Instituto Superior Politecnico Jean Piaget de Benguelam
Instituto Superior Politecnico Jean Piaget de Benguelam
Instituto Superior Politecnico Jean Piaget de Benguelam
BENGUELA
DEPARTAMENTO DE CINCIAS DA EDUCAO, SOCIAIS
E HUMANAS
MONOGRAFIA
BENGUELA, 2016
MONOGRAFIA
BENGUELA, 2016
EPGRAFE
NDICE GERAL
AGRADECIMENTO
Gostaramos, antes de mais agradecer a Deus por nos conceder a vida, por ele ter sido nosso
suporte e nos ter concedido sade, e a todos nossos familiares, sem excepo, pois foram
nosso porto seguro aps momentos de muita tempestade, luta para execuo desse trabalho, e
por compreenderem a minha ausncia no momento de convivncia e serem a fonte de
inspirao, fora e a motivao para continuar esta caminhada.
Ao orientador Professor Doutor Joo Pedro Martins Carato pelo apoio, partilha de
conhecimentos e ideias, mas sobretudo pelas preciosas contribuies que tornaram possvel
este trabalho.
Aos professores e amigos do curso, que cruzaram nossos caminhos durante esta trajectria
compartilhando seus conhecimentos e nos orientando inmeras vezes em nossa caminhada
pessoal e profissional. Um muito obrigada pela disponibilidade e pacincia com que se
dispuseram em nos ensinar durante o curso.
Ao Hospital Geral de Benguela, pela forma como sempre me acolheram, apoiaram.
Aos utentes que participaram neste estudo, cuja disponibilidade tornou vivel a sua
realizao, um especial agradecimento.
A todos que, de uma forma ou de outra, tiveram a disponibilidade de colaborar connosco,
prestando informaes e sugerindo correces, disponibilizando um pouco do seu tempo para
auxiliar e incentivar o propsito deste estudo.
A todos, nosso sincero obrigado!
DEDICATRIA
famlia, pelo amor, apoio, tolerncia, compreenso e acompanhamento em todos os
momentos. Sem a vossa ajuda no teria sido possvel a concretizao deste trabalho.
Muito obrigada a todos!
NDICE DE GRFICOS
Grfico n1 Distribuio de pacientes ansiosos versus
Grfico n 2 Distribuio de pacientes ansiosos versus Nvel acadmico
Grfico n 3 Distribuio de pacientes ansiosos versus Profisso
Grfico n 4 Distribuio de pacientes ansiosos versus Nmero de filhos
Grfico n 5 Distribuio de pacientes ansiosos versus Tempo de Internamento
Grfico n 6 Distribuio de pacientes ansiosos versus Idade por segmento
Grfico n 7 Distribuio de pacientes ansiosos versus Ansiedade por Gravidade
Grfico n 8 Distribuio de pacientes ansiosos versus Avaliao de Ansiedade por gravidade
Grfico n 9 Distribuio de Correlao entre a varivel Sexo e a Ansiedade por Gravidade
NDICE DE TABELA
Tabela n 1 Distribuio dos pacientes ansiosos versus Gneros
Tabela n 2 Distribuio de pacientes ansiosos versus Motivo de Internamento
Tabela n 3 Distribuio de pacientes ansiosos versus Experincia Anterior
Tabela n 4 Distribuio de Anlise de Correlao entre a varivel Idade e a Escala de
Hamilton
Tabela n 5 Distribuio de Anlise de Correlao entre a varivel o Tempo de Internamento e
a Escala de Hamilton
RESUMO
O presente estudo aborda a ansiedade no pr-operatrio do paciente cirrgico. Ansiedade
uma emoo gerada pela antecipao de um perigo vago, de diferentes previses e controlo. A
interveno cirrgica representa uma ameaa na vida de qualquer pessoa, pois envolve uma
carga emocional especfica e diferenciada. A escolha por esse tema se deve, principalmente,
pela ampla gama de sentimentos que o procedimento cirrgico pode despertar na vida de
determinado indivduo, visto que a cirurgia um evento muitas vezes no-esperado, que
interrompe o ciclo normal de desenvolvimento e de vida do indivduo. Partindo desses
pressupostos, o presente trabalho teve como principal objectivo analisar a prevalncia e o
nvel de ansiedade em pacientes que se preparam para a cirurgia na seco de Ortopedia do
Hospital Geral de Benguela. O presente estudo foi realizado segundo a metodologia de
investigao correlacional, assumindo a complexidade do fenmeno e de forma a dar um
contributo para uma melhor compreenso desta realidade, foi inteno identificar os nveis de
ansiedade, e conhecer as possveis relaes e diferenas com variveis sociodemogrficas e
clnicas e trata-se de um estudo quantitativo do tipo descritivo. Para obteno de dados foi
aplicada a escala de Ansiedade de Hamilton e o inqurito por questionrio sociodemogrfico e
clnico. A amostra constituda maioritariamente por homens, solteiros, com idade mdia de
35 44 anos. A colheita foi feita no ms de Janeiro Maro de 2016. Os dados foram
analisados estatisticamente por um programa de informtica SPSS. De acordo com os
resultados os dados apresentam altos nveis da ansiedade no pr-operatrio. O perodo properatrio envolve uma grande sobrecarga emocional para o paciente e para os conviventes
significativos. Os resultados encontrados remetem para a necessidade de uma maior
preparao Psicolgica para favorecer o individuo a minimizao da ansiedade, que se inicie
com o contacto entre o psiclogo/doente ainda antes da interveno cirrgica.
Palavras-chaves: Ansiedade, cirurgia, paciente, pr-cirrgico.
ABSTRACT
This study addresses the anxiety preoperatively the surgical patient. Anxiety is an emotion
generated by the anticipation of a vague danger, different forecasts and control. Surgical
intervention is a threat in any person's life, since it involves a specific and differentiated
emotional charge. The choice of this theme is mainly for the wide range of feelings that the
surgical procedure may arouse in certain individual life, since the surgery is an event often
non-expected, which disrupts the normal development cycle and life the individual. Based on
these assumptions, this work had as main objective to analyze the prevalence and level of
anxiety in patients preparing for surgery in orthopedics section of the General Hospital of
Benguela. This study was conducted according to correlational research methodology,
assuming the complexity of the phenomenon and to give a contribution to a better
understanding of this fact, it was intended to identify anxiety levels, and meet possible with
sociodemographic variables relations and differences and clinics and it is a quantitative
descriptive study. To obtain data was applied to Hamilton Anxiety Scale and the investigation
by sociodemographic and clinical questionnaire. The sample consists mainly of men, single,
aged 35 to 44 years. The harvest was made in January to March 2016. The data were
statistically analyzed by SPSS computer program. According to the results the data have high
anxiety levels preoperatively. The preoperative involves a great emotional burden for the
patient and for the significant cohabiting. The found results indicate the need of a greater
psychological preparation for promoting individual minimization of anxiety, which begins
with the contact between the psychologist/patient already before surgery.
Keywords: Anxiety, surgery, patient, preoperatively.
INTRODUO
A maioria das pessoas experimenta uma certa quantidade de Ansiedade,
preocupao ou medo, em diversos momentos da sua vida. Trata-se de uma caracterstica
normal da vida dos indivduos e tem sido cada vez mais reconhecido o valor positivo e
adaptativo da ansiedade. Contudo, para muitas pessoas, a preocupao e ansiedade so
persistentes e apresentam um grau de intensidade muito elevado, podendo interferir e afectar
negativamente a sua vida quotidiana1.
O acto cirrgico percebido pelo doente como uma ameaa externa e como tal a
ansiedade pr-operatria uma emoo comum maioria dos doentes que vo ser submetidos
a uma cirurgia. O paciente tem que lidar com o facto de estar doente, enfrentar a situao
cirrgica, e se reorganizar, j que existe uma ruptura em seu cotidiano2.
O evento cirrgico provoca no paciente sensao de ausncia de controlo. Durante
o procedimento, o paciente manipulado pela equipa mdica, caracterizando, pois, uma
situao de dependncia, a qual tambm deve ser elaborada pela pessoa. O paciente sente-se
ameaado, por se submeter a uma tcnica invasiva3.
A situao acima descrita levou-nos a realizar o estudo com o tema: Ansiedade no
paciente cirrgico no pr-operatrio
O caso dos pacientes na Ortopedia do Hospital Geral de Benguela
Com base no tema, foi necessrio formularmos o seguinte problema de
investigao: Qual o nvel e prevalncia da ansiedade em pacientes que se preparam para a
cirurgia na seco de Ortopedia do Hospital Geral de Benguela?
Partindo do problema formulamos as seguintes perguntas de investigao:
1Aparecida PENICHE, Vanda JOUCLAS e Eliane CHAVES, A influncia da ansiedade na resposta do
paciente no perodo ps-operatrio, Em: REVISTA DA ESCOLA DE ENFERMAGEM, Agosto de 2015,
Disponvel em: < http://dx.doi.org/10.1590/S0080-62341999000400011>,Consultado aos 9 de Agosto de 2015.
2Veridiana COSTA, Sandra SILVA e Vvian LIMA, O pr-operatrio e a ansiedade do paciente: a aliana
entre o enfermeiro e o psiclogo, Em: REVISTA SOCIEDADE BRASILEIRA DE PSICOLOGIA
HOSPITALAR , Outubro de 2015. Disponvel em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S151608582010000200010,Consultado aos 27 Outubro de 2015.
3Mariana SANTOS, Cristina SOUSA, Ruth TURRINE, Percepo dos pacientes submetidos cirurgia
ortogntica: sobre o cuidado ps-operatrio, Em: REVISTA DA ESCOLA ENFERMAGEM, Outubro de
2015.Disponvel em: <www.ee.usp.br/reeusp/>, Consultado aos 11 de Outubro de 2015.
paciente, se ele dispe dos recursos emocionais necessrios para enfrentar a cirurgia, bem
como explicar ao paciente todos os cuidados que envolvem o procedimento, com a finalidade
de diminuir a preocupao com a cirurgia, com o medo da dor e da morte.
Com presente trabalho de investigao pretende-se com este estudo, instigar a
reflexes e sensibilizar ou penetrar nas ideias, hbitos, maneira de agir e pensar dos
profissionais, para a necessidade de reconstruo de novas prticas bem como a instituio
das mesmas, para que melhorias ocorram em favor dos pacientes, pois estes tm direito de ser
atendidos de acordo com suas necessidades, recebendo um atendimento psicolgico com
qualidade.
Tendo em conta as questes de investigaes, so traados os seguintes
objectivos:
Objectivo Geral
Analisar a prevalncia e o nvel de ansiedade em pacientes que se preparam para a cirurgia na
seco de Ortopedia do Hospital Geral de Benguela.
4.2. Objectivos Especficos
1) Descrever os fundamentos tericos que sustentam o aparecimento da ansiedade no perodo
antes da cirurgia;
2) Analisar a influncia de experincias precedentes de cirurgia sobre o nvel de ansiedade do
paciente;
3) Descrever a influncia das caractersticas scio-demogrficas dos pacientes no
aparecimento da ansiedade antes da cirurgia;
4) Identificar o significado que o paciente atribui a cirurgia.
Metodologia
Tendo em conta as teorias e hipteses a comprovar, mtodos a serem usados e a procura das
informaes de forma sistemtica, pensamos realizar um estudo do tipo quantitativo4.
O tipo de estudo aplicado levou-nos a realizao dos seguintes nveis de investigao:
4Jos VILELAS, Investigao: O processo de construo de conhecimento, 1ed., Slaba, Lisboa,
2009, p.108.
Investigao Descritiva: Quando o investigador inicia o estudo de uma nova rea ou domnio
do saber provvel que recorra ao mtodo descritivo para identificar os principais factores ou
variveis que existem numa dada situao ou comportamento 5. Para a situao real da nossa
pesquisa, esta investigao permitiu-nos descrever os dados e caractersticas de pessoas com
ansiedade pr-operatrio.
Investigao Bibliogrfica: Consiste na recuperao do conhecimento cientfico de modo
acumulado sobre um determinado problema, que ser til para a nossa investigao no sentido
do enriquecimento o contedo da mesma atravs da recolha de subsdios de outros artigos
cientfico6. Este mtodo possibilitou-nos consultar livros, revistas, para reunir informaes j
abordadas acerca do tema.
Investigao Explicativa: A utilizao deste tipo de investigao preocupa-se em explicar e
identificar os factores que determinam ou que contribuem para a ocorrncia dos fenmenos7.
Investigao Estatstica: A investigao estatstica forneceu-nos uma descrio dos pacientes
ansiosos, considerando como um todo organizado, ajudou-nos a colectar melhor os dados,
analisar a informao e interpret-los8.
O objecto de estudo: consiste na verificao da Ansiedade pr-cirrgica no
paciente no Hospital Geral de Benguela.
Tambm foi necessrio utilizao dos seguintes mtodos: Mtodo Hipotticodedutivo, mtodo de observao.
Tendo em conta os mtodos utilizados foi tambm necessrio o emprego da
seguinte tcnica:
Tcnica de Verbalizao (a conversa investigao): esta tcnica possibilita explorar a
ansiedade dos pacientes e avaliar sistemas de representao, crenas, adaptaes e finalmente
realizar preparao psicolgica.
5Manuel Joo VAZ FREIXO, Metodologia Cientifica, 2 ed., Diviso Editoral, Lisboa, 2010, p.128.
6William RODRIGUES, Metodologia cientifica, 3ed., Faete/IST, Paracambi, 2007, pp.36.
7Tatiana GERHARDT e Denise SILVEIRA, Mtodos de Pesquisa, 1ed., UFRGS, Rio Grande do Sul,
2009, p.32-38.
8Estelbina Miranda de ALVARENGA, Metodologia de Investigao Qualitativa e Qualitativa, 2 ed.,
Paraguai, 2012.p,432.
CAPTULO 1
1.1 DEFINIO DE TERMOS
Cirurgia: A cirurgia o procedimento teraputico invasivo para uma variedade de distrbios
fisiopatolgicos, implica a remoo ou reparao de um rgo ou parte deste9.
O Paciente: O paciente cirrgico a pessoa que ir ser submetida a uma cirurgia, eletiva ou
de emergncia. Esse paciente no apenas uma inciso cirrgica, mas, sim, uma pessoa que
deve ser sempre avaliada10.
A ansiedade: A ansiedade um estado emocional desconfortvel e consiste basicamente no
pressentimento do perigo, na atitude de espera e na desestruturao em meio sensao de
desproteco11.
9Ricardo CARVALHO et al., O Paciente Cirrgico, Em: REVISTA DE CIRURGIA TRAUMATOLGICABUCO-MAXILO-FACIAL, Novembro de 2015, Disponvel em: http://www.revodonto.bvsalud.org/scielo.php?
script=sci_issuetoc&pid=180.lng=pt~, Consultado aos 21 Novembro de 2015.
10Ibidem, pp.45
11 Ibidem, pp.46
1.1.1 Cirurgia
A cirurgia o procedimento teraputico invasivo para uma variedade de distrbios
fisiopatolgicos, que implica a remoo ou reparao de um rgo ou parte deste. O paciente
que ir se submeter a uma interveno cirrgica, paciente cirrgico, deve estar idealmente na
melhor forma fsica e mental, mas nem sempre esta situao possvel. Ao indicar uma
interveno cirrgica, faz-se necessrio estimar o risco cirrgico, que est associado a factores
prprios do paciente e do tipo de procedimento cirrgico, buscando determinar as
modificaes especficas necessrias de acordo com o grau de comprometimento do paciente,
sendo importante ter a percepo plena de cada paciente 12. Todo paciente encaminhado
cirurgia deve estar idealmente na melhor forma fsica e mental, mas nem sempre esta situao
possvel13.
Por mais simples que seja a cirurgia, sempre acompanhada por anseios, dvidas e
medo. A experincia da cirurgia causadora de estresse ao paciente no perodo pr-operatrio,
pelo receio do desconhecido e pelas dvidas e incertezas quanto ao processo de recuperao14.
A cirurgia uma experincia de muita ameaa na vida de qualquer pessoa, pois
envolve uma carga emocional caracterstica. A forma como cada um enfrenta esse tipo de
interveno poder facilitar ou no a completa recuperao e readaptao vida normal15.
As principais fontes de ansiedade no perodo pr-operatrio so:
12Ibidem,45.
13Rosana Martins RIBEIRO, Liliam D'Aquino TAVANO, Carmem Maria Bueno NEME, Intervenes
psicolgicas nos perodos pr e ps-operatrio com pacientes submetidos a cirurgia de enxerto sseo Em:
REVISTA ELECTRONICA DE PSICOLOGIA: Estudos de Psicologia, Ano 6, N. 3 (2002), Disponvel em:
<http://dx.doi.org/10.1590/S0103-166X2002000300007>, Consultado aos 23 de Outubro de 2015.
Natureza da cirurgia;
Observar os aspectos sociais e culturais de cada paciente;
Adequar a linguagem a cada paciente;
Transmitir confiana ao paciente;
Empatia e Sensibilidade.
A segurana e o bem-estar do paciente constituem o principal objectivo durante
toda a fase da experincia pr-operatria. Assim, os cirurgies desempenham diferentes
papis e tm vrias responsabilidades no cuidado ao paciente cirrgico, o que contribui para a
sua recuperao/reabilitao.
17 Ibidem,34.
19Maria SADALA, Estudo da ansiedade como varivel no relacionamento aluno-paciente, Em: REVISTA
LATINO-AMERICANA, Novembro de 2015, Disponvel em: <http://dx.doi.org/10.1590/S010411691994000200003>,Consultado aos 23 de Novembro de 2015.
21Rolland DORON, Francoise PAROT, Dicionrio de Psicologia, Climepsi Editores, Lisboa, 2001.
23Anna SALIMENA, Maura de ANDRADE, e Maria de MELO, Familiares na sala de espera do centro
cirrgico: sentimentos e percepes, EM REVISTA DE ENFERMAGEM, Novembro de 2015, Disponvel em:
<http://dx.doi.org/10.1600/S150:16-444620000006000068>,consultado aos 12 de Novembro de 2015.
24Meigue Rakel FIORI, Estudo sobre o medo e a Ansiedade no tratamento Odontolgico, [MONOGRAFIA,
1999 pp.60 on-line],Universidade Federal De Santa Catarina Florianpolis Brasil, Brasil;pp.88, Disponvel em:
< http://tcc.bu.ufsc.br/Espodonto205448.PDF >, Consultado aos 19 Outubro de 2015.
28Mariana Deienno Luis dos SANTOS; Luzia Elaine GALDEANO, Trao e estado de ansiedade de estudantes
de enfermagem na realizao de uma prova prtica, Em: REVISTA MINERA DE ENFERMAGEM, Outubro
de 2015, Disponvel em:<http://www.dx.doi.org/S1415-27622009000100010>, Consultado aos19 de Outubro de
2015.
29Alessandro Hyczy LISBOA, Camila KINDL e Gibson Luis PILATTI, Nvel de ansiedade em pacientes
submetidos a procedimentos cirrgicos odontolgicos, Ano.5 n.3 (2012), Biblioteca virtual, Lisboa, Disponvel
em: http://www.dx.doi.org/S1415-27622009000100010, Consultado aos 19 de Outubro de 2015.
30Maria Luiza Melo ALVES et al., Ansiedade no perodo pr-operatrio de cirurgias de mama: estudo
comparativo entre pacientes com suspeita de cncer e a serem submetidas a procedimentos cirrgicos
estticos, Em: REVISTA BRASILEIRA DE ENFERMAGEM, Disponvel em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-70942007000200003>, Consultado aos 21 de
Outubro de 2015.
32Laura Helena Silveira Guerra de ANDRADE e Clarice GORENSTEIN, Aspectos gerais das escalas de
avaliao da ansiedade, Em: REVISTA PSIQUIATRIA CLNICA, 20 de Novembro, Disponvel em:
<http://www.usp.br/rbtcc/index.php/RBTCC/article/viewFile/118/106>, Consultado aos 20 de Novembro de
2015.
33Rachel de CARVALHO, Olga Guilhermina Dias FARAH e Luzia Elaine GALDEANO, Nveis de ansiedade
de alunos de graduao frente primeira instrumentao cirrgica, Em: REVISTA LATINO AMERICANA
DE ENFERMAGEM, Disponvel 19 de Novembro em: <http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0104-11692004000600011>, Consultado aos 19 de Novembro de 2015.
34 Cludio Garcia CAPITO, Renata Raveli TELLO, Trao e estado de ansiedade em mulheres obesas, em:
REVISTA DE PSICOLOGIA HOSPITAL PSICOLOGIA HOSPITALAR (So Paulo), 21 de Novembro,
Disponvel em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S167774092004000200002.Acessado> aos 21 de Novembro de 2015.
36Mariana DEIENNO, Lus dos SANTOS e Luzia Elaine GALDEANO, Trao e estado de ansiedade de
estudantes de enfermagem na realizao de uma prova prtica, Em: REVISTA MINEIRA ENFERMAGEM,
Ano1, N.2 (2004), Escolar Editora, Lisboa, pp.76-83,Disponvel em:
<http://www.reme.org.br/artigo/detalhes/165>,Consultado aos 21de Novembro de 2015.
39Felipe CORCHS, Luis Pereira JUSTO, Roberto RATZKE, Transtorno de Ansiedade: Manual do paciente,
Planmark, Abrata, So Paulo, 2013, pp.28.
41Aline Aparecida de SOUZA, Zelita Chaves de SOUZA, e Rosngela FENILI, Orientao pr-operatria
ao clienteuma medida preventiva aos estressores do processo cirrgico, Em: REVISTA ELECTRONICA DE
ENFERMAGEM, Novembro de 2015, pp.215-220, Disponvel em: <http://www.fen.ufg.br>, Consultado aos 21
de Novembro de 2015.
42Flvia Tatiana PEDROLO et al., A experincia de cuidar do paciente cirrgico: as percepes dos alunos
de um curso de graduao em enfermagem, Em: REVISTA DA ESCOLA DE ENFERMAGEM, Disponvel
em: <www.revistas.usp.br/reeusp/article/viewFile/41191/44739>, Consultado aos 21 de Novembro de 2015
43Ibidem,p.45.
44Luiz LEME, Maria SITTA e Manuella TOLEDO, Cirurgia ortopdica em idosos: aspectos clnicos, EM:
REVISTA BRASILEIRA DE ORTOPEDIA, Disponvel em:
http://www.revistas.usp.br/rlae/article/viewFile/1428/1461,> Consultado aos 28 de Outubro de 2015.
48Srgio Marques JABUR,Psiclogo Clnico e Hospitalar, Em: revista de psicologia em Plantas, Disponvel
em: http://www.psicologiaempalavras.com,Consultado aos 19/11/2015.
que as origens do medo cirrgico tm como causas mais frequentes: experincias passadas
dolorosas e/ou traumticas; medo cirrgico manifestado pela me ou pela pessoa que cuida;
medo generalizado de mdicos e hospitais50. Medos e ansiedade se originam nas experincias
contadas sobre tratamentos51.
1.1.4.4 A ANSIEDADE E A HOSPITALIZAO
Hospitalizao um evento que envolve uma grande capacidade de adaptao do
indivduo s vrias mudanas que ocorrem no cotidiano. As dificuldades de adaptao
acontecem no momento em que o paciente no atendido adequadamente em suas
necessidades bsicas, agravando com isso as sensaes de isolamento e angstia prexistentes. Essas dificuldades so suficientes para produzirem uma crise acidental que
dependendo da intensidade, pode desorganizar temporariamente a personalidade do
paciente52.O momento da internao vivido de forma extremamente dramtica, no
importando o tipo de cirurgia qual o paciente ser submetido, mas sim o modo como o
paciente vivencia esse momento. Para eles, o estado emocional no pr-operatrio actua
directamente sobre suas reaces, tanto durante a cirurgia quanto no ps-operatrio53.
A internao hospitalar pode contribuir para o sentimento de ruptura com a vida
diria e com a perda da autonomia do paciente. A hospitalizao pode implicar uma srie de
sentimentos de desconforto, inclusive propiciando o processo de despersonalizao, muito
comum no ambiente hospitalar e em grandes perodos de internao, pois o paciente passa a
49Gislaine Santos MASCARENHAS et al., Correlao entre capacidade intelectual, idade mental e
cronolgica de crianas submetidas a tratamento odontolgico, Universidade de Estadual, Revista
Odontologia n 42, 2009, Disponvel em: http://www.revodontolunesp.com.br/files/v23n2/v23n2a18.pdf,
Consultado aos 22 de Novembro de 2015.
50Ibidem, p.285.
51Antoni Carlos Guedes PINTO , odontopediatria, 5ed, So Paulo, Santos, 1995.
52Josiele FIGHERA, Eliani Venturini VIERO, Vivncias do paciente com relao ao procedimentos
cirrgico: fantasias e sentimentos mais presentes, Em: REVISTA DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE
PSICOLOGIA HOSPITALAR, Disponvel em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S151608582005000200005&script=sci_arttext, Consultado aos 21 de Novembro de 2015.
53Giovanna Maribel Rosado JUREZ, Cristiane Franca Lisboa Gois, Ansiedade e medo: Avaliao Crtica
dos artigos na rea da sade, simpsio, Em: REVISTA BRASILEIRA DE COMUNIDADE DE
ENFERMAGEM, Disponvel em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S151608582010000200010&script=sci_arttext>, Consultado aos 21 de Novembro de 2015.
ser tratado em funo do quadro de sintomas que apresenta, e no mais pela sua singularidade
enquanto indivduo54.
Com relao a isso, afirma-se que quando os aspectos psicolgicos no so
considerados na situao de tratamento cirrgico, poder haver aumento da predisposio
para complicaes emocionais que prejudicam a convalescena (recuperao), chegando a
intensificar, em algumas situaes, a morbidade no perodo ps-operatrio.
54Barlow MCINTYRE, Vila-Ch SILVA, O doente, o sofrimento e os profissionais de sade: uma experincia
hospitalar: O sofrimento do doente leituras multidisciplinares, Em: REVISTA DE ENFERMAGEM
USP[online],Americo-latina,http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1870350X2009000100007, Consultado aos de Novembro de 2015.
55
56Audrey Garcia REVELES, Regina Toshie TAKAHASHI, Educao em sade ao ostomizado: um estudo
bibliomtrico,Universidade de So Paulo. REVISTA ESCOLAR DE ENFERMAGEM [online], Disponvel em:
<http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v41n2/09.pdf>, Consultado aos 21/10/2015.
inquietaes diversos57.
O atendimento aos familiares precisa ser repensado, assim como a valorizao dos
sentimentos e os aspectos emocionais destes, na busca de ampliar as possibilidades de
melhoria da assistncia no centro cirrgico58. Nesse espao, o cuidado humanizado a partir da
sistematizao, ainda representa um desafio; entretanto , ser mais colaborativa e confiante
no tratamento recebido.
importante identificar nos familiares os sinais e sintomas de ansiedade, desvelar
suas percepes, confrontar as informaes que recebem com a rotina de comunicaes feitas
pela equipe de sade para corrigir eventuais distores, incentivar manifestaes das
preocupaes, medos e dvidas e o seu compartilhamento entre si e com a equipa59.
O medo e a ansiedade relacionam como aquisio de experincias negativas da
famlia, ressalta-se que no h conexo entre o medo da pessoa e o seu relacionamento com os
pais60.
Diferentemente daqueles que relacionam o medo e a ansiedade aquisio de
experincias negativas da famlia, que no h conexo entre o medo do paciente e o seu
relacionamento com o pais, pois ela muitas vezes reage diferentemente ao preparo que os
familiares lhes fazem antes de ir ao Hospital61.
57Leilane Barbosa de SOUSA, et al., Educao, cultura e participao popular: abordagem no contexto da
educao em sade, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. REVISTA DE ENFERMAGEM, N. 16, Rio de
Janeiro,(2008), pp.52-60.
58Aline Aparecida SOUZA, Zenita Chaves SOUZA e Rosngela Maria FENILI,Orientao pr-operatria ao
cliente-uma medida preventiva aos estressores do processo cirrgico, Em: REVISTA ELETRNICA
ENFERMAGEM, Disponvel em: <http://www.fen.ufg.br/revista/revista7_2/pdf/RELATO_01.pdf>, Consultado
aos 21 de Outubro de 2015.
59Rollo MAY, Carlos Roger Sales da PONTE, Hudsson Lima de SOUSA,O significado de ansiedade.
Interpretao biolgica da ansiedade, Reflexes Crticas Acerca da Psicologia Existencial, Em: REVISTA DA
ABORDAGEM GESTLTICA, Disponvel em: <http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rag/v17n1/v17n1a08.pdf>
Consultado aos 17 de Novembro de 2015.
60Ana da Costa POLONIA, Maria Auxiliadora DESSEN,Em busca de uma compreenso das relaes entre
famlia escola, Em: REVISTA PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL, Disponvel em:
http://dx.doi.org/10.1590/S1413-85572005000200012,Consultado aos 22 de Outubro de 2015.
61Sheila Maria da Rocha ANTHONY, A criana com transtorno de ansiedade: seus ajustamentos criativos
defensivos, Em: REVISTA DA ABORDAGEM GESTLTICA, Disponvel em:
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-68672009000100009>, Consultado aos 22 de
Outubro de 2015.
63Luciana Catunda GOMES, Maria de Nazar de Oliveira FRAGA, Doenas, hospitalizao e ansiedade:
uma abordagem em sade mental, EM: REVISTA BRASILEIRA DE ENFERMAGEM, Disponvel em:
www.scielo.br/pdf/reben/v50n3/v50n3a10.pdf, Consultado aos 10 de Outubro de 2015.
64Csar TAKITO, Como o paciente internado percebe o ambiente que lhe oferecido pelo hospital
Universidade de So Paulo, Revista escolar de enfermagem [online],N32, 2010,Disponvel em:
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-11692001000400007,Consultado aos 21 de Novembro de 2015.
Nunca demais lembrar que toda e qualquer reaco do paciente tem como
elemento bsico seu universo simblico, suas vivncias e principalmente a forma particular
como ele est encarando o episdio conflituoso da doena, internao e tratamento,
determinado pela sua historicidade, pelas variveis scio-ambientais que o cercam e pelas
relaes com a equipe e famlia. Todo duelo interior desses pacientes, exteriorizado por tais
reaces, exige da equipe de sade grande compreenso. Ocorre, contudo, que o atendimento
s necessidades emocionais requer urgncia, pois o suprimento de contribuies psicossociais
factor que aumenta os sentimentos de segurana e auto-estima para que os pacientes possam
enfrentar as dificuldades relacionadas com a hospitalizao, a doena e as medidas
teraputicas65.
Um dos factores tambm o estresse uma reaco do organismo que envolve
aspectos biopsicossociais e desenvolve-se em etapas. Todos os indivduos esto sujeito a
estresse, dependendo das circunstncias, que podem ultrapassar sua capacidade de lidar com
determinada situao. O estresse ocorre a partir de quebra da homeostase do organismo e
designa uma condio psicofisiolgica complexa, que tem em sua gnese a necessidade de
enfrentar uma perturbao, que ameace seu equilbrio66.
1.1.6 A REESTRUTURAO DO AMBIENTE HOSPITALAR
A reestruturao do ambiente hospitalar relacionado aos cuidados cirrgicos deve
buscar o desenvolvimento de um espao percebido psicologicamente como mais seguro,
calmo, privado e fisicamente confortvel. Tais mudanas tm levado melhoria das condies
de bem-estar e de satisfao do paciente, apesar de ser inevitvel a exposio a condies
adversas inerentes ao contexto de centros cirrgicos. Sugere-se, por exemplo, a adopo de
formas prticas e criativas, com temticas variadas e harmnicas na decorao do ambiente
fsico67.
Conceder autonomia ao paciente caracteriza-se como um diferencial nas prticas
65Ibidem, 32.
66Luiz Ronaldo ALBERTI, Mrcia Rodrigues DAIAN, Andy PETROIANU,A experincia cirrgica prvia
interfere no estresse psquico em pacientes submetidos operaes de grande porte, Em: REVISTA DE
COLECO BRASILEIRA DE CIRURGIA, Disponvel em: <http://www.scielo.br/pdf/rcbc/v41n1/pt_01006991-rcbc-41-01-00043.pdf>, Consultado aos 21 de Novembro de 2015.
67Ibidem,45.
de interveno pr-cirrgicas. Essa concesso pode ocorrer por diversos meios, como, por
exemplo, a acessibilidade a informaes que aumentem a percepo do paciente em relao a
sua capacidade de exercer algum controle sobre a situao vivenciada68.
1.1.7 PERCEPO DOS PACIENTES SUBMETIDOS CIRURGIA E
PREPARAO PSICOLGICA AO PACIENTE CIRRGICO
A Preparao Psicolgica no momento em que o paciente internado para a
realizao de um procedimento cirrgico, pouco sabe sobre sua situao e sobre o que
acontecer com ele no perodo que antecede interveno. Sente ameaas s suas
necessidades bsicas (fsicas, emocionais e espirituais); faz questionamentos constantes que
perduram a sua conscincia; e, traz dvidas que podem ser causadas pelo medo e aflio,
justificando-se desta maneira a importncia do preparo psico-espiritual, que deve ser realizado
pela equipe de psicologia no perodo que antecede cirurgia.
O preparo psicolgico deve ser realizado nesta fase para avaliar o conhecimento
dos sentimentos do paciente, se ele dispe dos recursos emocionais necessrios para enfrentar
o estresse da cirurgia, bem como explicar ao paciente todos os cuidados que envolvem o
procedimento, com a finalidade de diminuir a preocupao com a anestesia, com o medo da
dor e da morte, com a permanncia no centro cirrgico, bem como o retorno da anestesia e
cirurgia no ps-operatrio (A situao cirrgica complexa sendo, pois, um evento
multideterminado, com diversas variveis combinadas que interagem constantemente entre
si). O paciente tem que lidar com o facto de estar doente, enfrentar a situao cirrgica, e se
reorganizar, j que existe uma ruptura em seu cotidiano69.
O evento cirrgico provoca no paciente sensao de ausncia de controlo. Durante
o procedimento, o paciente manipulado pela equipe mdica, caracterizando, pois, uma
situao de dependncia, a qual tambm deve ser elaborada pela pessoa. O paciente sente-se
ameaado, por se submeter a uma tcnica invasiva. O efeito nmero um da reaco de
ansiedade alterar o organismo para a possvel existncia do perigo. Portanto, h uma
68Gilman HUEBNER, Homeostase alteraes corporais no traumatismo e cirurgia, Em: REVISTA
INTERNACIONAL AMERICANA, Disponvel em: http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_nlinks&ref=000100&pid=S0104, Consultado aos 21 de Novembro de 2015.
70Mariana Rodrigues Machado dos SANTOS, Cristina Silva SOUSA e Ruth Natlia Teresa TURRINI,
Percepo dos pacientes submetidos cirurgia ortogntica sobre o cuidado ps-operatrio, Universidade de
So Paulo, Brasil, Revista Escolar de Enfermagem USP [online], N 45, 2009, Disponvel em:
www.ee.usp.br/reeusp/, Consultado aos 11 de Outubro de 2015.
71Nolia Cristina Rodrigues Pimenta GOMES, O doente cirrgico no perodo pr-operatrio: da informao
recebida s necessidades expressas, [Dissertao de Candidatura ao Grau de Mestre em Cincias de
Enfermagem], Instituto de Cincias Biomdicas de Abel Salazar da Universidade do Porto, N. 89, Rio de
Janeiro, (1985),pp.44-50,Disponvel em: https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/16187/2/O%20,
Consultado aos 11 de Outubro de 2015.
74Teresa Cristina Coury AMIN O paciente internado no hospital, a famlia e a equipe de sade: reduo de
sofrimentos desnecessrios, [Tese de Doutoramento apresentada na ENSP / FIOCRUZ, 2001, 83-91]
universidade/Instituto Rio de Janeiro, Setembro, Revista de enfermagem, N. 41, Rio de Janeiro, (1985),pp.5260,Disponvel em: <http://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4596/2/552.pdf >, Consultado aos 21 de Outubro
de 2015.
81Veridiana Alves de Sousa Ferreira COSTA; Sandra Cibelly Ferreira da SILVA e Vvian Caroline Pimentel de
LIMA, O pr-operatrio e a ansiedade do paciente: a aliana entre o enfermeiro e o psiclogo, Em:
REVISTA DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE PSICOLOGIA HOSPITALAR, Disponvel em:
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-08582010000200010>, Consultado aos 5 de
Novembro de 2015.
Assim, no preparo pr- operatrio, o paciente precisa ter essas necessidades atendidas 82.
Partindo do pressuposto de que, para obter um melhor resultado na orientao pr-operatria,
fundamental conhecer o que o paciente deseja saber, necessrio, ento, prepar-lo de
forma adequada, de acordo com suas percepes e expectativas, direccionando a orientao
de acordo com suas particularidades e com sua capacidade de assimilar a informao. Para
isso, deve-se ter o cuidado de no aumentar a ansiedade daquele paciente que no deseja obter
muitas informaes sobre o processo cirrgico a ser realizado, pois o excesso de detalhes
poder exacerbar a sua ansiedade, informar no promove necessariamente segurana. A
oportunidade de dialogar, de expor seus medos, que poder reduzir a tenso e encorajar o
paciente a participar83. Cabe ressaltar que os pacientes com experincia operatria
normalmente tem insucesso no enfrentamento ps-operatrio, quando presente, tendo sido
mais afectados pela angstia e hipersensibilidade emocional, sem conseguirem utilizar
adequadamente estratgias de enfrentamento84.
No perodo pr-operatrio, o paciente deve ser escutado em relao aos seus
medos e dvidas para que as orientaes como tambm os cuidados executados no sejam
realizados de forma precipitada, explicando assim, factos que ele no deseja saber, e deixando
de lado o que realmente deseja, da mesma forma realizando um cuidado que no contemple
suas expectativas.
A explicao acerca dos passos do processo cirrgico deve ser elaborada pelo
Psiclogo de maneira clara e objectiva, em vocabulrio simples, para que no seja essa uma
82Diana Patrcia Patino CERVERA, Bibiane Dias Miranda PARREIRA, Bethania Ferreira GOULART,
Educao e contribuies dos vrios profissionais de sade, Em: REVISTA COLECTIVA DE CINCIAS DE
SADE, Disponvel em: <http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232011000700090>, Consultado aos 21 de
Novembro de 2015.
83Maria Clara Porto FERNANDES, Vnia Marli Schubert BACKES,Educao em sade: perspectivas de
uma equipa da Estratgia Sade da Famlia sob a ptica de Paulo Freire, Em: REVISTA BRASILEIRA DE
ENFERMAGEM, Disponvel em: <http://www.scielo.br/pdf/reben/v63n4/11.pdf>, Consultado aos 21 de
Outubro de 2015.
84Luiz Ronaldo ALBERTI,A experincia cirrgica prvia interfere no estresse psquico em pacientes
submetidos operaes de grande porte Em: REVISTA DE COLECO BRASILEIRA DE CIRURGIA,
Disponvel em: <http://dx.doi.org/10.1590/S0100-69912014>, Consultado aos 21 de Outubro de 2015.
orientao ritualizada, repetitiva, pois cada ser individual e nico, merecendo, portanto, uma
orientao individual e nica85.
J foi mostrado que determinados estados emocionais, como ansiedade e medo,
podem influenciar as respostas individuais interveno cirrgica. Na ltima dcada, tem
havido aumento no interesse de se analisar a influncia da ansiedade pr-operatria e psoperatria e na recuperao, mas os dados vem de estudos heterogneos com caractersticas
sociodemogrficas e tipos de cirurgia variveis. Alm disso, estudos com pacientes
submetidos a cirurgias ortopdicas, um dos procedimentos mais dolorosos, so ainda mais
escassos.
O ps-operatrio inicia-se com os perodos ps-anestsico e ps-operatrio
imediato, nos quais o paciente est se recuperando dos efeitos anestsicos. O ps-operatrio
tardio o tempo de cicatrizao e preveno das complicaes, este perodo pode durar
semanas ou meses aps cirurgia86.
1.1.9 EQUIPA MULTIDISCIPLINAR
O psiclogo o elemento central com o qual o cliente e o familiar podero contar e a
quem iro se dirigir para todo e qualquer tipo de situao, desde se informar, pedir ajuda at
solicitar a soluo de problemas87.
Alguns profissionais so de extrema relevncia para facilitar tal avaliao e o
modo de enfrentar a questo, dentre eles o enfermeiro e o psiclogo. Suas aces podem
contribuir significativamente para minimizar o grau de ansiedade dos pacientes. Nesse
contexto, a visita Pr-operatria de enfermagem e o acompanhamento pr-operatrio
85Maria Henriqueta Luce KRUSE et al.,Orientao pr-operatria da enfermeira: lembranas de pacientes
Em: REVISTA ELECTRNICA DE ENFERMAGEM [online], Disponvel em:
<http://www.fen.ufg.br/revista/v11/n3/v11n3a05.htms>, Consultado aos 21 de Outubro de 2015.
86Hadelndia Milon de OLIVEIRA, Maria Jacirema Ferreira GONALVES, Educao em sade: uma
experincia transformadora, Em: REVISTA DE BRASILEIRA DE ENFERMAGEM, Disponvel em:
<http://www.scielo.br/pdf/reben/v57n6/a28.pdf>, Consultado aos 21/10/2015.
87Anna Maria de Oliveira SALIMENA, Maura Patrcia de ANDRADE, Maria Carmen Simes Cardoso de
MELO, familiares na sala de espera do centro cirrgico: Sentimentos e percepes de familiares que
aguardam na sala de espera do centro cirrgico, Em: REVISTA BRASILEIRA DE ENFERMAGEM,
Disponvel em:<http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/CiencCuidSaude/article/18322/pdf>,Consultado aos 22
de Novembro de 2015.
interveno
traz
consigo
potencial
para
provocar
mudanas
comportamentais em grande parte dos pacientes, diminuindo os riscos aos quais eles esto
expostos e, tambm, o seu nvel de ansiedade. Neste contexto, enfermeiros e psiclogos
podem ter papel decisivo na minimizao das angstias vividas por estes pacientes89.
1.1.9.1 Assistncia Multidisciplinar
Quando se busca uma assistncia multidisciplinar, o psiclogo deve ser o elo de
comunicao entre os profissionais, o cliente e sua famlia. Com frequncia este profissional
que esclarece as informaes fornecidas pelos mdicos e outros profissionais, sendo muitas
vezes a fonte principal de subsdios para sua adaptao aos problemas de sade90.
As orientaes sobre o processo cirrgico devem ser fornecidas no perodo properatrio, se possvel antes mesmo da internao, para que o cliente tenha a oportunidade de
expressar seus sentimentos, dvidas e medos, e de ser compreendido, atendido ou apenas
ouvido sobre suas necessidades91.
Assim se pode concretizar a assistncia humanizada, um atendimento digno e
individualizado, considerando as crenas, valores e anseios do cliente e sua famlia e a
possibilidade de suprir as suas necessidades com sentimentos de familiares na sala de espera
do centro cirrgico explicaes sobre a cirurgia, procedimentos e possveis consequncias92.
Para oferecer um cuidado humano tico ao paciente, preciso preparar pessoas
88derson Luiz COSTA JUNIOR et al., Preparao psicolgica de pacientes submetidos a procedimentos
cirrgicos, [Programa de Ps-Graduao em Processo de Desenvolvimento Humano e Sade: Estudos de
Psicologia, 2012, pp.271-284], Universidade de Braslia, pp.25, 2013,Braslia,Disponvel
em:<http://www.scielo.br/pdf/estpsi/v29n2/a13v29n2.pdf>, Consultado aos 21 de Novembro de 2015.
90Mrcia Maria Fonto ZAGO, Lisete Diniz Ribas CASAGRANDE, A comunicao do enfermeiro cirrgico
na orientao do paciente: a influncia cultural, Em: REVISTA LATINO-AMERICANA ENFERMAGEM
[online]., Disponvel em: <http://www.scielo.br/pdf/rlae/v5n4/v5n4a09.pdf>, Consultado aos 21 de Outubro de
2015.
91Ibidem, p.85.
93Juliana Silveira COLOM, Dora Lcia Leidens Corra de OLIVEIRA, Educao em sade: por quem e
para quem? A viso de estudantes de graduao em enfermagem, Em: REVISTA TEXTO & CONTEXTOENFERMAGEM ,Disponvel em: < http://dx.doi.org/10.1590/S0104-070720120001000200>,Consultado aos 15
de Novembro de 2015.
94Ingrid de Almeida BARBOSA e Maria Jlia Paes SILVA, Humanizao na assistncia de enfermagem: agir
com respeito em um hospital de ensino, Em: REVISTA BRASILEIRA DE ENFERMAGEM, Disponvel em:
<http://dx.doi.org/10.1590/S0034-71672007000500012>,Consultado aos 19 de Novembro de 2015.
95Reginaldo CENEVIVA, Orlando de CASTRO,O paciente cirrgico relao entre mdico paciente:
Simpsio: fundamentos em clnica cirrgica, Em: Revista Brasileira de Enfermagem, Disponvel em:
http://revista.fmrp.usp.br/2008/VOL41N3/SIMP >, Consultado aos 15 de Novembro de 2015.
garantia do sucesso dela est associada maneira pela qual so atendidas as demandas fsicas,
emocionais, sociais e espirituais do paciente. Para tanto, imprescindvel fortalecer as
dimenses que compem o cuidado nessa prtica profissional96.
1.1.11 Comunicao Eficaz
A comunicao parte essencial no processo teraputico e o Psiclogo deve
consider-lo como um processo recproco, cuja finalidade possibilitar ao profissional de
sade a delinear as necessidades a serem atendidas e ajudar a pessoa que aguarda a cirurgia de
seu familiar a sentir-se digno e reconhecido, alm de lhe propiciar auxlio com vistas a
encontrar novos padres de comportamento diante do evento aguardado. Neste sentido, a
comunicao deve ocorrer em um encontro de interaco e dilogo, de acordo com as
particularidades e necessidades dos familiares, vendo-se este momento de cuidado como
solcito (ajuda) e solidrio97.
O profissional de sade, especialmente o Psiclogo, relaciona-se apropriadamente
ao saber se comunicar, sendo esta uma exigncia da prpria natureza humana, tanto quanto o
ensinar uma das aces indispensveis.
Estudos ainda destacam a necessidade de se analisar o impacto provocado por
estas informaes, planeando-se antecipadamente o contedo a ser disponibilizado, o
momento mais adequado para apresent-lo e os efeitos psicossociais da transmisso,
considerando-se ainda as diferenas culturais entre os pacientes. Nota-se que a falta de
informao, ou sua prestao de forma incompleta, actuam como obstculo ao enfrentamento
da situao e levam quele que as recebe a no entend-las. Orientar uma actividade comum
a todos os profissionais de sade98.
Uma das formas de minimizar a Ansiedade a comunicar com o paciente esclarecendo
todo procedimento que se ir efectuar, a interaco do doente com os profissionais de sade
96Americo BAPTISTA et al.,Perturbaes do Medo e da Ansiedade: Uma perspectiva evolutiva e
desenvolvimental Psicopatologia do Desenvolvimento, Em: REVISTA DE ENFERMAGEM, Disponvel em:
<http://www.scielo.mec.pt/pdf/psi/v19n1-2/v19n1-2a13.pdf>, Consultado aos 21 de Novembro de 2015.
97Paulo FREIRE, Pedagogia do oprimido, 17 ed., Rio de Janeiro: Paz e Terra, vol., 2, 2007, Disponvel em:
<http://www.dhnet.org.br/direitos/militantes/paulofreire/paulo_freire_pedagogia_do_oprimido.pdf>, Consultado
aos 21 de Novembro de 2015.
98Andr Faro SANTOS, Estresse e estratgias de enfrentamento em pacientes que sero submetidos
cirurgia de colecistectomia, Interaco em Psicologia, Em: REVISTA ESCOLAR DE ENFERMAGEM,
Disponvel em: <http://revistas.ufpr.br/psicologia/article/view/5772>,Consultado aos 21 de Novembro de 2015.
antes da cirurgia fundamental pois esta procura, com frequncia, respostas para uma srie de
perguntas99. necessrio que o mdico esteja preparado para prestar cuidados pr-operatrios
de apoio eficazes no pouco tempo disponvel. Uma boa comunicao contribui para atingir os
resultados pretendidos nos cuidados de sade.
Para evitar ansiedade desnecessria aconselhvel que o doente, que ir ser submetido
cirurgia, no tema o procedimento programado, a explicao e o modo como a informao
transmitida ao doente pode reduzir a ansiedade pr-operatria. importante considerar a
forma de como as informaes detalhadas devem ser dadas ao doente. Numerosos estudos
concluram que o fornecimento de informao pr-operatria ao doente tem resultados
positivos, contribuindo para a reduo da ansiedade pr-operatria. razovel considerar que
no qualquer informao que reduz a ansiedade, a forma correcta e a quantidade de
informaes que o mdico fornece ao doente que contribuem para uma reduo da
ansiedade. importante referir, que a informao que os doentes podem ter, pode vir de uma
ampla variedade de fontes, como media, internet, e no apenas de servios mdicos. Essa
possibilidade pode pr em evidncia, pelo menos, duas consideraes100.
1.1.12 Empatia por parte dos profissionais
Quem cuida e se deixa tocar pelo sofrimento humano, torna-se um radar de alta
sensibilidade, humaniza-se no processo e, para alm do conhecimento cientfico, tem a
preciosa chance e o privilgio de crescer em sabedoria. Embora ainda existam muitas
instituies e profissionais que trabalhem exclusivamente pautados na execuo de uma
tcnica precisa, seguindo padres com frieza e exactido, no reservando lugar para emoes,
envolvimentos pessoais, etc., inegvel que uma boa assistncia deve ser prestada dentro de
uma viso holstica, na qual a valorizao do ser humano se coloca como a base do cuidado101.
1.1.13 Tcnicas para minimizar a ansiedade
Tcnicas de relaxamento
99Berendina Elsina Bouwman CHRISTFORO, Denise Siqueira CARVALHO, Cuidados de enfermagem
realizados ao paciente cirrgico no perodo pr-operatrio, Revista da Escola de Enfermagem da Universidade
de So Paulo, Disponvel em: <http://dx.doi.org/10.1590/S0080-62342009000100002>, Consultado aos 23 de
Novembro de 2015.
102Marcia Baile KAIPE, avaliao de Inventrio de ansiedade trao-estado, [Dissertao], 2008, pp.105,
on-line],Universidade Federal do Rio grande do sul, Faculdade de Medicina, Porto Alegre, Porto Alegre, N 56,
pp.22, 2010 Disponvel em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S167704712013000300015>, Consultado aos 15 de Novembro de 2015.
103Jos lvaro Marques MARCOLINO et al.,Medida da ansiedade e da depresso em pacientes no properatrio: estudo comparativo, Em: REVISTA BRASILEIRA DE ANESTESIOLOGIA, Disponvel em:
<http://dx.doi.org/10.1590/S0034-70942007000200004>, Consultado aos 21 de Novembro de 2015.
CAPTULO II
ANSIEDADE NO PACIENTE PR-OPERATRIO DO HOSPITAL GERAL DE
BENGUELA
2.1 Caracterstica do Hospital Geral de Benguela
O Hospital Geral de Benguela, com capacidade para internar 572 doentes, tem 26
especialidades, das quais medicina-interna, cardiologia, infecciologia, ortopedia, cirrgicageral, ginecologia, obstetrcia e pediatria, entre outras e conta com 75 mdicos, sendo 22
angolanos e 53 estrangeiros, para alm de 408 tcnicos de enfermagem.
Conta ainda com 13 reas de apoio, destas trs bancos de urgncias (maternidade,
pediatria e geral), centro cirrgico, hemoterapia, farmcia, centro intensivo de nutrio,
cuidados intensivos, centro oftalmolgico, casa morturia, entre outras. O Hospital Geral de
Benguela uma instituio pblica do Governo Provincial de Benguela que presta Servios
Pblico para povos da regio Sul de Angola.
2.1.1 Modo de funcionamento da rea de Ortopedia
A rea da ortopedia dirigida por um chefe de seco. Esta rea possui 12 salas de
internamento 2 de senhoras e 10 de senhores, 1 sala de gesso, 1 sala de tratamento, 1
recadao, 2 gabinetes um dos mdicos outro do chefe de seco, e 1 copa logo na entrada, 1
recepo, 4 casa de banho (uma dos mdicos, uma dos enfermeiros, duas dos enfermeiros).
Quanto ao pessoal que presta servios, 5 profissionais de enfermagem, 4 mdicos sendo 3
estrangeiros, 1 Angolano e 3 estagirios, so atendidos de amanh e a noite, a hora a critrio
de cada mdico, os mdicos tm seus pacientes. A maior parte dos pacientes que se encontram
nessa enfermaria, so encaminhados ou submetidos a cirurgia, devido a acidentes,
atropelamentos, etc. O atendimento feito nas camas.
2.4.CARACTERSTICA DA AMOSTRA
A Amostragem do tipo no probabilstica aquela em que a seleco dos elementos
da populao para compor a amostra depende ao menos em parte do julgamento do
pesquisador ou do entrevistador no campo104. O pesquisador selecciona membros da
104Fauze Najib MATTAR, Pesquisa de marketing, 10ed., Atlas, So Paulo: Prentice, P.132, Disponvel em:
www.fecap.br/adm_online/art23/tania2.htm, Consultado aos 21 de Outubro de 2015.
populao mais acessveis105. Geralmente essa convenincia representa uma maior facilidade
operacional e baixo custo de amostragem 106.
Trata-se de um estudo quantitativo, do tipo descritivo e correlacional. A colheita de
dados foi realizada no perodo de Janeiro a Maro de 2016. Os dados foram colhidos por
Inqurito constitudo por duas partes distintas: caracterizao sociodemogrfica (em anexos),
caracterizao das variveis clnicas e Escala de Ansiedade de Hamilton (em Anexos). As
variveis clnicas que foram consideradas relevantes para o estudo dizem respeito existncia
ou no de cirurgias anteriores, o tempo de internamento e a avaliao da cirurgia.
105Hall HANSEN, Estimadores estatsticos para consulta lgebra relacional agregadas, Volume 16, 1991, pp.
600-654.
Frequncia
Percentagem
Masculino
21
70,0
Feminino
30,0
TOTAL
30
100,0
Vlido
Motivo
de Frequncia
Internamento
Acidente
29
Doenas
1
Percentagem
96,7
3,3
TOTAL
100,0
30
Fonte: Elaborao prpria
Em Relao ao Motivo de Internamento, observou-se que os pacientes internados,
apresentam ndice elevados de acidente correspondendo 29, representando 96,67% dos
amostrados, numa amostra de 30 pacientes.
Verificaram-se estaticamente significativa para dimenso da Ansiedade em funo da
experincia Anterior (Tabela 3).
Tabela n 3 Distribuio de pacientes ansiosos versus Experincia Anterior
Experincia Anterior
J tive
Vlido
Nunca tive
TOTAL
Frequncia
Percentagem
18
60,0
12
40,0
30
100,0
Fonte: Elaborao prpria
Frequncia
Percentagem
4
3
11
18
12
30
13,3
10,0
36,7
60,0
40,0
100,0
R de
Spearman
Escala de
Hamilton
Correlaes de
coeficiente
Escala de Hamilton
Sig. (2 extremidades)
N
Correlaes de
coeficiente
Avaliao da Cirurgia
Sig. (2 extremidades)
N
Fonte: Elaborao Prpria
Avaliao da
cirurgia
anterior
1,000
,171
.
30
,366
30
,171
1,000
,366
30
.
30
Escala de Hamilton
Idade
Escala de Hamilton
Correlao de Pearson
,048
30
,802
30
Correlao de Pearson
,048
Sig. (2 extremidades)
N
Fonte: Elaborao Prpria
,802
30
30
Sig. (2 extremidades)
N
Idade
Escala de Hamilton
,084
30
,660
30
Correlao de Pearson
,084
Sig. (2 extremidades)
N
Fonte: Elaborao Prpria
,660
30
30
Sig. (2 extremidades)
N
Escala de
Ansiedade
Hamilton
R de
Spearman
Experiencia
Anterior
Correlaes de
coeficiente
Sig. (2 extremidades)
N
Correlaes de
coeficiente
Sig. (2 extremidades)
N
1,000
,083
.
30
,663
30
,083
1,000
,663
30
.
30
R de
Spearman
Correlaes de
coeficiente
Escala de
Hamilton
Sig. (2 extremidades)
N
Correlaes de
coeficiente
Nmero de filhos
Sig. (2 extremidades)
N
Fonte: Elaborao Prpria
Escala de
Hamilton
Nmero de
filhos
1,000
-,175
.
30
,383
27
-,175
1,000
,383
27
.
27
Sendo um alfa (=0,05) de nvel de confiana, a tabela apresentou uma varivel (175) superior ao nvel de confiana, quer dizer que entre o alfa de confiana 0,05 e a varivel
nmero de filhos (-175), o nmero de filhos superior ao alfa de confiana, sendo assim
dissemos que h correlao entre as variveis, mas correlao negativa, que descreve-se que
quanto menos filhos, menos ansiedade.
Este tpico da pesquisa destina-se apresentao dos dados e sua anlise. Foram
entrevistados 30 pacientes sendo a frequncia correspondente a 25 solteiros (83,3%), 3
sujeitos em unio de facto (10%), e 2 vivos (6,33%), como consta no GRF. 1
109Alexandre PEREIRA, SPSS Prtica de Utilizao de anlise de dados para cincias sociais e psicolgicas,
5 ed., revista ampliada, Silabo, pp.175, Disponvel em: http://www.Silebo.pt, Consultado aos 23 de Junho
de2015.
COSTA, Sandra Ferreira Silva, Viviane Caroline Pimentel de Lima, 2010), h vrios factores
contribuem para a ansiedade dentro do ambiente hospitalar, que vo desde s ameaas
concretas e imaginrias, at o processo de despersonalizao, muitas vezes decorrentes de
prticas desumanizadas por parte da equipe de sade.
(Luciana Catunda BRAGA, Maria FRAGA,1997) destacam que todo duelo interior
desses pacientes, exteriorizado por tais reaces, exige da equipe de sade grande
compreenso.
Quando h necessidade de hospitalizao e de interveno cirrgica, o sujeito se v
ainda mais frgil, pois o paciente se depara com um universo de ameaas internas e externas
que fazem com que ele precise buscar estratgias para lidar com essa situao. (Berendina
CHISTFORO, Ivete ZAGONEL, Denise CARVALHO, 2008).
Para (Marcus MUNAFO, Jim STEVENSON, 2001) Conhecer os factores internos que
influenciam a ocorrncia de ansiedade pr-operatria que seria uma contribuio importante
param adeso a cirurgia apropriada cada paciente. Avaliou-se que determinados estados
emocionais, como ansiedade e medo, podem influenciar as respostas individuais interveno
cirrgica.
E em conformidade com o estudo e a literatura, (Liddel, e Locker, 2000),
afirma que um dos factores internos so as experincias cirrgicas anteriores, que pode ser
desagradveis ou no, que parecem ser determinantes na ansiedade. Muitas vezes, essas
experincias so impostas, quer seja de forma directa, a partir de procedimentos invasivos,
quer sejam transmitidas para os pacientes de uma forma indirecta atravs dos pais, irmos e
amigos, que lhes relatam a cirurgia sempre associado a processos que envolvem dor, e ameaa
vida. Ao contrrio (Rosana Martins RIBEIRO, Liliam D'Aquino TAVANO, 2002) afirma
que importante a avaliao da experincia vivida pelo paciente para favorecer a mxima
cooperao do mesmo e promover a aderncia ao tratamento para que a recuperao seja mais
rpida.
CLARO et al, (1992) enfatizaram que a ansiedade torna-se presente em jovens se estas
j trazem experincia cirrgica prvia, demonstrando insegurana devido a um tratamento
realizado em uma parte do corpo que tem tantos significados.
Salienta-se que Altos nveis de ansiedade pr-operatria esto associados com
experincia prvia. (Fernando Macedo MAGALHES, 2010), no nosso estudo evidenciou-se
essa relao/associao, que podemos destacar que h correlao entre os nveis de Ansiedade
e experincia prvia, porque ela pode ditar a maneira de enfrentamento do individuo, avaliouse no nosso estudo que a maior parte dos indivduos com nveis altos de Ansiedade, so os
que tiveram experincias prvia de cirurgia, podemos afirmar que foram desagradveis,
quanto a forma que eles encara ou avalia.
Em concordncia com o nosso estudo (Aparecida de Cssia Giani PENICHE, Eliane
CORREIA, 2000), afirma que os factores internos como experincia anterior, contribuem para
nveis altos de ansiedade, e principalmente se for experincia desagradveis, provoca muita
ansiedade, e limita o enfrentamento, o sujeito direcciona sua interpretao quanto ao evento
cirrgico na qual foi submetido.
Corroborando o mencionado anteriormente, no que diz respeito a varivel clnica
experincia anterior de cirurgia, so semelhantes as evidncias do nosso estudo com a
literatura. A varivel segundo o autor Lisboa ALEXANDRE, identificou-se a presena de
Ansiedade no pr-operatrio do doente cirrgico quando correlacionado com a existncia de
cirurgias anteriores.
(Liddell. A, Locker D, 2000) ele afirma que Experincias cirrgicas anteriores, se
forem negativas parecem ser determinantes na ansiedade. O paciente sente-se ameaado, por
se submeter a uma tcnica invasiva. A ansiedade pr-operatria pode ser uma resposta
antecipada a uma experincia que o paciente pode perceber como ameaadora.
A ansiedade pr-operatria pode ser uma resposta antecipada a uma experincia que o
paciente pode perceber como ameaadora. (Luciana Catunda GOMES, Maria de Nazar de
Oliveira FRAGA,1997).
Na investigao constata-se um alto nvel de ansiedade, no pr-operatrio do sujeito
cirrgico. No cerne desta questo podem estar alguns factores que entendemos constituremse como possveis causas para os resultados encontrados e que elencamos de seguida:
Desta maneira para o paciente, muitas vezes o perodo que antecede a internao um
perodo de pouca informao. Ele sabe pouco sobre sua situao e sobre o que ocorrer com
ele.
No que diz respeito a informao e orientao que tem que ser dada ao paciente
(Denise Suzanna Siebert HENSE-v) ressalta que o paciente tem de ser bem informado e
esclarecido quanto ao procedimento cirrgico pelos profissionais de sade, se o paciente vem
com informaes distorcidas, de fonte que ele considera importante de informao que
normalmente vinda dos leigos, amigos e familiares, assim estas informaes devem ser
revistas pois, dependendo como essas informaes so repassadas podem colaborar at para
aumentar o medo, ansiedade dos pacientes frente ao procedimento cirrgico.
As orientaes sobre o processo cirrgico, fornecidas ao cliente e seus familiares ou
acompanhantes, so importantes, pois lhes permitem encarar essa situao com mais
tranquilidade. Ademais, elas so indispensveis promoo e manuteno da sade, alm de
lhes darem a oportunidade de participar do processo que envolve o tratamento e reabilitao.
No obstante, existem dificuldades nessa relao, em geral decorrentes da falta de destreza
para ouvir, ver, sentir e entender o recado ou o estmulo recebido (Heinckmeir Santos, 2010).
As orientaes sobre o processo cirrgico devem ser fornecidas no perodo properatrio, se possvel antes mesmo da internao, para que o cliente tenha a oportunidade de
expressar seus sentimentos, dvidas e medos, e de ser compreendido, atendido ou apenas
ouvido sobre suas necessidades. (Maria Clara Porto FERNANDES, Vnia Marli Schubert
BACKESI, 2010).
(Andr SANTOS-l) diz que se por um lado a comunicao imprescindvel e crucial
para o paciente submetido a cirurgia, por outro lado a falta dela, ou sua prestao de forma
incompleta, actuam como obstculo ao enfrentamento da situao e levam quele que as
recebe a no entend-las.
(Camila Saliba Soubhia SCANNAVINO-), no que concerne a transmisso da
informao a pessoa ideal para execuo da mesma, o psiclogo. (Maria Clara Porto
FERNANDES,) necessrio que haja uma orientao pr cirrgica, para que o paciente possa
expressar seus sentimentos suas dvidas medo de ser surpreendido. Vale salientar que a
ansiedade pode ser causada por medo e falta de conhecimento sobre o processo cirrgico.
(Aline GARBOSSAet al,2010).
2001), ressalta que o tempo de Internamente no hospital constitui uma experincia especial do
paciente doente que apresenta algumas caractersticas e efeitos psicolgicos especficos. A
despersonalizao uma frequente caracterstica encontrada nos doentes depois de um certo
tempo de permanncia no hospital, visto a perda mais ou menos temporria da prpria
identidade.
De acordo com a investigao que se efectuou justifica-se a hiptese no que se refere as
influncias que as famlias constituem sobre o paciente, segundo (Audrey Garcia REVELES,
Regina Toshie TAKAHASHI,), A forma como os familiares percebem a situao cirrgica do
paciente, exerce influncia no paciente, porque os familiares tambm naquele momento
podem manifestar ansiedade, e as vezes carregam consigo experiencias, e transmitem tambm
ao paciente, as vezes a informao pode ser distorcida, e isso aumenta mais o nvel de
ansiedade do sujeito.
Em conformidade com a nossa hiptese est afirmao esto confirmadas, porque
importante que os indivduos absorvem informaes importantes de fonte profissionais,
necessrio analisar as crenas, as fantasias, para seja trabalhada no pr operatrio.
CONCLUSO
O perodo pr-operatrio envolve uma grande sobrecarga emocional para o doente e
para os conviventes significativos, sendo por este motivo fundamental que a preparao
psicolgica se inicie com o contacto entre o Psiclogo/doente ainda antes da interveno
cirrgica. Assumindo a complexidade do fenmeno e de forma a dar um contributo para uma
melhor compreenso desta realidade, foi inteno identificar os nveis de ansiedade no properatrio do doente cirrgico e conhecer as possveis relaes e diferenas com variveis
sociodemogrficas e clnicas.
Os resultados obtidos no trabalho de investigao levou-nos a concluir-se o seguinte:
1) A maior parte dos pacientes submetidos a uma cirurgia manifestam ansiedade properatria. So jovens, e constitui maioritariamente do sexo masculino. Muitos
destes pacientes constituem grau variados de nvel acadmico percentagem 36%
sabem ler e escrever.
2) H vrios factores que promovem ou interferem na manifestao de ansiedade,
factores internos e externos do paciente, mas a forma de enfrentamento depende de
cada paciente.
3) A transmisso e esclarecimento de informao ao paciente quanto a cirurgia
importante, para que haja um bom preparo psicolgico, levando a tirar dvidas,
quebrar crenas distorcidas.
4) O paciente pr-cirrgico internado que espera por uma cirurgia programa,
manifestam ansiedade devido a prpria cirurgia que constitui ameaa a integridade
fsica e psicolgica no individuo.
5) Quanto as hipteses foram confirmadas pelo seguinte:
- Alguns pacientes temem o xito da cirurgia devido a experincias prvias ouvidas
ou vividas.
- Experincias prvias um factor que influencia na ansiedade, ainda mais se o
individuo tem marcas ou traumas de experiencias desagradveis, constitui
ansiedade perante a posterior cirurgia.
- se individuo j traz consigo crenas falsas e distorcidas, e se no forem
trabalhadas sobre as mesmas, o individuo formata dentro s, esses crenas que
dificultar o enfrentamento, e provocar ansiedade.
- Se a informao no for bem esclarecida pelos profissionais de sade, isto
provoca dvidas e ansiedades no individuo.
- A maior parte dos indivduos vem com ideias de cirurgia trazida passada pela
famlia.
RECOMENDAES
Ao terminar a anlise e a exposio dos resultados de investigao apresentamos
sublinhando algumas recomendaes que tem como objectivo de contribuir e melhorar
ateno mdica e psicolgica da Ansiedade pr-operatria no paciente cirrgico.
1) Que a direco do Hospital Geral de Benguela continue a prestar servio de apoio
psicolgico
incrementando
programas
de
formao
em
servio
para
desenvolvimento de competncias neste domnio; instituir uma consulta properatria, conjuntamente com a restante equipa multiprofissional, inserindo uma
entrevista com guio estruturado, onde atravs de posturas, comportamentos e
palavras, fosse possvel conceptualizar estados emocionais de ansiedade, que
possibilitem uma interveno autnoma e interdependente direccionada ao problema,
e intervir de forma interdependente na minimizao do tempo de internamento.
2) Que a sociedade em geral compreenda que todos ns manifestamos ansiedade, ela
normal, mas quando no se consegue controlar, intervm na nossa vida social,
profissional, torna-se patolgica.
3) Que a Direco do Hospital Geral informe mais sobre a necessidade do papel do
psicolgico na equipa muldisciplinar, uma vez que h um elevada predominncia de
pacientes de ansiosos, quer dizer que precisa-se valorizar os psiclogos, h
necessidade de mais psicolgico no hospital para intervir o caso.
4) A relevncia desta pesquisa est no facto de trazer benefcios para a Psicologia, uma
vez que, conhecendo quais aces interferem na ansiedade do paciente, tem-se a
oportunidade de valorizar e desenvolver as aces construtivas, subsidiando a
actuao dos psiclogos no Hospital Geral. Alm disso, beneficiar o paciente, que
ter sua assistncia perioperatria de psicologia individualizada e qualificada.
5) Que as famlias dos pacientes percebam a presena deles importante para o paciente,
permitindo que ele enfrente a cirurgia.
6) Baseando em estudos realizados em vrios pases afirmando O tempo de internamento
foi um factor
7) Que o HGB reconhea o papel do psiclogo
8)