Fichamento Do Livro
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HISTRIA MEDIEVAL
GUARULHOS
2016
NO
No prefcio Peter Brown diz-nos que procura usar uma forma prpria de
narrativa de assuntos j conhecidos da histria do cristianismo principalmente
nos ltimos sculos do Imprio Romano do Ocidente, passando pela formao
da Cristandade ocidental e, suas caractersticas especficas e, a relao dos
povos das antigas regies no romanizadas principalmente do Noroeste
europeu, da Alemanha e da Escandinvia. Esse tema central ser em torno do
aparecimento da igreja crist no Imprio Romano e a converso de
Constantino, em 312, at o ano 1000 com a adoo do cristianismo na Islndia.
Sendo assim, a narrativa se basear no cristianismo, mas no ser uma
histria sobre a igreja crist, mas sim uma tentativa do autor de estudar o
cristianismo do final da Antiguidade e de incios da Idade Mdia, conforme as
situaes diferentes e ambientes em mudana fossem aparecendo. Basear
sua pesquisa na Europa, quase que exclusivamente, esta em sua parte
atlntica, considerando o deslocamento do poder e da cultura do Mediterrneo
antigo para o Noroeste da Europa, a formao do novo Imprio de Carlos
Magno, este extremamente importante no fim do antigo e aparecimento de uma
forma medieval de cristianismo; relata o autor que, por vezes tambm tentar
dizer algo sobre o Cristianismo praticado em Bizncio e na sia, mas somente
para contrapor contrastes e melhorar a comparao, nestas diferentes formas
de cristianismos praticados no Ocidente e no Oriente. Brown define que o seu
tratamento dado a Irlanda, Britnia, norte da Glia, Alemanha e at a
Escandinvia, eram importantes devido as suas fronteiras com a Roma em
destaque e a formao desta nova Europa, fundamentada no Cristianismo que,
em torno do Mediterrneo, ajustado as condies locais, o que possibilitou
chegar rapidamente ao vasto Imprio Romano, usando as certezas deste
passado de conquistas e, as populaes locais com suas incertezas tambm
mas que foram importantes na formao desta cristandade.
A primeira parte do livro trata do Imprio e as suas consequncias nos anos de
200-500 D.C. iniciando o primeiro captulo com As leis das Naes, onde o
autor cita esta obra em forma de tratado entre o Atlntico Norte e a China;
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restavam-lhes ainda
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transportado pelos seus missionrios de forma atuante e laica, pois iam aos
lugares distantes s populaes comum do Imprio Romano, atingindo um
pice neste lado Ocidental, mas sofrendo um declnio com a perseguio a ele
imposto pelos cristos zelosos principalmente pelo movimento monstico.
Desses embates faz parte Martinho, Agostinho e os monges que viviam vidas
austeras e praticavam o exorcismo. Santo Agostinho ir se sobressair como um
defensor da f catlica escrevendo contra os maniqueus demonstrando suas
contradies religiosas. Segundo o autor, houve sim uma revoluo religiosa e
social neste sculo IV, - existe agora uma nova classe superior confiante em si
prpria e que estabilizada dentro do sistema restaurado, assume uma posio
de destaque. So estes em parte funcionrios do governo, possuidores de
terras
convertiam-se
no
propriamente
ao
Deus
cristo,
mas
angariando assim os seus devotos, onde a reverentia era a mxima para esses
santos de uma aristocracia invisvel. Em 460, diz o autor, encontrar fatos que
mostram que o Imprio no mais poderia manter as posies que tinha no
norte do vale do Reno, esta regio tornou-se numa terra de ningum, um vcuo
privilegiado mais incerto, entre o reino visigodo ao sul, e as provncias
fronteirias desgovernadas do norte da Glia, mesmo assim a igreja construiu
uma imensa baslica para peregrinao em honra de So Martinho, santo que
lhe era atribudo vrios milagres; criando assim nesta regio gaulesa, uma
potentia, conforme mosaicos achados, de uma tradio deste poder de curar e
punir. Assim surge em torno desta estrutura uma aristocracia gaulesa que
exercia um poder romano nas reas administrativas e episcopais tambm, pois
estavam incorporados nestas condies, uma associao destes brbaros em
um fenmeno que passou a ser comum: as cidades episcopais, muito mais
marcantes nesta regio do que na Itlia, norte da frica, e no Imprio Oriental.
Para Brown, o que torna a Glia importante na formao de uma identidade
Katholikos, no o fato de ter um episcopado aristocrtico, porque isso j
acontecia na Armnia, onde estes ofereciam seus prstimos para a Eucaristia,
pelo contrrio, foi o fato de este desenvolvimento coincidir com uma revoluo
religiosa, muitos deste, agora bispos na verdade tinham sido monges, e
formavam um grupo de pessoas colocadas frente de posies elevadas em
grande parte para convencer os seus rebanhos de que nada tinha mudado na
Glia romana: - a atuao dos bispos era uma pretensa alegao de que tudo
tinha mudado completamente, incluindo eles prprios. As comunidades de
monges tiveram assim um papel decisivo neste sculo V, e por assim dizer, o
autor cita suas influncias no Egito, com so Germano, que calcado na cultura
do sofrimento e mortificao do corpo, havia formado uma ordem monstica
influentes nestes lugares citados. Peter Brown mostra o fato de que Roma
neste final de sculo V ter por volta de 200.000 habitantes e uma diocese
metropolitana que empreendia influncia episcopal nas demais reas do
Imprio, - frequentemente os bispos viajavam para Roma para pedir uma
deciso ao seu bispo, embora seja fato histrico as discordncias e
descontentamentos, principalmente pelo fato das intervenes que este
impunha a determinados bispos, que por estarem longe do centro das
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margem sul do rio; esses novos grupos eram ambivalentes, - tinham desejo de
conquista tambm e literalmente conquistavam posies por meio da fora
dentro dos domnios outrora pertencentes aos romanos, - uma espcie de
proteo forada em troca de tributo e imprevisvel na forma de garantia pois
se os hunos fossem seus inimigos como se proteger ento deste terrvel
inimigo. Para o autor essas zonas fronteirias, demarcavam tambm distines
religiosas, pois as populaes civis do Mediterrneo no tinham tanta
importncia, mais sim ter controle sobre os chefes tribais, sejam eles catlicos,
arianos, ou pagos, - o grau de relevncia para Brown era a segurana, dado
que faltava mo de obra qualificada para tudo, desde as obras de artesos,
arreios, armas, e de soldados dependia do nmero de escravos que se obtinha
nas conquistas. Esses brbaros eram uma fonte de escravos qualificados e,
sem desprender custo para sua obteno, - esto se formando assim de forma
repugnante, as novas unidades culturais e sociais destas regies de fronteira,
que pela ascenso de novos dominadores brbaros daro moldura aos
processos de transformao. Diz Brown existir uma migrao de nobres destas
comunidades para Roma e que o cristianismo destas populaes, em grande
parte privado de orientao clerical, transforma este em uma religio popular, fato constatado pelas canes populares da Eslovnia, que contm
recordaes desta poca primitiva do final do Imprio, com liturgias emanadas
do povo. Assim tambm na Inglaterra, com a destruio dos exrcitos romanos
e o vcuo de poder, toda a elite governamental desapareceu, ou mudando-se
para Roma ou perdendo a vida nestes embates, - esta aproximao entre as
elites inglesas sobreviventes, e o povo saxo, que veem a possibilidade de
instalarem-se agora sem o domnio romano, a principio um fracasso, mas
aps 570, estes reis saxes remanescentes conseguem unificar e conquistar a
Britnia ocidental, fato narrado como um acontecimento pico e milagroso. Diz
o comentador que esses saxes passam por vrios domnios entre eles, alguns
com atos heroicos e picos, formando uma corte inglesa de prncipes que
constroem muralhas perto das muralhas de Adriano, e ao ocidente do rio
Severn, estes homens violentos defendiam o que restava da paisagem
provincial romana: propriedades, vilas, documentos, isso dentro de suas
muralhas romanas. Para Brown, esses povos saxes tal como pensava
Agostinho, no poderia ser desperdiado com esses povos brbaros e os seus
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costumes desagradveis, pois era muito precioso tambm para ser mantido
com os visigodos da Glia em sua forma de arianismo herege. A ideia de um
cristianismo comum, capaz de incluir brbaros e cristos simultaneamente, s
apareceu quando a natureza da prpria fronteira se alterou, processo este mais
evidente no noroeste da Britnia de forma mais significativa, ao ponto de a
muralha de Adriano ser um ponto de limite eficaz entre Norte e Ocidente da
Britnia, juntando-se a costa oriental da Irlanda, removendo a barreira imperial,
pois a Irlanda nunca foi romanizada, formando-se assim um nico Mediterrneo
celta ao Norte, todos debaixo da universalidade crist. Para o autor a atuao
de So Patrcio como missionrio cristo aos irlandeses, estes batizados por
ele, assume uma identidade contraria a preservao dos escravos, fato que
contraria o poder local, - diz-se da a impossibilidade dos brbaros irlandeses
se converterem; Patrcio ento abandonado pelos seus colegas ingleses,
sendo um dissidente carismtico, fora acusado de ter lucro com a misso, houve uma comoo entre as mulheres ricas convertidas que doaram joias
como ofertas volitivas no altar, fato que causou a sua criminalizao e ele
passa a defensiva at sua morte em 490, idoso e incompreendido como So
Paulo, escolhido por Deus para sofrer pelo Evangelho. O fato relevante que o
autor coloca que nesta regio por anos cristianizada, passa a ser uma
sociedade de minoria crist onde o cristo comum no tem preocupao em
cristianizar as outras pessoas ao seu redor, caso que demonstra ser um a
religio de pequenas famlias e, que tendo outras famlias com outras crenas,
convivem sem maiores problemas preservando sua identidade; mesmo assim
atravs de Patrcio, os cristos haviam abolido os juramentos druidas e no
mais seria permitido ao bispo usar o kilt, o cabelo cumprido e esvoaante como
o dos chefes militares.
O relato de Peter Brown ressalta que em torno do Mediterrneo romano, a
expanso do Cristianismo no foi acompanhada de qualquer perseguio
violenta por parte dos gentios, no houve exorcismos dramticos, e nem
converses de chefes ou espetaculares destruies de templos pagos, houve sim em algumas excees, como as lendas mais tarde sero contadas,
na
Irlanda
principalmente,
referem-se
problemas
importantes
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