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Tor, Exegese e Modernidade

Terceira parte do Manifesto por um Judasmo Livre


Autoria: Shaul Bensiyon

Introduo

Quando olhamos para a Tor, a revelao dada a Mosh no Sinai, a partir do


ponto de vista do mundo em que os israelitas viviam, percebemos que a Tor
sempre trouxe informaes extremamente vanguardistas. E que a prpria
Tor traz mecanismos para sua atualizao, pois dito:

E virs aos sacerdotes levitas, e ao juiz que houver naqueles dias, e


inquirirs, e te anunciaro a sentena do juzo. E fars conforme ao mandado
da palavra que te anunciarem no lugar que escolher o ETERNO; e ters
cuidado de fazer conforme a tudo o que te ensinarem. (Devarim/
Deuteronmio 17:9-10)

O objetivo no era apenas evitar a discrdia acerca das leis, mas tambm
assegurar que o povo de Israel no se pautaria apenas nas interpretaes
daqueles que viveram anteriormente.

A razo simples: Embora os valores essenciais da Tor no mudem, o


mundo munda. Logo, a aplicao da Tor muda. Ningum imaginaria, por
exemplo, que praticar a Tor em meio a nmades no deserto milnios atrs
ser idntico a pratic-la em Nova Iorque nos dias atuais.

Infelizmente, no temos hoje um Sanhedrin (Corte Mosaica). Isso fez


com que surgissem no Judasmo centenas de organizaes bastardas, que no
tm perante a lei judaica a autoridade que se arvoram.

Mas, at isso poderia causar poucos danos, no fosse pelo fenmeno de


transformar o Judasmo numa religio primitiva da Idade Mdia. Pode-se
observar isso na excessiva superstio, no radicalismo e tambm nas
interpretaes fantasiosas de midrashim e agadot.

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O objetivo deste artigo, portanto, simples, porm ousado: Demonstrar
a modernidade sempre acompanhou o Judasmo. No s na prtica, como
tambm na prpria exegese.

E, para isso, utilizaremos ningum menos que alguns dos maiores


pensadores dentre os sbios hispano-portugueses.

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Literalizao de Midrashim?

A primeira coisa que se faz necessrio compreender que um dos


fenmenos mais destrutivos no Judasmo a literalizao de parbolas e
folclores, presentes no Midrash e em outras fontes de agad (estria).

Sobre isso, Rambam (Maimnides) diz:

Agora, eu me pergunto se essas pessoas ignorantes [que consideram


esses comentrios como literais] acreditam que o autor desse dito o
considerou como a verdadeira interpretao do versculo citado, e como o
sentido desse preceito

No posso pensar que qualquer pessoa cujo intelecto saudvel possa


aceitar isso. (Mor Nevukhim/O Guia dos Perplexos 3:43)

E sobre justamente a tendncia da maior parte do Judasmo dito


(Ultra-)Ortodoxo hoje, Rambam afirma:

Deve-se ter pena de tais pessoas de mente fraca pois, em sua tolice,
acham que esto honrando e elevando as palavras dos sbios, quando na
realidade, elas os arrastam para o nvel mais baixo

Eles destrem a glria da Tor e escurecem o seu brilho, fazem da Tor


do Eterno o oposto do que era a inteno. Ele afirmou na Tor perfeita acerca
das naes que ouvem acerca de todos esses estatutos, que diro: Este
grande povo nao sbia e entendida. [Dt. 4:6] Mas quando as naes
ouvirem como esse grupo relata as palavras dos sbios de maneira literal,
diro: Este povo insignificante nao tola e ignorante. A maioria desses
expositores explicam ao pblico o que eles prprios na realidade no
entendem. Quem dera ficassem quietos ou dissessem: No entendemos o
que os rabinos queriam dizer nessa afirmao ou como interpret-
la. (Introduo ao Pereq Heleq)

Em outras palavras, para Rambam, a ultra-ortodoxia seria considerada


uma deturpao da prpria essncia do Judasmo.

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A Interpretao Bblica Pode Mudar?

Um dos elementos mais importantes do pensamento de Rambam


(Maimnides) o de que a interpretao bblica no monoltica. Pelo
contrrio, ela mutvel. E deve evoluir a medida que a humanidade evolui.

O filsofo Fritz A. Rothschild, acadmico do Jewish Theological


Seminary of America, ilustra bem esse ponto:

A viso de que a Bblia contm a mensagem do Eterno para o homem


conduziu sempre a novas interpretaes, uma vez que constantemente
forou os leitores que crem na Bblia a reconciliar as palavras do texto
sagrado com o que quer que eles tivessem por verdade baseados em sua
prpria experincia, os cnones da lgica, a cincia contempornea, e as suas
observaes morais

O tradicionalista sempre vai se sentir chamado a interpretar o texto de


modo que reflita no um erro antigo mas sim padres mais elevados de
conhecimento confivel e observaes de seu prprio tempo. (Truth and
Metaphor in the Bible: An Essay on Interpretation - Conservative Judaism
Journal vol. 25, 1971)

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Fundamentalismo ou Progresso do Pensamento?

Nosso sbios, quase 1,5 mil anos atrs (no mnimo) j tinham alcanado
o entendimento de que a cronologia da Tor no linear:

No h ordem cronolgica na Tor. (b. Pessahim 6b)

Sendo assim, o que os sbios hispano-portugueses achariam de teorias


como a terra ter seis mil anos, os dias da criao serem dias literais, ou que os
dinossauros foram extintos no Dilvio?

Certamente Rambam diria que tais pessoas destroem a Tor com sua
viso de mundo fundamentalista e limitada.

Mas, mais do que isso, ele tambm diria: A interpretao bblica evolui.
Porque boa parte dela depende das ferramentas que temos ao nosso dispor.

A posio de Rambam chocaria muitos, pois a maioria das pessoas quer


entender o que os sbios da antiguidade diziam, no para fins de referncia,
mas quase como uma verdade absoluta.

Nada mais distante do pensamento de Rambam, como ser


demonstrado logo a seguir.

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Mudando de Interpretao

Rambam no apenas afirma que possvel chegar a concluses


diferentes. Ele afirmava, sem meias palavras, que isso frequentemente
necessrio:

Aquelas passagens na Bblia que, em seu sentido literal possuem


afirmaes que podem ser refutadas por prova, devem e podem ser
interpretadas de outra forma. Mas um mero argumento em favor de certa
teoria no razo suficiente para rejeitar o sentido literal de um texto bblico,
e explic-lo figurativamente, quando a teoria oposta pode ser apoiada por
um argumento igualmente bom.

Se fssemos aceitar a Eternidade do Universo, como ensinada por


Aristteles, de que tudo no Universo resultado de leis fixas, que a Natureza
no muda, e que nada sobrenatural, estaramos necessariamente nos
opondo ao fundamento de nossa religio, e devemos desprovar todos os
milagres e sinais, e rejeitar todas as esperanas e temores derivados da
Escritura, exceto se os milagres tambm forem explicados
figurativamente. (Mor Nevukhim/O Guia dos Perplexos 2:25)

Evidentemente, Rambam afirma que no se deve sair por a rejeitando


qualquer interpretao bblica sem um bom motivo, ou sem comprovao de
que seja necessrio rev-la.

Todavia, ele prprio afirma que quando a cincia faz uma descoberta
que nos leva a uma verdade, ou quando a humanidade atinge um padro
moral mais elevado, isso deve ser levado em conta na interpretao do texto
bblico.

Isso tambm serve de lio para o leitor: Bblia e Cincia no entram em


contradio. Se h aparente contradio, evidentemente h uma falha. Mas
no necessariamente a falha est no conhecimento cientfico. Pelo contrrio,
na maioria das vezes no est nisso.

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A falha se encontra, portanto, na nossa interpretao e exegese bblica,
porque a Bblia um livro vivo. E, como tal, nos provoca a l-lo e rel-lo,
buscando sempre o amadurecimento.

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Moderno ou Clssico?

A posio de Rambam assim sintetizado por um dos maiores


departamentos de Filosofia do mundo, o da Universidade de Stamford, nos
EUA, baseado no trabalho do Dr. Kenneth Seeskin, PhD em Civilizao
Judaica pela Universidade de Yale:

Acaso essa a religio dos profetas ou uma verso higienizada


inventada por um pensador medieval sob influncia de Aristteles?
Maimnides responderia que no h diferena. A maior conquista humana
a perfeio do intelecto (O G. dos P. 3:27), que impossvel sem a busca pela
verdade.

Como um documento sagrado, a Bblia uma fonte de verdade.


Enquanto as verdades contidas na Bblia nem sempre so aparentes, sabemos
em princpio que elas ali esto se algum deseja se aprofundar o suficiente.
Deduz-se ento que se a interpretao de algum atribui Bblia uma
doutrina que demonstravelmente falsa, como por exemplo a alegao de
que o Eterno seja corpreo, a interpretao est incorreta no importa o quo
simples e direta possa parecer.

Caso o conhecimento humano avance e chegue em demonstraes que


faltavam anteriormente, no temos alternativa seno voltar Bblia e alterar
nossa interpretao para lev-la em conta (O G. dos P. 2:24). Qualquer outra
coisa seria desonesta intelectualmente

Isso no apenas uma conquista intelectual, mas tambm espiritual. Na


opinio de Maimnides, o objetivo ao qual todos os mandamentos da Tor
apontam. (Maimonides - Stanford Encyclopedia of Philosophy, 2013)

Em outras palavras, a ideia de que o Judasmo tradicional deva


estacionar no tempo, como o fazem as vertentes mais fundamentalistas, um
grande engodo.

Como a Tor sempre foi moderna, atual e provocadora de mudanas


ousadas, ento o pensamento tido como mais moderno , na realidade, o
mais tradicional.

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No difcil demonstrar isso a quem j leu a narrativa da Tor: Aquilo
que os Patriarcas de Israel seguiam era uma coisa. Quando Israel se tornou
nao, precisou de outros padres de conduta.

Porm, olhando para o relato de Devarim (Deuteronmio), possvel


perceber que a Tor praticada pela primeira gerao de israelitas livres
diferente daquela que adentraria a terra.

Por sua vez, as atualizaes continuaram nos tempos de Yehoshua`


(Josu), dos juzes at culminar nas monarquias e no Templo de Jerusalm.
Mas tambm continuou a se atualizar no exlio, no regresso terra de Israel,
nas seitas do Segundo Templo, bem como nas eras posteriores.

Portanto, a fossilizao do Judasmo numa religio supersticiosa e


obsessiva que , na realidade, a grande inovao!

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A Verdade a Verdade

Assim sendo, existe um princpio mais importante que deve guiar todo
judeu em seu relacionamento com a Tor: o amor verdade.

Entende-se por verdade qualquer informao que leve uma pessoa a ter
uma viso de mundo mais evoluda.

Afinal, para Rambam, a filosofia estava quase no mesmo nvel da


profecia, e o fato de sermos imagem e semelhana do Criador significava,
dentre outras coisas, a busca por um intelecto mais sublime.

O Dr. Seeskin, em obra para outro grande centro de Filosofia, na


Universidade de Cambridge, afirma:

O princpio condutor [de Rambam] era o de que devemos aceitar a


verdade no importa de que fonte proceda. No pode haver conflito entre o
argumento verdadeiramente cientfico e as interpretaes corretas da
revelao, Maimnides mantinha.

Ainda assim isso no significa que a evidncia cientfica deve ser


distorcida de todas as formas para faz-la se conformar s leituras literalistas
da Bblia.

Quem cr deve investigar todas as questes sem temor ou reservas e


seguir a prova onde quer que ela conduza. Se eles encontrarem algo que
possa ser verdadeiramente provado por mtodos cientficos mas parece
conflitar com a Escritura, isso significa que eles interpretaram
equivocadamente a Escritura.

Se, por outro lado, a afirmao que feita plausvel racionalmente mas
um princpio no provado pela cincia, e se esse princpio se conflita com
os ensinamentos da cincia o crente deve rejeitar essa afirmao como
sendo tanto teologicamente quanto cientificamente errneos

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Aqueles que abandonam sua razo e sentidos quando interpretam a Bblia - a
posio do fundamentalismo ou do fideismo verbalstico - no esto de fato
demonstrando nenhuma honra autoridade.

Eles esto na verdade distorcendo o sentido autntico das Escrituras ao se


recusarem a utilizar as faculdades da mente dadas por Deus.

(The Cambridge Companion to Maimonides - Kenneth Seeskin - Cambridge


University Press, 2005)

Em outras palavras, h uma expectativa de que as pessoas usem sua


mente e seus conhecimentos para enriquecerem seu entendimento das
Escrituras.

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Na Contramo da Ignorncia

Quando se olha para o fundamentalismo religioso e sua viso centrada


em si mesmo, difcil encontrar eco no Judasmo tradicional.

Quem conduzia o povo de Israel eram os juzes, estabelecidos desde a


Tor pelo Eterno, para que pudessem auxiliar o povo a viver a dinmica da
Tor.

Observe os critrios para que uma pessoa fizesse parte de tal grupo:

Apontamos ao Sanhedrin - tanto ao Grande Sanhedrin quanto a um


pequeno - somente homens que tenham sabedoria e entendimento, de
distino singular em seu conhecimento da Tor e que possui amplo
potencial intelectual.

Eles tambm precisam ter conhecimento acerca de outras disciplinas


intelectuais, por exemplo, medicina, matemtica, o clculo do calendrio,
astronomia (Mishn Tor - Sefer Shofetim - Hilkhot Sanhedrin 2:1)

Havia uma expectativa de que os sbios que conduziriam Israel seriam


homens cultos e eruditos, com grande conhecimento intelectual. Jamais
fanticos religiosos, como se v hoje em boa parte dos lugares.

No toa, os sbios da antiga Al-Andalus, de origem hispano-


portuguesa, eram exmios conhecedores das cincias de suas pocas.

O prprio Rambam, alm de ser considerado um dos maiores


conhecedores da Tor de todos os tempos, era mdico, astrnomo e filsofo, e
autor de livros nessas reas.

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Relao com Acadmicos e Cristos

O prximo elemento deste artigo provavelmente ir chocar ainda mais.

Apesar da clebre frase de Rambam acerca de aceitar a verdade


independentemente da fonte, existe grande rejeio entre muitos judeus em
aceitar leituras de exegetas acadmicos e/ou cristos.

como se o fato de algum no professar a f judaica automaticamente


deslegitimasse suas vises interpretativas, apesar do mundo acadmico ser
infinitamente mais rico em conhecimento do que a maioria das yeshivot de
linha fundamentalista, essas ltimas sendo capazes apenas de produzir
rplicas unidimensionais de seus prprios pensamentos.

E, mais uma vez, o exemplo surge de um dos pensadores hispano-


portugueses.

Em seu comentrio sobre o livro de Daniel, o Hakham Isaac Abarbanel,


que viveu no sculo XVI d.e.c., afirma:

Acerca dos sonhos de Dani'el entre o rei do sul e o rei do norte, os


comentaristas [rabnicos] falaram falsamente porque no conheciam a
histria das monarquias.

Encontrei uma interpretao adequada [i.e. a de Alexandre o Grande at


Antoco Epifnio] nas obras dos acadmicos cristos que esto de acordo com
as crnicas dos reis da Prsia e do Egito. Os comentaristas cristos cometem
alguns erros, mas eu aceitarei o que for bom daquilo que vier
deles. (Abarbanel - Fontes de Livramento 11:4)

Repare que Abarbanel no teve problema algum em dizer que os sbios


judeus que ele analisara no possuam conhecimento histrico suficiente para
entender o livro de Daniel.

Ele ento vai procurar a resposta em comentaristas cristos!

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E sua humildade premiada com um entendimento diferenciado, pois
dos primeiros exegetas judeus a terem uma viso adequada da historicidade
de Daniel.

Claro, ele encontra diversos erros tambm nos comentaristas cristos,


especialmente na bizarra tentativa de dissociar as profecias que to
nitidamente retratam o perodo de Alexandre o Grande at a Revolta dos
Macabeus, para ento procurarem justificar o que chamado de Cristologia.

Mas, em meio aos erros, ele encontrou acertos. E no teve qualquer


pudor ou vergonha de assumir que foi buscar todas as fontes para poder
encontrar a verdade.

Compare isso com a postura atual de grupos fundamentalistas, e se


torna ntida a sua primitividade em comparao com o entendimento de 500
anos atrs!

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Concluso

Propositadamente, duas das principais citaes da obra do Dr. Seeskin


foram deixadas para o final:

Olhando para sua prpria situao, Maimnides conclui que a tradio


de aprendizado que comeara em Israel novamente se perdera. As pessoas
oram para um Deus material para justificar suas aes baseadas na
interpretao literal

[Para ele] a maior pedra de tropeo para amar a Deus a crena de que a
nica forma de se manter fiel Bblia interpret-la
literalmente. (Maimonides - Stanford Encyclopedia of Philosophy, 2013)

Em outras palavras, o literalismo, a exemplo do fundamentalismo,


podem parecer estar a servio do Eterno.

Pode parecer positivo, mas na realidade o fervor com o qual seus


proponentes se agarram a vises de mundo obsoletas e a supersties
infundadas - recusando-se, inclusive, a reler no apenas a Tor como os
sbios da antiguidade a partir de uma tica mais moderna - , na verdade,
extremamente txico e negativo.

tambm uma das razes pelas quais mais e mais pessoas acabam por
se tornar cticas, desnecessariamente.

Muitos desses grupos investem pesadamente em atrair jovens seculares,


e por isso acreditam ser a salvao da lavoura.

Porm, h uma ntida causalidade que no facilmente mensurada. Isto


: Quantas geraes de judeus so afastadas e desestimuladas justamente
porque s conhecem uma Tor da Idade Mdia e do Leste Europeu?

Dialogar com o fundamentalismo to intil quanto o proverbial xadrez


com um pombo. Resta, portanto, ao leitor to somente educar-se e instruir-se,
para que sua maneira de pensar oferea uma via alternativa para as geraes
vindouras.

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