Solucões Dos Exercícios de Analise Real Vol. 1 - Elon Lages Lima (Maratona A) PDF
Solucões Dos Exercícios de Analise Real Vol. 1 - Elon Lages Lima (Maratona A) PDF
Solucões Dos Exercícios de Analise Real Vol. 1 - Elon Lages Lima (Maratona A) PDF
8 de dezembro de 2011
Sum
ario
1 Soluco
es-An
alise Real Volume 1 (Elon no)
1.1
Notacoes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1.2
1.2.1
N
umeros naturais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1.2.2
Conjuntos nitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1.2.3
Conjuntos innitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.2.4
Conjuntos enumeraveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.3
1.4
1.5
1.6
Captulo 2-N
umeros reais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.3.1
R e um corpo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.3.2
R e um corpo ordenado
1.3.3
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
Captulo 3-Sequencias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
1.4.1
1.4.2
Limites e desigualdades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
1.4.3
1.4.4
Limites innitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Series convergentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
1.5.2
1.5.3
Teste de convergencia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
1.5.4
Comutatividade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
Conjuntos abertos
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
1.6.2
Conjuntos fechados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
SUMARIO
1.7
1.8
1.9
1.6.3
Pontos de acumulacao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
1.6.4
Conjuntos compactos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
1.6.5
O conjunto de Cantor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
1.7.2
Limites laterais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
1.7.3
1.8.2
1.8.3
1.8.4
Continuidade uniforme . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
1.9.2
1.9.3
1.9.4
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 162
SUMARIO
Captulo 1
Soluc
oes-An
alise Real Volume 1
(Elon no)
Este texto ainda nao se encontra na sua versao nal, sendo, por enquanto, constitudo apenas de anotacoes informais. Sugestoes para melhoria do texto, correcoes da
parte matematica ou gramatical eu agradeceria que fossem enviadas para meu Email
[email protected].
Se houver alguma solucao errada, se quiser contribuir com uma solucao diferente ou
ajudar com uma solucao que nao consta no texto, tambem peco que ajude enviando a
solucao ou sugestao para o email acima, colocarei no texto o nome da pessoa que tenha
ajudado com alguma solucao. Espero que esse texto possa ajudar alguns alunos que
estudam analise pelo livro do Elon.
Os exerccios que possuem dicas no nal do livro sao feitos, em geral, seguindo essas dicas, porem em alguns casos resolvemos um problema mais geral e tirando o exerccio como
corolario direto de outra proposicao, outras vezes damos solucoes diferentes. Tentamos
detalhar essas solucoes tornando claras passagens que poderiam ser obscuras.
Os enunciados das questoes sao escritos no texto ,na maioria das vezes alterados,
porem tomamos o cuidado de manter a essencia de cada questao.
A exposicao do texto segue a linha Teorema-Demonstracao.
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
1.1
Notac
oes
A[xn ].
Usaremos a abreviacao P BO para princpio da boa ordenacao.
Denotamos f (x + 1) f (x) = f (x).
Usamos notacao Qxn =
xn+1
.
xn
xn a.
1.2
1.2.1
Quest
ao 1 a)
Propriedade 1. Mostrar que
k=
k=1
n(n + 1)
.
2
Demonstrac
ao. Por inducao sobre n. Para n = 1 a igualdade vale pois
1
k=1=
k=1
k=
k=1
n+1
k=1
k=
1(2)
.
2
n(n + 1)
2
(n + 1)(n + 2)
.
2
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
k = (n + 1) +
k=1
k = (n + 1) +
k=1
n(n + 1)
n
(n + 1)(n + 2)
= (n + 1)(1 + ) =
2
2
2
Quest
ao 1 b)
Propriedade 2. Mostrar que
(2k 1) = n2 .
k=1
Demonstrac
ao. Por inducao sobre n. Para n = 1 temos
1
(2k 1) = 2.1 1 = 1 = 12 .
k=1
(2k 1) = n2
k=1
n+1
(2k 1) = (n + 1)2 .
k=1
k=1
(2k 1) =
(2k 1) + 2n + 1 = n2 + 2n + 1 = (n + 1)2
k=1
Quest
ao 2
Propriedade 3 (Axioma de Eudoxius). Dados m e n naturais com n > m entao existe
q N tal que
qm n < (q + 1)m.
Demonstrac
ao. Seja A = {x.m | xm > n, x N }, tal conjunto e nao vazio pois
(n + 1).m > n, pelo P BO ele possui um menor elemento. Sabemos tambem que m nao
pertence a esse conjunto, entao x > 1, x sempre e sucessor de algum n
umero natural ,
entao podemos tomar o elemento mnimo de A da forma (q + 1)m. Tem-se (q + 1) > q
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
logo (q + 1).m > q.m, assim q.m nao pode pertencer ao conjunto A, pois iria contrariar
o P BO, logo por tricotomia vale q.m n e
q.m n < (q + 1).m.
Propriedade 4 (Divisao Euclidiana). Dados n > m, entao existe q tal que n = q.m ou
qm + r = n com r < m.
Demonstrac
ao.
Pelo axioma de Eudoxius existe q tal que q.m n < (q + 1).m. da q.m = n ou
q.m < n, se a primeira vale a demonstracao termina, se vale a segunda existe r N tal
que q.m + r = n. Agora analisamos as possibilidades para r, se r = m, q.m + m = n,
m(q + 1) = n que e absurdo. Se r > m entao q.m + r = n > q.m + m = m(q + 1) que
tambem e absurdo, como nao vale r m entao por tricotomia vale r < m
Quest
ao 3
Propriedade 5. Seja A = subconjunto de N , com propriedade
n, m A m, m + n A
entao existe t N tal que A = {tn | n N }.
Demonstrac
ao. A e nao vazio, entao ele possui um elemento mnimo t. Primeiro
vamos mostrar que B = {tn | n N } A. t A, supondo tn A vamos mostrar que
t(n + 1) A. A propriedade vale pois t(n + 1) = tn + t a adicao e fechada em A. Entao
os m
ultiplos de t pertencem ao conjunto A.
Agora dado um elemento m A, tomamos a divisao euclidiana de m por t, da existe
q N tal que m = q.t ou r N tal que m = q.t + r. Se vale para todo m a primeira
possibilidade entao A B implicando A = B. Vamos mostrar que a segunda nao ocorre.
Se m A e da forma qt + r, como qt A segue que r A, mas vale r < t o que
contraria a minimalidade de t, entao essa possibilidade nao pode acontecer e vale sempre
m = q.t
Quest
ao 4
Propriedade 6. Nao existe x N tal que n < x < n + 1.
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
1.2.2
Conjuntos nitos
Quest
ao 1 a)
Propriedade 8. Se B e nito e A B entao |A| |B|. (notacao |A| e o n
umero de
elemento de A e A ( B signica que A e subconjunto proprio de B, isto e A B e
A = B).
Demonstrac
ao. Faremos o caso de B = In . Como A e subconjunto de um conjunto
nito entao ele e nito, seja entao |A| = m, supondo por absurdo que m > n vale In ( Im
e de A In ( Im segue que A ( Im , isto e, A e subconjunto proprio de Im , porem como
|A| = m, existe bijecao entre Im e A, absurdo! pois nao pode existir bijecao entre um
conjunto nito e sua parte propria.
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
10
Quest
ao 1 b)
Propriedade 9. Se A e B sao nitos e disjuntos com |A| = n e |B| = m entao A B e
nito com |A B| = m + n.
Demonstrac
ao. Existem bijecoes f : In A, g : Im B. Denimos h : Im+n
A B como h(x) = f (x) se 1 x n e h(x) = g(x n) se 1 + n x m + n
(1 x n m), como h e bijecao segue o resultado.
Propriedade 10. Se A e B sao conjuntos nitos nao necessariamente disjuntos vale a
relacao
|A B| = |A| + |B| |A B|.
Demonstrac
ao. Escrevemos A como a uniao disjunta A = (A \ B) (A B), da
|A| |A B| = |A \ B| agora escrevemos A B = (A \ B) B, uniao disjunta logo
|A B| = |A \ B| + |B|
usando a primeira expressao segue que
|A B| = |A| + |B| |A B|.
Quest
ao 1 c)
Propriedade 11. Sejam (A1 , A2 , , An ) = (Ak )n1 (notacao) conjunto nitos dois a dois
n
n
n
mk .
disjuntos, onde |Ak | = mk entao |
Ak | =
|Ak | =
k=1
k=1
k=1
Demonstrac
ao. Inducao sobre n.
Propriedade 12. Se A e B sao nitos e disjuntos com |A| = m e |B| = n entao A B
e nito com |A B| = m.n.
Demonstrac
ao. Podemos escrever A B =
k=1
m, logo
|A B| = |
k=1
Ak | =
k=1
|Ak | = m.n.
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
11
Quest
ao 2
Propriedade 13. Seja |A| = n entao |P (A)| = 2n .
Demonstrac
ao. Por inducao sobre n, se n = 1, entao A = {a1 } possui dois subconjuntos que sao e {1 }. Suponha que qualquer conjunto qualquer B com n elementos
tenha |P (B)| = 2n , vamos provar que um conjunto C com n + 1 elementos implica
|P (C)| = 2n+1 . Tomamos um elemento a C, C \ {a} possui 2n subconjuntos (por
hipotese da inducao), sk de k = 1 ate k = 2n , que tambem sao subconjuntos de C, porem
podemos formar mais 2n subconjuntos de C com a uniao do elemento {a}, logo no total
temos 2n + 2n = 2n+1 subconjuntos de C e mais nenhum subconjunto, pois nao temos
nenhum outro elemento para unir aos subconjuntos dados.
Quest
ao 3
Propriedade 14. Sejam (Ak )n1 com |Ak | = mk entao |
Ak | =
k=1
k=1
|Ak | =
mk .
k=1
Demonstrac
ao. Por inducao sobre n.
Propriedade 15. Se |A| = m e |B| = n entao |F (A; B)| = nm .
Demonstrac
ao.[1] Faremos o caso em que A = Im . As funcoes de F (Im ; B) sao m
uplas, sendo que em cada coordenada existem n possibilidades de elementos
F (Im ; B) =
k=1
da
|F (Im ; B)| = |
k=1
B| =
|B| = nm .
k=1
No caso geral mostramos que existe uma bijecao entre F (Im ; B) e F (A; B) logo tais
conjuntos possuem a mesma quantidade de elementos.
Demonstrac
ao.[2] Por inducao sobre m. Para m = 1. A = {a1 } e B = {b1 , , bn },
temos n funcoes fk (a1 ) = bk , k In . Suponha a validade para um conjunto A qualquer
com m elementos, vamos provar para A com |A| = m+1. Tomamos a A, da A\{a} = A
possui m elementos, logo |F (A , B)| = nm , podemos estender cada ft : A B para
f : A B de n maneiras diferentes, tomando f (a) = bk , k In , logo temos no total
nnm = nm+1 funcoes
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
12
Quest
ao 4
Propriedade 16. Se A = N e limitado superiormente entao A possui maximo.
Demonstrac
ao. Seja B = {n N | n > x, x A.} , B e um conjunto nao vazio de
n
umeros naturais, logo pelo princpio da boa ordenacao B possui um elemento mnimo,
tal elemento nao pode ser o n
umero 1 entao ele e sucessor de algum n
umero natural, que
denotaremos por t + 1, logo t tem que satisfazer uma das propriedades, existe y A tal
que t < y ou existe y A tal que t = y . A primeira opcao nao pode valer pois teramos
t < y < t + 1 que e absurdo . Vamos mostrar que tal y realmente e o maximo do conjunto.
Seja z = y elemento de A, entao z < y, pois se t = y < z, entao t < z < t + 1 que e
absurdo.
Propriedade 17. Um conjunto A = , A N e nito sse e limitado.
1.2.3
Conjuntos innitos
Quest
ao 1 a)
Propriedade 18. Se A e innito e f : A B e injetiva entao B e innito.
Demonstrac
ao. f : A f (A) e bijecao e f (A) B e innito, logo B e innito , B
nao pode ser nito, pois todo subconjunto de um conjunto nito e nito. f (A) nao pode
ser nito, pois se fosse A estaria em bijecao com um conjunto nito logo seria nito.
Quest
ao 1 b)
Propriedade 19. Se B e innito e f : A B e sobrejetiva entao A e innito.
Demonstrac
ao. Dado y B escolhemos x A tal que f (x) = y e com isso denimos
a funcao g : B A tal que g(y) = x, g e injetiva entao pelo resultado anterior segue que
A e innito.
Quest
ao 2
Propriedade 20. Se A e innito entao existe funcao injetiva f : N A.
CAPITULO 1. SOLUC
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ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
13
Demonstrac
ao. Podemos denir f indutivamente. Tomamos inicialmente x1 A e
n
k=1
{xk } nunca e vazio pois A e innito. f e injetora pois tomando m > n tem-se
k=1
f (n)
m1
m1
k=1
k=1
{xk } e f (m) A \
{xk }.
Corol
ario 1. Existe funcao injetiva de um conjunto nito B num conjunto innito A.
Propriedade 21. Sendo A innito e B nito existe funcao sobrejetiva g : A B.
Demonstrac
ao. Existe funcao injetiva f : B A, logo f : B f (B) A e
bijecao, possuindo inversa g 1 : f (B) B. Considere a funcao f : A B denida como
f (x) = g 1 (x) se x f (B) e f (x) = x1 B se x
/ f (B), f e funcao sobrejetiva.
Quest
ao 3
Propriedade 22. Existem innitos n
umeros primos.
Demonstrac
ao. Suponha que existam (pk )n1 ,n primos, vamos mostrar que existe
mais um primo distinto dos anteriores . Considere
s=(
pk ) +1
|k=1
{z }
=a
se esse n
umero e primo a demonstracao termina, se nao, ele e composto e ira existir um
n
umero primo p tal que p|s, tal p nao pode ser nenhum dos pk dados pois se pk |s entao
pk |(s a) = 1 que e absurdo, assim ele possui um fator primo p = pk .
Uma maneira de denotar tal fato e escrever
lim (n) = .
Exemplo 1. O produto de primos consecutivos adicionados de 1 nao sao sempre primos
2 + 1 = 3 e primo
2.3 + 1 = 7 e primo
CAPITULO 1. SOLUC
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14
2.3.5 + 1 = 31 e primo
2.3.5.7 + 1 = 211 e primo
2.3.5.7.11 + 1 = 2311 e primo
2.3.5.7.11.13 + 1 = 30031 = 509.59 nao e primo
2.3.5.7.11.13.17 + 1 = 510511 = 19.97.277 nao e primo
Quest
ao 4
Exemplo 2. Dar exemplo de uma sequencia (Ak ) decrescente de conjuntos innitos cuja
interseccao seja vazia.
Considere os conjuntos denidos como Ak = {n N | n > k}, cada um desses conjuntos e innito e vale Ak Ak+1 , porem nao existe elemento que pertenca ao interseccao
Ak
k=1
se houvesse algum t que pertencesse a interseccao entao tal t deveria ser elemento de todo
Ak , porem isso nao acontece, pois existe k tal que k > t, da todos elementos de Ak sao
maiores que t.
1.2.4
Conjuntos enumer
aveis
Quest
ao 1
Exemplo 3. f : N N N denida como f (m + 1, n) = 2m (2n 1) e f (1, n) = 2n 1 e
uma bijecao. Dado um n
umero natural n qualquer, podemos escrever esse n
umero como
produto dos seus fatores primos
n=
k=1
pk k = 21 .
pk k
k=2
CAPITULO 1. SOLUC
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REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
15
se m = p os n
umeros serao diferentes pela unicidade de fatoracao (2s 1 nao possui
fatores 2 pois sempre e mpar), entao devemos ter m = p, da segue que n = q e termina
a demonstracao.
Quest
ao 2
Exemplo 4. Existe g : N N sobrejetiva tal que g 1 (n) e innito para cada n N .
Seja f : N N denida como f (n) = k se n e da forma n = pk k onde pk e o k-esimo
n
umero primo e f (n) = n caso contrario, f e sobrejetiva e existem innitos n N tais
que f (n) = k para cada k natural.
Quest
ao 3
Exemplo 5. Exprimir N =
k=1
Tome Nk+1 =
{pk k , k
Nk , cada um
k=2
k=1
Pk
CAPITULO 1. SOLUC
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16
Quest
ao 5
Daremos duas demonstracoes para essa questao uma mais direta outra um pouco mais
longa.
Propriedade 24. O conjunto X das sequencias (xn ) tais que dado n, xn = 0 ou xn = 1
e nao enumeravel.
Demonstrac
ao.
Vamos supor por absurdo que tal conjunto seja enumeravel com a enumeracao s : N
X , tal que dado v natural associamos a sequencia sv = (xv (n) ). Podemos entao tomar
o elemento y = (yn ), denido da seguinte maneira: yn = xn (n) , podemos tomar yn dessa
maneira pois se para n xo vale xn (n) = 0 escolhemos yn = 1, se xn (n) = 1 escolhemos
yn = 0, da tem-se que y = sv para todo v natural, logo y nao pertence a enumeracao, o
que e absurdo. Logo a sequencia e nao enumeravel.
Propriedade 25. P (N ) e nao enumeravel.
Demonstrac
ao. Denimos a funcao f : X P (N ) (onde X e o conjunto de
sequencias de elementos 0 ou1 ) da seguinte maneira para cada sequencia (xk ), denimos f (xk ) = V = {k | xk = 0}. Tal funcao e bijecao pois dadas duas sequencias distintas
(xk ) e (yk ) entao existe k tal que xk = yk , sem perda de generalidade, yk = 0 entao
k
/ f (yk ) e k f (xk ) logo as imagens sao distintas. A funcao tambem e sobrejetiva pois
dado um subconjunto V N a ele esta associado a sequencia (xk ) onde xk = 0 se k
/V
e xk = 1 se k V .
Como tal funcao e bijecao e X e nao enumeravel, segue que P (N ) tambem e nao
enumeravel.
Teorema 1 (Cantor). Sejam A um conjunto arbitrario e B um conjunto contendo pelo
menos dois elementos, entao nenhuma funcao f : A F (A, B) e sobrejetiva.
Demonstrac
ao. A funcao f : A F (A, B) associa a um elemento de x de A a
um elemento y de F (A, B), que por sua vez e uma funcao de A em B, y : A B, que
denotaremos por fx = y. Para mostrar que f nao e sobrejetiva, temos que mostrar que
existe z em F (A, B) tal que para nenhum x A vale fx = z.
Deniremos z : A B da seguinte maneira, para todo x A xo temos que fx (x) e
um elemento de B, como B possui no mnimo dois elementos, entao associamos z(x) a um
CAPITULO 1. SOLUC
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17
f 1 (y)
yB
CAPITULO 1. SOLUC
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REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
1.3
1.3.1
18
Captulo 2-N
umeros reais
R
e um corpo
Quest
ao 1 a)
Propriedade 28 (Unicidade do elemento neutro da adicao). Se x + = x para algum
x R entao = 0.
Demonstrac
ao. Vale que x + = x + 0, logo pela lei do corte segue = 0.
Quest
ao 1 b)
Propriedade 29 (Unicidade do elemento neutro da multiplicacao). Se x.u = x para todo
x R entao u = 1.
Demonstrac
ao. Tomamos x = 0 ele possui inverso x1 multiplicando por x1 de
ambos lados segue que u = 1.
Quest
ao 1 c)
Propriedade 30. Se x + y = 0 entao y = x.
Demonstrac
ao. Adicionamos x em ambos lados.
Quest
ao 1 d)
Propriedade 31. Se x.y = 1 entao y = x1 .
Demonstrac
ao. Como x.y = 1 entao nenhum dos n
umeros e nulo, logo ambos
possuem inverso, multiplicamos em ambos lados por x1 de onde segue o resultado.
Quest
ao 2
Propriedade 32.
(bd)1 = b1 .d1 .
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
Demonstrac
ao.
(bd)1 .bd = 1
b1 .d1 .b.d = 1
logo (bd)1 = b1 .d1 . por unicidade de inverso .
Propriedade 33.
a c
ac
. = .
b d
bd
Demonstrac
ao.
a c
ac
. = a.b1 .c.d1 = ac.b1 .d1 = ac.(bd)1 = .
b d
bd
Propriedade 34.
a c
a+c
+ =
.
d d
d
Demonstrac
ao.
a c
a+c
+ = d1 a + d1 c = d1 (a + c) =
d d
d
por distributividade do produto em relacao a soma.
Propriedade 35.
a c
ad + bc
+ =
.
b d
bd
Demonstrac
ao.
a c
ad cb
ad cb
ad + bc
+ =
+
=
+
=
.
b d
bd db
bd db
bd
Quest
ao 3
Propriedade 36. (x1 )1 = x.
Demonstrac
ao. Pois x.x1 = 1, logo x e o inverso de x1 , isto e x = (x1 )1 .
Corol
ario 4.
pois
( )1
a
b
=
b
a
( )1
b
a
= (ab1 )1 = a1 b =
b
a
19
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
20
Quest
ao 4
Propriedade 37. Mostrar que
n
xk =
k=0
1 xn+1
1x
para x = 1.
Demonstrac
ao. Usamos a soma telescopica
n
xk+1 xk = xn+1 1
k=0
k=0
1.3.2
xk =
xn+1 1
1 xn+1
=
.
x1
1x
R
e um corpo ordenado
Quest
ao 1
Vamos dar algumas demonstracoes da desigualdade triangular e tirar a questao como
corolario.
Propriedade 38. Sejam 0 x e 0 y. Se x2 y 2 entao x y.
Demonstrac
ao.
Vale (x y)(x + y) 0
como 0 = x + y deve valer (x y) 0 da x y .
Propriedade 39 (Desigualdade triangular).
|a + b| |a| + |b|
para quaisquer a e b reais.
Demonstrac
ao.
a.b |ab| = |a||b|
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
21
Demonstrac
ao.[2] Valem as desigualdades
|a| a |a|, |b| b |b|
somando ambas
(|b| + |a|) a + b |b| + |a|
que equivale `a
|a + b| |a| + |b|.
Demonstrac
ao.[3] Sabemos que vale sempre x |x| e y |y| entao x + y |x| + |y|,
da se 0 x + y temos
|x + y| = x + y |x| + |y|.
Vale tambem que x |x| e y |y| entao se x + y < 0 segue |x + y| = (x + y)
|x| + |y|. Em qualquer dos casos temos |x + y| |x| + |y|.
Corol
ario 5. Na desigualdade triangular
|a + b| |a| + |b|
tomando a = x y , b = y z segue
|x z| |x y| + |y z|
Quest
ao 2
Propriedade 40.
||a| |b|| |a b|.
CAPITULO 1. SOLUC
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22
Demonstrac
ao. Pela desigualdade triangular temos que
|a| |a b| + |b| logo |a| |b| |a b|
tem-se tambem que
(
)
|b| |a b| + |a| |b| |a| = |a| |b| |a b| |a b| |a| |b|
juntando as duas desigualdades
|a b| |a| |b| |a b|
que implica
||a| |b|| |a b|.
Quest
ao 3
Propriedade 41. Dados x, y R, se x2 + y 2 = 0 entao x = y = 0.
Demonstrac
ao. Suponha que x = 0, entao x2 > 0 e y 2 0 de onde segue que
x2 +y 2 > 0 , absurdo entao deve valer x2 = 0 x = 0 logo temos tambem y 2 = 0 y = 0,
portanto x = y = 0.
Quest
ao 4
Exemplo 6. Mostre que
x2
(1 + x) 1 + nx + n(n 1)
2
n
x2
.
2
x2
=1+x
2
x2
2
CAPITULO 1. SOLUC
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23
(1+x)
(
) (
)
x2
n+1
n+1 2
n(n 1)x2
1+(n+1)x+(n+1)(n) = 1+
x+
x = 1+nx+
+x+nx2
2
1
2
2
(1 + x)n+1 C(n, x) + x + nx2
x2
x2
1 + nx n(n 1) 0
2
2
CAPITULO 1. SOLUC
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24
Quest
ao 6
Propriedade 42. |a b| < |a| < |b| + .
Demonstrac
ao. Partindo da desigualdade |a b| < , somamos |b| a ambos lados
|a b| + |b| < + |b|
e usamos agora a desigualdade triangular
|a| |a b| + |b| < + |b|
da segue
|a| + |b|.
Quest
ao 7
Propriedade 43. Sejam (xk )n1 e (yk )n1 n
umeros reais, entao vale a desigualdade
n
n
n
2
2
xk yk ) ( (xk ) )( (yk )2 ).
(
Demonstrac
ao. Dado f (x) =
k=1
k=1
k=1
n
k=1
(xk + xyk )2 =
(xk )2 +x 2
|k=1{z }
k=1
(xk yk ) +x2
| k=1{z
(yk )2
|k=1{z }
a
n
n
2
(xk yk )) 4( (xk ) )( (yk )2 )
k=1
k=1
k=1
2
2
(
xk yk ) ( (xk ) )( (yk )2 ).
k=1
k=1
k=1
CAPITULO 1. SOLUC
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25
Quest
ao 8
Propriedade 44. Sejam
ak
(, ) e tk , bk > 0 para cada k In , entao vale que
bk
n
k=1
n
tk ak
(, ).
tk bk
k=1
Demonstrac
ao. Vale para cada k
<
tk ak
<
tk bk
como cada tk bk > 0, podemos multiplicar por tal termo em ambos lados sem alterar a
desigualdade, camos entao com
tk bk < tk ak < tk bk
, tomando a soma
k=1
n
tk bk <
tk a k <
logo
<
tk bk
k=1
k=1
k=1
tk a k
k=1
n
<
tk bk
k=1
n
implicando que
k=1
n
tk ak
(, ).
tk bk
k=1
k=1
n
ak
(, ).
bk
k=1
1.3.3
R
e um corpo ordenado completo
Quest
ao 1
Vamos primeiro demonstrar alguns resultados podem ser usados para resolver as
questoes.
CAPITULO 1. SOLUC
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26
a<x+ , b<y+
2
2
somando ambas desigualdades-segue-se que
a+b<x+y+
que mostra que a + b e a menor cota superior, logo o supremo, ca valendo entao
sup(A + B) = sup(A) + sup(B).
Propriedade 49. inf(A + B) = inf A + inf B
Demonstrac
ao. Sejam a = inf A e b = inf B entao x, y A, B tem-se a x, b y
de onde segue por adicao a + b x + y, assim a + b e cota inferior de A + B. x, y A, B
tal que > 0 vale x < a + e y < b + pois a e b sao as maiores cotas inferiores,
2
2
somando os termos das desigualdades segue x + y < a + b + , que implica que a + b e a
maior cota inferior logo o nmo.
CAPITULO 1. SOLUC
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27
CAPITULO 1. SOLUC
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28
Quest
ao 2
Deni
c
ao 3. Sejam A e B conjuntos nao vazios, denimos A.B = {x.y | x A, y B}.
Propriedade 52. Sejam A e B conjuntos limitados de n
umeros positivos, entao vale
sup(A.B) = sup(A). sup(B).
Demonstrac
ao. Sejam a = sup(A) e b = sup(B) entao valem x a e y b, x
t
A, y B da x.y a.b, logo a.b e cota superior de A.B. Tomando t < a.b segue que < b
a
t
t
t
logo existe y B tal que < y da < a logo existe x A tal que < x logo t < x.y
a
y
y
entao t nao pode ser uma cota superior, implicando que a.b e o supremo do conjunto.
Propriedade 53. Sejam A e B conjuntos limitados de n
umeros positivos, entao vale
inf(A.B) = inf(A). inf(B).
Demonstrac
ao. Sejam a = inf(A) e b = inf(B) entao valem x a e y b, x
t
A, y B da x.y a.b, logo a.b e cota inferior de A.B. Tomando t > a.b segue que > b
a
t
t
t
logo existe y B tal que > y da > a logo existe x A tal que > x logo t < x.y
a
y
y
entao t nao pode ser uma cota inferior, implicando que a.b e o infmo do conjunto.
Propriedade 54. Sejam f, g : A R+ limitadas superiormente, entao
sup(f.g) sup(f ) sup(g).
Demonstrac
ao. Sejam C = {g(x).f (x) | x A} , B = {g(y). | y A} e A =
{f (x) | x A} . Vale que C A.B, da
sup(A.B) sup(C)
sup(A) sup(B) sup(C)
sup(f ) sup(g) sup(f.g).
Propriedade 55. Sejam f, g : A R+ limitadas superiormente, entao
inf(f.g) inf(f ) inf(g).
CAPITULO 1. SOLUC
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29
Demonstrac
ao. Sejam C = {g(x).f (x) | x A} , B = {g(y). | y A} e A =
{f (x) | x A} . Vale que C A.B, da
inf(A.B) inf(C)
inf(A) inf(B) inf(C)
inf(f ) inf(g) inf(f.g).
Exemplo 9. Sejam f, g : [1, 2] R dadas por f (x) = x e g(x) =
1
, vale sup f = 2,
x
1
1
vale inf f. inf g = e inf(f.g) = 1 portanto
2
2
inferior de f 2 , e e a maior cota inferior pois se a2 < c entao a < c logo existe x tal que
a < f (x) < c e da a2 < f (x)2 < c logo a2 e a maior cota inferior inf(f 2 ) = inf(f )2 .
Quest
ao 4
Exemplo 10.
limitado superiormente por 2 pois se fosse x > 2 entao x2 > 4 que e absurdo. Os
conjuntos X e Y sao disjuntos, pois x nao pode satisfazer x2 < 2 e x2 > 2 . Dado
y Y vale y > x pois se fosse y < x teramos y 2 < x2 < 2 que e absurdo pois
y 2 > 4.
X nao possui elemento maximo. Seja x X ent
ao x2 < 2, 0 < 2 x2 , vale tambem
2 x2
, podemos entao tomar um racional r < 1 tal que
que 2x + 1 > 0, da 0 <
2x + 1
CAPITULO 1. SOLUC
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REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
30
2 x2
, e vale ainda x + r X, pois de r < 1 tem-se r2 < r e da relacao
2x + 1
r(2x + 1) < 2 x2 implica
0<r<
possui maximo. Se a2 > 2 entao a Y , porem Y nao possui mnimo o que implica
existir c Y tal que x < c < aX o que contradiz o fato de a ser a menor cota
superior (supremo). Sobre entao a possibilidade de ser a2 = 2.
Quest
ao 5
Propriedade 57. O conjunto dos polinomios com coecientes racionais e enumeravel.
Demonstrac
ao. Seja Pn o conjunto dos polinomios com coecientes racionais de grau
n a funcao f : Pn Qn+1 tal que
n
P(
ak xk ) = (ak )n1
k=0
e uma bijecao. Como Qn+1 e enumeravel por ser produto cartesiano nito de conjuntos
enumeraveis, segue que Pn e enumeravel.
Sendo A o conjunto dos polinomios de coecientes racionais, vale que
A=
k=1
Pk
CAPITULO 1. SOLUC
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31
B=
g 1 (y)
yf (B)
CAPITULO 1. SOLUC
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32
a
/ I, b I, o intervalo e do tipo (a, b].
aI eb
/ I, o intervalo e do tipo [a, b).
a
/ I e b
/ I tem-se o intervalo (a, b). Com isso terminamos os tipos nitos de
intervalos.
Se I e limitado inferiormente porem nao superiormente.
a I , gera o intervalo [a, ).
a
/ I, tem-se o intervalo (a, ).
Ou
ltimo caso, I nao e limitado
I = (, )
1.4
Captulo 3-Sequ
encias
1.4.1
Quest
ao 1
Propriedade 60. Uma sequencia periodica e convergente sse e constante.
Demonstrac
ao. Considere as subsequencias da sequencia (xk ) que possui perodo p
(x1 , x1+p , x1+2p , ) = (x1+kp )kN
(x2 , x2+p , x2+2p , ) = (x2+kp )kN
..
.
(xp1 , xp1+p , xp1+2p , ) = (xp1+kp )kN
cada sequencia dessas e constante e possui valor sempre igual ao seu primeiro termo pelo
fato da sequencia ser periodica de perodo p, xn+p = xn . Se (xk ) converge entao todas suas
CAPITULO 1. SOLUC
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ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
33
subsequencias devem convergir para o mesmo valor, entao deve valer x1 = x2 = = xp1
e cada termo da sequencia (xk ) deve pertencer a uma dessas subsequencias, disso segue
que (xk ) e constante.
Quest
ao 2
Propriedade 61. Se lim x2n = a lim x2n1 = a entao lim xn = a.
Demonstrac
ao. Sejam yn = x2n e zn = x2n1 como temos lim yn = lim zn = a, para
qualquer > 0 existem n0 e n1 tais que para n > n0 vale yn (a , a + ) e n > n1
vale zn (a , a + ), escolhendo n2 = max{n0 , n1 } temos simultaneamente zn , yn
(a , a + ), x2n1 , x2n (a , a + ), entao para n > 2n2 1 temos xn (a , a + )
logo vale lim xn = a.
Quest
ao 3
Propriedade 62. Se lim xn = a entao lim |xn | = |a|.
Demonstrac
ao. Se lim xn = a entao
> 0, n0 N | n > n0 |xn a| <
porem temos a desigualdade ||xn | |a|| |xn a| logo ||xn | |a|| < e lim |xn | = |a|.
Quest
ao 4
Propriedade 63. Se uma sequencia monotona possui subsequencia limitada, entao a
sequencia e limitada.
Demonstrac
ao. Suponha que (xn ) seja nao-decrescente e possua uma subsequencia
limitada, vamos mostrar que para todo n natural vale xn < M para algum M . Como a
subsequencia de (xn ) e limitada, entao para todo n N existe n0 N tal que n0 > n e n0
e ndice da subsequencia limitada de (xn ) com isso tem-se xn xn0 e como a subsequencia
e limitada, existe M tal que xn0 < M , da por transitividade xn < M , isso implica que
(xn ) e limitada superiormente e como a sequencia nao-decrescente e limitada inferiormente
entao ela e limitada.
CAPITULO 1. SOLUC
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REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
34
Corol
ario 7. Se uma sequencia monotona possui subsequencia limitada entao ela e convergente, pois a sequencia monotona sera limitada e toda sequencia monotona limitada e
convergente.
Corol
ario 8. Em especial se uma sequencia monotona possui subsequencia convergente,
entao essa subsequencia e limitada e da a sequencia monotona e convergente.
Quest
ao 5
Deni
c
ao 6 (Valor de aderencia). Um n
umero real a e dito valor de aderencia de uma
sequencia (xn ), quando existe uma subsequencia de (xn ) que converge para a. Simbolizaremos o conjunto dos valores de aderencia de uma sequencia por A[xn ].
Corol
ario 9. Se uma sequencia e convergente entao todas subsequencias convergem para
o mesmo limite que e o limite da sequencia, entao se uma sequencia e convergente ela
possui apenas um valor de aderencia, isto e, se lim xn = a entao A[xn ] = {a} = {lim xn }.
Exemplo 11. Os racionais sao densos na reta e sao enumeraveis, entao podemos tomar
uma sequencia (xn ) que enumera os racionais, logo pra essa sequencia vale A[xn ] = R, pois
tomando qualquer valor a R qualquer intervalo (a , a + ) para qualquer possui
innitos racionais, elementos da sequencia, entao podemos com esses innitos valores
tomar uma subsequencia de (xn ) que converge para a. Em especial os racionais em [0, 1]
sao enumeraveis e densos logo tomando uma enumeracao (xn ) dos racionais nesse conjunto
temos A[xn ] = [0, 1].
Exemplo 12. A sequencia (1, 2, 3, 1, 2, 3, 1, 2, 3, ) que satisfaz x1 = 1, x2 = 2, x3 = 3
sendo periodica de perodo 3, xn+3 = xn , tem A[xn ] = {1, 2, 3}.
Exemplo 13. Dar o exemplo de uma sequencia (xn ) que possua A[xn ] = N. Para que
isso aconteca e necessario que cada n
umero natural apareca innitas vezes na sequencia.
Denimos a sequencia (xn ) como xn = k se n e da forma pk k , onde pk e o k-esimo primo e
k N , da existem innitos valores de n tais que xn = k com isso geramos subsequencias
CAPITULO 1. SOLUC
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REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
35
que convergem para um k qualquer dado, denimos tambem xn = 1 caso n nao seja da
forma pk k , apenas para completar a denicao da sequencia.
Quest
ao 6
Propriedade 64. a A[xn ] > 0, k N exista n > k tal que |xn a| < .
Demonstrac
ao.
. Se a e valor de aderencia de (xn ), entao ela possui uma subsequencia que converge
para a, logo para qualquer > 0 e k N xo, existe n ndice da subsequencia tal que
n > k e |xn a| < .
. Supondo que > 0, k N exista n > k tal que |xn a| < .
No primeiro passo tomamos = 1 e k = 1 da existe n1 > 1 tal que xn1 (a 1, a + 1).
1
1
1
Podemos tomar agora = e k = n1 entao existe n2 > n1 tal que xn2 (a , a + ),
2
2
2
1
e k = nt da existe nt+1 > nt tal que xnt+1
na t + 1-esima etapa tomamos =
t+1
1
1
,a +
), logo construmos uma subsequencia (xnt ) tal que lim xnt = a.
(a
t+1
t+1
Quest
ao 7
Corol
ario 10. Negamos a proposicao anterior.
a
/ A[xn ] > 0, k N tal que para todo n > k implique |xn a| .
1.4.2
Limites e desigualdades
Quest
ao 1
Propriedade 65. Se lim xn = a, lim yn = b e |xn yn | para todo n, entao |a b| .
Demonstrac
ao. Suponha por absurdo que |a b| < e |yn xn | . Podemos
| {z }
=1
tomar n > n0 tal que |yn b| < 2 e |xn a| < 3 onde 1 + 2 + 3 < , que pode ser
feito, pois basta tomar 2 + 3 < 1 logo
| {z }
>0
CAPITULO 1. SOLUC
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36
Quest
ao 2
Propriedade 66 (Permanencia de sinal ). Se lim xn = b com b > 0 entao no maximo uma
quantidade nita de termos dessa sequencia pode nao ser positiva, isto e, existe n0 N
tal que para n > n0 vale xn > 0.
Demonstrac
ao. Como lim xn = b para todo > 0 existe n0 tal que para n > n0
b
b
2b b
b
temos |xn b| < , xn (b , b + ) tomando = temos b = b =
=
2
2
2
2
3b
b 3b
b
logo existe n0 tal que para n > n0 tem-se xn ( , ) logo xn e
e b+ = b+ =
2
2
2 2
positivo.
Corol
ario 11. Sejam (xn ), (yn ) duas sequencias com lim xn = a e lim yn = b. Se b > a
entao existe n0 N tal que yn > xn para qualquer n > n0 . Considerando a sequencia
(xn yn ) ela tem limite lim xn yn = b a > 0 logo pela permanencia de sinal existe
n0 N tal que para n > n0 vale xn yn > 0, xn > yn
Quest
ao 3
Propriedade 67. Se uma sequencia limitada nao e convergente entao ela possui mais de
um ponto de aderencia .
Demonstrac
ao.
Como a sequencia (xn ) e limitada ela possui subsequencia (xnk ) convergente, convergindo para uma valor a . Como a sequencia nao e convergente, deve haver uma outra
subsequencia (xnt ) que nao converge para a, da existem innitos valores de nt tal que xnt
nao esta no intervalo (a , a + ) para algum . Como (xnt ) e limitada entao ela possui
subsequencia convergente, que nao pode convergir para a, converge entao para um valor
b = a e a proposicao esta demonstrada.
Quest
ao 4
Propriedade 68. Seja (xn ) uma sequencia limitada. (xn ) converge possui um u
nico
valor de aderencia .
CAPITULO 1. SOLUC
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37
Demonstrac
ao. Se ela e convergente ela possui um u
nico valor de aderencia . Se ela
possui um u
nico valor de aderencia entao ela converge, pois se nao convergisse ela teria
mais de um valor de aderencia (contrapositiva e questao anterior).
Quest
ao 5
Exemplo 14. Quais sao os valores de aderencia da sequencia (xn ) denida como x2n1 =
1
n e x2n = ? Para que um ponto seja de aderencia e necessario que existam innitos
n
termos arbitrariamente proximos de tal ponto, no caso de tal sequencia o u
nico n
umero
que satisfaz tal propriedade e o 0, alem disso tal sequencia nao e convergente pois nao e
limitada.
Quest
ao 6
a+b
xn .yn xn xn+1 xn ,
xn + yn
2
tomando o limite
y=
x+y
x = y.
2
Deni
c
ao 7 (Media aritmetico-geometrica). Dados dois n
umeros reais positivos a e b o
valor comum para o qual convergem as sequencias (xn ) e (yn ) denidas na propriedade
anterior se chama media aritmetico-geometrica de a e b.
CAPITULO 1. SOLUC
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38
Quest
ao 7 a)
Propriedade 70. Toda sequencia de Cauchy e limitada.
Demonstrac
ao. Seja (xn ) uma sequencia de Cauchy, entao para todo > 0 existe
n0 N tal que para n, m > n0 vale |xm xn | < . Tomando = 1 e um n
umero natural
n1 > n0 xando m = n1 segue |xn xn1 | < 1 logo para n > n0 temos xn (xn1 1, xn1 +1)
, consideramos entao o conjunto A = {x1 , x2 , . . . , xn1 1, xn1 + 1} tomamos b = max A e
a = min A entao xn [a, b].
Quest
ao 7 b)
Propriedade 71. Se uma sequencia de Cauchy (xn ) possui subsequencia (xnk ) convergente entao (xn ) e convergente e converge para o mesmo valor de (xnk ) . Com essa propriedade conclumos que uma sequencia de Cauchy nao pode ter dois valores de aderencia
a e b distintos, pois se nao a sequencia iria convergir para a e para b, o que nao acontece
por unicidade do limite.
Demonstrac
ao. Vale lim xnk = a para algum a R, da para todo > 0 existe
k
n0 N tal que p > n0 implica |xnp a| < , pela sequencia ser de Cauchy, existe n1 N ,
2
+ =
2 2
Demonstrac
ao. Se lim xn = a > 0 n0 N tal que para m > n0 e n > n0 temos
2
|xn a| < e |xm a| < e por desigualdade triangular |xn xm | |xn a|+|xm a| <
2
2
logo a sequencia convergente e de Cauchy.
CAPITULO 1. SOLUC
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39
Corol
ario 12. Como toda sequencia limitada possui subsequencia convergente entao toda
sequencia de Cauchy e convergente. Observe que para provar esse fato usamos o Teorema
de Bolzano-Weiertrass que usa o fato de R ser um corpo completo, em corpos que nao
sejam completos como Q o conjunto dos racionais, existem sequencias de Cauchy que nao
sao convergentes.
Corol
ario 13. Uma sequencia e convergente, se e somente se, e de Cauchy.
1.4.3
Operaco
es com limites
Quest
ao 1
1
Exemplo 15. Para todo p N tem-se lim n n+p = 1 pois vale 1 n n+p n n de onde
n
1
n+p
= 1.
Quest
ao 2
Propriedade 73. Se existem > 0 e p N tais que xn np para n > n0 N entao
1
lim(xn ) n .
Demonstrac
ao. Vale xn np , tomando a raiz n-esima tem-se
1
1
n
xn (np ) n
1
Exemplo 16. Para n sucientemente grande tem-se 1 < n+s < n2 e da lim(n+s) n = 1.
Da mesma maneira
1<n+
n < (n)2
lim
n+
n=1
CAPITULO 1. SOLUC
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lim
n
a ln n = 1
lim
n
n ln n = 1.
40
Quest
ao 3
Generalizacao da questao do livro.
Exemplo 17. Seja a sequencia (xn ) denida como x1 = a e xn+1 =
xn + b, onde
xn + b < xn+1 + b implicando xn+1 < xn+2 . Vamos mostrar agora que a sequencia e
limitada superiormente. Existe t > 0 R tal que t2 > a + b e t2 b > t. Da a sequencia e
limitada superiormente por t2 b pois, por inducao x1 = a < t2 b e supondo xn < t2 b
segue xn + b < t2 tomando a raiz segue xn+1 < t < t2 b. Ela e limitada superiormente e
crescente logo e convergente.
2
Tomando limite em ambos
lados de xn+1 = xn + b resolvendo a equacao do segundo
1 + 1 + 4b
grau encontramos L =
.
2
Podemos tomar x1 = 0 e b = a da 0 < a, logo converge e temos o corolario
Exemplo 18.
1 + 1 + 4a
a + a + a + =
.
2
1+ 5
1 + 1 + 1 + =
2
CAPITULO 1. SOLUC
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41
Quest
ao 4
xn a
e2n
=
.
2(1 + en )
en+1
xn+1
=
a
Demonstrac
ao.
1 a
substituindo xn+1 = ( + xn ) segue que
2 xn
1
a
en+1 = ( + xn ) 1.
2 a xn
x2n 2xn a + a
=
a
xn a
xn a + a
xn
2(en + 1) = 2(
+ 1) = 2(
) = 2( )
a
a
a
e2n
da
xn 2 a +
e2n
x2n 2xn a + a
=(
) a=(
2(en + 1)
2xn a
2 a
a
xn
)=(
xn + xan
) 1 = en+1 .
2 a
e2n
. Se en 102 tem-se en+1
2(1 + en )
104
104 102
102
1
=
=
que podemos aproximar por
= 0, 00005
2
2
2
2(1 + 10 )
2(10 + 1)
2(10 + 1)
2.104
aplicando novamente
Exemplo 19. Usando a expressao en+1 =
en+2
que aproximamos para
1
8
8.10 (1 +
1
4.104 2.104
1
)
2.104
2.104
8.108 (2.104 + 1)
1
= 0, 00000000125.
8.108
Quest
ao 5
1
Propriedade 75. Denimos uma sequencia (xn ) recursivamente como x1 = , a > 0,
a
1
2
xn+1 =
. (xn ) converge para a solucao positiva de x + ax 1 = 0.
a + xn
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
Demonstrac
ao. Vale xn+2 =
xn+2 =
42
1
1
e xn+1 =
entao
a + xn+1
a + xn
1
a + xn
= 2
1
a + axn + 1
a + ( a+xn )
xn+2 =
a2
a + xn
+ axn + 1
em especial
x3 =
a + x1
.
a2 + ax1 + 1
1
1
1
De c2 + ac 1 = 0 segue que c(c + a) = 1, c =
. Vale x1 = > c =
>
c+a
a
c+a
1
1
= x2 e da x1 > x2 =
que implica
a + x1
a + x1
ax1 + x21 > 1
multiplicando por a e depois somando x1 em ambos lados segue que
a2 x1 + ax21 + x1 > a + x1 x1 (a2 + ax1 + 1) > a + x1 x1 >
a + x1
+ ax1 + 1
{z
}
|
a2
=x3
1
1
>c=
, logo temos x1 > x3 > c >
a + x2
a+c
1
1
> x2 =
, pois x1 > x3 e c > x4 pois x3 > c,
a + x3
a + x1
x 1 > x 3 > c > x4 > x2 .
a+L
a2 L + aL2 + L = a + L a2 L + aL2 = a aL + L2 = 1
2
a + aL + 1
como L1 , L2 > 0 essa equacao possui apenas uma solucao positiva, entao segue que L1 =
L2 = c.
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
43
Quest
ao 6
Propriedade 76. Dado a > 0 denimos (yn ) com y1 = a e yn+1 = a +
1
. Vale que
yn
xn+1 =
1
1
yn
1
=
.
=
1 =
a + xn
ayn + 1
yn+1
a + yn
= xn + 1 xn+1 =
1
1 + xn
logo camos no caso ja demonstrado da sequencia (xn ) com a = 1, da (xn ) converge para
solucao positiva de x2 + x 1 = 0.
1.4.4
Limites innitos
Quest
ao 1
Exemplo 21.
1
lim(n!) n = .
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
44
De n! > an , com a > 0 arbitrario para n grande, tem-se (n!) n > a entao a sequencia
1
de termo xn = (n!) n nao e limitada superiormente alem disso e crescente, pois de n + 1 >
n
n
k > 0 tem-se
(n + 1) >
k logo (n + 1)n > n! o que implica (n!)n (n + 1)n > n!(n!)n
k=1
k=1
1
e da ((n + 1)!)n > (n!)n+1 de onde segue (n + 1)! n+1 > (n!) n .
como ela e crescente e ilimitada superiormente, entao seu limite e innito.
Quest
ao 2
Propriedade 77. Se lim xn = e a > 0 entao
lim
ln(xn + a
ln(xn = 0.
Demonstrac
ao.
ln(xn + a) ln(xn )
ln(xn =
ln(xn + a + ln(xn
a
a
o denominador ln(1 +
) < 1+
1 logo o numerador e limitado e o numerador
xn
xn
tende ao innito, entao o limite e nulo.
ln(xn + a
Quest
ao 3
Propriedade 78. Com a > 0, p N vale lim
np an
= 0.
n!
np an
> 0 segue
n!
(n + 1)p an+1 n!
a
1
=
=
(1 + )p
n
p
(n + 1)! a .n
(n + 1)
n
Demonstrac
ao. Pelo testa da razao , tomando xn =
xn+1
xn
xn+1
= 0 e lim xn = 0.
xn
n!
Corol
ario 14. lim p n = .
na
da lim
an n!np
an n!np
=
0
se
a
<
e
e
lim
= se a > e.
nn
nn
an n!np
> 0 tem-se
Demonstrac
ao. Denindo xn =
nn
1 p
an+1 (n + 1)!(n + 1)p nn
a
xn+1
=
=
)
1 n (1 +
n+1
p
n
xn
(n + 1) n
a .n!
n
(1 + n )
a
cujo limite e , da, se a < e lim xn = 0 , se a > e lim xn = .
e
Propriedade 79. Seja a > 0 entao lim
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
45
Quest
ao 4
Propriedade 80. Se (xn yn ) e limitada e lim yn = entao lim
xn
= 1.
yn
Demonstrac
ao. Existem t1 , t2 R e n0 tal que para n > n0 vale
t1 < xn yn < t2 , t1 + yn < xn < t2 + yn
com yn > 0 dividimos por esse valor
t1
xn
t2
+1<
<
+1
yn
yn
yn
tomando o limite em ambos lados tem-se por sanduche
1 lim
lim lim
xn
1
yn
xn
= 1.
yn
1
1
Corol
ario 15. A sequencia (ln(n + 1) ln(n)) e limitada pois vale 0 < ln(1 + ) < 1 +
n
n
1
ln(n + 1)
com 1 + limitada da lim
= 1 pois e lim ln(n) = .
n
ln(n)
Outra maneira e considerar
ln(1 + n1 )
ln(n + 1)
ln(n + 1) ln(n)
1=
=
ln(n)
ln(n)
ln(n)
como o numerador e limitado e o denominador tende ao innito o limite e nulo
lim
ln(n + 1)
ln(n + 1)
1 = 0 lim
= 1.
ln(n)
ln(n)
Quest
oes 5 e 6
Propriedade 81 (Stolz-Ces`aro). Dada uma sequencia (xn ) e uma sequencia (yn ) crescente com
lim yn =
e lim
xn
xn
= a entao lim
= a.
yn
yn
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
Demonstrac
ao. Como lim
46
xn
= a entao para todo > 0 existe n0 N tal que
yn
xk
a + e yn > 0 (pois tende ao innito), como (yn ) e
yk
crescente vale yk > 0, logo podemos multiplicar por ele em ambos lados da desigualdade
para k > n0 tem-se a
sem alterar
(a )yk xk (a + )yk
tomamos o somatorio
n1
em ambos lados
k=n0 +1
w k zk
n
k=1
wk = entao lim
lim
= a.
n
k=1
wk
k=1
Demonstrac
ao. Tomamos xn =
wk .zk e yn =
k=1
k=1
xn
, yn = wn+1 > 0 entao yn e crescente e lim yn = , temos tambem que
=
yn
wn+1 zn+1
= zn+1 cujo limite existe e vale a entao nessas condicoes vale
wn+1
n
wk .zk
xn
k=1
= lim
= a.
lim
n
yn
wk
k=1
Corol
ario 16. Tomando wn = 1 entao
k=1
lim
zk
k=1
=a
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
zk
k=1
= a.
Corol
ario 17. No corolario anterior tome xn =
que lim
47
k=1
xn
= a.
n
Propriedade 83.
lim
ln(n + 1)
= 0.
n
Demonstrac
ao. Tomando yn = n e xn = ln(n + 1) vale que yn = 1 > 0 e
n+1
lim yn = , xn = ln(
) vale ainda que
n
lim
yn
n+1
= lim ln(
)=0
xn
n
logo lim
ln(n + 1)
= 0.
n
1.5
Captulo 4-S
eries num
ericas
1.5.1
S
eries convergentes
Quest
ao 1
1
n + 1 n , bn = log(1 + )
n
k=1
k=1
, mostre que lim an = lim bn = 0. Calcule explicitamente as n-esimas reduzidas sn e tn
ak e
bk com an =
sn =
k=1
n
n
n+1
= n+11
ak =
k+1 k =
k = k
k=1
k=1
logo lim sn =
n+1
n
n
1
= log(n+1)log(1) = log(n+1)
log(k+1)log(k) =
log(k) = log(k)
tn =
log(1+ ) =
k
1
k=1
k=1
k=1
n
1
n+1 n=
lim an = 0
n+1+ n
CAPITULO 1. SOLUC
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ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
48
1
)
n
log[(1 + n1 )n ]
(1 + n1 )n
1
0 < log(1 + ) =
n
n
n
(1 + n1 )n
1 n
como lim(1 + ) = e entao tal sequencia e limitada, logo lim
= 0 de onde segue
n
n
1
por teorema do sanduche que lim log(1 + ) = 0. Usamos que log(n) < n. Assim temos
n
duas serie cujos termos gerais tendem a zero, porem as series divergem, esse exemplo
k=b
f (k) = f (n + 1) f (1)
k=1
1
Exemplo 23. Mostrar que a serie
converge, usando o criterio de comparacao.
k2
k=1
Comecaremos com o somatorio
n+1
n
n
1
1
1
1
n1
1
=
=
== + 1 =
k(k 1)
k k1
k1 2
n
n
k=2
k=2
k=a
f (k)
| {z }
b+1
= f (b + 1) f (a) = f (k) , f (k) =
a
=f (k+1)f (k)
f (k + 1) f (k) e apenas uma notacao para essa diferenca. Tomando o limite na expressao
acima
1
1
.
lim + 1 = 1 =
n
k(k 1)
k=2
1
converge , temos que para k > 1
2
k
k=1
1
1
> 2
k(k 1)
k
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
49
pois
k2 > k2 k
k>0
e k > 1 por analise de sinal , logo aplicando o somatorio
k=2
1
1
>
k(k 1) k=2 k 2
1
1
=
.
2
2
k
k
k=1
k=2
.
Quest
ao 3
Vamos agora demonstrar alguns resultados que nao sao necessarios para resolver a
questao, porem achamos que sejam interessantes , simples e podem enriquecer um pouco
o material.
Vamos usar o seguinte pequeno resultado em certas demonstracoes.
Propriedade 84. Sejam (xn ) e (yn ) sequencias, se xn = yn para todo n, entao
xn = yn + c para alguma constante c.
Demonstrac
ao. Aplicamos o somatorio
n1
k=1
=c
Corol
ario 18. Se xn = yn n e existe t N tal que xt = yt entao xn = yn para todo
n. Tal propriedade vale pois xn = yn + c, tomando n = t segue xt = yt + c que implica
c = 0, logo xn = yn para todo n.
Propriedade 85. Seja e n > 0 N entao
n1
2s+1
1
s=0
k=2s
f (k) =
n 1
2
k=1
f (k)
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
50
Demonstrac
ao. Para n = 1
0
2s+1
1
s=0
k=2s
f (k) =
21
f (k) =
1 1
2
k=20
f (k)
k=1
Temos que
n1
2s+1
1
s=0
k=2s
f (k) =
2n+1
1
f (k)
k=2n
n 1
2
f (k) =
k=1
2n+1
1
f (k)
k=1
2
1
2
1
2
1
2
1
1
=
f (k) +
f (k)
f (k) =
f (k).
kr
k=2n
k=1
k=1
k=2n
n 1
2
n+1
k=1
n+1
2s+1
1
s=0
k=2s
f (k) =
n 1
2
f (k).
k=1
2 x2s+1 =
x2s+1
2s+1
1
k=2s
aplicando 2
n1
segue
s=0
logo se
xk
k=2s
n1
s+1
x2s+1
s=0
n 1
2
xk
k=1
xk diverge.
xk
k=2s
aplicando
n1
da se
x2s = 2s x2s
k=2s
segue que
s=0
2s+1
1
n 1
2
k=1
xk
n1
2s x2s
s=0
xk converge
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
51
1
k=1
1
= 0 satisfaz a condicao necessaria para convergencia de series mas vamos
n
mostrar que a serie
1
=
lim Hn =
k
k=1
k=1
1
1
= tn ,
=t
2k 1
2k 1
k=1
1
1
11
H
= sn ,
=s=
=
2k
2k
2 k=1 k
2
k=1
k=1
H
temos H2n = sn + tn tomando o limite lim H2n = H = lim(sn + tn ) = s + t , como s =
2
H
segue que t =
pois a soma deve ser H, desse modo a diferenca t s = 0, mas
2
tn sn =
k=1
1
1
1
1
=
= +
>0
2k 1 k=1 2k
(2k)(2k 1)
2 k=2 (2k)(2k 1)
k=1
n
logo
lim tn sn = t s > 0
de onde segue t > s que e absurdo. Pode-se mostrar que lim tn sn = ln(2).
Exemplo 25. Na serie harmonica percebemos que
1 1
2
1
+ > =
3 4
4
2
4
1
1 1 1 1
+ + + > =
5 6 7 8
8
2
1
1
1
1
1
1
1
8
1
1
+
+
+
+
+
+
+
>
=
9 10 11 12 13 14 15 16
16
2
CAPITULO 1. SOLUC
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ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
52
podemos continuar agrupando os termos das somas dessa maneira, vendo que a soma dos
termos harmonicos nao sao limitados superiormente.
2k
Usando o criterio de condensacao de Cauchy
=
1 diverge.
k
2
k=1
1
1
1
Corol
ario 19.
diverge se p < 1. Para p < 1 vale k p < k e da < p , da por
p
k
k
k
k=1
1
1
comparacao como
diverge isso implica que
tambem diverge.
k
kp
k=1
k=1
1
Propriedade 87. A serie
converge se p > 1 e diverge se p < 1.
p
k
k=1
1
Demonstrac
ao. Pelo criterio de condensacao de Cauchy a serie
converge, se
kp
k=1
2k
1
e somente se,
converge da p1 < 1 logo p 1 > 0, p > 1, caso p < 1 a serie
kp
2
2
k=1
diverge.
k=2
1
k(ln k)r
1
2k
=
k
k
r
r
2 (ln(2 ))
k (ln(2))r
ln(n)
n2
2n ln(2n )
2n .2n
n ln(2)
2n
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
53
Quest
ao 6
Exemplo 27. Provar que a serie
Cauchy temos que
ln(n)
n2
2n ln(2n )
2n .2n
n ln(2)
2n
2n
2na2n
ak <
= na2n
2
k=n+1
logo lim 2na2n = 0. Agora mostramos que a subsequencia dos mpares tambem tende a
zero. Vale a2n+1 a2n da 0 < (2n + 1)a2n+1 2na2n + a2n por teorema do sanduche
segue o resultado. Como as subsequencias pares e mpares de (nan ) tendem a zero, entao
a sequencia tende a zero.
1.5.2
S
eries absolutamente convergentes
Quest
ao 1
Propriedade 90. Sejam an 0 e
an convergente, entao
logo
|an xn | =
an xn e absolutamente convergente.
an |x|n
an
an xn e absolutamente
CAPITULO 1. SOLUC
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ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
54
Quest
ao 2
Exemplo 28. Seja a serie
ak (1)k+1 =
k=1
2 1 2 1 2 1 2 1
+ + + + onde
3 3 4 4 5 5 6 6
2
1
a2k =
e a2k1 =
entao lim ak = 0 e tem termos alternados, porem diverge.
k+2
2+k
Por que ela nao contradiz o teorema de Leibniz? Tal sequencia nao satisfaz a propriedade
2
1
de ser nao-crescente, pois a2k+1 > a2k ,
>
.
2+k+1
2+k
Tal serie realmente diverge pois
2n
k+1
ak (1)
k=1
k=1
a2k1
k=1
a2k =
k=1
1
1
2
=
2+k 2+k
k+2
k=1
n
que diverge pela divergencia da serie harmonica (perceba acima que separamos os termos
pares dos mpares na soma).
Quest
ao 3
Exemplo 29. Uma serie
1
gerando a serie
que e divergente. (xn ) pode ser convergente e ainda assim
an x n
n
(1)n
xn =
=
diverge.
n
n
n
n
CAPITULO 1. SOLUC
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ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
55
Demonstrac
ao. A serie pode ser escrita como
(1)
t=1
t+1
xk+(t1)p =
|k=1 {z
(1)t+1 yt
t=1
=yt
Vamos mostrar que essa serie satisfaz os criterio de Leibniz. Como lim xn = 0 entao o
limite de qualquer subsequencia de (xn ) tambem tende a zero, logo lim xk+(t1)p = 0
, para todo k xo, tem-se lim yt = lim
k=1
sequencia (yt ) e nao-crescente, como (xn ) e nao-crescente temos que xk+tp xk+(t1)p
p
yt+1 =
xk+tp
k=1
xk+(t1)p = yt
k=1
(1)
t+1
t=1
xk+(t1)p
k=1
e convergente.
Exemplo 30. A serie obtida somando p termos com sinais positivos da sequencia (xn ) =
1
( ) alternando com p termos negativos alternadamente e convergente, pois lim xn = 0 e
n
xn e decrescente.
Quest
ao 5
Propriedade 93. Se
n
ak bnk 0.
k=1
Demonstrac
ao. Existe B > 0 tal que |bn | < B, n N. Vale
|ak | = A. Dado
k=1
e por
|ak | ser de cauchy vale
> 0 existe n0 N tal que n > n0 implica |bn | <
2A
k=1
n
|
ak | <
entao para n > 2n0 (n n0 > n0 ) segue que
2B
k=n +1
0
k=1
ak bnk |
k=1
|ak ||bnk | =
n0
k=1
|ak ||bnk | +
k=n0 +1
|ak ||bnk |
CAPITULO 1. SOLUC
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ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
56
n0
A B
|ak |
|ak |B
+
+
+ =
2A k=n +1
2A 2B
2 2
k=1
0
convergente entao
x2k e convergente.
n
xk
Demonstrac
ao. Como temos xk 0 segue tambem x2k 0, sendo entao s(n) =
x2k temos s(n) = x2n+1 0, logo s(n)e nao decrescente, se mostrarmos que a serie e
k=b
limitada superiormente teremos uma sequencia que e limitada e monotona logo convergente. Temos que s(n) e limitada superiormente da seguinte maneira
n
x2k
n
n
xk )
xk )(
(
k=b
k=b
k=b
de
|ak |2 =
a2k .
Corol
ario 20. Se
Quest
ao 7
Propriedade 95. Se
x2n e
Demonstrac
ao. Usando a desigualdade de Cauchy
n
n
n
n
n
2
2
2
2
(
|xk ||yk |) (
|xk | )(
|yk | ) = (
xk )(
yk2 )
k=1
k=1
k=1
k=1
k=1
Quest
ao 8
Propriedade 96. Seja
S={
kA
CAPITULO 1. SOLUC
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ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
57
Demonstrac
ao. Se
ak e absolutamente convergente entao a soma dos termos
positivos e no maximo p =
pk e a soma dos termos negativos e no maximo q =
e limitado entao
pn e
qn sao limitados e por isso convergentes pois determinam
qn e convergente.
1.5.3
Teste de converg
encia
Quest
oes 1 e 2
1
serie
an diverge.
Demonstrac
ao. Se lim an = 0 entao existe n0 N tal que para n > n0 tem-se
1
1
|an | < , se |an | n 1 para uma innidade de indices n, entao existe um ndice n1 > n0
2
1
tal que |an1 | n1 1 logo |an1 | 1 o que entra em contradicao com a suposicao de que
lim an = 0 entao tal propriedade nao vale, de onde segue que a serie
an diverge, pois
se ela fosse convergente entao teramos lim an = 0.
Propriedade 98. Se an = 0n N e existe n0 N tal que para n n0 tem-se
|an+1 |
1 entao
an diverge.
|an |
n
|ak+1 |
1 da aplicando
de ambos lados,
Demonstrac
ao. Para k > n0 vale
|ak |
k=n0
segue por produto telescopico que
|an+1 |
1 |an+1 | |an0 | > 0
an0
ak = a + b + a2 + b2 + a3 + b3 + a4 + b4 + denida como
k=1
a2k = bk e a2k1 = ak onde 0 < a < b < 1 converge. O teste de dAlembert e inconclusivo
CAPITULO 1. SOLUC
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REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
58
a2k
b
b
= ( )k > 1 pois de a < b segue 1 < . O teste de Cauchy funciona
a2k1
a
a
2n
n
pois para ndices pares
b = b < 1 e para ndices mpares 2n1 an < 1, logo vale
k
ak =
a2k +
a2k1 =
a +
bk
pois k
k=1
k=1
k=1
k=1
k=1
sendo que a sequencia das reduzidas e convergente logo a serie e convergente, em especial
1
esse argumento vale para a = b = .
2
Quest
ao 3
Propriedade 99. A sequencia de termo (
ln(n + 1) n
) e limitada.
(n + 1)
Demonstrac
ao.
n+1 n
) < n da (n + 1)n < nn+1 tomando o logaritmo n ln(n + 1) <
n
ln(n + 1)
n+1
ln(n + 1) n
n+1 n
(n + 1) ln(n) logo
<
elevando `a n segue que (
) < (
) ,
ln(n)
n
(n + 1)
n
sendo menor que uma sequencia limitada segue que ela e limitada.
Para n 3 vale (
ln(n)
(
)n e convergente.
n
Pelo criterio de DAlembert, temos
o primeiro limite tende a zero, a segunda expressao e limitada e o terceiro limite converge,
entao tal expressao tende a zero.
ln(n) n ln(n)
n
Pelo criterio de Cauchy, (
) =
0 logo a serie converge.
n
n
Quest
ao 4
|xn+1 |
= L entao
Propriedade 100. Seja (xn ) uma sequencia de termos nao nulos, se lim
|xn |
lim n |xn | = L.
CAPITULO 1. SOLUC
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59
Demonstrac
ao. Seja L > 0, entao existe n0 N tal que para k > n0 vale
0 < L < t1 <
aplicando
|xk+1 |
< t2 < L +
|xk |
k=n0 +1
n0
|xk+1 |
< t2 < < 1
|xk |
k=n0 +1
n0
1
entao lim( xk ) n = a.
k=1
xn+1
.
xn
Demonstrac
ao.[1] Usamos o resultado de que se lim Qyn = a entao lim n yn = a.
n
Tomando yn =
xk segue que Qyn = xn+1 logo lim Qyn = lim xn+1 = a implica que
Usando a notacao Qxn =
k=1
n
lim n yn = a = lim
xk = a..
n
k=1
CAPITULO 1. SOLUC
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60
Demonstrac
ao.[2] Seja a > 0 . lim xn = a entao lim ln(xn ) = ln(a) que implica
lim
ln(xk )
k=1
xk ) n ) = ln(a)
k=1
xk ) n = a.
k=1
xk ) n )
k=1
da
0 ((
xk
k=1
1
n
xk ) ) lim
k=1
xk
k=1
entao
lim(
=0
xk ) n = a
k=1
akn = a
k=1
n
k
n
k=1
ak k=1
n
k=1
ak
1
n
usando que lim
akn por sanduche .
=
a
e
lim
=
a
segue
que
lim
n
n
k=1
k=1
ak
n
k=1
Quest
ao 5
Exemplo 33. Estudamos os valores x reais com os quais as series a seguir convergem.
1.
nk xn .
nk |x|n =
nk |x| |x| entao a serie converge com |x| < 1, ela nao
CAPITULO 1. SOLUC
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61
xn n |x|n
|x|
3.
.
=
0, logo ela converge independente do valor de x.
n
n
n
n
n
n
n!xn . n n!|x|n = n!|x| 0, logo ela so converge com x = 0.
4.
xn n |x|n
5.
.
|x|, entao e garantida a convergencia com |x| < 1 , com x = 1
n2
n2
ela converge e com x = 1 tambem, pois e absolutamente convergente.
2.
1.5.4
Comutatividade
Quest
ao 1
Propriedade 102. Se uma serie e condicionalmente convergente entao existem alteracoes
na ordem da soma dos seus termos de modo a tornar a serie + ou .
Demonstrac
ao. Como vale
qn = podemos somar uma quantidade suciente
de termos negativos da serie tal que a soma resulte em s1 e qn seja arbitrariamente
pequeno, da como
pn = somamos um n
umero suciente de termos positivos para
que o resultado seja s2 + |{z}
A > 0, como qn e pequeno somamos um n
umero suciente tal
|{z}
>0
>0
que o resultado seja s3 tal que A < s3 < s2 + A, novamente somamos uma quantidade de
termos positivos tal que o resultado seja s4 = s2 +2A, somamos agora os termos negativos
tal que o resultado seja s5 com 2A < s5 < s2 + 2A, continuamos o processo, sendo que
para n sucientemente grande vale sn > p.A, onde p e natural e A > 0, logo a soma
diverge para innito. Para que a serie seja divergente para tomamos procedimento
semelhante, porem comecando a somar termos positivos ate que pn seja pequeno e depois
comecamos a somar os termos negativos.
Quest
ao 2
(nao feita ainda) Demonstrar que (hipotese)
n
4n
n
4n4
1
1
1
1
1
1
< s(2n) =
<
n
2k 1 k=1 2k
2k 1
2k
n
k=1
k=1
k=1
(1)k
k
CAPITULO 1. SOLUC
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62
Quest
ao 3 a)
Deni
c
ao 8 (Sequencia somavel). Uma sequencia (an ) e somavel com soma s quando
> 0, existe J0 N tal que J N nito com J0 J tem-se |
ak s| < .
kJ
Propriedade 103. Se (an ) e somavel entao para toda bijecao f : N N , (bn ) dada por
bn = af (n) e somavel com a mesma soma.
Demonstrac
ao. Como (an ) e somavel entao dado > 0 existe j1 N nito tal que
A j N com J1 j tem-se
|
ak s| < .
kj
ak s| = |
af (k) s| = |
kj
kj
kf (j)
bk s| <
Quest
ao 3 b) e c)
Propriedade 104. (an ) e somavel com soma s a serie
gente e vale
an = s.
Demonstrac
ao. Adotaremos a notacao sj =
an e absolutamente conver-
kj
nito.
Vamos mostrar que o conjunto das somas nitas e limitado e da a serie ira convergir
absolutamente , por resultado ja demonstrado.
Dado = 1 existe j0 N nito tal que j com j0 j |s sj | < 1. Denotaremos
a=
|ak |. Seja A N um conjunto nito arbitrario, por identidade de conjuntos vale
kj0
A j0 = (j0 \ A) A sendo que essa uniao e disjunta, da tomando a soma sobre esses
conjuntos nitos segue
kAj0
ak =
kj0 \A
ak +
kA
ak
ak =
kA
sA = sAj0 sj0 \A
kAj0
ak
kj0 \A
ak
CAPITULO 1. SOLUC
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kAB
ak =
ak +
kA
63
ak . Disso
kB
somas nitas de
ak e limitado, entao tal serie converge absolutamente.
pn
qn = u v = s. Tomando uj =
p k , vj =
qk temos sj = uj vj .
| {z } | {z }
kJ
kJ
u
v
1.6
1.6.1
Quest
ao 1
Propriedade 105. Se (x , x + ) A entao (x , x + ) intA.
Demonstrac
ao. Queremos mostrar que um ponto y (x , x + ) arbitrario e
ponto interior de A , da seguindo que todo intervalo (x , x + ) e subconjunto de intA.
Como y (x , x + ) entao vale x < y e y < x + , podemos tomar um n
umero
real > 0 tal que x < y e y + < x + , da cada (y , y + ) (x , x + ),
y e ponto interior de (x , x + ) A, logo y e ponto interior de A o que implica que
(x , x + ) intA.
Propriedade 106 (Idempotencia de int). Vale int (int(A)) = int(A).
Demonstrac
ao. Temos que int (intA) int(A), vamos mostrar agora que int(A)
int( int(A)).
Dado x int(A) existe > 0 tal que (x , x + ) A logo (x , x + ) intA = B
, entao x int(B) = int( int(A)), o que mostra a proposicao.
1
Isso pode ser tomado como parte da definicao de soma sobre conjuntos finitos
CAPITULO 1. SOLUC
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64
Quest
ao 2
Propriedade 107. Seja A R. Se (xn ) com lim xn = a A,
n0 N | n > n0 xn A
entao A e aberto.
Demonstrac
ao. Vamos usar a contrapositiva que no caso diz: Se A nao e aberto
entao existe (xn ) com lim xn = a A e xn
/ A. Lembrando que a contrapositiva de
p q e v q v p, (onde v e o smbolo para negacao da proposicao) sendo proposicoes
equivalentes, as vezes e muito mais simples provar a contrapositiva do que a proposicao
diretamente.
Se A nao e aberto, existe a A tal que a nao e ponto interior de A, assim > 0
, (a , a + ) (R \ A) = , entao podemos tomar uma sequencia (xn ) em R \ A que
converge para a A.
Quest
ao 3
Propriedade 108.
int(A B) = int(A) int(B).
Demonstrac
ao. Primeiro vamos mostrar que int(A B) int(A) int(B). Se
x int(A B) entao existe > 0 tal que (x , x + ) (A B) da (x , x + ) A
e (x , x + ) B , o que implica que (x , x + ) intA e (x , x + ) intB ,
provando a primeira parte.
Vamos mostrar agora que intA intB int(A B). Dado x intA intB, sabemos
que tal conjunto e aberto por ser interseccao de abertos, logo existe > 0 tal que (x, x+
) intA intB da (x , x + ) intA e (x , x + ) intB, logo (x , x + ) A, B
provando o resultado.
Exemplo 34. Podemos ter dois conjunto X e Y tais que
int(X Y ) = int(X) int(Y )?
Sim, basta tomar X = [a, b] e Y = [b, c] temos que intX = (a, b), intY = (b, c) e que
X Y = [a, c] segue que int(X Y ) = (a, c) que e diferente de (a, b) (b, c). Em especial
tomando A = (0, 1] e B = [1, 2) vale que int(AB) = (0, 2) = intAintB = (0, 1)(1, 2).
CAPITULO 1. SOLUC
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ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
65
x A.
Com isso conclumos que R int(A)int(R\A)A e como int(A)int(R\A)A
R segue que R = int(A) int(R \ A) A.
Propriedade 111. A e aberto A A = .
Demonstrac
ao. . Se A e aberto, entao intA = A com intA e A disjuntos.
. Supondo que A A = , entao, dado a A vale a int(A) int(R \ A) A,
nao pode valer a a ou a int(R \ A), da forcosamente tem-se a int(A) implicando
A int(A) logo A = intA e A e aberto.
CAPITULO 1. SOLUC
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66
Quest
ao 5
Propriedade 112. Dado A = [a, b] tem-se A = {a, b}.
Demonstrac
ao. Os pontos de (a, b) nao podem ser pontos de fronteira de A pois
sao pontos interiores do conjunto, da mesma maneira os pontos de (b, ) e (, a) nao
podem ser pontos de fronteira pois sao pontos de R \ A, da segue que A = {a, b}
Exemplo 35. Dado A = [0, 1] tem-se A = {0, 1}.
Exemplo 36. Achar a fronteira do conjunto A = (0, 1) (1, 2). Tal conjunto e aberto,
entao nenhum ponto desse conjunto pode pertencer a sua fronteira. Temos R \ A =
(, 0] {1} [2, ), cujo interior e int(R \ A) = (, 0) (2, ), logo a fronteira e o
que resta A = {0, 1, 2}.
Exemplo 37. Q = R pois intQ = , int(R \ Q) = , da Q = R.
Propriedade 113. Se R \ A e aberto e intA = entao A = A.
Demonstrac
ao. Vale que int(R \ A) = (R \ A) e intA = logo
A = R \ (int(A) int(R \ A)) = R \ ((R \ A)) = A.
Exemplo 38. R \ Z e aberto, por ser reuniao de abertos a alem disso Z tem interior
vazio, da Z = Z.
Quest
ao 6
Propriedade 114. Sejam (Ik ) uma sequencia de intervalos limitados dois a dois disjuntos
nao-decrescente, da mesma maneira nao pode valer b < x, pois da existe yn tal que
b < yn < x e yn e nao-crescente. Com isso conclumos que I [a, b].
CAPITULO 1. SOLUC
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67
Se a = b, ent
ao I [a, a] = {a} de onde segue I = {a}.
Se a < b ent
ao x com a < x < b an < a < x < b < bn , logo (a, b) I [a, b].
distintos. Digamos que seja (an ), entao n N existe p N tal que an < an+p a
logo a (an , bn ) I, como a I entao I nao pode ser um intervalo aberto, sendo
do tipo [a, b) ou [a, b].
1.6.2
Conjuntos fechados
Quest
ao 1
Propriedade 115. Sejam I um intervalo nao degenerado e k > 1 natural. O conjunto
m
A = { n I | m, n Z} e denso em I.
k
1
Demonstrac
ao. Dado > 0 existe n N tal que k n > , da os intervalos
m+1
m
1
m m+1
] tem comprimento
n = n < .
[ n,
k
kn
kn
k
k
m+1
m
Existe um menor inteiro m + 1 tal que x +
da n (x , x + ) pois
n
k
k
m
m
se fosse x + < n iria contrariar a minimalidade de m + 1 e se fosse n < x entao
k
k
m m+1
[ n,
] teria comprimento maior do que de (x , x + ), que e , uma contradicao
k
kn
com a suposicao feita anteriormente.
Quest
ao 2
Propriedade 116. Vale A = A A.
Demonstrac
ao. Iremos mostrar inicialmente que A A A.
Se x A entao x A A. Caso x
/ A e x A entao existe uma sequencia (xn ) em
a tal que lim xn = a, > 0 existe n0 N tal que para n > n0 tem-se xn (a , a + ),
logo nessas condicoes (a , a + ) A = e (a , a + ) (R \ A) = , pois a
/ A
e a (a , a + ), entao temos pelo menos esse elemento no conjunto, implicando pela
denicao que x A.
CAPITULO 1. SOLUC
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68
CAPITULO 1. SOLUC
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REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
69
Quest
ao 4
Propriedade 121. Se A e aberto e A = B C e uma cisao de A, entao C e B sao
abertos.
Demonstrac
ao. Vale B C = e C B = . Seja x A e x B, por A ser
aberto, sabemos que existe > 0 tal que (x , x + ) A. Se tivessemos r > 0
(x r, x + r) C = entao teramos uma sequencia em C convergindo para x e da x C
o que contraria C B = , entao deve existir um 1 > 0 tal que (x 1 , x + 1 ) C = ,
da temos (x 2 , x + 2 ) B, logo B e aberto. De maneira semelhante para A.
Propriedade 122. Seja A = B C cisao com A fechado, entao B e C sao fechados.
Demonstrac
ao.
Seja x B entao x A, pois A e fechado. Por B C = segue que x
/ C, da
forcosamente tem-se x B. De maneira analoga para C.
Quest
ao 5
Propriedade 123. Se A = entao A = R ou A =
Demonstrac
ao. Sabendo a identidade R = intA A int(R \ A) uniao disjunta,
sendo A vazio segue R = intA int(R \ A) e sabendo que R e conexo isso implica que
A = R ou vazio.
Quest
ao 6
Propriedade 124. Vale que
A B = A B.
Demonstrac
ao. Vamos mostrar inicialmente que A B A B.
De A A B e B A B segue que A A B e B A B da A B A B.
Agora mostramos que A B A B. Seja x A B, entao existe uma sequencia
(xn ) A B tal que lim xn = x, tal sequencia possui um n
umero innito de elementos em
A ou B, logo podemos tomar uma sequencia (yn ) em A ou B tal que lim yn = x A B.
Que prova o que desejamos.
CAPITULO 1. SOLUC
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70
1.6.3
Pontos de acumula
c
ao
Quest
ao 1
Propriedade 127. Dado A R entao A A A .
Demonstrac
ao. Se a A entao
{
a A a A A
a
/ A, da existe (xn ) em A \ {a} tal que lim xn = a, logo a A .
CAPITULO 1. SOLUC
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REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
71
Corol
ario 23. Temos que A A A logo
A = A A .
Propriedade 128. A e fechado se, e somente se, A A.
Demonstrac
ao. . Se A e fechado vale A = A da A = A A , que implica A A.
. Da mesma maneira se A A entao A = A A = A logo A e fechado.
Quest
ao 2
Propriedade 129. Toda colecao de intervalos nao degenerados dois a dois disjuntos e
enumeravel.
Demonstrac
ao. Seja A o conjunto dos intervalos nao degenerados dois a dois disjuntos. Para cada intervalo I A escolhemos um n
umero racional q e com isso denimos
a funcao f : A Q, denida como f (I) = q, tal funcao e injetiva pois os elementos
I = J de A sao disjuntos , logo nao ha possibilidade de escolha de um mesmo racional q
em pontos diferentes do domnio, logo a funcao nesses pontos assume valores distintos .
Alem disso Podemos tomar um racional em cada um desses conjuntos pois os intervalos
sao nao degenerados e Q e denso. Como f : A Q e injetiva e Q e enumeravel entao A
e enumeravel.
Quest
ao 3
Deni
c
ao 9 (Conjunto discreto). Um conjunto A e dito discreto quando todos os seus
pontos sao isolados.
Propriedade 130. Se A e discreto entao para cada x, y A existem intervalos abertos
Ix , Iy de centro x, y respectivamente tais que se x = y entao Ix Iy = , isto e, podemos
tomar intervalos de centro x e y respectivamente, tais que eles sejam disjuntos em R (
nao possuam elementos em comum de R).
Demonstrac
ao.
Para cada x A existe ex > 0 tal que (x x , x + x ) {x}. Denimos para cada x,
x
x
Ix = (x , x + ).Tomando x = y A podemos supor x y . Se z Ix Iy entao
2
2
CAPITULO 1. SOLUC
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ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
72
x
y
, |z y|
da
2
2
x y
y y
|x y| |z y| + |z x|
+
+
= y
2
2
2
2
z Ix e z Iy , logo |z x|
xA
CAPITULO 1. SOLUC
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73
Quest
ao 6
Propriedade 134. Seja a A entao existem (xn ) ou (yn ) em A, crescentes ou decrescentes respectivamente tais que lim xn = lim yn = a.
Demonstrac
ao.
1
1
, a) e Bn = (a, a + ), como a A entao um desses conjunto
n
n
possui innitos elementos de A, se An e innito podemos denir (xn ) em crescente com
Sejam An = (a
1.6.4
Conjuntos compactos
Quest
ao 1
Propriedade 135. O conjunto A dos valores de aderencia de uma sequencia (xn ) e
fechado.
Demonstrac
ao. Temos que mostrar que A = A.Ja sabemos que vale A A, falta
mostrar que A A . Se a A entao a A, vamos usar a contrapositiva que e se a
/A
entao a
/ A.
Se a
/ A entao existe > 0 tal que (a , a + nao possui elementos de (xn ) da nao
pode valer a A.
Propriedade 136. Se uma sequencia (xn ) for limitada entao seu conjunto de pontos de
aderencia e compacto.
Demonstrac
ao. Ja vimos que A e fechado, agora se (xn ) for limitada entao A e
limitado, sendo limitado e fechado e compacto.
Nessas condicoes A possui elemento mnimo e elemento maximo. o Mnimo de A e
denotado como lim inf xn e o elemento maximo de A e denotado como lim sup xn .
Quest
ao 2
Propriedade 137. Se A1 e A2 sao compactos entao A1 A2 e compacto.
CAPITULO 1. SOLUC
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Demonstrac
ao.[1] Seja uma cobertura
74
Bk = B para A1 A2 , como A1
kL
k=1
Bk =
k=1
Bk
Bk
kL
n
Bk ,
k=1
Bk , da
k=n+1
k=n+1
k=1
e fechado por ser reuniao nita de fechados. Alem disso o fato de cada Ak ser limitado
implica que A tambem e limitado, pois, cada Ak pertence a um intervalo do tipo [ak , bk ],
n
Ak [a, b]
tomando a < ak k e b > bk k tem-se que Ak [ak , bk ] [a, b] da A =
k=1
Perceba que os conjuntos nao podem ser intervalos fechados do tipo [a, b], pois nesse
caso iramos cair no caso do teorema de intervalos encaixados e nesse caso a interseccao
nao seria vazia. Sabendo disso tomamos Fk = [k, ), nao pode existir x nessa interseccao,
pois dado x real, existe k > x e da x
/ [k, ).
Exemplo 41. De um exemplo de uma sequencia decrescente de conjuntos limitados nao
CAPITULO 1. SOLUC
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ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
75
1
Nesse caso escolhemos Lk = (0, ), nenhum n
umero pode pertencer a interseccao pois
k
1
dado x existe k tal que < x e da x nao pode pertencer ao conjunto LK , assim tambem
k
nao pertence a interseccao .
Quest
ao 4
Propriedade 140. Sejam A, B nao vazios com A compacto e B fechado, entao existem
x0 A e y0 B tais que |x0 y0 | |x y x A, y B.|
Demonstrac
ao. Seja C = {|x y|, x A y B}, tal conjunto e limitado inferiormente por 0. Sendo assim possui nmo. Seja a = inf C. Pelo fato de a ser nmo
de C existe sequencia de elementos de C que converge para a, isso implica que existem
sequencias xn A e yn B tais que lim |xn yn | = a.
Como A e compacto, portanto limitado a sequencia (xn ) possui subsequencia convergente, de modo que podemos admitir que (xn ) seja convergente (se nao passamos a uma
subsequencia), logo lim xn = a A pelo fato de A ser fechado.
Da desigualdade
|yn | |xn yn | + |xn |
conclumos que (yn ) e limitada, logo possui subsequencia convergente, tomando sua subsequencia convergente se necessario, tem-se que lim yn = y0 B, pelo fato de B ser
fechado. Dessas propriedades segue que
lim |yn xn | = lim |x0 y0 | = a
da ca provado o resultado.
Quest
ao 5
Propriedade 141. Seja A compacto. Se A e discreto entao A e nito.
Demonstrac
ao. Contrapositiva, se A fosse innito sendo limitado ele teria ponto de
acumulacao, pelo fato de ser fechado esse ponto de acumulacao pertenceria ao conjunto.
observe que a contrapositiva de A e discreto que e todos os pontos de A sao isolados e
existe pelo menos um ponto de A que nao e isolado, isto e, que e ponto de acumulacao.
CAPITULO 1. SOLUC
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REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
76
Exemplo 42. Z e um conjunto fechado ilimitado em que todos seus pontos sao isolados.
1
A = { | n N } e um conjunto limitado nao fechado em que todos os pontos sao isolados.
n
Perceba nesse u
ltimo exemplo que existem termos do conjunto arbitrariamente proximos,
mesmo assim todos seus pontos sao isolados, tal conjunto admite ponto de acumulacao 0,
mas tal elemento nao pertence ao conjunto o conjunto nao e fechado.
Quest
ao 6
Propriedade 142. Seja A compacto entao os seguintes conjuntos tambem sao compactos
S = {x + y, x, y A}
D = {x y, x, y A}
P = {x.y, x, y A}
x
Q = { , x, y A}
y
Demonstrac
ao. Primeiro vamos mostrar que tais conjuntos sao limitados. Como A
e limitado entao existe M > 0 tal que |x| M, x A.
|x + y| |x| + |y| M + M = 2M da S e limitado.
|x y| |x| + |y| 2M , portanto D e limitado.
Vale |x| M e |y| M logo |x.y| = |x|.|y| M 2 .
Vale |x| M como 0
/ A e A e fechado entao nao existem termos arbitrariamente
1
1
<
proximos de zero, logo existe c tal que vale 0 < c < |y| disso segue que
|y|
c
|x|
M
multiplicando pela primeira relacao tem-se
.
|y|
c
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
77
zero, pois a outra sequencia e limitada, pois tem termos no conjunto limitado A.
1
Seja entao lim xn = x0 = 0, lim xn .yn
= lim yn = y0 , da (yn ) converge e o limite
xn
do produto converge para um elemento de P .
xn
Da mesma maneira que as anteriores, lim
= a, (yn ) converge para um elemento
yn
xn
= x0 , portanto o limite do quociente converge para um
nao nulo da lim yn
yn
elemento de Q.
1.6.5
O conjunto de Cantor
Quest
ao 1
Exemplo 43. Quais sao os n
umeros da forma
1
com 2 m 10, m natural, que
n
2
2 1
2
=
=
0, 02 =
2k
k
3
9
91
k=1
k=1
1
9
1
4
lembrando que um traco em cima da parte decimal signica que tal parte se repete na
representacao.
CAPITULO 1. SOLUC
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78
1 1 1 1
, , e nao pertencem ao conjunto de Cantor , pois sao elementos pertencentes
5 6 7 8
1 2
ao intervalo removido ( , ).
9 9
1
Agora vemos que
pertence ao conjunto de cantor, pois ele pode ser representado
10
por
0, 0022 =
k=1
1 2
1 2
1 81 1 81
2
6 2
8
1
+
=
+
=
+
= + =
= .
4k1
4k
k
k
3
3
27 k=0 81 81 k=0 81
27 80 81 80
80 80
80
10
k=1
1 1 1 1
Entao os n
umeros que pertencem ao conjunto de cantor sao , , e . Os n
umeros
3 4 9 10
1 1 1 1 1
que nao pertencem ao conjunto de cantor sao , , , , .
2 5 6 7 8
Para determinar a expressao de um n
umero entre 0 e 1 na base 3, pode-se usar esse
processo que mostramos abaixo por meio de um exemplo
1 xk
=
2 k=1 3k
multiplicamos por 3
3
xk
1
= 1 + = x1 + 3
2
2
3k
k=2
xk
1
=3
2
3k
k=2
multiplicamos por 3
3
1
xk
= 1 + = x2 + 9
2
2
3k
k=3
1
= 0, 11 , e conclumos de outra maneira que
2
ele nao pertence ao conjunto de Cantor, por possuir algarismos 1 .
Quest
ao 2
Propriedade 143. Seja a (0, 1] entao existem x > y K tais que y x = a.
m
m
, existem x, y K tais que x y = a, pois se a = n
n
3
3
e extremo de intervalo removido que pertence ao conjunto de Cantor, entao tomamos
Demonstrac
ao. Dado a =
CAPITULO 1. SOLUC
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y = 0 K e x = a. Caso contrario a =
79
xk
k=1
2k1
k=1
3k
1 2k
1 3
=
= (
)=1
k
3 k=1 3
3 32
1
. Assim
3k
CAPITULO 1. SOLUC
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80
Quest
ao 4
Propriedade 145. O conjunto A dos extremos dos intervalos removidos
Ik e enu-
k=1
meravel .
Demonstrac
ao. Para cada k seja Ak o conjunto dos extremos de intervalos de Ik , Ak
e nito e vale
A=
Ak
k=1
xk
t
na base 3 pois sao da forma s que pode ser expandido em
com xk 0 ou 2, que da
3
3k
k=1
a sua representacao na base 3.
Suponha agora que um n
umero possui representacao nita na base 3 e pertence ao
conjunto de Cantor, entao ele e da forma
n
xk
k=1
3k
xk 3nk
k=1
3n
n
1
m
xk 3nk = n
= n
3 k=1
3
| {z }
=m
xk
k=1
conjunto de Cantor.
3k
xk
k=1
3k
xk
k=1
3k
, onde cada
CAPITULO 1. SOLUC
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REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
1.7
81
1.7.1
Denic
ao e primeiras propriedades
Quest
ao 1
Propriedade 148. Seja f : A R, a A , B = f (A \ {a}). Se lim f (x) = L entao
xa
L B.
Tal propriedade signica que o limite L pertence ao fecho da imagem f (A \ {a}), isto
e, existem pontos de f (A \ {a}) arbitrariamente proximos de L.
Demonstrac
ao. Usaremos o criterio de sequencias. Como lim f (x) = L, entao existe
xa
sequencia (xn ) em A \ {a} tal que lim f (xn ) = L, da tome f (xn ) = yn , (yn ) e uma
sequencia em f (A \ {a}) tal que lim yn = L, portanto L B.
Quest
ao 2
Propriedade 149. Se (xn ) em A \ {a} com lim xn = a implicar (f (xn )) convergente
entao lim f (x) existe.
xa
Demonstrac
ao. Usaremos que lim f (x) = L (zn ) A \ {a} com lim zn = a
xa
vale lim f (zn ) = L. Por isso vamos tomar duas sequencias arbitrarias (xn ) e (yn ) com
lim xn = lim yn = a em A \ {a} e vamos mostrar que lim f (xn ) = lim f (yn ). Tomamos
(zn ) denida como z2n = xn e z2n1 = yn , da lim zn = a, portanto lim f (zn ) existe, como
(f (xn )) e (f (yn )) sao subsequencias de (f (zn )) entao elas convergem para o mesmo limite
L, da provamos que (zn ) A \ {a} com lim zn = a vale lim f (zn ) = L que implica
lim f (x) = L.
xa
Quest
ao 3
Teorema 2 (Limite da composicao de funcoes). Sejam A, B R, f de A em R e g de
B em R com f (A) B. Se lim f (x) = b e lim g(y) = c ainda com c = g(b), tem-se
xa
yb
xa
Demonstrac
ao. Da existencia do limite de g(x) temos que para todo > 0 existe
1 > 0 tal que y B, |y b| < 1 |g(y) c| < , onde tiramos a restricao de
CAPITULO 1. SOLUC
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REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
82
Quest
ao 4
Exemplo 44. Sejam f : gR R denidas como
f (x) = 0 se x R \ Q, f (x) = x se x Q.
g(0) = 1 e g(x) = 0 se x = 0.
Nessas condicoes vale lim f (x) = lim g(x) = 0 e nao existe lim g(f (x)).
x0
x0
x0
Vale lim f (x) = 0, pois tomamos = entao par 0 < |x| < vale |f (x)| < = ,
x0
tanto para x irracional, pois no caso vale |f (x)| = 0 < , tanto no caso de x racional pois
nesse caso vale |f (x)| = |x| < = , entao em qualquer desses casos temos |f (x)| < .
Tambem vale que lim g(x) = 0, pois tomando = , 0 < |x| < implica x nao nulo,
x0
Seja xn 0 por valores racionais, entao f (xn ) = xn e da lim g(f (xn )) = lim g(xn ) = 0.
Tomando yn 0 por valores irracionais temos f (yn ) = 0 e lim g(f (yn )) = lim g(0) = 1,
logo nao pode existir lim g(f (x)), pois o limite depende de como se aproxima de zero
x0
CAPITULO 1. SOLUC
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83
Quest
ao 5
1
Exemplo 45. lim sen( ) nao existe.
x0
x
1
1
Tomamos as sequencias xn =
e yn =
vale lim xn = 0 = lim yn e
2n
2n + 2
1
1
sen( ) = sen(2n) = 0 e sen(2n+ ) = 1 logo os limites sao distintos entao lim sen( )
x0
xn
2
x
nao existe.
1
Em geral, existe t R tal que sen(t) = v [1, 1], tomando xn =
vale
t + 2n
1
lim xn = 0 e sen( ) = sen(t + 2n) = sen(t) = v.
xn
1.7.2
Limites laterais
Quest
ao 1
Propriedade 150. a A+ (a A ) existe (xn ) em A decrescente (crescente) com
lim xn = a.
Demonstrac
ao. ). Se a A+ entao existe sequencia de termos zn > a com
lim zn = a, da podemos tomar uma subsequencia (xn ) de (zn ) que seja decrescente e
lim xn = a.
). Se existe (xn ) decrescente com lim xn = a entao por denicao > 0 A(a, a+) =
e da a e ponto de acumulacao `a direita.
De maneira similar, so trocando as palavras na argumentacao acima se prova o caso
para pontos de acumulacao `a esquerda.
). Se a A entao existe sequencia de termos zn < a com lim zn = a, da podemos
tomar uma subsequencia (xn ) de (zn ) que seja crescente e lim xn = a.
). Se existe (xn ) crescente com lim xn = a entao por denicao > 0 A(a, a) =
e da a e ponto de acumulacao `a esquerda.
Quest
ao 2
Propriedade 151. lim+ f (x) = L ( lim f (x) = L) (xn ) em A decrescente (crescente)
xa
xa
CAPITULO 1. SOLUC
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84
Demonstrac
ao. Vale que lim+ f (x) = L lim g(x) = L onde g : B R onde
xa
xa
B = A (a, ). Porem lim g(x) = L (xn ) em B com lim xn = a vale lim g(xn ) = L.
xa
xa
vale lim g(xn ) = L, em especial para as sequencias (xn ) que sejam decrescentes.
). Vamos usar a contrapositiva que e se lim g(x) = L entao existe (xn ) em A decresxa
cente com lim xn = a tal que lim g(xn ) = L. Supondo que temos lim g(x) = L entao existe
xa
sequencia (yn ) em B com lim yn = a tal que lim g(yn ) = L, como (yn ) (a, a + ) A,
podemos tomar (xn ) subsequencia de (yn ) tal que lim xn = a e lim g(xn ) = L (pois as
subsequencias devem convergir para o mesmo valor das sequencias), assim ca provado o
resultado.
Quest
ao 3
Exemplo 46. Tomamos f : R \ {0} R denida como f (x) =
1
1
1 + ax
x0
Seja (xn ) em R \ {0} tal que lim xn = 0 entao vale lim a xn = , pois como lim xn = 0
1
1
podemos tomar c > 0 tal que ac > M > 0 arbitrario e 0 < xn0 < < 1 da axn0 < a c
c
1
M < ac < a xn0 e como xn e decrescente para n0 < n vale xn < xn0 portanto axn < axn0
1
1
1
1
= 0 que
M < a xn0 < a xn logo lim a xn = de onde segue que lim f (xn ) = lim
1
1 + a xn
por sua vez implica lim+ f (x) = 0.
x0
, como
1
a yn
yn+1 > yn segue que yn > yn+1 , (yn ) e decrescente e tende a zero logo pelo resultado
1
1
1
1
anterior lim a yn = lim a yn = lim 1 = 0, portanto lim 1 + a yn = 1 e lim f (xn ) =
a yn
1
lim
= 1 da vale lim f (x) = 1.
1
x0
1 + a xn
Quest
ao 4
Propriedade 152. Seja f : A R monotona. Se existe (xn ) em A com xn > a,
lim xn = a e lim f (xn ) = L entao lim+ f (x) = L.
xa
CAPITULO 1. SOLUC
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REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
85
Demonstrac
ao. Suponha f nao decrescente, vamos mostrar que
B = {f (x), x R, x > a}
e um conjunto limitado inferiormente. Dado x arbitrario e xo tal que x > a existe xn > a
que satisfaz x > xn > a, pois lim xn = a, f nao decrescente implica f (x) f (xn ), como
(f (xn )) e convergente, vale que tal sequencia e limitada inferiormente, portanto existe M
tal que f (xn ) > M n N da f (x) f (xn ) > M para f (x) B arbitrario, logo B e
limitado inferiormente. Por B ser limitado inferiormente ele possui nmo .
Seja L = inf B = inf{f (x), x R, x > a}, vale que lim f (x) = L (resultado ja
xa
demonstrado), disso segue pelo criterio de sequencias para limite lateral que lim f (xn ) =
L = L, pela unicidade de limite, portanto lim f (x) = L.
xa
Quest
ao 5
1
1
. Determine o conjunto
Exemplo 47. Seja f : R \ {0} dada por f (x) = sen( )
x 1 + 2 x1
dos pontos L tais que lim f (xn ) = L, com lim xn = 0, xn = 0.
Tomando o modulo da expressao
1
sen( 1 ) 1 1 =
1 < 1
x 1 + 2x
1 + 2x
1
pois 0 < 2 x , da nao podemos ter limites dessa expressao fora do intervalo [1, 1], vamos
mostrar que temos limites em cada ponto desse intervalo .
1
1
vale sen( ) =
t + 2n
xn
sen(t) = v, alem disso (xn ) e decrescente com lim xn = 0, portanto vale lim f (xn ) =
v
lim
= v, pois o limite no denominador resulta em 1 (limite ja calculado).
1
1 + 2 xn
Existe t R tal que sen(t) = v [1, 1]., Tomando xn =
1.7.3
Quest
ao 1
Propriedade 153. Seja P : R R com P (x) =
ak xk com an = 0, n 1. Se n e par
k=0
entao lim P (x) = lim P (x) sendo se an > 0 e se an < 0. Se n e mpar entao
x
lim P (x) = e lim P (x) = com an > 0 e lim P (x) = e lim P (x) = se
an < 0.
CAPITULO 1. SOLUC
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REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
z
n1
n
Demonstrac
ao. Escrevemos P (x) = an x (
|k=0
86
}|
{
ak
+1). Se n e par lim xn an =
x
an xnk
{z }
0
lim xn an = e lim xn an = .
Quest
ao 2
Exemplo 48. Seja f : R R denida por f (x) = xsen(x), entao para todo c R existe
(xn ) em R com lim xn = e lim f (xn ) = c.
Para x sucientemente grande a oscilacao de f (x) e tao grande quanto queremos e a
oscilacao e crescente.
Segue que f (x3 ) f (x2 ) = 4(n + 1) > f (x2 ) f (x1 ) = 4n, portanto a oscilacao
1), + 2(n0 + n 1)] tal que f (xn ) = c, valendo lim xn = e lim f (xn ) = c.
2
CAPITULO 1. SOLUC
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87
Quest
ao 3
Propriedade 154. Seja f : [a, ) R limitada. Para cada t a denimos
Mt = sup{f (x) | x [t, )} = sup At
mt = inf{f (x) | x [t, )} = sup At
wt = Mt mt , chamada de oscilacao de f em I = [t, ). Nessas condicoes, existem
lim Mt e lim mt .
Demonstrac
ao. Mt e nao-crescente e mt e nao-decrescente. Se s > t vale que
{f (x) | x [s, } = As {f (x) | x [t, )} = At , portanto sup At sup As ,
implicando Mt Ms logo mt e nao-crescente. Da mesma maneira mt e nao-decrescente,
pois de As At segue inf As inf At e da ms mt que signica que mt e nao-decrescente.
Ambas funcoes sao limitadas logo os limites lim Mt e lim mt existem.
t
). Se lim f (t) = L entao > 0 x a tal que para t a vale L < f (t) < L + ,
t
1.8
Captulo 7-Fun
c
oes contnuas
1.8.1
Denic
ao e primeiras propriedades
Quest
ao 1
Propriedade 155. Vale max(x, y) =
x + y |x y|
x + y + |x y|
e min(x, y) =
2
2
CAPITULO 1. SOLUC
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88
x+y+xy
= x como vale
2
x + y |x y|
max(x, y) + min(x, y) = x + y entao min(x, y) =
.
2
Demonstrac
ao. Se x y entao x y = |x y| da
Quest
ao 2
Propriedade 158. Sejam f, g : B R contnuas
Y = {x B | f (x) < g(x)}
Z = {x B | f (x) g(x)}
entao existem A aberto e F fechado tais que Y = B A e Z = B F.
Demonstrac
ao. Pela continuidade de f e g, para cada y Y existe um intervalo Iy
de centro y, tal que
{y} B Iy Y
da
Y =
logo Y =
yY
(B Iy ) Y
yY
yY
tomando A =
yY
(B Iy ) = B (
Iy ),
yY
yY
Vale que Z = B \ { B, g(x) < f (x)}, pelo que provamos acima, existe B aberto tal
que
Z = B \ (B A) = B (R \ A)
CAPITULO 1. SOLUC
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ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
89
onde essa u
ltima passagem se deu por identidade de conjuntos, temos que R \ A = F e
um conjunto fechado, logo provamos que Z = B F , onde F e fechado.
Corol
ario 24. Se B e aberto Y = B A e aberto por ser interseccao de abertos, se B e
fechado entao Z = B F e fechado por ser interseccao de fechados.
Corol
ario 25. Se f, g : B R sao contnuas e B aberto entao {x B | f (x) = g(x)}
e aberto pois {x B | f (x) < g(x)} {x B | f (x) > g(x)} onde ambos conjuntos sao
abertos.
Corol
ario 26. Se f, g : B R sao contnuas e B fechado entao {x B | f (x) = g(x)}
e fechado pois {x B | f (x) g(x)} {x B | f (x) g(x)} onde ambos conjuntos sao
fechados.
Quest
ao 3
Deni
c
ao 10 (Semi-contnua superiormente (scs)). f : A R e scs em a A quando
c > f (a) > 0 | x A, |x a| < f (x) < c.
Deni
c
ao 11 (Semi-contnua inferiormente (sci)). f : A R e sci em a A quando
c < f (a) > 0 | x A, |x a| < c < f (x).
Propriedade 159. f : A R e contnua em a A f e sci e scs em a.
Demonstrac
ao. ). Se f e contnua em a entao
> 0 > 0 | x A, |x a| < |f (x) f (a)| <
temos entao f (x) < f (a) + e f (a) < f (x). Sendo c > f (a) arbitrario, podemos
tomar = c f (a), + f (a) = c, logo > 0 | x A, |x a| < implicando
f (x) < f (a) + = c, portanto f e scs em a.
Da mesma maneira se c < f (a), tomamos = f (a)c f (a) = c e a continuidade
garante que > 0 | x A, |x a| < implicando c = f (a) < f (x), logo f e sci em
a.
CAPITULO 1. SOLUC
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REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
90
). Suponha que f seja scs e sci em a, seja > 0 arbitrario entao pela primeira
condicao podemos tomar c f (a) = que ca garantida a existencia de 1 , tal que
|x a| < 1 implica f (x) < c, f (x) f (a) < , por f ser sci em a para qualquer, podemos
tomar f (a) c2 = e da existe 2 tal que |x a| < 2 implica c2 < f (x), f (a) < f (x),
da tomando = min{1 , 2 } as duas condicoes sao satisfeitas logo vale |f (x) f (a)| <
e f e contnua em a.
Propriedade 160. Se f e scs e g e sci em a e f (a) < g(a) entao existe > 0 tal que
x A, |x a| < implica f (x) < g(x).
Demonstrac
ao. Como f e scs tomamos c =
f (a) + g(a)
> f (a), entao existe 1 > 0,
2
f (a) + g(a)
. Da mesma maneira como g e sci, tomando o
2
f (a) + g(a)
f (a) + g(a)
mesmo c =
< g(a) existe 2 > 0, x A, |x a| < 2
< g(x).
2
2
f (a) + g(a)
Tomando = min{1 , 2 } tem-se com x A , |x a| < que f (x) <
e
2
f (a) + g(a)
< g(x) que implica f (x) < g(x).
2
Quest
ao 4
Propriedade 161. Seja f : R R contnua e f (x) = c uma constante para todo x A
um conjunto denso em B, entao f (x) = c para todo x B.
Demonstrac
ao. Dado a B arbitrario, por A ser denso em B, podemos tomar uma
sequencia (xn ) em A tal que lim xn = a da f (xn ) = c e lim f (xn ) = c = f (a), logo
f (a) = c para todo a B.
Corol
ario 27. Em especial A e denso em A, da f (x) = c x A.
Quest
ao 5
Propriedade 162. f : R R e contnua sse A R vale f (A) f (A).
Demonstrac
ao. . Supondo f contnua, vamos mostrar que dado a f (A) entao
a f (A). Seja a f (A), entao existe y A tal que f (y) = a, mas como y A,
entao existe uma sequencia (xn ) em A tal que lim xn = y, por f ser contnua segue que
f (xn ) f (A) e lim f (xn ) = f (y) = a f (A), o que conclu a demonstracao.
CAPITULO 1. SOLUC
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REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
91
1
1
> 0 |xn a| < e |f (xn ) f (a)|
n
n
tomando A como conjunto dos termos da sequencia (xn ) segue que a A, logo f (a) f (A)
mas a propriedade |f (xn ) f (a)| nos garante que f (a)
/ f (A), de onde segue o
resultado.
Quest
ao 6
Propriedade 163. Seja f : A R contnua em a A. Se para toda vizinhanca de a
existem x e y A tais que f (x) e f (y) tem sinais contrarios entao f (a) = 0.
Demonstrac
ao. Usando a contrapositiva, temos que mostrar que se f (a) = 0 entao
existe vizinhanca do ponto a tal que para todos x e y em tal vizinhanca vale que f (x) e
f (y) tem o mesmo sinal. Essa propriedade vale realmente para funcoes contnuas, logo a
proposicao e verdadeira.
Corol
ario 28. Sejam f, g : A R contnuas no ponto a, tal que para toda vizinhanca
V de a existam pontos x e y, tais que f (x) < g(x) e f (y) > g(y) entao f (a) = g(a).
Tomamos h : A R com h(x) = f (x) g(x) da em toda vizinhanca de a existem
x, y tais que h(x) < 0 e h(y) > 0, portanto pelo resulado anterior vale que h(a) = 0 =
f (a) g(a) f (a) = g(a).
Quest
ao 7
Propriedade 164. Seja f : A R descontnua em a A. Entao existe > 0 tal que
Existe (xn ) em A com lim xn = a e f (xn ) > f (a) + n N , ou
existe (yn ) em A com lim yn = a e f (yn ) < f (a) n N .
Demonstrac
ao. Usamos o criterio de sequencias, usando a negacao da continuidade
(xn ) A com lim xn = a e lim f (xn ) = f (a) (podendo nao existir), disso segue que
|f (xn ) f (a)| > para n N um subconjunto innito de N . Para cada n N vale
CAPITULO 1. SOLUC
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REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
92
1.8.2
Fun
co
es contnuas num intervalo
Quest
ao 1
Propriedade 165. Toda funcao f : I R localmente constante e constante, onde I e
um intervalo.
Demonstrac
ao. Dado a I, denimos
A = {x I | f (x) = f (a)}, B = {x I | f (x) = f (a)},
vale que A = , pois a A, vale tambem que I = A B. Como f e localmente constante,
x A existe Ix = (x , x + ) tal que f (Ix ) = {f (a)} logo Ix B = , da nao poder
existir sequencia em B tendendo `a x, portanto x
/ B A B = . Suponha por absurdo
que exista pelo menos um y B, entao para y B arbitrario vale f (y) = cy = f (a) e
existe tal que, para Iy = (y , y + ) tem-se f (Iy ) = {cy }, portanto (y , y = ) A
e vazio, logo y
/ A, A B = . Da temos que A B = I e uma cisao nao trivial de um
intervalo, o que e um absurdo, logo B = e f e constante. Suponha por absurdo que B
nao seja vazio.
Quest
ao 2
Propriedade 166. Seja f : I R uma funcao monotona, I um intervalo. Se f (I) e um
intervalo entao f e contnua.
Demonstrac
ao. Seja a int(I). Suponha f nao-decrescente. Existem2 os limites
laterais l = lim f (x) e L = lim+ f (x), onde
xa
xa
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
93
l = sup{f (x) , x A, x < a)} = sup C sendo que f (a) e cota superior de C e cota
a. Por isso podemos tomar z = f (a) tal que l < z < L, valendo f (x) < z < f (y) ,
temos tambem que z
/ f (I), portanto f (I) nao e intervalo, o que e absurdo.
O caso de a ser uma extremo inferior ou superior do intervalo se fazem de maneira
similar.
Se a e extremidade inferior do intervalo, existe L = lim+ f (x) = inf{f (x) , x A, x >
xa
a)}, vale L f (a) pelo fato de f ser nao-decrescente. Suponha que L > f (a) (f ser
descontnua em a), entao existe z tal que L > z > f (a), da de x > a segue f (x) > z
ez
/ f (I), logo f (I) nao e intervalo. Se a e intervalo inferior procedemos de maneira
similar.
Quest
ao 3
1
Exemplo 49. f : R R dada por f (x) = sen( ) para x = 0 e f (0) = 0, tem a
x
propriedade do valor intermediario, porem e descontnua em 0.
Separamos os intervalos de R em dois tipos:
Os intervalos que contem 0.
Os intervalos que nao contem 0.
Em todo intervalo que contem 0 a imagem da funcao e o intervalo [1, 1], que ja mostramos
1
, onde c e tal que sen(c) = v [1, 1],
por meio de sequencias da forma xn =
2n + c
todo intervalo que contem 0 possui termos desse tipo para n sucientemente grande.
Em intervalos que nao contem 0, a funcao f e contnua logo sua imagem e um intervalo.
Portanto para qualquer tipo de intervalo vale a propriedade do valor intermediario para
a funcao f .
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
94
Quest
ao 4
Propriedade 167. Seja f : I R com a propriedade do valor intermediario. Se c R
existe apenas um n
umero nito de pontos x I tais que f (x) = c, entao f e contnua.
Demonstrac
ao. Suponha que exista a I, em que f seja descontnua. Pelo criterio
de sequencias, existe (xn ) em I com lim xn = a e f (xn ) > f (a) + n N (ou f (xn ) <
f (a) , garantido por resultado ja mostrado). Tomando algum c (f (a), f (a) + ),
observamos o intervalo (f (a), f (xn )), como f (xn ) > f (a) + segue que
c (f (a), f (a) + ) (f (a), f (xn )) n N
a propriedade de valor intermediario garante a existencia de z1 entre a e x1 tal que
f (z1 ) = c, como lim xn = a, podemos tomar xn1 tal que z1 nao esteja entre a e xn1 , porem
novamente a propriedade de valor intermediario garante a existencia de z1 entre a e xn1
tal que f (z1 ) = c, com esse processo conseguimos innitos valores z tais que f (z) = c, o
que contraria a hipotese, entao a funcao deve ser contnua.
Quest
ao 5
Propriedade 168. Sejam p 0 real, f : [0, 2p] R contnua com f (0) = f (2p). Entao
existe c [0, p] tal que f (c) = f (c + p).
Demonstrac
ao. Denimos g : [0, p] R, por g(x) = f (x + p) f (x). Temos
g(p) = f (2p) f (p) = k
g(0) = f (p) f (0) = k
|{z}
=f (2p)
como g e contnua, por ser soma de funcoes contnuas, segue que, existe c [0, p] tal
que g(c) = 0 = f (c + p) f (c), logo f (c + p) = f (c).
1
Exemplo 50. Tomando p = entao f : [0, 1] R contnua com f (0) = f (1) implica
2
1
1
1
que existe c [0, ] tal que f (c) = f (c + ). Da mesma maneira tomando p =
2
2
3
2
2
1
entao f : [0, ] R contnua com f (0) = f ( ) implica que existe c [0, ] tal que
3
3
3
1
f (c) = f (c + ).
3
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
1.8.3
95
Fun
co
es contnuas em conjuntos compactos
Quest
ao 1
Propriedade 169. Seja f : R R contnua com lim f (x) = lim f (x) = . Entao
x
Podemos tomar A > 0 tal que A > B, A > a, A < B1 , A < a, logo para x > A, y <
A tem-se f (x) > f (a), f (y) > f (a), f restrita `a [A, A] possui mnimo f (x0 ) pois o
conjunto e compacto, alem disso como a [A, A] segue que f (x0 ) f (a), tal valor f (x0 )
e mnimo global da funcao, pois em [A, A] tal valor e mnimo e fora desse intervalo a
funcao assume valores maiores que f (x0 ).
Quest
ao 2
Propriedade 170. Seja f : R R contnua com lim f (x) = e lim f (x) = .
x
Entao para todo c R existe entre as razes da equacao f (x) = c uma cujo modulo e
mnimo.
Demonstrac
ao. Comecamos de maneira similar ao resultado anterior, pela denicao
dos limites innitos
B > 0 tal que x > B f (x) > c
B1 > 0 tal que x < B1 f (x) > c.
Podemos tomar A > 0 tal que A > B, A > c, A < B1 , A < c, logo para x >
A, y < A tem-se f (x) > c, f (y) < c. As razes de f (x) = c pertencem ao conjunto
[A, A]. Seja V = {|x| [A, A] | f (x) = c}, tal conjunto e limitado inferiormente, logo
possui nmo. Seja t = inf V . Se o nmo pertence ao conjunto nada precisamos fazer,
essa e nossa raz com modulo mnimo. Se nao, existe (xn ) V tal que lim xn = t, vale
f (xn ) = c n N e por continuidade de f temos lim f (xn ) = f (t) = c, entao o nmo
pertence ao conjunto, logo existe sempre uma raz cujo modulo e mnimo.
CAPITULO 1. SOLUC
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ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
96
Quest
ao 3
Propriedade 171. Nao existe f : [a, b] R contnua que assume cada um dos seus
valores f (x) exatamente duas vezes.
Demonstrac
ao. [a, b] possui apenas dois extremos , temos 2 pontos de maximo e
2 pontos de mnimo da funcao f , entao obrigatoriamente teremos que um desses pontos
crticos deve ser imagem de um ponto interior de [a, b]. Suponha que seja o maximo.
O valor maximo de f sera entao assumido num ponto xm1 int[a, b] vamos supor o
outro ponto xm2 em que a funcao atinge maximo tambem no interior do intervalo , com
xm1 > xm2 .
Tomamos x3 < xm2 , xm2 < x2 < xm1 , xm1 < x1 e A = max{f (x3 ), f (x1 ), f (x2 )}, pelo
T V I existe valores x [x3 , xm2 ), y [x2 , xm1 ) e z (xm1 , x1 ], tais que f (x) = f (y) =
f (z) = A, absurdo, pois deveria haver apenas 2 valores distintos em [a, b] tais que suas
imagens fossem iguais.
Quest
ao 4
Propriedade 172. Toda funcao contnua periodica f : R R e limitada e atinge valores
maximo e mnimo.
Demonstrac
ao. Seja p o perodo da funcao, entao x R vale f (x + p) = f (x) , a
funcao repete os valores de sua imagem no intervalo [0, p] logo estudamos a sua restricao
ao compacto [0, p]. f |[0,p] e contnua e sua imagem e um compacto, logo ela possui maximo
e mnimo, existindo x1 , x2 R tal que f (x1 ) e mnimo e f (x2 ) e maximo.
Quest
ao 5
Propriedade 173. Seja A R compacto. Se f : A R e contnua entao
> 0, c > 0 | |y x| |f (y) f (x)| c |y x|.
Demonstrac
ao. Vamos usar a contrapositiva
> 0, c > 0 |y x| e |f (y) f (x)| > c |y x| c
a relacao |f (y) f (x)| c c > 0 implica que f (A) nao e limitado, logo f nao pode
ser contnua, pois a imagem do compacto A seria o compacto f (A) que e limitado.
CAPITULO 1. SOLUC
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REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
1.8.4
97
Continuidade uniforme
Quest
ao 1
Propriedade 174. Toda funcao f : N R e uniformemente contnua.
Demonstrac
ao. Podemos tomar < 1 da |x y| < implica x = y, que implica
|f (x) f (y)| = 0 < .
N e fechado, porem nao e limitado, toda sequencia e uma funcao uniformemente
contnua.
Propriedade 175. Se toda funcao f : A R e uniformemente contnua entao A e
fechado, porem nao necessariamente compacto.
Demonstrac
ao. Usaremos a contrapositiva. Se A nao e fechado entao existe funcao
f : A R que nao e uniformemente contnua. Daremos entao um exemplo desse tipo de
funcao. Como A nao deve ser fechado entao deve existir a A tal que a
/ A, tomamos
1
f : A R denida como f (x) =
o limite lim f (x) nao existe entao A nao pode ser
xa
xa
uniformemente contnua.
Quest
ao 2
Exemplo 51. A funcao f : R R dada por f (x) = sen(x2 ) nao e uniformemente
contnua.
1
(n + ) e yn = n, entao
2
1
2
yn xn = (n + ) n =
0
2
1
(n + 2 ) + n
Tomamos xn =
CAPITULO 1. SOLUC
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REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
98
Quest
ao 3
Propriedade 176. Dada f : A R uniformemente contnua, denimos g : A R como
g(x) = f (x) se x A e um ponto isolado e g(a) = lim f (x) se a A . Nessas condicoes g
xa
isso implica que |f (xn ) f (yn )| < , passando o limite temos |g(a) g(b)| = lim |f (xn )
2
|f (y) f (x)| |f (x) L| + |f (y) L| < + = .
4 4
2
Da mesma maneira se x < B, y < B vale que |f (x) l| < e |f (y) l| < , da
4
4
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
99
se x, y [B, A] com |x y| < tem-se |f (x) f (y)| < . Caso x < B e y [B, A]
2
com |x y| < temos tambem que | B y| < |x y| < , pois x < B y, a distancia
de y ate B e menor que a distancia de y ate x, portanto
|f (x) f (y)| |f (x) f (B)| + |f (B) f (y)| <
+ = .
2 2
+ = .
2 2
e 1 > 0 tal que |x y| < 2 |g(x) g(y)| < tomando = min{1 , 2 } segue que
2
2
|g(x) g(y)| < e |f (x) f (y)| < , pela desigualdade triangular tem-se
2
2
|g(x) + f (x) g(y) f (y)| |g(x) g(y)| + |f (x) f (y)| < +
2 2
logo f + g e uniformemente contnua.
CAPITULO 1. SOLUC
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ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
100
pois (f (xn )) e (g(yn )) sao limitadas, usamos tambem que f e g sao uniformemente convergentes e o criterio de sequencias. Portanto vale que lim f (yn ).g(yn ) f (xn ).g(xn ) e da
f.g e uniformemente contnua.
Propriedade 180. Dadas f, g : A R uniformemente contnuas, entao h, t : A R
dada por h(x) = max{f (x), g(x)}e t(x) = max{f (x), g(x)} sao uniformemente contnuas.
Demonstrac
ao. Vale h(x) = max{f (x), g(x)} =
min{f (x), g(x)} =
1.9
1.9.1
Captulo 8-Derivadas
A noc
ao de derivada
Quest
ao 1
Propriedade 181 (Caracterizacao de Caratheodory). f e derivavel em a existe g :
A R contnua em a tal que f (x) = f (a) + g(x)(x a) x A.
Demonstrac
ao. ) . Suponha que existe g : A R contnua em a tal que f (x) =
f (a) + g(x)(x a), da para x = a tem-se
f (x) f (a)
= g(x)
xa
f (x) f (a)
= f (a) = g(a),
xa
xa
como existe lim g(x) por g ser contnua em a, entao existe lim
xa
logo f e derivavel.
CAPITULO 1. SOLUC
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ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
101
r(h)
,
h
h0
Quest
ao 2
Propriedade 182 (Teorema do sanduche para derivadas). Sejam f, g, h : X R tais
que para todo x X se tenha
f (x) g(x) h(x)
. Se num ponto a X X tem-se f (a) = h(a) e existem f (a) = h (a) entao existe
g (a) = f (a) .
Demonstrac
ao. Da identidade f (a) = h(a) e da desigualdade f (x) g(x) h(x),
temos
f (a) g(a) h(a) = f (a), g(a) = f (a) = h(a)
tem-se tambem
f (a + h) g(a + h) h(a + h), f (a + h) f (a) g(a + h) g(a) h(a + h) h(a)
pois f (a) = h(a) = g(a), como as derivadas f (a) e h (a) existem, entao tambem existem
as derivadas laterais
f+ (a) = f (a) = f (a) = g (a) = h+ (a) = h (a)
dividindo a u
ltima desigualdade por h > 0 e tomando o limite a direita segue
f (a) lim+
h0
g(a + h) g(a)
f (a)
h
assim
lim
h0
g(a + h) g(a)
f (a)
h
g(a + h) g(a)
g(a + h) g(a)
= lim+
= f (a) = g (a)
h0
h
h
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
102
Quest
ao 3
Veremos um lema que ajudara na proximo resultado.
Lema 1. Sejam (an ) e (bn ) sequencias limitada tais que an + bn = 1 n N , (zn ) e (tn )
com o mesmo limite a, entao lim an .zn + bn .tn = a.
Demonstrac
ao. Escrevemos
an .zn + bn .tn = an .zn a.an + a. an +bn .tn = an (zn a) + a(1 bn ) + bn .tn =
|{z}
=1bn
=
yn x n
yn xn
yn xn
yn xn
f (yn ) f (a)
=
+
yn xn
f (yn ) f (a)
+
=
yn xn
xn + a
yn xn
)(
f (xn ) f (a)
xn a
yn xn yn + a
yn xn
)(
)
=
f (xn ) f (a)
xn a
)
=
(
)(
)
yn a
f (xn ) f (a)
f (yn ) f (a)
+ 1
=
=
yn xn
yn x n
xn a
(
=
yn a
y x
| n {z n}
=tn
)(
f (yn ) f (a)
yn a
)(
(
)
f (xn ) f (a)
yn a
+ 1
=
yn x n
xn a
(
)
)
f (yn ) f (a)
f (xn ) f (a)
= tn
+(1 tn )
yn a
xn a
{z
}
{z
}
|
|
f (a)
f (a)
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
103
yn a
< 1, pois
yn xn
yn > xn da podemos dividir por yn xn sem alterar a desigualdade. Da mesma maneira
yn a
vale 0 < yn a e da 0 <
< 1, logo (tn ) e limitada, o mesmo vale para 1 tn ,
yn xn
logo aplicamos o lema anterior que nos garante que
(
(
)
)
f (yn ) f (xn )
f (yn ) f (a)
f (xn ) f (a)
+(1 tn )
= f (a).
lim
= lim tn
yn xn
yn a
xn a
{z
}
{z
}
|
|
observamos que (tn ) e limitada pois xn < a yn a < yn xn
f (a)
f (a)
Quest
ao 4
1
Exemplo 53. Seja f : R R dada por f (x) = x2 sen( ) se x = 0 e f (0) = 0, tomamos
x
1
1
, da vale lim xn = lim yn = 0
e yn =
xn =
n
n + 2
f (xn ) =
1
sen(n) = 0
(n)2
(1)n
f (yn ) =
sen(n + ) =
(n + 2 )2
2
(n + 2 )2
f (yn ) f (xn )
f (yn )
=
yn x n
yn xn
yn xn =
1
n +
n n 2
2
1
=
=
n
(n + 2 )(n)
(n + 2 )(n)
f (yn ) f (xn )
(1)n+1
(1)n+1
(1)n+1
=
.2n(n
+
)
=
.2n
=
.2
yn xn
(n + 2 )2
2
(n + 2 )
( + 2n
)
1
1
que nao converge, pois para n par temos
.2 e para n mpar tem-se
.2
( + 2n )
1
1
.2 duas subsequencias convergindo para valores distintos, logo a sequencia
.2
( + 2n )
nao converge.
Tal funcao e derivavel no 0, pois
x2 sen( x1 ) 0
1
= lim xsen( ) = 0
lim
x0
x0
x
x
em outros pontos distintos de 0 a funcao tambem e derivavel por ser produto de funcoes
derivaveis.
CAPITULO 1. SOLUC
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ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
104
Quest
ao 5
Propriedade 184. Se f : A R e derivavel em a int(A) entao
f (a + h) f (a h)
= f (a).
h0
2h
lim
Demonstrac
ao. Como f e derivavel em a intA podemos escrever f (a + h) =
r(h)
f (a) + f (a)h + r(h) onde lim
= 0, podemos tomar f (a h) = f (a) f (a)h + r(h),
h0 h
subtraindo as duas expressoes e dividindo por 2h, tem-se
r(h) r(h)
f (a + h) f (a h)
= f (a) +
2h
2h
|
{z
}
0
f (a + h) f (a h)
pode existir porem a funcao pode nao
h0
2h
ser derivavel em a, considere por exemplo f : R R dada por f (x) = |x|, no ponto a = 0
Exemplo 54. O limite lim
1.9.2
Regras operacionais
Quest
ao 1
1
CAPITULO 1. SOLUC
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REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
105
Agora provamos por inducao que Dn f (0) = 0 para todo n N. Para n = 1 temos
1
e x2
1
y
f (0) = lim
= lim
1 = lim
2 = 0.
x0 x
x0
y ey
xe x2
gn ( x1 )e x2
Dn f (x) Dn f (0)
Dn f (x)
D f (0) = lim
= lim
= lim
=
x0
x0
x0
x
x
x
ygn (y)
=0
= lim
y
ey 2
logo ca provado que Dn f (0) = 0 para todo n natural.
n+1
Quest
ao 2
Propriedade 186. Sejam I um intervalo aberto , f : I R de classe C 2 . Se f (I) J
e g : J R e de classe C 2 entao a composta g f : I R e de classe C 2 .
Demonstrac
ao. Pela regra da cadeia a funcao g f e de classe C 1 , pois e derivavel e
vale (g f ) (x) = f (x).g (f (x)) , g (f (x)) e contnua pois f e contnua e g e contnua, da
mesma maneira f e contnua logo o produto das funcoes tambem e uma funcao contnua.
Denindo h : I R com h(x) = (g f ) (x) = f (x).g (f (x)), vamos mostrar que tal
funcao e derivavel e possui derivada contnua.
f e derivavel pois f pois e C 2 . g f e derivavel, pois dado a I arbitrario existem
f (a) e g (f (a)) pois f e g sao derivaveis. Portanto f .(g f ) = h e derivavel, valendo a
regra da cadeia
h (x) = f (x).g (f (x)) + f (x)g (f (x))
como f , g f , f e g f sao contnuas , segue-se que h e contnua, portanto h e C 1 ,
que implica g f ser C 2 .
Quest
ao 3
Propriedade 187. Seja f : I R de classe C 2 com f (I) = J e f (x) = 0 x I. Entao
f 1 : J R e de classe C 2 .
Demonstrac
ao. Temos que f e derivavel em x I arbitrario, valendo f (x) = 0 ,
supondo g = f 1 contnua em f (x) = y segue pelo teorema da derivada da inversa que
g (y) =
1
f (x)
CAPITULO 1. SOLUC
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ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
106
1
tambem e derivavel portanto
f
f (x)
= (g (y))
(f (x))2
dessa expressao tiramos que g e derivavel e contnua pois f e f sao contnuas, logo
g e C 2 .
O calculo explicito de g (y) nos da
g (y) =
f (x)
.
[f (x)]3
Quest
ao 4
Propriedade 188. Seja f : R R uma funcao par C , entao vale Dn f (x) =
(1)n Dn f (x).
Demonstrac
ao. Por inducao sobre n, temos que f (x) = f (x), derivando pela
regra da cadeia tem-se f (x) = f (x), logo a propriedade vale para n = 1. Suponha
que vale para n, Dn f (x) = (1)n Dn f (x), vamos provar a validade para n + 1. Seja
g(x) = Dn f (x) entao g(x) = Dn f (x) e vale
g(x) = (1)n g(x)
derivando pela regra da cadeia tem-se g (x) = (1)n+1 g (x) portanto
Dn+1 f (x) = (1)n+1 Dn+1 f (x).
Corol
ario 29. Se n e par tem-se Dn f (x) = Dn f (x) e se n e mpar Dn f (x) =
Dn f (x).
Se uma funcao g e mpar ela satisfaz g(x) = g(x) da tomando x = 0 tem-se
g(0) = g(0), portanto g(0) = 0. Da segue que se f e par e n mpar entao Dn f (0) = 0.
Propriedade 189. Seja f : R R uma funcao mpar C , entao vale Dn f (x) =
(1)n+1 Dn f (x).
Demonstrac
ao. Por inducao sobre n, temos que f (x) = f (x), derivando pela
regra da cadeia tem-se f (x) = f (x) f (x) = f (x), logo a propriedade vale
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
107
para n = 1. Suponha que vale para n, Dn f (x) = (1)n+1 Dn f (x), vamos provar a
validade para n + 1. Seja g(x) = Dn f (x) entao g(x) = Dn f (x) e vale
g(x) = (1)n+1 g(x)
derivando pela regra da cadeia tem-se g (x) = (1)n g (x) = (1)n+2 g (x) portanto
Dn+1 f (x) = (1)n+2 Dn+1 f (x).
Quest
ao 5
Propriedade 190. Seja f : R R k vezes derivavel tal que f (tx) = tk f (x) t, x R.
Dk f (0) k
Nessas condicoes temos f (x) =
x = cxk .
k!
Dk
Demonstrac
ao. Aplicamos
na identidade f (tx) = tk f (x) , isto e, derivamos k
k!
vezes em relacao `a t , aplicando a regra da cadeia.
Dk k
k
k (k)
Usamos que D f (tx) = x f (tx) e
t f (x) = f (x) logo
k!
xk (k)
f (tx) = f (x)
k!
tomando t = 0 tem-se
xk (k)
f (0) = f (x).
k!
Em especial se k = 1, f (x) = x.f (0) = c.x.
1.9.3
Quest
ao 1
Propriedade 191. Se f : R R e de classe C 1 entao o conjunto dos seus pontos crticos
e fechado.
Demonstrac
ao. Denimos
F = {x R | f (x) = 0}.
Podemos ver que F e fechado de diversas maneiras, como R e fechado segue por resultado
ja demonstrado na parte de funcoes contnuas do texto que F e fechado, podemos olhar
tambem para R \ F = {x R | f (x) < 0} {x R | f (x) > 0} como R e aberto segue
que esses dois u
ltimos conjuntos sao aberto, portanto F e fechado .
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
108
( )
1
x
Exemplo 55. Seja f : R R dada por f (x) = x sen
+
se x = 0 e f (0) = 0. A
x
13
derivada no ponto zero e
( )
x
2
( )
x sen x1 + 13
1
1
= lim xsen
+
lim
x0
x0
x
x
13
2
1
1
Podemos tomar x = 0 arbitrariamente perto de 0 tal que sen( ) = 0 e cos( ) = 1
x
x
da tem-se f (x) < 0, da mesma maneira com x = 0 arbitrariamente proximo de zero com
1
1
sen( ) = 1 , cos( ) = 0 e f (x) > 0.
x
x
Como f e contnua existem pontos muito proximos de zero tais que f (x) = 0 (pontos
crticos), da temos sequencias de pontos crticos que tendem a zero, porem f (0) > 0.
Quest
ao 2
Propriedade 192. Seja f : (a, b) R derivavel e c um ponto crtico de f , se existe
> 0 tal que
1. Se f (x) 0 para x (c , c) e f (x) 0 para x (c, c + ) entao c e um maximo
local de f .
2. Se f (x) 0 para x (c , c) e f (x) 0 para x (c, c + ) entao c e um mnimo
local de f .
Demonstrac
ao.
1. f e nao-decrescente em (c , c) e f e nao-crescente em (c, c + ) . Dado qualquer
y (c , c) existe uma sequencia de pontos (yn ) em (y, c) tal que lim yn = c, vale
que f (y) f (yn ) pelo fato da funcao ser nao-decrescente, tomando o limite e usando
a continuidade segue que f (y) f (c). Da mesma maneira, dado x (c, c + ) existe
(xn ) em (c, x) implicando que vale f (x) f (xn ) pelo fato da funcao ser nao-crescente
entao tomando o limite e usando a continuidade tem-se que f (x) f (c).
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
109
maximo.
Se f for contnua em c e vale f (c) < 0, ent
ao por continuidade vale o item anterior.
mnimo.
Se f for contnua em c e vale f (c) > 0, ent
ao por continuidade vale o item anterior.
Deni
c
ao 12 (Ponto crtico nao-degenerado). Seja f : I R derivavel no intervalo
aberto I. Um ponto crtico c I e dito ser nao-degenerado quando f (c) = 0.
Propriedade 193. Todo ponto crtico nao degenerado e um ponto de maximo local ou
mnimo local.
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
110
Demonstrac
ao. Se vale f (c) > 0 entao c e um ponto de mnimo e se vale f (c) < 0
entao c e um ponto de maximo pelos resultados anteriores.
Quest
ao 3
Propriedade 194. Sejam f : I R, c I um ponto crtico nao degenerado, entao
existe > 0 tal que c e o u
nico ponto crtico de f em (c , c + ).
Demonstrac
ao. Vale f (c) > 0 ou f (c) < 0, supondo a primeira condicao existe
> 0 tal que
c < x < c < y < c + f (x) < f (c) < f (y)
| {z }
=0
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
111
Demonstrac
ao. Se f (c) existe entao para qualquer sequencia (cn ) c devemos ter
lim
f (cn ) f (c)
= f (c),
cn c
f (cn ) f (c)
= 0 = f (c),
cn c
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
1.9.4
112
Fun
co
es deriv
aveis num intervalo
Quest
ao 1
Propriedade 198. Seja g : I R contnua, exceto em c. Se existem lim g(x) = l e
xc
xc
Demonstrac
ao. Como g e descontnua em c e possui os limites laterais entao existe
> 0 tal que
c x < c < y c + g(x) < l < L + < g(y)
tomamos d = g(c) em (l , L + ). Vale g(c ) < l + e g(c + ) > L mas nao
existe x (c , c + ) tal que g(x) = d. Se g fosse derivada de alguma funcao, entao
pelo teorema de Darboux existiria x em tal intervalo tal que g(x) = d.
Quest
ao 2
ln(x)
, determinar os intervalos de
x
crescimento e decrescimento de f , seus pontos crticos e seus limites x 0 e x .
1 ln(x)
Calculamos a derivada f (x) =
pela regra do quociente, o ponto crtico da
x2
funcao acontece quando ln(x) = 1 logo x = e, a derivada e positiva quando 1 ln(x) >
Exemplo 56. Seja f : R+ : R dada por f (x) =
0, 1 > ln(x) da x < e, a derivada e negativa quando 1 ln(x) < 0, 1 < ln(x) da x > e.
Entao temos
Para x < e, f e crescente.
Para x > e, f e decrescente.
ln(x)
ln(x)
= e lim
= 0. Para o primeiro limite tomamos
x
x
x
2n . ln(2n ) = 2n .(n) ln(2)
ln(x)
= pelo fato de f ser crescente para x < e. Para o outro limite tomamos
x
x = 2 logo
ln(2)
ln(2n )
=n n 0
n
2
2
logo lim
x0
n
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
113
ln(x)
= 0 pois f e decrescente para x > e.
x
x
logo lim
Quest
ao 3
ex
ex (x 1)
. Calculamos g (x) =
logo
x
x2
1
temos ponto crtico apenas para x = 1. Vale que ex > 0 e 2 > 0, da o sinal de g (x)
x
depende de x 1.
Se x > 1 ent
ao g (x) > 0 e g e crescente.
Se x < 1 ent
ao g (x) < 0 e g e decrescente.
ex
1
Vale lim
= , pois tomando da da forma x = ln(1 + n ) temos com esse x aplicado
x0 x
2
a funcao
1
1
(1 + n )
2 ln(1 + 21n )
ex
como a funcao e decrescente para x < 1 entao lim
= . Da mesma forma, vale que
x0 x
x
e
lim
= , pois f e crescente para x > 1 e tomando x = ln(n) tem-se
x x
eln(n)
n
=
n
ln(n)
pois
ln(n)
0.
n
Quest
ao 4
Exemplo 58. Prove que
sen : ( , ) (1, 1)
2 2
cos : (0, ) (1, 1)
tg : ( , ) R
2 2
sao bijecoes com derivadas nao nulas e calcule a derivada das funcoes inversas arcsen, arccos
e arctg.
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
114
(sen(x)) = cos(x), que nao se anula em ( , ), para x nesse intervalo vale que
2 2
cos(x) = (sen(x)) > 0 logo a funcao e crescente. A imagem da funcao e (1, 1),
1
lim tg(x) = , tomamos x = , aplicando na funcao e simplicando
x 2
2 n
cos( n1 )
sen( n1 )
portanto lim tg(x) = , de maneira semelhante mostramos que lim
tg(x) = .
x 2
1
Tomamos x = + , aplicando na funcao e simplicando
2 n
cos( n1 )
sen( n1 )
Pelo fato da funcao ser contnua segue que sua imagem e R, por ser crescente, temos
bijecao.
Todas essas funcoes sao bijecoes, logo podemos denir suas funcoes inversas.
Propriedade 199. D[arcsen(x)] =
1
.
1 x2
Demonstrac
ao. Tomando arcsen(x) = y entao sen(y) = x, derivando y cos(y) = 1
1
como cos2 (y) = 1 sen2 (y) segue que cos(y) = 1 sen2 (y) e
e da y =
cos(y)
1
y =
.
1 x2
1
Propriedade 200. Vale D[arccos(x)] =
.
1 x2
CAPITULO 1. SOLUC
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ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
115
Demonstrac
ao. Tomando y = arccos(x) tem-se cos(y) = x e da y sen(y) = 1 logo
1
sen(y)
1
.
y =
1 x2
Propriedade 201. Vale D[arctg(x] =
1
.
x2 + 1
Demonstrac
ao. Se arctg(x) = y entao tg(y) = x, derivando ambos lados tem-se
1
2
y sec (y) = 1 logo y =
. Da identidade sec2 (y) = tg 2 (y) + 1 entao sec2 (y) = x2 + 1
2
sec (y)
de onde segue
1
y = 2
.
x +1
Quest
ao 5
Propriedade 202. Sejam f derivavel em I, A = {f (x) | x I} e
B={
f (y) f (x)
, x = y I}.
yx
Vale que
BA
B=A
sup(B) = sup(A) e inf(B) = inf(A).
Demonstrac
ao.
B A, pelo TVM que diz x, y I entao existe x < c < y tal que
f (c).
f (y) f (x)
=
yx
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
116
Da relacao A B temos que sup(B) sup(A) porem nao pode valer sup(A) >
lim f (x) entao para todo c R existe x (a, b) tal que f (x) = c.
xb
Demonstrac
ao. Vamos mostrar que f e ilimitada superiormente e inferiormente.
Suponho por absurdo que f fosse limitada inferiormente, entao valeria f (x) m x,
da tomando g : (a, b) R dada por g(x) = f (x) mx teramos g (x) = f (x) m 0,
logo g seria nao-decrescente e limitada e por isso existiriam os limites laterais lim+ g(x)
xa
ou lim g(x) e o mesmo valeria para f por causa da identidade g(x) = f (x) mx, o que
xb
contraria nossa suposicao . Da mesma maneira f nao pode ser limitada superiormente.
xb
para f por causa da identidade g(x) = f (x) M x, o que contraria nossa suposicao
novamente.
Entao f nao e limitada inferiormente ou superiormente, entao dado qualquer c R
existem x1 , x2 (a, b) tais que
f (x1 ) < c < f (x2 )
da segue pelo teorema de Darboux que existe x3 com x1 < x3 < x2 tal que f (x3 ) = c.
Quest
ao 7
Propriedade 204. Seja f : [a, b] R contnua e derivavel em (a, b) com f (x) 0, x
(a, b). Se {x [a, b] | f (x) = 0} e nito entao f e crescente.
Demonstrac
ao. Como vale f (x) 0 entao f e nao-decrescente. Suponha por
absurdo que f nao seja crescente, entao existem x < y (a, b) tais que f (x) = f (y) da
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
117
f e constante no intervalo [x, y], pois dado z [x, y] vale que f (x) f (z) f (y) = f (x)
pois f e nao-decrescente, logo f (z) = f (x) = c nesse intervalo e f (z) = 0. Nesse caso
a derivada seria nula numa quantidade innita de pontos, o que contraria a hipotese ,
portanto f e crescente.
Quest
ao 8
Propriedade 205. Seja f de I em R uma funcao contnua em um intervalo I tal que
f (x) = 0 para todo x I, entao f e constante.
Demonstrac
ao. Sejam dois pontos a e b em A, com b > a pelo TVM existe A
f
(b) f (a)
tal que f () =
= 0, logo temos que ter f (b) f (a) = 0, logo f (b) = f (a) o
ba
que implica a funcao ser constante, dada a arbitrariedade dos pontos a e b escolhidos em
A.
Demonstrac
ao.[2-Intervalos encaixados] Suponha por absurdo que f nao seja constante em I, entao existem a, b I tais que
:= |f (a) f (b)| > 0
em uma das metades do intervalo [a, b] deve valer |f (b1 ) f (a)| , pois caso contrario
2
+ =
2
2
o que contraria nossa denicao inicial. Podemos continuar o processo, tomando intervalos
ba
encaixados [ak , bk ] [ak+1 , bk+1 ] com bn an = n e (an bn 0)
2
|f (bn ) f (an )|
n
2
bn a n
ba
por propriedade de intervalos encaixados, existe c [an , bn ] n com an , bn c logo
|f (bn ) f (an )|
|f (c)| = lim
|f (bn ) f (an )|
>0
bn an
ba
CAPITULO 1. SOLUC
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ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
118
Quest
ao 9
Propriedade 206. Seja f de I(um intervalo aberto) em R derivavel em I. Se existe
k R tal que |f (x)| k para todo x I entao f e lipschitziana em I(implicando
tambem ser uniformemente contnua em I).
Demonstrac
ao. Pelo TVM existem y, x, R, y > x com entre x e y tal que
f (y) f (x)
= f (), f (y) f (x) = f ()(y x), |f (y) f (x)| = |f ()||(y x)|
yx
|f (y) f (x)| = |f ()||(y x)| k|(y x)|
Demonstrac
ao.[2-Intervalos encaixados] Suponha por absurdo que existem a < b I
tais que
|f (b) f (a)| > k(b a) = > 0
dai seguimos a mesma construcao da demonstracao anterior existindo c [an , bn ] n tal
que
|f (bn ) f (an )|
=k>0
bn a n
ba
o que entra em contradicao com a hipotese de |f (x)| k para todo x I.
|f (c)| = lim
Quest
ao 10
Propriedade 207. Seja f : [a, b] R contnua, em que a princpio e garantida a diferenciabilidade em [a, b] \ {c} . Se existe lim f (x) = L entao f (x) existe e vale f (c) = L.
xc
Demonstrac
ao.
Para todo x = c em (a, b) existe zx entre x e c tal que pelo T V M
f (x) f (c)
= f (zx )
xc
da
f (x) f (c)
= lim f (zx ) = L
xc
xc
xc
f (c) = lim
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
119
Quest
ao 11
Propriedade 208. Seja f : [a, b] R derivavel em (a, b), com f limitada no mesmo
conjunto. Se f possui propriedade do valor intermediario, entao f e contnua em [a, b].
Demonstrac
ao. Basta prova que f e contnua em a e b, pois nos outros pontos ela
ja e contnua por ser derivavel.
f restrita ao conjunto (a, b) e uniformemente contnua, pelo fato da derivada ser
limitada (aplicacao do teorema do valor medio), isso implica que os limites laterais
lim f (x) = L e lim f (x) = l existem3
xa+
xb
Suponha por absurdo que f (a) < L, entao existe > 0 tal que x (a, a + ) implica
|f (y) f (a)|
c|y a|1
ya
com 1 > 0, aplicamos o limite de ambos os lados e pelo teorema do sanduche segue
0
f (yn ) f (xn )
= f (a).
yn xn
Propriedade de func
oes uniformemente contnuas.
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
120
Demonstrac
ao. Pelo T V M , para cada yn , xn existe zn entre eles tal que
f (yn ) f (xn )
= f (zn )
yn xn
da lim zn = a por sanduiche e lim f (zn ) = f (a) por continuidade, logo
lim
1.10
f (yn ) f (xn )
= lim f (zn ) = f (a).
yn xn
Captulo 9-F
ormula de Taylor e aplicac
oes da
Derivada
1.10.1
F
ormula de Taylor
Quest
ao 1
Exemplo 59. Calcule as derivadas sucessivas da funcao f : (1, 1) R com f (x) =
1
.
1x
Tomamos
P (h) =
k=0
e r(h) =
hk =
hn+1 1
1 hn+1
1
hn+1
=
=
h1
1h
1h 1h
hn+1
da
1h
R(h) = f (h) P (h) =
hn+1
1h
R(h)
h
=
lim
= 0 portanto P e o polinomio de Taylor de f em 0 entao
h0 hn
h0 1 h
Dk f (0)
= ak coeciente do polinomio P , entao Dk f (0) = k! para k de 1 ate n.
k!
vale lim
Quest
ao 2
Exemplo 60. Seja f : R R com f (x) =
x5
, calcular as derivadas de ordem 2001
1 + x6
e 2003 de f em 0.
Usamos a identidade
1
y n+1
=
yk
1y
1 y k=0
n
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
121
(x6 )n+1 x5
x5
=
(1)k x6k+5
1 + x6
1 + x6 k=0
n
vale D
k f (0)
k!
= ak o coeciente de
(1)k x6k+5 , da se k nao e da forma 6t + 5 vale
k=0
f (0)
ak = 0 e a6k+5 = D6k+5
= (1)k que implica D6k+5 f (0) = (1)k (6k + 5)!
(6k + 5)!
tomando k = 333 segue que D2003 f (0) = (2003)! e D2001 f (0) pois 2001 nao e da forma
6k + 5.
Quest
ao 3
Propriedade 211. Seja f : I R de classe C no intervalo I, Suponha que exista
K > 0 tal que |f (n) (x)| K para todo x I e todo n N , entao para x0 , x I
quaisquer vale
f (x) =
k!
k=0
Demonstrac
ao. Pela funcao ser C podemos escrever o polinomio de taylor de
ordem n
f (x) =
n1 (k)
f (x0 )(x x0 )k
k!
k=0
com
rn (h) =
+ rn (h)
K|(x x0 )n+1 |
|f (n+1) ()||(x x0 )n+1 |
(n + 1)!
(n + 1)!
com x, x0 , K xos, podemos aplicar o teorema do sanduche , sendo que os limites tendem
a zero, conclumos da que lim rn (h) = 0 logo a serie de taylor converge para a funcao
f (x) =
k!
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
122
Quest
ao 4
Propriedade 212. Se f (x) 0 entao f e convexa .
Demonstrac
ao. Pela formula de Taylor com resto de lagrange vale a identidade
f (x) = f (a) + f (a)(x a) +
f (c)(x a)2
2
f (c)(x a)2
0
2
portanto
f (x) f (a) + f (a)(x a)
desigualdade que implica f ser convexa4 .
Quest
ao 5
Propriedade 213. Seja f : I R C 2 em I. Dado a I denimos g : I R como
f (x) f (a)
g(x) =
se x = a e g(a) = f (a).
xa
Nessas condicoes g e de classe C 1 .
Se f C 3 g C 2 .
Demonstrac
ao. Pela formula de Taylor podemos escrever
f (x) = f (a) + f (a)(x a) + f (a)
(x a)2
+ R(x)
2
R (x)
R(x)
=
0
e
vale
tamb
e
m
lim
= 0 pois derivando a identidade
xa (x a)
xa (x a)2
acima tem-se
onde vale lim
f (a) =
xa
xa
4
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
123
R (x)
= 0.
xa x a
f (x) f (a)
xa
R(x)
= f (a) + f (a)
+
xa
2
xa
f (a) R (x)
R(x)
+
2
x a (x a)2
f (a) R (x)
R(x)
f (a)
+
=
xa
2
a} (x a)2
2
|x {z
| {z }
xa
(x a)2
(x a)3
+ f (a)
+ R(x)
2
3!
R(x)
R (x)
R (x)
=
0
e
vale
tamb
e
m
lim
=
0
e
lim
= 0 pois
xa (x a)3
xa (x a)
xa (x a)
derivando a identidade acima tem-se
(x a)2
+ R (x)
2!
R (x)
= 0.
xa x a
(x a)2
+ R (x) segue
2!
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
124
f (a) =
xa
xa
aplicando o limite lim
xa
f (x) f (a)
R (x)
f (a) = 0 = lim
= 0.
xa
xa x a
xa
lim
f (x) f (a)
xa
(x a)2
R(x)
= f (a) + f (a)
+ f (a)
+
xa
2
3!
xa
derivando
f (a)
(x a) R (x)
R(x)
+ f (a)
+
2
2!
x a (x a)2
tomando o limite lim segue
g (x) =
xa
f (a)
R(x)
(x a)2 R (x)
f (a)
+
+ f (a)
=
xa
2
3! } |x {z
a} (x a)2
2
| {z
| {z }
xa
portanto g (a) existe e vale lim g (x) = g (a), portanto g e C 1 . Agora provamos que g e
xa
(x a) R (x)
R(x)
f (a)
+ f (a)
+
2
2!
x a (x a)2
1
R (x)
R (x)
R (x)
R(x)
+
+
2
2!
xa
(x a)2 (x a)2
(x a)3
1
2!
R (x)
R (x)
R(x)
pois
0,
0 por LHospital e
0. Portanto lim g (x) = g (a)
2
xa
xa
(x a)
(x a)3
e g e C 2 .
lim g (x) = f (a)
xa
Quest
ao 6
Propriedade 214. Se P : R R e um polinomio de grau n entao para a, x R tem-se
P (x) =
P (k) (a)
k=0
k!
(x a)k .
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
125
Demonstrac
ao. Usamos a formula de Taylor innitesimal
P (a + h) =
P (k) (a)hk
k!
k=0
+ r(h)
com x = a + h, h = x a logo
P (x) =
k!
k=0
como P e polinomio e
k!
k=0
+ r(x a)
r(h)
= 0 entao vale
hn
(t)
que r (0) = 0 para todo t de 0 ate n, se r(h) nao fosse nulo, sendo de grau s n entao
e tem grau ate n, por ser diferenca de polinomios. Como vale lim
k!
Quest
ao 7
Propriedade 215. Sejam f, g : I R ambas duas vezes derivaveis em a. Se f (a) =
g(a), f (a) = g (a) e f (x) g(x) c I entao f (a) g (a).
Demonstrac
ao. Pela formula de Taylor innitesimal temos
f (x) = f (a) + f (a)(x a) + f (a)
(x a)2
+ R1 (h)
2
(x a)2
+ R2 (h)
2
usando que f (x) g(x) e anulando os termos semelhantes temos
g(x) = g(a) + g (a)(x a) + g (a)
f (a)
(x a)2
(x a)2
+ R1 (h) g (a)
+ R2 (h)
2
2
(x a)2 [
se fosse g (a) > f (a) entao o termo entre colchetes teria o sinal de negativo pois
r1 (h) r2 (h) 0, com h pequeno, o que nao pode acontecer, logo f (a) g (a).
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
1.10.2
126
Fun
co
es c
oncavas e convexas
Quest
ao 1
Propriedade 216. Sejam f : I R e g : J R convexas com f (I) J e g naodecrescente. Nessas condicoes g f : I R e convexa.
Demonstrac
ao. Sejam t1 , t2 tais que t1 + t2 = 1 como f e g sao convexas entao vale
f (t1 .a1 + t2 .a2 ) t1 f (a1 ) + t2 f (a2 )
e
g(t1 .y1 + t2 .y2 ) t1 g(y1 ) + t2 g(y2 )
a1 , a2 I e y1 , y2 J.
Pelo fato de g ser nao-decrescente ela preserva a desigualdade, entao
g(f (t1 .a1 + t2 .a2 )) g(t1 f (a1 ) +t2 f (a2 )) = g(t1 .y1 + t2 .y2 ) t1 g(y1 ) + t2 g(y2 )
| {z }
| {z }
y1
y2
logo
g(f (t1 .a1 + t2 .a2 )) t1 g(f (a1 )) + t2 g(f (a2 ))
logo g f e convexa.
Demonstrac
ao.[2] Supondo f e g duas vezes derivaveis vale g (x) 0, f (x) 0 e
g (y) 0 as duas primeiras por serem funcoes convexas e a u
ltima desigualdade por g ser
nao-decrescente, entao
(g f )(x) = f (x)g (f (x)).
(g f )(x) = f (x) g (f (x)) + (f (x))2 g (f (x)) 0
| {z } | {z } | {z } | {z }
0
portanto g f e convexa.
Exemplo 61. Se g nao e monotona nao-decrescente, entao g f pode nao ser convexa,
como por exemplo, tomando g(x) = x que e convexa, f (x) = x2 da g(f (x)) = x2 que
nao e convexa.
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
127
Quest
ao 2
Propriedade 217. Se f : I R possui ponto crtico nao degenerado c int(I) e f e
contnua, entao existe > 0 tal que f e convexa ou concava em (c , c + ).
Demonstrac
ao. Se o ponto crtico c e nao degenerado entao f (c) > 0 ou f (c) < 0
pela continuidade de f existe > 0 tal que x (c , c + ) implica f (x) > 0 ou
f (x) < 0, portanto f e convexa ou concava em tal intervalo, respectivamente.
Quest
ao 3
Propriedade 218. A soma de funcoes convexas e uma funcao convexa .
Demonstrac
ao. Temos que mostrar que
(f + g)(t1 a1 + t2 a2 ) t1 (f + g)(a1 ) + t2 (f + g)(a2 )
onde t1 + t2 = 1.
f (t1 a1 +t2 a2 )+g(t1 a1 +t2 a2 ) t1 f (a1 )+t2 f (a2 )+t1 g(a1 )+t2 g(a2 ) = t1 (f +g)(a1 )+t2 (f +g)(a2 )
Exemplo 62. O produto de funcoes convexas pode nao resultar numa funcao convexa.
Por exemplo f (x) = x2 1 e g(x) = x2 de R em R sao convexas, porem seu produto
p(x) = x4 x2 nao e convexa, pois p (x) = 4x3 2x, p (x) = 12x2 2, em x = 0 o
resultado e negativo, se ela fosse convexa deveria resultar um valor nao negativo.
Quest
ao 4
Propriedade 219. Toda funcao convexa e quase-convexa e toda funcao concava e quase
concava.
Demonstrac
ao. Sejam f convexa e A = {x I | f (x) c} dados x, y A e
z [x, y] tem-se z = t1 x + t2 y com t1 + t2 = 1 entao
f (z) = f (t1 x + t2 y) t1 f (x) + t2 f (y) (t1 + t2 )c = c
portanto f (z) c e A e um intervalo, isso prova que f e quase-convexa.
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
128
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
129
Demonstrac
ao.
Mnimo em a. Dados x < y em [a, b] temos x [a, y] da
CAPITULO 1. SOLUC
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ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
130
Corol
ario 32. Se f e quase-convexa e atinge mnimo em c (a, b) entao f e nao-crescente
em [a, c] e nao-decrescente em [c, b], basta considerar as restricoes a esses conjuntos e
aplicar a propriedade anterior.
Propriedade 224. Seja f : [a, b] R contnua, quase-concava, cujo valor mnimo e
atingido em c [a, b].
Se c = a ent
ao f e nao-crescente.
Se c = b ent
ao f e nao-decrescente.
Demonstrac
ao.
Mnimo em a. Dados x < y em [a, b] temos x [a, y] da
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
131
f (y) f (z) f (x) l. Se x < z < y [c, b], nesse intervalo a funcao e nao-decrescente
portanto
f (x) f (z) f (y) l
No u
ltimo caso x [a, c] e y [c, b], f (c) e mnimo entao f (c) f (x) l e f (c) f (y) l
pois c e ponto de mnimo, se z = c a propriedade vale, se z = c entao z pertence a um
dos intervalos (c, b) ou (a, c) da a propriedade reca nos casos ja demonstrados.
Quest
ao 7
Propriedade 226. Para cada n N seja fn : I R uma funcao convexa tal que x I
(fn (x)) seja convergente, entao f : I R denida como f (x) = lim fn (x) e convexa. O
n
CAPITULO 1. SOLUC
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REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
132
Quest
ao 8
Propriedade 227. Seja f : [a, b] R contnua e convexa tal que f (a) < 0 < f (b). Entao
existe um u
nico c (a, b) tal que f (c) = 0.
Demonstrac
ao. Existe c (a, b) tal que f (c) = 0 pelo fato de f ser contnua.
Suponha a < c1 < c2 < b com f (c1 ) = f (c2 ) = 0. Tomamos o intervalo [a, c2 ] podemos
escrever c1 = t1 a + t2 c2 e usando a propriedade de f ser convexa, segue que
0 = f (c1 ) t1 f (a) + t2 f (c2 ) = t1 f (a)
da teramos f (a) > 0 o que e absurdo, entao existe um u
nico c com tal propriedade.
1.10.3
Aproxima
c
oes sucessivas e m
etodo de Newton
Quest
ao 1
Propriedade 228. Sejam f : I R, I = [a , a + ] tal que
|f (y) f (x)| c|y x|
com c [0, 1). Se |f (a) a| (1 c) entao existe um u
nico x I com f (x) = x.
Demonstrac
ao.
f e contracao , I e fechado, para que possamos usar o teorema do ponto xo de
contracoes basta mostrar que f (I) I, isto e, x I implica f (x) I.
Se x I = [a , a + ] entao |x a| , o que implica por desigualdade triangular
|f (x) a| |f (x) f (a)| + |f (a) a| c|x a| + (1 c) c + (1 c) =
portanto f (x) pertence ao intervalo [a , a + ] = I e podemos usar o teorema do ponto
xo das contracoes, da f possui um u
nico ponto xo.
CAPITULO 1. SOLUC
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ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
133
Quest
ao 2
x
a
2
= a 2a = a2
x2 = 2 2 0, 70710678
1
x2
x3 = 2 2 0, 78265402
x3
x4 = 2 2 0, 76247990
x4
x5 = 2 2 0, 76779123
x5
x6 = 2 2 0, 76636542
x6
x7 = 2 2 0, 76674421
x7
x8 = 2 2 0, 76664356
x8
x9 = 2 2 0, 76667031
x9
x10 = 2 2 0, 76666320
x11 = 2
x10
2
0, 76666509
x12 = 2
x11
2
0, 76666459
CAPITULO 1. SOLUC
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ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
x13 = 2
x12
2
0, 76666472
x14 = 2
x13
2
0, 76666469
134
o valor com 8 algarismos decimais exatos e 0, 76666469, observe que precisamos de bastante
iteracoes para chegar nesse valor, apesar de termos tomado uma condicao inicial proxima.
As contas foram feitas no site wolfram alpha (http://www.wolframalpha.com).
Quest
ao 3
Propriedade 229. Seja I = [a , a + ]. Se f : I R e C 2 com
f (x) = 0, |
f (x)f (x)
|c<1xI
[f (x)]2
f (a)
| (1 c) entao independente do valor inicial x0 I o metodo de Newton
f (a)
converge para a u
nica raiz x I de f (x) = 0.
e |
Demonstrac
ao. Primeiro vamos mostrar que N : I R com N (x) = x
contracao. Derivando temos N (x) =
f (x)f (x)
logo pelo T V M temos que
[f (x)]2
f (x)
e
f (x)
CAPITULO 1. SOLUC
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ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
Demonstrac
ao. Usaremos o metodo de Newton. Vale f (x) =
135
1
,
(a + x)2
|f (x)| =
1
1
< 1.
2
(a + x)
a
a+c
2
c + ac 1 = 0. Tal valor nao pode ser negativo, pois a sequencia e de valores positivos.
Quest
ao 5
Exemplo 64. Mostre que 1, 0754 e um valor aproximado com 4 algarismos exatos da raz
positiva da equacao x6 + 6x 8 = 0.
Tomamos f (x) = x6 + 6x 8, vale f (x) = 6x5 + 6 que possui sua u
nica raiz real em
1. Observamos que f (1) = 1 e f (2) > 0, logo existe raz em [1, 2] por continuidade de
f , aplicamos o metodo de Newton com x0 = 1.
xn+1 = xn
x6n + 6xn 8
6x5n + 6
x1 = 1, 083
x2 = 1, 07554
x3 = 1, 0754
no terceiro termo, ja conseguimos uma aproximacao com 4 dgitos , o metodo de Newton
converge rapido.
Quest
ao 6
Propriedade 231. Seja f : [a, b] R convexa, duas vezes derivavel. Se f (a) < 0 < f (b)
entao para qualquer condicao inicial x0 [a, b] com f (x0 ) > 0 o metodo de Newton
converge sempre para a u
nica raiz x [a, b] da equacao f (x) = 0.
CAPITULO 1. SOLUC
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ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
136
Demonstrac
ao. Como f (a) < 0 < f (b) e f e contnua entao existe c (a, b) tal que
f (c) = 0, portanto f possui raz.
Vamos mostrar que a sequencia (xn ) obtida com o metodo de Newton
xn+1 = xn
f (xn )
f (xn )
converge para uma raz de f , sendo que a condicao inicial f (x0 ) > 0. Como f e duas vezes
f (xn )
derivavel entao f e f sao contnuas se xn c entao de xn+1 = xn
temos pela
f (xn )
passagem do limite e usando a continuidade que
f (c)
f (c)
c=c
= 0 f (c) = 0
f (c)
f (c)
portanto o limite da sequencia e a raiz.
A funcao f e contnua denida num compacto logo ela possui um mnimo, esse mnimo
e u
nico e global pelo fato de f ser convexa, o mnimo e alcancado em t [a, b], nesse ponto
de mnimo a funcao deve assumir valor negativo pois vale f (a) < 0, no intervalo [a, t] a
funcao e nao-crescente e no intervalo [t, b] a funcao e nao-decrescente, portanto x0 [t, b],
pois f (x0 ) > 0. Por f ser convexa e duas vezes derivavel vale que f (x) 0 portanto
f (x) e nao-decrescente em [t, b] tem-se f (x) > 0.
Vamos provar por inducao que f (xn ) 0 n. Para n = 0 o resultado vale, agora
supondo f (xn ) 0 vamos provar que f (xn+1 ) 0.
f (xn )
, pela funcao
f (xn )
ser convexa tem-se que seu graco esta sempre acima dos pontos da tangente f (x)
Pela recorrencia do metodo de Newton vale que xn+1 xn =
CAPITULO 1. SOLUC
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REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
137
Newton N : I R satisfaz
1
a
N (x) = ((p 1)x + p1 ).
p
x
p
z
}|
{
a
N (x) e a media aritmetica dos p n
umeros (x, , x, p1 ). Da desigualdade entre media
| {z } x
p1
)p = ap
xp1
xn > a p xp1
>a
n
p1
p
ap
ap >
xp1
n
portanto vale
a
xp1
n
< a p < xn
p
}|
{
z
a
a
a media aritmetica dos n
umeros (xn , , xn , p1 ) deve estar entre xn e p1 , mas tal
| {z } xn
xn
p1
1.11
1.11.1
Integral de Riemann
Quest
ao 1
Exemplo 66. Seja f [0, 1] R com f (0) = 0 , f (x) =
1
1
1
se
x
(
,
]n N {0},
2n
2n+1 2n
entao f e integravel .
1
1
< a restricao f1 de f ao intervalo [ t , 1] e uma
t
2
2
2
funcao escada, logo e integravel, portanto existe uma particao P1 de tal intervalo com
Dado > 0 existe t N tal que
CAPITULO 1. SOLUC
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1
1
1
+
S(f
,
P
),
M
=
sup
,
T
=
f
=
1
1
1
0
(2t )2
2t
2t
x [0, 1t ]
Mk tk1 =
k=1
logo
S(f, P ) s(f, p) = S(f1 , P1 ) s(f1 , p1 ) +
1
< + =
t
2
(2 )
2 2
1 1
1
1
2
( k k+1 ) =
.
k
k
2 2
2
2.4
3
k=0
k=0
Quest
ao 2
Propriedade 232. Seja f : [a, a] R integravel. Se f e mpar entao
f (x)dx = 0.
a
Se f e par entao
f (x)dx = 2
a
f (x)dx.
0
Demonstrac
ao.[1] Suponha f mpar
a
a
f (x)dx =
f (x)dx +
a
Suponha f par
f (x)dx +
f (x)dx =
a
=
f (x)dx +
f (x)dx =
0
f (x)dx = 0.
f (x)dx +
f (x)dx =
a
f (x)dx =
=
f (x)dx +
f (x)dx =
0
f (x)dx +
0
f (x)dx = 2
0
f (x)dx.
0
138
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
139
f (x)dx =
Demonstrac
ao.[2] Suponha f mpar .Vamos provar que
a
f (x)dx.
0
t0 = 0, t1 , , tn = a
correspondendo a uma particao P com pontos t0 , t1 , , tn de [a, 0] da seguinte
maneira
tn = t0 = 0, tn1 = t1 , , t0 = tn = a
como temos cada 0 tk a entao a tk 0 . Vale ainda que f (x) = f (x).
Dado um k-esimo intervalo de P , [tk1 , tk ] temos uma correspondencia com um intervalo
de P ,
[tk , tk1 ] = [tnk , tnk+1 ],
na particao P , temos o supremo no intervalo Mk e o nmo mk , por propriedade de
supremo e nmo temos os correspondentes no intervalo de P
S(f, P ) =
Mk tk1
Mn+1k
(tn+1k tnk ) =
k=1
k=1
k=1
de maneira similar
s(f, P ) =
k=1
mk tk1
k=1
k=1
da
f (x)dx
0
f (x)dx
0
CAPITULO 1. SOLUC
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REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
logo vale
f (x)dx =
f (x)dx.
0
140
associada P , porem agora o nmo e supremo sao diferentes do caso anterior, pois f (x) =
S(f, P ) =
Mk tk1 =
k=1
Mn+1k
(tn+1k tnk ) =
k=1
k=1
s(f, P ) =
mk tk1
portanto
f (x)dx =
a
k=1
k=1
k=1
n
f (x)dx.
0
Quest
ao 3
1
p
se x =
q
q
irredutvel com q > 0 , f (0) = 1 caso 0 [a, b]. Nessas condicoes f e contnua nos
f (x)dx = 0.
a
p
p
1
f e descontnua nos racionais. Tome um racional , vale f ( ) = = 0. Existe uma
q
q
q
p
sequencia de irracionais xn , vale
q
f (xn ) = 0 lim f (xn ) = 0 =
1
q
CAPITULO 1. SOLUC
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ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
141
Agora iremos mostrar que a integral superior e nula . Dado > 0 arbitrario, seja
onde Mk
, pois os pontos que assumem valores maiores que esse estao em
2(b a)
outros intervalos, entao dividimos a soma da particao em duas como se segue
S(f, P ) =
k=1
Mk tk1 +
| {z }
M2t
Mk yk1
|{z}
k=1
2(ba)
t
s
Mk +
yk1
2tM k=1
2(b a) k=1
| {z }
tM
+
(ys y1 ) + = .
2 2(b a)
2 2
Demonstrac
ao.[1] Existe > 0 tal que x [c, c+] f (x) > 0, pela continuidade
de f , portanto
f (x)dx =
a
|a
c+
f (x)dx > 0
f (x)dx +
f (x)dx +
c+
{z
} | c {z
} |
{z
}
>0
CAPITULO 1. SOLUC
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ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
142
f (c)
, existe > 0 tal que f (x) > m para todo x
2
[c , c + ] por continuidade no ponto c, tomamos particoes que contenham os pontos
Demonstrac
ao.[2] Seja m =
inf
f [c,c+]
f m>0
s(f, P ) =
s1
k=1
mk tk1 + ms ts1 +
|{z}
| {z } |{z} | {z }
0
>0
k=s+1 0
>0
Mkf tk1 =
Mkg tk1 +
k=1
k=1
tk1 = S(g, P ) + b a
k=1
s(f, P ) = s(g, P )
Disso segue
f (x)dx =
a
b
a
b
g(x)dx + b a.
f (x)dx =
a
g(x)dx
CAPITULO 1. SOLUC
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1.11.2
143
Propriedades da integral
Quest
ao 1
Propriedade 234. Seja f : [a, b] R integravel. Prove que g : [a, b] R com g(x) =
x
f (t)dt e lipschitziana.
a
Demonstrac
ao. Como f e integravel, entao f e limitada , existindo M tal que
|f (x)| M x. Da temos que
y
x
|g(y)g(x)| = |
f (t)dt
f (t)dt| = |
a
f (t)dt+
f (t)dt| = |
f (t)dt
x
f (t)dt|
x
M dt M |y x|
|f (t)|dt
x
Demonstrac
ao.
f (x) + g(x) + |f (x) g(x)|
, da max{f (x), g(x)} e
2
integravel pois o valor absoluto e integravel.
CAPITULO 1. SOLUC
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ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
144
Vale que f (x) = min{f (x), 0}, pois se f (x) > 0 f (x) < 0 e f (x) = f (x)
se f (x) 0 f (x) 0 entao f (x) = 0, portanto pelo segundo item segue que
f+ e integravel .
Quest
ao 3
Deni
c
ao 13 (Produto interno em R). Seja V um espaco vetorial real, um produto
interno sobre V e uma funcao que associa a cada par de vetores v, w de V um n
umero
real < v, w >, satisfazendo as propriedades
1. Positividade . v, v 0 e v, v = 0 sse v = 0.
2. Linearidade . av + bw, u = av, u + bw, u.
3. Simetria . v, w = w, v.
v, w, u vetores de V e a, b n
umeros reais.
Deni
c
ao 14. Seja V um espaco com produto interno , , denimos a norma (ou comprimento) de um vetor v em relacao a esse produto interno por
v :=
v, v.
CAPITULO 1. SOLUC
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ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
145
donde segue
w v |v, w|.
Se v, w 0 temos
w v v, w
se v, w < 0 ainda temos
w v v, w
pois a norma e um n
umero nao negativo.
Propriedade 237. No espaco vetorial das funcoes contnuas em [a, b]
< f, g >=
f (x)g(x)dx
a
funcoes contnuas , entao para que o produto interno seja nulo e necessario que f seja
identicamente nula.
Corol
ario 34 (Desigualdade de Cauchy Schwarz para integrais). Se f, g : [a, b] R sao
contnuas entao pela propriedade de produto interno
b
b
b
2
2
g(x) dx
f (x) dx |
g(x)f (x)dx|
a
g(x)f (x)dx]
2
[
a
f (x)2 dx.
g(x) dx.
a
Demonstrac
ao.[2]
Sejam f, g : [a, b] R integraveis, entao [f (x) + tg(x)]2 e integravel t R, denimos
[f (x) + tg(x)]2 dx
h(t) =
a
CAPITULO 1. SOLUC
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ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
h(t) =
[f (x)] dx + 2
| a {z
} |
146
f (x)g(x)dx tdx +
[g(x)]2 dx t2
{z
}
| a {z
}
uma equacao de segundo grau satisfaz essa condicao quando = b2 4ac 0, isto e
g(x)f (x)dx]
2
[
a
b
2
f (x)2 dx.
g(x) dx.
a
1.11.3
Condic
oes sucientes de integrabilidade
Quest
ao 1
1
p
se x = irredutvel
q
q
com q > 0 , f (0) = 1 caso 0 [a, b]. f e integravel pois f e limitada o conjunto dos seus
Exemplo 69. f : [a, b] R com f (x) = 0 se x e irracional , f (x) =
xa
xa
e enumeravel .
O caso de uma funcao g nao-crescente segue de tomar g que e nao-decrescente .
Corol
ario 35. Como o conjunto dos pontos de descontinuidade de uma funcao monotona
e enumeravel ( logo tem medida nula), entao toda funcao monotona e integravel .
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
147
Quest
ao 3
Propriedade 239. Seja D o conjunto dos pontos de descontinuidade de f : [a, b] R
limitada. Se D e enumeravel entao f e integravel .
Demonstrac
ao.
D \ D e um conjunto de pontos isolados, portanto enumeravel . Vale que (D \
D ) D e enumeravel por ser uniao de conjuntos enumeraveis e D (D \ D ) D
, D e subconjunto de um conjunto enumeravel entao D e enumeravel, da segue que
f : [a, b] R e integravel, pois seu conjunto de pontos de descontinuidade tem medida
nula.
Quest
ao 4
Propriedade 240. Seja f : [a, b] R limitada que se anula em um conjunto de medida
b
nao nula . Se f e integravel entao
f (x)dx = 0.
a
Demonstrac
ao. Em qualquer subintervalo de [a, b] o nmo de |f | e zero, logo
b
b
b
|f (x)|dx = 0 =
|f (x)|dx
f (x)dx = 0
a
pois
f (x)dx|
a
|f (x)|dx = 0 |
a
f (x)dx| = 0
a
f (x)dx = 0.
a
Exemplo 70. Uma funcao pode se anular num conjunto de medida nao nula e sua integral
nao existir, como a funcao f [a, b] R com f (x) = 1 se x e racional e f (x) = 0 se x e
irracional , pois nesse caso as somas inferiores valem 0 e as somas superiores valem 1.
Quest
ao 5
Quest
ao 5-a)
Propriedade 241. Se X tem conte
udo nulo entao X tambem.
Demonstrac
ao. Se X
IK entao X
k=1
k=1
k=1
IK ,
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
148
|Jk | = 2
k=1
|Ik | 2 = ,
2
k=1
Ik com
k=1
|Ik | < , logo cada intervalo Ik e limitado e X tambem e limitado, pois esta contido
k=1
k=1
Exemplo 71. Existem conjuntos de medida nula que nao contem conte
udo nulo, basta
tomar A um conjunto enumeravel nao limitado, ele possui medida nula porem nao sendo
limitado nao pode ter conte
udo nulo, como exemplos podemos tomar Z e Q.
Existem ainda conjuntos limitados , de medida nula que nao possuem conte
udo nulo,
como e o caso de Q [a, b], pois seu fecho e [a, b] que nao possui conte
udo nulo.
Quest
ao 5-c)
Corol
ario 37. Todo conjunto com conte
udo nulo tem medida nula.
Propriedade 242. Um compacto tem medida nula tem conte
udo nulo.
Demonstrac
ao.
).
Suponha X com medida nula, logo temos
X
k=1
Ik ,
k=1
|Ik | < ,
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
149
Ik ,
kA
A nito, logo
kA
Ik = u e
|Ik | <
k=1
k=1
,
M
supondo que cada Ik [a, b], entao as extremidades desses intervalos e a, b formam uma
particao P de [a, b], os intervalos dessa particao que contem os pontos de X sao os Ik ,
logo temos a soma superior
S(|gf |, P ) =
Mk tk1 +
z}|{
Mk tk1 M
tk1 = M
logo
a
integravel e
g(x)dx =
a
f (x)dx
a
= ,
M
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
150
Quest
ao 6
Quest
ao 7
Quest
ao 8
Quest
ao 9
1.12
Captulo 11-C
alculo com integrais.
1.12.1
Os teoremas cl
assicos do c
alculo integral.
Quest
ao 2
Teorema 3 (Formula de Newton-Leibnz-FNL-TFC parte II.). Seja f : [a, b] R integravel, entao
segue
k=1
n
k=1
f (uk )tk1
k=1
|k=1
g(b)g(a)
de onde tem-se
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
151
Quest
ao 3
Propriedade 244. Seja f : [a, b] R derivavel com f (x) 0 x [a, b].
Se {x [a, b] | f (x) = 0} tem conte
udo nulo entao f e crescente.
Demonstrac
ao. Sabemos que f e nao-decrescente por propriedade de derivada. Se
f nao fosse crescente existiriam y > x em [a, b] com f (x) = f (y), logo dado z (x, y)
teramos f (y) f (z) f (x) f (y) = f (z) = f (x), entao f e constante em [x, y] logo
f (t) = 0 nesse intervalo , que nao possui conte
udo nulo.
Quest
ao 4
Corol
ario 38 (T V M para derivadas). Seja f : [a, b] com derivada contnua, entao existe
c (a, b) tal que f (c)(a b) = f (b) f (a).
b
Sabemos que
f (x)dx = f (b) f (a) e pelo T V M para integrais sabemos que
a
b
g(x)
cadeia
t(x) =
f (t)dt =
h(x)
h(x)
f (t)dt +
h(x)
f (t)dt
f (t)dt =
h(x)
h(x)
a
f (t)dt.
a
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
152
Quest
ao 6
Exemplo 73. Seja f, g denidas em [0, 1] da seguinte maneira.
se x =
q
f (x) =
p
, p, q N, mdc(p, q) = 1.
q
0 se x e irracional
a+b
, entao vale que
2
f (x)dx
a
f (x)dx)
ba a
2
2
a
que podemos simplicar em f (a) + f (b).
1.12.2
Quest
ao 1
Alguns limites de somatorios podem ser encontrados usando a integral denida com a
seguinte relacao
( )
1
n
k 1
=
f (x)dx.
lim
f
n
n
n
0
k=1
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
153
em cada [tk1 , tk ] = [
kp
lim
np+1
k=1
onde p > 1.
Temos
1
1
n
n ( )p
kp
k 1
xp+1
1
p
lim
= lim
=
x dx =
=
.
p+1
n
n
n
p
+
1
p
+
1
0
0
k=1
k=1
k
kt
Exemplo 76 ((b)). Tomando f (x) = sen(xt), temos f ( ) = sen( ) da
n
n
1
n
1
kt
1 cos(t)
sen( ) =
sen(tx)dx =
.
lim
n
n
t
0
k=1
Por exemplo, temos
1
n
1
k
1 cos()
2
lim
sen( ) =
sen(tx)dx =
= .
n
n
0
k=1
Quest
ao 2
Propriedade 245. Se existe lim
|P |0
Demonstrac
ao. Vamos provar a contrapositiva, que e, se f e uma funcao ilimitada
f e uma funcao ilimitada, entao ela deve ser ilimitada em algum intervalo [ts1 , ts ]
com comprimento xo de uma particao qualquer dada P , como f e ilimitada em [ts1 , ts ],
podemos escolher us em tal intervalo tal que
|f (us )ts1 | > |
k=1, k=s
f (uk )tk1 | + A
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
154
logo
|
k=1, k=s
k=1, k=s
logo o limite nao pode existir, pois se existisse o limite, ela seria limitada para particoes
com norma pequena. Para qualquer > 0 existiria > 0 tal que
|
(f, P ) L| < |
(f, P )| |
|P |0
(f, P ).
f (x)dx = lim
|P |0
(f, P ).
Demonstrac
ao.
) Se f e integravel entao
|P |0
|P |0
f (x)dx
a
f (x)dx = lim
|P |0
(f, P ).
).
Dado > 0 existe particao P = {t0 , tn } tal que
|
(f, P ) L| <
4
CAPITULO 1. SOLUC
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ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
155
4ntk1
k=1
mk tk1 +
k=1
< f (vk )
4ntk1
+ S(f, P ) <
(f, P ).
4
Usando as duas desigualdades temos que
S(f, P ) s(f, P ) <
como
|
(f, P ) L| <
tem-se
|
(f, P )
(f, P ) +
2
e|
(f, P ) L| <
4
4
(f, P )
(f, P )| <
portanto
S(f, P ) s(f, P ) <
e f e integravel.
(f, P )
(f, P ) +
+ =
2 2
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
156
Quest
ao 4
Propriedade 247. Sejam f, g : [a, b] R integraveis. Para toda particao P = {t0 , , tn }
de [a, b], sejam P = (P, x) e P = (P, y) entao
lim
|P |0
f (x)g(x)dx.
a
k=1
Demonstrac
ao. Escrevemos
f (xk )g(yk ) = f (xk )g(xk ) + f (xk )[g(yk ) g(xk )]
multiplicando por tk1 e somando, tem-se
n
k=1
k=1
k=1
k=1
k=1
pois g e integravel.
Quest
ao 5
Propriedade 248. Se f e integravel e g possui derivada integravel entao
lim
|P |0
(f, g, P ) =
f (x)g (x)dx.
Demonstrac
ao.
g e derivavel, entao aplicamos o T V M para derivadas e temos vk [tk , tk1 ] tal que
g(tk ) g(tk1 ) = g (vk )(tk tk1 ),
da
n
k=1
f (uk )g(tk1 ) =
k=1
CAPITULO 1. SOLUC
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ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
157
Quest
ao 6
Propriedade 249. Dada f : [a, b] R, denimos para cada n N
1
M (f, n) =
f (a + kh)
n k=1
n
onde h =
ba
. Se f e integravel entao
n
1
lim M (f, n) =
n
ba
f (x)dx.
a
ba
, tk = a +
n
k(b a)
ba
, , tn = b com tk1 =
, pontilhamos a particao tomando em cada
n
n
[tk1 , tk ] o ponto tk , temos com isso
ba
lim
f (a + kh) =
n
n k=1
n
e da segue
1
lim M (f, n) =
n
ba
f (x)dx
a
f (x)dx.
a
Quest
ao 7
Propriedade 250. Se f : [a, b] R e convexa entao
1
ba
f (x)dx f (
a
a+b
).
2
Demonstrac
ao. Lembre-se que, com f convexa temos
n
k=1
tk f (ak ) f (
tk ak )
k=1
CAPITULO 1. SOLUC
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ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
158
k=1
n
1
f (a + hk)
n
k=1
n
1
1
= 1), logo
com tk = (temos
n
n
k=1
n
n
1
1
f (a + hk) f (
[a + hk]).
n
n
k=1
k=1
como h =
ba
, temos
n
n
1
(b a)n(n + 1)
ba
b+a
[a + hk] = a +
a+
=
.
2
n
2n
2
2
k=1
Lembre tambem que f convexa e contnua no interior de [a, b], pois sempre temos
as derivadas laterais existindo no interior ( nao necessariamente de igual valor, apenas
a existencia de ambas ja implica a continuidade, nao necessitando que sejam iguais).
n
1
Podemos trocar a ordem do limite com a funcao, pois a <
[a + hk] < b por ser media
n
k=1
e b = a, logo o ponto e interior e por propriedade de limite temos
b
n
n
n
1
1
1
1
b+a
lim
f (a+hk) =
f (x)dx lim f (
[a+hk]) = f ( lim
[a+hk]) = f (
),
n
n
n
n
b
a
n
n
2
a
k=1
k=1
k=1
isto e,
1
ba
1.12.3
f (x)dx f (
a
a+b
).
2
Logaritmos e exponenciais
Quest
ao 1
Propriedade 251. Seja f : R R contnua tal que
f (x + y) = f (x) + f (y) x, y R.
Nessas condicoes f e uma funcao linear.
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
159
Demonstrac
ao.
Vale f (0) = 0 pois f (0 + 0) = f (0) + f (0) = 2f (0) = f (0) se fosse f (0) = 0
x
f (x)
nx
x
f (x)
Dado n natural vale que f ( ) =
pois f ( ) = nf ( ) = f (x) logo
=
n
n
n
n
n
x
f ( ) isso para x real arbitrario.
n
px
p
p
Da conclumos que f ( ) = f (x) onde e um n
umero racional.
q
q
q
Podemos denotar f (1) = a da vale f (x) = xf (1) = ax onde x e racional.
Tomamos uma sequencia (xn ) de n
umeros racionais que convergem para um valor
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
160
entao a funcao assume valores em R+ , podemos aplicar o logaritmo, gerando ainda uma
funcao contnua h com h(x) = ln f (x) e temos pela relacao funcional
ln f (x + y) = ln f (x) + ln f (y),
isto e,
h(x + y) = h(x) + h(y)
com h contnua, por ser composicao de contnuas e h : R R, pela propriedade anterior
temos que
h(x) = ax
para algum valor a R, logo
g(ex ) = bx
tomando y = ex temos x = ln(y) entao
g(y) = b ln(y).
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
161
Quest
ao 2
n
1
ela e decrescente, logo usamos desigualdade usada
x
para demonstracao o teste de integral para series
n
n1
n
1 1 1
<
k
k
1 x
k=1
k=1
Demonstrac
ao. Sendo f (x) =
da
1
k=1
1
1
)
<0
n+1
n+1
pois
1+ 1
n+1 dx
1
1 n
1
ln(1 +
)=
>
=
.
n+1
x
nn+1
n+1
1
Sendo decrescente e limitada inferiormente ela converge.
Quest
ao 3
Propriedade 253.
ln x
=0
x x
lim
Demonstrac
ao. Seja f (x) = x ln x, temos f (1) = 1 e f (x) = 1
1
> 0 para x > 1
x
ln x 2 < x 2 ,
Corol
ario 40.
lim x ln x = 0
x0
tomando x =
1
y
lim x ln x = lim
x0
ln y1
y
ln y
= 0.
y
y
= lim
CAPITULO 1. SOLUC
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ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
162
Quest
ao 4
Exemplo 77. Calcular
a
lim (1 + )cx+b .
x
x
Tomamos y =
a
a
, da x = e o limite ca como
x
y
ca
ca
y0
1.12.4
Integrais impr
oprias
Quest
ao 1
1
1
Exemplo 78. Estudar a convergencia da integral
dx.
0 1 cos(x)
x
Usamos que 1 cos(x) = 2sen2 ( ), da camos na integral
2
1
dx =
2sen2 ( x2 )
cossec2 ( x2 )
x
dx = cotg( ) + c
2
2
cos( x2 )
1
1
dx = cotg( ) + lim+
x =
x0 sen( )
1 cos(x)
2
2
Exemplo 79. Estude a integrabilidade de x para valores reais de , com x (0, 1]. Se
= 1 entao
x dx = lim+
x0
1
1
1
=
+1 x
( + 1)
x dx = lim+
x0
x+1
1
1
=
.
+ 1 ( + 1)
+1
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
163
dx
e
x2
dx
x3
1
> 1 logo a primeira
3
dx
.
(1 + x) x
1
dx
dx
dx
=
+
e
Separamos a integral em duas
(1 + x) x
(1 + x) x
0
0 (1 + x) x
1
analisamos a convergencia de cada uma delas, primeiro para a innita.
dx
dx
<
(1 + x) x
x x
1
1
(1 + x) x
1
0 (1 + x) x
que ja vimos que converge.
Exemplo 82. Estudar a convergencia de
dx
.
1 + x6
xdx
.
1 ex
dx
<
1 + x6
dx
x6
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
164
xdx
xdx
=
1 ex
ex 1
1
1
xdx
entao estudamos a convergencia de
que e integral de uma funcao positiva em
x
e 1
1
[1, ), para x sucientemente grande temos
x
x2
<
ex 1
ex
x
x2
pois isso equivale a e >
, porem a integral innita de x converge e da
x1
e
tambem, por comparacao.
xdx
1
ex
Quest
ao 3
sen(x)
dx com r > 0.
xr
|sen(x)|
|sen(x)|
dx =
dx
r
x
xr
2
n=1 2n
como
1
decresce temos
xr
2(n+1)
2(n+1)
|sen(x)|
|sen(x)|
dx
dx =
r
x
(2)r (n + 1)r
n=1 2n
n=1 2n
em cada intervalo [2n, 2(n + 1)] a integral tem um valor constante por |sen(x)| ser
periodica de perodo , entao o valor da integral e C, a serie ca como
=
n=1
C
(2)r (n + 1)r
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
165
que e uma serie divergente com r 1, nesses caso a integral nao converge absolutamente.
Se r > 1 a serie converge absolutamente, pois
|sen(x)|
dx
xr
t
1
1
dx = lim
r
r1
t (r + 1)x
x
1
sen(y)
dy
2 y
1
sen(y)
dy, com 0 < r = < 1, que converge porem nao
r
y
2
absolutamente.
Quest
ao 4
tudamos a convergencia de
como
sen(y)
dy
4 y
f (x)dx cona
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
166
x
da > g(x) g( ), pois o comprimento do intervalo e L (L ) = ,
2
x
x
x
x
f (t)dt (x )f (x) = f (x).
> g(x) g( ) =
x
2
2
2
2
Demonstrac
ao.[2-Por criterio de Cauchy] Como a integral converge, entao para qualx
quer > 0 existe M tal que x > > M vale
2
x
f (t)dt <
x
2
0
logo segue que o limite e zero.
Quest
ao 6
tenhamos
f (x)dx| < .
A
Demonstrac
ao.
). Suponha que a integral converge para L, seja > 0, usando a denicao de
convergencia, podemos tomar M a sucientemente grande tal que se A M temos
A
|
f (x)dx L| < ,
2
a
tomando B > A M temos
f (x)dx L| = |
f (x)dx
f (x)dx| = |
a
f (x)dx L|
logo vale |
f (x)dx L + L
a
|
f (x)dx L| + |
f (x)dx|
a
+ =
2 2
CAPITULO 1. SOLUC
OES-AN
ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
167
).
Para n natural, denimos
an =
f (x)dx.
a
logo (an ) e uma sequencia de Cauchy, logo e convergente, seja lim an = L. Dado > 0
escolhemos M a ( M natural) tal que n > m, e quaisquer A1 , B1 com B1 > A1 > M
|
f (x)dx| <
2
A1
.
Tomando |{z}
A M + 1 entao A > M , tal que5
|{z}
B1
A1
f (x)dxL| = |
a
f (x)dxL+
A
f (x)dx| < + =
2 2
A
Quest
ao 7
Propriedade 256. Seja f : [1, ) R+ decrescente. Nessas condicoes
f (k) <
f (t)dt < .
k=1
f (t)dt s sn
n+1
onde sn =
f (t)dt
n
f (k).
k=1
Demonstrac
ao. De
m(b a)
f (t)dt M (b a)
a
CAPITULO 1. SOLUC
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ALISE
REAL VOLUME 1 (ELON FINO)
168
aplicando a soma
tem-se
k=2
n
f (t)dt
1
k=1
f (k 1) =
k=2
s(n) f (1)
n1
f (k) = s(n 1)
k=1
f (t)dt s(n 1)
1
Da desigualdade f (k)
f (t)dt f (k 1) aplicando
resulta
k1
s(m) s(n)
n+1
tomando m segue
f (t)dt s sn
n+1
f (t)dt
n
f (t)dt.
n
1.13
Captulo 12-Sequ
encias e s
erie de funco
es
1.13.1
Converg
encia simples e converg
encia uniforme
Quest
oes 1 e 2
xn
1
=
1
,
1 + xn
1 + xn
converge simplesmente, pois em 0 a sequencia e constante assumindo valor zero, para
xn
x (0, 1) xo vale lim xn = 0 logo lim
= 0, se x = 1 a sequencia e constante
1 + xn
xn
1
1
=
1
1, logo a
assumindo valor , para x > 1, lim xn = logo
2
1 + xn
1 + xn
convergencia nao pode ser uniforme, pois apesar das funcoes serem contnuas nao ha
Exemplo 87. A sequencia de funcoes fn : [0, ) R, com fn (x) =
CAPITULO 1. SOLUC
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169
Porem temos que a sequencia converge uniformemente em [0, a] e [b, ), com a < 1 e
b > 1, pois em [0, a] a sequencia e decrescente valendo
xn+1
xn
1 + xn+1
1 + xn
que vale em x = 0 e com x > 0 a desigualdade equivale a
x(1 + xn ) (1 + xn+1 ) x + xn+1 1 + xn+1 x 1
que e verdadeira pois x a < 1, temos uma sequencia de funcoes denida em um
compacto que e monotona e converge simplesmente, logo pelo teorema de Dini a sequencia
converge uniformemente. Para x [b, ) temos que a sequencia e crescente, pois
xn+1
xn
1 + xn+1
1 + xn
vale em x = 0 e com x > 0 a desigualdade equivale a
x(1 + xn ) (1 + xn+1 ) x + xn+1 1 + xn+1 x 1
que e verdadeira pois x b > 1.
Provamos o resultado por denicao, mas primeiro provamos que dado n xo fn e
crescente Dados x y b > 1
1
1
1
1
1
1
xn y n
n
n
n
1+x
1+y
1+y
1 + xn
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170
Quest
ao 3
Exemplo 88. A serie
k=1
1
em [a, a] com < a < 1.
2
A serie converge em (1, 1) por ser soma de series geometricas, alem disso converge
em 1 pois se anula,
1k (1 1k ) = 0.
k=1
Agora vejamos a convergencia uniforme. Com |x| a temos |x|k ak < 1, temos
ainda |1 xk | |1| + |xk | 2, agora aplicando essas desigualdades na serie temos
an
ak
=
2
|x (1 x )| 2
|x | 2
a =2
a 1 n
1a
k=n
k=n
k=n
expressao que pode ser tomada menor que qualquer independente de x para n sucientemente grande, logo temos convergencia uniforme.
Quest
ao 4
Deni
c
ao 15 (Sequencia de Cauchy de funcoes). Uma sequencia de funcoes (fn ), cada
fn : T R chama-se uma sequencia de Cauchy
> 0, n0 N | x T, (m, n > n0 ) |fm (x) fn (x)| < .
Teorema 4 (Criterio de Cauchy para convergencia uniforme.). Uma sequencia de funcoes
(fn ) e uniformemente convergente e uma sequencia de Cauchy.
Demonstrac
ao.
). Suponhamos que fn u f , entao
> 0, n0 N | x T, n > n0 |fn (x) f (x)| <
e para m > n0 acontece o mesmo fato
|fm (x) f (x)| <
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171
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172
Quest
ao 7
Propriedade 258. Se
k=1
fk (x) tambem
k=1
converge uniformemente.
Demonstrac
ao. Usamos o criterio de Cauchy, para qualquer > 0, existe n0 N
tais que m > n > n0 e qualquer x A vale
|
|fk (x)|
k=1
k=n+1
|fk (x)|| = |
k=1
isto implica,
portanto
fk (x)|
k=n+1
m
k=n+1
k=1
1.13.2
Propriedades da converg
encia uniforme
Quest
ao 1
Propriedade 259 (Adicao de uniformemente convergentes). Se fn uf e gn u g em
A entao fn + gn u f + g em A.
Demonstrac
ao. Dado
que
+ =
2 2
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173
Demonstrac
ao. Sabemos que se f e g sao limitadas entao para valores de n sucientemente grandes cada fn e gn sao limitadas, valendo |fn (x)| K e |g(x)| K1 .
Podemos escrever
fn (x).gn (x) f (x).g(x) = fn (x).gn (x) + fn (x)g(x) + fn (x)g(x) f (x).g(x) =
|
{z
}
0
K
+ K1
= + = .
2K
2K1
2 2
Propriedade 261 (Quociente de uniformemente convergente). Se gn u g, com |g(x)|
1
1
c em A entao
u .
gn
g
Demonstrac
ao.
1
1
1
, logo para n > n0 vale
K
g(x)
c
gn (x)
1
K
c
, por convergencia uniforme, podemos tomar |gn (x) g(x)|
logo
|g(x)||gn (x)|
c
K
Como |g(x)| c x entao
|
logo temos
1
1
g(x) gn (x)
|gn (x) g(x)|
K c
|=|
|=
=
gn (x) g(x)
gn (x)g(x)
|gn (x)g(x)|
c K
1
1
u .
gn
g
Corol
ario 41. Se fn u f , gn u g, com |g(x)| c e f limitada em A entao
fn
f
u ,
gn
g
1
u g e da por produto de funcoes uniformemente convergentes que convergem
gn
fn
f
para funcoes limitadas vale que
u .
gn
g
pois
Quest
ao 2
Exemplo 89. Se xn 0 uma sequencia nao nula e g(x) e ilimitada em A entao fn (x) =
[xn + g(x)]2 nao converge uniformemente.
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174
Vale que
fn (x) = x2n + 2g(x)xn + g(x)2
temos que hn (x) = x2n e tn (x) = g(x)2 convergem uniformemente, entao para mostrar
que fn nao converge uniformemente basta mostrar que sn (x) = g(x)xn nao converge
uniformemente.
Dado = 1 para qualquer n xado, como g e ilimitada em A, podemos tomar x tal
1
que |g(x)| >
da |xn ||g(x)| > 1, isto e,
|xn |
|xn g(x) 0| > 1
entao sn (x) nao converge uniformemente.
1
. Essa exemplo mostrar
n
como o produto de sequencias uniformemente convergentes pode nao ser uniformemente
Como um exemplo podemos tomar g(x) polinomio e xn =
convergente.
1.14
Agradecimentos