Efeito Térmico Provocado Pelo Calor de Hidratação em Barragem de Gravidade Construida em Camadas
Efeito Térmico Provocado Pelo Calor de Hidratação em Barragem de Gravidade Construida em Camadas
Efeito Térmico Provocado Pelo Calor de Hidratação em Barragem de Gravidade Construida em Camadas
1 INTRODUO
CILAMCE 2016
Proceedings of the XXXVII Iberian Latin-American Congress on Computational Methods in Engineering
Suzana Moreira vila (Editor), ABMEC, Braslia, DF, Brazil, November 6-9, 2016
N. A. Coelho, D. A. Silva, L. J. Pedroso
futuros nas estruturas. Dessa forma, possvel intervir antes que os problemas surjam. Como
exemplo desse tipo de programa, cita-se o ANSYS, que utilizado neste trabalho.
As barragens de gravidade, bastante utilizadas no Brasil, so formadas por grandes
macios de concreto, o concreto massa, que apresenta caractersticas diferenciadas do
concreto convencional, visto que sua resistncia est mais associada prpria massa do
concreto.
A Eletrobrs (2000) diz que este tipo de barragem capaz de resistir, com seu peso
prprio, presso da gua do reservatrio e subpresso das guas que se infiltram pelas
fundaes.
H uma necessidade de aes preventivas, visando segurana dessas estruturas. O
estudo do calor de hidratao uma forma de entender o que acontece dentro de uma
estrutura de concreto massa. A evoluo trmica pode levar a um gradiente de temperatura
que ocasiona fissuras destrutivas para as barragens. Ressalta-se que o estudo do calor de
hidratao em concreto massa aplicvel em qualquer estrutura que faa o uso desse material
durante a construo.
Diante disso, esse trabalho faz um estudo numrico do processo construtivo de uma
barragem de gravidade hipottica, a fim de visualizar os efeitos trmicos para diferentes
intervalos de lanamento das camadas, buscando entender o fenmeno e visualizar
internamente a dissipao do calor.
2 FUNDAMENTOS TERICOS
(1)
Onde:
a condutividade trmica ;
T a temperatura (K);
x a coordenada espacial (m).
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(2)
(3)
Fazendo todo o tratamento matemtico necessrio, de acordo com as condies impostas,
para os casos em que a condutividade trmica constante durante o perodo de anlise, chega-
se a expresso da Eq. (4):
(4)
Ou ainda:
(5)
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Em que:
= laplaciano da temperatura.
Em que:
(7)
Em que:
Tmx - mxima temperatura atingida durante o ensaio, em C;
a - representa o atraso devido ao calor latente;
n - o coeficiente de acelerao para o perodo assinttico, grandeza
adimensional.
Obs: a e n so obtidos por meio do ajuste da curva experimental.
A partir de dados experimentais da temperatura adiabtica para um calormetro adiabtico
possvel fazer a curva de temperatura em funo do tempo e, consequentemente, o ajuste
desses valores.
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Fazendo a derivao da Eq. (7) e substituindo na Eq. (6), encontra-se o valor do calor de
hidratao da funo, Eq. (8):
(8)
Integrando a Eq. (8) em funo do tempo, tem-se o calor total gerado:
(9)
(10)
Condies de contorno:
As condies gerais de contorno s quais se encontram sujeitas a equao de Fourier so
as condies de Dirichlet e de Neumann.
A condio de Dirichlet, tambm dita condio essencial de contorno, mostra que a
temperatura existente em uma poro do contorno do corpo t , ou seja, a temperatura
imposta na superfcie, dada pela Eq. (11):
(11)
O fluxo de calor prescrito no contorno dado pela condio de Neumann. Esta supe que
o fluxo de calor atravs de uma parte do contorno exterior do domnio q conhecido para
todo ponto de tal contorno e para qualquer instante de tempo t. Matematicamente, tal
condio se traduz em determinar a derivada do campo de temperaturas em relao normal
ao slido na fronteira q, sendo tal derivada uma funo conhecida, como mostra a Eq. (12):
(12)
Sendo qn a quantidade de fluxo de calor dada no ponto (x, y, z), e n a normal externa
superfcie.
O fluxo de calor nas superfcies externas analisadas pode ser dado segundo o somatrio
dos fluxos de calor devido radiao solar, conveco e radiao, segundo Eq.(13).
(13)
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Sendo:
(14)
3 RESULTADOS
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De forma geral, as Fig. 10 e 11, mostram as mximas temperaturas nas ordenadas, linha
verde, e as mnimas, linha vermelha, ao longo de 40 dias, 3456000 s, abscissas, para
intervalos de concretagem de 1 e 2 dias, respectivamente. Nota-se que no primeiro caso, as
temperaturas so sempre mais elevadas que para o segundo. No entanto, essa anlise sempre
para os pontos de mximos e mnimos, que podem variar a cada passo de tempo.
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Figura 10 Mximas e mnimas temperaturas atingidas para intervalo de concretagem das camadas de 1
dia.
Figura 11 Mximas e mnimas temperaturas atingidas para intervalo de concretagem das camadas de 2
dias.
Figura 12 Evoluo trmica das mximas temperaturas atingidas em um ponto central na primeira
camada.
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A sexta camada tem evoluo trmica conforme o grfico da Fig. 13. Esta comea a
existir ao final do quinto dia para o primeiro caso e a partir do 11 dia para o segundo caso,
por isso h um deslocamento da linha pontilhada. Assim como no grfico anterior, as
mximas so registradas sempre para um menor intervalo de lanamento do concreto.
Tambm possvel perceber a influncia das camadas seguintes na curva pontilhada, h uma
pequena reduo trmica e, em seguida, esse valor aumenta, evidenciado por uma curva em
aproximadamente 13 dias de concretagem.
Figura 13 Evoluo trmica das mximas temperaturas atingidas em um ponto central na sexta camada.
A ltima camada, vista na Fig. 14, evidencia uma grande diferena entre as mximas
alcanadas. Enquanto a primeira tem mxima em torno de 42C, com intervalos de 2 dias, a
mxima fica abaixo de 30C, mostrando a importncia do estudo do intervalo de lanamento
das camadas.
Figura 14 Evoluo trmica das mximas temperaturas atingidas em um ponto central na ltima
camada.
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4 CONCLUSES
AGRADECIMENTOS
Ao CNPq por financiar parte dessa pesquisa; ao PECC-UnB, UNIVASF e UTFPR
pela oportunidade de adquirir novos conhecimentos.
REFERNCIAS
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2005.
Azenha, M. A. D.; Numerical Simulation of The Structural Behaviour of Concrete Since Its
Early Ages. 379 f. Tese de Doutorado. Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
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Ed. MCGRAW-HILL: 2012.
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Coelho, N. A.; Nepomuceno, A. A.; Pedroso, L. J.; O concreto massa e seus efeitos trmicos.
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Eletrobrs, Centrais Eltricas Brasileiras S.A.; Diretrizes para estudos e projetos de Pequenas
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