Apostila de História Regional
Apostila de História Regional
Apostila de História Regional
1) AS POPULAES INDGENAS.
Considerada durante muito tempo como uma
regio marcada por um grande vazio demogrfico e
sub-povoada, a Amaznia sempre foi o lar de
inmeras sociedades indgenas que habitaram a regio
h milhares de anos e nela desenvolveram importantes
culturas que s muito recentemente comeam a ser
estudadas atravs dos esforos de modernos
arquelogos, historiadores e antroplogos. A PrHistria da Amaznia nos revela a existncia de
sociedades avanadas, formada por aldeias compostas
por milhares de indivduos e com culturas
sofisticadas, capazes de produzir excedentes
econmicos que seriam comercializados com as
populaes que viveram no altiplano e na Cordilheira
dos Andes.
Viveram na Amaznia populaes que
produziram importantes manifestaes culturais e
desenvolveram tcnicas agrcolas capazes de garantir
seu abastecimento de forma permanente, alm de
prticas de trabalho em cermica, abertura de estrada
e construo de pontes de madeira (como foi o caso
das recentes descobertas arqueolgicas cerca da
cultura Tapajs), recuperao de solos para
aproveitamento agrcola (como se observa no chaco
boliviano) e primrdios de construes em pedra
(como a que encontramos na serra da muralha em
Rondnia).
Os relatos dos primeiros viajantes que percorreram
o vale do Amazonas, ainda no sculo XVI, falam de
sociedades impressionantes como a dos ndios
Omgua, Aru, Tupinamb e Tapaj. No baixo
Amazonas foram notveis as populaes que
desenvolveram as tcnicas ceramistas que produziram
as cermicas conhecidas como marajoara.
No estado de Rondnia, os trabalhos arqueolgicos
e etnolgicos evidenciam a presena muito antiga,
datada de milhares de anos de diversas culturas
amerndias, notadamente ligadas aos povos Tupi.
Essas populaes sempre foram diversificadas e
passaram por grandes mudanas ao longo do tempo.
Os
estudos arqueolgicos revelam enorme
mobilidade territorial e grande alternncia de culturas
durante os diversos perodos que precederam
chegada dos colonizadores ibricos.
2) A DESCOBERTA DO AMAZONAS E AS
PRIMEIRAS TENTATIVAS DE EXPLORAO
E COLONIZAO DA REGIO AMAZNICA
Com o avano das grandes navegaes, j em
finais do sculo XV, os espanhis chegaram, sob o
comando de Vicente Yanez Pinzn foz do rio
Amazonas em 1499, portanto um ano antes da
descoberta oficial do Brasil. O rio foi denominado
Santa Maria do Mar Dulce, evidenciando claramente a
expresso de assombro do navegador diante da
imensido de gua doce na confluncia do rio
Amazonas com o oceano Atlntico.
importante ressaltar que as Grandes Navegaes
eram impulsionadas por um desejo mercantilista de
riquezas e tesouros, o que promoveu a ocupao de
novas terras e sua colonizao e explorao
econmica. Entretanto, haviam outros elementos em
jogo na Expanso Ultramarina Europia e, segundo
historiadores renomados como Sergio Buarque de
Holanda, Laura Mello e Souza e Claude Kappler, a
busca pela confirmao das verdades bblicas e pelos
mitos que marcaram o imaginrio medieval tm que
ser levados em conta neste contexto. Assim, o rio
Amazonas surge como a certificao de um desses
grandes mitos medievais, atestando a existncia de um
mar de guas doces.
Entretanto, a ocupao do Vale Amaznico foi
penosa e difcil, em grande parte por conta das
adversidades ambientais, ou ainda em funo da
hostilidade das populaes indgenas e, e grande parte
devido escassez populacional dos pases europeus,
ainda mal recuperados demograficamente da
devastao provocada pela Peste Negra. Outros
fatores explicativos da adversidade para a efetivao
da colonizao local seriam a parente ausncia de
recursos minerais importantes e as limitaes da
tecnologia dos sculos XVI e XVII. Assim temos,
durante o sculo XVI algumas tmidas tentativas de
reconhecimento e ocupao da regio amaznica,
destacando-se:
Em 1528 alemes patrocinados pelo Imperador
Carlos V da Espanha e do Sacro Imprio Romano
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(1750).
Em 1647 Raposo Tavares percorreu os vales dos
rios Guapor, Madeira e Amazonas com sua grande
bandeira de demarcao e limites que buscava
aprisionar ndios, descobrir riquezas minerais e coletar
drogas do serto.
Ainda no sculo XVII, a Coroa Portuguesa
publicou um conjunto de instrues e ordenaes
rgias sobre a atuao das ordens religiosas catlicas
no Vale amaznico. este documento conhecido
como o Regimento das Misses e lanou as bases para
a ao catequtica e colonizadora dos padres das
ordens Carmelita, Jesuta, Dominicana, Mercedria e
Capuchinha sobre a regio amaznica. Os Vales do
Madeira, Mamor e Guapor estiveram a cargo da
ordem Jesutica que j havia fundado misses na
margem esquerda do rio Guapor, chamado de Itenez
pelos espanhis.
3) AS BASES DA OCUPAO E DO
POVOAMENTO COLONIAL DO VALE DO
GUAPOR.
Em 1718, o bandeirante Paschoal Moreira Cabral
descobriu ouro nas margens dos rios Coxip e
Cuiab, sendo que no ano seguinte foi fundado o
Arraial do Senhor Bom Jesus do Cuiab.
A produo de ouro na regio de Cuiab entrou em
decadncia em finais da dcada de 1720 e os
cuiabanos organizaram bandeiras para explorar novos
territrios em busca do metal precioso. Assim, em
1734 partiu a Bandeira dos irmos Fernando e Arthur
Paes de Barros, que descobriu ouro nas margens do
rio Guapor em 1736, em rea de floresta densa,
chamada pelos bandeirantes de Mato Grosso. Logo
surgiu uma localidade de garimpo, que foi
denominada Sitio de Pouso Alegre, atraindo
garimpeiros de diversas regies e se tornando uma
importante rea aurfera da colnia.
A descoberta do ouro no Vale do Guapor levou a
Coroa Portuguesa a implementar medidas que
garantissem a posse da regio. Em 1748 foi criada a
Capitania de Mato Grosso e Cuiab, abrangendo, na
poca, 88% das terras que hoje integram o estado de
Rondnia e sendo desmembrada da Capitania de So
Paulo, ento governada pelo Capito General Dom
Rodrigo Csar de Menezes. Em 1750 foi assinado o
Tratado de Madri que estabeleceu o rio Guapor como
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antigo esplendor.
Os coronis da borracha mantinham gastos
exorbitantes, chegando a importar gua mineral da
Europa, mandando lavar as roupas domsticas em
lavanderias de Lisboa ou tratando os cavalos nas
cocheiras dos teatros com misturas de gua gelada e
champanhe.
Enquanto a comercializao da borracha mantinha
um nvel de vida sofisticado e perdulrio para as elites
seringalistas, a populao amaznica, em geral, e os
seringueiros, em particular, viviam miseravelmente
em regimes de trabalho que beiravam a escravido e
sem nenhum tipo de assistncia por parte do Estado
ou dos poderes constitudos.
Em conseqncia do aumento da demanda pela
borracha, houve um avano dos seringueiros sobre os
seringais nativos das regies interiores, mais prximas
das fronteiras com os Estados de lngua espanhola.
Passou-se dos rios prximos a Belm do Par para os
rios Tapajs, Madeira, Purus, Juru e regio do
Acre, que ainda pertencia a Bolvia. Na Amaznia, as
regies do Acre e do Madeira detinham no somente
as maiores reservas de ltex como tambm foi nelas
onde se passou a extrair, aps sua ocupao, o produto
de melhor qualidade.
A crise do seringalismo
Com o advento da livre navegao na Amaznia
foi facilitado o contrabando de sementes de
seringueira,. O ingls Sir. Alexander Wickham
contrabandeou sementes de Hevea Brasiliensis para
Londres, cultivando as em estufas. As mudas foram
transplantadas para a Malsia onde formaram os
primeiros seringais ingleses, cultivados na sia. Esses
seringais logo superaram a produo dos seringais
naturais da Amaznia.
Em 1910 estourou na Europa o escndalo do
seringal peruano de Putamayo, de propriedade do
empresrio Jlio Csar Araa, bancado pelo capital
ingls. As denncias de torturas, assassinatos,
explorao e maus tratos publicadas nos jornais de
Londres pelo jornalista norte americano Walter
Hardenburg denunciavam as pssimas condies de
vida dos indgenas e dos seringueiros. A Inglaterra
criou uma comisso de investigao liderada por Sir
Roger Casement e o reverendo John Harris,
interrompendo, logo em seguida as importaes da
Amazonas.
Em 1853, o presidente boliviano Manuel Isidoro
Belzu negociou com os norte-americanos a entrada
de negros recm libertos da escravido, indesejveis
nos Estados Unidos, para o norte amaznico, em
terras da Bolvia, e abriu os rios do norte boliviano
navegao internacional oferecendo, a ttulo de
estmulo concesses de terras a quem quisesse
explorar quela regio. Naquele mesmo ano
anunciava-se em Nova Iorque uma nova expedio de
explorao do rio Amazonas, comandada por um certo
Tenente Porter. Os expedicionrios alegavam que o
controle do rio Amazonas pelo Brasil, no lhe dava o
direito de impedir a livre navegao dos navios de
outros pases rumo ao Atlntico.
Em 1865 a expedio Thayer, financiada pelo
capitalista norte-americano Nathaniel Thayer e
chefiada por um renomado naturalista suo, Louis
Agassiz e endossada pelo governo dos E.UA, navegou
pelos rios do vale amaznico. Os membros da
expedio foram recebidos no Rio de Janeiro pelo
Imperador do Brasil em 1865 e dai partiram para
percorrer a Amaznia de onde retomaram no ano
seguinte.a senhora Elizabeth Cary Agassiz esposa
do Dr. Agassiz, sugeriu, em seus escritos, que para
melhor proveito dos recursos da Amaznia seria
necessrio sua internacionalizao.
as obras em 1879.
Tentando recuperar os trabalhos que haviam sido
abandonados em Santo Antnio, o governo imperial
do Brasil enviou entre os anos de 1882 a 1884, duas
expedies para a regio. A primeira foi a expedio
Morsing, que fracassou e foi substituda por outra
expedio, comandada pelo engenheiro Jlio Pinkas.
Ambas
atuaram no vale do alto Madeira e
fracassaram, perdendo inmeras vidas. Diante da
adversidade local, o governo imperial abandonou as
pretenses de construir a ferrovia.
O projeto foi retomado aps a assinatura do
Tratado de Petrpolis. Em 1905 foi realizada a
licitao para a obra atravs do Ministrio da Indstria
e Comrcio. Essa licitao foi vencida pelo
engenheiro carioca Joaquim Catramby que vendeu
seus direitos ao empresrio norte americano Percival
Farquhar que criou a Madeira Mamor Railway
Company, com sede no Maine/EUA.
A construo da EFMM foi realizada entre 1907 e
1912, pela empreiteira May, Jekyll and Randolph.
As obras sofreram com a grande incidncia de
doenas tropicais e com todo tipo de adversidade
ambiental.
A empreiteira tentou, inicialmente, a contratao de
trabalhadores espanhis que haviam servido
construo das estradas de ferro de Cuba. Contudo a
divulgao dos perigos e da insalubridade da regio
da Madeira-Mamor teria afugentado esses primeiros
trabalhadores. Entretanto, a grande necessidade de
mo-de-obra era agravada pela enorme incidncia das
doenas locais, principalmente a malaria. Tal fato
exigia, permanentemente a reposio da fora de
trabalho. Muitos pases chegaram a proibir a
contratao de seus cidados para os trabalhos na
EFMM.
As necessidades permanentes de contratao de
trabalhadores levou os empreendedores a buscar mode-obra tanto no Brasil, quanto em diversos pases do
exterior, num total de mais de 40 nacionalidades. Um
dos contingentes mais notveis foi o dos operrios
negros caribenhos, denominados genericamente de
barbadianos, que j haviam trabalhado em outro
empreendimento marcado pr grandes adversidades e
pela insalubridade tpica das regies tropicais da
Amrica, o Canal do Panam.
Uma parte desses trabalhadores fixou-se
permanentemente na regio e seus descendentes ainda
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na dcada de 1930. Dentre essas colnias destacaramse o Iata, Poo Doce, Viosa, Mutum Paran e Jaci
Paran. Todas tiveram um relevante papel no
abastecimento de gneros agrcolas e pecuaristas na
regio, at a abertura da rodovia Br 364.
Em 1937, lideranas da sociedade de GuajarMirim dirigem um abaixo assinado ao presidente
Getlio Vargas solicitando a criao de um Territrio
Federal que abrangesse os municpios de Porto Velho,
Santo Antnio e Guajar-Mirim.
Em 1940, o presidente Getlio Vargas visita a
Amaznia e profere em Manaus o "Discurso do Rio
Amazonas". Em sua visita a Porto Velho, o
presidente da Repblica constata a necessidade da
criao do Territrio Federal do Guapor.
Em 13 de setembro de 1943, Getlio Vargas
assinou o um decreto lei criando o Territrio Federal
do Guapor (Dec. Lei n. 5.812), que originalmente
era formado pelos municpios de Santo Antnio do
Madeira, Porto velho, Guajar Mirim e Lbrea. Com a
alterao da delimitao da rea fsica do Territrio do
Guapor, ocorrida em 1945, sobraram apenas dois
municpios, Porto Velho e Guajar Mirim. Lbrea, que
s se comunicava com Manaus por via fluvial e foi
devolvida ao Amazonas e Santo Antnio foi extinto.
Essa situao manteve-se at a dcada de 1970.
A extensa obra poltica e administrativa de Aluzio
Ferreira levou-o a ser o primeiro governador do recm
criado Territrio Federal do Guapor, cargo que
ocupou at 1946. Em 17 de fevereiro de 1956 o Dec.
Lei n. 2.731 de autoria do Deputado Federal do
Amazonas ureo de Melo, alterou o nome do
Territrio Federal do Guapor para Territrio Federal
de Rondnia.
Os primeiros municpios do Territrio Federal
do Guapor (Rondnia).
Santo Antnio do Madeira.
A povoao de Santo Antnio do Rio Madeira
surgiu no sculo XIX, embora j houvessem ocorrido
tentativas de ocupao colonial da rea desde o sculo
XVIII quando o Padre Joo Sampaio SJ, tentou fundar
ali uma Misso Religiosa. Como as demais povoaes
do Madeira, santo Antnio nasceu em funo da
atividade extrativista. Era o ponto de embarque e
desembarque para quem se dirigia a Belm ou
Manaus ou subindo o rio em direo ao Mato Grosso
e Bolvia.
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O desenvolvimento de Santo
Antnio foi
alavancado a partir do estabelecimento de um
contingente militar na regio, por ocasio da Guerra
do Paraguai e, posteriormente com as primeiras
tentativas de construo da Estrada de Ferro Madeira
Mamor. O desenvolvimento do extrativismo e as
necessidades de exportao e importao de produtos
por parte de populaes bolivianas da regio do Beni,
tambm foram fatores relevantes para assegurar a
ocupao permanente e o povoamento de Santo
Antnio.
Com o incio das obras da EFMM, em 1907, Santo
Antnio passou a receber uma quantidade de pessoas
muito maior do que a populao residente. Os
trabalhadores da ferrovia buscavam Santo Antnio
para diverso, relacionamentos com prostitutas,
bebidas e alimentao fora daquilo que era
determinado em, Porto Velho, pela administrao
ferroviria. A vila de Santo Antnio cresceu, mas
ficou conhecida por sua insalubridade e pela
precariedade das condies de vida. O povoado foi
elevado condio de municpio do estado de Mato
Grosso e, visitado por Oswaldo Cruz em 1910,
apresentava uma taxa de mortalidade infantil de
100%, nenhuma criana nascida na localidade,
naquele ano havia sobrevivido.
O municpio de Santo
Antnio entrou em
decadncia na medida em que Porto Velho se
desenvolveu. Em 1945 a reordenao dos municpios
e rea do Territrio Federal do Guapor, feita atravs
do Decreto Lei n. 7.470 extinguiu o municpio de
Santo Antnio, tendo sua rea sido anexada a Porto
Velho.
Porto Velho
A localidade de Porto Velho formou-se com a
transferncia da rea de incio das obras da EFMM,
em 1907, para um trecho situado 7 km abaixo de
Santo Antnio, j no estado do Amazonas, em uma
rea anteriormente ocupada por um destacamento
militar do Imprio do Brasil durante a Guerra do
Paraguai, ns imediaes da rea conhecida como Cai
Ngua. No dizer de Oswaldo Cruz, que esteve em
Porto Velho em 1910, a localidade era um cenrio
desordenado marcado pela insalubridade e pelo
impaludismo.
Alm das edificaes de uso da EFMM
propriamente no que toca s suas atividades industrial
e ferroviria,
foram construdas residncias,
alojamentos, usina de gerao de eletricidade, sistema
de telefonia, captao de gua, hospital, porto fluvial,
armazm para o abastecimento dos funcionrios,
lavanderia e at uma fbrica de biscoitos e outra de
gelo.
J nas primeiras dcadas do sculo surgiu a
localidade denominada de Alto do Bode,
originalmente chamado Barbadian Town, pois era a
rea de residncia dos trabalhadores negros
caribenhos, denominados barbadianos. Ao longo da
ferrovia, a Companhia definiu uma cerca que separava
os territrios administrados pela Madeira Mamor
Company das reas habitadas por outras populaes
no diretamente ligadas ferrovia. Est diviso
cercada situava-se na rea em que hoje est a Avenida
Presidente Dutra e chamou-se Linha Divisria. De
um lado ficava uma localidade assptica, bem
estruturada e administrada pelos estrangeiros que
controlavam a ferrovia. A existia energia eltrica,
boas residncias, uma comissria que abastecia os
trabalhadores com produtos importados, gua tratada,
fbrica de gelo e de biscoitos ingleses, cinema e
jornais peridicos que circulavam em lngua inglesa.
Fora dos limites da linha divisria existia a
continuidade da localidade denominada Porto Velho,
formada por casebres de palha e madeira, sem
nenhum tipo de infra-estrutura sanitria ou conforto e
aglomerada em ncleos que viriam a formar o
primeiro bairro perifrico de Porto Velho, o
Mocambo. Essa rea era formada por todo tipo de
pessoas que chegavam regio e por trabalhadores
que haviam sido demitidos pela administrao da
Madeira Mamor Railway Company.
Em 1914, dois anos aps a concluso da ferrovia,
foi criado municpio de Porto Velho atravs da lei no.
757 sancionada pelo presidente
do estado do
Amazonas Jonathas Pedrosa. Em 1915, chegou a
Porto Velho e tomou posse, no cargo de intendente
municipal o Major de Engenharia do Exrcito
Fernando Guapindaia, que entrou em atrito com a
administrao da ferrovia em funo de sua exigncia
de eliminao da Linha Divisria.
Guajar Mirim
At os anos finais do sculo XIX, Guajar Mirim
constitua-se apenas de alguns seringais, sem
nenhuma povoao que chamasse a ateno. Com a
construo da Ferrovia Madeira-Mamor teve incio a
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possvel.
A construo da BR 364 esteve a cargo da
empreiteira Camargo Correia e estendeu-se dentro do
Territrio Federal de Rondnia no sentido SudesteNoroeste. A partir de 1966, ficou completada a ligao
entre Cuiab e Porto Velho atravs dos trabalhos
realizados pelo 5 Batalho de Engenharia e
Construo, incumbido pelo governo militar de
concluir a construo da Rodovia Braslia-Acre, de
mant-la em condies satisfatrias de trfego.
A chegada do 5 BEC trouxe visveis
transformaes para o Territrio e para a cidade de
Porto Velho. Dentre estas medidas destaca-se o
despejo dos moradores do bairro da Baixa da Unio
para o recm-criado bairro da Liberdade. Seus
trabalhos de manuteno da BR 364 foram
fundamentais para garantir o abastecimento da cidade
e do Territrio durante as dcadas de 1960 e 1970.
Notvel tambm foi o trabalho desenvolvido pelo 5
BEC para a construo do trecho rodovirio que
ligaria Porto Velho a Guajar-Mirim.
A pavimentao da BR 364 foi obra tanto do 5
BEC quanto de construtoras civis como a Andrade
Gutierrez. Ao todo foram assinados dezenove
contratos para a pavimentao da BR 364 no trecho
que vai de Crceres no Mato Grosso, a Ariquemes em
Rondnia. Cinco destes contratos foram assinados
com empresas de consultoria e quatorze com
empreiteiras. As obras foram concludas em 1984,
durante o governo do Coronel Jorge Teixeira de
Oliveira e sob a presidncia do General Joo Batista
Figueiredo.
A colonizao recente
O surto decisivo para o colonizao permanente de
Rondnia ocorreu a partir da dcada de 1970, em
funo da disponibilidade de terras oferecidas pelo
INCRA e pelos governos do territrio e Federal para o
assentamento de milhares de famlias de agricultores e
pecuaristas que abandonavam seus estados em funo
de presses diversas.
A abertura e condies minimamente satisfatrias
de trfego e, posteriormente, a pavimentao da
rodovia BR 364 foram fatores decisivos para
impulsionar a migrao e a colonizao do eixo
rodovirio e estabelecer novos ncleos urbanos que
viriam a se constituir em municpios do Estado de
Rondnia.
Em Porto Velho, como conseqncia desse