com cultivos coletivos.
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ando por parecer confiante, eu lhe fazia a pergunta, a mais deliciosa de (D) ensasta.
todas: Fale-nos sobre aquilo que voc gostaria de falar!. [...] (E) psiclogo.
A reao dos candidatos, no entanto, no foi a esperada. Aconteceu o
oposto: pnico. Foi como se esse campo, aquilo sobre o que eles gostariam (TJ/SP 2010 VUNESP) 6 - A expresso ch de cadeira, no texto, tem o
de falar, lhes fosse totalmente desconhecido, um vazio imenso. Papaguear significado de
os pensamentos dos outros, tudo bem. Para isso, eles haviam sido treina- (A) bebida feita com derivado de pinho.
dos durante toda a sua carreira escolar, a partir da infncia. Mas falar sobre (B) ausncia de convite para danar.
os prprios pensamentos ah, isso no lhes tinha sido ensinado! (C) longa espera para conseguir assento.
Na verdade, nunca lhes havia passado pela cabea que algum pudesse (D) ficar sentado esperando o ch.
se interessar por aquilo que estavam pensando. Nunca lhes havia passado (E) longa espera em diferentes situaes.
pela cabea que os seus pensamentos pudessem ser importantes.
(Rubem Alves, www.cuidardoser.com.br. Adaptado) Leia o texto para responder s prximas 4 questes.
(TJ/SP 2010 VUNESP) 4 - De acordo com o texto, os brasileiros so (A) Thierry Henry ter dado um passe com a mo para o gol da Frana.
piores do que outros povos em (B) a Gillette ter modificado a publicidade do futebolista francs.
(A) eficincia de correios e andar a p. (C) a Gillete no concordar com que a Frana dispute a Copa do Mundo.
(B) ajuste de relgios e andar a p. (D) Thierry Henry ganhar 8,4 milhes de dlares anuais com a propaganda.
(C) marcar compromissos fora de hora. (E) a FIFA no ter cancelado o jogo em que a Frana se classificou.
(D) criar desculpas para atrasos.
(E) dar satisfaes por atrasos. (TJ/SP 2010 VUNESP) 8 - A expresso o gato subiu no telhado parte
de uma conhecida anedota em que uma mulher, depois de contar abrupta-
(TJ/SP 2010 VUNESP) 5 - Pondo foco no processo de coeso textual mente ao marido que seu gato tinha morrido, advertida de que deveria ter
do 2. pargrafo, pode-se concluir que Levine um dito isso aos poucos: primeiramente, que o gato tinha subido no telhado,
(A) jornalista. depois, que tinha cado e, depois, que tinha morrido. No texto em questo,
(B) economista. a expresso pode ser interpretada da seguinte maneira:
(C) cronometrista.
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(A) foi com a mo do gato que Thierry assegurou a classificao da Fran- (D) Usar a internet estimula funes cerebrais, pelas facilidades de percep-
a. o e de domnio de assuntos diversificados e de formatos diferenciados de
(B) Thierry era um bom jogador antes de ter agido com m f. textos, que permitem uma leitura dinmica e de acordo com o interesse do
(C) a Gillette j cortou, de fato, o contrato com o jogador francs. usurio.
(D) a Fifa reprovou amplamente a atitude antiesportiva de Thierry Henry. (E) O novo livro de Nicholas Carr, a ser publicado, desperta a curiosidade
(E) a situao de Thierry, como garoto-propaganda da Gillette, ficou inst- do leitor pelo tratamento ficcional que seu autor aplica a situaes concre-
vel. tas do funcionamento do crebro, trazidas pelo uso disseminado da inter-
net.
(TJ/SP 2010 VUNESP) 9 - A expresso diz que no, no final do 2.
pargrafo, significa que (MP/RS 2010 FCC) 12 - Curiosamente, no caso da internet, os verda-
deiros fundamentos cientficos deveriam, sim, provocar reaes muito
(A) a Procter & Gamble nega o rompimento do contrato. estridentes. O autor, para embasar a opinio exposta no 2o pargrafo,
(B) o jogo em que a Frana se classificou deve ser refeito. (A) se vale da enorme projeo conferida ao pesquisador antes citado,
(C) a repercusso na Frana foi bastante negativa. ironicamente oferecida pela prpria internet, em seu website.
(D) a Procter & Gamble proprietria da Gillette. (B) apoia-se nas concluses de Nicholas Carr, baseadas em dezenas de
(E) os publicitrios franceses se opem a Thierry. estudos cientficos sobre o funcionamento do crebro humano.
(C) condena, desde o incio, as novas tecnologias, cujo uso indiscriminado
(TJ/SP 2010 VUNESP) 10 - Segundo a revista Forbes, vemprovocando danos em partes do crebro.
(A) Thierry dever perder muito dinheiro daqui para frente. (D) considera, como base inicial de constatao a respeito do uso da inter-
(B) h trs jogadores que faturam mais que Thierry em publicidade. net, que ela nos torna menos sensveis a sentimentos como compaixo e
(C) o jogador francs possui contratos publicitrios milionrios. piedade.
(D) o ganho de Thierry, somado publicidade, ultrapassa 28 milhes. (E) questiona a ausncia de fundamentos cientficos que, no caso da inter-
(E) um absurdo o que o jogador ganha com o futebol e a publicidade. net, [...]deveriam, sim, provocar reaes muito estridentes.
As 2 questes a seguir baseiam-se no texto abaixo. As 2 questes a seguir baseiam-se no texto abaixo.
Em 2008, Nicholas Carr assinou, na revista The Atlantic, o polmico artigo
"Estar o Google nos tornando estpidos?" O texto ganhou a capa da Tambm nas cidades de porte mdio, localizadas nas vizinhanas das
revista e, desde sua publicao, encontra-se entre os mais lidos de seu regies metropolitanas do Sudeste e do Sul do pas, as pessoas tendem
website. O autor nos brinda agora com The Shallows: What the internet is cada vez mais a optar pelo carro para seus deslocamentos dirios, como
doing with our brains, um livro instrutivo e provocativo, que dosa lingua- mostram dados do Departamento Nacional de Trnsito. Em consequncia,
gem fluida com a melhor tradio dos livros de disseminao cientfica. congestionamentos, acidentes, poluio e altos custos de manuteno da
Novas tecnologias costumam provocar incerteza e medo. As reaes mais malha viria passaram a fazer parte da lista dos principais problemas
estridentes nem sempre tm fundamentos cientficos. Curiosamente, no desses municpios.
caso da internet, os verdadeiros fundamentos cientficos deveriam, sim, Cidades menores, com custo de vida menos elevado que o das capitais,
provocar reaes muito estridentes. Carr mergulha em dezenas de estudos baixo ndice de desemprego e poder aquisitivo mais alto, tiveram suas
cientficos sobre o funcionamento do crebro humano. Conclui que a inter- frotas aumentadas em progresso geomtrica nos ltimos anos. A facilida-
net est provocando danos em partes do crebro que constituem a base do de de crdito e a iseno de impostos so alguns dos elementos que tm
que entendemos como inteligncia, alm de nos tornar menos sensveis a colaborado para a realizao do sonho de ter um carro. E os brasileiros
sentimentos como compaixo e piedade. desses municpios passaram a utilizar seus carros at para percorrer curtas
O frenesi hipertextual da internet, com seus mltiplos e incessantes estmu- distncias, mesmo perdendo tempo em congestionamentos e apesar dos
los, adestra nossa habilidade de tomar pequenas decises. Saltamos textos alertas das autoridades sobre os danos provocados ao meio ambiente pelo
e imagens, traando um caminho errtico pelas pginas eletrnicas. No aumento da frota.
entanto, esse ganho se d custa da perda da capacidade de alimentar Alm disso, carro continua a ser sinnimo de status para milhes de brasi-
nossa memria de longa durao e estabelecer raciocnios mais sofistica- leiros de todas as regies. A sua necessidade vem muitas vezes em se-
dos. Carr menciona a dificuldade que muitos de ns, depois de anos de gundo lugar. H 35,3 milhes de veculos em todo o pas, um crescimento
exposio internet, agora experimentam diante de textos mais longos e de 66% nos ltimos nove anos. No por acaso oito Estados j registram
elaborados: as sensaes de impacincia e de sonolncia, com base em mais mortes por acidentes no trnsito do que por homicdios.
estudos cientficos sobre o impacto da internet no crebro humano. Segun- (O Estado de S. Paulo, Notas e Informaes, A3, 11 de setembro de 2010,
do o autor, quando navegamos na rede, "entramos em um ambiente que com adaptaes)
promove uma leitura apressada, rasa e distrada, e um aprendizado super-
ficial." (MP/RS 2010 FCC) 13 - No por acaso oito Estados j registram mais
A internet converteu-se em uma ferramenta poderosa para a transformao mortes por acidentes no trnsito do que por homicdios. A afirmativa final do
do nosso crebro e, quanto mais a utilizamos, estimulados pela carga texto surge como
gigantesca de informaes, imersos no mundo virtual, mais nossas mentes (A) constatao baseada no fato de que os brasileiros desejam possuir um
so afetadas. E no se trata apenas de pequenas alteraes, mas de carro, mas perdem muito tempo em congestionamentos.
mudanas substanciais fsicas e funcionais. Essa disperso da ateno (B) observao irnica quanto aos problemas decorrentes do aumento na
vem custa da capacidade de concentrao e de reflexo.(Thomaz Wood utilizao de carros, com danos provocados ao meio ambiente.
Jr. Carta capital, 27 de outubro de 2010, p. 72, com adaptaes) (C) comprovao de que a compra de um carro sinnimo de status e, por
isso, constitui o maior sonho de consumo do brasileiro.
(MP/RS 2010 FCC) 11 - O assunto do texto est corretamente resumi- (D) hiptese de que a vida nas cidades menores tem perdido qualidade,
do em: pois os brasileiros desses municpios passaram a utilizar seus carros at
(A) O uso da internet deveria motivar reaes contrrias de inmeros para percorrer curtas distncias.
especialistas, a exemplo de Nicholas Carr, que procura descobrir as cone- (E) concluso coerente com todo o desenvolvimento, a partir de um ttulo
xes entre raciocnio lgico e estudos cientficos sobre o funcionamento do que poderia ser: Carro, problema que se agrava.
crebro.
(B) O mundo virtual oferecido pela internet propicia o desenvolvimento de (MP/RS 2010 FCC) 14 - As ideias mais importantes contidas no 2o
diversas capacidades cerebrais em todos aqueles que se dedicam a essa pargrafo constam, com lgica e correo, de:
navegao, ainda pouco estudadas e explicitadas em termos cientficos. (A) A facilidade de crdito e a iseno de impostos so alguns elementos
(C) Segundo Nicholas Carr, o uso frequente da internet produz alteraes que tem colaborado para a realizao do sonho de ter um carro nas cida-
no funcionamento do crebro, pois estimula leituras superficiais e distra- des menores, e os brasileiros desses municpios passaram a utilizar seus
das, comprometendo a formulao de raciocnios mais sofisticados. carros para percorrer curtas distncias, alm dos congestionamentos e dos
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alertas das autoridades sobre os danos provocados ao meio ambiente pelo (B) a criao de um equipamento eletrnico com estrutura de vidro que
aumento da frota. evita a emisso de dixido de carbono na atmosfera.
(B) Cidades menores tiveram suas frotas aumentadas em progresso (C) o aumento na venda de celulares feitos com CarbonFree, depois que as
geomtrica nos ltimos anos em razo da facilidade de crdito e da iseno empresas nacionais se uniram fabricante taiwanesa.
de impostos, elementos que tm colaborado para a aquisio de carros que (D) o compromisso firmado entre a empresa Apple e consultoria Gartner
passaram a ser utilizados at mesmo para percorrer curtas distncias, Group para criar celulares sem o uso de carbono.
apesar dos congestionamentos e dos alertas das autoridades sobre os (E) a preocupao de algumas empresas em criarem aparelhos eletrnicos
danos provocados ao meio ambiente. que no agridam o meio ambiente.
(C) O menor custo de vida em cidades menores, com baixo ndice de
desemprego e poder aquisitivo mais alto, aumentaram suas frotas em (CREMESP 2011 - VUNESP) 16 - Em Computadores limpos fazem
progresso geomtrica nos ltimos anos, com a facilidade de crdito e a uma importante diferena no efeito estufa... a expresso entre aspas
iseno de impostos, que so alguns dos elementos que tm colaborado pode ser substituda, sem alterar o sentido no texto, por:
para a realizao do sonho dos brasileiros de ter um carro. (A) com material reciclado.
(D) nas cidades menores, com custo de vida menos elevado que o das (B) feitos com garrafas plsticas.
capitais, baixo ndice de desemprego e poder aquisitivo mais alto, que (C) com arquivos de bambu.
tiveram suas frotas aumentadas em progresso geomtrica nos ltimos (D) feitos com materiais retirados da natureza.
anos pela facilidade de crdito e a iseno de impostos so alguns dos (E) com teclado feito de alumnio.
elementos que tem colaborado para a realizao do sonho de ter um carro.
(E) Os brasileiros de cidades menores passaram at a percorrer curtas (CREMESP 2011 - VUNESP) 17 - A partir da leitura do texto, pode-se
distncias com seus carros, pela facilidade de crdito e a iseno de impos- concluir que
tos, que so elementos que tm colaborado para a realizao do sonho de (A) as pesquisas na rea de TI ainda esto em fase inicial.
t-los, e com custo de vida menos elevado que o das capitais, baixo ndice (B) os consumidores de eletrnicos no se preocupam com o material com
de desemprego e poder aquisitivo mais alto, tiveram suas frotas aumenta- que so feitos.
das em progresso geomtrica nos ltimos anos. (C) atualmente, a indstria de eletrnicos leva em conta o efeito estufa.
(D) os laptops feitos com fibra de bambu tm maior durabilidade.
(E) equipamentos ecologicamente corretos no tm um mercado de vendas
Leia o texto para responder s prximas 4 questes. assegurado.
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(A) segundo testes feitos em animais, os agrotxicos causam intoxicaes. ENCONTROS VOCLICOS
(B) a produo em larga escala de pesticidas sintticos tem ocasionado A sequncia de duas ou trs vogais em uma palavra, damos o nome de
doenas incurveis. encontro voclico.
(C) as pessoas que ingerem resduos de agrotxicos so mais propensas a Ex.: cooperativa
terem doenas de estmago.
(D) os resduos de agrotxicos nos alimentos podem causar danos ao Trs so os encontros voclicos: ditongo, tritongo, hiato
organismo.
(E) os cientistas descobriram que os alimentos in natura tm menos res- DITONGO
duos de agrotxicos. a combinao de uma vogal + uma semivogal ou vice-versa.
http://www.gramatiquice.com.br/2011/02/exercicios-interpretacao-de-texto- Dividem-se em:
ii_02.html - orais: pai, fui
- nasais: me, bem, po
RESPOSTAS - decrescentes: (vogal + semivogal) meu, riu, di
01. B 11. C - crescentes: (semivogal + vogal) ptria, vcuo
02. A 12. B
03. E 13. E TRITONGO (semivogal + vogal + semivogal)
04. B 14. B Ex.: Pa-ra-guai, U-ru-guai, Ja-ce-guai, sa-guo, quo, iguais, mnguam
05. E 15. E
06. E 16. A HIATO
07. B 17. C o encontro de duas vogais que se pronunciam separadamente, em du-
08. E 18. E as diferentes emisses de voz.
09. A 19. B Ex.: fa-s-ca, sa--de, do-er, a-or-ta, po-di-a, ci--me, po-ei-ra, cru-el, ju--
10. C 20. D zo
SLABA
FONTICA E FONOLOGIA D-se o nome de slaba ao fonema ou grupo de fonemas pronunciados
numa s emisso de voz.
Em sentido mais elementar, a Fontica o estudo dos sons ou dos fo-
nemas, entendendo-se por fonemas os sons emitidos pela voz humana, os Quanto ao nmero de slabas, o vocbulo classifica-se em:
quais caracterizam a oposio entre os vocbulos. Monosslabo - possui uma s slaba: p, mel, f, sol.
Ex.: em pato e bato o som inicial das consoantes p- e b- que ope entre Disslabo - possui duas slabas: ca-sa, me-sa, pom-bo.
si as duas palavras. Tal som recebe a denominao de FONEMA. Trisslabo - possui trs slabas: Cam-pi-nas, ci-da-de, a-tle-ta.
Quando proferimos a palavra aflito, por exemplo, emitimos trs slabas e Polisslabo - possui mais de trs slabas: es-co-la-ri-da-de, hos-pi-ta-
seis fonemas: a-fli-to. Percebemos que numa slaba pode haver um ou mais li-da-de.
fonemas.
No sistema fontica do portugus do Brasil h, aproximadamente, 33 fo- TONICIDADE
nemas. Nas palavras com mais de uma slaba, sempre existe uma slaba que se
importante no confundir letra com fonema. Fonema som, letra o pronuncia com mais fora do que as outras: a slaba tnica.
sinal grfico que representa o som. Exs.: em l-gri-ma, a slaba tnica l; em ca-der-no, der; em A-ma-p,
p.
Vejamos alguns exemplos:
Manh 5 letras e quatro fonemas: m / a / nh / Considerando-se a posio da slaba tnica, classificam-se as palavras
Txi 4 letras e 5 fonemas: t / a / k / s / i em:
Corre letras: 5: fonemas: 4 Oxtonas - quando a tnica a ltima slaba: Pa-ra-n, sa-bor, do-
Hora letras: 4: fonemas: 3 mi-n.
Aquela letras: 6: fonemas: 5 Paroxtonas - quando a tnica a penltima slaba: mr-tir, ca-r-
Guerra letras: 6: fonemas: 4 ter, a-m-vel, qua-dro.
Fixo letras: 4: fonemas: 5 Proparoxtonas - quando a tnica a antepenltima slaba: -mi-do,
Hoje 4 letras e 3 fonemas c-li-ce, ' s-fre-go, ps-se-go, l-gri-ma.
Canto 5 letras e 4 fonemas
Tempo 5 letras e 4 fonemas ENCONTROS CONSONANTAIS
Campo 5 letras e 4 fonemas a sequncia de dois ou mais fonemas consonnticos num vocbulo.
Chuva 5 letras e 4 fonemas Ex.: atleta, brado, creme, digno etc.
Lngua Portuguesa 40
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dar um valor fontico especial e permitir a correta pronncia das palavras. 4. Acentuamos as vogais I e U dos hiatos, quando:
So os seguintes:
1) o acento agudo indica vogal tnica aberta: p, av, lgrimas; Formarem slabas sozinhos ou com S
2) o acento circunflexo indica vogal tnica fechada: av, ms, nco-
ra; Ex. Ju--zo, Lu-s, ca-fe--na, ra--zes, sa--da, e-go-s-ta.
3) o acento grave sinal indicador de crase: ir cidade; IMPORTANTE
4) o til indica vogal nasal: l, m;
Por que no acentuamos ba-i-nha, fei-u-ra, ru-im, ca-ir, Ra-ul, se
5) a cedilha d ao c o som de ss: moa, lao, aude;
6) o apstrofo indica supresso de vogal: me-dgua, pau-dalho; todos so i e u tnicas, portanto hiatos?
o hfen une palavras, prefixos, etc.: arcos-ris, peo-lhe, ex-aluno. Porque o i tnico de bainha vem seguido de NH. O u e o i tnicos de
ruim, cair e Raul formam slabas com m, r e l respectivamente.
Acentuao Grfica Essas consoantes j soam forte por natureza, tornando naturalmente a
QUANTO POSIO DA SLABA TNICA
slaba tnica, sem precisar de acento que reforce isso.
5. Trema
1. Acentuam-se as oxtonas terminadas em A, E, O, seguidas ou no No se usa mais o trema em palavras da lngua portuguesa. Ele s vai
de S, inclusive as formas verbais quando seguidas permanecer em nomes prprios e seus derivados, de origem estrangeira,
de LO(s) ou LA(s). Tambm recebem acento as oxtonas terminadas como Bndchen, Mller, mlleriano (neste caso, o l-se i)
em ditongos abertos, como I, U, I, seguidos ou no de S 6. Acento Diferencial
O acento diferencial permanece nas palavras:
Ex. pde (passado), pode (presente)
pr (verbo), por (preposio)
Ch Ms ns Nas formas verbais, cuja finalidade determinar se a 3 pessoa do verbo
Gs Sap cip est no singular ou plural:
Dar Caf avs SINGULAR PLURAL
Par Vocs comps Ele tem Eles tm
vatap pontaps s
Ele vem Eles vm
Alis portugus rob
d-lo v-lo av Essa regra se aplica a todos os verbos derivados de ter e vir, como:
recuper-los Conhec-los p-los conter, manter, intervir, deter, sobrevir, reter, etc.
guard-la F comp-los
ris (moeda) Vu di Novo Acordo Ortogrfico Descomplicado
mis cu mi
Trema
pastis Chapus anzis
No se usa mais o trema, salvo em nomes prprios e seus derivados.
ningum parabns Jerusalm
Acento diferencial
Resumindo: No preciso usar o acento diferencial para distinguir:
S no acentuamos oxtonas terminadas em I ou U, a no ser que seja 1. Para (verbo) de para (preposio)
um caso de hiato. Por exemplo: as palavras ba, a, Esa e atra-lo
so acentuadas porque as vogais i e u esto tnicas nestas palavras.
Esse carro velho para em toda esquina.
Estarei voltando para casa daqui a uma hora.
2. Acentuamos as palavras paroxtonas quando terminadas em:
1. Pela, pelo (verbo pelar) de pela, pelo (preposio + artigo) e pelo
L afvel, fcil, cnsul, desejvel, gil, incrvel. (substantivo)
N plen, abdmen, smen, abdmen. 2. Polo (substantivo) de polo (combinao antiga e popular de por
R cncer, carter, nctar, reprter. e lo).
X trax, ltex, nix, fnix. 3. pera (fruta) de pera (preposio arcaica).
PS frceps, Quops, bceps.
(S) m, rfs, ms, Blcs.
A pronncia ou categoria gramatical dessas palavras dar-se- mediante o
O(S) rgo, bno, sto, rfo.
contexto.
I(S) jri, txi, lpis, grtis, osis, miostis.
Acento agudo
ON(S) nilon, prton, eltrons, cnon.
Ditongos abertos ei, oi
UM(S) lbum, frum, mdium, lbuns.
No se usa mais acento nos ditongos ABERTOS ei, oi quando estiverem
US nus, bnus, vrus, Vnus.
na penltima slaba.
He-roi-co ji-boi-a
Tambm acentuamos as paroxtonas terminadas em ditongos crescentes As-sem-blei-a i-dei-a
(semivogal+vogal): Pa-ra-noi-co joi-a
Nvoa, infncia, tnue, calvcie, srie, polcia, residncia, frias, lrio. OBS. S vamos acentuar essas letras quando vierem na ltima slaba e se
3. Todas as proparoxtonas so acentuadas. o som delas estiverem aberto.
Ex. Mxico, msica, mgico, lmpada, plido, plido, sndalo, crisntemo, Cu vu
pblico, proco, proparoxtona. Di heri
Chapu belelu
QUANTO CLASSIFICAO DOS ENCONTROS VOCLICOS Rei, dei, comeu, foi (som fechado sem acento)
Lngua Portuguesa 41
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APOSTILAS OPO
No se recebem mais acento agudo as vogais tnicas I e U quando pr-histria
forem paroxtonas (penltima slaba forte) e precedidas de ditongo. anti-higinico
feiura baiuca sub-heptico
cheiinho saiinha super-homem
boiuno
No devemos mais acentuar o U tnico os verbos dos grupos GUE/GUI Ento, letras IGUAIS, SEPARA. Letras DIFERENTES, JUNTA.
e QUE/QUI. Por isso, esses verbos sero grafados da seguinte maneira: Anti-inflamatrio neoliberalismo
Averiguo (leia-se a-ve-ri-gu-o, pois o U tem som forte) Supra-auricular extraoficial
Arguo apazigue Arqui-inimigo semicrculo
Enxague arguem sub-bibliotecrio superintendente
Delinguo Quanto ao R e o S, se o prefixo terminar em vogal, a consoante dever
Acento Circunflexo ser dobrada:
No se acentuam mais as vogais dobradas EE e OO. suprarrenal (supra+renal) ultrassonografia (ultra+sonografia)
Creem veem minissaia antissptico
Deem releem contrarregra megassaia
Leem descreem Entretanto, se o prefixo terminar em consoante, no se unem de jeito
Voo perdoo nenhum.
enjoo
Outras dicas Sub-reino
H muito tempo a palavra coco fruto do coqueiro deixou de ser acen- ab-rogar
tuada. Entretanto, muitos alunos insistem em colocar o acento: Quero sob-roda
beber gua de cco.
Quem recebe acento coc palavra popularmente usada para se referir
ATENO!
a excremento.
Quando dois R ou S se encontrarem, permanece a regra geral: letras
Ento, a menos se que queira beber gua de fezes, melhor parar de
iguais, SEPARA.
colocar acento em coco.
super-requintado super-realista
Para verificar praticamente a necessidade de acentuao grfica, utilize o
inter-resistente
critrio das oposies:
Imagem armazm CONTINUAMOS A USAR O HFEN
Paroxtonas terminadas em M no levam acento, mas as oxtonas SIM. Diante dos prefixos ex-, sota-, soto-, vice- e vizo-:
Jovens provns Ex-diretor, Ex-hospedeira, Sota-piloto, Soto-mestre, Vice-presidente ,
Paroxtonas terminadas em ENS no levam acento, mas as oxtonas Vizo-rei
levam. Diante de ps-, pr- e pr-, quando TEM SOM FORTE E ACENTO.
til sutil ps-tnico, pr-escolar, pr-natal, pr-labore
Paroxtonas terminadas em L tm acento, mas as oxtonas no levam pr-africano, pr-europeu, ps-graduao
porque o L, o R e o Z deixam a slaba em que se encontram natural- Diante de pan-, circum-, quando juntos de vogais.
mente forte, no preciso um acento para reforar isso. Pan-americano, circum-escola
por isso que: as palavras rapaz, corao, Nobel, capataz, pastel, bom- OBS. Circunferncia junto, pois est diante da consoante F.
bom; verbos no infinitivo (terminam em ar, -er, -ir) doar, prover, consu- NOTA: Veja como fica estranha a pronncia se no usarmos o hfen:
mir so oxtonas e no precisam de acento. Quando terminarem do mesmo Exesposa, sotapiloto, panamericano, vicesuplente, circumescola.
jeito e forem paroxtonas, ento vo precisar de acento. ATENO!
No se usa o hfen diante de CO-, RE-, PRE (SEM ACENTO)
Uso do Hfen Coordenar reedio preestabelecer
Novo Acordo Ortogrfico Descomplicado (Parte V) Uso do Hfen Coordenao refazer preexistir
Coordenador reescrever prever
Tem se discutido muito a respeito do Novo Acordo Ortogrfico e a grande
Coobrigar relembrar
queixa entre os que usam a Lngua Portuguesa em sua modalidade escrita
Cooperao reutilizao
tem gerado em torno do seguinte questionamento: por que mudar uma
Cooperativa reelaborar
coisa que a gente demorou um tempo para aprender? Bom, para quem j
O ideal para memorizar essas regras, lembre-se, conhecer e usar pelo
dominava a antiga ortografia, realmente essa mudana foi uma chateao.
menos uma palavra de cada prefixo. Quando bater a dvida numa palavra,
Quem saiu se beneficiando foram os que esto comeando agora a adquirir
compare-a palavra que voc j sabe e escreva-a duas vezes: numa voc
o cdigo escrito, como os alunos do Ensino Fundamental I.
usa o hfen, na outra no. Qual a certa? Confie na sua memria! Uma delas
Se voc tem dificuldades em memorizar regras, intil estudar o Novo
vai te parecer mais familiar.
Acordo comparando o antes e o depois, feito revista de propaganda de
cosmticos. O ideal que as mudanas sejam compreendidas e gravadas REGRA GERAL (Resumindo)
na memria: para isso, preciso coloc-las em prtica. Letras iguais, separa com hfen(-).
No precisa mais quebrar a cabea: uso hfen ou no? Letras diferentes, junta.
Regra Geral O H no tem personalidade. Separa (-).
O R e o S, quando esto perto das vogais, so dobrados. Mas no se
A letra H uma letra sem personalidade, sem som. Em Helena, no
juntam com consoantes.
tem som; em Hollywood, tem som de R. Portanto, no deve aparecer http://www.infoescola.com/portugues/novo-acordo-ortografico-
encostado em prefixos: descomplicado-parte-i/
T
Lngua Portuguesa 42
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ORTOGRAFIA OFICIAL Escreve-se esa (com s):
1) nos seguintes substantivos cognatos de verbos terminados em ender:
defesa (defender), presa (prender)...
Quando utilizar: S, C, , X, CH, SS, SC... 2) nos substantivos femininos designativos de nobreza:
baronesa, marquesa, princesa
Representao do fonema /s/. 3) nas formas femininas dos adjetivos terminados em s:
O fonema /s/, conforme o caso, representa-se por: burguesa (de burgus)...
1) C,: 4) nas seguintes palavras femininas:
acetinado, aafro, almao, anoitecer, censura, cimento, dana, contoro, framboesa, indefesa, lesa, mesa, sobremesa, obesa, Teresa, tesa, turquesa
exceo, endereo, Iguau, maarico, maaroca, mao, macio, mianga, etc
muulmano, paoca, pana, pina, Sua etc.
2) S: Escreve-se eza nos substantivos femininos abstratos derivados de
nsia, ansiar, ansioso, ansiedade, cansar, cansado, descansar, descanso, adjetivos e denotando qualidade, estado, condio:
diverso, excurso, farsa, ganso, hortnsia, pretenso, pretensioso, pro- beleza (de belo), franqueza (de franco), pobreza (de pobre), leveza (de
penso, remorso, sebo, tenso, utenslio etc. leve)
3) SS:
acesso, acessrio, acessvel, assar, asseio, assinar, carrossel, cassino, Verbos em isar e izar
concesso, discusso, escassez, escasso, essencial, expresso, fracasso, Escreve-se isar (com s) quando o radical dos nomes correspondentes
impresso, massa, massagista, misso, necessrio, obsesso, opresso, termina em s. Se o radical no terminar em s, grafa-se izar (com z):
pssego, procisso, profisso, ressurreio, sessenta, sossegar, sossego, avisar (aviso+ar) anarquizar (anarquia+izar)
submisso, sucessivo etc.
4) SC,S Emprego do x
acrscimo, adolescente, ascenso, conscincia, consciente, crescer, cres- 1) Esta letra representa os seguintes fonemas:
o, cresa, descer, deso, desa, disciplina, discpulo, discernir, fascinar, /ch/ xarope, enxofre, vexame etc;
fascinante, florescer, imprescindvel, nscio, oscilar, piscina, ressuscitar, /cs/ sexo, ltex, lxico, txico etc;
seiscentos, suscetvel, suscetibilidade, suscitar, vscera /z/ exame, exlio, xodo etc;
5) X: /ss/ auxlio, mximo, prximo etc;
aproximar, auxiliar, auxlio, mximo prximo, proximidade, trouxe, /s/ sexto, texto, expectativa, extenso etc;
trouxer, trouxeram etc 2) No soa nos grupos internos xce e xci:
6) XC: exceo, exceder, excelente, excelso, excntrico, excessivo, excitar etc
exceo, excedente, exceder, excelncia, excelente, excelso, excntrico, 3) Grafam-se com x e no s:
excepcional, excesso, excessivo, exceto,excitar etc. expectativa, experiente, expiar (remir, pagar), expirar (morrer), expoente,
xtase, extrair, fnix, txtil, texto etc
Emprego de s com valor de z 4) Escreve-se x e no ch:
1) adjetivos com os sufixos oso, -osa: a) em geral, depois de ditongo:
teimoso, teimosa caixa, baixo, faixa, feixe, frouxo, ameixa, rouxinol, seixo etc
2) adjetivos ptrios com os sufixos s, -esa: Excetuam-se: recauchutar e recauchutagem
portugus, portuguesa b) geralmente, depois da slaba inicial em:
3) substantivos e adjetivos terminados em s, feminino esa: enxada, enxame...
burgus, burguesa Excetuam-se: encharcar (de charco), encher e seus derivados (enchente,
4) substantivos com os sufixos gregos esse, -isa, -ose: enchimento, preencher), enchova, enchumaar (de chumao), enfim, toda
diocese, poetisa, metamorfose vez que se trata do prefixo en+palavra iniciada por ch.
5) verbos derivados de palavras cujo radical termina em s: c) em vocbulos de origem indgena ou africana:
analisar (de anlise) abacaxi, xavante, caxambu (dana negra), orix, xar, maxixe etc
6) formas dos verbos pr e querer e de seus derivados: d) nas seguintes palavras: bexiga, bruxa, coaxar, faxina, praxe xarope,
pus, ps, pusemos, puseram, puser, comps, compusesse, impuser etc xaxim, xcara, xale, xingar, xampu.
quis, quisemos, quiseram, quiser, quisera, quisssemos etc
7) os seguintes nomes prprios personativos: Emprego do dgrafo ch
Ins, Isabel, Isaura, Lus, Queirs, Resende, Sousa, Teresa, Teresinha. Escrevem-se com ch, entre outros, os seguintes vocbulos:
bucha, charque, chimarro, chuchu, cochilo, fachada, ficha, flecha, mecha,
Emprego da letra z mochila, pechincha, tocha.
1) os derivados em zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita:
cafezal, cafezeiro, cafezinho, avezinha, cozito, avezita etc Consoantes dobradas
2) os derivados de palavras cujo radical termina em z: 1) Nas palavras portuguesas s se duplicam as consoantes c, r, s.
cruzeiro (de cruz), enraizar (de raiz), esvaziar, vazar, vazo (de vazio) etc 2) Escreve-se cc ou c quando as duas consoantes soam distintamente:
3) os verbos formados com o sufixo izar e palavras cognatas: convico, coco, frico faco, suco etc
fertilizar, fertilizante, civilizar, civilizao etc 3) Duplicam-se o r e o s em dois casos:
4) substantivos abstratos em eza, derivados de adjetivos e denotando a) Quando, intervoclicos, representam os fonemas /r/ forte e /s/ sibilante,
qualidade fsica ou moral: respectivamente:
pobreza (de pobre), limpeza (de limpo), frieza (de frio) etc carro, ferro, pssego, misso etc
5) as seguintes palavras: b) Quando a um elemento de composio terminado em vogal seguir, sem
azar, azeite, baliza, buzinar, bazar, chafariz, cicatriz, ojeriza, prezar, vizinho interposio do hfen, palavra comeada por r ou s:
arroxeado, correlao, pressupor, bissemanal, girassol, minissaia etc.
S ou Z ? http://www.tudosobreconcursos.com/
Sufixos s e ez
1) O sufixo s (latim ense) forma adjetivos (s vezes substantivos) deri- O fonema j:
vados de substantivos concretos:
monts (de monte) montanhs (de montanha) corts (de corte) Escreve-se com G e no com J:
2) O sufixo ez forma substantivos abstratos femininos derivados de adjeti-
vos: as palavras de origem grega ou rabe
aridez (de rido) acidez (de cido) rapidez (de rpido) Exemplos: tigela, girafa, gesso. estrangeirismo, cuja letra G originria.
Sufixos esa e eza Exemplos: sargento, gim.
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as terminaes: agem, igem, ugem, ege, oge (com poucas excees) metro), kg (quilograma), W (watt);
b) na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus deri-
vados): show, playboy, playground, windsurf, kung fu, yin,
Exemplos: imagem, vertigem, penugem, bege, foge. yang, William, kaiser, Kafka, kafkiano.
Observao Trema
Exceo: pajem as terminaes: gio, gio, gio, gio, ugio.
Exemplos: sufrgio, sortilgio, litgio, relgio, refgio. No se usa mais o trema (), sinal colocado sobre a letra u
para indicar que ela deve ser pronunciada nos gru-
os verbos terminados em ger e gir. pos gue, gui, que, qui.
Como era: agentar, argir, bilnge, cinqenta, delinqen-
te, eloqente,ensangentado, eqestre, freqente, lingeta,
Exemplos: eleger, mugir.
lingia, qinqnio, sagi,seqncia, seqestro, tranqilo,
depois da letra "r" com poucas excees. Como fica: aguentar, arguir, bilngue, cinquenta, delinquente,
eloquente, ensanguentado, equestre, frequente, lingueta,
linguia, quinqunio, sagui, sequncia, sequestro, tranquilo.
Exemplos: emergir, surgir. depois da letra a, desde que no seja radical
terminado com j. Ateno: o trema permanece apenas nas palavras estrangei-
Exemplos: gil, agente. ras e em suas derivadas. Exemplos: Mller, mlleriano.
Mudanas nas regras de acentuao
Escreve-se com J e no com G: 1. No se usa mais o acento dos ditongos abertos i e i das
as palavras de origem latinas palavras paroxtonas (palavras que tm acento tnico na
penltima slaba).
Exemplos: jeito, majestade, hoje. Como era: alcalide, alcatia, andride, apia, apio(verbo
as palavras de origem rabe, africana ou extica. apoiar), asteride, bia,celulide, clarabia, colmia, Coria,
debilide, epopia, estico, estria, estrio (verbo estrear),
gelia, herico, ideia, jibia, jia, odissia, parania, parani-
Exemplos: alforje, jibia, manjerona. co, platia, tramia.
Como fica: alcaloide, alcateia, androide apoia, apoio (verbo
as palavras terminada com aje.
apoiar), asteroide, boia, celuloide, claraboia, colmeia, Coreia,
debiloide, epopeia, estoico, estreia, estreio(verbo estrear),
Exemplos: laje, ultraje geleia, heroico, ideia, jiboia joia, odisseia, paranoia, paranoi-
co, plateia tramoia.
O fonema ch:
Ateno: essa regra vlida somente para palavras parox-
tonas. Assim, continuam a ser acentuadas as palavras oxto-
nas terminadas em is, u, us, i, is.
Escreve-se com X e no com CH: Exemplos: papis, heri, heris, trofu, trofus.
as palavras de origem tupi, africana ou extica. 2. Nas palavras paroxtonas, no se usa mais o acento no i e
no u tnicos quando vierem depois de um ditongo.
Como era: baica, bocaiva, caula, feira.
Exemplo: abacaxi, muxoxo, xucro.
Como fica: baiuca, bocaiuva, cauila, feiura.
as palavras de origem inglesa (sh) e espanhola (J). Ateno: se a palavra for oxtona e o i ou o u estiverem em
posio final (ou seguidos de s), o acento permanece.
Exemplos: tuiui, tuiuis, Piau.
Exemplos: xampu, lagartixa.
3. No se usa mais o acento das palavras terminadas
depois de ditongo. Exemplos: frouxo, feixe. depois de en. em em e o(s).
Como era: abeno, crem (verbo crer), dem (verbo dar),
Exemplos: enxurrada, enxoval do (verbo doar), enjo, lem (verbo ler),mago (verbo mago-
Observao: ar), perdo (verbo perdoar), povo (verbo povoar), vem
Exceo: quando a palavra de origem no derive de outra iniciada com ch - (verbo ver), vos, zo.
Cheio - (enchente) Como fica: abenoo creem (verbo crer), deem (verbo dar),
doo (verbo doar), enjoo, leem (verbo ler), magoo (verbo ma-
Escreve-se com CH e no com X: goar), perdoo (verbo perdoar), povoo (verbo povoar), veem
(verbo ver), voos, zoo.
as palavras de origem estrangeira
4. No se usa mais o acento que diferenciava os pa-
Exemplos: chave, chumbo, chassi, mochila, espadachim, chope, sanduche, res pra/para, pla(s)/ pe-
salsicha. la(s),plo(s)/pelo(s), plo(s)/polo(s) e pra/pera.
http://www.comoescreve.com/2013/02 Como era: Ele pra o carro. Ele foi ao ploNorte. Ele gosta
de jogar plo. Esse gato tem plos brancos. Comi uma pra.
GUIA PRTICO DA NOVA ORTOGRAFIA Como fica: Ele para o carro. Ele foi ao polo Norte. Ele gosta
de jogar polo. Esse gato tem pelos brancos. Comi uma pera.
Mudanas no alfabeto
Ateno: Permanece o acento diferencial em pde/pode.
O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as
Pde a forma do passado do verbo poder (pretrito perfeito
letras k, w e y.
do indicativo), na 3 pessoa do singular.
O alfabeto completo passa a ser: A B C D E F G H I J K L M
Pode a forma do presente do indicativo, na 3 pessoa do
N O P Q R S T U V WX Y Z
singular.
As letras k, w e y, que na verdade no tinham desaparecido
Exemplo: Ontem, ele no pde sair mais cedo, mas hoje ele
da maioria dos dicionrios da nossa lngua, so usadas em
pode.
vrias situaes.
Por exemplo: Permanece o acento diferencial em pr/por. Pr verbo. Por
a) na escrita de smbolos de unidades de medida: km (quil- preposio.
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Exemplo: Vou pr o livro na estante que foi feita por mim. coobrigao, coordenar, cooperar, cooperao, cooptar, coo-
Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural cupante etc.
dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, 3. No se usa o hfen quando o prefixo termina em vogal e o
deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.). segundo elemento comea por consoante diferente de r ou s.
Exemplos: Ele tem dois carros. / Eles tm dois carros. Ele Exemplos: anteprojeto, antipedaggico, autopea, autoprote-
vem de Sorocaba. / Eles vm de Sorocaba. Ele mantm a o, coproduo, geopoltica, microcomputador, pseudopro-
palavra. / Eles mantm a palavra. Ele convm aos estudantes. fessor, semicrculo, semideus, seminovo, ultramoderno.
/ Eles convm aos estudantes. Ele detm o poder. / Eles Ateno: com o prefixo vice, usa-se sempre o hfen.
detm o poder. Ele intervm em todas as aulas. / Eles inter- Exemplos: vice-rei, vice-almirante etc.
vm em todas as aulas.
4. No se usa o hfen quando o prefixo termina em vogal e o
facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as segundo elemento comea por r ou s. Nesse caso, duplicam-
palavras forma/ frma. Em alguns casos, o uso do acento se essas letras.
deixa a frase mais clara. Veja este exemplo: Qual a forma
da frma do bolo? Exemplos: antirrbico, antirracismo, antirreligioso, antirrugas,
antissocial, biorritmo, contrarregra, contrassenso, cosseno,
5. No se usa mais o acento agudo no u tnico das formas infrassom, microssistema, minissaia, multissecular, neorrea-
(tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do indicati- lismo, neossimbolista, semirreta, ultrarresistente, Ultrassom.
vo dos verbos arguir e redarguir.
5. Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hfen se o
6. H uma variao na pronncia dos verbos terminados segundo elemento comear pela mesma vogal.
em guar, quar e quir, como aguar, averiguar, apaziguar,
desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir, etc. Esses verbos Exemplos: anti-ibrico, anti-imperialista, anti-inflacionrio, anti-
admitem duas pronncias em algumas formas do presente do inflamatrio, auto-observao, contra-almirante, contra-atacar,
indicativo, do presente do subjuntivo e tambm do imperativo. contra-ataque micro-ondas micro-nibus semi-internato, semi-
interno.
Veja: a) se forem pronunciadas com a ou i tnicos, essas
formas devem ser acentuadas. 6. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hfen se
o segundo elemento comear pela mesma consoante.
Exemplos:
verbo enxaguar: enxguo, enxguas, enxgua, enxguam; Exemplos: hiper-requintado, inter-racial, inter-regional, sub-
enxgue, enxgues, enxguem. bibliotecrio, super-racista, super-reacionrio, super-
verbo delinquir: delnquo, delnques, delnque, delnquem; resistente, super-romntico.
delnqua, delnquas, delnquam. Ateno: Nos demais casos no se usa o hfen.
b) se forem pronunciadas com u tnico, essas formas deixam Exemplos: hipermercado, intermunicipal, superinteressante,
de ser acentuadas. superproteo.
Exemplos: (a vogal sublinhada tnica, isto , deve ser pro- Com o prefixo sub, usa-se o hfen tambm diante de palavra
nunciada mais fortemente que as outras): verbo enxaguar: iniciada por r: sub-regio, sub-raa etc.
enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxa- Com os prefixos circum e pan, usa-se o hfen diante de pala-
gues, enxaguem. verbo delinquir: delinquo, delinques, delin- vra iniciada por m, n e vogal: circum-navegao, pan-
que, delinquem; delinqua, delinquas, delinquam. americano etc.
Ateno: no Brasil, a pronncia mais corrente a primeira, 7. Quando o prefixo termina por consoante, no se usa o
aquela com a e i tnicos. hfen se o segundo elemento comear por vogal.
Uso do hfen Exemplos: hiperacidez, hiperativo, interescolar, interestadual,
Algumas regras do uso do hfen foram alteradas pelo novo interestelar, interestudantil, superamigo, superaquecimento,
Acordo. Mas, como se trata ainda de matria controvertida em supereconmico, superexigente, superinteressante, superoti-
muitos aspectos, para facilitar a compreenso dos leitores, mismo.
apresentamos um resumo das regras que orientam o uso do 8. Com os prefi-
hfen com os prefixos mais comuns, assim como as novas xos ex, sem, alm, aqum, recm, ps, pr, pr, usa-se
orientaes estabelecidas pelo Acordo. As observaes a sempre o hfen.
seguir referem-se ao uso do hfen em palavras formadas por Exemplos: alm-mar, alm-tmulo, aqum-mar, ex-aluno, ex-
prefixos ou por elementos que podem funcionar como prefi- diretor, ex-hospedeiro, ex-prefeito, ex-presidente, ps-
xos, como: aero, agro, alm, ante, anti, aqum, arqui, auto, graduao, pr-histria, pr-vestibular, pr-europeu, recm-
circum, co, contra, eletro, entre, ex, extra, geo, hidro, hiper, in- casado, recm-nascido, sem-terra.
fra, inter, intra, macro, micro, mini, multi, neo, pan, pluri, proto, 9. Deve-se usar o hfen com os sufixos de origem tupi-
ps, pr, pr, pseudo, retro, semi, sobre, sub, super, supra, guarani: au, guau e mirim.
tele, ultra, vice, etc.
Exemplos: amor-guau, anaj-mirim, capim-au.
1. Com prefixos, usa-se sempre o hfen diante de palavra
iniciada por h. 10. Deve-se usar o hfen para ligar duas ou mais palavras que
ocasionalmente se combinam, formando no propriamente
Exemplos: anti-higinico, anti-histrico, co-herdeiro, macro- vocbulos, mas encadeamentos vocabulares.
histria, mini-hotel, proto-histria, sobre-humano, super-
Exemplos: ponte Rio-Niteri, eixo Rio-So Paulo.
homem, ultra-humano.
Exceo: subumano (nesse caso, a palavra humano perde 11. No se deve usar o hfen em certas palavras que perde-
o h). ram a noo de composio.
Exemplos: girassol, madressilva, mandachuva, paraquedas,
2. No se usa o hfen quando o prefixo termina em vogal
paraquedista, pontap.
diferente da vogal com que se inicia o segundo elemento.
12. Para clareza grfica, se no final da linha a partio de uma
Exemplos: aeroespacial, agroindustrial, anteontem, antiareo,
palavra ou combinao de palavras coincidir com o hfen, ele
antieducativo, autoaprendizagem, autoescola, autoestrada,
deve ser repetido na linha seguinte.
autoinstruo, coautor, coedio, extraescolar, infraestrutura,
plurianual, semiaberto, semianalfabeto, semiesfrico, semio- Exemplos: Na cidade, conta-se que ele foi viajar.
paco. O diretor recebeu os ex-alunos.
Exceo: o prefixo co aglutina-se em geral com o segundo Resumo
elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigar, Emprego do hfen com prefixos.
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Regra bsica - Sempre se usa o hfen diante de h: anti- Mas ou mais: dvidas de ortografia
higinico, super-homem.
Publicado por: Vnia Maria do Nascimento Duarte
Outros casos:
1. Prefixo terminado em vogal: Sem hfen diante de vogal
Mais ou mais? Onde ou aonde? Essas e outras expresses geralmente so
diferente: autoescola, antiareo.
alvo de questionamentos por parte dos usurios da lngua.
Sem hfen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto,
semicrculo.
Sem hfen diante de r e s. Falar e escrever bem, de modo que se atenda ao padro formal da lingua-
Dobram-se essas letras: antirracismo, antissocial, ultrassom. gem: eis um pressuposto do qual devemos nos valer mediante nossa
Com hfen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro- postura enquanto usurios do sistema lingustico. Contudo, tal situao no
ondas. parece assim to simples, haja vista que alguns contratempos sempre
tendem a surgir. Um deles diz respeito a questes ortogrficas no mo-
2. Prefixo terminado em consoante: mento de empregar esta ou aquela palavra.
Com hfen diante de mesma consoante: inter-regional, sub- Nesse sentido nunca demais mencionar que o emprego correto de um
bibliotecrio. determinado vocbulo est intimamente ligado a pressupostos semnticos,
Sem hfen diante de consoante diferente: intermunicipal, su- visto que cada vocbulo carrega consigo uma marca significativa de senti-
persnico. do. Assim, mesmo que palavras se apresentem semelhantes em temos
Sem hfen diante de vogal: interestadual, superinteressante. sonoros, bem como nos aspectos grficos, traduzem significados distintos,
Observaes: aos quais devemos nos manter sempre vigilantes, no intuito de fazermos
1. Com o prefixo sub, usa-se o hfen tambm diante de pala- bom uso da nossa lngua sempre que a situao assim o exigir.
vra iniciada por r sub-regio, sub-raa etc. Pois bem, partindo dessa premissa, ocupemo-nos em conhecer as caracte-
Palavras iniciadas por h perdem essa letra e juntam-se sem rsticas que nutrem algumas expresses que rotineiramente utilizamos.
hfen: subumano, subumanidade. Entre elas, destacamos:
2. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hfen diante de
palavra iniciada por m, n e vogal: circum-navegao, pan- Mas e mais
americano etc. A palavra mas atua como uma conjuno coordenada adversativa, de-
3. O prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, vendo ser utilizada em situaes que indicam oposio, sentido contrrio.
mesmo quando este se inicia por o: coobrigao, coordenar, Vejamos, pois:
cooperar, cooperao, cooptar, coocupante etc. Esforcei-me bastante, mas no obtive o resultado necessrio.
4. Com o prefixo vice, usa-se sempre o hfen: vice-rei, vice- J o vocbulo mais se classifica como pronome indefinido ou advrbio de
almirante etc. intensidade, opondo-se, geralmente, a menos. Observemos:
Ele escolheu a camiseta mais cara da loja.
5. No se deve usar o hfen em certas palavras que perderam
a noo de composio, como girassol, madressilva, manda- Onde e aonde
chuva, pontap, paraquedas, paraquedista etc. Aonde resulta da combinao entre a + onde, indicando movimento para
6. Com os prefi- algum lugar. usada com verbos que tambm expressem tal aspecto (o de
xos ex, sem, alm, aqum, recm, ps, pr, pr, usa-se movimento). Assim, vejamos:
sempre o hfen: ex-aluno, sem-terra, alm-mar, aqum-mar, Aonde voc vai com tanta pressa?
recm-casado, ps-graduao, pr-vestibular, pr-europeu. Onde indica permanncia, lugar em que se passa algo ou que se est.
Portanto, torna-se aplicvel a verbos que tambm denotem essa caracters-
Fonte: Guia Prtico da Nova Ortografia - Douglas Tufano tica (estado ou permanncia). Vejamos o exemplo:
Editora Melhoramentos - Agosto de 2008 Onde mesmo voc mora?
Novo Acordo Ortogrfico adiado para 2016 Que e qu
O objetivo de adiar a vigncia do novo Acordo Ortogrfi- O que pode assumir distintas funes sintticas e morfolgicas, entre elas
co visa a alinhar o cronograma brasileiro com o de outros a de pronome, conjuno e partcula expletiva de realce:
pases e dar um maior prazo de adaptao s pessoas. Convm que voc chegue logo. Nesse caso, o vocbulo em questo atua
Prorrogao visa a alinhar cronograma brasileiro com o de outros pases, como uma conjuno integrante.
como Portugal. J o qu, monosslabo tnico, atua como interjeio e como substantivo,
A vigncia obrigatria do novo Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa foi em se tratando de funes morfossintticas:
adiada pelo governo brasileiro por mais trs anos. A implementao inte- Ela tem um qu de mistrio.
gral da nova ortografia estava prevista para 1 de janeiro de 2013, contudo,
o Governo Federal adiou para 1 de janeiro de 2016, prazo estabelecido Mal e mau
tambm por Portugal. Mal pode atuar com substantivo, relativo a alguma doena; advrbio,
Assinado em 1990 por sete naes da Comunidade de Pases de Lngua denotando erradamente, irregularmente; e como conjuno, indicando
Portuguesa (CPLP) e adotado em 2008 pelos setores pblico e privado, o tempo. De acordo com o sentido, tal expresso sempre se ope a bem:
Acordo tem como objetivo unificar as regras do portugus escrito em todos Como ela se comportou mal durante a palestra. (Ela poderia ter se compor-
os pases que tm a lngua portuguesa como idioma oficial. A reforma tado bem)
ortogrfica tambm visa a melhorar o intercmbio cultural, reduzir o custo Mau ope-se a bom, ocupando a funo de adjetivo:
econmico de produo e traduo de livros e facilitar a difuso bibliogrfi- Pedro um mau aluno. (Assim como ele poderia ser um bom aluno)
ca nesses pases.
Nesse sentido, a grafia de aproximadamente 0,5 das palavras em portu- Ao encontro de / de encontro a
gus teve alteraes propostas, a exemplo de ideia, crem e bilngue, que, Ao encontro de significa ser favorvel, aproximar-se de algo:
com a obrigatoriedade do uso do novo Acordo Ortogrfico, passaram a ser Suas ideias vo ao encontro das minhas. (So favorveis)
escritas sem o acento agudo, circunflexo e trema, respectivamente. Com o De encontro a denota oposio a algo, choque, coliso:
adiamento, tanto a ortografia atual quanto a prevista so aceitas, ou seja, a O carro foi de encontro ao poste.
utilizao das novas regras continua sendo opcional at que a reforma
ortogrfica entre em vigor. Afim e a fim
Afim indica semelhana, relacionando-se com a ideia relativa afinidade:
Na faculdade estudamos disciplinas afins.
PALAVRAS COM CERTAS DIFICULDADES A fim indica ideia de finalidade:
Estudo a fim de que possa obter boas notas.
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APOSTILAS OPO
do Brasil, Teatro Municipal, Colgio Santista, etc. que a segue
7) nomes de artes, cincias, ttulos de produes artsticas, literrias e 8- pneumtico: pneu-m-ti-co
cientficas, ttulos de jornais e revistas: Medicina, Arquitetura, Os gnomo: gno-mo
Lusadas, 0 Guarani, Dicionrio Geogrfico Brasileiro, Correio da psicologia: psi-co-lo-gia
Manh, Manchete, etc.
8) expresses de tratamento: Vossa Excelncia, Sr. Presidente, Exce- No grupo BL, s vezes cada consoante pronunciada separadamente,
lentssimo Senhor Ministro, Senhor Diretor, etc. mantendo sua autonomia fontica. Nesse caso, tais consoantes ficam em
9) nomes dos pontos cardeais, quando designam regies: Os povos do slabas separadas.
Oriente, o falar do Norte. 9- sublingual: sub-lin-gual
Mas: Corri o pas de norte a sul. O Sol nasce a leste. sublinhar: sub-li-nhar
10) nomes comuns, quando personificados ou individuados: o Amor, o sublocar: sub-lo-car
dio, a Morte, o Jabuti (nas fbulas), etc.
Preste ateno nas seguintes palavras:
Escrevem-se com letra inicial minscula: trei-no so-cie-da-de
1) nomes de meses, de festas pags ou populares, nomes gentlicos, gai-o-la ba-lei-a
nomes prprios tornados comuns: maia, bacanais, carnaval, des-mai-a-do im-bui-a
ingleses, ave-maria, um havana, etc. ra-diou-vin-te ca-o-lho
2) os nomes a que se referem os itens 4 e 5 acima, quando te-a-tro co-e-lho
empregados em sentido geral: du-e-lo v-a-mos
So Pedro foi o primeiro papa. Todos amam sua ptria. a-mn-sia gno-mo
3) nomes comuns antepostos a nomes prprios geogrficos: o rio co-lhei-ta quei-jo
Amazonas, a baa de Guanabara, o pico da Neblina, etc. pneu-mo-ni-a fe--ri-co
4) palavras, depois de dois pontos, no se tratando de citao direta: dig-no e-nig-ma
"Qual deles: o hortelo ou o advogado?" (Machado de Assis) e-clip-se Is-ra-el
"Chegam os magos do Oriente, com suas ddivas: ouro, incenso, mag-n-lia
mirra." (Manuel Bandeira)
SINAIS DE PONTUAO
DIVISO SILBICA
Pontuao o conjunto de sinais grficos que indica na escrita as
No se separam as letras que formam os dgrafos CH, NH, LH, QU, pausas da linguagem oral.
GU.
1- chave: cha-ve
aquele: a-que-le PONTO
palha: pa-lha O ponto empregado em geral para indicar o final de uma frase decla-
manh: ma-nh rativa. Ao trmino de um texto, o ponto conhecido como final. Nos casos
guizo: gui-zo comuns ele chamado de simples.
No se separam as letras dos encontros consonantais que apresentam Tambm usado nas abreviaturas: Sr. (Senhor), d.C. (depois de Cris-
a seguinte formao: consoante + L ou consoante + R to), a.C. (antes de Cristo), E.V. (rico Verssimo).
2- emblema: em-ble-ma abrao: a-bra-o
reclamar: re-cla-mar recrutar: re-cru-tar PONTO DE INTERROGAO
flagelo: fla-ge-lo drama: dra-ma usado para indicar pergunta direta.
globo: glo-bo fraco: fra-co Onde est seu irmo?
implicar: im-pli-car agrado: a-gra-do
atleta: a-tle-ta atraso: a-tra-so s vezes, pode combinar-se com o ponto de exclamao.
prato: pra-to A mim ?! Que ideia!
Separam-se as letras dos dgrafos RR, SS, SC, S, XC. PONTO DE EXCLAMAO
3- correr: cor-rer desam: des-am usado depois das interjeies, locues ou frases exclamativas.
passar: pas-sar exceto: ex-ce-to Cus! Que injustia! Oh! Meus amores! Que bela vitria!
fascinar: fas-ci-nar jovens! Lutemos!
No se separam as letras que representam um ditongo.
4- mistrio: mis-t-rio herdeiro: her-dei-ro VRGULA
crie: c-rie A vrgula deve ser empregada toda vez que houver uma pequena pau-
sa na fala. Emprega-se a vrgula:
Separam-se as letras que representam um hiato. Nas datas e nos endereos:
5- sade: sa--de cruel: cru-el So Paulo, 17 de setembro de 1989.
rainha: ra-i-nha enjoo: en-jo-o Largo do Paissandu, 128.
No vocativo e no aposto:
No se separam as letras que representam um tritongo. Meninos, prestem ateno!
6- Paraguai: Pa-ra-guai Termpilas, o meu amigo, escritor.
saguo: sa-guo Nos termos independentes entre si:
O cinema, o teatro, a praia e a msica so as suas diverses.
Consoante no seguida de vogal, no interior da palavra, fica na slaba Com certas expresses explicativas como: isto , por exemplo. Neste
que a antecede. caso usado o duplo emprego da vrgula:
7- torna: tor-na npcias: np-cias Ontem teve incio a maior festa da minha cidade, isto , a festa da pa-
tcnica: tc-ni-ca submeter: sub-me-ter droeira.
absoluto: ab-so-lu-to perspicaz: pers-pi-caz Aps alguns adjuntos adverbiais:
No dia seguinte, viajamos para o litoral.
Consoante no seguida de vogal, no incio da palavra, junta-se slaba Com certas conjunes. Neste caso tambm usado o duplo emprego
da vrgula:
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Isso, entretanto, no foi suficiente para agradar o diretor. A "inteligncia" dela me sensibiliza profundamente.
Aps a primeira parte de um provrbio. Veja como ele educado" - cuspiu no cho.
O que os olhos no veem, o corao no sente.
Em alguns casos de termos oclusos: PARNTESES
Eu gostava de ma, de pera e de abacate.
Empregamos os parnteses:
Nas indicaes bibliogrficas.
RETICNCIAS "Sede assim qualquer coisa.
So usadas para indicar suspenso ou interrupo do pensamento. serena, isenta, fiel".
No me disseste que era teu pai que ... (Meireles, Ceclia, "Flor de Poemas").
Para realar uma palavra ou expresso. Nas indicaes cnicas dos textos teatrais:
Hoje em dia, mulher casa com "po" e passa fome... "Mos ao alto! (Joo automaticamente levanta as mos, com os olhos
Para indicar ironia, malcia ou qualquer outro sentimento. fora das rbitas. Amlia se volta)".
Aqui jaz minha mulher. Agora ela repousa, e eu tambm... (G. Figueiredo)
Quando se intercala num texto uma ideia ou indicao acessria:
PONTO E VRGULA "E a jovem (ela tem dezenove anos) poderia mord-Io, morrendo de
fome."
Separar oraes coordenadas de certa extenso ou que mantm
(C. Lispector)
alguma simetria entre si.
Para isolar oraes intercaladas:
"Depois, lracema quebrou a flecha homicida; deu a haste ao desconhe-
"Estou certo que eu (se lhe ponho
cido, guardando consigo a ponta farpada. "
Minha mo na testa alada)
Para separar oraes coordenadas j marcadas por vrgula ou no seu
Sou eu para ela."
interior.
(M. Bandeira)
Eu, apressadamente, queria chamar Socorro; o motorista, porm, mais
calmo, resolveu o problema sozinho.
COLCHETES [ ]
DOIS PONTOS Os colchetes so muito empregados na linguagem cientfica.
Enunciar a fala dos personagens:
Ele retrucou: No vs por onde pisas? ASTERISCO
Para indicar uma citao alheia: O asterisco muito empregado para chamar a ateno do leitor para
Ouvia-se, no meio da confuso, a voz da central de informaes de alguma nota (observao).
passageiros do voo das nove: queiram dirigir-se ao porto de embar-
que". BARRA
Para explicar ou desenvolver melhor uma palavra ou expresso anteri-
A barra muito empregada nas abreviaes das datas e em algumas
or:
abreviaturas.
Desastre em Roma: dois trens colidiram frontalmente.
Enumerao aps os apostos:
Como trs tipos de alimento: vegetais, carnes e amido. OBSERVE O EFEITO CAUSADO PELA PONTUAO
Usa-se tambm para ligar palavras ou grupo de palavras que formam Crase a fuso da preposio A com outro A.
uma cadeia de frase: Fomos a a feira ontem = Fomos feira ontem.
A estrada de ferro Santos Jundia.
A ponte Rio Niteri.
EMPREGO DA CRASE
A linha area So Paulo Porto Alegre. em locues adverbiais:
vezes, s pressas, toa...
em locues prepositivas:
ASPAS em frente , procura de...
So usadas para: em locues conjuntivas:
Indicar citaes textuais de outra autoria. medida que, proporo que...
"A bomba no tem endereo certo." (G. Meireles) pronomes demonstrativos: aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo, a,
Para indicar palavras ou expresses alheias ao idioma em que se as
expressa o autor: estrangeirismo, grias, arcaismo, formas populares: Fui ontem quele restaurante.
H quem goste de jazz-band. Falamos apenas quelas pessoas que estavam no salo:
No achei nada "legal" aquela aula de ingls. Refiro-me quilo e no a isto.
Para enfatizar palavras ou expresses:
Apesar de todo esforo, achei-a irreconhecvel" naquela noite.
Ttulos de obras literrias ou artsticas, jornais, revistas, etc.
A CRASE FACULTATIVA
"Fogo Morto" uma obra-prima do regionalismo brasileiro. diante de pronomes possessivos femininos:
Em casos de ironia: Entreguei o livro a() sua secretria .
diante de substantivos prprios femininos:
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APOSTILAS OPO
Dei o livro (a) Snia. ORTOPIA E PROSDIA
CASOS ESPECIAIS DO USO DA CRASE Ortoepia trata da correta pronncia das palavras.
Antes dos nomes de localidades, quando tais nomes admitirem o artigo Exemplo: "advogado", e no "adevogado" (o d mudo).
A: Prosdia trata da correta acentuao tnica das palavras.
Viajaremos Colmbia. Exemplo: "rubrica" (palavra paroxtona), e no "rbrica" (palavra proparox-
(Observe: A Colmbia bela - Venho da Colmbia) tona).
Nem todos os nomes de localidades aceitam o artigo: Curitiba, Braslia,
Fortaleza, Gois, Ilhus, Pelotas, Porto Alegre, So Paulo, Madri, Ve- Dessa forma, segue abaixo uma lista das principais palavras que normal
neza, etc. ACRBATA / ACROBATA: esta palavra, COMO MUITAS OUTRAS DE
Viajaremos a Curitiba. NOSSA lNGUA, admite as duas pronncias: acrbata, com nfase na
(Observe: Curitiba uma bela cidade - Venho de Curitiba). slaba "cr", ou acrobata, com fora na slaba "ba". Tambm indiferente
Haver crase se o substantivo vier acompanhado de adjunto que o dizer Ocenia ou Oceania, transstor ou transistor (com fora na slaba
modifique. "tor", com o "" fechado).
Ela se referiu saudosa Lisboa.
Vou Curitiba dos meus sonhos. ALGOZ: (carrasco): palavra oxtona, cuja pronncia do "o" deve ser fechada
Antes de numeral, seguido da palavra "hora", mesmo subentendida: (algz, = arroz).
s 8 e 15 o despertador soou.
AUTPSIA / NECROPSIA: apesar de autpsia ter como vogal tnica o "",
Antes de substantivo, quando se puder subentender as palavras mo-
a forma necropsia, que possui o mesmo significado, deve ser pronunciada
da ou "maneira":
com nfase no "i".
Aos domingos, trajava-se inglesa.
Cortavam-se os cabelos Prncipe Danilo. AZLEA / AZALIA: segundo os melhores dicionrios, estas duas formas
Antes da palavra casa, se estiver determinada: so aceitveis;
Referia-se Casa Gebara.
No h crase quando a palavra "casa" se refere ao prprio lar. AVARO: (indivduo muito apegado ao dinheiro): deve ser pronunciada como
No tive tempo de ir a casa apanhar os papis. (Venho de casa). paroxtona (acento tnico na slaba va), e por terminar em "o", no deve ser
Antes da palavra "terra", se esta no for antnima de bordo. acentuada.
Voltou terra onde nascera. BOMIA: de origem francesa, relativa cidade de Bome, esta palavra tem
Chegamos terra dos nossos ancestrais. sua slaba forte no "", e no no "mi".
Mas:
Os marinheiros vieram a terra. CARTER: paroxtona que apresenta o plural caracteres, tendo o acrsci-
O comandante desceu a terra. mo da letra "c", e o deslocamento do acento tnico da slaba "ra" para a
Se a preposio AT vier seguida de palavra feminina que aceite o slaba "te", sem o emprego de acento grfico.
artigo, poder ou no ocorrer a crase, indiferentemente: CATETER, MISTER e URETER: Todas possuindo sua acentuao tnica
Vou at a ( ) chcara. na ltima slaba (tr), sendo assim oxtonas.
Cheguei at a() muralha
A QUE - QUE CHICLETE / CHOPE / CLIPE / DROPE: quando se referindo a uma s
Se, com antecedente masculino ocorrer AO QUE, com o feminino unidade de cada um destes produtos, deve-se falar "um chiclete, um chope,
ocorrer crase: um clipe, um drope", e no "um chicletes, um chopes, um clipes, um dro-
Houve um palpite anterior ao que voc deu. pes". Existe, ainda, a variante "chicl" (um chicl, dois chicls).
Houve uma sugesto anterior que voc deu.
CUPIDO e CPIDO: a primeira forma (paroxtona e sem acento) significa o
Se, com antecedente masculino, ocorrer A QUE, com o feminino no
deus alado do amor; a segunda (proparoxtona) tem o sentido de vido de
ocorrer crase.
dinheiro, ambicioso, tambm pode ser usada como possudo de desejos
No gostei do filme a que voc se referia.
amorosos.
No gostei da pea a que voc se referia.
O mesmo fenmeno de crase (preposio A) - pronome demonstrativo EXTINGUIR: a slaba "guir" desta palavra deve ser pronunciada como nas
A que ocorre antes do QUE (pronome relativo), pode ocorrer antes do palavras "perseguir", "seguir", "conseguir". Isso tambm vale para "distin-
de: guir".
Meu palpite igual ao de todos
Minha opinio igual de todos. FLUIDO: pronuncia-se como a forma verbal "cuido", verbo cuidar (com
fora no u). Assim tambm GRATUITO, CIRCUITO, INTUITO, fortuito. No
entanto, o particpio do verbo fluir "fludo", acontecendo aqui um hiato,
NO OCORRE CRASE onde a vogal tnica agora passa a ser o "".
antes de nomes masculinos:
Andei a p. IBERO: Pronuncia-se como paroxtona (nfase na slaba BE, IBRO).
Andamos a cavalo. INEXORVEL: (= austero, rgido, inabalvel...): esse "x" l-se como os de
antes de verbos: exemplo, exame, exato, exerccio, isto , com o som de "z".
Ela comea a chorar.
Cheguei a escrever um poema. LTEX: tendo seu acento tnico na penltima slaba e terminando com a
em expresses formadas por palavras repetidas: letra x, uma palavra paroxtona, e como tal deve ser pronunciada e acen-
Estamos cara a cara. tuada.
antes de pronomes de tratamento, exceto senhora, senhorita e dona:
Dirigiu-se a V. Sa com aspereza. MAQUINARIA: o acento tnico deve recair na slaba "ri", e no sobre a
Escrevi a Vossa Excelncia. slaba "na".
Dirigiu-se gentilmente senhora. NON: muitos dicionrios apresentam esta palavra como paroxtona, sendo
quando um A (sem o S de plural) preceder um nome plural: acentuada por terminar em "n"; no entanto, o dicionrio Michaelis Melhora-
No falo a pessoas estranhas. mentos, recentemente editado, traz as duas grafias: non (paroxtona) e
Jamais vamos a festas. neon (oxtona).
NOVEL e NOBEL: palavras oxtonas que no devem ser acentuadas.
OBESO: palavra paroxtona que deve ser pronunciada com o "e" aberto
(obso). Tambm so abertos o "e" de outras paroxtonas como "coeso"
Lngua Portuguesa 50
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(coso), "obsoleto" (obsolto), o "o" de "dolo" (dlo), o "e" de "extra" (xtra)
e o "e" de "blefe" (blfe). Apresentam-se, porm, fechados o "e" de "nesga"
(nsga), o de "destro" (dstro), e o "o" "torpe" (trpe).
OPTAR: ao se conjugar este verbo na 1 pessoa do singular do presente do
indicativo, deve-se pronunciar "pto", e no "opito". Assim tambm em
relao s formas verbais "capto, adapto, rapto" - todas com fora na slaba
que vem antes do "p".
PROJTIL / PROJETIL: ambas as formas tm o mesmo significado, apesar
de a primeira ser paroxtona e a segunda oxtona. Plurais: PROJTEIS /
PROJETIS.
PUDICO: (aquele que tem pudor, envergonhado): palavra paroxtona (nfa-
se na slaba "di").
RECORDE: deve ser pronunciada como paroxtona (recrde).
RPTIL / REPTIL: mesmo caso da palavra PROJTIL. Plurais. RPTEIS /
REPTIS.
RUBRICA: palavra paroxtona, e no proparoxtona como se costuma
pensar (nfase na slaba "bri").
RUIM: palavra oxtona (rum).
RUPIA / RPIA: a primeira forma se refere moeda utilizada na Indonsia
(fora no "i") e a segunda relativa a uma planta aqutica (com nfase no
"").
SUBSDIOS: a pronncia correta com som de "ss", e no "z" (subssdios).
SUTIL e STIL: a primeira forma, sendo oxtona, significa "tnue, delicado,
hbil"; a segunda, paroxtona, significa "tudo aquilo que composto de
pedaos costurados".
TXICO: pronuncia-se com o som de "cs" = tcsico.
Nota
Existe alguma discordncia quanto ao som do "x" de "hexa-". O Dicionrio
Aurlio - Sculo XXI, o Vocabulrio Ortogrfico da Lngua Portuguesa - da http://www.portugues.com.br/gramatica/ortoepia-prosodia.html
Academia Brasileira de Letras, e o dicionrio de Caldas Aulete dizem que
esse "x" deve ter o som de "cs", e deve ser pronunciado como o "x" de 100 erros de portugus de A a Z.
"fixo", "txi", "txico", etc. J o "Houaiss" diz que esse "x" corresponde a "z",
portanto deve ser lido como o "x" de "exame", "exerccio", "xodo", etc.. Na A lista no pequena e bem provvel que voc j tenha cometido alguns
lngua falada do Brasil, nota-se interessante ambiguidade: o "x" de "hex- deles. Por isso, todo cuidado pouco, os especialistas advertem que
gono" normalmente lido como "z", mas o de "hexacampeo" costuma ser tropear no portugus pode prejudicar sua carreira. uma lista grande,
lido como "cs". Por: Eduardo Fernandes Paes mas vale a pena ficar atento e conferir as dicas para nunca mais errar:
Casos mais frequentes de pronncias diferentes da 1 A / h
lngua padro: Erro: Atuo no setor de controladoria a 15 anos.
Forma correta: Atuo no setor de controladoria h 15 anos.
Explicao: Para indicar tempo passado usa-se o verbo haver.
2 A champanhe / o champanhe
Erro: Pegue a champanhe e vamos comemorar.
Forma correta: Pegue o champanhe e vamos comemorar.
Explicao: De acordo com o Dicionrio Aurlio, a palavra champanhe
provm do francs champagne e um substantivo masculino.
3 A cores / em cores
Erro: O material da apresentao ser a cores
Forma correta: O material da apresentao ser em cores
Explicao: Se o correto material em preto em branco, o certo dizer
material em cores.
4 A domiclio/ em domiclio
Erro: O servio engloba a entrega a domiclio
Forma correta: O servio engloba a entrega em domiclio.
Explicao: No caso de entrega usa-se a forma em domiclio. A forma a
domiclio usada para verbos de movimento. Exemplo: Foram lev-lo a
domiclio.
Lngua Portuguesa 51
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Explicao: Usa-se a preposio em nos seguintes casos: em longo prazo, 16 Ao invs de/ em vez de
em curto prazo e em mdio prazo. Erro: Ao invs de comprar carros, compraremos caminhes para aumentar
nossa frota.
6 A nvel de/ em nvel de Forma correta: Em vez de comprar carros, compraremos caminhes para
Erro: A nvel de reconhecimento de nossos clientes atingimos nosso objeti- aumentar nossa frota.
vo. Explicao: Ao invs de representa contrariedade, oposio, o inverso.
Forma correta: Em relao ao reconhecimento de nossos clientes atingi- Em vez de quer dizer no lugar de. uma locuo prepositiva, sendo
mos nosso objetivo. terminada em de normalmente.
Explicao: O uso de a nvel de est correto quando a preposio a
est aliada ao artigo o e significa mesma altura. Exemplo: Hoje, o Rio 17 Aonde/onde
de Janeiro acordou ao nvel do mar. A expresso "em nvel de" est utiliza- Erro: No sei aonde fica a sala do diretor
da corretamente quando equivale a "de mbito" ou "com status de". Exem- Forma correta: No sei onde fica a sala do diretor
plo: O plebiscito ser realizado em nvel nacional. Explicao: O advrbio onde indica lugar em que algo ou algum est.
Deve ser utilizado somente para substituir vocbulo que expressa a ideia de
7 partir de/ a partir de lugar. Exemplo: No sei onde fica a cidade de Araguari. O advrbio aonde
Erro: partir de novembro, estarei de frias indica tambm lugar em que algo ou algum est, porm quando o verbo
Forma correta: A partir de novembro, estarei de frias. que se relacionar com "onde" exigir a preposio a, deve-se agregar esta
Explicao: No se usa crase antes de verbos preposio, formando assim, o vocbulo "aonde". Expressa a ideia de
destino, movimento, conforme exemplo a seguir: aonde voc ir depois das
8 A pouco/ h pouco visitas?
Erro: O diretor chegar daqui h pouco.
Forma correta: O diretor chegar daqui a pouco. 18 Ao meu ver/ a meu ver
Explicao: Nesse caso, h pouco indica ao que j passou, pode ser Erro: Ao meu ver, a reunio foi um sucesso
substitudo por faz pouco tempo. A pouco indica ao que ainda vai ocorrer, Forma correta: A meu ver, a reunio foi um sucesso.
a ideia de futuro. Explicao: No existe a expresso ao meu ver. As formas corretas so: a
meu ver, a nosso ver, a vosso ver.
9 Vender prazo/ vender a prazo
Erro: Vamos vender prazo 19 s micro/ s micros
Forma correta: Vamos vender a prazo. Erro: O pacote de tributos refere-se s micro e pequenas empresas
Explicao: No se usa crase antes de palavra masculina. Forma correta: O pacote de tributos refere-se s micros e pequenas
empresas
10 rua/ Na rua Explicao: Por se tratar de adjetivo, micro varivel e por isso deve ser
Erro: Jos, residente rua Estados Unidos, era um cliente fiel. grafada no plural quando for o caso.
Forma correta: Jos, residente na rua Estados Unidos, era um cliente fiel.
Explicao: Os vocbulos residir, morador, residente, situado e sito pedem 20 Atravs/ por
o uso da preposio em. Erro: Fui avisada atravs de um e-mail de que a reunio est cancelada.
Forma correta: Fui avisada por e-mail de que a reunio est cancelada.
11 A vista/ vista Explicao: Para muitos gramticos, atravs se refere ao que atravessa.
Erro: O pagamento foi feito a vista. Prefira pelo e-mail, por e-mail.
Forma correta: O pagamento foi feito vista.
Explicao: Ocorre crase nas expresses formadas por palavras femini- 21 Auferir/ aferir
nas. Exemplos: noite, tarde, venda, s escondidas e vista. Erro: No fim do expediente, o gestor deve auferir se os valores pagos
conferem com os nmeros do sistema.
12 Adequa/ adequada Forma correta: No fim do expediente, o gestor deve aferir se os valores
Erro: O mvel no se adequa sala pagos conferem com os nmeros do sistema.
Forma correta: O mvel no adequado sala. Explicao: Os verbos aferir e auferir tm sentidos distintos. Aferir: conferir
Explicao: Adequar um verbo defectivo, ou seja, no se conjuga em de acordo com o estabelecido, avaliar, calcular. Auferir: colher, obter, ter.
todas as pessoas e tempos. No presente do indicativo so conjugadas Exemplo: O projeto auferiu bons resultados.
apenas primeira e a segunda pessoa do plural (ns adequamos, vs ade-
quais). 22 Aumentar ainda mais/ aumentar muito
Erro: Precisamos aumentar ainda mais os lucros.
13 Agradecer pela/ agradecer a Forma correta: Precisamos aumentar muito os lucros.
Erro: Agradecemos pela preferncia Explicao: Aumentar sempre mais, no existe aumentar menos, con-
Forma correta: Agradecemos a preferncia forme explica Laurinda Grion, no livro Erros que um executivo comete ao
Explicao: O certo agradecer a algum alguma coisa. Exemplo: Agra- redigir (mas no deveria cometer), da editora Saraiva. Portanto so formas
deo a Deus a graa recebida. redundantes: aumentar mais, aumentar muito mais e aumentar ainda mais.
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Forma correta: Em 1993, o So Paulo Futebol Clube foi bicampeo mun- Explicao: De encontro a estar em sentido contrrio, em oposio a. Ao
dial, sob o comando de Tel Santana. encontro de estar de acordo, ideia de conformidade.
Explicao: A forma correta de usar os prefixos numricos bi, tri, tetra,
penta, hexa, hepta (etc) sem hfen. O Novo Acordo Ortogrfico 35 Debitou na/ debitou
nunca exigiu nem exige alterao grfica. Erro: O banco debitou na minha conta a taxa.
Forma correta: O banco debitou minha conta a taxa.
25 Caiu em/ caiu Explicao: quem debita, debita a.
Erro: O lucro caiu em 10%.
Forma correta: O lucro caiu 10%. 36 Desapercebidas/ despercebidas
Explicao: O verbo cair, assim como aumentar e diminuir, no admite a Erro: As mudanas passaram desapercebidas pelos nossos executivos
preposio em. E no sentido de descer, ir ao cho, ser demitido, o verbo Forma correta: As mudanas passaram despercebidas.
cair intransitivo. Explicao: Desapercebido significa desprovido de, desprevenido. Exem-
plo: No parei para cumprimenta-lo porque estava desapercebido. Desper-
26 Chegar em/ chegar a cebido significa no notado, no percebido. Exemplo: O erro passou des-
Erro: Chegamos em So Paulo, ontem. percebido pela equipe da redao do jornal.
Forma correta: Chegamos a So Paulo, ontem.
Explicao: o verbo exige a preposio a. Quem chega, chega a algum 37 Descrio/ discrio
lugar, ou a alguma coisa. Erro: Ela age com descrio.
Forma correta: Ela age com discrio.
27 Chove/ chovem Explicao: Descrio refere-se ao ato de descrever. Exemplo: Ela fez a
Erro: Chove emails com reclamaes de clientes. descrio do objeto. (ela descreveu). Discrio significa ser discreto.
Forma correta: Chovem emails com reclamaes de clientes.
Explicao: Quando indica um fenmeno natural, o verbo chover impes- 38 Descriminar/ discriminar
soal e fica sempre o singular. Mas no sentido figurado, como acontece Erro: Descrimine os produtos na nota fiscal e coloque todos os cdigos
acima, flexiona-se normalmente. necessrios.
Forma correta: Discrimine os produtos na nota fiscal e coloque todos os
28 Comprimento/cumprimento cdigos necessrios.
Erro: Entrou e no me comprimentou. Explicao: Descriminar significa absolver, inocentar. o que o prefixo
Forma correta: Entrou e no me cumprimentou. des faz indica uma ao no sentido contrrio e, nesse caso, quer dizer
Explicao: Comprimento est relacionado ao tamanho, extenso de tirar o crime. Exemplo: Ele falou em descriminar o uso de algumas drogas
algo ou algum. Exemplo: No sei o comprimento da sala. Cumprimento Discriminar significa distinguir, separar, diferenciar, especificar. Isso pode
relaciona-se a dois verbos diferentes: cumprimentar uma pessoa (saudar) e ser feito com ou sem preconceito. Quando h preconceito, o sentido de
cumprir uma tarefa (realizar). Exemplos: Cada pessoa tem um jeito de segregao. Exemplo: A discriminao racial deve ser combatida sempre.
cumprimentar. O cumprimento dos prazos contar pontos na competio.
39 Devidas providncias
29 Consiste de/ consiste em Erro: Peo as devidas providncias.
Erro: A seleo consiste de cinco etapas. Forma correta: Peo providncias
Forma correta: A seleo consiste em cinco etapas. Explicao: Trata-se de um vcio de linguagem. O adjetivo (devidas)
Explicao: Consistir verbo transitivo indireto e requer complemento desnecessrio e redundante. Quem pediria providncias indevidas.
regido da preposio em.
40 Dispor/dispuser
30 Continuidade/ continuao Erro: Se ele dispor de tempo, poder atende-lo em breve.
Erro: O sindicato optou pela continuidade da greve. Forma correta: Se ele dispuser de tempo, poder atende-lo em breve.
Forma correta: O sindicato optou pela continuao da greve. Explicao: A conjugao correta do verbo dispor na terceira pessoa do
Explicao: Continuidade refere-se extenso de um acontecimento. singular no futuro do pretrito se ele dispuser. A conjugao acompanha
Exemplo: dar continuidade ao governo. Continuao refere-se durao de a do verbo pr.
algo. Exemplo continuao da sesso.
41 Dois por cento/ dois pontos percentuais
31 Correr atrs do prejuzo/ correr atrs do lucro Erro: No ano passado, o crescimento foi de 10%. Neste ano, de 8%, tendo
Erro: hora de correr atrs do prejuzo. havido queda de 2%.
Forma correta: hora de correr atrs do lucro. Forma correta: No ano passado, o crescimento foi de 10%. Neste ano, de
Explicao: Pode-se correr do prejuzo, mas nunca deve-se correr atrs 8%, tendo havido queda de 2 pontos percentuais.
dele. A forma correr atrs do prejuzo no faz o menor sentido. Explicao: A queda de 10% para 8% no de 2% e, sim, de 2 pontos
percentuais.
32 Da onde/ de onde
Erro: Fortaleza a cidade da onde vieram nossos colaboradores. 42 E nem/ nem
Forma correta: Fortaleza a cidade de onde vieram nossos colaborado- Erro: O funcionrio no sabe escrever e nem ler.
res. Forma correta: O funcionrio no sabe escrever nem ler.
Explicao: A forma de onde indica origem. No existe a forma da onde. Explicao: A conjuno nem significa e no.
Lngua Portuguesa 53
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APOSTILAS OPO
Explicao: Ningum escreve a mos, nem fica em ps. O correto em 55 A grosso modo/ grosso modo
mo, cuja abreviatura E. M. Erro: O que quero dizer, a grosso modo, que h mais chances de dar
errado do que de dar certo.
45 Em vias/ em via Forma correta: O que quero dizer, grosso modo, que h mais chances
Erro: Estou em vias de finalizar o projeto. de dar errado do que de dar certo.
Forma correta: Estou em via de finalizar o projeto. Explicao: A expresso grosso modo, sem a preposio a.
Explicao: A locuo em via de e significa a caminho de, prestes a.
56 Guincho/guinchamento
46 Eminente/ iminente Erro: Sujeito a guincho.
Erro: A falncia eminente. Forma correta: Sujeito a guinchamento
Forma correta: A falncia iminente. Explicao: Guincho o veculo que faz a ao, isto , o guinchamento.
Explicao: Eminente um adjetivo que significa alto, grande, elevado,
saliente, pessoa importante, notvel. 57 H 10 anos atrs/ h 10 anos
Erro: H 10 anos atrs, eu decidi comprar um imvel.
Exemplos: Era um eminente orador. A montanha eminente surge na paisa- Formas corretas: H 10 anos, eu decidi comprar um imvel. Dez anos
gem. Iminente tambm um adjetivo e indica que algo est prestes a atrs, eu decidi comprar um imvel.
acontecer. Exemplo: A sua morte iminente. Explicao: redundante usar h e atrs na mesma frase. O verbo
haver impede a palavra atrs em seguida sempre que estiver relacionado a
47 Ensinar a executarem/ ensinar a executar tempo, ao que j se passou. H, portanto, duas formas corretas para a
Erro: O bom lder deve ensinar seus colaboradores a executarem as tare- frase: h dez anos ou dez anos atrs.
fas.
Forma correta: O bom lder deve ensinar seus colaboradores a executar 58 Hora/ora
as tarefas. Erro: Voc pediu minha deciso, por hora ainda no a tenho.
Explicao: No se flexiona infinitivo com preposio que funcione como Forma correta: Voc pediu minha deciso, por ora ainda no a tenho.
complemento de substantivo, adjetivo ou do prprio verbo principal. Exem- Explicao: A expresso por hora, quando escrita com a letra h, refere-
plo: As mulheres conquistaram o direito de trabalhar fora de casa. se ao tempo, a marcao em minutos. Exemplo: O carro estava a cento e
vinte quilmetros por hora. A expresso por ora, quando escrita sem o h,
48 Entre eu e ele/ entre mim e ele d a ideia de no momento ou agora. um advrbio de tempo, expressa
Erro: Entre eu e ele no h conversa nem acordo. sentido de por enquanto, no momento, atualmente. Exemplo: Por ora estou
Forma correta: Entre mim e ele no j conversa nem acordo. muito ocupado.
Explicao: Os pronomes pessoais do caso reto exercem funo de sujeito
(ou predicativo do sujeito) e no de complemento. 59 Horas extra/ horas extras
Erro: Voc dever fazer horas extra para terminar o relatrio.
49 Falta/faltam Forma correta: Voc dever fazer horas extras para terminar o relatrio.
Erro: Falta 30 dias para minhas frias comearem Explicao: Neste caso, extra um adjetivo e, portanto, varivel.
Forma correta: Faltam 30 dias para minhas frias comearem.
Explicao: O verbo deve concordar com o sujeito da frase. 60 Houveram/houve
Erro: Houveram rumores sobre um anncio de demisso em massa.
50 Fazem /faz Forma correta: Houve rumores sobre um anncio de demisso em massa.
Erro: Fazem oito semanas que fui promovida. Explicao: Haver no sentido de existir no usado no plural.
Forma correta: Faz oito semanas que fui promovida.
Explicao: Verbo fazer quando sinaliza tempo que passou fica na 3 61 Implicar em/implicar
pessoa do singular. Erro: A sua atitude implicar em demisso por justa causa.
Forma correta: A sua atitude implicar demisso por justa causa.
51 Fazer uma colocao/ emitir uma opinio Explicao: o verbo implicar, quando transitivo direto, significa dar a
Erro: Deixe-me fazer uma colocao a respeito do tema da reunio. entender, pressupor ou trazer como consequncia, acarretar, provo-
Forma correta: Deixe-me emitir uma opinio a respeito do tema da reuni- car. E se a transitividade direta, isso quer dizer que no pede preposio.
o.
Explicao: o padro formal emitir uma opinio e no fazer uma coloca- 62 Independente/ independentemente
o, embora esta Erro: Independente da proposta, minha resposta no.
seja uma forma bastante usada. Forma correta: Independentemente da proposta, minha resposta no.
Explicao: Independente adjetivo e independentemente advrbio. O
52 Ficou claro/ ficou clara enunciado acima pede o advrbio.
Erro: Ficou claro, aps a reunio, a necessidade de corte de gastos.
Forma correta: Ficou clara, aps a reunio, a necessidade de corte de 63 Insisto que/ insisto em que
gastos. Erro: Insisto que preciso cortar custos na cadeia produtiva.
Explicao: A necessidade de corte de gastos o que ficou clara, durante Forma correta: Insisto em que preciso cortar custos na cadeia produtiva.
a reunio. Explicao: O verbo insistir transito indireto, quando objeto for uma coisa
usa-se a preposio em e a preposio com aparece quando h referncia
53 Foi assistida/ assistiu a uma pessoa. Exemplo: Insisto nisso com o diretor.
Erro: A palestra foi assistida por muita gente
Forma correta: Muita gente assistiu palestra. 64 Junto a/ no/ ao
Explicao: Verbo assistir no sentido de ver, presenciar, transitivo indire- Erro: Solicite junto ao departamento de recursos humanos o informe de
to e a voz passiva s admite verbos transitivos diretos. rendimentos para a Receita Federal.
Forma correta: Solicite ao departamento de recursos humanos o informe
54 Fosse... comprava/ fosse...compraria de rendimentos para a Receita Federal.
Erro: Se eu fosse voc eu comprava aquela gravata. Explicao: As locues junto a, junto de so sinnimas e significam
Forma correta: Se eu fosse voc eu compraria aquela gravata. "perto de", "ao lado de". No cabem na frase acima. Para voc lembrar, no
Explicao: Atente correlao verbal. Imperfeito do subjuntivo (se eu desconte cheques junto ao banco e sim com o banco. No renegocie uma
fosse) usado com o futuro do pretrito (compraria). dvida junto aos credores e sim com os credores Evite empregar a expres-
so junto a em lugar de com, de, em e para. Assim, em lugar de conse-
guimos apoio junto equipe escreva conseguimos apoio da equipe.
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Forma correta: Vamos reunio em que decidiremos os rumos da compa-
65 Maiores informaes/ mais informaes nhia.
Erro: Caso precise de maiores informaes, entre em contato conosco. Explicao: Reunio no lugar e as palavras onde e aonde se
Forma correta: Caso precise de mais informaes, entre em contato referem apenas a lugares. Prefira a reunio em que ou na qual
conosco. decidiremos sobre.
Explicao: O termo maior comparativo, no deve ser utilizado nesse
caso.
74 O quanto antes/ quanto antes
66 Mal/ mau
Erro: Era um mal funcionrio e foi demitido. Erro: Voltarei ao escritrio o quanto antes.
Forma correta: Era um mau funcionrio e foi demitido Forma correta: Voltarei ao escritrio quanto antes.
Explicao: Mau e bom so adjetivos, ou seja, conferem qualidade aos Explicao: Antes da locuo adverbial quanto antes no se usa artigo
substantivos, palavras que nomeiam seres e coisas. Exemplos: Ele bom definido o.
mdico e Ele mau aluno. Por outro lado, mal e bem podem exercer trs
funes distintas. Exercem a funo de advrbios, modificam o estado do 75 Parcela nica/ de uma s vez
verbo, por exemplo: Seu filho se comportou mal na escola e ele foi bem Erro: O pagamento ser feito em parcela nica.v
aceito no novo trabalho. Como conjuno, servindo para conectar oraes, Forma correta: O pagamento ser feito de uma s vez.
como em Mal chegou e j se foi. Essas palavras tambm tm a funo de Explicao: Parcela significa parte de um todo. Logo se no h parcela-
substantivos, por exemplo: Voc o meu bem e o mal dele no saber mento, o certo dizer de uma s vez.
ouvir.
76 Por que / porque
67 Mal humorado/ mal-humorado Forma correta: No a vi ontem porque eu estava fora da cidade.
Erro: Estava mal humorado e isso afetou a todos da equipe. Explicao: Porque uma conjuno e serve para ligar duas ideias, duas
Forma correta: Estava mal-humorado e isso afetou a todos da equipe. oraes. usado ando a segunda parte apresenta uma explicao ou
Explicao: As formaes vocabulares com MAL- exigem hfen caso a causa em relao primeira. A forma por que um advrbio interrogativo
palavra principal inicie-se por vogal, h ou l: mal-estar, mal-empregado, mal- de causa e usada quando pedimos por uma causa ou motivo. Caso mais
humorado, mal-limpo. incomum para o uso da forma por que quando ela pode ser substituda
por para que, pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais. Exem-
Leia mais --> Quando usar e no usar o hfen plos: Lutamos por que (para que) a obra terminasse antes da inaugurao.
68 Mo-de-obra/ mo de obra Este o caminho por que (pelo qual) passamos.
Erro: A falta de mo-de-obra qualificada um dos gargalos da economia
brasileira. 77 Porqu/ por qu
Forma correta: A falta de mo de obra qualificada um dos gargalos da Erro: A diretriz mudou, no sei porqu
economia. Formas corretas: A diretriz mudou, no sei por qu. A diretriz mudou, no
Explicao: Com palavras justapostas (uma aps a outra) em que haja um sei o porqu.
termo de ligao (geralmente uma preposio ou conjuno) no se usa Explicao: Porqu substitui as palavras razo, causa ou motivo. um
hfen. substantivo e, como tal, tem plural e pode vir acompanhado por artigos,
pronomes e adjetivos. A palavra geralmente antecedida de artigo o ou
69 Meio-dia e meio/ meio-dia e meia um. Use a expresso por qu quando ela estiver no fim da frase. Alguns
Erro: Entregarei o relatrio ao meio-dia e meio. autores dizem que isso vale tambm quando houver uma pausa, uma
Forma correta: Entregarei o relatrio ao meio-dia e meia. vrgula, no importa que seja pergunta ou no.
Explicao: O termo meio pode ter duas funes: adjetivo e advrbio.
Quando advrbio, meio quer dizer um pouco e invarivel. Quando Exemplos: No aprovaram a proposta e no sabemos por qu. No temos
adjetivo, meio quer dizer metade de e varivel, ou seja, concorda com o o resultado da concorrncia. Por qu? No sabemos por qu, onde e
termo a que se refere. quando tudo aconteceu.
70 No aguardo/ ao aguardo 78 Penalizado/ punido
Erro: Fico no aguardo da sua resposta. Erro: Quem desrespeitar o cdigo de conduta ser penalizado.
Forma correta: Fico ao aguardo da sua resposta. Forma correta: Quem desrespeitar o cdigo de conduta ser punido.
Explicao: O certo ao aguardo de, espera de. Explicao: Penalizar significa causar pena, magoar. No sentido de
castigar, o certo usar o verbo punir.
71 No ponto de/ a ponto de Calendario pis 2014
Erro: A demanda da chefia to alta, que estou no ponto de mandar tudo 79 Por causa que/ porque/ por causa de
s favas. Erro: No fui aula por causa que est chovendo muito.
Forma correta: A demanda da chefia to alta, que estou a ponto de Formas corretas: No fui aula porque est chovendo muito. No fui
mandar tudo s favas. aula por causa da chuva.
Explicao: Para dar a ideia de estar prestes a, na iminncia de, use a Explicao: O certo usar porque ou por causa de.
expresso a ponto de.
80 Por cento veio/ por cento vieram
72 O mesmo/ ele
Erro: Entre os funcionrios, 15% contra a mudana de sede.
Erro: Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se para-
Forma correta: Entre os funcionrios 15% so contra a mudana de sede.
do neste andar.
Explicao: Nmeros percentuais exigem concordncia.
Forma correta: Antes de entrar no elevador, verifique se ele se encontra
parado neste andar.
Explicao: O termo o mesmo no serve para substituir uma palavra 81 Precaver/ prevenir
anteriormente dita. Quem est nas empresas, portanto, deve preferir os Erro: importante que a empresa se precavenha contra invases.
pronomes ele(s) ou ela(s), cuidando para adequar a partcula se nova Forma correta: importante que a empresa se previna contra invases.
sentena. Explicao: O verbo precaver defectivo, no tem todas as conjugaes.
No presente do indicativo s existem a 1 e 2 pessoa do plural (precave-
73 Onde/ em que mos e precaveis) e no existe presente do subjuntivo.
Erro: Vamos reunio onde decidiremos os rumos da companhia.
Lngua Portuguesa 55
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82 Precisam-se/ precisa-se 92 Rbrica/ rubrica
Erro: Precisam-se de bons vendedores. Erro: Ponha a sua rbrica em todas as pginas do relatrio, por favor.
Forma correta: Precisa-se de bons vendedores. Forma correta: Ponha a sua rubrica em todas as pginas do relatrio, por
Explicao: Sempre que houver uma preposio depois do pronome se favor.
(de, por, para, com, em, etc.) no haver plural, apenas singular. Exemplo: Explicao: Rubrica paroxtona, sem acento.
Trata-se de ideias inovadoras.
93 Seno/ se no
83 Prefiro ... do que/ prefiro... a Erro: Seno fizer o relatrio, no cumprir a meta.
Erro: Prefiro sair mais tarde do trabalho do que ficar parado no trnsito. Forma correta: Se no fizer o relatrio, no cumprir a meta.
Forma correta: Prefiro sair mais tarde do trabalho a ficar parado no trnsi- Explicao: Para dar a ideia de caso no faa o relatrio, como no
to. exemplo acima, o certo utilizar a forma separada. Seno (em uma s
Explicao: No h necessidade do comparativo do que. palavra) tem vrios significados, do contrrio, de outra forma, alis, a no
ser, mais do que, menos, com exceo de, mas, mas sim, mas tambm,
84 Preveram/ previram defeito, erro, de repente, subitamente.
Erro: Os analistas preveram tempos de crise.
Forma correta: Os analistas previram tempos de crise.
Explicao: A conjugao do verbo prever segue a do verbo ver. Logo, se 94 Serssimo/ serissimo
o certo dizer eles viram, certo dizer eles previram. Erro: O problema serssimo.
Forma correta: O problema serissimo.
85 Quadriplicar/ quadruplicar Explicao: Os adjetivos terminados em io antecedido de consoante
Erro: O nmero de funcionrios quadriplicou no ano passado. possuem o superlativo com ii.
Forma correta: O nmero de funcionrios quadruplicou no ano passado.
Explicao: Qudruplo o numeral e significa multiplicativo de quatro, 95 Somos em/ somos
quantidade quatro vezes maior que outra. Quadruplicao, quadruplicar e Erro: No escritrio, somos em cinco analistas.
qudruplo so as formas corretas. Forma correta: No escritrio, somos cinco analistas.
Explicao: No h necessidade de empregar a preposio em.
86 Qualquer/ nenhum
Erro: Informo-lhes que no mantenho qualquer tipo de vnculo com a 96 To pouco/ tampouco
Construtora XYZ Ltda. Erro: No fala ingls, to pouco espanhol.
Forma correta: Informo-lhes que no mantenho nenhum tipo de vnculo Forma correta: No fala ingls, tampouco espanhol
com a Construtora XYZ Ltda. Explicao: To pouco equivale a muito pouco. J tampouco pode signifi-
Explicao: Qualquer pronome de sentido afirmativo. Logo, em constru- car: tambm no, nem sequer e nem ao menos.
es negativas, deve-se empregar nenhum.
Lngua Portuguesa 56
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SINNIMOS, ANTNIMOS E PARNIMOS. SENTIDO PRPRIO Vem do grego homs que quer dizer: igual, nymon que significa
E FIGURADO DAS PALAVRAS. nome. Apresentam identidade de sons ou de forma, mas de significados
diferentes.
As palavras Homnimas podem ser:
SIGNIFICAO DAS PALAVRAS
a) Homnimos homfonos
Artigo sobre significao das palavras: sinnimos, antnimos, parnimos e b) Homnimos homgrafos
homnimos com exemplos e questes extrados dos principais vestibulares
e concursos do pas. Homnimos Homfonos
Sinnimos
cerrar (fechar) serrar (cortar)
So palavras diferentes na forma, mas iguais ou semelhantes na significa-
o. Os sinnimos podem ser: ch (bebida) x (soberano do Ir)
Lngua Portuguesa 57
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APOSTILAS OPO
rio (verbo rir) rio (curso de gua natural) www.mundovestibular.com.br
amo (verbo amar) amo (servo) Postado por cleiton silva
canto (ngulo) canto (verbo cantar)
fui (verbo ser) fui (verbo ir) DENOTAO E CONOTAO
Parnimos A lngua portuguesa rica, interessante, criativa e verstil, se encontrando
em constante evoluo. As palavras no apresentam apenas um significado
So quando duas ou mais palavras apresentam grafia e pronncia pareci- objetivo e literal, mas sim uma variedade de significados, mediante o con-
das, mas significados diferentes. texto em que ocorrem e as vivncias e conhecimentos das pessoas que as
utilizam.
Exemplos:
Exemplos de variao no significado das palavras:
recrear (divertir, alegrar) recriar (criar novamente) Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido literal)
Ele ficou uma fera quando soube da notcia. (sentido figurado)
sortir (abastecer) surtir (produzir efeito)
Aquela aluna fera na matemtica. (sentido figurado)
trfego (trnsito) trfico (comrcio ilegal) As variaes nos significados das palavras ocasionam o sentido denotati-
vo (denotao) e o sentido conotativo (conotao) das palavras.
vadear (atravessar a vau) vadiar (andar ociosamente)
Denotao
vultoso (volumoso) vultuoso (atacado de congesto na face) Uma palavra usada no sentido denotativo quando apresenta seu signifi-
imergir (afundar) emergir (vir tona)
cado original, independentemente do contexto frsico em que aparece.
Quando se refere ao seu significado mais objetivo e comum, aquele imedia-
inflao (alta dos preos) infrao (violao) tamente reconhecido e muitas vezes associado ao primeiro significado que
aparece nos dicionrios, sendo o significado mais literal da palavra.
infligir (aplicar pena) infringir (violar, desrespeitar) A denotao tem como finalidade informar o receptor da mensagem de
forma clara e objetiva, assumindo assim um carter prtico e utilitrio.
mandado (ordem judicial) mandato (procurao) utilizada em textos informativos, como jornais, regulamentos, manuais de
ratificar (confirmar) retificar (corrigir)
instruo, bulas de medicamentos, textos cientficos, entre outros.
Exemplos:
emigrar (deixar um pas) imigrar (entrar num pas) O elefante um mamfero.
J li esta pgina do livro.
eminente (elevado) iminente (prestes a ocorrer)
A empregada limpou a casa.
esbaforido (ofegante, apressado) espavorido (apavorado)
Conotao
estada (permanncia de pessoas) estadia (permanncia de veculos) Uma palavra usada no sentido conotativo quando apresenta diferentes
significados, sujeitos a diferentes interpretaes, dependendo do contexto
fusvel (o que funde) fuzil (arma) frsico em que aparece. Quando se refere a sentidos, associaes e ideias
que vo alm do sentido original da palavra, ampliando sua significao
absolver (perdoar, inocentar) absorver (sorver, aspirar)
mediante a circunstncia em que a mesma utilizada, assumindo um
arrear (pr arreios) arriar (descer, cair) sentido figurado e simblico.
A conotao tem como finalidade provocar sentimentos no receptor da
cavaleiro (que cavalga) cavalheiro (homem corts) mensagem, atravs da expressividade e afetividade que transmite. utili-
zada principalmente numa linguagem potica e na literatura, mas tambm
comprimento (extenso) cumprimento (saudao) ocorre em conversas cotidianas, em letras de msica, em anncios publici-
trios, entre outros.
descrio (ato de descrever) discrio (reserva, prudncia)
Exemplos:
descriminar (tirar a culpa, inocen- discriminar (distinguir) Voc o meu sol!
tar) Minha vida um mar de tristezas.
Voc tem um corao de pedra!
despensa (onde se guardam dispensa (ato de dispensar)
mantimentos)
http://www.normaculta.com.br/conotacao-e-denotacao/
Lngua Portuguesa 58
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APOSTILAS OPO
Os principais elementos mficos so : Onomatopeia: reproduo imitativa de sons (pingue-pingue, zun-
zum, miau);
RADICAL
o elemento mrfico em que est a ideia principal da palavra. Abreviao vocabular: reduo da palavra at o limite de sua
Exs.: amarelecer = amarelo + ecer compreenso (metr, moto, pneu, extra, dr., obs.)
enterrar = en + terra + ar
pronome = pro + nome
Siglas: a formao de siglas utiliza as letras iniciais de uma se-
quncia de palavras (Academia Brasileira de Letras - ABL). A partir de
siglas, formam-se outras palavras tambm (aidtico, petista)
PREFIXO
o elemento mrfico que vem antes do radical. Neologismo: nome dado ao processo de criao de novas pala-
Exs.: anti - heri in - feliz vras, ou para palavras que adquirem um novo significado. pciconcursos
SUFIXO
o elemento mrfico que vem depois do radical. EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTANTIVO,
Exs.: med - onho cear ense ADJETIVO, NUMERAL, PRONOME, VERBO, ADVRBIO, PRE-
POSIO, CONJUNO (CLASSIFICAO E SENTIDO QUE
IMPRIMEM S RELAES ENTRE AS ORAES).
FORMAO DAS PALAVRAS
SUBSTANTIVOS
As palavras esto em constante processo de evoluo, o que torna a
lngua um fenmeno vivo que acompanha o homem. Por isso alguns voc-
bulos caem em desuso (arcasmos), enquanto outros nascem (neologis- Substantivo a palavra varivel em gnero, nmero e grau, que d no-
mos) e outros mudam de significado com o passar do tempo. me aos seres em geral.
Na Lngua Portuguesa, em funo da estruturao e origem das pala- So, portanto, substantivos.
vras encontramos a seguinte diviso: a) os nomes de coisas, pessoas, animais e lugares: livro, cadeira, cachorra,
Valria, Talita, Humberto, Paris, Roma, Descalvado.
palavras primitivas - no derivam de outras (casa, flor) b) os nomes de aes, estados ou qualidades, tomados como seres: traba-
palavras derivadas - derivam de outras (casebre, florzinha) lho, corrida, tristeza beleza altura.
Lngua Portuguesa 59
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APOSTILAS OPO
antologia - de trechos literrios escolhidos no: o lpis, o caderno, a borracha, a caneta.
armada - de navios de guerra
armento - de gado grande (bfalo, elefantes, etc) Podemos classificar os substantivos em:
arquiplago - de ilhas a) SUBSTANTIVOS BIFORMES, so os que apresentam duas formas, uma
assembleia - de parlamentares, de membros de associaes para o masculino, outra para o feminino:
atilho - de espigas de milho aluno/aluna homem/mulher
atlas - de cartas geogrficas, de mapas menino /menina carneiro/ovelha
banca - de examinadores Quando a mudana de gnero no marcada pela desinncia, mas
bandeira - de garimpeiros, de exploradores de minrios pela alterao do radical, o substantivo denomina-se heternimo:
bando - de aves, de pessoal em geral padrinho/madrinha bode/cabra
cabido - de cnegos cavaleiro/amazona pai/me
cacho - de uvas, de bananas
cfila - de camelos b) SUBSTANTIVOS UNIFORMES: so os que apresentam uma nica
cambada - de ladres, de caranguejos, de chaves forma, tanto para o masculino como para o feminino. Subdividem-se
cancioneiro - de poemas, de canes em:
caravana - de viajantes 1. Substantivos epicenos: so substantivos uniformes, que designam
cardume - de peixes animais: ona, jacar, tigre, borboleta, foca.
clero - de sacerdotes Caso se queira fazer a distino entre o masculino e o feminino, deve-
colmeia - de abelhas mos acrescentar as palavras macho ou fmea: ona macho, jacar f-
conclio - de bispos mea
conclave - de cardeais em reunio para eleger o papa 2. Substantivos comuns de dois gneros: so substantivos uniformes que
congregao - de professores, de religiosos designam pessoas. Neste caso, a diferena de gnero feita pelo arti-
congresso - de parlamentares, de cientistas go, ou outro determinante qualquer: o artista, a artista, o estudante, a
conselho - de ministros estudante, este dentista.
consistrio - de cardeais sob a presidncia do papa 3. Substantivos sobrecomuns: so substantivos uniformes que designam
constelao - de estrelas pessoas. Neste caso, a diferena de gnero no especificada por ar-
corja - de vadios tigos ou outros determinantes, que sero invariveis: a criana, o cn-
elenco - de artistas juge, a pessoa, a criatura.
enxame - de abelhas Caso se queira especificar o gnero, procede-se assim:
enxoval - de roupas uma criana do sexo masculino / o cnjuge do sexo feminino.
esquadra - de navios de guerra
esquadrilha - de avies AIguns substantivos que apresentam problema quanto ao Gnero:
falange - de soldados, de anjos
farndola - de maltrapilhos
fato - de cabras So masculinos So femininos
o antema o grama (unidade de peso) a abuso a derme
fauna - de animais de uma regio o telefonema o d (pena, compaixo) a aluvio a omoplata
feixe - de lenha, de raios luminosos o teorema o gape a anlise a usucapio
flora - de vegetais de uma regio o trema o caudal a cal a bacanal
frota - de navios mercantes, de txis, de nibus o edema o champanha a cataplasma a lbido
o eclipse o alvar a dinamite a sentinela
girndola - de fogos de artifcio o lana-perfume o formicida a comicho a hlice
horda - de invasores, de selvagens, de brbaros o fibroma o guaran a aguardente
junta - de bois, mdicos, de examinadores o estratagema o plasma
o proclama o cl
jri - de jurados
legio - de anjos, de soldados, de demnios
malta - de desordeiros Mudana de Gnero com mudana de sentido
manada - de bois, de elefantes Alguns substantivos, quando mudam de gnero, mudam de sentido.
matilha - de ces de caa
ninhada - de pintos Veja alguns exemplos:
nuvem - de gafanhotos, de fumaa o cabea (o chefe, o lder) a cabea (parte do corpo)
o capital (dinheiro, bens) a capital (cidade principal)
panapan - de borboletas
o rdio (aparelho receptor) a rdio (estao transmissora)
peloto - de soldados o moral (nimo) a moral (parte da Filosofia, concluso)
penca - de bananas, de chaves o lotao (veculo) a lotao (capacidade)
pinacoteca - de pinturas o lente (o professor) a lente (vidro de aumento)
plantel - de animais de raa, de atletas
quadrilha - de ladres, de bandidos Plural dos Nomes Simples
ramalhete - de flores 1. Aos substantivos terminados em vogal ou ditongo acrescenta-se S: casa,
rstia - de alhos, de cebolas casas; pai, pais; im, ims; me, mes.
rcua - de animais de carga 2. Os substantivos terminados em O formam o plural em:
romanceiro - de poesias populares a) ES (a maioria deles e todos os aumentativos): balco, balces; corao,
resma - de papel coraes; grandalho, grandalhes.
revoada - de pssaros b) ES (um pequeno nmero): co, ces; capito, capites; guardio,
scia - de pessoas desonestas guardies.
vara - de porcos c) OS (todos os paroxtonos e um pequeno nmero de oxtonos): cristo,
vocabulrio - de palavras cristos; irmo, irmos; rfo, rfos; sto, stos.
FLEXO DOS SUBSTANTIVOS Muitos substantivos com esta terminao apresentam mais de uma forma
Como j assinalamos, os substantivos variam de gnero, nmero e de plural: aldeo, aldeos ou aldees; charlato, charlates ou charlates;
grau. ermito, ermitos ou ermites; tabelio, tabelies ou tabelies, etc.
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APOSTILAS OPO
lares; xadrez, xadrezes; abdmen, abdomens (ou abdmenes); hfen, h- perde-ganha, os perde-ganha.
fens (ou hfenes). Obs: Alguns compostos admitem mais de um plural, como o caso
Obs: carter, caracteres; Lcifer, Lciferes; cnon, cnones. por exemplo, de: fruta-po, fruta-pes ou frutas-pes; guarda-
5. Os substantivos terminados em AL, EL, OL e UL o l por is: animal, ani- marinha, guarda-marinhas ou guardas-marinhas; padre-nosso, pa-
mais; papel, papis; anzol, anzis; paul, pauis. dres-nossos ou padre-nossos; salvo-conduto, salvos-condutos ou
Obs.: mal, males; real (moeda), reais; cnsul, cnsules. salvo-condutos; xeque-mate, xeques-mates ou xeques-mate.
6. Os substantivos paroxtonos terminados em IL fazem o plural em: fssil,
fsseis; rptil, rpteis. Adjetivos Compostos
Os substantivos oxtonos terminados em IL mudam o l para S: barril, bar- Nos adjetivos compostos, apenas o ltimo elemento se flexiona.
ris; fuzil, fuzis; projtil, projteis. Ex.:histrico-geogrfico, histrico-geogrficos; latino-americanos, latino-
7. Os substantivos terminados em S so invariveis, quando paroxtonos: o americanos; cvico-militar, cvico-militares.
pires, os pires; o lpis, os lpis. Quando oxtonas ou monosslabos tni- 1) Os adjetivos compostos referentes a cores so invariveis, quando o
cos, junta-se-lhes ES, retira-se o acento grfico, portugus, portugueses; segundo elemento um substantivo: lentes verde-garrafa, tecidos
burgus, burgueses; ms, meses; s, ases. amarelo-ouro, paredes azul-piscina.
So invariveis: o cais, os cais; o xis, os xis. So invariveis, tambm, os 2) No adjetivo composto surdo-mudo, os dois elementos variam: sur-
substantivos terminados em X com valor de KS: o trax, os trax; o nix, dos-mudos > surdas-mudas.
os nix. 3) O composto azul-marinho invarivel: gravatas azul-marinho.
8. Os diminutivos em ZINHO e ZITO fazem o plural flexionando-se o subs-
tantivo primitivo e o sufixo, suprimindo-se, porm, o S do substantivo pri-
mitivo: corao, coraezinhos; papelzinho, papeizinhos; cozinho, cezi-
Graus do substantivo
Dois so os graus do substantivo - o aumentativo e o diminutivo, os quais
tos.
podem ser: sintticos ou analticos.
Substantivos s usados no plural
afazeres anais Analtico
arredores belas-artes Utiliza-se um adjetivo que indique o aumento ou a diminuio do tama-
cs condolncias nho: boca pequena, prdio imenso, livro grande.
confins exquias
frias fezes Sinttico
npcias culos Constri-se com o auxlio de sufixos nominais aqui apresentados.
olheiras psames
viveres copas, espadas, ouros e paus (naipes)
Principais sufixos aumentativos
AA, AO, ALHO, ANZIL, O, ARU, ARRA, ARRO, ASTRO, ZIO,
Plural dos Nomes Compostos ORRA, AZ, UA. Ex.: A barcaa, ricao, grandalho, corpanzil, caldeiro,
povaru, bocarra, homenzarro, poetastro, copzio, cabeorra, lobaz, dentu-
1. Somente o ltimo elemento varia: a.
a) nos compostos grafados sem hfen: aguardente, aguardentes; clara-
boia, claraboias; malmequer, malmequeres; vaivm, vaivns; Principais Sufixos Diminutivos
b) nos compostos com os prefixos gro, gr e bel: gro-mestre, gro- ACHO, CHULO, EBRE, ECO, EJO, ELA, ETE, ETO, ICO, TIM, ZINHO,
mestres; gr-cruz, gr-cruzes; bel-prazer, bel-prazeres; ISCO, ITO, OLA, OTE, UCHO, ULO, NCULO, ULA, USCO. Exs.: lobacho,
c) nos compostos de verbo ou palavra invarivel seguida de substantivo montculo, casebre, livresco, arejo, viela, vagonete, poemeto, burrico, flautim,
ou adjetivo: beija-flor, beija-flores; quebra-sol, quebra-sis; guarda- pratinho, florzinha, chuvisco, rapazito, bandeirola, saiote, papelucho, glbulo,
comida, guarda-comidas; vice-reitor, vice-reitores; sempre-viva, sem- homncula, apcula, velhusco.
pre-vivas. Nos compostos de palavras repetidas mela-mela, mela-
melas; recoreco, recorecos; tique-tique, tique-tiques)
Observaes:
Alguns aumentativos e diminutivos, em determinados contextos, adqui-
2. Somente o primeiro elemento flexionado:
rem valor pejorativo: medicastro, poetastro, velhusco, mulherzinha, etc.
a) nos compostos ligados por preposio: copo-de-leite, copos-de-leite;
Outros associam o valor aumentativo ao coletivo: povaru, fogaru, etc.
pinho-de-riga, pinhos-de-riga; p-de-meia, ps-de-meia; burro-sem-
usual o emprego dos sufixos diminutivos dando s palavras valor afe-
rabo, burros-sem-rabo;
tivo: Joozinho, amorzinho, etc.
b) nos compostos de dois substantivos, o segundo indicando finalidade
H casos em que o sufixo aumentativo ou diminutivo meramente for-
ou limitando a significao do primeiro: pombo-correio, pombos-
mal, pois no do palavra nenhum daqueles dois sentidos: cartaz,
correio; navio-escola, navios-escola; peixe-espada, peixes-espada;
ferro, papelo, carto, folhinha, etc.
banana-ma, bananas-ma.
Muitos adjetivos flexionam-se para indicar os graus aumentativo e di-
A tendncia moderna de pluralizar os dois elementos: pombos-
minutivo, quase sempre de maneira afetiva: bonitinho, grandinho, bon-
correios, homens-rs, navios-escolas, etc.
zinho, pequenito.
3. Ambos os elementos so flexionados:
Apresentamos alguns substantivos heternimos ou desconexos. Em lu-
a) nos compostos de substantivo + substantivo: couve-flor, couves-
gar de indicarem o gnero pela flexo ou pelo artigo, apresentam radicais
flores; redator-chefe, redatores-chefes; carta-compromisso, cartas-
diferentes para designar o sexo:
compromissos.
bode - cabra genro - nora
b) nos compostos de substantivo + adjetivo (ou vice-versa): amor-
burro - besta padre - madre
perfeito, amores-perfeitos; gentil-homem, gentis-homens; cara-plida,
carneiro - ovelha padrasto - madrasta
caras-plidas.
co - cadela padrinho - madrinha
cavalheiro - dama pai - me
So invariveis:
compadre - comadre veado - cerva
a) os compostos de verbo + advrbio: o fala-pouco, os fala-pouco; o pi-
frade - freira zango - abelha
sa-mansinho, os pisa-mansinho; o cola-tudo, os cola-tudo;
frei soror etc.
b) as expresses substantivas: o chove-no-molha, os chove-no-
molha; o no-bebe-nem-desocupa-o-copo, os no-bebe-nem-
desocupa-o-copo; ADJETIVOS
c) os compostos de verbos antnimos: o leva-e-traz, os leva-e-traz; o
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FLEXO DOS ADJETIVOS dade, usamos o superlativo, que pode ser absoluto ou relativo:
- Superlativo absoluto
Gnero Neste caso no comparamos a qualidade com a de outro ser:
Quanto ao gnero, o adjetivo pode ser: Esta cidade poluidssima.
a) Uniforme: quando apresenta uma nica forma para os dois gne- Esta cidade muito poluda.
ros: homem inteligente - mulher inteligente; homem simples - mu- - Superlativo relativo
lher simples; aluno feliz - aluna feliz. Consideramos o elevado grau de uma qualidade, relacionando-a a
b) Biforme: quando apresenta duas formas: uma para o masculino, ou- outros seres:
tra para o feminino: homem simptico / mulher simptica / homem Este rio o mais poludo de todos.
alto / mulher alta / aluno estudioso / aluna estudiosa Este rio o menos poludo de todos.
Observao: no que se refere ao gnero, a flexo dos adjetivos se- Observe que o superlativo absoluto pode ser sinttico ou analtico:
melhante a dos substantivos. - Analtico: expresso com o auxlio de um advrbio de intensidade -
muito trabalhador, excessivamente frgil, etc.
Nmero - Sinttico: expresso por uma s palavra (adjetivo + sufixo) anti-
a) Adjetivo simples qussimo: cristianssimo, sapientssimo, etc.
Os adjetivos simples formam o plural da mesma maneira que os
substantivos simples: Os adjetivos: bom, mau, grande e pequeno possuem, para o compara-
pessoa honesta pessoas honestas tivo e o superlativo, as seguintes formas especiais:
regra fcil regras fceis NORMAL COM. SUP. SUPERLATIVO
homem feliz homens felizes ABSOLUTO
Observao: os substantivos empregados como adjetivos ficam in- RELATIVO
variveis: bom melhor timo
blusa vinho blusas vinho melhor
camisa rosa camisas rosa mau pior pssimo
b) Adjetivos compostos pior
Como regra geral, nos adjetivos compostos somente o ltimo ele- grande maior mximo
mento varia, tanto em gnero quanto em nmero: maior
acordos scio-poltico-econmico pequeno menor mnimo
acordos scio-poltico-econmicos menor
causa scio-poltico-econmica
causas scio-poltico-econmicas
Eis, para consulta, alguns superlativos absolutos sintticos:
acordo luso-franco-brasileiro
acordo luso-franco-brasileiros acre - acrrimo gil - aglimo
lente cncavo-convexa agradvel - agradabilssimo agudo - acutssimo
lentes cncavo-convexas amargo - amarssimo amvel - amabilssimo
camisa verde-clara amigo - amicssimo antigo - antiqussimo
camisas verde-claras spero - asprrimo atroz - atrocssimo
sapato marrom-escuro audaz - audacssimo benfico - beneficentssimo
sapatos marrom-escuros benvolo - benevolentssimo capaz - capacssimo
Observaes:
clebre - celebrrimo cristo - cristianssimo
1) Se o ltimo elemento for substantivo, o adjetivo composto fica invarivel:
camisa verde-abacate camisas verde-abacate cruel - crudelssimo doce - dulcssimo
sapato marrom-caf sapatos marrom-caf eficaz - eficacssimo feroz - ferocssimo
blusa amarelo-ouro blusas amarelo-ouro fiel - fidelssimo frgil - fragilssimo
2) Os adjetivos compostos azul-marinho e azul-celeste ficam invariveis: frio - frigidssimo humilde - humlimo (humildssimo)
blusa azul-marinho blusas azul-marinho incrvel - incredibilssimo inimigo - inimicssimo
camisa azul-celeste camisas azul-celeste ntegro - integrrimo jovem - juvenssimo
3) No adjetivo composto (como j vimos) surdo-mudo, ambos os elementos livre - librrimo magnfico - magnificentssimo
variam:
magro - macrrimo malfico - maleficentssimo
menino surdo-mudo meninos surdos-mudos
menina surda-muda meninas surdas-mudas manso - mansuetssimo mido - minutssimo
negro - nigrrimo (negrssimo) nobre - nobilssimo
pessoal - personalssimo pobre - pauprrimo (pobrssimo)
Graus do Adjetivo
possvel - possibilssimo preguioso - pigrrimo
As variaes de intensidade significativa dos adjetivos podem ser ex-
prspero - prosprrimo provvel - probabilssimo
pressas em dois graus:
pblico - publicssimo pudico - pudicssimo
- o comparativo
sbio - sapientssimo sagrado - sacratssimo
- o superlativo
salubre - salubrrimo sensvel - sensibilssimo
simples simplicssimo tenro - tenerissimo
Comparativo terrvel - terribilssimo ttrico - tetrrimo
Ao compararmos a qualidade de um ser com a de outro, ou com uma velho - vetrrimo visvel - visibilssimo
outra qualidade que o prprio ser possui, podemos concluir que ela igual, voraz - voracssimo vulnervel - vuInerabilssimo
superior ou inferior. Da os trs tipos de comparativo:
- Comparativo de igualdade: Adjetivos Gentlicos e Ptrios
O espelho to valioso como (ou quanto) o vitral. Arglia argelino Bagd - bagdali
Pedro to saudvel como (ou quanto) inteligente. Bizncio - bizantino Bogot - bogotano
- Comparativo de superioridade: Bston - bostoniano Braga - bracarense
O ao mais resistente que (ou do que) o ferro. Bragana - bragantino Braslia - brasiliense
Este automvel mais confortvel que (ou do que) econmico. Bucareste - bucarestino, - Buenos Aires - portenho, buenairense
- Comparativo de inferioridade: bucarestense Campos - campista
A prata menos valiosa que (ou do que) o ouro. Cairo - cairota Caracas - caraquenho
Este automvel menos econmico que (ou do que) confortvel. Cana - cananeu Ceilo - cingals
Catalunha - catalo Chipre - cipriota
Ao expressarmos uma qualidade no seu mais elevado grau de intensi- Chicago - chicaguense Crdova - cordovs
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APOSTILAS OPO
Coimbra - coimbro, conim- Creta - cretense curso:
bricense Cuiab - cuiabano 1 pessoa: quem fala, o emissor.
Crsega - corso EI Salvador - salvadorenho Eu sai (eu)
Crocia - croata Esprito Santo - esprito-santense, Ns samos (ns)
Egito - egpcio capixaba Convidaram-me (me)
Equador - equatoriano vora - eborense Convidaram-nos (ns)
Filipinas - filipino Finlndia - finlands 2 pessoa: com quem se fala, o receptor.
Florianpolis - florianopolitano Formosa - formosano Tu saste (tu)
Fortaleza - fortalezense Foz do lguau - iguauense Vs sastes (vs)
Gabo - gabons Galiza - galego Convidaram-te (te)
Genebra - genebrino Gibraltar - gibraltarino Convidaram-vos (vs)
Goinia - goianense Granada - granadino 3 pessoa: de que ou de quem se fala, o referente.
Groenlndia - groenlands Guatemala - guatemalteco Ele saiu (ele)
Guin - guinu, guineense Haiti - haitiano Eles sairam (eles)
Himalaia - himalaico Honduras - hondurenho Convidei-o (o)
Hungria - hngaro, magiar Ilhus - ilheense Convidei-os (os)
Iraque - iraquiano Jerusalm - hierosolimita
Joo Pessoa - pessoense Juiz de Fora - juiz-forense Os pronomes pessoais so os seguintes:
La Paz - pacense, pacenho Lima - limenho
Macap - macapaense Macau - macaense NMERO PESSOA CASO RETO CASO OBLQUO
Macei - maceioense Madagscar - malgaxe singular 1 eu me, mim, comigo
Madri - madrileno Manaus - manauense 2 tu te, ti, contigo
Maraj - marajoara Minho - minhoto 3 ele, ela se, si, consigo, o, a, lhe
Moambique - moambicano Mnaco - monegasco plural 1 ns ns, conosco
Montevidu - montevideano Natal - natalense 2 vs vs, convosco
3 eles, elas se, si, consigo, os, as, lhes
Normndia - normando Nova lguau - iguauano
Pequim - pequins Pisa - pisano
Porto - portuense Pvoa do Varzim - poveiro PRONOMES DE TRATAMENTO
Quito - quitenho Rio de Janeiro (Est.) - fluminense Na categoria dos pronomes pessoais, incluem-se os pronomes de tra-
Santiago - santiaguense Rio de Janeiro (cid.) - carioca tamento. Referem-se pessoa a quem se fala, embora a concordncia
So Paulo (Est.) - paulista Rio Grande do Norte - potiguar deva ser feita com a terceira pessoa. Convm notar que, exceo feita a
So Paulo (cid.) - paulistano Salvador salvadorenho, soteropolitano voc, esses pronomes so empregados no tratamento cerimonioso.
Terra do Fogo - fueguino Toledo - toledano
Trs Coraes - tricordiano Rio Grande do Sul - gacho Veja, a seguir, alguns desses pronomes:
Tripoli - tripolitano Varsvia - varsoviano PRONOME ABREV. EMPREGO
Veneza - veneziano Vitria - vitoriense Vossa Alteza V. A. prncipes, duques
Vossa Eminncia V .Ema cardeais
Vossa Excelncia V.Exa altas autoridades em geral Vossa
Locues Adjetivas
Magnificncia V. Mag a reitores de universidades
As expresses de valor adjetivo, formadas de preposies mais subs- Vossa Reverendssima V. Revma sacerdotes em geral
tantivos, chamam-se LOCUES ADJETIVAS. Estas, geralmente, podem Vossa Santidade V.S. papas
ser substitudas por um adjetivo correspondente. Vossa Senhoria V.Sa funcionrios graduados
Vossa Majestade V.M. reis, imperadores
PRONOMES
So tambm pronomes de tratamento: o senhor, a senhora, voc, vo-
cs.
Pronome a palavra varivel em gnero, nmero e pessoa, que repre-
senta ou acompanha o substantivo, indicando-o como pessoa do discurso.
Quando o pronome representa o substantivo, dizemos tratar-se de pronome
EMPREGO DOS PRONOMES PESSOAIS
substantivo. 1. Os pronomes pessoais do caso reto (EU, TU, ELE/ELA, NS, VS,
Ele chegou. (ele) ELES/ELAS) devem ser empregados na funo sinttica de sujeito.
Convidei-o. (o) Considera-se errado seu emprego como complemento:
Convidaram ELE para a festa (errado)
Quando o pronome vem determinando o substantivo, restringindo a ex- Receberam NS com ateno (errado)
tenso de seu significado, dizemos tratar-se de pronome adjetivo. EU cheguei atrasado (certo)
Esta casa antiga. (esta) ELE compareceu festa (certo)
Meu livro antigo. (meu) 2. Na funo de complemento, usam-se os pronomes oblquos e no os
pronomes retos:
Classificao dos Pronomes Convidei ELE (errado)
H, em Portugus, seis espcies de pronomes: Chamaram NS (errado)
pessoais: eu, tu, ele/ela, ns, vs, eles/elas e as formas oblquas Convidei-o. (certo)
de tratamento: Chamaram-NOS. (certo)
possessivos: meu, teu, seu, nosso, vosso, seu e flexes; 3. Os pronomes retos (exceto EU e TU), quando antecipados de preposi-
demonstrativos: este, esse, aquele e flexes; isto, isso, aquilo; o, passam a funcionar como oblquos. Neste caso, considera-se cor-
relativos: o qual, cujo, quanto e flexes; que, quem, onde; reto seu emprego como complemento:
indefinidos: algum, nenhum, todo, outro, muito, certo, pouco, v- Informaram a ELE os reais motivos.
rios, tanto quanto, qualquer e flexes; algum, ningum, tudo, ou- Emprestaram a NS os livros.
trem, nada, cada, algo. Eles gostam muito de NS.
interrogativos: que, quem, qual, quanto, empregados em frases in- 4. As formas EU e TU s podem funcionar como sujeito. Considera-se
terrogativas. errado seu emprego como complemento:
Nunca houve desentendimento entre eu e tu. (errado)
PRONOMES PESSOAIS Nunca houve desentendimento entre mim e ti. (certo)
Pronomes pessoais so aqueles que representam as pessoas do dis-
Como regra prtica, podemos propor o seguinte: quando precedidas de
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preposio, no se usam as formas retas EU e TU, mas as formas oblquas como sujeito. Isto ocorre com os verbos: deixar, fazer, ouvir, mandar,
MIM e TI: sentir, ver, seguidos de infinitivo. O nome oblquo ser sujeito desse in-
Ningum ir sem EU. (errado) finitivo:
Nunca houve discusses entre EU e TU. (errado) Deixei-o sair.
Ningum ir sem MIM. (certo) Vi-o chegar.
Nunca houve discusses entre MIM e TI. (certo) Sofia deixou-se estar janela.
H, no entanto, um caso em que se empregam as formas retas EU e fcil perceber a funo do sujeito dos pronomes oblquos, desenvol-
TU mesmo precedidas por preposio: quando essas formas funcionam vendo as oraes reduzidas de infinitivo:
como sujeito de um verbo no infinitivo. Deixei-o sair = Deixei que ele sasse.
Deram o livro para EU ler (ler: sujeito) 10. No se considera errada a repetio de pronomes oblquos:
Deram o livro para TU leres (leres: sujeito) A mim, ningum me engana.
A ti tocou-te a mquina mercante.
Verifique que, neste caso, o emprego das formas retas EU e TU obri-
gatrio, na medida em que tais pronomes exercem a funo sinttica de Nesses casos, a repetio do pronome oblquo no constitui pleonas-
sujeito. mo vicioso e sim nfase.
5. Os pronomes oblquos SE, SI, CONSIGO devem ser empregados
somente como reflexivos. Considera-se errada qualquer construo em 11. Muitas vezes os pronomes oblquos equivalem a pronomes possessivo,
que os referidos pronomes no sejam reflexivos: exercendo funo sinttica de adjunto adnominal:
Querida, gosto muito de SI. (errado) Roubaram-me o livro = Roubaram meu livro.
Preciso muito falar CONSIGO. (errado) No escutei-lhe os conselhos = No escutei os seus conselhos.
Querida, gosto muito de voc. (certo)
Preciso muito falar com voc. (certo) 12. As formas plurais NS e VS podem ser empregadas para representar
uma nica pessoa (singular), adquirindo valor cerimonioso ou de mo-
Observe que nos exemplos que seguem no h erro algum, pois os dstia:
pronomes SE, SI, CONSIGO, foram empregados como reflexivos: Ns - disse o prefeito - procuramos resolver o problema das enchentes.
Ele feriu-se Vs sois minha salvao, meu Deus!
Cada um faa por si mesmo a redao
O professor trouxe as provas consigo 13. Os pronomes de tratamento devem vir precedidos de VOSSA, quando
nos dirigimos pessoa representada pelo pronome, e por SUA, quando
6. Os pronomes oblquos CONOSCO e CONVOSCO so utilizados falamos dessa pessoa:
normalmente em sua forma sinttica. Caso haja palavra de reforo, tais Ao encontrar o governador, perguntou-lhe:
pronomes devem ser substitudos pela forma analtica: Vossa Excelncia j aprovou os projetos?
Queriam falar conosco = Queriam falar com ns dois Sua Excelncia, o governador, dever estar presente na inaugurao.
Queriam conversar convosco = Queriam conversar com vs prprios.
14. VOC e os demais pronomes de tratamento (VOSSA MAJESTADE,
7. Os pronomes oblquos podem aparecer combinados entre si. As com- VOSSA ALTEZA) embora se refiram pessoa com quem falamos (2
binaes possveis so as seguintes: pessoa, portanto), do ponto de vista gramatical, comportam-se como
me+o=mo me + os = mos pronomes de terceira pessoa:
te+o=to te + os = tos Voc trouxe seus documentos?
lhe+o=lho lhe + os = lhos Vossa Excelncia no precisa incomodar-se com seus problemas.
nos + o = no-lo nos + os = no-los
vos + o = vo-lo vos + os = vo-los COLOCAO DE PRONOMES
lhes + o = lho lhes + os = lhos Em relao ao verbo, os pronomes tonos (ME, TE, SE, LHE, O, A,
NS, VS, LHES, OS, AS) podem ocupar trs posies:
A combinao tambm possvel com os pronomes oblquos femininos 1. Antes do verbo - prclise
a, as. Eu te observo h dias.
me+a=ma me + as = mas 2. Depois do verbo - nclise
te+a=ta te + as = tas Observo-te h dias.
- Voc pagou o livro ao livreiro? 3. No interior do verbo - mesclise
- Sim, paguei-LHO. Observar-te-ei sempre.
Verifique que a forma combinada LHO resulta da fuso de LHE (que nclise
representa o livreiro) com O (que representa o livro).
Na linguagem culta, a colocao que pode ser considerada normal a
nclise: o pronome depois do verbo, funcionando como seu complemento
8. As formas oblquas O, A, OS, AS so sempre empregadas como
direto ou indireto.
complemento de verbos transitivos diretos, ao passo que as formas
O pai esperava-o na estao agitada.
LHE, LHES so empregadas como complemento de verbos transitivos
Expliquei-lhe o motivo das frias.
indiretos:
O menino convidou-a. (V.T.D )
Ainda na linguagem culta, em escritos formais e de estilo cuidadoso, a
O filho obedece-lhe. (V.T. l )
nclise a colocao recomendada nos seguintes casos:
1. Quando o verbo iniciar a orao:
Consideram-se erradas construes em que o pronome O (e flexes)
Voltei-me em seguida para o cu lmpido.
aparece como complemento de verbos transitivos indiretos, assim como as
2. Quando o verbo iniciar a orao principal precedida de pausa:
construes em que o nome LHE (LHES) aparece como complemento de
Como eu achasse muito breve, explicou-se.
verbos transitivos diretos:
3. Com o imperativo afirmativo:
Eu lhe vi ontem. (errado)
Companheiros, escutai-me.
Nunca o obedeci. (errado)
4. Com o infinitivo impessoal:
Eu o vi ontem. (certo)
A menina no entendera que engorda-las seria apressar-lhes um
Nunca lhe obedeci. (certo)
destino na mesa.
5. Com o gerndio, no precedido da preposio EM:
9. H pouqussimos casos em que o pronome oblquo pode funcionar
E saltou, chamando-me pelo nome, conversou comigo.
Lngua Portuguesa 64
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APOSTILAS OPO
6. Com o verbo que inicia a coordenada assindtica. 3 pessoa singular: SEU, SUA, SEUS, SUAS.
A velha amiga trouxe um leno, pediu-me uma pequena moeda de meio 1 pessoa plural: NOSSO, NOSSA, NOSSOS, NOSSAS.
franco. 2 pessoa plural: VOSSO, VOSSA, VOSSOS, VOSSAS.
3 pessoa plural: SEU, SUA, SEUS, SUAS.
Prclise
Na linguagem culta, a prclise recomendada: Os possessivos SEU(S), SUA(S) tanto podem referir-se 3 pessoa
1. Quando o verbo estiver precedido de pronomes relativos, indefinidos, (seu pai = o pai dele), como 2 pessoa do discurso (seu pai = o pai de
interrogativos e conjunes. voc).
As crianas que me serviram durante anos eram bichos.
Tudo me parecia que ia ser comida de avio. Por isso, toda vez que os ditos possessivos derem margem a ambigui-
Quem lhe ensinou esses modos? dade, devem ser substitudos pelas expresses dele(s), dela(s).
Quem os ouvia, no os amou. Ex.:Voc bem sabe que eu no sigo a opinio dele.
Que lhes importa a eles a recompensa? A opinio dela era que Camilo devia tornar casa deles.
Emlia tinha quatorze anos quando a vi pela primeira vez. Eles batizaram com o nome delas as guas deste rio.
2. Nas oraes optativas (que exprimem desejo):
Papai do cu o abenoe. Os possessivos devem ser usados com critrio. Substitu-los pelos pro-
A terra lhes seja leve. nomes oblquos comunica frase desenvoltura e elegncia.
3. Com o gerndio precedido da preposio EM: Crispim Soares beijou-lhes as mos agradecido (em vez de: beijou as
Em se animando, comea a contagiar-nos. suas mos).
Bromil era o suco em se tratando de combater a tosse. No me respeitava a adolescncia.
4. Com advrbios pronunciados juntamente com o verbo, sem que haja A repulsa estampava-se-lhe nos msculos da face.
pausa entre eles. O vento vindo do mar acariciava-lhe os cabelos.
Aquela voz sempre lhe comunicava vida nova.
Antes, falava-se to-somente na aguardente da terra. Alm da ideia de posse, podem ainda os pronomes exprimir:
1. Clculo aproximado, estimativa:
Mesclise Ele poder ter seus quarenta e cinco anos
Usa-se o pronome no interior das formas verbais do futuro do presente 2. Familiaridade ou ironia, aludindo-se personagem de uma histria
e do futuro do pretrito do indicativo, desde que estes verbos no estejam O nosso homem no se deu por vencido.
precedidos de palavras que reclamem a prclise. Chama-se Falco o meu homem
Lembrar-me-ei de alguns belos dias em Paris. 3. O mesmo que os indefinidos certo, algum
Dir-se-ia vir do oco da terra. Eu c tenho minhas dvidas
Cornlio teve suas horas amargas
Mas: 4. Afetividade, cortesia
No me lembrarei de alguns belos dias em Paris. Como vai, meu menino?
Jamais se diria vir do oco da terra. No os culpo, minha boa senhora, no os culpo
Com essas formas verbais a nclise inadmissvel:
Lembrarei-me (!?) No plural usam-se os possessivos substantivados no sentido de paren-
Diria-se (!?) tes de famlia.
assim que um moo deve zelar o nome dos seus?
Podem os possessivos ser modificados por um advrbio de intensida-
O Pronome tono nas Locues Verbais
de.
1. Auxiliar + infinitivo ou gerndio - o pronome pode vir procltico ou
Levaria a mo ao colar de prolas, com aquele gesto to seu, quando
encltico ao auxiliar, ou depois do verbo principal.
no sabia o que dizer.
Podemos contar-lhe o ocorrido.
Podemos-lhe contar o ocorrido.
No lhes podemos contar o ocorrido. PRONOMES DEMONSTRATIVOS
O menino foi-se descontraindo. So aqueles que determinam, no tempo ou no espao, a posio da
O menino foi descontraindo-se. coisa designada em relao pessoa gramatical.
O menino no se foi descontraindo.
2. Auxiliar + particpio passado - o pronome deve vir encltico ou procltico Quando digo este livro, estou afirmando que o livro se encontra perto
ao auxiliar, mas nunca encltico ao particpio. de mim a pessoa que fala. Por outro lado, esse livro indica que o livro est
"Outro mrito do positivismo em relao a mim foi ter-me levado a Des- longe da pessoa que fala e prximo da que ouve; aquele livro indica que o
cartes ." livro est longe de ambas as pessoas.
Tenho-me levantado cedo.
No me tenho levantado cedo. Os pronomes demonstrativos so estes:
ESTE (e variaes), isto = 1 pessoa
O uso do pronome tono solto entre o auxiliar e o infinitivo, ou entre o ESSE (e variaes), isso = 2 pessoa
auxiliar e o gerndio, j est generalizado, mesmo na linguagem culta. AQUELE (e variaes), prprio (e variaes)
Outro aspecto evidente, sobretudo na linguagem coloquial e popular, o da MESMO (e variaes), prprio (e variaes)
colocao do pronome no incio da orao, o que se deve evitar na lingua- SEMELHANTE (e variao), tal (e variao)
gem escrita.
Emprego dos Demonstrativos
PRONOMES POSSESSIVOS 1. ESTE (e variaes) e ISTO usam-se:
Os pronomes possessivos referem-se s pessoas do discurso, atribu- a) Para indicar o que est prximo ou junto da 1 pessoa (aquela que
indo-lhes a posse de alguma coisa. fala).
Este documento que tenho nas mos no meu.
Quando digo, por exemplo, meu livro, a palavra meu informa que o Isto que carregamos pesa 5 kg.
livro pertence a 1 pessoa (eu) b) Para indicar o que est em ns ou o que nos abrange fisicamente:
Este corao no pode me trair.
Eis as formas dos pronomes possessivos: Esta alma no traz pecados.
1 pessoa singular: MEU, MINHA, MEUS, MINHAS. Tudo se fez por este pas..
2 pessoa singular: TEU, TUA, TEUS, TUAS. c) Para indicar o momento em que falamos:
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APOSTILAS OPO
Neste instante estou tranquilo. A sorte mulher e bem o (isso) demonstra de fato, ela no ama os
Deste minuto em diante vou modificar-me. homens superiores.
d) Para indicar tempo vindouro ou mesmo passado, mas prximo do 8. NISTO, em incio de frase, significa ENTO, no mesmo instante:
momento em que falamos: A menina ia cair, nisto, o pai a segurou
Esta noite (= a noite vindoura) vou a um baile. 9. Tal pronome demonstrativo quando tomado na acepo DE ESTE,
Esta noite (= a noite que passou) no dormi bem. ISTO, ESSE, ISSO, AQUELE, AQUILO.
Um dia destes estive em Porto Alegre. Tal era a situao do pas.
e) Para indicar que o perodo de tempo mais ou menos extenso e no No disse tal.
qual se inclui o momento em que falamos: Tal no pde comparecer.
Nesta semana no choveu.
Neste ms a inflao foi maior. Pronome adjetivo quando acompanha substantivo ou pronome (atitu-
Este ano ser bom para ns. des tais merecem cadeia, esses tais merecem cadeia), quando acompanha
Este sculo terminar breve. QUE, formando a expresso que tal? (? que lhe parece?) em frases como
f) Para indicar aquilo de que estamos tratando: Que tal minha filha? Que tais minhas filhas? e quando correlativo DE QUAL
Este assunto j foi discutido ontem. ou OUTRO TAL:
Tudo isto que estou dizendo j velho. Suas manias eram tais quais as minhas.
g) Para indicar aquilo que vamos mencionar: A me era tal quais as filhas.
S posso lhe dizer isto: nada somos. Os filhos so tais qual o pai.
Os tipos de artigo so estes: definidos e indefinidos. Tal pai, tal filho.
2. ESSE (e variaes) e ISSO usam-se: pronome substantivo em frases como:
a) Para indicar o que est prximo ou junto da 2 pessoa (aquela com No encontrarei tal (= tal coisa).
quem se fala): No creio em tal (= tal coisa)
Esse documento que tens na mo teu?
Isso que carregas pesa 5 kg. PRONOMES RELATIVOS
b) Para indicar o que est na 2 pessoa ou que a abrange fisicamente: Veja este exemplo:
Esse teu corao me traiu. Armando comprou a casa QUE lhe convinha.
Essa alma traz inmeros pecados.
Quantos vivem nesse pais? A palavra que representa o nome casa, relacionando-se com o termo
c) Para indicar o que se encontra distante de ns, ou aquilo de que dese- casa um pronome relativo.
jamos distncia:
O povo j no confia nesses polticos. PRONOMES RELATIVOS so palavras que representam nomes j re-
No quero mais pensar nisso. feridos, com os quais esto relacionados. Da denominarem-se relativos.
d) Para indicar aquilo que j foi mencionado pela 2 pessoa: A palavra que o pronome relativo representa chama-se antecedente.
Nessa tua pergunta muita matreirice se esconde. No exemplo dado, o antecedente casa.
O que voc quer dizer com isso? Outros exemplos de pronomes relativos:
e) Para indicar tempo passado, no muito prximo do momento em que Sejamos gratos a Deus, a quem tudo devemos.
falamos: O lugar onde paramos era deserto.
Um dia desses estive em Porto Alegre. Traga tudo quanto lhe pertence.
Comi naquele restaurante dia desses. Leve tantos ingressos quantos quiser.
f) Para indicar aquilo que j mencionamos: Posso saber o motivo por que (ou pelo qual) desistiu do concurso?
Fugir aos problemas? Isso no do meu feitio.
Ainda hei de conseguir o que desejo, e esse dia no est muito distan- Eis o quadro dos pronomes relativos:
te.
3. AQUELE (e variaes) e AQUILO usam-se: VARIVEIS INVARIVEIS
a) Para indicar o que est longe das duas primeiras pessoas e refere-se
Masculino Feminino
3.
o qual a qual quem
Aquele documento que l est teu?
os quais as quais
Aquilo que eles carregam pesa 5 kg.
cujo cujos cuja cujas que
b) Para indicar tempo passado mais ou menos distante.
quanto quanta quantas onde
Naquele instante estava preocupado.
quantos
Daquele instante em diante modifiquei-me.
Usamos, ainda, aquela semana, aquele ms, aquele ano, aquele
Observaes:
sculo, para exprimir que o tempo j decorreu.
1. O pronome relativo QUEM s se aplica a pessoas, tem antecedente,
4. Quando se faz referncia a duas pessoas ou coisas j mencionadas,
vem sempre antecedido de preposio, e equivale a O QUAL.
usa-se este (ou variaes) para a ltima pessoa ou coisa e aquele (ou
O mdico de quem falo meu conterrneo.
variaes) para a primeira:
2. Os pronomes CUJO, CUJA significam do qual, da qual, e precedem
Ao conversar com lsabel e Lus, notei que este se encontrava nervoso
sempre um substantivo sem artigo.
e aquela tranquila.
Qual ser o animal cujo nome a autora no quis revelar?
5. Os pronomes demonstrativos, quando regidos pela preposio DE,
3. QUANTO(s) e QUANTA(s) so pronomes relativos quando precedidos
pospostos a substantivos, usam-se apenas no plural:
de um dos pronomes indefinidos tudo, tanto(s), tanta(s), todos, todas.
Voc teria coragem de proferir um palavro desses, Rose?
Tenho tudo quanto quero.
Com um frio destes no se pode sair de casa.
Leve tantos quantos precisar.
Nunca vi uma coisa daquelas.
Nenhum ovo, de todos quantos levei, se quebrou.
6. MESMO e PRPRIO variam em gnero e nmero quando tm carter
4. ONDE, como pronome relativo, tem sempre antecedente e equivale a
reforativo:
EM QUE.
Zilma mesma (ou prpria) costura seus vestidos.
Lus e Lusa mesmos (ou prprios) arrumam suas camas. A casa onde (= em que) moro foi de meu av.
7. O (e variaes) pronome demonstrativo quando equivale a AQUILO,
ISSO ou AQUELE (e variaes). PRONOMES INDEFINIDOS
Nem tudo (aquilo) que reluz ouro. Estes pronomes se referem 3 pessoa do discurso, designando-a de
O (aquele) que tem muitos vcios tem muitos mestres. modo vago, impreciso, indeterminado.
Das meninas, Jeni a (aquela) que mais sobressaiu nos exames. 1. So pronomes indefinidos substantivos: ALGO, ALGUM, FULANO,
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SICRANO, BELTRANO, NADA, NINGUM, OUTREM, QUEM, TUDO cemos.
Exemplos: 2 pessoa: aquela que ouve. Pode ser
Algo o incomoda? a) do singular - corresponde ao pronome pessoal TU. Ex.:Tu adormeces.
Acreditam em tudo o que fulano diz ou sicrano escreve. b) do plural - corresponde ao pronome pessoal VS. Ex.:Vs adormeceis.
No faas a outrem o que no queres que te faam. 3 pessoa: aquela de quem se fala. Pode ser
Quem avisa amigo . a) do singular - corresponde aos pronomes pessoais ELE, ELA. Ex.: Ela
Encontrei quem me pode ajudar. adormece.
Ele gosta de quem o elogia. b) do plural - corresponde aos pronomes pessoas ELES, ELAS. Ex.: Eles
2. So pronomes indefinidos adjetivos: CADA, CERTO, CERTOS, CERTA adormecem.
CERTAS. 3. MODO: a propriedade que tem o verbo de indicar a atitude do falante
Cada povo tem seus costumes. em relao ao fato que comunica. H trs modos em portugus.
Certas pessoas exercem vrias profisses. a) indicativo: a atitude do falante de certeza diante do fato.
Certo dia apareceu em casa um reprter famoso. A cachorra Baleia corria na frente.
b) subjuntivo: a atitude do falante de dvida diante do fato.
PRONOMES INTERROGATIVOS Talvez a cachorra Baleia corra na frente .
Aparecem em frases interrogativas. Como os indefinidos, referem-se de c) imperativo: o fato enunciado como uma ordem, um conselho, um
modo impreciso 3 pessoa do discurso. pedido
Exemplos: Corra na frente, Baleia.
Que h? 4. TEMPO: a propriedade que tem o verbo de localizar o fato no tempo,
Que dia hoje? em relao ao momento em que se fala. Os trs tempos bsicos so:
Reagir contra qu? a) presente: a ao ocorre no momento em que se fala:
Por que motivo no veio? Fecho os olhos, agito a cabea.
Quem foi? b) pretrito (passado): a ao transcorreu num momento anterior quele
Qual ser? em que se fala:
Quantos vm? Fechei os olhos, agitei a cabea.
Quantas irms tens? c) futuro: a ao poder ocorrer aps o momento em que se fala:
Fecharei os olhos, agitarei a cabea.
O pretrito e o futuro admitem subdivises, o que no ocorre com o
VERBO presente.
Lngua Portuguesa 67
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nas desinncias: fao - fiz - farei - fizesse. O verbo HAVER transmite a sua impessoalidade aos verbos que com
c) defectivos - so aqueles que no apresentam conjugao completa, ele formam locuo, os quais, por isso, permanecem invariveis na 3
como por exemplo, os verbos falir, abolir e os verbos que indicam fe- pessoa do singular:
nmenos naturais, como CHOVER, TROVEJAR, etc. Vai haver eleies em outubro.
d) abundantes - so aqueles que possuem mais de uma forma com o Comeou a haver reclamaes.
mesmo valor. Geralmente, essa caracterstica ocorre no particpio: ma- No pode haver umas sem as outras.
tado - morto - enxugado - enxuto. Parecia haver mais curiosos do que interessados.
e) anmalos - so aqueles que incluem mais de um radical em sua conju- Mas haveria outros defeitos, devia haver outros.
gao.
verbo ser: sou - fui A expresso correta HAJA VISTA, e no HAJA VISTO. Pode ser
verbo ir: vou - ia construda de trs modos:
Hajam vista os livros desse autor.
QUANTO EXISTNCIA OU NO DO SUJEITO Haja vista os livros desse autor.
Haja vista aos livros desse autor.
1. Pessoais: so aqueles que se referem a qualquer sujeito implcito ou
explcito. Quase todos os verbos so pessoais.
O Nino apareceu na porta. CONVERSO DA VOZ ATIVA NA PASSIVA
2. Impessoais: so aqueles que no se referem a qualquer sujeito implci- Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancialmente o
to ou explcito. So utilizados sempre na 3 pessoa. So impessoais: sentido da frase.
a) verbos que indicam fenmenos meteorolgicos: chover, nevar, ventar, Exemplo:
etc. Gutenberg inventou a imprensa. (voz ativa)
Garoava na madrugada roxa. A imprensa foi inventada por Gutenberg. (voz passiva)
b) HAVER, no sentido de existir, ocorrer, acontecer:
Houve um espetculo ontem. Observe que o objeto direto ser o sujeito da passiva, o sujeito da ativa
H alunos na sala. passar a agente da passiva e o verbo assumir a forma passiva, conser-
Havia o cu, havia a terra, muita gente e mais Anica com seus olhos vando o mesmo tempo.
claros.
c) FAZER, indicando tempo decorrido ou fenmeno meteorolgico. Outros exemplos:
Fazia dois anos que eu estava casado. Os calores intensos provocam as chuvas.
Faz muito frio nesta regio? As chuvas so provocadas pelos calores intensos.
Eu o acompanharei.
O VERBO HAVER (empregado impessoalmente) Ele ser acompanhado por mim.
Todos te louvariam.
O verbo haver impessoal - sendo, portanto, usado invariavelmente na
Serias louvado por todos.
3 pessoa do singular - quando significa:
Prejudicaram-me.
1) EXISTIR
Fui prejudicado.
H pessoas que nos querem bem.
Condenar-te-iam.
Criaturas infalveis nunca houve nem haver.
Serias condenado.
Brigavam toa, sem que houvesse motivos srios.
Livros, havia-os de sobra; o que faltava eram leitores.
EMPREGO DOS TEMPOS VERBAIS
2) ACONTECER, SUCEDER
a) Presente
Houve casos difceis na minha profisso de mdico.
Emprega-se o presente do indicativo para assinalar:
No haja desavenas entre vs.
- um fato que ocorre no momento em que se fala.
Naquele presdio havia frequentes rebelies de presos.
Eles estudam silenciosamente.
3) DECORRER, FAZER, com referncia ao tempo passado:
Eles esto estudando silenciosamente.
H meses que no o vejo.
- uma ao habitual.
Haver nove dias que ele nos visitou.
Corra todas as manhs.
Havia j duas semanas que Marcos no trabalhava.
- uma verdade universal (ou tida como tal):
O fato aconteceu h cerca de oito meses.
O homem mortal.
Quando pode ser substitudo por FAZIA, o verbo HAVER concorda no
A mulher ama ou odeia, no h outra alternativa.
pretrito imperfeito, e no no presente:
- fatos j passados. Usa-se o presente em lugar do pretrito para dar
Havia (e no H) meses que a escola estava fechada.
maior realce narrativa.
Morvamos ali havia (e no H) dois anos.
Em 1748, Montesquieu publica a obra "O Esprito das Leis".
Ela conseguira emprego havia (e no H) pouco tempo.
o chamado presente histrico ou narrativo.
Havia (e no H) muito tempo que a policia o procurava.
- fatos futuros no muito distantes, ou mesmo incertos:
4) REALIZAR-SE
Amanh vou escola.
Houve festas e jogos.
Qualquer dia eu te telefono.
Se no chovesse, teria havido outros espetculos.
b) Pretrito Imperfeito
Todas as noites havia ensaios das escolas de samba.
Emprega-se o pretrito imperfeito do indicativo para designar:
5) Ser possvel, existir possibilidade ou motivo (em frases negativas e
- um fato passado contnuo, habitual, permanente:
seguido de infinitivo):
Ele andava toa.
Em pontos de cincia no h transigir.
Ns vendamos sempre fiado.
No h cont-lo, ento, no mpeto.
- um fato passado, mas de incerta localizao no tempo. o que ocorre
No havia descrer na sinceridade de ambos.
por exemplo, no inicio das fbulas, lendas, histrias infantis.
Mas olha, Tomsia, que no h fiar nestas afeiezinhas.
Era uma vez...
E no houve convenc-lo do contrrio.
- um fato presente em relao a outro fato passado.
No havia por que ficar ali a recriminar-se.
Eu lia quando ele chegou.
c) Pretrito Perfeito
Como impessoal o verbo HAVER forma ainda a locuo adverbial de
Emprega-se o pretrito perfeito do indicativo para referir um fato j
h muito (= desde muito tempo, h muito tempo):
ocorrido, concludo.
De h muito que esta rvore no d frutos.
Estudei a noite inteira.
De h muito no o vejo.
Usa-se a forma composta para indicar uma ao que se prolonga at o
momento presente.
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APOSTILAS OPO
Tenho estudado todas as noites. tens sido tens estado tens tido tens havido
d) Pretrito mais-que-perfeito tem sido tem estado tem tido tem havido
Chama-se mais-que-perfeito porque indica uma ao passada em temos sido temos estado temos tido temos havido
relao a outro fato passado (ou seja, o passado do passado): tendes sido tendes esta- tendes tido tendes havi-
A bola j ultrapassara a linha quando o jogador a alcanou. do do
tm sido tm estado tm tido tm havido
e) Futuro do Presente
PRETRITO MAIS-QUE-PERFEITO SIMPLES
Emprega-se o futuro do presente do indicativo para apontar um fato
fora estivera tivera houvera
futuro em relao ao momento em que se fala. foras estiveras tiveras houveras
Irei escola. fora estivera tivera houvera
f) Futuro do Pretrito framos estivramos tivramos houvramos
Emprega-se o futuro do pretrito do indicativo para assinalar: freis estivreis tivreis houvreis
- um fato futuro, em relao a outro fato passado. foram estiveram tiveram houveram
- Eu jogaria se no tivesse chovido. PRETRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO
- um fato futuro, mas duvidoso, incerto. tinha, tinhas, tinha, tnhamos, tnheis, tinham (+sido, estado, tido
- Seria realmente agradvel ter de sair? , havido)
Um fato presente: nesse caso, o futuro do pretrito indica polidez e s FUTURO DO PRESENTE SIMPLES
vezes, ironia. serei estarei terei haverei
- Daria para fazer silncio?! sers estars ters haver
ser estar ter haver
Modo Subjuntivo seremos estaremos teremos haveremos
sereis estareis tereis havereis
a) Presente
sero estaro tero havero
Emprega-se o presente do subjuntivo para mostrar: FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO
- um fato presente, mas duvidoso, incerto. terei, ters, ter, teremos, tereis, tero, (+sido, estado, tido,
Talvez eles estudem... no sei. havido)
- um desejo, uma vontade: FUTURO DO
Que eles estudem, este o desejo dos pais e dos professores. PRETRITO
b) Pretrito Imperfeito SIMPLES
Emprega-se o pretrito imperfeito do subjuntivo para indicar uma seria estaria teria haveria
hiptese, uma condio. serias estarias terias haverias
Se eu estudasse, a histria seria outra. seria estaria teria haveria
Ns combinamos que se chovesse no haveria jogo. seramos estaramos teramos haveramos
e) Pretrito Perfeito serieis estareis tereis havereis
Emprega-se o pretrito perfeito composto do subjuntivo para apontar seriam estariam teriam haveriam
FUTURO DO PRETRITO COMPOSTO
um fato passado, mas incerto, hipottico, duvidoso (que so, afinal, as
teria, terias, teria, teramos, tereis, teriam (+ sido, estado, tido,
caractersticas do modo subjuntivo). havido)
Que tenha estudado bastante o que espero. PRESENTE SUBJUNTIVO
d) Pretrito Mais-Que-Perfeito - Emprega-se o pretrito mais-que-perfeito seja esteja tenha haja
do subjuntivo para indicar um fato passado em relao a outro fato sejas estejas tenhas hajas
passado, sempre de acordo com as regras tpicas do modo subjuntivo: seja esteja tenha haja
Se no tivssemos sado da sala, teramos terminado a prova tranqui- sejamos estejamos tenhamos hajamos
lamente. sejais estejais tenhais hajais
e) Futuro sejam estejam tenham hajam
Emprega-se o futuro do subjuntivo para indicar um fato futuro j conclu- PRETRITO IMPERFEITO SIMPLES
do em relao a outro fato futuro. fosse estivesse tivesse houvesse
Quando eu voltar, saberei o que fazer. fosses estivesses tivesses houvesses
fosse estivesse tivesse houvesse
fssemos estivssemos tivssemos houvssemos
VERBOS AUXILIARES
fsseis estivsseis tivsseis houvsseis
INDICATIVO fossem estivessem tivessem houvessem
PRETRITO PERFEITO COMPOSTO
SER ESTAR TER HAVER tenha, tenhas, tenha, tenhamos, tenhais, tenham (+ sido, esta-
PRESENTE do, tido, havido)
sou estou tenho hei PRETRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO
s ests tens hs tivesse, tivesses, tivesses, tivssemos, tivsseis, tivessem ( +
est tem h sido, estado, tido, havido)
somos estamos temos havemos FUTURO SIM-
sois estais tendes haveis PLES
so esto tm ho se eu for se eu estiver se eu tiver se eu houver
PRETRITO PERFEITO se tu fores se tu estive- se tu tiveres se tu houve-
era estava tinha havia res res
eras estavas tinhas havias se ele for se ele estiver se ele tiver se ele houver
era estava tinha havia se ns formos se ns esti- se ns tiver- se ns hou-
ramos estvamos tnhamos havamos vermos mos vermos
reis estveis tnheis haves se vs fordes se vs esti- se vs tiver- se vs hou-
eram estavam tinham haviam verdes des verdes
PRETRITO PERFEITO SIMPLES se eles forem se eles esti- se eles tive- se eles hou-
verem rem verem
fui estive tive houve
FUTURO COMPOSTO
foste estiveste tiveste houveste
tiver, tiveres, tiver, tivermos, tiverdes, tiverem (+sido, estado,
foi esteve teve houve
tido, havido)
fomos estivemos tivemos houvemos
AFIRMATIVO IMPERATIVO
fostes estivestes tivestes houvestes
s tu est tu tem tu h tu
foram estiveram tiveram houveram
seja voc esteja voc tenha voc haja voc
PRETRITO PERFEITO COMPOSTO
sejamos ns estejamos tenhamos hajamos ns
tenho sido tenho estado tenho tido tenho havido
ns ns
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APOSTILAS OPO
sede vs estai vs tende vs havei vs cantaro vendero partiro
sejam vocs estejam tenham hajam vocs FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO
vocs vocs terei, ters, ter, teremos, tereis, tero (+ cantado, vendido,
NEGATIVO partido)
no sejas tu no estejas no tenhas tu no hajas tu Obs.: Tambm se conjugam com o auxiliar haver.
tu FUTURO DO PRETRITO SIMPLES
no seja voc no esteja no tenha no haja cantaria venderia partiria
voc voc voc cantarias venderias partirias
no sejamos no esteja- no tenha- no hajamos cantaria venderia partiria
ns mos ns mos ns ns cantaramos venderamos partiramos
no sejais vs no estejais no tenhais no hajais cantareis vendereis partireis
vs vs vs cantariam venderiam partiriam
no sejam vocs no estejam no tenham no hajam FUTURO DO PRETRITO COMPOSTO
vocs vocs vocs teria, terias, teria, teramos, tereis, teriam (+ cantado, vendido,
IMPESSOAL INFINITIVO partido)
ser estar ter haver FUTURO DO PRETRITO COMPOSTO
IMPESSOAL COMPOSTO teria, terias, teria, teramos, tereis, teriam, (+ cantado, vendi-
Ter sido ter estado ter tido ter havido do, partido)
PESSOAL Obs.: tambm se conjugam com o auxiliar haver.
ser estar ter haver PRESENTE SUBJUNTIVO
seres estares teres haveres cante venda parta
ser estar ter haver cantes vendas partas
sermos estarmos termos havermos cante venda parta
serdes estardes terdes haverdes cantemos vendamos partamos
serem estarem terem haverem canteis vendais partais
SIMPLES GERNDIO cantem vendam partam
sendo estando tendo havendo PRETRITO IMPER-
COMPOSTO FEITO
tendo sido tendo estado tendo tido tendo havido cantasse vendesse partisse
PARTICPIO cantasses vendesses partisses
sido estado tido havido cantasse vendesse partisse
cantssemos vendssemos partssemos
CONJUGAES VERBAIS cantsseis vendsseis partsseis
cantassem vendessem partissem
PRETRITO PERFEITO COMPOSTO
INDICATIVO tenha, tenhas, tenha, tenhamos, tenhais, tenham (+ cantado,
PRESENTE vendido, partido)
canto vendo parto Obs.: tambm se conjugam com o auxiliar haver.
cantas vendes partes FUTURO SIMPLES
canta vende parte cantar vender partir
cantamos vendemos partimos cantares venderes partires
cantais vendeis partis cantar vender partir
cantam vendem partem cantarmos vendermos partimos
PRETRITO IMPERFEITO cantardes venderdes partirdes
cantava vendia partia cantarem venderem partirem
cantavas vendias partias FUTURO COMPOSTO
cantava vendia partia tiver, tiveres, tiver, tivermos, tiverdes, tiverem (+ cantado, ven-
cantvamos vendamos partamos dido, partido)
cantveis vendeis parteis AFIRMATIVO IMPERATIVO
cantavam vendiam partiam canta vende parte
PRETRITO PERFEITO SIMPLES cante venda parta
cantei vendi parti cantemos vendamos partamos
cantaste vendeste partiste cantai vendei parti
cantou vendeu partiu cantem vendam partam
cantamos vendemos partimos NEGATIVO
cantastes vendestes partistes no cantes no vendas no partas
cantaram venderam partiram no cante no venda no parta
PRETRITO PERFEITO COMPOSTO no cantemos no vendamos no partamos
tenho, tens, tem, temos, tendes, tm (+ cantado, vendido, par- no canteis no vendais no partais
tido) no cantem no vendam no partam
PRETRITO MAIS-QUE-PERFEITO SIMPLES
cantara vendera partira
cantaras venderas partiras INFINITIVO IMPESSOAL SIMPLES
cantara vendera partira
cantramos vendramos partramos PRESENTE
cantreis vendreis partreis cantar vender partir
cantaram venderam partiram INFINITIVO PESSOAL SIMPLES - PRESENTE FLEXIONA-
PRETRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO DO
tinha, tinhas, tinha, tnhamos, tnheis, tinham (+ cantando, cantar vender partir
vendido, partido) cantares venderes partires
Obs.: Tambm se conjugam com o auxiliar haver. cantar vender partir
FUTURO DO PRESENTE SIMPLES cantarmos vendermos partirmos
cantarei venderei partirei cantardes venderdes partirdes
cantars venders partirs cantarem venderem partirem
cantar vender partir INFINITIVO IMPESSOAL COMPOSTO - PRETRITO IM-
cantaremos venderemos partiremos PESSOAL
cantareis vendereis partireis ter (ou haver), cantado, vendido, partido
Lngua Portuguesa 70
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APOSTILAS OPO
INFINITIVO PESSOAL COMPOSTO - PRETRITO PESSO- tivesse cantado tivesse vendido tivesse partido
AL tivesses cantado tivesses vendido tivesses partido
ter, teres, ter, termos, terdes, terem (+ cantado, vendido, parti- tivesse cantado tivesse vendido tivesse partido
do) tivssemos cantado tivssemos vendido tivssemos partido
GERNDIO SIMPLES - PRESENTE tivsseis cantado tivsseis vendido tivsseis partido
cantando vendendo partindo tivessem cantado tivessem vendido tivessem partido
GERNDIO COMPOSTO - PRETRITO
tendo (ou havendo), cantado, vendido, partido 3) FUTURO COMPOSTO. Formado do FUTURO SIMPLES DO SUBJUN-
PARTICPIO TIVO do verbo ter (ou haver) com o PARTICPIO do verbo principal:
cantado vendido partido
tiver cantado tiver vendido tiver partido
tiveres cantado tiveres vendido tiveres partido
Formao dos tempos compostos tiver cantado tiver vendido tiver partido
tivermos cantado tivermos vendido tivermos partido
tiverdes cantado tiverdes vendido tiverdes partido
Com os verbos ter ou haver
tiverem cantado tiverem vendido tiverem partido
Da Pgina 3 Pedagogia & Comunicao
Entre os tempos compostos da voz ativa merecem realce particular aque- FORMAS NOMINAIS
les que so constitudos de formas do verbo ter (ou, mais raramente, haver)
com o particpio do verbo que se quer conjugar, porque costume inclu-los 1) INFINITIVO IMPESSOAL COMPOSTO (PRETRITO IMPESSOAL).
Formado do INFINITIVO IMPESSOAL do verbo ter (ou haver) com o
nos prprios paradigmas de conjugao:
PARTICPIO do verbo principal:
1) PRETRITO PERFEITO COMPOSTO. Formado do PRESENTE DO 2) INFINITIVO PESSOAL COMPOSTO (OU PRETRITO PESSOAL).
INDICATIVO do verbo ter com o PARTICPIO do verbo principal: Formado do INFINITIVO PESSOAL do verbo ter (ou haver) com o
PARTICPIO do verbo principal:
tenho cantado tenho vendido tenho partido
tens cantado tens vendido tens partido ter cantado ter vendido ter partido
tem cantado tem vendido tem partido teres cantado teres vendido teres partido
temos cantado temos vendido temos partido ter cantado ter vendido ter partido
tendes cantado tendes vendido tendes partido termos cantado termos vendido termos partido
tm cantado tm vendido tm partido terdes cantado terdes vendido terdes partido
terem cantado terem vendido terem partido
2) PRETRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO. Formado do IMPER-
FEITO DO INDICATIVO do verbo ter. (ou haver) com o PARTICPIO do 3) GERNDIO COMPOSTO (PRETRITO). Formado do GERNDIO do
verbo principal: verbo ter (ou haver) com o PARTICPIO do verbo principal:
tinha cantado tinha vendido tinha partido tendo cantado tendo vendido tendo partido
tinhas cantado tinhas vendido tinhas .partido
Fonte: Nova Gramtica do Portugus Contemporneo, Celso Cunha e
tinha cantado tinha vendido tinha partido
Lindley Cintra, Editora Nova Fronteira, 2 edio, 29 impresso.
tnhamos cantado tnhamos vendido tnhamos partido
tnheis cantado tnheis vendido tnheis partido
tinham cantado tinham vendido tinham partido
VERBOS IRREGULARES
3) FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO. Formado do FUTURO DO
PRESENTE SIMPLES do verbo ter (ou haver) com o PARTICPIO do DAR
verbo principal: Presente do indicativo dou, ds, d, damos, dais, do
Pretrito perfeito dei, deste, deu, demos, destes, deram
terei cantado terei vendido terei partido Pretrito mais-que-perfeito dera, deras, dera, dramos, dreis, deram
ters cantado ters vendido ters, partido Presente do subjuntivo d, ds, d, demos, deis, dem
ter cantado ter vendido ter partido Imperfeito do subjuntivo desse, desses, desse, dssemos, dsseis, dessem
teremos cantado teremos vendido teremos partido Futuro do subjuntivo der, deres, der, dermos, derdes, derem
tereis cantado tereis vendido tereis , partido
tero cantado tero vendido tero partido MOBILIAR
Presente do indicativo mobilio, moblias, moblia, mobiliamos, mobiliais, mobiliam
4) FUTURO DO PRETRITO COMPOSTO. Formado do FUTURO DO Presente do subjuntivo mobilie, mobilies, moblie, mobiliemos, mobilieis, mobiliem
PRETRITO SIMPLES do verbo ter (ou haver) com o PARTICPIO do Imperativo moblia, mobilie, mobiliemos, mobiliai, mobiliem
verbo principal:
AGUAR
teria cantado teria vendido teria partido Presente do indicativo guo, guas, gua, aguamos, aguais, guam
terias cantado terias vendido terias partido Pretrito perfeito aguei, aguaste, aguou, aguamos, aguastes, aguaram
teria cantado teria vendido teria partido Presente do subjuntivo gue, agues, ague, aguemos, agueis, guem
teramos cantado teramos vendido teramos partido
tereis cantado tereis vendido tereis partido MAGOAR
teriam cantado teriam vendido teriam partido Presente do indicativo magoo, magoas, magoa, magoamos, magoais, magoam
Pretrito perfeito magoei, magoaste, magoou, magoamos, magoastes, magoa-
MODO SUBJUNTIVO
ram
1) PRETRITO PERFEITO. Formado do PRESENTE DO SUBJUNTIVO Presente do subjuntivo magoe, magoes, magoe, magoemos, magoeis, magoem
do verbo ter (ou haver) com o PARTICPIO do verbo principal: Conjugam-se como magoar, abenoar, abotoar, caoar, voar e perdoar
Lngua Portuguesa 71
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APOSTILAS OPO
quem
Nas formas rizotnicas, o O do radical substitudo por U PERDER
Presente do indicativo perco, perdes, perde, perdemos, perdeis, perdem
RESFOLEGAR Presente do subjuntivo perca, percas, perca, percamos, percais. percam
Presente do indicativo resfolgo, resfolgas, resfolga, resfolegamos, resfolegais, Imperativo afirmativo perde, perca, percamos, perdei, percam
resfolgam
Presente do subjuntivo resfolgue, resfolgues, resfolgue, resfoleguemos, resfolegueis, PODER
resfolguem Presente do Indicativo posso, podes, pode, podemos, podeis, podem
Nas formas rizotnicas, o E do radical desaparece Pretrito Imperfeito podia, podias, podia, podamos, podeis, podiam
Pretrito perfeito pude, pudeste, pde, pudemos, pudestes, puderam
NOMEAR Pretrito mais-que-perfeito pudera, puderas, pudera, pudramos, pudreis,
Presente da indicativo nomeio, nomeias, nomeia, nomeamos, nomeais, nomeiam puderam
Pretrito imperfeito nomeava, nomeavas, nomeava, nomevamos, nomeveis, Presente do subjuntivo possa, possas, possa, possamos, possais, possam
nomeavam Pretrito imperfeito pudesse, pudesses, pudesse, pudssemos, pudsseis,
Pretrito perfeito nomeei, nomeaste, nomeou, nomeamos, nomeastes, nomea- pudessem
ram Futuro puder, puderes, puder, pudermos, puderdes, puderem
Presente do subjuntivo nomeie, nomeies, nomeie, nomeemos, nomeeis, nomeiem Infinitivo pessoal pode, poderes, poder, podermos, poderdes, poderem
Imperativo afirmativo nomeia, nomeie, nomeemos, nomeai, nomeiem Gerndio podendo
Conjugam-se como nomear, cear, hastear, peritear, recear, passear Particpio podido
O verbo PODER no se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no
COPIAR imperativo negativo
Presente do indicativo copio, copias, copia, copiamos, copiais, copiam
Pretrito imperfeito copiei, copiaste, copiou, copiamos, copiastes, copiaram PROVER
Pretrito mais-que-perfeito copiara, copiaras, copiara, copiramos, copi- Presente do indicativo provejo, provs, prov, provemos, provedes, provem
reis, copiaram Pretrito imperfeito provia, provias, provia, provamos, proveis, proviam
Presente do subjuntivo copie, copies, copie, copiemos, copieis, copiem Pretrito perfeito provi, proveste, proveu, provemos, provestes, proveram
Imperativo afirmativo copia, copie, copiemos, copiai, copiem Pretrito mais-que-perfeito provera, proveras, provera, provramos, prov-
reis, proveram
ODIAR Futuro do presente proverei, provers, prover, proveremos, provereis, provero
Presente do indicativo odeio, odeias, odeia, odiamos, odiais, odeiam Futuro do pretrito proveria, proverias, proveria, proveramos, provereis, prove-
Pretrito imperfeito odiava, odiavas, odiava, odivamos, odiveis, odiavam riam
Pretrito perfeito odiei, odiaste, odiou, odiamos, odiastes, odiaram Imperativo prov, proveja, provejamos, provede, provejam
Pretrito mais-que-perfeito odiara, odiaras, odiara, odiramos, odireis, Presente do subjuntivo proveja, provejas, proveja, provejamos, provejais. provejam
odiaram Pretrito imperfeito provesse, provesses, provesse, provssemos, provsseis,
Presente do subjuntivo odeie, odeies, odeie, odiemos, odieis, odeiem provessem
Conjugam-se como odiar, mediar, remediar, incendiar, ansiar Futuro prover, proveres, prover, provermos, proverdes, proverem
Gerndio provendo
CABER Particpio provido
Presente do indicativo caibo, cabes, cabe, cabemos, cabeis, cabem
Pretrito perfeito coube, coubeste, coube, coubemos, coubestes, couberam QUERER
Pretrito mais-que-perfeito coubera, couberas, coubera, coubramos, Presente do indicativo quero, queres, quer, queremos, quereis, querem
coubreis, couberam Pretrito perfeito quis, quiseste, quis, quisemos, quisestes, quiseram
Presente do subjuntivo caiba, caibas, caiba, caibamos, caibais, caibam Pretrito mais-que-perfeito quisera, quiseras, quisera, quisramos, quis-
Imperfeito do subjuntivo coubesse, coubesses, coubesse, coubssemos, coubsseis, reis, quiseram
coubessem Presente do subjuntivo queira, queiras, queira, queiramos, queirais, queiram
Futuro do subjuntivo couber, couberes, couber, coubermos, couberdes, couberem Pretrito imperfeito quisesse, quisesses, quisesse, quisssemos quissseis,
O verbo CABER no se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no quisessem
imperativo negativo Futuro quiser, quiseres, quiser, quisermos, quiserdes, quiserem
CRER REQUERER
Presente do indicativo creio, crs, cr, cremos, credes, crem Presente do indicativo requeiro, requeres, requer, requeremos, requereis. requerem
Presente do subjuntivo creia, creias, creia, creiamos, creiais, creiam Pretrito perfeito requeri, requereste, requereu, requeremos, requereste,
Imperativo afirmativo cr, creia, creiamos, crede, creiam requereram
Conjugam-se como crer, ler e descrer Pretrito mais-que-perfeito requerera, requereras, requerera, requereramos,
requerereis, requereram
DIZER Futuro do presente requererei, requerers requerer, requereremos, requerereis,
Presente do indicativo digo, dizes, diz, dizemos, dizeis, dizem requerero
Pretrito perfeito disse, disseste, disse, dissemos, dissestes, disseram Futuro do pretrito requereria, requererias, requereria, requereramos, requere-
Pretrito mais-que-perfeito dissera, disseras, dissera, dissramos, dissreis, reis, requereriam
disseram Imperativo requere, requeira, requeiramos, requerer, requeiram
Futuro do presente direi, dirs, dir, diremos, direis, diro Presente do subjuntivo requeira, requeiras, requeira, requeiramos, requeirais,
Futuro do pretrito diria, dirias, diria, diramos, direis, diriam requeiram
Presente do subjuntivo diga, digas, diga, digamos, digais, digam Pretrito Imperfeito requeresse, requeresses, requeresse, requerssemos,
Pretrito imperfeito dissesse, dissesses, dissesse, dissssemos, disssseis, requersseis, requeressem,
dissesse Futuro requerer, requereres, requerer, requerermos, requererdes,
Futuro disser, disseres, disser, dissermos, disserdes, disserem requerem
Particpio dito Gerndio requerendo
Conjugam-se como dizer, bendizer, desdizer, predizer, maldizer Particpio requerido
O verbo REQUERER no se conjuga como querer.
FAZER
Presente do indicativo fao, fazes, faz, fazemos, fazeis, fazem REAVER
Pretrito perfeito fiz, fizeste, fez, fizemos fizestes, fizeram Presente do indicativo reavemos, reaveis
Pretrito mais-que-perfeito fizera, fizeras, fizera, fizramos, fizreis, fizeram Pretrito perfeito reouve, reouveste, reouve, reouvemos, reouvestes, reouve-
Futuro do presente farei, fars, far, faremos, fareis, faro ram
Futuro do pretrito faria, farias, faria, faramos, fareis, fariam Pretrito mais-que-perfeito reouvera, reouveras, reouvera, reouvramos, reouvreis,
Imperativo afirmativo faze, faa, faamos, fazei, faam reouveram
Presente do subjuntivo faa, faas, faa, faamos, faais, faam Pretrito imperf. do subjuntivo reouvesse, reouvesses, reouvesse, reouvssemos, reou-
Imperfeito do subjuntivo fizesse, fizesses, fizesse, fizssemos, fizsseis, vsseis, reouvessem
fizessem Futuro reouver, reouveres, reouver, reouvermos, reouverdes,
Futuro do subjuntivo fizer, fizeres, fizer, fizermos, fizerdes, fizerem reouverem
Conjugam-se como fazer, desfazer, refazer satisfazer O verbo REAVER conjuga-se como haver, mas s nas formas em que esse apresen-
Lngua Portuguesa 72
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APOSTILAS OPO
ta a letra v Pretrito mais-que-perfeito falira, faliras, falira, falramos, falireis, faliram
Pretrito perfeito fali, faliste, faliu, falimos, falistes, faliram
SABER Futuro do presente falirei, falirs, falir, faliremos, falireis, faliro
Presente do indicativo sei, sabes, sabe, sabemos, sabeis, sabem Futuro do pretrito faliria, falirias, faliria, faliramos, falireis, faliriam
Pretrito perfeito soube, soubeste, soube, soubemos, soubestes, souberam Presente do subjuntivo no h
Pretrito mais-que-perfeito soubera, souberas, soubera, soubramos, Pretrito imperfeito falisse, falisses, falisse, falssemos, falsseis, falissem
soubreis, souberam Futuro falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem
Pretrito imperfeito sabia, sabias, sabia, sabamos, sabeis, sabiam Imperativo afirmativo fali (vs)
Presente do subjuntivo soubesse, soubesses, soubesse, soubssemos, soubsseis, Imperativo negativo no h
soubessem Infinitivo pessoal falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem
Futuro souber, souberes, souber, soubermos, souberdes, souberem Gerndio falindo
Particpio falido
VALER
Presente do indicativo valho, vales, vale, valemos, valeis, valem FERIR
Presente do subjuntivo valha, valhas, valha, valhamos, valhais, valham Presente do indicativo firo, feres, fere, ferimos, feris, ferem
Imperativo afirmativo vale, valha, valhamos, valei, valham Presente do subjuntivo fira, firas, fira, firamos, firais, firam
Conjugam-se como FERIR: competir, vestir, inserir e seus derivados.
TRAZER
Presente do indicativo trago, trazes, traz, trazemos, trazeis, trazem MENTIR
Pretrito imperfeito trazia, trazias, trazia, trazamos, trazeis, traziam Presente do indicativo minto, mentes, mente, mentimos, mentis, mentem
Pretrito perfeito trouxe, trouxeste, trouxe, trouxemos, trouxestes, trouxeram Presente do subjuntivo minta, mintas, minta, mintamos, mintais, mintam
Pretrito mais-que-perfeito trouxera, trouxeras, trouxera, trouxramos, Imperativo mente, minta, mintamos, menti, mintam
trouxreis, trouxeram Conjugam-se como MENTIR: sentir, cerzir, competir, consentir, pressentir.
Futuro do presente trarei, trars, trar, traremos, trareis, traro
Futuro do pretrito traria, trarias, traria, traramos, trareis, trariam FUGIR
Imperativo traze, traga, tragamos, trazei, tragam Presente do indicativo fujo, foges, foge, fugimos, fugis, fogem
Presente do subjuntivo traga, tragas, traga, tragamos, tragais, tragam Imperativo foge, fuja, fujamos, fugi, fujam
Pretrito imperfeito trouxesse, trouxesses, trouxesse, trouxssemos, trouxsseis, Presente do subjuntivo fuja, fujas, fuja, fujamos, fujais, fujam
trouxessem
Futuro trouxer, trouxeres, trouxer, trouxermos, trouxerdes, trouxe- IR
rem Presente do indicativo vou, vais, vai, vamos, ides, vo
Infinitivo pessoal trazer, trazeres, trazer, trazermos, trazerdes, trazerem Pretrito imperfeito ia, ias, ia, amos, eis, iam
Gerndio trazendo Pretrito perfeito fui, foste, foi, fomos, fostes, foram
Particpio trazido Pretrito mais-que-perfeito fora, foras, fora, framos, freis, foram
Futuro do presente irei, irs, ir, iremos, ireis, iro
VER Futuro do pretrito iria, irias, iria, iramos, ireis, iriam
Presente do indicativo vejo, vs, v, vemos, vedes, vem Imperativo afirmativo vai, v, vamos, ide, vo
Pretrito perfeito vi, viste, viu, vimos, vistes, viram Imperativo negativo no vo, no v, no vamos, no vades, no vo
Pretrito mais-que-perfeito vira, viras, vira, viramos, vireis, viram Presente do subjuntivo v, vs, v, vamos, vades, vo
Imperativo afirmativo v, veja, vejamos, vede vs, vejam vocs Pretrito imperfeito fosse, fosses, fosse, fssemos, fsseis, fossem
Presente do subjuntivo veja, vejas, veja, vejamos, vejais, vejam Futuro for, fores, for, formos, fordes, forem
Pretrito imperfeito visse, visses, visse, vssemos, vsseis, vissem Infinitivo pessoal ir, ires, ir, irmos, irdes, irem
Futuro vir, vires, vir, virmos, virdes, virem Gerndio indo
Particpio visto Particpio ido
ABOLIR OUVIR
Presente do indicativo aboles, abole abolimos, abolis, abolem Presente do indicativo ouo, ouves, ouve, ouvimos, ouvis, ouvem
Pretrito imperfeito abolia, abolias, abolia, abolamos, aboleis, aboliam Presente do subjuntivo oua, ouas, oua, ouamos, ouais, ouam
Pretrito perfeito aboli, aboliste, aboliu, abolimos, abolistes, aboliram Imperativo ouve, oua, ouamos, ouvi, ouam
Pretrito mais-que-perfeito abolira, aboliras, abolira, abolramos, abolreis, Particpio ouvido
aboliram
Futuro do presente abolirei, abolirs, abolir, aboliremos, abolireis, aboliro PEDIR
Futuro do pretrito aboliria, abolirias, aboliria, aboliramos, abolireis, aboliriam Presente do indicativo peo, pedes, pede, pedimos, pedis, pedem
Presente do subjuntivo no h Pretrito perfeito pedi, pediste, pediu, pedimos, pedistes, pediram
Presente imperfeito abolisse, abolisses, abolisse, abolssemos, abolsseis, Presente do subjuntivo pea, peas, pea, peamos, peais, peam
abolissem Imperativo pede, pea, peamos, pedi, peam
Futuro abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem Conjugam-se como pedir: medir, despedir, impedir, expedir
Imperativo afirmativo abole, aboli
Imperativo negativo no h POLIR
Infinitivo pessoal abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem Presente do indicativo pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem
Infinitivo impessoal abolir Presente do subjuntivo pula, pulas, pula, pulamos, pulais, pulam
Gerndio abolindo Imperativo pule, pula, pulamos, poli, pulam
Particpio abolido
O verbo ABOLIR conjugado s nas formas em que depois do L do radical h E ou I. REMIR
Presente do indicativo redimo, redimes, redime, redimimos, redimis, redimem
AGREDIR Presente do subjuntivo redima, redimas, redima, redimamos, redimais, redimam
Presente do indicativo agrido, agrides, agride, agredimos, agredis, agridem
Presente do subjuntivo agrida, agridas, agrida, agridamos, agridais, agridam RIR
Imperativo agride, agrida, agridamos, agredi, agridam Presente do indicativo rio, ris, ri, rimos, rides, riem
Nas formas rizotnicas, o verbo AGREDIR apresenta o E do radical substitudo por I. Pretrito imperfeito ria, rias, ria, riamos, reis, riam
Pretrito perfeito ri, riste, riu, rimos, ristes, riram
COBRIR Pretrito mais-que-perfeito rira, riras, rira, rramos, rireis, riram
Presente do indicativo cubro, cobres, cobre, cobrimos, cobris, cobrem Futuro do presente rirei, rirs, rir, riremos, rireis, riro
Presente do subjuntivo cubra, cubras, cubra, cubramos, cubrais, cubram Futuro do pretrito riria, ririas, riria, riramos, rireis, ririam
Imperativo cobre, cubra, cubramos, cobri, cubram Imperativo afirmativo ri, ria, riamos, ride, riam
Particpio coberto Presente do subjuntivo ria, rias, ria, riamos, riais, riam
Conjugam-se como COBRIR, dormir, tossir, descobrir, engolir Pretrito imperfeito risse, risses, risse, rssemos, rsseis, rissem
Futuro rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem
FALIR Infinitivo pessoal rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem
Presente do indicativo falimos, falis Gerndio rindo
Pretrito imperfeito falia, falias, falia, falamos, faleis, faliam Particpio rido
Lngua Portuguesa 73
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APOSTILAS OPO
Conjuga-se como rir: sorrir te, atravs, defronte, aonde, etc.
2) TEMPO: hoje, amanh, depois, antes, agora, anteontem, sempre,
VIR nunca, j, cedo, logo, tarde, ora, afinal, outrora, ento, amide, breve,
Presente do indicativo venho, vens, vem, vimos, vindes, vm
brevemente, entrementes, raramente, imediatamente, etc.
Pretrito imperfeito vinha, vinhas, vinha, vnhamos, vnheis, vinham
Pretrito perfeito vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram 3) MODO: bem, mal, assim, depressa, devagar, como, debalde, pior,
Pretrito mais-que-perfeito viera, vieras, viera, viramos, vireis, vieram melhor, suavemente, tenazmente, comumente, etc.
Futuro do presente virei, virs, vir, viremos, vireis, viro 4) ITENSIDADE: muito, pouco, assaz, mais, menos, to, bastante, dema-
Futuro do pretrito viria, virias, viria, viramos, vireis, viriam siado, meio, completamente, profundamente, quanto, quo, tanto, bem,
Imperativo afirmativo vem, venha, venhamos, vinde, venham mal, quase, apenas, etc.
Presente do subjuntivo venha, venhas, venha, venhamos, venhais, venham 5) AFIRMAO: sim, deveras, certamente, realmente, efefivamente, etc.
Pretrito imperfeito viesse, viesses, viesse, vissemos, visseis, viessem 6) NEGAO: no.
Futuro vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem
7) DVIDA: talvez, acaso, porventura, possivelmente, qui, decerto,
Infinitivo pessoal vir, vires, vir, virmos, virdes, virem
Gerndio vindo provavelmente, etc.
Particpio vindo
Conjugam-se como vir: intervir, advir, convir, provir, sobrevir H Muitas Locues Adverbiais
1) DE LUGAR: esquerda, direita, tona, distncia, frente, entra-
SUMIR da, sada, ao lado, ao fundo, ao longo, de fora, de lado, etc.
Presente do indicativo sumo, somes, some, sumimos, sumis, somem 2) TEMPO: em breve, nunca mais, hoje em dia, de tarde, tarde, noite,
Presente do subjuntivo suma, sumas, suma, sumamos, sumais, sumam s ave-marias, ao entardecer, de manh, de noite, por ora, por fim, de
Imperativo some, suma, sumamos, sumi, sumam
repente, de vez em quando, de longe em longe, etc.
Conjugam-se como SUMIR: subir, acudir, bulir, escapulir, fugir, consumir, cuspir
3) MODO: vontade, toa, ao lu, ao acaso, a contento, a esmo, de bom
grado, de cor, de mansinho, de chofre, a rigor, de preferncia, em ge-
Verbo ''haver'' e suas diferentes construes ral, a cada passo, s avessas, ao invs, s claras, a pique, a olhos vis-
Por Thas Nicoleti
tos, de propsito, de sbito, por um triz, etc.
4) MEIO OU INSTRUMENTO: a pau, a p, a cavalo, a martelo, a mqui-
Havero mudanas, mas creio que sero pequenas.
na, a tinta, a paulada, a mo, a facadas, a picareta, etc.
O verbo haver, no sentido de ocorrer ou existir, impessoal. Isso quer
5) AFIRMAO: na verdade, de fato, de certo, etc.
dizer que permanece na terceira pessoa do singular, pois no tem sujeito.
6) NEGAAO: de modo algum, de modo nenhum, em hiptese alguma,
A confuso frequente no s na hora de escrever mas tambm na hora
etc.
de falar. Muita gente faz a flexo do verbo, como se seu objeto direto fosse
7) DVIDA: por certo, quem sabe, com certeza, etc.
seu sujeito. possvel que a origem do erro esteja na analogia com os
verbos existir e ocorrer. Estes tm sujeito e, portanto, as flexes de
Advrbios Interrogativos
nmero e pessoa e costumam antepor-se a ele. Assim:
Onde?, aonde?, donde?, quando?, porque?, como?
Ocorrero mudanas.
Existiro mudanas.
Palavras Denotativas
Com o verbo haver, a histria outra:
Certas palavras, por no se poderem enquadrar entre os advrbios, te-
Haver mudanas.
ro classificao parte. So palavras que denotam excluso, incluso,
importante observar que os verbos auxiliares assumem o comportamento
situao, designao, realce, retificao, afetividade, etc.
dos verbos principais. Assim, temos o seguinte:
1) DE EXCLUSO - s, salvo, apenas, seno, etc.
Devero ocorrer mudanas.
2) DE INCLUSO - tambm, at, mesmo, inclusive, etc.
Devero existir mudanas.
3) DE SITUAO - mas, ento, agora, afinal, etc.
Dever haver mudanas.
4) DE DESIGNAO - eis.
No se pode, no entanto, dizer que o verbo haver nunca vai para o plural,
5) DE RETIFICAO - alis, isto , ou melhor, ou antes, etc.
pois isso no verdade. Ele pode, por exemplo, ser um verbo auxiliar
6) DE REALCE - c, l, s, que, ainda, mas, etc.
(sinnimo de ter nos tempos compostos), situao em que pode ir para o
Voc l sabe o que est dizendo, homem...
plural. Assim:
Mas que olhos lindos!
Eles haviam chegado cedo.
Veja s que maravilha!
Eles tinham chegado cedo.
Como verbo pessoal (com sujeito), pode assumir o sentido de obter:
Houveram do juiz a comutao da pena. NUMERAL
Como sinnimo de considerar, tambm tem sujeito:
Ns o havemos por honesto. Numeral a palavra que indica quantidade, ordem, mltiplo ou frao.
O mesmo comportamento se observa quando empregado na acepo de
comportar-se: O numeral classifica-se em:
Eles se houveram com elegncia diante das crticas. - cardinal - quando indica quantidade.
O plural tambm pode aparecer quando usado com o sentido de lidar. - ordinal - quando indica ordem.
Assim: - multiplicativo - quando indica multiplicao.
Os alunos houveram-se muito bem nos exames. - fracionrio - quando indica fracionamento.
Fique claro, portanto, que no sentido de existir e de ocorrer, bem como
na indicao de tempo decorrido (H dois anos...), que o verbo haver Exemplos:
permanece invarivel. Assim: Silvia comprou dois livros.
Haver mudanas, mas creio que sero pequenas. Antnio marcou o primeiro gol.
Educaouol
Na semana seguinte, o anel custar o dobro do preo.
O galinheiro ocupava um quarto da quintal.
ADVRBIO
Lngua Portuguesa 74
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APOSTILAS OPO
nos cos tivos Luis XV (quinze) capitulo XX (vinte)
I 1 um primeiro simples -
II 2 dois segundo duplo meio Se o numeral aparece antes, lido como ordinal.
dobro XX Salo do Automvel (vigsimo)
III 3 trs terceiro trplice tero VI Festival da Cano (sexto)
IV 4 quatro quarto qudruplo quarto lV Bienal do Livro (quarta)
V 5 cinco quinto quntuplo quinto XVI captulo da telenovela (dcimo sexto)
VI 6 seis sexto sxtuplo sexto
VII 7 sete stimo stuplo stimo Quando se trata do primeiro dia do ms, deve-se dar preferncia ao
VIII 8 oito oitavo ctuplo oitavo emprego do ordinal.
Hoje primeiro de setembro
IX 9 nove nono nnuplo nono
No aconselhvel iniciar perodo com algarismos
X 10 dez dcimo dcuplo dcimo
16 anos tinha Patrcia = Dezesseis anos tinha Patrcia
XI 11 onze dcimo onze avos
primeiro A ttulo de brevidade, usamos constantemente os cardinais pelos ordi-
XII 12 doze dcimo doze avos nais. Ex.: casa vinte e um (= a vigsima primeira casa), pgina trinta e dois
segundo (= a trigsima segunda pgina). Os cardinais um e dois no variam nesse
XIII 13 treze dcimo treze avos caso porque est subentendida a palavra nmero. Casa nmero vinte e um,
terceiro pgina nmero trinta e dois. Por isso, deve-se dizer e escrever tambm: a
XIV 14 quatorze dcimo quatorze folha vinte e um, a folha trinta e dois. Na linguagem forense, vemos o
quarto avos numeral flexionado: a folhas vinte e uma a folhas trinta e duas.
XV 15 quinze dcimo quinze avos
quinto
XVI 16 dezesseis dcimo dezesseis ARTIGO
sexto avos
XVII 17 dezessete dcimo dezessete Artigo uma palavra que antepomos aos substantivos para determin-
stimo avos los. Indica-lhes, ao mesmo tempo, o gnero e o nmero.
XVIII 18 dezoito dcimo dezoito avos
oitavo Dividem-se em
XIX 19 dezenove dcimo nono dezenove definidos: O, A, OS, AS
avos indefinidos: UM, UMA, UNS, UMAS.
XX 20 vinte vigsimo vinte avos Os definidos determinam os substantivos de modo preciso, particular.
XXX 30 trinta trigsimo trinta avos Viajei com o mdico. (Um mdico referido, conhecido, determinado).
XL 40 quarenta quadrag- quarenta
simo avos Os indefinidos determinam os substantivos de modo vago, impreciso,
L 50 cinquenta quinquag- cinquenta geral.
simo avos Viajei com um mdico. (Um mdico no referido, desconhecido, inde-
LX 60 sessenta sexagsimo sessenta terminado).
avos
LXX 70 setenta septuagsi- setenta avos lsoladamente, os artigos so palavras de todo vazias de sentido.
mo
LXXX 80 oitenta octogsimo oitenta avos CONJUNO
XC 90 noventa nonagsimo noventa
avos
Conjuno a palavra que une duas ou mais oraes.
C 100 cem centsimo centsimo
CC 200 duzentos ducentsimo ducentsimo Coniunes Coordenativas
CCC 300 trezentos trecentsimo trecentsimo 1) ADITIVAS: e, nem, tambm, mas, tambm, etc.
CD 400 quatrocen- quadringen- quadringen- 2) ADVERSATIVAS: mas, porm, contudo, todavia, entretanto,
tos tsimo tsimo seno, no entanto, etc.
D 500 quinhen- quingent- quingent- 3) ALTERNATIVAS: ou, ou.., ou, ora... ora, j... j, quer, quer,
tos simo simo etc.
DC 600 seiscentos sexcentsi- sexcentsi- 4) CONCLUSIVAS. logo, pois, portanto, por conseguinte, por
mo mo consequncia.
DCC 700 setecen- septingent- septingent- 5) EXPLICATIVAS: isto , por exemplo, a saber, que, porque,
tos simo simo pois, etc.
DCCC 800 oitocentos octingent- octingent-
simo simo Conjunes Subordinativas
CM 900 novecen- nongentsi- nongentsi- 1) CONDICIONAIS: se, caso, salvo se, contanto que, uma vez que, etc.
tos mo mo 2) CAUSAIS: porque, j que, visto que, que, pois, porquanto, etc.
M 1000 mil milsimo milsimo 3) COMPARATIVAS: como, assim como, tal qual, tal como, mais que, etc.
4) CONFORMATIVAS: segundo, conforme, consoante, como, etc.
Emprego do Numeral 5) CONCESSIVAS: embora, ainda que, mesmo que, posto que, se bem que,
Na sucesso de papas, reis, prncipes, anos, sculos, captulos, etc. etc.
empregam-se de 1 a 10 os ordinais. 6) INTEGRANTES: que, se, etc.
Joo Paulo I I (segundo) ano lll (ano terceiro) 7) FINAIS: para que, a fim de que, que, etc.
Luis X (dcimo) ano I (primeiro) 8) CONSECUTIVAS: tal... qual, to... que, tamanho... que, de sorte que, de
Pio lX (nono) sculo lV (quarto) forma que, de modo que, etc.
9) PROPORCIONAIS: proporo que, medida que, quanto... tanto mais,
De 11 em diante, empregam-se os cardinais: etc.
Leo Xlll (treze) ano Xl (onze) 10) TEMPORAIS: quando, enquanto, logo que, depois que, etc.
Pio Xll (doze) sculo XVI (dezesseis)
Lngua Portuguesa 75
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APOSTILAS OPO
VALOR LGICO E SINTTICO DAS CONJUNES (Jorge Amado)
Conjunes subordinativas
Examinemos estes exemplos: As conjunes subordinativas ligam duas oraes, subordinando uma
1) Tristeza e alegria no moram juntas. outra. Com exceo das integrantes, essas conjunes iniciam oraes que
2) Os livros ensinam e divertem. traduzem circunstncias (causa, comparao, concesso, condio ou
3) Samos de casa quando amanhecia. hiptese, conformidade, consequncia, finalidade, proporo, tempo).
Abrangem as seguintes classes:
No primeiro exemplo, a palavra E liga duas palavras da mesma orao: 1) Causais: porque, que, pois, como, porquanto, visto que, visto como, j
uma conjuno. que, uma vez que, desde que.
O tambor soa porque oco. (porque oco: causa; o tambor soa:
No segundo a terceiro exemplos, as palavras E e QUANDO esto ligando efeito).
oraes: so tambm conjunes. Como estivesse de luto, no nos recebeu.
Desde que impossvel, no insistirei.
Conjuno uma palavra invarivel que liga oraes ou palavras da 2) Comparativas: como, (tal) qual, tal a qual, assim como, (tal) como, (to
mesma orao. ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou do que, (tanto)
quanto, que nem, feito (= como, do mesmo modo que), o mesmo que
No 2 exemplo, a conjuno liga as oraes sem fazer que uma dependa (= como).
da outra, sem que a segunda complete o sentido da primeira: por isso, a Ele era arrastado pela vida como uma folha pelo vento.
conjuno E coordenativa. O exrcito avanava pela plancie qual uma serpente imensa.
"Os ces, tal qual os homens, podem participar das trs categorias."
No 3 exemplo, a conjuno liga duas oraes que se completam uma (Paulo Mendes Campos)
outra e faz com que a segunda dependa da primeira: por isso, a conjuno "Sou o mesmo que um cisco em minha prpria casa."
QUANDO subordinativa. (Antnio Olavo Pereira)
"E pia tal a qual a caa procurada."
As conjunes, portanto, dividem-se em coordenativas e subordinativas. (Amadeu de Queirs)
"Por que ficou me olhando assim feito boba?"
CONJUNES COORDENATIVAS (Carlos Drummond de Andrade)
As conjunes coordenativas podem ser: Os pedestres se cruzavam pelas ruas que nem formigas apressadas.
1) Aditivas, que do ideia de adio, acrescentamento: e, nem, mas Nada nos anima tanto como (ou quanto) um elogio sincero.
tambm, mas ainda, seno tambm, como tambm, bem como. Os governantes realizam menos do que prometem.
O agricultor colheu o trigo e o vendeu. 3) Concessivas: embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda
No aprovo nem permitirei essas coisas. quando, mesmo quando, posto que, por mais que, por muito que, por
Os livros no s instruem mas tambm divertem. menos que, se bem que, em que (pese), nem que, dado que, sem que
As abelhas no apenas produzem mel e cera mas ainda polinizam (= embora no).
as flores. Clia vestia-se bem, embora fosse pobre.
2) Adversativas, que exprimem oposio, contraste, ressalva, com- A vida tem um sentido, por mais absurda que possa parecer.
pensao: mas, porm, todavia, contudo, entretanto, sendo, ao Beba, nem que seja um pouco.
passo que, antes (= pelo contrrio), no entanto, no obstante, ape- Dez minutos que fossem, para mim, seria muito tempo.
sar disso, em todo caso. Fez tudo direito, sem que eu lhe ensinasse.
Querem ter dinheiro, mas no trabalham. Em que pese autoridade deste cientista, no podemos aceitar suas
Ela no era bonita, contudo cativava pela simpatia. afirmaes.
No vemos a planta crescer, no entanto, ela cresce. No sei dirigir, e, dado que soubesse, no dirigiria de noite.
A culpa no a atribuo a vs, seno a ele. 4) Condicionais: se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que
O professor no probe, antes estimula as perguntas em aula. (= se no), a no ser que, a menos que, dado que.
O exrcito do rei parecia invencvel, no obstante, foi derrotado. Ficaremos sentidos, se voc no vier.
Voc j sabe bastante, porm deve estudar mais. Comprarei o quadro, desde que no seja caro.
Eu sou pobre, ao passo que ele rico. No sairs daqui sem que antes me confesses tudo.
Hoje no atendo, em todo caso, entre. "Eleutrio decidiu logo dormir repimpadamente sobre a areia, a menos
3) Alternativas, que exprimem alternativa, alternncia ou, ou ... ou, que os mosquitos se opusessem."
ora ... ora, j ... j, quer ... quer, etc. (Ferreira de Castro)
Os sequestradores deviam render-se ou seriam mortos. 5) Conformativas: como, conforme, segundo, consoante. As coisas no
Ou voc estuda ou arruma um emprego. so como (ou conforme) dizem.
Ora triste, ora alegre, a vida segue o seu ritmo. "Digo essas coisas por alto, segundo as ouvi narrar."
Quer reagisse, quer se calasse, sempre acabava apanhando. (Machado de Assis)
"J chora, j se ri, j se enfurece." 6) Consecutivas: que (precedido dos termos intensivos tal, to, tanto,
(Lus de Cames) tamanho, s vezes subentendidos), de sorte que, de modo que, de
4) Conclusivas, que iniciam uma concluso: logo, portanto, por con- forma que, de maneira que, sem que, que (no).
seguinte, pois (posposto ao verbo), por isso. Minha mo tremia tanto que mal podia escrever.
As rvores balanam, logo est ventando. Falou com uma calma que todos ficaram atnitos.
Voc o proprietrio do carro, portanto o responsvel. Ontem estive doente, de sorte que (ou de modo que) no sa.
O mal irremedivel; deves, pois, conformar-te. No podem ver um cachorro na rua sem que o persigam.
5) Explicativas, que precedem uma explicao, um motivo: que, por- No podem ver um brinquedo que no o queiram comprar.
que, porquanto, pois (anteposto ao verbo). 7) Finais: para que, a fim de que, que (= para que).
No solte bales, que (ou porque, ou pois, ou porquanto) podem Afastou-se depressa para que no o vssemos.
causar incndios. Falei-lhe com bons termos, a fim de que no se ofendesse.
Choveu durante a noite, porque as ruas esto molhadas. Fiz-lhe sinal que se calasse.
8) Proporcionais: proporo que, medida que, ao passo que, quanto
Observao: A conjuno A pode apresentar-se com sentido adversa- mais... (tanto mais), quanto mais... (tanto menos), quanto menos... (tan-
tivo: to mais), quanto mais... (mais), (tanto)... quanto.
Sofrem duras privaes a [= mas] no se queixam. medida que se vive, mais se aprende.
"Quis dizer mais alguma coisa a no pde." proporo que subamos, o ar ia ficando mais leve.
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APOSTILAS OPO
Quanto mais as cidades crescem, mais problemas vo tendo. Preposies so palavras que estabelecem um vnculo entre dois ter-
Os soldados respondiam, medida que eram chamados. mos de uma orao. O primeiro, um subordinante ou antecedente, e o
segundo, um subordinado ou consequente.
Observao:
So incorretas as locues proporcionais medida em que, na medida Exemplos:
que e na medida em que. A forma correta medida que: Chegaram a Porto Alegre.
" medida que os anos passam, as minhas possibilidades diminuem." Discorda de voc.
(Maria Jos de Queirs) Fui at a esquina.
Casa de Paulo.
9) Temporais: quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre
que, assim que, desde que, antes que, depois que, at que, agora que, Preposies Essenciais e Acidentais
etc. As preposies essenciais so: A, ANTE, APS, AT, COM, CONTRA,
Venha quando voc quiser. DE, DESDE, EM, ENTRE, PARA, PERANTE, POR, SEM, SOB, SOBRE e
No fale enquanto come. ATRS.
Ela me reconheceu, mal lhe dirigi a palavra.
Desde que o mundo existe, sempre houve guerras. Certas palavras ora aparecem como preposies, ora pertencem a ou-
Agora que o tempo esquentou, podemos ir praia. tras classes, sendo chamadas, por isso, de preposies acidentais: afora,
"Ningum o arredava dali, at que eu voltasse." (Carlos Povina Caval- conforme, consoante, durante, exceto, fora, mediante, no obstante, salvo,
cnti) segundo, seno, tirante, visto, etc.
10) Integrantes: que, se.
Sabemos que a vida breve. INTERJEIO
Veja se falta alguma coisa.
Conjuno a palavra que une duas ou mais oraes. Os bandeirantes capturavam os ndios. (sujeito = bandeirantes)
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APOSTILAS OPO
ncleo: rosas) O menino estava cheio de vontade. - CHEIO (adjetivo)
- composto: quando tem mais de um ncleo Ns agamos favoravelmente s discusses. - FAVORAVELMENTE
O burro e o cavalo saram em disparada. (advrbio).
(suj: o burro e o cavalo; ncleo burro, cavalo)
- oculto: ou elptico ou implcito na desinncia verbal 4. AGENTE DA PASSIVA
Chegaste com certo atraso. (suj.: oculto: tu) Agente da passiva o termo da orao que pratica a ao do verbo na
- indeterminado: quando no se indica o agente da ao verbal voz passiva.
Come-se bem naquele restaurante. A me amada PELO FILHO.
- Inexistente: quando a orao no tem sujeito O cantor foi aplaudido PELA MULTIDO.
Choveu ontem. Os melhores alunos foram premiados PELA DIREO.
H plantas venenosas.
TERMOS ACESSRIOS DA ORAO
PREDICADO
TERMOS ACESSRIOS so os que desempenham na orao uma
Predicado o termo da orao que declara alguma coisa do sujeito.
funo secundria, limitando o sentido dos substantivos ou exprimindo
O predicado classifica-se em:
alguma circunstncia.
1. Nominal: aquele que se constitui de verbo de ligao mais predicativo
do sujeito.
So termos acessrios da orao:
Nosso colega est doente.
Principais verbos de ligao: SER, ESTAR, PARECER,
1. ADJUNTO ADNOMINAL
Adjunto adnominal o termo que caracteriza ou determina os
PERMANECER, etc.
substantivos. Pode ser expresso:
Predicativo do sujeito o termo que ajuda o verbo de ligao a
pelos adjetivos: gua fresca,
comunicar estado ou qualidade do sujeito.
pelos artigos: o mundo, as ruas
Nosso colega est doente.
pelos pronomes adjetivos: nosso tio, muitas coisas
A moa permaneceu sentada.
pelos numerais : trs garotos; sexto ano
2. Predicado verbal aquele que se constitui de verbo intransitivo ou
pelas locues adjetivas: casa do rei; homem sem escrpulos
transitivo.
O avio sobrevoou a praia.
Verbo intransitivo aquele que no necessita de complemento. 2. ADJUNTO ADVERBIAL
O sabi voou alto. Adjunto adverbial o termo que exprime uma circunstncia (de tempo,
Verbo transitivo aquele que necessita de complemento. lugar, modo etc.), modificando o sentido de um verbo, adjetivo ou advrbio.
Transitivo direto: o verbo que necessita de complemento sem auxlio Cheguei cedo.
de proposio. Jos reside em So Paulo.
Minha equipe venceu a partida.
Transitivo indireto: o verbo que necessita de complemento com 3. APOSTO
auxlio de preposio. Aposto uma palavra ou expresso que explica ou esclarece,
Ele precisa de um esparadrapo. desenvolve ou resume outro termo da orao.
Transitivo direto e indireto (bitransitivo) o verbo que necessita ao Dr. Joo, cirurgio-dentista,
mesmo tempo de complemento sem auxlio de preposio e de com- Rapaz impulsivo, Mrio no se conteve.
plemento com auxilio de preposio. O rei perdoou aos dois: ao fidalgo e ao criado.
Damos uma simples colaborao a vocs. 4. VOCATIVO
3. Predicado verbo nominal: aquele que se constitui de verbo Vocativo o termo (nome, ttulo, apelido) usado para chamar ou
intransitivo mais predicativo do sujeito ou de verbo transitivo mais interpelar algum ou alguma coisa.
predicativo do sujeito. Tem compaixo de ns, Cristo.
Os rapazes voltaram vitoriosos. Professor, o sinal tocou.
Predicativo do sujeito: o termo que, no predicado verbo-nominal, Rapazes, a prova na prxima semana.
ajuda o verbo intransitivo a comunicar estado ou qualidade do sujeito.
Ele morreu rico. PERODO COMPOSTO - PERODO SIMPLES
Predicativo do objeto o termo que, que no predicado verbo-nominal,
ajuda o verbo transitivo a comunicar estado ou qualidade do objeto No perodo simples h apenas uma orao, a qual se diz absoluta.
direto ou indireto. Fui ao cinema.
Elegemos o nosso candidato vereador. O pssaro voou.
TERMOS INTEGRANTES DA ORAO
Chama-se termos integrantes da orao os que completam a PERODO COMPOSTO
significao transitiva dos verbos e dos nomes. So indispensveis No perodo composto h mais de uma orao.
compreenso do enunciado. (No sabem) (que nos calores do vero a terra dorme) (e os homens
folgam.)
1. OBJETO DIRETO
Objeto direto o termo da orao que completa o sentido do verbo Perodo composto por coordenao
transitivo direto. Ex.: Mame comprou PEIXE. Apresenta oraes independentes.
(Fui cidade), (comprei alguns remdios) (e voltei cedo.)
2. OBJETO INDIRETO
Objeto indireto o termo da orao que completa o sentido do verbo Perodo composto por subordinao
transitivo indireto. Apresenta oraes dependentes.
As crianas precisam de CARINHO. ( bom) (que voc estude.)
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APOSTILAS OPO
que associada aos clssicos processos de subordinao e coordena-
3) CONCESSIVAS: exprimem um fato que se concede, que se admite: o, funcionando apenas como uma caracterstica secundria. Entre
POR MAIS QUE GRITASSE, no me ouviram. esses autores esto Camara Jr. (1981), Bechara (1999), Luft (2000) e
Os louvores, PEQUENOS QUE SEJAM, so ouvidos com agrado. Kury (2003). Nossa proposta visa, portanto, a investigar essas postu-
CHOVESSE OU FIZESSE SOL, o Major no faltava. ras divergentes e traar uma proposta de tratamento mais uniforme
para o assunto.
4) CONDICIONAIS: exprimem condio, hiptese:
SE O CONHECESSES, no o condenarias.
Que diria o pai SE SOUBESSE DISSO?
(Quanto ao estudo da correlao), fao-o agora o mais completo que
5) CONFORMATIVAS: exprimem acordo ou conformidade de um fato posso. Outros, futuramente, com mais lazer, alargaro as pesquisas,
com outro: pois, neste assunto, deparam-nos os autores, floresta inexplorada.
Fiz tudo COMO ME DISSERAM. (Oiticica, 1952:02)
Vim hoje, CONFORME LHE PROMETI.
CONSIDERAES INICIAIS
6) CONSECUTIVAS: exprimem uma consequncia, um resultado:
A fumaa era tanta QUE EU MAL PODIA ABRIR OS OLHOS.
Bebia QUE ERA UMA LSTIMA! marcante, em nossos compndios, a polmica quanto existn-
Tenho medo disso QUE ME PLO! cia e caracterizao da correlao, entendida como processo sinttico
7) FINAIS: exprimem finalidade, objeto: distinto da coordenao e da subordinao. A maioria dos gramticos
Fiz-lhe sinal QUE SE CALASSE. tradicionais, por influncia da Nomenclatura Gramatical Brasileira, no
Aproximei-me A FIM DE QUE ME OUVISSE MELHOR. incluiu em suas obras a correlao, apesar de esta apresentar especificida-
des bem particulares em relao aos processos mais cannicos de estrutu-
8) PROPORCIONAIS: denotam proporcionalidade: rao sinttica.
MEDIDA QUE SE VIVE, mais se aprende.
QUANTO MAIOR FOR A ALTURA, maior ser o tombo. A despeito de a NGB preconizar apenas a existncia dos proces-
sos sintticos de subordinao e coordenao, no mbito do chamado
9) TEMPORAIS: indicam o tempo em que se realiza o fato expresso na perodo composto, houve vozes e opinies dissonantes ao longo do percur-
orao principal: so de sua normatizao. Chediak (1960: 74), consultado acerca do assun-
ENQUANTO FOI RICO todos o procuravam. to, na poca da elaborao da NGB, afirmou: lamentvel que o Antepro-
QUANDO OS TIRANOS CAEM, os povos se levantam. jeto tenha excludo a correlao e a justaposio como processos de com-
posio de perodo.
10) MODAIS: exprimem modo, maneira:
Entrou na sala SEM QUE NOS CUMPRIMENTASSE. Ainda durante o perodo de consultas para a elaborao da NGB,
Aqui vivers em paz, SEM QUE NINGUM TE INCOMODE. Chediak (1960: 213) nos informa que o Departamento de Letras da Univer-
sidade do Rio Grande do Sul, em 1958, tambm requereu a incluso deste
ORAES REDUZIDAS processo de estruturao sinttica como distinto da subordinao e da
Orao reduzida aquela que tem o verbo numa das formas nominais: coordenao.
gerndio, infinitivo e particpio.
Exemplos: Camara Jr. (1981: 87) assevera que a correlao uma constru-
Penso ESTAR PREPARADO = Penso QUE ESTOU PREPARADO. o sinttica de duas partes relacionadas entre si, de tal sorte que a enun-
Dizem TER ESTADO L = Dizem QUE ESTIVERAM L. ciao de uma, dita prtase, prepara a enunciao de outra, dita apdose.
FAZENDO ASSIM, conseguirs = SE FIZERES ASSIM, A explicitao terica do autor admite que a correlao apresenta um
conseguirs. arranjamento sinttico particular, mas assume posio dissonante da de
bom FICARMOS ATENTOS. = bom QUE FIQUEMOS Chediak (1960) ao defender que a correlao no deve ser considerada
ATENTOS. como um processo de estruturao sinttico distinto, pois ela se estabelece
AO SABER DISSO, entristeceu-se = QUANDO SOUBE DISSO, tanto por meio da coordenao como por meio da subordinao. Concor-
entristeceu-se. dam com Camara Jr. (1981) vrios tericos como Bechara (1999), Luft
interesse ESTUDARES MAIS.= interessante QUE ESTUDES (2000) e Kury (2003).
MAIS.
SAINDO DAQUI, procure-me. = QUANDO SAIR DAQUI, procure- Carone (2003: 62), maneira de Camara Jr. (1981), tambm prefe-
me. re considerar as correlativas, bem como as justapostas, como variantes dos
processos de subordinao e coordenao, entretanto, no presta maiores
esclarecimentos que sustentem a opo terica tomada. Vejamos:
TEORIA DA CORRELAO REVISITADA As relaes estabelecidas entre oraes podem apresen-
tar, por vezes, caractersticas de realizao que as distinguem
Ivo da Costa do Rosrio (UERJ, UFF e UFRJ) do usual, o que tem levado alguns gramticos a ver nisso ou-
tros tantos procedimentos sintticos. Trata-se da correlao e
da justaposio, variantes formais dos (...) processos (de su-
bordinao e de coordenao).
RESUMO
Azeredo (1979), em concordncia com Luft (2000), tam-
bm opta por defender a correlao como um subtipo ora da
Pelo menos desde o sculo passado, verificamos que alguns subordinao ora da coordenao, funcionando como um verda-
autores propem a existncia de no apenas dois processos de estru- deiro recurso expressivo de nfase.
turao sinttica, mas trs. Entre eles, podemos destacar Oiticica Poucos gramticos brasileiros, entre os quais Jos Oiticica, tm
(1952), que desenvolveu a clssica teoria da correlao. Outros auto- identificado na correlao e na justaposio processos de estrutu-
res filiaram-se proposta do autor, tais como Melo (1978) e mais rao sinttica distintos da subordinao e da coordenao. A
recentemente Rodrigues (2007). Por outro lado, buscando um vis maioria entende que aqueles processos servem apenas para
diverso, alguns tericos admitem a existncia da correlao, desde materializar certas relaes fundamentalmente coordenativas ou
subordinativas. (grifos do autor)
Lngua Portuguesa 80
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APOSTILAS OPO
Oiticica (1952), citado por Azeredo (1979), defende a fundado nas dicotomias saussurianas. Filiado ao estruturalismo
ideia de que as oraes consecutivas e comparativas devem ser lingustico, Camara Jr. (1981) teria optado por defender opinio
consideradas correlatas, diferentemente do que preceitua a tradi- diversa da de Oiticica (1952) por ser fiel disposio binria dos
o gramatical brasileira que as considera como subordinadas conceitos de Saussure, para quem a existncia de um terceiro
adverbiais. conceito na esfera da descrio lingustica aniquilaria a opo
terica pelas dicotomias.
O estudo do autor, contido na clebre Teoria da Correla-
o (1952), advoga a existncia da correlao como um meca- Rodrigues (2007: 232-233) tambm advoga a existncia
nismo de estruturao sinttica ou procedimento sinttico em da correlao como um processo que se distingue dos demais,
que uma sentena estabelece uma relao de interdependncia por conta das seguintes caractersticas:
com a outra no nvel estrutural. Assim, a distino entre a corre-
lao e os outros processos de estruturao poderia ser atestada 1 - a correlao apresenta conjunes que vm aos pa-
por meio do critrio da dependncia sinttica. Teramos, ento, res, cada elemento do par em uma orao;
trs processos: 2 - no perodo composto por correlao, as oraes no
podem ter sua ordem invertida, isto , no apresentam a
a) Subordinao mobilidade posicional tpica das subordinadas adverbiais;
Segundo anlise de Mdolo (1999), a tendncia a negar a Os exemplos (06) e (07), semanticamente similares,
existncia da correlao em um nvel paralelo subordinao e apresentam arranjos sintticos diferentes e atendem a necessi-
coordenao advm da herana do paradigma estruturalista, dades comunicacionais e pragmticas distintas. No exemplo (06),
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a conjuno coordenativa aditiva e simplesmente rene dois Vocs falaram alto demais.
termos coordenados entre si, que funcionam como predicativos O combustvel custava barato.
do sujeito. Por outro lado, no exemplo (07), no podemos afir- Voc leu confuso.
mar que h uma simples unio de predicativos referentes ao
sujeito. De certa forma, h uma ideia de gradao enftica cres-
Ela jura falso.
cente do primeiro termo predicativo ao segundo, enunciados na
superfcie da sentena. 16) CARO, BASTANTE, LONGE, se advrbios, no variam, se adjetivos,
sofrem variao normalmente.
Esses pneus custam caro.
Percebemos que os argumentos em defesa da correlao
como um terceiro processo de estruturao sinttica so bastante Conversei bastante com eles.
contundentes. Entretanto, a maioria dos gramticos prefere no Conversei com bastantes pessoas.
consider-la como um processo distinto dos demais, provavel- Estas crianas moram longe.
mente por influncia da tradio normativista. Assim, a investi- Conheci longes terras.
gao da questo apresenta-se como altamente relevante para
nossos estudos vernculos.
CONCORDNCIA VERBAL
CASOS GERAIS
CONCORDNCIA NOMINAL E VERBAL
1) O verbo concorda com o sujeito em nmero e pessoa.
O menino chegou. Os meninos chegaram.
CONCORDNCIA NOMINAL E VERBAL 2) Sujeito representado por nome coletivo deixa o verbo no singular.
Concordncia o processo sinttico no qual uma palavra determinante O pessoal ainda no chegou.
se adapta a uma palavra determinada, por meio de suas flexes. A turma no gostou disso.
Um bando de pssaros pousou na rvore.
Principais Casos de Concordncia Nominal 3) Se o ncleo do sujeito um nome terminado em S, o verbo s ir ao
1) O artigo, o adjetivo, o pronome relativo e o numeral concordam em plural se tal ncleo vier acompanhado de artigo no plural.
gnero e nmero com o substantivo. Os Estados Unidos so um grande pas.
As primeiras alunas da classe foram passear no zoolgico. Os Lusadas imortalizaram Cames.
2) O adjetivo ligado a substantivos do mesmo gnero e nmero vo Os Alpes vivem cobertos de neve.
normalmente para o plural. Em qualquer outra circunstncia, o verbo ficar no singular.
Pai e filho estudiosos ganharam o prmio. Flores j no leva acento.
3) O adjetivo ligado a substantivos de gneros e nmero diferentes vai O Amazonas desgua no Atlntico.
para o masculino plural. Campos foi a primeira cidade na Amrica do Sul a ter luz eltrica.
Alunos e alunas estudiosos ganharam vrios prmios. 4) Coletivos primitivos (indicam uma parte do todo) seguidos de nome
4) O adjetivo posposto concorda em gnero com o substantivo mais no plural deixam o verbo no singular ou levam-no ao plural, indiferen-
prximo: temente.
Trouxe livros e revista especializada. A maioria das crianas recebeu, (ou receberam) prmios.
5) O adjetivo anteposto pode concordar com o substantivo mais prxi- A maior parte dos brasileiros votou (ou votaram).
mo. 5) O verbo transitivo direto ao lado do pronome SE concorda com o
Dedico esta msica querida tia e sobrinhos. sujeito paciente.
6) O adjetivo que funciona como predicativo do sujeito concorda com o Vende-se um apartamento.
sujeito. Vendem-se alguns apartamentos.
Meus amigos esto atrapalhados. 6) O pronome SE como smbolo de indeterminao do sujeito leva o
7) O pronome de tratamento que funciona como sujeito pede o predica- verbo para a 3 pessoa do singular.
tivo no gnero da pessoa a quem se refere. Precisa-se de funcionrios.
Sua excelncia, o Governador, foi compreensivo. 7) A expresso UM E OUTRO pede o substantivo que a acompanha no
8) Os substantivos acompanhados de numerais precedidos de artigo singular e o verbo no singular ou no plural.
vo para o singular ou para o plural. Um e outro texto me satisfaz. (ou satisfazem)
J estudei o primeiro e o segundo livro (livros). 8) A expresso UM DOS QUE pede o verbo no singular ou no plural.
9) Os substantivos acompanhados de numerais em que o primeiro vier Ele um dos autores que viajou (viajaram) para o Sul.
precedido de artigo e o segundo no vo para o plural. 9) A expresso MAIS DE UM pede o verbo no singular.
J estudei o primeiro e segundo livros. Mais de um jurado fez justia minha msica.
10) O substantivo anteposto aos numerais vai para o plural. 10) As palavras: TUDO, NADA, ALGUM, ALGO, NINGUM, quando
J li os captulos primeiro e segundo do novo livro. empregadas como sujeito e derem ideia de sntese, pedem o verbo
11) As palavras: MESMO, PRPRIO e S concordam com o nome a no singular.
que se referem. As casas, as fbricas, as ruas, tudo parecia poluio.
Ela mesma veio at aqui. 11) Os verbos DAR, BATER e SOAR, indicando hora, acompanham o
Eles chegaram ss. sujeito.
Eles prprios escreveram. Deu uma hora.
12) A palavra OBRIGADO concorda com o nome a que se refere. Deram trs horas.
Muito obrigado. (masculino singular) Bateram cinco horas.
Muito obrigada. (feminino singular). Naquele relgio j soaram duas horas.
13) A palavra MEIO concorda com o substantivo quando adjetivo e fica 12) A partcula expletiva ou de realce QUE invarivel e o verbo da
invarivel quando advrbio. frase em que empregada concorda normalmente com o sujeito.
Quero meio quilo de caf. Ela que faz as bolas.
Minha me est meio exausta. Eu que escrevo os programas.
meio-dia e meia. (hora) 13) O verbo concorda com o pronome antecedente quando o sujeito
14) As palavras ANEXO, INCLUSO e JUNTO concordam com o substan- um pronome relativo.
tivo a que se referem. Ele, que chegou atrasado, fez a melhor prova.
Trouxe anexas as fotografias que voc me pediu. Fui eu que fiz a lio
A expresso em anexo invarivel. Quando a LIO pronome relativo, h vrias construes poss-
Trouxe em anexo estas fotos. veis.
15) Os adjetivos ALTO, BARATO, CONFUSO, FALSO, etc, que substitu- que: Fui eu que fiz a lio.
em advrbios em MENTE, permanecem invariveis. quem: Fui eu quem fez a lio.
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o que: Fui eu o que fez a lio. pretender (transitivo indireto)
No stio, aspiro o ar puro da montanha.
14) Verbos impessoais - como no possuem sujeito, deixam o verbo na Nossa equipe aspira ao trofu de campe.
terceira pessoa do singular. Acompanhados de auxiliar, transmitem a 2. OBEDECER - transitivo indireto
este sua impessoalidade. Devemos obedecer aos sinais de trnsito.
Chove a cntaros. Ventou muito ontem. 3. PAGAR - transitivo direto e indireto
Deve haver muitas pessoas na fila. Pode haver brigas e discusses. J paguei um jantar a voc.
4. PERDOAR - transitivo direto e indireto.
CONCORDNCIA DOS VERBOS SER E PARECER J perdoei aos meus inimigos as ofensas.
5. PREFERIR - (= gostar mais de) transitivo direto e indireto
Prefiro Comunicao Matemtica.
1) Nos predicados nominais, com o sujeito representado por um dos
pronomes TUDO, NADA, ISTO, ISSO, AQUILO, os verbos SER e PA-
6. INFORMAR - transitivo direto e indireto.
RECER concordam com o predicativo.
Informei-lhe o problema.
Tudo so esperanas.
Aquilo parecem iluses.
7. ASSISTIR - morar, residir:
Aquilo iluso.
Assisto em Porto Alegre.
amparar, socorrer, objeto direto
2) Nas oraes iniciadas por pronomes interrogativos, o verbo SER con-
O mdico assistiu o doente.
corda sempre com o nome ou pronome que vier depois.
PRESENCIAR, ESTAR PRESENTE - objeto direto
Que so florestas equatoriais?
Assistimos a um belo espetculo.
Quem eram aqueles homens?
SER-LHE PERMITIDO - objeto indireto
Assiste-lhe o direito.
3) Nas indicaes de horas, datas, distncias, a concordncia se far com
a expresso numrica.
8. ATENDER - dar ateno
So oito horas.
Atendi ao pedido do aluno.
Hoje so 19 de setembro.
CONSIDERAR, ACOLHER COM ATENO - objeto direto
De Botafogo ao Leblon so oito quilmetros.
Atenderam o fregus com simpatia.
4) Com o predicado nominal indicando suficincia ou falta, o verbo SER
9. QUERER - desejar, querer, possuir - objeto direto
fica no singular.
A moa queria um vestido novo.
Trs batalhes muito pouco.
GOSTAR DE, ESTIMAR, PREZAR - objeto indireto
Trinta milhes de dlares muito dinheiro.
O professor queria muito a seus alunos.
5) Quando o sujeito pessoa, o verbo SER fica no singular.
10. VISAR - almejar, desejar - objeto indireto
Maria era as flores da casa.
Todos visamos a um futuro melhor.
O homem cinzas.
APONTAR, MIRAR - objeto direto
O artilheiro visou a meta quando fez o gol.
6) Quando o sujeito constitudo de verbos no infinitivo, o verbo SER
pr o sinal de visto - objeto direto
concorda com o predicativo.
O gerente visou todos os cheques que entraram naquele dia.
Danar e cantar a sua atividade.
Estudar e trabalhar so as minhas atividades.
11. OBEDECER e DESOBEDECER - constri-se com objeto indireto
Devemos obedecer aos superiores.
7) Quando o sujeito ou o predicativo for pronome pessoal, o verbo SER
Desobedeceram s leis do trnsito.
concorda com o pronome.
A cincia, mestres, sois vs.
12. MORAR, RESIDIR, SITUAR-SE, ESTABELECER-SE
Em minha turma, o lder sou eu.
exigem na sua regncia a preposio EM
O armazm est situado na Farrapos.
8) Quando o verbo PARECER estiver seguido de outro verbo no infinitivo,
Ele estabeleceu-se na Avenida So Joo.
apenas um deles deve ser flexionado.
Os meninos parecem gostar dos brinquedos.
13. PROCEDER - no sentido de "ter fundamento" intransitivo.
Os meninos parece gostarem dos brinquedos.
Essas tuas justificativas no procedem.
no sentido de originar-se, descender, derivar, proceder, constri-se
REGNCIA NOMINAL E VERBAL com a preposio DE.
Algumas palavras da Lngua Portuguesa procedem do tupi-guarani
Regncia o processo sinttico no qual um termo depende gramati- no sentido de dar incio, realizar, construdo com a preposio A.
calmente do outro. O secretrio procedeu leitura da carta.
A regncia nominal trata dos complementos dos nomes (substantivos e 14. ESQUECER E LEMBRAR
adjetivos). quando no forem pronominais, constri-se com objeto direto:
Esqueci o nome desta aluna.
Exemplos: Lembrei o recado, assim que o vi.
quando forem pronominais, constri-se com objeto indireto:
- acesso: A = aproximao - AMOR: A, DE, PARA, PARA COM Esqueceram-se da reunio de hoje.
EM = promoo - averso: A, EM, PARA, POR Lembrei-me da sua fisionomia.
PARA = passagem
15. Verbos que exigem objeto direto para coisa e indireto para pessoa.
perdoar - Perdoei as ofensas aos inimigos.
A regncia verbal trata dos complementos do verbo. pagar - Pago o 13 aos professores.
dar - Daremos esmolas ao pobre.
ALGUNS VERBOS E SUA REGNCIA CORRETA emprestar - Emprestei dinheiro ao colega.
1. ASPIRAR - atrair para os pulmes (transitivo direto) ensinar - Ensino a tabuada aos alunos.
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agradecer - Agradeo as graas a Deus.
pedir - Pedi um favor ao colega. Funo ftica: O objetivo dessa funo estabelecer uma relao com o
emissor, um contato para verificar se a mensagem est sendo transmitida
16. IMPLICAR - no sentido de acarretar, resultar, exige objeto direto: ou para dilatar a conversa.
O amor implica renncia. Quando estamos em um dilogo, por exemplo, e dizemos ao nosso recep-
no sentido de antipatizar, ter m vontade, constri-se com a preposio tor Est entendendo?, estamos utilizando este tipo de funo ou quando
COM: atendemos o celular e dizemos Oi ou Al.
O professor implicava com os alunos
no sentido de envolver-se, comprometer-se, constri-se com a preposi- Funo potica: O objetivo do emissor expressar seus sentimentos
o EM: atravs de textos que podem ser enfatizados por meio das formas das
Implicou-se na briga e saiu ferido palavras, da sonoridade, do ritmo, alm de elaborar novas possibilidades de
combinaes dos signos lingusticos. presente em textos literrios, publi-
17. IR - quando indica tempo definido, determinado, requer a preposio A: citrios e em letras de msica.
Ele foi a So Paulo para resolver negcios.
quando indica tempo indefinido, indeterminado, requer PARA: Por exemplo: negcio/ego/cio/cio/0
Depois de aposentado, ir definitivamente para o Mato Grosso.
Na poesia acima Epitfio para um banqueiro, Jos de Paulo Paes faz uma
18. CUSTAR - Empregado com o sentido de ser difcil, no tem pessoa combinao de palavras que passa a ideia do dia a dia de um banqueiro,
como sujeito: de acordo com o poeta.
O sujeito ser sempre "a coisa difcil", e ele s poder aparecer na 3 Por Sabrina Vilarinho
pessoa do singular, acompanhada do pronome oblquo. Quem sente di-
ficuldade, ser objeto indireto.
Custou-me confiar nele novamente. EMPREGO DO QUE E DO SE
Custar-te- aceit-la como nora.
Por exemplo: No perca a chance de ir ao cinema pagando menos! Nesse caso, a palavra que no exerce funo sinttica; como o prprio
nome indica, usada apenas para dar realce. Como partcula expletiva,
Funo metalingustica: Essa funo refere-se metalinguagem, que aparece tambm na expresso que.
quando o emissor explica um cdigo usando o prprio cdigo. Quando um
poema fala da prpria ao de se fazer um poema, por exemplo. Veja: Quase que no consigo chegar a tempo.
Elas que conseguiram chegar.
Pegue um jornal
Pegue a tesoura. Advrbio: modifica um adjetivo ou um advrbio. Equivale a quo. Quando
Escolha no jornal um artigo do tamanho que voc deseja dar a seu poema. funciona como advrbio, a palavra que exerce a funo sinttica de adjunto
Recorte o artigo. adverbial; no caso, de intensidade.
Este trecho da poesia, intitulada Para fazer um poema dadasta utiliza o Que lindas flores!
cdigo (poema) para explicar o prprio ato de fazer um poema. Que barato!
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ndice de indeterminao do sujeito: vem ligando a um verbo que no
Pronome: como pronome, a palavra que pode ser: transitivo direto, tornando o sujeito indeterminado. No exerce propriamente
uma funo sinttica, seu papel o de indeterminar o sujeito. Lembre-se de
pronome relativo: retoma um termo da orao antecedente, projetando-o que, nesse caso, o verbo dever estar na terceira pessoa do singular.
na orao consequente. Equivale a o qual e flexes.
No encontramos as pessoas que saram. Trabalha-se de dia.
Precisa-se de vendedores.
pronome indefinido: nesse caso, pode funcionar como pronome substanti- Pronome reflexivo: quando a palavra se pronome pessoal, ela dever
vo ou pronome adjetivo. estar sempre na mesma pessoa do sujeito da orao de que faz parte. Por
isso o pronome oblquo se sempre ser reflexivo (equivalendo a a si mes-
pronome substantivo: equivale a que coisa. Quando for pronome substan- mo), podendo assumir as seguintes funes sintticas:
tivo, a palavra que exercer as funes prprias do substantivo (sujeito,
objeto direto, objeto indireto, etc.) * objeto direto
Que aconteceu com voc? Ele cortou-se com o faco.
pronome adjetivo: determina um substantivo. Nesse caso, exerce a funo * objeto indireto
sinttica de adjunto adnominal. Ele se atribui muito valor.
Que vida essa?
* sujeito de um infinitivo
Conjuno: relaciona entre si duas oraes. Nesse caso, no exerce Sofia deixou-se estar janela.
funo sinttica. Como conjuno, a palavra que pode relacionar tanto
oraes coordenadas quanto subordinadas, da classificar-se como conjun- Por Marina Cabral
o coordenativa ou conjuno subordinativa. Quando funciona como
conjuno coordenativa ou subordinativa, a palavra que recebe o nome da
orao que introduz. Por exemplo:
CONFRONTO E RECONHECIMENTO DE FRASES
CORRETAS E INCORRETAS
Venha logo, que tarde. (conjuno coordenativa explicativa)
Falou tanto que ficou rouco. (conjuno subordinativa consecutiva)
O reconhecimento de frases corretas e incorretas abrange praticamente
Quando inicia uma orao subordinada substantiva, a palavra que recebe o toda a gramtica.
nome de conjuno subordinativa integrante. Os principais tpicos que podem aparecer numa frase correta ou incorreta
so:
Desejo que voc venha logo. - ortografia
- acentuao grfica
- concordncia
- regncia
A palavra se
- plural e singular de substantivos e adjetivos
- verbos
A palavra se, em portugus, pode ser:
- etc.
Conjuno: relaciona entre si duas oraes. Nesse caso, no exerce
Daremos a seguir alguns exemplos:
funo sinttica. Como conjuno, a palavra se pode ser:
Encontre o termo em destaque que est erradamente empregado:
* conjuno subordinativa integrante: inicia uma orao subordinada subs- A) Seno chover, irei s compras.
tantiva. B) Olharam-se de alto a baixo.
Perguntei se ele estava feliz. C) Saiu a fim de divertir-se
D) No suportava o dia-a-dia no convento.
* conjuno subordinativa condicional: inicia uma orao adverbial condici- E) Quando est cansado, briga toa.
onal (equivale a caso). Alternativa A
Se todos tivessem estudado, as notas seriam boas.
Ache a palavra com erro de grafia:
Partcula expletiva ou de realce: pode ser retirada da frase sem prejuzo A) cabeleireiro ; manteigueira
algum para o sentido. Nesse caso, a palavra se no exerce funo sintti- B) caranguejo ; beneficncia
ca. Como o prprio nome indica, usada apenas para dar realce. C) prazeirosamente ; adivinhar
Passavam-se os dias e nada acontecia. D) perturbar ; concupiscncia
E) berinjela ; meritssimo
Parte integrante do verbo: faz parte integrante dos verbos pronominais. Alternativa C
Nesse caso, o se no exerce funo sinttica.
Ele arrependeu-se do que fez. Identifique o termo que est inadequadamente empregado:
A) O juiz infligiu-lhe dura punio.
Partcula apassivadora: ligada a verbo que pede objeto direto, caracteriza B) Assustou-se ao receber o mandato de priso.
as oraes que esto na voz passiva sinttica. tambm chamada de C) Rui Barbosa foi escritor preeminente de nossas letras.
pronome apassivador. Nesse caso, no exerce funo sinttica, seu papel D) Com ela, pude fruir os melhores momentos de minha vida.
apenas apassivar o verbo. E) A polcia pegou o ladro em flagrante.
Alternativa B
Vendem-se casas.
Aluga-se carro. O acento grave, indicador de crase, est empregado CORRETAMENTE
Compram-se joias. em:
A) Encaminhamos os pareceres Vossa Senhoria e no tivemos respos-
ta.
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B) A nossa reao foi deix-los admirar belssima paisagem. lgico (livro bom, problema fcil), mas no rara a inverso dessa ordem:
C) Rapidamente, encaminhamos o produto firma especializada. (Uma simples advertncia [anteposio do adjetivo simples, no sentido de
D) Todos estvamos dispostos aceitar o seu convite. mero]. O menor descuido por tudo a perder [anteposio dos superlativos
Alternativa C relativos: o melhor, o pior, o maior, o menor]). A anteposio do adjetivo,
em alguns casos, empresta-lhe sentido figurado: meu rico filho, um grande
Assinale a alternativa cuja concordncia nominal no est de acordo com o homem, um pobre rapaz).
padro culto:
A) Anexa carta vo os documentos. Colocao dos pronomes tonos. O pronome tono pode vir antes do
B) Anexos carta vo os documentos. verbo (prclise, pronome procltico: No o vejo), depois do verbo (nclise,
C) Anexo carta vai o documento. pronome encltico: Vejo-o) ou no meio do verbo, o que s ocorre com
D) Em anexo, vo os documentos. formas do futuro do presente (V-lo-ei) ou do futuro do pretrito (V-lo-ia).
Alternativa A Verifica-se prclise, normalmente nos seguintes casos: (1) depois de
palavras negativas (Ningum me preveniu), de pronomes interrogativos
Identifique a nica frase onde o verbo est conjugado corretamente: (Quem me chamou?), de pronomes relativos (O livro que me deram...), de
A) Os professores revm as provas. advrbios interrogativos (Quando me procurars); (2) em oraes optativas
B) Quando puder, vem minha casa. (Deus lhe pague!); (3) com verbos no subjuntivo (Espero que te comportes);
C) No digas nada e voltes para sua sala. (4) com gerndio regido de em (Em se aproximando...); (5) com infinitivo
D) Se pretendeis destruir a cidade, atacais noite. regido da preposio a, sendo o pronome uma das formas lo, la, los, las
E) Ela se precaveu do perigo. (Fiquei a observ-la); (6) com verbo antecedido de advrbio, sem pausa
Alternativa E (Logo nos entendemos), do numeral ambos (Ambos o acompanharam) ou
de pronomes indefinidos (Todos a estimam).
Encontre a alternativa onde no h erro no emprego do pronome:
A) A criana tal quais os pais. Ocorre a nclise, normalmente, nos seguintes casos: (1) quando o ver-
B) Esta tarefa para mim fazer at domingo. bo inicia a orao (Contaram-me que...), (2) depois de pausa (Sim, conta-
C) O diretor conversou com ns. ram-me que...), (3) com locues verbais cujo verbo principal esteja no
D) Vou consigo ao teatro hoje noite. infinitivo (No quis incomodar-se).
E) Nada de srio houve entre voc e eu. Estando o verbo no futuro do presente ou no futuro do pretrito, a me-
Alternativa A sclise de regra, no incio da frase (Chama-lo-ei. Chama-lo-ia). Se o
verbo estiver antecedido de palavra com fora atrativa sobre o pronome,
Que frase apresenta uso inadequado do pronome demonstrativo? haver prclise (No o chamarei. No o chamaria). Nesses casos, a lngua
A) Esta aliana no sai do meu dedo. moderna rejeita a nclise e evita a mesclise, por ser muito formal.
B) Foi preso em 1964 e s saiu neste ano.
C) Casaram-se Tnia e Jos; essa contente, este apreensivo. Pronomes com o verbo no particpio. Com o particpio desacompanha-
D) Romrio foi o maior artilheiro daquele jogo. do de auxiliar no se verificar nem prclise nem nclise: usa-se a forma
E) Vencer depende destes fatores: rapidez e segurana. oblqua do pronome, com preposio. (O emprego oferecido a mim...).
Alternativa C Havendo verbo auxiliar, o pronome vir procltico ou encltico a este. (Por
que o tm perseguido? A criana tinha-se aproximado.)
COLOCAO PRONOMINAL Pronomes tonos com o verbo no gerndio. O pronome tono costuma
vir encltico ao gerndio (Joo, afastando-se um pouco, observou...). Nas
Palavras fora do lugar podem prejudicar e at impedir a compreenso locues verbais, vir encltico ao auxiliar (Joo foi-se afastando), salvo
de uma ideia. Cada palavra deve ser posta na posio funcionalmente quando este estiver antecedido de expresso que, de regra, exera fora
correta em relao s outras, assim como convm dispor com clareza as atrativa sobre o pronome (palavras negativas, pronomes relativos, conjun-
oraes no perodo e os perodos no discurso. es etc.) Exemplo: medida que se foram afastando.
Sintaxe de colocao o captulo da gramtica em que se cuida da or- Colocao dos possessivos. Os pronomes adjetivos possessivos pre-
dem ou disposio das palavras na construo das frases. Os termos da cedem os substantivos por eles determinados (Chegou a minha vez), salvo
orao, em portugus, geralmente so colocados na ordem direta (sujeito + quando vm sem artigo definido (Guardei boas lembranas suas); quando
verbo + objeto direto + objeto indireto, ou sujeito + verbo + predicativo). As h nfase (No, amigos meus!); quando determinam substantivo j deter-
inverses dessa ordem ou so de natureza estilstica (realce do termo cuja minado por artigo indefinido (Receba um abrao meu), por um numeral
posio natural se altera: Corajoso ele! Medonho foi o espetculo), ou de (Recebeu trs cartas minhas), por um demonstrativo (Receba esta lem-
pura natureza gramatical, sem inteno especial de realce, obedecendo-se, brana minha) ou por um indefinido (Aceite alguns conselhos meus).
apenas a hbitos da lngua que se fizeram tradicionais.
Colocao dos demonstrativos. Os demonstrativos, quando pronomes
Sujeito posposto ao verbo. Ocorre, entre outros, nos seguintes casos: adjetivos, precedem normalmente o substantivo (Compreendo esses pro-
(1) nas oraes intercaladas (Sim, disse ele, voltarei); (2) nas interrogativas, blemas). A posposio do demonstrativo obrigatria em algumas formas
no sendo o sujeito pronome interrogativo (Que espera voc?); (3) nas em que se procura especificar melhor o que se disse anteriormente: "Ouvi
reduzidas de infinitivo, de gerndio ou de particpio (Por ser ele quem ... tuas razes, razes essas que no chegaram a convencer-me."
Sendo ele quem ... Resolvido o caso...); (4) nas imperativas (Faze tu o
Colocao dos advrbios. Os advrbios que modificam um adjetivo, um
que for possvel); (5) nas optativas (Suceda a paz guerra! Guie-o a mo
particpio isolado ou outro advrbio vm, em regra, antepostos a essas
da Providncia!); (6) nas que tm o verbo na passiva pronominal (Elimina-
palavras (mais azedo, mal conservado; muito perto). Quando modificam o
ram-se de vez as esperanas); (7) nas que comeam por adjunto adverbial
verbo, os advrbios de modo costumam vir pospostos a este (Cantou
(No profundo do cu luzia uma estrela), predicativo (Esta a vontade de
admiravelmente. Discursou bem. Falou claro.). Anteposto ao verbo, o
Deus) ou objeto (Aos conselhos sucederam as ameaas); (8) nas constru-
adjunto adverbial fica naturalmente em realce: "L longe a gaivota voava
das com verbos intransitivos (Desponta o dia). Colocam-se normalmente
rente ao mar."
depois do verbo da orao principal as oraes subordinadas substantivas:
claro que ele se arrependeu. Figuras de sintaxe. No tocante colocao dos termos na frase, salien-
tem-se as seguintes figuras de sintaxe: (1) hiprbato -- intercalao de um
Predicativo anteposto ao verbo. Ocorre, entre outros, nos seguintes ca-
termo entre dois outros que se relacionam: "O das guas gigante caudalo-
sos: (1) nas oraes interrogativas (Que espcie de homem ele?); (2) nas
so" (= O gigante caudaloso das guas); (2) anstrofe -- inverso da ordem
exclamativas (Que bonito esse lugar!).
normal de termos sintaticamente relacionados: "Do mar lanou-se na gela-
Colocao do adjetivo como adjunto adnominal. A posposio do ad- da areia" (= Lanou-se na gelada areia do mar); (3) prolepse -- transposi-
junto adnominal ao substantivo a sequncia que predomina no enunciado o, para a orao principal, de termo da orao subordinada: "A nossa
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Corte, no digo que possa competir com Paris ou Londres..." (= No digo - Tornarei-me. (errada)
que a nossa Corte possa competir com Paris ou Londres...); (4) snquise -- - Tinha entregado-nos.(errada)
alterao excessiva da ordem natural das palavras, que dificulta a compre-
enso do sentido: "No tempo que do reino a rdea leve, Joo, filho de nclise de verbo no infinitivo est sempre certa.
Pedro, moderava" (= No tempo [em] que Joo, filho de Pedro, moderava a - Entregar-lhe (correta)
rdea leve do reino). Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicaes Ltda. - No posso receb-lo. (correta)
Colocao Pronominal (prclise, mesclise, nclise) Outros casos:
- Com o verbo no incio da frase: Entregaram-me as camisas.
Por Cristiana Gomes - Com o verbo no imperativo afirmativo: Alunos, comportem-se.
- Com o verbo no gerndio: Saiu deixando-nos por instantes.
o estudo da colocao dos pronomes oblquos tonos (me, te, se, o, a,
- Com o verbo no infinitivo impessoal: Convm contar-lhe tudo.
lhe, nos, vos, os, as, lhes) em relao ao verbo.
OBS: se o gerndio vier precedido de preposio ou de palavra atrativa,
Os pronomes tonos podem ocupar 3 posies: antes do verbo (prclise),
ocorrer a prclise:
no meio do verbo (mesclise) e depois do verbo (nclise).
- Em se tratando de cinema, prefiro o suspense.
Esses pronomes se unem aos verbos porque so fracos na pronncia.
- Saiu do escritrio, no nos revelando os motivos.
PRCLISE
COLOCAO PRONOMINAL NAS LOCUES VERBAIS
Usamos a prclise nos seguintes casos:
Locues verbais so formadas por um verbo auxiliar + infinitivo, gerndio
(1) Com palavras ou expresses negativas: no, nunca, jamais, nada, ou particpio.
ningum, nem, de modo algum.
AUX + PARTICPIO: o pronome deve ficar depois do verbo auxiliar. Se
- Nada me perturba. houver palavra atrativa, o pronome dever ficar antes do verbo auxiliar.
- Ningum se mexeu.
- Havia-lhe contado a verdade.
- De modo algum me afastarei daqui.
- No (palavra atrativa) lhe havia contado a verdade.
- Ela nem se importou com meus problemas.
AUX + GERNDIO OU INFINITIVO: se no houver palavra atrativa, o
(2) Com conjunes subordinativas: quando, se, porque, que, conforme,
pronome oblquo vir depois do verbo auxiliar ou do verbo principal.
embora, logo, que.
Infinitivo
- Quando se trata de comida, ele um expert.
- Quero-lhe dizer o que aconteceu.
- necessrio que a deixe na escola.
- Quero dizer-lhe o que aconteceu.
- Fazia a lista de convidados, conforme me lembrava dos amigos sinceros.
Gerndio
(3) Advrbios
- Ia-lhe dizendo o que aconteceu.
- Aqui se tem paz. - Ia dizendo-lhe o que aconteceu.
- Sempre me dediquei aos estudos.
Se houver palavra atrativa, o pronome oblquo vir antes do verbo auxiliar
- Talvez o veja na escola.
ou depois do verbo principal.
OBS: Se houver vrgula depois do advrbio, este (o advrbio) deixa de
Infinitivo
atrair o pronome.
- No lhe quero dizer o que aconteceu.
- Aqui, trabalha-se. - No quero dizer-lhe o que aconteceu.
(4) Pronomes relativos, demonstrativos e indefinidos.
Gerndio
- Algum me ligou? (indefinido)
- No lhe ia dizendo a verdade.
- A pessoa que me ligou era minha amiga. (relativo)
- No ia dizendo-lhe a verdade.
- Isso me traz muita felicidade. (demonstrativo)
(5) Em frases interrogativas.
- Quanto me cobrar pela traduo?
(6) Em frases exclamativas ou optativas (que exprimem desejo). Figuras de Linguagem
- Deus o abenoe!
- Macacos me mordam! As figuras de linguagem so recursos que tornam mais expressivas as
- Deus te abenoe, meu filho! mensagens. Subdividem-se em figuras de som, figuras de construo,
(7) Com verbo no gerndio antecedido de preposio EM. figuras de pensamento e figuras de palavras.
- Em se plantando tudo d.
- Em se tratando de beleza, ele campeo. Figuras de som
(8) Com formas verbais proparoxtonas
- Ns o censurvamos. a) aliterao: consiste na repetio ordenada de mesmos sons conso-
nantais.
MESCLISE
Esperando, parada, pregada na pedra do porto.
Usada quando o verbo estiver no futuro do presente (vai acontecer ama-
rei, amars, ) ou no futuro do pretrito (ia acontecer mas no aconteceu b) assonncia: consiste na repetio ordenada de sons voclicos idnti-
amaria, amarias, ) cos.
Sou um mulato nato no sentido lato
- Convidar-me-o para a festa. mulato democrtico do litoral.
- Convidar-me-iam para a festa.
Se houver uma palavra atrativa, a prclise ser obrigatria. c) paronomsia: consiste na aproximao de palavras de sons pareci-
dos, mas de significados distintos.
- No (palavra atrativa) me convidaro para a festa. Eu que passo, penso e peo.
NCLISE
Figuras de construo
nclise de verbo no futuro e particpio est sempre errada.
a) elipse: consiste na omisso de um termo facilmente identificvel pelo
Lngua Portuguesa 87
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APOSTILAS OPO
contexto.
Na sala, apenas quatro ou cinco convidados. (omisso de havia) g) apstrofe: consiste na interpelao enftica a algum (ou alguma
coisa personificada).
b) zeugma: consiste na elipse de um termo que j apareceu antes. Senhor Deus dos desgraados!
Ele prefere cinema; eu, teatro. (omisso de prefiro) Dizei-me vs, Senhor Deus!
c) eufemismo: consiste em substituir uma expresso por outra menos c) ambiguidade ou anfibologia: trata-se de construir a frase de um modo
brusca; em sntese, procura-se suavizar alguma afirmao desagrad- tal que ela apresente mais de um sentido.
vel. O guarda deteve o suspeito em sua casa. (na casa de quem: do guarda
Ele enriqueceu por meios ilcitos. (em vez de ele roubou) ou do suspeito?)
d) hiprbole: trata-se de exagerar uma ideia com finalidade enftica. d) cacfato: consiste no mau som produzido pela juno de palavras.
Estou morrendo de sede. (em vez de estou com muita sede) Paguei cinco mil reais por cada.
e) prosopopeia ou personificao: consiste em atribuir a seres inanima- e) pleonasmo vicioso: consiste na repetio desnecessria de uma
dos predicativos que so prprios de seres animados. ideia.
O jardim olhava as crianas sem dizer nada. O pai ordenou que a menina entrasse para dentro imediatamente.
Observao: Quando o uso do pleonasmo se d de modo enftico, este
f) gradao ou clmax: a apresentao de ideias em progresso as- no considerado vicioso.
cendente (clmax) ou descendente (anticlmax)
Um corao chagado de desejos f) eco: trata-se da repetio de palavras terminadas pelo mesmo som.
Latejando, batendo, restrugindo. O menino repetente mente alegremente.
Lngua Portuguesa 88
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APOSTILAS OPO
Por Marina Cabral BENE-, Benevolncia, benfeitor,
Especialista em Lngua Portuguesa e Literatura Bem; muito bom
BEN-, BEM- bem-vindo, bem-estar
bisav, biconvexo, bienal,
PREFIXOS E SUFIXOS MAIS COMUNS BIS-, BI duas vezes
bpede, biscoito
(faculdades, funes, estados, doenas, etc)
algos = dor nevralgia, mialgia CIRCUM-, ao redor; movimento Circunferncia, circum-
bios = vida biologia, biopsia CIRCUN- em torno adjacente
crsis = temperamento compleio, idiossincrasia Oposio; ao con-
CONTRA- contra-ataque, contradizer
tron = articulao disartria, artralgia trria
af = tato disafia, anafilaxia COM-, Companhia; combi- Compartilhar, consoante,
bul-vontade ablico, abulia CON-, CO- nao contemporneo, co-autor
cris = graa eucaristia, carisma
movimento para
crtos = poder, fora democracia, plutocracia decair, desacordo, desfa-
DE-, DES-, baixo; afastamento;
dipsa = sede dipsomania, dipstico zer, discordar, dissociar,
DIS- ao contrria; nega-
doxa = opinio, glria paradoxo, doxomania decrescer
o
edema = inchao edematoso, edemaciar
stesis = sensao sensibilidade, esttica, anestesia movimento para fora; exonerar, exportar, exumar,
ros, rotos = amor ertico, erotofobia EX-, ES-, E- mudana de estado; espreguiar, emigrar, emitir,
tos, teos = costume tradio, tica, cacoete separao escorrer, estender
fon = voz fono, fongrafo posio exterior; extra-oficial, extraordinrio,
EXTRA-
fobos = medo, horror, superioridade extraviar
averso fobia, acrofobia posio interna;
frn, frens = mente esquizofrenia, frenologia inciso, inalar, injetar, im-
IN-, IM-, I-, passagem para um
genos = nascimento eugenia, gentica por, imigrar, enlatar, enter-
EN-, EM-, estado; movimento
horama = viso panorama, cosmorama rar, embalsamar, intraveno-
INTRA-, para dentro; tendn-
hedon = prazer hedonismo, hedonista so, intrometer, intramuscu-
INTRO- cia; direo para um
hipnos = sono hipnotismo, hipnose lar
ponto
icon = imagem iconoteca, iconoclasta
intocvel, impermevel,
gnsis = conhecimento diagnstico, agnstico IN-, IM-, I- negao; falta
lalia = fala eulalia, dislalia ilegal
logos = palavra, discurso logomaquia, logorria INTER-, posio intermedi- Intercmbio, internacional,
lpsis = convulso epilepsia, catalepsia ENTRE- ria; reciprocidade entrelaar, entreabrir
lxis, lxeos = dico dislexia lxico JUSTA- Proximidade Justapor, justalinear
lete = esquecimento letargia, letargiar
mania = loucura megalomania, manicmio posio posterior; ps-escrito, pospor, post-
POS-
manteia (mancia) = ulterioridade nico
adivinhao quiromancia, oniromancia anterioridade; supe- prefixo, previso, pr-
PRE-
msos - averso, dio misgino, misantropia rioridade; intensidade histria, prefcio
mneme = menria amnsia, mnemnico posio em frente;
nrce = entorpecimento narctico, narcotizar Proclamar, progresso, pro-
PRO- movimento para
nsos = doena nosocmio, nosofobia nome, prosseguir
frente; em favor de
neiros (oniros) = sonho onrico, oniromancia
repetio; intensida- realar, rebolar, refrescar,
orxis = fome anorexia, cinorexia RE-
paideia (pedia) = instruo, correo ortopedia, enciclopdia de; reciprocidade reverter, refluir
ppsis = digesto dispepsia, pptico Retroativo, retroceder,
RETRO- para trs
perets = febre antipirtico, piretoterapia retrospectivo
pleg = paralisao paraplgico, hemiplegia semicrculo, semiconsoan-
pneuma, pneumatos = respirao pneumtica, pneumoplegia SEMI- Metade
te, semi-analfabeto
pseudos = mentira
posio abaixo de;
falsidade pseudnimo, pseudfobo SUB-, SOB- subconjunto, subcutneo,
inferioridade; insufi-
psiqu = alma psicologia, psiquiatria , SO- subsolo, sobpor, soterrar
cincia
rag = corrimento hemorragia, blenorragia
spasms = convulso espasmo, espasmofilia SUPER-, Superpopulao, sobreloja,
posio superior;
sfigns = pulsao esfigmmetro, esfigmgrafo SOBRE-, supra-sumo, sobrecarga,
excesso
terapia(terapia) = SUPRA superfcie
tratamento, cura terapeuta, hidroterapia TRANS-,
Transbordar, transcrever,
tims = mente ciclotimia, lipotimia TRAS-, atravs de; posio
tradio, traduzir, traspas-
TRA-, alm de; mudana
sar, tresloucado, tresmalhar
PREFIXOS GREGOS E LATINOS Microsoft word TRES-
Tpico retirado da internet ULTRA- alm de; excesso Ultrapassar, ultra-sensvel
Prefixos Latinos posio abaixo de; vice-reitor, visconde, vice-
Prefixos VICE-, VIS-
Sentido Exemplos substituio cnsul
Latinos
Afastamento; sepa- Prefixos Gregos
AB-, ABS- abuso, abster-se, abdicar
rao
Aproximao; ten- adjacente, adjunto, admirar,
AD-, A- Ateu, analfabeto, anes-
dncia; direo agregar A-, NA Privao; negao
tesia
AMBI- Duplicidade Ambivalncia, ambidestro
Repetio; sepa- Anlise, anatomia, an-
Antebrao, anteontem, ANA-
ANTE- posio anterior rao; inverso; fora, anagrama
antepor
Lngua Portuguesa 89
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APOSTILAS OPO
para cima
Duplicidade; ao
Anfbio, anfiteatro, anfi- Radicais Latinos
ANFI- redor; de ambos
bologia 1 elemento da composio
os lados
Antibitico, anti-
Oposio, ao higinico, antitrmico, Forma Sentido Exemplo
ANTI-
contrria anttese, antpoda, anti- Agri Campo Agricultura
cristo
Ambi Ambos Ambidestro
Separao; afas- Apogeu, apstolo, aps-
APO- Arbori- rvore Arborcola
tamento; longe de tata
ARQUI-, Posio superior; Arquitetura, arquiplago, Duas
Bis-, bi- Bpede, bisav
ARCE- excesso; primazia arcebispo, arcanjo vezes
Calori- Calor Calorfero
Movimento para
Catlise, catlogo, cata- Cruci- cruz Crucifixo
CATA- baixo; a partir de;
plasma, catadupa
ordem Curvi- curvo Curvilneo
Atravs de; ao Diafragma, diagrama, Equi- igual Equiltero, eqidistante
DIA-
longo de dilogo, diagnstico Ferri-,
ferro Ferrfero, ferrovia
DI- Duas vezes Dipolo, dgrafo ferro-
Mau funcionamen- Dispnia, discromia, di- Loco- lugar Locomotiva
DIS-
to; dificuldade senteria Morti- morte Mortfero
EN-, EM-, Posio interna; Multi- muito Multiforme
Encfalo, emblema,
E-, EN- direo para den- Olei-, Azeite,
elipse, endotrmico Olegeno, oleoduto
DO- tro oleo- leo
EX-, EC-, Movimento para Oni- todo Onipotente
EXO-, fora; posio exte- xodo, eclipse
ECTO- rior Pedi- p Pedilvio
Posio superior; Pisci- peixe Piscicultor
EPI- acima de; posterio- Epiderme, eplogo Muitos,
Pluri- Pluriforme
ridade vrios
Excelncia; perfei- Quadri-
EU-, EV- Euforia, evangelho , qua- quatro Quadrpede
o; verdade
dru-
HEMI- metade Hemisfrio
Reti- reto Retilneo
Posio superior;
Semi- metade Semimorto
HIPER- intensidade; ex- Hiprbole, hipertenso
cesso Tri- Trs Tricolor
Posio inferior; Hipotrofia, hipotenso,
HIPO-
insuficincia hipodrmico Radicais Latinos
Metamorfose, metabo- 2 Elemento da Composio
Posteridade; atra-
META- lismo, metfora, meta-
vs de; mudana
carpo
Forma Sentido Exemplos
Proximidade; ao Paradoxo, paralelo, pa-
PARA- -cida Que mata Suicida, homicida
lado; oposto a rdia, parasita
Que culti-
Pericrdio, perodo, pe-
PERI- Em torno de; -cola va, ou Arborcola, vincola, silvcola
rmetro, perfrase
habita
PRO- Posio anterior Prlogo, prognstico - Ato de
Piscicultura, apicultura
Multiplicidade; plu- cultura cultivar
POLI- Polinmio, poliedro
ralidade Que con-
SIN-, Simultaneidade; Sinfonia, simbiose, sim- -fero tm, ou Aurfero, carbonfero
SIM- reunio; resumo patia, slaba produz
SUB-, posio abaixo de; subconjunto, subcut- Que faz,
-fico Benefcio, frigorfico
SOB-, inferioridade; insu- neo, subsolo, sobpor, ou produz
SO- ficincia soterrar Que tem
-forme Uniforme, cuneiforme
forma de
SUPER-, Superpopulao, sobre-
posio superior; Que foge,
SOBRE-, loja, supra-sumo, sobre-
excesso -fugo ou faz Centrfugo, febrfugo
SUPRA carga, superfcie
fugir
TRANS-, Transbordar, transcre-
atravs de; posi- Que con-
TRAS-, ver, tradio, traduzir,
o alm de; mu- -gero tm, ou Belgero, armgero
TRA-, traspassar, tresloucado,
dana produz
TRES- tresmalhar
Que pro-
Ultrapassar, ultra- -paro Ovparo, multparo
ULTRA- alm de; excesso duz
sensvel
-pede P Velocpede, palmpede
VICE-, posio abaixo de; vice-reitor, visconde, vi-
VIS- substituio ce-cnsul -sono Que soa Unssono, horrssono
Lngua Portuguesa 90
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APOSTILAS OPO
Que expe- agudo, pene-
-vomo Ignvomo, fumvomo Oxi- Oxtono
le trante
-voro Que come Carnvoro, herbvoro Paleo- antigo Paleontologia
Pan- todos, tudo Pan-americano
Radicais Gregos Pato- doena Patologia
1 Elemento da Composio Penta- cinco Pentgono
Piro- fogo Pirotecnia
Forma Sentido Exemplos Poli- muito Poliglota
Aero- ar Aeronave Potamo- rio Potamografia
Antropo- homem Antropologia Proto- primeiro Protozorio
Arqueo- antigo Arqueologia Pseudo- falso Pseudnimo
Auto de si mesmo Autobiografia Psico- alma, esprito Psicologia
Biblio- livro Biblioteca Quilo- mil Quilograma
Bio- vida Biologia Quiro- mo Quiromancia
Cali- belo Caligrafia Rino- nariz Rinoceronte
Cosmo- mundo Cosmologia Rizo- raiz Rizotnico
Cromo- cor Cromossomo Tecno- arte Tecnografia
Crono- tempo Cronologia Termo- quente Termmetro
Dactilo- dedo Dactilografia Tetra- quatro Tetraedro
Deca- dez Decaedro Tipo- figura, marca Tipografia
Demo- povo Democracia Topo- lugar Topografia
di- dois Disslabo Tri- trs Trisslabo
Ele( c (mbar) Zoo- animal Zoologia
Eletrom
)tro- eletricidade
Enea- nove Enegono Radicais Gregos
Etno- raa Etnologia 2 Elemento da Composio
Farmaco- medicamento Farmacologia
Filo- amigo Filologia Forma Sentido Exemplos
Fisio- natureza Fisionomia -agogo Que conduz Pedagogo
Fono- voz, som Fonologia -algia Dor Nevralgia
Foto- fogo, luz Fotosfera Que coman-
-arca Monarca
da
Geo- terra Geografia
Comando,
Hemo- sangue Hemorragia -arquia Monarquia
governo
Hepta- sete Heptgono -cfalo Cabea Microcfalo
Hetero- outro Heterogneo -cracia Poder Democracia
Hexa- seis Hexgono -doxo Que opina Ortodoxo
Hidro- gua Hidrognio Lugar para
-dromo Hipdromo
Hipo- cavalo Hipoptamo correr
Ictio- peixe Ictiologia -edro Base, fase Poliedro
Ato de co-
Iso igual Issceles -fagia Antropofagia
mer
Lito- pedra Litografia
-fago Que come Antropfago
grande,
Macro- Macrbio -filia Amizade Bibliofilia
longo
Inimizade,
Mega- grande Megalomanaco -fobia Fotofobia
dio, temor
Melo- canto Melodia Que odeia,
-fobo Xenfobo
Meso- meio Mesclise inimigo
Micro- pequeno Micrbio Que leva ou
-foro Fsforo
Mito- fbula Mitologia conduz
-gamia Casamento Poligamia
Mono- um s Monarca
-gamo Casa Bgamo
Necro- morto Necrotrio
-gneo Que gera Heterogneo
Neo- novo Neolatino
-glota; -
Octo- oito Octaedro Lngua Poliglota, isoglossa
glossa
Odonto- dente Odontologia -gono ngulo Pentgono
Oftalmo- olho Oftalmologia Escrita,
-grafia Ortografia
Onomato- nome Onomatopia descrio
Orto- reto, justo Ortodoxo -grafo Que escreve Calgrafo
Lngua Portuguesa 91
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APOSTILAS OPO
Escrito,
-grama Telegrama, quilograma Adverbi-
peso somente o sufixo -mente amavelmente, distraidamente
ais
-logia Discurso Arqueologia
Que fala ou
-logo Dilogo
trata
-mancia Adivinhao Quiromancia VCIOS DE LLINGUAGEM
-metria Medida Biometria
-metro Que mede Pentmetro VCIOS DE LLINGUAGEM
Vcios de linguagem so, segundo Napoleo Mendes de Almeida, pa-
Que tem a
-morfo Polimorfo lavras ou construes que deturpam, desvirtuam ou dificultam a manifesta-
forma o do pensamento.
-nomia Lei, regra Astronomia Lista de vcios de linguagem
-nomo Que regula Autnomo Ambiguidade
Ambiguidade a possibilidade de uma mensagem admitir mais de um
-pia Ato de fazer Onomatopia
sentido. Ela geralmente provocada pela m organizao das palavras na
-plis; - frase.
Cidade Petrpolis, metrpole
pole Ex:
-ptero Asa Helicptero "A me encontrou o filho em seu quarto." (No quarto da me ou
-scopia Ato de ver Macroscopia do filho?)
Instrumento "Como vai a cachorra da sua me?" (Que cachorra? a me ou a
-scpio Microscpio cadela criada pela me?)
para ver
Barbarismo
-sofia Sabedoria Logosofia
Barbarismo, peregrinismo ou estrangeirismo (para os latinos qual-
Lugar onde quer estrangeiro era brbaro) o uso de palavra, expresso ou construo
-teca Biblioteca
se guarda estrangeira no lugar de equivalente verncula.
-terapia Cura Fisioterapia De acordo com a lngua de origem, os estrangeirismos recebem dife-
Corte, divi- rentes nomes:
-tomia Dicotomia galicismo ou francesismo, quando provenientes do francs (de
so
-tono Tenso, tom Montono Glia, antigo nome da Frana);
anglicismo, quando do ingls;
castelhanismo, quando vindos do espanhol;
etc.
Principais Sufixos Ex:
Mais penso, mais fico inteligente (galicismo; o mais adequado
seria "quanto mais penso, (tanto) mais fico inteligente");
Tipos de Todos os dois estavam errados (galicismo; o mais adequado
Principais sufixos Exemplos
sufixos
seria "ambos estavam errados");
Comeu um roast-beef (anglicismo; o mais adequado seria "co-
aumentativo: -alho, -o, - copzio, bocarra, corpanzil,
meu um rosbife");
anzil, -arra, -orra, -zio... casaro
Havia links para sua pgina (anglicismo; o mais adequado seria
"Havia ligaes (ou vnculos) para sua pgina".
diminutivo: -acho, -eto, - Vou estar disponibilizando o material (anglicismo; o mais ade-
riacho, filhote, livrinho
inho, -inha, -ote...
quado seria "Deixarei o material disposio").
superlativo: -ssimo, rri- Eu love Jesus! (anglicismo; o mais adequado seria "Eu amo Je-
belssimo, pauprrimo, faclimo sus").
mo, -limo...
Nomi- OBS: H quem considere barbarismo tambm erros de pronncia, gra-
nais lugar: -aria, -ato, -douro, -
papelaria, internato, bebedouro fia, morfologia etc, tais como "adevogado" ou "eu fazi", pois seriam atitu-
ia... des tpicas de estrangeiros, por no conhecerem a lngua.
formam Cacofonia
substan- profisso: -o, -dor, -ista... diarista, dentista, vendedor A cacofonia um som desagradvel ou obsceno formado pela unio
tivos e
das slabas de palavras contguas. Por isso temos que cuidar quando
adjetivos
falamos sobre algo para no estarmos ofendendo a pessoa que ouve. So
origem: -ano, -eiro, s... francs, alagoano, mineiro
exemplos desse fato:
"A boca dela linda!"
coleo, aglomerao, "D-me uma mo, por favor."
conjunto: -al, -eira, -ada, - folhagem, cabeleira, capinzal
agem...
"Ela se disputa para ele."
"Vou-me j, pois estou atrasado."
excesso, abundncia: Plebesmo
gostoso, ciumento, barbudo O plebesmo normalmente utiliza palavras de baixo calo, grias e ou-
-oso, -ento, -udo...
tras deste mesmo tipo. tido[?] pela norma culta como sendo o mais odiado
e repulsivo de todos os vcios de linguagem existentes.
Ex:
folhear, velejar, envelhecer,
-ear, ejar, -ecer, -escer, "Ele era um tremendo man!"
florescer, afugentar, liquefazer,
-entar, -fazer, -ficar, -icar, - "T ferrado!"
Verbais petrificar, adocicar, chuviscar,
iscar, -ilhar, -inhar, -itar,-
dedilhar, escrevinhar, saltitar, "T ligado nas quebradas, meu chapa?"
izar...
organizar Pleonasmo
O pleonasmo geralmente considerado uma figura de linguagem.
Existe, porm, um tipo de pleonasmo que consiste numa repetio intil e
desnecessria de termos em uma frase, e por isso considerado um vcio
de linguagem. A esse tipo de pleonasmo chamamos "Pleonasmo Vicioso ".
Lngua Portuguesa 92
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APOSTILAS OPO
Diferentemente do pleonasmo tradicional, esse deve ser sempre evita- ainda que, mesmo que, bem que, se bem que, nem que, apesar de que, por
do. mais que, por menos que...
Ex: Ela no foi aprovada, embora tenha estudado com dedicao.
"Ele vai ser o protagonista principal da pea". CONDICIONAIS (indicam condio): se, caso. Tambm as locues: con-
"Meninos, entrem j para dentro!" tanto que, desde que, dado que, a menos que, a no ser que, exceto se...
Prolixidade Ela pode ser aprovada, se estudar com dedicao.
Prolixidade a comunicao com excesso de palavras, antnimo da Finais (indicam finalidade): As locues para que, a fim de que, por que...
conciso. necessrio estudar com dedicao,para que se obtenha aprovao.
Solecismo TEMPORAIS (indicam circunstncia de tempo): quando, apenas, enquan-
Solecismo uma inadequao na estrutura sinttica da frase com re- to...Tambm as locues: antes que, depois que, logo que, assim que,
lao gramtica normativa do idioma. H trs tipos de solecismo: desde que, sempre que...
De concordncia: Ela deixou de estudar com dedicao,quando foi aprovada.
"Fazem trs anos que no vou ao mdico." (Faz trs anos que CONSECUTIVAS (indicam consequncia): que (precedido de to, tanto, tal)
no vou ao mdico.) e tambm as locues: de modo que, de forma que, de sorte que, de ma-
"Aluga-se salas nesse edifcio." (Alugam-se salas nesse edifcio.) neira que...
De regncia: Ela estudava tanto, que pouco tempo tinha para dedicar-se famlia.
"Ontem eu assisti um filme de poca." (Ontem eu assisti a um
filme de poca.) BIBLIOGRAFIA/PORTUGUS
"Eu namoro com Fernanda." (Eu namoro Fernanda.) Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicaes Ltda.
De colocao: ALMANAQUE ABRIL CULTURAL Editora Abril/So Paulo
CITELLI, Adilson; O Texto Argumentativo So Paulo SP, Editora
"Me parece que ela ficou contente." (Parece-me que ela ficou ..Scipione, 1994 - 6 edio.
contente.) J. Joo Campagnaro -
"Eu no respondi-lhe nada do que perguntou." (Eu no lhe res- http://www.gramaticaportuguesa.com/GLPshop/pt-br/pg_18.html
pondi nada do que perguntou.) Vrios artigos foram extrados da Internet: Provedores: uol, ig, bol,
N.B: as regras de colocao do portugus falado em Portugal diferem terra, google
em alguns casos daquelas do portugus falado no Brasil. NOVSSIMA GRAMTICA DA LNGUA PORTUGUESA Domingos
Paschoal Cegalla
PORTUGUS, teoria e prtica Walter Rossignoli Editora tica/SP
CONECTIVOS BIBLIOTECA INTEGRADA Claudinei Flores Editora Lisa S.A.
Por Sandra Macedo Celso Cunha - Gramtica da Lngua Portuguesa, 2 edio, MEC-
FENAME.
http://www.portugues.com.br/sintaxe/regenomi.asp
Conectivos so conjunes que ligam as oraes, estabelecem Pciconcursos.com.br
a conexo entre as oraes nos perodos compostos e tambm as preposi- Luiz Antonio Sacconi - Nossa Gramtica Teoria e Prtica. Editora
es, que ligam um vocbulo a outro. Atual, 1994.
O perodo composto formado de duas ou mais oraes. Quando essas http://www.portugues.com.br/morfologia/classes/verbos/verbos.asp
Portugus - GUIA INTENSIVO DE ENSINO GLOBALIZADO - 1 E 2
oraes so independentes umas das outras, chamamos de perodo com-
GRAU E VESTIBULARES INDSTRIA GRFICA E EDITORA
posto por coordenao. Essas oraes podem estar justapostas (sem LTDA - ERECHIM RS
conectivos) ou ligadas por conjunes (= conectivos). http://www.portugues.com.br/morfologia/classes/verbos/conjugacoes.
CONECTIVOS coordenativos so as seguintes conjunes coordenadas: asp
ADITIVAS (adicionam, acrescentam): e, nem (e no),tambm, que; e as
locues: mas tambm, seno tambm, como tambm...
Ela estuda e trabalha. REDAO OFICIAL
ADVERSATIVAS (oposio, contraste): mas, porm, todavia, contudo,
entretanto, seno, que. Tambm as locues: no entanto, no obstante,
ainda assim, apesar disso. MANUAL DE REDAO DA PRESIDNCIA DA REPBLICA
Ela estuda, no entanto no trabalha. 2a edio, revista e atualizada
ALTERNATIVAS (alternncia): ou. Tambm as locues ou...ou, ora...ora, Braslia, 2002
j...j, quer...quer...
Ou ela estuda ou trabalha. Apresentao
CONCLUSIVAS (sentido de concluso em relao orao anterior): logo, Com a edio do Decreto no 100.000, em 11 de janeiro de 1991, o Pre-
portanto, pois (posposto ao verbo).Tambm as locues: por isso, por sidente da Repblica autorizou a criao de comisso para rever, atualizar,
conseguinte, pelo que... uniformizar e simplificar as normas de redao de atos e comunicaes
Ela estudou com dedicao, logo dever ser aprovada. oficiais. Aps nove meses de intensa atividade da Comisso presidida pelo
EXPLICATIVAS (justificam a proposio da orao anterior): que, porque, hoje Ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Ferreira Mendes, apre-
porquanto... sentou-se a primeira edio do MANUAL DE REDAO DA PRESIDNCIA
Vamos estudar, que as provas comeam amanh. DA REPBLICA.
Quando as oraes dependem sintaticamente umas das outras, chamamos
perodo composto por subordinao. Esses perodos compem-se de uma A obra dividia-se em duas partes: a primeira, elaborada pelo diplomata
ou mais oraes principais e uma ou mais oraes subordinadas. Nestor Forster Jr., tratava das comunicaes oficiais, sistematizava seus
CONECTIVOS subordinativos so as seguintes conjunes e locues aspectos essenciais, padronizava a diagramao dos expedientes, exibia
subordinadas: modelos, simplificava os fechos que vinham sendo utilizados desde 1937,
CAUSAIS (iniciam a orao subordinada denotando causa.): que, como, suprimia arcasmos e apresentava uma smula gramatical aplicada
pois, porque, porquanto. Tambm as locues: por isso que, pois que, j redao oficial. A segunda parte, a cargo do Ministro Gilmar Mendes,
que, visto que... ocupava-se da elaborao e redao dos atos normativos no mbito do
Ela dever ser aprovada, pois estudou com dedicao. Executivo, da conceituao e exemplificao desses atos e do procedimen-
COMPARATIVAS (estabelecem comparao): que, do que (depois de mais, to legislativo.
maior, melhor ou menos, menor, pior), como...Tambm as locues:
to...como, tanto...como, mais...do que, menos...do que, assim como, bem A edio do Manual propiciou, ainda, a criao de um sistema de con-
como, que nem... trole sobre a edio de atos normativos do Poder Executivo que teve por
Ela mais estudiosa do que a maioria dos alunos. finalidade permitir a adequada reflexo sobre o ato proposto: a identificao
CONCESSIVAS (iniciam orao que contraria a orao principal, sem clara e precisa do problema ou da situao que o motiva; os custos que
impedir a ao declarada): que, embora, conquanto. Tambm as locues: poderia acarretar; seus efeitos prticos; a probabilidade de impugnao
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judicial; sua legalidade e constitucionalidade; e sua repercusso no orde- A redao oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do pa-
namento jurdico. dro culto de linguagem, clareza, conciso, formalidade e uniformidade.
Fundamentalmente esses atributos decorrem da Constituio, que dispe,
Buscou-se, assim, evitar a edio de normas repetitivas, redundantes no artigo 37: A administrao pblica direta, indireta ou fundacional, de
ou desnecessrias; possibilitar total transparncia ao processo de elabora- qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos
o de atos normativos; ensejar a verificao prvia da eficcia das normas Municpios obedecer aos princpios de legalidade, impessoalidade, morali-
e considerar, no processo de elaborao de atos normativos, a experincia dade, publicidade e eficincia (...). Sendo a publicidade e a impessoalidade
dos encarregados em executar o disposto na norma. princpios fundamentais de toda administrao pblica, claro est que
devem igualmente nortear a elaborao dos atos e comunicaes oficiais.
Decorridos mais de dez anos da primeira edio do Manual, fez-se ne-
cessrio proceder reviso e atualizao do texto para a elaborao desta No se concebe que um ato normativo de qualquer natureza seja redi-
2a Edio, a qual preserva integralmente as linhas mestras do trabalho gido de forma obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreenso. A
originalmente desenvolvido. Na primeira parte, as alteraes principais transparncia do sentido dos atos normativos, bem como sua inteligibilida-
deram-se em torno da adequao das formas de comunicao usadas na de, so requisitos do prprio Estado de Direito: inaceitvel que um texto
administrao aos avanos da informtica. Na segunda parte, as alteraes legal no seja entendido pelos cidados. A publicidade implica, pois, ne-
decorreram da necessidade de adaptao do texto evoluo legislativa na cessariamente, clareza e conciso.
matria, em especial Lei Complementar no 95, de 26 de fevereiro de
1998, ao Decreto no 4.176, de 28 de maro de 2002, e s alteraes consti- Alm de atender disposio constitucional, a forma dos atos normati-
tucionais ocorridas no perodo. vos obedece a certa tradio. H normas para sua elaborao que remon-
tam ao perodo de nossa histria imperial, como, por exemplo, a obrigatori-
Espera-se que esta nova edio do Manual contribua, tal como a pri- edade estabelecida por decreto imperial de 10 de dezembro de 1822 de
meira, para a consolidao de uma cultura administrativa de profissionali- que se aponha, ao final desses atos, o nmero de anos transcorridos desde
zao dos servidores pblicos e de respeito aos princpios constitucionais a Independncia. Essa prtica foi mantida no perodo republicano.
da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia, com a
consequente melhoria dos servios prestados sociedade. Esses mesmos princpios (impessoalidade, clareza, uniformidade, con-
ciso e uso de linguagem formal) aplicam-se s comunicaes oficiais: elas
PEDRO PARENTE devem sempre permitir uma nica interpretao e ser estritamente impes-
Chefe da Casa Civil da Presidncia da Repblica soais e uniformes, o que exige o uso de certo nvel de linguagem.
Sinais e Abreviaturas Empregados Nesse quadro, fica claro tambm que as comunicaes oficiais so ne-
* = indica forma (em geral sinttica) inaceitvel ou agramatical. cessariamente uniformes, pois h sempre um nico comunicador (o Servio
= pargrafo Pblico) e o receptor dessas comunicaes ou o prprio Servio Pblico
adj. adv. = adjunto adverbial (no caso de expedientes dirigidos por um rgo a outro) ou o conjunto
arc. = arcaico dos cidados ou instituies tratados de forma homognea (o pblico).
art. = artigo
cf. = confronte Outros procedimentos rotineiros na redao de comunicaes oficiais
CN = Congresso Nacional foram incorporados ao longo do tempo, como as formas de tratamento e de
Cp. = compare cortesia, certos clichs de redao, a estrutura dos expedientes, etc. Men-
f.v. = forma verbal cione-se, por exemplo, a fixao dos fechos para comunicaes oficiais,
fem.= feminino regulados pela Portaria no 1 do Ministro de Estado da Justia, de 8 de julho
ind. = indicativo de 1937, que, aps mais de meio sculo de vigncia, foi revogado pelo
i. . = isto Decreto que aprovou a primeira edio deste Manual.
masc. = masculino
obj. dir. = objeto direto Acrescente-se, por fim, que a identificao que se buscou fazer das ca-
obj. ind. = objeto indireto ractersticas especficas da forma oficial de redigir no deve ensejar o
p. = pginap. us. = pouco usado entendimento de que se proponha a criao ou se aceite a existncia
pess. = pessoa de uma forma especfica de linguagem administrativa, o que coloquialmente
pl. = plural e pejorativamente se chama burocrats. Este antes uma distoro do que
pref. = prefixo deve ser a redao oficial, e se caracteriza pelo abuso de expresses e
pres. = presente clichs do jargo burocrtico e de formas arcaicas de construo de frases.
Res. = Resoluo do Congresso Nacional
RI da CD = Regimento Interno da Cmara dos Deputados A redao oficial no , portanto, necessariamente rida e infensa
RI do SF = Regimento Interno do Senado Federal evoluo da lngua. que sua finalidade bsica comunicar com impesso-
s. = substantivo alidade e mxima clareza impe certos parmetros ao uso que se faz da
s.f. = substantivo feminino lngua, de maneira diversa daquele da literatura, do texto jornalstico, da
s.m. = substantivo masculino correspondncia particular, etc.
sing. = singular
tb. = tambm Apresentadas essas caractersticas fundamentais da redao oficial,
v. = ver ou verbo passemos anlise pormenorizada de cada uma delas.
v. g; = verbi gratia
var. pop. = variante popular 1.1. A Impessoalidade
A finalidade da lngua comunicar, quer pela fala, quer pela escrita.
PARTE I Para que haja comunicao, so necessrios: a) algum que comunique, b)
AS COMUNICAES OFICIAIS algo a ser comunicado, e c) algum que receba essa comunicao. No
caso da redao oficial, quem comunica sempre o Servio Pblico (este
CAPTULO I ou aquele Ministrio, Secretaria, Departamento, Diviso, Servio, Seo); o
ASPECTOS GERAIS DA REDAO OFICIAL que se comunica sempre algum assunto relativo s atribuies do rgo
1. O que Redao Oficial que comunica; o destinatrio dessa comunicao ou o pblico, o conjunto
Em uma frase, pode-se dizer que redao oficial a maneira pela qual dos cidados, ou outro rgo pblico, do Executivo ou dos outros Poderes
o Poder Pblico redige atos normativos e comunicaes. Interessa-nos da Unio.
trat-la do ponto de vista do Poder Executivo.
Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser dado
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aos assuntos que constam das comunicaes oficiais decorre: nenhuma forma o uso do padro culto implica emprego de linguagem
a) da ausncia de impresses individuais de quem comunica: embora rebuscada, nem dos contorcionismos sintticos e figuras de linguagem
se trate, por exemplo, de um expediente assinado por Chefe de de- prprios da lngua literria.
terminada Seo, sempre em nome do Servio Pblico que fei-
ta a comunicao. Obtm-se, assim, uma desejvel padronizao, Pode-se concluir, ento, que no existe propriamente um padro ofici-
que permite que comunicaes elaboradas em diferentes setores al de linguagem; o que h o uso do padro culto nos atos e comunica-
da Administrao guardem entre si certa uniformidade; es oficiais. claro que haver preferncia pelo uso de determinadas
b) da impessoalidade de quem recebe a comunicao, com duas expresses, ou ser obedecida certa tradio no emprego das formas
possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidado, sempre conce- sintticas, mas isso no implica, necessariamente, que se consagre a
bido como pblico, ou a outro rgo pblico. Nos dois casos, te- utilizao de uma forma de linguagem burocrtica. O jargo burocrtico,
mos um destinatrio concebido de forma homognea e impessoal; como todo jargo, deve ser evitado, pois ter sempre sua compreenso
c) do carter impessoal do prprio assunto tratado: se o universo te- limitada.
mtico das comunicaes oficiais se restringe a questes que di-
zem respeito ao interesse pblico, natural que no cabe qualquer A linguagem tcnica deve ser empregada apenas em situaes que a
tom particular ou pessoal. exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos rebuscamentos
acadmicos, e mesmo o vocabulrio prprio a determinada rea, so de
Desta forma, no h lugar na redao oficial para impresses pessoais, difcil entendimento por quem no esteja com eles familiarizado. Deve-se
como as que, por exemplo, constam de uma carta a um amigo, ou de um ter o cuidado, portanto, de explicit-los em comunicaes encaminhadas a
artigo assinado de jornal, ou mesmo de um texto literrio. A redao oficial outros rgos da administrao e em expedientes dirigidos aos cidados.
deve ser isenta da interferncia da individualidade que a elabora.
Outras questes sobre a linguagem, como o emprego de neologismo e
A conciso, a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos vale- estrangeirismo, so tratadas em detalhe em 9.3. Semntica.
mos para elaborar os expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja
alcanada a necessria impessoalidade. 1.3. Formalidade e Padronizao
As comunicaes oficiais devem ser sempre formais, isto , obedecem
1.2. A Linguagem dos Atos e Comunicaes Oficiais a certas regras de forma: alm das j mencionadas exigncias de impesso-
A necessidade de empregar determinado nvel de linguagem nos atos alidade e uso do padro culto de linguagem, imperativo, ainda, certa
e expedientes oficiais decorre, de um lado, do prprio carter pblico des- formalidade de tratamento. No se trata somente da eterna dvida quanto
ses atos e comunicaes; de outro, de sua finalidade. Os atos oficiais, aqui ao correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento para uma
entendidos como atos de carter normativo, ou estabelecem regras para a autoridade de certo nvel (v. a esse respeito 2.1.3. Emprego dos Pronomes
conduta dos cidados, ou regulam o funcionamento dos rgos pblicos, o de Tratamento); mais do que isso, a formalidade diz respeito polidez,
que s alcanado se em sua elaborao for empregada a linguagem civilidade no prprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunica-
adequada. O mesmo se d com os expedientes oficiais, cuja finalidade o.
precpua a de informar com clareza e objetividade.
A formalidade de tratamento vincula-se, tambm, necessria unifor-
As comunicaes que partem dos rgos pblicos federais devem ser midade das comunicaes. Ora, se a administrao federal una, natural
compreendidas por todo e qualquer cidado brasileiro. Para atingir esse que as comunicaes que expede sigam um mesmo padro. O estabeleci-
objetivo, h que evitar o uso de uma linguagem restrita a determinados mento desse padro, uma das metas deste Manual, exige que se atente
grupos. No h dvida que um texto marcado por expresses de circulao para todas as caractersticas da redao oficial e que se cuide, ainda, da
restrita, como a gria, os regionalismos vocabulares ou o jargo tcnico, tem apresentao dos textos.
sua compreenso dificultada.
A clareza datilogrfica, o uso de papis uniformes para o texto definiti-
Ressalte-se que h necessariamente uma distncia entre a lngua fala- vo e a correta diagramao do texto so indispensveis para a padroniza-
da e a escrita. Aquela extremamente dinmica, reflete de forma imediata o. Consulte o Captulo II, As Comunicaes Oficiais, a respeito de nor-
qualquer alterao de costumes, e pode eventualmente contar com outros mas especficas para cada tipo de expediente.
elementos que auxiliem a sua compreenso, como os gestos, a entoao,
etc., para mencionar apenas alguns dos fatores responsveis por essa 1.4. Conciso e Clareza
distncia. J a lngua escrita incorpora mais lentamente as transformaes, A conciso antes uma qualidade do que uma caracterstica do texto
tem maior vocao para a permanncia, e vale-se apenas de si mesma oficial. Conciso o texto que consegue transmitir um mximo de informa-
para comunicar. es com um mnimo de palavras. Para que se redija com essa qualidade,
fundamental que se tenha, alm de conhecimento do assunto sobre o
A lngua escrita, como a falada, compreende diferentes nveis, de acor- qual se escreve, o necessrio tempo para revisar o texto depois de pronto.
do com o uso que dela se faa. Por exemplo, em uma carta a um amigo, nessa releitura que muitas vezes se percebem eventuais redundncias
podemos nos valer de determinado padro de linguagem que incorpore ou repeties desnecessrias de ideias.
expresses extremamente pessoais ou coloquiais; em um parecer jurdico,
no se h de estranhar a presena do vocabulrio tcnico correspondente. O esforo de sermos concisos atende, basicamente ao princpio de
Nos dois casos, h um padro de linguagem que atende ao uso que se faz economia lingustica, mencionada frmula de empregar o mnimo de
da lngua, a finalidade com que a empregamos. palavras para informar o mximo. No se deve de forma alguma entend-la
como economia de pensamento, isto , no se devem eliminar passagens
O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu carter impessoal, por substanciais do texto no af de reduzi-lo em tamanho. Trata-se exclusiva-
sua finalidade de informar com o mximo de clareza e conciso, eles reque- mente de cortar palavras inteis, redundncias, passagens que nada
rem o uso do padro culto da lngua. H consenso de que o padro culto acrescentem ao que j foi dito.
aquele em que a) se observam as regras da gramtica formal, e b) se
emprega um vocabulrio comum ao conjunto dos usurios do idioma. Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe em todo texto de
importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do padro culto na alguma complexidade: ideias fundamentais e ideias secundrias. Estas
redao oficial decorre do fato de que ele est acima das diferenas lexi- ltimas podem esclarecer o sentido daquelas, detalh-las, exemplific-las;
cais, morfolgicas ou sintticas regionais, dos modismos vocabulares, das mas existem tambm ideias secundrias que no acrescentam informao
idiossincrasias lingusticas, permitindo, por essa razo, que se atinja a alguma ao texto, nem tm maior relao com as fundamentais, podendo,
pretendida compreenso por todos os cidados. por isso, ser dispensadas.
Lembre-se que o padro culto nada tem contra a simplicidade de ex- A clareza deve ser a qualidade bsica de todo texto oficial, conforme j
presso, desde que no seja confundida com pobreza de expresso. De sublinhado na introduo deste captulo. Pode-se definir como claro aquele
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texto que possibilita imediata compreenso pelo leitor. No entanto a clareza s autoridades civis, militares e eclesisticas.
no algo que se atinja por si s: ela depende estritamente das demais
caractersticas da redao oficial. Para ela concorrem: 2.1.2. Concordncia com os Pronomes de Tratamento
a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretaes que Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta) apresen-
poderia decorrer de um tratamento personalista dado ao texto; tam certas peculiaridades quanto concordncia verbal, nominal e prono-
b) o uso do padro culto de linguagem, em princpio, de entendimento minal. Embora se refiram segunda pessoa gramatical ( pessoa com
geral e por definio avesso a vocbulos de circulao restrita, quem se fala, ou a quem se dirige a comunicao), levam a concordncia
como a gria e o jargo; para a terceira pessoa. que o verbo concorda com o substantivo que
c) a formalidade e a padronizao, que possibilitam a imprescindvel integra a locuo como seu ncleo sinttico: Vossa Senhoria nomear o
uniformidade dos textos; substituto; Vossa Excelncia conhece o assunto.
d) a conciso, que faz desaparecer do texto os excessos lingusticos
que nada lhe acrescentam. Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de
tratamento so sempre os da terceira pessoa: Vossa Senhoria nomear
pela correta observao dessas caractersticas que se redige com seu substituto (e no Vossa ... vosso...).
clareza. Contribuir, ainda, a indispensvel releitura de todo texto redigido.
A ocorrncia, em textos oficiais, de trechos obscuros e de erros gramaticais J quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gnero gramati-
provm principalmente da falta da releitura que torna possvel sua correo. cal deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e no com o
substantivo que compe a locuo. Assim, se nosso interlocutor for homem,
Na reviso de um expediente, deve-se avaliar, ainda, se ele ser de f- o correto Vossa Excelncia est atarefado, Vossa Senhoria deve estar
cil compreenso por seu destinatrio. O que nos parece bvio pode ser satisfeito; se for mulher, Vossa Excelncia est atarefada, Vossa Senho-
desconhecido por terceiros. O domnio que adquirimos sobre certos assun- ria deve estar satisfeita.
tos em decorrncia de nossa experincia profissional muitas vezes faz com
que os tomemos como de conhecimento geral, o que nem sempre verda- 2.1.3. Emprego dos Pronomes de Tratamento
de. Explicite, desenvolva, esclarea, precise os termos tcnicos, o significa- Como visto, o emprego dos pronomes de tratamento obedece a secular
do das siglas e abreviaes e os conceitos especficos que no possam ser tradio. So de uso consagrado:
dispensados. Vossa Excelncia, para as seguintes autoridades:
A reviso atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa com que a) do Poder Executivo;
so elaboradas certas comunicaes quase sempre compromete sua Presidente da Repblica;
clareza. No se deve proceder redao de um texto que no seja seguida Vice-Presidente da Repblica;
por sua reviso. No h assuntos urgentes, h assuntos atrasados, diz a Ministros de Estado;
mxima. Evite-se, pois, o atraso, com sua indesejvel repercusso no Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal;
redigir. Oficiais-Generais das Foras Armadas;
Embaixadores;
Por fim, como exemplo de texto obscuro, que deve ser evitado em to- Secretrios-Executivos de Ministrios e demais ocupantes de cargos
das as comunicaes oficiais, transcrevemos a seguir um pitoresco quadro, de natureza especial;
constante de obra de Adriano da Gama Kury, a partir do qual podem ser Secretrios de Estado dos Governos Estaduais;
feitas inmeras frases, combinando-se as expresses das vrias colunas Prefeitos Municipais.
em qualquer ordem, com uma caracterstica comum: nenhuma delas tem
sentido! b) do Poder Legislativo:
CAPTULO II Deputados Federais e Senadores;
AS COMUNICAES OFICIAIS Ministros do Tribunal de Contas da Unio;
2. Introduo Deputados Estaduais e Distritais;
A redao das comunicaes oficiais deve, antes de tudo, seguir os Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais;
preceitos explicitados no Captulo I, Aspectos Gerais da Redao Oficial. Presidentes das Cmaras Legislativas Municipais.
Alm disso, h caractersticas especficas de cada tipo de expediente, que
sero tratadas em detalhe neste captulo. Antes de passarmos sua anli- c) do Poder Judicirio:
se, vejamos outros aspectos comuns a quase todas as modalidades de Ministros dos Tribunais Superiores;
comunicao oficial: o emprego dos pronomes de tratamento, a forma dos Membros de Tribunais;
fechos e a identificao do signatrio. Juzes;
Auditores da Justia Militar.
2.1. Pronomes de Tratamento
2.1.1. Breve Histria dos Pronomes de Tratamento O vocativo a ser empregado em comunicaes dirigidas aos Chefes de
O uso de pronomes e locues pronominais de tratamento tem larga Poder Excelentssimo Senhor, seguido do cargo respectivo:
tradio na lngua portuguesa. De acordo com Said Ali, aps serem incor- Excelentssimo Senhor Presidente da Repblica,
porados ao portugus os pronomes latinos tu e vos, como tratamento Excelentssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,
direto da pessoa ou pessoas a quem se dirigia a palavra, passou-se a Excelentssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal.
empregar, como expediente lingustico de distino e de respeito, a segun-
da pessoa do plural no tratamento de pessoas de hierarquia superior. As demais autoridades sero tratadas com o vocativo Senhor, seguido
Prossegue o autor: do cargo respectivo:
Outro modo de tratamento indireto consistiu em fingir que se dirigia a Senhor Senador,
palavra a um atributo ou qualidade eminente da pessoa de categoria supe- Senhor Juiz,
rior, e no a ela prpria. Assim aproximavam-se os vassalos de seu rei com Senhor Ministro,
o tratamento de vossa merc, vossa senhoria (...); assim usou-se o trata- Senhor Governador,
mento ducal de vossa excelncia e adotaram-se na hierarquia eclesistica
vossa reverncia, vossa paternidade, vossa eminncia, vossa santidade. No envelope, o endereamento das comunicaes dirigidas s autori-
dades tratadas por Vossa Excelncia, ter a seguinte forma:
A partir do final do sculo XVI, esse modo de tratamento indireto j es- A Sua Excelncia o Senhor
tava em voga tambm para os ocupantes de certos cargos pblicos. Vossa Fulano de Tal
merc evoluiu para vosmec, e depois para o coloquial voc. E o pronome Ministro de Estado da Justia
vs, com o tempo, caiu em desuso. dessa tradio que provm o atual 70064-900 Braslia. DF
emprego de pronomes de tratamento indireto como forma de dirigirmo-nos
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Em comunicaes oficiais, est abolido o uso do tratamento dignssimo Chefe da Secretaria-Geral da Presidncia da Repblica
(DD), s autoridades arroladas na lista anterior. A dignidade pressuposto (espao para assinatura)
para que se ocupe qualquer cargo pblico, sendo desnecessria sua repe- NOME
tida evocao. Ministro de Estado da Justia
Vossa Senhoria empregado para as demais autoridades e para parti-
culares. O vocativo adequado : Para evitar equvocos, recomenda-se no deixar a assinatura em pgi-
Senhor Fulano de Tal, na isolada do expediente. Transfira para essa pgina ao menos a ltima
(...) frase anterior ao fecho.
No envelope, deve constar do endereamento:
Ao Senhor 3. O Padro Ofcio
Fulano de Tal H trs tipos de expedientes que se diferenciam antes pela finalidade
Rua ABC, no 123 do que pela forma: o ofcio, o aviso e o memorando. Com o fito de uniformi-
12345-000 Curitiba. PR z-los, pode-se adotar uma diagramao nica, que siga o que chamamos
de padro ofcio. As peculiaridades de cada um sero tratadas adiante; por
Como se depreende do exemplo acima, fica dispensado o emprego do ora busquemos as suas semelhanas.
superlativo ilustrssimo para as autoridades que recebem o tratamento de
Vossa Senhoria e para particulares. suficiente o uso do pronome de 3.1. Partes do documento no Padro Ofcio
tratamento Senhor. O aviso, o ofcio e o memorando devem conter as seguintes partes:
a) tipo e nmero do expediente, seguido da sigla do rgo que o
Acrescente-se que doutor no forma de tratamento, e sim ttulo aca- expede:
dmico. Evite us-lo indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o Exemplos:
apenas em comunicaes dirigidas a pessoas que tenham tal grau por Mem. 123/2002-MF
terem concludo curso universitrio de doutorado. costume designar por Aviso 123/2002-SG
doutor os bacharis, especialmente os bacharis em Direito e em Medici- Of. 123/2002-MME
na. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a desejada formalidade
s comunicaes. b) local e data em que foi assinado, por extenso, com alinhamento
direita:
Mencionemos, ainda, a forma Vossa Magnificncia, empregada por for- Exemplo:
a da tradio, em comunicaes dirigidas a reitores de universidade. Braslia, 15 de maro de 1991.
Corresponde-lhe o vocativo:
Magnfico Reitor, c) assunto: resumo do teor do documento
(...) Exemplos:
Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a hierar- Assunto: Produtividade do rgo em 2002.
quia eclesistica, so: Assunto: Necessidade de aquisio de novos computadores.
Vossa Santidade, em comunicaes dirigidas ao Papa. O vocativo cor-
respondente : d) destinatrio: o nome e o cargo da pessoa a quem dirigida a co-
Santssimo Padre, municao. No caso do ofcio deve ser includo tambm o endereo.
(...)
Vossa Eminncia ou Vossa Eminncia Reverendssima, em comunica- e) texto: nos casos em que no for de mero encaminhamento de do-
es aos Cardeais. Corresponde-lhe o vocativo: cumentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura:
Eminentssimo Senhor Cardeal, ou introduo, que se confunde com o pargrafo de abertura, na qual
Eminentssimo e Reverendssimo Senhor Cardeal, apresentado o assunto que motiva a comunicao. Evite o uso das formas:
(...) Tenho a honra de, Tenho o prazer de, Cumpre-me informar que, em-
Vossa Excelncia Reverendssima usado em comunicaes dirigidas pregue a forma direta;
a Arcebispos e Bispos; Vossa Reverendssima ou Vossa Senhoria Reve- desenvolvimento, no qual o assunto detalhado; se o texto contiver
rendssima para Monsenhores, Cnegos e superiores religiosos. Vossa mais de uma ideia sobre o assunto, elas devem ser tratadas em pargrafos
Reverncia empregado para sacerdotes, clrigos e demais religiosos. distintos, o que confere maior clareza exposio;
concluso, em que reafirmada ou simplesmente reapresentada a
2.2. Fechos para Comunicaes posio recomendada sobre o assunto.
O fecho das comunicaes oficiais possui, alm da finalidade bvia de
arrematar o texto, a de saudar o destinatrio. Os modelos para fecho que Os pargrafos do texto devem ser numerados, exceto nos casos em
vinham sendo utilizados foram regulados pela Portaria no 1 do Ministrio da que estes estejam organizados em itens ou ttulos e subttulos.
Justia, de 1937, que estabelecia quinze padres. Com o fito de simplific-
los e uniformiz-los, este Manual estabelece o emprego de somente dois J quando se tratar de mero encaminhamento de documentos a estru-
fechos diferentes para todas as modalidades de comunicao oficial: tura a seguinte:
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da Repblica: introduo: deve iniciar com referncia ao expediente que solicitou o
Respeitosamente, encaminhamento. Se a remessa do documento no tiver sido solicitada,
deve iniciar com a informao do motivo da comunicao, que encami-
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior: nhar, indicando a seguir os dados completos do documento encaminhado
Atenciosamente, (tipo, data, origem ou signatrio, e assunto de que trata), e a razo pela
qual est sendo encaminhado, segundo a seguinte frmula:
Ficam excludas dessa frmula as comunicaes dirigidas a autorida- Em resposta ao Aviso n 12, de 1 de fevereiro de 1991, encaminho,
des estrangeiras, que atendem a rito e tradio prprios, devidamente anexa, cpia do Ofcio n 34, de 3 de abril de 1990, do Departamento Geral
disciplinados no Manual de Redao do Ministrio das Relaes Exteriores. de Administrao, que trata da requisio do servidor Fulano de Tal.
ou
2.3. Identificao do Signatrio Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa cpia do tele-
Excludas as comunicaes assinadas pelo Presidente da Repblica, grama no 12, de 1o de fevereiro de 1991, do Presidente da Confederao
todas as demais comunicaes oficiais devem trazer o nome e o cargo da Nacional de Agricultura, a respeito de projeto de modernizao de tcnicas
autoridade que as expede, abaixo do local de sua assinatura. A forma da agrcolas na regio Nordeste.
identificao deve ser a seguinte: desenvolvimento: se o autor da comunicao desejar fazer algum
(espao para assinatura) comentrio a respeito do documento que encaminha, poder acrescentar
NOME pargrafos de desenvolvimento; em caso contrrio, no h pargrafos de
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desenvolvimento em aviso ou ofcio de mero encaminhamento. O memorando a modalidade de comunicao entre unidades admi-
f) fecho (v. 2.2. Fechos para Comunicaes); nistrativas de um mesmo rgo, que podem estar hierarquicamente em
g) assinatura do autor da comunicao; e mesmo nvel ou em nveis diferentes. Trata-se, portanto, de uma forma de
h) identificao do signatrio (v. 2.3. Identificao do Signatrio). comunicao eminentemente interna.
3.2. Forma de diagramao Pode ter carter meramente administrativo, ou ser empregado para a
Os documentos do Padro Ofcio devem obedecer seguinte forma de exposio de projetos, ideias, diretrizes, etc. a serem adotados por deter-
apresentao: minado setor do servio pblico.
a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo 12 no
texto em geral, 11 nas citaes, e 10 nas notas de rodap; Sua caracterstica principal a agilidade. A tramitao do memorando
b) para smbolos no existentes na fonte Times New Roman poder- em qualquer rgo deve pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de
se- utilizar as fontes Symbol e Wingdings; procedimentos burocrticos. Para evitar desnecessrio aumento do nmero
c) obrigatrio constar a partir da segunda pgina o nmero da pgi- de comunicaes, os despachos ao memorando devem ser dados no
na; prprio documento e, no caso de falta de espao, em folha de continuao.
d) os ofcios, memorandos e anexos destes podero ser impressos Esse procedimento permite formar uma espcie de processo simplificado,
em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens esquerda e assegurando maior transparncia tomada de decises, e permitindo que
direita tero as distncias invertidas nas pginas pares (margem se historie o andamento da matria tratada no memorando.
espelho);
e) o incio de cada pargrafo do texto deve ter 2,5 cm de distncia da 3.4.2. Forma e Estrutura
margem esquerda; Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do padro ofcio,
f) o campo destinado margem lateral esquerda ter, no mnimo, 3,0 com a diferena de que o seu destinatrio deve ser mencionado pelo cargo
cm de largura; que ocupa.
g) o campo destinado margem lateral direita ter 1,5 cm;
h) deve ser utilizado espaamento simples entre as linhas e de 6 pon- Exemplos:
tos aps cada pargrafo, ou, se o editor de texto utilizado no Ao Sr. Chefe do Departamento de Administrao
comportar tal recurso, de uma linha em branco; Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurdicos
i) no deve haver abuso no uso de negrito, itlico, sublinhado, letras
maisculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra 4. Exposio de Motivos
forma de formatao que afete a elegncia e a sobriedade do do- 4.1. Definio e Finalidade
cumento; Exposio de motivos o expediente dirigido ao Presidente da Rep-
j) a impresso dos textos deve ser feita na cor preta em papel bran- blica ou ao Vice-Presidente para:
co. A impresso colorida deve ser usada apenas para grficos e a) inform-lo de determinado assunto;
ilustraes; b) propor alguma medida; ou
l) todos os tipos de documentos do Padro Ofcio devem ser impres- c) submeter a sua considerao projeto de ato normativo.
sos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm;
m) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo Rich Em regra, a exposio de motivos dirigida ao Presidente da Repbli-
Text nos documentos de texto; ca por um Ministro de Estado.
n) dentro do possvel, todos os documentos elaborados devem ter o Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um Ministrio, a
arquivo de texto preservado para consulta posterior ou aproveita- exposio de motivos dever ser assinada por todos os Ministros envolvi-
mento de trechos para casos anlogos; dos, sendo, por essa razo, chamada de interministerial.
o) para facilitar a localizao, os nomes dos arquivos devem ser for-
mados da seguinte maneira: 4.2. Forma e Estrutura
tipo do documento + nmero do documento + palavras-chaves do Formalmente, a exposio de motivos tem a apresentao do padro
contedo ofcio (v. 3. O Padro Ofcio). O anexo que acompanha a exposio de
Ex.: Of. 123 - relatrio produtividade ano 2002 motivos que proponha alguma medida ou apresente projeto de ato normati-
vo, segue o modelo descrito adiante.
3.3. Aviso e Ofcio
3.3.1. Definio e Finalidade A exposio de motivos, de acordo com sua finalidade, apresenta duas
Aviso e ofcio so modalidades de comunicao oficial praticamente formas bsicas de estrutura: uma para aquela que tenha carter exclusiva-
idnticas. A nica diferena entre eles que o aviso expedido exclusiva- mente informativo e outra para a que proponha alguma medida ou submeta
mente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma hierarquia, ao projeto de ato normativo.
passo que o ofcio expedido para e pelas demais autoridades. Ambos tm
como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos rgos da Adminis- No primeiro caso, o da exposio de motivos que simplesmente leva
trao Pblica entre si e, no caso do ofcio, tambm com particulares. algum assunto ao conhecimento do Presidente da Repblica, sua estrutura
segue o modelo antes referido para o padro ofcio.
3.3.2. Forma e Estrutura
Quanto a sua forma, aviso e ofcio seguem o modelo do padro ofcio, J a exposio de motivos que submeta considerao do Presidente
com acrscimo do vocativo, que invoca o destinatrio (v. 2.1 Pronomes de da Repblica a sugesto de alguma medida a ser adotada ou a que lhe
Tratamento), seguido de vrgula. apresente projeto de ato normativo embora sigam tambm a estrutura do
Exemplos: padro ofcio , alm de outros comentrios julgados pertinentes por seu
Excelentssimo Senhor Presidente da Repblica autor, devem, obrigatoriamente, apontar:
Senhora Ministra a) na introduo: o problema que est a reclamar a adoo da medi-
Senhor Chefe de Gabinete da ou do ato normativo proposto;
b) no desenvolvimento: o porqu de ser aquela medida ou aquele ato
Devem constar do cabealho ou do rodap do ofcio as seguintes in- normativo o ideal para se solucionar o problema, e eventuais alter-
formaes do remetente: nativas existentes para equacion-lo;
nome do rgo ou setor; c) na concluso, novamente, qual medida deve ser tomada, ou qual
endereo postal; ato normativo deve ser editado para solucionar o problema.
telefone e endereo de correio eletrnico.
Deve, ainda, trazer apenso o formulrio de anexo exposio de moti-
3.4. Memorando vos, devidamente preenchido, de acordo com o seguinte modelo previsto
3.4.1. Definio e Finalidade no Anexo II do Decreto no 4.176, de 28 de maro de 2002.
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mensagem.
Anexo Exposio de Motivos do (indicar nome do Ministrio ou rgo
equivalente) no , de de de 200 . d) pedido de autorizao para o Presidente ou o Vice-Presidente da
Repblica se ausentarem do Pas por mais de 15 dias.
5. Mensagem Trata-se de exigncia constitucional (Constituio, art. 49, III, e 83), e a
5.1. Definio e Finalidade autorizao da competncia privativa do Congresso Nacional.
o instrumento de comunicao oficial entre os Chefes dos Poderes
Pblicos, notadamente as mensagens enviadas pelo Chefe do Poder O Presidente da Repblica, tradicionalmente, por cortesia, quando a
Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato da Administrao ausncia por prazo inferior a 15 dias, faz uma comunicao a cada Casa
Pblica; expor o plano de governo por ocasio da abertura de sesso do Congresso, enviando-lhes mensagens idnticas.
legislativa; submeter ao Congresso Nacional matrias que dependem de
deliberao de suas Casas; apresentar veto; enfim, fazer e agradecer e) encaminhamento de atos de concesso e renovao de concesso
comunicaes de tudo quanto seja de interesse dos poderes pblicos e da de emissoras de rdio e TV.
Nao. A obrigao de submeter tais atos apreciao do Congresso Nacional
consta no inciso XII do artigo 49 da Constituio. Somente produziro
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos Ministrios Presi- efeitos legais a outorga ou renovao da concesso aps deliberao do
dncia da Repblica, a cujas assessorias caber a redao final. Congresso Nacional (Constituio, art. 223, 3o). Descabe pedir na men-
sagem a urgncia prevista no art. 64 da Constituio, porquanto o 1o do
As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso Nacional art. 223 j define o prazo da tramitao.
tm as seguintes finalidades:
a) encaminhamento de projeto de lei ordinria, complementar ou finan- Alm do ato de outorga ou renovao, acompanha a mensagem o cor-
ceira. respondente processo administrativo.
Os projetos de lei ordinria ou complementar so enviados em regime
normal (Constituio, art. 61) ou de urgncia (Constituio, art. 64, 1o a f) encaminhamento das contas referentes ao exerccio anterior.
4o). Cabe lembrar que o projeto pode ser encaminhado sob o regime nor- O Presidente da Repblica tem o prazo de sessenta dias aps a aber-
mal e mais tarde ser objeto de nova mensagem, com solicitao de urgn- tura da sesso legislativa para enviar ao Congresso Nacional as contas
cia. referentes ao exerccio anterior (Constituio, art. 84, XXIV), para exame e
parecer da Comisso Mista permanente (Constituio, art. 166, 1o), sob
Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos Membros do Congres- pena de a Cmara dos Deputados realizar a tomada de contas (Constitui-
so Nacional, mas encaminhada com aviso do Chefe da Casa Civil da o, art. 51, II), em procedimento disciplinado no art. 215 do seu Regimento
Presidncia da Repblica ao Primeiro Secretrio da Cmara dos Deputa- Interno.
dos, para que tenha incio sua tramitao (Constituio, art. 64, caput).
g) mensagem de abertura da sesso legislativa.
Quanto aos projetos de lei financeira (que compreendem plano pluria- Ela deve conter o plano de governo, exposio sobre a situao do Pa-
nual, diretrizes oramentrias, oramentos anuais e crditos adicionais), as s e solicitao de providncias que julgar necessrias (Constituio, art.
mensagens de encaminhamento dirigem-se aos Membros do Congresso 84, XI).
Nacional, e os respectivos avisos so endereados ao Primeiro Secretrio
do Senado Federal. A razo que o art. 166 da Constituio impe a O portador da mensagem o Chefe da Casa Civil da Presidncia da
deliberao congressual sobre as leis financeiras em sesso conjunta, mais Repblica. Esta mensagem difere das demais porque vai encadernada e
precisamente, na forma do regimento comum. E frente da Mesa do distribuda a todos os Congressistas em forma de livro.
Congresso Nacional est o Presidente do Senado Federal (Constituio,
art. 57, 5o), que comanda as sesses conjuntas. h) comunicao de sano (com restituio de autgrafos).
Esta mensagem dirigida aos Membros do Congresso Nacional, en-
As mensagens aqui tratadas coroam o processo desenvolvido no mbi- caminhada por Aviso ao Primeiro Secretrio da Casa onde se originaram os
to do Poder Executivo, que abrange minucioso exame tcnico, jurdico e autgrafos. Nela se informa o nmero que tomou a lei e se restituem dois
econmico-financeiro das matrias objeto das proposies por elas enca- exemplares dos trs autgrafos recebidos, nos quais o Presidente da
minhadas. Repblica ter aposto o despacho de sano.
Tais exames materializam-se em pareceres dos diversos rgos inte- i) comunicao de veto.
ressados no assunto das proposies, entre eles o da Advocacia-Geral da Dirigida ao Presidente do Senado Federal (Constituio, art. 66, 1o), a
Unio. Mas, na origem das propostas, as anlises necessrias constam da mensagem informa sobre a deciso de vetar, se o veto parcial, quais as
exposio de motivos do rgo onde se geraram (v. 3.1. Exposio de disposies vetadas, e as razes do veto. Seu texto vai publicado na nte-
Motivos) exposio que acompanhar, por cpia, a mensagem de enca- gra no Dirio Oficial da Unio (v. 4.2. Forma e Estrutura), ao contrrio das
minhamento ao Congresso. demais mensagens, cuja publicao se restringe notcia do seu envio ao
Poder Legislativo. (v. 19.6.Veto)
b) encaminhamento de medida provisria.
Para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da Constituio, o Presi- j) outras mensagens.
dente da Repblica encaminha mensagem ao Congresso, dirigida a seus Tambm so remetidas ao Legislativo com regular frequncia mensa-
membros, com aviso para o Primeiro Secretrio do Senado Federal, juntan- gens com:
do cpia da medida provisria, autenticada pela Coordenao de Documen- encaminhamento de atos internacionais que acarretam encargos
tao da Presidncia da Repblica. ou compromissos gravosos (Constituio, art. 49, I);
pedido de estabelecimento de alquotas aplicveis s operaes e
c) indicao de autoridades. prestaes interestaduais e de exportao (Constituio, art. 155,
As mensagens que submetem ao Senado Federal a indicao de pes- 2o, IV);
soas para ocuparem determinados cargos (magistrados dos Tribunais proposta de fixao de limites globais para o montante da dvida
Superiores, Ministros do TCU, Presidentes e Diretores do Banco Central, consolidada (Constituio, art. 52, VI);
Procurador-Geral da Repblica, Chefes de Misso Diplomtica, etc.) tm pedido de autorizao para operaes financeiras externas (Cons-
em vista que a Constituio, no seu art. 52, incisos III e IV, atribui quela tituio, art. 52, V); e outros.
Casa do Congresso Nacional competncia privativa para aprovar a indica-
o. Entre as mensagens menos comuns esto as de:
convocao extraordinria do Congresso Nacional (Constituio,
O curriculum vitae do indicado, devidamente assinado, acompanha a art. 57, 6o);
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pedido de autorizao para exonerar o Procurador-Geral da Rep- de rosto, i. ., de pequeno formulrio com os dados de identificao da
blica (art. 52, XI, e 128, 2o); mensagem a ser enviada.
pedido de autorizao para declarar guerra e decretar mobilizao
nacional (Constituio, art. 84, XIX); 8. Correio Eletrnico
pedido de autorizao ou referendo para celebrar a paz (Constitui- 8.1 Definio e finalidade
o, art. 84, XX); O correio eletrnico (e-mail), por seu baixo custo e celeridade, trans-
justificativa para decretao do estado de defesa ou de sua prorro- formou-se na principal forma de comunicao para transmisso de docu-
gao (Constituio, art. 136, 4o); mentos.
pedido de autorizao para decretar o estado de stio (Constitui-
o, art. 137); 8.2. Forma e Estrutura
relato das medidas praticadas na vigncia do estado de stio ou de Um dos atrativos de comunicao por correio eletrnico sua flexibili-
defesa (Constituio, art. 141, pargrafo nico); dade. Assim, no interessa definir forma rgida para sua estrutura. Entretan-
proposta de modificao de projetos de leis financeiras (Constitui- to, deve-se evitar o uso de linguagem incompatvel com uma comunicao
o, art. 166, 5o); oficial (v. 1.2 A Linguagem dos Atos e Comunicaes Oficiais).
pedido de autorizao para utilizar recursos que ficarem sem des-
pesas correspondentes, em decorrncia de veto, emenda ou rejei- O campo assunto do formulrio de correio eletrnico mensagem deve
o do projeto de lei oramentria anual (Constituio, art. 166, ser preenchido de modo a facilitar a organizao documental tanto do
8o); destinatrio quanto do remetente.
pedido de autorizao para alienar ou conceder terras pblicas
com rea superior a 2.500 ha (Constituio, art. 188, 1o); etc. Para os arquivos anexados mensagem deve ser utilizado, preferenci-
almente, o formato Rich Text. A mensagem que encaminha algum arquivo
5.2. Forma e Estrutura deve trazer informaes mnimas sobre seu contedo..
As mensagens contm:
a) a indicao do tipo de expediente e de seu nmero, horizontalmen- Sempre que disponvel, deve-se utilizar recurso de confirmao de lei-
te, no incio da margem esquerda: tura. Caso no seja disponvel, deve constar da mensagem pedido de
Mensagem no confirmao de recebimento.
b) vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo do
destinatrio, horizontalmente, no incio da margem esquerda; 8.3 Valor documental
Excelentssimo Senhor Presidente do Senado Federal, Nos termos da legislao em vigor, para que a mensagem de correio
c) o texto, iniciando a 2 cm do vocativo; eletrnico tenha valor documental, i. , para que possa ser aceita como
d) o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do texto, e horizon- documento original, necessrio existir certificao digital que ateste a
talmente fazendo coincidir seu final com a margem direita. identidade do remetente, na forma estabelecida em lei.
A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da Re- Relao das espcies de documentos (classificao- um modelo)
pblica, no traz identificao de seu signatrio. 1 - ATA
- Utilizada por rgos/entidades pblicas para registrar, resumir e di-
6. Telegrama
vulgar fatos e ocorrncias verificadas em reunio.
6.1. Definio e Finalidade
Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar os procedimentos 2 - AVISO
burocrticos, passa a receber o ttulo de telegrama toda comunicao oficial - Utilizado para a correspondncia oficial entre ministros de Estado e/ou
expedida por meio de telegrafia, telex, etc. dirigentes de rgos integrantes da estrutura da Presidncia da Repblica.
Por tratar-se de forma de comunicao dispendiosa aos cofres pblicos 3 - BOLETIM
e tecnologicamente superada, deve restringir-se o uso do telegrama apenas - Utilizado para divulgar assuntos de interesse de rgo/entidade e/ou
quelas situaes que no seja possvel o uso de correio eletrnico ou fax dos servidores.
e que a urgncia justifique sua utilizao e, tambm em razo de seu custo
elevado, esta forma de comunicao deve pautar-se pela conciso (v. 1.4. 4 - CARTA
Conciso e Clareza). - Forma pela qual os rgos/entidades, etc. se dirigem aos particulares
em geral.
6.2. Forma e Estrutura
No h padro rgido, devendo-se seguir a forma e a estrutura dos 5 - CARTA-CIRCULAR
formulrios disponveis nas agncias dos Correios e em seu stio na Inter- - Forma pela qual os rgos/entidades, etc. se dirigem aos particulares
net. em geral. Utilizada quando o mesmo contedo deve ser divulgado para
vrios destinatrios.
7. Fax
7.1. Definio e Finalidade 6 - CERTIDO
O fax (forma abreviada j consagrada de fac-simile) uma forma de - Utilizada para retratar atos ou fatos constantes de assentamentos p-
comunicao que est sendo menos usada devido ao desenvolvimento da blicos permanentes que se encontrem em poder de rgos/entidades
Internet. utilizado para a transmisso de mensagens urgentes e para o pblicas.
envio antecipado de documentos, de cujo conhecimento h premncia,
quando no h condies de envio do documento por meio eletrnico. 7 CONTRATO
Quando necessrio o original, ele segue posteriormente pela via e na forma Utilizado pelos rgos/entidades pblicas para firmarem compromissos
de praxe. com a iniciativa privada, tendo em vista a aquisio de materiais e equipa-
mentos ou a execuo de obras e servios diversos.
Se necessrio o arquivamento, deve-se faz-lo com cpia xerox do fax
e no com o prprio fax, cujo papel, em certos modelos, se deteriora rapi- 8 - CONVNIO
damente. - Utilizado pelos rgos/entidades pblicas para firmarem, entre si,
acordo de interesse comum.
7.2. Forma e Estrutura
Os documentos enviados por fax mantm a forma e a estrutura que 9 - DECLARAO
lhes so inerentes.
conveniente o envio, juntamente com o documento principal, de folha
17. Assinale a alternativa em que, de acordo com a norma culta, se 23. O jardineiro daquele vizinho cuidadoso podou, ontem, os enfraqueci-
respeitam as regras de pontuao. dos galhos da velha rvore.
(A) Por sinal, o prprio Senhor Governador, na ltima entrevista, revelou, Assinale a alternativa correta para interrogar, respectivamente, sobre
que temos uma arrecadao bem maior que a prevista. o adjunto adnominal de jardineiro e o objeto direto de podar.
(B) Indagamos, sabendo que a resposta obvia: que se deve a uma (A) Quem podou? e Quando podou?
sociedade inerte diante do desrespeito sua prpria lei? Nada. (B) Qual jardineiro? e Galhos de qu?
(C) O cidado, foi preso em flagrante e, interrogado pela Autoridade (C) Que jardineiro? e Podou o qu?
Policial, confessou sua participao no referido furto. (D) Que vizinho? e Que galhos?
(D) Quer-nos parecer, todavia, que a melhor soluo, no caso deste (E) Quando podou? e Podou o qu?
funcionrio, seja aquela sugerida, pela prpria chefia.
(E) Impunha-se, pois, a recuperao dos documentos: as certides 24. O pblico observava a agitao dos lanterninhas da plateia.
negativas, de dbitos e os extratos, bancrios solicitados. Sem pontuao e sem entonao, a frase acima tem duas possibili-
dades de leitura. Elimina-se essa ambiguidade pelo estabelecimento
18. O termo orao, entendido como uma construo com sujeito e correto das relaes entre seus termos e pela sua adequada pontua-
predicado que formam um perodo simples, se aplica, adequadamen- o em:
te, apenas a: (A) O pblico da plateia, observava a agitao dos lanterninhas.
(A) Amanh, tempo instvel, sujeito a chuvas esparsas no litoral. (B) O pblico observava a agitao da plateia, dos lanterninhas.
(B) O vigia abandonou a guarita, assim que cumpriu seu perodo. (C) O pblico observava a agitao, dos lanterninhas da plateia.
(C) O passeio foi adiado para julho, por no ser poca de chuvas. (D) Da plateia o pblico, observava a agitao dos lanterninhas.
(D) Muito riso, pouco siso provrbio apropriado falta de juzo. (E) Da plateia, o pblico observava a agitao dos lanterninhas.
(E) Os concorrentes vaga de carteiro submeteram-se a exames.
25. Felizmente, ningum se machucou.
Leia o perodo para responder s questes de nmeros 19 e 20. Lentamente, o navio foi se afastando da costa.
Considere:
O livro de registro do processo que voc procurava era o que estava I. felizmente completa o sentido do verbo machucar;
sobre o balco. II. felizmente e lentamente classificam-se como adjuntos adverbiais de
modo;
19. No perodo, os pronomes o e que, na respectiva sequncia, remetem III. felizmente se refere ao modo como o falante se coloca diante do
a fato;
(A) processo e livro. IV. lentamente especifica a forma de o navio se afastar;
(B) livro do processo. V. felizmente e lentamente so caracterizadores de substantivos.
(C) processos e processo. Est correto o contido apenas em
(D) livro de registro. (A) I, II e III.
(E) registro e processo. (B) I, II e IV.
(C) I, III e IV.
20. Analise as proposies de nmeros I a IV com base no perodo (D) II, III e IV.
acima: (E) III, IV e V.
I. h, no perodo, duas oraes;
II. o livro de registro do processo era o, a orao principal; 26. O segmento adequado para ampliar a frase Ele comprou o carro...,
III. os dois qu(s) introduzem oraes adverbiais; indicando concesso, :
IV. de registro um adjunto adnominal de livro. (A) para poder trabalhar fora.
Est correto o contido apenas em (B) como havia programado.
(A) II e IV. (C) assim que recebeu o prmio.
(B) III e IV. (D) porque conseguiu um desconto.
(C) I, II e III. (E) apesar do preo muito elevado.
(D) I, II e IV.
(E) I, III e IV. 27. importante que todos participem da reunio.
O segmento que todos participem da reunio, em relao a
21. O Meretssimo Juiz da 1. Vara Cvel devia providenciar a leitura do importante, uma orao subordinada
acrdo, e ainda no o fez. Analise os itens relativos a esse trecho: (A) adjetiva com valor restritivo.
I. as palavras Meretssimo e Cvel esto incorretamente grafadas; (B) substantiva com a funo de sujeito.
II. ainda um adjunto adverbial que exclui a possibilidade da leitura (C) substantiva com a funo de objeto direto.
pelo Juiz; (D) adverbial com valor condicional.
III. o e foi usado para indicar oposio, com valor adversativo equivalen- (E) substantiva com a funo de predicativo.
te ao da palavra mas;
IV. em ainda no o fez, o o equivale a isso, significando leitura do acr- 28. Ele realizou o trabalho como seu chefe o orientou. A relao estabe-
do, e fez adquire o respectivo sentido de devia providenciar. lecida pelo termo como de
Est correto o contido apenas em (A) comparatividade.
(A) II e IV. (B) adio.
(B) III e IV. (C) conformidade.
(C) I, II e III. (D) explicao.
(D) I, III e IV. (E) consequncia.
(E) II, III e IV.
41 Uma crnica, como a que voc acaba de ler, tem como melhor 48 ''Estava dormindo, como podia estar morto''; esse segmento do texto
definio: significa que:
A) registro de fatos histricos em ordem cronolgica; A) a aparncia do menino no permitia saber se dormia ou estava
B) pequeno texto descritivo geralmente baseado em fatos do cotidiano; morto;
C) seo ou coluna de jornal sobre tema especializado; B) a posio do menino era idntica de um morto;
D) texto narrativo de pequena extenso, de contedo e estrutura bas- C) para os transeuntes, no fazia diferena estar o menino dormindo ou
tante variados; morto;
E) pequeno conto com comentrios, sobre temas atuais. D) no havia diferena, para a descrio feita, se o menino estava
dormindo ou morto;
42 O texto comea com os tempos verbais no pretrito imperfeito - E) o cronista no sabia sobre a real situao do menino.
vinha, faltavam - e, depois, ocorre a mudana para o pretrito perfei-
to - olhei, vi etc.; essa mudana marca a passagem: 49 Alguns textos, como este, trazem referncias de outros momentos
A) do passado para o presente; histricos de nosso pas; o segmento do texto em que isso ocorre :
B) da descrio para a narrao; A) ''Perto da Praa General Osrio, olhei para o lado e vi...'';
C) do impessoal para o pessoal; B) ''...ou crivados de balas pelo Esquadro da Morte'';
D) do geral para o especfico; C) ''...escreveramos toda a obra de Dickens'';
E) do positivo para o negativo. D) ''...isto problema para o juizado de menores'';
E) ''Escurinho, de seus seis ou sete anos, no mais''.
43 ''...olhei para o lado e vi, junto parede, antes da esquina, ALGO que
me pareceu uma trouxa de roupa...''; o uso do termo destacado se 50 ''... era um bicho...''; a figura de linguagem presente neste segmento
deve a que: do texto uma:
A) o autor pretende comparar o menino a uma coisa; A) metonmia;
B) o cronista antecipa a viso do menor abandonado como um traste B) comparao ou smile;
intil; C) metfora;
C) a situao do fato no permite a perfeita identificao do menino; D) prosopopeia;
D) esse pronome indefinido tem valor pejorativo; E) personificao.
E) o emprego desse pronome ocorre em relao a coisas ou a pesso-
as.
12. A alternativa que apresenta palavra grafada incorretamente : 22. (CFC/96) Assinalar a alternativa correta quanto grafia das palavras:
a) fixao - rendio - paralisao. a) atraz - ele trs
b) exceo - discusso - concesso. b) atrs - ele traz
c) seo - admisso - distenso. c) atrs - ele trs
d) presuno - compreenso - submisso. d) atraz - ele traz
e) cesso - cassao - excuro.
23. (CFS/96) Assinalar a palavra graficamente correta:
13. Assinale a alternativa em que todas as palavras esto grafadas corre- a) bandeija
tamente: b) mendingo
a) analizar - economizar - civilizar. c) irrequieto
b) receoso - prazeirosamente - silvcola. d) carangueijo
c) tbua - previlgio - marqus.
d) pretencioso - hrnia - majestade. 24. (CESD/97) Assinalar a alternativa que completa as lacunas da frase
e) flecha - jeito - ojeriza. abaixo, na ordem em que aparecem. "O Brasil de hoje diferente, _____ os
ideais de uma sociedade _____ justa ainda permanecem".
14. Assinale a alternativa em que todas as palavras esto grafadas corre- a) mas - mas
tamente: b) mais - mas
a) atrasado - princesa - paralisia. c) mas - mais
b) poleiro - pagem - descrio. d) mais - mais
c) criao - disenteria - impecilho.
d) enxergar - passeiar - pesquisar. 25. (CESD/98) Cauda/rabo, calda/acar derretido para doce. So, portan-
e) batizar - sintetizar - sintonisar. to, palavras homnimas. Associe as duas colunas e assinale a alternativa
com a sequncia correta.
15. Assinale a alternativa em que todas as palavras esto grafadas corre- 1 - conserto ( ) valor pago
tamente: 2 - concerto ( ) juzo claro
a) tijela - oscilao - asceno. 3 - censo ( ) reparo
b) richa - bruxa - bucha. 4 - senso ( ) estatstica
c) berinjela - lage - majestade. 5 - taxa ( ) pequeno prego
d) enxada - mixto - bexiga. 6 - tacha ( ) apresentao musical
e) gasolina - vaso - esplndido. a) 5-4-1-3-6-2
b) 5-3-2-1-6-4
16. Marque a nica palavra que se escreve sem o h: c) 4-2-6-1-3-5
a) omeopatia. d) 1-4-6-5-2-3
b) umidade.
c) umor.
1 A / 2 A / 3 C / 4 D / 5 D / 6 C / 7 D / 8 B / 9 D / 10 E / 11 B / 12 E / 13 E /
_______________________________________________________
14 A / 15 E / 16 B / 17 D / 18 A / 19 D / 20 C / 21 B / 22 B / 23 C / 24 C / 25 _______________________________________________________
A / 26 C / 27 C / 28 B / 29 B pciconcursos
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APOSTILAS OPO A Sua Melhor Opo em Concursos Pblicos
sade como um direito de todos e dever do Estado e est
PSICLOGO regulado pela Lei n. 8.080/1990, a qual operacionaliza o
atendimento pblico da sade.
CONHECIMENTOS ESPECFICOS Com o advento do SUS, toda a populao brasileira
passou a ter direito sade universal e gratuita, que deve ser
fornecida pelos trs entes federativos - Unio, Estados,
Distrito Federal e Municpios. Fazem parte do Sistema nico
de Sade, os centros e postos de sade, os hospitais pblicos
- incluindo os universitrios, os laboratrios e hemocentros
(bancos de sangue), os servios de Vigilncia Sanitria,
Vigilncia Epidemiolgica, Vigilncia Ambiental, alm de
fundaes e institutos de pesquisa acadmica e cientfica,
como a FIOCRUZ - Fundao Oswaldo Cruz - e o Instituto
Vital Brazil.
A sade pblica no perodo militar
Antes da instituio do Sistema nico de Sade (SUS), a
atuao do Ministrio da Sade se resumia s atividades de
promoo de sade e preveno de doenas, (como, por
exemplo, a vacinao), realizadas em carter universal, e
assistncia mdico-hospitalar para poucas doenas; servia
Legislao do SUS
aos indigentes, ou seja, a quem no tinha acesso ao
Resoluo CFP N 010/05 - O Cdigo de tica Profissional do
atendimento pelo Instituto Nacional de Assistncia Mdica da
Psiclogo - Em vigor desde o dia 27 de agosto de 2005.
Previdncia Social - INAMPS.
Resoluo CFP N. 007/2003 Manual de Elaborao de Do-
cumentos Decorrentes de Avaliaes Psicolgicas O INAMPS, por sua vez, era uma autarquia federal
Resoluo CFP N 010/2010 - Institui a regulamentao da vinculada ao Ministrio da Previdncia e Assistncia Social
Escuta Psicolgica de Crianas e Adolescentes envolvidos (hoje Ministrio da Previdncia Social), e foi criado pelo
em situao de violncia, na Rede de Proteo. regime militar em 1974 pelo desmembramento do Instituto
Resoluo CFP N 008/2010 - Dispe sobre a atuao do Nacional de Previdncia Social (INPS), que hoje o Instituto
psiclogo como perito e assistente tcnico no Poder Judici- Nacional de Seguridade Social (INSS). O Instituto tinha a
rio. finalidade de prestar atendimento mdico aos que contribuam
BRASIL, LEI N 12.594, DE 18 DE JANEIRO DE 2012. (Sis- com a previdncia social, ou seja, aos empregados de
tema Nacional de Atendimento Socioeducativo - SINASE) carteira assinada.
LEI N 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990.Dispe sobre o Analisando o perodo, Felipe Asensi expe que
Estatuto da Criana e do Adolescente e d outras providn- a utilizao dos servios de sade se encontrou vinculada
cias. situao empregatcia, ocasionando a excluso de uma
A constituio do objeto libidinal patologia das relaes obje- parcela relevante da populao desempregada, seja por defi-
tais. cincias fsicas, seja por insuficincias na educao ou,
Preveno e efeitos da privao materna. mesmo, por inacessibilidade estrutural ao mercado de traba-
O papel do pai. lho formal.
As inter-relaes familiares: casamento, conflito conjugal, Felipe Asensi
separao, guarda dos filhos.
O INAMPS dispunha de estabelecimentos prprios, ou
A criana e a separao dos pais.
seja, de hospitais pblicos, mas a maior parte do atendimento
A criana e o adolescente vitimizados.
era realizado pela iniciativa privada; os convnios
Natureza e origens da tendncia anti-social.
estabeleciam a remunerao pelo governo por quantidade de
Os direitos fundamentais da criana e do adolescente.
procedimentos realizados. J os que no tinham a carteira
As medidas especficas de proteo criana e ao adoles-
assinada utilizavam, sobretudo, as Santas Casas, instituies
cente.
filantrpico-religiosas que amparavam cidados necessitados
Noes de Direito da Famlia.
e carentes.
A colocao em famlia substituta - Guarda, Tutela, Adoo.
Adolescncia, Drogadio e Famlia. A crise do INAMPS na dcada de 1980
A apurao de ato infracional atribudo ao adolescente. A crise do petrleo que abateu a economia brasileira na
As medidas scio-educativas. segunda metade da dcada de 1970 e no incio da dcada de
O trabalho do psiclogo e as atribuies da equipe interprofis- 1980 trouxe tambm prejuzos financeiros - e polticos - para
sional na Vara da Infncia e da Juventude, nas Varas da o INAMPS. Da abertura democrtica Nova Repblica, o
Famlia e das Sucesses e nas Varas Especiais da Infncia e dficit previdencirio aumentava ano aps ano. A doutrina
da Juventude. especializada ousa em qualificar o perodo 1980-1983 no
Psicodiagnstico - tcnicas utilizadas. mbito das polticas sociais como a "crise da previdncia
A entrevista psicolgica. social". A conjuntura da turbulncia fiscal do Estado e,
Relatrios e laudos periciais psicolgicos. sobretudo, da previdncia social passou a colaborar com as
tica profissional. teses e propostas de desinchao da mquina pblica e,
consequentemente, da reduo da funo do Estado como
garantidor de polticas sociais. O INAMPS estava includo
SISTEMA NICO DE SADE nessa perspectiva.
Origem: Wikipdia, a enciclopdia livre. Nesse sentido, revela Waldir Pires, Ministro da
Previdncia Social no governo Sarney (1985-1990):
O Sistema nico de Sade (SUS) a denominao do
sistema pblico de sade brasileiro, considerado um dos A Previdncia Social em 1985 era apontada como falida.
maiores sistemas pblicos de sade do mundo, segundo Diziam, at, os cticos, os inadvertidos, ou os que se movem
informaes do Conselho Nacional de Sade. Foi institudo por interesses pessoais e subalternos, que era invivel. Uma
pela Constituio Federal de 1988, em seu artigo 196, como conspirao difursa, por alguns no confessada, mas insisten-
forma de efetivar o mandamento constitucional do direito te, anunciava seu fim, indispensvel, como responsabilidade
do Estado, para salv-lo e para preservar-lhe o Tesouro P-
X - coordenar a rede estadual de laboratrios de sade Art. 19-B. institudo um Subsistema de Ateno
pblica e hemocentros, e gerir as unidades que permaneam Sade Indgena, componente do Sistema nico de Sade
em sua organizao administrativa; SUS, criado e definido por esta Lei, e pela Lei no 8.142, de 28
de dezembro de 1990, com o qual funcionar em perfeita
XI - estabelecer normas, em carter suplementar, para integrao. (Includo pela Lei n 9.836, de 1999)
o controle e avaliao das aes e servios de sade;
Art. 19-C. Caber Unio, com seus recursos prprios,
XII - formular normas e estabelecer padres, em car- financiar o Subsistema de Ateno Sade Indgena.
ter suplementar, de procedimentos de controle de qualidade (Includo pela Lei n 9.836, de 1999)
para produtos e substncias de consumo humano;
Art. 19-D. O SUS promover a articulao do Subsis-
XIII - colaborar com a Unio na execuo da vigilncia tema institudo por esta Lei com os rgos responsveis pela
sanitria de portos, aeroportos e fronteiras; Poltica Indgena do Pas. (Includo pela Lei n 9.836, de
XIV - o acompanhamento, a avaliao e divulgao dos 1999)
indicadores de morbidade e mortalidade no mbito da unida- Art. 19-E. Os Estados, Municpios, outras instituies
de federada. governamentais e no-governamentais podero atuar com-
Art. 18. direo municipal do Sistema de Sade plementarmente no custeio e execuo das aes. (Inclu-
(SUS) compete: do pela Lei n 9.836, de 1999)
I - planejar, organizar, controlar e avaliar as aes e os Art. 19-F. Dever-se- obrigatoriamente levar em consi-
servios de sade e gerir e executar os servios pblicos de derao a realidade local e as especificidades da cultura dos
sade; povos indgenas e o modelo a ser adotado para a ateno
sade indgena, que se deve pautar por uma abordagem
II - participar do planejamento, programao e organi- diferenciada e global, contemplando os aspectos de assistn-
zao da rede regionalizada e hierarquizada do Sistema ni- cia sade, saneamento bsico, nutrio, habitao, meio
co de Sade (SUS), em articulao com sua direo estadual;
Gonzlez-Rey (2001) faz uma crtica ao que denomina re- Aps esse perodo, os psiclogos clnicos comearam a
ferencial hermtico da clnica, que parte de princpios funda- colaborar com os psiquiatras nos exames psicolgicos legais e
dores nicos e universais (p. 194). concebe a clnica como em sistemas de justia juvenil (Jesus, 2001). Com o advento
um dilogo no qual os conhecimentos marcam as formas de da Psicanlise, a abordagem frente doena mental passou a
participao do terapeuta (p. 195), o que, para ele, cria um valorizar o sujeito de forma mais compreensiva e com um
paradoxo, porque, para o exerccio teraputico, ele precisa enfoque dinmico. Como consequncia, o psicodiagnstico
afastar-se desse referencial para poder visualizar o sujeito ganhou fora, deixando de lado um enfoque eminentemente
singular. O referido autor afirma que o papel do psiclogo, mdico para incluir aspectos psicolgicos (Cunha, 1993). Os
nesse dilogo, que uma via de mo dupla, compreender pacientes passaram a ser classificados em duas grandes ca-
que o sujeito gera novos sentidos e espaos de subjetivao, tegorias: de maior ou de menor severidade, ficando o psicodi-
e isso pode implicar a integrao de diversos protagonistas ou agnstico a servio do ltimo grupo, inicialmente. Desta forma,
o deslocamento do psiclogo nesses espaos, familiares ou os pacientes menos severos eram encaminhados aos psiclo-
institucionais. gos, para que esses profissionais buscassem uma compreen-
so mais descritiva de sua personalidade. Os pacientes de
Bock (2003) apresenta, na obra por ela organizada, uma maior severidade, com possibilidade de internao, eram en-
viso atualmente enfatizada em relao atuao do psiclo- caminhados aos psiquiatras (Rovinski, 1998). Balu (1984)
go nas polticas sociais. Trata-se da concepo do compro- demonstrou, a partir de estudos comparativos e representati-
misso social, definida pelo papel de construir teorias e prticas vos, que os diagnsticos de Psicologia Forense podiam ser
na direo da transformao social, do compromisso com (o melhores que os dos psiquiatras (Souza, 1998).
que autoconceituam como) as camadas populares e com uma
psicologia dialtica que olha e atua, a partir do contexto, na De acordo com Brito (2005), os psicodiagnsticos eram vis-
participao poltica, nos espaos de confronto em defesa dos tos como instrumentos que forneciam dados matematicamente
direitos dos cidados. comprovveis para a orientao dos operadores do Direito.
Consideraes Finais
Este artigo buscou apontar o histrico da Psicologia Jurdi-
ca, algumas questes referentes formao acadmica nessa
rea e os principais campos de atuao. Diante do exposto,
possvel concluir que esse ramo da Psicologia muito recente,
especialmente na rea cientfica. As referncias utilizadas para
construir esse material reforam a dificuldade de encontrar
textos relacionados ao assunto, especialmente artigos cientfi-
cos. As deficincias na formao decorrem, em parte, do rpi-
do desenvolvimento das relaes entre Psicologia e Direito e o
despreparo para lidar com os avanos e as novas reas de
atuao que surgem a cada dia. Uma vocao, de William-Adolphe Bouguereau.
Ao analisar os campos de atuao do psiclogo jurdico, Uma criana um ser humano no incio de seu
percebe-se um predomnio da atuao desses profissionais desenvolvimento. So chamadas recm-nascidas do
enquanto avaliadores. A elaborao de psicodiagnsticos, nascimento at um ms de idade; beb, entre o segundo e o
presente desde o surgimento da Psicologia Jurdica, permane- dcimo-oitavo ms, e criana quando tm entre dezoito
ce como um forte campo de exerccio profissional. Contudo, a meses at doze anos de idade. O ramo da medicina que
demanda por acompanhamentos, orientaes familiares, parti- cuida do desenvolvimento fsico e das doenas e/ou traumas
cipaes em polticas de cidadania, combate violncia, parti- fsicos nas crianas a pediatria. Os aspectos psicolgicos
cipao em audincias, entre outros, tem crescido enorme- do desenvolvimento da personalidade, com presena ou no
mente. Esse fato amplia a insero do psiclogo no mbito de transtornos do comportamento, de transtornos emocionais,
jurdico, ao mesmo tempo em que exige uma constante atuali- e/ou presena de neurose infantil - includos toda ordem de
zao dos profissionais envolvidos na rea. O psiclogo no carncias, negligncias, violncias e abusos, que no os
pode deixar de realizar psicodiagnsticos, mbito de sua prti- deixa "funcionar" saudavelmente, com a alegria e interesses
ca privativa. Entretanto, deve estar disposto a enfrentar as que lhes so natural - recebem a ateno da Psicologia
novas possibilidades de trabalho que vm surgindo, ampliando Clnica Infantil (Psiclogos), atravs da Psicoterapia Ldica.
seus horizontes para novos desafios que se apresentam. Os aspectos cognitivos (intelectual e social) realizada pela
Pedagogia (Professores), nas formalidades da vida escolar,
desde a pr-escola, aos cinco anos de idade, ou at antes,
Destaca-se ainda a necessidade de ampliar o espao para aos 3 anos de idade.
discusso acerca da Psicologia Jurdica no ambiente acadmi-
A infncia o perodo que vai desde o nascimento at
co, mediante a criao de disciplinas e promoo de encontros
aproximadamente o dcimo-segundo ano de vida de uma
nos quais se busque suprir a carncia existente nos currculos
pessoa. um perodo de grande desenvolvimento fsico,
dos cursos de Psicologia. Ademais, preciso ampliar a rea
marcado pelo gradual crescimento da altura e do peso da
de pesquisa, de forma a produzir obras cientficas que con-
criana - especialmente nos primeiros trs anos de vida e
templem os diferentes campos em que a Psicologia Jurdica
durante a puberdade. Mais do que isto, um perodo onde o
tem passado a atuar e contribuir. A partir do momento em que
ser humano desenvolve-se psicologicamente, envolvendo
as pesquisas realizadas comprovem a importncia do trabalho
graduais mudanas no comportamento da pessoa e na
do psiclogo junto s instituies judicirias, a insero e valo-
aquisio das bases de sua personalidade.
A partir dos 10 anos de idade, crianas passam a dar mais Dois meninos e uma menina socializando-se por meio da
importncia a um grupo de amigos que possuem gostos brincadeira com bolinhas de gude.
semelhantes. Crianas do sexo feminino so chamadas de meninas, e
Faixa etria que vai desde o dcimo ano de vida poca crianas do sexo masculinos so chamados de meninos. Uma
de intensas mudanas fsicas e psicolgicas: a chamada pequena percentagem dos humanos so hermafroditas -
pr-adolescncia. Nesse perodo da vida as crianas passam embora o hermafroditismo seja apenas uma distino
a ter mais responsabilidades (deveres), ao mesmo tempo em biolgica, e no necessariamente social ou psicolgica. Fora
que passam a querer e exigir mais respeito de outras pessoas as diferenas existentes no sistema reprodutor, meninos e
- particularmente dos adultos. A criana nesta faixa etria meninas no diferem muito fisicamente entre si at o incio da
passa a compreender mais a sociedade, ordens sociais e puberdade, com crianas de ambos os sexos, com a mesma
grupos, o que torna esta faixa etria uma rea instvel de idade, possuindo aproximadamente a mesma altura e o
desenvolvimento psicolgico. mesmo peso.
A participao num grupo de amigos que possuem gostos As crianas de ambos os sexos crescem em altura por
em comum passa a ser de maior importncia para a criana, igual at os nove - onze anos anos de idade, quando o incio
onde o modelo dado pelos amigos comea a obscurecer o da puberdade nas meninas faz com que elas se tornem, na
modelo dado pelos pais. Comeam as preocupaes como a mdia, mais altas do que os meninos, at os doze anos de
expectativa de ser aceito por um grupo, ou certas diferenas idade, quando a puberdade tem incio nos meninos, com a
em relao a outras crianas da mesma faixa etria se altura e o peso mdio dos meninos superando os das
agravam aqui, e so um aspecto de maior importncia na meninas. Uma criana de nove anos possui em mdia entre
adolescncia. Muitas vezes, pr-adolescentes sentem-se 130 a 140 centmetros de altura, nos Estados Unidos. Quanto
rejeitados pela sociedade, podendo desencadear problemas massa corporal, o peso mdio dos meninos entre 25 a 37
psicolgicos tais como depresso ou anorexia. quilogramas, enquanto o peso mdio das meninas
geralmente um pouco menor - possivelmente por causa de
A pr-adolescncia marcada pelo incio das intensas esteretipos impostos pela sociedade, embora alguns
transformaes fsicas que transformam a criana em um especialistas creem que diferenas genticas estejam por trs
adulto; o incio da puberdade, marcada principalmente pelo desta diferena. Uma criana no necessariamente anormal
aumento do ritmo de crescimento corporal e pelo se seu peso e/ou altura so maiores ou menores do que a
amadurecimento dos rgos sexuais. mdia.
A puberdade para as meninas chega entre o 10 e o 12 Um assunto muito discutido so as diferenas psicolgicas
ano de vida, onde os primeiros pelos pubianos e nas axilas entre meninos e meninas no que se refere identidade sexual
aparecem, vem a primeira (os quadris comeam a se formar e das crianas. Enquanto a maioria dos psiclogos acreditam
depois vem os seios e depois o ciclo da menstruao). Neste que as diferenas psicolgicas entre ambos os sexos seja
perodo, as meninas passam, em mdia, a ser mais altas e determinada primariamente pelo ambiente onde a criana vive
mais pesadas que os meninos, onde a puberdade ainda no e pelos esteretipos impostos criana pela sociedade,
comeou. O amadurecimento dos rgos sexuais inicia-se alguns especialistas, primariamente geneticistas, consideram
geralmente depois, no 11 ao 14 ano de vida. Somente mais que a gentica possui maior peso nestas diferenas.
tarde, no 11 ao 14 anos de vida, a puberdade comea para
os meninos, comeo de um alto crescimento fsico (em altura, Diferenas de inteligncia
peso e fora muscular), crescimento de pelos pubianos e nas
axilas e engrossamento do timbre de voz. Com o pico do
crescimento fsico da maioria das meninas j havendo
terminado, os meninos passam frente das meninas,
definitivamente, em peso, altura e fora muscular. O
amadurecimento dos rgos sexuais d-se geralmente
depois, no 14 ao 15 ano de vida.
Alguns grupos de pessoas no aceitam essa classificao,
colocando os pr-adolescentes j como adolescentes.
Gnero
Se, do ponto de vista da psicologia do desenvolvimento, o Relativizao do pensamento - o indivduo se torna cada
incio da adolescncia claramente marcado pelo incio do vez mais capaz de compreender outros pontos de vista e
amadurecimento sexual (puberdade), o seu fim no se define sistemas de valores.
apenas pelo desenvolvimento corporal, mas sobretudo pela Desenvolvimento corporal e psicossexual
maturidade social - que inclui, entre outras coisas, a entrada
no mercado de trabalho e o assumir do papel social de Crescimento fsico
adulto.[1]
Apesar das muitas diferenas individuais no crescimento e Em uma pesquisa realizada na Alemanha[13] Schmid-
no desenvolvimento sexual, o processo de amadurecimento Tannwald e Kluge registraram uma tendncia entre as
sexual apresenta uma certa sequncia, comum tanto aos meninas de terem a menarca aproximadamente 13 anos mais
rapazes como s moas. Para as moas, no entanto, esse cedo do que em uma pesquisa anterior de 1981. As meninas
processo tem incio, em mdia, dois anos mais cedo do que que foram preparadas pelos pais para esse fenmeno
nos rapazes.[1] corporal relataram terem-no visto como natural, enquanto as
moas que no haviam sido preparadas relataram terem tido
Desenvolvimento dos caracteres sexuais primrios e um sentimento desagradvel. Tambm entre os meninos o
secundrios nas mulheres mesmo estudo registrou uma tendncia de uma primeira
10-11 anos: Incio da formao dos quadris com a ejaculao aproximadamente 1,7 anos mais cedo do que dez
acumulao de gordura, primeiro crescimento dos seios e dos anos antes. Dos adolescentes entrevistados apenas 43%
mamilos; tiveram uma primeira ejaculao espontnea; 31% a tiveram
atravs de masturbao e 5% atravs do ato sexual.
11-14 anos:
Mudanas hormonais
Surgem os pelos pubianos (lisos), a voz torna-se mais
grave, rpido crescimento dos ovrios, da vagina, do tero e A ao dos hormnios, muito importantes na regulao do
dos lbios da genitlia; metabolismo, muito complexa e ainda no completamente
compreendida. Com relao ao crescimento corporal dois
Os pelos pubianos tornam-se crespos hormnios desempenham um papel preponderante: a
somatotrofina, hormnio do crescimento produzido pela
Idade do "salto de crescimento" (ver acima), os seios hipfise, e a tiroxina, produzida pela tiride. A somatotrofina
comeam a tomar forma (estgio primrio), amadurecimento regula o crescimento do corpo como um todo; j a tiroxina,
dos vulos: menarca (primeira menstruao): que s produzida "sob instruo" da hipfise atravs da
14-16 anos: Crescimento dos pelos axilares, os seios tirotrofina, regula principalmente o crescimento do crebro,
adquirem a forma adulta (estgio secundrio)[12] dos dentes e dos ossos.[1]
Desenvolvimento dos caracteres sexuais primrios e A puberdade traz consigo uma mudana na ao dos
secundrios nos homens hormnios. Ativada pelo hipotlamo a hipfise comea a
secretar novos hormnios que agem sobre os rgos sexuais
12-13 anos: Surgem os pelos pubianos (lisos); incio do (gonadotrofinas: hormnio folculo-estimulante e hormnio
crescimento dos testculos, do escroto e do pnis, mudanas luteinizante) e sobre as glndulas supra-renais (hormnio
temporrias no peito; formao de esperma adrenocorticotrfico). Nos meninos, aproximadamente aos 11
13-16 anos: anos, o hormnio folculo-estimulante provoca o
desenvolvimento das clulas que produzem os
Incio da mudana de voz, crescimento acelerado do espermatozides e o hormnio luteinizante leva produo
pnis, dos testculos, do escroto, da prstata e da vescula do hormnio masculino, a testosterona. Esta, por sua vez,
seminal, primeira ejaculao conduz aos desenvolvimento das caractersticas tpicas
masculinas. J nas meninas, aproximadamente aos 9 anos, o
Os pelos pubianos tornam-se crespos
hormnio folculo-estimulante leva ao amadurecimento dos
Grande "salto de crescimento" folculos de Graaf no ovrio, que produzem os vulos, e o
hormnio luteinizante menstruao. Os ovrios produzem,
Crescimento dos pelos axilares por sua vez, dois hormnios: o estrognio, que regula o
crescimento dos seios, dos pelos pubianos e a acumulao
Conhecimentos Especficos 82 A Opo Certa Para a Sua Realizao
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de gordura, e a progesterona, que regula o ciclo menstrual e a atingem, assim, a maturidade corporal cada vez mais cedo.
gravidez.[1] Por outro lado o incio da idade adulta - entrada no mercado
de trabalho e formao de uma famlia - tende a ocorrer cada
Acelerao e retardo no desenvolvimento vez mais tarde devido longa formao necessria (escola,
Como se viu, as mudanas tpicas da adolescncia universidade). Essas duas tendncias contrrias geram novas
iniciam, em mdia, em uma idade especfica. No entanto oportunidades mas tambm novos desafios - e estresse -
alguns adolescentes iniciam o seu amadurecimento mais para os adolescentes.[1]
cedo do que a mdia enquanto outros o fazem mais tarde. A sexualidade do adolescente
Dos primeiros se diz que seu amadurecimento acelerado,
enquanto o dos segundo retardado. Importante notar que Paralelamente ao incio da maturidade sexual tambm o
tal comparao s pode ser feita em algumas situaes, pois comportamento sexual comea a se desenvolver. Esse
tais diferenas existem entre pessoas de diferentes raas e desenvolvimento um processo muito complexo e fruto da
de diferentes geraes. interao de vrios fatores - desenvolvimento fsico (ver
acima), psicosocial, a exposio a estmulos sexuais (que
Em nenhuma outra fase da vida h uma variao to definida pela cultura), os grupos de contatos sociais (amigos,
grande entre pessoas da mesma idade como na grupos de esporte, etc.), e as situaes especficas que
adolescncia. Essa situao ainda mais confusa porque o permitem o acesso experincia ertica.
desenvolvimento fsico, o social e o cognitivo (ver abaixo) no
andam necessariamente juntos. O meio-ambiente, no entanto, O incio do desenvolvimento sexual se encontra j na
reage de forma diferente, de acordo com o desenvolvimento infncia. No apenas os casos de abuso sexual, mas tambm
visvel da pessoa - meninos que parecem mais velhos tendem as experincias quotidianas de troca de carinho e afeto, de
a ser tratados como mais velhos e vice-versa. Essa reao do relacionamentos interpessoais e de comunicao sobre a
meio ambiente influencia o desenvolvimento social e sexualidade desempenham um papel importantssimo para o
psicolgico dos adolescentes de maneira marcante. desenvolvimento do comportamento sexual e afetivo do
Adolescentes com desenvolvimento retardado tendem a ser adolescente e, posteriormente, do adulto. Importantes aqui
emocionalmente menos estveis e menos satisfeitos; tendem so sobretudo processos de aprendizado atravs do modelo
a ter uma autoimagem mais negativa, a ser menos dos pais: em famlias em que carinho e afeto so trocados
responsveis e mais inseguros. J os adolescentes com abertamente e em que a sexualidade no um tabu os
desenvolvimento acelerado tm um maior risco de terem adolescentes desenvolvem outras formas de comportamento
problemas com drogas e com o comportamento social, do que em famlias em que esses temas so evitados e
provavelmente por terem acesso mais cedo a grupos mais considerados inconvenientes.[1]
velhos.[14][15][16] Outros estudos registraram que rapazes
com desenvolvimento acelerado apresentam algumas Comportamento sexual
vantagens com relao a seus coetneos: mesmo na idade Baseados em seus estudos com adolescentes alemes
de 38 anos eles se mostraram mais responsveis, Schmid-Tannwald e Kluge (1998) defendem trs teses que
cooperativos, seguros, controlados e mais adaptados resumem o resultado desse trabalho:[13]
socialmente; ao mesmo tempo se mostraram mais
convencionais, conformistas e com menos senso de humor; j O desenvolvimento do comportamento social est cada
os rapazes com desenvolvimento retardado mostraram-se, vez mais acelerado, acompanhando a acelerao secular da
mesmo com 38 anos, mais impulsivos, instveis maturidade sexual (ver acima "acelerao e retardo no
emocionalmente, mas em compensao mais capazes de desenvolvimento"). O incio da vida sexual est ligado ao
reconhecer seus erros, mais inovativos e divertidos.[17] incio da maturidade sexual (menarca nas moas e primeira
Tambm com relao ao desenvolvimento da identidade h ejaculao nos rapazes) mais do que a qualquer outro fator: a
diferenas entre rapazes com desenvolvimento acelerado e maior parte dos adolescentes tendem a ter sua primeira
retardado. Como tm mais tempo para desenvolver seu relao sexual nos primeiros anos aps atingirem a
conhecimento e suas estratgias de coping os rapazes com maturidade sexual. Dessa forma, em um estudo de 1983[20]
desenvolvimento retardado tendem a ter melhores 44% das moas e 33% dos rapazes com 17 anos afirmavam
possibilidades no desenvolvimento da prpria identidade, j ter tido uma relao sexual, enquanto em 1994[13] 92%
enquanto os rapazes com desenvolvimento acelerado das moas e 79% dos rapazes com 17 anos diziam j ter tido
acabam sendo introduzidos mais cedo no muno adulto e uma experincia sexual. Apesar da pouca idade, a maioria
acabam assumindo uma identidade mais prxima aos dos adolescentes tende a trocar carcias e a fazer
padres socialmente estabelecidos.[1][11] J no caso das experincias de toques ntimos sem penetrao ("petting")
moas a situao um pouco distinta. Moas com como preparao para o ato sexual. J nos primeiros anos de
desenvolvimento acelerado tendem a ter uma autoestima atividade sexual ambos os sexos tendem a ver o sexo como
mais baixa por crescerem mais rapidamente e assim no algo belo, se bem que essa tendncia seja maior entre os
corresponderem ao ideal de beleza culturalmente rapazes.[1]
estabelecido. Por outro lado moas com uma menarca muito O comportamento sexual de ambos os sexos est se
tardia parecem tambm mostrarem uma tendncia a terem aproximando cada vez mais: em 1983[20] a diferena entre a
uma autoestima mais baixa.[18] Resumindo: acelerao e idade mdia da menarca e da primeira ejaculao era de 0,7
retardo no desenvolvimento so dois fenmenos que podem anos (ou seja, em mdia as moas tinham a primeira
trazer consigo certos riscos para o desenvolvimento da menstruao 9 meses antes dos rapazes); j em 1994[13] a
pessoa. No entanto um trabalho de esclarecimento dos pais e diferena era de apenas 0,3 anos (3-4 meses). Em 1983 as
dos adolescentes pode reduzir esses risco de maneira moas tendiam a ter a primeira relao sexual 0,7 anos mais
drstica, oferecendo aos adolescentes melhores condies de cedo do que os rapazes,[20] j em 1994 a idade era a
desenvolvimento.[1] mesma: 14,9 anos.[13]
Outro fenmeno muito discutido o da chamada O comportamento sexual influenciado pela cultura
acelerao secular, ou seja, a tendncia, nos pases familiar. Mas mesmo em famlias que tendem a conversar
ocidentais, de a puberdade iniciar cada vez mais cedo. Em menos abertamente sobre sexualidade e relacionamentos e a
um estudo comparativo, Tanner mostra como desde 1840 a no preparar os adolescentes para a menarca e a maturidade
idade mdia da menarca caiu de 17 anos para 13,5 anos na sexual os adolescentes tm uma vida sexual ativa - mesmo a
Noruega, fenmeno observvel tambm em outros pases revelia dos pais.[1]
europeus e nos Estados Unidos.[19] Os adolescentes
Erikson - Iniciativa versus Culpa Esta uma fase de teste do processo de desenvolvimento
anterior e nesse sentido:
A criana neste estgio est envolvida em entender, pla-
nejar e realizar tarefas. preciso que a afeio tenha gerado segurana pa-
Um senso de moralidade primitivo manifestado com a sen- ra que ela se sinta tranquila para conviver com outros adultos
sao de culpa (superego) frente os atos impulsivos. Este o e ambientes.
tempo das rivalidades com os irmos e o complexo de castra-
preciso que os limites impostos ao seu comporta-
o.
mento tenham levado a uma capacidade grande de se adap-
Uma disciplina por demais restrita e a consequente internali-
tar e seguir normas (as da escola so muitas) preciso que a
zao de normas muito rgidas podem interferir na esponta-
liberdade tenha permitido a iniciativa e a expectativa de que
neidade da criana, com o teste da realidade e levar culpa
testar e enfrentar novas situaes muito bom- preciso
excessiva.
acima de tudo que a criana tenha desenvolvido e adquirido
Freud - Fase flica uma auto-imagem positiva.
Os genitais so o foco de interesse, estimulao e excita- crescimento das relaes com os colegas do mesmo
o. sexo e do oposto.
O pnis o rgo de interesse para ambos os sexos e a
criana mostra-se incrivelmente interessada nas diferenas O brincar
sexuais. As crianas nessa fase participam de jogos em equipe na
Complexo de dipo: a criana deseja o pai do sexo oposto e, escola e em casa, com regulamentos. A competio nos jo-
simultaneamente livrar-se do pai do mesmo sexo. Esse apego gos pode ter resultados associados auto-estima.
ao sexo oposto vivenciado com intensa preocupao (ansi-
edade de castrao nos meninos e inveja do pnis nas meni- Quais as tarefas do ambiente?
nas). As tarefas do ambiente nesse perodo so:
De 5 a 12 anos
em relao famlia: continua a ser o primeiro socia-
Desenvolvimento fsico lizador, dela depende a escolha da escola. Cabe a famlia
apoiar a criana, valorizar o seu trabalho na escola, o seu
Ocorre a erupo dos dentes permanentes. Tambm se ganho de competncias e habilidades. Tem que enfrentar
tem a elaborao da coordenao motora fina. tambm o incio do afastamento da criana da dominncia
As crianas tm maior conscincia das mos como instru- familiar, a cada instante o filho traz um "pode?" novo e dife-
mentos de trabalho. rente, cabendo aos pais discutir, rever, ceder ou impor nor-
Comeam a identificar-se com o pai do mesmo sexo (5 anos). mas.
H um incremento das proezas atlticas.
Ocorre o incio da puberdade ao final do perodo (para as em relao escola: responder s necessidades da
meninas). criana de se sentir capaz, empreendedora, competente;
informar e formar, assumir o desenvolvimento da criana
Desenvolvimento da linguagem
como um todo, no ser apenas um mero transmissor e cobra-
Nesta fase tem-se um vocabulrio enriquecido e sofistica- dor de informaes ou, pior ainda, um lugar onde a criana
do gramaticalmente. gasta parte do seu tempo, aliviando as responsabilidades da
Ocorre o incio da leitura (5 anos) e a criana tem muito pra- famlia. Cabe escola o manter ou transformar a viso que a
zer em jogos de palavras e habilidades verbais. criana tem de si mesma, de suas capacidades, de seu valor:
Fala to bem quanto escreve (12 anos). os professores so adultos significantes e modelos a serem
imitados, bem como os companheiros sero os transmissores
Desenvolvimento cognitivo de novos padres de comportamento e atitudes.
Piaget - Perodo operacional concreto Raio de relaes significantes: a vizinhana e a escola.
Este um estgio caracterizado pela aquisio de lgica Modelos tericos de desenvolvimento
elementar (relaes de causa-efeito) sobre eventos concre-
tos, presentes e experenciados. Erikson - Indstria versus Inferioridade
Os princpios de reversibilidade e conservao de volume,
O domnio das tarefas escolares e a conteno dos impul-
peso, nmero e extenso so adquiridos.
sos do perodo anterior para adaptar-se s leis do ambiente
H compreenso sobre a relao entre a parte e o todo, ca-
so os objetivos desse perodo.
pacidade de seriao e classificao (por exemplo: frente
Sem alteraes frente ao perodo anterior. Ocorre a diminuio na capacidade funcional dos sistemas
orgnicos: taxa de metabolismo basal, ndice cardaco, capa-
Desenvolvimento cognitivo cidade respiratria, taxa de filtrao renal.
Menor reserva de energia, diminuio da atividade, declnio
Tambm outro aspecto positivo: o auge da habilidade in-
na capacidade para trabalho fsico.
telectual.
prover um nvel de cuidados que no exceda a ne- Libido significa, em psicanlse, no primeiro exemplo, a
cessidade. fora (considerada como varivel e mensurvel quantitativa-
mente) dos instintos sexuais dirigidos para um objeto sexu-
explorar alternativas de cuidado em casa ou outras al no sentido amplo exigido pela teoria analtica. (Sptiz,
opes. 2004, pg. 09).
encorajar o idoso a manter uma agenda sistemtica
de uso regular de medicao, ida ao dentista e outros cuida- Tambm em Laplance e Pontalis (2004) no verbete Obje-
dos. to do seu Vocabulrio da Psicanlise delimitam a tese princi-
pal e constante de Freud sobre a contingncia do objeto, isto
orientar a procurar grupos de auto-ajuda quando ne- quer dizer que no qualquer objeto que ir satsfazer a pul-
cessrio. so uma vez que ele est marcado pela histria infantil de
cada um. Nesse sentido, o objeto o que h de menos de-
no tratar o idoso como criana ou deficiente mental. terminado constituicionalmente na pulso.
avaliar sempre a compreenso do idoso sobre as Ento temos que relaes objetais so relaes entre um
orientaes recebidas. sujeito e um objeto , assim sendo, para o universo do recm-
planejar a sua rotina diria com ajuda se necessrio nascido ainda no h objetos. Os objetos relacionais desen-
(banho, por ex.). volvem-se progressivamente no decorrer do primeiro ano de
vida, e no seu final, o objeto libidinal ser establecido.
conseguir ajuda para perdas sensoriais (ajuda auditi-
va, culos, livros em cassetes, jornais em letras maiores). Spitz distingue trs estgios no desenvolvimento do obje-
to: 1) estgio pr-objetal ou sem-objeto, 2) estgio precursor
prover orientaes tempo-espao (grandes relgios, do objeto e 3) estgio do prprio objeto.
calendrios, luzes noite).
Para Spitz o primeiro estgio corresponderia ao narcisis-
prover cuidadores consistentes.
mo primrio de Freud, no qual o beb ignora o mundo ao seu
Requer-se do professor que faa uma auto-avaliao e, O que se entende por Privao de Cuidados Maternos.
caso seja descartada a hiptese do problema estar em seu
trabalho, observar mais atenciosamente o aluno problema Uma relao normal entre me e filho aquela onde am-
que pode ser reflexo de algum transtorno emocional, muitas bos encontram prazer e satisfao nas trocas de carinho, de
vezes advindo de relaes extrnsecas estrutura de sua contato fsico, de brincadeiras e de amor.
personalidade.
Podemos ter como exemplo sobre como seria uma rela-
Dentre os exemplos de questes externas personalidade o normal, o conceito deste autor:
da criana, que so capazes de traduzirem em problemas
emocionais, o trabalho enfatiza a privao materna, uma vez ... uma criana um indivduo ativo, de aparncia sadia,
que este assunto acha-se cada vez mais crescente e compro- que d a impresso de ser feliz e d pouca preocupao aos
vado no campo da psicologia e reflete-se no campo da edu- pais. Como bem, dorme bem; seu peso, assim como seu
cao, porem com poucas pesquisas na rea educacional tamanho, aumenta normalmente, e a cada ms torna-se mais
sobre distrbios e problemas de aprendizagem causados pela inteligente e mais ativa e, cada vez mais, um ser humano.
privao. Emocionalmente, ela d satisfao aos pais e parentes e, por
sua vez, recebe deles cada vez mais satisfao. (SPITZ,
A qualidade dos cuidados parentais que uma criana re- 1998, p.205)
cebe nos seus primeiros anos de vida de importncia vital
para o bom desenvolvimento de sua personalidade e para a Uma criana que apresenta estas caractersticas passa
sua sade mental futura. por boas relaes afetivas e emocionais com sua me.
Conhecer um pouco mais sobre o que significa a privao A me a pessoa mais importante nos primeiros anos de
materna e que tipos de complicaes ela traz para dentro do vida da criana.
meio escolar, pode mudar a viso do professor sobre o alu-
no-problema, podendo sensibiliz-lo a mudanas significati- No que os pais no tenham importncia, mas a criana
vas de postura e de trabalho com este aluno. est ligada emocionalmente me desde a gestao, e no
caso das mes substitutas, so sempre elas que esto pre-
Este tema tem grande importncia para a rea educacio- sentes nos momentos de limpar e trocar, alimentar, de fazer
nal, j que no so raros os casos de alunos que no vivem dormir, de amamentar e outros cuidados que um beb e uma
com suas mes naturais ou com a famlia original. criana pequena precisam.
Acredita-se que o essencial sade mental que o beb Enfim, sempre me que a criana recorre em seus
e a criana pequena tenham a vivncia de uma relao calo- momentos de angstia.
rosa, intima e continua com a me (ou me substituta perma-
nente), na qual ambos encontrem satisfao e prazer. A relao sadia entre me e filho e uma relao ntima,
onde a criana recebe o conforto do colo materno,da ama-
nesta relao amorosa entre me e filho nos primeiros mentao, do respeito e carinho sua fragilidade, onde
anos, enriquecida pelas outras relaes com o pai e irmos, aprende a cada dia que tem valor prprio e que especial
que a base para o bom desenvolvimento da personalidade. para sua famlia.
A situao na qual a criana no encontra esse tipo de re- Uma me carinhosa e maternal se alegra com qualquer
lao chama-se privao materna, que abrange um grande atitude de seu beb e divide com ele essa alegria; esta intera-
nmero de situaes diferentes e tem efeitos variados de o de afeto relacionada a atitudes uma das primeiras for-
acordo com o grau da mesma. mas de aprendizagem que influenciar no bom desenvolvi-
mento do beb.
Alm da privao, existem outras formas de separao ou
rejeio, pelas quais a relao me-filho torna-se pouco sau- denominada Privao Materna a situao onde a cri-
dvel. ana no encontra uma relao afetiva estvel e duradoura
com sua me natural ou substituta, e falta de cuidados que
Estudos realizados e comprovados deixam claro que, s a me proporciona nos primeiros anos de vida.
quando uma criana privada dos cuidados maternos, seu
desenvolvimento quase sempre retardado-fsico, intelectual, Uma criana pode ser privada dos cuidados maternos por
social e emocionalmente e que podem aparecer sintomas alguns fatores como:
de doenas fsicas e mentais.
Quando no h um grupo familiar natural estabelecido, ou
Existem trs aspectos que influenciam nos danos que uma seja, ilegitimidade, criana concebida fora do casamento, filho
criana pode sofrer: a idade em que ela perde os cuidados de pai desconhecido, fruto de abuso sexual;
maternos, o tempo em que ela ficou privada destes cuidados,
e o grau em que eles lhe faltaram. Geralmente as crianas ilegtimas so rejeitadas social-
mente e sofrem algum tipo de privao materna por suas
Mas com certeza, todas as crianas com menos de sete mes solteiras encontrarem dificuldades para o sustento de
anos de idade esto sujeitas a este risco, e os efeitos da ambos;
Essas trs categorias que contribuem para que a criana, A privao total traz efeitos mais negativos ao desenvol-
de certa forma, sofra alguma privao de cuidados, so influ- vimento emocional, que j se tornou prejudicado desde as
enciadas principalmente, por fatores scio-econmicos onde primeiras semanas de vida.
os pais nos tm possibilidade de sustento adequado e nem
amparo de polticas pblicas. Reaes em diferentes idades.
importante destacar outras formas de privao de afeto Como j fora mencionado, alguns fatores importantes con-
como a negligncia emocional por parte da me que tambm tribuem para os efeitos prejudiciais da privao: o tempo a
sofreu falta de cuidados e afeto em sua infncia, a crueldade idade em que a criana o em que a criana ficou privada dos
fsica sofrida e a falta de controle dos pais. cuidados e o grau em que eles lhe faltaram.
De qualquer forma, a criana que sofre privao materna Outro fator para tais efeitos a idade em que a criana so-
nos primeiros anos de vida tem comprometimento de sua fre a privao.
sade mental.
Um estudo muito cuidadoso do choro e do balbucio dos
Tipos e graus da privao. bebs mostrou que os que se achavam num orfanato, desde
o nascimento at os seis meses de idade, vocalizavam sem-
Segundo Bowlby (1981), o termo privao da me pode pre menos do que os que viviam com famlias, podendo-se
ser aplicado a vrios grupos de condies diferentes, que notar claramente a diferena j antes dos dois meses de
podem ter consequncias semelhantes. idade. Este atraso na fala especialmente caracterstico da
criana em instituio, em qualquer idade. (BOLWBY, 1981,
Se a criana vive com sua me natural ou uma me subs- p.22-23)
tituta permanente, mas os cuidados que ela recebe e a intera-
o que mantm com ela,so insuficientes, neste caso, a Todas as crianas com menos de sete anos esto sujeitas
privao consiste na insuficincia de interao entre me e ao risco de efeitos prejudiciais da privao, e alguns destes
filho. efeitos podem ser discernveis j nas primeiras semanas de
vida do beb.
Quando ocorre uma separao da criana de sua me,
no implica necessariamente em privao de cuidados ma- Eles afetam o desenvolvimento infantil fsica, intelectual,
ternos e insuficincia de interao, desde que seja proporcio- emocional e socialmente.
nada criana separada outra me permanente.
Um grande nmero de pesquisadores estudou detalhada-
Contudo, uma separao entre me-filho sempre uma mente os efeitos da privao materna em crianas, desde que
experincia perturbadora para a criana, principalmente se eram bebs, principalmente naqueles que viviam em institui-
esta mantinha uma ligao afetiva suficiente e no a encontra es.
da mesma maneira, posteriormente com a substituta ou se
fica sendo cuidada por vrias outras pessoas de tempo em Tais pesquisas chegaram ao consenso de que o desen-
tempo. volvimento de crianas que vivem em instituies est abaixo
da mdia, j nos primeiros meses de vida:
Desta forma, a descontinuidade na relao me-filho, traz
efeitos prejudiciais no desenvolvimento infantil. Entre os sintomas observados, constatou-se que o beb
que sofre de privao pode deixar de sorrir para um rosto
Outro conjunto de condies que emprega o termo priva- humano ou de reagir quando algum brinca com ele ou ape-
o da me refere-se ao tipo de relao entre o par que sar de bem nutrido, pode no engordar, pode dormir mal e
acontece de maneira prejudicial, ou seja, de maneira distorci- no demonstrar iniciativa.
da, como: rejeio, hostilidade, crueldade, falta de afeto, re-
presso e controle excessivo. Os bebs entre seis e doze meses separados de suas
mes, sem receberem uma me substituta adequada, apre-
A insuficincia, a descontinuidade e distoro da relao sentam diversas caractersticas tpicas de um adulto depres-
me e filho, so trs definies utilizadas para ajudar a distin- sivo:
guir e compreender as condies de privao materna que
levam a efeitos prejudiciais variados. A criana se afasta de tudo ao seu redor, no h qualquer
tentativa de contato com um estranho, e nenhuma reao
Tais efeitos prejudiciais no variam quanto natureza, positiva se este estranho a toca. H um atraso nas atividades
mas quanto ao grau em que foram sentidos, incluindo a idade e a criana frequentemente fica sentada ou deitada inerte, em
da criana na poca da privao. profundo estupor. A falta de sono bastante comum e todas
tm falta de apetite. A criana perde peso e apanha infeces
A criana que sofre privao por uma relao insuficiente facilmente. H uma queda acentuada em seu desenvolvimen-
ou que passou pela descontinuidade e j recebe, no momento to geral. (BOWLBY, 1981, p.26)
Sptiz (1998) estudou e detalhou mais especificamente, pa- Em longo prazo, as crianas que sofreram privao total,
tologias do desenvolvimento infantil no primeiro ano de vida, podem desenvolver personalidade delinquente, psicopata e
causado por distrbios da personalidade materna, que se incapaz de afeio (BOWLBY, 1981).
refletem nas perturbaes da criana.
Aos cinco ou seis anos, os danos que a privao causa
Aos dois ou trs anos, as mes substitutas so completa- tornam-se mais leves e diminuem.
mente rejeitadas, o que agrava a recuperao da criana
separada de sua me: Nesta fase, a criana j capaz de entender melhor as si-
tuaes que levaram falta da me.
... ficando a criana inconsolvel por vrios dias, uma
semana ou mesmo mais, sem interrupo. Na maior parte Porm, mais comum nesta idade a ideia de punio, ou
deste tempo, ela fica num estado de desespero agitado, gri- seja, a criana acredita que ficou sem a me como castigo
tando ou gemendo. Recusa tanto o alimento quanto a ajuda. por ter sido m ou que foi separada de sua famlia por sua
Apenas a exausto a leva ao sono. Depois de alguns dias, a culpa.
criana fica mais quieta e pode cair em apatia, da qual vai
emergindo lentamente para comear a se interessar pelo uma interpretao errnea que nem sempre expressa
ambiente estranho. Contudo, durante semanas, ou mesmo pela criana.
meses, ela poder apresentar uma regresso a comporta-
mentos de beb. Poder molhar a cama, masturba-se, parar Por carregar a culpa pela separao de sua me ou fam-
de falar e insistir em ser carregada ao colo, de tal forma que lia, torna-se maior sua lealdade, que esta ligao profunda
uma atendente menos experiente pode julg-lo mentalmente da criana com seus pais, por mais terrveis e maus que te-
deficiente. (BOWLBY,1981, p.270). nham sido.
Crianas de trs, quatro anos separadas e privadas de Mesmo a privao sendo causada pela relao distorcida,
suas mes, tornam-se claramente hostis. ainda assim, a criana fiel aos pais.
A me, por sua ausncia, passa a ser uma pessoa odiada. Inmeros so os estudos de psiquiatras e psicanalistas
que buscam explicar a distrbio mental relacionada a uma
A hostilidade pode ser manifestada de vrias formas: bir- perda, seja esta pelo luto ou pela separao, sentida pelo
ras, violncias, fantasias contra seus pais. adulto, jovem ou criana.
Todo este dio fruto do sentimento de abandono pela O fato que perder uma pessoa amada uma das expe-
me ou ambos os pais, levando a criana a um conflito de rincias mais intensamente dolorosas que o ser humano pode
ambivalncia, de amor e dio. sofrer e, quando pensamos que esta experincia pode tam-
bm atingir uma criana, voltamos nossa ateno a esta fase
Este sentimento conflitante produz angstia e depresso e que significa a base para o bom desenvolvimento do indivi-
provoca um comportamento agressivo e delinquente. duo: a infncia.
Em casos extremos, tambm pode levar ao suicdio como Estudiosos ou no, todas as pessoas se preocupam com
alternativa de assassinato dos pais. os infortnios que uma criana possa passar, principalmente
porque ela um ser humano totalmente, frgil, sensvel e to
O fato de a criana estabelecer relaes e posteriormente cedo j se depara com espinhos da vida.
perde-las, causa o medo de ser ferido de novo, levando-a a
se afastar do contato humano, a se fechar em si mesma e Mas nem sempre os adultos preferem enxergar esse to
evitar maiores frustraes. doloroso sofrimento da perda ou privao, vivenciada pela
criana.
Como consequncia, acaba perdendo a capacidade de
estabelecer relaes afetivas, sem perder o seu desejo de Preferem acreditar que a criana se esquecera da me, ou
amar, que fica reprimido. que no sabe o que est acontecendo, como se ela fosse
uma lousa onde tudo que vivenciou pudesse ser apagado e
A represso deste desejo de amor que leva a compor- escrito uma nova vida.
tamentos como relaes sexuais promscuas, frutos e senti-
mentos de vingana. Embora esta fosse a vontade de muitos, observaes
mostram que o desejo de retorna da me persiste na criana
Crianas que sofreram privao total, no apresentaro as e que esta persistncia vem carregada de uma hostilidade;
mesmas caractersticas, pois j tm o seu desenvolvimento tambm revelam que at as crianas pequenas tem capaci-
emocional prejudicado, ou seja, no formaram vnculos afeti- dade de reter na memria seu modelo de me ausente e se
vos. lembram dela durante a permanncia com pessoas estra-
nhas.
Seus sintomas so considerados mais graves, se relacio-
nam com outras pessoas de forma superficial, no demons-
trando sentimentos verdadeiros, so incapazes de se interes-
Contrariamente, parece negligenciar os nveis do desen- Alm da capacidade de percepo, a criana esta cons-
volvimento que no recebem esta aprovao (FREUD. A. tantemente sendo estimulada a perceber o meio que a cerca.
1971).
Ela sente-se mais atrada pelos estmulos de origem soci-
Isto que dizer que as atividades aclamadas pela me so al, como o rosto humano.
repetidas com mais frequncia, tornando-se libidinizadas e,
por tanto, so estimuladas em sua evoluo. Sem dvida, o estimulo mais relevante para o beb
aquela pessoa que cuida dele: a me.
Tudo isto significa que quando h um desequilbrio em al-
gumas etapas do desenvolvimento infantil como um todo, eles O rosto humano dotado de caractersticas que atraem o
podem ter sido criados por situaes externas; especifica- beb, como o brilho dos olhos, o contraste entre o cabelo e a
mente para este estudo, pela privao afetiva da me. fronte, o contraste entre os olhos e a boca, cor, movimento,
expresses faciais e um outro estimulo sonoro que a criana
As etapas pelas quais passa a criana pequena desde a gosta: a voz humana que sai da boca.
sua completa dependncia corporal e emocional at a sua
autoconfiana e amadurecimento sexual seguem uma linha Tanto sua capacidade de aprendizagem quanto, sua atra-
gradual de desenvolvimento, que vai fornecer a base para o o por estmulos sociais, fazem com que a criana esteja em
que normal ou anormal, em relao ao emocional do indivi- condies ideais para iniciar o processo de assimilao de
duo. valores, normas e formas de agir que seu grupo social ir
transmitir-lhe.
As etapas do desenvolvimento recebem a contribuio do
id e do ego em formao. A transio cultural que envolve regras, valores, costume,
atribuio de papeis, ensino da linguagem, habilidades e
A disposio da criana para enfrentar acontecimentos contedos escolares, realizada atravs de determinados
que geram angustia e ansiedades, como por exemplo, o nas- grupos sociais encarregados de incorporar a criana socie-
cimento de um irmo, hospitalizao, entrada na escola, etc., dade.
vista como resultado direto do progresso em todas as linhas
de seu desenvolvimento.
H uma sociedade estabelecida dentro do par me-filho, As perturbaes que a personalidade e conscincia po-
onde as trocas esto em fluxo contnuo, cada um deles o dem passar geralmente se devem a distrbios sofridos em
complemento do outro, enquanto a me fornece o que o beb etapas importantes do desenvolvimento infantil como: a fase
precisa e o beb por sua vez, fornece o que a me precisa na qual o beb est a caminho de estabelecer uma relao
para sentir-se bem. com uma pessoa que identifica claramente a me, por volta
dos cinco ou seis meses; a fase na qual ele necessita da
A partir do inicio da vida, a me o parceiro do filho que presena constante da me, geralmente at o seu terceiro
serve de mediador a toda percepo, toda ao, todo conhe- aniversrio; a fase na qual a criana comea a relao com a
cimento. me mesmo quando ela est ausente.
Quando os olhos do beb seguem cada movimento da So estes os processos que so prejudicados pela priva-
me, quando ele consegue fixar-se no rosto da me de forma o, impedindo que a personalidade e conscincia se desen-
preferencial s outras coisas externas, devido s trocas afeti- volvam bem.
vas continuas, este rosto materno assumira cada vez mais um
significado maior. Se o comportamento da criana impulsivo e descontro-
lado e ela no capaz de ter objetivos em longo prazo porque
Esta seleo faz parte de um processo de aprendizagem, cede aos prazeres momentneos, se seus desejos so ou
onde so de extrema importncia os sentimentos das mes devem ser todos realizados, se no h um poder de se auto-
em relao ao seu filho. contentar, porque sua personalidade foi incapaz de apren-
der com a experincia, resultado este da falta da me que
A me oferece um clima emocional favorvel e uma varie- deveria agir como uma conscincia da criana pequena.
dade de experincias vitais: o que tona estas experincias to
importantes para a criana o fato de que elas so enriqueci-
das e caracterizadas pelo afeto materno.
Segundo a teoria psicanaltica, a probabilidade de uma A vocalizao do beb, que no inicio servia para descar-
criana permanecer mentalmente saudvel est relacionada regar as tenses, agora passa por modificaes e torna-se
com a capacidade de seu ego para arcar com as ansiedades, um jogo onde a criana repete e imita sons que ela mesma
isto , o ego mediador entre o eu e o meio ambiente, capaz produziu.
de tolerar as frustraes.
A criana percebe sua vocalizao por volta dos trs me-
Este ego s pode se desenvolver de forma saudvel se a ses, repete-os e, mais tarde, utiliza estas experincias ao
criana tem assegurada em sua infncia a permanncia da imitar os sons que ouve de sua me.
pessoa capaz de lhe proporcionar esta experincia: a me ou
a me substituta. Normalmente o meio social oferece um modelo de uso da
linguagem, adaptado aos modos de vida e ao tipo de intera-
Mas por que a criana que sofre privao tem prejudicada es habituais nesse meio social.
a sua capacidade de raciocnio abstrato?
Uma famlia que possui um beb pode, por exemplo, utili-
Ora, a me considerada nos primeiros anos de vida da zar um notvel e comum modelo de fala, onde tende a simpli-
criana, como sua personalidade e conscincia. ficar a fala dirigida criana pequena, adaptando-se capa-
cidade do beb ou, mais exatamente, a uma melhor interpre-
A criana institucionalizada, geralmente, nunca teve esta tao e de consequncia otimizadora da capacidade do beb:
experincia e consequentemente no pde completar a pri- a fala maternal, que dura at por volta dos dois anos.
meira fase do desenvolvimento estabelecendo uma relao
com a figura materna claramente definida. Depois desta idade, a criana consegue regular, com o
adulto, o dilogo sem se acomodar ao interlocutor infantil, e
A sucesso de substitutos ou de outros agentes dispon- vai aproximando sua fala ao padro.
veis para seus cuidados, no lhe deu a continuidade no tem-
po, que faz parte da essncia da personalidade. A fala maternal usa procedimentos que facilitam a com-
preenso: ela simples e repetitiva como, por exemplo, au-au
Como as crianas de instituio nunca foram cuidadas por para referir-se a cachorro, piu-piu para passarinho e mam
uma nica e permanente pessoa, no tiveram oportunidade para mamadeira, alm de ser enftica, com pronunciao
de aprender os processos de abstrao e de organizao do lenta e rtmica, de acentuao e entonao muito marcadas e
comportamento no tempo e no espao. frequentemente acompanhadas de gesticulao vocal.
Ao contrario daquelas que vivem com suas famlias, den- A pronunciao das vogais prolongada, busca a facilita-
tro deste grupo, a criana encorajada a expressar-se tanto o do significado com o apoio dos gestos e refere-se to
socialmente quanto nas brincadeiras; j se tornou um ser com somente ao contexto lingustico acessvel, ou seja, situa-se
caractersticas prprias para sua famlia, sabe das coisas que unicamente no presente.
ela gosta e que no gosta e ela prpria esta aprendendo a
modificar seu ambiente, levando as pessoas a fazer o que ela uma fala carregada de entonao suave e carinhosa.
quer.
A fala da criana de dois ou trs anos compartilha muitas
Estas prticas so importantes para o desenvolvimento da vezes destas caractersticas e somente comea a se asseme-
personalidade e isto no ocorre dentro de uma instituio lhar fala convencional quando os adultos prximos abando-
para crianas abandonadas e longe de suas famlias. nam o estilo maternal e proporcionam outras formas comuni-
cativas usuais.
Se a criana sofre a privao na segunda fase, a qual ela
precisa constantemente da figura da me para sentir-se segu- Portanto, uma das primeiras experincias de aprendiza-
ra, defronta-se com uma situao na qual se sente apavorada gem da aquisio da fala, se d na inter-relao me-filho,
e frente a tarefas que sente como impossveis. que facilita e precede a aquisio da linguagem propriamente
dita.
No entanto, no basta apenas a afetividade, mas a comu- Porm, dando mais nfase nesse processo relacionado
nicao que se estabelece nesta interao. Psicanlise e a importncia da interao que a criana tem
com sua me.
Atravs da comunicao, as interaes podem tornar-se
mais complexas, pois surge no contexto o mundo dos objetos Uma das explicaes encontradas, diz respeito incorpo-
externos aos jogos de me e filho. rao de uma determinada palavra: o no.
Coll (1995), falou da relao entre estes jogos e a aquisi- Spitz (1998) refere-se compreenso que a criana ad-
o da linguagem. quire sobre proibies, como um dos mais importantes requi-
sitos para a comunicao humana.
Este autor emprega o nome de formato para descrever es-
tas interaes triangulares (me-filho-objeto). A partir do momento que a criana aprende a andar e foge
ao controle da me, ocorre uma mudana significativa na
Em suma, distingue: comunicao entre me e filho.
- Formatos de ao conjunta: situaes nas quais o adulto H uma maior predominncia da palavra no, de modo
e a criana agem conjuntamente sobre um objeto, como: que a interveno materna tem que basear cada vez mais em
jogo de dar e tomar, o jogo de tirar e colocar; gestos e palavras.
- Formatos de atenoconjunta: situaes nas quais o Desde que a locomoo adquirida, o cantarolar, os bal-
adulto e a criana observam conjuntamente um objeto, como: bucios de antes e os contatos corporais frequentes, que so
jogos de indicao e jogo de leitura de livros e gravuras, etc.; diminudos, se transformam em ordens, proibies e reprova-
es.
- Formatos mistos tm as caractersticas da ao e aten-
o conjunta, como o jogo do cuco, onde se esconde e faz- O que a me mais fala agora No! No! e dizendo isto
se reaparecer algo. tambm balana a cabea e faz sinal com o dedo indicador,
impedindo a criana de fazer o que estava pretendendo.
Em primeiro lugar, o domnio das habilidades comunicati- No apenas um sinal, mas um signo da atitude da crian-
vas conseguido no contexto das relaes individuais em a, consciente ou inconsciente.
situaes variadas.
Trata-se do primeiro conceito abstrato formado na mente
Em segundo lugar, as tarefas envolvidas precisam ser mo- da criana.
tivantes para a criana.
O meneio negativo de cabea no apenas imitao do
As palavras que a criana incorpora relacionam-se direta- gesto da me.
mente ao contexto que vivencia e so utilizadas neles.
A criana quem escolhe a situao em que vai usar o
As primeiras palavras so empregadas, em primeiro mo- gesto e, depois a palavra.
mento, de forma contextualizada, para posteriormente serem
utilizadas referencialmente em outras situaes, como o Quando a criana recusa algo que a me deseja ou ofere-
caso da criana que aprendeu a palavra acabou e a utiliza ce, como se ela fosse imitar, como se o gesto negativo da
tanto para referir-se a algo que realmente acabou, quanto me tivesse sido registrado na memria da criana.
para alguma ao que queira realizar.
Segundo a teoria da psicanaltica, todo No da me re- Quanto aos problemas emocionais que favorecem as Difi-
presenta uma frustrao emocional para a criana. culdades de Aprendizagem, principal item abordado neste
Artigo, aparecem a Depresso Infantil e do Adolescente, a
H uma carga afetiva de desprazer que acompanha a Ansiedade de Separao na Infncia e a Privao Materna.
frustrao e que provoca um impulso afetivo do id.
Algumas inibies, sintomas e ansiedades surgem quando
Um trao de memria registrado no ego da proibio e uma determinada fase do crescimento impe exigncias ex-
ser investido com esta catexia agressiva. cessivas personalidade da criana, ou seja, quando a crian-
a ainda no est apta ou preparada para passar por deter-
A criana passa a viver no conflito entre a ligao libidinal, minadas situaes; se tais sintomas no forem mal conduzi-
que a atrai para a me, e a agresso provocada pela frustra- dos pelos pais ou professores podem desaparecer logo que a
o que esta mesma me lhe impe. adaptao ao nvel do desenvolvimento tiver sido feita.
Entre o desprazer de se opor me, arriscando-se a per- Geralmente, os sintomas patolgicos no causam o sofri-
der o objeto, a criana recorre a um mecanismo de defesa, a mento da criana, mas sim as aes restritivas dos pais.
identificao com o agressor, conforme foi descrita por Anna
Freud (1971). At a enurese e encoprese (ato de urinar e defecar na
roupa) podem ser ignorados e no vistos como humilhantes
Esta identificao com o agressor ser seguida, por um pela criana aflita, mostrando que elas sofrem menos do que
ataque contra o mundo exterior. os adultos de suas psicopatologias, porm sofrem mais que
eles de outras tenses a que so expostas: as crianas pe-
Na criana de quinze meses, este ataque assume a forma quenas sofrem de todo e qualquer racionamento, demora e
do No primeiro o gesto o depois a palavra que a criana frustraes que imponha s suas necessidades corporais e
obtm do objeto libidinal. derivadas de impulso; sofrem em virtude de separaes de
seus primeiros objetos de amor, seja qual for o motivo que
Devido a numerosas experincias de desprazer, o No eles ocorreram; em virtude de decepes reais ou imaginadas
investido co catexia agressiva. causadas por tais objetos; sofrem de ansiedades causadas
pelo complexo de dipo e complexo de castrao, por culpas,
Isto torna esta palavra apropriada para expressar agres- fantasias, etc.
so, e por isso que o No usado no mecanismo de defe-
sa de identificao com o agressor e voltado contra o objeto At uma criana normal pode sentir-se infeliz por vrios
libidinal. destes motivos, inclusive os fantasiosos, levando-a a reagir
emocionalmente com variados comportamentos.
Uma vez que este passo tenha sido completado, pode
comear a famosa fase de teimosia, com a qual marca o Em contrate, a criana obediente, quieta e resignada
perodo do segundo ano de vida. que deve ser desconfiada pelos adultos de que processos
anormais esto atuando nela.
Outras patologias que prejudicam a aprendizagem.
As crianas tidas como boas e quietinhas, isto , que acei-
muito importante a avaliao global da criana ou do tam sem protestar qualquer condio desfavorvel, pode
adolescente, considerando as diversas possibilidades de estar agindo assim porque sofrem de algum dano no desen-
alteraes que resultam nas Dificuldades de Aprendizagem, volvimento do ego e uma passividade do lado de seus impul-
para que o tratamento seja o mais especifico e objetivo poss- sos (FRUD, A., 1971).
vel.
As crianas que separam com muita facilidade de seus
Algumas Dificuldades de Aprendizagem englobam, princi- pais podem assim proceder porque no formaram relaes
palmente, as chamadas disfunes cerebrais, como Transtor- normais; no sentir aflio e ansiedade quando h ameaa de
no da Leitura, Transtorno da Matemtica e Transtorno da perda de amor no sinal de sade e forca numa criana, ao
Expresso Escrita, bem como os transtornos da linguagem contrario, est longe de ser saudvel, pois no protestar se
falada. aproxima da primeira indicao de renuncia autstita ao mun-
do dos objetos (FREUD, A., 1971, p.109).
Outras Dificuldades de Aprendizagem seriam consequen-
tes a alteraes biolgicas especificas e bem estabelecidas e A depresso infantil como consequncia da privao.
Embora na maioria das crianas, os sintomas de depres- Separar, seja qual for a razo, uma criana pequena de
so sejam atpicos, algumas podem apresentar sintomas sua me, durante o perodo de unidade biolgica entre am-
clssicos como tristeza, ansiedade, expectativa pessimis- bas, representa uma interferncia injustificada com as mais
ta,mudanas no habito alimentar e no sono, ou por outro lado, importantes necessidades que acompanham o beb.
problemas fsicos como dores inespecficas, fraqueza, tontu-
ras, mal estar geral que no respondem ao tratamento mdico Como tal, a criana reage com aflio legtima, a qual s
habitual. pode ser avaliada pelo regresso da me ou, a mais longo
prazo, pelo estabelecimento de vnculos com uma me substi-
Em crianas e adolescentes a Depresso, em sua forma tuta.
atpica, esconde verdadeiros sentimentos depressivos sob
uma mscara de irritabilidade, hiperatividade e rebeldia. No devemos esperar que todas as crianas manifestem
um padro muito regular de crescimento e se mostrem mais
As crianas mais novas, devido falta de habilidade para avanadas ou atrasadas em determinadas fases de suas
a comunicao que demonstre seu verdadeiro estado emoci- vidas do que em outras.
onal, tambm manifestam a Depresso atpica com hiperativi-
dade. Estas desarmonias em etapas do desenvolvimento infantil
s se convertem em patologias se houver um desequilbrio
A Depresso na criana e no adolescente pode ter inicio grande na personalidade, necessitando para isto, uma avalia-
com perda de interesse pelas atividades que habitualmente o psicolgica.
eram interessantes, manifestando-se como uma espcie de
aborrecimento constante diante dos jogos, brincadeiras, es- Determinar os distrbios de uma criana no presente, bem
portes, sair com amigos, etc., alm de apatia e reduo signi- como opinar a respeito da probabilidade de sade ou doena
ficativa da atividade. mental futura, depende no s dos detalhes da desordem
infantil existente, mas tambm de certas caractersticas fazem
s vezes pode haver tristeza. parte da constituio do individuo, isto , so inatas ou adqui-
ridas sob as influencias das primeiras experincias do beb,
Ainda aparece diminuio da ateno e da concentrao, como o trabalho procurou mostrar no segundo capitulo sobre
perda de confiana em si mesmo, sentimento de inferioridade o desenvolvimento social.
e baixa auto-estima, ideia de culpa e inutilidade, tendncias e
ideias ao suicdio. Num primeiro momento, a me que age como a perso-
nalidade da criana, e desta interao poder ou no ocorrer
Na criana e adolescente comum a Depresso acompa- a formao de distrbios.
nhada tambm de sintomas fsicos, tais como fadiga, perda
de apetite, diminuio da atividade, queixas inespecficas tais Na medida em que os distrbios dessa ordem so devidos
como cefalias, lombalgia, dores nas pernas, nuseas, vmi- influencia do meio ambiente, podem ser eliminados se m-
tos, clicas intestinais, vista escura, tonturas, etc. todos diferentes de assistncia criana forem empregados,
desde o principio.
Quanto ao comportamento, a Depresso na Infncia e
Adolescncia pode causar deteriorao nas relaes com os Porm, uma vez gerados, as consequncias no podem
demais familiares e colegas, perda de interesse e isolamento. ser removidas, nem mesmo que se faam mudanas benfi-
cas na forma de tratamento.
As alteraes cognitivas da Depresso Infantil, principal-
mente a relacionadas ateno, raciocnio e memria, inter- O tratamento inconsiderado das primeiras necessidades
ferem fundamentalmente no rendimento escolar. infantis tem ainda outras repercusses no desenvolvimento
patolgico.
Tendo em vista o fato de ser possvel que muitos sintomas
relacionados apaream naturalmente como parte das etapas Em seu avano para a independncia e autoconfiana, a
normais de desenvolvimento da infncia e adolescncia, para criana aceita a inicial atitude, gratificadora ou frustradora, da
estabelecer um diagnstico provvel de Depresso, neces- me como um modelo que imitar e recriar em seu prprio
srio avaliar sua situao familiar, existencial, seu nvel de ego.
maturidade emocional e, principalmente, sua auto-estima e
conduta. Quando a me compreende, respeita e satisfaz os desejos
da criana, at onde for possvel, h boas probabilidades de
que o ego infantil mostre igual tolerncia.
atravs deste relacionamento to especial, que se con- E mesmo que o tenha, fica difcil aprender tendo uma per-
segue a canalizao das pulses direcionadas no objeto libi- sonalidade prejudicada.
dinal e se estabelece o modelo para todas as relaes huma-
nas posteriores, incluindo a identificao positiva com um A criana com carncia em todos os sentidos da palavra
professor. tem necessidade de um ambiente cujo objetivo seja o cuidado
e o afeto e, por ltimo, o ensino.
A privao de relaes afetivas impede o individuo de ini-
ciar ou manter, com outros adultos da sociedade, relaes Em outras palavras, para a criana que sofre privao, a
interpessoais capazes de ir alm dos limites do benefcio escola pode se apresentar para ela como um lugar de pouca
econmico imediato. importncia, ou como um abrigo. lar substituto, priso, e
as varias conotaes que cada um destes termos tem para
Em nossa sociedade ocidental, por exemplo, mudanas suas fantasias inconscientes.
de condies sociais, em consequncia de transformaes
econmicas, ideolgicas, tecnolgicas e outras que foram Por isso, os cuidados e o ensino de crianas carentes que
impostas, modificam o quadro das relaes me-filho. sofrem de privao, no devem se restringir apenas aos pro-
fessores, mas paralelamente, orientar-se com o trabalho de
Nos ltimos sculos, fomos sujeitos a algumas transfor- um profissional especializado.
maes fundamentais como a rpida deteriorao da relao
me-filho, iniciada com o advento da industrializao da pro- O no aprender, para tais crianas, diz respeito aos afetos
duo, onde as mes foram recrutadas para o trabalho nas e vnculos formados com a me, ou a ausncia desta.
fbricas, de tal forma que elas foram afastadas de sua famlia
e de suas atividades domesticas. Por tanto, o estudo deste trabalho torna-se pertinente
medida que crianas institucionalizadas, privadas de afeto
Este tipo de separao preparou o cenrio para uma rpi- materno e que no desfrutam de um convvio familiar original,
da desintegrao do modelo tradicional de famlia em nossa ainda tm, pelo menos, garantido o direito a educao e o
sociedade ocidental. direito de aprender.
Este fator torna-se mais grave ainda quando tais proble- A presena da me de grande importncia para o beb,
mas se perpetuam num circulo vicioso, onde filhos que sofre- a mais decisiva influncia no desenvolvimento dos vrios
ram falta de afeto crescem incapazes de cuidar e amar de setores de personalidade do ser humano em formao. A
maneira adequada seus prprios filhos. comunicao entre a me e o beb fornece a estrutura para a
psique infantil. Existe uma troca onde a me percebe o afeto
O progresso do desenvolvimento suscitou novas solues do filho e vice-versa numa comunicao no-verbal. As prin-
para os problemas enfrentados: surgiram mais instituies de cipais coisas que uma me faz com o beb no podem ser
abrigo, servios de adoo, creches de perodo integral, clni- feitas atravs de palavras. de grande importncia que a
cas de aconselhamento para crianas e adolescente, baby primeira relao da criana seja satisfatria com a me, pois
sitters, bem como um maior nmero de formao de psiquia- todas as futuras relaes sociais sero baseadas nesta rela-
tras, psiclogos e o surgimento da prpria Psicopedagogia. o. Aqui comea o processo que vai transformar o beb num
ser humano. Uma relao primitiva satisfatria com a me
Sob o aspecto social, as relaes objetais perturbadas no implica em contato ntimo do inconsciente da me com o da
inicio da infncia, sejam elas desviadas, imprprias ou insufi- criana;
cientes, tm consequncias que colocam em risco a prpria Conforma nos mostra o Dr. Winnicott, o beb tem uma ne-
base da sociedade. cessidade vital de ter algum que lhe facilite "os estgios
iniciais dos processos de desenvolvimento psicossomtico da
Sem um modelo, as vitimas de relaes objetais perturba- personalidade mais imatura e absolutamente dependente que
das apresentaro consequentemente, deficincia na capaci- a personalidade humana"(1988). Por mais que a me impo-
dade de se relacionar. nha frustraes aos impulsos do beb, jamais a boa me
deixa de apoi-lo. O apoio dado pelo ego da me ao ego em
No podero adaptar-se a sociedade. formao do beb precisa ser digno de confiana.
Tais indivduos sero incapazes de compreender e, sobre- O beb forma sua psique e seu soma (corpo) a
tudo, de descobrir e de partilhar os vnculos nas relaes que partir da total dependncia da me. A existncia psicossom-
nunca tiveram. tica do beb realiza-se atravs deste relacionamento, onde a
me o primeiro objeto para o beb. O beb comea aos
Um importante trao do comportamento de apego a in- A intensidade e a precocidade dessas situaes podem
tensidade da emoo que o acompanha, o tipo de emoo provocar importantes falhas no desenvolvimento infantil e,
que surge de acordo com a relao entre a pessoa apegada e embora muitos autores definam diagnsticos de personalida-
Os distrbios graves de personalidade de tipo Borderline Ana a primognita de Pedro, 28 anos e Paula, 24. Juli
ou pr-psictico so exemplos de diagnsticos possveis em o nome da segunda filha, atualmente com 1 ano e 8 meses.
crianas, segundo as ideias desenvolvidas pelo autor acima Pedro e Paula se casaram quando tinham, respectivamente,
referido. O elemento dinmico central deste tipo de funciona- 20 e 16 anos, tendo Paula engravidado de Ana quando esta-
mento mental em crianas so as manifestaes depressivas va com 18 anos. A 1 gravidez, planejada, foi marcada pela
contra as quais se acionam mecanismos defensivos psicti- ameaa de aborto, aos cinco meses de gestao, obrigando
cos para lidar com angstias depressivas muito violentas, Paula a se submeter a um tratamento vitamnico e a perma-
geralmente originrias das intensas privaes objetais nos necer em repouso nos meses seguintes. Neste perodo, Pe-
primeiros anos de vida. dro responsabilizou-se pelos servios domsticos e pela ma-
nuteno da casa.
Nesta luta contra a depresso que, na verdade, denuncia
srias dificuldades na integrao dos objetos bons e maus Em relao ao sexo de Ana, Paula desejava uma menina,
internalizados que ora gratificam, ora frustam, a criana utiliza enquanto Pedro, um menino. Apesar de Pedro, nos primeiros
mecanismos defensivos cujas manifestaes clnicas apon- momentos ao nascimento, no se aproximar da filha, passou
tam para um polimorfismo sintomtico caracterstico da orga- a dispender muitos cuidados a ela, chegando inclusive a im-
nizao limtrofe. pedir que outros dela se aproximassem.
A variedade dessas apresentaes tanta que, na maioria No perodo ps-parto, Paula passou a primeira semana na
das vezes, diversos sintomas aparecem concomitantemente casa de sua me, retornando para seu lar devido s constan-
na criana: distrbios do sono, da alimentao, da linguagem, tes solicitaes do marido, que passou ento a cuidar de
da aprendizagem escolar e do comportamento. A instabilida- ambas. Ana, desde os primeiros meses de vida, passou por
de psicomotora, nesses casos, pode ser compreendida como vrias hospitalizaes. Quando estava com 1 ms e 4 dias,
um estado reacional a uma situao traumatizante ou ansio- ficou internada em um hospital por 4 semanas com pneumo-
gnica para a criana; uma resposta a uma angstia perma- nia. Paula relata que "entrouxava tanto a menina que at tirar
nente, em particular quando dominam mecanismos mentais a ltima pecinha de roupa, a menina j tava resfriada" (sic).
persecutrios projetivos; ou uma defesa manaca face s Com mais alguns meses, Ana foi internada novamente, desta
angstias depressivas. vez, por desidratao, devido ao desconhecimento de Paula
quanto a alguns cuidados necessrios, como oferecer gua
... quanto mais jovem for a criana, mais facilmente passa para o nen, se este no estivesse mamando no peito. Paula
pelo corpo sua maneira de expressar uma indisposio ou no amamentou Ana, pois segundo ela, o tratamento vitam-
uma tenso psquica. A atuao , no incio, a modalidade nico realizado durante a gestao, teria deixado um "gosto e
mais espontnea e mais natural de resposta (Ajuriaguerra, cheiro ruins no leite, gosto de remdio" (sic). Aos 2 anos de
1986, p.96). idade, Ana quebrou o brao em funo de uma queda, quase
sendo atropelada meses mais tarde nas redondezas onde
Quanto s manifestaes clnicas, alm das acima referi- morava.
das, Palcio-Espasa (1997) complementa ressaltando que
quando pequena (entre 4 e 7 anos), a criana borderline O despejo do condomnio onde residiam e o desemprego
apresenta muitas vezes distrbios do humor de origem hipo- de Pedro levaram-nos a morar no mesmo terreno da famlia
manaca: excitao, euforia, familiaridade excessiva, hiperati- de Paula. Nessa poca, alm da me, do pai e do irmo, da
vidade, temas de grandeza etc. Na idade de latncia, sobre- mesma idade de Ana, 3 anos, moravam no mesmo terreno
tudo tardia, observam-se mais frequentemente manifestaes outro irmo e a cunhada. O relacionamento de Ana com o tio,
de linha depressiva: tristeza, desacelerao psicomotora com segundo a me, "nunca foi bom, pois sempre brigaram muito,
inibies importantes, ideias e sentimentos de autodesvalori- tendo at que trocar o horrio do colgio de Ana porque,
zao, temas de perda. estudando na mesma turma, s brigavam" (sic).
Um dos sintomas frequentes em crianas borderline a Em relao ao desenvolvimento da linguagem, Paula refe-
perturbao do curso do pensamento, estreitamente vincula- re que as primeiras palavras de Ana, aos 6 meses, foram
do enorme intensidade da problemtica depressiva. Esses "pap" e "", referindo-se av. Apesar de suas tentativas,
distrbios do pensamento no se caracterizam por uma incoe- Ana respondia negativamente com a cabea quando Paula
rncia persistente como nas psicoses desorganizadoras, mas tentava explicar-lhe que era sua me. Por muitas vezes, Ana
por uma irrupo do processo primrio em um processo de dirigiu-se av (por quem Ana, segundo Paula, sempre culti-
pensamento sob a gide do processo secundrio. Esta per- vou muito afeto), chamando-a de me.
turbao especfica do pensamento simblico dessas crian-
as baseia-se no surgimento intermitente de fantasias arcai- Apesar da tranquila entrada de Ana na escola, a repetn-
cas agressivas, compreendidas como uma tentativa de diluir a cia e seus sintomas clnicos intensificaram-se com o nasci-
angstia depressiva face s possibilidades libidinais restritas mento da irm, Juli. Segundo a me, h muito tempo a pro-
dessas crianas (Palcio-Espasa, 1997). fessora j vinha reclamando de sua dificuldade de concentra-
o, inquietude na classe e resistncia em desenvolver as
Caso clnico atividades solicitadas.
Para ilustrar o artigo, ser apresentado um caso conduzi- Ao todo, foram realizados vinte atendimentos: trs entre-
do atravs de psicoterapia breve. O caso o de Ana, uma vistas com a me (coleta de dados) e dezessete com Ana
menina de oito anos de idade encaminhada pela escola ao (avaliao e incio do atendimento psicoterpico). Alm des-
Ambulatrio de Psicologia Infantil do H.S.L., em funo de tes, foram realizados exames complementares e aplicao de
estar repetindo a 1 srie do 1 grau e apresentar insuficiente testes psicolgicos.
rendimento escolar (notas baixas, dificuldades na escrita e na
leitura, por exemplo). Alm destes, a me refere sintomas
Atravs da histria de vida e dos sintomas apresentados A relao de objeto que se estabelece, portanto, uma
por Ana, possvel identificar importantes falhas no seu pro- dependncia anacltica permeada constantemente pelo temor
cesso primrio de estruturao psquica. A atuao psicomo- e o perigo imediato de perda. A estrutura egica de Ana nes-
tora, a hiperatividade e a impulsividade, associados s dificul- tas condies caticas e estressantes desenvolve menos
dades em relao aos processos de simbolizao, elaborao recursos para lidar com a realidade, utilizando mecanismos
e identificao, revelam comprometimentos significativos na diretos na expresso de seus estados internos extremamente
evoluo pelas fases do desenvolvimento infantil normal. desorganizados.
Os inmeros acidentes sofridos por Ana desde o seu nas- Nos atendimentos realizados com Ana, este tipo de rela-
cimento corroboraram a significativa falha de Paula no exerc- o objetal tem suas manifestaes caracterizadas por com-
cio do papel materno: oferecer, atravs dos cuidados fsicos e portamentos de desconfiana e exitao, atravs dos quais se
afetivos, base segura e continncia ao desenvolvimento nor- evidencia uma intensa necessidade de testar o ambiente e a
mal da filha, funes estas destacadas por Bowlby (1988). Os reao do outro (terapeuta) em atitudes que expressam suas
perigos a que ficou exposta, principalmente nos trs primeiros ansiedades e focos conflitivos.
anos de sua vida, considerados fundamentais para a estrutu-
rao psquica, denotam a negligncia materna no estabele- Nesse contexto, tomando o aporte terico de Palcio-
cimento, atravs do vnculo afetivo, de vivncias de relao Espasa (1997) acerca da possibilidade de inferir diagnstico
calorosa, ntima, reconfortante e prazerosa com a me. Esses precoce na infncia, pode-se compreender a hiperatividade
perigos provavelmente foram registrados psiquicamente como como um estado reacional a situaes traumatizantes e an-
descuido e desapego maternos. A superproteo de Paula, siognicas, assim como uma forma de defesa manaca face
nesse contexto, pode ser compreendida como uma atitude s angstias depressivas que, se identificadas, tornar-se-iam
reparadora de sua inabilidade materna, apesar de ter, na letais. Diante dessa situao, Ana expressa, atravs do poli-
verdade, provocado muitas das situaes traumticas. morfismo sintomtico, suas relaes objetais iniciais frustran-
tes e sua incapacidade para lidar com situaes ansiogni-
De acordo com Mahler (1993), estabeleceu-se, pois, uma cas.
relao simbitica e fusional entre me e filha, cujos fins evo-
lutivos no foram atingidos, pois no ofereceu os subsdios O grau destas dificuldades pde ser observado, por
necessrios para sua superao e suas aquisies caracters- exemplo, na realizao do Teste da Famlia, no qual a pacien-
ticas. te, solicitada a desenhar as pessoas que compem seu grupo
familiar, desenhou, num primeiro momento, a fachada de sua
O desenvolvimento do ncleo de confiana bsico (Bowl- casa, numa expresso concreta de sua realidade. A realiza-
by, 1989), atravs do qual a criana, encorajada a explorar o o correta desta tarefa s foi alcanada, embora o tenha
mundo externo, adquire confiana em si mesma e nos demais sido de forma parcial, pois representou parte de sua famlia,
indivduos, ficou comprometido. Ana demonstra dificuldades com a repetio das instrues e com a realizao de vrios
De acordo com as ideias desenvolvidas at aqui, observa- Embora esse atendimento em particular tenha sido auxili-
se precursores de um delineamento borderline, principalmen- ado pela rea mdica no esclarecimento dos sintomas da
te se forem levadas em considerao as falhas e as dificulda- paciente (Neuropediatria), destaca-se a importncia da inter-
des apresentadas por Ana nas relaes objetais, no processo face profissional se articular de forma mais precoce. O aten-
de simbolizao, na incapacidade para controlar seus impul- dimento psicolgico, integrado a outros atendimentos, num
sos, bem como no sintoma de hiperatividade. Entretanto, trabalho efetivamente interdisciplinar, convergiria para a pre-
mesmo apesar dos poucos recursos egicos e da prevalncia veno primria de sade mental, potencializando a qualida-
de mecanismos de defesa primitivos, a fase evolutiva da pa- de de vida das pessoas envolvidas (paciente e familiares).
ciente, 8 anos de idade, apenas permite fazer suposies a
Me a que cria: o significado de uma maternidade
respeito de seu desenvolvimento e prognstico. Ela ainda
substituta
est em fase de estruturao e, como tal, apresenta terreno
frtil para potencializar seus recursos e aumentar suas capa- Cinthia Mendona Cavalcante; Maria Salete Bessa Jor-
cidades socioafetivas. ge
Em termos de prognstico, verifica-se seu carter reser- No Brasil, de acordo com o Estatuto da Criana e do Ado-
vado, levando-se em considerao o comprometimento atual lescente (ECA), "toda criana ou adolescente tem direito a ser
de Ana, suas limitaes cognitivo-sociais e seus sintomas criado e educado no seio da sua famlia e, excepcionalmente,
atuais, ao passo que, considerando o ambiente no qual est em famlia substituta, assegurada a convivncia familiar e
inserida, este carter modifica-se para grave, face s dificul- comunitria" (art. 19). No entanto, esse um direito ainda
dades estruturais do ambiente familiar, assim como s ntidas no plenamente assegurado a um grande nmero de crianas
confuses de papis existentes. Esse prognstico cauteloso brasileiras desde os sculos passados.
no sentido de expressar a necessidade de intervir nesta di- Segundo Orlandi (1985), na antiguidade era muito comum
nmica, em face de seus antecedentes e a sua atual situao. usar crianas como objetos de rituais de magia e sacrifcio. O
Em hiptese alguma, caracteriza-se como um entendimento infanticdio, o abandono, castigos e espancamentos eram
fechado e acabado, pois, se assim o fosse, o objetivo princi- prticas usuais cometidas contra crianas nessa poca (ries,
pal de toda e qualquer interveno teraputica estaria des- 1981; Perrot, 1992; Trindade, 1999; Silva, Silva, Nbrega &
respeitando o eixo bsico que rege os princpios psicolgicos, Ferreira Filha, 2004). Com efeito, at o sculo XVII a criana
isto , de que todo ser humano pode, recebendo algum tipo era conceituada como algo sem valia e quase sem importn-
de apoio interno e externo, promover mudanas de vrios cia. Representava para a famlia um grande sacrifcio, e facil-
nveis. mente se tornava vtima do abandono (Martins & Szymansky,
2004). A partir desse sculo, porm, comeou a haver uma
Nesta busca humana e teraputica pela mudana e pela mudana no sentimento em relao infncia mas, apesar de
sade psquica, h de se destacar, no caso de Ana, a presen- esse sentimento ter tomado outra conotao, o abandono no
a importantssima do pai e da av materna, pessoas que sculo XVIII ainda chegava a nmeros absurdos. Todavia,
puderam "substituir", pelo menos temporariamente, a ausn- conforme Trindade (1999), o sculo XIX apresentou algumas
cia materna, uma vez que esta estava enfrentando dificulda- transformaes desse conceito, pois, pelo menos, a segurana
des por sua prpria histria de vida e estruturao dinmica. das crianas era assegurada, ainda que por meio do dever
claro que se essas presenas fossem analisadas friamente, moral e da caridade de determinadas instituies. Estas, como
talvez fossem consideradas negativas ou at mesmo "sufo- consta nos arquivos dos asilos que datam desse sculo, en-
cantes", mas diante das falhas apresentadas pela figura ma- frentavam inmeras dificuldades para o atendimento ao sem-
terna, essas pessoas foram investidas do papel de acalentar, pre crescente nmero de crianas abandonadas. O abandono,
na medida do possvel, ansiedades to precocemente desper- por sua vez, no era percebido como crime. Desse modo,
tadas. tornava-se um acontecimento rotineiro, um mal sem muitas
consequncias. Diante de tal prtica, veio a resposta da Igreja,
As dificuldades nos relacionamentos objetais existem e que foi a utilizao dos mosteiros como locais de abrigo para
no podem ser relegadas a um segundo plano. Entretanto, os chamados enjeitados ou expostos. As crianas deixadas
imprescindvel destacar que Ana capaz de apegar-se a nesses locais recebiam alimentao, educao, roupas e "sal-
pessoas que oferecerem segurana e estiverem dispostas a vao", no entanto, no tinham opo de vocao, e deveriam
tornarem-se dignas de sua confiana. Muitas vezes, a intensi- fazer os votos de pobreza, obedincia e castidade (Silva et al.,
dade com a qual estabelece esses relacionamentos denunci- 2004).
am a necessidade de, atravs da organizao e do limite do
outro, organizar sua confuso interna. E isto, por si s, pre- Atualmente, o entendimento de infncia em nada se asse-
nuncia desejos de mudanas e capacidade para empreend- melha ao do passado, mas esse novo olhar no tem sido sufi-
las. ciente para assegurar s crianas o direito bsico de serem
educadas no seio da sua famlia de origem. Ante esta realida-
Atualmente, Ana segue em processo psicoterpico, da de, torna-se importante a criao de medidas alternativas
mesma forma que seus pais passaram a contar com sesses destinadas a lhes garantir a convivncia familiar, mesmo em
sistemticas, nas quais recebem orientaes quanto ao ma- famlia substituta. Silva (2005, p.290) corrobora estas afirma-
nejo com a filha. es. Como assevera, "meninos e meninas afro-descendentes
foram e ainda so condenados a viver em abrigos at a maio-
Concluso ridade, assumindo o abrigo a funo de um substitutivo para a
famlia".
Estas constataes diagnsticas e prognsticas corrobo-
ram a importncia do papel materno, no s nos primeiros
Nesse percurso metodolgico, os discursos gerados pelo Segundo se observou, as crianas e os adolescentes parti-
grupo focal e desenhos foram gravados em fitas de udio e cipantes desse programa poderiam ser classificados em esta-
transcritos. Aps esse primeiro momento, depois de exaustivas do parcial de privao materna, pois, apesar de alguns terem
leituras, fez-se uma primeira interpretao superficial, no intui- passado por privao total anteriormente, no momento da
to de compreender o contedo em termos gerais e identificar pesquisa j estavam recebendo cuidados de uma me substi-
os temas principais (Caprara & Veras, 2005). Analisaram-se tuta. Desse modo, a necessidade materna, um comportamento
esses temas a partir de pr-compreenses que influenciam a esperado na teoria de Bowlby nesses casos, muito encon-
interpretao, e fez-se o dilogo entre os temas e os autores trada nas crianas em famlia acolhedora.
que os abordam (Ricoeur, 1995). Portanto, foi construdo um Renata, uma das mes acolhedoras mais novas no servi-
dilogo entre a experincia das pesquisadoras sobre alguns o, tambm percebe que a necessidade que as crianas tm
episdios percebidos nos fragmentos dos discursos e a abor- de uma me influencia a relao, levando-as a ficarem mais
dagem terica em discusso. Nesse momento final do proces- prximas e a se preocuparem com a me acolhedora por me-
so, houve a inteno de compreender a relao entre o todo e do de perd-la, ou de serem abandonadas como foram pela
as partes do texto, tal como pontuado por Caprara e Veras me natural. Dessa forma, segundo Renata, o abandono um
(2005). tema sempre presente na vida dessas crianas, e as rodeia
Resultados e Discusso como um fantasma que pode voltar a qualquer momento: "A
necessidade de uma me to grande que, s vezes, eles
Apesar da existncia de vrios motivos que levam uma cri- no vivem a vidinha deles, com medo de perder a gente, e da
ana a necessitar de abrigamento, um s fundamenta a pre- gente jogar eles novamente na creche... o abandono mexeu
sena dela em um programa como a Famlia Acolhedora: a demais e mexe at hoje com ele. Ele morre de medo de me
ausncia de um cuidador, seja ele permanente ou provisrio. perder".
Inegavelmente, muitas so as consequncias que uma cri- Regina, uma das mes acolhedoras h mais tempo no ser-
ana sofre diante de uma experincia como essa, sobretudo vio, percebe que a expectativa de ter uma me , de certa
em idade to tenra. Como principais, mencionam-se a carncia forma, preenchida pela famlia acolhedora, pois, como acredi-
afetiva e o sentimento de insegurana, entre outros. ta, a me acolhedora cumpre a funo materna em termos de
Nesse sentido, como acredita Jlia, uma das mes acolhe- afeto, carinho e cuidado. Ao contrrio do ocorrido na situao
doras, a necessidade e a carncia materna trazidas pela crian- de abrigo, a me promove o ambiente necessrio ao bom
a que tem experienciado a situao de abandono so alguns desenvolvimento da criana. Isto no possvel no abrigo,
dos fatores importantes a determinar esse novo vnculo: "E o mesmo com toda estrutura profissional: "... a criana fica
que eu acho mais importante... que eles chegam na casa da abandonada pela me... . Sem me e sem lar. A quando vem
gente e chamam logo a gente de me... me... . Ai, isso da pra c, a vai pro lar substituto, a vai pra aquele apoio do lar,
que toca mais a gente". da me... . Quando ela chega no abrigo, ela ainda est assim,
meio assustada... . Ainda se acha abandonada de qualquer
Essa necessidade confirmada no desenho de uma crian- maneira. Mas, quando ela vai pro lar substituto ela j tem um
a de quatro anos (Figura 1), cuidada por Jlia h trs meses. lar, j tem uma me... . Uma me j ajuda muito, d carinho... .
Ao desenhar sua famlia, embora de forma confusa, esta cri- Assim, voc sabe que aqui tem toda assistncia, mas no
ana desenha primeiramente a me acolhedora e a chama de que nem t num lar".
Prncipe Charles e Lady Diana: US$ 28 milhes Passar por uma separao, divrcio, ou abandonar um re-
lacionamento abusivo, no nada fcil. Atrapalha a sua vida,
Donald Trump e Ivana Trump: US$ 50 milhes e se voc tem filhos, atrapalha a vida deles tambm. Com
filhos, as questes jurdicas, financeiras e emocionais se
Kenny Rogers e Marianne: US$ 60 milhes
tornam ainda mais complicadas. um perodo estressante
Kevin Costner e Cindy: US$ 80 milhes para eles.
Julio Bozano e Iva: US$100 milhes A finalidade deste livreto oferecer informaes sobre
como a lei lida com a guarda e a visitao dos filhos. O livreto
Steven Spielberg e Amy Irving: US$89,97 milhes te ajudar a pensar nas questes jurdicas que voc ter que
Viso religiosa considerar para resolver questes como:
Onde os filhos vo morar?
Geralmente, quando um dos pais tem a guarda fsica, o Uma boa maneira de evitar o contato com o pai abusivo
outro pai tem o direito de visitar os filhos. durante as visitas tendo uma terceira pessoa - na qual am-
bas as partes confiem - que possa levar e buscar seu filho
Horrios de Visitao antes e depois das visitas. Se as visitas forem supervisio-
Geralmente, existe uma agenda de visitao. Um exemplo nadas, o pai ou a me pode deixar a criana no lugar da visita
de horrio de visitao : e ir embora antes que o outro chegue.
Escolha uma terceira pessoa para intermediar as co-
Visita em fins de semanas alternados, das 18h de sexta-
municaes sobre as visitas
feira s 15h de domingo, e em fins de semana alternados, das
9h s 17h de sbado; e uma visita no meio da semana, de- Mesmo com o programa de visitao, haver ocasies em
pois da escola, das 15h s 18h de quarta-feira. que preciso comunicar-se para falar sobre as visitas. Em
Isto apenas um exemplo de horrio de visitao. A sua situaes de violncia domstica, geralmente melhor que os
agenda de visitao deve ser baseada nas necessidades do pais no tenham que se comunicar diretamente. Uma boa
seu filho e no horrio dirio dos pais. maneira de evitar isto escolhendo uma terceira pessoa com
a qual cada um dos pais possa entrar em contato se um deles
Visitao Razovel precisar mudar os planos de visitao. Isto permite que os
pais faam mudanas sem ter que estar em contato direto.
Se os pais conseguem se comunicar facilmente, s vezes
no necessitam de uma agenda de visitao. Em vez disso, Pea visitas supervisionadas
os pais deixam a visitao flexvel. Nos acordos de visitao e
ordens judiciais isto o que se chama de "visitao razovel." Geralmente importante para a segurana da criana que
as visitas entre ela e um dos pais que abusou do outro sejam
Se a comunicao entre os pais no for boa quase sem- supervisionadas. Isto acontece porque, em muitos processos
pre melhor ter uma agenda de visitao detalhada, de modo nos quais um dos pais abusou do outro, tambm abusou ou
que os pais no tenham que estar em contato constante para abusar da criana. Alm disso, em muitas situaes poss-
tentar entrar em acordo sobre as visitas semanais. vel que a criana tenha ficado amedrontada ou traumatizada
ao presenciar o abuso sofrido por seu pai ou sua me, e se
Visitao Supervisionada
sinta insegura na presena do pai/me abusivo, a menos que
Em algumas situaes, pode no ser seguro para a crian- alguma outra pessoa esteja presente.
a ficar sozinha com um dos pais durante a visitao. Nestas Se o pai ou a me do seu filho no concordar com uma ou
situaes, a visitao supervisionada pode ser organizada. A mais destas condies e voc acreditar que elas so realmen-
visitao supervisionada significa que uma terceira pessoa - te necessrias para a sua segurana e a de seu filho, voc
preferivelmente algum que seja da escolha de ambos os pode pedir ao juiz que esses requisitos sejam cumpridos.
pais e, dentro do possvel, algum com quem a criana se
sinta confortvel - fica com o pai ou com a me visitante du- Se o juiz decidir que um dos pais abusivo, o tribunal de-
rante as visitas e certifica-se de que a criana est segura e ve garantir a segurana e o bem-estar da criana, bem como
de que o pai ou a me se comporta adequadamente. Geral- a segurana do pai ou da me abusada, na sentena de visi-
mente, o supervisor pode parar de participar das visitas se ele tao.
ou ela tem motivos para crer que a criana estar segura
durante as visitas. A lei diz que ao emitir uma sentena de visitao, no caso
de um pai/me abusivo, o tribunal pode considerar o seguin-
H centros de visitao supervisionados e outras agncias te:
que fornecem visitao supervisionada em Massachusetts.
1. ordenar que a visitao ocorra em um ambiente prote-
As visitas supervisionadas podem ser adequadas quando gido ou na presena de terceiros idneos;
o pai ou a me visitantes tem problemas de abuso de lcool
ou de drogas, ou algum outro problema que indique que a 2. ordenar que a visitao seja supervisionada por tercei-
criana pode estar em perigo se ficar sozinha com um deles. ros idneos, por um centro de visitao ou por uma agncia;
negar-se a voltar para casa; Num sentido mais amplo, embora de menor exatido, o
termo "abuso sexual de menores" pode designar, tambm,
ideias e/ou tentativas de suicdio; qualquer forma de explorao sexual de crianas e
adolescentes, incluindo o incentivo prostituio, a
autoflagelao; escravido sexual, a migrao forada para fins sexuais, o
turismo sexual, o rufianismo e a pornografia infantil.
fugas de casa;
Formas de abuso sexual
choro sem causa aparente;
Existem duas formas de abuso sexual que os adultos
hiperatividade; podem praticar contra as crianas e os adolescentes: com
contato fsico ou sem contato fsico. Nos dois casos, o adulto
comportamento rebelde;
abusa do jovem para conseguir algum tipo de prazer ou
desnutrio; satisfao interior.
Em relao sua abrangncia, as Naes Unidas definem Nos Estados Unidos, desde 2006 uma coalizao de
pornografia infantil como "qualquer representao, por empresas se formou para combater a pornografia infantil. A
quaisquer meios, de uma criana em atividades sexuais iniciativa, chamada The Financial Coalition Against Child
explcitas reais ou simuladas, ou qualquer representao das Pornography, inclui administradoras de cartes de crdito,
partes sexuais de uma criana para propsitos principalmente bancos e empresas virtuais, que trabalham em conjunto com
sexuais" (Protocolo Opcional Conveno dos Direitos da as autoridades e o Centro Nacional para Crianas Exploradas
Criana sobre o Trfico de Crianas, a Prostituio Infantil e a e Desaparecidas. Numa operao em 2004, com ajuda da
Pornografia Infantil Artigo 2, "c")(2002) Visa, Mastercard e banco Morgan Stanley, uma rede de
pornografia infantil da Bielorrssia que faturava um milho de
A Conveno das Naes Unidas sobre os Direitos da dlares por ms foi desbaratada e 1400 pessoas foram
Criana (1990) determina que os pases membros devem presas. A coalizao foi formada depois que o Senador
tomar medidas para impedir "a explorao do uso de crianas americano Richard Shelby, do Comit de Bancos do Senado,
em espetculos ou materiais pornogrficos" (artigo 34, "c"). apurou que parte do dinheiro obtido com a pornografia infantil
terminava nas mos de grupos ligados ao crime organizado,
Relao entre pornografia infantil e abuso sexual infantil como a mfia russa.
O Grupo de Trabalho da Interpol para Crimes contra Definies e terminologia
Menores relaciona diretamente a pornografia infantil com o
abuso sexual infantil, caracterizando a pornografia infantil O que infantil
como "consequncia da explorao ou abuso sexual cometido
contra uma criana". Neste caso, a pornografia infantil Na lngua portuguesa, a palavra "infantil" assim como a
definida como "qualquer meio de retratar ou promover o palavra "criana" possui dupla significao, podendo se
abuso sexual de uma criana, incluindo meios impressos ou referir apenas a crianas at a puberdade (crianas
de udio, centrados nos atos sexuais ou nos rgos genitais propriamente ditas) ou, alternativamente, a crianas num
das crianas". sentido mais amplo, englobando assim crianas e
adolescentes abaixo da idade da maioridade.
Entretanto, a legislao da maioria dos pases classifica a
pornografia infantil de forma mais abrangente, incluindo Desta forma, a expresso "pornografia infantil" pode ser
tambm as imagens de relaes sexuais legalmente no usada tanto no sentido estrito do termo, como no seu sentido
mais amplo. A variao semntica "pornografia infanto-
abusivas, como as relaes sexuais consentidas com
adolescentes acima da idade de consentimento ou com juvenil", de uso menos frequente, refere-se coletivamente a
menores emancipados. crianas e adolescentes.
H quem afirme que em geral os homens que batem nas Para se ter uma ideia da complexidade do fenmeno
mulheres o fazem entre quatro paredes, para que no sejam basta examinarmos a dimenso da rede de instituies
vistos por parentes, amigos, familiares e colegas do trabalho. envolvidas as Unidades de Sade do SUS (Pronto
A cultura popular tanto prope a proteo das mulheres (em Atendimento, Setores de Emergncia e da Assistncia
mulher no se bate nem com uma flor) como estimula a Hospitalar; Servios de Sade Mental) o CRAS Centro de
agresso contra as mulheres (mulher gosta de apanhar) Referncia de Assistncia Social do SUAS (Sistema nico
chegando a aceitar o homicdio destas em casos de adultrio, de Assistncia Social); o Ministrio Pblico, o Conselho
em defesa da honra. Outra suposio que a maioria dos Tutelar, o rgo responsvel em fiscalizar se os direitos
casos de violncia domstica so classes financeiras mais previstos no Estatuto da Criana e do Adolescente (ECA) e o
baixas, a classe mdia e a alta tambm tem casos, mas as Conselho Municipal dos Direitos da Criana e do Adolescente
mulheres denunciam menos por vergonha e medo de se que administra o Fundo para Infncia e Adolescncia, a
exporem e a sua famlia. Segundo Dias o fenmeno ocorre Secretarias de governo (Secretarias de Ao Social, da
em todas as classes porm mais visveis entre os indivduos Mulher, etc), Delegacia da Mulher, Vara de Famlia e Juizado
de Menores etc. A noo rede de servios propem a
com fracos recursos econmicos.
integrao dessas instituies contudo as modificaes
A violncia praticada contra o homem tambm existe, mas institucionais envolvem determinaes de natureza poltica e
o homem tende a esconder mais por vergonha. Pode ter cultural ainda inteiramente compreendidas ou controlveis.
como agente tanto a prpria mulher quanto parentes ou
O Fim do Silncio na Violncia Familiar
amigos, convencidos a espancar ou humilhar o companheiro.
Tambm existem casos em que o homem pego de Falando mais especificamente de famlias que em sua di-
surpresa, por exemplo, enquanto dorme. Analisando os nmica incluem a violncia-fsica, sexual ou psicolgica, ob-
denominados crimes passionais a partir de notcias serva-se que frequentemente h uma cristalizao em relao
publicadas em jornais Noronha e Daltro identificaram que aos lugares de quem foi vitimizado o agente da agresso.
estes representam 8,7% dos crimes noticiados e que destes Esses lugares podem permanecer ocupados pelas mesmas
68% (51/75) o agressor era do sexo masculino (companheiro, pessoas por anos seguidos, mas tambm como se pudes-
ex-companheiro, noivo ou namorado) nos crimes onde a sem ser compartilhados em alguns momentos ou em determi-
mulher a agressora ressalta-se a circunstncia de ser o nadas situaes, confundindo o observador em relao a
resultado de uma srie de agresses onde a mesma foi quem est sendo o agente da agresso ou o vitimizado. Isso
vtima. pode ser visto quando uma me, em vez de usar a sua auto-
Gnero ridade para resolverem situao de conflito ou colocar um
limite para seu filho, deixa para o pai resolver a situao
impossvel discutir a violncia domstica sem discutir os quando ele chega do trabalho, contando-lhe as coisas terr-
papis de gnero, e se eles tm ou no tm impacto nessa veis que criana ou o adolescente fez.
violncia. Algumas vezes a discusso de gnero pode
encobrir qualquer outro tpico, em razo do grau de emoo Nesse momento, ela delega ao companheiro a tarefa de
que lhe inerente. impor regras ou resolver o problema. Como isso acontece
com a violncia, fica caracterizado que ele membro violento
Quando os mulheres passaram a reclamar por seus da famlia, e ela e os filhos, as pessoas vitimizadas.
direitos, maior ateno passou a ser dada com relao
violncia domstica, e hoje o movimento feminista tem como Neste ponto, pode-se questionar por que essa me agiu
uma de suas principais metas a luta para eliminar esse tipo de assim, j sabendo que o companheiro resolve as situaes
violncia. O primeiro abrigo para mulheres violentadas foi com violncia.
fundado por Erin Pizzey (1939), nas proximidades de Inicialmente, pode-se pensar que essa famlia conseguiu
Londres, Inglaterra. Isso aconteceu na dcada de 1960. um equilbrio, dessa forma ainda que precrio e sofrido para
Pizzey fez certas crticas a linhas do movimento feminista, todos em que o membro violento, embora muitas vezes
afirmando que a violncia domstica nada tinha a ver com o possa estar carregando e expressando a violncia familiar.
patriarcado, sendo praticada contra vtimas vulnerveis
independentemente do sexo... Na terapia familiar frequente, durante o processo, ocor-
rer uma transferncia de violncia.
Estratgias de controle
Pode-se iniciar com uma crise tendo certa configurao e
Como resposta imediata, alm do atendimento adequado ao longo do processo nota-se que na crise seguinte outro
vtimas de violncia tanto nos aspectos fsicos como membro dessa famlia passa a ser o protagonista da violn-
psicossociais, urge reconhecer a demanda nos termos cia.
epidemiolgicos que se apresenta. Com essa inteno vem
se estabelecendo no Brasil. O sistema de notificao de Assim a tarefa do profissional no apenas identificar
notificao/investigao individual da violncia domstica, quem executa a violncia acreditando que trat-lo individual-
sexual e/ou outras violncias atravs das secretarias mente a nica interveno necessria, mas entender que
estaduais e municipais de sade aps promulgao da lei n est diante de uma famlia com uma dinmica que inclui a
10778, de 24 de novembro de 2003 que estabeleceu a violncia em suas relaes; estando ainda ciente de que,
Junia de VILHENA.
Doutora em Psicologia Clnica
do trabalho que o homem obtm seu sustento. Porm, a Esta a situao, de quase completo descaso para com a
busca por esse sustento compete a adultos, no a adolescen- complexa problemtica da denominada proteo integral, em
tes ou a crianas. Por essa razo que a Constituio Federal que vivemos e que vem gerando insuportveis taxas de vio-
e o Estatuto da Criana e Adolescente probem que menores lncia infanto-juvenil, tendo como causas, dentre outras, a
de dezesseis anos trabalhem, exceto se for para exercer suas falta de estrutura familiar, a desinformao e o despreparo
potencialidades e os preparem para a vida adulta, o que dos pais, a m qualidade do ensino pblico obrigatrio, a
permitido a partir de quatorze anos quando o exercer na con- inadequao dos educadores no trato com o jovem, a ausn-
dio de aprendiz. cia de vontade e de empenho das autoridades pblicas para
A proibio tem um fundamento muito claro permitir que a um completo e duradouro projeto de atendimentos dos direi-
criana e o adolescente tenha tempo para estudar. O exerc- tos da criana e do adolescente, dentre outras causas no
cio de um trabalho por uma criana ou por um adolescente menos importantes.
lhe retira o tempo que lhe necessrio no s de frequentar
as aulas, mas tambm de estudar o que foi passado em sala No custa lembrar, ao menos em linhas gerais, o conte-
de aula e fazer as lies. Alm disso, o trabalho em muitas do dos artigos 3, 4 e 5 do Estatuto da Criana e do Adoles-
situaes acarreta danos para a sade da criana ou adoles- cente, escritos como corolrios do art. 227 da Constituio
cente, pessoas em desenvolvimento que so, e que muitas Federal, que estabelece como absolutamente prioritrios os
vezes no detm a fora fsica necessria para realizao de direitos da criana e como absoluta prioridade da famlia, da
determinados trabalhos. sociedade e do Estado o dever de assegurar tais direitos. E
dentre os rgos do Estado est a obrigao da Justia da
So vedados ao menores de 18 anos, conforme a Consti- Infncia e da Juventude de, por seus integrantes, pelo juiz,
tuio Federal, o trabalho noturno, perigoso ou insalubre. E o pelo promotor de justia, pelos profissionais que a integram,
Estatuto, em seu art. 67, complementa que tambm so ve- dar ateno prioritria proteo integral da criana e do
dados ao adolescente empregado ou aprendiz, o trabalho adolescente.
realizado em locais prejudiciais sua formao e desenvolvi-
mento fsico, psquico, moral e social, alm dos realizados em Sempre cabe destacar a atuao que ns, juzas e juzes,
horrios e locais que no permitam a frequncia escola. temos de enfrentar nesta rea, da qual depende a formao
de uma nao desenvolvida. Como ns podemos atuar, en-
H uma preocupao da Constituio e tambm do Esta-
quanto autoridades pblicas, como membros do Poder Judici-
tuto com a profissionalizao da criana e adolescente que
rio, no desenvolvimento tanto de aes isoladas quanto de
necessitam desenvolver todas as suas potencialidades e
polticas articuladas de proteo criana e ao adolescente?
estarem preparados para a vida adulta. Renata Flores Tibyri-
a
A defesa de todos os direitos das crianas e dos adoles-
AS MEDIDAS ESPECFICAS DE PROTEO centes, tais como direito vida, sade, alimentao,
CRIANA E AO ADOLESCENTE. educao, ao lazer, profissionalizao, cultura, dignida-
de, ao respeito, liberdade, convivncia familiar e comuni-
A CRIANA COMO PRIORIDADE tria, tambm de nossa responsabilidade, dever prioritrio
da populao e do magistrado, a quem cabe coloc-los a
Servios e rede de servios de proteo especial s
salvo de toda forma de negligncia, discriminao, explora-
crianas e aos adolescentes
o, violncia, crueldade e opresso (art. 227, Constituio
Rodrigo Lobato Junqueira Enout Federal).
Juiz de Direito, SP. Para quem ainda no est vivenciando em sua plenitude a
Este singelo e despretensioso escrito, alinhavado por um conscientizao de seus deveres para com a defesa dos
aprendiz que h anos vem se preocupando com a lamentvel direitos da criana e do adolescente, basta ser lembrada a
situao em que nos encontramos neste pas, neste Brasil redao do artigo 4 do ECA, que explicita, em seu caput e no
campeo de desrespeito aos mais elementares direitos hu- nico, as garantias para que essa prioridade seja assegura-
manos, onde se cultiva com rara competncia a malandra- da.
gem, a violao do direito alheio como um triunfo do opressor,
visa apenas mais uma reflexo sobre aquilo que podemos do senso comum o mandamento que resulta da combi-
fazer em benefcio da melhoria de nossa sociedade, da quali- nao de vrios destes dispositivos, de que cabe a todos ns,
dade de vida, tomando como assunto principal as providn- sociedade, famlia, comunidade e Poder Pblico priorizar a
cias que A TODOS NS INCUMBE POR FORA DE LEI E defesa e a proteo dos direitos da criana e do adolescente,
DA CONSTITUIO FEDERAL e pelo estudo histrico do assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, toda as
movimento revolucionrio que se convencionou chamar de oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvol-
ILUMINISMO, das doutrinas religiosas e pacifistas e do culto vimento fsico, mental, moral, espiritual e social, em condies
defesa e proteo dos direitos humanos. de liberdade e dignidade (ECA, arts. 3 e 4).
Se um dos principais direitos da criana, seno o mais im- O certo que a legislao veio tornar jurdico o que antes
portante deles, o direito convivncia familiar a que se era somente cientfico, impondo assim essa responsabilidade
refere o art. 19 do ECA, quais as polticas pblicas e os servi- no somente aos cientistas, psiclogos, assistentes sociais,
os, pblicos ou particulares, de atendimento famlia exis- pedagogos, mas tambm a juzes, a promotores de justia e a
tentes em nossa comunidade? todos os agentes pblicos, sociedade, famlia, a todos
enfim.
No cabe aqui, dada a complexidade e amplitude do tema,
abordar questes relativas a poltica e a projetos de atendi- Da Poltica de Atendimento dos Direitos da Criana e
mento, mas apenas referentes ao assunto especfico desta do Adolescente
palestra, pertinentes aos servios especiais de proteo a que
alude o art. 87, III, do Estatuto. Arts. 86 a 89 do ECA
Esta a limitao que existe, por bvias razes de tempo, Entrando agora na matria especfica de nossa discusso,
ao assunto de que trataremos nesta oportunidade, pelo sim- passemos ento rea dos servios especiais de proteo.
ples fato de que inesgotvel o tema que tem como objetivo
principal os direitos da criana elencados na Constituio, na A poltica de atendimento dos direitos da criana e do ado-
legislao infraconstitucional e em nossos espritos de cida- lescente far-se- atravs de um conjunto articulado de aes
dos mais ou menos impregnados de doutrina humanista. governamentais e no governamentais, da Unio, dos Esta-
dos, do distrito Federal e dos Municpios (art. 86).
Direito convivncia familiar e comunitria
Prev o art. 87 que so linhas da ao poltica de atendi-
Toda criana ou adolescente tem direito a ser criado e mento:
educado no seio de sua famlia e, excepcionalmente, em
famlia substituta, assegurada a convivncia familiar e comu- I - polticas sociais bsicas;
nitria, em ambiente livre da presena de pessoas dependen-
tes de substncias entorpecentes. (ECA, art. 19) II - polticas e programas de assistncia social, em carter
supletivo, para aqueles que dela necessitem;
Na interpretao e na execuo dos mandamentos deste
sensato dispositivo legal que reside um dos maiores tor- III- servios especiais de preveno e atendimento mdico
mentos que aflige a atuao daqueles que militam na rea do e psicossocial s vtimas de negligncia, maus-tratos, explo-
atendimento criana e ao adolescentes, principalmente rao, abuso, crueldade e opresso;
aqueles que trabalham com o instituto do abrigamento e no
atendimento a famlias. IV - servio de identificao e localizao de pais, respon-
svel, crianas e adolescentes desaparecidos;
Certos exageros, ou melhor dizendo, alguns enfoques no
muito sensatos, muitas vezes recheados de preconceitos V - proteo jurdico-social por entidades de defesa dos di-
morais e religiosos, acabam por fazer letra morta dessa regra reitos da criana e do adolescente.
que constitui um dos alicerces do Estatuto da Criana e do
Adolescente, nosso lindo diploma legislativo que veio, em tema de estudo, nesta oportunidade que me dada, as
verdade, consubstanciar a melhor e atualssima doutrina da disposies do inciso III deste art. 87, que tm como destina-
proteo integral. trios as pessoas menores de 18 anos de idade vtimas de
negligncia, maus-tratos, explorao, abuso, crueldade e
Alguns entendidos dizem que o direito da criana e do opresso e seus agressores, dentro e fora da famlia.
adolescente convivncia familiar exigvel apenas de seus
pais, naturais ou adotivos. Isto verdadeiro, mas apenas em Ao lado e em complemento s polticas sociais bsicas e
parte. Evidentemente que o direito da criana convivncia das polticas e programas supletivos a que se referem os
familiar depende da vontade, da disposio, do desejo dos incisos. I e II do art. 87, a lei prev os servios especiais de
pais em terem consigo seus filhos. Nesse sentido temos a preveno e atendimento mdico e psicossocial aos menores
concluso que basta a recusa dos pais, ou pela m vontade vitimizados por negligncia, maus-tratos, explorao, abuso,
de um ou de ambos, que estar prejudicada a convivncia crueldade e opresso (inciso. III).
familiar no seio da famlia biolgica, devendo ser buscada a
convivncia em famlia substituta. No. No meu entender Verificada a situao do art. 98 (ECA), de violao de di-
esse entendimento equivocado. reitos por a) ao ou omisso da sociedade ou do Estado, b)
sabido que o direito convivncia familiar no se res- por falta, omisso ou abuso dos pais ou responsvel, c) em
tringe ao direito de estar e de ser criado e educado pelos pais. razo da prpria conduta da criana ou do adolescente, est
Quantos de ns fomos criados e educados por um av, por caracterizada a necessidade de tomada de medidas especfi-
uma av, por tias ou tios ou por outros parentes mais distan- cas de proteo em relao ao jovem vitimizado, que pode
tes? Fao aqui o elogio queles, profissionais do Poder Judi-
- vtimas do trabalho abusivo, explorador e ilegal; Tenho participado de alguns encontros de especialistas
cujo propsito a discusso de como formar uma eficiente
- envolvidos no uso e trfico de substncia ilcita; rede envolvendo as entidades de atendimento criana e ao
adolescente. Sou quase leigo no assunto, mas ouso trazer a
- envolvidos em prostituio; este seleto auditrio uma reflexo minha para a anlise crtica
de vocs.
- em conflito com a lei em razo de cometimento de ato in-
fracional (criana); O que rede? Um conjunto de pessoas, jurdicas e fsi-
cas, que, unidas num mesmo desiderato, em comunho de
- em outras circunstncias que impliquem riscos sua in- propsitos, esteja em articulao para a otimizao de seus
tegridade fsica, psicolgica ou moral. servios e de finalidade a que se propem?
Embora a legislao d a denominao de medida de pro- Na definio do mestre Aurlio, rede , no sentido figura-
teo somente quelas que tm como objeto os cuidados do, o conjunto de estabelecimentos, agncias, ou mesmo de
destinados criana e ao adolescente (art. 101), tm igual- indivduos, pertencentes a organizao que se destina a pres-
mente carter protetivo, tambm com ntido contedo preven- tar determinado servio.
tivo e/ou teraputico, aquelas preconizadas no art. 129, desti-
nadas aos adultos que, por, por ao ou omisso, criaram ou Vejo, em acrscimo a este conceito, que rede de servio
permitiram que se criasse a situao de violao dos direitos pressupe a criao de um sistema articulado de informaes
reconhecidos e assegurados na lei e na doutrina da proteo a respeito da dinmica e do funcionamento de seus diversos
integral. componentes, destinado, esse sistema, a propiciar o trabalho
Quais, em linhas gerais, as medidas especficas de prote- integrado de atendimento a suas finalidades.
o destinadas ao menor vtima de negligncia, maus-tratos,
explorao, abuso, crueldade e opresso? So aquelas do A formao de uma rede de atendimento pessoa, seja
art. 101. na rea da sade, da educao, de defesa de direitos, etc.,
implica na sistematizao dessas informaes e no gerenci-
E quais so as medidas aplicveis aos pais ou ao respon- amento dos dados coletados, cuidando primordialmente de
svel pelo menor? Aquelas do art. 129 e mais as normas de sua divulgao eficiente. Um dos meios para que se atinja
represso previstas no prprio ECA e na legislao penal. essa eficincia a publicao das informaes e a promoo
de formas de integrao dos servios e das entidades atravs
Tomada a medida protetiva considerada melhor, de rigor de visitas e encontros de seus dirigentes.
o prosseguimento do estudo do caso, do acompanhamento e
aprofundamento do diagnstico social da famlia, daquela E a rede a manuteno, no tempo, dessa integrao.
me ou das pessoas que podem ser consideradas membros Aqui, ento, cabe um apelo a todos ns, interessados na
da entidade familiar, e do diagnstico psicolgico dessas defesa e no aprimoramento do atendimento ao menor, para a
pessoas, tambm com o acompanhamento do desenvolvi- criao da rede na Capital e em todo o Estado de So Paulo,
mento da criana e do adolescente, atravs de entrevistas e o que, no meu entendimento, somente poder ser conseguido
de relatrios da entidade de atendimento, tudo para em de- com a efetiva implementao de um projeto governamental,
terminado momento, num futuro imediato ou prximo, seja que na realidade j existe e denominado SIPIA - Sistema de
cumprido estritamente o que est determinado no art. 19 do Informao para a Infncia e a Adolescncia.
ECA, a fim de que seja assegurada a sadia convivncia fami-
liar e comunitria, com a reestruturao da famlia. O SIPIA prope a criao de uma sistema de registro e in-
formaes sobre a garantia dos direitos fundamentais preco-
Dos servios de proteo especial (art. 87, III) existen- nizados no ECA, como um poderoso instrumento para a
tes da Capital aes eficiente dos Conselhos Tutelares, dos Conselhos de
Direitos, das Varas da Infncia e da Juventude e das prprias
Existem alguns trabalhos, dentre os quais um levantamen- entidades de atendimento, dentre os diversos usurios.
to realizado pela entidade Pr Mulher, Famlia e Cidadania,
mediante convnio com a Secretaria de Estado da Assistn- um sistema informatizado desenvolvido pela Secretaria
cia e Desenvolvimento Social, a respeito da demanda e dos Nacional dos Direitos Humanos e de seu Departamento da
recursos da Zona Oeste do Municpio da Capital, no qual Criana e do Adolescente com a cooperao tcnica do
consta a relao das entidades de atendimento s vtimas da CONDECA - Conselho Estadual dos Direitos da Criana e do
violncia. Adolescente, da Secretaria Estadual de Assistncia e Desen-
volvimento Social - SADS e da PRODESP, destinado a:
Existe tambm uma relao elaborada pela Pastoral do
Menor, da Arquidiocese, das entidades vinculadas a ela. Sei - padronizar as informaes em nvel nacional;
- subsidiar as diversas instncias - Conselho de Direitos e Com base no princpio da igualdade jurdica de todos os fi-
autoridades - na formulao e gesto de polticas de atendi- lhos, no se faz distino entre filho legtimo e natural quanto
mento ao ptrio poder, nome e sucesso; permite-se o reconheci-
mento de filhos ilegtimos e probe-se que se revele no assen-
Concluso to de nascimento a ilegitimidade simples ou espuriedade.
Quanto natureza, o direito de famlia ramo do direito
O que concluo dessa curta mas rica experincia de dois privado, apesar de sofrer interveno estatal, devido impor-
anos frente de uma Vara da Infncia e da Juventude da tncia social da famlia; direito extrapatromonial ou persona-
Capital de So Paulo, mas de longa data ocupado com o lssimo (irrenuncivel, intransmissvel, no admitindo condio
tema relativo educao e formao da juventude, que ou termo ou exerccio por meio de procurador); suas normas
no obstante a notria falta de recursos humanos e materiais, so cogentes ou de ordem pblica; suas instituies jurdicas
o Poder Judicirio vem fazendo um trabalho, de forma isola- so direitos-deveres. http://www.centraljuridica.com/
da, sem adequada articulao com os outros raros recursos
do Estado e da comunidade, sem mtodo, e principalmente Noes Gerais do Direito de Famlia
sem o reconhecimento, dentro e fora da instituio judiciria,
FAMLIA
da importncia da atividade de atendimento jurisdicional
criana e ao adolescente e da riqueza do cabedal adquirido De acordo com Gonalves(2009), a conceituao de
nestes 9 anos de vigncia do Estatuto da Criana e do Ado- direito de famlia , de todos os ramos do direito, o mais
lescente, e porque no dizer, resultado tambm da experin- ligado prpria vida, uma vez que, de modo geral, as
cia anterior, adquirido s custas da dedicao de seus profis- pessoas provm de um organismo familiar e a ele conser-
sionais no trato dirio com a crua realidade social em que vam-se vinculadas durante a sua existncia, mesmo que
vivemos. venham a constituir nova famlia pelo casamento ou pela
unio estvel.
Temos muito a dar, a construir, mas para tanto precisa-
mos de recursos humanos e materiais, treinamentos, dilogo Desde modo, pode-se afirmar que a famlia uma rea-
com estudiosos e profissionais das mais diversas reas e lidade sociolgica e constitui a base do Estado, o ncleo
principalmente de liberdade e de incentivo moral, para partici- fundamental em que repousa toda a organizao social. A
parmos de um movimento de sensibilizao da sociedade e famlia aparece como uma instituio necessria e sagra-
dos governantes mostrando-lhes como pode ser nossa contri- da, que merece ampla ateno proteo do Estado.
buio para o desenvolvimento das mais diversas aes de Ademais, o direito de famlia constitui o ramo do direito
atendimento famlia, ao jovem e ao adolescente. civil que disciplina as relaes entre pessoas unidas pelo
matrimnio, pela unio estvel ou pelo parentesco bem
NOES DE DIREITO DA FAMLIA. como os institutos complementares da tutela e curatela
embora no advenham de relaes familiares, tm, em
razo de sua finalidade, conexo com o direito de famlia.
Noes Gerais de Direito de Famlia
Como regra, as leis em geral referem-se famlia co-
Constitui o direito de famlia, o complexo de normas que mo um ncleo mais restrito, constitudo pelos pais e sua
regulam a celebrao do casamento, sua validade e os efei- prole, embora no seja essencial essa configurao.
tos que dele resultam, as relaes pessoais e econmicas da
sociedade conjugal, a dissoluo desta, as relaes entre O Cdigo Civil de 2002 destina o Livro IV da Parte Es-
pais e filhos, o vnculo do parentesco e os institutos comple- pecial ao direito de famlia. Trata, princpio do direito
mentares da tutela, curatela e da ausncia. pessoal, das regras sobre o casamento, sua celebrao,
validade e causas de dissoluo, bem como da proteo
portanto, o ramo do direito civil concernente s relaes da pessoa dos filhos. Em seguida, sobre relaes de
entre pessoas unidas pelo patrimnio ou pelo parentesco a parentesco, enfatizando a igualdade plena entre os filhos
aos institutos complementares de direito protetivo ou assis- consolidada pela Constituio Federal de 1988.
tencial, pois, embora a tutela e a curatela no advenham de
relaes familiares, tm, devido a sua finalidade, conexo No tocante aos alimentos, o Cdigo Civil de 2002 traa
com o direito de famlia. regras que abrangem os devidos em razo do parentesco,
do casamento e tambm da unio estvel, trazendo, como
O objeto do direito de famlia a prpria famlia, embora inovao, a transmissibilidade da obrigao aos herdei-
contenha normas concernentes tutela dos menores que se ros(art.1.700), dispondo de forma diversa do art. 402 do
sujeitam a pessoas que no so seus genitores, curatela, diploma de 1916.
que no tem qualquer relao com o parentesco, mas encon-
tra, guarida nessa seara jurdica devido semelhana ou
O pargrafo 3, do artigo 33 A guarda confere crian- Podemos dizer que a adoo visa dar filhos a quem os
a ou adolescente a condio de dependente, para todos os quer e melhorar, material e imaterialmente, a vida de quem
fins e efeitos do direito, inclusive previdencirios A incluso for adotado.
do menor, como dependente previdencirio do guardio, O regime de adoo sofreu evolues, vigorando hoje o
questionamentos e discordncias gerou as quais acabaram que consta no Estatuto da Criana e do Adolescente, artigos
por fazer vigorar o Decreto 2.171, de 05.03.1997, o qual reti- 39 ao 52, quando abrange crianas, at 12 (doze) anos de
rou o menor sob guarda judicial da proteo previdenciria idade incompletos, e adolescentes dos 12 (doze) aos 18
estatal. (dezoito) anos, ou seja, enquadra nos artigos citados adoo
Alguns doutrinadores, como Luiz Edson Fachim conside- que envolve os menores de 18 (dezoito) anos, com exceo
ram inconstitucional a excluso, face os artigos 226 da Carta ao contido no artigo 40: O adotando deve contar com, no
Magna de 1988, segundo o qual a famlia tem especial pro- mximo, dezoito anos data do pedido, salvo se j estiver
teo do Estado, e o 227 no qual est insculpido o dever da sob a guarda ou tutela dos adotantes.
Famlia, da Sociedade e do Estado em assegurar criana e A adoo dos nascituros e dos maiores de 18 (dezoito)
ao adolescente o direito sade. Em contrapartida, J. M. anos de idade no so passveis de enquadramento na Lei
Leoni Lopes de Oliveira [19], manifesta-se contrrio guarda 8.069/90, devendo ser enquadradas nas normas do Cdigo
previdenciria, pois entende ter a guarda finalidade maior, Civil.
quando demonstrado que a nica finalidade permitir ao
menor usufruir os benefcios previdencirios do guardio. O instituto da adoo se viu ampliado com o Estatuto da
Criana e do Adolescente, o qual permite:
A guarda no afeta o ptrio poder pelo que no afasta o
dever material dos pais de assistncia alimentar, se o menor Art. 42 - Podem adotar os maiores de vinte e um anos,
dela necessitar, embora o guardio assuma a obrigao de independentemente de seu estado civil.
prestar assistncia material, moral, educacional. Pargrafo 2 - A adoo por ambos os cnjuges ou concubi-
nos poder ser formalizada, desde que um deles tenha
Jos Luiz Mnaco da Silva [20], adverte: completado vinte e um anos de idade, comprovada a estabi-
(...) leitura do artigo 33 caput poderia sugerir a seguin- lidade da famlia.
te lio uma vez que o guardio se encontra obrigado, O Projeto de Cdigo Civil, em seu artigo 1.636, quanto a
merc do enunciado legal supracitado, a prestar alimentos idade de quem desejar adotar, assim se expressa: S a
ao menor cuja guarda detm, mostrar-se-ia vigoroso o ar- pessoa maior de 25 anos pode adotar. Quando vigorar, sa-
gumento segundo o qual os genitores estariam livres de beremos como ser aceita a elevao da idade.
cumprir idntica obrigao. Afinal de contas, poder-se-ia ar-
gumentar, estando o menor sob a guarda de outrem, que os A diferena de idade exigida entre o adotante e o adota-
pais se eximiram, por completo, do dever de prestar alimen- do de 16 (dezesseis) anos (art. 42, 3): O adotante h
tos. de ser, pelo menos, dezesseis anos mais velho que o adota-
do. Entende-se que o limite de 16 (dezesseis) anos de dife-
J Luiz Carlos de Barros Figueiredo [21] assim se pro- rena suficiente para que o adotante tenha plena consci-
nuncia: ncia do seu ato, j que a maioridade atingiu aos 21 (vinte e
A Constituio e a Lei 8.069/90 priorizam a permanncia um) anos. Sem modificaes no Projeto de Cdigo Civil.
do menor no seio da famlia natural, mas no olvidam a ne- A adoo depende da concordncia dos pais biolgicos,
cessidade de, em casos especficos, haver colocao em caso conhecidos, acessveis e no destitudos do ptrio po-
Art. 184. Oferecida a representao, a autoridade judici- IV - no existir prova de ter o adolescente concorrido para
ria designar audincia de apresentao do adolescente, o ato infracional.
decidindo, desde logo, sobre a decretao ou manuteno da Pargrafo nico. Na hiptese deste artigo, estando o ado-
internao, observado o disposto no art. 108 e pargrafo. lescente internado, ser imediatamente colocado em liberda-
1 O adolescente e seus pais ou responsvel sero cien- de.
tificados do teor da representao, e notificados a comparecer Art. 190. A intimao da sentena que aplicar medida de
audincia, acompanhados de advogado. internao ou regime de semi-liberdade ser feita:
2 Se os pais ou responsvel no forem localizados, a I - ao adolescente e ao seu defensor;
autoridade judiciria dar curador especial ao adolescente.
II - quando no for encontrado o adolescente, a seus pais
3 No sendo localizado o adolescente, a autoridade ju- ou responsvel, sem prejuzo do defensor.
diciria expedir mandado de busca e apreenso, determi-
nando o sobrestamento do feito, at a efetiva apresentao. 1 Sendo outra a medida aplicada, a intimao far-se-
unicamente na pessoa do defensor.
4 Estando o adolescente internado, ser requisitada a
sua apresentao, sem prejuzo da notificao dos pais ou 2 Recaindo a intimao na pessoa do adolescente, de-
responsvel. ver este manifestar se deseja ou no recorrer da sentena.
I - promover socialmente o adolescente e sua famlia, for- Art. 123. A internao dever ser cumprida em entidade
necendo-lhes orientao e inserindo-os, se necessrio, em exclusiva para adolescentes, em local distinto daquele desti-
programa oficial ou comunitrio de auxlio e assistncia social; nado ao abrigo, obedecida rigorosa separao por critrios de
idade, compleio fsica e gravidade da infrao.
II - supervisionar a frequncia e o aproveitamento escolar
do adolescente, promovendo, inclusive, sua matrcula; Pargrafo nico. Durante o perodo de internao, inclusi-
ve provisria, sero obrigatrias atividades pedaggicas.
III - diligenciar no sentido da profissionalizao do adoles-
cente e de sua insero no mercado de trabalho; Art. 124. So direitos do adolescente privado de liberdade,
entre outros, os seguintes:
IV - apresentar relatrio do caso.
I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do
Seo VI Ministrio Pblico;
Do Regime de Semi-liberdade II - peticionar diretamente a qualquer autoridade;
Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser determina- III - avistar-se reservadamente com seu defensor;
do desde o incio, ou como forma de transio para o meio
aberto, possibilitada a realizao de atividades externas, IV - ser informado de sua situao processual, sempre
independentemente de autorizao judicial. que solicitada;
A aceitao, a negao ou o rechao da enfermidade da -Dados de identificao, para ter uma viso imediata da inser-
pessoa por parte de seu ambiente, em grande parte, esto o do indivduo em seu mundo microssocial;
mobilizados pelos sentimentos de culpa das pessoas de seu
ncleo familiar. -Motivos da consulta, contendo as queixas do paciente e
familiares;
Quando o paciente uma criana, geralmente os sentimentos
de culpa dos pais esto na superfcie da conscincia. Nos -Os recursos utilizados, contendo observaes, tcnicas e
adultos, costuma-se ocorrer o mesmo de forma mascarada. testes;
Na Psicanlise, a relao psiclogo-paciente enfatiza que o -Histrico de vida, resumindo os aspectos relevantes para
paciente transfere ao psiclogo contedos inconscientes de conhecer seu processo evolutivo e estado em que se encon-
sua vida mental infantil e o psiclogo mobilizado em suas tra no presente;
fantasias e angstias primitivas. As transferncias e contra-
transferncias so utilizadas em prol da compreenso diag- -Dados sobre o grupo familiar;
nstica.
-Sntese diagnstica, o que o psiclogo pde perceber e inte-
As atividades clnicas do profissional devem ser empreendi- grar no contexto como sendo sua compreenso globalizadora
das com o mnimo de interferncia de suas teorias sobre sua do paciente;
capacidade de observar e captar os fatos relevantes.
-Prognstico, apontando os recursos emocionais do paciente
O diagnstico deve delimitar graus de integrao da persona- e do grupo familiar para lidar com as perturbaes e suportar
lidade, diferenciando neurticos, psicticos e pervertidos. os atendimentos requeridos;
A descrio de caractersticas de como o indivduo se vincula -Encaminhamento, contendo informaes expressas de modo
e suas defesas e ansiedades predominantes deve permitir breve, relacionando-as s entrevistas devolutivas.
1- Qual o objetivo do Diagnstico Psicolgico? Uma impresso diagnstica, importante para nos ajudar a
programar a assistncia psicolgica a ser dada ao paciente,
Determinar a estrutura clnica subjacente do sujeito que est ajudando-nos a nos conduzir para melhores resultados.
sendo testado. Estrutura clnica o modo particular de funci-
onamento psquico de cada pessoa e que vai depender da 4- Qual sua viso crtica ao seu trabalho e ao Diagnstico
maneira como cada pessoa vivenciou seu Complexo de di- Psicolgico em geral?
po, e consequentemente a Lei. A estrutura clnica nos forne-
cer as tticas e estratgias na direo do tratamento. O diagnstico psicolgico a meu ver um instrumento de
grande valia nos atendimentos, apontando para resultados
2- Quais as etapas e os recursos utilizados? mais eficazes. Sem o mesmo, torna-se muito complicado
saber qual o procedimento adequado.
Fazer uma distino entre o Psicodiagnstico infantil e o de
adulto. No adulto, a nfase dada nas entrevistas prelimina- Entrevista com Snia Eustquio:
res, onde, via linguagem, e na transferncia, tenta-se deter- 1- Qual o objetivo do Diagnstico Psicolgico?
minar qual a estrutura psquica do sujeito: neurose, psicose
ou perverso. Em caso de dvidas, pode-se recorrer ao psi- Levantar todos os dados que correspondem estrutura psico-
codiagnstico do Rorschach ou ao T.A.T., preferencialmente lgica do sujeito, localizando a a sua demanda dentro do
aplicados por outra pessoa. No caso da criana, os testes processo de desenvolvimento dele e, com isso, ter dados
psicolgicos fazem parte do processo de diagnstico, pois suficientes para se estabelecer um diagnstico diferencial.
mais difcil de se determinar a estrutura psquica que est se
formando. Inicialmente, entrevista com os pais para elucidar o 2- Quais as etapas e os recursos utilizados?
lugar que a criana ocupa nas fantasias do casal, como eles
lidam com o sintoma da criana e se esse sintoma tampona Diagnstico Infantil:
alguma verdade no dita nessa famlia. Segundo, hora de
jogo diagnstico, onde se observa a maneira como a criana - Entrevista com pais ou famlia (anamnese);
se expressa atravs dos brinquedos. Terceiro, os testes psi- - Aplicao de testes quando a criana tem idade para desen-
cogrficos: H.P.T., famlia, desenho livre, Machover e Bender. volv-los ou observao do comportamento ldico;
Tambm se levantou outra questo: observando que mui- Para saber o que ocorre e suas causas, de forma a
tas vezes psiclogos competentes acabam por fornecer uma responder ao pedido com o qual foi iniciada a consulta.
grande quantidade de informaes inteis para as fontes de
Porque iniciar um tratamento sem o questionamento
encaminhamento, por falta de uma compreenso adequada
prvio do que realmente ocorre representa um risco muito
das verdadeiras razes que motivaram o encaminhamento
alto. Significa, para o paciente, a certeza de que se pode
ou, em outras palavras, por desconhecimento das decises
cur-lo (usando termos clssicos). E o que ocorre se logo
que devem ser tomadas com base nos resultados do psicodi-
aparecem patologias ou situaes complicadas com as quais
agnstico.
o psiclogo no sabemos lidar, que vo alm daquilo que
As sugestes apontadas, de conhecer as necessidades do podemos absorver, atravs de supervises e anlises? Bus-
mercado e de desenvolver estratgias de conquistas desse caremos a forma de interromper (consciente ou inconscien-
mercado, parecem se fundamentar na pressuposio de que temente) o tratamento com a conseguinte hostilidade ou de-
o psiclogo, sobrecarregado com suas tarefas, no est ava- cepo do paciente, o qual ter muitas duvidas antes de tor-
liando a adequabilidade de seus dados ao pblico consumi- nar a solicitar ajuda.
dor.
Para proteger o psiclogo, que ao iniciar o tratamento
Mas que pblico este? Que profissionais ou servios po- contrai automaticamente um compromisso em dois sentidos:
dem ter necessidade de solicitar psicodiagnsticos? Primei- clnico e tico. Do ponto de vista clnico, deve estar certo de
ramente, vejamos onde costuma trabalhar um psiclogo que poder ser idneo perante o caso sem cair em posturas ing-
lida com psicodiagnsticos. Mais comumente exerce suas nuas nem onipotentes. Do ponto de vista tico, deve proteger-
funes numa instituio que presta servios psiquitricos ou se de situaes nas quais est implicitamente comprometen-
de medicina geral, num contexto educacional ou legal ou do-se a fazer algo que no sabe exatamente o que . No
numa clnica ou consultrio psicolgico, em que o psiclogo entanto, a consequncia do no cumprimento de um contrato
recebe encaminhamento principalmente de psiquiatras, de teraputico , em alguns pases, a cassao da carteira pro-
outros mdicos (pediatras, neurologistas, etc.), da comunida- fissional.
de escolar (de orientadores, professores, etc.), de juzes ou
de advogados, ou atende casos que procuram espontanea- Por estas razes explica-se a importncia da etapa diag-
mente um exame, ou so recomendados por algum familiar nstica, sejam quais forem os instrumentos cientficos utiliza-
ou amigo. dos na mesma. Freud j falava da importncia desta etapa,
qual ele dedicava os primeiros meses do tratamento. Coloca
A questo bsica com que se defronta o psiclogo que, que ela vantajosa tanto para o paciente quanto para o pro-
embora um encaminhamento seja feito, porque a pessoa fissional, que avalia assim se poder ou no chegar a uma
necessita de subsdios para basear uma deciso para resol- concluso positiva.
ver um problema, muitas vezes ela no sabe claramente que
perguntas levantar ou, por razes de sigilo profissional, faz Quando se dedica muito tempo ao diagnstico acaba-se
um encaminhamento vago para uma avaliao psicolgica. estabelecendo uma relao transferencial muito difcil de
Em consequncia, uma das falhas comuns do psiclogo a dissolver caso a deciso de interromper o processo for toma-
aceitao silenciosa de tal encaminhamento, com a realiza- da. Alm do mais, dispomos na atualidade de muitos recursos
o de um psicodiagnstico, cujos resultados no so perti- que permitem solucionar as dvidas em um tempo menor.
nentes s necessidades da fonte de solicitao. Vejamos agora, segundo Arzeno (1995) com quais finali-
, pois, responsabilidade do clnico manter canais de co- dades pode ser utilizado o psicodiagnstico.
municao com os diferentes tipos de contextos profissionais 1) Diagnstico. Conforme o exposto acima bvio que a
para os quais trabalha, familiarizando-se com a variabilidade principal finalidade de um estudo psicodiagnstico a de
de problemas com que se defrontam e conhecendo as diver- estabelecer um diagnstico. E cabe esclarecer que isto no
sas decises que os mesmos pressupem. Mais do que isto: equivale a colocar um rtulo, mas a explicar o que ocorre
deve determinar e esclarecer o que dele se espera, no caso alm do que o paciente pode descrever conscientemente.
individual. Esta uma estratgia de aproximao, que lhe
permitir adequar seus dados s necessidades das fontes de Durante a primeira entrevista elaboramos certas hipteses
encaminhamento, de forma que seus resultados tenham o presuntivas. Mas a entrevista projetiva, mesmo sendo impres-
impacto que merecem e o psicodiagnstico receba o crdito a cindvel, no suficiente para um diagnstico cientificamente
que faz jus. fundamentado.
3 - O PSICODIAGNSTICO CLNICO NA ATUALIDADE Lembremos o que diz Karl Meninger, no prefcio do livro
de David Rapaport:
Segundo Arzeno (1995), o psicodiagnstico est recupe-
rando-se de uma poca durante a qual poderamos dizer que Durante sculos o diagnstico psiquitrico dependeu fun-
havia cado no descrdito da maioria dos profissionais da damentalmente da observao clnica. Todas as grandes
sade mental. obras mestras da nosologia psiquitrica foram realizadas sem
a ajuda das tcnicas de laboratrio e de nenhum dos instru-
imprescindvel revalorizar a etapa diagnstica no traba- mentos de preciso que atualmente relacionamos com o
lho clnico, e um bom diagnstico clnico est na base da desenvolvimento da cincia moderna. Tanto a psiquiatria do
orientao vocacional e profissional, do trabalho com peritos sculo XIX como a da primeira parte do sculo XX, era uma
forenses ou trabalhistas, etc. psiquiatria de impresses clnicas, de impresses colhidas
Se o psiclogo consultado porque existe um problema, graas a uma situao privilegiada: a do mdico capacitado
algum sofre ou est incomodado e deve indagar a verdadei- para submeter o paciente a exame. Mas esse exame sua
ra causa disso. disposio no era de modo algum uniforme ou estvel; e
Segundo Cunha (2000) o processo psicodiagnstico pode O objetivo de avaliao compreensiva considera o caso
ter um ou vrios objetivos, dependendo das perguntas ou numa perspectiva mais global, determinando o nvel de funci-
hipteses inicialmente formuladas. Mais comumente envolve onamento da personalidade, examinando funes do ego
vrios objetivos, que norteiam e delimitam o elenco das hip- (controle da percepo e da mobilidade; prova da realidade;
teses. Dependendo da simplicidade ou da complexidade das antecipao, ordenao temporal; pensamento lgico, coe-
questes propostas, variam os objetivos. rente, racional; elaborao das representaes pela lingua-
gem, etc), em especial quando h insight, para indicao
Classificao simples (descritivo); teraputica ou, ainda, para estimativa de progressos ou resul-
tados de tratamento. No chega necessariamente classifi-
Classificao nosolgica; cao nosolgica, embora esta possa ocorrer subsidiariamen-
Diagnstico diferencial; te (auxiliar), uma vez que o exame pode revelar alteraes
psicopatlogicas. Mas, de qualquer forma, envolve algum tipo
Avaliao compreensiva; de classificao, j que a determinao do nvel de funciona-
mento (compreenso o funcionamento psquico do paciente)
Entendimento dinmico; especialmente importante para a indicao teraputica,
definindo limites da responsabilidade profissional.
Preveno;
Basicamente, podem no ser utilizados testes. A no utili-
Prognstico; zao de testes um objetivo explcito ou implcito nos conta-
tos iniciais do paciente com psiquiatras, psicanalistas e psic-
Percia forense.
logos de diferentes linhas de orientao teraputica. Ao pas-
As perguntas mais elementares que podem ser formula- so que, se o objetivo atingido atravs de um psicodiagnsti-
das em relao a uma capacidade, um trao, um estado emo- co, obtm-se evidncias mais objetivas e precisas, que po-
cional, seriam: Quanto? ou Qual? Aqui, o objetivo seria de dem, inclusive, servir de parmetro para avaliar resultados
classificao simples. Um caso comum de exame com este teraputicos, mais tarde, atravs de um reteste.
objetivo seria o de avaliao do nvel intelectual. O examinan-
O objetivo do psicodiagnstico como entendimento din-
do submetido a testes, adequados sua idade e nvel de
mico, em sentido lato (amplo/restrito), pode ser considerado
escolaridade. So levantados escores (valor quantitativo obti-
como uma forma de avaliao compreensiva, j que enfoca a
do pela soma ou total de pontos creditados a um indivduo em
personalidade de maneira global, mas pressupe um nvel
situao de prova ou teste), consulta de tabelas e os resulta-
mais elevado de inferncia clnica (deduo, concluso, jul-
dos so fornecidos em dados quantitativos, classificados
gamento clnico). Atravs do exame, se procura entender a
sinteticamente (resumidamente).
problemtica de um sujeito, com uma dimenso mais profun-
Mas, raro que um exame psicolgico se restrinja a este da, na perspectiva histrica do desenvolvimento, investigando
objetivo, uma vez que os resultados dos testes, os escores fatores psicodinmicos, identificando conflitos e chegando a
dos subtestes e as respostas intratestes praticamente nunca uma compreenso do caso com base num referencial terico.
so regulares e as diferenas encontradas so susceptveis
Um exame deste tipo requer entrevistas muito bem con-
de interpretao. Pode-se, ento, identificar foras e fraque-
duzidas, cujos dados nem sempre so consubstanciados
zas, dizer como o desempenho do paciente do ponto de
pelos passos especficos de um psicodiagnstico, portanto,
vista intelectual. Neste caso, o objetivo do psicodiagnstico
no sendo um recurso privativo do psiclogo clnico. Frequen-
descritivo.
temente, se combina com os objetivos de classificao noso-
tambm descritivo, o exame do estado mental do paci- lgica e de diagnstico diferencial. Porm, quando um
ente que um tipo de recurso diagnstico que envolve a objetivo do psicodiagnstico, leva no s a uma abordagem
explorao da presena de sinais e sintomas, eventualmente diferenciada das entrevistas e do material de testagem, como
utilizando provas muito simples, no padronizadas, para uma a uma integrao dos dados com base em pressupostos
estimativa sumria de algumas funes, como a ateno e psicodinmicos.
memria. Este constituiria um exame subjetivo de rotina em
Um psicodiagnstico tambm pode ter um objetivo de pre-
clnicas psiquitricas (o exame subjetivo se baseia em infor-
veno. Tal exame visa a identificar problemas precocemen-
maes dadas pelo paciente e em observaes de seu com-
te, avaliar riscos, fazer uma estimativa de foras e fraquezas
portamento), muitas vezes completado por um exame objeti-
do ego, bem como da capacidade para enfrentar situaes
vo.
O mais difcil nesse momento do estudo compreender o Segundo Scheeffer (1968), o teste psicolgico pode ser
sentido da presena de algumas incongruncias ou contradi- definido como uma situao padronizada que serve de est-
es e aceit-las como tais, ou seja, renunciar a onipotncia mulo a um comportamento por parte do examinando; esse
de poder entender tudo. justamente a presena de elemen- comportamento avaliado, por comparao estatstica com o
tos ininteligveis que vai nos alertar acerca de algo que ser de outros indivduos submetidos mesma situao, permitin-
entendido muito mais adiante, no decorrer do tratamento, do assim sua classificao quantitativa e qualitativa.
quando a comunicao entre o sistema consciente e incons- Ocampo (1981) nos chama ateno: no planejamento da
ciente tenha-se tornado mais porosa e o indivduo estiver, bateria temos que pensar que o processo psicodiagnstico
ento, em melhores condies para suportar os contedos deve ser suficientemente amplo para compreender bem o
que vierem tona. Esses elementos no devero ser despre- paciente, mas ao mesmo tempo, no se deve exceder porque
zados, pelo contrrio, devero ser colocados no laudo que isto implica uma alterao no vnculo psiclogo - paciente.
enviarmos a quem solicitou o estudo para deix-lo de sobrea-
viso. No entanto, pode ser imprudente inclu-los na devoluo Para planejar uma bateria necessrio pensar em testes
ao paciente, pois isso poder angusti-lo muito e provocar que captem o maior nmero possvel de condutas (verbais,
uma crise, um ataque ao psiclogo ou uma desero. grficas e ldicas), de maneira a possibilitar a comparao de
um mesmo tipo de conduta, provocada por diferentes estmu-
Chegamos assim ao sexto momento do processo psicodi-
los ou instrumentos e diferentes tipos de conduta entre si.
agnstico: a entrevista de devoluo de informao. Pode ser muito importante discriminar a sequncia em que sero apli-
somente uma ou vrias. Geralmente feita de forma separa- cados os testes escolhidos. Ela deve ser estabelecida em
da: uma com o indivduo que foi trazido como protagonista da funo de dois fatores: a natureza do teste e a do caso em
consulta e outra com os pais e o restante da famlia. Se a questo. O teste que mobiliza uma conduta que corresponde
consulta foi iniciada como familiar, a devoluo e nossas ao sintoma nunca deve ser aplicado primeiro. Utilizar estes
concluses tambm sero feitas a toda a famlia. testes em primeiro lugar supe colocar o paciente na situao
Esta ltima entrevista est impregnada pela ansiedade do mais ansigena ou deficitria sem o prvio estabelecimento
paciente, da sua famlia e, por que no diz-lo, muitas vezes de uma relao adequada. Recomendamos como regra geral
tambm pela do psiclogo, especialmente nos casos mais reservar os testes mais ansigenos para as ltimas entrevis-
complexos. tas.
2. Entrevista de anamnese: tem por objetivo o levanta- No caso de ser a primeira consulta que os pais (ou pacien-
mento detalhado da histria de desenvolvimento da pessoa, te adulto) fazem, a primeira entrevista o primeiro passo do
principalmente na infncia. A anamnese uma tcnica de processo psicodiagnstico e deve reunir certos requisitos para
entrevista que pode ser facilmente estruturada cronologica- cobrir seus objetivos, tais como: no comeo ser muito livre,
mente. no direcionada, de forma que possibilite a investigao do
papel que cada um dos pais desempenha, entre eles e co-
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nosco; o papel que cada um parece desempenhar com o filho, Quando isso ocorre, essa criana tem um respaldo, uma
a fantasia que cada um traz sobre o filho, a fantasia de doen- conteno muito mais forte que aquela que os pais negadores
a e cura que cada um tem, a distncia entre o motivo mani- oferecem, ou aqueles que esto atravessando sua prpria
festo e o latente da consulta, o grau de colaborao ou de crise de angstia. Nestes casos, tambm eles devero rece-
resistncia com o profissional, etc. ber uma ajuda pertinente, porque no h algum capaz de
resgatar o grupo familiar da situao angustiante. Existe um
Para isso, sero levados em considerao tanto elemen- nvel de angstia ou ansiedade cujo aparecimento saudvel,
tos verbais como no verbais da entrevista, a gesticulao mas exacerbao negativa, pois o paciente entra numa
dos pais, seus lapsos, suas aes, como por exemplo, ir ao crise de angstia da qual no consegue se afastar, e no
banheiro, esquecer algo ao partir, segurar uma bolsa ou pasta podemos de maneira alguma pensar em aplicar algum teste;
o tempo todo, fazer comentrios profissionais, fazer alguma podendo isto ser, inclusive, uma conduta pouco humana,
queixa (mesmo parecendo justificada pode estar encobrindo absurda e iatrognica. Ocorre frequentemente sob algum
uma queixa de outra natureza), desencontro do casal ao che- comando, ou diante de determinada lmina de algum teste
gar para a primeira entrevista, trocar o horrio por engano, que o paciente as associa automaticamente com alguma
trazer uma lista escrita com dados excessivamente detalha- morte ou com algum acontecimento que desencadeou o seu
dos, olhar o teto o tempo todo, pedir um conselho rapidamen- conflito. Nestes casos pode ocorrer um bloqueio total, uma
te, etc. crise de choro ou uma rejeio violenta, talvez se negando a
Contratransferencialmente, deveremos escutar de maneira realizar a tarefa. Todas estas reaes tm importncia diag-
constante aquilo que sentimos e as associaes que fazemos nstica, porque indicam quais so as reaes do paciente
medida que eles vo relatando a sua verso do que ocorre. quando tocamos seus pontos mais vulnerveis e dolorosos.
Assim, ficaremos com uma imagem desse filho, a imagem provvel que nesses casos tenhamos que suspender a tarefa,
que eles nos transmitiram, cada um a sua, e a que fica co- escutar o que ele precisa nos contar, o que lembrou ou asso-
nosco, que nem sempre o reflexo fiel do que os pais tm ciou, sendo que nesse momento teremos ento uma nova
tentado nos passar. etapa de entrevista aberta, mesmo j estando na fase de
aplicao de algum teste.
Quando conhecermos o filho, o passo seguinte do proces-
so, j poderemos comparar essa imagem que temos dele com Cabe aqui uma recomendao. No devemos esquecer
a que realmente estamos recebendo. que estamos desde o incio incluindo aspectos transferenciais
da relao do paciente ou dois pais conosco, e tambm
Foi dito antes que o primeiro requisito da entrevista proje- (mesmo se no as verbalizamos) contratransferenciais. No
tiva de que seja livre. Um segundo requisito que em um devemos esquecer tambm que aquilo que se reestrutura,
outro momento, quando for mais oportuno, segundo o julga- seguindo a teoria da Gestalt, um campo no qual cada um
mento do profissional que est fazendo o trabalho, seja bas- dos integrantes (no qual ns includos) ter uma constante
tante dirigida de forma a poder elaborar uma histria clnica mobilidade dinmica, de tal modo que o que vier a ocorrer
completa do paciente. Deve-se solicitar dados, colher infor- algo alm do mero somatrio de condutas individuais.
mao exaustiva sobre a histria do sintoma e tambm deixar
estabelecido um contrato para esta etapa do trabalho diag- Se os pais forem um casal bem estruturado, os sentiremos
nstico. Por exemplo, quantas entrevistas sero feitas, quem unidos e haver uma distncia ideal entre eles e ns. Se o
deve participar, em que horrio, que ordem ser dada ao filho, casal no estiver bem unido poderemos notar que um deles
quais sero os honorrios, qual o objetivo de todo o estudo, quer excluir o outro e fazer uma aliana conosco. Ou ento,
em que vamos centr-lo, qual o motivo mais profundo, que que um deles se exclui desce o incio, no vindo entrevista,
destino ter a informao que obtivermos (se ser transmitida ou tentando ser uma presena ausente (por exemplo, olhando
a eles ou ao filho, ou alm deles ao pediatra, professora, a para o teto o tempo todo), fazendo que o outro no tenha
um juiz, etc.). outra soluo que falar conosco constantemente. Pode ocor-
rer tambm que no queiram vir juntos. No caso de j existir a
importante detectar na primeira entrevista, seja com os separao, devemos aceitar esta situao, mas deveremos
pais, com o filho, com o adolescente ou com o adulto que tentar de todas as formas possveis que assistam juntos
chegam pela primeira vez, o nvel de angstia, o nvel de entrevista final para que tomem uma deciso conjunta, pois
preocupao que provoca isso que est ocorrendo com eles. trata-se de compreender o que est acontecendo com o filho
necessrio e saudvel que se produza num momento de- e decidir o seu futuro. Parecem consultar com a finalidade de
terminado da entrevista, quando o paciente ou seus pais desqualific-lo repetidamente e no buscando a sua ajuda.
tenham insight de que o que ocorre triste, preocupa ou
assusta, notar que surja neles algum indcio de tais sentimen- A diferena entre uma entrevista clnica habitual e aquela
tos, pois se no for assim pode predominar um clima de ne- que o ponto de partida para um estudo psicodiagnstico
gao parcial da verdadeira importncia do conflito, ou um com os testes projetivos que nesta deveremos manter um
clima manaco de negao total e projeo, como quando duplo papel: no incio, um papel de no interveno ativa,
tudo parece ser preocupao da professora ou do pediatra, limitando-nos a sermos um observador da situao que est
mas no dos pais. se desenvolvendo no campo do qual estamos participando.
Tentaremos manter o nosso papel de observador que escuta
importante ainda ressaltar que em um processo diag- e registra (atravs do material do paciente e dos efeitos con-
nstico fundamental trabalhar com um nvel de ansiedade tratransferenciais).
instrumental, ou seja, saudvel. Isto importante porque o
nvel de ansiedade e o modo como regem o paciente, os pais A posteriori e gradualmente, iremos intercalando pergun-
e a famlia para cont-la ou manej-la um dado diagnstico tas ou tentando dirigir o dilogo. Devemos considerar o mo-
e prognstico muito significativo. mento mais oportuno, adotar em papel mais ativo, tal como
intervir, investigar, e inclusive enfrentar os pais com suas
No tem o mesmo significado que os pais de uma criana prprias contradies, falta de recordaes ou falta de sensi-
entrem numa crise da qual ns dificilmente poderemos tir- bilidade para registrar a seriedade da sintomatologia e os
los, que se vemos que eles mesmos so capazes de conter a riscos que o filho est correndo.
prpria angstia ou um deles capaz de conter a angstia do
outro, tambm o se eles reagem positivamente ao mo- Na entrevista com um adulto ocorreria o mesmo. Tecni-
deradora do psiclogo. camente, isto pode ser feito simplesmente assinalado alguns
pontos, sem fazer interpretaes, o que no recomendvel
na primeira entrevista. Mas o grau de permeabilidade muito
A qualidade e o grau da patologia do cliente nos obrigam a No sendo assim, muito difcil realizar o psicodiagnsti-
adaptar o enquadre a cada caso. No possvel trabalhar da co e, quase conveniente colocar que, o prorrogaremos at
mesma forma com um paciente neurtico, com um psictico que ele sinta a necessidade de faz-lo, at que esteja con-
ou com um psicopata grave. Cada caso implica diferentes vencido de que seu mdico esta com razo. Do contrrio,
graus de plasticidade. Uma pessoa absolutamente dependen- mesmo que ele faa de boa vontade o que lhe pedirmos, as
te exigir esclarecimentos permanentes do que deve ou no concluses que obtivermos no tero valor nenhum para ele,
fazer, enquanto que outros sentiro nossas intervenes e a entrevista de devoluo poderia tornar-se uma espcie de
como interferncias desagradveis. Um psicopata precisa ser desafio no qual queremos convenc-lo de algo que ele se
limitado constantemente. O psictico exige de nossa parte nega a aceitar.
uma total concentrao. Precisa ser limitado, mas tambm Alguns autores afirmam que existem certos aspectos do
cuidado e protegido e tambm precisamos proteger-nos. enquadre que permanecem mudos at que alguma circuns-
A idade do paciente tambm influi no enquadre escolhido. tncia nos obriga a romp-los, e ento aparecem com clare-
Com uma criana pequena, sentaremos para brincar no cho za.
se ela assim solicitar. Com adolescentes, sabemos que preci- Suponhamos que o terapeuta tenha sido sempre pontual,
samos ser mais tolerantes quanto sua frequncia, sua pon- at que um dia um problema no trnsito o obriga a chegar
tualidade e suas resistncias para realizar certos testes dos vinte minutos mais tarde. O paciente est esperando furioso,
quais no gostam. Talvez queiram antes acabar de escutar quase o insulta e grita porque o senhor deve estar aqui
uma msica em seu mp3. Deixamos escut-la at ele dizer quando eu chego. Se no houvesse surgido esta ruptura do
que podemos comear. Talvez tambm fizssemos o mesmo enquadre, essa reao teria permanecido sempre encoberta
com uma criana ou com um adulto psictico. pela seriedade do comportamento do terapeuta.
Concluso: impossvel trabalhar sem um enquadre, mas Sabemos em que tanto o profissional como o paciente,
no existe um nico enquadre. trazem para o encontro um aspecto mais infantil e outro mais
Quando questionados sobre o enquadre que usamos, mui- maduro. Se o contrato do psicodiagnstico feito sobre a
tas vezes acontecer que a reflexo vem a posteriori da prti- base dos aspectos infantis de ambos, os resultados sero
ca clnica. Em primeiro lugar, agimos, e depois refletiremos negativos e perigosos.
sobre como e por que trabalhamos daquela forma. Bion re- Bleger, citado por Arzeno (1995), coloca em seu artigo La
comenda trabalhar com absoluta ateno flutuante e liberda- entrevista psicolgica (publicao interna da Faculdade de
de, e depois de terminada a sesso, ento sim, aconselh- Filosofia e Letras da Universidade de Buenos Aires):
vel tomar notas e pensar sobre o ocorrido. No psicodiagnsti-
co isto se aplica principalmente entrevista inicial. Nas se- Para obter o campo particular da entrevista que descre-
guintes j necessrio agir de outra forma para atingir nosso vemos, devemos contar com um enquadre fixo que consiste
objetivo. na transformao de certo conjunto de variveis em constan-
tes. Dentro deste enquadre inclui-se no somente a atitude
Seja com um adolescente, com um adulto ou com os pais tcnica e o papel do entrevistador como o temos descrito,
de uma criana, a primeira entrevista nos dar subsdios que mas tambm os objetivos, o lugar e a durao da entrevista.
facilitaro o enquadre a ser escolhido. Seu comportamento, O enquadre funciona como um tipo de padronizao da situa-
seu discurso, suas reaes, so indicadores que nos ajudam o estmulo para ele, mas que deixe de oscilar como varivel
a resolver que tipo de enquadre usaremos, se mais estrito ou para o entrevistador. Se o enquadre sofre alguma modificao
mais permissivo. (por exemplo, porque a entrevista realizada em um lugar
O enquadre inclui no somente o modo formulao do tra- diferente) essa modificao deve ser considerada como uma
balho, mas tambm o objetivo do mesmo, a frequncia dos varivel sujeita observao, tanto como o prprio entrevis-
encontros, o lugar, os horrios, os honorrios e, principalmen- tado. Cada entrevista possui um contexto definido (conjunto
te, o papel que cabe a cada um. de constantes e variveis) devido ao qual ocorrem os emer-
gentes e estes s fazem sentido e so significativos em rela-
O papel do psiclogo no o de quem sabe, enquanto o e devido a esse contexto. O campo da entrevista tambm
que o do paciente o de quem no sabe. Ambos sabem algo no fixo, mas dinmico, o que significa que est sujeito a
e ambos desconhecem muitas coisas que iro descobrindo uma mudana permanente, e a observao deve se estender
juntos. O que marca a assimetria de papis que o psiclogo do campo especfico existente a cada momento continuida-
Poderamos, assim, dirigir nossas perguntas lembrando o 1. Herana e constituio (ou seja, a histria dos seus
seguinte: antepassados);
1. O sintoma apresenta um aspecto fenomenolgico: nes- 2. Histria prvia do sujeito (seja ela real ou fantasia-
se sentido devemos perguntar minuciosamente tudo quilo da);
que se refere ao mesmo, sem dar nada por sabido. Os pais 3. Situao desencadeante (individual e familiar).
dizem, teimoso, mas ao pedir descries podemos desco-
brir, talvez, que seja uma conduta de reafirmao muito ma- Estes fatores contribuem para a criao de um conflito in-
dura de um menino que no se submete a seus pais, excessi- terno que provoca angstia e mobiliza defesas. O sujeito
vamente rgidos e obsessivos. entra ento num quadro neurtico com formao e sintomas,
os quais, como afirmamos anteriormente, sero o motivo
2. O sintoma apresenta um aspecto dinmico: mostra e tanto manifesto como latente da consulta.
esconde ao mesmo tempo um desejo inconsciente que entra
em oposio com uma proibio do superego. Por isso Em relao aos recursos de que dispe o psiclogo para
importante perguntar como a criana ou o adolescente rea- registrar tudo o que necessrio desde a entrevista inicial,
gem diante dos sintomas descritos pelos pais. A vergonha, a cabe resumir o seguinte:
repulsa e o pudor so elementos que indicam a existncia de
1. Sem dvida, a comunicao verbal a via essencial
um conflito intrapsquico, que o sujeito ir cooperar no traba-
para tal objetivo.
lho do psicodiagnstico e no tratamento posterior, e que a
patologia predominantemente neurtica. 2. O registro do no verbal tambm essencial e por
isso o psiclogo deve ser um ouvinte atento a gestos, lapsos,
3. Todo sintoma causa um beneficio secundrio, sendo
atuaes, etc., que possuem um valor inestimvel, pois no
importante ento calcular o que esse sujeito obtm nesse
so produtos de um discurso planejado, mas de um discurso
sentido e o que ele perderia no caso de que abandonasse o
do inconsciente. Neste momento no o inqurito, mas a
sintoma. Isso nos ajudar a medir as resistncias que ele
observao atenta que serve ao psiclogo como fonte de
colocar para a superao do mesmo.
coleta de dados.
4. Sintoma expressa algo no nvel familiar: a entrevista
3. Finalmente, existe outro nvel de registro com o qual
familiar diagnstica nos dar maior informao em relao a
o psiclogo pode contar: seu registro contratransferencial.
esse aspecto do que a entrevista inicial, mas mesmo assim,
Para que ele seja confivel, o psiclogo deve ter realizado
deveremos estar alertas para captar sinais referentes a isso,
uma boa psicanlise de forma a no confundir aquilo que ele
desde o incio.
registra como algo do outro com efeitos das suas interven-
Tambm os psicanalistas decidiram usar esse novo enfo- es em reas no resolvidas e si mesmo.
que, familiar, de maneira que o psiclogo dispe agora de
No encerramento da primeira entrevista, que o momento
vrios esquemas referenciais entre os quais poder escolher
da despedida desse primeiro encontro entre os pais ou o
o mais convincente, sem omitir essa perspectiva to importan-
adulto e o psiclogo, indicado combinar os passos que
te na atualidade.
sero seguidos, os horrios das consultas posteriores, assim
Seguindo esse enfoque, torna-se imprescindvel interro- como esclarecer tambm quais sero os honorrios e a forma
gar, durante a primeira entrevista, sobre o nome e sobrenome de pagamento dos mesmos.
de cada progenitor, idade atual, se o pai e a me vivem ou
Presente ou passado, por onde comear?Se o psiclogo
so falecidos (quando e por qual motivo), se os encontros
aplicar mecanicamente a tcnica habitual do inqurito, cair
No trmino do psicodiagnstico, o tcnico tem algo a dizer Segundo Gil (1999), as entrevistas podem ser classifica-
ao entrevistado em relao ao que fundamenta a indicao. das em: informal, focalizada, por pautas e estruturada.
Em 1991, Cunha, Freitas e Raymundo (apud NUNES, In: a) Entrevista Informal (livre ou no-estruturada) o tipo
CUNHA, 1993), elaboraram algumas recomendaes sobre a menos estruturado, e s se distingue da simples conversao
entrevista de devoluo: porque tem como objetivo bsico a coleta de dados. O que se
- Aps a interpretao dos dados, o entrevistador vai co- pretende a obteno de uma viso geral do problema pes-
municar-lhe em que consiste o psicodiagnstico, e indicar a quisado, bem como a identificao de alguns aspectos da
teraputica que julga mais adequada; personalidade do entrevistado;
- Adotar uma aproximao indireta de modo a que os in- - Silncio de Reflexo Surge normalmente aps a in-
quiridos forneam a informao desejada sem terem consci- terveno do entrevistador, ou logo aps um feedback, ou
ncia disso, a exemplo das tcnicas projetivas; mesmo depois do entrevistador ter passado por algum tipo de
vivncia. Nele, observa-se a ausncia de tenso, h um reco-
- Colocar as perguntas perturbadoras na parte final do lhimento introspectivo de elaborao mental;
questionrio ou da entrevista de modo a que as respostas no
sofram qualquer consequncia desse efeito. - Silncio de Desinteresse O indivduo perde o foco da
ateno, camufla resistncia, se desinteressa pela situao
8.5) Segundo Gilliron (1996), pode-se estudar os com- externa porque interiormente ela o atinge.
portamentos do paciente praticamente em relao a dois
eixos: 9.1) A Ansiedade na Entrevista
- A anamnese do sujeito que permite a observao dos A ansiedade parte da existncia humana, todas as pes-
comportamentos repetitivos que do uma ideia exata da sua soas a sentem em grau variado, por vezes consiste em uma
personalidade: trata-se do ponto de vista histrico; resposta adaptativa do organismo (SIERRA, 2003). Para Bion
(apud ALMEIDA & WETZEL, 2001), se duas pessoas esto
- A observao do comportamento do paciente quando da numa sala de anlise sem angstia, no est havendo anlise
primeira entrevista tambm fornece indicaes muito precisas (p.272). Calligaris (apud GOLDER, 2000), percebe que em
sobre a organizao da sua personalidade. todo encontro, o outro est imediatamente implicado enquan-
to semelhante imaginrio, o que se busca primeiro uma
IX DINMICA DA ENTREVISTA
tela, uma espcie de cumplicidade que supe um sentido
O entrevistador, no seu papel de tcnico, no deve expor comum ao que estamos dizendo(p.151). Desse modo, a ansi-
suas reaes e nem sua histria de vida. No deve permitir edade um indicativo do desenvolvimento de uma entrevista,
em ser considerado como um amigo pelo entrevistado e, nem e deve ser controlada pelo entrevistador, a sua prpria, e a
entrar em relao comercial, de amizade ou de qualquer outro que aparece no entrevistado.
benefcio que no seja o pagamento dos seus honorrios.
Durante a situao de entrevista, tanto ansiedade quan-
Para Gilliron (1996), a investigao repousar:
do os mecanismos de defesa do entrevistado podem aumen-
- Na anlise do comportamento do paciente com relao tar, no somente devido a esse novo contexto externo que ele
ao enquadre; enfrenta, mas tambm devido ao perigo, em potencial, daquilo
que desconhece em sua personalidade. O contato direto com
- Num modelo preciso suscetvel de evidenciar a dinmica seres humanos, coloca o tcnico diante da sua prpria vida,
relacional que se estabelece entre o paciente e o terapeuta; sade ou doena, conflitos e frustraes. Considerando que o
modelo de apoio objetal. entrevistador um agente ativo na investigao, sua ansie-
O entrevistado deve ser recebido com cordialidade, e no dade torna-se um dos fatores mais difceis de lidar. Em sua
de forma efusiva. Diante de informaes prvias fornecidas tarefa, o psiclogo pode oscilar facilmente entre a ansiedade
por outra pessoa, se deixa claro que essas no sero manti- e o bloqueio, sem que isto o perturbe, desde que possa resol-
das em reserva. Em funo de no abalar a confiana do ver na medida em que surja.
entrevistado, estas lhe sero comunicadas. A reao contra- Toda investigao implica a presena de ansiedade frente
transferencial deve ser encarada com um dado de anlise da ao desconhecido, e o investigador deve ter a capacidade para
entrevista, no se deve atuar diante da rejeio, inveja ou toler-la, assim, poder manter o controle da situao. H
qualquer outro sentimento do entrevistado. As atitudes deste casos em que o investigador, devido aos seus bloqueios e
no devem ser domadas ou subjugadas, no se trata de limitaes, se v oprimido pela ansiedade, e recorre a meca-
um documento expedido pelo psiclogo que A finalidade do Relatrio Psicolgico ser sempre a
certifica uma determinada situao ou estado psicolgico, de apresentar resultados e concluses da avaliao psicol-
tendo como finalidade: gica. Entretanto, em funo da petio ou da solicitao do
interessado, o Relatrio Psicolgico poder destinar-se a
a) Afirmar como testemunha, por escrito, a informao finalidades diversas, como: encaminhamento, interveno,
ou estado psicolgico diagnstico, prognstico, parecer, orientao, solicitao de
de quem, por requerimento, o solicita, aos fins expressos por acompanhamento psicolgico, prorrogao de prazo para
este; acompanhamento psicolgico etc. Enfim, a solicitao do
requerente que ir apontar o objetivo ltimo do Relatrio
b) Justificar faltas e/ou impedimentos do solicitante, ates- Psicolgico.
tando-os como decor-
rentes do estado psicolgico informado; 3.2. Estrutura
c) Solicitar afastamento e/ou dispensa do solicitante, Independentemente das finalidades a que se destina, o
subsidiado na afirmao Relatrio Psicolgico uma pea de natureza e valor cientfi-
atestada do fato, em acordo com o disposto na Resoluo cos, devendo conter narrativa detalhada e didtica, com cla-
CFP n 015/96. reza, preciso e harmonia, tornando-se acessvel e compre-
ensvel ao destinatrio.
2.2. Estrutura do Atestado
Os termos tcnicos devem, portanto, estar acom-
A formulao do Atestado deve restringir-se informa- panhados das explicaes e/ou conceituao retiradas dos
o solicitada pelo requerente, contendo expressamente o fundamentos terico-filosficos que os sustentam.
3.2.4. Concluso
O psiclogo nomeado perito deve fazer a anlise do pro- VI - GUARDA DOS DOCUMENTOS E CONDIES DE
blema apresentado, destacar os aspectos relevantes e opinar GUARDA
a respeito, considerando os quesitos apontados e com fun-
damento em referencial terico cientfico. Os documentos escritos decorrentes de avaliao psicol-
gica, bem como todo o material que os fundamentou, devero
Deve-se rubricar todas as folhas dos documentos. Haven- ser guardados pelo prazo mnimo de 5 anos, observando-se a
do quesitos, o psiclogo deve respond-los de forma sinttica responsabilidade por eles tanto do psiclogo quanto da insti-
e convincente, no deixando nenhum quesito sem resposta. tuio em que ocorreu a avaliao psicolgica.
Quando no houver dados para a resposta ou quando o psi-
clogo no puder ser categrico, deve-se utilizar a expresso Esse prazo poder ser ampliado nos casos previstos em
sem elementos de convico. Se o quesito estiver mal for- lei, por solicitao judicial, ou ainda em casos especficos em
mulado, pode-se afirmar prejudicado, sem elementos ou que seja necessria a manuteno da guarda por maior tem-
aguarda evoluo. po.
O prazo de validade dos documentos escritos decorrentes Sob o ponto de vista legal, esta uma das principais
das avaliaes psicolgicas dever considerar a legislao questes que o perito dever atentar-se. Conforme os itens
vigente nos casos j definidos. contidos no artigo 2 do CEPP, vedado ao psiclogo: (Al-
neas)
Cdigo de tica Profissional do Psiclogo d. Estimular reflexes que considerem a profisso como
um todo e no em suas prticas particulares, uma vez que os
Apresentao principais dilemas ticos no se restringem a prticas espec-
ficas e surgem em quaisquer contextos de atuao.
Toda profisso define-se a partir de um corpo de prticas
que busca atender demandas sociais, norteado por elevados Ao aprovar e divulgar o Cdigo de tica Profissional do
padres tcnicos e pela existncia de normas ticas que Psiclogo, a expectativa de que ele seja um instrumento
garantam a adequada relao de cada profissional com seus capaz de delinear para a sociedade as responsabilidades e
pares e com a sociedade como um todo. deveres do psiclogo, oferecer diretrizes para a sua formao
e balizar os julgamentos das suas aes, contribuindo para o
Um Cdigo de tica profissional, ao estabelecer padres fortalecimento e ampliao do significado social da profisso.
esperados quanto s prticas referendadas pela respectiva
categoria profissional e pela sociedade, procura fomentar a
auto-reflexo exigida de cada indivduo acerca da sua prxis, Princpios Fundamentais
de modo a responsabiliz-lo, pessoal e coletivamente, por
aes e suas consequncias no exerccio profissional. A mis- 1. O psiclogo basear o seu trabalho no respeito e na
so primordial de um cdigo de tica profissional no de promoo da liberdade, da dignidade, da igualdade e da inte-
normatizar a natureza tcnica do trabalho, e, sim, a de asse- gridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a
gurar, dentro de valores relevantes para a sociedade e para Declarao Universal dos Direitos Humanos.
3. O psiclogo atuar com responsabilidade social, 10. Ter, para com o trabalho dos psiclogos e de outros
analisando crtica e historicamente a realidade poltica, eco- profissionais, respeito, considerao e solidariedade, e, quan-
nmica, social e cultural. do solicitado, colaborar com estes, salvo impedimento por
motivo relevante;
4. O psiclogo atuar com responsabilidade, por meio
do contnuo aprimoramento profissional, contribuindo para o 11. Sugerir servios de outros psiclogos, sempre que,
desenvolvimento da Psicologia como campo cientfico de por motivos justificveis, no puderem ser continuados pelo
conhecimento e de prtica. profissional que os assumiu inicialmente, fornecendo ao seu
substituto as informaes necessrias continuidade do
5. O psiclogo contribuir para promover a universali- trabalho;
zao do acesso da populao s informaes, ao conheci-
mento da cincia psicolgica, aos servios e aos padres 12. Levar ao conhecimento das instncias competentes
ticos da profisso. o exerccio ilegal ou irregular da profisso, transgresses a
princpios e diretrizes deste Cdigo ou da legislao profissio-
6. O psiclogo zelar para que o exerccio profissional nal.
seja efetuado com dignidade, rejeitando situaes em que a
Psicologia esteja sendo aviltada. Art. 2 - Ao psiclogo vedado:
7. O psiclogo considerar as relaes de poder nos 1. Praticar ou ser conivente com quaisquer atos que ca-
contextos em que atua e os impactos dessas relaes sobre racterizem negligncia, discriminao, explorao, violncia,
as suas atividades profissionais, posicionando-se de forma crueldade ou opresso;
crtica e em consonncia com os demais princpios deste
Cdigo.
2. Induzir a convices polticas, filosficas, morais,
ideolgicas, religiosas, de orientao sexual ou a qualquer
Das Responsabilidades do Psiclogo tipo de preconceito, quando do exerccio de suas funes
profissionais;
Art. 1 - So deveres fundamentais dos psiclogos:
3. Utilizar ou favorecer o uso de conhecimento e a utili-
1. Conhecer, divulgar, cumprir e fazer cumprir este C- zao de prticas psicolgicas como instrumentos de castigo,
digo; tortura ou qualquer forma de violncia;
2. Assumir responsabilidades profissionais somente por 4. Acumpliciar-se com pessoas ou organizaes que
atividades para as quais esteja capacitado pessoal, terica e exeram ou favoream o exerccio ilegal da profisso de psi-
tecnicamente; clogo ou de qualquer outra atividade profissional;
3. Prestar servios psicolgicos de qualidade, em con- 5. Ser conivente com erros, faltas ticas, violao de di-
dies de trabalho dignas e apropriadas natureza desses reitos, crimes ou contravenes penais praticados por psic-
servios, utilizando princpios, conhecimentos e tcnicas re- logos na prestao de servios profissionais;
conhecidamente fundamentados na cincia psicolgica, na
tica e na legislao profissional; 6. Prestar servios ou vincular o ttulo de psiclogo a
servios de atendimento psicolgico cujos procedimentos,
4. Prestar servios profissionais em situaes de cala- tcnicas e meios no estejam regulamentados ou reconheci-
midade pblica ou de emergncia, sem visar benefcio pesso- dos pela profisso;
al;
7. Emitir documentos sem fundamentao e qualidade
5. Estabelecer acordos de prestao de servios que tcnico-cientfica;
respeitem os direitos do usurio ou beneficirio de servios de
Psicologia; 8. Interferir na validade e fidedignidade de instrumentos
e tcnicas psicolgicas, adulterar seus resultados ou fazer
6. Fornecer, a quem de direito, na prestao de servi- declaraes falsas;
os psicolgicos, informaes concernentes ao trabalho a ser
realizado e ao seu objetivo profissional; 9. Induzir qualquer pessoa ou organizao a recorrer a
seus servios;
7. Informar, a quem de direito, os resultados decorren-
tes da prestao de servios psicolgicos, transmitindo so- 10. Estabelecer com a pessoa atendida, familiar ou ter-
mente o que for necessrio para a tomada de decises que ceiro, que tenha vnculo com o atendido, relao que possa
afetem o usurio ou beneficirio; interferir negativamente nos objetivos do servio prestado;
8. Orientar a quem de direito sobre os encaminhamen- 11. Ser perito, avaliador ou parecerista em situaes nas
tos apropriados, a partir da prestao de servios psicolgi- quais seus vnculos pessoais ou profissionais, atuais ou ante-
cos, e fornecer, sempre que solicitado, os documentos perti- riores, possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado
nentes ao bom termo do trabalho; ou a fidelidade aos resultados da avaliao;
1. Avaliar os riscos envolvidos, tanto pelos procedi- 4. Suspenso do exerccio profissional, por at 30 (trin-
mentos, como pela divulgao dos resultados, com o objetivo ta) dias, ad referendum do Conselho Federal de Psicologia;
de proteger as pessoas, grupos, organizaes e comunidades
envolvidas; 5. cassao do exerccio profissional, ad referendum do
Conselho Federal de Psicologia.
2. Garantir o carter voluntrio da participao dos
envolvidos, mediante consentimento livre e esclarecido, salvo Art. 22 - As dvidas na observncia deste Cdigo e os ca-
nas situaes previstas em legislao especfica e respeitan- sos omissos sero resolvidos pelos Conselhos Regionais de
do os princpios deste Cdigo; Psicologia, ad referendum do Conselho Federal de Psicologia.
3. Garantir o anonimato das pessoas, grupos ou orga- Art. 23 - Competir ao Conselho Federal de Psicologia
nizaes, salvo interesse manifesto destes; firmar jurisprudncia quanto aos casos omissos e faz-la
incorporar a este Cdigo.
4. Garantir o acesso das pessoas, grupos ou organi- Art. 24 - O presente Cdigo poder ser alterado pelo Con-
zaes aos resultados das pesquisas ou estudos, aps seu selho Federal de Psicologia, por iniciativa prpria ou da cate-
encerramento, sempre que assim o desejarem. goria, ouvidos os Conselhos Regionais de Psicologia.
V - interessado no julgamento da causa em favor de uma d) quando, modificando-se a competncia, forem transfe-
das partes. ridos a outro juzo;
Pargrafo nico. Poder ainda o juiz declarar-se suspeito V - dar, independentemente de despacho, certido de
por motivo ntimo. qualquer ato ou termo do processo, observado o disposto no
art. 155.
Art. 136. Quando dois ou mais juzes forem parentes, con-
sangneos ou afins, em linha reta e no segundo grau na linha Art. 142. No impedimento do escrivo, o juiz convocar-lhe-
colateral, o primeiro, que conhecer da causa no tribunal, im- o substituto, e, no o havendo, nomear pessoa idnea
pede que o outro participe do julgamento; caso em que o para o ato.
segundo se escusar, remetendo o processo ao seu substitu- Art. 143. Incumbe ao oficial de justia:
to legal.
I - fazer pessoalmente as citaes, prises, penhoras, ar-
Art. 137. Aplicam-se os motivos de impedimento e suspei- restos e mais diligncias prprias do seu ofcio, certificando
o aos juzes de todos os tribunais. O juiz que violar o dever no mandado o ocorrido, com meno de lugar, dia e hora. A
de absteno, ou no se declarar suspeito, poder ser recu- diligncia, sempre que possvel, realizar-se- na presena de
sado por qualquer das partes (art. 304). duas testemunhas;
Art. 138. Aplicam-se tambm os motivos de impedimento II - executar as ordens do juiz a que estiver subordinado;
e de suspeio:
III - entregar, em cartrio, o mandado, logo depois de
I - ao rgo do Ministrio Pblico, quando no for parte, e, cumprido;
sendo parte, nos casos previstos nos ns. I a IV do art. 135;
IV - estar presente s audincias e coadjuvar o juiz na
II - ao serventurio de justia; manuteno da ordem.
III - ao perito; (Redao dada pela Lei n 8.455, de V - efetuar avaliaes. (Includo pela Lei n 11.382, de
24.8.1992) 2006).
IV - ao intrprete. Art. 144. O escrivo e o oficial de justia so civilmente
1o A parte interessada dever argir o impedimento ou a responsveis:
suspeio, em petio fundamentada e devidamente instru- I - quando, sem justo motivo, se recusarem a cumprir,
da, na primeira oportunidade em que Ihe couber falar nos dentro do prazo, os atos que Ihes impe a lei, ou os que o
autos; o juiz mandar processar o incidente em separado e juiz, a que esto subordinados, Ihes comete;
sem suspenso da causa, ouvindo o argido no prazo de 5
(cinco) dias, facultando a prova quando necessria e julgando II - quando praticarem ato nulo com dolo ou culpa.
o pedido. Seo II
2o Nos tribunais caber ao relator processar e julgar o Do Perito
incidente. Art. 145. Quando a prova do fato depender de conheci-
CAPTULO V mento tcnico ou cientfico, o juiz ser assistido por perito,
DOS AUXILIARES DA JUSTIA segundo o disposto no art. 421.
Art. 438. A segunda percia tem por objeto os mesmos fa- 2o Os oficiais de justia far-se-o acompanhar de duas
tos sobre que recaiu a primeira e destina-se a corrigir eventu- testemunhas.
al omisso ou inexatido dos resultados a que esta conduziu. 3o Tratando-se de direito autoral ou direito conexo do ar-
Art. 439. A segunda percia rege-se pelas disposies es- tista, intrprete ou executante, produtores de fonogramas e
tabelecidas para a primeira. organismos de radiodifuso, o juiz designar, para acompa-
nharem os oficiais de justia, dois peritos aos quais incumbir
Pargrafo nico. A segunda percia no substitui a primei- confirmar a ocorrncia da violao antes de ser efetivada a
ra, cabendo ao juiz apreciar livremente o valor de uma e ou- apreenso.
tra.
Art. 843. Finda a diligncia, lavraro os oficiais de justia
DA EXECUO DE PRESTAO ALIMENTCIA auto circunstanciado, assinando-o com as testemunhas.
Art. 732. A execuo de sentena, que condena ao paga- De Outras Medidas Provisionais
mento de prestao alimentcia, far-se- conforme o disposto
no Captulo IV deste Ttulo. Art. 888. O juiz poder ordenar ou autorizar, na pendncia
da ao principal ou antes de sua propositura:
Pargrafo nico. Recaindo a penhora em dinheiro, o ofe-
recimento de embargos no obsta a que o exeqente levante I - obras de conservao em coisa litigiosa ou judicialmen-
mensalmente a importncia da prestao. te apreendida;
Art. 733. Na execuo de sentena ou de deciso, que fi- II - a entrega de bens de uso pessoal do cnjuge e dos fi-
xa os alimentos provisionais, o juiz mandar citar o devedor lhos;
para, em 3 (trs) dias, efetuar o pagamento, provar que o fez III - a posse provisria dos filhos, nos casos de separao
ou justificar a impossibilidade de efetu-lo. judicial ou anulao de casamento;
1o Se o devedor no pagar, nem se escusar, o juiz de- IV - o afastamento do menor autorizado a contrair casa-
cretar-lhe- a priso pelo prazo de 1 (um) a 3 (trs) meses. mento contra a vontade dos pais;
2o O cumprimento da pena no exime o devedor do pa- V - o depsito de menores ou incapazes castigados imo-
gamento das prestaes vencidas e vincendas. (Redao deradamente por seus pais, tutores ou curadores, ou por eles
dada pela Lei n 6.515, de 26.12.1977) induzidos prtica de atos contrrios lei ou moral;
3o Paga a prestao alimentcia, o juiz suspender o Vl - o afastamento temporrio de um dos cnjuges da mo-
cumprimento da ordem de priso. rada do casal;
Art. 734. Quando o devedor for funcionrio pblico, militar, VII - a guarda e a educao dos filhos, regulado o direito
diretor ou gerente de empresa, bem como empregado sujeito de visita que, no interesse da criana ou do adolescente,
legislao do trabalho, o juiz mandar descontar em folha pode, a critrio do juiz, ser extensivo a cada um dos avs;
de pagamento a importncia da prestao alimentcia. (Redao dada pela Lei n 12.398, de 2011)
Pargrafo nico. A comunicao ser feita autoridade, Vlll - a interdio ou a demolio de prdio para resguar-
empresa ou ao empregador por ofcio, de que constaro os dar a sade, a segurana ou outro interesse pblico.
nomes do credor, do devedor, a importncia da prestao e o
tempo de sua durao. Art. 889. Na aplicao das medidas enumeradas no artigo
antecedente observar-se- o procedimento estabelecido nos
Art. 735. Se o devedor no pagar os alimentos provisio- arts. 801 a 803.
nais a que foi condenado, pode o credor promover a execu-
o da sentena, observando-se o procedimento estabelecido Pargrafo nico. Em caso de urgncia, o juiz poder auto-
no Captulo IV deste Ttulo. rizar ou ordenar as medidas, sem audincia do requerido.
I - pessoa com deficincia: aquela que tem impedimentos de 2o Na organizao dos servios da assistncia social se-
longo prazo de natureza fsica, intelectual ou sensorial, os ro criados programas de amparo, entre outros:
quais, em interao com diversas barreiras, podem obstruir I - s crianas e adolescentes em situao de risco pessoal
sua participao plena e efetiva na sociedade com as demais e social, em cumprimento ao disposto no art. 227 da Constitui-
pessoas; o Federal e na Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatu-
II - impedimentos de longo prazo: aqueles que incapacitam a to da Criana e do Adolescente);
pessoa com deficincia para a vida independente e para o II - s pessoas que vivem em situao de rua. (NR)
trabalho pelo prazo mnimo de 2 (dois) anos.
Art. 24. ........................................................................
3o Considera-se incapaz de prover a manuteno da pes-
soa com deficincia ou idosa a famlia cuja renda mensal per .............................................................................................
capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do salrio-mnimo.
2o Os programas voltados para o idoso e a integrao da
4o O benefcio de que trata este artigo no pode ser acu- pessoa com deficincia sero devidamente articulados com o
mulado pelo beneficirio com qualquer outro no mbito da benefcio de prestao continuada estabelecido no art. 20
seguridade social ou de outro regime, salvo os da assistncia desta Lei. (NR)
mdica e da penso especial de natureza indenizatria.
Art. 28. ..........................................................................
5o A condio de acolhimento em instituies de longa
permanncia no prejudica o direito do idoso ou da pessoa 1o Cabe ao rgo da Administrao Pblica responsvel
com deficincia ao benefcio de prestao continuada. pela coordenao da Poltica de Assistncia Social nas 3 (trs)
esferas de governo gerir o Fundo de Assistncia Social, sob
II - proteo social especial: conjunto de servios, progra- Art. 6-E. Os recursos do cofinanciamento do Suas, desti-
mas e projetos que tem por objetivo contribuir para a recons- nados execuo das aes continuadas de assistncia soci-
truo de vnculos familiares e comunitrios, a defesa de direi- al, podero ser aplicados no pagamento dos profissionais que
to, o fortalecimento das potencialidades e aquisies e a pro- integrarem as equipes de referncia, responsveis pela orga-
teo de famlias e indivduos para o enfrentamento das situa- nizao e oferta daquelas aes, conforme percentual apre-
es de violao de direitos. sentado pelo Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate
Fome e aprovado pelo CNAS.
Pargrafo nico. A vigilncia socioassistencial um dos ins-
trumentos das protees da assistncia social que identifica e Pargrafo nico. A formao das equipes de referncia de-
previne as situaes de risco e vulnerabilidade social e seus ver considerar o nmero de famlias e indivduos referencia-
agravos no territrio. dos, os tipos e modalidades de atendimento e as aquisies
que devem ser garantidas aos usurios, conforme delibera-
Art. 6-B. As protees sociais bsica e especial sero es do CNAS.
ofertadas pela rede socioassistencial, de forma integrada,
diretamente pelos entes pblicos e/ou pelas entidades e orga- Art. 12-A. A Unio apoiar financeiramente o aprimoramen-
nizaes de assistncia social vinculadas ao Suas, respeitadas to gesto descentralizada dos servios, programas, projetos
as especificidades de cada ao. e benefcios de assistncia social, por meio do ndice de Ges-
to Descentralizada (IGD) do Sistema nico de Assistncia
1o A vinculao ao Suas o reconhecimento pelo Minist- Social (Suas), para a utilizao no mbito dos Estados, dos
rio do Desenvolvimento Social e Combate Fome de que a Municpios e do Distrito Federal, destinado, sem prejuzo de
entidade de assistncia social integra a rede socioassistencial. outras aes a serem definidas em regulamento, a:
2o Para o reconhecimento referido no 1o, a entidade de- I - medir os resultados da gesto descentralizada do Suas,
ver cumprir os seguintes requisitos: com base na atuao do gestor estadual, municipal e do Distri-
I - constituir-se em conformidade com o disposto no art. 3o; to Federal na implementao, execuo e monitoramento dos
servios, programas, projetos e benefcios de assistncia soci-
II - inscrever-se em Conselho Municipal ou do Distrito Fede- al, bem como na articulao intersetorial;
ral, na forma do art. 9o;
II - incentivar a obteno de resultados qualitativos na ges-
III - integrar o sistema de cadastro de entidades de que trata to estadual, municipal e do Distrito Federal do Suas; e
o inciso XI do art. 19.
III - calcular o montante de recursos a serem repassados
3o As entidades e organizaes de assistncia social vin- aos entes federados a ttulo de apoio financeiro gesto do
culadas ao Suas celebraro convnios, contratos, acordos ou Suas.
ajustes com o poder pblico para a execuo, garantido finan-
ciamento integral, pelo Estado, de servios, programas, proje- 1o Os resultados alcanados pelo ente federado na ges-
tos e aes de assistncia social, nos limites da capacidade to do Suas, aferidos na forma de regulamento, sero conside-
instalada, aos beneficirios abrangidos por esta Lei, observan- rados como prestao de contas dos recursos a serem transfe-
do-se as disponibilidades oramentrias. ridos a ttulo de apoio financeiro.
09. Sobre o emprego de preposio no podemos dizer que: 18. Qual a alternativa onde h um plural incorreto?
A) o termo consequente complemento ou adjunto do termo A) guardas-noturnos ; vices-diretores
antecedente preposio; B) bias-frias ; bate-papos
B) a locuo prepositiva sempre termina por preposio; C) puros-sangues ; dedos-duros
C) as preposies ao se unirem a certas palavras sempre D) sextas-feiras ; joes-ningum
perdem algum fonema; E) bem-me-queres ; arrozes-doces
D) ligando um termo consequente ao seu antecendente, a
preposio pode expressar as mais variadas relaes; 19. Que dupla de substantivos abaixo apresenta erro no g-
E) palavras provenientes de outras classe gramaticais podem nero do artigo precedente?
funcionar como preposies. A) a aguardente ; o amlgama
B) a apendicite ; a cal
10. Qual a frase que tem concordncia verbal compatvel com C) as saca-rolhas ; a vspora
a norma culta? D) a trama ; o drama
A) No se deve matar tantos jacars assim. E) o formicida ; a laringe
B) Isso no atitudes que se tomem.
C) Fizeram dias muito frios na Europa. 20. Identifique onde ocorre silepse de pessoa:
D) Mais de um governador participou da reunio. A) Nada pode a mquina inventar das coisas.
E) Bate duas horas neste instante. B) Dizem que os paulistas somos pouco dados aos parques.
C) As meninas, espero que os irmos cheguem antes.
11. Indique onde h erro de concordncia nominal: D) Nossos bosques tm mais vida, nossa vida mais amores.
A) Estou quites com meus credores. E) O trocador olhou, viu, no aprovou.
B) gua muito bom para matar a sede.
C) proibida a entrada de pessoas estranhas. Conhecimentos
D) Saram duas edies extras do jornal.
E) J est inclusa na despesa a comisso do garon. 21. Estando o adolescente interno, o prazo de reavaliao
pela equipe interprofissional dever ser:
12. Em que perodo o termo em destaque est inadequada- A) Mensal;
mente empregado? B) Bimestral;
A) Quase morreu quando fez a ablao de um dos rins. C) Trimestral;
B) No quero este livro, seno aquele. D) Semestral;
C) As beatas postaram-se esquerda do altar. E) Anual.
D) sangue, o que frui em minhas veias!
E) No lia jornais de fim de semana. 22. No caso de ato infracional cometido mediante grave ame-
aa ou violncia pessoa, qual a medida scio-educativa que
13. Que frase apresenta erro no emprego do pronome relati- dever ser aplicada ao adolescente ?
vo? A) Liberdade assistida;
A) Nenhuma festa a que fui convidado esteve to animada. B) Semiliberdade;
B) Esta a imagem ante a qual me ajoelhei. C) Advertncia;
C) A moa que veio reclamar minha irm. D) Internao em estabelecimento educacional;
D) Esta a lagoa em cujas guas nadei. E) Obrigao de reparar danos.
E) O jogo a que presenciamos foi muito bom.
23. Assinale a opo que se refere medida especfica de
14. Indique a alternativa que apresenta erro no emprego do proteo:
verbo: A) Prestao de servio comunidade;
A) Enganar-se-ia quem o supusesse um fraco. B) Advertncia;
B) A polcia havia preso o homem errado. C) Incluso no programa de semiliberdade;
C) Espero que haja muitos amigos meus na festa. D) Incluso em programa comunitrio ou oficial de auxlio
D) Ele medeia os encontros da filha com a me. famlia, a criana e/ou adolescente;
E) Mesmo que penteemos os cabelos, no nos vo reconhe- E) Internao.
cer.
24. No tocante adoo, assinale a afirmativa correta:
15. Descubra a frase onde "a" foi usado no lugar de "h": A) No atribui ao adotado direitos e deveres sucessrios;
A) Esta duplicata ser descontada daqui a dois meses. B) Inexiste limite de idade para o adotando;
B) Daqui a alguns meses estaremos no segundo milnio. C) Trata-se de um procedimento revogvel;
C) Estou guardando esta carta a trs meses. D) A morte dos adotantes no restabelece o ptrio poder dos
D) O homem morreu a dois passos da filha. pais naturais;
E) As frias terminaro a 15 de fevereiro. E) Poder ocorrer atravs de instrumento procuratrio.
16. Indique o uso incorreto de "aonde": 25. Ao analisar a tendncia anti-social, correto afirmar que:
A) Aonde vocs pensam que vo? A) No comparvel com a neurose e psicose;
B) Aonde ficaremos hoje noite? B) Refere-se apenas criana;
26. Os casos de suspeita ou confirmao de maus tratos 32. Analise as assertivas abaixo e assinale a opo correta:
contra crianas ou adolescentes sero obrigatoriamente co- A) Na anamnese deve-se obter todas as informaes para
municados: realizar uma sntese da histria do indivduo;
A) Ao Ministrio Pblico; B) A consulta consiste na solicitao de assistncia tcnica ou
B) Ao Conselho Tutelar; profissional que dever ocorrer com o uso da entrevista;
C) Ao Juiz; C) Alguns tipos de entrevista podem excluir ou substituir ou-
D) Aos abrigos de crianas e/ou adolescentes; tros procedimentos de investigao da personalidade;
E) Ao Conselho de Defesa dos Direitos da Criana e Adoles- D) Toda entrevista tem um contexto definido, ou seja, um
cente. conjunto de constantes e variveis;
E) O fundamento da entrevista psicolgica consiste basica-
27. A Tutela ser deferida: mente no fato de perguntar ou no objetivo de recolher dados
A) Indistintamente, s pessoas de at vinte e um anos incom- da histria do entrevistador.
pletos;
B) s pessoas do sexo feminino de at vinte e um anos in- 33. No tocante ENTREVISTA ABERTA, seria incorreto afir-
completos; mar que:
C) s pessoas de at vinte e um anos incompletos, desde A) O entrevistador tem ampla liberdade para formular pergun-
que no emancipadas; tas e fazer as intervenes que se fizerem necessrias;
D) s pessoas maiores de vinte e cinco anos; B) A liberdade do entrevistador levar sempre em considera-
E) s pessoas do sexo masculino de at dezoito anos incom- o ou ter como parmetro a estrutura psicolgica do entre-
pletos. vistado;
C) Seu campo no pode ser considerado fixo e sim dinmico,
28. As medidas de proteo criana e ao adolescente, so estando sujeito a permanentes mudanas;
aplicveis sempre que os direitos reconhecidos no art.98 do D) Trata-se de uma relao humana em que um dos integran-
E.C.A. forem ameaados ou violados: tes deve estar cnscio do que est acontecendo e atuar se-
I. Por ao ou omisso da Sociedade ou do Estado; gundo esse conhecimento;
II. Por falta, omisso ou abuso dos pais ou responsvel; E) Possibilita uma melhor comparao sistemtica de dados,
III. Em razo de sua conduta. posto que utiliza perguntas previamente formuladas e segue
A) Todos os itens esto corretos; metodologia especfica.
B) Nenhum dos itens est correto;
C) Apenas o item I est correto; 34. A Psicanlise influenciou a Teoria da Entrevista:
D) Esto corretos os itens I e II; A) Valorizando fundamentalmente a observao do compor-
E) Esto corretos os itens I e III. tamento do entrevistado;
B) Delineando e reconhecendo o campo psicolgico, suas leis
29. O art.126 do E.C.A. preceitua que antes de iniciado o e o enfoque situacional;
procedimento judicial para apurao de ato infracional, o C) Enfatizando aspectos da dimenso inconsciente do com-
representante do Ministrio Pblico poder conceder a remis- portamento;
so: D) Reforando a compreenso da entrevista como um todo,
A) Quando a infrao for considerada grave; no qual o entrevistador um dos seus integrantes e seu com-
B) Quando a infrao for caracterizada de pequena gravida- portamento um dos elementos da totalidade;
de; E) Estabelecendo regras bsicas para colher dados comple-
C) Em qualquer fase do procedimento; tos de toda a vida do entrevistado.
D) Em nenhuma fase do procedimento;
E) Analisando as circunstncias e consequncias do ato in- 35. Assinale a assertiva incorreta:
fracional cometido, o contexto social e a personalidade do A) O enquadramento na entrevista abrange no apenas a
adolescente. atitude tcnica e o papel do entrevistador, mas considera
fundamentais os objetivos, o lugar e o tempo da entrevista;
30. Segundo o artigo 129 do E.C.A. so medidas aplicveis B) No decorrer da entrevista as observaes no devem ser
aos pais ou responsveis, dentre outras: registradas em funo das hipteses que o entrevistador vai
Inciso I - Encaminhamento a programa oficial ou comunitrio emitindo;
de promoo famlia; C) Determinados conflitos trazidos pelo entrevistado podem
Inciso III - Encaminhamento a tratamento psicolgico ou psi- no ser fundamentais, assim como as motivaes que ele
quitrico; alega so, geralmente, racionalizaes;
Inciso IV - Encaminhamento a cursos ou programas de orien- D) A mxima objetividade s pode ser alcanada quando se
tao; incorpora o sujeito observador como uma das variveis do
Inciso VI - Obrigao de encaminhar a criana ou adolescente campo;
a tratamento especializado; E) A entrevista possibilita a reflexo sobre as contradies e
Inciso VIII - Perda da Guarda. dissociaes da personalidade, de acordo com o nvel de
A) Esto corretos os itens I e III; tolerncia angstia que o entrevistado apresente.
B) Esto corretos os itens I, III e VI;
C) Todos os itens esto corretos; 36. Analise as afirmativas abaixo e indique a alternativa corre-
D) Nenhum dos itens est correto; ta:
E) Apenas o item VI est correto. A) Na anamnese trabalha-se com a suposio de que embora
o paciente conhea a sua vida, no tem a capacidade de
31. No que se reporta ENTREVISTA PSICOLGICA, assi- oferecer dados objetivos sobre ela;
nale a alternativa incorreta: B) Alguns pesquisadores consideram a entrevista um instru-
A) uma tcnica de investigao cientfica; mento totalmente confivel a despeito das lacunas, dissocia-
B) Possui procedimentos especficos ou regras empricas; es e contradies que o entrevistado apresente;
52. Podemos definir a adolescncia como: 59. Nos casos de crianas estrangeiras, a colocao em fam-
A) Uma etapa de transio entre a infncia e a idade adulta; lia substituta ser admissvel em que modalidade:
B) Um momento que marca no s a aquisio da imagem I. Tutela;
corporal definitiva, como tambm a estruturao final da per- II. Guarda;
sonalidade; III. Adoo.
C) Uma fase onde h predominncia das mudanas biolgi- A) Esto corretos os itens I e II;
cas; B) Esto corretos os itens II e III;
D) Fase que pode ser plenamente compreendida atravs da C) Todos os itens esto corretos;
anlise isolada dos aspectos biolgicos, psicolgicos, sociais D) Nenhum dos itens est correto;
e culturais; E) Apenas o item III est correto.
E) Fase que coincide com a puberdade.
60. No que diz respeito colocao em famlia substituta,
53. Entre os diversos elementos que possibilitam assinalar o correto afirmar que:
trmino da adolescncia, marque a alternativa incorreta: A) Sempre que possvel, a criana ou adolescente dever ser
A) Relao de reciprocidade com a gerao precedente; previamente ouvido e a sua opinio devidamente considera-
B) Capacidade de assumir compromissos profissionais e se da;
auto manter; B) Na apreciao do pedido, levar-se- em conta o grau de
C) Busca de pautas de identificao no grupo de iguais; parentesco e a relao de afinidade ou de afetividade, a fim
D) Estabelecimento de uma identidade sexual e possibilidade de evitar ou minorar as consequncias decorrentes da medi-
de estabelecer relaes afetivas estveis; da;
E) Aquisio de um sistema de valores pessoais. C) Admitir a transferncia da criana ou adolescente a ter-
ceiros ou entidades governamentais ou no governamentais,
54. Na obrigao de reparar o dano, o adolescente deve: sem autorizao judicial;
A) Promover ressarcimento sem necessariamente compensar D) Esto corretos os itens A e B;
o prejuzo; E) Esto corretos os itens A, B e C.
B) Promover o ressarcimento do dano;
C) Reparar o prejuzo da vtima;
D) Restituir o objeto;
E) Reparar prejuzo ou restituir o objeto conforme o caso.
14. Qual o perodo cujo termo em destaque est inadequa- 22. Indique a nica opo que melhor responde a questo.
damente empregado? Apesar de vivermos em plena "era das comunicaes", o
a ( ) O Juiz empossou os seus pares. processo comunicante entre as geraes continua ............
b ( ) Cuidemos da horta que os celeiros esto vazios. I. Muito bem entre a sociedade.
c ( ) Acenderam os crios sob o altar. II. Emperrado e claudicante.
d ( ) Ao luchar a perna, o atleta gritou de dor. III. Claudicante.
e ( ) S sai besteira desta sua cachola. a ( ) apenas a alternativa II est correta.
b ( ) apenas a alternativa I est correta.
15. Complete as frases corretamente: c ( ) apenas a alternativa III est correta.
O objeto que estava no fundo do lago _____. d ( ) as alternativas I e III esto corretas.
Como aluno, sou do corpo _____ da escola. e ( ) as alternativas II e III esto corretas.
Por favor, _____ aquela porta. Faz frio aqui.
Rendamos _____ aos que tombaram na guerra. 23. A tendncia anti-social pode ser encontrada:
a ( ) imergiu ; docente ; serre ; pleito I. Num indivduo normal.
b ( ) imergiu ; discente ; cerre ; preito II. Num indivduo neurtico.
c ( ) emergiu ; discente ; cerre ; preito III. Num indivduo psictico.
d ( ) emergiu ; docente ; serre ; pleito a ( ) apenas a alternativa I est correta.
e ( ) imergiu ; discente ; serre ; preito b ( ) apenas a alternativa II est correta.
16. Ache a dupla onde h erro de ortografia: c ( ) apenas a alternativa III est correta.
a ( ) aterrissar ; asar d ( ) as alternativas I e III esto corretas.
b ( ) beneficncia ; hilariedade e ( ) as alternativas I, II e III esto corretas.
c ( ) prazerosamente ; meteorologia
d ( ) imprescindvel ; manteigueira 24. Quando existe uma tendncia anti-social..............
e ( ) hidravio ; candeeiro a ( ) houve a perda de algo bom.
b ( ) houve a perda de algo mau.
17. Que verbo no se apresenta corretamente conjugado no c ( ) no houve perda.
presente do indicativo? d ( ) houve o ganho de algo bom e algo mau.
a ( ) precavemos ; precaveis (precaver) e ( ) houve a perda de algo bom e algo mau.
b ( ) di ; doem (doer)
c ( ) adiro ; aderes ; adere ; aderimos ; aderis ; aderem (ade- 25. O furto est no centro da tendncia anti-social. A criana
rir) que furta um objeto no est desejando o objeto roubado,
d ( ) frejo ; freges ; frege ; frigimos ; frigis ; fregem (frigir) mas est desejando .............
e ( ) arguo ; argis ; argi ; arguimos ; arguis ; argem (arguir) a ( ) um irmo.
b ( ) amigos.
18. Indique onde no se fez a correta concordncia nominal: c ( ) a me.
a ( ) Cerveja bom para sade. d ( ) mais brinquedos.
b ( ) Guardou bastantes moedas de prata. e ( ) ser mais livre.
c ( ) necessria coragem.
d ( ) Foi ela mesma que escreveu a carta. 26. Segundo Winnicott, do ponto de vista da criana, a me
e ( ) Entregue estes convites em mo. foi criada:
a ( ) pelo pai.
19. Qual a funo sinttica do termo em destaque ? b ( ) por Deus.
"O velho autntico tinha sido substitudo pelo velho fingido". c ( ) pela prpria criana.
a ( ) complemento nominal d ( ) pelos amigos.
b ( ) objeto indireto e ( ) pelos avs.
c ( ) objeto direto preposicionado
d ( ) agente da passiva 27. Ao cuidar da criana, a me est constantemente lidando
e ( ) adjunto adverbial com .....
I. O valor de incmodo do seu beb.
20. Marque a alternativa cuja orao apresenta em destaque II. A liberdade do seu beb.
um termo sem vnculo sinttico com a mesma: III. O exagero do seu beb.
a ( ) A moa caminhava apressadamente. a ( ) apenas a alternativa II est correta.
b ( ) Mataram os meus gatinhos. b ( ) apenas a alternativa I est correta.
c ( ) Estou no meio da praa. c ( ) as alternativas II e III esto corretas.
d ( ) Ele gostou da sugesto. d ( ) as alternativas I, II e III esto corretas.
e ( ) Joo, onde est Maria? e ( ) as alternativas I e II esto corretas.
32. A criana que precisa descarregar quantidades muito 40. Do ponto de vista intrapsquico, o comportamento dos
maiores de tenso, com mais frequncia, do que uma criana pais frente a seus filhos adolescentes determinado basica-
calma e tranquila, denominamos de criana........ mente pelo grau de .......:
a ( ) hipotmica. d ( ) latente. I. Resoluo dos conflitos atuais.
b ( ) hipertnica. e ( ) dinmica. II. Resoluo de seus conflitos edpicos.
c ( ) manifesta. III. Resoluo de seus conflitos internalizados.
a ( ) as opes I e II esto corretas.
33. Bem no incio da infncia, o rgo principal de descarga b ( ) as opes II e III esto corretas.
...... c ( ) apenas a opo III est correta.
a ( ) a mo. d ( ) a boca. d ( ) apenas a opo I est correta.
b ( ) o nariz. e ( ) o olho. e ( ) apenas a opo II est correta.
c ( ) o ouvido.
41. O momento da privao original ocorre durante o perodo
34. H duas funes na amamentao. So elas: em que o ego do beb ou da criana pequena est em .....
I. Uma deficincia de descarga por uma suco muito mais a ( ) reconhecimento de sua importncia.
frequente de partes acessveis de seu prprio corpo. b ( ) processo de realizao da fuso das razes libidinais e
II. A ingesto de alimento propriamente dita, que satisfaz e agressivas do id.
aplaca a fome e a sede simultaneamente. c ( ) evidncia de sua capacidade de suportar a indiferena.
III. A descarga de tenso, ou seja, a satisfao da mucosa d ( ) processo de transio.
oral por meio das atividades dos lbios, lngua, palato e espa- e ( ) um momento favorvel a sua atuao.
o laringo-farngeo..
a ( ) apenas a alternativa I est correta. 42. A base da psicologia de grupo :
b ( ) apenas a alternativa II est correta. a ( ) a unio do grupo.
c ( ) as alternativas I e III esto corretas. b ( ) a psicologia do indivduo.
d ( ) alternativas II e III esto corretas. c ( ) a mesma faixa etria.
e ( ) as alternativas I, II e III esto corretas. d ( ) maturidade do indivduo.
e ( ) criatividade do grupo.
35. A idade em que surgem as primeiras respostas sociais e
aparece o primeiro precursor do objeto, no decorrer do ..... 43. O estudo das primeiras etapas do desenvolvimento permi-
a ( ) dcimo segundo ms de vida. tiu descobrir ......
b ( ) nono aniversrio. a ( ) a importncia do papel de ser pai.
c ( ) oitavo aniversrio. b ( ) a necessidade de desprender-se do lar.
d ( ) dcimo ms de vida. c ( ) a bissexualidade no indivduo.
e ( ) terceiro ms de vida. d ( ) que o filho nico apresenta uma maior tendncia homos-
sexual.
36. Segundo Spitz, os nativos que mantm o costume antigo e ( ) no homem, h um momento no qual a fantasia de ter um
de carregar as crianas durante todo o dia nas costas ou nas filho no seu ventre normal.
ancas, proporcionam s crianas .........:
I. Ampla descarga de tenso. 44. A atitude, na grande maioria das crianas que sofrem de
II. Reduzida descarga de tenso. eczema infantil, de:
III. Estmulo receptivo. a ( ) depresso.
a ( ) apenas a opo II est correta. b ( ) hostilidade.
b ( ) apenas a opo I est correta. c ( ) agressividade.
c ( ) as opes I e III esto corretas. d ( ) ansiedade manifesta.
d ( ) as opes II e III esto corretas. e ( ) delicadeza.
48. A agressividade primria se manifesta atravs de: 57. Os maiores delitos em nossa sociedade so cometidos
a ( ) relaes internas. por:
b ( ) relaes externas. I. Adultos
c ( ) relaes de aproximao. II. Adolescentes.
d ( ) relaes amigveis. III. Crianas.
e ( ) relaes instintivas. a ( ) as opes II e III esto corretas.
b ( ) as opes I e II esto corretas.
49. Indique a alternativa correta que preenche a lacuna. c ( ) apenas a opo III est correta.
A _____________, constitui um perigoso potencial para o d ( ) apenas a opo II est correta.
indivduo e para a comunidade. e ( ) apenas a opo I est correta.
a ( ) perda do objeto mau.
b ( ) energia instintiva reprimida. 58. Manifestao filicida :
c ( ) manifestao das relaes externas. a ( ) a rivalidade existente entre as geraes.
d ( ) agresso primria. b ( ) a unio dos jovens.
e ( ) realidade interior. c ( ) a liberdade de expresso do jovem.
d ( ) o sacrifcio da juventude.
50. Um dos objetivos na construo da personalidade tornar e ( ) a chegada na adolescncia.
o indivduo capaz de drenar o .........
a ( ) instintual. 59. Indique a opo falsa.
b ( ) perverso. O esquema referencial terico a que aludimos o que consi-
c ( ) sublimado. dera o carter psicopatolgico dos sintomas na adolescncia
d ( ) sentimento. uma funo de certos "mdulos" ou "variveis", que so:
e ( ) superego. a ( ) intensidade.
b ( ) durao.
51. A manifestao fecal da criana, pressupe um certo tipo c ( ) significado regressivo.
de relao ....... d ( ) polimorfismo.
a ( ) pr-objetal. e ( ) discriminao.
b ( ) coprofgica.
c ( ) objetal, ainda que patolgica. 60. Indique a alternativa que preenche corretamente as lacu-
d ( ) de periodicidade. nas.
e ( ) integral. O________ e ________ tem um papel igualmente importante
na formao do sistema psquico e da personalidade.
52. O humor depressivo da me origina, na criana, uma a ( ) objeto mau / seus componentes.
inclinao para tendncia ....... b ( ) objeto bom / seus componentes.
a ( ) objetal. d ( ) agressiva. c ( ) amor / dedicao.
b ( ) saudvel. e ( ) depressiva. d ( ) afeto / integrao.
c ( ) de induo. e ( ) prazer / desprazer.
GABARITO
53. A perda da me que entra em depresso no uma per- 01-D 21-C 41-B
da fsica, como quando a me morre. uma perda ........ 02-A 22-A 42-B
a ( ) passageira. 03-B 23-E 43-E
1. Dentre as atribuies do Conselho Tutelar no consta: 6. De acordo com a LDB, (V) verdadeiro ou (F) falso afirmar.
A) expedir notificaes. ( ) A educao bsica poder organizar-se em sries anuais,
B) requisitar certides de nascimento e de bito de criana ou perodos semestrais, ciclos, alternncia regular de perodos
adolescente quando necessrio. de estudos, grupos no-seriados, com base na idade, na
C) expedir mandado de priso s pessoas que comprovada- competncia e em outros critrios, ou por forma diversa de
mente violaram os direitos constantes do Estatuto. organizao, sempre que o interesse do processo de aprendi-
D) requisitar servios pblicos nas reas de sade, educao, zagem assim o recomendar.
servio social, previdncia, trabalho e segurana. ( ) A escola poder reclassificar os alunos, inclusive quando
se tratar de transferncias entre estabelecimentos situados no
2. Sobre as disposies do ECA (V) verdadeiro ou (F) falso Pas e no exterior, tendo como base as normas curriculares
afirmar. gerais.
( ) As crianas adotadas tm o mesmo direito e qualificaes ( ) O calendrio escolar dever adequar-se s peculiaridades
daquelas havidas na relao de casamento. locais, inclusive climticas e econmicas, a critrio do respec-
( ) As famlias que apresentem carncia de recursos materiais tivo sistema de ensino, facultando reduzir o nmero de horas
para a criao dos filhos podero ser includas em programas letivas previstas na legislao.
oficiais de auxlio. A seqncia correta :
( ) A manuteno ou reintegrao de criana ou adolescente A) F, V, V.
sua famlia ter preferncia em relao a qualquer outra pro- B) V, F. V.
vidncia. C) V, V, F.
A seqncia correta : D) F, V, F.
A) V, F. V.
B) F, V, V. 7. Consta da LDB que o controle de freqncia fica a cargo da
C) F, F, V. escola, conforme o disposto no seu regimento e nas normas
D) V, V, V. do respectivo sistema de ensino, exigida a freqncia mnima
de _____ do total de horas letivas para aprovao
3. O acolhimento, sob a forma de guarda, de criana ou de A) 50%.
adolescente afastado do convvio familiar contar com alguns B) 75%.
estmulos oferecidos pelo Poder Pblico, como: C) 60%
1 - assistncia jurdica. D) 90%
2 - cesta bsica mensal.
3 - incentivos fiscais. 8. Analise as afirmaes sobre a LDB.
4 - convnio de sade particular. 1 - A LDB prev a possibilidade de acelerao de estudos
So itens que constam do Art. 34 do ECA: para alunos com atraso escolar.
A) 1 e 2, apenas. 2 - Cabe a cada instituio de ensino expedir histricos esco-
B) 2 e 3, apenas. lares, declaraes de concluso de srie e diplomas ou certi-
C) 3 e 4, apenas. ficados de concluso de cursos, com as especificaes cab-
D) 1 e 3, apenas. veis.
Podemos concluir que, segundo a LDB:
4. O ECA determina que as medidas de proteo s crianas A) 1 e 2 esto incorretas.
e adolescentes contemplem as necessidades pedaggicas, B) apenas 1 est correta.
preferencialmente aquelas que visem ao fortalecimento dos C) apenas 2 est correta.
vnculos familiares e comunitrios e que garantam, dentre D) 1 e 2 esto corretas.
outros, os princpios de:
1 - Privacidade zelando pela intimidade, direito imagem e 9. A educao bsica, nos nveis fundamental e mdio ter
reserva de sua vida privada. uma carga horria anual de ____ horas, distribudas por ___
2 - Interveno precoce efetuada pelas autoridades logo dias de efetivo trabalho escolar, excludo o tempo reservado
que a situao de perigo seja conhecida. aos exames finais, quando houver.
3 - Obrigatoriedade da informao exclusivamente aos pais Completam corretamente os respectivos claros:
que devem ser informados sobre os motivos que determina- A) 750 // 200.
ram a interveno e da forma como esta se processa. B) 900 // 210.
So afirmaes corretas: C) 800 // 200.
A) 1 e 3 apenas. D) 850 // 220.
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