A Invasão Dos Polímeros
A Invasão Dos Polímeros
A Invasão Dos Polímeros
Existem inúmeras formas de preparação dos polímeros e elas variam de acordo com a
empregabilidade dos mesmos. Por exemplo, polímeros podem ser classificados em polímeros
de adição, de condensação, depende do preparo.
É importante o estudo de polímeros até por que esses materiais sintéticos estão cada vez
mais presentes em nosso cotidiano e se tornaram essenciais para a vida moderna. Podemos
encontrá-los em computadores, em automóveis e até em nossas roupas.
Polímeros são macromoléculas em que existe uma unidade que se repete, chamada
monômero. O nome vem do grego: poli = muitos + meros = partes, ou seja,
muitas partes. A reação que forma os polímeros é chamada de polimerização.
Nesta seção você vai saber como a polimerização acontece e como os químicos produzem
polímeros. Vai conhecer também a diversidade de polímeros existentes atualmente e como
os mesmos foram obtidos. E ainda: a conscientização ambiental para o controle do descarte
destes materiais no meio ambiente. Não perca a oportunidade de navegar sobre o universo
dos polímeros!
Os materiais poliméricos são usados desde a Antigüidade, só que nessa época somente eram
usados materiais poliméricos naturais. A novidade é a síntese artificial de materiais
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poliméricos que é um processo que requer tecnologia sofisticada, pois envolve reações
químicas orgânicas.
Os polímeros sintéticos surgiram para imitar os polímeros naturais, com eles é possível
fabricar vários objetos, dentre eles: tubulações para água, sacolas plásticas, pára-choques de
automóveis, colas, tintas e chicletes. Mas o que seria os polímeros naturais? a borracha, os
polissacarídeos, as proteínas.
Pois saiba que todo o conforto que usufruímos hoje depende da presença de polímeros em
nosso cotidiano. Os painéis, estofados e acessórios que compõem os luxuosos carros são
feitos a partir desta classe de compostos orgânicos: os polímeros sintéticos. E mais: a caneta
com que escrevemos, as roupas feitas com os mais variados materiais (nylon, ryon), a
estrutura dos computadores (teclado, mouse, CPU), enfim, vários objetos que fazem parte da
vida moderna contém em sua composição algum tipo de polímero sintético.
Pode-se afirmar que nos países mais desenvolvidos são gastos anualmente mais de 100
quilos de polímeros sintéticos por habitante, ou seja, são compostos essenciais para nossa
sobrevivência. Tudo isso seria benéfico se não fosse o perigo representado pelo aumento no
uso de polímeros. Eles são uma grande ameaça para a humanidade em razão do descarte
incorreto: os rios, mares e áreas verdes recebem diariamente centenas destes materiais que
possuem a propriedade de não serem biodegradáveis. Sendo assim, se acumulam na
natureza contaminado o ambiente.
Para continuarmos usufruindo dos benefícios dos polímeros, precisamos nos conscientizar
dos perigos do descarte incorreto, para que a poluição não responda por nossos atos. A
presença de polímeros pode ser somente para o nosso bem!
Os polímeros podem ser classificados de acordo com a estrutura atômica. Conheça agora os
tipos de polímeros criados em laboratório por estes cientistas:
Polímeros lineares: são compostos de muitos fios longos unidos, como se fossem uma corda
contínua.
Polímeros de ligação cruzada: este é o tipo mais complexo, imagine pegar as cordas e fazer
uma rede com elas. A ligação cruzada é formada por cadeias individuais de polímeros ligadas
por correntes laterais. Veja como seria esta estrutura:
Já os termofixos, como o próprio nome diz, possuem uma estrutura mais rígida, tudo se
explica pela estrutura que os compõem: ligações cruzadas unem os fios de polímeros.
Durante o preparo deste tipo de plástico, o mesmo é aquecido para formar pontes fixas na
estrutura polimérica.
A baquelita é um exemplo de plástico termofixo, ela é usada para compor cabos de frigideira
por ser dura, resistente e não condutora (o cabo não se aquece no fogo).
Composição do Teflon
Todo cozinheiro sabe que o Teflon é um revestimento resistente empregado para cobrir
utensílios domésticos, como panelas e frigideiras. O que nem todos sabem é sobre a origem
e composição deste material antiaderente.
Mas de quem foi a idéia genial de utilizar o Teflon na confecção de panelas? Foi tarefa para o
pesquisador Louis Hartmann (1950), ele partiu do princípio que precisava unir o componente
das panelas (alumínio) ao novo material, acompanhe o processo realizado por Louis:
Descobertas poliméricas
Você sabe como surgiu a borracha e o teflon? Está na hora de conferir como as descobertas
químicas contribuíram para o bem-estar do homem. Acompanhe neste contexto, algumas
das maiores façanhas da Química Orgânica:
Borracha estável
A borracha natural (na forma de látex) já era conhecida desde o século XVI, apresentava
alguns inconvenientes como por exemplo, a baixa resistência física, perda do formato
quando submetida a altas temperaturas.
Como obter um material mais resistente que permitisse sua aplicação em vários objetos? A
vulcanização da borracha surgiu acidentalmente pelas mãos de Charles Goodyear enquanto
realizava experimentos. Ele deixou cair borracha misturada a enxofre em um fogareiro
quente e observou que o material não se deformou com o calor. Este processo permite à
borracha tornar-se elástica, resistente e estável.
E surge o Teflon
O material que recobre as panelas antiaderentes tem seu histórico iniciado no ano de 1938.
Roy Plunkett, um químico da época, pesquisando refrigerantes notou que algo impedia a
passagem de gás tetra-fluoretileno na tubulação. Tratava-se do produto da polimerização do
gás: o politetrafluoretileno. O material apresentava-se liso, de cor branca e baixa reatividade,
que foi nomeado de Teflon.
A primeira aplicação do Teflon foi em bombas atômicas, mas já no ano de 1946 foi usado
como revestimento de panelas, o que é um sucesso até os dias atuais.
Epóxidos
Epóxidos são compostos orgânicos, mais precisamente polímeros que se formam a partir da
reação do éter cíclico com o bis-fenol. Os epóxidos também são denominados de poliéteres
por serem derivados de um éter, podem ser encontrados na forma líquida e incolor, são
solúveis em álcool, éter e benzeno.
Como se vê, epóxidos são reativos, as substâncias derivadas deste grupo funcional recebem
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Em razão da estrutura rígida, as colas e cimentos do tipo epóxi são usadas para fabricar
skates, tacos de golfe, raquetes de tênis, e até em asas e fuselagem de aviões. A resina
epóxi possui uma função muito importante nestes casos: manter as fibras unidas.
A maior aplicação de epóxidos na Indústria é no que se refere aos composites, que são
constituídos por polímeros sintéticos e servem para dar resistência a objetos. Neste caso a
estrutura do polímero é reforçada pela presença de fibras envolvidas por material plástico
(resinas epóxi).
Materiais Poliméricos
Os materiais poliméricos são mais antigos do que se pensa, eles têm sido usados desde a
Antigüidade. Contudo, nessa época somente eram usados materiais poliméricos naturais, a
síntese artificial de polímeros é um processo que requer tecnologia sofisticada, pois envolve
reações de química orgânica, ciência que só começou a ser dominada a partir da segunda
metade do século XIX.
A partir daí começaram a surgir polímeros modificados a partir de materiais naturais, mas
somente no início do século XX os processos de polimerização artificial surgiram. Desde
então esses processos passaram por aperfeiçoamento e colaboraram para a obtenção de
plásticos, borrachas e resinas cada vez mais sofisticadas e baratas, graças a uma engenharia
molecular cada vez mais complexa.
Polímeros de adição:
• Polietileno: etileno usado para fabricar baldes, sacos de lixo e de embalagens.
• PVC: cloreto de vinila e estireno são exemplos. Esse material é usado em tubos para
encanamentos hidráulicos.
Polímeros de condensação:
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Silicones são polímeros compostos por silício e oxigênio intercalados, contendo também
grupos orgânicos na sua estrutura.
Observe que a areia (SiO2) misturada a carbono dá origem ao produto final, o silicone. A
cadeia respectiva apresenta, em sua cadeia linear, átomos de silício e oxigênio alternados. A
quantidade de ramificações orgânicas – CH3 pode variar na molécula, daí a explicação para a
variedade de silicones existente no mercado.
O silicone pode variar de líquido viscoso a sólido, semelhante à borracha. Essa variação na
forma física depende do tamanho da molécula, vejamos:
- O silicone formado por moléculas menores possui um aspecto oleoso, sendo por isso usado
como impermeabilizante de superfícies, graxa lubrificante, cera de polimento, etc. Se
encontra na forma líquida e pode ser aplicado para realçar o para-choque e painéis plásticos
de automóveis.
- À medida que a parte orgânica da molécula de silicone fica maior, as ligações se cruzam e o
silicone assume o aspecto de elastômero, mais conhecido como borracha de silicone. Assim,
passa a apresentar alta resistência e por isso é aplicado em equipamentos industriais e
peças de automóveis, dentre outras.
Para quem associa a palavra silicone apenas à vaidade feminina de obter seios maiores
(próteses siliconadas), apresentamos aqui outra aplicação deste polímero no universo
feminino: o silicone é usado em formulações cosméticas, como por exemplo, em batons.
O PET teve sua descoberta em 1941 pelos químicos Rex Whinfield e James Dickson. Enquanto
trabalhavam com etilenoglicol, Rex e James notaram o aparecimento de um material
pegajoso que, quando esticado, dava origem a longas e resistentes fibras, se tratava de um
éster capaz de formar cadeias poliméricas (polímeros). Devido a esta composição, foi
definido como poliéster.
O poliéster é usado até hoje para compor tecidos que não amarrotam, talvez por esta
vantagem esteja a tanto tempo no mercado. Nos últimos anos foi empregado na fabricação
de garrafas descartáveis, e recebeu a nomenclatura PET, esta é a definição própria para as
embalagens compostas por poliésteres. Com as vantagens de ser facilmente manuseado e
transportado, o PET se torna mais uma das praticidades do século XXI que chegou para
substituir o vidro (pesado e frágil).
Por que os coletes à prova de bala são tão resistentes? Qual material é capaz de resistir a
uma bala de revólver? Essas são dúvidas que esclareceremos agora.
O cientista americano Stephanie Kwolek, no ano de 1965, na busca por um material com a
resistência térmica do amianto e rigidez da fibra de vidro, acabou por descobrir um novo
polímero. Como se sabe, as balas são feitas em aço e a velocidade que atingem ao serem
lançadas, as tornam fatais. O Kevlar surgiu para mudar esta história: com a chegada dos
coletes à prova de bala, o aço que era imbatível, se tornou frágil.
E não é só em coletes que se aplica o material Kevlar, ele é usado também em revestimentos
para motores de aviões para evitar que uma eventual explosão na turbina os danifique.
Composição do Kevlar: longas cadeias de anel benzeno interconectadas com grupos amida.
O que torna o polímero altamente resistente é a estrutura organizada da cadeia, as forças
atrativas entre as moléculas permitem que se alinhem em camadas rígidas uma em cima da
outra. Toda esta organização estrutural permite ao Kevlar obter resistência 5 vezes maior do
que no aço, ou seja, é bem mais forte.
Mais aplicações do Kevlar: Quando se adiciona fibras a este polímero, ele se torna mais
resistente e então pode ser usado para a confecção de escudos militares, raquete de tênis,
roupas espaciais, em carros de corrida de Fórmula Um, entre outras.
O Kevlar se destacou mesmo por proporcionar maior segurança aos policiais, agora você já
sabe de que é feito o colete que permite combater o crime sem maiores riscos.
Polímero Nylon
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O nylon, no português náilon, é uma fibra têxtil sintetizada em laboratório, faz parte da
classe dos polímeros e é muito usada na fabricação de roupas femininas como lingeries,
roupas de banho (biquínis, maiôs). O nylon consiste em uma fibra orgânica muito útil
atualmente, mas sua descoberta não é recente. Já no início do século XX (1927), foi preciso
desenvolver um tecido resistente para fabricar roupas e substituir a seda de preço elevado.
O sucesso pode ser explicado pelo preço do nylon, que é bem mais acessível do que o da
seda. Mas esta não foi a primeira aplicação do nylon, ele foi empregado pela primeira vez na
fabricação de escova de dente, 10 anos antes de se transformar em meias.
Polímeros biodegradáveis
Você já ouviu falar da Bioespuma? Ela é um composto biodegradável que foi elaborado para
substituir o isopor.
A obtenção da Bioespuma é feita a partir do óleo de mamona. O processo consiste em uma
síntese que envolve reações químicas entre o óleo de mamona e amido, reações que são
denominadas de esterificações. Veja o esquema de obtenção da Bioespuma e o seu processo
de deterioração:
Observe que os produtos finais do processo de Biodegradação são: água (H2O) + gás
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carbônico (CO2).
O isopor por sua vez, possui desvantagens por ser derivado do petróleo, que é um recurso
não renovável e, além disso, não é biodegradável, o que significa que pode levar anos para
se decompor na natureza.
A deterioração da espuma é mais rápida, o tempo estimado é de oito meses a um ano para
que desapareça completamente do meio ambiente. A ação da luz e do calor acelera a
degradação da Bioespuma, fato este que explica porque no verão a decomposição é mais
rápida (mais ou menos três meses).
Além de ser biodegradável, a Bioespuma é segura em caso de incêndios, pois não é tóxica e
nem propaga chamas.
Polímeros de adição
Muitos dos objetos plásticos que usamos em nosso dia a dia são obtidos através dos
polímeros de adição. Vamos entender um pouco do processo de formação destes polímeros?
Uma vez quebrada a ligação, forma-se um radical com elétron ímpar. Esse elétron atua
livremente, tornando o átomo de carbono altamente reativo. O radical se une então a outro
radical, e começa uma reação em cadeia até que se formem longas estruturas como a
descrita acima, a do polietileno. Agora você já sabe por que a Reação de adição se chama
assim, ela permite somar mais carbonos à cadeia.
Polímeros e Poluição
Com a revolução das embalagens, surgiram as embalagens plásticas que são derivadas de
polímeros, estas são mais usadas devido algumas vantagens que apresentam. Elas são
obtidas a baixo custo, são impermeáveis, flexíveis e ao mesmo tempo são resistentes a
impactos. Sendo assim, foram substituindo as antigas embalagens até serem usadas em
larga escala como nos dias atuais.
Durante muitos anos as embalagens plásticas estão sendo despejadas em aterros sanitários,
mas o fato de não serem biodegradáveis faz com que se acumulem no ambiente
conservando por muitos anos suas propriedades físicas, já que possuem elevada resistência.
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São necessários de 100 a 150 anos (aproximadamente) para que os polímeros sejam
degradados no ambiente. Por isso a poluição causada pelos polímeros se tornou uma
preocupação em escala mundial, além de poluir rios e lagos, polui também o solo de um
modo geral.
Os grandes vilões deste século são os materiais poliméricos como as garrafas PET de
refrigerantes, que acarretam problemas ambientais pelas características de serem
descartáveis. A poluição pelos polímeros poderia ser minimizada com a reciclagem dos
plásticos ou o emprego de polímeros biodegradáveis