02 Diretrizes Anos Finais PDF
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02 Diretrizes Anos Finais PDF
SECRETARIAMUNICIPALDEEDUCAO
DEPARTAMENTOPEDAGGICO
DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAO BSICA
PARA O
ENSINO FUNDAMENTAL E EDUCAO DE JOVENS E ADULTOS
ANOS FINAIS:
Um Processo Contnuo de Reflexo e Ao
2010
FichaCatalogrficaelaboradapeloSistemadeBibliotecasdaUNICAMP
DiretoriadeTratamentodaInformao
Bibliotecrio:HelenaJoanaFlipsenCRB8/5283
CDD 372.190981
ISBN: 978-85-7625-224-5
ndiceparaCatlogoSistemtico:
1.Ensinofundamental372.190981
2.EnsinoCurrculosBrasil372.190981
Reviso
Wnia Milanez
PREFEITURAMUNICIPALDECAMPINAS
HLIODEOLIVEIRASANTOS
Prefeito
JOSTADEUJORGE
SecretrioMunicipaldeEducao
NcleosdeAoEducativaDescentralizadaNAED
RepresentantesRegionais
Leste
CSSIAREGINASCHENFELMENZELDEARRUDA
Noroeste
MARLENEMAGNUSSONDESOUZA
Norte
CHRISTIANECALDASTOURINHO
Sudoeste
MNICACRISTINAMARTINEZDEMORAES
Sul
SILVANAMICARONI
DiretordoDepartamentoPedaggico
MRCIOROGRIOSILVEIRADEANDRADE
CoordenadoriadePlanejamentoeGestodePessoasdaEducao
SONIALINDISEITOSINSTROPPA
CoordenadoriaSetorialdeEducaoBsica
SONIACRISTINAALVESFERREIRA
CoordenadoriaSetorialdeFormao
CLUDIALCIATREVISAN
AssessorTcnicodeCurrculoePesquisaEducacional
HELITONLEITEDEGODOY
FICHA TCNICA
AIMAR SHIMABUKURO
ANA CRISTINA KRUTZFELDT ANTONIAZZI
CLAUDIA ZAPAROLI DE PAULA
CCERO ALVES DE SOUZA
DILMA DOMINIQUINI
DURIVAL JOS GASPAROTO
EDILAINE BUIN
DISON BATISTA DE CARVALHO
ELIANE DE FTIMA SACH INELLI SCARPINI
ELIANE NASCIMENTO GIL DIAS
ELISABETE PIMENTEL
EUNICE FERREIRA PIMENTEL LUDERS
GLUCIA ULTIMIA COLUCC INI MORETO
HELOSA HELENA SAVIANI
HERONILDA DE ALCANTARA
JOO ROBERTO DA SILVA
KARINA APARECIDA VICENTIN
LIVIA SEBER
LUCIANO VITOR MAGALHES CAMPOS
LCIA HELENA PEGOLO GAMA
MARCOS ALEXANDRE NEVES GUIMARES
MARIA CRISTINA POZZA AZONI
MARIA DO CARMO MENDES RIBEIRO
MARIA HELENA SILVA BRITO
MARIA LCIA BACH IEGA KOLOKHATIS
MARIA LCIA CHAGAS LEONI
MARIA PAULA ARAJO STEFANINI
MARIA ROSELY POLETO IGNCIO
MARLI APARECIDA P. CREMA
RAFAEL FERNANDES DA MATA
RITA DE CSSIA SOUZA MXIMO
SILVIA REGINA PEREIRA DE SOUZA
SUELY GALLI SOARES
VERA LUCIA BATISTA MORAES
WALTER GERALDO DE ALMEIDA
THAS CARVALHO ZANCH ETTA PENTEADO
ZELMA REGINA BOSCO
ZULEICA LOPES SILVA
5
NAED NOROESTE
EMEF/EJA Profa. Clotilde Barraquet Von Zuben
EMEF Dr. Edson Luiz Chaves
EMEF Pe. Franc isco Silva
EME /EJA Pe. Leo Vall erie
EMEF/ EJA Profa. Sylvia Simes Magro
NAED NORTE
EMEF/EJA Pe. Domingos Zatti
EMEF/EJA Profa.Dulc e Bento Nascimento
EMEF/EJA Edson Luis Lima Souto
EMEF/EJA Dr. Joo Alves dos Santos
EMEF/EJA Pe. Jos Narciso Vieira Ehrenb erg
NAED SUDOESTE
EMEF/EJA Prof. Andr Tosell o
EMEF Carmelina de Castro Rinc o
EMEF/EJA Correa de Mell o
EMEF Profa. Elza Maria Pell egrini de Aguiar
EMEF Pe. Emlio Miotti
EMEF/EJA Maria Pavanatti Fvaro
EMEF Pe. Melico Cn dido Barbosa
EMEF Virginia Mendes Antunes de Vasconc ell os
EMEF/EJA Prof. Zeferino Vaz CAIC
EMEJA Nsia Floresta Brasileira Augusta
NAED SUL
CEMEFEJA Pierre Bonhomme
EMEF Profa. Anlia Ferraz da Costa Couto
EMEF Pe. Avelino Canazza
EMEF Prof. Benevenuto de Figueiredo Torres
EMEF Prof. Ciro Exel Magro
EMEF Elvira Muraro
EMEF/EJA Pres. Floriano Peixoto
EMEF/EJA Franc isco Ponzio Sobrinho
EMEF/EJA Profa. Geny Rodrigues
EMEF/EJA Pres. Humberto de Alenc ar Castelo Branc o
EMEF/EJA Gen.Humberto de Sousa Mell o
EMEF Julio de Mesquita Filho
EMEF Leonor Savi Chaib
EMEF Maria Luiza Pompeo de Camargo
EMEF/EJA Profa. Odila Maia Rocha Brito
EMEF Orlando Carpino
EMEF Oziel Alves Pereira
EMEF Prof. Vicente Ro
EMEF/EJA Violeta Doria Lins
PREFCIO
JosTadeuJorge
SecretrioMunicipaldeEducao
Podeseafirmarqueoassuntononovo.Aconstruodasdiretrizescurriculares
paraoensinofundamentaldemandadaLeideDiretrizeseBasesdaEducaoNacional,
que data de 1996, reforada por manifestaes do Conselho Nacional de Educao e
deliberaes da Conferncia Nacional de Educao. Ao longo desse tempo, no foram
poucas as vezes em que o tema foi considerado prioritrio e o debate foi iniciado. Em
igualnmerodeoportunidadesotrabalhoficoupelocaminho.
Procedimentosdessanaturezasocomplexosedifceis.Eoprodutoresultante,
certamente, obra de inmeros autores. Entretanto, as atividades de coordenao so
vitais para chegarse a bom termo. Se justo o agradecimento institucional a todos
aqueles que participaram do processo, obrigatrio o reconhecimento do capital papel
desempenhadopelaAssessoriadeCurrculosdoDepartamentoPedaggico.
ORGANIZAOECOORDENAO
Opresentedocumento,intituladoDiretrizesCurricularesdaEducaoBsicapara
oEnsinoFundamentaleEducaodeJovenseAdultosAnosFinais:umprocessocontnuo
dereflexoeao,realizaopropsitodeestabelecerobjetivoscomunsbsicosparatoda
a Rede Municipal de Ensino como caminho para a melhoria da qualidade social da
educao.
Essaprimeiraetapaculminou,nofinaldeagostode2010,numtextoestruturado
paraserapresentadonoISeminrioCurricular2010,ocorridonoperodode7e14de
agosto.
Mais que a construo coletiva das Diretrizes da Educao Bsica na rede, esse
trabalho desvelou a mudana acontecendo. O encontro, a troca, a oportunidade de
opinar,detrazeraprpriaprticapedaggicaparaodebate,deseexpor,deseimpor,de
mudar de ideia, de ouvir o outro, de refletir, ver sua sugesto acatada, seu texto
absorvido,seupargrafoescrito,presente...
Em2012,pretendesepromoveradiscussoparaoaprofundamentodasquestes
relacionadassmetodologias,didticaesestratgiasempregadasnoprocessoensino
eaprendizagem.Apartirdeento,adefiniodasDiretrizesCurricularestercumpridoa
desafiadoratarefadaconstruocoletiva,participativaedinmicanoprocessodialtico,
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quereconheceascontradieseseapropriadelascomomolapropulsoradasmudanase
dastransformaessociais.
ApresentamosodocumentoDiretrizesCurricularesdaEducaoBsicaparao
EnsinoFundamentaleEducaodeJovenseAdultosAnosFinais:umprocessocontnuo
dereflexoeaoque,nestaetapa,compreende:
NaIntroduoapresentaseoresgatehistricodaeducao.NaPARTEIdiscutem
seasquestesrelativassconcepesdeCurrculo,escola,ensinoeaprendizagem,seus
princpios, objetivos e contedos. Na PARTE II apresentamse pressupostos quanto
organizaoemciclos.NaPARTEIIIabordamseasrelaesquantoaavaliaoedescrio
de saberes, avaliao institucional participativa, avaliao de aprendizagem, avaliao
diagnstica e descrio de saberes. Nas PARTES IV, V e VI, apontamse as temticas da
diversidadetnicoracial,sexualidadehumanaeeducaoambiental,queseinseremnas
prticaspedaggicas,articulandosecomasreasdeconhecimento.
APARTEVIIdestacaemquemedidaaformaoconstituielementofundamental
no processo de desenvolvimento curricular. Na PARTE VIII, afirmase a importncia da
aquisiodenovaslinguagensmiditicasdentrodocenriodainformaoecomunicao.
APARTEIXsinalizaatividadesrealizadasnocontraturnodoalunoatravsdo
ProgramamaisEducao,ProgramaArteeMovimento,eERETEducao,Relaes
EconmicaseTecnologias,queintegrameampliamocurrculoescolar.
NaPARTEX,destacamseoscomponentescurriculareseseusobjetivosparacada
cicloeanodocicloemreasdeconhecimento:reasdeLinguagens,deCinciasNaturais
e de Cincias Humanas. Na PARTE XI estabelecemse os objetivos especficos para a
EducaodeJovenseAdultosEJA,anosfinais,bemcomoosobjetivosdeensinodecada
componentecurricular.
NaPARTEXII,qualificamseasdiretrizesdaEducaoEspecialnoprocessoensinoe
aprendizagem.Finalmente,naPARTEXIII,indicamseasrefernciasbibliogrficas.
ComoCoordenadorPedaggicodaSMEeatualAssessorTcnicodeCurrculoe
Pesquisa Educacional do Departamento Pedaggico, estar frente desse trabalho um
grandedesafioacompanhadodemuitasatisfao.Vivenciarcomaspessoasumprocesso
de elaborao e discusso ajudanos a definir melhor as nossas prprias convices;
portanto, meus sinceros agradecimentos ao diretor do Departamento Pedaggico, aos
professores formadores, aos coordenadores pedaggicos e a todos os educadores que
trilharamestecaminhoconosco.
HelitonLeiteGodoy
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SUMRIO
PREFCIO.............................................................................................................................008
COORDENAOEORGANIZAO............................................................................................009
INTRODUO.......................................................................................................................015
OCurrculoeoProjetoPolticoPedaggicodaEscola........................................016
OCurrculoeasFunesdaEscolanaSociedade...............................................017
PARTEI
CURRCULO,ESCOLA,ENSINOEAPRENDIZAGEM:PRINCPIOS,OBJETIVOSECONTEDOS..........021
Concepesquemarcamosmodosdeseensinar:
Comooserhumanoaprendeesedesenvolve?...................................................023
PARTEII
ORGANIZAOEMCICLOS.....................................................................................................031
PARTEIII
AVALIAOEDESCRIODESABERES.....................................................................................038
AAvaliaodaAprendizagemdosAlunos...........................................................042
Aavaliaodiagnsticaconstrudanocoletivodeprofessoresea
descriodossaberesorientadoraplanejamento................................................043
PARTEIV
EducaoeaDiversidadetnicoRacial..............................................................047
Histriadafrica,AfrobrasileiraeIndgenanoCurrculoEscolar.....................047
PARTEV
EDUCAOESEXUALIDADEHUMANA....................................................................................053
12
PARTEVI
EDUCAOAMBIENTAL...................................................................................................059
PARTEVII
OCURRCULOEAFORMAOCONTINUADA.................................................................064
PARTEVIII
NTENCLEODETECNOLOGIAEDUCACIONAL...............................................................067
Histrico.................................................................................................................067
ObjetivosdoNcleodeTecnologiadeCampinas...............................................068
AsNovasTecnologiaseoCurrculoEscolar.........................................................069
PARTEIX
PARAUMAEDUCAOEMTEMPOINTEGRAL................................................................071
ProgramaMaisEducao......................................................................................071
ProgramaArteeMovimento................................................................................072
ERETEducao,RelaesEconmicaseTecnologia........................................073
PARTEX
ENSINOFUNDAMENTALANOSFINAIS..........................................................................076
ContextualizaodasreasdeConhecimento...................................................076
reasdeConhecimentonoSistemaMunicipaldeEducao.............................079
EMENTAS..............................................................................................................080
readeLinguagens..........................................................................................080
readeCinciasNaturais....................................................................................080
readeCinciasHumanas...................................................................................080
ObjetivosdeEnsinoporComponenteCurricular................................................081
PARTEXI
EJAEDUCAODEJOVENSEADULTOSANOSFINAIS...............................................132
PerfildaEJAnoMunicpiodeCampinas.............................................................132
ObjetivosgeraisdaEJAAnosFinais...................................................................137
EixoCentraldoDesenvolvimentoPedaggico:Trabalho..................................138
EixoNorteadores.................................................................................................138
ObjetivosdeCadaComponenteCurricularparaoEnsinodaEJA......................138
13
PARTEXII
EDUCAOESPECIAL........................................................................................................155
Histrico...........................................................................................................155
AlunadodaEducaoEspecial..............................................................................155
Cuidador...............................................................................................................156
AtuaodoProfessordeEducaoEspecialnaRedeMunicipaldeEnsino........156
LocaisdeAtuaoUnidadesEducacionais(UES)..............................................157
SaladeRecursosMultifuncional..........................................................................158
AesdesenvolvidaspeloProfessordaSaladerecursosMultifuncional...........158
ClasseHospitalar....................................................................................................159
AesDesenvolvidaspeloProfessor....................................................................159
AtendimentoDomiciliar.......................................................................................160
UnidadesEducacionaisBilnguesMunicipaisparaAlunosSurdos......................160
PARTEXIII
REFERNCIASBIBLIOGRFICAS....................................................................................161
INTRODUO
Desdeadcadade1980,oseducadoresdasescolasmunicipaisdeCampinasvm
demandandoadefiniodediretrizescurricularesquecontribuamparaofortalecimento
da identidade de nossa rede de ensino. Respondendo a estes anseios e tambm aos
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Umaimportanteobservaofazsenecessria:aindaqueodocumentotrateda
EducaoBsicaEnsinoFundamentaleEJAAnosFinais,elenotrazosObjetivos
Especficos de ensino dos anos iniciais do Ensino Fundamental (Ciclos I e II).
Esclarecemosqueestesserodesenvolvidoseredigidosnoprximoano2011.
15
polticasdeRede,deoutro,mantmseabertospropostasdemudanasqueincorporem
asinovaesproduzidasnasescolas.
OCURRCULOEOPROJETOPOLTICOPEDAGGICODAESCOLA
Numagestodemocrtica,ocurrculodeverespeitarasnecessidadeseinteresses
dos educandos e suas famlias. Esse respeito demonstrado quando o currculo, na
escola, articula as orientaes mais gerais de uma Diretriz como esta, que ir propor a
universalizao de alguns aspectos da formao geral das crianas, jovens e adultos de
nossaRededeEnsino,comastemticaseosproblemasquemobilizamacomunidadeem
que esta escola est inserida. Sem o respeito ao educando, que se manifesta na
considerao de sua cultura e de seus saberes, a escola no pode promover
aprendizagem,aqualnoexistesemoenvolvimentodossujeitosnaconstruoativade
seusconhecimentos.
OCURRCULOEASFUNESDAESCOLANASOCIEDADE
A escola deve estar a servio da construo de uma sociedade que garanta uma
vidaplenadepossibilidadesdedesenvolvimentofsico,cognitivo,afetivo,ticoeesttico
para todas as crianas, jovens e adultos. Sabemos que isso ainda no est dado. No
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concretizamosauniversalizaodetodososdireitos,polticos,civisesociaisquedesdea
revoluoburguesa,jhtrssculos,vmsendoprometidosaospovos.
Tomandocomoexemplonossopas,podemosdizerqueovastodesenvolvimento
econmico e tecnolgico no correspondeu a uma justa distribuio das riquezas,
condioparaefetivaodosdireitossociais.
Em especial em Campinas1, tivemos a formao de uma sociedade fundada em
tradies arcaicas e excludentes, como se pode perceber pela prpria ocupao dos
espaos geogrficos, que demonstra concentrao da populao mais carente em
determinadas reas. (Barreto, 1995; LAPA, 1996; Cano, 2002; Pessoa, 2004). Vivemos, nas
ltimas dcadas, uma exploso populacional desordenada que concentrou, em
determinadasregiesdacidade,caractersticassocioeconmicas,tnicaseculturaismuito
prximas:
OMunicpiodeCampinas,localizadoa100kmdeSoPauloe
sededaRegioMetropolitana,temumaheranascioterritorial
marcada por altos graus de excluso social, apesar de ser
conhecida como um dos centros industriais e tecnolgicos mais
conceituadosdopas.
Com uma populao de 1 milho de habitantes, Campinas
configurase como um dos raros municpios brasileiros nessa
condio.Possuiumdosprincipaisplosdefomentodepesquisa
tecnolgica e cientfica do pas, abrigando importantes
universidades e centros de pesquisa, convivendo com bairros
marcadospelapobreza,precariedadeterritorialevulnerabilidades
sociais.
Na verdade, Campinas apresenta uma realidade tpica que marca
as grandes cidades brasileiras onde se concentram grandes
demandas por melhores condies habitacionais, empregos,
servios e equipamentos bsicos de educao e sade, dentre
outras(Campinas,2004,p.6).
Essarealidadesemanifesta,nasperiferias,comgrausprofundosdedesigualdades
scioterritoriais, com padres injustos de acesso s riquezas sociais produzidas
coletivamente.AeducaoformalemCampinas,alinhadaspolticasnacionais,expandiu
se tambm com profundas desigualdades. No incio do sculo XX, os ideais de uma
1
1 Desde o sculo XIX, a cidade se apresenta como um plo de desenvolvimento econmico. Seguindo os matizes da
poltica nacional, passamos da monocultura cafeeira, fundada sobre trabalho escravo e produo para exportao,
metrpole altamente industrializada e produtora de cincia e tecnologia. A partir de 1860, o caf fez de Campinas um dos
plos de comrcio e prestao de servios que mais floresceu. A cidade passou a receber migrantes de vrias regies do
mundo, com destaque para os italianos e espanhis. Na segunda metade do sculo XX, mais precisamente a partir da
dcada de 1960, j no contexto de urbanizao e industrializao, a cidade sofreu ampliao populacional oriunda do
processo de migrao famlias de todos os cantos do Pas chegando sua populao.
17
educao pblica ganham corpo nos discursos polticos, mas no se materializam numa
quantidade suficiente de escolas para o acesso de todos. Com vagas limitadas e
mecanismosformaiseinformaisdeseleoeexcluso,asescolasvoatendersclasses
mdias e s altas, cujo destino geralmente era a universidade. A partir dos anos 1970,
assistimosexpansodasescolaspblicasdeensinofundamental,aindaatendendoaos
anosiniciais,comfoconaalfabetizao.Nosanosde1980,ocorreaampliaodasvagas
nos anos finais do ensino fundamental e somente na dcada seguinte a ampliao no
ensino mdio. No entanto, a construo de escolas no foi acompanhada de
investimentos para a qualificao do sistema educacional, provocando a migrao das
classesmdiaealtaparaaredeprivadadeensino,ficandoasclassespopularesmerc
de polticas fragmentadas e insuficientes que tornaram precria a educao pblica nas
periferiasdacidade.
Essaescoladeveriaentoincluircrianasdasclassespopulares,alunositinerantes,
fruto de intenso movimento migratrio, num contexto de desemprego generalizado,
desestruturador das condies de vida das pessoas, levandoas a caminhos no
planejados. Assim, essa mesma escola, configurada para outros tempos e para outra
classesocial,comeaaterdelidarcomumagrandemultiplicidadedesaberes,linguagens
e valores, e, consequentemente, vem a ter sua finalidade questionada. Podemos
perceber que, num primeiro momento, a escola reagiu a esse desafio por meio da
exclusodeamploscontingentesdealunos,reprovandoaquelesquenocondiziamcom
umperfilesperado,comomostramosndicesdereprovaodessapoca.Areprovao
escolareravistacomnaturalidadeeindicavaaincapacidadedoindivduoparaprosseguir
seus estudos. Para um contexto de industrializao baseada no trabalho manual e de
baixaqualificaotcnica,umsistemaeducacionalexcludenteseadequariaformaode
trabalhadoresparaasfunesmenosqualificadasepiorremuneradas.
EmCampinas,respondendoslutaspelodireitoeducao,oPoderPblicovem
implementandomedidasdeatendimentoEducaoInfantil,aoEnsinoFundamentale
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EducaodeJovenseAdultos.Porm,aindanoconstitumosumarededeatendimento
escolar emcondies de realizar a formao das crianas, jovens e adultos em todas as
suasdimenses.Consideradasascondiesdeacesso,atendemosatodaademandado
EnsinoFundamentalecaminhamosparaissoemrelaoaoatendimentodafaixaetria
de4a6anos.Restaograndedesafiodeuniversalizaroatendimentodafaixaetriade0a
4 anos e EJA. Contudo, para alm do problema do acesso, as questes relacionadas
permanncia e aprendizagem vm se colocando como centrais. No nos interessa
apenastermosascrianaseosjovensmatriculadosqueremostodosaprendendo.
Almdisso,nonoscontentamoscomoideriodaescolamoderna,inspiradanos
princpiosliberais,cujoprojetosocialodeseensinarapenasalgunspoucoscontedose
habilidades para adaptao dos indivduos ao mundo do trabalho ou a restritos
mecanismos de participao em uma democracia no completa, prpria de uma
sociedadeestruturalmentedesigual.
Nossaperspectivadeumaformaohumanaamplaecrtica,umaformaoque
possibilite a apropriao dos saberes produzidos histricae socialmente e que promova
novos conhecimentos pelos e para os estudantes e educadores. Uma escola que leve o
aluno a compreender a sua prpria realidade, situarse nela, interpretla e contribuir
para sua transformao; que tenha a inteno de formar homens, mulheres, meninos e
meninas comprometidos com a construo de uma nova sociedade mais justa,
democrticaeigualitria.
Quais condies so necessrias para que a escola seja capaz de realizar tal
projeto? Algumas polticas em andamento sinalizam o que a SME compreende como
condiesimprescindveis:ainstauraodeestudosquecontribuamparaareorganizao
dostemposeespaosescolaresparaseaprender,arealizaodosprojetosespeciaisno
contra turno de aulas, a ampliao do ensino fundamental para nove anos, o
oferecimentoaosprofessoresdeHorasProjeto(HP)remuneradasparaestudos,omaior
tempo de planejamento na jornada do professor, a descentralizao de recursos
financeiros s escolas, o fortalecimento dos Conselhos de Escola e a implementao da
Avaliao Institucional Participativa como instrumentos de construo de gesto
democrtica.
Porm, h muito ainda por fazer: construir escolas e realizar parcerias com o
Estadoparaoatendimentoadequadodademanda,diminuiodonmerodealunospor
sala(buscandoametade25alunosporsalaparatodososciclos),provertodososprdios
19
PRINCPIOS,OBJETIVOSECONTEDOS
Arevoluoconstantedaproduo,osdistrbiosininterruptosdetodasas
condies sociais, as incertezas e agitaes permanentes distinguiram a
pocaburguesadetodasasanteriores.Todasasrelaesfirmes,slidas,
com sua srie de preconceitos e opinies antigas e venerveis, foram
varridas, todas as novas tornaramse antiquadas antes que pudessem
ossificar.Tudo o que slido desmancha no ar, tudo o que sagrado
profanado, e o homem , finalmente, compelido a enfrentar de modo
sensato suas condies reais de vida e suas relaes com seus
semelhantes(MARX&ENGELS,1997,pp.1314).
Acitaoacima,deumtextoescritohmaisde150anos,referesesmudanas
que ocorriam na Europa a partir do sculo XVI. O regime capitalista de produo, ao
superarofeudalismo,mudavaomododeproduzirmaterialmenteavida,oscostumese
at asformas de se viver a religiosidade. Ao longo dos ltimos cinco sculos, mudanas
relacionadas internacionalizao e integrao dos mercados de trabalho e de
consumo, vm se intensificando e transformando a economia, a poltica e a cultura dos
povos. O desenvolvimento dos meios de transporte e de comunicao, promovendo
rapidezparaodeslocamentodaspessoaseparaaproduoecirculaodeinformaes,
parecem encurtar espaos e tempos. inegvel esse impacto no mundo do trabalho:
antigas profisses desaparecem dando lugar a novas, cada vez mais especializadas;
surgem novos instrumentos de produo e novos modos de gerenciar tanto o trabalho
nas fbricas como os servios de bancos, escolas, hospitais, comrcio. At mesmo os
espaos de lazer so radicalmente transformados, passando a se constituir numa
mercadoria cada vez mais planejada e controlada. (HARVEY, 2003 e 2005; SENNETT, 2001 e
2006).
21
[...] na produo social da prpria vida, os homens contraem relaes
determinadas,necessriaseindependentesdesuavontade,relaesde produo
estas que correspondem a uma etapa determinada de desenvolvimento de suas
foras produtivas materiais. A totalidade dessas relaes de produo forma a
estrutura econmica da sociedade, a base real sobre a qual se levanta uma
superestrutura jurdica e poltica, e qual correspondem formas sociais
determinadasdeconscincia.Omodode produodavidamaterialcondicionao
processo em geral de vida social, poltico e espiritual. No a conscincia dos
homens que determina o seu ser, mas, ao contrrio, o seu ser social que
determinasuaconscincia.(MARX,1983,p.24).
Essepontodevistanoscolocaduasgrandesquestesnocampodaeducao:1)Se
omododeproduodavidamaterialquedeterminanossaorganizaosocial,qualo
papeldaescolanaformaodossujeitosquevivemhistoricamenteesseprocesso?2)O
que significa, para educadores e estudantes, viverem em um mundo que revoluciona
constantemente os modos de produo da vida, em relaes espaostemporais
transformadaspelatecnologia?
Aatuaomaiscontundentedeumeducadornaformaocrtica,ticaecidad
dossujeitos,contribuindoparaqueestes,porsuavez,ajamsobreomundoembeneficio
dacoletividade.Masoqueaformaodosujeito?Estaperguntanoslevaaoutras:O
queaprendereensinar?Qualaespecificidadedaexperinciadoaprendereensinar
nocontextodaescola?
CONCEPESQUEMARCAMOSMODOSDESEENSINAR:
COMOOSERHUMANOAPRENDEESEDESENVOLVE?
22
Ora,seoserhumanoseconstituisocialmente,todaaprendizagemsedmediada
pelo outro, nas relaes sociais. No s a conceituao sobre os eventos da vida, mas
tambm a afetividade e as emoes so construdas na interao com o outro. VYGOTSKY
2
parafraseando MARX, ressalta que a natureza psicolgica da pessoa o conjunto das
2
1 LEV SEMYONOVICH VYGOTSKY nasceu em Orsha, cidade da Bielo-Russia, a 5 de novembro de 1896 e morreu em
Moscou, em 1934. Realizou estudos em Direito, Medicina, Psicologia, Arte, Epistemologia, Educao e outras reas. Sua
obra foi descoberta pelo Ocidente aps os anos de 1960. Seus escritos Pensamento e Linguagem, A Formao Social da
Mente, Psicologia da Arte, Psicologia Pedaggica, Linguagem, Desenvolvimento e Aprendizagem (escrito com seu
23
relaessociais,transferidasparadentroequesetornaramfunesdapersonalidadee
formas da sua estrutura (VYGOTSKY, 2000, p. 27). Estas relaes, por sua vez, no esto
dadas,estticas:estoemconstantemovimentoesotransformadaspelossujeitosque,
nesse processo, transformam a si tambm: O controle da natureza e o controle do
comportamento esto mutuamente ligados, assim como a alterao provocada pelo
homem sobre a natureza altera a prpria natureza do homem (VYGOTSKY, 1984, p. 62).
Nesta interao com a natureza e com os outros homens, os sujeitos desenvolvem a
conscincia de si e do mundo, resignificando experincias, recriando para si o mundo
fsicoesocialqueencontramaonascer.apartirdarelaocomarealidadeconcretaque
estaconscinciasedar.
ParaVYGOTSKY,aescolatempapelfundamentalnodesenvolvimentohumano.Para
alm da famlia, a escola promove aprendizagens da vida em grupo e constituise num
lugar especfico para que as crianas, jovens e adultos sistematizem conhecimentos,
principalmente por meio dos chamados conceitos cientficos. Por colocarem em xeque
muitas das concepes espontneas que os sujeitos esboam na tentativa de explicar o
mundo, os conceitos cientficos provocam o desenvolvimento das chamadas funes
psicolgicassuperiores.Entreelas,almdousodalinguagem,destacamseamemria,a
ateno, as habilidades de anlise e de sntese e tudo o que est implicado em novas
formascomplexasderaciocnio.
Obviamente,aescolanoanicadetentoradoconhecimentoasertransmitido
entreasgeraes,tampoucoapenasaspessoasescolarizadasdesenvolvemhabilidadesde
pensamento mais complexas. No entanto, a aprendizagem escolar desenvolve
determinadasformasdepensamentoeaoquesodiferentesdaquelasqueassituaes
colaborador A. R. LURIA) compem um rico material de estudo sobre os processos de desenvolvimento das funes
psicolgicas superiores.) E APRENDIZAGEM: PRINCPIOS, OBJETIVOS E CONTEDOS 13.
24
Propomosqueumaspectoessencialdoaprendizadoofatodeelecriarazonade
desenvolvimento proximal; ou seja, o aprendizado desperta vrios processos
internos de desenvolvimento, que so capazes de operar somente quando a
crianainteragecompessoasemseuambienteequandoemoperaocomseus
companheiros. Uma vez internalizados, esses processos tornamse parte das
aquisies do desenvolvimento independente da criana [...] o aprendizado
adequadamente organizado resulta em desenvolvimento mental e pe em
movimento vrios processos de desenvolvimento que, de outra forma, seriam
impossveis de acontecer. Assim, o aprendizado um aspecto necessrio e
universaldoprocessodedesenvolvimentodasfunespsicolgicasculturalmente
organizadaseespecificamentehumanas(VYGOTSKY,1984,p.101).
25
conhecimento. Isso vai tambm de encontro crtica de PAULO FREIRE prtica educativa
quevoeducandocomodepositriodesaberestransferidossemprepelooutro,
assimilandoos numa atitude passiva, e no como sujeito ativo e capaz de produzir
conhecimento.Tratasedeuma:
Emoposioeducaobancria,reafirmamosnossaopopeloquePAULOFREIRE
chamou de educao libertadora. Esta contemplaria uma didtica fundada nodilogo,
na opo pelos contedos significativos para a compreenso crtica da realidade e na
rejeioaosmtodosqueinduzemoseducandospassividadenoatodeaprender:
[...]aeducaolibertadora,problematizadora,jnopodeseroatodedepositar,
ou de narrar, ou de transferir, ou de transmitir conhecimentos e valores aos
educandos, meros pacientes, maneira da educao bancria, mas um ato
cognoscente [...]. Em verdade, no seria possvel educao problematizadora,
que rompe com os esquemas verticais caractersticos da educao bancria,
realizarsecomoprticadaliberdade,semsuperaracontradioentreoeducador
e os educandos. Como tambm no lhe seria possvel fazlo fora do dilogo
(FREIRE,1987,p.68).
Uma falsa polmica, que muitas vezes surge quando tratamos da oposio entre
uma educao bancria e uma educao libertadora, est relacionada ao modo como
devemos tratar os contedos de ensino na escola: priorizamse conhecimentos e
conceitos que fazem parte do saber formalmente acumulado e sistematizado ou se
priorizaotrabalhoapenascomostemasrelacionadossvivnciasimediatasdosalunos?
Os contedos tm ou no relao com a formao de sujeitos crticos e emancipados?
Mais uma vez, PAULO FREIRE nos ajuda a desfazer antagonismos. claro que uma lista de
contedosqueemnadacontribuaparaacompreensodosproblemasreais,queexigem
solues, vividos pelos alunos e seus professores, pode ser considerada uma verdadeira
perda de tempo na escola. Porm, no se compreende o mundo, no se toma posies
crticassobreosproblemas,noseimaginasoluesparaosmesmossemoestudodos
conceitos,percepeseteoriasmaisavanadasdecadapoca.
26
Houtratarefaasercumpridanaescolaapesardopoderdominanteeporcausa
dele a de desopacizar a realidade enevoada pela ideologia dominante.
Obviamente, esta a tarefa dosprofessorese das professoras progressistas que
estocertosdequetmodeverdeensinarcompetentementeoscontedosmas
tambm esto certos de que, ao faz lo, se obrigam a desvelar o mundo da
opresso.Nemcontedos,nemdesvelamentos,comosefossepossvelsepar
los, mas o desvelamento do mundo opressor atravs do ensino dos contedos
(FREIRE,2001,p.28).
Osprincpiosaseremconsideradosso:
27
28
Respeitoeestmuloautonomiadosprofessores,paraque,apartirdadinmica
relao entre a teoria e a prtica, possam decidir sobre as mais acertadas
estratgiasparapromoveraprendizagenseficazesesignificativascomtodosecada
umdeseusalunos.
Entre os objetivos a serem perseguidos nas prticas escolares, de acordo com o que
vimospostulando,iniciamospelomaisimportantedeles:
Soobjetivosquesedesdobramdoprimeiro:
[]capacidadedeagireficazmenteemumdeterminadotipodesituao,apoiada
emconhecimentos,massemlimitarseaeles.Paraenfrentarumasituaoda
melhormaneirapossvel,devese,viaderegra,premaoeemsinergiavrios
recursoscognitivoscomplementares,entreosquaisestoosconhecimentos
(PERRENOUD,1999,p.3).
OsParmetrosCurricularesNacionais(PCN),elaboradosnadcadade1990,esto
em consonncia com esta abordagem e apresentam, em detalhes, um apanhado de
habilidades e competncias a serem desenvolvidas pelos alunos ao longo do ensino
fundamental.Noentanto,estaDiretriznotomataisconceitoscomoeixoorganizadordo
currculo. Localizamos a discusso sobre o currculo escolar no campo do estudo das
prticasculturais.Estasprticas,contudo,contemplamhabilidadesecompetncias,assim
29
comoconhecimentos,quesoobjetodeensinoeestudoemcadacomponentecurricular.
Ao apresentarem seus objetivos de ensino especficos, os componentes curriculares, de
algum modo, fazem meno s capacidades, s competncias ou s habilidades
envolvidasnodomniodeconhecimentoseconceitos.
Iodesenvolvimentodacapacidadedeaprender,tendocomomeiosbsicoso
plenodomniodaleitura,daescritaedoclculo;
II a compreenso do ambiente natural e social, do sistema poltico, da
tecnologia,
dasartesedosvaloresemquesefundamentaasociedade;
III o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a
aquisio
deconhecimentosehabilidadeseaformaodeatitudesevalores;
IVofortalecimentodosvnculosdefamlia,doslaosdesolidariedadehumanae
detolernciarecprocaemqueseassentaavidasocial.
PARTEII
ORGANIZAOEMCICLOS
30
SegundoBarreto&Mitrulis(1999),areorganizaodasredesdeensinoemciclosfaz
partedeummovimentodeinovaespropostoporvriosestadosemunicpiosdesdea
dcada de 60, cuja inteno principal regularizar o fluxo de alunos ao longo da
escolarizao, eliminando ou limitando a repetncia. Em cada rede de ensino, as
propostassediferenciamemfacedasurgnciassociais,doideriopolticoepedaggico
dominante, bem como do contexto educacional presente. Mas, apesar das diferenas,
essas propostas em geral colocam um desafio que, se no novo, ainda urgente:
universalizarasoportunidadesdeacessoepermannciadoalunonaescola.
Deacordocomasautoras,
Arealizaoconcretadosciclostodiversaemcadarededeensinoquediversos
fatoresprecisamserlevadosemconsideraoparaseavaliarosganhostrazidosporcada
proposta. Uma escola ciclada se apoia numa constante reflexo e transformao do
trabalho pedaggico para promover aprimoramentos efetivos de suas prticas. Porm,
nem todas as administraes e projetos polticos constroem compromissos com
mudanas estruturais mais complexas ou que envolvam maiores investimentos na
educao. Se algumas condies no forem observadas, correse o risco de os ciclos se
tornarem uma nova forma de excluso o aluno permanece na escola, mas sem
aprender. Analisando propostas de organizao ciclada em nosso pas, Freitas (2004)
classificaasemdoisgrandesconjuntosdeexperincias:
31
[...]um,quereneexperinciasnorteadaspelautopialiberaldeumaescolaeficaz
paratodosondeaparececomoconceitocentralaincluso;eoutro,querene
experinciasnorteadaspelasuperaodautopialiberal(portanto,pelodesejode
ir alm da preocupao com a incluso formal, no s pela necessidade de uma
inclusocomqualidade,mastambmpelanecessidadedeseredefiniropara
que da incluso) e que norteia sua atuao baseandose em finalidades
educacionais que conduzem superao dos objetivos restritos da escola liberal
(aprendizagem de contedos escolares, usualmente portugus e matemtica) e
aponta para a incorporao de experincias socialmente significativas dos
estudantes,propiciandoodesenvolvimentocrticoesocial(Freitas,2004,p.4).
32
conduodaaulademodoqueosalunosmaisatrasadosacabamficandoparatrseos
maisadiantadosesperandoamdiadaclasseparapoderavanar.3
Estandonaescola,essascrianasesuasfamliasaindapodemtentarfazervalero
direito de aprender, inclusive denunciando as desigualdades sofridas. Fora da escola,
permaneceriamocultadasesilenciadas.Assim,paraFreitas,precisoqueumanoomais
completadecicloproblematizeopoderdasociedadenaescola,devendoparaisso:
pautaraquestodaformaoenosadainstruo(portuguse
matemtica);
introduzirocomponentedesenvolvimento(infncia,pradolescnciae
adolescncia)naorganizaodaescola;
remeterrelaoeducaoevidanoscomovivnciadeexperinciassociais,
mastambmcomoestudocrticodaatualidade;
apostarnodesenvolvimentodaautoorganizaodoaluno,comsuaparticipao
emcoletivosescolarescomovivnciarealdepoderedecisonosassuntosda
escola;
incorporaraprogressocontinuada(Freitas,2004,p.24).
Opanoramahistricodeimplementaodaescolaciclada,dadaadiversidadedas
experincias,nopermiteadefiniodeummodeloconsagradodeciclosescolaresque
sirvamaosdiferentessistemasdeensino.ComoapontamBarretoeMitrulis(1999),talvezno
seja mesmo o caso de se definir um nico tipo de organizao a ser replicado em
contextos diferentes, mas de estimular as redes de ensino a formularem alternativas
curriculares inovadoras para combater as desigualdades de aprendizagem em sua
realidadeconcreta.
preciso observar que, quando se fala de experincias ou alternativas
inovadoras, estamos nos referindo a transformaes que atingem, com fora de lei,
amplos contingentes de profissionais da educao, crianas, jovens e adultos, pois a
implantaodestassedcomopolticapblicaenocomosimplesexperimentos,sendo
usualmentepolticasderede(Freitas,2004,p.4,grifosdoautor).
3
FrentedaOrganizaodoTrabalhoDidticoPlanejamento2006pargrafostimoMimeo
33
AinstituiodoEnsinoFundamentalde9anosedosCiclossoaesdiferentes,
masamboscompem,navisodaSME,medidasquevisamsuperaodosproblemas
da escola seriada. Ampliam o tempo da criana na escola e, principalmente, promovem
umarevisodomododeorganizaodotrabalhopedaggico,pois
Asingularidadenosemanifestasomenteentrediferentesredesde ensino,mas
tambmemcadaescola,poisaformaoprofissionalentreoseducadoresdiferenciada,
suashistriasdevidasodiversas,assimcomoadeseusalunos.Ascondiesdetrabalho
nas unidades tambm so desiguais, o que ainda precisa ser superado por polticas
pblicas especficas, de modo que todos os alunos e seus professores contem com
condies adequadas para participarem com autonomia e criatividade da produo do
currculoreal,vividonaescola,incluindoseaaconstruodaescolaemciclos.
34
Quecadaumdosquatrociclosdoensinofundamentalsejaconsideradocomo
umperododeaprendizagensaserempotencializadasporumensinoplanejadoe
avaliadoemprocessocontnuo.
Quesejamfortalecidososespaoscoletivosedecorresponsabilidadeentreos
educadores em cada Ciclo e no conjunto de todo o ensino fundamental. Tal
fortalecimentoobjetivaacontinuidadedotrabalhopedaggicoeaconstruode
avaliaes coletivas para o replanejamento dos Planos de Ensino e Projetos
Pedaggicosaolongodoano,semprevisandoaoatendimentodetodosecadaum
dos alunos em suas necessidades especficas. Cabe aos gestores coordenar os
processos coletivos e democrticos envolvendo os educadores na escola. Esse
trabalho permeado por dificuldades e conflitos que devem ser explicitados e
discutidos.Serprecisoconsiderarqueaescola localdecontradioe,apartir
do que contraditrio, podero emergir respostas que melhor atendam s
necessidades que no so individuais, mas coletivas. No se deve temer a
contradio, a polmica e o debate das divergncias, pois a partir disso que
encontramosasmelhoressoluesparaosproblemascomplexosquevivemosao
educarcrianasejovens.
Queoscoletivosdeprofessoresconsideremaheterogeneidadedosalunos. A
heterogeneidadedosalunosprecisaserconsideradanaorganizaodosPlanosde
Ensino e nas aulas. Cada criana tem sua histria pessoal e modos singulares de
interagir com os objetos de conhecimento. Como colocar essa diversidade a
servio da construo de novas aprendizagens? Vamos precisar estudar e nos
aventurarnaconstruodeumnovoparadigmadoconhecimento,queconsiderea
possibilidadedeasaprendizagensseconsolidaremapartirdashistriaspessoais,
dasdiversasculturasedosdiversosritmos.Apropostadetrabalhocomdescrio
desaberesdosalunosedaturma,iniciadanaem2006nosciclosIeIIeampliada
paraosciclosIIIeIVem2009,umaestratgiapedaggicaquepodenosajudara
avanar na compreenso dos processos de construo de conhecimento de
crianas,jovenseadultos.
35
Em sala de aula, a considerao da heterogeneidade do processo de ensino e
aprendizagem exige mudanas de organizao do trabalho pedaggico. Respeitar a
individualidadedecadacriananotarefafcilparaoprofessor,masquandoselana
mo, de maneira adequada, do trabalho em duplas, trios, grupos, colocase a interao
social em benefcio do ensino e aprendizagem. Na interao, a partir de propostas de
atividades desafiadoras, os alunos incorporam as habilidades de trabalhar em grupos e
reconhecemquepodemaprenderunscomosoutrosenoapenascomoprofessor.
36
necessidadese/ouinteressesdosprofessoresealunos.Porm,todocuidadodeve
sertomadoparaqueessaprticanorestaureovelhomodelodeclassesfortes
eclassesfracas,quehistoricamenteserviramestigmatizaonemarginalizao
dosquemaisprecisamdaescolaparaaprender.
Que sejam organizados Grupos de Apoio ou acompanhamento aos alunos ao
longodoanoletivo,noshorriosque hojesodisponveis para tal:CHP(Carga
Horria Pedaggica), TDI (Trabalho Docente Individual), HP (Hora Projeto) e
outrosquevieremaserestabelecidospelaSME.fundamentalquecadaescola
elabore e programe mecanismos de recuperao contnua e paralela aos alunos
comquaisquerdificuldadesnaaprendizagem,nodeixandoparafazloaofinaldo
ano letivo ou do Ciclo. O apoio externo, realizado nos tempos pedaggicos que
denominamos recuperao paralela ou reforo, no tira, porm, a
responsabilidadedoensinoeaprendizagemdasaladeaula.
PARTEIII
37
AVALIAOEDESCRIODESABERES
Desenvolverprocessoseducativosenvolveescolhasatodootempo.Asavaliaes,
formais e informais, orientam as tomadas de deciso sobre os objetivos, o modo de
ensinareaconstruodasrelaesnaescola.Aavaliaoimplica,demaneiraexplcitaou
no, projetos de sociedade e concepes de sujeito e de aprendizagem, dirigidos pelas
refernciasculturaisepolticasdequemavalia.Assim,umaprticadeavaliao
emancipatria deve explicitar seus instrumentos, critrios e valores. Mas quem avalia
quemeoqu?Como?Aconcepodeescolaquevimosdelineandoimplicaaconstruo
dosprocessosavaliativosnoscoletivosdeprofissionais,depaisedealunos.Oisolamento
eaconcentraodepoderesempoucossujeitosnomomentodaavaliaodotrabalhoda
escola impedimento para que este seja apropriado e realizado de modo consciente e
autnomoporeducadoreseeducandos.DeacordocomFernandes
(2008,p.17):
Aavaliao,portanto,umaatividadequeenvolvelegitimidadetcnicae
legitimidadepolticanasuarealizao. Ouseja,quem avalia,o avaliador,
seja ele o professor, o coordenador, o diretoretc., deve realizar a tarefa
com a legitimidade tcnica que sua formao profissional lhe confere.
Entretanto,oprofessordeveestabelecererespeitarprincpiosecritrios
refletidoscoletivamente,referenciadosnoprojetopolticopedaggico,na
proposta curricular e em suas convices acerca do papel social que
desempenhaaeducaoescolar.Esteoladodalegitimaopolticado
processodeavaliaoequeenvolvetambmocoletivodaescola(Fernandes,
2008,p.17;grifosnossos).
AavaliaoeducacionalnaRedeMunicipaldeEnsinodeCampinasvemsedando
emtrsesferas,descritassequencialmente:
38
Desde2002,aSMEtemestabelecidoparceriacomoLaboratriodeObservaoe
Estudos Descritivos (LOED) da Faculdade de Educao da UNICAMP e procurado
desenvolver um sistema de avaliao participativo que permita obter dados confiveis
atravs de diagnsticos construdos por educadores, pais e alunos. Tais diagnsticos
devem servir ao monitoramento contnuo e ao controle social sobre a qualidade das
escolasesubsidiaroPoderPbliconadefiniodepolticasqueimpactamascondies
estruturais de funcionamento das mesmas (como condies de trabalho, salrio,
formao e jornada) e a prpria gesto do sistema educativo (questes relacionadas
democratizaopelaparticipaonosprocessosdecisrios).
Dadaaescassezdeexperinciasdeavaliaoinstitucionalnoensinofundamental,oLOED
propsummodeloqueseancoranaspremissasdoSINAES,SistemaNacionaldeAvaliao
do Ensino Superior. O modelo composto pelos processos de avaliao interna, de
avaliao externa e de sistema de avaliao de desempenho dos alunos. Para
concretizao das prticas de Avaliao Institucional, em 2006, o Departamento
PedaggicodaSMEassumiuaelaboraodeumPlanodeAvaliaoInstitucionalparaa
implementaoemtodaaredemunicipaldeCampinas.TalPlanofoiconcludoemagosto
de2007eneleencontraseaseguinteafirmao:
Defendemosquequalidadedeensinoresultantedeumaequaoqueconsidera
aquilo que melhor se produz nas condies reais existentes. Deslocar estas
variveispodesignificarumolharmopesobrearealidadedasescolasedificultar
o processo de mudana inerente a todo ato avaliatrio. (Proposta de Avaliao
InstitucionalLOED/SME,2005).
Oprocessodeavaliaoemeducaodeveiralmdasondagemdedesempenho
dos estudantes por meio de provas, pois to importante quanto esta sondagem
compreendermos quais fatores interferem neste desempenho. A interpretao dos
resultadosobtidosnasprovasdeveseconstituirnumaleituramaisampla:
Derivadanossadefesadaavaliaodaescolacomoumtodo.Sassimsuperamos
os limites da medida educacional e produzimos um processo de avaliao que
utiliza sim a medida, mas apenas como uma de suas etapas. Dados de avaliao
devem fazer sentido e produzir novos sentidos. (Proposta Avaliao Institucional
LOED/SME,2005).
39
Asexperinciasemrelaoaosprocessosdeavaliaoeducacionaltmreveladoa
necessidade de que seus princpios orientadores sejam construdos e conhecidos por
todos,deformaaseconseguirmaiorenvolvimentonoprocesso:
Defendemosquequandoseobjetivaproduzirmaiorqualidadeemescolas,nose
pode desconsiderar que pertence ao coletivo dos professores/
estudantes/gestores/funcionrios/famlias o protagonismo no processo de
avaliao.(PropostaAvaliaoInstitucionalLOED/SME,2005).
Essaconcepodeavaliaosefundamentanocompromissoenavalorizaodos
atoresdaescola,semosquais,decididamente,nohmudananaeducao.
ODepartamentoPedaggicoiniciou,em2005,aconstruodeumsistemaprprio
de avaliao de desempenho dos alunos, a chamada Prova Campinas. Esta iniciativa
procuradarredemaiorautonomiafrenteaummodelodeavaliaoqueseconsolidava
por meio do SAEB e Prova Brasil. Sem dvida, os resultados a que chegam os sistemas
nacionais de avaliao podem ser teis no planejamento de polticas. Porm, escapa a
essas provas, feitas em formato de teste, uma srie de consideraes a respeito dos
processosdeaprendizagemdosalunosedotrabalhonaescola,queinteressaSecretaria
captar.
Na Prova Campinas, por meio de questes dissertativas, foi possvel perceber os
diversos modos pelos quais os alunos resolvem as situaesproblema tipicamente
escolares (aquelas mais comuns entre as atividades trabalhadas em sala de aula) como
tambm aquelas que no constam habitualmente do repertrio do professor e dos
materiais, mas que tambm so enfrentadas cotidianamente em um mundo letrado.
Buscandocoernciacomprincpiosdenoranqueamento,aSMEestabeleceutambm
que cada escola, em particular, receberia os resultados obtidos por seus alunos, e as
anlisesdedesempenhoaserempublicizadasseriamdoconjuntodaRede.Taisanlises
devem proporcionar uma reflexo sobre o trabalho com leitura, com escrita e com
matemtica a partir das tendncias observadas nas vrias escolas. Interessa SME
qualificaroolharsobreelas,devolvendolhesdadoslocaisemantendo,aomesmotempo,
umavisoglobalderede.
40
AparticipaodaRedeMunicipalnasavaliaesexternasconduzidaspelogoverno
federal se iniciou em 2007, quando os alunos dos 5s anos e 8s sries responderam
Prova Brasil. Em 2008, os alunos dos segundos anos do Ciclo I passaram a ser avaliados
pelaProvinhaBrasil,quefocaaalfabetizao.
4
O sistema de avaliao de desempenho dos alunos vem sendo elaborado, de 2008 at aqui, com a assessoria dos
professores: Profa. Dra. Anna Regina Lanner de Moura, Prof. Dr. Antonio Miguel, Profa. Dra. Llian Lopes Martin da Silva e Profa. Dra.
Norma Sandra de Almeida Ferreiro
41
que esta se aproprie de seus resultados, refletindo sobre o currculo e suas prticas
pedaggicas para aprimorlos. Ao Poder Pblico cabe tomar os resultados dessas
avaliaes como orientadores de polticas concretas de melhoria das condies de
aprendizagem e de acesso e permanncia com aprendizagem de todas as crianas,
jovenseadultos.
AAVALIAODAAPRENDIZAGEMDOSALUNOS
Aprendizagemumacondiointrinsecamentehumana.Desdeonascimento,os
sujeitosaprendemcomportamentos,linguagensevaloresnasrelaessociais,produzindo
o que denominamos cultura. O que se aprende na escola uma cultura determinada,
formada pelos saberes escolares que foram estabelecidos, sistematizados e
hierarquizados por determinados grupos sociais, geralmente aqueles ligados
transmisso da cultura escrita escolar, em cada sociedade e perodo histrico. O valor
dado aos saberes escolares, portanto, tem uma relao direta com os valores de
determinadosgrupos,ouclassessociais,sequisermossermaisprecisos.
Noporacaso,desdequetiveramacessoescola,ascrianas,jovenseadultosdas
classes populares tendem a apresentar os desempenhos mais baixos nas avaliaes
escolares. Altos ndices de reprovao e abandono logo nos primeiros anos de
escolarizao so indicados pelas estatsticas do sistema educacional brasileiro (Patto,
1990; Ribeiro, 1991). Agora, mais recentemente, os mais baixos desempenhos nas
avaliaes padronizadas conduzidas pelos governos em nvel local ou nacional
predominamentreasescolasdasperiferiasmaispobres.
Aavaliao,comoprticaescolar,podenosoferecerelementosparaestareflexo.
Noentanto,elanuncaserneutraeestarsempreaserviodeumprojetodesociedade
e, portanto, de sujeito. Ou seja, ela marcada por valores socialmente estabelecidos e
pelasrelaesdepoderquelevamcertosvaloresapredominaremsobreoutrosemcada
momento histrico. Pensando na sala de aula contempornea, em uma escola que se
pretendedemocrticaeinclusiva,comopoderiasedaraavaliaodaaprendizagemdos
alunos?Tomemos,paraefeitodecomparao,aavaliaoemdoispolosantagnicos.Em
um,elaserviriaprincipalmenteparamedir,classificareregistrarsucessosefracassosdos
alunos; noutro, seria um instrumento de compreenso dos sujeitos em seu processo de
construodeconceitoseleituradomundo.
42
AAVALIAODIAGNSTICACONSTRUDANOCOLETIVODEPROFESSORES
EADESCRIODOSSABERESORIENTADORADOPLANEJAMENTO
Tradicionalmente,aavaliaoescolartemseexpressadonumtrabalhosolitriode
professores, que assumem individualmente a responsabilidade pela elaborao e pela
aplicao de instrumentos e, posteriormente, pela anlise dos dados gerados. Nossa
reflexocaminhanosentidodesuperaodessarealidade,destacandoanecessidadede
promoverumprocessocoletivoeplural,queabarqueosdiferentesenvolvidosnarelao
pedaggica, estabelecendo um dilogo em que o processo e os resultados possam ser
compartilhadospelosdiversossegmentosenvolvidos.
Porsuavez,aDescriodosSaberesdosAlunos,prticaqueaSMEvemindicando
s escolas partir de 2005, explicitada no documento intitulado Documento para
Discusso nas Unidades Educacionais da Rede/Fumec (2005), est ancorada na
43
44
45
aautoavaliaopelosalunossejaimplementada,comorecursoparaoprofessor
conhecer as aprendizagens dos alunos e dar oportunidade para que estes
construam autonomia nos estudos, na medida em que aprendem a monitorar o
seuprpriodesenvolvimento.Estetipodeavaliaopodeserealizarpormeiode
diversas atividades, tais como entrevistas com os alunos, conversas informais ou
autoavaliaoescrita.
PARTEIV
46
EDUCAOEADIVERSIDADETNICORACIAL
HISTRIADAFRICA,AFROBRASILEIRAEINDGENANOCURRCULOESCOLAR
De acordo com Nascimento (1994), o contedo educacional brasileiro traz
embutidoumarcabouoideolgicoracista,queapontaosnegroscomoumpovoextinto,
visto que, citados nos livros didticos sempre no passado, incute no educando negro o
perfil de ser inferior, deixandolhe como alternativa o embranquecimento. Partindo
desse mesmo princpio, podemos aplicar essa compreenso com relao ao tratamento
dadoaospovosindgenasnombitoescolar,oqueconsolidaumexemplodaconstruo
dosentimentodeinferioridadeeoconsequentedesprezopelosvaloresculturais.
Nombitodonossopas,oprpriomovimentonegro,porocasiodos300anosde
mortedeZumbidosPalmares,maiorldernegrobrasileiro,realizouumamarchaquedeu
origem ao Documento da Marcha Zumbi dos Palmares..., o qual traz um importante
exemplosobreoreconhecimentodaimportnciadadapelosmovimentossociaisaopapel
daescola(Brasil,1996,p.11):
47
Sabemos que o professor, em sua prtica, na sala de aula ou fora dela, difunde
ideiaspolticassobreasociedadequandoexpressajuzosdevalorsobrejustia,liberdade,
igualdade, entre outros. Da mesma forma, ao demonstrar padres de comportamento
comoaceitveisouno,colaboraparaocontrolesocialpelaassimilaodessespadres
pelosalunos.Essespadresticospodemserdeconformismooudemudana,decrtica
ou de aceitao. Dessa maneira, o professor exerce de fato uma influncia sobre a
concepopolticadosseusalunosfrentesociedade.
48
Adivulgaoeproduodeconhecimentos,aformaodeatitudes,posturase
valores que eduquem cidados orgulhosos de seu pertencimento tnicoracial
descendentes de africanos, povos indgenas, descendentes de europeus, de
asiticos para interagirem na construo de uma nao democrtica, em que
todos,igualmente,tenhamseusdireitosgarantidosesuaidentidadevalorizada.
49
garantiadeingresso,permannciaesucessonaeducaoescolar;
valorizaodopatrimniohistricoafrobrasileiroeindgena;
garantiadeaquisiodascompetnciaseconhecimentosparacontinuidadedos
estudos;
condiesparaalcanarosrequisitosparaconclusodecadanveldeensino;
adoodepolticaseducacionaiseestratgiaspedaggicasdevalorizaoda
diversidade,afimdesuperaradesigualdadetnicoracialpresentenombito
escolar,nosdiferentesnveis;
correodeposturas,atitudesepalavrasqueimpliquemdesrespeito,
discriminao,eoutrasformasdedesqualificaohumana(apelidos,piadas,etc);
adoodepolticaseducacionaisedeestratgiaspedaggicasdevalorizaoda
diversidade,afimdesuperaradesigualdadetnicoracialpresentenaeducao
escolarbrasileira,nosdiferentesnveisdeensino;
oquestionamentodasrelaestnicoraciaisbaseadasempreconceitosque
desqualificam os negros e salientam esteretipos depreciativos, palavras e
atitudes
que,veladaouexplicitamenteviolentas,expressamsentimentosdesuperioridade
emrelaoaosnegros,prpriadeumasociedadehierrquicaedesigual;
50
avalorizaoeadivulgaodosprocessoshistricosderesistncianegra
desencadeadospelosafricanosescravizadosnoBrasileporseusdescendentesna
contemporaneidade,desdeasformasindividuaisatascoletivas,almderespeito
ataisprocessos;
avalorizaoeadivulgaodosprocessosdelutaeresistnciadospovos
indgenas, durante o processo de ocupao portuguesa e nos perodos
posteriores,
atomomentoatual,almderespeitoataisprocessos;
valorizaodaspessoasnegras,porsuaascendnciaafricana,porsuaculturae
por
suahistria,almderespeitoaelas;
valorizaoeadivulgaodoselementosoriginaisdaculturaindgenaque
contribuemparaaconstruosocialdoconhecimento,almderespeitoaeles;
buscadecompreensodosvaloresedaslutasdetodosospovos,bemcomo
sensibilidadediantedosofrimento,causadoportantasformasdedesqualificao,
comoapelidosdepreciativos,brincadeiras,piadasdemaugostosugerindo
incapacidade,ridicularizaodeseustraosfsicos,atexturadeseuscabelos,e
zombandodesuasreligiesdematrizafricana;
criaodecondiesparaqueosalunosnegrosnosejamrejeitadosemvirtude
da cor da pele, menosprezados em virtude de seus antepassados terem sido
explorados como escravos, no sejam desencorajados a prosseguir estudos, a
estudarquestesquedizemrespeitocomunidadenegra.
Porsuavez,odocumentonoschamaatenoparaofatodequenosetratade
mudar um foco etnocntrico marcadamente de raiz europeia por um africano, mas
ampliar o foco dos currculos escolares para a diversidade cultural, racial, social e
econmicabrasileira.
Nossodesafioestempromoveraconexodosobjetivos,estratgiasdeensinoe
deatividadesqueincluamaexperinciadevidadosalunosedosprofessores,valorizando
aprendizagensvinculadasssuasrelaescompessoasnegras,brancas,mestias,assim
comoconsideremrelaesentrenegros,indgenasebrancosnoconjuntodasociedade.
51
PARTEV
52
EDUCAOESEXUALIDADEHUMANA
Para iniciarmos a discusso sobre gnero e sexualidade na escola devemos,
necessariamente, partir de uma exposio histrica a qual visa a contextualizar as
questes que permeiam a abordagem sociolgica e antropolgica, tanto da sexualidade
humana e suas vrias manifestaes, quanto da vivncia do multiculturalismo e da
diversidade.
Podemosafirmarque,emboraexistisseumpoderpatriarcal,nosmoldesdescritos
em Casa Grande e Senzala, centrado no controle das vidas pela figura do senhor de
escravos,haviatambmresistnciasdentrodosistemapelasmulheres.Entreosdiscursos
hegemnicoseasprticasculturaisdocotidianohaviaaproduodedistintossignificados
entreaspessoas,inclusiveentreasmulheresehomens5.
Diantedestepanorama,aescolanoacolhiaamulher,conformerelataRIBEIRO:
5
Atualmente, algumas abordagens totalizantes tendem a ser relativizadas diante da pluralidade de relaes que permeiam
o contexto social. Nesse sentido, interessante destacar que, mesmo no perodo colonial, havia mulheres negras e
escravas que lideravam fugas, tais como a lendria Princesa Zacimba Gaba, de uma nao africana de Gabinda, em
Angola. Segundo sua histria, aps envenenar seu senhor fugiu com centenas de escravos, formando um quilombo na
regio de Itanas (...) Os seguidores deste quilombo costumavam atacar as fazendas e embarcaes que traziam escravos
para o Porto de So Mateus e os libertavam. (ODWYER, Eliane Cantarino. Quilombos: identidade tnica e
territorialidade. Rio de Janeiro: FGV, 2002. 268p. (introduo. p para o Porto de So Mateus e os libertavam. (ODWYER,
Eliane Cantarino. Quilombos: identidade tnica e territorialidade. Rio de Janeiro: FGV, 2002. 268p. (introduo. p.
53
DopontodevistadaCasaGrande,segundoPARKER(1991),atoscincoouseisanos,
meninoemeninaficavamjuntosesoeducadospelame,pelaav,pelatia,etc.
Depoisaconteceumarupturaeseiniciaaeducaoespecficadecadasexo:afeminina,
marcada pela ocultao (at mesmo da menstruao) e vigilncia, sendo a mulher
educada para o casamento; e a educao masculina, marcada pela iniciao sexual, na
senzalae,algumasvezes,nobordel.
Noqueserefereeducaosexual,sepesquisarmososlivrosqueforamutilizados
nasescolasbrasileiras,tantopblicasquantoparticulares,veremosque,atadcadade
1960dosculopassado,descreviaseminuciosamenteoaparelhofonador,odigestivoou
orespiratrio,masnadasediziasobreosgenitais.Algunslivrosfalavamgenericamentede
um aparelho reprodutor, relacionandoo ao aparelho urinrio, mas sem maiores
explicaes.
Durantevriasgeraes,afunodeforneceralgumaformadeeducaosexual
foidelegadafamlia,Igrejaouapensadoresquepossuam,emmaioroumenorgrau,
umaligaocomoEstadoouaReligio.ExemplotpicosooslivrosODiriodeDanyeO
Dirio de Ana Maria, de MICHEL QUOIST (19211997) no por acaso um padre, alm de
psiclogo os quais, a pretexto de fornecer informaes aos jovens, condenavam
abertamenteamasturbaoeahomossexualidade.Devemosreforarquenosanos1980,
comoarrefecimentodaditaduramilitareasenilidadedaLein5.692/71,queimplantou
o tecnicismo na educao brasileira, foram surgindo algumas experincias pioneiras, no
sentidode(re)integrarasexualidadevidae(re)integraravidanaescola.
54
Algunsprincpiostendemaorientarostrabalhosatuaissobresexualidadeegnero
nasescolas.Demaneirageral,ostemasreferentessrelaesdegneroesexualidadese
inserem como temticas transversais e suas aes so comumente organizadas de duas
diferentesmaneiras:
Emambososcasos,sejapormeiodeumaatuaopontual,inseridanumcontexto
detrabalhocomumaorganizaotradicionaldoscontedosoupormeiodeumprojeto
como sendoo eixo doensinoaser desenvolvido, trabalharcom gneroe sexualidade
sempre um desafio pessoal e coletivo, no qual os enfrentamentos exigem sensibilidade,
aberturaparaooutro,paraasnovasrelaeseconfiguraessociais.
OTrabalhodeOrientaoSexualnaRedePblicaMunicipaldeCampinasiniciouse
de maneira tmida em 1984, na EMPG (hoje EMEF Escola Municipal de Ensino
Fundamental) pelo Padre MELICO CNDIDO BARBOSA, no Parque Tropical. Dentre os temas
trabalhados pelo projeto os quais incluam desde masturbao e anticoncepo at a
homossexualidade ocupavam destaque os papis masculinos e femininos e as vrias
orientaessexuaispossveis.
Em1987,haviasidoconstrudonaRedeumprojetoespecficochamadoAIDS:uma
questodeEducaoe,em1992,aCmaraMunicipaloficializouoensinode
OrientaoSexualnasescolaspblicasmunicipais.Aescolaeraobrigadaaoferecera
Orientao Sexual, porm os alunos poderiam optar por participar ou no, mediante a
autorizaoporescritodospais.
OtrabalhofoisendoampliadoattornarseumProgramaeabrangertodasas
EMEFs(EscolasMunicipaisdeEnsinoFundamental)evriasescolasdeEducaoInfantil,
emmeadosdosanos1990.Campinasfoipioneiranessaexperinciaeserviudereferncia
para vrios programas e projetos, de outros sistemas e redes de ensino, tanto pblicas
quantoparticulares.
55
AconteciamregularmenteosEncontrosdeOrientaoSexual,compalestras,ciclos
dedebates,oficinasedemaiseventosdestinadosaoseducadores.Tambmcomearama
ocorrer os Encontros Municipais de Adolescentes da rede pblica municipal e a
participaoderepresentantesdoProgramanosEncontrosNacionaisdeAdolescentes
(ENA). Estes ltimos congregavam adolescentes de vrias partes do Pas, de redes e
sistemas que ofereciam projetos ou programas de orientao sexual ou de educao
sexual,eosFrunsdeAdolescentes.
Aolongodotempo,foramsendoconsolidadasparceriasebuscadoapoiojuntoa
OGs (Organizaes Governamentais) e ONGs (Organizaes No Governamentais), para
realizaodeeventosvoltadosaformaodeprofissionaisnatemticadasexualidadee
dorepdioviolnciaeexploraosexual,homofobiaeoutrostiposdediscriminaoe
opressobaseadosnasdiferenassexuais.
Essasrealizaesforamdeixandomarcasnaorganizaoescolarenamentalidade
de gestores e docentes da Rede Pblica Municipal de Campinas. Muitos dos contedos
queeramexploradosquasequeexclusivamentepeloPrograma,emseusprimeirosanos,
passaram a ser incorporados aos componentes curriculares, de uma maneira tanto
interdisciplinar quanto transdisciplinar. Assim, atendiase ao previsto pela LDBEN, Lei n
9394/96,epelosPCNParmetrosCurricularesNacionais.
56
Oeducadoroserquedevesaberolharaoseuredor,enxergandoparaalmda
aparncia, e buscando a superao de situaes de discriminao, de preconceito e de
intolerncia. Ele deve educar o seu olhar, para saber perceber e acolher a diversidade
tnica,cultural,social,deposturasedeprticas.
57
De fato, essa via acaba sendo a nica quando muitos ainda no assimilaram os
valores mais bsicos da cidadania, com tudo o que ela implica em nossa sociedade, nos
diasdehoje.Aeducaopodeseruminstrumentodeformaoticaemoralquetanto
minimize a necessidade de os grupos oprimidos recorrerem s vias jurdicas, como
tambm de terem a coragem e os recursos de informao para recorrer a elas quando
necessrio.
Opreconceitoeadesigualdadesocialpersistemparaalmdaescola,easalunase
alunosconvivemconstantementecomessasassimetriasemsuasvidas.Pensaraescolae
aspessoasquenelaseinseremcomoisentasdestasconfiguraesculturaisnomnimo
umavisoromntica desseespao.Todasas crianas,jovense adultostmodireitode
viver o contexto escolar e nele expressar as suas redes de pertencimentos,
independentementedecore/ousexo.Seocontextoescolarnoproblematizaossentidos
opressores que dificultam a convivncia entre as pessoas, ou se as aulas revelam as
dimensesconflituosasdasrelaesdesexualidadeedeetnicidade,asmesmasprecisam
ser revistas. H necessidade de constante de criar polmicas a fim de se superar
coletivamente as restries que se materializam no cotidiano escolar, pois a escola
tambm pode ser o local de superao das desigualdades sociais que perpassam nossa
sociedade.
PARTEVI
EDUCAOAMBIENTAL
58
OtemaMeioAmbientenodesconhecidoparaningum,emuitomenosparaa
escola, que sempre o insere nos planejamentos anuais ou nos projetos pedaggicos.
Porm, nas prticas escolares consideradas ambientais ainda comum a presena da
ecologia, marcada ou camuflada, como sinnimo de meio ambiente. Elas trazem,
geralmente, o objetivo de conscientizar os alunos da necessidade de se preservar a
naturezaapartirdoentendimentodadinmicadasrelaesbiolgicasquenelaocorrem.
[...]aEducaoAmbientalumapropostaquealteraprofundamenteaeducao
comoaconhecemos,nosendonecessariamenteumaprticapedaggicavoltada
paraatransmissodeconhecimentossobreaecologia.Tratasedeumaeducao
que visa no s a utilizao racional dos recursos naturais (para ficar s nesse
59
exemplo),masbasicamenteaparticipaodoscidadosnasdiscussesedecises
sobreaquestoambiental.(Reigota,2002,p10)
incorporadanocurrculoescolarbrasileirodeformaacentuadanocomponentecurricular
Cincias,assimcomonaGeografiaenaBiologia.
Destaque deve ser dado Poltica Nacional de Educao Ambiental PNMA (Lei
9795/99), instituda em 1999, que estabelece as linhas de atuao formal e no formal
paraquesepromovamaesqueestimulemavisocrticaeaposturaproativaportodos
ossetoresda sociedade.EstaleitornaoBrasilumpasdevanguardanaAmricaLatina
quantoapossuirumalegislaoespecficaparaaEA.Nela,oartigo9reforaqueaEA
dever ser desenvolvida no mbito das instituies de ensino pblicas e privadas, a
comearpelaeducaobsicaemtodososseussegmentosataeducaosuperiorea
educao profissional. O artigo 10 diz que a EA ser uma prtica educativa integrada,
contnuaepermanenteemtodososnveisemodalidadesdoensinoformal.
6
DestacamseaConfernciadeEstocolmoouConfernciadaONUsobreoAmbienteHumano,realizadana
Suciaem1972eaConfernciaRio92ouConfernciadaONUsobreoMeioAmbienteeDesenvolvimento,no
RiodeJaneiro,em1992.
7
Serocitadososmaisrelevantespelaabrangncianacionalequeseremetemaocurrculoescolar.
8
CaptuloVIintituladoDoMeioAmbiente.
60
Deacordocomaautora,houvevriasformasdeorganizaoparaadiscussoda
EA no currculo, desde grupos de estudos de Cincias e de Geografia, passando por
trabalhos internos das escolas e, a partir de 2001, pela constituio de um Grupo de
Trabalho em EA, para construir a proposta da Rede Municipal de Ensino de Campinas
(RMEC):
9
citadocomgrandefrequnciaoCOEDUCA(ColetivoEducadorAmbiental),iniciadoemCampinasem
2005
10
ARegioMetropolitanadeCampinasfoicriadanoano2000ecompostapordezenovemunicpios.
61
Oqueseorienta,ento,quesejamestudadososecossistemasruraiseurbanos,
at por ser uma caracterstica do municpio de Campinas apresentar reas urbanas
inseridasemreasruraisereasruraisnasurbanas.Deveserressaltadaacapacidadede
adaptaodessesambientessalteraesproduzidaspelohomemaoerguerascidades
convivendo com imagens do passado no campo, nas ruas, nos becos, nos prdios e nas
casas.
DeacordocomDias(2004),diversasatividadespodemserdesenvolvidasdeforma
a conduzir o aluno a se (des)envolver neste ecossistema urbano. Destacamos algumas,
como estudar a fauna e a flora urbanas; compreender como funcionam os servios de
gua,energiaeltrica,coletadelixo;oqueseconsome,quantoseproduz,oquesobra,de
ondevemeparaondevai;qualidadeambientaldascidades(nveisderudo,qualidadeda
gua, qualidade do ar, qualidade dos alimentos, qualidade esttica); conhecer as bacias
hidrogeogrficasqueabastecemascidadeseoseuestgiodepreservao;conheceras
reasverdeseruraisdomunicpioedaregio.
11
OterritriodeCampinasestcaracterizadocomo49%dereaurbanae51%comorearural,sendoquenestaesto
localizadascincounidadesescolares.
62
AEApraticadadeformaaextrapolarasparedesdassalasdeaulaouosmurosda
escola tem o poder de mobilizar a coletividade local a propor ou buscar solues para
problemassocioambientaisqueosatinjamouquepossamviraafetlos.
Destaforma,noserodescartadasasprticasambientaisatentorealizadasnas
escolas e sim se prope a amplilas para suscitar ou desvelar a identidade campineira
queoalunadoerespectivascomunidadesdasescolasmunicipaiscarregam.
PARTEVII
63
OCURRCULOEAFORMAOCONTINUADA
Aescoladeveseroespaoprivilegiadoparaaformaocontinuada,localemque
os profissionais se encontram, socializam suas dificuldades e suas realizaes junto aos
alunos.Gruposdeestudosecursosnointeriordasescolasdevemserincentivados.
Porm, outros espaos so tambm potenciais para realizao da formao continuada
doseducadores,comoosgruposdeestudosecursosorganizadospelosNAEDs,Centrode
Formao, Tecnologia e Pesquisa Educacional CEFORTEPE, ou os cursos realizados em
parceriacominstituiescomoasuniversidades.Em2011umdestaqueespecialdeveser
dadoaosgruposdeestudoporcomponentecurricular,realizadosjuntoaoCEFORTEPE,j
queosobjetivosdeensinoapresentadosnestaDiretrizCurricularindicamanecessidade
de fortalecimento de um trabalho comum, de rede, que, ao fortalecer a identidade dos
componentes,alavanquetrabalhosinterdisciplinaresnasescolas
Duranteoanode2010,aCoordenadoriadeFormaodesencadeouumprocesso
dediscussocomasescolascomobjetivodedefiniodefundamentosediretrizesparaa
polticadeformaocontinuada.Aseguir,apartirdosdebatesentorealizados,trazemos
aqui algumas indicaes para que a formao continuada venha a contribuir para a
implementaodasdiretrizescurricularesqueoraapresentamos.
Todoprofissionaldaeducao,articuladoemseugrupodetrabalho(escolaou
outras instncias da SME) deve estar envolvido em processos de formao
continuada,definindoplanosdeestudosparasuperarosproblemasconcretosque
enfrentaemseutrabalho.
Aformaocontinuadadevecontribuirparaaconstruodotrabalhoeducativo
sobrebasescoletivasesolidrias.
64
Asexperinciasformativasdevemestaraliceradasnaconcepodequetodas
as Crianas, Jovens e Adultos, como tambm os profissionais da educao,
produzem cultura e se apropriam da mesma nas condies materiais e nas
relaes socioculturais que vivenciam. As situaes de fracasso e reprovao
escolar devem ser superadas e substitudas pela possibilidade de todos
aprenderemsempre.
A formao continuada deve ser pautada pela leitura, estudo e pesquisa,
contribuindo para que os profissionais apreendam mtodos de anlise e
investigao sobre os problemas que emergem da relao pedaggica com as
crianas,jovenseadultosesuasfamlias.
As concepes de educao, ensino, aprendizagem eformao humana devem
ser estudadas, assim como a produo terica e prtica das diversas reas do
conhecimentoe,especialmente,dascinciasdaeducao.
Que se promova pesquisas sobre novos conhecimentos, novas metodologias e
novos processos educativos, sempre partindo dos saberes que os profissionais
produzem no seu trabalho cotidiano, ampliando horizontes para uma fecunda
crticaquesaibapreservarosacertoserenovarasprticas.
As categorias de infncia, adolescncia, juventude e velhice devem ser
recuperadaspelaformaocontinuada,demodoacontribuirparaacompreenso
das mudanas sociais e culturais que as populaes vivem ao longo da vida e os
impactosdestastransformaesemseumododeaprendereestarnainstituio
educacional.
Que as vrias linguagens que comportam a formao humana sejam objeto de
estudodoseducadores,comdestaqueparaocampodasLetras,dasArtes,da
ComunicaoedasTecnologias.
Aconstruodeumaescolaorganizadaemciclosdeaprendizagemumdesafio
colocado aos educadores e a formao continuada pode contribuir para sua
superao. Para tanto, deve realizar estudos sobre os processos de ensino e
avaliao numa perspectiva de interveno pedaggica de continuidade para a
aprendizagemdetodasascrianas,jovenseadultos.
Todas as modalidades de formao continuada (cursos, grupos de formao,
seminrios e outros), devem contribuir para que os profissionais incorporem as
prticas de Avaliao Diagnstica e a Descrio de Saberes, prticas estas que
podemcontribuirparaoreplanejamentoconstantedotrabalhodeensinoemsala
deaula.
65
Queaformaocontinuadacontribuaparasuperaodeumadurarealidadeque
aindatemosemnossasescolas,quedizrespeitoaograndenmerodealunosque
percorremaescolaridadesemapropriarsecomautonomiadaleituraeescrita.
Programas de formao especficos devem focar os processos de ensino e
aprendizagem das crianas, jovens e adultos que possuem deficincias ou
necessidadesespecficas.
A formao continuada pode e deve contribuir para que o trabalho educativo
junto s Crianas, Jovens e Adultos nas Unidades Educacionais seja prazeroso e
fecundo,fundamentadonumarelaoticaemoralmentecomprometidacomum
mundojustoehumano.
Asquestesrelacionadasaospreconceitoseautoritarismosfundamentadosnas
discriminaes de classe, raa, etnia, religio e gnero devem ser
sistematicamente abordadas em todas as experincias formativas, pois s assim
poderemosconstruir uma escola de fato acolhedorae inclusiva, como se prope
nasdiretrizescurriculares.
66
PARTEVIII
NTENCLEODETECNOLOGIAEDUCACIONAL
HISTRICO
O Ncleo de Tecnologia Educacional foi institudo em Campinas no ano de 1998
atravs de uma parceria entre o Programa PROINFO Programa de Informtica na
Educao, do Ministrio da Educao (MEC), e a Prefeitura de Campinas, atravs da
Secretaria deEducao Municipal.Aimplantaodos NTEteveo apoiodaUniversidade
Estadual de Campinas, a UNICAMP, j que este deveria destinarse em um primeiro
momentoaoatendimentodainstnciaestadual.AfunodosNcleosdeTecnologiase
fundamentavanafilosofiadoProgramaPROINFOcalcadanainclusodainformticanos
ambientes escolares e na formao continuada dos professores para utilizao das
tecnologias.
De1998a1999,oNTEestevevoltadoquasequeexclusivamenteparaaformao
em informtica dos professores da Rede Municipal de Ensino de Campinas, atravs de
programas apoiados pelo NIED (Ncleo de Informtica na Educao) pertencente
FaculdadedeEducaodaUNICAMP.
Em2001,foireiniciadoumprocessodeestudosdeumanovapropostadeaesde
formao continuada para professores da Rede Municipal de Ensino de Campinas, e o
ncleo retomou suas atividades, interrompidas em 2000, com uma equipe pequena de
multiplicadores.
Em2004,comareestruturaodosLaboratriosdeInformticaEducativa(LIEDs),
das escolas de Ensino Fundamental, e a opo da Secretaria de Educao para a
implantao do Sistema Operacional Linux nas escolas, foi retomada a questo da
formao para uso da informtica no contexto pedaggico, agora contemplando a
utilizao de Software Livre, que tem suas razes na livre troca de conhecimentos e
pensamentosquepodemtradicionalmenteserencontranocampocientfico.Talcomoas
ideias, os programas de computadores no so tangveis e podem ser copiados sem
perda: a sua distribuio a base de um processo de evoluo que alimenta o
desenvolvimentodopensamento.
Nesta fase, no ano de 2004, vrios cursos foram implantados, tanto para
professores, como para gestores das escolas intensificando a migrao para o sistema
LINUX,atentopoucoconhecidonaRedeMunicipaldeEnsino.
67
Educacional,oMECintensificainvestimentosparaosestadosemunicpios,nosentidode
proporcionar subsdios tecnolgicos e de formao continuada aos educadores para a
insero do uso das TICs (Tecnologias de Informao e Comunicao) nas prticas
pedaggicas. O Programa refez o convnio com as secretarias estaduais e municipais,
oferecendocomputadoresparaoslaboratriosdasescolas,conexoemBandaLargaeo
Proinfo Integrado, um programa de formao continuada que compreende diversos
cursosespecficosparaaintegraodasmdiasnocontextoescolar,eusodasTICs,sendo
dois deles na modalidade Ensino Distncia (EAD), que foram repassados s redes de
ensinoatravsdosNTEs.OGovernoFederaltambmmigrouparaoSistemaOperacional
LINUX,criandoadistribuioLinuxEducacionalparaoslaboratriosdeinformtica,mais
tardeadotadatambmpelaSecretariaMunicipaldeEducao.
Nosanosde2008e2009foramoferecidaspeloMECcapacitaesaosformadores
dosNTEs,eapartirde2009oscursosjcomearamaseroferecidospelosmunicpiosaos
professores.Almdisso,oPROINFOproporcionoucursodeespecializaoemtecnologias
amultiplicadoreseformadoresdetodooPas,atravsdaPUCRJ.
OBJETIVOSDONCLEODETECNOLOGIADECAMPINAS
HojeoNcleodeTecnologiatemintensificadosuasaesdepesquisasdenovos
recursoseducacionaiscomasvriasmdias,principalmenteligadosaousodaWEB2.0no
que se refere a instrumentos que proporcionem a interao e compartilhamento de
produes e conhecimentos entre alunos, professores e comunidade escolar,
acompanhandoalinhadepensamentodosoftwarelivre.
Nestalinhadepensamento,asprincipaisaesdoNcleo,respeitandotambmas
aeseideiasdoProgramaPROINFO,soasseguintes:
SensibilizaoemotivaodasescolasparausodasTecnologiasdeInformaoe
Comunicao(TIC).
Capacitaodeprofessoresegestoresparaousodainformticaeoutrasmdias.
ApoioresoluodeproblemastcnicosnosLIEDs(LaboratriosdeInformtica
Educativa),bemcomoestruturaoenormatizaodousodesseespao.
Assessoriapedaggicaparausodatecnologianoprocessoensinoaprendizagem.
68
Acompanhamentoeavaliaodeprojetosdasescolasqueenvolvamtecnologias
naeducao.
Pesquisasnareadesoftwarelivreparausoeducacional.
IntensificaodaformaocontinuadadoseducadoresdaRedeMunicipalde
Ensinoparaautilizaodastecnologiasintegradasaoscontedoscurriculares,
desencadeandonovasprticasdeensinoaprendizagem.
ASNOVASTECNOLOGIASEOCURRCULOESCOLAR
Vislumbraraspossibilidadesdeaberturadeespaos,temposeconhecimentos
tradicionalmentetrabalhadosnaescola.
Estabelecerconexesentreaescola,ocotidianodavidadosalunoseos
acontecimentosdomundo.
Integrarolocalcomoglobal.
Abrirasfronteirasparaodilogoeotrabalhointegradoentreasdisciplinas
escolares.
outroformato,eoprofessornecessitareconheceroseupapelnasprticasdesaladeaula
em companhia das tecnologias. Para que haja essa nova postura, as referncias de
ELIZABETTEPRADOsinalizamalgunsapontamentos,osquaisaescolaeosprofessores
devemseatentar:
Essaperspectivadearticulaodesaberesexigedoprofessorumanovapostura,o
comprometimento e o desejo pela busca, pelo aprender a aprender e pelo
desenvolvimentodecompetncias,asquaispoderofavorecerareconstruoda
sua prtica pedaggica. [...] Portanto, no basta que o professor tenha apenas
acessospropostasesconcepeseducacionaisinovadorascondizentescomas
sociedades do conhecimento e da tecnologia. preciso oportunizar a esse
profissionalaressignificnciaeareconstruodesuaprticapedaggica,voltada
paraaarticulaodasreasdeconhecimentoedatecnologia.(PRADO,2005,p.58)
70
PARTEIX
PARAUMAEDUCAOEMTEMPOINTEGRAL
PROGRAMAMAISEDUCAO
OprogramaMaisEducaofoiinstitudoatravsdaPortariaInterministerialn17,
em26deabrilde2007,sendoposteriormenteregulamentadoatravsdoDecretoFederal
n7.083de27dejaneirode2010.Tratasedeumacontribuioparaaformaointegral
decrianas,adolescentesejovens,atravsdaarticulaodeaes,projetoseprogramas
dasdiferentesesferasdegovernoedeEntidadesParceiras,mediantesubsdiodoGoverno
Federal.
Todasestasaesdesenvolvemsetendocomofocooaluno,oaprimoramentode
suas competncias e habilidades atravs da ampliao de seu repertrio lingustico,
cientfico, artstico, esportivo e cultural. Os reflexos so notados no apenas no
rendimentoescolar,mastambmnodesenvolvimentodeatitudescidads,participativas,
crticasereflexivas.
71
autonomia pedaggica que delegada a cada sistema e Unidade Escolar para realizar
escolhas, selecionar atividades e profissionais, garantindo uma ligao orgnica em
relaoaoCurrculoquedesenvolvidoemcadasistema,redeemodalidadedeensino.
Em2010houve11escolasmunicipaisparticipandodoPrograma,distribudaspelos
cincoNcleosdeAoEducativaDescentralizadaNAEDs.HintenodoPoderPblico
MunicipaldeampliaroProgramaem2011,naperspectivadeenvolverprogressivamente
todasasEscolasMunicipaisdeEnsinoFundamentalEMEFs.
ACoordenaoCentralseencarregadasfunesinstitucionaisepolticasinerentes
aofuncionamentodoPrograma,mediandoaGestoCentral,noMEC/SECAD,aSMEeas
escolas participantes. Cabe a esta Coordenao gerir o Comit Municipal e estabelecer
parceriasinstitucionais,vlidasparatodasasescolas.
Noanode2010oProgramaestabeleceueconsolidouparceriascomONGs(TABAe
CasadeCulturaFazendaRoseira),comoProgramaOficial(ProgramaMIPIDMemriae
Identidade,PromoodaIgualdadenaDiversidade)ecomoSESCCampinas.
PROGRAMAARTEEMOVIMENTO
OProgramaArteeMovimentotemporobjetivopromoveraformaointegraldo
aluno, por meio de atividades culturais e do desenvolvimento da sensibilidade,
oferecendo oficinas no contraturno e dando acesso a diferentes expresses artsticas.
Desta forma so realizadas nas unidades de ensino fundamental oficinas artsticas e
72
culturais, danas diversas, teatro, graffiti, capoeira, contao de histrias, coral, artes
circensesexadrez.
OProjetoArteAmbiente,componentedestePrograma,direcionadoaosalunosda
EJA,promovemensalmenteoeventoEncontroemNoitedeLuaCheia,noParquedas
guas,oqualcontemplaumaatividadeculturalepercursoorientadonoespao.
OrganizaProjetosapoiadosporLeisdeIncentivoCulturae/oupatrocinadospor
terceirosparaprofessoresealunos,taiscomo:teatro,dana,msicaeartesplsticas.
ERETEDUCAO,RELAESECONMICASETECNOLOGIA
AnovaorganizaodeERETserimplementadanasunidadesquecontamcomos
professoresdoComponentedistribudaemhorasprojetosnocontraturno.Taisunidades
funcionaro como projeto piloto do trabalho pedaggico a ser desenvolvido, e conta
tambm com a finalidade de estabelecer o perfil do profissional indicado para este
trabalho. A partir de 2012 a SME tem como objetivo ampliar este trabalho a todas as
unidades, passando a compor a parte diversificada da matriz curricular. Para 2011, nas
demais unidades que no contam com os professores de ERET, docentes de outros
componentesindicadospeloPPdaunidadepoderodesenvolveroprojetocomhorasde
HP.
12
ERET passou a ter esta nomenclatura a partir de 2002, quando foi institudo por meio de concurso pblico.
Anteriormente, teve outras nomenclaturas como: Informao Profissional Artes Prticas (1969 a 1970),
educao para o trabalho (1971 a 1978), e Comrcio (1979 a 2001).
73
As aes desenvolvidas neste trabalho devero estabelecer relaes entre a
educao fundamental e a vida cidad atravs da introduo de atividades inovadoras.
Dessa forma, o municpio de Campinas, dentro de um processo de corresponsabilidade
social, passa a dar ao ensino fundamental um ressignificado formao do aluno que
reflete e interage sobre a complexidade do contexto socioeconmicotecnolgico e
cultural.
Entendemosque oelementochavenoplanejamentodocurrculoproporcionar
umavariedadedecaminhosparaoconhecimentoeodesenvolvimentodehabilidadese
valoresapartirdediferentesvias,considerandoosinteressesecapacidadesindividuais.
Para tanto, sero desenvolvidas atividades que dialogam com diversos eixos
temticos, como: tica, Diversidade tnicoracial, Pluralidade Cultural, Cidadania, Meio
Ambiente,VidaSaudveleSexualidadeemumprocessoeducacionalcondizentecomas
exigncias de uma aprendizagem com significado para o aluno, desenvolvendo a
interdisciplinaridade de acordo com o Projeto Poltico Pedaggico de cada Unidade
Educacional.
Apropriarsedasdiferenteslinguagenstecnolgicasconstituisenumdosobjetivos
a ser desenvolvido como ferramenta pedaggica no processo ensino e aprendizagem,
estabelecendo relevantes subsdios nas atividades didticas e pedaggicas, criando
condiesparaquealunoseprofessoresconstruamoconhecimentoutilizandosedestas
tecnologias, sistematizando uma cultura no ambiente escolar, provocando um
redimensionamentodosconceitosjconhecidos,epossibilitandoabuscaecompreenso
denovasideiasevalores.
Esteprocessobuscaumamelhorianaqualidadedeensino,vinculadorealidadee
articuladocomosanseiosdacomunidadeescolaremrelaoformaopessoalesocial
doaluno.
74
sociedade e, prope que a escola deva levar o aluno a compreender a sua prpria
realidade,situarsenela,interpretlaeassim,contribuirparaasuatransformao.
75
PARTEX
ENSINOFUNDAMENTALANOSFINAIS
CONTEXTUALIZAODASREASDECONHECIMENTO
AprimeiraLeideDiretrizeseBasesdaEducaoNacionalfoiaLein4024de20de
dezembro de 1961. Nessa poca, no existia ainda o conceito de ensino fundamental
estandoaestruturadivididaemensinoprimrio13eensinomdio,oqualenglobavao
antigoginsioeoantigocolegial14.
13
No seu artigo 26 estabelecia o ensino primrio em quatro anos, muito embora no pargrafo nico afirmasse que Os
sistemas de ensino podero estender a sua durao at seis anos, ampliando, nos dois ltimos, os conhecimentos do
aluno e iniciando-o em tcnicas de artes aplicadas, adequadas ao sexo e idade.
14
Art. 33. A educao de grau mdio, em prosseguimento ministrada na escola primria, destina-se formao do
adolescente.
Art. 34. O ensino mdio ser ministrado em dois ciclos, o ginasial e o colegial, e abranger, entre outros, os cursos
secundrios, tcnicos e de formao de professores para o ensino primrio e pr-primrio.
Art. 35. Em cada ciclo haver disciplinas e prticas educativas, obrigatrias e optativas.
76
deprimeirograueporensinomdio,odesegundograu(Art.1,pargrafo1).Estafoia
primeiraleiaestabeleceraideiadencleocomumepartediversificadadocurrculo.
Deacordocoma5692/71,havia,organizadasdemaneirahierrquica,matrias,
disciplinasereasdeestudo15.Asmatriaseramaindaidentificadasaoscontedos,
asdisciplinasscinciaseasreasdeestudoeramumconjuntodematrias/disciplinas
afins,comoocorreu,porexemplo,nosestudossociais,comunicaoeexpressoou
cinciasfsicasebiolgicas.
Emboraaeleiopresidencialde1985aindatenhasidoindireta,consideraseeste
anocomoatransiodaDitaduraparaaNovaRepblicasendoque,nasequncia,foi
convocadaumaAssembliaNacionalConstituinte,amaisrepresentativadanossahistria,
queelaborouaConstituioCidadde1988.
Noartigo205aeducaocolocadacomodireitodetodos,deverdoEstadoeda
famlia;noartigo208apresentamseosdeveresdoEstadoparacomaEducao;noartigo
211,propeoregimedecolaboraoentreUnio,Estados,DistritoFederaleMunicpios;
noartigo212vinculamserecursosmnimosparaaeducao;enoartigo214estabelece
seanecessidadedehaver,dispostoemlei,umplanonacionaldeeducao16.
A Nova LDB, Lei n 9394 de 20 de dezembro de 1996, foi batizada como DARCY
RIBEIRO.Noseuartigo21jinova,aocontemplarsobadenominaodeEducaoBsica,
a Educao Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Mdio. Este um paradigma
educacional que reflete uma mudana de concepo, pois amplia o acesso educao
infantil,tornadadireitodetodos.
Noartigo23aleiestabelecequeaEducaoBsicapoderorganizarseemsries
anuais, perodos semestrais, ciclos, alternncia regular de perodos de estudos, grupos
noseriados, com base na idade, na competncia e em outros critrios, ou por forma
diversa de organizao, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o
recomendar.Nopargrafoprimeirodomesmoartigoinstituiareclassificao.17
15
Art. 5 As disciplinas, reas de estudo e atividades que resultem das matrias fixadas na forma do artigo anterior, com
as disposies necessrias ao seu relacionamento, ordenao e sequncia, constituiro para cada grau o currculo pleno do
estabelecimento.
1 Observadas as normas de cada sistema de ensino, o currculo pleno ter uma parte de educao geral e outra de
formao especial, sendo organizado de modo que:
a) no ensino de primeiro grau, a parte de educao geral seja exclusiva nas sries iniciais e predominantes nas finais;
b) no ensino de segundo grau, predomine a parte de formao especial.
16
O Plano Nacional de Educao se constituiu na Lei n 10172, de 9 de janeiro de 2001.
17
1 A escola poder reclassificar os alunos, inclusive quando se tratar de transferncias entre estabelecimentos situados
no Pas e no exterior, tendo como base as normas curriculares gerais.
77
CaberiaUnio,partindodasdiretrizesgerais/genricasfixadaspeloartigo27da
LDB,instituirdiretrizesparaaconstruodeCurrculosemtodooPas,tendoumabase
nacionalcomum(artigo26).
AdefiniodasDiretrizesCurricularesedaBaseNacionalComumficouacargodo
ConselhoNacionaldeEducaoe,em1995,oMECiniciouumprocessodeelaboraodos
Parmetros Curriculares Nacionais (PCN), cujo objetivo era tornaremse a base comum
nacional,obrigatriaemtodooPas.OCNE,porm,decidiuqueosPCNconstituemseem
guias curriculares, como tantos outros, no podendo ser utilizados com a finalidade de
avaliaodesistemaseducacionais18.
Nos ltimos anos o MEC vem sinalizando, cada vez de forma mais incisiva e
enftica, em relao a vrios paradigmas, que foram reforados, por exemplo, pela
CONAEConfernciaNacionaldeEducao(28demaroa1deabrilde2010)equeso
a universalizao da Educao Bsica (obrigatria e gratuita) dos 4 aos 17 anos, a
Educao em tempo Integral19, a construo de Currculos tendo como parmetro as
reas de Conhecimento e no mais as disciplinas e as Novas Diretrizes Curriculares
Nacionais, elaboradas pelo Conselho Nacional de Educao. Todas estas mudanas
destinamse a balizar o novo Plano Decenal, ou seja, a Educao Nacional no prximo
decnio(2011a2020).
AindaenquantoPresidentedoConselhoNacionaldeEducaoaprofessoraCLLIA
BRANDOALVARENGACRAVEIROapresentouemBraslia,duranteoISeminrioNacionalde
EducaoIntegralIIIEncontrodoMaisEducao(18a21demaiode2010),umaverso
dasNovasDiretrizes.
Art.11AescoladeEducaoBsicaoespaoemqueseressignificaerecriaa
cultura herdada, reconstruindo as identidades culturais, em que se aprende a
18
Em 1998 o prprio CNE definiu as diretrizes curriculares para a educao fundamental e mdia (resolues 02 de
07/04/98 e 03 de 26/06/98).
19
A Educao Integral diferente da Escola de Tempo Integral pois admite que num intervalo de 7 horas o educando
possa experimentar e vivenciar atividades diversificadas, as quais integram a dimenso formal dimenso no formal.
Esta concepo agrega ao conceito de aprendizagem e ao currculo as atividades extracurriculares e extraclasse,
contemplando inclusive os temas transversais.
78
valorizarasrazesprpriasdasdiferentesregiesdopas.PargrafonicoEssa
concepo de escola exige a superao do rito escolar, desde a construo do
currculoatoscritriosqueorientamaorganizaodotrabalhoescolaremsua
multidimensionalidade,privilegiatrocas,acolhimentoeaconchego,paragarantiro
bemestar de crianas, adolescentes, jovens e adultos, no relacionamento entre
todasaspessoas.
Art.12Cabeaossistemaseducacionais,emgeral,definiroprogramadeescolas
de tempo parcial diurno (matutino e/ou vespertino), tempo parcial noturno, e
tempo integral (turno e contraturno ou turno nico com jornada escolar de 7
horas,nomnimo,durantetodooperodoletivo),tendoemvistaaamplitudedo
papel socioeducativo atribudo ao conjunto orgnico da Educao Bsica, o que
requeroutraorganizaoegestodotrabalhopedaggico.
REASDECONHECIMENTONOSISTEMAMUNICIPALDEEDUCAO
Em2010,apartirdoGFdeGeografiaeHistria,dseinciodiscussodasreas
de conhecimento, sendo indicada para estes componentes a denominao de rea de
CinciasSociaiseposteriormenteparaCinciasHumanas.
79
EMENTAS
READELINGUAGENS
atravsdoestudoeexpressodasvriaslinguagensqueoalunoseapropriado
conhecimento das diversas e diferentes culturas, compreendendo a relatividade dos
valoresqueestoenraizadosnosseusmodosderefletireagir,podendocriarumcampo
de sentido para a valorizao do que lhe prprio e possibilitar o senso crtico e a
diversidadedaimaginaohumana.
READECINCIASNATURAIS
READECINCIASHUMANAS
80
INTRODUO
Esta proposta de objetivos de ensino de Lngua Portuguesa assume os gneros
textuaiscomocategoriaorganizadoradasprticasdeensino.Esteprincpioindicaaopo
destedocumentoemassumiraperspectivadeumasistematizaoescolaradequadados
gneros, num trabalho pedaggico intencionalmente voltado ao domnio da produo e
compreensoescritaeoraldetextos.SegundoosPCN,
81
diferentes,variandoseacomplexidadedesuaabordagem,dentrodeumaprogressode
ensinoquevisaaodomniodaquelesaspectosconsideradoscruciaispeloprofessor.Nas
palavras de SCHNEUWLY (2004, p.124), o que varia de um nvel para outro so os
objetivos limitados a serem atingidos em relao a cada gnero: as dimenses
trabalhadas, a complexidades dos contedos e as exigncias quanto ao tamanho e ao
acabamentodotexto.
Para construir esta progresso, ser preciso considerar dois eixos: a diversidade
dos gneros textuais e a complexidade de sua abordagem. Portanto, no primeiro eixo,
devese assegurar a apresentao de uma grande variedade de gneros, que abarque
tanto os de uso escolar e acadmico, em sua modalidade oral e escrita, para a
organizao,registroesocializaodosconhecimentosconstrudos(anotaes,resumos,
resenhas, apresentaes, debates, relatrios de pesquisa, artigos...), como aqueles
relacionados s esferas da literatura, da imprensa, da produo audiovisual e demais
campos do mundo do trabalho. No segundo eixo, devese garantir que a introduo de
alguns gneros possa ser sucedida por sua reapresentao em outros nveis de
complexidade. Assim, esperase, consolidar, ao final do processo, procedimentos que
possibilitemaoestudantelidardeformaautnomaecrticacomosgnerostextuaisque
circulamnasociedadecontempornea.
Seonmerodegnerosdisposiodousuriodalnguapraticamenteinfinito,
omesmonoacontececomostipostextuais,quepodemserdefinidospelassequncias
textuais tpicas que compem os textos de cada gnero: narrativo, descritivo,
argumentativo, expositivo e injuntivo. Portanto, a seleo dos gneros e seu grau de
aprofundamento e sistematizao deve considerar obrigatoriamente a abordagem de
todosostiposdetextoacadaano,cabendoaoprofessortalseleo.Comisso,procurase
evitar que, num ano, ou mesmo num ciclo, sejam abordados, por exemplo, apenas
gneros prioritariamente narrativos, desconsiderandose os argumentativos. Esta
perspectiva refora a necessidade do planejamento integrado entre os anos de um
mesmo ciclo eentreos dois ciclos do EnsinoFundamental, deforma a no interromper
umprocessoqueestaremconstruoporpelomenos4anos.
82
QUADROI
TIPOTEXTUAL:NARRATIVO/DESCRITIVOLITERRIO(FICCIONAL)
GNEROSTEXTUAIS Sugesto de trabalho com Sugestodetrabalhocomaspectos
aspectostextuaisdiscursivos. gramaticais
Contomaravilhoso/conto Explorao de elementos Temposverbaisnoeixodopretritoou
defadas/fbula/lenda/ constitutivosdasnarrativas do presente para reconhecer os
mitos em geral, como: estrutural eventosanterioreseposterioresaesse
textual eenredo:situao inicial, tempo (pretrito perfeito / imperfeito,
Romancesecontos: apresentao do conflito, maisqueperfeito,futurodopretritoe
fantsticos,deaventura,de peripciasedesfecho futurodopresente).
ficocientifica,policiais,
dramticos Construesdopersonagem, Marcadores lingsticos que indicam as
Organizaes do tempo e do diferentes vozes nos textos (aspas,
Biografiaromanceada/ espaonarrado. discurso direto, discurso indireto e
romancehistrico verbosdedizer).
FocoNarrativoem1e3pessoa
Contopopular Recursos coesivos para introduzir e
retomar informaes (artigo,
Histriaengraada/piada pronomes, substantivos, sinnimos
etc).
Crnicaliterrianarrativa
Rap Recursos coesivos para relacionar fatos
no tempo e no espao (advrbios,
locuesadverbiais,oraesadverbiais,
tais como: em seguida, depois, ali,
assimque).
Usoda1eda3pessoaesuas
implicaesnoprocessoenunciativo.
Linguagemformaleinformal
Linguagem figurada e outros recursos
expressivos
Histriaemquadrinhos Recursos grficos, justaposio Linguagemformaleinformal
de quadrinhos, articulao entre
os enunciados icnicos e verbais Onomatopias
do narrador, bales com a fala
das personagens, efeitos Sentidoliteral/sentidoconotativo
especiaisnousodasfontes.
Poema, cordel, letra de Arranjo grfico e espacial, Emprego de linguagem figurada e
msica explorao visual da grafia das outrosrecursosexpressivos
palavras, associao das palavras
a objetos visuais (fotos, Estrofeseversos,refro
desenhos,pinturas,colagens)
Funcionamentodoritmoedarima
Efeitos de sentido provocados
pela sonoridade (assonncia,
aliterao)
Peasdeteatro Diviso em atos, cenas, falas e Efeitos de sentido provocados pelos
83
rubrica jogosdepalavras
Apresentao das personagens, Variao lingustica na construo de
do conflito ou da intriga, personagens
estruturao do enredo
desenvolvimento das aes e
concluso, funcionamento dos
dilogosemrelaosmarcasda
conversao.
QUADROII
TIPO TEXTUAL: NARRATIVO/DESCRITIVO NO LITERRIO (NO FICCIONAL)
(DOCUMENTAO, MEMORIZAO E REPRESENTAO, PELO DISCURSO, DAS AES
HUMANAS,SITUADASNOTEMPO,PORMEIODORELATAR)
GNEROSTEXTUAIS Sugesto de trabalho com Sugestodetrabalhocomaspectos
aspectostextuaisdiscursivos gramaticais
Relato de experincia Estrutura com comeo, meio eTemposverbaisnoeixodopretrito.
vivida/ biografia/ fim, organizao cronolgica dos
autobiografia/ relato dados relevantes da vida do Construes que fazem referncia a
histrico/relatodeviagem. biografado ou dos
lugar e tempo (advrbios, locues
acontecimentoshistricos adverbiais,oraesadverbiais)
Discurso direto e indireto e verbos de
dizer para introduzir sequncias
dialogaiseparafazercitaes.
Curriculumvitae Identificao: nome, endereo, Paralelismosintticonousodeverbose
telefones,fax,email desubstantivos
Formao,escolaridade
Numerais na orientao da subdiviso
Experincia dostpico.
Emprego de recursos grficos
para a organizao do
documento
Relatrio: de estudos do Sequncia e articulao de fatos Numerais na orientao da subdiviso
meio einformaes dotemaounaenumeraode
84
QUADROIII
TIPOTEXTUAL:EXPOSITIVO/ARGUMENTATIVO(TRANSMISSO,CONSTRUOE
APRESENTAOTEXTUALDESABERES)
GNEROSTEXTUAIS Sugesto de trabalho com SugestodeTrabalhocomaspectos
aspectostextuaisdiscursivos gramaticais
Texto expositivo (em livro Esquematizaoinicial(finalidade Numeraoparasubdivisodotema.
didtico)/ texto explicativo e os objetivos), expanso do Adjetivao (adjetivo, locuo adjetiva,
texto de divulgao tematratadoeconcluses. oraesadjetivas).
cientfica) Tempos verbais no eixo do presente
para reconhecer os eventos anteriores
e posteriores a esse tempo (pretrito
perfeito/futurodopresente).
Exposiooral/seminrio/ Palavraschave
85
resenhadooucronista
Charge/cartoon Recursos grficos, articulao
entre os enunciados icnicos e
verbais
Debate regrado (oral Coernciaecoesodalinguagem
formal) / assemblia (oral oralformal
formal)
QUADROV
TIPOTEXTUAL:INJUNTIVO(INSTRUESEPRESCRIESPARAREGULAOMTUADE
COMPORTAMENTOS)
GNEROSTEXTUAIS Sugestodetrabalhocom Sugestodetrabalhocomaspectos
aspectostextuais gramaticais
discursivos
Estatutos/regulamentos Elementos constitutivos da Emprego de formas verbais no
Instrues de uso, organizao interna de: ttulos, imperativo, no infi nitivo ou no futuro
instrues de montagem captulos, sees e artigos, data, do presente em sequncias
regras de jogo e comandos assinaturaserubricas. instrucionaisnumeraisnaorientaoda
diversos textos publicitrios Recursos grficos e esquemas, subdiviso do tema ou na enumerao
receitaculinria: numerais na orientao da depropriedades.
Receitamdica/bula sequncia de aes prescritas e
Textospublicitrios vocabulriotcnico. Adjetivosparamodalizaodafala.
Listagem dos ingredientes,
unidades e medidas de
quantidade, procedimentos no
mododefazereservir.
Vocabulrio tcnico, unidades e
medidas de quantidade,
procedimentos no modo de
administrao dos cuidados
prescritos.
Recursos grficos e persuasivos
relacionados linguagem verbal
e no verbal (disposio das
informaes do texto,
diagramao, uso de fontes e
tamanhosdiferenciadosetc.).
Leituracrticado
posicionamentoideolgicodos
interlocutores
Nosquadrosacima,estoindicadasapenasalgumassugestesdetrabalhocomos
diferentesaspectostextuaisdiscursivosegramaticaisquepodemserexploradosapartir
dos gneros apresentados. Alm disso, no trabalho de Lngua Portuguesa, devem ser
abordados,deformapermanente,estudosgeraissobreimportantesaspectoslingusticos:
uso de elementos coesivos referenciais e sequenciais, pontuao, paragrafao,
86
Tomar os gneros textuais como eixo organizador das prticas de ensino implica
queoscontedosgramaticaisdevamsetornarinstrumentosdeaprimoramentodaleitura
edaescrita.Poressarazo,noapresentamosaquiumasequnciadetpicosgramaticais
a serem seguidos numa ordem predefinida. A gramtica est, aqui, contemplada no
ensinodeferramentasconceituaisparaserefletireaprimorarousodalinguagem.Assim,
seu estudo deve se dar, sempre que possvel, dentro das prticas de leitura e escrita,
conforme os objetivos relacionados ao seu emprego como ferramentas de produo e
interpretaotextual.
Buscandosecoernciaaomodeloespiraladodecurrculoetomandoseporbasea
organizao curricular que os conceitos acima pressupem, optouse por manter os
mesmosenunciadosdosobjetivosde6a9anos,explicitandoosnveisdedificuldadea
cada etapa de aprendizagem. Com isto, procurase reforar a ideia de que os objetivos
devemserpropostosaosalunosdeacordocomumnveldecomplexidadesuficientepara
lhes desafiar e fazer avanar. A gradao de dificuldade e complexidade das atividades,
queconcretizarooensinoporestesobjetivos,ocorrenaseleodostextosdegneros
doscincotipostextuaisaseremtrabalhados,napriorizaodosaspectosabordadosnas
anlisesenadefiniodeexpectativasdeproduoescritaeoral.
OBJETIVOSGERAISPARAOCICLOIII
Ler, compreender e interpretar textos dos gneros selecionados para o ciclo, a
partirdoestabelecimentoderelaesentrediversossegmentosdotextoeentreo
textoeoutrosdiretamenteimplicadosporele,articulandoinformaestextuaise
conhecimentosprvios.
Utilizarprocedimentosdeleituracomo:identificarotemadeumtexto,localizar
informaesexplcitas,inferirosentidodeumapalavra,expressoouinformao
87
OBJETIVOSESPECFICOS
6ANO
Ler, compreender e interpretar, com relativa autonomia, textos menos
complexos dos gneros selecionados para o ano, a partir do estabelecimento de
88
relaesentrediversossegmentosdotextoeentreotextoeoutrosdiretamente
implicadosporele,articulandoinformaestextuaiseconhecimentosprvios.
Utilizar corretamenteos procedimentos de leitura de identificar o tema de um
texto e localizar informaes explcitas, e, minimamente, os procedimentos de
inferirosentidodeumapalavra,expressoouinformaoimplcitaedistinguirum
fato da opinio relativa a esse fato, considerando os objetivos da leitura e as
caractersticasdostextosdemenorcomplexidadedosgnerosselecionadosparao
ano.
Escrever textos de menor complexidade dos gneros selecionados para o ano,
coerentesecoesos,considerandoascondiesdeproduotextual(interlocutor,
objetivo, situao, gnero e suporte), empregando mecanismos coesivos
adequadoserecursosrelativosparagrafao,pontuaoeoutrossinaisgrficos.
Expressarse diante de textos verbais e no verbais em vrias linguagens,
apresentando indcios de apreciaes estticas, ticas, polticas e ideolgicas,
compreendendo a construo da ironia, do humor, do lirismo, entre outros, a
partirdoselementosqueosconstituem.
Naproduodetextos,demonstrarcuidadosemempregarprocedimentosque
garantamaqualidadedotrabalho:planejar,pormeiodeanotaes,oquesevai
escrever;fazerrascunhosecompartilhloscomcolegasouprofessor;revisarseu
prpriotextoedeoutros;consolidaraversofinaldeseutexto,submetendoaa
umaapreciaocoletiva.
Participar oralmente em situaes comunicativas formais e em debates,
pertinentes para o ano, manifestando e acolhendo opinies, demonstrando
cuidadosemselecionarinformaesouargumentosemfunodosobjetivosda
discussoeemadequaralinguagemsituao.
Utilizar as convenes da escrita padro e os conhecimentos gramaticais
decorrentes das anlises lingusticas realizadas a partir do estudo dos gneros
previstosparaoano.
Reconheceroprocessodevariaolingusticadecorrentedefatoresgeogrficos
esociais,bemcomodograudeformalidadedasituaodeusodalinguagem.
89
7ANO
Ler, compreender e interpretar, com autonomia, textos menos complexos dos
gneros selecionados para o ano, a partir do estabelecimento de relaes entre
diversossegmentosdotextoeentreotextoeoutrosdiretamenteimplicadospor
ele,articulandoinformaestextuaiseconhecimentosprvios.
Utilizar corretamente os procedimentos de leitura: identificar o tema de um
texto,localizarinformaesexplcitas,inferirosentidodeumapalavra,expresso
ou informao implcita, distinguir um fato da opinio relativa a esse fato,
considerando os objetivos da leitura e as caractersticas dos textos de menor
complexidadedosgnerosselecionadosparaoano.
Escrever, com eficincia, textos de menor complexidade dos gneros
selecionados para o ano coerentes e coesos, considerando as condies de
produotextual(interlocutor,objetivo,situao,gneroesuporte),empregando
mecanismoscoesivosadequadoserecursosrelativosparagrafao,pontuaoe
outrossinaisgrficos.
Expressarse diante de textos verbais e no verbais em vrias linguagens,
formulandoapreciaesestticas,ticas,polticaseideolgicas,compreendendoa
construo da ironia, do humor, do lirismo, entre outros, a partir dos elementos
queosconstituem.
Naproduodetextos,empregarcorretamenteprocedimentosquegarantam
a qualidade do trabalho: planejar,por meio de anotaes, o que se vai escrever;
fazer rascunhos e compartilhlos com colegas ou professor; revisar seu prprio
texto e de outros; consolidar a verso final de seu texto, submetendo a uma
apreciaocoletiva.
Participar oralmente de situaes comunicativas formais e de debates,
pertinentes para o ano, manifestando e acolhendo opinies, selecionando
informaesouargumentosemfunodosobjetivosdadiscussoeadequandoa
linguagemsituao.
Utilizar corretamente as convenes da escrita padro e os conhecimentos
gramaticaisdecorrentesdasanliseslingusticasrealizadasapartirdoestudodos
gnerosprevistosatesteano.
90
Reconhecer e compreender o processo de variao lingustica decorrente de
fatoresgeogrficosesociais,bemcomodograudeformalidadedasituaodeuso
dalinguagem.
OBJETIVOSGERAISPARAOCICLOIV
91
OBJETIVOSESPECFICOS
8ANO
Ler,compreendereinterpretar,comrelativaautonomia,textosmaiscomplexos
dos gneros selecionados para o ano, a partir do estabelecimento de relaes
entrediversossegmentosdotextoeentreotextoeoutrosdiretamenteimplicados
porele,articulandoinformaestextuaiseconhecimentosprvios.
Utilizarcorretamenteprocedimentosdeleituracomo:identificarotemadeum
texto,localizarinformaesexplcitas,inferirosentidodeumapalavra,expresso
ou informao implcita e distinguir um fato da opinio relativa a esse fato,
considerando os objetivos da leitura e as caractersticas dos textos de maior
complexidadedosgnerosselecionadosparaoano.
Escrever textos de maior complexidade dos gneros selecionados para o ano
coerentesecoesos,considerandoascondiesdeproduotextual(interlocutor,
objetivo, situao, gnero e suporte), empregando mecanismos coesivos
adequadoserecursosrelativosparagrafao,pontuaoeoutrossinaisgrficos.
Posicionarse diante de textos verbais e no verbais em vrias linguagens,
formulandoapreciaesestticas,ticas,polticaseideolgicas,compreendendoa
construo da ironia, do humor, do lirismo, entre outros, a partir dos elementos
queosconstituem.
Naproduodetextos,empregarefetivamenteprocedimentosquegarantama
qualidade do trabalho: planejar, por meio de anotaes, o que se vai escrever;
92
9ANO
Ler,compreendereinterpretar,comautonomia,textosmaiscomplexosdos
gnerosselecionadosparaoano,apartirdoestabelecimentoderelaesentre
diversossegmentosdotextoeentreotextoeoutrosdiretamenteimplicadospor
ele,articulandoinformaestextuaiseconhecimentosprvios.
Utilizar,deformasignificativa,osprocedimentosdeleitura:identificarotema
de um texto, localizar informaes explcitas, inferir o sentido de uma palavra,
expressoouinformaoimplcita,distinguirumfatodaopiniorelativa
aessefato,considerandoosobjetivosdaleituraeascaractersticasdostextosde
maiorcomplexidadedosgnerosselecionadosparaoano.
Escrever,comeficincia,textosdemaiorcomplexidadedosgnerosselecionados
para o ano coerentes e coesos , considerando as condies de produo textual
(interlocutor, objetivo, situao, gnero e suporte), empregando mecanismos
coesivosadequadoserecursosrelativosparagrafao,pontuao
eoutrossinaisgrficos.
93
Utilizarsedoprocessodevariaolingusticadecorrentedefatoresgeogrficose
sociais, bem como do grau de formalidade da situao de uso da linguagem,
compreendendo que este processo participa da construo do sentido e
expressividadedostextosemqueocorre.
LNGUAESTRANGEIRAINGLS
INTRODUO
OensinodaLnguaInglesa,assimcomoosoutroscomponentescurriculares,de
extrema importncia para a formao do educando. Alm de possibilitar ao aluno uma
maior ascenso no mundo do trabalho, visto que o ingls utilizado em todos os
continentes nas relaes comerciais, polticas e econmicas, o ensino de uma lngua
estrangeira no s lhe oferece uma capacidade discursiva na mesma, como aumenta o
conhecimento da lngua materna devido s analogias e reflexes em torno do sistema
lingusticodeambas.
94
Noprocessodeensinoaprendizagem,pressupemsemuitasreflexeseposies
do educador em torno das concepes de ensino, das metodologias, das estratgias de
aprendizagem, dos contedos, da avaliao. No entanto, o educando s ter um bom
desempenho na produo de conhecimento se os objetivos de aprendizagem forem
significativosparaeleeclarosparaoprofessor.
Os objetivos esto, inicialmente, distribudos nos Ciclos III e IV. O Ciclo III
compreendeo6eo7anoeoCicloIV,o8e9ano.Emseguida,maisdetalhadamente,
osobjetivossodescritosporano.
OscontedosestoatreladosaosobjetivosepodemserepetirnosCiclosIIIeIV,
mas com nveis de complexidade diferenciados. A dinmica a ser realizada para o
cumprimentodosobjetivosaretomadaeprogressodoscontedosaprendidosanoa
ano.
Em suma, com esses objetivos pretendese contribuir para que o educando seja
um produtor de conhecimento, que ele adquira uma compreenso da realidade local e
global.
OBJETIVOSGERAISPARAOCICLOIII
95
Produziroralmenteenunciadosenvolvendosituaessimplificadasde
comunicao
Utilizarsedasestruturasgramaticaisbsicasnecessriasparaproduziras
situaesdecomunicaooraleescritaprevistasparaociclo.
Conhecerosistemafonticodalnguainglesa,demodoaestabeleceranalogias
entreesteeodalnguamaterna.
OBJETIVOSESPECFICOS:
6ANO
Perceberapresenaeimportnciadalnguainglesa,identificandopalavrasque
permeiamnossocotidianoemveculosdecomunicao,embalagense
vestimentas,assimcomoconheceralgunsaspectosculturais(situaogeogrfica,
alimentao)dospasesfalantesdesseidioma,visandopercepodeummundo
pluricultural.
Refletirsobreostemastransversais(cidadania,pluralidadecultural).
Ler,compreendereinterpretartextosdegnerosmaissimples(fichasde
apresentao,pequenosdilogos,bilhetes,cartasedescriespessoais).
Escreverereescrevertextosdegnerosmaissimples(fichasde apresentao,
pequenosdilogos,bilhetes,cartasedescriespessoais).
Produziroralmenteenunciadosenvolvendosituaessimplificadasde
comunicao(saudaes,apresentaes,descriespessoais).
Utilizarsedasestruturasgramaticaisbsicas,relacionadasaosgnerosprevistos
paraoano,necessriasparaproduzirassituaesdecomunicaooraleescrita.
Conhecersonseentonaesbsicos,demodoaestabeleceranalogiasentreo
sistemafonticodalnguainglesaeodalnguamaterna.
7ANO
Conheceraspectosculturais(esporte,protocolossociais,hbitos)dospases
falantesdalnguainglesa,visandopercepodeummundopluricultural.
Refletirsobreostemastransversais(cidadania,pluralidadecultural,vida
saudvel).
96
Ler,compreendereinterpretartextosdegnerosmaissimples(pequenas
biografias,descriesdepessoas,lugares).
Escreverereescrevertextosdegnerosmaissimples(pequenasbiografias,
descriesdepessoas,lugares,comidas,vestimentas).
Produziroralmenteenunciadosenvolvendosituaessimplificadasde
comunicao(descriesdepessoas,comidas,vestimentaseexpressesde
preferncias).
Utilizarsedeestruturasgramaticaisbsicasrelacionadasaosgnerosprevistos
paraoano,necessriasparaproduzirassituaesdecomunicaooraleescrita.
Conhecerossonseentonaesdalnguainglesa,demodoaestabelecer
analogiascomalnguamaterna.
OBJETIVOSGERAISPARAOCICLOIV
Conhecer,demaneiramaisprofunda,aspectosculturaisdospasesfalantesda
lnguainglesa,comdestaqueparaaanlisecrticadasrelaesestabelecidasentre
osseusrespectivoscontextospoltico,econmicoesocialemrelaoaobrasileiro.
Analisarerefletircriticamenteostemastransversais.
Ler,compreendereinterpretartextosdegnerosumpoucomaiscomplexos.
Escreverereescrevertextosdegnerosumpoucomaiscomplexos.
Produziroralmente,commaiorautonomia,enunciadosenvolvendosituaes
cotidianas.
Utilizarse,comautonomia,dasestruturasgramaticaisbsicasnecessriaspara
produzirassituaesdecomunicaooraleescrita.
Pronunciarefazerusodasentonaescomeficincia.
OBJETIVOSESPECFICOS:
8ANO
Conhecer,demaneiramaisprofunda,aspectosculturaisdospasesfalantes
dalnguainglesa,comdestaqueparaaanlisecrticadasrelaesestabeleci
dasentreosseusrespectivoscontextospoltico,econmico,socialemrelao
97
aobrasileiro.
Analisarerefletircriticamentesobreostemastransversais(cidadania,
pluralidadecultural,meioambiente).
Ler,compreendereinterpretartextosdegnerosmaiscomplexosqueenvolvam
ostipostextuaisnarrativosedescritivos(relatos,biografias,entrevistas,notcias).
Escreverereescrevertextosdegnerosmaiscomplexosqueenvolvamostipos
textuaisnarrativosedescritivos(relatos,biografias,entrevistas,notcias).
Produziroralmente,commaiorautonomia,enunciadosenvolvendosituaes
cotidianas(expressodesentimentos).
Utilizarse,comcertaautonomia,deestruturasgramaticaisbsicasrelacionadas
aosgneros,necessriasparaproduzirassituaesdecomunicaooraleescrita.
Pronunciarefazerusodasentonaescomrelativaeficincia.
9ANO
Conhecer,demaneiramaisprofunda,aspectosculturaisdospasesfalantesda
lnguainglesa(sistemapoltico,organizaosocial),comdestaqueparaanlise
crticadasrelaesestabelecidasentreosseusrespectivoscontextospoltico,
econmico,socialemrelaoaobrasileiro.
Analisarerefletircriticamentesobreostemastransversais(cidadania,
pluralidadecultural,comdestaqueculturaafrodescendente,meioambientee
sexualidade).
Ler,compreendereinterpretartextosdegnerosmaissimplesqueenvolvam
tipostextuaisdissertativoseargumentativos(cartasfamiliares,cartasde
apresentao,emails).
Escreverereescrevertextosdegnerosmaissimplesqueenvolvamtipos
textuaisdissertativoseargumentativos(cartasfamiliares,cartasdeapresentao,
emails).
Produziroralmente,comautonomia,enunciadosenvolvendosituaes
cotidianas(expressesdepossibilidades,projeesparaofuturo).
Utilizarse,comautonomia,dasestruturasgramaticaisbsicasrelacionadasaos
gnerosnecessriasparaproduzirassituaesdecomunicaooraleescrita.
98
Pronunciarefazerusodasentonaescomeficincia.
ARTE
INTRODUO
99
Aarteensinaquepossveltransformarcontinuamenteaexistncia,queprecisomudar
referncias a cada momento, ser flexvel. Isso quer dizer que criar e conhecer so
indissociveiseaflexibilidadecondiofundamentalparaaprender.
Aquestodaexistnciadasvriaslinguagens,necessidadedeformao/escolarizaoem
relaosmesmas,eainserodasArtes,nopreocupaounicamentedaeducao,
nopassandodespercebidaaoMinistriodaCultura:
Ocampodaslinguagensdesenvolvesecombasenaexperinciatcnica,pesquisa
e acesso aos meios de produo e difuso. O fato de alguns artistas populares
terem conseguido desenvolver suas habilidades sem qualquer apoio no deve
encorajaracrenanaespontaneidadeouelogioprecariedade.[...]Ocampodas
artesvisuaisnoexpressaefetivamenteumavalorizaoequitativadasexpresses
simblicasdasdiferentesregiesegrupospopulacionaisbrasileiros,tantonoque
diz respeito ao circuito expositivo quanto s cadeias econmicas relacionadas a
essa linguagem. O desconhecimento pblico e a carncia de espaos de reflexo
sobre a histria da arte brasileira restringem a circuitos de elite a avaliao e a
circulao da produo, legitimada por poucos representantes do pensamento
crtico e esttico. necessrio desenvolver atividades que levem formao de
pblico e ao reconhecimento da multiplicidade dos artistas visuais. Entre as
principaisestratgiasparaasuperaodessaproblemticaestoofortalecimento
doensinoedapesquisasobreasartesvisuais,aampliaodesuavisibilidadena
mdia, o apoio financeiro produo, difuso e desconcentrao das cadeias
produtivaseofortalecimentodagestopblicadosespaosdefruiodaesttica
visual. Fonte da Citao: BRASIL. Ministrio da Cultura.
http://www.cultura.gov.br/site/pnc/diagnosticosedesafios/linguagensartisticas/
AssimcomooMinistriodaCulturaapontaanecessidadedeformaoefinanciamento
emrelaosartesvisuais,aEducaodeveigualmentevalorizaraformaoemoutras
linguagenscomoamusicaleateatral/cnica,noignorandoasmanifestaespopulares.
Seexistearticulaoeligaoorgnicaentrearteecultura,htambmumaorganicidade
muito grande entre as artes e todas as demais reas do conhecimento. Logo, em nosso
planejamento,oscontedosestoarticuladosemrelaosvriaslinguagens,etambm
mantm organicidade com as Cincias Humanas ou Sociais, Histria e Geografia,
especialmentenoquesereferesDiretrizesCurricularesNacionaisparaaEducaodas
RelaestnicoRaciaiseparaoEnsinodeHistriaeCulturaAfrobrasileiraeAfricana,que
sedepreendemdasregulamentaesdaLDBEN,asLeisns10.639/03e11.645/08.
Oensinodearteserorganizadodemodoqueoalunopossadesenvolversua
competncia e habilidade esttica (apreciar), artstica/criativa (fazer) e crtica
(contextualizaraproduoartstica),nasdiferenteslinguagens(plstica,musicaleteatral)
paraquepossa,progressivamente,apreciar,desfrutar,valorizarejulgarosbensartsticos
dedistintospovoseculturas.
100
OBJETIVOSGERAISPARAOCICLOIII
OBJETIVOSESPECFICOS:
6ANO
LINGUAGEMPLSTICA:
Sercapazdedesenvolverformasartsticas,partindodaleituradetextoescrito,
deimagensedemsicas.
Conhecer a cultura brasileira, indgena e afrobrasileira (Leis ns 10.639/03 e
11.645/08).
Conhecer, analisar e utilizar elementos da linguagem visual em imagens
produzidasindividualmenteeemgrupo.
101
LINGUAGEMTEATRAL:
LINGUAGEMMUSICAL:
Conhecervriasmodalidadeseritmosmusicais,possibilitandoaidentificaode
elementosdalinguagemmusical,conhecendoediferenciandopopulareeruditoe
adquirindooconceitoderitmo,harmoniaemelodia,pelaapreciaodemsicase
canes.
Escutarepesquisarsonseosilncio em diferentesespaosenascomposies
musicais.
7ANO
LINGUAGEMPLSTICA:
Conhecerosdiferentesgnerosnapintura.
Utilizarse da pesquisa para aprofundarse no conhecimento dos diferentes
gnerosnapintura,osartistasesuasprodues.
Conhecer, analisar e utilizarse da linguagem visual em imagens produzidas
individualmentee/ouemgrupo.
Experimentar, investigar, utilizar suportes (tela, papel, papelo, pano, lona,
argila,paredeecorpo),tcnicasemateriaisdiversos,convencionaisouno,para
realizartrabalhosindividuaise/ouemgrupo.
LINGUAGEMTEATRAL:
LINGUAGEMMUSICAL:
102
Ouvir e apreciar msica de diferentes gneros, explicitando suas impresses,
percepeseconhecimentosobreinstrumentos,compositoreintrprete.
Contextualizar os temas em estudo com informaes da Histria da Msica e
contribuiesdasmatrizesculturaisbrasileirasparaformataodanossamsica.
OBJETIVOSGERAISPARAOCICLOIV
SercapazdedesenvolvertemasdeHistriadaArte,aprofundandoapesquisana
relao da arte com o mundo, com nfase no conhecimento da Arte Brasileira,
IndgenaeAfrobrasileira(deacordocomasLeisns10.639/03e11.645/08).
Diversificar e aprofundar o estudo sobre artistas plsticos e compositores
brasileiros,desenvolvendoohbitodaleituraedapesquisa.
ProduzirtextoscrticosemrelaoArteContempornea.
Utilizarse de produes e patrimnios artsticos e culturais como exemplo/
referncia em todas as atividades desenvolvidas propiciando a apropriao e o
desenvolvimento da arte como forma possvel e acessvel da expresso humana
emsuasdiferenteslinguagens.
OBJETIVOSESPECFICOS:
8ANO
LINGUAGEMPLSTICA:
Conhecer,analisareproduzirimagensapartirdasimplificaoegeometrizao
dasformas(estilizao).
Conhecer, analisar e utilizar elementos da linguagem visual em imagens
produzidasindividualmentee/ougrupo.
103
LINGUAGEMTEATRAL:
LINGUAGEMMUSICAL:
9ANO
LINGUAGEMPLSTICA:
Relacionarligaesentreaslinguagensplstica,oraleescrita,introduzindotexto
e contexto literrio para contextualizar a crtica e a anlise de arte, partindo de
suasprpriasanlisesobjetivasesubjetivas.
Conhecer as produes e as manifestaes de artes visuais pertencentes
culturajuvenileacontemporaneidade.
Compreenderconceitoseelaboraracrticaemrelaosociedadedeconsumo
eaosveculosdepublicidadeepropaganda.
LINGUAGEMTEATRAL:
104
Pesquisar e conhecer os diferentes gneros teatrais (stira, comdia, drama e
tragdia) explorandoos numa criao coletiva e tendo contato com os textos
teatrais.
LINGUAGEMMUSICAL:
READECINCIASNATURAIS
MATEMTICA
INTRODUO
EstetextofoiconstrudopelaequipedeelaboraodoCurrculodaSME,tendoem
vista as contribuies vindas das escolas e dos professores que participaram do I
SeminrioCurricularocorridoemAgostoedoIISeminrioemNovembrode2010,alm
deapontamentossobreoensinoeaaprendizagemdamatemtica,presentesemdiversos
documentos oficiais e em livros sobre o tema. O intuito criar aportes que deem
subsdiosparaaconstruodeumapropostacurriculardestadisciplina,quecontempleas
particularidades dos estudantes da Rede Municipal de Campinas e que possibilite os
mesmosavanaremseusestudos,permitindoqueseapropriemdeoutrasformasdelidar
comosnmeros.
QuandonospreocupamosemdefiniroobjetivogeraldoensinodeMatemticano
ensino fundamental, estamos, ao mesmo tempo, tentando estabelecer quais
competnciasmatemticasdevemapresentarnossoalunoaofinaldessenveldeensino,
e como elas podem ajudlo a exercer sua cidadania. Isso significa, entre outras coisas,
aplicarosconhecimentosmatemticosemseucotidiano,parainterferirneleemodificlo
comcompetncia.
105
Aomesmotempo,temosdeestabelecerqualtipodeensinoedeaprendizagem
desejamos desenvolver e, sobretudo, qual a nossa opo por contedos que iro
contribuirparaodesenvolvimentodehabilidadesessenciaisdurantea aprendizagemda
Matemtica.
Apontamosaimportnciadaabordagemdaorigemdoscontedosmatemticos,a
fimdepropiciaraosestudantesreflexesacercadaconstruodeconceitosaolongoda
existncia humana e fazer com que possam compreender que a Matemtica tambm
umacinciaconstrudaeemconstruopelohomem.
Tendoemvistaprticasculturaisesociaisdosujeito,apontamosqueotrabalho
em sala de aula deve contemplar as mltiplas vivncias e, para tanto, as aulas de
matemtica devem ser constitudas por dinmicas de trabalho que envolvam
instrumentosdemedidas,jornais,revistas,panfletos,receitas,bulasderemdios,tabelas
de valores nutricionais dos alimentos, contas de consumo de gua e luz, notas fiscais,
entre outros, visto que so materiais de grande circulao e acessveis a todo tipo de
pblico.
Apontamos,tambm,queosrecursostecnolgicos,taiscomocalculadoras,jogos,
computadores, possibilitam aos indivduos enfrentarem os problemas reais com seus
nmerosverdadeiros,talcomoaparecemnavidacotidianaenasatividadesprofissionais.
Todosnsvivemosemummundopermeadopordiferentestecnologias,comoo
usodoscelularesedocomputadordomstico,atendimentoseletrnicosembancoseat
mesmoeminstituiespblicasqueprestamserviosaograndepblico(porexemplo,o
PoupaTempo),entreoutras.
Sendoassim,apontamosqueotrabalhocomacalculadora,sendoestamaisum
106
recursotecnolgico,devepermearasaulasdeMatemtica,poiselacontribuiparaqueo
aluno utilize a notao correta nas operaes, para que possam explorar maneiras
diferentesdesefazerumclculo,almdeestimularahabilidadedesefazerestimativase
conferirresultados.
OBJETIVOSGERAISPARAOCICLOIII
107
OBJETIVOSESPECFICOS:
6ANO
Explorarosnmerosemsituaesdecontagem,depossibilidades,deordenao
e de clculos (adio, subtrao, multiplicao, diviso, potenciao e raiz
quadrada), compreendendo as regras do nosso sistema de numerao decimal,
utilizandosedediferentesmateriaiseinstrumentos.
Resolversituaesproblemaquepermitamtransferirparaasaladeaulaassuas
vivncias.
7ANO
108
Calcularporcentagensdediversasmaneiras,inclusivecomousodacalculadorae
doclculomental,resolvendoproblemasquetrazemaideiaderazo,proporoe
porcentagemeidentificarousodefraespercentuaisparaclculosemsituaes
decomrcioedemedidas.
OBJETIVOSGERAISPARAOCICLOIV
Aprofundareampliarosconhecimentossobreosnmerosreais,identificandoos
nmerosracionaiseirracionais,almderesolverproblemasnosquaiselesestaro
presentes.
Resolver problemas envolvendo as quatro operaes fundamentais, a
potenciaoearadiciao.
Realizar operaes simples com monmios e polinmios. Relacionar as
linguagens algbricas e geomtricas, sabendo traduzir uma delas na outra,
particularmentenocasodosprodutosnotveis.
Saberatribuirumsignificadofatoraoalgbricaecomoutilizlanaresoluo
deequaeseemoutroscontextos.
109
Identificar e resolver equaes de 1 e 2 graus, inequaes e sistemas de
equaes.Resolverproblemasenvolvendoestestiposdeequaes.
Reconhecer e aprofundar o conhecimento pelos diferentes tipos de polgonos,
comdestaqueparaospolgonosregulares.Reconhecerasemelhanaentrefiguras
planas. Compreender e aplicar as relaes mtricas dos tringulos retngulos,
particularmenteoTeoremadePitgoras.
Reconhecer as diferenas entre figuras bidimensionais e tridimensionais e
resolverproblemasqueenvolvamoclculodereasevolumesdasmesmas.
Conhecerumafunode1graueconstruirumgrficopararepresentla.
Resolver problemas que envolvam diferentes grandezas, utilizandose de
diferentes estratgias para tanto, inclusive dos processos envolvendo a regra de
trs.
Compreender diferentes termos usados na Estatstica (frequncia, moda,
mediana e mdia aritmtica) e utilizlos. Conhecer noes bsicas de
probabilidade.
OBJETIVOSESPECFICOS:8ANO
Utilizaradecomposiodeumnmeroemfatoresprimoseoclculodemximo
divisorcomumnaresoluodeproblemas.
Realizaroperaescomnmerosracionais(naformadenmeroscomvrgulase
fraes).
Resolver problemas que envolvam o clculo de proporo, descontos e
acrscimos,incluindoousodaregradetrs.
Conhecer, identificar e resolver expresses algbricas. Realizar operaes
simples com monmios e polinmios. Relacionar as linguagens algbricas e
geomtricas, sabendo traduzir uma delas na outra, particularmente no caso dos
produtos notveis. Saber atribuir um significado fatorao algbrica e como
utilizlanaresoluodeequaeseemoutroscontextos.
Reconhecer, identificar, diferenciar e resolver equaes, inequaes e sistemas
de 1 grau, utilizandose deles na resoluo de problema nas situaes que
aparecemnocotidiano.
110
9ANO
111
INTRODUO
Paratanto,precisamosinicilos,ouaprofundaroconhecimento,dalinguagem
cientficanosextoano,umavezqueelesvivenciamoutrasinterpretaesparaosvrios
fenmenos,acomeardaorigemdetudo:Universo,Terraeasformasdevida.
Paraumaboacompreensodoquesejaestalinguagem,comearemosatrabalhar
a metodologia cientfica que possibilita ao aluno ler vrias fontes de informao (livros,
revistas, sites de busca, sites especializados) sobre um determinado tema, levantar
questionamentos sobre o que leu e, a partir da, desenvolver todo um trabalho de
pesquisa: quais hipteses elabora para os seus questionamentos, quais dados buscar
paraverificartaishipteses,qualtratamentodaraestesdados,qualconclusochegare
como redigir toda apesquisafeita. umexercciocontnuo,estabelecidoaolongodos
quatro anos, o qual promover a ele conhecer o procedimento cientfico de um
pesquisador.
Nesteano,ainteraodosseresvivosetodososelementosourecursosnaturais
queaeles seinterligamseroestudados:agua, osolo,oarecomo elescompem os
diversos ambientes da Terra, de forma preservada ou no. Ao aluno ser possvel
entender como os seres vivos se adaptaram ao longo do tempo aos mais diversos
ambientes do aquoso ao mais rido realizando as mesmas funes bsicas como a
respirao,aalimentao,ometabolismoeareproduo.
112
Tambmaquiserestudadaaclassificaoqueohomemestabeleceuparamelhor
conheclos e estudlos. Ao se falar da presena humana na Terra, precisamos atentar
para o seu papel nas relaes estabelecidas com o ambiente o que observa, o que
aprende,oquedominaeoquetransforma.Apartirda,oqueprecisamospreservarouo
que precisamos mudar nos nossos hbitos para que a humanidade continue usufruindo
dosrecursosqueoplanetaoferecepormuitasgeraes.oconceitodesustentabilidade
que ser estudado para possibilitar aes individuais ou coletivas que promovam uma
novaformadeentender,respeitareatuarnoambiente.
Nononoano,osestudosapontaroparaabiologia,aqumicaeafsicadeforma
articulada e como estes conhecimentos esto presentes nos fenmenos, sejam eles
naturais ou no. Os recursos gua, solo e ar sero retomados nos seus aspectos
fisicoqumicosapontandoseparaastransformaesaqueelesestosujeitosaosealterar
o conjunto de condies fsicas e qumicas do ambiente de forma natural ou provocada
pela ao humana. Como consequncia do aproveitamento das propriedades destes
recursos, trabalharemos as diversas fontes de energia, hoje reconhecida como uma das
preocupaesqueatingematodahumanidade,equaissooscustosebenessesqueelas
proporcionamatualmenteaoambienteouproporcionarosgeraesfuturas.Namesma
linha, podero ser estudadas as caractersticas fisicoqumicas presentes no universo, no
sistema solar e na Terra, de forma a fazer um paralelo com as que existem no nosso
planetapossibilitandoaexistnciadetantasformasdevida.
Aofinalizarociclo,retomaremososprincpiosdaFsicanasdiversastecnologiase
engenharias existentes como, por exemplo, na tecnologia de alimentos que apresenta
113
Entendemos que o aluno ter uma viso ampliada das trs reas que compem
estecomponentecurriculardemaneiraaarticulartaisconhecimentoscomaqualidadede
vidaquedispeassimcomoaalmejada.
OBJETIVOSGERAISPARAOCICLOIII
Relacionarasexperinciasevivnciastrazidasdocotidianoouvidaescolardos
alunoscomacinciahistoricamenteproduzida.
Familiarizarsecomosprocedimentoscientficosdelevantamentodehipteses,
coleta e anlise de dados, produo e divulgao de registros, constituintes do
processodapesquisa.
Reconhecer os recursos naturais e os seres vivos interligados e pertencentes a
umconjuntodinmico.
Entender as funes vitais dos organismos e suas interaes entre eles e o
ambiente.
Relacionaravidasaudvelcomhbitosalimentaresassociadosprticaregular
deexercciosfsicos.
Compreenderohomemcomoespcieanimalqueintegraanaturezaecomoseu
principalagentetransformador,apartirdosavanoscientficosetecnolgicos.
OBJETIVOSESPECFICOS
6OANO
114
7.ANO
Compreenderasmudanasnosseresvivosenosecossistemasapartirdasetapas
dalinhadaevoluo.
Compreender o funcionamento e estrutura das clulas como a unidade bsica
dosseresvivosesuarelaocomafisiologiaeamorfologia.
OBJETIVOSGERAISPARAOCICLOIV
115
OBJETIVOSESPECFICOS:
8.ANO
Aprofundaroconhecimentodossistemasquecompemoorganismohumanoe
suasrelaes.
Conhecerasdiversasreaesbioqumicasqueocorremnoorganismohumano.
ConheceraaplicaodaGenticanocotidianocomdestaqueparaosalimentos
geneticamentemodificados.
Conhecer a histria da Qumica e a aplicao desses conhecimentos na
fabricaodeprodutosdelargautilizaocotidiana.
Relacionar a biotecnologia com as transformaes eticossocioambientais
decorrentesdela.
9ANO
ConhecerosconceitoseafundamentaodaQumicaedaFsicarelacionadaaos
fenmenosestudados.
Entenderaestruturadostomosesuaimportncianaformaodemolculase
substncias.
Aprofundarosconhecimentosdaspropriedadesdagua,doaredosoloemseus
aspectosfisicoqumicos.
Estudarasdiversasformasefontesdeenergia.
Comparar o ritmo das transformaes ambientais naturais com as
transformaesprovocadaspelaaohumana.
Analisar criticamente a rapidez e os reflexos das interferncias humanas no
ambiente.
EstabelecerasrelaesfisicoqumicasentreoplanetaTerraeoUniverso.
ConhecerosprincpiosbsicosdaFsicanasdiferentesengenhariasetecnologias,
suasaplicaeseimplicaesnocotidiano.
116
EDUCAOFSICA
INTRODUO
AEducaoFsicaumareadeconhecimentoedeintervenoprofissionalque
temcomoobjetodeestudoedeaplicaoomovimentohumano,comfoconasdiferentes
formasemodalidadesdoexercciofsico,daginstica,dojogo,doesporte,dadana,da
luta, nas perspectivas da preveno de problemas de agravo a sade e da formao
cultural, da educao e reeducao motora (DARIDO; RANGEL, 2005; DARIDO; SOUZA
JUNIOR,2007).
OBJETIVOSGERAISPARAOCICLOIII
Aprofundareampliarosconhecimentoseasprticasrelativasaosdiversosjogos,
esportes,danas,ginsticaseatividadesfsicas.
Conhecer os fundamentos, e aplicar as tcnicas e tticas (estratgias criativas
coletivas)dasprticasdeatividadesfsicas.
117
Ter noes de regras e suas implicaes sociais nas prticas esportivas e no
cotidiano.
Ter conhecimentos sobre crescimento (tamanho e dimenso corporal) e
desenvolvimentomotor(habilidadesecapacidades).
DistinguirasprticasdaEducaoFsicaemdiferentesculturaseprticassociais.
OBJETIVOSESPECFICOS:
6ANO
7ANO
Ampliarconhecimentosobremovimentostcnicosetticas(estratgiascriativas
coletivas)emprticasdeatividadesfsicaseesportivas.
Ampliar conhecimento sobre crescimento fsico para o entendimento da
dimensocorporal,ecompreenderodesenvolvimentomotorhumanoatravsdas
habilidadesecapacidades.
Ampliar conhecimento sobre regras, o papel do rbitro e das entidades
organizativasemjogos,eventoseatividadesfsicas.
118
OBJETIVOSGERAISPARAOCICLOIV
OBJETIVOSESPECFICOS:
8ANO
119
Sercapazdeconvivercomasdiferenasnocoletivoestabelecendorelaesque
transformemasregrasdojogo.
Relacionarqualidadedevidaeatividadefsica.
Compreenderqueoconhecimentocorporaleaatividadefsicadooportunidade
dediverso,desafioeinteraosocial,apresentandoumestilodevidafisicamente
ativo.
9ANO
120
READECINCIASHUMANAS
HISTRIA
INTRODUO
Aoanalisarmosarealidadecontempornea,marcadadeumladopelasmudanas
nas relaes socioespaciais e econmicas (globalizao), e de outro, pela ampliao das
desigualdadesentreclasses,povosenaes,tornasenecessrioadefiniodeumcorpo
tericometodolgicoparaocomponentecurriculardeHistria,adequadocompreenso
dosnovostempos.
Naesteiradopropostopelalegislaovigente,cabenosreforaranecessidadedoresgate
da Histria Local e Regional, da Histria da frica e Cultura Africana, Afrobrasileira e
Indgena (LDB, Lei n 9394/96, suas alteraes na forma da Lei n 10.639/03 e Lei n
11.645/08,PCNs),bemcomoavalorizaodamemria,queomotecentraldacultura
popular,atravsdaoralidade.
AHistriaIntegrada,numaperspectivacrtica,possibilitatecerligaesnoapenasentre
os componentes de uma rea de conhecimento, mas tambm entre vrias reas. H a
possibilidadedeenxergaroBrasilcomoproduodedeterminadaordemsocial,polticae
econmica, a qual, como sabemos, historicamente datada, no apenas numa
121
perspectivaeurocntrica(ouseja,exclusivamentedopontodevistadaHistriaEuropeia)
mastambmlevandoemcontaahistriaindgenaeafricana.
OBJETIVOSGERAISPARAOCICLOIII
Formarseenquantoalunoleitor(domniodasdiferentesleiturastaiscomo
textos,mapas,imagens,fonteshistricas)eescritor,crticoereflexivo,sabendo
valorizartambmaoralidade.
ContextualizarevalorizaroestudodaHistrialocaleregional,comoponto
departidaparaoestudodediferentescontextoshistricos.
Aprofundarsenosconhecimentoseprticashistricasvivenciadasnosciclos
IeII,estabelecidosemprocessocoletivopelaequipeescolar.
Sercapazdeelaborarconceitosrelativosaoprocessohistricoesestruturas
sociais,polticaseeconmicasqueinfluamnaorganizaosocialdoespao.
Estabelecer relaes entre os processos naturais e aes sociais em diferentes
tempos/espaos.
Contextualizarasuarealidadeemrelaorealidadelocal,regional,brasileirae
mundialnaatualidade,refletindoemrelaoaosaspectossocioculturais,osquais
soconstrudoshistoricamente.
Compreenderaspectosrelativosqualidadedevidadapopulaorelacionando
os prtica da cidadania na diversidade tnica e multiculturalismo (pluralidade
cultural).
Lereinterpretarcriticamentefatos,dadosesituaesapresentadasemformade
textos,grficos,tabelas,fotografias,pinturasoumapas,paraacompreensode
fenmenoshistricogeogrficosnassuasdiferentesdimenses(econmica,
poltica,cultural,etc.)
122
Fazerousodeconceitosedoconhecimentohistricogeogrficoparalere
interpretaromundonoqualvivemeatuamcomoagentestransformadores.
OBJETIVOSESPECFICOS:6ANO
Formarsealunoleitor(domniodasdiferentesleituras,taiscomotextos,mapas,
imagens,fonteshistricas)eescritor,crticoereflexivo,sabendovalorizartambm
a oralidade, no sentido do desenvolvimento da autonomia intelectual e da
iniciaopesquisa.
Compreender as diferenas na mensurao dos diversos tempos (cronolgico,
biolgico,danaturezaedasmentalidades).
Conhecerrealidades histricas singulares, dediferentesmodos de convivncia/
organizaosocial(espao/lugar/tempo).
Distinguir relaes sociais da cultura com a natureza, em diferentes realidades
histricaseespaciais,apropriandosedoconceitodeticaedecidadania.
Conhecer aspectos ligados ao modo de vida dos primeiros grupos humanos,
dandorelevoaosamerndiosecomunidadesafricanasprcoloniais(Lei10.639/03
eLei11.645/08)easuaorganizaosocioespacial;
Apropriarse de noes do multiculturalismo (valorizao das diferenas
tnicoraciais).
7ANO:
123
Espao.
ConhecerdiferentessociedadesAfricanaseAmerndiasemmomentoshistricos
diversos(Lein10.639/03e11.645/08).
Compreender e analisar criticamente o modelo de explorao colonial
implantado pelos europeus nos continentes africano, asitico e americano, e as
mudanasquetaiscontinentessofreramapartirdessefato.
Compreenderosdiferentesconceitosdecidadania,dosercidadoemdiferentes
tempos/espaos e preservao do meio ambiente e do patrimnio (material e
imaterial).
Sercapazdeposicionarse,apresentandoatitudesinterpessoaisecoletivasque
contribuam para a promoo do respeito diversidade e a superao das
desigualdades.
OBJETIVOSGERAISPARAOCICLOIV
Formarsealunoleitor(domniodasdiferentesleiturastaiscomotextos,mapas,
imagens,fonteshistricas)eescritor,crticoereflexivo,sabendovalorizartambm
aoralidade.
Contextualizar e valorizar o estudo da Histria local e regional, como ponto de
partidaparaoestudodediferentescontextoshistricos.
Reconhecer os fenmenos e processos histricos refletindo sobre as questes
sociais,polticas,econmicaseculturais.
Analisarcriticamentearelaoentreaosocialeespao,quesedemvirtude
dasestruturassociais,polticas,econmicaseculturais.
Posicionarse frente s relaes sociais do trabalho e as relaes dos homens
paracomanatureza.
Ser estimulado no sentido de propor aes cidads em relao conjuntura
global/mundial.
Utilizarsecomautonomiadosconceitosadquiridos,refletindosobreamaneira
pelaqualascondiessociais,polticas,econmicaseculturaisseconsolidamnas
superestruturasideolgicas,levandocompetio,individualismoeconsumo.
Lereinterpretarcriticamentefatos,dadosesituaesapresentadasemformade
textos, grficos, tabelas, fotografias, pinturas ou mapas, para a compreenso de
124
OBJETIVOSESPECFICOS:
8ANO
9ANO
Lereinterpretarcriticamentefatos,dadosesituaesapresentadasemformade
textos, grficos, tabelas, fotografias, pinturas ou mapas, para a compreenso de
125
GEOGRAFIA
INTRODUO
Aoanalisarmosarealidadecontempornea,marcadadeumladopelasmudanas
nas relaes socioespaciais e econmicas, e de outro, pela ampliao das desigualdades
entrepovosenaes,tornasenecessrioadefiniodeumcorpotericometodolgico
126
adequadocompreensodasnovasespacialidades.EmrelaoGeografiaacreditamos
queaconcepoqueatendaaestapremissasejaaGeografiaCrtica20
Assimcomoosdemaiscomponentescurricularesdaeducaobsica,Geografia
cabetambmrevelararelao,muitasvezesdeinsubordinaoentreoruraleourbano,
o natural e o transformado pela ao do trabalho do homem enquanto ser social e
cultural,bemcomodarcontadotrinmioformadopeloHomem,oEspaoeoTempo.
Cumprenovamentereforarque,diantedeumaperspectivacrticaehumanista,
o estudo da Geografia est centrado no Homem, transformador do meio e agente dos
processoshistricos.
Entendemosculturacomooconjuntodasmanifestaeshumanasde
comportamentoedepostura,quecontrastemcomanatureza,logo,tudooque
aprendidoepartilhadopelosindivduosdeumdeterminadogrupoequeconfereuma
identidadedentrodeste.Referimonossformasdeorganizaodeum
povo/comunidade,seuscostumesetradiestransmitidasdegeraoparageraoe
que,destaforma,apartirdeumavivnciaetradiocomum,passamaconstruira
identidadecomumdestemesmopovo.Estaculturasematerializanoespaoconstrudo
pelasociedade.
nadialticaentreopopulareoerudito,queatravsdoconflitomovimentamse
asestruturas,tantocognitivaquantosociais,daresultandooprocessodeensinoe
aprendizagem.Asrelaesdedominaestmqueserexplicitadasparapodercaminhar
nosentidodesuasuperaoemprogressivograudecomplexidade,tantoeconmico
quantosocialouideolgico.
Destamaneira,partindodanoodedialtica,cabeGeografiacompreendero
espaogeogrficoearelaodohomemcomomeio,quelevaramaosurgimentodas
formaessociais,polticaseeconmicasemvirtudedasquaisosgruposeasdiversas
culturasseorganizaram.
OBJETIVOSGERAISPARAOCICLOIII
Aprofundarsenosconhecimentosgeogrficosadquiridosnosestudoseprticas
vivenciadasnosciclosIeII.
20
A Geografia Crtica, tambm chamada geocrtica, uma corrente que prope romper com a ideia de
neutralidade cientfica, para fazer da Geografia uma cincia apta a elaborar uma crtica radical sociedade
capitalista pelo estudo do espao e das formas de apropriao da natureza. DINIZ FILHO, Luiz Lopes.
127
OBJETIVOSESPECFICOS:
6ANO
Ampliaroseuconhecimentoparaasdiferentesleituras:textos,imagens,mapas,
linguagenscartogrficas(conceitosbsicosdecartografia).
Apropriarsedoconceitodeticaecidadania.
Ser capaz de orientarse / localizarse no espao (bairro / municpio / pas /
mundo)enfocandooconceitodelugar,emdiferentesescalas.
Identificarecompreenderdiferentespaisagens(natural,hbridaeconstruda).
Conhecer conceitos ligados s primeiras comunidades humanas e sua
organizaosocioespacial.
Compreender aspectos do modo de vida dos povos primitivos, amerndios e
comunidadesafricanasprcoloniais(Leisns10.639/03e11.645/08).
Apropriarsedenoesdomulticulturalismo(valorizaodasdiferenas
tnicoraciais).
Reconheceraevoluosciohistricoespacialdossetoreseconmicos.
21
Fundamentos epistemolgicos da geografia. 1. ed. Curitiba: IBPEX, 2009 (Coleo Metodologia do
Ensino de Histria e Geografia.)
128
7ANO
Reconhecerconceitosligadoscartografia.
Conheceroprocessodeformaohistricaesocialdoterritriobrasileiroesua
localizaonoespao
IdentificaroprocessodeurbanizaoeindustrializaodaregioMetropolitana
deCampinasedoBrasil.
Utilizarse dos conceitos da demografia para conhecer a populao brasileira e
suadiversidade/multiculturalismo;
ConheceropapeldoEstado(polticaspblicasambientaisearegulamentaodo
usodoespao)easinflunciasdasclassessociaisnasociedadeurbanaindustrial
brasileiraeasquestesambientaisqueimpactamosdiferentesecossistemas;
Conhecerosconceitosderegioeidentificarasdiferentesregionalizaesdo
Brasil;
Contextualizar e ressignificar as noes de cidadania (direitos e deveres) e
preservaodomeioambienteedopatrimnio(materialeimaterial).
OBJETIVOSGERAISPARAOCICLOIV
129
OBJETIVOSESPECFICOS:
8ANO
9ANO
130
Apropriarsedosconceitosdeecologia,economiasustentvel,assuasvertentes
e as opes polticas que elas suscitam, interpretandoas e posicionandose no
mundonoqualvivem.
Utilizarsedosconceitosedoconhecimentohistricogeogrficoadquiridospara
lereinterpretaromundonoqualvivemeatuarcomoagentestransformadores.
Posicionarseemrelaosquestestnicoraciaisedegneropresentesna
sociedade.
Relacionaraeconomiaglobal,odesenvolvimentotecnolgicoeasdesigualdades
econmicosociaisnomundodesenvolvidoesuasrelaesdedominao,
posicionandosecriticamente.
131
PARTEXI
EJAEDUCAODEJOVENSEADULTOS
ANOSFINAIS
PERFILDAEJANOMUNICPIODECAMPINAS
Entreosgrandesdesafiosparaagestodepolticaspblicasdestinadasaopblico
da Educao de Jovens e Adultos (EJA) est o de quantificar, localizar e desenvolver
estratgiasqueincentivemosjovenseadultosaretomaremseusestudos.
EmboraoscursosemmodalidadesupletivaparajovenseadultosexistamnaRede
Municipal de Ensino de Campinas (RMEC) desde o incio dos anos 80, h registros de
discussesreferentesaocurrculodestamodalidadedeensinoapenasnoinciodadcada
seguinte.
Em1982,criaseo1CentroMunicipaldeEnsinoSupletivodePrimeiroGraude
Campinas.AindanestadcadaforamcriadosmaistrsCentrosdeEnsinoSupletivo.
Dentre os objetivos que aparecem nos documentos curriculares desses centros
destacamse: preparar os educandos para o trabalho e para o exerccio da cidadania;
informar e orientar esse pblico sobre as oportunidades educacionais e profissionais da
comunidade.
Osproblemasvividosnaqueleperodorevelamanecessidadedeconhecermaisos
alunosparapoderdiscutirpropostasdemudanas,sejadocurrculo,sejadotrabalhodo
professor em sala de aula, seja da concepo de suplncia. A partir dessa discusso, foi
132
constatado que a lgica que orientava o trabalho com jovens e adultos, em grande
medida,reproduzia,demodoresumidoeempobrecido,oformatodoscursosvoltadoss
crianaseadolescentesdoensinoregular.Dessaforma,nohaviaoreconhecimentodos
sujeitos,seussabereseexperinciasrelativosaomundodotrabalho.Suapassagempela
escola,asvivnciasrelacionadasasituaesdeinjustias,preconceitos,discriminaesea
luta por direitos, descortinam um perfil dos sujeitos marcado por semelhanas, mas,
sobretudo,pelaheterogeneidade,ambosdesconsideradospelaescoladestinadaajovens
eadultos.Escolaaindamarcadapelapadronizaoeinfantilizaodosalunos.
Garantiroacessoescolaeapermanncianelacomdiminuiodosndicesde
evasoerepetncia;
Melhoraraqualidadedoensino.
DestaformaaReorientaoCurriculardoEnsinoNoturnoconcebidacomo
uma redefinio de princpios sciofilosficos do ato de ensinar e aprender, de
contedos, e metodologia, ao invs de uma simples reordenao de disciplinas. As
discusses orientamse por trs grandes eixos: aspectos organizacionais, estruturais e
pedaggicosdaescola.Cabedestacarqueasconcepeseoperfildasiniciativasdenossa
Reorientao Curricular busca inspirao na experincia que ocorreu na Rede Municipal
deSoPaulonagestodeLuzaErundina(8991).
Noanode1996,aredecontacomassessoramentodeespecialistasdosdiferentes
componentes curriculares que estiveram envolvidos na gesto paulistana para o
desenvolvimentodetrabalhojuntoaosprofessoresdoscursosnoturnosdeCampinas.O
assessoramentoenvolveadiscussodeconcepodedisciplina,contedos,metodologias
eavaliaoapartirdodilogocomasprticaspedaggicasdosparticipantes.Aassessoria
envolvetambmencontrosparaaformaodosespecialistas.Nestemesmoanocriado
o supletivo modular Pierre Bonhomme que, por suas caractersticas organizacionais e
curriculares,acabasendoumarefernciadentrodaRMEC.
Entre1997e2000areorientaocurricularcontinuapautandosepor umaviso
ampladecurrculoquenodissociaadiscussosobreasespecificidadesdopblicojovem
e adulto e suas demandas, o formato dos cursos e o trabalho com o conhecimento das
diferentes disciplinas. Estas iniciativas envolvem estudos, partilha das experincias
desenvolvidas nas escolas e a definio das concepes tericometodolgicas
133
importanteregistrarqueaspectosdocurrculopraticadonocotidianodenossos
cursosdeEJAsosistematizadosemtrabalhosdeconclusodetrscursosoferecidospela
SME para professores de EJA I e II. O primeiro, de extenso, foi denominado Cultura e
SujeitosnaEducaodeJovenseAdultos,em2004.Osegundo,realizadoem2005com
esse mesmo ttulo, tem partes das produes dos cursistas publicadas no livro que
recebeuomesmonomedocursoqueooriginou,em2008.Eoterceiro,deespecializao,
emparceriacomaUNICAMP,desenvolvidonosanosde2008e2009.OsTCCsdestecurso
tm seus resumos includos na publicao Pesquisa em Educao de Jovens e Adultos:
contribuies e possibilidades, de 2009 e os trabalhos, na ntegra, encontramse
disponveisnabibliotecavirtualdaFEUNICAMP.
Em 2006, a SME, dando continuidade s polticas pblicas voltadas para a
formao continuada da EJA, institui o Grupo de Formao da Educao de Jovens e
Adultos(EJA)comotema:NovosHorizontesemEJA.
134
PropostaCurricularparaaEducaodeJovenseAdultos,oqualtrazumacaracterizao
de seu pblico e de seus processos de aprendizagem, apresenta uma concepo de
currculo e de trabalho interdisciplinar (focando as salas ambiente e trabalho por
projetos),abordaasespecificidadesdaavaliaonamodalidadeeterminaapresentando
umapropostadereorganizaodaestruturadefuncionamentodoscursosdeEJA.
Apartirdoprocessodereflexovivenciado,destacaseaimportnciadotrabalho
coletivo na organizao curricular e construo do projeto pedaggico da escola numa
perspectiva interdisciplinar, compreendendo e assumindo esta prtica como forma de
organizao administrativa e pedaggica. importante destacar que a discusso terica
da interdisciplinariedade se d a partir de um amplo e cuidadoso dilogo com as
concepeseasexperinciaspedaggicasdeintegraocurricular.
Em2009,aSMEinstituiaorganizaocurricularflexibilizadaquealterademodo
significativoaestruturadefuncionamentodoscursosdeEJAII.Estaorganizaotemcomo
destaque o agrupamento das aulas dos componentes curriculares em mdulos e
indicandoumaflexibilizaodastrajetriasdosalunos,tendoemvistaqueaavaliaodos
mesmossednombitodecadamdulo.
Dessasistematizaopreliminardesdobraseadefiniodeumquadrodesaberes
onde se estabelece o que os educandos devem adquirir ao longo de seu processo
formativo,buscandoaidentificaodeobjetivoseconhecimentosquepodemconstituir
um territrio comum a todas as disciplinas, a partir da reflexo sobre a contribuio de
cadacomponentecurricularnaformaodoalunodeEJA.
135
EntendesequearevisodaestruturacurriculardoscursosdeEducaodeJovens
eAdultosumdosgrandesdesafiosparaqueaEJAsetorne,defato,maisadequadas
necessidades de seu pblico. Incluise neste debate a discusso sobre contedos,
metodologias, objetivos da modalidade, critrios de avaliao e formato de organizao
daestruturacurriculardoscursos.Esteselementosconstituemabasedasquestesque
permeiamodesafiodamelhoriadaqualidadedeensinoparaaEJA,dosquaisdestacamos
entreoutros:
Considerar e respeitar a diversidade do pblico que retoma seu processo de
escolarizao;
Desvelarasimplicaesdeseconceberajuventudeeavidaadultacomofases
especficasdeformao;
Organizar os trabalhos educativos voltado a jovens e adultos das classes
populares,demodoqueoretornoescolanoresulteemumanovanegaodo
direitoeducao;
EstabelecerDiretrizesCurricularesparaaEJA,demodoarespeitaraautonomia
daescolaquandodadefiniodeseuprojetopolticopedaggico;
Estabelecermecanismosquegarantamaelaboraodeumquadrodescritivode
saberes e de critrios de avaliao, tendo como princpio a definio de
136
aprendizagensbsicascomunsestabelecidaspelasdiretrizescurricularesdaSMEe
aprendizagensquedigamrespeitosespecificidadesdosprojetospedaggicosde
cadaescola;
Viabilizar e aprimorar o trabalho coletivo nas escolas para a construo do
ProjetoPolticoPedaggicoarticuladocomasequipeseducativasdosNAEDs,com
asequipesgestorasdasunidadeseducacionaisecomosprofessores;
Estabelecer estratgias garantindo a valorizao da EJA no Projeto Poltico
Pedaggico das Unidades Educacionais, integrando as diferentes modalidades e
nveisdeensino.
OBJETIVOSGERAISDAEJAANOSFINAIS
Formaroalunoleitoreescritor;
Formaralunoconstrutoreprodutordeconhecimento,relacionandoosdiversos
objetosdeestudo;
Formaroalunoparaomundodotrabalhoeparaoexercciodacidadania;
Relacionar os contedos formais estudados e as diversas possibilidades de
solucionar as situaes problemas na vida cotidiana, objetivando a melhoria da
qualidadedevidadossujeitosedosgrupossociais;
Entenderosistemadeorganizaosocialedeproduomaterialhistoricamente
construda pela humanidade, objetivando participao e atuao crtica dos
indivduosnaconstruodasociedadeatual;
Compreenderesaberfazerusodasdiferentestecnologiasdasociedadeletrada,
analisandocriticamenteasinformaesdamdiaedasociedade;
Desenvolver uma postura para aprendizagens: curiosidade, interesse,
mobilizao para a busca e organizao de informaes, autonomia e
responsabilidadenarealizaodesuastarefas;
137
EIXOCENTRALDODESENVOLVIMENTOPEDAGGICO:TRABALHO
OuniversodotrabalhopermeiatodasasrelaesdeensinodaEJA.Compreender
asrelaesdeproduoetrabalhodasociedadeatualedeoutrostempos,possibilitaao
sujeito reconhecerse como agente ativo desse processo. Sendo assim, tais relaes
devemorientartodooprocessodeaprendizagemnasdiversasdisciplinasquecompemo
currculodaEJA.
EIXOSNORTEADORES
Trabalhoetecnologia
Linguagenseleitura
Ohomemcomosujeitoprodutordeconhecimento,responsvel,autnomoede
transformaosocial
Cotidianoeexperinciasvividas
Cidadaniaecultura
OBJETIVOSDECADACOMPONENTECURICULARPARAOENSINODAEJA
LNGUAPORTUGUESA
INTRODUO
AconstruodeDiretrizesCurricularesdePortugusparaEJAAnosFinais(Ensino
deJovenseAdultos)exigequeselevememconsideraovriosaspectosquepermeiam
essa modalidade, no sendo possvel prescindir de caractersticas especficas do pblico
que a frequenta, bem como da reflexo sobre o contexto histrico, poltico e social em
queocorreoensino.
Nessesentido,aproposiodaLeideDiretrizeseBasesdaEducao,promulgada
em 1996, que estabelece uma educao destinada EJA, focada no atendimento dos
interessesenecessidadesdosindivduos,deveseratualizadaemcadamunicpioparaque
sepromovaacontextualizaodasdiretrizescurricularesnacionaiseaproposiode
ummodelopedaggicoprprio,como formadegarantirumaeducao dequalidadee
emconformidadecomoatualcontextohistrico,polticoesocialdoPas.
138
Seonmerodegnerosdisposiodousuriodalnguapraticamenteinfinito,
omesmonoacontececomostipostextuais,quepodemserdefinidospelassequncias
textuais tpicas que compem os textos de cada gnero: narrativo, descritivo,
139
140
Naproduodetextos,empregarprocedimentosquegarantamaqualidadedo
trabalho:planejar,pormeiodeanotaes,oquesevaiescrever;fazerrascunhose
compartilhlos com colegas ou professor; revisar seu prprio texto e de outros;
consolidaraversofinaldeseutexto,submetendoaaumaapreciaocoletiva.
Participar oralmente de situaes comunicativas formais e de debates,
manifestandoeacolhendoopinies,selecionandoinformaesouargumentosem
funodosobjetivosdadiscussoeadequandoalinguagemsituao.
Utilizar as convenes da escrita padro e os conhecimentos gramaticais
decorrentes das anlises lingusticas como instrumentos de aprimoramento da
leituraedaescrita.
Reconheceroprocessodevariaolingusticadecorrentedefatoresgeogrficos
e sociais, bem como do grau de formalidade da situao de uso da linguagem,
compreendendo que este processo participa da construo do sentido e
expressividadedostextosemqueocorre.
LNGUAESTRANGEIRAINGLS
INTRODUO
Almdocarterutilitarista,oensinodoinglsampliaasuavisodemundo,uma
vez que o aluno ter contato com outras culturas e outras experincias veiculadas por
esseidioma.
Portanto,naEducaodeJovenseAdultos,oaprendizadodalnguainglesaum
importanteericoinstrumentonaformaodealunosleitores/escritorescrticos,cidados
participativosnomundodotrabalhoenaconstruosocial.
141
OBJETIVOSGERAISDELNGUAESTRANGEIRAINGLS
Refletir sobre a presena, a importncia e a influncia da Lngua Inglesa na
sociedade brasileira (palavras e expresses em vestimentas, produtos diversos,
msicas,estabelecimentoscomerciais,tecnologia,emespecial,ainformtica);
Refletir sobre aspectos culturais dos pases falantes da lngua inglesa,
estabelecendo analogias com a cultura brasileira (Halloween x Dia do Folclore,
ValentinesDayxDiadosNamorados,esportes,comidas,vestimentas,profisses,
mundodotrabalho);
Ler, compreender e interpretar textos de diferentes gneros textuais mais
simples (fichas de apresentao, dilogos simples, bilhetes, cartes postais, e
mails,receitas,histriasemquadrinhossimples,propagandas);
Escrever e reescrever textos de gneros textuais mais simples (fichas de
apresentao, dilogos simples, bilhetes, cartes postais, emails, receitas,
histriasemquadrinhossimples,propagandas);
Produzir oralmente pequenos enunciados referentes s situaes de interao
social(saudaes,apresentaes,pequenasdescriespessoais);
Conhecer as estruturas gramaticais bsicas necessrias para a produo dos
textosoraiseescritos,acimaprevistos;
Refletir sobre os temas transversais (cidadania, sade, sexualidade, pluralidade
cultural,meioambiente).
ARTE
INTRODUO
Enquantoproduohumana,aarteeacinciasefundemnouniversodacultura.
Pautadasnapesquisa,naleituradomundoenasensibilidadehumana,ouseja,noprprio
movimentodavida,ambasdevemserreconhecidascomoreasdoconhecimento.
Umavezcompreendidacomoreadoconhecimento,aartepassaater,naescola,
omesmocarterformativoqueacincia:estimularapesquisa,aleituraeasensibilidade
criativa.
Aarteeotrabalhosecruzamesecompletamnadinmicadoprocessoprodutivo,
quepermeiaaproduodoconhecimento.Nessesentido,omundodotrabalho,foco
142
central de currculo da EJA, passa a ser tambm o ncleo da proposta pedaggica a ser
desenvolvidapeladisciplinadeartes.
Proporcionaraoseducandosaoportunidadedevivenciar,experienciareinvestigar
a produo cultural da humanidade um dos papis fundantes das relaes escolares.
Portanto, vivenciar, experienciar e investigar a arte na escola significa oferecer aos
sujeitos das relaes escolares possibilidades mltiplas de leitura do mundo no prprio
movimentocriativo.
OBJETIVOSGERAISDEARTE
IdentificareanalisaraArtecomoreadoconhecimento,nassuasdiversaslinguagens,
teatral,musicaleplstica.
Estabelecerrelaesentreaarte,acinciaeatecnologianosdiversoscontextos
histricos,enquantoobjetossignificativosdouniversodaproduocultural.
Dialogarcomasmanifestaesartsticascomoprticapedaggica.
Expressarseartisticamentepormeiodediversosmateriaiseformas.
Valorizaravidaeasensibilidadeatravsdaarte.
Estabelecer relaes entre a produo escolar e a produo social da arte, na
dinmicadacultura.
Reconhecer e valorizar os equipamentos culturais locais, apropriandose dos
mesmos.
Reconhecer a arte enquanto processo produtivo dando a ela o carter de
trabalhoe,assim,relacionandoaaofococentraldocurrculodaEJA.
143
MATEMTICA
INTRODUO
EmrelaodisciplinadeMatemtica,comumobservarmosentreosalunosda
Educao de Jovens e Adultos (EJA) falta de confiana e de estmulo em aprender os
contedosdessarea.Amaioriadosjovenseadultosqueretomamseusestudosjteve
experinciasnegativasemrelaoaprendizagemdaMatemtica,eporissosesentem
incapazes de voltar a aprender. Algumas falas como Eu nunca vou aprender isso,
muitodifcilparamim!,EuireidesistirsocomunsnassalasdeauladeEJAeretratam
bem a forma como alguns alunos se sentem diante de uma dificuldade no processo
ensinoaprendizagemdaMatemtica.Superaressebloqueiointerposto,muitasvezespor
uma viso excludente de que a Matemtica s aprendida por uma elite intelectual,
configurasecomoumdesafioparaoprofessordeEJA.
Umoutropontorelevanteaserconsideradoasistematizaodoconhecimento
lgicomatemtico.Emmuitoscasos,osalunossabemcomoresolverumproblema,mas
noconseguemsistematizaroprocessomatemticoqueutilizaramparachegarsoluo
domesmo.Maisumavezopapeldoprofessorimprescindvelnesseprocesso,poisele
quem deve auxiliar os alunos para que seu raciocnio matemtico seja registrado,
compreendido e sistematizado a partir das convenes prprias da Matemtica. Para
tanto,necessrioqueoalunoseapropriedalinguagemedossmbolosprpriosdessa
readoconhecimento,ultrapassandoassimquestionamentoscomoqualcontasedeve
fazer,criandohiptesessobrearesoluo,organizandoeregistrandoasinformaesde
maneiralgicaparaqueoresultadosetorneumaconseqnciadoseuraciocnioeno
umatarefamecnica.
Aapropriaodalinguagemmatemticaedeseussmbolosextrapolaoambiente
dasaladeaula,poisnoreconhecimentodeseuusoedesuasaplicaesnodiaadiaque
oalunopodecompreenderereconheceraimportnciadessadisciplinanasociedade.
144
OBJETIVOSGERAISDEMATEMTICA
Apartirdaconcepoapontadanessedocumentoacercadoprocessodeensinoe
aprendizagem da Matemtica, so propostos alguns objetivos globais dessa rea do
conhecimentoparaoalunodeEJA:
Argumentar matematicamente seja a partir de seu conhecimento do cotidiano
ou aquele apreendido em aula de Matemtica, em discusses coletivas, na
resoluodeproblemaseemoutrostrabalhosdesaladeaula.
Ler e interpretar o enunciado de problemas e fazer relaes entre esses e os
conhecimentosquejpossuisobreocontedomatemticopresenteali.
Organizarinformaescoletadasemtextos(dejornais,livros,dasaladeaula)a
fim de sistematizar resultados e elaborar hipteses acerca de um problema ou
outraatividadeMatemtica.
Apropriarsedalinguagemmatemticaedeseussmbolos,reconhecendooseu
usonasdiversassituaescotidianas(davidadiriaedotrabalho).
CINCIAS
INTRODUO
OestudodeCinciasdevecontribuirparaqueosalunoscompreendammelhoro
mundo e suas transformaes e atuem de forma responsvel em relao ao meio
ambienteeaosseussemelhantes,bemcomorefletirsobreasquestesticasimplcitase
explcitasnasrelaesentreCincia,SociedadeeTecnologia.
OBJETIVOSGERAISDECINCIAS
Compreenderaimportnciadomeioambienteeastransformaesprovocadas
pelo ser humano na busca de novas respostas para os atuais desafios, com
destaqueparaasustentabilidadeequalidadedevida.
145
Conheceraproduocientficaerelacionarasdescobertaseinveneshumanas
com as mudanas sociais, polticas e ambientais de forma crtica, possibilitando
intervenes.
Conhecer a metodologia cientfica como recurso para a produo de
conhecimento.
Distinguirosmitoseospreconceitos,rompendocomosensocomum.
Refletireanalisarcriticamenteasrelaesentrecincia,sociedade,tecnologia,
culturaeambientedemaneiraapossibilitarintervenesnaqualidadedevidae
noambienteglobal.
Identificarofuncionamentoeasmudanasqueocorremnocorpohumanonas
diversas fases da vida, como forma de despertar ou exercitar a sua conscincia
corporal.
Utilizar o conhecimento da cincia em prol da promoo da qualidade de vida
laboralesocial.
EDUCAOFSICA
INTRODUO
AEducaoFsicanaEducaodeJovenseAdultos(EJA)representaapossibilidade
paraoalunodeconhecereseapropriardaculturacorporaldomovimento,promovendo
tambm a insero social, o exerccio da cidadania e melhoria da qualidade de vida.
EsperasequeosalunosdeEJAsejamcapazesdeassumirumaposturaativanaprticadas
atividades fsicas, e estejam conscientes da sua importncia no seu cotidiano de jovens
trabalhadoresenolazer.
Ao compreender as mudanas no comportamento corporal, decorrentes do
avano tecnolgico e analisar seu impacto na vida do cidado, os alunos estaro
resgatando memrias construdas a partir de diferentes prticas, buscando reconstruir
seus significados e vencendo limites pessoais. As linguagens da Educao Fsica podem
ampliaradiversidadedeexpressoepermitemaadequaodecontedoseestratgias
scaractersticasenecessidadesdosalunosquetrabalham.
ParaoensinodeEducaoFsicanaescola,toimportanteconsiderarosvalores
elaborados pelo aluno ao longo de sua histria pessoal quanto esclarecer os valores
difundidos pela mdia em torno desse universo. As transmisses televisivas juntamente
com a imprensa escrita vm difundindo, por um lado padres de corpo e consumo
146
Integrarseeinserirsecomtodososalunosnasprticascorporais;
Valorizar, apreciar e desfrutar dos benefcios advindos da cultura corporal de
movimento;
Perceberecompreenderopapeldoesportenasociedadecontempornea;
Usufruir do tempo livre de lazer, resgatando o prazer enquanto aspecto
fundamentalparaasadeemelhoriadaqualidadedevida;
Valorizar, por meio do conhecimento sobre o corpo, a formao de hbitos de
cuidadopessoal;
Compreenderesercapazdeanalisarcriticamentevaloressociaiscomopadres
debeleza,relaesentreossexosepreconceitos.
GEOGRAFIA
INTRODUO
147
oruraleourbano,onaturaleotransformadopelaaodotrabalhodohomemenquanto
sersocialecultural,bemcomodarcontadotrinmioformadopeloHomem,oEspaoeo
Tempo.
Cumprenovamentereforarque,diantedeumaperspectivacrticaehumanista,o
estudo da Geografia est centrado no Homem, transformador do meio e agente dos
processoshistricos.
Aoanalisarmosarealidadecontempornea,marcadadeumladopelasmudanas
nas relaes socioespaciais e econmicas, e de outro, pela ampliao das desigualdades
entrepovosenaes,tornasenecessrioadefiniodeumcorpotericometodolgico
adequadocompreensodasnovasespacialidades.EmrelaoGeografia,acreditamos
queaconcepoqueatendaaestapremissasejaaGeografiaCrtica22.
OBJETIVOSGERAISDEGEOGRAFIA
22
A Geografia Crtica, tambm chamada geocrtica, uma corrente que prope romper com a idia de neutralidade
cientfica,parafazerdaGeografiaumacinciaaptaaelaborarumacrticaradicalsociedadecapitalista,
peloestudodoespaoedasformasdeapropriaodanatureza.DinizFilho,LuizLopes.Fundamentosepistemolgicosda
geografia.1.ed.Curitiba:IBPEX,2009(ColeoMetodologiadoEnsinodeHistriaegeografia
148
HISTRIA
INTRODUO
149
distintos,quenosecomunicamemarcadasporvaloresquedesqualificameinferiorizam
os sujeitos histricos pertencentes s classes populares. Estes modos de compreender
devemserdesconstrudosnoscursosdeEJA.
FORMAOPARAEXERCCIODEQUALCIDADANIA?
Aideiadecidadaniavemdolatimcivitaseadespeitodesuaorigemaindaantesdo
Imprio romano, o contedo atual foi dado em grande parte pela Revoluo Francesa;
nisso parece haver um razovel consenso, o qual termina por a. Na concepo atual
possvelidentificaranoodeinclusoeexclusosocialeaideiadeumcertocorpode
normatizaes que construiriam uma determinada identidade, da a formulao
recorrentenosprojetospedaggicosdequeaescolavaipreparar,tornar,oupossibilitar
queoalunosejacidado,ouseja,nossoalunonoseriacidadoanoserapsadquirir
ouaceitarumconjuntodesaberes.semprebomlembrarqueaescola,emtermosgerais
noincorporaossaberesdasclassestrabalhadoras;portanto,sercidadoembuteaideia
deserparecidocom/oudefensordosseguimentossociaisquecontrolamasriquezaseos
meiosdeproduzilas.
Tambm contm a ideia de ser cidado aquele que includo, e, no geral, o
excludo aquele que no tem condies ou, por qualquer outro motivo, tem uma
participao precria como consumidor. Ser includo ser um consumidor consciente,
exercerodireitodevotonaperspectivadoliberalismoclssico.
OENSINODAHISTRIAEAFORMAODEIDENTIDADES
150
EmboravozesdissonantesemrelaoaestarepresentaodoBrasiledopovobrasileiro
fizeramseouvirdesdeosculoXIX,somentenosanos60dosculopassado,apartirdas
lutas sociais e da consolidao das anlises da Histria brasileira a partir de referenciais
marxistas, que a violncia expressa em diferentes formas de explorao e dominao
passa a ser vista como constitutiva de nossa identidade nacional. Mais recentemente, a
partir dos anos 80, diferentes movimentos sociais ganham a cena pblica reivindicando
direitos sociais e a incluso de suas lutas e de sua presena na representao do povo
brasileiro. A afirmao de identidades relacionadas a gnero, etnia, gerao, origem
regional, orientao sexual, necessidades especiais traduzem o que muitos autores
passaramachamardesociedademulticultural.Apartirdeento,orespeitodiferenae
superao da desigualdade social em nosso pas passaram a ser concebidos como
aspectos associados na perspectiva da construo da cidadania. Os termos desta
associao, entretanto, so polmicos e precisam ser analisados com cautela,
particularmente em seus desdobramentos nas prticas pedaggicas. Ainda mais nos
cursosdeEJAnosquaisaidentidadedeclassedoseducandosmatizadaporumagrande
heterogeneidade cultural. Este cenrio de multipertencimento e de fragmentao das
identidadescolocasriosdesafiosparaaabordagemdadiversidadeculturalnaescola.Os
debates em torno das perspectivas universalistas e relativistas na configurao dos
currculosescolarestraduzemapenasumaspectodacomplexaquestodasidentidades.
OMUNDODOTRABALHOCOMOEIXOTEMTICO
ConsiderandoaformulaodeDemervalSavianiquediferentementedosanimais,quese
adaptamnatureza,oshomenstmquefazerocontrrio:elesadaptamanaturezaasi.
O ato de agir sobre a natureza, adaptandoa s necessidades humanas, o que
conhecemos pelo nome de trabalho. Por isto podemos dizer que o trabalho define a
essncia humana, podemos afirmar que utilizar a categoria trabalho como eixo
estruturante da modalidade EJA plenamente justificvel, uma vez que a maioria dos
nossos alunos so trabalhadores ou filhos de trabalhadores; mas se consideramos as
alteraes pelas quais passou o trabalho desde a origem da apropriao privada da
riquezaatnossosdias,tornasenecessriofazeralgumasobservaes.
Oeixotrabalhodeveserentendidocomooprocessodehumanizaodohomeme
permite,oufacilita,aabordagemdequemproduzariquezadahumanidadeedecomose
processouaexpropriaodasriquezasedossaberesdostrabalhadores.
151
OSSABERESEASEXPERINCIASDOSEDUCANDOS
OFOCONAHISTRIADOBRASILENOTEMPOPRESENTE
RISCOSEPOSSIBILIDADES
AimportnciadefocarmosaHistriadoBrasiletomarmosotematrabalhocomo
principal eixo temtico do ensino de Histria vem ao encontro das propostas de
implementao da EJA PROFISSES, sendo assim relevante abordar temas que sejam
significativosparanossosalunosequeestejampresentesnoseucotidiano,oquevisaa
umamaiorparticipaodoseducandoscomosujeitosdoprocessoensinoaprendizagem.
Almdisso,possibilitareflexessciopolticaseeconmicaseumamelhorcompreenso
acercadestasrelaesestabelecidasnasociedadecapitalista.
SabesequeavisoeurocntricadaHistriaaindaprevaleceemmuitoscurrculos
de Histria, enquanto que a insero da Histria do Brasil fica bastante empobrecida.
Estabelecer um foco maior na Histria do Brasil um caminho para a valorizao do
estudo da histria local e abre caminhos e possibilidades para que os alunos da EJA
possam ser mais participativos no processo ensinoaprendizagem. A valorizao da
Histrialocalimportantenoprocessodeformaodocidado,doagentehistrico,pois,
almdepossibilitaraabordagemdetemassignificativosparaaformaocrticadenossos
alunos, rompe com a noo de Histria que se prende apenas ao passado, aos grandes
nomeseaosgrandesfeitos.
ARTICULAROTRABALHODAEJACOMAVIDACULTURALMAISAMPLADACIDADE
importante que o trabalho de formao na EJA seja pensado para alm dos
muros da escola. Nesse sentido a participao dos alunos em atividades culturais
desenvolvidas em museus, teatros, cinemas pode redimensionar as vivncias da cidade
por parte dos alunos, assim como, indicar outros parmetros norteadores das opes
153
OBJETIVOSGERAISDEHISTRIA
154
PARTE XII
EDUCAO ESPECIAL
HISTRICO
Apartirde2006,professoresderefernciadeEducaoEspecialdeixamde
comporasequipeseducativasdosNAEDsecriaseumncleoespecficonoDepartamento
Pedaggico(DEPE)daSME,sendovinculadaCoordenadoriadeEducaoBsica
(CEB).
ALUNADODAEDUCAOESPECIAL
155
CUIDADOR
Destaforma,operfildesteprofissionaldeveestarvoltadoparaoscuidadosbsicos
aosalunospblicosalvodaEducaoEspecial,quenecessitemdeauxliosconstantesno
cotidiano escolar, com atuao adequada ao ambiente educacional, incorporando a sua
funodentrodosparmetrosestabelecidospeloProjetoPedaggicodaescola.
ATUAODOPROFESSORDEEDUCAOESPECIALNA
REDEMUNICIPALDEENSINO
AEducaoEspecialdefinida,apartirdaLDBEN9394/96,comoumamodalidade
deeducaoescolarquepermeiatodasasetapasenveisdeensinodaEducaoBsica.
TendocomoprincpioaEscolaInclusiva,querecuperaodireitodetodos
educao,reconheceevalorizaasaesdaEEdentrodaescolaregular.Neste
movimento,osprofessoresdestamodalidadeeducacionalpertencemaoquadrodocente
daescolae,portanto,passamaassumiraresponsabilidadedeparticipar,comtodaa
comunidadeescolar,daconstruodeumaescolademocrtica.
156
LOCAISDEATUAO
UNIDADESEDUCACIONAIS(UES)
AsUEscontamcomoassessoramentodosprofessoresespecializadosemEE,que
atuamemblocos,caracterizadosporumaoumaisunidadeseducacionais,agrupadaspor
demandaeperodo,respeitandoaproximidadegeogrfica.
Apropostainclusivatemcomoeixocentralaflexibilidadecurricular,quedeveser
planejadapelaequipeescolar,paratodososalunos.Levaemcontaadiversidadeque
compeasaladeaula,baseiasenarelaoentrediferenasindividuaisecurrculo
esuperaumacompreensoreferenciadanodesvioenanecessidadedeajustedos
alunossociedade.
157
MantmatualizadososregistrosnoSistemaIntegreeProdespdosalunos.
SALADERECURSOSMULTIFUNCIONAL
ASaladeRecursosMultifuncional(SRM)umserviodaEErealizadoemescolas,
que dispe de local especfico, dotado de equipamentos e recursos pedaggicos e
tecnolgicos adequados s necessidades e especificidades educacionais dos alunos
pblicoalvodaEducaoEspecial.
AsSalasdeRecursosMultifuncionalatendemalunosdaRedeMunicipaldeEnsino
de Campinas Educao Infantil, Ensino Fundamental, e Educao de Jovens e Adultos
(EJA). Havendo disponibilidade de vaga, o atendimento estendido aos alunos da Rede
EstadualdeEnsino,dasInstituiesdeeducaoinfantilsemfinslucrativosedasescolas
pblicasdaRegioMetropolitanadeCampinas.
AESDESENVOLVIDASPELOPROFESSORDA
SALADERECURSOSMULTIFUNCIONAL
Elaboraeexecutaplanodeatendimentoeducacionalespecializado,avaliandoa
funcionalidadeeaaplicabilidadedosrecursospedaggicosedeacessibilidade.
Acompanha,juntamentecomoprofessordeEducaoEspecialedasaladeaula
da UE, a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedaggicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular, bem como em outros
ambientesdaescola.
Orientaprofessoresefamliassobreosrecursospedaggicosedeacessibilidade
usadospelosalunos.
158
ParticipasemanalmentedeatendimentoaosprofissionaisdaUEexternosaSME,
paraformaoeorientaosobreosalunosatendidos.
Conheceeensinaousoderecursosdetecnologiasassistivasastecnologiasda
informao e da comunicao, a comunicao alternativa e aumentativa, a
informtica acessvel, o sorob, os recursos pticos e no pticos, os softwares
especficos, os cdigos e linguagens, as atividades de orientao e mobilidade
entreoutros,deformaaampliarhabilidadesfuncionaisdosalunos,promovendo
autonomiaeparticipaonasatividades.
MantmatualizadososregistrosnoSistemaIntegredoalunodeSME.
Organizaemantmatualizadoopronturioimpressocomosdadosespecficos
doaluno;
Cataloga de acordo com os aspectos especficos para cada deficincia os
equipamentos eletrnicos e os materiais pedaggicos mantendoos em boas
condiesdeuso.
Solicita e compra materiais de consumo e permanente de acordo com as
necessidades educacionais do aluno, mediante os recursos especficos da SMR,
utilizandosedocontaescola,recursosprpriosdaSMEeverbadoFNDE.
CLASSEHOSPITALAR
AESDESENVOLVIDASPELOPROFESSOR
159
Orienta a famlia e informa a escola da situao pedaggica do aluno
hospitalizadoedosrecursosdisponveisnacomunidade;
Informa e solicita a continuidade do trabalho pedaggico para o
acompanhamentodomiciliarporpartedaescoladeorigemdoaluno;
Articula,emconjuntocomaequipemultiprofissionaldohospital,informaese
encaminhamentossobreoaluno/paciente.
ATENDIMENTODOMICILIAR
UNIDADESEDUCACIONAISBILNGUESMUNICIPAISPARAALUNOSSURDOS
160
Porsuavez,osInstrutoresSurdossoresponsveispeloensinodeLIBRASparaos
alunos surdos, no turno e contraturno, para alunos ouvintes no turno, para a equipe
escolarefamlia,visandomanterumdilogoconstanteentretodososenvolvidos.
PARTEXIII
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