Geografia - Aula 08 - População Do Brasil

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POPULAÇÃO BRASILEIRA

É importante conhecer as características da população brasileira para o


seu vestibular. Inicialmente vamos conhecer dois conceitos básicos para esse
estudo:

*População absoluta – refere-se ao número total de habitantes de uma


cidade, região ou país.
*População relativa – pode ser chamada também de densidade
demográfica e é obtida dividindo-se o número de habitantes pela área
em que eles vivem (nº hab/Km_).

Segundo o censo demográfico realizado no ano 2000 o Brasil possui


169.590.693 habitantes, ocupando o 5º lugar no mundo. Podemos considerar
o Brasil um país muito populoso (aquele que tem muitos habitantes). A
densidade demográfica em nosso país é de 19,92 hab/Km_. É um número
baixo e, assim, podemos considerar o Brasil um país pouco povoado.
Além disso, precisamos lembrar que a população brasileira encontra-se
mal distribuída pelo território, concentrando-se, por motivos históricos e
econômicos, em áreas próximas ao litoral. Avançando para o interior do país
encontramos densidades cada vez menores, com grandes vazios demográficos
na Amazônia.
CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO

O crescimento da população brasileira tem se reduzido nas últimas


décadas. Durante o século XX a rápida queda da mortalidade, enquanto se
mantinham elevadas as taxas de natalidade, provocou uma aceleração no
crescimento vegetativo brasileiro. Mas esse quadro se reverte nos últimos 40
anos com uma queda mais pronunciada da natalidade no país. Lembre-se:

CV = TN – TM
(crescimento vegetativo = taxa de natalidade – taxa de mortalidade)

As taxas de natalidade e mortalidade são medidas para cada grupo de


mil habitantes ao longo de um ano. Além do crescimento vegetativo, os
movimentos migratórios também influenciam o crescimento da população. Os
movimentos imigratórios foram importantes para o crescimento e composição
da população brasileira especialmente no período entre meados do século XIX
e as primeiras décadas do século XX. Atualmente não são mais expressivos.
A queda da mortalidade no decorrer do século XX pode ser explicada pela
evolução na medicina, nas condições sanitárias, na qualidade de vida como um
todo. O processo de urbanização da população contribuiu para essa queda e foi
muito importante para a redução da natalidade. Com a concentração cada vez
maior da população em áreas urbanas ampliou-se a prática do planejamento
familiar. Aumentou o uso de métodos anticoncepcionais, os casamentos se
tornaram mais tardios e a inserção da mulher no mercado de trabalho também
levou a redução do número de filhos por casal. A redução da natalidade foi
acompanhada pela redução da taxa de fecundidade (nº de filhos por mulher –
em idade fértil). A tendência para as primeiras décadas do século XXI é a
continuidade na redução dessas taxas. O Brasil aproxima-se, assim, das taxas
de crescimento verificadas nos países do Primeiro Mundo.
INDICADORES
1990 1995 2000
DEMOGRÁFICOS

Taxa de natalidade %O 23,5 21,11 20,04

Taxa de mortalidade %O 7,2 6,82 6,69

Taxa de fecundidade 2,7 2,37 2,2


Observando a pirâmide etária do Brasil podemos perceber um
estreitamento de sua base, resultante da queda da Taxa de Natalidade e da
diminuição da quantidade de jovens no país. O corpo da pirâmide (adultos) e o
seu topo (idosos) estão progressivamente se alargando com o aumento da
expectativa de vida. O Brasil já apresenta maioria de adultos e o número de
idosos é cada vez maior. Essas alterações não provocam ainda sérias
preocupações no mercado de trabalho. A reposição de mão-de-obra nesse
mercado ainda está garantida e podemos lembrar que a taxa de desemprego é
que preocupa a nação. No entanto já estamos providenciando nos últimos anos
reformas previdenciárias que possam fazer frente à nova realidade da
composição da população brasileira, com um número crescente de idosos, de
aposentados, com uma longevidade cada vez maior.

COMPOSIÇÃO DA POPULAÇÃO

A população brasileira apresenta maioria de mulheres com pequena


diferença sobre homens. Essa vantagem pode ser explicada pela maior
expectativa de vida entre as mulheres e pela maior incidência de mortes
violentas (causas não naturais) entre os homens.
Expectativa de vida (anos) Homens Mulheres
Brasil 64,6 72,3
Norte 65,3 71,4
Nordeste 62,4 68,5
Sudeste 65,0 74,1
Sul 67,1 74,8
Centro-Oeste 66,0 72,7

A melhoria no padrão de vida da população brasileira tem


permitido a elevação de sua expectativa de vida. Com o brasileiro vivendo
mais e com a queda da natalidade e da fecundidade altera-se a composição
etária de nossa população. O Brasil já apresenta maioria de adultos. O
percentual de jovens está se reduzindo e, além disso, aumenta também o
percentual de idosos.
Na composição da população por cor o IBGE tem identificado uma
maioria de brancos no Brasil, seguidos de mestiços, identificados como pardos.
Observam-se diferenças quando comparamos as regiões brasileiras, ocorrendo
ampla maioria de brancos nas regiões Sul e Sudeste e maioria de mestiços nas
regiões Norte e Nordeste. A Região Centro-Oeste apresenta um equilíbrio entre
brancos e mestiços.

A identificação precisa da cor dos habitantes no Brasil é muito


complicada, por vezes devido a informações imprecisas. O ideal seria conhecer
a origem étnica de cada brasileiro, mas essa é uma pergunta que muitos
habitantes em nosso país não conseguiria responder pelo baixo nível de
instrução dessa população. As desigualdades existentes comparando-se a
população branca e a negra e mestiça são outro problema encontrado. O nível
de renda, o grau de alfabetização e a mortalidade infantil são por vezes muito
discrepantes quando comparamos esses grupos. Nota-se que a população
branca é “privilegiada” em relação aos demais.

Dados comparativos Brancos Negros/Pardos


Mortalidade infantil (%0) 37,3 62,3
Escolaridade (10 anos ou mais) 6,6 4,6

PEA e SETORES DE ATIVIDADES

Podemos analisar também a população por sua participação nas


atividades econômicas do país. A PEA (população economicamente ativa)
reúne aqueles que participam do mercado de trabalho (incluindo os que não
possuem “carteira assinada”) em atividades regulares ou periódicas. São
excluídos da PEA os menores de 10 anos de idade, donas de casa, jovens que
ainda não ingressaram no mercado de trabalho, aposentados que já se
retiraram do mesmo e/ou pessoas incapacitadas. Essa PEA inclui também os
desempregados que estão à procura de uma recolocação nesse mercado (um
novo emprego). Assim, nem todos os que são considerados ativos, estão
efetivamente trabalhando. Atualmente, a PEA se aproxima de 50% da
população total. É um índice semelhante ao verificado nos países de Primeiro
Mundo, mas ainda preocupante no Brasil pela elevada taxa de desemprego ou
mesmo de pessoas subempregadas.
A PEA pode ser repartida entre os três setores de atividades econômicas:

*Primário – reúne atividades rurais como a agricultura, pecuária e


extrativismo
*Secundário – inclui o setor industrial
*Terciário – reúne outras atividades urbanas como o comércio,
serviços, funcionalismo público, profissionais liberais e subempregados

O subemprego envolve atividades da economia informal (não possuem


registro oficial e estão à margem do controle tributário do Estado). Não
permite o acesso a garantias trabalhistas, não são atividades regulares que
permita uma remuneração constante. O subemprego cresceu muito no Brasil
nas últimas décadas, inchando o setor terciário.
Analisando algumas décadas da evolução dos setores de
atividades econômicas no Brasil observamos uma progressiva
redução no percentual do setor primário, um aumento de ativos
no setor secundário e o setor terciário com forte crescimento.

Outra grande preocupação é o baixo nível de renda da maior


parte da
PEA brasileira. Além disso, a distribuição de renda do Brasil é
uma
das piores do mundo. Nas últimas décadas a renda concentrou-se
mais ainda nas mãos de poucos, enquanto os mais pobres
tornaram-se
ainda mais pobres no Brasil. É urgente uma revisão do modelo
econômico
brasileiro para que se possa criar mais empregos, elevar a renda
média
da população, melhorar a distribuição de renda no país e
promover
maior justiça social.

OUTROS INDICADORES

A taxa de analfabetismo, que ainda preocupa, está se reduzindo


progressivamente. Ainda é muito elevada, especialmente quando comparada
com países de Primeiro Mundo. A redução do analfabetismo está ocorrendo
devido ao processo de urbanização da população brasileira (nas cidades há
mais oportunidades para o estudo), devido às crescentes exigências do
mercado de trabalho, aos programas de alfabetização de adultos desenvolvidos
pelo Estado, por iniciativa privada, trabalhos voluntários e ONGs e também
devido à morte da população idosa (atenção: não estamos recomendando o
extermínio dos idosos – na verdade, precisamos lembrar que muitos
analfabetos são idosos que, quando crianças ou jovens, não tiveram
oportunidade de estudar. À medida que essas pessoas morrem evidentemente
saem da estatística). O grau de escolaridade do brasileiro ainda é muito baixo.
Precisa se elevar. Necessitamos de uma mão-de-obra mais qualificada se
quisermos elevar nossa competitividade no cenário internacional.

Analfabetismo (15 anos ou mais) - % Homens Mulheres Total


Brasil 13,3 13,3 13,3
Norte 11,7 11,5 11,6
Nordeste 28,7 24,6 26,6
Sudeste 6,8 8,7 7,8
Sul 7,1 8,4 7,8
Centro-Oeste 10,5 11,0 10,8

A mortalidade infantil também está sendo reduzida, mas, em


comparação ao Primeiro Mundo, novamente podemos considerá-la ainda muito
elevada, até mesmo para os padrões minimamente aceitáveis pela ONU. A
queda da mortalidade infantil é resultado de um melhor acompanhamento à
gestante, da melhoria das condições higiênico-sanitárias, do padrão de
atendimento médico-hospitalar às mães e crianças e às melhorias no padrão
alimentar da população brasileira (estamos nos referindo à média encontrada
na população. Evidentemente não estamos nos esquecendo dos milhões de
subnutridos e “marginalizados” pela estrutura social do país). As condições de
vida variam de uma região para outra no Brasil. As menores taxas de
mortalidade infantil são encontradas nas regiões Sul e Sudeste e as mais
elevadas na Região Nordeste.

Mortalidade infantil (%0) Homens Mulheres


Brasil 39,4 30,0
Norte 37,8 27,3
Nordeste 58,9 46,3
Sudeste 29,7 21,5
Sul 25,9 19,6
Centro-Oeste 28,8 23,4
Indicadores Gerais 1999
Analfabetismo 13,3 %
Escolaridade 5,7 anos
Domicílios com rede geral de abastecimento de água 79,8 %
Domicílios com rede geral de esgotamento sanitário 64,6 %
IDH 0,750

Saiba mais na Internet

I B G E –
http://www.ibge.gov.br/brasil_em_sintese/populacao01.htm
http://www.ibge.gov.br/home/default.php

Trabalho infantil no Brasil -


http://www.mre.gov.br/ndsg/textos/trabin-p.htm

Miséria, Analfabetismo e Desigualdades no Brasil:


http://www.estado.estadao.com.br/edicao/pano/00/03/01/pol
717.html
http://www.estadao.com.br/agestado/noticias/2002/abr/02/2
36.htm
http://www.jt.estadao.com.br/editorias/2001/12/20/ger041.ht
ml
http://www.estadao.com.br/agestado/noticias/2001/dez/19/6
0.htm

Exercícios

1- (FUVEST) Considerando-se a distribuição da população


mundial por atividades econômicas, é incorreto afirmar que:
a) a repartição da PEA pelos setores de atividades reflete o grau de
desenvolvimento econômico;
b) o setor terciário apresenta-se em expansão em quase todos os
países do mundo;
c) em diversos países subdesenvolvidos, o número de pessoas
empregadas no setor secundário vem aumentando devido à
existência de um processo de industrialização;
d) os países subdesenvolvidos apresentam geralmente um setor
terciário hipertrofiado;
e) em todos os países desenvolvidos, de economia capitalista, o
predomínio dos setores primário e secundário reflete o elevado
poder aquisitivo da sociedade.

2- Observe a tabela abaixo e assinale a alternativa que realiza


uma avaliação correta dos dados apresentados:
Dados comparativos Brancos Negros/Pardos
Mortalidade infantil (%0) 37,3 62,3
Escolaridade (10 anos ou mais) 6,6 4,6
a) O Brasil caminha rapidamente para eliminar as desigualdades sociais em
sua população
b) A população branca apresenta melhor padrão de vida em comparação à
população negra e mestiça (pardos)
c) Os índices de mortalidade infantil podem ser considerados, atualmente,
baixos e comparáveis ao Primeiro Mundo
d) O grau de escolaridade em nossa população já é um dos mais elevados
do mundo, apesar das desigualdades internas
e) As diferenças exibidas na tabela podem ser explicadas unicamente pelo
descaso governamental em promover programas de atendimento aos
mais necessitados no país.

3- Analisando o gráfico abaixo podemos afirmar sobre a população


brasileira:
Distribuição de renda

60

50

40

30

20

10

0
1960 1970 1980 1990 2000

10% mais ricos 40% intermediários 50% mais pobres

a) O Brasil tem conseguido melhorar a distribuição de renda entre seus


habitantes
b) A péssima distribuição de renda é o último fator negativo que o Brasil
ainda deve resolver para se tornar um país de primeiro mundo
c) Observa-se que nas últimas décadas piorou a distribuição de renda no
Brasil
d) Os 40% intermediários foram aqueles que apresentaram a maior queda
de renda, aproximando-se dos 50% mais pobres
e) Os 10% mais ricos estabilizaram sua renda e nada indica que ela possa
continuar aumentando

4- (FAAP) – A população do Brasil é :


a- irregularmente distribuída, predominando etnicamente o branco e
etariamente o adulto.
b- de elevado crescimento vegetativo, elevado nível cultural e com
predominância étnica do negro.
c- de alto crescimento vegetativo, com predominância dos mestiços e
elevado consumo de energia.
d- regularmente distribuída, predominando os brancos e etariamente o
jovem.
e- de grande crescimento vegetativo, etariamente jovem e com a
predominância do branco.

5- Analise comparativamente as regiões brasileiras quanto ao padrão de vida


da população:

RESPOSTAS
1- E 2- B 3- C 4- A
5- As regiões mais prósperas do país, como o Sul e Sudeste apresentam
melhores indicadores sócio-econômicos, com menor mortalidade infantil e
analfabetismo, além de uma expectativa de vida mais elevada. Isso indica um
melhor padrão de vida. As regiões Norte e Nordeste são as que apresentam os
piores indicadores sócio-econômicos: a mortalidade infantil e o analfabetismo
são mais elevados e é menor a expectativa de vida. A Região Centro-Oeste
encontra-se num patamar intermediário. Mas é importante lembrar que em
todas as regiões brasileiras vem melhorando o padrão de vida.

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