O Panteão Lukumi
O Panteão Lukumi
O Panteão Lukumi
112008
Willie Ramos
sentir sua presena numa escala menor, terminaram por se perder ou perderam os
padres de adorao empregados em seu culto.
Muitos orishas foram capazes de sobreviver viagem transatlntica e reinstalar-se em
Cuba. Contudo, tiveram que se adaptar para garantir sua sobrevivncia. Em Cuba, as
funes exercidas por um orisha ou o papel que desempenha, tiveram que buscar um
lugar entre a estrutura da ilha e da sua sociedade. Os orishas que no tiveram utilidade
prtica ou necessidade na nova ordem, foram esquecidos, diminudos de posio ou
status, ou incorporados aos caminhos (qualidades) ou avatares dos deuses mais
importantes, com quem compartilham similaridades. Os orishas mais fortes absorveram
os mais fracos. Como resultado, a iniciao no culto a certos orishas executada atravs
das divindades mais fortes, em cerimnias chamadas oros. Um sacerdote de Aganj
ordenado atravs de Shang, classificando-se esta iniciao como Shang com oro para
Aganj. Erinle feito atravs de Yemoj: Yemoj oro para Erinle.
Esses orishas regionais que sobreviveram e conservaram alguns seguidores no foram
to amplamente ou freqentemente adorados, e o conhecimento sobre eles no foi to
divulgado na ilha. Isto, com o decorrer do tempo, resultou na perda de orishas que
sobreviveram escravido, mas que no o conseguiram com relao aos efeitos do
tempo. Um bom exemplo disto Oshumar, divindade do arco-ris, desaparecida em Cuba
aps a morte da ltima sacerdotisa versada em seu culto e rituais, ocorrida em meados do
sculo XX. Esta sobrevivncia parcial, tambm racionaliza as discrepncias e a larga
divergncia nas informaes, por vezes conflitantes, que os devotos oferecem sobre os
aspectos e padres de adorao dessas divindades.
H duas categorias principais de orishas: aqueles existentes desde tempo imemorial, que
para a presente finalidade denominaremos celestiais, e aqueles orishas que foram
pessoas efetivamente existentes ou heris histricos divinizados, elevados ao status de
orishas aps suas mortes e que ora sero catalogados como orishas terrenais. Em
alguns casos (v.g. Jakut e Shang; Odu e Oduduw) esses ancestres divinizados
usurparam o culto das divindades mais antigas e hoje formam parte do sistema de culto
estabelecido para os orishas mais antigos.
Em Cuba, os orishas sofreram um processo de transformao que tambm alterou sua
posio dentro do panteo, mudou seu carter ou personalidade, eliminou, diminuiu ou
incrementou seus domnios naturais ou, ainda, lhes atribuiu elementos que no so
Catlico:
Celebrao:
Sagrado
Menino
Vestimenta:
Vermelha,
de
Atocha
de
Junho
preta
branca.
Bodes,
leo
agutis,
da
tartarugas,
amndoa
galinhas
do
ou
cco
frangas,
do
galos
dendezeiro.
proibido
assoviar
na
casa
onde
mora
Elegb.
catlico:
Celebrao:
29
So
Pedro
de
Junho
como
Verdes
cores
pretas;
Ferramenta
verdes,
para
pretas
ritual:
as
e
vestes
vermelhas;
de
marrons
Ogn.
e
pretas.
Faco.
geral.
Nenhum
catlico:
So
Celebrao:
de
Vestimenta:
Azul
escura
dourada,
enfeitada
com
Norberto
Junho
couro
cauris
(bzios).
rituais:
Arco
flecha.
Sacrifcios: Bodes, cervos, agutis, galos, codornas, pombos, galinhas dAngola e toda
caa.
Tabus:
Nenhum
Nmeros rituais: 3, 7, e 21
Oshosi o orisha da caa. Protege a todos os injustamente perseguidos e pune o culpado.
amigo ntimo de Elegb e de Ogn, com quem divide muitos domnios em comum. Os
escravos fugitivos suplicavam o socorro de Oshosi para escapar de seus amos brancos.
Invocavam Oshosi para que lhes impedisse de encontrar o seu rastro, uma vez que Oshosi
conhecido por possuir a habilidade de entrar na densidade das florestas e encontrar o
caminho de sada sem a menor dificuldade. Contudo, Oshosi no mora na floresta.
Ainda que Oshosi entre na floresta, o faz somente para caar. Oshosi um orisha urbano,
vivendo em companhia de Obatal. Foi o caador favorito de Obatal e brindou todos os
frutos do seu trabalho divindade da criao. Passou a maior parte da sua vida a servio
daquele, vivendo em seu palcio e no na floresta.
Oshosi foi o primeiro feiticeiro ou mago Ioruba. A palavra osh, em ioruba, significa
feiticeiro. Os Lukumis habitualmente associam-no a prticas mgico-religiosas bantus,
conhecidas na ilha como Regla de Congos ou Palo Mayombe. Como resultado, muitos
incluem, entre seus objetos, um vititi mensu Congo, instrumento divinatrio preparado e
empregado pelos sacerdotes bantus. Oshosi no tem qualidades.
Orisha: Erinle (Inle)
Sincretismo
catlico:
Celebrao:
So
24
Vestimenta:
Rafael
de
Azul-turquesa
rosa,
Outubro
enfeitada
com
cauris.
Miangas: Coral, azeviche e ouro; azul-turquesas, intercaladas com coral, contas amarelas
e
opalas.
Um
Ferramentas
peixe
metlico
rituais:
Vara
Sacrifcios:
Carneiro,
Tabus:
As
ovelha,
folhas
de
metal
de
fixado
em
pescar;
peixe,
galos,
do
lamo
pombos
(Ficus
seu
elek
(colar)
flecha.
galinhas
dAngola.
arco
e
religiosa,
L.)
Nmero ritual: 7
Melhor conhecido entre os devotos como o mdico divino, Erinle o orisha padroeiro dos
pescadores, no obstante ser muito venerado por seu conhecimento da medicina
tradicional e do poder das ervas; arte esta que divide com seu irmo Osayn.
Principalmente por possuir este conhecimento, considerado um mdico ou curador.
Assim como seu irmo Oshosi, tambm patrono dos caadores. Diz-se que Oshosi caa
na terra e Erinle caa nos rios.
Erinle foi um rei poderoso e rico, altamente respeitado por sua maestria na arte da
adivinhao. As tradies orais Lukumis enfatizam que poderia ter possudo habilidades
telepticas. Erinle pode ser encontrado no rio ou no mar, mais precisamente onde os dois
se juntam. Em Cuba, os devotos de Erinle so iniciados atravs de Yemoj, em uma
cerimnia conhecida por oroYemoj oro Erinle. Os cauris dela serviro para o mdium
se comunicar com Erinle. Ainda que possua seus prprios cauris, Erinle no fala atravs
de seu dilogn.
Erinle no tem qualidades.
Orisha: Osayn (Osan)
Sincretismo
catlico:
Celebrao:
Vestimenta:
Santo
Ambrsio
31
No
ou
So
de
tem
Silvestre.
Dezembro.
cores
especficas.
ritual:
Cabaa.
caa.
Tabus: As mulheres no podem passar sob a sua cabaa. No deve morar perto do
assentamento
de
Oy.
Nmeros rituais: 7, 21
Tradicionalmente, o orisha curador que habita na floresta. Tudo na natureza est sua
disposio. Osayn um orisha indispensvel, pois sem a sua ajuda, a adorao a outros
orishas no seria possvel. Sem as ervas necessrias provistas por um Ol Osayn, a
consagrao de um orisha invivel. Osayn o deus da medicina tradicional. Todas as
ervas do mundo so sua propriedade e ele as prov para salvao da humanidade e
tambm as divide com os outros orishas.
Na religio Lukumi, Osayn no possui sacerdotes. Seus seguidores so identificados
pelos orculos ou por ocasio de seus nascimentos. Crianas nascidas com dedos
adicionais so consideradas verdadeiras Ol Osayn. Ainda que os om de Osayn no
tenham necessidade de serem ordenados, quando a ordenao se faz necessria, sero
ento iniciados para Shang e Osayn lhes ser consagrado. Acredita-se que Osayn o
padrinho (babalorix) de Shang, seu maior e mais ntimo aliado, que ensinou a Shang
a arte da magia, pelo que Osayn recebe este reconhecimento de Shang.
Osayn considerado um orisha misterioso. Fenomenal e grotesco em aparncia,
descrito como sendo de tamanho pequeno, com apenas um olho, uma mo, um p, uma
orelha minscula que lhe permite ouvir uma formiga gritando a milhas de distncia, e a
outra, maior do que a prpria cabea, com a que no escuta absolutamente nada.
Segundo a lenda, no teria nascido com esse aspecto. Sua aparncia grotesca devida a
um conflito tido com Ornmil, em que este usou a prpria magia de Osayn para
desfigur-lo assim.
Orisha: Orishaok (Orichaoc)
Sincretismo
catlico:
So
Celebrao:
15
de
Isidoro.
Maio.
Vestimenta: Vermelha, enfeitada com adereos dourados. Numa segunda verso, pode ser
turquesa
rosa,
com
laos
adereos
dourados.
Miangas: Turquesas, rosas, intercaladas com algumas vermelhas e com opalas, contas
de
coral
Ferramentas
rituais
Sacrifcios:
e
:
Bode,
Carroa
de
puxada
galos,
pombos
por
azeviche.
um
boi
galinhas
arado.
dAngola.
Tabus:
Nenhum.
Nmero ritual: 7
Orishaok o orisha da agricultura e da colheita: o lavrador da terra. Com seu arado,
Orishaok fecunda il (a terra), colmando suas entranhas de sementes que nutriro a
descendncia dela. Alguns de seus smbolos, amide so flicos. Dentre seus paramentos
rituais, encontramos um seixo de argila e duas pequenas nozes de cco, pintadas de
vermelho e branco. Acredita-se que o seixo simbolize o pnis e as nozes de cco os
testculos. Seu auxlio solicitado em casos de infertilidade ou impotncia. Orishaok vive
simultaneamente nas terras de cultivo e na floresta. Os filhos de Orishaok so iniciados
atravs de Yemoj, com oro para Orishaok. No tem qualidades.
Orisha: Babaluaiy (Babal Ay)
Sincretismo catlico: O popular So Lzaro, adorado por milhes em Latinoamrica e
ainda
no
reconhecido
oficialmente
Celebrao:
17
Vestimenta:
Carmesim
pela
Igreja
como
de
santo.
Dezembro
de
estopa.
Miangas: As cores dependem das qualidades, ainda que a maioria use contas brancas
rajadas
de
azul,
enfeitadas
com
contas
de
coral
de
azeviche.
folhas
Bodes,
Sementes
novas
codornas,
de
galos,
ssamo
do
pombos
e
cascas
coqueiro.
galinhas
de
dAngola.
amendoim.
Nmeros rituais: 7, 17
o orisha da varola, da lepra e de toda doena contagiosa, num sentido mais amplo, a
divinizao da doena. Para muitos, Babaluaiy a Clera Divina de Olodumare que, uma
vez liberada, freqentemente se torna incontrolvel. Na frica, este orisha respeitado e
catlico:
Nossa
Senhora
do
Rosrio
Celebrao:
Vestimenta:
Miangas:
So
Raimundo
Branca
Brancas
com
e
vermelhas,
Nonato.
.
adereos
enfeitadas
vermelhos.
com
cauris.
Ferramenta ritual : Coroa feita de cabaa, com fileiras pendentes de contas e cauris
Sacrifcios: Cordeiro, pombos e galinhas dAngola (algumas linhagens sacrificam galos)
Tabus:
Nmeros rituais: 4, 6, e 12
Nenhum.
catlico:
Celebrao:
16
So
Cristvo.
de
Novembro
Marrom-avermelhadas
contas
opalinas
de
vrias
cores.
Ferramenta ritual: Um machado sustentado por um cabo central, com duas lminas, uma
em
cada
extremo
do
cabo.
linhagens
sacrificam
galos).
Nenhum
Nmero ritual: 9
Aganj o orisha do deserto e do vulco. a fora bruta, mas regenerativa, divinizada
como orisha. Possivelmente por causa da associao com So Cristvo, tambm
catlico:
Celebrao:
Vestimenta:
Miangas:
Ferramenta
Vermelha
Santa
de
com
Dezembro
adereos
Vermelhas
ritual:
Brbara
e
Um
machado
dourados.
brancas.
duplo.
Nenhum
Nmero ritual: 6
Deus do trovo, do fogo e da virilidade. Shang foi o quarto Alafnreido Imprio de
Oy, uma poderosa nao da frica Ocidental que exerceu considervel controle sobre a
rea durante quatro sculos. Aps sua morte, Shang foi divinizado e ascendido ao status
de orisha. Sua adorao tornou-se to popular que eclipsou o culto dos primeiros deuses
do trovo, chamados Jakutlanador de pedras, e Oramf (Oranif)uma divindade de
Il If.
Shang provavelmente o orisha mais popular do panteo Lukumi. Isto provavelmente
influncia dos inumerveis mitos que descrevem seu charme e natureza viril, recontando
suas mltiplas aventuras romnticas com diversas mulheres.
Shang despreza as mentiras e a fofoca. Sua raiva faz-se evidente atravs do trovo e do
raio. Quando ofendido, transforma-se na tormenta ameaadora cujo raio executa suas
sentenas. Tambm um carrasco a servio de Olodumarpunindo queles que
ofenderam o Criador ou violaram seus ditames divinos.
Quando Shang possui algum, um vido danarino cheio de maestria. Brande seu osh
machado duplo atravs do ar, simbolicamente retalhando a maldade ou decepando a
cabea de um inimigo. Tem relacionamento direto com muitos orishas. Ob foi sua esposa
legtima, porm, sua falta de beleza o distanciou dela. Ele encontrou sua igual em Oy,
sua segunda esposa, companheira e confidente. Oy e Shang so to afins que podem
ser descritos como duas caras de uma mesma moeda. A sensual Oshn foi sua mulher
preferida. Esta o nico orisha que conseguiu manipular Shang em alguma coisa.
Quando se encontram em um wemilere, Shang quase sempre tentar seduzir Oshn e
ela o ignorar com cinismo sedutor, tpico desta orisha dada aos flertes.
Em La Habana, Shang no possui qualidades, mas os Olorishas em Matanzas
identificam qualidades para Shang.
Orisha: Obatal
Sincretismo
catlico:
Nossa
Celebrao:
24
Vestimenta:
Miangas:
Senhora
Mercs.
de
Branca
Brancas,
das
com
intercaladas
Setembro.
adereos
com
marfim
prateados.
e
madreprolas.
Cabra,
Tabus:
bode,
Sal,
galinhas,
galos,
pombos
azeite-de-dend
galinhas
e
dAngola.
licor.
Nmero ritual: 8
Obatal o orisha da criao, da paz e da pureza. Seu nome significa rei que veste de
branco ou rei de roupas brancas. Olodumar lhe confiou a criao dos seres humanos.
Mas Obatal amava o vinho-de-palma, e uma noite, sob os efeitos do vinho,
acidentalmente criou um nmero de seres deformados. Deste descuido nasceram o albino,
o ano, o corcunda, o torto, o coxo e outros seres humanos malformados. Ainda que se lhe
tenha confiado a modelagem dos corpos, a vida domnio exclusivo de Olodumar, e
naquele entardecer em que Olodumar desceu para assoprar vida criao de Obatal,
aquela prole de Obatal cobrou vida. Desde aquele dia, todo indivduo com algum defeito
de nascena considerado um en orisha protegido pelo orisha e um om de
Obatal. Toda pessoa com qualquer tipo de defeito fsico, dever ser ordenada para
Obatal, ainda que seu orisha tenha sido previamente identificado como qualquer outro.
catlico
So
Manoel.
Celebrao:
de
janeiro
Vestimenta:
Miangas:
Branca
Opalas,
Ferramenta
com
com
ritual
coral,
:
adereos
madreprolas
prateados.
e
Cabaa
marfim.
fechada.
Sacrifcios: Bodes e cabras, galos, galinhas, pombos e galinhas dAngola, todos brancos.
Tabu:
Promiscuidade
sexual.
Nmero ritual: 16
Oduduw um orisha um tanto quanto controvertido. A divindade original, Odu,
acompanhou Obatal Terra. Embora a maioria coincida em dizer que foi a sua
concubina, outros a colocam como sendo um aspecto feminino, ou complemento, de
Obatal. Em algum ponto da histria, um poderoso guerreiro do Norte chegou ao pas
ioruba, conquistou-o, e eventualmente instalou a si mesmo como o primeiro On ou rei de
Il If. Este guerreiro Oduduw, considerado por muitos o progenitor da raa ioruba e o
ancestre do qual, todos os reis de If reivindicam descender, at nossos dias.
Como no caso de Shang, a popularidade de Oduduw ofuscou a de Odu, a divindade
original. Depois da morte de Oduduw, indubitavelmente este passou a ser muito mais
reverenciado que a divindade original, em razo de seus mritos como guerreiro, a
adorao de Odu foi banida pela venerao ao guerreiro. O resultado um tipo de
sincretismo entre Odu e Oduduw, em que as duas divindades fundem-se para formar
uma nica. A mais forte absorveu a mais fraca. por isto que os Lukumis consideram
Oduduw um orisha masculino. Acredita-se que haja mais do que cento e vinte de suas
qualidades.
Possivelmente pelo sincretismo com So Manoel, em Cuba, Oduduw tem o ttulo de Rei
dos mortos. um orisha estreitamente ligado vida e morte. Na tradio Lukumi,
quando tempo de um ser humano retornar ao orn, Oy vem para conduzir a alma ao
alm. Babaluaiy leva o cadver s portas do cemitrio, onde Oba documenta sua
chegada. Borom e Borosi levam o cadver tumba, onde Yew o pe a descansar, e
Oduduw leva adiante o processo de putrefao, poupando apenas os restos do
esqueleto.
Oduduw o mais respeitado e poderoso orisha na prtica Lukumi. Assim como para
Obatal, a quem est muitas vezes ligado, as oferendas para Oduduw so levadas aos
ps de uma colina ou montanha, e devido sua relao com a morte, tambm aceita
oferendas no cemitrio ou enterradas no solo. Seus om so ao mesmo tempo ordenados
diretamente a Obatal ou atravs deste. De qualquer modo, a iniciao neste culto tornase um fenmeno raro.
Orisha: Ob
Origem:
Celestial
Sincretismo
catlico:
Santa
Celebrao:
Vestimenta:
Catarina
30
Bordeaux,
adornada
de
Siena.
de
com
Abril
adereos
rosas
dourados.
Miangas: Marrons, com opalas e coral. Uma pequena chave de ouro pende do seu elek
Ferramentas
rituais:
Ba
chave
Oba
probe
adultrio.
Nmero ritual: 8
Orisha padroeira do matrimnio. Preside um rio na Nigria que leva o seu nome. Oba a
esposa original e legtima de Shang. De acordo com um mito, era simples de aparncia e
desprovida de beleza fsica. Shang lhe prestou pouca ateno. Mesmo assim, foi sua
esposa principal. Oba era desprovida das qualidades femininas e do coquetismo que
Shang encontrou em Oshn, a grande rival de Oba. Sua luta por conservar o amor e o
interesse de seu marido, conduziu-a a cometer um ato brutal que destruiu seu matrimnio,
eventualmente resultando no desprezo de Shang e na morte dela mesma. Diz-se que o
seu pranto foi tal, que as lgrimas derramadas formaram o rio que leva o seu nome.
Os Lukumis acreditam que Oba uma irascvel divindade guerreira que luta ao lado de
seu marido. Ogn treinou-a na arte da guerra e ela brande uma espada ou um faco to
bem quanto qualquer homem. Mesmo assim, quando Shang est deprimido ou
apreensivo, ela substitui sua natureza belicosa pela compreenso, consolando seu marido
e prestando-lhe suporte moral em todas suas lutas. Recentemente, perdeu-se a iniciao
no culto a Oba. Seus om so correntemente ordenados atravs de Oshn. Oba no
possui qualidades.
Orisha: Yew (Yegu)
Origem:
Celestial
Sincretismo
catlico:
Celebrao:
Senhora
27
Vestimenta:
Miangas:
Nossa
ou
vermelhas
Montserrat
de
Carmesim,
Rosas
de
(ou
Ferramenta
Abril
rosa
bordeaux),
com
e
coral
carmesim.
e
ritual:
madreprolas.
Nenhuma
Sacrifcios: Cabras, patas, galinhas, pombas e galinhas dAngola, todas devero ser
virgens.
Tabus: Promiscuidade sexual e uso de linguagem vulgar em sua presena.Requere o uso
de
attire
(atuendo
especfico)
completo
em
sua
presena.
Nmeros rituais: 7, 9
Yew um orisha muito severo e recluso, intimamente ligado morte. Acredita-se ser o
orisha que vela pelo cadver enquanto este posto a descansar. Ainda que relacionada
com atividades martimas, cultuada no cemitrio, no rio e na lagoa. Suas oferendas
favoritas so flores, particularmente as fragantes. Na tradio Lukumi, considerada a
mais bela e cobiada flor do jardim de Oduduw, a quem Shang eventualmente seduziu e
desgraou.
Muitos sacerdotes afirmam que na Iorubalndia, Yew era adorada dentro de uma
caverna, que somente podia ser encontrada se nadando atravs de uma lagoa por ela
governada juntamente com Olos, orisha da lagoa. descrita como uma rainha e quase
uma amazona que probe o contato sexual a seus adoradores. Sua corte era atendida por
eunucos sob a superviso de Logn Ed. Yew no possui qualidades.
Orisha: Oy
Origem:
Celestial
15
Vestimenta:
de
Outubro
Carmesim
em
La
e
Habana;
com
de
Fevereiro
estampas
em
Matanzas
multicoloridas.
Miangas: Uma conta marrom avermelhada com listras pretas e brancas; na seqncia,
uma
conta
vermelha
outra
marrom.
Cabras,
galinhas,
pombas
Tabu:
galinhas
dAngola.
Carneiro.
Nmero ritual: 9
Deusa do vento, do raio e do mercado. Oy uma temida divindade guerreira, quase uma
amazona, que pode ser encontrada sempre que uma batalha travada. Foi a nica das
esposas de Shang que o acompanhou em seu triste final. O amor de ambos to grande
e profundo que desde ento, os dois se manifestam juntos. Sempre que o raio (Oy)
aparece no cu, o trovo (Shang) no pode estar muito longe. Oy desbrava o caminho
para Shang em muitas de suas grandes batalhas, facilitando-lhe a entrada e garantindolhe a conquista.
Os iorubas cultuam Oy no rio que leva o seu nome (tambm conhecido por rio Nger). Em
Cuba, ela perdeu suas qualidades fluviais. Os Lukumi associam Oy com o cemitrio,
ainda que a verdadeira morada de Oy seja o mercado. A associao com Egngn (os
ancestres) estende os domnios de Oy s portas do cemitrio. Ela o nico orisha capaz
de aplacar a ira de Egngn. Oy acompanha toda alma humana s portas do orn. Com
o iruk de Oy chibata feita da cauda de cavalo ou de vaca, os Olorishas limpam o
cadver do sacerdote ou sacerdotisa falecidos, simbolicamente abrindo um caminho limpo
e seguro at o orn. Oy no possui qualidades.
Orisha: Nan Buruk (Nan Buruc)
Origem:
Celestial
Sincretismo
catlico:
Nossa
Celebrao:
Senhora
do
16
Vestimenta:
Rosa
Monte
Carmelo.
de
preta
com
Julho.
ornamentos
dourados.
rajada
de
Ferramenta
Sacrifcios:
verde
vermelho
ritual:
Cabras,
contas
Um
porcas,
galinhas,
azuis-turquesa.
j
pombas
curvo.
galinhas
dAngola.
Tabus: No se lhe deve sacrificar com faca. Seu pote no pode ser colocado prximo ao
assentamento
de
Ogn
Nmeros rituais: 7, 9
A concubina de Babaluaiy. Nan uma orisha muito sagrada e austera. No Daom (atual
Benin), onde a sua devoo tida como a mais importante, acredita-se que seja a me de
Mawu-Lisa, o equivalente Ewe-Fon do Ser Supremo. No Brasil considerada a av dos
orishas. Em Cuba, exaltada como descobridora, sendo-lhe reconhecido o poder para
tornar visveis as doenas que possam se ocultar no corpo humano e que a medicina
moderna no consegue encontrar. Tambm conhecida como a me das guas frescas e
adorada na cabeceira dos rios e na lagoa.
Numa celebrao que os orishas deram para honrar Ogn, o deus do ferro embriagou-se
gravemente e como resultado, tornou-se extremamente arrogante. Nan Buruk, recusouse a prestar homenagem a Ogn por ter aberto caminho para os orishas vindos do orn
Terra, e que naquela ocasio Ogn exigia como pagamento. Seu comportamento bbado
ofendeu-a. Desde esse dia, ela o rejeita e se recusa a aceitar qualquer metal em seus
rituais. Desde ento, os sacrifcios para Nan so efetuados com um pedao de bambu
afiado ou com uma faca de madeira. Nan no possui qualidades.
Orisha: Yemoj (Yemay)
Origem:
Celestial
Sincretismo
catlico:
Celebrao:
Vestimenta:
Nossa
Senhora
8
Azul
(todos
os
de
de
tons),
branca,
Regla.
Setembro
com
adereos
prateados.
Miangas: Azuis (todos os tons), de cristal ou opalinas, com contas vermelhas e de coral.
Ferramentas rituais: Chibata ou espanta-moscas de rabo de cavalo ou de vaca preta;
faco;
Sacrifcios:
ncora.
Carneiros,
ovelhas,
galos,
patos,
pombos
galinhas
Tabus:
dAngola.
Nenhum
Nmero ritual: 7
Yemoj, junto com Oshn, so dentre os orishas femininos, os dois mais venerados pelos
Lukumis. Contudo, por ser Yemoj de uma natureza mais austera, sua ajuda solicitada
com menos freqncia que a de Oshn. Yemoj pode ser serena como uma baa tranqila
ou to violenta quanto um tufo. Seu nome significa me dos peixes (Iy-om-ej). Na
Iorubalndia, Yemoj preside o Rio Ogn, embora todas as guas do mundo sejam seu
domnio. o smbolo da maternidade: a me do mundo. Atribui-se a Yemoj ter dado a luz
muitos orishas. descrita como uma negra muito escura, com seios extremamente
grandes que lhe permitem nutrir toda a humanidade.
Em Cuba, Yemoj considerada a deusa do mar. bem provvel que durante toda a
viagem da frica ao Novo Mundo, os escravos, no sabendo o seu prprio paradeiro,
tenham implorado o socorro de Yemoj. De qualquer modo, o oceano tornou-se o receptor
das splicas do escravo para estend-las ao que hoje se acredita ser a morada de Yemoj.
Yemoj pode viver no oceano ou no rio, em um lago ou numa lagoa, nos pntanos, bem
como em um charco. Yemoj est presente em todos os corpos dgua.
Algumas de suas qualidades so: Ognt (Okut) andarilha, esposa de Ogn e que
brande seu faco to bem quanto seu marido; Ib Ashab encontrada nas docas e
representada pela ncora de um bote; Ib Ases mensageira de Olokn, vive nas guas
tranqilas; Mojelew (Mayelew) chefe do mercado; Ib Agan vive nas nascentes
ou cursos dgua.
Orisha: Oshn (Ochn)
Origem:
Sincretismo
Celestial
catlico:
Celebrao:
Vestimenta:
Nossa
Senhora
12
Amarela
ou
de
la
de
mbar,
com
Caridad.
Setembro
adereos
dourados.
de
coral.
Cabras
castradas,
galinhas,
pombas
galinhas
dAngola.
Celestial
catlico:
So
Francisco
de
Assis.
Celebrao:
Vestimenta:
4
Verde
Miangas:
Ferramenta
de
amarela
com
Verdes
ritual
Sacrifcios:
Outubro.
adereos
e
opn
Cabras
If
Tabu:
dourados.
amarelas.
tabuleiro
oracular.
galinhas.
Nenhum
Nmero ritual: 16
Orisha da adivinhao, responsvel pelo orculo If, sistema muitas vezes confundido com
o prprio orisha. If, como sistema proftico, possivelmente seja o mais completo e
acurado sistema divinatrio empregado na frica Ocidental. A origem do sistema, de
acordo com alguns sacerdotes, no inteiramente ioruba. Estudiosos e Olorishas
argumentam que tenha se originado no Egito ou nas reas desrticas. interessante notar
que Ornmil a nica divindade ioruba no representada por pedras. Este elemento
adiciona nfase possvel origem de If nas reas desrticas..
Os sacerdotes de Ornmil so conhecidos por Babalawos pais do segredo (ou dos
mistrios). Sacerdotes e devotos deste orisha usam em seus pulsos esquerdos um
bracelete feito de contas verdes e amarelas, chamado idef. O idef possui poder para
proteger seu portador contra a maldade e a morte inesperada. Muitos seguidores da
religio usam este bracelete com o propsito de a morte no tom-los da Terra para o Cu
at que o destino decida que j tempo para tanto.
Na Iorubalndia, bem como em Cuba, sacerdotes e devotos nunca tomam decises
importantes sem antes consultar os orculos. Ainda no sendo o nico orculo, If um
meio que guia a vida diria e o comportamento de muitos, proporcionando f e esperana
necessrias para tolerar e se resignar frente s muitas provas de resistncia da vida.
Ornmil personificado e representado pelo ikn a noz do fruto do dendezeiro
sendo este um dos principais instrumentos utilizados na adivinhao de If. O opn If ou
at, o tabuleiro oracular, tambm uma ferramenta largamente empregada por Ornmil,
jamais faz com que seus devotos entrem em transe, assim como tampouco possui
qualidades.
Orisha: Olokn (Olocn)
Origem:
Celestial
Sincretismo
catlico:
Nenhum.
Celebrao:
Nenhuma.
Vestimenta:
Azul
Miangas:
Azul
escura
com
escuras,
Ferramenta
adereos
verdes,
prateados
vermelhas,
ou
com
ritual:
dourados.
coral
Nenhuma
Requer
uso
do
attire
completo
em
sua
presena.
Nmeros rituais: 7, 9, e 21
Olokn o Netuno ioruba, dono das profundezas ocenicas. Em Cuba, Olokn
considerado fmea pela maioria dos Olorishas, mesmo que em muitos escritos
antropolgicos seja descrito como um deus masculino. Parece ser que em algumas partes
da Iorubalndia, Olokn adorado como uma me divina. Contudo, todas as evidncias
apontam para o fato de Olokn ter sido originalmente concebido como uma divindade
masculina.
Olokn mora em um palcio submarino removvel, inteiramente feito de coral. O Odu
Owansh narra um mito que descreve ter Olokn alguma vez considerado a si mesmo,
superior a Olodumar. Depois de uma grande contenda de nimos, da qual Olokn,
logicamente, saiu perdedor, Olodumar decretou que Olokn seria acorrentado ao fundo
do oceano, donde ele poderia governar. Designou dois mensageiros para que lhe
acompanhassem e trouxessem Terra seus desejos: Yemoj Ib Ases e Ib Ashab.
Provavelmente por isto, na religio Lukumi, Olokn muitas vezes chamado de YemojOlokn.
Olokn um orisha muito enigmtico, altamente respeitado, por vezes temido, em razo
de sua ira ser grande e incontrolvel. Em casos extremos ou quando ocorrem maiores
holocaustos, pode determinar que suas oferendas sejam realizadas em alto mar. A maioria
dos Olorishas teme realizar este ritual, porquanto se acredita que, finalizada a cerimnia,
algum dos participantes, certamente, morrer. Olokn no possui qualidades.
Orishas menores e Orishas cujo culto est ligado ou depende de um Orisha maior.
Orisha: Abatn
Sincretismo
Miangas:
catlico:
Nenhum.
Nenhuma.
Ferramentas
rituais
Sacrifcios:
Arco
Os
mesmos
flecha.
de
Erinle
Tabus:
Nenhum.
Nmeros rituais: 7 ou 2
Abatn o orisha das terras alagadas. Companheiro de Erinle, acredita-se que more nos
mangues que precedem o rio em que Erinle cultuado na Iorubalndia. Em Cuba, Abatn
recebido e propiciado juntamente a Erinle e no possui um culto que lhe seja prprio.
Muitos sacerdotes consideram Erinle como mdico e Abatn, uma espcie de enfermeiro
ou ajudante.
Orisha: Aron
Sincretismo
catlico;
Celebrao:
31
Vestimenta:
Sem
Nenhum.
de
Dezembro.
cores
especficas.
Miangas:
Nenhuma.
Ferramenta
ritual:
Sacrifcios:
Bodes,
Nenhuma.
tartarugas
galos.
Tabus:
Nenhum.
Nmero ritual: 7
Aron um orisha que trabalha prximo de Osayn e de Ay. descrito como uma criatura
fenomenal com cabea e rabo de cachorro e corpo humano que se mantm ereto sobre
sua nica perna. Acredita-se que Aron instrua seus discpulos em todos os mistrios da
floresta. Quando Aron escolhe um estudante, o indivduo desaparece inexplicavelmente
na floresta por um perodo indefinido. Depois de ter adquirido o conhecimento necessrio,
Aron retorna o indivduo ao mundo, provendo-o de um pelo do seu rabo como evidncia
do seu treinamento.
Orisha: Ok (Oqu)
Sincretismo
Celebrao:
catlico:
Nenhuma.
Seu
dia
So
observado
Roque.
com
de
Miangas:
Nenhuma.
Ferramenta
Sacrifcios:
Obatal.
ritual
Cabra,
bode,
galos,
:
pombos
brancos
Nenhuma.
e
galinhas
dAngola.
Tabu:
Azeite
de
dend.
Nmero ritual: 16
Ok o orisha da montanha e das colinas. Representa longa vida ou imortalidade. Ok
um orisha fnfn e um companheiro inseparvel de Obatal.[i][1] Oferendas para este
orisha so normalmente postas na base de uma colina ou montanha. Em casos extremos,
sacrifcios devem ser oferecidos a Ok no topo da montanha. Ok adorado
conjuntamente a Obatal e no possui oms, nem qualidades.
Orisha: Korinkoto
Miangas:
Azuis
royal,
ambarinas
pretas.
rastro
Sacrifcios:
deixado
Bodes,
galos,
por
uma
pombos
estrela
cadente.
galinhas
dAngola.
Tabus:
Nenhum.
Nmeros rituais: 3 e 7
Korinkoto e o irmo de Orishaok, tambm relacionado agricultura e s colheitas.
Acredita-se que Orishaok cuida dos campos durante o dia e Korinkoto durante a noite.
Junto uma entidade chamada shigid, um tipo de Esh, Korinkoto representa os mistrios
desconhecidos e encravados nas profundezas da terra. No possui iniciados diretos, nem
qualidades.
Orisha: Og (Ogu)
Sincretismo
catlico:
Santa
Celebrao:
Filomena.
Miangas:
Ferramentas
Nenhuma.
rituais:
Dois
chifres
de
touro
ou
de
bfalo.
Nenhum.
Nmeros rituais: 2, 6
Og o orisha da direo, guiando as pessoas pelos caminhos da vida. Representado por
um par de chifres de boi ou de bfalo, Og encontrado nas florestas e savanas. Acredita-
se que este orisha tenha sido um peo de Oy. Houve uma vez em que Oy desobedeceu
Shang e incorreu em sua ira. Como prova de paz, ela lhe ofereceu numerosos presentes,
entre os quais estava includo Og.
Orisha: Ibej
Sincretismo
catlico:
Celebrao:
So
Cosme
27
e
de
So
Damio.
Setembro.
azul.
Frangos
Tabus:
pombos.
Nenhum.
Nmeros rituais: 2, 4, e 8
Na Iorubalndia, a adorao de Ibej foi dedicada a propiciar o nascimento e a encarnao
de espritos de gmeos. Ibej o orisha padroeiro dos gmeos. Ainda, Ibej tambm um
culto ao nascimento de gmeos, em que se paga tributo me e aos filhos, e
especialmente no caso em que um ou ambos os gmeos morrem durante ou aps o parto.
Por razes inexplicveis, a maior incidncia de nascimentos de gmeos no mundo inteiro,
precisamente ocorre entre os iorubas.
O primeiro gmeo nascido chama-se Taiw saia e prove o mundo. O segundo gmeo
chama-se Kehind eu seguirei. Se o primeiro indicar ao ltimo que a vida e uma
atividade prazerosa, Kehind segue o seu exemplo e nasce. Taiw considerado o mais
jovem dos Ibej e Kehind o mais velho dos dois.
A tradio sustenta que o primeiro par de Ibej a nascer, foram filhos de Shang e Oshn,
e foram por Yemoj. Ibej so considerados seres muito poderosos. Um mito Creole narra
com detalhes uma vez em que os Ibej fizeram o diabo de tolo. De fato, so orishas que
esto vivos. Costumeiramente, no devem ser ordenados tal como nasceram. Contudo,
quando o so, Taiw ordenado para Shang e Kehind ordenado para Yemoj.
Sempre que os Ibej se apresentam em wemileres ou bembs, os tocadores de tambor
sadam Ibej entoando seus cantos e executando seus ritmos e lhes oferecem presentes
ou dinheiro. Acredita-se que Ibej retribuir essas ddivas, multiplicando-as de muitas
maneiras.
Orisha: Ain
Sincretismo
catlico:
Nenhum.
Celebrao:
Vestimenta:
Nenhuma
O
er
de
Ain
vestido
inteiramente
de
vermelho.
por
fora
Galos,
e
pombos
brancas
e
por
galinhas
dentro.
dAngola.
Nmeros rituais: 6 e 12
Ain a orisha patrona das crianas nascidas com o cordo umbilical ao redor do
pescoo. Em Cuba, ela tambm considerada a me dos Ibej por ser o principal orisha
de um panteo que rende homenagem ao fenmeno do nascimento. Os Lukumis falam
acerca de sete Ibej: Ain, Taiw, Kehind, Idow, Olor, Oroni, e Alaba. Ain a
divindade que preside esta legio.
Ain est tambm associada ao fogo. Ela permite que Shang possa lanar fogo pela
boca quando fala. Os devotos de Ain, crianas nascidas enroladas pelo cordo umbilical,
so ordenadas para Shang.
Orisha: Oranyn (Oroia)
Sincretismo
catlico:
Nenhum.
Celebrao:
Miangas:
Nenhuma.
Rosas
Ferramenta
opalinas
multicoloridas,
ritual:
enfeitadas
com
coral
Nenhuma
Sacrifcios: Cabra castrada, bode, bezerros, galos, codornas, pombos e galinhas dAngola.
Tabus:
Nenhum.
Nmeros rituais: 7 e 16
Oranyn um dos filhos de Oduduw, considerado o pai de Dad, Shang e Aganj. De
acordo com a mitologia, foi o filho de uma mulher que Ogn trouxe de terra distante onde
ele havia lutado. Quando Oduduw viu a mulher, imediatamente se sentiu atrado por ela e
exigiu t-la. Algum tempo depois, nasceu Oranyn. Era metade negro, como Ogn, e
metade branco, como Oduduw. Na Iorubalndia, durante o festival de Oranyn, seus
sacerdotes pintam o corpo neste padro.[ii][2] Oranyn tornou-se um grande guerreiro.
Depois do falecimento de seu pai, ascendeu ao trono. Passado o tempo, tornou-se to
cansado das lutas que, decidiu retirar-se s profundezas da terra, donde continua a reinar.
catlico:
Borom
Celebrao:
Miangas:
sincretizado
20
Brancas
Sacrifcios:
Bodes,
pretas,
com
So
de
com
galos,
madreprolas,
pombos
Elias.
Julho.
corais
galinhas
Tabus:
marfim.
dAngola.
Nenhum.
Nmeros rituais: 4, 7, e 8
Orisha: Borosi
Sincretismo
catlico:
Nenhum
grupos
Bodes,
galos,
de
pombos
galinhas
quatro.
dAngola.,
todos
Tabus:
brancos.
Nenhum.
Nmeros rituais: 4, 7, e 8
Borom e Borosi so dois orishas Egbado e formam parte dos orisha fnfn ou
divindades brancas associadas a Obatal. Acredita-se que sejam gmeos nascidos de
Yew. O pai destes orishas poderia ser Ornmil, porm, em Cuba, os Olorishas
sustentam que Shang. Esto estreitamente ligados aos cultos de Oduduw, Olokn,
Erinle, e Yew. Acredita-se que Yew, ao saber de sua gravidez, sentiu-se to embaraada
que tentou provocar um aborto.
Orisha: Yemow (Yemb, Yem, Yem)
Miangas: Brancas e azul- turquesas, com madreprolas, corais brancos e marfim.
Sacrifcios:
Ovelhas,
Tabus: No se pode
Nmero ritual: 16
galos,
pombos
lhe sacrificar
galinhas
usando
uma
dAngola,
faca;
todos
brancos.
promiscuidade sexual.
Catlico:
Celebrao:
Miangas:
So
16
Brancas,
intercaladas
Ferramenta
de
a
intervalos
ritual:
Sacrifcios:
Bodes,
galos,
Tiago.
Agosto.
com
contas
Uma
pombos
vermelhas.
cimitarra.
galinhas
dAngola.
Tabus: Sendo um orisha fnfn, possui os mesmos tabus que Obatal, ainda que por
vezes
se
lhe
oferea
azeite
de
dend.
Nmeros rituais: 1, 8, e 16
Ogn um orisha fnfn, considerado o comandante de Ajguna. Muitos Olorishas
consideram-no um tipo de Elegb para Ajguna. Duas outras divindades menores, Obn e
Obon, acompanham-no. No existe iniciao para Ogn.
Orisha: Agida
Sincretismo
catlico:
So
Celebrao:
Bartolomeu.
Miangas:
Brancas.
Ferramentas rituais: Um cajado em forma de T encimado por um galo, com dois braos e
duas
pernas
pendentes
de
cada
extremo
da
barra
horizontal.
Sacrifcios:
Bode,
galos,
pombos
galinhas
dAngola.
Tabus: Sendo um orisha fnfn, possui os mesmos tabus que Obatal, ainda que por
vezes
se
lhe
oferea
azeite
de
dend.
Nmeros rituais: 1, 4, 8, e 16
Agida outro obscuro orisha do qual muito pouco se conhece. Com toda probabilidade,
devo ter sido o primeiro Olorisha a trazer esta divindade aos Estados Unidos. Recebi-o de
Miguel Villa, Ok B, um On Shang morto no comeo dos anos 90. Ok B contou-me
que este orisha o patrono dos Obs Oriats e que promove o desenvolvimento do
afudash ash da fala uma habilidade proftica indispensvel para que o adivinho
consiga que suas predies, efetuadas atravs de ita, venham a ter propsito. Ademais,
Ok B me disse que Agida um importante orisha para combater epidemias, e descreveu
o eb indicado para Agida nessas situaes.
Ainda que no se tenha esclarecido donde Ok B recebeu este orisha, possvel que
tenha origem Arar, uma vez que h um vodn cultuado pelos Arars pertencente famlia
de Makeno, o equivalente de Obatal, chamado Agida.
Orisha: Irok (Iroc)
Sincretismo
catlico:
Nossa
Celebrao:
Senhora
da
Imaculada
de
Conceio.
Dezembro
Branca
com
adereos
verdes
dourados.
Ferramenta ritual: Um cajado pintado ou revestido de contas com suas cores rituais.
Sacrifcios: Carneiro, bodes, bezerros castrados, tartarugas, codornas, galos, perus,
pombos
Tabus:
galinhas
dAngola.
Nenhum.
Nmeros rituais: 7 e 8
Irok o orisha da abundncia e prosperidade. Acredita-se que more na rvore irok
teca da frica Ocidental mas devido inexistncia desta rvore em Cuba, foi associado
com a Ceiba (Ceiba pentandra, L.). Muitos Olorishas plantam esta rvore em suas casas
por ser considerada uma das rvores mais respeitadas, com grandes poderes esotricos.
Supe-se que todos os orishas se renam em suas razes, ainda que especialmente
associada a Shang, Aganj, Oduduw, Obatal, e Egngn. Quando Irok cultuado na
base da Ceiba, a rvore ornamentada com almofadas de diversas cores, com mariw
Azul
escuras
Carneiros,
e,
ovelhas,
verdes,
patos,
com
galos,
pombos
opalas
e
galinhas
Tabus:
coral.
dAngola.
Nenhum.
Nmeros rituais: 7, 9
Olos a esposa de Olokn. a deusa da lagoa e seus mensageiros so os crocodilos.
Na Iorubalndia, adorada nas lagoas de Lagos que precedem costa Atlntica. Ali
onde so levadas suas oferendas. Se os crocodilos as consumirem, o orisha aceitou-as.
Olos no possui qualidades.
Orisha: Ayarokot
Miangas:
Azuis
Sacrifcios:
Galos,
pombos
brancas.
galinhas
Tabus:
dAngola.
Nenhum.
Nmero ritual: 7
Esta orisha filha de Yemoj e outra mensageira de Olokn. encontrada no horizonte,
onde o mar encontra-se com o cu. Acredita-se ser a arauto de Olokn que previne a
humanidade acerca da ira de Olokn, antes que uma onda ssmica ocorra. o som
estrondoso que precede a onda ssmica. Parte dos instrumentos de Ayarokot mantida
na casa do Olorisha e a outra sepultada na praia.
Orisha: Otn (Oti)
Miangas:
Azul
escuras
Sacrifcios:
Tabus:
Nmero ritual: 7
azul-turquesas,
com
coral
Galos
Zombar
de
em
abundncia.
brancos.
seus
seios.
Otn uma orisha relacionada com Erinle e Yemoj. Um mito reconta que ela possui
quatro seios, e salienta que esse um grande tabu que no deve ser mencionado em sua
presena, pois representa uma ofensa para ela. Acredita-se ter sido uma rainha muito
poderosa, contudo sensvel, que se desencantou com a falta de respeito de seus
serventes, cometendo suicdio no rio de Erinle. Entre os Lukumis, a talha de uma mulher
carregando uma jarra de barro sobre sua cabea, utilizada para representar Otn.
Orisha: Ib Ay (Ay Ochn)
Miangas:
Todas
Ferramenta
Sacrifcios:
em
ritual:
Galinhas,
coral.
Uma
pombas
lira
galinhas
Tabus:
dAngola.
Nenhum.
Nmeros rituais: 3, 5
Ib Ay uma Oshn muito jovem. Considerado um orisha independente, acredita-se que
seja a guardi das riquezas de Oshn, para distribu-las somente quando assim for
instruda por Oshn. representada por cinco cauris atigrados e cultuada ao lado de
Oshn.
No Odu Ogund mej, Ogn deu-lhe os cinco cauris atigrados ay como presente para
Ib Apar com o propsito de conquistar o corao de Oshn. Ele prometeu que aqueles
ays trariam grande prosperidade a Oshn e a satisfao de todos os seus caprichos e
desejos. Oshn aceitou o presente, morou com Ogn por algum tempo, porm,
eventualmente o abandonou por Shang.
Orisha: Idow (Ide)
Sincretismo catlico: O menino que Nossa Senhora de la Caridad carrega em seus braos.
Miangas:
Sacrifcios:
Ambarinas,
Frangos
Tabus:
amarelas
novos
de
e
coral.
pombos.
Nenhum.
Nmeros rituais: 2, 4, e 5
Idow a criana nascida imediatamente aps os gmeos. Acredita-se ser o favorito de
Oshn. Todas as crianas nascidas imediatamente depois do nascimento de gmeos, so
consagradas para Idow e devem ser iniciadas no culto a Oshn. Um patak do Ejiogb
mej descreve como ele salvou Oshn da devastao absoluta. Junto com Ib Ay e Logn
Ed, Idow guarda as riquezas de Oshn.
Este orisha, tambm est relacionado com desequilbrios emocionais. Quando os
Olorishas atendem um indivduo que possa ter problemas sentimentais, podem lhe
prescrever que faa alguma oferenda para Idow. Seu elek confeccionado curto, de
maneira que, usado pelos devotos, alcance aproximadamente a altura do corao. Idow,
em muitos aspectos pode ser chamado de Cupido Lukumi. No possui qualidades.
Orisha: Ajeshaluga (Kowo, Cobo)
Ferramentas
rituais:
Sacrifcios:
Cauris.
Pombas
brancas.
Tabus:
Nenhum.
Nmero ritual: 8
Ajeshaluga mais conhecida como Kowo, a causa do tipo de concha utilizada em seu
culto, chamada em Cuba de cobo. a deusa da riqueza, cultuada no mercado e a
padroeira de todas as transaes comerciais. Em alguns mitos descrita como filha de
Olokn e em outros, como uma de suas esposas.
Esta uma divindade importante, tal como enfatiza o provrbio Lukumi: k aj, k orisha
sem dinheiro no pode haver orisha. No possui qualidades.
Orisha: Oshumar
Sincretismo
catlico:
So
Celebrao:
Bartolomeu.
sejam
as
mais
importantes.
dana.
Bodes,
carneiros,
Tabus:
Nmeros rituais: 7 e 12
tartarugas,
galos
,pombos
galinhas
dAngola.
Nenhum.
catlico:
So
Celebrao:
Vestimenta:
Miangas:
Ferramentas
Expedito.
Azul-turquesa
Azul-turquesas
rituais:
Vara
de
amarela,
e
pescar;
com
adereos
dourados.
com
corais.
ambarinas,
arco
fecha
leque
de
bronze.
Azeite-de-dend.
Nmeros rituais: 5, 7
Logn Ed mais conhecido em Cuba como Laro. Divindade andrgina, Logn Ed o
filho da qualidade de Oshn chamada Ib Ipond, e de Erinle. Acredita-se que durante os
primeiros seis meses do ano, Logn Ed seja masculino e more nas florestas, caando
junto ao seu pai. Durante os seis meses restantes, Logn Ed feminino e mora no rio
com Oshn, numa dieta de peixe dgua doce e camares. Logn Ed significa Aquele
que caa camares.
Logn Ed o guardio das riquezas de Oshn e da abundncia de Erinle. Yemoj sua
protetora. Logn Ed o protetor dos marinheiros e representado por um peixe marinho.
Acredita-se que more onde o rio e o mar se encontram. Os rituais de iniciao e o culto
deste orisha foram perdidos em Cuba. No h iniciaes neste culto.
Um patak do Odu Od Otura narra o mito das origens misteriosas de Logn Ed,
decrevendo-o erroneamente como homossexual. O mito diz que ele foi iniciado no If
durante seu semestre masculino, vivendo como mulher de Ornmil durante seus meses
femininos. Por causa disto, os Babalawos mantm que homossexuais no devem ser
iniciados no If. No possui qualidades. Este outro orisha cuja adorao foi perdida em
Cuba e que tem reaparecido recentemente nos mercados da diplo-santeria.
Orisha: Ayo (Oya)
Vestimenta:
Carmesim.
ritual:
Sacrifcios:
Pombas
Cano
e
Tabu:
de
galinhas
pena.
dAngola.
Carneiros
Nmero ritual: 9
Oyo a irm mais nova de Oy, a quem serve de mensageira e assistente. Foi atravs
de Ayo que Oy obteve domnio sobre afef, o vento. Ayo possui o segredo dos ventos
e redemoinhos que so sua manifestao principal. consagrada exclusivamente para os
oms de Oy e mora junto a esta. Parece ser que o conhecimento deste orisha est
limitado cidade de Jovellanos, na Provncia de Matanzas, onde est associada com Oy
e Olokn. Nesta cidade, Aya conhecida por ter possudo uma Olorisha chamada Benita
Cartalla. Em outros lugares, Aya desconhecida. Recentemente, tornou-se um dos
orishas vendidos no mercado da diplo-santeria.
[1]Todos os orisha fnfn divindades brancas esto relacionadas com Obatal. Como Obatal,
todos vestem roupas imaculadamente brancas, e seus paramentos, oferendas, animais sacrificiais e
contas, tambm devem ser brancos. Com poucas excees, todos observam o tabu ao azeite de
dend, ao licor e ao sal.
Orisha
rea/rgo
Orisha
Crebro
Obatal
Ouvido
Oba, Obatal
Olhos
Nan Buruk
Nariz
Olodumar, Obatal
Lngua
Shang & Oy
Garganta
Cordas vocais
Obatal & Oy
Corao
Pulmes
Oy
Seios
Veias
Estmago
Sangue
Womb
Ventre
Ovrios
Oshn
Pnis
Ndegas
Testculos
Ps
Elegb
Joelhos
Mos
Obatal
Pele
Braos
Pernas
Msculos
Vagina
Bibliografia
Abimbola, Wande.
Sixteen Great Poems Of Ifa. Paris, 1975.
Ifa: An Exposition Of Ifa Literary Corpus. Ibadan, 1976.
Ifa Divination Poetry. New York: Nok Publishers, Ltd. 1977.
Abraham, R.C.
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1946.
Angarica, Nicolas V.
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The Word Yoruba. Nigeria 134-35, 1981.
Bascom, William.
Yoruba Concepts Of The Soul, in Men and Cultures. Edited by A.F.C. Wallace.
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