Manual de Contabilidade de Gestao Parte I e II
Manual de Contabilidade de Gestao Parte I e II
Manual de Contabilidade de Gestao Parte I e II
GESTO
1.1 Breve Historial da Contabilidade Analtica
At meados do Sec. XVIII, altura em que ocorre a Revoluo Industrial, no se conhecem
progressos na Contabilidade de Custos.
Nesta poca, a contabilidade dos custos de produo era bastante primitiva e tratava primeiro de
dar gesto registos e relatrios sobre as operaes do passado. A maior parte das decises eram
tomadas com base em informaes histricas combinadas com a intuio sobre o potencial
sucesso das propostas de aco.
Charles Babbage, autor Ingls do tempo da Revoluo Industrial, escreveu o livro On The
Economy of Machinery and Manufacturers focando problemas de tempos de trabalho e de
clculo de custos.
Trinta anos mais tarde Louis Mzires publicou o livro Industrial and Manufacturing Accounts
com contributos fundamentais para o moderno sistema de custeio por Tarefa, Obra ou
Encomenda. Cada encomenda tinha a sua conta em que eram registados os materiais e a mo-de-
obra utilizada. Contudo, no fazia referncia aos gastos gerais de fabrico no clculo dos custos.
Por outro lado, toda a vida do indivduo e dos grupos actualmente encarada numa perspectiva
social, essencialmente humanista, pelo que os problemas empresariais decorrentes da
complexidade e instabilidade do meio tm de ser resolvidos sem comprometer a segurana do
pessoal, relativamente estabilidade de emprego e ao nvel da remunerao.
Assim, os responsveis pela administrao e gesto das empresas do nosso tempo defrontam-se
com problemas e responsabilidades cuja complexidade e gravidade se no podem comparar, em
quantidade e qualidade, com os tempos passados, quando, perante a simplicidade e estabilidade
das estruturas, o xito dos negcios dependia especialmente da experincia, da intuio e do
esprito de iniciativa.
Hoje, na idade do social, a experincia insuficiente, muitas vezes inoperante e sempre perigosa;
a intuio arriscada quando as responsabilidades sociais do empresrio o probem de se
comportar como um jogador; o esprito de iniciativa, perante as limitaes implcitas na
complexidade dos negcios, nada representa por si s.
a) Planeamento
Compreende:
- A definio dos objectivos (o qu e para qu);
- A escolha dos meios para alcanar esses objectivos (como), adoptando um
determinado modelo de actividades.
b) Controlo
Comparao entre as actividades planeadas e realizadas e anlise dos respectivos
desvios, para accionamento de um mecanismo de feedback, que permite:
- A correco das prximas actividades do modelo adoptado;
- A escolha de outro modelo de actividades, quando o anterior se revelar ineficaz;
- A reviso do mtodo de previso, quando o anterior se revelar pouco realista.
Ora, estas tarefas (planeamento e controlo) s podem ser satisfatoriamente realizadas quando os
respectivos responsveis dispem de informaes abundantes, precisas e oportunas, as quais, na
sua maior parte, ho-de ser fornecidas pela Contabilidade, como tcnica de informao ao
servio da empresa.
De facto, o processo de tomada de decises na empresa ter de se apoiar nas informaes
contabilsticas, obtidas atravs do registo, anlise e previso econmica passada, presente e
futura.
Processo de Produo nas Empresas Comerciais e Industriais
Embora em todas as empresas se verifique uma circulao interna de valores, a verdade que nas
empresas comerciais a funo de produo se reduz sua expresso mais simples, podendo dizer-
se, praticamente, que s compras (de mercadorias) se sucedem directamente as vendas (de
mercadorias).
APROVISIONAMENTO DISTRIBUIO
COMPRAS VENDAS
ARMAZM DE MERCADORIAS
ADMINISTRAO E FINANCIAMENTO
Pelo contrrio, nas empresas industriais o processo de produo assume toda a sua extraordinria
importncia:
Entre as compras (de materiais) e as vendas (de produtos fabricados) situa-se todo um ciclo de
transformaes, utilizando determinada tecnologia e exigindo determinado equipamento fabril.
Note-se que, para alm da armazenagem de matrias e produtos fabricados, ainda se verifica a
armazenagem da produo em curso, isto , dos produtos que j iniciaram mas ainda no
terminaram o processo de produo (produtos por ultimar).
(figura 2)
PRODUO DISTRIBUIO
FBRICA
ARMAZEM ARMAZEM
DE DE
Produo em
MATRIAS PROD FAB
Curso
ADMINISTRAO E FINANCIAMENTO
A contabilidade analtica pressupe uma organizao racional dos servios da empresa, de acordo
com a moderna problemtica do controlo da gesto, devendo apoiar-se no organigrama
funcional da empresa
Organigrama Funcional o esquema ou grfico que possibilita uma viso imediata e
global da sua estrutura e hierarquia funcional, conforme os princpios da autoridade e da
responsabilidade.
Numa empresa de dimenso mdia, poderemos ter, por exemplo o seguinte organigrama:
Compras
Pessoal Tesouraria Planificao Publicidade
Verificao
Fabricao Recebimento Equipamento Distribuio
Recepo
Contabilidade Pagamento Fabricao Vendas
Armazm Armazm
Por outro lado, a contabilidade analtica no poder deixar de se adequar estrutura do processo
tecnolgico da produo, exigindo tal adequao um perfeito conhecimento, no s das vrias
operaes de transformao e do respectivo equipamento fabril, mas tambm das matrias
utilizadas (natureza, qualidade, fontes de abastecimento, prazos e condies de entrega, preos e
descontos, despesas de compra, etc.) e dos prprios produtos fabricados (natureza, qualidade,
mercado, preo, modalidades de venda, etc.).
A contabilidade geral apura aquelas grandezas econmicas de uma forma global (relativamente
ao conjunto da organizao) no satisfazendo, por conseguinte, aquela necessidade. a
contabilidade analtica que compete prosseguir aquelas finalidades. Ela constitui um subsistema
de informao que tem em vista a medida e anlise dos custos, proveitos e resultados
relacionados com os diversos objectivos prosseguidos pelas organizaes.
Salienta-se, pois, que o seu objecto so os custos, proveitos e resultados das organizaes, que
determina e analisa, no de forma globalizante como acontece na contabilidade geral, mas sim de
forma analtica e de acordo com as necessidades da gesto da organizao em causa.
A necessidade de contabilidade analtica faz-se sentir quer nas empresas quer noutras
organizaes. E quanto a empresas, embora tenha sido nas indstrias que a contabilidade analtica
Como sabemos, a empresa o organismo que rene um conjunto de factores para, mediante
determinado processo, obter e trocar produtos com outros agentes econmicos.
Para j, no poderemos esquecer que aquelas peas contabilsticas so obtidas com base em
normas rgidas (de avaliao e registo) e revelam um acentuado formalismo (na sua
apresentao), evidenciando valores por vezes afastados da realidade econmica, por razes de
ordem jurdica ou fiscal (amortizaes, por exemplo) ou em consequncia do princpio da
prudncia (no considerando ganhos potenciais).
Por outro lado, embora os custos futuros raramente coincidam com os custos passados ou
histricos, a
verdade que estes so ainda a melhor base de previso, pelo que o seu desconhecimento no
permite qualquer planeamento e, posteriormente, o respectivo controlo.
Tais informaes ho-de ser fornecidas por outro ramo da contabilidade a contabilidade
analtica.
Planeamento
a primeira funo administrativa e serve de base s demais.
Compreende:
- A definio dos objectivos (o que se deve fazer, como e para qu?);
- A escolha dos meios para alcanar esses objectivos;
- O que cada rgo da empresa da empresa deve fazer, como e quando.
O planeamento um modelo terico para a aco futura, na medida em que visa criar condies
racionais para que se organize e dirija o sistema.
Organizao
Aps o planeamento, segue-se geralmente a funo de organizao. A palavra organizar, na
abordagem clssica e neoclssica, est relacionada com:
- A inventariao e preparao dos meios materiais, financeiros e humanos necessrios
para o alcance dos objectivos fixados;
- A determinao das actividades a desenvolver;
Direco
Esta funo relaciona-se directamente com a maneira pela qual os objectivos so alcanados
atravs da motivao do elemento humano e da orientao e coordenao das operaes que
devem ser executadas.
A funo direco implica que o administrador deve motivar, comunicar e liderar como se refere
na frase de Ernest Dale: () dizer a outras pessoas o que fazer e conseguir que elas o faam da
melhor maneira. Uma vez que o gerente tem de se utilizar do trabalho alheio, a sua capacidade de
fazer o pessoal produzir os resultados necessrios determinar o seu sucesso ou fracasso.
Controlo
Esta funo o resultado lgico do processo administrativo analisado, uma vez que necessrio
verificar em que medida o planeamento est a ser seguido.
Esta funo visa, sobretudo, comparar as actividades planeadas com as realizadas, detectando e
contabilizando os desvios e permite:
- Conhecer as causas explicativas dos desvios;
- Tomar as decises correctivas;
As empresas de mdia ou de grande dimenso e com nveis de gesto evoludos recorrem com
frequncia s funes administrativas anteriormente referidas.
Os planos, como se disse, so a base da aco futura e podem ser encarados de vrios pontos de
vista:
- mbito toda organizao ou algumas das suas partes;
- Tempo longo, mdio ou curto prazo;
- Objecto actividades sujeitas ao planeamento: produo, comercializao, etc.
Oramento de vendas
Aps a previso das vendas em cada ms h que prever os preos de venda, de Modo a traduzir
as quantidades a vender em unidades monetrias.
Oramento de compras
O programa de produo fixa as quantidades a fabricar em cada ms, com base no programa de
vendas e na poltica de stocks. Definido o programa anterior, necessrio saber os consumos
mensais de matrias-primas e subsidirias, a fim de determinar as quantidades a adquirir em cada
ms. De seguida, com a previso dos preos de aquisio elabora-se o oramento das compras.
Oramento de produo
a expresso do custo previsto dos produtos a fabricar, de acordo com o programa de produo.
Oramento de investimentos
Compreende todas as despesas de investimento necessrias.
Oramento Financeiro
Aps a elaborao dos oramentos anteriores o gestor saber o total dos recebimentos e
pagamentos de cada ms, o que lhe permitir elaborar o oramento de tesouraria para inventariar
os excessos ou as necessidades de cada ms. A sua sntese constitui o oramento geral que os
Cada um dos oramentos desenvolve-se ao nvel das seces que tm o seguinte papel:
- Instrumentos de controlo dos gastos de uma seco;
- Clculos dos custos e proveitos.
A gesto oramental que foi caracterizada tem de ser comparada, no s para que se possa
contabilizar os desvios, mas tambm as decises correctivas adequadas.
- Controlo oramental
Qual ser o papel da Contabilidade Analtica em todo este processo?
Como j se referiu anteriormente, esse papel indispensvel, na medida em que tem por objecto
o apuramento e anlise dos custos e proveitos dos produtos e das seces. uma fonte
importante, no s para a gesto mas tambm para o controle oramental:
- Fornece informaes sobre custos e proveitos de perodos passados e serve de base
elaborao dos programas;
- Fornece mensalmente informaes sobre custos e proveitos apurados com vista
contabilizao dos desvios.
Utilizando-se a mesma tcnica contabilstica, esses factos vo ser novamente considerados, agora
com vista determinao de custos, proveitos, margens e resultados, por departamentos e
produtos, observando analiticamente as condies internas de explorao e proporcionando bases
de avaliao patrimonial.
Exerccio exemplo:
A Sociedade Yassidhine, Lda que produz um determinado produto apartir de uma determinada
materia prima. No ms de Outubro ultimo apurou os seguintes elementos:
Compras de matrias primas ... 2.800,00
Gastos de compra de matrias primas.275,00
Descontos comercias obtidos nas matrias primas... 50,00
Salrios dos operarios fabris .. 700,00
Encargos socias referente ao salrio... 140,00
Dados auxiliares e notas explicativas para a melhor percepo deste exerccio ao estudante
Formula fundamental para o clculo do inventrio aprendida na contabilidade financeira
Inventrio Inicial (Ii)
Inventrio final (If)
Compras (Comp)
Consumo (Cons)
Trabalhos em curso (Tc)
Ii+Comp=If+Cons
Manual de Contabilidade de Gesto- Parte I e II- 2016
Autor: Raimundo Faustino Bamo 22
Ateno para o clculo de consumo de matrias primas e as diversas, neste caso quanto ao
clculo de consumo necessrio recordar que todas as facturas de compras devem incluir as
despesas de matrias ( Nota de dbito) e os descontos das matrias ( Nota de crdito).
Fuel oil
Ii+Comp=If+Cons
500+0=380+Cons
Cons=120,00
Custo dos inventrios deve ser o somatrio de todas as matria inclundo fuel oil, que faz parte
das matrias = Matrias primas+Matrias subsidirias+Fuel oil
Custo dos inventrios=3.625,00+120,00+120,00=3.865,00
Vendas lquidas de bens e servios so aquelas que so feitas todas as dedues a partir das
vendas globais, isto , retirar o imposto (IVA) e os restantes descontos inerrentes = Vendas-
Descontos-IVA
Vendas lquidas= 6.800,00-140,00-0,00
Vendas lquidas= 6.660,00
Variao dos inventrios dos produtos acabados= If-Ii=1.800,00+200,00-2.100,00=-100,00
Ateno: Qauanto aos inventrio finais refere se aos inventrios de produtos acabados e dos
produtos em vias de fabrico, assim seja o mesmo para inventrios iniciais.
Fornecimento externo
Electricidade e gua na fabrica...................................................................... 80,00
1. Das contas das classes 6 e 7 da Empresa Alimentar, Lda, que fabrica um nico
produto, apresentava os seguintes saldos em 31/12/1999 (em unidades monetrias):
SALDO
Descrio Devedores Credores
Custos das matrias consumidas 65.000.000,00
Fornecimentos e servios externos 57.500.000,00
Custos com1 60.289.125,00
Outros custos operacionais 1.950.000,00
Amortizaes do exerccio 25.000.000,00
Provises do exerccio 1.500.000,00
Custos e perdas financeiras 11.500.000,00
Vendas de bens e servios 241.150.000,00
Proveitos e ganhos financeiros 5.900.000,00
Tendo em conta que as sadas de inventrios so valorizadas pelo critrio FIFO e que a taxa de
Imposto de Contribuio Industrial de 36,5%, pretende-se:
Custos e Perdas
Custo das matrias consumidas 5.700.000 5.700.000
Matrias-primas 1.092.000 800.000 40.000 1.932.000
Matrias subsidirias
Fornecimentos e servios 9.940.000 280.000 1.620.000 11.840.000
externos 280.000 192.000 18.000 490.000
Impostos 11.830.000 3.400.000 7.620.000 22.850.000
Custos com o pessoal 315.000 16.000 34.000 365.000
Outros custos operacionais 5.700.000 300.000 210.000 6.210.000
Amortizaes do exerccio - - 6.420.000 6.420.000
Custos e perdas financeiras _________ _________ ___________ _________
34.857.000 4.988.000 15.962.000 55.807.700
Total
AZULEJO AZULEJO
DESCRIO
TIPO I TIPO II TOTAL
AZULEJOS M2 VALORES
Existncias iniciais
Tipo I 15.000 640/00/m2
Tipo II 10.000 680/00/m2
Produo
Tipo I 31.500
Tipo II 20.400
Vendas
Tipo I 35.000 970,00/m2
Tipo II 26.000 1.180,00/m2
A empresa JAC, Lda. fabrica um nico produto designado por T. Os elementos da contabilidade
do ms de Janeiro de 1991 no que se refere aos custos e perdas por natureza e por funes foram
os seguintes (em unidades monetrias):
FUNES
Administrativa e
NATUREZA Produo Distribuio
Financeira
Produtos acabados
Inventrio inicial 2.000 unid. @ 2.400,00
Produo 6.000 unid.
Vendas 5.000 unid. @ 4.200,00
Matrias-primas
Inventrio inicial 2.800 Kgs @ 780,00
Compras 8.200 Kgs @ 800,00
Consumos 7.750 Kgs
Pretende-se que:
a) Apure o custo de bens e servios unitrio ;
b) Valorize o respectivo inventrio no final do ms;
c) Elabore a demonstrao dos resultados por natureza (PGC-NIRF).
d) Elabore a demonstrao dos resultados por funes e por produtos (PGC-NIRF).
____________
Inventrio em 31/12/n:
- Matrias-primas e subsidirias 86.000
- Produo em curso de fabrico 3.400
- Produtos acabados (24.000 Kg) ?
Sabendo que a empresa segue o critrio do FIFO na valorizao das existncias, pede-se
que elabore a Demonstrao dos Resultados e a Demonstrao dos Resultados por Funes, de
acordo com o (PGC-NIRF).
CIRCUITO ECONMICO
Recebimentos
.
Armaz Venda
Compras m Fabricao Armazm s
M.Prima Prod.Acab.
CUSTOS RECEITAS
DESPESAS (Facturas)
(Facturas) PROVEITOS
Fornecedor Client
es es
PAGAMENTO
S Servios RECEBIMENTOS
Administrativos
CIRCUITO MONETRIO
Vejamos a parte 3, do circuito real, cujo fluxo pode no ser o mesmo igual ao
fluxo verificado no circuito monetrio. No primeiro caso nasce o direito de
receber, verifica-se a receita, e no segundo d-se o recebimento. O perodo
em que se verifica a receita pode no coincidir com aquele em que se d o
recebimento.
Quer dizer, antes da determinao dos custos por produtos (aps a resoluo
dos problemas originados pelo desconhecimento imediato do destino final de
certos meios de explorao), podemos sempre determinar, e mais
facilmente, no s os custos das funes gerais da empresa
(aprovisionamento, transformao, distribuio e administrao), mas
tambm os custos dos vrios departamentos que concorrem para cada uma
dessas funes.
CUSTOS CUSTOS
pessoal
Desp.
Financeiras
D Custos de actividades
Convm salientar que, em relao aos produtos (assim como em relao aos
servios), no a natureza dos elementos que determina a respectiva
classificao, mas sim a sua conexo circunstancial aos produtos (ou aos
servios).
Resumo:
Na empresa, para se prosseguirem os objectivos particulares definidos pelos
seus detentores e gestores, h que suportar custos, que tm contrapartida
nos benefcios (proveitos), resultantes desses objectivos.
O custo um sacrifcio de recursos com vista a atingir determinado objectivo.
Os custos e os produtos
Pela ptica do produto fabricado podemos distinguir diversos tipos de custos.
Em primeiro lugar, temos o custo industrial que a parte que lhe respeita
nos custos de produo ou industriais.
Gastos Custo o
is l Preo nto
G. Custo de Bruto
ou
Fab. Industrial Venda ou
Complexi
M. Obra Custo
Mat. vo Normal Total
Primo
Primas
A - Custo industrial
Dissemos que o custo industrial ou de produo de um produto a parte que
lhe respeita nos custos industriais ou de produo da empresa.
MD Primo
Matrias directas
Sobre estas remuneraes pagas pela empresa, esta suporta segundo a lei
geral os seguintes encargos, geralmente designados de encargos patronais:
- Segurana social;
- Seguros de acidentes de trabalho e doenas profissionais, cuja taxa
varivel com os sectores de actividade;
- Frias, subsdio de frias e subsdio de Natal.
Por ltimo, para se apurar o custo industrial dos produtos vendidos (CIPV ou
custo das vendas), dever ter-se em ateno as existncias iniciais (PAi) e
finais (PAf) de produtos acabados, isto :
CIPV = PAi + CIPA - PAf
A - Custos diferenciais
Exemplo
B - Custos irrelevantes
C - Custos de oportunidade
Custos fixos
Custos variveis
Custos
Custos Progressivos
Custos Proporcionais
Custos Degressivos
Custos semivariveis
Custo
fixo mdio
0
Volume
Capacidade
instalada
O custo fixo mdio decresce com a quantidades produzidas.
Custo
varivel mdio
0
Volume Capacidade
instalada
CUSTOS TOTAIS GLOBAIS
Custo
varivel global
(propor
cional)
0 Custo fixo
global
Volume Capacidade
Instalada
Custo total
mdio
Custo
varivel mdio
(propo
0 rcional)
Volume Capacidade
instalada
O Custo total mdio decrescente quando o custo varivel global
proporcional.
A anlise que temos vindo a fazer da variabilidade dos custos feita numa
ptica de curto prazo. Esta consiste em considerar a capacidade existente e
verificar nesse contexto o comportamento dos custos com as variaes de
volume que podem observar-se no quadro dessa capacidade. uma anlise
esttica pois considera apenas os custos existentes em certa data e que
correspondem capacidade existente.
Calculemos que, como o custo fixo por unidade de produto para diversos
volumes de produo, dentro da sua capacidade de 500.000 tons./ano.
Volume de produo Custos fixos anuais Custo fixo unitrio
anual (em tons.) (em contos) (por ton.)
100.000 125.000 1.250,00
200.000 125.000 625,00
300.000 125.000 416,00
400.000 125.000 312,00
500.000 125.000 250,00
Constata-se que, como os custos fixos globais se mantm sem alterao para
os diversos nveis de utilizao da capacidade, o custo fixo mdio vai
diminuindo medida que aumenta o volume de produo.
Neste subcaptulo desenvolvem-se aspectos relacionados com a imputao aos produtos dos
gastos gerais de fabrico.
Alm da imputao tradicional da globalidade dos gastos atravs de um critrio nico, existem
mtodos que recorrem repartio prvia dos encargos industriais por centros de custos
Coeficientes de imputao
Coeficientes reais
A imputao dos GGF aos produtos acabados mais difcil de fazer do que das matrias-primas e
da mo-de-obra directa na medida e que no se conhece qual o montante de GGF que a um
produto ou a uma ordem(1) respeita, tornando necessrio definir o critrio para cada caso.
Esta imputao, uma relao de quociente entre os GGF de um perodo e uma quantidade ou
valor que expressa a actividade do perodo a que respeitam os GGF.
A quantidade ou valor que se toma para denominador chama-se Base de Imputao (MP, MOD,
n de horas de trabalho das mquinas, etc.).
Parte-se da hiptese de que os GGF so proporcionais ao valor ou quantidade que se toma para
base. O coeficiente de imputao assim o quociente dos GGF de um perodo pelo valor ou
quantidade expresso pela base. A quota a imputar designa-se por quota real.
Coeficientes tericos
Exemplo:
A Sociedade SA dedica-se ao fabrico de malas de viagem. Para calcular o custo unitrio das
malas, abre-se para cada lote a fabricar, uma ficha de custo. Os GGF so imputados s ordens
com base nos custos da MOD aplicada em cada uma. Em Janeiro os GGF e a MOD
correspondente s diversas ordens foram as seguintes:
GGF 336.000
MOD
Ordem 1 55.000
Ordem II 70.000
Ordem III 35.000 160.000
336.000
O coeficiente de = 2,1 ou seja por cada 1,00 de MOD imputa-se 2,10 de GGF
160.000
Assim teremos:
Ordem 1 55.000 x 2,1 = 115.500
Ordem II 70.000 x 2,1 = 147.000
Bases de imputao
A escolha de bases de imputao no de forma alguma indiferente, dever se escolher a que tem
uma maior correlao com os GGF, pois como vimos anteriormente, na sua imputao parte-se
do princpio de que os mesmos variam proporcionalmente com a quantidade ou valor que se toma
para base.
Repartem-se previamente os GGF por grupos de custos com certas afinidades, escolhendo-se
para cada agrupamento a base de imputao mais conveniente (imputao de base mltipla)
uma das bases mais utilizadas, devido simplicidade do seu clculo. Com efeito, se se
determinar o custo da MOD para apurar o custo do produto ou ordem, multiplicando o
coeficiente de imputao por aquele custo, encontra-se a quota de GGF a atribuir ao produto.
susceptvel de aplicao nos casos em que o custo de MOD tem bastante relevncia no custo do
produto, h uma uniformidade nos salrios dos diversos trabalhadores e todos os produtos ou
ordens recorrem a idnticas seces.
Tem o inconveniente de ser mais trabalhosa, pois poder no ser necessrio determinar para
outros fins o nmero de horas de MOD aplicadas no produto ou ordem, pelo que teremos de o
determinar especificamente para este efeito.
aplicvel quando a transformao feita fundamentalmente pela MOD, tendo uma vantagem
em relao ao custo da MOD, na medida em que as alteraes nos salrios no afectam a
repartio dos GGF e no influenciada pela assimetria existente nos salrios dos diversos
trabalhadores.
Aplicado quando os GGF so fundamentalmente custos das mquinas e das instalaes onde se
encontram (amortizaes, seguros, fora motriz, conservao, etc) e a transformao dos
produtos se faz essencialmente nas mquinas. O respectivo coeficiente de imputao refere-se a
uma taxa horria.
A imputao de base nica tem muitas limitaes, pois s por mero acaso se encontrar uma
relao de proporcionalidade aceitvel entre todos os GGF e a base de imputao escolhida.
Repare-se que alguns GGF variam com a MOD, outros com as Horas-mquina, etc. por isso,
raramente se pode recorrer ao mtodo de base nica.
Por exemplo, os GGF so repartidos por trs grupos sendo cada um desses grupos imputados aos
produtos por cada uma das bases seguintes:
Custo da MOD ou nmero de horas de MOD (agrupa os GGF que variam estreitamente com
uma destas base como sejam os gastos com mo de obra indirecta)
Custo das mquinas (GGF que variam com esta base)
Horas-mquina (GGF que variam proporcionalmente com esta base, como sejam os custos
ocasionados pelas mquinas)
A produo dos bens ou servios exige geralmente o concurso de diversos centros de custos
(departamentos ou seces). Estes centros podem ser divididos em:
A imputao dos GGF aos produtos faz-se sempre atravs dos centros principais. No entanto,
para apurarmos os custos dos centros principais relativos a determinado perodo para imputao,
temos de repartir previamente os custos auxiliares pelos que utilizaram os seus bens ou servios
Fabricao Produto A
por recurso s bases de imputao.
Gastos
do Ms
X Fabricao Produto B
Manual de Contabilidade de Gesto- Parte I e II- 2016
Autor: Raimundo Faustino Bamo 76
X
Enquanto que no mtodo dos centros de(Imputao)
custo temos:
Figura 2.
Centro K
Centro K Fabricao Produto A
X
GGF X X
X
X X
Se existem centros auxiliares, os seus custos so repartidos pelos centros principais e depois os
centros globais aqui concentrados so imputados aos produtos.
Quotas Normais
Neste caso os oramentos que se elaboram para prever os GGF e os valores ou quantidades que
se tomam para base consideram aquelas condies normais.
Quotas ideais
Designam-se quotas ideais as que so calculadas admitindo que a produo decorrer da melhor
maneira, ou seja, que a unidade fabril funcionar em condies ideais.
Custos de transformao versus GGF
Ao longo do ms registam se os GGF nas contas dos centros de custos definidos. Seguidamente
procede-se a sua imputao aos produtos ou ordens com base nas horas de MOD reais aplicadas
no ms.
Em esquema temos,
X
X
X
GGF
do Ms Fabricao Produto A
Centro J
X X
X
Os centros de custos englobam os GGF, que so imputados aos produtos em funo das horas de
MOD.
Fabricao Produto A
MOD
Encargo com
MOD do ms
Fabricao Produto B
Repare-se que, nesta situao, se a remunerao dos operrios pertencentes a um certo centro de
custos for igual, para calcular o custo da MOD que a cada produto ou ordem respeita, basta
conhecer:
Figura 3.
Centro K Fabricao Produto A
X
X
Encargos com X
MOD do ms
X X
X
GGF do ms
Os centros de custos englobam os custos de transformao que so imputados aos produtos com
base nas horas de MOD.
Concluso
conveniente a adopo dos centros de custos para efeitos de imputao dos custos de
transformao, em vez da tradicional distino de custos de MOD e GGF.
Por razes de ordem tcnico, no edifcio onde se realizam todas estas operaes de
transformao tem de haver uma temperatura ambiente de aproximadamente 20 o e um grau de
humidade constantes. Por isso, encontra-se instalada uma aparelhagem de condicionamento de ar
e de humidificao, trabalhando com uma caldeira que queima o fuel oil.
As diferenas nos tipos de fios de l resultam da constituio dos lotes e das operaes
de estiragem e toro realizadas nos contnuos.
___________________________
(1) Pronto pagamento
(2) Prazo
Inventrio inicial:
Matrias 55.000,00
Artefactos - 800 unidades 239.000,00
Matrias compradas durante o semestre 390.000,00
Mo de obra directamente utilizada na fabricao 422.000,00
- enchimento, onde trs vibro-filtros evitam o natural depsito de substncias mais densas
no fundo dos tanques durante a operao de enchimento. Uma mquina automtica satisfaz todos
os enchimentos de 0,5, 1 e 5 litros, enquanto outro tipo de equipamento se encarrega das letras de
20 litros. O laboratrio retira nesta fase 3 amostras de reteno (uma no incio, outra no decorrer
e a ltima no final do enchimento). Cada fabrico possui um nmero codificado que inscrito pelo
equipamento em cada lata, Aps a operao de rotulagem, os produtos so colocados em paletas e
Exerccio: 2.4
1. Matrias-primas:
Compras:
6.000 Kgs de M1 @ 30,00;
9.000 Kgs de M2 @ 40,00;
5.000 Kgs de M3 @ 60,00;
3. Consumos:
Para H1: Para H2: ParaH3::
2.000 Kgs de M1; 1.000 Kgs de M1; 4.000 Ks de M1;
5.000 Kgs de M2; 3.000 Kgs de M2 1.000 Kgs de M2;
3.000 Kgs de M3; 4.000 Kgs de M3 3.000 Kgsd de M3 .
4. Salrios Directos:
H1:120.00,00;
H2:180.00,00;
H3:200.00,00.
5. Gastos Gerais de Fabrico: 520.000,00 a repartir aos produtos com base nas quantidades das
matrias-primas consumidas na produo.
6. Produo acabada:
H1: 4.000 unidades;
H2: 3.000 unidades;
H3: 2.000 unidades;
7. Vendas:
H1: 6.000 unidades @ 300,00;
H2: 4.000 unidades @ 350,00;
H3: 3.000 unidades @ 500,00;
8. Gastos Comerciais: 200.000,00 a repartir aos produtos com base nas seguintes percentagens:
H1: 30%
H2: 40%
H3: 30%
9. Inventrio inicial:
Matrias-primas:
M1: 2.000 Kgs @ 30,00;
M2: 4.000 Kgs @ 37,50;
M3: 5.000 Kgs @ 60,00;
Produtos acabados:
H1: 2.000 unidades @ 190,00;
H2: 5.000 unidades @ 244,20;
H3: 2.000 unidades @ 350,00;
Manual de Contabilidade de Gesto- Parte I e II- 2016
Autor: Raimundo Faustino Bamo 86
10. Inventrio Final:
Matrias-primas:
M1: 1.000 Kgs;
M2: 4.000 Kgs;
M3. No haviam;
Produtos acabados:
H1: No haviam;
H2: 4.000 unidades;
H3: 1.000 unidades.
Pretende-se:
1) Custo de Aprovisionamento, total e unitrio;
2) Custo Industrial, total e unitria;
3) Custo Complexivo, total e unitrio;
4) Lucro Bruto unitrio;
5) Lucro Lquido do perodo unitrio.
Exerccio: 2.5
A Empresa Industrial Vinte e Cinco dedica-se ao fabrico de P1, P2 e P3, utilizando as matrias-
primas M1, M2 e M3 respectivamente.
1. Compra de Matrias-primas:
3.000 Kgs de M1 @ 100,00;
4.000 Kgs de M2 @ 200,00;
2.000 Kgs de M3 @ 150,00;
Despesas de Compra: 180.000,00 (a repartir proporcionalmente pelas
matrias-primas com base nas quantidades compradas);
4. Produo acabada:
P1: 2.000 unidades;
P2: 1.000 unidades;
P3: 2.000 unidades;
5. Vendas:
P1: 1.500 unidades @ 700,00;
P2: 2.500 unidades @ 1.500,00;
P3: 2.000 unidades @ 800,00;
6. Gastos Comerciais: So repartidos aos produtos com base nas seguintes percentagens:
P1: 40%; P2: 30%; P3: 30%;
7. Inventrio inicial:
Matrias-primas: Produtos acabados:
M1: 1.000 Kgs @ 80,00; P1: 1.000 unidades @ 400,00;
M2: 1.500 Kgs @ 100,00; P2: 4.000 unidades @ 1000,00;
M3: 4.000 Kgs @ 120,00; P3: 3.000 unidades @ 500,00;
8. Inventrio Final:
Matrias-primas: Produtos acabados:
M1: 2.000 Kgs; P1: 1.500 unidades;
M2: 1.500 Kgs; P2: 2.500 unidades;
M3. 3.000 Kgs; P3: 3.000 unidades.
Pretende-se:
6) Custo de Aprovisionamento, total e unitrio;
7) Custo Industrial, total e unitria;
8) Custo Complexivo, total e unitrio;
9) Lucro Bruto unitrio;
10) Lucro Lquido perodo unitrio.
Manual de Contabilidade de Gesto- Parte I e II- 2016
Autor: Raimundo Faustino Bamo 88
Exerccio: 2.6
Algodo.. 1.000 Kg
Matrias subsidirias. 5.000 Kg
Novelos de fio de algodo 19.000 novelos de fio de algodo
Pretende-se:
A empresa Mecnica do sul Lda especializou-se na produo de vlvulas para fins industriais.
No processo produtivo h que distinguir a produo em srie de alguns tipos de vlvulas de maior
consumo, a produo por encomenda de vlvulas especiais e a produo de acessrios para
armazm. Alm disso, como a capacidade das mquinas no est totalmente utilizada, tem aceite
trabalhos para terceiros.
Seco 1 Soldadura
Repara defeitos de fundio, executa a soldagem de acessrios aos corpos das vlvulas e todas
outras necessidades fabricao de acessrios
Seco 2 Polimento
O polimento dado no s as peas fundidas antes de serem trabalhadas noutras mquinas, como
tambm a vrios acessrios antes de serem montados.
Seco 3 Mquinas
Executa os trabalhos de mquinas necessrias para as vlvulas produzidas em srie e ainda
algumas vlvulas que no sejam do tipo fabricados em srie.
Seco 5 Montagem
Esta seco responsvel pela montagem e controlo de qualidade de todas as vlvulas
produzidas.
O quadro 1 mostra os clculos efectuados para chegar ao custo de 1.750,00 por hora de Mo-de-
Obra Directa.
A fim de ser estudado o efeito desta proposta, os custos do ms de Fevereiro foram agrupados por
seces, do seguinte modo:
Quanto mo-de-obra directa no houve necessidade de alterar os processos, pois j era
apurada por seces.
Quanto aos GGF, houve que proceder sua classificao em gastos directos e gastos
comuns e fazer a repartio deste pelas seces, utilizando critrios razoveis.
Efectuado este trabalho obtiveram-se os valores indicados no quadro 2.
Quadro 1
Gastos Gerais de Fabrico por hora de Mo-de-Obra Directa
Quadro 2
Gastos Gerais de Fabrico propostas por hora de Mo-de-Obra Directa por seco
Seces 1 2 3 4 5 Total
Hh/Sec 1.370Hh 1.000Hh 4.000Hh 1.800Hh 8.800Hh 16.970Hh
o
GGF 2.397.500 1.500.000 11.200.00 3.600.000 11.000.00 29.697.50
Gastos do ms de Fevereiro
Seco 1 150 horas
Seco 2 100 horas
Seco 3 650 horas
Seco 5 400 horas
Produo de acessrios
Foram requeridas as seguintes hora de produo de acessrios para o armazm
- Propagandas.202.000,00
- Seguros da fbrica
.370.000,00
- Correios e telegramas
..57.000,00
- Salrios do ms:
Fbrica Directos....5.400.000,00
Fbrica Indirectos.
..470.000,00
Administrao 1.250.000,00
Distribuio
1.000.000,00
3. Produo:
- 3.000 Saias
- 5.000 Blusas
5. Inventrio Final:
- 750 m de Tecido
- ? Saias
- ? Blusas
Manual de Contabilidade de Gesto- Parte I e II- 2016
Autor: Raimundo Faustino Bamo 94
- Produtos em vias de fabrico .. 1.200.000,00
9. Dados complementares
- Todos custos Industriais (MP, MOD, GGF e TC) repartem se de acordo com as seguintes
taxas: 45% para Saias e 55% para Blusas
Pretende se:
3Considere que foram imputados a taxa real de 30%, mas a taxa terica corresponde a 20%
Manual de Contabilidade de Gesto- Parte I e II- 2016
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3. A Empresa Industrial TESTE DE FALTOSOS, SARL, sedeada em Inharrime, dedica-se a produo
e venda de SOPI & SUPI, atravs de matrias-primas respetivamente SAPI & SAPA, tendo sido
obedecida a seguinte estrutura:
Durante o ms de Junho ultimo realizou se as seguintes operaes:
1. Factura n 34 de Gany Comercial, Lda referente a aquisio de 20.000 Kgs de SAPI @ 1.930,50 (IVA
includo).
2. Recibo n 56 da Margarida Comercial, Lda pela compra de 12,5 ton, tendo pago 2.975.000,00 de Iva de
SAPA
3. Nota de Debito da Margarida Comercial, Lda referente as despesas de transporte 125,00 contos
3
4. Nota de crdito referente aos descontos sucessivos (3%+1 %), concedido pelo Gany Comercial,
2
Lda.
5. Recibo de MANDACANHANE, Lda pela inspeo das matrias compradas 975.000,00
6. Salario do ms liquido (? horas@960)
Dados complementares:
As despesas de inspeo repartem-se proporcionalmente as quantidades adquiridas;
O custo de transformao do perodo foi de 12.250,00 mil, os gastos comerciais corresponde a
40% do custo primo de cada produto e os GGF orado em 6.850.000,00
A empresa a dopta o critrio FIFO na valorizao do inventrio;
O IRPS de 20% e o preo de venda corresponde a 130% dos custos de venda;
3
Em cada hora de trabalho obtm-se Unidades produzidas por cada produto;
2
142
Um Kg de SAPI produz 1.2 unidades de SOPI e um Kg de SAPA produz 1 unidades
142
SUPI
Existncia inicias: SAPI: [email protected],00 e SAPA: 4000 [email protected],00
Todos gastos sem base de repartio, sero imputados de forma equitativa aos produtos.
Pretende-se:
1. Mapa de custo de Produo.
2. Mapa de demonstrao de resultados por funes.
Materiais diversos
Outros bens consumveis, que no embalagens, utilizados nos centros de custos de
aprovisionamento, transformao, distribuio ou administrao (por exemplo: material de
conservao e reparao, material de publicidade e propaganda, material de escritrio, etc.).
Embalagens de consumo
Objectos envolventes ou recipientes das mercadorias ou produtos, no retornveis, que
so facturados ou consignados juntamente com as respectivas mercadorias ou produtos.
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Autor: Raimundo Faustino Bamo 99
3.1.2. Matrias armazenveis e no armazenveis
4 Note-se que algumas matrias directas, cujo custo insignificante em relao ao custo total do
produto, so, por razes de ordem prtica e econmica, imputadas directamente (pregos, colas,
vernizes, etc..)
Manual de Contabilidade de Gesto- Parte I e II- 2016
Autor: Raimundo Faustino Bamo 100
3.1.4. Aprovisionamento
A funo aprovisionamento numa Empresa tem em vista o abastecimento atempado de
todos os bens e servios necessrios ao seu funcionamento eficaz, em quantidade e qualidade
desejadas e sempre ao menor custo.
O movimento de inventrio duma empresa industrial representa uma proporo
considervel do seu activo circulante. Assim, a manuteno dum investimento em inventrio,
exige um planeamento e controlo rigoroso. O inventrio em excesso d lugar:
- Ao impate de grandes capitais;
- Ao aumento de riscos de deteriorao, quebras, roubos, etc.
Por outro lado, a falta de matrias pode, eventualmente motivar paralisaes temporrias,
do ciclo produtivo.
Deste modo, uma gesto racional do aprovisionamento evita:
- Investimentos desnecessrios em inventrio;
- Roptura de inventrio;
- Elevados custos de encomenda;
- Grandes reas para armazm;
- Excesso de meios humanos e materiais para o controlo dos armazns.
Objectivos de inventrio:
a) Anular ou minimizar as variaes imprevisveis:
Manual de Contabilidade de Gesto- Parte I e II- 2016
Autor: Raimundo Faustino Bamo 101
- Da procura;
- Do consumo de matrias;
- Dos prazos de entrega;
- Da qualidade das matrias recebidas.
Exemplo:
Quantidade anual necessria: 10.000 Kgs
Preo de factura 600,00/Kg;
Gastos de encomenda 750,00/ encomenda
Gastos de reteno 10% do preo de factura.
Depreende-se que:
- Quanto maior for a quantidade a encomendar maior sero os custo de posse
(reteno) do inventario e mais reduzidos os custos anuais de processamento de
encomenda; o recproco vlido;
- Onde os custos totais relevantes so mnimos, os custos de processamento so
iguais aos custos de manuteno (reteno) totais.
2 - MTODO DA FRMULA
a) Os gastos de encomenda so constantes por cada encomenda ou pedido. Assim, se uma
empresa deseja satisfazer as suas necessidades anuais com grande n de encomendas
pequenas, em vez duma encomenda grande, o custo total dos gastos de encomenda ser
maior.
A = GE * Q/EN
A- Custo total anual de encomenda;
GR * EN/2= GE * Q/EN
GR . EN2 = 2Q . GE
EN = 2 . Q . GE
GR
Anlise Grfica
$ Custo Total
Custo de
Processamento
Q. Econmica
DATA DE ENCOMENDA
Tendo o volume optimo de encomenda, h que fixar as datas em que os pedidos devem ser feitos
aos fornecedores. Conhecendo o tempo de espera e o consumo dirio, torna se necessrio em
principio, emitir uma nova encomenda antes do inventrio reduzirem-se para baixo do consumo
dirio.
Como sabemos que o consumo dirio uma previso e os fornecedores nem sempre respeitam os
prazos de entrega, para no corrermos o risco de roptura das matrias, necessrio que se
constituam reservas, que se designam por Inventrio de Segurana ou Inventrio de Permanncia.
Neste caso a empresa deve emitir uma nova ordem de encomenda antes do inventrio estar
abaixo do consumo dirio multiplicado pelo tempo de espera e adicionado ao inventrio de
segurana.
Acrnomos:
Cd Consumo dirio t` Data de encomenda Pe Ponto de encomenda
Te Tempo de espera T Tempo de Consumo N Nmero de Encomendas
IS Inventrio de segurana Imx Inventrio mximo
Pe = ( Cd * Te ) + SS Imx = EN + IS N= Q/EN
t`= T Te T = EN/ Cd
Representao grfica da data de encomenda
Smx
EXERCCIO EXEMPLO
A fbrica y trabalha em mdia 300 dias por ano e consome diariamente 16 unidades de certa
matria-prima. O preo de compra de 90,00 mt por unidade. Os gastos de encomenda
(expediente, telefone, etc) montam cerca de 100,00 por encomenda e, os gastos de reteno
elevam-se a 6,00 por unidade.
Quanto ser encomendado por cada vez para que o custo total seja menor?
Dados Resoluo
Q = 300 . 16 = 4800 UNIDADES 2 x Q x GE
GE = 100,00 EN = GR
GR = 6,00
EN = ?
2 x 4800 x 100,00
EN = 6,00
Q EN = 400 unidades
Nmero de Pedidos =
EN
4800
Nmero de Pedidos = = 12 encomendas
400
a) Seco de Compras
Tem a seu cargo a aquisio de todas as mercadorias, matrias e produtos de origem
externa.
Os documentos necessrios realizao das suas tarefas so, fundamentalmente: as
requisies de matrias (no armazenveis), emitidas pelas seces utilizadoras; os pedidos de
compra, emitidos pela seco de armazm; as notas de encomenda, enviadas aos fornecedores; as
facturas dos fornecedores.
b) Seco de Armazm
Tem a seu cargo a recepo, armazenagem, conservao e expedio das matrias5.
Os documentos necessrios realizao das suas tarefas so, fundamentalmente: as guias de
entrada, as fichas de armazm, as requisies, as guias de sada e as guias de devoluo.
Inventrio permanente
O custos das matrias consumidas corresponde, naturalmente, ao produtos das
quantidades sadas para laborao pelo respectivo custo unitrio.
Ora, a necessidade de controlar as quantidades e de apurar os custos unitrios exige a
permanncia do inventrio, cujas contas, como sabemos, so debitadas pelo custo das matrias
entradas e creditadas pelo custo das matrias sadas, de modo que os saldos correspondem
permanentemente ao custo das matrias existentes no armazm.
Assim, para alm dos problemas relacionados com a utilizao do inventrio permanente
na contabilidade geral (integrao) ou na contabilidade analtica (autonomia), as contas
elementares de matrias, qualquer que seja o sistema de articulao, sero escrituradas em fichas
de armazm (das quais j se conhecem alguns modelos), onde se registam as entradas e sadas,
em quantidade e valor.
O custo de aprovisionamento
J definimos o custo de aprovisionamento como a soma do preo de compra com os
gastos de aprovisionamento, ou seja, com os gastos de compra e de armazenagem.
Mas se o preo de compra, lquido de quaisquer abatimentos, obviamente um elemento
directo do custo de aprovisionamento, entre os gastos de compra e de armazenagem, uns sero
directos, mas outros, talvez a maioria, sero indirectos.
Como j sabemos, os gastos directos de compra devem ser levados conta compras e
afectados s respectivas matrias juntamente com o preo de factura.
Quanto aos gastos indirectos de compra e aos gastos de armazenagem, registados nas
diversas contas de custos, conforme a sua natureza, embora teoricamente devessem ser imputados
s matrias compradas e existentes no armazm 6, praticamente so considerados como custos
industriais do perodo a que respeitam, juntando-se ao custo das matrias consumidas, na
subconta Custos de Aprovisionamento, da conta colectiva Centros de Custos.
Posteriormente, na fase de imputao ao custo dos produtos, servios e trabalhos, aqueles gastos
so repartidos em funo das quantidades de matrias-primas consumidas.
sendo, portanto:
II + Entradas - = Sadas + If
Ento, conhecido o valor do primeiro membro (II + Entradas), sempre que determinemos
o valor das matrias consumidas (Sadas) fica implicitamente determinado o valor da existncia
(If ), pois
II = (If + Entradas) - Sadas
II + Entradas = sadas + If
Recordemos, entretanto, que muito raramente ser possvel, pelas razes j apresentadas,
a perfeita identificao fsica dos lotes no armazm, pelo que precisamos de encontrar outras
solues.
MATRIA A
Data Oper. Entradas Sadas Inventario
Q P Valor Q P valor Q P Valor
7 Custo mdio do inventario, o qual no se deve confundir com o custo mdio das compras
(mdia aritmtica ponderada das compras), nem com a mdia dos preos de compra (mdia
aritmtica dos preos)
8 De resto, toda esta matria relativa valorizao das sadas das matrias aplicvel ao restantes
inventarios.
Manual de Contabilidade de Gesto- Parte I e II- 2016
Autor: Raimundo Faustino Bamo 113
x 1 Ex. inic. 200 20 4.000 200 20 4.000,00
7 GS n82 100 20 2.000 100 20 2.000,00
10 GE n30 300 22 6.600 400 21,5 8.600,00
14 GS n85 80 21,5 1.720 320 21,5 6.880,00
21 GS n89 120 21,5 2.580 200 21,5 4.300,00
25 GS n34 200 24 4.800 400 22,75 9.100,00
22,75 22,75
28 GS n92 ______ 100 2.275 300 6.825,00
15.400 8.575
Em resumo:
Rectifica-se o custo mdio do inventrio aps cada compra
Deste modo, os lotes perdem a sua individualidade, sendo o inventrio considerado sempre como
um todo - sadas e o inventrio so, ao todo o momento, valorizadas ao ltimo custo mdio.
II + Entradas = sadas + If
QUANT. VALOR
200 + 500 = 400 + 300 4.000,00 + 11.400,00 = 8.575,00 + 6.825,00
700 = 700 15.400,00 = 15.400,00
9 Muito embora o custo mdio da existncia se obtenha facilmente nas fichas de armazm
dividindo o valor da existncia pela respectiva quantidade.
10 Excepto no regime de fabricao por encomenda, como evidente. Note-se, entretanto, que
tambm nas empresas comerciais se poder apurar apenas o custo mensal das mercadorias
vendidas.
Manual de Contabilidade de Gesto- Parte I e II- 2016
Autor: Raimundo Faustino Bamo 115
Na outra modalidade, utilizando novo dispositivo, mais adequado ao efeito, teremos a
seguinte ficha de armazm:
MATRIA A
Data Oper. Quantidades Custo Valores
Ent. Sad Invent. Dbito Crdito Saldo
Mdio
.
Note-se como todo o exaustivo trabalho da modalidade anterior ficou aqui reduzido, em cada
ms, a dois clculos:
- a determinao do custo mdio mensal:
Existncia inicial 200 x 20,00 = 4.000,00
Entradas 500 11.400,00
15.400,00 : 700 = 22,00
QUANT. VALOR
200 + 500 = 400 + 300 4.000,00 + 11.400,00 = 8.800,00 + 6.600,00
700 = 700 15.400,00 = 15.400,00
Nesta modalidade, muito naturalmente, teremos apenas inventrio permanente de
quantidades e inventrio mensal de valores - eis o preo (talvez barato) da simplificao11.
Convm observar, finalmente que as duas modalidades do custo mdio no conduzem aos
mesmos valores, tanto para as sadas como para o inventrio:
Podemos concluir que estes valores variam com a frequncia das avaliaes e ainda, na
primeira modalidade, com a ordem das sadas em relao s entradas, como evidente.
Mas quando no seja possvel a identificao fsica dos lotes no armazm, teremos de
utilizar forosamente o mtodo do custo mdio?
No. Limitando-nos ainda a custos histricos, vamos estudar os mtodos baseados no
esgotamento teoricamente ordenado e progressivo dos vrios lotes, implicando a seguinte opo:
Estes mtodos exigem apenas a identificao contabilstica dos lotes, sempre possvel.
c) Mtodo FIFO12
Neste mtodo admite-se, portanto, que os primeiros lotes entrados so os primeiros a sair.
Quer dizer, no caso concreto apresentado, as 400 unidades sadas correspondem aos seguintes
lotes e valores:
Lote 1 (esgotado) 200 x 20,00 = 4.000,00
Lote 2 (no esgotado) 200 x 22,00 = 4.400,00
= 8.400,00
MATRIA A
Data Oper. Entradas Sadas Inventrio
L Q P Valor L Q P Valor Q P Valor
12 Tambm se designa por mtodo do custo cronolgico directo porquanto corresponde geralmente
movimentao fsica real dos produtos no armazmQuando se verifica, isto , sempre que as sadas so feitas pela
ordem das entradas, identificam-se os mtodos FIFO e Especfico: os lotes sados so precisamente os mais antigos.
E, valorizando-se as sadas ao custo dos lotes mais antigos, o inventrio ficar avaliada ao
custo dos lotes mais modernos:
Confirmao:
II + Entradas = sadas + If
QUANT. VALOR
200 + 500 = 400 + 300 4.000,00 + 11.400,00 = 8.400,00 + 7.000,00
700 = 700 15.400,00 = 15.400,00
d) Mtodo LIFO13
Neste mtodo admite-se, como sabemos, que os ltimos lotes entrados so os
primeiros a sair, pelo que no ser indiferente a frequncia dos clculos, havendo a considerar
aqui, tal como para o custo mdio, duas modalidades14
d1) LIFO com valorizao global das sadas mensais
13 Tambm se designa por mtodo do custo cronolgico inverso, porquanto corresponde geralmente ao inverso da
movimentao fsica real dos produtos no armazm.Quando tal se verifica, isto , sempre que as sadas so realmente
feitas por ordem inversa das entradas, identificam-se os mtodos LIFO e Especfico: os lotes sados so precisamente
os mais modernos.
14 Note-se que no mtodo FIFO no h necessidade de considerar estas duas modalidades, pois
ambas conduziriam aos mesmos valores, sendo indiferente a frequncia dos clculos (enquanto
no se esgotar o lote mais antigo no saem matrias do lote seguinte).
Manual de Contabilidade de Gesto- Parte I e II- 2016
Autor: Raimundo Faustino Bamo 119
Nesta modalidade, voltando ao exemplo concreto apresentado, as 400 unidades sadas
correspondem ao seguintes lotes e valores:
E valorizando-se as sadas ao custo dos lotes mais modernos, a existncia ficar avaliada
ao custo dos lotes mais antigos:
Confirmao:
EI + Entradas = sadas + Ef
QUANT. VALOR
200 + 500 = 400 + 300 4.000,00 + 11.400,00 = 8.400,00 + 7.000,00
700 = 700 15.400,00 = 15.400,00
Confirmao
II + Entradas = sadas + If
QUANT. VALOR
200 + 500 = 400 + 300 4.000,00 + 11.400,00 = 8.800,00 + 6.600,00
700 = 700 15.400,00 = 15.400,00
Tambm para este mtodo LIFO as duas modalidades, como j espervamos, conduzem a
valores, tanto para as sadas como para o inventrio:
Como evidente, o comportamento dos vrios mtodos depende da evoluo dos preos (das
entradas), sendo diametralmente opostos em perodos de inflao e deflao.
Mas comparemos os valores das sadas e do inventrio determinados pelos mtodos FIFO e
LIFO com os respectivos valores apurados no mtodo do CUSTO MDIO:
Mtodos Sadas Inventrio Soma
FIFO 8.400,00 7.000,00
CUSTO MDIO dirio. 8.575,00 6.825,00
mensal.. 8.800,00 6.600,00 15.400,00
LIFO mensal.. 9.200,00 6.200,00
dirio... 8.800,00 6.600,00
Ento, recordando a evoluo dos preos no caso concreto apresentado (20,00, 22,00,
24,00), evoluo caracterstica de perodo inflacionrio, a observao do quadro anterior permite
extrair, ainda, as seguintes concluses:
1 - Em perodo de inflao
a) O mtodo FIFO conduz a:
- Uma valorizao mais fraca das sadas e mais elevada do inventrio, originando os
custos de produo desactualizados por defeito;
- Uma avaliao do inventrio a preos mais aproximados do custo actual
(hiperavaliao);
2 - Em perodo de deflao
Os comportamentos dos mtodos FIFO e LIFO so precisamente opostos aos indicados atrs,
situando-se o mtodo do CUSTO MDIO ainda numa posio intermdia.
15 Note-se que para certos autores todos os resultados determinados com base em custos
histricos so reais (situam-se na tal zona de verdade) enquanto outros autores identificam o
resultado real com o resultado determinado pelo mtodo do custo mdio, considerando
quaisquer outros como antecipaes (quando superiores) ou diferimentos (quando inferiores) de
resultados em relao a exerccios futuros, conducentes, respectivamente, a resultados fictcios e
a reservas ocultas.
16 No caso concreto apresentado, o aumento da frequncia dos clculos no mtodo LIFO
conduziu a valores idnticos aos do mtodo do custo mdio mensal.
Manual de Contabilidade de Gesto- Parte I e II- 2016
Autor: Raimundo Faustino Bamo 124
< > > <
.. . ..
Custo mdio CUSTO Custo mdio .
Ref
da existncia MDIO Do invenrio
Ref
.. ..
.. . ..
> < Custo dos lotes LIFO Custo dos lotes < >
mais modernos mais antigos
G - Valorizao a custos tericos
a) Custos tericos, reavaliao das sadas e diferenas de incorporao
Algumas vezes, e por razes diversas, as empresas valorizam as sadas, no a custos
histricos, mas sim a custos tericos.
Em certos casos, dominante a preocupao de obter custos de produo tanto quanto
possvel actualizados, considerando no seu clculo os preos correntes no mercado das matrias,
e ento utilizado o custo de substituio ou de reposio.
Praticamente, equivale a considerar para cada matria o custo terico da sua compra
actual, isto , o preo da hipottica factura que surgiria no next in - first out: mtodo NIFO.
Noutros casos, a necessidade de dispor dos custos de produo antes do final do perodo
ou a convenincia em apurar a rendibilidade de certos departamentos internos, pode levar
adopo de custos bsicos.
Por fim, quando se pretende exercer o controlo da gesto, comparando as quantidades e os
preos ideais ou normais, so utilizados custos orados ou custos padres.
Como quer que seja, a valorizao das sadas a custos tericos tem implicaes de
natureza econmica e fiscal, incidentes na contabilidade, que convm analisar.
Voltemos ao caso concreto apresentado inicialmente, e consideramos, no final do ms, um
custo terico de 26,00.
Ento, as sadas mensais teriam o seguinte valor:
400 x 26,00 = 10.400,00
Quer dizer, a existncia ficaria avaliada ao custo unitrio de 16,66 (5.000,00 : 300), preo
este que, embora inferior a qualquer dos preos de entrada, ainda no escandaliza.
No entanto, vamos admitir, agora, que durante o ms haviam sado, no 400 unidades,
mas sim 600 unidades, ficando em armazm apenas 100 unidades.
Neste caso, quais os valores das sadas e da existncia?
Naturalmente:
Eis ao que nos conduziu a utilizao de um custo terico na valorizao das sadas: a
existncia final com um valor negativo, o que obviamente absurdo.
Na realidade, quando substitumos um custo histrico por um custo terico estamos
implicitamente a fazer uma reavaliao (neste caso positiva, mas que tambm poderia ser
negativa) e, na medida em que reavaliamos apenas as matrias correspondentes s sadas, tal
origina uma equivalente amputao de valor para a existncia.
Portanto, para que se mantenha a igualdade fundamental, ser absolutamente
indispensvel considerar a diferena resultante dessa reavaliao.
Com base no custo mdio mensal unitrio (22,00) teremos:
Note-se que qualquer custo terico poder ser utilizado como simples mtodo de
valorizao das sadas (continuando a existncia a ser valorizada a um custo histrico - hiptese
que acabmos de considerar), ou simultaneamente como critrio de avaliao do inventrio,
hiptese em que ser necessrio considerar a diferena de reavaliao de todas as entradas,
incluindo a existncia inicial17, o que exige tratamento contabilstico especial e complexo, aqui
no considerado.
17 Seria, ento:
700 x (26,00 - 22,00) = 2.800,00
II + Entradas + Dif. Reav. = Sadas + If
4.000,00 + 11.400 +2.800 = 15.600,00 + If
If = 18.200,00 - 15.600,00
If = 2.600,00
b) Autonomia
Outra hiptese, menos correcta mas prtica, seria imputar o valor das quebras apenas
ao custo dos produtos vendidos, debitando-se exclusivamente a conta Resultados Analticos.
Nesta hiptese, como evidente, o resultado do exerccio fica prejudicado em benefcio
dos exerccios seguintes, na medida em que a existncia de produtos fabricados fica avaliada por
valor inferior ao real (menos a parte das quebras que lhe corresponderia).
Como evidente, por este critrio o resultado do exerccio fica beneficiado em prejuzo
dos exerccios seguintes, pois todo o valor das quebras ir sobrecarregar os custos da produo
futura.
I - Quebras anormais
So quebras originadas por quaisquer factos acidentais: incndio, inundao, etc.,
pelo que, regra geral, so imediatamente detectveis.
Naturalmente, estas quebras no so custos normais da explorao, mas sim custos
anormais, sendo como tal contabilizadas.
De acordo com o sistema de articulao adoptado:
a) Integrao
CUSTOS E PERDAS EXTRAORDINRIAS
Perdas em Existncias
Quebras
a RGULARIZAO DE INVENTRIO
Matrias-Primas, Subsidirias e de Consumo
Quebra anormal
REGULARIZAO DE INVENTRIO
Matrias-Primas, Subsidirias e de Consumo
MATRIAS-PRIMAS, SUBSIDIRIAS E DE CONSUMO
b) Autonomia
Contabilidade Financeira Contabilidade Analtica
No final do exerccio:
REGULARIZAO DE
EXISTNCIAS
a Mat.-Primas, Subs. e de Cons.
MAT.-PRIMAS, SUBS. E DE
CONS.
Transferncia de saldo
3.2. Mo-de-obra
Remuneraes do trabalho
A - Conceito, composio e formas
A retribuio da actividade do trabalhador, designada genericamente por salrio,
compreende a remunerao de base e quaisquer outras prestaes regulares ou peridicas, feitas
directamente ou indirectamente, em dinheiro ou em espcie.
As prestaes directas em dinheiro traduzem-se na entrega ao trabalhador de uma soma
em moeda corrente (notas e moedas metlicas, cheque bancrio, vale postal ou depsito bancrio
ordem do trabalhador), compreendendo a remunerao das horas normais e extraordinrias,
prmios e incentivos, comisses, subsdios e gratificaes.
As prestaes em espcie podem ser feitas directamente (alimentao, habitao, etc.), ou
indirectamente (cantinas, servios mdicos, instalaes recreativas e desportivas, colnias de
frias, etc.), destinando-se umas e outras satisfao de necessidades pessoais ou familiares do
trabalhador.
A retribuio de base, constante ou varivel com determinados factores, pode revestir-se
das seguintes formas:
a) Salrio ao tempo
O salrio remunera a actividade exercida durante um certo tempo: a hora, o dia, a semana,
a quinzena ou o ms do calendrio.
Aps o estabelecimento do salrio mnimo nacional (mensal), a generalidade dos
instrumentos de contratao colectiva do trabalho est a adoptar a forma de retribuio mensal.
Ento, para todos os efeitos, o salrio-hora determinado pela seguinte frmula:
Manual de Contabilidade de Gesto- Parte I e II- 2016
Autor: Raimundo Faustino Bamo 134
Rmx12
Sh
52 xHs
sendo:
Sh: salrio-hora
Rm: remunerao mensal
Hs: perodo normal de trabalho semanal
c) Salrio misto
O salrio decompe-se em duas parcelas: uma certa, proporcional ao tempo; outra
varivel, de acordo com determinados factores previamente fixados no contrato (antiguidade,
assiduidade, produtividade, etc.)
B - Tempo de presena
Naturalmente, excludo o pessoal pago pea, o elemento fundamental para o clculo da
remunerao do trabalho o tempo de presena20.
Ento, ser indispensvel controlar o tempo de presena de cada trabalhador (horas normais e
extraordinrias), tarefa que compete ao chamado servio de ponto, podendo esse controlo ser
efectuado por vrias formas, nomeadamente pela assinatura do livro de ponto, elaborada por
qualquer responsvel (apontador, capataz, etc.) ou pela utilizao do relgio de ponto.
Ladeado por quadros (ou cacifos) com os cartes dos trabalhadores, o relgio de ponto
contm um dispositivo de introduo de cartes e um mecanismo que imprime, pela aco duma
alavanca, a hora exacta.
21 No se coadunando determinados cargos (de direco e de fiscalizao, por exemplo) com as limitaes
temporrias determinadas pelo horrio de trabalho, poder solicitar-se Secretaria de Estado do Emprego e
Segurana Social a respectiva iseno, em requerimento devidamente fundamentado e acompanhado da declarao
de concordncia do empregado. Note-se, ainda, que a legislao do trabalho no admite a exigncia de trabalho
extraordinrio como sistema, mas apenas como excepo, quando se justificar por razes extraordinrias.
a) Para fazer face a necessidades imprevisveis da conjuntura empresarial ou pela urgncia em satisfazer planos de
desenvolvimento econmico;
b) Para evitar prejuzos importantes iminentes ou quando se verifiquem casos de fora maior.
Por outro lado, o trabalho prestado no dia de descanso semanal ou em feriado obrigatrio ser
pago pelo dobro da retribuio, ou seja, pelo salrio dirio acrescido de 100%.
Salrio-Custo e Salrio-Rendimento
A - Distino
Empresa e trabalhadores encaram o salrio em termos diferentes: para a empresa o salrio
corresponde ao custo total da mo-de-obra (salrio-custo); para o trabalhador o salrio
corresponde apenas ao seu rendimento disponvel (salrio-rendimento).
Na realidade, o salrio-custo, considerado pela empresa, compreende:
- o salrio funcional, constitudo por todas as prestaes directas em dinheiro e
espcie (salrio lquido pago ao trabalhador);
- os encargos sobre remuneraes (contribuies patronais para a Segurana
Social);
- os encargos de natureza social (seguros de acidentes de trabalho, assistncia na
doena, reformas do pessoal);
- os encargos originados por quaisquer outras prestaes indirectas.
23 Os trabalhadores com iseno do horrio de trabalho tero direito a uma retribuio especial,
para alm da normal, que nunca ser inferior remunerao correspondente a uma hora de
trabalho extraordinrio por dia.
Manual de Contabilidade de Gesto- Parte I e II- 2016
Autor: Raimundo Faustino Bamo 137
Por sua vez o salrio rendimento, considerado pelo trabalhador, a diferena entre o
salrio funcional24 (salrio bruto ou lquido) e a soma de todos os descontos nele efectuados:
contribuies do trabalhador para a Segurana Social (salrio diferido) e as dedues referentes
ao imposto sobre o rendimento das pessoas singulares (IRS), quotas sindicais e imposto do selo.
Esquematicamente:
ENCARGO
S ----------------
_________ ----
___
DESCONTO
SALRIO-CUSTO S
PARA AS SALRIO-
EMPRESAS SALRIO RENDIMENTO
BRUTO SALRIO PARAOS
LQUIDO TRABALHADORES
Gastos externos
Estes custos dizem respeito utilizao dos bens (no armazenveis) e servios (com
excepo da mo-de-obra directa, j anteriormente considerada) adquiridos ao exterior, cujos
valores so fornecidos pela contabilidade financeira, onde so registados nas vrias contas de
custos por natureza.
Tambm aqui ser indispensvel distinguir os gastos regulares, originados e aproveitados
exclusivamente pelo perodo em que se verificam, e os gastos peridicos (como os prmios de
seguros, por exemplo), que respeitam a vrios perodos (gastos plurimensais), em relao aos
quais apenas se incorpora nos custos a fraco determinada pela sua mensualizao (gastos de
quota real).
Este problema da mensualizao dos gastos peridicos e respectiva contabilizao j foi
suficientemente desenvolvido no captulo anterior, referente aos gastos com o pessoal, pelo que
se dever transpor para aqui o respectivo esquema de soluo.
De qualquer modo, os gastos a incorporar nos custos de perodo ho-de corresponder
soma dos gastos regulares com a quota mensal dos gastos peridicos.
27 Aos centros de custos, vocacionados para a anlise (centros de anlise) dos custos indirectos,
correspondentes a uma diviso do organigrama da empresa (centros de trabalho) ou no.
Manual de Contabilidade de Gesto- Parte I e II- 2016
Autor: Raimundo Faustino Bamo 141
- Aos produtos, e surgem os custos directos e indirectos, consoante se pode ou no
estabelecer uma conexo ntima entre esses elementos e os produtos.
Assim, tanto em relao aos custos funcionais, como aos custos dos produtos, havemos de
distinguir, fundamentalmente:
- Os custos directos, que podem ser imediatamente afectados s seces e aos
produtos;
- Os custos semidirectos, que podem ser imediatamente afectados s seces, mas
cuja imputao aos produtos exige a sua prvia repartio;
- Os custos indirectos, cuja imputao aos servios e aos produtos exige a sua
previa repartio.
28 Outra hiptese a considerar seria no fazer passar os custos directos pelas seces, embora tal
limitasse as possibilidades de anlise.
Manual de Contabilidade de Gesto- Parte I e II- 2016
Autor: Raimundo Faustino Bamo 142
De facto, e por exemplo, a fora motriz geralmente um gasto indirecto apenas porque
existe na empresa um nico contador (geral) da energia elctrica, mas nada impede,
tecnicamente, que se instale um nmero suficiente de contadores que permita a afectao da fora
motriz.
O problema, no fundo, essencialmente de natureza econmica: o custo da instalao
daqueles contadores ser compensado pela melhoria das informaes com elas obtidas?
Notemos, a propsito, que a repartio da fora motriz proporcionalmente potncia
instalada em cada seco ou posto de trabalho, e, eventualmente, as respectivo tempo de
utilizao, conduz, em regra, a erros pouco significativos29.
Por outro lado, no existindo critrios rigorosos para a repartio dos custos indirectos pelos
servios e funcionando estes como base da sua posterior imputao aos produtos, evidente que
a maior ou menor arbitrariedade daquelas reparties no poder deixar de se repercutir nos
custos dos produtos, muito embora estes apresentem um grau de aproximao realidade
geralmente suficiente para lhes conferir validade prtica.
Vejamos, ento, a afectao dos custos directos e semidirectos s seces e a repartio
dos custos indirectos, tendo em ateno que a respectiva distino de modo algum se poder
considerar rgida, pelo que alguns custos iro ser tratados, primeiro, como semidirectos, depois,
como indirectos.
- Fornecimentos e servios
Rubricas Seces
Conservao e reparao
Oficinas prprias Manuteno
Material de escritrio Administrao
Publicidade e propaganda Distribuio
Rendas
Escritrio central Administrao
Armazm de matrias Aprovisionamento
Instalaes fabris Transformao
Armazm de produtos Distribuio
Despesas de representao Distribuio/Admin.
Comunicao Administrao
Seguros
Matrias e respectivo armazm Aprovisionamento
Edifcios fabris e respectivo equipamento Transformao
Produtos e respectivo armazm Distribuio
Edifcios administrativos e respectivo equipamento Administrao
Transportes
De matrias Aprovisionamento
- Impostos
So afectados consoante a respectiva matria colectvel:
Contribuio predial autrquica - Administrao
Imposto de compensao - Distribuio/Administrao.
- Despesas financeiras
So geralmente afectadas seco Administrao, quando no existia a seco Financiamento.
- Amortizaes
O mapa das amortizaes poder ser elaborado por seces, de acordo com a localizao e
natureza das imobilizaes, fornecendo imediatamente as verbas afectveis a cada seco.
Podem estar neste grupo, por exemplo, os gastos relativos a gua, electricidade e gs, transportes
internos, transportes do pessoal, deslocaes e estadas, mo-de-obra indirecta, etc.
Concretamente, numa empresa em que existe apenas um nico contador de gua, o
respectivo consumo pode ser repartido de acordo com as seguintes percentagens, estabelecidas
aps estudos efectuados pelos servios tcnicos:
Armazm de matrias.. 20% Aprovisionamento
Seco A. 30%
Seco B. 10% Transformao
Seco C. 20%
Armazns de produtos 10% Distribuio
Escritrio 10% Administrao
RUBRICAS TOTAL X Y
Matrias consumidas 500 200 300
Mo-de-obra directa. 250 150 100
Gastosgerais 100
Coeficiente : 0,20
Matrias 500
Imputao dos gastos gerais:
Produto X: 200 x 0,20 = 40
Produto Y: 300 x 0,20 = 60
100
______________________________ x x
AFETCAO
DIRECTOS
SEMIDIRECTOS ______________________________ x x
E IMPUTAO
INDIRECTOS % s/ matrias ou mo-de-obra
x x
Por exemplo:
Esquematicamente:
1. A fbrica y trabalha em mdia 300 dias por ano e consome diariamente 16 unidades de
certa matria-prima. O preo de compra de 90,00mt por unidade. Os gastos de
encomenda (expediente, telefone, etc) montam cerca de 100,00 por encomenda e,os
gastos de reteno elevam-se a 6,00 por unidade.
- Quanto deve encomendar por cada vez de modo a minimizar os custos?
- Quantas encomendas devem ser feitas.
30 Rendimento (de cada factor) e produtividade (do conjunto de factores) definem-se pela relao
entre o que se consome (in put) e o que se obtm (out put), mas enquanto no rendimento aquela
relao estabelecida em unidades fsicas, na produtividade, sntese dos rendimentos
elementares, ter-se- de utilizar uma unidade comum a todos os factores: a unidade monetria,
sendo por isso indispensvel, na sua apreciao, isolar a incidncia de eventuais variaes de
preos.
Manual de Contabilidade de Gesto- Parte I e II- 2016
Autor: Raimundo Faustino Bamo 152
2. Uma determinada empresa trabalha em mdia 320 dias por ano e consome diariamente 18
unidades de Matrias-primas. Os gastos de encomenda montam a 125 unidades
monetrias por encomenda, enquanto que os gastos de reteno montam 15 unidades
monetrias por unidade. Quanto encomendar de cada vez para que o custo seja mnimo?
3. A empresa Jota trabalha em mdia 300 dias por ano e consome por dia 16 kgs de matrias
primas, os gastos de efectivao da encomenda totalizam 120,00 por encomenda e os de
posse totalizam 10,00 por kg, sabendo que o Stock de segurana e o tempo de espera so
de 50kgs e 10 dias respectivamente, determine:
4. A Fbrica FIRMOC trabalha em mdia 300 dias por ano e consome diariamente 25Kgs de
Matrias-primas. O preo de compra de 120 unidades monetrias por Kg, e os gastos de
encomenda e de reteno montam cerca de 100 unidades monetrias por encomenda e 6
unidades monetrias por Kg respectivamente. O tempo de execuo da encomenda de
10 dias e o stock de segurana de 75.
5. A Fasol trabalha em mdia 300 dias por ano e consome diariamente 2000Kgs de
Matrias-primas para fabricao do produto Y, o preo de compra de 600 unidades
monetrias por kg e as despesas com as matrias so:
- Telefone20.000.00
- Aquecimento do armazm de M. Primas.7.00
- Gastos de expediente50.000.00
- Renda do armazm de M. Primas.5.50
- Gastos com o transporte de M. Primas100.000.00
- Salrio do pessoal do Armazm...37.50
Pretende-se
a) O clculo dos GE
b) O clculo dos GR
c) O clculo da EN
Manual de Contabilidade de Gesto- Parte I e II- 2016
Autor: Raimundo Faustino Bamo 153
6. A empresa industrial, CometalMometal, para desenvolver regularmente a sua produo
necessita de consumir anualmente 2.400kgs de certa matria prima e, o preo de factura
de 45,00, Os gastos de encomenda (Expediente, Telefones, fretes, etc.) elevam-se a 25,00
e os de posse de stock (salrios, seguros, rendas, etc.), foram de 3,00 por ano e por
unidade de stock mdio.
i. Quanto encomendar de cada vez de modo que a empresa suporte menor
custo
ii. Quantas vezes so necessrias ao ano para efectuar o volume ptimo de
encomenda normal
iii. Determine graficamente o nvel ptimo de stock
iv. Demonstre que no ponto de encomenda normal, os gastos de encomenda
so iguais aos gastos de reteno.
Empresas Industriais
1. Conceito
So unidades econmicas que reunindo e combinando todos os factores necessrios realizao
de determinado processo tcnico de produo, transformam matrias em produtos mais prximos
da sua utilizao final. Deste tipo de empresas excluem-se as extractivas, mineiras e mercantis.
3. Principais Caractersticas
a) Patrimnio:
Exemplo:
Quanto s Funes:
a) Direco Geral:
Previses, decises, directivas gerais;
Coordenao de funes;
Fiscalizao de todos os servios;
Informaes diversas; etc.
d) Servios Administrativos:
Correspondncia, arquivo, etc.;
Clculos de escriturao, oramento e estatstica;
Tesouraria (recebimentos e pagamentos); etc.
Quanto aos Agentes: (empregados) que nas grandes emprsas industriais exercem funes
directivas, h que considerar os seguintes:
e) Direco Geral:
Administradores, Delegados, Gerentes;
Adjuntos, Secretrios.
f) Servios Tcnicos:
Director Tcnico;
Engenheiro;
Preparadores;
Fiscais; etc.
h) Servios Administrativos:
Director Administrativo;
Guarda- Livros;
Empregados de escritrio; etc.
Gesto: todos os trabalhos e servios para a consecuo do produto final de acordo com o
tipo de negcio.
5. Regimes de Fabrico
A transformao das matrias pode exigir um nmero maior ou menor de operaes e
desenvolver-senum s centro de actividade ou distribur-se por diversos servios ou
departamentos fabris.
Atendendo diversidade de produtos assim como das operaes de transformao, temos os
seguintes regimes de fabrico:
Fabricao por Obras ou Tarefas: o fabrico processa-se de forma que possibilita que
um produto seja distinguvel dos demais durante todo ciclo produtivo de fabricao,
permitindo que se individualizem os custos que lhe respeitam.
Ex: Fabricao por encomendas (mveis, mquinas, reparao naval, etc.).
1. Conceito
O sistema de custos por encomenda tem por finalidade a determinao directa do custo de um
produto ou vrios produtos especificados em cada uma das suas caractersticas: quantidade, tipo,
dimenso, qualidade.
Este sistema deve ser adoptado sempre que a diferena entre cada um dos produtos ou entre cada
lote de produo tal que qualquer tentativa para calcular o custo mdio de dois ou mais
produtos, de dois ou mais lotes, daria resultados escassamente significativos.
2. Objectivos
Especificar as encomendas que proporcionam uma margem de lucro e as que
causam prejuzos;
Calcular os custos e preos de trabalhos semelhantes a executar no futuro;
Controlar a eficincia da empresa mediante um confronto entre os custos
calculados e os efectivamente suportados.
4. Inconvenientes
A utilizao dos custos passados para calcular os futuros mais ou menos relativa;
O seu funcionamento implica elevadas despesas administrativas.
5. Caractersticas Essenciais:
A laborao tem incio a partir de uma ordem de fabrico ou encomenda de
fabricao;
A cada ordem de fabrico atribudo um nmero ou smbolo bem determinado e
preparada uma folha ou ficha de encomenda em que so indicados todos os custos
referentes a essa execuo;
Terminada a execuo do trabalho, somam-se todos os custos respectivos e
determina-se o custo unitrio, dividindo-se o custo total pelo nmero de unidades
produzidas;
A conta Fabricao ou Encomendas em Curso sobrecarregada com o custo das
matrias e da mo de obra utilizada e com as despesas gerais imputadas s vrias
encomendas;
medida que a encomendas so completadas, o custo correspondente creditado
na conta Encomendas em Curso e debitado na conta Encomendas Ultimadas;
No final do perodo contabelstico, que geralmente o ms, calcula-se o saldo da
conta Encomendas em Curso, que deve coincidir com a soma dos custos
referentes s encomendas em aberto.
6. Tipos De Encomendas
Requises de
Matrias
Folhas Dirias de
Ponto
Boletim de
Custos Indirectos
Manual de Contabilidade de de Produo
Gesto- Parte I e II- 2016
Autor: Raimundo Faustino Bamo 166
Resumo Mensal das Folhas de Custo de Encomenda
Encomenda MP MOD GGF Total Obs.
X
Y
I
A Industria Beta, que trabalha por encomendas, tinha no inicio do ms de Novembro ultimo em
curso apenas a encomenda n. 100, em cuja produo j tinham sido gastos:
Matrias-primas 100.000,00;
Mo-de-obra directa 200.000,00;
Gastos Gerais de Fabrico 50.000,00;
Durante o ms recebeu mais trs encomendas. Os consumos em gastos directos e a situao das
encomendas constam do seguinte mapa:
Os Gastos Gerais de Fabrico do ms, num total de 1.000.000,00, sero imputados ao custo de
produo em funo do valor das matrias-primas consumidas.
Pretende-se:
1. O clculo do custo de produo de cada Encomenda
2. Resultados por Encomenda, considerando que as encomendas concludas foram vendidas com
uma margem de 20% sobre o valor de Vendas.
II
Determinada empresa industrial que trabalha por encomenda, tinha como saldo, no incio do ms
de Setembro ltimo, a encomenda n.33 (Matrias-primas = 250.000,00; MOD = 150.000,00;
GGF = 100.000,00).
Durante o mes, recebeu duas encomendas com os ns 44 e 55. Os movimentos das matrias,
salrios e gastos gerais, conforme as respectivas folhas, foram os seguintes:
1. Matrias-primas:
Compras a prazo 7.500 Kgs @ 200,00;
Consumo:
Enc. 33 - 1.500 kg;
Enc. 44 - 4.000 kg;
Enc. 55 - 2.000 kg;
2. Mo-de-obra:
Directa (500,00/hora):
Enc. 33 - 1.000 h;
Enc. 44 - 2.500 h;
3. Gastos Gerais de Fabrico: so imputados s encomendas taxa de 400,00 por hora de MOD
utilizada;
Pretende-se:
1. Elaborao do Relatrio de custo de encomendas;
2. Elaborao da ficha de custo da encomenda n. 33.
III
Os livros de escriturao da Sociedade Coelho Pfundla & Filhos, Lda., que utiliza o Sistema de
Contabilidade de Custos por Ordens de Produo, apresentavam, no incio do ms de Dezembro,
ltimo, os seguintes saldos:
Enc. n. EZ 1 (MP = 600.000, 00; MOD = 500.000, 00; GGF = 400.000, 00);
Enc. n. EZ 2 (MP = 1.100.000, 00; MOD = 800.000, 00; GGF = 600.000, 00).
No ms de Dezembro, verificaram-se os seguintes movimentos, conforme as respectivas fichas
de agrupamento:
1. Matrias-primas;
Existncias iniciais: 3.500 Kgs @ 5.000,00;
Compras a contado: 10.000 Kgs @ 6.000,00;
Consumo:
EZ1: 1.500 Kgs
EZ2: 2.000 Kgs
EZ3: 3.000 Kgs
EZ4: 3,500 Kgs
Existncias finas: 3.500 Kgs;
2. Mo-de-obra:
Directa:
OBS.:
1. As encomendas EZ1, EZ3 e EZ4 foram concludas e entregues aos clientes por
25.000.000,00; 40.000.000,00e 42.000.000,00, respectivamente;
1. A empresa adopta o critrio FIFO para a valorizao das existncias;
1. Os gastos comerciais repartem-se pelas encomendas ultimadas proporcionalmente ao volume
de vendas.
Pretende-se:
1. Ficha de custo da encomenda EZ1;
1. Demonstrao de resultados por cada encomenda.
2. De acordo com o resumo da folha de pagamento do ms, os salrios e encargos sociais por
pagar foram os seguintes:
Directos:
Enc. n. 300 = 70.000,00
Enc. n. 301 = 60.000,00
Enc. n. 302 = 174.000,00
Enc. n. 303 = 160.000,00
Indirecta:
Fabrica: 158.200,00;
Administrao: 22.700,00;
Vendas: 23.000,00.
3. Outros gastos pagos ou a serem pagos:
DESCRIO FBRICA VENDAS & TOTAL
ADMIN.
Concertos (pagos) 29.000,00 3.000,00 32.000,00
Manuteno (paga) 24.000,00 3.000,00 27.000,00
Impostos (por pagar) 9.000,00 2.000,00 11.000,00
Amortizaes 50.000,00 4.000,00 54.000,00
Seguros(por pagar) 4.000,00 500,00 4.500,00
116.000,00 12.500,00 128.500 ,00
4. Os Gastos Gerais de Fabrico foram imputados s varias encomendas razo de 10,00 MT por
Hm, que foram as seguintes:
Enc. n. 300 = 4.500
Enc. n. 301 = 6.000
Enc. n. 302 = 15.000
Enc. n. 303 = 1.500
5. As encomendas n. 302 e 303 foram acabadas e expedidas (vendidas) aos preos de 700.000,00
e 200.000,00, respectivamente.
Pretende-se:
a) Elaborao da folha de custo referente encomenda n. 302;
b) Elaborao do resumo mensal das fichas de encomenda.
a) Matrias-primas:
Existncias iniciais;
Manual de Contabilidade de Gesto- Parte I e II- 2016
Autor: Raimundo Faustino Bamo 173
Matria A (70 tons.) .......................3.850.000,00;
Matria B (90 tons.) .......................7.200.000,00;
Compras:
Matria A: por cheque n. 4364/BCM ............(100 ton.)..........6.000.000,00;
Matria B: por aceite n.18................................(85 ton.)..........4.250.000,00;
Matria C: a prazo de 30d/d...........................(200 ton.)........15.000.000,00;
Consumo: (em toneladas):
Enc.001 Enc. 002 Enc. 003 Enc. 004 Enc. 005
Matria A 20 15 25 50 60
Matria B - 30 90 - 40
Matria C 10 - 35 100 45
As encomendas terminadas e expedidas durante o ms foram: 001, 002, 003 e 004. As duas
primeiras foram vendidas a prazo e as restantes a contado.
Dados complementares:
1. As matrias-primas so avaliadas pelo critrio LIFO;
1. A maquinaria avaliada em 15.000 cts amortizada com base na taxa de 5% ao ano;
1. As despesas comerciais so repartidas s encomendas com base no volume de vendas;
2. As encomendas concludas so facturadas aos clientes com uma margem de 20% sobre o
custo de produo.
Pretende-se:
Manual de Contabilidade de Gesto- Parte I e II- 2016
Autor: Raimundo Faustino Bamo 174
1. Lanamentos no Razo Esquematico;
2. Ficha de custo da encomenda n 002;
3. Mapa de demonstrao de resultados.
Matrias
Produtos Armazm de Produtos Acab
FASE I FASE II
Intermdios
Directas
Matrias-Primas
Produo
Os registos dirios da produo permitem conhecer os outputs mensais de cada fase
por produto.
2. Objectivos
Controlo e responsabilizao dos custos na origem, isto , atribuio unidade que
os determina;
Medio do grau de aproveitamento da capacidade produtiva de cada centro;
Determinao das instalaes (relao entre tempos de utilizao e produo para
cada centro);
Determinao com certa segurana e plausibilidade dos custos dos produtos quando se
desejam.
4. Inconvenientes
Dificuldade na avaliao dos produtos em vias de fabrico no incio e no fim de cada
perodo;
Dificuldade no nivelamento dos custos.
5. Caractersticas Principais
Os produtos so padronizados;
A produo contnua, isto , existe um fluxo lgico de operaes;
O custo unitrio mdio determinado pela diviso do custo total pelas unidades
produzidas;
Os custos so registados por departamentos ou por fases de fabricao;
Exige-se menor esforo burocrtico, em comparao com a produo por ordem, para
controle e apuramento de custos de cada unidade produzida;
Os produtos so mantidos em stock;
Os clientes sujeitam-se aos produtos que existem no mercado.
PA
M.Obra
GGF
Custo Transformacao
PA
M.Obra
Proc.2
GGF
M.Obra
Centro Aux.
GGF
Centro Comum
FLUXO DE PRODUO
Matrias-primas A e B----PR1----Prod.Semi-Acab X----PR3----Prod.Acab X
Matrias-primas C e D----PR2----Prod.Semi-Acab Y----PR3----Prod.Acab Y
Processo 2
Matrias-primas Custo do Produto Semi- Custo do Produto Semi- Custo do Produto Semi-
Mat. C Acabado Y Acabado Y Acabado Y
Mat. D
MOD
GGF
Fabricao
Saldo Inicial _ CIPA (20.000 unidades) ?
Custos Correntes Saldo Inicial
Matrias-Primas 17.200.000,00 1.500 unidades com os seguintes graus de
Mo-de-Obra Directa 3.511.200,00 acabamento:
Gastos Gerais de Fabrico 2.403.500,00 Matrias-Primas (100%) ?
Mo-de-Obra Directa (60%) ?
____________ Gastos Gerais de Fabrico (60%) ?
23.114.700,00
23.114.700,00
A determinao do custo dos produtos acabados depende da valorizao dos PVF no fim do ms.
Esta feita a partir da determinao do custo industrial do ms por unidade equivalente:
Produo do Ms
Produo Acabada PVF No Fim do Ms
(unidades
Natureza dos Custos (20.000 unidades) (1.500 unidades)
equivalentes)
(1) (2) (3) = (1) + (2)
Matrias-Primas
20.000 * 100% = 20.000 1.500 * 100% = 1.500 21.500
Mo-de-Obra Directa
20.000 * 100% = 20.000 1.500 * 60% = 900 20.900
Gastos Gerais de
20.000 * 100% = 20.000 1.500 * 60% = 900 20.900
Fabrico
Podemos agora valorizar a produo em vias de fabrico a partir daqueles custos unitrios:
Quantidade Custo por unidade
Natureza dos Custos Custo Global
(unidades equivalentes) equivalente
Matrias-Primas
1.500 800,00 1.200.000,00
Mo-de-Obra Directa
900 168,00 151.200,00
Gastos Gerais de
900 115,00 103.500,00
Fabrico
Finalmente, conhecido o custo da PVF no fim do ms, podemos determinar o custo da produo
acabada:
Custos do ms
Matrias-Primas 17.200.000,00
Mo-de-Obra Directa 3.511.200,00
Gastos Gerais de Fabrico 2.403.500,00
Subtotal 23.114.700,00
Variao da PVF
PVFi ----
PVFf (1.454.700,00)
CIPA 21.660.000,00
Quantidade 20.000 tons
PVFi
PVFf (1.500 Produo do
Produo
(1.600 unid) unid) ms Custo do ms
Natureza Acabada
Unid. equival unid. (unid. Equiv)
dos Custos
equival
(4) = (1)+(2)-
(1) (2) (3) Global Unitrio
(3)
O custo da produo acabada em Fevereiro (18.000 unidades) ser, por este critrio, o seguinte:
Custos do Ms
MP
14.531.400,00
Custo do ms
MP 14.531.400,00
MOD 3.043.000,00
GGF 1.986.600,00
Subtotal 19.561.000,00
Variao da PVF
PVFi 1.454.700,00
PVFf (1.396.500,00)
58.200,00
CIPA 19.619.200,00
Quantidades 18.000 unid
Custo Unitrio 1.086,956
Quantidades (unid
Custo Global Custo
equivalentes)
Mdio
Produo PVFi Total Custos do Ms PVFi Total
MP 17.940 1.500 19.440 14.531.400,00 1.200.000,00 15.731.400,00 809,230
MOD 17.900 900 18.800 3.043.000,00 151.200,00 3.194.200,00 169,904
GGF 18.060 900 18.960 1986.600,00 103.500,00 2.090.100,00 110,237
U/M
Consumo de matrias primas 5.000.000
MOD 6.298.000
II
Janeiro:
Fabricaram-se 18 000 unidades do Produto Acabado "X" que foram enviadas para o armazm de
Produtos Acabados.
No fim do ms havia no sector fabril 1 200 unidades de Produtos em Vias de Fabrico, com os
seguintes graus de acabamento:
- Matrias-primas: 60%;
- mo-de-obra Directa: 80%;
Manual de Contabilidade de Gesto- Parte I e II- 2016
Autor: Raimundo Faustino Bamo 190
- Gastos G. Fabrico: 40%.
Fevereiro:
- Matrias-primas: 50%;
- Mo-de-obra Directa: 60%;
- Gastos G. Fabrico: 20%.
Pretende-se:
A determinao do Custo Industrial dos Produtos Acabados (CIPA) de cada ms, admitindo que a
empresa adopta os seguintes critrios valorimtricos:
1. FIFO;
2. LIFO;
3. Custo Mdio Ponderado.
III.
- MP 70%;
- MOD 25%;
- GGF 25%.
Pretende-se:
A matria "A" entra na FASE I onde transformada, dando origem ao Produto Intermdio "X"
que transferido para a FASE II. Nesta fase, com incorporao da matria "B", obtm-se o
Produto Intermdio "X " que por sua vez transferido para a FASE III. Nesta obtm-se o Produto
"X" que transferido para armazm de Produtos Acabados.
1. Matrias:
A B
- Existncias iniciais 300 unid. @ 4 500,00 1 000 unid. @ 7 500,00
- Compras 1 000 unid. @ 5 000,00 1 000 unid. @ 8 000,00
- Consumo 750 unid. 800 unid.
2. Custos de Transformao:
4. Produo Acabada:
6. Existncias iniciais:
O Custo das existncias iniciais dos PVF da FASE II. totalizou 825 000,00, assim
discriminados:
Os Custos das existncias iniciais de PVF da FASE III totalizou 230 000,00, assim
discriminado:
Sabendo que:
Determine:
Diz-se que uma empresa labora em produo conjunta quando a fabricao de um produto obriga,
necessariamente, fabricao de dois ou mais produtos, isto , ao proceder-se transformao de
uma ou de vrias matrias-primas, se obtm simultaneamente diversos produtos.
Exemplos
Co-produtos
Designa-se tambm por produtos principais. No abate de pers, por exemplo, podem considerar-
se os diversos produtos obtidos (bife, pernas, asas e midos, etc) como co-produtos.
Subprodutos
Se o produto for utilizado na prpria explorao poder ser contabilizado, por exemplo, pelo
preo corrente no mercado.
Resduos e Desperdcios
1. Valor nulo estes desperdcios e resduos podem no ter qualquer outro valor, mas a sua
eliminao ou seja o desaparecimento implicar gastos. Se o montante desses gastos for
Manual de Contabilidade de Gesto- Parte I e II- 2016
Autor: Raimundo Faustino Bamo 195
pequeno, poder contabilizar-se como despesas gerais da empresa. Caso contrrio,
corresponde a um acrscimo do custo de produto principal.
2. Venda no caso de serem vendidos, tm um tratamento contabilstico idntico ao dos
subprodutos, ou seja, o valor da venda poder constituir um acrscimo nos resultados ou
uma diminuio do custo industrial.
3. Reutilizao a avaliao e contabilizao dos desperdcios que se utilizam na
explorao, regra geral como combustveis, podero ser feitas a preos de mercado ou a
preos convencionais.
Na produo conjunta, o custeio dos produtos apresenta dificuldades especficas. Com efeito,
neste tipo de produo, podemos distinguir duas fases principais na fabricao dos produtos:
Produtos Produtos
intermdios Acabado (A)
Produtos Produto
Intermdios Acabado (B)
O problema que a produo conjunta apresenta no que respeita ao custeio dos produtos tem a ver
com os custos cojuntos. Com efeito, estes so custos comuns aos produtos conjuntos, no
havendo qualquer possibilidade de conhecer os custos reais de cada um deles. Assim, e tendo em
conta a necessidade de calcular os custos por produtos, adoptam-se certos critrios para repartir
os custos conjuntos pelos produtos.
Co-produtos
Continuando com o nosso exemplo, suponhamos que se verificaram ainda os seguintes custos
para o acabamento dos produtos B e C:
Subprodutos
1. Custo Nulo
2. Lucro Nulo
Aqui, os subprodutos no proporcionam qualquer resultado, pelo que o valor de venda deduzido
dos custos com a venda subtrado dos custos conjuntos. O valor dos custos atribudos aos co-
produtos , assim inferior.
Os vrios critrios ligados aos subprodutos exercem um efeito sobre os custos totais e unitrios
dos produtos principais. Vejamos o seguinte exemplo (valores em contos):
Outros elementos:
Subproduto (C):
Considera-se que o subproduto no tem qualquer valor comercial. Neste caso, a totalidade dos
custos conjuntos repartida pelos produtos principais.
Variantes
1. Considerar o custo do subproduto igual ao seu preo de venda deduzido das despesas de
venda:
2. Considerar o custo do Subproduto igual ao seu preo de venda deduzido das despesas de
venda e a margem de lucro e custo adicional de transformao:
Exerccios de Aplicao
Compras:
- Matria M : 100 ton. a 25 cts. cada
- Matria P : 50 ton. a 45 cts. Cada
- Matria Q : 20 ton. a 25 cts. Cada
Produo:
o - Semi-produto (a): 100 ton
o - Semi-produto (Y). 60 ton
o - Produto X: 80 ton
o - Produto Y: 60 ton (deterioraram-se 5 ton por avaria de uma
mquina que no possvel recuperar).
o - Subproduto (T) 10 ton
o - Resduos: 5 ton (foram pagos 5 contos de transporte para um
local fora da fbrica).
Vendas:
Sabendo que a empresa segue o critrio Lifo na valorizao das sadas de armazm, reparte
os custos conjuntos proporcionalmente ao valor de venda no ponto de separao e valoriza os
subprodutos pelo critrio do lucro nulo, pede-se.
A1 Amendoa de 1,
A2 Amendoa de 2;
A3 Amendoa partida.
O produto A3 vendido no estado em que obtido aps as operaes acima referidas enquanto
que os produtos A1 e A2 so vendidos depois de temperados e embalados, operaes estas que
envolvem custos especficos.
Os produtos obtidos so vendidos no mercado nacional aos seguintes preos:
A1:40000 8.000
A2:50000 7.500
A3:10000 -------
Total 71.000 12.000
Pretende-se que d a sua opinio sobre se a empresa deve ou no aceitar a proposta que lhe foi
feita, apoiando a fundamentao com o clculo do custo industrial unitrio de produo para os
produtos A1,A2 e A3 segundo o critrio que se lhe afigure mais adequado na circunstncia.
7.III A empresa de descasque, SA, dedica-se ao descasque de Arroz que adquire directamente
s empresas do sector da agricultura.
Pretende-se:
a) Sabendo que a empresa em causa valoriza o subproduto (trinca ) pelo critrio do lucro
nulo, determine o custo sada da empresa do arroz descascado;
NB: Os Outros GGFs so repartidos pelas seces em funo dos respectivos custos
directos.
IV - A empresa X fabrica perfumes e gua de colnia. O processo de fabrico , resumidamente, o
seguinte:
Numa primeira fase (fase A), atravs do tratamento das ptalas de flores, obtm-se
em regime de produo conjunta, um perfume de qualidade superior (perfume
ALFA), um semi-produto designado leo de flores e um resduo de valor
comercial reduzido.
Numa segunda fase (fase B) obtm-se conjuntamente a partir do leo de flores,
um perfume de qualidade mdia (perfume BETA) e gua de colnia.
Produo:
Perfume ALFA: 9.000dl;
Perfume BETA: 18.000dl;
gua de Colnia: 40.000dl, e
Resduos: 1.000Kg
Posteriormente, este semi-produto enviado para o Departamento II, onde adicionada a matria
C, obtendo-se ento o produto Y, o subproduto Z e o semi-produto X. Este, tratado no
Departamento III, onde se obtm conjuntamente, X e o resduo R.
O resduo, antes de ser lanado no rio, sujeito a um tratamento despoluidor, feito por uma
empresa de exterior, com um custo de 0,05 contos/litro.
a) Existncias Iniciais:
A: 100 tons a 70,00/ton B: 70 tons a 50,00/ton
X: 40 tons. Y: 30 tons.
b) Compras:
c)Existncias Finais:
d)Custos:
f) Vendas:
Y: 50 tons a 150,00/ton. X: 70 tons. a 200,00/ton Z:10 tons. a 12,00/ton.
Na valorizao das existncias, utilize o critrio LIFO para as matrias primas e o critrio FIFO
para PVF e Produo Acabada.
Pretende-se:
O custo da produo acabada e da PVF no final do ms (na repartio dos custos conjuntos
considere o valor de venda no ponto de separao para os co-produtos e o lucro nulo para os
subprodutos.
Custos de Transformao.
LFI 10.000,00
LFII 4.000,00
Armazm de Produtos Acabados 2.800,00
Pretende-se:
a) Que elabore o esquema correspondente ao processo de fabrico.
b) A determinao do custo industrial dos produtos A,C e X, utilizando o critrio
do volume de vendas reportado ao ponto de separao para os produtos
principais.
Manual de Contabilidade de Gesto- Parte I e II- 2016
Autor: Raimundo Faustino Bamo 207
Exercicios
CUSTOS:
Em processamento no incio:
Matrias-primas/P. Inter . 10.000,00 14.400,00 ----------
Custo de transform. 5.000,00 3.600,00 ----------
Matrias introduzidas 120.000,00 --------- ----------
Transf. do Departam. Preced. -------- ? ?
Custo de transformao 257.400,00 80.475,00 40.000,00
TOTAL ? ? ?
UNIDADES
Em processamnto no incio 3.000 2.500 -------
Acabadas 12.000 5.000 5.000
Transfer. do Depart. Preced. -------- 6.000 5.000
Em processamento no fim 1.000 3.500 -------
Os trs produtos saem do processo I, sendo que os produtos "X" e "Y" so submetidos ao
processo de transformao adicional nos processos II e III, respectivamente;
As matrias so introduzidas no incio do processamento;
Os produtos em vias de fabrico so processados, quanto ao seu acabamento, num grau de
20% no incio e 30% no fim do ms;
Aps a produo o produto"Z" vendido imediatamente e os gastos de venda montam 10%
do Custo de produo e a margem de lucro de 75,00;
A empresa adopta o critrio de Lucro Nulo para a valorizao do subproduto;
As despesas de distribuio dos produtos na zona centro totalizam 1 150,00.
Pretende-se:
1. O Custo Industrial da Produo Acabada de cada produto, sabendo que a empresa adopta
o critrio do volume de vendas reportado ao ponto de separao e o critrio FIFO para a
valorizao de existncias;
2. O Mapa de Demonstrao de Resulta por funes e produtos
- O processo de transformao na Fase I leva 13.005 horas de trabalho e cada hora custa 20,00.
- A empresa pratica preos de Venda de 30,00 Para leo Alimentar, 25,00 para Azeite Oliveira e
8,25 para cidos Gordos.
- Sabe-se que a produo acabada na Fase II e III de 5.000 unidades por cada produto e o
critrio de valorizao das existncias o do FIFO. E que aps a produo do cido gordo
vendido suportando os custos de venda de 10% sobre o custo de Produo e o lucro estimado de
75,00.
Outras informaes:
=> Sabendo ainda que, a empresa adopta o critrio de volume de venda reportado ao ponto de
separao para a repartio dos custos conjuntos e do lucro nulo para a valorizao dos
subprodutos, calcula o custo industrial da produo acabada e o resultado bruto por cada produto.
Manual de Contabilidade de Gesto- Parte I e II- 2016
Autor: Raimundo Faustino Bamo 210
A Sociedade Industrial Os Tcnicos Contabilistas dedica se ao fabrico e comercializao dos
produtos X e Y. e acessoriamente o subproduto Z e o Resduo R. O processo produtivo o
seguinte:
Na Fase I, as matrias M1 e M2 so misturadas, trituradas e prensadas, com vista a obter o semi-
produto Alfa, posteriorimente, este semi-produto enviado para a Fase II, onde adicionado a
M3, obtendo-se o produto acabado Y, o subproduto Z e o semi-produto X. Este ltimo sofre um
tratamento na Fase III, onde se obtem conjuntamente, o produto acabado X e o resduo R. o
resduo vendido a 80,00 o litro.
Do ms de Setembro ltimo, conhecem se os seguintes dados:
1. Existencias iniciais:
- M1 ................................ 1000 ton a 700 @
- M2................................. 700 ton a 500 @
- PVF.............................20 unidades de Alfa com os seguintes graus de acabamento:
MP (70%)................... 910.000,00
CT(40%) .....................200.000,00
2. Compras
- Matrias-primas M1.................................1.000 ton a 750 @
- Matrias-primas M2.................................400 ton a 500 @
- Matrias-primas M3.1300 litros a 3000 @
3. Existncias Finais
- Matrias-primas M1...................................900ton
- Matrias-primas M2...................................800ton
- X...............................20 unidades
- Y15 unidades
PVF40 unidades de Alfa ( Graus de acamento: MP........80%,
CT....40% )
4. Custos de Transformao
- Processo I.............................................................................. 3.504.600,00
- Processo II ........................................................................... 3.000.000,00
Manual de Contabilidade de Gesto- Parte I e II- 2016
Autor: Raimundo Faustino Bamo 211
- Processo III ......................................................................... 800.000,00
5. Custos Comerciais
- Variavel unitrio (referente a Y)........................................... 15.000,00 por Unidade
- Despesas de tranporte de residuo ........................................ 104.972,09
- Lucro estimado na venha do Subproduto 1.953,248 por Unidade
6. Produo
- Alfa ................................................110 unidades
- Z...................................................... 10 unidades
- R .................................................... 3.500 litros
- X.............................................................?
- Y.............................................................?
7. Vendas
- Y............................................... 50 unidades a 150.000,00@
- X ............................................. 70 inidades a 200.000,00@
- Z ............................................. 10 unidades a 12.000,00@
- R............................................. 3.500 litros
8. Critrios de valorizao:
- Fase I, II e III..............................FIFO
- Matrias ....................................LIFO
Pretende se
a) Custo da produo acabada e dos PVF sabendo que a empresa usa ocritrio do
valor de venda reportado ao ponto de separao para repartir os custos
conjuntos e o lucro nulo para os subprodutos e resduos.
b) Demonstrao de resultados
a) Matrias Primas:
Processo I ...720.000,00
Processo II ....80.000,00
b) Custo de Transformao:
Processo I480.000,00
Processo II..299.250,00
Processo III.150.000,00
c) Produo e venda:
X..8.000 unidades a 250,00@
Y..4.500 unidades a 100,00@
Z..1.500 unidades a 50,00@
Pretende se:
c) O subproduto foi vendido ao preo de 23,20Mt cada unidade e foi suportado 2,20Mts de
Gastos de venda por unidade, um custo adicional de 20.840,00Mt, para alem de sido
estimado um lucro de 5% sobre as vendas.
e) Sabe se ainda que para a entrega dos produtos X e Y aos clientes, suportou se uma
despesa de transporte no valor de 63.000,00 e 951.000,00 respectivamente
Pretende se:
10) O clculo do custo do Subproduto, Considera o custo do subproduto o seu valor de venda,
deduzido de todas despesas adicionais e da margem de lucro.
11) O custo dos produtos principais, sabendo que a empresa adopta o critrio de valor de venda da
produo reportado ao ponto de separao.
12) Demonstrao de resultados por Funes
Pretende se
c) Custo da produo acabada e dos PVF sabendo que a empresa usa ocritrio do
valor de venda reportado ao ponto de separao para repartir os custos
conjuntos e o lucro nulo para os subprodutos e resduos.
d) Demonstrao de resultados
Assim, nas empresas bem organizadas, mesmo relativamente a uma pequena rea sabe-se quem
responde directamente pelas actividades dessa rea. Por outro lado, conhece-se perante quem
aquele responsavel directo responde quanto forma como foram conseguidos os objectivos
assinalados.
Alm de facilitar o processo de controlo, a criao dos centros de custo permite tambm atribuir
responsabilidades aos gestores de cada unidade podendo, por isso, ser tambm designados por
centros de responsabilidade.
O gestor tem poder de deciso sobre os recursos necessrios realizao dos objetivos.
A gesto por centros de custos tambm conhecida por centros de responsabilidade, a gesto
baseada na imputao de custos pertencentes aos mesmos departamentos ou seces. A
centralizao de custos por responsabilidades d-nos em tempo oportuno indicadores das diversas
actividades existentes numa empresa.
A gesto por centro de custos complementada com uma anlise de resultados, permite-nos uma
perspectiva correta do desenvolvimento de toda a actividade da empresa, e d-nos informao
para a tomada de decises por parte dos gestores.
Centro de Responsabilidade A
Assim, a unidade primaria de determinao dos custos de certo segmento organizacional nem
sempre o centro de responsabilidade mas sim parte deste, o centro de custos.
Decomposio dos centros de responsabilidade em centros de
custos
Centro de Custo A
Trata-se assim de reparties intermdias entre os custos por natureza e a sua imputaao aos
produtos fabricados, as matrias adquiridas ou as contas dos resultados.
Nos centros de custos registam-se os custos de funcionamento dos diversos orgos da empresa.
O problema da imputao dos gastos semi-directos e indirectos ao produtos pode ser resolvido,
fundamentalmente, por quatro mtodos relacionados com a evoluo histrica das preocupaes
dominantes no campo da Contabilidade Analtica de Gesto: o Mtodo , do Coeficiente Global, o
Mtodo dos Coeficientes Diferenciados, o Mtodo das Seces Homogneas e o Sistema ABC.
Neste mtodo, parte-se do princpio de que existe, para cada produto, uma proporcionalidade
directa entre os gastos gerais e o consumo de matrias ou de mo-de-obra, hiptese que
geralmente se afasta da realidade e praticamente impossvel de reconhecer, em face de meios de
explorao to diversos e heterogneos, que nem sempre se comportam igualmente perante os
produtos.
Preciso do clculo dos custos e do custo total - no que diz respeito a todas as seces.
a) Responsabilizao
b) Homogeneidade de Funes
Sempre que possvel, devera definir-se uma unidade que permita medir a actividade da
seco (hora-maquina, hora-homem, etc.).
8.4.2. Classificao das Seces Homogneas
Para alem das seces absolutamente indispensveis consecuo dos objectivos ou finalidades
da empresa (Seces Principais), tais como as de Aprovisionamento, Transformao e
Distribuio, geralmente tambm se encontram outras que se destinam a auxiliar os trabalhos
realizados noutras seces (Seces Auxiliares), especialmente nas seces principais - Seces
como Ferramentas, Manuteno do Equipamento, Central de Produo de Vapor, Serralharia e
Carpintaria privativas, Transportes, etc.
Homogneas
Vantagens
Este mtodo apresenta caractersticas de maior rigor cientifico em relao aos anteriores, sendo
aquele em que o tratamento dos gastos indirectos feito por processos racionais.
Permite:
3 Uma melhor repartio dos gastos gerais pelas seces atravs dessas mesmas chaves;
4 A imputao, por unidades de obra, dos elementos indirectos e semi-directos aos produtos
6 Uma anlise pormenorizada do custo das seces (custos com maior rigor e aproximados
da realidade);
Desvantagens
O Mtodo das Seces Homogneas implica uma diviso da empresa ou da unidade analisada por
certo nmero de seces, tradicionalmente tidas por homogneas.
afectar aos centros os encargos directos (conhecidos sem clculo intermdio graas s
facturas relativas a um determinado produto, s notas de sada de armazm, s notas de
trabalho, s comisses sobre as vendas estabelecidas produto a produto);
repartir a totalidade dos encargos indirectos (em relao ao produtos) pelas diferentes
seces ou centros de custo;
Em sntese, no Mtodo das Seces Homogneas, a incluso dos vrios custos (directos, semi-
directos e indirectos) nos produtos realiza-se do seguinte modo:
3 Sub-repartiao dos custos das seces auxiliares pelas beneficirias (reembolsos), com
base no nmero de unidades de obra (ou de imputao);
6 Imputao dos elementos indirectos e semi-directos aos produtos com base no nmero de
unidades de obra.
Neste mtodo, teremos de comear por elaborar um quadro de repartio (primaria) dos custos
directos pelas seces homogneas (compreendendo a afectao dos custos semi-directos),
utilizando os critrios mais adequados, de modo a que todos os custos por natureza (em linhas) se
encontrem repartidos pelas seces (em colunas).
a imputao dos custos das seces auxiliares s seces beneficirias da actividade daquelas.
Esta imputao designa-se por reembolsos
Os gastos das seces auxiliares devem ser transferidos para as seces (auxiliares e principais)
que se aproveitam dos respectivos servios, verificando-se, aqui, uma Sub-repartio de acordo
com as unidades de obra fornecidas a cada uma.
Assim, os gastos prprios de cada seco auxiliar e principal so acrescidos da fraco dos gastos
das seces auxiliares que lhes respeita, obtendo-se, ento, o custo das unidades de obra
produzidas por cada seco.
A soma dos custos directos com os reembolsos, constitui o total dos custos da seco durante o
perodo e dividindo-o pelo nmero de unidades de obra verificado no perodo (que traduz a
actividade da seco durante o perodo) encontramos o custo unitrio da unidade de obra.
Seco M Seco N
C.
Descrio Uni Qd
Unit Valor Qde Valor
e
1 Custos Directos
Salarios
Ordenados
Encargos Sociais
Electricidade
Amortizaes
Seguros
TOTAL (1)
2 Reembolsos
Seco A1
Seco A2
TOTAL (2)
3 Custo Total
Global (total 1+ total
2)
Unitrio
Unid. de obra
Unid. de
imputao
Unid. de custeio
Exemplo
Seco de Distribuio de Energia - 50 000 Kwh, dos quais 1 000 Kwh para a Seco
de Reparaes Elctricas;
Seco de Reparaes Elctricas - 800 Hh, das quais 100 Hh para a seco de
Distribuio de Energia.
Os Custos das seces em causa, que englobam todos os custos directos e os reembolsos de todas
as restantes seces auxiliares, excepto as aqui mencionadas, foram:
Para se apurar o custo da unidade de obra de cada seco, resolve-se o seguinte sistema de
equaes:
onde Kwh representa o custo do Kwh de energia elctrica, e Hh, o custo da hora de mo-de-obra.
Exerccios de Aplicao
A empresa possui trs (3) Seces Principais Aprovisionamento, Fbrica e Distribuio sendo
consideradas Auxiliares as Seces de Escritrio e Oficina de Reparaes.
Seces
Gastos Totais Auxiliares Principais
Escritrio Oficina Aprovis Fbrica Distrib
Materiais de Consumo 200.000,00 4.000,00 40.000,00 - 150.000,00 6.000,00
Despesas com Pessoal 100.000,00 20.000,00 10.000,00 10.000,00 50.000,00 10.000,00
Impostos e Contrib 50.000,00 30.000,00 - - - 20.000,00
Transportes e Desloc 35.000,00 10.000,00 - - 10.000,00 15.000,00
Fora Motriz 60.000,00 - 16.000,00 - 40.000,00 4.000,00
Desp.Gerais de Gesto 30.000,00 30.000,00 - - - -
Amortizaes 150.000,00 10.000,00 - 20.000,00 70.000,00 50.000,00
... ... ... ... ... ... ...
Pretende-se:
1. O Mapa de Repartio Primria
2. O Mapa de Repartio Secundria
3. O Custo Industrial (Total e Unitrio)
4. O Custo Complexivo (Total e Unitrio)
5. O Lucro Bruto (Unitrio)
6. O Lucro Lquido (Unitrio)
Salrios Directos
Colheres: 1 000 horas @ 50,00 Mtn
Garfos: 1 500 horas @ 40,00 MTn
Produo
Colheres: 2 500 unidades
Garfos: 4 000 unidades
Vendas
Colheres: 2 000 unidades @ 60,00
Garfos: 3 000 unidades @ 30,00
Pretende-se:
1. O Quadro de Repartio Primria
2. O Quadro de Repartio Secundria
3. O Quadro dos Custos de Produo
4. O Mapa de Demonstrao de Resultados por Funes
3. A Empresa Industrial Zama-Zama Lda, fabrica e vende os Produtos Alfa e Beta, utilizando o
Mtodo das Seces Homogneas para a contabilizao dos Gastos Indirectos. A mesma Empresa
compreende duas (2) Oficinas distintas (A e B) e trs (3) Seces Auxiliares (Manuteno,
Central Elctrica e Compresso).
Os gastos dos servios de Manuteno so repartidos razo de 20% para a C.Elctrica, 10%
para Compresso, 30% para Oficina A e 40% para a Oficina B.
O fornecimento de Corrente Elctrica repartiu-se razo de 20% para Compresso, 30% para
Oficina A e 50% para Oficina B.
Produo
Alfa: 10 000 unidades
Beta: 20 000 unidades
Vendas
Alfa: 8 000 unidades
Beta: 15 000 unidades
OBS.: Os TC iniciais de Alfa foram de 60.000,00MTn e os TC finais de Beta foram de
80.000,00MTn.
Pretende-se:
1. O quadro de Repartio Secundria, sabendo que a natureza das unidades de obra das
Seces Principais :
Oficina A: Matrias-Primas
Oficina B: Horas de MOD
2. O Custo de Produo (Total e Unitrio)
3. O Mapa de Demonstrao de Resultados Brutos
4. Certa Empresa Industrial dedica-se ao fabrico, em regime de produo disjunta, de dois tipos
de bebidas (A e B), cujas matrias fundamentais so frutas. O processo de fabrico em sntese, o
seguinte:
As frutas so primeiro trabalhadas na Seco de Preparao, depois obtm-se sumos que
passam imediatamente Seco de Produo onde so tratados com as matrias M1 e M2,
obtendo-se o Produto Final
Na Seco de Preparao obtm-se Resduos que so vendidos ao preo de 4,00 MTn por
tonelada e levantados pelo comprador na fbrica. As duas bebidas diferem pelo facto de
utilizarem matrias e tecnologias distintas na laborao.
Alm das Seces de Preparao e Produo, encontram-se definidas trs Seces Auxiliares
(Central Elctrica, Central a Vapr e Oficina) e ainda Armazm de Frutas, Servios de Vendas e
Servios Administrativos.
A empresa adopta o Mtodo das Seces Homogneas para repartir e controlar todos os gastos,
apurando o Custo Industrial dos produtos pelo Sistema de Custos Totais Reais.
Consumos
UO Produto A Produto B Custo entrada da Fbrica
Vendas
A: 250 000 litros @ 60,00 MTn
B: 95 000 litros @ 50,00 MTn
Inventrio Inicial
A: 700 000 litros @ 45,00 MTn
B: 300 000 litros @ 35,00 MTn
Pretende-se
1. O Mapa do Custo das Seces
2. O Mapa do Custo da Produo
3. O Mapa de Demonstrao de Resultados por Funes
5. A Empresa Culombela, Lda., uma empresa que se dedica ao fabrico de sumos de duas
qualidades a partir do tratamento de frutas. Os dois sumos diferem pelas frutas usadas nos eu
fabrico. A fbrica est contabelsticamente organizada em Seces Homogneas seguintes:
Central Elctrica, Manuteno, Central a Vapr, Mistura, Laborao, Armazm de Frutas e
Servios de Venda e Administrativos. H ainda uma seco de Gastos Comuns cujo o objectivo
apoiar as outras seces.
Durante o processo de fabrico, na Seco de Mistura resultam Resduos que so vendidos no
mercado ao preo de 500,00 por tonelada, suportando-se despesa de venda de 200,00 por
tonelada.
Fabricaram-se 10 000 litros do sumo tipo A e 4 000 litros do sumo tipo B, e obtiveram-se
40 ton de Resduos do Sumo A e 60 ton de Resduos do Sumo B. No havia TC quer no incio,
quer no fim do perodo.
Invenrio
Matrias
Fruta Tipo A Fruta Tipo B
Iniciais 420 ton @ 450,00 500 ton @ 600,00
Finais 230 ton 670 ton
Produtos Acabados
Sumo Tipo A Sumo Tipo B
Iniciais 6 000 litros @ 52,00 1 000 litros @ 100,00
Compras
Fruta- Tipo A: 150 Ton @ 520,00
Manual de Contabilidade de Gesto- Parte I e II- 2016
Autor: Raimundo Faustino Bamo 236
Fruta- Tipo B: 480 Ton @ 720,00
Vendas
Sumo Tipo A: 8 000 litros @ 150,00
Sumo Tipo B: 2 000 litros @ 200,00
Dados Complementares
A empresa adopta o critrio FIFO para a valorizao de Inventrio.
Os gastos comuns, num total de 30 000,00 ,repartem-se pelas seces da seguinte forma:
10% para C. Elctrica, 10% pra a manuteno, 30% para Mistura, 30%para Laborao e 20%
para o Armazm de Frutas.
Arredondar os custos unitrios at quatro casas decimais
Pretende-se:
1. O Mapa dos Custos de Transformao
2. O Mapa dos Custos de Produo
3. O Mapa de Apuramento de Resultados
6. Certa empresa dedica-se ao fabrico em regime de produo disjunta de trs produtos (A, B e
C). Para o efeito dispe de duas Seces Principais (Preparao e Produo) e um Servio de
Administrao.
A empresa adopta o Mtodo das Seces Homogneas para repartir e controlar todos os gastos.
Aps a primeira repartio dos gastos, de acordo com as chaves de repartio utilizadas, so os
seguintes totais para cada seco:
Caldeira 17.300,00
Gerador 74.600,00
Oficina 36.000,00
Seco de Administrao 24.000,00
Preparao 120.725,00
Produo 279.450,00
Pretende-se:
1. A elaborao de um Mapa que ilustre a repartio de Servios de um Seco para a outra
(em Quantidade e Valor)
2. O Custo de cada Seco
Calcule o Custo de Produo, sabendo que foram produzidas 3 000, 4 000 e 2 500 unidades de A,
B e C, respectivamente.
Matrias-Primas
Inventrio Inicial:
A: 10 000 ton @ 1.500,00
B: 8 000 ton @ 1.800,00
Mo-de-Obra Directa
Alfa: 2 000 horas @ 600,00
Beta: 2 500 horas @ 600,00
Produo
Alfa: 10 000 unidades
Beta: 8 000 unidades
Vendas
Alfa: 7 000 unidades @ 8.500,00
Beta: 5 000 unidades @ 4.900,00
Dados Complementares
Despesas de Compra de Matrias-Primas: 1.680.000,00 a repartir com base nas
quantidades compradas
Critrio de Valorizao de Inventrio: FIFO
Pretende-se:
1. O Mapa do Custo das Seces
2. O Mapa do Custo de Produo
A empresa adopta o critrio FIFO e o Mtodo das Seces Homogneas, tendo definido as
seguintes Seces:
Amassadeira/Tendeira (Hh)
Forno (Hm)
Conservao (Hh)
Armazm de Matrias-Primas: engloba os custos de armazenagem das m.p., sendo a
unidade de imputao as sadas de m.p. (farinha)
Gastos Comuns: engloba os restantes Custos Industriais da empresa
Consumo de Matrias-Primas
Farinha de Trigo: 120 ton
Farinha de Centeio: 80 ton
Fermento: 15 ton
Sal: 30 ton
gua: 50 m3
Produtos Acabados
Produo Vendas
Qtdd (ton) Qtdd (ton) Preo Unitrio
Po de Trigo 800 500 30,00
Po de Centeio 1 200 1 000 10,00
Custos No Fabris
Distribuio 750,00
Administrativos 1.500,00
Financeiros 1.000,00
Outras Informaes
Os Custos Comuns so repartidos por outros Centros de Custos: 35% para
Amassadeira/Tenseira, 50% para o Forno, 5% para a Conservao e 10% para o Armazm de
m.p.
A farinha de trigo consumida no fabrico de Po de Trigo e a farinha de centeio
consumida no fabrico de Po de Centeio
Os custos das m.p. (fermento, sal e gua) so imputados aos produtos com base nas
quantidades produzidas
A empresa no tinha inventrio inicial de Produtos Acabados
Os TC iniciais de Po de Trigo foram de 214,00 e os TC finais de Po de Centeio foram
de 450,00
Pretende-se:
1. O Mapa de Custos das Seces
2. O Mapa dos Custos de Produo
3. O Mapa de Demonstrao de Resultados por Funes
A empresa adopta o Mtodo das Seces Homogneas, encontrando-se definidas as cinco reas
atrs referidas, ou seja, Montagem, Serralharia/Chaparia, Pintura, Acabamento, Oficina Elctrica.
Todas as Seces tm por unidade de obra a Hora-homem (Hh). H ainda um centro de custos
designado por Gastos Comuns, que funciona como Seco Auxiliar, englobando o custos que so
comuns s Seces Principais e que so imputados a estas proporcionalmente s respectivas
Unidades de Obra (Hh).
Produo
Terminaram-se as Obras n 101 e 104 e iniciaram-se as Obras n105 e 106.
Facturao
Os Autocarros referentes s Obras terminadas foram entregues aos clientes em Julho e facturadas
pelos seguintes valores:
Obra n101 270.000.000,00
Obra n104 480.000.000,00
Custos No Industriais
Administrativos 14.400.000,00
Financeiros 2.625.000,00
Pretende-se
1. O Mapa de Custos das Seces, apurando o Custo das U.O.
2. O Custo Industrial das Obras Terminadas e em Curso de Fabrico
3. A Demonstrao de Resultados por Funes e por Obras
Como apoio actividade acima descrita, existe uma Seco Auxiliar designada por Manuteno,
cujos custos so imputados s Seces Principais, atrs referidas, proporcionalmente aos custos
directos de cada uma delas. Existe ainda uma Seco de Oficina Elctrica que presta servios da
sua especialidade.
No final de Janeiro, encontravam-se em curso duas Encomendas que transitaram para Fevereiro,
com os seguintes custos (Valores em MTn)
Materiais Custos de Transformao
Encomenda n88 19.000,00 1.300,00
Encomenda n90 35.000,00 5.300,00
A actividade das Seces Principais, cuja unidade de obra Hh, distribuiu-se da seguinte
forma:
Fornecedoras Montagem Acabamento Pintura Oficina Elctrica
Beneficirias
Encomenda n88 1 200 3 000 300 500
Encomenda n90 -- 4 000 200 1 500
Encomenda n91 2 500 -- -- --
Montagem -- -- -- 700
Oficina Elctrica 50 -- -- --
Pretende-se:
1. O Mapa de Custos das Seces, apurando-se o Custo das Unidades de Obra
2. O custo Industrial das Obras terminadas (e das em curso) em Fevereiro
3. O Resultado Operacional Bruto em Fevereiro
A empresa utiliza folhas de obra para o Apuramento do Custo Industrial das Obras. Na
valorizao das Obras, segue o Sistema de Custos Totais Reais e o Mtodo das Seces
Homogneas.
Compras
Compraram-se Materiais para o armazm no valor de 1.000.000,00 MTn. O stock de Materiais
em 1 de Maio foi valorizado em 200.000,00 MTn
Produo e Vendas
Foram concludas e entregues aos clientes as encomendas efectuadas nas Obras n400 e 401,
cujos preos de factura foram 580.000,00 e 940.000,00, respectivamente.
Informaes Complementares:
O custo do kwh de Energia Elctrica e do m 3 de gua foi de 9,00 MTn e 30,00 MTn,
respectivamente
O Seguro mensal contra incndio de 4 por mil sobre o valor do investimento de capital
de cada Centro de Custos
Critrio de Valorizao de inventrio: FIFO
O valor do investimento decapital afecto a cada Seco e a respectiva taxa de amortizao
anual, o seguinte:
Mq/Fer Const.met. Conserv Armazm Serv.Com.
Oficinas
Imobilizado (MTn) 12.000.000,00 18.600.000,00 2.400.000,00 3.960.000,00 480.000,00
Taxa de Amort 10 10 10 2,5 12,5
Anual (%)
Arredondamento at quatro (4) casas decimais
Pretende-se:
1. O Mapa dos Custos de Transformao do ms
2. O Mapa do Custo das Obras Terminadas e em Curso
3. O Mapa de Demonstrao de Resultados do ms
4. Refira-se sobre a classificao das Seces Homogneas
Produo
Iniciou-se e terminou-se a Obra n 201, constituda por 150 Mesas para uma escola
Terminou-se a Obra n198, constituda por 50 Moblias de Quarto. Os custos desta Obra
at 01/01/X eram os seguintes:
Matrias-Primas 6.000,00
Custos de Transformao 2.000,00
Iniciou-se a Obra n202 constituda por 50 Mveis de Sala, que no se concluu no fim do
ms de Janeiro.
Consumo de Matrias-Primas
Obra n198 13.560,00
Obra n201 15.600,00
Obra n202 9.100,00
Vendas
As encomendas 198 e 201 foram colocadas aos clientes com uma margem de 20% sobre o Custo
Complexivo.
Outras Informaes:
Os custos de venda e administrao, no valor de 6.500,00 sero distribudos pelas
encomendas vendidas com base em 50% para cada uma delas
O Critrio de Valorizao do inventrio o FIFO
Pretende-se:
1. O Mapa de Custo de Transformao das Encomendas
2. O Mapa de Custo de Produo das Encomendas
3. O Mapa de Demonstrao de Resultados por Funes e por encomendas
Auxiliares
Central a Vapr
Manuteno
Distribuio
Administrao e Vendas
Produo
Dos registos tcnicos veio a informao de que se produziram:
120 000 Embalagens de Pasta de Salmo
240 000 Embalagens de Pasta de Lampreia
Consumo de Matrias-Primas
Salmo ......................................................................35 toneladas @ 1.000,00/kg
Alm dos Custos Acumulados nas diferentes seces, refere-se ainda que:
As Amortizaes so praticadas taxa anual de 10% sobre os valores dos equipamentos
existentes e so os seguintes:
Central a Vapr 6.000.000,00
Manuteno 3.600.000,00
Corte e Reparao 9.000.000,00
Produo Embalagem de Salmo 24.000.000,00
Produo Embalagem de Lampreia 21.000.000,00
Vendas/Administrao 3.000.000,00
Pretende-se:
1. O Mapa do Custo das Seces
2. O Mapa do Custo da Produo
3. O Mapa de Demonstrao de Resultados
14. A Sociedade Industrial Ganha Pouco, Lda, sediada em Xai-Xai, que utiliza o Mtodo das
Seces Homogneas, dedica-se ao fabrico de dois produtos: Alfa e Beta. A fbrica encontra-se
dividida nas seguintes Seces:
Seco S1: onde a partir da Matria-Prima A se obtm o Produto Alfa e o Semi-Produto
Beta. A Unidade de Obra a Hora-Mquina (Hm)
Compras a Pronto
A: 120 toneladas @ 20.000,00 cada
B: 80 toneladas @ 30.500,00 cada
Produo do ms
Alfa: 50 toneladas
Beta: 80 toneladas
Vendas
Dados Complementares
Os custos acumulados de produo sada da Seco S1 so repartidos da seguinte
forma: 60% para Alfa e o restante para o Semi-Produto Beta
As despesas de aquisio de matrias-primas, no valor total d 200.000,00 so
repartidas em funo das quantidades compradas
Os gastos da Seco Administrativa no so repartidos pelos produtos por no se
encontrar um critrio adequado para o efeito
Pretende-se:
1. O Mapa do Custo das Seces
2. O Mapa do Custo de Produo
3. O Mapa de Demonstrao de Resultados
15. A Construes Mecnicas, SARL, fabrica em srie o produto Alfa, resultante da montagem
das peas A e B. Estas peas so fabricadas na empresa a partir de ao especial adquirido no
mercado.
Existncias em 31/10/X
Ao Especial 1 600kg 131.600,00
Pretende-se:
1. O Mapa do Custo das Seces
2. O Mapa do Custo de Produo
3. O Mapa de Demonstrao de Resultados
Em finais dos anos 80, comeou-se a questionar a aplicao da MOD como base nica de
repartio dos Gastos Gerais de Fabrico. Com efeito, preciso tomar em conta as circunstncias
em que a MOD uma base apropriada de repartio dos GGF, nomeadamente:
7 Uma alta correlao estatstica pode ser estabelecida entre a MOD e os GGF incorridos.
Contudo, nas ltimas duas dcadas houve mudanas drsticas em muitas indstrias:
Tem havido maior diversificao de produtos, com as empresas produzindo uma gama
diversificada de produtos que diferem em termos de volume, tamanho de lote, e
complexidade das operaes de produo, e;
Os GGFs cresceram tanto, atingindo um ponto em que no existe uma correlao entre
eles e a MOD.
Deste modo, torna-se cada vez mais necessrio o recurso a outros mtodos de repartio, por
forma a evitar-se distores dos custos dos produtos e os consequentes erros de gesto da carteira
de produtos.
Consiste numa anlise sistemtica das actividades requeridas para produzir um produto ou
prestar um servio. O objectivo identificar aquelas actividades que contribuem para o valor
acrescentado e aquelas que no contribuem. Apenas as actividades concretas de produo
que contribuem para a criao do valor. O movimento de produtos de um ponto para o outro,
a inspeco e a espera pela produo so actividades que no criam valor mas consomem
recursos. H que reduzir este tipo de actividades.
Depois de completar a anlise da cadeia de valor, h que decidir sobre que actividades devem
ser tratadas separadamente como centros de actividade. Um centro de actividade uma parte
do processo de produo para o qual se pretende um reporte sobre os custos da actividade
envolvida. O ponto que em muitas empresa no seria possvel tratar individualmente cada
uma das actividades como centro de actividade, sendo necessrio combinar algumas
actividades num nico centro para reduzir o detalhe e a quantidade de relatrios.
O grau com que esse cost driver mede o verdadeiro consumo pelos produtos, nas
actividades envolvidas.
Ao se escolher o cost driver, deve-se estar seguro de que ele mede adequadamente o consumo da
actividade pelos vrios produtos, pois se no existe uma forte correlao entre o cost driver e o
verdadeiro consumo, haver um inadequada imputao dos custos aos produtos.
Por exemplo, se os custos de acabamento foram 10 000 u.m. e se tiverem sido trabalhadas 2 000
unidades do produto, estes vo ser debitados por 5 u.m. por cada unidade que foi acabada.
Em esquema ser:
Repartio dos custos atravs de taxas baseadas na actividade
Custos dos Produtos
Actividades
Gastos gerais de
fabrico
O sistema ABC utiliza vrios cost drivers como base de repartio, da decorrendo custos de
produo mais rigorosos, designadamente quando os gastos gerais de fabrico so elevados.
Vejamos um caso prtico. Admitamos que certa empresa fabrica os produtos P1, P2, P3 e P4.
Relativamente a determinado perodo recolheram-se os seguintes dados:
A determinao dos custos de produo pelo denominado custeio tradicional, utilizando a hora
de mo-de-obra ou hora-mquina para repartir os gastos gerais de fabrico, conduz aos seguintes
nmeros:
Produto Unidades produzidas Horas por unidade Total de horas
P1 500 2 1.000
P2 500 4 2.000
P3 5.000 2 10.000
P4 5.000 4 20.000
Total 33.000
544.500u.m
16,50u.m. / H
Coeficiente de imputao dos gastos gerais de fabrico: 33.000 H
O mapa dos custos de produo o seguinte:
Descrio P1 (500) P2 (500) P3 (5.000) P4 (5.000) Total
1. Matrias 15.000,00 37.500,00 150.000,00 375.000,00 577.500,00
2. M.O.Directa 12.000,00 24.000,00 120.000,00 240.000,00 396.000,00
3. G.G.Fabrico 16.500,00 33.000,00 165.000,00 330.000,00 544.500,00
C. Total 43.500,00 94.500,00 435.000,00 945.000,00 1.518.000,00
Qde Produzida 500,00 500,00 5.000,00 5.000,00
Custo Unitrio 87,00 189,00 87,00 189,00
1. A empresa ABC, Lda fabrica vesturio por encomenda, existindo duas seces de produo
(confeco e estampagem) e um armazm de matrias-primas (Aprovisionamento). Em Julho
apresentou os seguintes elementos:
Tipo de artigo Quantidade produzida
Camisolas de Homens 6000
Camisolas de Senhoras 3000
Saias 2000
Para a produo das trs encomendas a empresa conjugou dois tipos de matria-prima (MP1 e
MP2), a qual implicou o seguinte consumo:
Custo Unitrio (MT) Camisolas homem Camisolas Senhoras Saias
MP1 (em Kgs) 1.5 2000 800 600
MP2 (em Kgs) 1.2 10.000 4000 2500
Os custos da seco de confeco foram imputados directamente s encomendas, sendo 2 MZN o
custo de cada H/H. Para o efeito foram necessrios:
Descrio Quantidade de horas homem
2. A empresa CITRUS, Lda dedica-se a produo de sumos a partir da laranja e toranja. Para
o prximo ano prev produzir 50.000 pacotes de sumo de laranja e 200.000 pacotes de sumo
de toranja.
3. A Dameka, Lda, uma empresa de construo de estradas sedeada no Municpio KAPA, tem estado a
usar os quilmetros de estrada construda como cost-driver. Baseado nos custos do ano anterior, o
gestor da empresa estima que, para alm dos custos directos de construo, os custos indirectos
atingiro USD 3.000 milhares por cada quilmetro construdo.
O Conselho Municipal da regio onde a empresa opera solicitou uma cotao para a construo de 20
Km de estrada.
Antes de assumir o compromisso com base na taxa de USD 3.000 milhares, o gestor decidiu consultar
o seu Contabilista, o qual analisou os custos do ano anterior duma forma diferente. Dividiu os custos
por diferentes actividades, diferentes cost-drivers e estimou nveis de utilizao daqueles (vide tabela a
seguir).
Actividade Custos (milhares de Cost-Driver Nvel de Utilizao
USD) dos cost-driver
Inspeco 10.000 Horas 200.000
Escavao 200.000 Toneladas de areia 2.000.000
movimentada
Pontes 120.000 N de pontes 60
Nivelamento 80.000 Km 200
Enchimento de areia 30.000 Toneladas de areia 750.000
grossa grossa
Pavimentao 160.000 Km 200
Depois de efectuar essa anlise, concluiu que os custos do ano anterior representam boas estimativas
para o prximo ano. Os 20 Km de estrada municipal vo implicar 30.000 horas de inspeco,
movimentao de 300.000 toneladas de areia, 10 pontes e 80.000 toneladas de areia grossa para
enchimento.
a) Com base na taxa de USD 3.000 milhares e imputando mais 10% de margem de lucro
sobre o valor, qual ser o valor total dos custos indirectos pela construo dos 20 Kms de estrada?
A empresa separa os custos indirectos entre os diversos centros de custo e, para o perodo em
anlise a repartio foi efectuada como segue (em milhares de MZN):
Seces Custos Indirectos
Forno 83.375
Moldagem 94.750
Armazm 16.415
Vendas 40.100
Total 234.640
A distribuio dos centros de custos entre as actividades que realizam, deu origem seguinte
distribuio:
Seco Actividade Custo
Forno Preparao 14.350
Cozimento 69.025
Moldagem Moldagem 70.050
Pintura 19.025
Embalagem 5.675
Armazm Compras 4.335
Remessas 12.080
Vendas Gesto de Clientes 40.100
Depois de atribuir todos os custos indirectos s actividades, foram identificados os cost driver de
cada uma das actividades:
Considere-se que para a fabricao destas peas o valor do consumo de matrias e da MOD, em
milhares de MZN, foi:
Actividade Produto A Produto B Produto C
Porcelana 3.000 1.500 12.800
Tinta 1.800 2.250 12.000
Prata 150.000 62.500 349.770
Verniz 2.250 2.500 12.000
Actividade de compras 1.275 1.020 2.040
MOD 90.000 60.000 150.000
Nota: O custo da actividade de compras dever ser considerado custo das matrias-primas, tendo
em conta que o seu cost driver o n de pedidos.
Pretende-se:
a) O clculo dos custos unitrios referentes aos cost driver por actividade.
b) A imputao dos GGF pelas actividades principais e de seguida pelos produtos, incluindo
o apuramento do valor total dos GGF por cada produto;
c) O mapa dos custos de produo que agregue o custo das matrias, da MOD e dos GGF,
incluindo o custo unitrio por produto, tendo em conta que no h PVF e nem existncias
finais.
d) O mapa dos custos das actividades secundrias (embalagem, remessas e gesto de
clientes) imputados a cada produto.
A demonstrao de resultados por produto e total
10.1. INTRODUO
Para determinar o custo industrial dos produtos, temos que considerar os custos de produo que
a empresa suporta em cada ms.
Mas, uma parte dos custos de produo fixa e outra parte varivel.
Os sistemas de custeio total caracterizam-se por considerarem como custos dos produtos no
apenas os custos variveis industriais, mas tambm os custos fixos industriais, ou uma parte
destes.
O sistema de custeio total completo caracteriza-se por considerarmos todos os custos industriais
(fixos e variveis) como custos de produtos.
Por este sistema, as existncias de produtos acabados so avaliadas pelo custo total de produo.
Exemplo:
Admita-se o caso de uma empresa produtora de pavimentos que tem uma capacidade de produo
de 100 000 m / ms, custos industriais fixos mensais de 15 000 contos e variveis
(proporcionais) de 200$ por m . Se num dado ms a empresa produzir 50 000 m e vender 40
000 m , verifica-se o seguinte:
25 000
Referimo-nos apenas aos custos de produo, pois, como sabemos, os custos no industriais so
sempre considerados custos dos perodos.
O sistema de custeio racional caracteriza-se por considerarmos como custos dos produtos, os
custos variveis industriais e um valor de custos fixos industriais que resulta da multiplicao dos
custos fixos industriais do ms pelo quociente do volume real pelo volume normal de produo.
Representando os custos fixos industriais do ms por Cf, a produo real por Qr e a produo
normal por Qn, considerar-se-o como custos fixos da produo do ms (custos dos produtos), os
que resultam do produto dos mesmos pelo quociente entre a produo real e a normal.
Cf = Qr/Qn
E, por conseguinte, como custos fixos industriais no incorporados, ou seja, como custos do
perodo, o seguinte valor:
No nosso exemplo (vide dados anteriores) admitindo que a produo normal seria de 80 000m/
ms, teramos:
C Var
Indust 10 000 C industriais C das Vendas C
19 375 Pe
C Fixos fixos 9 375 prodt. Acabs. 15 500
(15 500)
(15000) 19 375 3 875
5.625
O sistema de custeio varivel caracteriza-se por considerarmos como custo dos produtos apenas
os custos variveis industriais.
Desta forma:
- Apenas os custos variveis industriais constituem custos dos produtos, pelo que somente
os custos de produo variveis so considerados na avaliao das existncias de produtos
acabados;
- Os custos fixos de produo so, na sua totalidade, custos do perodo em que ocorrem:
Dos P.Acab.
10 000 2.000
15 000
O que referimos implica que tambm a nvel do apuramento do custo das matrias (matrias
primas, subsidirias e de consumo), se considerem apenas os custos variveis.
As existncias de matrias so avaliadas apenas pelos custos variveis. Os custos fixos com elas
relacionadas, nomeadamente os custos de armazenagem, constituem custos do perodo em que
ocorrem e no custos dos produtos.
Em certas situaes, o resultado que apuramos por certo sistema de custeio que adoptamos difere
do que seria encontrado por outro que seria tomado como alternativo.
Tal facto deve-se aos custos fixos industriais cuja considerao como custos de produtos varia
com os sistemas de custeio.
Na anlise desta problemtica devem distinguir-se, por outro lado, as seguintes situaes de
produo e vendas:
Por outro lado, devido ao custeio racional, devem ter-se em conta as situaes que derivam da
relao entre a produo real e a produo normal, que podem ser as seguintes:
(em contos)
Fixos Variveis Total
Custos industriais(MD + MOD + GGF) 9 000 18 000 27 000
Custos de distribuio 4 200 4 800 9 000
Custos administrativos e financeiros 5 700 300 6 000
A empresa fabricou no ms em questo 100 000 unidades do produto A, enquanto que a produo
normal de 120 000 unidades, no havendo produtos em vias de fabrico, nem no inicio nem no
fim do ms. O preo de venda unitrio do produto A foi de 500$00.
No que respeita a relao entre o nvel de produo normal e o nvel de produo real, verifica-se
que se est perante a terceira hiptese mencionada, isto Pr < Pn e quanto aos nveis de produo
e de vendas vamos admitir, sucessivamente, as trs hipteses consideradas, ficando ao cuidado do
leitor a resoluo das outras alternativas referentes a primeira relao.
(em contos)
Vendas (100 000 unid. x 500$) 50 000
Custo das vendas (100 000 unid. X 270$) 27 000
Resultado bruto 23 000
Como a produo igual as vendas, admitindo-se no haver existncias iniciais, todos os custos
fixos de produo so custos do perodo considerado, pelo que no ms de Maio, os custos fixos
industriais includos no custo das vendas so de:
Custeio Varivel
(em contos)
Vendas (100 000 unid. X 500$) 50 000
Custo das vendas (100 000 unid. X 180$) 18 000
Margem bruta industrial 32 000
Custos de distribuio variveis 4 800
Custos administrativos e financeiros variveis 300 5 100
Margem de contribuio 26 900
Custos fixos
Indstrias no incorporados 9 000
Distribuio 4 200
Administrativos e financeiros 5 700 18 900
Lucro lquido antes de impostos 8 000
Custeio Racional
Como o volume de produo igual ao das vendas, os custos fixos incorporados no custo da
produo acabada, que so custos dos produtos, acabam por ser custos do perodo, o mesmo
sucedendo com os custos fixos no incorporados, mas estes independentemente do facto de o
nvel ser igual ao das vendas:
Nesta hiptese admitiremos que as vendas foram apenas de 90 000 unidades, sendo a
produo de 100 000 de unidades.
Como nem o custo de produo nem o seu volume se alteraram, os custos unitrios industriais
so os que se calcularam anteriormente.
Como a produo superior as vendas, os custos fixos industriais sero repartidos entre o
custo de vendas e as existncias finais, como segue:
Manual de Contabilidade de Gesto- Parte I e II- 2016
Autor: Raimundo Faustino Bamo 274
- custos fixos industriais includos no custo das vendas
(demonstrao dos resultados)
9 000 000$ x 90 000unid. =8 100 000$
100 000 unid.
Custeio Varivel
(em contos)
Vendas (90 000unid. X 500$) 45 000
Custos das vendas ( 90 000unid. X 180$) 16 200
Pelo custeio varivel, os custos fixos industriais so sempre custos do perodo, pelo que os
custos fixos industriais includos nem custos industriais no incorporados (custos do perodo)
so de 9000 000$.
Custeio Racional
(em contos)
Vendas (90 000unid. X 500$) 45 000
Custo das vendas (90 000unid. X 255$) 22 950
Nesta situao admitiremos que a produo foi apenas de 90 000 e que as vendas foram de 100
000 unidades.
Admite-se, tambm para este efeito que as existncias iniciais eram de 10 000 unidades e que
estavam valorizadas ao mesmo custo unitrio do ms de Maio, mantendo-se os custos globais
apresentados no incio do exemplo.
Custeio Total
(em contos)
No obstante a produo ter baixado de 100 000 para 90 000 unidades, os custos fixos industriais
mantiveram-se. Admitindo que se adopta o critrio LIFO, o custo das vendas considera
primeiramente a produo do ms, pelo que temos:
- custos fixos industriais includos no custo das vendas referentes a produo do ms:
10 000 000$
Custeio Varivel
(em contos)
Vendas (100 000 unid. x 500$) 50 000
Custo de vendas ( 90 000 unid. X 200$)
( 10 000 unid. X 200$) 20 000
Custeio Racional
Como estamos a utilizar o LIFO, consideramos como vendidas em primeiro lugar as quantidades
produzidas no ms. Os custos fixos industriais que so custos do ms so:
9 750 000$
Apresentamos seguidamente as demonstraes dos resultados atrs elaborados para cada uma
das situaes de produo e de vendas descritas e tiremos as concluses.
Tenha-se presente que os custos fixos industriais foram de 9 000 contos e os variveis de 18
000 contos.
Os resultados de certo perodo podem deferir como vimos com os sistemas de custeio devido
ao facto de ser diferente o montante de custos fixos industriais que constituem custos desse
perodo, isto , que chegam a conta de resultados.
- Pelo custeio total, os custos fixos industriais so custos dos produtos mas como toda a
produo do ms vendido (1) o momento total de custos fixos industriais (9 000
contos ) do perodo chega conta de resultados atravs do custo das vendas;
Em concluso, nesta situao de produo igual s vendas, quando se adopta o LIFO como
critrio de custeio das sadas, os resultados so iguais pelos diversos sistemas de custeio dado
que debitado na conta de resultados o mesmo montante de custos fixos industriais.
Temos nesta situao em que a produo foi de 100 000 unidades e as vendas de 90 000
unidades.
- Pelo custeio total, os custos fixos industriais ocorridos no perodo (9 000 contos) so
repartidos, dado que se adopta o LIFO, pela produo vendida (8 100 contos includos
no custo das vendas) e pelas existncias finais (900 contos), pelo que apenas os
primeiros so debitados na conta de resultados do perodo;
- Pelo custeio varivel, a conta de resultados debitada no perodo pela totalidade dos
custos fixos industriais nele ocorridos (9 000 contos) e da a diferena nos resultados
apurados entre este e o custeio total (900 contos);
- Pelo custeio racional, os custos fixos industriais que so custos dos produtos (7 500
contos) so repartidos, dado que se adopta o LIFO, pela produo vendida (6 750
contos includos no custo das vendas) e pelas existncias finais (750 contos); acresce
que custo do perodo a parte dos custos fixos industriais ocorridos que no so
custos dos produtos (1 500 contos), parte esta que acrescida que vai a custo de
vendas (6 750 contos), d um total de custos fixos industriais debitados na conta de
resultados (8 250 contos) que difere dos encontrados nos outros sistemas de custeio.
Neste exemplo, a diferena de 150 contos relativamente ao custeio total e de 750
contos em relao ao custeio varivel, valores que so, como se v, iguais s
diferenas de resultados.
No nosso exemplo admitimos que a produo foi de 90 000 unidades, pelo que se venderam
10 000 unidades das existncias iniciais.
- Pelo custeio total, a conta de resultados debitada por todos os custos fixos ocorridos
no perodo (9 000 contos)- adopta-se o LIFO e toda a produo foi vendida - e anda
pelos que se encontravam incorporados nas existncias que foram vendidas (1 000
contos), pelo que somam 10 000 contos;
- Pelo custeio varivel, a conta de resultados debitada apenas pelos custos fixos
ocorridos no ms (9 000 contos), pelo que diferem dos debitados pelo custeio total,
explicando a diferena entre eles (1 000 contos) a diferena de resultados;
- Pelo custeio racional, a conta de custo das vendas debitada, pelas razoes referidas
atrs para o custeio total, pelos custos fixos ocorridos que so custos dos produtos (6
750 contos) e pelos que se encontravam incorporados nas existncias iniciais que
foram vendidas (750 contos); a conta de resultados ainda debitada pela parte dos
Manual de Contabilidade de Gesto- Parte I e II- 2016
Autor: Raimundo Faustino Bamo 280
custos fixos industriais ocorridos que o custo (2 250 contos), pelo que a soma das 3
parcelas (9 750 contos) difere do valor encontrado pelos outros custeios (diferena de
250 contos relativamente ao custeio total e de 750 contos quanto ao custeio varivel),
o que explica as diferenas de resultados.
Na segunda, pelo custeio total incorpora-se na produo no vendida um valor de custos fixos
superior ao do custeio racional e ao do custo varivel, sempre nulo.
Finalmente, se a produo for inferior s vendas porque se vendem existncias iniciais, pelo
que, nos casos dos custeios total e racional, baixa o valor dos custos fixos incorporados nas
existncias.
Daquele quadro podem retirar-se as diferenas de valor das existncias entre os diversos custeios,
que ho-de ser iguais diferenas de resultados encontrados nas demonstraes atrs
representada, como segue:
Convir ter presente que as concluses atrs encontradas foram retiradas no pressuposto de que
se adoptava o critrio LIFO no custeio das sadas de produtos de armazm.
necessrio adoptar aquele critrio para encontrar aquelas concluses sempre que nas diversas
situaes assinaladas haja existncias iniciais.
Com efeito, repara-se que se fosse adoptado o FIFO, como se considerariam como vendidas em
primeiro lugar as existncias iniciais, os custos fixos nelas incorporados poderiam diferir dos
ocorridos no ms e consequentemente alterar as concluses.
O custeio varivel proporciona de forma sistemtica informao para a tomada de decises sobre
o tema em epigrafe, conforme se pode constatar pelo exemplo que se segue.
Determinada empresa trabalha abaixo do seu nvel normal de capacidade instalada, sendo a
estrutura dos seus custos de produo a seguinte:
(por unidade)
Admitindo-se que recebeu uma proposta de compra de 1 000$/unid., sem quaisquer encargos
adicionais, a empresa dever aceit-la?
A resposta ser favorvel se os custos variveis industriais unitrios forem inferiores ao preo de
venda, pois a diferena (margem de contribuio) cobrir parte dos custos fixos, melhorando os
resultados.
Portanto de aceitar a proposta, dado que por cada unidade vendida se cobrem 140$ de custos
fixos.
Tambm aqui se trata de uma deciso de curto prazo, isto , a alternativa escolhida vlida
enquanto no for possvel eliminar a situao de prejuzo embora minimizado a que conduz, o
que poder ser seguido ou atravs de alternativas de utilizao de capacidade disponvel ou pela
sua reduo com a consequente diminuio de custos fixos.
Os resultados (R) da empresa referidos a certo perodo so, como sabemos, a diferena entre os
proveitos (P) e os custos (C) imputveis a esse perodo, ou seja:
R=P-C
Admitindo que a empresa no tem quaisquer outros proveitos alm dos que resultam das suas
vendas (V), temos:
P=V=p x Q
Em que:
p= preo de venda
Q= quantidades vendidas
O que quer dizer que os proveitos so funo das quantidades vendidas e dos preos praticados.
Se se tratar de uma empresa produtora dos bens ou dos servios que vende, podemos admitir,
como hiptese, que as quantidades vendidas em certo perodo so iguais s produzidas.
No que respeita aos custos podemos distinguir os custos fixos (Cf) dos custos variveis (Cv), ou
seja, os custos totais (C), so:
C=Cf+Cv
R=p x Q - (Cf+Cv)
Volume relevante
Por outro lado, quando nos aproximamos da utilizao plena da capacidade existente, os custos
fixos aumentam e os custos variveis passam a ser progressivos, isto , variam mais do que
proporcionalmente com o volume de produo e de vendas.
Custos
Custos variveis
Custos fixos
Volume
Pelo exposto, admitimos que geralmente possvel definir numa empresa, em concreto, um
intervalo de volume da sua produo e das suas vendas, que designamos por volume relevante
dentro do qual as suas operaes no ocasionam alteraes sensveis nos seus custos fixos em que
os custos variveis so proporcionais ao volume.
Custos
Custos Totais
Custos variveis
As funes de custos definidas para o intervalo que acabamos por designar de volume relevante
tero como constantes o custo unitrio varivel (cv) e os custos fixos globais (Cf), pelo que
teramos:
C = Cf + Cv . Q
Se se verificar tambm que os preos de venda se mantm constantes naquele intervalo (pv) os
proveitos sero:
P = pv .Q
R = pv . Q -|Cf + cv . Q|
No quadro dos pressupostos acabados de referir em que, para diversos nveis de volume:
R = pv . Q Cf cv . Q
O = pv . Q* Cf cv . Q*
Ou seja:
Q* = Cf
Pv cv
Vendas
Custos Totais
Ponto
Critico
(V) Margem de
Segurana
Quantidades vendidas
Ponto Crtico Volume de vendas
(Q) esperado
A margem de segurana deve utilizar-se nas empresas para medir o risco. Uma empresa com
uma margem de segurana elevada menos vulnervel, isto porque o ponto crtico est longe do
volume de vendas esperado.
Pelo contrrio, numa empresa com uma reduzida margem de segurana o risco elevado, uma
vez que o seu ponto crtico pouco se distancia das vendas esperadas, por conseguinte, as
variaes negativas na procura e nos preos de venda e bem assim os agravamentos no previstos
nos seus custos podem coloc-la em situao de prejuzo.
Convir ter sempre presente nas aplicaes dos conceitos relacionados com o ponto crtico os
pressupostos simplificadores atrs admitidos que raramente se verificam para grandes variaes
nos volumes de produo e de vendas. No entanto, saliente-se que, como atrs dissemos, com
frequncia pode ser definido um intervalo de variao do volume - que designamos por volume
relevante dentro do qual aqueles pressupostos se verificam.
a maior parte das empresas fabrica e vende mais do que um produto. Veremos seguidamente o
impacto da alteraes do product mix nos resultados dos diferentes produtos e da empresa no
seu conjunto.
Exemplo:
De uma empresa que fabrica trs produtos, designados por A, B e C, dispe-se dos seguintes
elementos em relao ao ms de Maio de 19x1:
Manual de Contabilidade de Gesto- Parte I e II- 2016
Autor: Raimundo Faustino Bamo 287
Produto A Produto B Produto C
Vendas (unidades) 12 500 10 000 10 000
Preo de venda 2 000$ 1 000$ 500$
Custo varivel unitrio 1 500$ 600$ 200$
Margem de contribuio:
Valor 500$ 400$ 300$
Percentagem 25% 40% 60%
O peso do valor das vendas de cada produto no valor de vendas total o seguinte:
Como os custos fixos so de 8 000, o ponto crtico em valor do product mix o seguinte:
V* = 8 000 = 24 151 contos
0,331
A contribuio de cada produto do product mix para o ponto crtico, tendo em conta que cada
um deles contribui de acordo com a sua percentagem no mix, a seguinte:
(em contos)
Produto vendas % V* contribuio cada produto
A 25 000 62,5 24 151 15 094
B 10 000 25,0 6 038
Manual de Contabilidade de Gesto- Parte I e II- 2016
Autor: Raimundo Faustino Bamo 288
C 5 000 12,5 3 019
40 000 100,0 24 151
Suponha-se agora que se alterou o product mix de forma a que o peso percentual de cada um
passe para (30-35-30) sem que o valor das vendas totais e dos custos fixos se alterem. O impacto
nos resultados dos produtos ser o seguinte:
Como os custos so de 8 000 contos, o ponto crtico, o ponto crtico em valor do product mix
seria o seguinte:
V* = 8 000 = 19 608 contos
0,408
Aquela quantidade (Q*) que necessrio produzir e vender para que os proveitos igualem os
custos, ou seja, para que no haja lucro nem prejuzo, designado por ponto crtico das vendas,
tambm chamado de umbral do lucro ou ponto morto das vendas.
O ponto crtico pode tambm ser apresentado em valor, para o que basta multiplicar Q* pelo
preo de venda, como segue:
V* = pv .Q*
designando por margem de contribuio m a diferena entre o preo de venda e o custo varivel
(industrial e no industrial), o ponto crtico dado pelas seguintes frmulas:
-em quantidade:
Q* = Cf ou Q* = Cf
pv-cv m
-em valor:
V* = Cf ou V* = Cf ou V* = Q* . pv
1-cv m
pv
Manual de Contabilidade de Gesto- Parte I e II- 2016
Autor: Raimundo Faustino Bamo 289
em que m o quociente da margem de contribuio em relao ao preo de venda.
Graficamente tem-se:
Zona de Lucro
Custos Vendas
Custos Fixos
Volume
Note-se que para simplificar, considermos, incorrectamente, que os custos e proveitos variam
linearmente com o volume de produo e de vendas para qualquer intervalo deste, o que apenas
vlido, como referimos, para o volume relevante.
Dever-se- tambm ter presente esta incorreco propositada nos grficos que se seguem.
Conhecido o ponto crtico pode rapidamente estimar-se o resultado antes de impostos, pois
ficando os custos fixos cobertos pela margem de contribuio proporcionada pelo ponto crtico
(tambm se define ponto crtico o volume de actividade em que a margem de contribuio igual
aos custos fixos), o resultado estimado ser igual margem de contribuio proporcionada pelas
quantidades vendidas para alm desse ponto:
Em que:
Q= quantidades vendidas
Q*= ponto crtico em quantidades
pv= preo de venda
cv= custo varivel unitrio industrial e no industrial
Zona de Lucro
Custos Vendas
Custos Fixos
Volume
Este grfico salienta que, at se atingir o ponto crtico das vendas, a empresa tem prejuzo, que
dado pela diferena entre qualquer ponto de recta de proveitos e igual ponto de recta de custos,
dado que a primeira assume valores inferiores segunda (zona de prejuzo). Para quantidades
superiores ao ponto crtico a situao inverte-se (zona de lucro).
Salienta tambm, o que pode ser visto pela rea correspondente zona de lucro, que ultrapassado
o tempo crtico, o lucro aumenta mais do que proporcionalmente com o crescimento do volume
de vendas, sendo igual margem de contribuio proporcionada pelas quantidades vendidas para
alm do ponto crtico.
Margem de segurana
Designa-se por margem de segurana o quociente da diferena entre as vendas previstas e o ponto
crtico e o prprio ponto crtico:
MS = Q-Q* ou MS = Q -1
Q* Q*
Graficamente tem-se:
Lucro
Custos Vendas
Quantidades
Vendidas
Pretende-se:
3) Os custos fixos;
Outras informaes:
Produo do ms N 50.000 unidades
Vendas do ms N 40.000 unidades
Existncias iniciais de PVF e PA 0
A empresa PLANTA, S.A. produz e comercializa um nico produto. Em Junho de 2003 elaborou
as seguintes Demonstraes dos Resultados:
Descrio A B
Custeio Varivel Custeio Total
Vendas 800.000 800.000
C.I.P.V. + C.I.N.I. 500.000 480.000
Resultado Bruto 300.000 320.000
Custos no Industriais
Variveis 120.000 120.000
Fixos 134.500 134.500
RESULTADOS 45.500 65.500
CORRENTES
C.I.N.I. = Custos industriais no incorporados
A empresa Tratoria, Lda produz e vende peas e acessrios para alfaias agrcolas.
So apresentadas trs Hipteses sobre quantidades produzidas e vendidas, em relao a
determinado ms:
Hiptese 1
Hiptese 3
Pretende-se:
Pretende-se:
Pretende-se:
Os estudos efectuados permitiram prever para cada um dos quadrimestres do 1 ano de laborao
(2008) os elementos que se apresentam no quadro seguinte:
Descrio 1 Q 2Q 3 Q Total
Em unidades
Pretende-se:
a) O custo de produo por cada um dos quadrimestres pelos Custeio Total e Varivel;
b) As Demonstraes de resultados para cada um dos quadrimestres pelos Custeio Total e
pelo Custeio Varivel;
c) A explicao da causa das diferenas dos resultados encontrados em b).
GGF Variaveis
M.O. Indirecta 1,00
Manutencao 0,50
Materiais Indirectos 1,50
Energia 3,50
Agua 2,00 8,50
Qualquer custo terico utilizado como parmetro de referncia, mas distinguem-se pelo menos
trs espcies, consoante as finalidades em vista e o significado (natureza e validade) dos
respectivos desvios:
3. Custos Bsicos
Os desvios em relao aos custos reais podero ser devidos, por um lado, diferena de
produtividade dos meios de explorao e/ou variao de preos, e, por outro lado, a erros de
previso.
Por isso, estes custos, so sempre utilizados com carcter provisrio, e sem conduzirem a
concluses definitivas quanto qualidade da gesto, vo sendo progressivamente corrigidos e
aperfeioados pela experincia.
3.2. Custos-Padres ou Standards
1. Controle de gesto
2. Simplificao do trabalho contabilstico.
3. Definio de responsabilidades
Para estabelecer o padro referente aos custos de matrias ou matrias directas h que entrar em
linha de conta com dois factores:
a) a quantidade de matrias que se vai utilizar;
b) o preo de custos dessas matrias.
A fixao de padres para os preos das matrias acarreta um problema bastante diferente. O tipo
de padres de preos de matrias que ter que se utilizar determinado pelo tipo de custos
padres a empregar que podem ser:
padres de preos correntes ou previstos;
padres de preos normais;
padres de preo fixo
Frmulas:
Terminologia:
Qr Quantidade real das matrias consumidas
Pr Preo real das matrias consumidas
Qp Quantidade padro das matrias consumidas
Pp Preo padro das matrias consumidas
2. Padro Mo-de-obra
O tipo de controlo efectuado pelas chefias, quanto aos preos de mo-de-obra, limitado, pois
estes so normalmente consequncia do resultado de negociaes locais de oferta e procura de
mo-de-obra.
Frmulas
Terminologia
Hr Horas reais de mo-de-obra
Hp Horas-padro de mo-de-obra
Tr Taxa real de mo-de-obra
Tp Taxa padro de mo-de-obra
1) Qualificao do pessoal;
2) Organizao do pessoal;
3) Qualidade das matrias;
4) Manuteno das mquinas.
Dadas as dificuldades verificadas na imputao dos GGF aos produtos grande heterogeneidade
de custos incluidos nesta rubrica e a respectiva natureza indirecta a determinao do padro
torna-se mais complexa que nas rubricas anteriores.
Os GGF variveis flutuam em proporo com as mudanas de nveis de actividade. Muitas vezes,
a taxa destes GGF fixada com base na mo-de-obra.
Para definir a taxa padro de GGF e para auxiliar a determinar as subsequentes variaes em
relao ao padro, utiliza-se um Oramento Flexvel. Para calcular a taxa padro divide-se o
total dos GGF pela quantidade prevista de actividade normalemte expressa em horas-homem,
custos de mo-de-obra directa ou horas-mquina.
A taxa padro em causa determina-se na base dos GGF a 100% da capacidade produtiva,
representando esta a actividade prevista em condies normais de explorao.
Oramento Flexvel aquele que elaborado para vrios nveis de actividade. Tem a
vantagem de permitir a comparao de actividade real com a prevista, qualquer que seja o nvel
de actividade.
Frmulas
Exemplo
Gastos Variveis (u.m.) 180 000,00 240 000,00 300 000,00 360 000,00
Gastos Fixos (u.m.) 150 000,00 150 000,00 150 000,00 150 000,00
Total (u.m.) 330 000,00 390 000,00 450 000,00 510 000,00
Pretende-se: o clculo dos desvios parciais para cada componente do custo de produo.
Nota: no caso dos GGF, utilize, sucessivamente, os Mtodos de Dois (2), Trs (3), e Quatro (4)
Desvios.
Clculo dos Desvios
1. Matrias-primas
Qr = 2 000 Kg Pr = 100,00 u.m.
Qp = 1 950 Kg Pp = 120,00 u.m.
2. Mo-de-obra directa
Hr = 3 100 Tr = 150,00 u.m.
Hp = 3 240 Tp = 160,00 u.m.
DTx = Hr (Tr Tp) De = Tp (Hr Hp)
DTx = 3 100 (150 160) De = 160 (3 100 3 240)
DTx = - 31 000,00 (favorvel) De = - 22 400,00 (favorvel)
300000 150000
83,30um 41,70um
Tv = 3600 Tf = 3600
Desvio de Actividade
DA = (Hr*Tv Gf) Hr*Tp
DA = (3 100*83,30 + 150 000) 3 100*125
DA = 20 730,00 (desfavorvel)
Desvio de Produtividade
DP = Tp (Hr Hp)
DP = 125 (3 100 3 240)
DP = - 17 500,00 (favorvel)
Para terem a maior utilidade, os desvios devem ser rapidamente identificados e apresentados to
frequentemente quanto possvel (nalguns casos diariamente), pois quanto mais prximo do ponto
de ocorrncia for o relato, maior a possibilidade de controlo e aco correctiva.
Os desvios devem identificar-se com o gestor responsvel pelos custos suportados. As razes dos
desvios devem ser averiguadas e elaborados planos para a necessria aco correctiva, quer
discutindo as possveis causas com o supervisor, quer examinando os dados e registos de base.
Os dados histricos sobre operaes estabelecidas, temperados por alteraes estimadas para o
futuro, fornecem, habitualmente, bases de confiana para a estimativa dos custos esperados e
Caractersticas essenciais
Caractersticas essenciais
EM SUMA
BIBLIOGRAFIA
ANEXOS
Manual de Contabilidade de Gesto- Parte I e II- 2016
Autor: Raimundo Faustino Bamo 314
Modelos de Demonstraes Financeiras de acordo com PGC-NIRF
Balano