Armaria Illustrado
Armaria Illustrado
Armaria Illustrado
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PROPAGANDA DE INSTRUCQiO
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PortuTui^zes e Brazil.iros
ABlBLiOTHEGA DO POYO
E DAS E3C0LAS
i85
DAVID OORAZZI, EDITOR
IMPRESA H0BA8 ROMNTICAS
'remiadacom medalha de oiro na Exposio do Rio de Janeiro
Administrao: 40, R. da Atalaya, 52, Lisboa
FiHal no Brczl : 38, R. <^a Quitanda Rio de Janeiro
NUMERO
102
.^^
ndice
lotrodueo , 3
Elementos para o estudo da Armaria. Museus. Manusc-
ptos. Cdices. Ete 6
Perodo medieval ou desde o principio da Edade-Mdia
at ao sculo xiii , n^
.
ARMARIA
INTRODUOAO
BIBLOTHEC DO POVO
(*) A Armaria de Madrid, que ha poucos mezes foi devastada por um in-
cndio, estava-se ordenando e catalogando de novo (segundo nos informou
pessoa fidedigna); e procedia-so a estes trabalhos com a mxima conscincia.
Parece felizmente que o incndio no causou tantas perdas como era de re-
cear. E fala-se j na reconstruco do edifcio em condies maia dignas no
8 doa thesoaros qae incerra, como da capital da Hedpanba
10 BIBLIOTREC DO POVO
ARMARIA 11
(*)Acceitamos com ceita reserva este vocbulo como termo enerico para
jfls armas defensivas da cabra, por motivos que o leitor adeaute achar expos-
os em logar competente,
:
ARMARIA 13
(*) o
nico exemplar que se conhece do cambais conserva-se no Museu cie
Muaicli oUirmo francez gamVaia applicava-se substancia que estofava
c8tM otM } o vulgo tomando a parto pelo todo, assim fcou chamando a essa
ota.
!
16 BBLOTFTECA DO POVO
ra propramente dita.
No ineontrando ainda sufficiente defesa na cota de ma-
lhas, os cavalleiros comeam euto a sobrepr-lhe o que em
Portugal se chamou pratas (corruptela do francez plaftsj e
depois solhas. Eram estas umas laminas curvas de sola, e
mais tarde de ferro, que applicavam e afivelavam sobre a
malha, primeiro nos ante-braos e cannelas, e cujos nomes
foram hraaes e carmeleiras (*). Foi esta a primeira expresso
da armadura, a qual em breve devia assumir propores im-
portantes.
O escudo, menos til agora, tinha diminudo sensivelmen-
te, pendurado do pescoo por uma correia afivelada, de-
e,
fendia o peito das settas e virotes dos archeiros ou dos bes-
teiros, qual outra couraa volante.
As esporas do
cavalleiro, os acicates, ento muito longos e
ponteagudos, eram por vezes empregados em coadjuvar a de-
fesa serviram-se d'elles frequentemente como meio estra-
;
Termina aqui, ou, antes, estabeleceremos aqui, o fim do
primeiro periodo das armas defensivas da Edade- Mdia.
Vamos intrar agora na phase verdadeiramente interessan-
te (artisticamente falando) da armadura,
que a epoeha
(mais curta do que geralmente se suppe) da armadura pro-
priamente dita.
{*) Achamos no
Elucidrio de Santa Rosa de Viterbo meno daa canne-
juntamente com outra pea de armas (oa viazzequins
leiras de couro, voc-
bulo de origem italiana) que coastituia uma pequena maa da pau prpria
para combater a p (uos torneios).
ARMAl^T 19
(*) Esta Tisaaa dou lof^.ir a froqtipntps ppifO^ios Comico?. Na ultima '"'ni-
nada os cavalloioH de Joo-sem-Pavor, surpifiiendidos pelos cavalleiros Apa-
ronos, sno obrigados a coitar rorn as ft}-pa<S as poutas dos sapatos para po-
dei-Vm mettr os {s nos estribos. Freto id< iitico succedeu em Bnd.ilOE com
os cavalleiros de (d-rti D. Fernando I, amo.aado?' de improviso pelos Ilf ps
nhoes ^cruo Lopes na cUronlcard'aqncllo mosiarcha couta o caf o com certa
;
graa.
;
(*)D 'onde se deduz que vem da eras remotas a locuRo ainda hoje, entre
ns, vulgar: <E' o seu cavallo de hatalhn*.
(**) lntre as poucas peas defensivas para cavallo, oxistentes no Arsenal do
LTsboa, v -e uma testeira de cavallo, em estylo ogival, bast;inte formosa.
(**) Cuja tctica c manobras loram adriptadas geralmente no sculo xvi
por lco de Machiavello. Dizia-ae em porluguez; ftzer a Saiiaa ou exerii-
cio de armas de fuste.
24 BBLOTHECA DO POVO
()" E' uma bi3arma^I (diz aiuda hoje o povo de uma coisa com tamanho
exagrgcrado).
! !
ABMRA. 25
d'ella, com
o auxilio dos seus companheiros, venrlendo-a afi-
nal e repartindo o preo em commum. Havia sempre um ju-
deu mo para esses negcios, judeu ou judeus, que se-
guiam em distancia os ex<^rcios!
A peonagem usava tambm j o bacinete de carnal e a nl-
mofreixa, espcie de eapellina; defendia o corpo com ojaque
ou cambais curto, braaes de solhns (eem avan-brao), e enor-
mes joelheiras com meias-solhas que defendiam urna parte
da cannela e da coxa. Este armamento foi adoptado por imi-
tao dos archeiros inglezea fyeomen), cujos arcos enormea
26 BBIIOTHECA DO POVO
(*) A
arraa^ura com que est representada a effi^ie do Mestre tVAviz em
seu tumulo na Egreja aa Batalha ainda de typo simples e pouco artstico,
ittendeuio ao periodo da esculptura. No mausolu do Oonde de Viauna em
Santarm a estatua do cavalleiro est com uma armadura de typo ioglez:
com a cotevelleira e guardas muito graudes, asim como ajoelheira.
(**) Deparmos, no Arsenal do Exercito (de Lit-boa), com um typo mixto
de capacete, que simultaneamente participa do ciiapu de armas e do mor-
rio adoptado no sculo xvi, cuja aba medianamente iarija obliqua, na di-
reco do rosto ; tem o tympano pyramidal aciat^do e estriado c da carA-
;
(*' Parece que o upo de uma cota aimilhante a esta se prolongou entre rs
at ao seeulo xvi. Menciona-a Damio de'Goe8 ii'um dos aeas escriptos. Cha-
ina-lhe aindAlaudel,
S2 BIBTJOTECA DO POVO
A
bngantina foi por longo perodo pea faudtuieiiUl do
atnez,
o, nesmo depois de ter vindo a couraa completar a
srmadiira, ficou-se usando com as calas e braos de malha
reforados com as cotoveileiras e joeiheirae, nos armamentos
chamados ligeira.
Com a adopo geral da celada coincide a intrada de um
novo elemento de defesa, do qual resultou (d'alli a poucos an-
nos) uma alterao de mxima importncia no arnez, e que
contribuiu para lhe fixar a forma definitiva: o harhote^ eujo
nome indica a frroa e o destino que teve.
O harhote era uma pea que defendia o queixo e a barba,
contornando esta, prolongando-se d'abi pelo pescoo em la-
mina larga para o defender, e assentando afinal no peito ; ao
barbote foi necessrio, em breve, accrescentar o gorjal ou
gorgdim, espcie de collar que rodeava o pescoo e se es-
praiava em cabeo curto, assentando sobre o peito, costas
e parte dos hombros.
Assumiu bem depressa o gorjal importncia mxima; fi-
cou sendo a chave do arnez ; d'eile se suspendia o pezo prin-
cipal das peas afivelavam-se-ihe as bafurneiras ou braaes
;
ARMARIA 33
(*) Veja o leitor o Livro da ensetimia de Vem cavalgar toda sella do nosso
rei D. Duarte, que (couKinanto no adcaute mais do que os Toi-nois du roi
Ren e outros tratados especiaes da epocha) tem avantajem do ser em Portu-
gaez e escripto para, Porta ^juezcs.
86 BrBLIOTHECA DO POVO
(*) Rl-Rei D. Manuel foi muito propenso artilherla e assistiu mais de uma
vfz a expc^riencias de bccadc-fogo, algumas das quaes eram invento do pr-
prio moniUxLia.
ARMARIA 39
O
escudo e o broquel (do allemo antigo liiclcel), a targa,
ou adarga, o pavrz(de que j nos occupmo8),e a ro-
tarja, a
dela, so 08 escudos dos sculos xiv, xv e xvi.
A tarja era o eecudo das lices, justas e torneios; tinha
forma rectangular curva, regular cu irregular; era, como
quasi todas as variantes do escudo, de madeira ou de sola
bordada de metal.
O escudo propriamente dito tinha as diFerentes formas que
a Herldica depois consagrou.
O broquel o escudo das eras remotas.
A adarga um escudo redondo propriamente peninsular,
imitado dos musulmanos hispnicos.
A rodela tambm redonda mais pequena, muito convexa
e toda coberta de lamina de metal. Era um escudo de mo;
no se imbraava como os outros. Nos sculos xvi e xvir os
cflSciaes eram obrigados a trazer espada e rodela, pendurada
cinta.
AUMARIA 41
esculptor.
Cooiea o delirio das armas de luxo e de mera ostentao
Ob grandes potenta-ios, as testas coroadas, prceres e magna-
tes, trocam entre si presentes de armas d se um elmo, uma
,
44 BinuoTHnA no povo
tretanto, segundo auotoridadoa modoraas, a esgrima parece ter tido a sua ori-
gem em Uaspanha durante o governo de Carlos V.
48 BIBf.iOTHEr,A DO VOV
punho eurva-se em sentido opposto lamina, e o guarda-
n^o interrompido, no se ligando ao pomo da impuuha-
dura, que representa quasi sempre uma cabea de animal
phant>srico.
A esclavonia (do italiano schiavona), cuja folha tem o com-
primento e a rma do moderno sabre (e. como elle, um gume
apejitts), e cujo guarda-mSo tem as guardas e cont.ra-guardas
reunidas -n'uroa e pea rendilhada e recortada em linhas
gcouieirjcas, foi por csuio ti-^mpo confundida (e ainda hoje a
cufuaeui alguns) com o clayniore escocez adoptiram-n'a
;
ou faim,
espada de corte, descendente do florete de jogo,
verdadeiro icfeite, cuja folha foi frequentemente substituda
por uma barba de baleia !
AS ARMAS-DE-FOGO ()
lha de ferro.
Como systema de fabrico, estacionou algum tempo; mas a ar-
te apoderou-se d'ella e sujeitou-a a formas e ornamentaes
variadas, occupando em breve um logar distincto entre as ar-
mas de luxo.
(*) A'crca da artilheria, manejo das diversas armas, e organizao das ba-
talhas, etc, incontrar o leitor na colleco dos volumes publicados pela Bi-
lliotheca do Povo e das ECfAas um minucioso tratadinho, intitulado Tcxica c
armas dt guerra, pelo qual poder completar as uo<;es adquiridas no presente
opsculo, e que nos dispenca de repetir o quo alis se aoha alli couscienciosa-
meute exposto.
52 BIBLIOTHEGA DO POVO
ARMARIA 53
cimens
que, como armas de duello, se incoutravam ainda, ha
meia dzia de annos, nos gabinetes de grande parte dos iadi-
viduos das classes elevadas.
Devemos ainda (e masg para completar a lista das armas-
de-fogo do que para accrescentar o numero das armas de arte)
mencionar alguns inventos, taes como o bacamarte e tromhlon
vuriante do arcabuz espcie de canho porttil de coro
54 EIBLOTHEC DO POVO
ARMARIA 61
CONCLUSO
Fig. 6
Elmo de postigo M^ec. xiii). Pag. 16.
Fig. 7
Elmo de cimeira]
Fig. 8
Elmo de justa e torneio (sec. xiii a xiv). ^^^. '\Q>.
Fig. 9
Grande elmo de torneio (sec. xv a xvi). Pag. 34.
Fig. 10 Barbuda ou bacinete de viseira (sec. xiv a xv).
Pag. 20.
Fig. 11 Gelada de bveira (sec. xv). Pag. 31.
Fig. 12 Chapu d'arma3 ou chapu de ferro )p, ^ o^
Fig. 13 Chapu d"arma3 ou chapu de ferro *
Fig. 14 Morrio-celada (sec. xvi). Pag. 45.
j
APPENDICE
FIM
DAVID tJOBASZ. Lisboa. Ena da Atilar-
Gasfe edltopa a 63 4^'
N." 3n, Direito Remado. N." 39, Chimica organic-a. N." 4P, Gramma
.* Serie. N." 41, BscripturaSo eommercial. N." 42, Anatomia
Geometria no espao. N. 44, Hygiene da alimentao. N." 4.5, Philosc
provrbios. N.''4', Historia universal. N.'* 47, Biologia. N, 48, Gravi
rle. N." 49, Physiologia hamana. N." 50, Chronologia. N." 51, Calor.
N." 53, Hygiene da habitao. N." 54, ptica. N." 55, As raas histori
N.o 56, Medicinadomestic. 8,*ferle. N." 57, Esgrima. N.* 58,
'
BRIEF
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