Apostila de Introdução Ao Budismo SBB

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Introduo ao Budismo

Distribuio Gratuita

O Buddha
H cerca de 2500 ao norte da ndia nasceu, filho de um dos lderes do
cl Sakya, o prncepe Siddhartha Gotama. O garoto desde o
nascimento apresentava sinais de grandeza, e os sbios previram que
ele se tornaria ou um grande rei ou um grande sbio. Seu pai temendo
que ele abandonasse o trono e buscasse a via religiosa o manteve
isolado no palcio e cercado de prazeres.
Mais tarde ao sair do palcio e ver o mundo real Siddharta
testemunhou a velhice, a doena e a morte. Essas trs vises lhe
fizeram ver que por mais que ele fosse feliz, sua felicidade era frgil,
sujeita inevitvel decadncia e morte que engole todas as coisas.
Mas uma quarta viso lhe trouxe uma inspirao para encontrar a
soluo: um asceta meditando.
Determinado a seguir a vida religiosa largou todas as suas posses, sua
esposa e seu filho e partiu em sua busca. Chegou a estudar com os
maiores sbios da poca, mas eles ainda no podiam resolver o
problema do sofrimento humano. Tentou prticas austeras na sua
busca, ao ponto de quase morrer em sua busca, mas foi em vo.
Entendendo que a via das prticas extremas no era frutfero largou-o
e continuou seu caminho. Pouco tempo depois resolveu que era hora
de solucionar aquele problema de uma vez por todas, e sentado sob
uma rvore fez a determinao:

Mesmo que meu sangue seque e meus ossos se tornem p, no


me moverei deste local at ter penetrado a Suprema e Completa
Iluminao!

Aps sete dias meditando, combatendo as iluses e tentaes,


personificadas no demnio Mara, ele penetrou o conhecimento
supremo e se iluminou, atingiu Nibbana*.
Buddha um ttulo que significa desperto, iluminado.
Aps isso ensinou pela ndia por mais de quarenta anos antes de
morrer. Sereno em seu leito de morte, suas ltimas palavras foram:
Desta forma, eu os encorajo: todas as coisas condicionadas esto
sujeitas dissoluo. Esforcem-se pelo Objetivo com diligncia

O Dhamma
Dhamma* uma palavra com vrios significados, o principal para
representar os ensinamentos do Buddha. No se trata de
conhecimento puramente terico, e sim de uma realidade a ser
percebida por conhecimento direto, atravs da prtica.
Passando ao largo da indulgncia nos prazeres em um extremo, e da
auto mortificao em outro, ambos anteriormente experimentados por
ele, o Buddha declarou que este era o 'Caminho do Meio'.
Os ensinamentos do Buddha podem ser condensados nas Quatro
Nobre Verdades:
Primeira Nobre Verdade: Dukkha
A Primeira Nobre Verdade pode ser identificada na cena em que o
Buddha encontra o mundo real fora do palcio: A vida inconstante,
a felicidade comum fundada em coisas incertas, isso nos traz
insegurana e por fim a perda. Este o conceito de Dukkha, que
*Nibbana e Dhamma originrios do Pali, equivalente a Nirvana e Dharma
(snscrito)

embora seja normalmente traduzido como sofrimento, define mais


do que isso, engloba o estresse e o atrito a que estamos sujeitos nos
graus mais grosseiros e mais sutis por estarmos em um mundo que
nos foge ao controle.
Esta Verdade expressa nas Trs Caractersticas da Existncia:

anicca: tudo cedo ou tarde muda, tudo transitrio no


universo.

anatta: no se pode encontrar um 'Eu' definitivo em nada, tudo


apenas uma expresso temporria da mudana.

dukkha: pelas duas ltimas caractersticas, no encontramos


nada que cedo ou tarde no v mudar ou desaparecer, ou algo
que possamos realmente controlar, e sofremos ao nos
relacionarmos com isso.

Segunda Nobre Verdade: a origem de Dukkha


O Buddha descobriu que esta a natureza de nosso sofrimento:
estamos frequentemente sujeitos separao do que gostamos e a
suportar o que no gostamos.
A origem de todo nosso estresse querermos que a vida seja algo que
ela no : uma alegria constante, sem sustos, perdas e infortnios.
este desejo, a ser frustrado frequentemente em grandes ou menores
propores, que a fonte de Dukkha.
O Desejo, ou Tanha (l-se Tan-h) manifesta-se como querer
(cobia) e no-querer (raiva), e enraizado na Ignorncia (avijja).
por ignorncia que criamos idealizaes, fantasias e expectativas que
no condizem com a realidade, e que nos fazem sofrer cedo ou tarde.
Terceira Nobre Verdade: Nibbana
Ao entendermos a vida profundamente e aceitarmos sua verdadeira
realidade, no teremos mais por que sofrer por ela ser o que .
O fim do desejo ignorante, segundo o Buddha, leva Suprema

Felicidade, uma felicidade baseada na realidade, no em iluses.


O Buddha no apenas encontrou esta sada para o problema, como a
disponibilizou para todos, enfatizando que todos sem exceo
poderiam encontr-la.
Nibbana conforme as palavras do prprio Buddha:

Sabedoria: Paa
Compreenso Correta: compreenso correta da realidade e do
Caminho.
Pensamento correto: pensar direcionado ao abandono das
iluses e do sofrimento.

"Isto a paz, isto o sublime, isto , o silenciar de todas as


formaes, o abandono de todas as aquisies, a destruio do
desejo, desapego, cessao, Nibbana."

Moralidade: Sila

Quarta Nobre Verdade: O Caminho


O caminho que o Buddha indica para o fim de Dukkha baseado em
oito fatores, por isso conhecido como Nobre Caminho ctuplo.
dividido em trs campos: Moralidade, Concentrao e Sabedoria.
Moralidade: Sila
Fala Correta: fala que no prejudique a felicidade de outros,
no seja mentirosa ou dotada de m inteno.
Ao Correta: ao que no prejudique a felicidade de outros,
ou seja dotada de m inteno. Ao que envolva generosidade
e boa inteno.
Meio de Vida Correto: que no prejudique a felicidade de
outros seres.
Concentrao: Samadhi
Esforo Correto: esforo que combate aquilo que ruim e
inbil e que cultiva aquilo que bom e hbil.
Plena Conscincia Correta: (frequentemente 'Plena Ateno')
capacidade de manter-se consciente daquilo que necessrio.
Concentrao Correta: capacidade de focar a mente com
clareza.

O Buddha enfatizou vrias vezes sobre a importncia de ter-se uma


vida moral como base para a meditao. A primeira qualidade que ele
enfatizou no relacionamento com outras pessoas a generosidade.
Ela reduz o nosso apego tanto a coisas materiais quanto a coisas
imateriais, como por exemplo, o tempo que doamos para ajudar
outras pessoas. A reduo desse apego torna a vida da pessoa leve e
melhora visivelmente sua convivncia com os outros. Logo depois da
generosidade temos os cinco preceitos bsicos da moralidade budista,
que levam essa paz exterior ainda mais adiante:
No matar
No roubar
Evitar comportamento sexual inadequado (adultrio e abusos)
No mentir
Evitar intoxicantes
Kamma
Kamma (snscrito: Karma) significa 'ao intencional', pode ser
positivo ou negativo levando a estados saudveis ou no. Se uma
ao feita sem inteno, por exemplo, pisar por descuido em um
animal, no h kamma negativo, porm, ao pisar por crueldade h um
kamma ruim. Somos responsveis por nosso kamma, o que significa
que no podemos evitar as consequncias do que fazemos, por outro
lado podemos concluir que temos a chave para o rumo de nossas
vidas. O Buddha disse sobre o khamma:

"Eu sou dono das minhas aes, herdeiro de minhas aes, nascido
de minhas aes, relacionado s minhas aes e tenho minhas
aes como rbitro. O que quer que eu faa, para o bem ou para o
mal, disso eu me tornarei herdeiro.

A Joia Trplice
Tambm chamada de Trs Tesouros, so as trs referncias pelas
quais se guiar para trilhar o caminho at Nibbana:

O Buddha
O Dhamma
O Sangha

O termo Sangha, neste caso, refere-se ao grupo dos seres que tenham
atingido ao menos um dos nveis de iluminao, e portanto visto o
Dhamma por si mesmos. Tambm pode referenciar a comunidade
monstica deixada pelo Buddha.
Sangha s vezes usado no ocidente para referir-se a uma
comunidade geral de praticantes budistas, embora este uso seja
errneo.

Fontes do ensinamento do Buddha


Os ensinamentos Budistas foram transmitidos oralmente por cerca de
400 a 500 anos antes de serem postos no papel. Embora parea um
mtodo ineficaz, essa era uma prtica comum na poca - inclusive
nas outras religies conterrneas como o Hindusmo - e grandes
grupos monsticos aliados com uma cultura de memorizao
possibilitaram a conservao de milhares de textos budistas.
Hoje em dia h um grande corpo de material cannico referenciando
o Buddha e seus ensinamentos, alm de tradies vivas mantidas por
aqueles que seguiram o caminho completo.

Diferentes escolas de budismo


Dos textos originais boa parte foi conservada na tradio Theravada
(Doutrina dos Ancios escola seguida pela SBB), no Cnon em
Pali. Posteriormente com a separao em diferentes escolas e a
disperso do Budismo pela sia outros textos e outras linhas de
pensamento e prtica sobre o Dhamma foram surgindo. E por mais
que paream profundamente diferentes entre si, todas elas apontam
para os mesmos pricpios bsicos.
A principal diviso feita a Theravada / Mahayana, onde o
Theravada predominou no sul da sia (Sri Lanka, Tailndia, etc) e o
Mahayna ao norte (Tibete, China, etc), havendo dentro da linha
Mahayana um grande nmero de tradies bem distintas, como
Vajrayana, Zen e Terra Pura.
Apesar de todas terem por base a mesma origem, sugerimos ao leitor
que procura maior entendimento do Budismo a ter em mente que
juntar referncias tericas e prticas de escolas distintas, sem um
conhecimento mais profundo do Dhamma e dos respectivos contextos
culturais, pode levar a confuso e transtornos na prtica.

Meditao
Meditao pode ser definida como cultivo mental. Trata-se de
cultivar qualidades mentais hbeis e benficas e desenvolver
sabedoria. A importncia desse cultivo explicada nos dois primeiros
versos do Dhammapada:
Todas as aes so comandadas pela mente:
a mente o senhor delas, a mente quem as fabrica.
Aja ou fale com um estado mental corrompido
que o sofrimento vir em seguida da mesma forma
como a roda da carroa segue as pegadas do boi.

Todas as aes so comandadas pela mente:


a mente o senhor delas, a mente quem as fabrica.
Aja ou fale com um estado mental claro com serena confiana
que a felicidade vir em seguida da mesma forma
que a sombra acompanha o seu objeto por toda a parte, sem nunca
[abandon-lo.

Samatha / Vipassana
A meditao budista possui dois aspectos distintos e complementares:
Samatha (tranquilidade) e Vipassana (investigao).
Samatha relaciona-se tranquilizao e concentrao da mente, a
mente afasta-se de tanha e muda temporariamente sua tendncia
cobiosa e inquieta. Vipassana o aspecto de investigao dos
fenmenos, investigando para alm das nossas impresses
superficiais e reduzindo nosso agarramento a elas.
H inmeras tcnicas de meditao ensinadas, variando entre
professores e escolas, algumas com maior nfase em Samatha, outas
em Vipassana, com os mais distintos meios para tranquilizao e
investigao.
Antes, durante e depois
Meditando sentados em um lugar calmo, de olhos fechados e
deixando temporariamente outras preocupaes de lado, tudo o que
temos para observar a mente. Por isso a meditao comea por aqui,
onde estamos em posio de vantagem contra as distraes.
Posteriormente, com mais experincia, possvel levar o esforo
meditativo alm da meditao sentada para as tarefas do dia a dia,
mas antes devemos cultivar uma base consistente.
Antes de iniciar a prtica deixe a determinao bem clara na sua
mente de que qualquer coisa que aconteceu antes de sentar-se no
tem real importncia, igualmente problemas a serem resolvidos
depois, que sero devidamente tratados s depois da sesso. Deixar
isto claro para si mesmo antes de fechar os olhos pode evitar muitas
distraes.

A sesso pode variar de durao, dependendo do comprometimento e


capacidade da pessoa. recomendvel que se estipule um tempo
mnimo e coloque-se um alarme para indicar o trmino, caso o tempo
acabe e queira continuar no h problemas. importante que ao
surgirem incmodos fsicos resista-se um pouco a eles antes de
mover-se, lembre-se: a sua mente funciona com base em costumes, se
voc reagir automaticamente a cada pequena sensao estar criando
uma armadilha para sua prtica, no final das contas muitos
incmodos passam por si mesmos.
Ao finalizar importante notar como est sua mente e estar ciente de
como foi a meditao. Sentir tranquilamente cada movimento ao se
levantar e fazer o possvel para que o bem-estar mental cultivado
perdure. Caso sinta que est propcio para isso, recomendvel que
dedique os minutos finais para desejar esta mesma paz a outras
pessoas, prximas ou desconhecidas, isto cria uma harmonia com o
mundo exterior que tende a crescer consideravelmente com o tempo
de prtica.
Postura
No caso da meditao sentado importante escolher uma posio que
seja confortvel e alerta. Sentar-se em uma ou mais almofadas no
cho sem encosto o ideal, mas sentar-se em uma cadeira no
apresenta problemas.

Devemos dar especial ateno coluna, que deve manter a curvatura


natural em 'S'. Uma dica para ajudar na curvatura da coluna sentarse na beira da almofada, isto produz uma inclinao no quadril e

melhor ajuste nas costas.


Deve-se evitar a postura de pernas cruzadas clssica, onde a
panturrilha de uma perna descansa sobre o p da outra perna, esta
postura tende a pressionar os nervos e causar incmodos. Como
alternativa fcil pode-se adotar a posio 'birmanesa' em que as
pernas ficam uma frente da outra.
Fatores externos
Deve-se buscar um local tranquilo onde no ocorram interferncias.
Arranjar um canto especfico da casa reservado somente para a
meditao costuma ser um bom apoio prtica. Mas no procure
muito o lugar ideal pois ele no existe. Com a experincia ruidos e
distraes passam a interferir cada vez menos, por isso no se
preocupe tanto com eles. Caso tenha acesso fcil a um templo busque
frequent-lo e torn-lo uma referencia, um refgio para a sua
meditao.
Anapana-Sati
Anapana-Sati significa Plena Conscincia da Respirao. a
meditao mais frequentemente ensinada por sua simplicidade e
capacidade de ser praticada igualmente por todas as pessoas.
basicamente manter-se consciente da respirao, relaxando
distraes e tenses que possam surgir. uma meditao
predominantemente usada como Samatha.
Algumas instrues do Buddha nos suttas so:
[...]

Inspirando longo, ele compreende: eu inspiro longo; ou expirando longo, ele


compreende: eu expiro longo. Inspirando curto, ele compreende: eu inspiro
curto; ou expirando curto, ele compreende: eu expiro curto.

[]
Ele treina assim: eu inspiro tranquilizando a formao da mente; ele treina
assim: eu expiro tranquilizando a formao da mente.

[]
Ele treina assim: eu inspiro satisfazendo a mente; ele treina assim: eu expiro
satisfazendo a mente. Ele treina assim: eu inspiro concentrando a mente; ele

treina assim: eu expiro concentrando a mente.

[]
Embora detalhes possam variar um pouco de professor para
professor, todos eles vo seguir esta linha bsica: acompanhar o ritmo
da respirao, tranquilizar a mente, satisfazer-se na respirao e
concentrar-se. O meditador pode notar a respirao de vrias
maneiras: nas narinas, trax, abdmen, ou at sentir o corpo inteiro
respirando.
Se uma distrao surge, relaxamos a tenso que nos puxa fora do
respirar e continuamos. Fazemos isso repetidas vezes; somente pelo
exerccio de distencionar e retornar a mente vrias vezes que isso se
torna um hbito mental.
Um ponto que faz a diferena adotar uma atitude simptica com a
respirao, se interessar por ela, at mesmo colocar um leve sorriso
no rosto, isto torna a mente naturalmente leve e fcil de lidar.
Se voc tiver dificuldades de incio, no se preocupe. Isto se deve
falta de costume de manter a mente estvel em um lugar, basta nos
habituarmos um pouco pra vermos resultados.
Um smile para o cultivo da mente a musculao. Todos que j
tentaram ir a uma academia sabem que no comeo seu corpo no est
acostumado e sente dores por dias. Quando a atividade se torna um
hbito o corpo se torna capaz de realizar tarefas que antes pareciam
dificlimas. Da mesma maneira quando exercitamos a mente, as
dificuldades iniciais so apenas uma falta de costume, no de talento.
Por isso no crie expectativas, apenas relaxe e respire.
Vipassana
As tcnicas de vipassana apresentam um leque enorme de variaes.
Levar a investigao dos fenmenos mais a fundo exige
comprometimento e conhecimento do meditador em relao ao
Dhamma. Mas algumas contemplaes simples podem inici-lo neste
campo.
Tendo as trs caractersticas em mente (ver Primeira Nobre Verdade)
observe coisas simples ao seu redor. Por exemplo, seu quarto. Ele

est sujeito transitoriedade (anicca) nunca estando da mesma


maneira, e no possui uma identidade nica (anatta), tendo passado
por vrias transformaes ao longo dos anos. Alm das pequenas
mudanas, algum dia voc ter de trocar de quarto ou de casa e deixlo para trs, por isso apegar-se muito pode trazer desconforto a um
processo inevitvel (dukkha). Contemplando as coisas desta maneira
paramos de nos obcecar tanto com elas e de tornar pequenos
problemas em tempestades mentais, vemos: apenas isso, nada
demais, no h motivo para se estressar. Proceda preferencialmente
esta meditao aps haver acalmado sua mente com samatha e
consultando um professor sempre que surgirem dvidas ou
desconfortos em relao prtica.

Ritos
No Budismo como em outras religies encontramos diversos ritos e
prticas devocionais com o objetivo de redirecionar nossa mente para
fora do cotidiano e retorn-la a uma busca mais essencial.
A falta de familiarizao com esses aspectos particulares de cada
religio pode deixar o visitante pouco vontade por no conhecer a
etiqueta do local, mas no so uma grande preocupao neste caso,
sendo que no Budismo Theravada os rituais tendem a ser simples e
fceis de assimilar.
importante ressaltar que os ritos no devem ser tomados como
gestos vazios, sendo feitos sempre com respeito e plena ateno.
Puja
Puja significa respeito, homenagem, esta homenagem serve para
agradecer ao Buddha pelos ensinamentos e nos relembrar de nossos
ideais. Oferendas de incenso, velas e flores a um altar so uma Puja
comum, cnticos e prostraes tambm fazem parte dos cerimoniais.

Ajali
O gesto de Ajali bem comum no oriente e inclusive usado em
situaes cotidianas. Trata-se do gesto de juntar as mos palma com
palma altura do peito e levant-las enquanto se inclina a cabea. Tal
gesto pode ser usado antes de colocar uma oferenda em um altar ou
como saudao a um monge por exemplo.
Prostraes
Prostrar-se tambm outro ato usual no oriente. comum no
budismo que as prostraes sejam feitas em sequncias de trs, em
homenagem a cada uma das Trs Joias. Basicamente ficamos de
joelhos, realizamos ajali e depois descemos as mos e cotovelos ao
cho, acompanhadas logo em seguida pela cabea.

Cnticos
H diversos cnticos tradicionais que so muito importantes para as
cerimnias. Eles trazem um clima de leveza e servem tambm para
lembrar-nos dos ensinamentos do Buddha.
prefervel cant-los de joelhos o que facilita nas horas em que h
prostraes. - mas no h obrigao.
Os cnticos normalmente so em Pali, o idioma em que foram
registrados os ensinamentos do Buddha pela primeira vez. Cant-los
assim uma maneira de sentir-se conectado a uma tradio que vem
sendo realizada h mais de dois mil e quinhentos anos.

Objetos religiosos
Esttuas do Buddha, livros de Dhamma, livros de cnticos e outros
objetos relacionados devem ser tratados com o devido respeito. No
apenas uma questo de etiqueta e sim de cultivar um senso de
responsabilidade, confiana e bem querer com coisas relacionadas
nossa prtica e nossa busca mais profunda. Evitamos que tais
objetos se percam em meio baguna ou mesmo que fiquem
diretamente sobre cho, quando necessrio isto devem ao menos ficar
sobre um pano.

prejudica a ambos. Por isso sempre importante lembrar que h uma


pessoa por trs do manto.
O treinamento que o Buddha estabeleceu para os monsticos inclui
um vasto conjunto de regras que criam um estilo de vida restrito e
propcio para a prtica. importante que o leigo conhea por
praticidade algumas das regras adotadas pelos monges:

Templos
Ao visitar templos budistas preciso ater-se ao esprito do lugar:
tranquilidade, silncio e discrio so valorizados. Deve-se evitar
roupas como shorts, regatas e saias curtas. Intimidades fsicas
tambm so mal-vistas. O visitante deve ter em mente que este um
lugar em que as pessoas vo buscar refgio de suas preocupaes
mundanas e por respeito a elas que devemos ser moderados e evitar
causar distraes desnecessrias. Dentro dos templos tambm
necessrio manter os Cinco Preceitos (ver: Moralidade)

Monges e comunidade
Dentro da comunidade budista Theravada o cerne encontra-se nos
monges. A linhagem desta Sangha remonta h mais de 2500 anos,
seguindo o mais fielmente possvel as linhas de organizao e
treinamento estabelecidas pelo prprio Buddha, sendo possivelmente
a instituio mais antiga do mundo.
Idealmente so pessoas que em um ato de renncia dedicam sua vida
toda busca espiritual.
Embora este ideal seja encantador importante que isto no se
converta em fascnio ou idolatria exagerados. comum que pessoas
fantasiem e transfiram seus ideais para os lderes religiosos, o que

Alimentar-se apenas de comida doada visa evitar o


isolamento total do mundo e despertar no monge senso de
compaixo por aqueles que o ajudam.
Alimentar-se apenas at meio dia a restrio dos sentidos
um auxlio para a meditao mais profunda
No usar dinheiro simplicidade e desapego so valores
inerentes a este estilo de vida
Celibato - uma regra que caso quebrada resulta em expulso
irrevogvel. Um monge livre para voltar vida leiga no
momento em que quiser, porm relacionar-se com uma pessoa
enquanto dentro da Sangha uma ofensa grave.
No tocar em mulheres ou permanecer a ss com uma o
celibato sendo to importante vigiado por regras menores
que evitam possveis situaes desconfortveis.
Abster-se de entretenimentos sensoriais - tranquilidade mental.

Antes de tornarem-se monges os candidatos normalmente passam por


um perodo como novios (samaneras) e existem tambm leigos que
adotam por certo tempo um estilo de vida semi-monstico
(anagricas) vestindo-se de branco.
Histricamente a ordem de monjas (bhikkhunis) foi descontinuada no
Theravada, sendo assim apareceram ordens menores em alguns
lugares - M Chis, Siladharas e outros enquanto que recentemente
algumas tentam reestabelecer a ordem original. Por isso o nmero de
monjas mais escasso que o de monges.
Pela falta de monsticos no ocidente comum que os grupos leigos
sejam auto-organizados ou recebam de tempos em tempos um monge
visitante.

Sobre a SBB

Tratamento
H alguns pronomes de tratamento comumente usados, conhec-los
interessante para que o iniciante no os confunda como nomes dos
prprios monges e conhea a etiqueta em praxe:

Bhikkhu qualquer monge pode ser referido por este pronome


- significa literalmente Monge - normalmente os mais novos.
Bhante uma maneira de dizer 'senhor...' tratamento
respeitoso.
Ajaan termo tailands que significa 'professor', usado para
monges de linhagem tailandesa que tenham ao menos dez anos
de ordenao.
Thera monge com mais de dez anos de ordenao
Mahathera com mais de vinte anos de ordenao
Luang p outro termo tailands, significa 'venervel pai',
usado para monges mais importantes e com mais idade.

A Sociedade Budista do Brasil uma entidade religiosa, sem fins


lucrativos, cujos objetivos so: divulgar, estudar e praticar os
Ensinamentos do Buddha dentro da tradio Theravada.
Aspiramos beneficiar ao mximo todas as pessoas que estejam
sinceramente interessadas nos ensinamentos do Buda, oferecendo os
ensinamentos sem custo e de uma maneira fiel ao Cnone Pali.
Para manter o espao da SBB vivo e acolhedor h custos e
necessidades materiais. No temos financiamento de qualquer
organizao governamental ou no governamental. A manuteno de
nossa sede e de nossas atividades realizada com as contribuies de
nossos membros e frequentadores. Caso deseje contribuir com nossa
causa de qualquer maneira entre em contato ou visite nossa sede.

Site:
sociedadebudistadobrasil.org

Facebook:
Sociedade Budista do Brasil (pgina e grupo)

E-mail:
Referncias para mais informaes:

[email protected]

Telefone:
(21) 2245-4331

acessoaoinsight.net
Maior referencia de textos Theravada em Portugus, inclusive boa
parte do Cnon Pali traduzida.
dhammadafloresta.org
Pgina de budismo Theravada, nele encontra-se uma lista de outros
sites em portugus.

Endereo:
Estrada Dom Joaquim Mamede, 45
Santa Teresa Rio de Janeiro RJ - CEP 20241-390
Como chegar: Vindo pelo Centro para Santa Teresa, subir a Rua
Almirante Alexandrino (trilhos do bonde) e subir a segunda direita
aps o corpo de bombeiros. Vindo por Laranjeiras, subir a Rua Alice
at encontrar com a A Alexandrino.
nibus: 006 (Castelo- Silvestre), 007(Central-Silvestre), 507
(L.Machado-Silvestre)
Ponto de Referncia: Rua do Colgio CEAT.

Melhor do que mil palavras


insignificantes,
uma nica palavra com significado
que quando ouvida se obtm paz.
Dhp 100

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