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Momento de Inércia

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Notas de aula Fsica II Momento de inrcia

Momento de inrcia
A. E. A. Amorim, Member, IEEE
Resumo O momento de inrcia uma quantidade escalar
associado com o movimento de rotao do corpo. Se no caso da
translao, a inrcia est associada com o conceito de massa, na
rotao a inrcia est associada com o conceito de momento de
inrcia. O movimento em uma dimenso est associado com o
conceito de translao e a inrcia gera o conceito de massa. Quando
se observa o movimento de rotao do corpo no espao, preciso para
isto 3 dimenses e a inrcia do corpo leva a um outro ingrediente que
o momento de inrcia.
Palavras-chaveMomento de inrcia, massa, rotao, energia
cintica, Sistema de partculas, teorema dos eixos paralelos, raio de
girao, corpo rgido.

Im = mr2
Dimensionalmente o momento de inrcia [ ]I =

(1)

ML2 e

a unidade do momento de inrcia no SI kgm2 .

I. INTRODUO

Para objetos mais leves, h uma variao maior de


velocidade do que para objetos mais pesados. Uma situao
semelhante temos para o caso angular, para uma partcula.
Quando h uma alterao da energia cintica, a mudana na
velocidade angular se d em funo da quantidade de
momento de inrcia. Quanto maior o momento de inrcia,
menor a velocidade de rotao.
No caso da partcula, o momento de inrcia o produto da
massa da partcula pelo quadrado da distncia que separa a
partcula do eixo de rotao,

de inrcia de um objeto o
equivalente da massa para o caso de um movimento de
rotao. Ser analisado a influncia da massa da massa
para o caso em que uma partcula se desloca em um movimento
linear e para o caso em que descreve uma rotao. Se para o
primeiro caso o termo associado a inrcia da partcula a massa,
no caso da rotao o momento de inrcia.

III. SISTEMA DE PARTCULAS

OMENTO

II. CONCEITO DE MOMENTO DE INRCIA

Em se tratando de um sistema de n partculas, que giram


em torno de um eixo, o momento de inrcia a soma dos
momentos de inrcia de todos os pontos que constituem o
sistema

I = + + +I1 I2 In
n

Ii = n mri i2

(2) =

i=1

i=1

Considere um objeto pontual de massa m girando em torno de


um ponto com velocidade angular
movimento

A energia cintica do

onde mi o valor da massa de cada partcula e ri a distncia


que separa a i-sima partcula do eixo.

K = 1 mv2 = 1 mr2 2K = 1 mv2 = 1 mr2 2


2
2
2
2
Observe que fazendo uma comparao com a energia cintica
de um ponto material em movimento linear, as energias cinticas
tm expresses bem parecidas. Se a velocidade linear v e a

IV. CORPO RGIDO


Considere um corpo slido dividido em pequenos
elementos infinitesimais de massa dm. O momento de inrcia

angular , no caso linear o termo relacionado com a inrcia da


partcula m e no caso do movimento angular o termo mr2 .
Este o conceito do momento de inrcia da partcula em relao a
um eixo. No caso da partcula o momento de inrcia depende no
s da sua massa, mas tambm da sua posio em relao ao eixo
de rotao. Para objetos slidos, alm destas duas grandezas
depende tambm da sua geometria. O momento de inrcia tem um
significado parecido com a massa: no caso linear, para uma
partcula, quando h uma alterao da energia cintica, a mudana
na velocidade ocorre

Im =r dm2
A integrao feita sobre toda a extenso do corpo.
V. RAIO DE GIRAO
Dado um slido qualquer de massa m e o seu momento de
Inrcia, em relao a uma base de referncia qualquer,
sempre possvel encontrar uma distncia Km , mesma base
de referncia, de forma que

(3)

Momento de inrcia

I
Km = mm

em funo da quantidade de massa,v

(4)

de referncia considerada. m

04/13/2015.

A. E. A. Amorim is with the Naval Shipbuilding, College of Technology of


Jahu, SP 17209200 BR, (e-mail: . re

Km chamado raio de girao do slido, em relao base


VI. PRODUTO DE INRCIA
O produto de inrcia de um ponto material em relao a um par
de eixos o produto da massa do ponto pelas suas coordenadas
em relao aos eixos

Ixy = xym

(5)
Em se tratando de um slido, o produto de inrcia a soma dos
produtos de inrcia dos elementos que constituem o slido

Ixy =xydm

(6)

O significado fsico do produto de inrcia que eles so


proporcionais aos momentos das foras exteriores, em relao aos
eixos perpendiculares ao eixo de rotao. O momento de inrcia
de massa tem a dimenso [ML2].
VII. TRANSPOSIO DE EIXOS DE INRCIA PARALELOS.
Suponha um corpo qualquer, de massa total M. Considere a Fig.
1. A origem do sistema de referncia passa em O.

Ip =r dm2

(7)

Portanto

Ip =

(xa)2 +(y b)2

dm

(8)

Abrindo a expresso

Ip =dm x

+ y2 2(ax+by)+a2 +b2

(9)

A expresso pode ser escrita na forma

Ip =dm x( 2 + y2) 2

a xdm b ydm

+(a2 +b m2)
= IO +mh2
Observe que o primeiro termo na integral o momento
de inrcia do objeto relativo ao eixo que passa no centro de
massa, que ser denotado por I0. O segundo termo entre as
chaves a definio do centro de massa do sistema, que
por definio tem coordenadas estabelecidas na origem,

xcm = 0 e ycm = 0.
O ltimo termo o produto da massa do objeto
multiplicado pela distncia entre os eixos paralelos ao
quadrado.
Assim o teorema de transposio de eixos paralelos pode
ser enunciado:
O momento de inrcia de um sistema, em relao a um
eixo A, igual ao momento de inrcia do sistema, em
relao a um eixo paralelo B, passando pelo centro de
gravidade, mais o produto da massa total do sistema pelo
quadrado da distncia entre os dois eixos.

Ip = +Icm mh2
Observe que se for aplicada a relao entre dois eixos
paralelos quaisquer, o termo entre as chaves no nulo e,
consequentemente, a Eq. (10) no mais vlida.
VIII. MOMENTO DE INRCIA DO FIO
Fig. 1. Corpo slido girando em torno do eixo [1].

O momento de inrcia em torno do eixo que passa em P

Considere o eixo de rotao passando pelo centro de


massa do fio, como mostra a Fig. 2.

(10)

Momento de inrcia

3
Definindo a densidade linear dm

dx
Logo

I =LL/2/2 x dx2
=

34

L3

mL2

(11)

=
12

IX. MOMENTO DE INRCIA DO ANEL


Fig. 2. Rotao do fio [1].

Considere um cilindro que gira com um eixo passando por ele,


como mostra a Fig. 4.

Por meio da simetria do problema, o clculo pode ser


feito de uma extremidade do fio outra,

I = L/2

L/2

x dm2 como mostra a Fig. 3.

Fig. 4. Rotao de um anel [1].

Como a distncia constante o momento de inrcia

I =mR2 .

(12)
Considere agora o eixo de rotao pelo anel como mostra Fig.
5.

Fig. 5. Rotao do cilindro com o eixo passando por ele [1].

O momento de inrcia
Fig. 3. A simetria da barra facilita a integrao [1].

Momento de inrcia

r dm

I=
Considerando que o elemento de massa dm no anel tem
comprimento ds e compreendido pelo ngulo d, e usando
a definio de comprimento de arco da circunferncia

ds Rd=
(13) Considerando que o anel
homogneo, a sua densidade linear

massa dm =
=
ds
comprimento

Fig. 6. Cilindro oco [1].

Considere um pequeno elemento do cilindro oco, de massa dm,

Assim

I =r ds2= R r d

Portanto o elemento de massa

(14)
Por outro lado, sendo r a distncia do elemento dm at o
eixo a expresso pode ser escrita como

sin=

(17)

dV dxrd dr=

(18)

dm= dV = dxrdrd
Portanto o momento de inrcia

I =Ldxr2 r dr3 2d

com comprimento dx e raio r. O volume da pea

R
Portanto

I =R3sin2d

(15)

Usando as seguintes identidades trigonomtricas


0

cos2= cos sin


2

(19)
O volume da pea toda

cos2 +sin2 =1

A expresso pode ser escrita como


Portanto

I = m r22 +r12

Portanto

(20)

(16)

X. MOMENTO DE INRCIA DO CILINDRO OCO


Considere o cilindro oco, como mostra a Fig. 6.

de forma que

= R3 = m R3= mR2
2R
2

2
XI. MOMENTO DE INRCIA DO DISCO
Considere um eixo de rotao passando pelo centro de massa do
disco, como mostra a Fig. 7.

Momento de inrcia

5
Definindo a densidade superficial como sendo

dm

=
dA o momento de inrcia
fica

I =x dm2
R

x ydx2

(21)

Como

x R= cos y R= sin

Fig. 7. Rotao do disco [1].

A equao (21) se escreve

Sobre o centro de massa do disco adotado o eixo horizontal


como sendo o eixo x e na vertical, o eixo y.

I =R4

2 d

(22)
Para o caso em que o eixos de rotao passa no centro do
disco, perpendicular sua superfcie, basta considerar a Eq.
(20), com R1 = 0, ou seja,

1
I = mR2
2

Fig. 8. Elementos do crculo [2].

Considere um elemento de massa (em vermelho) que dista


x do eixo vertical e tem espessura dx. Portanto o retngulo
tem comprimento 2y e espessura dx. A rea

(23)

XII. MOMENTO DE INRCIA DO CILINDRO SLIDO

dA=

Considere um cilindro slido que gira em torno do eixo,


como mostra a Fig. 9.

2ydx

dI =R dx4 + x2R dx2


4
Portanto

x2R dx2

=R4 L+R

L2

(26)

Momento de inrcia

XIII. MOMENTO DE INRCIA DA ESFERA RGIDA

Fig. 9. Cilindro slido [1].

Considere o cilindro slido formado pela unio de vrios


cilindros ocos. A equao (19) reescrita como sendo

I=

dx

3
rdr

LR 4
2

Considere o eixo de rotao passando pelo centro de massa


da esfera, como mostra a
Erro! Fonte de referncia no
encontrada.. Podemos considerar a esfera formada pela juno
de vrios discos, cada um deles de espessura dz e raio x.

(24)

e o volume da pea
2
V = RL

de forma que o momento de inrcia fica

mR 2
I=
2

(25)

Considere agora o eixo de rotao passando pelo centro de


massa como mostra a
Fig. 11. Rotao da esfera em torno do eixo que passa no centro de
massa .

O volume de cada um dos discos


2
dV = xdz

O momento de inrcia de cada disco

1
1
4
dI = dmx 2 =
xdz
2
2
Existe uma relao entre z, R, o ngulo
2

x +=
z

Assim

ex

2 2

2
I =1 R(R z ) dz

Fig. 10. Rotao do cilindro macio [1].

(27)

Dividindo o cilindro em discos de raio R e espessura dx, o A integrao neste caso requer pequenos

2
mR2 momento de inrcia deste disco 5

cuidados. =

1 R dm2= 1 R2R dx2


4
4

XIV. MOMENTO DE INRCIA ESFERA OCA


Considere a esfera oca, com o eixo passando no centro de

4R4 dx
pela juno de vrios anis, cujo momento de inrcia dI =dmx2 =2 x dz3
Com base no teorema dos eixos paralelos, o momento de =

massa. A esfera formada

Momento de inrcia

inrcia do disco

Assim, da mesma forma feito anteriormente

I =2 RR R2 z2
Considere

3/2

dz

(28)

= Rcos . Logo

I R

XV. CONSIDERAES FINAIS


O momento de inrcia uma quantidade escalar e seu
conceito est associado com a rotao do corpo. Se no caso da
translao, a inrcia est associada com o conceito de massa, na
rotao a inrcia est associada com o conceito de momento de
inrcia. O movimento em uma dimenso est associado com o
conceito de translao e a inrcia gera o conceito de massa.
Quando se observa o movimento de rotao do corpo no espao,
preciso para isto 3 dimenses e a inrcia do corpo leva a um
outro ingrediente que o momento de inrcia.

REFERNCIAS

[1]

G. J. Halliday, Resnick, and Walker,


Fundamentals of Physics. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar, 1993.

[2]

M. Nussensveig, curso de fsica bsica 1 Mecnica, 4a ed. So Paulo-SP-BR: Edgar


Blcher, 2002.

M
momento de inrcia, 1

raio de girao do slido, 1

P
produto de inrcia, 2

T
teorema de transposio de eixos paralelos, 2

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