Língua Portuguesa Fonologia
Língua Portuguesa Fonologia
Língua Portuguesa Fonologia
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Crditos desta disciplina
Coordenao
Coordenador UAB
Prof. Mauro Pequeno
Coordenador Adjunto UAB
Prof. Henrique Pequeno
Coordenador do Curso
Prof. Yvanowik Dantas Valrio
Coordenador de Tutoria
Prof. Maria Claudete Lima
Coordenador da Disciplina
Prof. Jos Alber Campos Uchoa
Contedo
Autor da Disciplina
Prof. Jos Alber Campos Uchoa
Colaborador
Prof. Ana Cristina Cunha da Silva
Setor Tecnologias Digitais - STD
Coordenador do Setor
Prof. Henrique Pequeno
Centro de Produo I - (Material Didtico)
Gerente: Ndia Maria Barone
Subgerente: Paulo Andr Lima
Transio Didtica
Eliclia Gomes
Karla Colares
Maria de Ftima Silva
Oflia Pessoa
Rafaelli Monteiro
Formatao
Allan Santos
Jos Almir da S. Costa Filho
Jos Andr Loureiro
Tiago Lima Venncio
Publicao
Elilia Rocha
Gerentes
Audiovisual: Ismael Furtado
Desenvolvimento: Wellington Wagner Sarmento
Suporte: Paulo de Tarso Cavalcante
Design, Impresso e 3D
Afonsina Soares
Andrei Bosco
Eduardo Ferreira
Fred Lima
Iranilson Pereira
Mrllon Lima
Sumrio
Aula 01: Do mundo lngua e aos meios de expresso ............................................................................ 1
Tpico 01: Comeo de conversa: o mundo, a lngua ................................................................................ 1
Tpico 02: Questes modernas no estudo de fonologia e grafia............................................................... 5
Tpico 03: O que h para ver na fala? ...................................................................................................... 7
Aula 02: A articulao dos sons ................................................................................................................. 9
Tpico 01: O aparelho fonador visto de perto........................................................................................... 9
Tpico 02: Voc quase uma orquestra ................................................................................................. 11
Tpico 03: Cesse a msica e o rudo, repouse sua voz, por um instante ................................................ 13
Aula 03: Os Fonemas do Portugus e Suas Realizaes ........................................................................ 16
Tpico 01: Ainda entre fones e fonemas ................................................................................................. 16
Tpico 02: Grafando sons ....................................................................................................................... 18
Tpico 03: Vamos colher feixes? ............................................................................................................ 20
Aula 04: Fonemas, sons e letras ............................................................................................................... 24
Tpico 01: Relaes entre as unidades dos meios de expresso da fala e da escrita. ............................. 24
Tpico 02: Bem dentro do sistema .......................................................................................................... 27
Tpico 03: Smbolos alternativos para fonemas ..................................................................................... 31
Aula 05: Aplicaes do conhecimento de fonologia ............................................................................... 33
Tpico 01: Variao, erro e preconceito ................................................................................................. 33
Tpico 02: NON VITAE SED SCHOLAE DISCIMUS ......................................................................... 37
Tpico 03: De volta para a lngua e o mundo ......................................................................................... 40
Aula 06: Questes segmentais e prosdicas na fala e na escrita ........................................................... 42
Tpico 01: Houve progresso em nossa fonologia tradicional? ............................................................... 42
Tpico 02: O que prosdia? ................................................................................................................. 46
Tpico 03: A voz entre os mundos.......................................................................................................... 50
Fonte1
No vamos dizer que as vises que se tem dos idiomas dependem dos pontos de vista. Por um
lado, a lngua um dos bens em nossa cultura (ou nos grupos culturais nos quais estamos). A, junta-se
maneira como nos vestimos, religiosidade, s manifestaes artsticas, alimentao, aos hbitos e
exigncias interativos com as outras pessoas, os outros seres vivos e o mundo em geral, nossas atitudes
com relao diverso e ao prazer, doena e sade, vida e morte, ao trabalho, ao estudo (no ligue
para esta ordem).
Por outro lado, a lngua a principal forma de representar em nosso interior todas essas
coisas. o cdigo para registrar, transmitir nossas manifestaes sobre os outros itens culturais da(s)
comunidade(s), inclusive os mencionados acima. o meio de representao, registro, anlise de de si
prpria. As coisas relevantes para voc, para um mais de um dos grupos dos quais voc faz parte,
1
Fonte: http://www.bn.pt/images/agenda-foto-destaque-cplp.jpg
1
Parada Obrigatria
Voc tem idia da quantidade de linguagens e meios que combina, ao longo do dia?
Conseguimos registrar e transmitir melhor pela lngua que por outros meios olhar,
toque, expresso facial, gesto -- o que percebemos, sentimos, pensamos. A maior parte
desses sentimentos, pensamentos, sensaes pode ser verbalizada, isto , codificada em
frases. As frases so construdas bsica e primariamente no meio fnico-auditivo,
secundariamente em meio grfico-visual. No dia-a-dia, mais comumente, misturam-se
cdigos verbais e no verbal. No h como traduzir tudo o que lingstico para um
cdigo no-verbal, mas tenta-se traduzir tudo que no-verbal para o cdigo verbal, a
lngua.
Fonte2
Entre as propriedades da linguagem verbal que tm a ver diretamente com a fonologia est a
de transferncia de meio. Imagine um processo que comea quando algum pensa, sente, experincia
algo, codifica com a lngua, produz sons e faz surgir no outro, que adquiriu o mesmo cdigo, um
pensamento, experincia, sensao semelhantes. Se o contato pelos sons diretamente no possvel, d-se
a transferncia de meio: o material fnico substitudo por material grfico.
Algo transferido para a grafia pode ser retransferido, por exemplo, quando algum faz sinais
com a mo para representar letras do alfabeto, ou grava folha de papel com pequenos pontos em relevo
para um cego ler em braile. Neste ltimo caso, um conjunto de informaes basicamente oral-auditivo foi
transferido para um meio grfico-visual e retransferido para um meio tctil.
Retomando o que dizamos, o sinal fonolgico, que oral (pela produo) e auditivo (pela
recepo), pode ser recodificado, com perdas maiores ou menores, para o meio grfico (produo) e
visual (recepo). Em todas as lnguas, os sons e a linguagem falada so bsicos, necessrios existncia
das grafias e da linguagem escrita. Nas lnguas cuja grafia tem motivao principal fonolgica, faz uso de
silabrios ou alfabetos.
indiscutvel a ligao entre a fonologia e a (orto)grafia. Entretanto, h na linguagem falada
caractersticas sem correspondncia na escrita e, na linguagem escrita, h elementos prprios, sem
correspondncia na fonologia, inclusive ideogrficos. Por isso, na vida real, na maior parte dos gneros de
discurso, no fica bem apenas a transcrio de um meio para outro, devendo haver, de fato, traduo.
Comumente, no s h mistura entre as duas modalidades falada e escrita da linguagem verbal, mas
tambm mistura entre diversos tipos de linguagem. No cinema, por exemplo, pode haver expresses de
fala e escrita, em um ou mais idiomas, enquanto outros tipos de cdigo so utilizados. Em sala de aula,
alternam-se a fala e a leitura, principalmente. Quando voc conversa, normalmente, usa a linguagem
verbal, cantarola melodia, indica objetos do ambiente, gesticula, fala com expresses visuais ou contato
manual.
Fonte http://www.ielbs.com.br/files/logo_ielbs.jpg
3
Olhando de Perto
Disso trata nossa disciplina. Veremos como funciona o que fonolgico, regularmente
codificado no portugus para a modalidade falada. Como a fontica, a percepo dos
sons realizados, concretamente, na fala.
Discutiremos as questes que tm a ver com as relaes entre o fnico e o grfico, como
esses meios so traduzidos um para o outro. Como fonemas e grafemas, sons e letras,
palavras, grupos de palavras, oraes, frases e discursos (no s fonemas e grafemas so
sinalizados) so construdos e mostrados, com seus materiais apresentados aos ouvidos
e aos olhos.
Sua tarefa, neste momento, apenas rever o contedo do tpico, pensar e discutir a
respeito, organizar suas anotaes. Guarde-as, por enquanto, com voc.
Multimdias
Voc vai ver que, nos exerccios propostos e nas atividades avaliadas, ser exigida a
observao da fala comum, a audio de gravaes, a audioviso de diversos tipos de
mdia. Por isso, precisa verificar seus recursos no computador ou em outros aparelhos e
descobrir como se consegue o acesso a arquivos de udio e vdeo.
Sugerimos que assista a tais mdias uma primeira vez, sem se preocupar com as
instrues das aulas, e anote suas impresses.
Nas outras vezes, leia as instrues da aula, anote seus comentrios, inclusive dvidas e
pontos de vista.
Atividade de Portflio
Como ver no vdeo indicado no prximo tpico, h caractersticas da fala
que podem ser percebidas pela simples observao do rosto, quando se observa algum
dizendo alguma coisa. Examinando o aparelho fonador durante a fala, o observador
pode tentar descobrir at que ponto os sons que pronuncia so diferentes, qual a
relao entre essas diferenas e o que acontece no aparelho fonador quando so
pronunciados, pode tentar classific-los conforme essas diferenas. Deve observar, por
exemplo, que parte (rgo ativo) move-se e se relaciona com outra parte que fica imvel
(rgo passivo). Escolha dois versos seguidos (duas linhas da letra da cano),
experimente pronunci-las e, em quinze a vinte linhas, relate suas observaes. Sinta o
que (e onde, em voc) acontece para a produo dos sons. Pode recorrer a espelhinho de
mo e a imagens de aparelho fonador, mas deve evitar gramticas tradicionais e termos
tcnicos que no compreende. Pode tambm ver o texto disponibilizado Sons da fala,
principalmente no item 2.2 Pontos e modos de articulao.
Exemplo
Q. O que se quer dizer exatamente, quando se afirma ser um certo som arredondado? Exemplifique.
R. Diz-se que um som arredondado, porque, em sua pronncia, os lbios assumem formato
arredondado. Isto fica claro, por exemplo, quando comparamos a forma dos lbios nas pronncias de [i] e
[u], nas palavras vive e luxo.
Observe:
A resposta poderia ser compreendida por quem no leu a pergunta, porque foram retomados
elementos-chave.
A pergunta exigia duas unidades significativas (o que se quer dizer..., exemplifique...), que
foram atendidas.
Frum
Convidamos voc, agora, a entrar na pgina abaixo (ou ver em CD que foi posto a sua
disposio no Polo).
http://www.youtube.com/watch?v=A7SHfUXLK28
Depois discuta no frum obrigatrio com seus colegas, sobre o que possvel descobrir
a respeito da produo dos sons, a partir:
(a) dos movimentos no rosto dos artistas;
(b) da pronncia de Adriana Calcanhoto;
(c) do exame que voc faz em seu aparelho fonador, quando tenta repetir os sons.
Use espelhinho de mo para ver seu aparelho fonador, dos lbios vula. A comea a
faringe, de onde possvel a passagem para as fossas nasais, para a laringe (na direo
dos pulmes) e para o esfago (indo at o estmago).
Sinta toques e movimentos dos rgos do aparelho fonador.
O professor interagir com voc e seus colegas, inclusive esclarecendo pontos difceis.
Quando voc leu livremente um conto, em casa, por sua iniciativa, chegou a certas
descobertas, concluses, suas. Quando lhe entregaram um conto, na escola, com a instruo "Mostre as
trs causas da reao do funcionrio ordem que recebeu", o instrutor fechou, recortou sua experincia,
levando voc a parar de pensar em quaisquer outras coisas, a adotar um ponto de vista como o nico
permitido.
Quando voc observa este vdeo livremente pela primeira vez, tambm tem expectativas e
descobertas abertas. Dependendo de suas experincias, interesses, atitudes, v coisas mais ou menos
diferentes das que so vistas por outras pessoas, inclusive por seus colegas.
Vamos fazer um recorte em suas impresses. Talvez estejamos excluindo coisas nas quais
voc pensou, impingindo o que voc no pensou, no considera relevante.
Considere o que dizemos no quadro abaixo, observe o vdeo, pense no que sugerimos, guarde
suas anotaes para trabalhar na prxima aula.
Referncia Bibliogrfica
MAIA, Eleonora M. No reino da fala: a linguagem e seus sons. So Paulo: tica, 1985.
Fonte3
possvel descobrir muito sobre o aparelho fonador, pelos toques sentidos quando se repete
sons, ora da forma mais natural, ora cuidadosa e lentamente. Pelo exame do rosto externamente enquanto
algum fala, pouco se pode perceber.
A esposa de Alexander Graham Bell, escocs que ensinou nos
Estados Unidos fisiologia da fala e registrou em 1876 a inveno do
telefone, dominava to bem a tcnica da leitura labial, que sua surdez s foi
descoberta pela filha por acaso. Embora estivesse bem prxima da filha, a
me no atendeu ao seu chamado, por estar de costas. Esse tipo de leitura da
fala tem sido utilizado por tcnicos que procuram interpretar frases
inaudveis, espies russos que, durante a Guerra Fria, adivinhavam
conversas com binculos e s falavam uns com os outros em restaurantes
mantendo uma taa na boca, reprteres de esporte que tentam ler frases de
jogadores de futebol.
A compreenso s possvel, sem a audio, porque observamos gestos e expresses visuais,
conhecemos um contexto, j esperamos certas palavras e prevemos certos sons, utilizamos estratgias de
leitura, principalmente pela expectativa de significados. Entretanto, ao ouvirmos, somos levados a
reproduzir em nosso aparelho fonador os sons que nosso interlocutor vai produzindo.
Multimdia
Vamos observar novamente o vdeo no qual a cano Fico assim sem voc, de Adriana
Calcanhoto, representada com mmica e movimentos ostensivos do aparelho fonador,
disponvel na sede do seu plo ou no endereo:
http://www.youtube.com/watch?v=A7SHfUXLK28
Para os destaques feitos a seguir, alm da observao do vdeo, bom ter espelho pequeno e o
texto Os sons da fala (Baixe o arquivo no ambiente SOLAR), onde est o desenho do aparelho
http://www.unesp.br/aci/jornal/162/00%20figuras%20v/garganta5tb.jpg
9
Posio da lngua
Observe a imagem na pronncia de assim sem voc. A boca, aberta, permite a viso de seu interior,
tanto em [s] quanto em [e] a lngua est avanada, frontal, anterior, por isso fica visvel. Compare essas
pronncias com a de asa e brasa. Compare, em sua pronncia tambm, as alturas da lngua nas trs
ocorrncias de [s] em assim sem voc. Experimente prolongar o som musical de [] com o rudo que
nos d a impresso de frico do ar porque a lngua toca levemente os alvolos ou os dentes.
Observe o que acontece nas vogais tnicas de "futebol sem bola". Tambm a se v o interior da boca.
Compare o vdeo com o que sente em seu aparelho fonador. Repita os sons de [],
[], [].
Por que no se v a lngua, na pronncia do som grafado com o em futebol sem
bola, foneticamente [], ao contrrio do que aconteceu em []?
Experimente pronunciar os sons da cano, enquanto observa o diagrama abaixo. Sinta inicialmente as
vogais cardeais:
[i] - o som voclico pronunciado na posio mais alta e mais frontal possvel;
[u] - o som mais alto (falamos da altura na lngua na boca) e mais posterior possvel, quer dizer, com a
lngua recuada ao mximo;
[a] a vogal mais baixa, a lngua apertada contra o cho da boca e com a maior proximidade possvel dos
dentes inferiores.
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Carmen Miranda4
H pouco, falamos muito das vogais. Demonstramos que l havia s msica. A voz,
produzida na vibrao das cordas vocais, ressoava de modo diferente conforme nosso instrumento
modificasse o espao da boca, mas os sons voclicos mais fechados (ou altos) no so to fechados ou
altos que cheguem a provocar rudo.
Balalaica
Banjo
http://www.suapesquisa.com/biografias/carmen_miranda.htm
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Parada Obrigatria
Ah, voc pode pegar a letra toda em:
http://www.vagalume.com.br/carmen-miranda/o-tic-tac-do-meu-coracao.html
ou ver e ouvir (a imagem no poderia estar melhor) em:
http://www.youtube.com/watch?v=o3Gouwyc8Ik
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Seu aparelho fonador vai se mexendo de forma to rpida, que teramos dificuldade em
compreender sentidos de cada signo se nos concentrssemos conscientemente nas mudanas.
Inconscientemente, entretanto, voc ouve e re-produz sons, combinando muitos traos, e considerando
um fonema completamente diferente de outro, embora s um trao varie.
Nos sons do primeiro grupo (tente pronunciar isoladamente f t b s - b l -),
acontecem rudos causados por obstculos passagem do ar. Verifique onde os
rudos acontecem, o que causa obstculo ao ar. Como, com que, onde os rudos
acontecem? Em [f] e [s], o ar forado com aperto sem fechamento total (como,
modo de articulao), entre o lbio inferior (que se eleva) e os dentes superiores
para [f], entre a coroa ou lmina da lngua e os alvolos para [s]. Para [l], a ponta da
lngua fecha o centro do canal nos alvolos, enquanto o ar passa livremente pelos
lados, e a ponta da lngua retirada.
Nos sons correspondentes a u i e - a no h obstculos, apenas a voz, o
tom, a nota que vem das cordas vocais ressoa diferentemente, conforme mude o
formato da boca e dos lbios, conforme haja ressonncia apenas na boca ou se abra
a passagem para as fossas nasais.
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Concluso:
O que fizemos durante essa aula, foi pensar sobre quatro parmetros, quatro itens que podem
variar para diferenar sons. No texto "Os sons da fala (Baixe o arquivo no ambiente SOLAR), voc pode
verificar os traos, as classificaes para esses itens. Vai ver que se verifica (a) como e (b) onde os sons
so pronunciados, se h nessa pronncia (c) ressonncia nasal, se h ou no (d) vozeamento, vibrao das
cordas vocais.
Se voc conseguir tempo, faa essa atividade opcional...
Exercitando
Converse com msico(s), por exemplo, sobre o que eles sabem das semelhanas entre
como uma pessoa fala e como vem a existir msica em seu(s) instrumento(s): violo,
acordeom, gaita, flauta, violino, tambor, pandeiro outros. Algumas sugestes do que
deve discutir com ele(s):
Como produzido o som em seu instrumento musical (o que vibra e produz som)?
Voc sabe como produzido em outros instrumentos? E na gente, quando se est
cantando, voc sabe como o som produzido?
Para que serve esta parte (a caixa do violo, do cavaquinho, do violino, da viola)?
O que acontece, quando se segura uma corda mais perto das cravelhas (no violo) ou
mais perto do centro e da caixa?
14
Frum
Apresente comentrios seus a partir da comparao entre (a) o que voc consegue
perceber em seu aparelho fonador, (b) as afirmaes e a terminologia das gramticas
tradiconiais e (c) os textos de lingstica, inclusive o oferecido neste curso, "Os sons
da fala (Baixe o arquivo no ambiente SOLAR).
Foi excluda, depois da coluna das uvulares, uma das faringais. Depois das fricativas, a linha das laterais fricativas. A linha das
aproximantes (semivogais) desceu, ficando mais prxima das vogais altas. A mudana se justifica tambm para conferir maior coerncia
iconicidade quanto abertura, pois nas laterais ainda h contato entre os articuladores. Quanto aos termos, no IPA original, ao lado do
termo tap (batidinha, vibrante simples) h o termo flap. Preservamos o termo plosivo, que substitudo em portugus por
oclusivo, porque tambm as nasais so oclusivas (na boca, embora o ar fique livre em sua passagem para as fossas nasais).
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O chat, sobre as convenes do Alfabeto Fontico Internacional, deve ser combinado entre
grupos de alunos e o professor. Importam na discusso as dvidas sobre as convenes na tabela do
Alfabeto Fontico Internacional, a compreenso dos termos que esto l, para fins prticos. Em uma
direo, voc deve ser capaz de, ouvindo um som, escolher um smbolo. Na outra direo, precisa ser
capaz de, vendo um smbolo, pronunciar o som correspondente.
Note que este bate-papo no obrigatrio, no vale nota diretamente nem conta para as
presenas.
Sugerimos, entretanto, que voc aproveite o ambiente para discutir com seus colegas e com o
professor o que propusemos acima e, ainda, noes como feixe de traos, trao fontico.
Tenha em mo tabela do Alfabeto Internacional. Para us-la bem, experimente dois
procedimentos. Em um, voc deve ser capaz de, ouvindo um som, escolher um smbolo. No outro,
precisa ser capaz de, vendo um smbolo, pronunciar o som correspondente.
http://wwwapp.bmbwk.gv.at/kalender/0527/augen0527.html
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Discuta com seus colegas as diferenas entre os fones, quer dizer, como se distinguem por
traos os sons que percebemos quando atentamos para a pronncia em frases. Observe principalmente
conjuntos de sons que, embora sejam percebidos como diferentes, no servem para mudar os significados
nas palavras ou nas frases, quando os permutamos.
17
Exercitando
1.Copie, melhor dizendo, desenhe, os smbolos da transcrio, traando-os com base em
duas linhas, como nos cadernos de ortografia. Observe como os smbolos podem ter (1)
corpo centra l apenas, contido entre as duas linhas; (2) tambm corpo superior, acima da
linha I, (3) corpo central e inferior, abaixo da linha 2; (4) corpo superior comeando
acima da linha I, corpo central, corpo inferior, para baixo da linha II:
2. Anote o que chama sua ateno na frase transcrita. Verifique que dvidas tem quanto
a que sons correspondem a cada smbolo, onde um smbolo deve ser utilizado. Consulte
as tabelas do AFI e os textos disponveis.
3. Observe, a representao fonmica correspondente transcrio fontica j vista.
Compare-as. Registre o que lhe parece notvel ou estranho.
18
4. Seu esforo neste exerccio ajuda nos fruns e atividades indiretamente, prepara voc
para compreender melhor os prximos tpicos, ser decisivo na avaliao presencial. Por
isso, guarde tudo bem com voc. Lembre: pode usar o frum livre para comentrios,
dvidas, colaborao com seus colegas.
Chamamos sua ateno para a necessidade de representar graficamente a pronncia dos sons,
quando, no trabalho de ocupados com atividades sobre a linguagem, necessria esta escrita tcnica.
Talvez voc esteja entre as pessoas que, cada vez mais, procuram evitar caprichar no
manuscrito. O problema j existia e deve ter-se intensificado com o domnio, para muitos completo, da
escrita de teclado.
Se comum a recusa ao aprendizado dos smbolos da escrita caligrfica, tpicos da escrita
mo, imagine dizer a voc que ter que traar smbolos pormenorizadamente, de forma que no se
confundam os smbolos do Alfabeto Fontico Internacional.
A finalidade deste exerccio aumentar sua habilidade na percepo dos sons da fala, na
habilidade de traar e ler esses smbolos em representaes fonticas.
19
20
A palavra pabo, acima, nos faz pensar em pata, bata, tapa, taba, Fado, pato.
Tambm em ingls, a oposio simbolizvel por /p/ e /b/ existe. Entretanto, em portugus importante na
distino o trao de vozeamento (nas outras coisas, nos outros traos /p/ e /b/ so iguais), em ingls
importante a aspirao. Da o repetido exemplo do brasileiro que, ouvindo Go to the gate B
(pronunciado [geit pij], foi para o porto P... que seria pronunciado [phij], ou seja com um sopro mais
forte na exploso bilabial.
H falantes do ingls que distinguem os fonemas
e em mat, 'esteira', e met, passado
de 'encontrar', respectivamente, por pronunciarem a vogal da primeira palavra de forma tensa, mas, a da
segunda, de forma lassa, relaxada. Lnguas cariris distinguiam sries de vogais orais simples, nasalizadas
e faringalizadas, lnguas semitas como o hebraico, o rabe e o aramaico usam a faringalizao para
distinguir os ambientes enfticos (o aumento relativo da parte posterior da boca em comunicao com
laringe produz certo efeito de ressonncia, uma consoante articulada assim influencia o timbre da vogal).
A maior parte dos traos comum a muitas lnguas, mas elas os enfeixam de forma diferente.
A lngua vista como sistema com subsistemas, um dos quais o fonolgico. E em cada
sistema (isto , lngua, idioma... ou dialeto) h uma fonologia especfica desse sistema. Se voc compara
os sons de pata, bata, tapa, taba, Fado, pato, nota que a oposio entre [p] e [b] funcional,
tem utilidade, e que a um dos fonemas correlacionado com o outro. Se no fosse assim, teramos licena
para, em uma mesma palavra, realizar /b/ ora com vozeamento, ora sem.
Da mesma forma, em italiano:
as frases significariam respectivamente 'Esta noite te vemos' e 'Esta noite nos vemos'. Em portugus,
entretanto, em 'Bom, ns te vemos l' ser compreendido quer pronunciemos [ti], quer [ti]. Os sons so
semelhantes nas expresses dos falantes das duas lnguas, mas cada sistema se organiza diferentemente:
ser um som alveolar ou dental simples ou africado, comeando com oclusivo e sendo liberado como
fricativo, acontece nas duas lnguas. Em portugus, entretanto, apenas fenmeno fontico, sem
destinguir significados. Empregamos acima o smbolo [], para o som correspondente a ch, e que
surge tambm depois de t, em tipo. Veja a que corresponde na tabela do AFI.
Classicamente, falantes de espanhol no distinguem dois timbres, , mdio-aberto, e ,
mdio-fechado, mas os falantes de portugus, sim. Falantes do japons no distinguem [r] de [l], no
sistema, embora os dois sons existam em sua fala. Para o portugus, a existncia ou a possibilidade de
virem a existir com significados diferentes os pares mnimos cujas formas ortogrficas so av e av,
lodo (com o fechado) e lodo (com o aberto) so provas de serem esses sons pertencentes a dois
fonemas diferentes em nosso sistema. Mas [t] antes de [i] no Cear, ou depois de [i] em falares da Bahia,
22
Referncias
SILVA, Thas Cristfaro. Fontica e fonologia do portugus. 5. ed. So Paulo: Contexto, 2001.
TRUBETZKOY, Nikolaus S. Grundzge der Phonologie. [Princpios da fonologia] 7. ed., Gttingen
(Alemanha): Vandenhoeck & Ruprecht, 1989 [1. ed: 1939].
No blogue abaixo h vnculos interessantes para a fonologia:
http://inter-lingua-gem.blogspot.com.
23
Frum
Nos trechos de A Banda, observe que os smbolos da representao ortogrfica, os da
transcrio fontica e os da representao fonmica, comparando-os atentamente e
anotando o que voc vai pensando. Discuta com seus colegas no frum, contando com as
indicaes do professor, sobre os fatores de variao dos sons na produo das frases em
discursos (quer dizer, quando o conhecimento da lngua arquivado em sua memria
atualizado, por exemplo, ao cantar uma cano ou conversar, em frases).
Trecho
24
Multimdia
Algumas sugestes para completar sua formao nessa rea:
Examine novas gramticas, das que so normalmente indicadas para as escolas ou esto
nas livrarias, na parte de ensino mdio. Anote o que encontrar.
Veja mais sobre as dificuldades da lngua, assistindo a vdeo com o professor Cludio
Moreno. Pegue cpia ou entre em:
http://www.youtube.com/watch?v=4Ppus1hfmoY
"Sobre o novo acordo ortogrfico, veja os vnculos (links!) abaixo.
Acordo ortogrfico de 1990:
www.priberam.pt/docs/AcOrtog90.pdf
Para ter idia geral dos acordos entre Brasil e Portugal:
http://www.portaldalinguaportuguesa.org/index.php?action=acordo
Texto simples da Sapo:
http://orto.no.sapo.pt/c00.htm
Stio brasileiro onde muitos tentam tirar dvidas:
http://www.sualingua.com.br ".
Referncias
Citamos no tpico as gramticas:
BECHARA, Evanildo. Moderna gramtica portuguesa. 37. ed., revista e ampliada. Rio de Janeiro:
Lucerna, 1999. (1a. edio: 1961)
BECHARA, Evanildo. Gramtica escolar da lngua portuguesa. Para o Ensino Mdio e cursos
preparatrios. 37. ed., revista e ampliada. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004.
25
CAMARA JR., Joaquim Mattoso. Estrutura da lngua Portuguesa. Petrpolis, RJ: Vozes,
1970.
CAMARA JR., Joaquim Mattoso. Para o estudo da fonmica portuguesa. Rio de Janeiro:
Simes, 1953.
Outras gramticas, principalmente as que esto em uso nas escolas ou venda nas livrarias e
distribuidoras, dependendo de seu exame.
O blogue abaixo, no qual quase no h textos, mas tm vnculos interessantes para fonologia,
inclusive para a comparao entre o portugus e o ingls.
http://inter-lingua-gem.blogspot.com
26
Dica
Nela, ficaram em uma s clula os fones que se agrupam e so sentidos como um s
fonema. Cada fonema deve ser representado por um smbolo, mas a escolha de ordem
prtica: prefere-se tomar o mais comum ou mais fcil de traar, digitar.
Observao
Observe que no h uma ligao obrigatria entre a realidade fontica e a percepo dos
fonemas pelo falante-ouvinte, que programado para perceber os traos relevantes em
sua lngua. O fato de a aspirao de sons oclusivos ou o alongamento de vogais no
serem percebidos por um brasileiro para distinguir significados no significa que os dois
fenmenos no aconteam em portugus, que sejam difceis de produzir. Podem existir,
e serem completamente irrelevantes, ou terem outras funes que no a fonmica, para
mostrar atitudes e sentimentos, por exemplo. Voc pode ver mais sobre isto no texto
distribudo.
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28
Exercitando
Transcreva as duas frases, localizando os smbolos do AFI, lembrando que /r/ passa por
forte assimilao: pode ser tepe (vibrante simples) ou retroflexo, ou fricativo. Se for
fricativo, tem forma vozeada antes de segmentos vozeados, no-vozeada antes de som
produzido sem vibrao das cordas vocais. Talvez precise ler o texto.
Com base na tabela acima, perguntamos algumas coisas, para motivar seu raciocnio. Se no
conseguir responde-as apenas olhando a tabela, consulte o texto anexo distribudo, outros textos, colegas,
seu professor.
Finalmente, oferecemos, abaixo, diagrama com smbolos para os fonemas. Uma representao
fonmica do portugus brasileiro no poderia deixar de exibir menos que essas unidades. Por outro lado,
uma transcrio fontica muito ampla, dizendo de forma mais clara, vaga, sem pormenores, teria que
informar pelo menos essas mesmas unidades.
Voc, sozinho, poderia chegar a esse inventrio, usando a tcnica de pares mnimos. Egpcios, semitas,
hindus no tinham curso de Letras a distncia e inventaram muito do que usamos hoje... Repetimos, um
par mnimo uma tcnica para verificar se em uma lngua dois sons, fones, pertencem a um mesmo
fonema ou se sua diferena distintiva, se esto em oposio, por servirem para distinguir significados.
mais ou menos assim:
Neste quadro, atendemos a critrios como ser um conhecimento de uso mais geral (os
manuais tradicionais, em geral, optam pela existncia de 7 vogais orais e 5 nasais), falta de coerncia nos
argumentos das obras mais reconhecidas pelos lingistas (no consideramos ser /i/ um fonema em
oposio a /y/, ser /u/ oposto a /w/).
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e eslavas
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Referncia
GLEASON JR, H.A. An Introduction to descriptive linguistics. Revised edition. New York: Holt,
Rinehart and Winston, Inc., 1955, 1961. Em portugus: Introduo lingstica descritiva. 2. ed. Lisboa:
Fund. Calouste Gulbenkian, 1985. Vem saindo por outra editora. Pronuncie, em portugus brasileiro,
glssan.
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Frum
Aproveite este frum para esclarecer dvidas suas e ajudar a esclarecer
dvidas de seus colegas, revisando de forma til matria das aulas 1 a 5. O realismo e a
autenticidade de suas participaes, necessrios para que o professor aceite como vlida
sua entrada no ambiente e conte presenas, tambm garantir a voc o sucesso no
conhecimento e na avaliao presencial da disciplina.
Uma das coisas mais perturbadoras para os formados em letras o que os leigos e os
profissionais de Letras com formao deficiente chamam genericamente erro. Mostramos alguns
fenmenos a voc, mais perguntando que afirmando.
Considere dois fatos, trazidos aqui sem prova.
(1) Conforme uma velha falcia sobre o a pronncia nordestina, ns nasalizamos mais que os falantes
de outras regies, e erro a nasalizao das vogais antes de consoantes nasal, como em sena, rama,
clone.
(2) H quem acredite, tambm, que a pronncia boa para Roraima, faina, Jaime a que nasaliza a
vogal, [Rorima], por exemplo.
Voc pode se perguntar mais. Por que a nasalizao em (1) erro, que critrio deve ser
usado para o julgamento? Por que a nasalizao em (2) boa? Se mau nasalizar uma vogal que vem
imediatamente antes de uma consoante nasal, porque bom nasalizar a vogal que vem duas casas antes da
consoante nasal, separadas a vogal e a consoante por uma semivogal? Por que no o contrrio, a
pronncia (1) do Nordeste boa, a pronncia (2) de parte do Sudeste errada?
Exercitando!
Interaja com seus coletas no frum livre, no chat, ao telefone, em encontros reais.
Se, depois de tentar resolver o que propomos abaixo e interagir, for' necessrio,
esclarea-se com seu professor, ou discuta com ele no ltimo encontro presencial.
Dissemos acima que, em portugus, distinguem-se os fonemas // e /e/, /r/ e /R/, // e //,
/s/ e /z/, /f/ e /v/. /v/ e /b/. Em algumas dessas oposies, temos fonologia mais rica que
o espanhol, o italiano, o francs, o alemo e o ingls, o que explica as dificuldades que
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Leia abaixo
banana
No obrigatrio, mas a melhor pronncia desta palavra bnna, e no bnna.
Sempre que houver uma consoante nasal aps uma vogal, esta fechada. Note que estamos falando em
preferncia de pronncia, e no em erro. Fazemos questo de fazer a ressalva, porque sempre h uns e
outros que, ansiosos pela crtica, desejosos do nosso sangue, querem logo ir veia, jugular.
Recentemente, uma mulher foi a um programa de televiso de entrevistas e cantou uma msica da bossa
nova, em cuja letra aparece vrias vezes a palavra banana. Foi bnna para c, bnna para l, para
dar e vender. Afeou a msica.
No erre mais (Sacconi, 2005: 107)
Com certeza, estamos entrando para o rol dos uns e outros que esto ansiosos pela crtica.
Talvez, em nova edio, Sacconi pelo menos explique por que, havendo duas vezes an, na palavra, na
primeira slaba deve haver nasalizao, mas, na segunda, apenas fechamento.
Bom, se voc est curioso por essas questes, divirta-se procurando, principalmente nos livros
que corrigem a expresso das pessoas comuns em situaes comuns, negando-se a admitir formas de
dizer diferentes em situaes e pessoas diferentes, e em fartos exemplos da Internet, inclusive em
comunidades do Orkut, errando e corrigindo.
Nossa opinio sobre o erro no muito diferente da dos lingistas, bem vista por John Lyons
(1987). Faamos uma brincadeira, alis, repetida por a.
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Se voc quer um emprego em empresa cujo chefe detesta linguagem formal e o perde por
sofisticao, errou. Se fala conforme o registro mais popular possvel ao pedir emprego a quem exige
correo beirando o esnobismo, tambm erra. Se voc diz tudo que estigmatizado por a para algum
que exige correo exatamente porque queria chocar, fazer que algum se afaste, tambm est certo.
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Parada Obrigatria
Professor de lngua que no sabe fonologia, lingstica, como mdico que achou
desnecessrio aprender anatomia (se deixassem estudantes de Medicina escapar sem ler,
sem estudar cincias). No se invente desculpas como s gost literatura ou meu
negc ingls, pois professores de ingls ignorantes so maus profissionais tambm
ensinando a lngua estrangeira. At por que, para lutarmos para termos melhores
salrios, ns, profissionais do ensino e de linguagem, vamos ter que ser bem formados.
No se espera, no dialeto padro, que os fenmenos de neutralizao e harmonizao voclica
aconteam nas palavras grafadas com i, ei, ou. Em palavras como histria no deveria haver a
pronncia mdia, apenas a fechada, mas como quem l pouco vai adivinhar (com dois is), se s pode se
guiar pela linguagem falada? Ouve-se Int[]ra a minha passagem (de inteirar), No vai est[]rar a
bola (estourar), Man[]re com as crticas (de maneiro, maneirar).
Curiosamente, acontecem as hipercorrees grficas. Pessoas conscientizadas de que pronunciam ei ou
ou como e , tentam acertar escrevendo /e/, mdio-alto, sistematicamente com ei (*seija).
fenmeno semelhante ao de voc estar bem, produzido por quem sabe que erra em no pude est em
casa. Para ajudar a essas pessoas, pode-se:
Conseguir que leiam sobre assuntos de seu interesse (no singular e no plural, na norma-padro, /e/, no
//) e comentem por escrito, pois o problema vem de quererem aprender a escrever sem verem textos
escritos.
Criar dicas de emergncia: Quando voc puder substituir por permanecer, que tem r, ponha r;
quando termina como em permanece, deixe est.
Olhado de perto
H pessoas e lugares no Cear que dizem a[i]s coisa[i]s bonita[i]s. Ditongam
vogais tonas finais precedidas de s.
hbito articulatrio perfeitamente explicvel. No lento caminho do modo em
que h articulao livre [a], passa-se pela rea das aproximantes [j], antes de
chegar rea forante, fricativa, de [s]. Deve ser o mesmo que aconteceu em
posio tnica final com ingls, ms, arroz, e que pode ter comeado com palavras
em fim de frase, cuja vogal se alonga e fica predisposta ao deslocamento durante a
pronncia. O fenmeno leva cariocas e gachos a dizer 'Seria ela?', [:]la >
[e]la ou [I]la. o mesmo alongamento que levou franceses, italianos e
espanhis a ditongar: voile; fierro, vuelo; fuoco, correspondem ao portugus vu,
ferro, vo, fogo (perdemos consoantes, mantivemos vogais do romance).
Surpreendemos essa pronncia, em pessoa vinda de perto de Aracati, talvez de
Fortim. Voc est convidado a investigar, anotar lugares e pessoas, informando
(de forma reservada) se possvel todos ou parte desses dados: nome, data e local
de nascimento, onde morou nos ltimos cinco anos, se passou mais tempo em
outro lugar, grau de escolaridade, profisso e nvel scio-econmico aparente.
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Desafio
A Rede um instrumento, apenas, o mais til que temos hoje. Nem boa, nem m. Nela
h muitos lugares onde se escreve sem ateno para a grafia padro, e, no extremo
oposto, muitos lugares onde se exerce at o preconceito contra o erro. Voc sabia que
h, no Orkut, comunidades onde se execram as liberdades grficas?
Se quiser se divertir com as exibies de ignorncia da grafia com e as hipteses
construdas pelas pessoas de so de outras reas, no cursaram Letras ou no tm o
hbito da ler, veja a discusso no abaixo. Pode procurar outros tpicos, inclusive na
mesma pagina. Ou olhar os outros dois endereos informados abaixo.
http://forum.cifraclub.terra.com.br/forum/11/175982/
http://flickr.com/photos/edgley_cesar/292574402/
A macambira, Bromelia laciniosa, cresce em lajedos, sem a gua, que falta at no
terreno em torno, recolhendo pingos dgua para viver, mas til e produtiva.
Autnoma e forte, como o nosso Macambira e os alunos do curso semipresencial.
Referncia
LYONS, John. Lingua(gem) e lingstica. Uma introduo. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1987.
Esta obra valiosssima de John Lyons vem sendo confeccionada por outra editora.
MACAMBIRA, Jos Rebouas. Fonologia do portugus. 2. ed. Fortaleza: Imprensa Universitria [da
UFC], 1987.
Outros livros de Macambira esto venda nas livrarias. Este est esgotado, mas ajudaremos voc a
consult-lo ou a copiar trechos.
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Dica
Note o ritmo como badalada e eco, com ritmo binrio: FORTE... fraco... FORTE...
fraco, desaparecendo. A sensao de ritmo reforada pela repetico do som fricativo
[], que se alterna.
Procure em outros textos, inclusive nos nossos, destinados a esta disciplina, material
sobre a slaba. Muito do que se considera questo fonolgica segmental determinado
por unidades lingsticas.
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Multimdia
Os vdeos abaixo, relembramos, podem ser teis em seus exerccios de fonologia:
1. Vdeo: Amarante, Ana Jlia incomoda vocs?
http://www.youtube.com/watch?v=Trh5p9rNz6U
2. Alegria, Alegria verses antiga e nova de Caetano Veloso.
http://www.youtube.com/watch?v=4tzSETbQcJk&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=R3jPbEPq2iE&feature=related
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Caractersticas.
(a) Confundem, na melhor tradio de muitas gramticas clssicas, letra e som. Note que Passos,
acima, junta os dois conceitos por v-los de forma abrangente, mas, em suas explicaes, faz referncia a
questes sonoras e grficas de forma clara.
(b) Tratam apenas de letra e de som, ou de letra e de fonema, falando ora de sons da fala (que deviam
ter a ver com a fontica), ora de sons da lngua (j na fonologia ou fonmica).
(c) Aludem, em pequenos trechos, explicitamente, grafia e fonologia, com a diviso entre o que
fonolgico e o que fontico, mas, na maior parte do texto, no ligam para a diviso. Se puder, veja, por
exemplo, Bechara, tanto na Moderna (1999, dita pelo editor 2004) quanto na Escolar moderna
(2004); veja tambm Cunha (qualquer edio, com ou sem Cintra).
Bechara e Cunha so timos em outras reas, mas no tentaram fazer muito na fonologia.
Trazem algumas informaes de cunho lingstico, mas, por mais incrvel que parea, alm de classificar
os fonemas com base em fontica, adotando termos da NGB como se o problema no existisse,
conseguem discordar um do outro. Rocha Lima (1972), outro respeitado gramtico, no difere muito dos
supracitados, quanto, por exemplo, classificao dos fonemas, mas tem melhor introduo a conceitos
tericos, citando para o de fonema Toms Navarro (1946).
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http://img525.imageshack.us/img525/9199/eneiv2.jpg
Se quiser, veja o que os dois classificam como alveolar, linguodental (dental d na
mesma), palatal, velar. Foneticamente, interessa saber se um som apical ou laminar, dental (Cariri,
parte do Vale do Jaguaribe, grande parte do Nordeste) ou alveolar, velar (em gasco) ou uvular (antes
dos sons correspondentes a o e u), mas isso no fonmico.
Pecam tambm nas copiadas listas de ditongos e tritongos, vistos no informam se ali so
tratados como sons ou fonemas. Os professores que os elogiam ou no se interessam muito, tambm, pela
fonologia, ou no tiveram tempo de examin-los quanto a esse nvel de anlise.
Os gramticos supracitados so os mais conceituados nos meios de Letras, na Universidade,
mas, em fonologia, so superados por gramticas como a de Pasquale e Infante, compradas por
indicao das escolas, apesar da pouca fama do professor Pasquale na academia.
Esses autores, por exemplo, para a classificao de consoantes, tal qual Bechara e Cunha,
tentam seguir a NGB (Nomenclatura Gramatical Brasileira). Entretanto, usam implicitamente o conceito
de par mnimo (solitrio vs. solidrio), como tcnica para a descoberta de que cada letra representa
no caso um fonema6, e caracterizam os fonemas tambm como sons caractersticos de uma
determinada lngua (Op. cit., p. 19). Semelhantemente, Cipro Neto e Infante (1998: 18-19) definem
fonema como "uma unidade sonora capaz de estabelecer diferenas de significado. Valem-se, portanto, de
parte do que a lingstica considera ser atributo do fonema, evitando a difcil distino entre fonema
(sistema) e sons (uso), difcil para o pblico leigo.
Atividade de Portflio
Em grupo que pode ter 1, 2, 3 ou 4 alunos, construa texto de 25 a 35 linhas,
comentando as variaes de pronncia e a possibilidade de haver preconceito contra
pronncias consideradas menos prestigiadas. Toda citao deve ter aspas e indicao de
fontes, e, para ser vlida, deve ser comentada pelos participantes do grupo. O trabalho
deve ser resultado da interao responsvel de todos os participantes, no vale dividir o
tema e juntar participaes isoladas
Ou seja, uma unidade sonora capaz de estabelecer diferenas de significado (Cipro Neto e Infante, 1998:. 18-19)
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Frum
Debata com seus colegas sobre as unidades grficas, bem mais que 26 letras, e sua
relao (ou falta de relao) com as unidades da modalidade falada.
Multimdia
Algumas sugestes para completar sua formao nessa rea:
Examine novas gramticas, das que so normalmente indicadas para as escolas ou esto
nas livrarias, na parte de ensino mdio. Anote o que encontrar.
Veja mais sobre as dificuldades da lngua, assistindo a vdeo com o professor Cludio
Moreno. Pegue cpia ou entre em:
http://www.youtube.com/watch?v=4Ppus1hfmoY
"Sobre o novo acordo ortogrfico, veja os vnculos (links!) abaixo.
Acordo ortogrfico de 1990:
www.priberam.pt/docs/AcOrtog90.pdf
Para ter idia geral dos acordos entre Brasil e Portugal:
http://www.portaldalinguaportuguesa.org/index.php?action=acordo
Texto simples da Sapo:
http://orto.no.sapo.pt/c00.htm
Stio brasileiro onde muitos tentam tirar dvidas:
http://www.sualingua.com.br ".
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Fonte7
Neste tpico, estudamos a prosdia. Daqui a algumas linhas, veremos o que . Entretanto,
talvez voc perceba que precisa aprender muito mais a respeito deste tema de fonologia e de suas
correspondncias na linguagem escrita. Deve, ento, procurar os lugares onde tratamos disso no texto 2,
Dos sons aos fonemas do portugus.
Agora, fazemos uma digresso: tratamos de coisas s indiretamente ligadas ao tema principal
do tpico.
http://www.caiuaficha.com.br/atlas/mundo.gif
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47
Observao
Se voc j precisou consultar gramticas sobre regras de uso da vrgula, e as considerou
pouco teis, o que pensa, agora, considerando o que dissemos?
Talvez uma das razes de se prezar pouco os elementos suprassegmentais, isto , a prosdia,
seja que, mesmo no havendo itens grficos correspondentes aos das formas fonolgicas, a mente de
quem l em voz alta ou fala, pelo, contexto, mostra-os na fala Imagine que no mundo antigo, em latim e
grego, por exemplo, escreviam-se longos textos sem qualquer sinal de pontuao e sem espaos entre as
palavras! Tambm, eles deviam ter mais tempo para decifrar os textos.
Entretanto, sem prosdia, nada compreenderamos do que nos transmitido pelos elementos
segmentais (fala-se de elementos prosdicos ou suprassegmentais). Destacamos alguns pontos a respeito.
Lamentavelmente, o ensino tradicionla brasileiro e uma parte dos lingistas no enxergam a
multiplicidade de funes da prosdia.
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Multimdia
Amarante, Ana Jlia incomoda vocs?
Anote suas observaes. Tente verificar como seriam pontuadas interna (com vrgulas, por
exemplo) e externamente as frases. Depois, pea-nos uma verso escrita para comparar a
nossa com a pontuao sugerida por voc.Use cpia ou entre no stio:
http://www.youtube.com/watch?v=Trh5p9rNz6U&feature=PlayList&p=E5DB256D76C3A
777&playnext=1&playnext_from=PL&index=5
Referncia
Foi citado neste tpico PEREIRA, Isidro. Dicionrio grego-portugus e portugus-grego. 6. ed. Porto:
Apostolado da Imprensa, 1984.
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A linguagem verbal
A linguagem verbal humana presta-se admiravelmente transferncia de meio. J falamos disso: do que
articulado, produzindo algo acstico, percebido pelo ouvido, passa-se ao que manual, grfico, visual,
mantendo-se as unidades, que independem desses meios. Voc percebe por que muito se insiste que
fonemas e morfemas no so concretos, substncia, mas forma? Meros valores que independem dos
suportes fsicos, sensveis dos quais necessitam para sua transmisso?
Alm de ser facilmente transfervel, a linguagem verbal tambm se combina sem atritos com
outras linguagens, outros tipos de manifestao, por conta do que paralingstico no sentido de Lyons,
acima, do que real e presente nas enunciaes, como as roupas, os mveis, os acontecimentos.
O que se chamou enunciado resultado da enunciao, processo no qual informaes
dispersas e incoerentes entre si ganham sentido num momento, num espao, entre enunciador e
enunciatrios, em meio a expectativas, finalidades, memria de outras enunciaes, percepo de papis
sociais.
Da noo de fonema s noes concretas no-lingsticas, varia a aplicabilidade das quatro
propriedades [lingsticas] gerais da arbitrariedade, dualidade, descontinuidade e produtividade, havendo
nos elementos extremo prosdicos e paralingsticos maior aproximao dos traos existentes nos vrios
tipos de comportamento animal (idem, ibidem).
Voc est-se dando conta (no Brasil, vem-se preferindo est se dando, sem hfen, sente-se
que o se junta-se ao dando, no ao est) das razes de dois fenmenos.
Bebs, ces e gatinhos comunicam-se muito bem conosco sem falar ainda
portugus.
Ns podemos jogar todos os nossos esforos fora ao tentar conseguir alguma
coisa falando ou escrevendo, se formos competentes apenas na parte mais
Segundo fenmeno propriamente lingstica, usando as palavras corretas, sem sermos
competentes no prosdico (e na pontuao), no paralingstico, nas coisas
no-vocais, na adequao ao social, histrico, enunciativo.
Primeiro fenmeno
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Citamos no tpico
LYONS, John. Lingua(gem) e lingstica. Uma introduo. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1987.
Esta obra valiosssima vem sendo confeccionada por outra editora, com o dobro do tamanho e novos
preos, mas o mesmo contedo da edio supracitada.
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