Estudo Cantares de Salomao
Estudo Cantares de Salomao
Estudo Cantares de Salomao
Cantares de Salomo, com os seus 117 versculos um dos menores livros da Bblia.
Ao longo dos sculos este livro tem despertado o interesse de grandes estudiosos da
Bblia e contribudo para que vrios livros e comentrios tenham sido escritos, e
inmeros sermes pregados. Apesar da sua aparente simplicidade, o contedo do livro
apresenta dificuldades interpretativas que exigem muito cuidado no seu estudo.
O estudo cuidadoso de Cantares requer que se d muita ateno para as questes
introdutrias, seu contexto, autoria, datao e intepretao.
Qual a sua relevncia para os nossos dias? Naturalmente, a sua aplicabilidade depende
da abordagem que se d ao livro e suas interpretaes resultantes. Sua mensagem,
sem dvida, precisa ser ouvida, entendida e aplicada s nossas vidas. Alm disso,
Cantares faz parte das Escrituras Sagradas.
O livro faz parte da terceira seo da Bblia Hebraica (Kethubim ou Escritos), que
formam uma coleo diversificada, incluindo obras de Daniel, os livros histricos de
Crnicas, Esdras e Neemias, J, Salmos e Provrbios, e os assim chamados Cinco
Rolos Cantares , Rute, Lamentaes, Eclesiastes e Ester, os quais eram lidos
publicamente nos principais festivais israelitas.
O propsito deste estudo visa exaltao do amor conjugal como ddiva de Deus e a
descrio da obteno, desenvolvimento e preservao desse amor em pureza e
perseverana.
Autoria e Data:
Oswaldo Carreiro
Agosto e Setembro 2014
Interpretao:
Oswaldo Carreiro
Agosto e Setembro 2014
Uma grande questo a ser resolvida no estudo deste livro a questo que envolve o
tipo de literatura a que pertence e que abordagem ser assumida ao interpretar o
livro.
Historicamente tem havido 4 abordagens principais. Vamos considerar cada uma
delas, ainda que resumidamente:
a. Alegoria
Esta palavra traz a ideia de dizer uma coisa que significa outra coisa. Em
antigas literaturas judia e crists, a alegoria era a abordagem preferida, pois
aliviava as tenses criadas pela linguagem sensual do livro.
Um dos problemas que este mtodo tem como ponto bsico que
determinado texto bblico no contm qualquer registro factual, nem
historicamente verdadeiro, no se refere a nenhum acontecimento do passado,
mas trata-se apenas de um instrumento de alguma verdade espiritual mais
profunda. Ignora-se a situao literal ou histrica descrita no texto.
Os que alegorizam Cantares, no consideram o relacionamento
homem/mulher, bem presente em todo o livro. A interpretao deles que se
trata do relacionamento de Deus com Israel, ou de Cristo com a Sua Igreja.
John Murray, renomado telogo calvinista, descreveu as dificuldades deste
mtodo de interpretao da seguinte maneira: As fantasias da interpretao
criadas em termos dos princpios alegricos indicam a inexistncia de cnones
hermenuticos bem definidos, para guiar-nos na determinao do sentido
preciso, e a sua aplicao, se adotarmos o ponto de vista alegrico. (Citado
em The Monthy Record of the Free Cgurch of Scotland, March 1983, pg. 52)
b. Tipologia
A segunda abordagem a tipologia. Convm notar que enquanto a alegoria
nega ou no leva em conta a historicidade ou a realidade factual do registro
veterotestamentrio, impondo um sentido mais profundo, abstrato e espiritual
ao texto, a tipologia reconhece a validade do relato no V.T., por seu prprio
direito e em seguida encontra nesse mesmo relato bblico um paralelo claro
com algum ensino ou acontecimento do N.T. de que o fato no VT apenas
sombra.
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c. Drama
A terceira forma de abordagem para a interpretao de Cantares tem sido
tambm, parte da tradio eclesistica. Vrias teorias tm sido criadas como,
canes nupciais srias, festival de entronizao, ritual cltico que celebrava o
casamento sagrado de uma deusa com o rei, etc. Apesar das grandes diferenas
entre essas teorias, o que as une a abordagem de que Cantares seria um
texto dramtico, composto originalmente para ser encenado ou para ser
cantado.
H fortes argumentos contrrios a ideia de que Cantares seja considerado
drama. As falas longas demais, a falta de desenvolvimento dos personagens, a
falta de evoluo no enredo para se chegar ao clmax dramtico, a falta de
resoluo, alm de outros argumentos.
d. Natural
A interpretao natural prope que Cantares deva ser interpretado como os
fatos parecem ser naturalmente, ou seja, uma srie de poemas que falam clara
e explicitamente sobre os sentimentos, desejos, interesses, esperanas e
temores de um homem e uma mulher, enamorados, sem qualquer necessidade
de alegorizao, tipologia ou dramatizao. Vamos seguir a abordagem da
interpretao natural no estudo do Cntico dos Cnticos, levando em conta que
o livro no conta, mas faz aluso a uma histria, de maneira no cronolgica.
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Este livro apresenta uma poesia de amor. H no V.T. muitos exemplos deste
tipo de poesia. Seus estilos variam muito, provenientes de lugares bastante distintos;
entretanto, possuem entre si elementos comuns:
1. Quando se dirige a uma terceira pessoa, a forma verbal usada da terceira
pessoa, mas a maior parte do texto permanece na construo eu-tu. (8.12).
2. O tema mais comum a alegria e a excitao que os enamorados sentem
quando esto juntos (3.4; 7.6-12).
3. A beleza fsica da amada descrita de forma bem elaborada,
frequentemente adornada por termos erticos. Vrias metforas so
usadas para essas declaraes de amor. (4.1-15; 5.10-16)
4. A casa ou o lugar ermo, escondido, so mencionados, visto que o objetivo
a intimidade fsica. (8.2)
5. Algumas descries especficas da alegria do casal apaixonado ao
encontrar-se, so comuns neste gnero de literatura (1.2; 2.6,8; 4.9; 7.8;
7.12)
6. Termos que designam membros da famlia, tais como irm, irmo (8.1)
e expresses de realeza, como rei, rainha, so frequentes.
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1. Jardim
Um dos temas mais comuns presente nas Poesias de Amor, o da vinha, pomar,
jardim, alm do grande uso de plantas, flores, rvores. Esses elementos presentes em
Cantares, devem ser examinados com cuidado, para que sejam entendidos em seu
gnero literrio.
No livro, as expresses vinhas, videiras, jardins e pomares so mencionados cerca de
20 vezes. Devemos notar que h vrios casos de uso metafrico e de duplo sentido
nessa terminologia. (4.12-5.1; 6.2s.)
2. Amado
O adjetivo ou epteto usado para o homem em Cantares, meu amado. A mulher
dirige-se ao homem desta forma cerca de 27 vezes em Cantares (1.13, 14, 16; 2.3, 8, 9,
10, 16, 17; 4.16; 5.1, 2, 4, 5, 6, 8. 10, 16; 6.2; 7.9, 10, 11, 11, 13; 8.14). Outras 5 vezes (
5.9; 6.1; 8.5) as mulheres de Jerusalm tomam este ttulo e o aplicam ao homem,
dizendo teu amado.
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3. Vinho
Muitas so as palavras usadas no V.T. para vinho. A palavra mais usada (yayin) que
designa o suco de uvas fermentado. Era uma bebida comum no antigo Oriente
Prximo.
A outra palavra (sekar), normalmente traduzida por bebida forte, quase sempre
aparecendo junto com yayin. Nenhuma destas palavras se refere s bebidas fortes,
destiladas, ou alcolicas, conforme as identificamos hoje.
Conforme o V.T., o vinho desempenhava no antigo Oriente Prximo, um papel
importante em vrios tipos de festividades. Os perigos da falta de moderao no
consumo de vinho sempre apontado como perigo e, portanto, deve ser evitado. Mas,
o vinho no somente era usado das festas. H referncias ao seu uso entre pessoas,
encontros entre homem e mulher. (Pv 9.2,5). As vrias referncias ao vinho em
Cantares trazem a ideia de excitao e alegria, associadas a esta bebida.
Salomo viveu no dcimo sculo antes de Cristo. Ele era o rei mais rico de Israel e
possua vinhas em toda a extenso da nao uma delas perto de BAALHAMON no
extremo norte da Galileia, perto do sop das montanhas do Lbano. Durante sua visita
a essa vinha, onde costumava ir possivelmente uma vez por ano, Salomo encontrou
uma jovem camponesa, Sulamita.
Ela cativa seu corao. Durante algum tempo, ele busca por ela e faz visitas peridicas
para v-la em sua terra natal, at que ele a pede em casamento. Sulamita avalia
seriamente se realmente o ama e se seria feliz em morar no palcio de um rei. Ela diz:
sim!
Esta parte do livro lida com as alegrias e problemas da vida conjugal do casal. Sulamita
recusa as abordagens sexuais do rei em certa noite e ento, o rei parte dali. Ela,
percebendo sua tolice, se levanta e tenta encontr-lo, e at consegue; ento ambos
tm um tempo muito agradvel se abraando novamente.
Enquanto ela vive no palcio, a nova rainha frequentemente fica saudosa das
montanhas do Lbano, onde cresceu. Finalmente, ela pede a Salomo que a leve de
volta para l, para um tempo de frias. Ele concorda e o livro fecha com seu retorno ao
Pas de origem e suas delcias naquele lugar.
H muitas "estrofes" no "Cntico dos Cnticos", mas devemos notar duas frases
repetidas como "refro" no livro. Cada frase aparece trs vezes, espalhadas no incio,
meio e fim do livro. Servem como "coros" que ecoam a mensagem do livro.
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A Palavra de Deus d grande importncia ao amor fiel e verdadeiro que sabe esperar o
devido tempo para desfrutar do prazer que Deus reservou para o relacionamento
conjugal entre o homem e a sua mulher.
Hb 13:4 Digno de honra entre todos seja o matrimnio, bem como o leito sem
mcula; porque Deus julgar os impuros e adlteros.
Como aplicar esse princpio do amor que SABE ESPERAR?
1) Para Jovens:
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II.
A Expectativa do Amor
Nesta primeira parte do livro, o casal feliz, excitado, troca expresses de
desejo, encorajamento, dvidas, expectativas e experincias amorosas.
a. A amada experimenta sensaes de desejo e insegurana ao ser levada
ao palcio de Salomo, o amado. (1.2-11)
i. Ela tem grande expectativa pela afeio dele (1.2-4; cf. Ez 16.8;
Jr 31.3; Os 11.4)
ii. Ela se sente insegura por estar no ambiente do palcio, sendo
ela uma simples camponesa. Ela tem medo de ser rejeitada. (1.58). Ela diferente (morena). Na corte, a proposta era ter uma
pela clara.
iii. Ela anseia por uma demonstrao fsica de amor do noivo, toma
conscincia de sua aparncia malcuidada e deseja um ambiente
mais simples onde possam se encontrar. As damas da corte
percebem o incmodo da noiva pela aparncia.
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III.
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V.
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Introduo:
Conflitos so inevitveis
Agradar a Deus o mesmo que trazer prazer (deleite) a Ele, sendo e fazendo o que
Deus deseja.
2 Corntios 5.9: Por isso, temos o propsito de lhe agradar, quer estejamos no corpo,
quer o deixemos.
2 Timteo 2.3-4: 3 Suporte comigo os sofrimentos, como bom soldado de Cristo Jesus. 4
Nenhum soldado se deixa envolver pelos negcios da vida civil, j que deseja agradar
aquele que o alistou.
1) Decida que agradar a Deus ser o seu nico objetivo e onde voc ir investir todos
os seus esforos. No busque agradar a si mesmo (Jo 5.30; Rm 15.1-3), ou at
mesmo agradar o seu cnjuge (Gl 1.10), mas, antes, busque agradar ao Senhor,
baseado em Sua Palavra (1 Ts 4.1-2) e dependendo do Seu poder (Fl 2.12-13; 4.13).
2) Seu fracasso e/ou de seu cnjuge em agradar a Deus a principal causa dos
conflitos conjugais.
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4) Uma pergunta prtica para ajud-lo(a) quando um desejo se torna uma demanda
pecaminosa (exagerada e controladora): O que eu penso que preciso ou quero
(mereo, demando) desesperadamente do meu cnjuge?
A resposta de Deus?
Tiago 4.6: Mas ele nos concede graa maior. Por isso diz a Escritura: Deus se ope aos
orgulhosos, mas concede graa aos humildes.
Hebreus 4.16: Assim sendo, aproximemo-nos do trono da graa com toda a confiana,
a fim de recebermos misericrdia e encontrarmos graa que nos ajude no momento da
necessidade.
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1 Joo 1.9: Se confessarmos os nossos pecados, ele fiel e justo para perdoar os nossos
pecados e nos purificar de toda injustia.
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Atos 24.16: Por isso procuro sempre conservar minha conscincia limpa diante de Deus
e dos homens.
Isso inclui perdo: (Passagens chaves: Gnesis 45.4-11; 50.15-21; Salmo 32; 51; 103.812; 130.3-4; Provrbios 19.11; Miquias 7.18-20; Isaas 1.18; 38.17; 43.25; 44.22;
Jeremias 31.31-34; 50.20; Mateus 6.12-15; 18.15-17; 18.21-35; Marcos 11.25; Lucas
17.3-4; 23.34; 24.46-47; Atos 2.36-41; 7.60; Efsios 1.7; 4.31-32; Colossenses 1.13-14;
2.13-14; 3.13-14.)
1) O perdo divino a deciso, declarao e promessa de Deus de no levantar seu
pecado contra voc, por causa de Jesus Cristo.
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Mateus 18.21-35
Lucas 23.34a: Jesus disse: Pai, perdoa-lhes, pois no sabem o que esto fazendo
Perdo relacional, concedido e dado aos que se arrependem - (Lucas 17.3b-4; Atos
2.36-41). Perdo condicional na presena da pessoa arrependida (horizontal).
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Para Refletir:
1. Voc est envolvido atualmente em algum conflito com seu cnjuge? O que j
fez para resolver esse problema?
2. Como voc tem reagido ao conflito? Como sua reao tem melhorado ou
piorado o conflito?
3. Qual o seu objetivo principal ao tentar resolver o conflito?
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Pinto, Carlos Osvaldo Cardoso. Foco e Desenvolvimento no Antigo Testamento So
Paulo: Editora Hagnos, 2006.
Pinto, Carlos Osvaldo Cardoso. Como Entender o Cntico dos Cnticos Srie de
Mensagens no SBPV (DVD). Atibaia: SBPV.
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Ken Sande e Tom Raabe, Os Conflitos no Lar e as Escolhas do Pacificador (So Paulo:
NUTRA Publicaes, 2011).
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