2011
o jri
Presidente
Agradecimentos
Ao meu orientador.
Aos alunos e professores que participaram neste Projeto.
minha famlia.
palavras-chave
Resumo
Este estudo tem como objetivo perceber at que ponto a aplicao dos Action
Studies Developmental and Remedial Techniques for Violin and Viola de Paul
Rolland, podem contribuir, no contexto de estrutura de ensino destes
instrumentos nas escolas de msicas portuguesas, para a resoluo de
dificuldades tcnicas em alunos com problemas de postura. Pretende-se
verificar, assim, se os exerccios propostos por Paul Rolland podem tambm
constituir uma ferramenta didtica que seja til ao trabalho desenvolvido por
parte de professores de violino, nos cursos de ensino no nvel de Iniciao e
Bsico, com incidncia na recuperao de alunos que apresentam dificuldades
tcnicas, relacionadas com os movimentos e com a postura, considerados
fundamentais a uma performance otimizada.
aqui apresentada uma anlise das obras dos principais pedagogos do seculo
XX entre os quais se destacam Paul Rolland, Shinichi Suzuki, Carl Flesch, Ivan
Galamian, Kato Havas, Yehudi Menuhin e Simon Fischer e as metodologias de
ensino de Gza Szilvay, Mimi Zweig e Sheila Nelson.
Salienta-se ainda que a maior importncia para os professores o
conhecimento dos princpios que regem os movimentos e a postura, no intuito
de melhorarem a prestao dos seus alunos.
keywords
abstract
The present study intends to verify if the exercises proposed in Paul Rollands
Action Studies Developmental and Remedial Techniques Violin and Viola
could provide a didactic tool that can be helpful to resolve technical problems in
students who present difficulties related to movement and posture, which are
considered fundamental to achieve an optimized performance, in the base of
the work developed by violin teachers, in the instruction of primary and
secondary level courses, applicable during the time of ongoing weekly lesson
at Musical Schools and Conservatories in Portugal.
An analysis is made of the works of the principal pedagogue of the XX century,
some of are more distinguish, such as Paul Rolland, Shinichi Suzuki, Carl
Flesch, Ivan Galamian, Kato Havas, Yehudi Menuhin e Simon Fischer and the
teaching methods of Gza Szilvay, Mimi Zweig and Sheila Nelson.
It is point out that, on behalf of the violin teacher, the knowledge of the
principals which control the movement and the posture are of utmost
importance as to aiding the improvement of the outcome of the student.
ndice
INTRODUO ..................................................................................................... 1
1.
1.1.
1.2.
2.
2.1.
2.2.
2.3.
2.4.
Simon Fischer e Basics, 300 exercises and routines for the violin ................... 16
2.5.
2.6.
2.7.
Yehudi Menuhin (1916 1999) Violino: Seis lies e Violin & Viola ........ 22
2.8.
2.9.
4.1.
4.2.
4.3.
4.4.
4.5.
5.
5.1.
5.2.
6.
6.1.
6.2.
6.3.
7.
7.1.
8.
8.1.
8.2.
8.3.
8.4.
8.5.
9.
9.1.
9.1.1.
Postura........................................................................................................ 60
9.1.2.
9.1.3.
9.2.
9.2.1.
9.3.
9.3.1.
9.3.2.
9.3.3.
9.3.4.
9.3.5.
9.4.
9.4.1.
9.4.2.
9.4.3.
Fogueto ..................................................................................................... 73
9.4.4.
9.5.
9.5.1.
Descrio dos vdeos de Paul Rolland (1971) , utilizados neste estudo: ....... 75
10.1.1.
II
10.1.2.
10.1.3.
10.1.4.
10.2.
Anlise das respostas dadas perguntas relacionadas com mecanismos da mo
e brao direito .............................................................................................................. 81
10.2.1.
10.2.2.
10.2.3.
10.2.4.
10.2.5.
10.2.6.
10.2.7.
10.2.8.
10.3.
10.3.1.
10.3.2.
III
Anexos digitais
I-
II-
III-
IV-
Anexos eletrnicos
DVD - Registo vdeo 1 e 2 gravao, alunos A,B,C,D,E
Grfico 1.......................................................................................................................... 78
Grfico 2.......................................................................................................................... 79
Grfico 3.......................................................................................................................... 80
Grfico 4.......................................................................................................................... 81
Grfico 5.......................................................................................................................... 81
Grfico 6.......................................................................................................................... 82
Grfico 7.......................................................................................................................... 83
Grfico 8.......................................................................................................................... 83
Grfico 9.......................................................................................................................... 84
Grfico 10 ........................................................................................................................ 85
Grfico 11 ........................................................................................................................ 85
Grfico 12 ........................................................................................................................ 86
Grfico 13 ........................................................................................................................ 87
Grfico 14 ........................................................................................................................ 88
Grfico 15 ........................................................................................................................ 88
Grfico 16 ........................................................................................................................ 89
Grfico 17 ........................................................................................................................ 89
Grfico 18 ........................................................................................................................ 90
Grfico 19 ........................................................................................................................ 91
Grfico 20 Apreciao global dos dados .......................................................................... 94
IV
Figura 1.52
Figura 2 ........................................................................................................................... 52
Figura 3.53
Figura 4 ........................................................................................................................... 53
Figura 5.54
Figura 6 ........................................................................................................................... 54
Figura 7.55
Figura 8 ........................................................................................................................... 55
Figura 9 56
Figura 10 ......................................................................................................................... 56
Figura 11 ......................................................................................................................... 56
Figura 12 ......................................................................................................................... 61
Figura 13 Fonte: Young Strings in Action Paul Rolland (1985, p. 4). ............................ 61
Figura 14 ......................................................................................................................... 62
Figura 15 ......................................................................................................................... 63
Figura 16 Fonte: Lee, 2003 .............................................................................................. 63
Figura 17...64
Figura 18...64
Figura 19 ......................................................................................................................... 64
Figura 20 Fonte: Rolland, 1974 (figura modificada) ......................................................... 64
Figura 21 ......................................................................................................................... 65
Figura 22 ......................................................................................................................... 66
Figura 23 ......................................................................................................................... 66
Figura 24 ......................................................................................................................... 69
Figura 25 ......................................................................................................................... 70
Figura 26 ......................................................................................................................... 70
Figura 27 ..71
Figura 28 ..71
Figura 29 ......................................................................................................................... 71
Figura 30 ......................................................................................................................... 72
Figura 31 ......................................................................................................................... 72
Figura 32 ..73
Figura 33 ..73
Figura 34 ......................................................................................................................... 73
Figura 35 ..74
Figura 36 ......................................................................................................................... 74
INTRODUO
Este Projeto Educativo tem como propsito perceber at que ponto a aplicao dos
Action Studies, Developmental and Remedial Techniques for Violin and Viola de Paul
Rolland podem contribuir, no contexto da estrutura de ensino destes instrumentos nas
escolas de msica portuguesas, para a resoluo de dificuldades tcnicas em alunos com
problemas de postura.
A arte de tocar o violino engloba uma srie de movimentos bimanuais, realizados numa
sequncia predefinida.
A posio assimtrica da postura no ato de segurar o instrumento, a oposio das mos
e a correta coordenao dos movimentos para obter o mximo dos resultados na
performance, so um verdadeiro desafio para os professores de violino no ensino nas fases
iniciais da aprendizagem.
Traduo do autor.
por palavras pode no ser suficiente para uma efetiva transmisso de conhecimentos sobre
aprendizagem e aquisio de habilidades motoras. Segundo Lage, o processo de
ensino/aprendizagem de habilidades motoras deve ser fornecido atravs da instruo
verbal (o que fazer) e da demonstrao (como fazer) e a seguir realizao do
movimento, este deve ser analisado e avaliado no seu resultado: feedback (Lage, 2002:
27).
A demonstrao, ou o como fazer, pode ser realizada pelo professor e reforada com
a ajuda de meios audiovisuais de apoio pedaggico.
O mtodo de Paul Rolland, atravs dos seus Action Studies, providencia, aos
professores de instrumento, uma forma sistemtica de ensinar os movimentos necessrios
para tocar, centrado no uso dos movimentos naturais do corpo e de um bom balano
corporal (Medoff, 1999; Palac, 1992). Os seus Action studies, fruto de anos de estudo
das disciplinas de cinestesia, fisiologia, anatomia humana e tcnica Alexander aplicadas
execuo do violino e da viola, so apresentados detalhadamente no livro para professores
The Teaching of Action in String Playing Developmental and Remedial Techniques [for]
Violin and Viola (Rolland, 1974) e complementados com a serie de filmes pedaggicos
com o mesmo nome. Ao proporcionar aos professores uma ligao entre a parte escrita,
descritiva dos movimentos a realizar, e a sua parte visual (vdeos), constitui uma
ferramenta til no ensino do instrumento.
Sheila Nelson, reputada pedagoga, afirma: A contribuio de Paul Rolland para a
compreenso dos aspetos fsicos nos instrumentos de cordas seguramente a mais original
e compreensvel do sculo (Nelson, S., 2003:V)2.
Este estudo procura aferir se, atravs das Action Studies e da visualizao do
material de apoio (filmes), possvel melhorar o desempenho e postura de alunos com
dificuldades, num ambiente de aulas semanais de 45 minutos.
2 Traduo do autor
1. BREVE
PANORAMA
DO
ENSINO
DA
MSICA
EM
PORTUGAL
1.1.
1.2.
No ensino instrumental existe uma rica tradio oral de ensino assente na dicotomia ou
modelo do professor/aluno, em que a passagem do conhecimento ao longo de varias
geraes se faz atravs do conhecimento adquirido pelo seu antecessor (McPhail, 2010:34;
Visentin, & Shan, 2008:74). Este conhecimento expandido e desenvolvido pela
3 Traduo do autor.
10
11
dando relevo, entre outros, a Carl Flesch, Ivan Galamian, Gza e Csaba Szilvay, Yehudi
Menuhin, Kato Havas, Sheila Nelson, Mimi Zweig e Simon Fischer.
No entanto, este vasto material pedaggico cria um novo desafio aos professores, j que
cada um dos pedagogos mencionados diverge na forma como aborda os mesmos tpicos e
soluciona problemas tcnicos, no sendo possvel concretizar-se um mtodo universal e
consentneo em relao s ideias de cada um (Nelson, 1994).
2.1.
12
4 Traduo do autor
5 Ibidem
6 Ibidem
13
2.2.
14
2.3.
Teaching
7 University Wisconsin, "The American Suzuki Institute at the University of Wisconsin - Stevens Poit: The
15
2.4.
Simon Fischer e Basics, 300 exercises and routines for the violin
Simon Fischer estudou violino em Londres com Yfrah Neaman, que foi aluno de Carl
Flesch e Max Rostal, e na Julliard School com Dorothy DeLay, aluna e mais tarde
assistente de Ivan Galamian. Atualmente professor na Guildhall School of Music, desde
1982, e professor na Yehudi Menuhin School desde 1997.
16
2.5.
17
Imre Waldbauer nesta mesma academia. Estudou durante 10 anos com Waldbauer, sendo
influenciada pelas ideias inovadoras deste pedagogo.
Terminados os seus estudos, e com o eclodir da II Guerra Mundial, mudou-se para os
Estados Unidos onde se apresentou pela primeira vez no Carnegie Hall, em New York,
com a idade de 17 anos.
Casou com 18 anos e retirou-se da vida profissional para se dedicar as suas 3 filhas.
Durante este retiro da vida de concertista comeou a elaborar o seu revolucionrio mtodo.
Havas comeou a ensinar em Oxford, Dorset, e mais tarde em Londres onde ficou
surpreendida pelo facto de que os seus alunos apresentavam problemas fsicos e tenses
associados ao ato de tocar. Comeou a experimentar diferentes tcnicas e abordagens de
ensino do violino de forma a colmatar e corrigir os problemas fsicos dos seus alunos
(Perkins, 1995).
Nos primeiros anos da dcada de 60 foram escritos uma srie de artigos na revista
Strad por Noel Hale a descrever []um mtodo para tocar violino inteiramente novo
que ir certamente revolucionar a tcnica de tocar [] (Havas, 1961: citaes).
Em 1961 publicou A New Approach to Violin Playing. As ideias expressas nesta
obra foram consideradas radicais e experimentais durante os anos 60 e 70 pela maioria dos
pedagogos, por incorporarem tradies e tcnicas ciganas aliadas tradio da escola
europeia de Carl Flesch. Havas no procurou fundamentar a sua aproximao com os
estudos em biodinmica realizados nessa altura mas, posteriormente, os seus exerccios e
posturas foram validados por vrios peritos e pesquisadores do movimento humano, como
por exemplo a Dr. F. A. Hellebrandt em "The Role of the Thumb in the New Approach to
Violin Playing" na importante revista The Strad n 80, de Outubro de 1969 (Perkins,
1995).
O sucesso deste livro e a sua crescente fama levaram-na a publicar mais quatro livros:
The Twelve Lessons Course (1964) trata-se de uma sequncia de exerccios para a
aplicao da sua tcnica e aproximao ao violino; The Violin and I (1967) uma
autobiografia; emStage Fright, Its Causes and Cures (1973) discorre sobre o medo de
tocar em palco propondo novas ideias para a sua preveno e cura; Freedom to Play: A
18
String Class Teaching Method (1981) um manual para professores escrito em parceria
com Jerome Landsman.
O New Approach to Violin Playng no um mtodo no verdadeiro sentido da
palavra. um sistema extremamente organizado que previne e elimina tenses e
ansiedades. Salienta os aspetos fsicos, mentais e sociais da performance com especial
referncia ao violino (no entanto estes princpios podem ser aplicados a outros
instrumentos). Unifica a mente, corpo e esprito, e coordena os balanos naturais do corpo
como um todo9 (Havas, 1989). Consiste numa serie de exerccios para a redescoberta do
balano do corpo, da fluidez dos movimentos e conscincia da ao muscular para realizalos, de forma a libertar a mente dos problemas biomecnicos, [] concentrando-se
somente nos impulsos musicais e artsticos10 (Havas,1961: 10).
Havas incorporou princpios de Kodaly e Dalcroze tais como o sentir da pulsao
rtmica interna, a mmica dos movimentos de tocar, a vocalizao acompanhada pela
mmica de tocar, entre outros.
Uma das chaves principais do sistema a conjugao mente/corpo, em que para
tocar a mente que comanda os movimentos corporais e, para que isso resulte, o
executante tem que estar bem fisicamente, espiritualmente e mentalmente, ento assim a
msica fluir de dentro para fora11 (Perkins, 1995:55).
O New Approach no est dirigido para o ensino na iniciao ao instrumento mas
sim para a deteo e cura de tenses; no entanto, foram produzidos posteriormente por
colaboradores, e sobe a orientao de Kato Havas, os seguintes mtodos Flying Fiddles
de Chet Porcino em 1985, Dancing Bows e Ringing Strings de Gloria Bakhshayesh
em 1985 e 1991.
Em 1991 Havas publicou um vdeo, em que ensina as suas tcnicas, intitulado Kato
Havas Teaching Vdeo A New Approach on the causes and Cure of Fisical Injuries in
Violin And Viola.
10 Traduo do autor
11 Traduo do autor
19
2.6.
20
21
2.7.
Viola
Yehudi Menuhin (1916-1999) foi uma criana prodgio tendo sido aluno de S. Anker,
L. Persinger e G. Enesco. Teve uma longa carreira como concertista e pedagogo tendo
fundado a Yehudi Menuhin School em 1963.
A abordagem de Menuhin ao movimento e ao balano do corpo faz-se sobre o prisma
do Yoga e do Tai Chi (Menuhin & Primrose, 1976).
Trata-se de uma abordagem emprica baseada na sua experincia pessoal, que aplicou
na escola que fundou em 1963 para crianas com elevadas aptides musicais. Nos vdeos
Violin: Six lessons with Yehudi Menuhin (Menuhin, 1971), e no seu livro complementar
com o mesmo ttulo, aborda vrios aspetos da tcnica do violino e de exerccios de
movimento para um nvel mais avanado de aprendizagem. Os seus exerccios so
complexos e elaborados, pressupondo um conhecimento de Yoga e Tai Chi por parte dos
professores que queiram utilizar a sua abordagem.
de referir a utilizao das varas em substituio do arco para a execuo dos
exerccios do brao e mo direita (Menuhin, 1971: 32).
No seu livro Violin & viola Menuhin faz referncia ao trabalho desenvolvido por
Paul Rolland sobre o movimento na pedagogia do instrumento (Menuhin, 1976: 138).
2.8.
e Strigweise
22
2.9.
23
24
25
26
14 Traduo do autor
27
Alguns destes movimentos podem ser bvios e fceis de aprender, enquanto outros
podero ser mais subtis e difceis, cabendo ao pedagogo, tendo em conta as caractersticas
individuais de cada aluno, no que diz respeito a estilos de aprendizagem prprios,
temperamento emocional e psicolgico, fisiologia, habilidades e limitaes fsicas, de
adaptar mtodos, metodologias e estratgias para que cada aluno consiga dominar estes
movimentos de uma forma natural e livre de tenses (Galamian, 1962) .
A afinao no violino depende da capacidade dos alunos colocarem os dedos da mo
esquerda com preciso, de forma a produzirem um som com uma determinada frequncia,
relacionada com um determinado sistema de referncia. Este sistema de referncia pode ser
harmnico ou meldico, temperada ou natural. (Flesch,2000: 7; Galamian, 1962: 36) .
Esta capacidade de colocao dos dedos da mo esquerda envolve uma realizao motora
de alta preciso numa sequenciao de movimentos predeterminados que, aliados
audio, permite ao executante tocar afinado.
A produo de um som bonito e agradvel est relacionado com os movimentos fluidos
da conduo do arco sobre as cordas o que engloba macro e micro movimentos flexveis
do brao, antebrao direito, pulso e dedos (Galamian, 1962:55; Gerle, 1983:61) .
Se o aluno aprender bem estas competncias, que sero os fundamentos da sua base
tcnica durante os primeiros anos de aprendizagem, o seu desenvolvimento futuro e
subsequente progresso com o instrumento ser mais rpido.
Um dos aspetos a ter em conta na prtica pedaggica de um professor de violino o
conjunto das caractersticas fsicas de cada aluno. No existem regras rgidas nem frmulas
mgicas de ensinar a tocar um instrumento, o que se deve ter em conta a naturalidade e o
conforto na manipulao do mesmo. A partir do conhecimento, que o pedagogo deve ter
das regras de funcionamento do corpo e dos movimentos fsicos para executar uma
determinada tcnica ou passagem, haver uma adaptao s caractersticas fsicas de cada
aluno (Flesch, 2000; Galamian, 1962; Rolland, 1971; Zweig, 2007).
Segundo Ivan Galamian, O professor deve ter em conta que cada aluno um
indivduo nico, com a sua prpria personalidade, as suas prprias caractersticas fsicas e
mentais, e a sua prpria aproximao ao instrumento e msica [] Naturalidade deve ser
28
29
3.1.
O treino dos movimentos e a educao dos movimentos deve ser parte integrante das
aulas de tcnica do instrumento, sendo da maior importncia o conhecimento, por parte dos
professores, das mecnicas do movimento. Este conhecimento das funes biomecnicas
permite uma melhor aproximao ao instrumento e a correo das falhas de postura e de
tcnica (Medoff, 1999) .
Os professores de violino muitas vezes tm que assumir o papel de fisioterapeutas ao
depararem-se com problemas de postura e problemas tcnicos, nos seus alunos, na
execuo dos movimentos bsicos para tocar.
Os fatores que podem contribuir para o aparecimento de erros de postura e de tcnica
so:
Maus hbitos de estudo.
Um ensino inicial deficiente na correta utilizao dos movimentos.
Excessiva tenso e reaes de medo durante a execuo musical.
Mudana para um instrumento maior.
Problemas motores relacionados com o crescimento em pr-adolescentes e
adolescentes.
Erros na postura geral do corpo.
Desconhecimento das funes motoras inerentes ao ato de tocar.
Longos perodos sem a superviso do professor (frias e interrupes letivas).
Estas falhas tcnico/fsicas devem ser rapidamente retificadas pelos professores antes
que assumam a proporo de leses ou sejam limitadores na progresso da execuo
musical. Por este motivo a reeducao dos movimentos e da postura uma ao a
desenvolver e promover pelos professores de instrumento, independentemente da idade e
do grau de desenvolvimento musical do aluno, tendo sempre como objetivo que os
movimentos sejam eficientes, fceis de realizar e com economia de esforo.
30
O instrumento deve ser encarado como uma extenso do corpo e no como um objeto
estranho e de difcil manipulao (Hoppenot, 2006).
31
32
Neste captulo ser apresentada uma nota biogrfica e bibliogrfica do pedagogo Paul
Rolland, assim como pesquisas sobre a importncia do movimento aplicados aos
instrumentos de cordas desenvolvidos por outros autores.
4.1.
33
4.2.
Rolland
15 Os macros movimentos englobam os movimentos das articulaes maiores como, por exemplo dos
braos. Os micro movimentos englobam os movimentos das articulaes menores como, por exemplo, os
dedos.
34
4.3.
35
16 Traduo do autor
36
4.4.
37
17 Traduo do autor
38
39
Martel e Staccato.
Desenvolvimento dos movimentos dos dedos da mo esquerda.
Movimentos bsicos de mudana de posio.
Desenvolvimento da flexibilidade do brao direito e dos movimentos do arco.
Exerccios bsicos para a execuo do vibrato.
Golpes de arco sustentados (Rolland,1974) .
A aplicao pratica destes exerccios, complementada com a srie de vdeos The
teaching of action in string playing (Rolland et al, 1971), considerada uma das []
formas mais rpida de promover o desenvolvimento de competncias cinestsicas nos
alunos principiantes (Smith, 1989:47).
40
5. DETETAR/RESOLVER
PROBLEMAS
TCNICOS
POSTURAIS
Segundo Medoff (1999), a maior parte dos problemas biomecnicos dos membros
superiores, tm origem em problemas de alinhamento, postura e contrao da parte inferior
do corpo e, em especial, do alinhamento do centro de gravidade situado na plvis. Este
alinhamento da plvis influenciado pelo posicionamento dos ps e das pernas. Assim, o
alinhamento da parte superior do corpo est diretamente relacionado com uma correta
postura dos ps e das pernas.
O mau alinhamento do corpo nos seus eixos, contribui para a ocorrncia de problemas
na conduo do arco paralelo ao cavalete, que um dos erros tcnicos mais comuns nas
fases iniciais de aprendizagem do instrumento (figura 1 e 2, p.52).
Um dos erros mais comuns o uso excessivo da fora muscular. O ato de tocar engloba
alguma tenso e fora muscular para realizar os movimentos, no entanto essa tenso e
fora no deve ser excessiva ou proveniente de tenses estticas. Para a realizao dos
movimentos deve-se fomentar o uso dos msculos maiores localizados nas costas
(trapzios), e os msculos anteriores s articulaes que se pretende mover.
41
De acordo com Rolland (1960) e Barrett (1978), para a uma melhor eficincia dos
movimentos devem-se usar as leis mecnicas, da gravidade, do balano, do movimento e
da fora.
As caractersticas e necessidades individuais de cada aluno devem ser reconhecidas
pelo pedagogo e utilizadas para delinear as estratgias de um bom processo de
aprendizagem.
A construo de uma slida base tcnica envolve, da parte do pedagogo, a capacidade
de resolver os problemas tcnicos dos alunos desde o mais simples at ao mais complexo.
Um dos erros mais comuns no ensino do instrumento o de avanar rapidamente para
peas e obras que envolvam problemas mais complexos da tcnica, antes que os conceitos
bsicos estejam completamente compreendidos e controlados. reconhecido que, quanto
mais tarde se tenta resolver estes problemas, mais difcil ser sua resoluo e, como afirma
Carl Flesch, O progresso depende em larga medida da erradicao de qualquer falha antes
de se aprender uma nova matria (Flesch, 2000).
5.2.
Segundo Rolland (Perkins, 1995) para detetar e resolver problemas tcnicos e posturais
nos alunos preciso seguir os seguintes passos:
1. Deteo e reconhecimento: os professores devem detetar e reconhecer os
problemas de postura e erros tcnicos e consciencializar os alunos no
reconhecimento dos mesmos.
2. Motivao na mudana de hbitos: Os professores devem encontrar formas
criativas de motivar os alunos a mudarem a sua postura e maus hbitos ao tocar.
3. Idealizar e visualizar: Os alunos devem primeiro mentalmente visualizar os
movimentos a realizar podendo-se utilizar analogias, metforas e demonstraes
para melhor compreenso dos novos movimentos ou ideias.
4. Mmica dos movimentos: para reaprender e reforar as novas competncias os
42
alunos devem utilizar a mmica dos respetivos movimentos, que podem ser
realizados com e sem o instrumento.
5. Moldagem ou prtica guiada: Os professores podem reajustar a posio e o
balano sentindo o grau de descontrao dos membros dos alunos atravs do
toque fsico e da moldagem dos movimentos (Perkins, 1995: 124).18
O professor pode ainda encontrar um valioso auxlio em alguns dos passos propostos
por Henry Barrett (1978) para resoluo dos problemas tcnicos e de postura nos alunos
sendo estes:
Reconhecer a necessidade de resolver o problema. O pedagogo deve reconhecer
o problema procurando consciencializar o aluno da sua existncia e da necessidade de o
resolver.
Selecionar a informao pertinente para a resoluo do problema tendo em
conta que, para o mesmo problema, podem existir varias abordagens na sua resoluo.
Isolar e resolver um problema de cada vez, focalizando a ateno e a
concentrao do aluno.
Proporcionar instrues tcnicas apropriadas na resoluo dos problemas, de
forma a no induzirem em erros de perceo os alunos.
Dar ateno resposta inicial por parte do aluno (feedback) s modificaes
introduzidas, procurando detetar a existncia de erros na mesma, redirecionando a sua
correo.
Quando o problema est resolvido deve-se reforar e aperfeioar a sua execuo tanto
mental como fsica atravs da repetio, criando assim uma interiorizao e automatismo
dos movimentos.
18 Traduo do autor.
43
44
6. QUESTES DO ESTUDO
45
6.1.
Limitaes do estudo
6.2.
46
6.3.
dos vdeos
47
48
7. IMPLEMENTAO DO ESTUDO
7.1.
Os exerccios realizados foram comuns a todos os alunos com a exceo do aluno com
problemas no sistema motor esquerdo (aluno E).
Com o objetivo de no sobrecarregar os alunos com demasiada informao e
modificaes ao seu desempenho, dando tempo masterizao e criao de automatismos
dos movimentos e conceitos introduzidos, as aulas foram planificadas da seguinte forma:
1 Aula
Com o objetivo de analisar a postura e os movimentos dos alunos foi realizada uma
filmagem da execuo de uma pea simples que o aluno j tinha tocado anteriormente.
Esta filmagem foi analisada e visionada em conjunto, com o objetivo de mostrar ao
aluno imperfeies na postura e dificuldades tcnicas relacionados com o movimento
durante a execuo da pea. Procurou-se assim que os alunos tivessem uma viso do
exterior das suas prestaes e conscincia dos movimentos que realizaram.
Com a ajuda do investigador foram isolados os problemas tcnicos e de postura
encontrados em cada aluno, delineando o objetivo a atingir no final do estudo.
Para motivar a mudana da sua postura e de movimentos inapropriados ao tocar,
foram visualizados excertos dos vdeos de Paul Rolland (Rolland, 1974)
20
referentes a
49
Foi feita a aplicao dos exerccios e movimentos para uma melhor postura geral do
corpo na sua totalidade e especificamente para a sustentao do instrumento.
2 Aula
Foi executado os mesmos exerccios implementados na 1 aula verificando assim a
memorizao e eficcia dos mesmos.
Os alunos envolvidos na correo dos movimentos do arco visualizaram excertos
de Holding the Violin Bow, vdeo n 5, 1 e 2 parte, e Extending the bow stroke, vdeo
n 8.
O aluno envolvido na correo da mo esquerda (aluno E) foi visionado excertos de
Principles of left and and finger action, vdeo n 6, e Establishing left hand finger
movement, vdeo n 7.
Foram implementados os exerccios para a resoluo dos problemas especficos
apresentados.
3 Aula
Foi efetuado o controle da resposta e nvel de compreenso, por parte dos alunos,
dos exerccios propostos nas primeiras duas aulas.
Ao executar novamente a pea tocada na primeira gravao, foi verificado se foram
aplicados agora os movimentos e as competncias adquiridas durante as aulas.
Foi efetuada uma nova filmagem, que foi comparada com a primeira, pelo
investigador e pelo aluno participante no estudo.
50
Aps a primeira gravao, o autor do presente Projeto fez uma anlise detalhada, por
cada aluno, de forma a identificar quais os problemas e dificuldades apresentadas pelos
mesmos e assim delinear um plano para a resoluo dos mesmos.
Segue por isso a caracterizao de cada aluno.
8.1.
Caraterizao da aluna A
A aluna A tem 10 anos e encontra-se no IV nvel de Iniciao sendo este o primeiro ano
em que estuda violino.
De acordo com o respetivo professor, foi identificada a necessidade de corrigir a
elevada abertura do brao esquerdo e conduo do arco no paralelo ao cavalete na ponta
(anexo digital IV).
Na anlise do investigador sobre a prestao da aluna detetou-se uma rotao excessiva
do tronco em relao ao eixo central do corpo, conforme imagens retiradas do 1 vdeo
realizado na primeira aula, provocando o no paralelismo do arco em relao ao cavalete
no movimento para a ponta (figura 1 e 2).
importante notar que o tamanho do arco no proporcional ao comprimento do
brao, provocando a rotao do corpo da aluna para conseguir utilizar o arco at ponta. A
inexistncia de curvatura do pulso e a elevada colocao do cotovelo provoca uma
inclinao antagnica da vara e consequente rigidez dos movimentos do pulso.
51
Figura 1
8.2.
Figura 2
Caraterizao da aluna B
A aluna B tem 10 anos, encontra-se no 1 Grau e o primeiro ano que estuda violino.
De acordo com o respetivo professor (anexo digital IV), foi identificada a necessidade
de corrigir a elevao do ombro direito na conduo do arco da ponta para o talo, o arco
no paralelo ao cavalete e a contrao dos dedos da mo direita (figura 4).
Na anlise do investigador sobre a prestao da aluna durante a gravao da primeira
aula, para alm dos aspetos sugeridos pelo respetivo professor, detetou-se ainda que a
aluna demonstra uma rigidez corporal na sustentao do instrumento.
O cotovelo encontra-se muito elevado em relao ao pulso bloqueando o seu
movimento (linha vermelha, figura 3), provocando a contrao do brao e a curvatura do
pulso ao contrrio (linha verde, figura 4).
52
Figura 3
8.3.
Figura 4
Caraterizao da aluna C
53
Figura 5
Figura 6
8.4.
Caraterizao da aluna D
54
Figura 7
8.5.
Figura 8
Caraterizao da aluna E
55
Figura 9
Figura 10
Figura 11
56
Grau
N de
anos de
prtica
10
IV nvel
de
iniciao
10
11
10
12
Tabela 1
57
58
Na primeira aula individual foi filmada a prestao de cada aluna (1 gravao). Este
vdeo foi visionado em conjunto pelo investigador e o prprio aluno, tendo o investigador
destacado os erros de execuo dos movimentos e de postura detetados na prestao de
cada um.
Foram visionados extratos dos vdeos, Remedial Teaching e Establishing the violin
hold (Rolland, 1974), foram aplicados os exerccios descritos posteriormente neste
captulo, em funo das problemticas detetadas e na tentativa da resoluo dos problemas
propostos pelos professores das alunas.
Os exerccios foram repetidos at as alunas adquirirem automatismos nos diferentes
movimentos.
Foi pedido que, durante a semana que mediava at a segunda aula, estes movimentos
fossem repetidos diariamente.
Na segunda aula, com as alunas A, B, C, D e E foram revistos os exerccios de
movimentos aplicados na aula anterior, com o objetivo de detetar erros na execuo dos
mesmos e registar o feedback das alunas.
Foram visionados excertos do vdeo Holding the violin bow and violin playing at the
middle of the bow, 1 e 2 partes, pelas alunas A, B, C e D.
Com a aluna E foi visionado Principles of left hand finger action e Establishing
left hand and finger placement.
59
9.1.
Os livros Action Studies developmental and Remedial Techniques: Violin and Viola
(Rolland, 1974) e The teaching of action in string PlayingDevelopmental and Remedial
techniques [for] violin and Viola (Rolland e Mutschler, 1974) e a serie de 14 vdeos com
o mesmo nome encontram-se divididos em seces, contendo cada seco diversos
exerccios.
Para o presente estudo foram selecionados alguns dos Action Studies para a
resoluo dos problemas dos alunos.
Os exerccios utilizados foram os seguintes:
9.1.1.
Postura
60
Figura 12
9.1.2.
61
9.1.3.
Posio de descanso.
Figura 14
62
Figura 15
9.2.
63
Este ngulo depende de variados fatores como o tipo de almofada utilizado, o tipo de
queixeira e da ergonomia do executante (Lee, 2003).
No entanto, deve-se ter em conta que as posies extremas englobam uma modificao
do mecanismo dos braos, podendo causar esforo, desconforto e estresse muscular.
Uma das formas de encontrar o angulo mdio do instrumento, de uma forma
ergonmica, o proposto por Mimi Zweig em StringPedagogie.com (2007), atravs do
arco formado pelos braos, como monstra a figura 17.
Figura 17
Figura 18
Figura 19
Assim o boto fica direcionado ao centro da garganta como proposto por Paul
Rolland (Figura 19) e o instrumento posicionado mais ou menos a 45. O peso dos braos
fica distribudo nos ombros e a mo esquerda posicionada no registo medio do
instrumento.
O instrumento suportado pela clavcula, na zona mais prxima do eixo central do
corpo, apoiado no polegar formando uma ponte. O peso da cabea aplicado queixeira,
segundo os princpios das alavancas (Figura 20), mantendo o instrumento paralelo ao cho.
64
Segundo Paul Rolland, o instrumento no deve ser sustentado de uma forma rgida e
fixa, evitando-se assim tenses estticas na zona do pescoo e dos ombros. Este deve ser
sustentado em perfeito balano e de uma forma dinmica atravs dos pontos de contacto
constitudos pela clavcula, queixo, polegar e a lateral da base do primeiro dedo. (Rolland,
1960).
Foram aplicadas ainda as seguintes aes no decorrer das aulas:
9.2.1.
Esttua da liberdade
Figura 21
65
Move-se a cabea para cima e para baixo, como se estivesse a dizer sim e para direita
e para esquerda como se estivesse a dizer no (figura 22).
Figura 22
Figura 23
66
9.3.
9.3.1.
9.3.2.
67
9.3.3.
Segundo Paul Rolland (1960), Galamian (1962) e Fischer (1997), o polegar tem duas
funes. Serve de suporte do instrumento e providencia a contra presso aos restantes
dedos quando pressionam as cordas no ponto.
A colocao do polegar deve estar entre o primeiro e o segundo dedo (indicador e
mdio), e deve-se evitar que se coloque para trs, na direo oposta aos outros dedos, j
que esta posio provoca contrao da mo e problemas na colocao do quarto dedo, o
mindinho (Galamian,1962; Rolland,1960).
A posio do polegar afeta o balano da mo, e a sua posio deve ser dinmica
adaptando-se s diferentes tcnicas utilizadas pela mo esquerda (Fischer,1997; Perkins,
1995; Flesch, 2000).
A contrao do polegar esquerdo um dos problemas mais comuns nos alunos da
iniciao ao instrumento, sendo da maior importncia a realizao de exerccios para
promover a sua descontrao.
Colocam-se os dedos da mo esquerda na corda sem pressionar e move-se o polegar
horizontalmente ao longo do brao. Efetua-se o mesmo movimento pressionando a corda
com os dedos.
Posteriormente
vo
ser
realizados
os
mesmos
procedimentos
apresentados
9.3.4.
The Shutlle
68
Figura 24
9.3.5.
Localizao da mo na 1 posio.
O ponto de contato com o ponto deve estar localizado na base da primeira falange (X
magico) do indicador, deixando que as trs falanges tenham mobilidade. O balano da mo
deve encontrar-se no segundo e terceiro dedos (figura 25).
Efetua-se o exerccio da oitava realizado com o terceiro dedo na 1 posio e
confirmando a afinao com a corda solta contgua em oitava. A partir do 3 dedo constrise a posio dos outros dedos. Este exerccio, ao favorecer o balano da mo nos dedos do
meio (2 e 3), auxilia tambm a utilizao do quarto dedo.
69
Figura 25
9.4.
9.4.1.
Sustentao do arco
Figura 26
A partir do crculo formado pelo polegar e o dedo medio, a vara assenta na esquina
direita da unha do polegar, o indicador toca na vara com a segunda falange, mantendo-se o
70
Figura 27
Figura 28
Figura 29
A vara do arco assenta na esquina da unha do polegar, fechando o crculo com o dedo
medio.
Para exercitar esta posio de uma forma descontrada, deve-se balanar o brao e o
pulso (figura 26, p. 66, linha vermelha).
71
Figura 30
9.4.2.
A partir da posio de tocar, e com a mo esquerda no registo medio do ponto, colocase a ponta do arco no dedo mendinho da mo esquerda realizando o movimento de levantar
e baixar o arco (figura 31).
Figura 31
72
9.4.3.
Fogueto
Figura 32
9.4.4.
Figura 33
Figura 34
Flying pizzicato
73
Figura 35
Figura 36
9.5.
74
2 - Holding the violin bow and violin playing at the middle of the bow 1 e 2 parte
75
5 - Remedial teaching
Neste vdeo mostrado um grupo de alunos participantes num curso intensivo com a
durao de oito dias. No incio do curso foi realizado uma filmagem apontando os erros de
postura e tcnicos destes alunos. A seguir so descritos e exemplificados os exerccios e
Action studies empregues na correo dos erros nos alunos. Aps oito dias de aulas foi
realizado uma segunda filmagem apresentando os resultados conseguidos.
76
77
10.1.
respostas
dadas
Grfico 1
78
8
6
4
2
0
Respostas
dadas
Grfico 2
Os dados do grfico n 2 mostram que 8 respostas (50%) definem que houve apenas
Algumas melhorias referentes postura geral com incidncia na sustentao do arco. No
entanto, 5 respostas (31,25%) realam que houve Bastantes melhorias e 3
(18,75%)consideraram que se verificaram Muitas melhorias.
79
10.1.3.
10
8
6
4
2
Respostas
dadas
Grfico 3
Quanto pergunta que reala o relaxamento em relao postura geral do corpo, 56%
das respostas evidenciam que as melhorias foram Bastantes. Os restantes 44%
consideraram as melhorias como sendo s Algumas.
10.1.4.
80
12
10
8
6
4
2
0
Respostas
dadas
Grfico 4
10.2.
Respostas
dadas
Grfico 5
81
12
10
8
6
4
2
0
Respostas
dadas
Grfico 6
82
10
8
6
4
2
Respostas
dadas
Grfico 7
10
8
6
4
2
Respostas
dadas
Grfico 8
83
12
10
8
6
4
2
0
Respostas
dadas
Grfico 9
84
12
10
8
6
4
2
0
Respostas
dadas
Grfico 10
Como se pode verificar na ilustrao nmero 10, a maioria dos professores (62,5 %)
acha que as melhorias em relao posio do ombro direito na conduo do arco na
direo ponta/talo foram somente Algumas sendo esta a primeira situao em que isso se
verifica. Apesar disso, 25% ainda acha que as melhorias foram Muitas restando 12,5%
divididos entre as variveis Bastante e Muitas.
10.2.7. Anlise das respostas dadas pergunta n 11
Pergunta: Observou melhorias em relao aos mecanismos do brao direito na mudana de
corda?
8
6
4
2
Respostas
dadas
Grfico 11
85
10
8
6
4
2
0
Respostas
dadas
Grfico 12
86
10.3.
esquerda
Como apresentado no princpio deste captulo, este grupo de perguntas, relativo a uma
situao nica entre os alunos (aluno E) faculta a recolha de um total de 4 dados por cada
pergunta.
10.3.1.
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
Respostas
dadas
Grfico 13
87
10.3.2.
2
1,5
1
0,5
Respostas
dadas
Grfico 14
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
Respostas
dadas
Grfico 15
88
2
1,5
1
0,5
Respostas
dadas
Grfico 16
2
1,5
1
0,5
0
Respostas
dadas
Grfico 17
89
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
Respostas
dadas
Grfico 18
Nas respostas dadas questo sobre a posio do polegar esquerdo em relao ao ponto
do violino verificou-se uma quase total concordncia entre os avaliadores. Assim
consideram que houve Muitas melhorias enquanto que o restante considera que foram
somente Algumas.
1.3.7. Anlise das respostas dadas pergunta n19
Pergunta: Observou melhorias em relao curvatura dos dedos da mo esquerda?
Apesar de a resposta de 1 avaliador revelar que as melhorias conseguidas foram
somente Algumas, os 3 restantes consideram que as melhorias em relao curvatura dos
dedos da mo esquerda foram Muitas.
90
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
Respostas
dadas
Grfico 19
91
92
Aps a aferio dada pelos professores, atravs da anlise dos vdeos, conforme
ilustra o grfico n 20, com a apreciao global das respostas dadas, constata-se que o
conjunto de dados referente s melhorias observadas na postura e nos movimentos dos
alunos se situaram nos parmetros de Bastantes, com 90 respostas positivas (41.4%), e no
parmetro Muitas com 56 respostas positivas (25.9%), considerando-se, assim, que foram
amplamente alcanados os objetivos propostos neste estudo.
Apesar do limitado nmero de alunos que aceitaram participar neste estudo, por
imperativos alheios ao investigador, dependendo este da vontade dos prprios e da
autorizao dos encarregados de educao, verificou-se que, no cmpito geral, os alunos
participantes registaram melhorias nas dificuldades tcnicas identificadas atravs da
metodologia proposta.
Em todo o caso, o parmetro intermdio, Algumas, registou 59 respostas, o
equivalente a 27,1%. No se devendo considerar uma avaliao negativa , no entanto,
completamente satisfatria, sendo um dado que manifesta ter havido apenas alguma
progresso ou uma progresso incompleta por parte dos alunos.
As apreciaes que revelaram No (2) ter havido nenhumas ou e Poucas (10),
melhorias apresentam, no seu conjunto, o equivalente a 5,6% das respostas, um valor que
no pe em causa o objetivo deste estudo.
93
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
90
59
56
Totalidade das
respostas dadas
10
2
Reala-se que, algumas das respostas por parte dos avaliadores podero ter sido
condicionadas pelo facto das filmagens serem bidimensionais, o que dificulta a captao de
um conjunto de pormenores que seriam fundamentais para uma avaliao inequvoca.
Evidencia-se o facto das respostas dos professores dos alunos terem sido, no geral, mais
positivas do que as dos avaliadores externos, provavelmente por terem um conhecimento
mais aprofundado dos alunos e das suas dificuldades, manifestando assim o
reconhecimento dos resultados positivos obtidos pelos alunos atravs desta nova
abordagem da resoluo dos problemas.
Na segunda filmagem denotou-se que alguns alunos utilizaram um tempo mais lento na
execuo da pea. Este fator no foi da responsabilidade do investigador, mas deve-se
tentativa por parte dos alunos de controlar os movimentos dentro das competncias
adquiridas.
94
12. CONCLUSO
Como apresentado anteriormente, tocar violino engloba uma serie de fatores que
interferem na otimizao da performance. Estes fatores podem definir-se como fatores
fsicos, fatores psicolgicos e de habilidade musical.
O desenvolvimento de uma tcnica segura, nos alunos que esto a iniciar a sua
aprendizagem, passa pela liberdade dos movimentos empregues no ato de tocar
proporcionando assim uma confiana e autonomia no expressar-se musicalmente.
O presente trabalho surge como necessidade do autor em encontrar respostas
importantes para a sua atividade de docncia, na recuperao de incorrees na postura e
da tcnica geral bsica.
As pesquizas encetadas para o Projeto Educativo em questo, despoletaram uma
viso transversal para o ensino do violino em Portugal que, como apresentado no captulo
1, omissa na formao contnua e aprofundada sobre a didtica especfica do
instrumento.
Os autores apresentados no Captulo 2 facultaram uma panormica pedaggica,
diversificada, sobre a pedagogia e as metodologias aplicadas pelos mais importantes
pedagogos do seculo XX no ensino do violino.
O autor considera fundamental a aproximao cientfica da psicomotricidade e
naturalidade nos movimentos utilizados na prtica do violino, facultando-lhe uma viso
pouco explorada at nas modernas pedagogias. Antecede-se assim a prtica com a mmica
dos movimentos atravs de exerccios, no intudo de conseguir uma maior naturalidade e
fluidez dos mesmos, fomentando a perceo, por parte dos alunos, dos mecanismos
empregues pelo seu corpo em relao ao instrumento.
Este estudo, que teve como objetivo a aplicao, num perodo curto de aulas
espaadas semanalmente, de alguns dos exerccios ilustrados na obra Action Studies:
95
Developmental and Remedial Techniques: Violin and Viola, de Paul Rolland, para a
resoluo de problemas tcnicos e de postura, revela que estes so, na maior parte dos
casos, uma ferramenta eficaz na resoluo dos mesmos.
Sobre Paul Rolland, foi includo neste trabalho, para alm de uma breve nota
biogrfica e bibliogrfica, uma lista de sugestes dos passos a seguir pelos professores na
deteo e resoluo dos problemas posturais e tcnicos apresentados pelos seus alunos.
Frisa-se, contudo, a necessidade de uma continuidade na aplicao dos exerccios,
para os alunos interiorizarem os movimentos e criarem automatismos na sua execuo
durante a performance. importante a constante monitorizao, por parte dos professores,
na deteo de possveis novos erros de postura e tcnica para uma resoluo o mais clere
possvel.
Seria pertinente, num futuro estudo, provar que a utilizao dos exerccios de Paul
Rolland, direcionados mo esquerda, tem implicao, a mais longo prazo, na melhoria da
afinao, em alunos com problemas neste campo.
Um outro mbito de pesquiza poder incidir na recolha de dados concretos sobre as
ferramentas utilizadas por parte dos professores de instrumento em Portugal com vista
resoluo de problemas de postura e de tcnica nos alunos de Iniciao e Ensino Bsico.
Espera-se, por fim, ter contribudo, atravs deste trabalho sobre a recuperao
tcnica de alunos, para o conhecimento de uma ferramenta de trabalho vlida para
professores em prol da melhoria do desempenho dos seus alunos e em benefcio de um
melhor ensino, em particular do violino mas extensvel aos outros instrumentos de corda,
em Portugal.
96
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Books, 1998.
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97
98
99
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100
101
102
ANEXOS
103
104
Anexo A
105
106
Nome
do
Aluno
Idade Grau/
Nvel
N de
Problema que o aluno apresenta e que deseja
anos
corrigir (indicar um s lado do sistema motor:
de
ex. problemas de arco ou da mo esquerda)
prtica
107
108
Anexo B
109
Autorizo
No autorizo
_______________________________________________________________________________________________
110
Anexo C
111
Autorizo
No autorizo
_______________________________________________________________________________________________
112
Anexo D
113
Autorizo
No autorizo
114
Autorizo
No autorizo
115
116
Anexo E
Questionrio
117
Exmo. Professor(a),
As vossas respostas serviro para aferir a eficcia da implementao das tcnicas referidas.
118
Aluno
Idade
Grau
N de
anos de
prtica
10
IV nvel
de
iniciao
10
11
10
12
119
Aluno A
Exmo. Professor(a)
De acordo com a sua opinio e aps visualizar os vdeos da 1 e da 2 gravao, responda
com um X nos campos assinalados para o efeito.
PERGUNTAS GERAIS
1) Observou melhorias em termos de postura geral proporcionando assim uma
melhoria na sustentao do instrumento (violino)?
No
Poucas
Algumas
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
120
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
121
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
122
Bastantes
Muitas
Aluno B
PERGUNTAS GERAIS
Poucas
Algumas
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
123
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
124
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
125
Bastantes
Muitas
Aluno C
PERGUNTAS GERAIS
Poucas
Algumas
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
126
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
Bastantes
Muitas
No
Poucas
Algumas
127
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
128
Bastantes
Muitas
Aluno D
PERGUNTAS GERAIS
Poucas
Algumas
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
129
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
130
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
131
Bastantes
Muitas
Aluno E
PERGUNTAS RELACIONADAS COM A MO ESQUERDA
Poucas
Algumas
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
132
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
Bastantes
Muitas
Poucas
Algumas
133
Bastantes
Muitas