Cooperativas
Cooperativas
Cooperativas
C O N TE X T U AL I Z A O CO NS TI TU CI O N AL E
T RI B U T RI A D O AT O CO O P E R AT I V O
P o r : I Z E S M AR G A R E T H S AN T O S D A S I L V A
Apresentao de Monografia
Tributrio.
Rio de Janeiro
2010
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PS-GRADUAO LATU SENSO
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
RESUMO
final, apresentando o que conclui possa ser justo tratamento para estas
Rio de Janeiro
2010
SUMRIO
sombra de dvidas, que um nmero cada vez maior de estudiosos lhe d ateno. O
seu estudo pode ser feito sob diversos enfoques, como, por exemplo, o papel que as
assunto, fator de estmulo prpria continuidade destas sociedades, cada vez mais
jurdica, as cooperativas tem sido entendidas como uma forma de escape dos
caracteristicamente mercantis.
1. A SOCIEDADE COOPERATIVA E O ATO
COOPERATIVO
provendo alimentao e vesturio, bem como construir casas, fabricar alguns bens e
1
Renato Lopes Becho. Tributao das Cooperativas, p. 75.
2
Verglio Perius. Cooperativismo e Lei, p. 194.
6
Praga, em 19484:
1. Adeso livre;
2. Administrao democrtica;
3
No mesmo sentido, Joo Paulo Koslovski, in Cooperativas e Tributao, p. 21.
4
Waldrio Bulgarelli. As Sociedades Cooperativas e sua Disciplina Jurdica, p. 51.
7
cooperativa aqueles que pretendem, por seu intermdio, obter vantagem econmica,
econmico, sem fins lucrativos, criadas para prestar servios aos scios de acordo
5
Renato Lopes Becho. op.cit, p. 80.
6
Idem. op.cit, p. 80.
8
1. sociedade de pessoas
2. nmero varivel de scios
3. ausncia de capital ou capital varivel
4. gesto democrtica
5. adeso livre
6. neutralidade poltico-religiosa
7. intransferibilidade das cotas de capital a terceiros
8. indivisibilidade do Fundo de Reserva
9. ausncia de fins lucrativos
10. no distribuio dos resultados lquidos ou sua distribuio
em proporo s operaes efetuadas pelos associados com
a cooperativa
11. mutualidade disciplinada
12. autonomia
13. dupla qualidade dos scios
14. organizao federativa.
associados, pelo princpio da livre adeso (5), ou porta aberta, que se associam
com que o capital social varie de acordo com este movimento de associaes /
7
Waldrio Bulgarelli. As Sociedades Cooperativas e sua Disciplina Jurdica, p. 53.
9
desassociaes de cooperados.
diferentemente das sociedades comerciais, mesmo nas sociedades por aes, que,
Assemblia Geral.
entre os scios.
10
dupla qualidade dos scios (13) sero mais aprofundados nesta dissertao, um
Bulgarelli, diz com o permissivo legal que admite a organizao das cooperativas em
8
Reginaldo Ferreira Lima. Direito Cooperativo Tributrio, p. 82.
11
sindicatos rurais.9
9
Waldrio Bulgarelli. Op.cit. p. 64.
12
comisso constituda por Adolfo Credilha, Saturnino de Brito e Luciano Pereira. Foi o
a necessidade de, para poder-se fundar cooperativa, ser necessrio, antes, criar-se
um consrcio.12
10
Idem. Op.cit. p. 65.
Raiffeisen e Luzzatti eram denominaes genricas de nomes de organizaes de crdito, que
indicavam um determinado modelo.
11
Waldrio Bulgarelli. Op.cit. pp. 65 e 66.
12
Idem. Op.cit. p. 66.
13
fiscalizao das cooperativas, que havia sido instituda pelos Decretos-lei 581 e
fomento atravs de isenes fiscais, o Estado criou rgo especfico para assistir s
cooperativas.13
e cargas.
algumas novidades positivas, como o seu art. 18, que dispunha: Os resultados
hiptese alguma, considerados como renda tributvel, qualquer que seja a sua
13
Waldrio Bulgarelli. Op.cit. p. 67.
Segundo Bulgarelli, o rgo a quem foi encarregado desta assistncia e fiscalizao das cooperativas
foi a Diviso de Cooperativismo e Organizao Rural do Servio de Economia Rural do Ministrio
da Agricultura.
14
Idem. Op.cit. p. 68.
14
sobre a Renda, o que, afinal, no foi adotado, tanto pela Fazenda, como pelos
mesmo que imperfeitamente, o ato cooperativo, ao estatuir, no seu art. 145, que as
ser a entrega de produo desta quela, simples outorga de poderes amplos para a
15
Idem. Op.cit. pp. 68 a 71.
15
inserida na Carta Magna nacional, em seu artigo 5, clusula ptrea, talvez o mais
no artigo 187, VI19 e o crdito, no artigo 192, VIII20. A nvel genrico, o estmulo ao
17
In verbis:
Art. 21. Compete Unio:
(.......)
XXV estabelecer as reas e as condies para o exerccio da atividade de garimpagem, em forma
associativa.
18
In verbis:
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econmica, o Estado exercer, na forma
da lei, as funes de fiscalizao, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor
pblico e indicativo para o setor privado.
(.......)
3 O Estado favorecer a organizao da atividade garimpeira em cooperativas, levando em conta a
proteo do meio ambiente e a promoo econmico-social dos garimpeiros;
4 As cooperativas a que se refere o pargrafo anterior tero prioridade na autorizao ou
concesso para pesquisa e lavra dos recursos e jazidas de minerais garimpveis (....)
19
In verbis:
Art. 187. A poltica agrcola ser planejada e executada, na forma da lei, com a participao efetiva
do setor de produo, envolvendo produtores e trabalhadores rurais, bem como dos setores de
comercializao, de armazenamento e de transportes, levando em conta, especialmente:
(....)
VI o cooperativismo.
20
In verbis:
Art. 192. O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento
equilibrado do Pas e a servir aos interesses da coletividade, ser regulado em lei complementar,
que dispor, inclusive, sobre:
(....)
VIII o funcionamento das cooperativas de crdito e os requisitos para que possam ter condies de
operacionalidade e estruturao prprias das instituies financeiras.
21
In verbis:
17
De outro lado, o projeto do novo Cdigo Civil prev, em seu art. 1.094, as
(.....)
2 A lei apoiar e estimular o cooperativismo e outras formas de associativismo;
22
In verbis:
Art. 146. Cabe lei complementar:
(....)
III estabelecer normas gerais em matria de legislao tributria, especialmente sobre:
(....)
c) adequado tratamento tributrio ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.
23
In verbis:
Art. 63 Incumbe ao Estado a prestao de servios pblicos diretamente ou, atravs de licitao,
sob regime de concesso ou permisso, devendo garantir-lhes a qualidade.
1 - Na hiptese de privatizao das empresas pblicas e sociedades de economia mista, os
empregados tero preferncia em assumi-las sob a forma de cooperativas.
18
proposto pelo senador Eduardo Matarazzo Suplicy, que pretende substituir a Lei
uma peculiaridade altamente distintiva desta para com todas as demais sociedades:
associados, cooperados.
contas, podendo, ainda, ser votado para qualquer um dos cargos diretivos, dos
sociedade e condio sine qua non que seja proprietrio, para que possa ser
24
Waldrio Bulgarelli refere, em seu As Sociedades Cooperativas e sua Disciplina Jurdica, p. 54,
que bem de ver[sic], que nas cooperativas substituiu-se de certa forma o conceito de capital,
pelo de patrimnio, tudo convergindo na sua estruturao para o patrimnio, sem a necessria
referncia ao capital. Isto decorre da concepo dos pioneiros de Rochdale de que os recursos
aportados pelo associados a ttulo de capital, serviam exclusivamente para dot-las das
instalaes e equipamentos necessrios execuo dos servios que seriam prestados a eles,
associados; portanto, haveria o trabalho operando com o capital e no o trabalho atuando para o
capital ou o seu possuidor. Paralelamente j Raiffeisen concebera suas Caixas Rurais, sem capital,
formando a cooperativa seu patrimnio atravs das dedues dos resultados anuais, e
responsabilizando-se os associados ilimitadamente pelas obrigaes da sociedade.
25
Waldrio Bulgarelli, op.cit., pp 57 e 58, diz: A cooperativa quando acresce uma taxa ao preo de
custo no o faz com o intuito de lucrar, mas to-somente de se prevenir quanto s oscilaes do
mercado, e ao final do exerccio, faz retornar essa taxa ao cooperado; (....). No teria sentido o
lucro ainda no sistema cooperativo, por uma razo que nos parece inatacvel: que as
cooperativas representam os seus cooperados; operam para eles e com eles, diferentemente das
entidades capitalistas que so constitudas por um ou alguns para operarem com os no scios.
Dessa forma, no h como as cooperativas que so constitudas pelos associados, objetivarem
obter lucro de seus prprios membros; e depois de obterem devolverem-no simplesmente.
20
separadamente.
Para atingir seu objetivo social, no entanto, ter a cooperativa que operar no
mercado, onde se processam os negcios nos quais pretendem os seus scios obter
para a qual foi criada, atividade esta desenvolvida pelos seus scios, e o far de
26
Reginaldo Ferreira Lima. op.cit., p. 49.
27
No mesmo sentido, Waldrio Bulgarelli, op.cit., pp 53 e 54: Diferentemente das sociedades
capitalistas, onde o capital requisito essencial, nas cooperativas ele no exerce qualquer papel
predominante, pois que se d nfase pessoa do associado. Independentemente do seu capital,
ele possui direitos idnticos aos demais membros, podendo votar e ser votado e operar livremente
com a cooperativa.
28
Reginaldo Ferreia Lima. op.cit., p. 50.
21
servindo como uma longa manus dos mesmos, haja vista que a real prestao do
servios.
nome e a servio de seu scio, com o ltimo objetivo de lhe prestar servios. Isto,
desde que o negcio tenha por objeto os fins sociais da cooperativa, ainda que
Renato Lopes Becho cita Antonio Salinas Puente, que, em sua obra Derecho
realiza atos jurdicos com terceiros dizer, fora do mbito interno sempre opera
O ato cooperativo, seus limites, sua classificao na teoria dos atos e fatos
29
Renato Lopes Becho. op.cit., p. 133.
30
Idem. op.cit., p. 134.
2. A TEORIA DO ATO COOPERATIVO
Para melhor conceituar o que seja o ato cooperativo, discorrer-se-
administrativo.
ltimo, o ato administrativo, por que o seu estudo auxiliar na defesa da teoria do ato
cooperativo.
31
Washington de Barros Monteiro. Curso de Direito Civil, vol. I, p. 169.
resultados, sero totalmente desprezveis para o Direito.
Art. 81. Todo o ato lcito, que tenha por fim imediato adquirir,
resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos, se denomina ato
jurdico.
ilcito que, mesmo produzindo efeitos jurdicos, no se situa dentre os atos jurdicos
acidentais.
gerais ou particulares. Gerais so os que dizem com a generalidade dos atos, como
as pessoas que intervm nos mesmos, o objeto destes atos e o consentimento dos
o caso da transmisso de direitos reais sobre imveis, que exige escritura pblica,
32
Idem. op.cit., pp. 181 a 182.
Elementos naturais, so as conseqncias que decorrem do ato, por
Este ato jurdico lcito ser, ainda, dividido no ato jurdico propriamente
dito e no negcio jurdico, este ltimo entendido como sendo (...) a declarao
33
Idem. op.cit., p. 181.
34
Rubens Requio. Curso de Direito Comercial, p. 39.
Sem dvida, est presente na idia de ato de comrcio, a questo da
A teoria do ato misto, que pretende tenha o ato a caracterstica bifronte, que
de um lado configura um ato civil e de outro um ato comercial, haja vista a vis
atractiva do direito comercial, constitui tese que tem sido refutada pela doutrina, pois,
35
Fran Martins. Curso de Direito Comercial, p. 75.
36
Idem. op.cit., p. 76.
37
Rubens Requio. op.cit., p. 43.
de lei, mesmo que praticados por no-comerciantes.38
habitual) do sujeito praticante do ato. Isto nos permite chegar classificao dos
atos tidos como comerciais por dependncia ou conexo39, entendidos como sendo
praticados pelo comerciante, mesmo que sem habitualidade e objetivo de lucro, mas
derivarem de contratos de locao, com exceo das que forem relativas a locao
38
Paulo R. Colombo Arnoldi. Teoria Geral do Direito Comercial, p. 46.
39
Rubens Requio. op.cit., p. 44.
40
Paulo R. Colombo Arnoldi. op.cit., p. 46.
2.3. A teoria do ato administrativo
administrativo.
especfica.
41
Hely Lopes Meirelles. Direito Administrativo Brasileiro, p. 131.
42
Idem. op.cit., p. 131.
Desta conceituao, depreende-se tanto o aspecto positivo como o seu
que tenha esta caracterstica, como sendo um ato jurdico de natureza civil ou
comercial.
por ele considerados indispensveis e que devem ser atendidos pelo ato jurdico
43
Idem. op.cit., p. 133.
44
Idem. op.cit., p. 134.
45
Idem. op.cit., p. 135.
46
Idem op.cit., pp 135 e 136.
para aquilo que se pretende seja um ato administrativo: a competncia, a finalidade,
2.4.1. Competncia
administrativos.
acordo com os ditames legais, no caso especfico, a lei 5.764/71, ser competente
Becho cita Antonio Salinas Puente, quando diz que o mexicano precursor do
47
Idem. op.cit., p. 133.
48
Idem. op.cit., p. 133
estudo do ato cooperativo faz referncia cooperativa como sujeito necessrio, e
polmica atual.49 Faz ele referncia definio de Puente, em sua obra Derecho
Cooperativo:
49
Renato Lopes Becho. op.cit., p. 133.
50
Idem. op.cit., p. 133.
acto cooperativo se incluyen, respeto de las cooperativas, los actos
jurdicos que com idntica finalidad realicen stas com usuarios no
51
asociados (actos mixtos).
os atos jurdicos que com idntica finalidade realizem com outras pessoas,
Est, assim, a legislao argentina a admitir possa um mesmo ato jurdico ser
ato misto, dizendo haver ele sustentado que a fora atrativa (vis atractiva) do
51
Claudio Rubens Dufau y Marcelo Esteban Zarlenga. El acto cooperativo, in Derecho Cooperativo,
p. 137.
Consideramos que a lei argentina, que reconhece como fonte a brasileira j citada, expressa o
conceito com maior preciso de vez que lhe outorga uma formulao mais ampla. Com efeito,
resulta mais concisa enquanto faz meno dos fins institucionais, que implicam a atuao dos
princpios cooperativos, o que significa enfatizar a necessidade de que o objeto se deve cumprir
tendo em conta estes princpios a todo o momento.
Tambm dizemos que mais amplo, porque dentro do conceito de ato cooperativo se incluem, a
respeito das cooperativas, os atos jurdicos que com idntica finalidade realizem estas com
usurios no associados (atos mistos). (traduo livre do autor).
52
Renato Lopes Becho. op.cit., p. 134.
impossibilita a figura de duas faces, qual a deusa Jano.53
fenmeno tambm ocorre no caso do ato cooperativo. Um ato, uma vez classificado
2.4.2. Finalidade
original).
53
Rubens Requio. op.cit., p. 43.
54
Rubens Requio. op.cit., p. 43.
55
Hely Lopes Meirelles. op.cit., pp. 133 e 134.
Assim como no ato administrativo, no se admite possa haver ato cooperativo
mesmo dentre os praticados pela vontade dos particulares, podendo, desta forma,
56
In verbis:
Art. 4 As cooperativas so sociedades de pessoas, com forma e natureza jurdica prprias, de
natureza civil, no sujeitas falncia, constitudas para prestar servios aos associados,
distinguindo-se das demais sociedades pelas seguintes caractersticas:
57
Hely Lopes Meirelles. op.cit., p 135.
2.4.4. Objeto.
Poder Pblico.59
ser classificado como ato cooperativo, se o seu objeto identificar-se com o seu
objetivo social.
que motivado pelo especial objetivo de auxlio mtuo aos scios cooperados. Mesmo
que diz:
58
Celso Antnio Bandeira de Mello. Curso de Direito Administrativo, p. 352.
59
Hely Lopes Meirelles. op.cit., p. 135.
60
Cooperativas (grifos no original).
ato cooperativo.
fora de lei, dentro da qual se pratica o ato: quiero decir que el acto cooperativo se
determinada calidad: ser asociadas; ellas son las que integran la cooperativa.63
60
Renato Lopes Becho. op.cit., p. 142.
61
Roberto Jorge Pastorino. Teoria General del Acto Cooperativo, p. 50.
A cooperativa, o associado, a democracia, o servio (traduo livre do autor).
62
Idem. op.cit., p. 50.
Quero dizer que o ato cooperativo se executa dentro da cooperativa e no pode executar-se em outra
parte, porque dentro dela que possvel cooperar (traduo livre do autor).
63
Idem. op.cit., p. 58.
O ato cooperativo executado por pessoas que tm uma determinada qualidade: ser associadas;
elas so as que integram a cooperativa (traduo livre do autor).
A democracia:
O servio:
visto ser dela a prerrogativa de prtica do ato previsto na legislao que a instituiu e
64
Idem. op.cit., p. 81.
Os autores enunciam este princpio com a frmula: um homem = um voto. COUTANT o caracteriza
deste modo: designa-se geralmente por princpio democrtico a regra especificamente cooperativa
pela qual o papel jogado por cada um dos membros no funcionamento da Sociedade
rigorosamente independente do capital por ele subscrito (traduo livre do autor).
65
Idem. op.cit., pp. 85 e 86.
A finalidade do ato cooperativo que o associado obtenha o servio para o qual se associou. A
cooperativa no persegue um benefcio, um lucro, seno responder s necessidades dos
cooperados; dizer que os cooperados fundam a cooperativa para satisfazer as suas
necessidades; uma ferramenta (traduo livre do autor).
qual a cooperativa foi fundada.
mandato gratuito, estar, pois, automaticamente presente o seu associado, nos atos
que a mesma praticar, o fato de a lei admitir que possa a sociedade praticar os
ao ato cooperativo. Por que s ser cooperativo o ato praticado com a presena do
scio cooperado.
cooperativos67.
Por este motivo, no ato praticado dever estar presente o scio cooperado,
66
Reginaldo Ferreira Lima. Op.cit., p. 51.
67
Idem, op.cit., pp. 55 e 56.
prtica de atos cooperativos, pois, a legitimidade na existncia da cooperativa,
Bellini Jnior:
praticar atos que no se caracterizem como sendo atos cooperativos, o que , ento,
o ato no cooperativo?
68
Joo Bellini Jnior. Sociedades Cooperativas Regime Jurdico e Aspectos Tributrios, p. 11.
69
Idem, op.cit., p. 13.
classificou os atos cooperativos da seguinte forma:
Temos, deste modo, trs famlias de atos que podem ser praticados
pelas cooperativas: atos cooperativos, atos no-cooperativos
intrnsecos e atos no-cooperativos extrnsecos atividade
70
cooperativa.
entre esta e seus associados, ou entre esta e outra cooperativa, associada (neste
Bellini Jnior.71
70
Idem. op.cit., p. 14.
71
Idem. op.cit., p. 13.
72
Idem. op.cit., p. 15.
Os atos no-cooperativos extrnsecos so, no dizer de Bellini Jnior, os atos
73
Idem. op.cit., pp. 16 e 17.
74
In verbis:
Art. 86. As cooperativas podero fornecer bens e servios a no-associados, desde que tal
faculdade atenda aos objetivos sociais e estejam de conformidade com a presente lei.
Art. 87. Os resultados das operaes das cooperativas com no-associados, mencionados nos arts.
85 e 86, sero levados conta do Fundo de Assistncia Tcnica e Social e sero contabilizadas
em separado, de molde a permitir clculo para a incidncia de tributos.
75
Acrscimo nosso, visto tratar o documento de estudo sobre a incidncia do Imposto de Renda
sobre as atividades das cooperativas.
76
Joo Bellini Jnior. op.cit., p. 17.
Melhor nos parece, portanto, a conceituao de Reginaldo Ferreira Lima, que
Pastorino diz:
Becho:
77
Reginaldo Ferreira Lima. op.cit., p. 54.
78
Roberto Jorge Pastorino. op.cit., p. 175.
(...) o ato cooperativo o negcio jurdico com o qual os cooperadores do efetividade e
funcionamento ao contrato plurilateral de organizao que funda a cooperativa, e atravs dele
como, primeiro coletivamente e, aps individualmente, alcanam o objeto social (...) (traduo livre
do autor).
79
com o objeto social, em cumprimento de seus fins institucionais.
cooperativa:
79
Renato Lopes Becho. op.cit., p. 145.
80
Marco Tlio de Rose Incidncia do ISS sobre a atividade de Cooperativas, p. 33.
81
Waldrio Bulgarelli. op.cit., p. 22.
Corbella:
Corvaln y Moirano:
Dufau y Zarlenga:
Gambetta:
(....)
Si un acto es cooperativo para una sola de las partes las dems
82
Carlos Jorge Corbella. El Acto Cooperativo, p. 122.
Atos cooperativos so aqueles atos jurdicos dirigidos a criar, manter ou extinguir relaes
cooperativas, celebrados conforme ao objeto social e em cumprimento de seus fins institucionais
(traduo livre do autor).
83
Alfredo Roque Corvaln y Armando Alfredo Moirano, Acto Cooperativo de Trabajo, p. 127.
Entendemos ento por ato cooperativo, o ato voluntrio lcito que tem por fim imediato estabelecer
relaes jurdicas cooperativas (traduo livre do autor).
84
Claudio Rubens Dufau y Marcelo Esteban Zarlenga. El Acto Cooperativo, p. 140.
(...) os atos jurdicos que as cooperativas realizem no cumprimento do objeto social e consecuo do
fins institucionais so atos cooperativos, independentemente de que exista ou no vnculo
associativo entre eles (traduo livre do autor).
quedan sometidas a la ley y su jurisdiccin cooperativas.
Es decir que mientras se constituya o haya una cooperativa actuando
85
legalmente, hay un acto cooperativo.
Esta definio, por excluso, acaba por estabelecer um conceito amplo de ato
85
Osvaldo Rubn Gambeta. El Acto Cooperativo Necesita Outra Regulacion Legal, p. 146.
Se um ato cooperativo para somente uma das partes as demais ficam submetidas a lei e sua
jurisdio cooperativas.
dizer que enquanto se constitua ou haja uma cooperativa atuando legalmente, h um ato
cooperativo (traduo livre do autor).
86
Reginaldo Ferreira Lima. Direito Cooperativo Tributrio, p. 56.
3. O ATO COOPERATIVO E O SEU ADEQUADO TRATAMENTO
TRIBUTRIO
situao, sob regime tributrio, depende, para sua exata compreenso, alm do
artigo 146, III, c, deva ser dispensado adequado tratamento tributrio ao ato
cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. Qual, ao final, dever ser este
possibilidade de fixar disposies complementares. Por isto, diz Geraldo Ataliba, que
conhecer direito tributrio acima de tudo estudar a Constituio Federal.87
qualquer?88
outros juristas notveis, que, com ele, afirmam que no h, na Constituio, palavras
inteis. Mesmo que criticvel, pois, quanto sua clareza, o comando constitucional
87
Geraldo Ataliba, apud Reginaldo Ferreira Lima. op.cit., p. 38.
88
Renato Lopes Becho. op.cit., p. 148.
necessrios para a compreenso do que seja o preceito do art. 146, III, c.
ato cooperativo.
Leandro Paulsen, ao analisar o disposto no artigo 146, III, c), cita acrdo do
STF, 1a. Turma, relatado pelo Min. Moreira Alves, no julgamento do recurso
89
Leandro Paulsen. op.cit., p. 78.
2 do captulo sobre os princpios gerais da ordem econmica que
tambm trata do cooperativismo e que auxilia na sua interpretao.
Dispe o art. 174, 2, que a lei o apoiar e estimular, bem como a
outras formas de cooperativismo. Sendo assim, tenho que se pode
inferir, da alnea em questo, que ser adequado o tratamento
tributrio do ato cooperativo quando implicar carga tributria inferior a
das demais atividades produtivas, incentivando-o ou, no mnimo,
quando implicar carga tributria que no seja mais gravosa que a
incidente sobre outras atividades (do contrrio, ao invs de estimular,
90
estaria inviabilizando o cooperativismo).
Reginaldo Ferreira Lima vai alm, ao dizer que o comando contido no artigo
90
Idem, op.cit., p. 77.
91
Reginaldo Ferreira Lima. op.cit., p. 65.
92
Idem, op.cit., p. 65.
haver, nas atividades das cooperativas, atos outros, que no os cooperativos, que
93
Idem, op.cit., p. 67.
anteriormente descrito.
igualdade que deve-se tratar igualmente aos iguais e desigualmente aos desiguais,
medida de sua capacidade. Que devem, portanto, ser onerados, aqueles que
94
Renato Lopes Becho. op.cit., p. 156.
95
Idem, op.cit., p. 156.
suportarem o nus e que no devem ser obrigados a contribuir aqueles que no
tiverem condies de faz-lo, sem que sacrifcio demasiado lhes seja imposto.
CONCLUSO
economia nacional.
auxiliares para que os seus associados possam melhor desenvolver a sua atividade
econmica.
Existem to somente para prestar servios aos seus associados, que passam
no cooperativo, este sim revestido das caractersticas e elementos dos demais atos
mercantis.
A legislao nacional trata do tema mediante lei federal prpria, a lei 5.764/71,
nascida aps inmeros outros instrumentos legais que vigeram desde o incio do
sculo, porm no foi, ainda, construda a lei complementar exigida pelo art. 146, III,
cooperativas.
no Pas.
56
pratica.
cooperativos, no auferem resultados, nem mesmo produzem receita, haja vista que
cooperado.
152.
1996, p. 194.
103-124.
1987, pp 127-130.
Tributria, 1975, 14 p.
2000, 888 p.
2000, 209 p.
1999, 223 p.
2001, 351 p.
1998, 440 p.
1997, 159 p.