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Projeto Novo Rcpas Junho 2017

Projeto de alteração do Regulamento da Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores (DL 119/2015 de 29/06) elaborado por um grupo de advogados e associados da OSAE subscritores da Petição 549/XII/4ª, a qual deu origem à Resolução da Assembleia da República nº 59/2016 de 5 de Abril e, posteriormente, à criação de um grupo de trabalho interministerial com o fim de avaliar o impacto da aplicação do novo regulamento.

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Projeto Novo Rcpas Junho 2017

Projeto de alteração do Regulamento da Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores (DL 119/2015 de 29/06) elaborado por um grupo de advogados e associados da OSAE subscritores da Petição 549/XII/4ª, a qual deu origem à Resolução da Assembleia da República nº 59/2016 de 5 de Abril e, posteriormente, à criação de um grupo de trabalho interministerial com o fim de avaliar o impacto da aplicação do novo regulamento.

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1

PROJETO DE
ALTERAÇÃO

DO REGULAMENTO DA
CAIXA DE PREVIDÊNCIA
DOS ADVOGADOS E
SOLICITADORES

DL 119/2015 DE 29/06

Alterações e repristinações a cor vermelha

JUNHO DE 2017
2

PROJETO DE ALTERAÇÃO AO NOVO REGULAMENTO DA CPAS

PREÂMBULO

A Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores (CPAS) tem por fim


estatutário, desde a sua criação, providenciar quanto ao sustento dos seus
beneficiários, assegurando-lhes um nível de vida condigno, na fase da sua vida em
que, por motivos de saúde ou de reforma, já não possam ser considerados como
população ativa e, nessa medida, ficarão dependentes de prestações sociais para
sobreviverem.

A CPAS é um subsistema da Segurança Social que abrange os trabalhadores


independentes inscritos na Ordem dos Advogados e na Ordem dos Solicitadores e
Agentes de Execução (OSAE). Na sua génese estiveram considerações de natureza
previdenciária e mutualista que tiveram por objetivo acautelar um regime especial
para estes profissionais independentes. A sua autonomização relativamente ao
regime geral dos trabalhadores independentes enquadrados no sistema geral da
Segurança Social explica-se, não propriamente por razões de especificidade técnica
ou privilegiada que se pretendessem imprimir a estas profissões, mas antes pelo
objetivo de criar um espírito corporativo mais coeso e próximo dos seus associados
do que aquele que é propiciado pelo regime geral previdenciário dos trabalhadores
independentes.

Tal objetivo nunca teve períodos áureos desde a criação da CPAS. A


contribuição exigida aos associados da CPAS jamais teve em conta a realidade do
rendimento efetivamente auferido, optando por taxar os profissionais por ela
abrangidos com uma contribuição de valor igual a partir do momento em que estes
pudessem ser considerados como integrados nas suas profissões.

Inversamente, os trabalhadores independentes abrangidos pelo regime geral


previdenciário da Segurança Social foram e são obrigados a contribuir para esta
entidade de acordo com o nível dos rendimentos reais. Concretamente, de acordo
com o artigo 162º do Código dos Regimes Contributivos do Sistema Previdencial da
Segurança Social, o rendimento relevante do trabalhador para fins contributivos
corresponderá a 70% do valor das prestações de serviços realizadas no ano civil
anterior. Tal valor é apurado por comunicação oficiosa da Autoridade Tributária e
Aduaneira com base nos valores declarados para efeitos fiscais em sede de imposto
sobre o rendimento das pessoas singulares.
3

No que tange ao regime de contribuições da CPAS, tudo se processa de


forma diferente. Neste regime, inexiste qualquer ligação ou relação de dependência
entre o valor das contribuições e os rendimentos reais auferidos pelos advogados e
solicitadores. Aliás, o que existe, e foi profundamente agravado pelo regulamento
constante do Decreto-Lei 119/2015 de 29/6 no seu artigo 79º n.º 1, é uma
consideração totalmente normalística dos rendimentos dos seus beneficiários. Os
regulamentos da CPAS tratam realidades diferentes de forma igual, impondo a
beneficiários com poucos rendimentos um sacrifício contributivo de montante igual
ao da obrigação contributiva dos que auferem maiores proventos da sua atividade
profissional.

Assim, os profissionais dos grandes escritórios de advocacia e solicitadoria


com uma implantação no mercado que lhes confere, em muitos casos, uma posição
dominante, não têm que contribuir mais do que o que está tabelado para o pequeno
escritório em prática individual e que tem como clientela setores mais ou menos
carenciados da população.

Tal sistema afigura-se duplamente injusto: Do ponto de vista individual, asfixia


financeiramente profissionais com parcos rendimentos, deixando muitos deles em
situação de incumprimento, e conduzindo mesmo, nalguns casos, ao abandono da
profissão. Do ponto de vista societário, não obriga as pequenas ou grandes
estruturas empresariais, que associam estes profissionais, a contribuírem para os
seus sistemas previdenciários. Da mesma forma, não onera os respetivos
associados com contribuições baseadas nos rendimentos reais que auferem e que,
muitas vezes, são superiores às dos escritórios em prática individual.

Deste modo, enquanto as sociedades de advogados ou de solicitadores


devem contribuir para o sistema previdenciário dos seus trabalhadores dependentes
e demais trabalhadores independentes, no que diz respeito aos respetivos sócios e
associados tal já não sucede. A obrigação contributiva a cargo das entidades
contratantes, tal como definida no artigo 140 nº 1 do Código dos Regimes
Contributivos do Sistema Previdencial da Segurança Social, e prevista no artigo 168
nº 7 do referido Código, não é aplicável aos profissionais forenses por força da
exclusão prevista no artigo 139 nº 1 – a) do mesmo diploma. A obrigação
contributiva é apenas exigida a título individual.
4

Este sistema contributivo que não só atinge de forma desigual todos os


profissionais, como também dispensa as estruturas societárias de contribuírem à
semelhança do que sucede quanto aos seus trabalhadores dependentes, só poderia
ter uma consequência: Com o envelhecimento demográfico e a crise de
sustentabilidade da Segurança Social, mais tarde ou mais cedo, os relatórios dos
atuários teriam que anunciar um risco de colapso financeiro dos sistemas
previdenciários construídos numa ótica de solidariedade intergeracional como é o
caso típico da CPAS. E a resposta não poderia ser outra: Cortes nos benefícios
atribuídos e exigência de um maior esforço contributivo.

Numa tentativa de escamotear o problema, tem-se assistido a uma temerária


responsabilização dos beneficiários em situação de incumprimento por este estado
de coisas. E não se tem em conta que eles próprios poderão estar a ser vítimas de
um sistema contributivo distorcido que cegamente os tributa sem considerar se, de
facto, auferiram ou não rendimentos e qual o montante dos mesmos.

Na realidade, o atual paradigma contributivo irá ter com consequência óbvia a


asfixia da advocacia e solicitadoria em prática individual e o crescimento de
estruturas empresariais que acabarão por ocupar o espaço deixado pelos
profissionais com menores rendimentos. A breve trecho, a advocacia e solicitadoria
em pequena escala tornar-se-ão inviáveis e o mercado dos respetivos serviços
ficará cada vez mais concentrado nos escritórios com maior volume de negócios, os
quais poderão igualmente estar interessados no próprio Sistema de Acesso ao
Direito e aos Tribunais que assegura o apoio jurídico aos mais carenciados.

Neste cenário, impunha-se uma avaliação rigorosa do impacto no Decreto-Lei


119/2015 de 29/6 na realidade dos profissionais por ele abrangidos, tendo em conta
em especial aqueles que auferem menores rendimentos. Tal recomendação foi
formulada pela Assembleia da República ao Governo e consta da Resolução
59/2016, publicada no Diário da República de 5 de Abril de 2016, 1ª série, nº 16.
5

Na sequência desta Resolução foi criado por despacho dos Senhores


Ministros da Justiça e do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social datado de 30
de Agosto de 2016 um grupo de trabalho interministerial, o qual “tem por missão
proceder a uma avaliação do impacto da aplicação do novo Regulamento da
Caixa de Previdência, tendo particularmente em consideração os advogados e
solicitadores cuja prática é exercida em nome individual ou em pequenas
sociedades e cujo rendimento se revele mais afetado pelas obrigações
contributivas dele decorrentes, devendo ainda avaliar as respetivas fontes de
financiamento, a sustentabilidade da caixa de previdência, os mecanismos de
supervisão, bem como o âmbito e restrições de acesso às prestações sociais.”
(Despacho n.º 10748/2016).

O facto de os profissionais forenses prestarem apoio jurídico a estratos


sociais mais desfavorecidos ou, independentemente dessa circunstância, auferirem
poucos rendimentos da sua profissão, não pode ser lido como uma menorização em
termos técnicos, pressupondo, ao invés, que a elite dos referidos profissionais teria
melhores aptidões técnicas, as quais determinariam maiores rendimentos. Na
verdade, num país socialmente tão assimétrico como o nosso, óbvio se torna que a
assistência jurídica às populações mais carenciadas nunca poderá ter a mesma
remuneração que o planeamento ou a criação de estruturas jurídicas em regimes
fiscais privilegiados.

Como pano de fundo e pretexto para as alterações ao regime previdenciário


da CPAS foram enunciados, entre outros, o envelhecimento demográfico (saltando à
vista o facto, em si mesmo controverso, de a expetativa de longevidade dos
advogados e solicitadores ser 11% superior à da restante população, segundo o
relatório atuarial que esteve na base do novo regulamento), a alteração do ratio de
beneficiários contribuintes por pensionista, o aumento do volume das pensões e
subsídios pagos em contraste com o menor significado das contribuições recebidas
e, por fim, as crescentes necessidades de sustentabilidade da Segurança Social
num contexto recessivo e de muita austeridade ditada pela assistência financeira
internacional.
6

Em boa verdade, a sustentabilidade financeira da Segurança Social foi, é e


será sempre uma preocupação presente em todas as opções políticas. No entanto,
importa aquilatar se as soluções propostas para inverter o curso crescentemente
deficitário dum subsistema previdenciário como é a CPAS têm por efeito a
sustentabilidade do mesmo ou se, ao invés, ainda agravam mais a já periclitante
situação existente. Ou, ainda pior, importa igualmente discernir se as referidas
soluções não se estarão a tornar um veículo adequado a expurgar das profissões
forenses os profissionais com menor estrutura logística e clientela de poucos
rendimentos, desse modo possibilitando a concentração dos serviços forenses em
escritórios de maior dimensão e implantação no mercado.

O cenário apresentado justifica a necessidade de uma alteração e impõe que


se tomem medidas. Todavia, parece evidente, as medidas e/ou opções tomadas
nesta matéria, não só não foram as melhores, como podem mesmo, em geral, ter
tido efeitos perversos e bem contrários ao desejado. Em certos casos, poderão ter
sido mesmo arrasadoras para as franjas economicamente mais vulneráveis de
ambas as profissões pelas razões que acima já se elencaram e caraterizaram.

Deste modo, diversos aspetos do regime previdenciário da CPAS terão que


ser alterados, não apenas no sentido de garantir a sua sustentabilidade financeira
a médio e longo prazos, como ainda de assegurar uma maior equidade
contributiva e um ambiente concorrencial mais saudável entre profissionais, seja
qual for a dimensão da sua estrutura empresarial ou logística.

Um dos aspetos mais criticados no novo regulamento é o facto de os


profissionais em regime de estágio ou no início de carreira estarem sujeitos à
obrigatoriedade de contribuírem, nomeadamente a partir do momento em que
declarem início de atividade, facto que não determina, necessariamente, rendimento.
Estes profissionais, na sua maioria, estão numa fase da sua vida profissional na qual
os rendimentos ainda não existem e, caso existam, são de valor pouco significativo.
7

É consabido que o período de estágio e os três primeiros anos de exercício


da profissão são, na maior parte das situações, períodos em que as despesas de
investimento em material didático e equipamento muitas vezes absorvem ou
ultrapassam os rendimentos percebidos. Essa exigência poderá tornar-se ainda
mais gravosa se estes jovens profissionais optarem por não prosseguir as suas
carreiras. Deste modo, é da maior Justiça que a obrigação contributiva seja diferida
para o período posterior aos três primeiros anos de exercício da profissão sem
prejuízo de os profissionais poderem requerer o pagamento retroativo das
contribuições para desse modo completarem a sua carreira contributiva.

A possibilidade de resgate das contribuições, deduzida de uma comissão


administrativa e ainda dos benefícios entretanto auferidos, ou a totalização das
contribuições já pagas para fins de prazo de garantia de acesso à reforma parecem
soluções ajustadas para os profissionais que queiram cancelar a sua inscrição na
CPAS.

O enfoque no que respeita às contribuições em dívida deverá ser colocado na


negociação, caso a caso, criando condições de pagamento adequadas às
capacidades financeiras de cada beneficiário. Por tal facto, relegar-se-ia a
cobrança judicial para último recurso e só justificável quando se constate tratar-se de
um inadimplemento manifestamente irresponsável e leviano. Doutro modo, ficariam
comprometidos os princípios mutualistas que presidiram à criação da CPAS e
estaria a Caixa a atuar como uma comum instituição de crédito sem atender às
situações concretas de cada beneficiário. Esgotadas as vias negociais para a
regularização da dívida, a certidão de dívida passará a ter valor de título executivo.
Na fase executiva, deverá ser dispensada a prestação de caução.

A Assembleia de Beneficiários deverá ser única. Na realidade, não faz sentido


existirem duas assembleias, uma de advogados e outra de solicitadores e agentes
de execução. Os assuntos a debater no âmbito da CPAS são comuns e não se
descortinam especificidades que justifiquem assembleias separadas, tal como
sucedeu até agora. Antes pelo contrário, a separação das assembleias não só
introduz um acréscimo de complexidade sem qualquer interesse prático como ainda
dificulta a obtenção de consensos.
8

Por outro lado, as candidaturas para eleição deverão ser conjuntas não se
justificando o sistema vigente até ao momento segundo o qual as listas são
apresentadas, separadamente, aos presidentes das mesas das respetivas
assembleias. Ora, passando a existir uma única assembleia, deverá, do mesmo
modo, passar a ser apresentada uma única lista, seja para a direção, seja para o
conselho de fiscalização, integrando advogados e associados da OSAE.

Em matéria de cálculo da pensão de reforma, gerou-se um debate acerca da


relevância dos dez melhores anos de contribuição, dos “prémios” que alavancavam
o valor da reforma e dos efeitos deste método de cálculo na sustentabilidade do
sistema (A relevância dos 10 melhores anos pode ser altamente injusta e
penalizante em termos de sustentabilidade). Assim, julgamos dever esta matéria
convergir com o sistema de cálculo usado pela Segurança Social devendo, portanto,
ser tida em linha de conta toda a carreira contributiva dos beneficiários.

No que respeita à atribuição de subsídios, é notório que o novo regulamento,


em consonância com os cortes nos benefícios e prestações sociais que teve lugar
na sequência das exigências ditadas pela assistência financeira internacional, foi
longe demais. Não só se frustraram, sem um mínimo de razoabilidade, expetativas
anteriormente formadas, como ainda, em certas situações, os beneficiários ficaram
em situação de gritante carência.

Em qualquer das situações, não ficou demonstrado que o interesse corporativo


de sustentabilidade financeira defendido pela CPAS tivesse uma preponderância tão
forte que obrigasse à eliminação de benefícios sem que houvesse outras
alternativas a tal desiderato.

Tal como neste projeto de regulamento se pretende demonstrar, a


sustentabilidade financeira da CPAS pode ser assegurada por outras fontes de
financiamento e por uma maior racionalidade e escrutínio nas opções de
investimento, designadamente no setor imobiliário ou nas aplicações financeiras,
sem, no entanto, pôr em causa legítimas e razoáveis expetativas, direitos e mínimos
de sobrevivência.
9

Situações existem em que os beneficiários não podem prover ao seu sustento


porque devem estar inativos, seja por questões de parentalidade, seja por motivos
de apoio a membros do agregado familiar. Desse modo, justificar-se-á uma proteção
aos beneficiários que vejam reduzida ou mesmo impossibilitada a atividade neste
tipo de ocorrências.

Por outro lado, seria incomportável para os beneficiários que tenham a sua
inscrição suspensa por motivos disciplinares terem de contribuir durante o período
em que não podem exercer a profissão. Situação semelhante ocorrerá nos casos de
doença ou outro motivo de força maior. É, portanto, justo que quando, por motivos
alheios à sua vontade, os beneficiários não possam exercer a profissão, possam
requerer a dispensa de pagamento das contribuições sem embargo de a extensão
de tal período de inatividade ser objeto de verificação por parte da CPAS.

Ainda respeitando a matriz da sustentabilidade, deverão os relatórios anuais


evidenciar as necessidades da Caixa nesta matéria de modo a que, todos os anos,
possam ser fixados objetivos de sustentabilidade. Estes objetivos condicionarão
os valores das contribuições exigíveis aos beneficiários, a título individual, e às
estruturas societárias que agregam os profissionais inscritos na CPAS, mediante a
aplicação de um coeficiente de sustentabilidade financeira (quando necessário) à
contribuição calculada.

Assim, a contribuição previdencial dos advogados e solicitadores ficará


equiparada à dos restantes trabalhadores independentes aplicando-se, por
remissão, os pertinentes preceitos normativos correspondentes do Código dos
Regimes Contributivos do Sistema Previdencial da Segurança Social. O coeficiente
de sustentabilidade financeira funcionará, assim, como válvula de segurança para a
boa saúde financeira da CPAS devendo ser aplicado apenas quando os relatórios
anuais indiciarem uma necessidade adicional de receitas.
10

NOVO REGULAMENTO DA CAIXA DE PREVIDÊNCIA DOS ADVOGADOS E


SOLICITADORES

CAPÍTULO I

Disposições gerais

Artigo 1.º

Natureza e regime aplicável

1 — A Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores, adiante designada por


Caixa, é uma instituição de previdência autónoma, com personalidade jurídica,
regime próprio e gestão privativa, e visa fins de previdência e de proteção social dos
advogados e dos associados da Ordem dos Solicitadores e Agentes de Execução.

2 — A Caixa rege -se pelo presente regulamento e, subsidiariamente, pelas bases


gerais do sistema de segurança social e pela legislação dela decorrente, com as
necessárias adaptações.

Artigo 2.º

Sede e organização

1 — A Caixa tem a sua sede em Lisboa.

2 — Em matéria de organização e cadastro, a Caixa colabora estreitamente com a


Ordem dos Advogados e com a Ordem dos Solicitadores e Agentes de Execução,
podendo com estas instituições estabelecer acordos para a realização de serviços
de interesse comum.

Artigo 3.º

Finalidades

1 — A Caixa tem primacialmente por fim conceder pensões de reforma e subsídios


por invalidez aos seus beneficiários.

2 — A Caixa pode conceder subsídios por morte e de sobrevivência aos familiares


dos seus beneficiários e outros subsídios, de acordo com as disponibilidades anuais
do fundo de assistência.
11

3 — Em complemento dos benefícios referidos nos números anteriores, a Caixa


promove a celebração, com instituições de seguro, de contratos de grupo, com vista
à cobertura de riscos dos seus beneficiários.

CAPÍTULO II

Organização

SECÇÃO I

Órgãos

Artigo 4.º

Enumeração

São órgãos da Caixa:

a) A direção;

b) O conselho geral;

c) O conselho fiscal;

d) As assembleias de beneficiários.

SECÇÃO II

Direção

Artigo 5.º

Constituição e duração do mandato

1 — A direção da Caixa é constituída por cinco membros, sendo quatro advogados e


um associado da Ordem dos Solicitadores e Agentes de Execução.

2 — O mandato da direção tem a duração de três anos, mantendo -se os seus


membros em funções até à tomada de posse da direção seguinte.

3 – Os membros eleitos não poderão exercer mais do que dois mandatos


consecutivos.
12

Artigo 6.º

Eleição

1 - A direção é eleita pela assembleia eleitoral;

2 — Só podem ser eleitos os beneficiários ordinários que, no momento da


apresentação da candidatura:

a) Se encontrem regularmente inscritos na respetiva ordem profissional;

b) Não tenham sofrido pena disciplinar superior a censura;

c) Não tenham sido condenados, por sentença transitada em julgado, por furto,
abuso de confiança, roubo, burla, extorsão, infidelidade, abuso de cartão de
garantia ou de crédito, emissão de cheques sem provisão, usura, insolvência
dolosa, insolvência negligente, frustração de créditos, favorecimento de
credores, apropriação ilegítima de bens do setor público ou cooperativo,
administração danosa em unidade económica do setor público ou
cooperativo, falsificação, falsidade, suborno, corrupção, branqueamento de
capitais, receção não autorizada de depósitos ou outros fundos não
reembolsáveis, prática ilícita de atos ou operações de seguros, de resseguros
ou de gestão de fundos de pensões, abuso de informação, manipulação do
mercado de valores mobiliários ou pelos crimes previstos no Código das
Sociedades Comerciais;

d) Não tenham sido declarados insolventes, nos cinco anos anteriores à data de
apresentação da respetiva candidatura;

e) Não tenham sido administradores, diretores ou gerentes de empresa


declarada insolvente, nos cinco anos anteriores à data de apresentação da
respetiva candidatura;

f) Não exerçam funções de administração ou fiscalização em sociedades ou


instituições bancárias, financeiras, imobiliárias ou seguradoras;

g) Perfaçam, à data de apresentação da respetiva candidatura, pelo menos, dez


ou cinco anos de inscrição na Caixa, com pagamento efetivo de
contribuições, consoante se candidatem a presidente ou a membro da
direção;

Artigo 16.º da Lei das Associações Profissionais 2/2013 de 10/01


Elegibilidade
1 - Qualquer profissional membro efetivo com a inscrição em vigor e no pleno exercício dos seus direitos
pode votar e ser eleito para os órgãos da respetiva associação.
2 - Os estatutos podem condicionar a elegibilidade para o cargo de membro dos órgãos com
competências executivas à verificação de um tempo mínimo de exercício da profissão, nunca superior a
cinco anos, e para o cargo de presidente, de bastonário ou de membro do órgão com competência
disciplinar, nunca superior a 10 anos.
3 - A designação dos membros dos órgãos das associações públicas profissionais não está sujeita a
homologação governamental.
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h) Não tenham dívida de contribuições à Caixa, ou, tendo dívida,


mantenham um plano de regularização da dívida em cumprimento;

3 – Os membros que sejam simultaneamente inscritos em ambas as ordens


profissionais deverão comunicar com antecedência não inferior a trinta dias,
relativamente à data de apresentação da candidatura, qual a ordem que escolhem
para se candidatarem.

Artigo 7.º

Cargos diretivos

1 — O presidente da direção é o advogado cujo nome figure à cabeça da lista


vencedora.

2 — A direção escolhe, de entre os restantes membros, um vice-presidente, um


secretário e um tesoureiro, podendo, além disso, confiar especialmente a qualquer
dos seus membros os pelouros que venha a criar.

Artigo 8.º

Compensação pecuniária

Os membros da direção têm direito à compensação pecuniária pelo exercício efetivo


de funções fixada por portaria dos membros do Governo responsáveis pelas áreas
da justiça e da segurança social, sob proposta do conselho geral.

Artigo 9.º

Substituição dos membros da direção

Na falta ou impedimento dos membros da direção, o presidente é substituído pelo


vice-presidente e os restantes membros, sendo o impedimento prolongado, por
quaisquer beneficiários escolhidos pela direção que, observado o disposto no n.º 1
do artigo 5.º, satisfaçam as condições previstas no n.º 2 do artigo 6.º

Artigo 10.º

Competência

1 — À direção incumbe administrar a Caixa e, em geral, praticar todos os atos


necessários à prossecução dos seus objetivos e à execução das leis e
regulamentos, sem prejuízo da competência dos demais órgãos.
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2 — No exercício da sua competência, pode a direção elaborar os regulamentos


internos que se mostrem necessários.

3 – Compete à direção a fixação dos objetivos de sustentabilidade financeira,


determinando o coeficiente referido nos artigos 91º nº 2 e 93º nº 3, tendo como base
os relatórios anuais dos quatro últimos exercícios.

Artigo 11.º

Funcionamento

A direção reúne, pelo menos, uma vez em cada semana, sendo as suas
deliberações tomadas por maioria lavradas em ata.

Artigo 12.º

Poderes de representação

1 — Salvo deliberação da direção noutro sentido, a representação da Caixa, em


juízo e fora dele, é assegurada pelo presidente e, tratando-se de cobrança de
dívidas, pelo tesoureiro.

2 — A Caixa considera-se obrigada pelas assinaturas conjuntas do presidente ou


vice-presidente e de outro vogal.

3 — As certidões são subscritas pelo secretário ou pelo tesoureiro.

SECÇÃO III

Conselho geral

Artigo 13.º

Constituição e duração do mandato

1 — O conselho geral da Caixa é constituído pelo bastonário da Ordem dos


Advogados, que preside, com voto de qualidade, e pelos seguintes vogais:

a) Três vogais eleitos pelo conselho geral da Ordem dos Advogados;

b) Um vogal eleito por cada conselho regional da Ordem dos Advogados;

c) O presidente da Ordem dos Solicitadores e Agentes de Execução;

d) Um vogal eleito por cada conselho regional da Ordem dos Solicitadores e


Agentes de Execução;

e) Três advogados designados pelo conselho geral da Ordem dos Advogados,


dois dos quais em situação de reforma;
15

f) Dois associados da Ordem dos Solicitadores e Agentes de Execução


designados pelo conselho geral da Ordem dos Solicitadores e Agentes de
Execução, um dos quais em situação de reforma.

1 - O conselho geral da Caixa é ainda constituído pelos seguintes vogais:

a) Três vogais eleitos pelo conselho geral da Ordem dos Advogados;

b) Um vogal eleito por cada conselho regional da Ordem dos Advogados;

c) O Bastonário da Ordem dos Solicitadores e Agentes de Execução

d) Um vogal eleito por cada conselho regional da Ordem dos Solicitadores e


Agentes de Execução;

e) Três advogados designados pelo conselho geral da Ordem dos Advogados,


dois dos quais em situação de reforma;

f) Dois associados da Ordem dos Solicitadores e Agentes de Execução


designados pelo respetivo conselho geral, um dos quais em situação de
reforma

2 — A duração do mandato dos vogais é a dos conselhos que os elegerem.

3 — Considera-se caducado o mandato do membro do conselho geral que falte


injustificadamente a mais do que uma reunião.

4 — A direção assiste, sem direito de voto, às sessões do conselho geral.

5 — Todos os advogados e associados da Ordem dos Solicitadores e Agentes de


Execução que estejam no uso dos seus direitos perante a Caixa e demonstrem
preencher o requisito previsto no artigo 6º nº 2 – h) podem assistir às reuniões do
conselho geral, sem direito a voto, sendo-lhes concedidos, no conjunto, antes do
início da ordem dos trabalhos, 30 minutos para usarem da palavra.

Artigo 14.º

Competência

1 — Compete ao conselho geral:

a) Apreciar anualmente e emitir parecer sobre o relatório e contas da direção;

b) Pronunciar-se sobre a criação de novos benefícios ou alteração dos


existentes quando implique um encargo acrescido para a Caixa;

c) Mediante deliberação tomada por maioria de dois terços dos seus membros
em efetividade de funções, destituir qualquer membro da direção que:
16

i)No decurso do mandato, deixe de reunir qualquer uma das condições e ou


requisitos previstos nas alíneas a) a f) e h) do n.º 2 do artigo 6.º;

ii) Não revele disponibilidade para o exercício do cargo com zelo;

iii) Exerça funções de administração ou fiscalização em sociedades ou


instituições, se tal exercício comportar risco de conflito de interesses;

d) Pronunciar-se sobre quaisquer questões que lhe sejam submetidas por força
do presente regulamento ou por iniciativa da direção;

2 — Na eventualidade de destituição do membro da direção, deve o conselho geral,


no prazo de 30 dias e sob proposta da direção, designar o substituto, observando o
disposto no n.º 1 do artigo 5.º, e as condições previstas no n.º 2 do artigo 6.º

3 – Na eventualidade de destituição de todos os membros da direção, a direção em


funções cessará funções logo que seja designada uma nova direção nomeada pelo
conselho geral.

4 — Quando a natureza do assunto o justifique, pode o conselho geral deliberar que


a matéria sujeita à sua apreciação seja previamente submetida às assembleias
previstas neste regulamento.

Artigo 15.º

Senhas de presença

As presenças dos membros do conselho geral às respetivas reuniões podem ser


compensadas mediante o pagamento de uma senha de presença cujo montante é
fixado na portaria referida no artigo 8.º

SECÇÃO IV

Conselho fiscal

Artigo 16.º

Constituição e duração do mandato

1 - O conselho fiscal é composto por três membros efetivos e três suplentes, sendo,
em ambos os casos, um advogado, um associado da Ordem dos Solicitadores e
Agentes de Execução e um revisor oficial de contas ou uma sociedade de revisores
oficiais de contas.

2 — O mandato do conselho fiscal tem a duração de três anos e coincide com o


mandato da direção, mantendo-se os seus membros em funções até à tomada de
posse do conselho seguinte.

3 — O presidente do conselho fiscal é o advogado eleito como membro efetivo do


conselho de fiscal.
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4 — O conselho fiscal reúne, pelo menos, uma vez por mês, sendo as suas
deliberações, tomadas por maioria, lavradas em ata.

Artigo 17.º

Eleição

1 — O conselho fiscal é eleito, em lista própria, pela assembleia eleitoral.

2 — Os membros revisores oficiais de contas ou sociedade de revisores oficiais de


contas são designados, a requerimento dos restantes membros eleitos, pela Ordem
dos Revisores Oficiais de Contas nos 15 dias seguintes à eleição.

3 — Aplica-se aos membros do conselho fiscal, com as necessárias adaptações, o


previsto nos n.ºs 2 e 3 do artigo 6.º e no artigo 23º.

4 — Ficando deserta a eleição referida no n.º 1, compete ao conselho geral da


Ordem dos Advogados e ao conselho geral da Ordem dos Solicitadores e Agentes
de Execução designar, respetivamente, os advogados e os associados da Ordem
dos Solicitadores e Agentes de Execução, efetivos e suplentes, que devem ser
escolhidos de entre pessoas com qualificações e experiência profissional adequadas
ao exercício das funções.

Artigo 18.º

Competência e poderes

1 — Compete ao conselho fiscal:

a) Fiscalizar a administração da Caixa;

b) Zelar pelo cumprimento da lei e dos regulamentos em vigor na Caixa;

c) Verificar a regularidade dos livros, registos contabilísticos e dos documentos


que lhe servem de suporte;

d) Verificar a exatidão dos documentos de prestação de contas;

e) Verificar se as políticas contabilísticas e os critérios valorimétricos adotados


pela Caixa conduzem a uma correta avaliação do património e dos
resultados;

f) Elaborar anualmente relatório sobre a ação fiscalizadora e dar parecer sobre


o relatório e contas e propostas apresentadas pela direção;

g) Fiscalizar a eficácia do sistema de gestão de riscos e do sistema de controlo


interno.

2 — O revisor oficial de contas tem o especial dever de proceder a todos os exames


tendo em vista a aprovação das contas.
18

3 — Para o desempenho das suas funções, pode qualquer membro do conselho


fiscal:

a) Obter da direção a apresentação, para exame e verificação, de qualquer livro,


registo ou documento da Caixa;

b) Obter da direção as informações e os esclarecimentos julgados necessários


sobre qualquer operação em curso, finda ou futura;

c) Obter de terceiros que tenham realizado operações por conta da Caixa as


informações julgadas necessárias para o cabal esclarecimento das mesmas;

d) Assistir às reuniões da direção, sempre que o entenda necessário.

Artigo 19.º

Compensação pecuniária

Os membros do conselho fiscal têm direito à compensação pecuniária pelo exercício


efetivo de funções a fixar pela portaria prevista no artigo 8.º

SECÇÃO V

Assembleias de beneficiários

Artigo 20.º

Constituição e funcionamento

1 – As assembleias são constituídas, separadamente, pelos advogados e pelos


associados da OSAE que, como beneficiários ordinários, extraordinários, reformados
ou titulares de subsídio de invalidez, preencham em 31 de outubro de cada ano do
sufrágio, os requisitos previstos nos artigos 6º nº 2 – a) e h), devendo a verificação
dos mesmos ser feita decorridos cinco dias úteis sobre a data acima mencionada.

2 — As assembleias podem reunir em plenário ou por secções correspondentes às


circunscrições em que se divida a organização territorial da Ordem dos Advogados e
da Ordem dos Solicitadores e Agentes de Execução.

3 – Os associados que estejam simultaneamente inscritos nas duas Ordens devem


comunicar em que qualidade de associado pretendem exercer o seu direito de voto
com uma antecedência não inferior a noventa dias relativamente à data das
eleições.
19

Artigo 21.º

Mesas

1 — As mesas das assembleias, em sessão plenária, são presididas pelo presidente


do conselho geral da Caixa e têm um primeiro secretário e um segundo secretário,
eleitos pelo mesmo conselho.

2 — Funcionando as assembleias por secções, estas são presididas pelos


presidentes dos conselhos distritais ou regionais das referidas associações, que de
igual forma elegem o primeiro secretário e o segundo secretário.

Artigo 22.º

Competência

1 — Compete às assembleias:

a) Eleger os membros da direção e do conselho fiscal;

b) Pronunciar-se sobre quaisquer assuntos de interesse para os advogados ou


associados da Ordem dos Solicitadores e Agentes de Execução, no âmbito
da Caixa.

2 – O funcionamento das assembleias rege-se pelo disposto nos regulamentos


aprovados para as assembleias da Ordem dos Advogados, nomeadamente o seu
Regulamento Eleitoral, o qual é aplicável, com as necessárias adaptações, às
eleições para os órgãos da Caixa.

3 — As providências que vierem a ser adotadas com base no voto das assembleias
devem considerar -se em vigor desde a data que as mesmas assembleias houverem
fixado.

Artigo 23.º

Candidaturas para eleição

1 — As propostas de candidatura para a eleição da direção constam de uma lista


única, incluindo os quatro advogados e o associado da Ordem dos Solicitadores e
Agentes de Execução, discriminando os nomes dos propostos, e são apresentadas
ao Bastonário da Ordem dos Advogados até 30 de setembro do ano em que a
eleição deva ter lugar, devendo ser instruídas com os seguintes documentos:

a) Cópia de documento de identificação;

b) Certidão de nascimento ou equivalente, emitida há menos de 90 dias;

c) Certificado de registo criminal atualizado;


20

d) Certidão emitida pela Caixa comprovativa do tempo de inscrição e do


preenchimento do requisito previsto no artigo 6º nº 2 – h;

e) Declaração, sob compromisso de honra, de não se encontrar abrangido pelo


disposto nas alíneas c), d), e) e f) do nº 2 do artigo 6º.

2 — As propostas de candidatura devem ser subscritas por um número mínimo de


120 eleitores para os advogados e de 40 eleitores para os associados da Ordem dos
Solicitadores e Agentes de Execução, devendo os eleitores proponentes preencher
o requisito previsto no artigo 6º nº 1 – h) em 30 de setembro do ano em que a
eleição deva ter lugar e as propostas ser acompanhadas da declaração de aceitação
por parte dos candidatos.

3 — As mesas devem, nos três dias úteis subsequentes, verificar a elegibilidade dos
candidatos, podendo solicitar à direção a informação necessária para esse efeito,
nomeadamente quanto ao tempo de inscrição e à inexistência de dívida de
contribuições.

4 — Em igual prazo ao previsto no número anterior podem os subscritores da


proposta proceder à substituição dos candidatos que forem considerados
inelegíveis, sob pena de anulação da proposta, de tudo se lavrando ata, que é
comunicada imediatamente à direção.

5 — A Caixa remete as listas de candidatos aos eleitores conjuntamente com os


manifestos que os proponentes lhe apresentem para esse fim, desde que a sua
extensão não ultrapasse a de duas folhas de papel de formato A4.

6 — O disposto nos números anteriores aplica-se à eleição dos membros advogados


e associados da Ordem dos Advogados e Solicitadores e Agentes de Execução,
efetivos e suplentes, do conselho fiscal, com as necessárias adaptações, devendo
as propostas de candidatura ser subscritas por um número mínimo de 60 eleitores
para os advogados e de 20 eleitores para os associados da Ordem dos Solicitadores
e Agentes de Execução.

7 – As assinaturas dos proponentes e dos candidatos devem ser autenticadas pelos


respetivos conselhos regionais ou delegações ou, alternativamente, reconhecidas
por entidade com competência legal para o efeito.

Artigo 24.º

1 — As assembleias eleitorais reúnem por secções, no mesmo dia e com início à


mesma hora, de 15 a 30 de novembro, conforme for fixado pelos presidentes das
mesas das respetivas assembleias, ouvidos os das secções.
2 — O voto é secreto e pode ser enviado por carta dirigida ao presidente da mesa
acompanhando as listas encerradas em sobrescritos fechados, desde que a
assinatura da carta seja autenticada pelos respetivos conselhos regionais ou
delegações ou, alternativamente, reconhecida por entidade com competência legal
para o efeito.
21

Artigo 25.º

Obrigatoriedade do voto

1 — É obrigatório o exercício de voto, sob pena de multa, cujo montante é fixado


anualmente pelo conselho geral.

2 — A multa a que se refere o número anterior é cobrada pelos respetivos conselhos


distritais ou regionais e reverte para a Caixa.

3 — Os beneficiários cujos nomes não hajam sido descarregados nos respetivos


cadernos são notificados, pela mesa da secção a que pertençam, mediante carta
registada com aviso de receção, para, no prazo de cinco dias, pagarem a multa ou
se justificarem, alegando o que tiverem em sua defesa e apresentando as provas.

Artigo 26.º

Convocação para outros fins

As assembleias não eleitorais são convocadas a solicitação da direção, do conselho


fiscal ou do conselho geral ou ainda a requerimento de um número de beneficiários
ordinários não inferior a 120 para os advogados e a 40 para os associados da
Ordem dos Solicitadores e Agentes de Execução, tratando-se de sessões plenárias,
ou, sendo por secções, de metade daqueles mínimos.

Artigo 27.º

Formalidades da convocação

As convocatórias das assembleias serão publicadas nos portais da Caixa, da Ordem


dos Advogados e da Ordem dos Solicitadores e Agentes de Execução e remetidas
por correio eletrónico a todos os beneficiários.

CAPÍTULO III

Beneficiários

Artigo 28.º

Categorias de beneficiários

1 — Os beneficiários da Caixa têm a categoria de ordinários ou extraordinários.

2 — Pode ser atribuída, por decisão da direção com parecer favorável do conselho
geral, a categoria de beneficiário honorário às pessoas que por atos de elevado
mérito e de natureza exemplar tenham contribuído para o prestígio da Caixa na sua
existência e na prossecução dos seus fins.
22

Artigo 29.º

1 — São inscritos obrigatoriamente como beneficiários ordinários todos os


advogados e advogados estagiários inscritos na Ordem dos Advogados e ainda
todos os associados da Ordem dos Solicitadores e Agentes de Execução, sem
prejuízo do disposto no artigo 31º nº 1 e nº 3.
2 — A inscrição na Caixa conta-se, para todos os efeitos, a partir do primeiro dia do
mês seguinte àquele em que se verifique a inscrição na respetiva associação pública
profissional.

Artigo 30.º

Subsistência da inscrição ordinária no caso de suspensão da atividade


profissional

1 - Mantêm a inscrição como beneficiários ordinários os beneficiários que estejam a


cumprir pena disciplinar de suspensão aplicada pela respetiva ordem profissional.

2 – Na situação referida no número anterior o beneficiário poderá requerer a


dispensa de pagamento de contribuições durante o período de suspensão com
efeitos a partir do mês em que o cumprimento da pena teve o seu início.

3 – Os beneficiários que, por motivo de doença ou de força maior, se encontrem


profissionalmente inativos poderão igualmente requerer a dispensa de pagamento
de contribuições durante o período de inatividade profissional com efeitos a partir do
mês em que esta ocorreu.

4 – O requerimento, devidamente fundamentado, deverá ser dirigido à direção,


expondo os motivos da inatividade profissional e juntando a documentação
relevante.

5 – Logo que cesse a situação de inatividade, o beneficiário deverá comunicar tal


facto à direção.

6 – O incumprimento do disposto no artigo anterior poderá ter como consequência a


devolução da parte do subsídio indevidamente atribuído ao beneficiário
independentemente da responsabilidade penal a que houver lugar.

Artigo 31.º

Cumulação de inscrições e de benefícios

Nota: Pareceu-nos que, do ponto de vista da sustentabilidade da Caixa, seria mais


correto que se desse primazia à contribuição para esta entidade no caso de
vinculação simultânea a outro regime previdencial obrigatório.
23

1 – Nos casos de vinculação simultânea a outro regime de inscrição obrigatória,


deverá ser considerada como obrigatória a inscrição na Caixa e facultativa a
inscrição no outro regime previdencial.

2 – Na situação prevista no nº 1 deste artigo, poderão os beneficiários da Caixa


requerer a isenção de contribuição para o outro regime previdencial.

3 — Os benefícios referidos no presente regulamento são cumuláveis com os


recebidos de outros regimes de segurança social pelos quais os beneficiários
estejam igualmente abrangidos.

4 - É admitida a totalização dos períodos contributivos noutros sistemas


previdenciários com as contribuições efetuadas para a Caixa para fins de
preenchimento do prazo de garantia para acesso à pensão de reforma.

Artigo 32.º

Suspensão da inscrição

1 — É suspensa a inscrição do beneficiário cuja inscrição seja suspensa na


respetiva associação pública profissional, sem prejuízo do disposto no artigo 30.º

2 — A suspensão da inscrição determina a interrupção da contagem do tempo de


inscrição e da consequente emissão de contribuições.

3 — A suspensão da inscrição na Caixa produz efeitos no dia da suspensão da


inscrição na associação pública profissional do beneficiário.

Artigo 33.º

Levantamento da suspensão da inscrição

1 — É levantada a suspensão da inscrição do beneficiário quando for levantada a


suspensão da inscrição na respetiva associação pública profissional.

2 — O levantamento da suspensão da inscrição produz efeitos no primeiro dia do


mês seguinte ao do levantamento da suspensão da inscrição na associação pública
profissional.

Artigo 34.º

Cancelamento da inscrição

1 — É cancelada a inscrição do beneficiário cuja inscrição seja cancelada na


respetiva associação pública profissional.
24

2 — O cancelamento da inscrição determina o termo da contagem do tempo de


inscrição e da consequente emissão de contribuições e produz efeitos na data do
cancelamento da inscrição na associação pública profissional.

3 – No caso de cancelamento da inscrição, os beneficiários poderão pedir o


reembolso de todas as contribuições já pagas, com dedução de uma percentagem
respeitante a despesas administrativas em montante a fixar pela direção e ainda do
valor dos benefícios entretanto auferidos, com prejuízo dos benefícios futuros de que
poderiam usufruir caso mantivessem a inscrição em vigor.

Artigo 35.º

Reinscrição

1 — São reinscritos na Caixa, com o mesmo número, os beneficiários que voltem a


encontrar -se na situação prevista no artigo 29.º

2 — O tempo decorrente após a reinscrição cumula com o das inscrições anteriores.

Artigo 36.º

Inscrições extraordinárias

1 — São inscritos como beneficiários extraordinários:

a) Os beneficiários que tenham a sua inscrição suspensa ou cancelada, desde


que requeiram a manutenção da sua inscrição na Caixa;

b) Os advogados e solicitadores de qualquer nacionalidade que não estejam


inscritos na Ordem dos Advogados nem na Ordem dos Solicitadores e
Agentes de Execução e os profissionais de outras profissões jurídicas, sejam
nacionais ou estrangeiros, desde que o requeiram à Caixa.

2 — As inscrições extraordinárias conferem direito à pensão de reforma, subsídio de


invalidez, subsídio de sobrevivência e subsídio por morte, nos termos previstos no
presente Regulamento.

3 — A inscrição do beneficiário extraordinário reporta-se ao primeiro dia do mês


seguinte ao da verificação de qualquer dos eventos referidos no n.º 1.

4 — É convertida em ordinária a inscrição dos beneficiários referidos na alínea a) do


n.º 1 a quem seja levantada a suspensão da sua inscrição ou que voltem a inscrever
–se na associação pública profissional competente.

5 — O cancelamento da inscrição determina o termo da contagem do tempo de


inscrição e da consequente emissão de contribuições.

6 — O cancelamento da inscrição produz efeitos na data da apresentação do


respetivo requerimento.
25

Artigo 37.º

Comunicações das associações públicas profissionais

Os órgãos competentes da Ordem dos Advogados e da Ordem dos Solicitadores e


Agentes de Execução comunicam à direção, no prazo de 10 dias, as situações de
inscrição, suspensão, levantamento da suspensão, cancelamento e reinscrição dos
seus advogados e associados.

CAPÍTULO IV

Eventualidades e benefícios

SECÇÃO I

Disposições gerais

Artigo 38.º

Princípio geral

O regime previdencial da Caixa assenta no princípio da solidariedade


intergeracional, através de métodos de financiamento em regime de repartição, e
visa garantir aos seus beneficiários e respetivos familiares o direito às prestações
reguladas no presente Regulamento e aos demais benefícios autónomos que sejam
aprovados pela direção, nos termos do n.º 2 do artigo 10.º

Artigo 39.º

União de facto

O direito às prestações previstas no presente Regulamento é tornado extensivo às


pessoas que vivam em união de facto, definida e a comprovar nos termos da lei.

SECÇÃO II

Reforma

Artigo 40.º

Direito à reforma

1 — O direito à reforma é reconhecido:

a) Aos beneficiários que tenham completado sessenta e cinco anos e tenham,


pelo menos, quinze anos de carreira contributiva.
26

b) Aos beneficiários que tenham mais de sessenta anos de idade e pelo menos
trinta e seis anos de carreira contributiva.

c) Em ambas as situações previstas nas alíneas anteriores os beneficiários não


deverão ter dívida contributiva

2 — A reforma depende de requerimento do interessado.

Artigo 41.º

Pensão de reforma

1 — A pensão de reforma mensal é apurada pela aplicação da seguinte fórmula:


PR = (2 % × T) × R/14 × T

Entendendo -se:

PR: Pensão de reforma mensal;

R: Total das remunerações convencionais anuais de toda a carreira contributiva


atualizadas nos termos dos números 4 e 5.

T: Número de anos completos de inscrição com integral pagamento de


contribuições.

2 — Considera -se como um ano completo cada conjunto de 12 meses de


contribuições.

3 — Os valores das remunerações convencionais registadas são atualizados, em


cada ano, por aplicação do índice de preços ao consumidor (IPC), sem habitação,
com o limite mínimo de zero e o limite máximo equivalente ao valor percentual do
aumento da retribuição mínima mensal garantida no ano.

4 — As remunerações que correspondam a contribuições pagas para além do prazo


legal apenas são objeto da atualização referida no número anterior a partir do mês
em que tenham sido pagas.

5 — No momento do cálculo da pensão de reforma ou na data da convolação do


subsídio de invalidez em pensão de reforma, é aplicável ao montante da pensão o
fator de sustentabilidade correspondente, respetivamente, ao ano de início da
pensão ou da data da convolação.

6 — O fator de sustentabilidade é definido pela seguinte fórmula:

FS =EMV/EMV (índice ano i -1)

Entendendo-se:

FS: Fator de sustentabilidade;


27

EMV: Esperança média de vida aos 65 anos verificada no ano anterior ao da entrada
em vigor do presente Regulamento;

EMV (índice ano i -1): Esperança média de vida aos 65 anos verificada no ano
anterior ao de início da pensão ou da data da convolação.

7 — O indicador da esperança média de vida aos 65 anos relativo a cada ano


corresponde ao publicado pelo Instituto Nacional de Estatística, I. P..

Artigo 42.º

Pensão bonificada

O fator de sustentabilidade aplicável no caso de reforma de beneficiário que


podendo reformar -se em determinado ano, opte por fazê-lo posteriormente, é o
correspondente ao do ano em que se podia ter reformado.

Artigo 43.º

Registo das contribuições

1 — São registados nas contas correntes dos beneficiários, em cada ano, os valores
das contribuições pagas, o valor que constitui a base para o cálculo das
contribuições e o número de retribuições mínimas mensais garantidas completas
que integram a base de cálculo das contribuições pagas.

2 — Cada mês de contribuições pagas ao abrigo dos regulamentos anteriores ao


aprovado pela Portaria n.º 487/83, de 27 de abril, alterada pelas Portarias n.os
623/88, de 8 de setembro, e 884/94, de 1 de outubro, e pelo Despacho n.º
22665/2007, de 28 de setembro, corresponde a uma retribuição mínima mensal
garantida para efeito de determinação da base remuneratória e do número de
retribuições mínimas a considerar na determinação da pensão de reforma e de
subsídio por invalidez.

3 — Sendo necessário ter em conta o valor das contribuições até 1974, é


considerado, para cada ano, o valor da retribuição mínima mensal garantida mais
elevada de 1974.

4 — Sendo necessário ter em conta o valor das contribuições até junho de 1983 é
considerado, para cada ano, o valor da retribuição mínima mensal garantida mais
elevada em cada ano.

Artigo 44.º

Montantes adicionais das pensões

Nos meses de julho e novembro de cada ano os titulares de pensões de reforma têm
direito a receber, além da pensão mensal que lhes corresponda, um montante
adicional de igual quantitativo.
28

Artigo 45.º

Pagamento da pensão

1 — A pensão de reforma é devida a partir do primeiro dia do mês seguinte ao da


data de apresentação do respetivo requerimento ou daquela que o beneficiário
indique para o efeito e não pode reportar -se a data anterior à da apresentação do
requerimento.

2 — Nos casos em que o requerimento é apresentado em momento anterior ao do


cumprimento dos requisitos previstos no artigo 40.º, a pensão de reforma é devida a
partir do primeiro dia do mês seguinte ao do respetivo cumprimento ou daquela que
o beneficiário indique para o efeito.

3 — A pensão é paga mensalmente e vence-se no fim do mês a que respeita.

Artigo 46.º

Prova de vida

1 — Os pensionistas devem apresentar prova de vida, em janeiro de cada ano, sem


necessidade de interpelação pela Caixa, sob pena de suspensão do pagamento da
pensão.

2 — A prova de vida é efetuada por qualquer um dos seguintes meios:

a) Certidão narrativa completa de registo de nascimento;

b) Atestado médico, datado de janeiro do ano no qual a prova de vida é


efetuada;

c) Atestado da Junta de Freguesia, datado de janeiro do ano no qual a prova de


vida é efetuada;

d) Pessoalmente, nos serviços da Caixa.

3 — O período de suspensão do pagamento da pensão não interrompe o prazo de


prescrição estabelecido no artigo 49.º

Artigo 47.º

Subvenções às pensões e atualizações das pensões

A direção pode estabelecer subvenções às pensões e atualizações das mesmas


mediante parecer atuarial e parecer favorável tomado por maioria de dois terços dos
membros do conselho geral.
29

Artigo 48.º

Extinção da pensão

O direito à pensão de reforma extingue-se por:

a) Renúncia;

b) Prescrição;

c) Óbito do beneficiário.

Artigo 49.º

Prescrição das pensões

1 — As pensões de reforma prescrevem no prazo de um ano a contar da data do


respetivo vencimento.

2 — O valor das pensões prescritas reverte para o fundo de assistência da Caixa.

SECÇÃO III

Do subsídio de sobrevivência

Artigo 50.º

Regime de atribuição de subsídio de sobrevivência

1 – Por morte do beneficiário que tenha completado 70 anos de idade, reformado ou


não, ou tenha 10 anos de inscrição, em qualquer dos casos preenchendo os
requisitos do artigo 6º nº 2 – h), poderão os seus familiares requerer a atribuição do
subsídio de sobrevivência. (nova redação);

2 – Os familiares contemplados no n.º 1 do presente artigo são:

a) O cônjuge sobrevivo e o unido de facto;

b) Os descendentes ou ascendentes, na falta daqueles.

Artigo 51.º

Valor do subsídio

O montante do subsídio de sobrevivência será determinado pelas seguintes


percentagens da pensão de reforma que o beneficiário efetivamente recebia ou
daquela a que teria direito se fosse reformado na data do falecimento, não podendo,
em qualquer caso, exceder 90% desta pensão:
30

a) 60% para o cônjuge sobrevivo;

b) 20%, 30% ou 40% para os filhos, consoante forem 1, 2 ou mais de 2, se


houver cônjuge sobrevivo, e o dobro destas percentagens caso não haja;

c) 15% ou 25% para os ascendentes, consoante forem 1 ou 2 interessados, se


houver cônjuge sobrevivo, e o dobro destas percentagens caso não haja.

Artigo 52.º

Divisão do subsídio

O subsídio de sobrevivência será dividido em partes iguais pelos beneficiários


referidos nas alíneas b) ou c) do artigo anterior.

Artigo 53.º

Restrições do direito ao subsídio

1 – O cônjuge sobrevivo só terá direito ao subsídio se for casado com o beneficiário


há, pelo menos, 1 ano à data do falecimento deste.

2 – O cônjuge ou unido-de-facto com menos de 35 anos de idade tem direito ao


subsídio durante cinco anos a contar do óbito, salvo se estiver em situação de
incapacidade total e permanente para qualquer trabalho atestada pela junta médica
designada pela Caixa, nos termos do artigo 50º.

3 – Os filhos terão direito ao subsídio até perfazerem 18 anos, ou 21 e 25, enquanto


frequentarem com aproveitamento, respetivamente, o ensino médio ou superior, e
sem limite de idade os que sofrerem de incapacidade permanente e total para o
trabalho.

4 – Os ascendentes terão direito ao subsídio se estiverem incapacitados total e


permanentemente para o trabalho.

Artigo 54.º

Vigência do subsídio

O subsídio de sobrevivência é devido a partir do início de mês em que der entrada


na Caixa o respetivo requerimento, mas nunca antes do início do mês seguinte ao
do falecimento do beneficiário, e até final do mês que extinga o direito do subsidiado.

Artigo 55.º

Pagamento do subsídio

O subsídio de sobrevivência será pago nos termos previstos mediante prova


periódica de vida nos termos do artigo 46º.
31

Artigo 56.º

Documentos para requerer o subsídio

1 – Qualquer dos interessados pode requerer o subsídio de sobrevivência que lhe


couber, juntando ao requerimento a certidão de óbito do beneficiário e os
documentos dos demais factos condicionantes da sua concessão.

2 – A Caixa pode exigir outros documentos que considere necessários.

Artigo 57.º

Caducidade e prescrição do subsídio

1 – O subsídio de sobrevivência pode ser requerido no prazo de cinco anos a contar


da data do óbito do beneficiário sob pena de caducidade.

2 - O subsídio de sobrevivência prescreve a favor do fundo de assistência da Caixa


no prazo de 1 ano a contar do seu vencimento.

Artigo 58.º

Suspensão do subsídio

1 – O pagamento do subsídio de sobrevivência será suspenso se o subsidiado,


dentro do prazo estipulado pela direção da Caixa, não fizer a prova anual de que
subsiste o seu direito.

2 – A suspensão decorrerá até ao fim do mês em que for feita essa prova, sendo
aplicável aos subsídios suspensos a prescrição estabelecida no artigo seguinte.

Artigo 59.º

Extinção do subsídio

O subsídio de sobrevivência extingue-se:

a) Pela morte do subsidiado;

b) Pelo casamento dos subsidiados que sejam cônjuge, unido de facto,


descendentes e ascendentes do beneficiário;

c) Pela maioridade dos subsidiados ou quando perfizerem 25 anos de idade, no


caso de frequentarem, com aproveitamento, um curso médio, superior ou de
formação profissional;

d) Pela cessação ou modificação do estado de incapacidade do subsidiado;


32

e) Nos demais casos previstos na lei geral de previdência social em relação às


pensões de sobrevivência.

SECÇÃO IV

Do subsídio por doença

Artigo 60.º

Regime de atribuição do subsídio por doença

Aos beneficiários ativos que tenham completado 65 anos de idade e 5 anos de


inscrição e que por motivo de doença estejam incapacitados temporária e totalmente
de exercer a profissão poderão ser concedidos, mediante requerimento, subsídios
pecuniários de montante igual a 60% da pensão de reforma que teriam direito à data
da verificação da doença.

Artigo 61.º

Pagamento do subsídio

O subsídio por doença será pago mensalmente pelos serviços da Caixa no último
dia do mês a que disser respeito.

Artigo 62.º

Vigência do subsídio

O beneficiário terá direito ao subsídio por doença a partir do 31.º dia da baixa
médica e pelo prazo máximo de 1095 dias em cada impedimento por doença,
considerando-se para o preenchimento desse prazo os períodos de impedimento
cujo início se verifica nos 90 dias imediatos à alta anterior.

Artigo 63.º

Redução do subsídio

O subsídio por doença será reduzido a 30% durante o 2.º e o 3º anos da doença; se
se mantiver a incapacidade, será convertido em subsídio de invalidez, observados
que sejam os requisitos exigidos para este.

Artigo 64.º

Exame médico

1 – A consideração da incapacidade temporária total para o trabalho será baseada


num exame clínico pormenorizado e atestada pelo médico assistente.
33

2 – O atestado médico, no qual se descreverá a natureza da doença e ou lesão e o


tempo da baixa, será apresentado à Caixa no prazo de 5 dias a contar do 3.º dia da
doença.

3 – A alta deverá ser também comprovada por atestado médico, acompanhado de


comunicação do beneficiário.

4 – Terminado o período de baixa e se se mantiver a incapacidade temporária total,


deve ser apresentado novo atestado médico.

5 – A Caixa poderá, sempre que o entenda necessário, adotar as medidas


necessárias à verificação do estado de incapacidade.

Artigo 65.º

Extinção do subsídio

O direito ao subsídio por doença caduca nos seguintes casos:

a) Quando o beneficiário, por si ou por interposta pessoa, procure por qualquer


forma iludir a Caixa sobre as circunstâncias e consequências da doença ou
acidente;

b) Quando o beneficiário se recusar a seguir as prescrições do seu médico


assistente;

c) Quando o beneficiário, devendo recorrer a cuidados médicos, se abstiver de o


fazer;

d) Quando o beneficiário não consentir ou por qualquer forma se escuse a ser


examinado pelo médico da Caixa;

e) e)Quando o beneficiário não quiser prestar à Caixa os esclarecimentos


indispensáveis para elucidação das circunstâncias da doença ou acidente ou
negar-se a prestar informações sobre a sua evolução.

SECÇÃO V

Do subsídio por morte

Artigo 66.º

Direito ao subsídio por morte

Por morte do beneficiário que tenha completado 5 anos de inscrição, o cônjuge,


unido de facto e descendentes terão direito a receber da Caixa um subsídio.
34

Artigo 67.º

Valor do subsídio

1 - O subsídio por morte é de seis vezes o valor da retribuição mínima mensal


garantida (RMMG) nacional ou da pensão de reforma ou do subsídio de invalidez,
consoante o beneficiário não estiver reformado, estiver reformado ou for titular de
subsídio de invalidez e consoante o que for mais elevado.

2 – A direção da Caixa pode estabelecer subvenções aos subsídios por morte, que
serão suportadas pelo fundo de assistência.

Artigo 68.º

Regime legal

Ao subsídio por morte é aplicável o regime geral de previdência social.

SECÇÃO VI

Do subsídio de invalidez

Artigo 69.º

Regime de atribuição do subsídio de invalidez

1 – Os beneficiários com, pelo menos, dez anos de carreira contributiva e que


preencham o requisito previsto no artigo 6º nº 2 – h), podem requerer a atribuição do
subsídio de invalidez quando, por motivo de doença ou acidente, sejam julgados
definitivamente incapazes para o exercício da profissão por junta médica designada
pela Caixa.

2 — Da decisão da junta médica referida no número anterior cabe recurso, no prazo


de 30 dias, para nova junta médica, composta por três médicos, sendo um
designado pela Caixa, que preside, outro pela Ordem dos Advogados e o terceiro
pela Ordem dos Solicitadores e Agentes de Execução.

3 — A atribuição do subsídio de invalidez depende de requerimento do interessado.

Artigo 70.º

Valor do subsídio

O valor do subsídio de invalidez é o que resultar da aplicação do disposto no artigo


41.º
35

Artigo 71.º

Pagamento do subsídio

1 — O valor do subsídio de invalidez é devido a partir da data que for fixado pela
junta médica e não pode reportar-se a data anterior à da apresentação do
requerimento do interessado.

2 — O subsídio de invalidez é pago mensalmente e vence -se no fim do mês a que


respeita.

3 — Nos meses de julho e novembro de cada ano os titulares de subsídio de


invalidez têm direito a receber, além do subsídio mensal que lhes corresponda, um
montante adicional de igual quantitativo.

Artigo 72.º

Restrições à concessão do subsídio

1 — A invalidez resultante de ato intencional do beneficiário não confere direito à


atribuição do subsídio.

2 — Existindo responsabilidade civil de terceiro pelo facto determinante da


incapacidade que fundamenta a atribuição do subsídio de invalidez, o beneficiário é
obrigado a reembolsar a Caixa dos valores por esta pagos a título de subsídio de
invalidez até ao montante que aquele haja recebido de terceiro a título de
indemnização por perda de capacidade de ganho.

3 — No caso previsto no número anterior o beneficiário é obrigado a entregar à


Caixa, com o requerimento de atribuição de subsídio de invalidez, comprovativo de
entrada em juízo da ação destinada a efetivar a responsabilidade de terceiro.

4 — Compete à direção requerer, em janeiro de cada ano, junto do tribunal certidão


do estado da causa referida no número anterior.

Artigo 73.º

Regime de verificação da subsistência da invalidez

1 — Os titulares do subsídio por invalidez, enquanto não completarem 65 anos de


idade, são sucessivamente sujeitos a novas juntas médicas, a realizar de três em
três anos, salvo se no relatório da junta anterior for estipulado outro prazo ou outra
data, ou sempre que a direção o determine.

2 — As novas juntas médicas destinam -se a verificar a subsistência do estado de


invalidez, podendo dos seus resultados recorrer -se nos termos previstos para a
junta médica inicial.
36

3 — Os titulares de subsídio por invalidez e os reformados por invalidez podem


requerer a sujeição a junta médica com vista à declaração de extinção da
incapacidade para o exercício da profissão.

Artigo 74.º

Processo de verificação

O processo de atribuição inicial e de subsistência de invalidez é objeto de


regulamento autónomo aprovado pela direção.

Artigo 75.º

Convolação do subsídio de invalidez em pensão de reforma

Atingida a idade de 65 anos, o subsídio de invalidez é convolado em pensão de


reforma por invalidez, com aplicação do fator de sustentabilidade nos termos do
disposto nos números 5 a 7 do artigo 41.º

Artigo 76.º

Suspensão, extinção e prescrição do subsídio

1 — O subsídio de invalidez é suspenso:

a) Se o titular do subsídio não fizer prova anual de vida, nos termos previstos no
artigo 46.º, sendo que o período de suspensão de pagamento não interrompe
o prazo de prescrição;

b) Se o titular do subsídio continuar a praticar atos próprios da sua profissão.

2 — O subsídio de invalidez e a pensão de reforma por invalidez são extintos


quando a junta médica declare que o titular do subsídio ou reformado se encontra
apto para o exercício da profissão.

3 — O subsídio de invalidez e a pensão de reforma por invalidez prescrevem no


prazo de um ano, nos termos do artigo 49.º
37

SECÇÃO VII

Da assistência

Artigo 77.º

Regime da ação de assistência

1 – A ação de assistência será exercida pela atribuição de subsídios a beneficiários


ou a antigos advogados e solicitadores, bem como, por sua morte, ao cônjuge ou ex-
cônjuge, aos descendentes e aos ascendentes.

2 – Os subsídios poderão resultar de pedido formulado pelo interessado ou de


medidas genericamente tomadas pela direção da Caixa.

Artigo 78.º

Âmbito da assistência

1 – A assistência só será concedida aos reformados, aos beneficiários que, por


motivo da sua idade, não possam estar abrangidos pelo seguro de grupo e às
pessoas referidas no n.º 1 do artigo antecedente que se encontrem em estado de
carência económica.

2 – Presume-se em estado de carência económica o interessado cujos rendimentos


médios não excedam o correspondente ao valor de uma retribuição mínima mensal
garantida, a que acresce o valor de mais uma retribuição mínima mensal garantida
por cada familiar a seu cargo.

Nota: A redacção do anterior regulamento que se pretende repristinar previa duas RMMG, o que,
face ao contexto actual, parece excessivo.

Artigo 79.º

Prova do estado de carência económica

A prova do estado de carência económica poderá ser feita pela apresentação de


atestado da junta de freguesia da residência, de declaração para efeitos fiscais e
outros documentos considerados necessários ou bastantes pela Caixa, que pode
mandar proceder às diligências convenientes, incluindo a colaboração dos
organismos profissionais.
38

Artigo 80.º

Espécies de subsídios

1 – Os subsídios podem ser normais ou eventuais.

2 - Os subsídios normais serão atribuídos por períodos anuais renováveis e destinar-


se-ão à subsistência dos assistidos, à assistência permanente de terceira pessoa ao
reformado ou ao inválido que se encontre em situação de dependência, à
comparticipação nos custos com estabelecimento de apoio social ou de saúde onde
o reformado ou inválido tenha necessidade de se manter internado e ao auxílio nos
estudos dos seus filhos, desde que estes tenham aproveitamento.

3 – Os subsídios eventuais destinar-se-ão a auxiliar os assistidos nas seguintes


despesas:

a) Assistência médica;

b) Aquisição de medicamentos;

c)Internamento hospitalar;

d)Cuidados de enfermagem;

e)Análises clínicas ou outros elementos auxiliares de diagnóstico;

f)Funerais;

g)Outros casos especiais, segundo critério da direção da Caixa.

SUBSECÇÃO I

Dos subsídios normais

Artigo 81.º

Valor do subsídio

O montante dos subsídios normais será estabelecido pela direção da Caixa, em


função dos elementos que constarem do respetivo processo e das possibilidades
financeiras da Caixa anualmente consideradas.

Artigo 82.º

Formulação e instrução do pedido

1 – Para efeito da atribuição de subsídio, deverá o requerente justificar a sua


qualidade e descrever a situação de carência com a devida precisão, terminando,
quanto possível, por um pedido em quantia certa adequada à situação.
39

2 – Com a petição serão juntos os documentos comprovativos da situação de


carência, bem como dos rendimentos próprios do requerente e do agregado familiar.

3 – Na falta de documentos bastantes, deverá o requerente preencher o competente


boletim de inquérito, indicando as provas.

Artigo 83.º

Preparação da decisão

1 – Reunidos os elementos referidos no artigo anterior, o processo será distribuído


entre os vogais da direção, para efeito de relatar e dar parecer final.

2 – O relator providenciará previamente, no prazo de 5 dias, pela realização das


diligências de prova que hajam sido requeridas ou que, a seu juízo, se tornem
necessárias, solicitando aos conselhos distrital ou regional do respetivo organismo
profissional que proceda às inquirições, havendo lugar a elas e, em qualquer caso,
se pronuncie sobre o mérito.

3 – O prazo para a intervenção dos conselhos é de 30 ou 15 dias, conforme haja ou


não lugar a realização de inquirição, salvo prorrogação da direção da Caixa a bem
do esclarecimento da verdade.

4 – Para esclarecimento da matéria do processo poderão ser solicitadas a quaisquer


entidades públicas ou privadas as informações que se julgarem necessárias.

Artigo 84.º

Processo em caso de urgência

1 – No caso de urgência, recebida a petição, o presidente da direção fará apresentar


o processo na próxima sessão, com os elementos que verbalmente ou por escrito
houver conseguido obter.

2 – Quando o caso não permita, mesmo assim, que se aguarde a realização da


próxima sessão, o presidente tomará desde logo as providências mínimas
indispensáveis, de que dará conta na próxima reunião a que houver lugar, sem
prejuízo do subsequente andamento normal, sendo caso disso.

Artigo 85.º

Vencimento dos subsídios

Os subsídios normais consideram-se vencidos no 1.º dia do mês em que houver


entrado na Caixa o boletim de inquérito que lhe respeita ou documento equivalente.
40

Artigo 86.º

Revisão dos processos

1 – Aquando da renovação do subsídio ou sempre que o julgue conveniente, a Caixa


procederá à revisão dos processos de assistência.

2 – Para efeito do disposto no número anterior, deverão de 2 em 2 anos, pelo


menos, ser apresentados documentos comprovativos da situação de carência,
devidamente atualizados, ou preencher-se novo boletim de inquérito, consoante os
casos.

3 – Sempre que a direção o entenda necessário, poderão ser levados a efeito, a


propósito da renovação dos subsídios, as diligências previstas no artigo 64.º,
números 2 e 4.

Artigo 87.º

Deveres dos assistidos

1 – Os assistidos deverão comunicar imediatamente à Caixa qualquer mudança do


seu estado ou de residência e, bem assim, quaisquer circunstâncias que alterem a
sua situação económica.

2 – O subsídio deve ser imediatamente cancelado:

a)Se deixarem de se verificar as circunstâncias determinantes da sua atribuição;

b)Se o interessado houver prestado declarações falsas ou por outra forma tiver
procurado induzir a Caixa em erro, com vista à obtenção do subsídio;

c) Se o interessado mudar de estado ou atingir a maioridade, salvo se justificar o


subsequente estado de carência;

d)Se, tratando-se de subsídio de estudo, não houver aproveitamento, salvo por


motivo de doença ou outro atendível.

SUBSECÇÃO II

Dos subsídios eventuais

Artigo 88.º

Valor do subsídio

O valor dos subsídios eventuais corresponderá a uma percentagem, a fixar


anualmente pela direção da Caixa, da despesa efetivamente feita pelo assistido e
comprovada por documentos idóneos, segundo o critério da direção.
41

Artigo 89.º

Pagamento do subsídio

Os subsídios eventuais serão pagos de uma só vez pelos serviços da Caixa,


independentemente da instrução de qualquer processo, após deliberação da
direção.

SECÇÃO VIII

Proteção na parentalidade e apoio a dependentes

Artigo 90.º

Benefícios

1 - Os beneficiários da Caixa terão, mediante requerimento devidamente


fundamentado, direito a um subsídio de proteção durante o tempo em que:

a) Por indicação médica, devam estar profissionalmente inativos por motivos de


maternidade.

b) Em situações de comprovada necessidade de assistência a membros do seu


agregado familiar, de caráter inadiável e imprescindível, que se prolonguem no
tempo e que sejam motivo de inatividade profissional total ou parcial.

2 – As condições de atribuição destes benefícios serão fixadas por regulamento


proposto pela direção e aprovado pelo conselho geral.

CAPÍTULO V

Nota: Relativamente à matéria constante dos artºs 91º a 93º foram ponderadas
soluções alternativas (v.g. a incorporação de um regime próprio no regulamento,
tendo por base o regime dos trabalhadores independentes, mas com uma maior
flexibilidade de opção nos escalões mais elevados e algum ajustamento à realidade
da CPAS e dos advogados, e ainda um regime misto. Contudo, tendo em conta que
entretanto começaram a ser discutidas alterações ao regime dos trabalhadores
independentes, existindo já autorização legislatura para o efeito, e até que seja
publicada a referida alteração, afigura-se prematuro desenvolver esta temática.
Nessa medida, mantém-se apenas uma versão inicial, que tem subjacente a
aproximação ao regime e paradigma contributivo dos demais trabalhadores
independentes, por remissão para esse mesmo regime, reservando-se para
momento ulterior uma melhor ponderação do enquadramento e redação a introduzir.
42

Artigo 91.º

Contribuições

1 – O sistema contributivo previdenciário da Caixa reger-se-á, em tudo o que não


estiver especialmente consagrado no presente regulamento, pelo regime geral dos
trabalhadores independentes, tal como definido no Código dos Regimes
Contributivos do Sistema Previdencial de Segurança Social.

2 – A direção poderá aplicar, quando julgar necessário, um coeficiente de


sustentabilidade financeira à contribuição devida nos termos do artigo 10º nº 3.

3 – Os advogados estagiários e os associados estagiários podem, facultativamente,


iniciar o pagamento de contribuições em qualquer altura do estágio.

4 - Os advogados e os associados que tenham terminado o estágio, poderão


requerer o diferimento das obrigações contributivas até ao terceiro ano de inscrição
efetiva, descontando-se os períodos de suspensão de inscrição.

5 - Nas situações previstas nos números anteriores é admitido o pagamento


retroativo das contribuições em qualquer momento até ao mês anterior ao do
recebimento da reforma.

6 - Cessa a obrigação de contribuir prevista nos números anteriores logo que os


beneficiários passem a ser titulares de pensão de reforma ou de subsídio de
invalidez ou cancelem a sua inscrição na respetiva ordem profissional.

7 - O rendimento relevante é apurado pelos serviços da Caixa com base nos valores
declarados para efeitos fiscais.

8 - Para os efeitos do número anterior, a autoridade tributária comunica


oficiosamente à Caixa, por via eletrónica, os rendimentos dos advogados e
solicitadores declarados e sujeitos a tributação no âmbito da categoria B do CIRS,
com base nos códigos mencionados na tabela de atividades a que se refere o artigo
151º do CIRS.

9 - Os beneficiários poderão optar por um escalão superior ao que lhes couber


mediante comunicação à Caixa até ao fim do mês de setembro do ano anterior ao
da alteração.

10 – Os beneficiários poderão igualmente optar um escalão inferior ao que lhes


couber até ao limite do segundo escalão imediatamente abaixo do que for
considerado aplicável à sua situação contributiva.

11 – A alteração de escalão convencional deverá ser comunicada à Caixa até ao fim


do mês de setembro do ano anterior ao da alteração.
43

Artigo 92.º

Escalões contributivos

Os escalões contributivos serão os constantes da tabela indicada no artigo 163º nº 3


do Código dos Regimes Contributivos do Sistema Previdencial de Segurança Social.

Artigo 93.º

Sociedades de advogados e de solicitadores ou agentes de execução

1 - As sociedades de advogados ou de solicitadores e agentes de execução deverão


obrigatoriamente inscrever-se na Caixa no prazo de um mês após a sua constituição
e registo.

2 – As sociedades de advogados ou de solicitadores deverão pagar anualmente


uma contribuição nos mesmos termos do artigo 140º do Código de Regimes
Contributivos do Sistema Previdencial de Segurança Social, sendo aplicável a taxa
prevista no artigo 168º nº 7 do mesmo diploma legal.

3 – Á contribuição das sociedades deverá, quando necessário, acrescer o


coeficiente de sustentabilidade financeira referido no artigo 10º nº 3.

Artigo 94.º

Pagamento das contribuições

1 — As contribuições a que se referem os artigos anteriores são devidas enquanto


se mantiver a inscrição do beneficiário na Caixa e vencem -se no primeiro dia do
mês a que disserem respeito.

2 — A partir do dia um do mês seguinte ao do vencimento das contribuições, ao


montante destas acrescem juros de mora.

3 — As contribuições emitidas em data posterior ao mês a que respeitem vencem


juros de mora a partir do dia um do mês seguinte ao da respetiva emissão.

4 — A taxa de juro de mora, por cada mês de calendário ou fração, é igual à prevista
para as dívidas de impostos ao Estado.

5 - Os beneficiários com contribuições em dívida poderão acordar com a Caixa


planos de pagamento prestacionais segundo as condições e com as taxas de juro a
fixar por regulamento aprovado pela direção.

6 - Em caso de frustração das negociações ou de inadimplemento manifestamente


leviano e irresponsável por parte do beneficiário, a certidão de dívida passará a
constituir título executivo.

7 - Na fase executiva, sendo deduzida oposição, é dispensada a prestação de


caução.
44

CAPÍTULO VI

Penalidades

Artigo 95.º

Regime

1 — Por deliberação da direção, os beneficiários são suspensos de benefícios:

a) Por um período de um a seis meses, se tentarem iludir, por atos ou omissões,


os serviços da Caixa com o fim de obterem benefícios indevidos ou de se
subtraírem às obrigações regulamentares;

b) Por um período de dois meses a um ano, se, com intenção fraudulenta,


tiverem obtido benefícios indevidos.

2 — A suspensão de benefícios tem por efeito a perda das prestações pecuniárias


vincendas e não isenta do pagamento das contribuições.

3 — No caso da alínea b) do n.º 1 há lugar à restituição do valor das prestações


indevidamente pagas pela Caixa, podendo a mesma ser efetivada por compensação
com benefícios pecuniários futuros.

Artigo 96.º

Suspensão do direito às prestações

A falta de pagamento das contribuições determina a suspensão do direito a qualquer


benefício imediato ou diferido.

CAPÍTULO VII

Gestão financeira

SECÇÃO I

Receitas

Artigo 97.º

Classificação

1 — Constituem receitas da Caixa:


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a) As contribuições dos beneficiários e das sociedades de advogados,


solicitadores ou agentes de execução;

b) O produto das sanções pecuniárias aplicadas pelas instâncias disciplinares da


Ordem dos Advogados e da Ordem dos Solicitadores e Agentes de Execução;

c) Os juros e outros rendimentos dos valores e bens próprios;

d) Os subsídios, donativos, legados ou heranças estabelecidos a seu favor;

e) As pensões e subsídios prescritos;

f) Outros valores pagos ou entregues pelos beneficiários;

g) Quaisquer outras receitas que lhe sejam atribuídas por disposição legal ou de
natureza extraordinária.

2 — A aceitação de liberalidades instituídas com encargos é feita pela direção,


ouvido o conselho geral.

Artigo 98º

Distribuição das contribuições

As contribuições mensais pagas pelos beneficiários têm a seguinte afetação:

a) No mínimo, 80 % para o pagamento de pensões de reforma;

b) No máximo, 15 % para despesas de assistência;

c) No máximo, 5 % para despesas de administração.

SECÇÃO II

Despesas

Artigo 99.º

Classificação

1 — As despesas da Caixa são classificadas do seguinte modo:

a) De previdência, provenientes do pagamento de pensões de reforma;

b) De assistência;

c) De administração.
46

2 — Podem ser criadas outras classificações de despesas que se tornem


necessárias.

Artigo 100.º

Despesas de administração

As despesas de administração são suportadas por força da verba inscrita no


orçamento, de valor não superior a 5 % das receitas totais da Caixa.

SECÇÃO III

Tesouraria

Artigo 101.º

Movimentação de dinheiro ou valores

1 — O dinheiro e outros valores são movimentados mediante a assinatura do


presidente da direção e do vogal tesoureiro.

2 — Na falta ou impedimento do presidente, a sua assinatura pode ser substituída


pela do vice -presidente ou, na falta deste, pela do vogal por aquele designado.

3 — Na falta do vogal tesoureiro, assina o vogal que o substitua.

Artigo 102.º

Guarda de dinheiro ou valores

A guarda de dinheiro ou valores é da responsabilidade do vogal tesoureiro, o qual


não deve permitir que haja em fundo de maneio quantia superior a cinco
remunerações mínimas mensais garantidas.

SECÇÃO IV

Fundos próprios

Artigo 103.º

Enumeração

1 — A Caixa tem os seguintes fundos próprios estatutários:

a) De garantia;

b) De reserva;

c) De assistência.
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2 — A Caixa pode constituir outros fundos que se mostrem convenientes para o


exercício da sua missão.

Artigo 104.º

Fundo de garantia

1 — O fundo de garantia tem por fim assegurar a cobertura atuarial das pensões de
reforma em pagamento.
2 — Este fundo é constituído pelo ativo da Caixa deduzido dos montantes afetos aos
demais fundos próprios estatutários.

3 — O fundo de garantia é reforçado pelos montantes disponíveis dos resultados


líquidos de cada exercício, até ao valor apurado no relatório atuarial.

Artigo 105º

Fundo de reserva

1 — O fundo de reserva destina -se a garantir a Caixa contra qualquer emergência


imprevista.

2 — Este fundo é constituído pela parte dos resultados líquidos de cada exercício
que lhe for destinada.

Artigo 106.º

Fundo de assistência

1 — O fundo de assistência destina -se a assegurar a satisfação da ação de


assistência com os subsídios de invalidez, de sobrevivência e outros benefícios e
subsídios de assistência.

2 — Este fundo é constituído:

a) Pela parte que lhe caiba dos resultados líquidos de cada exercício;

b) Pelas liberalidades feitas a seu favor;

c) Pelas quantias que se destinem à Caixa em consequência da aplicação de


multas e sanções pecuniárias;

d) Pelas importâncias das pensões e subsídios prescritos;

e) Pelos rendimentos do fundo de reserva;

f) Pelos rendimentos do próprio fundo de assistência.


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3 — Pelo fundo de assistência são pagas as prestações pecuniárias provenientes


dos subsídios de invalidez, de sobrevivência, de assistência e outros benefícios.

Artigo 107.º

Destino do resultado líquido

Satisfeito o disposto no n.º 3 do artigo 91.º, o resultado líquido do exercício é


destinado ao reforço dos restantes fundos, se e na medida em que a direção o
repute adequado.

CAPÍTULO VIII

Controle de gestão

SECÇÃO I

Relatório e contas

Artigo 108.º

Organização do relatório e contas

1 — Até 31 de março de cada ano, a direção elabora o relatório e as contas do


exercício, com referência a 31 de dezembro do ano anterior.

2 — O relatório e contas tem anexo um relatório atuarial das pensões em


pagamento e um estudo de sustentabilidade da Caixa.

3 — O relatório e contas tem também anexo um relatório elaborado por entidade


auditora externa à Caixa.

4 — O relatório e contas está disponível, de 10 a 20 de abril seguintes ao ano a que


respeita, na sede da Caixa e no respetivo portal, para consulta pelos beneficiários
interessados e são enviadas, dentro do mesmo prazo, cópias desses documentos
aos conselhos gerais da Ordem dos Advogados e da Ordem dos Solicitadores e
Agentes de Execução.

5 — O relatório e contas, incluído o relatório atuarial, mantêm-se acessíveis no


portal da Caixa durante, pelo menos, os três anos seguintes ao da sua aprovação.
49

Artigo 109.º

Parecer e aprovação

1 — O relatório e contas e os anexos referidos nos números 2 e 3 do artigo anterior


são remetidos ao conselho fiscal para, até 8 de abril do ano seguinte àquele a que
respeita, emitir parecer, nos termos do disposto na alínea f) do n.º 1 do artigo 18.º

2 — O relatório e contas, informado com o parecer do conselho fiscal, é remetido ao


conselho geral para, até 30 de abril, emitir parecer e, instruído com este, é
submetido à aprovação dos membros do Governo responsáveis pelas áreas da
justiça e da segurança social.

CAPÍTULO IX

Disposições complementares, transitórias e finais

Nota: Estas disposições disposições poderão ter que ser ainda ajustadas ou complementadas

Artigo 110.º

Tutela

A Caixa está sujeita à tutela dos membros do Governo responsáveis pelas áreas da
justiça e da segurança social.

Artigo 111.º

Isenções e regalias

A Caixa goza das isenções e regalias previstas na lei para as instituições de


segurança social e de previdência e das na alínea c) do n.º 1 do artigo 9.º do Código
do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas.

Artigo 112.º

Serviço social

Para a realização dos seus fins, designadamente no âmbito de prestações de


assistência, a Caixa pode dispor de um serviço social especializado.

Artigo 113.º

Forma de comunicação

1 — Os requerimentos e comunicações previstos no presente Regulamento,


dirigidos pelos beneficiários à Caixa, devem ser apresentados através do portal da
Caixa, na sua área privativa, ou através de qualquer das formas previstas no artigo
104.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto -Lei n.º
5/2015, de 7 de janeiro.
50

2 — As notificações e outras comunicações dirigidas pela Caixa aos beneficiários no


âmbito do presente Regulamento devem ser realizadas através das formas previstas
no artigo 112.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto -
Lei n.º 5/2015, de 7 de janeiro.

3 — Os beneficiários estão obrigados a manter atualizados junto da Caixa os seus


endereços, sob pena de, não sendo oportunamente recebidas as comunicações que
lhes sejam dirigidas pela Caixa, as mesmas se considerarem eficazes, ficando a
Caixa desobrigada de efetuar novas comunicações.

Artigo 114.º

Beneficiários com direito à reforma já constituído

A pensão de reforma dos beneficiários que, à data da entrada em vigor do presente


Regulamento, preencham os requisitos previstos no n.º 1 do artigo 13.º do
Regulamento aprovado pela Portaria n.º 487/83, de 27 de abril, alterada pelas
Portarias n.os 623/88, de 8 de setembro, e 884/94, de 1 de outubro, e pelo
Despacho n.º 22665/2007, de 28 de setembro, e não apresentem dívidas de
contribuições, é calculada de acordo com as regras previstas nos n.os 1, 2 e 4 do
artigo 14.º do Regulamento aprovado pela Portaria n.º 487/83, de 27 de abril,
alterada pelas Portarias n.os 623/88, de 8 de setembro, e 884/94, de 1 de outubro, e
pelo Despacho n.º 22665/2007, de 28 de setembro, relativamente ao tempo já
decorrido, e de acordo com o artigo 41.º do presente Regulamento relativamente ao
período que decorrer até à apresentação do pedido de reforma.

Artigo 115.º

Beneficiários com direito à reforma em formação

1 — A pensão de reforma dos beneficiários que, à data da entrada em vigor do


presente Regulamento, preencham um dos requisitos previstos na alínea b) do n.º 1
do artigo 13.ºdo Regulamento aprovado pela Portaria n.º 487/83, de 27 de abril,
alterada pelas Portarias n.os 623/88, de 8 de setembro, e 884/94, de 1 de outubro, e
pelo Despacho n.º 22665/2007, de 28 de setembro, é calculada de acordo com as
regras previstas no artigo anterior, embora o direito à reforma só seja adquirido
quando o beneficiário atingir, cumulativamente, 60 anos de idade e 36 anos de
pagamento de contribuições.

2 — Aos beneficiários que não se encontrem nas condições previstas no número


anterior mas que, nos oito anos posteriores à data de entrada em vigor do presente
Regulamento, perfaçam 60 ou mais anos de idade e tenham, pelo menos, 36 anos
de carreira contributiva na Caixa e não tenham dívida de contribuições, é
reconhecido, desde que requerido naquele prazo, o direito à reforma, sendo a
pensão calculada nos termos do artigo seguinte.
51

Artigo 116.º

Cálculo combinado da pensão de reforma

1 — A pensão de reforma mensal requerida ao abrigo e nos termos do disposto no


artigo 40.º pelos beneficiários que, na data da entrada em vigor do presente
Regulamento, não se encontrem nas condições previstas no artigo 101.º e no n.º 1
do artigo anterior mas que tenham, pelo menos, 15 anos completos de contribuições
emitidas na Caixa, é apurada pela seguinte fórmula:

PR = [2 % × R1 × T1 × RMMG (Atr) + (2 % × T) × R × N
140 RMMG (Ent) 14 × T T ] [ ]

Entendendo-se:

PR: Pensão de reforma mensal;

R1: Total das remunerações convencionais anuais dos 10 anos civis a que
correspondam as remunerações convencionais mais elevadas de toda a carreira
contributiva anterior à entrada em vigor do presente Regulamento;

T1: Número de anos completos de inscrição com integral pagamento de


contribuições à data de entrada em vigor do presente Regulamento;

RMMG(Atr): valor da retribuição mínima mensal garantida à data da atribuição da


pensão de reforma;

RMMG(Ent): valor da retribuição mínima mensal garantida à data da entrada em


vigor do presente Regulamento;

R: Total das remunerações convencionais anuais de toda a carreira contributiva


atualizado nos termos dos n.os 3 e 4 do artigo 41.º;

T: Número de anos completos de inscrição com integral pagamento de


contribuições;

N: Número de anos completos de inscrição com integral pagamento de contribuições


após a data de entrada em vigor do presente Regulamento.

2 — Considera -se como um ano completo cada conjunto de 12 meses de


contribuições.

3 — O valor mensal da pensão de reforma apurado nos termos do presente artigo


tem como limite mínimo o valor da pensão de reforma apurado nos termos dos
artigos 41.º e 42.º

4 — Ao valor da pensão de reforma apurado nos termos dos números anteriores, é


aplicado o fator de sustentabilidade correspondente ao ano do início da pensão de
reforma ou da data da convolação do subsídio de invalidez em pensão de reforma,
conforme descrito nos n.os 3 a 7 do artigo 41.º
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5 — O fator de sustentabilidade aplicável no caso de reforma do beneficiário com


mais de 65 anos de idade corresponde ao do ano em que tiver completado esta
idade.

Artigo 117.º

Cálculo combinado do subsídio de invalidez

1 — O subsídio de invalidez requerido pelos beneficiários que, na data da entrada


em vigor do presente Regulamento, tenham, pelo menos, 10 anos completos de
contribuições na Caixa, é calculado nos termos do artigo anterior.

2 — O valor mensal do subsídio de invalidez apurado nos termos do presente artigo


tem como limite mínimo o valor do subsídio de invalidez apurado nos termos do
artigo 41.º por remissão do artigo 51.º

Artigo 118.º

Melhoria em curso da pensão de reforma

1 — A possibilidade de pagamento de contribuições ao abrigo do n.º 3 do artigo 14.º


do Regulamento aprovado pela Portaria n.º 487/83, de 27 de abril, alterada pelas
Portarias n.os 623/88, de 8 de setembro, e 884/94, de 1 de outubro, e pelo
Despacho n.º 22665/2007, de 28 de setembro, cessa logo que se encontrem
decorridos 12 meses após a atribuição da última melhoria à pensão de reforma.

2 — O não pagamento das contribuições referidas no número anterior até ao último


dia do mês em que se venceria o direito à nova melhoria da pensão de reforma
preclude o direito à melhoria.

Artigo 118.º (eliminado por estar em contradição com o artigo 91 nº 5 deste projeto)

Pagamento de contribuições relativas ao tempo de estágio e ao período de


suspensão provisória dos efeitos da inscrição

1 — Os direitos previstos no n.º 1 do artigo 5.º -A do Regulamento aprovado pela


Portaria n.º 487/83, de 27 de abril, alterada pelas Portarias n.os 623/88, de 8 de
setembro, e 884/94, de 1 de outubro, e pelo Despacho n.º 22665/2007, de 28 de
setembro, podem ser exercidos até 60 dias a contar da data de entrada em vigor do
presente Regulamento.

2 — O não pagamento das contribuições decorrentes do exercício dos direitos


referidos no número anterior até ao último dia do mês seguinte ao da notificação
pela Caixa para o efeito preclude o respetivo direito.
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Artigo 119.º

Inscrição das sociedades

1 - As sociedades de advogados, de solicitadores e de agentes de execução já


constituídas à data da entrada em vigor do presente diploma deverão
obrigatoriamente inscrever-se na Caixa no prazo de trinta dias após a entrada em
vigor do presente regulamento indicando o número de associados no ano transato.

2 – As sociedades que venham a constituir-se em data posterior à entrada em vigor


do presente regulamento deverão inscrever-se na Caixa no prazo de trinta dias após
o registo da sua constituição e proceder do mesmo modo referido no número
anterior.

Artigo 120º

Retificação do escalão contributivo

Os beneficiários que tenham optado por um escalão superior ao mínimo legal


aplicável a cada situação contributiva poderão, no prazo de seis meses a contar da
entrada em vigor do presente regulamento, requerer a retificação do escalão
contributivo respeitante às contribuições em dívida com referência a um escalão
inferior ao inicialmente escolhido.
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