Caderno 4 Organização Recursos
Caderno 4 Organização Recursos
Caderno 4 Organização Recursos
Pacto Nacional
pela Alfabetizao
na Idade Certa
A organizao do trabalho escolar e os
recursos didticos na alfabetizao
Caderno 04
Braslia 2015
25/9/2015 09:19:53
MINISTRIO DA EDUCAO
Secretaria de Educao Bsica SEB
Diretoria de Apoio Gesto Educacional DAGE
ISBN: 978-85-7783-187-6
1. Alfabetizao. 2. Currculo. 3. Recursos didticos. 4. Planejamento do ensino. I. Ttulo.
CDU
xxxxx
Tiragem 380.000 exemplares
MINISTRIO DA EDUCAO
SECRETARIA DE EDUCAO BSICA
Esplanada dos Ministrios, Bloco L, Sala 500
CEP: 70.047-900
Tel: (61) 2022-8318 / 2022-8320
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Sumrio
07 Iniciando a Conversa
09 Aprofundando o Tema
09.
19.
32.
45.
Almeida
58.
69.
81 Compartilhando
81.
90.
95.
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Iniciando a Conversa
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Aprofundando o Tema
Aprofundando os conhecimentos: a organizao do
trabalho pedaggico na alfabetizao
Cleonara Maria Schwartz (Professora da Universidade Federal do Esprito Santo)
Dania Monteiro Vieira Costa (Professora do Instituto Ensinar Brasil)
Fernanda Zanetti Becali (Professora do Instituto Federal de Educao Cincia e Tecnologia do
Esprito Santo)
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A conversa do menino Paulo1, uma criana de 7 anos de uma turma de 1.o ano
do Ensino Fundamental, com a professora-pesquisadora, sobre como pensa por que
no consegue escrever, exemplifica com exatido a importncia de o dilogo ser o
eixo organizador do trabalho pedaggico na alfabetizao.2 Vejamos um trecho:
Paulo: ((fala rindo)) Eu no penso direito... eu no sei como eu vou escrever...
P: ((fala rindo)) Voc engraado... voc pensa sim...
Paulo: S que eu no penso direito...
P: PENSA:::: sim... todo mundo pensa...
Paulo: Eu no... eu tenho uma lagartixa no meu crebro...
P: Uma lagarTIXA no seu crebro?! ((muitos risos da pesquisadora e das crianas))
Essa boa... heim Thai? ((fala com a colega que estava ao lado)) Mas a gente tem
que matar essa lagartixa...
Paulo: .... TEM::: pronto matei ((bate com o lpis na cabea e volta para a escrita
do texto))
P: Qual a palavra? Pra eu te ajudar... primeiro voc tem que pensar o que voc
quer dizer... a pensou... a a gente vai na escrita para dizer o que voc pensou...
a a gente vai pensando nas letras que formam as palavras que pensou... no
s jogar letras de qualquer maneira... a lagartixa foi embora? Vai... a lagartixa foi
embora?
Paulo: Foi... matei ela...
P: Fico feliz...
Paulo: Peguei o martelo e esmaguei as duas...
No trecho, a criana diz que no sabe como escrever porque no pensa direito.
Desse modo, ela explica a dificuldade para escrever o que foi solicitado. Isto , to
difcil, para ela, fazer suas tentativas de escritura que relaciona sua dificuldade com
o no pensar direito. Certamente, esse discurso foi ouvido, aprendido. Curiosamente,
Paulo segue dizendo, com muitos risos, que tem uma lagartixa na cabea, que o
atrapalha a escrever. A professora-pesquisadora se insere no jogo, na brincadeira, e
lhe diz que deveria mandar a lagartixa embora, ou seja, ela o incentiva a escrever.
A criana concorda e diz que matou a lagartixa, batendo com o lpis na cabea.
Nome fictcio.
Os dilogos que sero transcritos, neste texto, compem o Relatrio de Pesquisa intitulada A escrita para outro no
processo inicial da alfabetizao, realizada em 2012, em uma escola da rede municipal de ensino de uma cidade do
Esprito Santo, sob a orientao da professora Cludia Maria Mendes Gontijo.
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Kim: O meu pai... eu tava brincando com o meu gato... a... ele me mordeu... n?...
A quase que ele matou meu gato quando ele viu...
P: Mas a ele ficou bravo com voc tambm?
Kim: ((demonstra muita tristeza)) Ele brigou muito comigo...
P: por isso que voc escolheu fazer pra ele... porque voc est triste?
Kim: ((confirma balanando a cabea e faz uma cara muito triste)) Oh... tia... mas
pra entregar hoje? Ou... pra entregar outra semana?
P: Voc est querendo levar logo?
Kim: Acho que pode ser uma surpresa pra ele... No sei se o aniversrio dele
quarta-feira... quarta-feira t sem aula... tia?
P: Tera... tera feriado...
No trecho acima, podemos inferir que Kim estava triste consigo mesma porque
havia desobedecido ao pai. Conta que ele pediu que ela no brincasse com o gato,
mas, mesmo assim, brincou com o bicho, que lhe deu uma mordida, levando o pai a
ficar muito bravo com ela. Por isso, ela queria agradar-lhe com o carto. No dilogo,
foi questionado se ela estava triste com a situao. A criana confirmou balanando
a cabea. Naquele momento, sua grande preocupao era saber se ela podia levar
o carto que faria para o seu pai naquele mesmo dia. Para convencer a professora,
Kim argumentou que gostaria de levar o carto no mesmo dia, porque poderia ser
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uma surpresa para o seu pai, j que o aniversrio dele era naquela semana. A seguir,
apresentamos o carto produzido por Kim:
O dilogo com Kim revela que a menina decidiu utilizar a linguagem escrita
para agradar a seu pai, para dizer que o amava. Provavelmente, a relevncia que
a escrita tem na nossa sociedade um dos fatores que influenciaram a escolha,
pela criana, da modalidade de linguagem escrita. Esse fato nos leva a inferir
que, escrevendo, ela poderia demonstrar ao pai que aprendeu a ler e a escrever,
respondendo, desse modo, a uma expectativa familiar, pois sabido que existe certa
presso social sobre a criana para que domine a linguagem escrita. Assim, por
meio do texto, Kim poderia apresentar ao pai seu desenvolvimento na escola, o que
poderia amenizar o aborrecimento que ele teve com ela, ou at faz-lo esquecer.
Alm disso, podemos pensar que a criana tenta seduzir o seu interlocutor pela
palavra escrita, de duas maneiras: a primeira, j mencionada, o fato de o pai poder
ficar feliz com a sua aprendizagem; a segunda a seduo pelas palavras ditas o
elogio (lindo); o afeto (te amo). O fato que a criana demonstra uma efetiva
necessidade de escrever para o pai, aspecto que deve ser suscitado durante os
processos de ensinoaprendizagem e, para isso, necessrio pensar em formas de
ensinar que despertem nas crianas alguma necessidade de ler e produzir textos.
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Desse modo, a definio dos lugares das crianas visava garantir a interlocuo
e, ao mesmo tempo, garantir que as crianas se ajudassem mutuamente. No
havia lugares fixos e as crianas transitavam mais livremente. Alm disso, uma das
crianas ajudava a professora na organizao do trabalho, distribuindo materiais.
Se os espaos e/ou a organizao dos alunos devem ser mais flexveis,
necessrio disponibilizar para as crianas uma diversidade de materiais portadores
da linguagem escrita e de outras formas de linguagem e, ainda, uma diversidade
de maneiras de dispor/usar esses materiais nas salas de aulas. Vejamos o relato da
professora Dilza sobre a disposio dos materiais na sala de aula e sobre o modo
como as crianas lidavam com esses materiais:
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Referncias
BAKHTIN, Mikhail. Problemas da potica de
Dostoivski. Rio de Janeiro: Forense Universitria, 1997.
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exemplo, nos auxiliam a compreender que esses saberes para serem ensinados
e aprendidos sofrem um processo de seleo, segmentao, organizao em
sequncias progressivas, o que os torna didatizados. Ou seja, so passveis de serem
ensinados e aprendidos na esfera escolar. Assim, o livro didtico se caracteriza como
um recurso produzido em adequao a esses princpios, com o objetivo de auxiliar o
ensino e a aquisio dos saberes escolares valorizados pela escola.
Nas ltimas dcadas, nota-se o grande crescimento e a diversificao de livros
didticos produzidos no pas para os diversos componentes curriculares e nveis
de ensino. Esse crescimento est associado a diversos fatores, dentre os quais se
destacam as sucessivas mudanas, decorrentes do desenvolvimento cada vez mais
rpido, quer na rea dos contedos que, na escola, se transformam em disciplinas
ou componentes curriculares , quer na rea da Pedagogia e da Didtica, que levam
a frequentes alteraes nas propostas pedaggicas dos livros didticos. Vejamos
alguns exemplos:
A
s cartilhas utilizadas para alfabetizar nas dcadas de 70 e 80, guiadas
pelos mtodos chamados sintticos soletrao e silabao , no contexto
das polmicas sobre os mtodos e, sobretudo, diante do avano dos estudos
lingusticos sobre os usos da linguagem em diferentes contextos sociais e
culturais, foram substitudas por livros de alfabetizao que se organizam
em torno de prticas de leitura, produo textual (oral e escrita), oralidade e
conhecimentos lingusticos.
N
a rea do ensino de Cincias, as mudanas nos livros didticos podem ser
observadas, por exemplo, na introduo de outros valores e outras temticas
ligadas a problemas sociais de mbito mundial, que foram sendo incorporados
aos currculos e tiveram repercusses nos programas vigentes.
N
o ensino da Geografia observa-se a incorporao nos livros didticos de
vrios avanos ocorridos nessa rea, que exigiram renovaes na postura, na
linguagem e nas propostas, orientadas pela reflexo sobre a dinmica do espao
e da sociedade que compem a realidade. Alm disso, houve a insero de
contedos oriundos de demandas da sociedade.
N
os livros de Matemtica, Histria, Geografia e Cincias, observa-se uma
maior preocupao na formao do leitor e produtor de textos, pois, alm do livro
de alfabetizao, encontra-se tambm uma diversidade de textos e de gneros
diversos (tirinhas, canes, fotografias, poemas, mapas, grficos, calendrio,
notcias, diagramas), bem como atividades que exploram a oralidade (conversas,
exposio oral, debates e resoluo de problemas).
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local mais adequado para a sua realizao. Assim, o professor deve incluir o uso do
LD em seu planejamento de trabalho com o grupo de alunos se perguntando:
Quais contedos curriculares sero apresentados?
Quais atividades apresentadas no LD devem ser propostas aos alunos?
Quanto tempo deve ser dedicado a cada uma delas? (Quantas vezes em um
mesmo dia? Quantas vezes por semana? Quantas vezes em um ms? Com que
frequncia ao longo do ano?)
Em que local (is) essas atividades devero ser realizadas? (Na sala de aula? Em
casa?)
Como essas atividades se articulam com o uso de outros recursos didticos
presentes na sala de aula (dicionrios, materiais complementares, jogos, livros
de literatura, revistas, sites)?
Como os alunos devero estar organizados para a realizao das atividades?
(Em pequenos grupos? Individualmente?)
Que tipo de intervenes didticas deve ser previsto para garantir o
desenvolvimento adequado das atividades propostas?
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uma situao comum em seu trabalho, quando utiliza o livro de Cincias adotado
pela sua escola.
exploro o significado das palavras diferentes que fornecem pistas sobre o tema
tratado;
no caso de o livro exibir fotos, eu peo aos alunos que localizem: Quais so as
informaes apresentadas com linguagem escrita e com imagens? As legendas
contextualizam de forma adequada as informaes presentes nas imagens?;
a tabela outro texto muito presente nos livros de Cincias. Nesse caso, eu peo
aos alunos para analisarem os dados numricos, para comprovar uma ideia ou
fazer uma comparao;
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Como trabalho com turmas de alunos de seis anos que ainda no esto
alfabetizados, considero que a utilizao e a manipulao de livros didticos tornamse, s vezes, trabalhosas e complexas para muitas crianas. Por isso, no primeiro
momento, o meu objetivo o de levar os alunos a localizarem rapidamente uma
informao ou parte do livro, por meio da identificao das suas unidades destacadas
com cores diferentes e pelo uso intensivo da numerao de pgina. Ns fazemos
uma diviso de partes do livro com alguns marcadores que criamos em sala de
aula. Para esse trabalho, eu desenvolvo uma sucesso de atividades. Em primeiro
lugar, antecipadamente eu pego os livros didticos antigos da escola, com o objetivo
de compar-los com os novos, que vamos utilizar naquele ano letivo. Em seguida,
proponho a realizao das seguintes atividades:
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Finalmente, deixamos que os alunos levem os livros para mostrar aos pais,
explicando como o livro, como se organiza e o que as crianas devero aprender
at o final do ano. Os comentrios dos pais sero retomados na aula seguinte.
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Por todas essas razes, podemos concluir que as decises sobre a escolha e o
uso do livro didtico devem ser resultado de discusses coletivas dos profissionais
das escolas, considerando as suas contribuies e os seus limites no planejamento
pedaggico.
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ler com as crianas, que trabalharam juntas montando palavras do livro. Alm disso, as
crianas fizeram um grfico que indicava a quantidade de alunos que vinha de cada bairro.
Depois veio o livro Como vou?, de Fernando de Almeida, Renata Bueno e Mariana Zanetti,
para explicar a utilidade das mquinas da obra e a funo de cada meio de transporte.
Para trabalhar Geografia, Solange mostrou o mapa de Florianpolis aos alunos, que se
encantaram ao saber que moram em uma ilha e fizeram uma maquete para identificar
os bairros. O estudo se desdobrou em sadas para observar os problemas do bairro e da
escola, que, por sua vez, resultaram em uma carta feita pelos alunos junto com a professora
e enviada ao prefeito da cidade. O prefeito encontrou-se com os alunos, que tiveram uma
aula sobre a dinmica de uma prefeitura. As crianas saram de l com promessas, e at
hoje perguntam se o prefeito vai mandar as lixeiras prometidas para o bairro. (LETRA A,
2014, p. 16).
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No Caderno 3 a
interdisciplinaridade
tema de reflexo.
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Reproduo
realizar a reflexo sobre a funo dos nmeros nas medidas de tempo, os meses do
ano e sua histria, os dias do ms, e as obras Contando com o Relgio, do Acervo
didtico; Obras
Complementar do PNLD 2010, e Tempo, tempo, tempo: quem pode com ele?, Livro
Complementares
2010, 2013.
do Acervo Complementar do PNLD 2013:
Contando com o relgio
Texto: Nilson Jos Machado
Imagem: Alejandro Rosas
Reproduo
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AEIOU
Texto: ngela Lago e Zo Rios
Imagem: ngela Lago
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P: Olha, v... esse livro aqui tambm de troca, t certo? Que trocava as letrinhas...
S que nesse livro aqui so outras palavrinhas, certo? Esse aqui t dizendo assim:
como fazer uma gua virar gua? Quem sabe como que faz? Algum sabe como
que faz uma gua ficar toda derretida e virar gua? Quem sabe?
A: Qual o nome?
P: Olha o nome: gua. Se eu quisesse transformar gua numa gua, como eu
fao?
A: gua...
P: Quem consegue?
A: gua... do A.
A: Bota o A... gua!
P: s eu trocar. Tira o E e bota um A... gua. A aqui ele t dizendo assim:
como fazer a gua se derreter todinha? Pega a gua, olha, bota o A tira o E e
vira gua.
A: gua.
P: Vamos ver o outro. Como fazer um papa...
A: PAPA.
A: P-A, P-A.
P: Como fazer um papa voar?
P: Quem sabe? Como fazer um papa voar?
(...)
P: Olha s como que faz. Tira o A de papa, tira esse A daqui e bota o i por
cima... formou que nome?
A: PIPA!
P: Pipa voa?
A: Voa!
P: Ento a gente transformou papa em pipa, no foi?
P: Como fazer uma mala pular, quem sabe? MA-LA!
A: LA L-A.
P: Como fazer uma mala pular?
A: Tira o A e bota O.
P: Tira o A e bota O. Ficou que nome?
A: MO-LA.
A: MOLA.
P: E mola pula?
A: PULA.
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Concluses
Neste texto, buscamos refletir sobre o potencial das obras complementares para
a conduo de um ensino problematizador, reflexivo e interdisciplinar. Tais exemplos
mostram que, por meio da leitura na escola, os professores ensinam a ler e ensinam
por meio dos textos lidos. No entanto, tais recursos didticos s auxiliam o processo
de aprendizagem porque h uma interao favorvel ao desenvolvimento de
capacidades de linguagem que os professores promovem por meio deles. Alm dos
esforos dos professores, tambm podemos salientar que tais aes foram favorecidas
pelo fcil acesso aos livros dos acervos complementares. Assim, podemos dizer que
os gestores escolares, juntamente com os professores e a comunidade, precisam
cada vez mais planejar o que fazer com os diferentes recursos didticos, levando em
considerao o projeto poltico-pedaggico da escola e os direitos de aprendizagem
das crianas no Ciclo de Alfabetizao. Organizar os recursos, utiliz-los em sala e
refletir sobre tais usos em reunies pedaggicas e cursos de formao continuada
podem auxiliar a equipe escolar a investir mais em determinados recursos, a solicitar
a compra de outros, assim como a discutir sobre a qualidade dos materiais enviados
para as escolas pblicas.
Referncias
ALBUQUERQUE, Rielda Karyna. Os acervos
complementares do PNLD como recursos
didticos para o ensino da leitura. Dissertao (Mestrado em Educao) Universidade
Federal de Pernambuco, Recife, 2014.
BAKHTIN, Mikhail. Esttica da criao verbal. 3. ed. So Paulo: Martins Fontes, 2000.
Letra A: o jornal do Alfabetizador. Belo Horizonte, Ano 10, n.o 38, p. 16, mai-jun/2014.
MARQUES, Joo Vitor. Quem o professor alfabetizador? In: Letra A: o jornal do Alfabetizador. Belo Horizonte, Ano 10, n.o 38, p. 08-11,
mai-jun/2014.
SOARES, Edenice Cavalcanti; VIEIRA, Erika
Souza; LEAL, Telma Ferraz. Alfabetizao
de crianas e uso de obras complementares: recursos didticos em discusso. No
prelo.
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expressivo da narrativa, que traz dilogos e situaes que exploram o humor, com
muita teatralidade. Algumas referncias de poca podero ser explicadas, quando
necessrio, por um mediador de leitura sintonizado com a histria e com a turma de
ouvintes. Da a importncia de preparar a leitura, com ateno aos elementos que
possam trazer alguma dificuldade de compreenso pela criana.
A capa, porta de entrada que leva s narrativas, oferece elementos que podem
despertar o interesse das crianas. Alguns dos animais que sero os protagonistas
dos pequenos contos j se mostram dividindo o espao com o ttulo e demais
informaes (autoria do texto e das ilustraes, editora, selo do programa do
MEC). Vale destacar, nessa explorao inicial, o ttulo e as imagens dos bichos ali
presentes. Perguntas lanadas aos alunos podem desencadear a formulao de
hipteses sobre o que encontraro dentro do livro: Sobre o que sero as histrias
desse livro? Quem tem ou j teve bicho de estimao? Que bichos moram
na sua casa? Que bichos aparecem na capa do livro? Eles so bichos de
estimao?.
O subttulo tambm pode instigar a curiosidade das crianas, a partir de
perguntas do tipo: Quem sabe o que um zoolgico? E memria, o que ser
que ? Quando juntamos memrias zoolgicas e pensamos na primeira parte
do ttulo os bichos que tive , o que isso quer dizer? Quem tem lembranas de
bichos que j teve?.
A quarta-capa, por sua vez, traz informaes sobre a autora em pequeno texto
endereado turma, alm de uma minibiografia. Com uma linguagem adequada
criana, o texto apresenta Sylvia Orthof e fala tambm sobre o que uma memria,
antecipando que os leitores vo encontrar ali histrias verdadeiras um pouquinho
enfeitadas. Uma boa pergunta antes da leitura desse texto seria: De quem so os
bichos de estimao que vo aparecer nesse livro?.
Explorada a capa e a quarta-capa, sugere-se que se inicie a apresentao pelo
miolo, e para esse tipo de livro, que traz vrias histrias com um eixo temtico comum,
nada melhor do que comear pelo sumrio. Como a ideia a de ler uma histria por
dia, o sumrio pode ser fonte de um trabalho com os nomes dos bichos: r, coelho,
bicho-de-p, bass (raa de cachorro), elefante, bicho-papo, gata, bicho-carpinteiro.
Muitas perguntas podem surgir aps a leitura dos subttulos pelo professor: Vocs
conhecem todos esses bichos? Esses bichos so animais de estimao? Quem j
teve bicho-de-p? E bicho-papo, como ser que ele e o que ser que ele gosta
de comer? E elefante, quem j teve um?. O importante que a criana perceba,
ao final da conversa sobre os bichos do livro, que cada histria a respeito de um
deles e que comece a entrar no clima que mistura realidade e fantasia. A leitura do
sumrio, alm de propiciar o trabalho com o conhecimento dessa parte do livro que
tem a funo de localizar seus captulos, pode levar negociao com a turma sobre
aquela histria que eles querem ouvir primeiro. O professor pode escrever os nomes
dos alunos no quadro de giz, para que eles faam uma votao sobre qual histria
ser contada em cada dia da semana.
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Reprodu
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Reproduo
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de ler poesia. Cada tipo ou modalidade de poema aponta um caminho, ora mediado
pela temtica, ora pelos aspectos sonoros, ora pelo ritmo, ora pelos jogos de palavras,
ou por tudo isso junto. A presena da poesia no cotidiano da sala de aula dos anos
iniciais faz da lngua um interessante objeto de descoberta, com possibilidades que
no se esgotam.
Explorando livros de imagens
Reprodu
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nesse jogo, inventar a primeira frase ou palavra, no caso de crianas menores, para
que, a partir dela se d continuidade ao telefone sem fio. O professor pode tambm
estimular a criao de frases que se relacionem a caractersticas dos personagens
presentes na obra, tal como Chapeuzinho Vermelho, buscando assim explorar a
intertextualidade. Nesse jogo de criao e recriao, a partir das imagens da obra,
possvel estimular a criatividade e a imaginao do leitor, e ainda, de forma
ldica e contextualizada, as percepes sonoras das frases e palavras includas na
brincadeira de adivinhar o que foi dito pelos personagens.
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Arquivo dos autores
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No Portal do PNAIC
pode ser acessado o
Glossrio de Termos
de Alfabetizao,
Leitura e Escrita
para Educadores,
publicado pelo
CEALE.
Jogos de alfabetizao
Autor: Alexsandro da Silva,
Instituio: Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) / Centro de Estudos em Educao e Linguagem (CEEL).
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Nesses jogos, como em todos os que forem inseridos nas prticas docentes,
importante o professor considerar, como apontado no verbete, os objetivos didticos
(relacionados aos conhecimentos que podem ser explorados) e o perfil da turma.
Os dois jogos que acabamos de citar, por exemplo, no deveriam ser propostos em
turmas de Educao Infantil, uma vez que envolvem conhecimentos sobre a escrita
de palavras que as crianas desse nvel de ensino geralmente no possuem. No Ciclo
de Alfabetizao, considerando os conhecimentos dos alunos, tais jogos podem ser
propostos a partir de diferentes agrupamentos: o Jogo da forca pode ser realizado
no coletivo da sala, e a Adedonha em duplas ou grupos que envolvam pelo menos
um aluno que j saiba escrever.
Outros jogos que as crianas gostam muito e que tambm fazem parte das nossas
prticas culturais so aqueles da tradio oral, como as adivinhas e trava-lnguas.
Eles esto presentes em livros de literatura, canes e na memria daqueles que,
desde crianas, so desafiados a adivinhar respostas ou a repetir trava-lnguas sem
travar a lngua. A seguir, apresentaremos um relato de experincia desenvolvido
pela professora Milena Fernandes Pinto, que lecionava em uma turma do 2.o ano do
Ensino Fundamental, o qual envolve a realizao de jogos de adivinhao.
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sido trocada, e depois escrevia as palavras no quadro para que pudessem visualizar
melhor. Aps a leitura do livro, convidei os alunos a continuarem com os desafios por
meio do jogo Troca-letras, e expliquei que, assim como os animais foram desafiados
pelo sapo a descobrir a letra diferente nas duplas de palavras, eles iriam desafiar uns
aos outros. A turma foi dividida em dois grupos, existindo alunos com diferentes
nveis de aprendizagem em ambas as equipes. Separei as duplas de cartelas e fixei o
quadro de pregas na parede. Em seguida, solicitei que um integrante de cada equipe
jogasse o dado e quem tirou o maior nmero deu incio ao jogo. Antes de comear
o jogo, fiz a leitura das regras, para que no ficasse nenhuma dvida sobre como
deveriam jogar. Distribu as cartelas com figuras para os alunos, j na ordem que
deveriam colocar no quadro de pregas e escolhi um dos integrantes da equipe para
comear o jogo. Um aluno vinha, colocava a cartela e escrevia o nome do desenho;
em seguida, ele mudava a imagem colocando por cima da que j estava e desafiava
a outra equipe a descobrir que letra deveria trocar para formar o nome da nova
imagem. Os demais integrantes podiam ajudar os alunos tanto na escrita de palavras
como na identificao das letras. Todas as crianas puderam participar do jogo,
alguns na escrita/montagem das palavras e outros na troca de letras. A escolha da
ordem dos educandos foi feita de forma intencional por mim.
Houve muito entusiasmo por parte dos estudantes para participarem do jogo/
desafio, sendo solicitado por eles jogarem novamente. As crianas puderam refletir
sobre princpios do SEA de forma prazerosa.
Reproduo
Nesse relato, podemos observar que a professora fez uso de dois recursos
presentes nas salas de alfabetizao das escolas pblicas brasileiras: os jogos de
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a caixa de jogos
de alfabetizao
distribudos pelo
MEC.
Este livro compe
o acervo de Obras
Complementares /
PNLD 2013.
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4
Arquivo dos autores
cade r n o
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Reproduo
Os jogos so recursos didticos que podem ser facilmente inseridos na sala de aula
para ampliar conhecimentos, desafiar as crianas e integrar diferentes componentes
curriculares. Entendido como uma ao humana, o jogo possibilita uma rede
intertextual e interdisciplinar, cabendo ao professor planejar de forma adequada o
uso de jogos disponveis na escola, assim como elabor-los coletivamente com outros
colegas e/ou com as crianas. As professoras Neuma Macedo e Maria Aparecida
Hoffman desenvolveram coletivamente um jogo de tabuleiro, confeccionado em sala
de aula, para que as crianas pudessem explorar a cidade de Campo Grande (MS).
Vejamos a notcia que foi publicada no Letra A: o jornal do Alfabetizador (2014):
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cade r n o
Destacamos, nesta seo, a utilizao de trs jogos temticos, dois deles pela
professora Rosana Ramos o Jogo da forca e o Que brinquedo esse? e o jogo de
tabuleiro elaborado pelas professoras Neuma Macedo e Maria Aparecida Hoffman.
interessante que o Jogo da forca, como descrito na primeira seo, no se constitui
em um jogo temtico. Mas a forma como a professora fez uso dele no projeto didtico
que estava desenvolvendo deu essa caracterstica a ele. J os jogos da Caixa do
CEEL, como o Troca-Letras, usado pela professora Milena depois da leitura do
livro Ciranda das Vogais, levam as crianas a brincar com as palavras, modificandoas pela troca de uma letra, mas no se relacionam a temticas especficas.
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cade r n o
Para concluir...
Neste texto foi possvel observar como as professoras inserem os jogos como
um importante recurso didtico em suas prticas pedaggicas, relacionando-os,
inclusive, a outros recursos: jogos inseridos em projetos didticos ou em sequncias
de atividades envolvendo, por exemplo, livros infantis; jogos propostos em
momentos especficos da rotina organizada pelo (a) professor (a); jogos que abordam
determinados contedos das diferentes reas de ensino; jogos presentes nos livros
didticos e em sites pedaggicos; jogos produzidos por alunos e professores...
Sem dvida, so diversas as situaes que envolvem os jogos nas salas de aulas, e
esperamos que elas estejam cada dia mais presentes nas prticas dos professores,
no s do Ciclo de Alfabetizao, mas dos outros nveis de ensino.
Referncias
BRASIL. Jogos de alfabetizao. Braslia: MEC, 2010.
BRASIL. Ministrio da Educao. Secretaria de Educao Bsica. Acervos complementares:
alfabetizao e letramento nas diferentes reas do conhecimento. Braslia: MEC/SEB, 2012.
LETRA A: o jornal do Alfabetizador. Belo Horizonte, Ano 10, n.o 38, p. 16, mai-jun/2014.
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cade r n o
<www.senado.gov.br/legislacao/const/con1988/CON1988_06.08.2013/>.
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cade r n o
com base nas Diretrizes Curriculares, tornando visveis suas funes, contedos e
linguagens e incorporando-as desde o perodo da alfabetizao.
Para Vygotsky (1991), a relao do sujeito com o conhecimento se estabelece
atravs de instrumentos e signos. Para esse terico, o uso de instrumentos humaniza
o homem, transformando o curso de sua existncia de natural para cultural.
Aprofundando esses conceitos vygotskynianos, refletimos que a mediao pode ser
exercida por ferramentas ou signos. Consideramos o computador, assim como outras
mdias (rdio, TV, celulares, dentre outros) como objetos culturais, que funcionam
tanto como instrumentos tecno-eletrnico-digitais, quanto como instrumentos
simblicos que produzem efeitos culturais, sociais e cognitivos.
Adiante, apresentamos eventos envolvendo turmas de alfabetizao em
atividades de prtica de leitura e produo de texto na tela do computador,
considerando que esta uma mdia convergente que incorpora, no mesmo suporte,
vdeos, imagens fixas, textos orais e escritos e a possibilidade de interao online
com outros, alm de outros recursos presentes em mdias impressas e eletrnicas,
com ou sem possibilidade de modificao pelo usurio. Esperamos contribuir, dessa
forma, para a reflexo sobre o uso das novas tecnologias digitais de escrita em
espao escolar.
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Na verdade, nesse jogo a criana realiza a atividade ouvindo uma msica de fundo
e, quando seleciona a palavra, ouve um barulho que indica o acerto. A professora,
por sua vez, faz referncia ao fato de que no Caa-Palavras a criana no ouve
sons relacionados s palavras. Analisando vrias propostas pedaggicas veiculadas
em softwares e em sites, raro encontrar jogos que explorem movimentos grficos,
imagens em movimento e sonorizao do nome das letras ou de slabas e palavras,
havendo, em certos casos, pouca diferena em relao a jogos fsicos ou na folha de
papel.
Os jogos virtuais possuem grande carter ldico e isso faz com que os alunos
apreciem muito esse tipo de aula. Para vencer o jogo, eles tm que ouvir, clicar,
digitar, olhar a palavra com animao na tela que brilha, enfim, esses so elementos
significativos que permeiam o contexto multimodal do computador e que contribuem
para aproximar as crianas da palavra, independente do nvel de escrita em que
se encontram. Fazem isso com mediao da professora, mas tambm com ajuda
dos colegas ou sozinhas. Entretanto, ressaltamos que preciso encontrar jogos que
desafiem as crianas em seus conhecimentos sobre a escrita e que contribuam para
o seu avano nos direitos de aprendizagem, mas sem deix-las tensas.
Outro aspecto significativo em relao ao uso de tecnologias por crianas sem
familiaridade com o instrumento computador a construo contnua do domnio
da usabilidade envolvida na ao de jogar na tela e o estmulo a aprimoramentos
dos gestos e comportamentos necessrios para jogar: preciso, simultaneamente,
pensar no contedo do jogo, compreender a regra do jogo e executar movimentos
especficos no suporte digital. No entanto, mesmo que a criana no use computador
no contexto familiar, os procedimentos de interao e a conduta diante da tela so
incorporados com facilidade pelos infantes. O mouse o nico instrumento que
demanda um tempo maior de assimilao do movimento; ainda mais quando esse
maior do que a mo da criana que o utiliza, se levarmos em considerao que essa
a realidade dos laboratrios de informtica nas escolas pblicas brasileiras.
Outros instrumentos convencionais de escrita, na medida em que foram sendo
incorporados pela escola (varas ou dedo para escrita em caixa de areia, pena de
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cade r n o
ganso, pena metlica, lpis grafite, canetas) e suportes (caixa de areia, lousa, papel,
cadernos, fichrios) alteraram as didticas e at o rumo do ensino da leitura para
principiantes, j que antes da pena metlica, em vrios pases, se ensinava primeiro
a leitura e somente depois, com domnio complexo do instrumento por crianas mais
velhas, a escrita (FRADE, 2005, 2014). Assim, se considerarmos o computador como
instrumento de escrita, o uso do teclado e do mouse mais um desafio, mas no
um empecilho e pode ser que, com ele, possamos mais uma vez alterar diferentes
aspectos da didtica do ensino inicial da leitura e escrita para crianas e os modos
de pensar sobre o sistema e sobre o texto.
Seguindo o Saci no Twitter
No ano de 2014, uma turma de seis anos, da professora Ftima Cafiero,
experimentou uma atividade de comentrio, desta vez com a ferramenta Twitter. Foram
criados anteriormente dois perfis de Twitter, um triquesaci, no qual um adulto da
escola responderia s questes formuladas pelos alunos, e outro turmamadureira,
no qual os alunos, cada um em seu computador, elaborariam questes endereadas
a ele. A atividade ocorreu no mbito de um projeto interdisciplinar, relacionado
ao tema folclore, enquanto, na sala de aula, aconteciam situaes de estripulias
envolvendo o personagem Saci-Perer.
No desenvolvimento da aula, a professora realizou vrias aes, como mostrar
a caixa para inserir o endereo do Twitter, que foi copiado do quadro, conferindo a
escrita de cada criana de mquina em mquina, para que nenhum aspecto dessa
ao especfica comprometesse o restante da atividade. No quadro, foi anotado o
nome do Twitter e a senha, para que os alunos copiassem no lugar adequado e,
ao acabar a tarefa, os alunos foram solicitando auxlio professora para registrar
a pergunta, que ela forneceu explicando e demonstrando individualmente em
cada computador. Depois de aberta a caixa de mensagem, os alunos digitaram
livremente suas perguntas, enquanto as estagirias respondiam em outro endereo
do Twitter.
Recuperando as mensagens trocadas entre os alunos e o saci constatase que a aluna Maria Luiza, que tinha perdido sua boneca, pergunta:
SACIVOCPGHOABONECAMARIAJULIA? (Saci, voc pegou a boneca Maria
Julia?). E ainda completa: INTAGA PA MI MARIA LUIZA (Ento traga para
mim. Maria Luiza). Felipe escreve SACI PERERE VOCE VIROL A FOLHA DO MEU
BICHONARIO FELIPE; e Davi, novo na turma e pr-silbico em sua escrita, copiou
SACPERERE. Isso mostra que, por meio dessa estratgia, alunos acompanharam
e postaram mensagens, sua maneira e pela primeira vez, no Twitter do Saci, sem
saber que quem respondia online pelo Saci era a estagiria. A seguir, os comentrios
da professora:
A expectativa por essa atividade encontrou correspondncia em sua execuo. Os alunos
demonstraram interesse e participaram com cuidado e ateno, sempre um tentando
ajudar o outro na descoberta de como fazer. Os alunos que j dominavam a escrita iam
se desincumbindo de sua tarefa, buscavam o prximo passo, se dedicando a realiz-lo,
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cade r n o
Consideraes finais
Em outro evento na mesma turma do 3.o ano do Ciclo de Alfabetizao, os alunos
entraram em um site <http://www.escolovar.org>. Acessado em 24/11/2014, que
possui literaturas clssicas digitalizadas e, usando o fone para ouvir a histria,
clicavam e interagiam com a histria, medida que podiam escutar ou ler o texto na
Literatura.
tela. Nessa situao, especialmente, enquanto as crianas ouvem as histrias
da literatura clssica (Carochinha, Joo e o p de feijo, dentre outras) usando
o fone, o texto aparece em uma legenda logo abaixo da cena, que ocupa um espao
grande da tela e vem repleta de recursos, tais como: arrastar objetos para continuar
a histria em outro slide ou mesmo auxiliar a personagem, ajudando a decidir o rumo
a tomar em sua histria. Em relao s literaturas digitais interativas, observamos
que os alunos ficaram muito envolvidos com a leitura, e quanto mais elementos de
interao com os leitores eram apresentados, mais interessados os alunos ficavam.
Os olhos movimentam muito na leitura, alm da mo no mouse, que clicavam sem
parar.
Esses recursos certamente aproximam a criana da verso digital da literatura
ou mesmo de uma nova literatura, feita exclusivamente com a linguagem digital.
Entretanto, os livros encantam da mesma forma aos pequeninos. Entrevistando
7
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cade r n o
Referncias
In: SILVA, Ezequiel Theodoro (Org.). A leitura
nos oceanos da internet. So Paulo: Cortez,
2003. p. 65-88.
GLRIA, Julianna Silva. Influncias e confluncias do uso do suporte digital na alfabetizao de crianas do 1.o ano do primeiro
ciclo. 324 f. Tese (Doutorado em Educao)
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo
Horizonte, 2011.
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Compartilhando
O ensino das lnguas maternas Pato e Portugus por
meio do gnero mito indgena
Lealdo Quaresma Anik (Professor da Rede Estadual de Educao do Amap)
Apresentao
Eu sou o professor Lealdo Quaresma Anik, professor indgena, e trabalho na Escola
Estadual Indgena Jorge Iaparr, com alunos tambm indgenas, da aldeia Manga,
onde tambm moro, localizada no municpio de Oiapoque, no estado do Amap. Fao
curso do PNAIC e vou aqui contar um pouco de experincia de trabalho com meus
alunos. Fui desafiado para construir uma sequncia didtica (SD) em que eu usasse
alguns materiais pedaggicos, como livro didtico (LD), dicionrio e livros do acervo
complementar para a leitura deleite. Para mim, a princpio, no foi fcil fazer esse
trabalho com vrios materiais e ainda de forma interdisciplinar, pois a gente quase
nem usa o livro didtico, principalmente porque ele nunca traz nada da realidade
indgena. Achamos que, mesmo sendo para ensinar o portugus, podia trazer algumas
coisas da nossa realidade. O dicionrio tambm, quase no tenho usado; s s vezes,
quando eu tenho dvida eu mesmo uso. J as leituras deleites so mais usadas por
mim, porque os alunos gostam muito de ouvir e tambm de ler os livros.
Mesmo j tendo feito algumas SD para trabalhar a leitura e a escrita interligando
outras reas, como Cincias e Matemtica, senti dificuldade de fazer essa. As
orientadoras de estudos professoras Socorro, Cludia e Holanda sentaram comigo
e preparamos a SD. Como sabemos que a SD pode partir de um gnero textual,
organizamos o conjunto das atividades envolvendo o gnero mito, e considerando
o desafio de relacionar os materiais pedaggicos distribudos pelo MEC. Inserimos,
no conjunto das atividades da SD, um mdulo trazendo uma atividade do livro
didtico de portugus (LDP) selecionado para a aldeia e que pouco eu usava. Na
verdade, quase ningum usa aqui. Essa atividade com esse LDP deu certo porque
tratava do gnero textual lenda, que tem relao com mito indgena, com que
trabalharamos a SD.
Os objetivos didticos da SD
Organizamos nossos objetivos didticos de acordo com o perfil da nossa turma.
Para eu me sentir mais seguro, as orientadoras me orientaram a fazer um diagnstico
novo, conforme segue a caracterizao da turma. Nosso principal objetivo foi realizar
um trabalho de leitura e produo escrita de modo interdisciplinar, envolvendo
materiais pedaggicos distribudos pelo Ministrio da Educao, como os dicionrios,
livro didtico e acervo de livros complementares. Como pano de fundo, escolhemos
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cade r n o
o gnero mito, muito usado por nossa cultura indgena para repassar para nossos
filhos e netos nossas histrias. Com isso colocamos como objetivo didtico tambm
explorar as nossas manifestaes culturais indgenas, permitindo aos alunos
expressarem sentimentos, ideias, experincias, valorizando assim a nossa cultura.
Caracterizao da turma:
A turma de 3.o ano composta por 15 alunos indgenas com idade entre 8 e 9
anos. O perfil de aprendizagem encontra-se descrito no quadro abaixo:
Quantidade de Anlise lingustica e apropriao do SEA
alunos
No
Parcial
Sim
15
13
13
15
15
15
15
10
12
13
13
15
Participa de interaes orais em sala de aula, questionando, sugerindo, argumentando e respeitando os turnos de fala
15
Valoriza os textos de tradio oral, reconhecendo-os como manifestaes culturais da lngua indgena
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Produo textual
6
15
10
12
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cade r n o
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Quando terminamos a dana do tur, pedi que contassem ainda quais mitos
conheciam. Em seguida, fizemos a leitura do Mito do paj em portugus:
P: Vamos ver na pgina 4, todo mundo dobrando na pgina quatro, j que ns
representamos a dana, j que ns vimos quem conduz a dana, vamos conhecer
um pouquinho mais do paj?
As: VAMOS.
P1: Ento ns vamos fazer uma lei:::
As: TURA/ P1: Que sobre o...
As: PAJ.
P1: Como que t escrito a?
As: PAJ.
P1: NO! Eu quero saber o que t escrito em cima. O ttulo.
As: Mito do paj.
P1: Quem poderia ler para gente?
A3: Eu / (...) segue-se a leitura oralizada, em que cada aluno l um trecho.
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cade r n o
P: E eu?
As: Em Pato.
P: Em Pato, muito bem! Essa lngua pertence / vocs conheciam?
As: SIM.
P: Quantas lnguas vocs tm [fluncia] aqui?
As: Portugus, Pato.
P: Vocs tm [fluncia] em quais lnguas?
As: Portugus, Pato, Francs... Ingls.
P: Por que vocs acham que falam tantas lnguas?
As: Porque moramos num lugar que fica perto de outros pases.
P: Exatamente. Percebam que o lugar onde a gente mora influencia bastante
na nossa maneira de se comunicar. Ento, como mesmo que se chama esta
comunidade ((P1 se referindo Aldeia do Manga)). ... na AL-dei-a do...
As: DO MANGA.
P: , na Aldeia do Manga. Fica onde?
As: OIAPOQUE.
P: No Oiapoque, muito bem. No estado do...
As: OIAPOQUE.
P: No... No estado do... Onde que a gente mora? No Manga, no municpio
de Oiapoque, o Oiapoque est locaLIZADO no es-ta-do... Vocs sabem o que
estado?... H?
As: No Amap.
P: H?
As: AMAP.
P: Ah::: No Amap, muito bem! ((os alunos comeam a fazer a atividade do
dicionrio)) (...)
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cade r n o
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Avaliao
Eu avalio este trabalho sob dois aspectos: o primeiro, quanto a minha formao
e prtica como professor, que estou me qualificando cada dia mais; e o segundo
aspecto quanto ao que consegui que meus alunos avanassem com essa
experincia. Quanto ao que foi bom para mim como professor, vi que tive maior
compreenso de como posso fazer um trabalho interdisciplinar, relacionando e
adaptando os materiais que o Ministrio da Educao envia. Pois, como expliquei,
a gente no gosta desses materiais porque eles no trazem quase nada da nossa
realidade, e ns no usamos os livros. s vezes a gente pegava algumas atividades
dos livros didticos. Na verdade, nem fazemos questo de ter aqui esses livros, por
isso ns trabalhamos com as lies que ns mesmos preparamos. Ns no vemos
nada escrito da nossa vida, de como vivemos nas aldeias, da nossa vontade de
preservar nossa cultura e nossa lngua, das nossas danas, das nossas terras, daqui
do Oiapoque. Foi com as professoras do pnaic mais perto, ajudando, que aprendi a
fazer adaptaes, pegar um trecho de um livro e juntar com as tarefas e atividades
que fao para os meus alunos e, ao mesmo tempo, usar a leitura-deleite.
Quanto ao avano dos meus alunos, eles demonstraram estarem muito mais
motivados a fazer as atividades da SD que em outros momentos. No ficou s
uma tarefa que tinham de copiar e responder. As aulas foram divertidas, porque
trabalhamos um pouco de cada coisa, os alunos danaram, leram e ouviram
leituras feitas pelo professor, cantaram, procuraram palavras no dicionrio e fizeram
atividades do livro didtico. Assim, entre os avanos, com o desenvolvimento do
trabalho, aprenderam a procurar palavras no dicionrio e tiveram acesso lngua
indgena Pato, transcrita em texto (at ento, a gente s falava com eles nessa
lngua para orientar as tarefas em algumas situaes. Ver o texto escrito foi, para eles,
uma grande surpresa, e, o mais interessante, conseguiram localizar as informaes
nesse texto, por meio da comparao que faziam com o texto em portugus).
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25/9/2015 09:20:57
cade r n o
Objetivos Didticos
Geografia:
Destacar, na paisagem, os elementos naturais e humanizados.
Reconhecer o espao geogrfico local e global como produto da natureza e da
ao humana.
Reconhecer semelhanas e diferenas nos modos que diferentes grupos sociais
apropriam-se da natureza e a transformam, identificando suas determinaes
nas relaes de trabalho, nos hbitos cotidianos, nas formas de se expressar e no
lazer.
Histria:
Comparar as marcaes temporais utilizadas pelas sociedades, identificando
semelhanas e diferenas, permanncias e rupturas na cronologia do tempo dos
diferentes espaos, tempos e culturas.
Interpretar os acontecimentos da experincia pessoal articulados com
acontecimentos da vida social.
Estabelecer relaes entre o passado e o presente.
Identificar e utilizar diferentes fontes de informao, percebendo algumas de
suas funes.
Cincias:
Analisar, a partir de situaes-problema, as causas e consequncias da ao do
homem no meio, partindo dos ambientes mais prximos dos estudantes (casa,
rua, escola, bairro, cidade, estado e nao).
Identificar e compreender a aplicao dos avanos tecnolgicos relacionados s
questes do cotidiano, como educao, sade, vida domstica e lazer.
Matemtica:
Usar corretamente termos que indiquem probabilidade.
Usar termos convencionais para descrever posio e direo.
Comparar grandezas sem medio, estabelecendo o maior, o menor e iguais.
Representar, sem escala, localizaes e movimentaes em mapas, plantas
baixas e maquetes.
Usar nmeros para contar, ordenar, codificar e medir em diversos contextos.
Lngua Portuguesa:
Antecipar sentidos e ativar conhecimentos prvios relativos aos textos a serem
lidos a partir de pistas, tais como suporte, gnero textual, autor, imagens, dentre
outras.
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25/9/2015 09:20:58
Caracterizao da turma
A experincia aqui relatada foi desenvolvida na Escola Municipal Nova Santana,
em Camaragibe/PE, em uma turma de 3.o ano do Ensino Fundamental, em 2014. A
turma era composta por 25 alunos matriculados, com faixa etria entre 9 e 11 anos,
sendo 03 transferidos e 01 aluno com necessidade educativa especial, por causa
de paralisia facial (Sndrome de Moebius, uma doena que causa paralisia facial
e perda dos movimentos do rosto). Dos 25 alunos matriculados, 22 frequentavam
regularmente as aulas.
Dentre os alunos, 02 no liam, no escreviam convencionalmente o nome
completo, produzindo apenas textos orais, com nvel de escrita silbico de
quantidade; 03 tinham escrita alfabtica, liam, porm com pausa prolongada entre
as palavras, localizavam informaes e elaboravam inferncias mais simples,
mas necessitavam de ajuda para ler textos mais longos, produziam textos curtos
e familiares; 17 apresentavam leitura fluente, compreendiam textos no verbais e
verbais, estabelecendo relaes sinttico-semnticas, localizavam informaes e
elaboravam inferncias, interpretando frases e expresses, com opinies prprias,
bem como produziam textos de diferentes gneros, atendendo aos critrios de
organizao dos perodos, organizao sequencial e coeso.
Etapas do Projeto
O Projeto foi desenvolvido entre os meses de maio, junho e julho, tendo como
produto final uma feira de conhecimentos, realizada no final de julho, envolvendo
todas as modalidades e anos da nossa unidade escolar. A minha turma apresentou
o trabalho sobre as mudanas de paisagens ocorridas em decorrncia da realizao
da Copa do Mundo, em 2014.
A oportunidade de tratar de um tema relacionado com jogos foi boa, pois a
utilizao de jogos na sala de aula fazia parte da rotina diria existente em minha
turma. Como a escola no dispunha de rea livre para a recreao e o pouco espao
existente era desnivelado, pondo em risco a segurana dos estudantes, o recreio era
monitorado por mim. Dessa forma, decidimos realizar o recreio em sala.
Quanto a essa rotina de recreio em sala, houve concordncia da turma. Levei a
situao-problema turma, explicando a questo da falta de espao e segurana
dos alunos. A princpio, no gostaram da ideia. Argumentei que eles teriam opes
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25/9/2015 09:20:58
cade r n o
25/9/2015 09:20:58
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cade r n o
Em matemtica, tendo em vista que o fator tempo sempre esteve presente antes
e durante a Copa, com o suporte do livro didtico, foi explorado o texto Medindo o
tempo e suas respectivas atividades.
4.o momento:
Construmos um Jogo da memria, com as bandeiras dos pases que disputavam
a Copa 2014. Aps a confeco, os estudantes jogaram e produziram as instrues
do jogo. Esse momento foi bastante rico, devido familiarizao com as bandeiras
dos outros pases e a desmistificao, para eles, de que bandeiras seriam dos pases,
e no dos times locais, e de que todos fariam parte de um s time, que era o Brasil.
Alguns alunos perguntavam pelas bandeiras dos times locais.
5.o momento:
Fomos sala do 2.o ano, da professora Auta Ventura, onde planejamos e
organizamos as falas da feira de conhecimentos, interagindo com os estudantes da
referida turma. Fomos mediadoras, eu e a professora Auta Ventura. Aps o intervalo,
afixamos na parede da sala da turma do 2.o ano o painel de imagens com mudanas de
paisagens permanentes e temporrias, em decorrncia da Copa 2014, considerando
algumas imagens de destaque: a da rua que eu moro e a imagem do torcedor
japons recolhendo o lixo deixado pelos demais torcedores na Arena Pernambuco.
Na referida sala tinha um painel das bandeiras dos pases que disputavam a Copa,
montado pela turma do 5.o ano. Foi bastante interessante, pois os estudantes j
estavam familiarizados com as imagens, devido ao jogo da memria.
6.o momento:
No sexto momento, foi a realizao da feira, ficando juntas as turmas do 2.o e 3.o
anos. Os alunos falaram sobre as mudanas de paisagens, mostrando o painel de
imagens com as mudanas ocorridas.
Avaliao
Arquivo dos autores
25/9/2015 09:21:00
25/9/2015 09:21:01
cade r n o
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de Formao da
Unidade 6 / pnaic
2013, so realizadas
reflexes sobre
os trabalhos com
gneros textuais para
integrar diferentes
componentes
curriculares. Nos
Cadernos da Unidade
08, tal tema
retomado.
25/9/2015 09:21:02
cade r n o
No Caderno de
Formao 1 deste
conjunto, so tratadas
questes relativas
alfabetizao de
comunidades falantes
de outras lnguas.
Nos Cadernos
de Formao de
2012 e 2014 so
encontrados textos
destinados a discutir
a alfabetizao nas
escolas do campo.
98
25/9/2015 09:21:03
99
25/9/2015 09:21:03
cade r n o
visando valorizao plena das culturas dos povos indgenas e afirmao e manuteno
de sua diversidade tnica. (BRASIL, 2013, p. 45).
Nos Cadernos
de Formao da
Unidade 1 de 2012
e deste conjunto
de Cadernos 2015,
so encontradas
discusses sobre o
currculo defendido
no Pnaic.
100
25/9/2015 09:21:04
101
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regulares contextuais entre letras ou grupo de letras e seu valor sonoro, direito de
aprendizagem ainda bem frgil, apresentado pelas crianas, conforme diagnstico
descrito pelo professor.
Destacamos, ainda, que o encaminhamento do professor para os alunos
revisarem seus textos abre possibilidade de aprofundar e consolidar os direitos de
aprendizagem de revisar autonomamente os textos durante o processo de escrita,
retomando as partes j escritas e planejando os trechos seguintes, bem como o
direito que diz respeito a revisar os textos aps diferentes verses, reescrevendoos de modo a aperfeioar as estratgias discursivas, entre outros direitos ainda
lacunares, conforme se pode ver a seguir:
A cobra encantada
Era uma vez uma mulher e um
homem que foram pasea la no volta
do rio. Quando o homem viu um
peixe o homem falou para a sua
mulher vira a canoa, tem um peixe
la. na rede quando o homem olhou
atra ele no viu mais a sua esboza e
a esboza se emcanto
Aluno C Texto original.
A cobra encantada
Era uma vez uma mulher e um homem
que foram passear l na volta do rio
(curva do rio), quando o homem viu
um peixe, falou para a sua mulher:vira a canoa, porque tem um peixe l
na rede. Quando o homem olhou para
traz e no viu mais a sua esposa, ela
se encantou.
Aluno C Texto reescrito a partir
das correes do professor.
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Texto original
O curupira protegia os animais. ele
comia milho e ele a rodiava a floresta
para ver se os caadores vinham.
ele usava uma saia. e o cabelo dele
era vermelho e ficava jogado para a
frente. e ele protegia a floresta.
Aluna D Texto original.
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Consideraes finais
Os dois relatos de experincia permitem compreender que a formao
continuada no mbito do PNAIC, apoiada por materiais pedaggicos enviados pelo
MEC, tem favorecido os professores a experimentarem o trabalho interdisciplinar
mais efetivo do que se tinha at ento, conforme atestado por Fazenda (1995), no
incio deste texto. Reconhecemos, no entanto, que, apesar das dificuldades, verificase a vontade de fazer dos professores, e um processo de maior amadurecimento, que
compreendemos como sendo de ampliao dos conhecimentos sobre o como fazer
frente complexidade de tratar componentes diversos no Ciclo de Alfabetizao,
tal como explicou o professor Lealdo Anik, e tambm demonstrou, no decorrer do
relato, a professora Ivanise Calazans. Ambos experimentaram de forma positiva esse
exerccio de trabalhar agregando reas diferentes dos currculos, e ainda materiais
pedaggicos tambm diversos.
Referncias
BIZZO, Nlio. Cincia: fcil ou difcil? So
Paulo: tica, 2002.
FAZENDA, Ivani (Org.). A pesquisa em educao e as transformaes do conhecimento. Campinas: Papirus, 1995.
LEAL, Telma Ferraz; RODRIGUES, Siane Gois
C. Alm das obras literrias, que outros livros
queremos na sala de aula? In: LEAL, Telma
Ferraz; SILVA, Alexandro da (Orgs.). Recursos didticos e ensino da Lngua Portuguesa: computadores, livros... e muito mais. Curitiba: Editora CRV, 2011, v.1, p. 95-114.
MOREIRA, Antnio Flvio Barbosa Moreira;
CANDAU, Vera Maria. In: BEAUCHAMP, Jeanete; PAGEL, Sandra Denise; NASCIMENTO,
Ariclia Ribeiro do. Indagaes sobre currculo: currculo, conhecimento e cultura. Braslia: MEC/SEB, 2007.
ORLANDI, Eni Puccinelli. Anlise de discurso: princpios e procedimentos. Campinas:
Pontes, 1999.
VYGOTSKY, Lev Semmenovich. A formao
social da mente. So Paulo: Martins Fontes,
1984.
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Sugestes de Vdeos
Portal do Professor MEC
Espao virtual criado pelo MEC para o professor acessar, com sugestes de
planos de aula, mdias de apoio, notcias sobre educao e iniciativas do MEC.
O professor pode compartilhar um plano de aula, participar de uma discusso
ou fazer um curso. Disponvel em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/index.
html>.
Programa Pr-Funcionrio MEC
Material didtico do curso tcnico de formao para os funcionrios de educao,
contendo guia de curso que pode ser acessado para compreenso dos sistemas
de informtica e de informtica aplicada educao. Disponvel em: <http://
portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=13155>.
Banco Internacional de Objetos Educacionais MEC
O Banco Internacional de Objetos Educacionais trata-se de um repositrio de
acesso pblico a materiais em vrios formatos e para os diferentes nveis de
ensino. Para os primeiros anos do Ensino Fundamental, em especial para a
Alfabetizao, o repositrio conta com sugestes de vdeos, animaes, softwares
educacionais, entre outros. Disponvel em: <http://objetoseducacionais2.mec.
gov.br/handle/mec/345/browse?type=title>.
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Momento 1 (4 horas)
1. Leitura-deleite: O jabuti e o jacar, do livro
Histrias Brasileira: a donzela guerreira e outras,
de Ana Maria Machado, do acervo de Obras
Complementares.
Reproduo
Sugestes de Atividades
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Momento 2 (4 horas)
1. Leitura-deleite: Zoom, de Istvan Danyai, Editora Brinque
Reproduo
Book.
Componente
curricular
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Direitos de
aprendizagem que
contempla
Linguagens
que explora
(sonorizao
de palavras,
fundo musical, rudos/
barulho,
texto verbal,
imagem fixa,
imagem em
movimento,
movimentao das letras, slabas,
palavras e
textos)
Usabilidade:
habilidades
da tecnologia
digital envolvidas (uso
do mouse,
do teclado,
necessidade
de clicar
em cones,
imagens ou
palavras, uso
de instrues
oralizadas ou
escritas, etc.)
Idade
indicada
Necessita
Breve descriou no de
o do jogo e
orientar nos
apreciao,
comandos/
comparando
pode ser
com jogos em
operado
formatos no
de forma
digitais
autnoma ou
mediada pelo
professor e
colegas
Obra digitalizada de
domnio
pblico ou
literatura
desenvolvida para ser
lida com
explorao
de recursos
digitais
Direitos de
aprendizagem que
contempla
Linguagens
que explora
(sonorizao de
palavras,
fundo
musical,
rudos/barulho, texto
verbal,
imagem
fixa, imagem em
movimento,
movimentao das
letras,
slabas,
palavras e
textos)
Usabilidade:
habilidades
da tecnologia digital
envolvidas
(uso do
mouse, do
teclado,
necessidade de clicar
em cones,
imagens ou
palavras,
uso de
instrues
oralizadas
ou escritas,
etc.)
Idade
indicada
Necessita
Breve desou no de
crio da
orientar
literatura e
nos coman- apreciao,
dos/ pode
compaser operado rando com
de forma
literatura
autnoma
impressa
ou mediada pelo
professor e
colegas
A atividade foi adaptada da proposta que se denomina Atividades e jogos digitais de alfabetizao: estudo sobre o
uso do computador e suas implicaes como instrumento de alfabetizao em sala de alfabetizao no municpio de
BH, desenvolvida junto a Ftima Cafiero, professora da Escola Municipal Jos Madureira Horta.
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3. Escolher uma das obras recebidas do MEC (livros do PNBE ou PNLD Obras
Complementares) e elaborar algumas propostas de explorao literria, para
serem desenvolvidas com sua turma.
Com vistas ao aprofundamento terico/prtico sobre a temtica e a elaborao
das atividades, leia os verbetes leitura literria, leitura expressiva,
mediadores de leitura, intertextualidade e reconto apresentados no
glossrio Ceale <www.glossarioceale.com.br>.
4. Planejar uma sequncia didtica para uma semana de aula, com crianas do
Ciclo de Alfabetizao, com utilizao de diferentes recursos didticos, para
atingir direitos de aprendizagem de diferentes componentes curriculares.
Vivenciar as aulas planejadas para socializar no prximo encontro.
Obs. A SD dever tambm desenvolver atividades que envolvam jogos de
alfabetizao ou temticos, assim como livros de fico ou no fico do acervo do
PNBE Literatura ou do PNBE Obras Complementares. Se possvel, inserir tambm
atividades que mobilizem o uso dos dicionrios escolares.
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