Hübner, M. M. C. (2004) - Análise Do Comportamento para A Educação - Contribuições Recentes PDF
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Copyright desta edio:
ESLTcc Editores Associados, Santo Andr. 2004.
Todos os direitos reservados
31? p 16 x 23 cm
Contribuies Recentes
Maria M artha Costa Hbner
Miriam Marinotti
organizadoras
Ja ide A . G. Regra
Joo S, Canno, Paulo S. T. do Prado
Jlio C. de Rose
Karen M. Lionello-DeNolf
Maria de Lourdes Bara Zanotto
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Miriam Marinotti
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Valeria de Almeida Andra
William J. Mdlvanc
William V. Dube
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Este livro um tributo
Dra. C arona M artuscei Bori
( 1924 - 2004 ).
Apresentao 9
Aprender a Estudar
Jade A . G. Regra 225
Ensinando a estudar textos acadmicos
Ma; ia Mart!h\ Contei f-Jbner 243
9
'.]'> ! ->e ,ie C o '"lp'''f.Tr-''';'n
,J PUC SP
- L D U C A R E - C e n t r o d e D e s e n v o l v i m e n t o dn A p r e n d i z a g e m
11
V \i! -e .i-i C. para .1 HJuCfXo: Contribuies Recentes
E ju s ta m e n te o fo co so b re o im p a c to d a e d u c a o b sica e
fu n d am en tal que p erm ite afirm ar a existn cia de um a g ra n d e crise
educacional e que estabelece os m elhores p arm etros para reviso daquilo
que vem sendo feito em nom e da educao. E a literatura nesta rea vem
12
m ostrando com insistncia que a finalidade p recp u a da ed u cao no
est sendo alcanada.
Dados produzidos, analisados e divulgados p or G oldem berg (1993)
cu m p rem o im portante papel de realinhar leituras d o que acon tece com a
educao no Brasil e, particularmente no que diz respeito a este trabalho, no
ensino fundamental e mdio. Aps analisar sries histricas do fluxo escolar
no sistema regu lar de ensino, G oldem berg conclui que o problem a m aior
no est na evaso, m as na repetncia5. Segundo su as p alavras,
Por esses dados, conclui-se que a populao envia seus filhos escola
e os mantm l. A cscola, portanto, a responsvel pela questo:
recebendo as crianas, incapaz de lhes transmitir o conhecimento
e as habilidades necessrias para que consigam atingir a 8 srie
em oito anos ou pouco mais. (1993, p. 107)
' Dev e ser re ssaltado que trs anos de po is (199 6) foi i n s ta la do o sist em a d e p r o g r e s s o co n t in u a d a , in s en d o e n
um con junto de or ie nl a es criad as pela Lei d e Diretrizes e B.ies d a E d u c a o N a ci o n al (LUt).
13
V ri? vi--. Cum por tainento para a Udlicao. Contribuii>es Recentes
para abarcar fatores situados acim a da pirm ide que com p e o sistem a
educacional. O objetivo deste trabalho, no entanto, circunscreve as anlises
ao mbito do professor e de suas relaes com os alunos, discutindo tpicos
com o os m encionados a seguir. P or exem plo, a que se refere G oldem berg
quando enfatiza a im portncia d c um professor "sen tir-se" responsvel
pelo desem penho dos alunos? C om o c possvel rep u tar de incom petentes
professores que, conform e vem sendo m ostrad o p or estudos (ver, por
exem plo, as avaliaes do SARESP), so oficialm ente habilitados e contam
com u m g ra n d e n m e ro d e c u rs o s de r e c ic la g e m , re q u a lific a o ,
especializao etc., a m aioria dos quais de origem igualm ente oficial? Ou
possvel identificar fatores outros que expliquem uma atuao m enos
responsvel, menos com p rom etid a com o aluno, m enos com p etente? Q ue
elem en tos d evem ser co n sid erad o s na m eto d o lo g ia de ensino a que
G oldem berg se refere?
P o r q u e o p r o f e s s o r n o t e m s id o e f ic ie n t e ?
14
s !k
elas. Criar ambientes estimulantes e adequados de aprendizagem
uma das funes dos(as) professores(as). (pp. 256-257)
15
>(Ji r i p ^ r L i n i e n t o i a { -'d u c a a o : C o n t r i b u i e s R e c e n t e s
e n v o lv e n d o a p e n a s os p ro fe s s o re s i n tr a -s r ie e n o in te r-s rie s ;
planejamento feito sem considerao dos resultados da avaliao dos alunos;
avaliao baseada em p ro v as bim estrais, sem co n sid erar a observao
^ sistem tica d os alun os - ou, q uan do u tilizad as as fich as d escritiv as
sugeridas, elas eram preenchidas de forma padronizada e no espelhavam
os Oranhos e as dificuldades de cada aluno.
A ndrade (1990), em estudo realizado em um a escola pblica de
U berlndia, verificou que, em bora em situaes pblicas as professoras
explicassem o m au desem penho dos alunos com o conseqncia da falta
de co lab o rao da fam lia, d a d esn u trio , d a p o b re z a do am biente
dom stico das crianas, em situaes m enos pblicas, falavam de seus
insucessos ao lidar coirt os alunos, trocavam exp erincias sobre com o
p roced er em certas situ aes e d em o n stravam d vid as sobre os reais
determ inantes do fracasso escolar.
O autor destaca certas prticas com uns na escola, que considera
prejudiciais ao bom desenvolvim ento da tarefa p edaggica e que podem
su g erir p istas quanto a algu n s controles que esto o p eran d o sobre o
com portam ento do professor. M enciona, por exem plo, o grande dispndio
de tem po d o p ro fesso r com ativ id ad es p re p a ra t ria s , m u itas v ezes
rihm lstiras; cran d e disp n d io de tem po com ativ id ad es que lhe so
ag rad v eis, in d ep en d en tem en te de seu v a lo r p e d a g g ico ; nfase em
aspectos formais da atividade do aluno (caligrafia, p u lar linha etc.); no
^ conferncia do que o aluno faz, limitando-se o professor a colocar a resposta
certa na lousa, que o aluno copia, no mais das vezes sem entender; instrues
inadequadas, em linguagem im prpria para leitores no hbeis; atividades
que no fazem sentido para o aluno; cpia de cadernos de professores mais
antigos, sem nenhuma preocupao com a reflexo sobre o valor pedaggico
das atividades propostas; estrutura vertical na escola, incentivando-se a
dependncia do professor em relao direo e superviso pedaggica.
Esse ltimo aspecto destacado por outro autor, P aro (1992b), que
enfatiza as "re la e s v erticais de m an d o e su b m iss o "(p .4 4 ) que se
observam na escola pblica, j apontad as p or Zanotto (1985).
16
>:o
realizadas durante trabalho desen volvido em um a escola pblica da regio
central de So Paulo6 revelaram inm eros exem plos do que acabam os de
afirmar. U m deles, o de um a professora que, tendo sido repreendida e
desautorizada pela diretora perante uma classe, passou a ser fortem ente
controlada p or essa diretora c a p au tar sua ao com os alunos pelas
determ inaes dela. Em um a ocasio, com entava com a classe os resultados
dos alunos em um a avaliao e vim dos alunos lhe solicitou que lhe m ostrasse
a sua p ara que pudesse verificar os erros e acertos. A professora, ento,
disse-lhe que no poderia faz-lo porque a diretora proibira os professores
de deixar as avaliaes com os alunos. Depois, acabou por ceder solicitao,
com a condio de que ele no com entasse o fato com a diretora.
T r a t a - s e . a q u i , d e t r a b a l h o d e s e n v o l v i d o p o r uni g r u p o d e p e s q u i s a d o r a ; , d o q u a : fcU-.n p a r t e u n a
d a s a u t o r a ? d e s t e t e x to , M a m F l i / a M a ? z i ! ! i P e r e i ra .
Idem nota 6
17
\i' ' -.e , i n C o i r p o r M r " . e ! ' t o p n r . i ? I J u c - i n c v C o n t r i b u i e s R e c e n t e s
18
pais dos alunos, porque se sabem im unes sua influncia, um a vez que
boa p a rte d as esco las p b licas p o u co re ce p tiv a p a rtic ip a o e
interferncia dos pais.
B eaucham p (1997) m enciona, com o fatores que d esestim u lam a
participao dos pais nas instncias da escola, tanto a forma com o se prope
essa participao (divulgao, finalidade, pauta, periodicidade, dinm ica,
horrio de reunies, p or exem plo), quanto a relao que a escola estabelece
com os pais, que so cham ados a colaborar na soluo de problem as de
infra-estrutura dos prdios ou a ouvir queixas sobre seus filhos, m as no a
discutir o projeto pedaggico da escola, sua proposta de ensino.
Segundo esse autor, o conselho de escola - que se tom ou deliberativo
em So Paulo, em 1984, de acordo com a legislao, e delibera sobre aspectos
relevantes da vida escolar - no tem sido um a instncia dem ocrtica de
deciso, seja por sua composio, seja peio desconhecimento generalizado,
entre a com unidade, da prpria existncia do conselho, de seu funcionamento
e de suas atribuies. Pssa instncia tein servido apenas para endossar decises
tom adas pelo diretor.
19
Ar.il l-e Conportancntc' r.ira a lidiicav Contribui^o^ Recentes
dessas fam lias, que no se su sten taram pelos dados de levantam ento
realizado com aiunos.
Essa viso negativa controla a ao de professores e funcionrios
da escola e influencia a fo rm a com o so tratad o s, p or eles, os pais e
resp o n sv eis pelos alu n os: co m g ran d e d esresp eito e d escaso , com o
pessoas inferiores, que os m em bros da escola apenas aturam , com o se
lhes fizessem um favor ao atend-los, e no com o cidados com o direito
de exigir da escola pblica, m an tid a p or eles, e das quais tais profissionais
so funcionrios, um a ed u cao de qualidade para seus filhos.
E os pais, por seu lado, em sua m aioria habituados a ser tratados
com o cidados de segunda classe, m uitas vezes desconhecedores d e seus
direitos, em desvan tagem quanto possibilidade de argu m en tao com
o pessoal da escola, intim idados e incapazes de fazer a crtica sobre o
papel que a escola vem desem penhando, aceitam o tratam ento que ela
lhes dispensa e chegam a con cordar com seus "diagnsticos" e a considerar
os filhos incapazes dc ap ren d izagem (A guerrondo, 1993).
20
com freqncia, utilizam horrio de aula para passar notas, preencher fichas,
subtraindo aos alunos um tem po que deveria ser dedicado a ensin-los.
E xp ectativ as p rofission ais, U m outro ponto a ser com entado diz respeito
ao que m an tem os p ro fesso res em sua a tiv id a d e p ro fission al. G atti,
Esposito e Silva (1994), no j m encionado estu d o, ab ordaram a questo
da realizao de suas exp ectativas na p rofisso e co n stataram que 32%
deles con sid eram suas exp ectativas profissionais realizadas, justificando
isso, cm alta proporo, pelo fato de conseguirem transm itir ensinam entos
s crian as, por "v-las ap ren d en d o ". Esse tipo de resposta, entretanto,
bem m ais freqente entre os professores das q u atro prim eiras sries. E n tre
os p rofessores que atuam a p artir da 5a srie, alguns apon tam razes que
n ada tm a ver com as funes da profisso, tais com o a seg u ran a do
em p rego, a estabilidade (p .256). O ra, se a ap ren d izag em dos alunos no
um fator de peso na m an u ten o de seu co m p o rtam en to profissional
p ara p a rte d os p rofessores, a p robab ilidad e de que eles efetivam en te
"o lh em " p ara o que est acon tecend o com seu s alunos a esse respeito, de
que p au tem sua ao pelos resultados que esto conseguindo com eles
m uito b aixa, sobretudo se no houver qualquer form a de avaliao do
seu trabalho que leve em conta os resultados que sua atuao foi cap az
dc p ro d u z ir n os alu n o s. N essas co n d i e s, se g u ra n a r.o e m p re g o ,
estab ilid ad e - isto , a m an u ten o do em p re g o - so con seq n cias
independentes dos resultados conseguidos pelo professor.
F o r m a o p r o f is s i o n a l . A l m d a a u s n c ia d e c o n tin g n c ia s que
m an tenh am o com portam ento do professor sob controle da aprendizagem
do aluno, u m outro e ltim o aspecto a ser ressaltad o no tocante ao que
controla o seu co m portam ento refere-se sua form ao, ao seu p rep aro
para a atu ao profissional, seja quanto ao dom nio da matria que leciona,
seja q u an to aos aspectos envolvidos no ap ren d er e no ensinar. A repetio
de velhos p roced im entos, a rep ro d u o acrtica de m aneiras de atu ar
ap resen tad as por professores m ais experientes, a utilizao de estratgias
h om og n eas para todos os alunos, quando n o todas as classes, refletem ,
entre o u tro s fatores, o seu desp reparo p ara lidar com a situao concreta
com que se defronta no d ia-a-d ia de sala de aula.
E isso reconhecido p or parte dos p rofessores. Alguns resultados
d a p esq u isa realizada por G atti, Esposito e Silva (1994) evidenciam esse
p onto: quando instados a m encionar as ativid ad es que. m ais gostariam
de realizar em benefcio de sua escola, ativid ad es de estudo ap arecem em
p rim e iro lu g a r (37% das esco lh as); os p ro fe ss o re s m e n cio n a m seu s
LOiinecim entos pessoais com o Luiia das tuiiitaoc^ pGia sejam capazes
de alterar a sua prtica; 23% dos professores ap on taram a falta de form ao
21
A i,i - c j r 1C o n r ^ r t a n e n t o p i ' i i a E d u c a o : C o n t r i b u i o e s R t - c e n t e s
22
dos alunos, com patveis com o investim en to d e recu rsos e tem p o em
p rogram as de aprim oram ento profissional.
P od em -se levantar v rias hipteses p ara exp licar esse fato, das
quais seno d estacadas d u as aparen tem ente m ais provveis.
U m prim eiro aspecto que m erece ser an alisado diz respeito falta
de continuidade e seduo exercid a p or "m o d ism o s sobre a poltica
educacional, influenciando, p or su a vez, os tem as e o con te d o d os cu rsos
oferecidos.
Tais cu rsos tendem a p riorizar a d iv u lg ao de inform aes de
"n o v as" teorias educacionais ou p ro po stas p ed aggicas, e o fazem , em
geral, descartando as "velhas p rticas" com o ultrapassadas, sem p ro m ov er
um a anlise crtica e isenta d as m esm as. A lm disso, m u itas v e z e s o
m aterial que apresentado ao professor com o um a "n o va teoria" o u "n o va
p roposta" constitui um a aplicao precoce ou u m a generalizao indevida
de trabalhos tericos ou de d ad os de pesquisa de d eterm in ad o a u to r /
corrente. Exem p los de ap licao pou co criteriosa p od em ser en co n trad o s
na form a com o o trabalho de Piaget foi tran sp osto p ara a sala d e aula,
sem a construo da necessria p onte entre as teorizaes e suas d erivaes
p rticas ou com o os d ad o s d escrito s p o r Em lia F erreiro, re la tiv o s
aquisio "e s p o n t n e a " da leitu ra e da escrita nelas cria n a s, foram
rap id am en te in terp retad o s co m o su g est es p e d a g g ica s que ela no
defendia e, por vezes, com batia.
Assim , p ropostas bem intencionadas de levar ao p rofessor n ovos
conheci m entos m uitas vezes se p erd em p o r ignorarem seu rep ertrio de
entrada para estes cursos (isto , os conceitos, m etodologia e estratgias
que vinha utilizando) e sobrepor a este um novo cabedal de conhecim entos,
eventuais qualidades existentes n a "n o v a" p ro p o sta tm seu p oten cial de
execu o m inim izad o p ela dificuld ad e que o p ro fessor en fren ta p ara
integrar n ovos conhecim entos a prticas que j vinha adotando, p o r vezes,
com sucesso.
P or outro lado, o abandono sucessivo de p osturas tericas e /o u
metodolgicas impede que o professor chegue a conhecer, em profundidade,
qualquer um a delas: sua ao docente tom a-se truncada pela necessidade
de substituir um a proposta por outra, uma m etodologia por outra.
Desta form a, observa-se no professor o m esm o que m uitas vezes se
pode perceber nos alunos: detm um a quantidade enorm e de inform aes,
m as tm dificuldades significativas para lidar com elas, seja do ponto de
vista intelectual (integrando-as, rclacionado-as etc), seja do ponto de vista
pragm tico (o que fazer com elas na sala de aula).
Uma segunda razo que se pode sugerir para a eficcia aparentem ente
baixa dos cursos para professores refere-se natureza em inentemente verbal
23
, \ n i ' - - e do C o m p o r t a m e n t o p a r a a P d u r a o : C Ti tn b ui es Recente--
e M a r i u u t t i - D e i Rey . M. l q79). O b j e t i v o s s o c ia i s n a p r - e s c o la e m S o P a . ii o : u m a a v a l i a o . S o
Paulo Mimoo.
!. ? V r 'mi rt-hco * n tre o dizer e o fo ie r dn v r o f ^ ^ r . P e a u i ? a d e i n i c i a o
c : ' : n t r : c a ap : e ? e r> t 3 d a P i c u l d a d e d e P s i c o l o g i a da P U C - S P . S o P a u l o .
' I d e m N o t a 6.
24
escola ser considerada forte"). O utras vezes, co m p o rtam en tos av crsiv os
p or p a rte d os alunos ("in d isc ip lin a ", "fa lta d e resp eito p a ra co m o
p rofessor") geram reaes, por p arte dele, que co m p ro m etem o "ensino
individualizado": o professor evita contato co m estes alunos (portanto,
conhece pou co de seus repertrios e necessidades) e fica mais sob controle
de seu com portam ento interacional (adota m edidas disciplinares) do que
de seu desem penho acadm ico. O u, ainda, o p ro fessor "p u n id o " por
ap resentar avaliaes diferenciadas dos alunos, com o no exem plo aqui j
m en cionad o, em que p ara cada aluno que ficasse abaixo d a m dia o
professor teria que redigir um relatrio.
Do exposto, fica a constatao: muitos so os fatores que controlam o
com portam ento dos professores. No entanto, aquilo que realmente deveria
control-lo - os seus alunos, os resultados que observa neles, as transformaes
neles provocadas e a relao com os objetivos propostos - o que m enos o
tem feito. E e com preensvel que seja assim : sem saber com o p rod u zir
resultados satisfatrios do ponto de vista da aprendizagem , o professor no
"olha" para o que est acontecendo com os alunos. Se o fizer, ver, com alta
probabilidade, evidencias de seu fracasso. Ento, o professor se esquiva da
situao aversiva que dem onstrao da sua incom petncia, desvinculando
os resultados de seus alunos de sua prpria atuao.
A l g u n s p r in c p io s p a r a o E n s in o d e r i v a d o s d a A n u s f. do
C o m p o r t a m e n t o 11
' E s t e s p r i n c p i o s s o d e t a l h . i d a m e n l e d i s c u t i d o s e m Z a n n o t t o 2C0G).
25
'<? ,J ''- C (''*T ' 'rtsm cnt'' parn .1 IM u caT Contribuies Recentes
26
dos alunos, o quai incom patvel co m a ocorrncia de um procS^D de
a p re n d iz a g e m eficaz. C o m freq n cia, su rg e m co m p o rta m e n to s
agressivos de am bas as p artes, o que distancia os professores de sua
fu n o p r im o r d ia l, q u a l seja, i n t e r f e r ir p r o d u t iv a m e n t e n o
com portam ento dos alunos.
27
A " .; . -< c i' p.Tr.i a Educao: Contribuies Recentes
(...) Quando uma criana decora uma poesia para escapar a uma
reprimenda ou para garantir uma nota boa na escola, ela est sendo
afetada por uma conseqncia artificial (isto , por algo que
extrnseco poesia). Quando ela l a poesia, ou a declama para si
mesma, "por prazer", ela est sendo afetada por contingncias
naturais. Portanto, "natural" ou "artificial" no se referem ao biolgico
ou ao social, e sim s contingncias embutidas ou s justapostas s
prprias atividades. Quando eu abro uma porta, inevitvel que um
novo cenrio se descortine (conseqncias naturais); se algum me
agradece por faz-lo, isso depende das regras sociais vigentes
(conseqncias artificiais), (p. 148)
29
A p. d n C o n r ^ r - a m c n t o p j ; j a 1- d u c n o : C o n t r i b u i e s R e c e n t e ^
p r e p a r a r os a lu n o s; em o u tra s p a la v r a s , os a lu n o s d e v e r o te r a
oportunidade de com portar-se de forma o m ais sim ilar possvel ao exigido
nas situaes de vida extra-escola. Assim, se for esp erad o que o aluno
S aprenda a raciocinar, a pensar criticam ente e a encontrar sadas satisfatrias
s para situaes com que vier a se defrontar, im p ortan te que a escola
o fe re a o p o r tu n id a d e s p a ra q ue o a lu n o e x ib a c o m p o r ta m e n to s
com patveis com tais objetivos.
30
Cabe, porm , com entar um ltimo aspecto. Durante todo o tem po
falou-se "no aluno" quando um professor de ensino fundamental de um a
escola pblica conta, por vezes, com 40 alunos. Certam ente, mais concebvel
falar-se em acom panham ento e replanejamenlo de ensino quando se conta
com um nm ero pequeno de alunos. Indiscutivelmente, as propostas aqui
elencadas fazem mais sentido para um professor que trabalhe com poucas
classes e que no precise se deslocar de uma escola para outra.
A questo que p arece no h aver alternativa. Ou, pen san d o de
um a m aneira m ais "com p rom etid a",, n ecessrio tentar ch egar o m ais
p rxim o possvel do acom p an h am en to de cad a (ou de grupos de) aluno.
Caso con trrio, a batalha estar perdida desde o incio e restar ap enas ao
p rofessor o "alvio" de rep etir que, nas con d ies em que as crian as
vivem , elas no ap renderiam m esm o!
;R e f e r n c ia s B ib l io g r f ic a s j
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31
An.V-> C o n p o r M r i? n ! o p j r a a F .d u ca3o: C o n trib u i e s R ecen tes
7 . 32
Subsdios da Anlise do Comportamento
para a formao de professores
33
A r . -'V vir C o m p c rta n e n tu p ara a t d u c a o : C on trib u i es R ecentes
35
\ n ! >i.' J >C em p c-riarr.erto p ara a Educao: Contribuies Recentes
A CONCEPO DE EDUCAO
36
do trabalho educacional que o professor realiza a contribuio para a
sobrevivncia da espcie e da cultura.
G arantir a relevncia social do trabalho que realiza requer que o
p ro fessor - desde que adeq u adam ente form ado para isso - tom e com o
referncia (ou fique sob controle de) aquilo que an tev com o p ersp ectiva
de futuro para a sociedade. Ao faz-lo, o professor - agente fu n dam ental
da instituio educacional - p od e contribuir, de m od o relevante, p ara o
planejam ento de um futuro que aum ente as chances de sobrevivncia da
cultura.
A eficcia da ed u cao no p rep aro de in d ivd u os co m p e te n te s e
au t n om os p ara atu ar nas v ariad as instncias da realid ad e social est
d iretam en te relacion ad a su a eficcia em p re p a ra r, de m od o especial,
a q u e le s q u e n ela p e r m a n e c e r o p a ra e x e r c e r a q u e la f u n o : os
p rofessores.
O fundam ental papel social da ed u cao inviabiliza-se q u an do os
ag en tes que nela atu am n o co n seg u em e x e rce r, com co m p e t n cia e
au ton om ia, sua funo de ensinar. C ontrolad os p or con tin gn cias que
geram e m antm repertrios com p ortam en tais lim itados e rep etitivos,
por contingncias coercitivas, por regras im postas arb itrariam en te ou por
m r m lr n H a a n .irtr Hp i ri o n l n c n 7 3 oq nrnpQ Q nrpc:
o i . . . o i . .
m antm desinorm ados, desatual 2 ados e afastad os dos con h ecim en tos
que p recisam adquirir para ensinar de m odo eficiente e autnom o.
N o basta formar adequadam ente os professores se as contingncias
sob as quais eles trabalham os m antiverem - e a outros profissionais da
e d u ca o - com o tra b alh ad o res alien ad o s2. M as p reciso fo rm -lo s
adequadam ente, inclusive p ara que interfiram e m udem as contingncias
em vigor.
37
do (. n pn 't.im en to para 3 ITducno: Contribuies Recentes
esses eventos privados a dim enso de causas do com p ortam en to hum ano,
e n te n d e n d o -o s co m o e sta d o s co rp o ra is ou co m o co m p o rta m e n to s ,
explicveis - com o todos - a partir da relao do indivduo com o ambiente.
Ao buscar nas condies ambientais as razes do com portam ento
hum ano e ao enfatizar a importncia da anlise das com plexas relaes que
se estabelecem, ao longo da histria de vida de um indivduo, entre suas
respostas e os fatores am bientais que as antecedem e que as sucedem , a
anlise skinneriana se distancia, claramente, das determinaes mentalistas.
Essa perspectiva, segundo H olland, representa m ais do que a mera
rejeio de causas hipotticas, cujo valor cientfico se questiona. Representa
a crtica a uma viso da psicologia hum ana que tem dad o sustentao a
sistem as sociais que e x p lo ram e p erp etu a m a d esigu ald ad e entre os
h om ens c que adotam , com o um a de suas p rticas caractersticas, o culpar
a vitima. Fm palestra proferida em 1975, H olland afirm ou que:
A CONCEPO DE PROFESSOR
39
^ c_c-^ip^-t.itr^cn^o para a Educao. Contrbuie? Recentes
41
A n . V k e di.' C o m p o r t i n i c n V . ) p a r a a F d u c a o : C o n t r i b u i e s R e c e n t e s
A CONCEPO DE ENSINO
ti 42
Sf"
que o ensino ocorra, no a form a mais eficiente de ensinar. U m ensino
assistem tico e no planejado im pede que o p rofessor identifique suas
p r p rias falhas, im possibilita a crtica c a reviso do que c feito sob o
n om e de ensino e gera p erigosos subprodutos com o a atribuio de culpa
ao aluno e a iseno de responsabilidade daquele que ensina cm relao
ao pro cesso e ao p rod u to de seu trabalho.
E m coerncia com as persp ectivas que ad ota para a com p reen so
do co m p ortam en to h um ano entendido com o a relao entre o indivduo
e o ambiente, Skinner retira do aluno a responsabilidade pelo no-ap render
e atribu s contingncias am bientais a exp licao p ara as dificuldades e
p roblem as que ocorrem nas salas de aula A o p ro p o r que o planejam ento
do ensino seja fundado nos princpios da anlise com portam ental, Skinner
pe em destaque o papel do professor sem , no entanto, acus-lo com o o
n ovo culpado pelos problem as da educao. Ao con trrio, o que a anlise
skinneriana perm ite d efen der que o p rofessor precisa ser ensinado a
fazer aquilo que m uitos tm feito sem sucesso e, p rovavelm en te, sem
prazer: ensinar de m odo eficientc.
A o p ro p o r co m o co m p e t n c ia do p ro fe s s o r o p la n e ja m e n to ,
im p lem en tao e av aliao de p ro ced im en to s de ensino eficazes, sua
im plem en tao e avaliao e ao defender a necessid ad e dc p rep arar o
p ro fe sso r p a ra essa fu n o , pelo ensino siste m tico de p rin cp io s e
conceitos da anlise com p ortam en tal, Skinner v em , a nosso ver, preencher
uma lacuna que tem sido observada na form ao dos professores. O acesso
s m ais diversas teorias da aprendizagem no tem sido condio suficiente
p ara alterar a p rtica do p rofessor; con hecer os princpios e con ccitos
fundam entais de tais teorias no tem bastado p ara que o professor consiga
traduzi-los cm procedim entos de ensino eficazes.
A cred itam os que a anlise co m p ortam en tal do ensino, ao enfatizar
a relao do indivduo com o ambiente e ao explicar por meio dos conceitos
de co m p o rta m e n to o p e ra n te c de co n tin g n cia s de re fo ra m e n to as
m u d an as com p ortam en tais do aluno, fornece um referencial terico que
p od e ser aplicado ao planejam ento de p roced im en tos de ensino dando,
ao p ro fessor condies de identificar as aes necessrias para levar o
aluno a aprender.
M as preciso tom ar o cuidado dc no estabelecer este ou aquele
p ro ced im en to d e ensino com o o m odelo ad eq u ad o a ser ad otad o em
qualquer situao. C oerente com sua anlise,
Skinner considera que, ao definir a estratgia a adotar e ao decidir
o recurso a utilizar, o professor deve se p au tar pelo objetivo que pretende
atingir e peia anlise do com portam ento que quer ensinar, evitando, assim,
a adeso acrtica a frm ulas e reccitas.
43
-Vvvise - V L o n p ^ r t a r i e n t f . ) p.ira a Uclucano: C<.mtnbue5 R e c e n t e s
ntl 44
3
em condies m ais ad eq u ad as p ara avaliar o p rocesso de a p re n d i/a g e m
do aluno, bem com o o p r p rio processo de ensinar. A avaliao do aluno
feita pelo professor passa a ter u m significado peculiar. Avaliar o aluno
requer avaliar as con dies oferecidas a ele p ara aprender, inclusive o
com portam ento do prprio professor, passando a avaliao a se constituir,
ela m esm a, com o um a co n d io adicional que possibilita ao professor
rever e replanejar as con tin gn cias de ensino disponveis.
C o n s id e r a e s f in a is
45
\ n i 1-ttr d o C o n p o r ijm e n t n p a ra a E d u c a o : C o n trib u i e s R ecen tes
R f f f .r n c i a s B ib l io g r f ic a s
46
Formao dc Professores no Brasil (1969-1980) - Os Resumos Analticos em Educao.
Ministrio da Educao.
Silva, R. N., Espsito, Y. P., Sampaio, M. das M.; Quinteiro, ]. (1991) Formao de
professores no Brasil: um estudo analtico e bibliogrfico. So Paulo: Fundao
C arlos C hagas e REDUC (Rede Latino A m ericana de Inform ao e
Documentao em Educao).
Skinner, B.F. (1978) Reflections on Behaviorism and Society. Englewood Cliffs, New
Jersey: Prentice Hall, Inc.
Skinner, B.F. (1987) Upon Further Reflection. Englewood Cliffs, New [ersoy:
Prentice Hall, Inc.
Skinner, B.F. (1989) Recent Issues in Analysis of Behavior. Columbus, Ohio: Merrill
Publishing Company.
47
A excluso da Anlise do
Comportamento da escola: o que o
livro didtico de Psicologia tem a ver
com isso?
P a u la S. G io ia 1
L PUCSP
49
A : i . :, so do Com portam ento para a Kducao: Contribuies Recentes
50
em procedimentos aplicveis. O que lhes tem sido passado, de modo
geral, ou um resumo da teoria ou, pior, procedimentos dela
derivados sob a iorma de receitas, que acabam virando fetiches. A
questo que para corrigir esta distoro necessrio no apenas
conhecer bem a teoria, como ter uma viso clara do que ensinar,
como ensinar e para quem ensinar.
51
A possibilidade-d e us-los [os procedimentos] adequadamente est
diretamente relacionada ao conhecimento de seus fundamentos
explicativos e de seus limites e assuno de seu significado no
contexto de uma anlise do ensino e da educao.
53
A p .il;- 1 vlo C o m p o rta m e n to p.irn a F d u ca c.u i: C o n trib u i e s R ecen tes
conceito no exigiu dos au to res mnis esclarecim entos, alem do que havia
sido tratado na relao resposta-reforo.
A noo de relao operante com o u m a relao de dois term os
ficon tam bm evidente na discusso de controle d e estm ulos. P ou cos
livros identificaram precisam ente os trs term os da trplice contingncia.
Alm disso, controle de estm ulos, quando apresentado, raram en te foi
relacio n ad o a p ro ce sso s d en o m in ad o s cognitivos. P o rta n to , alm da
descrio do condicionam ento operante de um a resposta em um a situao
na qual o estmulo discrimina ti vo dificilmente m encionado, pouco restou
p a ra ser c o n h e cid o p e lo le ito r e, p r o v a v e lm e n te , ele te r p o u c a s
oportunidades para conhece m ais sobre a im portncia da relao operante.
Isso s ig n ific a e n te n d e r c o m p o r ta m e n t o o p e r a n te m u ito
p ro x im a m e n te do q u e u m a r e la o r e s p o n d e n te . E sse tip o de
com preenso aparece na form as com uns de designar a abordagem : teoria
S-R ou do condicionamento, o que parece levar a um a viso de um a relao
au tom atizada, passvel de ser aplicada apenas em respostas simples. N o
apenas pelo nm ero de term os envolvidos, m as porque a ausncia do
e s tm u lo d is c r im in a tiv o c o n f ig u r a u m a r e la o a r b itr a r ia m e n te
desencadeada, catica, na qual a resposta estaria sendo passvel de o correr
sem pre, sem operar no ambiente, a despeito da situao vivida pe!o sujeito.
E n tre as n oes da anlise do co m p o rta m e n to , u m a d elas foi
in co rp o rad a aos texto s d id tico s: os efeitos p reju d iciais do co n trole
av ersivo . B asicam ente, os au tores en ten d eram a p osio co n traria da
abordagem em relao ao seu uso, e isso im plicou a ocorrncia de um
nd ice elevad o de p reciso quando a n oo de co n trole av e rsiv o foi
apresentada ao lado da no recom end ao d e seu uso.
T a lv e z , p e la m e s m a r a z o a d is c u s s o so b re c o n tr o le do
co m p o rtam en to no tenha sido d estacad a n os liv ros. Se em anlises
anteriores a noo de controle era identificada com coero (M iraldo, 1985,
DcBell e H arless, 1992; Todd e M orris, 1992; C arrara, 1998} nos livros que
an alisam o s isso no o c o rre u , dessa to rm a , a n o o d e co n tro le do
com portam ento no parece ser mais uma fonte de incom preenso e crticas
em relao abordagem .
N o en tan to, a d e sc ri o a resp eito d os co n ceito s en vo lven d o
controle aversivo, apresentou problem as. O conceito de punio raras
vezes incluiu as duas form as de punir; freqentem ente a definio de
punio foi descrita em relao aos efeitos sobre a resposta. A lgum as
descries no deixaram clara a diferena entre extino e punio quanto
retirada do estm ulo reforad or positivo, ou seja, a sutileza entre os
cnntvia>> no foi identificada de tai form a que no foram diferenciados.
54
Isso acarretava que, embora estivesse claro que a abordagem no
re c o m e n d a v a o u so d o c o n tro le a v e rs iv o , as ra z e s d e riv a d a s da
experim entao no eram apresentadas, implicando na pobreza da discusso
sobre os efeitos da punio (mais relacionada a preceitos m orais) e suas
indevidas extenses to possveis de estarem presentes no ambiente escolar.
.. A definio de reforam ento negativo sofreu os m esm os erros que
a de reforam ento positivo: n o estava claram ente identificada a resposta
cuja probabilidade se alterava, em funo d a conseqncia. P arccia-n o s
que o conceito de reforam ento, mais uma vez, estava restrito inform ao
sob re o e stm u lo co n se q e n te , nesse ca s o , u m e stm u lo re fo ra d a r
n e g a tiv o . C o m isso se p e rd ia a co m p re e n s o d a re la o o p e ra n te ,
especialm ente no que concerne ao papel ativo de quem se com p orta. C om o
j dissem os, essa form a de apresentar a relao o p erante d escaracteriza o
sujeito co m o algum que tam b m m odifica o m u n d o e no ap en as
m odificado p or ele.
55
nas quais "a m cn tc" no assu m e papel de destaque, que para os autores -
reduz-se a aes pouco im p ortantes no contexto educacional.
A excluso da "m e n te " da cau sao das aes levou os autores a
entenderem a com petncia da abordagem apenas na exp licao de aes
desprovidas de significado "h u m an o ", ou seja, aes identificadas com o
"execuo de habilidades", q u e n o en vo lviam "fenm enos psicolgicos
complexos", que no exigissem "raciocnio", no se referissem a ''desejos e
fantasias" ou "sentimento ", n o estivessem relacionadas a "objetivos a longo
prazo", ou seja, aes en volven do, apenas, fenmenos secundrios
Hssa forma de co m p reen d er as aes que fazem parte do objeto de
estudo da abordagem , a despeito das inm eras im precises relacionadas
aos conceitos da anlise do com portam ento, expe a desqualificao do
b eh av io rism o p ara e x p lic a r "a ssu n to s h u m an o s re le v a n te s". N essa
perspectiva, a abordagem s poderia atender a assuntos m enores ou pouco
im portantes, ou seja, aqueles que no requeiram a "m en te".
57
And'ist? Jo C om portam ento para a Educaao. C ontribuies R ecentes
V rio s p r o b le m a s p o d e m se r c o n s t a t a d o s n o q u e o a u to r
caracterizou com o a v erso skinneriana de planejam ento de contingncias
de ensino con du zid o por um professor: o desrespeito ao ritm o individual
do aluno, a interao professor-aluno feita por sons e palavras dc ordem ,
o controle do com p ortam en to do aluno por estm ulos esprios, a ausncia
de reforadores naturais e arbitrrios contingentes realizao correta da
atividade. Alm disso, seria possvel dizer que o au tor, ao sugerir que o
recreio tam bm seria m ecanizad o, estaria induzindo o leitor a pensar que
as crianas estariam p rivad as da interao co m outras crianas? Q uem
p oderia q u erer u m a crian a num a escola que im p ed isse a in terao
hum ana? E quem se interessaria em se to m a r u m professor no m odelo
sk in nerian o, cuja fu n o ficou re d u z id a a m a n te n e d o r m ecn ico de
equipam ento?
58
N a m esm a linha d e tran sm isso de im a g e m ^ r fr E iz d a " da
ed u cao, encontram os u m livro que faz um texto sucinto sobre o uso de
co m p u tad o r e textos p ro g ram ad o s, sem d estaq u e p ara os asp ecto s que
m e lh o rariam a ap re n d iz a g e m e, em seg u id a, a p re se n ta um d esen h o
"ilu strativ o sobre m q uinas de ensinar que co rresp on d e m ais a um a
chargc indicativa ao leitor que a proposta skinneriana deveria ser vista
com o um a sala de aula na qual alunos e p rofessores so robs, ou seja,
um local desprovido da to d esgastad a "h u m an id ad e".
E m um a outra d ire o , en co n tram o s u m livro que a p re se n ta ,
detalhadam ente, a descrio d a seqncia de treinam ento deTim ta c h o r ro
e salienta que a m esm a p ro p o sta poderia ser u sad a no planejam ento de
um a p ro gram ao de ensino p ara hum anos. O a u to r deixa isso claro na
descrio abaixo.
59
.WiiH.' du Curnpurt.imento para a Educao: C ontribuies Recente?
A l g u m a s p a l a v r a s f in a is
G U E N T H E R .. Z C E d u c a n d o 0 s e r hu m an o um a a b o r d a g e m d o p s i c o l o g i a h u m a n is ta . C a m p in a s
M e r c a d o das Le tra s, ~.1 ed. 199 7.
p ro fe ss o re s b e h a v io ris ta s (L a m a l,1 9 9 5 ; M ira ld o , 1 9 8 5 ; S ilv a, 1987)-
fam iliarizados com a ab ordagem e com os p ossveis pontos crticos que
atraem com um ente m al-entendidos e divergncias. O que esperar, ento,
de um ensino conduzido por professores que desconhecem a ab ordagem
e que d evem inclu-la em seus p rogram as de cu rso? N o dep en deriam
eles m ais fortem ente de algum recurso que pu d esse coloc-los cm co n tato
com o conhecim ento produ zid o pela abordagem ?
Buscar o conhecim ento cm livro - o que faz parte da histria do
professor - tende a ser a alternativa m ais p ro vv el de ocorrer. D entre os
2 ? livros que apresentam diferentes abordagens, apenas cinco deles eram .
co m p o stos p o r v rio s au to res, cad a um escrev en d o sobre lim a n ica
abordagem (nesse ltimo caso, encontram -se apenas dois livros de autores
behavioristas). C om o nos parece difcil que um au tor esteja profundam ente
fam iliarizado com diversas abordagens, p od em o s esp erar escorreg es"
ou falhas conceituais e /o u epistem olgicas na ap resentao de qualquer
uma das abordagens. Em outras palavras, p rovvel que o problem a da
im preciso na d escrio d a abordagem no o corra exclu sivam en te em
relao ao behaviorism o, o m esm o poderia ser v erd ad eiro para qualquer
abordagem (Todd e M orris, 1983).
P ou cos u saram as obras de Skinnev e quem usou o fez inarticulada
ou Lnapropriadam ente: tran screve frases deslocad as do contexto na qual
foram ap resen tad as e /o u as interpreta im p recisam ente. Alm d isso, a
descrio dos aspectos pelos autores evidenciou p ou ca fam iliaridade com
a abordagem e ausncia de relao entre os aspectos, ou seja, conhecim ento
d erivado de " leituras apressadas" de Skinner (C arrara, 1998).
Q u e s ig n if ic a d o te m iss o p a ra o le ito r ? E n tre d e s c r i e s
inconsistentes (precisa e im p recisa), qual d as d u as faria p arte d e seu
repertrio de conhecim ento sobre a abordagem ? Tendem os a con sid erar
que o leitor ficaria com a pior delas, a que mais se ajusta s rep etid as
crticas que ouve e a que m ais se integra a sua cultura que, segundo Skinner
(1 9 7 4 /1 9 9 3 ) , j in co rp o ro u lin g u ag em leiga term os o rig in a d o s de
form ulaes da psicologia tradicional.
O fato de o behaviorism o radical ser ap resen tad o nos diferentes
m eios de co m u n icao de form a im precisa ou insuficiente im p lica o
desconhecim ento da contribuio efetiva que a anlise do com p ortam en to
p o d eria o fe re ce r p ara as d iferen tes rela e s d o in d iv d u o co m seu
ambiente. D entre esses contextos de interao, o am biente escolar destaca-
se com o um a situao privilegiada, em funo do papel que a ed u cao
tem em um a sociedade, conform e assinalado por Skinner (1972, p . 2 2 2 ).
^ Mn-lmrtnfi tjm cj-fnmn /ta nW>ir~'j> rtawa rmvnivor nnnrfnnW.i^ Mffp 3
61
An :^o jo C n m r rf.n m en to para a Fducoo Conlribuces Recentes
e a afastarem da escola.
R e f e r n c ia s B ib l io g r f ic a s
i
62
Miraldo, C. V. (1985) Conhecimento e crenas de estudantes de psicologia acerca da anlise
experimental do comportamento. Dissertao de Mestrado. Instituto de Psicologia
da Universidade So Paulo.
Todd, J.T. & Morris, E.K. (1983) Misconception and miseducation: presentations of
radical behaviorism in psychology textbooks. The behavior analyst, 6, 153-160.
Todd, J.T. & Morris, E.K. (1992) Case histories in the great power of steady
misrepresentation. AmenWw Psychologist 47
Turkat, I. D., Harris, F. & Forehand, R. (1979) An assessment of the public reaction
to behavior modification. Journal of Behavior Therapy and Experimental
Psychiatry, 101 101-103.
63
Ensino individualizado:
Educao efetiva para todos
P arte I: O r ig e n s , c o n c e p e s e c o n d ic io n a n t e s
65
Ar>!:<c do Com portam ento para a Educao: Contribuies Recentes
66
co m p o rta m e n to /v a ria e s am bientais, era n a tu ra l que Skinner fizesse
incurses plausveis nas reas da aprendizagem , d o ensino e da educao.
Em seus laboratrios, havia explorado exatam en te essas reas, em seus
experim entos cientficos.
Avaliando e analisando problem as da ed u cao, especialm ente nos
Estados Unidos, nos anos 50, Skinner (1958,1961) assinala que ela no estava
cumprindo seus objetivos. Paralelamente dem anda crescente por educao,
a qualidade do que era ensinado no era satisfatria; m uitos estudantes
cum priam , a contragosto, o ensino fundam ental obrigatrio; vandalism o e
manifestaes violentas nos am bientes educativos sinalizam a hostilidade
presente neles; o desinteresse e a falta de com prom isso dos alunos com os
program as escolares estavam sem pre presentes nas queixas dos professores;
as d ificu ld ad es no m anejo de ensino co letivo p a ra o aten d im en to de
ap rendizes o rgan izad os, conform e algum p a d r o de h om og en eizao,
m antinham -se sem pre fora do alcance dos docen tes; grandes diferenas
nos desem penhos alcanados pelos alunos eram registradas; notava-se um a
m ediocrizao do ensino (a m aioria dos estudantes concentrava-se em tom o
de valores m dios de desem penho; uns poucos ultrapassavam esses valores
e outros poucos posicionavam -se aqum dos m esm os e eram abandonados
nessas condies); a explicao dos problemas de aprendizagem era buscada,
na m aioria das vezes, no prprio aprendiz ou em condies fsicas do
ambiente escolar.
Tradicionalm en te, as solu es p ro p o stas p ara p ro b lem as dessa
n atu re z a referem -se a: co n stru o d e m ais p r d io s, trein am en to d os
professores, m odernizao do m aterial didtico com utilizao de recursos
udio-visuais (filmadoras, televisores, projetores, e agora, com putadores
etc.), adm isso de um nm ero m aior de alunos p or turm a, em resposta
dem anda por educao, am enizao de procedim entos punitivos, alteraes
fsicas nas salas de aula (mobilirio, cor de paredes, tipo e cor de "qu ad ro-
n egro", iluminao etc.), edio de livros a cores, aum ento salarial para
professores, m elhoria nos critrios ad otad os p a ra a g ru p ar estu d an tes,
en cam in ham en to de alunos e fam Eiares p a ra atend im en to psicolgico
especializado. Skinner (1954,1958) afirm a que tudo isso pode ser feito sem
que haja qualquer m udana nos p adres de ed u cao e em seus resultados.
Estas solues no lidam com o v erd adeiro p rocesso de ensino ou
de aprend izagem . N o analisam o que est acon tecen d o quando o aluno
ap rende, ou seja, quando ou ve u m a p alestra, l um livro, escrev e um
trabalho o u soluciona u m problem a. Elas no inform am com o alterar ou
aum entar a produtividade dessas atividades. D estaque-se que os m todos
dp ensino e de educao so geralm ente negligenciados. A utilizao de
recursos udio-visuais, com toda a sua sofisticao, no constitui novo
67
Anlise do Comportamento para a Educao: Contribuies Recentes
68
para os animais, Skinner previu que a efetivao dessa nova maneira de
ensinar (Instruo Programada) requeria a utilizao de equipamentos
mecnicos que pudessem garantir a apresentao precisa das condies
antecedentes selecionadas para o ensino, o registro preciso das respostas
dos aprendizes e a apresentao precisa das condies conseqentes
previstas para os desempenhos dos alunos. Esses equipamentos
constituram as conhecidas Mquinas de Ensinar.
Essa proposta educativa trazia, em sua essncia, a noo de ensino
individualizado. Nem poca ser de outra forma. Habituado s ocorrncias de
laboratrio, Skinner pde observar, durante dcadas, as diferenas individuais
no desempenho de seus animais. Isso lhe fez reconhecer que cada organismo
estabelece uma relao com as contingncias que lhes so apresentadas de
uma maneira peculiar. Dessa forma, transferiu esse conhecimento para o
padro de ensino humano que props, introduzindo nele a noo
indispensvel de respeito ao ritmo prprio de aprendizagem do aluno.
Hm seu livro The technology ofteaching (1968)1, nos captulos 2,3 e 4,
Skinner aponta, exemplifica e discute vrios condicionantes de sua
proposta de ensino programado, atravs do formato da Instruo
Programada. Numa tentativa adaptada, de sntese, ressalte-se:
69
-\n<l-e do Com portam ento para a Educao: C ontribuies Recentes
71
A nlise do Com porta men to para a Hducaao: C ontribuies Recentes
F-te a r t i g o e n c o n t r a - s e t r a d u z i d o p a r a a l n g u a p o r t u g u e s a : F.S. K e l l e r ( 1 9 7 2 ) A d e u s , M e s t r e !
T r a d , . M a r i a I g n e s R o c h a e S i l v a . Cincia e C u ltu ra , 24 (3): 2 0 7 - 2 1 2 . E m : Revi.sra B ra sile ira de Terapia
C om p o rta m e nto! e C o g n itiv a , v. 1 , n. 1 , 9 - 2 1 , 1 9 9 9 .
r c l i i - J a wc : ep r > -, d i^ 5o d o J o u r r z l s f A p p lie d S th z v is r A n & ly z lx I Q6 ? , 1 , 7 ? - ? .
J H. for?,.) The personalized sv s tem o f in s t r u c t i o n (P S I ) - (h e K e lle r plan a p p lie d e n g i n e e r i n g education.
A u s tin . T e x a s : B u r e a u o f E n g i n e e r i n g T e a c h i n g , 1 9 7 1 .
4-.-A-nfase na palavra escrita na comunicaao proessor-aluno; g
finalmente,
5. Ouso de monitores,que permite testagens repetidas, avaliaes
imediatas, tutela quase inevitvel e um aumento acentuado no
aspecto scio-pessoal do processo educacional."
73
A nlise do Com portam ento para a Fduca.io: Contribuies Recentes
74
precisa da natureza e d os condicionantes da nova tecnologia de ensino
que se pretendia desenvolver.
C on tu d o , essa frag ilid ade no im p ed iu u m g ran d e v o lu m e de
adeses e de trabalhos na rea. A Instruo P ro gram ad a teve seu pico de
p ro d u o nos anos de 1968 e 1969, conform e V argas e V argas (1992). O
PSI expandiu-se at os anos 80, passando a exp erim entar a m esm a retrao
ob servada na Instruo P ro gram ad a (IP). N o Brasil, de acordo com Freitas
(1987), os trabalhos sobre m aterial instrucional, procedim entos de Ensino /
A p r e n d iz a g e m (IP , P S I, C P I), A d m in is tr a o d e S ala d e A u la ,
D esenvolvim ento C u rricu lar e Institucional e outras variedades correlatas,
fo ram se acu m u lan d o co n tin u a m e n te en tre os an os d e 1962 a 1 9 82,
som an d o 425 produes. Os trabalhos referentes a Instruo P ro gram ad a,
Sistem a de Ensino Personalizado e C urso P rogram ad o Individualizado
so m aram , no perodo, 219 p rodues.
De M arm o (2002) registra que o n m ero total de publicaes no
Journal of Applied Behavior Analysis (JABA), no perodo com preendido entre
os anos de 1968 (lanam ento da revista) e 2000, sofreu uma queda b ru sca
d o s a n o s 1 9 7 8 a t 1 9 9 0 . D e s ta c a q u e os a r t ig o s so b re E d u c a o
acom p an h am essa queda d e um a m aneira m ais vertiginosa. A p artir dos
anos 90, h um a retom ad a no nm ero de artigos publicados na Revista.
N o entan to, os trabalhos sobre E ducao no se recu p eram da q u ed a,
m antend o-se em nveis p ou co expressivos.
C sar (2002), analisando a produ o no cam po da E d u cao cm
sete revistas brasileiras que concentram as publicaes dos analistas do
com p ortam ento, no perod o com preendido entre as dcadas de 60 e 90,
observa o predom nio e o crescim ento de publicaes sobre E d u cao at
os anos 80. Posteriorm ente, nota-se um a queda geral de publicaes sobre
Anlise do C om portam ento A plicada em correspondncia com um a queda
vertiginosa na publicao de trabalhos sobre E d u cao.
O p r p rio Skin n er (1 9 9 1 ) reco n h ece u o fra ca sso da In stru o
P ro g ram ad a nas escolas, ressaltan d o que con tin u ava viva "na indstria
onde, a cada ano, so gastos milhes de dlares em programas instrucionais
(p. 127).
O que teria acontecido com um a proposta de ensino to prom issora,
especialm ente por ser a nica a garantir efetividade de ensino p ara todos
os alunos?
Skinner (1991) rep o rta essa retrao a d isp u tas polticas en tre
E stad os U nidos e Unio Sovitica nos anos 50, q uando o lanam ento do
Sputinik abalou a v aid ad e do poderio am ericano. P ro m u lg aram o A to de
Defesa da Educao N acional e estim ularam com m uitas verbas o ensino
de cincia e m atem tica. A Psicologia C ogn itiva, os m atem ticos e os
75
A n iw do Com portam ento p ira a Educao. C ontribuies Rocentes
76
V erplanck (2 0 0 2 a )4 atribui o fracasso a p reco n ceitos do p r p rio
Skinner que teria exag erad o n a sua defesa de ap ren d izag em sem erro. As
reform ulaes sucessivas dos p ro gram as acaba torn an d o-o s tolos. Alm
disso, considera que a rev iso dos p rogram as era m uito d e m o rad a, no
p od en d o com petir com as revises muito m ais rp id as de livros de textos.
S a lie n ta q u e a lg u n s l iv r o s a tu a is , e s p e c ia lm e n te d e a n li s e d o
co m p ortam ento, j incorp o raram alguns princpios de p ro g ra m a o em
sua reedio. Hm outra ocasio , Verplanck (2002b )5 discute a questo do
texto p ro g ra m a d o lin earm en te, na In stru o P ro g ra m a d a , p a re ce n d o
preferir texto tradicional.
A lm dessas co n sid era es, grande p arte d as crticas ao ensino
p ro g ram ad o se referem a: p assiv id ad e do alun o; d esco n sid erao das
diferenas individuais; m ecani cism o do processo e n sin o /a p re n d iz a g e m ;
custo m uito alto; desem prego dos professores; m assificao e p ad ron izao
dos alunos. Pode-se d izer que este conjunto final de crticas, alm de j
respondidas inm eras v e 7.es p o r Skinner (1958, 1968, 1991), d em onstra a
ignorncia dos crticos sobre a m atria criticada. Ressalte-sc que a eficincia
da Instruo P ro gram ad a e /o u Ensino P ro gram ad o jam ais foi p osta em
d vid a. N em os crticos m ais ferrenhos jam ais a rg u m e n ta m q ue no
ensinam (Silverm an, 1978).
D e s ta q u e -s e a in d a q u e p o c a da p ro p o s i o d a In s tru o
P rogram ad a, os com p u tad ores no estavam disponibilizados. U m a grande
diferena p od e ser o p erada agora.
N ote-se tam bm que as p reocu p aes ligadas a gastos econ m icos
no se su ste n ta m . T o d os os p ases d estin am v e rb a s co n sid e r v e is
ed u cao ano-a-ano. O re to m o deste investim ento, alm de d u vid oso, no
tem se m o stra d o satisfat rio . O s p rob lem as no ensino p e rsiste m nos
m esm os p atam ares ap on tad os p or Skinner na d cad a de 50. M u d an as
no sistem a educacional, de u m m odo geral, so dispendiosas. N o entanto,
o prprio Skinner (1978) d eclara que uma soluo para o problema econmico
sim plesm ente tornar a instruo mais efetiva" (p. 12 9 ). O s p re ju z o s
d e c o r r e n t e s de u m a s o c i e d a d e m a l e d u c a d a s o i n e s tim v e is ,
especialm ente quando se con sid eram seus reflexos no convvio social, na
s a d e , n a s e g u ra n a , n o s e to r p r o d u tiv o e n o p r p r io p ro je to de
d esen v olvim en to dos p ases. A velocidade de in o v a es tecn o l g icas
dissem inadas em todo o p laneta exige um a reviso urgente no sistem a
educacional que rom p a, de m aneira definitiva, sua tendncia inrcia.
D is cu ss e s r e la c io n a d a s ao s tem as a b o r d a d o s , a t aq u i, so
en con trad as em Teixeira (2000, 2001, 2003a).
77
*.' Ari. se do Com portam ento para a Educao: C ontribuies Recentes
^ P a r t e II: D a s p r o p o s i e s a u m a p r t ic a n o e n s in o p r -e s c o l a r
O
-nj P assa-se ag ora a d escrev er p arte de um a experincia, realizad a
d u ran te dez anos, cm um a escola infantil de Belo H orizonte.
A partir do convvio com esse conjunto de proposioes, pretendia-
O se desenvolver um p rogram a de contingncias para o ensino da escrita e da
,% leitura com o objetivo de resolver problem as enfrentados, na pr-escola, no
desenvolvim ento desses repertrios em seus alunos. Registrava-se, ento,
um a variedade m uito grande no padro de desem penho produzido pelas
''n prticas dc ensino vigentes. A lguns liam e escreviam em nveis considerados
satisfatrios e adequados para a idade. O utros o faziam de uma m aneira
av aliad a co m o m ed o cre, n o atin g in d o o p a d r o v islu m b ra d o p e la
-"N instituio. A lguns outros no atingiam sequer esse p atam ar m edocre. A
esco la co n v iv ia, h d o is an o s, co m essa situ ao e sab ia que esta v a
fracassando no desenvolvim ento desses repertrios com porta m entais.
Dessa form a, em 1973, sob a orientao da Profa. Dra. C arolina
"3 M artu scelli Bori, foi co n stru d o u m p ro g ra m a de co n tin gn cias p a ra
instalao do co m portam ento de escrever e, atravs dele, chegava-se ao
co m p o rtam en to de ler. Esse p ro g ra m a foi p rev isto p a ra ser ap licad o
individualm ente e p ara ser im plem entado na escola no ano seguinte. N o
entanto, ao projetar a im p lan tao isolada deste p ro gram a, os problem as
^ foram tantos que optou-se p or m u d ar todo o sistema educacional d a escola
~ que atendia, na poca, crian as de dois a seis anos. G radativam ente, a
p a r t ir d e 1 9 7 4 , a i n s t it u i o foi se n d o to ta lm e n te p r o g r a m a d a ,
lj A justam entos sucessivos nas program aes foram sendo feitos at que,
em 1977, ch eg aram a u m a fo rm atao m an tid a at 1983, quando essa
experincia de ensino p ro g ram ad o pr-escolar foi en cerrada (Teixeira,
1983a, 1983b, 2002a).
O presente trabalho ap resen tar os p rogram as de contingncias
construdos para o ensino de escrita e leitura e para o ensino de m atem tica
com o objetivo de d iscu tir as contribuies e as lim itaes do ensino
> p rogram ad o e suas possibilidades futuras de m u d ar radicalm ente o sistem a
educacional. Estes p ro g ram as foram escolhidos p ara ap resen tao, neste
trabalho, tend o em v ista a co m p lexid ad e dos rep ertrio s de interesse
envolvidos e a sua sem elhana estrutural.
A o in icia r a c o n s tr u o d o p ro g ra m a d e e sc rita e le itu ra , a
~ ^ p ro g ra m a d o ra no d is p u n h a d e u m a co n ce p o p re cis a de en sin o
p ro g ra m a d o em n e n h u m d e seu s fo rm a to s (IP , PSI, C P I) n e m d o s
^ p ro ccd im c rtc s r* scrcm seguidos para com por program as de d ^ sas
naturezas, conform e registrado na Parte I deste trabalho.
1 78
P a rtiu -s e en to da d e s c ri o co m p o rta m e n ta l d o e s c re v e r. O
s e g u in te e n c a d e a m e n to e s t m u l o ( S ) /r e s p o s t a ( R ) o rie n to u to d a a
p rogram ao. U m fonema (S) coloca sob controle m ovim entos vLso-motores
(R ) cu jo s d e s lo c a m e n to s v is o - m o t o r e s (S ) c o lo c a m so b c o n tr o l e
co m p o rtam en tos de traar g rafem as (R), que atingindo certo p ro d u to -
g ra fem a tra a d o n u m a d e term in ad a fo rm a (S) - co lo ca sob co n tro le
co m p o rta m e n to s de reco n h ecer o fo n em a o rig em d a cad eia (R). Este
en cad eam en to se expandia p ara qualquer u n id ad e focalizada no escrever:
letra, slaba, p alavra, sentena, texto. A d escrio em term os S /R em bute
o terceiro term o de co n tin g n cia trplice - o re fo ra m e n to - que est
presente na unio dos p rprios elos ou m em b ros da cad eia identificada.
R essalte-se a linearidade p resen te nesta d escrio com p ortam en tal- Ao
traar as letras sob o controle d os fonem as, a crian a estava ad q u irin d o a
escrita; ao reco n h ecer os fo n em as o rig in ais sob o co n tro le d a s letras
traadas, a criana estava adquirindo a leitura. Esta era a lgica subjacente
ao p ro g ram a de instalar o rep ertrio co m p o rtam en tal de leitura a p artir
da instalao do repertrio com p ortam en tal d a escrita. Isso significa que
as caractersticas fonticas da lngua p ortu g u esa perm item o ensino da
leitura a p artir da aquisio da escrita. A recproca no v erdadeira. O utras
lnguas de fontica sem elhante pod ero perm itir o m esm o.
A p artir da cadeia co m p o rtam en tal identificada, o p ro g ra m a foi
e stru tu ra d o em q u atro u n id ad es co n stitu d as, p o r su a v e z , p o r u m a
seq n cia d e trs p asso s ca d a u m a. N o te-se a o rg a n iz a o lin ear do
p ro gram a e a tentativa de constru-lo d e trs p ara a frente. Prim eiro, a
criana lida com form as de letras e palavras; a seg u ir exercita m ovim en tos
v iso-m otores de grafem as; p assa ento a traar letras, p alav ras e peq u enos
textos; finalm ente associa grafem as a fonem as. N ote-se que o m em b ro de
tr a a r le tr a s foi s u b d iv id id o , in clu in d o u m p rim e ir o m o m e n to de
con stru o de coord enaes v iso-m otoras p rep aratrias p ara a instalao
com p ortam en to de interesse - traar letras - e um segundo m om en to que
se o rie n ta v a p a ra o tra a d o d e le tra s , p a la v r a s e p e q u e n o s te x to s ,
p ropriam ente ditos.
O D iagram a 1 m ostra a com posio do p ro g ram a de e scrita/leitu ra.
C ada passo exibe a contingncia de ensino definida p reviam ente e prevista
p a r a o r i e n t a r a su a p r o g r a m a o . s u n id a d e s c o r r e s p o n d ia m
contingncias de ensino que sintetizavam as p revistas na seqncia dos
p assos corresp on den tes a elas (Teixeira, 1983a).
C ad a passo era organizado num a seqncia de atividades, e cada
atividade n u m a seqncia de exerccios. N o foram definidas previam ente
as contingncias de interesse correspondentes a cada atividade e a cada
exerccio. N o entanto, todas as contingncias p od iam ser identificadas
79
A n lise d o C o m p o rtam en to p a ra a E d u cao : C on trib uies R ecentes
DIAGRAMA 1
E scrita e Leitura
, ATIVIDACE -VATCMI
ativcaos ccmplementa^o e :
co>a de palvras oe ACORCO :
U3 COV MODELO
U= UNIOADE
P = PASSO
s * s it u a o - e s t m u l o
C= COMPORTAMENTO
80
p r o g r a m -la s . A p r o g r a m a d o r a fez e x a ta m e n te isto : id e n tific a v a
prim eiram ente as contingncias de interesse para o que pretendia ensinar e
passava a program -las, um a-a-u m a, detalhadam ente. Este p ro g ra m a foi
projetado para ser aplicado em crianas a partir de quatro anos, incluindo,
portanto, um a preparao extensa para a escrita e a leitura. Era aplicado por
alunos de Psicologia, contratados como estagirios pela escola. C erca de 100
alunos foram submetidos a ele. U m nm ero m uito reduzido deles exigiu
algum a forma de program ao intermediria para cum prirem alguns passos
(8 e 1 0 )*. O passo 1 0 , em sua primeira verso, m ostrou-se ineficiente para
cumprir seus objetivos, assim que foi aplicado num pequeno grupo de crianas
de seis anos. Os alunos respondiam s palavras de maneira generalizada
(globalizada) m as no apresentavam as associaes fono-grafmicas silbicas
v isad as. Foi co rrig id o im e d ia ta m e n te , a lte ra n d o -s e as c o n tin g n c ia s
p rogram adas e no ofereceu novos problemas. O passo 1 1 consistia nu m a
reviso do passo 1 0 que era m u ito com plexo p or tratar da instalao de
associaes fono-grafm icas d e todas as slabas sim ples. Os re su lta d o s
decorrentes de sua aplicao dem onstravam de maneira inequvoca a eficincia
da aquisio produzida no passo 10 (Teixeira, 1983a, 1983b). O passo 1 2 era
m uito extenso e embutia repertrios muito diversificados que com p letavam
toda a aquisio de leitura que excedia a leitura de palavras e pequenas
expresses compostas por slabas simples. Os seus resultados dem onstraram
a necessidade de uma nova program ao mais detalhada e mais distribuda
das contingncias dc ensino envolvidas nele. Isto foi feito e os novos resultados
foram satisfatrios e foram m antidos at 1983. C om o objetivo de inform ar o
nm ero de atividades e exerccios por passo, apresenta-se a Tabela 1.
D ados de 30 crian as de 4 a 6 anos de idade, que p assaram p or
todo o p rogram a original, ou seja, sem a reviso d o passo 1 2 , so m o strad o s
em Teixeira (1983a, 1983b, 1991, 1994). T od as as crian as cu m p rira m o
p rogram a com sucesso, atrav s de atendim entos individuais, atin gin d o
seu critrio de excelncia que correspondia a 1 0 0 % de acerto nas av alia es
p re v is ta s p a ra ca d a p asso . A s ten d n cias g e ra is d o s re s u lta d o s so
rep rod uzid as nos trs gru p os organizados p ara fins d e anlise d e d ad os:
G rupo I - crianas que iniciaram o program a com q u atro anos; G ru p o II -
crian as que iniciaram o p ro g ram a com cinco an os; e G ru po III - crian as
que iniciaram o p rogram a co m seis anos.
Dois p rogram as de contingncias foram con stru dos p ara o ensino
de m atem tica (Teoria de conjunto) - Sistem a d e N u m erao I e Sistem a
de N u m erao II.
Diferentemente do que ocorreu no p ro gram a de e scrita /le itu ra , u m a
cad eia co m p o rtam en tal do rep ertrio m atem tico de interesse n o foi
id en tificad a nem d e scrita p re v ia m e n te co m o objetivo d e o rie n ta i a
co n stru o destes p ro g ram as; Teixeira (1983a) justificou esta au sn cia
81
A n j i i^ <"io Com portam ento para o Educao: C ontribuies Recentes
T ab ela 1
N m ero de unidades, passos, atividades e exerccios do program a Escrita
Manuscrita Cursiva
1 2 3-10 6
o 1 2 2 12-16 5
'S 3 2 10-46 5
1 1 13 3
2 2 1 11 3
3 1 11 18
0
1 1 15 6
3 2 5 13-25-30-35-46 35
3 3 7-42-5 23
1 7 5-10-16-17-16-13-18**? 78
4 2 4 21-30-75-75 20
3 5 7
cadeias que, em conjunto, o com pem . Existem cadeias denatu rezas diversas
4M referentes a termos verbais a serem adquiridos, a igualao e diferenciao
de quantidades, a associao de quantidades a smbolos verbais orais e
l . escritos, a escrita de numerais, a com portam entos num ricos de: organizao
1
82
d iv e r s if ic a d a d e q u a n tid a d e s , c o m p a r a o e c o m p le m e n ta r o de
quantidades, contagem , adio, subtrao etc.
O p ro g ra m a S istem a d e N u m e ra o I in s ta la v a o re p e rt rio
m atem tico referente s relaes entre quantidades, n m eros e num erais
de um a cinco. O p rogram a Sistema de N u m erao II instalava o m esm o
repertrio m atem tico em relao s quantidades, n m eros e num erais de
seis a dez, incluindo em suas atividades as relaes envolvendo quantidades,
nm eros, num erais de um a cinco j adquiridas no p ro gram a anterior.
A co n stru o d e stes p ro g ra m a s foi b a se a d a na d istrib u i o e
o rg an izao seq en ciada d e seu s co n te d o s, co n fo rm e S oares (1970).
F oram identificadas seis u n id ades e 18 passos p ara o p ro g ra m a Sistema
de N u m erao I e seis unid ades e 15 passos p ara o p ro g ra m a Sistem a de
N u m erao II, conform e D iagram as 2 e 3.
Os diagram as 2 e 3 m ostram a com posio dos p ro gram as Sistema
de N um erao 1 e II, respectivam ente. C ada p asso exibe a contingncia de
ensino, definida previam ente e proposta p ara orientar sua p rogram ao.
N o foram definidas contingncias prvias p ara as unidades. Do m esm o
m odo com o ocorreu no p ro gram a escrita/leitu ra, a contingncia de ensino
de cada unidade corresponderia a um a sntese do conjunto de contingncias
de ensino dos passos que a com punham . C ada passo era organ izad o num a
seqncia de atividades e cad a atividade nu m a seqncia de exerccios.
N o fo ra m d e fin id a s p r e v ia m e n te as c o n tin g n c ia s d e in te r e s s e
correspondentes a cada atividade e a cada exerccio. N o entanto, todas as
contingncias podiam ser identificadas posteriorm ente porque os passos
foram redigidos integralm ente. Ressalte-se que todas as atividades e todos
os e x e rc c io s fo ram se le c io n a d o s e s e q e n c ia d o s d e a c o rd o co m a
contingncia de interesse p ara o ensino indicado para cad a passo.
A influncia da co n cep o de co m p o rtam en to de p ro g ra m a r de
Bori (1974) est p resente tam b m n estes p ro g ra m a s. N o e n ta n to , sua
organizao inicial, a partir d a identificao dos contedos de seu interesse,
assim com o, da seqenciao desses contedos, p ara en to identificar seus
passos e definir suas resp ectivas contingncias d e ensino, o ap ro xim am
m ais da concepo de co m p o sio d e p ro gram ao de PSI.
E stes p ro g ram as e ra m lin eares e fo ram p ro je ta d o s p a ra serem
aplicados individualm ente em crian as a p artir de q u atro anos. C erca de
200 alunos foram subm etidos a eles, U m n m ero m nim o de crianas exigiu
a lg u m a p r o g r a m a o in te rm e d i ria p a ra c u m p ri-lo s . Isso o c o rre u
especialm ente nos passos d as u n id ad es 3 e 4 do p ro g ra m a Sistem a de
N um erao I. Havia um p rogram a - Sistema de N um erao III - que consistia
esp ecialm en te nu m a re v is o g erai d os re p e rt rio s co m p o i tcimencais
instalados pelos p rogram as Sistem a de N u m erao I e II. Os resultados
83
A n lise d o C o m p o rtam en to p ara a E d u cao : C on trib u i es R ecentes
Sistema de Numerao I
P1
, AMOACE 3=PARACt O
CONJUNTOS DFSN-C DF
' U 2
1coswBPCwoNaA,-
1 3 , L'UfTES
. PAZESCCRRESPONDNOA
r ' asrexiuR i js a o I C UM AlBJECUS-NGU
, COMCC'TOD UUITt , CtiHT>CACS EOUVAuE^
I GRA'CO
, Arvt>ce CO**ARAO
U3
**KtMTA<An J
1 s < oe CUANTGAGES
U4
, c E irin c *A o ! *- - lOeM FCA* OUANTIOS *
De ouAxnoAoes I C ' =C SIM8QLO ORASICO
c* sm&ao * , .icfesr. ca* njm c ^ S i
GRAlCC
u = UN'DADE
D = PASSO
s = srruAo - e s t m u l o
c = COVPORTAMENTO
84
DIAGRAMA 3
Sistema de Numerao II
ATIVIOC-C0W>aRX0
U1
CONJUNTO
VA30E
umt A r:o
' U 2 ' \
' IDSTIFCAiOC a
REmESEWTA/lO ,
1 DEOUANTlOAOSS - IC6NTi*=CAR E REPRESEN- *- - IDEKTIPCAR E NOMEAR
, [AT!3|POH ' C * TAR QU*NT!QACS PC C OCAN~D*DS PO *
, s'wea.o ORAL 5IMBOLC ORAL iTE lOl , 3 UBCXO GRFICO (ATS 13
y. E GRFICO '
, ATIVDAGE COMPARAO
U3 . - I CE OC4N-DACS UJMRl-
9 t CAS
ORQEHAiODE
CONJUNTOS. OlS-NCUR NMEROS 1----- . DSTlNCJKl O COK-LWTO.
* NMEROS E i C * OST1NGW*O NUMEROOJS ' VvZlfXJS 06 OU^FJOS. NU 0 * numERo E NiMbKAi OOE
* NUMRAIS , , 1 LM VAIS E UM McOS MERO CUE VEM ANTES E , > ESTA -ENTRE- C/TOOS
QUE C OUTRO i 36PC S Ct OOJT*Z , I DOS
U4
ESCRITA D - COOREeNAACVSOMOTO.
NUMERAIS f " oi :v a n
CE I AIO
AllwakAI* I "Al 1
U6 i I* i uummi 0 se
I '.*<> * IttMUUlB
- CONTAR CC 3 El
CONTAGEM
u = UNIDADE
p = PASSO
s = SITUAAO - ESTIMULO
c = COMPORTAMENTO
85
A r . l i s e df* C o m p o r t a m e n t o p a r a a F .d u c a o : C o n t r i b u i o e s R e c e n t e s
T a b e la 2
'm ero de passos, atividades e exerccios do programa Sisteir
de Numerao I
1 2 8 -*? 7
1 2 10 ?- ?-2 -2 - 2 -l* 2 - 2 ' 2 - 9
3 3 2 5
5-25-25
1 4 8-10-15-14 9
7 2 6 >-8-10-9-5-10 10
3 4 ?- 1 0 ~10-6 15
1 6 14-16-8-9-10-5 10
2 4 2-4-5-25 13
1 6 1 0 -?- 1 0 -?-?-? 10
4
j 3 7-20-24 20
1 2 ?-30 10
5 2 1 20 5
3 5 1 0 - 10 -?- 1 1 - 20 5
4 3 1 0 - 8-8 4
1 3 9-8-8 25
2 4 ?-6- 6-? 14
6
3 2 ?-? 9
4 4 2-10-2-3 T
A*
n m e r o d e e x e r c c i o s n o d e t e r n i n v e 1.
A -
i
. 86
Tabela 3
Nmero de unidades, passos, atividades e exerccios do program a Sistema
de N um erao II
U n id ad e Passo N m e ro de N m e ro de exerccios
ativ id ad es
Por ativ id a d e N a a v a lia o
1 nico 5 1 -4 -1 1 -1 0 -2 4 37
1 4 1 8-12-1 1 0 -2 5 30
2 4 4 -1 6 -1 6 -1 0 20
1 2 9-1 8 9
o 2 3 8-1 4 -1 2 8
3 2 40-*? 17
4 4 1-1-1-3 2
1 5 2 7 -2 7 -9 -1 8 -4 9 27
A
-i
2 6 10 -3 0 -2 0 -2 0 - 40
24-30
1 1 12 5
5 2 3 16-15-15 16
3 2 3-8 -1 4 3
1 4 1 -4-1 2 -1 6 14
6 2 6 7 -1 0 -1 0 -9 -7 -1 0 10
3 8 15-16-20-15-7-5-50-30 60
*? = n m e r o d e e x e r c c i o s n o d e t e r m i n v e l
87
A* m ' v d o C o ^ r o r t s m e n t '' p a r a a E d u c a o : C o n t r ib u i e s K e c e r te s
89
An.i'i?e d o C om portam ento para a Fducao: C ontribuies R ecentes
P arte III: A l g u m a s c o n s id e r a e s e c o n c l u s e s
90
dizer. T o d o s esses d e sen co n tro s esto p resen tes n as ten tativ as d e se
descrever a m aneira de desenvolver os procedim entos para a construo de
p rogram as de ensino tanto na Instruo Program ad a quanto no Sistema de
Ensino Personalizado. N o surpreendente n em constitui m otivo p ara
espanto a am p litu d e d a d iv ersificao, d isp erso e d e sa g re g a o dos
trabalhos produzidos nos dois form atos de ensino p rogram ad o, registrados
p o r H olland (1960) e Sherm an (1992). Tudo isto m ostra o esm ero necessrio
para desenvolver e descrever procedim entos se se pretende, de fato, chegar
a um a tecnologia. Recentemente, M atos (1999, 2004) descreve, de m aneira
c u id a d o s a e b rilh a n te , o p r o g r a m a d e tra b a lh o d o a n a lis ta d o
co m p o rtam en to . P od e-se, no en tan to , in d ag ar: ser que as co n d ies
d e sta ca d a s e su g erid as so su ficien tes p a ra co n tro la r efetiv am en te o
com portam ento de analistas do com portam ento, especialm ente no cam po
da aplicao? Enfim, ensinar a fazer um a tarefa rdua. Ensinar em qualquer
nvel m u ito difcil. U m a tecnologia do ensinar som ente ser possvel
quando h ou ver um conhecim ento pleno do que aconteceu quando algum
a p re n d e u o q u e se p re te n d e en sin ar. Isto a in d a um d e sa fio . O s
p rogram adores de contingncias d e ensino ainda no dispem dos meios
para descrever essa tecnologia.
A experincia de program ao de ensino, relatada na Parte II, exigiu
muito d a program ad ora, m as no se 'pode negar a ocorrncia de um fator
de sorte que lhe foi agregado. A concepo de ensino p rogram ado de Bori
(1974) foi u m a d iretriz seg u ra p a ra co n tro lar seu co m p o rta m e n to de
program ar. De fato, identificar contingncias de ensino e p rogram -las
m ostrou-se efetivo para a construo dos program as m encionados. Ressalte-
se que cerca de 85% deles foram produzidos no perodo de um ano. C onvm
registrar que prim eiram ente identificava-se o com portam ento de interesse
p ara aquilo que se p reten d ia en sinar. P o sterio rm e n te , b u sca v a m -se e
seledonavam -se atividades que disponibilizavam, entre as possibilidades
de suas contingncias, aquelas que perm itiam incluir o com portam ento alvo
visado. A s atividades n o tinham u m a identidade prpria; constituam as
condies seledonadas para o ensino. C orrespondiam a algum material de
ensino asso d ad o a um a instruo especfica p ara sua utilizao. Guiada
pela contingncia de interesse geral, isto , prindpal, a program adora, atravs
de atividades, cuidadosamente planejadas, seqendava outras contingndas
de ensino que, em conjunto, cum priam a contingnda geral visada e indicada
em cad a passo de sua p rogram ao. Seu co m p ortam en to de p ro gram ar
estava, pois, sob controle dessa contingnda geral de cad a passo. N o havia
como se afastar dela e isso garantiu a efetividade de sua program ao no
cu m p rim en to de seus objetivos. Tcnicas e p ro ced im en to s d a A nlise
E x p e rim e n ta l do C o m p o rta m e n to fo ram e m p re g a d a s n a ru ra lm e n te ,
conforme as exigncias do ensino: reforam ento; discrim inao de estmulos;
91
d c . y r r . p o r t a ^ i e n t o r a r a 3 F .d u c a iv . C o n t r i b u i e s R e c e n t e s
92
afirm ando que o ensino p ro g ram ad o um requisito p ara ela, isto , a
aplicao da Anlise Experim ental do C om portam ento na ed u cao uma
condio p ara sua efetividade.
Resslte-se que o ensino p ro gram ad o , ao d estacar a co n sid erao
das diferenas individuais, estabelecendo a individ u alizao d o ensino e
o respeito ao ritm o prprio de apren dizagem do alun o com o con d ies
do ensino efetivo, acrescenta u m ingrediente na qualidade de ensino no
encontrado em nenhum a outra proposta de ed u cao orientada p a ra este
objetivo. G arante a efetividad e e a qualidade de ensino p ara tod o s os
aprendizes. N o se pode n eg ar ou desconsiderar este diferencial. N o
suficiente garantir ed u cao p ara todos atravs da garan tia de v agas. Isto
im portante e condio para qualquer projeto educacional. N o en tan to,
ser de pou ca valia se a efetividade do ensino no estiver g aran tid a para
todos. C ontinuar com u m a concepo de ap ren d izag em , fu n d ad a n u m a
distribuio de cu rva de G auss (norm al), m ostra-se incom patvel co m os
avanos da Cincia Psicolgica, especialm ente da Anlise E xp erim en tal
do C om portam ento. Alm disso, faz-se necessrio p en sar no re to m o dos
grandes investim entos req u eridos em projetos educacionais. Se o reto m o
pode ser de 1 0 0 %, porque contentar-se com um retorn o m uito inferior a
este p atam ar e ainda m ais conten tar-se com resu ltad os do ensino que se
c o n ce n tra m em p a d r e s d e d esem p en h o m e d o c re s . A tu a lm e n te , a
educao m edocre o nvel atingido em todos os pases e em tod os os
form atos de ao ed u cacion al coletiva (gru pai). O ensino p ro g ra m a d o
oferece u m a altern ativa in o v ad o ra para esse q u ad ro de re su lta d o s do
ensino e da edu cao e esta alternativa no p od e ser d escon sid erad a nem
d esprezada, em nenhum a hiptese, por p esquisadores e ed u cad o res. o
futuro da hum anidade que est em jogo, U m a d eciso u rgente n o cam po
da ed u cao se faz necessria.
Pesquisadores e educadores cometem dois grandes erros ao avaliarem
o ensino program ado. Alguns o associam a produo em m assa e afirm am
que torn ar as p esso as h o m o g n eas. Isso n o v e rd a d e . A s p e sso a s
continuaro diferentes. Os alunos mais hbeis, provavelm ente continuaro
diferentes. Os alunos mais hbeis, provavelmente continuaro m ais hbeis.
O mais interessante que alguns alunos menos hbeis podero vir a fazer
parte do grupo dos mais hbeis (Teixeira, 1983a, 1983b). O estudante estabelece
uma relao nica com os program as de contingncias de ensino e isto impede
qualquer tentativa de hom ogeneizao (Teixeira, 2003b).
O utro erro de avaliao com etido por p esq u isad ores e ed u cad o res
est associad o a u m a co n cep o precon ceitu osa d a lim itao h u m an a.
Snnnpm /t m o p ^ r C1 f c r G r i t ^ S , TVLIT1C~ p* C d 3 O 3 til"!. LT p ^ d r O G S
93
A n j ;> e d n C o r r p o r t a m e n o p a r a a E d u c a o ' C o n tr ib u i e s R e c e n te s
94
funcionam ento. C om parativam ente, p rocessam inform aes serialm ente
(em seqncia), num ritm o m uito rpido, ap resen tan d o conexes simples.
O s crebros hum anos, p o r sua vez, lidam co m inform aes que chegam
d e m ilh a re s de ca n a is p a ra le lo s , o r g a n iz a d o s em c o n e x e s m u ito
intrincadas, operando em ritm o lento. A p esar destas diferenas m arcantes,
a pesquisa no cam po da Inteligncia Artificial (IA) v em investindo m uito
na t e n ta tiv a d e r e p r o d u z i r o p e r a e s t ip i c a m e n t e h u m a n a s em
co m p u tad o res. Tudo isso tem contribudo p a ra desq u alificar form atos
lineares de organizao do conhecim ento e do ensino hum anos.
C onvm refletir, no entanto, sobre essa tendncia de organizar*o
conh ecim en to, de m an eira linear nos livros, reg istrad a por D ertou zos
(1998). Esse co m portam ento de edu cad ores e escritores no foi aleatrio.
Alm disso, foi selecionado culturalm ente e m an tid o p or sculos. Que
co n seq n cias p ro d u ziu p a ra g ara n tir essa m a n u te n o ? G era es e
geraes foram ed u cad as e instrudas atrav s da u tilizao desses livros
lineares. Q uantos gnios foram produzidos nesse perod o? Q uem poderia
dizer que esteve isento de algu m a form a de ed u cao ou ensino linear?
Em seu s labo ratrio s d e pesq u isa, Skinner con stru iu in m eros
rep e rt rio s co m p o rta m e n ta is em seus a n im a is d e m an eira lin ear. A
m odelagem, princpio, procedim ento e tcnica da Anlise Experimental do
C o m p o rta m e n to , d e m o n s tra co m o a p a r tir d e fo rm a s sim p le s de
com portam ento se pode chegar, linearmente, a padres com portam entais
muito diferenciados do padro original. E natural que Skinner tenha proposto
a transferncia desse conhecim ento cientfico para a situao de construo
de repertrios com portam entais hum anos na sua form ulao de ensino
program ado. Essa linearidade impe a organizao dos itens dos program as
de ensino num a ordenao m ecnica (Skinner, 1968: 48).
P ara m od elar ou con stru ir um co m p o rtam en to faz-se necessria
um a seqncia de operaes. A p artir de u m co m p o rtam en to sim ples,
atravs de reforam en to diferencial, num a seq n cia p asso-a-p asso , o
com portam ento vai m udando de forma grad ativm en te at constituir-se
numa nova form a mais com plexa e diferente da original. O m esm o se observa
na construo de repertrios com portam entais na situao de ensino. O
aluno progride gradativam ente do mais sim ples ao m ais com plexo, num a
seqncia de etapas p rovid enciad as pelo instrutor. Esse tipo de prtica
sem pre esteve presente na educao e os educadores, leigos ou no, sem pre
a praticaram . A novidade na proposta de ensino p rogram ad o preconizar
a sistem atizao , p a sso -a -p a sso , dessa o rg a n iz a o lin ear a tra v s d a
program ao de contingncias de reforam ento, conform e os princpios da
Ajn^lico T\ o o - n n1 q ^f Y\f q n^f o prnnt*a C,i--1*"vp&r"
(1968: 48) adm itia a p rogram ao ramificada (em rede) quando necessrio.
95
N n i/ s e do C o r r p ^ r t .im f r t o p a ra a H ducntr C o n trib u i e s R ecen te ?
97
d o C o m p o r t a m e n t o p a r a a E d u c a o -. C o n H b u i t e s R e c e n t e s
tra b a lh a r o ju n to s co m o ob jetiv o d e d e s e n v o lv e re m os m e lh o re s
p ro gram as de contingncias de reforam ento p ara os ensinos visados.
N o existem ev id n cias d e que ap en as se p o ssa m p ro g ra m a r
contingncias p ara individualizar o ensino. A experincia descrita na Parte
II incluiu a aplicao de u m m esm o program a em gru p os de d u as ou trs
crian as. C on vm lem brar que a escola no utilizava recursos m ecnicos
p ara aplicar seus p rogram as. Foi possvel ensinar o que se pretendia, m as
o controle da situao de ensino e sua efetividade ficaram com prom etidos.
A m edida que o nm ero de alunos no grupo au m en tav a as dificuldades
tam bm se avolu m avam (Teixeira, 1983a).
Com a utilizao de m eios m ecnicos - co m p u tad o res, o problem a
se redu z. Um gru po com qualquer nm ero de alunos p od e ser instrudo
sim u lta n e a m e n te e, m e s m o assim,, a in d iv id u a liz a o d as re la e s
a p re n d iz /p ro g ra m a de ensino ser preservada.
Ressalte-se tam bm que nem todo ensino requer interao social
direta. E um equvoco conceber o ensino e a aprendizagem com o processos
sociais ou form as de com portam ento social. N o entanto, a aquisio de
alguns rep ertrios com portam entais exigem , de fato, a interao entre
protagonistas. O desenvolvim ento de habilidades sociais, afetivas e verbais
orais so rfnvis b e m atendidas cm situaes sociais dc ensino. N o entanto,
isto no im p ede que um p ro gram a de contingncias de reforam ento,
visando aos objetivos especficos, oriente o trabalho grupai. A experincia
relatada na Parte II incluiu esse procedim ento grupai de ensino nas reas
de cincias, estudos sociais, recreao dirigida e nos grupos de alunos com
m enos de trs anos. Os resultados foram satisfatrios m as no se tinha um a
viso com pleta do que estava acontecendo de um a maneira geral no grupo
e em cad a um de seus m em b ro s. P ro g ra m a e s d e co n tin gn cias de
reforam ento para aplicao em grupo ainda exigem estudos e pesquisas
para tom -las mais eficientes e efetivas para todos os alunos.
C oncluindo, supe-se que para tom ar a ed u cao m ais eficiente
n o se p od er p rescind ir das descobertas da A nlise E xp erim ental do
C o m p o r ta m e n to . Do m e s m o m o d o , n o se p o d e r d e s c o n s id e r a r
condicionantes ap on tad os nas vrias form ulaes de ensino p ro gram ad o ,
e s p e c ia lm e n te os re la c io n a d o s a o r g a n iz a o d o s p r o g r a m a s e
individualizao do ensino. Alm disso, antecipa-se o seguinte: ainda que
levem anos ou d cadas, as transform aes inevitveis na ed u cao do
futuro ab sorvero form ulaes contidas em Skinner (1958, 1968, 1991),
Keller (1968) e Bori (1974).
Por ltim o, sugere-se a insero dos analistas do com p ortam en to,
nos meios educativos, e a sua participao na busca de solues para as
d em an das de m u d an as requeridas pelo sistem a educacional vigente.
R e f e r n c ia s B ib l io g r f ic a s
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Alm da Resposta Correta: Controle de
Estmulo e o Raciocnio do Aluno
Jlio C. de Rose1
U FSC ar
103
A r i ': Con^poranent? para a Educao: C ontnbuies Reccntes
104
Skinner, o com p ortam en to deve ser definido pelas relaes funcionais e
no pela topografia. C onsequentem ente, resp ostas de form a id cn tica, m as
que so fu n o de d iferen tes v a riv eis, d e v e m se r e n c a ra d a s co m o
diferentes com p ortam en tos.
R e sp o stas cuja fo rm a a te n d e d e fin i o d e re s p o sta co rre ta
estabelecida pelo p rofessor, p o d em ser funo de diferentes variveis.
C o n s id e re m o s, co m o e x e m p lo , re sp o sta s v e rb a is , que s o b a sta n te
cultivadas na escola. P or exem p lo, o professor p ed e a u m estu d an te para
definir um determ inado conceito. O estudante p od e dar a definio correta
p or ouvi-la "so p rad a" p o r outro estudante. N este caso, a resp osta o que
Skinner denom ina de co m p o rtam en to ecico, ou seja, um a im itao verbal.
O utro estudante pode estar lendo a resposta em suas an ota es e, neste
caso, a resposta a sim ples leitu ra do texto, um co m p o rtam en to textual,
co m o define Skinner. A inda o u tro estu d an te p o d e ter m e m o riz a d o a
sequncia de palavras de um a definio, o que seria um a seq u n cia de
respostas sob controle intraverbal, em que cad a p arte da resposta funciona
com o dica para a p arte segu in te, com o quando m em o rizam os u m poem a
e cad a verso funciona co m o dica para o verso seguinte. A afirm ao de
que um a resposta indica com p reen so de u m d ad o assunto rep resen ta
u m a in fern cia a re sp e ito d a s v a ri v e is que co n tro la m , em te rm o s
fu n cionais, a ap resen tao d a resp o sta. No en tan to , este fato d e que
respostas de m esm a topografia p odem ser controladas p or variveis m uito
diferentes, tom a p recria u m a tal inferncia q uando ela no v alid ada
p or observaes adicionais (ver Serio, A ndery, G ioia e M icheletto, 2002;
Johnson e C hase, 1981).
U m professor, p or exem plo, baseia-se em su a o bservao frequen te
do com p ortam en to do aluno e n as exp ectativas que tem a respeito d e seu
d e se m p e n h o p a ra tais in fe r n cia s. D este m o d o , se u m a lu n o cu jo
desem penho sistem aticam ente deficiente, apresenta um a resposta m uito
elaborada, o professor p od e levan tar a hiptese de que a m esm a tenha
sid o co p ia d a ou m e m o riz a d a s e m co m p re e n s o . P a ra v e rific a r esta
hiptese, p od er questionar o alun o de m aneiras diferentes, p a ra verificar
se ele continua a d ar respostas consistentes com a prim eira. Isto um
exem plo do princpio com p ortam en tal da generalizao, que p od e o correr
tanto em relao a respostas q u an to a estm ulos. N osso julgam ento de
com p reen so costum a ser b asead o em um a generalizao ad eq u ad a da
resposta a n ovas situ a es e n a flexibilidade d a resp o sta, p assvel de
ap resen tao em topografias m od ificadas m as ainda assim a p ro p riad as
situao, com o por exem plo p arfrases. E sta generalizao e flexibilidade
da resp o sta indica a fo rm ao d o que en ten d em o s p o r co n ceito s (cf.
Johnson & Chase, 1981). E m ou tras palavras, s dizem os que foi ap rendido
105
A r-5.' d o C o n Tortamente para a Educao' C ontribuies Recentes
106
's
uma quantidade de estm ulos aos quais seu com p ortam en to pode tam bm
ser sensvel. Mas um a d ad a resposta de um indivduo p ro vav elm en te
no ser influenciada p o r tod os os aspectos da situ ao; pelo co n trrio ,
em condies norm ais, as respostas tendem a ficar sob controle de aspectos
restritos da situ ao total. Sidm an introduziu o term o top o grafias de
controle de estm ulo p a ra referir-se aos aspectos d o am biente que exercem
controle sobre um a resp osta p articu lar (cf. Ray e Sidm an, 1969; D ube &
M cllvane, 1996). A ssim com o respostas de top ografias distintas p od em
p ro d u zir co n seq u n cias sim ilares, tam bm re sp o sta s sob co n tro le de
a s p e c to s d is tin to s d o a m b ie n te p o d e m a t e n d e r os r e q u is ito s d e
d eterm inadas contingncias de reforam ento, ou seja, p ro d u zir resultados
aparen tem ente sim ilares. U m exem plo simples disso a possibilidade de
que a seleo da alternativa co rreta em m ltipla escolha seja p ro d u zid a
pela escolha de uma resposta julgada correta ou pela rejeio de respostas
julgadas incorretas. As d iferen tes top ografias de con trole de estm u lo
corresp on d em a diferentes pistas que guiam o estu d an te em cad a um
destes casos, em bora o resultad o em term os de p on tos obtidos na p ro va
possa ser idntico.
U m a elegante anlise experim ental de diferentes topografias de
controle de estmulo que, em um a situao especfica, atendem os requisitos
de um a contingncia d e retoro, foi conduzida por btoddard (19btf). N este
experim ento, crianas sentavam -se diante de um painel que exibia nove
janelas de acrlico translcido, dispostas em um a m atriz 3 x 3 , sobre as
quais eram projetadas linhas diagonais com inclinao de 45 graus, com o
ilustrado na Figura 1. Todas as linhas eram inclinadas para a direita, com
exceo de um a, que era inclinada para a esquerda (Figura IA ). Hm um a
srie de tentativas, as linhas eram apresentadas de m odo que a linha singular
fosse apresentada em diferentes posies da m atriz. A tarefa das crianas
consistia em escolher um a das linhas, tocando com o dedo sobre a janela
onde esta era apresentada. Escolhas da linha com inclinao diferente das
-ficnirp
. 1-
107
d ' ' l o r ' r ' . ! : t . i : T ? ! ' l C' p .ir .i -i E d u c a a o . C o n t r i b u i e f R e c e n l e >
108
lin h as-e-destas com as janelas, e um a-m tritiptictdade de o u tros asp ectos,
que p od em p arecer m enos relevantes para o exp erim en tad o r ou professor,
m as p o d em n o o ser p ara os aprendizes. A ssim , p a ra o e x p erim en tad o r
a co r, e sp e ssu ra e tam an h o d as linhas p o d e m se r irrelevan tes, m as o
ap ren d iz p o d e atentar exatam en te para u m d estes asp cctos, assim co m o
alguns estu d an tes de g eom etria atentam p ara as letras que d esig n am os
ngulos, u m elem ento co n sid erad o irrelevan te p a ra o professor.
Isto n os leva a constatar que a noo de am b ien te, na co n cep o de
Skinner, n o se resum e ao m eio que circu nd a um indivduo. O am biente
co m p o sto p o r aqueles estm ulos (todos o s.a sp e cto s fsicos, so ciais e
o rg n ic o s p re se n te s) ao s q u ais u m in d iv d u o re s p o n d e . O ra , co m o
d ife re n te s in d iv d u o s re s p o n d e m a d iferen tes a sp e c to s d a s itu a o ,
diferentes indivduos que esto n a m esm a situ ao no esto no m esm o
am biente. D u as crian as olhando p ara a m esm a m atriz de linhas exibida
na F ig u ra 1 p o d em estar em am bientes diferentes, pois cada u m a respon d e
a diferentes asp ectos d o am biente.
P a ra exem p lificar, co n sid erem o s o ato sim p les de d e g u s ta r um
v in h o. U m en lo g o tre in a d o , g ra n d e co n h e c e d o r de v in h os, p o d e r
d istinguir u m a gam a v ariad a de asp ectos do sab o r e aro m a, d istin guin d o
o bouquet, a acidez, o en co rp am en to , a q u alid ad e av elu d ad a, e m uitos
d etalhes, alm d o tipo, regio d e onde p ro vem e, possivelm en te, a safra
da qual p ro v e m o vinho d egu stad o . O u tras p essoas, ao d egu star o m esm o
vinho, n o d istin g u iro m u ito s d estes a sp ecto s. Se nos a tiv e rm o s ao
con trole de estm ulos, p o rtan to , p od erem os co n clu ir que as diferen tes
pessoas n o p ro v aram do m esm o vinho, i que ele diferente p ara ca d a
u m a d e la s , p o is ca d a u m a re s p o n d e a d if e re n te s a s p e c to s d o que
ap aren tem en te seria a m esm a bebida.
U m leitor deste captulo responde a estas pginas de um a m aneira
que d en om in am o s ab reviad am en te com o ler (e co m p reen d er) m as que
envolve um a gam a com plexa de relaes entre co m p ortam en to e am biente
(cf. de"RU5, no prelo). U m indivduo no alfabetizado, no entanto, ao olhar
para as m esm as pginas, responder de m odo com pletam ente diferente.
Se for u m ad u lto que vive em u m m eio u rbano, quase certo que ter
convivido de vrias m aneiras co m a escrita, de tal m odo que, ainda que
no seja cap az de decifr-la, pod er conhecer m uitas coisas a respeito dela.
Saber que as figuras no papel so letras, as quais form am palavras. Saber
que o que est no papel corresp on de a algo falado, em bora no possa saber
o que. P rovavelm ente saber que a forma das letras relevante, m as o seu
tam anho e a co r da im presso n o so relevantes. J um indivduo que
vvp n u m rio rural, m m p ou ro contato com a escrita, p oder olhar p ara a
pgina im p ressa de um a m aneira totalm ente diferente, talvez de m od o
109
\ . -t' d ' i C o n p o r t a m e n t o p a r a a E d u c a o : C o n t r i b u i e s R e c e n t e s
esq uerda. Isto indica que, na fase de ap ren d izag em (rep resen tad a na
110
Figu ra IA ) estas crian as no ap ren d eram a fazer escolhas Com b ase na
sin gu larid ade da linha, m as na d ireo em que a linha ap on tava. A ssim ,
em bora n a fase de ap ren d izag em , rep resen tad a n a F ig u ra IA , tod as as
crianas tenham apren d id o respostas aparen tem ente sim ilares, escolhendo
a linha sin gu lar que ap o n tav a p ara a esquerda, as crian as no esta v a m
fazendo a m esm a coisa. O teste da Figura 1B m o stro u que dois teros das
crianas estavam escolh en d o a Linha singular e um tero estava escolhendo
a linha que ap on tava p ara a esqu erd a.
A s a p re n d iz a g e n s e s c o la re s tip ic a m e n te re q u e re m u m g ra u
p ro g ressiv o de ab stra o , em que os alu n os v o fo rm a n d o co n ce ito s
verbais e u m a tram a de relaes entre estes con ceitos. Q uan d o en sin am os
um con ceito, p retend em o s que resp ostas v en h am a ficar sob co n trole de
p rop ried ad es abstratas d os estm ulos, com o a sin gu larid ad e d e um a linha
em relao s d em ais, n o caso do exp erim en to d e S tod d ard (1968). E m
outras p alav ras, p reten d em o s que a sin gu larid ade seja a pista que gu ia a
resposta de escolher u m a linha. N este caso, a sin gu larid ad e o estm u lo
relevan te p ara a re sp o sta , en q u an to o u tro s a sp e cto s, co m o a d ire o
especfica em que as linhas ap on tam so irrelevan tes. Este exp erim en to ,
assim co m o m uitos o u tro s, m o stram que e p o ssv el ch eg ar resp o sta
correta co m base em p istas irrelevantes. A ssim , u m a anlise de con trole
de estm ulos envolve testes p ara verificar se a resp o sta est sob con trole
de pistas relevan tes ou irrelevan tes. Estes testes con sistem de alteraes
nos asp ectos de estm ulos de m od o a verificar quais alteraes le v a m a
m u d an as nas respostas.
G eralm ente h m u itos asp ecto s irrelevan tes que so co n gru en tes
com os asp ecto s relevan tes. A ssim , no exp erim en to de S toddard (1968) a
s in g u la r id a d e d a s lin h a s d e v e r ia se r o a s p e c to re le v a n te , m a s a
sin gu larid ade era co n gru en te co m a direo d a linha, ou seja, q u an d o a
tarefa foi en sin ad a (Figu ra 1 A ), a linha singular estav a sem pre ap on tan d o
p ara a esq uerda. N o teste (Figu ra 1B) as p ro p ried ad es de sin gu larid ad e e
d ireo, que eram co n gru en tes na fase anterior, so a g o ra d issociad as. A
sin g u larid ad e d eixa d e ser in v ariav elm en te a ss o c ia d a co m d ire o
esquerda. A g ora escolhas com b ase em sin gu larid ade levaro a resu ltad os
opostos d as escolhas co m b ase em direo esq u erd a, A co n gru n cia de
a sp e cto s relev an tes e irre le v a n te s serve de b ase p a ra o p ro fe ss o r ou
p esq u isad or levantar h ip teses sobre asp ectos irrelevan tes que p od em
ter p assad o a con trolar a resp osta. Ou seja, q ualq u er asp ecto irrelevan te
que seja co n gru en te co m o asp ecto relevante p od e ter se to m a d o u m a
pista que guia o resp o n d er do ap ren diz, m uitas v ezes em d etrim en to do
aspecto relevan te. A ssim , p ara verificar se o resp o n d e r guiado de fato
pelas pistas relevantes, o p rofessor ou pesq uisador p recisa con d u zir testes
111
A n lise d o C o m p o rta m e n to p a ra a E d u ca o : C ontribuies Recentes
112
saiba id en tificar exem p lo s d esta d efinio o u fo rn e ce r se u s p r p rio s
exem plos. Estas tam bm so coisas que p recisariam se r testad as e, m ais
d o que isso , ser e n sin a d a s, o u seja, n as e x p o s i e s , d e m o n s tra e s ,
ex e rccio s e o u tras a tiv id a d e s de en sino, os p ro fe ss o re s p re cis a ria m
p reo cu p ar-se em v a ria r as fo rm as das definies, v a ria r as form as das
p erg u n tas, solicitar iden tificao de exem p los e co n tra -cx e m p lo s, tanto
de form a verbal qu anto co m instncias m ais co n cre ta s. P od e-se en sin ar o
aluno a racio cin ar co m base nas pistas relevantes q u an do o ensino j opera
a d isso ciao das p istas relevan tes e irrelev an te s, a tra v s d a v a ria o
sistem tica d os elem en tos que p o d em servir d e b ase p a ra a resp osta.
R e f e r n c ia s B ib l io g r f ic a s
Chase, P., Johnson, K. R., & Sulzer-Azaroff, B. (1985) Verbal relations within
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Serio, T. M. A. P., Andery, M. A., Gioia, P. S., & Micheletto, N. (2002). Controle
de estmulos e comportamento operante. So Paulo: EDUC.
113
Anlise do Comportamento e Psicoiogia da
Educao Matemtica: Algumas
aproximaes
Joo S. Ca m io '
Paulo S. T. do Prado2
T r a d ic io n a lm e n te a M a te m tic a te m sid o a p o n ta d a co m o a
disciplina que ap resen ta m aior ndice de rep ro v a o ao final do p erod o
letivo. U m dos possveis fatores d eterm in an tes d essa situ ao p od e ser
en con trad o na form a com o v m sendo en sin ad os os "p rim eiros p a sso s"
que levam ?.o entendim ento de conceitos m^is a tstrr.to s ^pico0 d aq u ela
disciplina. De aco rd o co m P ires (1987):
! Universidade da Am aznia (UvaM a), Belm 'P A . E-m ai1 p jsc@ iris.u fscar br
2 D e p a rt a m e n t o de P s i c o l o g i a da E d u c a o , U s F ^ f - M a r i l i a ! SP. E - m a i ! : p r a d o p s t ^ m a r i l i a . u n e s p h r
115
An.i j s e d o C o m p o r t a m e n t o p a r a a E d u c a o C o n t r ib u i e s R e c e n te s
m atem tica freqentem ente o co rre fora do co n texto lim itado de sala de
aula e independente d o ensino escolar. Fora da escola, a crian a estaria
exp osta a contingncias especficas que g erariam u m rep ertrio que pode
ser tra d u z id o com o "c o n h e cim e n to in fo rm a l'', em co n tra p o si o ao
co n h ecim en to form al en sin ad o n o am b ien te e sco la r. M iran d a (1990)
inform a que:
116
nem deve ser proposto sem u m a avaliao p rv ia do rep ertrio trazido
pela criana.
Parece que o problem a enfrentado at hoje, quanto ap ren d izagem
m atem tica, no p od e ter su a origem apenas nas p rim eiras sries d o Ensino
Fundam ental. De acordo com C osta (1988) " no p r-escolar que a criana
fo rm a o s c o n c e ito s m a te m tic o s b sico s, ou seja, a q u e le s q u e so
fundam entais para o trabalho posterior com nm eros, m edidas e geom etria"
(p. 2). A ssim , A p r-escola4p od e ser vista com o u m a das prim eiras agncias
de instruo formal cuja responsabilidade seria estabelecer as noes iniciais
cjue form ariam os alicerces p ara se alcanar conhecim entos mais com plexos.
E na p r-escola, p ortan to, que d everiam ser estabelecidos os p rim eiros
repertrios, que tem os ch am ad o de p r-m atem ticos.
O problem a, en tretan to, n o reside ap en as n a au sn cia d e ensino
d e r e p e r t r io s p r -m a te m tic o s o u n a p r e p a r a o in a d e q u a d a de
p rofessores. M ach ad o (1991) enfatiza a existncia de um a im p regn ao
m tua entre lngua m a te m a e m atem tica, o que to m a ria a ap ren d izag em
da m atem tica d ep en den te da ap ren d izag em d e n ossa p rim eira lngua.
De fato, enq u anto sistem a sim b lico para d escre v e r a lg u m as rela es
lgicas, a m atem tica u m a lin gu agem que, p a ra ser exp ressa, lana m o
da lngua m aterna dos sujeitos. Podem os, ento, co n sid erar que o apren d iz
seria req u isitad o a ter no som en te o dom nio d o s sm bolos m atem tico s
e su as re la e s, m as fu n d a m e n ta lm e n te a p re n d e r o u so a d e q u a d o e
especfico d e su a ln gua-m e. A lguns estu d os tm ap on tad o p a ra essa
p ersp ectiva de M ach ad o (D om eles, 1998).
Do que tem sido ap resen tad o at aqui, p o d em o s d ep reen d er que
um a investigao acerca das dificuldades de ap ren d izag em da m atem tica
deveria ser plural se o interesse for identificar os fatores que d eterm in am
tais d ificu ld ad es. nesse co n te x to que tem se co n stitu d o u m a re a
r e la tiv a m e n te n o v a d e e s tu d o e p e s q u is a , c h a m a d a d e E d u c a o
M a te m tica , d e n tro da qu al u m cam p o e sp ecfico d e in v e stig a e s ,
cu n h ad o d e P sicologia d a E d u ca o M atem tica (P M E ), tem receb id o
d iversas contribuies de estu d os de p esq u isad ores que investigam os
p ro ce sso s d e a p re n d iz a g e m d a m a te m tica a p a rtir de p e rs p e c tiv a s
co g nitivistas/constru tivistas escio-interacionistas. N o tem os encon trad o
n a l it e r a t u r a d a P M E , e n tr e ta n t o , r e f e r n c ia s o u p u b lic a e s d e
investigaes p ro d u zid as a p artir de o utras fo rm as de conceber en sin o e
a p re n d iz a g e m co m o o ca s o d a p e rs p e c tiv a b e h a v io r is ta ra d ic a l.
P ro v a v e lm e n te p o r esta ter sid o b astan te c ritic a d a em ra z o d e um
A p a r tir d a n o v a L D B M , a d o to u -s e o te rm o E d u c a o In fa n til a s e r o fe r e c id a e m c re c h e s (0 a 3 a n o s )
e em pr-esrolas ( 4 a 6 an o s). P o rta n to , ao c o n tr rio d o q u e p o d e s e r p e n s a d o , n o e s t in c o rre to
re fe rir-s e a e s tu d a n t e s d e 4 a 6 a n o s c o n e pr escolares.
117
A n lise do C om portam ento para a Educao: C ontribuioes Recentes
N ovas (a n t ig a s ) c o n s id e r a e s s o b r e o e n s in o d a m a t e m t i c a :
118
Levar o aluno para conversar com a direo;
Comunicar os pais acerca do baixo desempenho acadmico do filho;
Respostas corretas tomam-se insignificantes em meio aos subprodutos do
controle aversivo: ansiedade, aborrecimento, agresso.
119
A n!i?e do Com portam ento para a Educao: C ontribuies Recentes
m a t e m t ic o : c o n t r ib u i e s e l im it a e s
T a t o u m a c a te g o r ia d e c o m p o r t a m e n t o v e r b a l c a r a c te r iz a d a p e la e m is s o d e u m r e s p o s ta v o c a l
o u m o to ra d ia n te d e u m e s tim u lo q u e p o d e s e r v is u a l, a u d itiv o , t til, p r o p r io c e p t iv o o u Ln tero ceptivo.
121
A n.i':>e J o C om portam ento para a Educao. C ontribuies Recentes
S ta a ts e S ta a ts ( 1 9 7 3 ) a in d a e n s a ia m u m a a n lis e d e
com p ortam en tos aritm ticos m ais com plexos, com o as quatro operaes
fundam entais, respostas algbricas e outros repertrios m atem ticos. A
p roposta de Staats e Staats guarda o m rito de ser original ao utilizar os
fundam entos trazidos por Skinner acerca do com p ortam en to verbal. Esses
a u to res n o tratam diretarn er e da aq u isio d o co n ceito d e n m ero
(ch am ad o a p artir de ag o ra de co m p o rtam e n to co n ce itu a i n u m rico ),
em bora em seu trabalho haja indicaes d e algum as relaes pertinentes
a esse conceito, com o: tateio de algarism os e quantidades em que estariam
im plcitas as relaes n u m e ra l-n o m e a o oral e q u a n tid a d e -n o m e a o
oral. N o h, porm , nenhum a p reocup ao em d escrever outras relaes
que com poriam esse conceito, deixando a im presso de que a discrim inao
sim ples de num erais e quantidades suficiente, com o prim eiro passo
aquisio de respostas m ais com plexas com o a contagem . N otem os que,
cm relao noo de nm ero, nada dito quanto ao ensino da relao
n u m eral-q u an tid ad e e sua sim trica, relaes estas que esto na base de
qualquer tentativa ru d im entar de anlise d a aquisio do com portam ento
conceituai num rico. Possivelm ente a con tin u ao da sistem atizao de
sua p roposta levaria os au to res a d edicar m aior espao anlise desse
c o n c e ito , p orm n o h re g is tro na lite ra tu ra d e que ten h a h a v id o
^rvr-1 fi r^i ti
........... . ........." j r - -
Q u a n to c o n ta g e m , u m a o p e r a c io n a liz a o fe ita p o r d o is
in vestigad ores cognitivistas (G elm an e Gallistel, 1978) p arece satisfazer a
d escrio deste rep ertrio com plexo:
1) Princpio da ordem estvel: a seqncia verbal da con tagem d eve ser a
m esm a a cada contagem (um , dois, trs etc.);
2) Princpio um-para-unr. d u ra n te a co n ta g e m , ca d a e le m e n to de u m
conjunto deve receber um e som ente um rtulo verbal ou n u m rico;
3) Princpio da cardinalidade: o rtu lo verbal d ad o ao ltim o elem ento de
u m a coleo indica a q u an tid ade de elem entos dessa coleo;
4) Princpio da absrrao: a co n tag em ind epende d o tipo de objeto de um
conjunto, ou seja, objetos diferentes p od em ser reu n id os a fim de serem
co n tad o s;
5) Princpio da irrelevncia da ordcnr. a ca d a co n ta g e m de u m m esm o
conjunto, pode-se co m ear por qualquer elem ento desde que se respeite
o segundo princpio.
Fstes princpios sugeridos por Gelman e Gallistel (1978) p odem ser
co n sid erad o s sim p lesm en te co m o relaes entre eventos am b ientais e
eventos com p ortam en tais, no h aven d o n ecessid ad e de lanar m o de
su p ostos m ecanism os internos para explicar a contagem . A lis, dessa
forma que a definio operacional de contagem d ad a por G elman e Gallistel
122
tem sido apresen tada n a literatura e o conhecim ento dessas operaes
que pode auxiliar os professores a analisar o rep ertrio de seus alunos,
individualm ente, e estab elecer quais relaes p recisam ser en sin ad as a
fim de que a con tagem , com o com p o rtam en to com p lexo, seja aprendida.
V o ltan d o ao trab alh o d e Staats e S taats, o q u e ressalta u m a
tentativa de d escrio de etapas d e aquisio d e resp o stas m atem ticas, a
qual p o d e re d u n d a r em u m cu rrc u lo 3 p a ra o en sin o de h a b ilid a d e s
m atem ticas elem entares, m esm o que este no tenha sido o objetivo desses
autores.
A p ossib ilidad e de siste m a tiz a o de p ro ce d im e n to s tcn ico s e
co n te d o p ro g ra m tico ao en sin o d a m a te m tica e le m e n ta r foi, m ais
especificam ente, o alvo de u m g ru p o de p esquisadores (Resnick, W an g e
Kaplan, 1973). Estes autores p ro p u seram a form u lao de um currculo
cuja principal caracterstica seria a introd uo p ro gressiva e sistem tica de
conceitos m atem ticos, desde os m ais elem entares, co m o o com p o rtam en to
conceituai n u m rico, at habilidades mais co m p lexas, com o a soluo de
problem as aritm ticos. A idia n ortead o ra do p ro g ra m a est b asead a na
verificao d os pr-requisitos j adquiridos pelo alun o e que serviriam de
base aquisio de novas respostas, tendo com o p on to de partida o ensino
de habilidades num ricas. R esnick e cols. (1973) p artem da afirm ao de
que "co m a aquisio do con ceito de nm ero, a crian a estar p rep arad a
para av an ar p ara as operaes com nm eros n atu rais e p ara estu d ar as
p ropried ad es destas o p era es" (p. 3), Eles arg u m en tam , no entanto, que
h diferena entre a definio d e n m ero dada pela m atem tica (nm ero
a p ropried ad e com u m com p artilh ad a por todos os conjuntos que esto em
correspondncia term o a term o entre si) e os d esem penhos que um a criana
deve ap resen tar a fim de con sid erarm os que j adquiriu tal conceito. Dessa
fo rm a , os a u to r e s p ro p e m q u e os d e s e m p e n h o s q u e e n v o lv e m o
co m p o rtam en to conceituai n u m rico so com p ostos por co m p o rtam en tos
d ire ta m e n te re la cio n a d o s a o q u e ch am am d e d e fin i o m a te m tic a -
psicolgica d e n m ero (cujos desem penhos seriam a seriao, a con servao
de q uantidades discretas e a correspondncia entre ordinais e cardinais),
p or co m p o rta m e n to s lig ad os ao s usos p ra g m tico s de n m ero (co m o
contagem e co m p arao entre conjuntos), e por com p ortam en tos associados
a sm bolos com uns dados aos nm eros.
A prop osta ap resentad a p o r Resnick e cols. (1973) definida por
eles com o u m delineam ento hierrquico do ensino de m atem tica elem entar;
por isso, d escrevem passos a serem seguidos seqencialm ente quando do
? A o a l a v r a r.u rric u lo a a u i e m p r e g a d a n u m s e n t i d o b a s t a n te r e s t r i t o d e c u r s o , c a m in h o o u e ta p a s a
s e r e m s e g u i d a s n o e n s in o d e d e t e r m i n a d a s h a b i l id a d e s . N o h o u v e , p o r t a n t o , p r e o c u p a o e m u tiliz a r
e s s e t e r m o n u m s e n t i d o p e d a g g i c o m a is f o r m a l e c o m p l e x o .
123
Vn.se do C o m p o rta m e n to p a r a a E d u cao : C o n trib u i es R ecentes
124
g ra d a tiv a m e n te m a io re s , e tal co m o R esn ick e co ls. (1 9 7 3 ), ta m b m
p ro p u seram u m a seqncia de ensino, resu m id a a seguir:
125
A n ' se Ho C o m p o rta m e n to p ara a E d u ca o : C on trib u i es R ecentes
' A lista c o r r e s p o n d e n t e a o l e v a n t a m e n t o n o s e r i n c lu d a n a s e o d e R e f e r n c i a s , m a s p o d e r s e r
f o r n e c id a p e l o s a u t o r e s a o s i n t e r e s s a d o s q u e a s o l ic i ta r e m .
as operaes envolvidas na form ao de um a classe n a qual os elem entos
a ela p e rte n c e n te s so eq u iv alen tes en tre si. E m o u tra s p a la v ra s , os
elem entos dessa classe se caracterizam pela substituibilidade.
O p a r a d ig m a d e e q u iv a l n c ia foi in s p ir a d o n a p r o p o s i o
m atem tica de equivalncia entre os elem entos de u m a classe, proposio
esta en con trad a na teoria dos conjuntos. A ssim , p a ra que dois ou m ais
e le m e n to s sejam e q u iv a le n te s , n e c e s s r ia a c o n s t a t a o d e tr s
p ro p ried ad es, ch am ad as p ro p rie d a d e s de eq u iv aln cia: reflexivid ad e,
simetria e transitividade. Ao estudarm os a form ao de classes de estm ulos
equivalentes no repertrio hu m an o, Sidm an e Tailby (1982) p ro p em que
c o n sid e re m o s c a d a p ro p rie d a d e co m o p ro p r ie d a d e s re la c io n a is ou,
resum idam ente, com o relaes entre estm ulos dessem elhantes, exceo
da refle x iv id a d e . A ssim , n a reflexiv id ad e u m d e te rm in a d o e lem en to
relaciona-se consigo m esm o, ou seja, a relaciona-se a 2. P ara que um a relao
seja sim trica preciso que dois elem entos, relacion ad os num a certa ordem ,
estejam relacionados na ordem inversa; isto c, se a relaciona-se a ento b
relaciona-se a a. N a transitividade, estando dois elem entos relacionados a
um elem ento em com u m , esses dois elem entos d ev em estar relacionados
entre si, ou seja, se a est relacionado a ^ e s e b est relacionado a , ento
a relaao verdadeira. Os estudos experim entais tm con d u zid o um
teste final de equivalncia no qual e verificada a em ergen cia da relao
sim trica da transitiva, ou seja, a.
As pesquisas em Equivalncia de Estmulos tm investigado diversos
problemas como: linguagem e equivalncia; equivalncia de estmulos com o
funo bsica de estmulo; direrionalidade do treino; papel da nom eao na
form ao de classes de estmulos equivalentes; transferncia de funes entre
os estmulos de classes equivalente; distncia nodal; ausncia de conseqncia
diferencial etc (de Rose, 1988). U m a das possibilidades de ap licao do
paradigm a diz respeito ao ensino de habilidades acadm icas. Strom er (1991)
defende que a equivalncia de estmulos pode ser utilizada com o uma tecnologia
de ensino geradora de repertrios comportam entais, e argum enta que:
10 ( ..) t h e c u n c e p t s a n d p r o c e d u r e s of s ti m u l u s e q u i v a l e n c e c a n c o n t r i h u t e s u b s t a n ti a l ly to t e a c h in g
2
p t c t:c c 5 T h e o v s r i l :rr\p3Ct r a y b? tV ir_'?c'!d; (1 ) i r g f'* t b ? n a n ] nf le ^ r n in p
d if fic u ltie s in p a r t ic u l a r p o p u la t i o n s o f in d i v id u a is , (2 ) in c r e a s e d p r e c is io n in a s s e s s m c n t o f n c a d c m :c
p e r f o r m a n c e s , a n d (3 ) th e I d e n t i f i c a t i o n o f in te r v e n ti o n s t r a t e g i e s t h a t m a x i m i z e n e w l e a m i n g
127
se C o m p o rtam en to p ara a E d u ca o . C on trib u i es K eccntes
A s e g u ir s i n t e ti z a r e m o s a lg u n s e s tu d o s q u e i n v e s t i g a r a m
rep ertrios p r-m atem tico s (co m p ortam en to conceituai n u m rico) com
base no m od elo d e equivaln cia. A descrio d os estu d os n o fu gir ao
uso de term inologia tcn ica, em bora tenh am os nos esforad o p o r to m a r
o m enos rida possvel a leitura.
A l g u m a s in v e s t ig a e s s o b r e a q u is i o d e c o m p o r t a m e n t o
C O N C E IT U A L N U M R IC O .
128
Testes de g en eralizao foram co n d u zid o s u san d o -se q u a n tid a d e s de
m as, casas e m oedas na m esm a configurao das quantidades d e treino
e teste.
O s r e s u lta d o s in d ic a r a m q u e a c o n ta g e m n o p a r e c e u s e r
necessria p ara a form ao de equivalncia entre n m ero e q u an tid ad e
(os sujeitos no ap resen tavam o co m p o rtam en to de co n tar no incio do
e x p e r i m e n to ). F o i r e g i s t r a d a a f o r m a o d e : 3 6 n o v a s r e l a e s
condicionais, sem treino explcito, de nm ero e q u an tid ad es e v ice -v e rsa ;
9 6 relaes adicionais, n o trein ad as, entre n m ero s d itad os, n u m erais
im p ressos, trs diferentes con figu raes para ca d a q u an tid ade de m o ed a
e um a co n fig u ra o p a ra ca d a q u a n tid ad e d e m a s e ca s a s; 1 2 e 6
em ergncias de n om eao oral p a ra os sujeitos 1 e 2 , resp ectiv am en te;
06 classes de equivaln cia, con sistind o de n m ero s d itad os, n u m e ra is
im pressos e trs diferentes con figu raes de q u an tid ad es de p on tos.
A s s im c o m o G re e n ( 1 9 9 3 ) u t i l iz o u -s e d o p a r a d i g m a d e
equivalncia de estm u los p a ra ensinar alg u m as rela es p erten cen tes
ao co m p o rta m e n to co n ce itu a i n u m ric o , K a h h a le (1 9 9 3 ) e s tu d o u a
aq u isio da n oo de q u an tid ad e b asead a no m esm o p a ra d ig m a . O
objetivo e x p licitad o p or K ah h ale foi v e rifica r se o p ro c e d im e n to de
e x clu so lev a ria aq u isio do co n ceito d e q u a n tid a d e e co m o este
conceito p od eria ser am pliado com os p ro ced im en to s d e eq u ivaln cia
de estm ulos. O s estm ulos utilizados foram : qu an tid ad es (d esen h os de
objetos) de 0 a 7 varian d o quanto ao tam an ho, co r, form a e d istrib u io
espacial (estas dim enses foram ch am ad as de irrelevan tes d a d o que a
n um erosidad e d everia ser a nica p ropried ad e a co n trolar as resp o stas
das crian as); n om es falados d o s n m eros 0 a 7; alg arism o s d e 0 a 7.
A lm da verificao da fo rm ao de equivalncia entre esses estm u los,
a au tora investigou a n om eao oral dos v alores de zero a sete. N o te m o s
que Kahhale introduziu a noo de zero (ausncia de q u an tid ad e).
P articip aram q uatro estu d an tes p r-escolares, co m idade v a ria n d o
entre cinco e sete anos. Dois m eninos, com 6 e 7 anos d e idade, cu rsa v a m
o P r, um a m enina com 5 anos e m eio cu rsava o Jard im II e u m m en ino,
com 5 anos, o Jard im I. O s estm ulos utilizados foram : q u an tid ad es de
objetos de um a sete; n u m erais im p ressos; p a la v ra d itad a (n o m e d o s
nm eros). Em relao s q uantidades, as m an ip u la es das d im en ses
irre le v a n te s e d a n u m e ro s id a d e fo ram in tr o d u z id a s p r o g r e s s iv a e
cu m u lativam en te em diferentes com binaes (4 p ara o valor zero e 240
p a r a c a d a u m d o s d e m a is v a lo r e s ). A p e s a r d e o s s u je ito s t e r e m
d em o n strad o a em erg n cia de n ov as relaes con d icion ais sem trein o
explcito, u m a das crticas que se faz ? esse esfudo diz respeito ao tem po
d em asiad am en te p ro lo n gad o exigido pelo desenho exp erim en tal, j que
129
A n !.*: do C o m p o rtam en to p ara a E d u cao : C o n trib u i es R ecentes
o n m ero de com binaes entre dim enses diferentes de estm ulos era
m uito alto, o que exigia tam bm um grande n m ero de tentativas p ara
cad a p asso por sesso. O utra crtica quanto restrio, n os objetivos, ao
ensino da noo de qu antidade. Kahhale tratou d e relaes com p onen tes
d o c o m p o r ta m e n to c o n c e itu a i n u m r ic o , d o q u al a a q u is i o da
q u an tid ade um dos d esem p enh os necessrios.
Em outro estu d o, M ackay, K otlarchyk, C ord er, G ould e Strom er
(1994), trabalharam com u m a criana do sexo m ascu lin o, de 10 anos de
idade, com paralisia cerebral e retard o m ental severo, m an tid o e m cad eira
de ro d as e com extrem as dificuldades m otoras. F oram realizad o s dois
exp erim en tos com p lem en tares, utilizando o p arad ig m a d a equivalncia
de estm u lo s e o m tod o de co n stru o de a n a g ra m a s. O m tod o de
an ag ram as foi em p reg ad o em funo d e que o sujeito era in cap az de
escrev er d evid o s d ificuldad es m o to ras, p o rm co n seg u ia m an ip u lar
pequenos blocos de cartolin as nos quais estav am escritas letras.
N o prim eiro experim ento, objetivou-se ensinar a con stru o das
palavras "zero " at "n o ve" em resposta ao nom e ditado das m esm as. Em
acrscim o , verificou -se a em ergncia de equivalncia en tre algarism os
im pressos e nome ditado e a nom eao dos estmulos im pressos (nom es
escritos e algarismos VOs estmulos utilizados foram: palavras ditadas (nomes
de nm eros dc 0 a 9), algarism os impressos (0 a 9), palavras im pressas (nome
dos nm eros dc zero a nove), letras isoladas p ara form ar os anagram as.
Inicialm ente avaliou-se o rep ertrio inicial do p articip an te atravs dos
seguintes testes: relao de identidade entre algarism os im pressos; relao
de identidade entre letras impressas; construo de anagram a (letra por letra)
a partir de um modelo escrito. O resultado destes testes dem onstrou domnio
do sujeito nas tarefas e, portanto, capacidade de discrim inar as dim enses
crticas dos estmulos, bem com o capacidade de construir anagram as. Os
demais testes foram: relao algarismo im presso-nom e ditado; relao palavra
impressa-nom e ditado; relao palavra im pressa-algarism o im presso; relao
a lg a rism o im p re ss o -p a la v ra im p ressa; n o m e a o o ra l d e a lg a rism o s
im pressos; nom eao oral de palavras im pressas; p roduo de seqnda
oral dos valores de zero a nove, nesta ordem . A este ltimo teste os autores
cham aram de contagem; porm , com o vim os ao tratar da proposta de Gelman
eGallistel, a produo de rtulos verbais em seqncia no satisfaz definio
operacional daquele desempenho.
O procedim ento de ensino consistiu em treino d e co n stru o de
anagram a a partir de nom es ditados dos nm eros com o m odelo um a vez
que, durante os testes iniciais, o sujeito dem onstrou a relao algarism o
i,i rv ' '' nom e ditado c c* dc impr^-s^os. demuis
relaes seu desem penho esteve ao nvel do acaso. Tam bm foi ensinada a
130
relao algarism o im presso-palavra im pressa. E m funo do tipo de treino
dado ao sujeito, verificou-se a em ergncia dos seguintes com portam entos:
relacionar o nom e im p resso dos n u m erais aos algarism os e vice-v ersa;
relacionar o nom e dos n m ero s (construdo p o r an agram a) a num erais
im p ressos; n u m erar o ralm en te os n om es im p re sso s d o s n m ero s. N o
seg u n d o e x p e rim e n to , co m o m esm o su jeito , o b je tiv o u -se e n sin a r a
p roduo de seqncia ou d e ordenao dos estm ulos. A p ergun ta bsica
era: tendo o sujeito aprendido a equivalncia entre nom e falado, algarism o
im presso e p alavra im pressa, e d ad o que sabia em itir a seqncia verbal de
zero at nove, ele poderia prod u zir a m esm a seqncia com os estm ulos
im pressos? A ntes do treino, o sujeito j recitava corretam en te os n m eros
de 1 a 9. O ensino d a seqncia de algarism os foi o m esm o usado no estudo
1 para co n struo de an agram as com palavras escritas. A ps o treino, alm
de recitar, o sujeito passou a o rd enar corretam en te as p alav ras im pressas e
os num erais im pressos, incluindo a posio "z e ro ". A in d a assim , julgo ser
p re c ip ita d o a firm a r q u e o su jeito a p re n d e u a p r o d u z ir c o n ta g e m .
Evidentem ente, o estudo relevante ao d em on strar n o s a form ao de
classes d e estm ulos equivalentes, m as tam bm a fo rm ao de seqncias
de estm ulos equivalentes; porm , com o tem os visto, a contagem envolve
outros com ponentes.
P rad o (1995), trabalhando com o parad ig m a de rede de relaes,
verificou a p ossib ilidad e de ap licao d esse p a ra d ig m a no estu d o da
aq u isio d o co m p o rta m e n to co n ceituai n u m rico e m 20 cria n a s, 1 2
meninos e pito meninas, com idade variando entre 4 anos e dez m eses e 8
anos e cinco m eses. O objetivo foi avaliar o repertrio inicial dos sujeitos
q uanto s h ab ilidad es p r-aritm ticas que j p o ssu a m e quais as que
fa lta v am p a ra aq u isio d o co m p o rta m e n to co n ce itu a i n u m rico . Os
desem penhos analisados foram a contagem , o uso de smbolos num ricos
escritos e falados e a com parao entre conjuntos a partir de sua igualdade
num rica. Os conjuntos representativos de quantidades eram com postos
de figuras diversificadas, sendo que a posio do estm ulo correto e o nm ero
de vezes em que ela aparecia foram m anipulados com o objetivo de evitar
respostas p or preferncia de posio. Os resultados validam a proposio
do autor de que devem os buscar construir instrum entos que perm itam traar
o perfil individual do repertrio com portam ental pr-aritm tico, antes de
decidirm os por algum procedim ento de ensino. E m outras palavras, o autor
sugere a sistem atizao de um conjunto de testes cujas tarefas possam avaliar
as relaes, pertencentes ao com portam ento conceituai num rico, que j
foram adquiridas pelo sujeito; de posse dessas inform aes, ficar mais seguro
decidir quais relaes sero ensinadas diretam ente e quais as dem ais que
devem ser esperadas aps o treino direto, com pletando, dessa forma, a rede
de relaes. O utra im portante contribuio refere-se constatao de que a
131
A r .is e do C o m p o rta m e n to para a E d u cao : C on trib u i es R ecentes
C o n c l u in d o
133
An.i;:>e tio C o m p o rta m e n to para a E d u caao . C on trib u io es R ecentes
num rico, carecem de m aior divulgao entre os educadores ou, pior ainda,
carecem de total divulgao fora da com unidade dos analistas. Alm disso,
dada a linguagem tcnica e os objetivos da m aioria dos estudos (objetivos
e ste s m u ito m ais v o lta d o s te s ta g e m d e p ro c e d im e n to s do que
aprendizagem da m atem tica em si), estes provavelm ente sero de pouco
interesse e utilidade aos professores. A no ser que nos arrisquem os a
traduzir" nossos achados queles que seriam os potenciais consum idores
de n o ssa s p esq u isas (p ro fe s so re s, alu n o s, e d u c a d o re s m a te m tic o s ,
psiclogos, pedagogos), o que seria bastante desejvel.
O cap tulo aqui ap resen tad o objetivou forn ecer elem entos p ara
anlise e reflexo em to m o da p ro d u o da A nlise do C om p ortam en to
acerca de co m p o rtam en to m atem tico. T em os cam in h ad o a p assos lentos,
p orm se g u ro s. J co n se g u im o s d e sc re v e r o p e ra cio n a lm e n te a lg u n s
r e p e r t r io s b s ic o s e n o s a p o ia m o s em d a d o s e m p ric o s q u e n o s
p ossibilitam falar form ao de classes de estm ulos equivalentes e, com o
isso, p od em o s vislum b rar conquistas im p ortan tes a serem alcan ad as em
nvel co n ce itu a i e exp e rim e n ta l. R esta-n o s in ce n tiv a r o d ilo go com
in vestigad ores de outras ab ordagens, dilogo este que deve ser p au tad o
no respeito e no interesse pela p rod u o alheia.
R e f e r n c ia s B ib l io g r f ic a s
134
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Fundamentos do comportamento matemtico:
a importncia dos pr-requisitos
Paulo S. T. do Prado 1
Joo S. Carmo 2
I ntroduo
U n i v e r s i d a d e d a A m a z n i a ( U n a m a ), B e l m ./ P A . E - m a il : pj's c @ l r i s .u f c c a r .b r
137
An. . w do C o m p o rta m e n to p a ra a E d u ca o : C on trib u i es R ecentes
>
O que ambiente?
A idia m ais p opu lar de ambiente aquela que o v com o sendo
N
tudo aquilo que est ao n osso redor, fora de ns, seja o am biente natural ou
o construdo. C onsid erand o que a psicologia estu d a interaes entre o ser
e o seu am biente e que a ed u cao consiste em p ro m ov er algum as dessas
interaes p ara que ocorra a aprendizagem , im portante am pliarm os um
pouco esse conceito. O am biente um tod o com p lexo que, para fins de
^ anlise, pode ser subdividido em extem o, sendo este fsico e social; e intem o,
o qual, por sua vez, subdivide-se em biolgico e histrico.
138
q u m ic o s e b io l g ic o s d o a m b ie n te . P r o p r ie d a d e s o d o r f e r a s s o
determ inadas por caractersticas qum icas das substncias. A fauna e a flora
so constitudas por seres vivos, biolgicos portan to, que fazem p arte do
que estam os tratando com o am biente fsico.
A lguns aspectos do am biente talvez no recebam m uita ateno da
m aioria das pessoas. V oc j p aro u algum a vez para p ensar nos sons ou na
luz com o elem entos integran tes d o am biente? C on sid erem os os sons. H
p r o f is s io n a is q u e se d e d ic a m e x c l u s i v a m e n te ao e s tu d o d e se u
com p ortam en to. A queles que atu am n a engenharia acstica, p or exem p lo.
Os m sicos com b in am son s p a ra se exp ressarem a rtisticam en te. E h
profissionais que estu d am e /o u u sam os sons, m usicais sobretudo, com
finalidades teraputicas. Tam bm tem crescido o n m ero de profissionais
in teressad o s n o s p ap is que a m sica p o d e e x e rc e r nos p ro ce ss o s de
aprendizagem e d a ed u cao d e um m odo m ais geral. Palavras so sons
que rep resentam coisas, sentim entos, nm eros...
139
A p !i ^ di >Com portam ento p.-ua a Educacao: C ontribuies Recentes
exatam ente o oposto do que ele almeja, isto , usadas para fazer dim inuir
ou cessar certos com portam entos, as broncas p od em fazer com que eles se
m a n t e n h a m , ou at m esm o que se tom em m ais freqentes. Sem se aperceber
disso, o professor p assar a recorrer mais e m ais a esse recurso indesejvel.
Esse processo, em geral, vai evoluindo sem que o professor se d conta e
ele acaba se tom an d o no que os alunos ch am ariam de "ch a to ; e ele dir:
"essa turm a im possvel".
O professor , de fato, um elem ento im portante do ambiente dos
alunos. Infelizmente, a m com preenso desse ponto tem produzido alguns
equvocos. Parece que o pressuposto russeauniano de que o hom em nasce
bom im pregnou-se em ns. A gim os como se as crianas nascessem sabendo
com portar-se bem. E quando fazem isso, com o se no fizessem m ais do
que sua obrigao. Mas quando com portam -se de m aneira que julgam os
inadequada, ento dam o-lhes ateno, nem que seja p ara adm oest-las.
Acontece que com portar-se adequadam ente nas diferentes situaes, fazer o
certo, algo aprendido. Ser m uito mais fcil para todos, alunos e professores,
se derm os ateno criana quando ela fizer aquilo que julgamos apropriado.
NTo h razo para serm os to econm icos com os elogios e esbanjarmos
broncas e repreenses. Algo to simples quanto a inverso desse pad ro
p o d e p ro d u z ir e x c e le n te s re s u lta d o s . N o e n sin o d a m a te m tic a ,
particularmente, isso assumt* uma dim enso especial. A ecunona de souisos,
de palavras elogiosas e encorajadoras, aliada s freqentes carraspanas mais
as dificuldades inerentes prpria m atria, a tom am aversiva para m uitos
alun os, que acab am d e sen v o lv en d o e stra t g ia s d iv e rsa s p a ra e v ita r,
procrastinar ou simplesmente fugir do estudo daquela disciplina.
At aqui, tratam os do ambiente externo (fsico e social). Tratem os
agora do ambiente intemo, que pode ser subdividido em biolgico e histrico.
140
Ambiente interno: histrico
P ou cas pessoas, se h ou v er algu m a, teriam dificu ld ad e em ad m itir
que o que som os n o presen te , em gran d e p arte, fru to de nossa histria
p assada. E m todas as teorias psicolgicas, a histria de in teraes en tre o
ser e o seu am biente assu m e um papel de im p ortn cia crucial. A s d iv ersas
v e rs es d a p sican lise "d isc o rre m sobre u m a p a ra to m e n ta l, a p e n a s
co n ce itu a i", ao p asso que diferen tes v ers e s d o co m p o rta m e n ta lism o
" re f e r e m -s e a c o n tin g n c ia s p a s s a d a s , o b s e rv a d a s o u h ip o t tic a s "
(Todorov, 1989, p. 351). A m an eira com o o ind ivd u o " c a rre g a " con sigo
os resu ltad os dessas in teraes, en tretan to, algo sobre o qual, em geral,
no se faz referncia. Possvel exceo talvez sejam algu m as ap ro xim aes
p ro p o rcio n ad as pelos avanos das n eu rocincias, que identificam regies
e p ro cessos cerebrais respon sveis pelo arm a z e n a m e n to das m em rias.
O que comportamento?
Diz um im p ortan te au to r brasileiro: "D e m o d o genrico, o term o
comportamento refere-se ativid ad e dos organ ism o s (anim ais, incluin d o o
h om em ), que m an tm intercm bio com o am b ien te." (De Rose, 1997, p.
79. D estaq u e no o rig in a l). A p a la v ra im p o rta n te n essa d e fin i o :
intercm bio- N o h sentido em pensarm os em co m p o rta m e n to a n o ser
que con sid erem os suas relaes co m o am biente n o qual ele o co rre. A o
a rra n ja r s itu a e s - p ro p o n d o a tiv id a d e s , fo rn e c e n d o in s tru e s e
explicaes, dando d em onstraes etc. - o p rofessor age sobre o am biente
dos alunos p ro d u zin d o m o d ificaes neles. O ra, ao in g ressar n a vid a
escolar o aluno no sabe ler, escrever, calcular. M as d en tro de algu m tem po
ele aprende tudo isso. Kssas apren dizagen s en volvem asp ectos cognitivos,
os quais so p ro cessos internos que o co rrem co m o resu ltad o d a ao d o
professor sobre p artes ou asp ecto s do am biente do aluno e da in terao
entre am bos p rom ovid a e, d igam os, g eren ciad a p o r ele.
A ssim com o um a p arte do am biente en cerra-se debaixo de nossa
pele, tam b m m u ito do que fazem o s o co rre ali. Os assim ch a m a d o s
co m p o rtam en to s e n co b erto s, com o o raciocnio e o u tro s p rocessos d itos
m entais e /o u subjetivos, so m ais difceis de serem d escritos e an alisados
do que co m p o rtam en tos p ublicam ente observ veis, sendo p o rta n to de
m ais difcil com p reen so. A p en as guisa d e ilu strao, tom em os co m o
e x em p lo a a n s ie d a d e , u m fe n m e n o p s ic o l g ic o q u e ta m b m te m
m an ifesta es fisiolgicas. So rea es d o co rp o ou d e p a rte s d ele a
d eterm in ad os eventos am bientais. So co m p o rtam en to s, algu n s deles de
n atu re z a reflexa, co m o os e stu d a d o s p or I. P. P a v lo v . (F m ra z o da
im portncia de alguns processos fisiolgicos p ara a psicoloeia a u e surgiu
a p sico fisio lo g ia, u m a p a rte d a p sico lo g ia q u e tem in te rfa ce c o m a
141
An.ilH Ho oTnpurt;im t'nk p.ira a Educatv C ontribuies Recentes
C o m p o r t a m e n t o s im b l ic o
142
N o incio da d cada de 70, um proem inente pesquisador am erican o,
M. Sidm an, publicou o relato de um estudo que fez com u m jovem co m
m icrocefalia e atraso severo de desenvolvim ento. O rap az sabia se-lecion ar
algum as figu ras em resposta aos seus respectivos n om es ditados e tam b m
podia, ele m esm o, dizer os n om es delas. Foi-lhe, en to, ensinada a relao
en tre as p a la v ra s falad as e escritas co rre sp o n d e n te s q u elas figu ras:
ap resen tava-se, a cad a vez, u m n om e ditado e v rias p alavras escritas. A
e s c o lh a d a a lte r n a tiv a c o r r e ta p r o d u z ia u m e s tm u lo r e f o r a d o r .
P osteriorm en te, observou -se que o rap az havia ap ren d id o m ais do que
lhe fora en sin ad o. Testes ap ro p riad o s revelaram que ele tinha se to m a d o
capaz d e selecionar figuras diante da apresentao dos seus nom es escritos,
de selecion ar p alav ras escritas face ap resen tao de figuras e tam b m
de n o m ear as p alav ras im pressas co rresp on d en tes aos nom es das figuras.
N a F ig u ra 1 apresen ta-se, d e m odo esq u em tico, o que se a cab a de
d escrever. O s retn gu los rep resen tam p alav ras faladas (pelo a d u lto ou
p e lo jo v e m ) ou e s c rita s e fig u ra s . A s s e ta s lig a n d o os re t n g u lo s
rep resen tam as relaes entre tod os esses elem entos. Por exem p lo, a seta
ligando os retn gu los resp ectiv am en te ro tu lad os com o "p a la v ra falada
(pelo adulto)''' e "fig u ra ", ind ica que o p esq u isad o r a p re se n ta v a u m a
p alav ra falad a e v rias figuras, d as quais u m a era a alternativa co rreta.
No e x e m p io , a p a la v ra d ita d a e s ta ria e x e r c e n d o u m a F u n o qu<?
ch am arem os de modelo, e as figuras teriam a funo de alternativas de escolha.
N ote que essas funes no so fixas, m as intercam bi veis. Figuras p od iam
ser u sad as co m o m odelos e p alav ras escritas com o alternativas de escolh a.
Em outro m o m en to , estas p od iam servir com o m o d elo s e assim p o r dian te
(veja ab aixo ). Setas p artin d o d os retn g u lo s ro tu lad o s co m o "p a la v ra
im p ressa" e "fig u ra" p ara o que leva o rtulo "p a la v ra falada (pelo ra p a z )"
significam que p alav ras ou figuras eram ap resen tad as ao jovem p a ra que
ele as n om easse.
Palavra falada
(pelo adulto)
Y __ VL_ F ig u ra 1. D iag ram a
Palavra
Kigura esquemtico resumindo o
im pr es sa <
procedimento de Sidman
(1971).
\Palavra falada ^
(pelo rapaz) \
143
A n lise <io C o m p o rta m e n to p ara a E d u cao : C on trib u i es R ecentes
' A o ie !t o r i n t e r e s s a d o e m c o n h e c e r u m p o u c o d a l it e r a tu r a s o b r e e q u i v a l n c ia , s u g e r i m o s a l g u m a s
le itu r a s : B a r r o s <1 9 9 6 ), D e R o s e ( 1 9 9 ? ) , S id m a n ( 1 9 7 1 , 1 9 9 2 / 1 9 % , 1 9 9 4 , 2 0 0 0 ) , S id m a n e T a ilb y ( 1 9 8 2 ) .
d esen volvim en to intelectual, u m m nim o de p r-req u isitos o b astan te
p ara a o co rrn cia do fenm eno.
C o m p o r t a m e n t o n u m r ic o
145
A n l:*e d o C o m p o rta m e n to para a E d u cao . C on trib u i es R ecente?
O que o autor quer dizer que a escola atua isoladam ente ao tentar
tornar p razeroso o aprendizado da m atem tica se no h ou ver u m suporte
social - e a famlia tem um papel fundam ental - pois inegavelm ente a
m atria im pe dificuldades inescapveis, cuja superao facilitada por
um m eio cultural que a valorize e encoraje seu aprendizado. Em nosso
pas, avaliaes oficiais e extra-oficiais revelam um estrepitoso fracasso do
sistem a escolar no ensino da m atem tica. Infelizm ente, pois afinal, ela
co n stitu i-se n u m a ferram enta conceituai to p od ero sa, qual p od e-se
atribuir grande parte dos avanos cientficos e tecnolgicos, inim aginveis
at o incio do Sculo XX. Alm disso, seja de m odo evidente ou m enos
perceptvel, a m atem tica est presente em m uitas das tarefas m ais triviais
q ue r e a liz a m o s cm n o sso d ia -a -d ia . O d o m n io d e p e lo m e n o s o
co n h ecim en to de seu s ru d im en to s co n d io p a ra um a v e rd a d e ira e
ag
i;
u ard ad a incluso social.
R etom ando o ponto de vista histrico, consta que a hum an id ad e
levou um longo tempo para aprender a lidar com as propriedades num ricas
d o a m b ie n te . C o g ita -s e q u e o h o m e m p r im itiv o u s a v a te r m o s
correspondentes s palavras m u ito e p ou co para se referir a quantidades
distintas (Lovell, 19 6 6 /1 9 8 8 ). Mas a evoluo das interaes entre o hom em
e o seu m eio foi im pondo a criao e ad oo d e form as mais precisas d c
avaliao quantitativa. U m a delas foi a m arcao. Segundo K. Lovell,
Era feito um entalhe em um basto, ou era posta de lado uma pedra
para cada animal, assim o pas-tor podia checar suas ovelhas em
comparao ao nmero de pedras. As pedras e as ovelhas eram
com pletamente dessemelhantes, mas cada ovelha e cada pedra
representavam uma unidade e ha-via entre elas a correspondncia
de uma coisa para outra (um-para-um). A m arcao foi muito til
e consistiu um notvel passo frente. Mas mesmo quando o homem
prim itivo "m arcav a" ele ainda no podia pensar ou citar um
nmero. (Lovell, 1988: p. 23).
Comportamento simblico-numrico
D uarte (1987) resum e m uito bem os aspectos essenciais d a evoluo
histrica do sistem a de num erao. A utilizao de pedras, de sem entes e
dos dedos foram form as m ecnicas de registro que precederam a contagem .
C om o aum ento das quantidades a serem contadas, form as mais sofisticadas
de registro foram sendo desenvolvidas. Por exem plo, u m a pedra para cada
vez que se esgotassem os dez dedos, ou um graveto p ara vinte d ed os - ps
e mos. Dessa form a, as relaes foram se tom an do m ais com plexas. A partir
dessas form as de registro surgiram os sistemas d e num erao de base cinco
e de base vinte. A origem de form as de registro decim ais, com o o nosso atual
sistema de n um erao, rem onta utilizao dos dedos das mos.
O u so d e p ed ras d eu o rig em ao b aco. Inicialm ente e m p re g a d o
com o u m m eio d e registro, p osterio rm en te o b aco p assou a ser u sad o
co m o in s tru m e n to d e c lc u lo . E le s era o p e r a d o p o r e s p e c ia lis ta s
co n sid e ra d o s g nio s. P a ra le la m e n te su a u tiliz a o su rg ira m v rio s
sistem as de n u m e ra o , criad o s ap en as co m o fo rm as de reg istro. U m
exem p lo so os alg arism o s ro m an o s. Essa s e p a ra o en tre fo rm as de
registro e instrum en to de clculo foi prejudicial ao d esen v olvim en to da
aritm tica. E d em o rou p ara que a partir d o b aco fosse co n stru d o um
sistem a d e n u m erao co m b ase nos m esm os p rincpios nele con tid os.
Isso s se to m o u p ossvel q u ando a h u m an id ad e en con trou um sm bolo
p ara rep resen tar a coluna v az ia d o baco: o zero . C o m a sua d escob erta,
os hindus, criad o res do sistem a de n u m erao d ecim al, p u d eram edificar
um sistem a co m caractersticas m u ito im p ortantes: u m a delas que com
ap enas d ez sm bolos p o d em o s rep resen tar q u alq u er n m ero, o que se
deve a d u as o u tras caractersticas: a n otao p osicion ai e a base d ecim al.
(Para m aiores d etalh es, v e r Ifrah , 1997.)
147
Anh^e do L o n p o r ta m y n tu para a E d u ca o : C on trib u o es R ecentes
C o m o v im o s, in te ra g in d o co m as p ro p rie d a d e s n u m ric a s do
am biente o hom em desenvolveu form as de com p ortar-se ad eq u adam ente
em relao a elas. Posteriorm ente, sm bolos especiais foram criad o s para
representar essas propriedades especficas. Ento, o uso de um a quantidade
de objetos (pedras, por exem plo) para representar a m esm a q u antidade de
outros objetos (ou seres) sofreu um a evoluo. A correspondncia biunvoca
cedeu lugar ao uso de sm bolos num ricos. (Ela no foi excluda, pois a
co n tag em integra a co rresp on d n cia u m -a-u m e o uso de sm bolos: os
n u m e ra is fa la d o s .) P o d e m o s d iz e r q u e o h o m e m d e s e n v o lv e u um
co m p o rta m e n to sim b lico n u m rico , ou c o m p o rta m e n to c o n c e itu a i
n um rico, conform e C arm o e P rad o (neste volum e).
R etom an do resum idam ente o que se exp s at aqui, h erd am os um a
cap acid ade bilgica: a subitizao, sobre a qual funda-se a ap ren d izagem
de habilidades desenvolvidas culturalm ente. Se a prim eira com o que um
esqueleto, as ltim as so com o que a carne que o recheia. O "rech eio "
com posto, entre outras coisas, d os smbolos num ricos (falados e escritos)
e de algum as habilidades que requerem seu uso. Estam os falando dc pr-
requisitos fundam entais, sem os quais aprendizagens m atem ticas mais
sofisticadas no so possveis. A resoluo da m ais simples equao requer
o dom nio das quatro o p era es elem entares. N o obstante, p a ra estas
tambm so absolutamente imprescindveis alguns pr-requisitos. Eles sero
ab ordad os a seguir.
--------------------- A
____ N m ero ------ ;
di ta d o
____V __________________ y ___
! |. - D ;
i ' , N om eao < -
149
A n .ise do C o m p o r ta m ento p ara a E d u ca o : L o n trib u i es R ecente?
150
F ig u ra 4. E xem p lo da re la o C C ':
Com parao entre dois conjuntos iguais
em n u m ero sid a d e , cujos elem en to s
encontram-se dispostos de modo diferente.
151
A n i ' i - e do L o mportam ento para a E d u cao : C ontribuies R ecentes
A v a l ia n d o e e n s in a n d o o s p r -r e q u is it o s
F ig u ra 5. C o m p a ra o
entre o desempenho de
um menino de 5 anos e 7
meses antes (colunas da
AC AF BC BF CS CC CD C CF
esq u erd a) e depois
(colunas da d ireita) do
ensino das relaes AB,
AC- NiitcxTodiLid - a-T^jumo AF V Uido contraem e <ubu^rj u 11-
B C -N u nen l
BD e BE.
! CB-Cor.junic - nurneral CC- Conjunto - ccnjiauo
C F- Odrrao c corticM JS
153
An-rt do C o m p o rtam en to p ara a E d u ca o : C on trib u i es Recente
C o n cluso
154
sm b o lo s n u m rico s (e sc rito s e fa la d o s ), c c o m p o rta m e n ta is . N o ssa
exp ectativa com essa descrio que ela instrum entalize o professor p ara
que ele p o ssa avaliar se o aluno apresenta os pr-requisitos fundam entais
necessrios aprendizagem da m atem tica. E principalm ente, caso no se
verifiquem essas condies, que o professor tenha condies de intervir
para ensinar aqueles pr-requisitos, fazendo-o num a perspectiva de que o
aluno ap ren d e m uito m ais d o que lhe diretam ente ensinado. O ensino de
algum as relaes p od e p ro d u zir a em ergncia de vrias outras. O m odelo
ap resen tad o fornece condies p ara que se avaliem as relaes em ergentes.
N o apresentam os tcnicas especficas a serem em pregadas p ara o
ensino d aq u ela rede de rela es tal com o esq u em atizad a n a F ig u ra 2.
A creditam os que o professor tem plenas condies de elaborar, ele m esm o, a
forma (ou form as) de fazer isso. Por Lsso, gostaram os de encerrar este captulo
lanando u m desafio. Desafiamos voc leitor-professor a elaborar estratgias
para ch ecar se o seu aluno apresenta os pr-requisitos para o aprendizado da
m atem tica. E nos casos em que for necessrio, que voc os ensine. M as
encorajam os voc a fazer isso olhando p ara: 1 ) as relaes que o aluno
apresenta; 2) aquelas que ele no sabe absolutam ente; e 3) aquelas que esto,
digam os, a m eio cam inho de serem aprendidas. A partir desse exam e, pense
na relao (ou relaes) que poderia ser estratgica para que, a partir d e seu
ensino, as relaes ausentes ou a meio cam inho emergissem .
q u eles que a ce ita re m n o sso d esafio , a p re se n ta m o s a lg u m a s
su gestes. Sugerim os que sejam u sad os n u m erais com um algarism o c
conjuntos co m as n u m ero sid ad es corresp on d en tes de u m a nove. O zero
im p lic a o c o n c e ito de n a d a , a u s n c ia , v a z io e p o d e s e r e n s in a d o
p o s te rio rm e n te . N u m e ra is co m d o is ou m ais a lg a rism o s, co m o o 10,
en volvem valores posicionais e seu ensino d eve ag u ard ar at que os alunos
a p re sen tem as p r-co n d i es n ecessrias p ara ap ren d -los. S u g erim o s
tam bm a "d o sa g e m " do g rau de dificuldade. A v an ce com cau tela, m as
sem esq u ecer-se que o aluno p recisa ser d esafiad o d en tro d os lim ites de
su a s c a p a c id a d e s . N u m e r o s id a d e s a t q u a tro s o s u b itiz v e is . E
im p ortan te que o aluno as relacion e aos resp ectiv os n u m erais falad os e
escritos, o rd ene-as, etc. M as a incluso dos v alores cinco e seis p o d em
rep resen tar um desafio a m ais. At p orque eles req u erem a co n ta g e m e
ser u m a boa ocasio p ara v oc ch ecar essa habilidade e v erificar se o
aluno p recisa de sua ajuda. Q u an d o a rede de relaes estiver com p leta
com v alo res at seis ou sete, inclua os restantes. M as antes de cad a p asso
adiante, verifique a em ergncia de relaes no ensinadas. Isso, alis, p od e
ser u sad o p ara encorajar o aluno. Deixe claro p ara ele que ele ap ren d eu
m ais d o que voc ensinou. E n o econom ize elogios.
B o m trabalho.
155
A n l:?e do C o m p o rta m e n to p-ira a F d u c x o : C on trib u i es R ecentes
R e f e r n c ia s B ib l io g r f ic a s
Ifrah, G. (1997). Histria universal dos algarismos: a inteligncia dos homens contada
pelos nmeros e pelo clculo. Trad. Alberto Munoz e Ana Beatriz Katinsky. Rio
de Janeiro: Nova Fronteira.
156
Sidman, M. (1971). Reading and auditory-visual equivalences. Journal of Spccch and
Hearing Research, 14, 5-13.Sidman, M. (1998). Relaes de equivalncia:
consideraes bsicas. Caderno de Textos de Psicologia, 2(2), 26-37. Do original:
Sidman, M. (1992). Equivalence relations: Some basic considerations. Em: S. C.
Hayes e L. J. Hayes (Orgs.), Understanding Verbal Relations: The Second and Third
International Institute on Verbal Relations. Reno, Nevada: Context Press (pp. 15-27).
157
Efeitos do treino de leitura
na escritas em crianas1
1 E s te tra b a lh o faz p a r te d a d is s e r ta o d e M e s tr a d o d e f e n d id a n o P r o g r a m a d c P s ic o lo g ia
E x p e r i m e n t a l : A n a li s e d o C o m p o r t a m e n t o d e P U C S P .
2 PU C SP.
159
do C om portam ento para a Fd u cao: C ontribuies Recentes
Staats, Schutz, YVolf, 1962; Lee e Fleger, 1982; Strom er e M ackay, 1992; Bimie-
Sehvyn e G uerin, 1997). N o Brasil, vrios gru p os de pesquisadores tm
tido foco de suas p esq u isas con ceitos e, especialm ente, a p ro d u o de
tecnologias de ensino que potencializem a aprendizagem nesse incio do
processo de alfabetizao, d edicando-se investigao de procedim entos
de ensino de leitura e escrita (de Rose, Souza, Rossito e de Rose, 1989; de
Rose e de Souza, 1996; Fon seca, 1997; M atos, H bner e Peres, 1997; M atos,
H ubner, Serra, Basglia e A vanzi, 2002; de Rose, 1999; de Souza e de Rose,
2 0 0 2 , entre outros).
A p rim o rar o p rocesso de alfabetizao, garantindo a apren d izagem
das habilidades de ler e escrev er prope com preender as relaes que se
estabelecem entre estes dois repertrios. D iferentes perspectivas em relao
a isto prescrevem diferente m aneiras de con d u zir o processo de ensino.
D iscusses relativas a p ossveis relaes que se estabelecem entre estes
repertrios so abordadas n os texto dos Parm etros Curriculares N acionais:
" n e ce s s rio q u e se c o m p re e n d a que le itu ra e e scrita s o p r tic a s
com plem entares, fortem ente relacionadas, que se m odificam m u tuam ente
no processo de letram ento a escrita transform a a fala (a constituio da
"fala letrad a") e a fala influencia a escrita (o aparecim ento de "'traos da
oralid ad e" nos textos escrito s)".
A relao entre estes dois repertrios tem sido analisada e investigada
por analistas do com p ortam en to. Para Skinner, os repertrios d e leitura e
de escrita so co m p o rta m e n to s o p eran tes e p od em ser d e scrito s p o r
contingncias de trs term os, so com p ortam en tos verbais que esto sob
c o n tr o le de e s tm u lo s d if e r e n te s . S e g u n d o S k in n e r ( 1 9 5 7 / 1 9 7 8 ) ,
com portam entos de escrever co m topografias sem elhantes p od em envolver
controle de diferentes tipos de estm ulos antecedentes (na cpia o estm ulo
antecedente o texto im presso; no ditado, o estmulo antecedente a palavra
falada). Estas diferenas p od em explicar diferenas nas habilidades de u m
m esm o indivduo de escrev er nestas duas condies e na aquisio destes
repertrios. Souza e de Rose (2002) descrevem que uma criana que copia
corretam en te um a p alav ra n em sem pre escreve corretam en te a m esm a
palavra ditada; na cpia, a p alavra escrita est presente com o um "m o d elo "
para a criana; no ditado, a escrita deve oco rrer sob controle do estm ulo
auditivo. C om o indicam Souza e de Rose (2002)
161
A n.i1!1 do Cornportnmenti.) pnra a Hducno: C ontribuies Recentes
isto sugere que a melhora d a escrita correta ocorreu devido aos vrios treinos
de leitura realizados.
Lee e col. (1982) indicam que, no Experim ento 2, alternavam -se treino
dc leitura e ps-testes de escrita e, assim, o participante possua a oportunidade
de escrever as palavras, de v er a palavra im pressa nas tentativas d o treino de
leitura, de ser conseqenciado caso a resposta de leitura fosse correta e possua
novam ente a oportunidade de escrever a palavra. As autoras ch am aram este
processo de prtica de encadeam ento da escrita.
Para verificar se esta p rtica de en cad eam en to da escrita pod eria
e s ta r in f lu e n c ia n d o a m e lh o ra d o s r e s u lta d o s o b tid o s d u r a n te o
Exp erim ento 2, d u ran te o Exp erim en to 3, um treino de leitu ra inicial foi
dad o e, depois disso, os p articip an tes sim plesm ente p assaram p o r vrios
p s-testes de escrita. N o exp erim en to 3, h o u v e pou ca m elh ora n a escrita
co rreta atrav s do d ita d o ap s o trein o de leitu ra. "E s te s re su lta d o s
m o stram que repetidas op ortu n id ad es p ara escrever as p a la v ra s no so
suficientes para obter a m elhora na escrita obtida no E xp erim en to 2 " (Lee
e col-, 1982, pp. 318). A p aren tem en te, o treino de leitura foi n ecessrio
para m elhorar a escrita correta.
O experim ento 4 teve como objetivo verificar se a leitura em voz alta
o <-> rofnrr,Tmppf-n
*
HifpvpnriM 1r>nra rpsnostas
A ' *
lidas co rre ta m e n te teriam
possibilitado a m elhorara no desem penho do repertrio da escrita atravs
do ditado vista no experim ento 2. Depois do treino de leitura e d o ps-teste,
ao invs de um treino adicional em leitura (visto no Experim ento 2), a palavra
im pressa era m o strad a ao p articipante (procedim en to de exp osio da
palavra) e era dada a instruo para o m esm o no l-la em voz alta e, em
seguida, era aplicado um novo ps-teste para escrita atravs do ditado das
palavras. Os resultados do experim ento 4 m ostraram que os participantes
ap re se n ta ra m um a u m e n to n a e scrita c o rre ta no p rim e iro p s -te s te ,
imediatamente depois do treino de leitura. Observa-se que depois do quinto
ps-teste para cada srie de palavras, respostas de escrita correta aum entaram
e, para algumas sries de palavras, nota-se 100% de respostas de escrita correta.
O presente esfudo um a rep licao do exp erim en to realizad o p or
Lee e col. (1982) c tem co m o objetivo verificar se o treino do re p e rt rio de
leitura pode p rod u zir a escrita quando as p alav ras so d itad as. A escolha
de um estu d o de 1982 p a ra rep licao justifica-se pela a tu a lid a d e do
problem a investigado p o r Lee e Pegler. A questo p rop osta p re o cu p a o
cen tral d os e d u ca d o re s, co m o in d icam as p a ssa g e n s d e s ta c a d a s dos
P arm etros C u rricu lares N acion ais, e aind a hoje en co n tram os crian as
que possuem a habilidade para a escrita atravs da cpia, m as que no
1 1. - i . 1 1 . . . . . J . ------ --------------------------------------------- ^ ^ -.L-- -1 - J 'i.- -1 - T T ---------
1 U l U U i U c l U C p o i CJ iCi w u j i i c ^ i n u c s L i t v i , a p a l i i i c t O li i i c i u v i .
outra razo p ara replicar este estu d o de Lee e col. (1982) que o estudo
162
foi a p lic a d o p r im e ir a m e n te -e m -um o u tro id io m a , u m a r e p lic a o
possibilita am p liar a generalid ad e das co n clu s es obtidas.
A lg u m as alteraes foram realizad as d u ran te o p resen te estu d o : o
n m ero de p alav ra s trein ad as (Lee e P egler trein aram 50 p a la v ra s em
cada estu d o, neste estudo fo ram trein ad as 30 p alavras) e a seqncia em
que os exp erim en tos que fo ram ap resen tad o s aos p articip an tes so freram
alteraes (os vrios p articipantes foram exp ostos aos quatro exp erim en tos
em seqncias diferentes) co m o objetivo de analisar se a seqncia d as
variveis m an ipu ladas n o treino de leitura ou no teste de escrita p od ia
estar relacion ad a a alteraes no-ep ertrio de escrita.
M to d o
Participantes
P articip aram do exp erim en to trs m eninos e d u as m en inas, co m
idades v arian d o de 9 a 14 anos, que cu rsavam diferentes sries ( l d a 5) d a
rede m u n icipal de ensino. Os p articip an tes freq en tam se m an alm en te
um a clnica que atendem crian as co m dficit de d esen volvim en to. E stas
cria n a s re s p o n d e ra m c o rre ta m e n te m en o s d e u m te ro d a s ta re fa s
p ro p o stas p ara av aliar o rep ertrio d c leitura.
Local
O exp erim en to foi realizad o em u m a clnica localizad a n o in terio r
do E stad o de So Paulo que aten d e crian as co m d esen volvim en to atp ico
a s s o c ia d o o u n o d e f i c i n c i a fs ic a . A m e s m a p r e s t a s e r v i o s
m u ltid iscip lin ar e am b u lato rial p a ra estas cria n a s em d iv e rsa s re a s
(ped agogia, psicologia, fisioterapia, fonoau d iologia etc).
Materiais
O m aterial relativ o avcTao inicial foi u sad o em ta re fa s de
em pa relha m ento de acordo com o m odelo envolvendo palavras im pressas,
palavras ditadas e figuras. Figuras coloridas (de 5 cm 2), as palavras im pressas
(fonte Arial 65) ou am bas estavam dispostas em folhas d e papel tam an ho
A 4 . 0 estm ulo modelo (palavra o u figura) estava im presso na parte superior
e central da pgina; quando o estm ulo m odelo era auditivo, a parte su p erior
da p gina encontrava-se em b ran co. Trs estm ulos com p arao (p alav ra
ou figura) sem pre estavam im pressos na p arte inferior da pgina.
N o treino de leitura, foram utilizados cartes (de 12 p or 3 cm ) no
-------- 1 - -,1 ^ 'F ir n a c M a u . - P r t n i s n A Q \ r o n t - r q l i ~7^ H J
163
A n . e do Com porN ir^enlo para a Lducaty Contxibues Rerente?
P ro ced im en to
F o ra m re a liz a d o s q u a tro e x p e rim e n to s , p re c e d id o s p o r u m a
A valiao Inicial a p artir da qual os p articip an tes foram selecionados.
a) Seleo de Palavras
F o ram selecion adas 265 p alav ras a p a rtir d e cartilh as e estu d os
sobre alfabetizao (C astro / 1975; Leite, 1985; Fon seca, 1997; B im ie-Selw yn
e G uerin, 1997; C apovilla, 2000). (As p alavras selecion adas so listadas
no Q u ad ro 1 ap resentad o em anexo).
b) A v a lia o inicial do re p e rt rio d c leitu ra e e sc rita e se le o d o s
p articip an tes
E s ta a v a lia o p o s s ib ilito u s e le c io n a r os p a r tic ip a n te s q u e
p a rtic ip a ria m da p esq u isa. N e sta a v a lia o , a p e sq u isa d o ra p ro p s
algum as tarefas d e escolha d e aco rd o com o m od elo ( matching-to-sample),
respostas d e n om eao e de red igir palavras d itad as, tal com o p ro p o sta
por Fonseca 1997. As tarefas de em p areih am en to d e aco rd o co m o m odelo
p o r id en tid ad e (fig u ra /fig u ra e p alav ra im p r e s s a /p a la v r a im p ressa),
em pareih am en to arbitrrio (aud itivo-visu al de p alav ra d ita d a /fig u ra e
p a la v ra d i t a d a /p a l a v r a im p re s s a , v is u a l-v is u a l d e f i g u r a / p a l a v r a
im pressa), n om eao de p alav ras im pressas e figuras e ditado.
O critrio de seleo dos participantes foi um nvel de acerto de 40%
no m xim o para as relaes figura-palavra im pressa, palavra im p re ssa /
figura, palavra im p ressa/p alav ra falada e p alavra d ita d a /e scrita .
II) E xp erim en to s
A ps um teste de preferncia de estm ulos (D eLeon e Iw ata, 1996)
em que foram selecionados objetos que foram utilizados com o reforadores,
os p articip an tes realizaram as sesses exp erim en tais. O co rre ra m , p or
sem ana, d u as a cinco sesses de, aproxim adam ente, m eia hora.
Q uatro experim entos foram propostos e os participantes realizaram
os v rio s e x p e rim e n to s em d ife re n te s se q n cia s : p a rtic ip a n te s A,
exp erim en tos 1 ,2 ,3 ,4 ; particip ante O, exp erim en tos 1 , 4 ,3 , 2 ; p articip an te
LN, experim en tos L 2, 4, 3, e p articipantes R c L, exp erim en tos 1, 3, 2, 4.
Experimento 1
Fase 1: Teste para a seleo das palavras. D urante esta fase, trinta palavras
da lista apresentada, que os participantes no poderiam 1er nem escrever,
foram selecionadas. Com o participante sentado na sua frente, a pesquisadora
selecionava um a palavra m ostrava ao participante e pedia que ele lesse. A ps
10 segundos, aproxim adam ente, o carto com a p alavra era rem ovido. C ada
palavra foi testada uma vez. N enhum a resposta de leitura foi conseqenciada.
A se g u ir, a p e sq u isa d o ra se le cio n a v a , ra n d o m ic a m e n te , u m a
segunda p alavra e utilizava o m esm o procedim ento, que era repetido at
que 30 p alav ras no lidas co rretam en te fossem identificadas. D epois, a
escrita destas 3 0 p alav ras era testad a. A ps a p esq u isad ora selecion ar
ran d om icam en te um a das 30 p alav ras, pediu ao participante p a ra escrever
a palavra. A pesquisadora dava p ap el e lpis ao participante e dizia: "A g o ra
escreva a p alavra bola. O p articipante no via a palavra selecionada. Este
procedim ento se repetia at que as 30 palavras tivessem sido apresentadas.
O p articipante tinha 10 segu n d os p ara com ear a cscrev-la. N en h u m a
resposta de escrita foi conseqenciada. Isto era feito at que as 30 p alavras
fossem selecionadas. As trinta p alav ras foram divididas, ran dom icam ente,
em trs sries contendo dez p alavras em cada srie.
165
Ar\V,><? d ^ C o m p o rU in e n to p a ra a KducaiHv. C ontribuies Recentes
Experimento 2
E s te e x p e rim e n to in v e s tig o u o e fe ito d e tre in o s a d ic io n a is
(overtraining) de leitura sobre a escrita. D os cartes restantes das p alav ras
s e l e c io n a d a s p a ra o e x p e r i m e n to a n te r io r fo ra m s o r t e a d o s
ran d om icam en te 30 cart es p alavra, utilizando o m esm o p ro ced im en to
jp cplorqn p slayrsc do Rxperim ento 1. Est?.s 30 palavras fora.ni divididas
em 3 sries, contendo 10 cartes p alavra cm cad a srie. O p ro ced im en to
foi o m esm o utilizado d u ran te o E xp erim en to 1: leitura e escrita foram
p r-testad as (Fase 2); os particip an tes foram treinados a ler as p alav ras
(Fase 3); e leitura e escrita foram p s-testad as (Fase 4). Se o p articip an te
escrevesse todas as 10 p alav ras da srie corretam en te, o p r-teste p ara a
p r xim a srie de p alav ras era iniciado im ed iatam en te (isto , n en h u m
treino adicional em leihira seria dad o p ara esta srie de p alav ras). M as se
o particip an te escrevesse m enos que 10 p alavras desta srie, treinos em
leitura eram repetidos (overtraining) com a m esm a srie de p alav ras (fase
5). O treino em leitura foi realizad o co m o m esm o p roced im ento e foi
en cerrad o com o m esm o critrio d a fase 2. A p s o treino em leitura p ara
a srie de 10 palavras, outro ps-teste foi con d u zid o, som ente p a ra escrita.
Se o participante no escrevesse as 10 p alav ras corretam en te du ran te este
ps-teste, outro treino em leitura era realizado, seguido p o r outro ps-
teste de escrita, en to o u tra srie de treino ad icion al em leitu ra. E sta
alternncia de treino em leitura e ps-teste em escrita era feita at que o
p articipante escrevesse todas as 10 p alav ras da srie co rretam en te n u m
nico ps-teste ou at que 10 p s-testes com esta srie de p alav ras fossem
realizad os, qualquer u m que ocorresse p rim eiro.E sta seqncia de fases
ce repeti?, par?. ?.s o u tras d u as sries de p alavras (cada u m a con ten d o 10
p alav ras em cada srie).
166
Experim ento 3
D urante o E xp erim en to 2, os participantes tiv eram o p o rtu n id ad es
de e scre v e r as p a la v ra s , tiv e ra m rep etid as o p o rtu n id a d e s d e receb er
e lo g io s e f ic h a s p a r a r e s p o s t a s c o r r e t a s d e l e it u r a , e r e p e t i d a s
o p o rtu n id ad es de e sc re v e r as p alav ras. D u ran te o E x p e rim e n to 3, os
p a rticip an tes tiv e ra m sim p lesm en te a o p o rtu n id a d e p ara e sc re v e r as
p alavras ap s o treino de leitura inicial.
Dos cartes restantes das p alavras selecionadas p ara o exp erim en to
anterior foram so rtead o s ran d om icam en te 30 cart es-p alav ra, utilizando
o m esm o p ro ced im ento d os E xp erim entos 1 e 2. O s q u atro p ro ced im en to s
utilizados nos E xp erim en to s 1 e 2 foram usados: seleo de p a la v ra s (fase
1); leitura e escrita foram p r-testad as (Fase 2); os p articip an tes foram
treinados a 1er as p alav ras (Fase 3); e leitura e escrita foram p s-te sta d a s
(Fase 4). Ps-testes som ente p ara escrita foram realizados u san d o a m esm a
srie de p alav ras ap s a realizao do p rim eiro p s-teste (fase 5). U m a
p alavra foi selecion ada e p ed ia-sc ao p articip an te p ara escrev -la. Este
p ro ce d im e n to de p s -te s te p a ra escrita foi re p e tid o at que to d a s as
p alav ras fossem escritas co rretam en te ou aps 6 p s-testes d e escrita.
Esta seqncia d e fases ap s o teste de seleo se repetia p ara as o u tras
duas sries de p alav ras (cad a u m a contendo 10 p alav ras em ra d a serin)
Experimento 4
D urante o E xp erim ento 4, aps o ps-teste p ara escrita, as p alavras
eram exp ostas ao participante sem que ele pudesse le-las em voz alta e
nenhum a resposta era conseqenciada diferencialm ente pela leitura destas
palavras, com o acontecia n os experim entos anteriores. A ps a exp osio
d a p alavra, seguia-se u m outro ps-teste p ara escrita. Trinta p alav ras no
lidas co rre ta m e n te p elo p articip an te eram selecio n ad as das p a la v ra s
restantes d a Lista de leitura, e a escrita destas palavras eram testadas (Fase
1). Os 30 cartes-p alavra sero random icam ente sorteados em trs sries
de 10 palavras. Trs p rocedim entos foram usados com cad a srie d e 10
palavras: leitura e escrita das 10 palavras foram pr-testad as (Fase 2); os
participantes foram treinados a 1er as palavras (Fase 3); e leitura e escrita
foram p s-testadas (Fase 4). O procedim ento foi sem elhante s fases 1, 2 e
3 dos E xp erim entos anteriores. D epois do ps-teste com cada srie de 10
palavras, iniciou-se o procedim ento de exposio da palavra (fase 5). O
proced im ento consistia na ap resen tao de cada p alavra ao participante de
acordo com a seguinte instru o dada pela pesquisadora ao participante:
"E u vou m o strar p ara v oc algu m as palavras. Olhe cad a p alav ra, m as no
a leia em v o 7 alta p ? ra m im . N a p rim eira ten tativ a, a p e sq u isa d o ra
selecionou um carto -p alavra random icam ente para a srie de 10 palavras
167
\ n ' - ^ e d o C o m p o r t a m e n t o para a F d u caao C ontribuies R e c e n te
T e s te d e s e le o ( e s t e d e s e le o T e s te d e s e le o T e s te d e s e le o
P r c -t c s te p a r a le itu ra c P r te ste p a r a le itu r a e P r -te s te p a r a P r -te s te p a r a
e s c r it a e s c r it a le itu ra e escrita le it u r a e e s c r ita
T r e in o d c le itu r a T r e in o d e le it u r a T r e in o d e le itu r a T r e in o d e le itu r a
P s -t e s te p a ra le itu ra e P s - le s te p a r a le itu ra e P s -t e s te p a r a P s - t e s te p a r a
e s c rito e s c rita le itu ra e escrita le it u r a e e s c rita
T r e in o a d ic io n a l em P s - t e s te p a r a E x p o s i o d a
le it u ra e s c rita p a la v r a
P s-te s te p a r a escrita P s-te s te p a ra P s - t e s te p a r a
*v
e s c rita e s c r it a
T r e in o a d ic io n a l em P s -t e s te p a r a E x p o s i o d a
le it u ra e s c r ita p a la v r a
P > -teste p a r a escrita P s-te s te p a ra P s - t e s te p a r a
e s c rita e s c r it a
T r e in o a d ic io n a l em P s -t e s te p a r a E x p o s i o d a
le itu ra e s c ri ta p a la v r a
P > -te ste p a r a e s c rita P s -t e s te p a r a
e s c r it a
Treine a d ic io n a l em E x p o s i o d a
le it u ^ paliivr*
P s -t e s te , ele. P s -t e s te p a r a
J
e s c r ita
168
R e s u l t a d o s e d is c u s s o
169
Anlise i o C om portam ento r o n 3 Kducarv C ontribuies Recentes
"N -a ;
-R :
"S
-L :
-LN;
~V
VI
\
nos pr-te^es e ps-testes dos experim entos aplicados. Os dadas so
:,l as somas das 30 palavrasde cada experimento.
i 170
N o Experim ento 4, no qual buscou-se verificar se ap ns as vrias
apresentaes das palavras p roduziam um aum ento do nm ero de p alavras
escritas corretam ente, observa-se, na Figura 2, resultados idnticos ao obtido
no Experim ento 3: no h nenhum a alterao no nm ero de palavras escritas
corretam ente, apesar de p assar a 1er todas as palavras N ota-se que estes
resultados diferiram dos de Lee e col. (1982), os participantes daquele estudo
que passaram a escrever as p alav ras propostas.
O p a rticip a n te O p a sso u p o r u m a seq n cia d e e x p e rim e n to s
diferente (1, 4, 3 e 2) do particip an te A e d os p articip an tes d o estu d o de
Lee e c o l (1982). C om o p od e ser observad o na Figura 1. E m b ora no teste
de seleo das p a la v ra s o p a rticip an te no ten h a lid o as 30 p a la v ra s
se le c io n a d a s , n o s p r -te s te s q u e p re c e d ia m os tre in o s d e le itu ra , o
p articip an te apresenta um au m en to do n m ero de p alav ras lidas ao longo
da srie de p alav ras. D u ran te os p s-te ste s d e leitu ra estes n m e ro s
au m en taram e o particip an te O p assa a 1er quase a totalid ad e d as p a la v ra s
avaliadas. N ota-se tam bm um au m en to do n m ero d e p a la v ra s escritas
nos ps-testes realizad o s logo ap s o ensino d e leitura em relao ao pr-
teste (variou de 12 p alav ras lidas co rretam en te no p r-teste p a ra 22 no
ps-leste). D epois de ap licad o o E xp erim ento 1, o p articip an te O p assou
p elo E xp e rim e n to 4, n o q u al, ap s o trein o d e leitu ra, a p a la v ra era
ap resen tada ao p articipan te sem que o m esm o p u d esse l-la em v o z alta
e sem que n enh um a resp osta co rreta fosse con seq en ciad a. A p a rtir deste
treino, o participan te O l co rretam en te todas as p alav ras p ro p o sta s no
ps-teste de leitura. N a Figu ra 2, nota-se que o p articip an te ap resen tou
nos seis p s-testes p ro p o sto s u m aum en to do n m ero de p alav ras escritas
corretam en te. Este dad o su g ere que a exp osio das p alav ras p o d e ter
contribudo para m elh orar a escrita das p alav ras desta srie. L ee e col.
(1982) analisa u m resu ltad o sem elhante em seus p articipantes.
C om a ap licao d o E xp erim en to 3, b u scou -se verificar se a escrita
d o p a rticip an te O m elh o ro u no E xp e rim e n to 4 co m a e x p o s i o d as
p alavras ou com os vrios p s-testes de escrita que foram realizad os. N este
exp erim ento, a repetio dos ps-testes gerou um a dim inuio d o n m ero
de p alav ras escritas co rretam en te. P od e-se su p o r que o g ran d e n m ero
de rep ostas sem refo ram en to tenha interferido neste resu ltad o.
N o E xp erim ento 2, em que o p articip an te foi exp osto a treinos
adicionais de leitura, foram utilizadas para este participante palavras com
um grau de dificuldade m aior do que as dem ais palavras utilizadas (palavras
com dgrafos e encontros consonantais etc.), tendo em vista que as palavras
selecionadas inicialmente no foram suficientes para que se pudesse selecionar
mais 30 palavras que c participante no poderia 1er. M esm o com estas palavras
m ais difceis, durante os ps-testes, o participante leu corretam ente todas as
171
An.U* d o C. om portam ento pura a Educao: C ontribuies Recentes
172
C om o pode ser ob servad o n a Figu ra 2, as m an ip u la es re a liz a d a s
no E xp erim ento 2 geram m aiores alteraes no n m e ro d e resp o stas do
p articip an te L. O n m ero de acertos d os p articip an te L N e O j tinha
o co rrid o a p e n a s co m a m a n ip u la o d a s c o n d i e s p ro p o s ta s p elo
E xp erim en to 1. Para estes p articip an tes, ap enas u m trein o ad icion al foi
suficiente p ara p ro d u zir a ce rto s n os p s-testes d e e scrita de to d a s as
p alav ras testad as. Os sucessivos p s-testes realizad o s no E xp erim en to 3,
esto relacion ados a um au m en to no n m ero d e a ce rto s ap en as p ara o
participante LN . E n tretan to essa m elh ora p od e ser o b se rv a d a em tod as
os experim entos a que LN foi exp osto. O E xp erim en to 4 p ro d u z alteraes
bastante sem elhantes nos 3 p articip an tes (O, L, e L N ) que tiv eram seu
d esem penho alterado. A exp o sio de p alav ras a u m e n ta o n m ero de
re sp o sta s co rre ta s (as c u rv a s q u ase se so b rep em )/ n o p ro d u z in d o
en tretan to acertos de todas as p alav ras ensinadas.
Os resu ltad os indicam que os rep ertrio s d e leitura e escrita so
d istin tos. C o m o n os resu lta d o s d e L ee e P e g le r (1 9 8 2 ), os testes que
p re ce d eram a fase de ensino d e leitu ra, neste estu d o, in d icam que h
p alavras que os participantes p od em 1er, m as no escrev er, e que escrevem ,
m as no lem - isto exem p lificado na Figu ra 3 que ap resen ta o n m ero
de p alav ras que o particip an te p articip an te L N lia e e screv ia, lia m as no
escrevia e escrevia m as no lia. So p ou cas as paia vras que ao p articip an te
l e escreve, du ran te os p r-testes realizad os.
10 i ; lidas e e scrita s
M
5 ; 0 lidas, m as no escritas
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| ! H e scrita s, mas no lidas ;
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173
A n!:.><? C'oiriportamento para a Educao: C ontrib uies R ecentes
174
dirige p ara seu repertrio individual, p ara alternativas prprias que p od em
estar sendo p o r elas geradas no p rocesso de ensino e q uando conseqncias
so liberadas p ara se co m p o rtam en to d e leitura. A in d a d e co rre d estes
resultados que a suposio de que o ensino de leitura gera au tom aticam ente
o repertrio de escrita deve ser questionada. Segundo as anlises d e Lee e
col (1 9 8 2 ), isto p o ssv el q u a n d o os p ro c e d im e n to s de e n sin o so
estru tu rad o s de form a a que a leitu ra e a escrita estejam e n ca d e a d a s,
p erm itin d o que as resp o stas d e leitu ra e escrita em itid as p o s sa m ser
reciprocam ente consequenciadas e m antidas p o r reforadores autom ticos.
E talvez se possa, a p artir d os resu ltad os desse estu d o, co n sid erar
q u e a n tig o s e s tu d o s d e a n a lis e d o c o m p o r ta m e n to n o s a ju d e m a
co m p reen d er ou g erar altern ativas d e investigao p ara p roblem as atuais
da ed u cao.
E x p e rim e n to 1 E x p e rim e n to 2 E x p e rim e n to 3 E x p e rim e n to 4
T e s te d e s e le o T e s te d e s e le o T e s te d e s e le o T e s te d e s e le o
P r -te s te p a r a le itu ra P r -te s te p a r a le itu r a e P r -t e s t e p a r a P r -t e s t e p a r a
e e s c r ita e s c r ita le i tu r a e e s c r ita le itu ra e e s c r it a
T r e in o d e le itu r a T re in o d e le itu r a T r e in o d e le itu ra T re in o d e le itu r a
P s - te s te p a r a le itu r a P s - t e s t e p a r a le itu r a e P s-te s te p a ra P s -te s te p a ra
e e s c rita e s c r ita le itu r a e e s c r ita le itu r a e e s c r ita
T re in o a d ic io n a l e m P s -te s te p a r a E x p o s i o da
le itu r a e s c r ita palavTa
T s -te s te p a r a e s c r ita P s -te s te p a r a P s - te s te p a r a
e s c r ita e s c r ita
T re in o a d ic io n a l e m P s -te s te p a r a E x p o s i o da
le itu r a e s c r ita p a la v ra
P s -te s te p a r a e s c r ita P s -te s te p a r a P s - te s te p a r a
e s c r ita e s c r ita
T re in o a d ic io n a l e m P s -te s te p a r a E x p o s i o d a
le itu ra e s c r ita p a la v r a
P s -te s te p a r a e s c r ita P s - te s te p a r a
e s c r ita
T re in o a d ic io n a l e m E x p o s i o d a
le itu r a p a la v ra
P s -te s te , e tc . P s -te s te p a r a
e s c r ita
Referncias Bibliogrficas
Birnie-Selwyn, B., Guerin, B. (1997). Teaching children to spell: decreasing
con^nanf rlu^tor er**or hy plrnnating sp'p'ctivf* stimulus control. Jourrwl of
Applied Behavior Analysis, 30, 69-91.
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A r v i'i^ rio Com portam ento p ara a Lducao: C on tribuies K eccrtes
Dg Rose, j. C., Souza, D. C., (1996). Teaching reading and spelling: exclusion
nnd stimulus equivalence. Journal of Applied Behavior Analysis, 29, 451-469.
Staats, A. W.; Staats, C. K.; Schultz, R. E., Wolf, M. (1962) The conditioning of
textual responses using "extrinsic" reinforcers Journal of the Experimental
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176
Anlise comportamental da aprendizagem
de leitura e escrita e a construo
de um currculo suplementar
R esu m o
* U n i v e r s i d a d e F e d e r a l tle S o C a r l o s , U n i v e r s i d a d e d e B r a s lia e U n i v e r s i d a d e I -e d e ra ! d o P a r
177
AnriMse d o Com portam ento para a Educao: C ontribuies Recentes
A rR E S E N T A O
178
escala e cria r o s re p e rt rio s b sico s n e c e s s rio s p a ra o a v a n o p a ra
rep ertrios m ais co m p lexos. O ensino o rg a n iz a d o em m d u lo s, que
p od em ser seqenciais ou sim u ltneos, e co m ea p o r instalar e p ro m o v e r
o d esen volvim en to das h abilidades elem en tares de recon h ecim en to de
p alav ras e de co m p o rtam en to textu al g en eralizad o , co m o base p ara o
desen volvim en to d a co m p reen so d e leitura e d o gosto pela leitura.
A s altern ativas p ara to m a r esses p ro g ra m a s d e ensino acessveis
p op u lao -alvo , em u m a escala m ais am pla do que a de pesq u isa, p od em
ser m u itas e v ariad as. N o atual estgio d e n osso s trab alh os, o p tam o s pela
im p lantao, n a U niversid ad e (U FS C ar, U FP a e U n B )1, de U n id ad es de
Iniciao L eitu ra, com o um laboratrio p ara in v estigao, p restao de
servios e tran sferncia de con h ecim ento sobre ensino d e leitura e escrita.
A oferta do servio viabiliza a co ntin uid ad e das in v estigaes que visam
com p reen d er os p ro cessos bsicos de aquisio d e h abilidades acad m icas
e, tam b m , os m ecan ism os n ecessrios p ara a o rg a n iz a o e m an u ten o
de u m a in fra-estru tu ra desse tipo d e servio e p a ra a tran sfern cia de
con hecim en to aos agentes ed u cacion ais.
O s e feito s d o p ro g ra m a de en sin o s u p le m e n ta r (a cre s cid o ao
escolar, no em lu g ar dele), resultantes da prim eira ap licao do "cu rrcu lo
e xp erim en tal" p ara o ensino de leitura, im p lem en tad o na u n id ad e da
U FS C ar, fo ram avaliad os de aco rd o co m um d elin eam en to de g ru p o que
co m p ara o d esem p en ho d e alunos d e um a m esm a escola, su b m etidos ou
no a esse p ro g ra m a .
A d e sc ri o d essa etap a d o trab alh o se r p re ce d id a p o r um a
re v is o d o s d e se n v o lv im e n to s p r v io s (co n c e itu a is e e m p rico s) que
cu lm in aram n a integ rao d e p ro ced im en to s c ativ id ad es de ensino que
con stitu em o referido "p ro g ra m a ",
P e s q u is a s p r v ia s q u e d e r a m o r ig e m p r o p o s t a d e U n id a d e s
de I n ic ia o L e it u r a
179
AnV.i>e do C om portam ento p ara a Educao: C ontribuies Recentes
181
Aru^e J p Com portam ento para a Educao-. C ontribuies Recentes
m esm a form a, duas classes podem scr fundidas quando explicitam ente
ensinada um a relao entre dois term os, cad a um com o m em bro de um a
classe distinta. Esta relao resulta em relaes em ergentes entre todos os
m em bros das duas classes (e.g., Saunders, Saunders, Kirby, & Spradlin,
1988; Saunders, W ach ter, & Spradlin, 1988; Sidm an, Kirk, & W ilson-M orris,
1985). Por outro lado, um a classe pode ser fracionada ou ter sua configurao
m odificada pela ao de estm ulos contextuais (Bush, Sidm an, & de Rose,
1989). Os estudos de de Rose e colaboradores (1988a, 1988b) m ostraram
que as funes de um estm ulo transferem -se para os dem ais m em bros de
um a classe de equivalncia, o que com patvel co m a noo de que os
smbolos adquirem , em u m a certa m edida e sob certas condies, as funes
de seus significados.
Essas c a r a c te rs tic a s d e tra n sfe r n cia d e fu n es, e x p a n s o e
d e p e n d n cia c o n te x tu a i c o rre s p o n d e m a a sp e c to s fu n d a m e n ta is do
co m p o rtam en to sim blico e d esen volvim en to lxico e apoiam a noo de
que a anlise de relaes em ergen tes e da form ao de classes de estm ulos
p od e forn ecer m od elos p a ra a com p reenso destes aspectos da linguagem
(e.g., Kohlenberg, H aves, & H ayes, 1993; Lipkens, H ayes, & H ayes, 1993;
W ilkinson & M cllvane, 1997; W ulfert & H ayes, 1988).
A im portncia terica d a form ao de classes de estm ulos para a
anlise co m p o rtam en tal de fenm enos cogn itivos e lingsticos (cf. de
R ose, 199 3 ) tem im p u lsio n ad o a an lise e x p e rim e n ta l das co n d ies
n ecess ria s e su ficien tes p ara a o co rrn cia d e rela e s e m e rg e n te s e
fo rm ao de classes, co m especial ateno interao com a linguagem .
A p ostu lao de que a fo rm ao de classes d e estm ulos seria u m p rocesso
subjacente ao d esen v olvim en to d a lin guagem tem sido co n testad a por
alguns au tores, que su sten tam , ao con trrio, que a linguagem necessria
p ara a form ao de classes de estm ulos (e.g., D ugdale & Low e, 1990;
H o m e & L ow e, 1996), en q u anto outros au to res sustentam que a form ao
d e classes de estm ulos seria um caso p articu lar de um a cap acid ad e m ais
g e ra l, a fo rm a o d e q u a d r o s ou m o ld u ra s r e la c io n a is , q u e se ria
m anifestada tam bm na lin guagem (e.g., B am es, 1994; H ayes, 1994; H ayes
& B a rn e s , 2 0 0 1 ). C o m o a p o n to u de R o se (1 9 9 6 ), a s o lu o d e sta s
co n trov rsias tericas d ep en d e d a obteno de d ad os m ais conclusivos
sobre o prprio processo de form ao de classes e sua relao com variveis
de p roced im ento. Os p ro ced im en to s em p reg ad os no estudo da form ao
d e classes de estm u lo s so altam en te co m p le x o s e ensejam rela es
b astante sutis de con trole de estm ulo que, freqentem ente, no podem
ser d etectad as a no ser pelo em p rego de testes especiais (C arrig an &
Sidm an, 1992; Johnson & Sidm an, 1993; M cllvan e et al., 1987). A falta de
anlise destas relaes d e con trole o desconhecim ento de suas interaes
com d iv erso s p a r m e tro s de p ro ced im en to p od em levar a concluses
182
in ad eq u ad as a respeito d os resu ltad o s d os testes p a ra em erg n cia de
relaes entre estm ulos (de R ose, 1 9 9 6 ).
N osso g ru p o de pesquisa tem estado interessad o nas variv eis de
p r o c e d im e n t o e n v o l v i d a s n a f o r m a o de r e l a e s e m e r g e n te s ,
considerando que a elucidao de seus efeitos fu n d am en tal p ara um a
av aliao ad eq u ad a d a base d e d ad o s que su sten ta a te o rizao m ais
abrangente sobre a relao entre classes de estm ulos e lin guagem (de
R ose, 1996). De aco rd o co m essa p reo cu p ao , tem os nos d ed icad o a
um a linha geral d e investigao d e v ariveis d e p ro ced im en to en volvid as
na em ergncia de n ovas relaes entre estm ulos e na form ao d e classes,
b u scand o a anlise das relaes de controle de estm u lo em treinos e testes
e a in terao en tre estas rela es e p arm etro s de p ro ced im en to . Esta
p reo cu p ao co m v ariv eis de p roced im ento v e m sen d o estreitam en te
a rticu la d a co m a an lise de re p e rt rio s a ca d m ic o s b sico s e co m o
d esen volvim en to de p ro ced im en to s de ensino.
E q u iv a l n c ia d e e s t m u l o s e o e n s in o d e l e it u r a e e s c r it a
183
Aprt1 * r.ki C om portam ento para a Educao: C ontribuies Recentes
im p re s s a s (c o m p o r ta m e n to te x tu a l; S k in n r, 1 9 5 7 ). A e s c r ita e st
rep resen tad a p ara d u as m o d alid ad es de resposta: a escrita m an u scrita
con ven cion al (F) e a escrita co m resp osta con stru da (E) ou com p osio.
N este ltim o caso, a escrita con siste na p ro d u o d e p alav ras escritas p or
m eio da seleo seqencial de letras de u m a m atriz (e.g., D ube, M cD onald,
M cllvan e, & M ackay, 1991; M ackav & Sidm an, 1984, Strom er & M ackay,
1992). A Figura 1 rep resen ta relaes em que estm u los (p o r exem plo,
p alav ras d itad as e figuras) co n trolam essas d u as m o d alid ad es de escrita.
Um caso especial consiste na escrita con trolad a p or p alav ras im pressas
(relaes CE e C F, am bas co m p o n en tes do co m p o rtam en to de copiar).
185
A nlise dn C o m p o rta m e n to p ara a L d u ca o : C on trib u i es R ecentes
lipo (com eando com trs relaes e aum entando o nm ero delas para mais
de 50). Testes peridicos tem m ostrado sistem aticam ente a em ergncia de
relaes novas, no diretam ente ensinadas, com o a leitura oral das palavras
(com portam ento textual), em parelha mento entre palavras e figuras (figura-
palavra e palavra-figura), soletrao e escrita das palavras, tanto sob controle
de palavra ditada, com o sob controle dc figura ou de palavra impressa. Para
vrios dos participantes, esses desem penhos em ergentes generalizaram -se,
em algum grau, para novas palavras (no ensinadas diretam ente), form adas
a partir de recom binao de slabas ou letras de palavras ensinadas (de Rose
et a.. 1992,1996; Rocha, 1996).
O grau de eficcia desses procedim entos vem sendo sistematicamente
ampliado, com reduo da variabilidade na generalizao dos desem penhos
alvo e aum ento na proporo de participantes que apresentam generalizao,
pela introduo do ensino sistemtico de relaes de controle entre slabas
ditadas e slabas im pressas (de Souza, de Rose, Cazati, H uziw ara, & Toledo,
2004). O conhecim ento at ento acum ulado tem perm itido vislum brar as
possibilidades de um a real extenso deste conhecimento de m odo a contribuir,
ainda que parcialmente, para a soluo de alguns dos angustiantes problemas
de nosso ensino bsico, por meio do desenvolvimento de program as de ensino
que sejam, por um lado, suficientemente fundam entados em pesquisa e, por
outro lado, suficientemente flexveis para serem usados pelos educadores
em funo de suas necessidades. A investigao e a descrio detalhadas das
co n tin gn cias en v o lv id as n os p ro ced im en to s de ensino que testam o s
fundam entaram o desenvolvim ento de um software (Rosa Filho et a/., 1998)
que possibilita que tais procedim entos sejam informatizados e implementados
por meio dc com putador, com o um importante recurso auxiliar no ensino de
indivduos com aprendizagem e desenvolvim ento norrnai e, especialmente,
de in divd uos que ap resen tem problem as d e d e sen v o lv im en to ou de
aprendizagem .
O " c u r r c u l o " i; s u a l m p l e m e n t a o n a s U n i d a d e s d e I n i c i a o
A L e it u r a
O b je t iv o s d f. e n s in o
187
A:i.V '-i.' do G'T:ifu>: .imenn para a Educao. C ontribuies R ecentes
A PROGRAMAO DE ENSINO
189
A n li^ v d o C o m p o r t a m e n t o p.i^a a t d u c o a o : C o n t r i b u i e s R e c e n t e s
190
podem ser om itidos, dependendo das n ecessidades d o ap ren d i/. Os passos
so o rg an izad o s em u m a seqncia, com o u m a estratgia p ara acu m u lar
"d ificu ld ad es" n as p alav ras ensinadas. C o n tu d o , a ap licao d os passos
flexvel, n o seguinte sentido: o aluno realiza o p r-teste do passo e, se
obtm 100% de acertos, fica d isp en sad o d e p ro sseg u ir p a ra o b loco de
tentativas de ensino e paxa o p s-teste d aq u ele p asso, p o d e n d o p assar
im ed iatam en te ao p asso seguinte. O m esm o critrio se aplica a tod os os
passos. D esse m o d o, ca d a aluno realiza ap en as os p a sso s n os quais n o l
as q u a tro p a la v ra s j n o p r -te s te ; p o r o u tro la d o , sen d o su b m etid o
sistem aticam en te a tod o s os p r-testes, torn a-se possvel m o n itorar com
p reciso o rep ertrio do aluno, m edida que ele p rogrid e no m d u lo de
ensino.
U m a o u tra m ed ida de d esem p en h o realizad a an tes d o incio de
cad a u n id ad e de ensino e con siste cm um teste de leitura co m 25 p alav ras,
um a p alav ra de cada um a das 17 "d ificu ld ad es" que so alvo das unidades
d e e n s in o e n o v e p a l a v r a s c o m o u t r a s d if ic u ld a d e s , in c lu in d o
"dificuldades" m ltiplas em u m a m esm a palavra. Este teste foi introduzido
no p ro g ram a d e ensino em funo de d ad o s d e pesquisa que m o straram
que m ed ida que p ro grid e no m d ulo, o aluno p od e co m ear a ap resen tar
leitura g en eralizad a, de m o d o que, m esm o que n o con siga ler certas
p alav ras an tes da aplicao do m d uo, ele passa a l-las ao longo das
sesses de ensino. A ssim , o teste geral ap licad o an tes de cad a u n id ad e de
ensino m ed e o d esem penh o em relao a "d ificu ld a d e s" j en sin ad as, c
tam bm em relao "d ificu ld ad e" a ser en sin ad a na unidade seguinte e
a to d a s as d e m a is "d ific u ld a d e s " ain d a n o e n sin a d a s, p e rm itin d o
m on itorar o desen volvim en to de leitura generalizad a e a m an u ten o do
rep ertrio j ad qu irido.
O M dulo 3 inteiram ente d esen volvid o co m livros de histrias.
Esto sendo e m p reg ad as d u as estratgias d iferen tes p ara essa fase do
p ro g ra m a d e en sin o e, em am b o s os c a s o s , o tra b a lh o d e p e n d e da
disponibilidade de um gran d e volum e de livros infantis, com boa estrutura
de histria e co m g rau s v ariad o s d e d ificu ld ad e, co m ean d o p or livros
com ap enas u m a sen ten a co m p alav ras co m slabas sim ples p or pgina,
e p ro sseg u in d o grad u alm en te p ara m aior co m p lexid ad e nas p alav ras de
um a sen tena e m aior co m p lexid ad e na p r p ria sentena, co m textos cada
vez m ais extensos.
U m a d a s a ltern ativ as b asead a n o P ro g ra m a R ecu p e ra o de
Leitura (C lay, 1985; C lay & C azd en , 1996), ad a p ta d o p or Tnia d e Rose
para ap licao em lngua p ortu gu esa (de R ose, D om eniconi, & Braz, 2000).
Com base em um a acu rad a avaliao do d esem p en h o de en trada do aluno,
v isan d o id en tificar d ificu ld ad es e co m p etn cia s que ele a p re se n ta , o
191
do C om portam ento para a Educau: C u iitrib u w s Recentes
instru tor tom a d ecises sobre o nvel de dificu ld ad e inicial p ara a seleo
dos livros e atua com o m ed iad o r de um trabalho sistem tico de leitura e
r e l e it u r a , a s s o c ia d o e s c r ita . A n fa se d o e n s in o c o lo c a d a n a
com p reen so de leitura e no em p reg o de estratgias ap ro p riad as de auto-
m o n ito ram en to da leitu ra. E stratg ias ap ro p ria d a s so exp licita d a s e
encorajadas, co m o p or exem p lo, b u scar ativ am en te p o r significado do
que est lendo, p ro cu rar p or pistas na p r p ria p alav ra ou no texto m ais
am plo, rever o texto im ed iatam en te anterior, ativ ar con h ecim en to prvio
ou relacionar com outras p alav ras v istas/co n h e cid a s, fazer au to-correes,
solicitar ajuda, persistir em tentativas para ler, identificar sons nas palavras,
recon h ecer p alav ras em frases, reler o que escreve, utilizar letras com o
dica para a leitura, atentar para letras iniciais e finais das p alav ras, atentar
p ara a estru tu ra da p alav ras (tam an h o, fo rm a) etc. D urante a leitura (e
tam bm a escrita) de histrias so criad as co n d ies p ara que os alunos
ad q u iram ou am pliem seu con hecim en to sobre as con ven es bsicas da
escrita, com o p on tu ao , orien tao de texto, etc.
U m a ou tra altern ativa consiste no em p reg o de um proced im ento
desenvolvido em um trabalho prvio, p or R. M iura e Jlio de Rose (M iura,
1 9 9 2 ), e re p r e s e n ta u m a o p o r tu n id a d e p a ra p r o m o v e r , d e m o d o
siste m tico , a leitu ra g e n e ra liz a d a de p a la v ra s in se rid a s em te x to s.
M antendo os princpios b sicos de assegu rar a resposta ativa do aprendiz
e de exigncia de p ro g resso g rad u al, com um m nim o de erros, esta
estratg ia de ensino faz u so d os p ro ce d im e n to s de o p o rtu n id a d e de
resposta, com m odelao e dica atrasad a, que a literatura docum enta com o
e x t r e m a m e n te e fic a z e s p a r a o e n sin o d e u m g r a n d e n m e ro de
habilidades, e que M iura (1992) estendeu p ara a aquisio de leitura. O
aluno que conclui os M dulos 1 e 2 (ou pelo m enos o p rim eiro deles), est
a p to a ler um c e r to n m e ro d e p a la v r a s ; h , p o r ta n to , u m a b o a
p robab ilid ad e de que ele j recon h ea alg u m a s p a la v ra s do texto. O
instru tor pode, ento, depois d a devida p re p a ra o da criana para se
disp or a ler e a interagir co m o texto, d ar incio tarefa. O aluno com ea
lendo sozinho; porm , se en contra dificuldade, exp ressa por um a pau sa
relativam en te longa, ou se erra em algu m ponto d o texto, o instru tor diz
a p alav ra (apresenta o m odelo) e p ed e a ela que repita a frase at aquele
p o n to e p r o s s i g a n a le it u r a . Hsse p r o c e d im e n t o a p li c a d o
co n siste n te m e n te (d e p o is de p a u sa ou d e p o is d e e rro ) e m o stra -se
altam ente eficaz, com o d em onstrado pela red u o p rogressiva no nm ero
de dicas atra sa d a s (d ep o is de p au sa) e de co rre e s (depois de erro )
ap resen tad as pelo instru tor, ao longo de leituras sucessivas, indicando
um au m en to p rogressivo nos acertos feitos pela criana. A p rogresso
de um livro para outro se faz quando a p orcen tag em de acertos m aior
que 90% . C om tal estratgia, desde que se tenha o cu id ad o de ad eq u ar a
d if ic u ld a d e d o t e x to ao r e p e r t r i o d o a p r e n d i z , h u m a a m p la -
possibilidade d e v ariao e flexibilidade n os co n te d o s e nas seq n cias
de textos. A situ ao , p o rtan to , bastante ap ro p riad a p a ra d esen v o lv er
m ais co m p letam en te os objetivos d e leitura com com p reen so (q u an d o o
aprendiz recon h ece o texto, p o d e-se ento usar estratgias de leitu ra e
releitu ra, co m nveis ca d a v e z m ais ap ro fu n d ad o s d e trab alh o co m o
significado d o texto ) e a flu ncia p o d e, en to , p a ss a r a ser m o d e la d a
(reforo diferencial p a ra rap id ez n as resp ostas co rretas).
E m b ora p ara fins de p esq uisa os m d ulos de ensino tivessem um a
extenso definida, ig u alad a p a ra tod o s os alunos, na atu al d im en so de
servio a sada d o aluno est co n d icio n ad a n o a um ponto arb itrrio de
um p ro g ram a p reestab elecid o, m as soluo d o p ro b lem a que o tro u x e
at a U n id ade de L eitu ra. A ssim , a con clu so do p ro g ram a o co rre em
funo do d esen v olvim en to d o rep ertrio d e leitura do aluno. P o r isto,
em bora d isp on h am os de m d u lo s p r-p rep arad o s p a ra g aran tir um fluxo
no atend im en to, estes m d u lo s so u sad o s em fu n o do rep ert rio do
a lu n o , p o d e n d o se r a m p lia d o s ou " e n x u g a d o s " p a ra g a r a n tir su a
p ro gresso ru m o leitu ra g en eralizad a, fluente, e co m co m p reen so .
Os dois p ro g ra m a s inform atizad os, tal co m o esto estru tu rad o s,
p erm item facilm en te a in c o rp o ra o de u m a v a rie d a d e de tarefas de
d iscrim in ao con d icion al, de leitu ra, de cpia e d e ditado; tam b m
vivel a co n stru o d e p assos esp eciais de ensino, sem pre que d e te cta d a s
dificuldades esp ecficas d e u m alu n o , que req u eiram a instalao d e p r-
requisitos, a reviso d e m aterial j trabalhado, etc.
A IM P L E M E N T A O DO PRO G RAM AI P R IM E IR A E X P E R I N C IA NA
UFSC ar
In fra-estru tu ra
As instalaes d a unid ad e esto alocadas na Biblioteca C om u n itria
da U n iversid ad e, em u m a sala co m ap ro xim ad am en te 40 n r , equipada
c o m o ito " e s t a e s d e t r a b a l h o " n a s q u a is e s t o i n s t a la d o s
m icrocom p u tadores PC, aco p lad o s a m onitores com telas sensvel ao toque.
Os procedim entos de ensino d o s m dulos 1 e 2 e o registro de d ad os so
gerenciados pelo software A prendendo a ler e a escrever cm pequenos passos,
desenvolvido especialm ente p a ra esta finalidade (Rosa Filho et a i, 1998).
Em ca d a e sta o , o alu n o trab alh a sozinho ou a co m p a n h a d o p o r um
instrutor. Enquanto trabalha, o aluno usa fones de ouvido, para garan tir
que oua co m clareza os estm ulos auditivos apresentados e, ao m esm o
itiiipu, no o u a os tsiViulos d itad os a outros
nem as verbalizaes desses alunos.
193
A n !*** d ,' C o m p o rta m e n to pnrn a E d u ca o -C o n trib u i e s R ecentes
S itu ao e p a rticip a n te s
O s d a d o s que se r o a p re se n ta d o s n esse cap tu lo se re fe re m
a p lic a o d o M d u lo 1 a a p ro x im a d a m e n te v in te alu n o s q u e fo ra m
recru tad o s em u m a escola da rede piiblica de ensino, localizada em um
b airro p r xim o U n iversid ad e, n o p rim eiro ano de funcionam ento da
U nidade. O recru tam en to foi feito co m base em um a avaliao bastante
d etalhad a do repertrio dos alunos (Fonseca, 1997), incluindo vrias tarefas
d e e m p a re lh a m e n to c o m o m o d e lo , le itu ra , c p ia e d ita d o ; fo ra m
selecionados para particip ar do trabalho na Unidade, som ente alunos que
ap resen tavam auscn cia com pleta d c leitura (porcentagem zero, em um a
tareia com 15 p aiav ras ap resen tad as um a a um a); outros 10 alunos, lin o
m esm o repertrio, p erm an eceram em lista d c espera para atendim ento e
constituram um gru p o controle p ara co m p arao com os dados dos alunos
recru tad o s para o trabalho na U nidade. A idade dos alunos v ariava de 8 a
14 anos, assim com o o tem po de escolarizao, que variava de u m a quatro
anos. A p ro p o ro de m eninos era bem m aior que a de meninas.
O s alunos eram tran sp o rtad o s at a un id ad e, em peq u enas tu rm as,
de 8 a 10 alunos p o r vez. P or isso, havia uma p ro gram ao d c ativid ad es
para m an ter todos os alunos en volvid os em tarefas supervisionadas. A lm
d as ativ id ad es d e ensino, nos co m p u tad o res ou na sala para trabalho com
o in stru to r, ou tras ativ id ad es eram desen volvid as na sala de literatura
infantil, no intervalo de esp era p ara en trad a em um a sesso de ensino, ou
logo d ep ois da sesso (nesse caso, co m o conseqncia para o trabalho) e
tinham a funo de am p liar o rep ertrio verbal, social e acad m ico em
geral (ap ren d er a segu ir reg ras, p artilh ar tarefas, cooperar, a g u a rd a r a
v ez etc). A s ativ id ad es altern ativ as incluam jogos d iv ersos (dom in s
v a r ia d o s , p u la -m a c a c o , v a r e ta s , q u e b ra -c a b e a s , to rrin h a e tc) p a ra
realizao em g ru p o , leitura de h istrias (conduzida por um m onitor),
teatrin h o, e tam bm film es e d esen h os an im ados (estes ltim os em sala
de v d eo , que tam bm fica localizad a no m esm o piso da biblioteca). A lm
disso, h av ia a possibilidade de jogos em co m p u tad o r, ou da p articip ao
em p e sq u isa p a ra o u tra fin alid ad e, p ara os q u ais eram u sa d a s d u as
194
estaes d e trabalho na U nidade d e L eitura, equ ip ad as com co m p u tad o res
M acintosh e localizad as em rea sep arad a, fisicam ente, das estaes para
ensino d e leitura.
A o rg an izao e a sup erviso das ativ id ad es ficavam a ca rg o dos
resp on sveis pelo projeto e de um a assistente d e pesquisa, co m m estrad o
em E d u c a o E sp ecial, que a tu a v a n o p ro jeto em tem p o in te g ra l; as
a tiv id a d e s de en sin o in d iv id u a liz a d a s e as a tiv id a d e s l d ica s e ra m
m o n ito ra d a s p o r alu n o s e b o lsistas em d iv e rs o s nveis d e fo rm a o
(g rad u ao e m estra d o )2.
P r o c e d im e n t o g e r a l
D e lin eam en to
V isan d o av aliar os possveis efeitos d o trabalho da u n id ad e, no
s em term os do p ro g resso individual (o que feito sistem aticam en te),
m as em term os de seu im p acto no d esem p en h o acad m ico d os alunos,
foi e m p re g a d o u m d elin eam en to d e g ru p o . O s alu n o s a te n d id o s na
unidade con stituram o gru po experim ental, en quanto os que co n tin u aram
na lista d e esp era con stitu ram o gru po co n tro le 3. T o d os os alu n os foram
subm etidos, na escola, a trs avaliaes de leitu ra, independentes daquelas
includas n os m d ulos de ensino e indep en d en tes, tam bm , d a p ro gresso
dos alunos do g ru p o exp erim en tal aos m d ulo s de ensino: u m a an tes do
incio dos trab alhos, um a ao final de um sem estre e outra ao final d e dois
sem estres (ou u m ano).
Ensino
O s a lu n o s re c ru ta d o s p a ra o tra b a lh o fo ra m s u b m e tid o s aos
p ro ce d im e n to s d e en sin o em sess es d i ria s , de 20 a 30 m in u to s de
d u rao , cinco dias por sem ana, em p erod o altern ad o com o p erod o de
aula. Os alunos eram encorajados a m an terem assid u id ad e, u m a vez que
d ad o s de p esq u isa m o stra m que os p ro ce d im e n to s so m ais efetivos
(ensinam em m en os tem p o c co m m enor variab ilid ad e no d esem p en h o )
quando as sesses so m ais freqentes. A lm d isso, exigia-se tam b m
que eles fossem assd u o s na escola, co m o co n d i o p ara co n tin u arem
freqentando a u n id ad e.
: O s au to r es a g r a d e c e m a M u n i c a L c ia F o n s e c a , que a tu ou c o m o s u p e r v is o r a da U n i d a d e e a tur ma s
s uce ss iva s de alunos de g r a d u a o e m P s i c o lo g i a da U F S C u r que v e m co iab or aiu lo , a cad;t s em e s t re , para
a im plem entao e a v a a o d o s p r o c e d i m e n t o s de e n s i n o .
A l u n o s do g r u p o c o n t r o l e p a s s a r a m a s er a t e n d i d o s no ano s e g u i n t e , s e m p r e que a r e a v a l i a o do
re pe rt ri o m o s t r a s s e que o alu no no ha vi a p r og re di do na e s c o l a
195
An.V.i^e do C om portam ento p ara a F.ducaao: C ontribuies Recentes
A v a l ia a o d o s e f f .i t o s d o pr o g r a m a d e e n s in o su p l em e n t a r : p r im e ir o s
i
RESULTADOS
f\
D e z a l u n o s f o r a m a t r i b u d o s a c a d a c o n d i o ., p o r m o c o r r e r a m p e r d a s d e a l u n o s , q u e m u d a r a m
d e b a i r r o e d e e s c o la .
196
*r
segundo m d ulo, alm da leitura das p alav ras en sin ad as, au m en to u , p ara
tod os o s alu n o s, a q u an tid ad e de leitu ra g e n e ra liz a d a , em re la o
a p re sen tad a no final d o M d u lo 1; o d a d o m ais s u rp re e n d e n te , que
tam bm replica dad os de pesquisas p rvias, refere-se ao fato de que m uitos
alunos co m earam a ler p alav ras com co n figu raes de estm ulos textu ais
com as quais eles no tinham qualquer histria p rvia. Esse resu ltad o
su g e re q u e a lo n g a e x p o s i o ao s p ro c e d im e n to s en sin a o a lu n o a
"a p re n d er a a p ren d er" (H arlow , 1949) e que ele co m ea a a p re se n ta r o
operante de ler m ais caracterstico do com p ortam en to do leitor com p etente
na d eco d ificao de p alav ras, isto , um a classe geral de respostas e no
apenas co m p o rtam en to d iscrim in ad o p ara alg u m as p alav ras im p ressas.
T en d o em vista que os d ad os ind ivid u ais so m uito v olu m osos,
alm d o fato de que eles replicam os dados obtidos sob co n d ies m ais
estritas d e pesquisa, o p tam o s p o r ap resen tar, neste texto, ap en as u m a
anlise d escritiva dos d ad os d e co m p arao d e g ru p o (que, no en tan to,
ainda so insuficientes p ara u m a anlise m ais slida).
A F ig u ra 2 apresenta a p o rcen tag em de leitura de um a a m o stra de
p alavras d o M dulo 1, para os alunos do G rupo C ontrole (painel su p erior),
do g ru p o com Tarefas E xp ressiv as ao final de ca d a p asso d e en sin o do
M dulo 1 (painel do m eio) e d o g ru po com T arefas R ecep tivas (painel
inferior), ao longo dos trs perod os de avaliao (antes do incio do estu d o,
no final d e u m sem estre e no final de um ano). D e aco rd o com o critrio
p a r a r e c r u t a m e n t o d o s a l u n o s , to d o s o s g r u p o s a p r e s e n t a v a m
d esem p en h o m uito baixo na p rim eira av aliao e m o straram p ro g re sso s
g ra d u a lm e n te cre sc e n te s n as d u a s a v a lia e s seg u in te s. C o n tu d o , o
au m en to na p orcen tag em de acertos foi m u ito m ais acen tu ad o p a ra os
dois g ru p o s que p assaram pelo cu rrcu lo su p lem en tar, do que p ara o
G rupo C on trole, que apenas freqentou a escola, enquanto os d em ais,
alm d e freq u en tarem a escola eram expostos ao cu rrcu lo su p lem en tar.
U m a m aneira de avaliar m elhor os efeitos do ensino, pela m edida
de generalizao, isto , a leitura de p alavras que no foram ensin ad as n~H
U nidade (em bora pudessem ter sido na escola). A Figura 3 perm ite co m p arar
o desem penho dos trs grupos n a leitura de p alavras de treino (ensinadas
so m en te aos alu n o s d o s g ru p o s e x p e rim e n ta is) e d e p a la v ra s n o v a s ,
form ad as p or recom b in aes de elem entos das p alav ras en sinadas. As
p orcen tagens de acerto na leitura generalizada (painel inferior) nos g ru p o s
experim entais foram m enores que as porcentagens p ara leitura de p alav ras
ensinadas (painel superior), p orm foram acen tu ad am en te m aiores que as
obtidas pelos alunos do G rupo Controle, especialm ente na ltima avaliao.
lSTot?.-se, tam bm , que o grupo que realizou os testes com farefas rprppHvns
(que requeriam identificar um a p alavra im pressa entre outras), teve um
197
A n ;!:^ do Com portd mento p jr a .1 Educao' C ontribuies Recentes
Grupo Controle
0
Perodos de avaliao
Tarefas Expressivas
80 - : 1 ' c<>
Tarefas Receptivas
o
o_
% 0 -J
vt Perodos de avaliao
a tr c d o in icio d o e s tu d o , d e p o is d e um s e m e s tr e e d e p o is d e um an o .
5. 198
Palavras ensinadas
100
E
o> 80
OJ
& 60
c
o> 40
20
0
Controle Expressivo Receptivo
F ig u r a 3 - P o r c e n ta g e m d e r e s p o s ta s c o r r e ta s na le itu ra d e p a l a v r a s ensinadas
(p a in e l s u p e r io r ) e d e p a l a v r a s n o v a s {p a in e l in fe rio r) n a a v a lia o in ic ia l, d e p o is
d e u m s e m e s tr e (b a rr a s h a c h u r a d a s ) c d e p o is d e d o is s e m e s tr e s (b a rr a s p r e ta s ).
199
A n .v <<> v Lo m p oram en to pnra .1 Fdticaao: C ontribuies Recentes
----------A. As*\iA/l,.!.-<!
a pi r a 3 0 . 2 % e u k I.js aiunos apres en tar am leitura ge ne ral iza da, s endo que apenas dois, entre 14 alunos,
h d i c ? s men ore s que 5 0 %
1 200
u n id a d e s n a le itu ra d e p a la v r a s n o v a s , r e d u z in d o a v a ria b ilid a d e
en con trad a n os estu d os p rvios, de m od o que tod o s os alunos vem se
beneficiando do ensino com o cu rrcu lo su plem en tar.
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203
N
*>
"N
*s
*\
L_
Processos Comportamentais envolvidos na
aprendizagem da Leitura e da Escrita
Miram Mzirinotti
205
A nn f do C om portam ento para a Educao: C ontribuies Recentes
falta oit deficincia deste repertrio acarreta, para o indivduo, dcfidts nas
mais diversas habilidades acadmicas, alm de com prom eter seus direitos
como cidado, reforando a desigualdade e excluso social j to acentuadas.
b) A ap ren d izag em da L eitu ra e da E scrita rep resenta, p rincipalm en te
p ara a p op u lao m ais caren te, o p rim eiro contato form al co m o saber
co n stitu d o e s o c ia lm e n te v a lo riz a d o . F ra ca s so s, n este m o m e n to ,
ten d em a re d u n d a r e m d e sin te re sse , b aixo d e se m p e n h o , e, co m
fre q n cia , e v a s o e s c o la r. O s c o rre la to s s cio -e m o cio n a is d e ste
fracasso tam b cm so b em conhecidos: baixa au to-estim a, insegu ran a
e apatia, p o r um lado, indisciplina c tran sgresso, por outro.
c) A co n statao d e que as p rticas escolares e estratgias p ed ag gicas
so planejadas e im plem entadas de tal form a que supem um repertrio
de en trad a que crian as p rovin d as de classes d esfavorecid as, v ia-d e-
regra, no apresen tam , dificultando ou im pedindo a aquisio da leitura
e da escrita. (N a v e rd a d e , co m o este re p e rt rio " s u p o s to m as,
ra ra m e n te , a v a lia d o , c ria n a s de classe m d ia ou alta que n o o
a p re s e n te m ta m b m te n d e m a ter d if ic u ld a d e s no p r o c e s s o de
alfabetizao)
d) O recon h ecim ento de que alfabetizar envolve o desenvolvim ento de
am pla gam a de co m p o rtam en to s e interaes entre eles o que requer,
p o r sua v ez, um co n h ecim en to tcn ico p ro p ria m e n te dito. M u itos
trabalhos tm se v oltad o p ara o estudo destes aspectos.
e) A d iscre p n cia en tre a g ran d e q u an tid ad e de cu rsos o fe re cid o s a
p rofessores alfab etizad ores e sua freqncia aos m esm os, p or um lado,
e o pequeno im pacto g erad o nos resultados obtidos pelos alunos.
f) As estatsticas oficiais e d ad os inform ais ap on tan d o o nd ice ainda
elevado de analfabetism o total e, ndices su rp reen d en tem en te altos de
analfabetism o funcional.
206
do co m p o rtam en to sim b lico e, co n seq en tem en te, p a ra o estu d o de
p rocessos relevantes aquisio d a leitura e da escrita.
O objetivo deste captulo ap resen tar algu m as das qu estes que
julgam os cen trais quando o assu n to alfabetizao. O bviam en te, d ad a
n atu reza d este trabalho, a p ro fu n d id ad e d ad a aos tem as foi sacrificad a
em prol d e p od erm os tratar de u m a m aior d iv ersid ad e d e tpicos. O u
seja, im p ortan te que o leitor en care este cap tu lo com o u m a in tro d u o,
b astan te su cin ta, a questes rele v a n te s referen tes a p re n d iz a g e m da
leitura e d a escrita.
V a r i v e is r e l e v a n t e s d o s u je it o e d o o b je t o d a a p r e n d i z a g e m
' C o n fo i tfie u u c x m ie n ta o pi i n u p a i m e n le p e i o s e a p a r t i r d o s tr a b a lh o s d e E m ia F e r r e ir o , a s r n n n n s
a p r e s e n t a m c o n h e c i m e n to c o n s i d e r v e l d a ln g u a e s c rita a n t e s d e e s ta r e m p r o p r i a m e n te a l f a b e ti z a d a s
e, a n te s m e s m o d e f r e q e n t a r e m a e s c o la .
207
A.m ! do C om pcrtam en to para a Educao: C ontribuies Recentes
208
h) As "h ip teses" p eculiares a ca d a crian a, p o r o u tro lado, o rig in am -se
de exp erincias pessoais p elas quais ela passa e referem -se a a sp e cto s
n o-con ven cion ais ou coletivos d a lngua.
Em qualquer das situaes, entretanto, im p ortan te que o e d u ca d o r
identifique os controles que atuam sobre o co m p o rtam en to d a cria n a , a
fim de elim inar os que so esprios e refo rar aqueles relevan tes p a ra a
aquisio da lngua escrita.
J M u ita s d a s ju s ti f ic a t iv a s d a d a s p e la s c r ia n a s in d i c a m c r it r io s q u e n o s o v l id o s p a r a a f o r m a o
d e p a l a v r a s , o q u e c o n f e r e b a i x a p r o b a b i l i d a d e s u p o s i o d e q u e ta is c r i t r i o s t e n h a m s id o
v e r b a ! :. :r . d e :, o u " c r .n i n a d o s " - p e r i v i v M u c s r a y n p e la q u a l c o n s i d e r a - s e
p r i m a r i a m e n t e a p o s s i b il i d a d e d e se t r a t a r d e r e g r a s a u t o - g e r a d a s . E n t r e t a n t o , t r a t a - s e d e u m a
p r o b a b il id a d e b a i x a , n o d e u m a im p o s s i b i l id a d e .
209
A ;\i'.i 5o do Com portam ento para a Educao: C o n t r i b u i R e c e n t e s
R e p e r t r io s r e l e v a n t e s p a r a a p r e n d iz a g e m d a l e it u r a e d a e s c r it a
211
A ;\il:se do C o m p o rta m e n to p ara a E d u cao : C on trib u i es K ecentes
C a d a s e g m e n t o d a fa la f o r n e c e u m p o n t o P e r m it e m a i o r p r e c is o e c l a r e z a p o is
O rg an izao
de p a rtid a p ara o p r x im o p o d e s e r c o n tin u a m e n te re v is a d o e
s e g m e n t o P r o d u o o ra l p a r t ic u l a r m e n te r e e x a m in a d o A tr a v s d e r e c u r s o s
v u l n e r v e l o c o r r n c i a d e d i s to r e s . q u e h e s o p r p r i o s a e s e n t a p e r m it e
m a i o r i n te g r a o e n t r e s u a s p a r t e s .
Cmseqndas C o n s e q n c ia ? so p r x im a s d e v id o A s c o n s e q n c i a s m a is s ig r u f i c a n t e s
a o s c ic lo s d e tro c a s v o c a i s q u e p o d e m p a ra a e s c rita s o a tra s a d a s : se, p o r
s e r m o d e l a d a s e m d i r e o a u m fim n o um la d o , isto c o n s titu i um a
p r e v is to d e s v a n ta g e m p ara a a p re n d iz a g e m ,
p o r o u tro , u m a v a n ta g e m por
e s te n d e r a a o a a m b ie n te s r e m o to s
i
Q u ad ro I - C a r a c t e r s t i c a s d i f e r e n c i a i s d a f a la e d a e s c r i t a d e a c o r d o c o m M o x l e y (19 9 U )
213
.-Vi.i'-H' d o C o m p o r t a m e n t o p a r a a E d u c a o . C o n t r i b u i e s R e c e n t e s
215
An.se d o C o m p o rta m e n to p sra a E d u ca o : C on trib u in e R ecentes
Leitura c escrita
216
O Q u a d ro II sin teti/.a a lg u m a s d ifere n a s im p o rta n te s p a ra o
d esen volvim en to dos rep ertrios de leitura e escrita.
L eitu ra E scrita
S 11 v i s u a l . v i s u a ! 0 11 a u d i t i v o . A b e r t o o u e n c o b e r t o .
Estimulao , M aio r d iv e rs id a d e de situaes antecedentes,
h stim u lo s . r , ...
v i s u a i s ( l et r as , roto s, d e s e n h o s etc); a u d i t i v o s
v is u a is grficos. (ditado, a u to -d itad o ); u d io - v is u a is (cenas
i m a g i n a d a s o u o b s e r v a d a s ) etc.
C on trole e x e r
C o n tro lam , basica- P r o d u o escrita e x ig e co n tro le m u it o m a is
cido p or algu m e n te, a rticu lao , s o fistic a d o dos sin a is g r fico s
m as caracters flu nc ia e en tona o c o n v e n c io n a is, na m ed id a em que a
tic a s p e c u l ia d e resp o stas vocais. p e s s o a q u e e s c r c v e q u e d e v e r : a)
d i s c r i m i n a r a n e c e s s i d a d e d e u s - l o s e b)
re s l n g u a optar entre as d iferen tes p o ssib ilid ad e s
e s c r ita : a c e n
tu a o , sin a is
de p o n tu a o
e d e m ais c o n
v en es
217
Antice d o C om portam ento para a Ed ucao: C ontribuies Recentes
218
Alessi (1987) discute a im p ortn cia de se in stalarem re p e rt rio s
m nim os naqueles casos em que:
a ) im p o ssv e l en sin ar d ire ta m e n te ca d a re la o e s tm u lo -re s p o s ta
en volvida n a ap rendizagem d e d eterm in ad as reas do con h ecim en to.
Portan to, n ov as respostas ou relaes d evero em erg ir sem que tenham
sido d iretam en te instaladas.
b) P ode-se identificar um conjunto m nim o d estas relaes que, u m a vez
instalado, perm itir a em isso d e m uitas o u tras relaes no en sin ad as,
atravs da com binao e recom b in ao d estes elem en tos e d a a p licao
d as o p era es que as regem .
E stas, sem d vid a, so caractersticas fun d am en tais d as escritas
alfabticas (em contraste, por exem p lo, com as escritas ideogrficas).
A ssim , a crian a que ao ler o u escrev er as p alav ras G A T O e L O N A
estiver sob con trole das letras ou slabas en vo lvid as ter m aior facilid ad e
p a ra ler n o v a s p a la v ra s que in c lu e m estes m e sm o s e le m e n to s - p o r
exem p lo, G A L O , do que aq uela q u e estiver sob co n trole d o estm u lo
global, isto , d p alav ra com o u m tod o.
P o r o u t r o la d o , e s ta s m e s m a s u n id a d e s q u e f a c i l i t a m a
generalizao d a ap rendizagem n o so, p or si s, suficientes p ara g aran tir
ortografia correta.
U m a p rim eira dificuldade su rg e do fato de que a co rresp on d n cia
e n tre os so n s e su a re p re s e n ta o g r fica n o e x a ta , co n fo rm e j
assinalam os: o m esm o som p od e ser rep resen tad o p or d iferen tes letras
ou ag ru p am en to d e e a m esm a letra pnde co rresp o n d er a diferentes sons.
T al fa to d ific u lta m u ito a e s c r ita o r to g r a f ic a m e n te c o r r e t a ,
p rincipalm ente se levarm os em co n ta que:
219
An V .--e J;.> Cv'm[MvtdrneiUn para a Educao C ontribuies Recentes
L eitu ra
I Jefendemos, acima , a tese de que a linguagem oral e escrita envolvem
repertrios, em certa medida, distintos. Se estendermos nossa anlise, agora,
para cada um a destas atividades individualmente, verem os que cad a um a
delas, por sua vez, tambm envolve operantes bastante diversos.
Iniciando pela leitura, p od em os identificar diversas co n d ies, das
quais en u m erarem o s algum as a ttulo de ilustrao:
* d e co d ifica r (co m p o rta m e n to te x tu a l) e c o m p re e n d e r (le itu ra co m
co m p reen so ) co n stitu em fen m en os distin tos. U m in d iv d u o que
tenha falh as na d eco d ifica o p o d e, n o o b stan te, a p re s e n ta r boa
com p reen so do con te d o devido, por exem p lo, ao con trole exercid o
pelo conjunto d o texto (conte d o, co n texto ). Da m esm a fo rm a, um
leito r flu en te (c o n s id e ra n d o -s e o a s p e c to d e c o d ific a o ) p o d e r
ap resen tar falhas de com p reen so con sid erveis, m otivadas pelos mais
d iv e rs o s fato res, em o p o r e x e m p lo : falta d e in fo rm a e s p r v ia s
relevantes; vocabulrio insuficiente etc.
- ler em v o z alta e d iferen te d e ler sile n cio s a m e n te (se m o a p o io
fonoarticulatrio), dentre outras razes tam bm porque a leitura em voz
alta fornece feedback auditivo adicional referente ao trecho lido e constitui
estimulo discriminativo para as prxim as respostas a serem emitidas.
M uitas v ezes estes fatores, im p ortantes p ara u contrule ua aten o,
facilitam a p ercep o de erro s com etidos, evitam a om isso de vocbu los
220
ou trechos etc. A lm disso, d o p on to de vista ed u cacio n al a leitu ra cm
voz alta perm ite con seq en ciao im ed iata con tin gen te d eco d ificao
p ropriam en te dita, ritm o, en to n ao etc. P or outro lado, en vo lve m a io r
custo de resposta do que a leitura silenciosa alm de p od er g erar an sied ad e,
dad a situ ao de exposio em que coloca o leitor.
Escrita
N o que d iz resp eito e sc rita , p o d e m o s id e n tifica r c o n d i e s
d if e re n c ia d a s q u e in te g ra m c o n tin g n c ia s ta m b m d i f e r e n c i a d a s
relacion adas ao ato de escrever.
A ssim , p o r exem p lo, a situ ao de d itad o en vo lve e stim u la o
auditiva (estm ulos vocais) e resp o stas m otoras que p ro d u zem as le tra s e
dem ais sinais grficos.
A situao de cpia, por sua vez, perm ite dois tipos d iferen tes d c
co n tin g n cias: a) cp ia p ro p ria m e n te d ita, o n d e a cria n a re p r o d u z
estm ulos visuais, seja atravs de sm bolos iguais (m esm o tipo d e alfabeto)
ou eq u ivalen tes (por e xem p lo , te x to em letra de fo rm a que d e v e se r
rep ro d u zid o em letra cu rsiva) o u b) p roced e a um a u to -d itad o, isto , l
p a la v ra s /tre ch o s e os rep ro d u z a p artir de estim u lao verb al en co b erta.
Em geral, m edida que a crian a g anh a proficincia na leitura e na escrita,
o auto- ditado vai se to m an d o m ais freqente e passa a en vo lver trech o s
p rogressivam en te m ais extensos enquanto que a cpia direta v ai fican d o
m ais rara, tendendo a o co rrer em situaes dc m aior dificuldade.
Em situaes que en volvem red ao (p rod u o de textos, resp o stas
a questes d issertativas etc) o au to -d itad o tende a p red o m in ar o co rre n d o ,
em geral, de form a encoberta em b ora n o seja raro o b serv arm o s cria n a s
verb alizan do o que escrevero em seguida. Situaes de re d a o s o b e m
m ais co m p lexas d o que as an teriorm en te d escritas (ditad o e c p ia), d a d a
d iv e rsid ad e de asp ecto s aos q u ais a crian a n ecessita e sta r a te n ta :
ortografia e acen tu ao, estru tu rao e en cad eam en to do texto, p o n tu a o ,
reg ras gram aticais alm do co n te d o p ro p riam en te dito.
O s exem plos acim a certam ente no esgotam as in m eras co n d ies
de leitura e escrita; entretanto, nos p arecem suficientes p ara justificar o
d esem p enh o to diverso, exibido p o r um a m esm a crian a, a d e p e n d e r da
situ ao em que se encontre.
C o n cluso
221
An,>'!;<? do C om portam ento psrn a Educao: C on tribuies Recentes
R e f e r n c ia s B ib l io g r f ic a s
Ferreiro, E. e Palacio, M.G. (orgs.) (1982) Nuevas perspectivas sobre los processos
de lectura y escritura. Mxico: Siglo XXI.
Lee, V,L. e Pegler, A ,M. (1982) Effects on spellng of training childrert to read.
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Leite,S.A .daS.(1998) Breves reflexes sobre o processo de alfabetizao escolar.
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Zeiler (Eds.) Analysis and integration of behavioral units (pp. 213-245). Hillsdale,
N.J.: Erlbaum.
223
Aprender a Estudar'
Jadc A . G. Regra
225
\r V do C om portam ento para a Fducno: C ontribuies Recentes
226
4) D ar um pequeno intervalo entre u m a etapa con clu d a e o incio
d e ou tra;
5) F azer p rim eiros as lies m ais difceis, m ais d e m o ra d a s e m ais
can sativ as;
6) E fetu ar um p lan ejam en to quinzenal ou m ensal, atravs d e um a
tabela que con ten ha as ativ id ad es de rotin a e as a tiv id a d e s de
estu d o (ver Tabela 2);
D eve-se com b inar com os pais que d evero:
1) F o m e c e r inform aes sob re o d esem p en h o dos filhos, p a ra cada
resu ltad o;
2)Iniciar o treino do n ov o co m p o rtam en to a p artir do rep ertrio
inicial de cad a u m , ou seja, se u m a crian a sem pre fez tarefas e
estu d o junto com a m e, co m ear o trabaLho co m a m e p resen te e
planejar co m o terap eu ta u m a retirad a grad u al de sua p resen a,
p ara que o co m p o rtam en to do filho fique sob con trole d e o u tro s
estm ulos.
3) C h ecar o p rod u to dos co m p o rtam en tos que fazem p arte d a classe
" e s tu d a r a d e q u a d a m e n te " e fo rn e ce r re fo ro p o s itiv o e
verbalizaes que p ro p o n h am desafio: Ex: "H oje voc con segu iu
fazer d ez linhas, sozinho, am an h v am o s ver q uantas linhas a m ais
con segu ir fazer para b ater o rcord do que con segu iu h oje".
4 )Ig n o ra r os co m p o rta m e n to s de esq u iv a e p ro p o r tra to s que
con seq u en ciem o au m en to do tem po de p erm an ecer fazen d o as
tarefas, e a red u o na freqncia d os co m p o rtam en tos de esquiva.
227
-Vv:' ~-t. i1'< Ct.'1-ij-c'tjn ifiit o p ar3 a Educao: C o n lrib u i w s Recentes
Q u a n d o a c ria n a e o a d o le s c e n te n o a p re s e n ta m em seu
rep ertrio co m p o rtam en tal os p r-req uisitos necessrios aquisio do
hbito d e estudo, outros p roblem as co m p o rtam en tais se sob rep em ao
p ro cesso desenvolvm ental.
com u m en con trarm os, tanto pais com o professores, focan d o as
d if ic u ld a d e s c os c o m p o r ta m e n t o s in a d e q u a d o s d a c r i n a e do
a d o le sce n te . So ro tu la d o s co m o "irre s p o n s v e is ", "p re g u i o s o s " e
"im a tu ro s ", sendo julgados com o "alg u m que p od e fazer" e se "re cu sa a
faze-lo ". So p ression ad os a fazer as ativid ad es, so punidos q u an do no
fazem as tarefas e recebem castigos pelas m s notas. As pu n ies mais
co m u n s so re p re e n s e s, d e s a p ro v a o e crtic a s n o c o n s tru tiv a s .
A u m en tam as brigas com a famlia e torn a-se difcil o relacion am en to
professor-aluno. O com p ortam en to de im por, de brigar, cobrar, d esap rovar
e critica r, d os ad u ltos, p ro v o ca m e m o es de "ra iv a " e a crian a e o
adolescente, ao encontrar dificuldades em fazer tarefas e estudar, se sentem
injustiados, sem en con trar altern ativas p ara m u d a r esta situao. N em
os pais, nem os professores e nem eles p rp rios con segu em identificar as
v ariv eis que favorecem essas dificuldades e, no p odem en co n trar a
soluo p ara o problem a. D os pais e professores ouvim os que a crian a e
o adolescente so "p reg u iosos'7e "n o se interessam por n a d a ", da criana
e do adolescente ouvim os a sua con statao de que so '"burros" e "o d eiam
e stu d a r".
Os pais e os p rofessores m u itas v ezes acred itam que o cu lp ad o e o
a lu n o q u e n o " q u e r " e s t u d a r . O a lu n o s e n d o d e s t a c a d o p e lo s
co m p o rtam en to s inad equ ad os e "receb en d o a te n o " quando "se recusa
a fazer", ap resen ta u m au m en to na freqncia desse co m p ortam en to,
C om o au m ento na freqncia de co m p o rtam en tos inadequados,
o co rrem dificuldades nas in teraes afetivas com os pais e p rofessores e
em m u itos casos, entre os am igos que tam bm o rotulam de "b u rro " e
"v a g a i". N esta condio, o aluno no escolhido para fazer trabalhos em
g ru p o p orqu e no produz.
E n co n tram o s n essas d escri es as co n d ies fav o rv eis p a ra o
desen volvim en to do autoconceito n egativo, em relao ap ren d izagem
escolar. A cred itan d o-se "in ca p a z ", a m o tivao para estu d ar se red u z,
to m an d o -o aptico em relao a com p ortam en tos exploratrios e a tom ad a
de in icia tiv a s, p ara a m aio ria d os d e sem p e n h o s esco la re s. O co rre a
d ificuldade de se exp o r s situaes de ap ren d izagem e am plia o m edo
de errar. Hm m uitos casos, m ostra-se agitado (com o m anifestao m otrica
de ansied ad e) com o resultad o deste p rocesso a que foi subm etido. m uito
freq uen te uLuner 'u i^ p erso fs" luhid cimipoLicuiicuios u c esq u iva da
situ ao av ersiva que se form ou. Tanto a "a g itao m o t rica " co m o a
228
"d isp erso " p o d em , s vezes, ser co n fu n d id as com "h ip e ra tiv id a d e " e
"d isp erso'7 e a crian a receber o r tu lo d e T D A H (tran sto rn o de dficit
de a te n o /h ip erativ id ad e), o co rren d o recom en d ao p ara ser m e d ica d o
(ver R ohde e M attos, 20U3).
C o m o q u e b r a r e s s e p r o c e s s o q u e se f o r m o u ao lo n g o d o
desenvolvim ento da criana e do ad olescen te?
D evem os identificar os co m p o rtam en tos p r-requisitos que p od em
ajudar n o d esenvolvim en to do p ro cesso inverso. U m desses pr-requisitos
relevantes c o co m p o rtam en to de seg u ir reg ras.
Seguir reg ras: o co m p o rtam en to de seg u ir re g ra s c instru es d eve
ser ensinado crian a n os p rim eiros anos de desen volvim en to. Q u an d o
isto no o co rreu d e fo rm a a d e q u a d a , d eve ser in co rp o ra d o n o p lan o
teraputico, com o m eta p rioritria.
A anlise d a literatura feita p o r A lbu qu erq u e (2001) su gere que
regras p od em exercer m ltiplas fu n es e que qualquer definio de regras
que faa referncia a apenas um a de suas funes, seria u m a definio
lim itada. C onclui que:
a) quando a regra corresp on d e s contingncias de reforam ento,
p o d e -se d iz e r que a e m iss o do co m p o rta m e n to p re v ia m e n te
especificado peia regra con trolad o pela regra, apenas antes que as
co n seq v tn cia s p r o d u z id a s p o r este c o m p o r ta m e n to te n h a m
o p o rtu n id ad e de exercer alg u m efeito sob re ele. D epois que as
c o n s e q u n c ia s p o s s a m e x e r c e r a lg u m c o n tr o le s o b r e o
co m portam ento, este passa a ser controlado pela interao entre a
regra e as contingncias de reforam ento.
b) quando a reg ra discrepante das contingncias de reforam ento,
em que as co n seq u n cias n o co rre sp o n d e m s co n seq u n cias
d e s c rita s n a p r p ria r e g r a , p o d e -s e d iz e r q u e a e m is s o do
co m p ortam en to p reviam ente especificado pela regra con trolad o
pela regra, apenas antes que as consequncias p rodu zid as p o r este
co m p ortam en to (que contradizem a p rp ria regra) exeram algum
efeito sobre ele. Depois disso o com portam ento passa a ser controlado
pelas contingncias de reforam ento.
O co m p o rtam en to d e seg u ir regras p o d e ser an alisado em dois
nveis: o de segu ir a reg ra e o de execu tar o que a reg ra p recon iza. N esse
sentido p ossvel dizer que a reg ra um estm u lo d iscrim in ativo de
ordem su perior, ou, em term os tcnicos, u m estm u lo con d icion al, que
m u d a a funo d os estm ulos d iscrim in ativ os aos quais est relacion ad o
(M atos. 2001).
229
A p .v 1do C om port^inento para a Educaao; C ontribuies Recentes
com portam ento. A briga com o consequncia ao com portam ento d e jogar
bola se apresenta com o um a seqncia com portam ental, em que "sentir
^ raiva" da m e um dos elos dessa seqncia. A m e adquire a funo de
estmulo aversivo, nesta situao, e a criana a provoca, fazendo ao contrrio
do que ela quer, sem avaliar a conseqncia de seu prprio com p ortam en to.
Seguir regra quando a consequncia carinho, elogio e a p ro v a o ,
aum enta a probabilidade da em isso futura desse co m p o rtam en to. Seguir
regra, nu m contexto de briga sinaliza para a crian a que o b ed ecer no
ser seguido de reforo. Visto p or um o b serv ad o r desavsad o, p arece que
a c r ia n a "q u e r a g r a d a r " a m e n o c o n te x to de c a r in h o , e " q u e r
d esag rad ar" a m e no co n texto de raiva. Q u an d o a m e b riga, a criana
no obedece, e o que se constata nas observ a es clnicas. Q u an d o a
m e grita m uito e a crian a obedece, ela est ensinando a m e a g ritar,
pois o co m p o rtam en to de g ritar est sen d o reforad o pela con seq u n cia
liberada pela criana que segu ir a reg ra e fazer o que a m e pede. N a
prxim a ocorrncia, se a m e gritar e a crian a no obed ecer, a m e ir
K-afor A rranr,- ch o r?> ^ p^ra F s ce fnrTiofirtaiTipni'n d^ cri^ n rs ser a
co n seq u n cia p ara o c o m p o rta m e n to de " b a te r " da m e. C o m o esse
A 230
co m p o rtam en to foi reforad o, au m en tar de frequncia e a crian a estar
ensinando a m e a bater.
C om o alternativa a esta situao, se p ro p e que a m e verbalize desta
forma: "N o pode jogar bola na sala. S p o d e jogar no quintal. Se voc
continuar jogando na sala irei guardar a bola por u m dia; depois eu te devolvo
para voc m e m ostrar com o aprendeu a cu m prir nosso trato". A m e fala e
faz. No outro dia a criana recebe a bola. Se jogar no quintal dever receber
alguma form a de aprovao. Se jogar a bola na sala, a m e descreve a regra
apenas um a vez, dizendo que a bola ficar gu ard ad a p or dois dias e assim
por diante, ir aum entando dois dias cada v e z que o com portam ento de
jo g ar b o la n a sa la , o c o rre r n o v a m e n te . Is to d e v e o c o rre r a t q u e o
com portam ento da criana fique sob controle d o com portam ento verbal da
me. N o h briga e sim uma ao efetiva.
E m m uitos casos a m e p od e ser p erm issiva, com um a g a m a de
com portam entos inadequados da criana e do adolescente, os quais considera
sem gravidade; a classe de com portam entos inadequados se amplia e quando
o c o rre u m c o m p o rta m e n to m ais g ra v e o u m a is in v a s iv o , o c o r r e m
adm oestaes verbais ou castigo. Esse procedim ento inefetivo para alterar
o com portam ento porque h conseqncia para um com portam ento d a classe
enquanto outros mpmbros Ha tnpsma no so conseqenciados.
O utras vezes, a m e repreende a cada com portam ento inadequado, e
n en h um a ao o corre alm das brigas verbais. N estas circu n stn cias o
com portam ento verbal da m e no se instala com o "p o d er" de controlar o
com portam ento da criana. Isto ocorre porque o com portam ento verbal da
me (instruo) no foi seguido por um a conseqncia efetiva, que controle
o com portam ento.
Os trab alh os experim entais d esen v olvid os n a rea co n d u z e m
concluso de que os estmulos inicialmente neutros, ao estabelecer associaes
com reforad ores j estabelecidos, p assam a exercer funo reforad ora
condicionada e m anter respostas que os produzem , no caso de reforam ento
positivo, ou que os evitam, no caso de reforam ento negativo (Tom anari, G.
Y., 2000).
N as situaes em que ocorre o com portam ento verbal seguido da
conseqncia efetiva, o com portam ento verbal vai gradualm ente adquirindo
o efeito de controlar o com portam ento, na ausncia da conseqncia efetiva.
Q u an d o o con trole falhar, a co n seq n cia efetiva d ev er v oltar. E ssas
observaes clnicas so consistentes com trabalhos experim entais em que
os resultados forneceram um indicativo do controle pelo antecedente. Q uando
o controle discriminativo controla p ou co a em isso da resposta., e um a nova
contingncia apresentada, a m udana de controle da resposta passa a ser
231
An, s e do Com portam ento para a Educao: C ontribuies Recentes
1. M e d c o n s e l h o s .
->s
3h. P e d e p a r a m S e p r o c u r a r
p r o b l e m a . M e fai.i a r e s p o s t a e
briga
i n f o r m a e s s o b r e as r e s p o s t a s 3h. M e pr oc ur a as i nf or m a e s
*V e l p a r a ela.
d a lio.
:< 232
A o efetu ar uma anlise funcional d os co m p o rtam en tos d escrito s
na T ab elai, identificando o efeito que cad a conseqncia tem sob re cad a
co m p o rtam en to , p od em o s lev an tar algu m as hipteses sobre as p ossveis
v ariv eis que con trolam cad a co m p o rtam en to descrito.
A criana usa a au to-regra "D epois eu fao" e evita um provvel
contato aversivo com o m aterial acadm ico. Pode estar se esquivando de
enfrentar u m a tarefa que teve u m a associao com eventos aversivos (briga).
Os "conselhos" da me p ara que faa a lio, podem ter a funo de reforar
positivam ente o com portam ento d e "recusar-se a fazer tarefas" e au m en tar
de freqncia.
Q u an d o o co m p o rta m e n to verbal d a crian a e do a d o le sce n te
" D e p o is eu f a o " s e g u id o p e lo c o m p o r ta m e n t o d e " j o g a r n o
co m p u ta d o r", o corre a esquiva do enfrentam en to d a situ ao av ersiv a
(se en gajar nas ativ id ad es acad m icas) e o en gajam en to em a tiv id ad e
altam ente refo rad o ra (o jogo) q u e com p ete co m o "fazer a lio".
O co m p o rtam en to 3 a. da Tabela 1: "L ev an tar-se e p ro cu ra r um
l p is " m e s m o q u a n d o tem u m d is p o n v e l a su a fre n te , te m c o m o
conseqncia ach ar outro lpis e se esquivar da lio. Pode o co rre r um a
bronca co m o conseqncia, que pode fu n cion ar com o aten o (reforo
positivo) p ara au m en tar a freqncia do co m p o rtam en to de e sa u iv a .
O com portam ento 3b: "D errubar o lpis" seguido pela conseqncia
"Criana pega o lpis" e "M e d bronca". O comportamento de derrubar o
lpis, poder aumentai' dc freqncia, quando seguido de bronca.
O c o m p o r ta m e n t o 3 c " a p o n ta o l p i s " s e g u id o p e la s
conseqncias de ev itar a lio e o grito da m e. E vitar a lio o refo ro
n egativo que aum enta a freqncia do co m p o rtam en to de esquiva e o
g rito d a m e p o d e f u n c io n a r co m o e s tm u lo a v e r s iv o q u e ao s e r
em p arelh ad o no con texto "li o " p od e to m a r esse con texto a v ersiv o . O
grito d a m e tam bm p od e ter a funo de estm ulo im p ositor que gera
co m p o rtam en to opositor.
O co m p o rtam en to 3d "lim p a r o ap o n ta d o r" um co m p o rtam en to
de esquiva do en fren tam en to d e fazer a lio.
O co m p o rta m e n to 3e " le v a n ta r-s e e v e r TV " s e g u id o p e la s
conseqncias: evitar a lio, v e r um p ro gram a na TV e a briga da m e. Se
o co m portam ento de esquiva tem xito p ara evitar o estm ulo aversivo,
esse co m p ortam en to aum enta d e freqncia; o com portam ento de v e r TV
reforado positivam ente e, p ortan to aum en tar de freqncia. Q uan d o a
m e briga aum enta a freqncia do com portam ento opositor o u au m en ta a
freqncia quando a briga tem a funo de reforam ento positivo.
O resultado deste procedim ento que ocorre no ambiente naturai ser
o fortalecimento da classe de com portam entos de esquiva de fazer a lio e
233
A -1.i : o do C om portam ento p.ira j rduc.i.icv C ontribuies Keccntcs
234
O c o m p o r ta m e n to j - " F a z e r a li o co m a ju d a " te m co m o
conseqncia a ajuda da m e. Essa ajuda, se for excessiva p ara coisas que
a c r ia n a c a p a z d e f a z e r s o z i n h a , d im in u i a f r e q n c ia d o s
co m p o rtam en tos de en fren tam en tos da crian a.
E x e m p lific a re m o s o u tr o tip o d e p r -r e q u is ito q u e d e v e se r
o b servado p elo terap euta: o d esen volvim en to da au ton om ia.
U m a c ria n a que d e sd e p eq u en a a p re se n te c o m p o rta m e n to s
dep en den tes em relao m e ou bab p o d e ap resen tar dificu ld ad es em
relao a ap ren d er a classe de resp ostas n om ead a com o "e s tu d a r". C oisas
que a crian a p od eria fazer sozinha e so feitas pela m e: tom ar banho,
vestir-se ou am a rra r os sapatos. A m e p od e tam b m d a r in stru es
crian a em situ aes em que ela j d everia ter d esen v olvid o a au to -re g ra .
A m e p od e dizer: "V fazer xixi" e a criana j c cap az de d izer p ara si
m esm a; ''V o u fazer xixi". N a m ed id a em que a m e d a in stru o , a
crian a p od e fazer xixi som ente qu an do a m e m an d ar, o que dificultar
o d esen v olvim en to da au ton om ia da criana. A m e p od e escolh er as
rou pas que a crian a d ever vestir, p od er d ar instru es sobre o que a
criana deve falar p ara um p aren te. A m e p od e d izer criana: "Sente-se
nesta cad eira que m elhor p ara v o c ", "P eg u e seu carrin h o v erm elh o e
v b rin car", "A sso e o n ariz", "Estiqu e a perna para fim r m ais rnnfnrtvpl",
"V jogar b o la", "C h am e seu am igo p ara b rin ca r", "P e a a seu pai p ara
lev-lo ao cin e m a ", "T ire seu agasalho que est ca lo r", "P o n h a seu casaco
porque est frio", "V and ar de bicicleta" etc. C ad a u m a dessas instru es,
se fe ita s is o la d a s e e v e n tu a lm e n te , n o d if ic u lta r a a q u is i o de
independncia d a criana. Q uan do, p orm isto o corre co m alta freqncia
a criana p od e ficar sob controle d as instrues d a m e e s se co m p o rta r
na presen a d essas ord ens.
' Ao entrar na escola, a me e as instrues ficam para o lado de fora e
a criana pode sentir-se perdida sem saber o que deve fazer em sala d e aula,
um a vez que no passou pelo processo de desenvolvim ento de auto-regras.
Essa criana ser n om eada com o "insegura" e se com portar de form a a
esperar que os outros digam o que deve fazer. Poder ficar p arada quando
tod os os alu n os esto indo p ara a fila. A p ro fessora a classifica com o
"desligada" e "d esaten ta" e diz que precisa m andar a criana ir para a fila.
"Preciso m andar vrias vezes para que execute coisas sim ples". A professora
est reproduzindo o padro de com portam ento da m e e a criana passa a se
com portar da m esm a forma que cm casa, ou seja, dependente das instrues
da professora. N a m edida em que se com porta da m esm a form a, com outro
adulto, poder ocorrer o processo de generalizao e a criana se com portar
dessa m esm a form a em vrios am bientes, com diferentes p essoas. Ser
ro tu la d a d e " d i s p e r s a " e seu c o m p o rta m e n to se r n o m e a d o co m o
"disperso". N o incio bom para a m e que a criana faa tudo do jeito que
235
Arri^e do C om portam ento para a Lducao: Contribuioe^ Recentes
A lg u m as fo rm as de in terv en es
A tabela 2, utilizada com a criana e ad olescen te, su p erv ison ad o s
pelos p ais e pelo terap eu ta, favorece a aquisio de h b itos de estu d o
ad eq u ad o s e auxilia os pais a seg u ir os p ro ced im en to s p ro p o sto s.
P ara m o n tar esta tabela necessrio um conjunto de in form aes
e a em isso de co m p o rtam en tos que necessitam ser co locad o s sob con trole
de n o v o s estm ulos. P assam os a especificar os seguintes:
237
A r :;.*e do C om portam ento p ara a Educao. C ontribuiies Recentes
238
Q u a n d o a cria n a e st c u rs a n d o da p rim e ira a q u a rta s e rie s
p rim ria, to m a-se m ais fcil a aplicao dos p ro ced im en to s e os resu ltad os
so obtidos em tem po m ais cu rto . H v ariaes nos resu ltad os o b tid o s
em relao id ad e e o sistem a de criao dos pais.
O objetivo bsico en sin ar a classe d e resp o stas n o m e a d a co m o
"ser respon svel" ou "em itir co m p o rtam en tos resp o n sv eis". P ara ensinar
esta classe de respostas d evem os efetu ar um a anlise funcional com algu n s
m em bros dessa classe de resp o stas e levan tar h ip teses sobre o p ro ce sso
de form ao da responsabilidade.
16 /0 8 /0 4 17/0 8 /0 4 18 /0 8 /0 4 1 9 /0 8 /0 4 2 0 /0 8 /0 4 2 1/08/04 2 2 /0 8 /0 4
2 3 feira 3 a feira 4 a feira 5 ' fe ira 6 J feira sbado dom ingo
F.scola E s c ol a Esc ola Escola Es c ol a
23 /0 8 /0 4 2 4 /0 8 /0 4 25/G 8/04 2 6 /0 8 /0 4 27 /0 8 /0 4 28 /0 8 /0 4 2 9 /0 8 /0 4
2 a feira 3 a feira 4 1 feira 5 J feira 6 ' f c ir a sbado dom ingo
Es c ol a E s c ol a Es c ol a Escola E cola Es c ol a Es c o l a
239
V \ r > !. do C om portam ento para a LduLao. C ontribuies Recente?
240
com p ortam en tal dos m em b ros da famlia, que engloba o sistem de criaao
de cada um.
As dificuldades en co n trad as no p ro cesso terap u tico n o d ev em
p rodu zir desn im o, nem nos terap eu tas nem nas fam lias, u m a v e z que a
aquisio pode oco rrer, se fo rem alterad as as v ariv eis relev an tes que
esto determ in an d o os co m p o rtam en tos atuais. C on sid eran d o os asp ectos
tcnicos e ticos, os pais devem ser claram ente inform ados d as dificuldades
em atingir as m etas p ro p o stas.
A anlise do com p ortam en to com p lexo se utiliza d os resultados de
pesquisa sobre equivalncia de estm ulos (ver M atos, 1999 e de Rose, 1993).
De Rose (1993) descreve a classe de estm ulos equivalentes, com o um a rede
d e relaes, co m algum as relaes ensinadas e outras em ergentes. L evan ta
hipteses sobre um a rede de relaes que tenha sido form ad a e que algu m as
dessas relaes possam ser d eterioradas por qualquer tipo de interferncia.
Se certo n m e ro d essas re la e s p e rm a n e c e r in ta cta e o c o r r e r n o v a
experincia d o p articipan te co m elas, as reiaes d e te rio ra d a s p o d ero
novam ente em ergir. V rios estudos apiam essa hiptese (de G ran dp re,
Bickell e H iggins, 1992; D ru m m on d e G lautier, 1994).
A s recad as d evem ser an alisadas co m a fam lia, fu n d am en tad a
nos trabalhos acim a e p ro cu ran d o identificar a m an u ten o d os n ov os
co m p o rtam en tos adquiridos p elos pais os quais tam b m p od em se a lterar
e d eterio rar. Se ev en tu alm en te a crian a e o a d o le sce n te e m ite m um
co m p o rtam en to antigo (recu sar-se a fazer as tarefas) e os p ais em itirem o
co m p o rtam en to antigo d e castig ar e d ar aten o p a ra os co m p o rta m e n to s
i n a d e q u a d o s , te m o s a r e c a d a . Se v o l t a r e m a e m i ti r o s n o v o s
c o m p o r ta m e n t o s d o " t r a t o " e a e x e c u o d a t a b e la 2, o s n o v o s
co m p o rta m e n to s (aqueles rece n te m e n te a d q u irid o s), re s su rg e m m ais
rapidam ente (ob servaes clnicas).
A s relaes existentes entre os elem entos de u m a classe so m u ito
d u rad o u ras e ressu rg en tes e com o possuem funes in tercam b iv eis, a
elim inao de um a relao n o significa que a classe d e sa p a re ce u , ela
p od e se m a n te r a trav s d as d em ais, e m esm o aq u ela elim in ad a p od e
reap arecer (M atos, 1999). Estes resultados so teis p ara alertar o terapeuta
p ara as recad as, m as tam bm so teis p ara iden tificarm os que a recad a
pode ser p assageira, pelos m esm os m otivos.
T u d o isto dificulta o trabalho do terapeuta.
N ov as pesquisas so necessrias n a rea, p a ra que p ro ced im en to s
m ais efetivos p ossam ser en co n trad o s p ara o uso clnico.
241
A n 1:?-e dn C om portam ento para a Ed ucao: C ontribuies Recentes
R e f e r n c ia s B ib l io g r f ic a s
243
A ' ln-t.' do C ^m poi ta menti. pcir.i .1 Filuca^ir C ontribuies Recentes
244
p u b licad o ).F ste M an u al era ap licad o ind ivid u alm ente a joven s que
a p resen tassem d ificuldades em estu d ar textos aca d m ico s.A n te s de
se iniciar o M anual com o aluno, realizavam -se pequenos testes em
que se reg istravam as estratgias de estudo que o aluno j e m p re g a v a ,
que ele ach av a que "d av a certo 7' e as que "'no d avam ce rto ", cm sua
opinio. O m an u al era e m p re g a d o co m o u m a form a d e so lid ificar
estratgias b em su ced id as e de ap ren d er novas. Os nove p a sso s do
m anual eram os seguintes:
Passo 1: Por que ler u m d eterm in ad o texto?
Passo 2: Q ue p alav ras do texto eu n o entendi?
Passo 3: O que fazer com as p alav ras do texto que no en ten d i?
Passo 4: O que est escrito nas figuras e tabelas de u m texto ?
Passo 5; O que um p arg rafo d e um texto tem a v er com o o u tro ?
P asso 6: Das inform aes co n tid as no texto, quais selecion ar co m o
m ais im p ortantes?
P asso 7: C om o realar as inform aes m ais im p ortan tes d e um
texto?
Passo 8: P o r que devo fixar p o r escrito as inform aes relacion ad as
pm iirn
Passo 9: C o m o fixar as inform aes selecion adas?
C ad a p asso foi escrito em u m a lin guagem acessvel a alu n o s da
Q uinta Srie do Ensino Fun d am en tal em diante, em um estilo coloquial.
Iniciava-se cada passo ap resen tan d o o tem a principal do m esm o, com
exem p los e ilu stra es. O p a sso e n ce rra v a -se com um re s u m o d o
a ssu n to e co m q u e st e s de re v is o e d e a p lic a o d a h a b ilid a d e
apren did a.O M anual aqui d escrito foi tam b m ap licad o em u m a escola
da rede p riv ad a do interior do estad o de So Paulo a alunos d a quinta
srie do E n sin o F u n d am en tal e o p rin cip al re su lta d o o b tid o foi a
m elhora do rend im ento escolar n as disciplinas de H istria, G eografia
e P ortu g u s .
P ara que leitor possa ter um a idia das instrues d a d a s no
M anual, que so as p rin cipais co n d i es an teced en tes p ara q u e as
desejadas classes d e respostas de estu d ar textos acad m icos o co rra m ,
os resum os de alguns p assos, que eram ap resen tad os ao final d e ca d a
u m , n a lin g u a g e m o rig in a l e m p r e g a d a n o M a n u a l, so a b a ix o
ap resen tad os.
Resumo do Passo 1 P or que ler um determ inado texto? : Para voc comear
a se interessar por uni texto, preciso pensar se ele importante para voce e para
a sua vida e buscai'algumas razes que demonstrem que o assunto c importante
245
A n ]:so do Com portam ento para a Educaao: C ontribuies Kecentes
^ 246
Os elogios do professor, dos colegas, e, finalm ente, as notas obtidas,
a avaliao form al so conseqncias poderosas. Boas notas em avaliaes,
ap s o estu d o d e texto s d esign ad o s p a ra o p re p a ro d e sta s av alia es,
aum entam , sem d vid a, a probabilidade futura de que este com portam ento
novam ente ocorra. princpio, s p ara a m atria em que h ou v e a avaliao
formal e na qual o aluno foi bem sucedido e, gradativam ente, a generalizao
pode se instalar. A generalizao p od e ocorrer com a ajuda do instrutor
esp ecial ou d o m o n ito r que a p lica o m an u al e a te n d e o alu n o co m
dificuldades de estudo individ uai m ente e, ainda, com a ajuda de professores
sensveis, que observam pequenos progressos.
Q u a n d o a g e n e ra liz a o o c o rre , co n sid e ra d o o fato de que o
com portam ento de estudar est, neste ponto, m ais freqente, obtm-se uma
conseqncia natural, a mais poderosa na m anuteno d o com portam ento
aqui em foco: a m elhor com preenso dos textos, pois med ida que estudados,
vo sendo m elhor com preendidos e as inform aes mais facilmente obtidas,
o que, alm de reforadores condicionados, pelo paream ento a eventuais
notas boas, podem tambm se tom ar estmulos discrim inativos diante dos
q uais n ov as classes de resp ostas se instalam e n ov os re fo rad o res so
liberados. E o caso, por exem plo, de alunos que, com mais inform ao, mais
estudiosos de textos, tom am -se m ais falantes, mais participativos em sala de
aula e, com isso, recebem elogios de professores e colegas.
A ttulo de ilu strao, a p resen ta-se a seg u ir a d escrio de um
trab alh o in d iv id u alizad o feito co m u m a adolescen te que a p resen tav a
falhas no co m p o rtam en to dc estu d ar.
U m t r a b a lh o in d iv id u a liz a d o c o m p o r ta m e n t a l co m o
com portam ento de estudar.
So trs os principais objetivos d o trabalho aqui d escrito :
- Identificar os principais determ in an tes do problem a d e estudo em cad a
um dos term os d a contingncia trplice.
- A v a lia r o re p e rt rio d as h ab ilid a d e s en v o lv id a s n o ler, e sc re v e r,
in terp retar e estu d ar textos.
- Intervir, rem an ejan do o controle de estm ulos e as contingncias de
re fo ra m e n to p a ra a aq u isio do c o m p o rta m e n to siste m tico de
estu d ar.
S T o rig e n s dos d ad os
Para a d eteco do problem a, so reg istrado s os relatos verbais do
aluno e de seus pais, realizadas en trevistas com os p rofessores da escola
, an alisad o o m aterial p ro d u zid o d u ran te as au las in d iv id u alizad as e
aqueies trazid os d casa pelo ai uno.
247
A aluna e o problema identificado !
Carol ( nom e fictcio) tinha d oze anos de idade e freq en tav a a
sexta srie do Ensino Fund am en tal em um a escola da rede p riv ad a de
ensino. O problem a descrito pelos pais e pela aluna era o de rara d ed icao
escola cm casa, com um gran d e risco de rep ro v ao escolar.
P rocedeu-se, inicialm ente, a um a anlise do problem a, tend o com o
instrum ental e unidade de anlise a co n tingn cia de trs term os. Se o
co m p o rtam en to de e stu d a r no o co rre, possvel que, n os estm u lo s
antecedentes, p or e.xemplo, as reg ras e instru es p ara o co m p o rtam en to
de estu d ar estejam in adequ adas e, p ortan to, o controle de estm u los esteja
vago, com m uitas falhas e as reg ras enunciando contingncias aversivas.
\Ta resposta ou classe de respostas, possvel que as habilidades referentes
ao c o m p o r ta m e n t o d e e s t u d a r n e c e s s i te m s e r i n s t a l a d a s . E as
conseqncias para este co m p o rtam en to p odem estar sendo aversivas.
Para a correta identificao da freqncia e n atu reza do problem a,
definiu-se, com o co m p o rtam en to de estu d ar, a reviso d os co n te d o s
(m atrias) aprendidos, vistos du ran te as aulas. D efiniu-se, ainda, que p ara
ser con sid erad o estudo, a reviso deve ser feita em algum o u tro perodo
do aquele das aulas. E n volve, p ortan to, ativid ad es extra classe e excluem
a lio de casa. Deve ser p or escrito, ou, pelo m enos, com algu m registro
da reviso : anotaes, sublinhar textos, g rav a r textos.
O problem a d escrito p elos pais e pelo aluno era de rara d ed icao
escola em casa, com um gran de risco de rep ro vao escolar.
A ps a avaliao, verificou-se a existncia de um a histria de regras
in a d e q u a d a s d e riv a d a s de in te ra e s v e rb a is co m os p a is e irm e
c o n ti n g n c ia s f a m ilia r e s a v e r s i v a s p a r a o c o m p o r t a m e n t o de
estu d ar.C om o exem plos de reg ras "in ad eq u ad as" em relao ao estu d ar,
que e n u n cia v a m c o n tin g n c ia s a v e rs iv a s ou p r o c r a s tin a o , tem os
a lg u m a s v erb a liz a e s a p re se n ta d a s p ela p r p ria a lu n a : "s e v o c
inteligente, no p recisa e stu d a r"; "se eu estu d o s no final do ano eu
passo do m esm o jeito".
C om o exem p los de verb aliza es que ind icavam co n tin gn cias
aversivas nas interaes fam iliares, tem os: "se voc no m elh orar suas
notas, vou tirar voc desta escola" ( am eaa da m e, um a vez que a filha
ad orava a escola atual ); "sem tv este m s, por cau sa de su as n o tas".
F oram ainda observadas falhas em m uitos p assos no estudo co m textos,
tais com o:
- Identificar partes relevantes do texto
- O r g a n i / a r e s ta s p a r t e s d e d if e r e n te s m a n e ir a s : s u b lin h a n d o ,
resum indo, fazendo p erg un tas, estabelecendo relaes entre as partes,
reven do os resu m o s feitos.
- D iscrim inar as d vid as - identificar o que ela n o havia entendido -
p alav ras, trech os e :
- F azer p ergun tas.
; Interveno: procedimentos f
C om a m e foi realizad o um treino d ireto sobre contingncias de
reforam ento positivo em relao ao co m p o rtam en to ad eq u ado de estu d ar
por escrito da filha e m od elagem do co m p o rtam en to verbal co m o objetivo
de m u d ar regras inadequadas enu n ciadas durante as interaes familiares.
C om C arol foi aplicado o m an u al an terio rm en te descrito e feita a
m o d elag em do co m p o rtam en to de e stu d a r co m ref o ram en to positivo
(elogios circu n stan ciad os) con tin gen te a: - p gin as de estudo feitas por
escrito; - resu m os, exerccios, q u estes e co m p o rtam en to de sublinhar
d em onstrado p o r ela. Em cad a aula ind ivid ualizad a - um a v ez p or sem ana
- grficos eram feitos co m ela d o p r p rio co m p o rtam en to de estu d ar; o
p ro g re s s o em q u a lid a d e e q u a n tid a d e e ra m id e n tifica d o s p o r ela e
positivam ente refo rad o s com aten o e elogios.
D urante as au las individ u alizad as, in stru es sobre com o estu d ar
diferentes m atrias eram d.adas (m anual e instrues cnrnnlrmpnt-.ires oara
m atrias com o M atem tica, por exem plo) e treinos diretos eram realizados:
o instru tor d ava a ela o m odelo de co m o identificar p artes relevantes do
te x to , os c r it rio s p a ra su b lin h a r p a rte s d o te x to e co m o re s u m ir.
E s p e c if ic a m e n te q u a n to ao r e s u m ir te x to s , fo ra m tr a b a lh a d a s as
segu in tes habilidades, atravs de m o d elao e m od elagem :
Identificar ttulos e sub-ttulos.
Identificar a im p o rtn cia d o texto.
Identificar co n ceitos e definies.
Sublinhar con ceitos e definies relacion ad o s ao su-bttulo. i
R e -e s crc v e r as p a rte s su b lin h ad as co m as p r p ria s p a la v ra s, sem
co p ia r. i
V erificar se a p arte resum ida co rreta ( reler a parte resum ida).
R egistrar em um cad ern o especial de estu d os os resum os feitos.
jResuitcTs ]
C arol tin h a u m a p ro fe sso ra p a rtic u la r p a ra to d a s as m atvins- e!a
cancelou a professora p articu lar ap s as m elh oras obtidas.
M elhora das notas. E m M atem tica, de 4,9 e 4, 8 ( no prim eiro sem estre)
p assou p ara 7, e 6,0 ( no segu n d o e iera?iiu sem estre ), cm um a
escola em que a m d ia era definida com o 6,0.
249
AnVc C o rriri rVuTifrikt j>j : j a Fduca^an C ontribuies Recentes
De sete n otas abaixo da m ed ia, nos prim eiros e segundo sem estre, ela
obteve ap enas um a nota abaixo d a m dia no terceiro sem estre ( 5, 7
*> em G eografia ) e d u as no ltim o sem estre ( Ingls e C incias ).
O btendo estas notas ap s os estudos p o r escrito, ela m u d ou a reg ra
^ d e 9 ue estu d ar no n ecessrio, porque na m atria "In g ls", que ela
..... co n sid erava fcil, sem estu d ar ela no havia con segu id o to boas notas
' q u a n to aq u e la s o b tid a s em o u tra s m a t r ia s , co n s id e ra d a s co m o
"d ifceis" p o r cia e estu d ad as segundo as n ov as regras e instru es .
l ; - * , Eln pde verificar que d ep ois de h aver estu d ad o do m odo ap ren d id o,
" as notas to m aram -se m ais altas do que antes - o co m p o rtam en to de
>;-ir e stu d ar p or escrito foi p ositivam en te refo rad o com boas notas.
: _ O co m p o rtam en to de estu d ar p or escrito tornou-se freqente e robusto,
com o p od e ser verificado no grfico a seguir, em que o n m ero de
; * p gin as p or escrito, em um bim estre, por m atria, apresen tad o.
Era con sid erad a um a p gina de estu d o cad a lauda ou folha de
cad ern o (tam an h o sulfite) escrita com a letra de C arol. Por tal definio,
v-se que o m nim o que C arol apresen tou foram 14 pginas de estudos,
' - p a r a a m atria de Ingls, que ela co n sid era v a fcil; em trs m a t ria s
(Cincias, G eografia e P ortu g u s) Carol ap resen tou cinqenta p gin as de
i ---------- \ - L------- : _ ^ , . i -------- J 1
tr>i j-'taiu . u u a i n u n d a , d 1HUL1.11.U t.itJul ji,xj.,i J
160
250
N a T ab ela I v e rific a -s e a d is trib u i o d e e s tu d o e s c rito p o r
sem ana.H u m a reg u larid ad e sem anal n o estudos por escrito , sendo esta
reg u larid ad e o b serv ad a ap s o trab alh o realizad o (an tes do incio d o j ^ ^ M
trabalho co m p o rtam en tal in d ivid u alizad o, C arol no relatav a nenhum j
e s tu d o ^ re c n ft^ m c ro de p ginas escritas em cada m atria, por sem an a] ^ ,
Geografia - - 6 20 - 20 4 - 50
i
Ingls - 3 4 - - 3 - 4 14
Portugus - - 5 20 - 20 7 - 52
Histria - - - - 7 12 6 - 25
!
Total 20 12 45 49 44 55 64 38 327 /
I CONSIDKRAES FINAIS l
O presente captulo apresentou u m trabalho de anlise e interveno - ^ ''
com portam ental para o com p ortam en to de estudar e procu rou indic-lo r ^
- iw C'"> r i o i v r n p V*^V-v K A 0 o v ^ O jjyi p O r t ^ P ^ - - -
251
Ar.j'. V d "1Com portam ento p a :j a Educ.io. C on tribu ies Recentes
R e p f r f n c ia s B ib l io g r f ic a s 1
y. jj----.--
.L_ , i* *. . L .\ .K-j .Ver.d^mer.*^
A ***..w.. .^ ^ - ^-- . Hp-^tudo
- p^ O"
co n ceito e p r o c e d im e n to s d e in te rv e n o . Em: X E n c o n tro B rasileiro d e
F s i c o te r a p i a e M e d i c in a C o m p o r t a m e n t a l , C a m p i n a s . A nais do X Encontro
^ Brasileiro dc Fsicoterapia e Medicina Comportamental, C a m p i n a s .
^ H b n e r , M, M. C. (2001b). P o r u m a P s i c o p e d a g o g i a C o m p o r t a m e n t a l . E m : X
E n c o n tro B ra sile iro d e P s ic o te r a p ia e M e d ic in a C o m p o r ta m e n ta l,
C a m p i n a s . Anais do X Encontro Brasileiro de Psicoterapia e M edicina
^ Comportamental C a m p i n a s .
252
Teoria de Coerncia de Topografias de
Controle de Estmulos na Aprendizagem
Discriminativa: da Pesquisa Bsica e
Teoria Aplicao
William J. M cllvane1
'Universitv f M a s s a c h u s e l t s Medicai S c h o o l - S h r i v e r C e n t e r
- U n i v e r s i d a d e F e d e r a l do F a r
253
A r i ?l' d i' O m p o rf.irn en to par.i 3 Ecfuano: C nntribuies R ixentes
254
tentativas de resolver essas falhas. E m seguida, ns v am o s rever p esq u isas
de nosso e de outros laboratrios que do suporte a essa teoria. N s vam os,
e n t o , co m e n ta r av an o s re c e n te s na m eto d o lo g ia d e a p re n d iz a g e m
d is crim in a tiv a , a v a n o s e stes b a se a d o s nos p rin c p io s d a te o ria d e
coerncia a qual ns esp eram os que, p or fim, leve v e rd a d e ira tecn ologia
que ns p rev em os que ir se desen volver.
O que T e o r ia d e C o e r n c ia d e TCE?
255
era o controle de estmulos pretendido pelo professor ou experim entador.
Aqui, ns introduzim os o term o C oern cia d c T C E para nos referirm os ao
grau dc concordncia entre as propriedades dos estm ulos que controlam o
com portam ento do analista do com portam ento e aquelas que controlam o
com portam ento do organism o sob estudo ou interveno (M cllvane et al.,
2000). N u m extrem o , resu ltad o s em nvel d e " a c a s o " in d icam que as
contingncias de reforam ento capturaram um a ou m ais TC E's que no so
especificadas com o relevantes pelo experim entador ou professor. N o outro
extrem o, um a preciso perfeita ou quase perfeita sugeriria um alto grau de
coerncia de TCE. Ray e Sidm an (1970) afirm aram que "todos os estmulos
so [com plexos] no sentido de que eles tm mais do que um a dim enso ou
aspecto para o qual o sujeito pode atentar. Pedir que o experim entador esteja
consciente de todas as possibilidades e j, talvez, um a dem anda im possvel"
(p. 199). N o obstante, um a anlise com portam ental m ais exata do controle
dc estmulos requer que as TC E's especificadas pelo analista (experim entador,
professor etc) sejam as m esm as que (ou sejam perfeitam ente correlacionadas
com aquelas que) controlam o com portam ento do organism o sob estudo
(sujeito experim ental, estu d an te etc). Os estm ulos con trolad ores ou so
aqueles esp ecificad o s p elo e sp erim en tad o r ou o u tro s estm u lo s n o-
especificados m as altamente correlacionados com os estmulos especificados
(e.g., Stikeleather & Sidman, 1990).
T eo ria de C oern cia. A teoria de coerncia se aplica m ais claram en te a
um nvel m olecular de anlise do co m p o rtam en to (Bickel & Etzel, 1985;
R ay & S id m a n , 1 9 7 0 ; cf. B a u m , 2 0 0 2 ). A te o ria su p e q u e o flu x o
com p ortam en tal pode ser dividido em unid ad es analticas de operante
discreto e que apenas um a TCE ocorre p or vez (da m esm a m an eira que
apenas um a topografia d e resposta pode ser em itida n u m dad o instante).
A respeito da estabilidade das T C E 's, ns no v em os ra z o p ra su p or que
necessariam ente as T C E's p erm anecem consistentes de um m om en to p ara
o outro e, ao contrrio, h m uita evidencia de que elas no p erm an ecem .
R esultados de preciso interm ediria p odem ser obtidos q u an do T C E 's
especificadas e no especificadas so estabelecidas e am bas o co rrem em
algum a freqncia m aior que zero d en tro de um a am o stra de desem penho
tal com o u m a sesso exp erim en tal. Em bora Sidm an (1980) tenha afirm ado
isso de m an eira geral m u itos anos atrs, a teoria de coern cia de TCE
exp an de (e envolve algum a reform u lao de) su a persp ectiva.
M ltiplas T C E 's p od em se estabelecer p orq u e os estm u los num a
s itu a o e x p e rim e n ta l ou d e en sin o tm m ltip la s d im e n s e s ou
caractersticas tais com o form a, tam an ho, co r, localizao e assim p or
diante, co m o afirm ado no trecho de (Ray e Sidm an, 1970) citad o acim a.
E ssa p o s s ib ilid a d e foi r e c o n h e c id a h m u ito te m p o em re la o
a p re n d iz a g e m d iscrim in ativ a co m o , p o r e x e m p lo , n a p ro p o si o de
H arlo w (1950), de aco rd o co m a qual a ap ren d izag em req u er a elim in ao
d e fatores de erro con corren tes, ou na teoria de a m o stra g e m estatstica
(Estes, 1959), aind a na na teoria do teste das h ip teses (Levine, 1965), ou
na teoria de m ltip los estgios atencionais d e Z eam an e H ou se (1 9 7 9 ), de
acordo com a qual o estgio inicial de aquisio de d iscrim in aes consiste
em ap ren d er a atentar p ara as dim enses relevan tes d o estm u lo an tre as
m ltiplas possibilidades.
O m odelo de TCE difere de form ulaes anteriores pelo fato de que
mltiplas topografias so vistas com o coexitentes em freqncias diferentes,
e talvez relativam ente estveis, d en tro de um a m esm a linha d e base. A __
freqncia de ocorrncia das T C E 's influenciada p o r variveis tais com o
salincia (inerente ou adquirida) do estm ulo alvo, suas ca ra cte rs tic a s/
d im en s es ou os e sq u em as d e re fo ra m e n to a ele a ss o c ia d o s. E ssa s
influncias sero consideradas com m aior com pletude abaixo.
N e sta s e o , n s v a m o s s u m a r ia r e s tu d o s s e le c io n a d o s q u e
influenciaram o d esen volvim en to da teoria d e coerncia de top o grafia de
c o n t r o l o d o p<fTT)nlo^. Fm mihra.s pu blicaes (e.e.. D ube & M cllvan e,
1996; M cllvane et a i , 2000), ns ap licam os os princpios d e co ern cia na
explicao do ento ch am ad o "con trole de estm ulo relacion al", abordando
o atual interesse dos analistas do co m p o rtam en to na anlise terica de
equivalncia d e estm u los e fenm enos relacion ad os (e.g., S id m an , 1994;
H ayes, B arn es-H olm es & R oche, 2001). En tretan to, a anlise de coern cia
d e TCE tem u m alcan ce con sid eravelm en te m ais am p lo, fato que tem
sido at o m o m en to insuficientem ente exp lo rad o em n ossas pub licaes.
N s a p ro v e ita m o s essa o p o rtu n iid ad e p ara en fa tiz a r que a teo ria d e
coerncia de T C E se aplica no ap en as a equivalncia de estm u lo s ou a
discrim inaes condicionais, m as d escrio do o p eran te d iscrim in ad o
de m an eira g eral. N s v a m o s co m e a r p o r re v e r algu n s d o s e stu d o s
fundam entais que nos levaram s atuais p ersp ectiv as de pesquisa. Ento,
ns d escreverem os alguns desafios conceituais e m etod o l gico s que esto
sendo ab ord ad o s atravs d e estu d os em an d am en to ou em planejam ento.
M ltiplas T C E s. N ossa posio em relao freqncia de T C F/s dentro de
urna dada linha de base foi prim eiram ente ilustrada por Ray (1969). M acacos
R hesus fo ram trein ad os a d esem p en h ar u m a tarefa d e d iscrim in a o
sim ultnea entre esq u erd a e direita com estm ulos verm elh o s e v erd es
dispostos em chaves de respostas e depois com linhas verticais e horizontais
e inaliiieitr com eslm ulos com postos com patveis com o treino ?nterior/...
quando as linhas e as cores (que co n trolavam as m esm as respostas de
257
J>' C u n p o r t jm en tn p a r a a I ducanii' C ontribuies Recentes
259
\ -i " do C o rp c ctn m e n lo para a Kducao: L o n tn b u i e Recente?
2 60
A poro superior d a Figura 1 apresenta dados do sujeito A N L , os
quais representam os achados obtidos com a m aioria substancial dos sujeitos.
O incio da aplicao do procedim ento de "5+ atrasad o " (indicado pela linha
divisria v ertica l ap s o q u arto p on to de d ad os) teve dois resu ltad o s
caractersticos: Prim eiro, os sujeitos freqentem ente responderam no incio
das tentativas quando os dois S- estavam presentes (Figura 1, quadrados
brancos), o que um a dem onstrao de (1) controle pela siniples apresentao
de estm u lo s, co n tro le esse (a lg u m a s v e z e s referid o co m o re sp o n d e r
"impulsivo'") que era concorrente com o controle discriminativo program ado
(2) e /o u controle pela posio (ver McILvane etal., 2002 para dados ilustrativos
m a is e x te n s iv o s ). P o rq u e e ss a s re s p o s ta s n u n ca s o re f o r a d a s no
procedim ento de "5 + atrasad o ", sua freqncia tipicam ente declina ao longo
de tentativas ou sesses sucessivas e tendem a serem extintas.
100 -r /H -f S - H -B -H
ANL * LEG ENDA
75
S e l e e s de S+
50 T e n ta t iv a s c o m
| resp ostas antes d a
25
a p r e s e n t a o do S +
0
100
75
50
25
0
S e ss e s S ucessivas
F i g u r a 1. D e s e m p e n h o d e d o is p a r t i c i p a n t e s c o m r e t a r d a m e n t o m e n ta l s e v e r o e m um
p r o c e d i m e n t o d e d i s c r i m i n a o s i m p l e s s i m u l t n e a . P o n t o s es cu rc >s r r m s t r a m a
p e r c e n t a g e m d e s e l a o d o e s tm u l o S-f q u a n d o tan to o S-t q u a n t o o S f o ra m a p r e s e n t a d o s .
P o n to s v a z a d o s m o s t r a m a p e r c e n t a g e m d e te n ta ti vas c o m re s p o s ta s a a p r e s e n t a o do ?
do is e s tm u l o s S- d u r a n t e a a p l ic a o d o p r o c e d i m e n t o d e " 5 + a t r a s a d o " .
261
A r i ] i e do Com portam ento p ara a Educao: C ontribuies Recentes
P e s q u is a ph In t e r v e n o em n v e l d e P ro cesso
263
'; \ V e d ' ' C c rip o 'ta r r e n to u .ir .3a Ed ucao: Cuntribuioes Kecente?
264
estm ulos p o r algu n s asp ectos d as form as, tais com o a cruz n a p o ra o
superior, sem d em o n strar co n trole pelo estm ulo inteiro.
265
\ n V .-e do C om portam ento para a E d u ca o 1Lontribu ies Recentes
efetivos seriam aqueles que g aran lisscm que o p articip an te aten tasse p ara
e v ie s se a se r c o n tr o la d o p o r) a q u e la s c a r a c te r s tic a s d a s fo rm a s
co n sid eradas relevantes pelo p ro fessor ou exp erim en tad or.
R astrcam ento direto do com p ortam en to de observar. Os trabalhos descritos
at aqui m ostraram que T C E 's - desejadas ou no - p od em ser inferidas
atravs de m anipulao cuidadosa das condies de treino e teste. O papel
que os co m p o rta m e n to s de a te n o e o b s e rv a o d e se m p e n h a m na
m odelagem de controle de estm ulos central p ara a explicao sobre com o
tais TC 's se desenvolvem . D insm oor (1985, 1995) enfatizou a n oo de
acord o com a qual o co m p ortam en to de observar aum enta a probabilidade
dc um indivduo entrar em contato com aqueles aspectos dos estm ulos
que so relevantes (D insm oor, 1985). Assim, tanto o com p ortam en to de
observar quanto a resposta m o to ra de selecion-lo (usualm ente to car o
estm ulo) so reforados na presena de S+; durante um a apresen tao de
S-, usualm ente nenhum deles e reforado (Sem a & Carlin, 2001). C om o
tem sido dito por m uito anos, a salincia do estm ulo desem p en h a um
papel im p ortante ao d irig ir os co m p o rtam en to s de aten tar e o b se rv a r
(Lancioni & Smeets, 1986). M ais recentem ente, um trabalho desen volvid o
por Soraci e colaboradores (ver Sem a & Carlin, 2001) mostrou que a estrutura
da disposio dos estm ulos pode ativar p ro cessos p re -a tencionais que
guiar a ateno p ara estm ulos relevantes.
Um a anlise d os co m p o rtam en to de aten tar e o b serv ar, gxada
pela teo ria da c o e r n cia d e to p o g ra fia de c o n tro le de e s tm u lo s ,
im p o rta n te p a ra d e te r m in a r co m o ta n to T C E 's d e s e ja d a s q u a n to
indesejadas podem se d esen volver ou serem extintas. C om o a top o grafia
do com portam ento de observar pode ser determ in ad a? Trabalhos recentes
n o s la b o r a t r io s d o S h riv e r C e n te r f iz e ra m u so d e m t o d o s q u e
o b je tiv a ra m o r a s tr c a m e n to d ir e to d o m o v im e n to d o s o lh o s d o s
p a rticip a n te s. C om o d e ta lh a d o em D ube, L o m b a rd , F a rre n , F lu sse r,
Balsam o, F ow lereT om an ari (2003), tas trabalhos fazem uso de um sistem a
de restream ento do olho ch am ad o ISCAN (ISCA N E yetrackin g S ystem -
ISCN C orp., Burlington, M A)
O sistem a ISCAN p ro d u z um a im agem em vdeo d o ca m p o de
viso do participante em tem po real, co m u m cu rsor sobreposto que indica
o ponto preciso para o qual o participante esta olhando (gaze-p oirtt); ele
pode tam bm registrar as co o rd en ad as desse p on to de viso e e n v ia r um
rinal serial com essas co o rd en ad as. Os co m p o n en tes de g e ra d o re s de
im agem so m ontados em um a faixa ou b an d agem que o p articip an te
pe na cab eca. O sis te m a de a u to ca lib ra g e m p e rm ite o re g is tr o d o
restream en to do olho co m a rem o o de efeito p ro v o ca d o p o r d em ais
m ovim entos que no o do olho. Esse sistem a p erm ite ao p articip an te um a
gam a de m ovim entos livres da cabea e no requer restrio estereotetica.
266
InformaO'~3dicional sobre o si stem a; u ici n in d oT otografias, p o d em ser
e n c o n tr a d a s em h ttp : / / w w w .u m a s s m e d .e d u / s h r i v e r / R e s e a r c h /
F sy ch o lo g ica l/E y e T ra ck in g / .
T rab alh o s d esen v o lv id o s p o r D ube e co la b o ra d o re s, co m esse
sistem a de rastream ento do olho, foram descritos em um outro texto (D ube
at al., 2003) e sero sum ariad os b revem ente aqui. M uitos trabalhos tm
focalizado o problem a da su perseletividade d e estm ulos (L o v aas, K oegel
& S ch reib m an , 1979), tam b m co n h ecid o co m o co n tro le de e stm u lo s
restrito (Dube & M cllvane, 1997). A Figura 3 ilustra o m odelo de laboratrio
p a ra o co n tm le de estm ulos restrito: o p roced im en to d e p are a m e n to a o
m o d elo com atraso e com dois m od elos (2SDM TS). O d esem p en h o de
p a re a r do particip an te p rim eiram en te avaliado a trav s do p ro ced im en to
p a d r o de p aream ento ao m od elo (m atch ing-to-sam p le) sim u ltn eo e co m
atra so , co m estm ulos m od elo in divid u ais (ou seja, u m nico estm u lo
m odelo e apresen tad o a cad a tentativa). N o teste de p aream en to ao m od elo
com atraso (DMTS), m ostrad o na segun d a colun a da F ig u ra 3, o estm u lo
m od elo p erm an ece disponvel p a ra o bservao at o p articip an te tocar a
rea do m o d elo e, en to, ele d esap arece e os estm u los de co m p a ra o
so ap resen tad os im ed iatam en te (ou seja co m um atraso de 0 seg u n d o
entre a rem oo do m odelo e a apresentao dos estm ulos de co m p arao).
Os estm ulos de co m p arao so dois ou trs estm ulos ind ivid u ais, um
dos quais indntico ao m odelo. T o car o estm ulo d e co m p a ra o idn tico
ao m o d elo e a resposta co n sid erad a com o correta. A lta p reciso (acim a
de 90% ) no p ro ced im en to de p aream en to ao m od elo com atraso zero co m
m od elo ind ividu al co n stata que o d esap arecim en to d o estm ulo m o d elo
no d eteriora a perform an ce. E m segu id a, os p articip an tes so testad o s
n o p r o c e d im e n to co m d o is m o d e lo s . D o is e s tm u lo s m o d e lo s o
ap resen tad os em cad a tentativa, m as ap enas um deles ap resen tad o cm
seg u id a co m u m estm ulo d e co m p arao . A lta p reciso nessa tarefa de
p aream en to sim ultneo co m dois m od elos (terceira coluna da F ig u ra 3)
constata qwe o-participante p ode p a re a r o sslim u lo s individuais q u an d o
eles so ap resen tad os em con figu raes com estm ulos m ltiplos. D urante
o p erod o de o bservao do estm ulo m od elo, o p articip an te n o p od e
p re v e r qual d os m od elos vai a p a re ce r co m o estm u lo de co m p a ra o
co rreto e as contingncias, p o rta n to , requerem que ele(a) observe am b os,
antes de resp o n d er e, en to, o refo ram en to m axim izad o. R esu ltad os
d e p reciso interm ediria (e.g., ap ro xim ad am en te 67% p ara u m a tarefa
d e tripla escolha) indicam su p erseletivid ad e, que tip icam en te d evid a a
falh as em o b s e rv a r um d o s e stm u lo s m o d elo (D u b e et al, 2 0 0 3 ): os
p aticip antes efetuam p aream en to apenas com um d os estm ulos m o d elo
(aquele que e le /a observa). Em tentativas ond e aquele estm lo ap arece
co m o um a co m p arao (m etad e d as tentativas n a sesso), o p articip an te
267
Ar.V -H ii'> ( 'iv iip n '! 3rnerito para a H Jucao: C ontrbuioes Recenses
u s u a lm e n te a c e r ta . N a s te n t a t iv a s r e m a n e s c e n te s , a p r e c is o d
desem penho fica ao nvel do acaso, A preciso interm ed iria d a sesso
com o um tod o resulta de m d ia d ' resu ltad o s de am b os os tip os de
tentativa.
P a re a m e n to c o m 1 M o d e lo P a re a m e n to c o m 2 M o d e lo s
' \ ( ' ^ / N s \
B * tf ' A fh -
__ .... J x )
+ *
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F i g u r a 3. T a r e f a s d e p a r e a m e n t o a o m o d e l o c o m a t r a s o z e r o e m o d e l o
in d iv id u a l r p a r e a m e n to c o m d o is m o d e lo s . O s p ain is s u p e rio re s
m o s t r a m o s e s t m u l o s m o d e l o t o m o e le s a p a r e c e m n a tela s e n s i v e l a o
to q u e ; O s p ain is in fe rio re s m o s tr a m as d isp o s i e s c o r r e s p o n d e n te s
d o s estm u lo s de c o m p a r a o a p s u m a resp osta a o m o d e lo .
Dois a ch a d o s, u s a n d o o m o d e lo a cim a , so d ig n o s de n o ta :
P rim e iro , u sa n d o p ro d e d im e n to de p a re a m e n to co m a tra s o e d ois
m o d e lo s , D ube et al. ( 2 0 0 3 ) fiz e r a m u m a c o m p a r a o e n tr e o
com p ortam en to de observar de um indivduo com retard am en to m ental
e de um adulto com desenvolvim ento tpico. O resultad o p rim rio foi
que o p ad ro do com p ortam en to de observao dos dois p articip an tes
diferiu significativam ente: enquanto o particip an te adulto rotin eiram en te
observou am bos os estm ulos m odelo em uma seqncia esq uerda-direita-
esquerda de m ovim entos do olho, o participante com retard am en to m ental
tendeu n observar ap enas um dos estm ulos m odelo. A dicionalm ente, a
d u rao da observao de um d ad o estm ulo foi m ais cu rta do que a
durao observada para o participante adulto. Fsses padres de observao
c o rre s p o n d e ra m ao d e se m p e n h o p reciso do a d u lto e im p re ciso do
participante com retard am en to m ental. O segundo ach ad o desse conjunto
de trabalhos se refere possibilidade cie m od ificao de co n d ies de
d e fici n cia do c o m p o r ta m e n to de o b s e rv a o . D a d o s d e e s tu d o s
co n d u zid o s por Dube e colab orad ores m o stra ra m que m o d elag em de
268
con trok 1 de estm u los c o u tro s tipos d e p rcced im eitt^ --de-ioiervno
p od em ser u sad os para m elh orar o co m p o rtam en to dc observar e red u zir
o controle d e estm ulos restrito. O procedim ento de m odelagem de controle
de estm ulos usa dicas intra-estm u lo que p od em atrair a ateno co m o
m u d an as rep en tin as no tam an h o e intensidade do estm ulo. Tara m uitos
p a r tic ip a n te s , e n tr e ta n to , a s u p e r s e le tiv id a d e r e to r n a q u a n d o os
p ro ced im en to s de m o d elag em so retirad o s (Dube & M d lv an e, 1997,
1999). C on tu d o, tais estudos p ro v em um excelente fundam ento p ara a
co n tinu idade da pesquisa nessa rea.
U sando estim ulas.qe diferem ap en asem iu n axarateixstica.Q ^ j:a,
com o d escrito antes, Serna e C arlin (2001) relataram dois estu d os nos
quais registros de restream en to de m ovim en tos do olho foram u sad os
p ara d eterm in ar p ara quais caractersticas especficas de um estm u lo o
participante atentava durante o treino discrim inativo. N o prim eiro estudo,
investigou -se se as m ed idas de rastream en to do olho podiam d istin guir o
c o m p o rta m e n to de o b se rv a r d irig id o a c a ra cte rs tic a s crtica s versus
caractersticas com u n s das form as u sad as com o estm ulo e se m u d a n a s
em tal co m p o rtam en to de o b serv ar p od iam ser d etectadas ao longo d c
a lg u m a s se s s e s. U m in d iv d u o co m re ta rd a m e n to m en tal lev e foi
su b m etido a treino de d iscrim in ao sim ples u san d o -se form as co m o
'estm ulos sim ilares quelas m srau as n a Figura 2. Intcialnierrt*^~ffp rccr rr-
en con trava-se em nvel de acaso. N o d ecorrer de vrias sesses, a p reciso
m elhorou p a ra pr xim o de 100% . A in d a mais im portante, entretan to, c o
fa to d e q u e a p r o p o r o de te m p o q ue o p a r tic ip a n te d is p e n s o u
o b s e rv a n d o as c a r a c te r s tic a s c rtic a s c o m p a ra d o com o te m p o d e
o b s e rv a o d a s c a r a c te rs tic a s n o -crtic a s d os estm u lo s a u m e n to u
con com iten tem eiite com o au m en to da preciso. Ento, a resposta para
a m b as as q u e s t e s do e s tu d o foi a firm a tiv a . U m s e g u n d o e s tu d o
in v estig o u se m u d a n a s no p a d r o d o co m p o rta m e n to de o b s e rv a r
p od eriam ser d etectad os dentro de um a tarefa de transferncia de controle
_de estm ulos de cor para form a (com o j descrito aqui). N ovam ente u san d o
com o estm ulos form as sem elhan tes quelas m ostrad as na Figu ra 2, um
indivduo co m retardam ento mental m od erad o m ostrou inicialmente tanto
p re c is o ao n v e l do a c a s o q u a n to b a ix o n v el d e o b s e rv a o d a s
c a r a c te rs tic a s crtic a s d o S+ q u a n d o as fo rm a s fo ram a p re s e n ta d a s
sep arad am en te. N u m a segun d a fase, na qual as form as foram sob rep ostas
s cores p rev iam en te u sad as em treino, a preciso au m en tou , co m o seria
esp erad o, dad o que as cores j co n trolavam responder preciso. En tretan to,
o nvel d e o b serv ao das caractersticas crticas das form as p erm an eceu
baixo inicialm ente. N a stim a e oitava sesses de sobreposio, entretan to,
o nvel de o D s e r v a r i s c a rarrrfctiaiSTr[tirn^rtfcrs form as au m en tou
d ra m a tic a m e n te . Q u an d o as fo rm as foram n o v a m e n te a p re se n ta d a s
269
A r ..'> e i' 1 C '.'n 'p o rt,in 'e n to p ir a .t f'd u c.in C o n trib u i e s K ccen tes
270
C oern cia de T C E 's c u m a e x p lica o d a g e n e ra liz a o b a se a d a em
classes de estm u lo s.
Esta seo toca no problem a clinicam ente relevante de se p ro gram ar
generalizao de co m p o rtam en to n ovo p ara situaes com m u d an a de
contexto nas tarefas, no am biente e assim p or diante (e.g., Stokes & Baer,
1 9 7 7 ). N s v a m o s a p r e s e n t a r u m a a b o r d a g e m p a r a e sse tip o de
generalizao que um a con seq n cia da teoria de coerncia de T C E 's e
outra ab ord agem que relacion a o problem a da generalizao pesquisa
de laboratrio sob re classes de estm u los e eq u ivaln cia de estm u los
(Sidm an, 1994).
Para con textu alizar a questo, ap resen tam os a anlise tpica dos
efeitos de proced im entos d e condicionam ento operante na p oro superior
da Figura 4 (rotulada com o D esafio d e Ensino). N o incio d o treino (Estado
de Entrada), u m a co m p etio substancial pod e ser evidente. Estm ulos
(ou classes de estm u lo s; cf. Skinner, 1935) que o p ro fessor q u er que
co n tro lem o co m p o rta m e n to (i.e. As C lasse s de E stm u lo s A lv o e o
C om p o rtam en to A lvo, resp ectiv am en te) p od em ter um statu s incerto,
com o indicado pelos pon tos de in terro gao, e esto em co m p etio com
O utras C lasses de Estm ulos e O utros C om p o rtam en to s. As C lasses de
E stm u los A lv o p od em o ca sio n a r O u tro s C o m p o rta m e n to s e O u tra s
Classes de Estm u los p odem o casio n ar o C om p o rtam en to Alvo. O utros
reforad ores, que no aqueles p ro gram ad o s, p od em selecionar e m an ter
form as no desejadas de co m p o rtam en to e /o u co m p o rtam en to desejado
sob co n tro le de estm u lo in d esejad o . Essa situ a o d e co m p e ti o
sugerida pela seta diagon al na p oro su p erior esquerda da Figu ra 4.
P r o c e d im e n t o s e f e tiv o s d e i n t e r v e n o r e d u z e m a c o m p e t i o
co m p o rtam en tal. A s C lasses de E stm u lo A lvo p assam a o ca sio n a r o
C o m p o rtam en to A lvo, e o u tro s eventos co m p o rta m e n ta is (i.e. O u tras
C lasses de Estm ulos) co n tin u am ocasionando outros co m p o rtam en tos.
Esses efeitos so su g erid o s p ela rem o o da seta d iag o n al n a p oro
superior direita da Figura 4. E m o u tras p alav ras, o C o m p o rta m e n to Ab o
o co rre so m en te q u an d o u m m em b ro da C lasse de E stm u lo s A lvo
ap resentad o; sob outras co n d ies de estm ulo, o u tro s co m p o rtam en to s
ocorrem .
C o m o a p o r o i n f e r io r d a F ig u ra 4 s u g e r e , o D e sa fio de
G eneralizao efetivam en te o m v erso do Desafio de Ensino em certos
aspectos. G eneralizao p o d e o co rrer se, e som ente se, (1) m em b ros da
Classe de Estm u los A lvo esto presen tes no am biente de generalizao,
(2) fisicam ente p ossvel em itir o C om p o rtam en to Alvo no am biente de
g e n e r a li z a o e (3 ) e s q u e m a s d e r e f o r a m e n to p r o g r a m a d o s o
s e m e lh a n te s n o s a m b ie n te s de in te rv e n o e g e n e r a liz a o . E sses
271
-o J ' . ' t . o in p o r t .irr1e n to p . m a M u c a a o : C o n t r i ' u i e s R e c e n t e ^
C la s s e s de O u tra s C la s s a s de O u tra s
E stm u lo s C la s s e s de E stm u lo s C la s s e s de
A lvo ( 9 ) E stm u lo s A lvo E stm u lo s
+ X *
C o m p o ia m e n to O utro Comportamento O u tro
A !vo (?) C o miD
p oorta
rta m e n to A lvo C o m p o rta m e n to
\
R e fo r a d o re s O u tro s R e fo r a d o re s O utros
P rc g ra m a d o s R e fo r a d o re s P ro g ra m a d o s R eforadores
Desafio de Ensino
C la s s e s de O u tra s C la s s e s de O utras
E stm u lo s C la s s e s de E stm u lo s C la s s e s de
AVo E s tm u lo s Alvo E stm u lo s
R e fo r a d o re s O u tro s R e fo r a d o re s O u tro s
P ro g ra m a d o s R e fo r a d o re s P ro g ra m a d o s R e fo ra d o re s
Desafio de Generalizao
F i g u r a 4. A n l i s e d e g e n e r a l i / i c S o b a n c a d a e m c l a s s e s e e s t m u l o s ; v e r t e x - o
pard co n su lta r d e ta lh es.
272
M ltip las classes d e estm u lo s e g en eraliza o . A t aqui, essa anlise
d a s c o n d i e s que p ro m o v e m g e n e r a liz a o se a ss e m e lh a q u e la s
ap resen tadas em outros tipos de anlise desse fenm eno co m p o rtam en tal
(e.g. H o m er, D unlap & K oegel, 1988). E ntretanto, a idia segu n d o a qual
dois tipos de classes de estm ulos esto en volvid os em generalizao foi
enfatizada m ais recentem ente (e.g., M ackay, S trom er & S em a, 1998). No
p rim e ir o tip o , c la s s e s p o r s e m e lh a n a o u c a r a c t e r s t i c a , e x is te m
caractersticas fsicas com u n s entre as classes, co m o o nom e su gere. P ara
p ro m ov er gen eralizao , p od e-se d eterm in ar que estm ulos fisicam ente
sem elhantes estejam presentes tanto na situ ao de ap ren d izag em q uanto
de generalizao (e.g., Kirby & Bickel, 1988). O segu n d o tipo de classe, as
classes arb itrrias ou de con tingn cia, no trazem con sigo caractersticas
fsicas com u n s. M ais p recisam ente, os estm ulos se torn am m em b ro s da
classe q u an d o eles se estab elecem co m o estm u lo s d iscrim in ativ o s na
m esm a co n tin g n cia de re fo ra m e n to . Q u a n d o isso o co rre , um d o s
resultados que os estm ulos passam a ser m em b ros da m esm a classe de
equivalncia; os estm ulos, p ortan to, so m u tu am en te substituveis den tro
de u m dad o con texto. P ara p ro m o v er gen eralizao , p od e-se d erm in ar
que estm ulos equivalentes estejam presentes tanto na situ ao de ensino
quanto na situ ao de generalizao. A n oo de equivalncia arb itrria
til (e pode ser essencial) para exp licar a generalizao p ara cimbienes
fisicam ente distintos. Por exem plo, um estudante que foi ensinado a sen tar
c fazer silncio q uando seu p rofessor diz "siln cio" na sala de au la, e que
tam bm ap ren d eu a ler a p alav ra SILEN C IO em voz alta em algu m outro
lugar, pode v ir a fazer silncio na presena da palavra SILEN C IO im pressa
num cartaz (p o r exem p lo, no co rred o r de um h osp ital), em b ora ele(a)
n u n ca tenh a sid o e x p licitam en te en sin ad o (a ) a faz-lo fren te q u ele
estm ulo e naquele contexto.
C om o sugerido pela teoria de coerncia de T C E 's, a n atu reza das
classes de estm u lo s estab elecid as no am b ien te d e ensino d e te rm in a
d iretam en te sc generalizao o co rre ou no. De fato, a teoria to m a as
predies testveis. Se os requisitos para classes p or caractersticas e para
classes de estm ulos arbitrrias so d em onstrveis tanto na situ ao de
ensino quanto de generalizao, ento generalizao deveria oco rrer, desde
que no haja outras fontes de controle de estm ulo em com p etio. Se os
requisitos p ara as classes no esto presentes, en to g en eralizao no
deveria ocorrer. Visto dessa maneira, generalizao p od e ser vista sobretudo
co m o u m p ro b le m a d c e n g e n h a ria - u m p ro b le m a d e e n g e n h a ria
criticamente im portante. A cincia de laboratrio tem estabelecido a m aioria
ou tod o s os p rin cp io s cien tficos b sico s n e ce ss rio s p a ra a ss e g u ra r
generalizao confivel entre tarefas e entre am bientes. Esses princpios
em ergiram de pesquisa extensiva em sobre classes de estm ulos ao longo
273
d' L V i r s p '. 'r t a iT H 'n to p a r a a E d u c a o : C o n t r i b u i e s R e c e n t e s
274
(dois m on tados lado a lado e u m m ontado im ed iatem en te abaixo d estes
d o is) n o s q u a is e s tm u lo s c o m e s tv e is p o d ia m s c r a p r e s e n t a d o s .
A dicionalm ente, fendas para fichas plsticas ("to k e n s'7) foram m o n tad as
em am bos os lados dos com p artim entos. O sujeito sen tava sozin h o no
laboratrio com um a p orta fechada (m as no tran cad a) c interagia co m o
e q u ip a m e n to . O s e stu d o s d e s e n v o lv id o s n o A T L (e .g ., M c llv a n e ,
W ithstandley & Stoddard, 1984; Stoddard & G ero v ac, 1981; S to d d ard &
M cllvane, 1989) lanaram os alicerces p ara a p esq u isa exten siva sobre
controle de estm ulos em m u ito s laboratrios (e.g., W ilkinson & G reen,
1998).
R ecen tem en te, d evid o em p arte a n o v o fin an ciam en to d o N IH
(N ational Institute of H ealth, U SA ), o laboratrio foi atualizad o. K aren
Lion ello-D eN olf e W illiam M cllvan e, da U n iv e rsity of M a ssa ch u se tts
M edical School, e R om ariz B arro s, da U n iv e rsid a d e F e d e ra l d o P a r
s u p e r v is io n a m o l a b o r a t r i o e a p e s q u is a q u e n e le e s t s e n d o
desenvolvida. Assim com o a anterior, a verso atual do ATL foi desen h ad a
p a ra e n sin a r c e r ta s h a b ilid a d e s b sica s , tais c o m o d is c r im in a e s
sim ultneas e sucessivas e p arcam cn to ao m odelo, a indivduos co m baixo
nvel de funcionam ento (e.g., aqueles com pouco ou nen h um re p e rt rio
lingstico). A tualm ente, o ATL est sendo u sad o p ara investigar v rio s
tp ico s d e in teresse p a ra os an alistas do co m p o rta m e n to , tais co m o
e q u iv a l n cia de e stm u lo s, m o m e n to c o m p o r ta m e n ta l e e c o n o m ia
com p ortam en tal. O laboratrio atualizado foi d escrito em d etalh es p or
I.ionello-D eN olf e M cllvane (2003), e ser d escrito b rev em en te a segu ir.
C om o seu p recu rsor, o n ovo ATL consiste de d u as salas: u m a a
rea de p ro g ra m a o p a ra o e x p e rim e n ta d o r e a o u tra a re a do
p articip an te, onde a in terao co m o eq u ip am en to o co rre. A re a do
p articip an te con siste d e tres p are d e s, u m a d ire ta m e n te cm fren te d o
participante, e outras d u as a um ngulo de 120 do painel frontal. A u to-
falantes de alta e baixa freqncia provem estm ulos auditivos. Os painis
d c am bos os lados contm m on itores de tela plana sensveis ao toque
(tipo LCD ) co nectad os a co m p u tad o res M acintosh G4 (localizados no lado
do p ro g ra m a d o r do ap a ra to ). O painel fro n tal u m a p a ra to do tipo
W isconsin G eneral Test m od ificad o e co m p letam en te a u to m atizad o . Um
m onitor de vdeo idntico aos dos painis laterais fica cen tralizad o en tre
os trs autofalantes. Prxim os de cad a auto falante, esto fendas p ara fichas
plsticas ("to k en s") nas quais os participantes d ep ositam as fichas em
troca de com ida ou outros reforadores (e.g., algo interessante ap resen tad o
no m onitor). As fendas de "to k en s" esto eq u ip ad as co m luz verm elh a e
branca que p od e ser esm aecid a. As luzes p odem ser u sad as p ara in d icar
quando os "tok en s" acu m u lad os podem ser trocad os p or com ida.
275
; i ,!> ( . . . T i p p r t n m o n K t t . i . li-.ic?.<;<v. C on trib u i es R e c e n t e 1;
276
selecionar o item ilum inado com luz verm elha e rejeitar o item ilum inado
com luz branca (e.g., M cllvane, et al., 1989). U m a caracterstica sin gu lar
d e sses p ro c e d im e n to s que os e stm u lo s d is c r im in a tiv o s ta m b m
funcionam corno reforad ores p rim rios. Q uan d o o(a) p articip an te faz
um a seleo correta do S+, a p orta d estrav ad a e ele(a) pode co n su m ir a
com id a; se a com id a definida com o S- for selecio n ad a, a porta n o se
d estrava e as com idas so rem o vid as do cam p o de viso do p articip an te
a trav s da ro ta o do co m p artim en to que co n tm as co m id as. E ssas
d iscrim inaes iniciais esto sendo treinadas u san d o -se os p roced im entos
de "d ica a trasad a" e "S+ a trasad o ". A t o m om en to, esses p roced im en tos
tm sido efetivos no ensino de d iscrim inaes a n ove crian as au tistas
com baixo funcionam ento com portam en tal.
O s p articip an tes deste estu d o nos ap resen taram vrios desafios
que foram su p erad os pelo uso da flexibilidade da m quina de ensinar do
ATL. Por exem plo, um dos reforad ores m ais p od ero so s p ara ELD ter
a sua p rofessora no ap enas presen te, m as fisicam ente em con tato com
ele no b rao ou om b ro. Esse tipo d e relao co m p o rta m e n ta l e sta v a
com eand o a interferir com as ativid ad es de sala d e aula. Q uan d o ele
com eou a frequentar o A T L, ele som ente trab alh aria enquanto sen tad o
p r xim o p ro fessora. N a m ed id a em que ele d isp en so u m ais tem p o
in terag in d o co m o A T L, en tretan to , ck torn ou de trabalb.?r
enquanto a sua professora est sentada a um m etro de d istncia. Alm
disso, o nm ero de vezes que ele aborda a p rofessora tocand o seu braco
ou om bro d en tro das sesses dim inuiu con sid eravelm en te. N s estam o s
esperanosos de que finalm ente essa criana seja ca p a z de trab alh ar no
A TL m esm o q u an d o sua p ro fessora esteja au sen te. Ein o u tro ca so , o
p articip ante SBA co m eou a ap resen tar co m p o rta m e n to s de escalar o
balco do ATL depois de freqentar o laboratrio p o r vrios m eses. N s
fom os cap azes de controlar esse com p ortam en to rem o ven d o um painel
da p ared e sobre os com p artim en tos de m aneira que SBA pod eria n os ver
atravs de um a janela. D urante as sesses nas quais a janela perm itia
visibilidade da rea de p ro g ram ao , os o perad o res no interagiam com
SBA, exceto para pedi-io do p ara descer to balco, ap s vrias sesses
co m SBA tr a b a lh a n d o se m e s c a la r o b a lc o n s p u d e m o s c o b rir
p a rc ia lm e n te , e em s e g u id a c o m p le ta m e n te , a ja n e la sem q u e os
com p ortam en tos indesejados de escalar o balco reto m assem . Esse tipo
de flexibilidade nos perm itiu con trolar co m p o rtam en tos que interferem ,
enquanto o p ro gram a foi m an tid o intacto.
U m a vez que d iscrim inaes sim ples so ap ren d id as, ns v am os
seguir tentando estabelecer classes de contingncia atravs do treino de
re v e rs e s su c e s s iv a s d e ss a s d is c rim in a e s . A p s Licm o d e trs
d iscrim in a es sim p les, a e xistn cia de classes de co n tin g n cia ser
277
s e r if i c a d a p e lo tre in o d e u m a n o v a ( q u a r t a ) d is c r im i n a o
s e p a r a d a m e n t e d a s tr s o r ig in a is . U m a v e z a p r e n d i d a , a n o v a
d iscrim in ao ser ad cion ad a linha de base existen te e su b m etid a a
reverses. Um a vez que ns tenham os constatado a existncia de classes
de c o n t i n g n c i a , ns v am os ento co m ccar o treino de p aream en to ao
m o d e lo p or id e n tid a d e ; o e stm u lo d e c o m p a r a o p o s itiv o s e r
d eterm in ad o pelo objeto que for ap rese n ta d o no co m p a rtim e n to do
m odelo. N o caso, se u m M & M for ap resen tad o no co m p artam en to do
m odelo, ento escolher entre dois estm ulos de co m p arao o verm elho
ao invs do verde p rodu zira acesso a M&M ; de m an eira co m p lem en tar,
se o m odelo for um M&M v erd e, a seleo do estm ulo de co m p arao
v erd e ser refo rad a. Fm seg u id a, as crian a s sero en sin ad as n u m a
situ ao na qual o m odelo u m a fotografia das com id as e os estm ulos
de co m p a ra o so itens alim en tares reais. O objetivo ltim o d essa
p e s q u is a p e r m itir q u e as c r ia n a s q u e f a lh a r a m e m a p r e n d e r
discrim inaes de objetos e p aream en to atravs de m tod os tradicionais
de m esa (no au tom atizad os) p ossam ap ren d er u san d o o equ ip am en to
do ATL, de m aneira que elas sejam, ao final, cap azes de d esem p en h ar
d iscrim in a es sim ples e con d icion ais co m estm u lo s arb itrrio s. N a
m ed id a em que esses o b jetiv o s do trein o inicial so a tin g id o s, n s
1.5111 cu iL > > iiLititii pdi' Lincii a iieilicti S LSLdi cleussfcs d e
C o n clus es
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Agradecimentos
Os programas de pesquisa descritos neste captulo foram financiados pelo U. S.
National Institutes o Child Health and Human Development (H D 25995,
HD37663 & HD39816). Alguns aspectos do material apresentado neste captulo
foram adaptados e traduzidos de trs artigos citados na lista de referncias:
Lionello-DeNolf and McDvane (2003); Dube and Mcllvane (2003) e Sema (2004).
Ns agradecemos a "The Behavior Analyst" e "Context Press pela permisso
para uso de algumas figuras. Ns tambm agradecemos a CAPES (Bolsa No.
BEX0640/03-4) pelo apoio financeiro durante o estgio de ps-doutoramento
de Romariz Barros no Shriver Center.
284
Mestre : Um recurso derivado da interface
da Anlise Comportamental com a
Informtica para aplicaes educacionais
Celso G oyos 1
A s p e s q u is a s e as a p li c a e s p r t ic a s n a re a d e A n lis e
C o m p o rta m e n ta l tm m u ito se b e n e ficia d o d o uso de r e c u r s o s d a
inform tica e, atravs desta associao tem possibilitado a extenso desses
benefcios p ara a rea de E d u cao e de E d u cao Especial. Os trab alh os
na rea de equivalncia de estm ulos bem ilu stram este ponto.
P ara p ro d u z ir o fe n m e n o co n h e cid o co m o e q u iv a l n c ia de
estm ulos, necessrio que se instale no o rg an ism o relaes entre pelo
m enos trs conjuntos de estm ulos atravs de d iscrim in aes con d icion ais
arbitrarias. Os estm ulos em p reg ad os p od em se constituir em figuras
ab stratas, figu ras de objetos, an im ais, p esso a s e tc., p a la v ra s fa la d a s,
p alav ras im pressas, n m eros, conjuntos, etc., o que confere s tarefas um
am plo leque de possibilidades de com binaes co m aplicaes p rticas
n a r e a .d e a l f a b e ti z a o , l e it u r a , e s c r i t a , e m a t e m t ic a . E s s a s
d iscrim in a es con d icion ais so, na m aior p arte das vezes, en sin ad as
atravs d e tarefas con h ecid as com o de escolha de aco rd o com o m odelo.
A lgica das tarefas de escolha de aco rd o com o m od elo a de
levar o p articip an te a estabelecer, a cada vez, discrim inaes con d icion ais
entre dois conjuntos de estm ulos. U m a ap resen tao desta tarefa p od e
ser d escrita da m aneira com o se segue. U m estm u lo inicial, ch a m a d o de
e stm u lo m o d e lo , a p re s e n ta d o ao p a rtic ip a n te . P a ra a u m e n ta r a
probabilidade de que o p articipante esteja sob o con trole deste estm u lo,
o e xp erim en tad o r g eralm en te solicita a e le /e la que em ita u m a resp o sta
' D e p a r t a m e n t o de Psicologia, U n iv e r s i d a d e F e d e r a ! d e S o C a r o s
285
Ar J ' G ^ n p o -tn n r n t.i p.ira :> Ldiicao- (_:-'ntT'bies Recente^
de observ ao relativa a este estm ulo, p o r exem p lo, toca-lo com a ponta
do dedo ind icad or. Em segu id a, so ap resen tad os ao p articip an te dois
estm ulos, no m nim o, ch am ad o s de estm ulos de co m p arao. N a m aior
parte dos estudos, os estm ulos m odelo e de co m p arao so apresen tad os
sim u ltan eam en te fpaream ento sim ultneo), m as p od e ser que, em alguns
estu d os, seja do interesse do p esq u isad o r a tra s a r a ap re se n ta o d os
estm ulos de co m p arao (paream ento co m atraso ). N este caso, o tem po
de a tr a s o u m a v a r i v e l im p o rta n te e d e v e se r c o n tr o la d a p e lo
pesquisador. Em qualquer um desses casos, o p articip an te deve escolher
um , e som ente um dos estm ulos de com p arao. A resposta de escolha
geralm ente ap ontar p ara o estm ulo com o ded o indicador. Em seguida
s respostas de escolha corretas, o exp erim en tad o r libera conseqncias
q ue te n h a m g r a n d e p ro b a b ilid a d e d e f o r ta le c e r as re s p o s ta s q ue
estab elecem rela e s en tre os estm u lo s e, em seg u id a s re s p o sta s
incorretas, o exp erim en tad o r geralm ente p ro g ra m a som ente um peq u eno
in te rv a lo in te rte n ta tiv a s d e ce rca de p o u c o s se g u n d o s . P a ra que a
finalidade de instalao de discrim inaes condicionais seja atingida,
n ecessrio que pelo m enos d u as d iscrim inaes sim ples sejam instaladas.
U m a d essas d iscrim in a e s sim p les en sin a d a co m a a p re se n ta o
sim ultnea dos estm ulos de com p arao, e conhecida por discrim inao
sim ples sim uitanea. m a outra discrim inao sim ples conhecida com o
su cessiv a, p or que d ep en d e d a a p resen tao su cessiv a de d iferen tes
estm ulos m odelo em diferentes tentativas. P ortan to, para se instalar essas
duas discrim inaes sim ples e tam bm n ecessrio ap resentar pelo m enos
dois tipos de tentativas cm seqncia m ltipla e n o sistem tica, em bora
seja altam ente recom endvel a ap resen tao de trs tipos de tentativas.
Os estm ulos corretos devem , portanto, ser ap resen tad os um n m ero igual
de vezes. E p reciso tam bm que se considere que o participante p od e ser
in a d eq u ad am en te lev ad o a ap ren d er a e sco lh e r a p osio em que o
e stm u lo est lo c a liz a d o , e isso , em g e r a l, in c o m p a tv e l co m a
ap ren d izagem da relao proposta. P ara se ev itar a escolha con trolad a
e x c lu s iv a m e n te p ela p o s i o d o s e s tm u lo s , to rn a -s e n e c e s s r io
ra n d o m izar a p osio em que os estm u lo s co rre to s e in co rre to s so
apresentados. Para atend er a esses critrios, u m a sesso deve possuir
um n m ero de tentativas m ltiplo de trs, e cujo total pode v a ria r de
acordo com algum as especificidades j con h ecid as do particip an te, tais
com o o tem po capaz de p erm anecer sentado e engajado em um a atividade,
etc. P articipantes diferentes p odem d em an d ar p roced im entos especficos
de e n s in o e, p o r ta n t o , s e s s e s e x p e r i m e n ta i s i n d iv id u a lm e n te
p ro g ram ad as. O ensino de um a relao de d iscrim in ao co n d icio n al
re q u e r um crit rio de a p re n d iz a g e m q u e d e v e se r im e d ia ta m e n te
d e te c ta d o . F m s e g u id a , u m a srie d e s e s s e s e x p e rim e n ta is co m
286
caractersticas diferentes so introduzidas. Essas sesses tm com o objetivo
p rep arar o p articipante p ara os testes das relaes de equivaln cia que,
em g e ra l, c o n s titu e m -s e n o s te s te s d e s im e tr ia , t r a n s i ti v i d a d e e
equivalncia. Os testes de sim etria verificam se as relaes inversas quelas
diretam ente ensinadas em ergem ; os testes de transitividade e equivalncia
verificam se as relaes estabelecidas entre trs conjuntos de estm u los se
do em todas direes e com todos os conjuntos de estm ulos. E m geral,
te s ta -s e p rim e ir o as re la e s d e s im e tr ia c, a p s , as r e l a e s d e
transitividade e de equivalncia. As sesses de testes so an teced id as por
sesses que p rep aram os p articip an tes p ara os testes, re d u z in d o -se o
n m ero d e te n ta tiv a s em que as esco lh a s c o rre ta s so s e g u id a s de
conseqncias reforadoras.
A p ro g ram ao de um a sesso exp erim en tal no , p o rtan to , u m a
tarefa sim p les e, em estu d o s so b re eq u iv aln cia d e estm u lo s e su as
a p lic a e s , p o d e h a v e r n e c e s s id a d e d e q u e m u ita s s e s s e s se ja m
p ro gram ad as. M uito pelo contrrio, a d ep en der do n m ero de relaes a
se re m e s ta b e le c id a s , d a n a tu r e z a d o s e s tm u lo s u ti l iz a d o s , e d e
caractersticas do p articip an te e da situ ao am biental, pode tratar-se de
uma tarefa com p lexa e rd u a para ser realizada m anualm ente. P ro g ra m a r
e a d m in istra r as ten ta tiv a s de u m a sesso , assim co m o re g is tr a r as
respostas dos p articipantes diante das m esm as, m an u alm ente, p o d e levar
o pesquisador a incorrer em um a srie de erros. A m ecan izao d e vrios
dos passos d a p ro g ram ao experim ental, co m recursos da inform tica -
c o m p u ta d o r e s , p e rif ric o s e fe rra m e n ta s d e d e s e n v o lv im e n to de
p ro gram as com pu tacion ais - pode ser co n sid erad a um gran d e a v a n o na
rea, por perm itir um m aior rigor exp erim en tal e, pelas facilidades de
adaptao de novos p roced im entos, certam en te perm itiu a in v estigao
de um m aior n m ero de variveis. O dom nio dos recursos d a inform tica
e das suas ap licaes para solucion ar problem as da rea d e E d u ca o
tom a-se, portan to, um n ovo desafio p ara ed u cad o res e p esq u isad ores.
C om a a m p lia o d as i n v e s tig a e s s o b re o fe n m e n o d e
e q u iv a l n c ia d e e s tm u lo s e d a a p li c a o d o s r e s u l t a d o s d e s s a s
investigaes p ara o ensino de habilidades associad as com o d esem p en h o
acad m ico d e crian as e de in d ivd u os co m n ecessid ad es e d u ca tiv a s
especiais, o d esen volvim ento de um p ro g ram a inform atizad o que fosse
cap az de, sim u ltan eam en te, serv ir a objetivos m ltip lo s - g e re n cia r
pesquisas exp erim en tais, fazer aplicaes p rticas, e servir a diferentes
usurios - to m o u -se um grande desafio.
O objetivo deste artigo , p ortan to, o d c ap resentar e d escrever
nro p ro gram a inform atizado til tanto para pesq u isad ores, co m o p ara
educadores leigos, para o ensino de relaes de discrim inao condicional,
287
\ r 1' J o C ornpor\im en tc p<im a H ducjo: C ontribuies Recentes
A p resen tao
O s o ftw a re .M estre d e d ic a d o a p ro fe ss o re s e d e m a is
p ro fission ais q u e atu am n a rea de e d u ca o p r -e sc o la r e de
prim eiro g rau , assim com o a pais conscientes de seus p ap is na
educao dos filhos. O M estre foi d esen volvid o com o objetivo de
s e rv ir co m o u m a fe rra m e n ta a b e rta d e a u x lio ao e n sin o d e
habilidades acad m icas d iversas p ara crian as a partir d a idade de
trs anos. No final deste m anual, algu m as sugestes de con te d o
de ensino so ap resen tad as em lies dem onstrativas. Para exp lorar
plenam ente todas as capacidad es do M e stre, im prescindvel que
o ed u cador conhea as necessidades de ap ren d izagem d a criana.
C om o decorrncia, o conte d o especfico de ensino deve ser definido
pelos ed u cad o res, pais, professores, ou dem ais tcnicos em ed u cao
que estejam trabalhando co m a criana. N este sentido, essas pessoas
sero os usurios interm edirios do softw are, e a criana, o ap ren d iz,
ser o usu rio final.
288
C om o ser visto ab aixo, o M e stre v e m aco m p a n h a d o de
alguns d em onstrativos que v isam ilu strar o ed u cad o r a respeito de
a lg u m a s d as p o s s ib ilid a d e s d e u so . O tra b a lh o p rin c ip a l de
p ro g ram ao do ensino, no entanto, ser do ed u cad o r, o u su rio
interm edirio. O M estre d eve ser visto com o um a ferram enta de
auxlio p ara o ed u cad o r c no carrega a p reten so de substitu-lo.
A o co n tr rio , u sa d o co rre ta m e n te , ele d e v e r se co n stitu ir em
im p ortan te aliado do ed u cad or.
P ara to m a r a interao do usu rio com a ferram enta a m ais
am igvel possvel du rante o processo de p ro g ra m a o das lies, o
M e s t r e d is p e d e te la s c o m d e s e n h o s r e p r e s e n t a n d o as
possibilidades de ao.
C om o M estre, o ed u cad o r cria u m conjunto de tarefas, que
so autom aticam ente gravad as com um a identificao fornecida pelo
ed u cad o r, que o aprendiz d ever ch am ar p ara solucionar. De aco rd o
co m a p ro g ram ao , o softw are diz p ara o ap ren d iz quando h o u v e r
a certo s e erros. A p s o ap ren d iz ter e x e cu ta d o um con ju n to d e
tarefas, o softw are produz, um relat rio co m o d esem p en h o do
ap ren d iz em cada um a das tarefas resolvidas.
O /Vfp.sfrpj vem com bancos de im agen s e de sons. C aso a
n ecessid ad e do ed u cad or extrapole os lim ites d os bancos de d ad os,
p ossvel ad ap tar os m esm os s n ecessid ad es do ed u cad or.
Im a g e n s
A s im agens esto rep resen tad as no m enu principal p or um a
m q u in a fotogrfica. Para abrir a tela referen te a im agens o usu rio
d eve levar o cu rsor at a figura da m quina fotogrfica e cLicar com
o mouse. A tela que se abre a partir da m q u in a fotogrfica apresen ta,
ao ladn direito, um a relao nom inal das im agen s disponveis no
M estre. L evar o cu rsor para as setas ap on tan d o para cim a e p ara
289
.An.V* v ) i ' C i n p - ? r ,. . i r n c r ! o p a r 3 a I v j u c n ^ . i o : C o n t r i b u i e s R e c e n t r s
S on s
^ A o p o d e so n s e n c o n tr a -s e r e p r e s e n ta d a n o m e n u
principal por um g ravad o r. Ao abrir esta opo o ed u cad o r ser
a p re s e n ta d o a u m a tela com um a r e la o n o m in a l d o s so n s
^ disponveis no M estre atravs de um m enu scwlling. Um clicar sobre
-\ um n o m e s e g u id o p ela a p re s e n ta o d o n o m e e s c o lh id o
esq u erd a da tela. P a ra se v erificar o som b asta clica r so b re o
g rav ad o r que se encontra no canto inferior esquerdo da tela. N o
" m esm o can to in ferio r esq u erd o as flech as in d ica m um a o u tra
^ possibilidade de se av an ar ou retroagir nos sons, individualm ente.
N o can to superior direito encontra-se o m enu inicial.
s
P ara o e d u c a d o r, a rea p rincipal aq u ela que d a ce sso s
ferram en tas de p ro g ra m a o de tarefas de en sin o. C o n v e n cio n o u -se
> ch am ar de sesso (ou lio) um conjunto de tarefas, com o m esm o objetivo.
Abaixo, encontra-se o m anual de instruo corresp on d en te a esta tela.
290
C ria n d o T a re fa s
O e d u cad o r dever utilizar esta tela p a ra a p ro g ra m a o ,
de tod o s os conjuntos de tarefas que desejar criar, ou m od ificar os
con ju n tos j existen tes p a ra os ap ren d iz e s. A tela d e n o m in a d a
C rian d o T a re fa s en con tra-se dividida em trs cam p o s d isp osto s
h o rizo n talm en te.
Tarefas Novas
Inicialm ente o ed u cad o r dever solicitar um n ovo conjunto
de tarefas levan d o o cu rso r ate a lm p ad a existente acim a da cab ea
da m enina no canto superior direito da tela e clicando o b oto do
m ouse sobre a lm p ada. Km seguida, tod os os com p onen tes da tela
se n eu tralizaro, o espao corresp on d en te ao nom e a ser d a d o ao
co n ju n to d e tarefas se esv a z ia , e o p ro g ra m a a u to m a tic a m e n te
estab elece a tela p a ra a p rim eira tarefa, tal co m o in d icad o pelo
n m ero nas m os do m enino, no can to su p erior esq u erd o d a tela.
A p rim e ira tarefa do conjunto a ser criad o est p ron ta p ara ser
elaborada. O ed ucad or dever agora identificar o conjunto de tarefas
que est sendo criado, atribuindo a ela urri nom e. O ed u cad o r p o d e
atribuir, por exem plo, o nom e visarw^r> h rvi^mn
que d ev er execu tar as tarefas seguido p or ponto e o n m ero do
co n ju n to, se o e d u ca d o r deseja que a crian a passe p o r o u tro s
conjuntos de tarefas. Isto d ever ajudar a criana a p osteriorm en te
e n c o n tr a r se u s d e v e r e s a p a r tir d a te la in ic ia l. P a ra m a io r
co m p reen so do leitor, o raciocnio do softw are anlogo quele de
que um a lio consiste de um conjunto de tarefas, p rep arad as pelo
ed u cad o r, e p osteriorm ente execu tad as peio aprendiz. P ortan to , o
aprendiz execu tar o conjunto de tarefas anlogo situao de ' fazer
a lio'.
T od as as ferram entas de ensino que o M estre dispe esto
ap resen tad as nesta tela, com elas o ed u cad o r d ever co m p o r cad a
uma das tarefas. C ada tarefa anloga a um problem a ou exerccio
a ser resolvid o pela criana no qual ela d ever estabelecer relaes
entre os eventos apresentados.
O cam p o in term ed irio cia tela refere-se aos m o d elo s e o
que vem abaixo refere-se s escolhas. O prim eiro, referen te aos
m odelos, p erm ite o uso de um ou dois m od elos, ind ependente ou
co n com itan tem ente, dep endendo daquilo que o ed u cad o r d ev er
ensinar. N o entanto, quando som ente um m odelo for u tilizad o, o
291
\ i.'; ; r C ' i ' n p ^ T ; ' ' i i L ni*. p a : a a L d u c a a o : C o n t r i b u i e s R e c e n t e s
e d u c a d o r d e v e r n e c e s s a r ia m e n te u tiliz a r o e s p a o d o la d o
esquerdo do cam po reservad o aos m odelos.
C ada um dos m odelos perm ite a utilizao de texto, sons, ou
im agens. N o entanto, som ente um a m odalidade poder ser escolhida
para cada m odelo. Por exem plo, se no prim eiro m odelo ( esquerda
no cam po interm edirio) tiver sido escolhida a m odalidade texto, no
ser possvel escolher tam bm im agens, ou sons. Ser possvel, no
entanto, escolher im agens ou sons no espao referente ao segundo
m odelo ( direita no cam p o interm edirio). Sc a escolha for p ara
apresentao de texto, o educador dever levar o cursor at o espao
corresp on d en te ao texto e usar o teclado para preench-lo com o
texto que desejar, dentro dos limites fichados pelo espao. Sendo
sons a m odalidade escolhida, o edu cad or dever levar o cursor a a
faixa escura existente ao lado da figura do menino. Ao clicar naquele
espao, o m enu de sons abrir-se- autom aticam ente, com o nom e de
todos os sons constantes no banco de sons. Clicando nas setas laterais
do m enu, o usurio pode verificar quais so os sons disponveis no
banco de sons (ver seo Sons, abaixo). O ed u cad or dever clicar
com o hk;i5P sobre o nom e do som que desejar. O nom e do som
a p a re c e r no lu g a r da faixa e sc u ra . N o sab en d o q u al o so m
correspondente ao nom e escolhido, o ed u cad or pode escutar o som
levando o cursor sobre a figura do menino e clicando ali com o boto
do mouse. C aso o e d u cad o r deseje trab alh ar com im agens co m o
m odelo, e le/ela dever levar o cursor at o quadrado escuro ao lado
do espao relativo a sons. Ao clicar com o /nouseno espao de im agens,
o m enu abrir-se- autom aticam ente, e o ed u cad or poder exercer a
su a e s c o lh a c lic a n d o so b re o n o m e da im a g e m q u e d e s e ja r.
N ovam ente aqui, clicando nas setas laterais do m enu, o usurio pode
verificar quais so as im agens disponveis no banco de im agens (ver
seo Im agen s, abaixo). A imagem escolhida ser apresen tad a no
m esm o espao, e o nom e correspondente estar escrito abaixo dela.
O m esm o p ro ce d im e n to d e v e r ser u tilizad o no e sp a o
referente ao segundo m odelo.
O ca m p o situ a d o na p a rte in ferio r d a tela re fe re -s e s
possibilidades de escolha que a criana ter p ara relacionar com os
m odelos. O M e stre p erm ite a ap resen tao de at trs escolh as
sim ultneas, no caso de textos e im agens 2, e de um conjunto de
letras. Tod as as trs escolhas, no entanto, d evero ser da m esm a
m odalidade. Por exem p lo, se a opo do ed u cad or for por texto, as
: pi.Vxivtr que o educador deseje tambm a c r e s c e n t a r a m odalidade sons, o q u e pode ser teito
so /cta n d o -se do nprerdi/ q u e fale o que e s t sendo apresentado, ou exigido pela tarefa que se fale.
292
trs escolhas d ev ero ser te x to s, se a o p o for im agem , as trs
d ev ero ser im agens, e assim tam bm co m se a o p o for p or letras,
som en te d evero ser ap resen tad as as letras. N os espaos referen tes
a te x to s, na p arte in ferio r esq u erd a d a tela, o e d u ca d o r d e v e r
escrev er atravs do teclado, nos esp aos relativos s trs escolhas
de texto, aquelas desejadas que se relacionam co m os m odelos. No
esp ao relativo a letras o ed u cad o r dever tam b m utilizar o teclado
p a ra e s c re v e r u m co n ju n to de letra s. E ss a s le tra s d e v e r o ser
su ficien tes p a ra co m p o r u m a p a la v ra que se re la cio n a co m os
m odelos. Os q u ad rad os escu ros direita do ca m p o inferior esto
reservad o s p ara a ap resen tao das im agens. P ara escolher as trs
im agens, d entre as disponveis no b an co de im agens, o ed u cad o r
d ever clicar com o mouse sobre cad a u m dos q u ad rad os. C om o
co n seq n cia, o softw are ir p ro d u zir u m a relao n om in al das
im agens. A escolha de um a delas ser im ed iatam en te segu id a pela
sua ap resen tao n o espao co rresp on d en te, e o seu nom e abaixo.
Finalm ente, abaixo d o cam p o d as escolhas, na ltim a linha
de texto da tela, o e d u ca d o r d eve d ete rm in a r qual d e v e r scr a
escolha co rreta p ara aquela tarefa. P ara isso o ed u ca d o r d eve clicar
no ca m p o que co n tm n m e ro s at o b te r o n m e ro (1, 2 ou 3)
co rresp on d en te p osio da escolha correta: p a ia us luxLu* 1, 2, ou
3, e im agen s 1, 2 ou 3. N o caso da m o d alid ad e scr letras, o ed u cad o r
d ever, atravs do teclado, escrev er a p alav ra que as letras devem
fo rm ar no cam po em branco.
A d icio n a n d o T arefas
P a ra a d ic io n a r ta re fa s n o v a s p a ra fo rm a r u m a li o , o
ed u cad o r d ever localizar o sinal p ositivo (+) situado direita da
figura da m enina no cam p o su p erior direito da tela. A travs deste
p ro ced im en to , p o d e-se acre sce n ta r tan tas tarefas q u an tas forem
desejveis em um a lio.
A o trm in o d a p ro g ra m a o de to d as as tarefas d e um a
sesso, o clicar com o mouse no m enu p rincipal ir au tom aticam en te
salv ar as tarefas sob o nom e que foi atribudo a ela pelo ed u cad or.
E lim in an d o T arefas
Para eliminar tarefas n ovas para form ar um a lio, o educador
d ever localizar o sinal n egativo (-) situado esquerda da figura da
m enina no cam po superior direito da tela. A travs deste procedim ento,
node-se retirar tantas tarefas quantas forem desejveis em uma lio.
293
L o c a liz a n d o T a re fa s
Para localizar tarefas dentro de um conjunto especfico de
tarefas, o ed u cad o r d ever recorrer s setas dispostas em cad a lado
da figura do m enino esquerda do cam po superior da tela.
295
- Coi-ipori^m ento ra r a a Lidur.iao: C ontribuies Recente?
296
O aprendiz d ever guiar o cu rso r atravs do mouse at a rea d o
m od elo e clicar sobre ela. Se p referir u sar o teclado, o ap ren d iz
dever acionar a tecla 'esp ao '. E m seg u id a, no segundo tem p o, as
escolh as ap arecero alin h ad as na p arte inferior e, n o v a m e n te , o
aprendiz d ever guiar o cu rso r at a escolha feita e clicar. N o teclad o
as escolhas dar-se-o atrav s das teclas 1, 2, e 3, que co rresp o n d em
resp ectivam en te s p osies esqu erd a, central e direita d a tela. O
M estre dir se o ap ren d iz acerto u ou se erro u , se a escolha p ara
conseqncias foi ativ ad a (ver texto acim a).
P ara in terro m p er a ap resen tao d as tarefas em q u alq u er
m o m ento utilizar as teclas cowmand e p on to (.), sim u ltan eam en te.
\
A p s ter p ro g ram ad o a lio e de ter o e d u can d o resolvido su as
tarefas, o ed u cad o r ter acesso ao d esem p en h o d o ed u can d o a tra v s da
tela cham ada de "relatrio", que se localiza na rea central da tela principal.
Da m esm a fornia que nas telas d escritas an teriorm en te, h u m a rea de
acesso ao m an u al de utilizao deste recu rso , ap resen tad a abaixo tal com o
contida no m anual do pro gram a.
R elat rio
O educador ter sua disposio um relatriu euin Lnui m aes
relevantes ao desem penho da criana du ran te a execu o cie um a
dada lio. Ao abrir esta opo o edu cad or ser apresentado a um a
tela contendo, do lado esquerdo, inform aes a respeito do ap ren d iz,
da lio, data, horrio de incio e de trm ino. Abaixo d u as flechas
possibilitam ao ed u cad or verificar as lies j conduzidas e escolher
u m a lio especfica dentre elas. Do lado direito d a tela encon tra-se a
figura da crian a que, se ativ a d a , p ro d u z ir o relat rio d aq u ela
particular lio. O relatrio contm a identificao do aprendiz, da
lio, a data de execuo, incio e trm ino, e inform aes a respeito da
lio em si m esm a: n m e ro e o rd e m d as tarefas a p re se n ta d a s,
estrutura de cada tarefa (os dois m odelos, as trs escolhas), a escolha
d eterm inada com o correta, e a resposta do aprendiz.
Estados
E n co n tram -se relacion ad os abaixo estu d os que foram realizad o s
com o p r o g r a m a ab ord an d o o ensino de diferentes habilidades.
297
D e L e o n ( 1 9 9 7 ) i n v e s t i g a r a m o e n s in o d e c o n ta g e m e
recon hccim cnto num eral co m proced im en tos b asead os em equivalncia
de estm ulos. Treze crian as n orm ais com idades v arian d o entre trs anos
e dois m eses e trs anos e onze m eses foram distribudas em 3 g ru p o s.
Os G rupos 1 e 2 receberam diferentes tratam entos. As crianas do G ru p o
1 fo ram e n sin ad as a re la cio n a r n u m e ra is d ita d o s (co n ju n to A) ao s
respectivos conjuntos (conjunto B), e a relacion ar num erais d itad os (A )
aos respectivos num erais im p ressos (conjunto C). As relaes em ergen tes
testadas foram entre os conjuntos B e C (conjuntos - num erais im p ressos),
C c B (num erais im pressos e conjuntos), B e D (contagem do conjunto), e
C e F (nom eao dos n u m erais im pressos). As crian as do G rupo 2 as
relaes treinadas foram B e D, e C e E, e as relaes testadas foram B e C,
C e B, A e B, e A e C. O G rupo 3 funcionou com o gru p o controle. O s dois
g ru p o s exp erim e n ta is a p re n d e ra m as re la e s tre in a d a s, fo rm a ra m
relaes de equivalncia e d em o n straram g eneralizao, em fu n o do
proced im ento de ensino. N o foram observadas m u d an as confiveis no
desem penho do grupo controle.
Freire (2000) teve co m o objetivo p ro g ram ar, aplicar e avaliar u m
p ro ce d im e n to de en sin o b a s e a d o na te cn o lo g ia de e q u iv a l n cia de
estm ulos para crianas de classe especial. Foi desenvolvido um p ro g ram a
de ensino miHdisciplinar para m atem tica, cincias e portugus das sries
iniciais. Seis crianas de classe especial, com id ad e entre 8 anos e 2 m eses
e 12 anos e 4 m eses p articip aram do estudo. F oram ensinadas relaes de
d iscrim in ao co n d icio n al co m trs m em b ro s en v o lv e n d o e stm u lo s
auditivos, num erais im pressos (1, 2 e 3), os conjuntos de um , dois e trs
elem entos, e as palavras im pressas banana, co u ve, cenoura, fruta, v erd u ra,
legum e, um , dois e trs. F o ram ensinadas as relaes entre banana e fruta,
cenoura e legum e, cou ve c v erd u ra, referentes ao p rogram a de ensino na
rea de cincias. O program a de ensino consistiu em 20 lies. Inicialm ente
foram ensinadas as relaes entre p alavras d itad as e conjuntos (AB), entre
p alavras ditadas e num eral im presso (AC), e entre num eral im presso e
co n ju n to (CB). L ogo em seg u id a fo ram e n sin a d a s as rela e s e n tre
conjunto e contagem (BD), e testad as a em ergn cia das relaes en tre
n u m erais im pressos e num eral falado (CE), segu id as ainda do ensino das
relaes entre p alavras d itad as e figuras (A B) em que foram introd uzid as
as relaes entre as p alavras ditad as banana, cen ou ra e couve, com suas
respectivas figuras, e entre as p alav ras d itadas fruta, legum e e v e rd u ra ,
com as figuras de b an an a, cen o u ra e co u v e , resp ectiv am en te. F o ra m
aplicados em seguida os testes B'E e B 'E ' (n om eao das figuras b anana,
cenoura e couve, enquanto b anana, cenoura e co u ve, e enquanto fin ta,
legum e e v erd u ra), seg u id o s p elo ensino das rela es A C ' (p a la v ra s
d ita d a s b a n a n a , c e n o u r a , c o u v e , fru ta , le g u m e e v e r d u f a e s u a s
respectivas form as im pressas), e as relaes BE e C 'E (num eral im p resso
e as p a la v ra s im p ressas relativas, resp ectiv am en te, a um , d ois, e trs,
b an an a, cen o u ra, c co u ve, fruta, legu m e, e v e rd u ra , e n o m e a o d o s
re s p e c tiv o s e stm u lo s). S eg u iram -se, a in d a , os testes C'F, (p a la v ra s
im p re ssa s e n o m e a o d os re s p e c tiv o s e stm u lo s e C B 'C ' (n u m e ra l
im presso e figura - p alav ra im pressa) e C 'C B '. Foi introd uzid o o ensino
C 'F (palav ra im p ressa - conjunto de letras), e os testes C B 'F (n u m eral
im p resso - figura - conjunto de letras) e A F e os testes AG (p a la v ra
d itada - escrita m an u scrita). Finalm ente, o ensino das relaes AH foi
in trod uzid o (p alavra ditada - soletrao o ral), seguido dos testes C G e
C 'H . Os p a rticip an tes co n clu ram o p ro g ra m a d e ensino en tre 8 e 15
s e m a n a s . O s r e s u l t a d o s d e m o n s tr a r a m q u e o s p a r t i c i p a n t e s
a p r e s e n ta s s e m c r it r io d e 10 0 % em to d a s as r e la e s , e x c e t o u m
p articip an te que no atingiu o critrio nas rela es AH e C 'H . E sses
resultados p erm item sugerir que o uso dos p roced im entos de equivalncia
de estm ulos vivel p ara o ensino de um currculo relativam ente extenso,
com plexo, e multi disciplina r. Os resultad os do p s-teste e do seg u im en to
d e m o n s tr a ra m ain d a que o p ro c e d im e n to ta m b m foi e fic a z p a ra
estab elece h ab ilidad es de escrita m an u scrita , p rin cip alm en te q u a n d o
compciirtdos au pioLeuim enos de ensino usu aim en e u d ii/a d o s em sala
de aula.
Zuliani (2003) investigou se o p roced im en to de escolha de aco rd o
com o m od elo com resposta construda (C.RMT5), d erivad o de p esq u isas
so b re eq u iv a l n cia de e stm u lo s, e que p o te n cia lm e n te d e s e n v o lv e
rep ertrio s acad m ico s em crian as com deficincia m en tal, p o d e ser
en sin ad o co letiv am en te a e d u cad o res leigos. V erificou-se se m e s de
crianas com deficincia mental,, recebendo ensino especfico, p o d eriam
ensinar habilidades de leitura e escrita a seus filhos, desenvol vendo nestes,
habilidades au sen tes em seus repertrios. P articip aram do estu d o q u atro
m es e seus respectivos filhos, co m deficincia m ental, que freq en tavam
a sala de recursos de um a escola pblica m unicipal, alm de salas regu lares
de l s a 4 a s r ie s . F o r a m le v a n t a d a s d if ic u ld a d e s e s p e c f ic a s d e
a p re n d iz a g e m em le itu ra e e scrita co m o g ra fia in c o rre ta , d g ra fo s ,
m orfem as e fonem as. As palavras escolhidas p ara as tarefas foram aquelas
que no faziam p arte do repertrio do p articip an te, ou seja, que no lia
nem escrevia. Estas foram verificadas atravs de pr-testes de d itad o (A F),
co m p reen so au d itiva (AB) e leitura com co m p reen so (BC). As reas
p roblem ticas no rep ertrio acad m ico dos p articip an tes foram aquelas
que en volviam escrita e leitura com com p reen so. B aseando-se n os d ad os
Iniciais, as m es foram trem adas coletivam ente para ensinar as relaes
299
>i t.iTifrtC p a n ^ I d J C ii.'',': C n n f r ib u i n o s R e :'? ntt *
300
introd uzidos para verificar o desem penho do p articip an te nas p alav ras
com outras oposies e, em segu id a, o ensino cra introd uzid o cm um a
o u tra o p o si o . A ordem de tratam en to d as o p o si e s foi, p o rta n to ,
diferente p ara cada participante. O ensino foi co n d u zid o at que a se x ta e
ltim a oposio fonm ica fosse introduzida. Os resu ltad os m o straram a
e fic c ia d o p ro c e d im e n to n o d e s e m p e n h o d a p r o d u o o r a l d o s
p articip an tes, atravs das d iferen tes classes de oposio fon m ica e a
m an u ten o deste desem penho em testes co n d u zid o s dois m eses aps o
trm ino do ensino. As im plicaes p rticas deste estudo so im p ortan tes
para as p rim eiras sries do ensino fun d am en tal.
Segundo Rossit (2003), a lida com diversos sistem as con ven cion ais
relacionados m atem tica, tais com n um erao, m edidas, tem po, dinheiro,
etc., freqente na prtica diria. D entre esses, os co m p o rtam en tos que
e n v o lv e m o m an u seio de d in h e iro so fu n d a m e n ta is no c o tid ia n o .
Enquanto as pessoas com d esen volvim en to n orm al costu m am d om in ar
as habilidades dc contagem e fazer pequenas co m p ras na co m u n id ad e,
s vezes antes de entrarem na escola, as pessoas com deficincia m en tal
u s u a l m e n te a p r e s e n ta m d if ic u ld a d e s na a q u is i o d esses
c o m p o r ta m e n to s , m e s m o q u a n d o e n s in a d a s a t r a v s d e m to d o s
acad m icos tradicionais. Ainda segundo Rossit (2003) co m p o rtam en to
m atem tico m ultiplam ente com p osto e seria p raticam en te invivel o
ensino d ireto de todas as relaes que seus com p onen tes m an tm entre
si, visto sua co m p lexid ad e e a p ossibilidade infinita de co m b in aes.
A lg u n s p e s q u is a d o r e s a p o n ta m p a ra a e fic c ia d o p a r a d ig m a de
equivalncia de estmulos p ara esse tipo de ensino, devido ao seu potencial
para a form ao de classes de estm ulos equivalentes e para p ropiciar a
em ergn cia de relaes d eriv ad as de ensinos anteriores. H, p ortan to,
u m a e c o n o m ia d e te m p o e p e r c u r s o a p a r t i r d o m o m e n to q u e
d eterm in ad as relaes m atem ticas possam em erg ir a partir de o u tras
que so ensinadas diretam ente. Rossit (2003) organ izou um a seqncia
de ensino, selecio n an d o v alo res e relaes esp ecficas que p u d e sse m
favorecer a aprendizagem de co m p o rtam en tos que envolvem, o m anuseio
de d in h eiro. O objetivo d este trab alh o foi d e se n v o lv e r e a v a lia r u m
cu rrcu lo , b asead o no p a ra d ig m a de eq u ivaln cia de estm u lo s, p ara
ensinar deficientes m entais a m an usear dinheiro. P articip aram 11 pessoas,
dentre crian as, jovens e ad ultos, tod os com deficincia m ental e alunos
de um a escola de Educao Especial. O program a "M estre" foi responsvel
pelo g eren ciam en to das tarefas e d as sesses. Os estm ulos u tilizad os
foram p alav ras ditadas (nu m erais e v alores de m oed as, notas e p reo s),
num erais im pressos, figuras de m o ed as e notas, n u m erais in tercalad o s
com sinais de adio, conjunto de m oed as, conjunto de notas e m oed as,
301
'V ..f ' i ' r' ' p ,. ' " ' . i n e n > ' ' p i'.i .! I i>n : ih u Kpivntf**.
302
a inform atizao do ensino agilizou o p roccsso de en sin o-ap ren d izag em ,
au m en tou a confiabilidade dos d ados, e controlou as con tin gn cias, de
fo rm a a en sin ar e x a ta m e n te co n fo rm e o p lan ejad o. A fo rm a o em
co m p u ta o , in form tica ou p sicologia no se con stitu i em co n d i o
n ecessria para o em p rego d este recurso. N os estudos relatad o s acim a,
os autores eram profissionais de diferentes reas, psicologia, ed u ca o ,
terapia o cu p acio n al, e fo n oau d io log ia. Z uliani (2003) ensino m es de
crian as co m d ificu ld ad es de ap ren d izag em a u tilizar a m e sm a b ase
co m p o rtam en tal do p ro g ram a inform atizad o "M e stre ", o que su g ere que,
se o estu d o tivesse e m p re g a d o o recu rso in fo rm a tiz a d o , p o d e ria ter
alcan ad o o m esm o grau de sucesso. E stu d os con d u zid os fora de nosso
laboratrio tam bm atestaram a generalidade do em p rego do "M e stre ".
Ribeiro (1997) assim resu m e seu trabalho de m estrad o , o rie n ta d o pela
Profa. Dra. V ernica B. H ayd u , da U niversidade Estadual de Lon d rin a:
E ste estu d o objetivou in stru m e n ta liz a r o p ro fe ss o r p a ra
utilizao de um recurso de ensino inform atizado e aplicar de form a
sistem tica, o p roced im ento de form ao de classes de estm u los
e q u iv a le n t e s , p a r a d e s e n v o l v e r a le itu r a em c r i a n a s q u e
ap resen tavam dificuldades nessa rea. P articip aram 9 p rofessores
e 16 alunos do Ensino F un dam en tal d c um a escola e stad u al, da
prim eira a quarta sries. O p rogram a de cap acitao de p rofessores
iniciou com estu d os que fundam entam o processo de aq u isio da
leitura com base nos princpios da Anlise do C o m p o rtam en to . Foi
utilizado um m icro co m p u tad o r e o p ro gram a M estre que possui
re c u rs o s q u e p e rm ite m a m o n ta g e m d e ta re fa s e s p e c f ic a s s
dificuldades do aluno, os quais eram aco m p an h ad os, em sesses
individuais na realizao d as tarefas. O s alunos foram selecion ados
p or m eio de um teste dc leitura (pr-teste) realizad o em sala de
aula, tendo sido escolhidos aqueles que ap resentaram erros na leitura
de p alavras ensinadas an teriorm ente em classe. O M estre p erm ite
ensinar p o r m eio do p roced im en to d e d iscrim in ao c o n d ic io n a l,-
relaes entre estm ulos, que podem ser au d itivos ou v isuais. O
proced im ento foi organ izad o em oito passos de ensino e dois passos
de testes. F oram estabelecidas d u as seqncias dc passos d iferentes
para os alunos da 1 e 2* sries e os da 3* e 4a sries. N os p asso s de
te s te d e le itu r a fo ra m a p r e s e n t a d a s 18 e 3 2 p a l a v r a s ,
respectivam en te, no prim eiro e segundo testes, incluindo p alav ras
de ensino e p alavras de generalizao. A ntes de cada passo de treino,
era realizada um a sonda de leitura, em que eram ap resen tad as duas
p a l a v r a s e n s in a d a s n o p a s s o a n te r io r , d u a s p a l a v r a s de
g e n eralizao , e as d u a s p a la v ra s n o v a s, que seriam e n sin a d a s
naq u ele p asso . F m seg u id a , era feito en sin o de d is crim in a o
303
-V r p ,: .-! .> J:diC i>w 'C tTitri^uies Rpcentes
304
de m aior elab o rao e ap erfe io a m e n ta r-e - d c o u tro s que d e v e r o ser
incorporad os. F und am en tal, no entanto, que todos esses com p onen tes
ten h am b ase ex p e rim e n ta l s lid a, e av a lia o p r tic a sis te m a tiz a d a ,
generalizada e secu
O O ra.
R e f e r n c ia s B ib l io g r f ic a s
305
Revisitando diagnsticos clssicos relativos
____ s Dificuldades de Aprendizagem
307
Ar.;! J - - > Conp'-torrntn p.ira a lid u c ^ jk v Contribuies Recenle*
: R t u i .o s d i a g n s t i c o s : a u x l o o u fn t r a v T J
308
y-.' fl-
subjacente; adicionalm ente, p ressu p em tam bm que, devido existn cia__ .
d e ssa d o e n a , c o m p o rta m e n to d a c r ia n a d e n a tu re z a d iv e rs a
daquela dos indivduos "n o rm a is".
E n tr e t a n t o , a s u p o s ta d o e n a m u ita s v e z e s n o p o d e so r
i d e n tif ic a d a a tr a v s d o s e x a m e s de q u e d is p o m o s a t u a l m e n t e ,
d ep endendo o "d iag n stico " b asicam ente de exam e clnico, o b serv ao
da criana e relato de pais e p rofessores. In stau ra-se, ento, um crcu lo
vicioso: t '?
- P orque joozinh o erra tanto ao escrev er?
- P orque dislxico.
- C om o sabem os que dislxico? f
- Porque erra m uito q u an do escreve !
A A n lis e do C o m p o r ta m e n to , p o r s u a v e z , a s s u m e q u e o
com p ortam ento de todos os indivduos obedece s m esm as leis funcionais, n _
isto , o co m p o rta m e n to d e p e ss o a s que ap re se n te m p e cu lia rid a d e s
orgnicas ou d esenvolvim en to atpico tam bm no est im une ao do ^ JA
am biente. P ortan to, as in form aes que serviro d e base para planejar a
interveno junto criana no sero fornecidas pelo rtulo a ela atribudo,
m as sim pelo levan tam en to de seu rep ertrio e das con tin gn cias q u e v .
controlam seu com p o rtam en to.
A lm disso, o critrio utilizado p ara a identificao dos q u ad ros
p siquitricos ou n eu rol gico s a topografia d a resposta, co n tra sta n d o - -
com um d iag n stico co m p o rtam en tal, o qual se baseia em sua funo. f-*
R esp ostas to p o g raficam en te sem elh an tes p o d em ter funes b astan te :
d iv ersas, da m esm a fo rm a que re sp o sta s to p o g ra fica m e n te d istin tas
p odem ap resen tar a m esm a funo. :
Em outras palavras, saber que um a criana bate nos colegas, levanta
muito da carteira ou com ete m uitos erros ao escrever inform a pouco ao
analista do com portam ento. Esses dad os necessitam ser m elhor descritos r-r
e c o n te x t u a l iz a d o s , c o n s i d e r a n d o - s e : em q u e c o n d i e s q s^ ^ ,
com portam entos-problem a ocorrem ; quais conseqncias parecem m ant- v v
los; se a criana dispe de repertrio alternativo que seja mais ad ap tativo
etc. C om esp ecial cu id ad o im p o rta n te b u sc a r situ a e s em que os
co m p o rtam en to s-p ro b lem a n o o co rrem ou em que co m p o rta m e n to s
a d e q u a d o s a p a re ce m . Os r tu lo s n o se re fe re m a e sta s s itu a e s ,
consideradas adequadas e criana "sem problem as"; pais e professores 0 "'7
em geral esto m uito mais sob controle dos com p ortam en tos indesejveis r
- seja p or sua freqncia, seja pelo grau de incm odo que p rovocam . Por
isso, ten d em a ig n o rar as e v e n tu a is o co rr n cia s de co m p o rta m e n to s
desejveis e /o u incom patveis com aqueles que se pretende elim inar ou
reduzir.
309
' : i':- .' -i'L 'n p .'r a r :* 7iV> ror.i ^ t'd y o .i jir ConSrbiKes Kecentes
.T r a n s t o r n o d o D fic it d e A t e n o - H ip e r a t iv id a d e '
310
as devidas ressalvas, p od er-se-ia afirm ar que o d iagnstico se baseia na
fre q n c ia d e s te s c o m p o r ta m e n to s , em su a o c o r r n c ia d e fo rm a
generalizada - isto , na m aioria das situaes co m que a criana se defronta
(c a s a , e s c o la , lo c a is d e la z e r ; p r e s e n a d e p e s s o a s f a m ilia re s ou
descon h ecid as etc) - e no prejuzo que cau sa ao seu d esen v olvim en to
co g n itiv o , m o to r c so cial. O u seja, a linha q u e se p a ra cria n a s co m
d iagnstico de TD A-H daquelas que exibem os m esm os co m p o rtam en to s
est longe de ser clara ou definitiva.
N ossa tarefa, en to , co m o A n alistas d o C o m p o rta m e n to , em
essncia, a m esm a: identificar e m an ipular as contingncias relevan tes,
quer a criana tenha ou no sido d iag n osticad a co m o ap resen tan d o T D A -
H; quer ela esteja m ed icad a ou no.
A m e d ic a o d a c r ia n a , e n tr e ta n to , co lo c a a lg u n s a s p e c to s
adicionais que necessitam ser con siderad os.
U m p rim eiro ponto a ser o b serv ad o que a m ed icao, em geral,
p r o d u z a l te r a e s m a r c a n t e s n o c o m p o r t a m e n t o d a c r i a n a ,
principalm ente na red u o dos co m p o rtam en to s indesejveis. Este fato
faz com que, m uitas vezes, pais e professores atrib u am m aior im p ortn cia
ao tratam ento m ed icam en toso do que ao co m p o rtam en tal.
Fntrctanto, ci mcdiccico po^ ^ rcj?cr ^cKioc
n e m e n sin a h a b ilid a d e s de a u to - c o n t r o le ( a p e s a r da r e d u o de
com portam entos impulsivos e disruptivos durante a ao do m edicam ento).
C abe, ento, inte?-veno co m p o rtam en tal planejar contingncias que
facilitem aquisies com portam entais, com o ilustrado a seguir.
311
_ \ r :':<> .m O ' 1T i :l.i!v n \' r-.irn n Educaco: Contribuies Recentes
TV -
312
"V
I
T ra n sto rn o s e s p e c f ic o s d e h a b il id a d e s e s c o l a r e s y
313
\ t\ v ; sc do Com portam ento para a Kducao: Contribuie? Recentes
316
leitores d eficientes, cuja leitura n o in e x p l ic a v e l m e n t e p o b r e en\ ( '
relao ao Q I (leitores a tra sa d o s, infantis) (P e n n in g to n , 19%, p. 48) . ,
R e f e r n c ia s B ib l io g r f ic a s
A s s o c i a o A m e r i c a n a d e P s i q u i a t r i a ( 1 9 4 5 ) . D S M I V - M a n u a ! D i a g n s t i c o F s i n t i s f i c o <Jc
T r a n s t o r n o s M e n t a is . P o r t o A l e g r e : A r t e s M d i c a s .
H b n e r, M .M . (1997) O p a r a d i g m a d c E q u iv a l n c ia e s u a s im p lic a e s p a ra a c o m p r e e n s o
e e m e r g n c i a d e r e p e r t r i o s c o m p l e x o s . H m B a n a c o , R . A . ( O r g . ) Subrc C o m p o r t a m e n t o
v i. . v ^ n i ^ d u . :\>[.iL\oh lc;i'iv.i.i?( ui fti r i l L i i ^ i i jo .- i >. vc nni / iC ' '"". A ~ . ; ! i v d :'
C o m p o r t a m e n t o c terap ia C o g n itiv is ta . S o P au lo : F se te c E d ito res A s s o c i a d o s r p .
423-432.
P e n n i n g t o n , B. F. ( 1 9 9 7 . D i a g n s t i c o de D i s t r b i o s de A p r e n d i z a g e m . S o P a u l o : E d . P i o n e i r a .
317