A Cor Como Linguagem - Da Fisiologia À Cultura
A Cor Como Linguagem - Da Fisiologia À Cultura
A Cor Como Linguagem - Da Fisiologia À Cultura
cultura
LUCIANA M. SILVEIRA
252
S I L V E I R A
M .
L U C I A N A
2001
n.
galxia
bancas de jornal, sem, no entanto, haver interao no estudo da percepo cromtica. Todos os aspectos tm importncia no estudo da cor, desde os aspectos neuroantropolgicos aos puramente utilitrios e por isso devem ser considerados de maneira simultnea.
No livro A cor como Informao, Luciano Guimares desvenda uma estrutura
da cor alm da classificao especializada e reducionista. Para conseguir este feito,
lana mo da abordagem semitica da cultura como instrumental terico, valendo-se principalmente dos trs tipos de cdigos da comunicao eleitos pelo semioticista checo Ivan Bystrina: primrio ou hipolingual, secundrio ou de linguagem e
tercirio ou cultural.
Num texto claro e preciso os conceitos utilizados so gradativamente descritos, caminhando para uma abordagem da simbologia das cores. Segundo Guimares, a simbologia extrada das vrias aplicaes da cor nos diversos tipos de
objetos, principalmente no tocante cor como informao, isto , quando ela
aplicada com determinada inteno, provocando determinadas funes ligadas ao
objeto.
O livro destinado tanto aos designers e arquitetos que se utilizam profissionalmente da cor buscando solues para seus problemas de harmonia cromtica,
quanto para outros profissionais que consideram o fenmeno da cor como um microcosmo para seus estudos nas diferentes disciplinas.
Com o objetivo de entender a relao entre a utilizao e a compreenso dos
textos que so construdos a partir da cor como informao e seguindo a classificao dos cdigos de Ivan Bystrina, Guimares considera os aspectos fisiolgicos
da viso cromtica como cdigos primrios ou hipolinguais. Envolve desde o entendimento de como se d a viso cromtica no aparelho ptico humano at a sua
conjugao com o crebro, que a interpreta. Este processo envolveria invariantes
biofsicas por dependerem diretamente de heranas genticas.
J como cdigos secundrios ou de linguagem esto os aspectos da percepo
cromtica que no so herdados. Eles regulam os cdigos primrios para surgir o
que se conhece como linguagem das cores. So os parmetros que definem a cor
em relao s outras caractersticas do objeto como a massa, a textura, a forma ou
o cheiro.
A dimenso simblica das cores classificada como cdigo tercirio, onde a
cor assume seu papel de informao cultural. Esta terceira parte fundamental no
estudo da complexidade da percepo cromtica, pois quando assumimos a cor
como um cdigo cultural, carregamos com ela todos os aspectos que envolvem o
processo da comunicao humana.
F I S I O L O G I A
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C O M O
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galxia
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