Bioenergia - Manual e Projecto PDF
Bioenergia - Manual e Projecto PDF
Bioenergia - Manual e Projecto PDF
Esperamos desta forma que a presente srie de documentos possa ser da mxima utilidade
para todos os que de algum modo pretendam contactar com as energias renovveis -
arquitectos, engenheiros, empreiteiros, instaladores, proprietrios de imveis, estudantes,
entre outros, quer ao nvel de projectos de investimento de natureza pessoal, quer no
contexto de actividades profissionais.
Janeiro de 2004
BIOENERGIA - MANUAL SOBRE TECNOLOGIAS, PROJECTO E INSTALAO
NDICE
1 INTRODUO 1.1
NDICE i
BIOENERGIA - MANUAL SOBRE TECNOLOGIAS, PROJECTO E INSTALAO
NDICE ii
BIOENERGIA - MANUAL SOBRE TECNOLOGIAS, PROJECTO E INSTALAO
6 CALDEIRAS 6.1
6.1 Implementao de um projecto de aproveitamento energtico da madeira 6.1
6.2 Condies bsicas para projectos de aproveitamento energtico da madeira 6.3
6.2.1 Lista de verificao para projectos a nvel local e pblico 6.3
6.2.2 Lista de verificao para projectos privados 6.4
6.3 Planeamento 6.6
6.3.1 Avaliao dos dados iniciais do projecto 6.6
6.3.2 Aplicaes em edifcios municipais e edifcios habitacionais 6.8
6.3.3 Aplicaes para redes de aquecimento locais de pequenas e mdias dimenses 6.9
6.3.4 Tipos de sistemas de combusto 6.10
6.4 Avaliao da eficincia econmica 6.11
6.5 Fornecimento de combustvel 6.12
6.6 Estrutura organizacional 6.13
6.6.1 Estruturas opcionais de propriedade 6.14
7 GASEIFICAO 7.1
7.1 Princpios fundamentais 7.2
7.1.1 Gaseificao 7.2
7.1.2 Combustvel 7.2
7.1.3 Estado da tecnologia 7.3
7.2 Utilizao como energia 7.7
7.2.1 Aplicaes da gaseificao 7.7
7.2.2 Possveis utilizaes da energia do gs produzido a partir da madeira 7.8
7.2.3 Combinao de calor e energia numa unidade de cogerao 7.8
7.3 Emisses e sub-produtos 7.8
NDICE iii
BIOENERGIA - MANUAL SOBRE TECNOLOGIAS, PROJECTO E INSTALAO
NDICE iv
BIOENERGIA - MANUAL SOBRE TECNOLOGIAS, PROJECTO E INSTALAO
1 INTRODUO
Portugal um pas sem reservas de combustveis fsseis. senso comum que o recurso
bioenergia - energia obtida a partir da biomassa - constitui uma alternativa possvel, embora
parcial, aquisio de combustveis fsseis e, como tal, poder estabelecer-se como varivel
determinante na soluo de muitos dos problemas energtico-ambientais, econmicos, e
mesmo sociais, que esto vulgarmente associados ao consumo do carvo, petrleo ou gs
natutral. De facto, o uso de biomassa como fonte alternativa energia primria de origem fssil
pode permitir uma melhoria da qualidade de vida, particularmente em Pases sem reservas
daqueles combustveis, como Portugal, atravs da diminuio da sua dependncia economico-
energtica do exterior e da reduo dos impactos negativos resultantes da queima de carvo,
petrleo, gs natutral ou derivados.
Questes de critrio que podem suscitar alguma controvrsia so a prpria definio daquilo
que se considera ser biomassa ou o enquadramento legal dos sistemas operativos com
biomassa. No primeiro e penltimo captulos do presente Manual estabelecem-se claramente
os critrios que definem o que pode ser considerado biomassa, e enumeram-se as divesas e
vastas aplicaes e tecnologias disponveis para a sua converso em energia, efectuando-se o
seu enquadramento legal. O ltimo captulo sintetiza as medidas de incentivo disponveis para
projectos de converso de biomassa.
Deve salientar-se ainda que a simples introduo de novos sistemas de converso de energia
a partir da biomassa (ou mesmo a modificao dos sistemas j existentes para queima
simultnea de biomassa com combustveis fsseis) no traduzem necessariamente um
aproveitamento energtico optimizado: h mesmo um paralelismo entre a converso energtica
da biomassa e a dos combustveis fsseis no que se reporta sua eficncia. , pois, bvio que
as instalaes carecem de um correcto dimensionamento e de uma instalao, operao e
manuteno cuidadas. A no considerao de qualquer destes aspectos pode acarretar uma
reduo no desempenho do sistema relativamente ao que inicialmente estava previsto.
INTRODUO 1.1
BIOENERGIA - MANUAL SOBRE TECNOLOGIAS, PROJECTO E INSTALAO
A energia solar, disponvel em forma de radiao superfcie da terra, excede 11.000 vezes a
energia actualmente necessria humanidade. A biomassa uma forma de armazenamento da
energia solar. As plantas convertem a energia solar atravs da fotossntese, com uma eficincia de
0,1%, e armazenam-na, durante muito tempo, nas folhas, nos caules, nas flores, etc. Em condies
limite, a energia na biomassa pode ser armazenada infinitamente, sem perdas.
A biomassa a nica energia renovvel que pode ser convertida em combustveis gasosos, lquidos
ou slidos, por meio de tecnologias de converso conhecidas. Neste contexto, o portador universal de
energia renovvel pode ser usado num vasto campo de aplicaes no sector da energia.
Presentemente, possvel fornecer energia a partir da biomassa para toda a gama de aplicaes
energticas, desde o aquecimento de imveis at ao fornecimento de combustveis para aplicaes
mveis, nomeadamente para os transportes.
Em contraste com o uso directo da energia solar ou elica, a biomassa como portadora de energia
renovvel est sempre disponvel. Geralmente, depois do tratamento da biomassa, esta convertida
em trs grandes formas de energia: electricidade, calor, e combustvel. Esta flexibilidade permite
biomassa estar em concorrncia directa com a energia produzida por fontes fsseis.
2.1 O desafio
A longo prazo, a energia a chave para a sobrevivncia da civilizao moderna. Em mdia, por ano,
cada ser humano, dos 6 bilies de pessoas no mundo, consome duas toneladas de carvo para
produo de energia. Existe uma grande diferena entre pases industrializados e pases em
desenvolvimento, sendo de referir, por exemplo, que um europeu consome mais do que seis
toneladas de carvo, o que representa um valor 40 vezes maior, do consumo de um ser humano no
Bangladesh.
Hoje em dia, 90 por cento das fontes de energia usadas so de origem fssil e a sua utilizao est
associada s emisses de dixido para a atmosfera. Assim, anualmente, a atmosfera terrestre recebe
mais de 15 bilies de toneladas de CO2, o que implica danos irreversveis no clima.
Todavia, a satisfao das necessidades energticas da civilizao no precisa de estar baseada nas
fontes de energia fssil. Os recursos energticos neutros em CO2, tais como o uso directo da energia
solar, energia elica e o uso indirecto da radiao solar em forma de biomassa, podem fornecer a
energia necessria.
A Unio Europeia tem vindo a enfatizar, na sua poltica energtica, o uso das fontes de bioenergia e o
desenvolvimento de um mercado para estas. No livro branco da Unio Europeia para os estados
membros, foram colocadas as seguintes metas, com vista ao uso da biomassa no ano 2010:
2.3 O Potencial
Nas reas rurais do planeta, crescem cerca de 200 bilies de toneladas de biomassa, com uma
capacidade de energia de aproximadamente 30000 Hexajoule, valor equivalente ao volume de
energia de todas as reservas das fontes de energia fssil. Um crescimento anual, de cerca de 15
bilies de toneladas de biomassa, atravs da fotossntese, representa um potencial energtico de
2250 Hexajoule.
Infelizmente, este vasto potencial no pode ser usado directamente para energia, visto que est
disseminado sobre toda a massa terrestre. Apenas uma parte deste potencial est disponvel para
utilizao. O potencial tcnico est estimado em cerca de 150 Hexajoule.
2.4 O mercado
Na Unio Europeia, mais de 2200 Petajoule de energia por ano, armazenados na forma de biomassa,
esto a ser produzidos. Destes, cerca de 1700 Petajoule so usados directamente para gerar calor,
enquanto que os restantes 500 Petajoule so usados para gerar electricidade.
Complementarmente, a Unio Europeia colocou como objectivo, para o ano 2010 e para o sector da
energia, um valor mdio de 12% de electricidade a partir de recursos de energia renovveis. Espera-
se que a biomassa fornea 10% de toda a energia na Europa, ou seja, um valor equivalente a cerca
de 5800 Petajoule.
As condies limitantes para projectos de bioenergia, nos vrios pases da Europa, no que diz
respeito s questes administrativas e econmicas, so muito variadas. As barreiras administrativas,
nomeadamente a nvel da poltica local, impedem o desenvolvimento dos projectos de bioenergia.
Analisando as receitas de venda de energia da biomassa, o nvel nos diferentes pases da UE
assemelha-se cada vez mais. Enquanto pases como a ustria, Alemanha, Frana e Portugal tm
tarifas de venda fixas para a electricidade gerada a partir da biomassa, outros pases, tais como o
Reino Unido, a Itlia ou a Blgica, introduziram instrumentos orientados para o mercado, como as
quotas de energia renovvel, tendo como consequncia o desenvolvimento de um mercado de
quotas.
Apresenta-se de seguida uma comparao das tarifas de venda para sistemas menores que 2 MWe
para os estados membros da Unio Europeia:
Este grfico mostra claramente que no existe uma tendncia especfica, quanto ao tipo de
instrumento poltico, tarifa de venda fixa ou quota/certificado, e as respectivas receitas de venda de
energia. De notar que a Itlia e a ustria, dois pases com mecanismos polticos diferentes,
apresentam as receitas mais elevadas na Europa.
Em geral, as receitas para a electricidade proveniente da biomassa, em cada pas, diferem no tipo e
capacidade. Os subsdios de investimento individual complementam um projecto, conjuntamente com
emprstimos a baixos juros e incentivos fiscais.
1. As plantas obtm energia a partir da radiao solar, o que permite a sua autotrofia. Por outro lado,
as plantas formam a base nutricional para os outros organismos, tais como os humanos e os animais,
que sendo formas de vida heterotrficas, no so capazes de obter a sua energia a partir da luz solar.
2. O processo fotossinttico o principal responsvel pela libertao do oxignio que utilizado pelos
organismos heterotrficos.
A forma como as plantas e os animais vivem em simbiose na Terra, pode ser demonstrada atravs da
seguinte experincia:
Se um mamfero, neste caso um rato, for colocado num recipiente hermeticamente fechado, o animal
morrer em poucos minutos, por falta de oxignio. Isto acontece porque o animal respira oxignio e
expira dixido de carbono, esgotando rapidamente o oxignio disponvel.
Por outro lado, se estiver presente uma planta no mesmo recipiente, esta absorve o dixido de
carbono que o mamfero expira e, com a radiao solar, realiza a fotossntese. Como desperdcio ela
gera oxignio, permitindo a sobrevivncia do rato enquanto este viver em simbiose com a planta.
Na Terra e na atmosfera terrestre, realiza-se o mesmo processo. Neste caso, as florestas fornecem o
oxignio que a humanidade e o reino animal precisam para viver.
O pigmento verde das folhas, a clorofila, a central energtica interna das plantas. Movidas pela
energia solar, as plantas convertem o dixido de carbono em biomassa, na forma de acar e de
amido. Para alm da radiao solar, a gua e os minerais (nutrientes da planta) so necessrios
neste processo, sendo estes retirados do solo atravs das razes.
Em termos qumicos, a reaco da fotossntese para a formao do acar tem a seguinte frmula:
Radiao Solar
6CO2 6H 2O o C 6 H 12O 6 6O 2
Nos ltimos 100 anos, a combusto dos recursos fsseis, tais como leo mineral e carvo, tem
resultado num aumento na atmosfera terrestre de cerca de 27% na proporo de dixido de carbono.
Enquanto que em 1765 o teor de CO2 na atmosfera era cerca de 280 ppm, hoje regista um valor de
360 ppm. A este aumento de CO2 atribudo um papel importante no efeito de estufa observado
globalmente.
O efeito de estufa a descrio dos desenvolvimentos climticos que, a longo prazo, levaro a um
aumento nas temperaturas mdias anuais na atmosfera terrestre. Para alm do dixido de carbono,
outros gases prejudiciais esto a contribuir para este aumento global:
Em mdia, 342 W/m2 de radiao solar de onda curta atingem a Terra. Desta quantidade, cerca de 77
W/m2 so reflectidos para o espao, pelos aerossis na atmosfera e pelas nuvens. A atmosfera
terrestre absorve aproximadamente 67 W/m2. Desta forma, cerca de 198 W/m2 da radiao solar
alcana os oceanos e o solo terrestre. Enquanto que a superfcie terrestre absorve aproximadamente
168 W/m2, ela reflecte directamente para a atmosfera cerca de 30 W/m2. Para alm disso, o espectro
de radiao passa de onda curta para onda longa.
A reflexo da radiao de onda longa no ultrapassa facilmente a atmosfera terrestre, ficando esta
enriquecida com dixido de carbono e vapor de gua. A superfcie da Terra liberta aproximadamente
390 W/m2 da radiao de onda longa, dos quais apenas 66 W/m2 ficam na atmosfera e 324 W/m2 so
imediatamente reflectidos de volta para a superfcie da Terra.
No incio do sculo XIX, este efeito era responsvel por um aumento da temperatura global mdia de
0,5C. De acordo com estimativas, no prximo sculo este aquecimento poder elevar-se at aos
1,4C - 5,6C.
Apesar de parecerem pouco significativos, estes valores de aumento de temperatura podem causar
impactos no aquecimento global, catastrficos para muitos pases. Um aumento na temperatura anual
mdia, significar que diversas reas geladas na Terra derretam, tendo como consequncia um
aumento do nvel das guas mar entre 11 a 88 cm, ameaando desta forma nas reas costeiras com
cerca de 50% da populao mundial.
O prejuzo causado pelos desastres climatricos, tais como furaces, tem aumentado dez vezes mais
desde 1950. Em 1990, o prejuzo atingiu nveis recorde de 40 bilies de dlares americanos.
No planeta Terra, o elemento carbono passa por um ciclo constante. Neste ciclo, o carbono
associado em cadeias, por meio da fotossntese. As plantas servem de alimento aos animais, sendo
criada a sua massa a partir destas cadeias. Quando os vegetais ou a biomassa animal entram em
decomposio, o carbono libertado novamente como dixido de carbono.
No total, mais de 575 bilies de toneladas de carbono passam por uma constante transformao.
Quando se queima a biomassa, o dixido de carbono das cadeias de carbono libertado para a
atmosfera. No entanto, estas emisses de dixido de carbono no so consideradas no desequilbrio
do clima.
Esta considerao baseia-se nos perodos de equilbrio que esto envolvidos nas mudanas
climticas, ou seja, medida que uma rvore cresce, esta absorve dixido de carbono na sua
biomassa. Para criar um metro cbico de madeira, a rvore consome uma tonelada de dixido de
carbono da atmosfera. Desta, 250 kg so armazenados como carbono na madeira e 750 kg so
libertados como oxignio para a atmosfera.
Como se pode ver no diagrama, o ciclo do carbono fechado em ambos os casos (combusto e
decomposio).
A libertao de energia na combusto, acontece durante um perodo de vrias horas. Apresenta uma
elevada densidade de energia, que pode ser utilizada. A decomposio natural tem lugar durante um
perodo mais longo, nalguns casos durante vrios anos. A densidade de energia resultante no
utilizvel.
Contudo, para o perodo de equilbrio de acontecimentos climticos, esta diferena no tem qualquer
efeito. Por esta razo, a combusto de fontes de bioenergia considerada como neutra em CO2.
A importncia da biomassa no equilbrio estvel do dixido de carbono, deve-se ao facto de ser uma
fonte renovvel. As florestas activas e os espaos verdes so armazns de dixido de carbono, que
podem servir de sumidouro.
1. Crescimento
Consequentemente, a rea de floresta na Europa cresceu 9 milhes de hectares nos ltimos 10 anos.
Com o aumento das reservas de madeira, as florestas europeias retiram, cada ano, cerca de 140
milhes de toneladas de carbono do ar, reduzindo a quantidade de dixido de carbono e contribuindo
activamente para a proteco do clima. Portanto, com uma gesto activa da floresta, possvel obter
uma reduo permanente no dixido de carbono.
Os produtos, tais como a madeira e outros recursos renovveis como fibras e leos, que tm
biomassa, podem substituir na totalidade fibras e materiais produzidos com derivados do petrleo.
No final do ciclo de vida, os materiais orgnicos podem na sua generalidade ser usados, sem
restries, para a produo de energia regenerativa, contrastando com a maioria dos produtos
qumicos de recursos fsseis.
Deste modo, com a utilizao da madeira possvel poupar outras fontes de energia, tais como o
carvo, o leo e o gs, e introduzir um segundo ciclo de vida para os produtos. A valorizao
energticas destes produtos fecha o ciclo do carbono natural.
O carbono armazenado na madeira e noutros produtos de fibra biolgica retido durante todo o
tempo de vida do produto. Por exemplo, uma tonelada de madeira usada para construo ou
produo de mobilirio contm 500 kg de carbono, que por sua vez armazena 1,8 toneladas de
dixido de carbono.
A biomassa a massa total de substncias orgnicas que ocorrem num habitat. As formas de
biomassa no planeta so diversas. Para alm disso existem diferenas nas utilizaes primrias de
biomassa. Alm da indstria alimentar, a biomassa pode ser usada noutras indstrias, tais como, de
manufacturao ou construo.
Quando o uso original termina, pode ser efectuado um uso energtico secundrio da biomassa. Por
exemplo, os resduos orgnicos que so uma mistura de material desperdiado, pode ser usado
como fonte de produo de energia regenerativa.
A energia contida nos resduos orgnicos geralmente usada atravs da gerao de biogs. Nos
aterros, existe uma converso dos resduos orgnicos em metano. Nalguns casos, contudo, pode ser
vantajosa a fermentao directa destes resduos em sistemas de tratamento anaerbio. Para
resduos com alto teor de madeira, existe a possibilidade de serem sujeitos a secagem e queima.
Uma rea de estudo de aplicaes da biomassa passa pela criao de colheitas para fins
energticos, que crescem para uso directo como combustvel. Esta questo ser discutida nas
seces seguintes, analisando os diversos tipos de fontes de biomassa.
A biomassa pode ser dividida em quatro categorias, de acordo com a sua origem:
3. Sub-produtos orgnicos
O processamento da biomassa para criao de produtos, forma um grupo adicional de sub-produtos.
Estes sub-produtos incluem os resduos orgnicos, os efluentes da agro-pecuria e os resduos do
processamento industrial da madeira e de fibras vegetais. Nestes casos, a reciclagem energtica
pode conduzir a um aumento da utilidade e assegurar que partes do processo de produo sejam
permanente e ambientalmente sustentveis.
4. Resduos orgnicos
Os resduos orgnicos incluem os resduos domsticos e as lamas dos efluentes domsticos e
industriais, como por exemplo, os resduos da produo alimentar. Estes resduos esto geralmente
sujeitos legislao respectiva. Consequentemente, deve ser cumprida uma gama completa de
requisitos legais, desde a origem at ao controlo epidmico.
A biomassa vegetal encontra-se, geralmente num estado slido agregado. Tem ainda uma forma
geomtrica e um teor de gua que, na maior parte dos casos e por razes tcnicas, define o uso
energtico directo.
O seguinte diagrama apresenta os mtodos mais comuns de processamento das quatro classes de
biomassa:
Em termos de formas de energia existem trs fundamentais: energia calorfica, energia mecnica e
energia elctrica.
O uso das fontes de biomassa pode cobrir estes trs tipos de energia. Existe um grande nmero de
possibilidades de gerao das formas de energia desejadas, a partir das fontes de biomassa, em
diferentes estados de agregao.
Energia Calorfica
Normalmente o calor produzido em sistemas de combusto. Numa pequena escala, estes sistemas
podem aquecer uma habitao, enquanto que em larga escala, numa central, o calor disponvel por
meio de redes de calor pode fornecer quarteires de uma cidade.
Para sistemas de combusto estacionrios, cuja nica funo seja a produo de calor, predominam
os combustveis slidos, no que diz respeito biomassa. A madeira, como resduo ou matria-prima,
pode ser usada para gerao de calor, com baixos custos de processamento, de triturao ou
secagem.
Energia mecnica
A energia mecnica produzida por meio de geradores de calor e energia, como as mquinas a
vapor. Nestas, o combustvel lquido ou gasoso inflamado nos cilindros de um motor de combusto.
A expanso da mistura combustvel/ar, causada pela combusto ento convertida em energia. O
calor produzido por este processo tem de ser dissipado para o ambiente, atravs de um sistema de
arrefecimento.
A utilizao de biodiesel na Europa, por exemplo, como uma mistura de etanol em Frana, e o uso de
etanol puro no Brasil, so exemplos de uso de fontes de biomassa com sucesso, no sector dos
transportes.
Energia Elctrica
A utilizao de energia mecnica para produo de energia elctrica gera aproximadamente dois
teros de calor, para um tero de electricidade, o que demostra o aumento da eficincia econmica
da cogerao (produo simultnea de calor e electricidade) em aplicaes estacionrias.
A bioenergia est disponvel no mercado, em todos os tipos de formas. Este manual apresenta os
produtos mais importantes, para os trs estados de agregao (slido, lquido, gasoso), nas suas
formas comerciais usuais.
A maior fonte de biomassa slida provm de produtos a partir da madeira. Estes so obtidos quando
retirada a lenha das florestas e quando os desperdcios so utilizados no processamento industrial
de produtos de madeira. Em muitos locais, outros sub-produtos, nomeadamente a palha so usados
para produzir energia, a partir da biomassa.
No desbaste das florestas, alm dos troncos das rvores, que so usados para as indstrias de
mobilirio e construo, so tambm recolhidos resduos de madeira de qualidade inferior. Por cada
hectare de floresta, podem ser obtidas, a partir destes resduos 0,4 - 0,8 toneladas de lenha seca.
Para alm disso, outras quantidades de resduos de madeira, recolhidas durante aces de
manuteno da floresta, permitem um rendimento combustvel anual de cerca de 1,5 toneladas por
hectare, para uma rea florestal de uso permanente.
Nas exploraes florestais, as rvores so derrubadas com o auxlio de mquinas, que utilizam um
brao com uma serra elctrica montada. Adicionalmente, estas mquinas podem remover
automaticamente os ramos do tronco, retirar a casca escura da madeira e cortar o tronco em partes.
Este mtodo significa que, parte do valor acrescentado do processamento da madeira efectuado
antes da madeira sair da floresta.
Contudo, outra parte destes resduos continua a ter fragmentos de impurezas e , portanto,
inadequada para a utilizao como matria prima. Estes pedaos de casca so ideais para
reciclagem energtica. Devido ao elevado teor de cinzas, estes resduos so principalmente utilizados
em centrais de fornecimento de calor de grandes dimenses e em centrais de cogerao, como
substrato de co-aquecimento.
At data, tem sido apenas possvel conseguir uma reciclagem energtica, a grande escala, de
palha em centrais de cogerao.
Para alm dos materiais referidos, os produtos no final do seu ciclo de vida, so ideais para a
reciclagem energtica. O processamento e a combusto de madeira velha um exemplo.
Devido sua utilizao prvia, esta biomassa pode estar contaminada com substncias txicas, tais
como qumicos, tintas ou algo similar. Por esta razo, muitos pases definem restries reciclagem
energtica da madeira velha. Queimar a madeira em pequenos sistemas de combusto permitido,
se o processamento da madeira for puramente mecnico e se a madeira contiver somente
contaminantes pouco perigosos.
Para alm da possvel utilizao de madeira velha, a madeira recolhida durante as actividades de
gesto do territrio, nomeadamente em trabalhos de manuteno nas estradas e auto estradas e dos
trabalhos em parques florestais, deve ser tida em conta. Estes resduos de madeira so geralmente
uma mistura de madeira, folhas e troncos.
A utilizao energtica serve tambm como um meio para a eliminao destes resduos. O teor
energtico destas misturas relativamente baixo, devido ao grande nmero de impurezas,
nomeadamente por causa das quantidades de solo que geralmente existem na mistura, que gera um
teor elevado de cinzas. As outras impurezas existentes, tais como embalagens de plstico, sacos e
outros resduos conduzem a nveis elevados de substncias txicas libertadas para a atmosfera.
Uma vez que as emisses de CO2 dos biocombustveis lquidos no so contabilizadas para o
aumento do efeito de estufa, estes combustveis apresentam um menor potencial de poluio,
relativamente aos combustveis fsseis. Contudo, no que respeita eficincia estes biocombustveis
apresentam nveis menores, nomeadamente em competies automobilsticas.
O biogs criado pela fermentao da biomassa animal e vegetal, sem a aco do oxignio. Neste
caso, uma simbiose de grupos de bactrias realiza a decomposio qumica dos compostos de
carbono, em produtos finais gasosos metano (CH4) e dixido de carbono (CO2). Na prtica, esta
situao acontece, por exemplo, em aterros.
O poder calorfico mais baixo PCMB pode ser calculado usando a seguinte frmula matemtica:
A biomassa um produto natural. Como tal, o teor natural de gua varia consideravelmente, mesmo
que no sofra influncias externas. Na prtica, a forma mais rpida de calcular esse teor com base
em valores recolhidos ao longo de vrios anos.
O teor de gua tpico para a biomassa lenhosa fresca entre 40 e 60 %. As plantas verdes podem ter
um teor de gua mais elevado, at 80 %. A biomassa com secagem ao ar livre, atinge um teor de
gua que, dependendo da estao do ano e da humidade ambiental, varia entre 12 e 18 %.
Os produtos de biomassa com secagem artificial, tais como briquetes, tm um teor de gua mximo
de 10 %. Contudo, um armazenamento imprprio pode conduzir a uma absoro de gua por estes.
De referir que um teor de gua acima de 10 % torna as briquetes inutilizveis.
A unidade de clculo metro cbico slido (Mcs) usada apenas para madeira slida, enquanto que
metros cbicos empilhados (Mce) so usados principalmente para madeira acumulvel em pores a
metro ou toros. A medida metro cbico (m3) livre, ilustrada na figura 2.41, para estilhas de madeira,
utilizada para os seguintes produtos de madeira: briquetes, serradura e estilhas, bem como cereais e
outras massas considerveis.
A tabela seguinte mostra valores tpicos para fontes de biomassa de madeira slida.
Tabela 2.2 - Dados caractersticos dos combustveis slidos feitos a partir da madeira
Dados: Basisdaten Bioenergie
No estado seco, que apenas pode ser atingido com secagem artificial, a madeira tem um poder
calorfico de 18,5 MJ por quilograma.
As cinzas, que ocorrem quando a madeira queimada, tm um elevado teor de nutrientes, tais como
clcio, magnsio, potssio e fsforo. Os resduos de cinzas com densidade acima de 900 kg/m3, tm
um teor baixo em metais. Consequentemente, estas so usualmente permitidas, para aplicao como
fertilizante.
Com a biomassa da ramagem, o teor de cinzas e o seu comportamento de fuso, sob a influncia da
temperatura, tm um papel importante. Em contraste com a madeira, as cinzas deste tipo de
biomassa comeam a fundir-se para temperatura entre os 710 a 930C. Durante a combusto estas
temperaturas so rapidamente atingidas.
Desta forma, os sistemas de combusto para este tipo de biomassa so projectados para prevenir a
ocorrncia de escrias ou aglomerados de cinza, dentro das grelhas ou paredes do forno,
nomeadamente atravs de um sistema de arrefecimento a gua.
A ramagem tm um teor mdio de cloro de 0,5%, e por causa desse teor elevado e da existncia de
potssio na biomassa proveniente da palha, estas tm um potencial corrosivo elevado. O cloro, como
os outros componentes naturais, enxofre e azoto, est presente em quantidades que constituem um
factor de emisso relevante. Assim, necessrio enquadrar na legislao vigente, as actividades de
operao, em instalaes de queima de produtos de palha. Isto aplica-se tanto para as emisses
gasosas, como subsequente utilizao dos resduos de cinza, que apresentam uma densidade de
150 quilogramas por metro cbico.
O uso de leo vegetal natural em motores de combusto to recente que o comit de normalizao
europeu ainda no tomou qualquer deciso final, sobre a sua utilizao. At que surja uma norma
definitiva para o uso de leo vegetal em motores, utilizada uma norma de qualidade criada por
diversos institutos de pesquisa.
Alguns leos vegetais aplicados em motores de combusto esto conforma esta norma de qualidade,
mostrando portanto a existncia de aplicaes com sucesso, como combustvel em motores diesel
adaptados.
2.15.2.2 Biodiesel
As caractersticas de qualidade mais importantes para o cido gordo ster metillico (biodiesel) so
regulamentadas, para a Europa, na pr-norma pr EN 14 214:
Diesel-K FAME
pr EN 14 214
Densidade a 15C g/ml 875-890
Ponto de inflamao C 100
Teor mx. de gua ppm 300
Viscosidade cinemtica max. mm/s 3,5-5,0
Valor de acidez mg KOH/g 0,5
Glicerina total % 0,25
Livre de Glicerina h at 110 C 0,02
Teor de fsforo max. ppm 10
Teor de metanol % 0,3
Etapas de temperatura mg/kg -20, -10, 0
2.15.2.3 Etanol
O etanol usado em pequena escala, como combustvel puro, para motores movidos a gasolina.
em contraposio, muito utilizado como componente de mistura nos combustveis fsseis. possvel
misturar etanol at 10% em volume com combustveis para motores a gasolina, sem haver
necessidade de converter os motores.
Na produo desta mistura de combustvel, e porque o etanol solvel em gua, deve assegurar-se
que no existe contaminao com gua, nomeadamente no enchimento ou no armazenamento.
Assim, a produo e o enchimento desta mistura de combustvel s tem lugar, geralmente, em
grandes estaes e centros de distribuio dos fabricantes de combustvel.
2.15.3.1 Biogs
Adicionalmente, o biogs contm pequenas quantidades de outros gases, tais como o cido sulfdrico
(H2S), oxignio (O2) e hidrognio (H2). Enquanto que o oxignio e o hidrognio no representam
problemas para a subsequente utilizao energtica, o cido sulfdrico um gs prejudicial. Alm
deste ser txico, tambm corrosivo. Com teores de H2S acima de 50 ppm, recomendada a
dessulfurizao do biogs, de modo que a subsequente utilizao no aumente os custos de
manuteno, devida a danos de corroso.
Tal como a composio qumica do gs, as cargas de poeiras e os teores de alcatro so importantes
na determinao dos usos subsequentes para os gases de sntese. Para utilizao em motores,
ambos os parmetros poeiras e alcatro devem estar abaixo de 100 mg/m3, de outro modo a
operao do motor a longo prazo deixa de ser possvel.
Existe um grande nmero de produtos de biomassa slida no mercado, que podem ser usados em
combusto ou sistemas de gaseificao. As maiores fontes destes produtos de energia so florestais,
e agrcolas, bem como o sector de matrias primas secundrias.
As principais fontes e produtos finais de produtos de biomassa slida de madeira, que esto
disponveis no mercado, so mostrados na figura seguinte.
Contudo, para alm da geometria, a composio qumica dos combustveis tem um papel importante
na combusto limpa. O gro de trigo e as briquetes de madeira, tm uma densidade quase idntica
(gro de trigo 750 kg/m3 e briquetes de madeira 650 kg/m3) e geometria similar, mas, o
comportamento de fuso das cinzas destes produtos (gro de trigo aproximadamente 800C e
briquetes de madeira mais de 1,500C) significa que o gro de trigo s pode ser usado em
queimadores especiais, com grelhas de arrefecimento a gua.
Uma das vantagens de se utilizarem pelletes de madeira est no seu tamanho normalizado,
permitindo que os produtores de caldeiras a madeira, mesmo para gamas de sada baixas at 50 kW,
fabriquem sistemas de aquecimento completamente automticos. Os pelletes de madeira tm uma
elevada densidade energtica permitindo que os sistemas de aquecimento obtenham autonomias
equivalentes a sistemas com leo de fontes de energia fssil.
Como resultado da secagem e compactao, as pelletes tm um teor de gua mximo de 8%. Para
alm disso apresentam uma densidade de mais de 650 kg por metro cbico. Assim as pelletes de
madeira apresentam um poder calorfico constante entre 4,9 e 5,4 kWh por quilograma. Regra geral,
2 kg de pelletes de madeira substituem cerca de 1 litro de leo de aquecimento.
Na produo de pelletes de madeira, tambm so usadas colas naturais, como o amido do milho.
Estas colas so adicionadas para facilitar o processo de prensagem, e para melhorar o equilbrio
energtico e a resistncia abrasiva do produto. O limite mximo para as colas de 2%, que esto
estabelecidos de modo a minimizar o teor de cinzas, dado que a matriz de cinzas est optimizada
para o sistema de combusto.
Mesmo se a produo de pelletes de madeira, com os seus processos de prensagem e secagem, for
pouco eficiente do ponto de vista energtico, este corresponde a menos de 2% do teor de energia do
produto final. Por esta razo, os pelletes de madeira so significativamente melhores do que as
fontes de energia fssil, para as quais 10-12% da sua energia necessria, para tratamento e
purificao.
Para aquecimento automatizado com madeira, em sistemas com limites de sada elevados,
superiores a 50 kW, so usadas estilhas de madeira. Estas so produzidas a partir dos resduos de
madeira colhida e do processamento de madeira, atravs de cortadores mecnicos.
Para a produo de estilhas de madeira, existem disponveis trs aparelhos diferentes de corte
mecnico (cortador, cortador cilndrico e cortador de parafuso).
Figura 2.47 - Cortador cilndrico para 100m3 de estilhas de madeira por hora
Fotografia: Dobelmann / www.sesolutions.de
Os requisitos energticos especficos para o processo de corte variam entre 2 e 5 kWh por tonelada
de produto cortado, ou seja, menos do que 0,5% da energia contida na madeira. Este requisito
depende fortemente do teor de gua na madeira. A madeira rija e seca ao ar necessita de cerca
de18% mais energia no processo de corte, do que a madeira fresca e hmida da floresta.
Nas estilhas no devem existir impurezas, tais como, pedras, objectos de metal ou outros materiais
estranhos. Para alm disso, as estilhas de madeira no devem estar muito hmidas, para que se
possa obter uma combusto limpa. A madeira fresca da floresta tem um teor de gua de 50%, sendo
este nvel suficiente, para causar problemas tcnicos na combusto.
Se o teor em gua das estilhas estiver abaixo dos 40%, so classificadas como hmidas e requerem
uma secagem posterior. Se for utilizado um mtodo de secagem ao ar livre, consegue-se atingir um
teor em gua de cerca 20% depois de vrias semanas de secagem.
Estilhas de madeira com elevada qualidade, para uso em sistemas de combusto automatizados, no
contm ou contm uma quantidade mnima de casca de rvores. Isto torna possvel assegurar que
exista uma combusto ptima, com um teor mnimo de cinzas, menor que 0,5%.
Tal como os briquetes de madeira, as estilhas de madeira, tm de ser derivadas de madeira pura. As
impurezas na forma de plsticos ou tintas, que no se conseguem remover da madeira velha,
conduzem ao aumento de emisso de poluentes e do teor de cinzas. Por esta razo, o seu uso em
caldeiras sem purificao do gs de exausto geralmente proibido.
A madeira processada em estilhas de madeira pode ser usada em todos os sistemas de combusto
disponveis. A gama total de sada num sistema de combusto totalmente automatizado, desde uma
sada trmica de 50 kW e at vrias dezenas de megawatts, pode ser coberta com este produto de
biomassa.
2.16.3 Toros
A produo de toros divididos para fins energticos, a forma tradicional de preparao da madeira.
Neste processo, a madeira serrada em peas at 1 metro de comprimento. Esto estabelecidos
outros trs medidas de comprimento de toros: 25 cm, 33 cm e 50 cm. Todos os produtores de
caldeiras tm optimizadas as geometrias das cmaras de combusto para estes comprimentos.
Depois de ser cortada no comprimento desejado, a madeira dividida, para optimizar a rea de
superfcie para combusto e para facilitar a secagem da madeira. Quando a madeira separada
manualmente, o toro mantido em p e separado em quatro partes ao comprido. Este processo
tambm pode ser feito por uma mquina hidrulica de corte de madeira.
Para utilizar os toros em aquecedores importante que a madeira esteja seca. Um bom toro de
madeira tem um teor de gua menor que 20 %. Este valor atinge-se depois de dois anos de
armazenamento ao ar livre. Se este requisito for satisfeito, pode esperar-se um teor de cinzas
residual dos toros menor que 0,5%.
Os briquetes de madeira so prensados do mesmo modo que as pelletes, a partir das estilhas de
madeira e serradura. Neste caso tambm se utiliza madeira sem casca. Durante o processo de
manufactura, a madeira tem de secar, at se obter um teor de gua inferior a 10%.
Uma elevada densidade de energia, boas propriedades de calor do material de madeira compactado
e os baixos resduos, com um mximo de 0,5% de teor de cinzas, tornam os briquetes de madeira um
combustvel ideal para sistemas de combusto pequenos, alimentados manualmente, tais como
fornos, queimadores de madeira e fornos cermicos. Porque no contm nenhuma resina de rvore,
no so propensos a emitir fascas. Por esta razo, os briquetes de madeira tambm so muito
adequados para o uso em lareiras abertas.
Os fardos redondos, dependendo da maquinaria disponvel, podem ser produzidos com dimetros de
60 cm a 180 cm. Estes fardos tm um comprimento entre 120 cm e 150 cm e atingem densidades de
armazenamento at 120 kg/m3.
Na Europa, o biodiesel o nico biocombustvel lquido disponvel no mercado geral, nas estaes de
distribuio. Embora as grandes empresas de leo mineral por toda a Europa no ofeream biodiesel
nos seus postos de distribuio, em muitos pases existe uma rede de estaes de enchimento
independentes, que fornece o produto biodiesel.
Na Europa e nos EUA, o etanol e outras fontes de biocombustveis lquidos so usados como
componentes de mistura e aditivos. Como resultado, o cliente no se apercebe geralmente do seu
uso.
A utilizao directa de etanol puro como combustvel, sistema implementado em larga escala no
Brasil, uma excepo.
As fontes de biomassa podem substituir totalmente as fontes de energia fssil, nos trs campos.
A principal rea de aplicao para as fontes slidas de biomassa a produo de calor. Este pode
ser produzido eficientemente em sistemas de combusto de tamanho pequeno (de 3 kW) e mdio
(cerca de 100 kW), e em grandes centrais trmicas (cerca de 10 MW). As fontes lquidas e gasosas
de biocombustveis so raramente usadas para produo de calor puro. A sua rea de aplicao
tende a ser mais na produo de electricidade ou no uso como combustvel para veculos.
Os processos usados para produzir electricidade a partir da biomassa tm feito, durante muitos anos,
parte da melhor tecnologia disponvel,. Estes vo desde mini-estaes de energia (com motores de
combusto), at grandes centrais de energia (com turbinas a vapor).
O calor pode ser produzido usando todas as fontes de biomassa nos estados slido, lquido e gasoso.
Enquanto a quantidade de calor produzido depende apenas do poder calorfico do combustvel, as
condies bsicas necessrias para a combusto completa com baixas emisses, diferem para
diferentes estados de agregao.
1. Aquecimento
2. Secagem
3. Decomposio piroltica
4. Gaseificao do combustvel sem gua
5. Gaseificao do carbono slido
6. Oxidao dos gases combustveis
Os requisitos tcnicos para uma converso total dos combustveis slidos, nesta cadeia de processo
so:
da pirlise capazes de afectar os produtos slidos e lquidos de pirlise, tais como o carbono e
alcatro.
A lenha inflamada como combustvel apresenta a curva de calor mostrada acima. A combusto
baseia-se num equilbrio entre reaces endotrmicas (absoro de calor), representadas com uma
seta azul, e reaces exotrmicas (libertao de calor), representadas com uma seta vermelha.
As diferentes cores das chamas, num fogo com madeira, so o resultado de vrios processos de
combusto. As chamas amarelas ocorrem com a ps-combusto de partculas de carbono, tal como a
fuligem. As chamas azuis ocorrem quando a madeira pirolisada em monxido de carbono. Ambas
as volatilizaes e a fase seguinte de combusto so fortemente dependentes da superfcie de
reaco disponvel.
Quando uma pea de madeira grande queimada, a combusto acontece num processo contnuo,
no qual as mudanas termoqumicas se movem de fora para dentro do material. O diagrama abaixo
apresenta uma seco em corte, de uma pea de madeira a arder, caracterizada esquematicamente.
A diviso e reduo do tamanho da lenha cria as condies ideais para que decorra uma combusto
de baixas emisses, na qual, as fases de arranque e queima do combustvel so minimizadas. Isto
torna mais fcil a sada de calor dos sistemas de combusto, e podem ser projectados sistemas de
armazenamento de calor mais precisos.
medida que a combusto prossegue, atravs das vrias etapas do processo, so libertados
poluentes dos biocombustveis slidos. Contudo, um bom controlo de processo pode elimin-los,
antes de escaparem para o ambiente. Os poluentes devidos combusto de fontes de biomassa
slida podem ser divididos em duas classes:
Os sistemas de combusto modernos, com uma via separadora do ar primrio e secundrio, e uma
zona de combusto suficientemente grande, criam as condies certas para a existncia baixas
emisses de combusto. Deste ponto de vista, as caldeiras alimentadas manual ou automaticamente
so usadas em aplicaes para produo de calor puro.
Para uma boa eficincia geral, os sistemas modernos de combusto tm que criar as condies de
processo ptimas, para todas as fases de combusto. Isto aplica-se particularmente a fornecimentos
primrios e secundrios de ar de combusto, que representa o factor limitante para uma combusto
limpa e uma elevada eficincia.
Nos dias que correm, necessrio cada vez mais, ter sistemas de aquecimento regular nas
habitaes, quer para aquecimento do ar ambiente, ou para gua do chuveiro. Essas necessidades
causam grandes problemas para sistemas de aquecimento a madeira no regulados. Na prtica, este
problema resolvido, quer com a instalao de tanques de armazenamento bem dimensionados,
quer com uma alimentao automtica constante de combustvel novo.
O funcionamento de um tanque de armazenamento, com uma caldeira a madeira pode ser explicado,
com a ajuda do seguinte grfico:
O sistema de armazenamento permite que sistemas de aquecimento a madeira sejam, por um lado,
flexveis e reajam rapidamente a requisitos de calor e, por outro lado, prolonguem os intervalos de
combusto. Isto ajuda a reduzir o desgaste da caldeira e a minimizar o nmero de combustes
parciais.
Para alm da utilizao de tanques de armazenamento, outra possibilidade, para atingir uma sada de
calor constante, usar uma unidade de alimentao automtica.
As caldeiras alimentadas manualmente a madeira slida ou pelletes esto disponveis para uma
gama de energia trmica de 1 kW at 100 kW. Na gama de 10 kW a 50 kW, usam-se principalmente
pelletes de madeira enquanto que na gama de sada acima de 50 kW, predominante o uso de
estilhas de madeira.
As fontes biocombustveis lquidas, leo vegetal ou biodiesel, podem ser usadas para produo de
calor puro.
O leo vegetal natural, em contraste, tem maior viscosidade que o leo de aquecimento.
Consequentemente, so necessrias diferentes geometrias de queimadores para a sua utilizao o
que leva a que no possa ser usado nos queimadores de leo convencionais.
Alguns fabricantes tm queimadores especiais de leo de sarmento de vinha que usam um mtodo
centrfugo para assegurar uma distribuio inflamvel do leo viscoso. Misturas de mais de 20% de
leo vegetal com leo de aquecimento no afectam significativamente a viscosidade resultante. No
entanto com uma proporo de mistura de 5%, observou-se a carbonizao e a formao de
depsitos nos bocais e placas dos orifcios.
Comparado com o gs natural, o biogs apresenta uma velocidade de propagao da chama mais
baixa. Por esta razo, ao usar o biogs os tubos do queimador necessitam de ser ajustados nas
caldeiras a gs. Para pequenas sadas de aquecimento, at 30 kW, so geralmente usados
queimadores atmosfricos. Quantidades maiores de gs, por outro lado, s podem ser utilizadas em
queimadores com ventiladores.
O biogs e outros gases biognicos, so raramente usados puros na produo de calor. Muitas
vezes, economicamente mais vantajoso, transformar em electricidade. Geralmente, o biogs
utilizado para sistemas combinados de calor e energia.
Se o objectivo for optimizar economicamente a utilizao das fontes de energia, o calor libertado
durante a produo de energia tem de ser utilizado. Um sistema descentralizado de cogerao pode
atingir uma eficincia total de 90% da energia primria de entrada. Ou seja, existe um grande
aumento na eficincia de utilizao, comparada com os meros 36% de eficincia na produo de
energia elctrica, nas centrais de condensao.
O dimensionamento do output trmico e elctrico das centrais de cogerao um factor decisivo para
a eficincia do projecto. Os geradores, que operam em paralelo com a rede, isto , ligados
directamente rede de electricidade, podem ser projectados para serem controlados por calor. Neste
caso, o sistema est regulado de tal modo que o calor produzido utilizado e se, ao mesmo tempo,
for produzida electricidade em excesso, enviada para a rede de electricidade.
A base para o dimensionamento deste sistema de cogerao uma curva de durao de carga
anual. Os requisitos de energia para a rede de aquecimento de um local, so calculados ao longo do
ano e representados na forma de um grfico:
O output trmico usado num edifcio registado e assinalado, em ordem descendente, num grfico.
Os sistemas de cogerao, tm um dimensionamento optimizado, quando tm um tempo de
funcionamento mximo possvel para fornecimento de calor.
Se um sistema CCE for instalado em combinao com uma caldeira, garante-se um tempo anual de
funcionamento para a unidade acima de 5000 horas e, portanto, uma operao econmica.
Os valores da tabela seguinte servem de guia para o dimensionamento de um sistema CCE para
edifcios de habitao, tais como lares de idosos, hotis, hospitais ou blocos de apartamentos:
Um sistema de cogerao tem uma sada ptima quando as necessidades anuais de calor, as
necessidades no ms de Agosto e as necessidades de electricidade anuais so alcanadas ou
excedidas pelo output elctrico da CCE. Deve notar-se, que a respectiva linha de valores mais baixa
(na tabela) determina a sada de energia do sistema. No exemplo mostrado a vermelho para um
edifcio de apartamentos, resulta numa sada elctrica de CCE ptima de 18kW.
Para a integrao hidrulica das unidades de cogerao em redes trmicas de edifcios, apresentam-
se dois exemplos de ligao, com caldeiras de baixa temperatura e caldeiras de condensao.
Quando se usa um sistema CCE, juntamente com caldeiras convencionais, ou caldeiras de baixa
temperatura, ou caldeiras a lenha, a sua integrao no circuito de aquecimento traz vantagens
tcnicas. Deste modo, um sistema CCE pode ser integrado em circuitos de aquecimento existentes,
sem requerer uma tecnologia de controlo especial.
Se uma unidade de CCE for usada em conjunto com uma caldeira de condensao, obtm-se
desvantagens em integrar a unidade de CCE na alimentao porque limita a utilizao da energia de
aquecimento da caldeira.
A ligao de retorno da unidade de CCE est localizada na zona de carga, de modo a no forar a
unidade de CCE a desligar enquanto a caldeira est a funcionar, mesmo se houver fluxo excedente,
devido ao tanque de armazenamento.
Uma variao tcnica no uso de fontes biocombustveis lquidas e gasosas para a gerao
combinada de calor e energia so os motores de combusto. Estas unidades existem em dois grupos
tecnolgicos diferentes, de acordo com o tipo de combusto (combusto interna ou externa).
A escolha do motor a usar depende principalmente do projecto. Os motores so escolhidos pela sua
potncia e especificaes, em conjunto com o combustvel disponvel.
Motor de ignio a gs
Na sua construo, os motores de ignio a gs so idnticos aos motores a gasolina, usados nos
carros. O carburador usado nos motores a gasolina substitudo por um misturador a gs. Este
misturador gera uma mistura inflamvel de combustvel e do ar de entrada do motor, que ento entra
em ignio atravs da fasca produzida pela vela de ignio.
Motor gs-diesel
Os motores a gs-diesel podem ser projectados como motores a diesel normais, que depois so
ajustados ignio a gs, ou a sua compresso to alta que a ignio no necessria. A classe
de energia destes motores excede geralmente os 150 kW de energia elctrica. Como resultado da
construo robusta, so normais tempos de vida em servio acima de 80000 horas de
funcionamento.
Os motores diesel de injeco so motores a diesel convertidos, que so capazes de queimar biogs,
misturado com ar.
Figura 2.67 - Sistema de cogerao de injeco a diesel com 100 kWe de energia
Fotografia: Dobelmann / www.sesolutions.de
Uma vez que esta mistura de ar/gs no se auto inflama com as presses de compresso criadas
nos motores diesel, a ignio externa tem de ser fornecida, tal como com os motores de ignio, por
fasca. Assim, os motores diesel de injeco piloto usam bocais de injeco existentes e introduzem
diesel e leo de aquecimento no cilindro, junto com a mistura comprimida de gs/ar. Este jacto de
combustvel inflama, como resultado da compresso, e consequentemente inflama a mistura e o
processo de combusto realiza-se. A quantidade de leo inflamado, necessrio para operar o motor,
deste modo cerca de 7-10% da sada total atingida do motor. O tempo de vida deste tipo de motor
cerca de 30.000 a 40.000 horas de funcionamento.
Motor Stirling
Os motores Stirling so um exemplo de motores que usam a combusto externa. Estes geradores de
calor e energia utilizam a diferena de temperatura entre dois pontos e convertem esta diferena de
energia em energia mecnica.
Os motores Stirling ainda esto pouco difundidos em aplicaes industriais. Infelizmente, a vantagem
da combusto externa, tambm causa problemas, dado que no consegue assegurar uma
transferncia de calor constante para o cilindro.
Os motores de mbolo a vapor so a verso moderna da mquina a vapor, inventada por James Watt
em 1769.
As mquinas movidas a vapor so alimentadas com caldeiras a vapor. Requerem presses de vapor
entre 6 e 60 bars. Se a mquina for um elemento intermdio, num circuito de produo, ento podem
ser toleradas contrapresses at 25 bars. As mquinas a vapor podem lidar com velocidades de fluxo
at 40t/h.
Se for necessrio aumentar a potncia das mquinas, estas podem ser preparadas num circuito em
cascata e possvel trabalhar com modelos de expanso multi etapas. O rendimento energticos das
mquinas pode tambm ser optimizado, com um controlo do enchimento, para limites de carga
completos ou parciais.
2.19.2.2 Turbinas
1. Turbinas a vapor;
2. Turbinas a gs;
3. Turbinas de ciclo orgnico Rankine (COR);
4. Turbinas de ar quente.
De seguida apresenta-se uma explicao tcnica dos conceitos envolvidos nestas turbinas.
Turbinas a vapor
No processo de energia a vapor, a gua alimentada por via de uma bomba de alimentao, para
uma caldeira de vapor, consistindo num vaporizador e num sobreaquecedor. Aqui, muda do estado
lquido para o estado gasoso. O volume do vapor que resulta ento expandido, atravs de uma
turbina que est acoplada a um gerador. O vapor expandido e arrefecido recolhido num
condensador ou torre de arrefecimento e retorna a um estado lquido.
As despesas estruturais, envolvidas nas unidades necessrias para a produo de vapor, significam
que, por razes econmicas, o limite de energia mais baixo para este processo seja de 300 kW.
Turbinas a gs
Ao contrrio das turbinas a vapor, descritas na seco anterior, que operam num circuito fechado
aquecido externamente, as turbinas a gs so aquecidas directamente. Aqui, os combustveis entram
em combusto com o oxignio, numa cmara de combusto onde se inclui a turbina, e expelidos
atravs das lminas da turbina. O movimento rotativo resultante convertido em energia elctrica,
por um gerador.
Um dos aspectos tpicos das mquinas geradoras de calor e energia a perda de eficincia, em
operao de carga parcial, sendo portanto necessrio um fluxo de gs constante na turbina. Para
alm disso, a eficincia elctrica de pequenas turbinas a gs (mdia de 25-29%), com um nvel de
energia elctrica de 200kW, fica abaixo das mquinas de combusto convencional.
Nos sistemas de ciclo orgnico Rankine (COR), so usadas turbinas que em vez de gua tm, como
meio de trabalho, solventes orgnicos de ponto de ebulio baixo. O seu limite enrgtico est entre
os 50kW e 2,5 MW.
Em contraste com outros sistemas de turbinas, as turbinas COR podem ser usadas com diferenas
de temperatura mais baixas.
Como processo tpico secundrio, as reas de aplicao so o uso de energia geotrmica e solar
trmica e a utilizao de calor residual das centrais de aquecimento a biomassa.
Turbinas de ar quente
Estas turbinas diferem das turbinas a gs de combusto interna, pelo facto de terem um aquecimento
externo. Aqui o gs, que circula num circuito fechado, aquecido a uma temperatura de entrada na
turbina perto do aquecimento isobrico. Na turbina, o ar sofre ento uma expanso irreversvel at
presso atmosfrica.
Tal como para todas as turbinas, a potncia da rede resulta da diferena entre a potncia da turbina e
a potncia do compressor. As turbinas de ar quente so processos primrios tpicos, que requerem
um nvel elevado de temperatura.
Os dois tipos de pilhas adicionais existentes, pilhas de combustvel alcalinas e de metanol directo,
no podem ser operadas directamente, tendo como componente principal do biogs, o metano (CH4).
As pilhas de combustvel alcalinas (PCA) apenas podem ser operadas com hidrognio puro (H 2). As
pilhas de combustvel de metanol directo (PCMD) no servem para o uso de biogs, visto que
apenas operam sem problemas se utilizarem metanol puro como combustvel. O hidrognio e o
metanol podem ser extrados da biomassa slida.
Para alm da utilizao energtica directa das fontes biocombustveis gasosas e lquidas, para a
produo de calor ou cogerao, a preparao e venda de combustveis processados uma
alternativa interessante. Os requisitos para a qualidade da preparao e do produto resultante so
particularmente elevados.
Os gases biognicos precisam de ser processados e comprimidos para 200 bars, de modo a
assegurar uma margem operacional suficiente, para veculos completamente movidos a combustvel.
Tal como as medidas para impedir a corroso, remoo de cido sulfdrico e amonaco, tambm
essencial filtrar e secar o gs que usado. Uma medida posterior passa pela separao do dixido
de carbono, para aumentar o poder calorfico do combustvel produzido.
Tabela 2.9 - Requisitos mnimos de qualidade para o uso de biogs como combustvel em
veculos
Nome Unidade Gs bruto de biogs Combustvel biogs
Metano (CH4) Vol.% 50-75 >95
Dixido de carbono (CO2) Vol.% 25-50 3-4
Vapor de gua (H2O) g/m 10-50 0,032
Azoto(N2) Vol.% 0-5 -
Oxignio (O2) Vol.% 0-2 <1,0
Hidrognio (H2) Vol.% 0-1 <0,5
Amonaco (NH3) Vol.% 0-1 -
cido sulfdrico (H2S) Vppm 0 - 6.000 <15
Partculas slidas m < 100 <5
No entanto, as alimentaes directas da rede so muito raras, dado que, o biogs tem de passar por
todas as fases de tratamento no local e ser adaptado qualidade predominante do gs natural na
rede.
A digesto anaerbia (DA) de efluentes agro-pecurios uma tcnica que tem sido aplicada h
vrias dcadas. Apesar das primeiras instalaes de DA apresentarem diversas dificuldades
tcnicas, hoje consensual que so tcnica e comercialmente atractivas para produo de
energia renovvel. So mltiplas as vantagens das centrais de biogs:
Nos ltimos anos, foram construdas por todo o mundo centenas de instalaes de biogs,
desde digestores de dimenso domstica (principalmente nos pases desenvolvidos) a
digestores centralizados de larga escala (integrados em centrais de tratamento de efluentes
agro-pecurios).
O biogs produzido pode ser utilizado para gerar calor e/ou electricidade. Esta ltima opo,
denominada combinao de calor e energia (CCE ou cogerao), a mais comum. A
electricidade gerada por um motor a gs pode ser destinada, no apenas para injeco na rede
elctrica, mas tambm para consumo prprio. O calor parcialmente utilizado no digestor e
podendo o restante ser usado, por exemplo, para aquecer estbulos ou residncias, ou na
produo de guas quentes sanitrias.
2. Armazenamento de co-substratos
Adicionando outro tipo de biomassa, com uma maior densidade energtica do que o efluente
agro-pecurio, pode aumentar-se substancialmente o rendimento do biogs. A biomassa
adicional chama-se co-substrato. A diferena na fluidez dos co-substratos, comparada com a
do efluente agro-pecurio, sugere um armazenamento separado.
3. Pr-tratamento
Com base no tipo de co-substrato e respectivo estado de agregao, existem trs formas
diferentes de pr-tratamento: tratamento mecnico, pr-aquecimento e tratamento trmico.
Alguns co-substratos requerem uma reduo de tamanho, efectuada por corte ou moagem,
para evitar a presena de partculas demasiado grandes nas bombas e misturadores da
instalao. Por outro lado, a reduo de tamanho aumenta a rea de superfcie para as
bactrias, com a consequente acelerao da produo de biogs. Outros tipos de co-substrato,
como as gorduras, podem requerer pr-aquecimento para melhorar as caractersticas do fludo.
Alguns co-substratos necessitam de tratamento trmico para preencher requisitos sanitrios.
4. Digestor
x Para que o substrato introduzido se misture com o substrato existente, para melhorar a
penetrao das bactrias no substrato mais recente;
x Para atingir uma temperatura uniforme no digestor;
x Para evitar e interromper a formao de camadas sedimentares;
x Para melhorar o metabolismo das bactrias, removendo as bolhas de gs.
5. Armazenamento de ps digesto
6. Armazenamento de biogs
O biogs que produzido no digestor tem de ser armazenado at ser usado, podendo ser
armazenado quer no digestor, quer num tanque especfico de armazenamento exterior de gs.
7. O motor a gs
O motor a gs, funcionando como uma unidade CCE, utiliza o biogs como fonte de energia
primria para produzir electricidade e calor. A electricidade produzida pode ser usada para
consumo prprio e/ou ser fornecida rede. O calor produzido ser usado, em parte, para o
aquecimento do digestor, sendo o restante usado para o aquecimento de edifcios e de guas
sanitrias, estbulos ou para outros fins, como estufas ou processos industriais.
O biogs tambm pode ser processado para ser utilizado como combustvel de transporte, para
abastecer uma rede de gs natural, ou apenas para gerao de calor. Nos pases
desenvolvidos, o biogs produzido por digestores no aquecidos, usado como combustvel
para cozinhar.
3.1.1.2 Dimenso
Pode ser feita uma distino entre os seguintes tamanhos de sistemas de DA:
Pequena Escala
Estes so digestores simples com uma capacidade de 5-100m3 para pequenas quantidades de
substrato (100-1.000 ton por ano). Regra geral, um digestor deste tamanho no rentvel,
devido aos elevados custos do investimento, em comparao com um rendimento
relativamente baixo. Um digestor deste tamanho poder ser encontrado principalmente na
sia, sendo muito raro na Europa. Estes digestores no esto munidos de isolamento,
aquecimento nem agitao.
Este manual centra-se nos digestores escala de uma explorao agro-pecuria. Estes tm
uma capacidade de 100-800 m3 e podem processar 1.000-15.000 toneladas de substrato por
ano. Geralmente, uma grande parte destes substratos tm origem numa nica explorao
agro-pecuria, e a electricidade produzida fornecida rede. O calor residual poder ser
usado como substituto doutras fontes de produo de calor.
Figura 3.2 - Vista geral de uma central escala de uma explorao agro-pecuria
Fotografia: PlanET GmbH / www.planet-biogas.com
Grande escala
Um digestor de grande escala tem uma capacidade superior a 15.000 toneladas de substrato,
processadas anualmente. Devido sua escala, este tipo de aplicao oferece, muitas vezes,
oportunidades economicamente atractivas para o posterior tratamento do produto digerido, tais
como, a produo de efluentes e adubos de alta qualidade. Instalaes industriais de biogs a
uma grande escala podem digerir desperdcios orgnicos hmidos, como por exemplo,
efluentes industriais, resduos orgnicos do processamento de alimentos ou ento fraces
orgnicas separadas, provenientes dos resduos slidos urbanos municipais.
Figura 3.3 - Vista geral de uma central de Digesto Anaerbia escala industrial
Fotografia: ARA GmbH / www.ara-goe.de
Para produzir o metano, as bactrias tm de estar num ambiente especfico. Esse ambiente
tem de ter as seguintes condies:
O biogs produzido tem na sua composio metano (CH4) e dixido de carbono (CO2), bem
como quantidades menores de azoto, hidrognio, amonaco e cido sulfdrico.
O teor de metano no biogs varia entre 50 e 80%. Quanto maior o teor de metano no biogs,
mais energia contm.
Exemplo:
1000 toneladas de estrume de porco tm um teor de matria seca (MS) de 8%, do qual 80%
matria orgnica (MO). A produo mxima de biogs de 450 m3/tonelada MOS. A produo
de biogs a partir da digesto deste estrume ser:
3.1.2.5 Substratos
Efluentes agro-pecurios
A composio do efluente, que tem um grande efeito no rendimento do biogs, varia quanto ao
tipo de animal e quanto explorao. A Tabela seguinte apresenta a variabilidade da
composio e a produo do biogs do efluente para vrios animais. Como resultado do uso
de gua a fraco de matria seca pode variar, enquanto o rendimento de biogs pode variar
para diferentes tipos de alimentao.
O efluente das vacas leiteiras tem um rendimento de biogs mais baixo por kg de matria
orgnica seca do que o efluente da suinicultura. Isto deve-se principalmente flora intestinal da
vaca, que estimula o incio da digesto do estrume ainda antes da excreo. Ainda assim, o
menor rendimento compensado pelo teor relativamente alto de matria seca do seu estrume.
As vacas leiteiras produzem cerca de 27 toneladas de efluente, por animal, por ano. No
entanto, dependendo do sistema de pastoreio de uma (grande) explorao especfica, parte
desta quantidade produzida enquanto as vacas pastam. Os porcos fmeas produzem cerca
de 5,5 toneladas de estrume por animal, por ano; os porcos machos cerca de 1,2. O estrume
dos porcos fmeas possui um menor teor de matria seca do que o estrume dos porcos
machos e, como tal, um menor rendimento de biogs por tonelada.
Co-substratos
Efluente digerido
x A fraco de azoto (N) que directamente absorvida pelas plantas aumentou. Este o
resultado da converso de compostos orgnicos facilmente degradveis. Com o uso
apropriado do efluente digerido (por exemplo, estrumar no incio da poca de cultivo para
evitar a lixiviao do azoto) possvel poupar adubo qumico. Esta poupana na utilizao
de adubo qumico, pode atingir valores na ordem dos 10-20%;
x Os compostos orgnicos que se degradam muito devagar (compostos do gnero de
hmus, tambm chamados lenhose) no so degradados no processo de digesto
anaerbia, mantendo-se portanto a funo de fertilizante do solo;
x O composto tem menos odores;
BIOGS A PARTIR DE SISTEMAS DE DIGESTO ANAERBIA 3.9
BIOENERGIA - MANUAL SOBRE TECNOLOGIAS, PROJECTO E INSTALAO
x mais homogneo;
x A quantidade de microorganismos patognicos e germes reduzida.
Co-Substratos
Aquando da utilizao de co-substratos deve-se prestar ateno a uma srie de factores. Para
alm de se reunirem as condies do processo, devem ser tidos em conta os seguintes
aspectos:
x Aspectos Qumicos: Os co-substratos podero conter metais pesados (como zinco e cobre)
ou outros contaminantes inorgnicos e poluentes orgnicos persistentes (POPs). Quando o
composto (a mistura digerida do efluente e dos co-substratos) for usada em solo agrcola,
aconselha-se a verificao das concentraes destes contaminantes no composto, para
verificar a conformidade com padres nacionais e/ou regionais requeridos. Os co-
substratos podero tambm conter azoto, fsforo e potssio, em concentraes
significativamente mais altas que nos adubos qumicos.
x Impurezas fsicas: possvel que estejam presentes impurezas fsicas no co-substrato.
Estas podem consistir em: plstico e borracha; metal; vidro e cermica; areia e pedras;
materiais de celulose (madeira, papel, etc); e outros. Estas impurezas podem afectar a
estabilidade operacional da instalao ou danificar os componentes da fbrica. Para alm
disso, a maioria destas impurezas tambm indesejvel, se o composto for utilizado em
solo agrcola. Deve assegurar-se que o co-substrato tema o menor nmero possvel de
impurezas fsicas e que corresponda aos padres nacionais e/ou regionais sobre esta
matria;
x Microorganismos patognicos e germes: Os co-substratos podem conter vrios
microorganismos patognicos e germes, dependendo da sua fonte de origem. Os co-
substratos originrios de fontes externas podem apresentar um risco adicional de aumento
de doenas (como a BSE) ou propiciar o aparecimento de ervas daninhas, especialmente
quando o composto usado em solo agrcola. Este risco varia para os diferentes tipos de
co-substratos.
Microorganismos Patognicos
Germes
De acordo com a gesto do processo dos sistemas de DA, estes podem ser divididos nas trs
seguintes categorias:
x Processos contnuos;
x Processos descontnuos (sistema por fases);
x Processos semi-contnuos.
Processo Contnuo
Uma central de biogs, a funcionar em modo contnuo, consiste num digestor principal e num
tanque de ps-digesto para o composto. Os tanques de armazenamento de efluentes
existentes podem ser usados como tanques de ps-digesto. Quando os substratos so
adicionados no digestor, uma quantidade equivalente de composto bombada para o tanque
de ps-digesto, atravs de um tubo de descarga, pelo que, o nvel no digestor mantm-se
constante. O composto, que introduzido no tanque de ps-digesto, poder conter alguns
substratos, que continuaro a ser digeridos no armazenamento. Normalmente, o tanque de
ps-digesto est selado, para que o biogs a produzido possa ser usado, e portanto permita
aumentar a produo global de gs. Outra opo, para aperfeioar a eficincia total do sistema
a utilizao de ar rico em metano, proveniente do tanque de ps-digesto, como ar para a
combusto.
Este processo contnuo adequa-se mais a agricultores que tenham de armazenar os seus
efluentes, durante longos perodos. O digestor pode ser relativamente pequeno, porque ir
conter apenas o efluente, enquanto durar o processo de digesto (tempo de reteno). A
funo de armazenamento do digestor no to importante, uma vez que o composto
armazenado no tanque de ps-digesto
Uma outra opo de funcionamento de um digestor anaerbio o processo por fases. Neste
processo, o digestor periodicamente preenchido, na sua totalidade, com efluente e co-
substrato. O digestor ento selado e o processo de digesto inicia-se. A taxa de produo de
biogs aumenta at atingir um patamar mximo, e quando a taxa de produo diminui abaixo
de 90-95%, transportado composto para o tanque de armazenamento. O restante permanece
no digestor para dar incio ao processo de digesto da nova poro de substrato fresco. Para
que se possa ter um fornecimento constante de biogs, necessrio existirem diversos
digestores a funcionar em paralelo, em fases diferentes do processo de DA. Usualmente, os
sistemas de mltiplos tanques digestores so mais adequados para centrais industriais de
grande escala; a digesto por fases em dois tanques pode ser utilizada nos digestores de
exploraes agro-pecurias.
BIOGS A PARTIR DE SISTEMAS DE DIGESTO ANAERBIA 3.12
BIOENERGIA - MANUAL SOBRE TECNOLOGIAS, PROJECTO E INSTALAO
Processo semi-contnuo
Este tipo de processo combina as vantagens do processo por fases e do processo contnuo.
Permite utilizar o digestor para armazenamento e digesto de substratos. O material orgnico
adicionado continuamente, at encher gradualmente o tanque digestor. O efluente digerido fica
armazenado no tanque enquanto for necessrio. Uma vez preenchido o digestor, em vez de
funcionar como um processo por fases, passa a funcionar continuamente. Desta forma,
qualquer substrato adicional que seja acrescentado, far com que haja um fluxo de composto
para o tanque de armazenamento. Geralmente, o tamanho destes tanques suficientemente
grande, pelo que no necessrio um tanque adicional de ps-digesto. A maior desvantagem
deste processo resulta do facto de parte do composto no ser completamente digerido e, desta
maneira, o rendimento de biogs menor, quando comparado com outras opes de
processos. Para alm disso, devido ao curto tempo de reteno, o efeito de saneamento
ligeiramente mais baixo.
x Digestor horizontal;
x Digestor vertical.
Digestor Horizontal
O substrato entra no digestor lentamente por um lado e o composto sai pelo outro. A vantagem
deste tipo de digestores que os substratos no so misturados horizontalmente, mas
verticalmente. Sendo assim, o efeito do saneamento e o rendimento mdio de biogs mais
elevado. O tempo de reteno pode ser mais curto, aumentando a capacidade do digestor.
Um digestor horizontal tem capacidade para uma percentagem de material seco na ordem dos
15 a 20%.
Digestor vertical
Um digestor vertical tem uma forma cilndrica e normalmente possui um volume que varia entre
os 300 e os 1500 m3. O contedo pode ser aquecido, quer por um permutador externo, que
aquece os substratos que esto a ser introduzidos, quer por gua quente que circula em tubos
ao longo das paredes do digestor. As paredes so isoladas para reduzir a perda de calor.
Existem vrios sistemas de agitao possveis. Na maioria dos casos, o biogs fica
armazenado com o composto, separado por uma membrana flexvel.
O digestor vertical pode ser igualmente montado com uma cobertura slida, utilizando um
armazenamento externo de biogs.
Na maioria dos casos, este tipo de digestor, menos dispendioso que um digestor horizontal,
devido ao uso de materiais mais baratos, como beto e ao facto da construo ser menos
complexa. A agitao dos substratos pode ser feita utilizando vrios tipos de aparelhos
agitadores.
Um digestor vertical tem capacidade para uma percentagem de material seco que vai dos 10
aos 15%.
Existe uma grande variedade de esquemas de sistemas de DA, sendo que cada um tem as
suas vantagens e desvantagens. As principais razes por que se deve escolher um certo
esquema so:
x disponibilidade de substratos;
x recursos de investimento disponveis;
x infraestrutura disponvel (por exemplo, transformao de um silo num digestor);
x espao disponvel;
x saneamento necessrio;
x clima (um clima frio requer melhor isolamento trmico);
x tempo necessrio (ou preferido) de armazenamento do composto;
x preferncia por um fornecedor.
Na Figura 3-12 apresentam-se vrios esquemas de sistemas possveis. De referir que existe
uma distino entre digestores, com armazenamento de biogs interno ou externo.
Por vezes, tanto o tanque digestor como o armazenamento de ps-digesto so usados para
armazenamento de biogs (variante e). Os digestores horizontais so frequentemente
desenhados como na variante d e na f. Quanto opo de desenho c e d, pode ser usada uma
variedade de sistemas de armazenamento de ps-digesto. As variantes g e h do sistema
mostram sistemas de digesto por fases.
Neste manual dado mais nfase aos digestores verticais. O pavimento e as paredes destes
digestores so, na sua maior parte, feitos de beto reforado a ao. Contudo, pode tambm ser
usado apenas ao. As paredes dos digestores necessitam de cobertura com material de
isolamento para evitar a perda de calor.
O digestor deve ser selado ao ar. A cobertura superior do contentor depende do tipo de
armazenamento aplicado. Para armazenamentos de gs integrado, a cobertura deve consistir
numa chapa flexvel. A desvantagem desta construo deve-se ao facto de ter um baixo efeito
de isolamento e assim existir perdas de calor significativas. Usando um tecto slido com
isolamento, estas perdas podem ser evitadas. Na maior parte dos casos, o sistema requer um
armazenamento externo de gs.
As centrais de biogs, com tanques de saneamento, nos quais parte do substrato aquecido
at 70C, podem quase sempre dispensar o aquecimento do digestor, usando um permutador
de calor com contador de caudal, para aquecer o vapor principal do substrato, trocando calor
com o substrato higienizado. Neste caso o isolamento do digestor deve ser um pouco mais
espesso do que o usual.
BIOGS A PARTIR DE SISTEMAS DE DIGESTO ANAERBIA 3.16
BIOENERGIA - MANUAL SOBRE TECNOLOGIAS, PROJECTO E INSTALAO
A tubagem sobre presso, para transporte de substrato por meio de uma bomba, em curtas
distncias, deve ter um dimetro de pelo menos 100 mm para evitar bloqueios. Para distncias
maiores requer-se um dimetro de pelo menos 150 mm, e para evitar sedimentos no fundo da
tubagem deve considerar-se uma velocidade de transporte mnima de cerca de 1 m/s.
A tubagem em superfcie livre est sujeita influncia da gravidade, pelo que requer um
dimetro de pelo menos 200 mm.
Qualquer tubagem que esteja exposta a congelamento deve ser protegida, por meios de
isolamento, de modo a evitar a formao de gelo e assim o bloqueio da mesma.
Deve ser instalada uma vlvula de reteno, para evitar o refluxo do digestor, para o
armazenamento de efluente.
3.1.4.4 Bomba
Uma bomba no sistema DA pode ter duas funes, servindo para superar a diferena em
altura, ou para ser usada no sistema hidrulico de agitao.
x centrfugas;
x deslocamento positivo;
x espiral excntricas;
x palheta;
x fole.
De modo a facilitar o funcionamento das bombas, deve instalar-se a tubagem com uma
inclinao de 1 a 2%, para que a bomba fique automaticamente vazia durante a paragem. Este
procedimento evita a formao de sedimentos na bomba. No entanto , este procedimento no
possvel com bombas de vlvula, uma vez que estas no aspiram automaticamente o
substrato.
Agitador de parafuso
Agitao hidrulica
O substrato pode ser agitado hidraulicamente, atravs da sua bombagem para o exterior do
digestor, para um local definido e realimentao num ponto diferente. O substrato
normalmente retirado por um tubo na parte superior do digestor e injectado na parte inferior. O
produto de entrada e de sada do tubo deve ser colocado, de tal modo, que o seu contedo
seja misturado completamente. Na maior parte dos casos o substrato na bomba pode ser
usado para este fim. Para tornar este processo possvel, o tubo de transporte deve ter uma
derivao por meio de uma vlvula e de um tubo adicional.
A vantagem de um sistema hidrulico que no tem partes que se movam dentro do digestor.
A bomba est localizada fora do digestor e facilmente acessvel para manuteno.
Os substratos podem ser inseridos directamente num tanque digestor passando por um
sistema de secagem, por exemplo, um tanque em forma de funil. Os substratos fluidos podem
ser tambm inseridos directamente no tanque de digesto, atravs do sistema de
armazenamento.
Como alternativa pode ser usado um tanque de pr-mistura, para misturar o efluente e os co-
substratos, antes de serem bombeados para o digestor.
O armazenamento de biogs pode ser interno (no topo do substrato ou composto) ou externo.
Se o biogs armazenado internamente, deve-se instalar uma membrana flexvel acima do
efluente em digesto, no sendo, no entanto necessria, quando a quantidade de biogs a
armazenar pequena. Esta membrana deve ter uma espessura de cerca de 1-2 mm, e tem
propriedades de expanso quando h formao de biogs.
Normalmente, um motor de pisto pode libertar calor para a atmosfera atravs da gua de
arrefecimento do motor e do sistema de exausto. Numa configurao CCE, este calor
recuperado por meio de permutadores de calor. Parte deste calor utilizado para aquecer o
digestor, enquanto que o calor remanescente pode ser usado para necessidades de calor
externas. O motor CCE pode utilizar at 90% da energia do combustvel convertendo-a em
30% de energia elctrica e 60% em calor.
A electricidade gerada pode ser utilizada tanto para uso prprio como para fornecimento
rede. Existem duas opes diferentes para a produo de electricidade:
O biogs pode conter cerca de 1% de cido sulfdrico (H2S). O H2S possui um efeito corrosivo
em metais e poder danificar o motor e a tubagem, da a importncia de remoo deste
elemento. A remoo pode ser feita simplesmente por adio de algum ar (2 a 6 vol.%) pela
parte superior do digestor, junto ao local onde est localizada a sada de biogs para
armazenamento. As bactrias oxidantes convertem o cido sulfdrico em enxofre, e de seguida
este precipitar no composto, como enxofre elementar. Quando a quantidade de ar doseada
correctamente, a quantidade de H2S no biogs pode ser reduzida em 95%. Contudo, se for
adicionado demasiado ar, o cido sulfdrico pode converter-se em cido sulfrico. Alm disso, a
combinao de ar e biogs pode ser explosiva. A limitao da quantidade de ar muito
importante.
Depois do substrato ter sido fermentado transferido para o tanque de ps digesto, para ser
armazenado, at que o substrato digerido possa ser usado como fertilizante. Os tanques de
armazenamento so cada vez mais cobertos, para evitar perdas de azoto e para recuperar
biogs adicional, que se forma durante o perodo de armazenamento do composto.
Geralmente, durante os meses mais frios do ano, no permitido espalhar fertilizante nos
campos. De acordo com o tamanho necessrio para armazenamento, o tanque deve ser
desenhado de modo a que armazene a quantidade de substrato digerido, produzido durante
um perodo de cerca de 6 a 7 meses. Com o sobredimensionamento ligeiro da capacidade de
um tanque de ps digesto podem retirar-se vantagens se se tiver em conta uma posterior
extenso da central de biogs. Geralmente, os tanques de armazenamento de efluentes
existentes so usados como tanques de ps digesto.
A unidade de controlo de uma central de biogs mede um conjunto de parmetros, para apoiar
o funcionamento automtico desta e determinar o desempenho do sistema. Entre os
parmetros que so controlados pela unidade de controlo esto: a temperatura do processo e a
unidade de agitao.
x toda a tubagem de gs deve ser resistente corroso, sendo que, a tubagem de cobre no
cumpre este requisito.
x o alojamento do motor de CCE necessita de estar ventilado adequadamente, para receber
uma taxa de renovao de ar suficiente.
x licena de construo;
x licena ambiental;
x aconselhvel verificar se precisa uma licena para utilizar o composto como fertilizante.
Para a localizao desejada, deve ser verificada a existncia de zona industrial. Para cada
licena importante verificar com a respectiva autoridade legal quanto tempo levar o
processo de licenciamento. De notar que, a regulamentao das licenas varia de pas para
pas.
No final da fase de criao, algum deve ser capaz de dar uma resposta positiva s questes
mencionadas no incio desta fase. Uma primeira impresso da instalao desejada, incluindo a
capacidade, e o esboo da exequibilidade deve estar delineada.
3.2.3.1 Oramento
O pedido de oramento aos vrios fornecedores de instalaes de biogs uma boa maneira
de ter uma ideia da diferena de custos tcnicos e de investimento. O oramento pode ser a
chave, para estabelecer uma instalao operacional. As actividades necessrias para operar
legalmente um digestor anaerbio podem tambm estar includas nestes oramentos. Por outro
lado, parte das actividades oramentadas podem ser feitas por conta prpria, enquanto que
frequentemente, partes da construo, licenas e possveis ajustes com o operador de rede
so feitas pela empresa que instala o digestor anaerbio.
Quando se requer um oramento, deve estar bem definido o tipo de instalao pretendida e o
que deve ser ou no includo. Esse programa de especificaes deve incluir pelo menos o
seguinte:
3.2.3.2 Licenas
Na fase de criao foi suficiente conhecer a atitude geral das autoridades legais acerca da DA.
Nesta fase, ser necessrio dar mais um passo e em princpio, tem de se efectuar um pedido
de aprovao. provvel que uma pequena descrio do projecto, com um esboo do
resultado pretendido seja suficiente.
Na maioria dos casos, a maior parte da electricidade fornecida rede, desde que seja
economicamente atractivo. Contudo, em determinadas alturas, por exemplo, horas de pico,
pode ser mais favorvel utilizar a prpria energia produzida. Em alguns casos, tambm
vantajoso possuir uma unidade de CCE de maiores dimenses, de modo a produzir
electricidade somente nas horas de pico. Esta deciso deve ser tomada com base nos picos,
tarifa de pico mximo, tarifas de fornecimento e custos adicionais da unidade de CCE. A
empresa de electricidade envolvida poder providenciar informao, de modo a ser tomada a
deciso.
Na fase de criao foi realizado um inventrio dos possveis usos do calor produzido. Nesta
fase, o calor exigido deve ser detalhado. Um aspecto importante, alm da quantidade de calor
necessrio, a sua variao no tempo, por exemplo, para uma habitao, o calor exigido no
vero quase nulo. Os benefcios do aquecimento utilizado devem ser tidos em conta, quanto
aos custos das tubagens de aquecimento.
3.2.3.7 Dimenso
No oramento do fornecedor, o tamanho dos vrios componentes deve ser especificado. Com
base nos componentes principais de um digestor e da sua dimenso, deve ser efectuada uma
estimativa dos custos de investimento. Os componentes de maior custo so o tanque digestor
e o seu isolamento, a unidade de CCE, os misturadores, bombas e a tubagem. Regra geral,
podem ser usadas as frmulas seguintes, para calcular a dimenso necessria, ou o volume
dos vrios componentes. De referir que se utiliza para todos os exemplos de clculo, um
projecto tipo, com uma digesto de 5000 m3 de efluente de bovinicultura e 1000 m3 (800
toneladas) de desperdcio agrcola por ano.
Volume do digestor
Volume do digestor (m3) = > efluente (m3/ ano) + co-substrato (m3/ano)@ x >Tempo de
reteno (dias)/365@
Exemplo:
Armazenamento de ps digesto
Em muitos casos prtico ou necessrio armazenar o composto. Na maior parte dos celeiros
(semi)abertos com pavimento, no prtico separar o efluente do composto. Nesse caso
necessrio um armazenamento externo. Pode tratar-se de um armazenamento j existente
(como um silo ou um reservatrio) ou um novo armazenamento. O tamanho deste
armazenamento pode ser calculado como se segue:
Exemplo:
Produo de biogs
A produo de biogs determinada pelo contedo de matria seca (MS), pela fraco
orgnica da matria seca (FO/MS) e pela produo de biogs por kg de fraco orgnica. Pode
ser usada a seguinte frmula para o clculo da produo de biogs:
Exemplo:
Armazenamento de biogs
Reservatrios de gs externos
Exemplo:
Uma produo de biogs de 192.400 m3/ano corresponde a 527 m3/dia. Esta produo requer
um armazenamento de biogs de 527 x 20%=106 m3.
Membrana de biogs
A dimenso da membrana necessria para cobrir o silo determinada pelo dimetro do tanque
digestor. A quantidade de gs armazenado sob a membrana relativamente pequena. Esta
pode aumentar se o digestor no estiver completamente cheio, uma vez que todo o volume em
excesso pode ser usado para armazenamento de gs. Na prtica pode ser necessrio usar um
digestor ligeiramente mais largo, para compensar esta perda de capacidade de
armazenamento.
BIOGS A PARTIR DE SISTEMAS DE DIGESTO ANAERBIA 3.33
BIOENERGIA - MANUAL SOBRE TECNOLOGIAS, PROJECTO E INSTALAO
volume do digestor m 3
Dimetro do digestor m 2 u
altura do digestor m u 3,14
Exemplo:
Capacidade de CCE
O poder calorfico do biogs (em MJ) pode ser calculado pelo seguinte: quantidade de metano
no biogs x 34, podendo utilizar-se um valor mdio de 20MJ/Nm3. Regra geral, usada uma
eficincia elctrica de 30%. Para CCE maiores do que 50 kW este valor pode aumentar,
enquanto que para CCE menores do que 30 kW pode diminuir. Se a unidade CCE usada a
tempo inteiro, o nmero de horas operacionais rondar as 7500 por ano.
Exemplo:
Sada trmica CCE (kWt) = entrada trmica CCE (kWt) x eficincia trmica de CCE
Uma unidade mdia de CCE, para digestores escala de exploraes agro-pecurias, tem
uma eficincia trmica de cerca de 50%.
Exemplo:
A unidade de 42,8 kWe tem uma entrada trmica de 42,8 / 30% = 142,7 kWt. A sada trmica
igual a 142,7 x 50% = 71,4 kWt.
Material de isolamento
Exemplo:
Nalguns casos, a parte inferior do digestor pode necessitar tambm de isolamento, aplicando-
se a seguinte frmula:
Exemplo:
Uma grande parte do calor produzido utilizado, para manter a temperatura no digestor.
Portanto, necessrio calor para aquecer o substrato fresco e compensar as perdas de
energia, atravs da transmisso. Esta depende do isolamento do digestor e da sua temperatura
externa. Regra geral, este valor de cerca de 30% da energia necessria para o aquecimento
do substrato. A quantidade de calor necessria para manter a temperatura no digestor pode ser
calculada pela seguinte frmula:
Calor necessrio (em MJ/ano) = massa de substrato (ton/ano) x calor especfico (em
KJ/kg/K) x (T digestor T substrato fresco) x 130%
Regra geral, o calor especfico do substrato igual ao da gua (4,2 MJ/ton/K). Para substratos
com um contedo relativamente baixo em gua, o calor especfico ser mais baixo.
Exemplo:
Calor Residual
O calor residual o calor que ainda resta, quando o calor necessrio para o digestor
desviado da produo total de calor da unidade CCE. Este calor pode ser usado efectivamente,
isto , para aquecer estbulos ou habitaes.
Produo de calor CCE (GJ) = Sada trmica CCE (kWt) x horas operacionais CCE
Calor residual (GJ) = produo de calor CCE (GJ) calor necessrio ao digestor (GJ)
Exemplo:
Se a produo de calor residual e o calor necessrio para os edifcios for conhecido, pode ser
equacionado o seu aproveitamento, se for economicamente atractivo. Na maior parte dos
casos, o dimensionamento da tubagem de aquecimento efectuado com base na capacidade
de produo completa da CCE. Desta forma h alguma flexibilidade na diviso do calor, entre o
digestor e os edifcios. Em certas alturas, todo o calor produzido pode ir para os edifcios. Para
digestores de exploraes agro-pecurias, um tubo de aquecimento com um dimetro de 33,7
mm e uma espessura de 2,6 mm ser suficiente.
Capacidade necessria dos tubos de aquecimento (em kWt) = Sada trmica CCE
Tabela 3.6 - Dimenso necessria dos tubos de aquecimento para vrias capacidades
Capacidade Dimetro
mxima (mm)
18 13,5
30 17,2
45 21,3
70 26,9
110 33,7
175 42,4
Exemplo:
O tipo e tamanho da bomba, para o efluente, depende do contedo de matria seca do efluente
e da altura qual tem de ser bombado (o ponto de entrada do digestor).
Exemplo:
Um tanque digestor de 460 m3 recebe trs vezes ao dia 5 m3 de efluente numa hora. O efluente
tem um contedo de matria seca de 7-10%. Uma bomba de palheta de 3 kW ser suficiente.
Misturador
Exemplo:
Com base nos vrios oramentos (da anlise de exequibilidade) pode ser seleccionado o
fornecedor preferido. Com este fornecedor (ou com mltiplos fornecedores de partes do
digestor) deve ser realizado um acordo sobre os termos de entrega, tendo em considerao os
seguintes aspectos:
3.2.4.2 Licenciamento
Nesta fase, pode iniciar-se o processo de licenciamento. A autoridade legal informar quais os
documentos necessrios. Na maioria dos casos sero pelo menos:
x Desenhos escala;
x Clculos de engenharia (por exemplo, fluxos de massa, biogs e produo de kW, nvel
sonoro);
x Plano de emergncia.
possvel que sejam pedidos requisitos adicionais. Se os mesmos tiverem custos elevados a
exequibilidade econmica do projecto pode estar em perigo. Por esta razo o comissionamento
final no dever ter lugar antes que sejam obtidas as licenas.
Quando a deciso final for tomada, a construo do digestor anaerbio pode iniciar. Neste
captulo, discutido o planeamento da construo, at ao arranque da instalao.
3.3.1.1 Planeamento
3.3.1.2 Execuo
possvel que o proprietrio do projecto tenha acordado com o fornecedor prestar ajuda
durante a construo. Existe a possibilidade de dar assistncia em vrias actividades, como
isolar o tanque digestor, misturar cimento e despejar beto, descarregar equipamento, soldar
ou colar peas do tanque digestor, unir canos, fios, etc. Tambm aconselhvel que o
proprietrio do projecto verifique regularmente o progresso da construo.
3.3.2 Arranque
Quando o teor de metano no biogs estiver abaixo dos 45% poder haver risco de exploso.
Se o teor de metano estiver acima dos 45%, o gs ir queimar sem necessidade de uma
chama piloto. Durante o perodo de arranque, devero ser tidas em conta as seguintes
precaues de segurana:
x Preveno de fasca/chama;
x Separao do equipamento de converso de gs do digestor.
Durante o arranque, o substrato tem de ser aquecido. Uma vez que ainda no existe biogs
para servir de combustvel unidade de CCE, ser necessrio um combustvel ou uma fonte
de calor alternativos:
Quando os combustveis fsseis esto a ser usados para aquecer a unidade CCE, a
electricidade produzida no pode ser vista como sustentvel. Se esta electricidade
introduzida na rede, aconselha-se a discutir a questo com a empresa de electricidade que ir
comprar a electricidade produzida.
Nalguns casos, em que a matria orgnica co-digerida, possvel que a licena ambiental
requeira amostras do composto. Aconselha-se a fazer anlise de amostras no arranque do
digestor. Durante o perodo de arranque, dever ser da responsabilidade do fornecedor do
digestor o cumprimento dos regulamentos, quanto composio dos produtos de entrada e
sada do digestor anaerbio.
x Instruo acerca das rotinas dirias (introduo do efluente e/ou mistura dos composto)
x Inspeco dos principais parmetros do processo e indicadores (equipamento de leitura e
medio);
x Monitorizao do rendimento e da composio do biogs (teor de enxofre, teor de metano);
x Operao e manuteno do equipamento de converso do biogs (CCE, queimadores,
chama);
x Instrues de segurana: indicao do alarme de exploso, medidas caso se se verifiquem
valores superiores ao limite e emergncias;
x Monitorizao e administrao (possivelmente como requisito legal);
x Liquidao de contas com a empresa de electricidade, tendo em conta a electricidade que
introduzida na rede.
Como resultado desta instruo, o utilizador ficar apto para a operao e manuteno do
digestor anaerbio.
Aps o arranque do digestor, este tem de ser operado e ser alvo de manuteno. Este captulo
trata dos aspectos operacionais de um digestor anaerbio, em circunstncias normais e em
caso de mau funcionamento, bem como dos aspectos de manuteno.
Actividades dirias:
Estas actividades tero a durao de cerca de 30 minutos por dia. Se os co-substratos forem
introduzidos manualmente no digestor, ser necessrio mais algum tempo.
Actividades semanais:
x Verificao dos nveis nos reservatrios, que contm a gua da condensao. Esvaziar se
necessrio;
x Testar os misturadores;
x Verificao visual da unidade CCE e toda a sua tubagem;
x Verificao do funcionamento da vlvula de presso.
Actividades semestrais:
Actividades anuais:
x Inspeco do subsistema da instalao que contm biogs, para evitar estragos, fugas e
corroso;
x Teste ao extintor de fogo;
x Verificao de todos os lquidos quanto resistncia congelao.
Outras actividades:
x Deve haver ventilao suficiente para se entrar no tanque. Seno, existe o risco de asfixia,
envenenamento, fogo e exploso.
3.4.3 Manuteno
O uso de leos vegetais para combustveis de motores pode parecer insignificante hoje em dia. Mas,
com o decorrer do tempo, tais leos podem tornar-se to importantes como o petrleo e os produtos
derivados do carvo-alcatro dos tempos presentes. Estas foram palavras escritas por Rudolf Diesel,
no prefcio da sua patente de 1912.
O uso destes biocombustveis penetrou com maior eficcia no mercado dos transportes, em resultado
dos incentivos fiscais, que desta forma conseguiram dar incutir nestes combustveis uma maior
competitividade econmica.
Os biocombustveis so especialmente adequados para o uso em sectores nicho, como seja nos
equipamentos existentes em sistemas de transporte e de armazenamento de gua potvel, devido ao
baixo risco de poluio das massas de gua.
O presente captulo sobre biocombustveis lquidos, documenta o estado de arte da tecnologia para a
produo destes combustveis. Contudo, as possibilidades para uso posterior dos combustveis
lquidos no sero esquecidas, sendo objecto de discusso nos captulos sobre ambiente e
desenvolvimento de mercado. De momento, tm sido realizadas poucas experincias operacionais na
rea dos biocombustveis lquidos em aplicaes estacionrias. Portanto, o captulo sobre os
biocombustveis lquidos no entrar em detalhes tcnicos e operacionais de implementao do
projecto mas, em vez disso, focar os factores de fundo e os mecanismos gerais do projecto.
Para alm disso, apresenta-se uma viso geral sobre o tema e as diferentes vantagens scio-polticas
e ambientais dos biocombustveis lquidos, bem como uma viso detalhada dos mercados na Europa,
Estados Unidos e Amrica do Sul.
Cerca de 30% das emisses de dixido de carbono nas naes industrializadas, so causadas pelo
sector dos transportes. O movimento de pessoas e o transporte de mercadorias na Comunidade
Europeia, levam a emisses de aproximadamente 902 milhes de toneladas anuais de dixido de
carbono para a atmosfera. Estas emisses so causadas, principalmente, pelos combustveis fsseis
importados de outras partes do mundo.
Actualmente, o sector dos transportes ainda depende de forma significativa do combustvel fssil,
nomeadamente do petrleo. Esta observao, que num primeiro relance pode parecer um pouco
trivial, torna-se significativa, quando se considera que a logstica para pessoas e mercadorias est no
centro dos sistemas econmicos. Faltas de fornecimento nesta rea, como por exemplo em resultado
de desenvolvimentos polticos, afectam directamente os ciclos econmicos. Mesmo pequenas
mudanas nos preos dos combustveis tm consequncias no desenvolvimento da economia global.
Estes factores e as situaes muitas vezes instveis, resultantes das condies polticas e
econmicas precrias nos pases produtores de petrleo, esto a forar muitas naes
industrializadas a procurar alternativas e ser menos dependentes das importaes de petrleo.
Para mudar esta tendncia, o uso de veculos deve ser reduzido e amigo do ambiente, e devem ser
desenvolvidos combustveis renovveis. Isto consegue-se de duas maneiras: i) com auto-imposies
para minimizar o consumo, por exemplo, os fabricantes europeus de automveis desejam uma mdia
de nvel de emisso de dixido de carbono em todos os carros de 140g/km, e ii) usar combustveis
alternativos de fontes renovveis, o que quebrar a dependncia dos pases produtores de petrleo e
colocar mais nfase nos recursos domsticos.
Para alm disso, a Comisso Europeia quer que em 2020 um quinto do transporte de pessoas e
mercadorias na Unio Europeia, seja efectuado com base em veculos biocombustveis. Assim, 20%
da mobilidade na Comunidade teria um impacto nulo nas alteraes climticas.
Hoje em dia, uma das principais caractersticas que distingue os biocombustveis, dos combustveis
fsseis, so os custos de matria prima mais elevados. Muitas destas matrias primas tm os seus
mercados de venda primrios nos bens alimentares e sectores da cosmtica. Os produtores de leos
vegetais, por exemplo, comeam a ser confrontados com a deciso de colocar o seu produto nos
bens alimentares ou no mercado de combustvel.
Os custos de produo destes combustveis varia de 0,02 a 0,05 por mega joule e so, portanto,
significativamente mais elevados do que os custos de produo e distribuio para o petrleo fssil e
diesel. A diferena de custos entre fontes renovveis e fsseis significativamente maior no mercado
combustvel, do que nos mercados da electricidade e de calor. Consequentemente, os
biocombustveis precisam de ter apoios financeiros, de modo a serem capazes de competir no
mercado.
Uma alternativa lgica, enquadrada numa poltica ambiental, seria dar iseno a estes combustveis,
da taxa dos leos minerais que cobrada sobre o petrleo. Esta deciso destacaria a desvantagem
de custo que existe na produo e que deve ser afectada aos consumidores. Nivelando os custos ou
at favorecendo os biocombustveis, pode-se estimular uma procura sustentvel no mercado e os
benefcios ambientais podero comear a ser visveis.
O cultivo e o processamento dos biocombustveis lquidos, emite menos dixido de carbono relevante
para o ambiente do que o processamento dos combustveis de fontes fsseis. Quando se olha para
as fontes de energia em geral, bem como para os perigos individuais para a gua, para o clima e para
a sade, os biocombustveis lquidos comparam-se muito favoravelmente aos combustveis fsseis.
Nesta perspectiva, a intensidade de trabalho a longo prazo, permitida por estes combustveis, um
factor importante. Produzir biocombustveis e matrias primas, pode abrir caminho para a agricultura
multifuncional, o que cria novas fontes de salrios e empregos nas reas rurais. Assumindo que a
Unio Europeia tem uma procura sustentvel para 7 milhes de toneladas de biocombustveis, 2.000
empregos seriam criados no cultivo de plantas e outros 7.000 no processamento. Em geral, os
biocombustveis podem ser a fonte para 120.000 novos empregos (a longo prazo).
Os biocombustveis so hoje em dia, uma das principais solues para a eliminao do problema das
alteraes climticas. Para alm do hidrognio, pode considerar-se uma gama de lquidos baseados
no carbono como combustveis renovveis, tais como os leos vegetais de uso secundrio e os seus
esteres (biodiesis), o grupo de lcoois, como o metanol e o etanol; bem como outros
hidrocarbonetos, como os combustveis sintticos petrleo/diesel. Os combustveis de fontes
renovveis, que so j produzidos a partir da biomassa em maiores quantidades para o sector de
transporte, so o leo vegetal, o metil ster e o etanol.
Se a discusso fosse estendida aos combustveis de biomassa sintticos, que ainda se encontram na
fase de pesquisa, a quota de mercado das renovveis podia ser de 45%. A Unio Europeia atingiria
ento redues significativas nas suas emisses de dixido de carbono. Alm disso, podia ser
atingido um grau de independncia considervel do petrleo.
No sector do transporte tm prevalecido dois tipos de motor para equipar os automveis. O motor de
ignio, alimentado a gasolina, e o motor diesel de auto-ignio, alimentado a gasleo. Os
biocombustveis podem ser produzidos para ambos os tipos de motor.
Ambos os leos naturais e steres metlicos (EM) podem ser usados para alimentar os motores
diesel. Hoje em dia, os combustveis mais comuns no mercado so os steres metlicos, porque
podem ser usados nos motores diesel tradicionais sem haver necessidade de efectuar modificaes
tcnicas complicadas.
Os steres metlicos so produzidos com base em leos vegetais. Estes leos vegetais e animais, e
as gorduras, so sujeitos a um processo de esterificao, usando metanol.
Uma outra forma de alimentar os carros sem motor de combusto, atravs do uso de energia a
partir da electricidade. Esta pode ser fornecida atravs do armazenamento de energia (em baterias)
ou conversores de energia (pilhas de combustvel). A vantagem dos carros movidos a electricidade
que no emitem poluentes para a atmosfera quando esto a funcionar. Contudo, contrariamente aos
argumentos da indstria, no esto completamente livres de emisses. A energia necessria para o
armazenamento da carga ou combustvel, resulta geralmente em emisses de dixido de carbono.
Contudo, h excepes. Por exemplo, quando a electricidade necessria produzida directamente a
partir de fontes de energia renovvel como o Sol, o vento ou hidrulica.
O quadro seguinte lista as matrias primas usadas para sintetizar os biocombustveis lquidos mais
importantes:
Os primeiros quatro biodiesis listados nesta tabela esto disponveis no mercado. O metanol, o
MTBE e outros combustveis sintticos descritos nestas linhas de aco, esto ainda na fase de
experimentao e desenvolvimento. Outros leos naturais ou vegetais tambm so usados em muitos
estudos cientficos. Estes sero abordados de forma breve, uma vez que ainda no so relevantes no
mercado.
No futuro, espera-se que a indstria do biocombustvel se centre muito mais nos mercados dos
materiais reciclados secundrios, como fonte mais barata de matrias primas. A utilizao de
resduos como fonte secundrias de matrias primas, podem surgir como alternativa sua
eliminao. Contudo, a possibilidade de compensar os custos de eliminao dos resduos, usando-o
para produzir combustvel, depende sempre dos custos individuais dessa eliminao. Alm disso, no
existe, a mdio prazo, desenvolvimento potencial neste sector.
Alguns tipos de colheitas como girassis, colza e oliveira, tm um elevado contedo de gordura
vegetal, que pode ser usado em processos tcnicos. Os girassis so colhidos com as sementes
separadas do resto da planta.
Esto disponveis dois processos tcnicos para produzir leos vegetais das colheitas mencionadas.
Aquele que usado depende do tamanho da fbrica de produo.
Nas fbricas de leo pequenas e descentralizadas, o leo extrado, por dia, de 0,5 a 25 toneladas
de sementes de girassol, com uma taxa de extraco at 80%.
Na Europa do Norte, a colza domina a produo de leos vegetais, para os mercados de combustvel
e bens alimentares. O rendimento deste leo ronda os 1150 litros por hectare de terra. A colza
apenas pode ser semeada de quatro em quatro anos no mesmo solo. Na Europa do Sul, o girassol
o maior fornecedor de leo vegetal. Ambos os tipos podem ser processados em combustveis, sem
restries.
Os restos da farinha da colza so usados como alimentao animal natural, na criao de gado. A
venda deste resduo como alimento animal essencial para melhorar a economia da produo do
leo de colza. So produzidos cerca de 1900 kg de farinha por hectare de campo.
O leo vegetal natural tem um teor de carbono muito elevado (de 77 at 78% do seu peso). O
hidrognio (12%) e o oxignio (10%), perfazem a parte restante. Os leos vegetais como produtos
naturais que so, comportam-se como produtos biodegradveis. Por vezes, esta propriedade pode
ser um obstculo ao uso como combustvel, porque os processos de oxidao e polimerizao podem
iniciar-se nos tanques de armazenamento. Estes processos alteram as propriedades dos leos
combustveis, mesmo sob condies de armazenamento favorveis, pelo que a vida mxima de
armazenamento dos leos vegetais naturais permanece limitada de 6 a 12 meses.
Em condies de frio, os leos vegetais reagem de modo diferente dos combustveis refinados. Com
descidas de temperatura, tornam-se cada vez mais viscosos, ao ponto de solidificarem.
Em pases com invernos frios, devem ser considerados os efeitos da congelao. Esta questo
significa que os leos vegetais s podem ser usados nos transportes quando combinados com
combustveis tradicionais. Alternativamente, deve ser garantida uma temperatura do combustvel
acima de 5-10C. Isto significa manter o tanque de leo a uma temperatura que garanta a viscosidade
exacta para o sistema de injeco do combustvel. Estes factores tornam a propulso com leos
vegetais naturais tecnicamente mais complicada do que a propulso com combustveis
convencionais.
4.5.2 Biodiesel
Os leos vegetais naturais no podem ser usados em motores diesel convencionais, sem serem
efectuadas modificaes. Portanto, para que o leo vegetal produzido seja integrado no mercado de
combustvel tradicional, sem a necessidade de modificaes do motor, deve sofrer um processo de
estrificao.
O leo vegetal, uma vez tratado pelo processo de estrificao, passa a ter a designao corrente de
biodiesel. Neste processo, as molculas gordas so separadas em trs cadeias steres de cidos
gordos. As propriedades fsicas dos leos vegetais so de tal modo alteradas, que passam a ter uma
correspondncia com as propriedades fsicas dos combustveis convencionais. Depois da
esterificao, as molculas tm uma viscosidade que similar s do gasleo normal.
O biodiesel pode ser produzido atravs de leos gordos usados (leos de cozinha), bem como leos
vegetais naturais. Estas gorduras devem ser recolhidas e sofrer um tratamento de purificao
especial, antes que a estrificao possa gerar a qualidade desejada.
O processo de estrificao requer lcoois, recorrendo-se na maior parte dos casos ao metanol. Um
subproduto da estrificao a glicerina, a qual, depois de ser purificada, poder ser usada na
indstria qumica como material base. Os processos usados para a produo destes combustveis
so processos existentes na indstria de bens alimentares e tm sido, nos ltimos anos, optimizados
para o mercado de combustvel. Isto torna possvel a uniformidade e a conformidade com requisitos
de qualidade exigentes dos combustveis modernos.
Na maioria dos casos, o uso de biodiesis no obriga a qualquer ajustamento no motor. Na maior
parte dos casos, usa-se uma mistura de biodiesel combinada com combustvel convencional. No
entanto, podem tornar-se necessrias alteraes tcnicas, quando os vedantes de borracha no so
feitos de borracha de fluorcarbonetos. Embora na sua viscosidade o biodiesel produzido tenha quase
sempre propriedades idnticas ao combustvel diesel fssil, os steres metlicos comportam-se de
maneira diferente dos polmeros qumicos.
Os biodiesis atacam e dissolvem alguns sintticos usados nos carros, incluindo os tubos de
combustvel e os vedantes. Alguns componentes feitos de borracha nitrilo so afectados. Em casos
de contacto prolongado com biodiesis, podem inchar e amolecer. Se os produtores usarem
componentes de borracha fluorcarbonetos, ou se forem instalados durante uma reparao, no
existem tais problemas. A borracha de fluorcarboneto resistente ao ataque do biodiesel e
resistente ao combustvel diesel fssil. Deste modo, o produtor d ao consumidor a possibilidade de
propulso a diesel ou a biodiesel, sem se ter de fazer qualquer modificao.
4.5.3 Etanol
O etanol pode ser produzido fermentando colheitas de acar, como a cana de acar, milho paino
e beterraba, bem como vegetais com goma, como o milho, o trigo e a batata. Por vezes, a biomassa
de celulose de lenhina, contendo celulose, lenhina e hemicelulose, tambm usada para produzir
etanol. So exemplos o desperdcio de madeira, de palha ou de plantas.
As plantas de acar podem ser trituradas e fermentadas para produzir o etanol, atravs da
fermentao alcolica. As plantas com goma, como o trigo, devem primeiro ser hidrolisadas, por
cidos ou enzimas, a aucares, antes de se efectuar a fermentao alcolica. Enquanto nos anos 80
a produo de etanol concentrava-se no uso de plantas de acar e com goma, as prticas de
pesquisa e desenvolvimento centram-se na biomassa da lenhina celulsica. Esta tem frequentemente
associado benefcios econmicos, porque o desperdcio de lenhina celulsica est disponvel no
mercado e no usada no sector dos bens alimentares.
A produo a partir da biomassa da lenhina celulsica poder significar um avano para a produo
de etanol a partir da biomassa.
A biomassa da lenhina celulsica pode apenas ser usada para a produo de etanol se for
decomposta em glucose. Durante a transformao da biomassa de lenhina celulsica, a
decomposio usando vapor aumenta a rea de superfcie, criando as condies ideais para produzir
o composto de acar por meio de microorganismos.
Com o composto produzido pela fermentao, isola-se o etanol atravs de vrias fases de destilao
(rectificao). Com a destilao em vrias fases, pode ser conseguido um nvel de pureza de 96% do
etanol. A mistura remanescente consiste de gua e materiais orgnicos.
O etanol comum muito adequado como combustvel para motores a gasolina de injeco directa.
Devido ao seu elevado nmero de octanas, de 110 at 130, um combustvel pouco explosivo. Da
resulta que os motores operados com etanol e optimizados para este tipo de combustvel podem usar
um nvel elevado de compresso.
O etanol destilado pode tambm ser usado como um componente combinado para alimentar motores
standard a gasolina. As propriedades do etanol aumentam a eficincia do motor e reduzem o
consumo de combustvel. Para alm disso, como o nmero de octanas resultante mais elevado,
produzido um combustvel compatvel com o motor. At um volume de 10%, pode ser adicionado sem
ter de se efectuar modificaes tcnicas em toda a frota de carros. Consequentemente, a mistura
mais disponvel no mercado a de 10% de volume de etanol e 90% de volume de gasolina.
Concentraes mais elevadas de etanol (at ao etanol puro),so tambm uma fonte de combustvel
adequada para os motores a gasolina de injeco directa, embora esta situao obrigue realizao
de modificaes nos motores comuns.
Para alm dos procedimentos de extraco e fermentao, uma transformao termoqumica, tem
potencial para produzir combustvel atravs da produo de gs de sntese. Contudo, os processos
esto em fase de pesquisa, e portanto os combustveis sintticos no sero lanados no mercado
brevemente.
A vantagem deste tipo de combustvel que pode ser produzido a partir de um espectro
relativamente amplo de matrias primas. Esta diversidade permite que uma central de produo seja
economicamente efectiva, apesar da flutuao de preos das matrias primas.
Uma outra possibilidade para estes combustveis sintticos, a produo de um gs de sntese sem
alcatro, que pode abrir caminho para a economia de combustvel baseada no hidrognio. Os gases
de sntese, com ou sem elementos de monxido de carbono, oferecem a maior flexibilidade possvel,
no s em termos de matrias primas usadas, mas tambm em termos de produtos produzidos.
Muitos dos combustveis j usados e muitos dos combustveis planeados para o futuro, podem ser
produzidos a partir de uma combinao de matrias primas baseadas neste combustvel.
O metanol, o metano, o hidrognio e a gasolina sinttica, e os combustveis diesel, podem ser todos
produzidos por meio da fase intermdia do gs de sntese. Os combustveis sintticos, em particular,
tm o potencial para desenvolver um comportamento de emisses amigo do ambiente, contanto que
as propriedades sejam idnticas ou melhores. Esto a ser efectuadas pesquisas na indstria
automvel, tendo em conta procedimentos de desenvolvimento para a produo de combustveis
sintticos em simultneo com o hidrognio.
Ainda no foram solucionadas muitas questes que se prendem com a produo de combustveis
sintticos. Estas questes incluem a qualidade e estabilidade dos combustveis produzidos, os custos
de produo, o possvel rendimento das matrias primas e a eficincia energtica de todo o projecto.
Produo de gs de sntese
Economicamente e por razes logsticas, as centrais de pequenas dimenses so cruciais para o uso
da tecnologia da gaseificao para a biomassa. Estas devem ser projectadas de tal modo que o uso
de oxignio puro no seja necessrio. Fornecer os aparelhos de gaseificao com oxignio puro ou
construir um aparelho de fraccionamento do ar, no adequado gaseificao descentralizada da
biomassa, por razes de custo.
Um outro requisito essencial dos gases de sntese usados para produzir combustvel, o teor de
hidrognio. Por vezes, este est bem abaixo de 50%, especialmente com procedimentos de
gaseificao autotrmicos, onde a energia produzida a partir do combustvel processado. Os
procedimentos de gaseificao alotrmicos, que usam calor fornecido externamente, tm de longe um
melhor potencial de serem usados para produzir os gases de sntese, visto que prometem uma
qualidade do gs mais elevada.
No processo alotrmico, o calor externo transferido para o reactor. Isto significa que no
necessrio fornecer oxignio como gs de sntese e o gs produzido tem um teor de hidrognio
utilizvel. Contudo, este procedimento requer quantidades considerveis de energia externa, visto
que, em contraste com os procedimentos autotrmicos, no preenchem os seus prprios requisitos.
A Alemanha tem uma central teste para a gaseificao da biomassa. O processo efectuado tendo
em conta que num primeiro passo a biomassa seca, como a madeira, palha ou lamas orgnicas,
transformada em gs de sntese rico em monxido de carbono, por meio de gaseificao
substoiquiomtrica. Num segundo passo, os combustveis sintticos podem ser produzidos a partir do
gs sntese, uma vez que foi purificado para remover as partculas contaminantes.
4.5.5 Metanol
O metanol usado numa vasta gama de reas, desde a combinao com os combustveis
convencionais (sem alterar a tecnologia usada), at ao uso puro como combustvel. Pode ser usado
em motores de combusto tradicional e em pilhas de combustvel de metanol directo. Mas o metanol
pode tambm ser usado como produto base para sintetizar biodiesel a partir de leos vegetais.
O metanol pode ser feito a partir da biomassa, mas encontra-se ainda na fase experimental.
Importante para a produo a converso da biomassa slida numa forma gasosa. Isto pode ser feito
por meio da produo de gs de sntese, ou usando o biogs dos aterros ou centrais de biogs.
A produo de metanol um processo qumico de custo intensivo. Portanto, nas condies actuais
apenas usada a biomassa de resduos como madeira velha ou resduos orgnicos, para produzir
metanol.
Propriedades
A estrutura qumica do metanol CH3OH. O metanol tem um poder calorfico mais baixo do que os
combustveis convencionais, como a gasolina e o diesel.
H uma desvantagem decisiva do metanol puro, em relao aos combustveis convencionais. Embora
o metanol seja lquido, tem propriedades corrosivas. Portanto, no pode ser distribudo por meio da
rede de distribuio existente nas estaes de abastecimento de gasolina.
Nas condies ambientais e presso atmosfrica normais, o metanol lquido na sua estrutura
qumica. Esta estrutura compacta d aos carros a metanol, com o mesmo tamanho de tanque,
autonomias mais elevadas do que carros movidos a gs natural ou a hidrognio. Uma vez libertado
para o ecossistema, o metanol imediatamente dissolvido e no pode ser facilmente recuperado.
Contudo, em termos de degradao biolgica, muito mais favorvel do que a gasolina.
Em muitos cenrios futuros, o hidrognio considerado uma fonte importante de energia. Contudo, o
hidrognio no existe no seu estado natural. Est combinado com outros elementos, nomeadamente
com o oxignio na gua ou com o carbono no gs metano. Desta forma, deve ser, em primeiro lugar,
separado destes elementos, o que conseguid com consumo de energia. Isto significa que o
hidrognio to ecolgico como as fontes de energia usadas para o produzir.
Embora obtido essencialmente atravs da electrlise, tambm possvel produzir hidrognio usando
a biomassa. Por meio de oxidao parcial, pode ser produzido um gs combustvel, que consiste
largamente em monxido de carbono e hidrognio. O gs de sntese produzido tambm chamado
gs fraco, devido ao seu baixo poder calorfico. Se houver inteno de produzir hidrognio puro,
adequado s pilhas de combustvel a partir deste gs, ser necessrio um processo de purificao
complicado. As partculas e o alcatro, bem como algum monxido de carbono, deve ser removido.
A gaseificao da biomassa, como uma fonte de hidrognio, tem sido um tpico de pesquisa durante
muito tempo. Os problemas tcnicos relacionados com os procedimentos usados, esto
principalmente relacionados com a gaseificao completa dos diferentes tipos de biomassa e a
subsequente purificao do gs. A produo de hidrognio a partir da biomassa ainda no est
preparada para ser disponibilizada no mercado.
A nvel nacional e europeu, existem algumas polticas fiscais e programas de apoio para compensar
alguns dos custos adicionais destes combustveis, nomeadamente ao nvel da reduo do imposto
sobre os produtos petrolferos. Contudo, estes instrumentos apenas compensam uma parte do custo
adicional. O principal critrio para competir com sucesso no mercado ser a obteno de baixos
custos de produo.
A eficincia econmica dos combustveis renovveis apenas um dos muitos aspectos a ter em
considerao. Os benefcios destes combustveis, como a melhor compatibilidade ambiental e a
minimizao dos perigos para a sade, significam uma penetrao no mercado mais rpida nalguns
nichos.
Cada aumento que se verifica no preo dos combustveis fsseis, abre caminho ao lanamento do
mercado dos biocombustveis lquidos. mais fcil, para muitos biocombustveis, tornarem-se
competitivos no mercado, se os combustveis fsseis forem mais penalizados fiscalmente, como pode
ser visto na Figura anterior.
Conforme se verifiquem mais sucessos nas experincias tcnicas, assim aumentar o uso de leo
vegetal natural. De momento, a maior parte dos motores esto ainda em testes ou esto na primeira
fase de produo em srie. O desenvolvimento do mercado posterior deste tipo de combustvel
depender grandemente dos sucessos destes projectos.
4.7.2 Biodiesel
Existem duas abordagens diferentes que podem ser feitas para assegurar o amplo uso de biodiesel
no mercado nacional de combustveis lquidos: i) na sua forma pura, semelhana do que se verifica
na Alemanha, ii) , combinado com combustveis fsseis, de acordo com a opo que se verifica em
Frana. A esta mistura associam-se importantes benefcios fiscais concedidos por parte do Governo
Francs.
Por um lado, o uso de biodiesel puro, em conjunto com catalisadores de oxidao, pode conduzir
reduo das emisses de gases de escape e pode criar condies ptimas para aplicaes
adequadas, como no transporte citadino ou em reas protegidas.
Por outro lado, a adio de biodiesel ao combustvel fssil, constitui um processo mais simples e
raramente incorre em custos adicionais na produo e distribuio do combustvel. Contudo, os
benefcios em termos de emisses so mais reduzidos.
4.7.3 Etanol
Na maioria dos pases, a produo de lcool combustvel ainda representa um papel secundrio. Em
Frana, no Brasil e nos Estados Unidos da Amrica, existem programas estatais que patrocinam o
uso de Etanol. Contudo s agora, no contexto do aumento dos preos de leo e no interesse recente
no fornecimento de energia amiga do ambiente, que o assunto tem recebido uma maior ateno.
O papel do etanol no mercado dos combustveis lquidos, pode ser encontrado na rea dos aditivos
combustveis. Isto tem a ver com a eficincia econmica. Normalmente podem ser atingidos preos
de mercado mais elevados quando vendido como um aditivo combustvel, do que quando vendido
como um combustvel puro. Alm disso, para as quantidades usadas como aditivo, no so
necessrias modificaes tcnicas nos carros.
Mesmo se actualmente a Europa ainda no registou grande sucesso no uso do etanol, ao nvel
internacional existem j sinais considerveis de sucesso. O Brasil, por exemplo, tem levado a cabo
um programa de sucesso desde 1975. Graas ao Programa Pr-lcool, 1,3 bilies de litros por ano
esto a ser actualmente lanados no mercado de combustvel. Isto torna o Brasil lder dos pases
produtores de combustvel lcool. Produz 43% do seu mercado combustvel com fontes renovveis.
At agora, o conhecimento sobre o comportamento de leos vegetais naturais nos motores modernos
limitado. No se encontram disponveis registos de dados importantes sobre o comportamento
destes combustveis, bem como provas de tempo de vida nos bancos de ensaio e no uso de veculos
em diferentes condies.
Para os leos vegetais naturais serem usados em motores diesel, devem ser feitas modificaes
tcnicas. Para pr-aquecer o combustvel, o requisito mais importante adaptar o sistema de
injeco de combustvel viscosidade dos leos vegetais naturais. Adicionalmente, o facto do
comportamento da distribuio do combustvel ser diferente, torna geralmente necessria uma
instalao diferente dos mbolos.
Em termos dos componentes mais essenciais do motor, os motores diesel usados com leo vegetal
so idnticos aos usados com combustveis fsseis. Usam sistemas de injeco directa, para
distribuir o combustvel na cmara de combusto.
Devido sua elevada viscosidade, difcil processar o leo vegetal num composto que possa ser
inflamado, nos motores diesel, a baixas temperaturas. Para evitar problemas de ignio em motores
frios, o combustvel diesel convencional usado para o processo de ignio e o leo vegetal natural
apenas injectado aps o perodo de aquecimento do motor. Isto significa que deve ser instalado um
sistema de dois tanques.
Um outro problema com esta viscosidade natural do leo vegetal que, num sistema de injeco de
combustvel, estes leos no podem ser facilmente pulverizados num composto inflamvel. Mesmo
que esta questo no seja muito importante para utilizaes curtas, pelo contrrio, se for utilizado
leo vegetal sistematicamente, a longo prazo pode conduzir a uma injeco desigual e, portanto,
maior acumulao de partculas nos revestimentos do cilindro, mbolos, vlvulas e bocais de
injeco, os quais esto no seu funcionamento normal sujeitos a presso.
4.8.2 Biodiesel
O uso de biodiesel em motores diesel geralmente possvel. Contudo, importante que o biodiesel
seja aprovado pelo fabricante do motor. Esta aprovao pode ser emitida se o veculo estiver j
preparado ou quando tenham sido efectuadas algumas adaptaes, nomeadamente a substituio de
vedantes de borracha, entre outros componentes de borracha de nitrilo, que estejam em contacto
com o combustvel. Estes componentes devero ser substitudos por componentes de borracha de
fluorcarbono.
Na prtica, ao usar biodiesel, para ajudar a garantir uma utilizao sem problemas a longo prazo,
deve ter-se em ateno ao seguinte:
x Se o carro passar a utilizar biodiesel aps um longo perodo de tempo, durante o qual apenas foi
usado diesel de petrleo, pode ser necessrio alterar o filtro de combustvel. Como o biodiesel se
comporta como um solvente, os resduos do combustvel diesel podem ser dissolvidos, o que
pode levar a bloqueios dos filtros;
x Pela mesma razo, as reas envernizadas que esto em contacto com o biodiesel devem ser
limpas imediatamente;
x Se o biodiesel for usado em carros no aprovados, alguns materiais sintticos ou de borracha
podem danificar-se em certas circunstncias, depois de um perodo de uso mais longo. A ttulo de
exemplo, os tubos de combustvel podem amolecer. Os tubos feitos de borracha de fluorcarbono,
j utilizados em modelos aprovados, podem evitar esta situao. Podem efectuar-se verificaes
regulares do sistema de combustvel e, se necessrio, alterar os materiais afectados.
4.8.3 Etanol
O etanol raramente usado na Europa e nos Estados Unidos da Amrica como combustvel puro.
Apenas no Brasil usado este mtodo. A razo para esta situao a elevada taxa de evaporao
do combustvel, visto que reduz a capacidade para arranques frios.
O problema dos arranques frios a baixas temperaturas, no relevante em zonas climticas quentes.
Em zonas climticas mais frias, como na Europa do norte, os carros tm de estar por vezes
equipados com um tanque de gasolina extra, para assumir arranques frios.
4.9.1 Fundamentos
O biocombustvel lquido com o maior potencial para a cogerao o leo vegetal natural. Este pode
ser produzido e preparado em cooperativas agrcolas (usando meios simples), para o uso em motores
adaptados. Portanto, estas linhas orientadoras focaro principalmente os leos vegetais naturais.
Contudo, as afirmaes gerais nestas linhas orientadoras podem tambm aplicar-se a outros
projectos de biomassa, com outros combustveis.
De forma genrica, pode-se dizer que todos os biocombustveis lquidos podem ser usados em
aplicaes estacionrias, onde o peso, um factor sempre relevante numa aplicao mvel, pode ser
desprezado. Isto abre caminho a algumas possibilidades tcnicas. Muitas das vantagens ambientais
oferecidas por estes combustveis comeam a ter o seu efeito. Constituem bons exemplos, a
instalao de tanques de camada dupla, que evitam acidentes com libertao de combustveis para
os solos ou recursos hdricos, ou o ajustamento dos filtros e outros sistemas de tratamento de
emisses gasosas.
A cogerao considerada uma parte importante da proteco ambiental em todo o mundo, por
causa do seu elevado nvel de eficincia energtica. Isto tambm se aplica quando so usados
combustveis fsseis. Este facto combinado com a eficincia econmica da operao das centrais,
essencial para projectos de cogerao, torna mais difcil o uso de biocombustveis lquidos numa
aplicao estacionria.
O design de motores estacionrios de leo vegetal o mesmo que o usado para aplicaes mveis.
A vantagem da cogerao para motores estacionrios que muitos dos problemas tcnicos
associados ao leo vegetal, como os arranques a frio, podem ser eliminados. Para alm disso, na
cogerao, geralmente est disponvel calor suficiente para ter um controlo suficiente sobre a
viscosidade observada a baixas temperaturas. As unidades do motor nas fbricas de cogerao esto
na maioria num estado quente ou pr-aquecido quando arrancam.
Os motores de cogerao so projectados para trabalhar com uma performance ptima, o maior
nmero de horas anuais possvel, para alm de 4000 horas de operao, para assegurar um elevado
nvel de eficincia. Isto torna possveis intervalos de manuteno regulares.
A cogerao com o leo vegetal a mesma que para as unidades de cogerao tradicionais em
operaes de gs natural ou leo combustvel. Um motor de combusto ligado a um gerador
elctrico que transforma a energia mecnica do motor em electricidade. A eficincia da produo de
energia primria cerca de 30%. O calor gerado para o sistema de exausto ou para o sistema de
arrefecimento do motor, pode ser aproveitado por meio de permutadores de calor e disponibilizado
para edifcios ou processos.
4.9.2 Possveis problemas tcnicos de operao nas centrais de cogerao com leo vegetal
A maior ameaa para os motores de leo vegetal deve-se eventualidade de falha do sistema de
lubrificao central, que geralmente conduz a danos irreversveis do motor. A juntar aos
contaminantes prejudiciais no combustvel, muitas vezes uma gradual tixotropia do leo da
lubrificao responsvel por este tipo de dano. Por estas razes, so recomendadas mudanas de
leo e inspeces de manuteno aos motores de leo vegetal, pelo menos em cada 250 horas.
Contudo, no s uma mudana do leo do motor e do filtro que deve ser efectuada, mas tambm
uma anlise da qualidade do leo encontrado.
O leo vegetal comporta-se de maneira diferente dos combustveis fsseis refinados em muitos
aspectos. portanto tambm aconselhvel equiparar os motores a leo vegetal com temporizadores
de arrefecimento, para garantir o lento arrefecimento da unidade do motor. Isto no s evita o dano
do motor por sobreaquecimento, mas evita tambm a carbonizao dos bocais e mbolos devida
queima descontrolada do leo vegetal.
difcil fazer uma estimativa dos intervalos de manuteno nas centrais de cogerao a leo vegetal,
porque se reuniu pouca experincia operacional at ao presente momento. Embora os projectos
anteriores registem sucessos operacionais, sofreram-se pesados atrasos com danos maiores no
motor. A operao destas centrais depende de muitos parmetros e, muitas vezes, de parmetros
que no podem ser suficientemente monitorizados, da resultando que as causas exactas das falhas
no podem ser muitas vezes determinadas.
Para implementar um projecto de cogerao com biocombustveis lquidos, devem ser seguidos os
mesmos passos necessrios para instalar uma central de cogerao com combustveis fsseis.
Devido h pouca experincia prtica com centrais de cogerao operadas com leo vegetal natural,
tm de se obter antecipadamente garantias suficientes do fabricante, incluindo custos de
manuteno. Os projectos de energia com leo vegetal natural tm ainda carcter de pesquisa.
O mais importante para assegurar o sucesso do projecto, obter um fornecimento a longo prazo de
combustveis em quantidades suficientes e qualidade adequada. So aconselhveis contratos de
fornecimento a longo termo e, acima de tudo, a obrigao de qualidade com os produtores de leo
vegetal.
Como o leo vegetal tem um tempo de vida armazenado de cerca de 6 meses, a logstica de
abastecimento deve ser projectada de tal modo que minimize os tempos de armazenamento dentro
da central. Em unidades de cogerao de maiores dimenses, com elevado consumo de leo e um
elevado uso anual, possvel a distribuio em camio cisterna e armazenamento num tanque de
combustvel externo, embora se deva assegurar que os tanques no esto contaminados com outros
resduos. Se existirem outros resduos, podem acontecer danos irreversveis no motor e nos sistemas
de gesto de combustvel.
Em contraste com os combustveis fsseis, como o diesel ou o leo combustvel, o leo vegetal um
produto natural perecvel, que pode ser danificado por muitas influncias externas. O oxignio, a luz,
o calor e ies metlicos dos compostos do ferro ou do cobre, podem conduzir a uma degradao
rpida do leo. A viscosidade do leo aumenta e a probabilidade de colmatao das linhas de
combustvel, das bombas de injeco e bocais, aumenta exponencialmente. A capacidade de
lubrificao do leo do motor pode tambm ser consideravelmente afectada por tais processos.
As dimenses da tubagem de transporte devem ser tidas em conta. Os tubos que suposto
transportarem 30 litros de leo vegetal por hora, a longo prazo, devem ter um dimetro mnimo de 14
milmetros. Devem ser projectados de tal modo que possam ser completamente esvaziados e devem
ter locais para recolha de amostras. As bombas usadas devem ser adequadas para a operao com
materiais viscosos. aconselhvel a instalao de um tanque de armazenamento em frente bomba
de combustvel equipado com um tubo de retorno. Os sistemas devem ter filtros duplos de alta
tecnologia, de modo a que possa suster o maior nmero possvel de partculas de sujidade, o que
evita a ocorrncia de qualquer dano do motor.
A tabela seguinte, com dados baseados em valores empricos, pode ser utilizada, numa primeira
aproximao, para inventariar as necessidades de aquecimento de espaos de um edifcio.
Em muitos pases, existem disposies tcnicas nacionais ou regionais para o isolamento trmico.
Estas incluem regulamentos de construo que tm em considerao o isolamento trmico e formas
de construo para reduzir a necessidade de aquecimento dos novos edifcios. Com base nos
respectivos regulamentos, em concordncia com a idade dos edifcios, possvel fazer uma
estimativa preliminar da necessidade mdia de aquecimento do conjunto de edifcios existente.
Apesar da suposta preciso no clculo dos procedimentos prescritos, na prtica existem muitas vezes
diferenas considerveis entre a necessidade de aquecimento calculada e a real. Isto porque tais
procedimentos so simplificados e padronizados. Por exemplo, a maioria das disposies usam
sequncias padronizadas de temperatura e comportamentos de utilizador que, embora correctos,
podem muitas vezes representar incorrectamente edifcios individuais, devido falta de informaes
mais detalhadas.
Normalmente existe uma divergncia alargada de necessidades de energia para edifcios antigos.
Quanto mais moderno o edifcio, menor a variao nas necessidades de aquecimento.
Q Qesp u A u F1 u F2
Onde, Qesp, necessidade de calor especfica (tabela 5-1); A, rea habitvel aquecida em m; F1, factor
de correco para outras temperaturas mnimas (Tabela 5-2); F2 factor de correco para tipos de
edifcios (Tabela 5-3).
t min. F1
-6C 0,76
-8C 0,82
-10C 0,88
-12C 0,94
-14C 1,00
-16C 1,06
Exemplo:
Para um edifcio residencial com seis apartamentos, uma rea habitvel global de 420 m e situado
numa rea com uma temperatura ambiente mnima de -16C, foi determinada uma necessidade de
calor especfica Qesp de 130 W/m de rea habitvel.
A necessidade total de aquecimento Q para a qual dever ser projectado o output de calor do gerador
de calor, ascende aos 40,5 kW.
Figura 5.1 Disperso das necessidades de calor num edifcio por zonas
Esquema: www.sesolutions.de
Dados: Wamsler
Se for conhecido o output mximo de calor necessrio para um edifcio e a posio da diviso a ser
aquecida com uma aplicao de lareira, possvel fazer uma estimativa aproximada da necessidade
de aquecimento, com base nos valores percentuais fornecidos acima.
Em muitos casos, este mtodo suficientemente preciso para seleccionar um output de calor
apropriado de uma aplicao de lareira.
Se existir alguma dvida quanto existncia ou no de calor suficiente, melhor escolher um modelo
maior. Ao mesmo tempo, contudo, dever garantir-se que as aplicaes de lareira instaladas no so
desnecessariamente grandes. De outra forma, ao longo dos anos a eficincia reduz, resultando em
maior consumo e maiores emisses de combustvel.
5.1.3 Procedimentos alternativos para calcular o output mximo de calor necessrio para
aplicaes de lareiras
Caso no exista um clculo fivel do output de calor necessrio, este pode ser determinado utilizando
o mtodo apresentado de seguida. Os pontos da tabela abaixo devem ser somados no caso de
serem aplicveis diviso em estudo.
Com base na pontuao calculada e sabendo as caractersticas do edifcio (sem isolamento trmico,
com isolamento trmico convencional, ou edifcio de baixo consumo energtico), possvel
determinar o output de calor necessrio das aplicaes de lareira, utilizando os seguintes grficos (1
sem isolamento, 2 isolamento convencional, 3 baixo consumo energtico).
Figura 5.2 - Output mximo de calor necessrio em espaos sem isolamento trmico
Grfico: www.sesolutions.de
Dados: Wamsler
Figura 5.3 - Output mximo de calor necessrio em espaos com isolamento convencional
Grfico: www.sesolutions.de
Dados: Wamsler
Figura 5.4 - Output mximo de calor necessrio em espaos de habitaes de baixo consumo
energtico
Grfico: www.sesolutions.de
Dados: Wamsler
No caso de ser escolhida uma fonte de aquecimento alimentada manualmente, como a nica fonte
para a casa, os aspectos de obteno e armazenamento de madeira devero ser analisados antes da
instalao.
x sistemas monovalentes, nos quais existe apenas um tipo de gerador de calor, que necessrio
para cobrir a inteira necessidade de calor do edifcio, mesmo nos Invernos mais severos. Por esta
razo, tais geradores de calor devem ser projectados para suprir as necessidades mximas de
calor, calculadas para o edifcio;
x sistemas bivalentes, nos quais as necessidades de calor do edifcio so cobertas por dois ou
mais tipos diferentes de geradores de calor tais como geradores de pelletes com painis solares.
Os sistemas bivalentes alternativos geralmente so construdos por forma a que um dos geradores
de calor seja projectado como um sistema monovalente, que pode fornecer a carga de calor
completa, enquanto que o segundo sistema geralmente projectado com um output mais baixo.
Ambos os sistemas so operados alternativamente, de modo que o sistema com o output mais baixo
fornece o edifcio em perodos mais quentes e o sistema maior fornece o calor nos perodos mais
frios.
Os sistemas bivalentes paralelos so operados numa base em que ambos os sistemas cobrem a
necessidade de calor, de acordo com as suas possibilidades individuais. Se os sistemas paralelos
bivalentes funcionarem eficientemente, necessrio que haja um tanque de armazenamento
controlado electronicamente.
SISTEMAS DE COMBUSTO DE PEQUENAS DIMENSES 5.6
BIOENERGIA - MANUAL SOBRE TECNOLOGIAS, PROJECTO E INSTALAO
Existem numerosas alternativas para fornecer os edifcios com aquecimento a partir da madeira.
possvel desenvolver no s sistemas de aquecimento central, mas aplicaes descentralizadas de
lareiras, em combinao com a energia solar e outras fontes de energia. As possibilidades oferecem
um output adequado para cada tipo de aplicao desejado.
A seleco inicial dos geradores de calor baseada na necessidade de obter um output mximo,
determinado pelo clculo do calor necessrio. Se se pretender usar um gerador num sistema
bivalente paralelo, ser possvel usar qualquer combinao de geradores de calor centrais e
descentralizados.
Quando se usa uma combinao de vrios geradores de calor, devem ser escolhidos sistemas de
combusto optimizados ao seu desempenho.
Para alm do output trmico, a necessidade anual de calor tambm um critrio de seleco
importante. Nem todas as instalaes que tenham um output apropriado so adequadas para cobrir a
necessidade de aquecimento anual.
Descrio
As lareiras abertas tm um efeito de aquecimento muito baixo. Se for queimada lenha numa lareira
aberta, apenas cerca de 20% da sua energia usada para aquecimento do espao na forma de
radiao. O restante escapa atravs da chamin, sem ser usado.
Requisitos estruturais:
As lareiras abertas requerem uma chamin prpria e entrada de ar fresco. No devem ser operadas
outras aplicaes de lareiras em divises com lareiras abertas. Estas divises no devem estar
equipadas com sistemas de extraco. Isto evita um possvel refluxo de fumo nas reas habitveis,
que podem levar ao envenenamento das pessoas.
Em contraste com todas as outras aplicaes de lareiras, as lareiras abertas tm uma cmara de
combusto aberta para a diviso. A parte de trs e as paredes do lado das lareiras abertas so
fabricadas ou em alvenaria de barro refractrio pr-fabricado ou so construdas, usando
componentes pr-fabricados.
SISTEMAS DE COMBUSTO DE PEQUENAS DIMENSES 5.9
BIOENERGIA - MANUAL SOBRE TECNOLOGIAS, PROJECTO E INSTALAO
Se se pretende que a lareira seja usada, para aquecimento do espao, durante o perodo de
transio, a abertura do calor necessrio pode ser pr-calculada:
Exemplo:
Uma diviso com 100 m (40 m de espao com uma altura de 2,50 m) requer uma lareira de 3.000
cm. Isto corresponde a uma abertura de lareira de 50 x 60 cm.
Ao mesmo tempo, a abertura da lareira deve ter uma proporo equilibrada ao volume do espao
habitvel. A abertura mxima de lareira permitida pode ser calculada usando a seguinte frmula:
Exemplo:
O funcionamento de uma lareira com uma abertura de 3.000 cm requer uma entrada de ar fresco
permanente de mais de 108 m/h.
Contudo, as janelas e as portas nas casas modernas esto hoje em dia calafetadas, pelo que
impossvel que tal volume de ar possa fluir naturalmente. Por esta razo, o ar de combusto deve ser
disponibilizado por meio de uma conduta de ar fresco do exterior de dimenses adequadas.
Se uma lareira estiver fechada com uma porta de vidro, ento descrita como uma lareira fechada.
So tambm conhecidas frequentemente no mercado como lareiras embutidas. Estas incluem uma
cmara de combusto com colector de cinzas, colector dos gases de escape, entre outros.
Em contraste com as lareiras abertas, a cmara de combusto est fechada. Isto permite melhorar o
controlo da entrada de ar de combusto e aumenta a temperatura na cmara de combusto o que
conduz a um aumento perceptvel na eficincia e qualidade de combusto.
Apesar da sua fraca eficincia global, quem desejar instalar um sistema destes deve consultar os
respectivos fabricantes sobre a sua implementao e dimensionamento individual.
Requisitos estruturais:
Quase todas as lareiras abertas podem ser convertidas em lareiras fechadas inserindo uma cmara
de combusto. Cada lareira tem normalmente a sua geometria individual. Por esta razo, sempre
essencial verificar a instalao caso a caso, e da ser impossvel fazer afirmaes gerais quanto
sua convenincia. Devem ter-se em conta os seguintes critrios quando se considera a instalao de
uma lareira embutida:
5.3.4 Salamandras
As salamandras emitem a maior parte do seu calor por radiao a partir da superfcie aquecida.
Muitos tipos tm um revestimento de conveco que permite que o ar frio seja extrado da
envolvente, antes de ser novamente libertado como ar quente atravs de aberturas na parte superior.
As salamandras pesam geralmente entre 13 e 26 kg por kW de sada trmica, de modo que pode
esperar-se um peso global de 40 a 80 kg por metro quadrado da rea de aquecimento. As
salamandras modernas tm uma ventoinha que regula a sada de calor. Dependendo do modelo e do
fabricante, possvel regular a sada entre 2 e 15 kW. Alguns fabricantes tambm fornecem
salamandras com controlo remoto.
Requisitos estruturais:
1. Instalao:
As salamandras desenvolvem calor quando em funcionamento. Este emitido como radiao atravs
do vidro ou atravs do aumento da temperatura da superfcie externa. Por esta razo, tais fornos
devem ser sempre mantidos a uma distncia segura dos materiais de construo combustveis,
mveis, cortinas ou outros objectos decorativos.
Existe menos risco de combusto dos materiais circundantes nas outras reas da salamandra, tais
como a parede do fundo, revestimentos laterais e chamin. Portanto, a distncia de objectos
inflamveis pode ser reduzida para 20 cm.
A salamandra no deve estar colocada directamente em soalhos combustveis tais como carpetes,
parquet ou cortia. Requer sempre uma base de material de construo no combustvel, tal como
tijolos cermicos, pedra, vidro ou ao. Como regra, esta base deve estender-se 50 cm para alm da
frente e 30 cm no outro lado, para assegurar uma proteco ptima ao fogo. Os requisitos individuais
do fabricante so tambm decisivos quando se projecta a base prova de fogo.
2. Fornecimento de ar fresco
Geralmente um volume de espao de pelo menos 4 m3 necessrio por kW de sada de calor. Este
valor no deve ser reduzido, por questes de segurana. O fornecimento de ar geralmente
produzido usando um ventilador silencioso de velocidade varivel. O ar sugado por meio de um
tubo de entrada central e, se for usada uma entrada de ar externa, permite operar,
independentemente do ar da diviso.
O ar secundrio separado necessrio para uma queima ptima dos gases produzidos. alimentado
por cima e, depois de ser utilizado na combusto, sai como gs de escape atravs da chamin. Com
SISTEMAS DE COMBUSTO DE PEQUENAS DIMENSES 5.14
BIOENERGIA - MANUAL SOBRE TECNOLOGIAS, PROJECTO E INSTALAO
O limite de segurana para operar salamandras numa diviso uma presso mxima negativa de 4
Pa. Por esta razo, no se devem operar aparelhos que sejam capazes de criar presses negativas
mais altas na diviso onde a salamandra est instalada. Em particular, estes aparelhos incluem
sistemas de extraco e sistemas de ventilao. Devem ser usadas medidas tcnicas para assegurar
que no seja possvel nenhuma operao paralela, tal como um fecho recproco dos circuitos da
salamandra e do sistema de extraco. Alternativamente, deve providenciar-se uma abertura larga de
entrada de ar na respectiva diviso.
3. Gases de escape:
A sada mxima da salamandra limitada pela capacidade da chamin. Por esta razo, a quantidade
de ar de combusto no deve conduzir a uma presso positiva na cmara de combusto. Isto
significa que o efeito de suco da chamin deve prolongar-se tanto quanto a cmara de combusto.
Se no for o caso, ou deve ser reduzida a sada da caldeira ou deve ser redimensionada a chamin.
Para extrair os gases de combusto das salamandras necessrio ter uma chamin para
aquecimento a combustveis slidos. Normalmente os gases na conduta tm uma temperatura entre
150 e 200C. Contudo, deve notar-se que a temperatura do gs na chamin pode decair abaixo dos
160C, podendo causar condensao, o que pode danificar a chamin.
A conduta da salamandra deve ser projectada de modo que no seja demasiado comprida. Deve
prolongar-se verticalmente desde a salamandra e ter menos do que 2 m de comprimento. Por
questes de projecto e para atingir uma extraco ptima dos gases, aconselhvel usar acessrios
de origem fornecidos pelo fabricante.
Idealmente, a chamin deve ser construda de material prova de humidade e ter bom isolamento
trmico. Isto aplica-se passagem da chamin atravs do sto da casa. A maior parte dos
fabricantes de salamandras exige um dimetro mnimo da chamin de cerca de 13cm.
Uma caracterstica tcnica nica dos fornos de pelletes a ignio automtica do combustvel.
Alguns fabricantes at permitem que os foges sejam ligados por controlo remoto usando um
telemvel.
A aplicao mais prtica dos fornos de pelletes individuais na recuperao e renovao de edifcios
antigos, isto , em aplicaes para as quais seria muito caro fornecer um aquecimento central
retroajustado. Na maioria dos casos, h ainda uma chamin a funcionar no edifcio, permitindo que se
instalem fornos de pelletes sem qualquer problema.
Uma outra aplicao destes fornos em casas de arquitectura passiva, nas quais a necessidade de
calor to baixa que tais fornos conseguem fornecer todo o aquecimento necessrio. Nestes
edifcios, os fornos de pelletes podem funcionar como fornos de radiao de ar quente e, combinados
com um permutador de calor, como caldeiras de aquecimento central.
Requisitos estruturais:
Os requisitos tcnicos para os fornos de pelletes so equivalentes aos das salamandras. Isto aplica-
se quer descarga dos gases da conduta quer s distncias de segurana dos fornos para as
moblias inflamveis.
Em contraste com as salamandras, em que a cinza deve ser removida manualmente depois de cada
utilizao, os fornos de pelletes so projectados para uma operao semi-automtica. Contudo, um
forno de pelletes correctamente utilizado requer uma manuteno e assistncia regular.
O queimador deve ser verificado diariamente, quando a funcionar. Se houver escrias e clnquers
estes devem ser removidos. As aberturas de ar do forno de pelletes devem tambm ser limpas se
necessrio. importante evitar que as cinzas voltem para o queimador, pois tal pode causar
entupimento.
Depois de queimar 50Kg de combustvel, um forno de pelletes deve ser submetido ao seguinte
programa de manuteno:
SISTEMAS DE COMBUSTO DE PEQUENAS DIMENSES 5.17
BIOENERGIA - MANUAL SOBRE TECNOLOGIAS, PROJECTO E INSTALAO
Porque os fornos de pelletes contm um nmero considervel de partes mecnicas, deve ser feita a
sua verificao uma vez por ano ou depois de um uso de cerca de 1500Kg de combustvel. Esta
assistncia de fbrica inclui limpeza completa de todo o equipamento do forno. Muitas vezes, como
parte desta assistncia os elementos de ligao e ignio so substitudos ou verificados para ver se
funcionam correctamente. Por esta razo, a assistncia fornece uma parte importante da preveno
de acidentes e precauo de segurana.
Podem ser usados toros de madeira no s para aquecimento, mas tambm para cozinhar e assar.
Os foges tradicionais de cozinha a madeira ou carvo so hoje em dia fornecidos por alguns
fabricantes com uma funo de aquecimento adicional - como fornos de aquecimento central.
O calor excedente que no usado para cozinhar e assar usado para o sistema de aquecimento
central ou armazenado como gua quente num tanque de armazenamento (acumulador) integrado
no sistema.
Os foges de aquecimento central atingem uma eficincia global de aproximadamente 65% porque o
calor irradiado na diviso onde est instalado o fogo usado para aquecimento e no dever ser
perdido.
Requisitos estruturais:
1. Instalao:
Os requisitos para instalao so semelhantes aos da instalao de salamandras. Para alm disso,
os armrios de cozinha por cima dos foges de aquecimento central devem ser colocados com uma
separao mnima de 70 cm do forno para evitar danos no material do armrio ou combusto do seu
contedo.
Porque so utilizados para cozinhar e assar, os foges de aquecimento central libertam quantidades
variveis de calor. Para se fazer um uso ptimo deste calor em edifcios, portanto aconselhvel
integrar um tanque de armazenamento (acumulador) no sistema de aquecimento central do edifcio.
2. Fornecimento de ar fresco:
Em particular, estes aparelhos incluem sistemas de extraco e de ventilao. Devem ser usadas
medidas tcnicas para assegurar que no seja possvel nenhuma operao em paralelo, tal como um
encerramento recproco dos circuitos do fogo e do sistema de extraco, ou assegurando-se que
este ltimo est ligado no modo de recirculao. Alternativamente, deve providenciar-se uma abertura
para entrada de ar larga na respectiva diviso.
3. Gases de escape:
Para remover os gases de escape dos foges de aquecimento central necessrio ter uma chamin
aprovada para aquecimento a combustveis slidos e deve resistir at 400 C.
O tubo de gs de escape para a chamin deve ser curto e vedado. As seces horizontais so
geralmente at 0,5 m mas devem ter uma inclinao superior a15.
Apenas os componentes produzidos pelo fabricante devem ser usados para ligar o fogo chamin,
para assegurar um bom fluxo de ar e uma selagem hermtica com a chamin.
4. Manuteno:
A grelha do fogo de aquecimento central deve ser verificada diariamente para retirar escrias e
clnquers.
As aberturas de ar devem ser limpas se necessrio. importante evitar que as cinzas voltem para a
grelha pois pode provocar entupimentos. Por razes de segurana, a cinza deve ser sempre
removida dos foges de aquecimento central uma vez arrefecidos para evitar que os resduos sejam
novamente queimados.
Os fornos cermicos, que na maioria esto situados num local central nos edifcios, aquecem reas
que normalmente se prolongam por vrias divises. So geralmente instalados como aquecimento
adicional ao aquecimento central existente e, muitas vezes, acoplados ao circuito de aquecimento
central. Geralmente distinguem-se dois tipos de fornos cermicos: fornos cermicos simples e de ar
quente.
O forno cermico simples tem material de barro refractrio e tijolos a rodear directamente a cmara
de combusto. O calor que gerado emitido para a parte cermica de armazenamento de calor, e
gradualmente alcana a superfcie cermica. Daqui ento irradiado para o espao da sala para
fornecer aquecimento.
Devido ao processo lento na emisso de calor, um forno cermico simples requer pelo menos duas
horas antes de alcanar o output total de calor. Para encurtar este tempo possvel instalar
permutadores de calor ou condutas acima do forno. Estes so abertos num ou em dois lados ou
podem ser fechados com pequenas portas. Abrindo as portas, estas actuam como superfcies de
aquecimento rpido e irradiam o calor directamente. Os alimentos podem ser mantidos quentes nas
condutas de permuta de calor e, dependendo da construo, tambm possvel a sua utilizao para
assar alimentos.
A vantagem dos fornos cermicos simples a sua considervel capacidade de armazenar calor. Uma
vez aquecidos podem irradiar calor quase constante na diviso at 24 horas. A desvantagem a
considervel lentido do sistema.
Nos fornos cermicos de ar quente, a cmara de combusto e as paredes cermicas esto sempre
separadas.
O calor gerado na cmara de combusto do forno absorvido pela cermica, dirigido para a
superfcie e ento irradiado para o exterior, ou transferido para o ar ambiente da diviso. A superfcie
da cermica aquecida a uma temperatura mdia entre 50C e 90C.
Cerca de 60% do calor criado emitido a partir do sistema de aquecimento para o revestimento
cermico circundante, que por sua vez armazena o calor e, ao atingir a temperatura de irradiao, o
irradia para a sala (40% emitido por conveco).
Os fornos cermicos emitem calor por um perodo de 6 a 24 horas. Alimentando-os uma ou duas
vezes por dia, possvel fornecer uma emisso contnua de calor. Os fornos cermicos modernos
tm eficincias de aquecimento entre 75% e 89%.
A vantagem dos fornos cermicos de ar quente que estes j emitem calor (por meio de conveco)
antes da cermica aquecer temperatura de irradiao. Uma possvel desvantagem a grande
proporo de calor emitida por conveco, o que poder ser desconfortvel. Portanto, por razes de
conforto, deve assegurar-se que haja uma rea cermica bastante grande (rea de irradiao).
Requisitos estruturais:
Em contraste com os fornos a madeira, os fornos cermicos podem ser ligados a chamins que j
sejam usadas por outras aplicaes de lareiras.
So usados vrios tipos de material de parede para fornos cermicos. Alm da cermica, tambm
possvel usar gesso. Os fornos cermicos de hoje so considerados como objectos de decorao e
devem ser projectados cuidadosamente em termos estticos e tcnicos em edifcios novos ou
antigos.
Para atingir um calor radiante suave e agradvel, deve assegurar-se que o calor radiante emitido
pela cermica est em contacto com superfcies circundantes que aquecem facilmente, tais como
paredes e tectos. Portanto, no muito benfico se o forno cermico for colocado em frente a uma
janela. A melhor localizao para o forno no centro de um edifcio, de modo a que o calor emitido
possa afectar grandes partes da casa.
Os fornos cermicos podem ser colocados ao longo de uma parede (se possvel viradas para o
interior), ou num canto. Tambm possvel project-los de modo a que as superfcies externas do
forno se prolonguem para vrias divises. Quando situado apenas numa diviso, existe maior
eficincia de calor se a distncia do forno cermico superfcie da parede for de pelo menos 15 cm.
Qualquer aplicao de lareira requer uma base de suporte prova de fogo. Se os fornos cermicos
forem tidos em conta quando se projectam novos edifcios, possvel fornecer o reforo necessrio.
Os tectos j existentes, contudo, devem ser cuidadosamente examinados para ver como as vigas ou
suportes esto situados e se a construo do tecto preenche os requisitos de proteco contra fogo.
ser usada marga como material de ligao, mas no como material de construo. Os tijolos so
apenas usados para construir plintos, pisos e para assentar fundaes.
Operao:
O tamanho e tipo de construo dos fornos cermicos dependem da necessidade de calor da sala a
ser aquecida. Quando se determina a sada do forno cermico deve ser considerado o tipo de
utilizao: aquecimento completo ou auxiliar.
Dependendo do tipo de construo, a sada de calor dos fornos cermicos varia entre 600 e 1000 W
por m da rea do forno cermico. Os fornos cermicos aquecem o ar da sala imediatamente ao
serem aquecidos, mas tm menos capacidade de armazenamento. Os fornos simples so mais
lentos, mas emitem um calor caracterstico, muito agradvel.
Alm da correcta ignio do forno, o factor mais importante no aquecimento com fornos cermicos
a boa tiragem.
As caldeiras que utilizam troncos de madeira separam claramente os dois tipos diferentes de
combusto. Na cmara de combusto primria, a madeira aquecida e, como resultado da queima
com oxignio, so libertados gases inflamveis.
Figura 5.24 - Seco e fotografia de Caldeira de aquecimento central alimentada com madeira
Esquema e Fotografia: www.guntamatic.at
Estes gases so aspirados atravs de um ventilador para uma cmara de combusto revestida com
material cermico ou ao resistente a altas temperaturas. Esta utiliza os gases de madeira criados na
primeira cmara de combusto da caldeira. O gs de madeira misturado com o oxignio secundrio
necessrio numa cmara giratria e queimado, enquanto retirado atravs de uma placa de
combusto. A seguinte figura mostra a chama do gs de uma caldeira de gaseificao de madeira.
Os ventiladores permitem que as fases de combusto primria e secundria nas caldeiras modernas
a troncos de madeira estejam coordenadas de uma forma precisa. Alm disso, permitem que seja
ultrapassada uma maior perda de presso na fornalha, o que necessrio para atingir uma mistura
ptima do ar secundrio e gases inflamveis criados na cmara secundria de combusto.
Existem no mercado sistemas de aquecimento central funcionando com toros de madeira com dois
tipos diferentes de estratgias de controlo. Os sistemas controlados termostaticamente ajustam o
calor produzido na caldeira temperatura da gua da caldeira e necessidade do sistema de
aquecimento domstico. Outras caldeiras monitorizam o teor de oxignio no gs de combusto da
caldeira com um sensor Lambda e podem, portanto, assegurar que h sempre uma ptima
combusto. Tais avanos tcnicos permitem tambm que estas caldeiras atinjam uma eficincia de
mais do que 90%.
eficincia da caldeira sob tais circunstncias. Como tal, deve ser integrado um tanque acumulador
que equilibre as flutuaes entre a necessidade de calor e o seu fornecimento. Esta componente
permite tambm que as caldeiras centrais a toros de madeira sejam combinadas optimamente com
instalaes trmicas solares.
Requisitos estruturais:
1. Instalao
Tambm importante que o ar de alimentao da caldeira seja substancialmente limpo, sem poeiras
e sem hidrocarbonetos halogenados, tais como os produzidos por sprays, pigmentos, tintas e
solventes. Estes podem prejudicar o funcionamento da caldeira.
A distncia mnima da caldeira parede geralmente de 50 cm, contudo a porta frontal da caldeira
deve estar pelo menos a 80 cm da parede prxima. A caldeira deve ter um espao de pelo menos 1
m at ao local de armazenamento do carga diria de madeira.
Mesmo que alguns fabricantes considerem suficiente um tanque de armazenamento de 25 litros por
kW, na prtica o volume do tanque de armazenamento deve ter entre 50 e 74 litros por kW da
capacidade trmica da caldeira. Se for incorporado um sistema trmico solar, deve ser escolhido um
volume de armazenamento maior.
2. Fornecimento de ar fresco:
Para que a caldeira funcione de modo seguro, dever assegurar-se que tem um fornecimento ptimo
de ar e de exausto. Aqui, deve tambm assegurar-se que a presso negativa na sala da caldeira
no seja maior do que 4 Pa. Isto consegue-se fornecendo aberturas com uma seco livre de pelo
menos 300 cm para todos os tamanhos de caldeira at 50 kW. As caldeiras com maior sada
requerem uma rea de fornecimento de 2,5 cm, para alm dos 300 cm2 por cada kW adicional.
As condutas de admisso e exausto devem, tanto quanto possvel, ser colocadas de forma oposta
para conseguir uma boa suco trmica. As aberturas devem sempre estar cobertas com uma grelha,
para evitar a entrada de corpos estranhos.
As grelhas com uma malha de 10mm provaram ser seguras. As chamins modernas j tm
ventilao traseira que pode substituir a abertura de exausto.
3. Gases de escape:
Para remover os gases de escape da caldeira necessrio ter uma chamin que seja aprovada para
combustveis slidos de aquecimento. Esta deve ter uma resistncia fuligem de 1200C. Deve
notar-se tambm que as temperaturas da conduta na chamin podem descer abaixo de 160C e, s
vezes, at abaixo de 90C, tornando possvel a formao de condensao.
Por esta razo, a chamin deve ser construda com material prova de humidade e ser muito bem
isolada. Isto aplica-se particularmente passagem da chamin atravs do sto da casa. Alm disso,
o ponto de orvalho deve tambm ser calculado. A maior parte dos fabricantes de caldeiras exigem
que a chamin tenha um dimetro mnimo de 16 cm.
As condutas permitidas para combustveis lquidos e gasosos no podem ser usados para caldeiras
de gaseificao a madeira. Se a chamin tiver uma tiragem maior do que 20 Pa, deve ser usado um
controlador de tiragem.
A conduta para a chamin deve ser curta (comprimento < 2,0m) e selada. A ligao chamin deve
ser sempre colocada de modo a que esteja inclinada para cima ( > 15 ). Na prtica, as inclinaes de
30 a 45 na direco do fluxo provaram ser seguras. Alm disso, a ligao deve ter isolamento
trmico e, se possvel, executada sem quaisquer curvas. A entrada para a chamin deve facilitar o
fluxo e curvar para cima.
Quando as caldeiras gaseificadoras de madeira so acesas pela primeira vez, espera-se uma certa
quantidade de presso positiva. Por esta razo, deve assegurar-se que a conduta para a chamin
seja colocada de modo a que fique completamente hermtica. possvel usar silicone resistente
temperatura como um componente vedante ou, alternativamente, a conduta deve ser bem soldada.
Alm disso, deve ser colocada uma conduta flexvel com isolamento sonoro para a chamin, para
diminuir o rudo emitido.
4. Manuteno da caldeira:
Mensal
O espao entre a placa superior e inferior deve ser limpo. Alm disso, todas as partes da cmara de
combusto acessveis na caldeira devem ser desmontadas e limpas.
Trimestral
necessrio limpar o ventilador para manter a sada e tiragem da caldeira. As partes de cobertura
so desmontadas e os depsitos das lminas do ventilador removidos.
5. Assistncia:
As caldeiras de gaseificao de madeira devem ter assistncia uma vez por ano. Os fabricantes
oferecem normalmente um contrato de manuteno, que permite uma assistncia completa dos
componentes da caldeira e de todo o equipamento tcnico. Muitas vezes, como parte desta
assistncia so substitudos ou verificados os interruptores e elementos de ignio para ver se
funcionam correctamente.
Alm de manter o funcionamento dos aparelhos, tambm essencial que as caldeiras sejam
inspeccionadas por razes de segurana. Apenas as caldeiras que so verificadas regularmente
podem funcionar em segurana.
Tal como os fornos de pelletes j descritos, existem tambm caldeiras alimentadas por pelletes de
madeira padronizadas, que so colocadas numa zona central dos edifcios. Como com as caldeiras
de gaseificao de madeira, estas so tambm instaladas em divises separadas. Oferecem uma
alternativa completa ao aquecimento com combustveis fsseis em todas as reas de aquecimento,
incluindo aquecimento de espaos e fornecimento de gua quente.
Uma caldeira de pelletes com carga de alimentao inferior consiste num sistema de accionamento
com motores elctricos e sistemas de controlo exteriores caldeira e um componente de queima
dentro da caldeira.
Figura 5.27 Estrutura de funcionamento de uma caldeira com pelletes com sistema de
alimentao inferior
Fotografia: www.paradigma.de
Modo de funcionamento:
Figura 5.28 - Seco de uma caldeira com pelletes com sistema de alimentao inferior
Esquema: www.paradigma.de
Vantagens tcnicas:
Desvantagens tcnicas:
As pelletes de madeira entram directamente em contacto com a combusto. Isto significa que h um
risco de voltarem acesas para a tremonha. Este tipo de combusto tecnicamente moroso, porque
criado um calor considervel subsequente na placa de queima, que est sempre cheia. O movimento
contnuo ou intermitente do transportador pode compactar o combustvel ou destruir as pelletes.
Tambm possvel formar uma base de combusto pouco homognea, permitindo que as pelletes
acabem na rea de cinzas sem serem queimadas.
Sistema de retorta
Um queimador de pelletes com combusto de retorta tem uma construo similar a um sistema de
alimentao inferior. O mecanismo transportador e a electrnica de controlo esto situados fora da
caldeira enquanto a zona de combusto est no seu interior.
Modo de funcionamento:
O ar primrio fornecido por debaixo das pelletes. O ar secundrio fornecido por meio de um anel
ou tubo para a zona de combusto e assegura a ps-combusto e a combinao completa da mistura
de gs proveniente da carbonizao com o ar de ps-combusto. Com queimadores de retorta, a
cinza cai atravs da grelha para um colector.
No percurso dos gases de escape para a chamin, estes atravessam um permutador de calor, que
transfere o calor para o sistema de aquecimento central da casa.
Vantagens tcnicas:
O sistema de retorta usa um tipo de combusto que desenvolve pouco calor subsequente e, portanto,
responde rapidamente quando so feitas alteraes aos comandos de controlo.
Desvantagens tcnicas:
Com a combusto de retorta, as pelletes de madeira esto directamente em contacto com a zona de
combusto havendo risco de voltarem a ser acesas. Tal como a combusto de alimentao inferior, o
transportador compacta o combustvel. Este efeito pode criar uma base de combusto pouco
homognea com combusto pobre. Com a combusto de retorta, cai frequentemente mais cinza do
que com outros tipos de sistemas de combusto de pelletes de madeira.
Este sistema usa uma filosofia de transportador para a carga das pelletes de madeira no queimador
completamente diferente. Neste sistema o transporte feito por gravidade. Dentro da caldeira so
carregadas as pelletes de madeira por meio de um transportador de parafuso e ento caem atravs
de um tubo ou calha para a zona de queima.
Com caldeiras de pelletes, usando sistemas de alimentao superior, o fogo alimentado com ar
primrio e secundrio directamente na zona de queima, resultando na queima completa das pelletes
e nos gases inflamveis por elas libertados. Os gases de combusto resultantes so ento enviados
para cima, atravs de permutadores de calor dentro da caldeira, que transferem o calor produzido
para o sistema central de aquecimento do edifcio.
A cinza criada no recipiente de queima cai por meio da gravidade para uma caixa ou colector de
cinzas, de onde pode ser removida como parte da manuteno regular da caldeira.
Vantagens tcnicas:
Desvantagens tcnicas:
difcil monitorizar o nvel de pelletes devendo este ser verificado com um indicador de nvel.
Requisitos estruturais:
1. Instalao:
Uma necessidade sbita de calor pode levar a problemas se o sistema de aquecimento central no
possuir gua quente suficiente. Este problema pode ser resolvido, contudo, com tanques de
armazenamento de gua quente (acumuladores). Estes aumentam os intervalos de queima, visto que
o sistema de aquecimento pode aceitar mais calor. Aumenta a eficincia e reduz as emisses de
combusto.
Actualmente, esto disponveis sistemas de aquecimento central de pelletes com uma sada de calor
de cerca de 5 50 kW. As caldeiras de aquecimento de pelletes fornecem uma soluo ideal para
proprietrios de habitaes com preocupaes ambientais, em moradias simples e multi-familiares,
que tm uma construo de baixa energia, uma sada de calor de 10 40 kW e uma necessidade
SISTEMAS DE COMBUSTO DE PEQUENAS DIMENSES 5.35
BIOENERGIA - MANUAL SOBRE TECNOLOGIAS, PROJECTO E INSTALAO
anual de energia de cerca de 2.000 20.000 kWh. Estas caldeiras a pelletes requerem at 5.000 kg
de pelletes por ano.
2. Fornecimento de ar fresco:
De modo a operar a caldeira em segurana, deve assegurar-se que tenha um ptimo fornecimento de
entrada e exausto de ar. Deve assegurar-se que a presso negativa na sala da caldeira no seja
maior do que 4 Pa. Isto conseguido fornecendo ar e aberturas de exausto, com uma seco aberta
de pelo menos 150 cm, para todos os tamanhos de caldeiras de pelletes disponveis.
As condutas de fornecimento e exausto devem, tanto quanto possvel, ser colocadas opostamente
para alcanar uma boa suco trmica. As aberturas devem sempre ser cobertas com uma grelha,
para evitar que corpos estranhos entrem na caldeira.
3. Gases de escape:
Para remover os gases da caldeira necessrio ter uma chamin que seja aprovada para
combustveis slidos de aquecimento. Deve notar-se tambm que as temperaturas da conduta na
chamin podem descer abaixo de 160C e, s vezes, at abaixo de 90C.
Por esta razo, a chamin deve ser construda com material prova de humidade e ser muito bem
isolada. Isto aplica-se particularmente passagem da chamin atravs do sto da casa. A maior
parte dos fabricantes de caldeiras exige que a chamin tenha um dimetro mnimo de 14 cm.
As condutas permitidas para combustveis lquidos e gasosos podem no ser adequadas para
caldeiras de pelletes. Se a chamin tiver uma tiragem maior do que 20 Pa, deve ser usado um
controlador de tiragem. As caldeiras de pelletes requerem um mnimo de tiragem de 5 Pa.
A conduta para a chamin deve ser curta (comprimento < 2,0m) e hermtica. A ligao chamin
deve ser sempre colocada de modo a que esteja inclinada para cima ( > 15 ). Na prtica, as
inclinaes de 30 a 45 na direco do fluxo provaram ser seguras. Alm disso, a ligao deve ter
isolamento trmico no se percebe e, se possvel, executada sem quaisquer curvas. A entrada para a
chamin deve facilitar o fluxo e curvar para cima.
Quando as caldeiras de pelletes so acesas com uma chamin fria, espera-se que haja alguma
presso positiva no tubo da conduta. Por esta razo, deve assegurar-se que a ligao do tubo da
SISTEMAS DE COMBUSTO DE PEQUENAS DIMENSES 5.36
BIOENERGIA - MANUAL SOBRE TECNOLOGIAS, PROJECTO E INSTALAO
conduta para a chamin seja colocada de modo a que fique completamente hermtica. possvel
usar silicone resistente temperatura como um componente vedante ou, alternativamente, a conduta
deve estar bem soldada. Alm disso, sensato colocar uma conduta flexvel e isolada para a
chamin, para melhorar o isolamento sonoro.
A regra geral para medir chamins estabelece que chamins com dimetros de 14 cm podem ser
usadas com caldeiras de pelletes com sadas at 15 kW. As chamins com dimetros de 16 cm
podem ser usadas com caldeiras de pelletes com sadas entre 20 e 25 kW. So recomendadas
chamins com dimetros de 18 cm para caldeiras com sadas maiores.
4. Funcionamento:
importante que o sistema esteja desligado antes de remover a cinza, de modo a que estas possam
arrefecer no colector.
Alm das pelletes, podem tambm ser usadas estilhas de madeira como combustvel nas caldeiras
automticas. Tecnicamente, as caldeiras de estilhas alimentadas automaticamente so muito
similares s caldeiras de pelletes de madeira. As estilhas so geralmente introduzidas na caldeira
com transportadores em espiral ou de parafuso.
Por esta razo, as caldeiras de estilhas so mais robustas e maiores do que as caldeiras de pelletes.
Portanto, tm uma capacidade mnima de combusto de 35 kW. Dependendo do projecto, os
sistemas de aquecimento de estilhas de madeira so tambm produzidos como centrais de larga
escala, que podem produzir uma sada de calor de diversos megawatts. Esta seco, contudo,
apenas considerar as caldeiras de estilhas com pequenos limites de sada.
As lminas salientes do rotor da espiral revolvente so usadas para destruir a estrutura das estilhas
de madeira, evitando assim que o sistema de extraco fique bloqueado. A placa de presso fixada
caixa do transportador liberta a presso da estrutura do gro no depsito. Isto evita a criao de
estrutura nas estilhas de madeira e portanto evita que o transportador de parafuso funcione no vazio.
Na figura pode ser visto um colector de cinzas com uma tampa vermelha frente da caldeira, na qual
a cinza do processo de combusto recolhida. Tal como as caldeiras de pelletes, o combustvel
incendiado usando um queimador.
Embora a tecnologia destas caldeiras seja bem desenvolvida e eficiente, elas no so adequadas
para habitaes domsticas devido aos elevados custos da caldeira, depsito de armazenamento e
equipamento de transporte. Porm, em termos econmicos so ideais para aplicaes em que as
caldeiras de pelletes j no so adequadas, isto , para edifcios de apartamentos e pblicos.
Requisitos estruturais:
As caldeiras de estilhas requerem uma diviso prpria, bem como reas de armazenamento. Deve
ser possvel alimentar facilmente as reas de armazenamento com madeira transportada por camio,
estando suficientemente perto das caldeiras para permitir o uso de correias transportadoras de baixo
custo com um comprimento mnimo.
Funcionamento:
Com a emisso de calor ajustada aos edifcios, as caldeiras de estilhas de madeira esto
continuamente em funcionamento durante o perodo de aquecimento. Durante este perodo elas no
so desligadas. Em vez disso, a sua sada simplesmente ajustada de acordo com a necessidade
pelo uso das suas ventoinhas de tiragem.
Os sistemas combinados de caldeiras podem ser usados para aplicaes onde est disponvel uma
larga gama de combustveis, tal como estilhas de madeira, toros de madeira ou serradura. Estas so
similares, em construo, s caldeiras de gaseificao de madeira.
Para alm de um orifcio de alimentao para troncos de madeira, estes sistemas tambm tm uma
entrada lateral para estilhas de madeira. A sua construo permite-lhes aceitar vrias geometrias de
combustvel. Pode ser queimada uma larga variedade de produtos, como serradura, pelletes, estilhas
de madeira, troncos e desperdcio de madeira no tratada.
Estes sistemas so particularmente eficientes em zonas onde produzida uma quantidade suficiente
de resduos de madeira e diferentes tamanhos de gro, como numa oficina de carpintaria. Em tais
reas de aplicao estes so a melhor escolha para um sistema de aquecimento. As caldeiras
combinadas tm tambm interesse para os construtores que desejem uma elevada flexibilidade em
termos de tipos de combustveis.
Existe uma grande variedade de projectos disponveis para pequenos sistemas de combusto,
alimentados a madeira. Se estes sistemas de combusto so projectados como simples aplicaes
de lareira, no so necessrios outros componentes de construo para alm de uma chamin.
SISTEMAS DE COMBUSTO DE PEQUENAS DIMENSES 5.40
BIOENERGIA - MANUAL SOBRE TECNOLOGIAS, PROJECTO E INSTALAO
Contudo, se o aquecimento a madeira for incorporado num sistema de aquecimento central, precisam
de ser seleccionados outros componentes para alm da caldeira de aquecimento e dimensionados
durante a fase de projecto.
O seguinte diagrama ilustra um sistema de aquecimento completo, com uma caldeira de madeira.
Este sistema mostra a verso mais elaborada possvel com vrias cargas e um fornecimento de calor
suplementar fornecido por um sistema solar trmico.
As seces seguintes explicam as funes dos elementos deste sistema combinado de caldeira de
pelletes e solar trmico e apresenta algumas consideraes sobre o seu dimensionamento e
execuo.
1. Caldeiras de madeira
Um critrio importante para um bom funcionamento da caldeira , para alm de uma manuteno
cuidadosa e assistncia apropriada, a proteco da caldeira contra a corroso. O aparecimento da
corroso nas condutas da caldeira , na maioria dos casos, devida condensao dos produtos de
combusto.
Cada vez que a caldeira ligada produz, como parte do processo de oxidao, gua na forma de
vapor. Se esta entrar em contacto com superfcies frias, condensa. Para alm disso, se estiver
presente dixido de enxofre no gs, pode ocorrer a formao de cido sulfrico (H2SO4) no
condensado. Isto causa muitas vezes uma corroso considervel das paredes da caldeira ou do
sistema de condutas.
Este problema de corroso pode ser evitado elaborando um projecto que mantenha uma temperatura
de retorno suficientemente alta. O fluxo de retorno da gua quente na caldeira controlado por
termostato mantm a temperatura da parede da caldeira a um nvel no qual a condensao no pode
ocorrer.
Os gases da combusto de madeira com uma proporo ar/combustvel O=1,5 e uma humidade de
cerca de 20% condensam em superfcies mais frias (< 50C). Se o teor de gua na madeira for cerca
de 40%, o ponto de condensao com as mesmas condies bsicas j ocorre a 65C.
Em casas mais velhas, o sistema de aquecimento muitas vezes projectado com uma temperatura
de fluxo de 90C e uma temperatura de retorno de 70C. Na maior parte do tempo, no h risco de
condensao quando se faz o aquecimento com madeira hmida.
Com os irradiadores modernos e sistemas de caldeira, contudo, so muitas vezes escolhidos nveis
de temperatura baixos. Por exemplo, so escolhidos 75C para a temperatura de fluxo e 55C para a
temperatura de retorno do sistema de aquecimento. No entanto, se houver uma elevao da
temperatura de retorno sem controlo de termostato, a caldeira e o sistema de condutas podem entrar
rapidamente em corroso.
A necessidade de calor para aquecer a gua domstica em aplicaes sanitrias, como chuveiros,
banheiras e lavatrios pode ser escolhida para um valor mdio de 12,5 kW/h por metro quadrado de
rea habitvel e por ano. O quadro seguinte apresenta valores guia para a durao de uso, o
consumo de gua e a necessidade de calor para aplicaes sanitrias.
Esta informao fornece a base para projectar os sistemas de aquecimento em edifcios cujo
consumo de gua quente no est conforme com a norma, tal como penses e hotis.
QEdif
VTA 15 u TC u QN u 1 0,3 u
Qmin
Onde, VTA = contedo em litros do tanque de armazenamento, TC = Tempo de combusto com uma
sada de calor estimada em horas, QN = Sada de calor nominal em kW, QEdif = Sada de calor
determinada para o edifcio em kW e Qmin = Sada de calor mais baixa da caldeira em kW.
De modo a obter um resultado correcto, devem estar deduzidas da sada de calor do edifcio as
divises que necessitam apenas de aquecimento pontual, tais como os quartos para hspedes.
Exemplo:
Uma habitao familiar com uma carga de calor QEdif de 22 kW deve ser equipada com um tanque de
armazenamento adequado.
A sada de calor estimada QN da caldeira a ser instalada de 26 kW e a sua sada de calor mais
baixa Qmin de 13 KW. Quando a caldeira est cheia de combustvel, o fabricante da caldeira
especifica um tempo de combusto TC de 4 horas para a sada de calor determinada.
22
VTA 15 u 4 u 26 u 1 0,3 u 768 litros
13
Na maior parte dos casos, possvel instalar um sistema de aquecimento central com um sistema
solar trmico. Isto permite que o edifcio seja completamente aquecido com calor solar, de uma forma
amiga do ambiente. Por um lado, atravs da radiao solar recolhida e, por outro, atravs da energia
solar armazenada na madeira. Um sistema solar trmico d ao proprietrio do edifcio uma utilidade
suplementar e vantagens econmicas, visto que a radiao solar substitui o combustvel.
Um sistema solar bem planeado pode poupar 50% da necessidade anual de madeira. Isto no s
financeiramente interessante, mas fornece ao operador muitas vantagens, porque no tem de
conseguir e preparar o combustvel de madeira nem tratar das cinzas. Pode encontrar-se informao
especfica sobre projectos de sistemas no Manual sobre sistemas solares trmicos do IST.
Os volumes do tanque de armazenamento para sistemas solares trmicos podem ser calculados,
usando a necessidade dos tanques de armazenamento para as caldeiras de madeira. Isto permite
poupar custos de investimento e conseguir uma melhor eficincia de todo o equipamento do sistema.
6. Bombas de circulao
Fotografia: www.viessmann.de
A gua expande quando aquecida. Este fenmeno natural causaria considerveis flutuaes de
presso num sistema de aquecimento fechado se a temperatura do sistema mudasse.
Portanto, para evitar estragar a rede de tubagem, a caldeira e radiadores, instalado um tanque de
expanso em qualquer sistema fechado com gua. Este consiste numa bolha de borracha numa
caixa de ao, que preenchida com um gs neutro, como azoto, que consegue absorver flutuaes
de temperatura na rede.
Quando se determina o volume do sistema VS, dever ser tido em considerao o volume do tanque
de armazenamento existente no sistema de aquecimento.
O factor de expanso f para o aquecimento de gua fria usado aquando do enchimento do sistema
pode ser determinado a partir do seguinte grfico.
Outro parmetro importante para dimensionar o tanque de expanso o volume de gua no sistema
de aquecimento VS.
Exemplo:
Um edifcio tem um volume do sistema de aquecimento VS de 725 litros e um volume de caldeira VCal
de 25 litros. A temperatura mxima do sistema de aquecimento foi medida aos 82 C. A partir disto foi
determinado um factor Ef de 2,9% (diagrama do factor de expanso).
O volume calculado para o tanque de expanso de 48,30 litros. Dever portanto ser escolhido um
tanque de expanso que tenha um volume total de 50 litros.
5.4.2 Chamins
essencial que as chamins sejam correctamente dimensionadas e projectadas, uma vez que isso
determina o output dos sistemas de combusto pequenos. A razo desta relao porque a tiragem
natural da chamin retira os gases da caldeira, ao mesmo tempo que aspira o ar fresco - processo
essencial para a combusto. O efeito da chamin baseia-se puramente na capacidade fsica de
elevao do ar quente.
As caldeiras com combusto sob presso, como a maioria das caldeiras a madeira, dependem
completamente da tiragem natural da chamin para descarregar os gases da conduta e para fornecer
a caldeira com ar fresco. Em muitos casos, isto suportado por uma ventoinha de tiragem induzida,
que pode melhorar a sada de tiragem da chamin criando uma tiragem artificial. Isto tambm permite
a variao na sada de combusto de uma caldeira de presso negativa.
Para melhorar o equilbrio entre a caldeira e a chamin existente, deve ser utilizado um limitador de
tiragem (regulador de tiragem).
Os limitadores de tiragem modernos esto geralmente equipados com uma aba de libertao de
presso que se abre se ocorrer um escape repentino na chamin. Isto permite que a presso
resultante seja libertada, protegendo a habitao e a chamin de quaisquer danos.
Os sistemas de chamin para pequenos sistemas de combusto com madeira devem cumprir
critrios rgidos:
So usados principalmente dois sistemas diferentes de chamins para combusto de madeira, que
preenchem estes critrios: chamins de cermica e ao inoxidvel.
Todos os fabricantes de caldeiras especificam os requisitos de tiragem para a chamin nas suas
instrues de instalao tcnica. Estas variam dependendo da projecto tcnico da caldeira.
A conduta para a chamin deve ser curta (comprimento < 2,0m) e hermtica. A ligao chamin
deve ser sempre colocada de modo a que esteja inclinada para cima (> 15). Na prtica, as
inclinaes de 30 a 45 na direco do fluxo provaram ser seguras. Alm disso, a ligao deve ter
isolamento trmico no se percebe e, se possvel, executada sem quaisquer curvas. A entrada para a
chamin deve facilitar o fluxo e curvar para cima.
Espera-se uma certa quantidade de presso positiva quando as caldeiras de madeira so acesas.
Por esta razo, deve assegurar-se que o tubo da conduta para a chamin colocado de modo a que
fique completamente hermtico. possvel usar silicone resistente temperatura como um
componente vedante ou, alternativamente, a conduta pode ser bem soldada.
Alm disso, sensato colocar um tubo de conduta flexvel e isolado para a chamin, para melhorar o
isolamento sonoro. O tubo da conduta para a chamin no deve ser revestido a tijolos, visto que isto
pode causar problemas de isolamento do rudo. Deve ter sempre uma abertura de inspeco
hermtica para permitir que se controlem os depsitos de fuligem e se necessrio remov-los.
5.5 Armazenamento
O critrio mais importante para os toros de madeira o grau de secagem. Cada litro de gua
removido da madeira como vapor usa 0,7 kW, que descarregado atravs da chamin e no est
disponvel para aquecimento de espaos.
Todos estes problemas podem ser evitados se a madeira for devidamente seca, da ser ideal um
perodo de seca de dois anos no exterior. Depois desta secagem, quase todos os toros de madeira
cortados tm um teor de gua que adequado para a combusto.
De modo a conseguir esta condio, a madeira necessita ser armazenada correctamente. Devem
observar-se as seguintes condies bsicas:
x A madeira deve ser serrada e separada, de modo a que esteja pronta para uso;
x A madeira deve ficar numa base com 20 cm de altura permevel ao ar;
x Deve haver uma conduta de ar na vertical com 5-10 cm de largura atrs da pilha de madeira.;
x A pilha de madeira deve ser protegida contra a chuva com uma cobertura no topo;
x No cobrir completamente a madeira com plstico;
x Armazenar apenas madeira em espaos com bastante ar ou, de outro modo, h o risco de
formao de bolor.
Essencialmente h trs possibilidades diferentes para armazenar pelletes, que so feitas medida
para diferentes espaos. Em termos tcnicos, consistem em quatro unidades de armazenagem
diferentes:
x silos de sacos;
x depsitos de pelletes;
x tanques de armazenagem subterrneos;
x tremonhas de armazenamento.
Se possvel, a sala de armazenamento das pelletes deve confinar com uma parede externa, uma vez
que a tubagem de ligao deve ser acessvel do exterior, para o fornecimento de pelletes. Com salas
de armazenamento situadas internamente, a alimentao e os tubos da conduta devem correr na
parede externa. A caldeira de pelletes deve ser sempre desligada antes de encher o armazm de
pelletes.
Se possvel, a diviso da caldeira deve sempre confinar com uma parede externa, para assegurar um
fornecimento directo de ar de combusto para a caldeira de pelletes. Com divises de caldeira
situadas internamente, uma conduta de abastecimento deve ligar a sala da caldeira com a parede
externa.
O armazm de pelletes deve ser sempre rectangular, e se possvel o comprimento da sala no deve
ter mais que 2,0 m. Na prtica, dimenses como 2 metros por 3 metros ou 1,8 metros por 3,2 metros
provaram ser seguras. A mecnica do fluxo das pelletes de madeira significa que quanto mais estreita
a sala, mais pequeno o tamanho dos espaos no utilizveis.
Regras gerais:
Exemplo
Moradia unifamiliar com carga de calor de 15 kW tem uma necessidade anual de pelletes de 5800 kg.
Proteco da humidade
x Em novos edifcios, nos quais a humidade est entranhada nas paredes estas devem ser secas
antes de se instalar um armazm de pelletes.
Armazns de pelletes
A parte principal do sistema o silo de pelletes. Este consiste num tecido artificial resistente, que
pendurado como uma tenda dentro de uma estrutura estvel em ao.
Na parte da frente do silo completamente fechado est acoplado um tubo que est ligado estrutura
de suporte. O orifcio das pelletes da cisterna est ligado a esta estrutura. Isto permite que o silo seja
preenchido atravs de um camio de pelletes convencional.
O material de tecido do silo de pelletes tem a caracterstica de ser permevel ao ar, mas prova de
p. Isto significa que estes silos no requerem um tubo de exausto separado. Durante o processo de
enchimento descrito nas pginas seguintes, o silo enche de ar, o ar injectado escapa atravs do
material de tecido e as pelletes so libertadas no silo.
Logo que o silo de pelletes esteja cheio, tem de se esperar que o ar acumulado se escape. A caldeira
de pelletes pode ento entrar novamente em funcionamento normal. As pelletes so removidas do
fundo do silo atravs de uma abertura redonda e transportadas com o transportador de parafuso
montado para a caldeira.
Este silos de pelletes so fiveis e necessitam de pouca manuteno para um armazenamento pouco
complicado de pelletes na diviso da caldeira.
Os silos de pelletes usando extraco de vcuo so tecnicamente idnticos aos silos que usam
extraco por transportador de parafuso. Para instalar o sistema de extraco de vcuo, fixada uma
pea de suco ao orifcio de sada, na parte inferior do silo, no lugar da flange do transportador.
Duas mangueiras em espiral so fixadas a esta pea especial de encaixe. As pelletes so retiradas,
usando um motor de aspirao atravs de uma das mangueiras em espiral para a caldeira de
pelletes. O ar de aspirao volta ento ao silo, por meio da outra mangueira onde pode ser
novamente usado para transferir as pelletes.
Ao colocar as mangueiras deve tambm assegurar-se que o raio de curvatura das mangueiras no
mais pequeno do que cinco vezes o dimetro externo das mangueiras. Isto significa que as
mangueiras em espiral de 60 mm requerem um raio de curvatura de 5 x 60 mm = 300 mm.
O sistema particularmente adequado para proprietrios de habitaes que desejam equipar os seus
edifcios com uma sala de armazenamento de pelletes, mas no podem faz-lo na proximidade
imediata da sala da caldeira de pelletes. Ao instalar tubos de aspirao na casa, deve ter-se em
considerao que os tubos podem deixar escapar rudos durante a transferncia das pelletes, que
tem lugar duas vezes por dia.
H vrias maneiras de ligar o sistema de vcuo sala de armazenamento de pelletes. Pode ser ou
acoplado a um transportador de parafuso instalado centralmente, ou ligado a 3 ou 4 mangueiras de
aspirao cujos bocais so colocados no pavimento do armazm de pelletes.
O transportador das pelletes retira e transporta as pelletes de madeira na corrente de ar criada pelo
motor de aspirao.
O ar circulante suga as pelletes para os bocais das mangueiras de aspirao, onde so aspiradas
com o fluxo de corrente para a caldeira. Estas mangueiras de aspirao so aparafusadas ao
pavimento das divises para armazenamento a intervalos de 50 a 75 cm.
Se a diviso de armazenamento de pelletes for construda com uma estrutura slida, esta dever
estar equipada com uma estrutura de apoio, que converta esta diviso num armazm de pelletes.
Devem ser instalados pavimentos inclinados em estruturas de suporte, de acordo com a seco que
se mostra abaixo.
As paredes circundantes devem ser capazes de suportar as cargas impostas pelas pelletes
(densidade volumtrica 650 kg/m). As seguintes espessuras podem ser utilizadas:
x Tijolo favo de mel com peso mdio, 11,5cm estucado em ambos os lados;
x Beto, 10cm reforado;
x Beto ventilado, 11,5cm estucado em ambos os lados;
x Tijolo, 12cm estucado em ambos os lados;
x Paredes de madeira com estrutura de suporte incluindo pilares de 12 cm, ambos os lados
revestidos com painis de madeira de 15-20 mm, ligados estruturalmente aos tectos, pavimento e
paredes.
Estes requisitos aplicam-se a paredes com comprimento mximo de 5 metros e uma altura de 2,5
metros, que esto ligadas ao tecto em todos os lados, pavimento e paredes.
Detalhe: Portas
Geralmente no h requisitos de proteco contra fogo para as portas ou aberturas dos armazns de
pelletes para quantidades armazenadas at 15.000 kg. As portas ou aberturas devem abrir para fora
e ter uma selagem contnua ( prova de p).
O interior de portas e aberturas para os armazns de pelletes deve estar protegido com tbuas de
madeira, para evitar que as pelletes pressionem as portas ou aberturas. A maaneta das portas deve
ser retirada do interior. A fechadura da porta deve ser vedada no interior, de modo que seja prova
de p. Isto pode ser feito com fita isoladora forte.
O tapete de proteco de impacto (por exemplo com 1.250x1.500 mm) desenhado para proteger a
destruio das pelletes, quando colidem com as paredes circundantes. Protege tambm as prprias
paredes de serem danificadas. O tapete de proteco de impacto consiste num material de borracha
resistente abraso e ao envelhecimento, com braos de suporte para o prender ao tecto.
pendurado do lado oposto aos tubos de enchimento com um espao de 20 cm entre este e a parede.
Sistema de enchimento:
Para encher o armazm de pelletes, so necessrios dois tubos de enchimento com acopladores,
onde ligado um ventilador de aspirao a um dos tubos de enchimento, quando descarregado o
combustvel.
Para instalar os tubos de enchimento, necessrio criar aberturas nas paredes com dimetros de
125-1500mm. Os tubos de PE ou PVC construdos na parede mostraram ser seguros. Os tubos e
acopladores de enchimento devem ser fixados firmemente, de modo que os tubos de enchimento no
se enrolem quando o fornecedor de pelletes liga a mangueira ao acoplador. Ao montar o sistema de
aquecimento, injectada espuma PU prova de gua nos espaos entre os tubos de enchimento e
as aberturas preparadas das paredes.
Os tubos de enchimento devem ser ligados terra (uma ligao de arame de 1,5 mm ao terminal de
ligao equipotencial). A ligao terra necessria para evitar a ocorrncia de cargas
electrostticas durante o processo de enchimento.
Os tubos direitos e curvos devem ser revirados em ambas as extremidades para permitir que sejam
ligados juntos com anis de expanso, de modo a ficarem firmes e estanques ao p.
No se devem usar:
Pavimentos inclinados:
A sala de armazenamento deve ter pavimentos inclinados, para permitir que seja completamente
esvaziada pelo sistema de extraco usado. Os pavimentos inclinados devem ser instalados com
base nas seguintes instrues:
Assim, um tanque de armazenamento feito de beto ou plstico enterrado a uma distncia de cerca
de um metro da parede da casa.
Tal como todos os sistemas de armazenamento de pelletes, a caldeira deve ser desligada antes do
enchimento. De outro modo, o gs da conduta e o calor de combusto podem ser aspirados para o
depsito.
Para encher o tanque subterrneo, as mangueiras de fornecimento e exausto so ligadas aos dois
tubos existentes. O resto do processo de enchimento idntico aos outros armazns de pelletes.
O sistema 6 com uma caldeira combinada e tremonha usado quando os edifcios tm necessidades
de calor baixas. Isto pode ser o caso, por exemplo, de casas passivas ou de baixa energia, que usam
menos do que 30 kW por ano, por m de espao habitvel.
Porque est combinada com uma tremonha de armazenamento, a caldeira de pelletes tem
dimenses externas mais largas, o que deve ser tomado em considerao ao serem projectados os
espaos interiores.
As estilhas de madeira so muito menos homogneas do que as pelletes de madeira. Por esta razo,
so geralmente movidas com um carregador frontal, tractores com ps frontais ou outras mquinas
escavadoras. Neste caso os requisitos estruturais so bastante diferentes dos requisitos para um
depsito de armazenamento de pelletes de madeira.
Variedades de depsitos:
Como todas as variantes de depsitos podem funcionar para estilhas de madeira com processos de
transportador j descritos, dispensa-se uma explicao detalhada do mecanismo de transporte.
Os depsitos de estilhas de madeira com acesso veicular directo so espaos nos edifcios que
abrem para o exterior. Assim, as estilhas de madeira podem ser trazidas com um transportador
frontal. Para evitar que as estilhas de madeira escorreguem do depsito, a superfcie de
armazenamento fechada com beto ou vigas horizontais de ao.
Os depsitos de estilhas de madeira convencionais sem acesso veicular esto situados dentro do
edifcio. Esto separados do resto do espao atravs de uma diviso. As estilhas de madeira podem
ser trazidas para este depsito por um transportador de correia ou um equipamento similar. As
estilhas de madeira so removidas horizontalmente e caem atravs de um tubo inclinado para outro
transportador. Este transporta ento as estilhas de madeira para a caldeira para combusto.
Com um depsito de estilhas de madeira com secagem preliminar, as estilhas de madeira frescas so
armazenadas no tecto quente da sala da caldeira, de modo a que possam ser completamente secas.
Uma vez completo este processo, as estilhas de madeira so empurradas manualmente ou por uma
mquina sobre uma balaustrada donde caem para o espao do depsito. Daqui um transportador
transfere-as para a caldeira.
Em alguns casos as divises da caldeira e depsitos esto localizados por baixo dos edifcios
tornando impossvel que os veculos descarreguem as estilhas de madeira para l. Assim,
transportadores de parafuso podem ser usados para transferir as estilhas de madeira de um depsito
de armazenamento para o depsito principal. Estes transportadores so instalados e tm dimetros
de pelo menos 30 cm.
Uma outra variante possvel, quando os edifcios tm pouco espao para depsitos de estilhas de
madeira, construir depsitos de armazenamento subterrneos no exterior. So construdos ao longo
da diviso da caldeira na cave e podem ser directamente carregados lanando as estilhas de madeira
de um camio ou atrelado. Esta espcie de depsitos pode ser tambm facilmente preenchida
manualmente ou com correias transportadoras e carregadores frontais.
6 CALDEIRAS
Os projectos de aproveitamento energtico da madeira que envolvem uma grande central trmica
incluem necessariamente um grande nmero de elementos econmicos, legais e tcnicos.
Tabela 6.1 Aspectos tcnicos, econmicos e legais a ter em conta para um projecto de
energia a madeira
Tcnico Econmico Legal
Condies de projecto bsicas Necessidades de capital Estrutura organizacional
Volumes de biomassa Viabilidade econmica Aprovao
Conceito de abastecimento de biomassa Opes financeiras Aceitao pela vizinhana
Projecto do sistema Planeamento do projecto
importante que um primeiro projecto numa regio tenha 100% de sucesso. Isto diz respeito
eficincia econmica, sustentabilidade ambiental, benefcios para a regio e impacte visual.
Para este fim, todos os edifcios existentes devem ser analisados e seleccionada uma combinao
dos melhores edifcios, para planificao subsequente.
Edifcios com condies vantajosas para a instalao de um projecto deste tipo so:
CALDEIRAS 6.1
BIOENERGIA - MANUAL SOBRE TECNOLOGIAS, PROJECTO E INSTALAO
Os edifcios adequados devem ter espao disponvel na cave ou fora do edifcio para o
armazenamento de combustvel e acesso aos veculos de distribuio.
Devem ser inventariados os combustveis que esto disponveis localmente, visto que as caldeiras de
madeira no podem funcionar com qualquer tipo de combustveis. Em particular, devem verificar-se
os tipos de resduos das indstrias transformadoras de madeira, estilhas de madeiras ou pelletes,
disponveis nos fabricantes locais.
Os grandes sistemas de aquecimento a madeira devem ser implementados por projectistas com
experincia e tcnicos credenciados. Uma anlise de um sistema de referncia, sobre o qual o novo
sistema ser baseado, deve fazer parte do programa preparatrio.
Deve ser fornecida s autoridades locais, representantes polticos e populao, informao clara
sobre o projecto desde o seu incio. tambm importante mostrar abertamente que as pessoas tm o
direito a uma opinio no processo de deciso/execuo, de modo a que um sentimento geral positivo
acompanhe o projecto. Tambm, onde for possvel, devem ser integrados no projecto os
trabalhadores locais e os seus representantes.
Deve ser seleccionado um produto de qualidade, que pode ser identificado pelos seguintes critrios:
7. Publicitar o projecto
Um projecto de aproveitamento energtico da madeira com sucesso algo que deve ser enfatizado,
no sentido de promover a regio onde se insere.
CALDEIRAS 6.2
BIOENERGIA - MANUAL SOBRE TECNOLOGIAS, PROJECTO E INSTALAO
Lista de Verificao:
Condies genricas:
CALDEIRAS 6.3
BIOENERGIA - MANUAL SOBRE TECNOLOGIAS, PROJECTO E INSTALAO
Avaliao:
Menos de 10 pontos:
Existe ainda um longo caminho a percorrer na comunidade. Contudo, a implementao de um
pequeno projecto poder fazer a diferena.
11 a 20 pontos:
A altura propcia para instalar um primeiro sistema de caldeira alimentada a madeira comear pelo
melhoramento das condies bsicas para usufruir da realizao do projecto com sucesso.
Nota adicional:
A diferena de resultados nas categorias mostra onde devem ser feitos melhoramentos.
Lista de Verificao:
CALDEIRAS 6.4
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Factores de sucesso:
1. Boa caldeira
x Baixas emisses: CO < 200 mg/m3, partculas < 150 mg/m3 para a carga total e a 50% da
utilizao;
x Limpeza automtica do permutador de calor e remoo automtica de cinzas;
x Capacidade potencial de monitorizao remota pelo fabricante para parmetros da caldeira;
x Elevada fiabilidade demonstrada em projectos de referncia.
2. Bom planeamento
x rea de armazenamento de combustvel 30 m;
x Acesso virio adequado para entregas de madeira em grandes quantidades;
x Sala da caldeira com aproximadamente 20 m e 2,5 m de altura;
x rea de acesso caldeira, em toda a sua superfcie, com 120 cm;
x Conformidade com os requisitos de proteco de incndio.
CALDEIRAS 6.5
BIOENERGIA - MANUAL SOBRE TECNOLOGIAS, PROJECTO E INSTALAO
6.3 Planeamento
Os sistemas de aquecimento existentes tm outputs que variam de 100 kW a 5 MW. Estas classes de
actuao requerem grandes quantidades de combustvel, o que significa que o armazenamento de
reservas e a alimentao automtica das caldeiras so factores essenciais. tambm possvel usar
madeira como combustvel, em sistemas com outputs superiores a 5 MW. Contudo, estes sistemas
so principalmente operados como centrais de cogerao. Em termos de tecnologia de processo,
estes sistemas so geralmente comparados a centrais convencionais de condensao de energia.
CALDEIRAS 6.6
BIOENERGIA - MANUAL SOBRE TECNOLOGIAS, PROJECTO E INSTALAO
Output da caldeira
As caldeiras para madeira esto dimensionadas para uma certa carga base, o que significa que a
caldeira est bem dimensionada se atingir pelo menos 2.000 horas de carga completa por ano. Isto
assegura que 70% da energia necessria para um edifcio fornecida pela caldeira. A parte restante
da energia tem de ser fornecida por uma segunda caldeira mais pequena ou outra fonte de energia.
Armazenamento
Os armazns para centrais de aquecimento com madeira necessitam muitas vezes de armazenar
volumes considerveis de madeira, de acordo com o output da caldeira. Na maior parte dos casos a
madeira armazenada em silos ou depsitos.
CALDEIRAS 6.7
BIOENERGIA - MANUAL SOBRE TECNOLOGIAS, PROJECTO E INSTALAO
A madeira usada no processo de combusto deve ter uma secagem prvia, antes de entrar no
depsito de combustvel. S se conseguem manter os intervalos de manuteno pr-determinados se
for assegurado o uso de madeira seca, com um teor de gua mximo de 35%.
Onde output trmico nominal da caldeira = 1 MW, 14 dias de carga completa para 24 horas/dia, poder
calorfico mdio de 4 kWh, densidade volumtrica de 250 kg/metro cbico livre e eficincia do sistema
de 85 %.
Daqui resulta:
CALDEIRAS 6.8
BIOENERGIA - MANUAL SOBRE TECNOLOGIAS, PROJECTO E INSTALAO
1000 u 14 u 24
Varmazenamento 395 m 3
4 u 250 u 0,85
As redes de aquecimento locais de tamanho pequeno e mdio tambm podem ser alimentadas por
centrais de aquecimento de madeira. Neste caso, o calor produzido no sistema da caldeira
armazenado na gua que bombada para os consumidores, por meio de um sistema de tubagem de
cobre, ao ou plstico, com isolamento trmico. Em cada n (ponto de ligao) nestas redes h um
permutador de calor que transfere o calor do circuito de gua de aquecimento, para o circuito de gua
de aquecimento interno do edifcio.
Para os utilizadores deste tipo de instalao, a ligao a uma rede de aquecimento local alimentada a
energia de madeira significa que podem beneficiar da oportunidade de um sistema de aquecimento
completamente automtico, sem perder as vantagens ambientais das energias renovveis. Alm
disso, o proprietrio de qualquer habitao aquecida desta maneira pode libertar espao para outros
propsitos, que de outro modo estaria ocupado com aquecedores ou outras formas de aquecimento e
armazenamento de combustvel.
Nas redes de aquecimento locais o calor fornecido a cada consumidor individual registado usando
contadores de calor. So contadores de gua que tm sensores de temperatura na alimentao e
retorno. Estes aparelhos calculam a quantidade de calor fornecido por ano, a partir do volume de
gua que passa atravs do contador e a diferena de temperatura entre o fluxo de alimentao e de
retorno.
O mtodo seguinte pode ser usado para estimar o consumo anual deste tipo de central de
aquecimento:
Onde output trmico nominal da caldeira = 1 MW, 1500 horas por ano com carga completa, poder
calorfico mdio de 4 kWh, densidade volumtrica de 250 kg/metro cbico livre e eficincia do sistema
de 85 %.
Daqui resulta:
1000 u 1500
Consumo anual 1765 m 3 1765 m 3 u 0,25 t / m 3 440 ton estilhas / ano
4 u 250 u 0,85
O seguinte mtodo pode ser usado para o dimensionamento de armazns de combustvel para este
tipo de central de aquecimento:
Onde output trmico nominal da caldeira = 1 MW, 14 dias de carga completa para 12 horas/dia, poder
calorfico mdio de 4 kWh, densidade volumtrica de 250 kg/metro cbico livre e eficincia do sistema
de 85 %.
Daqui resulta:
CALDEIRAS 6.9
BIOENERGIA - MANUAL SOBRE TECNOLOGIAS, PROJECTO E INSTALAO
1000 u 14 u 12
Varmazenamento 197 m 3
4 u 250 u 0,85
Existem variadas solues tcnicas no mercado, para grandes sistemas de aquecimento alimentados
a madeira. Estes tm muitas vezes vantagens ou desvantagens no que diz respeito ao
manuseamento, intensidade de manuteno e requisitos de qualidade de combustvel (tipo de
madeira, teor de gua e pureza do material).
Devido a estes factores devem ser sempre implementados projectos de aquecimento a madeira
planeados por especialistas que analisaro as condies bsicas para um sistema de aquecimento,
incluindo a situao de fornecimento de combustvel. Para alm disto, para selecionar o equipamento
importante visitar sistemas de referncia e avaliar as experincias anteriores.
CALDEIRAS 6.10
BIOENERGIA - MANUAL SOBRE TECNOLOGIAS, PROJECTO E INSTALAO
1. Custos de investimento
x Investimento no sistema tecnolgico;
x Custos auxiliares do planeamento;
x Custos para aprovao e inspeco;
x Impostos;
x Juros;
x Fundo de reserva.
2. Custos de operao
x Custos de combustvel;
x Custos de pessoal;
x Manuteno;
x Reparaes;
CALDEIRAS 6.11
BIOENERGIA - MANUAL SOBRE TECNOLOGIAS, PROJECTO E INSTALAO
x Seguro;
x Deposio das cinzas;
x Equipamento.
3. Rendimentos
x Energia proveniente do calor;
x Energia proveniente da electricidade (apenas em sistemas de cogerao);
x Apoio financeiro;
x Reduo da taxa de juro.
Tabela 6.5 - Custos de investimento nas redes de aquecimento locais para novas habitaes
Rede de aquecimento local
200 kW 200 /m
500 kW 225 /m
1.000 kW 275 /m
2.000 kW 300 /m
4.000 kW 350 /m
CALDEIRAS 6.12
BIOENERGIA - MANUAL SOBRE TECNOLOGIAS, PROJECTO E INSTALAO
x Itinerrios de transporte;
x Disponibilidade sazonal dos combustveis durante o perodo de aquecimento;
x Propriedades fsicas (teor de gua, poder calorfico, densidade volumtrica);
x Formas de distribuio dos combustveis;
x Preparao dos combustveis.
Para maximizar a criao de valor a nvel local, deve colocar-se a prioridade numa configurao
regional de contratos de aquisio de combustvel. Os seguintes grupos de fornecedores devem ser
abordados:
O tipo de instalao de aproveitamento energtico a ser construda tem uma influncia importante na
estrutura do projecto. A complexidade organizacional do projecto tambm uma questo decisiva.
Um sistema de combusto de madeira para um s edifcio municipal necessita de uma estrutura
muito simples. Isto torna-se ainda mais simples se forem usadas estilhas de madeira de um
fornecedor regional. Em contraste, um sistema para fornecer calor a nvel local, para uma rea em
desenvolvimento, ser caracterizado por um largo nmero de partes envolvidas no projecto
(fornecedores de combustvel, consumidores, empresas fornecedoras) e portanto por uma estrutura
de projecto complexa.
CALDEIRAS 6.13
BIOENERGIA - MANUAL SOBRE TECNOLOGIAS, PROJECTO E INSTALAO
Ao contrrio dos pequenos sistemas de combusto que so predominantemente geridos por privados
ou proprietrios de empresas, os projectos de aproveitamento energtico da madeira, em grandes
centrais de aquecimento, caracterizam-se por uma grande variedade de estruturas de propriedade
possveis.
Esta a forma mais simples de modelo de operao. Neste caso, o sistema est geralmente
localizado no mesmo local em que a energia produzida usada. O investidor e o operador so
idnticos, visto que o sistema operado pelo proprietrio do local. Este geralmente organiza o
fornecimento do combustvel.
Este conceito pode ser alargado tambm ao fornecimento de propriedades terceiras nas vizinhanas
a partir do local existente. Neste caso, o calor e possivelmente o fornecimento de energia aos clientes
vizinhos tem de ser contratado.
Esta espcie de acordo cooperativo hoje em dia, o modo mais comum de operar uma instalao de
aproveitamento energtico com sistemas de tamanho pequeno e mdio. O operador geralmente
tambm idntico ao investidor do projecto. A venda do calor e em alguns casos a energia tm lugar
atravs de contratos de fornecimento de longo prazo.
Leasing
No final do perodo contratual, com acordos de leasing possvel ao operador adquirir as instalaes
por um preo previamente especificado. Opes idnticas de leasing so oferecidas em muitos casos
pelos fabricantes dos sistemas. Estas podem ter interesse quando o operador do projecto no tem a
capacidade financeira que permita uma aquisio directa do sistema.
Financiamento do projecto
Para propiciar o investimento, a exequibilidade tcnica do projecto deve ser investigada. Para
assegurar a credibilidade junto dos investidores, aconselhvel apoiar o projecto com relatrios
CALDEIRAS 6.14
BIOENERGIA - MANUAL SOBRE TECNOLOGIAS, PROJECTO E INSTALAO
imparciais de tcnicos reconhecidos. Alm disso, a viabilidade econmica do projecto deve ser
demonstrada em detalhe.
Factores importantes de sucesso para o financiamento do projecto so: descrio precisa do projecto
(da situao em particular) e das sinergias ecolgicas e sociais; demonstrao de um retorno
econmico seguro. Em muitos casos agncias financeiras, bancos especializados ou gabinetes de
projecto privados tomaro conta da administrao do capital de investimento e marketing profissional,
atravs dos seus gestores de recursos financeiros. A participao dos financiadores geralmente
representada por meio de holdings de accionistas na empresa do projecto, ou como quotas. Os
investidores participam nos lucros da empresa do projecto, de acordo com o seu nvel de
participao. Se ocorrerem perdas, o investidor responsvel pelos activos depositados, at perda
total do dinheiro investido.
Modelos cooperativos
Nesta forma de organizao, uma associao cooperativa de operadores fundada por vrios
participantes no projecto com o objectivo de implementar o projecto conjuntamente. Uma cooperativa
similar na sua estrutura a uma sociedade ou associao, podendo portanto aplicar-se, se
necessrio, a condio de ser sem fins lucrativos.
6.6.2 Contratualizao
Parcerias regionais
As parcerias regionais provam, muitas vezes, ser um modelo particular de sucesso para o
alargamento sistemtico do uso de biomassa nas regies. Estes modelos contam com as sinergias
econmicas, tcnicas e logsticas entre muitos parceiros regionais individuais.
Os parceiros em parcerias regionais podem vir dos sectores dos resduos, agricultura e silvicultura, e
autoridades locais, por meio de empresas municipais. Os investidores ou associaes de investidores
esto muitas vezes integrados na parceria para assegurar o financiamento do projecto. Os potenciais
operadores de centrais podem ser considerados, se tiverem as necessrias qualificaes tcnicas e
experincia prtica suficiente. A componente final nas parcerias regionais so os compradores
adequados do calor e outras formas de energia que podem ser produzidas, tal como frio e
electricidade.
CALDEIRAS 6.15
BIOENERGIA - MANUAL SOBRE TECNOLOGIAS, PROJECTO E INSTALAO
7 GASEIFICAO
H 200 anos, a biomassa principalmente a madeira ainda era a maior fonte de energia utilizada.
Contudo, se no tivessem aparecido os combustveis fsseis, os enormes aumentos de populao, o
incio da industrializao e o crescente padro de vida no teriam sido possveis. A produo global
anual de biomassa est, porm, estimada em cerca de cinco vezes o actual consumo primrio de
energia. Graas ao enorme progresso nas comunicaes, transportes e logstica, ser possvel, no
futuro, explorar comercialmente algum deste potencial.
Com uma agricultura e florestao sustentveis, e devido contribuio nula para as emisses de
CO2, a biomassa poder aumentar do seu nvel actual de 10% para um total de 20% na utilizao
global de energia, sem prejudicar a produo de alimentos prioritrios e a plantao industrial de
colheitas. Contudo, to alta percentagem s possvel quando, conjuntamente com madeira de alta
qualidade, se derivam outras biomassas a partir de resduos agrcolas mais difceis de utilizar, como
o desperdcio de cana de acar, silagem de milho, palha de cereal, feno de animais domsticos e
outras fontes de desperdcio orgnico para a produo de energia.
At aqui, a mais comum e mais conhecida forma de utilizar energia a partir da biomassa tem sido a
converso trmica directa, isto , a combusto. Porm, existem outras formas de utilizar biomassa
slida para energia, para produzir calor e electricidade. Uma delas a gaseificao, onde a biomassa
slida convertida em gs combustvel, num processo termoqumico. A produo deste combustvel
secundrio tem vantagens decisivas, em termos de possibilidades de manuseamento e converso em
energia til. Em princpio, os mesmos processos de converso ocorrem como aqueles utilizados na
combusto, mas as diferentes fases na converso termoqumica so separadas fsica e
cronologicamente. Isto quer dizer que o gs produzido pode ser usado numa unidade de cogerao,
que aproveita o teor de energia do combustvel para um efeito mximo, atravs da combinao de
calor e energia.
GASEIFICAO 7.1
BIOENERGIA - MANUAL SOBRE TECNOLOGIAS, PROJECTO E INSTALAO
A gaseificao termoqumica da biomassa slida assim uma tecnologia importante para o futuro,
que poder contribuir para alcanar as crescentes necessidades de energia, atravs da combinao
de calor e energia, nas dcadas vindouras.
7.1.1 Gaseificao
O calor necessrio para o processo geralmente fornecido por meio da combusto parcial da
biomassa.
Isto mostra que a gaseificao um sub-processo da combusto e que o gs produzido por uma
combusto parcial.
O gs combustvel de baixo poder calorfico, produzido com um valor mdio de 5 MJ/m3, pode ser
usado em queimadores, para fornecimento de calor, ou em motores de combusto ou turbinas a gs,
para produzir electricidade, ou calor e electricidade combinados.
7.1.2 Combustvel
Um gaseificador funciona perfeitamente e tem um bom grau de eficincia se for apenas usado o
combustvel para ele designado e se houver um ptimo teor de mistura e de fragmentao. Muitos
construtores de gaseificadores operam o gaseificador, na fase de teste, com um dado combustvel.
GASEIFICAO 7.2
BIOENERGIA - MANUAL SOBRE TECNOLOGIAS, PROJECTO E INSTALAO
Embora nesse tempo no tenham sido desenvolvidas centrais para a produo de energia e calor, a
tecnologia do motor para o mercado automvel estava a comear a aplicar-se.
Exemplo:
GASEIFICAO 7.3
BIOENERGIA - MANUAL SOBRE TECNOLOGIAS, PROJECTO E INSTALAO
Com um gaseificador de fluxo directo aplica-se uma gaseificao de corrente ascendente. Por outras
palavras, as direces do combustvel e do gs produzido so as mesmas. Os gases decompostos
na zona de pirlise so subsequentemente aquecidos numa zona de oxidao acima de 1000C. Tem
lugar um extenso processo de diviso dos compostos orgnicos de cadeia longa, resultantes em
compostos de cadeia curta, convertendo assim a matria rica em alcatro, em matria com baixo teor
de alcatro. Estes reagem na zona de reduo subsequente com as cinzas, para formar mais gs
(CO2 em CO). Isto significa que o gs bruto de sada pode ser usado quando se necessita de um gs
de elevada qualidade. Os gaseificadores de fluxo directo esto especialmente adaptados para a
produo combinada de calor e energia para centrais de baixa capacidade (at 500 kW).
Nos gaseificadores com leito fluidizado, a taxa de fluxo do gs to alta que uma base de material
(geralmente areia de pedreira) vinda de baixo, circula volta do combustvel. A converso do
combustvel e a troca de substncias tem lugar espontaneamente, em condies estveis de
combusto e temperatura, o que assegura uma combusto ptima.
Faz-se uma distino entre um gaseificador com base em bolhas de ar fluidizadas, no qual
caracterstica uma base fluidizada claramente definida (altura geralmente entre 1-2 metros), e um
gaseificador com base na circulao fluidizada, onde a base fluidizada se expande bastante. Estes
processos sofreram testes extensivos, mas apenas provaram ser economicamente viveis para
grandes centrais, devido tecnologia complexa e dispendiosa.
GASEIFICAO 7.4
BIOENERGIA - MANUAL SOBRE TECNOLOGIAS, PROJECTO E INSTALAO
Exemplo:
Com reactores de fluxo por arrastamento, as reaces de gaseificao tm lugar durante o transporte
pneumtico do combustvel, atravs do reactor. O combustvel deve ser primeiro modo finamente
para tornar possvel o transporte e assegurar tempos de reaco curtos para a gaseificao das
partculas individuais. No necessrio material base adicional, como no caso dos gaseificadores de
base fluidizada. Esta tecnologia no teve o mesmo alcance que os gaseificadores de base fixa e
fluidizada para a utilizao da biomassa, devido aos custos elevados.
GASEIFICAO 7.5
BIOENERGIA - MANUAL SOBRE TECNOLOGIAS, PROJECTO E INSTALAO
7.1.3.2 Produo de gs a partir da madeira num gaseificador de fluxo directo de base fixa
Para centrais de capacidade mais baixa, at 500 kW, so usados na maioria gaseificadores de base
fixa, usando o princpio de fluxo directo. As zonas de gaseificao destes sistemas esto indicados na
figura em baixo.
Figura 7.6 - Zonas de gaseificao num gaseificador de fluxo directo de base fixa
A gua contida no combustvel primeiro vaporizada a uma temperatura entre os 100C -200 C
(secagem). O prximo passo a desgaseificao e destilao trmica dos contedos, principalmente
em elementos de gs, a temperaturas entre 300C e 600C, na ausncia de oxignio (pirlise: O=0). A
oxidao do carbono e do hidrognio realiza-se a temperaturas geralmente acima de 600C, para
cobrir as necessidades trmicas da reaco de reduo endotrmica e para destruir os
hidrocarbonetos, que se formaram na zona de pirlise. O gs de madeira actualmente produzido a
temperaturas de cerca de 500C, por meio de uma reduo dos produtos de oxidao, CO2 e H2O, do
carbono. A base para este efeito o equilbrio Boudouard da reaco de carbono e outras reaces
de equilbrio, como os equilbrios de gs de gua e metano, que so fortemente influenciados pela
temperatura e presso.
GASEIFICAO 7.6
BIOENERGIA - MANUAL SOBRE TECNOLOGIAS, PROJECTO E INSTALAO
Durante o processo de gaseificao, produzido um gs, que consiste numa mistura de gases
combustveis (H2, CO, CH4) e no combustveis (CO2, N2). A composio mdia mostrada no
grfico seguinte.
A composio do gs bruto depende das caractersticas combustveis (tamanho dos pedaos, teor de
mistura e composio qumica), do agente de gaseificao, da temperatura de gaseificao e da
presso no reactor.
Contudo, existem muito poucas centrais de gaseificao em operao no mercado e apenas para
produo de calor. Existem particulares dificuldades com a purificao do gs, visto que a biomassa
gaseificada mostra um elevado teor de poeiras e, por vezes, quantidades considerveis de materiais
orgnicos condensveis.
x Tipo de reactor (de base fixa, base fluidizada, reactor de fluxo por arrastamento);
GASEIFICAO 7.7
BIOENERGIA - MANUAL SOBRE TECNOLOGIAS, PROJECTO E INSTALAO
O gs da gaseificao da biomassa pode ser usado de diversas formas. Pode ser queimado
directamente e os gases queimados produzidos podem, por exemplo, ser usados para produzir calor
ou processar calor ou para alimentar um motor trmico. Contudo, o gs pode tambm ser usado
directamente num motor a gs ou numa turbina a gs, para produzir metanol ou hidrognio.
No futuro, o motor stirling e a pilha de combustvel podem tambm ser um meio de produzir energia,
com gerador a gs.
Geralmente os motores industriais ou dos veculos so modificados e requerem uma converso para
poderem usar gs da madeira. Levantam-se alguns problemas na produo do gs. Em particular, a
matria condensada contida no gs de sntese purificado pode depositar-se nos bocais de injeco.
Estes devem ser limpos, como parte do trabalho de manuteno. Os depsitos no compartimento do
motor encurtam os intervalos entre as mudanas de leo, que devem ter lugar aproximadamente em
cada 250 horas de operao. Os limites de tolerncia para os compostos de alcatro so 100 mg/m3,
para os quais vale a pena o uso do gs de sntese da gaseificao a partir da biomassa.
Isto significa que so muitas vezes usados motores a diesel convertidos e motores a gasolina,
baseados na injeco diesel ou nas velas de ignio. At agora, o mtodo de operao mais simples
e com mais sucesso tem sido com os motores de injeco. Embora estes necessitem de 5%-20% de
leo de ignio para iniciar o processo de combusto, no necessrio um gs de qualidade
consistente. O gs de sntese absorvido enriquecido no cilindro, por meio de injeco directa de
combustvel com a quantidade de diesel ou biodiesel necessrio para uma combusto limpa.
A quantidade exacta de leo de ignio que o motor necessita para manter a velocidade de rotao
em vazio injectada no motor. Na entrada de ar, ligado um misturador de gs, no qual se mistura
gs de sntese, no fluxo de massa de ar, at que o motor alcance a actuao pretendida. Regulando
a quantidade de leo de ignio, possvel reagir a flutuaes na qualidade do gs. Quando terminar
completamente a combusto do gs de sntese, possvel utilizar o motor com 100% de leo de
ignio.
O uso de motores a gs faz mais sentido, ecolgica e economicamente, mas requer uma qualidade
mais elevada de gs no que diz respeito operao, e est ainda em fase de experimentao. Muitas
instituies e empresas na Europa ainda esto a trabalhar no desenvolvimento e lanamento desta
tecnologia.
Concepes com motores stirling ou pilhas de combustvel esto na fase de desenvolvimento tcnico
e ainda no esto adequadas ao uso do gs de sntese.
GASEIFICAO 7.8
BIOENERGIA - MANUAL SOBRE TECNOLOGIAS, PROJECTO E INSTALAO
As maiores emisses no gs bruto so de NOx, CO, SO2, e CnHm. Estas emisses diferem de acordo
com os diferentes tipos de gaseificador. Ainda no foi possvel determinar regulamentos definitivos de
emisses para as unidades de cogerao operadas com gs de sntese provenientes da gaseificao
da biomassa, mas os limites de tolerncia a serem observados orientar-se-o provavelmente para os
de combustveis de massa slida.
O elevado teor de CO das emisses requer, em particular, uma purificao intensa. De modo a
satisfazer os limites de tolerncia das emisses, os fumos do motor devem tambm ser filtrados com
um catalisador de oxidao.
A formao de outras substncias txicas, como as dioxinas e furanos, evitada devido ao baixo
nvel de oxignio. Especialmente devido monitorizao das reaces em cada fase do processo, as
emisses so mnimas e a descarga de substncias prejudiciais regulada. Alm disso, o risco das
cinzas geradas terem substncias prejudiciais, como metais pesados, apenas se coloca se os
materiais a consumir contiverem tambm estes contaminantes.
GASEIFICAO 7.9
BIOENERGIA - MANUAL SOBRE TECNOLOGIAS, PROJECTO E INSTALAO
Este captulo fornece uma introduo s questes legais relevantes, relacionadas com a construo e
operao de um sistema de biomassa. D uma viso dos aspectos gerais vlidos para qualquer
sistema e detalhes especficos para as diferentes tecnologias, dado existirem digestores anaerbios,
aplicaes com biocombustveis, e unidades de combusto de biomassa slida.
Devido s alteraes dos regulamentos, evita-se fornecer detalhes dos decretos e procedimentos
especficos, mas nomeiam-se aspectos relevantes que geralmente influenciam os projectos de
biomassa. Para alm disto, fornecida uma lista com referncias s fontes mais importantes, onde
pode ser obtida informao detalhada.
8.1 Introduo
Analisando o quadro legal relevante para instalao e operao de centrais de biomassa, podem
distinguir-se geralmente trs seces:
A instalao e operao de sistemas de biomassa requer vrias licenas e autorizaes, antes da sua
construo, operao ou fornecimento de calor ou energia. Em geral, o procedimento de
licenciamento para sistemas de biomassa duplo, dependendo das caractersticas da central. Por um
lado, necessrio obter uma licena de construo para permitir a construo de um novo edifcio e
por outro, necessrio estabelecer a concordncia com a regulamentao nacional existente. Para
casos especiais, em particular grandes centrais, os estudos de impacte ambiental tm de demonstrar
que o sistema em causa no pe em causa as condies ambientais locais, de acordo com a
respectiva regulamentao ambiental.
Para sistemas de aquecimento de pequena escala, no so requeridas, muitas das vezes, quaisquer
licenas, sendo necessrias apenas medies regulares de emisso.
x A aptido de um certo material como portador de energia renovvel, que tambm importante
para se fazer uso de medidas de apoio;
x A classificao de uma biomassa especfica e os respectivos regulamentos de emisso;
x A identificao da necessidade de tratamento especial de um material de entrada ou de sada.
Para alm disso necessrio haver uma inspeco, para verificar se a instalao foi efectuada de
acordo com os regulamentos e os padres tcnicos vlidos. Esta inspeco conduzida pelas
entidades de inspeco especficas. Em particular, os sistemas de segurana esto sujeitos a tais
autorizaes.
Deve seguir-se um nmero de regulamentos, de modo a obter uma licena para construir e operar
uma central de biomassa. Para sistemas mais pequenos, tal como aquecimentos a biomassa de
pequena escala (por exemplo foges a pelletes), as licenas necessrias esto na maioria limitadas
conforme os presentes regulamentos de emisso e certas regras de segurana, devido ao
manuseamento de combustvel. As autoridades locais municipais geralmente tratam desta questo.
Para sistemas maiores de biomassa, o processo de licenciamento torna-se mais complexo e vrias
autoridades, no s municipais, esto envolvidas na concesso das licenas necessrias.
Sistemas de
Input Geral
combusto
Emisses
Combustvel Ligao rede
Impactes
renovvel? Licena de construo ambientais
Grau de Emisses
Combusto
contaminao gasosas
Material Cinzas
digerido
Output Compostagem ou deposio
Na figura acima, apresentada uma viso do quadro legal e respectivos pontos de licenciamento
para sistemas de combusto e centrais de digesto anaerbia. Apresentam-se as quatro categorias
principais do licenciamento, que esto relacionadas com o input (biomassa), o output (resduos),
questes gerais (edifcios e ligao rede) e aspectos de licenciamento para sistemas de combusto.
Estes ltimos tambm se aplicam a qualquer outro sistema usando qualquer tipo de combustvel.
Geralmente, a legislao de um pas fornece regras a partir das quais as fontes de energia so
consideradas como portadoras de energia renovvel e, portanto, elegveis para as medidas de apoio
nacional. Tendo em vista a biomassa, existem geralmente distines posteriores, definindo o tipo de
biomassa, incluindo a fonte de cada cadeia de biomassa e as tecnologias que permitem converter a
biomassa em calor e electricidade. Por vezes, so dados certos requisitos tendo em conta os pr-
tratamentos. As razes principais para tais definies detalhadas residem nos diversos e mltiplos
tipos de cadeias de biomassa e na necessidade de estar em conformidade com a respectiva
legislao.
Alguns exemplos:
Devido grande variedade de cadeias de biomassa e a diferena nas aplicaes tcnicas para
utilizao da biomassa como portadora de energia distinguem-se as duas maiores categorias de
aplicao: digesto anaerbia e sistemas de combusto. Uma vez que as aplicaes estacionrias de
biocombustvel consistem numa mquina de cogerao ou numa caldeira, os aspectos legais
relevantes so tratados na parte de digesto anaerbia (mquina de cogerao) ou na parte do
sistema de combusto (caldeira).
8.3.2 Emisses
Onde quer que o combustvel seja incinerado, num processo de combusto (uma caldeira, um fogo
ou uma cmara de combusto de uma mquina de cogerao) so emitidos gases de combusto.
Geralmente, estes consistem numa mistura de diferentes gases e partculas. Os elementos principais
so componentes oxidados do combustvel, tais como dixido de carbono, monxido de carbono,
xidos de azoto, xidos de enxofre, metais pesados e partculas de combustvel no oxidadas. Outros
componentes podem ser substncias formadas pela influncia de altas temperaturas e presses,
durante o processo de combusto, tal como o cido hidroclordrico ou at dioxinas quando se
incineram certas fraces de resduos de madeira contaminada.
A conformidade com os regulamentos de emisses um dos elementos centrais que tem de ser
provado durante o processo de licenciamento. A concesso de uma licena permite apenas a
combusto dos combustveis que fazem parte dos documentos de licenciamento. Devido s
diferentes emisses originadas por combustveis distintos, qualquer mudana de combustvel requer
uma nova licena. Da que, uma vez construda e posta a laborar uma central de biomassa,
ENQUADRAMENTO LEGAL PARA SISTEMAS DE BIOENERGIA 8.4
BIOENERGIA - MANUAL SOBRE TECNOLOGIAS, PROJECTO E INSTALAO
Existem diferenas nos regulamentos de emisses da maioria dos pases, dependendo do tipo de
combustvel usado, da capacidade de produo de energia do processo de combusto e do tipo de
tecnologia utilizada. Por exemplo, diferentes limites de emisso podem obter-se se for incinerada
madeira ou palha, ou se a capacidade de produo for 100k W ou 20MW.
Um aspecto que destaca as centrais de biogs a grande variedade de potenciais co-substratos que
podem ser usados como material de entrada num digestor anaerbio. Esta variedade pode levar a um
conjunto de diferentes requisitos, tendo em conta o pr-tratamento e o impedimento do uso do
material digerido como fertilizante.
Geralmente, existem regulamentos que determinam regras particulares de tratamento para cadeias
especficas de biomassa e, aqui em particular, quando se tm muitos resduos da produo de carne
ou a fraco orgnica de resduos domsticos. Isto implica, muitas vezes, a necessidade de se
pedirem licenas para cada co-substrato.
Especificamente para centrais de biogs agrcola, importante que o produto digerido possa ser
utilizado como fertilizante nos solos agrcolas e que no seja tratado como resduo. Caso contrrio
necessrio proceder sua remoo, com custos elevados. Portanto, preciso ter muito cuidado
quando se decide a adio de certos co-substratos. Alguns tm elevados nveis de metais pesados
ou outros componentes que podem contaminar o produto digerido e assim impedir que seja utilizado
nos solos agrcolas.
Para alm dos aspectos legais relacionados com a biomassa, o motor de cogerao, como motor de
combusto, requer tambm uma licena. Neste caso a minimizao das emisses tem um papel
relevante.
Certas precaues de segurana devem ser seguidas quando se armazena biomassa para
aquecimento, de modo a evitar acidentes e minimizar os riscos de incndio.
relatrios de especialidade, bem como a prtica corrente de licenciamento para o tipo de sistema
especfico.
x Descrio do projecto;
x Desenhos gerais;
x Descrio da biomassa;
x Diagramas de fluxo do processo;
x Tempos de operao;
x Dados tcnicos do sistema e componentes;
x Medidas de reduo de emisses;
x Medidas de segurana;
x Destino final dos resduos.
Os sistemas de energia renovvel (SER) so uma das opes para reduzir as emisses de gases
com efeito de estufa. Desta forma, constituem um importante contributo nos esforos da maioria dos
governos dos pases Europeus, no que respeita ao necessrio contributo para se reduzir as
emisses, que se encontram na origem das alteraes climticas. Este captulo apresenta as
diferentes medidas de apoio para projectos de biomassa, bem como contactos detalhados e links,
onde pode encontrar-se informao sobre as medidas de apoio nacionais e europeias.
9.1 Introduo
Esto a ser aplicadas, nos diferentes estados membros da Unio Europeia, uma grande variedade de
medidas para promover sistemas de energia renovveis. Em geral, pode afirmar-se que uma poltica
de energia renovvel com sucesso, em cada pas, no depende de um simples mecanismo de apoio,
mas antes de uma combinao de um nmero de efeitos equilibrados. Estes efeitos podem
categorizar-se nas seguintes classes:
x poltica;
x legislativa;
x fiscal;
x financeira;
x administrativa.
9.2 Viso geral dos mecanismos de apoio para os sistemas de energia renovvel
Exemplo 1:
A poltica energtica finlandesa tem apoiado, nos ltimos dez anos, a promoo dos sistemas de
energia renovvel e, em particular, a utilizao em larga escala da biomassa, como uma fonte de
energia renovvel. Em 1994, foi lanada uma estratgia nacional para a biomassa, definido como
objectivo, um aumento de 25% (~61PJ/a) em 2005 de uso da biomassa, comparativamente a 1992.
Cinco anos mais tarde, em 1999, foi estabelecido um plano de aco para as energias renovveis,
reforando estes objectivos. No caso da biomassa a meta passou para 114,5PJ/a.
Exemplo 2:
Analisando as medidas legislativas que apoiam a produo de energia renovvel, a primeira medida
para a electricidade verde, dar-lhe preferncia no acesso rede de electricidade, a preos
razoveis. Uma Directiva Europeia criou uma fundao, tendo em vista assegurar este importante
factor, exigindo encargos transparentes e razoveis para o acesso rede. Contudo, diversos estados
membros da UE j contemplavam na sua legislao esta soluo.
A legislao sobre venda rede, oferece receitas fixas para cada kilowatt-hora de electricidade verde.
Um grande nmero de pases membros da UE tem legislao deste tipo em curso, como so os
casos da Alemanha, da Dinamarca e de Espanha, os quais tm apresentado um sucesso
particularmente elevado com este tipo de medida legislativa.
Exemplo:
Na Alemanha, a Lei sobre as Fontes de Energia Renovvel (EEG), surgiu no dia 1 de Abril de 2000 e
substituiu a antiga lei de venda de electricidade rede (que iniciou o sucesso da electricidade verde,
em 1990). Esta lei regulamenta dois grandes aspectos:
Para alm disso, define quais as fontes de energia renovvel e as que no so. As receitas fixas de
venda de electricidade variam, dependendo da fonte de energia renovvel e da capacidade do
sistema de energia renovvel. A electricidade da biomassa recebe benefcios de 84 a 99 /MWh
(2004) e quanto menor for a capacidade do sistema, maior o benefcio.
Exemplo:
Desde o dia 1 de Abril de 2002, que a chamada Renewable Obligation (RO) est em vigor no Reino
Unido. De acordo com a RO, os fornecedores de energia so obrigados a comprar uma certa
proporo de electricidade proveniente das fontes de energia renovvel. Durante o primeiro perodo
desta lei, de Abril de 2002 at Maro de 2003, 3% da electricidade fornecida tem que ter origem em
fontes de energia renovvel. A proporo aumentar at Maro de 2011, para 10,4%. Se o
fornecedor decidir no cumprir este requisito, deve ento pagar uma compensao de 30/MWh
entidade reguladora. A prova da compra feita atravs de Certificados de Renewable Obligation
(ROCs), que podem ser comercializados entre os fornecedores de electricidade.
O sistema de oferta competitiva envolve geralmente um pedido para uma certa capacidade de
electricidade verde, que oferece preos fixos para um certo perodo de tempo ao licitante ganhador. A
Irlanda (e anteriormente no Reino Unido) tem um sistema de oferta apropriado para a capacidade
elctrica elica e da biomassa. A Frana tinha o mesmo sistema para a energia elica, mas mudou
para um sistema de venda rede de electricidade.
Quer a obrigao por quotas quer a oferta competitiva, so instrumentos de mercado, em contraste
com o sistema de venda renda.
As medidas fiscais incluem impostos ambientais, tais como impostos adicionais sobre combustveis
fsseis, emisses de CO2 ou iseno de imposto para a electricidade verde, mas tambm incentivos
fiscais para investimentos em SER. Supe-se que tais instrumentos criem um estmulo necessrio
procura directa. Os incentivos ao investimento so oferecidos num nmero de estados membros da
EU, complementando as medidas legislativas. Por exemplo, na Alemanha e na Sucia, as isenes
fiscais para investidores privados so oferecidas para o investimento em projectos de energia elica.
Nos Pases Baixos, um esquema de diminuio acelerada oferecido a investidores nos sistemas de
energia renovvel, para atrair capital para a nova capacidade SER. Apenas os Pases Baixos e o
Reino Unido oferecem uma iseno de imposto sobre o consumo ou produo de electricidade verde.
A Frana e a Alemanha oferecem iseno de impostos para o uso de biocombustveis, tais como o
biodiesel na Alemanha e o biodiesel e o bioetanol em Frana.
Exemplo:
Nos Pases Baixos, cada consumidor de electricidade tem de pagar uma certa quantia referente a
uma taxa ecolgica chamada REB, por cada kilowat-hora que consome. A quantia varia com o
consumo total anual: grandes consumidores (>10000MWh/a) no tm de pagar REB, enquanto que
pequenos consumidores (<10MWh/a) so obrigados a pagar 63,9/MWh. Se o consumidor decide
comprar electricidade de fontes de energia renovvel, o REB reduzido para 29/MWh.
dado apoio financeiro, quer atravs de subsdios de investimento directo, quer atravs de
emprstimos a baixo juro. Os certificados verdes tambm oferecem apoio financeiro adicional para a
electricidade verde. Os subsdios de investimento esto a ser oferecidos na maior parte dos estados
membros da UE, mas com uma dimenso e um realce diferentes. Devido maturidade da tecnologia,
na maioria dos pases, a energia elica j no elegvel para subsdios de investimento. Durante
muito tempo, por exemplo, na Dinamarca a energia elica foi fortemente apoiada, o que levou a um
grande desenvolvimento desta tecnologia neste pas. Hoje, a fora da indstria elica dinamarquesa
mostra os resultados de um investimento inicial, tendo-se tornado um factor importante para a sua
economia.
Os sistemas fotovoltaicos (PV) tm sido e so subsidiados, na maior parte dos pases, visto que a
tecnologia ainda bastante cara. Contudo, em alguns pases com prmios mais altos fixados para a
electricidade de sistemas PV, os subsdios tm sido diminudos ou esto disponveis apenas para
instalaes especficas inovadoras ou programas que j terminaram. Em toda a UE, os sistemas de
biomassa so apoiados financeiramente por programas de investimento directo, para apoiar uma
implementao posterior. Juntamente com os subsdios de investimento directo relacionados com os
sistemas SER, existem tambm subsdios de fundos estruturais da UE, que so oferecidos para
melhorar as infraestruturas de certas regies ou pases dentro da UE. Tais concesses estiveram
disponveis em pases como Portugal, Espanha e Irlanda, mas tambm em regies como a ustria.
Exemplo 1:
O programa remoto de produo de Energia Renovvel na Austrlia oferece concesses at 50% dos
custos de capital das instalaes de energia renovvel, que operam fora da rede.
Exemplo 2:
Medidas legislativas, fiscais e financeiras so os factores mais importantes para instalar, com
sucesso, um sistema de mecanismos de apoio electricidade verde. No obstante, uma vez chegado
implementao do SER, deve ser tomado em conta um nmero de barreiras administrativas, sendo
as duas mais importantes os procedimentos de licenciamento e as normas de emisso (gases de
efeito estufa, partculas, rudo, etc).
Exemplo 1:
Nos Pases Baixos, muito difcil obter autorizao para a instalao de sistemas de biogs com
motores de cogerao. Embora os pases baixos tenham uma grande produo de resduos
orgnicos de pecuria, os regulamentos para distribuir os resduos orgnicos digeridos como
fertilizante so muito rgidos.
Exemplo 2:
Um outro aspecto que ajuda a promover o mercado da energia renovvel e a criar uma
implementao sustentvel de energias renovveis na economia nacional, o desenvolvimento
tecnolgico. Aqui, os subsdios para investigao e desenvolvimento (I&D) e os programas de
investigao nacional, so os instrumentos comuns mais importantes. O apoio de todas as fases,
desde a investigao, passando pela demonstrao at implementao, so indispensveis. S
desta forma ser possvel assegurar o know-how necessrio dentro de uma poltica de pessoal
qualificado. Outro aspecto importante o fortalecimento da indstria nacional envolvida em produtos
e projectos de energia renovvel, apoiando assim a prpria economia, atravs da criao de
empregos e potencial de exportao. So exemplos excelentes a indstria elica dinamarquesa e
alem, mas tambm a indstria fotovoltaica na Alemanha e nos Pases Baixos, ou a biomassa na
Finlndia e Sucia.
Exemplo:
Por ltimo, mas no menos importante, a educao e a informao tambm contribuem hoje em dia
para a organizao de uma poltica SER com sucesso. Na maior parte dos estados membros da UE,
tm sido criadas agncias de energia nacional, que levam a cabo funes tais como a oferta de
informao e o acompanhamento de projectos, implementando assim activamente a poltica de
energia. Num determinado nmero de pases, foram tambm formadas agncias de energia locais,
que focam interesses locais ou regionais especficos.
Exemplo:
A Iniciativa Europeia Soltherm, uma rede de aco central, que foi criada para estimular o
crescimento do mercado dos produtos trmicos solares. Isto dever conduzir a uma maior
contribuio da Unio Europeia para os objectivos da Campanha de arranque, ao propor 15 milhes
de m2 de rea colectora trmica solar em 2004. Desta forma a Unio Europeia oferecer um
importante contributo aos objectivos de Kioto, no que respeita a reduo da emisso de CO2. A
iniciativa foi feita para fomentar a troca de informao em estruturas de educao, e uma rede da
Unio Europeia para a troca de experincia e conhecimentos, na rea das aplicaes trmicas
solares.
Um primeiro passo saber que espcie de instituio fornece apoio para projectos de bioenergia.
2. Instituies regionais:
x Ministrios ou instituies de estados federais ou regies.
3. Instituies municipais.
4. Organizaes independentes:
x Por exemplo, fundaes com preocupaes ambientais
5. Empresas de energia.
Apesar do grande nmero de programas de apoio, a maior parte deles consiste num conjunto de
aspectos comuns. De seguida, explicam-se as questes mais importantes, que podem ser
encontradas em cada linha de orientao de um programa de apoio.
Aqui definido qual o tipo de sistema que suportado pelo respectivo programa e qual o objectivo
que o sistema precisa de cumprir. Geralmente, diferenciado entre sistemas de biogs, unidades de
combusto movidas a biocombustveis slidos e sistemas usando biocombustveis lquidos.
Posteriormente, feita muitas vezes uma diferenciao entre sistemas que produzem apenas
electricidade ou apenas calor, ou que combinam a produo de calor com a electricidade
(cogerao). Contudo, para o apoio financeiro podem ser especificadas restries, tendo em conta o
tamanho do sistema ou a elegibilidade de certos componentes do sistema. Por exemplo, os custos de
propriedade esto muitas vezes excludos. Os programas regionais definem claramente as
localizaes onde os sistemas de bioenergia podem ser construdos e operados.
O grupo de instituies elegvel para o apoio financeiro varia de acordo com o tipo de projecto de
bioenergia e o programa de apoio. Geralmente, distingue-se entre privados, empresas de diferentes
dimenses (PME, etc.), empresas agrcolas ou florestais, instituies pblicas (por exemplo,
universidades) e indstrias de fornecimento de energia. Em geral, os programas de apoio so
desenhados para grupos particulares. Muitas vezes, os programas apresentam restries, tendo em
conta a elegibilidade de organismos pblicos para capitais, uma vez que os meios financeiros provm
de fundos pblicos e no suposto reflurem, mas estimularem investimentos adicionais de entidades
no pblicas.
De modo a obter apoio financeiro por parte de programas de capital, podem tambm existir restries
relativas concordncia com certas normas tcnicas, ou com a aplicao de regras de gesto de
projecto especficos.
tambm muito importante saber que o projecto no se iniciar antes de se obter um certo
certificado ou, em, alguns casos, antes do apoio ser garantido. Contudo, em geral, o planeamento
pode comear antes.
Para alm dos impressos de requerimento necessrios, tambm preciso um nmero de anexos
para complementar a informao do projecto de bioenergia. Os documentos listados a seguir
representam alguns documentos que apoiam as instituies de apoio financeiro, na avaliao da
proposta de projecto:
O apoio financeiro dos sistemas de bioenergia, funciona por concesses ou emprstimos de baixo
juro. Incentivos fiscais complementam muitas das vezes estes instrumentos.
O nvel de uma concesso depende dos custos elegveis e da taxa do auxlio financeiro. Uma taxa de
30% de custos de investimento elegvel, significa que o investidor de um projecto de bioenergia
necessita de financiar 30% menos. A taxa de subsdio varia de acordo com o tamanho do sistema, o
tipo de biomassa, rendimentos etc. Geralmente as taxas so de 25 a 50%.
Exemplo:
Um sistema de biogs apoiado por um emprstimo de juro baixo, incluindo a remessa parcial em
dbito at uma certa capacidade de energia da mquina de cogerao. Para mquinas de cogerao
maiores, omitida a remessa em dbito para que o apoio seja concedido pelo emprstimo a juro
baixo. Isto uma forma tpica de adaptar o nvel de apoio economia de escala.
9.3.6 Acumulao
Geralmente, o apoio financeiro dos diferentes estados e os programas de apoio municipal ou regional
podem ser combinados, de modo a aumentar o nvel de apoio a um projecto. Contudo, a maior parte
dos programas de apoio limitam a taxa total de apoio financeiro a um projecto. Uma taxa de apoio
financeiro de 50% dos custos totais do sistema, um limite comum que se pode encontrar na maior
parte dos programas de apoio financeiro.
Devido natureza das polticas e sua implementao, o tipo e condies das medidas dos
programas de apoio para sistemas de bioenergia mudam frequentemente. Esta seco centra-se,
portanto, no fornecimento de fontes suplementares de informao para alm dos detalhes das
medidas de apoio.
Governo
A ADENE realiza, prioritariamente,
actividades de interesse pblico no
domnio da poltica energtica e dos
servios pblicos concessionados ou
licenciados no sector da energia. Pode
Agncia para a Energia (ADENE) actuar em reas relevantes para outras
www.adene.pt polticas sectoriais, quando interligadas
com a poltica energtica, em
articulao com os organismos pblicos
competentes. Desenvolve a sua
actividade junto dos diferentes sectores
econmicos e dos consumidores.
Responsvel pela concepo,
promoo e avaliao das polticas
Direco Geral de Geologia e relativas energia e aos recursos
Energia (DGGE) geolgicos, numa ptica do
www.dge.pt desenvolvimento sustentvel e de
segurana do abastecimento
energtico.
Agncias de energia municipais e
inter-municipais
planeta.clix.pt/ag-energia-ave
www.cm-tondela.pt
As vrias agncias de energia
www.ageneal.pt
municipais e inter-municipais
www.cm-loures.pt
desenvolvem os seus planos de
www.amerlis.pt
desenvolvimento de energias
www.areal-energia.pt
renovveis, nomeadamente da
www.valima.pt/arealima
Biomassa.
www.aream.pt
www.amria.pt
www.arevdn.pt
www.energaia.pt
Disponibiliza informao sobre o Plano
Nacional de Alteraes Climticas e
Estratgia Nacional de
Instituto do Ambiente Desenvolvimento Sustentvel.
www.iambiente.pt responsvel pelo processo de Avaliao
de Impacte Ambiental. Disponibiliza
tambm informao sobre vrias reas
ambientais.
MEDIDAS DE APOIO PARA PROJECTOS DE BIOENERGIA 9.8
BIOENERGIA - MANUAL SOBRE TECNOLOGIAS, PROJECTO E INSTALAO
Financiamento
A Medida de Apoio ao Aproveitamento
do Potencial Energtico e
Racionalizao de Consumos (MAPE)
Programa de Incentivos tem por objectivo propiciar apoios
Modernizao da Economia (PRIME) dirigidos produo de energia
www.poe.min-economia.pt elctrica por recurso a energias novas e
renovveis, utilizao racional de
energia e converso dos consumos
para gs natural.
Associaes e Organizaes
Entidade que tem como uma das
competncias, contribuir para a
progressiva melhoria das condies
tcnicas, econmicas e ambientais nos
Entidade Reguladora dos Servios sectores regulados, estimulando,
Energticos (ERSE) nomeadamente, a adopo de prticas
www.erse.pt que promovam a utilizao eficiente da
electricidade e do gs natural e a
existncia de padres adequados de
qualidade do servio e de defesa do
meio ambiente.
A misso da APE reflectir sobre as
matrias ligadas evoluo do sector
energtico num contexto de
Associao Portuguesa de Energia desenvolvimento sustentvel em
(APE) mercados concorrenciais e concretizar
www.apenergia.pt aces que visem a dinamizao e
consolidao do papel do sector
energtico na economia e na qualidade
de vida em Portugal.
Tem por objecto a coordenao,
representao e defesa dos interesses
dos seus associados, dotando-os de um
instrumento de participao na
APREN - Energias Renovveis
elaborao das polticas energtica e
www.apren.pt
ambiental relacionadas com o
aproveitamento dos recursos naturais
renovveis, entre os quais o domnio da
Biomassa / Biogs.
Tem por objectivo promover a utilizao
eficiente atravs da energia da
Associao Portuguesa de
cogerao, sendo esta entendida como
Cogerao (COGEN Portugal)
produo combinada do calor e da
www.cogenportugal.com
electricidade com utilizao efectiva das
duas formas de energia.
Governo
A ltima informao sobre o programa
de fundos do departamento do comrcio
Department of Trade and Industry
e indstria para energia renovvel
(DTI)
(chamadas para proposta, etc); tambm
www.dti.gov.uk
fornece informao sobre a poltica de
bioenergia.
Department for Environment, Food ltimas informaes sobre o apoio
and Rural Affairs (DEFRA) plantao de colheitas para fins
www.defra.gov.uk energticos
Informao sobre a eficincia da
Energy Savings Trust (EST) energia e mudanas climticas;
www.est.org.uk programas para autoridades locais,
consulta a pequenas empresas.
UK Government Non-Food Use of Lista de todos os projectos
Crops Research Database governamentais I&D financiados sobre
cbaforms.maff.gov.uk/aims colheitas no alimentares.
Organizao reguladora para o
The Office of Gas and Electricity mercado de gs e electricidade;
Markets (OFGEM) administra Renewable Obligation (RO).
www.ofgem.gov.uk Informao sobre assuntos prticos de
RO.
O Carbon Trust est a desenvolver e a
The Carbon Trust implementar programas para apoio a
www.thecarbontrust.co.uk tecnologias de baixa emisso de
carbono
Pela Carbon Trust em colaborao com
Enhanced Capital Allowance Scheme
DEFRA e Inland Revenue, para
(ECA)
fornecer informao acerca do
www.eca.gov.uk
Esquema ECA
Grupo Parlamentar de Energia
PRASEG Renovvel e Sustentvel. Novidades
www.praseg.org.uk/ para a implementao prtica de
medidas de apoio, tais como a
Renewable Obligation
Financiamento
DTI Support Programme
Informao sobre o programa de apoio
www.dti.gov.uk/renewable/geninfo.ht
do Governo do Reino Unido para SER
ml
O New Opportunities Fund distribui o
dinheiro da lotaria nacional e
New Opportunities Fund
disponibilizar brevemente 50 milhes
www.nof.org.uk
de libras para projectos elicos,
projectos de colheitas para fins
energticos e de projectos de pequena
escala de aquecimento a biomassa.
Fundos para projectos de demonstrao
em projectos elicos, projectos
Captial Grants Scheme (DTI)
geradores de electricidade a partir de
www.dti.gov.uk/energy/renewables/su
colheitas para fins energticos e
pport/capital_grants.shtml
esquemas de aquecimento de biomassa
de pequena escala.
Objectivo: apoiar projectos comunitrios
Landfill Tax Credit Scheme
ambientais e incentivar parcerias entre
www.entrust.org.uk
operadores de aterros e comunidades
locais; o ENTRUST gere este esquema.
Financiamento (cont.)
Landfill Tax Credit Scheme Bank
Account - from The Co-operative Criou uma conta especial para
Bank organizaes registadas na Entrust
www.co-operativebank.co.uk
Informao sobre o programa DEFRA,
DEFRA England Rural Development de desenvolvimento rural para a
Programme Inglaterra, que inclui garantias para
www.defra.gov.uk/erdp/erdpfrm.htm colheitas para fins energticos (Energy
crop scheme - ECS)
Clear Skies Renewable Energy Informao para o esquema de
Grants concesses do DTI para sistemas de
www.clear-skies.org energia renovvel
A SCHRI fornece concesses,
Scottish Community and Householder
conselhos e apoio a projecto para
Renewables Initiative (SCHRI)
desenvolver e gerir esquemas
http://www.est.org.uk/schri/
renovveis novos
Community Renewables Initiative's
Fornece conselhos sobre como
(CRI)
estabelecer projectos SER,
www.countryside.gov.uk/communityre
financiamento e fundos, tecnologia, etc.
newables/
Associaes e Organizaes
Associao comercial para a indstria
British Bio Gen
da bioenergia britnica; informao
www.britishbiogen.co.uk
geral sobre bioenergia
Associao comercial representante
dos produtores de energia renovvel no
Renewable Power Association
Reino Unido; vasta informao sobre
www.r-p-a.org.uk
energia renovvel, poltica e medidas de
apoio
Associao Comercial para empresas
Environmental Services Association fornecedoras de servioes de gesto de
www.esauk.org resduos e servios ambientais
associados
Organizao para promover o
National Assembly Sustainable desenvolvimento sustentvel e energia
Energy Group renovvel no Pas de Gales; informao
www.naseg.org especial sobre programas de apoio no
Pas de Gales
Western Regional Energy Agency &
Agncia de Energia na Irlanda do Norte
Network
que promove o SER
www.wrean.co.uk
British Association for Biofuels and Organizao dedicada promoo de
Oils (BABFO) combustveis de transporte e leos
http://www.biodiesel.co.uk/ provenientes de fontes renovveis.
Governo
Poltica de energia, programas de
Department of Energy (DoE)
apoio, links para outras fontes de
www.doe.gov
informao
Seco de bioenergia do site DoE dos
EERE Bioenergy
EUA sobre eficincia de energia e
www.eere.energy.gov/RE/biopower
energia renovvel
Biofuels Information Network Informao extensa sobre bioenergia
Bioenergy.ornl.gov pelo Oakridge National Lab
Financiamento
Concesses Disponveis nos EUA.
www.science.doe.gov/grants/
Departamento de Energia
Informao sobre cinco programas de
bioenergia regionais, administrados pelo
Regional Biomass Energy Program Fuels Development Office dentro do
(RBEP) DOE's Office of Transportation
www.ott.doe.gov/rbep/ Technology. O programa tem ligaes
estreitas com o DOE's Office of Power
Technologies.
Southeastern Regional Biomass
Energy Program (SERBEP) Seco leste do RBEP
www.serbep.org
Great Lakes Regional Biomass
Energy Program (GLRBEP)
Seco dos Grandes Lagos do RBEP
www.cglg.org/1projects/biomass/inde
x_frame.html
Northeast Regional Biomass Program
(NRBP) Seco nordeste do RBEP
www.nrbp.org
Pacific Regional Biomass Program
(PRBP) Seco do Pacfico do RBEP
www.pacificbiomass.org
Western Regional Biomass Energy
Program (WRBEP) Seco oeste do RBEP
www.westbioenergy.org
U.S. Department of Energy National Programa dedicado ao apoio do
Biofuels Program desenvolvimento e aplicao de
www.biofuels.doe.gov biocombustveis
Fundao independente apoiada por
The Energy Foundation vrias fundaes para promover a
www.energyfoundation.org eficincia da energia e energia limpa;
vrios programas de apoio para SER
Projecto gerido pelo Interstate
Renewable Energy Council (IREC),
Database on State incentives for RES
financiado pelo DOE; informao e
www.dsireusa.org
medidas de apoio nos diferentes
estados dos EUA
Associaes e Organizaes
Informao, anlise de polticas e
Renewable Energy Policy Project
novidades sobre SER; financiada pelo
solstice.crest.org/bioenergy
DOE, EPA e vrias fundaes
American Bioenergy Association
www.biomass.org
Coordena o esforo de I&D no campo
Biomass Research and Development
da biomassa; gerida pelo National
Initiative
Biomass Coordination Office (DOE &
www.bioproducts-bioenergy.gov
Department of Agriculture - DA)
Biomass Energy Research
Association Informao sobre bioenergia
www.bera1.org
Associao de indstrias de etanol;
American Coalition for Ethanol
informao extensa sobre etanol
www.ethanol.org
incluindo preos
Associao comercial nacional para a
Renewable Fuels Association (RFA) indstria de etanol nos EUA, factos
www.ethanolrfa.org sobre a poltica, etanol, centrais e
outros
Associao comercial nacional
National Biodiesel Board representante da indstria biodiesel;
www.biodiesel.org informao sobre biodiesel, fontes de
biodiesel, etc.
Portal sobre mudanas climticas e
The Climate Ark
energia renovvel, informao extensa
www.climateark.org
e links
Certificao de produtos de
electricidade renovveis. Fornece
Green-e Renewable Electricity
informao aos consumidores de
Certification Program
electricidade verde. Administrada pelo
www.green-e.org
Center for Resource Solutions sem fins
lucrativos.
Organizao principal de mais de 30
Sustainable Energy Coalition
associaes do campo de SER; fornece
www.sustainableenergy.org
novidades sobre SER
Governo
Desempenha e patrocina a pesquisa
sobre energia, desenvolvimento
tecnolgico e demonstrao dentro do
CANMET
Natural Resources Canada, um
www.nrcan.gc.ca
departamento dentro do governo federal
canadiano; informao sobre
financiamentos
Departamento governamental federal,
NRCAN
especializado em desenvolvimento
www.nrcan.gc.ca
sustentvel e uso de fontes naturais
Criada atravs de esforos do Natural
Canadian Renewable Energy
Resources Canada (NRCan);
Network
informao sobre todas as tecnologias
(CanREN)
de energia renovveis
Centro de excelncia para a eficincia
Office of Energy Efficiency (OEE)
da energia e informao sobre
oee.nrcan.gc.ca
combustveis alternativos
Financiamento
National Biomass Ethanol Program Administrado pelo Farm Credit Canada
(NBEP) (FCC) em nome do Agriculture and
www.fcc-sca.ca Agri-Food Canada (AAFC)
Renewable Energy Deployment Programa de apoio para SER,
Initiative especificamente para sistemas de
(REDI) combusto de biomassa de elevada
www.nrcan.gc.ca eficincia e baixa emisso
Associaes e Organizaes
Canadian Renewable Fuels
Association Informaes sobre etanol, biodiesel, etc.
www.greenfuels.org
Governo
Informao sobre mudanas climticas,
The Australian Greenhouse Office desenvolvimento sustentvel e SER
www.greenhouse.gov.au links, programas de financiamento,
informao compreensiva, etc.
Sustainable Energy Development Informao sobre SER em NSW
Authority NSW poltica, programas de apoio,
www.seda.nsw.gov.au informao de base
Sustainable Environment Authority of Informao sobre SER em Victioria
Victoria poltica, programas de apoio,
www.seav.vic.gov.au informao de base
Greenhouse Office of Victoria Informao sobre a estratgia de
www.greenhouse.vic.gov.au Reduo de Gases Estufa de Victoria
Energy SA Sustainable and
Informao sobre SER em SA poltica,
renewable energy
programas de apoio, informao de
www.sustainable.energy.sa.gov.au/h
Base
ome/home.htm
Western Australian Government - Informao sobre SER na Austrlia
Office of Energy Ocidental poltica, programas de
www.energy.wa.gov.au apoio, informao de base
Governo (cont.)
Department of Infrastructure, Energy
Informao sobre SER na Tasmania
and Resources, State Government of
poltica, programas de apoio,
Tasmania
informao de base
www.dier.tas.gov.au
Department of Business, Industry and
Informao sobre SER nos Territrios
Resource Development of Northern
do Norte poltica, programas de apoio,
Territory
informao de base
www.dme.nt.gov.au
Sustainable Energy Development Informao sobre SER na Austrlia
Office of Western Australia Ocidental poltica, programas de
www.sedo.energy.wa.gov.au apoio, informao de base
Financiamento
Apoio para Sistemas de Fornecimento
Renewable Energy Rebate Program
de Energia a reas remotas (RAPS)
www.dme.nt.gov.au
incorporando energia renovvel
Programas de governo para SER Informao sobre um nmero de
www.greenhouse.gov.au/renewable/g programas nacionais de governo para
overnment.html apoiar SER
Informao sobre um nmero de
Western Australia RES programs programas de apoio direccionados para
www.sedo.energy.wa.gov.au diferentes SER I&D e penetrao de
mercado
Associaes e Organizaes
Um forum governo-indstria para
promover e facilitar o desenvolvimento
www.users.bigpond.net.au/bioenergy
de biomassa para a energia,
australia/Home.htm
combustveis lquidos, e outro valor
adicionado aos produtos bio-baseados
Biodiesel Association of Australia
Promoo do biodiesel na Austrlia;
Associao de Biodiesel da Austrlia
informao de fundo, links
www.biodiesel.org.au
Apoio e lobby para cultivadores
australianos e processadores de stock
Australian Biofuels Association
de alimentao de biomassa,
Associao Australiana de
produtores domsticos de
Biocombustveis
biocombustveis, distribuidores de
www.australianbiofuelsassociation.or
biocombustveis, organizaes de
g.au
pesquisa e desnvolvimento, informao
compreensiva sobre biocombustveis.
Governo
Danish Energy Agency Informao sobre SER, programas de
www.energistyrelsen.dk apoio, links na Dinamarca
The National Danish Energy
Mais informao sobre SER, poltica e
Information Centre
links na Dinamarca
www.energioplysningen.dk
Informao sobre a poltica de energia
Danish Energy Authority
na Dinamarca, incluindo legislao, por
www.ens.dk
exemplo, normas de emisso
Finish Ministry of trade and Industry Informao sobre SER, programas de
www.ktm.fi apoio e links na Finlndia
Governo (cont.)
National Technology Agency of
Informao sobre SER, programas de
Finland
apoio e links na Finlndia
www.tekes.fi
Parte do Ministrio Real Noruegus do
Petrleo e Energia. A principal misso
do Enova contribuir para a defesa do
Norwegian Energy Agency
ambiente e uso racional e produo de
www.enova.no
energia; informao, programas de
apoio e outros instrumentos financeiros
e incentivos
Swedish Energy Agency Informao sobre SER, programas de
www.stem.se apoio, links na Sucia
Associaes e Organizaes
Danish Biomass Association
Informao sobre bioenergia e
(DANBIO)
programas de apoio na Dinamarca
www.biomass.dk
A associao sueca de bioenergia
Svenska Bioenergifreningen organizadora do World Bioenergy
(SVEBIO) Conference 2004. Informao sobre
www.svebio.se todos os tpicos relacionados com
bioenergia na Sucia
Norwegian Bioenergy association Informao sobre bioenergia na
(NoBio) Noruega; inclui lista de fornecedores de
www.nobio.no combustvel bioenergtico
Finish Bioenergy Association Informao detalhada sobre bioenergia,
(FINBIO) empresas, tecnologia, estattica, links e
www.finbioenergy.fi outros
The Swedish Association of Pellet Membros operam dezasseis das mais
Producers (PiR) de vinte fbricas de produo no pas.
www.pelletsindustrin.org Informao sobre pellets e produtores
Danish Centre for Biomass Informao detalhada sobre bioenergia
Technologies em geral, tecnologia, informao
www.videncenter.dk detalhada para palha
frica do Sul
Department of Minerals and Energy Informao sobre programas de apoio e
www.dme.gov.za poltica do SER na frica do Sul
Nova Zelndia
Energy Efficiency & Conservation
Informao sobre a poltica SER e
Authority (EECA)
outras na Nova Zelndia
www.eeca.govt.nz
Bioenergy Association of New
Zealand Informao de fundo sobre bioenergia,
(BANZ) tecnologia, publicaes, etc.
www.bioenergy.org.nz
UE e Europa
Pgina de entrada geral do site da
Comisso Europeia; informao para
UE
todos os programas de apoio existentes
na UE para SER
Site da CE que fornece informao
sobre fontes de fundos europeus,
A Global Overview of Renewable
polticas SER, informao de tecnologia
Energy Sources (AGORES )
geral incluindo descries de projectos,
www.agores.org
actores chave nacionais nos membros
estados CE e publicaes sobre SER
Servidor de informao da CE,
CORDIS
fornecendo informao sobre I&D,
www.cordis.lu
inovaes, programas de apoio e outros
Associao principal das associaes
de biomassa nacionais; organizao
European Biomass Association
poltica para reforar o desenvolvimento
(AEBIOM)
do mercado de bioenergia europeu;
www.ecop.ucl.ac.be/aebiom
informao geral, links, papers,
newsletter.
Grupo de interesse econmico para
European Renewable Energy
reforar e racionalizar os desempenhos
Centres Agency (EUREC)
de I&D europeus em tecnologias de
www.eurec.be
energia renovvel
Dados de biomassa
Base de dados holandesa de biomassa
Phyllis e resduos; anlise dos dados sobre um
www.ecn.nl/phyllis/ largo nmero de cadeias de biomassa
diferentes
BIOBIB Base de dados austraca de
www.vt.tuwien.ac.at/biobib/search.ht biocombustveis; gerida pela
ml Universidade Tcnica de Viena
Climate Neutral Gaseous and Liquid Programa do governo holands;
Energy Carriers (GAVE) informao geral e detalhada sobre
gave.novem.nl biocombustveis
Internacional
International Energy Agency (IEA) Informao sobre todos os aspectos
www.iea.org relacionados com energia
Seco de biomassa do IEA;
IEA Bioenergy informao detalhada sobre I&D de
www.ieabioenergy.com biomassa e estado da tecnologia;
muitos relatrios para download
Fornece estatsticas sobre energia
Renewables Information Database
renovvel nos pases membros da
www.iea.org/statist/renew.htm
OCDE
Rede de informao internacional que
Centre for Analysis and
fornece a gestores, engenheiros,
Dissemination of Demonstrated
arquitectos e investigadores, informao
Energy Technologies (CADDET)
acerca das energias renovveis e
www.caddet-re.org
tecnologias de poupana de energia
Rede europeia de bioenergia; fornece
AFB NET informaes detalhadas sobre
www.vtt.fi/virtual/afbnet/ tecnologia, potencialidades, actividades
nacionais sobre bioenergia.
Rede que apoia, trata e distribui
informao sobre pesquisa,
European Energy Crops InterNetwork
desenvolvimento e implementao de
www.eeci.net
actividades de colheitas para fins
energticos.