O documento discute convulsões, incluindo suas definições, causas, eventos durante uma crise, exames e tratamentos. Uma convulsão ocorre devido à atividade elétrica anormal e hipersincrônica no cérebro, levando à perda de consciência. As principais causas incluem distúrbios neurológicos, metabólicos e intoxicações. O diagnóstico diferencial e exames complementares são importantes para identificar a causa subjacente, enquanto o tratamento depende do caso, variando de
O documento discute convulsões, incluindo suas definições, causas, eventos durante uma crise, exames e tratamentos. Uma convulsão ocorre devido à atividade elétrica anormal e hipersincrônica no cérebro, levando à perda de consciência. As principais causas incluem distúrbios neurológicos, metabólicos e intoxicações. O diagnóstico diferencial e exames complementares são importantes para identificar a causa subjacente, enquanto o tratamento depende do caso, variando de
O documento discute convulsões, incluindo suas definições, causas, eventos durante uma crise, exames e tratamentos. Uma convulsão ocorre devido à atividade elétrica anormal e hipersincrônica no cérebro, levando à perda de consciência. As principais causas incluem distúrbios neurológicos, metabólicos e intoxicações. O diagnóstico diferencial e exames complementares são importantes para identificar a causa subjacente, enquanto o tratamento depende do caso, variando de
O documento discute convulsões, incluindo suas definições, causas, eventos durante uma crise, exames e tratamentos. Uma convulsão ocorre devido à atividade elétrica anormal e hipersincrônica no cérebro, levando à perda de consciência. As principais causas incluem distúrbios neurológicos, metabólicos e intoxicações. O diagnóstico diferencial e exames complementares são importantes para identificar a causa subjacente, enquanto o tratamento depende do caso, variando de
Baixe no formato PDF, TXT ou leia online no Scribd
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 7
Semiologia Neurolgica V - Convulso
quinta-feira, 10 de novembro de 2016
01:11
Perde-se a conscincia quando ocorre comprometimento das
funes de ambos os hemisfrios cerebrais e tambm do sistema ativador reticular no tronco enceflico. A perda de conscincia possui 2 causas principais: - Convulso (ocorre por hiper-reatividade cerebral) - Sncope (normalmente ocorre devido a um baixo dbito cardaco) Definio de convulso: As convulses so transtornos caracterizados por sinais e sintomas neurolgicos temporais que so produzidos por atividade eltrica anormal, paroxstica ("acontece e para, acontece e para" e assim sucessivamente) e hiper-sincrnica (em ambos hemisfrios) no crtex cerebral. Conceitos importantes de crise: - Crise epiltica: Expresso clnica da crise convulsiva, da convulso cerebral (existem casos em que h convulso, mas sem manifestao clnica, se assemelhando com a sncope, em que a manifestao clnica somente um desmaio). Ocorre descarga anormal, excessiva e sustentada do tecido cerebral e hipersincrnica dos neurnios. - Crise aguda sintomtica (ou crise provocada): crise epiltica decorrente de uma causa imediata identificada, como distrbio metablico-eletroltico, intoxicao exgena, abstinncia de drogas sedativas ou insulto neurolgico agudo. - Epilepsia: doena neurolgica crnica causada por diversas etiologias e caracterizada pela recorrncia de crises epilpticas no-provocadas. Crise isolada (geralmente na convulso febril): induzidas por Pgina 1 de Semiologia - II
- Crise isolada (geralmente na convulso febril): induzidas por
febre alta, abstinncia de lcool ou drogas. No possui uma causa definida (o que a diferencia da crise aguda sintomtica). Etiologia: - Distrbios neurolgicos primrios: convulses febris (febre alta) na infncia que so benignas (at os 3 anos de idade), por exemplo. - Distrbios sistmicos
Eventos no incio da crise:
- Sintomas prodrmicos (aura, desconforto gstrico, dor de
cabea localizada, tremor nas mos)
- Postura do paciente no momento da perda da conscincia
(paciente tende a se colocar prximo ao cho, quando ele j
Pgina 2 de Semiologia - II
(paciente tende a se colocar prximo ao cho, quando ele j
sabe que vai sofrer a convulso) - Relao com o exerccio fsico (exerccio fsico provoca aumento da atividade cerebral, podendo incentivar um quadro convulsivo) - Sintomas motores ou sensitivos locais (existe a crise parcial sem perda de conscincia; a crise complexa - com perda de conscincia; e a crise parcial-complexa - comea como uma crise parcial e termina como uma complexa) - Sintomas afetivos ou cognitivos Eventos durante a crise: - Enrijecimento tnico e movimentos clnicos (movimentos repetidos de alta velocidade) - Flacidez j no final da crise (esgotamento dos neurotransmissores musculares) - Enrijecimento ou abalos breves (aps a flacidez, indicando que est chegando aos poucos novos neurotransmissores) Eventos aps a crise: - Recuperao imediata da conscincia (mas sem capacidade de conversar; paciente fica um pouco desorientado) - Sonolento/desorientado (os neurotransmissores foram gastos em grande quantidade durante a crise convulsiva) - Confuso breve - Confuso prolongada (se a crise convulsiva mais intensa) - Mordida na lngua
- Incontinncia urinria (normalmente a crise convulsiva tem
liberao esfincteriana) Achados clnicos: - Paciente chega ao pronto socorro no perodo ps-ictal, sonolento ou confuso (quando paciente acorda, geralmente ele no se recorda da crise convulsiva). Paciente ir se Pgina 3 de Semiologia - II
ele no se recorda da crise convulsiva). Paciente ir se
queixar de dor no corpo e forte dor de cabea - Nesse caso, deve-se fazer perguntas especficas na tentativa de achar a causa da crise convulsiva (se o paciente no epiltico, ento por que ele teve uma crise convulsiva?): Se teve rigidez de nuca Quadro de febre Confuso Confuso e convulses
Orientado ou desorientado Se possui dor no corpo e na cabea
Se tem histria de traumatismo craniano
Se existe algum distrbio metablico (hipoglicemia, hiperglicemia, distbios eletrolticos, hipxia) Histria de tentativa de suicdio Histria de leso neurolgica prvia (ex: AVC) Leses neurolgica concomitantes com a crise Histria de etilismo (pode ter gerado um estado de hipoglicemia que pode resultar em crise convulsiva) Importante: Todo paciente que d entrada num pronto socorro com uma possvel crise epilptica tem que ser submetido a uma glicemia capilar A PRINCIPAL CAUSA de crise convulsiva a HIPOGLICEMIA. Possveis cenrios relacionados com convulso: - Cenrio I Paciente epiltico em uso de anticonvulsivante
que parou por conta prpria a medicao h alguns dias.
Nesse caso, a conduta prescrever novamente a medicao que o doente j toma. - Cenrio II Paciente epilptico em uso de uma ou mais medicaes anticonvulsivantes que chegam com nova crise, mas sem nenhuma outra manifestao. A conduta nesse caso o aumento da dose da medicao, mas antes disso Pgina 4 de Semiologia - II
caso o aumento da dose da medicao, mas antes disso
importante investigar se no h nenhum outro quadro (por exemplo: infeccioso) que possa estar diminuindo a disponibilidade do frmaco no organismo.
- Cenrio III Paciente levado ao PS com crises reentrantes,
ou seja, no cessa com medicao (estado de mal epilptico) e algum antecedente que indique uma doena sistmica ou neurolgica. Nesse caso, a conduta ir testando drogas diferentes no doente enquanto estiver em crise e caso nenhuma melhorar o quadro o mdico tem que sedar e intubar o paciente (NUNCA DEIXAR O DOENTE CONVULSIONANDO a convulso por determinado tempo aps 5 minutos - pode lesionar o crebro do paciente; o grau de leso definido pelo tempo em que o paciente se mantm em crise). Deve-se solicitar exames complementares para investigar as causas da crise no paciente. Exames complementares: - Avaliao de causas clnicas: hemograma, plaquetas, coagulograma, gasometria, enzimas, bioqumica - Avaliao de intoxicao aguda: perfil toxicolgico (na emergncia essa avaliao feita por meio de perguntas ao acompanhante do paciente, por impossibilidade de obter resultados laboratoriais em pouco tempo. Ex: Perguntar se j houve tentativa de suicdio, se toma algum medicamento crnico, se tem depresso...)
- Dosagem srica de antiepilpticos (tambm no feita na
emergncia, somente ambulatoriamente)
- Avaliao de doena neurolgica: TC ou Ressonncia
Magntica. Se no houver alterao nesses exames colhe-se o lquor. - Eletroencefalograma (pedido ambulatoriamente)
Pgina 5 de Semiologia - II
O paciente deve ser mantido em observao at que sejam
afastadas as causas j citadas. Diagnstico diferencial: - Sncope
- Crises no epilticas de origem psicognica (simulao)
- Ataques de pnico - Distrbios de sono (em 72 horas seguidas acordadas ocorre crise convulsiva) - Enxaqueca (mais raro) Tratamento: - Principal: a prioridade melhorar a hipoglicemia e realizar as manobras de suporte avanado de vida (garantir vias areas, ventilao, circulao etc). A conduta farmacolgica com medicao anti-epiltica reservada para casos selecionados, uma vez que a maioria das crises convulsivas auto-limitada (paciente auto-limitados no se usa benzodiazepnicos, e nem no perodo ps-ictal; diazepam no indicado em casos de recorrncia de crise). Alm disso, pode tambm tomar medidas visando a proteo do paciente como segurar a cabea ou impedi-lo de morder a lngua. - Crises agudas sintomticas: nos distrbios metablicos, o
melhor tratamento a correo das causas metablicas.
Geralmente no so usados agentes antiepilpticos. O agente mais empregado a fenitona. - Nas crises nicas: A maioria dos pacientes com crise nica na emergncia no apresentar recorrncia de crises; por isso no pode comear o uso de antiepilticos na emergncia (faz isso somente em paciente que tem grande chance de recorrncia). Os exames necessrios so: ressonncia magntica de crnio e tomografia computadorizada de crnio. Pgina 6 de Semiologia - II
magntica de crnio e tomografia computadorizada de crnio.
O eletroencefalograma nem sempre disponvel. Quando todos esses exames forem normais, o risco de uma recorrncia de crise convulsiva de 30%.
- Na crise de epilepsia em paciente com epilepsia: Se estiver em
irregularidade de uso do frmaco, s ajudar a dose que falta em nveis sricos. Em alguns casos deve-se considerar doses de ataque de fenitona para estabilizar o paciente. - No estado do mal epiltico: Clnica: pacientes com crises prolongadas que no cessam com medicao (tem que parar a crise, caso contrrio a mortalidade chega a 20%). Tratamento: Infuso endovenosa de benzodiazepnicos (diazepam) ou fenitona em doses menores. Aps o uso de benzodiazepnicos ou fenitona deve ser administrado agente com ao mais prolongada (bomba de fenitona e de outros medicamentos) caso a crise demore mais de 5 minutos.