Avaliação de Soldabilidade Aisi 444
Avaliação de Soldabilidade Aisi 444
Avaliação de Soldabilidade Aisi 444
br/revista
Departamento de Engenharia de Materiais Universidade Federal de Campina Grande- Av. Aprgio Veloso, 882,
Campina Grande , Paraba, CEP-58103.
(Recebido em 10/05/2006; revisado em 22/05/2006; aceito em 02/06/2006)
(Todas as informaes contidas neste artigo so de responsabilidade dos autores)
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Resumo:
Neste trabalho estudou-se a soldabilidade dos aos AISI 444 para serem utilizados como lining em torres de
destilao de petrleo. Para isto corpos de prova deste ao soldados por processo de Soldagem ao Arco Eltrico com
Eletrodo Revestido (SAER) utilizando-se o eletrodo AWS E 309 MoL como metal de adio, foram submetidos a
ensaios de envelhecimento por tempos de 1h, 10 e 100h a uma temperatura de 400 C e em seguida avaliada a
dureza e a microestrutura do Metal de Solda e da Zona Trmicamente Afetada (ZTA) e a granulometria e a
extenso da ZTA das juntas soldadas. Observou-se tambm o comportamento das juntas soldadas destes aos em
testes de fadiga trmica, submetendo os corpos de prova a ciclos trmicos com temperatura de patamar de 400 C
(673K) durante 30, 60 e 90 minutos, simulando as reais condies de servio nas torres de destilao, observandose em seguida a presena de trincas atravs de ensaios por lquido penetrante. Os resultados indicaram ausncia de
trincas na ZTA, tanto nos testes de envelhecimento quanto naqueles de fadiga trmica, entretanto observou-se uma
significativa sensibilidade deste ao com relao extenso da ZTA e sua granulometria em funo da variao
da energia de soldagem e uma relao direta do tempo de tratamento de envelhecimento e da energia de soldagem
com a dureza do MS e da ZTA.
Palavras-chave: Aos AISI 444; juntas soldadas; granulometria; microdureza.
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Abstract:
In this work it was studied weldability of steel AISI 444 to be used as lining in towers of oil distillation. For this,
hardness, microstructure, grain size and the Heat Affected Zone (HAZ) size of samples welded by Shielded Metal
Arc Process using AWS E 309 MoL electrode as filler metal submitted to aging tests for 1, 10 and 100h at 400 C
were measured. The samples also were submitted to fatigue test at that temperature for 30, 60 and 120 min and
submitted to tests to identify cracks. The results showed no cracks evidence at the welded joints for both test,
however, the steel presented a considerable grow size at the HAZ with the Heat Input increase and a little hardness
increase with the time in the aging tests.
1
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1. Introduo
O petrleo, devido a sua composio qumica e a
presena de diversas impurezas tais como: compostos
orgnicos sulfurados, nitrogenados, oxigenados, organometlicos, gua, sais minerais e areia, apresentam um
elevado grau de corrosividade.
Este aspecto exige dos diversos materiais,
empregados nas unidades de destilao e de
processamento do petrleo, uma elevada resistncia
corroso, em especial corroso causada pelos cidos
naftnicos.
As torres de destilao de petrleo so normalmente
fabricadas com chapas de ao ASTM A-516 Gr. 60 com
clad de ao AISI 405. Os elevados teores de enxofre
presentes nos leos de mais baixa qualidade atacam, por
corroso naftnica, o clad de ao inoxidvel AISI 405,
expondo o ao estrutural ao contato com o meio
agressivo, acelerando o processo de degradao da torre.
Este processo de degradao da torre exige uma
interveno para que seja recuperada. Esta recuperao
ocasiona uma perda de produtividade da unidade que
pode ser de algumas horas, a dias, dependendo do
tamanho do problema.
Atualmente, as torres so recuperadas pela aplicao
de lining (chapas) de aos inoxidveis AISI 316-L
soldadas entre si. Embora o uso do ao AISI 316-L
garanta uma boa resistncia corroso naftnica, surgem
trincas na zona afetada termicamente (ZTA) da solda
aps um determinado perodo de operao da unidade.
Essas trincas podem estar associadas a problemas
metalrgicos na ZTA da solda e, principalmente, aos
esforos causados pela dilatao e contrao do conjunto
(lining e parede da torre) em virtude da variao de
temperatura de trabalho da torre, associados aos efeitos
da camada de gs retida entre o lining e a parede da
torre.
A utilizao de aos inoxidveis ferrticos em
substituio aos austenticos para esta aplicao, pode
2. Materiais e mtodos
O processo de soldagem utilizado foi ao Arco
Eltrico com Eletrodo Revestido (SAER) por ser este o
processo utilizado atualmente na recuperao das torres
Os metais de base utilizados foram chapas de aos
inoxidveis AISI 444 com a mesma espessura dos
linings, ou seja, 3mm e chapas de ao carbono 1020
com 20 mm de espessura para simular as chapas de ao
da estrutura das torres, sobre as quais foram executadas
as soldagens.
Na tentativa de evitar fragilizao do metal de solda
foram utilizados eletrodos austenticos AWS E 309 MoL
com 2,5 mm de dimetro, como metal de adio.
As composies qumicas do metal de base e do
metal de adio esto apresentadas nas Tabelas 1 e 2
respectivamente.
Mn
Si
Cr
Ni
Mo
Al
Cu
Co
Nb
Ti
0,015
0,12
0,54
0,02
0,001
17,6
0,2
1,86
0,01
0,03
0,017
0,04
0,16
0,13
0,01
21
Mn
Si
Cr
Ni
Mo
0,03
1,18
0,48
0,024
0,005
23,88
12,77
2,53
Cu
0,10
Cordo corrido 3
Cordo corrido 2
Cordo corrido 1
Figura 3. Disposio das duas linhas de indentaes no metal de base (MB), na Zona Termicamente Afetada (ZTA) e
no Metal de Solda (MS).
que os cordes de cobertura (tranados) foram soldados
com as energias variando de 0,950,046 a 1,030,130
KJ/mm.
Aps as soldagens as chapas foram submetidas a
testes de envelhecimento submetendo os corpos de prova
a aquecimentos em forno eltrico a uma temperatura de
400 C durante 1, 10 e 100 h, avaliando-se em seguida a
presena de trincas nas juntas soldadas atravs de ensaios
22
Figura 5. Efeito da energia de soldagem (H) e do tratamento trmico sobre a dureza da ZTA
23
Desvio
1h
10h
100h
0,001500
0,000577
0,002646
0,001607
0,005058
0,003512
0,002784
0,002887
0,002255
0,004093
0,002930
0,002021
184,92
187,62
187,58
190,64
191,59
191,56
192,93
191,60
193,70
194,35
195,18
198,78
188,96
192,20
192,16
193,50
199,51
202,54
203,81
204,28
204,96
207,83
210,41
222,05
190,99
197,66
197,44
199,42
201,12
203,64
204,83
201,24
212,55
213,03
217,69
218,76
(a)
24
(b)
(c)
Figura 7. Microestruturas da ZTA na regio de gros grosseiros com diferentes tempos de exposio de 1h (a), 10h
(b) e 100h (c) a 400 C. Aumento 1000X.
Figura 8. Efeito da energia de soldagem (H) e do tempo 400 C sobre a dureza do Metal de Solda.
mesma forma que para a ZTA aumentaram com a
reduo da energia de soldagem (H) e com o aumento do
tempo de permanncia (t). Entretanto pode-se observar
que houve alteraes um pouco mais significativas nos
valores de dureza em funo destas variveis, atingindose acrscimos de at 69 HV. Tendo em vista tratar-se de
metal de solda austentico o aumento da taxa de
resfriamento devido pequena reduo da energia de
soldagem no deveria proporcionar alteraes deste porte
nos valores de dureza. Entretanto, devido grande
participao de gros ferrticos nos metais de solda o
efeito da variao desta morfologia pode ser
significativo. Mesmo em um nico metal de solda pode-
Tabela 4. Valores de microdureza do metal de solda (MS) em HV para tempos de 1, 10 e 100h temperatura de 400 C
H (KJ/mm)
Desvio
1h
10h
100h
0,811
0,001732
224,82
253,11
249,78
0,797
0,002117
233,60
257,31
267,86
0,779
0,001925
235,32
260,67
270,22
0,769
0,002269
239,08
265,04
275,86
0,764
0,007000
239,76
265,70
290,21
0,748
0,003405
240,33
280,06
309,56
25
0,354
0,141
0,141
0,141
0,141
0,141
0,071
0,495
0,212
0,212
0,638
0,756
0,762
0,782
0,819
0,842
0,865
0,895
0,906
0,900
0,110
0,279
0,286
0,243
0,270
0,133
0,265
0,392
0,181
0,304
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Figura 14. Regio da ZTA para soldagens realizadas com 0,7 kJ/mm (a), com 0,9 kJ/mm (b). Aumento 50X.
sobre o tamanho do gro ferrtico na vizinhana da linha
de fuso, para a amostra soldada com uma energia mdia
na ZTA de 0,7 KJ/mm (Figura 14 (a)), o valor mdio do
tamanho de gro foi de 0,184 mm, enquanto para
amostras soldadas com energia de soldagem (H) igual a
0,9 kJ/mm (Figura 14 (b)) este valor foi de 0,25 mm.
Verificando-se assim um aumento de 0,06 mm no
27
Agradecimentos
Os autores agradecem FINEP e ao CENPES
PETROBRS pelo aporte de recursos financeiros para a
realizao da pesquisa
5. Referncias
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austenitic stainless steels. Welding Journal, v.72,
p. 53-59, 1993.
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