Inovaçãodidáticanoensinosuperior PDF
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NO ENSINO SUPERIOR
Setembro de 2015
EXPERINCIAS DE INOVAO DIDTICA
NO ENSINO SUPERIOR
Setembro de 2015
FICHA TCNICA:
ISBN: 978-972-729-087-1
III
PREFCIO
bem conhecida a imagem de uma aula medieval1 em que o lente d a sua lio ex
cathedra enquanto, entre dormncias e distraes, pontuam alunos que parecem
estar a ouvi-lo atentamente.
1
Laurentius de Voltolina, in Liber Ethicorum de Henrique da Alemanha, sc. XIV, Berlin Staatliche
Museen Preussiischer Kulturbesitz, Min. 1233, uma aula na Universidade de Bolonha.
IV
O sucesso acadmico foi tambm uma das reas dominantes nas propostas de
melhoria de gesto submetidas pelas instituies de ensino superior pblicas em
julho de 2014. Sobre este tema foi realizado um seminrio em maio de 2015, que
teve um grande eco na comunidade, estando em curso seis projetos de troca de
experincias na fidelizao dos novos estudantes de licenciatura e mestrado
integrado, financiados pelo Ministrio da Educao e Cincia.
AGRADECIMENTOS
Vrias pessoas e instituies contriburam para que a publicao deste livro fosse
possvel o que motiva a expresso do nosso reconhecimento e agradecimento.
Ao ento Diretor-Geral do Ensino Superior, Prof. Vtor Magrio, pelo seu contributo
pessoal.
Aos membros do Gabinete do SEES, Eng. Jos Geraldes Gomes, Mestre Miguel Aleluia
e Dra. Snia Cardoso pelos contributos, pela reviso e pela edio deste trabalho.
VI
VII
NOTA PRVIA
Por iniciativa do Sr. Secretrio de Estado do Ensino Superior, a Fundao para a
Cincia e Tecnologia I.P. (FCT) em colaborao da Direo Geral do Ensino Superior
(DGES) abriu, em 2014, um concurso pblico para financiamento de projetos que
visassem a partilha e a divulgao de experincias de inovao didtica no ensino
superior portugus.
Este livro constitui uma coletnea de 24 artigos que, aps reviso, relatam os
resultados de outros tantos projetos.
A Comisso Editorial
NDICE
Prefcio .......................................................................................... III
Agradecimentos ................................................................................. V
ndice ............................................................................................. IX
Competncias Transversais para Cincias e Tecnologia (Ruy Arajo Costa et al) 117
Guies para desenho de cursos mooc (Fernando Albuquerque Costa et al) ....... 327
Resumo
Este projecto foi executado no Departamento de Qumica da Faculdade
de Cincias e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT/UNL) em
colaborao com 8 escolas Secundrias do Distrito de Setbal, de 3
concelhos diferentes: Almada, Seixal e Alcochete. As actividades
laboratoriais dos programas do ensino secundrio do 10, 11 e 12 anos
executados foram os seguintes: Segurana em Laboratrio; Reaco
Redox Vandio; Determinao da concentrao total de clcio e
magnsio no leite por complexometria; Equilbrio redox: a equao de
Nernst; Estudo cintico da catalase isolada a partir da batata; Preparao
de um sabo; Sntese de Polmeros; Trabalho em vidro; Gastronomia
molecular; Purificao no estado lquido: destilao simples e
fraccionada; Efeito de Tyndall; Sntese do cido acetilsaliclico (aspirina)
e anlise por TLC do produto obtido. No total, o nmero de estudantes
envolvidos nas actividades foi de 703, com uma mdia de 19 estudantes
por sesso, durante 34 sesses de 2,5 horas cada. Neste projecto
estiveram envolvidos 15 docentes da FCT/UNL. apresentada a avaliao
qualitativa e quantitativa desta aco feita pelas escolas secundrias. O
grau de satisfao obtido foi muito elevado.
Palavras chave: escolas secundrias, experincias, laboratrio, trabalhos
prticos, qumica.
Abstract
This project was implemented in the Department of Chemistry, Faculdade
de Cincias e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT/UNL) in
collaboration with eight secondary schools in the District of Setbal of 3
different counties: Almada, Seixal and Alcochete. The laboratory
activities of the secondary education programs of the 10th, 11th and 12th
years performed were: Safety in Laboratory; Redox reaction - Vanadium;
Determination of the total concentration of calcium and magnesium in
milk by complexometry; Redox balance: the Nernst equation; Kinetic
study of catalase isolated from potatoes; Preparation of a soap; Polymer
synthesis; Glass work; Molecular gastronomy; Purification of liquids:
Simple and fractional distillation; Tyndall effect; Synthesis of
acetylsalicylic acid (aspirin) and TLC analysis of the obtained product.
The total number of students involved in activities was 703, with an
2
1. INTRODUO
A Faculdade de Cincias e Tecnologia (FCT), uma das nove unidades orgnicas da
Universidade Nova de Lisboa (UNL), situa-se no Monte de Caparica, num campus
universitrio com uma rea de 30 ha, com capacidade de expanso at 60 ha. Criada
em 1977, a FCT/UNL hoje uma das escolas portuguesas pblicas mais prestigiadas
no ensino de engenharia e de cincias, sendo frequentada por cerca de 7500
estudantes, dos quais cerca de 1400 so estudantes de ps-graduao (mestrado e
doutoramento). A FCT/UNL mantm ligaes estreitas com diversas universidades
portuguesas e estrangeiras, no mbito do ensino e da colaborao em projectos de
investigao, prestando ainda servios a entidades pblicas e privadas nas suas reas
de especialidade.
Este projecto teve assim como objectivo promover o estudo e gosto pela Qumica
atravs da realizao de trabalhos prticos dos programas do Ensino Secundrio de 10
e 11 ano de estudantes da disciplina de Fsico-Qumica e do 12 Ano de Qumica.
3
2. DESCRIO DA ACO
Este projecto foi realizado em conjunto com 8 escolas secundrias (ES) da rea
geogrfica da FCT/UNL (margem sul do Tejo), Figura 1.
Escola Abreviatura Alunos 10 Ano (turmas) Alunos 11 Ano (turmas) Alunos 12 Ano (turmas)
Escola Secundria Antnio Gedeo ESAG 50 (2) 47 (2) 19 (1)
Escola Secundria de Alcochete ESA 75 (3)
Escola Secundria do Seixal ESS 75 (3)
Escola Secundria Emidio Navarro ESEN 18 (1)
Escola Secundria Romeu Correia RC 50 (2) 12 (1)
Escola Secundria Ruy Luis Gomes ESRLG 50 (2)
Externato Campo de Flores CF 25 (1) 25 (1) 1 (1)
Externato Frei Luis de Sousa FLS 17 (1) 24 (1) 4 (1)
O nmero total de visitas, dos alunos envolvidos neste projecto, foi de 703, sendo o
total de alunos participantes 492 (os alunos de 12 ano visitam a FCT/UNL, 9 vezes).
A tabela 2 ilustra a calendarizao desta inciativa, indicando o nmero de
estudantes por actividade prtica.
Por razes de calendarizao escolar de cada uma das ES, esta aco terminou
apenas no dia 20 de Maio. Foram efectuadas 34 sesses de trabalhos prticos de 2,5
horas cada, com uma mdia de 19 alunos por sesso. O nmero total de horas
docentes foi de 85 horas. O nmero de docentes da FCT/UNL envolvido foi de 15,
sendo 13 do Departamento de Qumica e 2 do Departamento de Conservao e
Restauro. Naturalmente, nesta aco, cada turma visitante vem acompanhada com 1
ou 2 docentes que tambm colaboraram activamente na sesso prtica em curso.
3. AS ACTIVIDADES LABORATORIAIS
As descries dos trabalhos prticos esto acessveis na ligao seguinte:
http://www.dq.fct.unl.pt/documentos-publicos/quimica-uma-ciencia-experimental,
onde se incluem os recursos materiais necessrios. Os trabalhos so executados em
grupos de 2 ou de 3 alunos, tendo os laboratrios capacidade para 24 a 48 alunos, em
funo das necessidades e do trabalho a ser executado. O valor mdio de presenas
foi de 19 alunos por sesso. O trabalho prtico que envolve manipular vidro e o da
gastronomia molecular, dadas as suas especificidades, no tm protocolo anexado,
sendo as aulas realizadas medida. Cada um dos docentes da FCT/UNL responsvel
por um trabalho prtico, podendo estar mais do que 1 docente envolvido num
determinado trabalho prtico, como sejam os do 10 e 11 anos de escolaridade dado
o elevado nmero de sesses prticas.
5
4. MONITORIZAO DA INICIATIVA
Foi elaborado um questionrio que foi preenchido pelos alunos. O questionrio e os
seus resultados esto descritos abaixo, tendo a avaliao sido efectuada
separadamente por cada ciclo de estudos. Do total de 492 alunos, 310 (63%)
responderam ao questionrio.
Porqu?__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
5. O apoio dado pela sua escola na preparao da actividade realizada foi apropriado.
1 0 7 53 40
2 0 2 40 58
3 0 5 42 53
5 0 5 46 49
6 0 0 39 61
Porqu?__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
5. O apoio dado pela sua escola na preparao da actividade realizada foi apropriado.
1 4 11 26 59
2 3 10 38 49
3 0 10 37 53
5 0 3 23 74
6 0 3 35 62
Porqu?__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
5. O apoio dado pela sua escola na preparao da actividade realizada foi apropriado.
1 0 37 34 29
2 0 7 41 52
3 0 3 51 46
5 0 1 33 66
6 0 29 31 40
12 Ano
4. Das actividades realizadas indique a que foi mais interessante para si. Porqu?
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
1 0 8 8 84
2 0 11 59 30
3 0 5 22 73
O entusiamo desta aco entre os alunos das ESs pode tambm ser verificada, por
exemplo, nas ligaes colocadas nas referncias.
6. AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem Fundao para a Cincia e Tecnologia o financiamanto para
esta aco, atravs do projecto FCT/8201/18/9/2014/S.
7. REFERNCIAS
https://www.facebook.com/media/set/?set=a.687516707967211.1073741846.194463
487272538&type=3
https://www.facebook.com/media/set/?set=a.661424763909739.1073741844.194463
487272538&type=3
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2207520000.1429700360./855050671213813/?type=3&theater
14
15
Resumo
Aborda-se a temtica do acolhimento dos estudantes de 1 ciclo/1 vez
nas Instituies de Ensino Superior (IES). apresentada uma reviso de
literatura sobre o tema e, com base nesta reviso, foi criado um quadro
conceptual e de ferramentas de diagnstico dos processos de acolhimento
praticados nas IES participantes neste estudo. Foram coletadas as
opinies dos 3556 estudantes matriculados no 1 ano/1 vez (cursos de 1
ciclo) nas IES participantes por aplicao de um inqurito annimo com o
objetivo de sistematizar e identificar as melhores prticas de
acolhimento. Os resultados mostram que os estudantes valorizaram
igualmente as atividades de acolhimento organizadas pelos seus pares
(praxes e outras), como as oficiais organizadas pelas IES.
Palavras chave: acolhimento, ensino Superior, estudantes de 1 ciclo,
integrao.
Abstract
The topic of hosting 1st cycle/1st time students in Higher Education
Institutions (HEIs) is addressed. A review of literature about the issue is
presented, which led to the creation of a conceptual framework of
diagnosis tools for current hosting processes in HEIs that participated in
this study. Opinions of 3556 students enrolled in 1st year/1st time (1st
cycle programmes) in participating HEIS were collected by conducting an
anonymous survey with the purpose of systematizing and identifying the
best hosting practices. The results showed that students valued both the
hosting activities organized by their peers ("Praxe" or freshman initiation
rituals, among other initiatives), and the official initiatives organized by
the HEIs.
Keywords: hosting, higher education, 1st cycle/1st year students,
integration
1. INTRODUO
O presente trabalho foi desenvolvido no mbito do concurso para projetos de
inovao didtica lanado pela fundao para a Cincia e Tecnologia (FCT) -
Acolhimento nas Instituies de Ensino Superior Portuguesas: diagnosticar e
16
2. ESTADO DA ARTE
O acesso ao Ensino Superior (ES) marca uma viragem na vida do estudante, desde a
opo decisiva e condicionante do seu futuro profissional eventual sada de
casa com o afastamento da famlia e dos amigos, adaptao a um novo local de
habitao e consequente alterao dos modos de vida, que inclui ainda um quadro
de novas exigncias em termos de gesto de tempo e de outros recursos (Almeida,
2007).
Uma parte importante dos estudos feitos nesta rea deram origem e exploraram os
denominados Retention Models que, no seu essencial, estabelecem a relao entre
variveis individuais (caractersticas socioeconmicas, percurso escolar anterior, ),
prticas de acolhimento e nveis de participao, variveis psicossociais como os
nveis de integrao acadmica e de integrao social, resultados acadmicos e
abandono versus permanncia at ao final do curso.
17
Num estudo de 2009, levado a cabo na Esccia, pela QAA Scotland o 1 ano
considerado como crucial do ponto de vista da integrao dos estudantes, no
apenas em termos da qualidade do ensino praticada, mas tambm pelas
implicaes que se prev que o mesmo tenha nos anos subsequentes dos
estudantes no ES.
Que iniciativas podem ser criadas dentro dos vrios domnios j definidos, que
possam aumentar o sentido de pertena dos estudantes?
Para alm deste mapa foi elaborado um outro, adaptado do The Higher Education
Academy (Engineering subject), First Year Experience Audit (Nicol, 2008), para
facilitar o levantamento dos temas a considerar no mbito das PRTICAS DE
21
1. Enquadramento: Como a IES contextualiza a questo do acolhimento aos alunos 1 ano/1 vez? Tem
acolhimento na IES diretrizes? Plano de atuao? Avalia o processo?
A IES tem definido critrios para a identificao dos estudantes em risco? Tem
2. Identificao de metodologias para a sua sinalizao? Tem metodologias de interveno com essa
estudantes em risco populao? Avalia os seus resultados?
A IES disponibiliza informao clara, especfica e direcionada aos alunos candidatos
3. Orientao e relativamente aos objetivos/contedos/resultados esperados dos cursos oferecidos?
comunicao Existem prticas de orientao vocacional na IES? E programas especficos de
acompanhamento de estudantes com necessidades especiais e/ou minorias? Existem
polticas especficas relativas docncia no 1 ano? E prticas de acompanhamento
social e/ou acadmico dos estudantes ao longo de todo o 1 ano?
A IES oferece servios de aconselhamento aos estudantes do 1 ano? Tutorado (por
4. Aconselhamento, docentes)? Mentorado (por alunos)? Os tutores e/ou mentores so recompensados pelo
Tutorado, Mentorado seu trabalho? Os docentes da IES tm acesso a servios de aconselhamento? Existem
atividades extracurriculares disponveis para os alunos?
A IES est desperta e promove a discusso e a troca de experincias relativamente aos
5. Pedagogia e formas mtodos de ensino e aprendizagem? Existem formas de avaliao da qualidade do
de aprendizagem processo de ensino e aprendizagem? Os resultados das avaliaes so utilizados para
introduzir melhorias nesse processo? A IES oferece oportunidades de formao e
desenvolvimento de competncias aos seus docentes?
Numa breve anlise da Tabela 2, constata-se que quase todas as IES apresentam um
desenvolvimento satisfatrio, sendo que esta tabela tambm permite identificar para
cada IES as reas que necessitam maior investimento e que por isso podero
constituir prioridade nesta rea do acolhimento e acompanhamento dos alunos 1
ano/1 vez.
23
5. RESULTADOS DO INQURITO
O inqurito aplicado nas IES abrangeu todos os alunos inscritos no presente ano
letivo no 1 ano/1 vez em cursos de licenciatura e mestrado integrado. A taxa de
resposta corresponde a 17,2% desses alunos, variando entre 20,6% e 13,9%, nas
diferentes IES participantes.
CARACTERIZAO DA AMOSTRA
Nos 613 estudantes que responderam, h um predomnio do sexo feminino
(53,3%). Para 73,1% dos estudantes, o curso em que esto matriculados corresponde
1 opo, para 16,6% corresponde 2 opo e para 6,9% 3 opo. A entrada no
ES levou 40,1% dos estudantes a alterar o seu local de residncia (fez com que
sasse de casa). Neste caso, 59,6% esto a viver num apartamento com outros
estudantes.
INTEGRAO NA INSTITUIO
Relativamente Integrao na Instituio, concretamente no que se refere
adaptao instituio, 82,8% dos estudantes considerou-se totalmente adaptado
ou, pelo menos adaptado, e 4,6% inadaptado ou totalmente inadaptado. Semelhantes
percentagens retratam a adaptao ao curso, respetivamente 81,7% e 4,1%.
As atividades de Receo apontadas com impacto mais positivo, so: Praxe, apoio
da tutoria e sesso de boas vindas. Como justificao salienta-se o fornecimento
de informao e ajuda na integrao.
Foi realizada uma Anlise Fatorial Exploratria (AFE) sobre os 24 itens apresentados
no captulo Adaptao Pessoal ao ES (1 semestre/1 ano) do inqurito, utilizando o
mtodo das Componentes Principais para extrao dos fatores com rotao
ortogonal Varimax de forma a extrair fatores comuns da interpretao dos itens
relativos ao Questionrio de Adaptao ao Ensino Superior (Arajo et al., 2014).
Cerca de 64% dos inquiridos concorda ou concorda totalmente que o curso em que
esto matriculados tem permitido aumentar as suas perspetivas profissionais.
notria, ainda dentro da mesma dimenso uma incerteza (38% responderam No
discordo nem concordo) quando inquiridos sobre as suas capacidades/experincias,
do que sobre a informao que disponibiliza a instituio/docentes (em que apenas
24% responde No discordo nem concordo) se o ES lhe permite explorar informao
sobre empregos futuros.
% Total
% de
N de Alfa de de
N Mediana AIQ varincia
Itens Cronbach varincia
explicada
Dimenses - QAES explicada
Compromisso com o curso 512 4,0 1,3 4 0,889 29,8%
Adaptao Interpessoal 512 4,0 1,0 4 0,908 10,7%
Adaptao Pessoal- 511 3,5 1,5 4 0,844 9,0%
Emocional
69%
Adaptao Acadmica 511 3,5 1,0 4 0,782 7,2%
Adaptao Instituio 512 3,8 1,0 4 0,733 6,7%
Desenvolvimento de 511 3,8 0,7 4 0,787 5,2%
carreira
N = nmero total de respostas s 4 afirmaes de cada dimenso
AIQ = Amplitude Inter-quartil (Q3-Q1).
Tabela 3: Estatsticas descritivas, resultado da anlise fatorial e consistncia interna para as
dimenses do Questionrio de Adaptao ao ensino Superior - QAES.
6. CONCLUSES
Os objetivos principais deste estudo foram alcanados. As boas prticas de
acolhimento foram identificadas para o ano letivo 2014/15, quer no mbito da
integrao social, quer da integrao acadmica, sendo que a segunda, dado o
mbito deste projeto, mereceu uma ateno maior por parte da equipa do projeto.
O primeiro ano considerado pela quase totalidade dos estudos revistos como crucial
do ponto de vista da integrao dos estudantes, nomeadamente pelas implicaes
que a mesma tem sobre o sucesso acadmico em anos subsequentes, da o
investimento cada vez mais significativo que as IES pem nas atividades de
acolhimento e integrao aos estudantes do 1 ano, o que foi possvel verificar no
apenas entre as instituies parceiras neste projeto, mas tambm nas que se fizeram
representar no Seminrio sobre Sucesso Acadmico, promovido pela Secretaria de
Estado do Ensino Superior no passado dia 12 de maio.
Uma vez que na lista de formas de contacto entre os candidatos e a IES se incluem
os folhetos e os portais internet institucionais, fica a dvida sobre o modo como os
restantes respondentes fizeram a sua opo de curso, bem como qual a informao a
que os 36% de respondentes, que consideram a informao recebida antes da
matrcula insuficiente, gostariam de ter tido acesso.
Ainda que o presente estudo se centrasse de forma mais expressiva nas questes
da promoo do sucesso acadmico dos estudantes do 1 ano/1 vez atravs de
iniciativas didticas que pudessem ser integradas no acolhimento aos estudantes do
ES, a equipa optou por explorar tambm, de modo mais aprofundado, algumas
dimenses da adaptao pessoal destes estudantes, recorrendo-se para isso a uma
verso reduzida do Questionrio de Adaptao ao ES. A anlise das respostas dos
estudantes a estes itens, que se subdividem nas dimenses compromisso com o
curso, adaptao interpessoal, pessoal emocional, acadmica,
instituio e desenvolvimento de carreira permite-nos concluir que a maioria dos
estudantes (cerca de 80%) se sente adaptado em termos interpessoais, e tem um
grupo de amigos coeso; a maioria (cerca de 65%) considera que o curso em que se
encontra matriculado tem permitido aumentar as suas perspetivas profissionais,
considera satisfatrios os servios e instalaes da IES que frequenta e considera-
33
Acreditamos que estes dados, sendo embora positivos no global, podero, sobretudo
se cruzados com outras dimenses deste estudo (nomeadamente as questes do
rendimento acadmico e as questes relacionadas com as prticas pedaggicas e
apoios disponveis para os estudantes na integrao acadmica), apontar para
linhas de otimizao e melhoria dos apoios que as IES disponibilizam para os
estudantes de 1 ano/1 vez e eventualmente contribuir para o desenho de linhas
estratgicas a nvel local (cada IES) e tambm a nvel mais global Direo Geral do
Ensino Superior - DGES, eventualmente em colaborao com as Associaes de
Estudantes.
7. AGRADECIMENTOS
A equipa do projeto agradece a colaborao da Universidade do Minho - Professor
Leandro Almeida e Doutora Alexandra Arajo - pelo valioso contributo na construo
do questionrio de avaliao das prticas de acolhimento, nomeadamente na
dimenso sobre a adaptao dos estudantes ao ensino superior.
8. REFERNCIAS
Almeida, L. S. (2007) Transio, adaptao acadmica xito escolar no Ensino
Superior. Revista Galego - Portuguesa de Psicoloxia e Educacin, 15, 2, pp. 203-
215
34
Arajo, A. M., Almeida, L. S., Ferreira, J. A., Santos, A. A., Noronha, A. P., & Zanon,
C. (2014) Questionrio de Adaptao ao Ensino Superior (QAES): Construo e
validao de um novo questionrio. Psicologia, Educao e Cultura, XVIII (1), pp.
131-145.
IBM Corp. Released 2013. IBM SPSS Statistics for Windows, Version 22.0. Armonk, NY:
IBM Corp.
Pascarella, E. T. & Terenzini, P.T (2005) How College Affects Students, Vol. 2, A
Third Decade of Research. San Francisco, CA: Jossey Bass
Pascarella, E. T. (2006) How College Affects Students: Ten Directions for Future
Research, Journal of College Student Development, September/October, Vol. 47,
n. 5, pp 508 - 520
Robert D. Reason; Patrick T. Terenzini; Robert J. Domingo (2006) First things first:
developing academic competence in the first year of college, Research in Higher
Education, vol 47, n. 2, Mar 2006
Tinto, V. (1987) Leaving College: Rethinking the Causes and Cures of Student
Whittaker, R. (2009) Transition to and during the First Year, Quality Enhancement
Themes Series, The First Year Experience, QAA Scotland
Willis, L. (2008) Enhancing the First Year Experience for Engineering Students, The
Higher Education Academy, Engineering Subject Center
36
37
Resumo
Este artigo visa partilhar resultados de experincias realizadas no mbito
do desenvolvimento curricular no ensino superior, cujo objetivo consiste
em construir e validar uma toolbox aplicvel em diferentes reas do
conhecimento e em diferentes contextos. As experincias foram
realizadas no contexto no ensino de Engenharia em articulao com a
rea da Educao, com base num modelo de desenvolvimento curricular
que engloba trs dimenses: perfil profissional, elementos nucleares do
currculo e referencial de competncias. A aplicao deste modelo num
curso de Engenharia revelou a sua pertinncia para a reviso e inovao
do currculo no ensino superior, sendo possvel aplicar e alargar a sua
utilizao a outros contextos e reas disciplinares, em virtude da sua
flexibilidade, abrangncia e consistncia. Para tal, foram realizadas seis
workshops com docentes do Ensino Superior, maioritariamente das reas
das Cincias de Engenharia e Tecnologias, onde foram exploradas as
dimenses do desenvolvimento do currculo, nomeadamente o
mapeamento do perfil profissional e definio de competncias; definio
dos resultados de aprendizagem e seleo de estratgias de ensino;
seleo de metodologias de aprendizagem ativa (Project-Based Learning -
PBL); seleo e apresentao dos contedos; trabalho colaborativo
docente e interdisciplinaridade; definio de critrios, e elaborao e
validao de instrumentos de avaliao. A avaliao das sesses, com
base no feedback dos participantes e dos formadores envolvidos, aponta
para a utilidade e pertinncia da toolbox para apoiar o desenvolvimento
do currculo e a prtica docente ao nvel das questes pedaggicas e
didticas. Como trabalho futuro, espera-se aplicar uma nova verso da
toolbox a outras reas do conhecimento e a outros contextos no sentido
de melhorar o desenvolvimento curricular no ensino superior.
Palavras chave: Desenvolvimento Curricular, Ensino Superior, Formao
Pedaggica
Abstract
This paper draws upon a project aimed at analysing the key components
of curriculum development in Higher Education. It is based upon a
conceptual framework which looks at the professional profile as well as
the ways in which the curriculum is put into practice and evaluated. A
toolbox was done and a number of workshops were carried out. Findings
suggest the relevance of pedagogical training in Higher Education through
the use of the toolbox in various fields of knowledge.
Keywords: curriculum development, higher education, pedagogical
training
38
1. INTRODUO
Com a implementao do Processo de Bolonha assistiram-se a mudanas nas
instituies de Ensino Superior em Portugal, em virtude de uma alterao de
paradigma educacional que exigiu uma maior flexibilidade e integrao curricular,
marcada por estratgias e atividades de aprendizagem que permitissem atingir os
princpios fundamentais previstos na Declarao de Bolonha (1999) conhecimento,
mobilidade e empregabilidade dos graduados. A reorganizao curricular decorrente
desta mudana refletiu-se, por um lado, ao nvel formal dos programas de ensino
(introduo do sistema de crditos ECTS que se repercutem no trabalho integral do
aluno/a; na especificao dos resultados de aprendizagem - Learning Outcomes; na
nfase no desenvolvimento de competncias) e, por outro lado, ao nvel operacional,
a partir da transformao das prticas curriculares que conferem ao aluno e ao
professor novos papis que devem ser potenciados em contextos de
ensino/aprendizagem que passam a ser organizados com base nas competncias
tcnicas e transversais que os alunos tm de desenvolver (Tuning, 2007).
Com base nas experincias realizadas num curso de engenharia (Mesquita, Lima,
Flores, Marinho-Arajo, & Rabelo, 2015), foi desenvolvido um referencial de
competncias que serve de base aplicao do modelo de Zabalza (2009), o qual foi
construdo para o curso de engenharia mas o seu modo de organizao flexvel
permite a sua utilizao noutras reas do conhecimento e noutros contextos (ver
Figura 1).
40
PERFIL PROFISSIONAL
CURRCULO - PROJETO
Planeamento
Competncias
Organizao dos Material de
Metodologias
Ambientes de Apoio aos Avaliao
[TIC]
Aprendizagem Alunos
Process Review
Figura 1: Modelo de desenvolvimento curricular para o ensino superior: articulao entre o
perfil profissional e o currculo.
com base neste modelo j desenvolvido que se props um projeto que visa
contribuir para a melhoria do processo de desenvolvimento do currculo no ensino
superior, atravs da construo e validao de uma toolbox como ferramenta de
apoio elaborao e melhoria dos curricula do ensino superior, podendo ser aplicvel
em qualquer rea do conhecimento. Para tal, foram propostas atividades
conducentes construo da toolbox (com base nas experincias j realizadas pela
equipa deste projeto, incluindo a experincia de formao de docentes do ensino
superior e a concretizao de experincias didticas) e sua validao (com base na
dinamizao de um conjunto de workshops com professores da rea das Engenharias,
Cincias e Tecnologias).
2. METODOLOGIA
O principal objetivo deste estudo consiste em construir e validar uma toolbox para a
melhoria do processo de desenvolvimento do currculo no ensino superior. Nesse
sentido, a equipa do projeto desenhou um plano de formao, dirigido a docentes do
Ensino Superior, das reas das Cincias, Engenharia e Tecnologias, onde se pretendia
explorar as dimenses do desenvolvimento do currculo, seguindo a abordagem do
modelo proposto por Mesquita et al. (2015).
A 3 fase teve como principal objetivo efetuar a avaliao da toolbox e dos seus
resultados, partindo da anlise da perspetiva dos seus intervenientes (formandos e
formadores). Nesse sentido, foi construdo e aplicado um inqurito por questionrio
(com 7 questes de resposta fechada e 3 de resposta aberta), no sentido de obter
feedback das sesses realizadas e contributos relevantes para a melhoria da prpria
toolbox. Nas questes fechadas recorreu-se a uma escala de Likert de 5 nveis de
satisfao, para classificar as seguintes questes: relevncia dos temas/contedos;
utilidade para a prtica docente; participao ativa nas atividades propostas;
42
3. APRESENTAO DE RESULTADOS
Esta seco apresenta uma anlise dos principais resultados obtidos no mbito deste
estudo, partindo da descrio e reflexo sobre cada uma das fases de construo,
validao e avaliao da toolbox para o desenvolvimento curricular no ensino
superior.
A relevncia dos temas e contedos das workshops foi valorizada pelos participantes
com nveis de satisfao elevados, a variar entre 4,6 e 4,8. Desta forma pode
considerar-se que os contedos so relevantes para a formao de docentes do
ensino superior.
5,00
4,80
4,60
4,40
4,20
4,00
3,80
3,60
3,40
3,20
3,00
Relevncia dos Utilidade para a Participao ativa Adequao das Cumprimentos Desempenho dos Nvel de
temas/contedos prtica docente nas atividades atividades dos objetivos formadores satisfao geral
propostas
Discusses relevantes que contribuem para a nossa prtica docente. (P4 WS5)
Anlise da temtica sob uma perspetiva diferente. Exerccio prtico desenvolvido. (P1 WS1)
Reflexo sobre o plano da unidade curricular e a conscincia sobre o currculo. (P5 WS2)
46
Por estar relacionado com a minha prtica de gesto e docncia na universidade. (P3 WS5)
4. CONCLUSES
Os resultados obtidos no mbito deste projeto demonstram a relevncia da toolbox
apresentada para a formao pedaggica de professores do ensino superior,
nomeadamente pelas temticas de desenvolvimento do currculo contempladas nas
seis workshops. Constatou-se que as questes curriculares e pedaggicas so,
efetivamente, pouco discutidas e analisadas pelos professores, o que sugere a
necessidade de um maior aprofundamento sobre como contribuir para o
desenvolvimento profissional docente no ensino superior.
Como trabalho futuro considera-se pertinente criar uma nova verso da toolbox,
reajustando alguns aspetos evidenciados nos resultados alcanados, a fim de poder
ser aplicada noutras reas de conhecimento e noutros contextos do ensino superior
que pretendam melhorar os seus programas curriculares. Alguns aspetos a considerar
na nova verso da toolbox incluem:
- WS1: Considerar mais tempo para a temtica do perfil profissional, para que, para
alm de contemplar a definio de competncias tcnicas e transversais, os
participantes possam relacionar este aspeto com os restantes elementos do currculo.
Por exemplo: verificar as competncias que esto a ser contempladas nos resultados
de aprendizagem.
5. AGRADECIMENTOS
A equipa gostaria de agradecer a todos os participantes neste projeto, bem como
FCT pelo apoio financeiro no mbito do Concurso para Partilha e Divulgao de
Experincias em Inovao Didtica no Ensino Superior Portugus.
6. REFERNCIAS
Biesma, R., Pavlova, M., Vaatstra, R., Merode, G., Czabanowska, K., Smith, T., &
Groot, W. (2008). Generic Versus Specific Competencies of Entry-Level Public
Health Graduates: Employers Perceptions in Poland, the UK, and the
Netherlands. Advances in Health Sciences Education, 13(3), 325-343. doi:
10.1007/s10459-006-9044-0
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learning: findings from a study of project-led education. European Journal of
Engineering Education, 39, 55-67.
Jusoh, M., Simun, M., & Chong, S. C. (2011). Expectation gaps, job satisfaction, and
organizational commitment of fresh graduates: Roles of graduates, higher
learning institutions and employers. Education + Training 53(6), 515 - 530.
49
Mason, G., Williams, G., & Cranmer, S. (2009). Employability skills initiatives in
higher education: what effects do they have on graduate labour market
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Mesquita, D., Lima, R. M., Flores, M. A., Marinho-Arajo, C., & Rabelo, M. (2015).
Industrial Engineering and Management Curriculum Profile: Developing a
Framework of Competences. International Journal of Industrial Engineering and
Management, [submitted].
Pascail, L. (2006). The emergence of the skills approach in industry and its
consequences for the training of engineers. European Journal of Engineering
Education, 31(1), 55-61.
Rosenberg, S., Heimler, R., & Morote, E.-S. (2012). Basic employability skills: a
triangular design approach. Education + Training, 54(1), 7 - 20.
Tuning. (2007). Tuning Project Report : General Brochure final version J. Gonzlez &
R. Wagenaar (Eds.), Retrieved from
http://www.unideusto.org/tuningeu/images/stories/documents/General_Brochu
re_final_version.pdf
Resumo
O Projeto de investigao intitulado De Par em Par: Multidisciplinar e
Interinstitucional incidiu na discusso e divulgao dos resultados do De
Par em Par na U.Porto, em curso na Universidade do Porto desde 2009, e
de que foi um projeto subsidirio. Isso significa que o De Par em Par:
Multidisciplinar e Interinstitucional serviu o propsito de divulgar o De
Par em Par na UPorto em arenas mais abrangentes da comunidade
acadmica e de contribuir para o reconhecimento do modelo de
observao de pares multidisciplinar como uma prtica de formao de
professores do Ensino Superior. Neste texto d-se conta do modo como se
intenta contribuir para a validao externa do modelo de observao de
pares multidisciplinar. Para isso coligem-se dados recolhidos no Seminrio
de partilha pedaggica, realizado para dar visibilidade ao De Par em Par
na UPorto, em que participaram professores de muitas Instituies de
Ensino Superior portuguesas. Os dados tratados para a validao do
modelo so oriundos de dois tipos de participantes externos: os
especialistas convidados a emitir o seu parecer escrito sobre as
potencialidades e fragilidades do modelo e os participantes no Seminrio,
que nele se inscreveram e no qual participaram.
Palavras chave: inovao pedaggica, observao de pares
multidisciplinar, validao externa do modelo.
Abstract
The project entitled From Peer to Peer: Multidisciplinary and
Interinstitutional focused on discussion and dissemination of Peer to
Peer in U.Porto project, which is a program of peer observation of
teaching running at U.Porto since 2009. The project this paper concerns
aimed to disseminate Peer to Peer in U.Porto and to contribute to
Multidisciplinary Peer observation model validation as a way to improve
higher education teachers training. This paper intents the same specific
objective. To achieve such purpose it was organized a national seminar,
attended by teachers from a large number of HE Portuguese Institutions
and treated data collected among participants, regarding the pedagogical
advantages of such model of teachers training.
Palavras chave: pedagogical innovation, multidisciplinary peer
observation, external validation of a teaching training model.
1. INTRODUO
O Projeto de investigao intitulado De Par em Par: Multidisciplinar e
Interinstitucional incidiu na discusso e divulgao dos resultados do De Par em Par
52
O Seminrio decorreu durante todo o dia (9h-18h) tendo sido constitudo por
diferentes tipos de palestras conferncia, mesa redonda e painel e por momentos
54
2. METODOLOGIAS
O estudo que aqui se reporta e que contribui para a validao externa do modelo de
observao de pares interdisciplinar colige dados recolhidos no Seminrio de partilha
pedaggica, antes referido, oriundos de dois tipos de participantes externos: os
especialistas convidados a emitir o seu parecer escrito sobre as potencialidades e
fragilidades do modelo e os participantes no Seminrio que nele se inscreveram e no
qual participaram. A dimenso de externalidade ao projeto reside no facto de, quer
uns quer outros, no serem promotores da iniciativa, nem terem responsabilidade na
sua organizao. A totalidade dos especialistas que foram convidados a apresentar o
seu parecer (N=10) no pertencem Universidade do Porto.
3. RESULTADOS
Avaliao dos participantes do Seminrio
O item Pertinncia do tema para as prticas do Ensino Superior o que mais rene
consenso positivo por parte dos participantes (mdia=3,83). O item Qualidade do
debate o menos bem pontuado desta dimenso (mdia=3,03).
Multidisciplinaridade e interdisciplinaridade
Foco no Ensino Superior (5%)
(8%)
Tabela 2: Sntese dos resultados da anlise qualitativa das referncias dos participantes
quando questionados sobre os aspetos mais positivos e menos positivos do SIPAR.
Podemos perceber que, no que respeita aos aspetos positivos, o principal destaque
a possibilidade de partilha e reflexo conjunta que o Seminrio parece ter
proporcionado e que foi bastante valorizada pela audincia (24% das referncias a
pontos fortes so relacionadas com esta dimenso). Tambm a abrangncia do
modelo de observao de pares a outros contextos foi bastante ressaltada pelos
participantes (12%), assim como a pertinncia da temtica do Seminrio (10%). No
que aos aspetos menos positivos diz respeito, verificou-se que as questes relativas
gesto e limitao de tempo so as mais referidas. Assim, a gesto do tempo, em
particular as questes ligadas aos atrasos de algumas apresentaes ou extenso de
outras, foi um dos aspetos mais referidos (18%). Ainda relacionado com a questo
temporal, outro fator muito referido pelos participantes como menos positivo foi o
tempo limitado para debate (15%), que no permitiu, na opinio de alguns
participantes, o aprofundamento e discusso das temticas abordadas. A extenso do
programa foi tambm referida por alguns participantes como um aspeto menos
positivo (8%).
58
O Seminrio tornou claro que um dos objetivos principais do De Par em Par foi a
melhoria de uma das dimenses do trabalho docente: a dimenso pedaggica. Vrios
oradores chamaram a ateno para o distanciamento frequente entre a capacidade
cientfica dos docentes do Ensino superior e a sua proficincia pedaggica.
[valorizao da pedagogia no Ensino Superior]
Quando confrontada com a experincia apresentada no SIPAR, centrada na
observao de pares como estratgia de melhoria, a minha primeira reflexo
remeteu para o facto de existirem objetivos comuns entre os docentes,
diretamente relacionados com as suas prticas pedaggicas, ainda que
situadas em contextos profissionais distintos (se pensarmos nas diferentes
reas cientficas). [Parecer 10]
Outro aspeto posto em relevo pelos especialistas diz respeito aos benefcios da
partilha que a observao de pares permite e seus efeitos na melhoria das prticas
pedaggicas.
O Seminrio Interinstitucional de Partilha Pedaggica (SIPAR) teve a
participao de outras instituies, que no apenas da Universidade do Porto,
e de vrios docentes e investigadores que contriburam para a reflexo sobre
as potencialidades da observao de prticas de ensino como instrumento de
partilha de experincias formativas no ensino superior. Foram muitos os
oradores convidados que apresentaram os resultados obtidos em projetos
semelhantes, dando voz a algumas experincias de observao de prticas
pedaggicas quer de ndole mais formativa, quer de investigao ou de
produo de conhecimento, que, de alguma forma, permitiram fazer um
balano das potencialidades e dos aspetos que poderiam ser sujeitos a aes
de melhoria no projeto De Par em Par. [Parecer 2]
O terceiro aspeto que foi valorizado pelos especialistas, e que necessrio como
sustentculo da validao do modelo, diz respeito produo de conhecimento que
enquadre e sustente o modelo de forma distintiva.
62
Os pareceres do conta dessa possibilidade, que tem sido tambm uma preocupao
da equipa, que j desenvolveu investigao a partir dos dados recolhidos pelo
projeto De Par em Par nos seguintes aspetos especficos:
5. CONCLUSO
O texto props-se contribuir para a validao externa do modelo de observao de
pares interdisciplinar, como modo de formao pedaggica dos professores do ensino
superior. Para o efeito foram analisados os pareceres, sobre a implementao do
modelo, tal como est a ser desenvolvida pelo De Par em Par na U.Porto desde
2009, produzidos por diversos professores do ensino superior portugus, com
responsabilidades educativas e currculo investigativo nas temticas associadas
formao de professores e ao ensino superior. O presente texto sumariou essa anlise
e identificou as caratersticas do modelo que foram consideradas importantes para
cumprir o desgnio da formao contnua dos professores do ensino superior.
Identificaram-se tambm as suas fragilidades e aspetos passveis de desenvolvimento
no futuro.
6. AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem FCT e DGES.
7. REFERNCIAS
Bell, A., & Mladenovic, R. (2008).The benefits of peer observation of teaching for
tutor development. Higher Education, 55(6), 735752.
McMahon, T., Barrett, T., & O'Neill, G. (2007). Using observation of teaching to
improve quality: finding your way through the muddle of competing conceptions,
confusion of practice and mutually exclusive intentions. Teaching in Higher
Education, 12(4), 499-511. doi: 10.1080/13562510701415607
Mouraz, A., Lopes, A., Ferreira, J. M., & Pgo, J. P. (2012). De Par em Par na UP:
O potencial formativo da observao de pares multidisciplinar. Revista
Portuguesa de Investigao Educacional, 12, 77-97.
Mouraz, A; Lopes, A, & Ferreira, JM. (2013). Higher education challenges to teaching
practices: perspectives drawn from a multidisciplinary peer observation of
teaching program. International Journal of Advance Research, 1(6), 377-386.
Pinto, D.; Torres, A.; & Marinho, V. Mouraz, A. ; Pgo, JP. (submetido)
Disseminao do conhecimento na investigao em Educao: avaliao de duas
estratgias no mbito de um projecto. Revista Portuguesa de Educao.
Resumo
O captulo reporta os resultados de um projeto, em desenvolvimento,
sobre o estudo paralelo e comparativo da utilizao de CLIL (abordagem
integrada de contedo e lngua) em cinco institutos politcnicos
portugueses, objeto de uma subveno da FCT, durante sete meses, para
Partilha e Divulgao de Experincias em Inovao Didtica no Ensino
Superior Portugus. O estudo, que decorre desde 2013, subdivide-se em
trs etapas de investigao: a primeira, que decorreu em 2013-2014,
consistiu num levantamento de necessidades em diversas instituies do
ensino superior de modo a perceber a receptividade das mesmas para
aceitao de modalidades de ESP (ensino de ingls para fins especficos),
EMI (utilizao do ingls como lngua de ensino) ou abordagens CLIL,
como estratgias de apoio sua internacionalizao. Durante a segunda
etapa de investigao, que decorreu em 2014-2015, construiu-se uma
comunidade de prtica entre as diversas instituies de ensino superior
politcnico envolvidas no projeto. O captulo relata essencialmente como
se constituiu esta comunidade, como foi apoiada e desenvolvida, os
recursos criados e partilhados, as linhas de orientao que apoiaram o
trabalho interativo e colaborativo de um grupo de professores de lngua
estrangeira e de professores de outras reas cientficas no
desenvolvimento de mdulos CLIL. Descrevem-se outras aes
concomitantes ao desenvolvimento da comunidade de aprendizagem CLIL,
como sejam a escrita colaborativa de um Guia de Formao de
Formadores CLIL por um grupo de professores de lngua estrangeira, para
apoiar os cursos de formao implementados em cada instituto
politcnico; a investigao aplicada decorrente deste processo que
sublinhou: a importncia da constituio de comunidades de prtica CLIL
locais, apoiadas na ReCLes (Associao em Rede dos Centros de Lnguas
do Ensino Superior) enquanto comunidade de prtica mais alargada,
escala nacional; a importncia de tcnicas de scaffolding no ensino
superior por oposio ao scaffolding proposto para outros nveis de
ensino; e a utilizao de estratgias de identificao de terminologia no
contexto de prticas de CLIL ou TerminoCLIL. O captulo inclui ainda
alguns dados recolhidos na terceira etapa do projeto (2015-2016), durante
a qual se implementaram mdulos CLIL piloto; os dados foram recolhidos
tanto junto dos professores que os lecionaram, como junto dos alunos, e
incidiram sobre a recolha das suas reaes e percees aos mdulos CLIL
implementados. Estes so apresentados sob a forma de estudos de caso
em cada instituio de forma a evidenciar as perspetivas dos sujeitos
envolvidos.
66
this pilot phase. Participants should develop competences to teach confidently and
effectively in English and, following their training, assisted planning and preparation
of appropriate materials, they carry out individual CLIL modules with their own
students and with the constant support and monitoring of their respective English
language teaching specialist. The project received support from FCT for a seven-
month period as potential best practice in higher education in the third and final
research phase of the three-year project (2013-2015), which gained momentum
through participating researchers of the member institutions of the Association of
Language Centers in Higher Education in Portugal (ReCLes.pt).
The second phase of the project (July 2013 to September 2014) was designated for
collaborative building of the theoretical/practical backbone of a national project
that would provide the required training for subject specialist teachers and English
language teaching specialists who would meet in CoP to fulfill the language learning
and teaching objectives determined in the first phase. To effectively promote an
integrated approach to acquiring competences in both language and specialty
studies, a review of the literature on CLIL revealed it to be an innovative area for
higher education, particularly in Portugal, lending further urgency to the creation of
a well-informed training manual and a guiding philosophy for promoting the CoP at
each participating HEI. The working draft of the ReCLes.pt CLIL Training Guide
Creating a CLIL Learning Community in Higher Education, now published at the end
of the third phase of research, aims at facilitating the creation of CLIL modules and
materials adapted to each particular course area and preferred collaborative modes
68
of each of the participating HEIs. The training manual also serves as a guide for each
of the local 10-hour training courses and provides myriad examples to support
another 20 hours dedicated to assisted preparation in the 1st semester of 2014-15 to
enable the subject specialists to gain competences in using cognitive and socio
constructive educational strategies to later implement a CLIL module with their own
students.
In the third phase (September 2014 to March 2015) the pilot study subject teachers
were trained to implement their CLIL modules with their own students, creating the
dual role of participant in community of learning and practice dedicated to
promoting CLIL pedagogy in higher education and subsequent materials design
followed by implementation of their own modules, which were observed and
monitored by the language teaching specialists.
Since CLIL is also based on a new paradigm: that of the language user, rather than
the language learner (Moore & Dooly 2010 cit. in Morgado & Coelho, 2013; Arau
Ribeiro, 2015), strategies are applied to base teaching on prior knowledge and needs
of the language user. This interdisciplinary and collaborative emphasis on FL use for
communication and learning through specific subject content requires that skills be
acquired to foster the communication and cultural discourses needed by students,
69
The integration of content and language was supported through three central
concepts that are discussed below: communities of practice, scaffolding, and
terminology. The first addresses the concern with shared meaning-making and a
common CLIL language among researchers and practitioners while the other two
address the fact that language skills cannot be unproblematically transferred from
one content area to the other and offer learning theories and pedagogies to be
negotiated and adapted to particular contexts.
The creation of CoP highlights learning as a fundamentally social situation that has to
be taken into consideration when implementing CLIL in HE (Moates, 2010). CLIL in HE
brings together several CoPs: English teachers and lecturers trained in a variety of
language teaching/learning strategies; teachers and lecturers of one or more content
subjects. The former needs to relate to the subject discourses and terminology,
while the latter needs to not only learn more about the target foreign language but
also consider strategies for empowering students for optimal study conditions in this
language.
2.2. SCAFFOLDING
Scaffolding is the building metaphor used in the CLIL context for describing the
cognitive and socio constructivist learning process through which teachers (or more
competent peers) provide temporary support to help language users to move forward
in their knowledge and to facilitate their understanding and production of language
or content. In general terms, scaffolding aims at empowerment and application of
these strategies and skills autonomously and helps learners to feel more confident
about their foreign language skills and adopt a more communicative approach to
language learning (Girbau & Welsh, 2012, 12). Gradually withdrawing scaffolds as
learners begin to demonstrate mastery of language and content, the teacher is also
assisting students to become more independent in the classroom and shifting the
responsibility for learning from themselves to the students.
Scaffolding works best when the teacher focuses on building on existing student
knowledge, skills, attitudes, interests and experience; repackaging information in
user-friendly manageable chunks; responding to different learning styles; fostering
creative and critical thinking; and challenging students to take another step forward
and not just coast in comfort (Mehisto, Frigols & Marsh, 2008, 29).
Although this review of the learning pedagogy theory is from the perspective of
language specialists, scaffolding may be incorporated into the formal structures of
knowledge and practices used by specialist teachers to register language and image
combinations, materials and resources, or abstract conceptualizations and technical
detail. Acquisition of competences for planning, monitoring, and self-assessing are
the benefits of scaffolding activities, which serve as tools to reach these objectives
that so clearly serve the Bologna model aiming for autonomy.
71
In the subsequent Knowledge Application stage, students will use previous knowledge
to examine a new situation in detail, especially to become more aware of the
knowledge field and begin to be able to link terms with their associated concepts.
Awareness of synonyms, polysemy, and levels of language will be heightened with
the discovery of the use of terms in context, weather by approaching the task by
focusing on a specific author or speaker, the degree of expertise or the purpose of
any given communication. TerminoCLIL scaffolds explanations of the differences in
72
In general, the starting point for TerminoCLIL is the carefully prepared or selected
CLIL material; these texts provide a stepping stone in a bottom-up learning approach
rather than casting the CLIL teacher as the expert who must validate all knowledge
acquisition at every stage.
3. METHODOLOGY
The pilot teacher training courses and subsequent preparation and implementation of
CLIL modules in each participating HEI derived considerable strength and impetus
through some guiding questions, especially due to its novelty in the Portuguese HE
system, namely: How do participants (students and subject specialists) perceive the
implementation of CLIL methodology and strategies? What (dis)advantages do they
recognize when using CLIL methodology? How have their attitudes and perceptions
changed during the training and implementation process?
The local CLIL CoP were sustained by joint research and best practice articulated
through the training guide, which provides practical examples of interactive and
73
Results of the training period were drawn on not only the CEFR self-assessment grid
but also pre- and post-training questionnaires, which focus on participants attitudes
to language learning, perceptions of their level of English language competences
required for teaching CLIL, and other teaching competences needed to develop the
pilot CLIL module. An additional final assessment grid contextualized CLIL in the big
picture, with the constant presence of teaching and learning logs for both the
subject and language specialists, which provided a forum to summarize their
thoughts in a one-paragraph entry regarding the experience after each training
session, covering reactions, attitudes, suggestions and comments.
CLIL module preparation and implementation was also scheduled for original
materials design or translation, adaptation, and/or assessment of materials to
determine adequate language levels. Another option was to invite the English
specialists to interact with the students during the CLIL module, acting as more than
researcher/observer, for example, in role plays or simulations, as a language and
culture consultant, or as a collaborative participant in the classroom activities to
offer more individualized scaffolding.
Data collection tools for the pilot CLIL modules aimed to assess the perceptions of
subject teachers and students on the CLIL experience through interviews,
questionnaires, and observation notes. Additional feedback was solicited when the
more recent views clashed with their previously professed beliefs.
The training courses identified the challenges of CLIL for subject/language teachers
and students alike. In addition to finding the effective balance of content and
language to student reactions to CLIL, student motivation and time management for
preparing CLIL classes for the student-centered and interactive CLIL pedagogy were
explored for their potential regarding a number of issues. These include assessment
concerns, students heterogeneous skills in the English language, a focus on the
terminology of a particular subject area, scaffolding and adapting resources and
materials, and discovering the appropriate classroom instruction style in English.
Despite the various subject areas and repertoires of experience with teaching in
English, subject teachers assigned significant value to CLIL strategies and teaching
75
competences learned first through the community practice and then through hands-
on experience in preparing/teaching the CLIL modules. They emphasize the urgency
of rethinking their own teaching material and teaching methods, the students needs
and student-centered approaches. Many highlight specific domain terminology as a
cornerstone in their class preparation and the resources that strengthen and
reinforce this knowledge. Designing and preparing appropriate scaffolding materials
were valued for their intrinsic motivation in student-centered interactive CLIL classes
and especially for increasing their own self-assurance in teaching through English.
The language specialist was recognized as a reliable co-teacher, team teacher or
valued helper during the class preparation stage and as an observer, lending
confidence throughout the implementation of the pilot module.
However, preparing CLIL classes was noted as a time-consuming task and it became
clear that, to teach through CLIL, the learning objectives must be more strictly
selected since the dual goal of acquiring competences in the specialty subject and
developing the language competence means that less content will be covered than
through the mother tongue. Despite these sacrifices, teachers felt comfortable
working with students in their CLIL modules, demonstrating elevated confidence
levels in both their teaching and language skills.
Students registered the gamut from initial rejection of the unknown and surprise to
venturing enthusiasm and full engagement in learning in and through English to
better contribute to their education, to being able to work and study in international
environments and to develop their intercultural awareness. Regardless of their
English level, the overwhelming majority claimed that they would like to continue to
meet the challenge of studying through CLIL modules, especially with the help of
scaffolded materials.
Student needs and expectations were taken into consideration as was assessment of
their level of English and situated knowledge. An important finding in terms of their
perceptions is that student English levels are actually higher than what they report in
self-assessment. The CLIL scaffolding techniques and interactivity planned into the
classroom seem to account for this enhanced student understanding of content
through and in English and other issues related to intercultural awareness and
plurilingualism may be involved.
An important lesson for future CLIL planning and training for teachers is that student
receptivity to the pilot CLIL modules varies with the way the CLIL model is initially
presented; the most effective introductions involve either clearly including
76
themselves in the challenge of learning, teaching, assessing English and the subject
through the CLIL method or emphasizing the pride derived from the participation in
an innovative and challenging national HE project. The strength of conviction for
these presentation styles followed naturally from the respect and common ground
negotiated between subject teachers and language teaching specialists within the
communities of learning where the emphasis was on practice over theory (Jacobs,
2015, 26).
To conclude, it is important to note that the results for this extensive parallel and
comparative study, obtained through careful cross-examination of the data collected
throughout the pilot training courses and the process of implementation of the
specialists individual CLIL modules, simultaneously considered the multiple
perspectives of the participants: i) the subject specialists who first received training
in their local CoP then went on to teach their students through CLIL; ii) the HE
students participating for the first time in a CLIL module; and iii) the English
language teaching specialists, who had initially participated in their own learning
community to collaboratively research and write the training guide and then led the
pioneering CoP, assisted in the design of materials for the CLIL modules, and finally
observed and monitored the CLIL module experiences. The assessment of these CLIL
agents in their varying roles has implied a great deal of qualitative and quantitative
data that is still being processed and will surely provide additional significant insight
on the strengths and limitations of the project.
5. CONCLUSIONS
The challenges to the future implementation of CLIL in Portuguese HE reside
primarily at the institutional macro level since a clear definition of language and
internationalization policies in HE must provide the necessary framework for CLIL to
thrive and, simultaneously, contribute to the success of these policies.
The results of this extensive study suggest that policy could be based on the
following aspects: i) the essential conditions for maintaining CLIL CoP; ii) the specific
goals, benefits and challenges for implementing CLIL (for the HEI themselves, for
staff and for students); iii) the form of needs analysis to be undertaken (e.g. student
FL level, student motivation, subject specific goals and learning outcomes); iv)
77
The initial collaborative research and learning among the language specialists across
ReCLes.pt to share research, best practice, and results was a precursor to the
creation of CLIL CoP in each HEI. This successful and innovative strategic activity
fostered skills for teaching in English among subject teachers in HEI, developed
cooperative work among subject and FL teachers, and contributed to creating a
sustainable international environment in HE with conditions for an effectively
integrated and balanced representation of language and content through the
publication of the training guide. On a cultural level, the CoP created within this
ReCLes.pt CLIL pilot study would appear to represent the first step toward bridging
the status inequalities that exist between language specialists and subject specialists
within HEIs, moving towards a cooperative model which requires further research in
its multiple models in tandem teaching and support teaching, among others.
Internationally, the ReCLes.pt CLIL research team will foster further collaboration
between language teachers and content specialists in HE contexts through ERASMUS+
teacher mobility and European projects with the 321 university network partners in
CercleS (the European Confederation of Language Centers in Higher Education).
6. ACKNOWLEDGEDMENTS
Our deepest gratitude goes to the participants in the pilot CLIL-ReCles.pt
communities of practice at each HEI: ESHTE; IPB; IPCB; IPG; IPP; IPP-ISCAP.
Partially financed by the FCT. This approved project, led by the IPCB, is identified as
CLIL: a parallel and comparative study in higher education (FCT: 03/ID/2014.
Process 14 7 345).
78
7. REFERENCES
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Investigao e Ensino
Clara Vasconcelos1, Paulo Fonseca2, Rui Moura1,
1
Departamento de Geocincias, Ambiente e Ordenamento do Territrio; Faculdade
de Cincias da Universidade do Porto; Instituto de Cincias da Terra.
2
Departamento de Geologia; Faculdade de Cincias da Universidade de Lisboa;
Centro de Geologia da Universidade de Lisboa.
3
Escola Superior de Educao de Lisboa.
Resumo
Numa perspetiva de ensino orientado para a investigao, dado que desde
a segunda metade do sculo XIX os curricula incorporam o ensino das
cincias no s para desenvolver conhecimento substantivo mas tambm
capacidades investigativas, desenhou-se um projeto apoiado na
aprendizagem baseada na resoluo de problemas integrando a
modelao. Aps a construo de quatro modelos geolgicos (dois no
anlogos, um anlogo e uma rplica histrica), estes foram utilizados para
lecionar uma aula na prpria instituio dos docentes que o construram e
nas outras duas instituies participantes no projeto (Faculdade de
Cincias da Universidade do Porto, Faculdade de Cincias da Universidade
de Lisboa e Escola Superior de Educao de Lisboa). Para alm da
planificao das aulas lecionadas (total de trs aulas), um questionrio
elaborado e validado, com a inteno de avaliar o impacto da modelao
apresentada aos estudantes das trs instituies, foi aplicado antes e
aps a lecionao. Partindo-se de uma amostra de convenincia com o
total de 37 participantes (N=37) repartidos por trs instituies de ensino
superior, o estudo quasi-experimental revelou algum impacto positivo na
compreenso dos estudantes do papel da modelao e na classificao
dos modelos, quer como dispositivos para a investigao quer para o
ensino da geologia. No obstante, ficou clara a necessidade dos
estudantes necessitarem de mais tempo e de mais tarefas para uma mais
significativa aprendizagem e transferncia do aprendido para novas
situaes. Por outro lado, o recurso ao preenchimento pelos estudantes
do V de Gowin, no final de cada atividade de modelao, constituiu uma
tarefa de sntese e clarificao de conhecimentos e procedimentos
cientficos. Como objetivo ltimo, perspetiva-se disseminar os resultados
e concluses obtidos e expectar a sua divulgao junto da comunidade
educativa do ensino superior portugus.
Palavras chave: ensino superior, geologia, inovao didtica,
investigao, modelao, partilha.
82
Abstract
Since the second half of the XIX century, science teaching is a compulsory
subject of the curricula with the intention to teach scientific knowledge
as well as scientific processes. In an inquiry-based teaching approach a
study was developed supported in a problem-based learning methodology
and aligned with modelling activities. Four models were built and used to
teach a lesson in each projects participant institution (Faculdade de
Cincias da Universidade do Porto, Faculdade de Cincias da Universidade
de Lisboa e Escola Superior de Educao de Lisboa). Besides the plan of
the lectures given (total of three), a questionnaire, elaborated and
validated with the intention to evaluate the impact of the lectures in the
students of the three institutions, was applied before and after the
intervention. The convenient sample had a total of 37 participants (N=37)
that were divided into the three institutions of higher education. The
quasi-experimental study carried on revealed a positive impact in
students understanding of the role of modelling and in the classification
of the models as apparatus to do research or as educational resources.
Nevertheless it was clarified the need of more time and of more tasks so
that students could acquire a meaningful learning and be able to transfer
knowledge to other situations. On the other hand, the use of the Vee of
Gowin in the end of each modelling activity represented a task for
synthesis and clarification of knowledge and scientific processes. As the
last aim, the project had the intention to contribute to the dissemination
of the results and of the conclusion obtained throughout the educational
community of the higher education in Portugal.
Keywords: educational innovation, higher education, geology, modelling,
research, sharing.
1. INTRODUO
A geologia, reconhecida como uma cincia eminentemente de campo, s no sculo
XIX adquire carter laboratorial, aps James Hall ter recorrido a modelos
experimentais para simular processos de formao de cadeias montanhosas, para
explicar a origem de dobras ao longo da costa este da Esccia. Estes modelos,
rapidamente designados de anlogos, surgiram inicialmente no sc. XIX em museus
com carter esttico e fins didticos. Posteriormente evoluram para aparatos
experimentais dinmicos dimensionados com regras de proporcionalidade, que lhe
conceberam, gradualmente, o estatuto de representativos de fenmenos naturais. A
geologia experimental seguiu um avano lento expectvel, assim como os estudos
relativos escala necessria nos modelos experimentais.
De acordo com Mota (2011) foi em 1946 que Georges Zbyszewski (1909-1999), um
gelogo Francs que trabalhava nos Servios Geolgicos de Portugal, realizou os
primeiros anlogos experimentais no nosso pas. Responsvel por estudar o vale
tifnico na regio central de Portugal, ter retomado o recurso ao desenvolvimento
de modelos fsicos anlogos, estudo que iniciara em Frana. Contudo, esta tentativa,
idiossincrtica e um pouco descontextualizada no tempo, s obteve seguidores em
Portugal cerca de 40 anos depois. O LATTEX (Laboratrio de Tectonofsica e
Tectnica Experimental) criado em 1990, foi fundado pelos Professores Universitrios
Antnio Ribeiro, Rui Dias, Paulo Fonseca e Alexandre Arajo, com a inteno de
desenvolver trabalhos de modelao. Integrado no Instituto D. Lus em 2002, acaba
por ser extinto em 2003. No mesmo ano, o Professor Paulo Fonseca inaugura o
86
Alguns autores, como Craver (2006), referem que os modelos em cincias podem
permitir fazer previses, podem demonstrar surpreendentes e no intuitivos efeitos
ou podem mesmo servir para fornecerem explicaes sobre processos. Mas na
realidade a modelao em geologia traz consigo algumas dificuldades
epistemolgicas difceis de ultrapassar, facto que poder ter justificado a sua difcil
aceitao e prosseguimento dos trabalhos na rea aps os modelos de Georges
Zbyszewski. Oreskes (2007), alerta para o facto de durante uma experimentao ser
possvel demonstrar que uma certa hiptese pode ter causado um efeito, mas a
relao causal pode no ser verdadeira, isto , outras causas podem levar ao mesmo
efeito. Por outro lado, se o modelo no for integralmente anlogo, sabemos que a
repetio de uma experincia nem sempre permitir obter resultados exatamente
iguais. Sem modelos anlogos, dificilmente conseguimos laboratorialmente
estabelecer analogias perfeitas e, por isso, repetveis ou reiterveis. Os modelos no
anlogos no apresentam fiabilidade. O mesmo sucede na natureza o mesmo efeito
pode ter sido/ou vir a ser originado por causas diferentes. Por essa razo,
consideramos trabalho experimental no ensino da geologia (ensino bsico e
secundrio) sempre que manipulamos variveis, mesmo que a repetio da
experincia no permita a obteno na ntegra de efeitos exatamente iguais. Mais
ainda, a mesma autora reala que mesmo os anlogos fsicos e os modelos numricos
usados na investigao, no devem ser usados para confirmar um acontecimento
passado, nem prever um efeito futuro. Mesmo que se faam muitos testes e se
confrontem com anlogos naturais, as evidncias obtidas com os modelos devem
apenas fortalecer e nunca validar hipteses em estudo. Todas as previses sero
sempre possveis falcias (Oreskes, 1994), quer pelo no controlo total das variveis,
quer por uma outra hiptese poder explicar a evidncia verificada. Assim, para esta
87
3. METODOLOGIA DE ENSINO
Como referido desde o incio deste trabalho, seguimos uma perspetiva de ensino
orientada para a investigao (conhecida na literatura da especialidade como
inquiry-based teaching), pretendendo ensinar no s conhecimento substantivo, mas
desenvolver processos investigativos inerentes ao empreendimento cientfico.
Auxiliar os estudantes do ensino superior a compreenderem o raciocnio por analogia
e as capacidades investigativas, foi o objetivo principal deste estudo, aliado
compreenso do papel do modelo e da modelao na investigao e no ensino da
geologia. Assim, apoiando-nos numa metodologia por aprendizagem baseada na
resoluo de problemas, construmos quatro cenrios, que envolveram o
desenvolvimento de quatro atividades de modelao representadas na figura 2.
89
4. METODOLOGIA DE INVESTIGAO
O estudo seguiu uma metodologia quasi-experimental, apoiada numa amostra de
convenincia previamente definida e no recurso a um questionrio, construdo e
validado especificamente para a presente investigao.
PARTICIPANTES
A amostra de convenincia, definida no mbito da elaborao do projeto foi
constituda por 37 estudantes do ensino superior (N=37).
91
INSTRUMENTO
O questionrio usado no estudo quasi-experimental foi construdo e determinadas a
sua validade e fidelidade antes da aplicao. Foi administrado como pr e ps teste
antes e aps a interveno educativa. O processo de validao de contedo consistiu
na sua elaborao aps reviso de literatura e anlise por um painel de quatro
especialistas em ensino e investigao da geologia no ensino superior. Aps vrias
anlises e correes obteve-se o consenso tanto no que diz respeito ao que se
pretendia avaliar com as questes (validade) como nas respostas s mesmas
(fidelidade). Assim, concluiu-se quanto validade de contedo deste instrumento
que avalia conhecimentos e fidelidade em termos de acordo de observadores.
INTERVENO EDUCATIVA
As trs aulas foram lecionadas durante 3,5h, por uma questo de imposio horria
de uma das Unidades Curriculares envolvidas. Embora pudessem ter sido mais longas
possibilitando uma melhor clarificao de conceitos, por outro lado o tempo revelou-
se eficiente em termos de manter a ateno e motivao dos estudantes. Aulas mais
longas teriam certamente prejudicado a concentrao dos participantes. As aulas
foram ministradas por quatro docentes, dois da FCUL e dois da FCUP. Antes de se
iniciar a sesso, todos os materiais para a realizao da modelao estavam
previamente organizados. A todos os estudantes foi distribudo um cenrio com todos
92
RESULTADOS E DISCUSSO
Se por um lado a observao dos participantes durante o decorrer das aulas nos
permitiu verificar um esforo no acompanhamento das tarefas e tentativa de
compresso significativa dos contedos e das capacidades investigativas, as questes
colocadas pelos estudantes foram de um nvel cognitivo apenas razovel e distante
do que se pretende em estudantes do ensino superior. Para alm de questes
enciclopdicas, algumas foram de compreenso e poucas de avaliao ou tentativa
de explicar os processos a simular.
A
(nA= 17) Z=-1.336 p=-1.336
B
(nB=8) Z=-0.631 p=0.528
C
(nC= 12) Z=-1.590 p=0.112
TOTAL
(N=37) Z=-2.283 p=0.022
Tabela 3: Resultados do teste de Wilcoxon.
5. CONCLUSO
O valor heurstico dos modelos para o ensino reconhecido e valorizado na formao
inicial de professores de algumas Universidades Portuguesas, fazendo-se claramente
a distino da sua natureza da dos que pretendem ser modelos para a investigao
geolgica. Sendo frequente a sua referncia em manuais escolares, no neles
explicado o seu valor enquanto recurso de investigao ou de ensino. Geram
frequentemente concepes alternativas, que nem mesmo os professores conseguem
diagnosticar. Nesse sentido, este estudo de partilha e inovao didtica pretendeu
conciliar trabalhos de modelao em geologia dirigidos para a investigao e,
reduzindo os custos e o tempo da sua produo, utiliz-los como modelos para o
ensino. Mesmo no mantendo as condies de analogias requeridas para serem
94
6. AGRADECIMENTOS
O estudo foi financiado no mbito dos Projetos de Partilha e Divulgao de
Experincias em Inovao Didtica no Ensino Superior Portugus, financiados pela
FCT, correspondendo ao processo 113/ID/2014. Agradecemos a cedncia gratuita das
imagens da coleo do Professor John Milne, que se encontram atualmente no
Carisbrooke Castle Museum na Ilha de Wight. Agradecemos, ainda, a dois
ilustradores, Jos Dos Santos e Ana Freitas, pelas imagens elaboradas. Um
agradecimento final e muito especial estudante de Doutoramento, Joana Torres,
pelo acompanhamento no desenvolvimento do projeto, pelas fotografias e pelas
filmagens que recolheu.
7. REFERNCIAS
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novembro 2014, (pp. 2571-2577).
97
Resumo
Esta comunicao visa apresentar os resultados do projeto Pensar e
Partilhar Prticas de Qualidade no Ensino Superior, desenvolvido entre
outubro de 2014 e abril de 2015, com financiamento da FCT no mbito do
concurso Partilha e Divulgao de Experincias em Inovao Didtica no
Ensino Superior Portugus. Coordenado pela Universidade de Aveiro, e
com a colaborao da Universidade do Minho, da Universidade Aberta, do
Instituto de Educao da Universidade de Lisboa, e da Escola Superior da
Educao de Santarm, este projeto teve como objetivo geral partilhar e
divulgar experincias e prticas em curso em IES (Instituies de Ensino
Superior) nacionais. Neste mbito, realizaram-se 5 sesses temticas com
o objetivo especfico de identificar e abrir espaos de debate na rede de
IES criada sobre: (i) prticas implementadas de tutoria/orientao
tutorial que tm como objetivo a integrao do estudante no ensino
superior e a otimizao do seu sucesso acadmico e bem-estar pessoal e
social; (ii) oportunidades e competncias na utilizao das TIC em
diferentes ambientes de aprendizagem e na criao de recursos para a
realizao de aprendizagens autnomas; (iii) prticas adotadas para o
desenvolvimento de competncias pessoais do estudante, capazes de
complementarem as aprendizagens curriculares e reforarem a
empregabilidade; e (iv) abordagens pedaggicas de incluso adotadas
pelas IES face diversificao dos pblicos. Para alm das prticas
partilhadas no quadro das temticas abordadas, o presente projeto
permite uma reflexo sobre os efeitos e as potencialidades de um
trabalho em rede na melhoria das prticas no ensino superior. Neste
sentido, so referidas possibilidades de colaborao futura entre os
diversos agentes educativos que fazem parte integrante das IES da rede
em reas j identificadas, bem como discutidas a eventual
transferibilidade e aplicabilidade dos resultados encontrados a diferentes
domnios e contextos cientficos.
Palavras chave: Competncias transversais, Prticas de qualidade,
Pblicos diversificados, Tutoria/Orientao Tutorial, Utilizao das TIC
Abstract
This paper presents the results of the project: Pensar e Partilhar Prticas
de Qualidade no Ensino Superior (Planning and Sharing Quality Practices
in Higher Education), developed between October 2014 and Abril 2015
with the financial support of the FCT (Portuguese Science and Technology
Foundation). The main aim of this project, coordinated by the University
98
1. CONTEXTO
O presente projeto teve como ponto de partida o trabalho realizado na Universidade
de Aveiro (UA) na sequncia da participao no projeto SPEAQ Sharing Practice in
Enhancing and Assuring Quality in Higher Education (Project N 517706-LLP-1-2011-1-
UK-ERASMUS-EMGR, http://speaqproject.wordpress.com/) que visava aprofundar o
entendimento sobre a forma como os processos de garantia e melhoria de qualidade
so vistos e experienciados dentro das Instituies de Ensino Superior (IES), projeto
este que envolveu a participao de 11 entidades europeias parceiras. Tendo sido o
objetivo do SPEAQ partilhar vises e, sobretudo, divulgar caminhos e aes concretas
das IES no processo da qualidade, o projeto envolveu, como componente central, trs
crculos distintos de parceiros: estudantes, docentes e gestores da qualidade
(administrativos e acadmicos).
Incluso/Integrao de pblicos
Universidade do Minho
diversificados 20/03/2015
Sesso de abertura
14:30 Apresentao do projeto e da sesso
Reitor da Universidade de
Gillian Moreira (UA)
Aveiro
Das principais notas, ideias ou respostas enunciadas para cada uma das questes
parece ser consensual a responsabilidade das IES em contribuir para a promoo
deste tipo de competncias. No obstante a importncia do estmulo das
competncias transversais no contexto pessoal e familiar, continua a ser dever destas
instituies promover as condies e fornecer os meios para que os estudantes
desenvolvam, em igualdade de circunstncias, tais competncias, indispensveis
tanto no exerccio profissional quanto no da cidadania. Da discusso resultaram
algumas ideias a destacar:
nas IES e atravs do recurso a atividades administradas fora das instituies, como
sejam estgios ou workshops.
Sesso de abertura
14:30 Apresentao do projeto e da sesso
Reitor da Universidade
Gillian Moreira (UA); Teresa Cardoso (UAb)
Aberta
Sntese e Concluses Teresa Cardoso (UAb), M Antonieta Rocha (UAb) e Ana Sofia Pinto
17:30
(UL/IE)
Tabela 3: Programa da sesso - Utilizao das TIC no ensino superior: oportunidades e
desafios.
Instituio
Orgos de gesto Anlise das dificuldades dos estudantes no acompanhamento das aulas e
pedaggica implementao de medidas que permitam colmat-las (P15)
Professores Flexibilidade quanto assiduidade (P15)
Possibilidade de realizao individual dos trabalhos (P15)
Aulas tutoriais para resoluo de dvidas (P15)
Estudantes Consciencializao dos estudantes tradicionais para a realidade dos estudantes
maiores de 23 (P15)
Tabela 10: Estratgias de incluso/ integrao: Trabalhadores estudantes.
110
2.4. TUTORIA(S) E/OU ORIENTAO TUTORIAL: QUE OBJETIVOS ? QUE PRTICAS? QUE
POTENCIALIDADES ? QUE LIMITAES ?
Tabela 13: Programa da sesso - Tutoria(s) e/ou orientao tutorial: que objetivos? Que
prticas? Que potencialidades? Que limitaes?
Desta forma, a sesso constitui-se como oportunidade para discutir algumas das
questes pertinentes levantadas nas quatro sesses presenciais e propor ideias para a
implementao de melhorias em diferentes instituies, e a diferentes nveis, como,
por exemplo: o desenho de um programa de desenvolvimento sistemtica de
competncias transversais entre estudantes dos primeiros anos na Universidade de
Aveiro; a realizao de um estudo sobre os estudantes com necessidades educativas
especiais numa licenciatura da Universidade do Minho, e a implementao de
estratgias e propostas para a melhoria da incluso destes estudantes no prximo ano
letivo.
113
(https://docs.google.com/forms/d/1P8xyiJaWp1Z_CjkTL2behcOvevwkW0PdqbkGiJ1k
2o8/viewform?c=0&w=1&usp=mail_form_link).
O link de acesso a este espao foi enviado a todos os participantes nas diversas
sesses de trabalho, com a indicao de que o mesmo visa recolher as prticas que
foram apresentadas ao longo das sesses de partilha e outras que se consideram
relevantes com vista a alimentar um espao online de discusso e divulgao de
prticas, previsto como objetivo do referido projeto. Por forma a aumentar a
divulgao e partilha, foi solicitado a todos os que participaram nas sesses, que
divulgassem o formulrio entre outros potenciais contribuintes para esta recolha.
4. CONCLUSES
Para alm das prticas partilhadas no quadro das temticas abordadas, o presente
projeto permite uma reflexo sobre os efeitos e as potencialidades de um trabalho
em rede na melhoria das prticas no ensino superior. Neste sentido, foram
permanentemente referidas possibilidades de colaborao futura entre os diversos
agentes educativos que fazem parte integrante das IES da rede nas reas j
identificadas, bem como discutidas a eventual transferibilidade e aplicabilidade dos
resultados encontrados a diferentes domnios e contextos cientficos.
5. AGRADECIMENTOS
Agradece-se o apoio financeiro da FCT (Fundao para a Cincia e a Tecnologia)
atravs do projeto Partilha e Divulgao de Experincias em Inovao Didtica no
Ensino Superior Portugus, bem como a disponibilidade de todos os que participaram
ativamente no desenvolvimento deste projeto, e o apoio das instituies que
acolheram as sesses.
6. REFERNCIAS
Alarco, I. (2009). Prefcio. In I. Huet, N. Costa, J. Tavares, & A.V. Baptista (Eds.),
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Resumo
Pelo terceiro ano consecutivo todos os alunos do primeiro ano da
Faculdade de Cincias e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa
(FCT/UNL) frequentaram no Perodo Intercalar, inserido no Novo Perfil
Curricular da FCT/UNL, a unidade curricular CTCT - Competncias
Transversais para Cincias e Tecnologia, parcialmente financiada, nesta
terceira edio, por meio do projeto Competncias Transversais para
Cincias e Tecnologia, Processo 159/ID/2014, no mbito do Programa de
Partilha e Divulgao de Experincias em Inovao Didtica no Ensino
Superior Portugus. Apresenta-se neste documento um resumo do
funcionamento da unidade curricular.
Palavras-chave: FCT/UNL; competncias transversais, soft skills
Abstract
For the third consecutive year every 1st year FCT-UNL student attended
the course CTCT - Competncias Transversais para Cincias e Tecnologia
during the Interim Term. This third edition was partially funded through
the project Competncias Transversais para Cincias e Tecnologia,
Processo 159/ID/2014, under the aegis of the Programa de Partilha e
Divulgao de Experincias em Inovao Didtica no Ensino Superior
Portugus Programme. In this document the authors present a brief
description of the aforementioned course.
Keywords: FCT/UNL; Transversal Competencies; Soft Skills.
1. INTRODUO
A Faculdade de Cincias e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT/UNL) foi
criada em Novembro de 1977, contando em 2015 com 14 Departamentos (Cincias e
Engenharia do Ambiente, Cincia dos Materiais, Engenharia Mecnica e Industrial,
Fsica, Informtica, Matemtica, Qumica, Cincias da Terra, Cincias da Vida,
Engenharia Eletrotcnica, Engenharia Civil, Cincias Sociais Aplicadas, Conservao e
Restauro, Cincias e Tecnologia da Biomassa), 14 centros de investigao
reconhecidos pela Fundao para a Cincia e a Tecnologia (dos quais 3 classificados
com "excecional" e 4 com excelente), 535 docentes e investigadores e 169
funcionrios. A FCT/UNL serve uma comunidade estudantil de mais de 7500 alunos
dos quais cerca de 1400 so alunos de ps-graduao (mestrado e doutoramento). Os
alunos de primeiro e segundo ciclo distribuem-se por uma grande variedade de cursos
de Licenciatura com trs anos de durao (Biologia Celular e Molecular, Bioqumica,
118
CONTEDOS PROGRAMTICOS
De forma sensibilizar os alunos do primeiro ano da FCT/UNL para a necessidade de
aumentarem as suas competncias transversais e potencializarem a sua
empregabilidade no futuro, a disciplina apresenta cinco reas temticas semanais:
CORPO DOCENTE
Em 2014/15 a Comisso Coordenadora de CTCT foi constituda por 5 docentes, com
experincia na UC desde a sua criao. A Comisso desenvolveu as atividades de
preparao do funcionamento da UC entre setembro de 2014 e janeiro de 2015,
procedendo reviso dos materiais a utilizar na docncia das aulas prticas e
terico-prticas, e procedendo formao dos docentes sobre os contedos da UC e
o seu funcionamento. No Perodo Intercalar 4 dos Coordenadores lecionaram as
turmas terico-prticas (cada um, duas turmas), ficando o quinto Coordenador a
cargo da gesto da base de dados da avaliao dos alunos (ver Mtodo de Avaliao).
121
Os 33 turnos de aulas prticas foram lecionados por uma equipa de 33 docentes, dos
diversos Setores Departamentais da FCT/UNL. Os docentes foram indicados pelos
Presidentes dos vrios Departamentos envolvidos, tendo em ateno os perfis dos
mesmos, contexto intensivo da docncia desta UC e o contacto prximo dos docentes
com os alunos do 1 ano (60 horas em 5 semanas).
AVALIAO DE CONHECIMENTOS
Atendendo importncia pedaggica das atividade prticas propostas para a UC, a
avaliao contnua foi a soluo colocada disposio dos alunos no existindo
aprovao por exame final. Nas mais de 40 atividades de avaliao realizadas na UC
de CTCT, foram considerados um de trs tipos de avaliao de acordo com o carter
da atividade: binria (0 - no fez o mnimo; 1 - fez pelo menos o mnimo) para
atividades simples (cerca de 20), com trs nveis de avaliao (1 desempenho fraco;
2 desempenho mdio; 3 desempenho elevado) destinadas a atividades mais
estruturadas (cerca de 15) e, finalmente, com cinco nveis de avaliao (1
desempenho muito fraco; 2 desempenho fraco; 3 desempenho mdio; 4
desempenho bom; 5 desempenho muito bom) limitada a atividades complexas com
variados elementos passveis de serem avaliados (cerca de 10). Em todas as
avaliaes, a no realizao da tarefa correspondeu sempre ao valor zero.
122
Domnio de
Cotao -2,0 a 4,0 0a4 0 a 2,5 0 a 1,5 0 a 6,5 0 a 1,5
(valores)
RESULTADOS OBTIDOS
Dos 1114 alunos inscritos, constatou-se que 49 no frequentaram a UC (cerca de 4%).
Dos 1065 alunos que frequentaram as aulas, 26 no obtiveram Frequncia (cerca de
2,4% dos alunos que frequentaram), pelo que no puderam ser formalmente
avaliados. Dos 1039 alunos avaliados, 5 foram reprovados (i.e., uma taxa de
Reprovao de 0,5%), tendo-se obtido os resultados que observamos na Figura 1
seguinte:
300
250
200
150
100
50
0
R 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Sobre a assiduidade constata-se que apenas 16% dos estudantes reconhecem ter
faltado a alguma aula P ou TP sem qualquer motivo inultrapassvel ou justificvel
ver Figura 2.
124
3. CONCLUSO
A unidade curricular (UC) de Competncias Transversais para Cincias e Tecnologia
(CTCT) surgiu com a reformulao curricular dos cursos da FCT/UNL, que originou o
chamado Novo Perfil Curricular, que comeou a funcionar no ano letivo de
2012/13.
126
4. AGRADECIMENTOS
O Financiamento concedido ao projeto Competncias Transversais para Cincias e
Tecnologia, Processo 159/ID/2014, no mbito do Programa de Partilha e Divulgao
de Experincias em Inovao Didtica no Ensino Superior Portugus contribuiu para o
sucesso redobrado da edio 2014/15 de CTCT. Deseja-se que, adicionalmente, a
divulgao pblica desta UC no mbito do Programa de Partilha e Divulgao de
Experincias em Inovao Didtica no Ensino Superior Portugus possa traduzir-se na
compreenso da importncia do ensino das Competncias Transversais no Ensino
Superior, nomeadamente na rea das Cincias e Tecnologia.
5. REFERNCIAS
Angus, D. (2012). Development and Assessment of Generic Competences in
Engineering Degrees Through Creativity. Journal of Technology and Science
Education, 2(1), 2230. doi:10.3926/jotse.34
127
Lawlor, K. B. (2012). Smart Goals: How the Application of Smart Goals can Contribute
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Business Simulation and Experiential Learning, 39.
Lowden, K., Hall, S., Elliot, D., & Lewin, J. (2011). Employers perceptions of the
employability skills of new graduates. Edge Foundation 2011, 4 Millbank, London
SW1P 3JA.
128
129
Resumo
O estudo que se apresenta teve como principal finalidade identificar,
caracterizar e partilhar, a nvel de Instituies de Ensino Superior (IES),
aes desenvolvidas nos cursos de formao de profissionais de educao,
que potenciassem a promoo de competncias de planificao,
implementao e avaliao de prticas integradas de educao formal e
no-formal em cincias (PIEC).
O estudo contemplou todas as IES pblicas portuguesas que ofereciam
cursos de formao de professores com componente de cincias: 25 IES e
75 cursos. Como tcnica de recolha de dados optou-se pelo inqurito por
entrevista, dirigida aos coordenadores/diretores de curso (C/D). O
retorno foi de 72%. Os dados foram analisados com recurso tcnica de
anlise de contedo atravs de um sistema categorial misto.
Os C/D consideraram as PIEC muito importantes e afirmaram que os
estudantes tambm lhe reconheciam importncia para a sua formao,
considerando contriburem para o desenvolvimento dos seus
conhecimentos, capacidades, atitudes e valores. Apesar disso, 11% dos
inquiridos admite no se desenvolver PIEC em qualquer das Unidades
Curriculares (UC) dos cursos dos quais so responsveis. Em relao aos
outros cursos, so identificadas as UC onde essas prticas predominam,
assim como estratgias/atividades desenvolvidas. Relativamente
perceo dos C/D sobre a preparao dos estudantes para desenvolver
PIEC, nas suas futuras prticas profissionais, 65% afirma ser insuficiente.
Palavras chave: educao em cincias; educao formal e no formal;
ensino superior; formao de professores.
Abstract
The present study had as main purpose to identify, characterize and
share, at the level of higher education institutions (HEI), actions
developed in training courses for education professionals that promote
planning, implementation and evaluation of integrated practices of
formal and non-formal science education (IPSE).
The study included all Portuguese public HEI that offer teacher training
courses with science component: 25 HEI and 75 courses. For data
collection an interview survey, directed to the course coordinators /
130
directors (C / D) was used. The response was 72%. Data were analyzed
through content analysis using a mixed categorical system.
The C / D considered the IPSE very important and said that students also
recognized its importance to their training, considering its contribution to
the development of their knowledge, skills, attitudes and values.
Nevertheless, 11% of respondents admitted not to develop IPSE in any of
the curricular units of the courses for which they are responsible. For the
other courses, the curricular units where such practices predominate
were identified, as well as the strategies / activities developed.
Regarding the perception of the C / D on the preparation of students to
develop IPSE in their future professional practice, 65% claimed to be
insufficient.
Keywords: science education, formal and non-formal education, higher
education, teaching training
1. INTRODUO
As orientaes das polticas educativas internacionais tais como, a Estratgia Europa
2020, a iniciativa Juventude em Movimento (CE, 2010), o Quadro Estratgico EF
2020 (CUE, 2009), as Metas Educativas 2021 (Organizao dos Estados
Iberoamericanos [OEI], 2010) so unnimes na definio das prioridades: (i) melhorar
a qualidade de educao garantindo as competncias essenciais e a excelncia; (ii)
melhorar a formao inicial e contnua de professores; (iii) reforar a investigao
cientfica e (iv) promover oportunidades de educao ao longo da vida.
Apesar disso, so muitos os estudos que sugerem uma preparao deficitria dos
professores para a planificao, orientao e avaliao de visitas de estudo a espaos
de educao no-formal, sendo a preparao do pr e do ps visita inexistente ou
incipiente (Faria & Chagas, 2012; Guisasola & Morentin, 2007; Jarvis & Pell, 2005;
Rodrigues, 2011). Assim, o que se tem verificado que as visitas escolares so
demasiado apoiadas nas propostas dos prprios Centros de Cincia (Falk, Storksdieck
& Dierking, 2007; Tal & Morag, 2007), ficando, por vezes, desarticuladas do currculo
escolar (Guisasola & Morentin, 2007; Kisiel, 2006).
tendo por base esta problemtica que este artigo d conta de um estudo realizado
a nvel nacional que teve como objetivo identificar, caracterizar e partilhar a nvel
de Instituies de Ensino Superior (IES), as aes (ex. definio de objetivos,
estratgias, atividades) desenvolvidas nos cursos de formao de profissionais de
educao, que potenciassem a promoo de competncias no sentido da
planificao, implementao e avaliao de Prticas Integradas de Educao Formal
e No-formal de Cincias (PIEC). Definindo-se assim a seguinte questo orientadora
da investigao: "Como que as IES responsveis pela formao de professores
promovem/devem promover nos estudantes competncias no sentido da
planificao, implementao e avaliao de prticas integradas de educao formal
e no-formal de cincias?"
132
- O ensino, dado o seu carcter sempre intencional, nunca poder ser de cariz
informal. Considera-se apenas que possa ser formal (havendo inteno de ensinar
tendo por base os programas nacionais oficiais) ou no-formal (havendo inteno de
ensinar tendo por base objetivos que no fazem necessariamente parte dos
programas nacionais oficiais).
3. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS
De acordo com a questo/finalidade de investigao visou-se identificar,
caracterizar, partilhar e intervir nas prticas desenvolvidas pelas IES na formao de
profissionais de educao com vista ao incremento de PIEC. Para tal comeou-se por
fazer o mapeamento dos cursos de Licenciatura em Educao Bsica (LEB) e
Mestrados relacionados com o ensino das cincias das Instituies Pblicas de Ensino
Superior Portuguesas (incluindo as ilhas), a saber: Mestrado em Educao pr-escolar
e/ou Ensino do 1. CEB; Mestrado em ensino do 1. e 2. CEB; Mestrado em Ensino de
Biologia e Geologia no 3. CEB e secundrio; Mestrado em Ensino de Fsica e Qumica
no 3. CEB e secundrio; Mestrado em Ensino de Matemtica no 3. CEB e secundrio.
Na tabela 1 apresentam-se os 75 cursos identificados nas 25 IES portuguesas que
oferecem este tipo de curso.
Cursos
Tabela 1: Nmero de cursos de LEB e Mestrados relacionados com o ensino de cincias das
IES portuguesas.
Para a recolha dos dados optou-se pelo inqurito por entrevista atravs do contacto
aos responsveis de curso (Coordenador/a e/ou Diretor/a) no sentido de
responderem entrevista, recorrendo, sempre que necessrio, participao de
outros docentes do curso.
138
Para a anlise dos dados obtidos, a partir da entrevista, e tendo por base o
enquadramento terico e conceptual da investigao, a questo e finalidade que a
guiam recorreu-se tcnica de anlise de contedo, com recurso ao software
WebQDA. O instrumento de anlise concebido assumiu a forma de sistema de
categorias. Este sistema de categorias foi elaborado usando um processo misto
(indutivo-dedutivo) e contempla as seguintes macro categorias de anlise: (1)
Importncia de PIEC na formao de professores; (2) Existncia de PIEC no curso; (3)
Prticas de PIEC desenvolvidas nos cursos; (4) Perceo dos estudantes sobre a
importncia das PIEC; (5) Perceo dos docentes sobre a preparao dos estudantes
para o desenvolvimento das PIEC; (6) Constrangimentos ao desenvolvimento das PIEC
nos cursos de formao de professores;(7) Sugestes para o desenvolvimento das PIEC
nos cursos de formao de professores.
139
Das 25 IES inquiridas, 92% deram resposta entrevista referente a pelo menos 1
curso, ou seja s no se obteve qualquer resposta de 2 IES (Tabela 4).
Nmero total de IES inquiridas Resposta de pelo menos um curso Resposta de todos os cursos
25 92% 44%
Assim, foram analisadas as respostas das entrevistas dos 54 cursos tendo por base o
instrumento de anlise concebido. Apresentam-se de seguida os resultados por
dimenso de anlise.
No que respeita dimenso de anlise Existncia de PIEC no curso, das 23 IES que
responderam entrevista, 21 dizem desenvolver PIEC em pelo menos um dos seus
cursos.
Assim, a partir deste ponto, a anlise das dimenses incidir apenas nos 48 cursos
que desenvolvem PIEC. Estes 48 cursos identificam diferentes UC onde as PIEC so
desenvolvidas, sendo que, dada a diversidade de designaes das mesmas se optou
por organiz-las pela sua natureza, emergindo assim UC relacionadas com o
conhecimento cientfico de contedo disciplinar e didtico, prtica pedaggica e
seminrio de investigao educacional.
Neste sentido, e tal como se pode verificar atravs da anlise da Tabela 6, as PIEC
assumem um destaque considervel nas UC cujo mbito incide no conhecimento
cientfico de contedo didtico (73%), seguida das UC relacionadas com a prtica
pedaggica (52%).
Mestrado
Ensino Biologia
Ensino Fsica e
Ensino 1 e 2
Infncia e/ou
Total de
Ensino 1CEB
Educao de
Matemtica
e Geologia
Ensino de
Qumica
A nvel das atividades em que existe explicitamente PIEC, os docentes das IES
referem fazer:
A explorao terica de ENF e sua relao com a EF, onde analisam com os
estudantes, futuros professores, aspetos conceptuais relacionados com a
educao no-formal e exploram a integrao desejada entre estas duas
componentes da educao (referida em 23% dos cursos);
contexto de estgio - relatrio de estgio (referida em 13% dos cursos), tal como
se ilustra no excerto abaixo:
Nas UC de Prtica Pedaggica Supervisionada (PPS) / Seminrio de
Investigao Educacional (SIE) tm vindo a ser desenvolvidas intervenes,
mais em PPS, e investigaes, em SIE, centradas na articulao entre
contextos de Educao em Cincias, como por exemplo visitas de estudo
(IES-A3);
Ensino Biologia
Ensino Fsica e
Total de cursos
Educao Pr-
Ensino 1.CEB
Matemtica
e Geologia
Ensino 1.
Ensino de
Tipo de atividades desenvolvidas
escolar e/ou
e 2. CEB
Qumica
LEB que
nos cursos
evidenciam
Ao focarmos a anlise nas IES, verificamos que das 20 IES que dizem ter PIEC nos seus
cursos, seis (30%) no revela explicitamente PIEC em nenhum dos seus cursos.
Total de
Ensino Biologia
Ensino Fsica e
Educao Pr-
Ensino 1CEB
escolar e/ou
Matemtica
e Geologia
Ensino de
Aspetos da importncia de PIEC cursos
Ensino 1
e 2 CEB
Qumica
LEB
na formao de profissionais de educao que
evidenciam
Ensino 1.CEB
Ensino Fsica
1. e 2. CEB
escolar e/ou
Matemtica
e Qumica
Ensino de
Geologia
LEB
Ensino
Ensino
Suficiente 3 4 0 1 1 0 9 35%
Insuficiente 6 4 4 0 1 2 17 65%
Tabela 10: Perceo dos inquiridos sobre a preparao dos estudantes/futuros professores
para desenvolverem PIEC aps a formao inicial.
Ensino Biologia
Ensino Fsica e
Educao Pr-
Ensino 1.CEB
escolar e/ou
Total de
Ensino 1. e
e Geologia
Matemtica
Constrangimentos ao desenvolvimento
Qumica
Ensino de
2. CEB
LEB cursos que
de PIEC nos cursos
evidenciam
5. CONCLUSO
Considera-se que os resultados do estudo contriburam para uma melhor perceo de
como que as IES portuguesas responsveis pela formao de professores promovem
nos estudantes competncias no sentido da planificao, implementao e avaliao
de prticas integradas de educao formal e no-formal de cincias.
Dos 48 cursos que dizem desenvolver PIEC, apenas metade o revelam de forma
explcita. Estes dados remetem para uma carncia de PIEC a nvel dos cursos de
formao de professores. Contudo, esta carncia no est associada falta de
consciencializao da importncia das mesmas pelos docentes do ES, nem dos
estudantes, uma vez que esta reconhecidas por todos os inquiridos. O dfice de
formao para os docentes do ES sobre PIEC foi o fator mais referido pelos inquiridos
como entrave ao desenvolvimento de PIEC nos cursos de formao de professores.
Outros fatores muito referidos foram o dfice de propostas de estratgias/atividades
integradas de educao em cincias no ES e as questes logsticas e financeiras
associadas explorao de contextos de educao no-formal (ex. visitas de estudo).
ser um caminho promissor para melhor literacia cientfica dos futuros professores e,
posteriormente, dos seus futuros alunos/as.
6. AGRADECIMENTOS
Este trabalho foi financiado por Fundos FEDER atravs do Programa Operacional
Factores de Competitividade COMPETE e por Fundos Nacionais atravs da FCT
Fundao para a Cincia e a Tecnologia no mbito do projeto Prticas integradas de
educao formal e no-formal de cincias: identificao, partilha e anlise no ensino
superior portugus | FCT - 138/ID/2014.
7. REFERNCIAS
Acevedo-Daz, J. A. (2004). Reflexiones sobre las finalidades de la enseanza de las
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Tal, T. & Morag, O (2007). School visits to Natural History Museums: teaching or
enriching?. Journal of Research in Science Teaching, 44, 5, 747-769.
1
Paixo, F. (2015). Interveno no Painel Formal e no formal: uma combinao
(im)provvel? na Jornada Partilha de prticas integradas de educao formal e
no-formal de cincias, 20 de abril de 2015 em Vila Nova da Barquinha.
2
Martins, I. P. (2015). Interveno no Painel Formal e no formal: uma combinao
(im)provvel? na Jornada Partilha de prticas integradas de educao formal e
no-formal de cincias, 20 de abril de 2015 em Vila Nova da Barquinha
149
Resumo
Neste trabalho discutem-se os resultados do projeto Pensamento Crtico
em Rede no Ensino Superior, financiado pela Fundao para a Cincia e
Tecnologia; este visava a divulgao da prtica e da investigao
desenvolvidas pelo grupo webPACT na UTAD, assim como a anlise e
discusso da investigao, formao e prtica docente associada ao
pensamento crtico desenvolvidas nas instituies de ensino superior
portuguesas. O projeto possibilitou a criao de uma rede de partilha,
bem como a caracterizao inicial de prticas pedaggicas a serem
desenvolvidas na rea do pensamento crtico, e uma reflexo sobre o
impacto da realizao de projetos desta natureza para a melhoria e
consolidao do trabalho desenvolvido pelo grupo webPACT na UTAD.
Palavras-chave: Ensino Superior, ensino/aprendizagem centrado no
aluno, pensamento crtico, reviso entre pares.
Abstract
This paper discusses the results of the project "Critical Thinking Network
in Higher Education", granted by the Foundation for Science and
Technology, which aimed to spread the practice and research developed
by the UTADs webPACT group. It also intends to analyze and discuss the
research, training and teaching practices associated with critical thinking
in use by Portuguese higher education institutions. The project enabled
the creation of a shared network, besides the initial characterization of
pedagogical practices to be developed on the critical thinking area, and a
150
1. INTRODUO
Promover competncias de pensamento crtico (PCr) crucial para o sucesso
acadmico no Ensino Superior (ES), numa perspetiva de aprendizagem ao longo da
vida e de transio para o mercado de trabalho. No entanto, a Associao Europeia
das Universidades destacou recentemente o dfice ainda encontrado nestas
competncias (Blttler, Rapp, Sol, Davies, & Teixeira, 2013) em Portugal. Apesar de
constar das polticas educativas, o ensino-aprendizagem do PCr ainda pouco
valorizado curricularmente, persistindo-se na memorizao, evocao e transmisso
de conhecimentos. Torna-se, pois, urgente potenciar o desenvolvimento de aes e
projetos que promovam estas competncias no intuitivas (Rivas & Saiz, 2010)
consolidando a sua incluso de forma interdisciplinar.
2. ENQUADRAMENTO
McCollister e Sayler (2010) consideram que o PCr pode ser incorporado em todas as
disciplinas no tempo de ensino regular, necessitando de pouco tempo adicional,
mediante o uso de estratgias de aprendizagem como os fruns de discusso online
(Snodgrass, 2011), discusses em sala de aula (Silva & Lopes, 2015), aprendizagem
cooperativa (e.g. Bauer, Figl, Derntl, Beran, & Kabicher, 2009) e modos alternativos
de avaliao (Snodgrass, 2011), entre os quais se inclui a avaliao pelos pares (e.g.
Yu & Wu, 2013). Esta ltima vista como promotora de uma aprendizagem ativa
(Knight & Steinbach, 2011) e do desenvolvimento de capacidades de diagnstico,
avaliao, sntese e comunicao (e.g. Bauer et al., 2009), e de escrita e
argumentao (Ozogul & Sullivan, 2007), melhorando o processo global de
aprendizagem (Karandinou, 2012).
Os trs inquritos (um por cada webinar) realizados para a avaliao das percees e
satisfao dos participantes, recolheram a opinio de 24 dos 40 espetadores. A
maioria eram docentes do ES (n=17, 71%) de diferentes zonas do pas, tais como
Madeira, Porto, Aveiro ou Minho, sendo os restantes docentes do Ensino Secundrio
(n=4, 17%) ou Doutorandos (n=3, 12%) com interesse na rea. Eram maioritariamente
profissionais com trabalho na rea do PCr na Educao (n=21, 88%), sobretudo no
mbito da Formao e Investigao. Tinham conhecimento do trabalho desenvolvido
pelos grupos convidados de cada webinar. Apesar disso, consideraram as experincias
como bastante interessantes e teis: pela oportunidade de conhecer e implementar
outro tipo de abordagens, estratgias e metodologias (n=22, 92%), de discutir aspetos
e preocupaes comuns (n=5, 21%); por consolidar os conhecimentos que tinham
relativamente ao trabalho das vrias equipas (n=9, 38%); e pela oportunidade de
repensar as suas prprias estratgias (n=11, 47%). A ttulo de exemplo: Serviu para
dar a conhecer o que feito na UTAD em relao a esta rea de pensamento crtico e dar
a conhecer tambm o grupo da UTAD. sempre bom partilhar experincias pois com a
partilha que podemos avanar na investigao e na promoo do nosso prprio
pensamento crtico (Participante 3).
Mais recentemente, fruto das aes de divulgao do Projeto da FCT, novos docentes
da UTAD manifestaram o seu interesse em aderir ao webPACT, em particular das
reas do desporto e do turismo.
dos docentes. Por exemplo: (...) porque o grupo webPACT proporciona excelentes
condies para o trabalho em equipa: rene pessoas de diferentes reas de lecionao
que tm em comum o facto de serem ativas e positivas, professores que se auto-
questionam e acreditam que possvel encontrar formas mais relevantes para a sua
prtica docente (Docente 12).
Para esta dimenso parece existir consenso entre os vrios membros quanto s suas
mais-valias e limitaes; tambm reconhecido que a metodologia se encontra num
processo de melhoria contnua. Se, por um lado, ela se revela interessante, til e
eficaz ao nvel da motivao e envolvimento dos alunos (n=7, 54%), por outro lado,
h ainda a necessidade de adaptar a metodologia natureza particular de certas UC,
e de a otimizar para reduzir a carga de trabalho na sua implementao (n=5, 38%):
(...) Nalgumas aulas j funciona em pleno, noutras est em processo de adaptao.
Pessoalmente acho a metodologia muito interessante, d muito trabalho, mas o feedback
dos alunos bom ou muito bom. (...) creio que h mais ferramentas a usar, sem ser s a
anlise de artigos, mas tudo aparecer a seu tempo (Docente 5).
Os docentes (n=13) valorizam ainda a experincia vivida no grupo pois a mesma tem
contribudo para o aprofundamento e questionamento da sua prtica, quer ao nvel
do ensino (n=12, 92%), investigao (n=7, 54%) ou at mesmo da sua vida diria (n=2,
15%). Por exemplo: Este trabalho tem-me levado a questionar as prticas, no s
letivas, mas tambm na investigao e nas diferentes situaes da vida diria
(Docente 7).
Nesta dimenso, evidencia-se que a maioria dos membros contribui de forma ativa e
contnua, quer ao nvel da implementao da metodologia nas suas UC (n=13, 100%)
e da recolha e do tratamento de dados (n=4, 31%), quer ao nvel da promoo e
partilha do trabalho desenvolvido com outros colegas de Departamento/Escola
(n=13, 100%), na tentativa de que adiram e integrem tambm o grupo: j trouxe
mais alguns para o grupo, pessoas que, pela sua forma de trabalhar, se enquadram no
esprito deste grupo (...) com muitas potencialidades de futuro para enriquecer a prtica
letiva com a metodologia (...) (Docente 5).
Quando s perspetivas futuras, a maioria dos docentes (n=11, 85%) revela o desejo de
vir a contribuir ainda mais para o grupo, em vrias dimenses: no ensino (n=11, 85%),
na investigao (n=6, 46%) e na extenso comunidade (n=4, 31%). Nomeadamente:
159
Outra adaptao testada foi a metodologia da aula invertida (Strayer, 2012). Esta
opo implicou a preparao individual prvia extra-aula com a elaborao de um
trabalho individual sobre os contedos programticos e estimulou nos alunos a
autonomia na aprendizagem (Prince, 2004). Desta forma contribuiu para que o tempo
letivo pudesse ser direcionado para a implementao de trabalho cooperativo. Ainda
permitiu uma abordagem distinta dos contedos programticos das UC em que esta
adaptao foi implementada. Uma primeira reflexo sobre estas alteraes foi
apresentada no SIPC2015, sendo um passo importante de reflexo para todo o grupo
(Dominguez et al. 2015, pp.175-185).
A metodologia desenvolvida pelo webPACT tem sido utilizada, nos ltimos dois anos
de uma UC de opo do 5. Ano do Mestrado Integrado em Medicina Veterinria
(MIMV), comportando a realizao de uma anlise SWOT sobre um procedimento
tecnolgico (ciclo 1) e a anlise de um documento de divulgao cientfica sobre
160
outra tcnica (ciclo 2), seguindo o modelo de aplicao transversal ao webPACT com
a utilizao da grelha FRISCO de Ennis (1996). Todos os alunos participam, em ambos
os ciclos, como autores e revisores.
No webPACT tem-se usado o Teste de Cornell - Nvel X (TC) que afere o PCr dos
alunos. Do contacto com outros grupos de investigadores da U. Minho e da U.
Salamanca, partilhando os mesmos interesses e preocupaes, decorreu na UTAD um
workshop de trabalho, a 23 de outubro de 2014. Neste encontro foram discutidos os
resultados obtidos da aplicao do TC aos alunos envolvidos nas atividades, e as suas
limitaes na anlise das atividades desenvolvidas pelos alunos. Este uso
sustentado por outras equipas (e.g. Liu et al., 2014). Das principais limitaes
identificadas destacam-se: 1) o contedo dos enunciados revela-se pouco adaptado
s vivncias dos alunos envolvidos no estudo; 2) o tempo de realizao do teste, 90
minutos; 3) as limitaes impostas pelo tipo de questes fechadas, que no tm
vindo ao encontro da avaliao das competncias de PCr desenvolvidas com a
metodologia adotada. Com os colegas das U. do Minho e de Salamanca, discutimos
outros instrumentos de avaliao do PCr como o teste de Halpern (Butler, 2012) e o
PENCRISAL (desenvolvido pelos colegas de Salamanca; Rivas & Saiz, 2010), como
alternativas ao TC.
As vrias aes de divulgao do PCr desenvolvidas pelo grupo, apoiadas pelo Projeto
da FCT, apesar de se dirigirem tambm academia da UTAD, tinham como principal
objetivo a consolidao do grupo na comunidade do PCr a nvel nacional. Ao mesmo
tempo, o grupo conseguiu o estabelecimento de contactos para parcerias futuras com
outras entidades do ES e/ou do meio empresarial, nacionais e internacionais, para o
que contribuiu o Projeto da FCT.
5. AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem o apoio da Fundao para a Cincia e a Tecnologia pelo
financiamento do projeto Pensamento Crtico em Rede no Ensino Superior (n.
131/ID/2014), e a todos os que contriburam para o sucesso do II Seminrio
Internacional sobre Pensamento Crtico: Universidade de Trs-os-Montes e Alto
Douro, Comisso Organizadora, aos autores dos trabalhos submetidos, aos
elementos da Comisso Cientfica e a todos os participantes.
6. REFERNCIAS
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165
Resumo
O projeto INICI(AR)3 INiciao INvestigao Cientfica aplicada s
ARtes, ARqueologia e ARquitetura - decorreu no Laboratrio HERCULES
HERana CULtural, Estudos e Salvaguarda da Universidade de vora.
Pretendeu atravs de uma abordagem multidisciplinar ao patrimnio
cultural, particularmente focada nas cincias exatas e naturais, que
alunos de 1 ciclo, na sua maioria de 1 ou 2 ano, dos cursos de
Bioqumica, Biotecnologia e Geologia desenvolvessem trabalho de
investigao cientfica integrados em equipas de investigao e
estabelecessem pontes entre os contedos aprendidos neste contexto e os
lecionados em unidades curriculares dos cursos que frequentam. O
projeto foi avaliado pelos alunos atravs de um questionrio de opinio,
tendo 100% dos respondentes considerado que um projeto inovador e
87% que devia ser implementado a nvel de 1 ciclo dos cursos de cincias
exatas e naturais.
Palavras chave: cincias exatas e naturais, ensino em contexto no-
formal, inovao pedaggica, multidisciplinariedade, patrimnio cultural.
Abstract
The INICI(AR)3 project INitiation to Scientific Research applied to the
ARts, ARchaeology and ARchitecture - took place at the HERCULES
Laboratory Cultural Heritage, Studies and Safeguard, based in the
University of vora. The project used a multidisciplinary approach to the
study of cultural heritage, especially focused on the exact and natural
sciences contribution. Undergraduate students from the Biochemistry,
Biotechnology and Geology courses, most of them in the first or in the
second year of their courses, were integrated in research teams working
in the field of cultural heritage and were taught how to link their
research work with the subjects they were studying in the classes. The
project was evaluated by the students through an opinion survey and
100% of the respondents has considered that it is an innovative project
while 87% thinks that it should be implemented in undergraduate courses.
Keywords: cultural heritage, exact and natural sciences,
multidisciplinarity, non-formal learning context, pedagogical innovation.
1. INTRODUO
Tradicionalmente, o ensino tendeu a uma postura descritiva, afastando-se da
articulao entre a pedagogia, experimentao e aproximao ao exerccio crtico
(Silva & Ramos, 2006). Porm, e seguindo uma sociedade que se reinventa
sistematicamente, pedido cada vez mais s instituies do Ensino Superior que
acompanhem nos seus ensinos a celeridade com que esta mesma sociedade se
166
transforma e que sejam elas prprias motor de transformao. O ensino das cincias
um caso concreto em que esta dinmica fundamental, integrando aspetos
conceptuais, processuais e epistemolgicos atravs de uma abordagem adequada
(Flores et al., 2009). Walker e colaboradores (2011) referem que os alunos aprendem
melhor tendo modelos mais prximos como colegas, do que pessoas mais velhas e
experientes. Segundo Maada & Tijiboy (1998), o processo de interao entre os
indivduos permite partilhar pontos de vista e conhecer e refletir sobre diferentes
questes, nomeadamente, o prprio modo de pensar. O processo de formao dos
alunos pode ser grandemente facilitado pelo desenho de percursos integrados em
projetos de estudo, investigao e interveno que permitem maior compreenso de
conceitos e das suas interligaes (Carriazo, 2011, Hume & Coll, 2008). Segundo Pais
(2012), a coeso necessria para que o percurso de ensino e aprendizagem no seja
apenas um somatrio de atividades sem significado para os alunos apoia-se na
existncia de um tema congregador e de um elemento integrador. Nos ensinos de
cincias exatas e naturais de primeiro ciclo procura-se, atualmente, desenvolver
atividades laboratoriais e de campo que mimetizem pequenos projetos de
investigao. A aprendizagem sustentada em projetos permite introduzir os
estudantes na literatura cientfica, envolvendo-os na forte interdisciplinaridade das
cincias atuais. O patrimnio cultural ao ser um pilar fundamental para a coeso de
uma comunidade pode tambm contribuir para o processo de aprendizagem,
particularmente quando abordado de um modo interdisciplinar. De facto, segundo
Walker e colaboradores (2011), a cultura influencia a aprendizagem. Para Patrcio
(1996), a cultura de um povo, bem como a da humanidade, una e ntegra e, por
isso, a Escola deve promover a cultura do meio envolvente na variedade das suas
formas e em todos os seus mbitos. A insero da educao num contexto cultural
visa melhorar a atitude cvica e quebrar paradigmas de um pblico jovem desligado
da realidade cultural que o rodeia. O estudo das cincias atravs da abordagem ao
patrimnio cultural tem a dupla vantagem de fomentar o interesse pela histria local
ou universal e motivar o estudo de matrias que tradicionalmente so percecionadas
como rduas.
OBJETIVOS
O projeto INICI(AR)3 pioneiro no panorama do Ensino Superior em Portugal pois
procurou vocacionar os alunos de 1 ciclo e, em particularmente, os de 1 ano, para o
trabalho cientfico, atravs da sua integrao em equipas de investigao e,
simultaneamente, ser um veculo motivador para o estudo que os alunos tm de
167
realizar a nvel das unidades curriculares dos cursos que frequentam. Possibilitou
assim a interligao entre o despertar do interesse pela investigao cientfica e a
compreenso da importncia de adquirir conhecimentos com bases slidas. O projeto
decorreu na regio de vora e pretendeu ainda desenvolver a conscincia dos alunos
dos cursos de Bioqumica, Biotecnologia e Geologia, ministrados na Universidade de
vora, pela identidade e patrimnio cultural da sua regio. A participao no projeto
permitiu aos alunos no apenas o contacto com a investigao cientfica de ponta,
mas tambm a aquisio de competncias complementares sua formao
acadmica e a interao entre alunos recm-chegados ao Ensino Superior e alunos
que se encontram em estdios mais avanados da sua formao, como os alunos de
Mestrado e Doutoramento. A metodologia usada criou condies para alargar o
potencial de comunicao entre os alunos, promovendo o esprito de aprendizagem
cooperativa e a valorizao do trabalho de equipa.
ao 5: seminrio pblico;
ao 6: atividades de disseminao
2. RESULTADOS
Nesta seo, a ttulo de exemplo, apresentado e descrito parte do trabalho
desenvolvido por 3 dos alunos participantes no projeto.
Metodologia
Estre trabalho faz parte de um estudo mais vasto sobre caracterizao qumica e
morfolgica de espcimes fotogrficos de diferentes tipologias e suas patologias.
Foram estudados trs negativos em pelcula (N1, N2 e N3), pertencentes ao Arquivo
Fotogrfico da Cmara Municipal de vora, e dois daguerretipos (D1 e D2),
adquiridos pelo projeto (Figura 1).
a) b) c)
d) e)
5010) foram utilizadas para averiguar a natureza dos materiais usados na produo
destes espcimes e caracterizao de patologias (Figura 2).
a) b)
Resultados
a) b)
c) d)
a) b)
o que indica que possivelmente se ter usado cloreto de ouro para a viragem da
imagem.
a) b)
Ag
Hg
Au
Metodologia
Resultados
a) b)
a) b)
a) b)
a) b)
Figura 11: Anlise por fluorescncia de raios X: a) rea analisada; b) respetivo espetro
indicando a presena de HgS.
Metodologia
a) b
)
O laser scanner permitiu a criao de um modelo 3D. A pea foi varrida por feixes de
laser que traduzem as formas da pea digitalizada em nuvens de pontos (Figura
14). Foi utilizada a modalidade 360. O modelo foi realizado em alta definio
(modalidade HD) e o tempo de adquisio foi de ~1 hora. Atravs do programa
NextEngine ScansStudio HD, procedeu-se ao alinhamento manual das nuvens de
pontos resultantes das vrias perspetivas de aquisio permitindo a criao do
modelo 3D da pea.
3. CONCLUSO
O INICI(AR)3 foi um projeto inovador na Universidade de vora e no panorama do
Ensino Superior em Portugal pois possibilitou que alunos de 1 ciclo de cursos de
cincias exatas e naturais, a maioria a frequentar o 1 ou 2 ano do curso, fossem
integrados em projetos de investigao de equipas especializadas do Laboratrio
HERCULES na rea do patrimnio cultural.
Dada a importncia que a avaliao do projeto pelos prprios alunos tem, foi
elaborado um questionrio de opinio, a responder de forma annima, e solicitado
aos alunos que respondessem. O questionrio abordou questes relacionadas com o
desempenho escolar durante o projeto assim como a aproximao investigao
cientfica e ao trabalho laboratorial numa tentativa de avaliar o impacto que o
projeto teve na formao acadmica e na motivao dos alunos participantes,
segundo o seu prprio ponto de vista. No sentido de completar a avaliao do projeto
por todos os grupos participantes, ser tambm solicitado aos docentes a resposta a
um questionrio a eles dirigido e focado na relao tutor/aluno e no interesse
demonstrado e na evoluo de cada aluno.
No que diz respeito alnea a), este projeto foi considerado inovador por 100% dos
alunos e 87% concordam parcial e totalmente que este deveria ser implementado a
nvel do 1 ciclo dos cursos de cincias exatas e naturais (alnea b). Verificou-se que
cerca de 90% dos alunos concordaram ou concordaram totalmente em que o projeto
teve uma implicao positiva na motivao escolar (alnea c) e 75% dos alunos
considera que a sua participao os ajudou a aprender a gerir melhor o seu tempo
(alnea d). A ampliao dos conhecimentos cientficos (alnea e), o contacto com
equipamentos nunca antes utilizados (alnea f) e a melhoria dos hbitos de trabalho
em grupo e individuais (alneas g e h, respetivamente) foram avaliadas com uma
concordncia (total e parcial) de 100%.
Verificou-se que 100% dos alunos concordou ou concordou totalmente que a relao
tutor/aluno foi esclarecedora e adequada (alnea a) respeitosa e informal (alnea b),
que houve articulao de estratgias, responsabilidades, cooperao e partilha de
conhecimentos (alnea c) e ainda que promoveu o desenvolvimento pessoal e
profissional (alnea d).
No geral, constatou-se pela resposta s questes O projeto INICI(AR)3 foi uma mais-
valia no desenvolvimento de competncias pessoais, escolares e profissionais? e O
projeto atingiu as expectativas?, uma concordncia de 100% (25% de respostas
concordo parcialmente e 75% concordo totalmente e 12% dos alunos concorda
parcialmente e 88% concorda totalmente, respetivamente). Os resultados
apresentados sustentam a qualidade e eficcia do projeto e a adequao das
ferramentas utilizadas para o desenvolver e aplicar, o que nos permite fazer uma
avaliao extremamente positiva e concluir que o INICI(AR)3 foi um projeto muito
bem aceite pelos alunos.
179
4. AGRADECIMENTOS
A autora agradece o financiamento prestado pela Fundao para a Cincia e
Tecnologia (FCT) ao abrigo do Concurso para Projetos de Partilha e Divulgao de
Experincias com Inovao Didtica. A autora est tambm grata a Margarida Nunes
pela colaborao na coordenao do projeto e a todos os membros e alunos do
Laboratrio HERCULES pelo empenho e colaborao no projeto.
5. REFERNCIAS
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006_08.PDF
Resumo
A Robtica uma rea multidisciplinar que tem contribudo
significativamente no processo educativo dos jovens nos ltimos anos. O
modelo pedaggico de aprender fazendo uma alavanca fundamental
para cativar e manter os alunos interessados nas reas tecnolgicas. O
projeto ROBOT@ESCOLA Escola de Robtica, foi desenvolvido com base
em componentes bsicos para a construo de robs, plataformas Arduino
para programao, bem como dispositivos mveis com sistemas operativos
Android, tornando a experimentao de cincia e tecnologia acessvel a
todos. O projeto foi desenvolvido em parceria com vrias instituies de
ensino da regio da Beira Interior. Desta cooperao resultou uma
plataforma robtica (kit) direcionada para a vertente educativa. Este kit
de robtica mvel, pode ser utilizado pelos alunos para aprender a lgica
dos sistemas programados, interagir com sensores e atuadores, e
perceber os fenmenos fsicos associados aos diversos tipos de sensores.
Alm dos aspetos introdutrios, o projeto possibilita explorar vrios temas
cientficos de nvel avanado. No artigo apresentada a prtica
pedaggica associada plataforma robtica, que inclui a definio do
pblico-alvo, a metodologia pedaggica, e a avaliao para o caso de
estudo apresentado, a unidade curricular de Programao de
Computadores. Conclui-se atravs da experincia adquirida com o projeto
que o uso da robtica como recurso de ensino favorece o raciocnio
lgico, criatividade e relacionamento interpessoal.
Palavras-Chave: educao, programao, robtica, robtica educativa.
Abstract
Robotics is a multidisciplinary area that, in recent years, has significantly
contributed to the education of young people. The pedagogical model of
learning by doing is a key lever to engage and keep students interested in
technological areas. The ROBOT@ESCOLA project - School of Robotics,
was developed based on basic components for building robots, Arduino
platforms for programming, along with Android mobile devices, making
experimentation with science and technology accessible to everyone. The
project was developed in partnership with various educational institutions
in the Portuguese region of Beira Interior. This cooperation resulted in a
robotic platform (kit) directed to the educational component. Students to
learn the logic of programmed systems, interact with sensors and
actuators, and understand the physical phenomena associated with the
various types of sensors, can use the mobile robot kit. In addition to the
introductory aspects, the project allows explore various scientific topics
at advanced level. The paper presents the pedagogical practice on the
robotic platform, which includes defining the target audience, the
182
1. CONTEXTO
Nos ltimos anos, a divulgao de cincia tem sido uma aposta clara do Laboratrio
de Robtica do IPCB, que desde 2005 e ininterruptamente acolhe a ocupao
cientfica de jovens nas frias Construir Robs Inteligentes. Tem desenvolvido
inmeras atividades de divulgao de cincia junto do pblico em geral, escolas
bsicas, do 2 e 3 ciclo, secundrias e profissionais. No seguimento destas
atividades, em 2013 lanou-se o projeto ROBOT@ESCOLA, para fomentar a interao
entre os ensinos superior e secundrio, atravs da realizao de atividades conjuntas
entre os alunos do curso de Engenharia Industrial do IPCB e alunos das escolas
secundrias da regio. As atividades tm como denominador comum a Robtica, e a
construo de robs.
Nos ltimos anos tm surgido inmeros projetos de robtica para fins ldicos e
educativos, que vo desde o jardim-de-infncia ao ensino secundrio, mas poucos
chegam ao ensino superior. So exemplo disso, o projeto "A Casa da Mosca Fosca:
integrao de robtica educativa no jardim-de-infncia" [8], onde foi utilizado o rob
Valiant Roamer, nos Jardim de Infncia, para trabalhar as vrias reas de contedo
definidas pelo Ministrio da Educao. Tambm tm surgido vrios trabalhos de
investigao, para fomentar o ensino da Matemtica [1] aos alunos, estimular o
ensino da programao [4, 6]. O recurso a robs para ensinar diferentes contedos
programticos, tem sido uma prtica comum nos ltimos anos [2, 3, 7]. Exemplo
disso o projeto europeu Teacher Education on Robotics-Enhanced Constructivist
Pedagogical Methods - TERECoP (2006-2009), (www.terecop.eu), onde participaram
183
2.2. METODOLOGIA
A primeira fase de todos os projetos com a plataforma robtica, iniciam-se com a
montagem do kit robtico, apresentado na figura 1. Esta fase comum a todos os
graus de ensino e independente do grau de conhecimento dos alunos, sobre
184
Nesta primeira fase os alunos aprendem conceitos base essenciais, e sempre presente
nos robs, como a Eletrnica e a Mecnica. O projeto, para alm dos conceitos base
existentes nos tutoriais, desenvolveu ainda mdulos que permitem aos alunos
aprofundar os seus conhecimentos, nas temticas que foram utilizadas nesta primeira
fase. Assim, destacam-se os mdulos sobre fsica-eletricidade, fsica-mecnica,
baterias, matemtica.
programao com auxlio de uma plataforma robtica, para que os alunos tivessem
mais rapidamente a perceo do resultado que obtm ao programar uma mquina,
verificando se esta executa as instrues de forma adequada. Este um processo
novo, pois com a introduo da interao com o hardware torna o processo mais
aliciante, embora primeira vista mais complexo, e muitas vezes com resultados
inesperados. Estimulando assim a aplicao dos conhecimentos em novas situaes,
para desta forma resolver problemas reais.
Ao longo do semestre foram abordados nas aulas as vrias temticas, tais como as
instrues de seleo, repetio, vetores, matrizes, bem como elaborao de
funes. De seguida so apresentados exemplos para algumas destas instrues tipo,
sendo de realar que durante a lecionao, so apresentados os exerccios prticos
como tarefas que o rob tem de realizar, implementando-se para tal, a instruo
lecionada.
if ( ultrassom() < 30 ) {
vira_direita(60, 90);
else
frente(160,ind);
}
em que se verifica que o rob realiza uma trajetria em quadrado dentro do segundo
ciclo for e depois repete o quadrado mais uma vez, no total de duas.
2.3. AVALIAO
Com a plataforma robtica do projeto ROBOT@ESCOLA, podem ser aplicadas prticas
de avaliao formativa no decorrer das aulas, e avaliao sumativa por trabalhos
prticos, a fim de avaliar de forma continuada, ao longo do semestre, a componente
prtica das Unidades Curriculares.
anlise estatstica das notas dos testes escritos, realizados em papel. Nestes testes,
os alunos foram deparados com questes de programao, no diretamente
relacionadas com a programao de robs. A resposta dos alunos de 2014/2015, foi
bastante positiva, pois deparados com novos problemas obtiveram desempenho
satisfatrio e em termos mdios melhoraram as classificaes dos seus colegas de
2013/2014, de 10,8 valores para 11,5 valores. De notar que os testes dos alunos de
2014/2015, no incidiram sobre a matria prtica das aulas, programao para robs,
mas sim sobre problemas clssicos de uma unidade curricular de 1 ano, programao
de computadores. Esta ltima abordagem foi a utilizada em 2013/2014.
Ano letivo N Total de Alunos Avaliados na UC % de sucesso
2013-2014 25 48
2014-2015 24 62,5
Tabela 1: Aproveitamento escolar UC de Programao de Computadores.
A motivao dos alunos foi grande, tendo alguns realizado trabalhos adicionais de
desenvolvimento de aplicaes mveis para ANDROID. No ano letivo de 2014/2015,
cinco alunos manifestaram esse interesse, desenvolvendo aplicaes, nomeadamente
para o telecomando dos robs. A plataforma utilizada foi o AppInventor do MIT
(http://appinventor.mit.edu/). Esta plataforma de programao, foi desenhada para
desenvolvimento de aplicaes mveis, que possam correr em dispositivos Android.
fcil de utilizar, mesmo por algum que no tenha largos conhecimentos de
programao, uma vez que toda a aplicao desenvolvida num ambiente grfico,
por programao baseada em blocos.
3. TRANSFERIBILIDADE
O uso das plataformas robticas no ensino de contedos, revelou-se importante na
aprendizagem contnua por parte dos alunos. uma metodologia que pode ser
extrapolada para outras reas do conhecimento, sempre com o intuito de servir como
meio facilitador de aprendizagem. O recurso a esta metodologia de ensino de
aprender fazendo motiva os alunos dentro e fora da sala de aula. Os alunos
necessitam de ver a aplicabilidade prtica dos conceitos e nada melhor que uma
plataforma didtica para os aplicar. Os programas e algoritmos testados nestes kits
robticos, podem posteriormente ser utilizados em outras aplicaes, sabendo
partida qual o resultado que se pode esperar.
4. CONCLUSES
Com este projeto foi possvel desenvolver ferramentas didticas para o ensino das
reas da Engenharia e Tecnologia, atravs de plataformas de robs mveis de baixo
custo e open-source. Dada a multidisciplinaridade da robtica, esta plataforma d
suporte ao ensino dos contedos nas Unidades Curriculares de Fsica (mecnica e
eletricidade), Eletrnica, Programao e reas afins. No presente ano letivo, foi
possvel testar a plataforma na UC de Programao de Computadores na
aprendizagem de contedos de programao para Hardware na plataforma Arduino e
programao para dispositivos mveis, Android. A programao em Arduino permitiu
explorar os conceitos da linguagem de programao C com aplicabilidade direta na
programao do controlo do rob. A programao para dispositivos mveis permitiu
desenvolver aplicaes de controlo e monitorizao do rob atravs de um
smartphone/tablet.
5. AGRADECIMENTOS
O presente trabalho foi financiado pela FCT, Fundao para a Cincia e Tecnologia,
apoio Partilha e Divulgao de Experincias em Inovao Didtica no Ensino Superior
Portugus e do projeto UID/EMS/50022/2013, pela Cincia Viva, programa Escolher
Cincia, e pelo Instituto Politcnico de Castelo Branco (Laboratrio de Robtica).
Aos alunos do primeiro ano do Curso de Engenharia Industrial da Escola Superior de
Tecnologia do IPCB no ano letivo de 2014-2015. Aos Engenheiros Fbio Santos, Clia
Coelho e Jos Sequeira.
6. REFERNCIAS
[1] Andrade, Ftima Jos Silva (2013). "Robtica educacional: uma metodologia
educacional no estudo de funes de 7 ano". Dissertao de Mestrado,
Universidade da Madeira.
[2] Eteokleous, N.; Ktoridou, D., (2014) "Educational robotics as learning tools within
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Fosca: integrao de robtica educativa no jardim de infncia", Indagatio
Didatica, 4 (1), 42-58.
192
193
Universidade de Aveiro
Resumo
Nos ltimos anos tem sido desenvolvido um conjunto de ecrs, sensores e
dispositivos de interao de baixo custo que vem permitindo o
desenvolvimento de aplicaes de Realidade Virtual e Aumentada em
vrias reas. No entanto, o desenvolvimento de tais aplicaes requer
conhecimento especfico que no habitualmente lecionado em cursos da
rea de Engenharia Informtica. Neste trabalho apresentada uma
disciplina de opo oferecida aos mestrados em Engenharia de
Computadores e Telemtica, Engenharia Eletrnica e Telecomunicaes,
e Sistemas de Informao, da Universidade de Aveiro, que introduz os
principais conceitos, tcnicas e ferramentas usados em Realidade Virtual
e Aumentada. O seu objetivo fornecer aos estudantes conhecimento
suficiente para compreender, projetar, desenvolver e avaliar aplicaes
desse tipo. Descrevem-se a organizao da disciplina, os seus tpicos
principais, a bibliografia e os vrios dispositivos usados, bem como alguns
exemplos de trabalhos prticos.
Palavras-chave: ensino, realidade virtual e aumentada, dispositivos de
baixo custo
Abstract
In the last years a plethora of affordable displays, sensors, and
interaction devices has reached the market, fostering the application of
Virtual and Augmented Reality to many new situations. Yet, creating such
applications requires a good understanding of the field and specific
technical skills typically not provided by current Computer Science and
Engineering education. A graduate level course offered to MSc Programs
in Computer and Electrical Engineering, as well as Information Systems is
presented. Its aim is to introduce the main concepts, techniques and tools
in Virtual and Augmented Reality providing students with enough
background to understand, design, implement and test this type of
applications. The course organization, the main issues addressed and
bibliography, the interaction devices and displays used, and a sample of
the practical projects are briefly described.
Keywords: teaching, virtual and augmented reality, low cost devices
1. INTRODUO
A Realidade Virtual (RV) e Aumentada (RA), cujo desenvolvimento vem sendo
impulsionado pela baixa dos preos do equipamento, tm um vasto conjunto de reas
194
2. ORGANIZAO DA DISCIPLINA
A disciplina de RVA compreende 14 sesses de 3 horas que abrangem exposies
tericas, demonstraes de equipamento, aulas prticas e apresentaes de artigos
cientficos efetuadas pelos alunos. Informao adicional sobre a disciplina e alguns
dos materiais usados podem ser consultados em http://sweet.ua.pt/bss/disciplinas/
RVA/ RVA-home.htm.
TPICOS
Sendo a disciplina oferecida a alunos do ltimo ano de vrios mestrados (Engenharia
de Computadores e Telemtica, Engenharia Eletrnica e Telecomunicaes, e
Sistemas de Informao) com planos de estudo bastante diferentes, necessria
alguma homogeneizao, nomeadamente na rea de Computao Grfica (CG). Os
conceitos fundamentais da CG so apresentados pela primeira vez a alguns dos alunos
(em particular, para os de Engenharia Eletrnica e Telecomunicaes) e revisitados
para outros (por exemplo, para os de Engenharia de Computadores e Telemtica)
permitindo-lhes consolidar o seu conhecimento.
O VTK foi selecionado como principal biblioteca grfica, pela sua flexibilidade e largo
espetro de aplicaes em visualizao, apesar de algumas limitaes, quando
comparado com outras bibliotecas como OGRE, OpenSceneGraph ou, mais
recentemente, Unity3D. No entanto, esta escolha resulta em alguns problemas,
nomeadamente ao nvel da utilizao de texturas mltiplas, o que gera alguma
dificuldade na criao mundos virtuais 3D mais complexos.
BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL
A escolha de bibliografia nesta rea um desafio, no tanto pela falta de informao
(existem vrios livros que permitem definir a estrutura de uma disciplina) mas pela
rpida evoluo da rea, com novos equipamentos e ferramentas a surgirem a cada
ano e necessitando, por isso, de uma atualizao constante. Para garantir a
atualizao dos contedos lecionados so frequentemente usados, para alm da
bibliografia, artigos de conferncias e revistas cientficas, bem como a informao
disponibilizada na Web para as caratersticas tcnicas dos dispositivos mais recentes.
Grigore Burdea, and Philippe Coiffet, Virtual Reality Technology, 2nd ed.,
Wiley-Interscience, 2003.
Doug Bowman, Ernst Kruijff, Joseph LaViola Jr. and Ivan Poupyrev, 3D User
Interfaces, Theory and Practice, Addison Wesley, 2005.
196
Alan Craig, William Sherman, and Jeffrey Will, Developing Virtual Reality
Applications, Foundations of Effective Design, Morgan Kaufmann, 2009.
Mario Gutirrez, Frederic Vexo, and Daniel Thalmann, Stepping into Virtual
Reality, Springer, 2008.
William Schroeder et al., The VTK Users Guide, 11th ed., Kitware inc., 2010.
3. HARDWARE E SOFTWARE
A disciplina tem uma abordagem prtica que implica a utilizao de equipamento
variado para demonstrao e o desenvolvimento de projetos/prottipos. Esse
desenvolvimento suportado por vrios sensores, dispositivos de interao e displays
(a maior parte de baixo custo) adquiridos ao longo dos ltimos anos.
Nintendo Wiimote
O segundo projeto, menos guiado, foca mais a interao em RVA, sendo que os
alunos devem selecionar o mtodo de interao assim como o dispositivo mais
adequado ao seu trabalho. Algumas propostas de projeto envolvem a configurao de
ambientes virtuais 3D (jogos ou visitas virtuais imersivas), a visualizao de vrios
tipos de dados (modelos anatmicos, dados atmosfricos, reflexo de som numa sala)
ou ainda aplicaes mais viradas para a interao com Realidade Aumentada. De
seguida so apresentados alguns dos projetos desenvolvidos nos dois ltimos anos.
Este projeto permitiu desenvolver uma aplicao para gerar rapidamente um modelo
3D a partir da planta de um edifcio. Foram usados algoritmos simples de
processamento de imagem, nomeadamente um detetor de arestas (Canny) para
199
Na primeira fase, o projeto centrou-se na visualizao (ver Figura 3): para alm de
visualizar o campo e os robots, a representao foi adaptada para se visualizar
informao adicional usada na depurao do cdigo (por exemplo, escalas de cores
representando informao relativa aos algoritmos a executar nos vrios
agentes/jogadores).
Na segunda fase foi integrada uma componente de Realidade Virtual com o intuito de
permitir testar comportamentos dos robots reais intrduzindo obstculos ou robots
virtuais no mundo. Neste mdulo, baseado em VTK e ARToolKit, o utilizador pode
apontar uma cmara a um marcador (ver Figura 4) e testar interativamente os
algoritmos a executar no agente robtico. O centro tico da cmara pode ser usado
como um apontador virtual para a entrada de dados (por exemplo, a localizao 2D
de outro robot).
5. CONCLUSO
A disciplina opcional de Realidade Virtual e Aumentada j funcionou duas vezes
com o nmero mximo de alunos. No final dessas duas edies os alunos responderam
a um questionrio para recolha de alguma informao sobre o funcionamento da
disciplina. Em geral, as respostas foram positivas: a maioria dos alunos apreciou a
disciplina e achou os tpicos e os projetos interessantes e relevantes. As principais
queixas relacionaram-se com a elevada carga total de trabalho associada s
disciplinas que estavam a frequentar. Esse comentrio est de acordo com a nossa
observao de que alguns alunos dedicaram menos tempo aos projetos do que aquilo
que lhes era pedido/esperado, resultando em projetos que ficaram aqum do
esperado em termos de resultado final. As notas finais dos alunos foram coerentes
entre os dois trabalhos prticos com 4 grupos claramente abaixo da mdia.
Uma das principais dificuldades que sentimos foi encontrar uma plataforma de
Realidade Virtual que seja flexvel e fcil de usar e na qual se possam integrar todos
dispositivos de uma forma transparente. Um sistema baseado em VRJuggler e
203
6. AGRADECIMENTOS
Uma palavra de agradecimento para todos os alunos que frequentaram a disciplina
nestes dois anos, em particular para aqueles que desenvolveram os trabalhos
apresentados. Um agradecimento ainda para Srgio Eliseu e Mrio Vairinhos que
realizaram uma demonstrao dos Meta Glasses e Hugo Nogueira que permitiu o
acesso ao sensor Leap Motion.
7. REFERNCIAS
[Burdea04] G. BURDEA, Teaching Virtual Reality: Why and How?, Presence:
Teleoperators and Virtual Environments, vol. 13, no. 4, pp. 463483, 2004.
Resumo
O modelo de Simulao Empresarial desenvolvido na unidade curricular,
com a mesma designao, do 3 ano da licenciatura em Contabilidade
ministrada no Instituto Superior de Contabilidade e Administrao do ISCA
da Universidade de Aveiro. No mbito de protocolos interinstitucionais,
abrange uma rede de escolas do ensino superior politcnico portuguesas,
e ainda dois estabelecimentos de ensino superior moambicanos:
Universidade Eduardo Mondlane (Maputo e Chibuto) e Instituto Superior
de Contabilidade e Auditoria de Moambique (Maputo). As metodologias
de ensino inovadoras presentes nesta rede de ensino implicam um
acompanhamento contnuo das equipas de docentes envolvidas por forma
a tornar real a partilha de experincias. Com este projeto procurou-se
melhorar o conjunto de instrumentos que facilitam a automatizao da
informao relevante para avaliao do aluno, face aos dados que estes
tm de submeter na plataforma no decorrer da unidade curricular.
Palavras chave: divulgao do conhecimento; mercado virtual;
metodologias de ensino partilhado; problem based learning; simulao
empresarial; software.
Abstract
Simulao Empresarials model is part of the unit with the same name,
present in the the 3th year of the program's degree of licenciatura em
Contabilidade, offered by Instituto Superior de Contabilidade e
Administrao do ISCA, University of Aveiro. It is a net model, which
includes several portuguese politechnical schools and also two
mozambican institutions, the University Eduardo Mondlane (in Maputo and
Chibuto) and Instituto Superior de Contabilidade e Auditoria (in Maputo).
This teaching network brings inovative methodologies that require a
continuous support to local teachers so they can experience a real
teaching sharing event. With this project we take one further step to
improve the set of working instruments. The goal is to facilitate the
automatization of treating relevant information related to the process of
evaluation of students, considering the amount of data they have to
upload into the platform during the course.
Keywords: knowledge dissemination, virtual market, shared teaching
methodologies, problem based learning,company simulation, software.
1. INTRODUO
O modelo de Simulao Empresarial desenvolvido na unidade curricular, com a
mesma designao, do 3 ano da licenciatura em Contabilidade ministrada no
Instituto Superior de Contabilidade e Administrao do ISCA da Universidade de
206
2. METODOLOGIA
A rede de Simulao Empresarial integra as equipas docentes e discentes dos
estabelecimentos de ensino superior parceiros, os quais partilham o modelo de
ensino aprendizagem e a respetiva plataforma de suporte.
3. OBJETIVOS
A coordenao define como objetivos provisrios do projeto a evoluo da
plataforma informtica de forma a servir em simultneo as necessidades do discente
e do docente ao proporcionar um conjunto de outputs indispensveis auditoria e
avaliao do trabalho realizado pelos estudantes (Sangster, 1997) e (Pasin e Giroux,
2011), no mbito do exerccio da sua atividade profissional futura, tal como
preconizado pela Ordem dos Tcnicos Oficiais de Contas (OTOC) (Machado, 2008).
Para tal necessrio desenvolver funcionalidades na tica do estudante e criar de
raiz funcionalidades, a partir da informao submetida pelos estudantes, que gerem
automaticamente um conjunto de outputs de suporte avaliao docente. Dada a
dimenso do trabalho, no contexto do presente projeto, a coordenao da Simulao
Empresarial e a representante das escolas parceiras entenderam inicialmente
restringir o desenvolvimento da plataforma relao entre as unidades econmicas e
a Autoridade Tributria.
Modelo 22;
SAFT;
Infraes fiscais.
208
4. RELATRIO DE DESLOCAES
No mbito da execuo do presente projeto, foram efetuadas 8 deslocaes de
docentes em territrio nacional. Extra o presente projeto, salientamos, contudo,
ainda a deslocao a Moambique de 3 docentes para acompanhamento e
implementao da Simulao Empresarial neste pas, bem como a previso da
realizao de uma reunio geral de docentes da rede para avaliao do desempenho
da plataforma informtica e da unidade curricular numa perspetiva de melhoria
contnua.
5. OBJETIVOS AJUSTADOS
O desenvolvimento do trabalho e a incorporao dos contributos dos parceiros da
rede, obtidos aquando das deslocaes efetuadas, implicou alguns ajustamentos aos
objetivos inicialmente delineados, no sentido de tornar a aplicao mais til
avaliao docente. Assim, os objetivos ajustados e concretizados posteriormente no
desenvolvimento da aplicao so os seguintes:
Autoridade Tributria
Modelo 22;
SAFT;
Infraes fiscais;
IES;
Modelo 10.
tica docente
Balancetes;
Dirios;
209
Extrato consolidado;
Pedidos de verba;
Operaes especiais.
7. CONCLUSO
O trabalho colaborativo revelou-se uma pea fundamental para o desenvolvimento de
software adequado realidade do ambiente de Simulao Empresarial, diminuindo a
distncia entre o utilizador e o autor e, em simultneo, aumentando o espectro de
contributos que tornam, assim, o processo de avaliao de conhecimentos do aluno
mais rigoroso, objetivo e uniforme.
8. AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem FCT o financiamento que possibilitou a execuo do projeto.
9. REFERNCIAS
Aggarwal, A. K. and R. Bento (2002). Web-Based Education. Web-based instructional
learning. M. Khosrowpour-Pour. Hershey (PA), IRM press: VII, 306.
Alan Sangster, C. M. (1997). "Integrating the World Wide Web into an accounting
systems course." Accounting Education 6(1): 53-62.
210
Pasin, F., & Giroux, H. (2011). The impact of a simulation game on operations
management education. Computers & Education, 57, 1240-1254.
211
Resumo
Este artigo resulta de um projeto sobre avaliao no Ensino Superior no
contexto Ps-Bolonha. O projeto teve como objetivo divulgar e partilhar
experincias didticas inovadoras no mbito da avaliao no contexto do
Ensino Superior e, mais particularmente, dos chamados mtodos
centrados nos alunos em vrias reas do conhecimento. Os resultados
sugerem que os chamados mtodos alternativos tais como porteflios e
trabalho de projeto promovem a autonomia e a aprendizagem dos
estudantes, embora tambm se reconhea que estes mtodos exigem
mais trabalho, mais dedicao e esforo. Nesse artigo discutem-se as
implicaes dos resultados do projeto e sua aplicao noutros contextos.
Palavras chave: avaliao, ensino superior, mtodos alternativos
Abstract
This paper reports on findings from a project aimed at looking assessment
methods in Higher Education, particularly, the so-called alternative or
learner-centred methods. Innovative practices are shared and discussed in
various fields of knowledge. In general, findings indicate that alternative
methods such as portfolios and project work enhance students
motivation and learning although they also admit that they require of
them more work, dedication and effort. Implications of the findings are
discussed, particularly in regard to their use in other contexts.
Keywords: assessment, higher education, alternative methods
1. INTRODUO
O Processo de Bolonha teve implicaes no design curricular e nas metodologias de
ensino, de aprendizagem e de avaliao no quadro de um paradigma que reconhece
ao aluno um papel central assente na autonomia, no trabalho partilhado e na
aprendizagem por projetos (Flores & Veiga Simo, 2007). Tal implica a valorizao do
carter transdisciplinar do conhecimento e da inovao como condio fundamental
para a excelncia pedaggica no Ensino Superior (Esteves, 2008), em oposio s
lgicas mais tradicionais, com repercusses na avaliao. Deste modo, os chamados
mtodos alternativos ou centrados nos alunos (Webber, 2012) (e.g. porteflios)
constituem um meio para promover a mudana de paradigma no Ensino Superior no
sentido da 'renovao das prticas de avaliao" (Carless, 2009, p.80). Existem
212
Se, no passado, a avaliao era vista apenas como algo que determinava um grau,
hoje ela encarada tambm como uma ferramenta para a aprendizagem" (Dochy &
McDowell, 1997). Vrios estudos demonstram a relao entre avaliao e
aprendizagem, pois o modo como os alunos a entendem determina o modo como
aprendem (Gibbs, 1999; Scouller, 1998; Light & Cox, 2001; Watering et al. 2008;
Pereira & Flores. 2012, 2013). Como sustenta Biggs (2003), as prticas de avaliao
devem dar sinais claros sobre o qu e como os alunos devem aprender, no sentido da
coerncia com a natureza dos objetivos ou resultados de aprendizagem do curso ou
unidade curricular.
A investigao neste domnio (Gibbs. 1999; Scouller, 1998; Tang, Lai & Leung, 1999;
Fernandes, et al 2010; Flores, et al, 2014) demonstra que a avaliao encerra
potenciais benefcios para a aprendizagem: "a forma como os estudantes se preparam
para uma prova depende da forma como eles percecionam a avaliao e os seus
efeitos podem ter quer influncias negativas, quer positivas, na aprendizagem"
(Watering, et al 2008, p.646). Segers e Dochy (2011, p.341) afirmam que devemos
atender s percees dos alunos, uma vez que permitem "mostrar aos professores
formas de melhorar o ambiente de aprendizagem-avaliao". Os testes tradicionais
espelham uma tentativa de ordenar os estudantes "numa distribuio de desempenho
[...] os testes normativos indicam apenas quem o melhor e o pior num dado
domnio"(Carnoy & Levin, 1985, p.243). Reconhece-se, no entanto, que tais provas
so adequadas em determinados contextos e para determinados objetivos.
Como referem Flores e Veiga Simo (2007, p.3), os alunos no podem ser apenas
consumidores de aulas e testes, tm de ser responsveis e competentes, e os
docentes precisam de "assumir a docncia e a aprendizagem de forma mais
autnoma, colaborativa e partilhada". , pois, imperativo diversificar as prticas de
avaliao. Stufflebeam e Shinkfield (1989) sustentam que os avaliadores devem
conhecer e pr em prtica um amplo conjunto de tcnicas de avaliao e saber como
aplic-las, nos diferentes contextos de forma adequada. S, assim, ser possvel
213
valorizar cada situao e perceber as tcnicas mais eficazes e que servem melhor os
propsitos da avaliao. neste contexto que o presente projeto se enquadrou
procurando divulgar experincias didticas na utilizao de mtodos alternativos no
sentido de potenciar a aprendizagem e os resultados acadmicos dos alunos.
2. REFERENCIAL DE AVALIAO
Neste artigo, relatam-se experincias de avaliao com recurso aos chamados
mtodos alternativos que os autores tm vindo a utilizar nos ltimos anos. No mbito
deste projeto, damos conta de quatro mtodos de avaliao: porteflio; trabalho de
projeto, dirio e narrativas de formao cujos pressupostos so os seguintes: i)
assumir a importncia do aluno como elemento decisivo e construtor do processo
ensino/aprendizagem/avaliao; ii) valorizar a aprendizagem cooperativa e a
construo de saberes em conjunto com os outros, potenciando todo o tipo de
saberes; iii) possibilitar o constante feedback. Um dos aspetos mais salientes prende-
se com a estimulao da interao dos alunos com o professor e entre os alunos. Os
alunos participam em atividades de investigao e de resoluo de problemas,
competindo ao professor criar as condies necessrias para os alunos interagirem,
inquirirem e se envolverem na planificao, monitorizao e avaliao, encorajando-
os a aceitarem as ideias dos outros, tomando decises, fazendo escolhas e
promovendo a autonomia. Todos estes mtodos de avaliao requerem um ambiente
de aprendizagem caracterizado pela autonomia e pelo apoio onde os estudantes
constroem conhecimento e mobilizam recursos para aprenderem a autorregular as
suas aprendizagens. O objetivo central desta opo consiste em ensinar os alunos a
fazerem essa autorregulao atravs do contedo das unidades curriculares que
fazem parte do plano curricular. Os mtodos selecionados permitem integrar a
avaliao no processo de ensino/aprendizagem, tendo em conta as condies do
contexto e integrando a teoria e a prtica para proporcionar aos alunos uma
aprendizagem que inclui o uso estratgico do conhecimento.
Eixos norteadores
Articulao Atitude investigativa
universidade e estratgia de
contexto profissional resoluo de problemas
Planear
Auto interrogao Dispositivos
monitorizar
metacognitiva participativos
e reflectir
Figura 5: Eixos norteadores dos dispositivos participativos (Veiga Simo e Flores, 2006).
3. METODOLOGIA
O presente estudo decorreu em duas Universidades (de Lisboa e do Minho), em
quatro cursos diferentes: Educao, Educao Pr-Escolar, Psicologia e Higiene Oral.
Pretendeu-se analisar as implicaes de processos de formao sustentados por
dispositivos participativos integrados no processo de ensino/aprendizagem com
recurso aos chamados mtodos alternativos ou centrados nos estudantes, cujos
objetivos principais consistiam em: i) desenvolver ferramentas de comunicao
intrapessoal e interpessoal (visibilidade do processo de aprendizagem; discusso
sobre a aprendizagem; fornecimento de feedback), ii) contribuir para ajudar a
prefigurar as competncias e saberes teis no universo profissional; iii) promover o
desenvolvimento contnuo do estudante como aprendente (fomento da
reflexibilidade e estimulao da autorregulao da aprendizagem).
3.2. PARTICIPANTES
Estudantes do Ensino Superior
Psicologia 11 6.9
Ensino 57 35.6
160 100
1 ano 82 51.2
2 ano 33 20.6
3 ano 34 21.3
4 ano 11 6.9
160 100.0
(e.g. permitiram uma avaliao das aprendizagens mais justa); 4 itens sobre o
desenvolvimento de competncias (e.g. permitiram-me desenvolver competncias
transversais ex. pesquisa e seleo de informao, trabalho em equipa, etc.); 3 itens
sobre a forma como os mtodos de avaliao se articulam com a aprendizagem dos
contedos (e.g. permitiram-me centrar mais no prprio processo de aprendizagem e
no s na classificao final na UC); 2 itens sobre a definio de metas e de
estratgias (e.g. ajudaram-me a planear as estratgias a utilizar para atingir as
metas, no incio do semestre); 2 itens sobre a monitorizao e a reavaliao da
eficcia das estratgias usadas (e.g. ajudaram-me a verificar se necessitava de
reformular as minhas estratgias de aprendizagem, ao longo do semestre); 2 itens
sobre a reflexo sobre o processo de aprendizagem (e.g. ajudaram-me, no final do
semestre, a repensar a forma como geri a minha aprendizagem) e 4 itens sobre a
eficcia e oportunidade do feedback (e.g. permitiram que o feedback recebido ajude
o aluno a melhorar o seu processo de aprendizagem).
4. PRINCIPAIS RESULTADOS
Nesta seco descrevemos, de forma breve, os principais resultados obtidos, quer
junto dos estudantes, quer junto dos alunos.
219
Quando questionados sobre o papel dos mtodos alternativos na definio das suas
metas e estratgias para as atingir, 69.4 % dos inquiridos concordam que estes
mtodos os ajudaram a definir as metas a alcanar no seu desempenho escolar no
221
A mais adequada para este nvel de ensino, porque d a liberdade aos alunos
e tambm a responsabilidade de construir a sua prpria formao
aproveitando as pistas, os dilogos existentes ao longo do semestre. (Q85)
223
5. CONSIDERAES FINAIS
Os mtodos de avaliao utilizados foram considerados atrativos pelos estudantes,
mas exigindo uma grande disponibilidade temporal e um esforo elevado. Contudo,
reconhecem que os conduziram a nveis elevados de interesse e satisfao dentro e
fora da sala de aula. Sabemos que nveis elevados de envolvimento so considerados
timos promotores da aprendizagem e do desenvolvimento. O desenvolvimento
resulta de um processo de maturao interno em interao com os desafios e
oportunidades proporcionados pelo ambiente de aprendizagem. O questionamento de
processos de ensino e de aprendizagem com base nas prticas dos investigadores
envolvidos revelou-se estimulante e construtivo no sentido do autoestudo das
prticas de avaliao no contexto de uma equipa multidisciplinar.
225
A reflexo sobre as percees dos estudantes e dos docentes que participaram nas
workshops levam-nos a problematizar dois aspetos pelas implicaes que tm ao
nvel da docncia no Ensino Superior.
O primeiro prende-se com os fatores que contribuem para uma utilizao efetiva dos
mtodos de avaliao alternativos e o segundo com o desafio em estruturar
ambientes de aprendizagem, no mbito do Ensino Superior, que permitam aos
estudantes construir conhecimento e mobilizar recursos para aprenderem a
autorregular as suas aprendizagens a fim de as transferirem e aplicarem na sua
futura atividade profissional.
6. AGRADECIMENTOS
A equipa gostaria de agradecer a todos os participantes neste projeto, bem como
FCT pelo apoio financeiro no mbito do Concurso para Partilha e Divulgao de
Experincias em Inovao Didtica no Ensino Superior Portugus.
7. REFERNCIAS
Biggs, J. (2003) Teaching for Quality Learning at University. Buckingham: SHRE and
Open University Press.
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Resumo
O projeto Partilha e divulgao de experimentao online em cursos de
engenharia, suportada por redes de sensores e atuadores sem fios e por
contedos multimdia resultou da candidatura aos Projetos de Partilha e
Divulgao de Experincias com Inovao Didtica, em 2014, da Fundao
para a Cincia e a Tecnologia (FCT). O seu objetivo principal foi a partilha
e a divulgao junto de outras instituies de ensino superior,
universitrias e politcnicas, de experincias letivas e recursos didticos,
suportados, fundamentalmente, por experimentao online, e
desenvolvidos em alguns departamentos da FCTUC e da FEUP no campo da
inovao didtica, com base na experincia e no conhecimento
resultantes de vrios projetos anteriores. Do projeto resultaram algumas
atividades de partilha de recursos didticos que demostram a relevncia
deste tipo de iniciativas.
Palavras chave: experincias letivas, experimentao online, laboratrios
remotos e virtuais, recursos didcticos, redes de sensores e atuadores
sem fios
Abstract
The project "Sharing and dissemination of online experimentation in
engineering courses, supported by wireless sensor and actuator networks
and by multimedia contents" resulted from the application for Projects of
Sharing and Dissemination of Experiences of Teaching Innovation, in 2014,
of the Foundation for Science and Technology (FCT). Its main objective
was to share and disseminate with other higher education institutions,
universities and polytechnics, teaching experiences and educational
resources, supported mainly by online experimentation, and developed in
some departments of FCTUC and FEUP in the field of didactic innovation,
based on the experience and knowledge resulting from several previous
projects. The project resulted in some sharing activities of educational
resources that demonstrate the relevance of such initiatives.
1. INTRODUO
O projeto FCT 132/ID/2014 - Partilha e divulgao de experimentao online em
cursos de engenharia, suportada por redes de sensores e atuadores sem fios e por
contedos multimdia resulta do trabalho desenvolvido nos Departamentos de
Engenharia Informtica (DEI) e de Engenharia Qumica (DEQ) da Faculdade de
Cincias e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) no campo da inovao
230
2. DESCRIO DO PROJETO
O projeto visou a partilha e a divulgao junto de outras instituies de ensino
superior, universitrio e politcnico, de mdulos temticos desenvolvidos para
disciplinas de cursos de engenharia da Universidade de Coimbra, que incluem
experimentao online, suportada por laboratrios remotos e virtuais, por contedos
multimdia baseados em tecnologias emergentes como, por exemplo, vdeos,
simuladores e vdeos interativos, e incluindo recursos de avaliao online baseados
em funcionalidades existentes no Moodle, plataforma de LMS (Learning Management
System) amplamente utilizada pelas instituies de ensino superior.
Esta tarefa teve como objetivo contactar responsveis por disciplinas e cursos
de engenharia em diversas instituies nacionais de ensino superior (FCTUNL,
UAc, UA, ISEC-IPC e IPT), universitrias e politcnicas, para divulgar as
experincias letivas e identificar o potencial interesse na partilha de recursos
didticos em disciplinas de cursos dessas instituies;
3. RESULTADOS DO PROJETO
A concretizao das tarefas da Ao 3 resultou na realizao das adaptaes
necessrias partilha dos recursos letivos existentes, tendo em considerao os
requisitos identificados na Ao 2. De seguida so apresentados os resultados
principais do projeto.
Este trabalho (Cardoso, Sousa, Leito, Graveto, & Gil, 2015) baseia-se num
laboratrio hbrido com aplicaes computacionais interativas que permitem o acesso
remoto a experincias que usam sistemas laboratoriais existentes no LIIS do DEI-
FCTUC. As experincias incluem a monitorizao de sistemas com observao de
variveis fsicas, a identificao do modelo de sistemas, o controlo digital de
sistemas dinmicos e os sistemas de controlo distribudo, considerando controladores
remotos numa rede de comunicaes partilhada.
(a) (b)
Figura 7: Interface do laboratrio virtual (a) e remoto (b) usando um sistema de trs tanques
para a experincia online.
238
De salientar a relevncia dada, por docentes e por estudantes, ao apoio que deve ser
disponibilizado para ultrapassar as dificuldades pontuais e para o esclarecimento de
dvidas sobre a interao remota com os equipamentos e sobre o software a que
tiverem acesso para realizar os vrios trabalhos suportados por experimentao
online.
No caso dos recursos referidos na subseo 3.1, foi realizado um trabalho sobre
controlo difuso por 44 alunos da disciplina de Controlo Inteligente do Mestrado
Integrado em Engenharia Eletrotcnica e de Computadores, do DEE da FCTUNL. Como
resultado desta partilha, verificou-se uma melhoria da aprendizagem dos assuntos
239
abordados neste trabalho pela maioria dos alunos. Estes salientaram a importncia
do trabalho envolver o acesso remoto a um recurso laboratorial e o facto de poderem
aceder online ao recurso de acordo com as suas disponibilidades temporais.
Quanto aos recursos referidos na subseco 3.3, foi realizado um trabalho sobre a
aquisio, processamento e geolocalizao de dados num Sistema de Informao
Geogrfica (SIG) por 54 alunos da disciplina de Sistemas de Informao Geogrfica da
Licenciatura em Engenharia Civil, do DEC do ISEC-IPC. Com esta partilha foi possvel
sensibilizar os alunos para a programao em ambiente SIG, tendo resultado na
melhoria da sua motivao e do seu desempenho na disciplina.
Com base nos resultados obtidos e na divulgao realizada no projeto, prev-se que a
partilha de recursos e a utilizao de metodologias de ensino-aprendizagem
suportadas por experimentao online continue a concretizar-se em vrias disciplinas
de cursos de engenharia das instituies de ensino superior envolvidas. Pretende-se,
deste modo, promover a utilizao de recursos de experimentao online de uma
forma mais universal, esperando-se que isso possa contribuir para a melhoria do
processo de aprendizagem dos alunos, bem como para a diminuio da taxa de
desistncia da frequncia das disciplinas e para o aumento da participao ativa dos
alunos nas atividades letivas.
5. CONCLUSO
No mbito do projeto da FCT, procedeu-se divulgao de experincias letivas e foi
promovida e concretizada a partilha de recursos didticos em cursos de engenharia
ou afins, baseados em experimentao online e suportados por redes de sensores e
atuadores sem fios e por contedos multimdia (Cardoso, Rasteiro, & Restivo, 2015).
Para tal, foram especificados e adaptados alguns recursos para utilizao efetiva em
disciplinas de cursos de licenciatura e de mestrado do ensino superior nacional,
universitrio e politcnico.
240
6. AGRADECIMENTOS
Os autores manifestam o seu agradecimento FCT pelo suporte a este trabalho
atravs do projeto FCT 132/ID/2014 - Partilha e divulgao de experimentao
online em cursos de engenharia, suportada por redes de sensores e atuadores sem
fios e por contedos multimdia que decorreu durante um perodo de 6 meses, de
30/09/2014 a 29/03/2015, no mbito do concurso de 2014 para Projetos de Partilha e
Divulgao de Experincias com Inovao Didtica.
7. REFERNCIAS
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241
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Proc. 3rd Experiment@ International Conference exp.at15, 101-102.
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Learn About Nanoparticles Characterization. International Journal of Online
Engineering (iJOE), 9, 77-79. doi: http://dx.doi.org/10.3991/ijoe.v9iS8.3401.
Rasteiro, M. G., Ferreira, L., Teixeira, J., Bernardo, F. P., Carvalho, M. G., Ferreira,
A., Ferreira, R. Q., Garcia, F. A. P., Baptista, C. M. S. G., Oliveira, N., Quina,
M., Santos, L., Saraiva, P. A., Mendes, A., Magalhes, F., Almeida, A. S., Granjo,
242
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Chemical Engineers, 4, e9e19. doi:
http://dx.doi.org/10.1016/j.ece.2009.02.001.
Restivo, M. T., Quintas, M. R., Rodrigues, J., & Cardoso, A. (2015). Next-Generation
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exp.at15, 99-100.
Ribeiro, A., Vieira, J., Sousa, A., & Cardoso, A. (2015). Demonstration of GIS web-
based platform for experimentation supported by geosensors in a WSN. Proc. 3rd
Experiment@ International Conference exp.at15, 137-138.
243
Resumo
Este artigo relata as principais concluses de um estudo cujo principal
objetivo foi avaliar de um modo global a qualidade das prticas
pedaggicas adotadas no projeto de Ensino a Distncia da Universidade de
Coimbra. A metodologia escolhida para o estudo foi maioritariamente
quantitativa, de cariz no experimental, e o estudo abrangeu os cursos
desenvolvidos ao longo de quatro anos de funcionamento do projeto e 520
formandos respondentes. Pretendeu-se identificar as estratgias mais e
menos valorizadas pelos formandos e o estudo veio demonstrar que os
resultados obtidos at agora so positivos e contribuir para a
identificao de boas prticas e oportunidades de melhoria, tanto para
futuras edies dos cursos atuais como para o desenvolvimento de novos
cursos, permitindo, assim, uma melhoria global do projeto.
Palavras-chave: Avaliao da Qualidade, Avaliao da Satisfao, Ensino
a Distncia
Abstract
This paper reports the main findings of a study whose main objective was
to evaluate in a comprehensive way the quality of pedagogical practices
of the Distance Education project of the University of Coimbra. The
methodology chosen for the study was mainly quantitative, of non-
experimental nature, and the study covered the courses developed over
four years of the project and 520 trainees. It was intended to identify the
strategies most and least valued by the trainees and the study has shown
that the results obtained so far are positive and contribute to the
identification of good practices and improvement opportunities, both for
future editions of current courses as well as for the development of new
courses, thus allowing an overall improvement of the project.
Keywords: Quality Assessment, Satisfaction Assessment, Distance learning
1. INTRODUO
Tal como outros pases, Portugal aderiu ao ensino a distncia (EaD), primeiro atravs
dos media e mais recentemente atravs das Tecnologias da Informao e
Comunicao (TIC).
A tecnologia est cada vez mais presente na vida do dia-a-dia e na educao. Nos
ltimos tempos a evoluo tem sido notria, estando o indivduo cada vez mais
dependente das (TIC) Gomes (2008).
244
2. O PROJETO UC_D
O Projeto de Ensino a Distncia da Universidade de Coimbra (UC_D) procura dar
resposta s necessidades de formao ao longo da vida e de requalificao de
diplomados e cidados no ativo (Despacho n. 128/2010). Para isso, promove a
construo de prticas pedaggicas inovadoras, mediadas pelas TIC, em que o
formando ter um papel ativo e autnomo no desenvolvimento da sua aprendizagem.
Na medida em que os cursos se realizam essencialmente a distncia o formando
beneficia de uma grande flexibilidade de horrio, o que lhe permite uma gesto do
tempo de acordo com a sua disponibilidade, ainda que deva estar alinhado com o
cronograma e itinerrio pedaggico do curso (Mendes et.al. 2011; Pessoa
et.al.,2013;2015). O Projeto UC_D tem como misso prestar apoio conceo e
desenvolvimento de cursos de ensino a distncia, em formato totalmente a distncia
(e-learning), a maioria, ou de b-learning, em colaborao com as vrias Unidades
Orgnicas da Universidade. Este apoio usualmente mais forte durante a conceo
245
Alemo Jurdico 2
Educao Parental 2
Empreendedorismo e Inovao 1
Redes de Computadores 2
Uma avaliao que no contribua para distinguir a qualidade dos objetos no cumpre
a sua misso (Stake, 2006 cit. por Fernandes, 2013). A avaliao da qualidade pode
ser determinada atravs de criterial thinking, que pode ser estruturado do seguinte
modo: definio de critrios de qualidade, que caracterizem o mrito; medio do
desempenho dos formandos; comparao do desempenho dos formandos com os
critrios definidos; formulao de juzos e tomada de decises em funo desses
juzos (Scriven,1991, Schwartz e Mayne, 2005). Todavia, seria importante referir que
a avaliao da qualidade sempre uma construo realizada por indivduos, sendo,
por isso, relacionada com a experincia de cada um (Fernandes, 2013). Contudo,
apesar de ter um carcter subjetivo, pode fornecer fortes indicadores para a
melhoria contnua dos processos de conceo, implementao e realizao de novas
edies dos cursos avaliados ou at de novos cursos.
247
4. METODOLOGIA
Num primeiro momento foi definida a problemtica de investigao, assim como os
objetivos. Neste sentido, foi definido o seguinte problema:
formular concluses que possam ser teis em edies futuras dos cursos e
noutros cursos a desenvolver;
anlise apenas se refere aos cursos que foram frequentados por 8 ou mais alunos.
Assim a populao analisada de 597 indivduos que frequentaram 12 cursos e a
amostra corresponde aos 520 formandos que responderam ao QAS, o que corresponde
a uma taxa de respostas de 87%.
Os dados numa primeira abordagem foram tratados atravs do Microsoft Excel, onde
foram quantificados e organizados. De seguida foi construda uma base de dados
atravs do IBM SPSS software 22 , com o intuito de se fazer uma anlise descritiva
baseada em mdias, desvio-padro e frequncias.
5.RESULTADOS
Atravs da anlise efetuada com recurso ao software SPSS obtiveram-se as mdias e
respetivos desvios-padro das variveis que constam no estudo (ver Figura 2).
4,66 e s=0,50), sendo teis no geral (= 4,61 e s=0,55), suficientes (=4,54 e s=0,61)
e que a linguagem utilizada foi acessvel (=4,63 e s= 0,50). Consideraram, tambm,
que os recursos foram teis para clarificar os conceitos (= 4,53 e s=0,50), a
diversidade dos materiais foi adequada (=4,51 e s=0,61), os textos base e os artigos
(complementares e obrigatrios) permitiram aprofundar os conhecimentos (=4,50 e
s= 0,57), os recursos fornecidos foram adequados (= 4,47 e s=0,74) e as referncias
bibliogrficas foram teis (=4,45 e s= 0,73). No entanto, alguns consideraram que a
documentao foi excessiva (=3,92 e s=0,76).
Por fim, relativamente questo binominal Considera a sesso sncrona til (sim=1
e no=2) verificou-se que as sesses sncronas foram consideradas teis em 74% dos
casos.
Tal como foi referido, foi possvel realizar uma anlise incidindo em frequncias,
obtendo para cada varivel uma tabela de frequncias. No entanto, considermos
importante complementar essa anlise com um diagrama de extremos e quartis/caixa
de bigodes. O diagrama de extremos e quartis um grfico que permite observar a
252
6. CONCLUSES
Atravs da anlise das mdias foi possvel concluir quais as estratgias mais e menos
apreciadas pelos formandos. Das 52 estratgias analisadas 86% correspondem s mais
apreciadas enquanto apenas 12% dizem respeito s menos apreciadas, tendo estas
mdias positivas, mas mais baixas (a mdia mais baixa de 3,49).
mdias se localizam nas mais altas das mais altas, sendo tambm a dimenso com
grau de satisfao mais elevado (90%).
Aps a anlise dos dados seguiu-se a definio dos critrios que se destinam
melhoria da qualidade da avaliao e que permitam comparar a perceo dos
formandos com os critrios definidos. De acordo com Figari (1996) os critrios so
centrais no domnio da avaliao em geral. Um critrio como um princpio que
permite identificar o falso e o verdadeiro, estimar e avaliar. A cada critrio
correspondem indicadores (Alves, 2004). A definio de critrios e indicadores
bastante importante, na medida em que de acordo com estes os resultados podem
variar. Assim, tendo em conta as especificidades do projeto foram definidos os
critrios, sendo eles usabilidade da plataforma, contedos programticos e
atividades, equipa pedaggica, recursos de apoio, procedimentos de avaliao e
relacionamento interpessoal. Alm disso foram definidos os indicadores que
coincidem com as questes de cada dimenso referida.
Terminada a anlise foi possvel formular juzos e tomar decises. Neste sentido, foi
elaborado um plano de aes de melhoria, que ir permitir ao UC_D orientar as suas
aes e adequar as suas estratgias, pretendendo-se, assim, uma constante
monitorizao da qualidade das prticas pedaggicas. Assim foram delineadas
algumas melhorais tais como: melhorar as estratgias menos positivas, uniformizar o
QAS e organizar melhor a base de dados extrada do Moodle.
7. AGRADECIMENTOS
Esta pesquisa foi parcialmente financiada pelo projeto "Avaliao de Satisfao como
um Indicador da Qualidade das Prticas de Pedaggicas no Projeto de Ensino a
Distncia da Universidade de Coimbra" (116 / ID / 2014) da Fundao para a Cincia e
Tecnologia (FCT).
8. REFERNCIAS
Alves, M.P. (2004). Currculo e Avaliao. Porto: Porto Editora.
Hadji, C. (1994). A avaliao, regras do jogo: das intenes aos instrumentos. Porto:
Porto Editora.
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Distncia da Universidade de Coimbra. In Gomes, M.J., Osrio, A .J., & Valente,
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15 Maio. 2015.
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Reitoria da Universidade de Coimbra, 33, 36-37. Acedido em Maio, 2015 em
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Pessoa, T., Vieira, C., Neto, J., Silva, J., Fonte, M., Pedrosa, S., Marcelino, M. J. &
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Pedagogia no Ensino Superior, 23, 322. Acedido em Maro, 2015, em
http://issuu.com/cinep/docs/23_cadernos_de_pedagogia_no_ensino_superior?m
ode=window&viewMode=doublePage.
Resumo
O trabalho em causa apresenta o framework de avaliao de prticas de
ensino inovadoras no contexto do ensino superior. O mesmo deriva do
trabalho desenvolvido pela equipa do Projeto 'Inovao Pedaggica no
Ensino Superior: e-Learning e tecnologias digitais' no qual se procurou
identificar princpios de base para estabelecer linhas orientadoras para o
desenvolvimento de prticas inovadoras no domnio didtico, onde as
tecnologias digitais e os ambientes online se encontrem presentes, com
vista melhoria do processo formativo. Para a conceo do referido
framework procedeu-se a uma reviso sistemtica da literatura (Gough,
Oliver, & Thomas, 2012) na rea, em particular de modelos e referenciais
internacionais sinalizadores de i) standards internacionais no domnio da
garantia da qualidade no ensino superior e ii) requisitos definidos para
atribuio de etiquetas de qualidade em e-Learning por parte de
entidades internacionais. O framework concebido assumiu uma estrutura
modular, agregativa e dinmica, sendo organizado com base em cinco
princpios (flexibilidade, interatividade, acessibilidade, personalizao e
sustentabilidade) e em cinco dimenses (design curricular, metodologias
e atividades, contedos/materiais, avaliao e sistemas de suporte). O
cruzamento entre a aplicao desses princpios e as prticas assumidas
nas dimenses estruturadoras fornece um conjunto de 25 descritores de
boas prticas em inovao pedaggica em e-Learning e tecnologias
digitais.
Palavras-chave: ensino superior, e-Learning, inovao pedaggica,
qualidade em e-Learning.
Abstract
This paper presents the framework of innovative teaching practice
evaluation in the context of higher education. This also follows the work
developed by the team of the project 'Pedagogical Innovation in Higher
Education: e-Learning and Digital Technologies'. The project sought to
identify basic principles to establish guidelines for the development of
innovative practices in didactics where digital technologies and online
environments are present in order to improve the training process. For
the design of the framework a systematic review of the literature has
been conducted (Gough, Oliver, & Thomas, 2012), in particular over
models and international benchmarks that flags i) international standards
in the field of quality assurance in higher education and ii) defined
requirements for assigning quality labels in e-Learning by international
organizations. The proposed framework has taken a modular, aggregative
and dynamic structure and has been organized upon five principles
(flexibility, interactivity, accessibility, customization and sustainability)
and in five dimensions (curricular design, methodologies and activities,
content/materials, assessment and support systems). The intersection
258
1. INTRODUO
Ao longo da ltima dcada, o Ensino Superior (ES) em Portugal tem sido submetido a
constantes mudanas de mbito poltico, administrativo, financeiro, pedaggico e
tecnolgico, sendo constrangido por fontes externas e internas de mudana, s quais
necessitou dar resposta com profundas alteraes de mbito organizacional e
institucional.
3. METODOLOGIA
Com vista criao de um framework para a rea procedeu-se a uma reviso
sistemtica da literatura (Gough, Oliver, & Thomas, 2012), em particular no que
respeita a modelos e referenciais internacionais sinalizadores de i) standards
internacionais no domnio da garantia da qualidade e inovao pedaggica no ensino
superior e ii) requisitos definidos para atribuio de etiquetas de qualidade em e-
Learning (e-quality labels) por parte de entidades internacionais. Este trabalho foi
desenvolvido com base em trabalhos prvios da equipa (Monteiro, Pedro & Sangr,
2014).
v) autoria;
Modelos
O modelo est ativo ou O modelo revela uma
selecionados
aplicado na dimenso pedaggica
atualidade? que integra elementos
de inovao?
ACODE - The Australasian Council on Open,
M1 Sim Sim
Distance and e-Learning (ACODE)
BENVIC - Benchmarking of Virtual
M2 No Sim
Campuses
CITSCAPES - C&it skills: current situations,
M3 No Sim
avenues of possibility, emerging solutions
21
5. CONCLUSO
O trabalho em causa procura desenvolver linhas orientadoras para o desenvolvimento
e implementao de prticas inovadoras no domnio didtico no contexto
universitrio e politcnico onde a utilizao das tecnologias digitais e ambientes
online seja incorporada com vista melhoria do processo de ensino e aprendizagem
oferecido. De igual modo, entendendo-se o e-Learning numa perspetiva ampla e
refletora da realidade atual do ES, tanto no contexto nacional como, muito em
especial, no contexto internacional. Apresenta-se ainda em termos conclusivos uma
proposta de definio de boas prticas com tecnologias digitais para cada um das
dimenses eleitas para estruturao do framework apresentado.
269
6. AGRADECIMENTOS
Atendendo ao facto de o presente artigo ter sido desenvolvido no seguimento do
projeto financiado pela Fundao para a Cincia e Tecnologia (Referncia
48/ID/2014 do Programa Partilha e Divulgao de Experincias em Inovao Didtica
no Ensino Superior Portugus), os autores expressam o seu agradecimento aos
restantes elementos da equipa, a saber: Pedro Cabral do e-Learning Lab- ULisboa,
Susana Carvalhosa, Alexandra Paio e Nuno Guimares do ISCTE-IUL e ainda Manuela
Esteves, Joo Filipe Matos e Ana Pedro do IE - ULisboa.
7. REFERNCIAS
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270
Gough, D., Oliver, S., & Thomas, J. (2012). An Introduction to systematic reviews.
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Monteiro, J., Pedro, N., & Sangr, A. (2014). E-maturidade organizacional para o e-
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Lisboa: Instituto de educao da Universidade de Lisboa.
271
Resumo
Este artigo visa apresentar o projeto Promoo Pedaggica Institucional
da Plataforma M@t-educar com sucesso, desenvolvido no mbito do
concurso Partilha e Divulgao de Experincias em Inovao Didtica no
Ensino Superior Portugus. O projeto foi desenvolvido em trs Unidades
Orgnicas do Instituto Politcnico de Viana do Castelo no sentido de
colmatar o insucesso escolar nas unidades curriculares de Matemtica
que, h j alguns anos, so uma preocupao e alvo de reflexo por parte
dos docentes desta instituio. Neste sentido, os objetivos primordiais
deste projeto foram a partilha, com os colegas institucionais, da
plataforma M@t-educar com sucesso e a sua aplicao em contexto
educativo. Procurou-se promover o desenvolvimento de novas e mais
adequadas abordagens dos contedos lecionados nas unidades curriculares
(UC) da rea de Matemtica dos cursos de licenciatura ministrados no
IPVC. Deste modo foi possvel sensibilizar os colegas para novas prticas
pedaggicas, promovendo um ensino mais concordante com as exigncias
atuais, indo ao encontro dos princpios defendidos pelo processo de
Bolonha.
Palavras chave: insucesso escolar, prticas pedaggicas, ensino superior,
plataformas de ensino e aprendizagem, matemtica
Abstract
This paper intends to present the project named Institutional
Educational Promotion of the m@t-educate with success platform,
developed under the Sharing and Disclosure of Experiences in Teaching
Innovation in the Portuguese Higher Education competition. The project
was conducted in three learning centers of the Polytechnic Institute of
Viana do Castelo (IPVC), in order to overcome the academic failure in
mathematic courses, which is cause for concern and reflection of the
teachers, for several years. Thus, the main objectives of this project
were to share the m@t-educate with success platform with institutional
colleagues and its use in an educational context. The use of the platform
was focused in the promotion and development of new and more
appropriate approaches to the content taught in mathematic courses of
IPVC degrees. Thus, it was possible to sensitize colleagues to use new
teaching practices, promoting a more consistent teaching according with
the current requirements, meeting the principles advocated by the
Bologna Process.
Keywords: student failure, pedagogics, higher education, teaching
learning platforms, mathematics
272
1. INTRODUO
O insucesso escolar a matemtica tem sido alvo de reflexo no ensino superior
portugus. No Instituto Politcnico de Viana do Castelo, foi desenvolvida uma
plataforma online interativa, M@t-educar com sucesso, com o propsito de contribuir
para o combate do insucesso escolar a matemtica, a qual foi alvo de um estudo
sistemtico em contexto educativo, tendo-se concludo que a sua utilizao nesse
contexto poder contribuir para a construo do conhecimento.
2. CONTEXTUALIZAO
A desmotivao dos alunos relativamente rea da Matemtica, o seu insuficiente
desempenho e, consequentemente, o insucesso escolar nas unidades curriculares
desta rea so razes que potenciam o incremento do abandono escolar no IPVC.
Acresce ainda o facto de os estudantes que ingressam nas licenciaturas provm de
diversificadas formaes ao nvel da Matemtica, uns frequentaram a disciplina de
matemtica at ao 12 ano de escolaridade, outros apenas frequentaram a disciplina
de matemtica at ao 9 ano de escolaridade e outros regressam agora aos estudos
depois de os terem abandonado h j muitos anos. Assim sendo, fundamental no
combate ao insucesso escolar ter presente esta realidade. A problemtica do
insucesso escolar nomeadamente a Matemtia um fator relevante quer ao nvel
nacional (Tavares, 2002; Correia, Gonalves, & Pile, 2003; Vieira & Cristovo, 2009)
quer ao nvel internacional (Artigue, 1999; Rezende, 2003; Mello & Mello, 2007; Joint
Mathematical Council of the United Kingdom, 2011).
3.2 METODOLOGIA
Com o intuito de analisar a nova de prtica pedaggica nas UCs de Matemtica, que
envolvia a utilizao da plataforma M@t-educar com sucesso em contexto educativo
optou-pela utilizao de vrios instrumentos de recolha de dados, possibilitando uma
melhor interpretao do real.
4. RESULTADOS
Nas UCs em que se desenvolveu o projeto estavam inscritos 606 alunos e cerca de
50% frequentou as aulas. O nmero de semanas em que foram lecionados contedos
disponveis na plataforma foi cerca de 8 semanas correspondente em mdia a 50%
dos contedos que fazem parte do programa das respetivas UCs. Na plataforma
registaram-se 244 alunos dos quais 203 efetuaram acessos. O nmero total de acessos
agrupados em 8 classes est representado no histograma (Figura 1).
140
120
100
N de acessos
80
60
40
20
0
[1,2] [3,4] [5,6] [7,8] [9,10] [11,12] [13,14] >14
[5 acessos]
5%
[Mais de 5
acessos]
28%
[Menos de 5
acessos]
67%
Dos 302 alunos submetidos avaliao nas UCs de Matemtica onde este projeto foi
implementado 59% obteve aprovao UC. de referir que o nmero de alunos
avaliados aproximadamente igual ao nmero de alunos que efetivamente
acompanhou as aulas.
276
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Eng Civil e Eng Eng Eng MateriaisEng. Sistemas Gesto da Marke ng e Biotecnologia Eng Eng do
Ambiente Electrnica e Inform ca Energias Distribuio Comunicao Agronmica / Ambiente /
Redes Comp. Renovaveis Logs ca Empresarial Agronomia Cincias e
Tecnologias
do Ambiente
ESTG ESCE ESA
2013/2014 2014/2015
Figura 3: Percentagem de aprovados sobre avaliados nos anos letivos 2013/2014 e 2014/2015.
1 2
6
2% 5%
11%
3
19%
5
19%
4
44%
0 20 40 60 80 100
Nunca Algumas vezes Muitas vezes Sempre
Cerca de 60% dos inquiridos consideraram que as atividades propostas nos guies de
estudo facilitaram a compreenso dos contedos neles envolvidos; contriburam para
o desenvolvimento de capacidades de resoluo de problemas e para a construo de
conhecimento. A linguagem utilizada e das tarefas propostas nos guies
acompanhadas de sugestes de resoluo foram consideradas, por cerca de 50% dos
alunos inquiridos, Muitas vezes/Sempre claras e adequadas. No que concerne s
atividades propostas contriburem para desenvolver o gosto pela Matemtica apenas
9% indicou Nunca, versus, 7% que indicou Sempre. A opo mais registada foi Algumas
vezes (49%).
5. CONCLUSO
O uso da plataforma M@t-educar com sucesso, em contexto educativo, nas UCs de
Matemtica em trs das escolas do IPVC (ESA. ESTG e ESCE) foi bem aceite por todos
os intervenientes.
6. AGRADECIMENTOS
Este trabalho foi parcialmente suportado no mbito do projeto Partilha e Divulgao
de Experincias em Inovao Didtica no Ensino Superior Portugus, ao abrigo do
Processo 178/ID/2014 da Fundao para a Cincia e Tecnologia.
7. REFERNCIAS
Aquino, S. (2013). O projeto PmatE e a aprendizagem da matemtica no ensino
superior. Tese de Doutoramento. Universidade de Aveiro.
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ensino de Clculo: Uma experincia no MOODLE. In 14 Congresso Internacional
ABED de Educao a Distncia, 1, 1-10. Santos-SP.
Resumo
O progresso contnuo da sociedade exige de todos os atores uma
atualizao dinmica e constante, quer em termos de acompanhamento
e, at mesmo, de adaptao. No que respeita educao, por muito
atualizados que estejamos em relao aos contedos, s estratgias
didticas e aos recursos tecnolgicos, somos inevitavelmente forados a
nos adaptar a novos paradigmas, sendo levados a reformular os mtodos
de ensino tradicionais. Neste contexto, surge o contributo das
plataformas de e-learning, onde docentes e estudantes tm sua
disposio novos meios de dinamizar o processo ensino e aprendizagem,
uma vez que estas plataformas podem ser definidas como um ambiente
virtual de apoio ao ensino. No ano 2003, o Instituto Superior de
Contabilidade e Administrao do Porto (ISCAP), integrado no Instituto
Politcnico do Porto (IPP), introduziu a plataforma Moodle. Tendo como
base toda a experincia de utilizao desta plataforma, surgiu em 2007
um projeto online da rea cientfica de Matemtica, o MatActiva
(www.matactiva.com), com o objetivo de apoiar os estudantes que
apresentavam dificuldades nesta rea. Procurou-se, no concurso Partilha
e Divulgao de Experincias em Inovao Didtica no Ensino Superior
Portugus, no s a possibilidade de dar continuidade a este projeto bem
como a divulgao do mesmo e dos resultados nele obtido.
Palavras chave: e-Learning, ensino distncia, ensino superior, inovao
didtica, open-Learning, tecnologias e educao matemtica.
Abstract
The continued progress of society requires all the actors to be dynamic
and constantly updated, both in terms of monitoring as well as in the
need to adapt. With regard to education, no matter how updated we are
in relation to the contents, didactic strategies and technological
resources. We are still inevitably forced to adapt to new paradigms and
have to revamp the traditional teaching methods. In this context, the
contribution of e-Learning platforms that can be defined as a virtual
environment to support teaching where teachers and students have at
their disposal new ways to streamline the teaching-learning process,
appears as central. In 2003, the School of Accounting and Administration
of Porto (ISCAP), part of the Polytechnic Institute of Porto (IPP)
introduced the Moodle platform. Based on this platform, an online project
of the scientific area of Mathematics, the MatActiva
(www.matactiva.com), came into existence in 2007. This project aimed
at supporting students who had difficulties in this area. The call
dedicated to Sharing and Disseminating Innovative Pedagogical
284
1. INTRODUO
Conscientes de que a capacidade interna de mudana quer das Instituies do Ensino
Superior (IES) quer dos indivduos importante na sustentao da melhoria da
educao e que as dificuldades a Matemtica no terminam no Ensino Secundrio,
um grupo de docentes do ISCAP, resolveu desenvolver um projeto inovador online, de
apoio aos seus estudantes, ao qual chamou MatActiva. Atualmente os nossos
estudantes, de um modo geral, apresentam dificuldades na resoluo de problemas,
no raciocnio matemtico, que frequentemente se refletem na realizao de tarefas
muito simples, sendo crescente o seu desinteresse em relao Matemtica.
Diramos mesmo que uma das causas do insucesso dos nossos estudantes
frequentemente a sua fraca preparao (muitos no frequentaram Matemtica no
Ensino Secundrio e/ou no estudam h alguns anos, como o caso dos que
ingressaram nos concursos especiais contingente maiores de 23 anos). O projeto,
desenvolvido no LMS Moodle, uma espcie de explicador online, tendo como um
dos objetivos apoiar o estudo e o desenvolvimento de competncias no que diz
diretamente respeito s unidades curriculares (UC) da rea cientfica de Matemtica,
em regime de e-learning (Azevedo, Torres, Lopes e Babo, 2009). Inicialmente, este
projeto constitua um recurso para levar a efeito objetivos de aprendizagem relativos
aos contedos abordados na UC de Matemtica do primeiro ano de vrias
licenciaturas do ISCAP, mas rapidamente se expandiu a outras UC.
2. OBJETIVOS DO PROJETO
Se considerarmos que a construo do conhecimento dos estudantes pode suceder de
duas maneiras diferentes, dentro e fora do contexto da sala de aula, ento estamos
perante dois tipos de aprendizagens, a formal e a informal. De acordo com Garnwe,
Hayes & Eilks (2014), que reconhecem a aprendizagem no formal como qualquer
atividade escolar que se realiza fora da escola ou mesmo na escola, fora da sala de
aula, podemos afirmar que o Projeto MatActiva se encontra no domnio de uma
aprendizagem informal.
3. O PROJETO MATACTIVA
O Projeto tem como base o LMS na plataforma Moodle, existente no ISCAP. O Moodle
permite usar a linguagem TEX para criar materiais que utilizam smbolos
matemticos. Fazendo uso desta funcionalidade e com a boa vontade dos docentes
diretamente envolvidos, perante a escassez de recursos financeiros foram
desenvolvidos vrios recursos interativos de fcil utilizao. Atualmente, a pgina do
MatActiva apresenta vrias seces, como podemos visualizar no novo Layout da
pgina inicial do MatActiva (ver Figura 1 parte superior esquerda 2 banner).
APRENDENDO
Ligao para pginas com recursos matemticos, que exploram contedos das
diversas reas da matemtica.
288
TESTES
DVIDAS
MATDESAFIO
ETC
Decidiu-se ento instalar um novo tema, que cumpria os requisitos acima descritos. O
tema em questo foi o Tema Archaius. Aps a instalao do tema base houve
necessidade de realizar algumas alteraes em termos de cores, de modo a
enquadrar-se melhor com o Logotipo do MatActiva. Houve tambm a necessidade de
alterar o cdigo-fonte do tema, para resolver alguns bugs, como por exemplo, o
desaparecimento do boto hide/show nos topics. Modificaram-se ainda algumas
pginas para que ficassem mais user friendly, foi o caso da pgina do Projeto, que
permite escolher a lngua (Portugus ou Ingls), bastando para isso clicar na bandeira
da lngua pretendida. Todas as Seces sofreram alguma remodelao em termos de
design ou apresentao de contedos. Foram criados contedos dinmicos para
tornar a plataforma mais apelativa e interativa com os utilizadores.
290
Para tornar alguns contedos mais dinmicos decidiu-se optar por apresentar os
formulrios disponibilizados em vrias Seces, em forma de Ebook. Aps alguma
pesquisa optou-se pela utilizao do software online o FlipHTML5, para a criao de
Ebooks.
ao longo destes ltimos anos no campo do Learning Analytics, sendo este um campo
emergente. No basta colocar um contedo online necessrio ver como este
utilizado e de que forma utilizado. Segundo Long e Siemens (2011) Learning
Analytics pode ser definido como the use of intelligent data, learner-produced
data, and analysis models to discover information and social connections, and to
predict and advise on learning. Em termos gerais, a plataforma Moodle fornece ao
professor/administrador um conjunto alargado de relatrios de informao sobre as
inmeras atividades realizadas pelos seus estudantes numa determinada disciplina
(nomeadamente a visualizao do nmero de logs), que podero ser uma ferramenta
importante no sentido de melhorar e modificar a disciplina em causa.
Em termos mais individuais, isto , focando apenas um estudante podemos ter acesso
a outras informaes. Por exemplo, na Seco Participantes (Participants)
poderemos aceder a:
- View Profile, ao seu perfil tendo acesso ao seu first access e last access.
Aps vrias pesquisas, identificamos inmeros pluggins que nos poderiam auxiliar na
anlise e recolha da informao, tendo em conta a verso do Moodle do MatActiva.
Foram selecionados, instalados e configurados, na plataforma Moodle, os seguintes:
3.3.1.1 GISMO
O Gismo uma ferramenta que utiliza os logs disponibilizados pelo Moodle, criando
uma representao grfica dos mesmo, permitindo ter uma melhor perceo da
perspectiva social, cognitiva e comportamental da interaco dos estudantes (Moodle
Development, 2013). incorporado no moodle atravs da criao de um Block, que
vai buscar os dados aos logs anteriormente referidos. Confere uma perspectiva
grfica quantidade de informao que podemos visualizar no moodle, mostrando
um quadro geral dos alunos como um todo, analisando o processo de aprendizagem
mais geral dos estudantes em todas as Seces (Petropoulou, Kasimatis, Dimopoulos
and Symeon, 2014). Permite obter uma maior percepo de quais os contedos mais
acedidos e saber se determinada atividade teve o impacto desejado e em que
momento os estudantes acederam mais a um determinado contedo numa disciplina.
(onde podemos encontrar atividades como os fruns e quizzes). Podemos ter uma
viso geral, de quais os dias em que uma determinada Seco foi mais acedida, num
determinado perodo de tempo (ver Grfico 1).
Com esta ferramenta conseguimos ter uma perceo visual do comportamento dos
estudantes numa determinada Seco, isto , a inmera informao nos logs do
moodle sob uma -forma mais esquemtica e grfica. Tal como j foi referido, ainda
possvel saber quais os utilizadores que acederam aos recursos da Seco, num
perodo de tempo e quantas vezes este foi visualizado.
O Page Analytics uma opo que nos revela um mapa com a percentagem de clicks
obtido, por cada link na nossa plataforma. Fornece uma viso global de quais os links
mais visitados e dentro de cada Seco/Curso quais os contedos mais visualizados.
De acordo com Oblinger and Campbell (2007) o Learning Analytics um recurso para
tomar decises, que consiste em cinco etapas: recolha de dados, relatrio, previso,
agir e refinar. Estas etapas comeam com a recolha de dados, o alicerce de qualquer
estudo, que de seguida sero selecionados e organizados. Posteriormente, iremos
proceder sua consulta e utilizar ferramentas de anlise estatstica permitindo-nos
examinar a informao, identificar tendncias e padres nos dados o que permitir
fazer uma previso e agir em funo dessa previso, com o objetivo de redefinir o
Projeto de modo a que este possa ser melhorado.
4. CONSIDERAES FINAIS
No restam dvidas que as novas tecnologias assumem um papel fundamental na
sociedade atual, pelo que, a constatao desta realidade exige mudanas no
processo de ensino-aprendizagem.
O Moodle uma das plataformas e-learning (LMS) mais utilizada em todo o mundo.
Sendo um dos sistemas mais completos e de fcil utilizao, possuindo uma
implementao significativa no ensino distncia e auxiliado pelo facto de ser
distribudo em Open Source, facilita a disseminao do conhecimento e
acessibilidade a novos universos de utilizadores. O Projeto MatActiva, utiliza esta
plataforma para comunicar e transmitir informao e conhecimento. Neste Projeto
os estudantes tm acesso a diversos materiais de suporte, quer para auxiliar o
296
5. AGRADECIMENTOS
Este trabalho foi financiado pela Fundao para a Cincia e Tecnologia (FCT Ref
80/ID/2014).
6. REFERNCIAS
Azevedo, J., Torres, C. Lopes, A. e Babo, L. (2009). Enhancing Math Skills with
Moodle, ICERI2009, pp. 2367-2377, ISBN: 978-84-613-955-7.
http://www.eucis-lll.eu/
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Accompanying the document Communication 'Opening Up Education' (2013).
Retirado de:
http://eur-lex.europa.eu/legal-content/EN/TXT/PDF/?uri=CELEX:52013SC0341&rid=1
European Open and Distance Learning Liaison Committee Archive. Retirado de:
http://www.eden-online.org/european-scene/odl-liaison-committee-
archive.html
Garner, N., Hayes, S. M., & Eilks, I. (2014). Linking formal and non-formal learning in
science education A reflection from two cases in Ireland and Germany. Sisyphus
Journal of Education, 2(2), 10-31.
http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0360131512001352
Long, P. and Siemens, G. (2011). Penetrating the fog: analytics in learning and
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https://net.educause.edu/ir/library/pdf/PUB6101.pdf
http://www.oecd.org/edu/ceri/38654317.pdf
298
Petropoulou, O., Kasimatis, K., Dimopoulos, I. and Symeon, R. (2014). LAe-R: A new
learning analytics tool in Moodle for assessing students performance. Bulletin of
the IEEE Technical Committee on Learning Technology, Volume 16, Number 1,
January 2014.
http://learninganalytics.net/LearningAnalyticsDefinitionsProcessesPotential.pdf
299
Resumo
A evoluo das tecnologias de informao e aparecimento de novas
formas de ensino e aprendizagem orientadas para o utilizador, esto a
conduzir-nos a uma mudana paradigmtica no processo de ensino.
Diversos fatores tm contribudo para o rpido crescimento e
disseminao do ensino distncia, como por um lado o decrscimo dos
custos da tecnologia, como por exemplo, computadores, aplicaes
informticas, servios de telecomunicaes, e por outro, a
democratizao no acesso internet e novas tecnologias.
Neste contexto, os Cursos Online Abertos e Massivos (MOOC Massive
Open Online Course), encontram-se bastante em voga no meio
acadmico. Em maio de 2015, e com o apoio de financiamento da
Fundao para a Cincia e Tecnologia, a NOVA IMS desenhou e
implementou o primeiro MOOC no domnio da Cincia e Sistemas de
Informao Geogrfica, intitulado TecGEO.
O curso TecGEO teve como principal objetivo dotar os seus participantes
de uma viso geral e abrangente sobre os Sistemas de Informao
Geogrfica (SIG). Atravs dos seus 6 mdulos, o curso abordou as diversas
componentes e principais vertentes tericas e prticas desta rea
cientfica.
Este artigo pretende efetuar a divulgao dos principais resultados
obtidos na preparao, implementao e execuo de um curso com estas
caractersticas.
Palavras chave: massive open online course, sistemas de informao
geogrfica, e-learning, plataforma eletrnica, tecnologias de informao
Abstract
The evolution of information technologies and emergence of new forms of
teaching and learning oriented to the user, are leading us to a paradigm
shift in the teaching process. Several factors have contributed to the
rapid growth and spread of distance learning, as on one hand the
decrease in costs of technology, such as computers, computer software,
telecommunications services, and on the other, the democratization of
access to the Internet and new technologies.
In this context, Massive Open Online Course (MOOC), are quite in vogue in
academia. On May 2015, and with Fundao Cincia e Tecnologia, I.P.
funding support, NOVA IMS designed and implemented the first MOOC in
Science and Geographic Information Systems entitled TecGEO.
The TecGEO course aimed to provide the participants a comprehensive
overview on Geographic Information Systems (GIS). Through its six
300
1. MBITO E CONTEXTO
No mbito do Concurso Pblico para Projetos de Partilha e Divulgao de
Experincias com Inovao Didtica, promovido pela Fundao para a Cincia e
Tecnologia, I.P., foi apresentado e financiado um projeto que teve como propsito a
conceo, desenvolvimento, implementao e adoo de um Curso Online Aberto e
Massivo (MOOC Massive Open Online Course), na Web, na rea temtica da Cincia
e Sistemas de Informao Geogrfica. Este projeto foi assegurado pela NOVA
Information Management School (NOVA IMS) (http://www.novaims.unl.pt/), da
Universidade NOVA de Lisboa.
Neste contexto, a NOVA IMS pretendeu criar o primeiro Curso Online Aberto e Massivo
em Portugal, no domnio da Geografia, de modo a trilhar novas experincias e
prticas pedaggicas, e simultaneamente novos desafios na partilha de vivncias,
conhecimento e inovao didtica entre o corpo docente, equipa de projeto,
comunidade cientfica, e principalmente, a divulgao desta rea temtica por
intermdio da partilha de conhecimento com os cidados em geral, atravs do
desenvolvimento de um curso inteiramente gratuito, livre e universal, sendo apenas
necessrio o acesso internet.
301
De modo a cumprir com os objetivos e desgnios promovidos pela FCT e DGES, com
este projeto pioneiro a nvel nacional, pretendeu-se no s criar e potenciar
experincias de inovao didtica no ensino superior portugus, mas tambm
consolidar e otimizar prticas anteriormente assimiladas, partilhando o
conhecimento com os cidados, sob a forma de um Curso Online Aberto e Massivo.
Nas sees seguintes ser apresentado o estado da arte nos MOOC, os objetivos do
TecGEO, os mdulos e recursos que o constituem, bem como os principais resultados
alcanados.
2. ESTADO DA ARTE
A evoluo das tecnologias de informao e aparecimento de novas formas de ensino
e aprendizagem orientadas para o utilizador, esto a conduzir-nos a uma mudana
paradigmtica no processo de ensino (Painho, 2002) (Painho, 2004). Diversos fatores
tm contribudo para o rpido crescimento e disseminao do ensino distncia,
como por um lado o decrscimo dos custos da tecnologia, como por exemplo,
computadores, aplicaes informticas, servios de telecomunicaes, e por outro, a
democratizao no acesso internet e novas tecnologias (Painho, 2007) (Painho,
2008).
foi oferecido pela Universidade de Sanford (curso Introduction Into AI), contando
com 160.000 participantes inscritos (dos quais 23.000 concluram o curso com
sucesso). Existem alguns projetos internacionais de sucesso de implementao de
MOOCs, tais como o Coursera, Udacity e EDX (Daniel, 2002) (Davidson, 2012).
O MsC C&SIG permitiu NOVA IMS e ao seu corpo docente adotar um modelo
pedaggico prprio em que o docente no s desempenha o papel de fonte de
conhecimento, mas tambm de ser um mediador de conhecimento. Os alunos, por
sua vez, assumem tambm um papel mais ativo no processo de aprendizagem, ao
invs de serem destinatrios passivos.
3. OBJETIVOS DO TECGEO
O curso TecGEO: MOOC de Cincia e Sistemas de Informao Geogrfica teve como
principais objetivos: a) Dotar os seus participantes de uma viso geral e abrangente
sobre os Sistemas de Informao Geogrfica, os SIG; b) Abordar diversas e distintas
componentes desta rea cientfica, em que atravs de 6 mdulos sero apresentadas
as principais vertentes tericas e prticas do universo dos SIG. c) Fomentar o
interesse para a conceo e desenvolvimento de sistemas de informao geogrfica;
d) Modelar, monitorizar e simular fenmenos geogrficos, demogrficos e ambientais
em contextos de anlise diversificados; e) Utilizar diversas metodologias e
ferramentas de explorao e anlise de forma a reduzir os nveis de incerteza
associados resoluo de problemas de natureza geogrfica.
4. MDULOS DO TECGEO
O curso TecGEO composto por um total de 7 mdulos obrigatrios, com a respetiva
equipa docente:
304
Neste mdulo foram abordados temas que tm a ver com a definio de Cincia de
Informao Geogrfica, a sua relao com os Sistemas de Informao Geogrfica e
ainda os principais modelos de dados utilizados na representao de fenmenos
espaciais.
5. RECURSOS DESENVOLVIDOS
No mbito do MOOC TecGEO, a equipa de projeto desenvolveu recursos e materiais
pedaggicos especificamente para este curso.
Tipicamente cada mdulo do TecGEO foi composto pelos seguintes tipos de recursos
e atividades: Pgina Inicial de Mdulo; Vdeo de aula; Guio de vdeo; Apresentao
do vdeo; eBook Terico; Tutorial de Exerccio Prtico; Vdeo de demonstrao de
Exerccio Prtico; Dados espaciais de apoio realizao do exerccio prtico; Tpicos
para discusso de Trabalho Final de Mdulo; Questes para o Teste Final de Mdulo;
Syllabus, que contm a planificao e organizao do curso, bem como as atividades
e prazos; Pgina de Perguntas & Respostas, uma soluo interativa que permite a
colocao de perguntas e respostas dos alunos a outros colegas; Pgina de Frum de
participao, que permite a criao de tpicos de discusso e interao entre alunos,
colegas e docentes. Na figura abaixo possvel visualizar um exemplo dos recursos
elaborados, designadamente.
308
6. PRINCIPAIS RESULTADOS
A equipa de projeto considera que o projeto de implementao e operacionalizao
de um MOOC no domnio dos Sistemas de Informao Geogrfica foi um sucesso.
Houve um total de 1356 alunos inscritos no curso, dos quais efetivamente 1096 o
iniciaram, e 184 concluram todos os mdulos (17%). Na figura 2 possvel visualizar
com maior detalhe a evoluo e participao de alunos que iniciaram e concluram as
suas atividades nos respetivos mdulos.
Foi ainda possvel aferir o perfil de alunos que frequentaram o curso TecGEO,
representado nas figuras seguintes, em que a nvel etrio existe uma predominncia
de alunos entre os 25 e 34 anos de idade, a nvel de gnero, e apesar de existir
algum equilbrio houve uma maior participao de elementos do sexo masculino.
Quando origem geogrfica, verificmos que uma maior participao de alunos
oriundos do Brasil e Portugal. Os valores constantes nas figuras abaixo foram
estimados a partir de uma amostra de 384 alunos, que efetivamente responderam ao
inqurito.
310
Uruguai
Eslovquia
EUA
Colombia
Mxico
Chile
Moambique
Guatemala
Angola
El Salvador
Brasil
Nicargua
Portugal
Espanha
Per
Venezuela
Itlia
Argentina
Equador
Cabo Verde
Paraguai
dinmico, qual a sua localizao, bem como algumas caratersticas (nome, idade,
cidade e fotografia). O resultado dos contributos dos alunos poder ser consultado
numa aplicao Web que se encontra na seguinte ligao:
http://novagis.maps.arcgis.com/apps/webappviewer/index.html?id=81cc9c10176841
cba1d1f2c7c2dba1c6 . A imagem abaixo ilustra os resultados obtidos.
Sexo (%)
35
65
Masculino Feminino
7. AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem Fundao para a Cincia e Tecnologia, I.P. pelo apoio
prestado no mbito do Projeto TecGEO, consubstanciado pelo financiamento parcial
ao abrigo do Concurso Pblico para Projetos de Partilha e Divulgao de Experincias
com Inovao Didtica (Ref. 62/ID/2014).
8. REFERNCIAS
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teaching presence issues. Journal of Asynchronous Learning Networks, 11 (1), 61
72.
Painho, Marco; Peixoto, Miguel; Cabral, Pedro. 2004. "E-Learning no ISEGI: Desafios e
Organizao", Revista da Faculdade de Medicina de Lisboa 9, 3: 175 - 180.
Painho, Marco; Peixoto, Miguel. 2008. "GIS Virtual Communities: Thinking, Living and
Breathing GIS", Trabalho apresentado em 8th Annual ESRI Education User
Conference, In Proceedings of the 8th Annual ESRI Education User Conference,
San Diego.
Resumo
Numa sociedade em que as redes de saber, ou de outra natureza, se
multiplicam, de acordo com interesses de desenvolvimento pessoal, os
conceitos de Ivan Illich (1971) ganham relevncia e merecem um novo
protagonismo. O desenvolvimento de um dispositivo tcnico-pedaggico,
curso de Meteorologia em linha, por uma equipa multidisciplinar da
Universidade de vora, no mbito do projeto FCT (92/ID/2014) foi guiado
por alguns destes conceitos. Utilizando as palavras de David Wiley (2010)
diremos que a tecnologia refora a nossa capacidade de sermos generosos
e esta era a dimenso fulcral da sociedade pensada por Ivan Illich, para a
qual contribumos com este recurso de acesso livre. Neste artigo
apresentamos e valorizamos o dispositivo tcnico-pedaggico construdo,
evidenciando modos de ser professor e de ser aluno na sociedade
contempornea.
Palavras chave: encontros educativos, formao invertida, meteorologia,
recurso digital aberto.
Abstract
In a society where networks of knowledge, or of any other nature, are
multiplying, according to certain interests enhancing personal
development, the concepts of Ivan Illich (1971) become relevant and
deserve a new leading role. A digital pedagogical device guided by some
of these concepts an online Meteorological course was developed by a
multidisciplinary team at the University of vora under the FCT project
92/ID/2014. Using the words of David Wiley (2010) we say that technology
strengthens our ability to be generous, assuming this as a society crucial
dimension, as thought by Ivan Illich and as thought by some contemporary
thinkers, to which we contribute with this open access resource. In this
paper we present and value a digital pedagogical device which shows
ways of being a teacher and being a student in contemporary society.
Keywords: educational meetings, flipped classroom, metereology, open
digital resource
1. INTRODUO
Muito se tem discutido sobre o estatuto e o impacto nas nossas vidas, nomeadamente
na vida de professor, da revoluo digital que nos tem acompanhado nos ltimos
anos. Alguns autores, como o caso do filsofo Michel Serres (2012), equiparam esta
316
Que libertao representa o digital? Seguindo Serres, diremos que algo ainda de
muito incerto mas h agora condies para o exerccio da inteligncia inventiva. A
produo de dispositivos tcnico-pedaggicos libertam os espaos de ensino e de
aprendizagem e outros modos de ser acontecem. Poderamos, ento, dizer que o
exerccio da exposio (transmisso) d lugar ao exerccio da inteligncia inventiva.
Como se pode concretizar esse exerccio? As respostas ainda nos podero surpreender
muito mas j muito se experimenta e se inventa. A aula invertida e as redes de saber
e de imaginao, que entre formal e informal alimentam a nossa joie de vivre e de
ser professor na era dos ecrs, foram ideias que guiaram o desenvolvimento do
dispositivo tcnico-pedaggico que aqui se apresenta e valoriza.
Uma das redes preconizada por Illich seria constituda por todos os que tendo certas
competncias as querem partilhar. E foi o desejo de partilha de uma competncia
explicativa que mobilizou uma pequena rede na produo deste recurso.
2
Optmos por no traduzir este excerto devido ao estilo muito prprio de Michel Serres que ficaria
empobrecido nesse processo.
318
A entrada no curso de Meteorologia faz-se por uma pgina com um formato pr-
definido pela plataforma. Houve que escolher uma imagem, compr-la e dar uma
ideia do curso e da sua importncia, em poucas palavras, como se mostra na imagem
seguinte.
Entremos agora no curso (start the course). Temos um menu "clicvel" do lado
esquerdo (ver figura 2) que nos permite navegar pelos diferentes componentes do
curso.
320
Podemos afirmar que o professor destas Lies cumpre a dupla funo preconizada
por Whitehead (1929, foi utilizada a edio de 1967, p.40): The teacher has a
double function. It is for him to elicit the enthusiasm by resonance from is own
personality, and to create the environment of a larger knowledge and a firmer
purpose. Foram estas caratersticas do professor, onde a ressonncia com a
personalidade decorre, neste caso particular, da sua grande ligao, perceptvel,
com esta rea do conhecimento, que estiveram na base do convite que lhe foi
endereado e que pressentimos nestas Lies.
Se entrarmos, agora, numa das Lies veremos como as organizmos. Cada lio tem
um ttulo, que tem correspondncia nos contedos programticos acessveis no
ndice, tem os objetivos esperados e os tpicos abordados. Vem depois o vdeo da
lio. Este permite parar, repetir, ir para a frente, ir para trs, com grande
facilidade.
323
4. CONSIDERAES FINAIS
Apresentmos aqui o produto criado no mbito do Projeto 92/ID/2014 FCT. O tempo
do Projeto (seis meses) foi muito curto para tudo o que se pretendia fazer. Significa
isso que o trabalho continua agora com a mesma intensidade. Este incio de trabalho
com a plataforma Versal estimulou-nos a explorar a variedade de gadgets que a
plataforma nos oferece. Com esses instrumentos podemos aumentar a interatividade
neste curso. tambm o tempo de estimular a utilizao pedaggica deste recurso e
de partilhar modos de fazer na construo destes instrumentos tcnico-pedaggicos.
5. AGRADECIMENTOS
Fundao para a Cincia e a Tecnologia, FCT, pelo Financiamento do Projeto
92/ID/2014 Criao, produo e divulgao online de um curso de meteorologia" no
mbito do concurso Partilha e divulgao de experincias em inovao didtica no
ensino superior Portugus.
FCCN, Unidade da FCT I.P. responsvel pela gesto e operao da RCTS, pela
Gravao e produo dos vdeos das lies.
6. REFERNCIAS
Allan, G. (2012) Modes of Learning - Whitehead's Metaphysics and the Stages of
Education. NY: Suny Press.
Blais, M-C, Gauchet, M., Ottavi, D. (2014) Transmettre, Apprendre. Ed. Stock.
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http://ctl.utexas.edu/teaching/flipping-a-class
http://www.uq.edu.au/tediteach/flipped-classroom/what-is-fc.html
http://www.pearltrees.com/t/pedagogie-inversee/classe-renversee/id7348451
326
327
Resumo
Desde o seu aparecimento, h cerca de uma dezena de anos, os Massive
Open Online Course (MOOC) tm vindo a gerar um interesse considervel
no ensino superior a nvel mundial, tornando-se fundamental refletir,
tanto do ponto de vista pedaggico, como do ponto de vista tecnolgico e
mesmo dos contedos abordados, sobre os procedimentos envolvidos na
sua conceo e desenvolvimento. nesse mbito que se apresenta o
presente trabalho, parte integrante de um projeto de levantamento de
boas prticas e de linhas de ao para o desenho, planeamento e
produo de MOOC no contexto do ensino superior em Portugal na rea de
Science, Technology, Engineering, Mathematics (STEM). O principal
objetivo sistematizar princpios orientadores do desenho e da produo
de MOOC, com base na reflexo e no trabalho prtico que tivemos
oportunidade de fazer visando a criao de modelos de guies para este
tipo de cursos, incluindo a elaborao de orientaes para a produo de
cada uma das suas partes constituintes.
Palavras-chave: e-learning; MOOC; contedos educativos digitais;
desenho e produo de MOOC.
Abstract
Since its appearance around ten years ago, Massive Open Online Courses
(MOOCs) are generating a considerable interest from universities and
other higher education institutions all over the world. Therefore a deep
reflection on the process of design and production of a MOOC became
fundamental, both from an efficient pedagogical point of view of the
contents, and from cost-effective production techniques. In this context,
we began to work on guidelines based on a recollection of good practices
for designing, planning and producing MOOCs that could integrate
Portuguese higher education curricula in Science, Technology,
Engineering, Mathematics (STEM) area. The main goal consists of a
systematization of guiding principles and good practices of MOOC design
and production, based on analysing and doing work in progress that
enabled us to come up with models for guidelines for this kind of online
courses, and which include a specific orientation to each part of the
course.
Keywords: elearning; MOOC; digital pedagogical contents; MOOC design
and production.
1. INTRODUO
Assistindo nos ltimos anos a uma acelerada e abrangente disseminao das
tecnologias digitais, nomeadamente de determinados servios, ferramentas e formas
de organizao social, como o caso das redes e comunidades online, parece tornar-
328
se cada vez mais fcil, simples e rpido aceder informao, comunicar e partilhar
conhecimento. Em contexto educativo, grande a expectativa sobre o impacto
destas tecnologias nos processos de ensino e de aprendizagem, com implicaes
diretas no papel do professor, nas escolhas dos contedos produzidos e nas
modalidades de avaliao a adotar nesse mbito (Sharpe, Beetham & Freitas, 2010;
Cobo & Moravec, 2011; Selwyn, 2011; Costa, Rodriguez, Cruz & Frado, 2012).
O termo MOOC, criado alguns anos antes de surgirem os primeiros cursos neste
formato, propunha uma abordagem ao ensino baseada na utilizao de plataformas
sociais aproveitadas para a partilha colaborativa de informao, ou seja, uma
abordagem radicalmente diferente do que era tradicional no ensino convencional.
Talvez por estarem mais prximos das prticas das cincias sociais e humanas, essa
primeiras ideias no tiveram o impacto que os seus percursores esperavam. O sucesso
veio apenas quando se passou a utilizar o modelo clssico de educao, baseado em
aulas magistrais e com forte peso atribudo avaliao, com o pretexto de dar ao
participante uma experincia de aprendizagem to efetiva quanto possvel (Rosselle,
Caron & Heutte, 2014; Bartolom & Steffens, 2015). Neste momento, usa-se a
designao de xMOOC para diferenciar estes cursos mais sequenciais e centrados na
figura do professor, que naturalmente so mais procurados tanto por professores
como por estudantes ligados rea de STEM (Science, Technology, Engineering,
Mathematics).
329
neste sentido que achmos pertinente refletir, tanto do ponto de vista pedaggico,
como do ponto de vista tecnolgico, e mesmo dos contedos oferecidos, sobre os
procedimentos envolvidos na conceo e desenvolvimento de um MOOC. Tendo
iniciado j esse trabalho, centrmo-nos em primeiro lugar na organizao, definio
e seleo dos princpios gerais e orientadores da conceo e desenvolvimento de
MOOC estruturados sob a forma de guies de apoio produo dos contedos dos
cursos. Distinguimos, na prtica, trs nveis de organizao curricular e de
estruturao a ter em considerao na sua conceo: i) desenho geral do MOOC; ii)
desenho detalhado de cada tpico de aprendizagem; e iii) desenho dos contedos
propriamente ditos (storyboard) com especial ateno para o formato de vdeo3. Os
3
Os guies dos storyboard sero tambm objeto de publicao oportunamente.
330
referidos guies, mais adiante partilhados neste texto, embora ainda em fase de
experimentao e avaliao, integram recomendaes e linhas de ao, de apoio ao
planeamento por parte dos professores e das equipas de produo de contedo
envolvidas.
Referimo-nos, em particular:
iv) no caso de projetos com mais recursos financeiros, e para alm da eventual
presena virtual do professor na apresentao dos contedos, a disponibilizao de
segmentos de vdeo, tipicamente de durao reduzida, de at cerca de 10 minutos
cada, como forma de substituio das aulas tradicionais e visando sobretudo manter
o aluno interessado nos contedos a aprender. Para alm disso, podem tambm ser
desenvolvidas plataformas ou aplicaes especficas, como o caso da estratgia
conhecida por gamificao, uma estratgia de ensino e aprendizagem em expanso e
com reconhecido potencial no contexto dos MOOC;
O objetivo era, em sntese, o de discutir cada uma das decises que, do ponto de
vista pedaggico e de organizao curricular, tm de ser tomadas quando se desenha
um MOOC, identificando e tomando conscincia das nuances, opes ou alternativas
em que um curso pode ganhar forma e materializar-se.
disso que de seguida tentaremos dar conta. Para partilha do trabalho j efetuado,
optmos por disponibilizar aqui os modelos criados (ver Quadros 1 e 2),
334
acompanhados de uma breve explicitao dos aspetos e das nuances que do ponto de
vista pedaggico podem ser consideradas.
CURSO Z
Descrio geral
Pblico-alvo
Definir o perfil geral do pblico- Aspetos e nuances a considerar do ponto de vista pedaggico
alvo a que preferencialmente se
destina o curso Experincia, interesses, necessidades, ambies
...
Objetivos gerais
Estrutura de contedos
Estratgia pedaggica
Modalidades de avaliao
Equipa editorial
- A carga de trabalho semanal por parte do aluno deve ser de cerca de 4-6
horas, para a apreenso dos contedos abordados e para a realizao das
tarefas/atividades propostas;
CURSO Z
Objetivos de aprendizagem
Contedos
Elencar os conceitos que iro Aspetos e nuances a considerar do ponto de vista pedaggico
ser trabalhados
Nvel de exigncia dos contedos?
Sequncia de contedos, relao entre conceitos?
Estratgia pedaggica
Recursos
Avaliao
5. REFLEXO FINAL
A estratgia pedaggica que os MOOC representam tem permitido, sobretudo, que
escolas, mesmo as mais modestas no nmero de estudantes inscritos, mas de
reconhecido mrito cientfico e pedaggico, difundam os seus contedos curriculares
em larga escala e a um nvel impensvel h algumas dcadas atrs. Subjacente
parece estar a ideia de criarem num futuro a curto ou mdio prazo um conjunto de
recursos com a necessria escalabilidade para atingir o qualificador de massivo,
usando contedos e solues j existentes, ou a conceber, sem deixar de garantir a
autenticidade dos saberes e, em ltima instncia, a qualidade das habilitaes
fornecidas aos estudantes, continuando dessa maneira a garantir a confiana dos
atuais empregadores e recrutadores.
Embora seja ainda muito cedo para perceber em que medida os MOOC representaro
um elemento fundamental do ensino superior do futuro, parece-nos que no
acompanhar este movimento seria perder a liderana num segmento com elevado
potencial, com as consequncias que da poderiam resultar a mdio e longo prazo
para muitas instituies direta ou indiretamente relacionadas com a formao e
educao da sociedade em que esto inseridas.
Uma anlise mais geral da situao atual sugere que a oferta de MOOC
incontornvel no mbito universitrio. Apesar de no existir um modelo claro para o
financiamento dos MOOC, algumas das principais universidades passaram a investir
parte do seu oramento neste modelo, o que lhes poder ajudar a disputar os
melhores alunos escala global, manter e solidificar o seu posicionamento nas suas
reas de conhecimento e sobretudo atingir novos mercados.
6. AGRADECIMENTOS
O trabalho aqui apresentado integra-se num projeto mais vasto parcialmente
financiado pela Fundao para a Cincia e Tecnologia sobre temas concretos das
reas de Matemtica e Fsica: Design de vdeos para MOOC: desafios da concepo e
produo de materiais de cincias bsicas (Projeto N 135/ID/2014). Constitui a
extenso de uma publicao anterior focada sobretudo na questo da produo de
vdeos para cursos em formato MOOC (Moura Santos, Costa, Viana & Guedes Silva,
2015). A equipa do projeto manifesta o seu agradecimento FCT pelo apoio e aos
colegas que contriburam para o desenvolvimento das ideias aqui apresentadas, em
particular todos os que participaram no Seminrio realizado no Tagus Park em
fevereiro de 2015. Como no poderia deixar ser, o agradecimento extensvel
tambm aos diferentes responsveis das escolas a que pertencem os autores e que
serviram de contexto e inspirao para a reflexo.
7. REFERNCIAS
Almeida, A. N. [Coord.] (2008). Crianas e Internet: Usos e Representaes, a Famlia
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343
Resumo
As tenses do passado entre contedo e materialidade impediram os
investigadores em diferentes reas de formarem uma conceptualizao
mais aprofundada do papel desempenhado pelo carter material das
tecnologias de comunicao na formao de configuraes sociais e
formas culturais de expresso, nomeadamente naquilo que as mesmas
implicam para diferentes prticas educativas e didticas. Com base nos
resultados de um projeto de investigao comparada sobre os pblicos
europeus, examinamos a inter-relao entre as facetas materiais das
tecnologias de comunicao e as prticas que estas possibilitam do lado
dos pblicos, para posteriormente nos focarmos num caso concreto
nacional de aplicao destas tecnologias em contextos de inovao
didtica no ensino superior Portugus. As relaes entre "antigos" meios
de comunicao em massa, como a televiso, e "novos" meios de
comunicao em rede, como a Internet, so discutidas, com um enfoque
nas transies entre diferentes tecnologias de comunicao e os processos
de substituio ou suplementao que ocorrem nesses contextos.
Palavras-Chave: media; mobilidade; materialidade; prticas de uso e
consumo; tecnologias da comunicao.
Abstract
Past tensions between content and materiality prevented researchers
from better understanding the role media technologies material facet
have in defining social settings and cultural forms of expression, including
that which have an educational and didactic component. Based on the
results of a comparative international research project on the European
publics, we examine the interrelationship between the material aspects
of media technologies and the practices they allow for on the publics
side. Later we focus in a national case dealing with the application of
these technologies in local higher education contexts of innovation.
Relations between "old" media mass, such as television, and "new"
networked and individualized media, like the Internet, are discussed,
with a focus on the transitions between different media technologies and
processes of replacement or supplementation that occur during these
transitions.
Keywords: media, mobility, materiality, use and consumption practices,
communication technologies
1. INTRODUO
O estudo dos meios e tecnologias de comunicao pode ser feito atravs de vrias
bordagens que iro, em ltima anlise, no s enquadrar a nossa investigao, mas
tambm definir o alcance das nossas concluses. O papel desempenhado pela faceta
344
material das tecnologias da comunicao na cada vez maior influncia que essas
tecnologias tm na nossa vida diria uma abordagem possvel ao estudo dos meios e
tecnologias da comunicao. A materialidade corresponde ao carter fsico e
existncia de artefactos que so teis e utilizveis para certos fins. Mas a noo de
materialidade vai mais alm, ao apontar para a relao dinmica entre artefactos,
aes e configuraes sociais que moldam os processos de mediao dos pblicos
contemporneos (Lievrouw, 2014). Quando considerada tal anlise num contexto
educativo, verificamos que essa faceta material das tecnologias pode ter um papel
central no desenvolvimento e integrao de solues inovadoras em contextos
educativos.
Um contributo crucial para esta abordagem foi apresentado por Lievrouw (2014) na
sua formulao do quadro de mediao representado na Figura 1. Este quadro
procura articular artefactos, prticas e configuraes sociais com referncia a trs
formas de mudana rotuladas como reconfigurao - a transformao de artefactos
materiais atravs das aes das pessoas; remediao - a transformao das prticas
dos indivduos como consequncia do envolvimento comunicacional; e reforma - um
processo no qual padres sociais emergem da relao entre artefactos e prticas.
Esta estrutura dinmica permite-nos compreender como o contedo e a
materialidade se modelam em contextos especficos e, mais particularmente, como
diferentes configuraes sociais podem resultar do processo. Para esclarecer este
processo, introduzimos o conceito de possibilidades/affordances (Hutchby, 2001)
como oportunidades para agir que as coisas (objetos de comunicao materiais)
apresentam s pessoas (pblicos). Contextos culturais distintos podem promover
diferentes possibilidades que iro resultar em diferentes configuraes ou prticas
sociais para tipos idnticos de materialidade.
Prticas
Remediao
Reconfigurao
Artefactos
Reforma
Configuraes
comunicao pelo outro de acordo com as suas necessidades (Lin, 2001). De acordo
com esta teoria, a chegada da Internet implicaria que as pessoas iriam ver menos
televiso, ouvir menos rdio, ou passar menos tempo a ler jornais (Wurff, 2011). Pela
mesma lgica, em contexto educativo por exemplo de ensino a distncia, a utilizao
da internet sucede logicamente utilizao da televiso.
Por outro lado, a quantidade de tempo gasto com diferentes tipos de meios de
comunicao constitui o centro da teoria da deslocao. Com base no argumento de
que as pessoas tm uma quantidade limitada de tempo para gastar no consumo de
diferentes meios de comunicao, os tericos da deslocao argumentam que o
consumo de diferentes meios de comunicao impulsionado por um jogo de soma
zero na competio por pblicos e receitas (Dutta-Bergman, 2004).
A relao entre estas duas formas de meios de comunicao (de massa e em rede)
pode ser entendida em termos das oportunidades de gratificao que oferecem
351
As pessoas podem estar motivadas para utilizar a Internet pelas mesmas razes pelas
quais ligam a televiso. Estudos que analisaram os motivos para a utilizao da Web
concluram que, tal como a televiso, a Internet tende a satisfazer necessidades de
entretenimento, evaso e interao social (D' Ambra & Rice, 2001). Como
consequncia, a sobreposio entre as gratificaes e as oportunidades de
gratificao oferecidas pelas notcias on-line e tradicionais pode ser reduzida,
levando a maiores oportunidades de complementaridade entre meios de comunicao
em rede e de massa (Chyi & Lee, 2013).
4. MTODO
Todos os dados e resultados descritos neste artigo so retirados de um projeto de
investigao europeu que foi realizado em 2013/2014 em nove pases europeus. O
projeto consistiu num inqurito on-line com uma amostra de mais de 10.000
inquiridos. Com participantes da Blgica, Crocia, Dinamarca, Alemanha, Hungria,
Israel, Itlia, Polnia, Portugal, o espectro geogrfico do projeto cobriu uma grande
variedade de regies culturais e geogrficas europeias (Damsio et al, 2015).
352
O inqurito incidiu, entre outros aspetos, sobre as formas atravs das quais as
pessoas utilizam e consomem diferentes meios de comunicao em diferentes pases
europeus. O instrumento final incluiu 28 questes divididas em subseces de
utilizao de meios de comunicao, local de utilizao de meios de comunicao,
meios de comunicao na vida diria e demografia.
Devido sua amplitude, no nossa inteno explorar todo o estudo aqui, mas sim
examinar questes especficas relacionadas com os problemas levantados e as
hipteses apresentadas anteriormente. Assim, os resultados iro centrar-se numa
explorao inferencial de um conjunto limitado de perguntas selecionadas e uma
anlise multivariada mais exploratria para traar perfis de consumo de meios de
comunicao como funo de prticas distintas.
Todos os dados foram analisados com a ajuda do software SPSS (v.20). Foram
escolhidos testes no paramtricos devido ao carter assimtrico da distribuio da
amostra e ao facto de que as variveis no representam uma distribuio normal ou
variaes homogneas. Foram utilizados os testes Mann-Whitney e Kruskal-Wallis. A
anlise de cluster tambm foi realizada com base em medidas de dessemelhana da
distncia Euclidiana e utilizando agrupamento de dois passos (Maroco, 2007).
Complementarmente, so apresentados resultados exploratrios (n=1205) recolhidos
atravs metodologia de World Caf (Brown & Isaacs, 2014), na sequncia do processo
de introduo de uma inovao especfica no contexto de vrias IES Portuguesas.
Tal como ilustrado na Tabela 3, o cluster 1 apresenta os resultados mais baixos para
todas as variveis, o cluster 2 apresenta resultados mdios para a grande maioria das
variveis e o cluster 3 apresenta os resultados mais altos para a grande maioria das
variveis.
Cluster 1 Cluster 2 Cluster 3 Importncia Coeficientes
Variveis do Preditor padronizados
B
Utilizar stios de 25.47 64.8 179.84 1 0.177
redes sociais
Utilizar programas de 4.31 11.03 93.62 1 0.122
chat
Utilizar stios web 12.66 41.08 76.41 0.87 0.178
relativos aos meus
interesses/hobbies
Ler jornais na 16.83 44.93 66.26 0.84 0.121
Internet
Obter as notcias 15.32 37.92 65.75 0.8 0.095
Jogar jogos de 8.44 32.98 87.7 0.79 0.214
computador on-line
Ver televiso num 11.35 57.56 102.98 0.7 0.149
computador
Ler e escrever e- 21.39 53.1 87.45 0.63 0.178
mails
Ler entradas em 4.4 16.41 43.58 0.58 0.107
stios de debates,
blogues
Ler livros na verso 1.64 10.97 41.26 0.57 0.122
eletrnica
Fazer downloads de 1.77 16.14 50.12 0.52 0.144
msica, filmes ou
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7. CONCLUSES
A presente anlise questionou a linha entre materialidade e consumo numa discusso
sobre a forma como os pblicos se relacionam com as tecnologias da comunicao.
Vrias hipteses foram apresentadas e parcialmente confirmadas, partindo do quadro
de mediao de Lievrouw (2014) que se revelou fundamental na contabilizao das
inter-relaes entre artefactos de comunicao, prticas de utilizao e
configuraes sociais.
8.AGRADECIMENTOS
Este trabalho teve o apoio da Unio Europeia no mbito do projeto e-audiences
desenvolvido no mbito da Aco COST IS906 Transforming Audiences, Transforming
societies, e da FCT Fundao para a Cincia e Tecnologia no mbito do projeto
CONNECTus Mobile technologies for social interaction/tecnologias mveis ao servio
da integrao social em IES. Referncia 156/ID/2014
9. REFERNCIAS
Althaus, S. L., & Tewksbury, D. (2000). Patterns of Internet and traditional news
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Chyi, H. I., & Lee, A. M. (2013). Online news consumption. Digital Journalism, 1(2),
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DAmbra, J., & Rice, R. (2001). Emerging factors in user evaluations of the
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Damsio, Manuel Jos, Henriques, Sara, Torres da Silva, Marisa, Pacheco, Liliana, &
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Journal of Media Economics, 24, 139157.
362
363
Resumo
A auscultao pulmonar (AP) apresenta inmeras vantagens, mas o seu
uso efetivo depende do treino do profissional de sade. O ensino da AP
baseia-se na auscultao de colegas e audio de sons respiratrios pr-
gravados. Contudo, estes mtodos de ensino no possibilitam uma
compreenso detalhada (i.e., alm da perceo auditiva) dos sons
pulmonares, nem permitem ao estudante avaliar o conhecimento
adquirido, limitando o seu raciocnio clnico. Assim, este projeto visou
melhorar uma aplicao previamente desenvolvida na Universidade de
Aveiro (UA), para o ensino da AP a estudantes de cursos de sade e a
profissionais de sade.
A aplicao Respiratory Sounds Assessment Toolkit (RSAT)1 foi utilizada
para a aquisio e seleo de sons respiratrios de elevada qualidade
provenientes de bases de dados j existentes; e para a anotao deste
sons por profissionais especialistas, de forma a que estes fossem
utilizados como gold standard no ensino dos diferentes sons respiratrios
adventcios (e.g., fervores e sibilncias). A RSAT sofreu tambm uma
atualizao de base tecnolgica, para potencializar a sua utilizao em
contextos acadmicos e formativos. O cumprimento deste objetivo
requereu alteraes significativas na RSAT, pelo que se optou pelo
desenvolvimento de uma nova aplicao que integrasse as vantagens da
RSAT (i.e., anotao de sons respiratrios), mas ultrapassasse as suas
limitaes (i.e., permitisse a aquisio, audio, anotao e a
visualizao grfica simultnea dos sons respiratrios e pudesse ser
utilizada por mltiplos utilizadores)2.
Estes processos resultaram na criao de uma base de dados de sons
respiratrios caractersticos de vrias populaes (i.e., crianas 84 sons;
adultos 519 sons; idosos 244 sons) e vrias condies respiratrias
(i.e., saudveis 235 sons; infees respiratrias 385 sons; Doena
Pulmonar Obstrutiva Crnica 156 sons; bronquiectasias 40 sons e
fibrose qustica 24 sons). Atualmente encontram-se anotados 198/847
sons respiratrios, sendo que este ainda um processo em execuo.
Como resultado dos processos de atualizao da RSAT desenvolveu-se o
Computerised Lung Auscultation Sound Software (CLASS), uma aplicao
bilingue (Portugus e Ingls) e multiplataforma (desenvolvida em JAVA),
baseada em ferramentas livres. Esta composta por trs painis que
permitem i) gravar sons respiratrios, ii) treinar a perceo psico-acstica
do som respiratrio atravs de um tutorial com sons caractersticos de
patologias e iii) testar as capacidades de anotao de sons adventcios
atravs de um conjunto de exerccios pr-definidos que utilizam as
anotaes gold standard para fornecer feedback aos utilizadores
relativamente sua performance.
A usabilidade do CLASS foi testada com 8 estudantes de Fisioterapia da
UA. Os estudantes elogiaram os contedos e organizao da aplicao e
consideraram a sua utilizao nas aulas e estgios curriculares uma mais-
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REFERNCIAS
1. Dinis J, Campos G, Rodrigues J, Marques A. Respiratory Sound Annotation
Software. In: International Conference on Health Informatics; 2012; Vilamoura,
Portugal; 2012. p. 183-188.
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L., Jcome C., Aparcio J. Inovar o ensino da auscultao pulmonar com CLASS
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Prticas Pedaggicas no Ensino Superior 2015 (CNaPPES15), 3rd July, 2015,
Leiria, Portugal
3. Semedo J., Oliveira A., Machado, A., Moreira, J., Rodrigues J., Aparcio J.,
Pasterkamp H., Jesus, L., Marques A. Computerised Lung Auscultation Sound
Software. In: HCIST'2015 - INTERNATIONAL CONFERENCE ON HEALTH AND SOCIAL
CARE INFORMATION SYSTEMS AND TECHNOLOGIES, 2015. Vilamoura