Auditoria
Auditoria
Auditoria
POR
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Rio de Janeiro
2008
2
RESUMO
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...............................................................................................................04
1 CONTEXTUALIZAÇÃO.........................................................................................10
1.1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: PATRIMONIALISTA,BUROCRÁTICA
E A NOVA GESTÃO PÚBLICA.............................................................................10
1.2 AUDITORIA: ORIGEM, CONCEITOS E CLASSIFICAÇÕES................................16
1.3 ENTIDADES DE FISCALIZAÇÃO SUPERIOR: ORIGEM, EVOLUÇÃO,
SUAS FORMAS DE ORGANIZAÇÃO NO MUNDO E NO BRASIL.......................26
1.4 O IMPACTO DA NOVA GESTÃO PÚBLICA NAS EFS: A EMERGÊNCIA
DA AUDITORIA OPERACIONAL..........................................................................34
2 AUDITORIA OPERACIONAL...............................................................................43
2.1 ORIGEM E EVOLUÇÃO HISTÓRICA...................................................................43
2.2 ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA OPERACIONAL.......................................47
2.3 O CICLO DA AUDITORIA OPERACIONAL...........................................................64
CONCLUSÕES............................................................................................................113
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA.................................................................................117
INTRODUÇÃO
1. CONTEXTUALIZAÇÁO
Até 1945, o Estado aumenta a sua indústria de base, passando a ter uma
função mais intervencionista. Como resultado do aumento das funções econômicas do
Estado, há o crescimento da função empresarial do Estado e, daí, surge a necessidade
de uma administração mais gerencial, utilizando-se princípios e técnicas da iniciativa
privada, mas com ênfase no interesse público. De 1945 a 1964, começa a surgir um
ideal de planificação do Estado (Guerreiro Ramos, 1983). Em 1964, surge à Lei
Complementar 4.320 que institui normas de direito financeiro para elaboração e
controle de orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito
Federal.
Nos últimos anos, o mundo assistiu a um frenética debate sem– até hoje não
concluído – sobre o papel que o Estado deve desempenhar na sociedade e o nível de
intervenção que deve ter na economia.
regulador dos contratos e também prover os direitos sociais aos que se encontravam
fora do mercado de trabalho para que os mesmos pudessem participar do “pacto” como
consumidores. Tal modelo de intervenção, também conhecido como welfare state ou
Estado do bem-estar foi questionado pelos neoliberais durante todo esse período.
Enquanto esse modelo continuou garantindo a prosperidade econômica aos países
centrais, os adeptos do livre mercado permaneceram como uma tímida voz
discordante, mas esse quadro mudou radicalmente quanto a crise começou (Paes de
Paula, 2007:41-42).
No Brasil colonial, tínhamos a figura do juiz colonial, o olho do rei, que era
destacado pela Coroa portuguesa para verificar o correto recolhimento dos tributos
para o Tesouro, reprimindo e punindo fraudes.
17
Mesmo na língua inglesa o termo é ambíguo, segundo Quirk (1997 apud Dos
Santos e Cardoso, 2001:7):
18
Figura 1
AUDITORIA
DELEGANTE DELEGADO
ACCOUNTABILITY
Classificação da Auditoria
Todo ramo do conhecimento humano, para melhor ser estudado, deve ser
classificado. Esta é uma premissa básica desde o princípio da filosofia. A auditoria por
ser uma atividade totalmente sistematizada não poderia ser diferente, pois é muito
comum ser encontrado na literatura técnica, como nos debates, cursos de pós-
graduação, seminários, congressos e outros eventos técnicos e acadêmicos, vasta
numeração de tipo de auditoria. Contudo, não existe para esta importante técnica uma
classificação uniforme.
Informações Informações
De acordo com Araújo (2006:20), auditoria externa pode ser definida como
aquela realizada por profissionais qualificados que não são empregados da
administração auditada, com o objetivo precípuo de emitir uma opinião independente,
com base em normas técnicas, sobre a adequação ou não das demonstrações
contábeis. Também conhecida como auditoria independente, é a auditória contábil
realizada por especialistas não vinculados à organização examinada.
Auditorias e
AUDITORIA INTERNA Controladorias
Responsabilidade
CONTROLE INTERNO da administração
AUDITORIA AUDITORIA
CONTÁBIL DE ECONOMIA
AE E EFICIÊNCIA
AI
AEF AO
AUDITORIA
DE EFICÁCIA
AO = Auditoria Operacional
AI = Auditoria Integrada
AE = Auditoria de economia e eficiência
AEF = Auditoria de eficácia
Fonte:Araújo (2006:21)
26
Speck (2000: 24) aponta que as EFS foram instituídas, historicamente, com
duas finalidades diferentes: primeira, na preocupação gerencial de administrar bem os
recursos públicos. Essa inquietação nasce no seio da própria administração e dá
origem a EFS inicialmente alocadas no âmbito do próprio poder Executivo. A segunda
finalidade surgiu na preocupação do Poder Legislativo, representando a apreensão
liberal, em limitar o Poder Executivo, e cuja origem tem origem nos primeiros órgãos
representativos, como as Cortes Gerais medievais.
30
As EFS criadas pelo Poder Executivo na Europa entre o séc. XVIII e XIX,
durante a fase do absolutismo esclarecido e das repúblicas constitucionais, tinham na
sua essência, como forma de bem gerir o recurso público, a preocupação primária de
controlar os administradores e, portanto, estavam atreladas ao processo de efetuar a
racionalização administrativa.
Além deste modelo de dois tipos ideais, baseado nas duas funções inerentes
ao controle financeiro-patrimonial, surge em 1807 o modelo francês de Tribunal de
Contas, com outra configuração institucional e que serviu de exemplo para a criação de
instituições similares em muitos países. A característica mais importante do modelo
francês é a sua posição eqüidistante de ambos os poderes.
Rui Barbosa foi quem propôs que a escolha dos membros do Tribunal seria
indicação do Presidente e a confirmação pelo Senado com a finalidade do órgão ser
eqüidistante de ambos os poderes, na forma do modelo francês. A forma conjunta de
indicação pelos dois poderes coloca os integrantes do Tribunal próximo ao mundo
político. Os contrapesos para neutralizar a origem política dos ministros são a
vitaliciedade, garantias vinculadas ao cargo e a forma colegiada de decisões. Desde a
sua criação, os cargos de ministros do Tribunal eram vitalícios, e os seus integrantes
receberam garantias que os equiparavam aos juízes da mais alta corte do país.
momento do controle era visto com extrema importância, uma vez que despesas
ilegítimas dificilmente seriam recuperadas. Embora o Tribunal de Contas tenha se
originado com base no modelo francês, que nesse aspecto optava pelo controle prévio,
o parlamentar brasileiro por influência, sobretudo, de Rui Barbosa escolheu o controle
prévio que foi introduzido na Holanda, em 1820, e em seguidas em países como
Bélgica, Itália e Portugal.
Assim, para esses autores, a retórica de eficiência trazida pela nova gestão
pública é muito mais alardeada pelos governos, que gostam de dar certa proeminência
sobre suas decisões, do que, de fato, concretizada. Já as informações sobre as
implementações das reformas são, em geral, mais difíceis de se encontrar, ainda que,
de fato,existem casos em que ocorreram melhorias nos processos. Em vários países
(mas não em todos) algumas importantes necessidades cotidianas, tais como carteiras
de habilitação, carteiras de identidade, passaportes, e formulários do imposto de renda
são muito mais facilmente obtidos do que há 20 anos atrás Porém, no caso de
fracasso, não é comum que políticos ou servidores públicos.participem de palestras
37
para explicarem como suas reformas fracassaram , ou aqueles casos mais complexos
que são prejudicados em razão da realização das metas quantitativas.
(2002:40), é que essas instituições estão cada vez mais demandadas para realizarem
trabalhos mais qualitativos do ponto de vista da análise da eficiência, efetividade e
economicidade (3 E´s) da ação governamental. O profissionalismo, a independência
institucional, a capacidade técnica e a posição que ocupa nas administrações públicas
nacionais permitem-lhe realizar trabalhos de maior credibilidade e com maior grau de
independência sobre os aspectos dos três E´s. Tais enfoques do controle vêm
ganhando relevo para a consolidação de Estado democrático; para desfazer a imagem
pública de ineficiência e não efetividade das ações implementadas por governos; bem
como para conter a crise fiscal porque passam os governos desde meados de 1980.
Esse último, o argumento administrativo determinante para as reformas administrativas
que vem sendo implementadas por diversos países sob a rubrica de doutrinas da nova
gestão pública (Hood e Jackson apud Gomes, 2002:40).
Uma das conclusões desse estudo foi que os países em os órgãos centrais
de auditoria realizam auditoria de desempenho, as doutrinas de administração voltadas
para desempenho estão conquistando espaços significativos, com exceção de França
e Alemanha, países onde as suas burocracias são céticas quanto a essas novas
idéias..
1
consiste em testes que verificam se um auditado possui bom sistema de contabilização, procedimento de
determinações de metas, se existe boa ralação com clientes; a função recursos humanos é considerada a
amais alta prioridade da empresa, entre outras. Compara-se as atividades atuais do auditado com modelos
ou padrões de bom gerenciamento (benchmarking).
2
enquanto boas práticas de gestão lidam com fatores mais internos à organização, o critério de boa
governança estabelece uma visão mais sistêmica e externa à organização. Esse critério relaciona-se com a
visão de coordenação das ações governamentais, que devido a uma série de fatores dentro das
administrações públicas nacionais levam a fragmentação e perda de sinergia.
3
o sucesso desse critério pode ser alcançado se um serviço público atinge as expectativas razoáveis de seus
usuários
4
envolve o estabelecimento da extensão na qual o órgão auditado fracassou ou obteve sucesso no
atendimento de suas próprias metas, declaradas publicamente ou estabelecidas por normativos.
43
2- AUDITORIA OPERACIONAL
1
que envolve a adequação das informações apresentadas nas demonstrações financeiras, além do aspecto
relacionado à obediência a leis e regulamentos aplicáveis.
2
que abrangem questões de economia e eficiência na aplicação dos recursos públicos, bem procuram
verificar se os programas governamentais estão atingindo os resultados propostos, levando em consideração
os custos e benefícios alcançados
44
E, por sua vez, o Tribunal de Contas da União, por meio do artigo 71, inciso
IV, passou a dispor da competência constitucional de efetuar “... inspeções e auditorias
de natureza contábil, financeira, orçamentária e patrimonial nas unidades
administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário,...” (Brasil, 2008b). A
edição da Lei de Responsabilidade Fiscal1 (LRF) em 2000, atribui aos Tribunais de
Contas o dever de alertar as entidades públicas sobre os fatos que comprometem os
custos e resultados dos programas governamentais, tornando então o exame da
eficiência e eficácia desse programas um procedimento obrigatório no âmbito do
controle externo.
Quadro 7
Auditorias operacionais em relação a todas as fiscalizações
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Auditoria Operacional 30 31 31 45 17 46 29 51 14
ou Integral
Total das fiscalizações 821 1012 1015 1141 743 886 756 855 720
Fonte: Speck (2000:147)
1
art. 59 O Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos Tribunais de Contas, e o sistema de controle
interno de cada Poder e do Ministério Público, fiscalizarão o comportamento das normas desta Lei
Complementar, com ênfase no que se refere a:
(...)
V- fatos que comprometam os custos ou os resultados dos programas ou indícios de irregularidade na gestão
orçamentária.
(...)
47
outras perguntas que não são do interesse da clássica auditoria operacional, tais como
análise de conteúdo de política pública, pesquisa com usuários, entre outros. Ambas
preocupam-se com a eficiência e o alcance dos objetivos operacionais, só que a
auditoria de desempenho não se restringe a elas. A auditoria de desempenho é, de
fato, essencialmente uma atividade exclusiva do setor público, pois o objetivo final
dessa atividade é revisar e avaliar o impacto de políticas públicas, sua boa condução e
o valor público que essas políticas agregam a sociedade. A auditoria operacional visa
agregar valor privado para os acionistas, à maximização do lucro ou minimização do
prejuízo, portanto, seu escopo é menos abrangente.
Figura 6
Eficácia = Resultados alcançados
Resultados pretendidos
Eficaz. (...) 1. Que produz o efeito desejado; que dá bom resultado: medida
eficaz; tratamento eficaz, (...)
Efetivo. (...) 1. Que se manifesta por um efeito real; positivo: negócio efetivo;
promessa efetiva. (..) 4. O que existe realmente (...)
(Ferreira, 1968:p.620 apud Albuquerque:2007,59)
1
Tradução em português para o termo environment
2
A INTOSAI considera apenas 6 “Es”: economicidade, eficiência, effectiviness (eficácia, efetividade), eqüidade e
ecologia
57
1
Outras denominações: auditoria financeira, auditoria tradicional, auditoria de conformidade, auditoria de regularidades e
auditoria da legalidade
58
Por ser tratar de um campo novo, auditoria operacional vem sendo forjada
com auxílio de outras fontes profissionais e disciplinares já estabelecidas, Pollit et al
apud Gomes (2002:54). A mistura particular dessas fontes varia de país para país.
Nesse sentido, esse autores identificaram que os auditores de desempenho exercem a
sua profissão em meios a quatro papéis distintos, conforme representado abaixo:
Accountability de
Como um pesquisador / cientista desempenho Como um consultor de
(base profissional em de gestão (base profissional
Economia e ciências em administração e
sociais) negócios)
Fonte: Pollit et al apud Gomes (2002:54)
Leal (2006: 49) com base no trabalho de Lima, elabora uma interessante
tabela que compara ambas as auditorias, operacional e tradicional, na qual a primeira é
enfocada sob a perspectiva da avaliação de programa.
Quadro 13
Diferenças entre Auditoria Tradicional e Auditoria Operacional
Tradicional Operacional
Agentes externos independentes Agentes externos parceiros
Punição de falhas Contribuição para sanar falhas
Fluxo de trabalho é padronizado e hierárquico O fluxo de trabalho assemelha-se a uma cadeia
de produção, contendo insumos, produtos, efeitos
Ambiente de comando e controle Ambiente político com prevalência de debate
democrático
Utilização de padrões legais Utilização de boas práticas, modelos,
conhecimento e experiência voltados para
resultados (results oriented management – ROM)
Obediência a procedimentos Empreendedorismo e liderança, escolha política e
administrativa
Uso dos conceitos do Direito e da Contabilidade Uso de informações obtidas através da pesquisa
social, análise de políticas, economia
Imperatividade Convencimento
Pouca participação popular Debate público
Individualização da responsabilidade Nem sempre possível individualizar (resultado)
Controle Hierárquico e administrativo Controle democrático e social
Os responsáveis são punidos com multas e A penalidade atribuída é o ostracismo, a censura,
afastamento danos a reputação
Fonte: Lima (2005) apud Leal (2006:49)
63
Planejamento
1
As cinco funções definidas por Henri Fayol (1841-1925), um dos principais pensadores da Escola Clássica
da Administração: Planejar, Organizar, Comandar (Dirigir), Coordenar e Controlar (Lódi,1984:46). Planejar era
definido como: “examinar o futuro e desenhar um plano de ação.
66
1
É o planejamento levado a termo (escrito), constituindo-se em um documento com todos os detalhes
técnicos necessários à compreensão dos procedimentos que serão aplicados em termos de natureza,
oportunidade e extensão (ARAÚJO et al,,2008:170).
2
É o instrumento que fornece ao auditor que executará os trabalhos os passos específicos a serem seguidos
de acordo com o plano de auditoria (ARAÚJO et al,,2008:176).
67
FINALIDADE
OBJETIVO
PRODUTO PRODUTO
Avaliação de Programa
1
Stakeholder – são pessoas, grupos ou instituições interessadas ou envolvidas com um programa
2
SWOT – acrônimo formado por palavras de origem inglesa: Strengths = forças, Weaknesses = fraquezas,
Opportunities = oportunidades e Treaths = ameaças
71
1
As iniciais RECI corresponde em inglês a sigla RACI , que corresponde as seguintes palavras da língua
inglesa: Responsable (Responsável), Accountable (Executor), Consulted (Consultado) e Informed
(Informado)
73
1
No caso da auditoria operacional, as questões de auditoria tratam de dimensões como eficiência, eficácia,
efetividade e eqüidade, por serem estes as mais referidas e aceitas pela comunidade profissional
(Albuquerque, 2007:78-79).
74
PROBLEMA: Enunciar de forma clara e resumida o aspecto a ser enfocado pela auditoria, de acordo com
o planejamento da auditoria previamente realizada
O QUE A
QUESTÃO DE INFORMAÇÕES FONTES DE ESTRATÉGIAS MÉTODOS DE MÉTODOS DE ANÁLISE VAI
AUDITORIA REQUERIDAS INFORMAÇÃO METODOLÓGICAS OBTENÇÃO DE ANÁLISE DE LIMITAÇÕES PERMITIR
DADOS DADOS DIZER
Especificar os Identificar as Identificar as Especificar as Especificar os Especificar as Especificar as Esclarecer
termos-chave e informações fontes de cada comparações a métodos de coleta técnicas a serem limitações precisamente
o escopo da necessárias para item de serem feitas, as a serem utilizadas na relativas: que conclusões
questão: responder a informação técnicas amostrais a empregados, quais análise de dados, ou resultados
questão de serem utilizadas: sejam: quais sejam: à estratégia podem ser
• período de auditoria metodológica alcançados a
abrangência estudo de caso; Entrevistas Estatística adotada; à partir da
• população- pesquisa; (estruturadas ou descritiva; qualidade das estratégia
alvo delineamento não estruturadas); análise informações; metodológica
• área experimental; Questionário qualitativa; às condições adotada.
geográfica delineamentos enviado pelo análise de operacionais de
quase-experimental; ; correio; observação conteúdo; outras realização do
delineamento não- direta; dados trabalho.
experimental secundários.
Fonte: TCU
Execução
1
representam o conjunto de documentos ou apontamentos, elaborados e/ou colhidos durante o processo de
auditoria, contendo informações e provas, preparados de forma a fundamentar a sua opinião. Neles são
registrados todos os achados e servem como comprovação do trabalho efetuado (Peter & Machado,
2007:98).
77
X
CONDIÇÃO CRITÉRIO
ACHADOS
Relatórios
Fonte: TCU
1
As conseqüências típicas: uso ineficiente de recursos humanos, materiais e financeiros; gastos indevidos;
controles inadequados (Peter & Machado, 2007:87).
79
Relatório
1
É o documento que representa a opinião do auditor sobre a exatidão e regularidade (ou não) da gestão e
adequação (ou não) das peças. Tipos de parecer: 1) parecer pleno: quando se verificar que na gestão dos
recursos públicos forram adequadamente observados os princípios da legalidade, legitimidade e
economicidade; 2) parecer restritivo: quando se constatar falhas, omissões ou impropriedades de natureza
formal quanto à legalidade, legitimidade e economicidade que por sua irrelevância ou imaterialidade não
caracterizam irregularidade;e 3) parecer de irregularidade: quando se verificar a não-observância dos
princípios da legalidade, legitimidade e economicidade, constatando a existência de desfalque, alcance,
desvio de bens ou outra irregularidade que cause prejuízo a fazenda pública (Peter & Machado, 2007:112)
2
Profundidade e amplitude do trabalho para alcançar o objetivo da auditoria (programa, atividade, projeto,
processo ou sistema sujeito à fiscalização). É definido em função do tempo e dos recursos humanos e
materiais disponíveis (Brasil, 2004h)
3
Normas de Auditoria Governamental Geralmente Aceitas: destinam-se aos auditores governamentais,
visando assegurar que eles mantenham sua competência, integridade, objetividade e independência para
planejar, executar e apresentar seus trabalhos, devendo ser observadas por auditores e organizações de
auditoria, quando assim o exijam as leis, regulamentos, contratos, convênios e normas (GAO, 2003:25).
80
1
www.coderte.rj.gov.br
83
1
Departamento de Transportes do Estado do Rio de Janeiro
2
O Terminal Rodoviário Novo Rio é o único do Estado com partidas internacionais com destino para
Argentina, Chile e Paraguai, além de ser o principal terminal de linhas interestaduais.
85
1
2 (dois) são oriundos de convênios com as prefeituras municipais de Mendes e Itatiaia, além de manter a
fiscalização in loco nos terminais rodoviários administrados pela Socicam (Novo Rio e Roberto Silveira).
86
Este decreto tinha com a finalidade fazer recolher aos cofres da denominada
Companhia de Transportes Coletivos do Estado da Guanabara a tarifa equivalente a
até 5% do valor de todas as passagens vendidas pelas empresas de transporte que
utilizem os terminais rodoviários do então Estado da Guanabara.
1
A cidade do Rio de Janeiro tornou-se o Estado da Guanabara m 21 de abril de 1960, após a mudança da
capital da República para Brasília, até 1 de Julho de 1974 quando pela Lei Complementar nº 20 decidiu-se
realizar a fusão do estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, a partir de 15 de março de 1975, mantendo a
denominação de Estado do Rio de Janeiro (WIKIPÉDIA, 2008)
87
Existem três formas de cobrança da TET, que variam de acordo com o tipo
de linha e o percurso: 1) por passageiro transportado; 2) por partida de ônibus; e 3) por
passageiro embarcado (ou antecipada).
1
O Departamento de Transportes do Estado do Rio de Janeiro –DETRO é uma autarquia, criada pela Lei nº
1.221, de 6/11/1987, vinculada à Secretaria Estadual de Transportes. Seus principais objetivos são:
concessão, permissão, autorização, regulamentação, planejamento, coordenação, fiscalização, inspeção,
vistoria e administração dos serviços intermunicipais de transportes remunerados de passageiros por
veículos automotores.
2
Decreto “E” nº 894/1995 c/c o Decreto-Lei nº 87/1975.
3
Possuem duas portas e roletas para controle de usuários
4
possuem, normalmente, uma porta sem roleta e entrega de tíquetes para controle de usuários.
88
TPT= MVRQ x LO x VT
Onde: TPT = Tarifa referente a Passageiros Transportados
MVRQ = Média de Viagens Realizadas na Quinzena
LO = Lugares Ofertados
VT = Valor da Tarifa
1
Nos ônibus e micro-ônibus metropolitanos são permitidos transportes de passageiro em pé
2
Nos ônibus que atuam fora da região metropolitana somente são permitidos transportes de passageiros
sentados.
89
TPO= MPD x 30 x VT
Onde: TPO = Tarifa por Partida deÔnibus
30 = número médio de dias de um mês
VT = Valor da Tarifa
1
As inspeções ordinárias são realizadas segundo programação aprovada pelo Presidente do Tribunal, com o
o objetivo de verificar, in loco, a legalidade, a legitimidade e a economicidade dos atos, ou contratos, de
natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades dos Poderes do Estado,
dos Municípios sob sua jurisdição e, bem assim, nas entidades da administração indireta, incluídas as
fundações e sociedades instituídas e mantidas pelos referidos Poderes, e nos fundos.
2
As inspeções especiais são realizadas, em cada caso, ex officio, por determinação do Presidente, por
solicitação de Conselheiro, do representante do Ministério Público Especial, ou do Secretário-Geral de
Controle Externo, sempre que houver necessidade de entendimento direto, visando coletar dados, esclarecer
fato determinado, verificar, in loco, a execução de contratos, bem como dirimir dúvidas ou suprir omissões em
processo que esteja em trâmite no Tribunal. Também poderão ser provocadas por iniciativa da Assembléia
Legislativa, das Câmaras Municipais ou por denúncias apresentadas por qualquer cidadão ao TCE-RJ.
3
As inspeções extraordinárias são autorizadas, em cada caso, pelo Plenário, tendo por finalidade apurar
fatos cuja relevância ou gravidade exijam exame mais detido e aprofundado.
92
1
TCU; Tribunais de Contas Estaduais: TCE/RS, TCE/PR, TCE/SC, TCE/SP, TCE/RJ, TCE/ES, TCE/MG,
TCE/MS, TCE/MT, TCE/GO, TCE/TO, TCE/DF, TCE/BA, TCE/SE, TCE/AL, TCE/PE, TCE/PB, TCE/RN,
TCE/CE, TCE/PI, PCE/MA, TCE/PA, TCE/AP, TCE/RR, TCE/AM, TCE/RO; Tribunais de Contas Municipais:
TCM/RJ, TCM/SP; Tribunais de Contas dos Municípios: TCM/BA, TCM/CE, TCM/PA, TCM/GO; Tribunais de
Contas Estrangeiros: Tribunal Administrativo de Moçambique, Tribunal de Contas de Angola.
2
Coordena o trabalho desenvolvido por três Inspetorias-Gerais de Controle de Pessoal - IGPs, que abrange
o exame da legalidade, para fins de registro, dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, excetuadas
as nomeações para cargos de provimento em comissão, de concessões de aposentadorias, transferências
para reserva remunerada, reformas, pensões e fixações de proventos, fixações de remuneração dos
Vereadores, do Prefeito e do Vice-Prefeito, e, ainda, a realização de inspeções e o exame de denúncias,
recursos, comunicações e solicitações relativas à área de pessoal, todos os órgãos, entidades e fundos.
3
Responsável pela coordenação e controle das atividades de auditoria de desempenho, de sistemas, em
administração hospitalar e da receita estadual e dos municípios do Rio de Janeiro, bem como pelo
acompanhamento da execução orçamentária do Estado, da análise das Contas de Gestão do Governo
Estadual e dos respectivos relatórios da Lei de Responsabilidade Fiscal.
4
A SUM é responsável pela revisão de instruções e a coordenação do trabalho desenvolvido por sete
Inspetorias Regionais, que abrange a realização de inspeções de natureza contábil, financeira, orçamentária,
operacional, e o exame de processos relativos à relatórios da LRF, prestação e tomada de contas, atos de
dispensa e de inexigibilidade de licitação, contratos, denúncias e recursos no âmbito municipal.
93
1
Tem como atribuições a revisão das instruções e a coordenação do trabalho desenvolvido por seis
Inspetorias-Gerais de Controle Estadual - IGEs, que abrange a realização de inspeções de natureza contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, e o exame de processos relativos à prestação e tomada de
contas, atos de dispensa e de inexigibilidade de licitação, contratos, denúncias e recursos no âmbito estadual
2
O Governo do Estado do Rio de Janeiro dispõe do SIG – Sistema de Informações Gerenciais, uma base de dados que
interliga de modo on-line todas as secretarias, órgãos e entidades da administração estadual, inclusive o TCE/RJ
94
Vale destacar que não localizamos em nossas pesquisas, tanto por entrevistas
aos profissionais da CODERTE quanto por visitas aos sites da Agência
Nacional de Transportes Terrestres – ANTT e do DETRO, legislação que
suportasse tal diferenciação (Rio de Janeiro, 2007: 21)
Esse fato denota que o tempo para o planejamento da inspeção, neste caso,
deveria ter sido aumentado, já que normalmente o prazo previsto é de uma a, no
máximo, duas semanas, conforme verificamos nas pesquisas efetuadas juntos aos
técnicos e inspetores do TCE/RJ.
1
www.antt.gov.br
2
www.detro.rj.gov.br
95
Por sua vez, os aspectos examinados nas inspeções físicas realizadas nos
estacionamentos administrados pela CODERTE foram: condições de segurança;
condições de manutenção e sinalização; instrumentos de controles sobre receitas e
condições de trabalho.
Relatório
1
No serviço público, a permissão é tradicionalmente considerada ato unilateral , discricionário e precário, pelo
qual o Poder Público transferem a outrem a execução de um serviço público,para que o exerça em seu
próprio nome e por sua conta e risco, mediante tarifa paga pelo usuário (DI PIETRO,2005:284).
2
Cachoeiras de Macacu, Casimiro de Abreu, Conceição de Macabu, Itaperuna, Macaé, Macuco, Paraíba do
Sul, Paty do Alferes, Porciúncula, Rio Claro e Três Rios.
99
1
173 Unidades de espaços ofertados, dos quais somente 28 Unidades destas estavam desocupadas.
100
1
Este montante ultrapassa a dotação orçamentária atualizada destinada à CODERTE fixada em
R$ 43.631.785,00, bem como se encontra corrigido e inclui multas e juros.
101
1
Menezes Cortes e Rabicho da Tijuca
2
Praça XI “B” e Arcos “A”
3
Praça XI (administração CODERTE) e Nilo Peçanha
4
Arcos, Arcos “A”, Miguel Couto e Nilo Peçanha
5
Arcos e Arcos “A”
6
Arcos e Arcos “A”
7
Miguel Couto e Nilo Peçanha
104
Controle Interno
1
Praça XI “B”
2
Nilo Peçanha, Miguel Couto e Praça XI
3
Que estabelece, inclusive, a necessidade de existirem instalações sanitárias separadas por sexo
105
1
Que tem como propósito identificar as atuais condições de funcionamento dos terminais rodoviários construídos e/ou
administrados pela CODERTE
106
pelo TCE/RJ, mas sim por iniciativa pessoal através de: leituras de artigos, livros e
manuais de Auditoria Operacional disponibilizados na página da internet do Tribunal
de inspeção que já participaram de cursos e treinamentos patrocinados pelo TCE/RJ.
operacional - o auditor atua como consultor – gera uma reação oposta a auditoria de
conformidade, que tem o propósito de julgar e punir.
Muitas vezes os achados contribuem para que o órgão reveja e melhores seus
procedimentos de controle
CONCLUSÕES
Para que o TCE/RJ reverta tal situação e torne a auditoria operacional uma
realidade plena, segundo a literatura técnica especializada e os seus técnicos
entrevistados, é necessário valorizar mais a etapa de planejamento da auditoria, até ao
extremo de, como no Tribunal de Contas da Bahia – TCE/BA, ao final dessa fase
produzir-se o Relatório de Planejamento a ser submetido ao Plenário para verificar a
viabilidade ou não de sua realização.
1 o
Entidade vinculada ao TCE/RJ, criada através da Lei Estadual n 4.577, de 12 de julho de 2005, que
transformou o antigo Instituto Serzedello Corrêa neste novo órgão autônomo e subordinado a sua Presidência
2
Basicamente constituído pelo Custo Variável – hora-aula do Professor, energia elétrica,apostilas, etc. – já
que o Custo Fixo da manutenção da escola será rateado com outros cursos e atividades da ECG
116
1
A ECG, inclusive, está oferecendo um curso de Auditoria Operacional a ser ministrado pelos quatro
técnicos, que participaram do curso realizado na ESAF promovido através do PROMOEX, no mês de
Outubro de 2008.
117
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 18ª Edição. São Paulo:
Editora Atlas, 2005.
PAES DE PAULA, Ana Paula. Por uma Nova Gestão Pública. Rio de Janeiro: Editora
FGV, 2007.
PETER, Maria da Glória Arrais & MACHADO, Marcus Vinicius Veras. Manual de
Auditoria Governamental. São Paulo: Editora Atlas: 2007.
APÊNDICE
5) Nas inspeções com natureza operacional, em que você participou, durante a fase
de planejamento foram definidas previamente a Matriz de Planejamento, com as
questões de auditorias a serem examinadas na fase de planejamento?